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por Joseph Ngwawi O DESENVOLVIMENTO de infra-estrutura foi colocado no centro da agenda regional de construção da comunidade e esforços concertados estão sendo feitos para garantir a disponibilidade de um sistema integrado, eficiente e rentável para sustentar o desenvolvimento económico regional e comércio. A 32ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo marcada para 17-18 de Agosto em Moçambique deverá acelerar a provisão de infra- estruturas regional, vistas como um fundamento essencial para a realização dos objectivos de integração regional. Uma série de importantes desenvolvimentos foram realizadas desde a última cimeira em Angola, em 2011, incluindo a finalização do plano director regional de desenvolvimento de infra-estruturas. Os Ministros responsáveis pelas infra-estruturas chegaram a acordo sobre o projecto de Plano Director Regional de Desenvolvimento de Infra-Estruturas da SADC numa reunião realizada nos finais de Junho em Luanda, Angola, abrindo caminho para a aprovação final do documento pelos líderes durante a próxima cimeira marcada para Maputo. O plano director da SADC vai orientar a implementação de redes coordenadas, integradas e eficientes de infra-estruturas transfronteiriças nos seis sectores prioritários de energia, transportes, turismo, informações meteorológicas, tecnologia e água. Os projectos de infra-estrutura prioritários já identificados serão implementados em três fases ao longo de 15 anos que se estendem de 2012-2027 a um custo de cerca de 500 biliões de dólares norte- americanos, com o transporte, energia e água, partilhando a maior parte das necessidades de financiamento. A região está a projectar a implementação de projectos de produção de energia que irão fornecer 17.000 megawatts (MW) nos próximos três anos até 2015, enquanto a região espera atingir auto- suficiência em energia até 2014. Uma conferência de investimento está prevista entre Janeiro e Março de 2013, para atrair potenciais investidores para os projectos de infra-estruturas regionais identificados, enquanto a promoção dos mesmos está planificada na Ásia, Europa e Estados Unidos com o mesmo fim. Os líderes também devem considerar os relatórios do Grupo de Trabalho Ministerial sobre a Integração Económica Regional, que foi encarregado, durante a Cimeira de 2011 realizada em Angola, para encontrar formas de consolidar a Área de Comércio Livre da SADC (ACL); estabelecimento da União Aduaneira da SADC e a ACL Tripartida, envolvendo a SADC, o Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA) e a Comunidade do Estados da África Oriental (EAC). continua na página 2... SADC HOJE Vol. 14 No 5 Agosto 2012 POLÍTICA 3 COMÉRCIO 4 UNIÃO AFRICANA 5 ENERGIA 6 INFRA-ESTRUCTURAS 7 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 8-9 MUDANÇAS CLIMÁTICAS 10 GÉNERO 11 EDUCAÇÃO 12 CHINA-ÁFRICA 13 ELEIÇÕES 14 EVENTOS 15 HISTÓRIA HOJE 16 Desenvolvimento de infra-estruturas Plano Director Regional

Desenvolvimento de infra-estruturas Plano Director Regional · como o desenvolvimento económico e de infra-estruturas. A missão também ajudou Angola na preparação de um roteiro

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por Joseph Ngwawi

O DESENVOLVIMENTO de infra-estrutura foicolocado no centro da agenda regional de construçãoda comunidade e esforços concertados estão sendofeitos para garantir a disponibilidade de um sistemaintegrado, eficiente e rentável para sustentar odesenvolvimento económico regional e comércio.

A 32ª Cimeira de Chefes de Estado e deGoverno marcada para 17-18 de Agosto emMoçambique deverá acelerar a provisão de infra-estruturas regional, vistas como um fundamentoessencial para a realização dos objectivos deintegração regional.

Uma série de importantes desenvolvimentosforam realizadas desde a última cimeira em Angola,em 2011, incluindo a finalização do plano directorregional de desenvolvimento de infra-estruturas.

Os Ministros responsáveis pelas infra-estruturaschegaram a acordo sobre o projecto de Plano DirectorRegional de Desenvolvimento de Infra-Estruturas daSADC numa reunião realizada nos finais de Junhoem Luanda, Angola, abrindo caminho para aaprovação final do documento pelos líderes durantea próxima cimeira marcada para Maputo.

O plano director da SADC vai orientar aimplementação de redes coordenadas, integradas eeficientes de infra-estruturas transfronteiriças nosseis sectores prioritários de energia, transportes,turismo, informações meteorológicas, tecnologia eágua.

Os projectos de infra-estrutura prioritários jáidentificados serão implementados em três fases aolongo de 15 anos que se estendem de 2012-2027 aum custo de cerca de 500 biliões de dólares norte-americanos, com o transporte, energia e água,partilhando a maior parte das necessidades definanciamento.

A região está a projectar a implementação deprojectos de produção de energia que irão fornecer17.000 megawatts (MW) nos próximos três anos até2015, enquanto a região espera atingir auto-suficiência em energia até 2014.

Uma conferência de investimento está previstaentre Janeiro e Março de 2013, para atrair potenciaisinvestidores para os projectos de infra-estruturasregionais identificados, enquanto a promoção dosmesmos está planificada na Ásia, Europa e EstadosUnidos com o mesmo fim.

Os líderes também devem considerar osrelatórios do Grupo de Trabalho Ministerial sobre aIntegração Económica Regional, que foi encarregado,durante a Cimeira de 2011 realizada em Angola, paraencontrar formas de consolidar a Área de ComércioLivre da SADC (ACL); estabelecimento da UniãoAduaneira da SADC e a ACL Tripartida, envolvendoa SADC, o Mercado Comum da África Oriental eAustral (COMESA) e a Comunidade do Estados daÁfrica Oriental (EAC).

continua na página 2...

SADC HOJE Vol. 14 No 5 Agosto 2012

POLÍTICA 3

COMÉRCIO 4

UNIÃO AFRICANA 5

ENERGIA 6

INFRA-ESTRUCTURAS 7

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 8-9

MUDANÇAS CLIMÁTICAS 10

GÉNERO 11

EDUCAÇÃO 12

CHINA-ÁFRICA 13

ELEIÇÕES 14

EVENTOS 15

HISTÓRIA HOJE 16

Desenvolvimento de infra-estruturasPlano Director Regional

2 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Agosto 2012

O Grupo de Trabalhoadoptou um programa detrabalho para a consolidação daACL da SADC, em Agosto de2010, que incluiu medidas parafacilitar a adesão dos Estados-Membros que ainda não sãoparticipantes da ACL da SADC;plena implementação da ACL, efacilitação do comércio, incluindoo desenvolvimento de infra-estruturas.

O programa de trabalhoinclui também medidas paraenfrentar as barreiras não-tarifárias (BNT), simplificar asregras de origem, bem comoharmonização e aplicaçãoefectiva da documentação eprocedimentos aduaneiros.

O Secretário Executivo daSADC, Tomaz Augusto Salomão,durante os últimos dois anosrealizou missões de alto nívelpara as Seychelles e Angola, eestá em consultas com aRepública Democrática doCongo (RDC) sobre a adesão aoProtocolo da SADC sobre oComércio e a participação naACL.

Seychelles tomou a decisãode aderir ao protocolo e, emconformidade com osprocedimentos de adesão,apresentou uma carta deintenções e uma oferta de acessoao mercado da Secretaria. ASecretaria está fornecendo oapoio necessário para Seychelles.

Na sequência de consultasde alto nível entre Salomão e aliderança política em Angola em2011, uma equipe técnica doSecretariado visitou Angola esteano para avaliar os esforços emcurso pelo governo para arecuperação industrial, bemcomo o desenvolvimentoeconómico e de infra-estruturas.A missão também ajudouAngola na preparação de umroteiro para a adesão.

O programa de trabalhosobre a consolidação da ACLprevê uma nova revisão dasregras de origem para simplifica-los ainda mais e garantir quesejam favoráveis ao comérciointra-regional. Essa revisão deve

desenvolvimento do comércio eda competitividade. Facilitar omovimento de pessoas enegócios dentro da região seránegociada em paralelo com aprimeira fase.

O Protocolo da SADC sobreGénero e Desenvolvimento estáagendado para entrar em vigormuito em breve. Apenasnecessita de uma ratificação.

Até a última Cimeira, 13Estados-Membros já tinhamassinado o Protocolo, comexcepção do Botswana e dasMaurícias, enquanto oito jáhaviam ratificado oinstrumento, nomeadamenteAngola, Lesotho, Moçambique,Namíbia, Seychelles, África doSul, República Unida daTanzânia e Zimbabwe. A RDC, Madagáscar, Malawi,Swazilândia e Zâmbia - aindanão tinham ratificado oProtocolo na altura da Cimeirade 2011. A Zâmbia informouque estava em estágiosavançados de conseguir oprotocolo ratificado pelos seusórgãos estatutários. r

C O N T I N U A Ç Ã O D A P Ã G I N A 1

Madagáscar foi suspenso daSADC e da União Africana na se-quência de um golpe em 2009que substituiu Ravalomananapelo então Presidente do Municí-pio de Antananarivo, Andre Ra-joelina.

O acordo mediado pelaSADC permite o retorno incondi-cional do exílio de Ravalo-manana e o estabelecimento deinstituições de transição antesdas eleições. No entanto, Ravalo-manana ainda não foi autorizadoa regressar.

A SADC também está facili-tando o diálogo político no Zim-babwe, onde o Presidente JacobZuma, da África do Sul, está tra-balhando com os membros dogoverno de unidade para desen-volver um roteiro para aseleições. r

UM PROGRESSO significativofoi feito em termos de estabili-dade política na região durante oano passado, incluindo diálogospolíticos no Lesotho, Madagáscare Zimbabwe.

O Lesoto realizou as muito es-peradas eleições gerais em Maio,após dois anos, de um diálogomediado SADC com vista a seencontrar uma solução du-radoura para a polarizaçãopolítica do País.

Os partidos políticos emMadagáscar assinaram umacordo em Setembro de 2011 quepermite o retorno do exiladolíder Marc Ravalomanana e abreo caminho para as eleições aserem realizadas dentro de umano para restabelecer a democra-cia naquela Ilha do OceanoÍndico.

Diálogos políticos

Barragem de Cahora Bassa em Moçambiqueincluir reformas sobre osaspectos administrativos dasregras, tais como certificaçãoelectrónica.

Um grupo de peritos sobreregras de origem para têxteis evestuário foi criado parapreparar recomendaçõesespecíficas para a reforma dasregras para o sector, que nãoforam abordadas durante aprimeira revisão abrangente dasregras de origem.

A Cimeira de 2011 exortou oGrupo de Trabalho Ministerialsobre a integração regional paraacelerar o trabalho necessárioque culminará com um acordo eentendimento comum sobre osparâmetros da proposta deUnião Aduaneira da SADC, bemcomo os pontos de referência oumarcos necessários para oestabelecimento da UniãoAduaneira.

O Grupo de Trabalhotambém foi incumbido dedesenvolver um modelo deunião aduaneira, e asmodalidades que devem serseguidas para a implementaçãoda união.

O Fórum de NegociaçãoTripartida do Comércio (TTNF)envolvendo COMESA-EAC-SADC concordou com ocalendário e formato denegociações para estabelecerum mercado integrado queabrange 27 Países na ÁfricaOriental e Austral.

Este foi aprovado naprimeira ronda de negociaçõesrealizada em Dezembro do anopassado, após o lançamentohistórico de negociação com oslíderes das três comunidadeseconómicas regionais, em Junhodo mesmo ano.

O TTNF concordou em sereunir pelo menos quatro vezespor ano durante a primeira fasedas negociações. A primeira fasede negociações está prevista queseja concluída dentro de 36meses (até ao final de 2014), eabordará questões como aliberalização das tarifas, regrasde origem, cooperação e assuntosaduaneiros relacionados asbarreiras não-tarifárias, medidassanitárias e fitossanitárias,barreiras técnicas ao comércio,medidas de defesa comercial e deresolução de litígios.

A segunda fase dasnegociações se concentrará emnegociar o comércio de serviçose questões comerciais conexas,incluindo direitos depropriedade intelectual, políticade concorrência e

Presidente Armando Guebuza

Desenvolvimento de infra-estruturas, Plano Director Regional

O SECRETARIADO da SADCencomendou uma auditoriasobre a implementação doProtocolo sobre o Comércio daSADC.

Assinado em 1996 e tendoentrado em vigor em 2000, nasequência de um processo deratificação, o Protocolo da SADCsobre o Comércio tem comoobjectivo impulsionar ocomércio entre os Estados-Membros, através da eliminaçãodas tarifas aduaneiras ebarreiras não-tarifárias.

Pelo menos 12 EstadosMembros da SADC assinaram oProtocolo e são, portanto, parteda Área de Livre Comércio(ACL), com a excepção de Angolae da República Democrática doCongo que pediram mais algumtempo antes de se juntar a ACL.Madagáscar foi suspenso dasactividades da SADC.

A implementação doProtocolo de comércio tem sidoum processo regional demoradoque continua mesmo depois dolançamento formal da ACL emAgosto de 2008 e que este anomarca o último ano da eliminaçãodas barreiras tarifárias e deavaliação final.

Para rever o processo deimplementação, a SADCencarregou o Sector de Comercioda África Austral para realizaruma auditoria de todos ossignatários do Protocolo daSADC sobre o Comércio.

A auditoria - a sexta dogénero desde que o Protocoloentrou em vigor, envolverávisitas a todos os Países dosEstados Membros da SADC quesão signatários.

As visitas aos Países visam arecolha de informações para orelatório de auditoria e, emparticular, para reunir as opiniõesde uma ampla gama de partesinteressadas sobre as suasexperiências em relação a formacomo o Protocolo da SADC sobreo Comércio foi implementado.

Até agora, as visitas deauditoria foram realizadas noBotswana, Lesotho, Malawi,Mauríc ias , Moçambique,

Namíbia, África do Sul,Suazi lândia , Zâmbia eZimbabwe.

De acordo com o Sector deComercio da África Austral, oresultado da avaliação será umrelatório de auditoria que seráanalisada pelo Fórum deNegociação Comercial da SADC,altos funcionários e pelo Comitéde Ministros do Comércio, emGaborone, Botswana.

A última auditoria feita em2011 mostrou que o cumprimentogeral da redução faseada dastarifas em 2011 foi alto. A tabelaabaixo apresenta um resumo doestado de implementação para osEstados-Membros.

Ainda que o cumprimentoseja, no geral, bom, asdiscrepâncias continuam a surgirpara linhas tarifárias individuais.No entanto, essas discrepânciasdas linhas tarifárias vão se tornarcada vez mais irrelevantes umavez que os Estados-Membrosconcluem a pauta faseada deredução das tarifas em 2012.

O relatório de auditoria de2011 também indica que um

progresso significativo foi feito naabordagem de questões não só daACL, mas também da visão maisampla da SADC de integraçãoregional.

Por exemplo, o comércioi n t r a - S A D C r e c u p e r o usignificativamente desde a criseeconómica mundial de 2008 emostra uma expansão substancialdurante o período de execução daACL da SADC.

As regras de origemcontinuam a ser discutidasno contexto da SADC,especificamente pelos Peritos doGrupo de Trabalho sobre Têxteise Vestuário.

H o u v e p r o g r e s s o ssubstanciais no desenvolvimentoe implementação do mecanismode vigilância das Barreiras Não-Tarifárias (BNT), bem como nofortalecimento de iniciativas defacilitação do comércio dentro daSADC.

Os Estados-Membrostambém estão mais conscientesdo impacto das BNTs e estão semovendo em direcção a umaabordagem mais sistemática

para abordar essas medidas.Embora haja ainda trabalho porser feito, o sistema de monitoriaon-line das NTB progrediusignificativamente no decorrerdo ano passado, passando dequase ausência de queixasresolvidas para quase 70 porcento resolvidas.

Na agenda de integração daSADC mais ampla, os Estados-Membros estão a prepararactivamente negociar a luz daACL Tripartida. A ACLTripartida, vulgarmenteconhecida como a "Grande"ACL envolve duas outrascomunidades económicasregionais: o Mercado Comumpara África Oriental e Austral(COMESA) e a Comunidade dosEstados da África Oriental (EAC).

O COMESA-EAC-SADCpretende lançar uma ACLTripartida alargada cobrindo 27Países na África Oriental e Australe, quando estiver totalmenteoperacional, o mercado livrepoderá aumentar o comércio eaprofundar a integração entre osEstados-Membros. r

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 3

P O L Í T I C A

SADC realiza auditoria sobre o protocolo de comércio

Resumo da redução faseada de tarifas em 2011

Notas

Redução faseada das tarifas da SACUconcluída em 2008

Malawi faseou a redução de algumas taxasda SADC durante o ano passado e atéAbril de 2011 o Malawi estava ainda nosníveis de redução tarifária de 2004/2005.

Durante a visita ao País, em Abril de 2011,a Autoridade Tributária das Mauríciasinformou que redução tarifária faseadaestaria concluída em Maio/Junho.

Aprovação em bloco da redução faseadade tarifas da SADC.

Aprovação em bloco da redução faseadade tarifas da SADC. Abolição solicitadapara o açúcar e categorias específicas depapel.

Aprovação em bloco desde 2008 edurante 2012 através de SI 103 de 2008.

Zimbabwe solicitou e obteve umaabolição faseada de tarifas

Método

Portal do ServiçoTributário da África do Sul(SARS)

Portal da AutoridadeTributária do Malawi eapresentações do Malawi

Visita ao País

Autoridade Tributária deMoçambique

Visita ao País

Secretariado da SADC

Notificação do País

Implementado

Sim

Parcial

Sim

Sim

Sim

Sim

Não

SACU (Botswana, Lesotho,Namíbia,Swazilândiae África do Sul)

Malawi

Maurícias

Moçambique

Tanzânia

Zâmbia

Zimbabwe

A REPÚBLICA UNIDA daTanzânia e a Zâmbia decidiramcriar uma comissão deespecialistas para reverem oAcordo da Empresa FerroviáriaTanzânia-Zâmbia, em umamedida que visa melhorar asoperações da linha ferroviáriade propriedade conjunta.

O Conselho de Ministros dosdois países concordou, duranteuma reunião, em Junho, que arevisão deve resultar emmudanças estruturais de gestãona Autoridade FerroviáriaTanzânia-Zâmbia (Tazara).

Actualmente, o Acordo sobrea Tazara rubricado em 1975 eque foi revisto em 1995, afirmaque o cargo de director degestão deverá ser ocupado poralguém da Zâmbia, enquanto ode director-adjunto é reservadopara um tanzaniano.

Entre outras mudanças, arevisão pode conduzir a umasituação em que os titulares dasduas posições sejam nomeadospor mérito, contrariamente aosistema actual.

O Ministro dos Transportesda Zâmbia, Yamfwa Mukangadisse que seu País secomprometeu a injectar 10milhões de dólares norte-a m e r i c a n o s p a r a arecapitalização da empresaferroviária, mas, inicialmente,investiria 5 milhões de dólaresnorte-americanos para aumentaro volume de carga e passageiros.

"Entre os problemasenfrentados pela Tazara constaa capitalização. Fizemos umaprovisão para os fundosdurante o exercício em cursopara permitir que a linha férreapossa aumentar os passageirose carga ", disse Mukanga, que épresidente do Conselho deMinistros Tazara.

Tazara é uma transportadoraimportante de carga,principalmente de cobre eoutros minerais das minas daZâmbia para Dar es Salaampara exportação para mercadosestrangeiros. É tambémtransportadora de passageiros.

Tazara é a porta de entradapara o leste e mercados denegócios da África Austral,SADC e abrangendo tanto oMercado Comum da ÁfricaOriental e Austral (COMESA).

Os 1.860 km linha ferroviáriada Tazara, que se estendem deDar es Salaam, na Tanzânia,para Kapiri Mposhi, na Zâmbia,foram construídos entre 1970 e1973, quando o governo chinêsconcedeu um empréstimo de500 milhões de dólares norte-

4 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Agosto 2012

C O M É R C I O

ACP apela à flexibilidade nas negociações dos APEO GRUPO de estados da África,Caraíbas e Pacífico (ACP) apelouà flexibilidade nas negociaçõescom a Europa sobre os Acordosde Parceria Económica (APE).

O Conselho de Ministros daACP, que se reuniu em Port Vila,Vanuatu, em Junho, aprovouresoluções sobre vários assuntos,incluindo medidas paramelhorar o comércio de tabaco,açúcar e algodão com a UE.

Os ministros da ACPdisseram que estão empenhadosem concluir as negociações coma Europa sobre os APE.

"Apesar dos desafios,continuamos empenhados emconcluir as negociações, masnão podemos forçar bastantea necessidade de colocar

o desenvolvimentofirmemente no

centro da nossaagenda",

disse Alva Baptiste, Ministro dasRelações Exteriores de SantaLúcia, o próximo Presidente doConselho de Ministros da ACP.

Ele disse que até que asquestões controversas sejambordadas "será difícil para asnossas regiões a assinar os APE econtinuamos o nosso apelo aflexibilidade por parte dosnossos parceiros da UniãoEuropeia em alcançar acordosmutuamente acordados emutuamente benéficos”.

"Reiteramos o nosso apelopara que a Comissão Europeiaretire a sua proposta de alteraçãodo Regulamento 1528 de Acessoao Mercado, que impõe umprazo unilateral para a conclusãodos acordos de comércio", disseele, notando que a medida visa"fazer pressão indevida sobre osnossos países para assinarem osAPE sem olhar devidamentepara áreas que possam ameaçara estabilidade e o crescimento de

seus Países. "Ele disse que a ACP

acredita que através dediálogo e "no espírito daparceria consagrada noAcordo de Cotonu,

podemos encontrar uma maneirade sair deste impasse".

O Acordo de Cotonou,assinado em 2000, pôs em práticaum quadro de cooperaçãocomercial, visando aliberalização do comércio entreos Países da ACP e da UE etambém especificou que umnovo regime da OrganizaçãoMundial do Comérciocompatível ou um APE devia seraprovado até o final de 2007.

A ACP também estáintensificando os esforços parafazer pressões contra as novasorientações que restringem aindamais a produção e o consumo detabaco a luz de um tratado globalda Organização Mundial deSaúde (OMS).

Os Ministros resolveram seopor a aprovação do projecto deorientações às secções daConvenção-Quadro da OMSsobre o Controle do Tabaco(CQCT OMS) que trata demedidas de controlo da procurado tabaco, tais como impostos eregulação dos conteúdos eemissões dos produtos dotabaco.

A OMS FCTC é o primeirotratado mundial de saúdepública global, que entrou emvigor em Fevereiro de 2005. Foiassinada por 168 dos 192 paísesmembros da OMS e mais de 170Países membros da OMStornaram-se partes naConvenção. r

americanos para sua construçãoe supervisionou o trabalho quefoi concluído antes do prazo.

De acordo com o Directorda Tazara, AkashambatwaLewanika, o desempenho daempresa melhorou desde2008/09, quando 383,055toneladas métricas de cargaforam transportadas, passandopara 533,964 toneladas métricasno ano financeiro 2010/2011.

A meta é aumentar o tráfegode mercadorias para um milhão

Locomotiva sobre a ferrovia TAZARA

de toneladas métricas por anoao longo dos próximos anos.

A ferrovia foi iniciada peloPresidente fundador daTanzânia, Julius Nyerere, e peloprimeiro Presidente da Zâmbia,o Dr. Kenneth Kaunda. r

Zâmbia e Tanzânia efectuam revisão das operaçõesda Tazara

A UNIÃO AFRICANAconcordou em reforçar ocomércio intra-regional atravésda remoção de barreiras queactualmente impedem astransacções comerciais entre osEstados membros.

O Presidente cessante daComissão da UA, Jean Ping,disse que actualmente ocomércio intra-Africano é decerca de 10 por cento do totaldas transacções do continente

em resolver a questãoda pobreza e dosubdesenvolvimento docontinente, promovendo ocomércio intra-Africano comoum factor de consolidação dapaz.

"Não há dúvida de queo comércio entre os nossosPaíses é fundamental paraa c o n s e c u ç ã o d odesenvolvimento económicosustentável, a criação de

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 5

U N I Ã O A F R I C A N A

com o resto do mundo, umasituação preocupante.

Os Chefes de Estado e deGoverno, durante a sua Cimeiraanual, trocaram impressõessobre a agenda dedesenvolvimento para ocontinente sob o tema "Reforçodo Comércio Intra-Africano ".

O recém-eleito Primeiro-Ministro do Lesoto, ThomasThabane, expressou anecessidade urgente de África

A CANDIDATA apoiada pela SADC, NkosazanaDlamini-Zuma, da África do Sul, gravou o seunome nos livros de história depois de se tornar aprimeira personalidade da África Austral a chefiara Comissão da União Africana.

Dlamini-Zuma, 63 anos, derrotou o titular, JeanPing, nas eleições realizadas na Cimeira da UA emJulho para escolher o presidente da Comissão daUA, que é o secretariado da União Africana quecongrega 54 Países.

A vitória Dlamini-Zuma ocorreu depois de intensascampanhas feitas pelos Estados Membros da SADC, queargumentaram que era altura para a África Austral liderar aComissão da UA uma vez que as outras regiões de África játiveram a oportunidade de ocupar o posto mais alto da UA.

A África Ocidental e Central já tiveram seus candidatos aocupar o mais lato cargo da UA, com Omar Alpha Konaré, doMali e Ping, do Gabão.

Uma gestora hábil e diplomata com uma visão pan-Africana,Dlamini-Zuma foi rápida ao deixar de lado a política partidária,defendendo a unidade Africana após a sua vitória.

"Eu não sou uma anglófona, eu sou Zulu", disse ela nas suasprimeiras declarações depois de vencer a eleição.

Ela deixou claro que iria "implementar programas...acordados por todos "em vez de" consulta aos anglófonos efrancófonos".

Dlamini-Zuma ocupou os principais cargos ministeriais emcada governo Sul-Africano desde que Nelson Mandelatornou-se presidente após as primeiras eleições democráticasem 1994.

Uma médica de formação, Dlamini-Zuma, foi a primeiraministra da África do Sul negra da Saúde entre 1994 and1999quando ela mostrou a iniciativa exemplar na transformação dosistema de saúde do País através da introdução de legislaçãoque conferia aos pobres o acesso a cuidados básicos de saúdegratuitos.

Ela foi outra vez primeira, em 1999, quando foi nomeada peloentão presidente Thabo Mbeki como primeira mulher Ministrados Negócios Estrangeiros numa África do Sul democrática,tendo ocupado este cargo por 10 anos.

empregos, particularmente paraa juventude e para a integraçãoefectiva de África na economiaglobal", disse Thabane.

O destaque da Cimeira paraa SADC foi a eleição dacandidata da SADC, NkosazanaDlamini-Zuma, actualmenteMinistra Sul-Africana dosAssuntos Internos, como o novoPresidente da Comissão da UA,e Erastus Mwencha, do Quênia,como vice-presidente. r

Ela tornou-se Ministra da Administração Interna,a 10 de Maio de 2009, mantendo-se no Governo sobo mandato de três presidentes sucessivos.

As suas novas responsabilidades são umacontinuação de décadas de vida de luta esacrifício, que começou na década de 1970 quandoela era uma activista em KwaZulu Natal, onde elasubiu na hierarquia para se tornar vice-presidenteda então Organização de Estudantes Sul-Africanos

(SASO), liderada pelo falecido Steve Biko.O seu activismo não escapou à atenção do aparato

de segurança do apartheid, que, através de umacampanha sustentada de intimidação, forçou-a a exilar-se em

1970 para integrar no Congresso Nacional Africano (ANC).Bacharel em Ciências com especialização em Zoologia e

Botânica, ela continuou seus estudos na Universidade de Bristol,ao mesmo tempo servindo como presidente da Liga daJuventude do ANC na Grã-Bretanha em 1977 e 1978.

Após a sua formação, em 1978, trabalhou no HospitalFrenchay, em Bristol, durante dois anos, seguido por outroperíodo de dois anos no Hospital Canadian Red CrossMemorial, em Berkshire.

Entre 1980 e 1985, Dlamini-Zuma foi colocada pelo ANC noHospital Governamental de Mbabane, Swazilândia, onde eraresponsável pelo atendimento médico dos quadros do ANCnaquele País.

Ela foi enviada para o departamento de saúde do ANC naZâmbia durante 1989 e 1990, onde desempenhou um papel deliderança na área de saúde da comunidade no exílio e fez umagrande contribuição para a elaboração de uma política de saúdepós-apartheid.

Quando o ANC foi banido em 1990, Dlamini-Zuma voltoucom os outros membros do ANC do exílio para ajudar areorganizar legalmente o ANC dentro do País e se preparar paraas negociações entre o ANC e o governo do apartheid.

Dlamini-Zuma leva consigo essa experiência acumulada nosúltimos 40 anos para a gestão da União Africano, e enfrentaenormes expectativas da África, e particularmente da ÁfricaAustral. Ela é a primeira mulher a assumer o cargo de Presidenteda Comissão. r

PerfilDr Nkosazana Dlamini-Zuma

UA pretende melhorar o comércio intra-regional

6 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Agosto 2012

dependência do País em petróleoe carvão e energia. A energiaproduzida vai reduzir os apagõeseléctricos.

"O projecto de modernizaçãoda linha de transmissão Kafue -Livingstone vai fornecer energiaextra para as províncias do sul edo oeste da Zâmbia e outrosPaíses do Grupo de Empresas deelectricidade da África Austral ",disse o director ZESCO, CiprianoChitundu.

O projecto deverá custar 100milhões de dólares norte-americanos, com o BancoEuropeu de Investimento (BEI)disponibilizando cerca de umterço do custo. Em Maio, aZâmbia assinou com o BEI umacordo de 30 milhões dólares parafinanciar a modernização da linhade transmissão Kafue-Livingstone.

O acordo de financiamento foiassinado em Lusaka peloMinistro das Finanças ds Zâmbia,Chikwanda Alexander, efuncionários seniores do BEI. O

Banco Mundial, o FundoFiduciário de Infra-estruturas UE-África e a ZESCO serãoco-financiadores do projecto, quedeverá ser concluído até o final de2014.

"O acesso à electricidade éessencial para alcançar osObjectivos de Desenvolvimentodo Milénio e promover odesenvolvimento sustentável. OBanco Europeu de Investimentoestá empenhado em apoiar osector de energia da Zâmbia econtribuir para os objectivosglobais em destaque em 2012, anoInternacional de Energiasustentável para todos ", dissePlutarchos Sakellaris, Vice-Presidente do Banco Europeu deInvestimento.

A linha original foi construídana década de 1970 de forma que a

sua modernização fosse fácil eabaixo custo quando necessário.O esquema de modernização iráutilizar infra-estrutura existente etecnologia comprovada,resultando em baixo impactoambiental e custos deinvestimento reduzidos.

O Fundo Fiduciário de Infra-estruturas UE-África concordouem fornecer um subsídio 5.55milhões de Euros (cerca 7 milhõesde dólares norte-americanos),dividido em dois componentes.A primeira será uma taxabonificada de 5.2 milhões deEuros (6,9 milhões de dólaresnorte-americanos) enquanto350.000 Euros (cerca de 439.000dólares norte-americanos) serãoum subsídio de assistência técnicapara apoiar a aquisição emonitoria. sardc.net r

por Patson Phiri

A COMERCIALIZAÇÃOREGIONAL de energia na ÁfricaAustral vai melhorar depois dosplanos da Zâmbia que pretendemodernizar as principais infra-estruturas de transmissão queligam o País à vizinha Namíbia eao do Grupo de Empresas deelectricidade da África Austral(SAPP).

A Zâmbia pretende reabilitar alinha de transmissão deelectricidade de 341 quilómetrosentre Kafue, fora de Lusaka,Livingstone e na parte sul do País.

A reabilitação poderáaumentar a capacidade da linhade 330kiloVolts (kV) a partir dasua capacidade de corrente 220kV.Isto irá aumentar a segurança equalidade de transmissão deenergia doméstica, bem comofacilitar o comércio regional deenergia com os 12 paísesmembros do SAPP.

O projecto vai melhorar adistribuição regional de energia ea capacidade de transmissão deelectricidade entre a centralhidroeléctrica de Victoria Falls eLusaka e é uma iniciativaprioritária de fornecimento deenergia da Corporação deElectricidade da Zâmbia (ZESCO).

A actualização é vital para oreforço do fornecimento dentroda Zâmbia e para aliviar ocongestionamento da rede doSAPP para garantir que a ofertade energia acompanhe ocrescimento económico na região.Vai melhorar a ligação de energiaentre a Zâmbia e Namíbia epermitir a possível negociação deelectricidade através dainterligação de Caprivi.

O projecto vai incluir aconstrução de novas subestaçõese substituição de infra-estruturasenergéticas de 50 anos de idade. Acapacidade total de transmissãovai aumentar de 120 MW para360 MW.

A modernização da linha detransmissão também vaiaumentar o acesso da região àenergia hidroeléctrica e reduzir a

ÁFRICA AUSTRAL tem intensificado esforçospara atrair investidores para desenvolver uma in-terligação de transmissão eléctrica que liga Zim-babwe, Zâmbia, Botswana e Namíbia.

Vulgarmente conhecida como ZiZaBoNa, oprojecto de transmissão de interligação tem acapacidade de aumentar a comercialização deenergia entre as concessionárias participantes,bem como fornecer uma rota alternativa detransmissão de energia e ajudar a descongestionaro corredor central de transmissão existente.

O Empresas de electricidade da África Austral(SAPP), que coordena o planeamento, produção,transmissão e comercialização de energia eléctricaem nome de utilitários dos Estados-Membros daSADC, disse que uma mesa redonda deinvestidores teve lugar em Julho, para atrairpotenciais financiadores para o projecto.

A mesa-redonda realizada em Swakopmund,na Namíbia, em Julho, tencionava angariar umfinanciamento selectivo no valor de 223.000 mildólares norte-americanos para o projecto.

Empresas de serviços públicos de electricidadedos quatro Países - a Autoridade Zimbabweana

de Electricidade (ZESA), a Corporação deElectricidade da Zâmbia (ZESCO), a Corporaçãode Electricidade do Botswana (BPC) e a Empresade Electricidade da Namíbia (NamPower) –poderão financiar parte do projecto que seinserem suas fronteiras nacionais.

O projecto será implementado em duas fases.A primeira fase vai abranger a construção de umalinha de 120 km-330 quilovolts da central Electricade Hwange para Victoria Falls onde uma estaçãode interligação será construída no ladoZimbabwe. A linha se estenderá a uma subestaçãoem Livingstone, na Zâmbia.

A segunda fase, que será financiada ao abrigode uma empresa especial se designara ZiZaBoNaPrivate Limited, vai envolver a construção deuma linha de 300 km de 330kV a partir deLivingstone para Katima Mulilo, na Namíbia,através Pandamatenga, no Botswana.

Para a interligação Zimbabwe-Zâmbia seráconstruída como uma linha de alta tensão comuma capacidade de transmissão de 430kV. Noentanto, irá funcionar como uma linha de 330kVdurante a primeira fase. r

SADC atrai investidores para o projecto ZiZaBoNa

Modernização de infra-estruturas de transmissão da Zâmbiapara aumentar a segurança energética da SADC

E N E R G I A

Torres de transporte de electricidade da rede regional

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 7

I N F R A - E S T R U C T U R A S

Março de 2013" paraatrair potenciaisinvestidores. Sessõesde promoção edivulgação estãoplaneadas na Ásia,Europa e EstadosUnidos.

O plano seráimplementado aolongo de três a cincoanos de intervalo - acurto prazo (2012-2017), médio prazo(2017-2022) e longoprazo (2022-2027). Isto está deacordo com a Visão da SADC de2027, um horizonte de execuçãode 15 anos para previsão dasnecessidades de infra-estruturasna região.

Está também em consonânciacom o Programa da UniãoAfricana de DesenvolvimentoInfra-estruturas de África (PIDA)e constituirá um contributoessencial para a proposta Áreatripartida de Comércio Livre(ACL) composta pela SADC, oMercado Comum da ÁfricaOriental e Austral (COMESA) eComunidade dos Estados daÁfrica Oriental (EAC).

O plano director da SADC vaiorientar a implementação deredes coordenadas, integradas eeficientes de infra-estruturastransfronteiriças nos seis sectoresprioritários de energia,transportes, turismo, informaçõesmeteorológicas, tecnologia eágua.

No sector de energia, prevê-seque o plano aborde quatro áreas-chave da segurança energética,

O AGUARDADO planoregional de desenvolvimento deinfra-estruturas da África Australestá já pronto para a aprovaçãopelos Chefes de Estado e deGoverno na Cimeira marcadapara Maputo, Moçambique, emAgosto.

Isto ocorre após a finalizaçãodo plano director pelos Ministrosresponsáveis pelas infra-estruturas na Comunidade parao Desenvolvimento da ÁfricaAustral (SADC), reunidos nofinal de Junho em Luanda,Angola.

Caso seja aprovado peloslíderes da África Austral, o planodirector vai nortear odesenvolvimento de infra-estruturas importantes comorodoviárias, ferroviárias e portos,e também será um marco para oplaneamento e cooperação comos parceiros de desenvolvimentoe com o sector privado.

Falando na reunião dosMinistros da SADC responsáveispelas infra-estruturas, oSecretário Executivo adjunto daSADC e responsável pelaintegração regional, João Caholodisse que o plano director é umproduto "profundo" de consultadas partes interessadas e,portanto, o seu sucessodependerá também daimplementação colectiva portodos Estados membros.

Ele disse que caso o plano sejaaprovado, o Secretariado daSADC iria "facilitar e coordenar aconvocação de uma Conferênciada SADC sobre Infra-estruturas eInvestimentos entre Janeiro e

ÁFRICA DO Sul está prestes ase tornar um líder na revoluçãoenergética verde com umparque de energia solargigante que será o maior domundo.

O parque, avaliado em 150biliões de rands, será instaladono do Norte da província doCabo e vai ser construído aolongo de milhares de hectarespara fornecer 5.000 megawatts

de electricidade, que serácanalizada na rede nacional.

O parque será construído emetapas ao longo de nove anos,mas as primeiras secçõesestarão operacionais já este ano.

Um parque solar é uma zonaconcentrada de centrais deenergia solar que são construídasem grupos, compartilhandoinfra-estruturas comuns detransmissão e outras.

O projecto é uma parceriaentre o governo sul-Africano,a empresa estatal de energiaEskom e a IniciativaClinton sobre as MudançasClimáticas.

Uma conferência deinvestidores, prevista para28-29 de Outubro, poderáatrair interessados adicionaisdo sector privado. BuaNews r

larga dentro e entre osestados membros daSADC, reduzindo ocusto de negócios emelhorar a segurançade infra-estrutura deTIC.

O Plano Sectorial daÁgua dá prioridade acinco objectivos queincluem o aumento doarmazenamento deágua global na região;terras irrigadas para a

segurança alimentar,produção de energiahidroeléctrica para a segurançaenergética; aumento do acesso àágua potável e melhoria dosserviços de saneamento para oscidadãos da SADC.

O Plano Sectorial de Turismoestá voltado para alcançar odesenvolvimento reforçadosocioeconómico; facilitar acomercialização conjunta daSADC como um único destino,aumentar as chegadas de turistase receitas de turismo a partir demercados emissores, edesenvolver o sector do turismode uma forma ambientalmentesustentável.

A ênfase do Plano Sectorial deMeteorologia é colocada sobre anecessidade de assegurar adisponibilidade de informaçãooportuna, aviso prévio sobre ascondições meteorológicasadversas e os impactos davariabilidade climática. Outrodestaque do Plano Sectorialde Meteorologia será odesenvolvimento de um quadrode indicadores harmonizadospara a prestação de informaçõesrelevantes sobre a previsãoclimática para facilitar apreparação de medidas demitigação contra secas,inundações e ciclones.

Os projectos de infra-estruturaprioritários identificados serãoimplementadas a um custo decerca de 500 biliões de dólaresnorte-americanos, com otransporte, energia e águapartilhando a maior parte dasnecessidades de financiamento.sardc.net r

Maior parque solar do mundo previsto para a África do Sul

melhoria do acesso a serviçosenergéticos modernos,focalizando os abundantesrecursos energéticos, aumentodo investimento financeiro emelhoria simultânea dasustentabilidade ambiental.

Em relação aos sub-sectoresde transporte rodoviário,ferroviário, portos, viasnavegáveis e redes de transporteaéreo, o Plano Sectorial deTransporte irá abordar quatroáreas chave, nomeadamente amelhoria do acesso à perfeitacadeia de valor do transportedos corredores, reduzindo ocusto de transporte; reforçoda competitividade eproporcionando seguros eserviços de transporte seguro.

O Plano Sectorial deTecnologia de Informação eComunicação (TIC) foiprojectado para atender quatroáreas principais: garantir aacessibilidade, incluindo o acessouniversal à banda larga de TIC;acelerar a integração regionalatravés da interconexão de banda

Plano de infra-estruturas da SADC pronto para aprovação

Central Eléctrica de Matimba, África do Sul

8 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Agosto 2012

Os Estados membrosda ONU não podem ignorara sua responsabilidade comumque é livrar o mundo das suas actuais crises inter-relacionadas de natureza ambiental, económica eigualdade.

As conferências anteriores das Nações Unidasabordaram a questão do desenvolvimento sustentável nasua agenda global, nomeadamente a partir da Conferência de 1972 sobreo Ambiente Humano, realizada em Estocolmo em 1972, pretendendo darum impulso global para o debate sobre o equilíbrio entre o crescimentoeconómico e desenvolvimento com a ecologia.

A conferência de 1972, em Estocolmo, culminou com a ComissãoBrundtland, nomeada em 1983 pelo então Secretário-Geral da ONU,Javier Perez de Cuellar, e que depois teve como Presidente a senhoraHarlem Gro Brundtland, ex-primeira ministra da Noruega.

O relatório da Comissão Brundtland preparou o que hoje se tornouamplamente aceite como a definição de "desenvolvimento sustentável",lançando-o como "desenvolvimento que satisfaz as necessidades dopresente sem comprometer a capacidade das gerações futurassatisfazerem as suas próprias necessidades".

O debate que se seguiu sobre a correlação entre ambiente edesenvolvimento foi levado a um nível muito superior a da Conferênciadas Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizadano Rio em Janeiro de 1992, também conhecida como Cimeira da Terra e,em seguida, considerada como o maior encontro político de sempre com172 governos representados, 108 deles enviando os seus Chefes deEstado ou de Governo.

A Cimeira da Terra de 1992 pós fim ao que era visto como uma falsadicotomia entre ambiente e desenvolvimento. Entre outras conquistas,a Cimeira do Rio de 1992 foi marcada por dois acordos vinculativos,nomeadamente a Convenção sobre Biodiversidade Biológicae a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre MudançasClimas (UNFCCC), a última das quais, por sua vez conduziu a adopçãodo Protocolo de Kyoto, em 1997, que visa combater o aquecimentoglobal.

Dez anos mais tarde veio a Cimeira Mundial sobre DesenvolvimentoSustentável realizada em 2002 na África do Sul, que produziu aDeclaração de Joanesburgo, com base nas declarações anteriores feitasem Estocolmo em 1972 e no Rio em 1992.

Ao contrário da Cimeira do Rio de 1992, a Cimeira de Joanesburgofoi organizada em torno de parcerias destinadas a dar impulso aosObjectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), em vez de produzirnovos acordos.

No entanto, os críticos têm apontado que muitos dos compromissosassumidos na maioria das conferências da ONU sobre o

por Munetsi Madakufamba em Rio de Janeiro

A QUESTÃO de se a Cimeira Rio +20, realizada em Junho no Brasil,conseguiu produzir um resultado satisfatório pode ser uma questão deconjectura.

No entanto, o que não constitui dúvida é o facto de a cimeira terproduzido um documento final de 49 páginas, intitulado "O Futuro queQueremos".

O documento final contém o que os críticos têm chamado fracos e nãovinculativos cometimentos, confirmados por aquilo que a China e o G77- incluindo a maior parte da África – considera uma rega constantedebaixo do texto.

Outra grande preocupação era que a declaração não tem nenhummecanismo para a implementação, ou os meios de financiamento. Porexemplo, embora reconhecendo a necessidade de mobilizar recursos, nãohouve números específicos cometidos.

Outros saudaram a conferência por, pelo menos, ter reafirmadoplanos viáveis passados, tais como Agenda 21, um plano abrangente deacção acordado na Cimeira do Rio de 1992, para ser tomada a nívelglobal, nacional e localmente por organizações da ONU, governos eoutras partes interessadas em cada área em que os seres humanosafectam directamente o meio ambiente.

A Cimeira Rio +20 foi ainda criticada, como tantas negociações globaispassadas – sendo a mais recente a 17 ª Conferência das Partes (COP 17)da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática,realizada em Durban, África do Sul - por não chegar a um acordointernacional ou não conseguir alcançar resultados vinculativos, commedidas claras para o desenvolvimento sustentável.

Mas será que a declaração do Rio foi meio copo ou um copo vazio?Simplificando, anterior tarefa dos líderes mundiais, chefes deorganizações internacionais e da sociedade civil na Cimeira Rio +20 eratomar decisões, anunciar compromissos e galvanizar a acção sobre comoa humanidade pode reduzir a pobreza e a desigualdade, e garantir aprotecção ambiental em um planeta cada vez mais lotado.

No entanto, um consenso global sobre os muitos desafios que ahumanidade enfrenta hoje nunca foi fácil.

Ademais, num mundo onde os Estados membros da ONU têm,querendo ou não, a abraçado a globalização, agora estão falhando paragoverná-lo.

A população global aumentou para sete biliões – projectando-se queatinja oito biliões em 2030 - e por isso tem a pressão sobre os recursosnaturais da Terra. E o fosso entre ricos e pobres aumentou.

Rio + 20 resultados:Meio copo ou copo vazio?

D E S E N V O L V I M E N T O S U S T E N T Á V E L

desenvolvimento sustentável queprecederam a Cimeira Rio +20 nãoforam concretizados, nomeadamenteas relacionadas com questões tãofundamentais como a redução da

pobreza e limpeza ou protecção do meio ambiente.Eles citam o exemplo do Protocolo de Quioto, o único tratado

juridicamente vinculativo para combater as mudanças climáticas domundo, que actualmente tem, no entanto, alguns grandes poluidores,ou não aderido a ele, como é o caso dos Estados Unidos da América, ouretirados dele, como é o caso do Canadá.A pobreza ou tornou-se mais aguda ou se manteve praticamenteinalterada.

Do ponto de vista Africano, em nenhum lugar do mundo a pobreza émais grave do que no continente. Além disso, estudos recentes têmmostrado que o clima da África está aquecer mais rapidamente do quea média global.

Adicionalmente, as questões de desenvolvimento sustentável e dasprioridades variam de continente para continente, e de nação para nação.

Portanto, 20 anos depois desde a última Cimeira da Terra no Rio, asexpectativas para 2012 eram tão diversas quanto os actores queparticiparam ou como governos e organizações internacionais ou comovários outros grupos conhecidos no sistema da ONU como os "grandesgrupos".

Não havia dúvidas de que foi feito um trabalho árduo antes de osnegociadores irem para a conferência uma vez que eles enfrentaram adifícil tarefa de equilibrar a imensidão das diversas opiniões contidasem mais de 6.000 páginas de contribuições dos governos, organizaçõesinternacionais e dos grandes grupos.

As negociações não poderiam ter sido fáceis com os cerca de 50.000participantes da conferência oficial e um número aproximadamenteigual dos eventos paralelos (para os grupos da sociedade civil eempresas).

Se a diversidade de pontos de vista – seja emfunção dos níveis de desenvolvimento do País oudos interesses dos diferentes grupos de actores –tornou as negociações um assunto exigido, o localda cimeira oficial e dos eventos paralelos fezsempre com que o resultado final se tornassesuspeito, na perspectiva da sociedade civil, umavez que os dois eventos ocorreram a 40 km dedistância.

Para alguns, o texto da Declaração do Rio foirejeitado muito antes de os negociadores sequer

desembarcarem no Rio de Janeiro – por ter sido considerado umprocesso viciado, incluindo a selecção dos temas da conferência.

A conferência teve dois temas acordados pelos Estados membros dasNações Unidas:• A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e a

erradicação da pobreza; e• Quadro institucional para o desenvolvimento sustentável.

Enquanto a África apoia o conceito de economia verde, aspreocupações têm sido perceptíveis, principalmente sobre o potencialabuso desta pelos países ricos que impõem barreiras comerciaisindirectas, sob o pretexto do cumprimento das novas exigências durantea transição global para "produtos verdes".

O debate sobre a economia verde e mudanças climáticas tem colocadoos países em desenvolvimento contra os países desenvolvidos e tem sidomais evidente no princípio de "responsabilidades comuns masdiferenciadas".

A noção de "responsabilidades comuns mas diferenciadas",decorrentes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre MudançasClimas de 1992, é um princípio-chave do Protocolo de Quioto, onde aspartes reconhecem a responsabilidade directa dos países desenvolvidospela mudança climática global, bem como as necessidades ecircunstâncias especiais dos países em desenvolvimento.

No entanto, a sua interpretação tem sido um intenso tema de debatenas negociações globais sobre o desenvolvimento sustentável com ospaíses desenvolvidos acusados de usar cada truque no livro de renegaras suas anteriores promessas.

No meio a recriminações e acusações de tácticas fortes - que setornaram a marca registada das negociações globais - uma propostaapoiada pelos países em desenvolvimento sobre um fundo de 30 biliõesde dólares norte-americanos para o desenvolvimento sustentável foiabatida pela UE antes de os seus méritos terem sequer sido discutidos.

Sem meios financeiros para a implementação, muitos participantes,especialmente da África, agora acreditam que as suas grandes aspirações

expressas no documento final de 49 páginascontinuarão a ser uma miragem.No entanto, o Secretário-Geral da CimeiraRio + 20, Sha Zukang, manteve-se optimistasobre o resultado.

"Achamos que o texto contém váriasacções... e se as medidas deacompanhamento forem tomadas, ele vairealmente fazer uma grande diferença nageração de mudança global positiva", disseele em defesa do acordo. r

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 9

D E S E N V O L V I M E N T O S U S T E N T Á V E L

10 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Agosto 2012

M U D A N Ç A S C L I M Á T I C A S

OS PAÍSES oriental e australcriaram um programa conjuntosobre as mudanças climáticaspara harmonizar os programasde resposta nas regiõesrepresentadas pelos trêsorganismos regionais.

O lançamento do programaconjunto de cinco anos sobreAdaptação e Mitigação àsMudanças Climáticas doMercado Comum para ÁfricaOriental e Austral (COMESA),Comunidade do Estados daÁfrica Oriental (EAC) e da SADCvisa ajudar a enfrentar osimpactos das mudança climáticasatravés da adaptação comum eacções de mitigação quemelhoram a resiliênciasocioeconómica.

Até agora foram mobilizadoscerca de 90 milhões dólares norte-americanos para financiar aadaptação as mudançasclimáticas e vários programas demitigação nas duas regiões.

Falando logo após a assinaturado Acordo Tripartido para aImplementação do Programa deAdaptação e Mitigação asMudanças Climáticas na ÁfricaOriental e Austral, o SecretárioExecutivo da SADC, TomázAugusto Salomão, disse que oplano conjunto tem a capacidadede enfrentar a mudançasclimáticas na região.

"O objectivo global doprograma é abordar os impactosdas mudanças climáticas atravésde acções de mitigação eadaptação que visam aconstrução socioeconómicaresiliência das comunidadesatravés de uma agricultura nãonociva ao clima (CSA)," disseSalomão, que também é opresidente do grupo tripartidoCOMESA -EAC-SADC, numcomunicado.

A dimensão e a gravidade dosimpactos das mudançasclimáticas a nível global,particularmente nos países emdesenvolvimento, é um sériodesafio para o desenvolvimentosustentável no século 21.

Portanto, a região daCOMESA-EAC-SADC, que éfortemente dependente daagricultura de sequeiro para asegurança alimentar, iniciou aesta iniciativa para fortalecer osesforços para enfrentar asmudanças climáticas, queafectam cada vez maisdesenvolvimentosocioeconómico.

O programa conjunto demudanças climáticas deveráaumentar os investimentos em

enfrentar a mudanças climáticasna região.

A cimeira Rio +20 reconheceuas mudanças climáticas comouma crise transversal epersistente, enquanto se pretendeaumentar a produção agrícola.

A assinatura do acordotambém fornece umaoportunidade para a inclusão dasmudanças climáticas como umadas áreas de cooperação noâmbito do quadro tripartidoCOMESA-EAC-SADC. r

práticas agrícolas resistentes aoclima e fortalecer os vínculosentre a agricultura, silvicultura eoutros usos da terra na ÁfricaOriental e Austral.

A assinatura do acordotripartido depois da cimeira Rio+20 realizada sob os auspícios daConferência das Nações Unidassobre DesenvolvimentoSustentável (CNUDS) em Junho,no Rio de Janeiro, Brasil,demonstra o compromisso dastrês comunidades regionais 'de

COMESA, EAC, SADC adoptam estratégia conjunta sobre asMudanças Climáticas

se retiram as pessoas dapobreza, é a última vontade etestamento de um modelo dedesenvolvimento destrutivo doséculo XX."

A cimeira Rio +20 foirealizada sob dois temas,nomeadamente "EconomiaVerde no Contexto doDesenvolvimento Sustentávele Erradicação da Pobreza" e"Quadro Institucional para oDesenvolvimentoSustentável".

Um total de sete áreas-chaveforam identificadas paradiscussão - energia, água,segurança alimentar, trabalhos,cidades, oceanos e desastres.Estas áreas são consideradascríticas para a redução dapobreza e o desenvolvimentosustentável.

"Este é um resultado quenão deixa ninguém feliz", disseo Secretário-Geral da CimeiraRio +20 Secretário-Geral, ShaZukang. r

ESPECIALISTAS EMdesenvolvimento disseram que oacordo de compromisso daCimeira Rio +20 apresentadocomo "o futuro que queremos"está aquém de atender àsexpectativas dos países emdesenvolvimento.

Em vez de chegar a umconsenso sobre como salvar oplaneta durante a Conferênciadas Nações Unidas sobreDesenvolvimento Sustentável,realizada no Rio de Janeiro, Brasil,em Junho, as profundas divisõespermanecem no caminho rumo aum objectivo comum.

O Painel de Progresso daÁfrica (APP) expressoudesapontamento com o fracassoda cimeira Rio +20 de trazercompromissos significativos emensuráveis para combater asmudanças climáticas e seusefeitos em toda a África e outrasregiões em desenvolvimento.

"A falta de compromisso paradefinir objectivos mensuráveis

de desenvolvimento sustentávelna Cimeira Rio +20 é umresultado profundamenteperturbador", disse o Presidentedo APP e ex-Secretário-Geral daONU, Kofi Annan.

"Todos nós temos umaobrigação para as pessoas maispobres e vulneráveis do mundo,que carregam o peso da criseecológica global - e para que asgerações vindouras vivammelhor."

O Director Executivo doGreenpeace, Kumi Naidoo ,concordou, dizendo que aCimeira Rio +20 tinha tomadoum passo para trás em vez umpara frente rumo a agenda dedesenvolvimento sustentável.

"O futuro que queremos,ficou um pouco mais longe hoje.A cimeira Rio +20 se transformouem uma falha épica. Ela falhou naequidade, não sobre a ecologia enão sobre a economia", disse ele.

"Este não é um alicerce sobreo qual crescem as economias ou

Rio +20 fica aquém das expectativas

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 11

O S L Í D E R E S g l o b a i sreconheceram o importantepapel desempenhado pelasmulheres na realização dodesenvolvimento sustentável eresolveram dar prioridade àsmedidas de promoção daigualdade de género eautonomia das mulheres.

A Conferência das NaçõesUnidas sobre DesenvolvimentoSustentável realizada no Rio deJaneiro, Brasil, em Junhoobservou que, embora tenhahavido algum progresso naigualdade de género, opotencial das mulheres departicipar, contribuir ebeneficiar o desenvolvimentosustentável como líderes,participantes e agentes demudança não tem sidoplenamente realizado devido àpersistência de desigualdadessociais e económicas.

Os 193 líderes queparticiparam da conferênciadecidiram acelerar aimplementação dos seusrespectivos compromissoscontidos na Convenção sobre aEliminação de todas as formasde Discriminação contra asMulheres, bem como daAgenda 21, a Declaração ePlataforma de Acção de Beijing,bem como a Declaração doMilénio das Nações Unidas.

"Apoiamos medidas queenfatizam a promoção daigualdade de género eautonomia das mulheres emtodas as esferas de nossassociedades, incluindo a remoçãodas barreiras à sua participaçãoplena e igualitária na tomada dedecisões e gestão em todos osníveis", disseram os líderes numcomunicado no final daconferência.

Eles resolveram desbloquearo potencial das mulheres comomotores do desenvolvimentosustentável, nomeadamenteatravés da revogação das leisdiscriminatórias, garantia doacesso igualitário à justiça eapoio jurídico, a reforma dasinstituições para assegurar a

competência e capacidade para aintegração do género, bem comoo desenvolvimento e a adopçãode medidas inovadoras paralidar com as práticas nocivas queagem como barreiras para aigualdade de género.

"Nesse sentido, noscomprometemos a criar umambiente propício para melhorara situação das mulheres eraparigas em toda parte,especialmente nas zonas rurais enas comunidades locais e entreos povos indígenas e minoriasétnicas", disseram os líderes.

Eles se comprometeram ainstituir reformas legislativas eadministrativas para dar àsmulheres direitos iguais aos doshomens no que diz respeito aosrecursos económicos, incluindoo acesso à propriedade econtrolo sobre a terra e outrasformas de propriedade, aocrédito, herança, recursosnaturais e novas tecnologiasapropriadas.

Outras medidas incluem apromoção da igualdade deacesso das mulheres e raparigasà educação, serviços básicos,oportunidades económicas eserviços de saúde, lidar com aquestão da saúde da mulhersexual e reprodutiva, eassegurar o acesso universal aosmétodos modernos seguros,eficazes, acessíveis e aceitáveisde planeamento familiar.

A África Austral é uma dasregiões que registaramprogressos na integração dogénero nas políticas e processosde desenvolvimento.

Tem havido algunsprogressos na integração dogénero na política e um aumentono número de mulheres nasposições de tomada de decisãopolítica dos Estados-Membrosda SADC desde a adopção daDeclaração da SADC sobreGénero e Desenvolvimento peloslíderes da SADC em 1997, após aQuarta Conferência Mundial dasNações Unidas sobre asMulheres realizada em Beijing,China, em 1995.

Os mais altos cargos nogoverno alcançados pelasmulheres até são a Presidênciano Malawi, Maurícias, vice-presidência na África do Sul eZimbabwe, primeiro-ministroem Moçambique e Vice-Primeiro Ministro da Namíbia.

Uma mulher da Tanzânia foivice-secretária-geral das NaçõesUnidas durante os últimos cincoanos, e uma mulher da África doSul acaba de ser eleita parachefiar a Comissão da UniãoAfricana.

Há cinco existem mulheresPresidentes de Parlamentos ouSenados da região, no Botswana,Lesoto, Moçambique, Tanzânia eZimbabwe.

África Austral atingiu em2009 a terceira maiorpercentagem de mulheres na

política, a nível parlamentar,com 20 por cento, um valorapenas ultrapassado pelos paísesnórdicos, com 40,8 por cento e asAméricas em 21,4 por cento.

A percentagem média daregião de mulheres noParlamento é maior que a médiamundial de 18,5 por cento, amédia Sub-Sahariana de 18,6por cento, da Ásia com 18,4 porcento, do Pacífico com 15,2 porcento, e dos Estados Árabes (9,1por cento), que é a mais baixa.

No entanto, medidas maisenérgicas são necessárias paraque a África Austral atinja a metade 50 por cento de representaçãodas mulheres nos cargospolíticos e de tomada de decisãoem todos os níveis até 2015, emconsonância com as metasregionais e continentais. r

ASHA-ROSE MIGIRO daRepública Unida da Tanzâniafoi nomeada enviada especialdo Secretário-Geral da ONUpara o HIV e SIDA em África.

O Secretário-Geral da ONU,Ban Ki-Moon, disse que Migiroé unicamente qualificada paraeste trabalho devido à sua"experiência na resposta aoSIDA nas Nações Unidascomo secretária-geral adjunto,combinado com seus muitosanos de experiência como umdefensora de saúde e justiçasocial em África."

Migiro foi Secretária-GeralAdjunta das Nações Unidas de

Migiro nomeada enviada especialpara o HIV e SIDA em África

2007-2012, e participouactivamente na promoção daresposta das Nações Unidaspara o SIDA, com especialênfase na redução davulnerabilidade de mulheres eraparigas e na garantia dosdireitos das pessoas vivendocom HIV.

"Estou honrada em aceitaresta nomeação neste momentocrucial da resposta ao SIDA emÁfrica", disse ela. "Agora é ahora de levar os nossos esforçosa um novo nível."

Migiro foi Ministra dasRelações Exteriores eCooperação Internacional daTanzânia de 2006-2007- aprimeira mulher a ocupar essaposição desde a independênciaem 1961. Ela foi durante cincoanos Ministra da Comunidadede Desenvolvimento de Géneroe Crianças. Antes de servir ogoverno, ela seguiu umacarreira na academia, e foimembro do Comité das NaçõesUnidas sobre a Eliminação daDiscriminação contra asMulheres em 2000. r

Asha-Rose Migiro

Papel de liderança das mulheres reconhecido

G É N E R O

educação", diz parte do relatórioda SARUA.

Os Mministros da SADCdecidiram que era hora deenfrentar os desafios do sector. Osministros disseram que hánecessidade de olhar tambémpara a relevância dos programasque estão sendo oferecidos eminstituições da SADC para as"necessidades de desenvolvi-mento da nossa Região".

Os Ministros instaram todasas partes interessadas paramobilizar e investir mais eminfra-estrutura e recursoshumanos, e melhorar agovernação, liderança e gestãode instituições de ensinosuperior. r

E D U C A Ç Ã O

A SADC estabeleceu umcomité técnico para lideraro renascimento dodesenvolvimento do ensinosuperior e de formação naÁfrica Austral.

O comité, que será compostopor funcionários superiores deeducação de toda a região, foicriado pelos Ministrosresponsáveis pelo EnsinoSuperior nos Estados Membrosda SADC que se reuniu emJoanesburgo, África do Sul, emJunho.

A reunião ministerial daSADC encarregou o ComitéTécnico de Ensino Superior eFormação, Investigação eDesenvolvimento paradesenvolver um planoestratégico regional sobre oensino superior, formação edesenvolvimento de pesquisa.

O comité deverá, entreoutras coisas, rever acesso aoensino superior e as taxas dematrícula na África Austral,bem como financiamento ecapacitação do ensino superiorpara orientar os investimentosadequados para os próximos10-15 anos.

"Este plano irá definirprioridades chave tanto a curtocomo a longo prazo," disse oVice-Ministro Sul-africano doEnsino Superior e Formação,Hlengiwe Mkhize.

"Se todos os planos feitospela comissão técnica foremefectivamente implementadoscom sucesso, veremos umimpacto positivo no ensinosuperior e na formação naregião da SADC".

Os ministros observaramque, devido a vários factores,tais como recursos financeiroslimitados, a região estáexperimentando níveis muitobaixos de matrícula eparticipação no ensino superiorquando comparado com outrasregiões de África e do mundo. Aqualidade da educação tambémestá se deteriorando, enquanto

OS ESTADOS membros da SADC acordaramem Setembro de 2007 a cooperar na educação eformação ao abrigo do presente Protocolo parafins de consecução dos seguintes objectivos:• Desenvolver e implementar um sistema

comum de recolha e comunicação deinformações pelos Estados-Membros sobrea situação actual de demanda e ofertafutura, e as áreas prioritárias para a provisãode educação e formação na região;

• Estabelecer mecanismos e arranjosinstitucionais que permitam aos Estados-Membros partilhar os seus recursos deforma eficaz e eficiente para produzir anecessária pesquisa profissional, técnica epessoal de gestão para planear e gerir oprocesso de desenvolvimento em geral e emtodos os sectores da região;

• Promover e coordenar a formulação eimplementação de políticas comparáveis eadequadas estratégias e sistemas deeducação e formação nos Estados-Membros;

• Promover e coordenar aformulação e implementaçãode políticas, estratégias e programas para apromoção e aplicação da ciência etecnologia, incluindo a moderna tecnologiade informação e pesquisa edesenvolvimento na região;

• Trabalhar para a redução e eventualeliminação de restrições ao acesso a educaçãode qualidade por parte dos cidadãos dosEstados-Membros, e oportunidades deformação dentro da região;

• Trabalhar para o alívio e eventualeliminação de formalidades de imigração, afim de facilitar a livre circulação deestudantes e funcionários dentro da regiãopara fins específicos de estudo, ensino,pesquisa e quaisquer outras actividadesrelacionadas à educação e formação; e

• Alcançar progressivamente a harmonização,equivalência e padronização dos sistemas deeducação e formação na região. r

SADC estabelece comité para impulsionar o desenvolvimentodo ensino superior

o número de docentes registaum declínio.

"A liderança e gestão deinstituições de ensino superiorsão em muitos casos, fracos,enquanto a qualidade dosprofessores e da educação queestá disponível nem sempreproporciona o conhecimentorelevante e adequado àshabilidades exigidas para omercado de trabalho", disseramos ministros num comunicado.

"Como resultado, muitosjovens que completam o ensinosecundário não prosseguempara o ensino superior. É claroque o ensino superiornão contribui adequadamentepara o desenvolvimentosocioeconómico, para amelhoria do bem-estar damaioria dos cidadãos pobres, epara concretizar as aspiraçõesde integração regional dospovos da SADC ".

De acordo com um estudorealizado pela AssociaçãoRegional de Universidades da

África Austral (SARUA), aregião apresenta os menoresníveis de oferta de ensinosuperior e matrículas nomundo, apesar da crescentedemanda pela educaçãosuperior nos países africanos.

A SARUA disse que apesarde os Estados-Membros tereminvestido fortemente naeducação nos últimos quatroanos, a maior parte doinvestimento foi para aeducação primária e não paraensino superior.

"Como resultado, osresultados mais elevados dematrículas de educaçãoreflectem negativamente sobreo investimento feito na

12 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Agosto 2012

Protocolo da SADC sobre a Educação e Formação

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 13

O BRICS envolvendo cincoeconomias emergentes - Brasil,Rússia, Índia, China e África doSul – projecta criar um Banco deDesenvolvimento no próximoano na África do Sul.

O lançamento do Banco deDesenvolvimento BRICS vaiprestar apoio aos países emdesenvolvimento e economiasemergentes, com uma fontealternativa de financiamento,tendo os passos para olançamento do banco sidodiscutidos durante a Cimeira doBRICS realizada na Índia emAbril de 2012.

O proposto banco deveráfinanciar infra-estruturas e odesenvolvimento sustentável nosPaíses em desenvolvimento. Istosurge para responder apreocupação de que asinstituições financeirasmultilaterais existentes estãofazendo muito pouco parapromover o desenvolvimentonos países mais pobres.

Além disso, a existência deinstituições financeirasinternacionais são dominadaspelas potências ocidentais e,muitas vezes impõem condiçõesrigorosas para o acesso aempréstimos ou alívio dadívida. r

metas globais dedesenvolvimento, melhoria daamizade de povo para povo epromoção da paz e daestabilidade em África.

A China durante ospróximos três anos, vai lançar a"Iniciativa China-África deParceria e Cooperação para aPaz e Segurança" e aprofundara cooperação com os países daUA e dos Países Africanos sobrea paz e segurança, disse Hu.

A China vai fornecer apoiofinanceiro para as missões depaz da UA e para odesenvolvimento da ForçaAfricana de Paz, e treinar osfuncionários em assuntos depaz e segurança.

A China também disse quevai apoiar o processo deintegração Africana e promovero intercâmbio entre as pessoas,mídia e estudiosos da China eda África para "estabelecer umabase sólida para as relações deapoio público".

Beijing comprometeu-se afornecer uma linha de créditode 20 biliões de dólares norte-americanos para os Paísesafricanos ao longo dospróximos três anos. Osempréstimos irão apoiar infra-estrutura, agricultura, indústriae desenvolvimento de pequenase médias empresas.

FOCAC é um mecanismo deconsulta colectiva e de diálogoentre a China e os paísesafricanos, lançado em 2000. A 6ª conferência ministerial doFOCAC será realizada emJoanesburgo, África do Sul, em2015. r

A CHINA e África chegaram aum acordo sobre um novo planode acção para três anos até 2015sobre as modalidades quelevarão as duas partes alcançarum "novo tipo de parceriaestratégica".

Os Ministros responsáveispela Política Externa e deCooperação Económica daChina e 50 países africanosestiveram reunidos na 5 ªConferência Ministerial doFórum de Cooperação China-África (FOCAC) realizado emJulho, em Beijing, China, paraaprofundar a parceria

estratégica assente nos valoresda igualdade política, confiançamútua, a cooperação económicamútua e intercâmbios culturais.

O Plano de Acção de Beijing(2013-2015), que foi aprovadojuntamente com a Declaração deBeijing, incidirá sobre o comércio,investimento, cooperação,redução da pobreza, infra-estrutura, capacitação, segurançaalimentar e política, entre outrossectores.

A China se comprometeu aimplementar um "plano especialsobre o comércio com a África",no qual irá canalizarinvestimento e missões depromoção comercial para aÁfrica, expandir as importaçõesda África e apoiar a realização deexposições de produtos africanospara ajudar os países africanos aexportar os seus produtoscompetitivos para a China.

Isso incluirá o apoio técnicopara o processamento intensivode produtos agro-industrial ematérias-primas africanos einclusão cada vez maior deprodutos primários da Áfricaatravés do investimento.

Empresas chinesas serãoencorajadas a estabelecer asbases de produção eprocessamento em África paraajudar a elevar o valor agregadodas exportações africanas.

A China se comprometeu aabrir ainda mais o seu mercadoaos produtos africanos e está emfase de tratamento a aplicação datarifa zero para 97 por cento dosprodutos de países menosdesenvolvidos da África,incluindo a criação de "ummecanismo de consulta sobre olocal de origem das mercadoriasque desfrutarão da aplicação datarifa zero e da melhoria domecanismo de cooperação paraimplementar a aplicação da tarifazero", disseram os ministros.

Os dois lados anunciaramque iriam "considerar oestabelecimento de um fórumde energia China-África, noâmbito do FOCAC parapromover o intercâmbio China-

África de energia e cooperação",ao mesmo tempo que seráreforçada a cooperação na áreade energia limpa e projectos derecursos renováveis.

"Como forma defortalecer a cooperaçãoentre a China e África nodomínio da energia erecursos renováveis, asduas partes incentivarão eapoiarão o desenvolvimentoconjunto e a utilizaçãoadequada dos recursos deenergia através de empresas dosdois lados", disseram osMinistros.

No tocante a cooperação emassuntos internacionais, as duaspartes concordaram em mantero papel central das NaçõesUnidas em assuntosinternacionais e promover omultilateralismo e democracianas relações internacionais.

Eles reafirmaram anecessidade de reformas naONU, sublinhando que aprioridade deve ser dada aoaumento da representação dospaíses africanos no Conselho deSegurança da ONU e outrasinstituições.

A África do Sul, que tomaposse como co-presidente doFOCAC por seis anos, disse quefaria o possível para realizar osobjectivos do Plano de Acção deBeijing (2013-2015), aprofundar oengajamento dos países africanosnas actividades do fórum etornar o fórum compatível comas propostas da União Africana.

O presidente chinês, HuJintao, propôs medidas em cincoáreas prioritárias, incluindo aassistência financeira paramissões de paz da UA, paraimpulsionar as relações da Chinacom o continente.

As novas áreas de foco são aexpansão do investimento e definanciamento para apoiar odesenvolvimento sustentávelem África, o aumento da ajudaa África, apoio ao processo deÁfrica de integração efortalecimento da capacidadecontinental na execução de

BRICS projectabanco dedesenvolvimento

C H I N A - Á F R I C A

China e África acordam numa "nova parceria estratégica"

Presidente Jacob Zuma com o Presidente Hu JintaoEm plano menor, Presidente Thomas Boni Yayi

14 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Agosto 2012

E L E I Ç Õ E S

O ND é uma coligação desete partidos, enquanto a CPO eFUMA são blocos formados porquatro e seis pequenos partidos,respectivamente.

Ferreira disse que dos 27pedidos apresentados aotribunal, 18 foramdesclassificados por nãoatender ao requisito mínimo de14.000 assinaturas de apoiantesque estiverem inscritos comoeleitores, entre outras razões.

Entre os rejeitados está oBloco Democrático (BD),liderado pelo ex-membrodo partido governamental,Justino Pinto de Andrade, e doPartido Popular (PP), que foiformado pelo advogado DavidMendes.

De acordo com a ComissãoNacional Eleitoral (CNE), cercade nove milhões de angolanosestão registados para votar naspróximas eleições.

A Porta-voz da CNE, JuliaFerreira, disse que mais de10.780 assembleias de votofuncionarão em todo o País.

Estas serão as terceiraseleições desde que Angolaalcançou a independência dePortugal em 1975. As primeiraseleições pós-independênciadecorreram em 1992, antesda guerra civil ter reiniciadapela UNITA, liderada porJonas Savimbi, e as segundaseleições foram realizadasem 2008. O conflito terminouem 2002 com a morte deSavimbi.

O MPLA ganhou por maisde 81 por cento e usou a suamaioria parlamentar paraaprovar uma série de novasleis, incluindo uma novaConstituição, que aboliucaminho para eleiçõespresidenciais directas em favorde um colégio eleitoral.

A luz da nova lei eleitoral, oPresidente e Vice-Presidente sãoeleitos indirectamente. O Chefede Estado é escolhido a partirdo partido com a maioriaparlamentar. r

Os cinco principais partidosincluem o Movimento Popularpara a Libertação de Angola(MPLA), no poder, e a principalforça da oposição, a UniãoNacional para a IndependênciaTotal de Angola (UNITA). Osoutros partidos são a FrenteNacional de Libertação deAngola (FNLA), o Partido daRenovação Social (PRS) e oPartido Popular para oDesenvolvimento (PAPOD).

As coligações incluem aConvergência Angola SalvaçãoColigação Grande Eleitoral(CASA-CE), que é um guarda-chuva de quatro pequenospartidos e é uma criação do ex-alto oficial da UNITA, AbelChivukuvuku.

Outras coligações são oConselho Consultivo daOposição Política (CPO), aNova Democracia (ND) e aFrente Unida para a Mudançade Angola (FUMA).

criar um ambientepropício para a

realização de eleiçõescredíveis, livres ejustas ", disseram oslíderes da SADCnum comunicado.

O roteiro permiteo r e t o r n o

incondic ional doe x í l i o d eRavalomanana e oestabelecimentode instituições de

transição antes das eleições.A Cimeira Extraordinária

notou que um Gabinete deLigação da SADC, criado emNovembro de 2011 para apoiar oprocesso de implementação,estava totalmente operacional,com os oficiais da Troika doÓrgão de Política, Defesa eSegurança e representantes dapresidência da SADC no terreno,desde Janeiro de 2012. r

X

O Presidente do TribunalConstitucional, Rui Ferreira,disse que cinco dos partidos vãodisputar separadamente,enquanto os restantes sãocoligações formadas por 20pequenos partidos quemanifestaram interesse departicipar nas eleições.

NOVE PARTIDOS políticosinscreveram-se e foramaprovados para participar naseleições parlamentaresangolanas, previstas para 31 deAgosto, enquanto outros 18foram desclassificados por nãocumprirem com as exigênciasda Lei Eleitoral do País.

Nove partidos registam-se para as eleições angolanas

Assembleia Nacional de Angola

O roteiro da paz visadevolver o país ànormalidade consti-t u c i o n a l n asequência de umgolpe ocorrido em2009 e que viuRajoelina a removerinconstitucional-mente Ravalomananado poder com oapoio do exército.Madagáscar estásuspenso daSADC.

"Cimeira mandatou omediador da SADC e da Troikado Órgão para facilitar odiálogo e convocar uma reuniãoentre Andry Rajoelina,presidente da Alta Autoridadede Transição, e MarcRavalomanana, ex-presidentecomo uma questão de urgência,a fim de assegurar a plenaimplementação do Roteiro e

A SADC incumbiu o ex-Presidente moçambicano,Joaquim Chissano, para facilitarum encontro entre o líderinterino de Madagáscar,Andry Rajoelina e odeposto presidente MarcRavalomanana, com vista aacelerar a implementação deum roteiro de paz que é a chavepara a realização de eleiçõescredíveis.

A Cimeira Extraordináriados Chefes de Estado e deGoverno, realizada em Luanda,Angola, em Junho, decidiu queChissano deve urgentementefacilitar o diálogo e convocaruma reunião entre Rajoelina eRavalomanana para se retomara implementação de um roteiroassinado por partidos políticosmalgaxes em Setembro de 2011.Chissano é o mediador daSADC no conflito político emMadagáscar.

SADC pede implementação do roteiro de Madagáscar

Antigo Presidente JoaquimChissano

Diário de Eventos Agosto-Outubro 2012

Agosto1-3, África do Sul Conferência da Reforma Agrária e Desenvolvimento

Económico O evento vai reunir especialistas agrícolas, pesquisadores,académicos e parlamentares dos Países africanos paradiscutirem questões chave sobre a agricultura e reformaagrária, incluindo o acesso a sementes melhoradas edireitos das mulheres de posse da terra.

12-18, Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da SADCMoçambique Os líderes da SADC reúnem-se para discutir questões que

visam promover a integração regional e desenvolvimento.A cimeira é precedida por reuniões de altos funcionáriose do Conselho de Ministros.

13-24 Agosto, Fórum Regional de Previsão Climática da África AustralZimbabwe Cientistas dos serviços meteorológicos nacionais dos

Estados membros da SADC reúnem-se para rever asperspectivas do clima regional. A conferência do SARCOFvai decorrer de 13-21 Agosto seguida por um processo deprevisão anual de 22-14 Agosto e permitirá que osespecialistas utilizem indicadores sazonais de chuvas,para produzir uma previsão regional para a épocachuvosa 2012-2013.

26-31, Suécia Semana Mundial da ÁguaA Semana Mundial da Água tem sido uma ocasião anualpara as questões globais de água desde 1991. Celebradoem Estocolmo, Suécia, a cada ano, a Semana Mundial daÁgua aborda um tema especial para permitir um examemais aprofundado de uma questão específica relacionadacom a água. O tema deste ano é "Água e SegurançaAlimentar".

Setembro4-5, África do Sul Energia Solar em África

A conferência irá fornecer informações sobre osmecanismos financeiros necessários para a energia solarservir como uma solução abrangente para a actualescassez de energia em África e para o desenvolvimentode infra-estrutura necessárias para suportar uma cadeiade abastecimento eficaz entre os fornecedoresindependentes e as redes de energia. Também irá mostraras mais recentes tecnologias de energia solar disponível.

10-14, Tanzânia Conferência Ministerial Africana sobre o Meio Ambiente14ª Sessão Ordinária (AMCEN-14) será uma plataformapara Ministros do Meio Ambiente dos Países africanosdebaterem os principais resultados da Conferência dasNações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), e abordar outras questões emergentes relacionadascom o desenvolvimento sustentável e meio ambiente emÁfrica .

12-14, Reunião da Comissão de Funcionários dos Bancos CentraisÁfrica do Sul O Comité das Autoridades dos Bancos Centrais e do

Comité de Governadores dos Bancos Centrais é umaestrutura regional da SADC, que lida com odesenvolvimento de instituições e mercados financeiros,cooperação internacional e regional sobre as relaçõesfinanceiras, investimento, políticas monetárias e cambiais.

Outubro8-12 Etiópia 5ª Conferência Ministerial da UA sobre o Controlo de

DrogasA conferência irá rever e fortalecer os mecanismos deresponsabilidade compartilhada de drogas ilícitas emÁfrica e discutir o Plano de Acção da União Africanasobre o Controlo de Drogas (2013-2018). Os ministrostambém vão discutir uma posição comum sobreSubstâncias Africanas Controladas.

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 15

E V E N T O S

SADC HOJE Vol 14 No 5 Agosto 2012

ÁFRICA AUSTRAL HOJEÉ produzido como uma fonte de referência das

actividades e oportunidades na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, e um guião para os

responsáveis pela elaboração de políticas a todos os níveis de desenvolvimento nacional e regional.

Comunidade para o desenvolvimento da África AustralSecretariado da SADC, SADC House,

Private Bag 0095, Gaborone, BotswanaTel +267 395 1863 Fax +267 397 2848/318 1070E-mail [email protected] Website www.sadc.int

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado seis vezes por ano pelo Centro de Documentação ePesquisa para a África Austral (SARDC) para o Secretariado da SADC em Gaberone,

Botswana, como uma fonte credível de conhecimento sobre o desenvolvimento regional. Osartigos podem ser reproduzidos livremente pelos órgãos de comunicação social e outras

entidades, citando devidamente a fonte.

EDITORMunetsi Madakufamba

COMITÉ EDITORIAL Joseph Ngwawi, Kizito Sikuka, Egline Tauya, Admire Ndhlovu,

Stalin Tazvitya, Phyllis Johnson, Patience Ziramba, Ndiyavhonga Ndou, Tanyaradzwa Chiwara, Danai Majaha, Nobuhle Sithole.

ONSELHO EDITORIAL Chefe da Unidade de Comunicação da SADC

Leefa Penehupifo Martin

TRADUTORBonifácio António

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é apoiado pelo Ministério Norueguês dos Negócios Estrangeiros, emapoio ao Grupo Temático dos Parceiros Internacionais de Cooperação no Sector de Energia daSADC, que é presidido pela Noruega.

© SADC, SARDC, 2012

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COMPOSIÇÃO & MAQUETIZAÇÃO Tonely Ngwenya

FOTOS E ILUSTRAÇÕESP1, 2, 4 P. Johnson, D. Martin, SARDC, gstatic.com, Nampower; P2 P. Johnson,

worldspresidents.com; P4 wikimedia.com, freedigitalphotos.net, blogspot.com; P5 AU; P6 P. Ziramba, solarfine.com; P7 ecogeneration.com; P8,9,10 M. Madakufamba; P10

APG; P11 flickr.com; P12 blogspot.com P13 images.radio86.eu, www.zimbopictures.com; P14 www.angola; P16 sadc.int, C. Marimo

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Um futuro comun na comunidade regional

1 Agosto Dia do Camponês DRC6 Agosto Dia do Agricultor Zâmbia 8 Agosto Dia dos camponeses Nane Nane Tanzânia9 Agosto Dia Nacional da Mulher África do Sul 13 Agosto Dia dos Heróis Zimbabwe14 Agosto Dia das Forças de Defesa Zimbabwe 15 Agosto Dia de Assunção Madagáscar, Maurícias, Seychelles 17 Agosto Dia da SADC* Todos19 Agosto Eid Ul Fitr** Malawi, Maurícias, Tanzânia20 Agosto Feriado Público Malawi, Tanzânia26 Agosto Dia dos Heróis Namíbia 27 Agosto Feriado Público Namíbia

* O Dia da SADC não é um feriado público, marca a assinatura do Tratado da SADC assinado a 17 Agosto de 1992

**A data exacta depende da visualização da Lua Nova

3 Setembro Dança Umhlanga Reed Swazilândia6 Setembro Dia da Independência Somhlolo Swazilândia7 Setembro Dias dos Acordos de Lusaka Moçambique17 Setembro Dia dos Heróis Nacionais Angola20 Setembro Ganesh Chaturthi Maurícias 24 Setembro Dia do Património África do Sul25 Setembro Dias das forces Armadas Moçambique30 Setembro Dia do Botswana Botswana

FERIADOS PÚBLICOS NA SADC Agosto-Setembro de 2012

Cinco países celebram os seus heróis nesteperíodo.

13-14 de Agosto: O Zimbabwecomemora o Dia dos Heróis

Nacionais e das Forças Armadas parahomenagear aqueles que lutaram na guerra de

libertação nacional, e os mortos por atrocidadesRodesianas, como no Centro da Liberdade, na Zâmbia, e em

Nyadzonia, Moçambique, onde milhares de civis desarmadosperderam as suas vidas.

26 de Agosto: A Namíbia assinala o Dia dos Heróis (Dia daNamíbia), quando milhares de namibianos se reúnem em

diferentes locais, a cada ano, para lembrar os seus heróis na data dolançamento oficial do longa e amarga luta pela independênciaquando o primeiro tiro foi disparado em 1966, em Omugulu-Gwombashe, na região de Omusati.

Três dias em Moçambique: 7 de Setembro, 25 de Setembro,4 de Outubro. Moçambique comemora três datas

importantes, começando pelo o7 de Setembro, quando o acordohistórico foi assinado com Portugal em 1974, em Lusaka, trazendoum cessar-fogo e transição para a independência. O Dia das ForçasArmadas é celebrado a 25 de Setembro, data do início da guerra delibertação, quando os primeiros tiros foram disparados no norte naprovíncia de Cabo Delgado em 1964. O Dia da Paz e Reconciliaçãoassinala o acordo de paz assinado em Roma, em 1992, após 16 anosde conflito e dois anos de árduas negociações lideradas por ArmandoEmílio Guebuza, actual presidente de Moçambique e próximoPresidente da SADC.

17 de Setembro: Angola recorda Agostinho Neto, opresidente fundador e símbolo do nacionalismo angolano,

nascido nesta data em 1922 e que morreu em 1979 aos 56 anos depoisde liderar a guerra de libertação que trouxe a independência dePortugal em 1975.

24 de Setembro: África do Sul comemora o seu patrimóniocultural todos os anos nesta data para encorajar todos os sul-

africanos a celebrarem a diversidade de suas crenças e tradições. Otema para o Mês do Património em 2011 foi "Celebrando os heróis eheroínas da Luta de Libertação na África do Sul", para ligar a naçãocom o seu rico e diversificado património de libertação colectiva.

As raízes da Comunidade para oDesenvolvimento da África Austral

Heróis e Património H I S T Ó R I A H O J E

O TRATADO constitutivo daComunidade para oDesenvolvimento da ÁfricaAustral (SADC) foi assinadopelos Chefes de Estado e deGoverno em Windhoek, Namíbia,a 17 de Agosto de 1992, logo apósa independência da Namíbia,substituindo a Conferência deCoordenação para oDesenvolvimento da ÁfricaAustral (SADCC), criada emAbril de 1980, em Lusaka ,Zâmbia. Este tratado surgiu após osChefes de Estado e de Governoterem concluído que aindependência política estavaquase completa na região, eadoptado a declaração "Rumo aLibertação Económica da ÁfricaAustral". Com o novo tratado, os líderesregionais comprometeram-se a"fortalecer e consolidar as antigasafinidades históricas, sociais eculturais e as ligações entre ospovos da região." O Tratado estabelece osprincípios da SADC como:• Igualdade soberana de todosos Estados-Membros;• Solidariedade, paz esegurança;• Direitos humanos,democracia e Estado de Direito;• Equidade, equilíbrio ebenefício mútuo; e,• Solução pacífica de conflitos.

Agenda Comum da SADC

Os objectivos da SADC são apromoção do desenvolvimentosustentável e equitativo,

crescimento económico ed e s e n v o l v i m e n t osocioeconómico, melhorar opadrão e a qualidade de vida dospovos da África Austral e apoiaros mais desfavorecidossocialmente através da integraçãoregional, promoção de valorespolíticos, sistemas e outrosvalores compartilhados atravésde instituições democráticas,legítimas e eficazes, e, consolidar,defender e manter a democracia,paz, segurança e estabilidade. Os outros objectivos sãopromover o desenvolvimentoauto-sustentável com base emauto-suficiência colectiva e dainterdependência dos Estados-Membros; alinhar as estratégiasnacionais e regionais eprogramas; maximizar oemprego produtivo; alcançar autilização sustentável dosrecursos naturais e protecçãoefectiva do ambiente, combater oHIV e SIDA e outras doençastransmissíveis, a erradicação dapobreza e integração do génerono processo de construção dacomunidade. O Tratado apresenta váriasiniciativas destinadas a alcançarestes objectivos, incluindo aharmonização de políticaspúblicas e planossocioeconómicos, incentivar opovo da região e suas instituiçõesa tomar as suas própriasiniciativas para desenvolver laçoseconómicos, sociais e culturais detoda a região, e participarplenamente na implementaçãodos programas e projectos daSADC. r

20 Anos

1992 - 2012