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  Curso "  Atividade Aduaneira na Proteção da S ociedade " Promoção: ESMAFE-CE Coordenação: Dra. Germana Moraes de Oliveira  Apoio Técnico: Alfândega do Porto de Fortaleza (ALF/FOR) 24 a 28 de maio de 2010 Fortaleza (CE) Despacho Aduaneiro -------------------------------------------------------------------------------- Elaboração: Flávio José Passos Coelho Coordenação Técnica de Disciplina: Flávio José Passos Coelho Coordenação Técnica de Área: Rosaldo Trevisan  Atualização: abril/2010

Despacho Aduaneiro

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Curso "Atividade Aduaneira na Proteo da Sociedade"Promoo: ESMAFE-CE Coordenao: Dra. Germana Moraes de Oliveira Apoio Tcnico: Alfndega do Porto de Fortaleza (ALF/FOR) 24 a 28 de maio de 2010 Fortaleza (CE)

-------------------------------------------------------------------------------Elaborao: Flvio Jos Passos Coelho Coordenao Tcnica de Disciplina: Flvio Jos Passos Coelho Coordenao Tcnica de rea: Rosaldo Trevisan

Despacho Aduaneiro

Atualizao: abril/2010

DESPACHO ADUANEIRO

1.

DESPACHO ADUANEIRO - GENERALIDADES

O papel desempenhado pelas administraes aduaneiras est geralmente vinculado a trs objetivos essenciais: arrecadao, regulao econmica e proteo da sociedade. A nfase normalmente atribuda a cada uma dessas funes pode variar conforme as especificidades econmicas e sociais dos pases, bem como de acordo com a estrutura poltico-administrativa de seus governos. Assim, mesmo em um cenrio atual de gradativa queda das chamadas barreiras tarifrias, em mbito mundial, a importncia da atuao das administraes aduaneiras no chega a ser questionada, posto que o controle aduaneiro extrapola o contexto meramente arrecadatrio para assumir um carter extrafiscal. Nessa perspectiva, as administraes aduaneiras passam a abranger novas funes ligadas proteo da sociedade, defesa da concorrncia e promoo da competitividade empresarial, o que lhes exige uma atuao multidisciplinar aliada a uma maior capacidade de integrao interna e com outros rgos de governo. O cenrio descrito sucintamente nas linhas acima no destoa da realidade brasileira, nem tampouco da atuao da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), no que diz respeito ao controle aduaneiro. E para a execuo desse controle, o despacho aduaneiro consiste em atividade essencial. 1.1. SOBRE O SISCOMEX

No Brasil, em regra, o despacho aduaneiro processado no Sistema Integrado de Comrcio Exterior (SISCOMEX), uma ferramenta informatizada que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operaes de comrcio exterior do Brasil, mediante fluxo nico e computadorizado de informaes. No entanto, existem excees, em razo da natureza da mercadoria, da operao ou da qualidade do exportador ou importador, quando realizado o processamento do despacho aduaneiro sem registro no sistema. Por intermdio do SISCOMEX, as operaes de exportao e importao so registradas e, em seguida, analisadas em tempo real pelos rgos gestores do sistema, que so os responsveis pela administrao, manuteno e aprimoramento dentro de suas respectivas reas de competncia. Os rgos gestores do SISCOMEX so os seguintes: a) Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), responsvel pelos aspectos tributrio e aduaneiro das operaes; e b) Secretaria de Comrcio Exterior (SECEX), do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC), com responsabilidade pelo controle administrativo. Alm dos rgos gestores, na etapa administrativa ou comercial das operaes tambm interagem com o SISCOMEX os rgos anuentes, responsveis pela autorizao do processo de importao e exportao de determinadas mercadorias sujeitas a controles especficos, por exemplo, de ordem sanitria, de interesse da segurana nacional ou de proteo ao meio ambiente. So rgos anuentes, entre outros:

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a) Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA), do Ministrio da Sade (MS); b) Exrcito Brasileiro; c) Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (MAPA); d) Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (Ibama) do Ministrio do Meio Ambiente (MMA); e e) Departamento de Operaes de Comrcio Exterior (DECEX), do MDIC. Considerando a multiplicidade de funes executveis por meio do sistema, os diferentes mdulos do SISCOMEX esto disponveis para os seguintes usurios principais: a) Aduana: Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (AFRFB), Analistas Tributrios da Receita Federal do Brasil (ATRFB) e outros servidores aduaneiros; b) SECEX, Banco Central do Brasil (BACEN) e rgos anuentes: atuam no controle administrativo e cambial; c) importador; d) exportador; e) depositrio: responsvel pelo recinto alfandegado (RA), fiel depositrio das cargas sob controle aduaneiro; e e) transportador: tanto o transportador de cargas do percurso internacional, quanto transportador de cargas sob trnsito aduaneiro. Os atos legais, regulamentares e administrativos que alteram, complementam ou produzem efeitos sobre a legislao de comrcio exterior vigente so implementados no SISCOMEX concomitantemente sua entrada em vigor no Pas. Dessa forma, o SISCOMEX permite tanto aos rgos gestores quanto aos demais rgos e entidades de governo que intervm no comrcio exterior o acompanhamento e o controle sobre a entrada de produtos do Pas e sua sada deste, no mbito das respectivas competncias. V-se, portanto, que o SISCOMEX tornou-se um instrumento indispensvel no dia-a-dia do despacho aduaneiro. Mesmo que se leve em conta a previso normativa para o processamento de algumas importaes e exportaes sem o uso do sistema, conforme o que se ver mais adiante, no se pode ignorar que mais de 99% das operaes de comrcio exterior so executadas no SISCOMEX.

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2. 2.1.

DESPACHO DE IMPORTAO INTRODUO

O despacho de importao o procedimento mediante o qual verificada a exatido dos dados declarados pelo importador em relao s mercadorias importadas, aos documentos apresentados e legislao especfica, com vistas ao seu desembarao aduaneiro.1 A atividade disciplinada basicamente pelas Instrues Normativas (IN) SRF n 680, de 2/10/2006, e n 611, de 18/1/2006. Toda mercadoria procedente do exterior, importada a ttulo definitivo ou no, sujeita ou no ao pagamento do imposto de importao (II), deve ser submetida a despacho de importao, que realizado com base em declarao apresentada unidade aduaneira sob cujo controle estiver a mercadoria. Por outro lado, est dispensada de despacho de importao a entrada, no Pas, de mala diplomtica ou consular, assim considerada a que contenha to-somente documentos diplomticos e objetos destinados a uso oficial.2 O despacho de importao processado com base em declarao prestada pelo importador e, em geral, realizado no SISCOMEX. No entanto, existem excees relacionadas natureza da mercadoria ou da operao, bem como qualidade do importador, nas quais o despacho pode ser processado de modo simplificado, com ou sem registro no SISCOMEX. Pode-se classificar o despacho de importao em duas categorias genricas: (a) o despacho para consumo; e (b) o despacho para admisso em regime aduaneiro especial ou aplicado em reas especiais. O despacho para consumo ocorre quando as mercadorias ingressadas no Pas forem destinadas ao uso, pelo aparelho produtivo nacional, como insumos, matriasprimas, bens de produo e produtos intermedirios, bem como quando forem destinadas ao consumo prprio e revenda. Visa, portanto, nacionalizao da mercadoria importada e a ele se aplica o regime comum de importao. O despacho para admisso em regimes aduaneiros especiais (ou aplicados em reas especiais) tem por objetivo o ingresso no Pas de mercadorias, produtos ou bens provenientes do exterior, que devam permanecer por prazo certo e conforme a finalidade para os quais esto destinados, com tributos suspensos at a extino do regime. Entre outros casos, aplica-se s mercadorias a serem entrepostadas ou admitidas temporariamente. As mercadorias de origem estrangeira que vierem a ser transferidas para outro regime aduaneiro, bem assim aquelas introduzidas no restante do territrio nacional, procedentes da Zona Franca de Manaus (ZFM), Amaznia Ocidental ou rea de Livre Comrcio (ALC), devem ser submetidas a novo despacho aduaneiro de importao.1 2

Art. 542 do Regulamento Aduaneiro (Decreto n 6.759, de 5/2/2009). Art. 547 do Regulamento Aduaneiro.

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Antes de iniciar uma operao de importao, o interessado deve verificar se a mercadoria a ser importada est sujeita a controle administrativo, pois, em regra, esse controle deve ser efetuado anteriormente ao embarque da mercadoria no exterior. 2.2. CONTROLE ADMINISTRATIVO DAS IMPORTAES

O controle administrativo das importaes brasileiras encontra-se disciplinado pela Portaria SECEX n 25/2008, que define as situaes nas quais as operaes esto sujeitas a Licenciamento de Importao, a ser emitido pela Secretaria de Comrcio Exterior (SECEX) do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC). Em geral, as importaes esto dispensadas de licenciamento, devendo os importadores to-somente providenciar o registro da declarao de importao no SISCOMEX, com o objetivo de dar incio aos procedimentos de despacho junto unidade de RFB onde se encontrar a mercadoria.3 Para algumas mercadorias (tais como produtos agrcolas e medicamentos) ou operaes especficas (tais como importaes de material usado), que esto sujeitas a determinados controles, o licenciamento deve ser providenciado, tambm por meio do SISCOMEX, em regra, previamente ao embarque no exterior. Em situaes especficas, tais como as importaes ao amparo do regime de drawback, o licenciamento pode ser obtido aps o embarque, mas antes do registro da declarao de importao.4 O pedido de licena de importao (LI), a ser vinculada a Declarao de Importao (DI), ou de licena simplificada de importao (LSI), a ser vinculada a Declarao Simplificada de Importao (DSI), deve ser registrado no SISCOMEX, recebendo numerao especfica e ficando disponvel para anlise pelos rgos anuentes. onforme legislao prpria, os seguintes rgos, entre outros, podem anuir importaes: - Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA) do MS; - Exrcito Brasileiro; - Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (MAPA); - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (Ibama) do MMA; e - Departamento de Operaes de Comrcio Exterior (DECEX), do MDIC. Deferida a licena de importao, considera-se que foram cumpridas as formalidades previstas na legislao especfica expedida pelos rgos anuentes. Para os despachos de importao processados sem registro no SISCOMEX, quando a mercadoria importada estiver sujeita a controle de outro rgo, exigida a manifestao da autoridade competente, a ser registrada em campo prprio da declarao ou em documento especfico por ela emitido.

3 4

Art. 8 da Portaria SECEX n 25/2008. Art. 11 da Portaria SECEX n 25/2008.

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Em qualquer caso, o importador deve consultar o SISCOMEX, a fim de verificar o tratamento administrativo a que se subordina sua operao. Tambm possvel consultar o tratamento administrativo a que est sujeita a importao de uma determinada mercadoria por meio do Simulador do Tratamento Tributrio e Administrativo das Importaes (disponvel no stio da RFB na Internet). 2.3. TIPOS DE DECLARAES IMPORTAO E MODALIDADES DE DESPACHO DE

Vistas as informaes essenciais acerca do controle administrativo das importaes no Brasil, sero agora abordados os aspectos prticos do despacho aduaneiro de importao, iniciando-se com os tipos de declarao e as modalidades de despacho. O despacho de importao processado com base em declarao efetuada pelo importador, a ser apresentada unidade aduaneira sob cujo controle estiver a mercadoria, na zona primria ou na zona secundria. A RFB pode estabelecer diferentes tipos de declarao de importao, apropriados natureza dos despachos, ou a situaes especficas em relao mercadoria ou a seu tratamento tributrio. As declaraes do importador subsistem para quaisquer efeitos fiscais, ainda que o despacho de importao seja interrompido e a mercadoria abandonada. Podem ser processadas no SISCOMEX (DI e DSI eletrnica), regra geral, ou sem registro naquela sistema (DSI em formulrio, DRE-I, NTS). Em sntese, os despachos de importao podem ser assim classificados: Quanto ao registro no SISCOMEX - Despachos com registro no SISCOMEX Declarao de Importao (DI) Declarao Simplificada de Importao (DSI) - Despachos sem registro no SISCOMEX DSI em formulrio Declarao de Remessa Expressa Importao (DRE-I) Nota de Tributao Simplificada (NTS) Rito Sumrio Quanto modalidade de despacho - Despacho normal - Despacho com registro antecipado de DI - Despacho com entrega fracionada

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2.3.1.

Tipos de declaraes

2.3.1.1. Despachos de importao com registro no SISCOMEX

I.

Declarao de Importao (DI)

A DI formulada pelo importador ou seu representante legal no SISCOMEX, de acordo com o tipo de declarao e a modalidade de despacho aduaneiro. A DI deve conter, entre outras informaes5, a identificao do importador e do adquirente ou encomendante, caso no sejam a mesma pessoa, assim como a identificao, a classificao, o valor aduaneiro e a origem da mercadoria. As informaes so inseridas na DI em dois conjuntos, por assim dizer: - informaes gerais: correspondentes operao de importao; e - informaes especficas (nas adies da DI): contendo dados de natureza comercial, fiscal e cambial sobre as mercadorias declaradas.

II.

Declarao Simplificada de Importao (DSI)

A maioria das mercadorias importadas submetida a despacho aduaneiro comum. Entretanto, em algumas situaes, o interessado pode optar pelo despacho aduaneiro simplificado, disciplinado pela IN SRF n 611/2006. Na importao, o despacho simplificado pode ser processado no SISCOMEX, nas situaes previstas no art. 3 da IN SRF n 611, de 2006, por meio da DSI (eletrnica). As hipteses descritas a seguir, entre outras, retratam situaes passveis de terem seus despachos de importao amparados por DSI eletrnica: - importaes promovidas por pessoas fsicas, em quantidade e frequncia que no caracterizem destinao comercial, cujo valor total seja igual ou inferior a US$ 3.000,00; - importaes realizadas por pessoa jurdica, com ou sem cobertura cambial, cujo valor no ultrapasse US$ 3.000,00; - bens submetidos ao regime de admisso temporria; - bens reimportados em cumprimento do regime de exportao temporria; - bagagem desacompanhada de viajantes; e - bens recebidos a ttulo de doao por instituio de assistncia social, ou por entidade integrante da administrao pblica direta. Em situaes que caracterizem importao eventual, realizada por pessoa fsica, como, por exemplo, no caso de bagagem desacompanhada de viajante, a DSI pode ser transmitida por servidor aduaneiro da unidade da RFB onde for processado o despacho.

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Anexo nico da IN SRF n 680/2006.

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2.3.1.2. Despachos de importao sem registro no SISCOMEX

I.

DSI em formulrio

O despacho aduaneiro simplificado pode ser realizado sem registro no SISCOMEX, por meio do formulrio para declarao simplificada de importao (DSI formulrio), constante nos anexos da IN SRF n 611/2006, nas situaes de importaes previstas no art. 4 daquela norma, entre as quais podem ser citadas: - amostras sem valor comercial; - mercadorias cujo valor total seja igual ou inferior a US$ 500.00; - rgos e tecidos humanos para transplantes; - medicamentos sob prescrio mdica, importados por pessoa fsica a quem se destinem; - bens que retornem ao Pas, cujo despacho de exportao tenha sido realizado com base em Declarao Simplificada de Exportao (DSE) via formulrio; - importaes realizadas por representaes diplomticas; e - livros e documentos sem finalidade comercial.

II.

Declarao de Remessas Expressas Importao (DRE-I)

Remessa expressa consiste em documento ou encomenda internacional transportada, por via area, por empresa de transporte expresso internacional, porta a porta. O despacho aduaneiro de importao de remessas expressas processado com base em Declarao de Remessas Expressas - Importao (DRE-I), conforme disciplinado pela IN SRF n 560/2005, quando contiver: - documentos; - livros, jornais e peridicos, sem finalidade comercial; - importaes promovidas por pessoas fsicas, em quantidade e frequncia que no caracterizem destinao comercial, cujo valor total seja igual ou inferior a US$ 3.000,00; - bens destinados a pessoas jurdicas, sem cobertura cambial, para uso prprio ou em quantidade estritamente necessria para dar a conhecer a sua natureza, espcie e qualidade, cujo valor total seja igual ou inferior a US$ 3.000,00; ou - bens nacionais ou nacionalizados, que retornem ao Pas, se devidamente comprovada a sua sada temporria, observado o limite de valor de at US$ 3.000,00. O despacho aduaneiro de remessas expressas ao amparo de DRE-I est sujeito ao Regime de Tributao Simplificada (RTS). No RTS, em regra, as mercadorias so tributadas alquota de 60% do valor aduaneiro, a ttulo de Imposto de Importao, independentemente de sua classificao tarifria.

III.

Nota de Tributao Simplificada (NTS) Remessa Postal

O despacho aduaneiro de remessas postais internacionais destinadas a pessoas fsicas ou jurdicas, at US$ 500,00, submetidas ao RTS, tem por base a Nota de

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Tributao Simplificada (NTS), instituda pela IN SRF n 101/1991. Por meio da NTS, o importador notificado quanto aos bens tributados pela fiscalizao aduaneira. O despacho aduaneiro de remessas postais internacionais independe de prova de propriedade pelo destinatrio, que o contribuinte do imposto de importao. A postagem de remessa como presente ou amostra ou o envio de bens a ttulo gratuito no excluem a incidncia de tributos. permitido ao destinatrio verificar o contedo da remessa, antes de seu recebimento ou do pagamento de tributo, na presena de funcionrio da RFB (art. 7 do Decreto n 1.789/1996).

IV.

Rito Sumrio

O despacho de importao de urnas funerrias, contendo restos mortais, realizado em carter prioritrio e mediante rito sumrio, logo aps a sua descarga, com base no respectivo conhecimento de carga ou em documento de efeito equivalente.6 O desembarao aduaneiro da urna somente efetuado aps a manifestao favorvel da autoridade sanitria competente. 2.3.2. Modalidades de Despacho

Em regra, o despacho aduaneiro tem seu incio aps a chegada da totalidade da mercadoria na unidade da RFB onde o despacho ser processado. No entanto, de acordo com a natureza da mercadoria, a qualidade do importador ou a via de transporte utilizada, permitido o registro da declarao de importao antes da chegada da mercadoria, ou de sua totalidade. 2.3.2.1. Despacho normal O registro da declarao de importao deve ser realizado aps a chegada da mercadoria no recinto alfandegado de zona primria ou secundria onde ser processado o despacho de importao.7 2.3.2.2. Despacho com registro antecipado de DI Em algumas situaes, permitido o registro da DI antes da chegada da mercadoria procedente diretamente do exterior na unidade da RFB de despacho. So exemplos de situaes passveis de despacho com registro antecipado de DI:8 a) mercadoria transportada a granel, cuja descarga se realize diretamente para terminais de oleodutos, silos ou depsitos prprios, ou veculos apropriados;6 7 8

Art. 548 do Regulamento Aduaneiro. Inciso III do art. 15 da IN SRF n 680/2006. Art. 17 da IN SRF n 680/2006.

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b) mercadoria inflamvel, corrosiva, radioativa ou que apresente caractersticas de periculosidade; c) plantas e animais vivos, frutas frescas e outros produtos facilmente perecveis ou suscetveis de danos causados por agentes exteriores; e d) mercadoria transportada por via terrestre. 2.3.2.3. Despacho com entrega fracionada O despacho com entrega fracionada permitido nas importaes por via terrestre quando, em razo do volume ou peso da mercadoria, o transporte no possa ser realizado por apenas um veculo.9 A entrada de toda a mercadoria no territrio aduaneiro deve ocorrer dentro de 15 dias teis aps o registro da DI, caso contrrio, a DI ser retificada para a quantidade efetivamente entregue. O desembarao somente registrado aps a chegada do ltimo lote ou aps a retificao para menor, quando vencido o prazo sem a chegada de toda a carga. 2.4. DOCUMENTOS DE INSTRUO DA DECLARAO DE IMPORTAO

Em regra, a declarao de importao deve ser instruda com os seguintes documentos: a) a via original do conhecimento de carga ou documento de efeito equivalente; b) a via original da fatura comercial, assinada pelo exportador; c) o romaneio de carga (packing list), quando aplicvel; d) o comprovante de pagamento dos tributos, se exigvel; e) outros documentos exigidos em decorrncia de acordos internacionais ou por fora de lei, de regulamento ou de ato normativo. Os documentos de instruo da DI devem ser entregues fiscalizao da RFB sempre que solicitados e, por essa razo, o importador deve mant-los pelo prazo previsto na legislao. 2.4.1. Conhecimento de Carga

O conhecimento de carga original comprova a posse ou a propriedade da mercadoria. Os seus requisitos regem-se pelos dispositivos da legislao comercial e civil, sem prejuzo da aplicao das normas tributrias, quanto aos efeitos fiscais. Para fins de verificao de infrao s normas pertinentes ao controle administrativo das importaes e para efeitos tributrios, o embarque da mercadoria a ser importada considera-se ocorrido na data da emisso do conhecimento de carga.10

9

10

Art. 61 da IN SRF n 680/2006. Art. 5 da Lei 6.562/1978, reproduzido no art. 708 do Regulamento Aduaneiro.

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A cada conhecimento de carga deve corresponder uma nica declarao de importao, salvo excees estabelecidas pela RFB.11 2.4.2. Fatura comercial

A fatura comercial o documento que espelha a operao de compra e venda entre o importador brasileiro e o exportador estrangeiro, podendo ser emitida por qualquer processo. A primeira via da fatura comercial ser sempre a original, assinada pelo exportador, devendo ser apresentada pelo importador unidade de despacho da RFB. 2.4.3. Romaneio de carga, quando aplicvel

O romaneio de carga, ou packing list, uma lista entregue pelo exportador ao transportador, contendo a descrio, a quantidade, as marcas, os nmeros e os modelos das mercadorias a serem transportadas com destino ao Pas. Tal documento, desde que emitido em virtude das caractersticas do envio das mercadorias, deve instruir a DI. Notese que no h que se falar em packing list, por exemplo, para cargas soltas ou granis, em virtude da prpria natureza da operao de transporte. 2.4.4. Comprovante de pagamento dos tributos

Quando o pagamento de crdito tributrio no ocorrer por meio de dbito automtico em conta corrente bancria, dever ser apresentado o comprovante de pagamento por meio de documento de arrecadao de receitas federais (DARF). 2.4.5. Outros documentos de instruo da declarao

Entre os demais documentos que podem instruir a declarao de importao, podem ser citados: Certificado de origem: para as importaes de mercadorias que gozem de tratamento tributrio favorecido em razo de sua origem, a comprovao desta ser feita por qualquer meio julgado idneo, em conformidade com o estabelecido no correspondente acordo internacional12 (o documento normalmente utilizado para a referida comprovao o certificado de origem emitido por entidade autorizada); e Manifesto Internacional de Carga Rodoviria/Declarao de Trnsito Aduaneiro (MIC/DTA): quando a via de transporte for rodoviria, o MIC/DTA deve ser apresentado repartio aduaneira.13

11 12 13

Art. 555 do Regulamento Aduaneiro. Art. 563 do Regulamento Aduaneiro. IN DPRF n 56/1991.

DESPACHO ADUANEIRO

2.5.

ETAPAS DO DESPACHO DE IMPORTAO

Antes de passar aos comentrios sobre cada uma das etapas, so apresentados a seguir dois fluxogramas representativos dos despachos com o uso de DI e de DSI, com vistas a proporcionar uma viso geral dos respectivos processos.

DESPACHO ADUANEIRO

FLUXO DO DESPACHO DE IMPORTAO NO SISCOMEX (DI)

Licenciamento, quando exigvel

Sim

H indcios de fraude?

No

Outras Irregularidades?

No Aduana registra desembarao no SISCOMEX Sim

A

Sim Exigncias atendidas? No

Embarque no exterior e transporte internacional

Aduana realiza a conferncia aduaneira

B

Chegada e armazenamento da carga

Importador entrega documentos e Aduana registra recepo

Irregularidades sanveis?

Sim Aduana formula exigncias

Depositrio entrega a mercadoria

No

BVermelho ou Amarelo Verde No Sim Declarao desembaraada automaticamente

Importador registra a DI no SISCOMEX

Seleo parametrizada

Aduana efetua anlise

Exigncias atendidas?

Cinza

A

Procedimentos especiais de controle aduaneiro

Sim

Indcios de fraude?

Aduana exige correo das irregularidades

No Sim

B

Outros desfechos e desdobramentos possveis (autuao, perdimento, devoluo ao exterior etc.)

Outras Irregularidades?

Sim

Irregularidades sanveis?

No

B

No

DESPACHO ADUANEIRO

FLUXO DO DESPACHO DE IMPORTAO NO SISCOMEX (DSI)

Licenciamento simplificado, quando exigvel

Outras irregularidades?

No Aduana registra concluso da conferncia Sim

Sim Embarque no exterior e transporte internacional No Exigncias atendidas? No

B

H indcios de fraude? Sim Chegada e armazenamento da carga Depositrio entrega a mercadoria

A

Irregularidades sanveis?

Sim

Aduana formula exigncias

Importador registra a DSI no SISCOMEX

Aduana realiza a conferncia aduaneira

No

B

Declarao desembaraada automaticamente

Com conferncia

Importador entrega documentos

Seleo para conferncia

Sem conferncia

A

Procedimentos especiais de controle aduaneiro

B

Outros desfechos e desdobramentos possveis (autuao, perdimento, devoluo ao exterior etc.)

DESPACHO ADUANEIRO

Vistos os fluxogramas, sero agora descritas, nos tpicos seguintes, cada uma das etapas do despacho aduaneiro de importao. 2.5.1. Registro da declarao

O ato que determina o incio do despacho aduaneiro de importao o registro da DI no SISCOMEX. Aps a completa elaborao da declarao em seu microcomputador, o importador a submete para registro no SISCOMEX, que procede validao das informaes prestadas. O registro da declarao (DI ou DSI) somente efetivado: - se verificada a regularidade cadastral do importador; - aps o licenciamento da operao de importao, quando exigido, e a verificao do atendimento s normas cambiais, conforme estabelecido pelos rgos competentes; - aps a chegada da carga, exceto na modalidade de despacho com registro antecipado de DI; - aps a confirmao, pelo banco, da aceitao do dbito relativo aos tributos devidos, inclusive da taxa de utilizao do SISCOMEX (no caso de DI); e - se no for constatada qualquer irregularidade impeditiva do registro. Caso a DI ou DSI esteja corretamente preenchida, e aps o pagamento dos tributos federais devidos na importao (efetuado por dbito automtico em conta corrente bancria), a declarao recebe um nmero de registro seguindo uma ordem sequencial, anual e nacional. O despacho de importao inicia-se na data do registro da DI ou DSI. Nesse momento, ocorre a perda da espontaneidade do sujeito passivo.14 2.5.2. Seleo para conferncia aduaneira

Uma vez registrada a declarao de importao e iniciado o procedimento de despacho aduaneiro, a DI analisada pelo sistema e selecionada para um dos canais de conferncia. Tal procedimento de seleo recebe o nome de parametrizao ou seleo parametrizada. Com esse procedimento, a DI direcionada para um dos seguintes canais de conferncia aduaneira: - verde o sistema registrar o desembarao automtico da mercadoria, dispensados o exame documental e sua verificao; - amarelo realizado o exame documental e, no sendo constatada irregularidade, efetua-se o desembarao aduaneiro; - vermelho a mercadoria somente desembaraada aps a realizao do exame documental e de sua verificao; ou - cinza realizado o exame documental, a verificao da mercadoria e a aplicao de procedimento especial de controle aduaneiro, para verificar elementos indicativos de fraude, inclusive no que se refere ao preo declarado da mercadoria.14

Regulamento Aduaneiro, arts. 545 e 683, 1, I; IN SRF n 611/2006, art. 10; e IN SRF n 680/2006, art. 15. A excluso da espontaneidade ser melhor detalhada na disciplina Fiscalizao Aduaneira (FIA).

DESPACHO ADUANEIRO

Na constatao de indcio de fraude, independente do canal de conferncia atribudo DI, o servidor deve encaminhar os elementos verificados ao setor competente, para avaliao da necessidade de aplicao dos procedimentos especiais de controle.15 Os bens submetidos a despacho aduaneiro com base em DSI podem ser desembaraados, aps seleo efetuada pelo supervisor lotado na unidade da RFB de despacho: - sem conferncia aduaneira, hiptese em que so dispensados o exame documental, a verificao da mercadoria e o exame de valor aduaneiro; ou - com conferncia aduaneira, hiptese em que a mercadoria somente desembaraada e entregue ao importador aps a realizao do exame documental e de sua verificao e, se for o caso, do exame do valor aduaneiro.16 2.5.3. Entrega dos documentos e registro da recepo

Os documentos de instruo e o extrato da declarao devem ser entregues pelo importador unidade da RFB em envelope contendo a indicao do nmero atribudo declarao, na hiptese de DI selecionada para conferncia aduaneira. O servidor da RFB ento registra no SISCOMEX a recepo documental. vedado o recebimento dos documentos quando: - a documentao estiver incompleta relativamente indicada pelo importador, na DI; ou - o representante do importador no estiver credenciado junto a RFB, nos termos da norma especfica. Atualmente, existe previso normativa para a entrega dos documentos que instruem a DI em meio digital, no momento do registro.17 A implementao desse procedimento, no entanto, ainda depende da concluso das adaptaes em curso no SISCOMEX. No caso de importao de bens realizada com base em DSI, o importador deve entregar na unidade da RFB de despacho o extrato da DSI (ou a DSI em formulrio), em conjunto com os respectivos documentos de instruo da declarao. Aps a conferncia aduaneira, os documentos que instruram a declarao aduaneira so devolvidos ao importador ou seu representante legal, mediante recibo no extrato da declarao, para que este os mantenha sob sua guarda pelo prazo e na forma prevista na legislao, e os apresente em caso de solicitao da fiscalizao.

15 16 17

Art. 23 da IN SRF n 680/2006. Art. 13 da IN SRF n 611/2006. Art. 19 da IN SRF n 680/2006.

DESPACHO ADUANEIRO

2.5.4.

Distribuio

Ocorrida a seleo para conferncia aduaneira em canal de conferncia diferente do verde, a DI deve ser distribuda para AFRFB lotado na unidade de despacho, para execuo dos procedimentos previstos para o canal correspondente. De modo anlogo, tambm a DSI a ser submetida conferncia aduaneira deve ser distribuda pelo supervisor para AFRFB lotado na unidade de despacho. 2.5.5. Conferncia Aduaneira

A conferncia aduaneira tem por finalidade identificar o importador, verificar a mercadoria e a correo das informaes relativas a sua natureza, classificao fiscal, quantificao e valor, e confirmar o cumprimento de todas as obrigaes, fiscais e outras, exigveis em razo da importao.18 A conferncia aduaneira das declaraes selecionadas pode ser realizada na zona primria ou na zona secundria e deve ser iniciada aps a entrega do extrato da declarao e dos documentos que a instruem. Quando realizada na zona secundria, a conferncia aduaneira pode ser feita em recintos alfandegados, no estabelecimento do importador ou, excepcionalmente, em outros locais, mediante prvia anuncia da autoridade aduaneira.19 O AFRFB responsvel pelo despacho poder limitar a conferncia s hipteses determinantes da seleo parametrizada, conforme estabelecido pela Coana, o que no impede a extenso da conferncia aduaneira a outras hipteses, a critrio do AFRFB responsvel. 2.5.5.1. Exame documental O exame documental destina-se a constatar: - a integridade dos documentos apresentados; - a exatido e correspondncia das informaes prestadas na declarao em relao quelas constantes dos documentos que a instruem, inclusive no que se refere origem e ao valor aduaneiro da mercadoria; - o cumprimento dos requisitos de ordem legal ou regulamentar correspondentes aos regimes aduaneiro e de tributao solicitados; - o mrito de benefcio fiscal pleiteado; e - a descrio da mercadoria na declarao, com vistas a verificar se esto presentes os elementos necessrios confirmao de sua correta classificao fiscal. Na hiptese de descrio incompleta da mercadoria na DI, que exija a verificao desta para sua perfeita identificao, a fim de confirmar a correo da classificao fiscal18 19

Art. 564 do Regulamento Aduaneiro. Art. 565 do Regulamento Aduaneiro.

DESPACHO ADUANEIRO

ou da origem declarada, o AFRFB pode condicionar a concluso do exame documental realizao da verificao da mercadoria.20 2.5.5.2. Verificao das mercadorias A verificao das mercadorias destina-se a identific-las e quantifica-las, a obter elementos para confirmar sua classificao fiscal, origem e seu estado de novo ou usado, bem como para verificar sua adequao s normas tcnicas aplicveis. Ser realizada mediante agendamento, em conformidade com as regras gerais estabelecidas pelo chefe do setor responsvel pelo despacho aduaneiro. A verificao de mercadoria, no curso da conferncia aduaneira ou em qualquer outra ocasio, realizada por AFRFB, ou sob a sua superviso, por outro servidor integrante da carreira ARF, na presena do importador, ou de seu representante. Podero ser adotados critrios de seleo e amostragem estabelecidos pela RFB.21 Quando a verificao da mercadoria for realizada por servidor que no o AFRFB responsvel por essa etapa, ou quando for utilizado o critrio de verificao por amostragem, deve ser lavrado o Relatrio de Verificao Fsica (RVF). Na hiptese de mercadoria depositada em recinto alfandegado, a verificao pode ser realizada na presena do depositrio ou de seus prepostos, dispensada a exigncia da presena do importador. Regra geral, a conferncia da mercadoria realizada em recinto alfandegado. No entanto, o chefe da unidade de despacho pode autorizar, de ofcio ou a requerimento do interessado, a verificao das mercadorias, total ou parcialmente, no estabelecimento do importador ou em outro local adequado, quando:22 - o recinto ou instalao aduaneira no dispuser de condies tcnicas, de segurana ou de capacidade de armazenagem e manipulao adequadas para a realizao da conferncia; - se tratar de bens de carter cultural; ou - se tratar de bem cuja identificao dependa de sua montagem. Se a fiscalizao aduaneira entender necessrio, pode designar perito credenciado pela RFB para proceder identificao e quantificao da mercadoria. Quando necessria a retirada de amostra para exame laboratorial ou de outra natureza, emite-se termo descrevendo a quantidade e a qualidade da mercadoria retirada. As despesas de percia, assim como de assistncia tcnica do perito, so de responsabilidade do importador.23

20 21 22 23

Art. 25, pargrafo nico, da IN SRF n 680/2006. Art. 50 do Decreto-Lei n 37/1966, alterado pelo art. 77 da Lei n 10.833/2003. Art. 35 da IN SRF n 680/2006. Arts. 813 e 814 do Regulamento Aduaneiro.

DESPACHO ADUANEIRO

2.5.5.3. Interrupo e formulao de exigncias Constatada, durante a conferncia aduaneira, ocorrncia que impea o prosseguimento do despacho, este ter seu curso interrompido aps o registro da exigncia correspondente, pelo AFRFB responsvel. Caracterizam a interrupo do curso do despacho, entre outras ocorrncias: - a divergncia na declarao de importao em relao mercadoria importada; - a falta de apresentao dos documentos exigidos pela autoridade aduaneira, desde que indispensveis ao prosseguimento do despacho; - a falta de recolhimento de tributo; e - a ausncia do importador para assistir verificao da mercadoria, quando sua presena for obrigatria. As exigncias formalizadas pela fiscalizao aduaneira e o seu atendimento pelo importador, no curso do despacho aduaneiro processado com base em DI, devem ser registrados no SISCOMEX.24 A exigncia em despacho realizado por meio de DSI, bem como a cincia do importador, devem ser formalizadas no extrato da declarao ou na DSI em formulrio. Interrompido o despacho, para atendimento da exigncia, cientifica-se o importador ou seu representante, iniciando-se a contagem do prazo para caracterizao de abandono da mercadoria: Se o despacho for interrompido por prazo superior a sessenta dias, por ao ou omisso do importador, a mercadoria ser considerada abandonada.25 Em se tratando de exigncia relativa a crdito tributrio, o importador pode efetuar o pagamento correspondente, independentemente de processo. Porm, havendo manifestao de inconformidade, por parte do importador, o AFRFB deve efetuar o respectivo lanamento em auto de infrao. Nesse caso, a partir da impugnao do Auto de Infrao e mediante a apresentao de depsito em dinheiro, cauo de ttulos da dvida pblica federal ou fiana bancria, no valor do montante exigido no auto de infrao, a mercadoria pode ser desembaraada, desde que autorizado pelo chefe da unidade.26 2.5.6. Desembarao aduaneiro

O desembarao aduaneiro o ato pelo qual registrada a concluso da conferncia aduaneira.27 A partir do desembarao aduaneiro autorizada a efetiva entrega da mercadoria ao importador. A mercadoria objeto de exigncia fiscal de qualquer natureza, formulada no curso do despacho aduaneiro, somente ser desembaraada aps o respectivo24 25

Art. 42 da IN SRF n 680/2006. Art. 642, 1, inc. II, do Regulamento Aduaneiro. 26 Portaria MF n 389/1976. 27 Art. 571 do Regulamento Aduaneiro.

DESPACHO ADUANEIRO

cumprimento ou, quando for o caso, mediante a apresentao de garantia, nos termos de legislao especfica.28 A mercadoria pode ser desembaraada quando a concluso da conferncia depender somente do resultado de anlise laboratorial, iniciando-se, ato contnuo, procedimento de reviso interna da declarao. Ser exigida garantia se existir laudo anterior desfavorvel s pretenses do importador. No SISCOMEX, o desembarao das mercadorias constantes em DI ocorre por uma das seguintes formas: - canal verde: o desembarao ocorre automaticamente;29 - canal amarelo: o desembarao registrado pelo AFRFB designado para realizar o exame documental; - canal vermelho: o desembarao registrado pelo AFRFB designado para realizar a verificao da mercadoria; ou - canal cinza: o desembarao registrado pelo AFRFB responsvel pelo procedimento especial de controle aduaneiro. Caso o chefe do setor responsvel pelo despacho tenha conhecimento de fato ou da existncia de indcios que requeiram a verificao da mercadoria, ou a aplicao de procedimento aduaneiro especial, poder determinar que se proceda ao fiscal pertinente, independentemente do canal de conferncia aduaneira.30 Para os bens declarados em DSI Eletrnica selecionada para conferncia aduaneira, o desembarao ocorre aps o registro da concluso da conferncia, no SISCOMEX, pelo AFRFB responsvel. Para aqueles bens cuja declarao tenha sido dispensada de conferncia aduaneira, o desembarao ocorre mediante procedimento automtico do sistema. O desembarao dos bens constantes em declarao no registrada no SISCOMEX realizado mediante consignao em campo prprio do formulrio.

2.6.

PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE CONTROLE ADUANEIRO

A mercadoria introduzida no Pas sob fundada suspeita de irregularidade punvel com a pena de perdimento ou que impea seu consumo ou comercializao no Pas, deve ser submetida a procedimentos especiais de controle aduaneiro, de acordo com o estabelecido nos artigos 65 a 69 da Instruo Normativa SRF n 206/2002.31 Nesse caso, a mercadoria fica retida at a concluso do correspondente procedimento de fiscalizao, independente de encontrar-se em despacho aduaneiro de28 29

Art. 48, 1, da IN SRF n 680/2006. O que no impede a adoo de procedimentos fiscais (reviso aduaneira) antes da entrega da mercadoria ao importador.. 30 Art. 49 da IN SRF n 680/2006. 31 A matria ser detalhada na disciplina Fiscalizao Aduaneira (FIA).

DESPACHO ADUANEIRO

importao ou desembaraada. O prazo mximo de reteno de noventa dias, prorrogvel por igual perodo, em situaes justificadas. 2.7. IMPORTAO POR CONTA E ORDEM E IMPORTAO POR ENCOMENDA

Aps conhecer os principais aspectos prticos do despacho aduaneiro de importao, faz-se oportuna uma breve introduo ao estudo das operaes por conta e ordem e das importaes por encomenda, levando em conta no somente as tendncias atuais do comrcio exterior, mas tambm os efeitos dessas operaes sobre os procedimentos a serem observados pelos importadores e pela fiscalizao. Cada vez mais e por diversos motivos, as organizaes vm optando por focar-se no objeto principal do seu prprio negcio (atividades-fim) e por terceirizar as atividadesmeio do seu empreendimento. Essa tendncia ocorre tambm no comrcio exterior, quando, por exemplo, uma ou mais atividades relacionadas execuo e gerenciamento dos aspectos operacionais, logsticos, burocrticos, financeiros, tributrios, entre outros, da importao de mercadorias so transferidas a um especialista. Atualmente, duas formas de terceirizao das operaes de comrcio exterior so reconhecidas e regulamentadas pela RFB: a importao por conta e ordem e a importao por encomenda. Para que sejam consideradas regulares, tanto a prestao de servios de importao realizada por uma empresa por conta e ordem de uma outra - chamada adquirente - quanto a importao promovida por pessoa jurdica importadora para revenda a uma outra - dita encomendante predeterminada - devem atender a determinadas condies previstas na legislao. A escolha entre importar mercadoria estrangeira por conta prpria ou por meio de um intermedirio contratado para esse fim livre e perfeitamente legal, seja esse intermedirio um prestador de servio ou um revendedor. Entretanto, tanto o importador quanto o adquirente ou encomendante, conforme o caso, devem observar o tratamento tributrio especfico dessas operaes e alguns cuidados especiais. 2.7.1. Importao por conta e ordem

A importao por conta e ordem de terceiro um servio prestado por uma empresa - a importadora -, a qual promove, em seu nome, o despacho aduaneiro de importao de mercadorias adquiridas por outra empresa - a adquirente -, em razo de contrato previamente firmado, que pode compreender ainda a prestao de outros servios relacionados com a transao comercial, como a realizao de cotao de preos, a intermediao comercial, contratao de transporte e seguro, entre outros.32 Assim, na importao por conta e ordem, mesmo que a atuao da empresa importadora possa abranger desde a simples execuo do despacho de importao at a32

Art. 1 da IN SRF n 225/2002 e art. 12, 1, I, da IN SRF n 247/2002.

DESPACHO ADUANEIRO

totalidade dos servios, o importador de fato a adquirente, a mandante da importao, aquela que efetivamente faz vir a mercadoria de outro pas, em razo da compra internacional. Nesse caso, portanto, a importadora por conta e ordem uma pessoa interposta, atuando como mera mandatria da adquirente. Em ltima anlise, a adquirente que pactua a compra internacional e dispe de capacidade econmica para o pagamento, pela via cambial, da importao. Entretanto, diferentemente do que ocorre na importao por encomenda, a operao cambial para pagamento de uma importao por conta e ordem pode ser realizada em nome da importadora ou da adquirente. Dessa forma, mesmo que a importadora por conta e ordem efetue os pagamentos ao fornecedor estrangeiro, antecipados ou no, no se caracteriza uma operao por sua conta prpria, mas, sim, entre o exportador estrangeiro e a empresa adquirente, pois dela se originam os recursos financeiros. 2.7.1.1. Requisitos, condies e obrigaes tributrias acessrias Para que uma operao de importao por conta e ordem de terceiro seja realizada de forma perfeitamente regular, necessrio, antes de tudo, que tanto a empresa adquirente quanto a empresa importadora sejam habilitadas para operar no SISCOMEX, nos termos da IN SRF n 650/2006. Alm de providenciar a sua prpria habilitao, a pessoa jurdica que contrata empresa para operar por sua conta e ordem deve apresentar unidade da RFB com jurisdio para fiscalizao aduaneira sobre o seu estabelecimento matriz cpia do contrato de prestao dos servios de importao firmado entre as duas empresas (adquirente e importadora), caracterizando a natureza de sua vinculao, a fim de que a contratada seja vinculada no SISCOMEX como importadora por conta e ordem da contratante, pelo prazo previsto no contrato. Embora a importadora seja a contribuinte dos tributos federais incidentes sobre as importaes, a adquirente das mercadorias responsvel solidria pelo recolhimento desses tributos, seja porque ambos tm interesse na situao que constitui o fato gerador dos tributos, seja por previso expressa de lei.33 Ressalte-se que a caracterizao de indcios de irregularidades nesse tipo de operao autoriza a aplicao, conforme o caso, dos procedimentos especiais de controle previstos na IN SRF n 52/2001 e na IN SRF n 206/2002, assim como dos procedimentos especiais de fiscalizao previstos na IN SRF n 228/2002. 2.7.2. Importao por encomenda

33

Vide arts. 124, I e II da Lei n 5.172, de 1966 (Cdigo Tributrio Nacional - CTN); e arts. 104, I, e 106, III, do Regulamento Aduaneiro.

DESPACHO ADUANEIRO

A importao por encomenda aquela em que uma empresa adquire mercadorias no exterior com recursos prprios e promove o seu despacho aduaneiro de importao, a fim de revend-las, posteriormente, a uma empresa encomendante previamente determinada, em razo de contrato entre a importadora e a encomendante, cujo objeto deve compreender, pelo menos, o prazo ou as operaes pactuadas (art. 2, 1, I, da IN SRF n 634/2006). Assim, uma vez que na importao por encomenda o importador adquire a mercadoria junto ao exportador no exterior, providencia sua nacionalizao e a revende ao encomendante, tal operao tem, para o importador contratado, os mesmos efeitos fiscais de uma importao prpria. Em ltima anlise, em que pese a obrigao do importador de revender as mercadorias importadas ao encomendante predeterminado, o prprio importador que pactua a compra internacional e deve dispor de capacidade econmica para o pagamento da importao, pela via cambial. Da mesma forma, o encomendante tambm deve ter capacidade econmica para adquirir, no mercado interno, as mercadorias revendidas pelo importador contratado. Ressalte-se ainda que, diferentemente da importao por conta e ordem, no caso da importao por encomenda, a operao cambial para pagamento da importao deve ser realizada exclusivamente em nome do importador. 2.7.2.1. Requisitos, condies e obrigaes tributrias acessrias Para que uma operao de importao por encomenda seja realizada de forma perfeitamente regular, necessrio, antes de tudo, que tanto a empresa encomendante quanto a empresa importadora sejam habilitadas para operar no SISCOMEX, nos termos da IN SRF n 650/2006. Alm de providenciar a sua prpria habilitao, a pessoa jurdica que encomenda mercadorias importadas a uma outra empresa deve apresentar unidade da RFB com jurisdio para fiscalizao aduaneira sobre o seu estabelecimento matriz cpia do contrato firmado entre as duas empresas (encomendante e importadora), caracterizando a natureza de sua vinculao, a fim de que a contratada seja vinculada encomendante no SISCOMEX, pelo prazo ou operaes previstos no contrato. Outra condio para que a importao seja considerada por encomenda que a operao seja realizada integralmente com recursos do importador contratado, pois, do contrrio, seria considerada uma operao de importao por conta e ordem. Embora o importador seja o contribuinte dos tributos federais incidentes sobre as importaes, a empresa encomendante das mercadorias tambm responsvel solidria pelo recolhimento desses tributos, seja porque ambos tm interesse comum na situao que constitui o fato gerador dos tributos, seja por previso expressa de lei.34

34

Vide arts. 124, I e II do CTN; e arts. 104, I, e 106, IV, do Regulamento Aduaneiro.

DESPACHO ADUANEIRO

Ressalte-se ainda que, a fim de coibir eventuais tentativas de fraude, conforme estabelece o artigo 5 da IN SRF n 634/2006, sempre que o valor das importaes for incompatvel com o capital social ou o patrimnio lquido do importador ou do encomendante, a importao est sujeita prestao de garantia. Nesse caso, o importador e o encomendante podem ser submetidos ao procedimento especial de fiscalizao previsto na Instruo Normativa SRF n 228/2002.

DESPACHO ADUANEIRO

3. 3.1.

DESPACHO DE EXPORTAO INTRODUO

Despacho de exportao o procedimento mediante o qual verificada a exatido dos dados declarados pelo exportador em relao mercadoria, aos documentos apresentados e legislao especfica, com vistas ao seu desembarao aduaneiro e sua sada para o exterior.35 Toda mercadoria destinada ao exterior, inclusive a reexportada, est sujeita a despacho de exportao, com as excees estabelecidas na legislao especfica. A sada do Pas de mala diplomtica ou consular, assim considerada a que contenha to-somente documentos diplomticos e objetos destinados a uso oficial, ser dispensada de despacho de exportao.36 Em geral, o despacho de exportao ser processado por meio de Declarao de Exportao (DE), registrada no SISCOMEX37. Existem, ainda, despachos que podem ser processados por Declarao Simplificada de Exportao (DSE) e despachos sem registro no SISCOMEX. Para efeito de despacho, as unidades aduaneiras da RFB so designadas como: a) unidade de despacho: aquela que jurisdiciona o local de conferncia e desembarao de mercadoria; e b) unidade de embarque: a ltima unidade que exerce o controle aduaneiro antes da sada da mercadoria do territrio nacional. 3.2. CONTROLE ADMINISTRATIVO DAS EXPORTAES

chamado de tratamento administrativo o procedimento de anlise e anuncia realizado previamente exportao pela Secretaria de Comrcio Exterior (SECEX), do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC), e por outros rgos e agncias governamentais. A relao dos produtos sujeitos a anuncia prvia e seus respectivos rgos anuentes est disponvel no endereo eletrnico do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC). Alm disso, encontram-se relacionados em portaria emitida pela SECEX38 os produtos sujeitos a procedimentos especiais, a normas especficas de padronizao e classificao, a imposto de exportao ou que tenham a exportao contingenciada ou suspensa, em virtude da legislao ou em decorrncia de compromissos internacionais assumidos pelo Brasil.

35 36 37 38

Art. 580 do Regulamento Aduaneiro. Arts. 581 e 582 do Regulamento Aduaneiro. No SISCOMEX ainda se utiliza a sigla DDE (Declarao para Despacho de Exportao). Atualmente, encontra-se em vigor a Portaria SECEX n 25/2008.

DESPACHO ADUANEIRO

Mesmo as operaes realizadas sem registro no SISCOMEX podem estar sujeitas a tratamento administrativo, pois alguns desses controles se devem ao tipo de mercadoria, tais como produtos agrcolas e medicamentos, e no ao tipo de operao realizada. A operao de exportao inicia-se pela fase administrativa ou comercial, controlada pela SECEX. Esse controle composto de duas operaes principais realizadas no sistema pelas instituies financeiras ou pelo prprio exportador: a) Registro de Operao de Crdito (RC); e b) Registro de Exportao (RE). As instrues para o correto preenchimento dos RC e RE esto disponveis no prprio sistema, podendo ser consultadas por qualquer operador habilitado pela SRF ou por instituio financeira integrante do Sistema de Informaes do Banco Central do Brasil (Sisbacen). O Registro de Operao de Crdito (RC) representa o conjunto de informaes de carter comercial, financeiro e cambial relativo s exportaes financiadas, assim consideradas aquelas com prazo de pagamento superior a 360 dias. Facultativamente, exportaes com prazo igual ou inferior tambm podem ser financiadas. O RC tem um prazo de validade para embarque, dentro do qual devem ser efetuados os correspondentes RE a ele vinculados e respectivas solicitaes para desembarao aduaneiro. Como regra geral, o exportador deve solicitar o RC e obter o seu deferimento antes do RE e, por conseguinte, antes do embarque da mercadoria. O Registro de Exportao (RE) o conjunto de informaes de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal que caracterizam a operao de exportao e definem o seu enquadramento. Deve ser obtido previamente Declarao de Exportao (DE). No RE so informados: - dados gerais - referentes ao exportador, ao importador, ao enquadramento da operao (exportao comum, drawback, reexportao etc.), ao RC (quando for o caso), s URF de despacho e de embarque, condio de venda (incoterm) e ao esquema de pagamento total; e - dados especficos da mercadoria por exemplo, classificao fiscal (NCM), descrio, quantidade, peso e preo. Somente podem constar em um RE mercadorias classificadas em um mesmo cdigo da NCM. O prazo de validade do RE de 60 dias contados a partir de sua efetivao. Se nesse prazo o RE no for vinculado a uma DE, perder sua validade, passando para a situao Vencido. A critrio da SECEX, um RE pode ter seu prazo de validade prorrogado, ou ainda, se vencido, ser revalidado. Uma vez concludo o seu preenchimento, o RE passar situao "Efetivado" ou, no caso de existncia de tratamento administrativo, "Pendente de Efetivao", quando ento ser analisado pela SECEX ou por algum outro rgo governamental. Aps

DESPACHO ADUANEIRO

efetivado, passa a estar disponvel para ser vinculado a uma Declarao de Exportao (DE). 3.3. TIPOS DE DESPACHO DE EXPORTAO

Tal como ocorre na importao, tambm os despachos aduaneiros de exportao podem ser realizados com ou sem registro no SISCOMEX. Despachos com registro no SISCOMEX - Declarao de Exportao (DE) DE anterior ao embarque DE posterior ao embarque RE prvio ao embarque RE posterior ao embarque - Declarao Simplificada de Exportao (DSE) sempre anterior ao embarque Despachos sem registro no SISCOMEX (sempre anteriores ao embarque) - DSE em formulrio - outros casos

3.3.1.

Despachos de exportao com registro no SISCOMEX

3.3.1.1. Declarao de Exportao (DE)

I.

DE anterior ao embarque

A DE registrada antes do embarque ou sada da mercadoria do territrio nacional. Trata-se da regra geral nos despachos de exportao.

II.

DE posterior ao embarque

A DE poder ser registrada aps o embarque da mercadoria ou sua sada do territrio nacional. a. Com RE prvio ao embarque da mercadoria39 Tipo de despacho autorizado pelo chefe da unidade da RFB de despacho vista de pedido do interessado e de termo de responsabilidade, para formulao da declarao "a posteriori". Constitui requisito para a concesso dessa autorizao a indicao do nmero do RE correspondente. Aplica-se, por exemplo, exportao de granis, produtos da indstria metalrgica e de minerao, e perecveis.

b. Com RE posterior ao embarque da mercadoria4039 40

Pargrafo nico do art. 52 da IN SRF n 28/1994. Art. 52, caput e incisos I a III; art. 53, 2, da IN SRF n 28/1994.

DESPACHO ADUANEIRO

(independentemente de autorizao do chefe da unidade de despacho) Aplica-se, principalmente, aos casos de fornecimento de combustveis, lubrificantes, alimentos e outros produtos destinados ao consumo a bordo de embarcaes ou aeronaves, em trfego internacional.3.3.1.2. Declarao Simplificada de Exportao (DSE) Tal como ocorre na importao, tambm na exportao o interessado pode optar, em algumas situaes, pelo despacho aduaneiro simplificado, que disciplinado pela IN SRF n 611/2006. O despacho simplificado, na exportao, processado com base em declarao simplificada de exportao, formulada pelo exportador. So vrias as situaes previstas para o uso da DSE eletrnica. Eentre elas, podem ser mencionadas as seguintes, de forma resumida: - exportados por pessoa fsica ou jurdica, com ou sem cobertura cambial, at o limite de US$ 50,000.00; - bens submetidos ao regime de exportao temporria; - bens reexportados, quando anteriormente admitidos no regime de admisso temporria; e - bagagem desacompanhada de viajantes. No caso de exportao eventual, realizada por pessoa fsica, como, por exemplo, no caso de bagagem desacompanhada de viajante, a DSE pode ser elaborada e/ou transmitida por servidor aduaneiro da unidade da RFB onde for processado o despacho aduaneiro. 3.3.2. Despachos de exportao sem registro no SISCOMEX

3.3.2.1. DSE em formulrio A IN SRF n 611/200641 prev a possibilidade de realizao de despachos de exportao sem registro no SISCOMEX, com a utilizao da DSE em formulrio impresso, instruda com os documentos prprios para cada caso. Entre as possibilidades de uso da DSE formulrio, podem ser citados os seguintes exemplos: - amostras sem valor comercial; - exportaes realizadas por pessoa fsica ou jurdica, sem cobertura cambial e sem finalidade comercial, cujo valor no ultrapasse US$ 1.000,00, no se aplicando aos casos em que o produto esteja com a exportao proibida, sujeita ao controle de cota ou ao pagamento do imposto de exportao; - exportaes realizadas por misso diplomtica, repartio consular de carreira e de carter permanente, representao de organismo internacional de que o Brasil faa parte, ou delegao acreditada junto ao Governo Brasileiro; e - bens destinados a assistncia e salvamento em situaes de guerra, calamidade pblica ou de acidentes de que decorra dano ou ameaa de dano coletividade ou ao meio ambiente.41

Art. 31 da IN SRF n 611/2006.

DESPACHO ADUANEIRO

3.3.2.2. Outros casos de despachos sem registro no SISCOMEX Os bens integrantes de remessas postais internacionais enviadas ao exterior por pessoa fsica ou jurdica, sem cobertura cambial e sem finalidade comercial, at o limite de US$ 1.000,00, ou o equivalente em outra moeda, podem ser submetidos a despacho aduaneiro com base no documento Declarao para a Aduana, emitido pela Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos (ECT), dispensando a apresentao de DSE.42 O despacho de exportao de urnas funerrias processado em carter prioritrio e mediante rito sumrio, antes do embarque, com base no respectivo conhecimento de carga ou documento equivalente, e aps manifestao da autoridade sanitria competente.43 3.4. LOCAL DE REALIZAO DO DESPACHO DE EXPORTAO

O despacho de exportao pode ser realizado em recintos alfandegados de zona primria (portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados), de zona secundria (includos a os armazns de encomendas postais internacionais) e em recintos no alfandegados. O recinto no alfandegado de zona secundria no qual permitida a realizao do despacho denominado Recinto Especial para Despacho Aduaneiro de Exportao (REDEX), podendo estar localizado no estabelecimento do prprio exportador ou ser instalado em endereo especfico para uso comum de vrios exportadores.44 3.5. o caso: a) primeira via da nota fiscal; b) via original do conhecimento e do manifesto internacional de carga, nas exportaes por via terrestre, fluvial ou lacustre; e c) outros, indicados em legislao especfica, como, por exemplo: - Certificado de Kimberley, no caso de exportao de diamantes; - Certificado de Origem, para a exportao de caf; - Relao de notas fiscais, no caso despacho de exportao com mais de dez notas fiscais e com registro consolidado desses documentos; e - Guia de liberao do Instituto do Patrimnio Histrico, Artstico Nacional (IPHAN) para objetos de interesse arqueolgico ou pr-histrico. Nos casos de mercadorias gravadas com imposto de exportao, o SISCOMEX exibe mensagem no RE e na DE. No pode ser autorizado o embarque ou a transposio de fronteira da mercadoria cujo imposto de exportao no tenha sido pago. Portanto, o42 43 44

DOCUMENTOS DE INSTRUO DA DECLARAO DE EXPORTAO Os seguintes documentos devero instruir a declarao de exportao, conforme

Art. 32 da IN SRF n 611/2006. Art. 583 do Regulamento Aduaneiro. O REDEX disciplinado na IN SRF n 114/2001.

DESPACHO ADUANEIRO

exportador deve apresentar o comprovante de quitao do imposto (DARF, por exemplo) juntamente com os documentos que instruem o despacho. 3.6. ETAPAS DO DESPACHO DE EXPORTAO

A exportao no SISCOMEX processada em diversas etapas a serem executadas pelo exportador, pelo depositrio, pela fiscalizao aduaneira e pelo transportador. Cabe ao exportador a elaborao da DE e o registro da DSE no sistema. Ao depositrio, a confirmao no sistema de que a carga a ser desembaraada encontra-se em seus armazns. fiscalizao aduaneira, a recepo dos documentos, a conferncia aduaneira e o desembarao. Ao transportador, a informao referente ao embarque da carga com destino ao exterior. A seguir, so apresentados dois fluxogramas, o primeiro para despacho com DE e o segundo com DSE, contendo as diversas etapas que compem o processo de exportao.

DESPACHO ADUANEIRO

FLUXO DO DESPACHO DE EXPORTAO NO SISCOMEX (RE/DE)

Validao: - Automtica - SECEX - Anuentes Registro dos dados de embarque RC Vias area, martima e ferroviria

Registro de Exportao

Declarao de exportao

Aduana registra desembarao no SISCOMEX

Outras vias Concluso de trnsito Via de transporte ?

Confirmao da presena da carga Aduana realiza a conferncia aduaneira Incio de trnsito Averbao de embarque e transposio de fronteira

Via de transporte Outras vias Via rodoviria, fluvial ou lacustre Distribuio do despacho

Outra unidade Mesma unidade Emisso do comprovante de exportao

Local de embarque ?

Registro dos dados de embarque Vermelho ou Laranja

Recepo de documentos

Seleo Parametrizada

Verde

Desembarao automtico

DESPACHO ADUANEIRO

FLUXO DO DESPACHO DE EXPORTAO NO SISCOMEX (DSE)

Elaborao da DSE

Registro dos dados de embarque Vias area, martima e ferroviria

Sem armazenamento

Armazenamento?

Com armazenamento

Aduana registra desembarao no SISCOMEX

Concluso de trnsito

Via de transporte ?

Outras vias

Confirmao da presena da carga

Aduana realiza a conferncia aduaneira

Incio de trnsito

Averbao de embarque e transposio de fronteira

Via de transporte Outras vias Via rodoviria Distribuio do despacho

Outra unidade Mesma unidade Emisso do comprovante de exportao

Local de embarque ?

Registro dos dados de embarque Vermelho

Registro da DSE

Seleo parametriz ada

Verde

Desembarao automtico

DESPACHO ADUANEIRO

3.6.1.

Elaborao e registro da declarao

3.6.1.1. Declarao de Exportao (DE) A formulao da Declarao de Exportao (DE) no SISCOMEX d incio ao despacho aduaneiro de exportao. Nesse momento, a DE recebe uma numerao automtica, nica, nacional, sequencial e reiniciada a cada ano pelo sistema. Com a DE o exportador informa os Registros de Exportao (RE) j efetivados, que sero submetidos a despacho e, consequentemente, as mercadorias que ele pretende destinar ao exterior. A DE pode conter um ou mais RE, desde que se refiram, cumulativamente: a) ao mesmo exportador; b) a mercadorias negociadas na mesma moeda e na mesma condio de venda; c) s mesmas unidades de despacho e de embarque. Entretanto, um RE somente poder ser vinculado a uma nica DE. 3.6.1.2. Declarao Simplificada de Exportao (DSE) A DSE elaborada e registrada pelo exportador ou seu representante legal recebe numerao automtica, nica, nacional e sequencial reiniciada a cada ano pelo SISCOMEX. Para os bens contidos em remessa postal internacional ou encomenda area internacional, at o limite de US$ 50.000,00, admitido o registro de DSE por solicitao, respectivamente, da Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos (ECT) ou de empresa de transporte internacional expresso porta a porta (courier). Quando se tratar de exportao eventual realizada por pessoa fsica, a DSE pode ser formulada por servidor da RFB lotado na unidade onde ser processado o despacho aduaneiro. Nos casos de utilizao de DSE formulrio, o seu registro ser feito pela unidade de despacho e ter numerao local. 3.6.2. Confirmao da presena da carga

No caso de despacho realizado com base em DE, a informao da presena de carga no sistema deve ser registrada anteriormente apresentao dos documentos unidade da RFB, para todos os despachos de exportao, independentemente da via de transporte. Essa etapa compete ao: - depositrio, em recinto alfandegado (onde haja depositrio); - administrador responsvel pelo REDEX; ou - exportador, nos demais casos.

DESPACHO ADUANEIRO

No caso de despacho realizado com base em DSE, com carga sujeita a armazenamento, a informao da presena de carga ser prestada previamente ao registro da declarao, pelo depositrio ou pelo administrador do REDEX, conforme o caso. 3.6.3. Recepo dos documentos

A recepo consiste na entrega unidade de despacho, pelo exportador, dos documentos instrutivos da DE, com o imediato registro do fato no sistema, por AFRFB ou ATRFB. A partir do registro da DE no SISCOMEX, o exportador tem um prazo de quinze dias para fazer a entrega da documentao na unidade de despacho. Caso isto no ocorra, a DE cancelada pelo sistema por expirao de prazo, e os RE a ela vinculados ficam liberados para utilizao em nova DE, se estiverem dentro do prazo de validade. O registro da entrega dos documentos de instruo da declarao no SISCOMEX d incio ao procedimento fiscal e impede quaisquer alteraes na declarao pelo exportador. No despacho de exportao processado com base em DSE, no h registro de entrega dos documentos no sistema. Somente quando a DSE selecionada para conferncia aduaneira o exportador deve apresentar fiscalizao os documentos instrutivos da declarao. 3.6.4. Seleo parametrizada

Uma vez registrada a declarao de exportao e iniciado o procedimento de despacho aduaneiro, a DE submetida a anlise fiscal e selecionada para um dos canais de conferncia, conforme os critrios estabelecidos pela Administrao Aduaneira. Tal procedimento de seleo recebe o nome de parametrizao. A seleo parametrizada a funo que estabelece graus de conferncia para a declarao de exportao. A unidade da RFB estabelece, no sistema, o percentual de despachos que ser analisado pela fiscalizao a fim de adaptar a carga de trabalho aos recursos humanos disponveis. A Coordenao-Geral de Administrao Aduaneira (Coana) pode determinar um percentual mnimo de verificao dos despachos para unidade ou do recinto. De acordo com o risco da operao, a autoridade aduaneira, seja local ou nacional, tambm pode utilizar parmetros do despacho de exportao com vistas seleo para conferncia, tais como: pas de destino, NCM, CNPJ etc. A seleo parametrizada poder ser executada de forma automtica, em horrios previamente estabelecidos pela unidade da RFB, ou de forma imediata a qualquer momento, a critrio do supervisor do recinto aduaneiro. So trs os canais de conferncia, na exportao:

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-

canal verde o sistema procede ao desembarao automtico da declarao, sendo dispensado o exame documental e a verificao da mercadoria. canal laranja implica a conferncia dos documentos de instruo da DE e das informaes constantes da declarao. canal vermelho a fiscalizao aduaneira procede ao exame documental e verificao da mercadoria.

A declarao selecionada para o canal verde ou laranja pode ser redirecionada para o canal vermelho, mediante fundamentao. Quando se tratar de despacho realizado com base em DSE de mercadoria sujeita a armazenamento, somente h seleo parametrizada para os canais vermelho ou verde. No caso de mercadoria no sujeita a armazenamento, a DSE automaticamente direcionada para o canal vermelho de conferncia aduaneira. 3.6.5. Distribuio

Uma vez realizada a seleo parametrizada pelo sistema, os despachos de exportao selecionados para os canais laranja e vermelho so distribudos para os AFRFB, que efetuaro o exame documental e, se for o caso, a verificao da mercadoria, com vistas ao desembarao aduaneiro. 3.6.6. Conferncia aduaneira e desembarao

A conferncia aduaneira na exportao tem por finalidade identificar o exportador, verificar a mercadoria e a correo das informaes relativas a sua natureza, classificao fiscal, quantificao e preo, e confirmar o cumprimento de todas as obrigaes, fiscais e outras, exigveis em razo da exportao.45 A conferncia aduaneira composta por duas etapas: - exame documental para os canais laranja e vermelho; e - verificao da mercadoria para o canal vermelho. O exame documental consiste na verificao dos documentos que instruem a declarao de exportao vista das informaes registradas no SISCOMEX. A verificao da mercadoria consiste na sua identificao e quantificao, em face das informaes constantes da declarao e dos documentos que a instruem. Essa etapa realizada na presena do exportador ou de seu representante. Na hiptese de mercadoria depositada em recinto alfandegado, a verificao pode ser realizada na presena do depositrio ou de seus prepostos, dispensada a exigncia da presena do exportador. A verificao da mercadoria efetuada por AFRFB, ou sob sua superviso, por servidor integrante da carreira ARFB. A critrio do servidor responsvel, pode-se proceder45

Art. 589 do Regulamento Aduaneiro.

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verificao por amostragem. Nesse caso, o servidor deve escolher, aleatoriamente, os volumes e embalagens da amostra a ser conferida. Em ambos os casos, pode ser lavrado o Relatrio de Verificao Fsica (RVF). Havendo dvida quanto identificao ou quantificao da mercadoria, a autoridade aduaneira poder solicitar percia, registrando a ocorrncia no SISCOMEX. 3.6.6.1. Formulao de exigncias e interrupo do despacho O AFRFB lotado na unidade de despacho pode registrar exigncias nas etapas de distribuio, desembarao e incio de trnsito. Aps a concluso do trnsito, o AFRFB lotado na unidade de embarque pode registrar exigncias nesta etapa e na de averbao de embarque. O AFRFB lotado na unidade de despacho somente pode baixar exigncias at antes da concluso do trnsito. O AFRFB lotado na unidade de embarque, aps a concluso do trnsito, pode comandar baixa de exigncias registradas por sua unidade ou pela unidade de despacho. Em se tratando de transporte por via rodoviria, tanto o AFRFB lotado na unidade de despacho quanto o lotado na unidade de embarque podem proceder baixa de exigncias aps a concluso do trnsito. Ao fazer exigncias no curso do despacho, o AFRFB designado pode interromplo. Entretanto, importante notar que a interrupo do despacho impede o desembarao da mercadoria e s deve ocorrer: - em caso de tentativa de exportao de mercadoria com sada proibida, vedada ou suspensa, de acordo com a legislao vigente (interrupo em carter definitivo); ou - quando as divergncias apuradas caracterizarem, de forma inequvoca, fraude relativa a preo, a peso, medida, classificao e qualidade da mercadoria (interrupo do despacho at o cumprimento das exigncias legais). 3.6.6.2. Desembarao Desembarao aduaneiro na exportao o ato pelo qual registrada a concluso da conferncia aduaneira, e autorizado o trnsito aduaneiro, o embarque ou a transposio de fronteira da mercadoria.46 Constatada divergncia ou infrao que no impea a sada da mercadoria do Pas, procede-se ao desembarao com divergncia, sem prejuzo da formalizao de exigncias, desde que assegurados os meios de prova necessrios.

46

Art. 530 do Regulamento Aduaneiro.

DESPACHO ADUANEIRO

3.6.7.

Trnsito aduaneiro

Aps o desembarao aduaneiro, se o despacho de exportao tiver sido processado em recinto alfandegado de zona secundria, em local no alfandegado de zona secundria, ou quando a mercadoria j desembaraada em zona primria deva ser removida para outro local de embarque, concede-se o regime de trnsito aduaneiro, registrado no prprio SISCOMEX Exportao (conforme mencionado na disciplina Controle de Carga e Trnsito Aduaneiro - CCA). Para autorizar o incio de trnsito, cabe ao ATRFB ou ao AFRFB verificar o cumprimento da exigncia de aplicao, unidade de carga ou aos volumes, dos elementos de segurana necessrios, ou dispens-la, quando a mercadoria, por sua natureza, caractersticas ou condies de embalagem, prescindir da cautela, fazendo constar, em qualquer caso, os registros pertinentes no SISCOMEX. Quando a autoridade aduaneira da unidade de embarque constatar que mercadoria chegada em trnsito apresenta violao dos elementos de segurana ou outros indcios de violao da carga, que possam levar alterao dos dados do despacho aduaneiro, pode realizar nova verificao da mercadoria, registrando, no SISCOMEX, essa ocorrncia e seu resultado. 3.6.8. Registro dos dados de embarque

Ocorrido o embarque, no caso de mercadoria transportada por via area ou ferroviria, o transportador dever registrar no sistema os dados de embarque no prazo de dois dias, contado da data da realizao do embarque. Na hiptese de embarque martimo, o transportador ter o prazo de sete dias para o registro no sistema dos dados de embarque. No caso de DE cuja via de transporte for rodoviria, fluvial ou lacustre, o registro dos dados de embarque pelo transportador ou pelo exportador deve ser efetuado anteriormente recepo dos documentos. Em se tratando de DSE cuja via de transporte for rodoviria, o registro dos dados de embarque pelo transportador ou pelo exportador deve ser efetuado anteriormente recepo dos documentos. A fiscalizao aduaneira, em situaes excepcionais, poder informar os dados de embarque para as DE desembaraadas. Nos casos de despacho com trnsito aduaneiro, tanto a unidade de despacho quanto a de embarque podero inform-los. H casos de dispensa da apresentao dos documentos de embarque (conhecimento e manifesto de carga).47 Como exemplos, podem ser citados: (a) os despachos de aeronaves, embarcaes ou outros veculos que saiam por seus prprios meios; (b) as mercadorias transportadas em mos; e (c) os despachos por via postal.

47

Art. 45 da IN SRF n 28/1994.

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3.6.9.

Averbao do embarque

A averbao do embarque ou da transposio da fronteira consiste na confirmao da sada, do Pas, da mercadoria objeto do despacho de exportao.48 Se os dados referentes quantidade de volumes e ao peso bruto, informados pelo transportador ou pelo exportador, coincidirem com os registrados na DE ou DSE, ocorre a averbao automtica do embarque pelo sistema. Caso contrrio, a fiscalizao deve analisar a documentao apresentada, confrontando-a com os dados relativos ao desembarao e ao embarque, procedendo averbao manual, com ou sem divergncia, conforme o caso. Nos despachos de exportao com dispensa de apresentao e de registro no sistema dos documentos de embarque, a averbao ser automtica aps o desembarao da mercadoria ou a concluso do trnsito aduaneiro.

48

Art. 593 do Regulamento Aduaneiro e art. 46 da IN SRF n 28/1994.