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1 Devemos amar a Verdade Um extracto do novo livro do Padre Gruner S. Paulo diz-nos que o amor da verdade é essencial, é condição necessária, para a vida espiritual. A sedução do erro e do pecado, acrescenta, obtém todo o seu poder sobre as almas devido a esta causa, que não têm amor pela verdade: E é a sedução da iniquidade que há nos que perecem; porque não recebem o amor da verdade, para poderem ser salvos.” 1 Aqui está algo que cada um de nós deve considerar. Todos nós temos os nossos pontos cegos, especialmente no modo como nos vemos a nós próprios. Todos temos predisposições emocionais sobre que tendemos a actuar, em vez de pensar a sério, a não ser que consigamos distinguir os nossos sentimentos dos verdadeiros julgamentos. Pensar a sério é mais difícil do que apenas actuar espontaneamente sobre as nossas respostas emocionais. Mas essa é a nossa tarefa, como animais racionais” neste mundo. Devemos pensar bem nas coisas, e devemos ter uma atitude de a Verdade em primeiro lugar.” Estava na Praça de S. Pedro em 13 de Outubro de 2013, esperando ver o Papa Francisco consagrar o mundo ao Imaculado Coração de Maria, como ele tinha anunciado em Agosto anterior. Porém, desde o momento quando a cerimónia iniciou-se, comecei a suspeitar que os planos para a Consagração tinham sido mudados. Quem estava suficientemente perto para ver a expressão abatida e sombria do Santo Padre completamente fora do que lhe é característico compreendeu que alguma coisa tinha acontecido. Foi como se alguém no Vaticano, que o Papa não ousava enfrentar, o tivesse ensaiadosobre correcção política com respeito às devoções marianas. Ter-lhe-iam acabado de dizer que a Consagração ao Imaculado Coração de Maria não era permitida? A cerimónia foi muito breve, e o Imaculado Coração de Maria nem sequer foi mencionado. De facto, o Santo Padre não consagrou coisa nenhuma. 2 1 2 Tessalonicenses 2:10. 2 Santíssima Virgem Maria de Fátima, com gratidão renovada pela Vossa presença maternal, unimos a nossa voz às de todas as gerações que Vos chamam Bem-Aventurada. Celebramos em Vós as grandes obras de Deus, Que nunca se cansa de Se inclinar com misericórdia sobre a humanidade, afligida pelo mal e ferida pelo pecado, para a curar e a salvar”. “Aceitai com a compaixão de uma Mãe o acto de entrega que hoje fazemos com confiança, perante a Vossa imagem, que para nós é tão querida. “Estamos certos de que cada um de nós é precioso a Vossos olhos, e que nada do que habita nos nossos corações Vos é desconhecido. Deixai-nos ver o Vosso doce olhar e receber a carícia consoladora do Vosso sorriso. (Continuou) http://www.fatima.org/port/news/devemos_amar_a_verdade.pdf

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1

Devemos amar a Verdade

Um extracto do novo livro do Padre Gruner

S. Paulo diz-nos que o amor da verdade é essencial, é condição necessária, para

a vida espiritual. A sedução do erro e do pecado, acrescenta, obtém todo o seu poder

sobre as almas devido a esta causa, que não têm amor pela verdade:

“E é a sedução da iniquidade que há nos que perecem; porque não

recebem o amor da verdade, para poderem ser salvos.”1

Aqui está algo que cada um de nós deve considerar. Todos nós temos os nossos

pontos cegos, especialmente no modo como nos vemos a nós próprios. Todos temos

predisposições emocionais sobre que tendemos a actuar, em vez de pensar a sério, a não

ser que consigamos distinguir os nossos sentimentos dos verdadeiros julgamentos.

Pensar a sério é mais difícil do que apenas actuar espontaneamente sobre as

nossas respostas emocionais. Mas essa é a nossa tarefa, como “animais racionais” neste

mundo. Devemos pensar bem nas coisas, e devemos ter uma atitude de “a Verdade em

primeiro lugar.”

Estava na Praça de S. Pedro em 13 de Outubro de 2013, esperando ver o Papa

Francisco consagrar o mundo ao Imaculado Coração de Maria, como ele tinha

anunciado em Agosto anterior. Porém, desde o momento quando a cerimónia iniciou-se,

comecei a suspeitar que os planos para a Consagração tinham sido mudados.

Quem estava suficientemente perto para ver a expressão abatida e sombria do

Santo Padre – completamente fora do que lhe é característico – compreendeu que

alguma coisa tinha acontecido. Foi como se alguém no Vaticano, que o Papa não ousava

enfrentar, o tivesse “ensaiado” sobre correcção política com respeito às devoções

marianas.

Ter-lhe-iam acabado de dizer que a Consagração ao Imaculado Coração de

Maria não era permitida?

A cerimónia foi muito breve, e o Imaculado Coração de Maria nem sequer foi

mencionado. De facto, o Santo Padre não consagrou coisa nenhuma.2

1 2 Tessalonicenses 2:10.

2 “Santíssima Virgem Maria de Fátima, com gratidão renovada pela Vossa presença maternal, unimos a

nossa voz às de todas as gerações que Vos chamam Bem-Aventurada. Celebramos em Vós as grandes

obras de Deus, Que nunca se cansa de Se inclinar com misericórdia sobre a humanidade, afligida pelo

mal e ferida pelo pecado, para a curar e a salvar”.

“Aceitai com a compaixão de uma Mãe o acto de entrega que hoje fazemos com confiança,

perante a Vossa imagem, que para nós é tão querida.

“Estamos certos de que cada um de nós é precioso a Vossos olhos, e que nada do que habita nos

nossos corações Vos é desconhecido. Deixai-nos ver o Vosso doce olhar e receber a carícia consoladora

do Vosso sorriso. (Continuou)

http://www.fatima.org/port/news/devemos_amar_a_verdade.pdf

2

Mas aquela cerimónia que desapontou não foi a única infelicidade do dia.

Quando me preparava para deixar a Praça de S. Pedro, uma certa mulher (que nunca

tinha visto antes) reconheceu-me e avançou pelo meio da multidão até onde eu estava, e

começou a moer-me o juízo com a sua opinião sobre o meu trabalho no Fatima Center.

Apresentou-se como representante do Apostolado Mundial de Fátima (a que a

maior parte das pessoas continua a chamar Exército Azul), e repreendeu-me em

pormenor por todos os esforços “mal orientados” do meu Apostolado para se fazer a

Consagração da Rússia como tinha sido pedido especificamente por Jesus e Maria. Na

sua opinião, difundir a verdade de que a Consagração não tinha sido feita serve apenas

para “magoar o Papa.”

Parece que ela pensava – e há muita gente que concorda com ela – que eu estava

a ser desleal para com a Igreja ao insistir nos pedidos de Nossa Senhora de Fátima,

quando hoje só as devoções a Nossa Senhora de Fátima são relevantes. Estas pessoas

acusam-me frequentemente: porque é que hei-de continuar a falar sobre a revelação do

que falta do Terceiro Segredo? Quem sou eu para insistir numa Consagração explícita

da Rússia ao Imaculado Coração de Maria pelo Papa e por todos os Bispos Católicos do

mundo?

Estas pessoas têm um raciocínio muito simplista (e profundamente não-

Católico!) para justificar a sua posição. Dizem-nos que 1) a Visão do “Bispo vestido de

branco” é a totalidade do Terceiro Segredo, e que 2) a Consagração foi feita em 1984. E

portanto, que devemos agora concentrar-nos na oração, na penitência e na nossa

conversão mais completa.

A mulher do “Apostolado Mundial” estava basicamente a exigir que eu entrasse

na formatura e dissesse, como toda a gente, que a Consagração estava feita e que o

Terceiro Segredo tinha sido inteiramente revelado. Se assim fizesse, também podia ter a

satisfação de ser verdadeiramente “devoto” de Nossa Senhora, porque passaria a “amar”

o Papa e a promover a “unidade” da Igreja.

Bem, S. Luís de Monforte escreveu um belo livro sobre a verdadeira devoção a

Nossa Senhora, e não se refere em parte nenhuma a servi-La servindo uma falsidade!

Estaria eu a mostrar alguma devoção autêntica a Nossa Senhora, indo contra a

Sua vontade expressa de que a Sua Mensagem de Fátima devia ser dada a conhecer e os

Seus pedidos atendidos? Estaria eu a amar o Papa se me deixasse estar quieto, sabendo

que ele podia ir perder a vida se não se arrependesse e atendesse as ordens de Nossa

Senhora? Haverá algum valor no género de unidade que Pilatos e Herodes conseguiram,

ao pôr de lado as suas antigas inimizades e a unir-se para crucificar Jesus Cristo?!

“Guardai a nossa vida nos Vossos braços: abençoai e fortalecei todos os bons desejos; fazei

reviver e apoiar a fé, sustentar e iluminar a esperança, criar e revitalizar a caridade; guiai-nos a todos

pelo caminho da santidade.

“Ensinai-nos o Vosso amor preferencial pelos pequenos e pelos pobres, pelos excluídos e pelos

que sofrem, pelos pecadores e pelos perdidos: recolhei a todos sob a Vossa protecção e dai-nos a todos

ao Vosso amado Filho, Nosso Senhor Jesus.” Cf. “A oração do Papa Francisco confiando-nos a todos a

Nossa Senhora de Fátima”, The Fatima Crusader, Nº 107, Outono de 2013, página 12

(http://www.fatima.org/port/crusader/cr107/cr107p12.pdf).

http://www.fatima.org/port/news/devemos_amar_a_verdade.pdf

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Se a suposta devoção de uma pessoa a Nossa Senhora não se baseia na verdade,

então não é uma devoção autêntica. Se o amor de uma pessoa pelo Papa não se baseia

na verdade, então este “amor” é uma ilusão. Se os esforços de uma pessoa para

conseguir a “unidade” da Igreja não se baseiam na verdade, então está a construir um

castelo de cartas. Nosso Senhor não construiu a Sua casa num campo de mentiras, e não

precisa de mentiras para apoiar a Sua Santa Igreja.

Havia tanto que eu queria dizer, mas no fim não houve uma grande discussão.

Esta mulher essencialmente bloqueou os ouvidos e dizia “Não quero discutir consigo”

de cada vez que eu tentava dizer alguma coisa. Na cabeça dela, eu estava a perturbar o

equilíbrio da Igreja e a romper a unidade nas mentes dos fiéis; portanto, eu estava

errado. Ponto final. Não havia lugar para mais discussões. A não ser para ela repetir o

seu palavreado insolente.

Gostava de lhe ter dito: “Desculpe, minha Senhora, e se a ‘linha partidária’ do

Cardeal Bertone sobre o Terceiro Segredo e a Consagração da Rússia não for

verdadeira? Deveríamos ignorar os avisos e pedidos de Nossa Senhora, só para dar uma

aparência de unidade entre nós? Arriscando as nossas vidas e almas?!”

Mas as poucas palavras que consegui dizer simplesmente ecoaram de volta para

mim, por terem batido num muro de tijolo.

Mesmo se tivesse podido dizer mais, soube que não conseguiria mudar a opinião

desta mulher, porque a preocupação dela, acima de tudo, era dar uma aparência de

unidade e obediência. Simplesmente, a verdade da nossa posição não era nada com ela.

De facto, o facto de não colocar o amor da verdade em primeiro lugar, e acima

de todas as outras considerações é a essência de muitos dos problemas do nosso tempo.

Este é o distúrbio fundamental que está na raiz da desobediência da Igreja às ordens da

Rainha do Céu durante mais de oitenta anos.

“Quem é da verdade,

ouve a Minha voz”

Desde 1988 que certos funcionários do Vaticano têm estado a propagar a ideia

de que devemos separar os aspectos devocionais da Mensagem de Fátima das partes

proféticas da Mensagem. É uma campanha organizada,3 em que se tem imposto aos

fiéis a ideia desta separação. Com efeito, a mensagem tem sido: “A Consagração pedida

por Nossa Senhora foi feita em 1984. Deixem de aborrecer o Santo Padre sobre a

Consagração da Rússia!” A ideia (que eles querem estabelecer claramente) é que seria,

3 O historiador de Fátima Frère François escreveu: “[Em 1988] veio uma ordem do Vaticano, dirigida às

autoridades de Fátima, à Irmã Lúcia, a diversos eclesiásticos, incluindo o Padre Messias Coelho, e um

sacerdote francês muito devoto de Nossa Senhora [evidentemente o Padre Pierre Caillon], ordenando a

todos que deixassem de incomodar o Santo Padre com a Consagração da Rússia.” (Frère François de

Marie des Anges, Fatima: Tragedy and Triumph, Immaculate Heart Publications, 1994, páginas 189-

190.) No mesmo sítio, Frère François cita esta declaração a partir da sua correspondência pessoal com o

Padre Pierre Caillon, Presidente do Exército Azul em França: “Veio uma ordem de Roma, obrigando a

todos que dissessem e pensassem: ‘A Consagração está feita. Tendo o Papa feito tudo o que podia, o

Céu dignou-se aceitar este gesto.’” (Carta de Março de 1990).

http://www.fatima.org/port/news/devemos_amar_a_verdade.pdf

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de algum modo, desleal ou divisionista pedirmos ao Papa que fizesse a Consagração ou

que divulgasse o texto completo do Terceiro Segredo.

Assim, não é raro encontrar pessoas (como esta mulher do Apostolado Mundial

de Fátima) que pensam que a Mensagem profética de Fátima, que pede a Consagração

da Rússia e a divulgação de todo o Terceiro Segredo, se opõe de alguma maneira à

devoção ao Imaculado Coração de Nossa Senhora, como foi pedido por Nossa Senhora

de Fátima.

É evidente que não há nenhuma oposição verdadeira entre a lealdade à Igreja e a

obediência a Nossa Senhora. Mas como é que uma tal oposição poderia parecer que

existe?

A resposta a essa pergunta é muito simples. É porque as pessoas não

compreendem o dever essencial, que cada um de nós tem, de amar a verdade.

De facto, quanto mais amamos verdadeiramente a Nossa Senhora, tanto mais

amamos a verdade. Jesus disse que Ele é o Caminho, e a Verdade, e a Vida.4 Nosso

Senhor também disse, quando estava perante Pilatos, que quem for da verdade ouve a

Sua voz. 5

Porque é que ser “da verdade” é a condição essencial para se ser capaz de

responder à voz de Deus? Nosso Senhor explica isto numa bela parábola, dada no

Sermão da Montanha:

“A luz do corpo é o teu olho. Se o teu olho for puro, todo o teu

corpo terá a luz. Mas se o teu olho for mau, todo o corpo ficará nas trevas.

Ora, se a luz em ti passa a escuridão, quão grande será a própria

escuridão!”6

S. Tomás de Aquino pode ajudar-nos a compreender esta parábola. Disse 7 que a

luz da razão desempenha nas nossas almas o mesmo papel dos olhos em relação aos

nossos corpos. Isto é, as nossas mãos e pés mão podem ver. Só por si, não lhes é

possível conhecer o que os rodeia. A “luz” para todas as diversas partes do nosso corpo

é simplesmente ter um par de olhos saudáveis no mesmo corpo.

Os nossos olhos, a receberem a luz do dia, possibilitam a todos os membros do

corpo serem devidamente dirigidos nas suas tarefas. As nossas mãos trabalham com

confiança e precisão, e os nossos pés caminham em segurança, quando são esclarecidos

pelos bons olhos. Por outro lado, se os olhos de uma pessoa não são saudáveis, todos os

membros do corpo ficam reduzidos a actuar como se estivessem na escuridão, mesmo

que o corpo esteja à luz do dia.

A situação é a mesma em relação às nossas almas, diz S. Tomás. Se as nossas

mentes estão orientadas para a luz da verdade, então todos os nossos julgamentos da

4 João 14:6. 5 João 18:37. 6 Mateus 6:22-23. 7 Cf. S. Tomas de Aquino, Commentary on the Gospel of St. Matthew, trad. do Rev. Paul Kimball,

Dolorosa Press, 2012, página 273.

http://www.fatima.org/port/news/devemos_amar_a_verdade.pdf

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mente e os movimentos da vontade poderão ser iluminados. Mas se a nossa razão se

extravia – se inverte, dando o lugar mais alto às coisas terrenas – todas as nossas

faculdades mentais também se extraviam e passam à escuridão.

Amar a verdade é a coisa mais importante

Fátima é sobre a verdade. Nossa Senhora veio a Fátima para pôr fim ao domínio

do demónio sobre este mundo, domínio esse que se baseia na mentira. As mentiras são

o fundamento do seu reino na terra, porque é mentindo aos homens e mulheres que ele

consegue escravizá-los à sua vontade (se eles acreditarem nas mentiras).

Jesus disse-nos que a verdade não cabe no demónio. As mentiras no demónio

procedem naturalmente deste facto – ou seja, que ele não está na verdade, e a verdade

não está nele:

“Ele foi um assassino desde o início, e não esteve na verdade,

porque a verdade não é dele. Quando ele diz uma mentira, diz o que é seu;

porque ele é um mentiroso e pai da mentira.” 8

Quem não puser o amor da verdade acima de todos os bens terrenos, coloca-se

na mesma grande escuridão em que o demónio reina. Se não “estivermos na verdade,”

também não somos “de Deus.” As palavras de Nosso Senhor não produzem fruto

quando caem nos ouvidos de pessoas assim.

“Porque não reconheceis a Minha fala? Porque não podeis ouvir

as Minhas palavras. Sois do vosso pai, o demónio…. Se vos digo a

verdade, porque não acreditais em Mim? Quem é de Deus, ouve as

palavras de Deus. Vós, porém, não as ouvis, porque não sois de Deus.” 9

Mais uma vez, Fátima é sobre a verdade. Sempre que Nosso Senhor e Nossa

Senhora vêm até nós, é para dar testemunho da verdade, 10 que nos libertará.11 O

demónio vem para nos escravizar com as suas mentiras, por vezes até mesmo disfarçado

como um anjo de luz.12 Sabe-se que até personificou Nossa Senhora em aparições

falsas, para desviar a atenção das pessoas da verdadeira Mensagem de Nossa Senhora

nas Suas aparições verdadeiras. (O demónio apareceu pelo menos em 16 locais

diferentes. não muito longe da cidade de Lourdes em 1858, sob a aparência da

Santíssima Virgem, quando Nossa Senhora estava a aparecer na gruta de Lourdes a

Santa Bernadette.)

Lembremo-nos sempre de que as mentiras escravizam-nos, e que a verdade vem

de Deus para a salvação das nossas almas. As mentiras que hoje se dizem sobre a

Mensagem de Fátima vêm, em última análise, do demónio, que quer impedir-nos de

ouvir a verdade da Mensagem de Nossa Senhora, que – se respondermos devidamente a

ela – pode salvar vidas e almas sem conta.

8 João 8:44. 9 João 8:43-44, 46-47, ênfase acrescentado. 10 João 18:37. “Foi para isto que nasci, e para isto vim ao mundo: para dar testemunho da verdade.” 11 João 8:32. “E conhecereis a verdade; e a verdade libertar-vos-á.” 12 2 Coríntios 11:14.

http://www.fatima.org/port/news/devemos_amar_a_verdade.pdf

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Quando Nossa Senhora disse: “Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão

muitas almas e terão paz,”13 estava a dizer-nos a verdade. Quando Ela disse: “Só Eu vos

poderá valer,”14 estava a dizer a verdade absoluta e literal. Quando Ela disse: “Participa

ao Santo Padre que ainda estou à espera da Consagração da Rússia ao Meu

Imaculado Coração. Sem esta Consagração, a Rússia não se poderá converter, nem o

mundo terá paz,” 15 estava a dizer, na linguagem mais simples possível, o que

precisamos de saber e fazer para evitar o aniquilamento de nações e a escravidão da

humanidade ao demónio sob a Nova Ordem Mundial maçónica.

Não devemos deixar-nos enganar sobre a Mensagem de Nossa Senhora, e não

devemos enganar-nos a nós próprios.

“A Caridade exulta na Verdade”

Há uma hierarquia das virtudes, uma ordem que classifica cada uma das virtudes

em relação às outras. A caridade é a maior de todas as virtudes, como nos diz S. Paulo,

mas ele também sublinha que a caridade exulta na verdade.16 De facto, se não amarmos

primeiro a verdade, não podemos realmente amar a Deus ou o nosso próximo, ou até

mesmo nós próprios.

É certo que pode haver um falso zelo pela verdade, que está cheio de orgulho e

tem falta de caridade, mas, mesmo assim, não podemos ter uma verdadeira caridade sem

o amor à verdade. E a virtude de amar a verdade está a perder-se cada vez mais no

nosso tempo. Devemos compreender a relação entre verdade e caridade.

Simplificando, o conhecimento e a verdade devem vir antes do amor. Não

podemos amar uma coisa a não ser que a conheçamos primeiro, pelo menos em alguma

medida. E não podemos amar devidamente alguma coisa ou alguém enquanto não a

compreendermos.

Amar uma pessoa é desejar-lhe o bem. Mas não podemos desejar o bem se não

soubermos o que é o bem. E não podemos desejar o bem ao nosso próximo devidamente

se tivermos uma ideia errada do que é melhor para ele.

Além disso, se estamos errados sobre quem é o nosso próximo, então não

podemos de modo nenhum amá-lo. E se não compreendemos o que é verdadeiramente

bom para ele, então, apesar de toda a nossa boa vontade, não podemos amá-lo

devidamente. Mesmo em relação a Deus, não podemos amá-Lo devidamente (ou

simplesmente amá-Lo) se não conhecemos alguma verdade sobre Ele.

Há pessoas que me criticam por ser (segundo dizem) desleal ao Santo Padre ou à

Santa Sé ou ao Secretário de Estado. O próprio Cardeal Bertone acusou-me, e aos meus

associados, 17 de o odiarmos, 18 simplesmente porque o instei a agir, para o seu próprio

13 Aparição de 13 de Julho de 1917. 14 Aparição de 13 de Julho de 1917. 15 Relatado na publicação dos Bispos italianos, Il pellegrinaggio delle meraviglie, 1960, página 440. Cf.

Frère Michel, The Whole Truth About Fatima, Vol. III, página 327. Ênfase acrescentado. 16 1 Coríntios 13:6, 13. 17 Eu e outros que ajudaram a publicar O Segredo por revelar, escrito por Christopher A. Ferrara.

http://www.fatima.org/port/news/devemos_amar_a_verdade.pdf

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bem e para o bem de muitas almas que dependem da obediência da Igreja a Nossa

Senhora de Fátima.

Ao contrário do que estas pessoas pensam, eu amo o Papa. Até ouso dizer que o

amo mais do que a maior parte, se não todos, dos seus conselheiros. Francamente, até

penso que estou a mostrar mais amor pelo Cardeal Bertone do que ele por si próprio.

Não digo isto de ânimo leve. Nem digo isto para me gabar; mas se me acusam

de odiar, então tenho de responder à acusação. É o meu amor por Deus e pelo próximo

que me tem conduzido nos últimos trinta e seis anos. Sei a verdade sobre Fátima, e

sobre o que acontecerá ao Papa e aos Bispos e a todos nós, se não obedecerem muito

depressa a Nossa Senhora de Fátima. Como podia eu justificar-me se não falasse?

A nossa obrigação de amar a verdade

sobre a Mensagem profética de Fátima

Há pessoas que são muito industriosas em relação ao trabalho físico ou em

vencer na vida em assuntos temporais, mas quando se trata de procurar a verdade, são

um pouco preguiçosas.

As nossas vidas (e muito provavelmente até as nossas almas) dependem de

conhecermos a verdade sobre a Mensagem de Nossa Senhora de Fátima. Se tivermos

um verdadeiro amor pelo próximo, ele mostrar-se-á pela nossa aplicação em aprender e

divulgar a verdade que precisamos de conhecer pelos nossos melhores interesses

verdadeiros.

É porque há hoje tão pouco amor da verdade no mundo e na Igreja que a

Mensagem de Fátima é tão pouco conhecida e tão mal compreendida. É porque há hoje

tão pouco amor da verdade no mundo e na Igreja que a Mensagem de Nossa Senhora for

reduzida ao silêncio e, na prática, Nossa Senhora foi rejeitada.

Se houvesse maior amor pela verdade entre os Católicos de hoje, veríamos

muito mais pessoas a procurar a verdade sobre a Mensagem de Fátima, e em seguida a

defendê-la e a divulgá-la.

Mas que resposta recebeu Nossa Senhora de Fátima? Não lhe têm dado a

atenção que merece. Não agimos de acordo com a Sua Mensagem. Não a divulgámos.

Em resumo, não a amámos. Pusemos de lado a verdade, porque estava em conflito com

outras coisas que tinham um lugar mais importante nos nossos corações – coisas mais

baixas, como o respeito humano, e uma complacência que não quer incomodar-se com

controvérsias.

Quando digo “nós” não estou necessariamente a referir-me a todas e cada uma

das pessoas, mas estou a dizer que, em geral, em linhas gerais, é assim que os Católicos

têm respondido à Mensagem de Fátima.

18 Cf. “Resposta às afirmações falsas do Cardeal Bertone contra o Fatima Center, The Fatima Crusader,

Nº 90, Inverno de 2008, páginas 21ff (http://www.fatimacrusader.com/cr90/cr90pg21.pdf). Cf. também

The Fatima Crusader, Nº 101, Primavera de 2012, páginas 66ff

(http://www.fatima.org/port/crusader/cr101/cr101pg03.pdf).

http://www.fatima.org/port/news/devemos_amar_a_verdade.pdf

8

Há actualmente um grande silêncio em grande parte da Igreja sobre os pedidos

de Fátima. Segundo muitos, seria desleal contradizer o que o Cardeal Bertone disse, ou

embaraçá-lo ou aborrecê-lo, ou a outros eclesiásticos. Mas o facto é que, se amamos a

verdade, não podemos tomar essa atitude.

Se virmos uma criança em perigo e pudermos impedi-la de se magoar ou se

atingir alguém pela sua falta de conhecimento ou de experiência, temos obrigação, em

caridade, de lhe explicar a situação. Temos obrigação de lho dizer uma e outra vez até

conseguirmos maneira de fazer compreender à criança que lhe estamos a dizer algo de

sério, com consequências importantes para a sua segurança.

Esta é a posição em que nos encontramos. Todos nós, que compreendemos a

Mensagem de Nossa Senhora, temos a obrigação de falar dela uma e outra vez, para

todos os que nos ouvirem. Não há Mensagem mais importante para o nosso tempo –

não há nada que se possa comparar à Mensagem de Fátima, tanto em termos da sua

abrangência na abordagem das nossas necessidades actuais como em termos da

gravidade das consequências de a negligenciar.

O Papa João Paulo II explicou toda a Mensagem de Fátima como resposta do

amor da nossa Mãe do Céu. Porque veio Ela a Fátima? O Santo Padre responde a esta

pergunta com outra pergunta:

“Pode a Mãe, Que, com toda a força do amor que tem no Espírito

Santo e Que deseja a salvação de todos, pode Ela manter-se em silêncio

quando vê minadas as próprias bases da salvação dos Seus filhos? Não,

não pode.” 19

Quando esta Mãe viu os filhos em perigo, não podia manter-se em silêncio. A

salvação eterna das almas dos Seus filhos estava em risco, e esta situação ainda hoje se

mantém. Bastava uma só alma para o justificar, mas estamos a falar de milhões ou

milhares de milhões de almas, cuja salvação dependerá, em última análise, da nossa

resposta à Mensagem de Nossa Senhora:

“Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas….”

A verdade antes das lealdades pessoais

Fátima é atacada por pessoas que dizem amar a Nossa Senhora. Só Deus

conhece os seus corações – não pretendo ser capaz de os julgar. O que digo é que é

impossível amar correctamente a Nossa Senhora e ao mesmo tempo desprezar a

plenitude da verdade que Ela veio dar-nos.

Estas pessoas dizem que eu estou contra o Papa. Como pode ser assim, se estou,

literalmente, a tentar salvar o Papa? O Papa recebeu uma Mensagem 20 através da Irmã

19 Sermão em Fátima, 13 de Maio de 1982. Cf. Padre Paul Kramer, O derradeiro combate do demónio, 2ª

Edição, The Missionary Association, Terryville, Connecticut, 2010, páginas 199, 216. 20 Revelação de Agosto de 1931 à Irmã Lúcia (dois anos e dois meses depois do pedido formal de Nossa

Senhora para a Consagração da Rússia em 13 de Junho de 1929), contada ao seu Bispo numa carta de 29

de Agosto de 1931: “Participa aos Meus ministros que, dado seguirem o exemplo do rei de França, na

demora em executar o Meu mandado, tal como a ele aconteceu, assim o seguirão na aflição.” (Padre

http://www.fatima.org/port/news/devemos_amar_a_verdade.pdf

9

Lúcia, 21 vinda de Nosso Senhor, avisando-o de que, por atrasar a execução da Sua

ordem para consagrar a Rússia, o Papa seguiria o Rei de França na aflição.

Nosso Senhor estava a referir-se ao Rei Luís XVI, que foi Rei de França quando

começou a Revolução Francesa em 1789. O Rei foi executado na guilhotina, como se

fosse um criminoso. Da mesma maneira, na Visão do Terceiro Segredo 22 publicada

pelo Vaticano em Junho de 2000, vemos um Papa a ser executado. Em ambos os casos,

diz Nosso Senhor, estes sofrimentos são o resultado de não obedecerem à Sua ordem.

Desde a altura em que foram transmitidas estas profecias, nenhum Papa

consagrou a Rússia, juntamente com os Bispos Católicos, e nenhum Papa foi executado.

Sabemos, portanto, que a visão profética do Terceiro Segredo não se refere a coisas no

passado. A realização destas profecias terríveis está a aproximar-se cada vez mais.

A clara verdade da Mensagem de Fátima é que as nossas vidas e almas estão no

maior dos perigos. Todo o mundo será escravizado por um regime satânico, e nações

inteiras serão aniquiladas, 23 a não ser que obedeçamos aos pedidos de Nossa Senhora

de Fátima.

A verdade é mais importante do que as aparências ou as lealdades pessoais. A

verdade deve ser defendida e propagada. Devemos fazê-lo em caridade, é um facto, e

espero que eu actue com caridade. Deus sabe que serei julgado por isto como qualquer

outra pessoa. Mas devemos, a todo o custo, em primeiro lugar, amar e defender e

propagar a verdade.

Joaquín Alonso, Fátima ante la Esfinge, Imprensa “Sol de Fátima”, Madrid, 1979, página 97.) Cinco

anos mais tarde, a Irmã Lúcia contou mais coisas sobre esta revelação numa carta de 1936 ao seu

confessor, Padre José Gonçalves. Depois de dar os pormenores do pedido formal de Nossa Senhora para

a Consagração em 1929, Lúcia acrescentou: “Mais tarde, por meio de uma comunicação interior, Nosso

Senhor, queixando-Se, disse-me: ‘Não quiseram atender ao Meu pedido! Como o rei de França,

arrepender-se-ão e fá-la-ão, mas será tarde. A Rússia terá já espalhado os seus erros pelo Mundo,

provocando guerras e perseguições à Igreja: o Santo Padre terá muito que sofrer!’” (Padre António

Martins, Documentos de Fátima, Porto, 1976, página 465.) Ambos os textos são citados em Frère Michel

de la Sainte Trinité, The Whole Truth About Fatima, Vol. II, Immaculate Heart Publications, Buffalo,

Nova Iorque, 1989, páginas 543-544.

21 Lúcia dos Santos era uma das três crianças a quem Nossa Senhora de Fátima apareceu em 1917.

22 “Vários outros Bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas subiam uma escabrosa montanha, no cimo da

qual estava uma grande Cruz de troncos toscos, como se fora de sobreiro com a casca; o Santo Padre,

antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade meia em ruínas, e meio trémulo, com andar vacilante,

acabrunhado de dor e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegado

ao cimo do monte, prostrado de joelhos aos pés da grande Cruz, foi morto por um grupo de soldados,

que lhe disparavam vários tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo, uns trás outros, Bispos,

sacerdotes, religiosos e religiosas e várias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de várias classes e

posições. Sob os dois braços da Cruz estavam dois Anjos, cada um com um regador de cristal em a

mão; neles recolhiam o sangue dos Mártires e com ele regavam as almas que se aproximavam de

Deus.” (Congregação para a Doutrina da Fé, A Mensagem de Fátima, 26 de Junho de 2000,

http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20000626_mes

sage-fatima_po.html).

23 Nossa Senhora de Fátima disse na Sua aparição de 13 de Julho de 1917: “Se atenderem a Meus

pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo

guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados; o Santo Padre terá muito que sofrer;

várias nações serão aniquiladas.”

http://www.fatima.org/port/news/devemos_amar_a_verdade.pdf

10

Como disse muitas vezes, não odeio o Cardeal Bertone. Rezo por ele todos os

dias. O nosso amor da verdade força-nos a opormo-nos publicamente ao Cardeal

Bertone, porque ele assumiu uma posição pública que não é verdadeira. A nossa defesa

da verdade não é motivada por ódio pessoal – de modo nenhum. Tomámos a nossa

posição simplesmente porque a verdade é um bem mais elevado que a deferência que

desejarmos mostrar a um funcionário do Vaticano.

Precisamos de ter a atitude certa com respeito à nossa lealdade ao cargo e às

pessoas dos funcionários da Igreja. Seja qual for a sua categoria – o Papa, os Cardeais e

os Patriarcas, os Bispos e os padres – não há autoridade na Igreja que possa enganar

legitimamente os fiéis, seja de que maneira for, e especialmente num assunto que pode

pôr em risco a suas salvação eterna.

Isto é exactamente o que tem acontecido nos últimos cinquenta anos, e não só

relativamente a Fátima. A própria Fé está sob ataque de dentro da Igreja, como Nossa

Senhora avisou (falaremos disto mais adiante neste livro).

A nossa obrigação de nos informarmos

e de defendermos a verdade

Deus deu-nos a nossa inteligência por uma razão, e precisamos de a usar. É por

isso que é tão importante aprender o Catecismo, porque Deus quer que conheçamos a Fé

– cada um de nós. Nosso Senhor não se limita a dizer: “Baptizem-se, recebam os

Sacramentos, e aceitem como verdade evangélica tudo o que vier da boca de um padre,

de um Bispo, de um Cardeal ou de um Papa!”

Até Andrea Tornielli, um Vaticanista do jornal secular Il Giornale, que falou na

nossa Conferência de 2011, Consagração Já!, disse: “Se o Papa pregasse uma heresia –

o que é concebível, segundo a doutrina da Igreja – então não devemos segui-lo nesse

particular.” 24 Ora bem, como podemos saber se o Papa está a pregar uma heresia se

primeiro não examinarmos o que ele diz e tentarmos compreendê-lo? Por outro lado,

não há nada na Fé Católica, ou nas práticas e Tradição Católicas, ou na Teologia

Católica que justifique uma atitude vergonhosa como esta: “O Papa disse ou fez esta ou

aquela coisa escandalosa, mas devemos aceitá-la à mesma!”

Temos que fazer um trabalho intelectual, temos que pensar por nós próprios,

temos que procurar a verdade! A preguiça intelectual é um vício, mesmo quando se

esconde atrás de palavras como “obediência” e “lealdade” para salvar as consciências.

Não há desculpa para a maneira como tantos Católicos se fizeram

voluntariamente cegos à verdade da Mensagem de Fátima. Nossa Senhora falou nos

termos mais simples que se podem imaginar: “Se atenderem a Meus pedidos, a Rússia

se converterá e terão paz.” 25 Daquele momento até à actualidade, não houve a

conversão da Rússia nem paz no mundo, mas aparece o Secretário de Estado do

Vaticano a dizer: “A Consagração foi feita em 1984. Foi pena não terem dado por ela.

24 Citado em The Fatima Crusader, Nº 101, página 68

(http://www.fatima.org/port/crusader/cr101/cr101pg03.pdf). 25 Aparição de 13 de Julho de 1917.

http://www.fatima.org/port/news/devemos_amar_a_verdade.pdf

11

Não houve uma menção da Rússia nem participaram todos os Bispos, 26 mas a vida é

assim.” E as pessoas respondem, “Tudo bem, obrigado, já posso voltar a adormecer.”

26 Nossa Senhora fez o Seu pedido formal de Consagração da Rússia numa aparição na capela do

convento da Irmã Lúcia, em Tuy, Espanha, em 13 de Junho de 1929. Lúcia contou o pedido de Nossa

Senhora num apontamento manuscrito no seu diário, com data de 6 de Novembro do mesmo ano:

“Nossa Senhora disse:, ‘É chegado o momento em que Deus pede para o Santo Padre fazer e ordenar

que em união com Ele e ao mesmo tempo o façam todos os Bispos do mundo, a consagração da Rússia

ao Meu Imaculado Coração’, prometendo por este dia de oração e reparação mundial, convertê-la”

(Padre António Martins, Fátima e o Coração de Maria, Editorial Franciscana, Braga, 1985, páginas 78-

79, citado por Frère Michel, The Whole Truth About Fatima, Vol. II, página 555.)

Com respeito à participação de todos os Bispos, a Irmã Lúcia clarificou-a para o Papa João Paulo

II, através do seu emissário, o Arcebispo Sante Portalupi (Núncio Apostólico em Lisboa), que,

juntamente com o assessor pessoal do Núncio, o Dr. Francisco Lacerda, e o Bispo de Leiria, D. Alberto

Cosme do Amaral, se encontrou com ela no parlatório do seu convento em 21 de Março de 1982 (os

pormenores deste encontro foram contados pelo Dr. Lacerda ao Padre Pierre Caillon, chefe do Exército

Azul em França): “Para que os Bispos de todo o mundo estejam unidos ao Papa nesta Consagração da

Rússia ao Imaculado Coração de Maria, o Papa deve ou convocar todos os Bispos para Roma, ou

para outro lugar – Tuy, por exemplo – ou então ordenar aos Bispos do mundo inteiro que organizem,

cada um na sua catedral, uma cerimónia solene e pública de Reparação e de Consagração da Rússia

aos Sagrados Corações de Jesus e Maria.” (Pierre Caillon, La Consécration de la Russie aux Très

Saints Coeurs de Jésus et de Marie, ed. Téqui, 1983, página 31, ênfase acrescentado. Citado por Frère

Franҫois de Marie des Anges, Fatima: Tragedy and Triumph, Immaculate Heart Publications, Buffalo,

Nova Iorque, 1994, página 156.)

Aparentemente, esta informação não foi transmitida correctamente ao Santo Padre. Dois meses

mais tarde, em 13 de Maio de 1982, João Paulo II fez uma Consagração solene, não da Rússia mas do

mundo, e sem ter ordenado aos Bispos Católicos de todo o mundo que se lhe associassem. Mais

adiante, quando lhe perguntaram qual era o significado desta tentativa, à luz do pedido de Fátima, a

Irmã Lúcia respondeu: “A Consagração da Rússia, a que Nossa Senhora pediu, ainda não foi feita.”

(Carta de 11 de Agosto de 1982 à sua prima Maria do Fetal, publicada pelo Padre Pierre Caillon em La

Consecration de la Russie aux Très Saints Coeurs de Jésus et de Marie, páginas 45-46, citado por Frère

Franҫois, Fátima: Tragedy and Triumph, página 164.) No ano seguinte, o Papa enviou mais uma vez o Arcebispo Portalupi para falar com a Irmã

Lúcia, em preparação para outra cerimónia de Consagração que teria lugar em 1984. Esta entrevista

deu-se em 19 de Março de 1983. O Dr. Lacerda foi mais uma vez convidado a estar presente, assim

como o Padre Messias Coelho (um especialista português de Fátima e amigo de longa data da Irmã

Lúcia). A Irmã Lúcia leu em voz alta aos três esta declaração preparada: “No Acto de oferta de 13 de

Maio de 1982, a Rússia não aparecia claramente como objecto da Consagração. E cada Bispo não

organizou na sua diocese uma cerimónia pública e solene de reparação e Consagração da Rússia. O

Papa João Paulo II renovou simplesmente a Consagração do mundo feita pelo Papa Pio XII em 31 de

Outubro de 1942. Desta Consagração do mundo poderão esperar-se alguns bons efeitos, mas não a

conversão da Rússia.” (Relatado pelo Padre Pierre Caillon no periódico mensal Fidélité Catholique,

B.P. 217-56402. Auray Cedex, França; citado por Frère Franҫois, Fatima: Tragedy and Triumph,

página 165.)

O Santo Padre (aparentemente incapaz de vencer a resistência dentro da Cúria contra uma

Consagração específica da Rússia) avançou com os seus planos para fazer outra Consagração, mais,

mais uma vez, uma simples Consagração do mundo. Desta vez, porém, pelo menos convidou (não

ordenou) os Bispos a associarem-se a ele.

Em 22 de Março de 1984, três dias antes de a cerimónia ter lugar, a Irmã Lúcia visitou a sua

velha amiga, Maria Eugénia Pestana. Maria perguntou-lhe: “Então, Lúcia, a Consagração é no

Domingo?” E Lúcia respondeu (tendo já recebido uma cópia do texto que o Santo Padre iria usar):

“Esta Consagração não pode ter um carácter decisivo. … A Rússia não aparece como o único objecto

da Consagração.” (Frère François, Fatima: Tragedy and Triumph, páginas 167-168. A resposta foi

contada pela D. Eugénia Pestana no dia seguinte, numa conversa telefónica com o Padre Caillon, e este

contou depois o incidente a Frère Michel numa carta datada de 30 de Março de 1984.)

A cerimónia teve lugar segundo o que estava combinado, em 25 de Março de 1984, com a

presença de muito poucos dos 3000+ Bispos Católicos do mundo. Mais de um ano depois, a Irmã Lúcia

foi entrevistada por um representante da secção espanhola do Exército Azul, para um artigo a ser

publicado no seu periódico oficial, Sol de Fátima. Ao ser perguntada se, depois do acto de 1984 de

João Paulo II, a Consagração tinha finalmente sido feita como Nossa Senhora pedira, Lúcia respondeu:

http://www.fatima.org/port/news/devemos_amar_a_verdade.pdf

12

Esta espécie de preguiça é um dos grandes pecados do nosso tempo, e está a

conduzir muita gente para o inferno.

O amor da verdade requer que procuremos a verdade e aceitemos a verdade.

Devemos também defender a verdade e insistir nela. Não podemos afirmar que amamos

mesmo a verdade se não a aceitarmos e defendermos. Não podemos afirmar que

amamos mesmo os homens deste mundo se não tentarmos ajudá-los a adquirir o que

sabemos que é para seu bem.

Precisamos de ter uma compreensão clara do que são as nossas obrigações, aos

olhos de Deus e de Nossa Senhora. A nossa primeira obrigação relativa a Nossa

Senhora de Fátima é procurar e aceitar – amar – a verdade da Sua Mensagem.

As profecias de Fátima não se opõem às devoções de Fátima. Não devia ser

necessário dizer isto. Como é que se podiam opor umas às outras? É impossível. Mas

nos últimos vinte anos, e mais, alguns homens sem escrúpulos, ocupando altos cargos

na Igreja, têm apresentado estes dois aspectos da Mensagem como se estivessem em

oposição.

Estes homens abusaram da sua autoridade na Igreja e da confiança que os fiéis

instintivamente lhes dão. Vemos isto pela carta que veio do Vaticano em Julho de 1988

– ao que parece, do Cardeal Casaroli – dizendo que devemos todos pensar e dizer que a

Consagração da Rússia está feita.

A santa obediência nunca pode exigir-nos que mintamos. Ninguém, seja ele um

padre, um Bispo, um Cardeal, ou o Papa, ninguém pode ordenar-nos que mintamos. É

claro que podem dar voz a essa ordem, mas não têm autoridade para darem, de facto,

uma tal ordem.

Não tenho problemas de consciência em contradizer um Cardeal, ou até mesmo

o Secretário de Estado do Vaticano, se souber que o que ele diz é falso. Toda a gente

devia ter a mesma convicção e a mesma facilidade de decisão, mas, por qualquer razão,

não é esse o caso. A maio parte das pessoas parece pensar – devido a uma visão

distorcida da lealdade e da obediência – que têm que aceitar uma falsidade. Isto não é de

Deus. É do demónio.

Ora bem, pode alguém dizer que é preciso estarmos certos de nós próprios antes

de resistirmos publicamente a um prelado da Igreja; e sim, temos mesmo de estar certos

de nós próprios. É como diz S. Tomás 27 sobre fazer uma defesa pública da Fé contra

ataques públicos à mesma Fé. Ele sublinha que só alguém que tem bons conhecimentos

de estudos teológicos deve entrar numa defesa pública da Fé, como, por exemplo, um

debate com um não-crente, porque se uma pessoa não for capaz de fazer devidamente

essa tarefa, pode dar a ideia de que a Fé não tem uma explicação satisfatória.

“Não. Muitos Bispos não deram importância a este acto.” O entrevistador insistiu com a Irmã Lúcia:

“João Paulo II convidou todos os Bispos a associarem-se à Consagração da Rússia, que ele iria fazer

em Fátima em 13 de Maio de 1982, e que veio renovar no fim do Ano Santo, em Roma, em 25 de

Março de 1984, perante a imagem original de Nossa Senhora de Fátima. Não teria feito o que foi

pedido em Tuy?” A isto, a Irmã Lúcia respondeu secamente: “Não houve a participação de todos os

Bispos e não houve uma menção da Rússia.” (Sol de Fátima, Setembro de 1985.) 27 S. Tomás de Aquino, Summa Theologica, II-II, Q. 10, A. 7.

http://www.fatima.org/port/news/devemos_amar_a_verdade.pdf

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Mas o contrário também é válido. Para quem tiver instrução e conhecimento e

capacidade para defender publicamente a Fé, há uma obrigação de o fazer. E S. Tomás

sublinha-o também, citando S. Gregório o Grande:

“Assim como palavras ditas sem pensar produzem o erro, assim

um silêncio indiscreto deixa no erro aqueles que podiam ter sido

instruídos.” 28

Mesmo os que não estejam qualificados para representar a Fé num fórum

público podem também defender a verdade, em conversação privada, e têm também a

obrigação de o fazer.

Posso, desde já, dizer-lhes que, ao assumir esta posição, não estou a apoiar-me

nalgum conhecimento especial que tenha aprendido durante o meu curso de estudos

doutorais em Teologia Sagrada. Este assunto é tal que até as crianças o podem

compreender. Não podemos ir atrás das mentiras que estão a ser propagadas contra a

Mensagem de Fátima, venham elas de onde vierem.

Na medida em que o Papa, os Bispos e os sacerdotes são por Cristo, é neles que

deve residir a nossa lealdade. Muitas vezes estão alinhados com a Fé, mas por vezes não

estão. Nesse caso, temos de escolher entre lealdades em conflito. Como devemos

escolher? Em primeiro lugar, Cristo e a Verdade. Cristo identifica-Se como a Verdade, e

é aqui que a nossa primeira lealdade tem de estar.

A verdadeira Consagração da Rússia

acabará com todas as guerras

Tomei sobre mim o encargo de defender a verdade sobre a Mensagem de

Fátima, com um Apostolado a tempo completo, dedicado inteiramente a promover e a

defender esta Mensagem. Mas muitos outros padres estão a minar de propósito os

esforços do Fatima Center, dizendo: “Não ouçam o Padre Gruner. É desobediente. Nem

sequer leiam The Fatima Crusader. Ponham-na no lixo.”

Alguém no Vaticano pediu ao Padre Robert Fox que organizasse o seu próprio

Apostolado de Fátima, e ele “obedientemente” começou a anunciar por toda a parte que

a Consagração está feita, e que não se devia dar ouvidos ao Padre Gruner. Respondemos

em pormenor às afirmações do Padre Fox, num artigo intitulado “O ataque modernista

do Padre Fox contra Fátima,” por Christopher Ferrara. 29 É um artigo importante, e

recomendo a quem tiver dúvidas sobre este assunto que o leia.

Temos também uma gravação em vídeo de uma entrevista do Padre Fox, em que

foi perguntado: “A Consagração da Rússia já foi feita?” Respondeu ele: “Sim, foi.” Mas

mais adiante, para o fim da entrevista, perguntaram-lhe: “Está preocupado com alguma

coisa?” E o Padre Fox respondeu: “Sim, estou preocupado com a guerra.”

28 Papa S. Gregório o Grande, Liber Regulae Pastoralis, ii, 4. 29 Este longo artigo (publicado num folheto de 28 páginas) está disponível na Internet em três partes.

começando com http://www.fatima.org/port/essentials/opposed/pdf/062504frfox1.pdf

http://www.fatima.org/port/news/devemos_amar_a_verdade.pdf

14

Eis aqui um homem que passou os últimos vinte anos da sua vida a promover a

ideia de que a Consagração da Rússia já tinha sido feita, e ao mesmo tempo dizendo-nos

que receia que haverá outra guerra terrível – que, de facto, havia de haver sempre

guerras.

Mas Nossa Senhora de Fátima disse que seria concedido à humanidade um

tempo de paz quando a Rússia fosse devidamente consagrada ao Seu Imaculado

Coração!

O Padre Stefano Gobbi, do Movimento Sacerdotal Mariano, perguntou-me em

particular, em 1989, na altura em que o Padre Fox andava em pé de guerra sobre a

Consagração ter sido feita: “O Padre Fox está a tentar chamar mentirosa à Santíssima

Virgem?”

Talvez o Padre Fox não tivesse a intenção de ver as suas declarações

interpretadas assim, mas, de facto, era exactamente o que estava a fazer, quando dizia,

por um lado: “A Consagração está feita,” e por outro lado: “Mas havemos sempre de ter

guerras.”

Ora bem, não se pode ter razão das duas maneiras. A verdade é a verdade, e o

primeiro princípio da verdade é o princípio da não-contradição. Não se pode ter Nossa

Senhora a prometer um tempo de paz quando fossem atendidos os Seus pedidos, e

depois dizer que havemos sempre de recear mais guerras, mesmo depois de os pedidos

de Nossa Senhora terem sido atendidos, sem Lhe chamar mentirosa. Que Deus tenha

piedade nele.

Não devemos iludir-nos Não quero estar a concentrar-me no Padre Fox ou nos Cardeais Casaroli e

Bertone, como se fossem os únicos eclesiásticos a fazer estas coisas. Este programa tem

sido constante, praticamente de cima a baixo, entre demasiados eclesiásticos nos

últimos 25 anos, começando com a Secretaria de Estado do Vaticano e imposto até à

mais ínfima paróquia católica ou escola diocesana ou jornal católico. É uma campanha

blasfema para distorcer e deturpar a Mensagem de Fátima, ou pelo menos para silenciar

quem tente dar a conhecer a verdadeira Mensagem.

Usam todas as tácticas nefastas de uma sociedade secreta para o fazer, mas a

Igreja não é uma sociedade secreta. Como disse o Papa Leão XIII na sua encíclica sobre

a filosofia cristã, Deus não só é verdadeiro como a própria Verdade. Portanto, a Igreja

nada tem a temer da verdade. Pelo contrário, é só procurando e aceitando e defendendo

e insistindo na verdade que conservaremos a nossa sociedade e até mesmo as nossas

almas:

“O Filho unigénito do Pai Eterno, que veio à terra para trazer a

salvação e a luz da sabedoria divina aos homens, conferiu uma grande e

maravilhosa bênção ao mundo quando, prestes a ascender de novo ao

Céu, ordenou aos Apóstolos que fossem ensinar todas as nações, e deixou

a Igreja que tinha fundado para ser a mestra suprema e comum dos povos.

http://www.fatima.org/port/news/devemos_amar_a_verdade.pdf

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Porque os homens a quem a verdade tinha libertado seriam conservados

pela verdade.” 30

Não temos esperança, a não ser na verdade!

Vi-me forçado a reflectir uma e outra vez sobre as palavras que o Papa Bento

XVI usou, quando foi a Fátima em 13 de Maio de 2010:

“Ilude-se quem pensar que a missão profética de Fátima está

concluída.” 31

Todos devemos fazer por não julgar os outros. A verdade, como já disse, é

fundamental; mas o que é claro para uma pessoa não é necessariamente claro para

todos. Não podemos presumir que uma pessoa tem má vontade, simplesmente porque

não concorda connosco. Só Nosso Senhor conhece os corações dos homens.

Mesmo assim, o Papa Bento XVI pôde dizer sem reservas, perante 500.000

pessoas em Fátima, que os eclesiásticos que têm gasto tanto tempo e energia a tentar

propagar esta grande mentira, dizendo que “os acontecimentos a que faz referência a

terceira parte do “segredo” de Fátima parecem pertencer já ao passado,”32 iludiram-se a

si próprios se acreditam de facto nessa mentira! A verdade da Mensagem e da nossa

situação é tão clara, diz ele, que só bloqueando deliberadamente a verdade se pode

acreditar numa tal mentira.

E isto aplica-se também a todas as pessoas que aceitam a mentira com base em

noções falsas de “obediência” ou de lealdade ou de submissão que possam ter. Ele não

disse, ‘enganar-se-ia’ – disse que se estaria a iludir a si próprio quem pensasse assim.

Há quem discorde do que estou a dizer, que afirmam que são mais Católicos do

que eu, que afirmam ser mais leais e mais fiéis à Igreja do que eu, que afirmam que

amam o Papa mais do que eu, e só Deus sabe se assim é ou não. Mas foi o próprio Santo

Padre que disse que estas pessoas estão a iludir-se a si próprias sobre a Mensagem de

Fátima.

Eles estão a iludir-se quando dizem que o pedido de Nossa Senhora para a

Consagração da Rússia já foi satisfeito. Estão a iludir-se quando dizem que todo o

Terceiro Segredo foi dado a conhecer. Estão a iludir-se quando dizem que as horríveis

profecias do Terceiro Segredo fazem parte do passado. E esta mentira custará a milhões,

ou até mesmo milhares de milhões de pessoas as suas vidas e a sua salvação eterna, se

não ultrapassarmos a tempo este engano.

30 Papa Leão XIII, Encíclica Aeterni Patris, “Sobre a restauração da Filosofia Cristã,” 1879, §1, 5. 31 http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/homilies/2010/documents/hf_ben-

xvi_hom_20100513_fatima_ en.html. A tradução para inglês, feita pelo Vaticano, enfraquecia

dramaticamente a afirmação do Papa, dizendo: “Estaríamos enganados se pensássemos que…” Mas o

original do Papa, em italiano, era muito forte e bastante claro: “Si illuderebbe chi pensasse che la

missione profetica di Fátima sia conclusa.” 32 Congregação para a Doutrina da Fé, A Mensagem de Fátima, “Anúncio” do Cardeal Angelo Sodano, 26

de Junho de 2000;

http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20000626_mes

sage-fatima_po.html

http://www.fatima.org/port/news/devemos_amar_a_verdade.pdf

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Um autêntico amor à verdade significa necessariamente defender a verdade, e

denunciar os mestres indignos de confiança e falsos que estão a desencaminhar os fiéis.

Não é desobediência nem ‘divisão’ errada estar a defender a verdade perante estas

mentiras. As mentiras é que são divisivas. Seguir estes enganos, seguir estas mentiras é

que é perigoso. Se as deixamos estabelecer, estas mentiras poderão matar milhões e

milhões de almas. Estas mentiras vêm do pai das mentiras – o demónio. Estas mentiras

têm de ser desmascaradas. Os mentirosos devem ser parados antes que destruam todo o

mundo.

http://www.fatima.org/port/news/devemos_amar_a_verdade.pdf