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DESENVOLVIMENTO DE OBJETO DIGITAL DE APOIO À COMPREENSÃO DA EVOLUÇÃO DOS MODELOS ATÔMICOS COM BASE NAS DESCOBERTAS NO CAMPO DA RADIOATIVIDADE Tania Denise Miskinis Salgado (1) ; José Cláudio Del Pino (2) ; Greice de Oliveira Hainzenreder (3) (1) Departamento de Físico-Química; (2) Departamento de Química Inorgânica; (3) Bolsista SEAD, acadêmica do curso de Licenciatura em Química. Instituto de Química, UFRGS RESULTADOS INTRODUÇÃO A evolução dos modelos atômicos é um conteúdo comumente abordado no início do estudo da Química no Ensino Médio. Assim, é importante que o Licenciado em Química adquira, em seu curso de graduação, habilidades que lhe permitam trabalhar esse assunto naquele nível de ensino. Os modelos atômicos são geralmente trabalhados de forma descritiva em Química Geral, enquanto a radioatividade costuma ser abordada quase exclusivamente em Física Geral, sem que se façam as adequadas correlações entre esses dois assuntos. OBJETIVOS Desenvolver um Objeto de Aprendizagem, na forma de um hipertexto que, através de uma abordagem histórica, propicie compreender como o avanço das descobertas no campo da radioatividade determinou a reformulação dos modelos atômicos; • Instrumentar o futuro professor para que ele possa trabalhar esse assunto adequadamente com seus alunos, em sala de aula. METODOLOGIA O objeto de aprendizagem proposto consistirá em um hipertexto que conduzirá o estudante através de uma viagem no tempo, durante a qual ele poderá interagir com textos, figuras e animações, descobrindo como foram realizadas as experiências que propiciaram as descobertas dos cientistas da época. CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA Pelo seu caráter interativo, o objeto construído permitirá ao estudante conduzir sua aprendizagem de forma flexível, propiciando uma aprendizagem significativa, em contraposição à simples memorização de nomes, datas e características de cada modelo atômico, como tradicionalmente é feita a apresentação deste assunto. ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. EICHLER, M. L.; DEL PINO, J. C. Ambientes virtuais de aprendizagem. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2006. HAENDLER, B. L. Presenting the Bohr Atom. J. Chem. Ed., v.59, n.5, May, 1982, p. 372-376. SEGRÈ, E. Dos Raios-X aos quarks: Físicos modernos e suas descobertas. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1980. Espectro atômico de hidrogênio Milikan: Cálculo de e Planck: Idéia de quantum Einstein: Efeito Fotoelétrico; E = hν Heisenberg: Princípio da Incerteza deBroglie: Dualidade partícula-onda; λ = h/mv Schrödinger: Mecânica Quântica; Mecânica Estatística Röntgen: Raios-X Becquerel : Raios de Becquerel Lavoisier: Lei da conservação da matéria Proust: Lei das proporções definidas Faraday: Eletrólise Tubo de Crookes: Raios catódicos Thomson: Cálculo de e/m Modelo atômico de Thomson Rutherford: Folha delgada de ouro Experimento: Descoberta do núcleo Modelo atômico de Dalton Modelo atômico de Rutherford Modelo atômico de Bohr MODELO ATÔMICO ATUAL Marya Sklodovska nasceu na Polônia. Depois viveu na França, onde era chamada Marie, e é conhecida, nos dias de hoje, como Madame Curie. (...) Trabalhando no laboratório de pesquisas de Gabriel Lippmann, conheceu, em 1984, o cientista francês Pierre Curie, com quem casaria no ano seguinte, formando o mais famoso casal de cientistas da história. Com dois diplomas universitários e uma bolsa de estudos, em 1897, publicou seu primeiro trabalho importante, Investigações sobre as propriedades magnéticas do aço temperado. Nesse mesmo ano, nasceu sua primeira filha Irene, que também foi uma importante cientista da época, assim como sua mãe. Em 1900, apresentou no Congresso de Física de Paris as suas descobertas do polônio e do rádio. Em 1903, Marie e Pierre Curie ganharam o Prêmio Nobel de Física, dividindo-o com Antoine Becquerel, por suas descobertas no campo da radioatividade. Em 1904, nasceu sua segunda filha, Eva, que se tornaria sua biógrafa. Ganhou a cátedra de física da Faculdade de Ciências de Sorbonne, em 1906, após a morte de Pierre em um acidente de trânsito, tornando-se a primeira mulher a ocupar tal cargo na França. Publicou Traité sur la radiografie (1910), em que sintetizou as pesquisas realizadas com seu marido e com seu aluno Langevin. Em 1911, recebeu pela segunda vez um Prêmio Nobel, agora de Química, por conseguir isolar o rádio metálico puro. Marie Curie: Radioatividade Para isso, Henri Becquerel colocou uma amostra de sulfato duplo de urânio e potássio sobre uma chapa fotográfica embrulhada em papel preto e expôs o conjunto à luz solar. Após a revelação da chapa fotográfica, observou que ela se apresentava enegrecida e que, portanto, o sal havia emitido algum tipo de radiação penetrante, capaz de atravessar o papel preto e impressionar a chapa. Em 24 de fevereiro, Becquerel fez um relatório à Academia: “Cobri uma... chapa fotográfica... com duas folhas de papel negro grosso, tão grosso que a chapa não ficou manchada ao ser exposta ao sol durante o dia inteiro. Coloquei sobre o papel uma camada de substância fosforecente e expus tudo ao sol por várias horas. Quando revelei a chapa fotográfica, percebi a silhueta da substância fosforescente em negro sobre o negativo... A mesma experiência pode ser feita com uma lâmina de vidro fina colocada entre a substância fosforescente e o papel, o que exclui a possibilidade de uma ação química resultante de vapores que poderiam emanar da substância quando aquecida pelos raios solares. Portanto, podemos concluir dessas experiências que a substância fosforescente em questão emite radiações que penetram no papel que é opaco à luz...” [Comptes-rendus de l’Académie dês Sciences, Paris, 122, 420 (1896).]

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DESENVOLVIMENTO DE OBJETO DIGITAL DE APOIO À COMPREENSÃO DA EVOLUÇÃO DOS MODELOS ATÔMICOS COM

BASE NAS DESCOBERTAS NO CAMPO DA RADIOATIVIDADE

Tania Denise Miskinis Salgado(1); José Cláudio Del Pino(2); Greice de Oliveira Hainzenreder(3)

(1) Departamento de Físico-Química; (2) Departamento de Química Inorgânica; (3)  Bolsista SEAD, acadêmica do curso de Licenciatura em Química.

Instituto de Química, UFRGS

RESULTADOS

INTRODUÇÃO A evolução dos modelos atômicos é um conteúdo comumente abordado no início do estudo da Química no Ensino Médio. Assim, é importante que o Licenciado em Química adquira, em seu curso de graduação, habilidades que lhe permitam trabalhar esse assunto naquele nível de ensino.

Os modelos atômicos são geralmente trabalhados de forma descritiva em Química Geral, enquanto a radioatividade costuma ser abordada quase exclusivamente em Física Geral, sem que se façam as adequadas correlações entre esses dois assuntos.

OBJETIVOS• Desenvolver um Objeto de Aprendizagem, na forma de um hipertexto que, através de uma abordagem histórica, propicie compreender como o avanço das descobertas no campo da radioatividade determinou a reformulação dos modelos atômicos;• Instrumentar o futuro professor para que ele possa trabalhar esse assunto adequadamente com seus alunos, em sala de aula.

METODOLOGIA O objeto de aprendizagem proposto consistirá em um hipertexto que conduzirá o estudante através de uma viagem no tempo, durante a qual ele poderá interagir com textos, figuras e animações, descobrindo como foram realizadas as experiências que propiciaram as descobertas dos cientistas da época.

CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA Pelo seu caráter interativo, o objeto construído permitirá ao estudante conduzir sua aprendizagem de forma flexível, propiciando uma aprendizagem significativa, em contraposição à simples memorização de nomes, datas e características de cada modelo atômico, como tradicionalmente é feita a apresentação deste assunto.

ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

EICHLER, M. L.; DEL PINO, J. C. Ambientes virtuais de aprendizagem. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2006.

HAENDLER, B. L. Presenting the Bohr Atom. J. Chem. Ed., v.59, n.5, May, 1982, p. 372-376.

SEGRÈ, E. Dos Raios-X aos quarks: Físicos modernos e suas descobertas. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1980.

Espectro atômico

de hidrogênio

Milikan:Cálculo de e Planck:

Idéia de quantum

Einstein: Efeito

Fotoelétrico;E = hν

Heisenberg:Princípio daIncerteza

deBroglie: Dualidade

partícula-onda;λ = h/mv

Schrödinger:Mecânica Quântica;Mecânica Estatística

Röntgen:Raios-X

Becquerel:Raios de Becquerel

Lavoisier:Lei da

conservaçãoda matéria

Proust:Lei das

proporçõesdefinidas

Faraday:Eletrólise

Tubo de Crookes: Raios catódicos

Thomson:Cálculo de e/m

Modelo atômico de Thomson

Rutherford:Folha delgada de ouro

Experimento: Descoberta do núcleo

Modelo atômico de

Dalton

Modelo atômico de Rutherford

Modelo atômico de Bohr

MODELO ATÔMICO

ATUAL

Marya Sklodovska nasceu na Polônia. Depois viveu na França, onde era chamada Marie, e é conhecida, nos dias de hoje, como Madame Curie. (...) Trabalhando no laboratório de pesquisas de Gabriel Lippmann, conheceu, em 1984, o cientista francês Pierre Curie, com quem casaria no ano seguinte, formando o mais famoso casal de cientistas da história. Com dois diplomas universitários e uma bolsa de estudos, em 1897, publicou seu primeiro trabalho importante, Investigações sobre as propriedades magnéticas do aço temperado. Nesse mesmo ano, nasceu sua primeira filha Irene, que também foi uma importante cientista da época, assim como sua mãe. Em 1900, apresentou no Congresso de Física de Paris as suas descobertas do polônio e do rádio. Em 1903, Marie e Pierre Curie ganharam o Prêmio Nobel de Física, dividindo-o com Antoine Becquerel, por suas descobertas no campo da radioatividade. Em 1904, nasceu sua segunda filha, Eva, que se tornaria sua biógrafa. Ganhou a cátedra de física da Faculdade de Ciências de Sorbonne, em 1906, após a morte de Pierre em um acidente de trânsito, tornando-se a primeira mulher a ocupar tal cargo na França. Publicou Traité sur la radiografie (1910), em que sintetizou as pesquisas realizadas com seu marido e com seu aluno Langevin. Em 1911, recebeu pela segunda vez um Prêmio Nobel, agora de Química, por conseguir isolar o rádio metálico puro.

Marie Curie:Radioatividade

Para isso, Henri Becquerel colocou uma amostra de sulfato duplo de urânio e potássio sobre uma chapa fotográfica embrulhada em papel preto e expôs o conjunto à luz solar. Após a revelação da chapa fotográfica, observou que ela se apresentava enegrecida e que, portanto, o sal havia emitido algum tipo de radiação penetrante, capaz de atravessar o papel preto e impressionar a chapa. Em 24 de fevereiro, Becquerel fez um relatório à Academia:“Cobri uma... chapa fotográfica... com duas folhas de papel negro grosso, tão grosso que a chapa não ficou manchada ao ser exposta ao sol durante o dia inteiro. Coloquei sobre o papel uma camada de substância fosforecente e expus tudo ao sol por várias horas. Quando revelei a chapa fotográfica, percebi a silhueta da substância fosforescente em negro sobre o negativo... A mesma experiência pode ser feita com uma lâmina de vidro fina colocada entre a substância fosforescente e o papel, o que exclui a possibilidade de uma ação química resultante de vapores que poderiam emanar da substância quando aquecida pelos raios solares. Portanto, podemos concluir dessas experiências que a substância fosforescente em questão emite radiações que penetram no papel que é opaco à luz...” [Comptes-rendus de l’Académie dês Sciences, Paris, 122, 420 (1896).]