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LENÇÓIS PAULISTA, SÁBADO, 7 DE MARÇO DE 2015 ANO 78 EDIÇÃO Nº 7.386 www.jornaloeco.com.br mail: [email protected] [email protected] telefone central (14) 3269.3311 E O ECO Artigo Conceição Giglioli Carpanezi é jornalista A decisão de destinar um dia para a mu- lher surgiu no final do século 19 ou começo do século 20, os historiadores têm dúvidas, e foi moti- vado por dois fatos histó- ricos: a manifestação de operárias do setor têxtil de Nova Iorque e o incêndio de uma fábrica têxtil, com mulheres dentro, ocorrido na mesma cidade. Enfim, a data simboliza a luta das mulheres por respeito. Entramos no século 21, 115 anos se passaram, e nós, mulheres, ainda precisamos de proteção da lei. A pergunta que fica é por quê? Se conquistamos os ‘mesmos direitos dos ho- mens’ porque ainda pre- cisamos ter leis que pe- nalizem com mais rigor os agressores? A Lei Ma- ria da Penha que prende quem bate em mulher e a nova lei aprovada esta semana pela Câmara Federal que transforma em crime hediondo mu- lheres mortas pelos seus companheiros são bons exemplos. O que evoluiu nesta relação? Hoje a gente poder denunciar? Além disso, a discri- minação está em todos os lugares. Mulheres que tem função de comando sabem muito bem do que falo. Recebemos apelidos que nos desqualificam, precisamos ter pulso na hora de chamar atenção porque muitos acham que não sabemos de nada... Talvez o ser humano, homens e mulheres, pre- cisa aprender que pode- mos acertar e resolver problemas com ‘jeito’ e não com ‘força’. Talvez, temos que aprender que ser diferente não é ser melhor ou pior. É apenas pensar de outra forma. Talvez entendam que o fato de ser mãe faz com que pensemos diferente. Gerar um filho, carregar uma barriga, alimentar e cuidar até que caminhem com suas próprias per- nas. Não dá para ser mãe sem abrir mão da indivi- dualidade, sem conhecer a generosidade. Quem sabe um dia nossas filhas e netas poderão conviver em harmonia, serem respei- tadas como ser humano. É só disso que a mulher precisa, o resto a gente tira de letra! Por que precisamos de proteção? Cadeirante há 11 anos, Lilian diz que é feliz e dona de si; ela é casada, trabalha na reciclagem da Adefilp, é atleta e bailarina Conceição Giglioli Carpanezi L ilian Augusta Nascimento, 47 anos, dois filhos, poderia ser uma mulher triste, mas ela escolheu ser feliz. Juntou todos os obstáculos que a vida lhe im- putou e deu volta por cima. Limi- tações ela não conhece. “Hoje eu sou dona de mim. Sou casada, es- tou no terceiro casamento, tenho minha casa e trabalho na recicla- gem da Adefilp desde que vim para Lençóis Paulista”, conta. Lilian integra ainda a equipe PCD praticando a corrida de ca- deirante, disco e dardo. E também faz balé. Detalhe, isso tudo em cima de uma cadeira de rodas. Nos Jogos Abertos do Interior, Sem Sem PODEROSA - Lilian Nascimento fez da cadeira de rodas sua companheira inseparável, mas não uma ferramenta de limitação no ano passado, Lilian bateu o recorde brasileiro nos 100 metros cadeirante, mas uma decisão dos jogos fez com que o índice não fosse reconhecido. Este ano ela se- gue sua batalha em busca do índi- ce para a Paraolimpíada do Rio de Janeiro e treina para conseguir o mesmo tempo no Circuito Caixa. Paulistana, Lilian viu sua vida virar do avesso em 24 de junho de 2004 quando o ônibus em que viajava para o serviço, era aten- dente em um café, se envolver em um acidente e bater no poste. Ela ficou presa nas ferragens sofreu 12 fraturas, esmagamento da per- na direita e também da esquerda. Saiu do hospital em uma cadeira de rodas, mas não desanimou. “Naquela época tinha o Orkut e eu trabalhava em casa. Estava separada e foi pela inter- net que conheci meu marido”, lembra. Júlio Cesar Quirino da Silva tem 36 anos é caldeireiro e soldador e morador de Lençóis Paulista. Começaram a se falar pelo Orkut e se apaixonaram. “Ele me pediu em namoro no dia 11 de janeiro de 2009, eu aceitei e em abril, no dia 10, ele foi a São Paulo para me conhecer. Nos casamos em maio de 2010 e vive- mos muito bem”, destaca. Lilian conseguiu uma casa no Jardim Carolina e mora com o marido e o filho Ângelo. Bru- no, o filho mais novo, é casado, mora em São Paulo e é pai de sua neta Maria Eduarda. “Eu faço tudo na minha casa. Lavo, passo, cozinho, só não consigo limpar em cima do guarda-rou- pa, mas o meu marido me ajuda. Ele é um homem maravilhoso e que me trata muito bem”, elogia. Depois do acidente, a cadei- ra de rodas se tornou sua com- panheira inseparável, mas nun- ca limitou sua vida. “Eu ando de circular, vou a São Paulo de ônibus, passeio, danço, não me sinto uma pessoa presa. Faço tudo que quero, mas de um jei- to diferente”, brinca. O que lhe traz felicidade? O sorriso no rosto das pessoas. E qual seria o sonho de Lilian? Poder acolher os idosos que fi- cam abandonados nas ruas, ofe- recer carinho e uma mesa farta. Seu lema? “A vida é uma só, não tem bis. A gente precisa ser feliz independente de qualquer obstáculo”, diz deixando claro que a vida é para ser vivida com amor, com paz no coração. FOTO: TIAGO MORENO/O ECO limites

Dia da mulher

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Page 1: Dia da mulher

• LENÇÓIS PAULISTA, SÁBADO, 7 DE MARÇO DE 2015 • ANO 78 • EDIÇÃO Nº 7.386 •• www.jornaloeco.com.br • mail: [email protected][email protected] • telefone central (14) 3269.3311 •E

O ECO

Art

igo

Conceição GiglioliCarpanezié jornalista

A decisão de destinar um dia para a mu-lher surgiu no fi nal

do século 19 ou começo do século 20, os historiadores têm dúvidas, e foi moti-vado por dois fatos histó-ricos: a manifestação de operárias do setor têxtil de Nova Iorque e o incêndio de uma fábrica têxtil, com mulheres dentro, ocorrido na mesma cidade. Enfi m, a data simboliza a luta das mulheres por respeito.

Entramos no século 21, 115 anos se passaram, e nós, mulheres, ainda precisamos de proteção da lei. A pergunta que fi ca é por quê?

Se conquistamos os ‘mesmos direitos dos ho-mens’ porque ainda pre-cisamos ter leis que pe-nalizem com mais rigor os agressores? A Lei Ma-ria da Penha que prende quem bate em mulher e a nova lei aprovada esta semana pela Câmara Federal que transforma em crime hediondo mu-lheres mortas pelos seus companheiros são bons exemplos. O que evoluiu nesta relação? Hoje a

gente poder denunciar?Além disso, a discri-

minação está em todos os lugares. Mulheres que tem função de comando sabem muito bem do que falo. Recebemos apelidos que nos desqualifi cam, precisamos ter pulso na hora de chamar atenção porque muitos acham que não sabemos de nada...

Talvez o ser humano, homens e mulheres, pre-cisa aprender que pode-mos acertar e resolver problemas com ‘jeito’ e não com ‘força’. Talvez, temos que aprender que ser diferente não é ser melhor ou pior. É apenas pensar de outra forma. Talvez entendam que o fato de ser mãe faz com que pensemos diferente. Gerar um fi lho, carregar uma barriga, alimentar e cuidar até que caminhem com suas próprias per-nas. Não dá para ser mãe sem abrir mão da indivi-dualidade, sem conhecer a generosidade.

Quem sabe um dia nossas fi lhas e netas poderão conviver em harmonia, serem respei-tadas como ser humano. É só disso que a mulher precisa, o resto a gente tira de letra!

Por que precisamos de proteção?

Cadeirante há 11 anos, Lilian diz que é feliz e dona de si; ela é casada, trabalha na reciclagem da Adefi lp, é atleta e bailarina

Conceição GiglioliCarpanezi

Lilian Augusta Nascimento, 47 anos, dois filhos, poderia ser uma mulher triste, mas ela

escolheu ser feliz. Juntou todos os obstáculos que a vida lhe im-putou e deu volta por cima. Limi-tações ela não conhece. “Hoje eu sou dona de mim. Sou casada, es-tou no terceiro casamento, tenho minha casa e trabalho na recicla-gem da Adefilp desde que vim para Lençóis Paulista”, conta.

Lilian integra ainda a equipe PCD praticando a corrida de ca-deirante, disco e dardo. E também faz balé. Detalhe, isso tudo em cima de uma cadeira de rodas. Nos Jogos Abertos do Interior,

SemSem

PODEROSA - Lilian Nascimento fez da cadeira de rodas sua companheira inseparável, mas não uma ferramenta de limitação

no ano passado, Lilian bateu o recorde brasileiro nos 100 metros cadeirante, mas uma decisão dos jogos fez com que o índice não fosse reconhecido. Este ano ela se-gue sua batalha em busca do índi-ce para a Paraolimpíada do Rio de Janeiro e treina para conseguir o mesmo tempo no Circuito Caixa.

Paulistana, Lilian viu sua vida virar do avesso em 24 de junho de 2004 quando o ônibus em que viajava para o serviço, era aten-dente em um café, se envolver em

um acidente e bater no poste. Ela ficou presa nas ferragens sofreu 12 fraturas, esmagamento da per-na direita e também da esquerda. Saiu do hospital em uma cadeira de rodas, mas não desanimou.

“Naquela época tinha o Orkut e eu trabalhava em casa. Estava separada e foi pela inter-net que conheci meu marido”, lembra. Júlio Cesar Quirino da Silva tem 36 anos é caldeireiro e soldador e morador de Lençóis Paulista. Começaram a se falar

pelo Orkut e se apaixonaram. “Ele me pediu em namoro no dia 11 de janeiro de 2009, eu aceitei e em abril, no dia 10, ele foi a São Paulo para me conhecer. Nos casamos em maio de 2010 e vive-mos muito bem”, destaca.

Lilian conseguiu uma casa no Jardim Carolina e mora com o marido e o filho Ângelo. Bru-no, o filho mais novo, é casado, mora em São Paulo e é pai de sua neta Maria Eduarda. “Eu faço tudo na minha casa. Lavo, passo, cozinho, só não consigo limpar em cima do guarda-rou-pa, mas o meu marido me ajuda. Ele é um homem maravilhoso e que me trata muito bem”, elogia.

Depois do acidente, a cadei-ra de rodas se tornou sua com-panheira inseparável, mas nun-ca limitou sua vida. “Eu ando de circular, vou a São Paulo de ônibus, passeio, danço, não me sinto uma pessoa presa. Faço tudo que quero, mas de um jei-to diferente”, brinca.

O que lhe traz felicidade? O sorriso no rosto das pessoas. E qual seria o sonho de Lilian? Poder acolher os idosos que fi-cam abandonados nas ruas, ofe-recer carinho e uma mesa farta. Seu lema? “A vida é uma só, não tem bis. A gente precisa ser feliz independente de qualquer obstáculo”, diz deixando claro que a vida é para ser vivida com amor, com paz no coração.

FOTO: TIAGO MORENO/O ECO

limites

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EM CASA- Depois de trabalhar em salões no centro da cidade, Elza resolveu fazer uma adapatação na sala de sua casa, na Mamedina, para não deixar as filhas pequenas muito tempo sozinhas, está lá há 29 anos

• O ECO • LENÇÓIS PAULISTA E REGIÃO, SÁBADO, 7 DE MARÇO DE 2015 •E2

Dia da Mulher

Conceição G. Carpanezi

Beleza não é luxo, é uma necessidade. É assim que Elza Aparecida da Silva

Moretti define sua profissão. Ca-belereira há 45 anos em Lençóis Paulista, ela é uma profissional querida pelas clientes e também pelos amigos que fez ao longo da sua caminhada. Casada com Mauro Carlos Moretti há 38 anos, Elza é mãe de duas filhas, Ana Luiza e Claudia Eliza.

Tranquila, de fala mansa e dona de serenidade ímpar, Elza acredita que a dica para um pro-

fissional se manter no mercado há tantos anos é estar sempre atu-alizado, reciclado, antenado com as mudanças que o mundo e, principalmente, o setor da beleza disponibiliza. “Eu faço cursos de reciclagem todos os anos em São Paulo. Os produtos mudam e a gente tem que estudar para saber aplicar”, enfatiza.

A paixão pela profissão come-çou muito cedo. Elza conta que os pais moravam no sítio e ela e os irmãos ficavam em Lençóis para poder estudar, resolveu que que-ria ser cabeleireira e foi em busca de formação. “Naquele tempo

tudo era difícil, mas eu corria atrás do meu sonho e fiquei oito meses em Sorocaba estudando”.

Elza lembra que fez o curso completo de cabelo, maquiagem e manicure em Sorocaba, pela escola Terina que tinha sede em São Paulo. Estudava à noite e foi convidada pela professora, dona Diná, para trabalhar no salão du-rante o dia. Com isso, conseguiu se aperfeiçoar e no exame final, isso mesmo naquela época tinha que fazer prova, tirou nota 10 em todas as provas, como corte, pen-teado, preso, tintura... Recebeu convite para se estabelecer em

Beleza éBeleza éCabeleireira há 45 anos

em Lençóis Paulista, Elza diz que profi ssão é abençoada e que é uma mulher feliz e realizada

fundamentalfundamentallhar. Ser cabeleireira é como ser artista. Você precisa dar aquele toque especial na cliente, deixar mais bonita”, ressalta.

Elza diz que é uma mulher feliz e realizada profissional-mente porque gosta do que faz e sente carinho e respeito pelas clientes e que sente que tam-bém é querida pelas pessoas. As duas filhas trabalharam com ela no salão e hoje estão forma-das, uma é advogada e a outra bióloga. Alguns profissionais da cidade também trabalharam no salão da Elza como a Lenilde, o Tony, o João, a Rosana e a Maria de Lourdes que trabalhou com ela por 23 anos e agora deixou a profissão para cuidar dos filhos.

Das muitas histórias que passam pelo salão, ela destacou duas. Uma de uma mulher que foi se arrumar para a festa de 50 anos de casamento e disse que durante toda sua vida alimentou o sonho de ir ao salão da Elza, mas nunca pode. “Eu fiquei emocionada, afinal ir ao salão não é tão caro, é uma necessi-dade hoje, todo mundo precisa estar bem”, diz.

A outra história é de uma cliente mais que especial. Dona Guiomar Borcat, aquela que dá nome a escola do Jardim do Caju, está com 90 anos e faz questão de fazer o cabelo com a Elza. “Ela só vem aqui, não deixa ninguém por a mão no cabelo dela. Eu me sinto privilegiada”, destaca.

Outro diferencial de Elza é que como está há 45 anos no mercado atende a família toda. As clientes vão passando de ge-ração em geração. “Corto cabelo da avó, da mãe, dos filhos e dos netos. Tem gente que traz a filha

aqui para o primeiro corte de cabelo. Veja só que coisa boa”, conta.

Elza faz questão de dizer que gosta de aprender novas técnicas e que todo ano faz cursos de re-ciclagem oferecidos pela L’Oréal Paris, marca que usa desde que abriu o salão, e que não gosta de usar produtos que não conhe-ça bem, precisa ter certeza da qualidade. “A gente precisa usar produtos bons, isso preserva a saúde minha e também das mi-nhas clientes. Tem muita coisa no mercado, mas nem tudo é bom. Já vi colegas meus morre-rem por causa de formol, chum-bo. Por isso, tenho cuidado com isso. Entendo que a beleza é uma necessidade, mas não a qualquer preço”, orienta.

Elza também diz que não entende esta necessidade das pes-soas em alisar o cabelo e fazer a famosa progressiva. Ela fala que os produtos são a base de formol e que não faz bem à saúde e que prefere trabalhar com amônia que, segundo ela, não é um pro-duto tão agressivo.

Em 45 anos o que ela acha que mudou mais nos salões de beleza? As técnicas e o tempo de ação dos produtos. Antes, o clareamento demorava três ho-ras e hoje é feito em 15 minutos. A tintura também ficava mais de uma hora no cabelo. E o per-manente que deu lugar a outras técnicas como o levantamento de raiz e volume.

E a mensagem que deixa para os cabeleireiros que estão há pou-co tempo no mercado é para que se dediquem com amor e carinho porque é uma profissão abençoa-da, que vem de dentro.

São Paulo, mas não aceitou.Voltou para Lençóis e em

setembro de 1970 montou seu primeiro salão de beleza, na sala de sua casa que ficava na avenida Ubirama, e começou a trabalhar. “Meu pai comprou os móveis, as coisas todas e comecei a traba-

FOTO: TIAGO MORENO/O ECO

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Dia da MulherE3

Conceição G. Carpanezi

Empresária, esposa e mãe. Assim é Priscila Orsi Moretto Boarato que tem

mais facilidade para números do que para casa. “Eu tenho prazer em fazer o meu tra-balho. Faço tudo sem ficar estressada”, diz. Priscila é ca-sada com João Luiz Boarato e faz a administração financeira das duas empresas da famí-lia, a Truck Center e a Center Pneus, e ainda é tesoureira da Acilpa (Associação Comercial e Industrial de Lençóis Paulista).

Se dá conta de tudo isto sem problemas, o que desafiaria esta mulher inteligente e que sabe muito bem onde quer che-gar? Administrar a carreira da filha mais velha. Gaby Moretto é cantora, mora em São Paulo e tem uma banda. “O meu desa-fio é cuidar da carreira da Gaby. Ela é muito organizada, focada, mas tem muita coisa pra fazer. Hoje ela tem uma banda com três músicos, gravadora e pro-dutora. Faço tudo com carinho e quase sempre estou nos sho-ws”, destaca.

O outro filho do casal é João Luiz, formado em comércio ex-terior nos Estados Unidos, que voltou ao Brasil recentemente e deve se estabelecer em São

COMÉRCIO

Acilpa sorteia prêmios dia 31Tem sorteio de viagem com acompanhante para a Costa Sauípe

Da Redação

A Acilpa (Associação Comercial e Indus-trial de Lençóis Pau-

lista) realiza durante todo o mês de março uma cam-panha que vai sortear prê-mios para os consumidores e vendedores. O sorteio dos prêmios será no dia 31 de março pela Rádio Difu-sora. Hoje estão programa-das algumas atividades na rua XV de Novembro, das 9h às 13h.

Os lojistas participan-tes do concurso cultural sorteia uma viagem com

acompanhante para a Costa do Sauípe, na Bahia, três transformações em salões de beleza, três meses de acade-mia grátis, três jantares com acompanhante e 10 vales--compras de R$ 100. Para os vendedores serão distri-buídos 10 vales-compras no valor de R$ 100 para quem fez a venda premiada

Para hoje, a Acilpa pro-gramou um café da manhã que será oferecido às mulhe-res que passarem pelo Cen-tro da cidade. O Conselho Municipal dos Direitos da Mulheres agendou uma pan-fletagem de conscientização.

Administrar o fi nanceiro de duas empresas, da Acilpa e ainda cuidar da carreira da fi lha, Priscila diz que dá conta e nem se estressa

Uma mulherde negócios

ANTENADA- Priscila trabalha com o marido nas empresas da família e se desdobra para cuidar dos filhos; sonho é ver carreira da Gaby Moretto deslanchar PARAISO - Foto de divulgação de resort na Bahia

FOTO: DIVULGAÇÃO

FOTO: DIVULGAÇÃO

Paulo. “Eu sou muito feliz. Te-nho uma família maravilhosa. Deixei de ser professora, sou formada em pedagogia e histó-ria, para educar meus filhos e

consegui: eles são encantado-res”, diz.

Priscila diz que gosta da vida e de festas. “Sou uma pes-soa animada, pra cima, gosto de

tomar sol, estar com os amigos. No meu aniversário, dia 18 des-te mês, vou fazer uma festa e o tema é uma frase de Picasso: ‘é preciso muito tempo para tornar-se jovem’”.

Com tantas habilidades, o que deixaria uma mulher in-teligente e desenvolta em difi-culdades? “Eu tenho uma difi-culdade enorme em coordenar a minha casa, arrumar, definir cardápio...Ainda bem que meu marido me ajuda, praticamente cuida de tudo”, finaliza.

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DIREITOS HUMANOS

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Dia da MulherE4

Assassinato de mulher passa ser crime hediondo

Decisão vale para assassinatos que envolvem violência doméstica e discriminação

Da Redação

A Câmara Federal apro-vou na terça-feira, 3 de março, o projeto

de lei do Senado que clas-sifica o feminicídio como crime hediondo e o inclui como homicídio qualificado. O texto modifica o Código Penal para incluir o crime - assassinato de mulher por razões de gênero - entre os tipos de homicídio qualifi-cado. O projeto vai agora à sanção presidencial.

A proposta aprovada estabelece que existem ra-zões de gênero quando o crime envolver violência doméstica e familiar, ou menosprezo e discrimina-ção contra a condição de mulher. O projeto foi ela-borado pela Comissão Par-lamentar Mista de Inqué-rito (CPMI) da Violência contra a Mulher.

A punição para ho-micídio qualificado é de reclusão de 12 a 30 anos. Enquanto isso, a pena para

homicídio simples é de seis a 20 anos. A conde-nação por crime hediondo também prevê o cumpri-mento da pena inicialmen-te em regime fechado e a progressão do regime só poderá acontecer após o cumprimento de dois quintos da pena, se o con-denado for primário.

Ele prevê o aumento da pena em um terço se o crime acontecer durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto; se for contra adolescente menor de 14 anos ou adulto aci-ma de 60 anos ou ainda pessoa com deficiência. Também se o assassinato for cometido na presença de descendente ou ascen-dente da vítima.

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Apli-cada) estima que entre 2001 e 2011 aconteceram mais de 50 mil feminicí-dios no Brasil - cerca de 5 mil mortes por ano. O au-mento de 2,3 para 4,6 as-sassinatos por 100 mil mu-lheres entre 1980 e 2010 colocou o Brasil na sétima posição mundial de assas-sinatos de mulheres, con-forme justificativa para o projeto feita pela CPMI da Violência contra a Mulher.

PernambucanaComerciante há 25 anos em Lençóis Paulista, Delzuite acredita que o comércio de bairro nunca vai acabar

Conceição G. Carpanezi

Pernambucana de Cupira, Maria Delzuite da Silva deixou o Nordeste aos 13

anos em busca de uma vida me-lhor. E conseguiu! Comerciante há 25 anos em Lençóis Paulista ela diz que é feliz porque todo dia faz alguém feliz. De sorri-so largo e conversadeira, Del-zuite diz que adora estar atrás de um balcão e falar com seus fregueses. “Todo mundo que entra aqui eu conheço, então converso, dou risada e atendo bem porque adoro cuidar do ser humano. Depois eu penso no meu lucro”, conta rindo.

Delzuite é dona da Merce-aria da Vó, no Jardim do Caju, pertinho das escolas, há mais ou menos quatro anos. Antes disso e por 21 anos foi dona de uma mercearia no Jardim Pri-mavera. Ela lembra que assim que as casinhas foram entre-gues ela se mudou e junto com o então marido abriu o negó-cio. “Eu sempre tive gosto pelo comércio. Desde os nove anos ajudava meus pais em Cupira. Depois vim pro Rio de Janeiro e em Lençóis Paulista estou há

arretada

criatividade. Não se pode per-der nenhum centavo e por isso diz que não tem mais a famosa caderneta do fiado e que não trabalha com cartão de crédito. “Se pego o cartão e vendo pou-co, o meu lucro fica pra pagar taxas. Faço um preço melhor e só vendo à vista”, ensina.

Outra saída é comprar o pão congelado e assar na hora

que precisa. Duas vezes por semana paga um confeiteiro que a ajuda a fazer os doces e salgados e congela. As delícias inclui a rosquinha de pinga. Com isso, não tem perda de mercadoria e pode oferecer os produtos quentinhos. No mais, Delzuite diz que não tem de que reclamar. Faz o que gosta e gosta do que faz!

DE BEM COM A VIDA - Delzuite é dona da Mercearia

da Vó, no Caju, há quatro anos; por 21 anos tocou uma

mercearia no Jardim Primavera

40 anos. Aqui casei, hoje sou divorciada, e tive meus quatro filhos. E já fui candidata a vere-adora duas vezes”, diz.

Aos 57 anos, Delzuite se sente realizada porque con-seguiu criar e educar seus filhos, todos casados, ter sua casa própria e carro. Com tan-tos anos trabalhando em bair-ros, ela acredita que este tipo de comércio nunca vai aca-bar. “O pessoal do centro tem muito preconceito com o mo-rador dos bairros e nós temos vergonha de entrar em uma padaria chique, por exemplo. O pessoal do bairro gosta de comprar no lugar onde mora, é sempre uma correria, falta um pó de café, um açúcar, sabe como é”, fala.

Para tocar uma mercearia e concorrer com os ‘grandes’ como diz, é preciso muito jogo de cintura e uma boa dose de

FOTO: TIAGO MORENO/O ECO