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Dia 1 - Editora Sextante · Vou continuar humilde, como sempre fui. ... Certo dia, durante um ataque contra outro clã, eu estava escondido perto da prefeitura enquanto o pessoal

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Dia 1

O que você tem nas mãos não é um simples diário. É

uma biografia. Quero deixar isso bem claro, já que o

Conan me viu comprando este caderno na papelaria e

agora vai começar a fazer fofoca.

Dia1

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Só porque tem o nome de um bárbaro famoso, o

Conan acha que é o bambambã da nossa aldeia. A fa­

ma subiu ao cabeção dele! E ele tem mesmo um ca­

beção, sabia? É maior do que uma melancia. Deve ser

o corpo dele compensando o cérebro minúsculo.

Bom, mas vamos falar de mim. Meu nome é Skulk

Arms trong. Se você está lendo isto, já deve me co­

nhecer. Afinal, quando esta biografia for publicada, eu

serei o bárbaro mais popular do mundo!

Mas por que escrever uma biografia? Ora, porque

todo mundo adora uma boa história de superação, e a

minha vai ser assim. Estou cansado de ser conhecido

como o covarde da aldeia e vou encontrar um jeito de

avançar de nível.

Avançar de nível? Sim, quando um bárbaro prova

seu valor para a aldeia, ele avança de nível. São sete

níveis no total. Todo mundo que eu conheço está pe­

lo menos no nível 3. Eu ainda estou encalhado no 1.

É importante avançar de nível, já que nossa aldeia

precisa de um recurso muito valioso para sobrevi­

ver: o elixir, extraído da linha de Ley, que fica na mina

embaixo da aldeia. Essa mesma linha cura as nossas

tropas e recompõe as defesas que nos protegem das

hordas de goblins.

Esta é a segunda coisa que eu mais odeio no mun­

do: goblins. A primeira obviamente é o Conan. Cara,

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minha reputação não vai melhorar nadinha se ele

contar para a galera que eu comprei um diário...

Bom, mas voltando aos goblins... Os goblins são as

pestes contra quem lutamos. Eles só querem saber de

saquear ouro e elixir. Mas não precisamos nos preo­

cupar muito, já que temos do nosso lado o guerreiro

mais valente de todos: rei Steve, o Bárbaro! Ele prote­

ge o mundo há um tempão e é a pessoa mais corajosa

que eu conheço. Um dia vou ser igualzinho a ele!

Os aldeões não acham que sou bom o bastante pa­

ra avançar de nível, e eles têm razão. Quando acon­

tece um ataque, costumo me esconder ou fugir. Mas

isso vai mudar em breve.

Qual é o meu plano? Na verdade, não tenho ne­

nhum. Começar a escrever a minha biografia era o

primeiro passo.

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Dia 2

O treinamento de hoje foi horrível.

Conan espalhou para todos os bárbaros que estou

escrevendo um diário. Nossa aldeia é bem pequena

e não tem muita coisa sobre o que conversar. Assim,

virei o principal assunto do lugar. Todo mundo ficou

me zoando. Falaram que era o Diário de um bárbaro

covarde. Que ridículo! Com certeza esse não vai ser

o título da minha biografia.

Quanto ao treinamento, parte dele consiste em

passar por túneis estreitos de terra. Dizem que todo

esse arrasta­arrasta ajuda a ganhar força e agilidade,

mas a verdadeira razão desse exercício é nos obrigar

a tomar banho.

A gente sempre fica suado e fedido depois do trei­

namento. Então o rei Steve resolveu que a melhor

maneira de nos obrigar a tomar banho era fazer com

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que ficássemos ainda mais sujos. Deu certo! A inhaca

é tão grande que só uma ducha salva!

Ah, aconteceu uma coisa legal! Pela primeira vez

eu não cheguei por último na corrida. Parece que

o construtor da aldeia fez o túnel um pouco mais

estreito do que o normal hoje. Então o Conan ficou

entalado e acabou passando horas na terra; nem

imagino como deve ter ficado fedido lá dentro. A me­

lhor parte foi a cara dele quando finalmente conse­

guiu sair. He­he­he.

Quando eu me tornar o bárbaro mais popular da

nossa aldeia, prometo que não serei igual ao Conan.

Vou continuar humilde, como sempre fui. Talvez des­

cole uma mansão no meio da aldeia, quem sabe com

um outdoor com o meu nome em letras bem grandes

e chamativas. Assim todo mundo vai saber como sou

maravilhoso. Mas, tirando isso, vou continuar humil­

de. Na verdade, pode ser que eu pare de andar com o

meu amigo Jimmy, o destruidor de muros, e passe a

andar com um monte de gente mais legal.

Mas na humildade!

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Dia 3

Colocaram uma pedra gigantesca na frente da minha

casa.

Isso acontece quase todos os dias por aqui. É o jeito

mais comum de se vingar de alguém, já que a única

maneira de se livrar da pedra é falando com os cons­

trutores. Lembra quando comentei que os goblins são

a segunda coisa que eu mais odeio neste mundo? Retiro

o que disse. São os construtores.

Para não precisar falar com os construtores, pas­

sei um bom tempo tentando tirar a pedra sozinho.

Depois de umas duas horas, chamei o meu amigo

Jimmy, o destruidor de muros, para me ajudar. O pro­

blema é que ele não é muito inteligente, sabe? A solu­

ção que ele dá para a maioria dos problemas é... jogar

bombas.

Acredite, Jimmy é a última pessoa que você vai

querer jogando bombas perto da sua casa. A visão e

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a mira dele são muito ruins. Sabe por quê? Porque

Jimmy é um esqueleto! Ele literalmente não tem

olhos!

Certo dia, durante um ataque contra outro clã,

eu estava escondido perto da prefeitura enquanto o

pessoal lutava. Como não havia muros na aldeia, o

Jimmy não tinha muito o que fazer. Para se sentir

útil, ele começou a correr atrás dos soldados inimi­

gos e a jogar bombas neles. Parecia um bom plano...

até ele me confundir com um dos inimigos. Como

Jimmy não enxerga direito, ele não percebeu que era

eu. E, por causa das bombas, não escutava minhas

explicações. E olha que eu estava berrando!

Obviamente eu sobrevivi, mas o Jimmy foi proibido

de jogar bombas em qualquer coisa que não seja um

muro durante os ataques. Ele poderia ter recebido

uma punição mais severa, mas ninguém quer ser a

pessoa que castiga um cara porque ele não enxerga

direito.

– Todos vocês usam o mesmo corte de cabelo

e têm bigodes iguais! – gritou ele, meio indignado,

meio se desculpando. – Como não querem que eu

me confunda?

Como naquele dia, o Jimmy só me atrapalhou. A pe­

dra continuou no mesmo lugar. Droga! Resolvi dormir

do lado de fora em vez de falar com os construtores.

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O Jimmy ficou bem mal por mim e disse que, se não

morasse em um caixão, me convidaria para passar a

noite na casa dele.

Em vez disso, o Jimmy resolveu me fazer compa­

nhia e saiu correndo para buscar o video game e o

pijama dele. Que amigo legal! Só que ele se perdeu no

caminho de volta e, cegueta como é, acabou se con­

fundindo. No fim das contas, o Jimmy ficou jogando a

noite inteira com outro bárbaro que também não tinha

conseguido entrar em casa.

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