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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA - CCET PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS – PPGCEM DESENVOLVIMENTO DE UM PROTÓTIPO PARA ANÁLISE DINÂMICA DA DUREZA DE SUPERFÍCIES METÁLICAS Sérgio Barros de Sousa Orientador: Prof° Dr. Clodomiro Alves Júnior Co-orientador: Prof° Dr. Ayrton de Sá Brandim Co-orientador: Profº Dr. Rômulo Ribeiro Magalhães de Sousa Natal/RN 2010

DESENVOLVIMENTO DE UM PROTÓTIPO PARA ANÁLISE … · dureza de superfícies metálicas através de ensaios de penetração. Ele consiste de um micro-penetrador que é movimentado

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA - CCET PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS – PPGCEM

DESENVOLVIMENTO DE UM PROTÓTIPO PARA ANÁLISE DINÂMICA DA DUREZA DE SUPERFÍCIES

METÁLICAS

Sérgio Barros de Sousa

Orientador: Prof° Dr. Clodomiro Alves Júnior

Co-orientador: Prof° Dr. Ayrton de Sá Brandim Co-orientador: Profº Dr. Rômulo Ribeiro Magalhães de Sousa

Natal/RN 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA - CCET PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS – PPGCEM

Desenvolvimento de um Protótipo para Análise Dinâmica da Dureza de Superfícies Metálicas

Sérgio Barros de Sousa

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais, Centro de Ciências Exatas e da Terra da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ciência e Engenharia de Materiais.

Orientador: Prof° Dr. Clodomiro Alves Júnior Co-orientador: Prof° Dr. Ayrton de Sá Brandim

Co-orientador: Profº Dr. Rômulo Ribeiro Magalhães de Sousa

Natal/RN 2010

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Sousa, Sérgio Barros de. Desenvolvimento de um protótipo para análise dinâmica da dureza de superfícies metálicas / Sérgio Barros de Sousa. - Natal, 2010. 73 f.

Orientador: Clodomiro Alves Júnior. Co-orientador: Ayrton de Sá Brandim. Co-orientador: Rômulo Ribeiro Magalhães de Sousa. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Rio Grande do

Norte. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais.

1. Dureza de superfícies metálicas - Dissertação. 2. Microdureza

- Dissertação. 3. Deformação plástica – Dissertação. 4. Dureza – Dissertação. 5. Informática – Dissertação. I. Alves Júnior, Clodomiro. II. Brandim, Ayrton de Sá. III. Sousa, Rômulo Ribeiro Magalhães de. IV. Título.

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À minha família. Sem o apoio de vocês, nada seria possível.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por ser para mim o caminho, a luz e a vida.

Ao Prof Dr. Clodomiro Alves Junior, pelas orientações e direcionamentos dados no decorrer deste trabalho.

Aos Professores Rômulo Magalhães, Ayrton Brandim e Uilame Umbelino pelas preciosas informações e auxílios dados nos momentos em que era necessário.

A minha esposa, Karina Leite, pelas incansáveis horas de apoio e revisões dadas no

desenvolvimento desse trabalho.

A minha mãe Benedita Barros e meu pai Ivanildo Sousa por acompanhar de perto todas as fases de minha vida.

À minha sogra Dna Joana Leite pelo apoio.

Aos amigos Sávio Mota Carneiro pelos valorosos auxílios na área de eletrônica e a Thiciane Freitas pelas horas dispendidas no lixamento e preparação das amostras.

Ao Profº Paulo Borges pelo incentivo inicial dado ao trabalho, aos Professores

Edílson, Darley Fiacrio e Neila Marta pelas orientações sobre o tema.

Ao Instituto Federal do Piauí pelo auxílio Financeiro e à Universidade Federal do Rio Grande do Norte pela oportunidade de participar desse projeto.

Ao Sr Honório Medeiros e D. Cilene Medeiros pelo apoio logístico.

Às minhas irmãs Sephora e Sephani.

Aos amigos Ricardo Ramos e Franciéric Alves pelos auxílios em pesquisa

bibliográfica.

À todos aqueles que de alguma forma colaboraram para a elaboração desse trabalho.

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“Nem tudo que se enfrenta pode ser modificado, mas nada pode ser modificado até que seja enfrentado”.

Albert Einstein

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Resumo

SOUSA, S. B. de. Desenvolvimento de um protótipo para análise dinâmica da dureza de superfícies metálicas. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 2009. Nesse trabalho é desenvolvido um protótipo para análise dinâmica e quantitativa da dureza de superfícies metálicas através de ensaios de penetração. Ele consiste de um micro-penetrador que é movimentado por um sistema de engrenagens guiado por três pinos retificados. A amostra a ser ensaiada é colocada sobre uma mesa que contém uma célula de carga que mede a deformação na amostra durante a penetração do micro-penetrador. Com esse protótipo é possível medir a deformação elástica do material obtida pelo cálculo, através de software, da profundidade da penetração na amostra a partir da diferença de voltas entre o início de aplicação de carga até a aplicação total da carga de teste e o retorno do indentador até a completa finalização da aplicação de carga. Para determinação da dureza foi utilizada a medida da profundidade de deformação plástica. Foram utilizados 07 tipos de aços comerciais para teste do aparato. Verificou-se uma dispersão inferior a 10% para cinco medições efetuadas em cada amostra e uma boa concordância com os valores de dureza fornecidos pelos fabricantes. Palavras Chave: Microdureza, Deformação Plástica, Automação, Informática.

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Abstract

SOUSA, S. B. de. Development of a prototype for dynamic analysis of the hardness of metal surfaces. Dissertação (Mestrado). Federal University of Rio Grande do Norte. 2009.

In this paper we developed a prototype for dynamic and quantitative analysis of the hardness of metal surfaces by penetration tests. It consists of a micro-indenter which is driven by a gear system driven by three-rectified. The sample to be tested is placed on a table that contains a load cell that measures the deformation in the sample during the penetration of micro-indenter. With this prototype it is possible to measure the elastic deformation of the material obtained by calculating the depth of penetration in the sample from the difference of turns between the start of load application to the application of the load test and return the indenter until the complete termination of load application. To determine the hardness was used to measure the depth of plastic deformation. We used 7 types of steel trade to test the apparatus. There was a dispersion of less than 10% for five measurements made on each sample and a good agreement with the values of firmness provided by the manufacturers. Keywords: Microhardness, Plastic Deformation, Automation, Information Technology.

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Sumário

i. RESUMO

ii. ABSTRACT

iii. SUMÁRIO

iv. LISTA DE FIGURAS

v. LISTA DE TABELAS

I - INTRODUÇÃO 14

II - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 17

2.1. Propriedade Mecânica dos Materiais............ .............................................17

2.2. Comportamento Tensão-Deformação ............... ........................................18

2.3. Propriedades Elásticas dos Materiais .......... .............................................19

2.4. Deformação Elástica ........................... ........................................................22

2.5. Anelasticidade ................................ .............................................................23

2.6. Limite Entre Deformação Plástica e Recuperação Elástica.....................25

2.7. Deformação Plástica ........................... ........................................................27

2.8. Correlação Entre Dureza e Limite de Resistênci a à Tração ....................30

2.9. Dureza ........................................ ..................................................................31

2.9.1. Ensaios de Dureza Brinell ................... ....................................................35

2.9.2. Ensaios de Dureza Vickers................... ...................................................36

2.10. Esclerometria................................ .............................................................40

2.11. Análise de Dureza e Esclerometria............ ..............................................41

2.12. Esclerômetro ................................. ............................................................43

2.13. Uso do Esclerômetro .......................... ......................................................44

III - MATERIAIS E METODOS 45

3.1. Prototipação do Hardware...................... ....................................................45

3.2. Placa de Controle ............................. ...........................................................48

3.3. Célula de Carga ............................... ............................................................53

3.4. Captação de Dados ............................. ........................................................55

3.5. Validação dos Dados ........................... .......................................................58

3.5.1. Características das Amostras ................ .................................................58

3.5.2. Ensaio de Dureza Tradicional ................ .................................................61

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IV - RESULTADOS E DISCUSSÃO 63

4.1. Variáveis de Influência....................... .........................................................63

4.2. Ensaio de Dureza .............................. ..........................................................65

4.3. Compatibilização dos Dados.................... ..................................................70

V - CONCLUSÃO 72

5.1. Conclusões .................................... ..............................................................72

5.2. Sugestões Para Trabalhos Futuros .............. .............................................73

REFERÊNCIAS 74

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Curvas da força-separação para mateiais tendo ligações interatômicas tanto fortes quanto fracas; a inclinação em ro é indicada para cada. .............................................................................23

Figura 2.2 – Fenômenos de recuperação da deformação elástica e encruamento (CORREA, 2008). .............................................................26

Figura 2.3 – Deformação plástica de um cristal perfeito. .......................................28 Figura 2.4 – (a) Comportamento típico tensão-deformação para um metal

mostrando deformações elástica e plástica, o limite proporcional P e o limite de elasticidade convencional y, como determinado usando o método de desvio com deformação 0,002. (b) Comportamento representativo tensão-deformação encontrado para alguns aços demonstrando o fenômeno do limite superior do escoamento. .........................................................................................26

Figura 2.5 – Curva da carga de penetração em amostras de blocos padrões 301HV10 a taxa de penetração a 0.0001 mm/s. .................................33

Figura 2.6 – Curva de aplicada da carga em função da profundidade da penetração. ............................................................................................35

Figura 2.7 – Método para obtenção da dureza Binell...............................................36 Figura 2.8 – Impressão Brinell semelhantes feitas com bargas e esferas

diferentes. Pode ser admitida a relação Q/D2 constante........................37 Figura 2.9 – Esclerometro de Schmidt – secção longitudinal...................................44 Figura 3.1 – (a) Motor-de-passo acoplado a parte inferior da base, (b)

sistemas de engrenagens, (c) Perspectiva tridimensional dos 3 eixos guias. ...........................................................................................45

Figura 3.2 – Fotografia retirada do aparato representando a disposição de 3 pinos de orientação e ao centro o pino guia do suporte do indentador. ............................................................................................46

Figura 3.3 – (a) (b) Foto lateral esquerda e direita do protótipo, (c) (d) Vista de perfil do protótipo experimental. ............................................................47

Figura 3.4 – (a) Detalhamento do espaçamento de memória utilizado pela porta LPT1 e (b) esquema de comunicação de uma interface de porta paralela..........................................................................................49

Figura 3.5 – Esquema do CI ULN 2003. ..................................................................50 Figura 3.6 – Esquema de ligação da porta paralela com o motor de passo

estraído do site da empresa Rogercom..................................................51 Figura 3.7 – Esquema interno do motor de passo de 5 fios. ....................................52 Figura 3.8 – Vista lateral e inferior da célula de carga utilizada no protótipo. ........53 Figura 3.9 – Esquema de montagem de uma célula de carga genérica por

Moraes et al. .........................................................................................54 Figura 3.10 – Diagrama representativo do formato e disposição dos sensores

de carga na célula de carga PW4KRC3 fabricado pela HBM. ..............55 Figura 3.11 – (a) Marcação VC140 na amostra de dureza 180HV, (b) Marcação

N4501 efetuada na amostra de dureza 255 HV. ..................................59 Figura 3.12 – (a) Imagens geradas pelo microdurômetro nos ensaios de dureza

na amostra N4501 com aumento de 10x e (b) 20x. (c) Imagem da amostra VC140 com aumento de 10x e (d) 20x. ..................................62

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Figura 4.1 – Gráfico da deformação plástica e elástica do material durante a fase de ensaios. ..................................................................................66

Figura 4.2 – Gráfico de dispersão da dureza e respectivas profundidades de impressão ocorridas nos ensaios das 7 (sete) amostras ......................68

Figura 4.3 – Gráfico de dispersão dos valores de dureza das amostras de 1 a 7 medidos pelo aparato conforme Tabela 4.1 .....................................68

Figura 4.4 – Gráfico de dispersão dos valores de dureza das amostras de 1 a 7 fornecidos pelo fabricante conforme Tabela 3.2. ..............................69

Figura 4.5 – Gráfico de dispersão das médias dos valores de dureza encontrados nos ensaios das amostras de 1 a 7 no microdurômetro conforme Tabela 3.4. ...........................................................................69

Figura 4.6 – Esquema do ângulo formado entre o material e o penetrador (MORENO, 2006). ................................................................................ 70

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LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 – Tabela da relação existente entre voltas sobre o eixo do motor de passo e o valor correspondente da profundidade de impressão ocasionada pelo indentador. .................................................................57

Tabela 3.2 – Representação das amostras ensaiadas e os valores de dureza fornecidos pelo fabricante. ...................................................................59

Tabela 3.3 – Caracterização das amostras e respectivas aplicações ....................59 Tabela 3.4 – Valores da dureza das amostras medidos no microdurômetro por

análise do diâmetro. ..............................................................................62 Tabela 4.1 – Média dos valores medidos no aparato experimental a partir dos

ensaios nas amostras e valor da dureza e deformação plástica calculado com os valores dos parâmetros obtidos. .............................67

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Capítulo I

Introdução

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Introdução 14

Sérgio Barros de Sousa, 2010

Dentre os ensaios mecânicos realizados nos materiais, o ensaio de dureza

possui extrema importância, porque ele fornece inúmeras informações, diretas e/ou

indiretas sobre o comportamento elástico e plástico do material (TSUI; JOO, 2001).

Atualmente, o ensaio de dureza é amplamente empregado em pesquisa e avaliação

de materiais para controle da qualidade, por ser um método menos oneroso e mais

rápido para quantificação de propriedades mecânicas de materiais. Entretanto, os

resultados do ensaio estão sujeitos a incertezas de alguns parâmetros como força

aplicada, dimensões e geometria do penetrador, tempo de aplicação de carga e

habilidade do operador. De acordo com o método utilizado, o parâmetro "habilidade

do operador" apresenta uma influência significativa no resultado final da medida,

podendo representar uma grande fonte de erro. Por essa razão, torna-se importante

o desenvolvimento de uma metodologia que não seja influenciada pela capacidade

de observação e interpretação do operador (PODCHIBIANKIN, 2003; LETA;

MENDES; MELLO, 2004).

Sabe-se que a resposta da superfície de um material à penetração envolve

recuperação elástica e deformação plástica (TSCHIPTSCHIN, 2007). Entretanto,

quando se observa opticamente a marca da impressão deixada por um penetrador,

vê-se apenas àquela devido à deformação plástica. Ou seja, a metodologia baseada

apenas na observação óptica da impressão não é suficiente para dar informação das

características elásticas de um material. Pela grande importância que tem o

coeficiente de elasticidade de um material na avaliação do comportamento elástico

de um material vários métodos alternativos surgiram nesse sentido. YAZUV (2000)

desenvolveu um método numérico para decrementar os erros e variações em

medidas de dureza a partir da aplicação das forças envolvidas nos ensaios em

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Introdução 15

Sérgio Barros de Sousa, 2010

superfícies contínuas nas amostras ensaiadas a frio. Dessa forma, YAVUZ (2000)

baseava-se na forma de deformação elástica continua que um corpo sofreria se as

forças encarregadas da deformação fossem aplicadas de forma linear, reduzindo o

percentual de erro amostral estatístico na obtenção numérica do valor da dureza

Vickers medida de forma tradicional.

Dentre esses métodos, o de penetração instrumentada parece ser a melhor

metodologia para se conhecer o comportamento elástico do material.

Nanoindentação trata-se de uma técnica de análise experimental que consiste em

ensaiar amostras utilizando penetradores de geometria conhecida sob condições

controladas de carga, tempo e profundidade de penetração. O objetivo é a geração

de curva força versus profundidade de penetração. Estes dados permitem o “acesso”

a propriedades mecânicas tais como nanodureza e módulo de elasticidade tanto do

revestimento quanto das fases que o constituem.

Nesse trabalho é desenvolvido um modelo mecânico de análise dinâmica e

quantitativa da deformação elástica e plástica do material. Através desses resultados

é possível determinar, simultaneamente, os valores do módulo de elasticidade e

dureza do material. Trata-se de um protótipo experimental contendo uma base com

uma célula de carga acoplada a três hastes de aço para orientação e um eixo de

engrenagem para controle de movimentação de uma base do penetrador. No

capítulo II é apresentada uma explanação dos referencias teóricos que embasaram

o desenvolvimento da fase de desenvolvimento e fundamentação dos conceitos

necessários para o desenvolvimento do trabalho. No capítulo III são demonstradas

as fases de prototipação do aparato experimental com todas as particularidades e os

cuidados realizados para garantir uma confiabilidade nos dados obtidos. Nesse

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Introdução 16

Sérgio Barros de Sousa, 2010

capítulo também são discutidos os ensaios realizados nas amostras para

comparação e, conseqüentemente, validação dos valores obtidos nos experimentos

com o aparato experimental. No capítulo IV são discutidos os resultados obtidos e as

variáveis que influenciaram nos cálculos realizados no transcorrer da pesquisa. E

por fim é apresentada no capítulo V, a conclusão do desenvolvimento do trabalho e

das pesquisas realizadas. Dessa forma, ao final pretende-se apresentar uma

representação esquemática dos valores de dureza encontrados para amostras de

aço de dureza baixa e mediana com valores diferentes através do uso de um

protótipo experimental através da avaliação dos parâmetros de recuperação elástica

e cálculo dos valores da deformação plástica ocorrida nas amostras quando da

aplicação de uma carga de teste sobre a superfície ensaiada.

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Capítulo II

Revisão Bibliográfica

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Revisão Bibliográfica 17

Sérgio Barros de Sousa, 2009

2.1. PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS

A determinação da integridade de qualquer estrutura metálica é importante

tanto para garantir que falhas não ocorrerão durante a vida de seus componentes,

quanto para avaliar o tempo de vida da estrutura. De maneira a obter a integridade

destas estruturas submetidas a acidentes ou condições de serviço severas, é

requerido o conhecimento das propriedades mecânicas do material para avaliação

mecânicas do material para avaliação. (RAMOS NETO e FRANCO, 2002).

A obtenção das propriedades mecânicas, em amostras metálicas que não

possuem documentação ou histórico, é de fundamental importância tanto para a

caracterização do material quanto para a otimização de sua utilização (resistência a

deformação). (HAGGAG, 1989).

Através de ensaios de penetração é possível a obtenção das propriedades

mecânicas de um material; uma forma de se obter essas propriedades mecânicas é

utilizando a metodologia da macroindentação. Dada a configuração do ensaio e a

reduzida região perturbada durante a indentação, os ensaios podem ser realizados

na própria estrutura da peça. (HAGGAG, 1993).

A macroindentação é um ensaio que visa medir a resistência à penetração de

um material. Quando o ensaio é realizado com o monitoramento das variáveis

(deslocamento e carga), diz-se Macroindentação Instrumentada. (HAGGAG;

NANSTAD e BRASKI, 1989).

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Revisão Bibliográfica 18

Sérgio Barros de Sousa, 2009

2.2. COMPORTAMENTO TENSÃO-DEFORMAÇÃO

A ciência demonstra que todos os sólidos se deformam quando submetidos

a esforços externos. Sabe-se também que, após serem removidos os esforços

externos, o corpo recupera ou não suas dimensões iniciais (MARAT, 2003).

O grau até onde uma estrutura se deforma ou se escoa depende da

magnitude de uma tensão imposta. Para muitos metais que são tensionados em

tração e em relativamente baixos níveis; tensão e deformação são proporcionais

entre si através da correlação (CALLISTER, 2003).

σ = E ε (2.1)

Esta é conhecida como a lei de Hooke e a constante de proporcionalidade E

(psi ou MPa) é o módulo de elasticidade ou módulo de Young. Para muitos metais

típicos, a magnitude deste módulo varia entre 6,5 x 106 psi (4,5 x 104 MPa), para o

magnésio, e 59 x 106 psi (40,7 x 104 MPa), para o tungstênio (CALLISTER, 2003).

Este módulo pode ser pensado como a rigidez ou uma resistência do material

à deformação elástica. Quanto maior o módulo, tanto mais rígido é o material, ou

menor é a deformação elástica que resulta da aplicação de uma dada tensão. O

módulo de elasticidade é um importante parâmetro de projeto usado para calcular

flexões elásticas (CALLISTER, 2003).

Em ensaios baseados na indentação controlada de uma superfície com

múltiplos ciclos de carregamento e descarregamento em um mesmo ponto. As

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Revisão Bibliográfica 19

Sérgio Barros de Sousa, 2009

cargas e as respectivas profundidades de penetração são medidas durante o teste.

Estes dados são usados para calcular os valores incrementais de tensão e

deformação a partir da combinação de teorias de elasticidade e plasticidade e

relações semi-empíricas que governam o comportamento do material sob

carregamentos multiaxiais de indentação. (SOUSA e SOARES, 2008).

A partir da utilização de penetradores esféricos, (RAMOS NETO et al.

HAGGAG; WONG et al, 1989) definem este tipo de ensaio como Indentação

Esférico-Instrumentada (IEI). Assim, o ensaio é baseado em múltiplas indentações

(ciclos de indentação) no mesmo local de penetração na superfície metálica

utilizando uma esfera de WCCo (Carboneto de Tungstênio-Cobalto) como objeto de

penetração para representar as deformações plástica (hp), elástica (he) e total (ht)

do material durante e depois do carregamento. A partir deste ensaio é obtida uma

curva de Tensão-Deformação por carga aplicada. Através da correlação entre

tensão-deformação induzida e equações-modelo podem-se determinar propriedades

mecânicas do material analisado, tais como: Recuperação Elástica, Deformação

Plástica, além de curvas de tensão-deformação (HAGGAG; WONG et al, 1989 e

HAGGAG; NANSTAD e BRASKI, 1989 e HAGGAG; NANSTAD e HUTTON, 1990).

2.3. PROPRIEDADES ELÁSTICAS DOS MATERIAIS

Para Callister, quando uma tensão de tração é imposta sobre uma amostra

metálica, uma elongação elástica ocorre, que poderá será ser acompanhado de uma

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Revisão Bibliográfica 20

Sérgio Barros de Sousa, 2009

deformação εz na direção da tensão aplicada (arbitrariamente tomada como sendo a

direção z), Como um resultado desta elongação, haverão constricções (apertos) nas

direções laterais (x e y) perpendiculares à tensão aplicada. A partir destas

contrações, a deformação compressiva εx e εy podem ser determinadas. Se a tensão

aplicada for uniaxial (apenas na direção z), então εx = εy . Um parâmetro

denominado razão de Poisson ν é definido como a razão entre as deformações

lateral e axial, ou

z

y

z

x

εε

εεν ==

O sinal negativo é incluído na expressão de maneira que ν será sempre

positivo, de vez que εx e εz serão sempre de sinal positivo. Teoricamente, a razão de

Poisson para materiais isotrópicos deveriam ser 0,25; além disso, o valor máximo

para ν (ou aquele valor para o qual não existe nenhuma mudança) é 0,50. Para

muitos metais e outras ligas, valores de razão de Poisson variam entre 0,25 e 0,35

(CALLISTER, 2003).

Módulo cisalhante, módulo elástico e a razão de Poisson estão relacionados

entre si de acordo com a equação

E = 2G ( 1 + ν ) (2.3)

(2.2)

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Revisão Bibliográfica 21

Sérgio Barros de Sousa, 2009

G é o módulo de cizalhamento e E é o módulo elástico. A tensão de cisalhamento ou

cisalhante foi calculada pela primeira vez em 1926 por J. Frenkel. A análise de

Frenkel leva a uma tensão teórica cisalhante máxima (PADILHA, 2006):

πτ

2

G

a

bt =

Em muitos metais G é cerca de 0,4E; assim, se o valor de um módulo for

conhecido, o outro pode ser aproximado (CALLISTER, 2003).

Muitos materiais são elasticamente anisotrópicos; isto é, o comportamento

elástico (por exemplo, a magnitude de E) varia com a direção cristalográfica. Para

estes materiais as propriedades elásticas são completamente caracterizadas apenas

pela especificação de várias constantes elásticas, seu número dependendo das

características da estrutura cristalina. Mesmo para materiais isotrópicos, para

caracterização completa das propriedades elásticas, pelo menos 2 constantes

devem ser fornecidas. De vez que a orientação de grão é aleatória em muitos

materiais policristalinos, estes devem ser considerados isotrópicos; vidros cerâmicos

inorgânicos são também isotrópicos. A remanescente discussão do comportamento

mecânico assume isotropia e policristalinidade porque tal é o caráter de muitos

materiais de engenharia (CALLISTER, 2003).

(2.4)

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Revisão Bibliográfica 22

Sérgio Barros de Sousa, 2009

2.4. DEFORMAÇÃO ELÁSTICA

A deformação na qual a curva tensão-deformação são proporcionais é

chamada deformação elástica, Deformação elástica é não-permanente, o que

significa que quando a carga aplicada for aliviada, a peça se retorna à sua forma

original.

Elasticidade de um material é a sua capacidade de voltar à forma original em

ciclo de carregamento e descarregamento. A deformação elástica é reversível, ou

seja, desaparece quando a tensão é removida. A deformação elástica é

conseqüência da movimentação dos átomos constituintes da rede cristalina do

material, desde que a posição relativa desses átomos seja mantida. A relação entre

os valores da tensão e da deformação linear específica, na fase elástica, é o módulo

de elasticidade, cujo valor é proporcional às forças de atração entre os átomos.

(VALDIR, 1993).

Numa escala atômica, deformação elástica macroscópica é manifestada

como pequenas mudanças no espaçamento interatômico e o tensionamento de

ligações interatômicas. Como sua consequência, a magnitude do módulo de

elasticidade é uma medida da resistência para a separação de átomos adjacentes,

isto é, forças de ligação interatômica (Figura 2.1). Além disto, este módulo é

proporcional à inclinação da curva força x (distancia interatômica): (CALLISTER,

2003).

E α (dF / dr)ro (2.5)

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Figura 2.1 - Curvas da força-separação para mateiai s tendo ligações interatômicas tanto fortes quanto fracas; a inclina ção em ro é indicada para cada.

Valores do módulo de elasticidade para materiais cerâmicos são

caracteristicamente maiores do que aqueles para metais; para polímeros, eles são

menores. Estas diferenças são uma consequência direta dos diferentes tipos de

ligação atômica nos 3 tipos de materiais. Além disso, com o aumento da

temperatura, o módulo de elasticidade decresce (CALLISTER, 2003).

2.5. ANELASTICIDADE

Para a maioria dos materiais de engenharia, existirá uma componente de

deformação elástica que é dependente do tempo (CORREA, 2008).

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Até este ponto, foi suposto que uma tensão aplicada produz uma

deformação elástica instantânea que remanesce constante ao longo do período de

tempo em que a tensão é mantida. Foi também suposto que ao se aliviar a carga a

deformação é totalmente recuperada, isto é, que a deformação imediatamente

retorna a zero. Em muitos materiais de engenharia, existirá também uma

componente de deformação elástica dependente do tempo. Isto é, a deformação

elástica continuará após a aplicação da tensão e após o alívio algum tempo é

requerido para recuperação completa. Este comportamento elástico dependente da

temperatura é conhecido como anelasticidade e é devida a processos microscópicos

e atomísticos dependentes do tempo que estão acompanhando a deformação

(CALLISTER, 2003).

O envelhecimento por deformação em ligas de aços é um fenômeno que

provoca variação nas propriedades com o tempo à temperatura ambiente, sendo o

processo acelerado pela elevação da temperatura. O envelhecimento das ligas é

observado pela variação das suas propriedades. Assim, por exemplo, tem-se o

aumento da dureza, do limite de escoamento, da resistência à tração e diminuição

do alongamento, da estricção e da condutividade térmica. (ABDALLA, 1999)

O grau de deformação prévia é definido através de ensaios de deformação,

nos quais se avalia as suas consequências sobre a microestrutura e dureza Vickers

para várias temperaturas de recozimento em aços em condições de temperatura

para deformação a frio (GUIMARÃES, 2002).

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2.6. LIMITE ENTRE DEFORMAÇÃO PLÁSTICA E RECUPERAÇÃO ELÁSTICA

Quando é aplicada uma força externa em um sólido e essa força é retirada,

o corpo recupera suas dimensões iniciais, é verificado o domínio elástico ou zona de

deformação reversível ou recuperável. No momento em que o corpo ficando

permanentemente deformado, apenas recupera parte da deformação a que foi

submetido, é verificado uma deformação plástica ou zona de deformação

permanente (MARAT, 2003).

Quando ocorre uma deformação plástica, há um rompimento de ligações

atômicas e, posteriormente, essas ligações são reativadas com novos átomos. Tal

fato faz com que o objeto não retorne ao seu formato original (GUY, 1980).

Quando se pretende estudar processos que envolvam conformação ou

deformação de algum material, é importante que se entenda e conheça o ponto em

que ocorre a passagem de deformação elástica para a plástica, uma vez que deve

ocorrer deformação plástica do material para que seja conformado; para tanto, os

critérios de escoamento são de enormes utilidade (CALLISTER, 2003).

O diagrama esquemático tensão σσσσ x εεεε deformação, mostrando os

fenômenos de recuperação da deformação elástica durante uma deformação

plástica é demonstrado na figura 2.2. O limite de escoamento inicial é designado por

σσσσy0; σσσσy1 é o limite de elasticidade após a liberação da carga no ponto D e depois

sob reaplicação da carga (CORREA, 2008).

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Figura 2.2 - Fenômenos de recuperação da deformação elástica e encruamento (CORREA, 2008).

No ensaio de indentação instrumentada (EII), também conhecida como

nanoindentação, o equipamento registra as variações da profundidade (h) de

penetração de um indentador em função da carga aplicada (P), quando este penetra

e se afasta do material estudado, num ciclo de carregamento e descarregamento.

(BOHME, 2007)

Essa técnica é vantajosa, pois pode ser aplicada para a obtenção de

propriedades mecânicas de materiais como dureza, módulo de elasticidade

(OLIVER, PHARR, 1992), limite de escoamento, coeficiente de encruamento

(CHOLLOACOOP et al, 2003) e outras informações como nível de tensão residual

no material (SURESH, GIANNAKOPOULOS, 1998).

Em contraste com a simplicidade da deformação elástica, a deformação

plástica ocorre de várias maneiras. A plasticidade é a propriedade do material não

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voltar à sua forma inicial após a remoção da carga externa, obtendo-se deformações

permanentes. Quando a deformação plástica é atingida, ocorre alteração da

estrutura interna do material, aumentando a sua dureza. Esse aumento na dureza,

por deformação plástica, é denominado endurecimento por deformação a frio ou

encruamento e é acompanhado da elevação do valor da resistência e redução da

ductilidade do metal (FERRAZ, 2003 apud MORENO).

2.7. DEFORMAÇÃO PLÁSTICA

A deformação plástica ou permanente de um cristal perfeito (isento de

defeitos cristalinos) pode ocorrer pelo deslocamento de planos de átomos em

relação aos planos paralelos adjacentes. Em princípio, o deslocamento do plano

deve ocorrer por meio do movimento simultâneo e cooperativo de todos os átomos

(do plano que está deslizando) de uma posição atômica de equilíbrio para a posição

vizinha, conforme ilustra a figura 2.3 (PADILHA, 2006).

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Figura 2.3 — Deformação plástica de um cristal perf eito (PADILHA, 2006).

Naturalmente, metais podem apresentar deformação plástica sob a

influência da aplicação de cargas, cizalhamento e torção. O resultado é uma curva

tensão-deformação que apresenta limites de deformação plástica e recuperação

elástica (Figura 2.4a: escoamento e curvatura associada). (CALLISTER, 2003).

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Figura 2.4 (a) Comportamento típico tensão-deformaç ão para um metal mostrando deformações elástica e plástica, o limite proporcional P e o li mite de elasticidade convencional σσσσy, como determinado usando o método de desvio com deformaçã o 0,002. (b) Comportamento representativo tensão-deformação encontrado para al guns aços demonstrando o fenômeno do limite superior do escoamento.

σy é determinado pelo método de pré-deformação específica, geralmente de

0,002; ou seja, é a tensão capaz de causar uma deformação permanente de 0,2%

no material. O ponto de escoamento (P), também chamado limite de

proporcionalidade corresponde à posição na curva onde a condição de linearidade

termina, ou seja, onde a lei de Hook deixa de valer. O escoamento indica o início da

deformação plástica do material. (CORREA, 2008).

De um modo geral, os cristais reais começam a deformar-se plasticamente

em tensões entre 1/1000 e 1/10000 da tensão teórica calculada por Frenkel

(PADILHA, 2006).

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Para muitos materiais metálicos, deformação elástica persiste apenas para

deformações de cerca de 0,005lo. À medida em que o material é deformado além

deste ponto, a tensão não é mais proporcional à deformação (lei de Hooke, Equação

6.4, deixa de ser válida) e ocorre deformação permanente, não-recuperável, ou

deformação plástica. A transição a partir de elástico para plástico é uma transição

gradual para muitos metais; alguma curvatura resultando ponto de início de

deformação plástica, que cresce mais rapidamente com a elevação da tensão. De

um ponto de vista atômico, deformação plástica corresponde ao rompimento das

ligações com os vizinhos originais do átomo e a seguir reformar as ligações com

novos vizinhos uma vez que grande número de átomos ou moléculas movem-se

uma em relação a uma outra; após a remoção da tensão eles não retornam mais às

suas posições originais. O mecanismo desta deformação é diferente para materiais

cristalinos e materiais amorfos. Para sólidos cristalinos, deformação é realizada por

meio de um processo chamado escorregamento ("slip") que envolve o movimento de

discordâncias (CALLISTER, 2003).

Movimentos de discordâncias geram novas discordâncias o que torna

desordenada a estrutura cristalina regular dificultando o escorregamento interior

aumentando a dureza do material (FROEHLICH, 2009).

2.8. CORRELAÇÃO ENTRE DUREZA E LIMITE DE RESISTÊNCI A À TRAÇÃO

Tanto o limite de resistência à tração quanto a dureza são indicadores de

resistência dos metais à deformação plástica, logo, Eles são grosseiramente

proporcionais para o limite de resistência à tração como uma função da HB (Dureza

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Brinell) para ferro fundido, aço e latão. A mesma correlação de proporcionalidade

não se mantém para todos os metais. Como uma norma empírica para muito aços, a

dureza HB e o limite de resistência à tração estão relacionados do seguinte modo

TS (psi) = 500 x HB (2.6a)

TS (MPa) = 3,45 x HB (2.6b)

Testes de dureza são realizados mais frequentemente que qualquer outro

teste mecânico por várias razões:

(1a.) Eles são mais simples e mais baratos - ordinariamente nenhuma

amostra especial terá que ser preparada;

(2a.) O teste é não destrutivo - a amostra nem é fraturada nem é

excessivamente deformada; uma pequena indentação;

(3a.) Outras propriedades mecânicas às vezes podem ser estimadas a partir

dos dados de dureza, tais como limite de resistência à tração (CALLISTER, 2003).

2.9. DUREZA

Para Aggag et al, Dureza tem sido convencionalmente definida como a

resistência de um material a deformação permanente ocasionada pela penetração

por outro material. Medições de dureza podem ser feita por teste de carga, de forma

que a deformação elástica é ignorado (CALLISTER, 2003).

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Callister, 2003 preconiza que uma propriedade mecânica que pode ser

importante considerar é a dureza, que é uma medida da resistência de um material à

deformação plástica local (por exemplo, um pequeno endentamento ou um risco). Os

primeiros testes de dureza eram baseados em minerais naturais com uma escala

construída somente com base na capacidade de um material riscar um outro que é

mais macio. Um esquema qualitativo e de indexação de dureza foi convencionado,

denominado escala de Mohs, que variou desde 1 na extremidade macia para o talco

até 10 para o diamante. Ao longo dos anos foram desenvolvidas Técnicas de Dureza

Quantitativas nas quais um pequeno indentador é forçado para dentro da superfície

de um material a ser testado, sob controladas condições de carga e de taxa de

aplicação. É medida a profundidade ou a resultante devido à penetração com um

valor de carga previamente estabelecido; quanto mais macio o material, tanto maior

e mais profunda a indentação e tanto menor o valor de dureza. Durezas medidas

são apenas relativas (em vez de absolutas) e cuidado deve-se ter ao se comparar

valores determinados por diferentes técnicas.

Alguns métodos, baseados na dinâmica da rigidez, tem sido utilizados

previamente em testes de dureza com avaliação de taxas de deformação

predeterminada pela profundidade do penetrador (ANTON, 1999).

Para Aggag et al, dureza por penetração instrumentada prevê que a

capacidade de medir a penetração do indentador com a carga aplicada ao longo de

todo o ciclo de testes é, portanto, capaz de medir tanto a deformação plástica como

a deformação elástica do material em ensaio. Como padrão dos métodos modernos

de medição de dureza, a taxa de aplicação de carga é limitada. Os requisitos são

limitações à velocidade de penetração, tempo de ciclo de carga ou um impacto do

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indentador com a amostra. Nos metais, o grau de endurecimento é afetado pela taxa

de aplicação da carga. Além disso, o grau de deformação plástica, densidade, micro

fissuras, cisalhamento, geminação ou esmagamento pode ser obtido através de

ensaio de penetração.

Instrumento de medição de dureza por penetração fornece a capacidade de

medir a profundidade de penetração (h) e a força (F) aplicada ao longo de todo o

ciclo de testes e, portanto, é capaz de medir tanto o comportamento plástico e a

deformação elástica do material ensaiado. A figura 2.5 é uma típica curva de carga

versus deslocamento obtida a partir de blocos padrão 301HV10 (CALLISTER, 2003).

Figura 2.5 - Curva da carga de penetração em amostras de blocos padrões 301HV10 a taxa de penetração a 0.0001 mm/s (CALLISTER, 2003).

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Durante o carregamento, o material sofre tanto deformação elástica como

plástica. Esta parte da curva de carga, com a subtração da deformação elástica é

usado para determinar a dureza do material. A descarga que parte da curva é

essencialmente elástica e com alguma análise fornece informações sobre as

propriedades elásticas do material. O valor da dureza por penetração é calculado

dividindo-se a força aplicada pela área da superfície de teste especificado na

equação (2.7). (AGGAG, 2006).

No cálculo de dureza do tipo Brinell leva-se em consideração uma variável

D que corresponde ao diâmetro da esfera de aço sobre uma carga Q durante um

tempo t. Nesse caso, se em lugar da área de contato, isto é, a área superficial da

calota esférica, for usada a área da calota projetada no plano da superfície do corpo

de prova. É o que foi sugerido por E. Meyer (1908) para dar uma definição mais

racional de dureza. (SOUZA, 1936).

cA

FHM

max=

Onde Fmax é a máxima carga Q aplicada e Ac é a área de contato da

impressão pela carga. Em um teste convencional de dureza Vickers, a área da

impressão é medida opticamente e a dureza é calcula através do diâmetro da

impressão. Stilwell et al mostraram que a técnica é aceitável, uma vez que quando

uma carga é aplicada há pouco recuperação elástica nos lados da impressão,

embora a profundidade recupera-se substancialmente (AGGAG, 2006).

(2.7)

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Figura 2.6 - Curva de aplicada da carga em função d a

profundidade da penetração (DAO et al., 2001).

Na Figura 2.6, apresenta-se uma curva típica de força em função do

deslocamento do indentador, onde se indicam os principais parâmetros envolvidos

no ensaio. A rigidez da amostra ensaiada é caracterizada pela inclinação da parte

superior da curva de descarregamento dP/dh; Pmax é a carga máxima obtida no

ensaio; h é o deslocamento total do penetrador e hmax, f é o deslocamento residual,

após o descarregamento. (BOHME, 2007).

2.9.1. ENSAIOS DE DUREZA BRINELL

A escala Brinell foi proposta em 1900 por J.A. Brinell. O ensaio consiste em

comprimir lentamente uma esfera de aço, de diâmetro D, sobre uma superfície plana

por meio da aplicação de uma carga P. A compressão da esfera na superfície do

material causa uma impressão permanente. Esta impressão tem a geometria de uma

calota esférica, de diâmetro d. A dureza Brinell (HB) é calculada pelo quociente da

carga pela área de contacto (Figura 2.7). A dureza Brinell tem unidade de tensão

(pressão) e é normalmente dada em kgf/mm2 (PADILHA, 2006).

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Figura 2.7 Método para obtenção da dureza Binell.

Dureza Brinell é dada pelo quociente entre a carga aplicada pela área de

contato (área superficial) Sc, a qual é relacionada com os valores D e d, sendo p a

profundidade da impressão, conforme a equação (2.8)

)(

2

. 22 dDDD

Q

pD

Q

S

QHB

c −−===

ππ

2.9.2. ENSAIOS DE DUREZA VICKERS

A escala Vickers foi proposta em 1925 por Smith e Sandland. O nome

Vickers é originário da empresa que fabricava as primeiras máquinas deste tipo de

ensaio. Neste caso, o penetrador é uma pirâmide de diamante de base quadrada e

com ângulo de 136° entre as faces opostas. (PADILHA , 2006).

(2.8)

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Este Ângulo foi escolhido em função de sua proximidade com o ângulo

formado no ensaio Brinell entre duas linhas tangentes às bordas da impressão e que

partem do fundo desta impressão. (GARCIA, 2000)

Para padronizar ensaios, e no sentido de se obter sempre impressões de

tamanhofacilmente mensuráveis e sem distorções apreciáveis, Mayer fixou valores

para a relação Q/D2 (Figura 2.8); Segundo estudos de Meyer, verificou-se que os

valores de dureza Brinell obtidos com diversas Q variavam muito pouco, desde que

o diâmetro, d, da impressão ficasse no intervalo de 0,25D-0,5D – Sendo considerada

a impressão ideal se o valor de d ficar na média entre esses dois valores – isto é,

para qualquer D utilizado, o diâmetro, d, correspondente deve cair sempre nessa

faixa. (SOUZA, 1936).

Figura 2.8 – Impressão Brinell semelhantes feitas com bargas e esferas diferentes. Pode ser admitida a relação Q/D2 constante (SOUZA, 1936).

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A impressão, quando vista ao microscópio óptico, tem a geometria de um

losango retangular de diagonal l. A dureza Vickers (HV) é dada pelo quociente da

carga P pela área de contato:

22

8544,12

136

2l

P

l

sen

PHV =

°

=

A dureza Vickers também tem unidade de tensão e é normalmente dada em

kgf/mm2 (PADILHA, 2006).

Como o penetrador é um diamante, ele é praticamente indeformável e como

todas as impressões são semelhantes entre si, não importando o seu tamanho, a

dureza Vickers (HV) é independente da carga, isto é, o número de dureza obtido é o

mesmo qualquer que seja a carga usada para materiais homogêneos.

A máquina que faz o ensaio Vickers não fornece o valor da área de

impressão da pirâmide, mas permite obter, por meio de um microscópio acoplado, as

medidas das diagonais “d1” e “d2” formadas pelos vértices opostos da base da

pirâmide. Conhecendo as medidas das diagonais e a sua média “d”, é possível

calcular a dureza Vickers através da equação (2.z) (SOUZA, 1936).

2

8544,1

d

xFHV =

A partir da geometria do indentador, o tamanho da diagonal pode ser

calculado a partir da medida da profundidade alcançada pelo indentador, com isso é

(2.9)

(2.10)

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possível encontrar a fórmula da dureza Vickers em função da profundidade “h” da

penetração no material. Como demonstra a equação (SUWANPRATEEB, 1998).

°°=

16cos4

74cos8544,122

2

xxxx

h

FHV

Desta forma, testes de medida de dureza são definidos pelas propriedades

mecânicas como resistência a penetração pelo indentador e ao risco. A vantagem de

utilização desta técnica reside somente na pequena área afetadas pelo ensaio

(SUWANPRATEEB, 1998).

Uma grande desvantagem do método de microdureza Vickers consiste no

fato de que seus resultados vêm influenciados pela medição do operador do

microdurômetro que é responsável por ler e quantificar as diagonais deixadas pela

impressão do penetrador. Em alguns casos, torna-se conveniente tornar a medição

da microdureza independente do operador automatizando o processo

(PODCHIBIAKIN, 2003).

A avaliação de propriedades mecânicas via indentação instrumentada, tem

sido realizada nos últimos anos através de modernos ensaios de macroindentação

automatizada, utilizando equipamentos portáteis, sem a necessidade de paralisar o

processo (HAGGAG, 1993 e MATHEW et al., 1998).

Schmidt Rebound Hammer também conhecida como Hammer suíço

desenvolveu em 1948 uma ferramenta de medição de dureza de superfície,

libertando uma esfera êmbolo sobre a amostra e obtendo as medidas a partir da

recuperação elástica apresentada pela amostra ensaiada. Este ensaio possui uma

(2.11)

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área de contato relativamente pequena. Os resultados são, portanto, sensível às

variações locais na amostra, como a dureza e tensão (SOUZA et al, 2007).

2.10. ESCLEROMETRIA

Um dos problemas enfrentados, na usinagem e tratamento de ferramentas

de aços, é a grande quantidade de ensaios para avaliar as relações processamento,

propriedades e desempenho desses materiais. Em ensaios esclerométricos há a

possibilidade de usar um pêndulo esclerométrico de único passe para avaliar as

propriedades tribológicas e a usinabilidade de aços inoxidáveis austeníticos

submetidos a tratamentos termoquímicos NGAT (TSCHIPTSCHIN).

Uma maneira de se verificar a resistência de materiais ao desgaste são os

ensaios destrutivos, mas não é possível empregar em muitos casos, como em peças

com seção pequena, não é possível empregá-lo. É necessário, portanto, lançar mão

de ensaios não destrutivos como esclerometria. O ensaio consiste em determinar a

dureza superficial da peça ensaiada através do disparo de uma haste não destrutiva

contra a superfície do material, determinando assim o índice esclerométrico.

(ARENHARDT, 2004).

Ensaio não destrutivo, utilizando esta técnica não é nova para a

investigação da aplicação de força normal em amostras. Atualmente, um

equipamento de ensaio de esclerometria foi concebido para avaliar graus mais

elevados de alta resistência em amostras. (SOUZA et al, 2007).

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A técnica de esclerometria consiste da aplicação de testes de riscamento

com indentadores duros e de geometria simples para simular o desgaste abrasivo.

(PEREIRA et al, 1999).

Estudos dessa natureza exigem a aplicação de cargas normais muito

reduzidas. Com isso, corre-se o risco dos erros de medição dos tribômetros

normalmente disponíveis afetar decisivamente no entendimento dos mecanismos de

processo envolvidos. (SCHUITEK, 2004)

2.11. ANÁLISE DE DUREZA E ESCLEROMETRIA

Os aços inoxidáveis têm sido largamente utilizados em componentes que

trabalham em condições corrosivas. O nitrogênio é um importante elemento de liga

que aumenta, simultaneamente, a vida em fadiga, o limite de resistência, a

resistência à fluência e a resistência à corrosão localizada.(GAVRILJUK, 1996).

Essas propriedades são muito importantes, particularmente em aplicações

em que o desgaste e a corrosão atuam simultaneamente, como em assentos de

válvulas e em próteses de quadril.

O tratamento de nitretação gasosa em alta temperatura é diferente do

tratamento de nitretação convencional feito em temperaturas entre 500 e 560ºC, nos

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quais ocorre intensa precipitação de nitretos aumentando a dureza, mas

prejudicando a resistência à corrosão das peças tratadas. (TSCHIPTSCHIN, 2007).

O processo conhecido como nitretação iônica, foi patenteado em 1931 por

J. J. Egan nos EUA, mas somente em 1960 teve início o seu uso comercial. A

adaptação do processo por grandes companhias automotivas indica que esse

poderá ser o principal processo de endurecimento de superfície no futuro. (ALVES

Jr, 2001).

O tratamento de nitretação gasosa em alta temperatura aumenta a

resistência ao risco do aço inoxidável austenítico UNS S30403. O aumento do teor

de nitrogênio, em solução sólida, até um teor de 0,5%, leva a um aumento da

energia específica absorvida de 1770 para 3540 J/g. Esse efeito pode ser atribuído

ao forte efeito endurecedor do nitrogênio em solução sólida, sem que sejam

afetadas, significativamente a taxa de encruamento e a tenacidade.

O ensaio de esclerometria pendular de passe único é adequado para avaliar

o comportamento tribológico do aço inoxidável austenítico UNS S30403 nitretado

com teores de nitrogênio de até 0,5%. (TSCHIPTSCHIN, 2007).

(SOUZA, 2007) realizou ensaios de riscamento com um esclerômetro

pendular de ponta cônica de aço tratado AISI 1045 e produziram sete riscos no

material polimérico usando-se sete ângulos diferentes do vértice do cone (30°, 45°,

60°, 75°, 90°, 120° e 180°) que promoveram variação da pressão de contato e da

energia de deformação plástica. Tais resultados foram comparados com um risco

obtido usando-se uma plaina limadora, medindo-se a potência de usinagem,

considerados os parâmetros tecnológicos do processo. Comparam-se as energias

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dissipadas através dos dois métodos, bem como transições de mecanismos de

desgaste na resina epóxi em função da pressão de contato de Hertz em cada um

deles.

Este tipo de ensaio de dureza irá apresentar a força de compressão ou o

valor da dureza superficial em MPa. Detalhes da aplicação do referido equipamento

em ensaios que necessitam de alta precisão, no entanto, ainda precisão ser

estabelecidas, Além disso, não há normas nacionais ou internacionais ou qualquer

recomendação sobre a dureza superficial em testes de alta precisão. (SOUZA et al,

2007).

2.12. ESCLERÔMETRO

O esclerômetro (figura 2.9) é um aparelho que permite obter in situ, de uma

forma simples e não destrutiva, a resistência à compressão. Por se tratar de um

ensaio de resistência superficial, os valores obtidos são apenas representativos de

uma camada até 5 cm de profundidade. No entanto, o ensaio é útil para avaliar a

homogeneidade do corpo de prova, verificar se existe um determinado nível mínimo

de resistência e decidir sobre a necessidade de fazer ensaios mais completos. A

tensão de resistência à compressão é estimada com base na sua correlação com o

índice esclerométrico. (SOUZA, 2007).

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Figura 2.9. - Esclerômetro de Schmidt – secção long itudinal.

2.13. USO DO ESCLERÔMETRO

Após preparação da superfície a ensaiar, a cabeça de compressão é

colocada perpendicularmente à superfície do corpo de prova, empurrando o corpo

do esclerômetro contra ela, em uma forma contínua, até a massa se soltar e se ouvir

o impacto.

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Revisão Bibliográfica 45

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O “índice esclerométrico” lido é depois relacionado com a escala colocada

na parte lateral do esclerômetro (figura 2.8), estimando-se a resistência à

compressão do material ensaiado, relativamente a essa leitura (SOUZA, 2007).

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Capítulo III

Materiais e Métodos

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Materiais e Métodos 45

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3.1. PROTOTIPAÇÃO DO HARDWARE

A prototipação do hardware iniciou-se com a fase de desenho e

modelagem, para essa etapa utilizou-se o software Google Scatchup para modelar

tridimensionalmente o aparato experimental conforme Figura 3.1.

(a) (b)

(c)

Figura 3.1 – (a) Motor-de-passo acoplado a parte in ferior da base, (b) sistemas de engrenagens, (c) Perspectiva tridimensi onal dos 3 eixos guias.

Após o desenho deu-se início à usinagem do protótipo com a modelagem

da base do aparato. A base foi desenvolvida a partir de uma barra de aço com a

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Materiais e Métodos 46

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dimensão de 100mm de largura por 200mm de comprimento e 7mm de espessura,

na base retificada foram inseridos 3 (três) pinos dispostos verticalmente e

posicionados triangularmente (Figura 3.2) intencionando diminuir possíveis falhas de

retificação na secção. Os três pinos foram inclusas além da secção retificada na

base como também ultrapassando em ângulo de mesmo grau na base do

indentador.

Figura 3.2. – Fotografia retirada do aparato repres entando a disposição de 3 pinos de orientação e ao centro o p ino guia do suporte do indentador.

Essa disposição triangular dos pinos guias permitiu um espaçamento de

100mm por 60mm na região interna da base do indentador para posterior

acoplamento do motor de passo e pino de movimentação e controle do aparato.

Na secção posterior da base do aparato foi possível a reserva de 80mm por

60mm para disposição da célula de carga na base inferior do aparato e a usinagem

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Materiais e Métodos 47

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com rosca de uma circunferência de 20mm de diâmetro por 7mm de espessura para

inclusão do indentador de diamante.

Figura 3.3. – (a) (b) Foto lateral esquerda e direi ta do protótipo, (c) (d) Vista de perfil do protótipo experimental.

(a) (b)

(c) (d)

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Materiais e Métodos 48

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Na mesma secção anterior da base do aparato foi incluso a pinagem de

suporte da placa de controle desenvolvido para interfaceamento com o

microcomputador.

A inclusão no centro da base de um pino de movimentação com rosca de

crista de 1mm de distanciamento de crista permitiu uma estabilidade na

movimentação do suporte do indentador por estar posicionado no centro e distribuir

a força de tracionamento do suporte do indentador de forma uniforme impedindo

possível inclinação no movimento vertical da peça.

3.2. PLACA DE CONTROLE

Foi utilizado no projeto um circuito de controle analógico construído sobre

uma base contendo uma placa de circuito impresso - PCB, a qual possuía a função

de acondicionar o circuito CI utilizado no sistema e evitar contatos físicos entre os

fios de controle da corrente elétrica que partia da porta paralela e era posto em

contato com os terminais do CI através de instruções adquiridas no site da

Rogercom Eletrônica1.

A Comunicação entre o software e o sistema de controle analógico foi

implementada utilizando-se a especificação do protocolo de comunicação paralela,

muito utilizada no controle de impressora e vários outros dispositivos, e conectores

1 http://www.rogercom.com.br

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Materiais e Métodos 49

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do tipo macho DB25, a figura 3.4 (a)2 demonstra o esquema de comunicação de

uma interface de porta paralela. Um micro utilizado possuía somente uma porta

lógica LPT1 com endereçamento 00x0378 como descrito na figura 3.4 (a) através do

comando debug no DOS.

Figura 3.4 - (a) Detalhamento do espaçamento de memória utilizado pela porta LPT1 e (b) esquema de comunicação de uma interface de porta paralela.

2 Fonte de pesquisa: http://www.mrshp.hpg.ig.com.br/rob/paralela.htm

(a)

(b)

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Materiais e Métodos 50

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Os CI’s ULN2003 foram formados por conjuntos de transistores que

suportaram correntes de até 500mA e corrente de 50v; para constatação dos valores

recorrentes foi utilizado um medidor de corrente nos terminais do CI e nas

extremidades de ligação de cada um dos fios conectados entre as portas da

interface DB25 utilizada e os pólos do motor de passo.

Figura 3.5 - Esquema do CI ULN 2003

O CI ULN2003 (figura 3.5) possui 16 interfaces de controle sendo que 14

delas foram utilizadas para controle do motor de passo, 7 portas foram interfaceadas

com a porta paralela e 7 disponibilizadas à saída para os pólos do motor de passo

(figura 3.6).

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Materiais e Métodos 51

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Figura 3.6 – Esquema de ligação da porta paralela com o motor de passo estraído do site da empresa Rogercom.

O motor de passo utilizado no sistema consumia menos de 500 mA sob

risco de queima do motor e avaria definitiva no CI e nas portas do sistema de

controle. O motor de passo foi retirado de uma impressora Epson FX800 encontrada

em uma sucata de peças de informática no Laboratório de Manutenção do Instituto

Federal do Piauí. Foi observado que os pólos de ligação do motor de passo retirado

da impressora não fornecia informações próprias a respeito da polaridade do

sistema, o esquema de ligação interno do motor de passo de 5 fios é descrito na

figura 3.7, foi utilizado um multímetro para mensurar encontrar os pólo que deveria

ser ligado a corrente de 12v.

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Materiais e Métodos 52

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Figura 3.7 - Esquema interno do motor de passo de 5 fios.

Foi fixado um dos terminais de prova em um dos fios do motor de passo, em

seguida foi medido a resistência em cada um dos pontos do fio em busca do menor

valor de resistência nos pólos, e ligado a fonte com voltagem de 12v no fio de

alimentação do motor de passo, a fonte de 12v foi utilizada a partir de um dos pólos

do módulo ATX de alimentação do computador. Com isso foi encontrado os valores

de alimentação e confirmado a corrente a ser aplicada ao CI de controle através da

Lei de ohm:

U = R * I

Onde, U é a voltagem, R é a resistência e I é a corrente aplicada. Foram

substituídos os valores encontrados nas análises que era de resistência de 36ohm e

voltagem de 12v correspondente, e encontrou-se a corrente de 340 mA,

correspondente ao limite de controle do CI ULN2003. Em valores acima teria de ser

utilizado o CI ULN2803 que possui especificação para correntes acima de 500 mA.

Também foi utilizado um diodo Zener de 12 v para garantir o fluxo da voltagem em

um único sentido visando proteger os pólos do CI contra possíveis curtos dentro do

(3.1)

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Materiais e Métodos 53

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sistema elétrico tendo em vista que os fios de cobra não possuíam especificação e

foram retirados aleatoriamente de cabos de fio Ethernet Cat5e.

3.3. CÉLULA DE CARGA

Como sistema de captação de dados de carga, foi utilizado uma célula de

carga da marca Hottinger Baldwin Messtechnik (HBM) e modelo PW4KRC3

largamente utilizada em sistemas de medição de carga automatizado.

Figura 3.8. – Vista lateral e inferior da célula de carga utilizada no protótipo.

A célula de carga PW4KRC3 foi desenvolvida pela fabricante HBM em

alumínio com sensores injetados nas extremidades da peça e ramificados através de

extensões dos sensores dispostos pelo corpo da célula de carga conhecidos como

extensômetros, a qual possui desenho preparado para captação de valores com

subdivisões centesimais da capacidade total de carga que é de 2Kg.

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Materiais e Métodos 54

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A Célula possui duas circundivisões proximais interligadas pelas

extremidades dos circuitos sensores unidos por pontes de alumínio com

ramificações de sensores que interligam as extremidades dos sensores criando um

anel de aquisição de dados permitindo que seja utilizado as duas faces da célula de

carga para aquisição dos dados

A célula possui subdivisões de cada 2g por captação, os sensores adquirem

os dados através de suas ramificações entre as duas extremidades dos

extensômetros pela deformação ocasionada em cada variação de carga. Os circuitos

sensores injetados nas extremidades enviam um sinal eletrônico de carga a cada

interstício de aplicação de carga.

Figura 3.9. – Esquema de montagem de uma célula de carga genérica por Moraes et al.

A célula de carga é controlada pela conjunção entre os sinais enviados

pelos sensores e a interpretação lógica e processamento de sinais digitais por parte

do software desenvolvido pela fabricante das balanças que empregam as células da

HBM em seus produtos.

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Materiais e Métodos 55

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Figura 3.10 – Diagrama representativo do formato e disposição dos sensores de carga na célula de carga PW4KRC3 fabric ado pela HBM.

Toda a interpretação lógica dos sinais digitais são executados pelo software

e a aquisição dos dados foi realizada por computador.

3.4. CAPTAÇÃO DE DADOS

O processo de aquisição de dados foi realizado através dos procedimentos

de movimentação do aparato experimental, captação da força de impressão pelos

sensores da célula de carga e análise dos valores de retorno com cálculo de

recuperação elástica e conseqüentemente deformação plástica.

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A força motriz do aparato experimental foi realizado pelo motor-de-passo

retirado de uma impressora HP deskjet 1600 o qual realizava uma volta completa em

seu eixo a cada ciclo de 24 passos. Um circuito A/D controlado por software foi

utilizado para contabilizar o número de voltas que o eixo do motor-de-passo

realizava realizando ciclos de 24 passos.

O aparato experimental foi idealizado para realizar os movimentos verticais

pelo suporte do indentador. A medida que o motor de passo completava um ciclo de

volta em torno do eixo do motor, o suporte do indentador, controlado pelo eixo de

movimentação, deslocava-se para baixo ou para cima dependendo do sentido de

movimentação do eixo central do motor de passo.

Buscando-se uma melhor conformação do sistema de engrenagem ao

sistema propulsor através do motor-de-passo, foi modelado um pedestal e a inclusão

de uma rosca de engrenagem que serviu de guia de movimento, tratado

metalurgicamente com uma rosca sem fim buscando controle lógico do movimento

vertical do suporte do indentador, descobriu-se que o acoplamento da rosca de

controle diretamente a engrenagem do eixo do motor de passo, tornaria o

experimento matematicamente inviável, já que um passo completo do motor

reduziria o controle do espaço de movimentação vertical por finalizar o ângulo do

eixo do motor em 15° de rotação, para correção, foi acoplado uma engrenagem ao

cabeçote do motor-de-passo e acoplado a uma engrenagem fixa no eixo de

movimento o que garantiu a precisão milimétrica da ordem de 1 milímetro por cada

volta do eixo de movimentação do suporte do indentador; o eixo do motor-de-passo

foi reduzido a relação de 1 (uma) volta do eixo guia para 20 (vinte) voltas no eixo do

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motor-de-passo, conseguidos pela adição do sistema de engrenagem, conforme a

tabela 3.1.

Tabela 3.1 – tabela da relação existente entre volt as sobre o eixo do motor de passo e o valor correspondente da profundidade de impress ão ocasionada pelo indentador.

Passos no motor

Voltas no eixo do motor de

passo

Voltas no eixo Guia (Suporte do Indentador)

Precisão do indentador

480 20 1,00 1000 µm (1mm) 24 1 0,05 50 µm 1 0,04 0,002 2,08 µm

0,5 0,02 0,001 1,04 µm

Com isso obteve-se um ajuste fino da base do indentador da ordem de

0,104 µm, já que foram necessários 24 passos do motor para uma volta no seu eixo,

reduzindo ao sistema de engrenagens, 1 volta no eixo do motor ocasionou em 0,05

voltas no eixo guia – calculada pela divisão de 1 volta do eixo guia por 20 voltas no

eixo do motor de passo (da relação de 1 x 20), logo, se cada volta do eixo de

movimentação do suporte do indentador (eixo guia) correspondeu a 1mm (1000 µm),

0,05 voltas correspondeu a 50 µm, podendo-se calcular uma precisão de 1,04 µm

para cada meio passo do motor.

Os procedimentos iniciaram-se a partir da fase de aproximação do

indentador ao porta amostra, essa fase inicia-se com a movimentação do suporte do

indentador até a célula de carga impulsionado pelo giro no eixo do motor-de-passo e

conseqüentemente movimentando a suporte do indentador através do eixo de

movimentação acoplado a ele.

No instante em que a célula de carga iniciou a captura de valores de carga,

com valor zero, o sistema inicializa a contagem do número de voltas no eixo do

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motor de passo necessários para a aquisição do valor de carga parametrizado

através do software. Esse ciclo se completou até a captação do valor de 300g pela

célula de carga e envio do valor de número de voltas para gravação em banco de

dados. Após essa fase iniciou-se o ciclo de descarga do indentador; foi realizado o

movimento do eixo do motor de passo no sentido contrário até a captação do valor

de carga 0 (zero) o que evidenciou que não havia mais contato entre o indentador e

a amostra, nesse instante foi contabilizado o número de voltas da fase de descarga

encerrando os movimentos físicos do indentador

Ao término do processo físico o software gerou uma tabela com os valores

de números de voltas de carga, número de voltas de descarga e profundidade da

impressão calculado através do produto da subtração entre o número de voltas de

carga e número de voltas de descarga pela precisão da impressão por ciclo de volta

no eixo de suporte do indentador.

3.5. VALIDAÇÃO DOS DADOS

3.5.1. CARACTERÍSTICAS DAS AMOSTRAS

As amostras utilizadas foram cedidas gentilmente pelo Prof. Dr. Rômulo

Magalhães do Instituto Federal do Piauí e foram fabricadas pela Villares Metals.

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Materiais e Métodos 59

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Cada amostra foi identificada através de marcação em uma das faces (ver

figura 3.11) e possuía valores de dureza diferenciada e definida pelo fabricante

conforme Tabela 3.2:

Tabela 3.2 – Representação das amostras ensaiadas e os valores de dureza fornecidos pelo fabricante.

Amostra Caracterização Dureza VWM2 Similar: AISI M2 265 HV N4501 Similar: ASTM A182 Grau F55 | UNS S32760 | DIN 1.4501 255 HV VD2 Similiar: AISI D2 235 HV VM40 Similar: SAE 4340 215 HV V444 Similar: AISI 444 / UNS S44400 195 HV VC140 Similar: AISI 410 | UNS S41000 | DIN 1.4006 180 HV V316 Similar: AISI 316 | UNS S31600 | DIN 14401 160 HV

(a) (b) Figura 3.11 – (a) Marcação VC140 na amostra de dure za 180HV, (b) Marcação N4501 efetuada na amostra de dureza 255 HV .

As amostra possuía características e aplicações específicas definidas pelo

fabricante,

Tabela 3.3 – Caracterização das amostras e respecti vas aplicações.

Amostra Caracterização Amostra 01 similaridade com aço AISI M2; é adequada para aplicações de

trabalho a frio, por exemplo, ferramentas de perfuração, formação e pressão, possuem uma admirável combinação entre capacidade de desgaste e resistência, tenacidade e força de compressão. Esta

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combinação de propriedades a torna superior a muitas aplicações de ligas de aço.

Amostra 02 similaridade com aço ASTM A182 Grau F55, UNS S32760, DIN 1.4501; tem como característica, uma elevada resistência à tração e maior resistência à fissuração por corrosão e temperaturas moderadas ao de aços inoxidáveis austeníticos convencionais.

Amostra 03 similaridade com aços AISI D2; Adequado para aplicações em que ocorre predominantemente desgaste abrasivo e o risco de quebra ou fissura não é tão elevado, por exemplo, para formação de materiais de baixa espessura.

Amostra 04 similaridade com aços SAE 4340; Aço com a mais alta temperabilidade entre os de construção mecânica. Usinabilidade e soldabilidade ruins. Boa forjabilidade. Dependendo do teor de carbono, Utilizado na fabricação de componentes com boas propriedades mecânicas e resistência ao desgaste.

Amostra 05 similaridade com os aços inoxidáveis ferríticos AISI 444; Os aços ferríticos AISI 444 são classificados como não magnéticos. Apesar de conter menor quantidade de carbono que os martensíticos, tornam se parcialmente austeníticos a altas temperaturas e, conseqüentemente, precipitam martensita durante o resfriamento. Pode se dizer que são parcialmente endurecíveis por tratamento térmico. Contendo, geralmente, um teor de cromo superior ao dos martensíticos. Este aumento na quantidade de cromo melhora a resistência à corrosão em diversos meios, mas sacrifica em parte outras propriedades, como a resistência ao impacto. O mais utilizado dos aços inoxidáveis ferríticos é o do tipo 430, que contém 16 a 18% de cromo e um máximo de 0,12% de carbono. Na indústria para petrolífera, o aço inoxidável AISI 444 está sendo utilizado em substituição aos demais aços devido a sua alta resistência a corrosão em diversos meios corrosivos (EUFRÁSIO, 2005).

Amostra 06 similaridade com aços AISI 410; Aço cromo, inoxidável martensítico, temperável, magnético, possui resistência à oxidação até 650 ºC. Utilizado em materiais que devem apresentar boa resistência à corrosão atmosférica e ao contato com a água.

Amostra 07 similaridade com aços AISI 316; Aço cromo-níquel-molibidênio, inoxidável austenítico, com baixo teor de caborno. Não temperável. Resistência à oxidação até 875 ºC. Resistência intercristalina até 400 ºC. Requisitado e situações em que necessite de materiais com um teor de carbono menor que do aço 316. É indicado para a utilização em ambientes onde exista o ataque de substâncias corrosivas, tais como ácidos sulfúricos, ácidos sulfurosos, banhos clorados, soluções alcalinas, soluções salinas, etc.

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3.5.2. ENSAIO DE DUREZA TRADICIONAL

As amostras foram submetidas a tratamento e posteriormente ensaiadas em

processo de análise de dureza por análise da imagem e cálculo através dos valores

dos diâmetros de indentação.

Para observar a estrutura da amostra foi realizado o processo de

planificação na direção em que seria feito o corte, com uma serra, procedeu-se o

corte de forma lenta, para que não houvesse um aquecimento excessivo. O

processo de polimento iniciou-se no uso de lixas com decrescente granulometria de:

220, 360, 400, 600, 1200 à base d’água, memorizando sempre a orientação da

amostra ao iniciar o polimento, este foi seguido através de movimentos de vai-vem

ao longo da extensão da lixa, evitando uma pressão assimétrica para evitar que ela

adquirisse uma forma de bisel e também não abaulasse a superfície observada.

Ao término de cada lixamento, as amostras foram lavadas cuidadosamente

com água e álcool etílico a fim de evitar contaminação de uma lixa com o material da

lixa anterior, em seguida a amostra foi submetida a uma lubrificação à base de

alumina com amperímetros de 0,05µm a 1,0µm usados de ordem decrescente,

observando-as previamente no microscópio, a fim de comparar o aspecto da

superfície antes e depois do ataque.

Depois do preparo metalográfico as amostras foram submetidas ao ensaio

de Dureza, feito no laboratório de Física da Universidade Federal do Maranhão,

onde foram feitas cinco testes em cada amostras.

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Tabela 3.4 – Valores da dureza das amostras medidos no microdurômetro por análise do diâmetro.

Amostra fabricante 1ª medida

2ª medida

3ª medida

4ª medida

5ª medida

VWM2 265 HV 280 HV 281 HV 272 HV 278 HV 274 HV N4501 255 HV 262 HV 262 HV 266 HV 273 HV 271 HV VD2 235 HV 319 HV 235 HV 249 HV 232 HV 230 HV VM40 215 HV 211 HV 208 HV 219 HV 209 HV 221 HV V444 195 HV 209 HV 206 HV 199 HV 203 HV 207 HV VC140 180 HV 161 HV 165 HV 167 HV 168 HV 165 HV V316 160 HV 170 HV 162 HV 165 HV 162 HV 157 HV

O aparelho de ensaio utilizado foi um durômetro da marca Shimadzu

corporation modelo HMV-2T(344-04154-22) o qual efetuava a medição e gerava as

imagens da impressão feita na amostra conforme figura 3.12.

(a) (b)

(c) (d)

Figura 3.12 – (a) Imagens geradas pelo microdurômet ro nos ensaios de dureza na amostra N4501 com aumento de 10x e (b) 20 x. (c) Imagem da amostra VC140 com aumento de 10x e (d) 20x.

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Capítulo IV

Resultados e Discussão

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Resultados e Discussão 63

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4.1. VARIÁVEIS DE INFLUÊNCIA

O sistema utilizou o método de ensaio mecânico, dessa forma a teoria física

e numérica utilizada para embasamento não levou em consideração as imprecisões

ocorridas no processo de usinagem física do protótipo.

Nos processos mecânicos utilizados para prototipação do hardware,

verificou-se que uma mínima diferenciação da conformação dos itens que

compunham o hardware representava uma alteração numérica correspondente nos

valores da dureza medida pelo sistema.

Durante os testes de dureza foi observado inicialmente que imperfeições na

usinagem do protótipo, especificamente na engrenagem de controle de subida e

descida da base do indentador na ordem de 50µm a 100µm, afetava o sistema, e

devia ser corrigido através do incremento na fórmula de cálculo de um fator de

correção, isso ocorria pela imprecisão e desgaste do material nos testes e aplicação

das forças de aclive e declive da base o que acarretava um aumento na média de 5

voltas no motor-de-passo, esse incremento ou decremento foi sanado com o cálculo

de um redutor de voltas e o início do cálculo do n° de voltas iniciando do 0 e acima

do nível de contato entre a base de impressão e a amostra.

Com isso o início da contagem do número de voltas do motor-de-passo

efetivamente utilizado como cálculo do resultado final iniciaria com o valor maior que

0 (zero) em módulo necessário para haver o contato do indentador com a amostra.

Esse valor não poderia ser calculado em valor exato, tendo em vista que não se

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Resultados e Discussão 64

Sérgio Barros de Sousa, 2009

poderia precisar o desgaste ocasionado no contato entre as duas cristas das

engrenagens de controle, por esse motivo, calculava-se o número de voltas

necessárias para haver o contato entre a base de impressão até haver a captação

de dados referente a presença de força na célula de carga, esse valor seria utilizado

como base para o início do gráfico Nº de voltas x Carga aplicada.

Agregado a esse fator, observou-se que a medida que o motor de passo

circulava, a temperatura era elevada em 10°C a cada ciclo de 500 voltas o que

ocasionava no sistema uma conformação diferenciada das peças do sistema a cada

ciclo de testes em amostras específicas.

O sistema montado através do protótipo, apesar de utilizar bibliotecas de

terceiros (bibliotecas disponibilizadas livremente), demonstrou-se eficaz, porém, sua

eficiência poderia ser melhorada com a adição de um sistema de refrigeração dos

circuitos eletrônicos, haja vista que, como o sistema mecânico utiliza corrente

elétrica, o mesmo apresentou dissipação de calor.

Esse dispêndio de calor originado tanto pelo fluxo elétrico no circuito, o qual

não estava preparado termicamente para os ensaios, quanto pela fricção mecânica

dos ciclos do motor-de-passo, originou uma sobrecarga no sistema, ocasionando em

2 (duas) vezes a substituição do motor de passo, fato esse que poderia ser

substituído através da implementação de um sistema de refrigeração do sistema

físico.

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Resultados e Discussão 65

Sérgio Barros de Sousa, 2009

4.2. ENSAIO DE DUREZA

Os ensaios realizados nas 7 (sete) amostras apresentaram características

semelhantes quanto aos valores encontrados e relativos aos métodos de adaptação

das amostras ao aparato experimental e captação dos dados.

Conforme bibliografia consultada, os ensaios apresentaram 3 (três) fases

distintas.

1 – Ocorre o movimento de aproximação do indentador com a amostra,

inicialização dos dados para cálculo posterior, os valores são zerados para análise

das informações.

2 – Nesta fase aplicou-se a carga de impressão até que o sistema de

captação de dados atingisse o valor da carga pré-determinada no software,

intercalando a cada interstício de 5g captados o número de voltas do sistema de

impressão para formatação dos valores de Tabela 4.1.

3 – Ao atingir a carga de 300g, o sistema contabiliza em um banco de dados

as voltas necessárias para atingir a carga, e inicia o movimento de retorno. Nesse

ponto a amostra atingiu as fases de deformação plástica e elástica.

4 – O sistema calcula as voltas necessárias para retorno, através do

quociente entre o número de voltas por 60 (número de interstícios de 5g entre a

carga de 0 e 300g).

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Resultados e Discussão 66

Sérgio Barros de Sousa, 2009

5 – Efetua o retorno do indentador calculando a carga em cada interstício de

voltas até se aproximar de 30g, nesse ponto ocorre interstícios de captação de

voltas a cada 2g para adequação do número de voltas com o ponto de interseção

entre deformação plástica e elástica do material conforme a figura 4.1.

Figura 4.1. – Gráfico da deformação plástica e elástica do material durante a fase de ensaios.

6 – Nesse ponto o sistema finaliza a captação de dados com uma tabela de

dados com Nº de voltas x penetração e ao final calcula-se o valor da dureza com o

uso da equação 4.1.

cfh

FHV auto x

xxxx

°°=

16cos4

74cos8544,122

2

cf = 0,04

(4.1) (a)

(b)

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Resultados e Discussão 67

Sérgio Barros de Sousa, 2009

h = p x 2,170138 x 10-5

Onde

F = Carga aplicada;

p = Diferença de números de meios passo entre carga e descarg;

h = Deformação Plástica (Calculada pelo produto da diferença entre o

número de meio-passos de carga e descarga pela precisão de impressão a cada

meio passo);

cf = Coeficiente de correção;

Conforme a equação (4.1), foi possível encontrar a tabela de valores da

dureza com relação aos parâmetros carga aplicada e penetração do indentador

através da relação entre penetração e número de voltas do eixo do motor de passo,

conforme a Tabela 4.1.

S

FDureza=

Tabela 4.1 – Média dos valores medidos no aparato e xperimental a partir dos ensaios nas amostras e valor da dureza e deformação plástica calculado com os valores dos parâmetros obtidos.

Amostra

Número de meio passos de carga

Número de meio-

passos de descarga

Diferença de ciclos

Deformação Plástica

(Profundidade de impressão)

Dureza

Calculada

1 227,7 207 20,7 21,53 203 HV 2 236,5 215 21,5 22,36 196 HV 3 256,3 233 23,3 24,23 180 HV 4 280,5 255 25,5 26,52 165 HV 5 309,1 281 28,1 29,22 150 HV 6 335,5 305 30,5 31,72 138 HV 7 377,3 343 34,3 35,67 122 HV

(4.2)

(c)

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Resultados e Discussão 68

Sérgio Barros de Sousa, 2009

A partir dos dados obtidos pela captação e tabulados conforme a Tabela

4.1, foi possível desenhar o gráfico de dispersão com os valores relativos a dureza

com relação ao valor da deformação plástica (Figura 4.2) obtido pela multiplicação

entre a profundidade de impressão a cada meio passo e a diferença entre o número

de passos necessários para carga e descarga completa no sistema e na figura 4.3 é

demonstrado o gráfico de dispersão dos valores da dureza de cada amostra.

Gráfico de Dureza x Deformação Plástica

0

50

100

150

200

250

0,00 10,00 20,00 30,00 40,00

Profundidade (µm)

Dur

eza

(HV

)

Amostras

Figura 4.2. – Gráfico de dispersão da dureza e resp ectivas profundidades de impressão ocorridas nos ensaios da s 7 (sete) amostras

Tabela de Valores de Dureza

0

50

100

150

200

250

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Número da Amostra

HV

Figura 4.3. – Gráfico de dispersão dos valores de d ureza das amostras de 1 a 7 medidos pelo aparato conforme Tabela 4.1

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Resultados e Discussão 69

Sérgio Barros de Sousa, 2009

De posse dos valores encontrados foi possível demonstrar uma

compatibilização dos valores de dureza calculados pelo sistema com os valores

encontrados nos ensaios de dureza realizados na amostras pelo microdurômetro

(Figura 4.5) a partir da diagonal da impressão e dos valores de dureza fornecidos

pelo fabricante.

Tabela de Valores de dureza

0

50

100

150

200

250

300

0 2 4 6 8

Número da Amostra

HV

Figura 4.4. – Gráfico de dispersão dos valores de d ureza das amostras de 1 a 7 fornecidos pelo fabricante co nforme Tabela 3.2.

Dureza medida pelo microdurômetro

0

50

100

150

200

250

300

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Nº da Amostra

Dur

eza

(HV

)

Figura 4.5. – Gráfico de dispersão das médias dos v alores de dureza encontrados nos ensaios das amostras de 1 a 7 no microdurômetro conforme Tabela 3.4.

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Resultados e Discussão 70

Sérgio Barros de Sousa, 2009

4.3. COMPATIBILIZAÇÃO DOS DADOS

A dureza calculada é o resultado do tratamento estatístico dos valores

encontrados da dureza a partir dos 5 (cinco) ensaios realizados em cada amostra,

desses ensaios retirou-se a média das freqüências dos valores de maior freqüência

obtidos.

Os cálculos realizados através da equação (4.1-a) foram encontrados

utilizando o coeficiente de redução da equação (4.2-b).

Segundo Moreno, o coeficiente de correção encontrado, torna-se

necessário, pois a fórmula de dureza Vickers é baseada em um sistema onde a

carga é aplicada de forma perpendicular à amostra. Porém, nesse sistema, a célula

de carga precisa defletir para medir a carga aplicada. À medida que a mesma

deflete, a força exercida pelo penetrador sobre a amostra deixa de ser perpendicular

à mesma.

A figura 4.6 demonstra a deflexão e a força no momento da impressão da

carga pelo indentador na amostra.

Figura 4.6. – Esquema do ângulo formado entre o material e o penetrador (MORENO, 2006).

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Resultados e Discussão 71

Sérgio Barros de Sousa, 2009

O método de medição de dureza através da análise quantitativa em metais

em ensaios mecânicos demonstrou-se eficaz na proporção em que se torna menos

suscetível a erros humanos na análise através de análise de imagem.

O custo de implementação desse sistema mostrou-se mais em conta que o

custo de aquisição de um microdurometro tradicional que utiliza análise de imagem

para cálculo da dureza.

Os resultados encontrados se mostram mais próximos do valor real da

dureza da amostra a medida que seja aperfeiçoado a sensibilidade e precisão do

sistema mecânico.

Verifica-se, portanto que os métodos de cálculo de dureza de metais através

de ensaios mecânicos possui vantagens e limitações, porém, aumenta as

possibilidades de obtenção da dureza através desse método agregando mais

confiabilidade e garantia físicas dos valores encontrados.

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Capítulo V

Conclusão

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Conclusão 72

Sérgio Barros de Sousa, 2009

5.1. CONCLUSÕES

Através dos resultados obtidos nesse trabalho foi possível concluir que:

• Foi possível desenvolver um protótipo automatizado para cálculo de

valores de dureza Vickers avaliando os parâmetros de recuperação

elástica e calculando o valor da deformação plástica da amostra

ensaiada.

• O modelo proposto apresenta uma alternativa aos métodos de medição

de dureza através de análise de imagem ao substituir a operação

manual por um controle automatizado do processo.

• Os valores de dureza encontrados através dos ensaios realizados com

as amostras demonstraram-se coerentes com os valores reais das

amostras de aço inoxidável obtida em ensaio por medição do diâmetro

e os valores fornecidos pelo fabricante das amostras, porém, foi

necessário o cálculo de um coeficiente para aproximação dos valores

obtidos.

• O custo de desenvolvimento do protótipo experimental mostrou-se

viável para a implementação e o circuito de controle demonstrou-se

mais simples com a utilização de bibliotecas prontas disponibilizadas

pelos fabricantes dos equipamentos utilizados no experimento e

arrecadados em sucatas.

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Conclusão 73

Sérgio Barros de Sousa, 2009

A precisão na conformação dos elementos que compõem o protótipo

aumentam a proximidade dos resultados obtidos em comparação com os

valores reais tornando o modelo mais eficiente.

5.2. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Como sugestão para trabalhos posteriores, pode-se realizar uma

preparação adequada para o protótipo com vistas ao aumento da precisão na

conformação dos dispositivos e peças do protótipo, tendo em vista que aumentando

a precisão, conseqüentemente teríamos valores mais próximos dos valores reais de

dureza dos materiais ensaiados.

Com o aperfeiçoamento do aparato experimental, é possível também

realizar ensaios de riscamento sobre a amostras e medição além dos valores de

deformação plástica e recuperação elástica, o coeficiente de atrito apresentado

pelas amostras demonstrando os valores de resistência ao risco a possíveis

parâmetros tribológicos relacionados a ensaios de riscamento.

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Referências

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