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1 7 ° E D I Ç Ã O – J A N - F E V
DIA DO FARMACÊUTICO 20 DE JANEIRO
Neste mês de janeiro, comemora-se no dia 20
o dia do farmacêutico. Este profissional precisa
entender da composição de medicamentos, da
identificação de sintomas, de como ministrar os
medicamentos, dentre outras questões. Na
Clínica Ser há dois profissionais muito
dedicados, o Rodrigo e o Ricardo, que também
coordenam um grupo sobre medicações em que
tiram todas as dúvidas dos pacientes.
Marconi
DIA MUNDIAL DA DOENÇA RARA
No dia 28 de fevereiro comemora-se anualmente o Dia
Mundial da Doença Rara. O dia é marcado para alertar a popula-
ção sobre as doenças raras e as dificuldades que seus portadores
enfrentam no dia-a-dia. Entre as milhares de doenças existentes
podemos lembrar os casos da fibrose cística e da hipodermite, da
Síndrome de Maffucci ou da Síndrome de Asperger.
Mas você sabe o que é Fibrose Cística? A fibrose cística
(FC), também conhecida como Doença do Beijo Salgado é uma
doença genética cujas manifestações clínicas resultam da disfun-
ção de uma proteína denominada CFTR, fazendo com que toda a
secreção do organismo seja mais espessa que o normal, dificultan-
do sua eliminação. Posso dizer que os principais sintomas das
pesosoas que têm FC são pneumonia de repetição, tosse crônica,
dificuldade para ganhar peso e estatura, diarréia, suor mais salga-
do que o normal, pólipos nasais e baqueteamento digital.
É super importante lembrar que cada caso é um caso.
Na maioria das vezes a FC é diagnosticada já na infância através
do teste do Pezinho. Com os resultados positivos, faz-se o teste do
suor para a confirmação ou exclusão. Por ser uma doença multis-
sistêmica, o tratamento deve ser feito por uma equipe multidisci-
plinar composta por fisioterapeuta, nutricionista, pneumologista,
gastroenterologista, psicólogo, etc.
Menina de Fibra
Ilustração: Litsemerive
Farmacêuticos: Ricardo e Rodrigo
P Á G I N A 2
AMAR É...
Amar é decidir-se a servir, porque servir é a exigência imperiosa da dinâmica do amor. Por isso é
fácil descobrir, sem medo de nos enganar, se amamos realmente ou se somos falsos em nossas juras de
amor.
Quando alguém se cansa de servir, é porque se cansou de amar, quando alguém deixa de amar, é por-
que previamente deixou de servir. Você quer continuar amando, aumentando seu amor? Não afrouxe
em sua atitude de serviço. Tenha, porém, presente que deve amar a todos porque esse é o primeiro pre-
ceito da lei, a todos, sem exceção, porque a todos deve amar, está obrigado a amar a todo mundo.
Que o amor não decepciona você, caso decepcione, examine com calma e sinceridade se não foi você
quem decepcionou primeiro em serviço ao próximo.
Ronaldo
Ilustração: Confidencial
INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
Se queres adorar a um Deus, lembre-se que vivemos com mui-
tos diferentes, de cores diferentes, de culturas diferentes e com
crenças diferentes.
Imposição nunca foi solução para nada. Quantos sofrem por
serem discriminados, e olha que hoje no Brasil a medida que au-
menta a diversidade cultural proporcionalmente cresce a intole-
rância religiosa.
Mas o que fazer para combater tudo isso?
Bem em primeiro lugar acharmos o verdadeiro significado do
amor que se perdeu diante de tanto ódio propagado.
Em segundo lugar o ecumenismo para que todos conheçam a
todos e que nenhuma religião é melhor que a outra e notar que o
coração do ser humano ama aquilo que o faz bem.
E fica essa mensagem.
“A tolerância é o exercício do amor, da humildade, da paciência,
da compressão.
É o caminho suave que permite conviver entre as diferenças.
A tolerância aproxima as pessoas.
Exerça a tolerância, afinal, somos todos aprendizes na escola da
vida”
Carlos Hilsdorf
Cortez
Ilustração: Cortez
P Á G I N A 3
MEL
Mel
Comer mel ao sol
Beber do néctar da flôr
Só mesmo melhor que isso
É beijar o meu amor
Autor Confidencial
Ilustração: Jesurine
DIA DA NÃO VIOLÊNCIA
A violência é altamente transgressora, pois é o oposto do amor.
Podemos enxergá-la por todo o planeta Terra. É quando o agressor se
torna o agredido com o passar dos anos. E somente o amor pode curar a
violência. Entretanto, o amor sempre vence e aniquila a violência.
Violência traz a morte e amor traz vida, pois a vida deve ser respeitada e
organizada para que não aconteça mais tais atos violentos, unificando o
planeta Terra e criando novas vertentes do amor.
Gustavo
Ilustração: Anderson
PEDIDOS A DEUS
Apesar de tudo que me aconteceu, confesso ter tido
muita sorte. E hoje as únicas coisas que peço a Deus, são:
quando sentir fome...me dê o que comer. Quando sentir sede...
me dê o que beber. E quando sentir frio... me dê abrigo.
E se algum dia me faltar comida, água e abrigo, peço
a ele para que não me faça sentir fome, sede, nem frio.
Porque o ser humano pode perder quase tudo, só não
pode perder a esperança. Porque quando ele a perde...acaba
morrendo em vida.
Carlos
QUASE TUDO É PASSADO
As pessoas costumam dizer que não devemos dar
muito valor ao passado. Mas como não dar valor ao passado ?
Se vivemos, basicamente, de contá-lo. Afinal de contas o futu-
ro é muito incerto e o presente é muito efêmero, ao ponto de
passar num piscar de olhos.
Carlos
Ilustração: Lutto T Nebroso
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P Á G I N A 4
“SE EU QUISESSE”
Alguma vez já pensei seriamente do que seria capaz, se eu
quisesse.
- Se eu quisesse, poderia espalhar ao meu redor sementes
de alegria e de otimismo.
- Se eu quisesse; poderia estender minhas mãos para que
outros se agarrassem e, assim, juntos pudéssemos seguir
adiante, cada um em seu dever.
- Se eu quisesse; todos seriam em mim uma luz, que os
guiariam em seus caminhos, caminhos que suavizariam a
monotonia da viagem, um amigo que propiciaria
compreensão e afeto.
- Se eu quisesse, poderia fazer muitas coisas para meu
bem e dos demais.
- Se eu quisesse, poderia fazer tudo isso e muito mais.
-Se eu quisesse... quisesse...
E por que não querer?
Ronaldo
Ilustração: Tarcísio
TIPO ESCURO
E no íntimo do ser onde nada podemos ver, nasce a necessidade
daquilo que podemos ou não ter. Chega a ser angustiante e lá vem
os antidepressivos aqueles que não encontramos nos livros. E o
que resta é tipo escuro.
Cortez
Ilustração: Cortez
P Á G I N A 5 1 7 ° E D I Ç Ã O – J A N - F E V
A POSSIBILIDADE DE SER
As campanhas realizadas em prol da conscientização e contra o preconceito nocivo em relação a algumas
“patologias” ou adoecimento do ser, ou parte dele, têm o advento de contar com o apoio das redes de comunicação como
televisão, rádio, locais exclusivos a anúncios como outdoors, redes sociais, entre outros, porém algumas mais divulgadas do
que outras.
O Janeiro Branco simboliza a luta pelo cuidado com a saúde mental, estando o ser saudável mentalmente ou não,
pois qualquer pessoa pode vir a precisar mais dela (de sua saúde mental) do que antes precisou. Quero dizer que a maior
parte dos adoecimentos do ser pela mente ocorre em função da forma que vive e lida com as situações vividas internamente.
A interação entre o ser e o meio pode causar crises internas que comprometem sua qualidade de vida e capacidade de viver
em interação.
Porém, porque não temos conhecimento dessa campanha? Para que serve uma campanha se não é divulgada? Será
que não existe nas pessoas o interesse de ajudar as outras no esclarecimento e prevenção à “deterioração” da saúde mental?
Ou as pessoas não se identificam com a possibilidade do adoecimento? Será que a possibilidade de adoecer está sendo negli-
genciada pelos brasileiros, ou o seu perigo? Uma pessoa com depressão pode chegar à morte ou incapacidade total de intera-
ção social, vivendo pior que uma situação “vegetal” ou, como o uso de substâncias, pode também vir a falecer ou viver extre-
mamente fora do convívio social e cotidiano de cuidados pessoais extremamente prejudicado. Além do fato de esses estados
poderem trazer outras “patologias” e comportamentos prejudiciais que oferecem risco à vida e saúde do ser.
Hoje, a depressão tem sua maior incidência da América Latina no Brasil, cerca de 5,8% da população, chegando a
11,5 milhões de casos mapeados, 4,4% de casos no mundo, o que representa 322 milhões de pessoas. Temos ainda, a maior
população com transtorno de ansiedade com 9,3% da população. Ansiedade parece uma sensação normal ou sem muitas
consequências, porém o transtorno de ansiedade pode ser muito prejudicial às pessoas, principalmente na sua interação
social e desenvolvimento pessoal. Sempre que não consigo fazer contato com um sentimento que estou experimentando,
sinto ansiedade e, portanto, a sensação me mostra que não estou funcionando de maneira eficaz emocionalmente e psiquica-
mente. A sensação e seus efeitos podem se agravar se eu me acostumar a não fazer contato e me resolver com meus senti-
mentos, pois internamente haverá um acúmulo de situações e, em relação aos sentimentos mais intensos me parece que
“vou explodir”. Uma crise de ansiedade pode causar alterações de pressão arterial, falta de ar, desmaio, alteração na frequên-
cia cardíaca, atitudes e comportamentos socialmente disfuncionais, isolamento do ser, entre outros inclusive alucinação.
Existe um tabu em falar sobre a depressão, uso compulsivo de drogas, ideação suicida, autoextermínio, surtos psi-
cóticos. Percebo que pessoas falam sobre esse assunto com uma certa precaução, evitando o contato talvez, mas sempre com
um tom um tanto fúnebre, como se a pessoa adoecida fosse uma fatalidade infeliz. É fato que se torna uma história infeliz,
porém fatalidade não. O adoecimento da mente está quase sempre relacionado com a maneira que vivo as experiências da
vida e o significado que dou a isso. Infelizmente ainda não nos ensinam na escola como lidar com os nossos sentimentos.
Vejo que esse tabu, a falta de apoio ao janeiro branco, o não envolvimento pessoal ou não comprometimento com
uma opinião está muito vinculado ao estigma que acompanha os estados diversificados do ser, ocasionadas pelo funciona-
mento da psique. Devo me lembrar que existe uma herança muito cruel vinculada a esses estados diversificados, quando
olhamos para a realidade da psiquiatria no Brasil, onde os renegados eram internados e esquecidos em manicômios para
serem isolados de suas famílias, pela vergonha ao diferente. Eram prostitutas, mães solteiras, mulheres divorciadas, homens
desempregados que frequentavam bares e praças, homossexuais, meninos que brincavam com meninas e vice-versa, ex-
presidiários. No Hospital Colônia de Barbacena, onde mais de 100 mil brasileiros morreram de fome, contaminação, doença,
maus tratos, 9 em cada 10 pessoas internadas não possuíam qualquer “doença mental”, porém desenvolveram pela convi-
vência, abandono e as “terapias” utilizadas na época como eletrochoque (choque anticonvulsivante), choque insulínico e
lobotomia.
Existe ainda uma “força” exercida pela sociedade, certos médicos psiquiatras, certos psicólogos e profissionais de
“saúde mental” para colocar o ser em seus diversificados estados em uma situação que não lhe cabe, a de limitação, com
crenças como “dependência química”, um nome muito forte, limitador e sentenciador, considerando que o uso compulsivo
de substâncias está sempre vinculado a outro fator interno primário e, superando o ser esta questão, já não necessita mais da
ilusão e da fuga construídos como um caminho na busca genuína pelo alívio e sobrevivência à realidade inevitável vivida e
pertencente ao ser.
A crença de que um ser no estado de depressão, ou borderline necessita de uma atenção especial dos outros é exa-
gerada e limitadora. O ser pode até acreditar nisso, mas o importante às pessoas com auto crenças diminutivas é o respeito e
apoio às suas angústias, considerando que pelo fator psicológico afetado o ser não acessa certos níveis de consciência. A
“presença” é mais importante do que as limitações, medos, inseguranças e condições impostas por familiares e profissionais
técnicos ao ser porque possibilita acessar a consciência de sua importância e limites de responsabilidade.
Considero o estigma interno, ou seja, pessoal, aquele que o ser faz a respeito de si mesmo o mais nocivo e limita-
dor ao seu desenvolvimento pessoal. Quando acreditamos que não somos o que falam que somos, que podemos mais e,
muito mais do que falam que podemos, ou seja, quando sabemos que não é verdade o que falam que não podemos, quando
acreditamos que não somos a doença ou o CID, que não somos dependentes, depressivos, borderline, psicóticos, maníacos,
bipolares, compulsivos, suicidas e que não temos cura, passamos a um outro patamar de consciência, a de que podemos
adoecer nesses estados diversificados, porém esse estado é temporário e ocupa apenas uma parte de nosso ser, pois somos
muito mais do que isso. Dessa forma podemos ver a realidade, que fora do comportamento e estado diversificado não pos-
suímos as características da doença e, portanto, não podemos ser diagnosticados.
Acredito no desenvolvimento do ser, seja como e onde estiver em relação ao meio, porém limito o raio de ação de
verdades sociais e técnicas impostas a mim, pois sou um ser que deve funcionar de forma integral e, quando entrei em uma
crise estive adoecido, pois em um estado diversificado de meu ser.
Recuperação para mim não significa me recuperar de uma doença, mas recuperar o que perdi para trás no cami-
nho, considerando um estado diversificado. Isso pode ser um nível de consciência, nível de relação social, persona ou iden-
tidade profissional, relação familiar e qualquer prejuízo causado pela crise.
Diogo
Ilustração: Diogo
P Á G I N A 6
As ilustrações e os textos dessa edi-
ção foram criados por escritores e
artistas da Clínica Ser .
EDITORES:
Emerson, Gislaine, Marconi e Cortez.
FACILITADORES:
André Bizzi
Psicólogo
Clara Alcântara
Terapeuta Ocupacional
CARNAVAL DA SER
Ilustração: Cortez
Telas: M e Cortez
Ilustração: M
Auditório
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