2

Click here to load reader

Deus, o Legislador

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Artigo elaborado por Mauricio Kimoto.

Citation preview

Page 1: Deus, o Legislador

DEUS, O LEGISLADOR

Por Maurício Kimoto

4 – 11 de fevereiro.

VERSO PARA MEMORIZAR: “Porque o Senhor é o nosso Juiz, o nosso Legislador, o Senhor

é o nosso Rei; Ele nos salvará” (Is 33:22)

Talvez a maior demonstração do mundo evangélico da falta de conhecimento a respeito

de Deus seja o fato de não enxergarem a Sua lei como uma fiel representação de Seu caráter.

Em primeiro lugar, precisamos entender que a Lei de Deus se divide em duas categorias: Moral

(os Dez Mandamentos) e Cerimonial (rituais e ordenanças do Antigo Testamento). A primeira

continua em vigor, visto que é eterna, e a segunda teve seu cumprimento na cruz, visto que o

seu papel era apontar para Jesus. O que estudamos nesta semana, se refere à Lei Moral e é sobre

ela que comentarei em meu artigo. (não confundir, pois os adventistas do sétimo dia não

observam as leis cerimoniais, aquelas de rituais e ordenanças).

Porque nós os adventistas do sétimo dia entendemos que a lei de Deus seja a

representação do caráter de Deus? Se você observar o decálogo, impresso em Êxodo 20, vai

perceber que cada um dos dez preceitos retrata de maneira clara o caráter de Deus, afinal de

contas qual Legislador desejaria criar leis que pudessem apenas beneficiar o súdito que fosse

fiel a eles, sem nenhum outro tipo de interesse secundário? Vejam as leis que são criadas a cada

dia pelos nossos parlamentares, os nossos legisladores, muitos deles contêm preceitos que irão

beneficiar uma ou outra classe de pessoas, ou até mesmo algumas empresas.

Deus criou a Sua lei não para que fosse boa para Ele, mas para que o pecador pudesse

ser salvo através da orientação que ela nos dá. E aos seres não caídos dá a mesma orientação

para que não caiam.

Conhecer a Deus é conhecer a Sua vontade em nossa vida, guardar a Lei de Deus é

aceitá-lO como o Senhor de nossa vida, mostrar-nos submissos ao Criador e Mantenedor do

Universo.

Muitos creem que a lei passou a existir apenas quando Deus os imprimiu em tábuas de

pedra e os entregou a Moisés, mas na realidade a Lei de Deus é eterna, sempre existiu, prova

disso é que a sua transgressão trouxe a morte como consequência do pecado em nosso planeta,

muito antes do Sinai, lá nos tempos de Adão e Eva.

Através da certeza de que o pecado entrou na Terra porque a Lei de Deus foi

transgredida, (se foi transgredida é porque já existia), entendemos que também a guarda do

sábado já existia antes do Sinai, afinal de contas é o quarto mandamento da Lei de Deus. (Êxodo

20) Esse fato faz com que caia por terra os ensinos de que o sábado era guardado apenas pelos

judeus, pois os judeus não existiam na época em que a Lei foi quebrantada no Éden.

Ao desprezarem a lei de Deus, muitos deixam de ler o Antigo Testamento, por

entenderem que ela só exalta os rituais e a obediência estrita aos preceitos dados pelos

chamados doutores da lei. Mas Jesus disse em João 5:39: “Examinais as Escrituras pois julgais

ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam.”Vejam que Jesus estava apoiando o

Antigo Testamento (chamado de Escrituras, pois o Novo Testamento ainda não existia). Ele nos

fala que ao estudarmos o Antigo Testamento, compreenderemos o caráter de Deus na Sua Lei e

que essa compreensão o conduzirá ao próprio Jesus, que é o tema central do Antigo Testamento.

Page 2: Deus, o Legislador

Observe então que Deus não deu o Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia) para

ser algo obsoleto e sem sentido, toda Sua Lei estava contida nele, daí o nome de Livro da Lei ou

simplesmente Lei. Após o Pentateuco, Deus nos deu o restante do Antigo Testamento e também

o Novo Testamento que são basicamente os testemunhos dos que viram o poder de Deus, Daí o

nome de Testemunho, então dessa forma, Lei e Testemunho quer dizer o mesmo que Sagradas

Escrituras. Se temos como sagrado e digno de observância as Escrituras, como poderemos ficar

alheios a Lei, que faz parte dela?

Mas e no Novo Testamento, onde se encaixa a lei de Deus? E no nosso contexto, onde

entra a lei? Se serei salvo pela graça onde está a atuação da lei? Porque os adventistas do sétimo

dia pretendem harmonizar o sacrifício de Jesus com a Lei enquanto que a maioria da cristandade

só espera na graça?

O sacrifício de Jesus na cruz foi a maior demonstração do amor de Deus, sem

desvalorizar a justiça de Sua Lei. A Lei de Deus tem tanto valor que a sua transgressão não

poderia ficar impune, mas o amor de Deus requeria a salvação do pecador. Como então salvar o

pecador imerecido sem que Deus pudesse passar por alto a Sua própria Lei? “O salário do

pecado é a morte, mas o dom gratuito é a salvação em Cristo Jesus”(Romanos 6:23). Deus

resolveu pagar o salário do pecado não com o seu ou o meu sangue, mas com o Seu próprio

sangue. Isso Ele fez, porque a Sua Lei era tão santa que jamais poderia ser transgredida. Mas foi

aí que abundou o amor de Deus, fazendo-Se maldito em nosso lugar, morrendo em uma cruz,

fria, rude e implacável contra os transgressores.

Você ainda crê que a Lei de Deus perdeu seu valor na cruz? Se ela tivesse perdido o seu

valor, nós não precisaríamos aceitar a Jesus e ao Seu sacrifício para que houvesse salvação em

nossa vida, afinal, sem lei sem transgressão, sem transgressão sem pecado, sem pecado sem

salário da morte, sem salário da morte sem necessidade de salvação e sem necessidade de

salvação não há necessidade da graça de Jesus.

Na nova aliança (aquela em que Deus nos salva mediante a graça de Jesus na cruz), o

papel da Lei de Deus ainda continua válida. Ainda é preciso que a Lei conduza o pecador ao

conhecimento do pecado e do caráter de Deus. Não há graça que seja derramada aos não

observadores da Lei de Deus.

A todos um ótimo final de semana.

Maurício S. Kimoto – Ancião IASD Central M. Cruzes.