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Desenvolvimento Sustentável

Desenvolvimento sustentavel Unid I · 2017-03-21 · 1 A RELAÇÃO HOMEM-NATUREZA ... 8 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL X RECURSOS NATURAIS ... Diante de tantas alterações no meio

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Desenvolvimento Sustentável

Professora conteudista: Graziella Antunes Pereira

Revisor: Luiz Carlos A. do Brasil

Desenvolvimento SustentávelUnidade I

1 A RELAÇÃO HOMEM-NATUREZA .................................................................................................................12 O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SEUS CONCEITOS ................................................................8

2.1 Histórico e conceito de desenvolvimento sustentável ............................................................82.2 O desenvolvimento sustentável ........................................................................................................82.3 As dimensões do desenvolvimento sustentável .......................................................................11

3 O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SUAS DIMENSÕES SOCIAL E ECONÔMICA ............ 123.1 A dimensão social do desenvolvimento sustentável: o caso da energia eólica ......... 123.2 A dimensão econômica do desenvolvimento sustentável .................................................. 143.3 A preservação do meio ambiente como princípio da atividade econômica ................ 16

4 O MEIO AMBIENTE COMO FONTE DE RECURSOS NATURAIS ........................................................ 17

Unidade II

5 AS DIMENSÕES ECOLÓGICA, ESPACIAL E CULTURAL DODESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL .............................................................................................................. 21

5.1 A dimensão ecológica do desenvolvimento sustentável ..................................................... 235.2 A dimensão espacial do desenvolvimento sustentável ........................................................ 245.3 A dimensão cultural do desenvolvimento sustentável ......................................................... 25

6 A RESPONSABILIDADE AMBIENTAL DAS EMPRESAS ........................................................................ 276.1 De quem é a culpa? ............................................................................................................................. 286.2 A globalização ........................................................................................................................................ 286.3 As organizações não-governamentais — ONG´s ..................................................................... 296.4 A responsabilidade social corporativa ......................................................................................... 306.5 A gestão ambiental e o novo ambiente empresarial ............................................................. 32

7 AS NORMAS E A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ........................................................................................... 457.1 A norma ISO 14000 ............................................................................................................................. 507.2 As políticas ambientais públicas no Brasil ................................................................................. 517.3 A Constituição Federal de 1988 ..................................................................................................... 53

8 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL X RECURSOS NATURAIS ........................................................ 53

Sumário

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1 A RELAÇÃO HOMEM-NATUREZA

A relação do homem com a natureza sempre aconteceu de forma bastante discrepante: de um lado, o homem, com toda a sua inteligência gananciosa, tentando alimentar os seus desejos de consumo e conforto; do outro, a natureza, com toda a sua exuberância e riqueza, fonte para todas as ações humanas. Em alguns casos, o homem tem que escolher entre sua sobrevivência e a preservação da natureza, como é o caso do agricultor que tira da terra o alimento que leva à mesa. Neste caso, fica o dilema: a natureza ou o homem?

Mas o que preocupa é o desenvolvimento sem limites protagonizado pelo homem em prol de seus objetivos próprios. Por muitos anos, esse foi o tipo de relação entre o homem e a natureza, até que esta passasse a dar sinal de alerta.

Felizmente esse tipo de pensamento foi modificado e, segundo Camargo (2004),

A ideia de um novo modelo de desenvolvimento para o século XXI, compatibilizando as dimensões econômica, social e ambiental, surgiu para resolver, como ponto de partida no plano conceitual, o velho dilema entre crescimento econômico e redução da miséria, de um lado, e preservação ambiental de outro. O conflito vinha, de fato, arrastando-se por mais de vinte anos, em hostilidade aberta contra o movimento ambientalista, enquanto este, por sua vez,

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Unidade I

encarava o desenvolvimento econômico como naturalmente lesivo e os empresários como seus agentes mais representativos.

Um dos primeiros problemas ambientais ocorreu com o surgimento das cidades e a satisfação das necessidades dos homens, sempre utilizando os recursos ambientais.

A história das cidades do mundo em geral é longa. As primeiras cidades teriam surgido entre quinze a cinco mil anos atrás, dependendo das diversas definições existentes sobre o que define um antigo assentamento permanente como uma cidade. Sociedades que vivem em cidades são, frequentemente, chamadas de civilizações.

A nossa sociedade tem vivido, atualmente, uma gama de problemas, decorrente direta da sua forma de tratar e se relacionar com a natureza. A busca desenfreada pela produção levou o homem a explorar intensamente os recursos disponíveis na natureza, esquecendo que grande parte deles, além de não serem renováveis, quando retirados da natureza em quantidades excessivas, deixam uma lacuna, às vezes irreversível, cujas consequências são sentidas em gerações posteriores, principalmente em relação às mudanças climáticas.

Segundo Casseti (1991),

As transformações sofridas pela natureza, através do emprego das técnicas no processo produtivo, são um fenômeno social, representado pelo trabalho, e as relações de produção mudam conforme as leis, as quais implicam a formação econômico-social e, por conseguinte, as relações entre a sociedade e a natureza.

Outros problemas ambientais foram trazidos com a Revolução Industrial.

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A Revolução Industrial consistiu em um conjunto de mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social. Iniciada na Grã-Bretanha em meados do século XVIII, expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX.

Ao longo do processo (que, de acordo com alguns autores, registra-se até aos nossos dias), a era agrícola foi superada, a máquina foi suplantando o trabalho humano, uma nova relação entre capital e trabalho se impôs, novas relações entre nações se estabeleceram e surgiu o fenômeno da cultura de massa, entre outros eventos.

Essa transformação foi possível devido a uma combinação de fatores, como o liberalismo econômico, a acumulação de capital e uma série de invenções, tais como o motor a vapor. O capitalismo tornou-se o sistema econômico vigente.

A partir da Revolução Industrial, o volume de produção aumentou extraordinariamente: a produção de bens deixou de ser artesanal e passou a ser maquinofaturada; as populações passaram a ter acesso a bens industrializados e deslocaram-se para os centros urbanos em busca de trabalho. As fábricas passaram a concentrar centenas de trabalhadores, que vendiam a sua força de trabalho em troca de salário.

Outra das consequências da Revolução Industrial foi o rápido crescimento econômico. Antes dela, o progresso econômico era sempre lento (levavam séculos para que a renda per capita aumentasse sensivelmente) e, após, a renda per capita e a população começaram a crescer de forma acelerada, nunca antes vista. Por exemplo, entre 1500 e 1780, a população da Inglaterra aumentou de 3,5 milhões para 8,5; entre 1780 e 1880, ela saltou para 36 milhões, devido à drástica redução da mortalidade infantil.

A Revolução Industrial alterou completamente a maneira de viver das populações dos países que se industrializaram. As

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cidades atraíram os camponeses e artesãos e se tornaram cada vez maiores e mais importantes.

Na Inglaterra, por volta de 1850, pela primeira vez em um grande país, havia mais pessoas vivendo em cidades do que no campo. Nas cidades, as pessoas mais pobres aglomeravam-se em subúrbios de casas velhas e desconfortáveis, se comparadas com as habitações dos países industrializados hoje em dia. Mas representavam uma grande melhoria, se comparadas às condições de vida dos camponeses, que viviam em choupanas de palha. Conviviam com a falta de água encanada, com os ratos, o esgoto formando riachos nas ruas esburacadas.

O trabalho do operário era muito diferente do trabalho do camponês: tarefas monótonas e repetitivas. A vida na cidade moderna significava mudanças incessantes. A cada instante, surgiam novas máquinas, novos produtos, novos gostos, novas modas.

Após a problemática relacionada ao homem x natureza, ocorreram conferências, agendas e leis importantes na tentativa de reverter os problemas causados e acima demonstrados, como:

A Rio-92

Diante de tantas alterações no meio ambiente, somadas às ameaças de extinção de muitos recursos naturais atualmente utilizados pelo homem, autoridades (172 governos) e estudiosos do mundo inteiro reuniram-se, em 1992, no Rio de Janeiro, para a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), conhecida mundialmente como a “Conferência da Terra”. Ela se tornou, por sua singularidade, um marco na história da humanidade, cujos objetivos básicos giravam em torno da busca por um equilíbrio entre as necessidades ambientais, sociais e econômicas para gerações atuais e presentes.

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Outro objetivo da Conferência era a construção de uma espécie de associação mundial que contemplasse os países desenvolvidos e em desenvolvimento para estudo e compreensão das questões ambientais, interesse e preocupação igualmente comum a todos. Governos e demais setores da sociedade civil também deveriam compor a referida associação.

Essa Conferência foi popularizada com o título de Rio-92 e conseguiu reunir 108 chefes de Estado para aprovação de documentos importantes como a “Agenda 21”, que consiste em uma declaração do Rio acerca do meio ambiente e o desenvolvimento, para definir quais são os direitos e deveres dos estados.

Somente em 2002 a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou “A Carta da Terra” e comparou sua importância para a humanidade à Declaração Universal dos Direitos Humanos, no tocante ao meio ambiente.

Desde então, podemos notar muito progresso em relação ao pensamento e à postura das pessoas quanto à forma como o meio ambiente está sendo explorado. Nota-se uma urgência em tentar recuperar o tempo perdido e mais ainda em tentar desenvolver nas pessoas uma nova forma de pensar e agir no que se refere às questões ambientais. Ambientalistas, geólogos e os meios de comunicação são alguns exemplos de profissionais profundamente engajados em prol de uma mudança da consciência ambiental dos seres humanos.

As escolas têm sido de fundamental importância na educação ambiental das crianças, possibilitando a elas crescer com o compromisso de preservar e ajudar o seu ecossistema.

A Agenda 21

A Agenda 21 é um dos mais importantes documentos referentes ao meio ambiente e foi gerado na reunião de 178 nações na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), em 1992.

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As dimensões da sustentabilidade são parte do conteúdo da Agenda 21 global, modelo para que os países a aplicassem e escrevessem também sua Agenda 21 nacional e local. Todas essas dimensões que formam parte de um desenvolvimento sustentável são mostradas por pesquisadores e governantes.

A Agenda 21 representa um conjunto de requisitos recomendados para uma boa convivência da humanidade com o Planeta, e seus 40 capítulos estão divididos em quatro seções. A primeira trata de aspectos sociais e econômicos de desenvolvimento; a segunda, de aspectos ambientais e gerenciamento de recursos naturais; a terceira, do fortalecimento do papel dos principais grupos sociais; e a última, a respeito dos meios de implantação.

A água, realmente, é um recurso que precisa de muito respeito por parte do ser humano, já que, muitas vezes, claros exemplos de poluição acontecem por esvaziamentos de hidrocarbonetos ou outros elementos altamente contaminadores, usados na indústria. Aspectos contidos na Agenda 21 são de alta preocupação com respeito à preservação desse recurso, por ser escasso em várias partes do planeta, como em algumas cidades do Brasil, e necessária para o consumo e a geração de energia elétrica. A procura por alternativas de recursos renováveis que substituam as necessidades da água será uma forma de seguir o contido na Agenda 21.

Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar

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uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações (“A Carta da Terra” - preâmbulo).

A Agenda 21 brasileira

A elaboração da Agenda 21 brasileira foi obra do trabalho da Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS). Essa comissão foi criada por decreto presidencial de 26 de fevereiro de 1997, conformada pelo Ministério do Meio Ambiente, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Ministério de Ciência e Tecnologia, Ministério das Relações Exteriores, Presidência da República, Fórum Brasileiro das Ong´s e Movimentos Sociais, Fundação Getúlio Vargas, Fundação Movimento Onda Azul, Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável e Universidade Federal de Minas Gerais. Teve como objetivo redefinir o desenvolvimento do país, adicionando o conceito de sustentabilidade, qualificando suas potencialidades e as vulnerabilidades do Brasil no quadro internacional.

Dentro das estratégias para gestão dos recursos naturais estabelecidas na Agenda 21 brasileira, está o estabelecimento de normas e regulamentação para o uso harmônico da energia e promoção de sistemas alternativos de geração energética, transferindo ao consumidor orientações e escolhas feitas nos planos técnicos e científicos. Essas normas são de responsabilidade dos gestores governamentais, através da criação de leis para promover o investimento de capitais privados em usinas alternativas, mediante mecanismos econômico-financeiros com incentivos fiscais e/ou econômicos e dar condições para a disseminação dessas tecnologias, suas vantagens, custos, facilidades e dificuldades na atualidade.

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2 O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SEUS CONCEITOS

2.1 Histórico e conceito de desenvolvimento sustentável

O desenvolvimento sustentável é um dos temas mais discutidos neste momento em todo o mundo, seja pela preocupação econômica que a escassez das energias não-renováveis proporciona ou mesmo pelo despertar da consciência humana a respeito da necessidade de preservação do planeta, bem como das gerações vindouras.

Realizaremos nosso estudo a partir do conceito básico de desenvolvimento sustentável, cujo objetivo principal é o de se obter um desenvolvimento que seja eficaz e que não venha a comprometer as gerações futuras.

Mas como conseguir tal feito, se o homem desde o seu primeiro instante na Terra vem exercendo uma relação de total dominação sobre ela, sobretudo quanto à extração de suas riquezas naturais?

Para encontrarmos a resposta para esta pergunta, foi preciso elaborar, no módulo anterior, um breve estudo a respeito da relação homem-natureza e tentar entender por quê, hoje, essa relação vem ameaçando o futuro do nosso planeta.

2.2 O desenvolvimento sustentável

O desenvolvimento sustentável baseia-se numa forma de desenvolvimento capaz de acontecer de modo a suprir as necessidades presentes, ou seja, aquelas que já se encontram instaladas, de forma que não venha a interferir no crescimento das gerações futuras. Para isso, é de fundamental importância que se respeite a exploração harmônica dos recursos oferecidos pela natureza.

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Também é imprescindível que se perceba que alguns problemas podem acompanhar essa exploração de recursos naturais e ameaçar a sustentabilidade.

A geração de energia oriunda de fontes renováveis vem despertando o interesse de vários países, por se tratar de uma forma de obtenção mais barata e que não agride o meio ambiente. E, ao que tudo indica, essa forma “limpa” de obtenção de energia pode-se voltar muito mais competitiva, por conta das modernas tecnologias que possibilitam maiores economias de escala, desde que o homem vem explorando os recursos naturais: na época Pré-histórica, logo depois com a Revolução Industrial, chegando aos dias atuais.

As fontes renováveis, quando utilizadas para geração de energia, auxiliam na diminuição da exploração dos recursos esgotáveis ou não-renováveis, pois realizam uma exploração mais harmônica; assim, com a exploração harmônica de fontes renováveis, pode-se cuidar de ecossistemas que são impactados negativamente por geração de substâncias poluentes emitidas no meio ambiente, no momento em que são transformados em energias úteis para o homem alguns recursos não renováveis, como petróleo, carvão e gás. As principais energias utilizadas pelo homem obtidas por exploração das fontes naturais são energia térmica, mecânica e elétrica, entre outras.

Os recursos não-renováveis, além de estarem em processo de esgotamento, são os que mais impactos negativos trazem para a natureza, já que sua exploração exige tecnologias especiais para extração, em virtude das condições de obtenção cada vez mais remotas.

Seu transporte também costuma oferecer riscos extras, conforme pode ser visto no exemplo do petróleo. Depois de serem utilizados, são ainda esses recursos uma grande ameaça poluente, como é o caso dos resíduos radioativos.

Atualmente, os níveis de contaminação por poluentes trazem grande preocupação; por exemplo, segundo a World Energy

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Council, somente na geração de energia elétrica, as emissões de CO2 (quando se utilizam os seguintes recursos: o carvão natural — 980 g/Kwh; óleo combustível 818 g/Kwh e gás 430 g/Kwh aproximadamente) contribuem fortemente para o efeito estufa e para a destruição da camada de ozônio. Os níveis de emissões de CO2 no plano mundial desde 1980, com uma projeção para 2020, estão descritos na tabela a seguir.

Tabela 1: Evolução da emissão de CO2 em milhões de toneladas no período 1980 – 2020

Anos Milhões de toneladas

1980 17.000

1990 20.000

2000 25.000

2010 28.000

2020 37.000

Fonte: Rocha; Rossi, 2003, p. 245.

Para que se possa alcançar o objetivo básico do desenvolvimento sustentável, é necessário que as questões ambientais estejam integralmente definidas, assim como a contemplação de utilização de outras políticas que auxiliem no alcance do mesmo.

Os órgãos e as autoridades públicas competentes precisam adotar as medidas mais adequadas para minimizar os efeitos negativos dos transportes no meio ambiente. Devem, igualmente, procurar uma melhoria na gestão dos recursos naturais, no combate à pobreza e à exclusão social.

Segundo Daniel Bertoli1,

Esse conceito, que procura conciliar a necessidade de desenvolvimento econômico da sociedade com a promoção do desenvolvimento social e com o respeito ao meio ambiente, hoje

1Disponível em: www.agenda21empresarial.com.br

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é um tema indispensável na pauta de discussão das mais diversas organizações, e nos mais diferentes níveis de organização da sociedade, como nas discussões sobre o desenvolvimento dos municípios e das regiões, correntes no dia a dia de nossa sociedade.

2.3 As dimensões do desenvolvimento sustentável

Lage e Barbieri (2001) citam sete dimensões: ecológica, econômica, social, espacial, cultural, tecnológica e política. Muitas delas podem interligar-se e trabalhar em conjunto. Segundo Ignacy Sachs, as dimensões que abordam o desenvolvimento sustentável são cinco: social, econômica, ecológica, espacial e cultural (Sachs, 1993).

Verifica-se que, quando se fala em sustentabilidade, não somente se trata de aspectos ecológicos que mantêm as atividades do homem nos conceitos desse tipo de desenvolvimento, mas também de outros aspectos, importantes para um desenvolvimento sustentável.

É importante frisar que o desenvolvimento sustentável visa conciliar desenvolvimento econômico – que é o desenvolvimento de riqueza material dos países ou regiões, assim como o bem-estar econômico de seus habitantes – com desenvolvimento social — que consiste na evolução dos componentes da sociedade (capital humano) e na maneira como estes se relacionam (capital social) – e com preservação ambiental, que é minimizar a utilização dos bens ambientais (recursos naturais), conservando-os o máximo possível. Para Augusto de Franco (2002), “Todo Desenvolvimento é Desenvolvimento Social”. O autor acrescenta que não há desenvolvimento sem alteração tanto do capital social quanto do humano.

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Desenvolvimento social só ocorre quando se estabelecem políticas que aperfeiçoem a forma como os componentes de um conjunto interagem entre si e com o meio externo. Entende-se como conjunto uma pequena comunidade rural, um centro urbano ou, ainda, uma nação inteira. Diferente do desenvolvimento econômico, Augusto de Franco (2002) nos diz que o desenvolvimento social só ocorre se todos os componentes da sociedade forem beneficiados. Assim, determinada comunidade pode crescer economicamente sem que isso represente um desenvolvimento social.

3 O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SUAS DIMENSÕES SOCIAL E ECONÔMICA

3.1 A dimensão social do desenvolvimento sustentável: o caso da energia eólica

Segundo Sachs (1993), a dimensão social do desenvolvimento sustentável tem como objetivo construir uma civilização em que seus integrantes tenham a maior equidade na distribuição dos recursos e da renda, para melhoria dos direitos e das condições de vida, reduzindo a distância entre padrões de vida. Uma sociedade em que os integrantes compartem os recursos naturais e na qual todos os produtos se originam dos processos produtivos deve manter equidade na distribuição de todos esses recursos. O bem comum é a base da dimensão social do desenvolvimento sustentável. Um dos recursos energéticos estudado neste módulo é a energia elétrica, motivo de muita discussão em todo o mundo, principalmente no nordeste do Brasil, pela escassez de água, bem como pela falta de políticas que priorizem a solução do problema.

O Brasil registrou, a partir de maio de 2001, uma deficiência no fornecimento de energia elétrica no plano nacional, em virtude dos baixos investimentos no setor elétrico, níveis de precipitações de água inferiores aos normais e erros na condução do sistema e redução dos reservatórios (Fundação Konrad Adenauer, 2002).

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A ocorrência de racionamento para a melhor utilização, em parte, foi benéfica à educação e à conscientização social, mas deixou sem energia total, parcial ou limitada muitas famílias, em geral, de classes menos favorecidas. É importante, pois, contar com outras fontes de geração de energia que permitam suprir as deficiências de geração elétrica.

A energia eólica, ou seja, aquela que se utiliza da força dos ventos para gerar energia elétrica, já demonstrou, em muitos países, a importância da sua participação no setor energético.

Um empreendimento desta natureza pode levar a energia elétrica a comunidades que estão afastadas da capital ou a locais de grande potencial turístico, porém, distantes das linhas de transmissão; e a energia elétrica poderia ser suprida por geração de fontes como a eólica, que levaria a essas populações não somente o conforto, mas também a geração de emprego e renda. Um exemplo é a usina eólica instalada em Fernando de Noronha-PE, considerada uma reserva natural e ponto turístico dos mais apreciados no nordeste, mediante a qual um aerogerador fornece energia elétrica sem necessidade de redes de transmissão.

Com efeito, vê-se que a preocupação principal é com o bem-estar, com as condições humanas e com os meios utilizados para aumentar a qualidade de vida dessas condições; deve-se preservar o capital humano e social. Dificilmente se pode mensurar o capital humano que está ligado diretamente às riquezas, mas é somente parte de um conjunto de fatores da sustentabilidade conformado por necessidades essenciais de uma sociedade, como saúde, educação, habitação, infraestrutura e saneamento básico.

O principal é diminuir as diferenças entre níveis sociais e obter melhoria das condições de vida das populações. Quanto a maiores oportunidades de serviços, os diferentes níveis sociais terão oportunidades de acessos iguais. Esses serviços são os

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básicos: água potável, esgoto e energia elétrica. Os benefícios da energia eólica, por exemplo, seriam fornecer eletricidade para suprir as demandas do sistema elétrico nacional, interligando povoados que estão fora dessa rede com sistemas autônomos eólicos. Em relação à água, poderíamos deixar de utilizar este recurso de geração de energia elétrica, aproveitando-o para o consumo humano.

Atualmente, observa-se que o setor energético elétrico no Brasil, pouco a pouco, está superando suas carências, e a utilização de energias não-renováveis está sendo mais discutida, dando oportunidade a outras novas fontes de energia, que favorecerão os objetivos da dimensão social. A aceitação de energias novas, como a eólica, tem tido receptividade na sociedade mundial. O baixo impacto negativo ambiental, o potencial turístico e a geração direta e indireta de empregos na construção e instalação dessas energias alternativas são os principais motivos dessa receptividade.

3.2 A dimensão econômica do desenvolvimento sustentável

A sustentabilidade econômica pode ser definida como uma progressiva alteração do sistema produtivo e de seus padrões qualitativos e quantitativos, mediante uma gestão eficiente dos recursos, por um fluxo regular de investimentos públicos e privados, levando a sociedade à melhoria econômica sustentável (Sachs, 1993). Essa melhoria na gestão eficiente dos recursos refere-se ao aproveitamento sem prejuízo do ecossistema.

O prejuízo poderia acontecer por desastres ou impactos negativos no meio ambiente por prejuízos econômicos, em horizonte de médio ou longo prazo. Os gastos gerados para a manutenção da qualidade ambiental são contabilizados como um incremento nas receitas e produtos nacionais e podem ser aproveitados na manutenção da sociedade. Segundo Bezerra, Facchina e Ribas (2002), eles significam geração de emprego

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e renda, redução da concentração fundiária rural e todas as condições que propiciam moradia para as populações urbana e rural.

A energia elétrica é um recurso fundamental na economia dos países; é o energético que movimenta grande parte da indústria e comércio do Brasil, como representado na figura abaixo. Então, a busca por melhoria na geração de energia elétrica é importante, detectando-se a falta de produtividade que incorpora os custos, características de ineficiência em conversão, transmissão, distribuição e fornecimento da energia elétrica. A sustentabilidade econômica está na procura da criação de mecanismos para novos sistemas produtivos que sejam integrados e de base local, para que estimulem as atividades econômicas mediante estímulos para que a agricultura, a indústria, o comércio e o setor de serviços gerem melhorias nas condições de vida (Lage; Barbieri, 2001).

O serviço elétrico brasileiro precisa de constantes iniciativas de investimento de capital estrangeiro e nacional, visando abrir novos negócios; esses novos negócios são a busca por utilização de novas fontes de geração como a eólica (ventos), biomassa, fotovoltaica (luz solar), entre outras renováveis, que ainda têm percentagens de utilização relativamente baixas.

Consumo de energia no Brasil por setores

Outros15%

Comercial15%

Residencial27%

Indústria43%

Fonte: Aldabó, 2002.

A sustentabilidade econômica abrange a alocação e a distribuição dos recursos naturais dentro de uma escala apropriada. É um mundo em termos de estoques e fluxos de

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capital, em que estão inclusos o capital humano, ambiental ou natural e o capital social. A distribuição estará associada à divisão dos recursos entre as pessoas, e as quantidades que correspondam a cada um dependerão da escala. Assim, segundo Bellen (2005), a teoria econômica tem-se abstraído da questão de escala de duas maneiras opostas: dizendo que por uma parte o meio ambiente é uma fonte infinita de recursos naturais e também uma fonte infinita de resíduos.

Na elaboração de projetos no setor elétrico para ampliações ou instalação de novas fontes de geração de energia, não somente devem avaliar-se os aspectos macroeconômicos em função da eficiência da operação e retorno dos investimentos, mas alterar ou suplantar os modelos tradicionais que medem crescimento e desempenho da economia por modelos de indicadores que incorporem a variável ambiental. Existe, atualmente, a tendência de avaliar projetos também em função dos impactos ambientais.

3.3 A preservação do meio ambiente como princípio da atividade econômica

A ordem econômica e financeira está alicerçada nos princípios elencados na Constituição Federal Brasileira:

“Art. 170 - A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

I – soberania nacional;

II – propriedade privada;

III – função social da propriedade;

IV – livre concorrência;

V – defesa do consumidor;

VI – defesa do meio ambiente

VII – redução das desigualdades regionais e sociais;

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VIII – busca do pleno emprego;

IX - tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte”.

Vale frisar que tanto o desenvolvimento sustentável social quanto a economia buscam a satisfação das necessidades do homem.

4 O MEIO AMBIENTE COMO FONTE DE RECURSOS NATURAIS

O meio ambiente é a fonte principal de toda matéria-prima utilizada pelo homem para produção dos bens e serviços utilizados em seu cotidiano. O homem está sempre recorrendo à natureza na intenção de que suas necessidades sejam atendidas. Para que estes bens e serviços utilizados hoje pelo homem sejam desenvolvidos, é imprescindível a utilização de recursos naturais. Estes podem ser representados como bens ou serviços primários dos quais todos nós dependemos. Segundo Barbieri,

Os recursos naturais, denominados terra nos textos de economia, envolvem elementos ou partes do meio ambiente físico e biológico, como solo, plantas, animais, minerais e tudo o que possa ser útil e acessível à produção da subsistência humana.

Os recursos naturais estão tradicionalmente classificados em:

•-renováveis: animais, ar, energia solar, água, plantas;

•-não-renováveis: minérios, petróleo, carvão mineral, areia.

O conceito de recursos renováveis está diretamente ligado à possibilidade de ser obtido infinitamente de uma mesma fonte. No caso dos recursos não-renováveis, eles possuem a característica de serem finitos, ou seja, caso sejam explorados com continuidade, serão esgotados.

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Na verdade, é possível que todos os recursos se renovem de forma natural, porém, essa renovação poderá demandar muito tempo; em alguns casos, até milhões de anos.

É importante observar que a renovação de um recurso natural dependerá diretamente do modo como ele é utilizado. Também não podemos esquecer que os recursos naturais fazem parte de uma grande cadeia, na qual todos são dependentes e interligados. Portanto, se um recurso é utilizado de forma incorreta, essa má utilização poderá interferir negativamente em outros recursos. Por exemplo, a devastação das florestas poderá interferir na renovação dos mananciais de água.

Segundo Aguiar (1994),

O conceito de meio ambiente é totalizador. Embora possamos falar em meio ambiente marinho, terrestre, urbano, etc., essas facetas são partes de um todo sistematicamente organizado onde as partes, reciprocamente, dependem umas das outras e onde o todo é sempre comprometido cada vez que uma parte é agredida.

Observem o quadro a seguir, que ilustra os tipos e exemplos de recursos naturais, assim como a importância da variável tempo na renovação ou não desses recursos.

Esgotam-se com o uso

Petróleo, carvão mineral, gás natural e energia nuclear.

Não se alteram com o uso

Energia direta solar, ventos, marés.

Alteram-se com o uso

Ar, água, espaço, navegabilidade dos rios e lagos, ciclos dos nutrientes, filtro solar e outros serviços ambientais.

Esgotáveis, mas podem ser reutilizados ou reciclados

Areia, argila, granito e metais.

Alteram-se com o uso

Petróleo, carvão mineral, gás natural e energia nuclear.

Recursos naturais

Renováveis Renováveis/Não-renováveis

Não-renováveis

Fonte: Adaptado de Tivy, J.; O´hare, G. Human impact on the ecosystem. Edimburgo: Oliver & Boyd, 1991.

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Preservação e conservação dos recursos naturais

O Brasil possui uma das maiores e mais ricas biodiversidades − a variabilidade de organismos vivos, as interações que existem entre eles e destes com o ambiente, bem como, a diversidade dentro de espécies (genética), entre espécies e de ecossistemas2 − do mundo. As maiores reservas de água doce do planeta encontram-se em território brasileiro, e um terço de toda a floresta tropical que ainda resta no mundo também.

A conservação dos recursos naturais consiste em usá-los de forma racional, bem como de forma econômica, ou seja, sem desperdício. Agindo assim, os recursos renováveis não irão desaparecer por seu mau uso, nem os recursos não-renováveis serão esgotados.

Dessa forma, é possível pensar em um recurso perpétuo? Sim, porém, será necessário que os recursos sejam manejados de forma correta e que o homem não pratique nenhuma ação nociva a eles. Imaginem que a cada árvore arrancada, fosse plantada outra em seu lugar; certamente acabaríamos o problema da devastação das florestas. Da mesma forma, se houvesse uma preocupação maior com não poluir as águas dos rios, jamais sofreríamos com a escassez de peixes.

O professor Álvaro Fernando de Almeida, do Departamento de Ciências da USP, diz:

O uso indireto e racional de recursos naturais renováveis, mantendo-se a taxa normal de extinção das espécies; em outras palavras, na Natureza, diversas espécies estão sempre em competição e pode ocorrer a extinção “natural” de algumas; não só a competição faz com que isso ocorra, mudanças climáticas, erupções vulcânicas, cheias, etc. também podem acarretar a extinção. Da mesma forma que espécies são

2 Convenção da Diversidade Biológica – disponível em www.onu-brasil.org.br

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extintas, outras podem aparecer... é um longo processo de evolução.

Os recursos naturais fazem parte de uma paisagem geográfica importante e útil para a sobrevivência do homem. Essa paisagem, quando modificada de forma brusca, poderá desencadear sérios problemas ambientais, chegando a colocar em risco a vida de outros seres vivos e até mesmo a vida dos próprios seres humanos.

Os recursos naturais, apesar de serem retirados pelo homem da própria natureza, dificilmente são consumidos em sua forma primitiva. Quase todos sofrem algum tipo de modificação ou beneficiamento antes de serem utilizados, e o segredo da conservação está exatamente na forma como esse beneficiamento é realizado. Se existir uma preocupação com a reposição dos elementos que são retirados do meio ambiente, esses elementos jamais serão extintos e poderão estar disponíveis para as gerações vindouras. Do contrário, se continuarmos com uma exploração desenfreada dos recursos naturais, brevemente estaremos sentindo falta de alguns elementos que até pouco tempo atrás encontrávamos em abundância.

Os recursos naturais precisam ser vistos de forma sistêmica, ou seja, de que todos estão de alguma forma ligados uns aos outros. Dessa forma, poderemos compreender que uma exploração indevida poderá vir a comprometer o ecossistema como um todo.

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