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1) LEITURA INICIAL: Salmo 19 2) ORAÇÃO 3) MÚSICA: Sossegai - 254 HNC 4) LEITURA BÍBLICA: Mateus 7.24-29 PRATICANDO A PALAVRA DE CRISTO NA TEMPESTADE Introdução. O renomado escritor e pensador cristão John Stott, afirmou que “às vezes uma tempestade de crises ou calamidades revela Devocional 7

Devocional 7 · O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que

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Page 1: Devocional 7 · O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que

1) LEITURA INICIAL: Salmo 19

2) ORAÇÃO

3) MÚSICA: Sossegai - 254 HNC

4) LEITURA BÍBLICA: Mateus 7.24-29

PRATICANDO A PALAVRA DE CRISTO NA TEMPESTADE

Introdução.O renomado escritor e pensador cristão John Stott, afirmou que “às vezes uma tempestade de crises ou calamidades revela

Devocional 7

que tipo de pessoa somos. Caso contrário, a tempestade do dia do juízo certamente o fará.”1 De acordo com isso, é importante avaliarmos nossa postura em meio a essa pandemia. Ela tem trazido vários problemas e desafios para o cotidiano de todos, e isso não isenta o cristão verdadeiro. Essa calamidade abrange não apenas os riscos à saúde, mas também envolve problemas de ordem econômica com efeitos nas mais diversas relações humanas, especialmente na família e na igreja. A questão é que tipo de pessoa tem sido revelada em nós no meio dessa crise? Mateus 7.24-29 mostra dois tipos de cristãos diante de uma tempestade: o prudente e o insensato. A diferença entre ambos está no fundamento da vida deles.

O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que um seguidor dEle deveria ter e demonstrar, chegamos na conclusão (Mateus 7.15-29) onde Jesus identifica dois tipos de cristãos, o falso e o verdadeiro. Ele disse que as evidências que os distingue estão nos seus

frutos, a árvore má produz maus frutos e a boa produz bons frutos (Mt 7.16.20). Cristo aplica primariamente esse princípio para distinguir o falso profeta do verdadeiro. Os falsos profetas asseveravam ter profetizado em nome do Senhor, mas andavam no caminho da iniquidade, o fruto deles revelava claramente que não eram arvores boas, isto é, verdadeiros profetas (Mt 7.16-23).

No nosso texto (Mateus 7.24-27), Jesus lida com a relação entre os verdadeiros e os falsos professos, ou seja, aqueles que professam a fé em Cristo e praticam suas palavras e os que apenas ouvem, mas não praticam o que ouvem. O Senhor usa dois exemplos para distinguir o discípulo genuíno do hipócrita, ele usa a imagem de dois homens que construíram suas casas em fundamentos diferentes, um sobre a areia e outro sobre a rocha. Um é chamado de prudente e outro de insensato. O caráter dos dois é demonstrado quando ocorre, uma trágica e terrível tempestade.

1. O homem prudente ouve e pratica as palavras de Cristo (Mt 7.24-25).Sobre o homem prudente lemos que Ele representa aquele que ouve as Palavras de Cristo e as pratica. É óbvio que Cristo tem em mente tudo que Ele já havia ensinado e que ainda ensinaria. Não basta simplesmente ouvir o ensino, é necessário praticá-lo; do contrário seria autoengano. Tiago corrobora isso ao dizer “tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1:22). É necessário crer nas palavras de Jesus, mas a evidência da fé verdadeira se demonstra na prática delas. Não fazer isso, implicaria numa fé morta (Tg 2.26). O próprio Senhor afirmou que aqueles que o amam, guardam os seus mandamentos (Jo 14.21), guardá-los é sinônimo de obedecê-los. Assim, o homem prudente é o cristão verdadeiro que está muito interessado em tudo o que ouve para praticar.

De acordo com Cristo, ouvir suas palavras e praticá-las é sinônimo de edificar sua casa sobre uma rocha. A casa obviamente está figurando a vida do homem prudente, ela representa a confiança daquele homem de

que o fundamento de sua casa é firme e sólido. A rocha nesse contexto refere-se às palavras de Jesus ouvidas e praticadas, mas em outros contextos o próprio Cristo é a rocha. Não há confusão quanto a esse ponto, o Senhor costuma mostrar uma intima relação entre Ele e sua Palavra. Cristo é a verdade (Jo 14.6), a Palavra dEle é a verdade (Jo 17.17); a Escritura é chamada Palavra de Cristo (Rm 10.17), ela testifica acerca dEle (Jo 5.39), e ele próprio é o conteúdo da Escritura. Jesus é a principal rocha, quem ouve sua voz e a pratica está edificando sua vida nEle. Como saber se essa casa está edificada adequadamente sobre uma rocha e não sobre outro fundamento? Cristo responde com o exemplo da tempestade. Uma grande e terrível tempestade deu com ímpeto contra aquela casa, chuva, rios e ventos não conseguiram derrubá-la. Apenas a tempestade poderia aferir o quanto aquela casa era inabalável. Essa tempestade aponta para duas realidades: 1. As tribulações e crises desse mundo, o que inclui calamidades diversas. 2. O juízo vindouro. Esse texto nos mostra que o Cristão não é

imune às tragédias da vida humana, perceba que o mesmo que ocorre com o homem prudente, ocorre também com o insensato (Mt 7.27). A Diferença está no fundamento. O puritano Matthew Henry, comentando essa passagem afirma: “A chuva, a inundação e o vento irão se abater sobre a casa. Muitas vezes a provação está nesse mundo e, quando surgirem a tribulação e a perseguição por causa da Palavra, veremos quem apenas ouviu a palavra, e quem, além de ouvi-la, a praticou.”2 Também essa tempestade lembra o dia da pior calamidade que esse mundo verá, o dia do retorno glorioso de Cristo, quando nosso Senhor virá para julgar os homens, naquele dia os homens dessa terra dirão “aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?” (Ap 6.16,17). Nesse período, só um tipo de pessoa ficará de pé e alegre: o homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha. Somente o que ouviu as palavras de Cristo, creu nEle e viveu de acordo com sua fé, praticando seus ensinamentos. Para o homem prudente, “quando chegarem a

morte e o juízo, e chegar também a tempestade, pois não há nenhuma dúvida de que ela virá, as coisas ficarão tão calmas para nós como estão agora.”3 No final da tempestade o prudente perceberá como ele é bem-aventurado, afinal, o “que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.” (Tg 1:25). Ele é como o homem bem-aventurado do salmo primeiro, que por meditar na lei de Deus de dia e de noite, evitando o caminho dos ímpios e escarnecedores, é como arvore frondosa plantada junto aos ribeiros, cuja folhagem não murcha e tudo quanto faz será bem-sucedido.

2. O homem insensato ouve e não pratica as Palavras de Cristo (Mt 7.26-27)O homem insensato, que quer dizer louco, não construiu sua vida sobre a rocha, mas sobre a areia, sobre um fundamento instável e sem segurança. Essa figura é usada por Jesus para explicar o homem que ouve suas palavras e as ignora e não as coloca em prática. Esse homem é chamado de insensato porque o que ele faz é loucura.

Tiago nos ensinou que os simplesmente ouvintes e não praticantes estão enganando a si mesmos, pois “se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência.” (Tg 1:23-24). Quem ouve e não pratica não tem sua imagem de cristão bem definida, é inconstante no caminho da piedade. E ainda pior, ele não tem condições de suportar a tempestade, nem aquelas naturais dessa vida, nem tampouco o juízo vindouro. Ele é como a planta da parábola do semeador que caiu em solo rochoso “que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza” (Mt 13:20-21).

Se a rocha é Cristo e sua Palavra, apenas crendo nEle alguém poderá se livrar da ira vindoura, pois a mensagem é clara, quem crê tem a vida eterna, o que não crê permanece debaixo da ira (Jo 3.36). Mas a fé é evidenciada por meio da vida que exibe o

fruto de sua união com Cristo, o fruto do Espírito. Logo, o insensato não crê no Filho de Deus, por isso a Palavra de Jesus não é normativa para ele. Fé em Jesus implica em amá-lo, e isso implica em obediência às suas palavras. Jesus afirmou peremptoriamente, “quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.” (João 14:24). Logo o insensato, mesmo que esteja disposto a ouvir a Palavra do Senhor, não o ama. A prova é que não está disposta a praticar o que ouve. O resultado inevitável é destruição quando a tempestade chegar, quer seja as calamidades dessa vida, ou o juízo vindouro. O fato é, sua casa desabará e será grande a sua ruína (Mt 7.24), afinal, “os ímpios são, porém, como a palha que o vento dispersa. Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.” (Sl 1.4-6).

ConclusãoA diferença entre o verdadeiro e o falso cristão está nos seus fundamentos. Logo não é fácil, e às vezes é impossível perceber

a diferença entre suas casas, isto é, entre suas vidas. O insensato é hipócrita e algumas vezes o aspecto externo de sua vida parece o de um verdadeiro convertido. Lembre-se que Satanás pode se revestir de um anjo de luz (2 Co 11.14), a terrível besta que emergia da terra em apocalipse parecia um cordeiro, mas falava como o dragão (Ap 13.11), e assim o falso cristão consegue imitar o verdadeiro. Acontece, que em alguns momentos o fundamento é descoberto quando chega a tempestade, as lutas dessa vida, as crises e as aflições. Outras vezes, só o juízo vindouro mostrará.

É importante salientar, para que não caiamos no erro de imaginar que somos salvos por nossas obras e por nossa obediência, que o nosso texto deixa claro e evidente que, o que segura a casa é o fundamento, ou seja, não é porque a casa é forte. Ela não tem condições de se sustentar por si mesma, por isso a casa do insensato cai, a força estava apenas na sua estrutura. Mas a casa do prudente permanece em pé, porque o fundamento a sustenta. Nosso fundamento é Cristo, por isso confiamos em sua palavra e a praticamos. Não praticar as

palavras do Senhor é arrogância, é imaginar que devemos viver a vida de acordo com nossos próprios pensamentos e teorias. Várias tempestades vieram sobre nossas vidas, outras ainda virão. É inevitável que venham. Onde sua casa está construída, na rocha ou na areia? Você é o que ouve e pratica as palavras de Jesus? Pode ser que essa pandemia e seus diversos impactos estejam revelando quem você é. Então, não desperdice essa calamidade, agora é o momento de praticar mais claramente a Escritura. E demonstrar sua confiança nEle.

Acredite, se essa crise tem sido suficiente para abalar sua fé, para enfraquecê-la e deixar você alarmado, imagine quando a grande e terrível tempestade do juízo final de Deus vier, certamente você ruirá. Nesses dias de pandemia e crise econômica, e de outras naturezas, o que se requer de nós é fé em Cristo e a prática de suas palavras. Tudo o que cremos precisa ser trazido para o campo experimental da vida cristã. Agora é hora de mostrarmos quem realmente somos. É hora de expressarmos com devoção o que está na letra deste belo hino:

Resolutos, Senhor, e com zelo e fervor,Os teus passos queremos seguir!Teus preceitos guardar, o teu nome exaltar,Sempre a tua vontade cumprirCrer e observar tudo quanto ordenar!O fiel obedece ao que Cristo mandar!4

Solus ChristusLic. Paulo Ricardo Dias Ferreira

5) CÂNTICO: Crer e Observar - 110A HNC

6) ORAÇÃO

1. STOTT, JOHN. P. MENSAGEM DO SERMÃO DO MONTE: CONTRA CULTURA CRISTÃ. 3 ED. SÃO PAULO: ABU, 2008, P. 221

2. HENRY, MATTHEW. COMENTÁRIO BÍBLICO NOVO TESTAMENTO: MATEUS A JOÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2008, P. 90

3. IBIDEM

4. CRER E OBSERVAR – HNC 110 A

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1) LEITURA INICIAL: Salmo 19

2) ORAÇÃO

3) MÚSICA: Sossegai - 254 HNC

4) LEITURA BÍBLICA: Mateus 7.24-29

PRATICANDO A PALAVRA DE CRISTO NA TEMPESTADE

Introdução.O renomado escritor e pensador cristão John Stott, afirmou que “às vezes uma tempestade de crises ou calamidades revela

que tipo de pessoa somos. Caso contrário, a tempestade do dia do juízo certamente o fará.”1 De acordo com isso, é importante avaliarmos nossa postura em meio a essa pandemia. Ela tem trazido vários problemas e desafios para o cotidiano de todos, e isso não isenta o cristão verdadeiro. Essa calamidade abrange não apenas os riscos à saúde, mas também envolve problemas de ordem econômica com efeitos nas mais diversas relações humanas, especialmente na família e na igreja. A questão é que tipo de pessoa tem sido revelada em nós no meio dessa crise? Mateus 7.24-29 mostra dois tipos de cristãos diante de uma tempestade: o prudente e o insensato. A diferença entre ambos está no fundamento da vida deles.

O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que um seguidor dEle deveria ter e demonstrar, chegamos na conclusão (Mateus 7.15-29) onde Jesus identifica dois tipos de cristãos, o falso e o verdadeiro. Ele disse que as evidências que os distingue estão nos seus

frutos, a árvore má produz maus frutos e a boa produz bons frutos (Mt 7.16.20). Cristo aplica primariamente esse princípio para distinguir o falso profeta do verdadeiro. Os falsos profetas asseveravam ter profetizado em nome do Senhor, mas andavam no caminho da iniquidade, o fruto deles revelava claramente que não eram arvores boas, isto é, verdadeiros profetas (Mt 7.16-23).

No nosso texto (Mateus 7.24-27), Jesus lida com a relação entre os verdadeiros e os falsos professos, ou seja, aqueles que professam a fé em Cristo e praticam suas palavras e os que apenas ouvem, mas não praticam o que ouvem. O Senhor usa dois exemplos para distinguir o discípulo genuíno do hipócrita, ele usa a imagem de dois homens que construíram suas casas em fundamentos diferentes, um sobre a areia e outro sobre a rocha. Um é chamado de prudente e outro de insensato. O caráter dos dois é demonstrado quando ocorre, uma trágica e terrível tempestade.

1. O homem prudente ouve e pratica as palavras de Cristo (Mt 7.24-25).Sobre o homem prudente lemos que Ele representa aquele que ouve as Palavras de Cristo e as pratica. É óbvio que Cristo tem em mente tudo que Ele já havia ensinado e que ainda ensinaria. Não basta simplesmente ouvir o ensino, é necessário praticá-lo; do contrário seria autoengano. Tiago corrobora isso ao dizer “tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1:22). É necessário crer nas palavras de Jesus, mas a evidência da fé verdadeira se demonstra na prática delas. Não fazer isso, implicaria numa fé morta (Tg 2.26). O próprio Senhor afirmou que aqueles que o amam, guardam os seus mandamentos (Jo 14.21), guardá-los é sinônimo de obedecê-los. Assim, o homem prudente é o cristão verdadeiro que está muito interessado em tudo o que ouve para praticar.

De acordo com Cristo, ouvir suas palavras e praticá-las é sinônimo de edificar sua casa sobre uma rocha. A casa obviamente está figurando a vida do homem prudente, ela representa a confiança daquele homem de

que o fundamento de sua casa é firme e sólido. A rocha nesse contexto refere-se às palavras de Jesus ouvidas e praticadas, mas em outros contextos o próprio Cristo é a rocha. Não há confusão quanto a esse ponto, o Senhor costuma mostrar uma intima relação entre Ele e sua Palavra. Cristo é a verdade (Jo 14.6), a Palavra dEle é a verdade (Jo 17.17); a Escritura é chamada Palavra de Cristo (Rm 10.17), ela testifica acerca dEle (Jo 5.39), e ele próprio é o conteúdo da Escritura. Jesus é a principal rocha, quem ouve sua voz e a pratica está edificando sua vida nEle. Como saber se essa casa está edificada adequadamente sobre uma rocha e não sobre outro fundamento? Cristo responde com o exemplo da tempestade. Uma grande e terrível tempestade deu com ímpeto contra aquela casa, chuva, rios e ventos não conseguiram derrubá-la. Apenas a tempestade poderia aferir o quanto aquela casa era inabalável. Essa tempestade aponta para duas realidades: 1. As tribulações e crises desse mundo, o que inclui calamidades diversas. 2. O juízo vindouro. Esse texto nos mostra que o Cristão não é

imune às tragédias da vida humana, perceba que o mesmo que ocorre com o homem prudente, ocorre também com o insensato (Mt 7.27). A Diferença está no fundamento. O puritano Matthew Henry, comentando essa passagem afirma: “A chuva, a inundação e o vento irão se abater sobre a casa. Muitas vezes a provação está nesse mundo e, quando surgirem a tribulação e a perseguição por causa da Palavra, veremos quem apenas ouviu a palavra, e quem, além de ouvi-la, a praticou.”2 Também essa tempestade lembra o dia da pior calamidade que esse mundo verá, o dia do retorno glorioso de Cristo, quando nosso Senhor virá para julgar os homens, naquele dia os homens dessa terra dirão “aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?” (Ap 6.16,17). Nesse período, só um tipo de pessoa ficará de pé e alegre: o homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha. Somente o que ouviu as palavras de Cristo, creu nEle e viveu de acordo com sua fé, praticando seus ensinamentos. Para o homem prudente, “quando chegarem a

morte e o juízo, e chegar também a tempestade, pois não há nenhuma dúvida de que ela virá, as coisas ficarão tão calmas para nós como estão agora.”3 No final da tempestade o prudente perceberá como ele é bem-aventurado, afinal, o “que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.” (Tg 1:25). Ele é como o homem bem-aventurado do salmo primeiro, que por meditar na lei de Deus de dia e de noite, evitando o caminho dos ímpios e escarnecedores, é como arvore frondosa plantada junto aos ribeiros, cuja folhagem não murcha e tudo quanto faz será bem-sucedido.

2. O homem insensato ouve e não pratica as Palavras de Cristo (Mt 7.26-27)O homem insensato, que quer dizer louco, não construiu sua vida sobre a rocha, mas sobre a areia, sobre um fundamento instável e sem segurança. Essa figura é usada por Jesus para explicar o homem que ouve suas palavras e as ignora e não as coloca em prática. Esse homem é chamado de insensato porque o que ele faz é loucura.

Tiago nos ensinou que os simplesmente ouvintes e não praticantes estão enganando a si mesmos, pois “se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência.” (Tg 1:23-24). Quem ouve e não pratica não tem sua imagem de cristão bem definida, é inconstante no caminho da piedade. E ainda pior, ele não tem condições de suportar a tempestade, nem aquelas naturais dessa vida, nem tampouco o juízo vindouro. Ele é como a planta da parábola do semeador que caiu em solo rochoso “que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza” (Mt 13:20-21).

Se a rocha é Cristo e sua Palavra, apenas crendo nEle alguém poderá se livrar da ira vindoura, pois a mensagem é clara, quem crê tem a vida eterna, o que não crê permanece debaixo da ira (Jo 3.36). Mas a fé é evidenciada por meio da vida que exibe o

fruto de sua união com Cristo, o fruto do Espírito. Logo, o insensato não crê no Filho de Deus, por isso a Palavra de Jesus não é normativa para ele. Fé em Jesus implica em amá-lo, e isso implica em obediência às suas palavras. Jesus afirmou peremptoriamente, “quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.” (João 14:24). Logo o insensato, mesmo que esteja disposto a ouvir a Palavra do Senhor, não o ama. A prova é que não está disposta a praticar o que ouve. O resultado inevitável é destruição quando a tempestade chegar, quer seja as calamidades dessa vida, ou o juízo vindouro. O fato é, sua casa desabará e será grande a sua ruína (Mt 7.24), afinal, “os ímpios são, porém, como a palha que o vento dispersa. Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.” (Sl 1.4-6).

ConclusãoA diferença entre o verdadeiro e o falso cristão está nos seus fundamentos. Logo não é fácil, e às vezes é impossível perceber

a diferença entre suas casas, isto é, entre suas vidas. O insensato é hipócrita e algumas vezes o aspecto externo de sua vida parece o de um verdadeiro convertido. Lembre-se que Satanás pode se revestir de um anjo de luz (2 Co 11.14), a terrível besta que emergia da terra em apocalipse parecia um cordeiro, mas falava como o dragão (Ap 13.11), e assim o falso cristão consegue imitar o verdadeiro. Acontece, que em alguns momentos o fundamento é descoberto quando chega a tempestade, as lutas dessa vida, as crises e as aflições. Outras vezes, só o juízo vindouro mostrará.

É importante salientar, para que não caiamos no erro de imaginar que somos salvos por nossas obras e por nossa obediência, que o nosso texto deixa claro e evidente que, o que segura a casa é o fundamento, ou seja, não é porque a casa é forte. Ela não tem condições de se sustentar por si mesma, por isso a casa do insensato cai, a força estava apenas na sua estrutura. Mas a casa do prudente permanece em pé, porque o fundamento a sustenta. Nosso fundamento é Cristo, por isso confiamos em sua palavra e a praticamos. Não praticar as

palavras do Senhor é arrogância, é imaginar que devemos viver a vida de acordo com nossos próprios pensamentos e teorias. Várias tempestades vieram sobre nossas vidas, outras ainda virão. É inevitável que venham. Onde sua casa está construída, na rocha ou na areia? Você é o que ouve e pratica as palavras de Jesus? Pode ser que essa pandemia e seus diversos impactos estejam revelando quem você é. Então, não desperdice essa calamidade, agora é o momento de praticar mais claramente a Escritura. E demonstrar sua confiança nEle.

Acredite, se essa crise tem sido suficiente para abalar sua fé, para enfraquecê-la e deixar você alarmado, imagine quando a grande e terrível tempestade do juízo final de Deus vier, certamente você ruirá. Nesses dias de pandemia e crise econômica, e de outras naturezas, o que se requer de nós é fé em Cristo e a prática de suas palavras. Tudo o que cremos precisa ser trazido para o campo experimental da vida cristã. Agora é hora de mostrarmos quem realmente somos. É hora de expressarmos com devoção o que está na letra deste belo hino:

Resolutos, Senhor, e com zelo e fervor,Os teus passos queremos seguir!Teus preceitos guardar, o teu nome exaltar,Sempre a tua vontade cumprirCrer e observar tudo quanto ordenar!O fiel obedece ao que Cristo mandar!4

Solus ChristusLic. Paulo Ricardo Dias Ferreira

5) CÂNTICO: Crer e Observar - 110A HNC

6) ORAÇÃO

1. STOTT, JOHN. P. MENSAGEM DO SERMÃO DO MONTE: CONTRA CULTURA CRISTÃ. 3 ED. SÃO PAULO: ABU, 2008, P. 221

2. HENRY, MATTHEW. COMENTÁRIO BÍBLICO NOVO TESTAMENTO: MATEUS A JOÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2008, P. 90

3. IBIDEM

4. CRER E OBSERVAR – HNC 110 A

Page 3: Devocional 7 · O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que

1) LEITURA INICIAL: Salmo 19

2) ORAÇÃO

3) MÚSICA: Sossegai - 254 HNC

4) LEITURA BÍBLICA: Mateus 7.24-29

PRATICANDO A PALAVRA DE CRISTO NA TEMPESTADE

Introdução.O renomado escritor e pensador cristão John Stott, afirmou que “às vezes uma tempestade de crises ou calamidades revela

que tipo de pessoa somos. Caso contrário, a tempestade do dia do juízo certamente o fará.”1 De acordo com isso, é importante avaliarmos nossa postura em meio a essa pandemia. Ela tem trazido vários problemas e desafios para o cotidiano de todos, e isso não isenta o cristão verdadeiro. Essa calamidade abrange não apenas os riscos à saúde, mas também envolve problemas de ordem econômica com efeitos nas mais diversas relações humanas, especialmente na família e na igreja. A questão é que tipo de pessoa tem sido revelada em nós no meio dessa crise? Mateus 7.24-29 mostra dois tipos de cristãos diante de uma tempestade: o prudente e o insensato. A diferença entre ambos está no fundamento da vida deles.

O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que um seguidor dEle deveria ter e demonstrar, chegamos na conclusão (Mateus 7.15-29) onde Jesus identifica dois tipos de cristãos, o falso e o verdadeiro. Ele disse que as evidências que os distingue estão nos seus

frutos, a árvore má produz maus frutos e a boa produz bons frutos (Mt 7.16.20). Cristo aplica primariamente esse princípio para distinguir o falso profeta do verdadeiro. Os falsos profetas asseveravam ter profetizado em nome do Senhor, mas andavam no caminho da iniquidade, o fruto deles revelava claramente que não eram arvores boas, isto é, verdadeiros profetas (Mt 7.16-23).

No nosso texto (Mateus 7.24-27), Jesus lida com a relação entre os verdadeiros e os falsos professos, ou seja, aqueles que professam a fé em Cristo e praticam suas palavras e os que apenas ouvem, mas não praticam o que ouvem. O Senhor usa dois exemplos para distinguir o discípulo genuíno do hipócrita, ele usa a imagem de dois homens que construíram suas casas em fundamentos diferentes, um sobre a areia e outro sobre a rocha. Um é chamado de prudente e outro de insensato. O caráter dos dois é demonstrado quando ocorre, uma trágica e terrível tempestade.

1. O homem prudente ouve e pratica as palavras de Cristo (Mt 7.24-25).Sobre o homem prudente lemos que Ele representa aquele que ouve as Palavras de Cristo e as pratica. É óbvio que Cristo tem em mente tudo que Ele já havia ensinado e que ainda ensinaria. Não basta simplesmente ouvir o ensino, é necessário praticá-lo; do contrário seria autoengano. Tiago corrobora isso ao dizer “tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1:22). É necessário crer nas palavras de Jesus, mas a evidência da fé verdadeira se demonstra na prática delas. Não fazer isso, implicaria numa fé morta (Tg 2.26). O próprio Senhor afirmou que aqueles que o amam, guardam os seus mandamentos (Jo 14.21), guardá-los é sinônimo de obedecê-los. Assim, o homem prudente é o cristão verdadeiro que está muito interessado em tudo o que ouve para praticar.

De acordo com Cristo, ouvir suas palavras e praticá-las é sinônimo de edificar sua casa sobre uma rocha. A casa obviamente está figurando a vida do homem prudente, ela representa a confiança daquele homem de

que o fundamento de sua casa é firme e sólido. A rocha nesse contexto refere-se às palavras de Jesus ouvidas e praticadas, mas em outros contextos o próprio Cristo é a rocha. Não há confusão quanto a esse ponto, o Senhor costuma mostrar uma intima relação entre Ele e sua Palavra. Cristo é a verdade (Jo 14.6), a Palavra dEle é a verdade (Jo 17.17); a Escritura é chamada Palavra de Cristo (Rm 10.17), ela testifica acerca dEle (Jo 5.39), e ele próprio é o conteúdo da Escritura. Jesus é a principal rocha, quem ouve sua voz e a pratica está edificando sua vida nEle. Como saber se essa casa está edificada adequadamente sobre uma rocha e não sobre outro fundamento? Cristo responde com o exemplo da tempestade. Uma grande e terrível tempestade deu com ímpeto contra aquela casa, chuva, rios e ventos não conseguiram derrubá-la. Apenas a tempestade poderia aferir o quanto aquela casa era inabalável. Essa tempestade aponta para duas realidades: 1. As tribulações e crises desse mundo, o que inclui calamidades diversas. 2. O juízo vindouro. Esse texto nos mostra que o Cristão não é

imune às tragédias da vida humana, perceba que o mesmo que ocorre com o homem prudente, ocorre também com o insensato (Mt 7.27). A Diferença está no fundamento. O puritano Matthew Henry, comentando essa passagem afirma: “A chuva, a inundação e o vento irão se abater sobre a casa. Muitas vezes a provação está nesse mundo e, quando surgirem a tribulação e a perseguição por causa da Palavra, veremos quem apenas ouviu a palavra, e quem, além de ouvi-la, a praticou.”2 Também essa tempestade lembra o dia da pior calamidade que esse mundo verá, o dia do retorno glorioso de Cristo, quando nosso Senhor virá para julgar os homens, naquele dia os homens dessa terra dirão “aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?” (Ap 6.16,17). Nesse período, só um tipo de pessoa ficará de pé e alegre: o homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha. Somente o que ouviu as palavras de Cristo, creu nEle e viveu de acordo com sua fé, praticando seus ensinamentos. Para o homem prudente, “quando chegarem a

morte e o juízo, e chegar também a tempestade, pois não há nenhuma dúvida de que ela virá, as coisas ficarão tão calmas para nós como estão agora.”3 No final da tempestade o prudente perceberá como ele é bem-aventurado, afinal, o “que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.” (Tg 1:25). Ele é como o homem bem-aventurado do salmo primeiro, que por meditar na lei de Deus de dia e de noite, evitando o caminho dos ímpios e escarnecedores, é como arvore frondosa plantada junto aos ribeiros, cuja folhagem não murcha e tudo quanto faz será bem-sucedido.

2. O homem insensato ouve e não pratica as Palavras de Cristo (Mt 7.26-27)O homem insensato, que quer dizer louco, não construiu sua vida sobre a rocha, mas sobre a areia, sobre um fundamento instável e sem segurança. Essa figura é usada por Jesus para explicar o homem que ouve suas palavras e as ignora e não as coloca em prática. Esse homem é chamado de insensato porque o que ele faz é loucura.

Tiago nos ensinou que os simplesmente ouvintes e não praticantes estão enganando a si mesmos, pois “se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência.” (Tg 1:23-24). Quem ouve e não pratica não tem sua imagem de cristão bem definida, é inconstante no caminho da piedade. E ainda pior, ele não tem condições de suportar a tempestade, nem aquelas naturais dessa vida, nem tampouco o juízo vindouro. Ele é como a planta da parábola do semeador que caiu em solo rochoso “que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza” (Mt 13:20-21).

Se a rocha é Cristo e sua Palavra, apenas crendo nEle alguém poderá se livrar da ira vindoura, pois a mensagem é clara, quem crê tem a vida eterna, o que não crê permanece debaixo da ira (Jo 3.36). Mas a fé é evidenciada por meio da vida que exibe o

fruto de sua união com Cristo, o fruto do Espírito. Logo, o insensato não crê no Filho de Deus, por isso a Palavra de Jesus não é normativa para ele. Fé em Jesus implica em amá-lo, e isso implica em obediência às suas palavras. Jesus afirmou peremptoriamente, “quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.” (João 14:24). Logo o insensato, mesmo que esteja disposto a ouvir a Palavra do Senhor, não o ama. A prova é que não está disposta a praticar o que ouve. O resultado inevitável é destruição quando a tempestade chegar, quer seja as calamidades dessa vida, ou o juízo vindouro. O fato é, sua casa desabará e será grande a sua ruína (Mt 7.24), afinal, “os ímpios são, porém, como a palha que o vento dispersa. Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.” (Sl 1.4-6).

ConclusãoA diferença entre o verdadeiro e o falso cristão está nos seus fundamentos. Logo não é fácil, e às vezes é impossível perceber

a diferença entre suas casas, isto é, entre suas vidas. O insensato é hipócrita e algumas vezes o aspecto externo de sua vida parece o de um verdadeiro convertido. Lembre-se que Satanás pode se revestir de um anjo de luz (2 Co 11.14), a terrível besta que emergia da terra em apocalipse parecia um cordeiro, mas falava como o dragão (Ap 13.11), e assim o falso cristão consegue imitar o verdadeiro. Acontece, que em alguns momentos o fundamento é descoberto quando chega a tempestade, as lutas dessa vida, as crises e as aflições. Outras vezes, só o juízo vindouro mostrará.

É importante salientar, para que não caiamos no erro de imaginar que somos salvos por nossas obras e por nossa obediência, que o nosso texto deixa claro e evidente que, o que segura a casa é o fundamento, ou seja, não é porque a casa é forte. Ela não tem condições de se sustentar por si mesma, por isso a casa do insensato cai, a força estava apenas na sua estrutura. Mas a casa do prudente permanece em pé, porque o fundamento a sustenta. Nosso fundamento é Cristo, por isso confiamos em sua palavra e a praticamos. Não praticar as

palavras do Senhor é arrogância, é imaginar que devemos viver a vida de acordo com nossos próprios pensamentos e teorias. Várias tempestades vieram sobre nossas vidas, outras ainda virão. É inevitável que venham. Onde sua casa está construída, na rocha ou na areia? Você é o que ouve e pratica as palavras de Jesus? Pode ser que essa pandemia e seus diversos impactos estejam revelando quem você é. Então, não desperdice essa calamidade, agora é o momento de praticar mais claramente a Escritura. E demonstrar sua confiança nEle.

Acredite, se essa crise tem sido suficiente para abalar sua fé, para enfraquecê-la e deixar você alarmado, imagine quando a grande e terrível tempestade do juízo final de Deus vier, certamente você ruirá. Nesses dias de pandemia e crise econômica, e de outras naturezas, o que se requer de nós é fé em Cristo e a prática de suas palavras. Tudo o que cremos precisa ser trazido para o campo experimental da vida cristã. Agora é hora de mostrarmos quem realmente somos. É hora de expressarmos com devoção o que está na letra deste belo hino:

Resolutos, Senhor, e com zelo e fervor,Os teus passos queremos seguir!Teus preceitos guardar, o teu nome exaltar,Sempre a tua vontade cumprirCrer e observar tudo quanto ordenar!O fiel obedece ao que Cristo mandar!4

Solus ChristusLic. Paulo Ricardo Dias Ferreira

5) CÂNTICO: Crer e Observar - 110A HNC

6) ORAÇÃO

1. STOTT, JOHN. P. MENSAGEM DO SERMÃO DO MONTE: CONTRA CULTURA CRISTÃ. 3 ED. SÃO PAULO: ABU, 2008, P. 221

2. HENRY, MATTHEW. COMENTÁRIO BÍBLICO NOVO TESTAMENTO: MATEUS A JOÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2008, P. 90

3. IBIDEM

4. CRER E OBSERVAR – HNC 110 A

Page 4: Devocional 7 · O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que

1) LEITURA INICIAL: Salmo 19

2) ORAÇÃO

3) MÚSICA: Sossegai - 254 HNC

4) LEITURA BÍBLICA: Mateus 7.24-29

PRATICANDO A PALAVRA DE CRISTO NA TEMPESTADE

Introdução.O renomado escritor e pensador cristão John Stott, afirmou que “às vezes uma tempestade de crises ou calamidades revela

que tipo de pessoa somos. Caso contrário, a tempestade do dia do juízo certamente o fará.”1 De acordo com isso, é importante avaliarmos nossa postura em meio a essa pandemia. Ela tem trazido vários problemas e desafios para o cotidiano de todos, e isso não isenta o cristão verdadeiro. Essa calamidade abrange não apenas os riscos à saúde, mas também envolve problemas de ordem econômica com efeitos nas mais diversas relações humanas, especialmente na família e na igreja. A questão é que tipo de pessoa tem sido revelada em nós no meio dessa crise? Mateus 7.24-29 mostra dois tipos de cristãos diante de uma tempestade: o prudente e o insensato. A diferença entre ambos está no fundamento da vida deles.

O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que um seguidor dEle deveria ter e demonstrar, chegamos na conclusão (Mateus 7.15-29) onde Jesus identifica dois tipos de cristãos, o falso e o verdadeiro. Ele disse que as evidências que os distingue estão nos seus

frutos, a árvore má produz maus frutos e a boa produz bons frutos (Mt 7.16.20). Cristo aplica primariamente esse princípio para distinguir o falso profeta do verdadeiro. Os falsos profetas asseveravam ter profetizado em nome do Senhor, mas andavam no caminho da iniquidade, o fruto deles revelava claramente que não eram arvores boas, isto é, verdadeiros profetas (Mt 7.16-23).

No nosso texto (Mateus 7.24-27), Jesus lida com a relação entre os verdadeiros e os falsos professos, ou seja, aqueles que professam a fé em Cristo e praticam suas palavras e os que apenas ouvem, mas não praticam o que ouvem. O Senhor usa dois exemplos para distinguir o discípulo genuíno do hipócrita, ele usa a imagem de dois homens que construíram suas casas em fundamentos diferentes, um sobre a areia e outro sobre a rocha. Um é chamado de prudente e outro de insensato. O caráter dos dois é demonstrado quando ocorre, uma trágica e terrível tempestade.

1. O homem prudente ouve e pratica as palavras de Cristo (Mt 7.24-25).Sobre o homem prudente lemos que Ele representa aquele que ouve as Palavras de Cristo e as pratica. É óbvio que Cristo tem em mente tudo que Ele já havia ensinado e que ainda ensinaria. Não basta simplesmente ouvir o ensino, é necessário praticá-lo; do contrário seria autoengano. Tiago corrobora isso ao dizer “tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1:22). É necessário crer nas palavras de Jesus, mas a evidência da fé verdadeira se demonstra na prática delas. Não fazer isso, implicaria numa fé morta (Tg 2.26). O próprio Senhor afirmou que aqueles que o amam, guardam os seus mandamentos (Jo 14.21), guardá-los é sinônimo de obedecê-los. Assim, o homem prudente é o cristão verdadeiro que está muito interessado em tudo o que ouve para praticar.

De acordo com Cristo, ouvir suas palavras e praticá-las é sinônimo de edificar sua casa sobre uma rocha. A casa obviamente está figurando a vida do homem prudente, ela representa a confiança daquele homem de

que o fundamento de sua casa é firme e sólido. A rocha nesse contexto refere-se às palavras de Jesus ouvidas e praticadas, mas em outros contextos o próprio Cristo é a rocha. Não há confusão quanto a esse ponto, o Senhor costuma mostrar uma intima relação entre Ele e sua Palavra. Cristo é a verdade (Jo 14.6), a Palavra dEle é a verdade (Jo 17.17); a Escritura é chamada Palavra de Cristo (Rm 10.17), ela testifica acerca dEle (Jo 5.39), e ele próprio é o conteúdo da Escritura. Jesus é a principal rocha, quem ouve sua voz e a pratica está edificando sua vida nEle. Como saber se essa casa está edificada adequadamente sobre uma rocha e não sobre outro fundamento? Cristo responde com o exemplo da tempestade. Uma grande e terrível tempestade deu com ímpeto contra aquela casa, chuva, rios e ventos não conseguiram derrubá-la. Apenas a tempestade poderia aferir o quanto aquela casa era inabalável. Essa tempestade aponta para duas realidades: 1. As tribulações e crises desse mundo, o que inclui calamidades diversas. 2. O juízo vindouro. Esse texto nos mostra que o Cristão não é

imune às tragédias da vida humana, perceba que o mesmo que ocorre com o homem prudente, ocorre também com o insensato (Mt 7.27). A Diferença está no fundamento. O puritano Matthew Henry, comentando essa passagem afirma: “A chuva, a inundação e o vento irão se abater sobre a casa. Muitas vezes a provação está nesse mundo e, quando surgirem a tribulação e a perseguição por causa da Palavra, veremos quem apenas ouviu a palavra, e quem, além de ouvi-la, a praticou.”2 Também essa tempestade lembra o dia da pior calamidade que esse mundo verá, o dia do retorno glorioso de Cristo, quando nosso Senhor virá para julgar os homens, naquele dia os homens dessa terra dirão “aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?” (Ap 6.16,17). Nesse período, só um tipo de pessoa ficará de pé e alegre: o homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha. Somente o que ouviu as palavras de Cristo, creu nEle e viveu de acordo com sua fé, praticando seus ensinamentos. Para o homem prudente, “quando chegarem a

morte e o juízo, e chegar também a tempestade, pois não há nenhuma dúvida de que ela virá, as coisas ficarão tão calmas para nós como estão agora.”3 No final da tempestade o prudente perceberá como ele é bem-aventurado, afinal, o “que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.” (Tg 1:25). Ele é como o homem bem-aventurado do salmo primeiro, que por meditar na lei de Deus de dia e de noite, evitando o caminho dos ímpios e escarnecedores, é como arvore frondosa plantada junto aos ribeiros, cuja folhagem não murcha e tudo quanto faz será bem-sucedido.

2. O homem insensato ouve e não pratica as Palavras de Cristo (Mt 7.26-27)O homem insensato, que quer dizer louco, não construiu sua vida sobre a rocha, mas sobre a areia, sobre um fundamento instável e sem segurança. Essa figura é usada por Jesus para explicar o homem que ouve suas palavras e as ignora e não as coloca em prática. Esse homem é chamado de insensato porque o que ele faz é loucura.

Tiago nos ensinou que os simplesmente ouvintes e não praticantes estão enganando a si mesmos, pois “se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência.” (Tg 1:23-24). Quem ouve e não pratica não tem sua imagem de cristão bem definida, é inconstante no caminho da piedade. E ainda pior, ele não tem condições de suportar a tempestade, nem aquelas naturais dessa vida, nem tampouco o juízo vindouro. Ele é como a planta da parábola do semeador que caiu em solo rochoso “que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza” (Mt 13:20-21).

Se a rocha é Cristo e sua Palavra, apenas crendo nEle alguém poderá se livrar da ira vindoura, pois a mensagem é clara, quem crê tem a vida eterna, o que não crê permanece debaixo da ira (Jo 3.36). Mas a fé é evidenciada por meio da vida que exibe o

fruto de sua união com Cristo, o fruto do Espírito. Logo, o insensato não crê no Filho de Deus, por isso a Palavra de Jesus não é normativa para ele. Fé em Jesus implica em amá-lo, e isso implica em obediência às suas palavras. Jesus afirmou peremptoriamente, “quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.” (João 14:24). Logo o insensato, mesmo que esteja disposto a ouvir a Palavra do Senhor, não o ama. A prova é que não está disposta a praticar o que ouve. O resultado inevitável é destruição quando a tempestade chegar, quer seja as calamidades dessa vida, ou o juízo vindouro. O fato é, sua casa desabará e será grande a sua ruína (Mt 7.24), afinal, “os ímpios são, porém, como a palha que o vento dispersa. Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.” (Sl 1.4-6).

ConclusãoA diferença entre o verdadeiro e o falso cristão está nos seus fundamentos. Logo não é fácil, e às vezes é impossível perceber

a diferença entre suas casas, isto é, entre suas vidas. O insensato é hipócrita e algumas vezes o aspecto externo de sua vida parece o de um verdadeiro convertido. Lembre-se que Satanás pode se revestir de um anjo de luz (2 Co 11.14), a terrível besta que emergia da terra em apocalipse parecia um cordeiro, mas falava como o dragão (Ap 13.11), e assim o falso cristão consegue imitar o verdadeiro. Acontece, que em alguns momentos o fundamento é descoberto quando chega a tempestade, as lutas dessa vida, as crises e as aflições. Outras vezes, só o juízo vindouro mostrará.

É importante salientar, para que não caiamos no erro de imaginar que somos salvos por nossas obras e por nossa obediência, que o nosso texto deixa claro e evidente que, o que segura a casa é o fundamento, ou seja, não é porque a casa é forte. Ela não tem condições de se sustentar por si mesma, por isso a casa do insensato cai, a força estava apenas na sua estrutura. Mas a casa do prudente permanece em pé, porque o fundamento a sustenta. Nosso fundamento é Cristo, por isso confiamos em sua palavra e a praticamos. Não praticar as

palavras do Senhor é arrogância, é imaginar que devemos viver a vida de acordo com nossos próprios pensamentos e teorias. Várias tempestades vieram sobre nossas vidas, outras ainda virão. É inevitável que venham. Onde sua casa está construída, na rocha ou na areia? Você é o que ouve e pratica as palavras de Jesus? Pode ser que essa pandemia e seus diversos impactos estejam revelando quem você é. Então, não desperdice essa calamidade, agora é o momento de praticar mais claramente a Escritura. E demonstrar sua confiança nEle.

Acredite, se essa crise tem sido suficiente para abalar sua fé, para enfraquecê-la e deixar você alarmado, imagine quando a grande e terrível tempestade do juízo final de Deus vier, certamente você ruirá. Nesses dias de pandemia e crise econômica, e de outras naturezas, o que se requer de nós é fé em Cristo e a prática de suas palavras. Tudo o que cremos precisa ser trazido para o campo experimental da vida cristã. Agora é hora de mostrarmos quem realmente somos. É hora de expressarmos com devoção o que está na letra deste belo hino:

Resolutos, Senhor, e com zelo e fervor,Os teus passos queremos seguir!Teus preceitos guardar, o teu nome exaltar,Sempre a tua vontade cumprirCrer e observar tudo quanto ordenar!O fiel obedece ao que Cristo mandar!4

Solus ChristusLic. Paulo Ricardo Dias Ferreira

5) CÂNTICO: Crer e Observar - 110A HNC

6) ORAÇÃO

1. STOTT, JOHN. P. MENSAGEM DO SERMÃO DO MONTE: CONTRA CULTURA CRISTÃ. 3 ED. SÃO PAULO: ABU, 2008, P. 221

2. HENRY, MATTHEW. COMENTÁRIO BÍBLICO NOVO TESTAMENTO: MATEUS A JOÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2008, P. 90

3. IBIDEM

4. CRER E OBSERVAR – HNC 110 A

Page 5: Devocional 7 · O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que

1) LEITURA INICIAL: Salmo 19

2) ORAÇÃO

3) MÚSICA: Sossegai - 254 HNC

4) LEITURA BÍBLICA: Mateus 7.24-29

PRATICANDO A PALAVRA DE CRISTO NA TEMPESTADE

Introdução.O renomado escritor e pensador cristão John Stott, afirmou que “às vezes uma tempestade de crises ou calamidades revela

que tipo de pessoa somos. Caso contrário, a tempestade do dia do juízo certamente o fará.”1 De acordo com isso, é importante avaliarmos nossa postura em meio a essa pandemia. Ela tem trazido vários problemas e desafios para o cotidiano de todos, e isso não isenta o cristão verdadeiro. Essa calamidade abrange não apenas os riscos à saúde, mas também envolve problemas de ordem econômica com efeitos nas mais diversas relações humanas, especialmente na família e na igreja. A questão é que tipo de pessoa tem sido revelada em nós no meio dessa crise? Mateus 7.24-29 mostra dois tipos de cristãos diante de uma tempestade: o prudente e o insensato. A diferença entre ambos está no fundamento da vida deles.

O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que um seguidor dEle deveria ter e demonstrar, chegamos na conclusão (Mateus 7.15-29) onde Jesus identifica dois tipos de cristãos, o falso e o verdadeiro. Ele disse que as evidências que os distingue estão nos seus

frutos, a árvore má produz maus frutos e a boa produz bons frutos (Mt 7.16.20). Cristo aplica primariamente esse princípio para distinguir o falso profeta do verdadeiro. Os falsos profetas asseveravam ter profetizado em nome do Senhor, mas andavam no caminho da iniquidade, o fruto deles revelava claramente que não eram arvores boas, isto é, verdadeiros profetas (Mt 7.16-23).

No nosso texto (Mateus 7.24-27), Jesus lida com a relação entre os verdadeiros e os falsos professos, ou seja, aqueles que professam a fé em Cristo e praticam suas palavras e os que apenas ouvem, mas não praticam o que ouvem. O Senhor usa dois exemplos para distinguir o discípulo genuíno do hipócrita, ele usa a imagem de dois homens que construíram suas casas em fundamentos diferentes, um sobre a areia e outro sobre a rocha. Um é chamado de prudente e outro de insensato. O caráter dos dois é demonstrado quando ocorre, uma trágica e terrível tempestade.

1. O homem prudente ouve e pratica as palavras de Cristo (Mt 7.24-25).Sobre o homem prudente lemos que Ele representa aquele que ouve as Palavras de Cristo e as pratica. É óbvio que Cristo tem em mente tudo que Ele já havia ensinado e que ainda ensinaria. Não basta simplesmente ouvir o ensino, é necessário praticá-lo; do contrário seria autoengano. Tiago corrobora isso ao dizer “tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1:22). É necessário crer nas palavras de Jesus, mas a evidência da fé verdadeira se demonstra na prática delas. Não fazer isso, implicaria numa fé morta (Tg 2.26). O próprio Senhor afirmou que aqueles que o amam, guardam os seus mandamentos (Jo 14.21), guardá-los é sinônimo de obedecê-los. Assim, o homem prudente é o cristão verdadeiro que está muito interessado em tudo o que ouve para praticar.

De acordo com Cristo, ouvir suas palavras e praticá-las é sinônimo de edificar sua casa sobre uma rocha. A casa obviamente está figurando a vida do homem prudente, ela representa a confiança daquele homem de

que o fundamento de sua casa é firme e sólido. A rocha nesse contexto refere-se às palavras de Jesus ouvidas e praticadas, mas em outros contextos o próprio Cristo é a rocha. Não há confusão quanto a esse ponto, o Senhor costuma mostrar uma intima relação entre Ele e sua Palavra. Cristo é a verdade (Jo 14.6), a Palavra dEle é a verdade (Jo 17.17); a Escritura é chamada Palavra de Cristo (Rm 10.17), ela testifica acerca dEle (Jo 5.39), e ele próprio é o conteúdo da Escritura. Jesus é a principal rocha, quem ouve sua voz e a pratica está edificando sua vida nEle. Como saber se essa casa está edificada adequadamente sobre uma rocha e não sobre outro fundamento? Cristo responde com o exemplo da tempestade. Uma grande e terrível tempestade deu com ímpeto contra aquela casa, chuva, rios e ventos não conseguiram derrubá-la. Apenas a tempestade poderia aferir o quanto aquela casa era inabalável. Essa tempestade aponta para duas realidades: 1. As tribulações e crises desse mundo, o que inclui calamidades diversas. 2. O juízo vindouro. Esse texto nos mostra que o Cristão não é

imune às tragédias da vida humana, perceba que o mesmo que ocorre com o homem prudente, ocorre também com o insensato (Mt 7.27). A Diferença está no fundamento. O puritano Matthew Henry, comentando essa passagem afirma: “A chuva, a inundação e o vento irão se abater sobre a casa. Muitas vezes a provação está nesse mundo e, quando surgirem a tribulação e a perseguição por causa da Palavra, veremos quem apenas ouviu a palavra, e quem, além de ouvi-la, a praticou.”2 Também essa tempestade lembra o dia da pior calamidade que esse mundo verá, o dia do retorno glorioso de Cristo, quando nosso Senhor virá para julgar os homens, naquele dia os homens dessa terra dirão “aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?” (Ap 6.16,17). Nesse período, só um tipo de pessoa ficará de pé e alegre: o homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha. Somente o que ouviu as palavras de Cristo, creu nEle e viveu de acordo com sua fé, praticando seus ensinamentos. Para o homem prudente, “quando chegarem a

morte e o juízo, e chegar também a tempestade, pois não há nenhuma dúvida de que ela virá, as coisas ficarão tão calmas para nós como estão agora.”3 No final da tempestade o prudente perceberá como ele é bem-aventurado, afinal, o “que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.” (Tg 1:25). Ele é como o homem bem-aventurado do salmo primeiro, que por meditar na lei de Deus de dia e de noite, evitando o caminho dos ímpios e escarnecedores, é como arvore frondosa plantada junto aos ribeiros, cuja folhagem não murcha e tudo quanto faz será bem-sucedido.

2. O homem insensato ouve e não pratica as Palavras de Cristo (Mt 7.26-27)O homem insensato, que quer dizer louco, não construiu sua vida sobre a rocha, mas sobre a areia, sobre um fundamento instável e sem segurança. Essa figura é usada por Jesus para explicar o homem que ouve suas palavras e as ignora e não as coloca em prática. Esse homem é chamado de insensato porque o que ele faz é loucura.

Tiago nos ensinou que os simplesmente ouvintes e não praticantes estão enganando a si mesmos, pois “se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência.” (Tg 1:23-24). Quem ouve e não pratica não tem sua imagem de cristão bem definida, é inconstante no caminho da piedade. E ainda pior, ele não tem condições de suportar a tempestade, nem aquelas naturais dessa vida, nem tampouco o juízo vindouro. Ele é como a planta da parábola do semeador que caiu em solo rochoso “que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza” (Mt 13:20-21).

Se a rocha é Cristo e sua Palavra, apenas crendo nEle alguém poderá se livrar da ira vindoura, pois a mensagem é clara, quem crê tem a vida eterna, o que não crê permanece debaixo da ira (Jo 3.36). Mas a fé é evidenciada por meio da vida que exibe o

fruto de sua união com Cristo, o fruto do Espírito. Logo, o insensato não crê no Filho de Deus, por isso a Palavra de Jesus não é normativa para ele. Fé em Jesus implica em amá-lo, e isso implica em obediência às suas palavras. Jesus afirmou peremptoriamente, “quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.” (João 14:24). Logo o insensato, mesmo que esteja disposto a ouvir a Palavra do Senhor, não o ama. A prova é que não está disposta a praticar o que ouve. O resultado inevitável é destruição quando a tempestade chegar, quer seja as calamidades dessa vida, ou o juízo vindouro. O fato é, sua casa desabará e será grande a sua ruína (Mt 7.24), afinal, “os ímpios são, porém, como a palha que o vento dispersa. Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.” (Sl 1.4-6).

ConclusãoA diferença entre o verdadeiro e o falso cristão está nos seus fundamentos. Logo não é fácil, e às vezes é impossível perceber

a diferença entre suas casas, isto é, entre suas vidas. O insensato é hipócrita e algumas vezes o aspecto externo de sua vida parece o de um verdadeiro convertido. Lembre-se que Satanás pode se revestir de um anjo de luz (2 Co 11.14), a terrível besta que emergia da terra em apocalipse parecia um cordeiro, mas falava como o dragão (Ap 13.11), e assim o falso cristão consegue imitar o verdadeiro. Acontece, que em alguns momentos o fundamento é descoberto quando chega a tempestade, as lutas dessa vida, as crises e as aflições. Outras vezes, só o juízo vindouro mostrará.

É importante salientar, para que não caiamos no erro de imaginar que somos salvos por nossas obras e por nossa obediência, que o nosso texto deixa claro e evidente que, o que segura a casa é o fundamento, ou seja, não é porque a casa é forte. Ela não tem condições de se sustentar por si mesma, por isso a casa do insensato cai, a força estava apenas na sua estrutura. Mas a casa do prudente permanece em pé, porque o fundamento a sustenta. Nosso fundamento é Cristo, por isso confiamos em sua palavra e a praticamos. Não praticar as

palavras do Senhor é arrogância, é imaginar que devemos viver a vida de acordo com nossos próprios pensamentos e teorias. Várias tempestades vieram sobre nossas vidas, outras ainda virão. É inevitável que venham. Onde sua casa está construída, na rocha ou na areia? Você é o que ouve e pratica as palavras de Jesus? Pode ser que essa pandemia e seus diversos impactos estejam revelando quem você é. Então, não desperdice essa calamidade, agora é o momento de praticar mais claramente a Escritura. E demonstrar sua confiança nEle.

Acredite, se essa crise tem sido suficiente para abalar sua fé, para enfraquecê-la e deixar você alarmado, imagine quando a grande e terrível tempestade do juízo final de Deus vier, certamente você ruirá. Nesses dias de pandemia e crise econômica, e de outras naturezas, o que se requer de nós é fé em Cristo e a prática de suas palavras. Tudo o que cremos precisa ser trazido para o campo experimental da vida cristã. Agora é hora de mostrarmos quem realmente somos. É hora de expressarmos com devoção o que está na letra deste belo hino:

Resolutos, Senhor, e com zelo e fervor,Os teus passos queremos seguir!Teus preceitos guardar, o teu nome exaltar,Sempre a tua vontade cumprirCrer e observar tudo quanto ordenar!O fiel obedece ao que Cristo mandar!4

Solus ChristusLic. Paulo Ricardo Dias Ferreira

5) CÂNTICO: Crer e Observar - 110A HNC

6) ORAÇÃO

1. STOTT, JOHN. P. MENSAGEM DO SERMÃO DO MONTE: CONTRA CULTURA CRISTÃ. 3 ED. SÃO PAULO: ABU, 2008, P. 221

2. HENRY, MATTHEW. COMENTÁRIO BÍBLICO NOVO TESTAMENTO: MATEUS A JOÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2008, P. 90

3. IBIDEM

4. CRER E OBSERVAR – HNC 110 A

Page 6: Devocional 7 · O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que

1) LEITURA INICIAL: Salmo 19

2) ORAÇÃO

3) MÚSICA: Sossegai - 254 HNC

4) LEITURA BÍBLICA: Mateus 7.24-29

PRATICANDO A PALAVRA DE CRISTO NA TEMPESTADE

Introdução.O renomado escritor e pensador cristão John Stott, afirmou que “às vezes uma tempestade de crises ou calamidades revela

que tipo de pessoa somos. Caso contrário, a tempestade do dia do juízo certamente o fará.”1 De acordo com isso, é importante avaliarmos nossa postura em meio a essa pandemia. Ela tem trazido vários problemas e desafios para o cotidiano de todos, e isso não isenta o cristão verdadeiro. Essa calamidade abrange não apenas os riscos à saúde, mas também envolve problemas de ordem econômica com efeitos nas mais diversas relações humanas, especialmente na família e na igreja. A questão é que tipo de pessoa tem sido revelada em nós no meio dessa crise? Mateus 7.24-29 mostra dois tipos de cristãos diante de uma tempestade: o prudente e o insensato. A diferença entre ambos está no fundamento da vida deles.

O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que um seguidor dEle deveria ter e demonstrar, chegamos na conclusão (Mateus 7.15-29) onde Jesus identifica dois tipos de cristãos, o falso e o verdadeiro. Ele disse que as evidências que os distingue estão nos seus

frutos, a árvore má produz maus frutos e a boa produz bons frutos (Mt 7.16.20). Cristo aplica primariamente esse princípio para distinguir o falso profeta do verdadeiro. Os falsos profetas asseveravam ter profetizado em nome do Senhor, mas andavam no caminho da iniquidade, o fruto deles revelava claramente que não eram arvores boas, isto é, verdadeiros profetas (Mt 7.16-23).

No nosso texto (Mateus 7.24-27), Jesus lida com a relação entre os verdadeiros e os falsos professos, ou seja, aqueles que professam a fé em Cristo e praticam suas palavras e os que apenas ouvem, mas não praticam o que ouvem. O Senhor usa dois exemplos para distinguir o discípulo genuíno do hipócrita, ele usa a imagem de dois homens que construíram suas casas em fundamentos diferentes, um sobre a areia e outro sobre a rocha. Um é chamado de prudente e outro de insensato. O caráter dos dois é demonstrado quando ocorre, uma trágica e terrível tempestade.

1. O homem prudente ouve e pratica as palavras de Cristo (Mt 7.24-25).Sobre o homem prudente lemos que Ele representa aquele que ouve as Palavras de Cristo e as pratica. É óbvio que Cristo tem em mente tudo que Ele já havia ensinado e que ainda ensinaria. Não basta simplesmente ouvir o ensino, é necessário praticá-lo; do contrário seria autoengano. Tiago corrobora isso ao dizer “tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1:22). É necessário crer nas palavras de Jesus, mas a evidência da fé verdadeira se demonstra na prática delas. Não fazer isso, implicaria numa fé morta (Tg 2.26). O próprio Senhor afirmou que aqueles que o amam, guardam os seus mandamentos (Jo 14.21), guardá-los é sinônimo de obedecê-los. Assim, o homem prudente é o cristão verdadeiro que está muito interessado em tudo o que ouve para praticar.

De acordo com Cristo, ouvir suas palavras e praticá-las é sinônimo de edificar sua casa sobre uma rocha. A casa obviamente está figurando a vida do homem prudente, ela representa a confiança daquele homem de

que o fundamento de sua casa é firme e sólido. A rocha nesse contexto refere-se às palavras de Jesus ouvidas e praticadas, mas em outros contextos o próprio Cristo é a rocha. Não há confusão quanto a esse ponto, o Senhor costuma mostrar uma intima relação entre Ele e sua Palavra. Cristo é a verdade (Jo 14.6), a Palavra dEle é a verdade (Jo 17.17); a Escritura é chamada Palavra de Cristo (Rm 10.17), ela testifica acerca dEle (Jo 5.39), e ele próprio é o conteúdo da Escritura. Jesus é a principal rocha, quem ouve sua voz e a pratica está edificando sua vida nEle. Como saber se essa casa está edificada adequadamente sobre uma rocha e não sobre outro fundamento? Cristo responde com o exemplo da tempestade. Uma grande e terrível tempestade deu com ímpeto contra aquela casa, chuva, rios e ventos não conseguiram derrubá-la. Apenas a tempestade poderia aferir o quanto aquela casa era inabalável. Essa tempestade aponta para duas realidades: 1. As tribulações e crises desse mundo, o que inclui calamidades diversas. 2. O juízo vindouro. Esse texto nos mostra que o Cristão não é

imune às tragédias da vida humana, perceba que o mesmo que ocorre com o homem prudente, ocorre também com o insensato (Mt 7.27). A Diferença está no fundamento. O puritano Matthew Henry, comentando essa passagem afirma: “A chuva, a inundação e o vento irão se abater sobre a casa. Muitas vezes a provação está nesse mundo e, quando surgirem a tribulação e a perseguição por causa da Palavra, veremos quem apenas ouviu a palavra, e quem, além de ouvi-la, a praticou.”2 Também essa tempestade lembra o dia da pior calamidade que esse mundo verá, o dia do retorno glorioso de Cristo, quando nosso Senhor virá para julgar os homens, naquele dia os homens dessa terra dirão “aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?” (Ap 6.16,17). Nesse período, só um tipo de pessoa ficará de pé e alegre: o homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha. Somente o que ouviu as palavras de Cristo, creu nEle e viveu de acordo com sua fé, praticando seus ensinamentos. Para o homem prudente, “quando chegarem a

morte e o juízo, e chegar também a tempestade, pois não há nenhuma dúvida de que ela virá, as coisas ficarão tão calmas para nós como estão agora.”3 No final da tempestade o prudente perceberá como ele é bem-aventurado, afinal, o “que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.” (Tg 1:25). Ele é como o homem bem-aventurado do salmo primeiro, que por meditar na lei de Deus de dia e de noite, evitando o caminho dos ímpios e escarnecedores, é como arvore frondosa plantada junto aos ribeiros, cuja folhagem não murcha e tudo quanto faz será bem-sucedido.

2. O homem insensato ouve e não pratica as Palavras de Cristo (Mt 7.26-27)O homem insensato, que quer dizer louco, não construiu sua vida sobre a rocha, mas sobre a areia, sobre um fundamento instável e sem segurança. Essa figura é usada por Jesus para explicar o homem que ouve suas palavras e as ignora e não as coloca em prática. Esse homem é chamado de insensato porque o que ele faz é loucura.

Tiago nos ensinou que os simplesmente ouvintes e não praticantes estão enganando a si mesmos, pois “se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência.” (Tg 1:23-24). Quem ouve e não pratica não tem sua imagem de cristão bem definida, é inconstante no caminho da piedade. E ainda pior, ele não tem condições de suportar a tempestade, nem aquelas naturais dessa vida, nem tampouco o juízo vindouro. Ele é como a planta da parábola do semeador que caiu em solo rochoso “que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza” (Mt 13:20-21).

Se a rocha é Cristo e sua Palavra, apenas crendo nEle alguém poderá se livrar da ira vindoura, pois a mensagem é clara, quem crê tem a vida eterna, o que não crê permanece debaixo da ira (Jo 3.36). Mas a fé é evidenciada por meio da vida que exibe o

fruto de sua união com Cristo, o fruto do Espírito. Logo, o insensato não crê no Filho de Deus, por isso a Palavra de Jesus não é normativa para ele. Fé em Jesus implica em amá-lo, e isso implica em obediência às suas palavras. Jesus afirmou peremptoriamente, “quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.” (João 14:24). Logo o insensato, mesmo que esteja disposto a ouvir a Palavra do Senhor, não o ama. A prova é que não está disposta a praticar o que ouve. O resultado inevitável é destruição quando a tempestade chegar, quer seja as calamidades dessa vida, ou o juízo vindouro. O fato é, sua casa desabará e será grande a sua ruína (Mt 7.24), afinal, “os ímpios são, porém, como a palha que o vento dispersa. Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.” (Sl 1.4-6).

ConclusãoA diferença entre o verdadeiro e o falso cristão está nos seus fundamentos. Logo não é fácil, e às vezes é impossível perceber

a diferença entre suas casas, isto é, entre suas vidas. O insensato é hipócrita e algumas vezes o aspecto externo de sua vida parece o de um verdadeiro convertido. Lembre-se que Satanás pode se revestir de um anjo de luz (2 Co 11.14), a terrível besta que emergia da terra em apocalipse parecia um cordeiro, mas falava como o dragão (Ap 13.11), e assim o falso cristão consegue imitar o verdadeiro. Acontece, que em alguns momentos o fundamento é descoberto quando chega a tempestade, as lutas dessa vida, as crises e as aflições. Outras vezes, só o juízo vindouro mostrará.

É importante salientar, para que não caiamos no erro de imaginar que somos salvos por nossas obras e por nossa obediência, que o nosso texto deixa claro e evidente que, o que segura a casa é o fundamento, ou seja, não é porque a casa é forte. Ela não tem condições de se sustentar por si mesma, por isso a casa do insensato cai, a força estava apenas na sua estrutura. Mas a casa do prudente permanece em pé, porque o fundamento a sustenta. Nosso fundamento é Cristo, por isso confiamos em sua palavra e a praticamos. Não praticar as

palavras do Senhor é arrogância, é imaginar que devemos viver a vida de acordo com nossos próprios pensamentos e teorias. Várias tempestades vieram sobre nossas vidas, outras ainda virão. É inevitável que venham. Onde sua casa está construída, na rocha ou na areia? Você é o que ouve e pratica as palavras de Jesus? Pode ser que essa pandemia e seus diversos impactos estejam revelando quem você é. Então, não desperdice essa calamidade, agora é o momento de praticar mais claramente a Escritura. E demonstrar sua confiança nEle.

Acredite, se essa crise tem sido suficiente para abalar sua fé, para enfraquecê-la e deixar você alarmado, imagine quando a grande e terrível tempestade do juízo final de Deus vier, certamente você ruirá. Nesses dias de pandemia e crise econômica, e de outras naturezas, o que se requer de nós é fé em Cristo e a prática de suas palavras. Tudo o que cremos precisa ser trazido para o campo experimental da vida cristã. Agora é hora de mostrarmos quem realmente somos. É hora de expressarmos com devoção o que está na letra deste belo hino:

Resolutos, Senhor, e com zelo e fervor,Os teus passos queremos seguir!Teus preceitos guardar, o teu nome exaltar,Sempre a tua vontade cumprirCrer e observar tudo quanto ordenar!O fiel obedece ao que Cristo mandar!4

Solus ChristusLic. Paulo Ricardo Dias Ferreira

5) CÂNTICO: Crer e Observar - 110A HNC

6) ORAÇÃO

1. STOTT, JOHN. P. MENSAGEM DO SERMÃO DO MONTE: CONTRA CULTURA CRISTÃ. 3 ED. SÃO PAULO: ABU, 2008, P. 221

2. HENRY, MATTHEW. COMENTÁRIO BÍBLICO NOVO TESTAMENTO: MATEUS A JOÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2008, P. 90

3. IBIDEM

4. CRER E OBSERVAR – HNC 110 A

Page 7: Devocional 7 · O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que

1) LEITURA INICIAL: Salmo 19

2) ORAÇÃO

3) MÚSICA: Sossegai - 254 HNC

4) LEITURA BÍBLICA: Mateus 7.24-29

PRATICANDO A PALAVRA DE CRISTO NA TEMPESTADE

Introdução.O renomado escritor e pensador cristão John Stott, afirmou que “às vezes uma tempestade de crises ou calamidades revela

que tipo de pessoa somos. Caso contrário, a tempestade do dia do juízo certamente o fará.”1 De acordo com isso, é importante avaliarmos nossa postura em meio a essa pandemia. Ela tem trazido vários problemas e desafios para o cotidiano de todos, e isso não isenta o cristão verdadeiro. Essa calamidade abrange não apenas os riscos à saúde, mas também envolve problemas de ordem econômica com efeitos nas mais diversas relações humanas, especialmente na família e na igreja. A questão é que tipo de pessoa tem sido revelada em nós no meio dessa crise? Mateus 7.24-29 mostra dois tipos de cristãos diante de uma tempestade: o prudente e o insensato. A diferença entre ambos está no fundamento da vida deles.

O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que um seguidor dEle deveria ter e demonstrar, chegamos na conclusão (Mateus 7.15-29) onde Jesus identifica dois tipos de cristãos, o falso e o verdadeiro. Ele disse que as evidências que os distingue estão nos seus

frutos, a árvore má produz maus frutos e a boa produz bons frutos (Mt 7.16.20). Cristo aplica primariamente esse princípio para distinguir o falso profeta do verdadeiro. Os falsos profetas asseveravam ter profetizado em nome do Senhor, mas andavam no caminho da iniquidade, o fruto deles revelava claramente que não eram arvores boas, isto é, verdadeiros profetas (Mt 7.16-23).

No nosso texto (Mateus 7.24-27), Jesus lida com a relação entre os verdadeiros e os falsos professos, ou seja, aqueles que professam a fé em Cristo e praticam suas palavras e os que apenas ouvem, mas não praticam o que ouvem. O Senhor usa dois exemplos para distinguir o discípulo genuíno do hipócrita, ele usa a imagem de dois homens que construíram suas casas em fundamentos diferentes, um sobre a areia e outro sobre a rocha. Um é chamado de prudente e outro de insensato. O caráter dos dois é demonstrado quando ocorre, uma trágica e terrível tempestade.

1. O homem prudente ouve e pratica as palavras de Cristo (Mt 7.24-25).Sobre o homem prudente lemos que Ele representa aquele que ouve as Palavras de Cristo e as pratica. É óbvio que Cristo tem em mente tudo que Ele já havia ensinado e que ainda ensinaria. Não basta simplesmente ouvir o ensino, é necessário praticá-lo; do contrário seria autoengano. Tiago corrobora isso ao dizer “tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1:22). É necessário crer nas palavras de Jesus, mas a evidência da fé verdadeira se demonstra na prática delas. Não fazer isso, implicaria numa fé morta (Tg 2.26). O próprio Senhor afirmou que aqueles que o amam, guardam os seus mandamentos (Jo 14.21), guardá-los é sinônimo de obedecê-los. Assim, o homem prudente é o cristão verdadeiro que está muito interessado em tudo o que ouve para praticar.

De acordo com Cristo, ouvir suas palavras e praticá-las é sinônimo de edificar sua casa sobre uma rocha. A casa obviamente está figurando a vida do homem prudente, ela representa a confiança daquele homem de

que o fundamento de sua casa é firme e sólido. A rocha nesse contexto refere-se às palavras de Jesus ouvidas e praticadas, mas em outros contextos o próprio Cristo é a rocha. Não há confusão quanto a esse ponto, o Senhor costuma mostrar uma intima relação entre Ele e sua Palavra. Cristo é a verdade (Jo 14.6), a Palavra dEle é a verdade (Jo 17.17); a Escritura é chamada Palavra de Cristo (Rm 10.17), ela testifica acerca dEle (Jo 5.39), e ele próprio é o conteúdo da Escritura. Jesus é a principal rocha, quem ouve sua voz e a pratica está edificando sua vida nEle. Como saber se essa casa está edificada adequadamente sobre uma rocha e não sobre outro fundamento? Cristo responde com o exemplo da tempestade. Uma grande e terrível tempestade deu com ímpeto contra aquela casa, chuva, rios e ventos não conseguiram derrubá-la. Apenas a tempestade poderia aferir o quanto aquela casa era inabalável. Essa tempestade aponta para duas realidades: 1. As tribulações e crises desse mundo, o que inclui calamidades diversas. 2. O juízo vindouro. Esse texto nos mostra que o Cristão não é

imune às tragédias da vida humana, perceba que o mesmo que ocorre com o homem prudente, ocorre também com o insensato (Mt 7.27). A Diferença está no fundamento. O puritano Matthew Henry, comentando essa passagem afirma: “A chuva, a inundação e o vento irão se abater sobre a casa. Muitas vezes a provação está nesse mundo e, quando surgirem a tribulação e a perseguição por causa da Palavra, veremos quem apenas ouviu a palavra, e quem, além de ouvi-la, a praticou.”2 Também essa tempestade lembra o dia da pior calamidade que esse mundo verá, o dia do retorno glorioso de Cristo, quando nosso Senhor virá para julgar os homens, naquele dia os homens dessa terra dirão “aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?” (Ap 6.16,17). Nesse período, só um tipo de pessoa ficará de pé e alegre: o homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha. Somente o que ouviu as palavras de Cristo, creu nEle e viveu de acordo com sua fé, praticando seus ensinamentos. Para o homem prudente, “quando chegarem a

morte e o juízo, e chegar também a tempestade, pois não há nenhuma dúvida de que ela virá, as coisas ficarão tão calmas para nós como estão agora.”3 No final da tempestade o prudente perceberá como ele é bem-aventurado, afinal, o “que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.” (Tg 1:25). Ele é como o homem bem-aventurado do salmo primeiro, que por meditar na lei de Deus de dia e de noite, evitando o caminho dos ímpios e escarnecedores, é como arvore frondosa plantada junto aos ribeiros, cuja folhagem não murcha e tudo quanto faz será bem-sucedido.

2. O homem insensato ouve e não pratica as Palavras de Cristo (Mt 7.26-27)O homem insensato, que quer dizer louco, não construiu sua vida sobre a rocha, mas sobre a areia, sobre um fundamento instável e sem segurança. Essa figura é usada por Jesus para explicar o homem que ouve suas palavras e as ignora e não as coloca em prática. Esse homem é chamado de insensato porque o que ele faz é loucura.

Tiago nos ensinou que os simplesmente ouvintes e não praticantes estão enganando a si mesmos, pois “se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência.” (Tg 1:23-24). Quem ouve e não pratica não tem sua imagem de cristão bem definida, é inconstante no caminho da piedade. E ainda pior, ele não tem condições de suportar a tempestade, nem aquelas naturais dessa vida, nem tampouco o juízo vindouro. Ele é como a planta da parábola do semeador que caiu em solo rochoso “que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza” (Mt 13:20-21).

Se a rocha é Cristo e sua Palavra, apenas crendo nEle alguém poderá se livrar da ira vindoura, pois a mensagem é clara, quem crê tem a vida eterna, o que não crê permanece debaixo da ira (Jo 3.36). Mas a fé é evidenciada por meio da vida que exibe o

fruto de sua união com Cristo, o fruto do Espírito. Logo, o insensato não crê no Filho de Deus, por isso a Palavra de Jesus não é normativa para ele. Fé em Jesus implica em amá-lo, e isso implica em obediência às suas palavras. Jesus afirmou peremptoriamente, “quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.” (João 14:24). Logo o insensato, mesmo que esteja disposto a ouvir a Palavra do Senhor, não o ama. A prova é que não está disposta a praticar o que ouve. O resultado inevitável é destruição quando a tempestade chegar, quer seja as calamidades dessa vida, ou o juízo vindouro. O fato é, sua casa desabará e será grande a sua ruína (Mt 7.24), afinal, “os ímpios são, porém, como a palha que o vento dispersa. Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.” (Sl 1.4-6).

ConclusãoA diferença entre o verdadeiro e o falso cristão está nos seus fundamentos. Logo não é fácil, e às vezes é impossível perceber

a diferença entre suas casas, isto é, entre suas vidas. O insensato é hipócrita e algumas vezes o aspecto externo de sua vida parece o de um verdadeiro convertido. Lembre-se que Satanás pode se revestir de um anjo de luz (2 Co 11.14), a terrível besta que emergia da terra em apocalipse parecia um cordeiro, mas falava como o dragão (Ap 13.11), e assim o falso cristão consegue imitar o verdadeiro. Acontece, que em alguns momentos o fundamento é descoberto quando chega a tempestade, as lutas dessa vida, as crises e as aflições. Outras vezes, só o juízo vindouro mostrará.

É importante salientar, para que não caiamos no erro de imaginar que somos salvos por nossas obras e por nossa obediência, que o nosso texto deixa claro e evidente que, o que segura a casa é o fundamento, ou seja, não é porque a casa é forte. Ela não tem condições de se sustentar por si mesma, por isso a casa do insensato cai, a força estava apenas na sua estrutura. Mas a casa do prudente permanece em pé, porque o fundamento a sustenta. Nosso fundamento é Cristo, por isso confiamos em sua palavra e a praticamos. Não praticar as

palavras do Senhor é arrogância, é imaginar que devemos viver a vida de acordo com nossos próprios pensamentos e teorias. Várias tempestades vieram sobre nossas vidas, outras ainda virão. É inevitável que venham. Onde sua casa está construída, na rocha ou na areia? Você é o que ouve e pratica as palavras de Jesus? Pode ser que essa pandemia e seus diversos impactos estejam revelando quem você é. Então, não desperdice essa calamidade, agora é o momento de praticar mais claramente a Escritura. E demonstrar sua confiança nEle.

Acredite, se essa crise tem sido suficiente para abalar sua fé, para enfraquecê-la e deixar você alarmado, imagine quando a grande e terrível tempestade do juízo final de Deus vier, certamente você ruirá. Nesses dias de pandemia e crise econômica, e de outras naturezas, o que se requer de nós é fé em Cristo e a prática de suas palavras. Tudo o que cremos precisa ser trazido para o campo experimental da vida cristã. Agora é hora de mostrarmos quem realmente somos. É hora de expressarmos com devoção o que está na letra deste belo hino:

Resolutos, Senhor, e com zelo e fervor,Os teus passos queremos seguir!Teus preceitos guardar, o teu nome exaltar,Sempre a tua vontade cumprirCrer e observar tudo quanto ordenar!O fiel obedece ao que Cristo mandar!4

Solus ChristusLic. Paulo Ricardo Dias Ferreira

5) CÂNTICO: Crer e Observar - 110A HNC

6) ORAÇÃO

1. STOTT, JOHN. P. MENSAGEM DO SERMÃO DO MONTE: CONTRA CULTURA CRISTÃ. 3 ED. SÃO PAULO: ABU, 2008, P. 221

2. HENRY, MATTHEW. COMENTÁRIO BÍBLICO NOVO TESTAMENTO: MATEUS A JOÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2008, P. 90

3. IBIDEM

4. CRER E OBSERVAR – HNC 110 A

Page 8: Devocional 7 · O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que

1) LEITURA INICIAL: Salmo 19

2) ORAÇÃO

3) MÚSICA: Sossegai - 254 HNC

4) LEITURA BÍBLICA: Mateus 7.24-29

PRATICANDO A PALAVRA DE CRISTO NA TEMPESTADE

Introdução.O renomado escritor e pensador cristão John Stott, afirmou que “às vezes uma tempestade de crises ou calamidades revela

que tipo de pessoa somos. Caso contrário, a tempestade do dia do juízo certamente o fará.”1 De acordo com isso, é importante avaliarmos nossa postura em meio a essa pandemia. Ela tem trazido vários problemas e desafios para o cotidiano de todos, e isso não isenta o cristão verdadeiro. Essa calamidade abrange não apenas os riscos à saúde, mas também envolve problemas de ordem econômica com efeitos nas mais diversas relações humanas, especialmente na família e na igreja. A questão é que tipo de pessoa tem sido revelada em nós no meio dessa crise? Mateus 7.24-29 mostra dois tipos de cristãos diante de uma tempestade: o prudente e o insensato. A diferença entre ambos está no fundamento da vida deles.

O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que um seguidor dEle deveria ter e demonstrar, chegamos na conclusão (Mateus 7.15-29) onde Jesus identifica dois tipos de cristãos, o falso e o verdadeiro. Ele disse que as evidências que os distingue estão nos seus

frutos, a árvore má produz maus frutos e a boa produz bons frutos (Mt 7.16.20). Cristo aplica primariamente esse princípio para distinguir o falso profeta do verdadeiro. Os falsos profetas asseveravam ter profetizado em nome do Senhor, mas andavam no caminho da iniquidade, o fruto deles revelava claramente que não eram arvores boas, isto é, verdadeiros profetas (Mt 7.16-23).

No nosso texto (Mateus 7.24-27), Jesus lida com a relação entre os verdadeiros e os falsos professos, ou seja, aqueles que professam a fé em Cristo e praticam suas palavras e os que apenas ouvem, mas não praticam o que ouvem. O Senhor usa dois exemplos para distinguir o discípulo genuíno do hipócrita, ele usa a imagem de dois homens que construíram suas casas em fundamentos diferentes, um sobre a areia e outro sobre a rocha. Um é chamado de prudente e outro de insensato. O caráter dos dois é demonstrado quando ocorre, uma trágica e terrível tempestade.

1. O homem prudente ouve e pratica as palavras de Cristo (Mt 7.24-25).Sobre o homem prudente lemos que Ele representa aquele que ouve as Palavras de Cristo e as pratica. É óbvio que Cristo tem em mente tudo que Ele já havia ensinado e que ainda ensinaria. Não basta simplesmente ouvir o ensino, é necessário praticá-lo; do contrário seria autoengano. Tiago corrobora isso ao dizer “tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1:22). É necessário crer nas palavras de Jesus, mas a evidência da fé verdadeira se demonstra na prática delas. Não fazer isso, implicaria numa fé morta (Tg 2.26). O próprio Senhor afirmou que aqueles que o amam, guardam os seus mandamentos (Jo 14.21), guardá-los é sinônimo de obedecê-los. Assim, o homem prudente é o cristão verdadeiro que está muito interessado em tudo o que ouve para praticar.

De acordo com Cristo, ouvir suas palavras e praticá-las é sinônimo de edificar sua casa sobre uma rocha. A casa obviamente está figurando a vida do homem prudente, ela representa a confiança daquele homem de

que o fundamento de sua casa é firme e sólido. A rocha nesse contexto refere-se às palavras de Jesus ouvidas e praticadas, mas em outros contextos o próprio Cristo é a rocha. Não há confusão quanto a esse ponto, o Senhor costuma mostrar uma intima relação entre Ele e sua Palavra. Cristo é a verdade (Jo 14.6), a Palavra dEle é a verdade (Jo 17.17); a Escritura é chamada Palavra de Cristo (Rm 10.17), ela testifica acerca dEle (Jo 5.39), e ele próprio é o conteúdo da Escritura. Jesus é a principal rocha, quem ouve sua voz e a pratica está edificando sua vida nEle. Como saber se essa casa está edificada adequadamente sobre uma rocha e não sobre outro fundamento? Cristo responde com o exemplo da tempestade. Uma grande e terrível tempestade deu com ímpeto contra aquela casa, chuva, rios e ventos não conseguiram derrubá-la. Apenas a tempestade poderia aferir o quanto aquela casa era inabalável. Essa tempestade aponta para duas realidades: 1. As tribulações e crises desse mundo, o que inclui calamidades diversas. 2. O juízo vindouro. Esse texto nos mostra que o Cristão não é

imune às tragédias da vida humana, perceba que o mesmo que ocorre com o homem prudente, ocorre também com o insensato (Mt 7.27). A Diferença está no fundamento. O puritano Matthew Henry, comentando essa passagem afirma: “A chuva, a inundação e o vento irão se abater sobre a casa. Muitas vezes a provação está nesse mundo e, quando surgirem a tribulação e a perseguição por causa da Palavra, veremos quem apenas ouviu a palavra, e quem, além de ouvi-la, a praticou.”2 Também essa tempestade lembra o dia da pior calamidade que esse mundo verá, o dia do retorno glorioso de Cristo, quando nosso Senhor virá para julgar os homens, naquele dia os homens dessa terra dirão “aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?” (Ap 6.16,17). Nesse período, só um tipo de pessoa ficará de pé e alegre: o homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha. Somente o que ouviu as palavras de Cristo, creu nEle e viveu de acordo com sua fé, praticando seus ensinamentos. Para o homem prudente, “quando chegarem a

morte e o juízo, e chegar também a tempestade, pois não há nenhuma dúvida de que ela virá, as coisas ficarão tão calmas para nós como estão agora.”3 No final da tempestade o prudente perceberá como ele é bem-aventurado, afinal, o “que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.” (Tg 1:25). Ele é como o homem bem-aventurado do salmo primeiro, que por meditar na lei de Deus de dia e de noite, evitando o caminho dos ímpios e escarnecedores, é como arvore frondosa plantada junto aos ribeiros, cuja folhagem não murcha e tudo quanto faz será bem-sucedido.

2. O homem insensato ouve e não pratica as Palavras de Cristo (Mt 7.26-27)O homem insensato, que quer dizer louco, não construiu sua vida sobre a rocha, mas sobre a areia, sobre um fundamento instável e sem segurança. Essa figura é usada por Jesus para explicar o homem que ouve suas palavras e as ignora e não as coloca em prática. Esse homem é chamado de insensato porque o que ele faz é loucura.

Tiago nos ensinou que os simplesmente ouvintes e não praticantes estão enganando a si mesmos, pois “se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência.” (Tg 1:23-24). Quem ouve e não pratica não tem sua imagem de cristão bem definida, é inconstante no caminho da piedade. E ainda pior, ele não tem condições de suportar a tempestade, nem aquelas naturais dessa vida, nem tampouco o juízo vindouro. Ele é como a planta da parábola do semeador que caiu em solo rochoso “que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza” (Mt 13:20-21).

Se a rocha é Cristo e sua Palavra, apenas crendo nEle alguém poderá se livrar da ira vindoura, pois a mensagem é clara, quem crê tem a vida eterna, o que não crê permanece debaixo da ira (Jo 3.36). Mas a fé é evidenciada por meio da vida que exibe o

fruto de sua união com Cristo, o fruto do Espírito. Logo, o insensato não crê no Filho de Deus, por isso a Palavra de Jesus não é normativa para ele. Fé em Jesus implica em amá-lo, e isso implica em obediência às suas palavras. Jesus afirmou peremptoriamente, “quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.” (João 14:24). Logo o insensato, mesmo que esteja disposto a ouvir a Palavra do Senhor, não o ama. A prova é que não está disposta a praticar o que ouve. O resultado inevitável é destruição quando a tempestade chegar, quer seja as calamidades dessa vida, ou o juízo vindouro. O fato é, sua casa desabará e será grande a sua ruína (Mt 7.24), afinal, “os ímpios são, porém, como a palha que o vento dispersa. Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.” (Sl 1.4-6).

ConclusãoA diferença entre o verdadeiro e o falso cristão está nos seus fundamentos. Logo não é fácil, e às vezes é impossível perceber

a diferença entre suas casas, isto é, entre suas vidas. O insensato é hipócrita e algumas vezes o aspecto externo de sua vida parece o de um verdadeiro convertido. Lembre-se que Satanás pode se revestir de um anjo de luz (2 Co 11.14), a terrível besta que emergia da terra em apocalipse parecia um cordeiro, mas falava como o dragão (Ap 13.11), e assim o falso cristão consegue imitar o verdadeiro. Acontece, que em alguns momentos o fundamento é descoberto quando chega a tempestade, as lutas dessa vida, as crises e as aflições. Outras vezes, só o juízo vindouro mostrará.

É importante salientar, para que não caiamos no erro de imaginar que somos salvos por nossas obras e por nossa obediência, que o nosso texto deixa claro e evidente que, o que segura a casa é o fundamento, ou seja, não é porque a casa é forte. Ela não tem condições de se sustentar por si mesma, por isso a casa do insensato cai, a força estava apenas na sua estrutura. Mas a casa do prudente permanece em pé, porque o fundamento a sustenta. Nosso fundamento é Cristo, por isso confiamos em sua palavra e a praticamos. Não praticar as

palavras do Senhor é arrogância, é imaginar que devemos viver a vida de acordo com nossos próprios pensamentos e teorias. Várias tempestades vieram sobre nossas vidas, outras ainda virão. É inevitável que venham. Onde sua casa está construída, na rocha ou na areia? Você é o que ouve e pratica as palavras de Jesus? Pode ser que essa pandemia e seus diversos impactos estejam revelando quem você é. Então, não desperdice essa calamidade, agora é o momento de praticar mais claramente a Escritura. E demonstrar sua confiança nEle.

Acredite, se essa crise tem sido suficiente para abalar sua fé, para enfraquecê-la e deixar você alarmado, imagine quando a grande e terrível tempestade do juízo final de Deus vier, certamente você ruirá. Nesses dias de pandemia e crise econômica, e de outras naturezas, o que se requer de nós é fé em Cristo e a prática de suas palavras. Tudo o que cremos precisa ser trazido para o campo experimental da vida cristã. Agora é hora de mostrarmos quem realmente somos. É hora de expressarmos com devoção o que está na letra deste belo hino:

Resolutos, Senhor, e com zelo e fervor,Os teus passos queremos seguir!Teus preceitos guardar, o teu nome exaltar,Sempre a tua vontade cumprirCrer e observar tudo quanto ordenar!O fiel obedece ao que Cristo mandar!4

Solus ChristusLic. Paulo Ricardo Dias Ferreira

5) CÂNTICO: Crer e Observar - 110A HNC

6) ORAÇÃO

1. STOTT, JOHN. P. MENSAGEM DO SERMÃO DO MONTE: CONTRA CULTURA CRISTÃ. 3 ED. SÃO PAULO: ABU, 2008, P. 221

2. HENRY, MATTHEW. COMENTÁRIO BÍBLICO NOVO TESTAMENTO: MATEUS A JOÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2008, P. 90

3. IBIDEM

4. CRER E OBSERVAR – HNC 110 A

Page 9: Devocional 7 · O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que

1) LEITURA INICIAL: Salmo 19

2) ORAÇÃO

3) MÚSICA: Sossegai - 254 HNC

4) LEITURA BÍBLICA: Mateus 7.24-29

PRATICANDO A PALAVRA DE CRISTO NA TEMPESTADE

Introdução.O renomado escritor e pensador cristão John Stott, afirmou que “às vezes uma tempestade de crises ou calamidades revela

que tipo de pessoa somos. Caso contrário, a tempestade do dia do juízo certamente o fará.”1 De acordo com isso, é importante avaliarmos nossa postura em meio a essa pandemia. Ela tem trazido vários problemas e desafios para o cotidiano de todos, e isso não isenta o cristão verdadeiro. Essa calamidade abrange não apenas os riscos à saúde, mas também envolve problemas de ordem econômica com efeitos nas mais diversas relações humanas, especialmente na família e na igreja. A questão é que tipo de pessoa tem sido revelada em nós no meio dessa crise? Mateus 7.24-29 mostra dois tipos de cristãos diante de uma tempestade: o prudente e o insensato. A diferença entre ambos está no fundamento da vida deles.

O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que um seguidor dEle deveria ter e demonstrar, chegamos na conclusão (Mateus 7.15-29) onde Jesus identifica dois tipos de cristãos, o falso e o verdadeiro. Ele disse que as evidências que os distingue estão nos seus

frutos, a árvore má produz maus frutos e a boa produz bons frutos (Mt 7.16.20). Cristo aplica primariamente esse princípio para distinguir o falso profeta do verdadeiro. Os falsos profetas asseveravam ter profetizado em nome do Senhor, mas andavam no caminho da iniquidade, o fruto deles revelava claramente que não eram arvores boas, isto é, verdadeiros profetas (Mt 7.16-23).

No nosso texto (Mateus 7.24-27), Jesus lida com a relação entre os verdadeiros e os falsos professos, ou seja, aqueles que professam a fé em Cristo e praticam suas palavras e os que apenas ouvem, mas não praticam o que ouvem. O Senhor usa dois exemplos para distinguir o discípulo genuíno do hipócrita, ele usa a imagem de dois homens que construíram suas casas em fundamentos diferentes, um sobre a areia e outro sobre a rocha. Um é chamado de prudente e outro de insensato. O caráter dos dois é demonstrado quando ocorre, uma trágica e terrível tempestade.

1. O homem prudente ouve e pratica as palavras de Cristo (Mt 7.24-25).Sobre o homem prudente lemos que Ele representa aquele que ouve as Palavras de Cristo e as pratica. É óbvio que Cristo tem em mente tudo que Ele já havia ensinado e que ainda ensinaria. Não basta simplesmente ouvir o ensino, é necessário praticá-lo; do contrário seria autoengano. Tiago corrobora isso ao dizer “tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1:22). É necessário crer nas palavras de Jesus, mas a evidência da fé verdadeira se demonstra na prática delas. Não fazer isso, implicaria numa fé morta (Tg 2.26). O próprio Senhor afirmou que aqueles que o amam, guardam os seus mandamentos (Jo 14.21), guardá-los é sinônimo de obedecê-los. Assim, o homem prudente é o cristão verdadeiro que está muito interessado em tudo o que ouve para praticar.

De acordo com Cristo, ouvir suas palavras e praticá-las é sinônimo de edificar sua casa sobre uma rocha. A casa obviamente está figurando a vida do homem prudente, ela representa a confiança daquele homem de

que o fundamento de sua casa é firme e sólido. A rocha nesse contexto refere-se às palavras de Jesus ouvidas e praticadas, mas em outros contextos o próprio Cristo é a rocha. Não há confusão quanto a esse ponto, o Senhor costuma mostrar uma intima relação entre Ele e sua Palavra. Cristo é a verdade (Jo 14.6), a Palavra dEle é a verdade (Jo 17.17); a Escritura é chamada Palavra de Cristo (Rm 10.17), ela testifica acerca dEle (Jo 5.39), e ele próprio é o conteúdo da Escritura. Jesus é a principal rocha, quem ouve sua voz e a pratica está edificando sua vida nEle. Como saber se essa casa está edificada adequadamente sobre uma rocha e não sobre outro fundamento? Cristo responde com o exemplo da tempestade. Uma grande e terrível tempestade deu com ímpeto contra aquela casa, chuva, rios e ventos não conseguiram derrubá-la. Apenas a tempestade poderia aferir o quanto aquela casa era inabalável. Essa tempestade aponta para duas realidades: 1. As tribulações e crises desse mundo, o que inclui calamidades diversas. 2. O juízo vindouro. Esse texto nos mostra que o Cristão não é

imune às tragédias da vida humana, perceba que o mesmo que ocorre com o homem prudente, ocorre também com o insensato (Mt 7.27). A Diferença está no fundamento. O puritano Matthew Henry, comentando essa passagem afirma: “A chuva, a inundação e o vento irão se abater sobre a casa. Muitas vezes a provação está nesse mundo e, quando surgirem a tribulação e a perseguição por causa da Palavra, veremos quem apenas ouviu a palavra, e quem, além de ouvi-la, a praticou.”2 Também essa tempestade lembra o dia da pior calamidade que esse mundo verá, o dia do retorno glorioso de Cristo, quando nosso Senhor virá para julgar os homens, naquele dia os homens dessa terra dirão “aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?” (Ap 6.16,17). Nesse período, só um tipo de pessoa ficará de pé e alegre: o homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha. Somente o que ouviu as palavras de Cristo, creu nEle e viveu de acordo com sua fé, praticando seus ensinamentos. Para o homem prudente, “quando chegarem a

morte e o juízo, e chegar também a tempestade, pois não há nenhuma dúvida de que ela virá, as coisas ficarão tão calmas para nós como estão agora.”3 No final da tempestade o prudente perceberá como ele é bem-aventurado, afinal, o “que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.” (Tg 1:25). Ele é como o homem bem-aventurado do salmo primeiro, que por meditar na lei de Deus de dia e de noite, evitando o caminho dos ímpios e escarnecedores, é como arvore frondosa plantada junto aos ribeiros, cuja folhagem não murcha e tudo quanto faz será bem-sucedido.

2. O homem insensato ouve e não pratica as Palavras de Cristo (Mt 7.26-27)O homem insensato, que quer dizer louco, não construiu sua vida sobre a rocha, mas sobre a areia, sobre um fundamento instável e sem segurança. Essa figura é usada por Jesus para explicar o homem que ouve suas palavras e as ignora e não as coloca em prática. Esse homem é chamado de insensato porque o que ele faz é loucura.

Tiago nos ensinou que os simplesmente ouvintes e não praticantes estão enganando a si mesmos, pois “se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência.” (Tg 1:23-24). Quem ouve e não pratica não tem sua imagem de cristão bem definida, é inconstante no caminho da piedade. E ainda pior, ele não tem condições de suportar a tempestade, nem aquelas naturais dessa vida, nem tampouco o juízo vindouro. Ele é como a planta da parábola do semeador que caiu em solo rochoso “que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza” (Mt 13:20-21).

Se a rocha é Cristo e sua Palavra, apenas crendo nEle alguém poderá se livrar da ira vindoura, pois a mensagem é clara, quem crê tem a vida eterna, o que não crê permanece debaixo da ira (Jo 3.36). Mas a fé é evidenciada por meio da vida que exibe o

fruto de sua união com Cristo, o fruto do Espírito. Logo, o insensato não crê no Filho de Deus, por isso a Palavra de Jesus não é normativa para ele. Fé em Jesus implica em amá-lo, e isso implica em obediência às suas palavras. Jesus afirmou peremptoriamente, “quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.” (João 14:24). Logo o insensato, mesmo que esteja disposto a ouvir a Palavra do Senhor, não o ama. A prova é que não está disposta a praticar o que ouve. O resultado inevitável é destruição quando a tempestade chegar, quer seja as calamidades dessa vida, ou o juízo vindouro. O fato é, sua casa desabará e será grande a sua ruína (Mt 7.24), afinal, “os ímpios são, porém, como a palha que o vento dispersa. Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.” (Sl 1.4-6).

ConclusãoA diferença entre o verdadeiro e o falso cristão está nos seus fundamentos. Logo não é fácil, e às vezes é impossível perceber

a diferença entre suas casas, isto é, entre suas vidas. O insensato é hipócrita e algumas vezes o aspecto externo de sua vida parece o de um verdadeiro convertido. Lembre-se que Satanás pode se revestir de um anjo de luz (2 Co 11.14), a terrível besta que emergia da terra em apocalipse parecia um cordeiro, mas falava como o dragão (Ap 13.11), e assim o falso cristão consegue imitar o verdadeiro. Acontece, que em alguns momentos o fundamento é descoberto quando chega a tempestade, as lutas dessa vida, as crises e as aflições. Outras vezes, só o juízo vindouro mostrará.

É importante salientar, para que não caiamos no erro de imaginar que somos salvos por nossas obras e por nossa obediência, que o nosso texto deixa claro e evidente que, o que segura a casa é o fundamento, ou seja, não é porque a casa é forte. Ela não tem condições de se sustentar por si mesma, por isso a casa do insensato cai, a força estava apenas na sua estrutura. Mas a casa do prudente permanece em pé, porque o fundamento a sustenta. Nosso fundamento é Cristo, por isso confiamos em sua palavra e a praticamos. Não praticar as

palavras do Senhor é arrogância, é imaginar que devemos viver a vida de acordo com nossos próprios pensamentos e teorias. Várias tempestades vieram sobre nossas vidas, outras ainda virão. É inevitável que venham. Onde sua casa está construída, na rocha ou na areia? Você é o que ouve e pratica as palavras de Jesus? Pode ser que essa pandemia e seus diversos impactos estejam revelando quem você é. Então, não desperdice essa calamidade, agora é o momento de praticar mais claramente a Escritura. E demonstrar sua confiança nEle.

Acredite, se essa crise tem sido suficiente para abalar sua fé, para enfraquecê-la e deixar você alarmado, imagine quando a grande e terrível tempestade do juízo final de Deus vier, certamente você ruirá. Nesses dias de pandemia e crise econômica, e de outras naturezas, o que se requer de nós é fé em Cristo e a prática de suas palavras. Tudo o que cremos precisa ser trazido para o campo experimental da vida cristã. Agora é hora de mostrarmos quem realmente somos. É hora de expressarmos com devoção o que está na letra deste belo hino:

Resolutos, Senhor, e com zelo e fervor,Os teus passos queremos seguir!Teus preceitos guardar, o teu nome exaltar,Sempre a tua vontade cumprirCrer e observar tudo quanto ordenar!O fiel obedece ao que Cristo mandar!4

Solus ChristusLic. Paulo Ricardo Dias Ferreira

5) CÂNTICO: Crer e Observar - 110A HNC

6) ORAÇÃO

1. STOTT, JOHN. P. MENSAGEM DO SERMÃO DO MONTE: CONTRA CULTURA CRISTÃ. 3 ED. SÃO PAULO: ABU, 2008, P. 221

2. HENRY, MATTHEW. COMENTÁRIO BÍBLICO NOVO TESTAMENTO: MATEUS A JOÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2008, P. 90

3. IBIDEM

4. CRER E OBSERVAR – HNC 110 A

Page 10: Devocional 7 · O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que

1) LEITURA INICIAL: Salmo 19

2) ORAÇÃO

3) MÚSICA: Sossegai - 254 HNC

4) LEITURA BÍBLICA: Mateus 7.24-29

PRATICANDO A PALAVRA DE CRISTO NA TEMPESTADE

Introdução.O renomado escritor e pensador cristão John Stott, afirmou que “às vezes uma tempestade de crises ou calamidades revela

que tipo de pessoa somos. Caso contrário, a tempestade do dia do juízo certamente o fará.”1 De acordo com isso, é importante avaliarmos nossa postura em meio a essa pandemia. Ela tem trazido vários problemas e desafios para o cotidiano de todos, e isso não isenta o cristão verdadeiro. Essa calamidade abrange não apenas os riscos à saúde, mas também envolve problemas de ordem econômica com efeitos nas mais diversas relações humanas, especialmente na família e na igreja. A questão é que tipo de pessoa tem sido revelada em nós no meio dessa crise? Mateus 7.24-29 mostra dois tipos de cristãos diante de uma tempestade: o prudente e o insensato. A diferença entre ambos está no fundamento da vida deles.

O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que um seguidor dEle deveria ter e demonstrar, chegamos na conclusão (Mateus 7.15-29) onde Jesus identifica dois tipos de cristãos, o falso e o verdadeiro. Ele disse que as evidências que os distingue estão nos seus

frutos, a árvore má produz maus frutos e a boa produz bons frutos (Mt 7.16.20). Cristo aplica primariamente esse princípio para distinguir o falso profeta do verdadeiro. Os falsos profetas asseveravam ter profetizado em nome do Senhor, mas andavam no caminho da iniquidade, o fruto deles revelava claramente que não eram arvores boas, isto é, verdadeiros profetas (Mt 7.16-23).

No nosso texto (Mateus 7.24-27), Jesus lida com a relação entre os verdadeiros e os falsos professos, ou seja, aqueles que professam a fé em Cristo e praticam suas palavras e os que apenas ouvem, mas não praticam o que ouvem. O Senhor usa dois exemplos para distinguir o discípulo genuíno do hipócrita, ele usa a imagem de dois homens que construíram suas casas em fundamentos diferentes, um sobre a areia e outro sobre a rocha. Um é chamado de prudente e outro de insensato. O caráter dos dois é demonstrado quando ocorre, uma trágica e terrível tempestade.

1. O homem prudente ouve e pratica as palavras de Cristo (Mt 7.24-25).Sobre o homem prudente lemos que Ele representa aquele que ouve as Palavras de Cristo e as pratica. É óbvio que Cristo tem em mente tudo que Ele já havia ensinado e que ainda ensinaria. Não basta simplesmente ouvir o ensino, é necessário praticá-lo; do contrário seria autoengano. Tiago corrobora isso ao dizer “tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1:22). É necessário crer nas palavras de Jesus, mas a evidência da fé verdadeira se demonstra na prática delas. Não fazer isso, implicaria numa fé morta (Tg 2.26). O próprio Senhor afirmou que aqueles que o amam, guardam os seus mandamentos (Jo 14.21), guardá-los é sinônimo de obedecê-los. Assim, o homem prudente é o cristão verdadeiro que está muito interessado em tudo o que ouve para praticar.

De acordo com Cristo, ouvir suas palavras e praticá-las é sinônimo de edificar sua casa sobre uma rocha. A casa obviamente está figurando a vida do homem prudente, ela representa a confiança daquele homem de

que o fundamento de sua casa é firme e sólido. A rocha nesse contexto refere-se às palavras de Jesus ouvidas e praticadas, mas em outros contextos o próprio Cristo é a rocha. Não há confusão quanto a esse ponto, o Senhor costuma mostrar uma intima relação entre Ele e sua Palavra. Cristo é a verdade (Jo 14.6), a Palavra dEle é a verdade (Jo 17.17); a Escritura é chamada Palavra de Cristo (Rm 10.17), ela testifica acerca dEle (Jo 5.39), e ele próprio é o conteúdo da Escritura. Jesus é a principal rocha, quem ouve sua voz e a pratica está edificando sua vida nEle. Como saber se essa casa está edificada adequadamente sobre uma rocha e não sobre outro fundamento? Cristo responde com o exemplo da tempestade. Uma grande e terrível tempestade deu com ímpeto contra aquela casa, chuva, rios e ventos não conseguiram derrubá-la. Apenas a tempestade poderia aferir o quanto aquela casa era inabalável. Essa tempestade aponta para duas realidades: 1. As tribulações e crises desse mundo, o que inclui calamidades diversas. 2. O juízo vindouro. Esse texto nos mostra que o Cristão não é

imune às tragédias da vida humana, perceba que o mesmo que ocorre com o homem prudente, ocorre também com o insensato (Mt 7.27). A Diferença está no fundamento. O puritano Matthew Henry, comentando essa passagem afirma: “A chuva, a inundação e o vento irão se abater sobre a casa. Muitas vezes a provação está nesse mundo e, quando surgirem a tribulação e a perseguição por causa da Palavra, veremos quem apenas ouviu a palavra, e quem, além de ouvi-la, a praticou.”2 Também essa tempestade lembra o dia da pior calamidade que esse mundo verá, o dia do retorno glorioso de Cristo, quando nosso Senhor virá para julgar os homens, naquele dia os homens dessa terra dirão “aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?” (Ap 6.16,17). Nesse período, só um tipo de pessoa ficará de pé e alegre: o homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha. Somente o que ouviu as palavras de Cristo, creu nEle e viveu de acordo com sua fé, praticando seus ensinamentos. Para o homem prudente, “quando chegarem a

morte e o juízo, e chegar também a tempestade, pois não há nenhuma dúvida de que ela virá, as coisas ficarão tão calmas para nós como estão agora.”3 No final da tempestade o prudente perceberá como ele é bem-aventurado, afinal, o “que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.” (Tg 1:25). Ele é como o homem bem-aventurado do salmo primeiro, que por meditar na lei de Deus de dia e de noite, evitando o caminho dos ímpios e escarnecedores, é como arvore frondosa plantada junto aos ribeiros, cuja folhagem não murcha e tudo quanto faz será bem-sucedido.

2. O homem insensato ouve e não pratica as Palavras de Cristo (Mt 7.26-27)O homem insensato, que quer dizer louco, não construiu sua vida sobre a rocha, mas sobre a areia, sobre um fundamento instável e sem segurança. Essa figura é usada por Jesus para explicar o homem que ouve suas palavras e as ignora e não as coloca em prática. Esse homem é chamado de insensato porque o que ele faz é loucura.

Tiago nos ensinou que os simplesmente ouvintes e não praticantes estão enganando a si mesmos, pois “se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência.” (Tg 1:23-24). Quem ouve e não pratica não tem sua imagem de cristão bem definida, é inconstante no caminho da piedade. E ainda pior, ele não tem condições de suportar a tempestade, nem aquelas naturais dessa vida, nem tampouco o juízo vindouro. Ele é como a planta da parábola do semeador que caiu em solo rochoso “que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza” (Mt 13:20-21).

Se a rocha é Cristo e sua Palavra, apenas crendo nEle alguém poderá se livrar da ira vindoura, pois a mensagem é clara, quem crê tem a vida eterna, o que não crê permanece debaixo da ira (Jo 3.36). Mas a fé é evidenciada por meio da vida que exibe o

fruto de sua união com Cristo, o fruto do Espírito. Logo, o insensato não crê no Filho de Deus, por isso a Palavra de Jesus não é normativa para ele. Fé em Jesus implica em amá-lo, e isso implica em obediência às suas palavras. Jesus afirmou peremptoriamente, “quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.” (João 14:24). Logo o insensato, mesmo que esteja disposto a ouvir a Palavra do Senhor, não o ama. A prova é que não está disposta a praticar o que ouve. O resultado inevitável é destruição quando a tempestade chegar, quer seja as calamidades dessa vida, ou o juízo vindouro. O fato é, sua casa desabará e será grande a sua ruína (Mt 7.24), afinal, “os ímpios são, porém, como a palha que o vento dispersa. Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.” (Sl 1.4-6).

ConclusãoA diferença entre o verdadeiro e o falso cristão está nos seus fundamentos. Logo não é fácil, e às vezes é impossível perceber

a diferença entre suas casas, isto é, entre suas vidas. O insensato é hipócrita e algumas vezes o aspecto externo de sua vida parece o de um verdadeiro convertido. Lembre-se que Satanás pode se revestir de um anjo de luz (2 Co 11.14), a terrível besta que emergia da terra em apocalipse parecia um cordeiro, mas falava como o dragão (Ap 13.11), e assim o falso cristão consegue imitar o verdadeiro. Acontece, que em alguns momentos o fundamento é descoberto quando chega a tempestade, as lutas dessa vida, as crises e as aflições. Outras vezes, só o juízo vindouro mostrará.

É importante salientar, para que não caiamos no erro de imaginar que somos salvos por nossas obras e por nossa obediência, que o nosso texto deixa claro e evidente que, o que segura a casa é o fundamento, ou seja, não é porque a casa é forte. Ela não tem condições de se sustentar por si mesma, por isso a casa do insensato cai, a força estava apenas na sua estrutura. Mas a casa do prudente permanece em pé, porque o fundamento a sustenta. Nosso fundamento é Cristo, por isso confiamos em sua palavra e a praticamos. Não praticar as

palavras do Senhor é arrogância, é imaginar que devemos viver a vida de acordo com nossos próprios pensamentos e teorias. Várias tempestades vieram sobre nossas vidas, outras ainda virão. É inevitável que venham. Onde sua casa está construída, na rocha ou na areia? Você é o que ouve e pratica as palavras de Jesus? Pode ser que essa pandemia e seus diversos impactos estejam revelando quem você é. Então, não desperdice essa calamidade, agora é o momento de praticar mais claramente a Escritura. E demonstrar sua confiança nEle.

Acredite, se essa crise tem sido suficiente para abalar sua fé, para enfraquecê-la e deixar você alarmado, imagine quando a grande e terrível tempestade do juízo final de Deus vier, certamente você ruirá. Nesses dias de pandemia e crise econômica, e de outras naturezas, o que se requer de nós é fé em Cristo e a prática de suas palavras. Tudo o que cremos precisa ser trazido para o campo experimental da vida cristã. Agora é hora de mostrarmos quem realmente somos. É hora de expressarmos com devoção o que está na letra deste belo hino:

Resolutos, Senhor, e com zelo e fervor,Os teus passos queremos seguir!Teus preceitos guardar, o teu nome exaltar,Sempre a tua vontade cumprirCrer e observar tudo quanto ordenar!O fiel obedece ao que Cristo mandar!4

Solus ChristusLic. Paulo Ricardo Dias Ferreira

5) CÂNTICO: Crer e Observar - 110A HNC

6) ORAÇÃO

1. STOTT, JOHN. P. MENSAGEM DO SERMÃO DO MONTE: CONTRA CULTURA CRISTÃ. 3 ED. SÃO PAULO: ABU, 2008, P. 221

2. HENRY, MATTHEW. COMENTÁRIO BÍBLICO NOVO TESTAMENTO: MATEUS A JOÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2008, P. 90

3. IBIDEM

4. CRER E OBSERVAR – HNC 110 A

Page 11: Devocional 7 · O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que

1) LEITURA INICIAL: Salmo 19

2) ORAÇÃO

3) MÚSICA: Sossegai - 254 HNC

4) LEITURA BÍBLICA: Mateus 7.24-29

PRATICANDO A PALAVRA DE CRISTO NA TEMPESTADE

Introdução.O renomado escritor e pensador cristão John Stott, afirmou que “às vezes uma tempestade de crises ou calamidades revela

que tipo de pessoa somos. Caso contrário, a tempestade do dia do juízo certamente o fará.”1 De acordo com isso, é importante avaliarmos nossa postura em meio a essa pandemia. Ela tem trazido vários problemas e desafios para o cotidiano de todos, e isso não isenta o cristão verdadeiro. Essa calamidade abrange não apenas os riscos à saúde, mas também envolve problemas de ordem econômica com efeitos nas mais diversas relações humanas, especialmente na família e na igreja. A questão é que tipo de pessoa tem sido revelada em nós no meio dessa crise? Mateus 7.24-29 mostra dois tipos de cristãos diante de uma tempestade: o prudente e o insensato. A diferença entre ambos está no fundamento da vida deles.

O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que um seguidor dEle deveria ter e demonstrar, chegamos na conclusão (Mateus 7.15-29) onde Jesus identifica dois tipos de cristãos, o falso e o verdadeiro. Ele disse que as evidências que os distingue estão nos seus

frutos, a árvore má produz maus frutos e a boa produz bons frutos (Mt 7.16.20). Cristo aplica primariamente esse princípio para distinguir o falso profeta do verdadeiro. Os falsos profetas asseveravam ter profetizado em nome do Senhor, mas andavam no caminho da iniquidade, o fruto deles revelava claramente que não eram arvores boas, isto é, verdadeiros profetas (Mt 7.16-23).

No nosso texto (Mateus 7.24-27), Jesus lida com a relação entre os verdadeiros e os falsos professos, ou seja, aqueles que professam a fé em Cristo e praticam suas palavras e os que apenas ouvem, mas não praticam o que ouvem. O Senhor usa dois exemplos para distinguir o discípulo genuíno do hipócrita, ele usa a imagem de dois homens que construíram suas casas em fundamentos diferentes, um sobre a areia e outro sobre a rocha. Um é chamado de prudente e outro de insensato. O caráter dos dois é demonstrado quando ocorre, uma trágica e terrível tempestade.

1. O homem prudente ouve e pratica as palavras de Cristo (Mt 7.24-25).Sobre o homem prudente lemos que Ele representa aquele que ouve as Palavras de Cristo e as pratica. É óbvio que Cristo tem em mente tudo que Ele já havia ensinado e que ainda ensinaria. Não basta simplesmente ouvir o ensino, é necessário praticá-lo; do contrário seria autoengano. Tiago corrobora isso ao dizer “tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1:22). É necessário crer nas palavras de Jesus, mas a evidência da fé verdadeira se demonstra na prática delas. Não fazer isso, implicaria numa fé morta (Tg 2.26). O próprio Senhor afirmou que aqueles que o amam, guardam os seus mandamentos (Jo 14.21), guardá-los é sinônimo de obedecê-los. Assim, o homem prudente é o cristão verdadeiro que está muito interessado em tudo o que ouve para praticar.

De acordo com Cristo, ouvir suas palavras e praticá-las é sinônimo de edificar sua casa sobre uma rocha. A casa obviamente está figurando a vida do homem prudente, ela representa a confiança daquele homem de

que o fundamento de sua casa é firme e sólido. A rocha nesse contexto refere-se às palavras de Jesus ouvidas e praticadas, mas em outros contextos o próprio Cristo é a rocha. Não há confusão quanto a esse ponto, o Senhor costuma mostrar uma intima relação entre Ele e sua Palavra. Cristo é a verdade (Jo 14.6), a Palavra dEle é a verdade (Jo 17.17); a Escritura é chamada Palavra de Cristo (Rm 10.17), ela testifica acerca dEle (Jo 5.39), e ele próprio é o conteúdo da Escritura. Jesus é a principal rocha, quem ouve sua voz e a pratica está edificando sua vida nEle. Como saber se essa casa está edificada adequadamente sobre uma rocha e não sobre outro fundamento? Cristo responde com o exemplo da tempestade. Uma grande e terrível tempestade deu com ímpeto contra aquela casa, chuva, rios e ventos não conseguiram derrubá-la. Apenas a tempestade poderia aferir o quanto aquela casa era inabalável. Essa tempestade aponta para duas realidades: 1. As tribulações e crises desse mundo, o que inclui calamidades diversas. 2. O juízo vindouro. Esse texto nos mostra que o Cristão não é

imune às tragédias da vida humana, perceba que o mesmo que ocorre com o homem prudente, ocorre também com o insensato (Mt 7.27). A Diferença está no fundamento. O puritano Matthew Henry, comentando essa passagem afirma: “A chuva, a inundação e o vento irão se abater sobre a casa. Muitas vezes a provação está nesse mundo e, quando surgirem a tribulação e a perseguição por causa da Palavra, veremos quem apenas ouviu a palavra, e quem, além de ouvi-la, a praticou.”2 Também essa tempestade lembra o dia da pior calamidade que esse mundo verá, o dia do retorno glorioso de Cristo, quando nosso Senhor virá para julgar os homens, naquele dia os homens dessa terra dirão “aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?” (Ap 6.16,17). Nesse período, só um tipo de pessoa ficará de pé e alegre: o homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha. Somente o que ouviu as palavras de Cristo, creu nEle e viveu de acordo com sua fé, praticando seus ensinamentos. Para o homem prudente, “quando chegarem a

morte e o juízo, e chegar também a tempestade, pois não há nenhuma dúvida de que ela virá, as coisas ficarão tão calmas para nós como estão agora.”3 No final da tempestade o prudente perceberá como ele é bem-aventurado, afinal, o “que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.” (Tg 1:25). Ele é como o homem bem-aventurado do salmo primeiro, que por meditar na lei de Deus de dia e de noite, evitando o caminho dos ímpios e escarnecedores, é como arvore frondosa plantada junto aos ribeiros, cuja folhagem não murcha e tudo quanto faz será bem-sucedido.

2. O homem insensato ouve e não pratica as Palavras de Cristo (Mt 7.26-27)O homem insensato, que quer dizer louco, não construiu sua vida sobre a rocha, mas sobre a areia, sobre um fundamento instável e sem segurança. Essa figura é usada por Jesus para explicar o homem que ouve suas palavras e as ignora e não as coloca em prática. Esse homem é chamado de insensato porque o que ele faz é loucura.

Tiago nos ensinou que os simplesmente ouvintes e não praticantes estão enganando a si mesmos, pois “se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência.” (Tg 1:23-24). Quem ouve e não pratica não tem sua imagem de cristão bem definida, é inconstante no caminho da piedade. E ainda pior, ele não tem condições de suportar a tempestade, nem aquelas naturais dessa vida, nem tampouco o juízo vindouro. Ele é como a planta da parábola do semeador que caiu em solo rochoso “que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza” (Mt 13:20-21).

Se a rocha é Cristo e sua Palavra, apenas crendo nEle alguém poderá se livrar da ira vindoura, pois a mensagem é clara, quem crê tem a vida eterna, o que não crê permanece debaixo da ira (Jo 3.36). Mas a fé é evidenciada por meio da vida que exibe o

fruto de sua união com Cristo, o fruto do Espírito. Logo, o insensato não crê no Filho de Deus, por isso a Palavra de Jesus não é normativa para ele. Fé em Jesus implica em amá-lo, e isso implica em obediência às suas palavras. Jesus afirmou peremptoriamente, “quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.” (João 14:24). Logo o insensato, mesmo que esteja disposto a ouvir a Palavra do Senhor, não o ama. A prova é que não está disposta a praticar o que ouve. O resultado inevitável é destruição quando a tempestade chegar, quer seja as calamidades dessa vida, ou o juízo vindouro. O fato é, sua casa desabará e será grande a sua ruína (Mt 7.24), afinal, “os ímpios são, porém, como a palha que o vento dispersa. Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.” (Sl 1.4-6).

ConclusãoA diferença entre o verdadeiro e o falso cristão está nos seus fundamentos. Logo não é fácil, e às vezes é impossível perceber

a diferença entre suas casas, isto é, entre suas vidas. O insensato é hipócrita e algumas vezes o aspecto externo de sua vida parece o de um verdadeiro convertido. Lembre-se que Satanás pode se revestir de um anjo de luz (2 Co 11.14), a terrível besta que emergia da terra em apocalipse parecia um cordeiro, mas falava como o dragão (Ap 13.11), e assim o falso cristão consegue imitar o verdadeiro. Acontece, que em alguns momentos o fundamento é descoberto quando chega a tempestade, as lutas dessa vida, as crises e as aflições. Outras vezes, só o juízo vindouro mostrará.

É importante salientar, para que não caiamos no erro de imaginar que somos salvos por nossas obras e por nossa obediência, que o nosso texto deixa claro e evidente que, o que segura a casa é o fundamento, ou seja, não é porque a casa é forte. Ela não tem condições de se sustentar por si mesma, por isso a casa do insensato cai, a força estava apenas na sua estrutura. Mas a casa do prudente permanece em pé, porque o fundamento a sustenta. Nosso fundamento é Cristo, por isso confiamos em sua palavra e a praticamos. Não praticar as

palavras do Senhor é arrogância, é imaginar que devemos viver a vida de acordo com nossos próprios pensamentos e teorias. Várias tempestades vieram sobre nossas vidas, outras ainda virão. É inevitável que venham. Onde sua casa está construída, na rocha ou na areia? Você é o que ouve e pratica as palavras de Jesus? Pode ser que essa pandemia e seus diversos impactos estejam revelando quem você é. Então, não desperdice essa calamidade, agora é o momento de praticar mais claramente a Escritura. E demonstrar sua confiança nEle.

Acredite, se essa crise tem sido suficiente para abalar sua fé, para enfraquecê-la e deixar você alarmado, imagine quando a grande e terrível tempestade do juízo final de Deus vier, certamente você ruirá. Nesses dias de pandemia e crise econômica, e de outras naturezas, o que se requer de nós é fé em Cristo e a prática de suas palavras. Tudo o que cremos precisa ser trazido para o campo experimental da vida cristã. Agora é hora de mostrarmos quem realmente somos. É hora de expressarmos com devoção o que está na letra deste belo hino:

Resolutos, Senhor, e com zelo e fervor,Os teus passos queremos seguir!Teus preceitos guardar, o teu nome exaltar,Sempre a tua vontade cumprirCrer e observar tudo quanto ordenar!O fiel obedece ao que Cristo mandar!4

Solus ChristusLic. Paulo Ricardo Dias Ferreira

5) CÂNTICO: Crer e Observar - 110A HNC

6) ORAÇÃO

1. STOTT, JOHN. P. MENSAGEM DO SERMÃO DO MONTE: CONTRA CULTURA CRISTÃ. 3 ED. SÃO PAULO: ABU, 2008, P. 221

2. HENRY, MATTHEW. COMENTÁRIO BÍBLICO NOVO TESTAMENTO: MATEUS A JOÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2008, P. 90

3. IBIDEM

4. CRER E OBSERVAR – HNC 110 A

Page 12: Devocional 7 · O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que

1) LEITURA INICIAL: Salmo 19

2) ORAÇÃO

3) MÚSICA: Sossegai - 254 HNC

4) LEITURA BÍBLICA: Mateus 7.24-29

PRATICANDO A PALAVRA DE CRISTO NA TEMPESTADE

Introdução.O renomado escritor e pensador cristão John Stott, afirmou que “às vezes uma tempestade de crises ou calamidades revela

que tipo de pessoa somos. Caso contrário, a tempestade do dia do juízo certamente o fará.”1 De acordo com isso, é importante avaliarmos nossa postura em meio a essa pandemia. Ela tem trazido vários problemas e desafios para o cotidiano de todos, e isso não isenta o cristão verdadeiro. Essa calamidade abrange não apenas os riscos à saúde, mas também envolve problemas de ordem econômica com efeitos nas mais diversas relações humanas, especialmente na família e na igreja. A questão é que tipo de pessoa tem sido revelada em nós no meio dessa crise? Mateus 7.24-29 mostra dois tipos de cristãos diante de uma tempestade: o prudente e o insensato. A diferença entre ambos está no fundamento da vida deles.

O nosso texto compõe a última parte do conhecido sermão do monte que teve seu início em Mateus 5. Após Jesus ensinar acerca do caráter e da conduta correta que um seguidor dEle deveria ter e demonstrar, chegamos na conclusão (Mateus 7.15-29) onde Jesus identifica dois tipos de cristãos, o falso e o verdadeiro. Ele disse que as evidências que os distingue estão nos seus

frutos, a árvore má produz maus frutos e a boa produz bons frutos (Mt 7.16.20). Cristo aplica primariamente esse princípio para distinguir o falso profeta do verdadeiro. Os falsos profetas asseveravam ter profetizado em nome do Senhor, mas andavam no caminho da iniquidade, o fruto deles revelava claramente que não eram arvores boas, isto é, verdadeiros profetas (Mt 7.16-23).

No nosso texto (Mateus 7.24-27), Jesus lida com a relação entre os verdadeiros e os falsos professos, ou seja, aqueles que professam a fé em Cristo e praticam suas palavras e os que apenas ouvem, mas não praticam o que ouvem. O Senhor usa dois exemplos para distinguir o discípulo genuíno do hipócrita, ele usa a imagem de dois homens que construíram suas casas em fundamentos diferentes, um sobre a areia e outro sobre a rocha. Um é chamado de prudente e outro de insensato. O caráter dos dois é demonstrado quando ocorre, uma trágica e terrível tempestade.

1. O homem prudente ouve e pratica as palavras de Cristo (Mt 7.24-25).Sobre o homem prudente lemos que Ele representa aquele que ouve as Palavras de Cristo e as pratica. É óbvio que Cristo tem em mente tudo que Ele já havia ensinado e que ainda ensinaria. Não basta simplesmente ouvir o ensino, é necessário praticá-lo; do contrário seria autoengano. Tiago corrobora isso ao dizer “tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1:22). É necessário crer nas palavras de Jesus, mas a evidência da fé verdadeira se demonstra na prática delas. Não fazer isso, implicaria numa fé morta (Tg 2.26). O próprio Senhor afirmou que aqueles que o amam, guardam os seus mandamentos (Jo 14.21), guardá-los é sinônimo de obedecê-los. Assim, o homem prudente é o cristão verdadeiro que está muito interessado em tudo o que ouve para praticar.

De acordo com Cristo, ouvir suas palavras e praticá-las é sinônimo de edificar sua casa sobre uma rocha. A casa obviamente está figurando a vida do homem prudente, ela representa a confiança daquele homem de

que o fundamento de sua casa é firme e sólido. A rocha nesse contexto refere-se às palavras de Jesus ouvidas e praticadas, mas em outros contextos o próprio Cristo é a rocha. Não há confusão quanto a esse ponto, o Senhor costuma mostrar uma intima relação entre Ele e sua Palavra. Cristo é a verdade (Jo 14.6), a Palavra dEle é a verdade (Jo 17.17); a Escritura é chamada Palavra de Cristo (Rm 10.17), ela testifica acerca dEle (Jo 5.39), e ele próprio é o conteúdo da Escritura. Jesus é a principal rocha, quem ouve sua voz e a pratica está edificando sua vida nEle. Como saber se essa casa está edificada adequadamente sobre uma rocha e não sobre outro fundamento? Cristo responde com o exemplo da tempestade. Uma grande e terrível tempestade deu com ímpeto contra aquela casa, chuva, rios e ventos não conseguiram derrubá-la. Apenas a tempestade poderia aferir o quanto aquela casa era inabalável. Essa tempestade aponta para duas realidades: 1. As tribulações e crises desse mundo, o que inclui calamidades diversas. 2. O juízo vindouro. Esse texto nos mostra que o Cristão não é

imune às tragédias da vida humana, perceba que o mesmo que ocorre com o homem prudente, ocorre também com o insensato (Mt 7.27). A Diferença está no fundamento. O puritano Matthew Henry, comentando essa passagem afirma: “A chuva, a inundação e o vento irão se abater sobre a casa. Muitas vezes a provação está nesse mundo e, quando surgirem a tribulação e a perseguição por causa da Palavra, veremos quem apenas ouviu a palavra, e quem, além de ouvi-la, a praticou.”2 Também essa tempestade lembra o dia da pior calamidade que esse mundo verá, o dia do retorno glorioso de Cristo, quando nosso Senhor virá para julgar os homens, naquele dia os homens dessa terra dirão “aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?” (Ap 6.16,17). Nesse período, só um tipo de pessoa ficará de pé e alegre: o homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha. Somente o que ouviu as palavras de Cristo, creu nEle e viveu de acordo com sua fé, praticando seus ensinamentos. Para o homem prudente, “quando chegarem a

morte e o juízo, e chegar também a tempestade, pois não há nenhuma dúvida de que ela virá, as coisas ficarão tão calmas para nós como estão agora.”3 No final da tempestade o prudente perceberá como ele é bem-aventurado, afinal, o “que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.” (Tg 1:25). Ele é como o homem bem-aventurado do salmo primeiro, que por meditar na lei de Deus de dia e de noite, evitando o caminho dos ímpios e escarnecedores, é como arvore frondosa plantada junto aos ribeiros, cuja folhagem não murcha e tudo quanto faz será bem-sucedido.

2. O homem insensato ouve e não pratica as Palavras de Cristo (Mt 7.26-27)O homem insensato, que quer dizer louco, não construiu sua vida sobre a rocha, mas sobre a areia, sobre um fundamento instável e sem segurança. Essa figura é usada por Jesus para explicar o homem que ouve suas palavras e as ignora e não as coloca em prática. Esse homem é chamado de insensato porque o que ele faz é loucura.

Tiago nos ensinou que os simplesmente ouvintes e não praticantes estão enganando a si mesmos, pois “se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência.” (Tg 1:23-24). Quem ouve e não pratica não tem sua imagem de cristão bem definida, é inconstante no caminho da piedade. E ainda pior, ele não tem condições de suportar a tempestade, nem aquelas naturais dessa vida, nem tampouco o juízo vindouro. Ele é como a planta da parábola do semeador que caiu em solo rochoso “que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza” (Mt 13:20-21).

Se a rocha é Cristo e sua Palavra, apenas crendo nEle alguém poderá se livrar da ira vindoura, pois a mensagem é clara, quem crê tem a vida eterna, o que não crê permanece debaixo da ira (Jo 3.36). Mas a fé é evidenciada por meio da vida que exibe o

fruto de sua união com Cristo, o fruto do Espírito. Logo, o insensato não crê no Filho de Deus, por isso a Palavra de Jesus não é normativa para ele. Fé em Jesus implica em amá-lo, e isso implica em obediência às suas palavras. Jesus afirmou peremptoriamente, “quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.” (João 14:24). Logo o insensato, mesmo que esteja disposto a ouvir a Palavra do Senhor, não o ama. A prova é que não está disposta a praticar o que ouve. O resultado inevitável é destruição quando a tempestade chegar, quer seja as calamidades dessa vida, ou o juízo vindouro. O fato é, sua casa desabará e será grande a sua ruína (Mt 7.24), afinal, “os ímpios são, porém, como a palha que o vento dispersa. Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá.” (Sl 1.4-6).

ConclusãoA diferença entre o verdadeiro e o falso cristão está nos seus fundamentos. Logo não é fácil, e às vezes é impossível perceber

a diferença entre suas casas, isto é, entre suas vidas. O insensato é hipócrita e algumas vezes o aspecto externo de sua vida parece o de um verdadeiro convertido. Lembre-se que Satanás pode se revestir de um anjo de luz (2 Co 11.14), a terrível besta que emergia da terra em apocalipse parecia um cordeiro, mas falava como o dragão (Ap 13.11), e assim o falso cristão consegue imitar o verdadeiro. Acontece, que em alguns momentos o fundamento é descoberto quando chega a tempestade, as lutas dessa vida, as crises e as aflições. Outras vezes, só o juízo vindouro mostrará.

É importante salientar, para que não caiamos no erro de imaginar que somos salvos por nossas obras e por nossa obediência, que o nosso texto deixa claro e evidente que, o que segura a casa é o fundamento, ou seja, não é porque a casa é forte. Ela não tem condições de se sustentar por si mesma, por isso a casa do insensato cai, a força estava apenas na sua estrutura. Mas a casa do prudente permanece em pé, porque o fundamento a sustenta. Nosso fundamento é Cristo, por isso confiamos em sua palavra e a praticamos. Não praticar as

palavras do Senhor é arrogância, é imaginar que devemos viver a vida de acordo com nossos próprios pensamentos e teorias. Várias tempestades vieram sobre nossas vidas, outras ainda virão. É inevitável que venham. Onde sua casa está construída, na rocha ou na areia? Você é o que ouve e pratica as palavras de Jesus? Pode ser que essa pandemia e seus diversos impactos estejam revelando quem você é. Então, não desperdice essa calamidade, agora é o momento de praticar mais claramente a Escritura. E demonstrar sua confiança nEle.

Acredite, se essa crise tem sido suficiente para abalar sua fé, para enfraquecê-la e deixar você alarmado, imagine quando a grande e terrível tempestade do juízo final de Deus vier, certamente você ruirá. Nesses dias de pandemia e crise econômica, e de outras naturezas, o que se requer de nós é fé em Cristo e a prática de suas palavras. Tudo o que cremos precisa ser trazido para o campo experimental da vida cristã. Agora é hora de mostrarmos quem realmente somos. É hora de expressarmos com devoção o que está na letra deste belo hino:

Resolutos, Senhor, e com zelo e fervor,Os teus passos queremos seguir!Teus preceitos guardar, o teu nome exaltar,Sempre a tua vontade cumprirCrer e observar tudo quanto ordenar!O fiel obedece ao que Cristo mandar!4

Solus ChristusLic. Paulo Ricardo Dias Ferreira

5) CÂNTICO: Crer e Observar - 110A HNC

6) ORAÇÃO

1. STOTT, JOHN. P. MENSAGEM DO SERMÃO DO MONTE: CONTRA CULTURA CRISTÃ. 3 ED. SÃO PAULO: ABU, 2008, P. 221

2. HENRY, MATTHEW. COMENTÁRIO BÍBLICO NOVO TESTAMENTO: MATEUS A JOÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2008, P. 90

3. IBIDEM

4. CRER E OBSERVAR – HNC 110 A