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DIAGNÓSTICO maio 2018 Cuidar, Humanizando.

DIAGNÓSTICO · Humanizando. “Fortes razões fazem fortes ações ... 2016, com a consulta multidisciplinar de plano de parto, focada na tomada de decisão informada,

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DIAGNÓSTICOmaio 2018

Cuidar, Humanizando.

“Fortes razões fazem fortes ações”William Shakespeare

Escrevo o meu último editorial, enquanto presidente do Conselho de Administração do CHPVVC, no dia marcado pela morte de António Arnaut (21-05--2018), fundador do Serviço Nacional de Saúde.

E aqui presto a minha homenagem a um homem singular, marcado por um profundo sentido de justiça, coesão e inclusão social. E quando se exerce este tipo de cargo fica-se ainda mais consciente da profunda extensão de um legado que é, com toda a certeza, o pilar essencial da nossa democracia.

Com esta coincidência de datas reforço o sentimen-to de que termino o mandato com a consciência do dever cumprido e com a convicção firme de que o CHPVVC está mais forte, mais resiliente e dotado de uma maior notoriedade.

O mandato chega ao fim com uma taxa de execu-ção do Contrato-Programa de 100%, com números que a todos nos orgulham e com bons indicadores de qualidade, acesso e eficiência. Os índices de crescimento sustentam o Centro Hospitalar nas mais variadas frentes: desde o número crescente de consultas efetuadas, ao acréscimo de cirurgias

realizadas, até ao apreciável aumento dos nasci-mentos no nosso Serviço de Obstetrícia.

Perante a enormidade de muitos desafios coloca-dos atingimos, de facto, o cumprimento do Contrato-Programa, algo que nunca tinha acontecido, desde a constituição deste Centro Hospitalar, em 2000. E temos em carteira um investimento em instalações e equipamentos na ordem dos 3.900.000,00€, que aguarda a aprovação final do Ministério das Finanças.

E esta meta, cortada com esforço, só foi possível com a entrega e a abnegação dos profissionais desta casa a quem agradeço encarecidamente a forma e a postura com que, não obstante a falta de condições físicas mais satisfatórias, fazem do espírito de missão a grande força dos dias. E foram três anos de um trabalho incansável!

Com a paralela aposta na comunicação, de que esta revista é exemplo evidente, trouxemos notoriedade ao Centro Hospitalar e colocámos em evidência o muito que por aqui se faz, a excelência de um trabalho que publicamente saúdo.

DIAGNÓSTICOmaio 2018

Agradeço a todos o esforço com que encaram as vossas tarefas e agradeço, de forma particular, aos nossos parceiros institucionais que em muito enobreceram a nossa ação e a nossa missão, desde as instituições nossas parceiras no SNS, à Liga dos Amigos deste Centro Hospitalar, até às autarquias da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde, pela inexcedível forma como sempre nos apoiam.

Faço votos para que o CHPVVC continue numa senda progressiva de afirmação e de notoriedade, sobretudo na comunidade em que se insere e junto dos utentes para quem, verdadeiramente, a nossa ação conta e é, muitas vezes, insubstituível. Mas essa é a marca indelével do Serviço Nacional de Saúde, que sempre servi, com devoção, e a que presto a minha profunda homenagem.

A todos desejo muito sucesso pessoal e profissional e ao próximo Conselho de Administração endereço votos de um trabalho que, merecidamente, honre este Centro Hospitalar e seus extraordinários profissionais.

A todos o meu agradecimento.Bem-hajam!

José Manuel CardosoPresidente do Conselho de Administração

EDITORIAL

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Serviço de Obstetrícia e GinecologiaA�rmação como referência, registando, em 2017, a maior taxa de crescimento da zona norte

nacional, pelas suas práticas fundamentadas na evidência científica, bem como pela eliminação de outras que estavam enraizadas na rotina do “fazer por fazer”.

Alterar protocolos para valorizar os afetos

O diretor de Serviço, Manuel Morim, enfatiza a circunstância de o Centro Hospitalar ser “pioneiro nas altera-ções aos protocolos de atuação no parto e nascimento”, tornando possível a institucionalização de novas práticas e a valorização das componentes afetivas e emocio-nais, respeitando os desejos do casal e partilhando as decisões e responsabilidades, relativamente ao processo de gravidez, parto e pós-parto.

Manuel Morim reflete no facto de estas práticas resultarem de reco-mendações da OMS.

Entre os 13 Serviços de Obstetrícia da região, o nosso Serviço consolidou a taxa maior de crescimento, passando dos 887 partos, em 2016, para os 957, em 2017.

A tendência continua, em 2018, a regis-tar uma subida, fruto do trabalho de uma vasta equipa composta por 10 médicos, 26 enfermeiras especialistas e 2 enfermeiras a terminar a especializa-ção em Saúde Materna e Obstétrica e ainda 11 assistentes operacionais.

A aposta principal reside num nasci-mento mais humanizado. O Serviço é pioneiro na introdução, em 2013, de intervenção em grupo de Preparação para o Parto em Meio Aquático e, em 2016, com a consulta multidisciplinar de plano de parto, focada na tomada de decisão informada, com cuidados de qualidade, tendo por base a segurança.

Estas são algumas das características essenciais que explicam o posicionamento do Serviço de Obstetrícia num ranking de referência

A tendência continua,em 2018, a registar uma subida, fruto do trabalho de uma vasta equipa composta por 10 médicos, 26 enfermeiras especialistas e 2 enfermeiras a terminar a especialização em Saúde Materna e Obstétrica e ainda 11 assistentes operacionais.

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Foi o Serviço que mais cresceu, em número de nascimentos ocorrido em 2017, em toda a zona norte.

Cativar os pais

Perante sucessos assinaláveis, o diretor do Serviço de Obstetrí-cia, bem como a enfermeira-chefe do Serviço, Irene Cerejeira, referem não haver um segredo especial, para estes resultados. O êxito está no respeito por todos os profissionais da equipa e pela aceitação e valorização do contributo de todos.

Por outro lado, a enfermeira-chefe Irene Cerejeira afirma que lidera uma equipa de Enfermeiras Especialistas, muito empenha-da na realização de formação específica na área da saúde mater-na e obstétrica, uma vez que as práticas são planeadas e imple-mentadas com a devida fundamentação e com toda a segurança na sua realização.

E, não obstante as instalações serem o “calcanhar de Aquiles”, esta contrariedade não coloca em causa o trabalho desenvolvi-do: “Se não temos as melhores instalações, comparativamente com as instituições geograficamente próximas, temos de cativar os casais através da qualidade no atendimento, bem como das competências e aptidões dos nossos profissionais” – sublinha Manuel Morim. E esse é um facto inegável, com a crescente procura de práticas diferenciadas que têm guiado o Serviço a um estatuto singular.

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Manuel Morim Diretor do Serviço de Obstetrícia e Ginecologia

Diretor de Serviço desde há três anos, Manuel Morim considera que a especialidade extravasa a componente estritamente médica, refletindo, de modo especial, a condição de barómetro do bem-estar da mulher.

Entre referências médicas (docentes e diretores de Serviço) em Dermatologia e Cirurgia Vascular, que lhe endereçaram convites para seguir essas especialidades, optou por Obstetrícia e Ginecologia, procurando o seu trajeto profissional. Iniciou a formação no Hospital de Viana do Castelo (atual ULS do Alto Minho) onde permaneceu 26 anos, tendo frequentado vários centros de referência na área da Ginecologia e Obstetrícia, quer em Portugal, quer no estrangeiro.

Irene Cerejeira Enfermeira-Chefe do Serviço de Obstetrícia e Ginecologia

Irene Cerejeira é, há 18 anos, enfermeira-chefe do Serviço de Obstetrícia e Ginecologia, sendo a sua formação académica centrada na enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica (EESMO desde 1992) Mestre em Estudos Sobre as Mulheres, em 2011, e com uma pós-graduação em Gestão de Unidades de Saúde, em 2016.

Realizou centenas de partos e diz-se “profissionalmente muito realizada” porque hoje, contribui, na área da gestão, para a motivação das EESMO da sua unidade de cuidados, centrando a atividade na implementação de dotações seguras para a prestação de cuidados e, por outro lado, na influência e apoio à equipa para que possam usufruir de todas as ferramentas necessárias para serem uma referência nesta área.

Hoje admite sentir plena realização quando contempla a simples expressão de uma enfermeira especialista, da sua equipa, a sentir-se realizada profissionalmente, ou o sorriso rasgado de um casal satisfeito com a qualidade com que foi cuidado.

A sua atividade estende-se também à docência (é professora convidada da Escola Superior de Enfermagem do Porto) e integra a mesa do Colégio de Especialidade de Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica da Ordem dos Enfermeiros.

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Serviço de Instalações e EquipamentosUma equipa de plantão que responde anualmente a cerca de 4.000 pedidos

A falta de recursos humanos (o Serviço dispõe de um quadro de 13colaboradores), a degradação das instalações, mercê da antiguidade dos dois imóveis que acolhem o Centro Hospitalar, para além da idade dos equipamentos são desafios diários com que o SIE se debate, dando resposta, anualmente, a cerca de 4.000 pedidos de intervenção direta.

“Temos milhares de equipamentos e de partes de instalações a requerer manu-tenção e quando há várias situações em simultâneo tudo é mais complicado. Temos mesmo dias terríveis” – refere Filipe Pinheiro.

Disponíveis e em alerta 24 horas por dia, 365 dias por ano. O Serviço de Instalações e Equipamentos (SIE) tem por missão zelar pelo bom funcionamento das infraestruturas e equipamentos do Centro Hospitalar.

Um dia normal de trabalho começa com a distribuição de tarefas ao nível dos inúmeros pedidos de reparações que sempre surgem. Sob responsabilidade de Filipe Pinheiro, que lidera o SIE, são avaliadas as reparações urgentes e não urgentes e programado o dia em relação à distribuição de equipas (com a orientação de Francisco Maia). Conforme a lista de reparações a fazer e sempre que surge um hiato de tempo para o efeito, o SIE efetua melhorias nas instalações ao abrigo de intervenções planeadas com a necessária antecedência.

Com o apoio de Maria Lassalete (área administrativa e escala dos motoristas) e de Francisco Maia (adstrito à parte das instalações e equipamentos), Filipe Pinheiro tenta equilibrar os recursos humanos existentes com as necessidades crescentes a que o SIE é chamado a dar resposta.

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Guardião do bom desempenho do Centro Hospitalar, o SIE tem também sob a sua alçada toda a logística da mobilidade. Ou seja, para além da preservação das instalações e da manutenção dos equipamentos, o Serviço assume uma parte importante da logística hospitalar, coordenan-do o transporte de colaboradores, a par do transporte de documentação e materiais diversos.

Quatro motoristas e três viaturas asseguram tarefas primordiais para o

quotidiano do Centro Hospitalar, transportando profissionais, materiais do armazém clínico, da farmácia, bem como análises clínicas internas e externas.

É também aos motoristas que cabe a tarefa de ir levantar exames complementares de diagnóstico, ou mesmo sangue, para além de serem também responsáveis pelo transporte, até aos utentes, das equipas domiciliárias, em sede do Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental.

Filipe PinheiroResponsável pelo Serviço de Instalações e Equipamentos

Engenheiro civil, é - desde há dois anos e meio - responsável por uma equipa que, aparente-mente, não conhece impossíveis. E a rotina não faz mesmo parte do quotidiano de um engenheiro habituado a procurar e dar soluções: “Há dias que só visto” – sublinha.

Consertar, repor, monitorizar e reutilizar, entre outros vetores, constituem verbos e práticas que fazem os dias da equipa liderada por Filipe Pinheiro, que se especializou em concretizar impossíveis.

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Urgência no SIE

Também no SIE há um serviço de urgência. A equipa está sempre a postos para intervenções rápidas ao nível de inúmeros equipamentos e infraes-truturas, de que são exemplos o fornecimento de oxigénio, bem como intervenções inadiáveis no domínio da eletricidade e da rede de água.

Filipe Pinheiro admite que, mercê das circunstâncias, “há dias em que se fazem milagres”, numa equipa que tem também outras tarefas e desígnios, como o reaproveitamento e reciclagem de equipamentos. O SIE assume, igualmente, responsabilidades no domínio da eletro-medicina, mantendo sob a sua alçada o encargo da manutenção e reparação (interna ou no exterior) de equipamentos.

O encargo, enquanto Gestor Local de Energia e Carbono (GLEC) confere ao Serviço responsabilidades acrescidas na coordenação energética do Centro Hospitalar, controlando os consumos de gás, eletricidade, água e resíduos.

A responsabilidade pelas redes de infraestruturas é outro dos ângu-los do trabalho desenvolvido pela equipa. Sempre sob vigilância

estão as redes de eletricidade, gás, oxigénio, ar medicinal, vácuo e esgotos, sendo esta última uma das pechas que preocupa o responsável do Serviço, pela “falta de civismo” patente na despre-ocupação com que se lançam na rede de esgotos materiais e objetos que causam dano e rutura nas condutas.

Também a parceria com o ISEP (Instituto Superior de Engenharia do Porto) que permite absorver estagiários de cursos que fazem a ponte entre engenharia e saúde passa pelo SIE, que acolhe estagi-ários e os orienta na sua estadia no CHPVVC.

Na pele de “doutores” do edificado e dos equipamentos que auxiliam a tarefa de dar saúde, a equipa do SIE está, obviamente, presente em todas as reconversões e melhoramentos da parte assistencial e em prol de um melhor exercício da atividade por parte de todos os colaboradores, competindo-lhe também prestar apoio ao Conselho de Administração, relativamente à identificação de melhorias e de soluções de espaço que fazem o quotidiano dainstituição.

Novos equipamentos melhoram capacidade de respostaA aquisição de novos equipamentos e a realização de pequenos acertos ao nível do edificado, para instalação dos mesmos, motivou um investimento global na ordem dos 176.000 euros.

Em causa está um novo equipamento de raio X, por um lado e, por outro, a remodelação (com novos equipamentos) da Esterilização (foi adquirida uma nova máquina de lavagem de material cirúrgico, bem como um autocla-ve), traduzindo-se este investimento num esforço em torno de uma melhor e mais eficaz capacidade de resposta.

Recém-licenciado em Engenharia Biomédica pelo ISEP (Instituto Superior de Engenharia do Porto), Pedro Pereira é o autor de um protótipo concebido para monitorizar e vigiar o processo de sorotera-pia manual.

O SERUM é, para já, um pequeno protótipo (5cm x 4,5cm) pensado, numa primeira fase, para fornecer uma leitura visual de grande ampli-tude e distância (através de sistema LED) sobre a aplicação de soroterapia manual (luz verde quando o processo está a decorrer com normalidade, luz vermelha quando, por qualquer razão, o processo é interrompido).

Na realidade, o nascimento do SERUM, como ideia, a aplicar, hipote-ticamente, no Serviço de Urgência, nasceu no curso de pós-gradua-ção em Gestão de Unidades de Saúde e, em concreto, na disciplina de Novas Tecnologias da Saúde. O curso foi frequentado, ainda em 2014, pela enfermeira diretora, Isabel Rocha, e por três enfermeiros--chefes da Urgência, do Bloco Operatório e da Pediatria, respetiva-mente, Armanda Fernandes, Fernando Santos e Albertina Carneiro.

A ideia inicial consistia na idealização de um equipamento simples, barato e de fácil utilização para monitorização da soroterapia e a aplicar no exterior da câmara de gotejamento.

Basicamente, pretendia-se um sistema de soroterapia que não fosse assistido por qualquer outro tipo de equipamento, como por exemplo a bomba de infusão. O objetivo era simples: avisar o responsável pela vigilância quando surgisse alguma interrupção do tratamento.

Com este equipamento seria obtida uma melhor monitorização, por exemplo em zonas de OBS com um elevado número de sistemas a trabalhar em simultâneo, reduzindo o tempo de resposta à não conformidade, aumentando, similarmente, a eficiência.

A disciplina era lecionada pelo professor Luís Coelho e, uma vez concluído o curso, a ideia ficou fechada na gaveta, apenas enquanto parte integrante do plano curricular. “Foi um caminho de insistência até chegar aqui” – refere o professor Luís Coelho, que reabilitou a

ideia inicial do grupo de enfermeiros do CHPVVC nos primeiros estágios que o curso de Engenharia Biomédica proporcionou.

Em campo e como trabalho de estágio, o jovem engenheiro Pedro Pereira vem desenvolver no CHPVVC e com o apoio do Serviço de Instalações e Equipamentos e do respetivo responsável, Filipe Pinhei-ro, o protótipo que poderia consolidar a ideia do trabalho de curso. Terminada a licenciatura, seguiu-se o mestrado, ainda a decorrer, na Universidade do Minho (UM), em Micro e Nano Tecnologias.

Paralelamente e na UM aderiu a um concurso de ideias de particular interesse, lançado pela TeCminho, no âmbito da inovação e empre-endedorismo e onde apresentou o projeto SERUM, tendo a ideia sido selecionada, para apresentação a empresas de capital de risco, para apoio no desenvolvimento.

O processo está agora e numa primeira fase a ser ultimado, equacio-nando-se a possibilidade de um upgrade capaz de traduzir a que era a ideia inicial do projeto, a qual se consubstanciava na monitorização do processo de soroterapia, através de um dispositivo que sinalizas-se a situação para o telemóvel, ou computador do enfermeiro.

Este é um exemplo perfeito da interação entre a área académica e a prática quotidiana, neste caso em meio hospi-talar, resultando, igualmente, na conjugação de sinergias entre a engenharia e as tecnologias da saúde. Por �im, o SERUM estabelece a ponte entre coincidências perfeitas.

E a experiência vai continuar, como salientou o professor Luís Coelho, com a intenção de “alocar” um outro aluno, em processo de estágio, ao trabalho em campo no CHPVVC, incentivando a criação de uma plata-forma de interação, um viveiro de talentos, gerador de Ciência.

Em resultado desta boa experiência lançamos o repto a todos os profissionais do CHPVVC, que tenham ideias inovadoras capazes de fazer avançar o estado da arte, a apresentá-las se assim o desejarem pois esta colaboração entre o mundo da Ciência e o CHPVVC é para continuar.

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SERUMmade in CHPVVCDispositivo para vigiar processo de soroterapia desenvolvidonuma plataforma entre Centro Hospitalar e ISEP

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Atingidos 100% de taxa de execuçãodo Contrato-Programa

ainda de salientar que relativamente ao SIGIC (Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia), o CHPVVC recebeu, desde 2016, oriundos de outros hospitais, mais de 570 utentes com os seus respetivos vales cirúrgicos, posicionando-se, ao nível de benchmarking, como o hospital com melhor performance de resulta-dos, no comparativo com instituições de igual dimensão.

Neste balanço de 2017, em que muitos desafios foram colocados e atingidos, o presidente do CHPVVC, José Manuel Cardoso, refere: “o cumprimento do contrato programa sempre foi o objetivo deste CHPVVC, e num ano (2017) particularmente difícil, tê-lo alcançado foi um êxito! Todos acreditamos que tal desígnio era possível, apesar dos diversos condicionalismos e em particular a falta de espaços físicos. Também o facto de termos recebidos mais profissionais de saúde ajudou imenso a alcançar este resultado e registamos com agrado o interesse de muitos mais profissionais quererem ingressar na nossa instituição. Isto prova que o CH é apelativo e tem um papel importan-te no SNS, não só pela prestação de cuidados à sua população alvo, mas também à população fora da sua área geográfica que aqui receberam e recebem cuidados”

Pela primeira vez desde que foi constituído, no ano 2000, o Centro Hospitalar Póvoa de Varzim-Vila do Conde fechou o seu contrato-pro-grama de 2017 com 100% de taxa de execução. Neste âmbito, refira--se que, em termos da consulta externa, registou-se, entre 2014 e 2017, um aumento de 13,5% no número de consultas, e relativamen-te ao último ano um crescimento de 5,6%, para as 87.223 consultas. A instalação no Centro Hospitalar do Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental foi importante para este acréscimo, a par das consultas de Imunoalergologia.

Também o Serviço de Obstetrícia continua a ter um sustentado crescimento e procura inclusivamente de utentes de todo país, tendo passado dos 737 partos, em 2014, para os 957, em 2017. De resto, é de salientar que em toda a região Norte, que engloba 13 Serviços de Obstetrícia, o CHPVVC foi mesmo o que maior crescimento consolidou no número de nascimentos verificados, aumentando em 8% no último ano.

Ao nível da atividade cirúrgica, também foi registado um aumento do número de cirurgias em 3,3% para as 5.280 cirurgias em 2017. É

Capital Socialaumentado

O Centro Hospitalar Póvoa de Varzim-Vila do Conde realizou um aumento de capital estatutário no valor de 3.5 milhões de euros, decorrente do despacho n.º 1265/2017 do Secretário de Estado do Tesouro, e tem como objetivo a dotação de recursos financeiros adicionais que vão permitir a redução dos pagamentos em atraso a fornecedores.

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Sinas: Ortopedia, Cirurgia de Ambulatório e Obstetrícia mantêm níveis de excelência clínica

O Serviço de Obstetrícia alcança, igualmente, o nível máximo de exce-lência clínica no que diz respeito aos partos e cuidados pré-natais.

Referência qualitativa também, no patamar da excelência, para os Serviços de Ginecologia e Pediatria, que obtiveram a avaliação da ERS, respetivamente na prática de histerectomias e nos cuidados neonatais.

Para além da excelência clínica foi especialmente valorizado, nesta avaliação da ERS, o parâmetro relacionado com a focalização no utente, que obteve o reconhecimento máximo, tendo sido avaliado o grau de orientação dos serviços para as necessidades e expetativas dos utentes.

O CHPVVC continua a confirmar os bons resultados mantendo o patamar de excelência clínica no âmbito do SINAS@Hospitais (Sistema Nacional de Avaliação em Saúde, um ranking da responsabilidade da Entida-de Reguladora da Saúde).

A Cirurgia de Ambulatório (UCA) prossegue os resulta-dos já obtidos anteriormente, alcançando o nível

máximo da excelência clínica nos sete indicadores que compõem o ranking da avaliação, tal como a Ortopedia, que alcança o reconhecimen-to máximo nas artroplastias totais da anca e do joelho.

Centro Hospitalar reforça o seu quadro médico

Contratados médicos formados no CHPVVCA contratação de médicos e de profissionais de outras áreas faz parte do quotidiano de um hospital. Mas há contratações carregadas de simbolismo e que orgulham a nossa instituição. Em dezembro do ano passado assinaram contrato de trabalho com o CHPVVC dois médicos especialistas que têm a particularidade de terem sido internos de formação específica no próprio Centro Hospitalar. É o caso do médico holandês Gert-Van Vander Heijden, que fez a sua formação espe-cífica, em Medicina Interna, no CHPVVC. Outra contra-tação com os mesmos pressupostos foi a da médica especialista em Medicina Interna, Luísa Eça.

A abertura destas vagas foi de encontro às necessidades de refor-çar estas áreas de excelência clínica do Centro Hospitalar, permitin-do aumentar a capacidade de resposta aos utentes da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde.

Para o Conselho de Administração, “a atribuição destas 4 vagas das diversas especialidades ao CHPVVC, só confirma a importância e a consolidação do trabalho realizado na prestação de cuidados de saúde de qualidade que o nosso Hospital tem conseguido nos últimos anos”. “Ficamos mais fortes e queremos continuar a contri-buir para um SNS mais próximo dos utentes”, salienta o CA.

No seguimento do despacho do Ministério da Saúde publicado em Diário da República relativo ao concurso para médicos recém-espe-cialistas, foi atribuído ao CHPVVC a contratação de 4 novos médi-cos, das especialidades de Ginecologia/Obstetrícia, Medicina Inter-na, Ortopedia e Pneumologia.

Liga dos Amigos oferece equipamento ao Serviço de Cirurgia GeralCom a preocupação de gerar conforto ao utente e melhorar a qualidade de atendi-mento dos profissionais de saúde, a Liga dos Amigos do Centro Hospitalar ofereceu ao Serviço de Cirurgia Geral uma pequena grua, que trará grandes benefícios no ato de levantar doentes da cama para o cadeirão ou vice-versa, melhorando, não só o bem-estar dos utentes como o trabalho dos profissionais. O Conselho de Administração, através do seu presidente, diretor clínico e enfermeira diretora marcaram presença neste ato simbólico a que assistiu também a presidente da Liga dos Amigos, Isabel Costa.

Médicos Internos complementam formação no CHPVVC

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São 27 médicos internos (do Ano Comum e de Formação Específica) que começaram mais um período de formação no Centro Hospitalar Póvoa de Varzim-Vila do Conde. A colocação destes novos internos do ano comum irá permitir que desenvolvam na instituição a sua formação prática em diversas áreas como a Medicina Interna, Pedia-tria e Cirurgia Geral, sendo também um reconhecimento da idoneida-de formativa do Centro Hospitalar que se traduz pela qualidade e capacidade técnica para colaborar na formação médica.

Relativamente aos internos que encetaram agora a Formação Especí-fica, no seguimento da conclusão do Internato do Ano Comum, prosseguem a sua formação específica nas especialidades de Medici-na Interna, Pediatria, Ginecologia/Obstetrícia.

Na receção aos Internos, a diretora do Internato Médico, Conceição Casanova, salientou a excelência da formação teórica que estes médicos possuem e que transmitem aos colegas mais velhos, num intercâmbio de experiências que torna mais enriquecedor o exercício da Medicina e da prática clínica. Segundo o diretor clínico, Joaquim Monteiro, a fase do Internato “é uma marca que nos fica para a vida”.

Os novos internos são oriundos de diversas Faculdades de Medicina portuguesas e estrangeiras, nomeadamente do ICBAS – Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Faculdade de Medicina da Univer-sidade do Porto, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Faculdade de Medicina da Universidade Nova de Lisboa e Universida-de da Beira Interior.

Partos no CHPVVC aumentam 14.5% no 1º trimestre

Gabriela veio de Lisboa para ser o 1º bebé do ano

Com 2,880 Kg, chama-se Gabriela e foi o primeiro bebé do ano no CHPVVC. Nasceu na manhã do dia 1, pelas 9h37 e é o segundo filho da enfermeira Ana Cardoso. A bebé “viajou” de Lisboa até ao nosso Centro Hospitalar por opção dos pais, que quiseram um parto natural. E é esta opção disponibilizada pelo Serviço de Obstetrícia do CHPVVC e que tem trazido até nós muitos casais dos mais distintos pontos do país.

A mãe, Ana Cardoso, referiu que após uma pesquisa detalhada e o conhecimento da realidade vivida no Serviço de Obstetrícia optou pelo Centro Hospitalar Póvoa de Varzim-Vila do Conde para acolher a chegada da Gabriela.

A natalidade no Centro Hospitalar Póvoa de Varzim-Vila do Conde continua a aumentar, registando no primeiro trimestre um crescimento de 14,5%, passando dos 221 para os 253 partos. Este resultado consolida a já sustentada tendência de crescimento do Serviço de Obstetrícia e Ginecologia, bem como a crescente procura.

Já em 2017 o balanço foi positivo, sendo o segundo hospital, a nível nacional, que mais aumentou o número de partos, com um total de 957 nascimentos e um crescimento percentual de 8%, de acordo com dados da Administração Central do Sistema de Saúde. De resto, e em toda a região Norte, que engloba 13 Serviços de Obstetrícia, o CHPVVC foi mesmo o que maior crescimento consolidou no número de nascimentos verificados, passando dos 887 partos, em 2016, para os 957, em 2017.

Para o Conselho de Administração ”é um orgulho continuarmos a ter um serviço que é muito procurado e que tem contribuído para inverter a tendência nacional de declínio de partos”, salientando que “este Serviço de Obstetrícia tem sido uma mais valia para a nossa região e atraído, inclusive, parturientes de diferentes pontos do país pelas valências complementares de preparação e acompanhamento que oferece”, garantindo que “temos ainda capacidade de resposta para aumentar o número de nascimentos, e gostávamos neste ano de 2018 de superar a marca dos mil”.

Outro fator a destacar é a qualidade dos profissionais: “os maiores méritos pelos números que têm sido alcançados pertencem aos médicos, enfermeiros e auxiliares que fazem um excelente trabalho, que continua a cativar e merecer a confiança dos pais”.

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Psiquiatria reforça implantação na comunidadee duplica capacidade assistencial

(casos encaminhados pela Urgência Metropolitana de Psiquiatria do Porto), consultas de ligação com as demais especialidades, para além do trabalho desenvolvido pelas equipas domiciliárias que um dia por semana visitam, no seu domicílio, 5 a 8 doentes.

Esta é, de resto, a única forma para muitos desses doentes poderem ser seguidos, medicados e adquirirem a necessária qualidade de vida.Estando particularmente envolvido com a comunidade, por força da ligação entre muitas doenças mentais e problemas de ordem social, o Serviço de Psiquiatria tem registado um assinalável desenvolvimento, no contexto da atividade assistencial desenvolvida pelo CHPVVC.

O CHPVVC reforçou e alargou as valências do seu Serviço de Psiquia-tria que, atualmente, dá assistência a um universo de cerca de 500 utentes. No espaço de um ano, o Serviço mais que duplicou a sua capacidade assistencial com o reforço da equipa - que presentemente é constituída por quatro psiquiatras e duas enfermeiras especialistas em saúde mental - acolhendo utentes cujo hospital de referência é o Magalhães Lemos. Assim, por opção própria, os utentes são agora servidos pela unidade de saúde da respetiva área de residência.

Atualmente e numa fase de sustentado crescimento, o Serviço tem ao dispor valências como a consulta psiquiátrica, a consulta de crise

Jornadas de Pediatria com êxito assinalávelenormes avanços que o SNS tornou possíveis em termos do acesso à saúde, sublinhando os “excelentes indicadores alcançados pelo Centro Hospitalar”, no centro dos quais estão os profissionais de excelência que trabalham para o efeito, uma realidade salientada, igualmente, pela enfermeira diretora, Isabel Rocha.

O vice-presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, Luís Diamantino, frisou também que, não obstante a importân-cia das condições físicas para o desen-volvimento de uma melhor saúde, “as instituições não são as paredes, são as pessoas que as fazem e o caso do CHPVVC é paradigmático, dados os extraordinários níveis de qualidade alcançados”.

Decorreram as Jornadas de Pediatria, organizadas pelo respetivo serviço e cingidas à temática “Pediatria em Trans-lação – Os Primeiros 365 Dias”, iniciativa que juntou, no Cine-Teatro Garrett, inúmeros profissionais de saúde.

Com o envolvimento dos cuidados de saúde primários, em foco esteve a discussão e partilha de conhecimentos sobre o primeiro ano de vida: “É este período que vai definir o futuro da criança, da sua saúde física e mental, alicerçando as condições para uma vida adulta saudável” – referiu Concei-ção Casanova, diretora do Serviço de Pediatria.

Na sua intervenção, o presidente do CA, José Manuel Cardoso, saudou a organização das Jornadas e os

Irene Cerejeira distinguida com o Prémio “Nascer Positivo”

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Reunião clínica debateu Neurodesenvolvimento da CriançaO Serviço de Pediatria e a Consulta de Pediatria do Neurode-senvolvimento do CHPVVC organizou, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Pediatria, uma reunião clínica subor-dinada à temática “Desenvolvimento Pré-Escolar – A Janela de Oportunidade” e na qual diversos e reputados especialistas nacionais refletiram e aportaram conhecimentos sobre o neuro-desenvolvimento infantil e em particular na faixa etária entre os 0 e os 6 anos. A iniciativa juntou cerca de uma centena de profissionais e consolidou o reconhecimento do trabalho desen-volvido no CHPVVC.

Concurso de coroas de Natal

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Irene Cerejeira, enfermeira-chefe do Serviço de Obstetrícia e Ginecologia foi a vencedora do prémio de mérito atribuído, pela primeira vez, no âmbito do “Nascer Positivo” – II Encontro Internacional de Novos Paradigmas no Nascimento. O prémio evidencia o reconhecimento do seu contributo no âmbito da saúde materno-obstétrica e surge no contexto das mudanças de paradig-ma do conceito de nascimento.

Dia Mundial da Saúde:As Nossas Equipas de Excelência

Sob a égide da comemoração do Dia Mundial da Saúde, que se assinalou a 7 de abril, homenageámos, ao longo deste mês, os nossos Serviços Clínicos e as equipas de excelência que os compõem.

O CA lançou o repto para o Concurso de Coroas de Natal que pretendia evocar o espírito natalício, fortalecendo o sentimento de união no nosso Centro Hospitalar, através do envolvimento de todos os Serviços numa saudável competição, no sentido de reforçar o espírito de grupo, bem como o sentimento de partilha.

Num total estiveram a concurso 37 coroas, evidenciando uma notável criatividade e tendo em atenção à noção estética, inovação nos materiais usados e reciclagem desses mesmos materiais.

O Júri reuniu e a pontuação foi atribuída de 1 a 5 pontos pelas 5 coroas preferidas por cada um e a pontuação obtida para os primei-ros 3 classificados foi a seguinte:

1º Coroa Serviço de Planeamento e Apoio à Gestão 21 pontos

2º Coroa Serviço de Obstetrícia/Ginecologia 12 pontos

3º Coroa da Ala da Urgência Pediátrica 8 pontos

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Conselho de Administração serviu Almoço de ReisÉ já uma tradição do nosso Centro Hospitalar. Em véspera de Dia de Reis, o almoço foi servido pelos membros do Conselho de Adminis-tração, assinalando a efeméride que coloca termo ao período das festas que culminam a cada início de ano. Momentos de partilha que serviram para reforçar o convívio.

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Metas para a redução do consumo de salTendo como propósito estabelecer metas precisas de redução do consumo de sal no refeitório do CHPVVC, ou seja, a utiliza-ção de 1,5 gramas por refeição até 2020, e a sensibilização de todos os profissionais que trabalham na confeção interna de refeições, foi organizada uma ação de formação que envolveu oServiço de Nutrição, a Gertal e o Chef. Hélio Loureiro.

A ação formativa integrou duas componentes, uma teórica, que teve o contributo do responsável pela Qualidade da Gertal, Fernando Fernandes, e a outra de pedagogia à mesa, que teve como protagonista o Chef. Hélio Loureiro, que deu a conhecer soluções práticas para o tempero das refeições sem recurso àadição de sal e com aposta na utilização de ervas aromáticas. A demonstração prática insere-se no contexto da campanha “Menos Sal mais Coração”.

Enfermeiros do CHPVVC organizam Bazar dos Sabores

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Dia doEnfermeiro

Foi assinalada pelo CHPVVC mais uma edição do Dia do Enfermeiro, sob o lema “Juntos somos mais fortes”. O programa do dia 12 maio iniciou-se com uma caminhada que terminou com uma aula de zumba. À noite realizou-se o jantar e baile de gala, que registou uma grande adesão por parte dos enfermeiros do CHPVVC.

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Juntos somos + fortes

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Participação destacada doServiço de Ortopedia em congresso mundial

Com a chancela da European Society for Sports Traumatology, Knee Surgery and Arthroscopy (ESSKA), que congrega à escala mundial mais de 8.000 membros, o Congresso Europeu de Cirurgia de Artroscopia e Traumatologia Desportiva, que teve lugar entre 9 e 12 de maio, na Escó-cia, contou com a presença do Serviço de Ortopedia do CHPVVC.

A participação do Serviço de Ortopedia, que tem como diretor, José Mesquita Montes, foi, de resto, a mais significativa no comparativo com outros hospitais portugueses presentes no congresso escocês.

A representação do CHPVVC nesta reunião magna ficou a cargo de Nuno Gomes, que participou num simpósio onde foi debatida a Patolo-gia do Ombro, de Duarte Sousa, que apresentou dois trabalhos de investigação original conduzidos no Serviço, e de Hélder Pereira, que deu a conhecer, numa das mais destacadas sessões do congresso, uma das suas inovações técnicas cirúrgicas.

Hélder Pereira registou ainda participações destacadas como forma-dor no Curso ESSKA de Traumatologia Desportiva, para além de diversas palestras e trabalhos de investigação, circunstâncias que lhe valeram a atribuição de um dos mais altos cargos na direção da ESSKA, uma vez terminada a presidência da secção da sociedade que “tutela” a patologia do tornozelo e do pé.

Factos que reforçam o trabalho de excelência desenvolvido pelo Serviço de Ortopedia do CHPVVC e que eleva a índices de superior qualidade a assistência clínica, a formação e a investigação aqui desenvolvidas.

Compromisso com a higiene das mãos

sentido de ser firmado um “compromisso-fotografia” com esta causa, mobilizou profissionais do CHPVVC, ao abrigo do repto da OMS “Clean Hands Save Lives” e da particular prevenção da Sépsis.

Apoio e sensibilização crescentes para a causa da higiene das mãos. O desafio lançado pela direção do Programa Nacional de Prevenção e Controlo de Infeções e Resistência a Antimicrobianos (PPCIRA), no

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Festa de Natal mobilizou comunidade hospitalar

Em cada época de Advento, um dos pontos altos coincide com a realização do jantar de Natal, com organização conjunta do Centro Hospitalar e da Casa de Pessoal. É um momento particularmente emotivo de reencontro entre atuais e antigos colegas e que contou com a presença institucional das Câmaras da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde, através, respectivamente, do presi-dente, Aires Pereira, e da vereadora Dália dos Santos Vieira, que tutela, entre outros, os pelouros da Saúde Pública e da Comunica-ção da autarquia vila-condense.

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Conferência explana Direito na Saúde

Godinho), a responsabilidade por atos médicos (Durval Ferreira), dano e indemnização (com a docente espanhola Belén Trigo Garcia) e consentimento informado versus autonomia do doente (André Dias Pereira).

A conferência teve ainda a presença de Manuel Antunes, do Serviço de Cirurgia Cardiotorácica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, que abordou a questão da gestão do risco na atividade médica, e contou, no encerramento, com António Araújo, Presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, que felicitou particularmente o CHPVVC pela realização da iniciativa.

Professores de Direito, advogados, médicos e enfermeiros participaram numa conferência subordinada à temática “O Direito na Saúde ou uma Saúde sem Direitos”, que contou com a presença de um ilustre painel de convidados, os quais abordaram temáticas enquadradas na responsabili-dade clínica, na lei e jurisprudência, bem como no consentimento informa-do dos utentes no que concerne às mais diversas práticas clínicas.

Com a abertura da conferência a cargo do Presidente do Conselho de Administração, José Manuel Cardoso, os vários especialistas dissertaram sobre matérias como a responsabilidade médica nos tribunais portugue-ses e estrangeiros (Filomena Girão), o auxílio ao suicídio e a eutanásia (Inês

Rastreios, palestra e ementa saudável assinalaram Dia Mundial da Diabetes

Os refeitórios do Centro Hospitalar contaram, também, com uma ementa que pretendeu sensibilizar para a importância da alimentação saudável. E foi o mote da alimentação, entre outros parâmetros, que esteve no centro de uma palestra em que participaram profissionais de saúde e duas mulheres que lidam, diariamente, com o problema da Diabetes, uma enquanto cuidadora e outra enquanto portadora da doença.

Práticas de vida, aprendizagem e afeto polvilharam uma conversa centra-da na mudança de comportamentos, prevenção e apoio da família.

Focalizado especialmente este ano nas mulheres, o Dia Mundial da Diabetes foi evocado tendo por mote a temática “Mulheres e Diabetes – O Direito a um Futuro Saudável”.

No CHPVVC decorreu uma série de atividades que assinalaram a premência de um tema que assume dimensões de epidemia. A equipa multiprofissional que lidera, diariamente, no Centro Hospitalar, o combate contra a Diabetes, programou rastreios do risco da doença (nas unidades da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde) abertos à população em geral e a que acorreram cerca de 300 pessoas.

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OpiniãoA Medicina Desportiva

como novo desa�oda Medicina Hospitalar?

Ricardo AidoEspecialista em Ortopedia e em Medicina DesportivaAssistente Hospitalar Ortopedia do CHPVVCMédico Selecção Nacional de Voleibol - Seniores Masculinos

Após o anuncio da Direção Geral de Saúde que 2018 será o ano em que alguns Centros de Saúde iniciarão a consulta de Prescrição de Exercício (Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física) e tendo em conta o crescente e sustentado aumento de praticantes desportivos em Portugal na última década impõe analisar senão será a altura ideal de discutir a implementação da Consulta de Medicina Desportiva nos Hospitais do SNS.

A prescrição de exercício físico, de lazer ou terapêutico, é uma das áreas com que qualquer médico se debate na sua prática profissional diária. A avaliação médica e orientação clínica de um praticante desportivo exige circunstâncias e especificidades próprias, que deve-rão ser garantidas por um médico com especialidade nesta área.

Área em franco desenvolvimento, a Medicina Desportiva (especialida-de médica reconhecida oficialmente desde há longa data pela Ordem dos Médicos, tendo uma organização estrutural semelhante às restantes especialidades) enfrenta dois grandes desafios:

- O desa�io de promover a atividade �ísica,uma vez que mais de 60 % dos portugueses pratica pouco ou nenhum exercício, potenciando as inúmeras e cientificamente com-provadas vantagens do exercício físico na promoção da saúde na população em geral como também em pessoas com diabetes, obesi-dade, patologia cardio-cérebro-vasculares, patologia osteoarticular, doenças oncológicas, entre outros;

- O desa�io de reduzir a incidência e minimizar a gravidade das lesões desportivas,providenciando, ao mesmo tempo, diagnósticos corretos da lesão desportiva, proporcionando a recuperação, precoce e efetiva da função do atleta, aumentando e potenciando a sua performance.

A avaliação médico-desportiva diferenciada apresenta um déficit e escassez de resposta a nível nacional, sendo essencialmente garanti-da a nível dos Centros de Medicina Desportiva e algumas instituições privadas.

A Consulta em ambiente hospitalar deve visar:

- Identi�icar algum tipo de patologia médica, que torne o desporto um risco;

- Identi�icar patologias e/ou alterações músculo-esqueléticas prévias que necessitem reabilitação ou devam ser corrigidas numa perspetiva de prevenção/tratamento de lesões;

- Orientar sempre a observação de acordocom o desporto que pretende ser praticado;

- Uma componente de prescrição de um programa de exercício (individual ou em grupo).A Consulta de Medicina Desportiva em ambiente Hospitalar deverá também constituir importante oportunidade de integrar equipas multi-diciplinares em torno da sua população (através da interação entre profissionais de sáude e profissionais do exercício: médicos, fisiotera-peutas, enfermeiros, nutricionistas e fisiologistas do exercício).

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OpiniãoA importância do Planeamento de Práticas Promotoras do parto normal

A importância do planeamento de práticas promotoras do parto normal como estratégia para a equidade e humanização dos cuidados em obstetríciaApesar do debate acerca da noção de normalidade em relação à gravi-dez e ao trabalho de parto ser considerável a definição do conceito não está de todo estandartizada e muito menos é universal.

A institucionalização do parto, que teve como objectivo principal a diminuição da mortalidade materna e fetal, levou a que o control de todo um processo natural fosse centralizado através da intervenção médica.

Desta forma a família foi afastada do nascimento sendo que as estrutu-ras físicas e as rotinas hospitalares foram planeadas muito mais para atenderem aos profissionais envolvidos nos cuidados do que à grávida e à sua família. O recurso a tecnologias cada vez mais sofisticadas permitiram, sem dúvida,melhorar os resultados perinatais, mas levaram a uma incorreta uniformização dos cuidados que passaram a ser iguais para as situações de alto e baixo risco com a consequente iatrogeniza-ção que, por sua vez, levam a mais e mais intervenção. O ambiente para o parto foi desenhado da mesma forma que o dos doentes, com uma cama no centro do espaço, rodeada de toda a tecnologia e onde o lugar para a família e para a mulher ficou limitado. Desta forma o parto deixou de ser natural transferindo-se para a esfera da doença. Os recursos humanos e tecnológicos foram alargados com a formação de equipas multidisciplinares. Rápidamente se banalizou o poder de iniciar, acelarar, retardar e monitorizar o trabalho de parto, de mexer, tocar, algaliar, deitar,mandar, escolher e decidir, retirando à mulher todo e qualquer protago-nismo que passou na sua totalidade para o profissional de saúde.

A preocupação com a excessiva intervenção no trabalho de parto e nonascimento e com o aumento da taxa de cesarianas que, em muitos casos, é secundária ao elevado grau de intervenção, levou a que a Organização Mundial de Saúde ( O.M.S ) emitisse recomendações no sentido de definir trabalho de parto normal, identificar as práticas mais comuns utilizadas durante o parto e estabelecer normas de boas práticas na assistência ao parto sem risco.

Normas para a não indução ou acelaração do trabalho de parto, recomendações para que se permita o trabalho de parto em mulheres com uma cesariana anterior e a introdução de incentivos ou penaliza-ções nos pagamentos aos Hospitais do SNS de acordo com metas préviamente estipuladas foram as bases para o trabalho que foi efectua-do nos últimos anos para a redução das taxas de cesarianas; no entan-to, e em relação ao planeamento de práticas promotoras do parto normal e para o desenvolvimento de uma estratégia nacional de huma-nização do nascimento ainda muito pouco foi feito e nada foi posto formalmente em prática.

A normalização do direito da mulher portuguesa a vivenciar o processo de nascimento dos seus filhos em ambientes seguros e humanizados, com cuidados de saúde e suporte humano apropriado e com o mínimo de intervenção faria diminuir ainda mais a taxa de cesarianas, levaria aodesaparecimento do parto no domicílio, seria para muitos casais um incentivo à natalidade e resultaria em aumentos significativos no valor percebido por todos os intervenientes assim como levaria a uma diminui-ção de gastos com a consequente melhoria na sustentabilidade do SNS.

Na vertente dos recursos humanos este planeamento teria de passar por uma diferente gestão das equipas de profissionais de saúde uma vez que iria alterar significamente o perfil de competênçias e à sua combinação mais eficiente, com passagem de algumas competências médicas para os profissionais de enfermagem obstétrica, deixando os profissionais médicos mais libertos para a área da Obstetrícia de risco – Medicina materno/fetal – uma vez que é preocupação atual para os responsáveis pelo Plano Nacional de Saúde a variação na mortalidade perinatal e materna secundárias ao aumento da prematuridade e das restrições de crescimento intra uterino, assim como o aumento muito significativo da diabetes gestacional, do aumento da idade da gestante, dos hábitos tabágicos durante a gravidez e das gravidezes resultantes de fertilizações medicamente assistidas. [www.dgs.pt/dashboard]

Maria Júlia Leite PereiraAssistente Hospitalar GraduadaServiço de Obstetrícia e Ginecologia do CHPVVC

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Cláudia FangueiroTécnica Superior Diagnostico Terapêutica – Analises Clínicas do CHPVVC

OpiniãoO elogio e a crítica

Nos dias de hoje todas as organizações, instituições e empresas têm necessidade de definir processos e criar estratégias de modo a obter amobilidade dos recursos necessários à sua persecução e ao controlo da sua execução, detectando e eventualmente corrigindo os desvios verificados. Todas estas palavras se podem resumir numa só que é Gestão. Um dos maiores desafios desta área e que tem sido objecto de estudo e formulação de teorias é a gestão de recursos humanos. O ser humano é o ingrediente que está presente em todo o processo empre-sarial. A variável, natureza humana, que nos permite insultar os peões quando somos condutores e insultar os condutores quando somos peões, deve fazer parte da formula que nos leva ao calculo do sucessode uma empresa. Cada pessoa reage de maneira diferente a um deter-minado estímulo nomeadamente ao elogio e à crítica.

No tempo de escravatura a forma de obrigar os escravos a produzir mais e a obedecer era através da força, da punição com dor. Nos dias de hoje nenhum gestor coloca um funcionário no tronco e manda o capataz ou ele próprio chicotear. Esta violência física foi substituída pela violência psicológica praticada por pessoas com responsabilidades de chefia que quebram a regra da convivência humana e conduta organiza-cional. Alguns criticam severamente e muitas vezes submetem os seus colaboradores a verdadeiras reprimendas públicas. A espécie humana tem evoluído ao longo do tempo não só fisicamente mas também intelectualmente e com ela a forma de estar de alguns gestores da atualidade. Era sinónimo de regressão e não de evolução se o gestor ainda não tivesse entendido que a maioria das pessoas é movida pelo reconhecimento e os elogios são uma forma de reconhecimento.

A crítica e o elogio são duas ferramentas na mão do gestor que utilizadas corretamente e de forma ponderada faz mover o colaborador na direção mais apropriada para a nossa empresa.Para isso é necessário prever como é que cada colaborador vai reagir a uma critica ou a um elogio o que é uma tarefa difícil e que exige tacto e sabedoria por parte de um gestor. A citação “Podemos nos defender de um ataque, mas somos indefesos a um elogio” de Sigmund Freud mostra que aquelas pessoas que reagem mal à crítica podem ser desar-madas se lhes for feito um elogio. Quando um gestor fizer uma critica a

um colaborador que o vai interromper com um discurso carregado de “ não concordo” deve referenciar algo que esse colaborador fez bem de forma a desarma-lo e conseguir que este lhe preste atenção. O elogio tem o poder de conquistar o outro direito que é criticar. Existe outro tipo de colaboradores que pensa como esta citação de Santo Agostinho “ Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem”, vêem a critica como um alarme que dispara sempre que estes se desviam do percurso que os leva à melhoria conti-nua. A critica significa que os nossos superiores estão de olho em nós e na maneira como funcionamos valorizando o nosso desempenho e impedindo que a performance perca qualidade. Muitas vezes as críticas por parte de terceiros fazem-nos perceber e corrigir os nossos erros e aperfeiçoar o que efetuamos posteriormente.

A capacidade de gerir recursos humanos não é para todos, exige equilíbrio emocional, intelectual, sentido de oportunidade, treino, formação, ou seja é di�ícil porque o gestor também é um Homem.

Sempre que pesquiso e leio sobre este assunto surge-me sempre uma questão. Será que as pessoas realmente interessam ao gestor ou o que elas podem fazer à sua gestão é a sua principal preocupa-ção? Os nobres cavaleiros que defendiam as causas com a sua própria vida extinguiram-se juntamente com os dinossauros, hoje as pessoas são egoístas e perdeu-se o verdadeiro sentido da lealdade. Muda-se conforme as conveniências e se for conveniente para a nossa empresa fingir que nos importamos com a motivação dos nossos colaboradores então fingimos. Todas estas técnicas de motivação, teorias de psicologia empresarial são ferramentas de robotização dos colaboradores. O ideal era colocar um chip pré programado com o desempenho que queremos para cada colabora-dor. De certeza que os gestores atuais e que se dizem seguidores desta nova forma de gerir através da motivação dos recursos huma-nos não concordam comigo e talvez me achem exagerada e pessi-mista. Mas sejamos sinceros e pensem quantas vezes nas vossas reuniões programadas deitaram tudo por água abaixo e disseram “é assim porque eu quero e mando”.

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OpiniãoQuestões Emergentesde Direito em Saúde

A sociedade, desde os primórdios, está em permanente processo de mudança e ajustamento ocasionado pela evolução que ela própria, inevitavelmente determina, considerando as circunstâncias especi�icidade cada momento, e que condiciona doravante a sua própria natureza.Para além de óbvia, dado que suportada em todo o processo histórico humano, esta constatação remete-nos, no futuro, para sociedades que serão diferentes das do passado e, nessa medida, alicerçadas em novos entendimentos e em novos e diferentes enquadramentos. Sendo este permanente estado de mudança imparável e inevitável – aqui reside a verdadeira essência humana – há que salvaguardar como principio basilar e primeiro as questões ligadas à dignidade e felicidade humana.

Deverá tratar-se de um pressuposto inalienável a que qualquer processo evolutivo se deve subordinar. Utilizando a terminologia generalizada por Alvin Toffler, a “vaga” que hoje já decorre a enorme velocidade, confron-ta-nos com novos termos: robótica, inteligência artificial, plataformas digitais, algoritmos, internet das coisas, nuvem, fábricas conectadas, realidade aumentada, big data, 3D printing, industria 4.0, economia digital, economia colaborativa. São, entre outros, termos de que ouvimos falar cada vez mais frequentemente e que se referem á evolu-ção tecnológica em curso.

Tal como sucedeu nas revoluções tecnológicas anteriores que, ao contrário da revolução tecnológica em curso, tiveram um período de duração prolongado, esta também vai ter consequências em todas as áreas e a todos os níveis da nossa vivência social, cuja verificação ocorrerá em períodos menores de tempo (recordamos aqui a Lei de Moore: em 1975 o poder de processamento dos computadores dupli-caria a cada 12 meses, taxa de crescimento que em 1980, passou a ser a cada 2 anos). Pode parecer pouco, mas o suficiente para nos atrasar, (e muito), na ciência como um todo, já que ao evoluir o poder de proces-samento dos computadores, todas as áreas evoluem desde a explora-ção espacial à medicina. A título meramente ilustrativo podemos referir o impacto, que se prevê fortíssimo, ao nível das questões referentes à privacidade dos dados.

Com efeito, esta era da digitalização provocará conflitos sérios entre os direitos de natureza privada sobre a informação, o direito de propriedade e a liberdade de informação, exigindo uma regulamentação constante e atualizada. As novas fronteiras da intimidade pessoal implicam uma

análise profunda sobre a questão do tratamento e segurança dos dados pessoais em áreas tão delicadas como a genética e a bioética.

A evolução científica e tecnológica é e será de tal ordem, que há ques-tões emergentes que podem colidir estrondosamente com a essência da humanidade tal como a conhecemos. Não sabemos o impacto que esta (r)evolução acarretará para o “quem somos” e “o que somos”. O próprio conceito de humanidade que conhecemos está ameaçado. A fratura pode ser brutal. Só a capacidade de enquadrar normativamente esta (r)evolução poderá garantir uma transição adequada e pacifica. É preciso salientar que, numa consideração de caráter mais genérico, o enquadramento normativo assumirá uma enorme dificuldade já que, os temas que emergem desta nova realidade deixam antever uma enorme divisão social, pelo seu carácter fracturante derivado do seu assento no domínio da moral individual e até das próprias convicções religiosas.

E, mesmo que o enquadramento normativo referente a estas questões, consiga evoluir à velocidade vertiginosa da evolução científica e tecnoló-gica, será que conseguirá sempre traduzir os valores da humanidade, da ética e da moral?

Atualmente já se aborda a questão da unificação da carne e das máqui-nas, de que é exemplo a cultura das células musculares e sua utilização como controladores de movimento em aparelhos físicos; já se incorpora tecnologia nos nossos corpos procedendo a uma espécie de fusão entre carne e máquina. É certo que os ensaios em pessoas são justifica-dos por razões clinicas sólidas, como a tentativa de reparar lesões ou a degradação dos corpos. Mas como se enquadra num corpo de normas jurídicas coerente e aceite pela sociedade de forma pacifica, algo que está a mudar a nossa “humanidade?”

No entanto a (r)evolução científica prossegue imparável e seguirá o seucaminho. “Só” nos resta enquadrar e definir até onde se pode ou deve ir. As questões levantadas atingem tal dimensão que podemos mesmo questionar se “é eticamente legítimo manipular a vida humana e se é eticamente legítimo manipular a vida humana para introduzir certas correções” Brockman e, continua o autor, “estamos a libertar-nos do nosso papel de observadores passivos da vida e da ordem das coisas para nos tornarmos manipuladores da vida e da ordem das coisas. Deixamos de estar confinados pela evolução Darwiniana”.

Imagine-se o futuro..., mas está nas nossas mãos determinar o que é aceitável e o que não é uma tradução do sentir e dos valores determina-dos pela sociedade em cada momento. Deste retracto, breve e sucinto, se antecipa uma realidade muito complexa, sendo extremamente difícil antecipar o futuro, mas desde já sabemos que este novo futuro que hoje se adivinha comporta enormes desafios, nomeadamente para fazer face às questões éticas e do direito em saúde.

Maria GomesEnfermeira Especialista Bloco Operatório Central do CHPVVC

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OpiniãoParadigmas da

Gestão em Saúde– Desa�os futuros

As organizações de saúde exibem especi�icidades relevantes na de�inição de políticas estratégicas. Intrinsecamente, são organizações com caráter multiproduto, cuja atividade exige, frequentemente, uma resposta imediata no momento da procura, um reduzido controlo (em sentido amplo) de grupos profis-sionais altamente diferenciados, com expetativas díspares, tarefas interdependentes, e que são sujeitos, muitas vezes, a uma dupla linha de autoridade – formal (hierárquica) e técnica (funcional). Por outro lado, são organizações dependentes de uma afetação substancial de recur-sos, embora muitas vezes desadequada da multiplicidade de atividades e linhas de produção existentes.

O financiamento é um tema recorrente e mediático na análise de um sistema de saúde como o SNS, universal, tendencialmente gratuito, e assente em pressupostos de solidariedade e equidade. Atualmente, é necessária uma profunda reflexão sobre o papel das organizações na formulação do orçamento global, incluindo se este deve decorrer exclu-sivamente da produção de cuidados, e como a quantificar num sistema que prevê uma integração transversal e horizontal de cuidados, desde os cuidados de saúde primários aos hospitalares, continuados e paliati-vos, enquadrando os respetivos custos da saúde e a consequente formulação dos preços. O utente faz o seu percurso dentro do sistema, procura cuidados e, através dos quais, obtém ganhos em saúde. Estes cuidados não são necessariamente curativos; as tipologias preventivas e de gestão de doenças crónicas são cada vez mais relevantes.

Esta multiplicidade de cuidados, concretiza-se numa linha contínua de produção, em que, por analogia, o produto são os ganhos em saúde do utente. Embora muitas vezes assente na contabilidade analítica (sobre-tudo hospitalar), o conhecimento dos custos da produção não pode negligenciar a avaliação económica de alternativas, contribuindo para a eficiência e sustentabilidade social do sistema. Importa refletir a produ-

ção (leia-se “ganhos em saúde”) nos orçamentos, mas, também, dotá-los de uma natureza prospetiva, e incluir indicadores coerentes e estáveis, que espelhem a qualidade e humanização em saúde, numa lógica de incentivos positivos para a organização, sem descuidar os mecanismos de avaliação de desempenho e partilha de risco. É funda-mental perspetivar novas formas de financiamento que traduzam o continuum da produção nos diferentes níveis de cuidados.

E num sistema burocrático, cronicamente sub-orçamentado, qual então o papel do Gestor? O gestor deverá promover o compromisso, estabili-dade e cooperação dos colaboradores da organização. Ao gestor exige-se liderança, capacidade de comunicação e uma gestão nortea-da para a mudança e centrada no utente e nos resultados (ganhos em saúde, mas também económicos e financeiras, e de qualidade contí-nua), com a necessária autoavaliação. Estas competências exigem uma visão sistémica da organização, com análise das suas forças e fraque-zas, maior enfoque na coordenação horizontal de pessoas e equipas, partilha da visão e valores da organização, sem esquecer que os limites das “áreas funcionais” são cada vez mais difusos, como consequência da necessidade de responder rapidamente a mudanças internas e externas. Por outro lado, tendo os utentes possibilidade de escolha, o gestor deve assegurar que a organização é capaz de reformular a sua estratégia e criar valor acrescentado, respondendo às expectativas, não só destes, mas também dos seus colaboradores ou da tutela.

Neste contexto,

it’s not about money, it’s about the people you have, and how you’re led (Steve Jobs).

Joaquim TinocoMédico Anestesiologista do CHPVVCPós-graduado em Gestão de Serviços de Saúde Discente em Administração Hospitalar

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OpiniãoCompetências do Enfermeirono Transporte Inter-Hospitalar de Doentes Críticos

Ana GonçalvesEnfermeira Especialista do Serviço de Cirurgia do CHPVVCPós-Graduada em Gestão e Administração de Serviços de Saúde

Artigo apresentado no 5º Encontro de Enfermeiros Especialistas de Enfermagem Médico Cirurgica (Évora, 20 de Janeiro de 2018)

O transporte inter-hospitalar de doentes críticos é um ambiente de cuidados complexo e exigente. Neste contexto, os cuidados prestados ao doente crítico pressu-põem uma intervenção precisa e eficaz, evitando possíveis complica-ções e assegurando as suas necessidades.

O enfermeiro, enquanto elementoda equipa de transporte, deverá ser capaz de mobilizar um conjunto de competências necessárias, de modo a garantir cuidados de qualidade ao doente crítico e a segurança durante o transporte. Sendo assim, a realização deste estudo teve como objetivo principal construir uma proposta de perfil de competências do enfermeiro no transporte inter-hospitalar de doentes críticos.

Para a consecução dos objetivos optou-se por realizar um estudo exploratório descritivo, desenvolvido em duas etapas. A primeira reporta à revisão da literatura, que permitiu a identificação de compe-tências do enfermeiro no transporte inter-hospitalar de doentes críticos e a construção da versão inicial do instrumento. A segunda, à obtenção de uma versão de consenso, por meio do julgamento de

um painel de peritos. Foi elaborado um instrumento com 14 compe-tências e 59 critérios de avaliação, que foram integrados em nove domínios (formação e experiência, planeamento e organização, promoção da segurança, prestação de cuidados, trabalho de equipa e cooperação, comunicação, gestão de eventos críticos, melhoria contínua da qualidade e compromisso ético). Este consti-tuiu a versão inicial que foi posteriormente submetida ao julgamento do painel de peritos, recorrendo à técnica de Delphi.

Foram excluídos uma competência e quatro critérios de avaliação por não terem reunido os critérios de consenso. Obtiveram consen-so 13 competências e 55 critérios de avaliação integrados nos nove domínios acima referidos, que constituíram a versão de consenso, ou seja, a versão final da proposta de perfil de competências do enfermeiro no transporte inter-hospitalar de doentes críticos.

Na sequência deste estudo, sugere-se a validação deste documen-to e a realização de estudos que permitam identificar a diferença entre as competências necessárias ao enfermeiro no transporte inter-hospitalar de doentes críticos e as competências que esses mesmos enfermeiros já possuem, permitindo assim às instituições hospitalares conhecer as áreas que já apresentam a qualidade exigi-da e detetar as áreas de possível melhoria, aspeto essencial para a promoção de cuidados de qualidade. Deste modo, essas institui-ções poderão garantir estratégias que permitam um desenvolvimen-to adequado de competências mais débeis ou em falta através, por exemplo, de formação específica, possibilitando a estes profissio-nais desenvolver e deter competências necessárias à garantia de qualidade dos cuidados prestados, com otimização dos resultados para os doentes.

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OpiniãoViolência no trabalho

dos enfermeiros noserviço de urgência

Os trabalhadores da área da saúde são dos que maior risco apresentam de sofrer incidentes violentos no trabalho, especialmente os que laboram em Serviços de Psiquiatria ou Urgência.A falta de medidas de segurança, o contacto físico próximo e a preocupa-ção dos doentes com o estado de saúde predispõem à violência.

Este artigo refere-se à violência no trabalho dos enfermeiros nos serviços de urgência médico-cirúrgicos da região norte de Portugal, pretendendo compreender o fenómeno da violência no trabalho a que estes enfermei-ros estão expostos, tendo sido baseado no tema da minha dissertação de mestrado.

Foram assim analisados doze relatos de enfermeiros vítimas de violência no local de trabalho através da técnica de análise de conteúdo. Dos doze participantes, nove são do género feminino e três do género masculino, com idades entre os 28 e os 58 anos. Os dados sugeriram que a violência no trabalho dos enfermeiros é uma realidade frequente, ocorrendo independentemente da idade, experiência profissional, caraterísticas pessoais ou profissionais, tendo-se verificado agressões psicológicas (6) e físicas (6) em igual proporção. O principal agressor foi o próprio doente, principalmente sob o comportamento de estalos, murros ou insultos. A maioria das vítimas referiu ter sofrido consequências psicológicas após a agressão, com impacto tanto na vida profissional como na pessoal. As consequências psicológicas mais apontadas foram perturbação, stress, desgaste emocional, insegurança, receio de agressão física e ansiedade.

Grande parte dos participantes referiu porta automática, maior privacidade na triagem (local onde se verificaram mais agressões) e policiamento como possíveis medidas para diminuir a violência. Ainda o apoio prestado pela Instituição às vítimas nos casos de agressão foi considerado como insatisfatório.

Quanto às caraterísticas institucionais, a maioria dos participantes classifi-cou os Serviços de Urgência onde laboravam como possuindo instala-ções deficitárias, ocorrendo as agressões mais comumente na sala de triagem e em serviços com elevada afluência. Verificamos ainda a existên-cia de vigilante/segurança na maioria dos casos. Apenas um participante mencionou a presença simultânea de polícia e vigilante/segurança no local de trabalho.

Como sugestões dos enfermeiros para diminuir os problemas de violência ocupacional, os participantes relataram haver pertinência na existência de policiamento, porta automática, criação de um gabine-te de apoio à vítima, maior privacidade na triagem, redução do número de acompanhantes, auditorias ao atendimento médico e adequação da estrutura dos serviços de urgência.

Já quanto aos hábitos de notificação de violência ocupacional não se verificou a presença deste hábito, constatando-se que dos partici-pantes que se pronunciaram sobre este ponto, apenas cinco notifica-ram formalmente a agressão. As razões principais apontadas pelos participantes para tal subnotificação foram o medo de retaliações, o fato de entenderem que o doente e familiares estejam preocupados pela sua saúde, logo aceitam ser compreensível que estejam mais nervosos, o medo de serem conotados como incompetentes no trabalho e na resolução de conflitos e por acreditarem que mesmo que notificassem não iria haver mudanças.

O Conselho Internacional de Enfermeiros (2006) defende que a violência no local de trabalho no setor da saúde ameaça a prestação de serviços seguros e eficazes aos doentes. Para que sejam presta-dos cuidados de enfermagem de qualidade, os enfermeiros têm de ter a garantia de um ambiente de trabalho seguro e de um tratamento respeitoso.

É assim urgente a adoção de medidas para o combate deste proble-ma e a prevenção só será possível através do comprometimento conjunto entre sociedade, Instituições de Saúde, gestores e profis-sionais de saúde envolvidos, responsabilizando os utentes pelos seus atos e incentivando os profissionais a notificar a violência sofrida.

É um dever das Instituições a promoção de um ambiente de trabalho seguro.

Joana CorreiaEspecialista em enfermagem médico-cirúrgica do CHPVVC

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OpiniãoA gestão construtivado con�ito

Atualmente as organizações estãoconstantemente em transformação, devido ao avanço da ciência e da tecnologia, da globalização dos mercados e do aumento do poder competitivo. Cada vez mais as organizações, nomeadamente as da saúde, são constituídas por equipas heterogéneas, pessoas com funções diferen-tes, com perspetivas divergentes, que por vezes são geradoras de conflitos.

Cada vez mais o papel do gestor/administrador é fulcral para a resolu-ção de conflitos nas organizações onde as pessoas estão inseridas, pelo que não podemos falar em organizações sem falar em pessoas, nem em gestores sem falar de organizações.

Como alude Gonçalves L. Rodrigues M. (2015) p.2 “O conflito dentro do ambiente organizacional é algo presente no mundo corporativo e tem ganhado atenção devido a importância do capital humano que é um dos maiores responsáveis por movimentar as instituições na obtenção de bons resultados.”

Os con�litos podem surgir quando as pessoas não têm objetivos comuns, podemos dizer que são a antítese da cooperação e da colaboração e estão presentes na vida de cada pessoa/organização.O conflito é motor de desenvolvimento social e os seus efeitos são positivos, sempre que gerido adequadamente, de modo a criar relações cooperativas, e conseguir uma solução integrada do proble-ma, em mercê de ambas as partes (Scott Elmes Mcintyre, 2007).

Os conflitos podem trazer valores para as pessoas/organizações quando vistos como momento de reflexão e nova forma de organiza-

ção, contribuindo para o bom funcionamento da organização, pode-mos dizer que são funcionais, outras vezes disfuncionais, resultantes de comportamentos antipatias, inflexibilidade, daí a importância do gestor/administrador na gestão do conflito. Tão ou mais importante que o planeamento, comunicação e motivação.Como indicam Rahim, Magner e Shapiro (2000) citado por Mcintyre S. (2007), p. 303. “a gestão construtiva dos conflitos numa organiza-ção é fundamental para que essa organização esteja mais capacita-da em enfrentar os desafios atuais e futuros.”

O gestor deve ter em atenção a origem do conflito, que pode ser interno (intra-pessoal, problemas de ordem pessoal), ou de origem externa (inter-pessoal, intra-grupal, inter-grupal, intra-organizacional e inter-organizacional). Atendendo que cada vez mais as pessoas têm formação mais diferenciada e de elevada qualidade por vezes pode levar a conflitos quer a nível socio-afetivos, quer a nível de tarefa, pelo que é de extrema importância que os gestores/adminis-tradores das organizações tenham uma atitude construtiva, com cooperação, escuta ativa e assertividade.

Gonçalves L. Rodrigues M. (2015) corroboram que o gestor/adminis-trador tem um papel fundamental na gestão de conflitos, conseguin-do aumentar os efeitos construtivos através da priorização da motivação dos colaboradores, garantindo maiores e melhores resul-tados, pois assim sua equipa não será vencida pelo conflitos mas transformá-los-á em oportunidades de crescimento e inovação. Também para Mcintyre S. (2007) o que determina se o conflito é construtivo ou negativo é a motivação das pessoas envolvidas, e que nas organizações, é da responsabilidade do gestor facultar a gestão desse conflito. Deste modo, para facilitar a gestão do conflito, o gestor deverá buscar soluções construtivas e não se identificar demasiadamente com o conflito em curso, deverá saber selecionar estratégias de resolução específicas para o caso em questão.

Em conclusão partilho da opinião de Mcintyre S. (2007) p.303 que “Em Portugal, é necessário estudar mais e melhor o conflito, já que muito poucos estudos têm sido realizados neste campo. É cada vez mais imprescindível para que uma organização seja competitiva e viável, a respetiva formação dos gestores e dos empregados para saberem como lidar com o conflito.”

Adelaide CostaEnfermeira Especialista do Serviço de Urgência do CHPVVCPós-Graduada em Gestão e Administração em Serviços de Saúde

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OpiniãoPaperless no processo de

referenciação da equipade gestão de altas

A continuidade de cuidados após a alta hospitalar é considerada um processo fundamental para a garantia da qualidade dos cuidados de saúde ao doente/cuidador.De facto, após a alta hospitalar, quer o doente, quer o cuidador deparam-se com o problema de adaptação à nova condi-ção de saúde.

É esta circunstância, que exige uma intervenção programada por parte dos profissionais de saúde, designada como planeamento de alta. O planeamento de alta é um processo organizado e multidisciplinar, suscep-tível de permitir que, no momento da alta hospitalar, tudo esteja preparado para que haja continuidade. É consensual afirmar que o planeamento da alta, para ser eficiente, deverá ter início no momento da admissão hospita-lar (ou mesmo da pré-admissão) do doente, estabelecendo-se uma data previsível de alta.

O planeamento atempado da alta permite preparar, adequadamente, o doente/cuidador, ou o seu encaminhamento para outras respostas da comunidade, promovendo a continuidade de cuidados e garantindo as condições necessárias para desenvolver, ao máximo, o potencial de recuperação, reabilitação e reinserção do doente.Face ao contexto atual e com o objetivo de responder à mudança na procura de cuidados de saúde após a alta, houve necessidade de encon-trar alternativas à hospitalização mais prolongada dos doentes que neces-sitam de continuidade de cuidados, através de uma melhor coordenação dos mesmos, em ambulatório ou em unidades de internamento.

A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), criada pelo Decreto-LeiNº 101/2006, resultante de uma colaboração entre o Ministério da Saúde e o Ministério do Trabalho e Solidariedade Social, veio dar resposta à necessidade de criar uma estrutura formal, no sentido de garantir essa continuidade de cuidados, não perdendo de vista a paralela e recorrente insuficiência de recursos. A RNCCI integra equipas dos hospi-tais, dos cuidados de saúde primários, dos serviços sociais locais e regio-nais, da rede de apoio social e municípios.

A RNCCI presta cuidados de convalescença para estabilização e reabilitação de doentes com perda transitória de autonomia, cuida-dos de média duração e reabilitação, cuidados de longa duração e manutenção, incluindo também equipas de cuidados domiciliários. O modelo de organização da RNCCI inclui ainda equipas específicas para a referenciação de utentes, as Equipas de Gestão de Altas (EGA) nos hospitais e asequipas Referenciadoras (ER) nos cuidados de saúde primários. Estas equipas estão na base da operacionalização da continuidade de cuidados e atuam em processos que obedecem a critérios de referenciação, através de uma abordagem centrada no doente, no cuidador e no meio social que os envolve, garantindo a continuidade de cuidados, a par da utilização adequada de recursos.

A EGA do CHPVVC EPE, existente desde o início da implementação da RNCCI em 2006, sempre teve um papel pró-ativo na utilização dos recursos disponíveis na operacionalização, desmaterialização e comunicação, nomeadamente a operabilidade e interoperabilidade dos SI, nos processos de referenciação de utentes, bem como na cooperação interprofissional, inter e intrainstitucional e intrasetorial.

No seguimento do projeto SNS Sem Papel, em relação ao qual o CHPVVC tem um papel precursor, a EGA desenvolveu mecanismos de paperless na coordenação e gestão dos processos de referencia-ção, nomeadamente através da rentabilização dos recursos informá-ticos existentes na instituição, agilizando e tornando mais eficiente e rápido oprocesso de proposta de referenciação na RNCCI. Outros procedi-mentos, como os processos de admissão e agudização de doentes, são geridos através dos SI, permitindo mais sofisticação nos meca-nismos de articulação entre as equipas. A pré-sinalização à EGA de doentes que requeiram Cuidados Continuados integrados (CCI), pelas equipas assistenciais dos serviços referenciadores no GestCa-reCCi, tornou possível a eliminação de todos os impressos em papel e permite que as equipas de cuidados atuem o mais precoce e auto-nomamente possível.

Temos assim criadas as condições para responder ao desa�io paperless!Em prol do doente e da missão de cuidar.

Maria José SantosEnfermeira Especialista em Enfermagem de ReabilitaçãoCoordenadora da Equipa de Gestão de Altas

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