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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE MANAUS ANDRES DORATIOTTO SANTINATO DE SOUZA DESENVOLVIMENTO DE UM DISPOSITIVO DE MANIPULAÇÃO DE CHAPAS E BLANKS NO PROCESSO ESTAMPARIA COM BAIXO CUSTO MANAUS 2015

DESENVOLVIMENTO DE UM DISPOSITIVO DE MANIPULAÇÃO DE … · 5 AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus e Meishu-sama pelos ensinamentos que tem me passado nos momentos mais difíceis

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL

CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE MANAUS

ANDRES DORATIOTTO SANTINATO DE SOUZA

DESENVOLVIMENTO DE UM DISPOSITIVO DE MANIPULAÇÃO DE CHAPAS E

BLANKS NO PROCESSO ESTAMPARIA COM BAIXO CUSTO

MANAUS

2015

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL

CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE MANAUS

ANDRES DORATIOTTO SANTINATO DE SOUZA

DESENVOLVIMENTO DE UM DISPOSITIVO DE MANIPULAÇÃO DE CHAPAS E

BLANKS NO PROCESSO ESTAMPARIA COM BAIXO CUSTO

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como requisito parcial para

obtenção do título de Bacharel em

Engenharia Mecânica ao Centro

Universitário Luterano de Manaus da

Universidade Luterana do Brasil.

Orientador: Prof. Msc. João Cláudio Ferreira Soares

MANAUS

2015

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ANDRES DORATIOTTO SANTINATO DE SOUZA

DESENVOLVIMENTO DE UM DISPOSITIVO DE MANIPULAÇÃO DE CHAPAS E

BLANKS NO PROCESSO ESTAMPARIA COM BAIXO CUSTO

Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia

Mecânica do Centro Universitário Luterano de Manaus – CEULM-ULBRA, como parte dos

requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Mecânica.

Aprovado em ____ de __________________ de 2015.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________

Prof. Msc. João Cláudio Ferreira Soares (Orientador)

CEULM / ULBRA

_______________________________________

Prof. Saulo Maia Marques

CEULM / ULBRA

_______________________________________

Professora Fátima Geisa Mendes Teixeira

CEULM / ULBRA

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...pelo privilégio de agradecer sempre todos

os dias a Deus por tudo que me foi

concedido e lamuriar poucas vezes...

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus e Meishu-sama pelos ensinamentos que tem me passado nos

momentos mais difíceis da minha caminhada.

A minha querida esposa Luciana, pela paciência e dedicação.

Ao meu João Pedro (filho), presente de Deus, motivo de grande alegria e com quem

aprendo todos os dias.

Pelo meu amigo Toshiro Watanabe, pelos ensinamentos de projetos e processos de

estamparia.

A empresa a qual me dedico que muito me acrescentou como profissional e pessoa.

Ao meu orientador e coordenador do curso, Professor João Cláudio pela

credibilidade a mim confiada.

Ao Centro Universitário Luterano de Manaus pela oportunidade de tornar sonhos em

realidade.

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SOUZA, Andres Doratiotto Santinato. Desenvolvimento de dispositivo de manipulação de chapas e blanks no processo de

estamparia com baixo custo. 2015. Centro Universitário Luterano de Manaus,

Universidade Luterana do Brasil, Manaus, 2015.

RESUMO

Este trabalho apresenta uma proposta de desenvolvimento de um manipulador de chapas e blanks em processos de estampagem de peças automotivas. O manipulador poderá ser aplicado em todas as indústrias do Pólo Industrial de Manaus (PIM), ou em indústrias de todo Brasil. O desenvolvimento aborda a problemática da manipulação de chapas que atualmente é realizado manualmente. O princípio do projeto é a automação na alimentação de blanks com a utilização de um manipulador que trabalhará no sistema cartesiano (X,Ye Z) com uma estrutura de aço, servomotores que auxiliarão na movimentação e sistema de ventosas para pegar os blanks. Este trabalho tem como seu ponto forte um fácil retorno ao processo de alimentação manual, visto que toda a sua estrutura não está atrelada a prensa, ao contrário da utilização de robôs. O trabalho também poderá ajudar tanto a indústria, quanto ao trabalhador da área de estamparia, aumento de produção e redução de custos. Palavras-chave: Estampagem Extra Profunda, Estampagem média, Automação, Manipulador, Prensas, Estruturas.

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SOUZA, Andres Doratiotto Santinato. Desenvolvimento de dispositivo de manipulação de chapas e blanks no processo de

estamparia com baixo custo. 2015. Centro Universitário Luterano de Manaus,

Universidade Luterana do Brasil, Manaus, 2015.

ABSTRACT

This paper presents a proposal for development of a device for handling

sheets and blanks in stamping process of automobile parts. The device can be

applied in all the industries of the Industrial Pole of Manaus (PIM), or in industries

throughout Brazil. The development addresses the problem of handling sheets which

is currently done manually. The principle project is the automation in power blanks

with the use of a handler that will work in the Cartesian system (X, Y, Z) with a steel

frame, servomotors which aid in movement and suction system to pick up the blanks.

This work has as its strong point an easy return to manual feeding process, since the

whole structure is not linked to press, unlike the use of robots. The work could also

help both the industry, as the employee of the stamping area, increased production

and reduced costs.

Keywords: Stamping Extra Deep, medium Stamping, Automation, Handler, Presses,

Structures.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Principais componentes de uma ferramenta de estampagem....................15

Figura 2: Ferramentas de repuxo de tanque de combustível de motocicletas...........15

Figura 3: Ferramentas de repuxo de partes de automóveis.......................................16

Figura 4: Robô em linha de produção de estamparia de chapas...............................17

Figura 5: Transfer em linha de produção de estamparia de chapas..........................19

Figura 6: Robô industrial de seis graus de liberdade.................................................21

Figura 7: Exemplo de área ocupada com aplicação convencional............................22

Figura 8: Robô em linha de produção de corte de chapas........................................23

Figura 9: Exemplo de sensor óptico na indústria automotiva ....................................27

Figura 10: Exemplo de sensor óptico na indústria de componentes..........................27

Figura 11: Categorias de sensores ópticos................................................................28

Figura 12: Exemplo de cortina de luz na indústria.....................................................28

Figura 13: Exemplo de cortina de luz em máquinas e prensas.................................29

Figura 14: Processo de alimentação de blanks (atual e proposto)............................31

Figura 15: Desenho do manipulador com detalhamento dos equipamentos.............32

Figura 16: Lista de matérias sem valores...................................................................33

Figura 17: Perspectiva isométrica do manipulador com ferramenta de estamparia..34

Figura 18: Vista lateral do manipulador com ferramenta de estamparia....................34

Figura 19: Vista superior do manipulador com ferramenta de estamparia................35

Figura 20: Vista frontal do manipulador com ferramenta de estamparia...................35

Figura 21: Vista traseira do manipulador com ferramenta de estamparia..................36

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Figura 22: Perspectiva isométrica do manipulador com alimentação de blanks........36

Figura 23: Vista superior do manipulador com alimentação de blanks......................37

Figura 24: Vista frontal do manipulador com dimensões...........................................38

Figura 25: Vista traseira do manipulador – Desenho 2 D ..........................................39

Figura 26: Vista lateral do manipulador – Desenho 2 D ............................................39

Figura 27: Vista superior do enclausuramento...........................................................40

Figura 28: Especificações do CLP de segurança.......................................................42

Figura 29: CLP de lógica............................................................................................42

Figura 30: Cortina de luz especificada no projeto......................................................43

Figura 31: Servo motor especificado no projeto.........................................................44

Figura 32: Ventosa especificada no projeto...............................................................45

Figura 33: Estrutura de ventosas...............................................................................46

Figura 34: Guia linear especificado no projeto...........................................................47

Figura 35: Especificações das buchas dos guias lineares.........................................48

Figura 36: Lista de matérias com valores...................................................................50

Figura 37: Gráfico comparativo de custos entre Manipulador e Robô.......................50

Figura 38: Resumo das atividades do projeto (Plano x Real)....................................52

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

NBR Norma da ABNT

CEULM Centro Universitário Luterano de Manaus

EEP-PC Estampagem Extra Profunda – Peça Crítica

NR-12 Norma da ABNT relacionada à segurança em máquinas e

prensas

PIM Pólo Industrial de Manaus

ULBRA Universidade Luterana do Brasil

ROI Retorno de investimento (Return on Investment)

CLP Controlador Lógico Programável

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LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 –Fluxograma de lógica Manipulador-Prensa-Operador ..............................58

Anexo 2 –Fluxo de integração Manipulador e Prensa...... ........................................59

Anexo 3 –Servo motor especificado no projeto do manipulador...... .........................60

Anexo 4 –Resumo atividades do projeto (Plano x Real)...... .....................................61

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................13

1 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................14

1.1 Estampagem........................................................................................................14

1.2 Aços para estampagem – Chapas laminadas a frio.............................................16

1.2.1 Tipos de estampagem......................................................................................17

1.3 Tipos de equipamentos para automação..........................................................17

1.3.1 Tipos de equipamentos para automação - Transfer..........................................17

1.3.2 Tipos de equipamentos para automação – Robôs...........................................19

1.4 Vantagem e desvantagem – Equipamentos atuais..............................................23

1.5 Automação – CLP................................................................................................24

1.5.1 Componentes de um CLP.................................................................................25

1.6 Sensores ópticos..................................................................................................27

2 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO...................................................................30

2.1 Estudo do problema.............................................................................................30

2.3 Dimensionamento e modelagem do modelo 3D..................................................33

2.4 Desenhos 2D........................................................................................................38

2.5 Dimensionamento da área de instalação.............................................................40

2.6 Estrutura do manipulador....................................................................................40

2.7 Sistema de controle (Lógica e Segurança).........................................................41

2.7.1 Sensor óptico.....................................................................................................43

2.7.2 Servo motor.......................................................................................................44

2.8 Sistema de movimento e força.............................................................................45

2.8.1 Ventosas............................................................................................................45

2.8.2 Guia linear.........................................................................................................46

2.8.3 Bucha guia linear..............................................................................................47

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................................48

CONCLUSÃO............................................................................................................52

REFERÊNCIAS.........................................................................................................53

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INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta uma proposta de desenvolvimento de projeto de um

manipulador de blanks e chapas que trabalhará no sistema cartesiano (X,Ye Z)

semi-interligados às prensas com uma estrutura externa e enclausurado com grades

de segurança para que não ocorram acidentes em sua operação.

Este trabalho poderá ser utilizado em indústrias do Pólo Industrial de Manaus

ou do Brasil.

A problemática abordará mais especificamente o desenvolvimento do projeto

e fabricação de estruturas e mecanismos para alimentação no processo de

estampagem de chapas ou blanks de aço carbono, submetidas a solicitações

mecânicas de conformação em prensas mecânicas.

O ciclo repetitivo de alimentação ou movimentação de Blanks promovem

fadiga e desgaste principalmente nos membros superiores dos operadores de

produção, como ombros e punhos.

A repetição da alimentação dos blanks diariamente, geralmente em blanks

com cerca de mais de 2 kg, gera uma tensão nas mãos e punhos dos operadores,

mesmo estando dentro dos padrões atuais das ferramentas de Ergonomia.

Serão mencionadas neste trabalho informações de empresas, e por questões

de segurança de informação os nomes das empresas e algumas outras informações

que possam comprometer a imagem das marcas permanecerão em sigilo. Contudo,

a divulgação da técnica de forma metodológica, alinhada a motivação acadêmica de

produzir pesquisa são os valores fundamentais deste projeto.

Alguns dados deste projeto poderão ser modificados, alterando seus valores

reais.

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1. REFERENCIAL TEÓRICO

No desenvolvimento da revisão bibliográfica, esta pesquisa aborda temas como:

estamparia, automação, dispositivos e projetos.

1.1 ESTAMPAGEM

A estampagem é um processo de conformação mecânica, geralmente

realizado à frio, que engloba um conjunto de operações, e em sua essência

compreende todas as operações executadas em prensas, sobre chapas, incluindo

operações de repuxo e recorte (Blass, 1985).

É o processo de transformação de uma chapa plana em uma peça com uma

geometria de acordo com uma especificação e desenho do produto, pela ação de

uma ferramenta de Estamparia, geralmente constituída de uma matriz superior,

prensa-chapa (blank holder ou placa flutuante) e um punção.

A ocorrência de defeitos como fratura, estiramentos ou estricção,

empenamento, enrugamento e distorção de forma são relativamente comuns

durante a estampagem, mas são indesejáveis, pois levam ao descarte das peças.

Alguns materiais podem apresenta o problema de retorno elástico em sua

forma, também conhecido como Sprin-back, causando problema de dimensionais

nas coordenadas X,Y e Z, e também problemas de montagem com outras peças.

Se por um lado a seleção de um material com elevado grau de estampagem

aumenta a probabilidade de ter a operação de estampagem bem sucedida, por outro

lado, o material representa uma fração elevada no custo total dos produtos, de modo

que para reduzir os custos, otimizações dos materiais utilizados e dos processos de

estampagem se fazem necessários para aumentar a competitividade do negócio.

Deste modo, pequenas diferenças nas propriedades do material, condições do

ferramental e prensas, lubrificação, parâmetros como velocidade e força de

prensagem podem causar mudanças consideráveis no processo, demandando

experiência e habilidade para realizar a avaliação do processo de estampagem.

(BASTOS, 2009).

As figuras 01, 02 e 03 mostrarão maiores detalhes de ferramentas de repuxo.

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Figura 1: Principais componentes de uma ferramenta de estampagem

Fonte: Próprio autor

Figura 2: Ferramentas de repuxo de tanque de combustível de motocicletas

Fonte: Próprio autor

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Figura 3 : Ferramentas de repuxo de partes de automóveis

Fonte: Próprio autor

1.2 AÇOS PARA ESTAMPAGEM – CHAPAS LAMINADAS A FRIO

A laminação a frio é empregada para produzir chapas, folhas e tiras com

espessuras de 0,15 até 3,00 mm, com acabamento de superfície e tolerâncias

dimensionais superiores quando comparadas com as tiras produzidas por laminação

a quente.

Além disso, o encruamento resultante da redução a frio pode ser utilizado

para aumentar a resistência do produto final. A redução total atingida por

laminação a frio geralmente varia de 50 a 90%. Normalmente, as menores reduções

são realizadas nos últimos passes para permitir um melhor controle do

aplainamento, espessura e acabamento de superfície. Essa redução ocorre com

rolos que apresentam um melhor acabamento superficial, consequentemente

refletindo no laminado.

A prática normal é dar uma pequena redução final a frio no aço recozido,

chamada de passe de encruamento de superfície, que elimina o alongamento

descontínuo do limite de escoamento e também tem como resultado final uma

melhora da qualidade de superfície e controle dimensional.

Outros métodos podem ser utilizados na melhoria do controle dimensional das

tiras ou folhas laminadas, entre estes estão o aplainamento por rolos e o

desempeno por tração. (BASTOS, 2009)

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1.2.1 TIPOS DE ESTAMPAGEM

Os materiais da norma NBR5915, alterações em suas composições químicas

e nas 80 variáveis de processamento térmico e mecânico proporcionam níveis

diferentes de propriedades mecânicas e, consequentemente, diversos graus de

estampabilidade, sendo estes:

• Estampagem Média (EM);

• Estampagem Profunda (EP);

• Estampagem Extra-Profunda (EEP);

• Estampagem Extra-Profunda Peça Crítica (EEP-PC);

Fonte: Site CSN

1.3 TIPOS DE EQUIPAMENTOS PARA AUTOMAÇÃO

Em indústrias atuais as automações em estamparia são realizadas por robôs

ou transfer, conforme figura 04.

Figura 4: Robô em linha de produção de estamparia de chapas

Fonte: Site Google - Internet

1.3.1 TIPOS DE EQUIPAMENTOS PARA AUTOMAÇÃO - TRANSFER

Transfer: Método cartesiano de transferência de blanks, chapas ou peças

através de braços ou pinças (BNDES, 1998)

As prensas transfer desenvolveram-se para responder à fabricação de

componentes de uma forma totalmente automatizada e sem a necessidade da

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utilização de mão de obra. O coração da instalação é constituído pelo transfer, o

elemento que desloca as peças de uma estação à seguinte para realizar as

sucessivas operações necessárias para a conformação da peça.

A tendência nas estamparias na última década tem sido de instalar as

chamadas prensas tri axis transfer e cross bar transfer, no lugar de uma linha de 4 a

6 prensas individuais. Estes equipamentos consistem em uma série de ferramentas

(almofadas) alinhadas em uma só estrutura, com um sistema de carga e descarga

automático (automatic shuttler system) para transferir os painéis entre as almofadas

das prensas.

Os setups de ferramentas devem durar de 5 a 20 minutos, pelo seu alto custo

e alta produtividade, é econômico controlá-las por um sistema sofisticado de

automação.

As prensas transfer são produzidas, hoje, por poucos fabricantes, como

Hitachi Zosen, Komatsu e Schuller, e custam desde US$8 milhões até US$ 30

milhões cada.

É possível automatizar prensas convencionais, como os mecanismos de

mudança rápida de ferramentas. É difícil para um fabricante remover todas as suas

antigas prensas e substituí-las por prensas transfer novas, tendo em vista o custo do

investimento. Em empresas novas é muito mais fácil e com menos custos a

automação da planta fabril com automação, pois ao instalar uma nova linha, ou

construir uma nova unidade, está apta a adotar os mais recentes métodos de

trabalho e técnicas de produção. Por mais que os custos na instalação de processos

automatização na planta fabril, ou até mesmo de um setor de estamparia seja de

altíssimo custo, a permanência da estamparia dentro de uma montadora é

viabilizado pelo alto volume de produção, que será amortizado e depreciado nas

prensas e ferramentas.

A automação crescente dos processos de estampagem bem como de

soldagem é também outro fator que torna a estamparia uma atividade cara.

(SANTOS, 1998).

A figura 05 mostrará com maiores detalhes um transfer em linha de produção

de estampagem de chapas.

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Figura 5: Transfer em linha de produção de estamparia de chapas

Fonte: Site Google - Internet

1.3.2 TIPOS DE EQUIPAMENTOS PARA AUTOMAÇÃO – ROBÔS

Segundo ROMANO e DUTRA, e difinido pela Robotic Industries Association

(RIA), robô industrial é definido como um "manipulador multifuncional reprogramável

projetado para movimentar materiais, partes ferramentas ou peças especiais,

através de diversos movimentos programados, para o desempenho de uma

variedade de tarefas” (RIVIN, 1988).

Uma definição mais completa é apresentada pela norma ISO (International

Organization for Standardization) 10218, como sendo: "uma máquina manipuladora

com vários graus de liberdade controlada automaticamente, reprogramável,

multifuncional, que pode ter base fixa ou móvel para utilização em aplicações de

automação industrial".

Um robô industrial é formado pela integração dos seguintes componentes

(RIVIN, 1988 SEERING, SCHEINMAN, 1985, WARNECKE et al., 1985, SCIESZKO,

1988, BORODIN, 1988).

a) manipulador mecânico: refere-se principalmente ao aspecto mecânico e

estrutural do robô. Consiste da combinação de elementos estruturais rígidos

(corpos ou elos) conectados entre si através de articulações (juntas), sendo o

primeiro corpo denominado base e o último extremidade terminal, onde será

vinculado o componente efetuador (garra ou ferramenta).

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• elos: É inevitável que os elos rígidos apresentem algum grau de flexibilidade

quando submetidos a esforços durante a realização de uma tarefa, sejam estes de

natureza estática ou dinâmica. Portanto, nos robôs, a estrutura deve ser projetada

para apresentar elevada rigidez aos esforços de flexão e torção. Os materiais mais

empregados nas estruturas são alumínio e aço. Mais recentemente têm sido usados

fibras de carbono e de vidro, materiais termoplásticos e plásticos reforçados.

Para cada aplicação industrial deve-se levar em consideração os materiais da

estrutura dos robôs.

• junta: Em robótica geralmente utiliza-se dois tipos básicos de juntas para compor

um par cinemático formado por dois elos adjacentes: junta de rotação ou junta

prismática (translação).

O número de graus de liberdade que um robô apresenta é o número de

variáveis independentes de posição que precisam ser especificadas para se definir a

localização detodas as partes do mecanismo, de forma inequívoca.

b) atuadores: São componentes que convertem energia elétrica, hidráulica ou

pneumática, em potência mecânica. Através dos sistemas de transmissão a potência

mecânica gerada pelos atuadores é enviada aos elos para que os mesmos se

movimentem.

c) sensores: Fornecem parâmetros sobre o comportamento do manipulador,

geralmente em termos de posição e velocidade dos elos em função do tempo, e do

modo de interação entre o robô e o ambiente operativo (força, torque, sistema de

visão) à unidade de controle. (RIVIN, 1988 SEERING, SCHEINMAN, 1985,

WARNECKE et al., 1985, SCIESZKO, 1988, BORODIN, 1988).

A figura 06 mostrará com maiores detalhes um braço de robô com seis graus

de liberdade.

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21

Figura 6 - Robô industrial de seis graus de liberdade

Fonte: Site Google - Internet

Segundo o fabricante de robôs KUKA a definição de Robôs é:

São equipamentos que podem manusear desde chapas metálicas a tarugos,

e alimentam e descarregam prensas de estampagem, transferem as peças

brutas pré-formadas, ou ate mesmo pecas acabadas.

O robô pode ser montado de cabeça para baixo ou no chão diretamente em

sua base.

Pessoas bem treinadas podem programar os robôs e controlar toda a

instalação. É possível alterar parâmetros individuais do sistema, como forças de

compressão, velocidades, sem interromper a produção.

A agilidade dos eixos, os robôs são essencialmente mais flexíveis que um

dispositivo automático de transfer. Os robôs podem ser utilizados na produção de

linha de prensas 1 frente a uma linha comparável que trabalhe de forma manual com

três operários por turno e alcance uma tonelagem média de 1,5 tonelada por hora de

produção.

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22

Como todos os equipamentos robóticos, os robôs podem trabalhar 24 horas, 7

dias por semana, ou seja, sem interrupções na produção.

Porém é necessário um planejamento de manutenções (preditiva e preventiva) nos

mesmos para evitar os desgastes prematuros, quebras, e manutenções corretivas

durante a produção, ocasionando paradas na produção.

Com a automação, a empresa conseguirá produzir peças que manualmente não

poderiam ser fabricadas, porém com dificuldade inicial para desenvolvimento de

garras, pinchas ou ventosas.

Os robôs também podem ser instalados de cabeça para baixo, reduzindo a

área útil da instalação necessária para a aplicação, porém deve-se levar em conta a

fabricação da estrutura para comportá-lo, sem que haja nenhum tipo de acidente

durante a produção. A instalação poderá variar de acordo com cada processo

produtivo e o especo físico para a instalação dos mesmos (lay-out produtivo).

A figura 07 mostrará a aplicação de instalação de robô no método convencional.

Fonte: Site KUKA Robotics

Exemplo de ganho de área com instalação invertida:

Aplicação invertida: 6 m2 de área útil na planta de produção

Aplicação convencional (no chão): 12 m2 de área útil na planta de

produção

Figura 7 – Exemplo de área ocupada com aplicação convencional

Fonte: Site Google – Interne

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Os principais fabricantes de robôs são: MOTOMAN (YASKAWA), ABB, KAWASAKI

e FANUC, conforme figura 08.

Figura 8: Robô em linha de produção de corte de chapas

Fonte: Site Google - Internet

1.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS - EQUIPAMENTOS ATUAIS

Vantagens

• Aumento significativo da produtividade.

• Máxima flexibilidade de produção

• Aumento da qualidade das peças e da vida útil das ferramentas

• Repetibilidade e confiabilidade de produção.

• Produtividade sem interrupções

• Aquisição de Know-how na implantação da automação

Desvantagens

• Manutenções preventivas e preditivas com maior frequência

• Equipe de manutenção com Know-how para manutenções do porte

• Dependência do equipamento em caso de quebras e parada da produção

• Custo elevado na implantação

• Dependência do equipamento em caso de quebra

• Impossibilidade de retorno ao processo manual

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1.5 AUTOMAÇÃO – CLP

CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL – CLP/PLC

Um Controlador Lógico Programável é definido pelo IEC (International Electrotechnical

Commission) como: “Sistema eletrônico operando digitalmente, projetado para uso em um

ambiente industrial, que usa uma memória programável para a armazenagem interna de

instruções orientadas para o usuário para implementar funções específicas, tais como lógica,

sequencial, temporização, contagem e aritmética, para controlar, através de entradas e

saídas digitais ou analógicas, vários tipos de máquinas ou processos. O controlador

programável e seus periféricos associados são projetados para serem facilmente integráveis

em um sistema de controle industrial e facilmente usados em todas suas funções previstas.”

(FRANCHI; CAMARGO, 2013, p. 23).

Funcionamento O funcionamento do CLP tem base nas entradas de informações, o processamento

das mesmas e a saída de outras informações que são os resultados do

processamento.

Para esse funcionamento, é necessário que ele possua uma estrutura que contenha

portas de entrada/saída (I/O), a CPU (Central Processing Unit, em português

Unidade Central de Processamento) e memória (situada no interior da CPU).

Atualmente existem dois (02) tipos de CLP: Compacto e o Modular.

(TÓFOLI; HIGA, 2014)

CLP compacto:

Tem como característica possuir todos os módulos necessários (CPU, fonte de

alimentação e módulos de entrada/saída) em uma única unidade, necessitando

apenas da programação e a alimentação, mas têm como limitação as portas de

entrada e saída, que já são determinadas pelo fabricante, esse tipo de CLP é

normalmente empregado para CLPs de pequeno porte (TÓFOLI; HIGA, 2014)

CLP modular:

Possui uma base (rack) e nela pode-se inserir os módulos (entradas/saídas, CPU,

fonte de alimentação e memórias), o modular tem como vantagem, uma maior

disponibilidade de portas de entrada e saída, já que se pode inserir, de acordo com

a base, mais unidades, normalmente é empregado em CLPs de grande porte, que

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25

podem tratar de centenas de pontos de entrada/saída.

Os sistemas dos CLP`s podem ser:

Sistemas rígidos de automação

O controle é automático, mas não permite alteração do processo depois da

definição do sistema e seus componentes

Sistemas flexíveis de automação

Permite fazer algumas alterações no sistema e em seus componentes, como incluir

ou retirar entradas e saídas. (TÓFOLI; HIGA, 2014)

1.5.1 COMPONENTES DE UM CLP

O CLP é composto basicamente por:

CPU (Central Processor Unit/Unidade Central de Processamento):

É responsável por comandar todas as atividades do CLP. É a unidade responsável

pela execução do programa principal e pelo gerenciamento do processo. Ela é quem

recebe as informações das portas de entrada, processa e envia informações para as

portas de saída, gerando um ciclo e executando o programa que está armazenado

na memória de programa. (TÓFOLI; HIGA, 2014)

Portas I/O (Input/Output) ou E/S (Entrada/Saída):

São responsáveis pela comunicação do CPU com o mundo exterior e do mundo

exterior com o CPU. São essas portas que recebem informações vindas de

sensores, botões e etc. (portas de entrada) e as que enviam informações para

atuadores e válvulas (portas de saída). As portas I/O podem ser analógicas ou

digitais.

Fonte de alimentação:

Responsável pelo fornecimento da energia ao CLP.

Normalmente as fontes são projetadas para fornecer várias tensões de alimentação

para os módulos.

O processador normalmente necessita de uma alimentação de 5 Vcc.

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Cartões de entradas e saídas digitais precisam de alimentação auxiliar para os

elementos de chaveamento e conversão, normalmente de 12 Vcc ou 24 Vcc.

Cartões de entradas e saídas analógicas necessitam de alimentação 24 Vcc.

Os fabricantes especificam a capacidade máxima da fonte em Watts ou Amperes.

Deve-se dimensionar a fonte para alimentar todos os cartões com folga de pelo

menos 20%. Caso seja necessário pode-se usar fontes externas para complementar

a capacidade da fonte.

Atualmente a grande maioria dos CLPs são alimentados com tensão de HOVca /

220Vca, entretanto alguns modelos, principalmente os de pequeno porte necessitam

de alimentação já rebaixada, por fonte externa, operando com 12 Vca ou Vcc e 24

Vca ou Vcc.

Memória:

Memória de programa: armazena o programa principal, desenvolvido pelo

programador de acordo com o processo ou máquina que deseja controlar. Utiliza-se

memória EPROM (memória não volátil), não perdendo o programa com falta de

energia.

Memória de dados: armazena temporariamente os dados do programa (por

exemplo, informações de sensores que são úteis apenas na hora do processo).

Utiliza-se memória RAM (memória volátil), perdendo os dados com a falta de

energia.

Linguagem de Programação

“Linguagem de programação é um conjunto padronizado de instruções que o

sistema computacional é capaz de reconhecer.” (CAMARGO; FRANCHI, 2013,

p. 95)

A linguagem de programação que o CLP utiliza segue uma norma, que atende ao

ponto de vista das empresas usuárias do equipamento, que seria um desperdício de

recursos já que as habilidades desenvolvidas por seus funcionários na utilização de

um determinado tipo de CLP não poderiam ser reaproveitadas caso houvesse uma

substituição por outro tipo ou fabricante.

Atualmente, a linguagem mais utilizada entre os programadores é a programação

em Ladder, que é considerada mais simples de se compreender e uma

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aprendizagem mais rápida, devido a sua lógica baseada em contatos e ser

semelhante com a de diagramas elétricos. (TÓFOLI; HIGA, 2014)

1.6 SENSORES ÓPTICOS

O princípio básico de funcionamento dos sensores ópticos está em emitir uma

luz e monitorar se essa luz é recebida e recebê-la de volta.

Para diferenciar a luz refletida da luz ambiente, a luz emitida pelo sensor é

modulada, ou seja, são pulsos de luz em uma determinada freqüência. Assim, a luz

recebida passa por um filtro, de maneira que o sensor só será atuado se a luz

recebida estiver na mesma faixa de freqüência da luz emitida, conforme figuras 09 e

10. (SOUZA, 2013)

Figura 9: Exemplo de sensor óptico na indústria automotiva

Fonte: Site Google – Internet

Figura 10: Exemplo de sensor óptico na indústria de componentes

Fonte: Site Google - Internet

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SENSORES ÓPTICOS SE DIVIDEM EM TRÊS CATEGORIAS

1- Difusão;

2- Reflexivo ou Retro-reflexivos

3- Emissor-receptor

A figura 11 mostra as categorias de sensores ópticos

Figura 11: Categorias de sensores ópticos

Fonte: Site Google - Internet

SENSORES ÓPTICOS (Cortina de Luz)

- Cortinas e grades de luz são dispositivos óptico-eletrônicos de proteção.

- São utilizadas em aplicações de proteção de zonas em sistemas

automatizados.

- Evitam que pessoas entrem em contato com áreas de risco da máquina que

estejam sem proteção mecânica (Conforme figura 12)

- As cortinas e grades de luz somente cumprem sua função de segurança

- Utilizados nas indústrias (Montadoras de veículos, Estamparias, Texteis, etc)

para evitar acidentes de trabalhos. (SOUZA, 2013)

Figura 12: Exemplo de cortina de luz na indústria

Fonte: Site Google - Internet

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A figura 13 ilustra a aplicação de cortinas de luz em diversos equipamentos e

máquinas utilizadas na indústria.

Figura 13: Exemplo de cortina de luz em máquinas e prensas

Fonte: Site Google - Internet

SENSORES ÓPTICOS (Cortina de Luz) - Categorias

As cortinas de luz estão dividas em tipos e categorias.

Essas categorias servem para definir quais os equipamentos e partes do corpo que

deverão ser protegidas na instalação da cortina de luz.

A distância que a cortina de luz deve ser instalada pode variar entre marcas, porém

a menor distância gira em torno de 300 mm, entre o emissor e o receptor.

Abaixo elas podem ser classificadas da seguinte forma:

Tipo 2 – Mão: 0,3~15 metros

Tipo 4 – Mão: 0,3~9 metros

Tipo 4 – Dedo: 0,3~7,5 metros

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As cortinas de luz do TIPO 4 são exclusivas para Prensas e máquinas de corte que

podem ferir gravemente, ou até mesmo levar a morte do operador, caso haja falha

no equipamento.

Nas cortinas do TIPO4 ou CATEGORIA 4, existe redundância de informações de

segurança, o sistema fica monitorando o tempo todo as informações entre os CLP`s.

Geralmente no sistema como um todo (prensa e cortinas de luz) existe um CLP de

Segurança e um CLP de Lógica. (SOUZA, 2013)

Resolução da cortina de luz

A resolução da cortina é distância entre os leds que estão alinhados nas

mesmas, que servem de emissores e receptores.

Quanto menor a resolução da cortina de luz mais elevado será seu custo.

O custo médio de um par de cortina de luz gira em torno de R$ 1.500,00 à

R$ 2.000,00 (valores do ano de 2015)

2. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

Este projeto foi desenvolvido para atender uma necessidade de automação

de processos de estamparia com investimento reduzido ao compararmos uma

automação utilizando robôs.

Todo o desenvolvimento que incorpora este trabalho tem como base a

experiência de chão de fábrica do autor, estudos de casos, referências de

fabricantes de robôs e transfers, análise de implantação de novos equipamentos,

retorno sobre investimento (ROI) e segurança, tanto dos equipamentos como

prensas e o próprio manipulador, como os operadores que estarão no processo

produtivo de estampagem de peças.

2.1 ESTUDO DO PROBLEMA

Para o desenvolvimento do projeto, foi mesmo foi projetado em software de

desenhos mecânicos em modelagem 3D.

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O princípio do projeto é a automação na alimentação de blanks com a utilização de

um manipulador que trabalhará no sistema cartesiano (X,Ye Z) com uma estrutura

de aço de chapas, bases de aço, fusos sem fim, servomotores, ventosas para pegar

os blanks, guias lineares, etc.

Ao contrário de demais equipamentos como robôs e/ou transfers que são

fixados às prensas, sem poder de retorno rápido ao processo de alimentação

manual em caso de pane ou quebra, o projeto vem com a proposta de rápida

reversão do sistema de automático para manual em caso de quebra, devido a sua

estrutura como um todo ser separada da prensa, ficando reversível este

procedimento.

O manipulador foi projetado para manipular blanks de até aproximadamente

100 kilogramas, porém geralmente um blank de tanque de motocicleta tem sua

massa em cerca de 3 Kilogramas, sendo utilizado 02 blanks (1 para cada da lado

dos guias lineares).

O objetivo do projeto proposto foi à automação de processo de alimentação

de blanks no processo de estamparia de aços e redução de custo com a eliminação

de 03 colaboradores (01 por turno / 3 turnos)

O processo atualmente é manual, e com o projeto do manipulador o processo se

tornará automatizado.

A figura 14 mostra a ilustração da fase atual e a fase proposta.

Figura 14: Processo de alimentação de blanks (atual e proposto)

Fonte: Próprio autor

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2.3 DIMENSIONAMENTO E MODELAGEM DO MODELO 3D

A modelagem do manipulador foi desenvolvida no software chamado CATIA

V5 que trabalha basicamente em modelagem 3D.

O software CATIA V5 também gera desenhos em 2D para fabricação de peças e

componentes, facilitando o entendimento da pessoa (soldador, torneiro, montador

mecânico, etc) que irá fabricar. Foi gerada uma lista de material com especificações

do projeto.

Nas páginas seguintes encontraremos a lista de materiais e desenhos do

manipulador em perspectiva isométricas e vistas superior, lateral e frontal que foram

projetadas no software.

As figuras 15 e 16 mostra o resumo da modelagem do projeto e lista de

materiais com principais elementos.

Figura 15: Desenho do manipulador com detalhamento dos equipamentos

Fonte: Próprio autor

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Tabela 16: Lista de matérias sem valores

Fonte: Próprio autor

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As figuras 17 à 23 mostram as vistas do projeto do equipamento.

Figura 17: Perspectiva isométrica do manipulador com ferramenta de estamparia

Fonte: Próprio autor

Figura 18: Vista lateral do manipulador com ferramenta de estamparia

Fonte: Próprio autor

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Figura 19: Vista superior do manipulador com ferramenta de estamparia

Fonte: Próprio autor

Figura 20: Vista frontal do manipulador com ferramenta de estamparia

Fonte: Próprio autor

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Figura 21: Vista traseira do manipulador com ferramenta de estamparia

Fonte: Próprio autor

Figura 22: Perspectiva isométrica do manipulador com alimentação de blanks

Fonte: Próprio autor

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Figura 23: Vista superior do manipulador com alimentação de blanks

Fonte: Próprio autor

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2.4 DESENHOS 2D

Foram geradas no software CATIA V5 desenhos em 2D para fabricação de

peças e componentes com dimensões gerais do manipulador

Abaixo seguem alguns desenhos 2D do equipamento completo

Observações: Os desenhos de construção detalhado do equipamento não

estarão neste projeto.

Abaixo as figuras 24, 25 e 26 mostram as dimensões do equipamento.

Figura 24: Vista frontal do manipulador com dimensões

Fonte: Próprio autor

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Figura 25: Vista traseira do manipulador – Desenho 2D

Fonte: Próprio autor

Figura 26: Vista lateral do manipulador – Desenho 2D

Fonte: Próprio autor

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2.5 DIMENSIONAMENTO DA ÁREA DE INSTALAÇÃO

O enclausuramento da área de instalação é necessário para evitar acidentes

com o manipulador em funcionamento (NR-12).

Caso alguma pessoa invada a área de trabalho do manipulador, o mesmo irá

“PARAR” de funcionar.

O enclausuramento será fabricado com grades de estruturas metálicas com perfis

quadrados, conforme figura 27 (Vide lista de material com valores).

Figura 27: Vista superior do enclausuramento

Fonte: Próprio autor

2.6 ESTRUTURA DO MANIPULADOR

A estrutura metálica do manipulador será fabricada de chapa de aço 1020 de

¾ de polegadas, tubulações, solda e parafusos.

As colunas de fixação para acomodação dos servomotores e fusos serão soldadas

para formar uma Viga U.

Algumas regiões da estrutura serão parafusadas, como exemplo a estrutura

das ventosas, fixação da base do manipulador no chão e servomotores na estrutura.

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2.7 SISTEMA DE CONTROLE (LÓGICA E SEGURANÇA)

A lógica de todo o sistema proposto neste trabalho estará no ANEXO 01, devido a

sua complexidade e tamanho do fluxograma dos processos para o manipulador,

ficando sua visualização em uma folha A3.

O fluxograma terá a lógica entre OPERADOR > MANIPULADOR> PRENSA, assim

como o tempo de cada etapa do processo.

Para entendimento da lógica como um todo; os primeiros passos para que o

operador, prensa e manipulador trabalhem em sincronismo será por meios de

acionamentos determinados nas botoeiras (bi-manual).

Após alguns acionamentos determinados pela lógica do sistema, o manipulador

trabalhará no modo AUTOMÁTICO.

A integração entre operador, prensa e manipulador se dará por meio de um CLP.

O CLP que será utilizado no manipulador e prensa será da marca SCHNEIDER

ELECTRIC, modelo Preventa XPS MP (CLP de segurança), executável em Windows

Especificações do CLP:

Categoria 4 conforme a EN 954-1 e SIL3 conforme a IEC 61508.

2 tipos de PLC´s de segurança: Compacto com E/S integradas, Modular, em

rack incluindo 6 slots para diferenciados módulos de E/S.

14 funções de segurança certificadas, disponível na biblioteca do software

XPSMFWIN, de forma a cumprir os requisitos de aplicação específicos.

Possível de se criar uma função de segurança adequada para a aplicação.

Aplicações

Máquinas complexas ou linhas automatizadas que requerem proteção tanto

para o operador como para a máquina.

Setor automobilístico, trabalhos com madeira, trabalhos com cimento,

máquinas e processos de embalagens, transportadores, equipamento de

elevação, elevadores, controle de movimentos.

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A figura 28 mostra a foto do CLP de segurança que será utilizado no projeto.

Figura 28: Especificações do CLP de segurança

Fonte: Catálogo da Schneider Electric

Todo o fluxo de integração entre manipulador e prensa estará no ANEXO 02.

A figura 29 mostra a foto do CLP de lógica que será utilizado no projeto.

Figura 29: CLP de lógica

Fonte: Site Google - Internet

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2.7.1- SENSOR ÓPTICO (CORTINA DE LUZ)

Para este projeto utilizaremos as cortinas de luz especificadas abaixo:

Marca: Allen Bradley

Modelo: Guard Shield Padrão de POC Tipo 4

Categoria: Tipo 4 (Segurança)

Resolução: Mãos

A figura 30 mostra a cortina de luz que será utilizado no projeto.

Figura 30: Cortina de luz especificada no projeto

Fonte: Site da Allen-Bradley

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2.7.2 - SERVO MOTOR

Para este trabalho usaremos servo motores da marca Mitsubishi com especificações

abaixo:

Marca: Mitsubishi

Modelo: HF-SP52B

Quantidade: 03 unidades

As premissas para a utilização de servso motores, foram:

O sincronismo da operação de início e fim de pega dos blanks, garantindo o

paralelismo do sistema de ventosa.

Curso de avanço e recuo dos guias lineares.

Velocidade de avanço e recuo dos guias lineares.

Se fossem utilizados cilindros pneumáticos, tais premissas não seriam atendidas na

sua totalidade, como exemplo a velocidade de avanço e recuo.

O desenho do catálogo do servo motor estará no ANEXO 03 para melhor

visualização do mesmo.

A figura 31 mostra a servo motor que será utilizado no projeto.

Figura 31: Servo motor especificado no projeto

Fonte: Catálogo do fornecedor

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2.8 SISTEMA DE MOVIMENTO E FORÇA

2.8.1 - VENTOSAS

As ventosas são peças que utilizam o vácuo, através de ar-comprimido para “pegar”

ou “sugar” objetos como vidros, blanks e peças plásticas, transportando de um ponto

a outro ao longo do processo produtivo.

Todo o sistema pneumático será constituído de ventosas, mangueiras e conexões

para a fabricação do manipulador.

Para este trabalho usaremos ventosas flexíveis da marca Parker com especificações

abaixo:

Marca: Parker

Modelo: PCG-60-NBR (Diâmetro= 60 mm)

Quantidade: 08 unidades

A figura 32 mostra a ventosa que será utilizada no projeto.

Figura 32: Ventosa especificada no projeto

Fonte: Catálogo do fornecedor

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A figura 33 mostra a estrutura das ventosas que será utilizada no projeto.

Figura 33: Estrutura de ventosas

Fonte: Próprio autor

2.8.2 - GUIA LINEAR

O guia Linear é um rolamento com movimento linear. Geralmente utilizados em

máquinas econômicas de alta precisão, alta rigidez e alta velocidade com uma vida

útil longa.

Para este trabalho usaremos guias lineares com especificações abaixo:

Marca: Rollon

Modelo: DEF63-1490

Quantidade: 02 unidades

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A figura 34 mostra o guia linear que será utilizado no projeto.

Figura 34: Guia linear especificado no projeto

Fonte: Catálogo do fornecedor

2.8.3 - BUCHA - GUIA LINEAR

Para este trabalho usaremos buchas para os guias lineares com especificações

abaixo:

Marca: THK (Japão)

Modelo: SL 30 UU

Quantidade: 06 unidades

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A figura 35 mostra a bucha do guia linear que será utilizado no projeto.

Figura 35: Especificações das buchas dos guias lineares

Fonte: Catálogo de guias lineares THK

3 – RESULTADOS E DISCUSSÕES

Na decisão de mudança de um processo manual para a automação deve-se

levar em contas alguns aspectos como, redução de custos visando maior

rentabilidade da empresa. Toda empresa deve ter como meta a redução de seus

custos, seja ela com melhorias de processos (melhorias simples, como um

dispositivo para soldar uma peça) ou automação de processos para a eliminação de

operadores.

Outros pontos que deve ser levado em conta são os afastamentos de

funcionários por esforços repetitivos (LER), ou os mesmos em longos períodos de

fisioterapia, e necessidade de adequações às normas de segurança (NR12) vigentes

no país.

Este trabalho tomou como foco a automação de processo de blanks, já que

não há outros meios de redução de custos impactantes. Como toda automação, o

custo inicial se torna alto devido a compra de equipamentos, componentes e apoio

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técnico especializado, porém este trabalho visa minimizar os custos com

equipamentos e apoio técnico, visto que a meta é aproveitar o know-how da equipe

técnica da própria fábrica.

No desenvolvimento do trabalho foram levadas as considerações desde se

projetar em um software com plataforma mundialmente conhecido como o CATIA

V5, até especificar componentes e equipamentos de fácil acesso de compra, como

por exemplo a estrutura (pilares de que deverá ser feita de chapas de aço dobradas

para a conformação de uma viga “U” até as ventosas que pegarão os blanks

Os CLP’s de lógica e segurança serão das marcas Schneider e MITSUBISHI.

As cortinas de luz foram especificadas da marca Allen-Bradley, um dos melhores

fabricantes de cortina de luz e equipamentos para segurança em equipamentos e

prensas.

Os servomotores serão da marca japonesa MITSUBISHI, que é mundialmente

conhecida pela sua durabilidade e confiabilidade. Assim como os fusos que serão da

marca japonesa THK.

Os guias lineares também foram especificados da marca THK.

Caso não haja os mesmos equipamentos especificados no momento da

compra, deverão ser realizados cálculos ou testes para a compra de similares ou

paralelos.

Para o cálculo de custos deste trabalho foram elaboradas planilhas de custos

e pesquisas de mercado para maior afinamento dos preços mantidos no mercado

atual. O custo do manipulador será de aproximadamente de R$ 90 mil.

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A figura 36 mostra a tabela de materiais com custos.

Figura 36: Lista de matérias com valores

Fonte: Próprio autor

Foi realizado comparativo estimado entre 01 robô (somente 01 braço) e o

manipulador, e sua implantação poderá fica em torno de 55% menor, tendo seu

retorno de investimento (ROI) em menos de 12 meses (Vide Figura 38)

A figura 27 mostra um gráfico comparativo com um robô.

Figura 37: Gráfico comparativo de custos entre Manipulador e Robô

Fonte: Próprio autor

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Para este projeto foram estimadas algumas vantagens e desvantagens, visto a

experiência do autor em automação e implantação de novos equipamento.

Vantagens

• Investimento de baixo custo em comparativo com robôs

• Aumento da produtividade

• Aumento da qualidade das peças e da vida útil das ferramentas, devido a não

interferência dos operadores com sujidade nos blanks

• Redução de custos com 03 operadores (Ganho de R$ 122,4 K)

• Aquisição de Know-how na implantação da automação

• Possibilidade de retorno ao processo manual

Desvantagens

• Manutenções preventivas e preditivas com maior frequência

• Equipe de manutenção com Know-how para manutenções do porte

• Dependência do equipamento em caso de quebras e parada da produção

Para os cálculos de redução de custos com operadores foram utilizados os

seguintes passos:

Salário de 01 operador= R$1.700,00

Encargos Fiscais (empresa)= R$1.700,00 (em média 100% do salário)

Gasto mensal (Salário + Encargos)= R$3.400,00

Gasto anual de 01 operador (R$3.400,00 x 12 meses)=R$ 40.800,00

Turnos de produção= 03 turnos

Qtde operadores nos 3 turnos= 03 operadores

Gasto anual de 03 operadores (R$40.800,00 x 03 op.)=R$ 122.400,00

As premissas do projeto foram elaboradas visando o projeto (3D e 2D), sistemas de

segurança e interface “manipulador x prensa”, tempo de processo, custos e

fabricação do mesmo em escala reduzida para melhor visualização de seu

funcionamento.

A figura 38 mostra uma tabela das atividades com o Plano (início do projeto) e Real

(final do projeto). O resumo estará também no ANEXO 04.

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Figura 38: Resumo das atividades do projeto (Plano x Real)

Fonte: Próprio autor

CONCLUSÃO

Os objetivos deste trabalho foram alcançados.

No começo deste trabalho pensou-se no projeto como um todo, desde a modelagem

3D, modelagem matemática com simulação 3D e construção de protótipo em escala

reduzida. Somente a construção de modelo reduzido não foi possível, porém o

restante do trabalho trouxe uma ampla visão das dificuldades e oportunidades no

caso de construção do próprio manipulador. Caso seja necessária a construção

deste manipulador, o mesmo deverá ter seus desenhos detalhados através de um

projetista.

Para trabalhos futuros e sugestões, deveremos aprimorar este equipamento,

visando toda a sua automação com a eliminação total dos operadores.

A automação total deverá ser na alimentação de blanks e retirada de peças já

repuxadas.

Constatado através deste trabalho várias oportunidades para otimização da

produção e automação simples, em comparativo com robôs, desmistificando o

conceito do “alto custo”

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ANEXOS

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ANEXO 01

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ANEXO 02

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ANEXO 03

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ANEXO 04