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DESTINAÇÃO FINAL DE EMBALAGENS PLÁSTICAS DE AGROTÓXICOS NO ESTADO DE GOIÁS Marco Yuiti Morioka Minami 1 Antônio Pasqualetto 2 Juliana F. Leite 3 Universidade Católica de Goiás – Departamento de Engenharia – Engenharia Ambiental Av. Universitária, N.º 1440 – Setor Universitário – Fone (62)39461351. CEP: 74605-010 – Goiânia - GO. “As grandes alterações ambientais em todo o Mundo, podem estar condenando a qualidade de vida das gerações futuras, no qual, o usufruto desenfreado de hoje, gerará seqüelas incuráveis, se não tratadas no presente”. RESUMO O uso de agrotóxicos no processo produtivo agropecuário resulta em alterações no meio ambiente e na saúde dos seres vivos. Os problemas gerados têm natureza complexa, envolvendo aspectos e modificações biossociais, políticos, econômicos e sócio-ambientais. Neste trabalho apresenta-se uma descrição através de levantamentos de resultados quantitativos fornecidos e publicados pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias – INPEV, demonstrando a evolução da destinação final das embalagens plásticas de agrotóxicos nos últimos cinco anos no Estado de Goiás. PALAVRAS-CHAVE: Agrotóxicos; Problemas; Destinação Final; ABSTRACT FINAL DESTINATION OF AGROCHEMICAL PLASTIC PACKAGING CONTAINERS IN THE ESTATE OF GOIÁS The use of agrochemicals in the agricultural production process results into environmental and human being health changes. The problems caused have complex nature, involving biosocial, political, economics and social-environmental aspects and modifications. This study shows a general description about the final destination evolution of agrochemical plastic packaging in the last five years in the estate of Goiás, through the quantitative results investigation obtained and published by the National Processing Institute of Empty Packs (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias – INPEV). KEYWORDS: Agrochemical; Environmental Problems; Packs; Final Destination; 1 Acadêmico de Engª Ambiental da Universidade Católica de Goiás ([email protected]) 2 Orientador Prof. Dr. Dep. Engª Universidade Católica de Goiás ([email protected]) 3 Co-Orientadora Profª. Ms. Dep. Engª Universidade Católica de Goiás ([email protected])

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DESTINAÇÃO FINAL DE EMBALAGENS PLÁSTICAS DE AGROTÓX ICOS NO ESTADO DE GOIÁS

Marco Yuiti Morioka Minami1 Antônio Pasqualetto2

Juliana F. Leite3

Universidade Católica de Goiás – Departamento de Engenharia – Engenharia Ambiental Av. Universitária, N.º 1440 – Setor Universitário – Fone (62)39461351.

CEP: 74605-010 – Goiânia - GO.

“As grandes alterações ambientais em todo o Mundo, podem estar condenando a qualidade de vida das gerações futuras, no qual, o usufruto desenfreado de hoje, gerará seqüelas incuráveis, se não tratadas no presente”.

RESUMO O uso de agrotóxicos no processo produtivo agropecuário resulta em alterações no meio ambiente e na saúde dos seres vivos. Os problemas gerados têm natureza complexa, envolvendo aspectos e modificações biossociais, políticos, econômicos e sócio-ambientais. Neste trabalho apresenta-se uma descrição através de levantamentos de resultados quantitativos fornecidos e publicados pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias – INPEV, demonstrando a evolução da destinação final das embalagens plásticas de agrotóxicos nos últimos cinco anos no Estado de Goiás. PALAVRAS-CHAVE: Agrotóxicos; Problemas; Destinação Final;

ABSTRACT

FINAL DESTINATION OF AGROCHEMICAL PLASTIC PACKAGING CONTAINERS IN THE ESTATE OF GOIÁS

The use of agrochemicals in the agricultural production process results into environmental and human being health changes. The problems caused have complex nature, involving biosocial, political, economics and social-environmental aspects and modifications. This study shows a general description about the final destination evolution of agrochemical plastic packaging in the last five years in the estate of Goiás, through the quantitative results investigation obtained and published by the National Processing Institute of Empty Packs (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias – INPEV). KEYWORDS : Agrochemical; Environmental Problems; Packs; Final Destination;

1 Acadêmico de Engª Ambiental da Universidade Católica de Goiás ([email protected]) 2 Orientador Prof. Dr. Dep. Engª Universidade Católica de Goiás ([email protected]) 3 Co-Orientadora Profª. Ms. Dep. Engª Universidade Católica de Goiás ([email protected])

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1 INTRODUÇÃO

A atividade agropecuária tem como objetivo a produção primária de bens de

consumos para os seres humanos. Contíguas a ela, inúmeras conseqüências são geradas

através dos resíduos sólidos contaminados oriundos do sistema produtivo rural.

O crescente volume de utilização dos agrotóxicos se transformou em graves

problemas ambientais a serem resolvidos, sendo um deles o descarte correto de milhões de

embalagens plásticas descartáveis, destinadas de forma incorreta.

A destinação final das embalagens vazias de agrotóxicos é um procedimento

complexo, que requer a participação efetiva de todos os agentes envolvidos na fabricação,

comercialização, utilização, licenciamento, fiscalização e monitoramento das atividades

relacionadas com o manuseio, transporte, armazenamento e processamento dessas

embalagens.

As embalagens vazias de agrotóxicos são com certas freqüências colocadas em

locais impróprios, por isso, tornam-se perigosas para o homem, os animais e o meio ambiente

(solo, ar e água), quando descartadas incorretamente. Elas são fontes de contaminação de

nascentes, córregos, rios e mananciais de água que abastecem tanto propriedades rurais,

quanto as cidades. Além disso, algumas pessoas reutilizam embalagens para armazenar

alimentos e ração de animais (INPEV, 2006).

O solo possui a capacidade de infiltração e absorção, assim o agrotóxico

composto por ingredientes ativos e solventes, podendo ser metais pesados ou elementos

químicos nocivos ao meio ambiente, percola e contamina o lençol freático (TREVISAN e

ZAMBRONE, 2002).

A contaminação ao seres humanos acontece quando o agrotóxico é inalado ou

entra em contato com a pele. A maioria dos acidentes que acontecem com crianças se dá por

ingestão de água ou alimento colocado dentro das embalagens. Os principais sintomas da

intoxicação nos seres humanos são problemas digestivos, como vômitos, cólicas e diarréias,

acompanhados de suor excessivo. Quando a intoxicação é mais grave pode ocorrer aumento

da pressão arterial, dificuldades respiratórias e problemas neurológicos, como confusão

mental e convulsões, que podem levar ao coma e até a morte (TREVISAN e ZAMBRONE,

2002).

Os dados de contaminação ambiental por má destinação ou falta de

conhecimento sobre as conseqüências causadas pelos agrotóxicos preocupa a opinião pública

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devido às contaminações do ar, do solo e, principalmente, das águas, interferindo diretamente

na qualidade de vida e no meio ambiente (LUNA et al., 1998).

A fiscalização e o cumprimento da legislação, acoplados à consciência dos

consumidores, resultou em uma evolução positiva no retorno das embalagens vazias para as

unidades de recebimento e, posteriormente, até as recicladoras, visando sempre à preservação

do meio ambiente, de forma ecologicamente e economicamente correta, graças à iniciativa do

setor industrial com a criação do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias -

INPEV.

As vantagens da destinação correta das embalagens visam valorizar a logística

reversa do transporte e retorno comercial dos produtos agrícolas, buscando a sustentabilidade

do mercado consumidor de agrotóxicos. Há um credenciamento organizado pelo INPEV para

as empresas de meio do transporte utilizados para levar os agrotóxicos e retornar as

embalagens vazias para o processo de destino final, de forma segura, já que estas empresas

são autorizadas a transportar produtos perigosos. A logística reversa é realizada para as

embalagens vazias da Central de Recebimento ao destino final, reciclagem ou incineração, e

dos Postos para as Centrais de recebimento.

Diante da necessidade iminente de reduzir o volume de resíduos agrícolas

descartados de forma inadequada no meio ambiente, este estudo se torna importante como

uma forma adequada de estabelecer as metas de índices da reciclagem para o setor de

embalagens vazias de agrotóxicos, unindo as idéias de economia e ecologia, no mercado

agropecuário.

A principal questão que se coloca é a de sensibilizarmos a população que a

embalagem de agrotóxico não é apenas um produto cuja imagem foi “cultivada” como objeto

descartável e poluidor. O que se quer é que o plástico não acabe no lixo, e retorne como uma

matéria-prima para o processo produtivo, como base de produtos primários que usufruem

destes para o armazenamento, ajudando a evoluir os índices sinérgicos de reciclagem dos

plásticos oriundos da agricultura.

Neste sentido, objetivou-se avaliar a destinação final de embalagens plásticas

de agrotóxicos nos últimos cinco anos do Estado de Goiás, através de levantamentos das

informações e dados desenvolvidos por resultados quantitativos e artigos do INPEV, visitas

técnicas realizadas in loco na central de recebimento de Goiânia e entrevistas com

responsáveis e profissionais da área no Estado de Goiás.

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2 O SISTEMA DE RECOLHIMENTO DE EMBALAGENS VAZIAS DE

AGROTÓXICOS

As empresas fabricantes de agrotóxicos estão buscando, cada vez mais, novos

investimentos em tecnologias e produtos contendo material reciclado no crescente mercado

agropecuário.

No Brasil, esta política ganhou uma maior força no ano de 2001, quando foi

fundado o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias – “INPEV”, passando

a operar em 2002. A administração deste órgão valorizou a logística de devolução das

embalagens, enfatizando a legislação vigente, e garantindo o benefício ambiental em todo o

País, sendo um dos beneficiados, o Estado de Goiás.

2.1 O INPEV

O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias – “INPEV” é

uma entidade, sem fins lucrativos, criada para gerir a destinação final de embalagens vazias

de produtos fitossanitários no Brasil. O Instituto também apóia e orienta a indústria, canais de

distribuição e agricultores no cumprimento das responsabilidades definidas pela legislação,

além de promover a educação e a consciência de proteção ao meio ambiente e à saúde

humana e apoiar o desenvolvimento tecnológico de embalagens de fitossanitários.

O INPEV foi criado após a instauração da Lei Federal de nº. 9.974/00, que

disciplina o recolhimento e destinação final das embalagens dos produtos fitossanitários. A

Lei divide responsabilidades a todos os agentes atuantes na produção agrícola do Brasil, ou

seja, agricultores, canais de distribuição, indústria e poder público.

2.2 Responsabilidades Legais

O uso e o manuseio seguro de agrotóxico e a destinação final das embalagens

vazias são de responsabilidade dos produtores rurais, dos revendedores e dos fabricantes,

conforme Lei Federal nº 9.605 (13/02/98) que dispõe sobre Crimes Ambientais. A Lei Federal

nº 9.974, (06/06/2000) regulamentada pelo Decreto Federal nº 4.074 (04/01/2002) estabelece

normas e procedimentos para a destinação de sobras e embalagens vazias de agrotóxicos e

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dita sobre as responsabilidades e os deveres das indústrias, dos revendedores e usuários de

agrotóxicos e afins. Já a Lei Estadual nº 12.280 (24/01/1994), dispõe sobre o controle de

agrotóxicos, seus componentes e afins.

As responsabilidades e as competências legais em relação às embalagens

vazias de agrotóxicos (e agrotóxicos de uma forma geral) estão estabelecidas na Lei Federal

nº 7.802/1989 (a questão da destinação das embalagens foi incluída por alterações de redação,

através da Lei Federal nº 9.974/2000). A regulamentação é definida pelo Decreto Federal nº

4.074/2002. As embalagens vazias de agrotóxicos não lavadas, são classificadas pela

Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, através da NBR 10.004/04 como classe I

- resíduo sólido perigoso, exigindo procedimentos especiais para as etapas de manuseio e

destinação adequada. Já as embalagens lavadas (tríplice lavagem ou lavagem sob pressão)

corretamente, são classificadas como classe III - resíduo sólido não perigoso, inerte.

A legislação distribui responsabilidades ao usuário (agricultor ou prestador de

serviços de aplicação de agrotóxicos) – devolução da embalagem em prazo de 1 ano (ou até o

vencimento de validade do produto agrotóxico) e lavagem (tríplice ou sob pressão); ao

comerciante – recebimento e depósito provisório (por até 1 ano); e ao fabricante/registrante –

destinação final (até 1 ano para recolher nos postos e comerciantes que mantém depósito e dar

destinação final ambientalmente autorizada).

O Conselho Nacional de Meio Ambiente – “CONAMA”, através da

RESOLUÇÃO 334, de 03 de abril de 2003, dispõe sobre os procedimentos de licenciamento

ambiental de estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens vazias de

agrotóxicos. Valoriza o destino adequado das embalagens vazias de agrotóxicos, evitando

danos ao meio ambiente e a saúde humana.

O artigo 10 da Lei Federal nº 7.802/89 define como competência dos Estados e

Distrito Federal fiscalizar o uso, o consumo, o comércio, o armazenamento e o transporte de

agrotóxicos, seus componentes e afins. O artigo 12 institui a competência ao Poder Público de

fiscalizar a devolução e a destinação adequada, o armazenamento, o transporte, a reciclagem,

a reutilização e a inutilização de embalagens vazias de agrotóxicos.

O artigo 71, do Dec. Fed. nº 4.074/2002, estipula como responsabilidade aos

órgãos estaduais responsáveis pelos setores de agricultura, saúde e meio ambiente, dentro de

sua área de competência, a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, quando se

tratar de:

o Uso e consumo de agrotóxico;

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o Estabelecimentos de comercialização, de armazenamento e de prestação de

serviços;

o Devolução e destinação adequada de embalagens vazias, de produtos

apreendidos pela ação fiscalizadora e daqueles impróprios para utilização

ou em desuso.

2.3 Classificação das embalagens vazias de agrotóxicos

As embalagens dos agrotóxicos utilizados geram uma categoria específica de

resíduo, fornecendo a responsabilidade ao agricultor para efetuar a tríplice lavagem ou

lavagem sob pressão da embalagem vazia de agrotóxico, inutilizá-la a fim de evitar o

reaproveitamento, armazená-las temporariamente na propriedade em recinto coberto, ao

abrigo da chuva, ventilado, semi-aberto ou no próprio depósito das embalagens cheias e

secundárias (não contaminadas), e devolvê-las na unidade de recebimento indicada na nota

fiscal até um ano após a compra, após haver acumulado uma quantidade de embalagens que

justifique o seu transporte de uma forma economicamente viável (INPEV, 2006).

2.3.1 Classificação:

Laváveis: São embalagens que podem ser lavadas. As embalagens laváveis são feitas de

plástico duro, lata ou vidro e normalmente contêm produtos que devem ser diluídos na água

antes de serem pulverizados na lavoura (INPEV, 2006), conforme Figura 1.

Figura 1: Embalagens laváveis na central de recebimento de Goiânia. (Maio, 2008)

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Não laváveis: São embalagens que não podem ser lavadas, pois não utilizam água como

veículo de pulverização. As embalagens não laváveis podem ser contaminadas ou não

contaminadas (INPEV, 2006), conforme Figura 2.

Figura 2: Embalagem não lavável (tratamento de semente). (INPEV, 2008)

Contaminadas: São embalagens que entram em contato direto com o produto e não podem ser

lavadas. As embalagens contaminadas não laváveis podem ser feitas de material flexível ou

rígido, como saquinhos de plástico, sacos de papel, sacos plásticos metalizados ou outro

material flexível, além de embalagens rígidas como as utilizadas em produtos para o

tratamento de sementes. (INPEV, 2006), conforme Figura 3.

Figura 3: Sacos metalizados de agrotóxicos em pó. (GLOBO RURAL, 2008).

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Não contaminadas: São embalagens que não entram em contato direto com o produto do

agrotóxico, como por exemplo, caixas secundárias de papelão, que são usados para transportar

outras embalagens (INPEV, 2006), conforme Figura 4.

Figura 4: Fardos de papelão na central de recebimento de Goiânia. (Maio, 2008)

2.4 Responsabilidade e locais de recebimento

Os locais de recebimento são alocados em pontos estratégicos de uma região,

fornecendo aos produtores rurais a viabilidade para entrega das embalagens acumuladas na

propriedade rural. Esses locais são diferenciados por postos e centrais de recebimento, devido

à atividade e porte de cada uma, ambas autorizadas, assessoradas e monitoradas pelo INPEV.

Posto de Recebimento: Locais de recebimento e depósito provisório das embalagens vazias de

agrotóxicos, licenciadas ambientalmente com, no mínimo, 80m² de área construída

(Resolução 334 do CONAMA). Ficam sob a responsabilidade dos comerciantes e

cooperativas, até que as mesmas sejam transferidas à central ou, diretamente, a sua destinação

final (INPEV, 2006).

Atividades:

• Recebimento de embalagens lavadas e não lavadas;

• Inspeção e classificação das embalagens entre lavadas e não lavadas;

• Emissão de recibo confirmando a entrega das embalagens;

• Encaminhamento das embalagens às centrais de recebimento.

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Central de Recebimento: Locais de recebimento, controle, acondicionamento, redução de

volume e armazenamento de embalagens vazias de agrotóxicos, licenciadas ambientalmente

com, no mínimo, 160m² de área construída (Resolução 334 do CONAMA), até seu

encaminhamento para a destinação final. Sua operação é de responsabilidade dos fabricantes e

cooperativas credenciadas (INPEV, 2006).

Atividades:

• Recebimento de embalagens lavadas e não lavadas (de agricultores, postos e

estabelecimentos comerciais licenciados);

• Inspeção e classificação das embalagens entre lavadas e não lavadas;

• Emissão de recibo confirmando a entrega das embalagens;

• Separação das embalagens por tipo (COEX, PEAD MONO, Metálica, papelão);

• Compactação das embalagens por tipo de material;

• Emissão de ordem de coleta para que o INPEV providencie o transporte para o destino

final (reciclagem ou incineração).

Coleta itinerante: Unidades de recebimento móvel que se deslocam até localidades mais

próximas das propriedades rurais mais afastadas, onde o agricultor enfrenta dificuldades para

executar a devolução das embalagens vazias ao estabelecimento indicada pelo vendedor.

Estabelecimento Comercial (comerciante de agrotóxicos): Local de comercialização de

agrotóxicos e afins. É responsável pelo recebimento, controle e armazenamento provisório das

embalagens de agrotóxicos nele vendidas. Quando não dispor de local adequado no próprio

estabelecimento deverá indicar posto de recebimento ou central de recolhimento por ele

credenciado, mas sem dificultar a devolução pelo usuário (INPEV, 2006).

Dos prazos de devolução: De acordo com a legislação vigente, o agricultor tem prazo de até

um ano, a contar da data de aquisição do agrotóxico, para fazer a devolução das embalagens

vazias ao estabelecimento que efetuou a venda, ou a uma unidade de recebimento indicada

pelo vendedor, desde que essa opção seja vantajosa para o agricultor (INPEV, 2006).

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2.5 Locais de recebimento no Estado de Goiás

O mapa a seguir demonstra os locais estratégicos de recebimento das

embalagens vazias de agrotóxicos no Estado de Goiás. Sendo representadas pelos postos e

centrais, além de quatro postos de recebimentos em negociação nos Municípios: Iporá,

Porangatu, Piracanjuba e Posse, conforme a Figura 5.

Figura 5: Localização das unidades de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos no Estado de Goiás.

Fonte: (INPEV, 2008).

Quadro 1: Abrangência das Centrais de recebimento. Centrais de recebimento Postos de recebimento

Goianésia Ceres e coletas itinerantes

Goiânia Anápolis, Itaberaí e Vianópolis

Luziânia Cristalina e Formosa

Mineiros ----

Morrinhos Catalão, Bom Jesus de Goiás, Itumbiara e Vicentinópolis

Quirinópolis ----

Rio Verde Santa Helena de Goiás, Acreúna e Jataí

Fonte: (INPEV, 2008).

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Central de recebimento de Goiânia da Associação Goiana de Empresários Revendedores e

Produtores Agropecuários – AGERPA: Figuras: 6; 7; 8; 9; 10 e 11.

Figura 6: Placa da central de recebimento de Goiânia. Figura 7: Almeida, gerente da central de recebimento. (Maio, 2008). (Maio, 2008).

Figura 8: Administração da Central de Goiânia. Figura 9: Central de recebimento de Goiânia. (Maio, 2008). (Maio, 2008).

Figura 10: Local de descarga dos caminhões. Figura 11: Local de armazenamento dos fardos prensados. (Maio, 2008). (Maio, 2008).

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As centrais e postos de recebimentos encontram-se em locais estratégicos para eficácia do sistema de recolhimento (conforme o

Quadro 2) em vários pontos do Estado de Goiás, justificando a evolução e eficiência do sistema de destinação final das embalagens vazias de

agrotóxicos.

Quadro 2: Endereço das unidades de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos no Estado de Goiás. CENTRAIS

Município Endereço Goianésia Rodovia GO 80, Km 46 - Aterro Sanitário - Goianésia/GO Goiânia Rod. GO 020, Km 8 - saída para Bela Vista - Zona Rural - Goiânia/GO - 74804-520 - Fundo Cemitério Parque Memorial Luziânia Rod. GO 010, Km 25 - Fazenda Onça - CEP 72800-000 - Luziânia/GO Mineiros Rod. BR 364 Km 314 - Zona Rural - CEP 75830-000 - Mineiros/GO Morrinhos Rod. GO 476, Km 13 - Buriti Alegre - Zona Rural - CEP 75.650-000 - Morrinhos/GO Quirinópolis Rodovia GO 164 Km 4,5 - Zona Rural - CEP 75860-000 - Quirinópolis/GO Rio Verde Rod. BR 452 - Km 11,5 - Itumbiara - Aterro Sanitário - CEP 75.905-310 - Rio Verde/GO

POSTOS Município Endereço Acreúna Rodovia GO-164, Km 04 Anápolis Rod. Anápolis - Joanápolis Km 8 à direita - Fazenda Formiga Bom Jesus de Goiás Fazenda Santa Barbara - Aterro Sanitário (Zona Rural) - Bom Jesus CEP 75570-000 Catalão ROD.GO 210 CATALÃO À GOIANDIARA-S/Nº KM 2,5 ZONA RURAL – CATALÃO GOIÁS Ceres Av 02 Qd C Lote 16 Setor Industrial Ceres Goiás. Cep: 76300000 Chapadão do Céu Aterro Sanitário - Chapadão do Céu Cristalina Fazenda Nossa Senhora de Fátima - Zona Rural - Rod. BR 050 Km108 Formosa GO 430, Km 5 - Aterro Sanitário - Formosa - GO Itaberaí Rod. GO 156 Km 3 Saída Americano do Brasil Itumbiara BR 452, Km 6 Estrada Vicinal - Ponte Funda 800m (ao lado da entrada do Aterro Sanitário) Jataí Rod. BR 080 Km 465 - Pq. Industrial - 2Km a esquerda, sentido Jataí - Rio Verde Santa Helena de Goiás Estrada Municipal 02 - Km 05 Estrada Velha Santa Helena a Rio Verde Vianópolis Fazenda Santa Rita - Aterro Sanitário de Vianópolis - Loteamento 01 - Zona Rural

Fonte (AGRODEFESA/GO, 2007).

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3 A EXPERIÊNCIA BRASILEIRA E DO ESTADO DE GOIÁS

O Brasil é referência mundial na destinação final de embalagens de

agrotóxicos, isso há aproximadamente três anos, desde quando os dados começaram a ser

compartilhados entre os Países.

A valorização e o reconhecimento entre os trinta maiores países do mundo com

programas similares de destinação final destas embalagens é mérito do menor custo na

destinação final de embalagens plásticas lavadas do Brasil.

Segundo dados do INPEV de 2008, a evolução da destinação final das

embalagens vem progredindo a cada ano, conforme figura 12.

7.855.007

13.933.111

17.881.162

19.633.849 21.129.382

0

5.000.000

10.000.000

15.000.000

20.000.000

25.000.000

2003 2004 2005 2006 2007

Comparativo da destinação final acumulado de 2003 a 2007 no Brasil (Kg)

Figura 12: Evolução da destinação de embalagens de agrotóxicos no Brasil (Kg).

Fonte: (INPEV, 2008).

A logística reversa de embalagens de agrotóxicos atingiu um patamar crescente

em todos os Estados que usufruem desta matéria prima para o sistema produtivo

agropecuário.

O percentual de devolução das embalagens vazias de agrotóxicos no Estado de

Goiás registrou um aumento no decorrer dos cinco últimos anos. Isto se deve às campanhas

realizadas pelo INPEV e AGRODEFESA, acolhidas com receptividade pelos produtores, que

têm entendido a importância da devolução para o meio ambiente. Até 2005, Goiás era o

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quarto Estado brasileiro em devolução, apesar de ser o quinto consumidor de herbicidas,

fungicidas e inseticidas usadas nas lavouras de soja, milho, algodão e cana-de-açúcar.

Goiás é o sétimo Estado em volume de embalagens vazias recolhidas de

agrotóxicos até o ano de 2007, representando 6,7% do total recolhido no ano passado. Os

dados de confirmação seguem abaixo, como demonstrado no Quadro 3.

Quadro 3: Volume de embalagens retornadas, por Estado, de 2003 a 2007 (Kg). Municípios 2003 2004 2005 2006 2007

Mato Grosso 1.598.015 2.992.889 3.891.229 4.554.822 4.734.292 Paraná 2.012.338 3.336.369 4.006.932 3.757.084 3.647.156 São Paulo 1.327.157 2.308.484 2.597.720 2.905.402 3.063.805 Minas Gerais 462.640 1.108.111 1.449.384 1.699.312 2.021.852 Rio Grande do Sul 452.132 996.516 1.464.119 1.854.609 1.840.355 Mato Grosso do Sul 538.220 646.467 965.561 1.115.233 1.438.214 Goiás 699.266 1.128.897 1.529.560 1.154.238 1.407.065 Bahia 436.378 683.338 969.551 1.191.617 1.372.592 Santa Catarina 108.144 354.736 386.285 481.511 490.522 Maranhão 82.154 106.885 203.509 224.651 377.183 Pernambuco 89.685 99.490 136.446 171.389 144.035 Espírito Santo 13.488 52.133 88.853 182.933 140.846 Tocantins – 19.020 34.948 65.400 80.780 Piauí – – 25.658 72.541 119.650 Ceará 27.200 46.590 33.140 55.267 56.367 Alagoas 8.190 53.186 39.871 61.101 61.273 Rio Grande do Norte – – – 17.958 39.898 Rondônia – – 25.140 38.940 58.740 Rio de Janeiro – – – 9.530 16.980 Paraíba – – 7.450 12.791 9.777 Roraima – – 25.806 7.520 8.000 TOTAL 7.855.007 13.933.111 17.881.162 19.633.849 21.129.382

Fonte: (INPEV, 2008).

Nos últimos cinco anos, o Estado de Goiás apresentou dados quantitativos e

valores consideráveis em relação ao volume de embalagens retiradas do campo de forma

correta, visto que entre os anos de 2003 a 2007, esta evolução foi de aproximadamente

101,22% em relação ao total recolhido em todo o Estado.

As embalagens lavadas (87,27%) e contaminadas (12,73%) se diferenciaram

extremamente no decorrer dos últimos cinco anos, como mostra o Quadro 4 e Figura 13.

Page 15: Destinação Final de Embalagens Plásticas de Agrotóxicos__

15

Quadro 4: Quantidade em quilos de embalagens de agrotóxicos recolhidas no Estado de Goiás nos últimos cinco anos.

Ano Lavadas Contaminadas Total

2003 578.266 121.000 699.266

2004 938.227 190.670 1.128.897

2005 1.287.540 242.020 1.529.560

2006 1.014.908 139.330 1.154.238

2007 1.346.405 60.660 1.407.065

Totais (2003 a 2007) 5.165.346 753.680 5.919.026 % deEvolução (2003 a 2007)

132,83 % -49,87 % 101,22%

Fonte: (INPEV, 2008).

Total de embalagens lavadas e contaminadas no Estado de Goiás de 2003 a 2007 (Kg)

2003

2004

2005

2006

2007

578.266

938.227

1.287.540

1.014.908

1.346.405

121.000

190.670

242.020

139.330

60.660

699.266

1.128.897

1.529.560

1.154.238

1.407.065

Lavadas

Contaminadas

Total

Figura 13: Demonstrativo de embalagens lavadas e contaminadas no Estado de Goiás entre 2003 a 2007(Kg).

Fonte: (INPEV, 2008).

No ano de 2007 as centrais do sul e sudoeste goiano, Morrinhos e Rio Verde,

representaram cerca de 45% (Figura 14) do total recolhido em todo o Estado de Goiás. Isto se

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16

deve ao potencial agrícola que esta região abrange, compreendendo uma economia voltada às

atividades rurais.

Distribuição da Destinação Acumulada por Central em 2007 (Kg)

158175 141975331275

1407065

264975 37671587275 46675

0200000400000600000800000

1000000120000014000001600000

RIO V

ERDE

MO

RRINHOS

QUIR

INO

POLIS

MIN

EIROS

GOIA

NIA

GOIA

NÉSIA

LUZIA

NIA

TOTAL

Figura 14: Distribuição da destinação acumulada por cada central de recebimento de Goiás no ano de 2007.

Fonte: (INPEV, 2008)

Quanto às embalagens plásticas de agrotóxicos, existem quatro tipos: PEAD

MONO, COEX, PP e PET (Não mais utilizada). Sendo estas classificadas com números de

registro para cada tipo de material.

• PEAD MONO - Polietileno de Alta Densidade é a segunda resina mais reciclada no

mundo. Esta resina tem alta resistência a impactos e aos agentes químicos. Forma de

identificação: através das siglas HDPE (high density polyethylene), PE (polietileno)

ou PEAD. Este tipo de embalagem leva o número 2, conforme Figura 15. Este tipo de

material representa aproximadamente 55% do total de embalagens utilizadas no

mercado de agrotóxicos (INPEV, 2007),

Figura 15: Embalagem de PEAD número de registro.

Fonte: (INPEV, 2007).

Page 17: Destinação Final de Embalagens Plásticas de Agrotóxicos__

17

• COEX - Polietileno co-extrusado, coextrusão, também é conhecido pela sigla EVPE.

Forma de identificação: através das siglas COEX, EVPE ou PAPE (poliamida

polietileno). Seu número de identificação é o 7, conforme Figura 16. Representa

aproximadamente 20% do total de embalagens utilizadas no mercado de agrotóxicos

(INPEV, 2007).

Figura 16: Embalagem de COEX e número de registro.

Fonte: (INPEV, 2007).

• PP ou Polipropileno - é identificado pela sigla PP e através do número 5, ambos

estampados no fundo das embalagens, conforme Figura 17. O PP representa

aproximadamente 4% do total de embalagens utilizadas no mercado de agrotóxicos

(INPEV, 2007).

Figura 17: Embalagem de PP e número de registro.

Fonte: (INPEV, 2007).

• PET - Tereftalato de Etileno possui excelente barreira para gases e odores. Forma de

identificação: através da sigla PET ou PETE estampada na parte externa do recipiente.

É uma estrutura monocamada identificada pelo número 1. Não mais produzida para

acondicionar agrotóxicos (INPEV, 2007), conforme Figura 18.

Figura 18: Embalagem de PET e número de registro.

Fonte: (INPEV, 2007).

Page 18: Destinação Final de Embalagens Plásticas de Agrotóxicos__

18

4 O SISTEMA DE DESTINAÇÃO FINAL DAS EMBALAGENS VAZI AS DE

AGROTÓXICOS

A destinação final das embalagens plásticas de agrotóxicos pode ser realizada

por dois tipos de procedimentos: reciclagem e ou incineração. Essa diferenciação é

determinada pelos tipos de materiais e nível de contaminação dos mesmos.

4.1 Reciclagem

Uma das alternativas inovadoras para recuperar as embalagens é a reciclagem.

Esta prática pretende solucionar o grave problema ambiental representado pelo acúmulo de

embalagens nas propriedades rurais, que cresce a cada ano, e que não tem, muitas vezes,

nenhuma proposta de solução definitiva (PASQUALETTO et al., 2004).

Face ao crescente volume de utilização, as embalagens plásticas preocupam a

sociedade devido a sua difícil degradabilidade, com implicações ambientais inerentes ao seu

descarte não racional pós-consumo.

Reciclar é revalorizar os descartes domésticos e industriais mediante uma série

de operações, que permitem que os materiais sejam reaproveitados como matéria-prima para

outros produtos. A vantagem de se trabalhar com o plástico na reciclagem é o seu peso, por

ser um material leve, seu custo é baixo (DOMINGUES et al., 2006).

A rentabilidade do mercado de reciclagem de embalagens plásticas no Brasil,

como em outros países desenvolvidos, mostra aspectos atraentes para iniciativas empresariais

do setor, com reflexos sócio-econômicos diretos relacionados com a melhoria da qualidade de

vida da população, geração de renda, economia de recursos naturais e atenuação de problemas

ambientais (PROGRAMA TERRA LIMPA, 1999).

São passíveis de reciclagem aproximadamente 95% das embalagens vazias de

defensivos agrícolas colocadas no mercado. Para que possam ser encaminhadas para a

reciclagem, as embalagens precisam ser lavadas corretamente (tríplice lavagem ou lavagem

sob pressão) no momento de uso do produto no campo. São incineradas as embalagens não

laváveis (5% do total) e as embalagens que não passaram pelo processo da tríplice-lavagem

pelos agricultores (INPEV, 2006).

O sistema de reciclagem das embalagens lavadas de agrotóxicos é executado

apenas pelas empresas autorizadas pelo INPEV, conforme a Figura 19, sendo estas

Page 19: Destinação Final de Embalagens Plásticas de Agrotóxicos__

19

ambientalmente licenciadas por órgãos competentes, apresentando todas as plantas com

sistema fechado de tratamento de efluentes e que priorizam artefatos para uso industrial.

Recicladoras autorizadas pelo INPEV:

Figura 19: Recicladoras autorizadas pelo INPEV.

Fonte: (INPEV, 2008).

Artefatos fabricados pela reciclagem das embalagens plásticas de agrotóxicos:

Os artefatos produzidos por meio da reciclagem das embalagens plásticas

resultam em: barrica plástica (Figura 20); caixa de bateria automotiva (Figura 21); bombona

plástica (Figura 22); caixa para fiação elétrica (Figura 23); conduíte corrugado (Figura 24);

cruzeta de poste de transmissão de energia (Figura 25); duto corrugado (Figura 26);

embalagem para óleo lubrificante (Figura 27); tubo para esgoto (Figura 28); tampas para

embalagens de defensivos agrícolas (Figura 29); saco plástico de descarte e incineração de

lixo hospitalar (Figura 30). As tampas das embalagens de defensivos agrícolas representam o

primeiro produto que retornam para seu uso original por meio da reciclagem.

Page 20: Destinação Final de Embalagens Plásticas de Agrotóxicos__

20

Figura 20: Barrica plástica. Figura 21: Caixa de bateria automotiva. Fonte: (INPEV, 2008). Fonte: (INPEV, 2008).

Figura 22: Bombona plástica. Figura 23: Caixa para fiação elétrica. Fonte: (INPEV, 2008). Fonte: (INPEV, 2008).

Figura 24: Conduíte corrugado. Figura 25: Cruzeta de poste de transmissão de energia. Fonte: (INPEV, 2008). Fonte: (INPEV, 2008).

Figura 26: Duto corrugado. Figura 27: Embalagem para óleo lubrificante. Fonte: (INPEV, 2008). Fonte: (INPEV, 2008).

Page 21: Destinação Final de Embalagens Plásticas de Agrotóxicos__

21

Figura 28: Tubo para esgoto. Figura 29: Tampas para embalagens de defensivos agrícolas. Fonte: (INPEV, 2008). Fonte: (INPEV, 2008).

Figura 30: Saco plástico de descarte e incineração de lixo hospitalar.

Fonte: (INPEV, 2008). 4.2 Incineração

As embalagens plásticas jamais devem ser queimadas a céu aberto, pois

provocam a emissão de gases tóxicos e poluentes como a dioxina e o furano. Como o plástico

é um produto que apresenta maiores limitações para sua fusão, isto é, por precisar de

temperatura baixa para desativar as moléculas dos princípios ativos e dos solventes que são

absorvidos (ARAÚJO, 1997).

O sistema de incineração das embalagens contaminadas de agrotóxicos é

executado apenas pelas empresas autorizadas pelo INPEV, conforme a Figura 31, sendo estas

ambientalmente licenciadas por órgãos ambientais competentes.

As incineradoras transformam as embalagens contaminadas em cinzas inertes e

gases de natureza conhecida e ambientalmente aceitável.

Page 22: Destinação Final de Embalagens Plásticas de Agrotóxicos__

22

Incineradoras autorizadas pelo INPEV:

Figura 31: Incineradoras autorizadas pelo INPEV.

Fonte: (INPEV, 2008). 4.3 Ilegalidade na destinação final das embalagens plásticas de agrotóxicos

Agricultores sem consciência ou informação acabam destinando as embalagens

vazias de agrotóxicos aos receptores irregulares, que comercializam ilicitamente estas às

recicladoras clandestinas, pois o plástico é um material maleável de inúmeras utilidades. Isso

é demonstrado, conforme as Figuras: 32; 33; 34; 35; 36.

As empresas que adquirem estas embalagens ilegalmente estão cometendo um

crime, pois adicionam as mesmas no processo produtivo sem nenhum controle prévio ou

autorização dos órgãos competentes e o INPEV.

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23

Figura 32: Caminhão retirando embalagens vazias ilegais. Figura 33: Destinação ilegal de embalagens vazias. Fonte: (INPEV, 2008). Fonte: (INPEV, 2008).

Figura 34: Fardos ilegais de embalagens vazias. Figura 35: Animais vivendo junto com as embalagens vazias. Fonte: (INPEV, 2008). Fonte: (INPEV, 2008).

Figura 36: Vala de destinação ilegal de embalagens vazias.

Fonte: (GLOBO RURAL, 2008).

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24

5 METAS QUANTITATIVAS A SEREM RECOLHIDAS EM 2008 PO R CADA

CENTRAL E POR TIPO DE MATERIAL NO ESTADO DE GOIÁS

Os próximos anos serão promissores para uma elevação no índice de

recolhimento das embalagens vazias, haja vista que novos postos estão sendo negociados em

Municípios e locais estratégicos no Estado de Goiás. Além disso, haverá a continuidade dos

programas de conscientização e a inovação de recolhimento itinerante em locais próximos às

propriedades pequenas, que mantém pouca viabilidade para devolver estas embalagens no

prazo e local definido pela nota fiscal. Segundo o INPEV, em 2008, as metas de recolhimento

das embalagens plásticas podem ser visualizadas conforme o Quadro 5.

Quadro 5: Metas para o ano de 2008 por central e tipos de materiais no Estado de Goiás: META T.LAVAD CONT. PEAD COEX TAMPA Central

(TON) (TON) (TON) (TON) (TON) (TON) Goianésia 98,50 86,00 12,50 50,00 11,00 4,00

Goiânia 164,50 153,00 11,50 95,00 18,00 4,00

Luziânia 401,50 382,00 19,50 245,00 70,00 12,00

Mineiros 228,00 216,00 12,00 125,00 13,00 18,00

Morrinhos 431,50 416,00 15,50 249,00 85,00 12,00

Quirinópolis 139,50 128,50 11,00 75,00 20,00 5,00

Rio Verde 362,50 344,50 18,00 197,00 85,00 7,50

% POR TIPO

94,52% 5,48% 56,74% 16,54% 3,42%

Fonte: (INPEV, 2008).

Através dos dados quantitativos resultantes nos últimos cinco anos no Estado

de Goiás, a evolução prevista para o ano de 2008 é promissor. Essas metas foram

predestinadas para quantificação estimada de devolução em cada central, valorizando assim

esforços e reconhecimento dos representantes envolvidos em todas as regiões do Estado.

Page 25: Destinação Final de Embalagens Plásticas de Agrotóxicos__

25

6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A crescente conscientização e preocupação no caminho que o nosso Planeta

está traçando para as gerações futuras, originaram inúmeras atividades em prol do meio

ambiente, sendo uma delas a destinação final adequada das embalagens plásticas de

agrotóxicos.

A criação do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias –

INPEV foi responsável pela organização de campanhas educativas e o incentivo da

fiscalização pelos órgãos responsáveis, estabelecendo a prática correta da destinação final

destas embalagens, priorizando a importante redução de passivos ambientais oriundos da

prática ilícita de destinação final. Esta iniciativa pública foi de grande importância para

reverter o quadro triste que sempre acompanhou as atividades agropecuárias, desde o

surgimento das tecnologias químicas, gerando conseqüentes riscos de contaminações dos

recursos hídricos, afetando diretamente a saúde pública e áreas que poderiam ser utilizadas

para outros fins.

Além disso, a evolução da destinação final das embalagens plásticas de

agrotóxicos nos últimos cinco anos, no Estado de Goiás, ocorreu por conseqüência do

cumprimento da legislação e ações voluntárias de entrega oriundas de produtores rurais.

A quantidade de embalagens vazias recolhidas pelos postos e centrais em todo

o Estado de Goiás, apresentou um aumento vital para a sustentabilidade do setor

fitossanitário, registrando um crescimento aproximado de 201,2 % do total recolhido entre os

anos de 2003 a 2007. No decorrer dos últimos cinco anos, as embalagens laváveis,

apresentaram índices positivos, estimados em 232,8% em relação embalagens lavadas e um

decréscimo de 199,5%, representando 49,9%, na redução de embalagens contaminadas em

todo o Estado.

A reciclagem se tornou o principal conjunto de soluções para a destinação final

das embalagens plásticas do mercado agrícola, pois através de dados quantitativos, essa

afirmação pode ser confirmada no decorrer de ações e parcerias firmadas entre o elo

produtivo agropecuário goiano e brasileiro.

As unidades de recebimentos de embalagens vazias de agrotóxicos propostos

pelo INPEV e o trabalho de parceria entre todos os envolvidos no elo do sistema produtivo,

forneceram o grande foco à melhor qualidade de vida, assumindo responsabilidades e

desenvolvendo esforços conjuntos para o desenvolvimento agropecuário no Estado de Goiás.

Page 26: Destinação Final de Embalagens Plásticas de Agrotóxicos__

26

As recomendações para o acréscimo estratégico, no desenvolvimento evolutivo

da destinação final das embalagens plásticas de agrotóxicos, em todo o Estado são:

• Elaborar estratégias e planos de conscientização dos produtores, envolvendo a

educação ambiental, como o dia Nacional do Campo Limpo, evitando a ilegalidade na

destinação final das embalagens vazias de agrotóxicos.

• Incentivar a coleta itinerante para elevar os índices de recolhimento, pois grande parte

das embalagens não devolvidas é de responsabilidade dos pequenos agricultores.

• Divulgar a quantidade de embalagens de agrotóxicos, que são vendidas em todo o

Estado de Goiás, para que haja o conhecimento na relação de eficiência do ciclo de

retorno das embalagens vazias.

• A instalação de um empreendimento de reciclagem de embalagens plásticas de

agrotóxicos no Estado de Goiás, representando uma grande evolução, referente à

participação e preocupação em relação à destinação final das embalagens vazias de

fitossanitários.

Page 27: Destinação Final de Embalagens Plásticas de Agrotóxicos__

27

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades

lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República

Federativa do Brasil, Brasília, DF. 30 Mar. 1998;

BRASIL. Lei nº. 7.802, de 11 de julho de 1989. Dispõe sobre as pesquisa, a

experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a

comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o

destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção

e a fiscalização de agrotóxicos, seus 86 componentes e afins, e dá outras providências.

Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13 Jul. 1989;

BRASIL. Lei nº. 9.974, de 06 de junho de 2000. Altera Lei nº. 7.802, de 11 de julho de

1989, que dispõe sobre a pesquisa, experimentação, produção, embalagem, e rotulagem,

transporte, armazenamento, comercialização, propaganda comercial, utilização,

exportação, destino final dos resíduos, controle, inspeção e fiscalização e dá outras

providencias. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF. DOFC,

p 000001, 07 Jun. 2000. col.1.

Page 28: Destinação Final de Embalagens Plásticas de Agrotóxicos__

28

BRASIL. Decreto nº. 4074, de 04 de janeiro de 2002. Regulamenta a Lei nº. 7.802, de 11

de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, experimentação, produção, embalagem, e

rotulagem, transporte, armazenamento, comercialização, propaganda comercial,

utilização, exportação, destino final dos resíduos, controle, inspeção e fiscalização e dá

outras providencias. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF.

DOFC, p 000001, 08 Jan. 2002. col.2.

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Page 29: Destinação Final de Embalagens Plásticas de Agrotóxicos__

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