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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE DESENVOLVIMENTO E CONSTRUÇÃO DE UM PROTÓTIPO DE ACUMULAÇÃO DE ENERGIA TÉRMICA por Frederico Eggers Mateus Beltrami Trabalho Final da Disciplina de Medições Térmicas Professor Paulo Smith Schneider [email protected] Porto Alegre, Dezembro de 2014

DESENVOLVIMENTO E CONSTRUÇÃO DE UM PROTÓTIPO DE ACUMULAÇÃO DE … · reciclados e tornarem-se acumuladores de calor com custo benefícios melhores. Eles chegaram à conclusão

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

ENERGIA E FENÔMENOS DE TRANSPORTE

DESENVOLVIMENTO E CONSTRUÇÃO DE UM PROTÓTIPO DE

ACUMULAÇÃO DE ENERGIA TÉRMICA

por

Frederico Eggers

Mateus Beltrami

Trabalho Final da Disciplina de Medições Térmicas

Professor Paulo Smith Schneider

[email protected]

Porto Alegre, Dezembro de 2014

ii

BELTRAMI, M., EGGERS, F.; Desenvolvimento e construção de um protótipo de

acumulação de energia térmica, 2014, Trabalho final da disciplina de Medições

Térmicas do curso de Engenharia Mecânica – Departamento de Engenharia Mecânica,

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014.

RESUMO

O trabalho desenvolvido apresenta um protótipo de um acumulador de calor, que tem o

intuito de armazenar energia térmica oriunda de uma corrente de ar aquecida com a

finalidade de otimizar a acumulação de calor. O protótipo é fabricado com resina

poliéster cristal e é concebido com uma geometria que traga os melhores resultados. O

acumulador é ensaiado em uma bancada própria do Laboratório de Ensaios Térmicos e

Aerodinâmicos, onde são utilizados um ventilador com frequência predeterminada de

30 Hz e uma resistência elétrica para aquecer o ar a aproximadamente 70ºC. Os valores

da temperatura do ar antes e após o protótipo e da vazão são medidos e calculados,

obtendo-se constante de tempo de 555 s e uma vazão mássica de 0,028 kg/s.

PALAVRAS-CHAVE: Acumulador de calor, energia térmica, resina poliéster cristal,

diferença de temperatura.

iii

BELTRAMI, M., EGGERS, F.; Development and construction of a prototype of

accumulation of thermal energy, 2014, Final work part of the Thermal Measurements

discipline of the Mechanical Engineering course – Mechanical Engineering Department,

Universidade Federal University of Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014.

ABSTRACT

The developed work presents a prototype of a heat accumulator, aiming to

optimize the storage of thermal energy from a heated air flow. The prototype is

fabricated with crystal polyester resin and designed with a geometry to increase the heat

exchange. The accumulator is tested in an experience bench in the Laboratorio de

Ensaios Térmicos e Aerodinâmicos, where a fan is set to a predetermined angular

frequency of 30Hz and the air is heated through an electrical resistance to

approximately 70ºC. The values of the flow and air temperature before and after the

prototype are measured and calculated, obtaining time constant of 555 s and a mass

flow of 0,028 kg/s.

KEYWORDS: Heat accumulator, thermal energy, polyester resin crystal, temperature

difference.

iv

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 1

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 2

3.1 Termodinâmica...................................................................................................... 2

3.2 Transferência de calor .......................................................................................... 2

3.3 Tubo de Pitot.......................................................................................................... 2

3.4 Método das Cotas de Newton ............................................................................... 3

3.5 Medidores de temperatura ................................................................................... 4

3.6 Incertezas de medição ........................................................................................... 5

4. METODOLOGIA ................................................................................................ 6

4.1 Bancada de ensaios ................................................................................................ 6

4.2.1 Medidor de temperatura ................................................................................... 7

4.2.2 Calibração ........................................................................................................... 7

4.2.3 Medidor de vazão ............................................................................................... 8

4.3 Desenvolvimento do acumulador ....................................................................... 10

5. RESULTADOS .................................................................................................. 10

6. CONCLUSÃO .................................................................................................... 12

7. REFERÊNCIAS ................................................................................................ 12

1

1. INTRODUÇÃO

A atual situação energética mundial apresenta desafios cada vez maiores em

busca da redução da utilização de combustíveis não renováveis. A busca por novas

formas de se obter energia, ou melhorar o aproveitamento energético dos sistemas já

implementados é de fundamental importância para esse objetivo. A dificuldade de a

energia térmica ser utilizada quando não se há uma grande diferença de temperatura é

um dos pontos que pode ser melhorado para evitar o desperdício de energia.

A utilização de acumuladores de calor segue a linha de poder utilizar rejeitos de

sistemas térmicos para aquecer um material, que pode depois ser utilizado. Pode-se

pensar em diversas maneiras de utilizar essa energia, como a secagem de frutas,

aquecimento de casas, etc. Acumuladores já são bastante difundidos na área de

climatização, com os Chillers, visando diminuição de custo no horário mais caro da rede

elétrica. Porém esses sistemas não visam a reutilização de energia que seria jogada fora.

A variedade de materiais disponíveis para a construção desses sistemas é

diversa, sendo os mais eficientes os que sofrem uma troca de fase em sua faixa de

operação. Para o trabalho foi escolhida resina poliéster cristal, que foi ensaiado no

laboratório LETA da UFRGS.

O objetivo do trabalho foi projetar, com 1kg de renina poliéster cristal, o

acumulador de calor com o menor tempo de resposta possível, menor perda de carga,

projetar e calibrar os instrumentos de medição utilizados para determinar essas

grandezas.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Zhongyang et al, 2014, propuseram um acumulador de calor em favo de mel de

cerâmica usando energia solar. Partindo disso, desenvolveram um modelo numérico

para prever os efeitos de parâmetros geométricos. Concluíram que a capacidade de

armazenamento aumentada com o aumento da capacidade volumétrica de calor, sendo

que um acumulador de calor com grandes canais e paredes finas, a temperatura de saída

aumentou rapidamente em um processo de carga e caiu drasticamente em um processo

de descarga.

Segundo Antoni et al, 2010 , a possibilidade de maior utilização de energia

como a solar está ligada com um eficiente armazenamento de energia térmica. Apesar

de ser um dos componentes mais importantes, esse é também um dos menos

desenvolvidos. Apenas algumas plantas no mundo testaram sistemas de armazenamento

de energia térmica

Há busca até mesmo por redução dos custos desse tipo de sistema. Navarro et al,

2012, realizaram uma pesquisa com o intuito de avaliar materiais que poderiam ser

reciclados e tornarem-se acumuladores de calor com custo benefícios melhores. Eles

chegaram à conclusão de que materiais que seriam normalmente rejeitados de processos

industriais tem custo benefício para utilização como acumuladores de calor.

2

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Termodinâmica

Assumindo o ar como gás ideal, podemos dizer que ele é regido pela equação:

(1)

Como a massa específica de um componente é a massa total sobre o volume

total, podemos dizer que:

(2)

Onde é a massa específica, p a pressão local, M a massa molar, R a constante

dos ga-ses e T a temperatura em que se encontra a substância.

3.2 Transferência de calor

O acumulador de energia térmica funciona basicamente absorvendo o calor

proveniente do ar aquecido por radiação solar. A transferência de calor para o

acumulador é dada por convecção. Depois que se atinge o regime permanente do

sistema, parte dessa energia é perdida por condução pelas laterais, pelo fundo e pela

placa de vidro superior e parte retorna como radiação para o ambiente. Todo o resto é

transferido para o ar escoando internamente.

A taxa de energia acumulada por um acumulador de calor pode ser dado pela

equação abaixo:

(3)

Onde é a vazão mássica do escoamento, é o calor específico, é a

temperatura prescrita e é a menor temperatura à jusante da seção de ensaio.

3.3 Tubo de Pitot

Existem diversas maneiras de medir velocidades de escoamento. Entretanto o

tubo de Pitot é o instrumento mais simples de medição de velocidade de escoamento

tanto internos quanto externos para líquidos ou gases. A medição da velocidade é dada a

partir da comparação entre as pressões estática e dinâmica do escoamento em um

determinado ponto. O tubo de Pitot tem uma de suas pontas orientada na mesma direção

do escoamento, porém em sentido oposto ao escoamento, causando assim um ponto de

3

estagnação que obtém a pressão dinâmica. A outra ponta está ligada a uma tomada de

pressão na parede do duto, que obtém a pressão estática.

Figura 1: Esquematização do Tubo de Pitot [SMITH SCHNEIDER, 2012]

Através da equação de Bernoulli, com as devidas simplificações, é possível

descobrir a velocidade do escoamento através da equação abaixo:

(4)

Onde é a massa específica, é a pressão de estagnação e a pressão estática

ou termodinâmica. Também, sabe-se que a diferença de pressão pode ser encontrada

através da expressão abaixo:

(5)

Com o valor da velocidade é possível calcular a vazão volumétrica do ar através

de:

(6)

Também, pode-se calcular a vazão mássica através da equação:

(7)

3.4 Método das Cotas de Newton

Em medições com o Tubo de Pitot em escoamentos em tubos cilíndricos, deve-

se explorar a medição em mais de um ponto para ter-se uma distribuição do

escoamento. O método das Cotas de Newton atribui um peso a cada medição,

dependendo da posição radial onde ela foi feita. Quanto maior o número de medições,

4

mais preciso será o resultado obtido. Após isso se faz um somatório do produto das

velocidades e seus respectivos pesos conforme a equação:

(8)

Onde é a velocidade média do escoamento, é a velocidade no ponto medido e é

o peso dado a essa medida.

Tabela 1: Raios adimensionais e pesos utilizados para o cálculo da velocidade

média pelo método das áreas iguais.

Quantidade de

pontos de medição

n

Cotas de Newton

r w

2 0 1,2

1 1,2

3

0 0,1667

0,7071 0,6667

1 0,1667

3.5 Medidores de temperatura

O emprego de elementos sensores onde se observa a variação da resistência

elétrica em função da variação da temperatura do meio onde o sensor está localizado é

muito amplo. Ele oferece vantagens por ser uma medida de fácil obtenção, amplificável

e de boa qualidade.

É importante salientar que esse mesmo material utilizado com sucesso como

sensor de temperatura produziria um componente elétrico ou eletrônico não adequado,

pois sua variação de resistência com a temperatura constitui em um efeito indesejado

para os circuitos ou equipamentos onde ele estaria instalado. Neles, o importante é

manter o valor da resistência inalterada com a variação da temperatura, efeito que é, por

outro lado, valorizado quando se trata de construir um sensor de temperatura.

Os sensores de temperatura formam uma parte do conjunto de medição. Ao

contrário de um termômetro de líquido em vidro, onde todas as funções do instrumento

estão acomodadas no mesmo local, o sensor eletrônico deve ser integrado a uma série

de equipamentos que comporão o que se costuma chamar de termômetro.

5

Figura 2: Tipos de detectores de resistência por temperatura

[SMITH SCHNEIDER, 2012]

A leitura dos também chamados termoresistores é feita a partir de uma curva de

calibração, onde o valor lido em resistência elétrica corresponderá a um valor em

temperatura. Isso equivale a trabalhar com uma curva do tipo . Daí vem

a necessidade de obter-se uma curva de calibração, onde a variação da grandeza

independente temperatura de um meio de calibração corresponderá a uma

variação da grandeza dependente do sensor, no caso a resistência elétrica R, de tal forma

que .

3.6 Incertezas de medição

A grandeza física que é obtida através de um procedimento experimental é sempre

uma aproximação do valor verdadeiro da mesma grandeza. A teoria de erros tem como

objetivo determinar o melhor valor possível para a grandeza. O melhor valor possível

também é chamado de melhor estimativa ou valor experimental do mensurando.

A incerteza pode ser então definida como uma indicação de quanto o melhor valor

pode diferir do valor verdadeiro, em termos de probabilidades. Ainda em outras palavras, a

incerteza é um valor estimado para o erro, i.e., o valor do erro se ele pudesse ser medido ou

se ele fosse medido.

Qualquer instrumento de medição fornece dados aproximados de uma grandeza de

um fenômeno. Ocorrendo assim uma divergência entre o valor medido e o valor real. Esta

diferença é o erro associado à medição, podendo ser causado tanto por fenômenos aleatórios

quanto por problemas na instrumentação. É comum, após a medição de um experimento,

utilizar os dados coletados para calcular outras grandezas. Ao se fazer isto, as novas

grandezas são acompanhadas com os erros das variáveis utilizadas. Para calcular este novo

erro gerado se utiliza a equação de Kline e McClintock:

√(

)

(

)

(10)

6

4. METODOLOGIA

4.1 Bancada de ensaios

O experimento foi realizado no laboratório LETA do departamento de

Engenharia Mecânica da UFRGS. A bancada para o teste está na Fig.3. Para fazer o

escoamento de ar há um ventilador que funciona em uma rotação constante de

aproximadamente 30Hz. Na região (3) foi realizada uma medida de vazão e uma medida

de temperatura. Após passar pelo aquecedor, é colocado o acumulador projetado na

seção de ensaio e a variação de temperatura causada pelo acumulador é medida na

região (8).

Os dutos da passagem do escoamento de ar são de PVC de 100 mm, os quais

também são acoplados na seção de ensaio, cujas dimensões são: 46 cm de comprimento,

30 cm de largura e 15,5 cm de altura. A instrumentação para realizar as devidas leituras

de temperatura e velocidade do escoamento são acopladas entre as luvas.

Figura 3: Esquema de montagem da bancada de ensaios. [Edital de trabalho final

da disciplina medições térmicas, 2014-2]

Ventilador

Seção de ENSAIO

TermômetroLETA

AQUECEDOR

1.00 m 1.00 m 1.00 m

Medidor de vazão

LETA

Seção de instrumentaçãoVazão e Temperatura

ALUNOS

Seção de instrumentaçãoTemperatura

ALUNOS

LUVA

TermômetroManômetro

LETA

TermômetroManômetro

LETA

1.00 m 1.00 m

(2)(1) (3)

(4)(5)(8) (6)(7)

7

4.2 Instrumentos de medição

4.2.1 Medidor de temperatura

Para realizar a medição de temperatura foram utilizados dois sensores NTC 5k.

Um sensor foi colocado junto ao medidor de vazão na região (3) e o outro foi utilizado

para medir a temperatura na saída da seção de ensaio. Ambos foram calibrados com o

sensor de referência fornecido pelo laboratório.

Figura 4: Sensor de temperatura (NTC)

4.2.2 Calibração

A calibração deve ser feita com bastante cuidado, já que esses sensores

apresentam comportamento exponencial. Outro detalhe é que sua resistência diminui

com o aumento da temperatura, ao contrário de sensores como os PT100.

A calibração foi realizada por meio de comparação. Foi utilizado um sensor de

referência fornecido pelo LETA. Os sensores foram revestidos com fita isolante líquida,

para que o contato com a água ou até mesmo com os outros sensores não afetasse o

sinal de saída.

Após este procedimento o sensor padrão e os sensores a serem calibrados foram

colocados dentro de uma garrafa térmica com água quente. Imediatamente iniciou-se a

aquisição de dados com multímetros de mão, os quais foram conectados em cada sensor

de temperatura. Os dados coletados estão representados na tabela 2.

8

Tabela 2: Dados coletados na calibração do NTC 1 e NTC 2.

Calibração

PT100 [Ω] T [°C] NTC 1[ KΩ] NTC 2 [ KΩ]

131,03 78,86505 0,7853 0,881

127,32 69,34853 1,0664 1,1936

124,7 62,62797 1,3459 1,5042

122,81 57,77993 1,598 1,7856

121,59 54,65051 1,7786 1,988

120,17 51,00807 2,0311 2,2676

119,1 48,26341 2,259 2,5229

118,5 46,72435 2,3818 2,6569

117,45 44,031 2,6413 2,9427

116,75 42,23543 2,8263 3,1493

116,4 41,33764 2,943 3,278

109,28 23,07413 6,175 6,934

Fazendo-se a comparação, é possível ajustar a curva de operação para cada um

dos sensores. A curva está na Fig. 5.

Figura 5: Curva de calibração dos resistores NTC 1 (pontos em azul) e NTC 2 (

pontos em vermelho).

4.2.3 Medidor de vazão

O medidor de vazão projetado foi um tubo de Pitot montado com tubos de cobre.

A diferença de pressão estática e dinâmica foi medida utilizando um manômetro de

coluna d’agua de precisão do laboratório.

y = -27,13ln(x) + 70,805 R² = 0,9971

y = -27,15ln(x) + 73,828 R² = 0,9967

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 2 4 6 8

Tem

pe

ratu

ra(

ºC)

Tempo (min)

Calibração

NTC1

NTC2

9

Foi construída uma base de madeira para o Tubo de Pitot. Isso garantiu que o

mesmo estivesse na direção do escoamento, além de ter as posições de medição

marcadas para a realização das cotas de Newton.

Figura 6: Detalhe construtivo do Tubo de Pitot.

O duto construído estava preparado para a medição de quatro pontos diferentes

para a pressão estática, para maior precisão. Porém apenas uma tomada de pressão foi

utilizada.

Figura 7: Tomadas de pressão estática.

10

4.3 Desenvolvimento do acumulador

O acumulador de calor foi construído de resina poliéster cristal. Para alcançar a

geometria, foi feito um molde de madeira revestida com massa de modelar, para

facilitar a retirada do mesmo do molde. Antes de a resina ser vazada no molde foi

necessário fazer uma mistura equilibrada da resina com o catalizador, pois a

combinação de ambos fará o material final ter melhores propriedades. Se for colocado

excesso de catalizador a reação exotérmica vai ser muito mais intensa, elevando muito a

temperatura, o que poderá deixar o protótipo amarelado e muito frágil. Já por outro

lado, se for colocado catalizador a menos a cura da resina não vai ser completa,

podendo o material ficar grudento e não suportando a temperatura para a qual o

protótipo será ensaiado. Após isso se colocou a resina e o catalisador ainda líquidos

dentro do molde. Após o tempo de solidificação da resina ter passado o acumulador foi

desmoldado. O resultado obtido foi um acumulador retangular com furos retangulares,

semelhante a uma placa aletada.

Figura 8: Acumulador de calor.

O acumulador tem como medidas 14 cm de altura, 25 cm de largura e 5 cm de

profundidade. Como a colocação da massa de modelar, assim como a confecção do

molde ter sido feita à mão, as dimensões não foram completamente obedecidas, tendo

certas diferenças, além de possuir uma grande rugosidade.

O peso medido do acumulador foi de 960,9g, dentro da margem determinada

pelo edital do trabalho que era 1000 g com tolerância de 50 g para mais e para menos.

5. RESULTADOS

O resultado medido para a vazão, utilizando o método das cotas de Newton, para

medição em 3 posições está na Tab. 3.

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Tabela 3: Resultados de pressão utilizando o método das Cotas de Newton e a

velocidade utilizando a equação (4).

Posição (r) Pressão

(mmCA)

Pressão (Pa) Velocidade

(m/s)

0 0,6 5,88 3,14

0,7 0,6 5,88 3,14

1 0,4 3,92 2,57

Os resultados foram calculados com = 1,19, já que a temperatura do ar medida

na entrada do duto foi de 24,217ºC. De acordo com o método cotas de Newton, a

velocidade média do escoamento é de 3,04 m/s. Com esse valor e conhecendo a área do

duto e temperatura do escoamento pode-se calcular a vazão mássica pela equação (7),

que é dada por 0,028 kg/s.

O resultado da medição de temperatura ao longo do tempo, quando se coloca o

acumulador na seção de testes está na Fig 9.

Figura 9: Tempo de resposta do acumulador.

Podemos perceber que a temperatura inicial do sistema, representada pela linha

vermelha, é de 67,31ºC. Ela sofre uma queda abrupta devido à abertura a seção de

testes, que deixa que ar externo entre na mesma e também devido à colocação do

acumulador de calor. A partir daí, conforme o escoamento esquenta a resina, a

temperatura na saída começa a aumentar.

A temperatura mínima medida foi de 63,60ºC, portanto, para que alcançasse os

63,2%, o sensor deveria medir a temperatura de 65,94ºC. Essa temperatura foi atingida

com o tempo de medição de aproximadamente 555 segundos.

63

63,5

64

64,5

65

65,5

66

66,5

67

67,5

0 5 10 15 20

Tem

per

atu

ra(

ºC)

Tempo (min)

Tempo de resposta do acumulador

12

6. CONCLUSÃO

O desenvolvimento do acumulador de calor foi baseado de forma intuitiva nos

fundamentos de transferência de calor e mecânica dos fluidos, sendo a geometria o principal

parâmetro avaliado. A melhor geometria obtida para o experimento foi em formato

retangular com furos retangulares. O resultado obtido do tempo de resposta para um regime

de acumulação e descarga de energia térmica foi de 555 segundos.

O resultado obtido poderia ser melhorado se fosse feito algum tipo de estudo mais

profundo em CFD para encontrar uma geometria que maximize a troca de calor entre o

escoamento e a resina.

7. REFERÊNCIAS

GIL, A.; MEDRANO, M.; MARTORELL, I.; LÁZARO, A.; DOLADO, P.;ZALBA,

B.; CABEZA, L.F. State of the art on high temperature thermal energy storage for

power generation. Part 1—Concepts, materials and modellization Renewable and

Sustainable Energy Reviews Volume 14, Edição 1, Janeiro 2010, Páginas 31–55.

LUO, Z.; WANG, C.; XIAO, G.; NI, M.; CEN, K. Simulation and experimental study

on honeycomb-ceramic thermal energy storage for solar thermal systems, Applied

Thermal Engineering Volume 73, Edição 1, 5 de Dezembro 2014, Páginas 622–628.

NAVARRO, M.E.; MARTÍNEZ, M.; GIL, A.; FERNÁNDEZ A.I.; CABEZA, L.F.;

OLIVES, R.; PY, X. Selection and characterization of recycled materials for

sensible thermal energy storage, Solar Energy Materials and Solar Cells Volume 107,

Dezembro 2012, Páginas 131–135

SMITH SCHNEIDER, P; Medição de Velocidade e Vazão em Fluidos, 2012, Porto

Alegre, Brasil.

SMITH SCHNEIDER, P; JENISCH RODRIGUES, L. Edital de trabalho final da

disciplina medições térimicas, Edição 2014-2.