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Propriedade: A MÓ · Associação do Vale do Neiva (Cultural, Património e Ambiente) | Barroselas Dezembro 2015 | Mensal · Nº20 · Gratuito · Versão digital Semana da Reflorestação Nacional-Monte da Infia Vila de Punhe Página 4 Ambiente Página 9 PUB. Pre de de No Natal proteja o Azevinho Design · Comunicação · Fotografia behance.net/isabelqueiroga 913 246 407 [email protected] Maior árvore de Natal natural iluminada Cidade [Viana do Castelo] Página 5 Entrevista Dr. Bernardo Barbosa Entrevista Página 15

Dezembro2015

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O Vale do Neiva edição dezembro 2015

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Propriedade: A MÓ · Associação do Vale do Neiva (Cultural, Património e Ambiente) | Barroselas Dezembro 2015 | Mensal · Nº20 · Gratuito · Versão digital

Semana da Reflorestação Nacional-Monte da Infia

Vila de Punhe Página 4

Ambiente Página 9

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Presidente da Associação de Reformados e Pensionistas de Barroselas

No Natal proteja o Azevinho

Design · Comunicação · Fotografia

behance.net/isabelqueiroga

913 246 [email protected]

Maior árvore de Natal natural iluminada

Cidade [Viana do Castelo]Página 5

EntrevistaDr. Bernardo Barbosa Entrevista

Página 15

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Ficha técnica | Diretora: Ana Patrícia Lima Redação: Domingos Costa · José Miranda · Manuel Lima · José Rafael Soares Colaboradores: Elisabete Gonçalves

Design e Paginação: Isabel Queiroga Contacto redação: Rua do Sião, Apartado 20 - Barroselas · [email protected] Periodicidade: Mensal For-mato: Digital Distribuição: Gratuita

Os artigos de opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores, podendo ou não estar de acordo com as linhas editoriais deste jornal.

Mensagem de Natal do presidente da Mó

Faço votos para que todos os associados,colaboradores e amigos da Mó, reavivam esta quadra natalícia com muita paz,alegria e fraternidade.

A todos sem exceção, um abraço cordial.

O PresidenteJosé Maria Chaves de Miranda

Crónica/Opinião (frase do mês)

“Converter o empresário num especulador é vibrar um golpe no capitalismo, pois assim se destrói o equilíbrio psicológico que permite a continuação da existência de desigualdade de recompensas. A doutrina económica dos lucros normais, vagamente apreendida por toda a gente, é uma condição necessária para a justificação do capitalismo. Só podemos suportar o empresário se os seus ganhos parecerem ser proporcionais ao contributo que a sua actividade trouxe à sociedade.” J.M. Keynes (1883-1946)

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Contribua para a rúbrica!

Belezas do Vale do Neiva

Dê asas à imaginação! Quer ver as suas fotos publicadas no jornal? Envie-nos [email protected]

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Barroselas e Carvoeiro

Barroselas: SWR: Programação 2016

Movimento Solidário Natal é partilha

A revista especializada  “arte sonora”,  refere que o festival SWR está a “tornar-se meio obrigatório”. O prólogo desta his-tória já vai longínquo, quando Ricardo e Tiago Veiga, irmãos nascidos na pequena Vila de Barroselas se decidiram lançar nesta aventura de criar um festival na pacata vila minhota.No dia 11 de novembro foram anúnciadas no novo website mais de 10 bandas para a 19ª edição do festival. A primeira públicação foi a apresentação do “X-mas Pack”, um pacote que junta o bilhete a algum do merchandising que o festival tem para oferecer. O “X-Mas” pack vai estar à venda por 70 €.O cartaz começou a revelar-se extenso e recheado para aque-les que concertos de metal vão muito além do tradicional concerto de Metallica nos festivais de Verão. Nomes como Marduk, Aborted, DECAYED, Grave ou Doom Midnight, Juci-fer,  DECAYED,  SPASM,  INVERLOCH,Usnea,  Serrabulho,  Fre-dag den 13: e Lux Ferre se juntaram à Programação para 2016″.O festival decorre de 22 a 24 de Abril, na Vila de Barroselas e os bilhetes têm o preço de 65 €.

A Junta de Freguesia da União das Freguesias de Barroselas e Carvoeiro associou-se ao Movimento Solidário “Natal é par-tilha”. Este movimento foi criado com o intuito de angariar e recolher bens alimentares, higiene, vestuário e calçado. Este movimento foi promovido por várias entidades e tem como ponto de recolha os seguintes locais: Junta de Freguesia da União das Freguesias de Barroselas e Carvoeiro, Paróquia de Barroselas, Paróquia de Carvoeiro, Passionistas de Barrose-las, Associação de Reformados e Pensionistas de Barroselas, Farmácia Lopes e Terapias Alexandra Carvalho. Serão rea-lizadas várias atividades e eventos solidários e a inscrição será um dos bens acima mencionados. Esta ação beneficia-rá famílias carenciadas referenciadas pela CSIF - Comissão Social Inter Freguesias e pelas Conferências Vicentinas de Barroselas e Carvoeiro. O movimento informa que o número de famílias beneficia-das por esta campanha é de 30, perfazendo um total de 80 indivíduos, dos quais 11 são crianças e 4 são bebés.

A Redação

Durrães e Tregosa

Mensagem de Natal do Presidente da Junta da União de Freguesias de Durrães e TregosaQue neste Natal a magia  guardada durante todo o ano venha presente nos corações daqueles que festejam o amor.Que não seja apenas uma comemoração, mas sim um início para uma nova geração. O Natal simboliza nova vida, pois nele comemoramos o nascimento do Homem que modificou a nos-sa maneira de ver o mundo, trazendo-nos Amor e Esperança.Que nesta quadra sejam concretizados todos os desejos de um mundo melhor, que todos estabeleçam um novo vigor de hu-manidade e que nada seja mais forte do que a união daqueles que brindam o afeto entre eles.Feliz Natal e Próspero Ano Novo são os votos sinceros do Exe-cutivo da Junta da União de Freguesias de Durrães e Tregosa.

José Neiva DiasPresidente

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Vila de Punhe

Semana da Reflorestação Nacional-Monte da Infia

No âmbito da “Semana da Reflorestação Nacional”, iniciativa que promove a pre-servação da floresta autóctone portugue-sa, a Junta de Freguesia de Vila de Punhe e a Junta de Freguesia de Alvarães, em colaboração com a Associação Portu-guesa de Carpfishing (APCF), no passado dia 26 de novembro de 2015, procederam à plantação de árvores na área envolven-te à Lagoa do Monte da Infia.Esta actividade foi levada a cabo pe-los participantes do projeto  “Idoso+Ati-

vo”, de Vila de Punhe.A Associação Portuguesa de Carpfishing promove a modalidade do carp fishing – pesca moderna à carpa, pesca exclusi-vamente lúdica e desportiva que envolve o respeito pelo meio ambiente e a devo-lução de todas as capturas.Agradecemos a colaboração de todos os participantes.

Junta de Freguesia de Vila de Punhe

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LARGO DAS NEVES11.12.13 DEZEMBRO 2015

MERCADINHO

NATALDE

PRESÉPIOPAI NATALQUEDA DE NEVETEATROCONCERTO MUSICALANIMAÇÃO POPULARMERCADINHO TRADICIONALPASSEIO DE CHARRETEOFERTA DE PRESENTES PARA AS CRIANÇAS

ORGANIZAÇÃOJunta de Freguesia de Vila de Punhe Núcleo Promotor do Auto da Floripes

PARCEIROSCentro Social e Paroquial de Vila de PunheAssociação Cantadeiras do Vale do NeivaIdosos + ActivosEstabelecimentos Comerciais LocaisBanda Escuteiros de BarroselasCRCN - BTT

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Maior árvore de Natal natural iluminada

Câmara Municipal garante ensino da música aos alunos do pré-escolar e primeiro ciclo de Viana do Castelo

Araucária excelsa, árvore originária da Austrália, é enfeitada no natal por funcionários da câmara muni-

cipal.Considerada a maior árvore de Natal na-tural a Europa, este exemplar de uma ár-vore originária da Austrália é enfeitada há vinte anos, graças ao trabalho de fun-cionários camarários. A montagem das lâmpadas leva cerca de 15 dias, e isto se o tempo ajudar. É um exemplar com mais de 50 metros de altura e que todos os anos é iluminada com milhares de luzes, sen-do vista em toda a cidade, num perímetro de vários quilómetros.Desde 2010 está classificada como pa-trimónio natural de “interesse público”. Encontra-se situada no jardim do antigo Serviço de Luta Anti-Tuberculose (SLAT), ao lado da Igreja de Santo António, na Avenida 25 de Abril, na freguesia de Santa Maria Maior. A árvore não pode ser corta-da ou desramada sem autorização prévia e faz depender de orientação técnica to-dos os trabalhos a que seja sujeita devido à classificação de espécie protegida atri-buída pela Autoridade Florestal.As luzes da maior árvore de Natal da Eu-

ropa vão permanecer ligadas até aos Reis, sendo os custos da iluminação suporta-dos pela câmara, que justifica a despesa com a necessidade de apoiar o comércio tradicional e de prover o espírito natalí-cio. Para além da iluminação de Natal, a Câ-mara vai ainda promover um programa de animação, com mais de 50 propostas,

nomeadamente, concertos, teatro, dança, ‘workshop’, mostras e feiras de produtos locais, tertúlias. Estas iniciativas vão de-senrolar-se a partir do dia 02 de dezem-bro e até final do ano, pretendem “divul-gar o que de melhor o concelho tem para oferecer” nas mais diversas áreas, contri-buindo para a dinamização da economia local.

A Câmara Municipal de Viana do Castelo aprovou no dia 29 de novembro, em reu-nião de executivo, os protocolos com a Academia de Música de Viana do Castelo e as direções dos agrupamentos de esco-las do concelho que garantem o ensino de música aos alunos do ensino pré-es-colar e do primeiro ciclo do concelho.A medida da autarquia tem em consi-deração o papel da ação municipal no desenvolvimento de políticas sociais e

educativas que potenciem a elevação do nível de qualificação dos munícipes; a necessidade de se promover a diver-sidade de oferta de atividades que com-plementem as áreas consideradas nos currículos do 1º CEB; o papel das insti-tuições do ensino vocacional da música na promoção e desenvolvimento das ati-vidades de educação musical; e a criação de condições que promovam, ao nível do 1ºCEB, um quadro favorável ao desen-volvimento integral das crianças e que a mobilização de recursos para a sua pro-

moção e dinamização se afigura como aposta fundamental da intervenção mu-nicipal.Assim, os alunos do pré-escolar (3-6 anos) dos agrupamentos de escolas de Abelheira, Monserrate, Barroselas, Arga e Lima, Pintor José de Brito e Monte da Ola, têm iniciação à música e, no pri-meiro ciclo, todas as escolas têm acesso ao projeto “expressão musical no 1º ano do 1ºCEB. Para dinamizar estes projetos, a autarquia vai investir cerca de 58 mil euros.

A redação

Fonte: www.local.pt

Cidade [Viana do Castelo]

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Uns dizem que a beleza vem de dentro, outros dizem que vem de fora. Com a DOGTYBY vem dos dois lados.

Viana do Castelo escolhido para integrar estratégia sobre o clima

Curso Profissional de Manutenção Industrial/Eletromecânica da Escola Secundária de Monserrate em visita à Mostra da ANESPO

O projeto integra 26 autarquias do país, abangendo a Madeira e os Açores, uma por cada Comunidade Intermunicipal (CIM) e resulta de um concurso lançado pela Agên-cia Portuguesa do Ambiente (APA) com o objetivo de preparar o país para enfrentar as mudanças do clima como inundações, seca, ondas de calor e incêndios florestais.Viana do Castelo foi o concelho escolhido, no âmbito da CIM do Alto Minho, para inte-grar a iniciativa. O presidente da Câmara, José Maria Costa explicou que as alterações climáticas “são um tema caro” ao concelho por “ter algu-

mas particulares relativamente às amea-ças de mudanças climáticas a breve prazo”. “Não só porque estamos numa zona com forte erosão da orla costeira mas também porque nos encontramos num espaço ter-ritorial em que temos acentuados incên-dios florestais, no período verão”, explicou o autarca socialista e líder da CIM do Alto Minho. O projeto está integrado no Programa AdaPT, criado para apoiar o desenvolvimen-to de projetos de adaptação às alterações climáticas em Portugal. A sua implemen-tação foi orientada pelos termos estabeleci-

dos no Memorando de Entendimento entre Portugal, Noruega, Islândia e Liechtenstein e, como tal, segue o Regulamento do Meca-nismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants) 2009-2014. O programa foi desenvolvido tendo em con-ta as necessidades e as prioridades defini-das na Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas (ENAAC) e é gerido pela APA, enquanto gestora do Fundo Por-tuguês de Carbono (FPC), sendo cofinancia-do a 85% pelo EEA Grants e a 15% pelo FPC, beneficiando o projeto ClimAdaPT.Local de um apoio de um milhão e meio de euros.

No passado dia 2 de Dezembro, os alunos do 11º e 12ºano do Curso Profissional de Manutenção Industrial/Eletromecâni-ca deslocaram-se ao Instituto do Design na cidade de Guimarães, para uma visi-ta à Mostra de Ensino Profissional. Esta Mostra, organizada pela ANESPO e com o apoio da Câmara Municipal de Guima-rães e da ANQEP – Agência para a Qua-

lificação e Ensino Profissional, tem como objetivo central a evidenciação dos resul-tados das aprendizagens consubstancia-das na execução de PAP – Provas de Apti-dão Profissional por parte dos alunos que frequentam os anos terminais dos cursos profissionais.Esta visita permitiu aos alunos do Curso Profissional de Manutenção Industrial/

Eletromecânica da Escola Secundária de Monserrate uma interação com as esco-las e alunos presentes na referida Mostra, trocando assim experiências e saberes.Na segunda parte da Visita de Estudo, os alunos puderam conhecer melhor a cidade de Guimarães, classificada pela UNESCO como património cultural da humanidade. De entre os locais visitados, destaca-se naturalmente o Castelo de Guimarães, Paços dos Duques de Bragan-ça e Capela de S. Miguel.A Visita de Estudo, que foi orientada pelos professores das áreas técnicas, nomeada-mente pelos professores Álvaro Queirós, Jorge Fernandes, Hélder Machado e Joel Maltez,  correu de forma muito satisfatória, porque dela foram retirados duas verten-tes de ensinamentos, que apesar de serem muito distintas, são ambas importantes na formação dos “homens de amanha”!

o Diretor de Curso,Álvaro Queirós

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O Município de Barcelos, depois do sucesso do ano anterior, volta a impulsionar “Barcelos Cidade Pre-

sépio”. A iniciativa arrancou no dia 28 de novembro com o presidente da Câmara a inaugurar as luzes de Natal. Os visitan-tes terão a oportunidade de se deliciarem pelas ruas da cidade, com música, presé-pios de grandes dimensões, as casas de Natal, o comboio de Natal e os insuflá-veis. Em simultâneo, decorrerão diver-sas atividades nos edifícios municipais como exposições de presépios, peças de teatro e ateliês infantis, workshops para aprender a trabalhar o barro e a fazer um presépio, espetáculos de dança, concer-tos, encontro de coros e muito mais.No fim-de-semana de 5 e 6 de Dezembro, o concurso “Barcelos Doce” regressa. Por

várias pastelarias do concelho, estarão à disposição os mais variados e delicio-sos doces de Natal, estando a concurso o tronco de Natal, o bolo-rei e o pão-de-ló. Nos mesmos dias, o Teatro Gil Vicente recebe o ‘Encontro de Coros’.Pelas ruas da cidade de 14 de dezembro

de 2015 a 6 de janeiro de 2016 deleitam-se as Rotas de presépios de grandes di-mensões. No dia 20 realiza-se a maior Festa de Natal do concelho com a visita do Pai Natal. No mesmo dia de manhã realiza-se o passeio de cicloturismo de Pais Natal.

Cidade [Barcelos]

Município Barcelos promove animação nesta quadra festivaA redação

Dez anos após ser recuperada da falên-cia, a mais antiga fabricante portuguesa de chocolates prevê atingir, pela primei-ra vez, receitas de um milhão de euros no fecho de 2015.Uma década após retomar o fabrico dos chocolates nas instalações de uma fá-brica de confecções, a centenária marca que tem como “ex-líbris” e produto mais vendido o bombom Imperador prepara-se para fechar o ano de 2015 com uma facturação que, “pela primeira vez, deve-rá atingir um milhão de euros”, estimou a empresa liderada por Luciano Costa.A Avianense investiu perto de 1,5 mi-lhões de euros numa nova fábrica com

capacidade para “triplicar a produção” actual, que ronda os 300 quilos de cho-colate por dia. As novas instalações, que incluem um museu interactivo, vão ser inauguradas este sábado, 28 de Novem-bro, em Barcelos.Foi este empresário – teve um talho, passou pelo ramo imobiliário e enrique-ceu no sector têxtil – que em 2004 com-prou a marca, os equipamentos e a frota da Avianense por cerca de 150 mil euros. A falência da sociedade Lima e Limas, que a administrava e empregava 48 pes-soas, tinha sido decretada pelo Tribunal Judicial de Viana do Castelo devido a dí-vidas acumuladas de 2,2 milhões de eu-

ros, metade das quais ao Estado, o maior credor, relativas a  IRS,  IVA  e Segurança Social.O negócio de Luciano Costa,  a quem já poucos chamam “tolo” como na altura em que decidiu investir neste ramo, emprega actualmente 15 pessoas na freguesia de Durrães, no concelho de Barcelos. Com exportação para os países africanos de língua portuguesa e Estados Unidos, entre outros mercados, o empresário minhoto ambiciona “consolidar a presença” no mer-cado doméstico e prosseguir a internacio-nalização, “nomeadamente para a China”.

In Jornal de Negócios

Avianense triplica produção de chocolates em Barcelos

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Saúde

Entorse do tornozelo

Uma entorse do tornozelo é um estiramen-to e ou uma rotura dos ligamentos, (o tecido elástico resistente que liga os ossos entre si) no tornozelo. Qualquer dos ligamentos do tornozelo se pode lesar. As entorses cos-tumam ocorrer quando o tornozelo roda para fora, fazendo com que a planta do pé fique virada para o outro pé, (se inverta). Os ligamentos frouxos no tornozelo, os mús-culos fracos, as lesões dos nervos da perna, certos tipos de calçado, (como os sapatos de salto alto e estreito) e certas maneiras de caminhar, tendem a provocar a rotação do pé para fora, aumentando o risco de uma entorse. SINtoMAS A gravidade da entorse depende do grau de estiramento ou de rotura dos ligamentos. Numa entorse ligeira, os ligamentos podem estirar-se, mas de facto não se dilaceram; o tornozelo não costuma doer ou inchar em demasia; contudo, uma torção ligeira aumenta o risco de uma lesão recorrente. Numa entorse moderada, os ligamentos rompem-se parcialmente; a inflamação e os hematomas são frequentes. Em geral, é dolorosa e torna-se difícil andar. Na entorse grave, (grau 3), os ligamentos dilaceram-se completamente, causando inchaço e por vezes hemorragia sob a pele; por conse-guinte, o tornozelo torna-se instável e inca-paz de suportar o peso. ENtoRSE GRAVE A entorse pode ocorrer quando o tornozelo roda para fora, (se inverte), rompendo o li-gamento da parte externa do tornozelo. DIAGNÓStICo E tRAtAMENto O exame físico do tornozelo orienta acerca

da extensão da lesão do ligamento. Com frequência, faz-se uma radiografia para determinar se o osso está fracturado, mas nela não se avalia a entorse do tornozelo. Só raramente se exigem exames com- ple-mentares. O tratamento depende da gra-vidade da entorse. Em geral, as torções li-geiras tratam-se envolvendo o tornozelo e o pé com uma ligadura elástica, aplicando compressas de gelo na zona, elevando o tornozelo e, à medida que os ligamentos se curam, aumenta-se de forma gradual o nú-mero de passos e exercícios. Nas entorses moderadas usa-se habitualmente um apoio para andar, que se conserva durante 3 se-manas; este imobiliza a parte inferior da perna, mas permite andar com o tornozelo lesionado. Nas lesões graves é fundamen-tal a imobilização; pode ser necessária uma intervenção cirúrgica, mas existe contro-vérsia sobre este tipo de cirurgia; segundo alguns cirurgiões, a reconstrução cirúrgica dos ligamentos rasgados e gravemente le-sados não é mais eficaz que o tratamento sem cirurgia. É muito importante a fisiote-rapia para restabelecer o movimento, forta-lecer os músculos e melhorar o equilíbrio e tempo de resposta, antes de voltar às ac-tividades intensivas. As pessoas cujos tor-nozelos se torcem com facilidade podem evitar as lesões subsequentes utilizando aparelhos ortopédicos, (mangas elásticas), para os tornozelos e colocando dispositivos no calçado para estabilizar o pé e o torno-zelo. Analgésicos e ou anti-inflamatórios não esteróides podem ser necessários CoMPLICAÇÕES Por vezes, uma entorse grave ou moderada causa problemas inclusive depois de o liga-mento ter sarado; pode desenvolver-se um pequeno nódulo num dos ligamentos do tornozelo que causa uma fricção constante na articulação, conduzindo à inflamação crónica e, finalmente, a lesões permanen-tes; a injecção de uma mistura de corticos-teróides no tornozelo reduz a inflamação, e a administração de um anestésico local alivia a dor de modo eficaz. Raramente se

exige a intervenção cirúrgica. Numa en-torse também se pode lesionar o nervo que percorre um dos ligamentos do tornozelo; a dor e o formigueiro consequentes, (nevral-gia) aliviam-se, por vezes de modo perma-nente, com uma injecção de um anestésico local. As pessoas com entorses do tornoze-lo costumam andar de um modo que des-gasta excessivamente os tendões, (tecidos fibrosos e resistentes que ligam os múscu-los ao osso ou os músculos entre si); o re-sultado final é a inflamação dos tendões do lado externo do tornozelo. Esta afecção, chamada TENOSINOVITE PERONEAL, pode causar inchaço crónico e dor na parte externa do tornozelo. O tratamento consis-te em usar suportes para o tornozelo, que limitam o movimento da articulação. Tam-bém podem ser eficazes as injecções de cortisona dentro da bainha do tendão, em-bora não se deva abusar do seu uso. Por ve-zes, o impacto de uma entorse grave causa espasmos nos vasos sanguíneos do torno-zelo que reduzem a circulação sanguínea; por conseguinte, algumas zonas do osso e de outros tecidos podem ficar afectadas devido à falta de irrigação, pelo que podem começar a deteriorar-se. Esta afecção, de-nominada distrofia simpática reflexa ou atrofia de Sudeck, pode provocar inchaço e dor no pé, mui- tas vezes intensa, que pode passar de um ponto a outro do tornozelo e do pé. Apesar da dor, a pessoa pode conti-nuar a andar. A fisioterapia e os analgésicos administrados por via oral podem ser úteis. Pode-se recorrer, em caso de dor crónica e intensa, à injecção de um anestésico local à volta do nervo que estimula o tornozelo, (bloqueio do nervo), assim como à adminis-tração de corticosteróides e a apoio psico-lógico. A síndroma do seio do tarso é a dor persistente na zona entre o osso do calca-nhar (calcâneo) e o osso do tornozelo (talus ou astrágalo), em virtude de uma entorse. Pode estar associada à rotura parcial dos ligamentos dentro do pé. As injecções de corticosteróides e os anestésicos locais são muitas vezes úteis.

Dr. Jorge Neves

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Aproxima-se a quadra Natalícia, o espírito do Natal convi-da-nos a decorar as nossas casas, com arranjos florais e outros adereços decorativos. O azevinho, está associado

como elemento decorativo ao Natal, a origem remonta a tempos remotos, as civilizações pagãs (pré-cristãs) utilizavam o azevi-nho como espanta espíritos, pelo seu simbolismo como plan-ta sagrada. Os Romanos, tinham o azevinho como símbolo de paz, saúde, proteção e felicidade, era trocado como presente por ocasião da Saturnália, (festival Romano realizado entre 17 e 23 de Dezembro). Também na história cristã se faz referência ao azevinho, tendo este escondido Jesus Cristo dos Soldados de Herodes. Da família das Aquifoliaceae, o azevinho (llex aqui-folium), também conhecido por azevim, azevinheiro, pica-folha e espinho- de- Cristo, por ser uma espécie dióica, as suas fo-lhas são acompanhadas de flores que podem ser masculinas (brancas ou rosácias) ou femininas (globos encarnados). Flores-ce na Primavera entre Abril e Junho, mas é entre o Outono e Inverno que o azevinho dá os seus frutos, as bagas vermelhas que são tóxicas, no entanto, as folhas tem propriedades diuréti-cas. De crescimento lento, pode tornar-se num pequeno arbus-to, ou pequena árvore centenária, nasce espontaneamente em quase toda a Europa, nas zonas menos degradadas da Europa Ocidental e do Norte, também podemos encontrar na Ásia Oci-dental (Turquia e Irão), no Norte de África (Tunísia e Marrocos) e ainda em regiões do sudeste americano. Em Portugal, é co-mum encontrar o azevinho em várias regiões florestais. A reco-lha intensiva das plantas femininas, impede a sua reprodução, colocando-a na lista das plantas em vias de extinção, por isso o arranque, o corte total ou parcial, o transporte ou venda do azevinho espontâneo, é proibido por lei em Portugal desde 1989 (Decreto-Lei423/89 e Decreto-lei 254/2009 de 24 de Setembro que revogou aquele diploma). Atualmente, o azevinho é visto mais como planta decorativa do que sagrada, no entanto a sua

presença na época natalícia mantém-se até hoje, sendo consi-derada um símbolo de proteção.

No Natal proteja o AzevinhoManuel [email protected]

Ambiente

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Desporto Regional

Resultados Campeonato de Portugal Prio Série A 15/16Resultados:

Jornada 10Limianos 1 - 0 BragançaVianense 2 - 0 Pedras SalgadasMirandela 3 - 0 Vilaverdense FCMarítimo B 4 - 0 Neves FCCamacha 2 - 1 Argozelo

Jornada 11Vilaverdense FC 3 - 1 Marítimo BNeves FC 0 - 3 CamachaArgozelo 2 - 1 LimianosBragança 1 - 0 VianensePedras Salgadas 3 - 1 Mirandela

Classificação:L Equipa Pts.1 Bragança 222 Mirandela 203 Vilaverdense FC 204 Limianos 195 Pedras Salgadas 156 Camacha 137 Marítimo B 118 Vianense 119 Neves FC 1010 Argozelo 10

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Belezas do Vale do NeivaPoesia

Azenha da Ponte - Rio Neiva em NeivaFotografia › meiraparis.com (Carlos Meira)Setembro de 2015

Praia da Foz do Neiva AntasFotografia › meiraparis.com (Carlos Meira)Novembro de 2015

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O dia inteiro passei-o a vagueartenho uma festa ao final da tardeé para lá que vou vaguearastuto e convincente(o leitoro dos livrosessas barbaridades que me fi-cam bem vestidas)depois da conversa fiadaou durantesurgem as bebidasos olhares de soslaio às meninas bonitas(a vitela estava óptima)esta gente bebe como desalmados à procura de alma num copo de vinho(ganham-na?encontram alguma coisa?)

é de madrugadaolho quase sem consciên-cia para o que restado meu lado esquerdo estão bons amigosdo meu lado direito es-tão velhas amizadesafinal estou rodeado pelo passado presentecercado pelo passado futuro

mais um fino se fizeres o fa-vor menina bonita

quando chego a casavomito tudo.

José Serra

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Opinião

A perda de significado social e político: uma visão crítica da cultura nas sociedades modernasDaniel Noversa

Uma sociedade com futuro não se pode eximir da cultura e da política. Mas, ao olharmos para o panorama social das sociedades actuais, percebemos, que es-tes dois pilares têm-se vindo a esboroar, assim como valores significativos como responsabilidade, justiça e razão. E se a política é liberdade (Hannah Arendt), eu pergunto: então porque é que nos senti-mos tão presos e amordaçados? Porque é que exercemos um direito à resistência e não almejamos a mudança? Estas so-ciedades da futilidade, do consumo e do espectáculo só fazem as pessoas mais acríticas, passivas e conformistas, e creio para mim que sabemos, que não se cons-trói futuro se vivermos desinteressados, indiferentes aos assuntos intimamente ligados à esfera pública. O problema das sociedades modernas está sobretudo numa sociedade de con-sumidores, na qual o tempo livre já não é utilizado para a auto-aperfeiçoamen-to, mas está intrinsecamente ligado ao consumo e ao entretenimento. Aquilo que hoje chamamos cultura de massas não existe. Diria Hannah Arendt que es-tamos perante uma sociedade de “entre-tenimento de massas”. Se são os valores culturais, aqui perspetivados como um conhecimento partilhado que orienta as nossas práticas sociais, nos tornam pes-soas melhores, então, porque é que con-tinuamos a defender estas sociedades do entretenimento que tudo o que nos ofere-cem é frívolo e banal. A verdade é que já não se procuram novos valores que res-

pondam aos problemas desvelados pela globalização, e vivemos, é certo, em tem-pos em que se diz e se faz o óbvio e só agimos por intenções individuais. É triste esta impunidade e inépcia que nos asso-la não deixando rasto para que possamos pensar, conjuntamente, um caminho que se deveria fazer para o bem comum. Digo isto, na medida em que se observa cada vez mais espaços para o consumo do que para a cidadania e vê-se cada vez mais cortes em áreas que deveriam ser apoiadas como as ciências sociais e as artes performativas. Nós deveríamos es-tar a investir em espaços de sensibiliza-ção política para que um dia tenhamos futuro. Dito de outra forma, um desen-volvimento humano e social sustentável. Exemplos concretos seriam investir em espaços de lazer para a leitura e para o diálogo que nos permitissem ser cida-dãos mais informados e activos; incenti-var uma pedagogia política desde muito cedo nas escolas, promovendo debates. O paradigma político mudou. Um exemplo é a fragilidade das universidades que são palco de cidadania plena, mas que já não formam cidadãos, mas servidores. Por outro lado, os novos agentes socializa-dores já não têm capacidades de incutir os valores essenciais para vivermos em comunidade, e isso verifica-se na falta de autoridade e a incapacidade que mui-tos dos nossos jovens têm de lidar com a frustração em vários contextos sociais. A humanidade precisa, assim, de se re-pensar. Não deveríamos andar tão preo-cupados com Rankings porque para pouco servem e em nada nos acrescen-

tam. Além disso, não nos cultivamos, no sentido de crescemos enquanto pessoas, mas reproduzimos e competimos. É nes-te âmbito que eu proponho que pense-mos, se as coisas que compõem o mundo acrescentam algo novo a nós próprio e a ele também. A realidade é pautada por um sentido comum, mas que tem vindo a perder-se, as instituições esvaziam-se de democracia por uma razão imbuída nas ideias de desenvolvimento e de progresso que não sabemos para que lado do rio nos leva. O que sabemos é que as instituições têm um pensamento de curto prazo.A nossa incapacidade actual de construir e preservar o mundo em que vivemos de-ver-nos-ia preocupar. Por outras palavras, dever-nos-ia preocupar a nossa incapa-cidade de construir significado social e cultural. Caminhamos assim para a repe-tição. Contudo, não é isso, espero eu, que queremos. O que precisamos é de uma educação crítica para cessar com a aliena-ção política e social. A liberdade de pensar o mundo social é, efectivamante, uma res-ponsabilidade comum e se nos imbuirmos numa política conservadora, só nos pode levar à destruição, a não ser que nós, en-quanto cidadãos, estejamos empenhados a intervir, a alterar, a criar o novo. A falta de autoridade e de democracia nas insti-tuições públicas é um caso cada vez mais preocupante e é também neste sentido que a construção de uma cidadania activa se exige e torna-se urgente para resgatar o património cultural, social e ambiental da ruína; para mobilizar e mudar recursos por uma vontade que se quer colectiva e para o bem-estar comum.

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Portugal em relação a parte da Eu-ropa e Estados Unidos da América, comodamente observava a evolução

dos Caminhos-de-Ferro.Como curiosidade/exemplo, direi, que em Portugal, o serviço de Mala Posta funcio-nou de 1798 até início 1860. Também, como curiosidade, esclareço que os residentes de Aveiro, sentiam-se muito desconfortáveis com a mala-posta. Até diziam que, além de Coimbra quem fazia a viagem para Lis-boa antes de partir, fazia um testamento. Não existiam garantias de regresso “quem aqui nascia, aqui morria, sem se aventurar a viajar para além de Coimbra e Porto. Por-que, a partir daí não haviam garantias de regresso, como se partia”. Também, e pelo que li, os caminhos públi-cos em Portugal até 1843, eram precários. A Rainha D. Maria II, exatamente nesse ano, a 23 de Julho, reuniu o seu Governo, no sentido de melhorarem particularmen-te as vias de comunicação. Porque, para viajar de Lisboa a Elvas levava 3 dias, ao Porto 5, ao Algarve 8 e a Bragança 15. Para o estrangeiro propriamente, não existiam estradas.Todavia, a dez de Outubro de 1844, Ben-jamim de Oliveira, a viver em Londres. Escreveu a seu primo, “o Conde de Tojal”, Ministro da Fazenda de Portugal, para que; fosse construído em Portugal, uma via-férrea, com saída de Lisboa, passando por Santarém, Leiria, Coimbra e Aveiro, tendo

como destino o Porto.Foi um percurso um pouco longo, zigueza-gueado e, com assinaláveis atropelos. Po-rém, o sentido evolucionista de Benjamim de Oliveira, conseguiu perturbar algumas mentes públicas, ao ponto de desencadear e, por inerência, acordar ao de leve Portu-gal, para começarem a pensar em obter o novo e inovador meio de transporte.Mesmo contrariado, Benjamim de Oliveira, não desistiu. Em Inglaterra, tinha influên-cia, até porque, mais tarde, foi membro do Parlamento Britânico. Com insistên-cia alertava que, o meio de transporte em causa, já circulava, e com muito sucesso a umas dezenas de anos noutros países, de-signadamente na Inglaterra.Mesmo, como referi no parágrafo anterior, as múltiplas vantagens que viria a pro-porcionar ao Governo, particularmente à indústria/povo; o Conde de Tojal, suspei-tava no sucesso que viria a ter em Portu-gal. Contudo, alimentou as comunicações com seu primo, até, porque, elas suce-diam-se com regularidade, mas, sempre reticentes.De relativa convicção, o nosso Ministro, achava mais que suficiente o meio de

transporte Marítimo, “dois vapores” e mui-tos barcos costeiros” garantiam as neces-sidades do País, e, nunca seria possível com eles competir. Apenas tinha reservas na construção de uma linha para o Alen-tejo. Essa, talvez seria lucrativa, pelo fato da ausência da via marítima.Benjamim de Oliveira, apresenta novos ar-gumentos em missivas a seu primo, afir-mando declaradamente: “…a comunicação aquática não tem capacidade a todos os níveis, de competir com o Caminho-de-Ferro, até o preço a pagar pelo seu uso”. Noutra sua carta, foi ainda mais convin-cente, ao referenciar que, em Inglaterra, os caminhos-de-ferro prestavam serviços em locais onde circulavam também va-pores. Designadamente pelas linhas: “…de Londres a Greenwich, de Liverpool a Man-chester, a de Blackwall e uma novamen-te projetada de Chatham, passando por Gravesend; como também em França a de Ruão a Paris e muitas outras que poderia mencionar”.Que o espírito natalino traga aos nossos corações a fé inabalável dos que acredi-tam em um novo tempo de paz e amor. Boas Festas e Feliz Natal!

Os Caminhos de Ferro (Número 3)

Domingos [email protected]

Duas locomotivas, uma de 1931 e a outra de 1874, em serviço nas antigas linhas do Norte de Portugal

Ano de construção 1861 · Empresa Stoth · Fabrica 1251 · Nº. 16Circulou na linha do Norte

Locomotiva nº. 6 · Ano de construção 1859 · Empresa de construção MWLinha Badajoz Barreiro · Fábrica 3

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O desenvolvimento das novas tecno-logias e da Internet deram origem a uma evolução mais rápida dos mer-

cados. Os consumidores têm-se tornado cada vez mais exigentes, por sentirem que existe mais facilidade de comparação, de compra e de reclamação por intermédio destas ferramentas tecnológicas. Por esta razão, as empresas têm vindo a superar-se ao longo do tempo e a oferecerem produtos e serviços diferenciados ao cliente, de for-ma a adquirirem vantagens competitivas num mercado altamente competitivo. Deste modo, para as empresas serem com-petitivas e crescerem, têm de estar onde o seu cliente está, ou seja, têm de estar pre-sentes na Internet, e criar uma estratégia de marketing digital eficiente alinhada com os objetivos e estratégias globais da empresa.A aplicação do marketing digital tem-se apresentado eficaz em cada vez mais ne-gócios, quer para aqueles com presença apenas online, quer para os que mantêm as duas formas: tradicional (loja física) em conjunto com a loja virtual.o que é então Marketing Digital?O marketing digital é um processo contí-nuo de divulgação e promoção da marca

e dos respetivos produtos e serviços, dire-cionado para o público-alvo presente na internet, de forma estratégica e coerente com o programa de marketing estabelecido para a empresa. Em termos operacionais, o marketing digital é uma sequência de ati-vidades que uma empresa executa online com o objetivo de se posicionar no mercado atraindo novos contactos (clientes, fornece-dores, parcerias), criando relacionamentos e reforçando a notoriedade da marca.É evidente a mudança no comportamen-to do consumidor, uma vez que, este está a utilizar cada vez mais a internet como meio de comunicação, informação, rela-cionamento e entretenimento. Este é o fa-tor determinante que leva as empresas em Portugal, inclusive as microempresas lo-cais, a marcarem presença predominante no meio digital tais como em redes sociais (por exemplo, facebook), página da em-presa com informação institucional e em muitos casos com venda online, e outras ferramentas.As vantagens que o próprio meio digital oferece são muitas, a destacar o alcance global, a interatividade, as métricas, o tem-po real e a segmentação. Posto isto, as vantagens do marketing di-gital podem-se resumir em sete tópicos, sendo estes: 1º custos  – muito menos dis-pendioso do que o marketing tradicional; 2º ajustável  – permite facilmente ajustar e otimizar os conteúdos e gerir campa-nhas e promoções, bem como loja virtual; 3º mensurável  – Possibilita e facilita a obtenção de dados estatísticos que a em-presa considera relevante, como o número de pessoas que visitam as suas platafor-

mas e interagem; 4º tempo  – Rapidez no lançamento de uma campanha e obten-ção dos resultados quase de imediato; 5º atuar no momento  – Permite aos clientes clicarem nos conteúdos e nos anúncios publicitários, saber mais sobre os produtos e serviços, até mesmo comprá-los online; 6º segmentação  – Possibilita a definição exata do público-alvo (idade, género, lo-calização geográfica, interesses, etc.); e 7º contacto  – Permite a comunicação e re-lacionamento de maior proximidade com as empresas, os seus clientes e potenciais clientes e serve de canal mais completo de apoio (pedido de informações, serviço pós-venda e recomendações).Qual a importância do conteúdo?O conteúdo é a mensagem que a empresa vai transmitindo com o intuito de seduzir o seu público-alvo, levando ao crescimen-to gradual da sua rede de contactos. Cada conteúdo: texto, imagem e vídeo, deve ser relevante e apelativo, envolver e gerar va-lor para as pessoas, com coerência mar-cando pela diferença. Atualmente, sabe-se que a maioria dos processos de compra tem início na procu-ra online, isto porque o número de pessoas conectadas à Internet é elevado e estas, tem acesso de forma intuitiva à informa-ção que as empresas com marketing digi-tal ativo disponibilizam.

Sandra Pais

Marketing Digital

Recomendo a leitura de E. P. Thompson e da sua “economia moral” de um país a caminho de se industrializar, a Inglat-erra de finais do século XVIII1. Apontaria talvez três aspectos que fazem desta obra um must read: a colectânea de fontes primárias, de arquivos de todos os tipos, jogando com os actores com uma de-streza surpreendente, põe este pequeno livro num dos mais sumarentos até en-tão por mim lidos; a recolha de canções folclóricas alusivas ao tema da fome; e a lógica thompsoniana de especificar uma “história vista de baixo”.

Muito resumidamente, o que esta lógi-ca recriou foi o motim não como simples reacção a um jogo político, mas sim como elemento preponderante de uma mecâni-ca social complexa, cuja manifestação popular é mais uma engrenagem que ates-ta a existência de uma “economia moral”. Esta economia, ou pelo menos, a economia que atravessa o mundo inglês setecentista, é uma economia presa aos ditames do sec-tor produtivo e, doravante, monopolista. O termo incide sobre a análise dos compor-tamentos e das atitudes, e Thompson mos-tra-nos como a turba foi capaz de interferir na relação empedernida de moleiros e ag-ricultores, chegando mesmo a fixar preços

quando a autoridade local demorava a faz-er-se sentir. O autor atribui-lhe sensatez, uma sensatez pré-luddiana2, não jacobina, muito bem compreendida pelas figuras do establishment capitalista que, breve-mente, em jeito de substituição de um pa-pel de poder por outro papel de poder, farão funcionar um sistema caritativo em prol dos pobres.Deliciosa é a bicada aos correligionários de uma História económica cega. Thomp-son tenta provar que quando Adam Smith via o modelo do laissez-faire funcionar, ele não era de facto empiricamente verifica-do: a abertura concorrencial do mercado não fez com que a escassez tivesse térmi-

Motins parlamentaresJosé Rafael Soares

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Face à situação do nosso dia-a-dia, cada vez mais são as dúvidas dos pais em relação ao modo como de-

vem agir e falar com os seus filhos sobre a temática dos constantes atentados terro-ristas que estão a acontecer. Para a grande maioria dos pais este tema acaba por ser banal e de fácil compreensão, mas quando falamos de crianças este tema não é assim tão simples. Na atualidade somos inun-dados constantemente com notícias nos jornais, na televisão e na rádio sobre este tema, o que faz com que as crianças te-nham cada vez mais dúvidas em relação ao mesmo. É importante que os pais tenham em atenção que as crianças absorvem as emoções dos pais pelo que não devem ali-mentar a posição de medo e terror perante estas situações de forma a diminuir o im-pacto causado pelas mesmas nas crianças. Nestes casos os pais devem dar oportu-nidade às crianças para falarem sobre o assunto e exporem as suas dúvidas incen-tivando a partilha do que pensam acerca do tema, ignorar o assunto torna-o ainda

mais interessante e motivo de questões por parte das crianças. Tente ter um meio-termo sobre o tema, ou seja, não exponha demasiado as crianças a esta temática, mas também não evite falar sobre o as-sunto, não dê mais informação do que aquela que a criança lhe pede. Antes de explicar às crianças determinados assun-tos é importante as questionar sobre o que realmente ouviu falar sobre a temática, para que assim possam partir dos conhe-cimentos já existentes por parte a criança. A forma mais simples é sempre a mais adequada para explicar às crianças, utili-ze um vocabulário corrente e não dê nú-meros muito detalhados, evite ainda falar com conceitos racistas, para assim não os incutir nas crianças como, por exemplo, não utilize os conceitos de radicalismo do islamismo, judaísmo ou mesmo atentados terroristas. A fim de evitar confusões na cabeça das crianças é importante sempre que notar que a criança está ansiosa ou reticente ao que está a ver na televisão a questione so-bre o que a está a deixar assim e porque está tão ansiosa em relação às imagens que está a ver, faça-o de forma calma e harmoniosa diminuindo assim os níveis de ansiedade das crianças.É importante ainda que as crianças se sintam seguras e confortáveis em rela-ção ao seu meio envolvente, pelo que se pode tranquilizar dizendo que os ataques terroristas são muito raros e que as “pes-

soas más” foram apanhadas. Perante esta conversa com as crianças é fundamental conhecer bem as mesmas e a forma como se expressam perante as diferentes situa-ções, tolerando diferentes reações perante as diversas situações que acontecem, to-das as crianças reagem de forma diferente perante as emoções. Ressalvando sempre às crianças que estamos seguros porque muita gente está a trabalhar no sentido de resolver estas situações. Para crianças com mais idade podem mesmo mostrar as diferentes localizações no mapa para que possam perceber onde estão a acontecer estas situações. Mantenha as rotinas familiares iguais e saliente que esta situação é uma questão de violência e aproveite para explorar o conceito explicando que esta não resolve nada antes pelo contrário irá gerar ainda mais violência. Referindo ainda o carater excecional pelo qual estas situações acon-tecem, por isso não vale a pena ter medo nem receio face às mesmas. Aproveite ainda o momento para funda-mentar a importância do respeito e da tole-rância, assim como a importância de saber respeitar a liberdade de expressão de cada cidadão, desde que isso não implique a in-vasão da privacidade por parte do outro. Em suma, olhe para esta situação como uma oportunidade de crescimento e de exploração por parte das crianças.

A psicóloga Cristiana Félix

Como explicar as crianças os atentados

Cristiana Félix

no nos conturbados anos de 1770. Antes, fora a multidão consciente que demoni-zara um sector enriquecido e clamou por medidas paternalistas, ou próximas de um modelo paternalista. O autor denun-cia quem vê os motins de subsistência “como uma resposta directa, espasmódica e irracional à fome – um retrato que é em si mesmo um produto de uma economia política que reduziu as reciprocidades hu-manas à lógica salarial”.A mesma ordem de ideias, dir-se-ia, a mesma lógica, atiça aquilo que na actual-idade vem sendo prática comum entre os políticos portugueses. Quando se opta por teorizar sobre a procedência do voto do in-divíduo, está-se verdadeiramente a fazer uma análise rudimentar mas proveitosa sobre as estruturas sociais do território na-cional. Quando se transforma a procedên-cia do voto em assunções esotéricas – “os portugueses não votaram para isto”, “um

milhão disse não à austeridade” -, está-se simplesmente a recriar uma propaganda gratuita que vai alimentar as pobres almas dos portugueses indecisos e as horas do parlamento fatigado. Esta “economia mor-al” do voto é apenas abjecta porque sabe-mos que os partidos não estão interessa-dos em justificar porque é que governam. Num sistema democrático do século vinte e um já não se espera tal façanha argumen-tativa, própria somente dos panfletários da Revolução Francesa ou talvez dos cartis-tas. O que se espera desse sistema é que governe, e que governe bem.Gramsci, em 1921, num artigo denomina-do “Um Governo Qualquer”, dizia que os di-rigentes de um partido derrotado mudam o seu armamento fraseológico, passando a advogar não um governo melhor, mas sim um governo qualquer. É uma espécie de teoria do sufoco político. O derrotado advoga por qualquer coisa, perdendo as

noções morais e vinculativas da ideia an-tes defendida, reconhecendo um lugar de repouso no sistema político, onde espera que a situação se normalize. A conversa sobre quem é mais legitimado é perda de tempo, e a assunção moral de quem su-fragou quem soa a desespero. À excepção dos radicais portugueses, todos os out-ros partidos estão a perder e a serem consumidos pelos erros de governação e pelo aumento das desigualdades sociais. o discurso da “economia moral” do voto é disso sintoma: também estes gritos de sufoco do parlamento deixaram de ser espasmódicos e irregulares.

1. “A Economia moral da multidão na Inglaterra do século XVIII”, editado pela Antígona.2. Referência à revolta de Ludd, intrigante per-sonagem da Inglaterra do século XIX que desen-cadeou, provavelmente, a primeira luta consci-ente contra a máquina e o progresso.

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Este mês, começo por informar os esti-mados leitores que a cidade de Viana do Castelo foi considerada um exemplo de reabilitação urbana a nível nacional. Pois é quem diria não é?! Os números falam por

si, mas esquecendo esses mesmos núme-ros, penso que o centro histórico continua às moscas, com exceção das catividades festivas. Acho que ainda há muito a fa-zer para que se possa dizer que o centro histórico de Viana está completamente reabilitado. A segunda notícia que quero aqui realçar é não haver ainda nenhuma vontade da Câmara Municipal de Viana em ceder um espaço á Associação Vila Animal, uma associação que muito tem feito pelo nosso concelho tirando da rua milhares de cães e gatos ao fim de nove anos de vida. Corre assim o risco de fechar portas por ter de abandonar o local onde

está instalada neste momento. O prazo está a terminar e os animais correm o ris-co de serem entregues ao canil. Enfim, um problema que a Câmara de Viana nunca quis solucionar, e um concelho que se diz saudável e amiga dos animais, fica muito mal na fotografia. Por último e não me-nos importante é o prendão solidário que a Câmara Municipal está a realizar, com o intuito de angariar brinquedos novos ou usados para crianças carenciadas até aos doze anos. Uma iniciativa de louvar num momento tão complicado como este.

João Bruno · Enfermeiro

Curtas de Viana do Castelo

João Bruno

O Aurora do Lima, de Viana do Castelo, considerado o jornal mais antigo do con-tinente, completa no dia 12 de dezembro do ano corrente 160 anos.Ao longo destes 160 anos, o jornal conhe-ceu 15 diretores, entre os quais Camilo Castelo Branco, que exerceu o cargo por apenas 55 dias, em 1857, recebendo como “salário” 14 mil e 500 réis.O jornal ultrapassou todas as convulsões políticas nacionais, mas quase não con-seguia superar a censura, tendo mesmo o fecho de portas estado eminente por cau-sa de um artigo que fugiu ao lápis azul e

que criticava a adoção, por parte dos por-tugueses, de crianças austríacas, no pe-ríodo pós-guerra.O jornal O Vale do Neiva foi conhecer o Dr. Bernardo Barbosa, atual diretor, que com começou no jornal como “moço de recados”, com 8 anos de idade, em finais de 1940. NoME CoMPLEto: BERNARDO ANTERO PEREIRA DA SILVA BARBOSA, casado, 75 anosNAtURALIDADE: Viana do CasteloDESCENDêNCIA: Dois rapazes, quatro netaso QUE GoStAVA DE SER QUANDo FoS-SE GRANDE: Voltar a ser pequeno toDoS tEMoS Ao LoNGo DA VIDA, BoNS E MAUS MoMENtoS, MENCIoNE UM BoM E oUtRo MAU Não recordo os maus, relembro os bonsLIVRo DE MESINhA DE CABECEIRA: A flor e a foice, de J. Rentes de CarvalhoPERSoNALIDADE NotÁVEL DE REFE-RêNCIA: José SaramagoLoCAL DE FéRIAS PREFERIDA: Qualquer serve, desde que sossegadoLEMA DA VIDA: Procurar ser útil à huma-nidadehÁBIto DIÁRIo: Nenhum especial, ulti-mamente ler ao deitarPENSAMENto: A puta da vida mas mais a dos outros (os infelizes) que a minhaESCoLA INESQUECíVEL: A vida militar (mesmo na Guerra Colonial)UMA PERSoNAGEM JUStA: Não vejo ninguém! UM BoM PoRtUGUêS: Salgueiro Maia, Cap. d’AbrilUMA DAtA: 04 Agosto 1966 – emboscada,

AngolaUMA MEMÓRIA: Tantas, felizmente, a de 25 de Abril 74…. SempreCENtRoS DE ENSINo FREQUENtADoS, CoMo ALUNo: Todos, até fazer o grau máximo (PhD)LoCAIS DE tRABALho oNDE EXER-CEU A PRoFISSão: Serviços Geológicos de Portugal, IGM (como geólogo) e ISEP (como professor)EM SíNtESE DIGA: SE VoLtASSE À ADo-LESCêNCIA FAzIA tUDo IGUAL? Não sei, nem me interessa pensar nisso, porque é uma situação de pura abstração teóricaSERÁ QUE EStÁ ARREPENDIDo DE Po-SIÇÕES ASSUMIDAS Ao LoNGo DA SUA VIDA? Algumas, naturalmente, mas…, é a vidao QUE GoStARIA DE tER FEIto E Não CoNSEGUIU FAzER? Nada de especial, porque julgo ter feito mais do que pensa-va fazer toDo o CIDADão tEM DIREItoS E DE-VERES. o QUE REPRESENtA PARA SI EStA tEoRIA? CidadaniatEM PRoJEtoS EM VIStA PARA o IME-DIAto. tAMBéM PERGUNto PARA o FUtURo? Já não tenho, esgotei quase tudo; saúde para ainda tentar conhecer melhor o Ser humano e o MundoBALANÇo PRoFISSIoNAL Até Ao Mo-MENto. No QUE CoNCERNE Ao BISSE-MANÁRIo “AURoRA Do LIMA”: Positivo, de equilíbrio relativo entre os jornais re-gionaisQUE RESPoNSABILIDADE ACARREtA CoMo DIREtoR Do JoRNAL MAIS AN-tIGo DE PoRtUGAL CoNtINENtAL?

Entrevista

Entrevista Dr. Bernardo Barbosa

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- Orientar livremente, dentro do seu es-tatuto editorial de “contrapoder” e de “me-mórias e afectos”CoMo IRÁ SER CoMEMoRADo oS 160 ANoS Do JoRNAL No PRÓXIMo DIA 15DEz? Nada de especial, como um ano mais de vidaQUAIS São AS PERSPEtIVAS PARA o FUtURo? Não sei, embora me preocu-pem MUIto SUCINtAMENtE REtRAtE UMA CENA INtERESSANtE. Haverá algumas, mas de momento a caricata outorga ao Governo ao agrado do PR para oito diasQUAIS São oS MAIoRES DESAFIoS QUE ENFRENtA DIARIAMENtE? Já não te-nho grandes preocupações diárias a não ser a saúde, mas preocupa-me a herança cultural e editorial d’AURORA. Não ter ninguém no horizonte.

BREVE hIStÓRIA Do JoRNALBernardo Silva Barbosa (*)É difícil contar a história d’A Aurora do Lima. Compulsando a sua imensa bio-bi-bliografia, contida no arquivo, dela pode retirar-se muitas e variadas estórias. Po-rém, dificilmente alguma acabará por nos dizer o que foi a vida deste Jornal no seu século e meio de ininterrupta publicação. Todas juntas contribuirão certamente para os 150 anos de memórias e de afec-tos na história de Viana.Nos dois períodos que a seguir se sinteti-zam - correndo o risco de adulterar o per-curso da sua caminhada – talvez se pos-sa vislumbrar alguma razão que explique esta longínqua jornada, da sua continui-dade, agora, como decano dos jornais continentais:1. Um primeiro período, o do grupo dos fundadores, diretores, editores e redato-res, até aos finais do século XIX, próximo do derrube da Monarquia. Surge à cabe-ça a família Barbosa e Silva, com o capi-tal necessário para a criação da Aurora: José, Matheus e Luís, embora estes dois últimos pouco ou nada tenham intervido no Jornal; o fundador e primeiro diretor

é o major João Maria Baptista de Olivei-ra, depois José Afonso de Espregueira; segue-se José Barbosa e Silva, Eugénio Martins, João Caetano da Silva Campos e José Caetano Palhares Malafaia Viana, até 1907. Neste período, Camilo Castelo Branco (32 anos), amigo de José Barbosa e Silva, com 28, assume com relevante importância o papel, primeiramente de redator do jornal nos cerca de dois me-ses (de 7 Abr. a 28 Mai. de 1857) de estada em Viana, e depois, como colaborador, até 1858.2. Num segundo grupo, ou período, sur-ge Bernardo Fernandes Pereira da Silva. Chegado ao jornal a partir de 1878 (com 12 anos), como tipógrafo e ”rapazinho de re-cados”. Em 1907, já com 41 anos, seu 8º di-retor, até ao falecimento em Fevereiro de 1948. Segue-se-lhe praticamente Aurélio Pereira Barbosa, que já antes havia feito o mesmo percurso: entrara para a Auro-ra por volta de 1932 (com 17 anos), como aprendiz de tipógrafo e, em 1939, viria a desposar a filha do diretor, Constança da Luz Pereira da Silva.A presença de Aurélio Pereira Barbosa, mesmo como administrador, depois da morte de Bernardo Silva, com os diretores e editores que o jornal teve nesse tempo, é tutelar no jornal. Obrigado, por perse-guição política, a deixar de ser editor em 1948 e a cumprir cerca de dois anos de prisão no Forte de Peniche (1953-54), não se pode esquecer, neste período, a desin-teressada colaboração e ajuda de Felipe Fernandes, que, como diretor, veio depois a figurar 42 anos, no cabeçalho do jornal (desde Nov. 1950 a Out 1992), suceden-do ao ten. Coronel Ernesto Sardinha (de Mar 1949 a Set 1950). Constança Silva, no período de detenção de seu marido, teve a seu cargo a administração do jornal, com a prestimosa ajuda dos tipógrafos Juvenal Sousa, Magalhães Victor, Salva-dor Pinheiro, António Rocha e Fernando Moreira e, naturalmente, do diretor Feli-pe Fernandes.Com o advento da liberdade, em 25 de

Abril, Aurélio Barbosa não quis assumir a direção do Jornal, embora Felipe Fer-nandes lha tenha procurado “devolver” de imediato. Fundou com outros camaradas o semanário “Praça da República”, sentin-do a vaga de esquerdismo que assolava o país, protegendo a Aurora dessa forma. O inesperado desaparecimento de Felipe Fernandes levou a recair a direção sobre o colaborador mais chegado, Aristides Arroteia, até Setembro de 2002. Retirado este por motivos de saúde, fica e termina muito justamente a sua vida como dire-tor, Aurélio Barbosa, até ao dia 19 de Abril de 2005.Durante a Monarquia a Aurora alinha-ra pelo Partido Progressista (comanda-do por António Alberto da Rocha Páris) contra o Regenerador (de José Malheiro Reimão). Com a revolução republicana (1910) passou-se algo de certa forma pa-ralelizável ao período pós-revolução dos cravos (1974): Bernardo Silva, monárquico progressista naquele tempo, sai do cabe-çalho do jornal e só o retoma cinco anos depois. Em 1922, vê-se obrigado a con-trair um empréstimo (a António Tomaz Quartin) para adquirir o jornal que havia, certamente, caído em desgraça aos olhos dos republicanos.Daqui para a frente a Aurora tem procu-rado seguir, nos termos do seu já antigo estatuto editorial, uma total independên-cia dos poderes instituídos e da política partidária, procurando sempre a defesa dos interesses regionais e locais.--------------------------------------------(*) Diretor do Bissemanário “A Aurora do Lima”.Palestra proferida na Pousada de Sta. Lu-zia, na noite de 21 de Outubro de 2005, na Homenagem do Rotary Clube de Viana aos 150 anos do Jornal.Agradecimentos devidos ao António de Carvalho, colaborador do Jornal, pelas pesquisas inéditas que nos facultou e ao João Lomba da Costa pelo convite em re-presentação do Rotary e pela amizade à Aurora.

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A Comissão Europeia adotou o seu pro-grama de trabalho para 2016, o segundo da Comissão Juncker, e reafirmou o seu empenho relativamente às 10 prioridades das suas orientações políticas estabeleci-das no início do seu mandato e que aqui recordamos: 1. Um novo impulso para o crescimento, o investimento e o emprego2. Um mercado único digital3. Uma União energética mais resiliente, dotada de uma política visionária em ma-téria de alterações climáticas4. Um mercado interno mais aprofundado e mais equitativo, dotado de uma base in-dustrial reforçada5. Uma União económica e monetária mais aprofundada e mais equitativa6. Um Acordo de Comércio Livre razoável e equilibrado com os EUA7. Um espaço de justiça e de direitos fun-damentais, baseado na confiança mútua8. Rumo a uma nova política migratória9. Uma Europa mais forte na cena mun-dial10. A União da mudança democráticaO programa de trabalho da Comissão para 2016 começou a ser elaborado com o dis-curso sobre o estado da União proferido pelo Presidente Juncker perante o Parla-mento Europeu, em 9 de setembro, e com a carta de intenções enviada por ele e pelo Primeiro Vice-Presidente Timmermans aos Presidentes do Parlamento Europeu e do Conselho no mesmo dia. Este programa surge assim na sequência de um diálogo construtivo com o Parla-mento Europeu e o Conselho. O programa de trabalho apela a estas instituições no sentido de contribuírem para a obtenção de resultados rápidos e efetivos nos domí-nios de intervenção mais importantes.O Primeiro Vice-Presidente, Frans Tim-mermans, declarou: «há um ano, a Co-missão apresentou uma comunicação intitulada “Um novo começo”, na qual se comprometia a centrar-se nos grandes desafios, aqueles em que os cidadãos es-

peram que a UE faça a diferença. hoje estamos a passar para uma nova fase para concretizar essas prioridades políticas. Ao longo do próximo ano, pro-poremos medidas adicionais para gerir a crise dos refugiados, impulsionar o cres-cimento e o emprego e reforçar o merca-do único, aprofundar a União Económica e Monetária, garantir a equidade fiscal, assegurar normas sociais elevadas e pro-mover a sustentabilidade económica, so-cial e ambiental. Este não é o momento para deixar tudo como está: os cidadãos julgarão a UE em função da sua capacida-de de produzir resultados face aos gran-des desafios que as nossas sociedades enfrentam atualmente.é por esta razão que instamos o Parla-mento Europeu e o Conselho a atribuírem prioridade, no quadro do trabalho legisla-tivo, às nossas propostas mais urgentes.»

Para o próximo ano o programa prevê 23 iniciativas fundamentais baseadas nas 10 prioridades políticas, a retirada ou altera-ção de 20 propostas pendentes e 40 ações REFIT de avaliação da qualidade da legis-lação da UE em vigor. o programa prevê realizar as 10 priori-dades políticas através de 23 iniciativas fundamentais As novas iniciativas que a Comissão apre-sentará em 2016 incluem:Iniciativas para melhorar a gestão da migração e propostas sobre a gestão das fronteiras;A realização do Mercado Único Digital, o seguimento da estratégia para o mercado único, uma estratégia espacial para a Eu-ropa e um plano de ação europeu em ma-téria de defesa;Uma economia circular, as próximas eta-pas para o futuro sustentável da Europa e legislação para implementar a União da Energia;Uma Agenda para Novas Competências na Europa, um novo começo para os pais que trabalham e um pilar de direitos so-ciais no âmbito do aprofundamento da União Económica e Monetária;Um pacote sobre a tributação das socieda-des e um plano de ação sobre o IVA.Outras iniciativas fundamentais para 2016 implementarão a Agenda Europeia para a Segurança, darão seguimento à estratégia comercial e de investimento e ao Relatório

dos Cinco Presidentes sobre o reforço da União Económica e Monetária e contribui-rão para a estratégia global no domínio da política externa e de segurança.A Comissão apresentará também a revisão intercalar do quadro financeiro plurianual, bem como uma estratégia para orientar melhor o orçamento para os resultados.Por outro lado a Comissão pretende garan-tir a adequação da legislação comunitária à sua finalidade através de 40 ações RE-FIT. REFIT é o programa da Comissão para assegurar que a legislação da UE continua a adequar-se à sua finalidade e a produzir os resultados esperados. Pretende manter o acervo legislativo da UE sóbrio e saudá-vel, eliminar burocracias desnecessárias e adaptar a legislação existente sem com-prometer os nossos ambiciosos objetivos estratégicos.Este ano, 13 ações REFIT contribuirão para iniciativas fundamentais, como a simplifi-cação das regras de financiamento da UE ou o reexame da legislação sobre a fisca-lidade e a energia. Além disso, serão lan-çadas 27 novas ações REFIT, por exemplo para avaliar a nossa legislação marítima, reduzir os encargos associados aos con-tratos públicos para as PME, facilitar o respeito do quadro REACH e garantir que a legislação em matéria de saúde e seguran-ça seja viável e aplicada.De recordar que o programa de trabalho para o próximo ano apresenta propostas para dar continuidade aos programas es-tratégicos já adotados em 2015.

Mais informações, em: http://europa.eu/rapid/press-release_IP-15-5923_pt.htm

Centro Europe Direct de Ponte de LimaAssociação Portuguesa de Criadoresde Bovinos da Raça MinhotaLargo Conselheiro Norton de Matosnº37 4990 -144 PoNtE DE [email protected]

A Comissão Juncker adota o seu segundo programa de trabalho anual (2016) e mantém a tónica na concretização das suas 10 prioridades

Sociedade

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Agenda do mês [Concelho Viana do Castelo]

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Agenda do mês [Concelho Barcelos]

Agenda do mês [Concelho Ponte de Lima]

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INGREDIENtES 500 gr. de farinha preparada Nacional para pão Brioche4 colheres (sopa) de açúcar em pó1 cálice de vinho do Porto1 colher (chá) rasa de canela em pó2,3 dl. de água mornafrutos secos (pinhões, amêndoas laminadas, passas e nozes)frutos cristalizados em cubinhosgema de ovo batida.

MoDo DE PREPARAÇão Junte na batedeira a farinha com o açúcar em pó, o vinho do Por-to, a canela e a água morna. Deixe misturar muito bem.Tape a tigela onde bateu os ingredientes e deixe levedar a massa por uns 60 minutos, até dobrar de volume, em local tépido.Na mesa da cozinha polvilhada de farinha coloque a massa.Junte-lhe os frutos secos e cristalizados. Amasse de modo a in-corporar os frutos.Molde a massa em forma de bolo-rei. Pincele a superfície do bolo com gema batida e decore com frutos secos e cristalizados e montinhos de açúcar em pó. Passe a massa para um tabuleiro e deixe repousar por uns vinte minutos, em local tépido.Pré-aqueça o seu forno a 180C.Leve ao forno e deixe cozer, durante aproximadamente 35 minu-tos (atenção que este tempo varia consoante o forno).Fonte: www.cabaredogoucha.pt

Culinária

BOLO-REI

Viana do Castelo

Camara Municipal de Viana do Castelo - 258 809 300Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo - 258 800 840Bombeiros Municipais de Viana do Castelo - 258 840 400Guarda Nacional Republicana - 258 840 470Polícia de Segurança Pública - 258 809 880Polícia Marítima - 258 822 168Unidade de Saúde Local do Alto Minho (ULSAM) - 258 802 100Cruz Vermelha - 258 821 821Centro de Saúde - 258 829 398Hospital Particular de Viana do Castelo - 258 808 030Unidade de Saúde Familiar Gil Eanes - 258 839 200Interface de Transportes - 258 809 361 Caminhos de Ferro (CP) - 258 825 001/808208208Posto de Turismo de Viana do Castelo - 258 822 620Turismo do Porto e Norte de Portugal, Entidade Regional - 258 820 270Viana Welcome Center - Posto Municipal de Turismo - 258 098 415 CIAC - Centro de Informação Autárquico ao Consumidor - 258 780 626/2

Linha de Apoio ao Turista - 808 781 212Serviço de Estrangeiros - 258 824 375Defesa do Consumidor - 258 821 083 Posto de Fronteiras do SEF - 258 331 311Arquivo Municipal de Viana do Castelo - 258 809 307Centro de Estudos Regionais (Livraria Municipal) - 258 828 192Biblioteca Municipal de Viana do Castelo - 258 809 340Museu de Artes Decorativas - 258 809/305Museu do traje - 258 809/306Teatro Municipal Sá de Miranda - 258 809 382 VianaFestas - 258 809 39

Barcelos

Câmara Municipal de Barcelos - 253 809 600Bombeiros Voluntários de Barcelos- 253 802 050Hospital Sta. Maria Maior Barcelos - 253 809 200Centro de Saúde de Barcelos - 253 808 300PSP Barcelos -253 823 660Tribunal Judicial da Comarca de Barcelos - 253 823 773

Contactos úteis

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Património

A Mulher nas Terras do Neiva Trabalhar no campo é tão digno como na fábricaÉ com certa saudade, que o povo

das Terras do Neiva vê desapare-cer das suas aldeias o alegre can-

tar das moças, o chiar pachorrento dos carros de bois, o cheiro agradável do estrume, o bater cadenciado do malho, o carpir dolente do estanca-rio, o fu-megar alvo das chaminés, o cheirinho a pão quente, o cheiro a mosto na ade-ga e a um sem fim de belas passagens campestres. Em todos estes trabalhos a

mulher era a figura principal. O homem era ferreiro, latoeiro, ferrador, cesteiro, tamanqueiro, carreteiro, jornaleiro e ou-tros ofícios mais, e poucos eram os que se dedicavam ao campo. É por volta dos anos sessenta, que a transformação se começa a dar; Guerra no Ultramar e uma Emigração desenfreada, deixa o campo deserto. Por essa altura surgem algumas indústrias, entre elas as confecções, que exigem mãos femininas, as mais jovens deixam o campo e vão para as fábricas. E com este abandono, de homens e mulhe-res, a que assistimos nós? A uma indus-trialização e mecanização. As cantigas, deixaram de se ouvir; as noras, deram lugar aos poluentes motores, os carros de bois, cedem o lugar aos ruidosos trac-tores, o típico malho, pára perante a de-bulhadora barulhenta, o estrume, cede o lugar ao intoxicante adubo químico, a típica azenha do Neiva, desaparece com os moinhos eléctricos. Na parte que lhe toca, foi a mulher, que numa certa ilusão, deixa o campo numa profunda tristeza, trocando-o por uma fábrica, onde é cro-nometrada, vigiada e controlada, desde o levantar até ao pôr-do-sol. No campo, era livre, rainha e senhora dos seus actos; comprava e vendia o gado, governava a casa, cuidava dos filhos, semeava o mi-lho e feijão. Lavrava o seu campo, cozia o pão, pastava o gado, ia à feira, ao mon-te, à romaria, fazia o almoço e levava-o

ao marido, era mulher de guerra. Mas vem a indústria e com ela uma série de situações, a fuga do campo e a vil explo-ração da mão-de-obra barata. E é neste ponto que a mulher das Terras do Neiva, clama contra o terror que se implantou em certas empresas, e que a atinge pes-soalmente. Ela é em muitos casos, redu-zida a um simples objeto de produção e vitima doutras agressões moralmente inqualificáveis. A falta de creches e re-feitórios, são uma preocupação constan-te da operária, pois o salário de miséria, não dá para comer e muito menos dei-xas os filhos na ama. Estas realidades, ligadas a tantas outras que são do do-mínio público, põe-nos perante o proble-ma de uma sociedade que se confronta com uma crise moral, mais grave que a crise económica. E num largo rosário de injustiças, onde o medo do desem-prego, a fome, salários em atraso, horas extraordinárias por pagar, trazem a mu-lher num estado de depressão nervosa. Com este estado de coisas, a mulher já não tem vontade de cantar, mas deve ter a esperança de que melhores dias virão. Não tenhas vergonha, trabalhar no cam-po é tão digno como trabalhar na fábrica.

Manuel Delfim da Silva PereiraIn Jornal « o Vale do Neiva» Fevereiro de 1985A Redação

Sugestão ao leitor

Sugestão cinematográfica

00:30 HORA NEGRASinopseA caça a Osama bin Laden inquietou o mundo e dois Governos Americanos du-rante mais de uma década. Mas, no fi-nal, foi uma pequena e dedicada equipa de operacionais da CIA que o conseguiu localizar. Cada pormenor da missão foi preparado no mais completo segredo. Embora alguns dos detalhes tenham sido, entretanto, tornados públicos, gran-

de parte dos aspetos mais relevantes des-ta operação - incluindo o papel central desempenhado pela equipa - são agora trazidos pela primeira vez para o gran-de ecrã de forma subtil e envolvente pela dupla criativa vencedora de três Óscares com ‘Estado de Guerra’: Kathryn Bigelow e Mark Boal.

Fonte: www.sapo.pt