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DESIGN MAGAZINE Nº7, SEPT-OCT 2012

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ARTE EM COMPÓSITOSDESENVOLVIDOS PARA SATISFAZER AS NECESSIDADES DE MOBILIDADE E EFICIÊNCIA EM TODOS OS SEGMENTOS DE EXCELÊNCIA, ELES FASCINAM OS DESIGNERS QUE OS CONSIDERAM OS MATERIAIS MAIS ADEQUADOS PARA EXPRESSAREM IDEIAS EM

ARTE.

POR HELENA ABRIL LANZUELA

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Estamos habituados a pensar, também no mundo do design, os compósitos como resina ou outros elemen-tos constituintes. A arquitetura e escultura reforçadas com carbono, aramida, vidro, cargas minerais, etc, são muito familiares para nós, como é expresso por gran-des nomes da nossa época como Ross Lovegrove, Zaha Hadid, Marc Fornes, etc, que para além de nos fascinar com a sua arte, também deram credibilidade aos compósitos na arte. De repente, somos surpreendidos por esta “gota de luz”, a luz de um composito sem reenforços, como de-senvolvidos pelo Projecto Mellow.Em Março do ano passado, em Valência, fomos deli-ciados por “Pigmentos e Luz”, uma exposição de uma equipa composta por Joan Rocabert, Guillermo Bellod, Sergio Sebastião. Uma exposição flexível, que combi-nou as visões colectivas de pintura e escultura forte-mente influenciadas pela luz de compósitos. O evento foi levado a cabo apenas para provar que, quando os artistas entenderem completamente os materiais e as suas potencialidades, será possível criar obras de arte que, além de apresentar uma estética fora do comum, são ao mesmo tempo práticas e úteis.Depois de três anos de trabalho duro, abençoado por uma grande medida de sorte ,Guillermo Bellod desen-volveu uma ideia sua sobre uma nova textura na pintu-ra, baseada na combinação de diferentes matérias-pri-mas de artes plásticas, para chegar a uma aparência natural, substrato “crinkly”. Enquanto isso, Joan Roca-bert e Sergio Sebastian procediam aos toques finais da sua criação, “uma gota de água limpa”, incorporando Leds RGB, o que gerou pura magia.As mudanças de cor provenientes da gota de luz, transmitiram uma vida para as imagens circundantes, dando-lhes movimen-to e redefinindo o seu significado. Ele trouxe o foco para efeito de aumento da luz, numa criação artística experimental que nos fez mergulhar num ambiente de sonho, rico em sensações e emoções. A “Gota de Luz” é uma lâmpada ornamental especial, inspirada nas fotografias de alta velocidade de gotas de salpicos de água captadas por Harol Edgerton, em 1953. Segundo o autor, elas representavam “um mo-mento curto, congelado no tempo, em todo o seu es-plendor, cuja forma, diz tudo sobre a complexidade e liberdade.”Para alcançar essa dualidade, Joan Valles Rocabert

escolheu um material que ele conhecia e amava: o compósito. Além reunir essas características opostas, possui um peso excepcionalmente leve, uma outra característica, a fim de satisfazer a imagem de “es-tar rodeado por uma chuva virtual de gotas de luz”. O artista já estava familiarizado com os pontos fortes de compósitos de outros projetos de design industrial. No entanto, neste caso, não é um compósito em si, mas apenas um compósito homogéneo, feito a partir da matriz. Devido ao requisito intrínseco de uma trans-parência máxima, não foi possível combinar a resina com outros constituintes. A maior dificuldade era es-colher o material adequado, aquele que teria absoluta transparência, rigidez e estabilidade, proporcionando simultaneamente uma protecção contra o calor gerado pela lâmpada. A resina foi seleccionada, um poliéster orthophtalic feita por Cray Valley (agora CCP Compo-sites) chamado Norsodyne O12335AL. Isto foi feito por meio de processo de moldagem a vácuo, utilizando-se um molde de silicone num quadro de fibra de vidro não dividido. A resina catalisada foi vertida para o molde, conjuntamente o acelerador, adicionados pelos fabri-cantes CCP Composites, para garantir a transparên-cia. O processo, envolvendo uma reacção exotérmica, produziu a “Light Gota” em 25 minutos. Esta queda de luz irradia uma energia azul nesta obra de arte, cria-da por Joan Rocabert. De acordo com Kandinsky, que escreveu “A Respeito do Espiritual na Arte, em 1910”, “Toda obra de arte é a filha do seu tempo, muitas ve-zes, é a mãe das nossas emoções. Segue-se que cada período de cultura produz uma arte própria, que não pode ser repetida. Esforços para reavivar os princípios da arte do passado é, no máximo, produzir obras de arte que se assemelham a uma criança morta.”Assim, graças a Joan Rocabert, esta obra de arte per-mite-nos imaginar magníficas, gotas de luz em queda livre. Tudo isto tem sido possível, neste momento de constante mudança, com a entrada de compósitos no mundo da arte.

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“Toda obra de arte é a filha do seu tempo, muitas vezes, é a mãe das nossas emoções. Segue--se que cada período de cultura produz uma arte própria, que não pode ser repetida. Esforços para reavivar os princípios da arte do passado é, no máximo, produzir obras de arte que se as-semelham a uma criança morta.” - Kadinsky