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Flow Control Exchange - Setembro 2017 www.flowcontrolexchange.com 12 Na escola de engenharia, Gobind Khiani desenvolveu um interesse precoce pela área relacionada a vazão de fluidos. Após graduar-se em Pune, na Índia, seguiu com um doutorado em engenharia de tubulações e materiais na University of Calgary em Alberta, no Canadá e então decidiu seguir sua paixão pela vazão de fluidos e pela indústria de controle e contenção dos mesmos, dando início ao seu interesse por válvulas. No seu atual papel, como Técnico em Válvulas de Tubulações no Setor de Energia e Químico para a Fluor, Gobind continua a explorar seu interesse por válvulas através do desenvolvimento de programas para projetos, explorando demandas de conformidade e ajudando a difundir toda sua experiência. A Flow Control Exchange Journal ficou muito satisfeita quando Gobind concordou em assumir o papel de vice-presidente da Valve World Americas Conference 2017 para nos ajudar a montar um interessante e informativo programa de conferência. Nós falamos com Gobind sobre sua experiência e o seu trabalho com válvulas, suas expectativas para a próxima conferência e a importância da transferência de conhecimento dentro da indústria. Por Sarah Bradley Desenvolvendo ideias inovadoras que impulsionam nossa indústria Entrevista com Gobing Khiani, Técnico em Válvulas de Tubulações no Setor de Energia e Químico para a Fluor Canada Ltd. Segunda parte Entrevista com o Consumidor Final Comunicação é fundamental Revisar as planilhas de dados de válvulas para garantir que elas estão fornecendo a melhor válvula para uma determinada aplicação também é uma grande respon- sabilidade para Gobind. “Nós trabalhamos com válvulas gaveta de conduite, válvulas gaveta de tubulação, válvulas gaveta de ex- pansão compacta, válvulas esfera, válvulas borboleta de offset triplo e todas as outras até a API 10000. Eu trabalho com muitos materiais, tais como duplex, super duplex, aço carbono, aço inoxidável, liga de cromo, titânio, níquel, alumínio, bronze, etc. A pla- nilha de dados das válvulas é algo que nós montamos e que basicamente especifica qual tipo de requerimentos técnicos são necessários quando nós enviarmos nossos pacotes de válvulas para licitações, exata- mente o que nós precisamos” ele disse, “Nós especificamos tudo desde os padrões de design das válvulas até os materiais de construção, a forma que queremos que as válvulas sejam testadas, testes não destru- tivos e quaisquer requerimentos de pré- -qualificação. Nós também temos os fabri- cantes aprovados pela Lista de Fabricantes Aprovados, pressões, temperaturas e con- dições de processos. Desta forma quando o fabricante ou distribuidor veem estes da- dos, eles saberão o que eles devem cotar.” Gobind aponta que apesar da especificida- de destas planilhas de válvulas, às vezes, os fabricantes não sabem o que o enge- nheiro realmente precisa. “Um dos maio- res problemas que eu vejo quando estou revisando as cotações dos fabricantes ou distribuidores é que nós pedimos que to- das as exceções ou esclarecimentos este- jam especificados na cotação, mas muitas vezes elas retornam sem esses dados. Uma vez que eles têm um pedido de compra e quando todos os requerimentos específi- cos do projeto chegam a um engenheiro ou gerente qualificado da empresa, eles enviam uma lista de mudanças ao pedido de compra, e então a negociação da entre- ga do produto inicia-se. Isso muitas vezes atrasa o projeto.” Ele crê que a comunicação entre o forne- cedor, engenharia, logística de compras e suprimentos, manufatura da empresa e seus clientes é de grande importância. Certificar-se que todas as partes envolvi- das estão cientes das mudanças e se man- ter informado sobre o status do projeto é imperativo para facilitar a performance e a sua conclusão dentro do prazo. “Quaisquer mudanças feitas pelo fabricante devem ser comunicadas rapidamente. Pequenas mu- danças podem ter um grande impacto na finalização do projeto. Uma mudança na composição do material ou uma mudança no design das juntas ou do bonnet, tudo isso pode afetar o resultado do projeto, por- que cada aplicação tem requerimentos mui- to específicos que foram projetados pelo engenheiro. Estas mudanças irão afetar-me porque eles não avisaram que não remo- veram um passo de usinagem para econo- mizar dinheiro ou material. Como sou um engenheiro e não um metalúrgico, eu tenho que pedir aos metalúrgicos para averigua- rem se esta aplicação ainda é aceitável,” ele revela. “Eu diria que existe muito mais su- porte oferecido pelas EPCs hoje em dia. Em qualquer situação, a escolha do distribuidor é fundamentada no serviço e não somente no projeto. Este é um mundo extremante técnico com procedimentos bem complica- dos e requerimentos extras de segurança e qualidade. É o esforço de toda uma equipe para produzir um design. O distribuidor tem um papel importante e as pessoas estão revisando materiais o tempo todo. Então, quando nós recebemos um bom aconselha- mento, nós podemos revisar isto como uma equipe e compartilhar o material proposto com uma justificativa para o nosso cliente.” Sr Gobind Khiani, Técnico em Válvulas de Tubulações no Setor de Energia e Químico, Fluor Canada Ltd.

Desenvolvendo ideias inovadoras que impulsionam nossa ......2017/09/02  · materiais, tais como duplex, super duplex, aço carbono, aço inoxidável, liga de cromo, titânio, níquel,

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Flow Control Exchange - Setembro 2017 www.flowcontrolexchange.com12

Na escola de engenharia, Gobind Khiani desenvolveu um interesse precoce pela área relacionada a vazão de fluidos. Após graduar-se em Pune, na Índia, seguiu com um doutorado em engenharia de tubulações e materiais na University of Calgary em Alberta, no Canadá e então decidiu seguir sua paixão pela vazão de fluidos e pela indústria de controle e contenção dos mesmos, dando início ao seu interesse por válvulas. No seu atual papel, como Técnico em Válvulas de Tubulações no Setor de Energia e Químico para a Fluor, Gobind continua a explorar seu interesse por válvulas através do desenvolvimento de programas para projetos, explorando demandas de conformidade e ajudando a difundir toda sua experiência.

A Flow Control Exchange Journal ficou muito satisfeita quando Gobind concordou em assumir o papel de vice-presidente da Valve World Americas Conference 2017 para nos ajudar a montar um interessante e informativo programa de conferência. Nós falamos com Gobind sobre sua experiência e o seu trabalho com válvulas, suas expectativas para a próxima conferência e a importância da transferência de conhecimento dentro da indústria.

Por Sarah Bradley

Desenvolvendo ideias inovadoras que impulsionam nossa indústria

Entrevista com Gobing Khiani, Técnico em Válvulas de Tubulações no Setor de Energia e Químico para a Fluor Canada Ltd.

Segunda parte

Entrevista com o Consumidor Final

Comunicação é fundamental Revisar as planilhas de dados de válvulas para garantir que elas estão fornecendo a melhor válvula para uma determinada aplicação também é uma grande respon-sabilidade para Gobind. “Nós trabalhamos com válvulas gaveta de conduite, válvulas gaveta de tubulação, válvulas gaveta de ex-pansão compacta, válvulas esfera, válvulas borboleta de offset triplo e todas as outras

até a API 10000. Eu trabalho com muitos materiais, tais como duplex, super duplex, aço carbono, aço inoxidável, liga de cromo, titânio, níquel, alumínio, bronze, etc. A pla-nilha de dados das válvulas é algo que nós montamos e que basicamente especifica qual tipo de requerimentos técnicos são necessários quando nós enviarmos nossos pacotes de válvulas para licitações, exata-mente o que nós precisamos” ele disse, “Nós especificamos tudo desde os padrões

de design das válvulas até os materiais de construção, a forma que queremos que as válvulas sejam testadas, testes não destru-tivos e quaisquer requerimentos de pré--qualificação. Nós também temos os fabri-cantes aprovados pela Lista de Fabricantes Aprovados, pressões, temperaturas e con-dições de processos. Desta forma quando o fabricante ou distribuidor veem estes da-dos, eles saberão o que eles devem cotar.”

Gobind aponta que apesar da especificida-de destas planilhas de válvulas, às vezes, os fabricantes não sabem o que o enge-nheiro realmente precisa. “Um dos maio-res problemas que eu vejo quando estou revisando as cotações dos fabricantes ou distribuidores é que nós pedimos que to-das as exceções ou esclarecimentos este-jam especificados na cotação, mas muitas vezes elas retornam sem esses dados. Uma vez que eles têm um pedido de compra e quando todos os requerimentos específi-cos do projeto chegam a um engenheiro ou gerente qualificado da empresa, eles enviam uma lista de mudanças ao pedido de compra, e então a negociação da entre-ga do produto inicia-se. Isso muitas vezes atrasa o projeto.”

Ele crê que a comunicação entre o forne-cedor, engenharia, logística de compras e suprimentos, manufatura da empresa e seus clientes é de grande importância. Certificar-se que todas as partes envolvi-

das estão cientes das mudanças e se man-ter informado sobre o status do projeto é imperativo para facilitar a performance e a sua conclusão dentro do prazo. “Quaisquer mudanças feitas pelo fabricante devem ser comunicadas rapidamente. Pequenas mu-danças podem ter um grande impacto na finalização do projeto. Uma mudança na composição do material ou uma mudança no design das juntas ou do bonnet, tudo isso pode afetar o resultado do projeto, por-que cada aplicação tem requerimentos mui-to específicos que foram projetados pelo engenheiro. Estas mudanças irão afetar-me porque eles não avisaram que não remo-veram um passo de usinagem para econo-mizar dinheiro ou material. Como sou um engenheiro e não um metalúrgico, eu tenho que pedir aos metalúrgicos para averigua-rem se esta aplicação ainda é aceitável,” ele revela. “Eu diria que existe muito mais su-porte oferecido pelas EPCs hoje em dia. Em qualquer situação, a escolha do distribuidor é fundamentada no serviço e não somente no projeto. Este é um mundo extremante técnico com procedimentos bem complica-dos e requerimentos extras de segurança e qualidade. É o esforço de toda uma equipe para produzir um design. O distribuidor tem um papel importante e as pessoas estão revisando materiais o tempo todo. Então, quando nós recebemos um bom aconselha-mento, nós podemos revisar isto como uma equipe e compartilhar o material proposto com uma justificativa para o nosso cliente.”

Sr Gobind Khiani, Técnico em Válvulas de Tubulações no Setor de Energia e Químico, Fluor Canada Ltd.

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Entrevista com o Consumidor Final

Trabalhar com um distribuidor com uma boa reputação e qualidade, consistência em design e produção uniforme é extre-mamente importante para os projetos da Fluor. “Nós gostamos de trabalhar com os fabricantes e com os distribuidores. Os dis-tribuidores ocasionalmente têm um papel muito importante por ter todas as válvulas em estoque. Os fabricantes nos dão supor-te no fornecimento do design, as caracte-rísticas de vazão que existem entre vários tipos e métodos de fundição incluindo aqueles para áreas criticas, o que ajuda os engenheiros a identifi car suas necessida-des mais de perto para fi nalizar o requeri-mento da válvula.”

Focando em emissões fugitivas

Como alguém que está informado em todos os aspectos do mundo das válvulas e total-mente envolvido na indústria, perguntamos a Gobind o que ele acredita ser os desafi os mais urgentes relacionados a válvulas en-frentados por ele e sua equipe. Ao passo que tem sido um tópico de grande foco, já há muitos anos, e uma das sessões mais po-pulares nos últimos eventos da Valve World, as emissões fugitivas são ainda identifi cadas como um grande desafi o para a indústria de válvulas. Gobind compartilhou que os desa-fi os em emissões fugitivas são enormes, ao passo que inspetores do governo emitem um decreto de consentimento, é importan-te para os usuários encorajar os programas de detecção de vazamentos e manutenção preventiva (LDTR), e não somente detecção de vazamento e reparos (LDAR), como a ma-nutenção planejada deve ser conduzida de uma forma conveniente para assegurar um ambiente de trabalho seguro na planta.

“Quando um projeto é planejado desde os estágios pré-FEED, é responsabilidade do ge-rente de cada projeto engajar todos seus for-necedores de válvulas com a sua equipe de tubulações e alinhar tudo isto nas práticas atu-ais e quaisquer regulamentações que estão por ser criadas. Por exemplo, a Environment and Climate Change Canada está trabalhan-do na publicação de novas regulamentações para emissões em 2016 e 2017 que podem afetar as regras dentro de plantas que estão atualmente em operação e podem trazer con-formidades adicionais para os novos projetos no Canadá,” explica ele. “Nos Estados Unidos, nós temos que nos assegurar de manter con-formidade com os regulamentos da Agência

Americana de Proteção do Meio Ambiente, tanto em instalações de fabricas quanto em projetos de tubulações.”

Com todas as mudanças sendo realizadas nessas regulamentações, Gobind acredita que empresas EPFC como a Fluor deveriam continuamente manter melhorias tecnológi-cas que estão sendo feitas pela indústria e manter-se no topo das tendências, inovações e novas regulamentações através de uma participação ativa em conferências tais como a Valve World e comitês como o Instituto Americano de Petróleo, afi m de compartilhar as melhores práticas sendo utilizadas atu-almente. Ao participar e compartilhar este conhecimento com seus usuários e clientes essas empresas aceleram a sua criação de práticas internas para incorporá-las a sua execução atual e futura de projetos. A equipe de Gobind na Fluor já começou a utilizar esta abordagem, integrando as emissões como parte essencial de suas novas reuniões de projetos para a fábrica.

O futuro é amigável

Uma crescente demanda por energia sig-nifi ca que o setor precisa de projetos se-guros, ambientalmente corretos, sustentá-veis, competitivos e dentro do orçamento, entregues de forma adequada. Gobind crê que a única forma desta missão ser pos-sível é através dos engenheiros tomando interesse e se envolvendo nos estágios mais prematuros de um projeto. “Durante o pré-FEED, um engenheiro se torna um médico para conhecer todo o sistema ner-voso do projeto. Isto ajuda o engenheiro a se comunicar mais efi cazmente, prover recomendações a sua proposta técnica e assim receber melhor aceitação. Nós pre-cisamos estimular engenheiros a se envol-verem nisto de uma forma mais técnica e assim poderem se destacar desde o inicio do projeto,” diz ele. Educação e comunicação são da mais alta importância neste momento. Construir e manter um bom relacionamento através da educação de novos engenheiros é a chave para o sucesso do setor. Através do com-partilhamento de experiências com a co-munidade nestes eventos de networking e a construção de confi ança e laços entre os veteranos do setor Gobind crê que a comu-nidade pode trabalhar e ter grandes suces-sos em direção deste compartilhamento de experiências.

Você sabia...

Que válvulas solenoides têm algumas utilizações bem estranhas? Aqui estão cinco aplicações incomuns para elas:

1. Distribuição de bebidas: Válvulas solenoides são utilizadas para a colocação de um chopp perfeito, uma xícara de café ou um refrigerante.2. Efeitos Especiais : Utilizadas em teatros ou estádios esportivos para liberar dióxido de carbô-nico criogênico e produzir uma nuvem de fumaça baixa.3. Instalações de Artes: Em 2012 o Barbican Centre em Londres solicitou 30 válvulas solenóides para a sua famosa “sala da chuva” que simulava a experiência real da chuva de forma artifi cial. 4. Descongelamento de Aeronaves: Válvulas solenoides são costumeiramente utilizadas no descongelamento de para-bri-sas e asas de aeronaves. 5. Grande Colisor de Hadrons: Várias válvulas solenoides es-tão sendo utilizado no maior e mais poderoso acelerador de partículas do mundo, mas espe-cifi cações exatas de seu uso são confi denciais.

Fonte: www.valveuser.com

O Grande Colisor de Hadrons (LHC) localizado no subsolo da fronteira entre a França e a Suíça próxima a cidade de Genebra, na Suíça.

Não encontrou a primeira parte? Você pode ler a primeira parte desta ótima Entrevista com o Consumidor Final com Gobind Khiani na edição de maço de 2017 da Flow Control Exchange Journal nas paginas 4 e 5.