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Artigo Em primeiro de janeiro de 2013 se cumprem 10 anos desde a posse do go- verno Lula, que teve continuidade na sua reeleição em 2006 e na eleição da Dilma em 2010. Dessa maneira se completa uma década de governos que buscam superar os modelos centrados no mercado, no Estado mínimo, nas relações externas prioritariamente voltadas para os Estados Unidos e os países do centro do sistema. São governos que, para superar a pesada herança econômica, social e política recebida, priorizam, ao contrário, um modelo de desenvolvimento intrinse- camente articulado com políticas sociais redistributivas, colocando a ênfase nos direitos sociais e não nos mecanismos de mercado. Buscam o resgate do Estado como indutor do crescimento econômico e garantia dos direitos sociais de todos. Os resultados são evidentes. O Brasil, marcado por ser o País mais desigual do continente mais desigual do mundo, vive, pela primeira vez com a intensidade e extensão atuais, profundos processos de combate à pobreza, à miséria e à desigualdade, que já lograram transformar de maneira significativa a estrutura social do País, promovendo formas maciças de ascensão econômica e social, com acesso a direitos fundamentais, de dezenas de milhões de brasileiros. Dotando o Estado brasileiro de capacidade de ação, estamos podendo reagir aos efeitos recessivos da mais forte crise econômica internacional das últimas oito décadas, mantendo – mesmo se diminuído – o crescimento da econo- mia e estendendo, mesmo em situações econômicas adversas, as políticas sociais redistributivas. Por outro lado, políticas externas soberanas projetaram o Brasil como uma das lideranças emergentes em um mundo em crise de hegemonia, com iniciativas coletivas e solidárias, com propostas que apontam para um mundo multipolar, cen- trado em resoluções políticas pacíficas dos focos de conflitos e em formas de cooperação solidária para o desenvolvi- mento das regiões mais atrasadas. No entanto, esses governos recebem uma pesada herança de um passado recente de enormes retrocessos de todo tipo. O Brasil – assim como a América Latina – passou pela crise da dívida, que encerrou o mais longo ciclo de crescimento econômico da nossa história. Sofreu os efeitos da ditadura militar. Os governos neoliberais, de mais de uma década – de Collor a FHC – completaram esse proces- so regressivo do ponto de vista econômico, social e ideológico. Assim, Lula não retoma o processo de desenvolvimento econômico e social onde ele havia sido estancado, mas recebe uma herança que inclui não apenas uma profunda e prolongada recessão, mas um Estado desarticulado, uma economia pene- trada pelo capital estrangeiro, um mercado interno escancarado para o mercado internacional, uma sociedade fragmentada, com a maior parte dos trabalhadores sem contrato de trabalho. A década merece uma reflexão pro- funda e sistemática, que parta da herança recebida, analise os avanços realizados e projete as perspectivas, os problemas e o futuro do Brasil nesta década. Emir Sader – Sociólogo e cientista, mestre em filosofia política e doutor em ciência política pela USP Dez anos de governos pós-neoliberais no Brasil Audiência Pública na Assembleia Legislativa reforça luta por mais segurança Apesar de estar em plena expansão, com a abertura de 27 unidades em dois meses em todo o Nordeste, o BNB anda esquecendo-se de solucionar questões urgentes nas agências já existentes. No Ceará, o caos está configurado tanto na Capital, quanto no Interior. No último dia 18/12, o Sindicato denunciou a situação caótica da agência Centro e cobrou providências urgentes (pág. 6) Fotos: Drawlio Joca Poder legislativo, bancários e sociedade discutiram a aplicabilidade do Estatuto Municipal de Segurança (pág. 3) Situação das agências do BNB é caótica. Sindicato denuncia caos e cobra providências • Criminosos explodem caixa eletrônico do Bradesco na virada do ano. O primeiro ataque de 2013 aconteceu no Pecém (pág. 2) • Dia Nacional de Luta protesta contra demissões no Santander. Em todo o País, o banco demitiu 1.280 funcionários. No Ceará foram 14 dispensas (pág. 3) Em entrevista, presidente da Contraf-CUT faz balanço de 2012 e elenca principais perspectivas e bandeiras de luta para 2013 (pág. 4) Vitória dos trabalhadores: Governo aprova isenção da PLR até R$ 6 mil. A decisão foi fruto de intensa mobilização das centrais sindicais durante 2012 (pág. 5)

Dez anos de Assembleia Legislativa reforça luta por … · Estado desarticulado, uma economia pene-trada pelo capital estrangeiro, um mercado interno escancarado para o mercado internacional,

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Artigo

Em primeiro de janeiro de 2013 se cumprem 10 anos desde a posse do go-verno Lula, que teve continuidade na sua reeleição em 2006 e na eleição da Dilma em 2010. Dessa maneira se completa uma década de governos que buscam superar os modelos centrados no mercado, no Estado mínimo, nas relações externas prioritariamente voltadas para os Estados Unidos e os países do centro do sistema.

São governos que, para superar a pesada herança econômica, social e política recebida, priorizam, ao contrário, um modelo de desenvolvimento intrinse-camente articulado com políticas sociais redistributivas, colocando a ênfase nos direitos sociais e não nos mecanismos de mercado. Buscam o resgate do Estado como indutor do crescimento econômico e garantia dos direitos sociais de todos.

Os resultados são evidentes. O Brasil, marcado por ser o País mais desigual do continente mais desigual do mundo, vive, pela primeira vez com a intensidade e extensão atuais, profundos processos de combate à pobreza, à miséria e à desigualdade, que já lograram transformar de maneira signifi cativa a estrutura social do País, promovendo formas maciças de ascensão econômica e social, com acesso a direitos fundamentais, de dezenas de milhões de brasileiros.

Dotando o Estado brasileiro de capacidade de ação, estamos podendo reagir aos efeitos recessivos da mais forte crise econômica internacional das últimas oito décadas, mantendo – mesmo se diminuído – o crescimento da econo-mia e estendendo, mesmo em situações econômicas adversas, as políticas sociais redistributivas.

Por outro lado, políticas externas soberanas projetaram o Brasil como uma das lideranças emergentes em um mundo em crise de hegemonia, com iniciativas coletivas e solidárias, com propostas que apontam para um mundo multipolar, cen-trado em resoluções políticas pacífi cas dos focos de confl itos e em formas de cooperação solidária para o desenvolvi-mento das regiões mais atrasadas.

No entanto, esses governos recebem uma pesada herança de um passado recente de enormes retrocessos de todo tipo. O Brasil – assim como a América Latina – passou pela crise da dívida, que encerrou o mais longo ciclo de crescimento econômico da nossa história. Sofreu os efeitos da ditadura militar. Os governos neoliberais, de mais de uma década – de Collor a FHC – completaram esse proces-so regressivo do ponto de vista econômico, social e ideológico.

Assim, Lula não retoma o processo de desenvolvimento econômico e social onde ele havia sido estancado, mas recebe uma herança que inclui não apenas uma profunda e prolongada recessão, mas um Estado desarticulado, uma economia pene-trada pelo capital estrangeiro, um mercado interno escancarado para o mercado internacional, uma sociedade fragmentada, com a maior parte dos trabalhadores sem contrato de trabalho.

A década merece uma refl exão pro-funda e sistemática, que parta da herança recebida, analise os avanços realizados e projete as perspectivas, os problemas e o futuro do Brasil nesta década.

Emir Sader – Sociólogo e cientista, mestre em fi losofi a política e doutor em ciência política pela USP

Dez anos de governos

pós-neoliberais no Brasil

Audiência Pública na Assembleia Legislativa reforça

luta por mais segurança

Apesar de estar em plena expansão, com a abertura de 27 unidades em dois meses em

todo o Nordeste, o BNB anda esquecendo-se de solucionar questões urgentes nas agências já existentes. No Ceará, o caos está confi gurado

tanto na Capital, quanto no Interior. No último dia 18/12, o Sindicato denunciou a situação caótica

da agência Centro e cobrou providências urgentes (pág. 6)

Fotos: Drawlio Joca

Poder legislativo, bancários e sociedade discutiram a aplicabilidade do Estatuto Municipal de Segurança (pág. 3)

Situação das agências do BNB é caótica. Sindicato denuncia caos e

cobra providências

• Criminosos explodem caixa eletrônico do Bradesco na virada do ano. O primeiro ataque de 2013 aconteceu no Pecém(pág. 2)

• Dia Nacional de Luta protesta contra demissões no Santander. Em todo o País, o banco demitiu 1.280 funcionários. No Ceará foram 14 dispensas (pág. 3)

• Em entrevista, presidente da Contraf-CUT faz balanço de 2012 e elenca principais perspectivas e bandeiras de luta para 2013 (pág. 4)

• Vitória dos trabalhadores: Governo aprova isenção da PLR até R$ 6 mil. A decisão foi fruto de intensa mobilização das centrais sindicais durante 2012 (pág. 5)

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. 2 Dica de Saúde

Home Page: www.bancariosce.org.br – Endereço Eletrônico: [email protected] – Telefone geral : (85) 3252 4266 – Fax: (85) 3226 9194Tribuna Bancária: [email protected] – (85) 3231 4500 – Fax: (85) 3253 3996 – Rua 24 de Maio, 1289 - 60020.001 – Fortaleza – Ceará

Presidente: Carlos Eduardo Bezerra – Diretor de Imprensa: Marcos Aurélio Saraiva Holanda – Jornalista Resp: Lucia Estrela CE00580JP – Repórter: Sandra Jacinto CE01683JPEstagiária: Cinara Sá – Diagramação: Normando Ribeiro CE00043DG – Impressão: Expressão Gráfi ca – Tiragem: 11.500 exemplares

DICA CULTURAL

Cuidados com a saúde durante as férias

Fortaleza ganha parque de arvorismo com entrada gratuita

Principais cuidados para evitar acidentes com ani-mais peçonhentos terrestres

• Em locais ou situações de risco de acidente por animais pe-çonhentos, como matas, trilhas, atividades de lazer, áreas com acúmulo de lixo, serviços de jar-dinagem, atividades de limpeza, deslocamentos de móveis, entre outros, utilizar sempre equipa-mentos de proteção individual, como luvas de couro, botas de cano alto e perneiras;

• Se encontrar animais pe-çonhentos em qualquer situação, afaste-se com cuidado, evite assustar ou tocar os animais, mesmo que pareçam mortos, e procure a autoridade local para providências.

Como evitar acidentes por animais aquáticos

• Em locais rochosos ou com pedras soltas, caminhe sempre com os pés protegidos por um calçado firme de solado antider-rapante (tênis ou sapatilha). Fi-que longe das áreas com grandes populações de ouriços-do-mar, pois estes são responsáveis pela maior parte dos acidentes en-volvendo organismos marinhos;

• Evite colocar as mãos desprotegidas em tocas ou sob rochas;

• Evite banhos em praias onde aconteceram acidentes re-centes por águas vivas e caravelas.

FÉRIAS. VERÃO. ESSES SÃO INGREDIENTES ATRATIVOS PARA O AUMENTO NO NÚMERO DE ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS EM RELAÇÃO AOS DEMAIS MESES DO ANO. EM FORTALEZA, EXISTE

UM SERVIÇO QUE ATENDE OS CASOS DE ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS. É O CEATOX (CENTRO DE ASSISTÊNCIA TOXICOLÓGICA) QUE FUNCIONA NO HOSPITAL INSTITUTO DR. JOSÉ

FROTA (IJF), COM PLANTÃO DE 24HS, INTERLIGADO À REDE NACIONAL DE CENTROS DE INFORMAÇÃO E ASSISTÊNCIA TOXICOLÓGICA (RENACIAT).

Escorpiões. No estado do Ceará, a espécie peçonhenta encontrada é a T. stigmurus, mede aproximadamente 6 a 7cm, de coloração amarela, com listra marrom no dorso e triângulo marrom na cabeça.

Sintomas: na grande maio-ria, dor local de leve a intensa, com formigamento e dormência.

Sinais Sistêmicos: náu-seas, vômitos, dor abdominal, sialorréia, diarréia, arritimia cardíaca, hipo ou hipertensão arterial, insufi ciência cardíaca congestiva, sonolência, convulsão, edema agudo de pulmão, coma.

Tratamento: lavar bem o local com água e sabão, fazer compressa de gelo, e ligar para o CEATOX/IJF.

EXEMPLOS DE ANIMAIS PEÇONHENTOS

Água Viva, Caravela e Me-dusa: quando em contato com a pele do homem causa ardência, dor local intensa com pontadas, eritema, edema, prurido, placas e pápulas, bo-lhas, náuseas, vômitos, febre. Lavar o local com água do mar ou com soro fi siológico, compressa de vinagre por 30min. Procurar orientação médica.

O que fazer em caso de acidentes

• Procurar atendimento mé-dico imediatamente;

• Se possível, lavar o local da picada com água e sabão, e manter a vítima em repouso até a chegada ao pronto socorro;

• Não amarrar o membro

acidentado e não sugar ou aplicar qualquer tipo de substância (pó de café, álcool, entre outros) no local da picada;

• Informar ao profissional de saúde o máximo possível de características sobre o animal, como tipo de animal, cor, tama-nho, entre outras.

ServiçoCEATOX funciona no Hospital Instituto Dr. José Frota (IJF)Endereço: Rua Barão do Rio Branco, 1816 – CentroTelefones: 3255.5050 / 3255.5012 e-mail: [email protected]/index.php/ceatox

ECONOMIA

Os amantes da natureza e dos esportes de aventura já têm moti-vos para comemorar. Isso porque o Parque de Arvorismo do Cocó já foi inaugurado em dezembro, no Centro de Referência Ambiental do Parque do Cocó, próximo ao anfi teatro. O parque vai funcionar todos os dias da semana, das 8h às 12h e das 13h às 17h, exceto em dias de manutenção.

O projeto conta com as se-guintes atrações: tirolesa, ponte de tambor, ponte nepalesa, falsa baiana, ponte de três cordas, pran-cha de toco, rede de teia, ponte de troncos, desafi adora, rapel e muro de escalada, em um percurso de 288 m de extensão.

O projeto de Arvorismo do Parque do Cocó é um convênio entre a Secretaria do Esporte do Estado (Sesporte), Conselho de Políticas e Gestão do Meio Am-biente (Conpam) e Associação de Esportes Radicais Atletas da Luz. O investimento total para a implanta-ção e operacionalização do parque foi de R$ 326.476,50.

Sobre o arvorismo – O ar-vorismo é uma prática esportiva de aventura, que consiste na tra-

vessia de um percurso suspenso entre plataformas montadas nas copas das árvores. Este trajeto é preparado de maneira estratégica, utilizando cabos de aço e cordas, criando possibilidades de desafi o e a adrenalina nos praticantes.

O que fazer para parti-cipar – Caso queira conhecer o parque de segunda a sexta-feira, é necessário agendamento. Somente instituições e escolas podem participar durante a se-mana – com grupos de 10 a 20 pessoas. Nos sábados, domingos e feriados, não é preciso marcar horário e qualquer pessoa pode participar. Aqueles que tiverem idade acima de 18 anos precisam levar identidade e assinar termo de reconhecimento de risco; os menores de idade devem ir acompanhados dos pais.

Serviço:Para agendar as visitas guia-

das aos projetos existentes no Par-que do Cocó, em Fortaleza, basta entrar em contato com a gerência do parque: (85) 3101 5550 ou pelo e-mail: [email protected].

Em 2013, trabalhador com salário de até R$ 1.710,78 não pagará IR

INSEGURANÇA

Um posto avançado do Bradesco foi alvo da ação de criminosos nos primeiros minutos do ano. A ação ocorreu no distrito de Pecém, muni-cípio de São Gonçalo do Amarante, a 60 quilômetros de Fortaleza. Foi o primeiro ataque contra bancos do Estado em 2013.

De acordo com a Polícia Militar, pelo menos dois homens usaram dinamites para tentar tirar dinheiro dos caixas. Um dos equipamentos ficou totalmente destruído. O teto cedeu com o impacto da explosão. Apesar dos prejuízos, os criminosos não conseguiram levar dinheiro dos caixas, de acordo com o cabo Lourival Filho, do 9º Batalhão da Polícia Militar, de Itapipoca.

Os homens aproveitaram o ruído dos fogos de artifício para explodir a agência, segundo a Po-lícia Militar. No momento do crime, a maior parte dos moradores estava na praça principal da cidade ou na praia, celebrando o Réveillon. Poucos presenciaram o crime. O posto avançado onde ocorreu a

Primeiro ataque a banco de 2013 aconteceu no Pecém

tentativa de furto fi ca na rua São Luiz Gonzaga, onde estão dois outros postos, do Banco do Brasil e do Santander. Todos já sofreram ação de criminosos, segundo os moradores que conversaram com a reportagem.

Em 2012, ocorreram 73 ações contra bancos e caixas eletrônicos no Estado, segundo levantamento feito pelo Sindicato dos Bancários do Ceará. Dezesseis ataques foram realizados com o uso de explosi-vos. A última ação criminosa do ano passado ocorreu em um caixa eletrônico do Bradesco, localizado no bairro José Walter, na Capital.

Em 2013, o trabalhador com carteira assinada que ganhar até R$ 1.710,78 por mês fi cará isento de pagar Imposto de Renda (IR). Atualmente é isento quem recebe até R$ 1.637,11 mensais. A correção anual de 4,5% na tabela do IR foi estabelecida em 2011 por meio de uma MP (Medida Provisória) com validade até 2014, após negocia-ção entre o governo e as centrais sindicas.

Quem ganhar de R$ 1.710,79 a R$ 2.563,91 entra na alíquota de 7,5%, com parcela a deduzir de R$ 128,31. De R$ 2.563,92 a R$ 3.418,59, a dedução é de R$ 320,60. Os trabalhadores com ganhos men-sais de R$ 3.418,60 a R$ 4.271,59 terão dedução de R$ 577,00. E para ganhos acima de R$ 4.271,59, a de-dução será de R$ 790,58. Também infl uenciam no cálculo do salário líquido do trabalhador as deduções da contribuição à Previdência Social e por dependentes.

O descon-to por depen-dente, atual-mente de R$ 164,56, com o reajuste de 4,5% passará a ser de R$ 171,97. As con-tribuições do empregado ao INSS variam de 8% a 11%, conforme a fai-xa salarial.

A partir de janeiro, com o au-mento de 9% previsto para o salário mínimo, o valor do teto da Previdência Social subirá de R$ 3.916,20 para R$ 4.268,66 – a parcela máxima, portanto, 11% desse valor, será de R$ 469,55. A tabela do IR retido na fonte (IRRF) tem faixas diferentes para assegurar a chamada progres-sividade ao IR – quem ganha menos não paga ou paga pouco em relação

aos salários mais altos. De 1996 a 2002, a tabela fi cou

congelada. Com isso, quando os salários tinham reajuste, parte do aumento era corroída pelo IR. Isso fez com que a correção da tabela fosse incorporada às reivindicações das centrais sindicais ao governo federal desde o primeiro mandato de Lula – no mesmo processo de negociação em que se discutia a valorização do salário mínimo.

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. 3Pelo Cumprimento

Fotos: Drawlio Joca

NATAL DE DEMISSÕES

Os ban-cár ios do Ceará rea-lizaram no dia 18/12, um protesto como parte do dia nacio-nal de luta contra as demissões em massa no Santan-der. Os tra-balhadores paralisaram durante todo o dia a agên-cia da Praça do Ferreira, no Centro de Fortale-za. A luta é contra a falta de respeito do banco com os bra-sileiros de-mitidos às vésperas do Natal, mesmo o Brasil sendo res-ponsável por 26% do lucro mundial do banco espanhol, de janeiro a setembro deste ano.

Em todo o País, o banco demitiu 1.280 empregados somente nos pri-meiros dias de dezembro. No Ceará, foram 14 dispensas em menos de um mês; 11 entre os dias 3 e 5/12. De acordo com o diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE) e funcionário do Santander, Eugênio Silva, as demissões possuem perfi l: bancários oriundos de outros bancos, bancários com mais de 10 ou 20 anos de casa (ou seja, já próximos da apo-sentadoria), portadores de doenças ocupacionais ou de necessidades especiais.

“Essas demissões são injustas e discriminatórias. Nenhuma em-presa pode demitir uma leva tão grande de trabalhadores sem ter uma justifi cativa plausível. Só há um motivo para a empresa demitir tantos trabalhadores: prejuízo. Mas não é o caso. Esse banco não teve prejuízo. Até setembro deste ano, ele lucrou quase R$ 5 bilhões, so-mente no Brasil. Se não fossem as ações dos sindicatos dos bancários do País inteiro seriam mais demis-sões”, afi rma Eugênio.

De acordo com levantamento feito pela Contraf/CUT, que recebeu

Bancários paralisam agência do Santander em Fortaleza

Estatuto de Segurança Bancária é tema de audiência

na Assembleia Legislativa

números de vários sindicatos por todo o País, vários desligados são gerentes e, portanto, com maiores salários, mostrando que o objetivo das demissões também é continuar praticando rotatividade. “Esse é o presente que o Santander está oferecendo ao seu quadro de fun-cionários. Além das demissões, instala-se um processo de inse-gurança e instabilidade emocional dentro das agências. O banco demitiu esses, mas pode demitir muito mais. Em pleno dezembro, quando se evoca alegria, paz e solidariedade”, destaca Alex Citó também diretor do Sindicato.

Durante a manifestação, foi entregue aos clientes e usuários do Santander uma carta aberta que denuncia a prática desumana da direção do banco e pede apoio à população. “É só no Brasil que o Santander demite. Nem na Espa-nha, que está numa crise profunda, há demissões. Por que o banco espanhol usa o Brasil para tirar sua maior fatia de lucros e deixa aqui milhares de mães e pais de família desempregados? Por isso os sindi-catos de bancários de todo o País estão protestando. Exigimos o fi m das demissões e mais contratações”, diz um trecho da carta.

No dia 14/12, foi d e b a t i d o em audiên-cia pública da Comis-são de Di-reitos Hu-manos da Assembleia Legislativa do Ceará o Estatuto da Segurança Bancária e sua aplica-bilidade em Fortaleza. Concebido através de uma inicia-tiva do Sin-dicato dos Bancários do Ceará, o Estatuto prevê a execução de medidas para aumentar a segu-rança das agências bancárias de Fortaleza, penalizando aquelas que não cumpram o que é estabelecido.

Dentre as ações, a proibição da utilização de capacetes e acessó-rios que atrapalhem a identifi cação da pessoa no interior das agências, uso de aparelhos celulares, portas giratórias de segurança e a presen-ça de biombos nos caixas.

Responsável pelo debate, o de-putado Antonio Carlos (PT) avaliou o cumprimento do Estatuto como uma garantia de segurança que os bancos passam aos seus clientes. “Com o lucro anual dos bancos, sabemos que são possíveis as adaptações destas agências. E contamos com a participação da sociedade informando sobre quais agências não estão cumprindo com as normas, para que estas sejam notifi cadas”, declarou o petista.

O vereador de Fortaleza e presidente da Câmara Municipal, Acrísio Sena (PT), afi rmou que as agências que cumprem o Estatuto conseguiram reduzir as ações cri-minosas. “São investimentos como esses que estão garantindo a vida das pessoas dentro das agências. Aqueles que não tomaram as medidas necessárias continuam tendo problemas com a segurança, muitas vezes com seus funcioná-rios sendo vítimas fatais desses crimes”, ressaltou Acrísio.

Representando a Procuradoria de Justiça, o promotor Antônio Carlos Azevedo salientou que, no caso do Estatuto, o município pode sim legislar, apesar de muitos re-presentantes dos bancos estarem contestando isso. Segundo ele, a Polícia Federal está ao lado do município, agindo de acordo com o que o Estatuto prevê.

Representantes do Banco do Brasil e Bradesco estiveram presentes no debate e afi rmaram que as medidas em relação aos pontos mais importantes do Esta-tuto estão sendo cumpridas, mas a execução de algumas delas se tornam impossíveis.

“Em 2012 nós registramos no Ceará um total de 117 ataques contra bancos, desses 51 foram em Fortaleza. O crescimento desses índices só ratifi ca a importância

de se tomar medidas urgentes e concretas para oferecer mais se-gurança a clientes e usuários de bancos. E o setor fi nanceiro, que é um dos que mais lucra no País, tem total condições de investir mais em segurança. No caso de Fortaleza então, não é mais uma simples questão de consciência e sim, de cumprimento da lei que aí está”, analisou o presidente do

Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra.

Ao fi nal da audiência, o depu-tado Antonio Carlos informou que apresentará um projeto de lei de segurança bancária para todo o Estado, englobando leis já esta-belecidas e pontos do Estatuto, visando a segurança bancária de agências, não só da Capital, como também das cidades do Interior.

Em nota divulgada pela Caixa Econômica Federal aos empregados, o prazo de adesão ao Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA/2012) fi ca prorrogado até o dia 31 de janeiro de 2013. O prazo de desligamento também foi prorrogado, sendo alte-rado para 28 de fevereiro de 2013. A data de desligamento deverá ocorrer entre 2 de janeiro de 2013 e 28 de fevereiro de 2013.

Entre os benefícios oferecidos pelo PAA 2012 está o apoio fi nanceiro à aposentadoria, a ser pago em par-cela única e isenta de Imposto de Ren-da, equivalente a cinco remunerações base do empregado. A referência é a remuneração recebida no último dia 20 de outubro. Outro benefício é a manutenção do Saúde Caixa.

Para aderir ao PAA 2012, o empregado deve ter, no mínimo, 15 anos de efetivo exercício no contrato vigente; estar aposentado pelo Órgão Ofi cial de Previdência ou aposentar-se até 30 de junho de 2013 e estar, até o dia 31 de janeiro de 2013, com idade mínima de 48 anos. Todas as condições exigidas para adesão ao PAA devem estar plenamente aten-didas até o prazo fi nal de inscrição: 31 de janeiro de 2013.

Assim, para aderir ao PAA, o empregado deve manifestar interes-se no Portal do Empregado. Outras informações sobre o PAA podem ser obtidas junto à CEATI por meio dos endereços eletrônicos http://siate.caixa ou http://ceationline.caixa ou ainda pelo telefone 0800 721 2222.

CAIXA

Prorrogado período de adesão e de desligamento do Plano de Apoio à

Aposentadoria

Entrevista

Trabalhadores precisam fazer disputa com conservadores,

diz Contraf-CUT

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Que balanço você faz do ano de 2012?

Carlos Cordeiro – Foi bastante positivo. O êxito na verdade teve início em 2011, quando sofremos uma pressão muito grande dos banqueiros, da mídia e do governo para não ter aumento real de salá-rio, porque traria infl ação. Fizemos o enfrentamento, junto com outras categorias, e conquistamos ganho real de salário pelo oitavo ano seguido. E em 2012 não tivemos um aumento de infl ação, como eles ameaçavam, e tivemos novo ganho real.

Nos últimos nove anos, con-quistamos 16% de aumento real em todos os salários e 36% de ganho real no piso. Podemos dizer que é uma política permanente e cons-tante de aumento real de salário e valorização do piso. E isso ocorre no momento em que comemoramos os 20 anos da nossa Convenção Coletiva de Trabalho, que é hoje uma referência para todos os traba-lhadores brasileiros. Não tem maior inclusão social do que distribuição de renda via aumento de salário. Embora ainda em uma velocidade lenta, é uma mudança, porque antigamente tínhamos perdas e neste último período conseguimos reverter, o que é fundamental para reduzir a desigualdade no País. O aumento real deste ano vem coroar esta política correta, que começa lá atrás com a Convenção Coletiva.

Os avanços na parte eco-nômica foram o ganho mais importante?

Carlos Cordeiro – Não. Tão ou mais importante que as conquistas econômicas são os avanços sociais no último período. Em 2012, por exemplo, tivemos grande avanço no tema da segurança bancária. No ano passado tivemos 49 mortes em assaltos envolvendo bancos e no primeiro semestre de 2012 foram 27 homicídios, o que nos obriga a buscar uma solução. Con-seguimos manter uma dinâmica de negociação sobre segurança com a Fenaban que aponta para um projeto-piloto, embora ainda com algumas fragilidades, que contempla antigas reivindicações como porta giratória com detector de metal e biombos em frente aos caixas. Abrimos um canal de ne-

gociação onde vamos poder testar essa política de segurança, fazer uma avaliação do que funcionou ou não funcionou, com o objetivo de implantar um projeto nacional

.O que mais você destacaria

da campanha nacional de 2012?Carlos Cordeiro – Na questão

do emprego, tivemos avanços na Caixa, com a contratação de mais de 5 mil bancários em 2012 e com a conquista de uma cláusula no acordo coletivo que garante mais 7 mil contratações em 2013. Isso é importante na disputa que estamos travando com os bancos privados, particularmente Santander e Itaú. O banco espanhol, que obtém aqui 26% do lucro mundial, demitiu 1.280 trabalhadores na véspera do Natal, desrespeitando o Brasil e os brasileiros. Já o Itaú, apesar do maior lucro do sistema fi nanceiro nacional, cortou mais de 7 mil pos-tos de trabalho nos primeiros nove meses do ano, mostrando que não está gerando empregos para con-tribuir com o desenvolvimento do País. Além disso, eles abusaram da rotatividade, essa jabuticaba para reduzir custos e turbinar lucros, além de pagarem bônus milionários para os altos executivos.

Conquistamos ainda novas cláusulas sobre saúde do tra-balhador e no tema igualdade de oportunidades também teve avanço. Conseguimos arrancar da Fenaban a realização de um novo censo, que vai permitir fazer uma refl exão aberta, pública em relação às políticas que os bancos vêm adotando a partir do Mapa da Diversidade, e saber se surtiram efeito ou não. Hoje temos clareza que não surtiram efeito, mas o novo censo, embora não seja instrumen-to que acabe a discriminação, é um meio importante para discutirmos em cima de fatos concretos com a Fenaban sobre políticas para aca-bar com as discriminações. Isso é uma luta, é um processo e o censo é mais um passo nessa direção.

Você destacaria algo no cam-po da organização da categoria?

Carlos Cordeiro – A grande conquista que temos é a unidade dos bancários de todo o País. Não só na campanha deste ano, mas do último período, evidenciando que,

quanto maior a unidade dos ban-cários, maiores são as conquistas. E isso aponta para o futuro. Se de fato queremos enfrentar os bancos e melhorar as condições de trabalho e remuneração dos bancários, vai depender no nosso grau de unidade. Não só unidade entre trabalhadores dos bancos públicos e privados, mas também unidade interna do movimento sindical bancário.

E quais os desafi os que você enxerga para 2013?

Carlos Cordeiro – O projeto político eleito pelo povo brasileiro vem sendo atacado constantemen-te pela direita organizada neste País, comandada pelos grandes meios de comunicação. E isso nos leva a uma disputa que está colocada na sociedade hoje. Nós do movimento sindical, que somos a referência dos trabalhadores, pre-cisamos entrar nesta disputa mais fortalecidos ainda, organizados e articulados. É importante também pautar a discussão dos temas que interessam aos trabalhadores e à sociedade. A reforma tributária é um deles. Que reforma tributária os trabalhadores querem? E dentro dela qual o papel do Estado, quem vai fi nanciar o Estado, quais as po-líticas públicas, as políticas sociais?

O 3º Congresso da Contraf-CUT, em abril de 2012, apontou mais temas prioritários para os trabalhadores na discussão com a sociedade?

Carlos Cordeiro – Sim. Ou-tro tema importante é a reforma política, que há décadas está na ordem do dia, mas cuja discussão não avança porque é travada pelas forças conservadoras. Qual a refor-ma política que queremos? Como devem ser o Congresso Nacional, as assembleias legislativas e as câmaras de vereadores para que de fato representem os trabalha-dores e não o poder econômico, como hoje, que coloca lá seus representantes com campanhas milionárias? Precisamos discutir o fi nanciamento público das campa-nhas políticas.

E sobre o sistema fi nanceiro?Carlos Cordeiro – A reforma do

sistema fi nanceiro é absolutamente prioritária. Por isso, nós precisamos

cada vez mais de uma conferência nacional sobre o sistema fi nanceiro. Como o governo ignorou as várias solicitações que fizemos para realizá-la, cabe aos trabalhadores e outros representantes da sociedade concretizá-la. É muito importante discutir não apenas o papel dos bancos e do crédito, mas acima de tudo o que a sociedade quer de um sistema fi nanceiro, para onde estará direcionado, quem vai ser atendido, a questão da universalização dos serviços bancários, a redução dos juros e das tarifas e, acima de tudo, com fi scalização efi ciente e punição exemplar quando houver falcatruas.

Há outros temas que ganham relevância cada vez maior, como por exemplo o do marco regula-tório da mídia.

Carlos Cordeiro – Acho que precisamos discutir urgentemente uma regulamentação da mídia. O marco regulatório das comuni-cações no Brasil é de 1962, de uma época que não havia sequer televisão a cores, quanto mais TV a cabo e internet. A Argentina está fazendo essa discussão, com um projeto que tem recebido elogios das Nações Unidas. A Inglaterra está punindo os excessos e cri-mes cometidos pelos jornais do Rupert Murdoch. Na Europa e nos Estados Unidos há limite para que um mesmo grupo empresarial acumule propriedades cruzadas de meios de comunicação, de forma a impedir o oligopólio e incentivar a diversidade de propriedade de meios de comunicação e, em última instância, a liberdade de expressão e a pluralidade de opiniões.

As reformas tributária e políti-ca, a regulamentação do sistema fi nanceiro e o marco regulatório das comunicações são temas que a sociedade, e especialmente os trabalhadores, precisam fi car a par deles. E para isso o movimento sindical precisa estar preparado, conhecer esses temas e se es-pecializar neles para promover a discussão, fazer o debate e dialogar com os trabalhadores. Temos que ter posição a respeito desses temas e, mais do que isso, fazer a disputa na sociedade, sendo a referência dos trabalhadores, porque hoje os empresários acabam sendo a grande referência.

E quais são os desafi os no campo sindical?

Carlos Cordeiro – Do ponto de vista corporativo, o grande de-safi o hoje colocado é o emprego. Temos de criar condições para grandes mobilizações em defe-sa do emprego, porque banco e governo é como feijão: só com pressão. É importante negociar, estabelecer as mesas de nego-ciação, mas negociação sem mobilização é frágil. E isso passa por ampliar nosso diálogo com os trabalhadores, para estarem mais presentes nesses processos de negociação, participando das mobilizações.

É possível dar um salto de qualidade no debate do emprego. Não podemos fi car atrás do debate que há em outros países, que têm empregos estáveis, sem rotativi-dade. Esse é, sem dúvida, hoje o maior desafi o que a categoria bancária tem. É preciso acabar com a demissão imotivada, com a terceirização, com a precarização, com o trabalho indecente, com os projetos de correspondentes bancários.

Os outros dois desafi os corpo-rativos são o da remuneração e das condições de trabalho. É preciso inverter essa lógica de remunera-ção variável x remuneração fi xa. Temos que lutar por uma remune-ração decente, fi xa, e que tenha impacto em toda a vida laboral, especialmente na aposentadoria do trabalhador. Essa é uma mudança que vai depender de muito debate com os trabalhadores e muito enfrentamento com os bancos e com o governo. E, claro, da nossa unidade e mobilização.

Por fi m, qual é a sua mensa-gem de ano novo para bancários e bancárias de todo Brasil?

Carlos Cordeiro – Quero desejar um maravilhoso ano novo para toda a categoria e seus amigos e familiares, repleto de muitos so-nhos, esperanças, lutas, conquistas e realizações. Que as luzes do Natal nos acompanhem e iluminem os nossos caminhos ao longo de 2013. E que tenhamos muita paz, que só existe com emprego, me-lhores salários e condições de trabalho, respeito, valorização, justiça social e dignidade.

Apesar de ter provocado a crise econômica, que desde 2008 fechou mais de 30 milhões de postos de trabalho em todo o mundo e na Europa estar destruindo o Estado de bem-estar social construído em quase um século de lutas dos trabalhadores, o neoliberalismo perdeu o pudor e volta a dominar todos os espaços na grande mídia nacional.

Em nome do deus mercado, os neoliberais, cujo quartel-general se esconde nas entranhas no sistema fi nanceiro, combatem a política de queda de juros e spread do governo federal, rebelam-se contra a redução das tarifas de eletricidade e contra as intervenções do Estado para regular áreas estratégicas da economia. Demonizam as políticas sociais e amplifi cam a campanha visando criminalizar a ação política dos que os combatem, especialmente dirigentes políticos do Partido dos Trabalhadores.

Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, que acaba de ser reconduzido à presidência da UNI Américas Finanças, defende que é desafi o do movimento sindical sair do corporativismo e fazer esse enfrentamento com os neoliberais e com os conservadores, que têm hoje a hegemonia nos grandes veículos de comunicação. Nesta entrevista exclusiva, concedida na véspera do ano novo, Carlos Cordeiro faz também um balanço da campanha nacional dos bancários de 2012 e aponta os desafi os para o futuro.

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Foto: Sec. de Imprensa – SEEB/CE

Afastamentos por doença já superam 13%

Sindicato ajuíza mais ações e banco é intimado a depositar créditos

Na noite do dia 27/12, o Sindicato dos Bancários do Ceará se reu-niu, na sede da entidade, com funcionários do Banco do Bra-sil incluídos na Plataforma de Suporte Ope-racional (PSO). Na ocasião, fo-ram debatidas formas de pres-sionar o banco a solucionar os inúmeros pro-blemas causa-dos pela Plataforma.

A extrapolação da jornada foi uma das principais recla-mações. Os relatos são graves: foi apontada uma média de três horas a mais na jornada sem o intervalo de uma hora para al-moço previsto em lei. “O simples fato das horas extras já sinaliza a carência de funcionários. Uma medida simples e rápida é o aumento de funcionários nos caixas. No Ceará, o banco diminuiu o número de traba-lhadores, gerando sobrecarga de trabalho”, destaca o diretor José Eduardo Marinho.

Mais denúncias – Foi de-nunciado também que os caixas não estão exercendo o direito de descanso de 10 minutos para cada 50 minutos de trabalho con-tínuo, assegurado pelo Acordo Coletivo de Trabalho 2012/2013. Por conta da sobrecarga de ser-viço, a média de ausências por saúde chega a 18 ao mês, de um total de 135 caixas. “Em um cenário onde o quadro de fun-cionários já é insuficiente, esse percentual de 13% de ausências é insustentável. Esses números ten-dem a aumentar porque o sistema não funciona e os funcionários estão realmente adoecendo”, alerta Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato.

As reclamações sobre os “rodízios malucos”, que deixam os funcionários sem um local de trabalho fixo, também foram reforçadas. Há relatos de um funcionário que se deslocou por 18 agências em seis meses e de outro que, em apenas um dia, abriu três caixas em locais diferentes. “Imagina você não saber qual é seu local de trabalho? Isso interfere, de forma negativa, na rotina pessoal e profissional do indivíduo”, diz José Eduar-do, acrescentando que existem problemas também quanto ao mobiliário dos caixas, que muitas vezes encontra-se com os guichês quebrados, sem gaveta e sem tranca. “Isso evidencia ainda mais o modelo falido e precário do PSO”, completa.

Mais reclamações – Ou-tro absurdo implantado pela Plataforma é a padronização do tempo de atendimento em menos de dois minutos. “Esse tempo máximo é inviável diante das diferentes demandas. Isso prejudica o trabalho dos funcio-nários, precariza o atendimento e ainda expõe os funcionários a falhas e fraudes. Há registros de que determinados caixas atin-gem uma média de atendimento de 20 segundos. Um indício de fraude gigantesco. Além disso, existem denúncias de que o cliente não pode conferir o di-nheiro na hora, durante o aten-dimento”, afirma José Eduardo. As queixas dão conta ainda de que existe pressão para que os bancários não utilizem direitos como férias e abonos.

A lista crescente de recla-mações desde a implantação da Plataforma fez com que o Sindicato denunciasse diversas vezes o caos em que a rotina dos funcionários se transformou por conta da PSO. Uma unani-midade negativa, constatou o Sindicato. “O banco, mais uma vez, age como um ‘fora da lei’. Não cumpre a CLT, não cumpre o Acordo Coletivo, não cumpre a Lei dos 15 minutos. A preo-cupação do banco é mandar o cliente embora o mais rápido possível. Não importa se o serviço foi bem feito ou se o atendimento foi bom”, denun-cia o diretor Gustavo Tabatinga.

“O BB precisa reconhecer que esse modelo de atendimen-to é insustentável. Como isso não está acontecendo, vamos acionar o Ministério Público do Trabalho para garantir que a ordem seja restabelecida no cotidiano desses bancários, com melhores condições de traba-lho e um bom atendimento ao cliente. Os responsáveis pelo PSO não conseguem solucionar os problemas porque a Dinop perdeu o rumo, não sabe o que fazer”, afirma Carlos Eduar-do, alertando a importância do bancário não mascarar o desempenho no atendimento

nos caixas.O Sindicato alerta que a

maior proteção do trabalhador, nessas situações, é o cumpri-mento fiel das normas do banco e não das orientações que estão sendo dadas fora da norma. A entidade exige soluções urgen-tes e o cumprimento das rei-vindicações quanto a garantir local de trabalho permanente, carreira para os caixas, fim da lateralidade, pagamento de substituição e aumento do efetivo. Todas as denúncias serão repassadas oficialmente à Contraf e à Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil. A intenção é tornar esta pauta item priori-tário na próxima negociação com o BB.

Entenda – O modelo PSO centraliza os caixas executivos e gerentes de serviço em uma do-tação única por região abrangida, acabando com o vínculo desses funcionários com uma agência específica e permitindo o sur-gimento dos chamados “caixas flutuantes”, que podem atuar em qualquer unidade circunscrita naquela PSO.

O Banco do Brasil iniciou a implantação das PSO em 89 municípios que tenham mais de cinco agências, num total de 101 plataformas, abrangendo mais de 1.500 agências. No Ceará, a Plataforma atinge 61 subordina-dos, todos em Fortaleza, sendo 37 agências e 24 PABS.

Em julho deste ano, o Sindi-cato se reuniu com os gerentes da PSO para apresentar todos os problemas que chegaram ao conhecimento da entidade. Os diretores sindicais exigiram que as dotações da PSO fos-sem revistas e aumentadas. Os representantes do BB, por sua vez, garantiram realizar ajustes e se comprometeram a facilitar a locomoção dos gerentes de serviços, distribuindo-os em locais próximos as suas residên-cias. O compromisso, porém, não está sendo cumprido e os problemas persistem.

Agora são oito lotes de ações já protocolados pelo Sindicato dos Bancários do Ceará para execução do Anuênio dos funcionários do Banco do Brasil. A Justiça do Trabalho, por sua vez, intimou o banco a efetuar depósitos referentes a três desses lotes. A intimação determina ainda que o banco tem 15 dias para pagar o valor sob pena de multa. O depósito, porém, não implica em pagamento imediato, pois o banco deverá entrar com recurso.

Carlos Chagas, assessor jurídico do Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE), explica que o banco tem duas alternativas: depositar o crédito defi nitivamente ou depositar e entrar com impugnação na sequência. “Esse depósito não implica em pronto pagamento. Ele se faz necessário,

inclusive, para o banco suscitar qualquer questionamento à execução da ação, o que muito provavelmente fará. Ele só pode levantar qualquer objeção se, efetivamente, fi zer esse depósito”, afi rma Chagas.

O presidente do Sindicato, Car-los Eduardo Bezerra, destaca que a determinação judicial sinaliza que a estratégia utilizada pela entidade em apresentar as ações por lotes de 20 cálculos foi acertada. “Isso signifi ca um avanço muito grande porque o banco desrespeitou e protelou por muito tempo a decisão judicial, mas agora vai ter de pagar. A rapidez desse primeiro lote de ações aponta que os processos caminharão com mais celeridade e os benefi ciários da ação terão seus direitos garantidos”, diz.

Após mobilização dos trabalhadores, governo isenta IR de PLR até R$ 6 mil

Após mais de um ano de mobi-lização dos bancários, metalúrgicos, químicos, petroleiros e eletricitários e de negociação entre as principais centrais sindicais e o governo federal, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, a pedido da presidenta Dil-ma Rousseff, anunciou na segunda-feira (24/12) a isenção de Imposto de Renda (IR) na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para trabalhadores que recebem valores até R$ 6 mil. A partir de R$ 6.000,01, foram criadas escalas de alíquotas, de 7,5% até 27,5%, dependendo do valor recebido.

Para quem ganha entre R$ 6.000,01 e R$ 9 mil, a incidência do IR será 7,5%, de R$ 9.000,01 a R$ 12 mil, será 15%, e de R$ 12.000,01 a R$ 15 mil, será 22,5%. Acima de R$ 15 mil, será 27,5%, segundo a ministra Gleisi.

A mudança da incidência do IR sobre a PLR será feita por medida provisória, que o governo publicou na edição de quarta-feira (26/12) do Diário Ofi cial da União. Como a medida está sendo anunciada neste fi m de ano, ela já passa a valer a partir de janeiro de 2013 para todas as categorias.

A isenção de Imposto de Renda sobre a PLR era uma demanda antiga das centrais sindicais. Uma cam-panha foi lançada no fi nal de 2011. Houve diversas manifestações – em São Paulo, ABC e Brasília – e reu-niões com representantes do governo e parlamentares. Um abaixo assinado com mais de 220 mil assinaturas foi entregue ao governo. A Contraf-CUT encaminhou milhares de adesões recolhidas pelos sindicatos de ban-cários em todo País.

Na sexta-feira (21), um ofício assinado pelos presidentes de CUT, Força Sindical, Central dos Traba-lhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central e União Geral dos Trabalhadores (UGT) foi enviado à Secretaria-Geral da Presidência da República, informando que as cen-trais aceitavam a proposta do gover-no, apresentada durante o encontro de Natal da presidenta Dilma com catadores de materiais recicláveis e

a população em situação de rua, na quadra dos bancários de São Paulo.

Para Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, “a isenção do IR na PLR é uma conquista importante para os trabalhadores nesta véspera de Natal, pois esses recursos irão ago-ra para o bolso do trabalhador, que poderá consumir mais, contribuindo para aquecer a economia, gerar empregos e incentivar o desenvolvi-mento do País”.

O presidente da CUT, o bancário Vagner Freitas, considera acertada a decisão do governo federal que ofi cializou na véspera de Natal a isenção de Imposto de Renda (IR) sobre a Participação nos Lucros ou Resultados (PLR). Ele acredita que essa conquista dará impulso para que os trabalhadores lutem por outras demandas em 2013. “Medidas como essas nos dão mais motivação para continuarmos a luta em defesa de outras pautas que estão em discussão no Legislativo e no Executivo, como a diminuição da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salário, fi m do fator previdenciário, a questão da terceirização, as Convenções 158 e 151 da OIT, reforma agrária, reforma política, reforma tributária, entre outras demandas tão impor-tantes para a classe trabalhadora e para o desenvolvimento do País”, disse Vagner.

Em nota emitida pelo Palácio do Planalto, Dilma destacou que a medida só pôde ser fechada graças ao entendimento entre governo e centrais sindicais. “Consultados so-bre os termos da Medida Provisória que implementará a desoneração, os sindicalistas concordaram e pediram que a decisão fosse anunciada ainda neste ano”, diz a nota, que acrescenta o recebimento de uma carta assina-da pelos presidentes das principais centrais sindicais no dia 21/12.

A isenção ocorre após intensa mobilização dos bancários, me-talúrgicos, petroleiros, químicos e eletricitários, dentre outras catego-rias, que realizaram manifestações, abaixo-assinado e negociações com o governo e parlamentares.

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Banco do Nordeste do Brasil SANTANDERSindicato dos

Empregados em Estabelecimentos

Bancários no Estado do Ceará

Rua 24 de Maio, 1289 – Centro – CEP

60.020-001

Tráfi co de animais Um novo relatório do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla

em inglês) diz que os lucros do tráfi co de animais chega a US$ 19 bilhões por ano e que a atividade está ameaçando a estabilidade de alguns governos. O relatório do WWF também sugere que o tráfi co de animais e plantas é a quarta maior atividade comercial ilegal do mundo, perdendo apenas para o tráfi co de drogas, falsifi cação de

produtos e moedas e tráfi co de pessoas. Sem IR no 13ºO 13º salário poderá fi car isento do Imposto de Renda (IR).

É o que determina projeto de lei do senador Lobão Filho (PMDB-MA) que está na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e aguarda relatório do senador Jayme Campos

(DEM-MT). Depois de passar pela CAS, a proposta será examinada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE),

na qual receberá decisão terminativa. Na avaliação de Lobão Filho, a incidência do imposto é feita na fonte com aplicação das mesmas alíquotas da tabela progressiva, o que não permite que o 13º salário receba os mesmos abatimentos e deduções e, assim, a dedução se faz por

alíquotas mais altas.

Inglês sem FronteirasAté 2014, 101 mil brasileiros terão oportunidade de estudar no exterior por meio do programa Ciência sem Fronteiras (CsF). Para auxiliar esses estudantes no aprendizado da

língua inglesa, um dos pré-requisitos para ser selecionado, foi lançado o programa Inglês sem Fronteiras, que prevê a aplicação de 500 mil testes de avaliação em língua inglesa e o fortalecimento do ensino de línguas nas universidades. A primeira etapa está prevista para começar em fevereiro,

com o atendimento a cerca de 40 mil estudantes, que passarão por testes de profi ciência. A partir dessa primeira avaliação, os alunos serão classifi cados em cinco níveis e

encaminhados para cursos de inglês.

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HolandaPrevi: Justiça reconhece direitos dos antigos

funcionários do ABN

O Sindicato dos Bancários do Ceará denunciou, mais uma vez, no dia 18/12, o caos em que se transformou a agência Centro do Banco do Nordeste do Brasil, em Fortaleza. O prédio hoje pertence à Justiça Federal e a reforma está a todo vapor. Clientes e funcio-nários sofrem com o barulho, poeira, além da superlotação e das péssimas condições de traba-lho e atendimento, pois todos os setores, que antes ocupavam três andares e a sobreloja, hoje estão concentrados em dois andares.

Em reunião com os funcioná-rios, o Sindicato recebeu várias denúncias sobre as péssimas condições de trabalho as quais os bancários estão submetidos. De acordo com relatos, já foram danificados objetos e até docu-mentos devido às infiltrações por conta da obra no prédio. Além disso, os bancários denunciam que a poeira e o barulho das máquinas deixam o ambiente totalmente insalubre. Enquanto isso, a reforma do prédio onde deverá funcionar a nova sede da agência está embargada há cerca de três meses.

“O Banco precisa agilizar essa reforma, pois as condições de trabalho aqui na agência Centro estão cada vez piores. Precisamos pressionar o Banco para tomar providências urgentes, porque conversas já tivemos várias, mas isso parece não está surtindo efei-to. Só com pressão e mobilização é que vamos conseguir resolver esse problema”, disse o diretor do Sindicato, Tomaz de Aquino.

Os funcionários apresenta-ram queixas referentes ao ponto eletrônico e o Sindicato informou que está tentando uma reunião com a direção do BNB para le-var ao conhecimento do Banco essas pendências. “O momento

Sindicato denuncia caosna agência Centro do BNB

de discutir é agora, quando ainda estamos na fase de transição. Agora queremos deixar bem claro que o Sindicato defende o respeito à jornada de seis ho-ras, com o devido pagamento das horas extras eventualmente trabalhadas”, informou Tomaz.

Ministério Público – O Sindicato ressaltou ainda que já instaurou um procedimento no Ministério Público do Trabalho (MPT) para fazer uma avaliação do que está acontecendo atual-mente nas agências do BNB, tan-to na Capital quanto no Interior.

Tomaz de Aquino ressaltou que o Banco tem um programa de expansão, mas que os be-nefícios desse programa só são voltados para as novas agências. Ele enfatiza que o Sindicato

deseja que essas benesses estru-turais, além das convocações de novos funcionários, devem ser estendidas também às agências que já existem.

“O Banco deverá ser chama-do, oficialmente, para se justificar com relação a essa situação de caos dentro das agências. O BNB hoje tem uma demanda muito grande, tem atendido a dois dos maiores programas de microcrédito do mundo – CrediAmigo e AgroAmigo – além do Pronaf e renegociação de dí-vidas decorrentes da seca. Tudo isso faz com que as agências lo-tem mais a cada dia e, no entanto, as condições de trabalho e de atendimento não melhoram. Exi-gimos que o Banco se pronuncie e tome providências para sanar essa questão”, finaliza Tomaz.

Em dezembro, o Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE) obteve êxito junto ao Tribunal Re-gional do Trabalho em ação movida contra o Santander e em favor dos ex-empregados do ABN Real. A ação civil pública contesta as mudanças feitas pelo banco em 2009 no plano de previdência complementar.

Os empregados do ABN tinham o HolandaPrevi, uma sociedade de previdência privada que assegurava a previdência complementar. Em 2009, logo após a incorporação do ABN pelo Santander, sob o pretexto de modernizar o HolandaPrevi, o banco implementou um novo regu-lamento no plano de aposentadoria.

“Esse novo plano reduziu con-sideravelmente a contribuição da instituição patrocinadora, o San-tander, elevou a contribuição dos participantes empregados e ainda promoveu a redução da complemen-tação dos valores da aposentadoria. Então, o novo regulamento era manifestamente desvantajoso para os empregados”, explica Carlos Cha-gas, assessor jurídico do Sindicato.

O diretor do Sindicato e funcio-nário do Santander, Eugênio Silva, afi rma que “o banco instituiu as novas regras de forma unilateral, sem nenhuma discussão com os funcionários, e ainda obrigando-os a aderir ao novo plano”. O objetivo da ação, portanto, é invalidar os termos de adesão ao novo regula-mento e restabelecer os direitos e condições da composição originária do HolandaPrevi.

O processo foi distribuído para

a 6ª Vara do Trabalho de Fortaleza, que a princípio julgou improcedente a ação. O Sindicato, então, recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho para rever a decisão da 6ª Vara. Agora em dezembro, o TRT acolheu a tese do Sindicato de invalidade do termo de adesão e reconheceu o direito do contingente de emprega-dos egressos do ABN às condições previstas no antigo plano de previ-dência. O banco, porém, ainda pode recorrer da decisão.

Entenda – Pelas regras ante-riores, a complementação de até 40% do salário era custeada pelo patrocinador (o banco ABN e agora Santander). De 40 a 60% o custeio era rateado entre empregado e banco; e acima de 60% o custeio era só do empregado. Depois do novo regulamento, só havia hipótese do rateio do custeio: tinha uma tabela que ascendia ao longo do tempo, bonde a contribuição do banco ia aumentando. Só que até três anos a contribuição era paritária; depois do terceiro ano, o banco passava a contribuir com 110% do valor da contribuição do empregado e havia uma progressão até quando ele completasse 15 anos e teria os 150%.

“Ora, a gente está vendo que a rotatividade é uma realidade no Santander. Nós vimos demissões em massa, o que só evidencia e constata o caráter danoso, nocivo, lesivo do novo plano implementado pelo banco”, afi rma o assessor Car-los Chagas.

“Vale para livro, vale para dança, vale para toda a

atividade cultural. É um benefício

em duas pontas. Na primeira,

coloca na mão do trabalhador

a escolha do que ele quer consumir para a cultura e, para o produtor cultura, porque ele vai ter mais

pessoas podendo a assistir sua

produção”Ministra da Cultura, Marta

Suplicy, sobre o vale cultura, sancionado pela presidente Dilma Rousseff no dia 27/12

Partícula de DeusA descoberta do Bóson de Higgs, partícula que explica o mistério da

massa, lidera uma lista dos 10 principais avanços científi cos de 2012. A “Partícula de Deus” recebeu o nome de Peter Higgs, cuja teoria

explicou que o bóson de Higgs é responsável por criar um campo de força dentro do átomo que dá massa às partículas. Sem essa partícula, os cientistas dizem que os átomos agrupados do Universo – inclusive os seres humanos, que são feitos de uma cadeia de carbono – não

poderiam existir.