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Diagnostico Caparaó

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Diagnostico Sócio-Econômico do Caparaó Capixaba

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Page 1: Diagnostico Caparaó
Page 2: Diagnostico Caparaó

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GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PAULO CESAR HARTUNG GOMES - GOVERNADOR

WELINGTON COIMBRA - VICE-GOVERNADOR

SECRETARIA DE ESTADO DE ECONOMIA E PLANEJAMENTO

GUILHERME GOMES DIAS

BANDES

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO GUILHERME GOMES DIAS - PRESIDENTE

HAROLDO CORRÊA ROCHA - VICE-PRESIDENTE

ANTÔNIO AUGUSTO RODRIGUES MACHADO

ESTANISLAU KOSTKA STEIN

MARILZA BARBOZA PRADO LOPES

RICARDO DE OLIVEIRA

DIRETORIA EXECUTIVA HAROLDO CORRÊA ROCHA - DIRETOR-PRESIDENTE

JOSÉ ANTÔNIO BOF BUFFON - DIRETOR DE OPERAÇÕES

JOSÉ SATHLER NETO - DIRETOR DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS

INSTITUTO DE APOIO À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO JONES DOS SANTOS NEVES LUCIENE MARIA BECACICI ESTEVES VIANNA - DIRETORA PRESIDENTE

DIRETORIA TÉCNICO-CIENTÍFICA

ANTONIO LUIZ CAUS

DIRETORIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA ANDRÉA FIGUEIREDO NASCIMENTO

EQUIPE TÉCNICA

ANA LETÍCIA ESPOLADOR LEITÃO

ANA LUZIA FREGONAZZI BOTTÉCCHIA

HELOIRES LOPES NOGUEIRA

JOSÉ CARLOS DALEPRANI

LEIDA WERNER SANGLARD ROCHA

MARIA DA PENHA COSSETTI

REGINA SCHIAVINNI DA SILVA

ROMÁRIO DE SOUZA

RÔMULO CABRAL DE SÁ

TEREZA CRISTINA BORGES DA SILVA

COLABORAÇÃO INÊS BROCHADO ABREU

MÁRCIA ZANOTTI

ALEXANDRE ROSA DOS SANTOS

EDITORAÇÃO E REVISÃO DJALMA J. VAZOLLER

IVETE LUCIA ORLANDI

LASTÊNIO JOÃO SCOPEL

MARIA DE FÁTIMA PESSOTTI DE OLIVEIRA

VITÓRIA - ES - JUNHO DE 2005

Page 3: Diagnostico Caparaó

3

APRESENTAÇÃO

A missão social do BANDES é participar pró-ativamente do desenvolvimento

sustentável do Estado do Espírito Santo, colaborando para viabilizar investimentos

que gerem renda, emprego e competitividade da economia.

Essa justificativa social para sua existência transcende sua função de agente

financeiro, exigindo reflexão, preocupação e ocupação com a competitividade da

estrutura econômica e social, através de variadas ações.

Sua responsabilidade social incorpora a realização de estudos básicos e de pré-

investimentos, que possam subsidiar decisões de investimento, em bases mais

seguras, com ponderação aceitável de riscos e incertezas, e com aderência cada vez

maior às vocações e potencialidades da economia do nosso estado.

Esse estudo insere-se nessa política de resgate do BANDES enquanto locus

produtor de estudos, ao apresentar o diagnóstico sócio-econômico da microrregião

do Caparaó.

A Serra do Caparaó é uma região que concentra significativamente as operações de

crédito rural do BANDES. Isso nos vem motivando a atuar nessa região com uma

forma que vai além de nossa função de financiamento. Iniciamos em 2004 a

promoção de ações de articulação com as instituições locais, com destaque para o

Consórcio do Caparaó, e com outros órgãos de atuação estadual, entre eles, o

INCAPER, o IPES e o SEBRAE-ES, e nacional, como a ABIPTI e o MCT, visando ao

desenvolvimento sustentável da região.

A base de conhecimento dada por esse estudo tem por objetivo subsidiar as ações

de instituições que atuam ou que venham desenvolver trabalhos na região,

disponibilizando um conjunto de informações necessárias à eleição de caminhos e

alternativas para o desenvolvimento harmônico e sustentável da região do Caparaó.

Esse estudo apresenta um conjunto de informações que permitirão ao BANDES

e aos demais atores implementar políticas públicas, especialmente de ação

operacional, para promover o desenvolvimento do Arranjo Produtivo de Rochas

Ornamentais.

Conhecimento é um dos fatores críticos para a competitividade regional e para a

empregabilidade, alguns dos frutos oferecidos por Instituições de Desenvolvimento,

como o BANDES faz ao oferecer esse estudo.

Vitória, ES, Junho de 2005.

Haroldo Corrêa Rocha

Diretor -Presidente

Page 4: Diagnostico Caparaó

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Este trabalho foi executado a partir de uma demanda do

BANDES. Constitui-se, desse modo, numa base de

conhecimento da realidade econômica, social, institucional

e ambiental da microrregião Caparaó, construída pelo

IPES, a partir de seu banco de dados e de visitas a campo.

Essa base de conhecimento vai lastrear a metodologia da

Abipti, que visa à implantação de uma rede de inclusão

social na microrregião Caparaó, ao mesmo tempo que vai

disponibilizar aos demais atores envolvidos no processo

um conjunto de informações necessárias à eleição de

caminhos e alternativas para o desenvolvimento

harmônico e sustentável da microrregião.

INSTITUTO DE APOIO À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO JONES DOS SANTOS NEVES

Page 5: Diagnostico Caparaó

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................................10 2. BASE FÍSICA TERRITORIAL E AMBIENTAL................................................................................12 3. HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO DA REGIÃO...................................................................................25 3.1 Aspectos históricos .....................................................................................................................25 4. POPULAÇÃO................................................................................................................................35 4.1 Aspectos demográficos ...............................................................................................................35 5. DIMENSÃO E BASE PRODUTIVA DA REGIÃO............................................................................43 5.1 Dimensão da região na economia do Espírito Santo....................................................................43 5.2 Geração de valor.........................................................................................................................45 5.3 Atividade industrial .....................................................................................................................46 5.4 Mercado de trabalho ...................................................................................................................54 5.5 Finanças municipais....................................................................................................................61 5.5.1 Finanças públicas dos municípios da microrregião Caparaó .....................................................61 6. PERFIL DA AGROPECUÁRIA REGIONAL ...................................................................................69 6.1 Estrutura Fundiária......................................................................................................................72 6.2 Cafeicultura.................................................................................................................................72 6.3 Pecuária leiteira ..........................................................................................................................85 6.4 Culturas alimentares ..................................................................................................................89 6.5 Acesso ao crédito........................................................................................................................89 6.6 Assentamentos rurais..................................................................................................................99 7. DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA REGIONAL .........................................................................101 7.1 Silvicultura ................................................................................................................................101 7.2 Fruticultura................................................................................................................................105 7.3 Piscicultura................................................................................................................................106 7.4 Turismo.....................................................................................................................................106 8. INFRA-ESTRUTURA ..................................................................................................................108 8.1 Transporte ................................................................................................................................108 8.1.1 Rodovias................................................................................................................................108 8.1.2 Transporte coletivo intermunicipal .........................................................................................114 8.1.3 Ferrovias...............................................................................................................................115 8.1.4 Mineroduto............................................................................................................................116 8.1.5 Aeroportos ............................................................................................................................116 8.2 Correios ....................................................................................................................................116 8.3 Energia elétrica .........................................................................................................................117 8.4 Saneamento..............................................................................................................................121 8.4.1 Saneamento básico da microrregião Caparaó ........................................................................121 8.4.2 Área rural ..............................................................................................................................121 8.4.3 Área urbana ..........................................................................................................................122 8.5 Habitação..................................................................................................................................127 8.5.1 Déficit habitacional .................................................................................................................127 9. REDE URBANA E POLARIZAÇÃO .............................................................................................132 9.1 Porte das sedes municipais e suas ligações..............................................................................132 9.2 Aspectos da paisagem urbanizada ...........................................................................................136 9.3 Instrumentos de controle do uso e ocupação do solo urbano....................................................144 9.4 Polarização ...............................................................................................................................146 10. OFERTA DE SERVIÇOS SOCIAIS ...........................................................................................149 10.1 Educação................................................................................................................................149 10.1.1 Rede de educação ...............................................................................................................160 10.1.2 Estabelecimentos de ensino .................................................................................................164 10.1.3 Programas municipais desenvolvidos na área de educação..................................................173 10.2 Saúde .....................................................................................................................................174 10.2.1 Rede de Saúde ....................................................................................................................175 10.2.2 Programas ...........................................................................................................................178 10.3 Assistência Social ...................................................................................................................178 10.4 Cultura ...................................................................................................................................179 11. ORGANIZAÇÃO SOCIAL..........................................................................................................185 ANEXO 1 - PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR –

PRONAF.........................................................................................................................199

Page 6: Diagnostico Caparaó

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Altitude da sede, distância da sede à capital e área dos municípios - microrregião

Caparaó .........................................................................................................................12 Tabela 2 – Áreas com declividade abaixo e acima de 30% - microrregião Caparaó ...........................16 Tabela 3 – Bacias hidrográficas - microrregião Caparaó....................................................................18 Tabela 4 – Utilização das terras - microrregião Caparaó....................................................................24 Tabela 5 – Taxa de crescimento médio anual – microrregião Caparaó – 1991-2000/2000-2004 ........35 Tabela 6 – População residente segundo situação do domicílio e taxa de urbanização – microrregião

Caparaó .........................................................................................................................36 Tabela 7 – População residente, segundo situação de domicílio e taxa de urbanização – microrregião

Caparaó – 1991/2000.....................................................................................................37 Tabela 8 – População por grandes grupos etários e índice de idosos - microrregião Caparaó –

2000...............................................................................................................................40 Tabela 9 – Indicadores de mortalidade, longevidade e fecundidade - microrregião Caparaó –

1991/2000 ......................................................................................................................41 Tabela 10 – Pessoas não naturais do município em que residem, por tempo de residência, segundo

origem - microrregião Caparaó – 1995 - 2000.................................................................41 Tabela 11 – Destino dos emigrantes dos municípios da microrregião Caparaó – 1995-2000 .............42 Tabela 12 – Dimensão - microrregião Caparaó .................................................................................44 Tabela 13 – Valor adicionado fiscal (VAF) - microrregião Caparaó – 2002.........................................45 Tabela 14 – Valor adicionado fiscal (VAF) - microrregião Caparaó – 2002.........................................46 Tabela 15 – Estabelecimentos industriais - microrregião Caparaó – 2002..........................................47 Tabela 16 – Projetos em licenciamento no Iema - microrregião Caparaó...........................................49 Tabela 17 – Contratos de geração, transmissão e GTD* - Espírito Santo ..........................................53 Tabela 18 – Autorizações de PCH - microrregião Caparaó – 1999-2002 ...........................................54 Tabela 19 – População ocupada - microrregião Caparaó – 1991.......................................................54 Tabela 20 – Distribuição setorial da população ocupada – microrregião Caparaó – 2000 ..................55 Tabela 21 – População ocupada - microrregião Caparaó – 2000.......................................................55 Tabela 22 – Distribuição setorial da população ocupada – microrregião Caparaó – 2000 ..................56 Tabela 23 – Distribuição espacial da população ocupada - microrregião Caparaó – 2000.................56 Tabela 24 – Crescimento médio anual da população ocupada na década de 90 - microrregião

Caparaó .........................................................................................................................57 Tabela 25 – Composição setorial da população ocupada - microrregião Caparaó – 1991..................58 Tabela 26 – Composição setorial da população ocupada - microrregião Caparaó – 2000..................59 Tabela 27 – Indicadores do mercado de trabalho - microrregião Caparaó – 2000..............................60 Tabela 28 – FPM per capita, segundo faixa de população dos municípios – microrregião Caparaó –

2003...............................................................................................................................61 Tabela 29 – Indicadores de suficiência fiscal – microrregião Caparaó - 2003.....................................62 Tabela 30 – Índice de participação dos municípios (IPM) na cota-parte do ICMS - microrregião

Caparaó – 2000-2005.....................................................................................................62 Tabela 31 – Indicadores de capacidade fiscal - microrregião Caparaó – 2003 ...................................63 Tabela 32 – Síntese da receita orçamentária dos municípios - microrregião Caparaó – 2003 ............64 Tabela 33 – Síntese dos impostos dos municípios - microrregião Caparaó – 2003 ............................64 Tabela 34 – Natureza das despesas dos municípios - microrregião Caparaó – 2003.........................66 Tabela 35 – Distribuição dos gastos dos municípios por função - microrregião Caparaó – 2003 ........68 Tabela 36 – Distribuição setorial da população ocupada - microrregião Caparaó – 1991/2000 ..........69 Tabela 37 – Valor da produção agrícola em moeda corrente – microrregião Caparaó - 1990/2000/

2002...............................................................................................................................70 Tabela 38 – Área colhida da lavoura – microrregião Caparaó – 1990/2000/2002 ...............................70 Tabela 39 – Quantidade produzida da lavoura permanente - microrregião Caparaó – 1990/2000/

2002...............................................................................................................................71 Tabela 40 – Quantidade produzida da lavoura temporária - microrregião Caparaó – 1990/2000/

2002...............................................................................................................................71 Tabela 41 – Quantidade produzida de leite - microrregião Caparaó – 1990/2002..............................72 Tabela 42 – Grupos de área total - microrregião Caparaó – 1995/1996 .............................................72 Tabela 43 – Área plantada de café em coco - microrregião Caparaó – 1990/2000/2003 ....................73

Page 7: Diagnostico Caparaó

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Tabela 44 – Quantidade produzida das principais regiões produtoras do ES – 1990/1995/2000/2002/ 2003...............................................................................................................................73

Tabela 45 – Dependência econômica do café nas propriedades, segundo microrregiões ..................73 Tabela 46 – Área e produção das principais regiões produtoras de café arábica - Espírito Santo –

2002-2003......................................................................................................................74 Tabela 47 - Quantidade produzida de café conilon e arábica - Espírito Santo – 1995/1997/2000/

2002/2003 ......................................................................................................................74 Tabela 48 – Área, produção e rendimento do café arábica – microrregião Caparaó – 2002-2003 ......75 Tabela 49 – Estrutura fundiária das propriedades com café arábica – microrregião Caparaó – 2002 .77 Tabela 50 – Quantidade produzida de café na microrregião Caparaó – 1990/2000/2002/2003 ..........80 Tabela 51 – Área, produção e rendimento do café arábica por município - microrregião Caparaó –

2002-2003......................................................................................................................81 Tabela 52 – Comercialização de café - microrregião Caparaó ...........................................................82 Tabela 53 – Marcas de café produzido - microrregião Caparaó .........................................................83 Tabela 54 – Produção de leite - microrregiao Caparaó – 1990/2000/2002/2003 ................................86 Tabela 55 – Efetivo de bovinos - microrregião Caparaó – 1990/1995/2000/2002/2003 ......................86 Tabela 56 – Comercialização do leite produzido - microrregião Caparaó ...........................................88 Tabela 57 – Linha de financiamento: crédito fundiário - microrregião Caparaó - propostas contra-

tadas..............................................................................................................................90 Tabela 58 – Linha de financiamento: crédito fundiário - microrregião Caparaó - propostas aprovadas

pela UTE e pelo CEDRS ................................................................................................91 Tabela 59 – Número de contratos e montante do crédito rural do Pronaf por ano agrícola -

microrregião Caparaó – 1999/2000.................................................................................92 Tabela 60 – Quadro consolidado de operações contratadas no âmbito do Pronaf - microrregião

Caparaó – 1997-2004.....................................................................................................95 Tabela 61 – Relatório de aprovações do Pronaf - microrregião Caparaó – 2004................................96 Tabela 62 – Balanço dos empreendimentos do Banco da Terra - microrregião Caparaó...................97 Tabela 63 – Propostas contratadas pelo Banco da Terra - microrregião Caparaó.............................99 Tabela 64 – Programa de assentamentos do Incra – microrregião Caparaó ....................................100 Tabela 65 – Quantidade produzida da silvicultura – microrregião Caparaó – 1990/2000/2002 .........102 Tabela 66 – Valor da produção agrícola em moeda corrente - microrregião Caparaó – 1990/2000/

2002.............................................................................................................................103 Tabela 67 – Quantidade produzida da extração vegetal - microrregião Caparaó – 1990/2000/

2002.............................................................................................................................104 Tabela 68 – Quantidade produzida da lavoura permanente – microrregião Caparaó – 1990/2000/

2002.............................................................................................................................105 Tabela 69 – Rodovias e estradas - microrregião Caparaó ...............................................................113 Tabela 70 – Programa Rodoviário do Espírito Santo – obras incluídas no Plano Plurianual do Estado

do Espírito Santo (PPA) – microrregião Caparaó ..........................................................114 Tabela 71 – Transporte coletivo intermunicipal – microrregião Caparaó ..........................................114 Tabela 72 – Transporte coletivo intermunicipal – microrregião Caparaó ..........................................115 Tabela 73 – Número de agências postais e serviços disponíveis - microrregião Caparaó – 2002.....117 Tabela 74 – Autorizações de PCH - microrregião Caparaó – 1999-2002 .........................................118 Tabela 75 – Contratos de geração, transmissão e GTD - Estado do Espírito Santo .........................118 Tabela 76 – Consumo de energia elétrica, em KW - micorregião Caparaó – 1994-2003 ..................119 Tabela 77 – Número de consumidores de energia elétrica - microrregião Caparaó – 1994-2003 .....119 Tabela 78 – Consumo de energia elétrica em KW - microrregião Caparaó - Espírito Santo –

2001.............................................................................................................................120 Tabela 79 – Número de consumidores de energia elétrica - microrregião Caparaó - Espírito Santo –

2001.............................................................................................................................121 Tabela 80 – Índices de carência em água, esgoto e lixo - área rural - microrregião Caparaó –

2000.............................................................................................................................122 Tabela 81 – Índices de carência em água, esgoto e lixo - área urbana - microrregião Caparaó –

2000.............................................................................................................................123 Tabela 82 – Domicílios particulares permanentes por origem e canalização do abastecimento de água

- área rural - microrregião Caparaó – 2000 ...................................................................123 Tabela 83 – Domicílios particulares permanentes por origem e canalização do abastecimento de água

- área urbana - microrregião Caparaó – 2000 ...............................................................124 Tabela 84 – Domicílios particulares permanentes por forma de esgotamento - área rural - microrregião

Caparaó – 2000 ...........................................................................................................124

Page 8: Diagnostico Caparaó

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Tabela 85 – Domicílios particulares permanentes por forma de esgotamento - área urbana - microrregião Caparaó – 2000 .......................................................................................125

Tabela 86 – Domicílios particulares permanentes sem banheiro ou sanitário -microrregião Caparaó – 2000.............................................................................................................................125

Tabela 87 – Domicílios particulares permanentes por destino do lixo - área rural - microrregião Caparaó – 2000 ...........................................................................................................126

Tabela 88 - Domicílios particulares permanentes por destino do lixo - área urbana - microrregião Caparaó – 2000 ...........................................................................................................126

Tabela 89 – Déficit habitacional rural e urbano - microrregião Caparaó - 2000.............................................................................................................................127

Tabela 90 – Déficit habitacional rural e urbano, segundo faixas de renda familiar – microrregião Caparaó – 2000 ...........................................................................................................128

Tabela 91 – Déficit relativo rural e urbano - microrregião Caparaó – 2000 .......................................130 Tabela 92 – Déficit habitacional rural e urbano, segundo faixas de renda familiar – microrregião

Caparaó - 2000 ............................................................................................................130 Tabela 93 – População residente, segundo situação de domicílio e taxa de urbanização –

microrregião Caparaó - período 1991/2000...................................................................132 Tabela 94 – População urbana residente nas sedes municipais - microrregião Caparaó – projeção

2004.............................................................................................................................133 Tabela 95 – Instrumentos jurídicos controladores do uso do solo - microrregião Caparaó................146 Tabela 96 – População urbana - microrregião Caparaó – 2004 ......................................................146 Tabela 97 - Taxa de analfabetismo da população de 15 anos e mais - microrregiões do Espírito Santo

– 2000..........................................................................................................................149 Tabela 98 – Taxa de analfabetismo funcional da população de 15 anos e mais - microrregiões do

Espírito Santo – 2000...................................................................................................150 Tabela 99 – Condição de alfabetização da população de 15 anos e mais e taxa de analfabetismo,

segundo faixa etária - microrregião Caparaó – 2000.....................................................151 Tabela 100 – Taxa de analfabetismo da população de 15 anos e mais por sexo, segundo situação de

domicílio - microrregião Caparaó – 1991/2000..............................................................155 Tabela 101 - Taxa de analfabetismo funcional da população de 15 anos e mais por sexo, segundo

situação de domicílio - microrregião Caparaó – 1991/2000 ...........................................156 Tabela 102 – Taxa de escolaridade dos municípios, segundo faixa etária - microrregião Caparaó –

2000.............................................................................................................................157 Tabela 103 – Taxa de escolaridade das pessoas de 7 a 14 anos - microrregiões do Espírito Santo –

2000.............................................................................................................................158 Tabela 104 – Taxa de escolaridade por situação de domicílio, segundo faixa etária – microrregião

Caparaó – 2000 ...........................................................................................................159 Tabela 105 – Média de anos de estudo da população de 25 anos e mais - microrregião Caparaó –

2000.............................................................................................................................160 Tabela 106 – Matrículas na educação básica - microrregião Caparaó - 2004 ..................................162 Tabela 107 – Estabelecimentos de ensino por dependência administrativa - microrregião Caparaó –

2003.............................................................................................................................165 Tabela 108 – Estabelecimentos de ensino superior por dependência administrativa - microrregião

Caparaó .......................................................................................................................173 Tabela 109 – Taxa de mortalidade infantil - microrregiões - Estado do Espírito Santo – 2002..........174 Tabela 110 – Taxa de mortalidade infantil - microrregião Caparaó – 2002 .......................................175 Tabela 111 – Estabelecimentos de saúde existentes - microrregião Caparaó –

2004.............................................................................................................................175 Tabela 112 – Leitos hospitalares - microrregião Caparaó – 2004.....................................................177

Page 9: Diagnostico Caparaó

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Microrregiões administrativas de gestão ...........................................................................13

Figura 2 – Parque Nacional do Caparaó: áreas de abrangencias nos municípios do Espírito Santo...15

Figura 3 – Solos – microrregião Caparaó ..........................................................................................20

Figura 4 – Bacias hidrográficas – microrregião Caparaó....................................................................21

Figura 5 – Zonas naturais – microrregião Caparaó ............................................................................22

Figura 6 – Vegetação primitiva do Espírito Santo ..............................................................................23

Figura 7 – Grupos indígenas – habitantes primitivos..........................................................................26

Figura 8 – Evolução da malha municipal - microrregião Caparaó.......................................................28

Figura 9 – População urbana x população rural.................................................................................37

Figura 10 – Pirâmide etária da população - microrregião Caparaó - 2000 ..........................................39

Figura 11 – Pirâmide etária da população do Espírito Santo..............................................................39

Figura 12 – Extratos das áreas ocupadas com café arábica – microrregião Caparaó.........................76

Figura 13 – Zoneamento agroecológico para a cultura do café – microrregião Caparaó ....................78

Figura 14 – Construção, restauração e pavimentação de trechos rodoviários Estado do Espírito Santo – 2005.............................................................................................................................110

Figura 15 – Infra-estrutura de transporte – microrregião Caparaó...................................................111

Figura 16 – Infra-estrutura de transporte – microrregião Caparaó...................................................112

Figura 17 – Consumo em 1.000 Kw e número de consumidores - microrregião Caparaó – 1994-2003.......................................................................................................................120

Figura 18 – Rede viária simplificada - microrregiao Caparaó ...........................................................135

Page 10: Diagnostico Caparaó

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1. INTRODUÇÃO A globalização trouxe em si exigências de crescentes vantagens comparativas dinâmicas para garantir espaço no mercado globalizado, fazendo surgir estratégias que pudessem incorporar mercados e setores pouco dinâmicos a este processo. Daí surgiram novos métodos de incorporação de conhecimento, base sobre a qual se fundamenta o novo paradigma calcado no processo de abertura dos mercados. Desta tendência surgem os clusters, os arranjos produtivos locais e os agropólos. Eles visam garantir a inserção das micro e pequenas empresas e dos micro e pequenos produtores no mercado globalizado. Dentro deste contexto, o agropólo1 é um esforço de organização e integração das ações dos vários agentes envolvidos no agronegócio, em determinado espaço territorial, numa visão de desenvolvimento local sustentável. Agropólos também são chamados “pólos agroindustriais” e seriam, na visão de alguns autores, clusters2 de empresas e instituições correlacionadas, localizadas em uma determinada região e trabalhando em determinado setor econômico relacionado ao sistema agroindustrial. A metodologia de agropólos foi desenvolvida pela Abipti, tendo iniciado sua aplicação a partir de 1997. Desde então, contando com apoio do Ministério da Ciencia e Tecnologia (MCT) e do CNPq, foram desenvolvidos vários agropólos no país. Segundo a Abipti,

O agropólo consiste num esforço ordenado em um espaço territorial compreendendo uma ou mais micro-regiões, no qual produtores rurais, agroindústrias, distribuidores, instituições públicas e privadas e serviços especializados vinculados ao agronegócio, desenvolvem ações de forma sinérgica e integrada, em base programada, orientadas ao desenvolvimento sustentável dos níveis de produção, de padrão de qualidade, dos produtos e de produtividade dos segmentos das cadeias produtivas, em uma visão sistêmica e de longo prazo, objetivando assegurar eficiência econômica e o

1Agropólo – Pólo agroindustrial. 2Cluster – “Consiste de indústrias e instituições que têm ligações particularmente fortes entre si, tanto

horizontal, quanto verticalmente, e, usualmente, incluem: empresas de produção especializada; empresas fornecedoras; empresas prestadoras de serviços, instituições de pesquisa; instituições públicas e privadas de suporte fundamento. A análise de Cluster focaliza os insumos críticos, no sentido geral, que as empresas geradoras de renda e de riqueza necessitam para dinamicamente serem competitivas. A essência do desenvolvimento de Clusters é a criação de capacidades produtivas especializadas dentro de regiões para a promoção de seu desenvolvimento econômico, ambiental e social” (HADDAD, 1998).

Page 11: Diagnostico Caparaó

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contínuo processo de melhoria da competitividade,3 da qualidade de vida e do bem-estar das populações envolvidas (ABIPTI, 1999).

Caracteriza-se como uma metodologia que visa organizar um determinado complexo/cadeia industrial, necessitando, para tal, de um estudo inicial das principais cadeias produtivas de cada região, da realidade econômica, social, ambiental e institucional da região em foco, razão pela qual foi desenvolvido o trabalho ora em questão. As ações prioritárias que visam a implantação, desenvolvimento e consolidação de agropólos são, segundo a metodologia da Abipti: • Realização de visitas e reuniões com lideranças e atores locais; • Levantamento e atualização dos diagnósticos socioeconômicos existentes,

visando ampliar conhecimento sobre a região; • Realização de seminário de sensibilização, visando buscar envolvimento dos

atores locais e promover o nivelamento conceitual em torno da proposta e da metodologia;

• Realização de diagnóstico participativo das cadeias agroindustriais, com vistas à identificação de gargalos de competitividade de ordem institucional, econômica, com relação a tecnologias de gestão, etc.

• Acompanhar e apoiar institucionalmente os agropólos mediante ações de assessoria, consultoria e capacitação.

3Competitividade: “Capacidade de sobreviver e, de preferência, crescer em mercados correntes ou novos mercados” (FARINA, 1999).

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2. BASE FÍSICA TERRITORIAL E AMBIENTAL As Microrregiões Administrativas de Gestão compreendem a Divisão Regional do Espírito Santo e foram instituídas pela Lei nº 5.120, de 30 de novembro 1995 (figura 1). A microrregião administrativa Caparaó é composta dos municípios de Alegre; Divino de São Lourenço; Dores do Rio Preto; Guaçuí; Ibatiba; Ibitirama; Irupi; Iúna; Muniz Freire e São José do Calçado. Tabela 1 - Altitude da sede, distância da sede à capital e área dos municípios -

microrregião Caparaó

Municípios Altitude da sede (m)

Distância da sede à capital (km)

Área (km2)

Alegre 250 189 775

Divino de São Lourenço 720 234 171

Dores do Rio Preto 760 236 160

Guaçuí 590 210 472

Ibatiba 730 171 240

Ibitirama 760 236 330

Irupi 735 201 185

Iúna 640 186 460

Muniz Freire 540 172 685

São José do Calçado 310 235 273 Fonte: Ipes/IMEES

Situada na região Sudoeste do Espírito Santo, a microrregião abrange a porção capixaba da Serra do Caparaó, que, além de lhe emprestar o nome, lhe confere também as principais características físicas e ambientais, que estão presentes nos dez municípios que a compõe, conforme será visto a seguir. O Parque Nacional do Caparaó (Parna Caparaó), unidade de conservação criada em 24 de maio de 1961, pelo Decreto federal nº 50.646, assinado pelo então presidente da República Jânio Quadros, tem a função de delimitar as áreas de proteção dos ecossistemas da Serra do Caparaó, compreendendo floresta ombrófila densa e campos de altitude.

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A fauna do parque foi bastante reduzida pela ação predatória do homem, resumindo-se hoje a pequenos animais comuns. No parque são também encontrados a onça-pintada, a jaguatirica, o gato-mourisco e alguns animais em risco de extinção, como o mono-carvoeiro (Brachyteles arachnoides), o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), o veado-campeiro (Ozotocerus bezoarticus). Figura 1 – Microrregiões administrativas de gestão

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O parque é administrado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Ministério do Meio Ambiente, e localiza-se entre os estados do Espírito Santo e Minas Gerais. Possui 31.800 ha de área, sendo 22.260

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ha (equivalente a 70% da área do parque) situados em território capixaba, abrangendo parte dos municípios de Iúna, Irupi, Ibitirama, Divino de São Lourenço e Dores do Rio Preto (figura 2). Seu ponto mais proeminente é o Pico da Bandeira, o terceiro mais alto do país, com 2.889 m de altitude, merecendo destaque também os picos do Cristal (2.798 m) e do Calçado (2.768 m), respectivamente o quarto e o sétimo pico mais alto do país. O clima temperado da microrregião, bem como a vegetação exuberante de mata atlântica, ainda que parcialmente recuperada de um incêndio recente que destruiu cerca de 60% de sua cobertura, fazem com que o Parque do Caparaó atraia vários turistas, principalmente durante os feriados prolongados do ano. A microrregião conta também com o Parque Estadual da Cachoeira da Fumaça, localizado no município de Alegre. Trata-se de uma Unidade de Conservação de Proteção Integral e foi instituído pela Lei estadual nº 2.791, de 24 de agosto de 1984. O parque tem 24,70 ha de área, compreendendo remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual. Pelos mesmos motivos que a consagraram como destino turístico de montanha, a microrregião começa também a atrair e a fixar uma população de origem urbana que professa um estilo de vida alternativo, no qual o contato com a natureza e o trabalho com agricultura orgânica ou artesanato acabam por produzir um modo de reflexão que vem sendo gradativamente difundido entre a população local de origem. Já há algum tempo, a educação ambiental disseminada junto às escolas da região; o trabalho de assistência técnica do Incaper, e as atividades de extensão rural do Caufes e da Escola Agrotécnica de Alegre (Eafa) começaram a fomentar entre a população da região uma conscientização ambiental, de modo que a preservação dos recursos naturais e a exploração racional do meio ambiente começam a fazer parte do conjunto de reivindicações dos diversos segmentos organizados da sociedade civil local. Desse modo, um modelo de desenvolvimento sustentável para a microrregião, cujas bases principais, são a agricultura familiar, o agronegócio e o turismo, têm sido defendidas por esta sociedade civil. A Serra do Caparaó é a expressão máxima da zona serrana, domínio geomorfológico que caracteriza 100% da microrregião em estudo. Mais de 75% da microrregião apresenta declividades acima de 30%, valendo destacar que Alegre, Ibitirama e Divino de São Lourenço apresentam 80% de sua superfície com declividade acima de 30% (tabela 2). Figura 2 – Parque Nacional do Caparaó: áreas de abrangências nos municípios

do Espírito Santo

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Tabela 2 – Áreas com declividade abaixo e acima de 30% - microrregião

Caparaó

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Áreas com declividade

Abaixo de 30% Acima de 30%

Municípios

Área (km2)

Km2 % Km2 %

Alegre 775 120,43 15,54 654,57 84,46

Divino de São Lourenço 171 32,59 19,06 138,41 80,94

Dores do Rio Preto 160 32,05 20,03 127,95 79,97

Guaçuí 472 216,74 45,92 255,26 54,08

Ibatiba 240 60,14 25,06 179,86 74,94

Ibitirama 330 51,28 15,54 278,72 84,46

Irupi 185 46,36 25,06 138,64 74,94

Iuna 460 115,28 25,06 344,72 74,94

Muniz Freire 685 165,15 24,11 519,85 75,89

São José do Calçado 273 62,03 22,72 210,97 77,28

Microrregião Caparaó 3751 902,06 24,05 2848,94 75,95 Fonte: Ipes, Cepa/ES

Um relevo assim encrespado facilita sobremaneira os processos de erosão, acarretando a perda de solo e o conseqüente assoreamento de rios e várzeas férteis. O quadro de problemas ambientais é ainda agravado por constantes desmatamentos de morros, encostas e matas ciliares para plantio, sobretudo, de café; pelos cortes e aterros efetuados para a implantação de estradas mal projetadas; e pelo uso indiscriminado de agrotóxicos. Outra limitação procedente da alta incidência de terras íngremes é a dificuldade de utilização em larga escala da agricultura mecanizada. Ainda assim é muito comum na região o uso de mecanização pesada para o revolvimento do solo. Tal procedimento, se efetivado em solo com declividade superior a 50%, predispõe-no a um estado de erosão severa. Entretanto, a principal causa tanto da perda de solo quanto da diminuição da infiltração de água no mesmo é atribuída à prática de retirar a manta de vegetação original para substituí-la por lavouras de café e por pastagens destinadas à pecuária leiteira. O manejo inadequado das mencionadas atividades agropecuárias, principais esteios da economia local, tem sido o principal motivo atribuído a seu declínio. Esse declínio é o grande responsável pelo êxodo rural, que vem provocando o inchamento das áreas urbanas dos municípios da região e de Cachoeiro de Itapemirim, produzindo, guardadas as devidas proporções, problemas urbanos típicos das ocupações inadequadas, que se verificam nas regiões metropolitanas brasileiras. A degradação intensa que ocorre na microrregião acarreta ainda queda acentuada de fertilidade natural nos solos nela presentes. Examinando o Mapa de Solos (figura 3), percebe-se uma clara predominância do grupo latossolo vermelho amarelo distrófico. Ocorrem também na região os férteis

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solos do grupo latossolo vermelho escuro e do grupo de terras roxas estruturadas, principalmente no vale do rio Café, município de Alegre, e no vale do córrego Braço Norte Esquerdo, município de Muniz Freire. A microrregião Caparaó é uma das regiões do Estado mais bem servidas por recursos hídricos. Engloba em seu território porções das bacias hidrográficas do rio Doce, do rio Itapemirim e do rio Itabapoana (figura 4). A tabela 3 demonstra a incidência dessas bacias nos dez municípios componentes da microrregião. Tabela 3 – Bacias hidrográficas - microrregião Caparaó

Municípios Bacias hidrográficas

Alegre Rio Itapemirim

Divino de São Lourenço Rio Itabapoana

Dores do Rio Preto Rio Itabapoana

Guaçuí Rio Itabapoana

Ibatiba Rio Itapemirim; Rio Doce

Ibitirama Rio Itapemirim

Irupi Rio Itapemirim;

Iuna Rio Itapemirim; Rio Doce

Muniz Freire Rio Itapemirim

São José do Calçado Rio Itabapoana Fonte: Ipes

Para a caracterização da microrregião quanto aos aspectos de temperatura, relevo e água serão utilizadas as zonas naturais, tais como concebidas pela Emcapa/Neput (1999) (figura 5). A variação ambiental condiciona, por conseqüência, uma variação das zonas naturais da microrregião, que extrapola os limites municipais.Tal fato enseja um planejamento integrado entre os municípios da microrregião quanto ao uso sustentável dos recursos naturais de cada uma dessas zonas. Examinando o Mapa de Zonas Naturais (figura 5), percebe-se que na microrregião predominam as terras de temperaturas amenas acidentadas e transição chuvosa/seca. A região do Parque do Caparaó é chuvosa e apresenta baixas temperaturas. As terras quentes, acidentadas e de transição chuvosa/seca situam-se na porção sudeste e sul da microrregião, assentando-se nos municípios de Alegre, Muniz Freire e São José do Calçado. De todo modo, as zonas naturais presentes na microrregião indicam boas condições pluviométricas, com pelo menos sete meses chuvosos por ano. A figura 5 indica ainda a presença significativa de terras férteis em Muniz Freire e Alegre. Pequenas porções estão presentes em Iúna, Guaçuí e São José do Calçado. A cobertura vegetal predominante da região até a cota de 1.200 m é a floresta atlântica (comunidades arbóreas hidrográficas e mesófilas). Acima desta cota, nas altitudes Caparaó, a floresta atlântica cede lugar às comunidades vegetais

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subarbustivas e herbáceas, ocorrendo também a presença de pinheiros (Araucária angustiflolia) e de candeias (Vernonia sp). O contínuo desmatamento da região iniciou-se com a implantação da cafeicultura na região a partir da segunda metade do século XIX. Tal fato resultou, num primeiro momento, da migração de cafeicultores do Rio de Janeiro (vale do rio Paraíba do Sul) e do Sul de Minas Gerais e, num segundo momento, ao final do século XIX, do processo de imigração européia, principalmente com a vinda de colonos da Itália. A extração de madeira de lei e a implantação de extensas monoculturas de café por intermédio de técnicas inadequadas ao uso do ambiente natural foram as principais causas da redução drástica da cobertura vegetal da região. Restam poucos remanescentes da cobertura original da região (figura 6), o restante da cobertura atual resulta de usos da ação antrópica. A tabela 4 demonstra a utilização das terras da região, segundo o Censo Agropecuário de 1995/96 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e dá apenas uma idéia da composição do uso e da cobertura nas propriedades rurais da região. As categorias apuradas são: lavoura permanente; lavoura temporária; pastagens; matas e florestas naturais; matas e florestas plantadas; terras em descanso; terras produtivas não utilizadas, e terras improdutivas.

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Figura 3 – Solos – microrregião Caparaó

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Figura 4 – Bacias hidrográficas – microrregião Caparaó

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Figura 5 – Zonas naturais – microrregião Caparaó

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Figura 6 – Vegetação primitiva do Espírito Santo

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Tabela 4 – Utilização das terras - microrregião Caparaó Utilização das terras

Lavouras Pastagem Matas e florestas

Municípios

Total de área (ha)3

Permanentes (ha)

Temporárias (ha)

Temporárias em descanso (ha)

Naturais (ha)

Plantadas (ha)

Naturais (ha)

Plantadas (ha)

Produtivas não utilizadas (ha)

Terras inaproveitáveis

Alegre 64.780 9.440 3.217 482 27.815 14.588 5.424 383 296 3.135

Divino de São Lourenço 14.132 2.670 435 58 1.458 7.058 889 492 663 409

Dores do Rio Preto 11.628 3.254 777 54 4.633 829 1.176 344 105 456

Guaçuí 41.718 7.544 1.507 513 17.880 8.880 2.772 373 772 1.477

Ibatiba 15.082 7.638 611 234 4.081 273 1.017 303 92 833

Ibitirama 20.953 5.821 694 244 7.987 3.166 1073 583 518 867

Irupi 18.563 9.873 190 72 4.026 562 1.685 277 989 889

Iúna 32.328 14.184 815 306 10.669 517 2.873 424 744 1.796

Muniz Freire 64.529 14.457 3.856 3.213 26.278 3.274 8.122 612 1.469 3.248

São José do Calçado 23.919 3.478 1.199 378 11.675 4.304 1.756 77 251 801

Microrregião Caparaó 307.633 78.360 13.302 5.553 116.503 43.451 26.789 3.869 5.900 13.906

Espírito Santo 3.488.725 635.077 193.445 52.585 762.638 1.058.431 371.862 172.735 92.249 149.703

Percentual MRC/ ES 8,82 12,34 6,88 10,56 15,28 4,11 7,20 2,24 6,40 9,29 Fonte: IBGE/Censo Agropecuário 1995-1996 3 inclusive terras inaproveitáveis.

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3. HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO DA REGIÃO 3.1 Aspectos históricos Em 1553, cumprindo determinação de D. João III, rei de Portugal, aporta nas cercanias do Morro Moreno (Vila Velha) o donatário Vasco Fernandes Coutinho, com 60 colonos, para tomar posse e colonizar a capitania do Espírito Santo, habitada por povos dos troncos lingüísticos Tupi e Macro-Jê.4 Estima-se para o século XVI, incluindo o território da capitania do Espírito Santo e Ilhéus, na Bahia, a presença de 160 mil índios, pertencentes a 9 grupos distintos.5 A região Oeste do atual estado do Espírito Santo era ocupada por índios do tronco Macro-Jê e no litoral predominavam os povos tupis, sendo estes povos os primeiros índios vistos por Vasco Coutinho e sua tripulação (figura 7). O encontro do colonizador com o índio, como em todo o Brasil, resultou em tragédia para os donos da terra, que sucumbiram em guerras na defesa de suas terras, na resistência contra o trabalho escravo ou vitimados pelas doenças dos brancos. Os botocudos do Norte do Espírito Santo, estimados em 30 mil indivíduos no século XVI,6 ainda resistiram até meados do século XX e foram objeto de muita curiosidade por parte dos viajantes estrangeiros, que descreveram parte de seus costumes, ao percorreram a região do rio Doce no século XIX.7 Dos povos tupis restam hoje apenas alguns remanescentes dos tupiniquins, que, somados aos guaranis vindos do Sul do país, resultam numa população de 884 indivíduos, concentrados em aldeias do município de Aracruz (ES).8 A ocupação e conquista portuguesa do território capixaba restringiu-se ao litoral até o século XVIII. A resistência dos índios à escravidão impediu que os brancos chegassem aos sertões da capitania, sendo a trincheira formada pelas terras indígenas um espaço propício para sua defesa. Habitavam a região de Caparaó os índios puris e tamoios, ambos do tronco lingüístico Macro-Jê (figura 7). Os puris ocupavam os territórios dos atuais municípios de Iúna, Ibatiba, Irupi, Ibitirama, Muniz Freire e parte dos municípios de Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Guaçuí e Alegre. Os tamoios, por sua vez, ocupavam o município de São José do Calçado e parte dos municípios de Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Guaçuí e Alegre. Em 1730, com a confirmação da descoberta de ouro na Serra do Castelo, iniciou-se, então, um processo de ocupação e criação de minas, que deu início à colonização naquela região, principalmente a partir de 1752.

4 DERENZI, Luiz Serafim. Biografia de uma ilha. Rio de Janeiro: Pongetti, 1965. 5 IBGE. Brasil: 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro, 2000. 6 Ibidem. 7 ROCHA, Levy. Viajantes estrangeiros no Espírito Santo. Brasília: EBRASA, 1971. 8 IBGE, op. cit.

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Figura 7 – Grupos indígenas – habitantes primitivos

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A crônica registra, em 1771, uma reação maciça dos índios puris, que expulsaram os invasores de suas terras até a foz do rio Itapemirim. As minas só foram reativadas com a derrota e dominação dos puris, em 1809. Seus remanescentes na região foram, a partir deste fato, agrupados no Aldeamento Imperial Afonsino, hoje, município de Conceição do Castelo.

Somente no século XIX é que a ocupação da região de Caparaó iniciou-se efetivamente, com a expansão da fronteira agrícola a partir do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Fazendeiros cariocas e mineiros, fortemente apoiados no trabalho escravo de negros, implantaram por toda a região fazendas, cujo cultivo principal era o café.

Um outro elemento importante na colonização da região foi o imigrante europeu, principalmente o italiano. A partir da metade do século XIX, com o desaparecimento do tráfico de negros, o Espírito Santo passou a receber levas de imigrantes europeus (cerca de 35 mil imigrantes) atraídos para suprir as demandas de mão-de-obra na lavoura.

Em 19079 a região Sul do Espírito Santo contava com apenas oito grandes municípios: Cachoeiro de Itapemirim, Itapemirim, São Pedro de Itabapoana, Rio Pardo, Ponte do Itabapoana, Piúma, Calçados e Alegre.

Os municípios de Iúna e Muniz Freire originaram-se do antigo município de Rio Pardo. O município de São José do Calçado originou-se do antigo município de Calçado. Já os municípios de Alegre, Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto e Guaçuí, por seu turno, originaram-se do antigo município de Alegre (figura 8). 9 Relatório apresentado pelo Dr. Jeronymo de Souza Monteiro ao Congresso Legislativo, em 23 de maio de 1912.

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Figura 8 – Evolução da malha municipal - microrregião Caparaó

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Mais recentemente os municípios de Ibatiba (1988) e Irupi (1991) emanciparam-se do município de Iúna e, em 1988, o município de Ibitirama emancipou-se do município de Alegre. Um resumo10 do histórico dos municípios da microrregião Caparaó vai transcrito a seguir: • Alegre Deve-se o povoamento da sede do município a João Teixeira da Conceição, que, vindo de Minas Gerais em uma incursão patrocinada pelo capitão-mor Manoel José Esteves de Lima, da qual faziam parte mais de 72 pessoas, em princípios de 1820, ali ficou com a incumbência de tomar posse da terra e zelar por ela, estabelecendo-se próximo à cachoeira Alegre, na barra do ribeirão Conceição, afluente do ribeirão Café, justamente no local onde hoje se encontra a cidade. João Teixeira da Conceição fixou moradia, levantando junto outras casas, fazendo derrubadas, plantando e cultivando a terra. Ali viveu até a morte, 29 anos mais tarde. Também muito concorreu para o desbravamento do município e para seu desenvolvimento o Barão de Itapemirim, que se estabelecera em Cachoeiro de Itapemirim, sendo um dos fundadores deste hoje próspero município. Os fatos posteriores são sintetizados a seguir. Em 23 de julho de 1858 é criada a freguesia, pela Lei nº 22, sob a denominação de Nossa Senhora da Conceição do Alegre. Em 4 de novembro de 1869, pela Lei nº 7, o povoado recebe nova denominação — “Freguesia de Nossa Senhora da Penha do Alegre”. Em 3 de abril de 1884 é criado o município, pela Lei nº 18. Citado pelo decreto nº 53, de 11 de novembro de 1890, é ratificado pela Lei nº 18, que o desmembra do município de Cachoeiro de Itapemirim; a mesma lei eleva o povoado à categoria de vila. Em 6 de janeiro de 1891 são oficialmente instalados a vila e o município. Em 22 de dezembro de 1919, pela Lei nº 1.208, a vila é elevada à categoria de cidade. • Divino de São Lourenço Sua ocupação está ligada ao processo de povoamento do vizinho município de Guaçuí, do qual se seccionou. Nele participaram mineiros, fluminenses e, posteriormente, italianos, sempre com o objetivo de produzir café, além da exploração de madeira. Por situar-se à margem das vias de comunicação principais, teve um crescimento mais lento, tendo um núcleo urbano bastante reduzido e de expansão recente. A constituição do município de Divino de São Lourenço deu-se a 30 de dezembro de 1963, através da Lei nº 1.915, e seu nome anterior era Imbuí.

10 Informações Municipais do Estado do Espírito Santo – IMEES.

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• Dores do Rio Preto Assim como o município de Guaçuí, ao qual pertenceu, iniciou Dores do Rio Preto seu povoamento com a vinda de mineiros e fluminenses, que ali chegaram em busca de terras para o cultivo de café. Mais tarde vieram italianos e seus descendentes. Todos esses desbravadores, superando os obstáculos impostos por aquela topografia extremamente acidentada, à margem esquerda do rio Preto (divisor natural entre os territórios capixaba e mineiro), tornaram produtivas as terras de suas pequenas e médias propriedades. A organização social também dá seus primeiros passos, com a construção, no início do século XX, de uma igreja, em torno da qual surgirá o arraial de Nossa Senhora das Dores do Rio Preto. Em 1913 foi edificada a Estrada de Ferro Leopoldina, sendo a localidade atendida com a construção de uma estação. Por situar-se esta no limite territorial de Minas com o Espírito Santo, recebeu a denominação de Divisa. E Divisa passou a denominar-se aquela povoação. A Estrada de Ferro Leopoldina, com sua estação, centra a vida socioeconômica da região, resultando assim em vila de base comercial, tendo por suporte principal o café, e tem um período de prosperidade e desenvolvimento até os anos trinta. Durante décadas Divisa (Dores do Rio Preto) foi praticamente a única porta de entrada e saída para Minas Gerais na parte sul do Espírito Santo. Acompanhando os ciclos do café, a economia local passou por altos e baixos, até que a área foi desmembrada do município de Guaçuí, pela Lei nº 1.914, de 30 de dezembro de 1963, sendo posteriormente instalado com o nome de Dores do Rio Preto. • Guaçuí Uma luta se trava entre o mineiro José Luciano e o paulista Luiz Francisco de Carvalho. Motivo: a disputa pela posse de terras da região banhada pelo rio Veado. Haviam feito juramento solene: aquele que fosse vencido abandonaria as terras e voltaria para seu estado de origem. José Luciano, que defendia a jurisdição de Minas Gerais para aquela área, ao contrário de Luiz Francisco, que defendia a do Espírito Santo, invadiu, com o consentimento das autoridades de Carangola, a fazenda deste, subjugou-o e o conduziu preso para Ouro Preto. Dois meses depois Luiz Francisco regressava vitorioso e José Luciano mudava-se para Minas Gerais, cumprindo assim o juramento. Este fato, que se tornou lendário, ilustra a disputa pela posse de terras entre os desbravadores dessa região que fora, até o ano de 1820, domínio absoluto dos indígenas. Neste ano uma expedição de 72 pessoas, comandada pelo capitão Manoel José Esteves, descia de Minas Gerais e chegava ao aldeamento correspondente à área que hoje é sede do distrito de Pedro Rates.

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Entre esses desbravadores, cite-se Justino José Maria. Ele e mais dez companheiros ali se estabeleceram e desenvolveram atividades agrícolas. A ele se deve a formação do atual bairro da Palha. Entrando na posse de terras a 29 de setembro de 1838, doa aquela área para a fixação de famílias que para lá afluem. O mesmo faz Joaquim Silvestre da Rosa, no mesmo ano, com terras que correspondem à atual sede do município. Às forças dos bandeirantes não resistiram os indígenas, cujo paradeiro a história não registra. Quanto à formação administrativa de Guaçuí, mencionem-se os fatos que seguem. A 25 de novembro de 1861, pela Resolução nº 122, é criada a Subdelegacia de Polícia de Veado, na paróquia de Alegre, município de Itapemirim. Em 13 de julho de 1866, pela Lei nº 9, é criada a freguesia de São Miguel do Veado. A 7 de outubro de 1872, pela Lei nº 1, é criado o distrito da Paz, no lugar denominado Veado. Em 11 de novembro de 1890, pelo Decreto nº 53, é criado o município de Alegre, compreendendo o Veado. A 25 de dezembro de 1928, pela Lei estadual nº 1.688, a sede do distrito é elevada à categoria de vila. Em 10 de janeiro de 1929 o município é instituído, com território desmembrado de Alegre. Em 30 de dezembro de 1929 a sede é elevada à categoria de cidade, pela Lei estadual nº 1.722. Em janeiro de 1930 o município passa a denominar-se Siqueira Campos, em homenagem a um dos bravos do Forte de Copacabana. Finalmente, o Decreto-lei nº 15.177, de 31 de dezembro de 1943, dá ao município a denominação de Guaçuí, vocábulo de origem guarani (qw'su), cujo significado é Veado. • Ibatiba Densa floresta cobria o território que compreende o atual município de Ibatiba quando, no início do século XX, ali se instalaram agricultores mineiros e cariocas. Estabelecidos esses desbravadores, foi construída a igreja de Nossa Senhora do Rosário, em terreno doado pelo Sr. Manoel da Silveira. Surge então um povoado, que em 1918 torna-se distrito do município de Iúna, com a denominação de Vila do Rosário. Aos primeiros desbravadores seguiram imigrantes provenientes do Oriente Médio, que logo estabeleceram e impulsionaram o comércio local, cuja ligação com outros centros, geralmente Alegre e Guaçuí, fazia-se por meio de tropas de burros. Viajavam oito dias para levar a esses centros produtos produzidos na região, como fumo, rapadura, toucinho, e retornavam com sal e querosene. Tal situação modifica-se a partir de 1929, quando é construída, a braço, a primeira estrada para veículos da região, ligando Vila do Rosário à sede do município. Através de Iúna são então escoados produtos da vila para cidades do Sul do Estado. E o progresso não pára aí. Em 1939, na propriedade do Sr. Salomão Fladlalah, surge o primeiro rádio receptor e o primeiro serviço de energia elétrica da região, e em 1940, a primeira máquina de beneficiar café. Em 1945 a vila recebe o serviço de abastecimento de água. A essa altura seu nome já havia sido mudado (em 1944) para vila de Ibatiba, vocábulo de origem tupi-guarani e que significa fruta doce.

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Uma mudança no curso do desenvolvimento do distrito se verifica a partir da década de 60. Enquanto a política de erradicação do café provoca um movimento migratório, especialmente, em direção ao estado do Paraná, a conclusão da Rodovia BR-262, em 1969, traz um alento para a vida econômica e social do distrito, por facilitar o escoamento da produção e a comunicação da região com outros centros. A exploração de madeira, que, depois da prática extrativista, havia sido paralisada, volta a fazer parte das atividades econômicas da região, agora com outra destinação: em vez de ser transportada para Iúna, para ser beneficiada, como ocorria no passado, a madeira passa a ser levada para a Acesita, com o objetivo de alimentar as máquinas desta empresa. E em 1970, com a volta do cultivo de café, retorna à vila parte dos migrantes que dali haviam partido, e um crescimento da população se verifica. Com ele surge um movimento de reivindicações, resultando, em 1975, na fundação da Associação Pró-Desenvolvimento Urbano e Rural de Ibatiba (ADI), ator decisivo no processo de emancipação do distrito. E a Lei nº 3.430, de 10 de novembro de 1981, cria o município de Ibatiba, desmembrado do de Iúna. • Ibitirama Nasceu às margens do rio Braço Norte Direito, o mais importante da região, no entroncamento da rodovia estadual ES-185 com as estradas municipais que dão acesso às regiões de Santa Marta, São José Caparaó, Santa Rita e Pedra Roxa. A cidade de Ibitirama localiza-se na área central do município, em região com relevo acidentado e altitudes que variam entre os 800 e 900 metros. A ocupação do solo ocorreu nos terrenos entre o rio Braço Norte Direito, que margeia grande parte da aglomeração urbana, e as montanhas ali localizadas. A aglomeração se desenvolveu então a partir do núcleo central, implantado às margens da rodovia ES-185, adotando uma conformação linear e ocupando terrenos situados principalmente às margens da estrada que dá acesso à região de Santa Marta. O município de Ibitirama foi criado através da Lei n° 4161, de 15 de setembro de 1988. • Irupi Quando foi criado o município de Rio Pardo, hoje Iúna, três eram seus distritos: a sede, São Manoel do Mutum e Santa Cruz. Irupi não constava desta lista. Mas o trânsito de pedestre, as tropas e os carros de boi, a partir de meados do século XIX, acabaram transformando a Fazenda da Cachoeirinha, de propriedade do Sr. Hydário Tomaz “num pequeno arraial, com cemitério, capela dedicada a São João Batista e pequenos entrepostos comerciais, até que desapareceu seu primitivo nome e ficou conhecida como ‘Cachoeirinha de Rio Pardo’, por ficar às margens de um dos afluentes desse rio.

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Com o progresso da pequena Vila de Cachoeirinha do Rio Pardo e a estagnação da Vila de Santa Cruz, a sede do distrito foi transferida para Cachoeirinha, integrando o município de Rio Pardo. Em 1943 o nome ‘Cachoeirinha do Rio Pardo’ foi substituído pelo topônimo ‘Irupi’, de origem indígena e que tem os seguintes significados: amigo belo e águas tranqüilas pequenas” (Documento da Prefeitura Municipal de Irupi). Finalmente, em 15 de janeiro de 1991 foi criado o município, desmembrado do de Iúna, pela Lei nº 4.520, e em 1º de janeiro de 1993 foi instalado. • Iúna Os primórdios da segunda metade do século XIX viram surgir, às margens do rio Pardo (afluente do rio Itapemirim), nos chapadões do Caparaó, os primeiros alicerces de uma cidade. Era época em que essa área de difícil acesso tinha mais contatos comerciais com a mineira região de Manhumirim e Manhuaçu do que com os povoados do Espírito Santo. Mas a abertura de estradas e as condições climáticas favoráveis a algumas culturas típicas do Sul do país atraíram pioneiros vindos de Alegre, Guaçuí, Cachoeiro de Itapemirim e Vitória. Um desses pioneiros, o fazendeiro Joaquim Ferreira Val, doou, em 1855, terreno para a construção da primitiva capela da Pureza da Povoação do Rio Pardo, edificada em 1858 e elevada a paróquia e sede de distrito em 14 de julho de 1859, com a denominação de São Pedro de Alcântara. Tendo a capela arruinado, iniciou-se a construção da igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens, em 1879, padroeira do município. Em torno dessa capela “cresceu a vila comercial de Dom Pedro de Alcântara do Rio Pardo, que, em 24 de outubro de 1890, se emancipou de Cachoeiro de Itapemirim e se instalou oficialmente a 3 de março do ano seguinte com o nome de Município do Rio Pardo. Esta denominação durou até o decreto de 31 de dezembro de 1943, quando foi trocado para Iúna, que significa Rio Preto” (IJSN). • Muniz Freire Vindo de Barra Mansa (RJ), um dos veteranos da Guerra dos Farrapos, capitão Machado Santiago Louzada, chegava, em 1846, ao local onde se situa hoje a Fazenda São Simão. À mesma época nestas paragens estabelecia-se Domingos Apolinário, tendo doado ao futuro município uma área para a fundação de um povoado. “Posteriormente, seduzidos, talvez, pelas notícias sobre a fertilidade das terras, outros desbravadores audazes, cujos nomes não registra a história, estiveram pela região, mas, por motivos também ignorados, não permaneceram por muito tempo, transferindo a novos bandeirantes os direitos adquiridos sobre as terras” (IBGE. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 3a parte). O fato é que, não obstante as dificuldades de acesso à região, que apresenta topografia montanhosa, prosseguiu, embora lento, o processo de ocupação, com a

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vinda de mineiros, fluminenses e imigrantes italianos. Estes últimos dominaram, por longo período, o cultivo e a comercialização de café no município. No tocante à organização administrativa, foi criado o município em 11 de novembro de 1890, pelo Decreto nº 53, sob a denominação de Espírito Santo do Rio Pardo. Sua instalação transcorreu em 1o de março do ano seguinte. Desmembrado do município de Cachoeiro de Itapemirim, ficou, todavia, a este subordinado, administrativamente, até 30-11-1896, quando, pela Lei nº 213, teve a sede elevada à categoria de cidade e alterado o seu topônimo para Muniz Freire, em homenagem à grande figura do republicano Dr. José de Mello Carvalho Muniz Freire, governador do Estado e, por várias vezes, presidente da Assembléia Legislativa e senador da República. • São José do Calçado Em 7 de novembro de 1855 era lançado em terras doadas pelo coronel mineiro José Dutra Nicácio, senhor de grandes extensões de terras, um arraial, nos limites com o Rio de Janeiro. Uma imagem de São José, que fora adquirida na Corte, acompanhada de um par de sandálias foi trazida para o arraial. Daí a denominação São José do Calçado.

Além do coronel, não se omita o nome de Marciano Lúcio nem o do caboclo Valério. Também participaram ativamente da fundação os senhores José Francisco Furtado de Melo e José Lima Silveira.

Após esses desbravadores muitos outros vieram em busca de terras para o cultivo de café, na maioria, mineiros e fluminenses, promovendo a expansão cafeeira e, conseqüentemente, o desenvolvimento da região.

Em 16 de novembro de 1871, pela Lei provincial nº 11, o arraial cria sua própria freguesia, denominada Freguesia de São José do Calçado, organiza a câmara municipal e passa à condição de distrito de Cachoeiro de Itapemirim.

Em 11 de novembro de 1890, pelo Decreto nº 53, o arraial é elevado à categoria de vila e desmembrado de Cachoeiro com o nome de município de Vila de Calçado. Mais tarde foi a comarca suprimida e anexada à de São Pedro de Itabapoana, sendo restabelecida no governo Marcondes Alves de Souza, motivo pelo qual foi o nome do município de São José do Calçado mudado para Marcondópolis (14 de dezembro de 1915). Mas em 5 de julho de 1923 voltou à sua antiga denominação.

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4. POPULAÇÃO 4.1 Aspectos demográficos Segundo os dados do Censo de 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população total da microrregião Caparaó é de 163.268 habitantes, o que corresponde a 5,27% da população total do estado do Espírito Santo. Considerando que em 1991 esta participação era de 5,68% e, em 2004, de 5,11%, percebe-se uma queda lenta, porém contínua, que sugere movimentos migratórios de expulsão. Tal fato pode ser confirmado pelos dados de crescimento médio anual bem abaixo do crescimento médio estadual verificado na década de 1990 e nos anos recentes. Tabela 5 – Taxa de crescimento médio anual – microrregião Caparaó – 1991-

2000/2000-2004

1991-2000 2000-2004

Municípios Urbana Rural Total Total

Alegre 2,13 -1,79 0,46 0,52

Divino de São Lourenço 6,37 0,14 1,83 1,88

Dores do Rio Preto 5,76 -1,18 1,81 1,86

Guaçuí 2,14 0,36 1,67 1,73

Ibatiba 3,62 1,02 2,37 2,35

Ibitirama 5,45 1,00 2,08 2,10

Irupi 7,37 -1,30 0,92 1,00

Iúna 3,34 -0,36 1,43 1,51

Muniz Freire 1,72 -1,25 -0,26 -0,31

São José do Calçado 2,35 -2,84 0,29 0,33

Região Caparaó 2,91 -0,68 1,11 1,19

Estado 2,78 -0,71 1,96 2,00 Fonte: Banco de Dados IPES

Do exame da tabela 5, percebe-se que a microrregião Caparaó apresentou para o período de 1991 a 2000 uma taxa média de crescimento geométrico de 1,11, contra 1,96 para todo o Espírito Santo. Os municípios de Alegre, Irupi, Iúna, Muniz Freire, São José do Calçado, Ibatiba e Ibitirama apresentam taxa de crescimento menor que a da microrregião; dentre esses municípios, destaca-se Muniz Freire, que apresenta taxa negativa de crescimento. Tudo isto indica que os mencionados municípios estão perdendo população. Os demais municípios apresentam taxa maior que a da microrregião, destacando-se Ibatiba e Ibitirama, cuja taxa é maior também que a estadual.

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A taxa de urbanização da microrregião é de 54,22%, percentual situado abaixo dos 79,52% correspondentes à taxa de urbanização estadual. Percebe-se, portanto, que pouco menos da metade da população da microrregião reside no meio rural. Contudo, em termos comparativos de taxas de urbanização, a microrregião Caparaó aparece na 9ª posição entre as 12 microrregiões administrativas do Espírito Santo. No que se refere à população total, ocupa o 5° lugar (tabela 6). Tabela 6 – População residente segundo situação do domicílio e taxa de

urbanização – microrregiões do Espírito Santo - 2000 Situação do domicílio

Microrregiões Urbana Rural

Total Taxa de

urbanização

Metropolitana 1.412.517 26.079 1.438.596 98,2 Pólo Cachoeiro 232.110 88.953 321.063 72,3 Pólo Linhares 181.030 56.261 237.291 76,3 Pólo Colatina 127.365 50.455 177.820 71,6 Microrregião Caparaó 88.518 74.750 163.268 54,2 Litoral Norte 119.214 39.240 158.454 75,2 Sudoeste Serrana 44.439 80.236 124.675 35,6 Metrópole Expandida Sul 77.609 40.375 117.984 65,8 Noroeste II 64.092 50.211 114.303 56,1 Central Serrana 32.241 65.933 98.174 32,8 Noroeste I 48.975 45.883 94.858 51,6 Extremo Norte 34.939 15.807 50.746 68,9 Espírito Santo 2.463.049 634.183 3.097.232 79,5

Fonte: IBGE/ Microdados Censo 2000. A tabela 7 demonstra que somente os municípios de Alegre, Guaçuí, Ibatiba e São José do Calçado apresentam taxa de urbanização situada entre a taxa da microrregião e a estadual. Dores do Rio Preto e Iúna apresentam taxa próxima à da microrregião. Divino de São Lourenço, Ibitirama, Irupi e Muniz Freire, por seu turno, apresentam taxa bem inferior à da microrregião. Portanto, estes últimos municípios possuem população rural bem maior que a urbana. Todos os municípios da microrregião apresentaram crescimento em sua população urbana na última década, evidenciando o êxodo rural da microrregião. Os municípios de Divino de São Lourenço (58,46%), Irupi (49,33%), Ibitirama (41,08%) e Dores do Rio Preto (40,85%) tiveram os maiores incrementos em suas taxas de urbanização dentre os demais. Aqui fica evidenciado um crescimento urbano muito alto desses pequenos núcleos, que formam justamente o grupo de municípios com menor grau de urbanização em 1991. Isso indica a possibilidade de que eles estejam atraindo a sua própria população rural. Todos estes municípios mencionados, juntando-se ainda os de Iúna (22,19%) e Muniz Freire (19,24%), apresentam crescimento da taxa de urbanização superior à da microrregião (16,51%). Os demais municípios apresentam crescimento abaixo da taxa da microrregião. Entre estes destaca-se Guaçuí, que teve um crescimento de apenas 3,68%.

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Tabela 7 – População residente, segundo situação de domicílio e taxa de urbanização – microrregião Caparaó – 1991/2000

1991 2000 Municípios

Urbana

Rural

Total Taxa Urbana

Urbana

Rural

Total Taxa

Urbana

Crescimento da taxa de

urbanização

Alegre 16330 13687 30017 54,4 19741 11973 31714 62,25 14,42 Divino de São Lourenço 925 3455 4380 21,12 1612 3205 4817 33,46 58,46

Dores do Rio Preto 1924 3341 5265 36,54 3185 3003 6188 51,47 40,85

Guaçuí 15863 5982 21845 72,62 19192 6300 25492 75,29 3,68

Ibatiba 7695 8335 16030 48 10596 8614 19210 55,16 14,91

Ibitirama 1619 6442 8061 20,08 2610 6601 9211 28,34 41,08

Irupi 1809 6099 7908 22,88 3537 6817 10354 34,16 49,33

Iúna 10382 13492 23874 43,49 13875 12237 26112 53,14 22,19

Muniz Freire 6184 13950 20134 30,71 7211 12478 19689 36,62 19,24 São José do Calçado 5644 3779 9423 59,9 6959 3522 10481 66,4 10,85

Microrregião Caparaó 68375 78562 146937 46,53 88518 74750 163268 54,22 16,51

Espírito Santo - - - - 2463049 634183 3097232 79,52 - Fonte: IBGE

Ainda assim a população urbana dos municípios da microrregião não chegou a ultrapassar 20 mil habitantes. De todo modo, apenas os municípios de Alegre e Guaçuí, por apresentarem população urbana próxima deste número, destacam-se dentre os outros municípios da microrregião (figura 9). Figura 9 – População urbana x população rural

Fonte dos dados: IBGE

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O município de Alegre, com 31.714 habitantes, é o mais populoso da microrregião, seguindo-lhe, de perto, Iúna (26.112 hab.) e Guaçuí (25.492 hab.). A participação deste grupo na população total é de 51,03%, ou seja, apenas estes três municípios respondem por pouco mais da metade da população de todos os dez municípios componentes da microrregião. Formam o segundo grupo os municípios de Muniz Freire (19.689 hab.) e Ibatiba (19.210 hab.), que participam com 23,83% da população total da microrregião. O terceiro grupo (Ibitirama, Irupi e São José do Calçado), com população total entre 9 mil e 10 mil habitantes, participa com 18,40%. O quarto grupo, composto por Divino de São Lourenço (4.816 hab.) e Dores do Rio Preto (6.188 hab.), participa com os restantes 6,74% da população total da microrregião. A estrutura etária e por gênero da microrregião, representada pela pirâmide etária populacional, acompanha a tendência estadual (figuras 10 e 11). Em ambos os casos a população masculina predomina desde a faixa de 0 a 4 anos até a faixa de 20 a 29 anos. Vale ressaltar que uma maioria de homens no segmento de jovens e crianças (abaixo de 15 anos) tem sido observada como padrão em outras estruturas demográficas conhecidas. A partir de 29 anos, as tendências configuram-se diferentes. Para a microrregião Caparaó a predominância masculina permanece até a faixa de 45 a 49 anos; a partir daí há predominância feminina, com apenas uma interrupção, na faixa de 60 a 64 anos. No Estado, por sua vez, a predominância feminina inicia-se a partir dos 25 anos, prosseguindo pelas faixas de idade intermediária e superior da população, sem interrupções. Os municípios componentes da microrregião, a despeito de algumas singularidades pouco relevantes, apresentam estruturas populacionais (etária e de gênero) similares às verificadas tanto para o Estado quanto para a microrregião. A este respeito vale destacar que todos os municípios apresentam amplitudes máximas de população ora na faixa de 10 a 14 anos ora na faixa de 15 a 19 anos, considerando ambos os sexos. Para a microrregião e para o Estado, no entanto, a amplitude máxima populacional situa-se na faixa de 15 a 19 anos, reproduzindo-se a mesma situação para as demais microrregiões administrativas. Para avaliar o padrão de envelhecimento da população será utilizado o índice de idosos, tal como proposto pelo Ipardes. O índice de idosos mede a relação entre o número de pessoas idosas (65 anos e mais) e o número de pessoas mais jovens (menores de 15 anos). A tabela 8 demonstra o índice de idosos calculado para os municípios, microrregião e Estado.

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Figura 10 – Pirâmide etária da população - microrregião Caparaó - 2000 Figura 11 – Pirâmide etária da população do Espírito Santo

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Tabela 8 – População por grandes grupos etários e índice de idosos - microrregião Caparaó – 2000

Grupos etários

Municípios 0 a 14 anos 65 anos e mais

Índice de idosos

(%) Alegre

6.078 2.685 44,18

Divino de São Lourenço 1.109 284 25,61

Dores do Rio Preto 1.265 386 30,51

Guaçuí 5.069 1.847 36,44

Ibatiba 4.064 1.105 27,19

Ibitirama 2.139 484 22,63

Irupi 2.258 573 25,38

Iúna 5.603 1.494 26,66

Muniz Freire 4.274 1.265 29,60

São José do Calçado 1.851 1.020 55,11

Microrregião Caparaó 33.710 11.143 33,06

Espírito Santo 600.438 171.195 28,51 Fonte: IBGE

Examinando a tabela 8, destacam-se os municípios de Alegre (44,18%) e São José do Calçado (55,11%). Os demais apresentam índices entre 22% e 37%. A região como um todo apresenta índice de idosos (33,06%) maior que o do Estado (28,51%). Vale também dizer que, no caso da microrregião, há cerca de 33 idosos para cada grupo de 100 jovens. O envelhecimento da população e a conseqüente alteração da pirâmide etária têm conexão direta com o aumento da expectativa de vida e com o declínio da taxa de fecundidade e da taxa de mortalidade. Ambos também estão condicionados aos processos migratórios seletivos por idade e sexo. Estas tendências de transição demográfica têm sido observadas em várias regiões do país desde meados da década de 60. A tabela 9 demonstra as mudanças significativas experimentadas pelos municípios da microrregião com referência aos indicadores mencionados na última década.

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Tabela 9 – Indicadores de mortalidade, longevidade e fecundidade - microrregião Caparaó – 1991/2000

1991 2000 Municípios

Mortalidade Longevidade Fecundidade Mortalidade Longevidade Fecundidade

Alegre 43,9 63,4 4,2 27,3 68,6 3,0

Divino de São Lourenço 44,0 63,4 4,0 27,3 68,6 3,3

Dores do Rio Preto 44,8 63,2 3,8 22,3 70,5 2,4

Guaçuí 51,6 61,4 3,4 27,3 68,6 2,4

Ibatiba 44,8 63,2 3,9 22,3 70,5 2,6

Ibitirama 45,7 62,9 4,4 27,3 68,6 2,8

Irupi 45,7 62,9 4,2 22,3 70,5 2,6

Iúna 40,9 64,2 3,7 22,3 70,5 2,5

Muniz Freire 36,5 65,6 3,5 27,3 68,6 2,4

São José do Calçado 34,6 66,1 3,4 22,6 70,4 2,8

Espírito Santo 42,1 64,2 2,8 29,2 68,2 2,2 Fonte: IBGE Nota: Mortalidade até 1 ano de idade (por 1000 nascidos vivos).

Esperança de vida ao nascer (anos) [Longevidade] .

Taxa de Fecundidade Total (filhos por mulher). Quanto à mobilidade, é importante frisar que 27% da população não é natural do município em que reside. A maioria é proveniente de outros municípios do Espírito Santo, e 22% dos imigrantes, no período de 1995 a 2000, eram provenientes da própria microrregião (tabela 10). Tabela 10 – Pessoas não naturais do município em que residem, por tempo de

residência, segundo origem - microrregião Caparaó – 1995 - 2000

Tempo de residência no município

Origem 0 a 5 anos %

Espírito Santo 9.483 56

Municípios da própria microrregião 3.689 22

Minas Gerais 3.884 23

Rio de Janeiro 2.761 16

São Paulo 242 1

Bahia 130 1

Demais estados 384 2

Estrangeiro 13 0

Todas origens 16.897 100 Fonte: Banco de Dados IPES. Nota: Local de residência em 31/07/1995.

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A região não se caracteriza como pólo de atração populacional, embora, por estar na fronteira, atraia significativo número de mineiros e cariocas provenientes dos municípios limítrofes ao Espírito Santo. Por sua vez, os que emigram dessa região para outros locais do Espírito Santo têm como destino, principalmente, os municípios da própria microrregião (45%) e, em seguida, os da microrregião Pólo Cachoeiro (24%) (tabela 11). Tabela 11 – Destino dos emigrantes dos municípios - microrregião Caparaó –

1995-2000 Em %

Destino Origem: microrregião Caparaó

Caparaó 45 Central Serrana 0 Litoral Norte 1 Metrópole Expandida Sul 4

Metropolitana 15 Noroeste II 0 Pólo Cachoeiro 24 Pólo Colatina 0 Pólo Linhares 0 Sudoeste Serrana 11 Total do Espírito Santo 100

Fonte: IBGE. Censo demográfico.

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5. DIMENSÃO E BASE PRODUTIVA DA REGIÃO 5.1 Dimensão da região na economia do Espírito Santo Os dez municípios que compõem a microrregião Caparaó participam, no seu conjunto, com aproximadamente 2% da renda gerada em território capixaba. No entanto, a participação na geração de renda do setor agrícola é bem mais alta, em torno de 10%. Isso mostra a sua especialidade em relação ao padrão médio da economia estadual. É uma região predominantemente agrícola. Sete dos dez municípios que a compõem têm no setor agrícola a fonte de mais de 60% da renda gerada. Apenas três municípios apresentam economia urbana expressiva: Alegre, Guaçuí e São José do Calçado. Mesmo assim, é preciso qualificar essa economia urbana, pois se trata, em sua grande maioria, de atividades diretamente relacionadas ou dependentes da geração de renda agrícola, como o comércio, por exemplo (tabela 12). Todos os indicadores analisados apontam para essa participação em torno de 1,5 a 2% no total do Estado e de 10% no total da agricultura estadual. A população da microrregião representa 5% da população total do Estado e 12% da população rural. A população ocupada é de 6% do total da população ocupada do Estado e de 14% da população ocupada na agricultura. Gera 2% dos empregos formais do Estado e 5% dos empregos formais da agricultura. Novamente os dados registram a especialidade agrícola da região. Em contraposição aos 6% da população ocupada, tem-se 14% da população ocupada na agricultura.

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Tabela 12 – Dimensão da microrregião Caparaó

Indicador Caparaó/total do Espírito Santo (%)

Agricultura da microrregião / agricultura do Espírito Santo

(%) Área 8,1 População Residente 5,3 11,8 VAF- Valor Adicionado Fiscal 1,4 10 Área dos estabelecimentos - 9 Número de estabelecimentos - 11 Área plantada com lavoura (permanente + temporária)

- 12,5

Área plantada com lavoura temporária - 9,6 Área plantada com lavoura permanente - 13,3 Área plantada com café - 15 Quantidade produzida de café - 13,5 Quantidade produzida de café arábica - 39 Área plantada com café arábica - 37 Rebanho bovino - 6 Quantidade produzida de leite - 12,4 População ocupada 5,8 13,6 Emprego formal 2 4,7 Arrecadação de ICMS (em 2004) 0,2 - IPM (2005) 4,09 em 2001, 4,01 em

2003 e 3,53 em 2005 -

Participação no somatório das receitas municipais dos 78 municípios (2003) 4,8

-

Fonte: IBGE/Sefaz/Idaf/MTE

O que pode ser observado é que, apesar da pouca expressão econômica da microrregião na geração de renda do Espírito Santo, a agricultura da microrregião tem expressão significativa na agricultura estadual, participando com percentagem em torno de 10%, qualquer que seja o indicador considerado. Ao se analisar a microrregião em relação a ela mesma, verifica-se que não existe uma homogeneidade tão grande assim. Podemos destacar dois grandes subconjuntos: a parte baixa, onde predomina atividade da pecuária leiteira, e a parte alta, onde o café é predominante. A população também se distribui de forma desigual, com mais da metade concentrada em três dos dez municípios que compõem a microrregião: Alegre, Iúna e Guaçuí. As estimativas de população urbana para 2004 indicam que muito provavelmente só dois municípios (Alegre e Guaçuí) têm população urbana (soma da cidade-sede do município e das vilas distritais) com mais de 20 mil habitantes. Isso na projeção para 2004. No ano de 2000 nenhum município tinha população urbana com mais de 20 mil habitantes. Nenhum município tem cidade com mais de 20 mil habitantes. Só uma cidade, Guaçuí, tem população aproximada de 20 mil habitantes, segundo projeção da população urbana realizada pelo Ipes. São 33 núcleos urbanos entre cidades e vilas. Todos muito pequenos. Os maiores são os que constituem as dez cidades-sedes dos municípios, e nenhuma dessas cidades possui população superior a 20 mil habitantes. Quatro cidades têm população inferior a 5 mil

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habitantes, duas entre 5 mil e 10 mil, duas entre 10 mil e 15 mil e mais duas entre 15 mil e 20 mil habitantes. Além das 10 cidades-sedes dos municípios, existem 23 vilas, todas com população abaixo de 2 mil habitantes, e 18 dessas vilas têm população abaixo de mil habitantes; dentre estas, 10 têm população abaixo de 500 habitantes. Três municípios têm economia predominantemente urbana: Alegre, Guaçuí e São José do Calçado, tanto em termos de porcentagem da população ocupada em atividades não agrícolas como em termos de geração de valor (VAF). São também os únicos municípios da região com população urbana acima de 60% da população total. Nos demais municípios a população urbana é de 28% a 53% da população total. 5.2 Geração de valor Tabela 13 – Valor adicionado fiscal (VAF) - microrregião Caparaó – 2002

Em R$

Municípios VAF 1 Ind-com

VAF 2 Serv

VAF 3 Prod. rural

VAF 4 P. Física

VAF total

% ES %

Caparaó

Alegre 8.526.804 8.004.470 8.328.654 740.444 25.600.372 0,15 10,7

Divino de São Lourenço

272.846 402.172 10.096.750 26.430 10.798.198 0,06 4,5

Dores do Rio Preto 3.309.909 687.446 2.720.474 34.160 6.751.989 0,04 2,8

Guaçuí 23.114.359 6.679.164 13.326.841 592.190 43.712.554 0,26 18,3

Ibatiba 9.781.880 7.587.867 22.331.147 72.465 39.773.359 0,23 16,6

Ibitirama 592.908 781.883 9.096.182 6.500 10.477.473 0,06 4,4

Irupi 2.970.355 1.090.704 10.830.503 11.671 14.903.233 0,09 6,2

Iúna 8.430.131 6.030.963 19.455.515 105.326 34.021.935 0,20 14,2

Muniz Freire 2.922.151 2.247.820 13.576.958 263.783 19.010.712 0,11 7,9

São José do Calçado 9.547.246 21.424.007 3.470.223 0 34.441.476 0,20 14,4

Microrregião Caparaó 69.468.589 54.936.496 113.233.247 1.852.969 239.491.301 1,40 100,0

Total - Estado 12.784.047.475 2.627.686.053 1.209.867.155 449.515.766 17.071.116.449 100,00 Fonte: Sefaz-ES

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Tabela 14 – Valor adicionado fiscal (VAF) – microrregião Caparaó – 2002 Em %

Municípios VAF 1

Ind-com VAF 2 Serv

VAF 3 Prod. Rural

VAF 4 P. Física

VAF total

Alegre 33,3 31,3 32,5 2,9 100,0

Divino de São Lourenço 2,5 3,7 93,5 0,2 100,0

Dores do Rio Preto 49,0 10,2 40,3 0,5 100,0

Guaçuí 52,9 15,3 30,5 1,4 100,0

Ibatiba 24,6 19,1 56,1 0,2 100,0

Ibitirama 5,7 7,5 86,8 0,1 100,0

Irupi 19,9 7,3 72,7 0,1 100,0

Iúna 24,8 17,7 57,2 0,3 100,0

Muniz Freire 15,4 11,8 71,4 1,4 100,0

São José do Calçado 27,7 62,2 10,1 0,0 100,0

Microrregião Caparaó 29,0 22,9 47,3 0,8 100,0

Total – Estado 74,9 15,4 7,1 2,6 100,0 Fonte: Sefaz-ES.

5.3 Atividade industrial Embora a atividade industrial não tenha grande expressão do ponto de vista da geração de emprego e renda para a região, conforme se explicita nos dados das tabelas 19 e 20 (distribuição da população ocupada, 1991-2000), onde esta atividade representava, em 1991, apenas 7,8 % dos empregos gerados e, em 2000, 8,9%, vale dar conhecimento acerca de que tipos de atividades industriais estão sendo desenvolvidas nesta região, até mesmo contribuindo para dimensionar os impactos, especialmente sobre a socioeconomia e os recursos naturais, que estas atividades podem estar causando. Segundo dados do Ipes (tabela 15), em 2002 existiam na região 124 indústrias, com maior destaque para a indústria de transformação, que totalizava 100 estabelecimentos, dos quais 22 encontravam-se no segmento de produtos alimentícios e bebidas. A indústria de confecções e vestuário assim como a indústria moveleira também são bastante representativas em termos de número de estabelecimentos, agregando 16 e 14 unidades respectivamente. A fabricação de produtos de madeira e a de minerais não-metálicos também aparecem em número expressivo, assim como a fabricação de produtos de metal, que pode estar representada por serralharias, por exemplo. A indústria da construção civil aparece como a segunda maior, depois da indústria de transformação, no tocante ao número de estabelecimentos, com 93 unidades na microrregião. Na indústria extrativa é expressivo o número de estabelecimentos em extração de minerais não-metálicos, onde se enquadra a exploração de granito ocorrida na região.

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Tabela 15 – Estabelecimentos industriais – microrregião Caparaó – 2002

Atividades industrial

Estabelecimentos industriais Número de estabelecimentos

Extrativas C Indústrias

Extração de Minerais Não-Metálicos 17

Total 17

Transformação Confecção de Artigos do Vestuário e Acessórios 16

Edição, Impressão e Reprodução de Gravações 6

Fabricação de Artigos de Borracha e Plástico 1

Fabricação de Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos

Fabricação de Máquinas e Equipamentos 2

Fabricação de Móveis e Indústrias Diversas 14

Fabricação de Outros Equipamentos de Transporte

1

Fabricação de Produtos Alimentícios e Bebidas 22

Fabricação de Produtos de Madeira 11

Fabricação de Produtos de Metal – Exclusive Máquinas e Equipamentos

12

Fabricação de Produtos de Minerais Não-Metálicos

11

Fabricação de Produtos Químicos 1

Fabricação de Produtos Têxteis

Fabricação e Montagem de Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias

Metalurgia Básica 1

Preparação de Couros e Fabricação de Artefatos de Couro, Artigos de Viagem e Calçados

2

Reciclagem

Total 100

Prod./dist. De elet., gás, água Captação, Tratamento e Distribuição de Água 7

Eletricidade, Gás e Água Quente 10

Total 17

Construção Construção 93 Fonte: Mte/RAIS

No setor de produção e distribuição de energia elétrica existem 17 empreendimentos, sendo 7 deles de captação, tratamento e distribuição de energia. A predominância da agricultura voltada para a produção de café e de leite proporciona a existência de unidades fabris vinculadas a estes produtos. Sendo assim, as principais atividades agroindustriais localizam-se nos segmentos de torrefação de café e de laticínios. A indústria de laticínios existente na região é composta pelas seguintes empresas: • Colágua – Cooperativa de Laticínios de Guaçuí; • Laticínios Pagé (Yara Hanna), em Dores do Rio Preto; • Laticínios Iunin, em Iúna; • Laticínios Eafa, em Alegre.

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A torrefação de café tem sido efetuada, nos municípios da microrregião, tanto por pequenas agroindústrias como de forma artesanal. As agroindústrias torrefadoras de café encontram-se nos municípios de Alegre (Delim e Delim Serrano), Guaçuí (Monte Líbano), Iúna (Pedra Bonita, Mariano, Cassini, Teeiros) e Muniz Freire (Café João Gabriel e João Afonso). Encontram-se ainda na região algumas indústrias fabricantes de carnes e embutidos, como a unidade de embutidos da Eafa, localizada em Rive, município de Alegre, e a filetadora de peixe, localizada em Muniz Freire. Vale destacar também a presença da Natures, indústria de polpa de frutas, localizada em Guaçuí.

No setor moveleiro destacam-se pequenas indústrias de fabricação de móveis, que atendem, na maioria, ao mercado dos municípios onde se encontram instaladas. • Indústria extrativa Foram identificados, nas informações fornecidas pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), uma série de empreendimentos para exploração de recursos naturais, especificamente para exploração mineral, previstos para serem instalados na microrregião Caparaó, conforme se pode verificar nos dados da tabela 16, o que tem sido ocasionado pela existência de jazidas de granito e de bauxita nesta região. A extração de granito tem sido encarada pela comunidade local como uma atividade predatória, comprometendo os recursos naturais existentes onde ela se desenvolve. Além disso, esta atividade tem sido realizada por indústrias de granito instaladas em outros municípios, a maioria delas em Cachoeiro de Itapemirim, o que permite que a contribuição impositiva ocorra para o município onde é dada saída ao produto, normalmente onde estão instaladas as empresas exploradoras. Neste sentido, além do impacto ambiental que causa, esta atividade não tem, sequer, gerado impostos para os municípios da região, segundo informações de entidades locais. As áreas de exploração do produto estão mais concentradas em Alegre, no distrito de Santa Angélica, conforme informações de entidades locais. Outras áreas em licenciamento pelo Iema, na microrregião Caparaó, encontram-se localizadas, além de Santa Angélica, nos distritos de Anutiba e Rive, também em Alegre, Iúna e Muniz Freire, conforme se observa nos dados da tabela 16. As solicitações de exploração de bauxita ao Iema encontram-se localizadas nos municípios de Muniz Freire e Ibatiba, sendo efetuadas por apenas uma empresa, a Mineração Corumbaba Ltda. Foi comentada por técnicos da Eafa a existência de uma expressiva jazida de bauxita, que já teria sido mapeada, que se estende de Muniz Freire a Ibatiba.

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Tabela 16 – Projetos em licenciamento no Iema – microrregião Caparaó

Atividades Municípios Licença mineração

Empresas Processo Seama / Iema reg. DNPM

Área Produção prevista

Empregos gerados

Extração de granitos Fazenda Bela Aurora, Distrito de Santa Angélica, Alegre

Operação 006/1998

Braminex – Brasileira de Mármore Exportadora S/A

341/93 890.010/82

02,00 ha (extração)

50 metros cúbicos de blocos/mês

4

Recuperação de área degradada

Barra Santa Angélica, Dist. S. Alegre

Braminex – Brasileira de Mármore Exportadora S/A

2089/89 080.457/76 483 ha (total) - -

Extração de granitos Lambari Frio, Dist. Anutiba, Alegre

Operação 073/2001

Gramil - Granitos e Mármores Itapemirim

24450332/03 890.192/03

04,00 ha - -

Extração de granitos Lambari Frio, Dist. Anutiba, Alegre

Instalação 154/2001

Granbrasil – Granitos do Brasil S/A

319/00 890.114/81

02,00 ha (extração)

- 5

Extração de granitos Sítio Feliz Lembrança, Caixa D´Água, Alegre

Operação 164/2004

Mineração Rive Ltda. 27870600/04 896.717/02

168,20 (total) - -

Extração de granitos Faz. Santa Fé, Dist. Anutiba, Alegre

Prévia 187/2004

MGBEX – Mármores Granitos Brasileiros Exportação Ltda.

27859509/04 896.372/03

- 100 metros cúbicos/mês

6

Extração de granito (preto: Santa Angélica)

Faz. Bela Aurora, Dist. Rive, Alegre

Granbrasil – Granitos do Brasil S/A

27762742/04 801.619/77

2,00 ha (extração)

- -

Extração de granitos Faz. Bela Aurora, Dist. Rive, Alegre

Granbrasil – Granitos do Brasil S/A

27738892/04 805.004/77

2,00 ha (extração)

- -

Extração de granitos Carneiro, Dist. Santa Angélica Alegre

Operação Granbrasil – Granitos do Brasil S/A

1699/98 801.609/77

1,5 ha (extração)

- 5

Extração de granitos Carneiro, Dist. Santa Angélica Alegre

Operação Granbrasil – Granitos do Brasil S/A

314/00 890.112/81

2,5 ha (extração)

- 5

Extração de granito (cinza: Castelo)

Lambari Frio, Dist. Anutiba, Alegre

Prévia Gramil - Granitos e Mármores Itapemirim

28701321/04 890.192/83

4,0 ha (extração)

150 metros cúbicos/mês

-

Extração de bauxita Santa Maria de Cima, Ibatiba

Instalação 173/2004

Mineração Curimbaba Ltda.

2821749/04 890.162/85

4,00 ha (extração)

1000 metros cúbicos/mês

-

Continua

Page 50: Diagnostico Caparaó

50

Tabela 16 – Projetos em licenciamento no Iema - microrregião Caparaó

Continuação

Atividades Municípios Licença mineração

Empresas Processo Seama / Iema reg. DNPM

Área Produção prevista

Empregos gerados

Extração de granitos Caixa d´Água, Alegre Operação 185/1996

Braminex – Brasileira de Mármore Exportadora S/A

972/89 890.010/82

02,00 ha (extração)

- -

Extração de granitos Cachoeira Alegre, Dores do Rio Preto

Marbrasa – Mármores e Granitos do Brasil Ltda.

26408295/03 896.239/96

02,00 ha (extração)

- -

Extração de mármore Bela Aurora, Dist. Rive, Alegre

Granbrasil – Granitos do Brasil S/A

27739082/04 890.014/78

04,00 ha (extração)

200 metros cúbicos de blocos/mês

-

Extração de granitos Laranjeiras, Dist. Anutiba, Alegre

Instalação 043/1997

Braminex – Brasileira de Mármore Exportadora S/A

28685377/04 02,00 ha (extração)

- 5

Extração de granitos Alegre Braminex – Brasileira de Mármore Exportadora S/A

28685318/04

890152/80

- 100 metros cúbicos de blocos/mês

-

Extração de granitos São Felipe, Dist. Rive, Alegre

Braminex – Brasileira de Mármore Exportadora S/A

28685377/04 812.760/75

500 ha (total) - -

Extração de bauxita Córrego Cristal, Ibatiba e Muniz Freire

Instalação 174/2004

Mineração Curimbaba Ltda.

28217837/04 890.163/85

4,00 ha (extração)

1000 metros cúbicos/mês

-

Extração de bauxita Fazenda Palmital Ibatiba e Muniz Freire

Prévia 181/2002

Mineração Curimbaba Ltda.

28217373/04 890.160/85

4,00 ha (extração)

1000 metros cúbicos/mês

-

Extração de bauxita Córrego Tombos, Muniz Freire

Instalação Mineração Curimbaba Ltda.

28217586/04

890.165/85

4,00 ha (extração)

1000 metros cúbicos/mês

-

Extração de bauxita Santa Maria de Baixo, Ibatiba

Instalação Mineração Curimbaba Ltda.

28217462/04 890.065/88

4,00 ha (extração)

1000 metros cúbicos/mês

-

Extração de bauxita Córrego Mata-Pau, Muniz Freire e Ibatiba

Instalação Mineração Curimbaba Ltda.

28217721/04 890.161/85

4,00 ha (extração)

1000 metros cúbicos/mês

-

Continua

Page 51: Diagnostico Caparaó

51

Tabela 16 – Projetos em licenciamento no Iema - microrregião Caparaó

Continuação

Atividades Municípios Licença mineração

Empresas Processo Seama / Iema reg. DNPM

Área Produção prevista

Empregos gerados

Extração de bauxita Córrego Guarani, Muniz Freire

Instalação Mineração Curimbaba Ltda.

28217616/04 890.064/88

4,00 ha (extração)

1000 metros cúbicos/mês

-

Extração de bauxita Córrego Mata-Pau, Muniz Freire

Instalação Mineração Curimbaba Ltda.

28217900/04 890.608/88

4,00 ha (extração)

1000 metros cúbicos/mês

-

Extração de bauxita Piaçu, Muniz Freire Instalação Mineração Curimbaba Ltda.

28217659/04 890.609/88

4,00 ha (extração)

1000 metros cúbicos/mês

-

Extração de bauxita Fortaleza, Muniz Freire

Instalação Mineração Curimbaba Ltda.

28217314/04 890.159/85

4,00 ha (extração)

1000 metros cúbicos/mês

-

Extração de bauxita Córrego Bom Destino, Muniz Freire

Instalação Mineração Curimbaba Ltda.

28217551/04 890.164/85

4,00 ha (extração)

1000 metros cúbicos/mês

-

Extração de granitos Iúna Instalação 061/2004

Imagi Mineração 24990566/04

- - -

Extração de granitos Iúna Instalação

070/2004

Imagi Mineração 26284332/04

- -

Extração de granitos Muniz Freire Instalação

086/2004

Mineração Rocha Verde Ltda.

25723367/04

- - -

Extração de granitos Alegre Instalação 135/2004(16/09/04)

Mineração Rive Ltda. 27870600/04

- - -

Extração de granitos Iúna Operação 055/2004

Imagi Mineração Ltda-ME

2518107/04

- - -

Extração de granitos Iúna Operação 072/2004

Imagi Mineração Ltda-ME

24990566/04

- - -

Extração de granitos Iúna Operação

084/2004

Imagi Mineração Ltda-ME

26284332/04

- - -

Extração de granitos Muniz Freire Operação Mineração Rocha 25723367/04 - - -

Page 52: Diagnostico Caparaó

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103/2004 Verde Ltda. Continua

Tabela 16 – Projetos em licenciamento no Iema - microrregião Caparaó Conclusão

Atividades Municípios Licença mineração

Empresas Processo Seama / Iema reg. DNPM

Área Produção prevista

Empregos gerados

Extração de areia Ibitirama Operação 103/2004

Adney Esposti - ME 25113704/04

- - -

Extração de granitos Alegre Operação 164/2004 (16/09/04)

Mineração Rive Ltda. 27870600/04

- - -

Fonte: Processos – inerentes aos pedidos de licenciamento – Mineração - Projetos em tramitação – Jan/2005. Disponível em<http:// www.iema.es.gov.br>

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• Serviços industriais de utilidade pública: geração de energia elétrica A microrregião Caparaó é uma região elevada e com recursos hídricos abundantes, portanto, propícia a construção de hidrelétricas. Esta região tem aparecido como uma das mais atrativas para este tipo de empreendimento, dentro do Espírito Santo, além de ser uma das que mais contribui na geração de energia no Estado, considerando-se empreendimento de pequeno porte no setor hidrelétrico, como as PCHs. Já existem algumas usinas hidrelétricas funcionando na microrregião, que são a usina de Alegre, pertencente à Escelsa, a usina de Muniz Freire, pertencente à Samarco Mineração S.A., e parte da usina de Rosal, cuja casa de força está instalada em São José do Calçado, embora o reservatório se encontre instalado em município do Rio de Janeiro. Os contratos de geração (G), transmissão (T), e geração, transmissão e distribuição (GTD) existentes na microrregião Caparaó estão relacionados na tabela 17. Pode-se verificar que já existem dois contratos de geração, um na usina de Muniz Freire, com capacidade instalada de 140 MW/h, e a de Rosal, com 55 MW por ano. Tabela 17 – Contratos de geração, transmissão e GTD* - Espírito Santo

Tipo de contrato Origem Concessionária Usinas UF

Aneel Samarco Mineração S/A Muniz Freire ES Contrato de geração

DNAEE Empresa de Eletricidade Vale Paranapanema S/A Rosal (¹) RJ, ES

- CERJ G (10 UHEs) e D MG, RJ, ES Contrato G/T/D

- Escelsa G (10 UHEs), T e D ES Fonte: Aneel *GTD – geração, transmissão e distribuição Nota: De acordo com a Aneel, a casa de força da Usina de Rosal se localiza em São José do Calçado (ES). Já o reservatório Rosal está localizado em Guaçuí (ES), com 32,39% e em Bom Jesus de Itabapoana, no Rio de Janeiro, com 67,61% de sua área total.

Além disso, segundo a Aneel, existem novos projetos de pequenas centrais hidrelétricas (PCH) na região, totalizando cinco projetos distribuídos nos rios Itabapoana, Preto, Braço Norte Direito, Pardo e Itapemirim. Examinando de perto a tabela 18, vê-se que a Eletroriver S.A. está presente como empreendedora em três PCHs, enquanto a Performance Centrais Hidrelétricas e a Escelsa, em apenas um, cada uma delas. Os empreendimentos previstos no setor de geração de energia elétrica na microrregião Caparaó, segundo consta da tabela 18, localizam-se nos municípios de Alegre, São José do Calçado e Dores do Rio Preto e totalizam 95,2 MW de potência a ser instalada, acrescendo-se à já instalada na região.

Page 54: Diagnostico Caparaó

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Tabela 18 – Autorizações de PCH - microrregião Caparaó – 1999-2002

Empreendimento

Empreendedor Potência (MW)

Rio

Municípios

UF

PCH Pirapetinga Performace Centrais Hidrelétricas

15,7 Itabapoana Bom Jesus do Itabapoana e São José do Calçado

RJ/ES

Santa Fé Espírito Santo Centrais Elétricas S.A. (ESCELSA)

29 Braço Norte Direito

Alegre ES

São Simão Eletroriver S.A. 27 Itapemirim Alegre ES

Calheiros Eletroriver S.A. 19 Itabapoana Bom Jesus do Itabapoana e São José do Calçado

ES

Fumaça Eletroriver S.A. 4,5 Preto Espera Feliz (MG) e Dores do Rio Preto (ES)

MG/ES

Fonte: Aneel

5.4 Mercado de trabalho A agricultura da microrregião é responsável pela ocupação de 57% da população que trabalha. São mais de 43 mil pessoas ocupadas em atividades agrícolas para um universo total de 75 mil pessoas que trabalham na microrregião (tabelas 19 e 27). Essa relação mostra a especialidade agrícola da região, responsável pela geração de mais da metade dos postos de trabalho. Na maioria dos municípios, a agricultura é responsável por mais de 50% da geração de postos de trabalho. Somente três municípios, Guaçuí, Alegre e São José do Calçado, têm mais de 50% de sua população ocupada em atividades urbanas. Esses são os três municípios da microrregião com maior geração de renda derivada das atividades urbanas. Tabela 19 – População ocupada - microrregião Caparaó – 1991

Municípios Atividades

agropecuárias, de extração vegetal e

pesca

Atividades industriais

Comércio de mercadorias

Atividades de

prestação de serviços

Total

Alegre 5.147 1.515 942 4.161 11.765

Divino de São Lourenço 1.224 21 22 232 1.499

Dores do Rio Preto 1.258 94 59 330 1.741

Guaçuí 3.326 948 1.058 3.644 8.976

Ibatiba 3.711 383 369 1.142 5.605

Ibitirama 2.344 104 50 403 2.901

Irupi (instalado em 1993) - - - - -

Iúna (inclui parte que formou Irupi)

9.116 748 837 2.409 13.109

Muniz Freire 5.391 397 331 1.474 7.593

São José do Calçado 2.181 281 262 1.336 4.060

Microrregião Caparaó 33.696 4.492 3.929 15.132 57.249

Espírito Santo 273.331 208.513 119.556 410.520 1.011.920 Fonte dos dados: IBGE. Microdados do Censo Demográfico

Page 55: Diagnostico Caparaó

55

Tabela 20 – Distribuição setorial da população ocupada - microrregião Caparaó – 1991

Em %

Municípios Atividades agropecuárias, de extração vegetal e

pesca

Atividades industriais

Comércio de mercadorias

Atividades de

prestação de serviços

Total

Alegre 43,7 12,9 8,0 35,4 100,0

Divino de São Lourenço 81,7 1,4 1,5 15,5 100,0

Dores do Rio Preto 72,3 5,4 3,4 19,0 100,0

Guaçuí 37,1 10,6 11,8 40,6 100,0

Ibatiba 66,2 6,8 6,6 20,4 100,0

Ibitirama 80,8 3,6 1,7 13,9 100,0

Irupi - - - - -

Iúna 69,5 5,7 6,4 18,4 100,0

Muniz Freire 71,0 5,2 4,4 19,4 100,0

São José do Calçado 53,7 6,9 6,5 32,9 100,0

Microrregião Caparaó 58,9 7,8 6,9 26,4 100,0

Espírito Santo 27,0 20,6 11,8 40,6 100,0 Fonte dos dados: IBGE. Microdados do Censo Demográfico-2000

Tabela 21 – População ocupada - microrregião Caparaó – 2000

Municípios Atividades

agropecuárias, de extração vegetal e

pesca

Atividades industriais

Comércio de mercadorias

Atividades de

prestação de serviços

Total

Alegre 5.528 1.506 964 5.170 13.168

Divino de São Lourenço 1.364 84 53 252 1.753

Dores do Rio Preto 1.909 261 120 588 2.879

Guaçuí 4.307 1.449 1.471 4.182 11.409

Ibatiba 6.116 780 548 1.761 9.204

Ibitirama 3.399 173 237 743 4.552

Irupi 3.323 333 278 1.056 4.989

Iúna 8.062 1.114 1.021 2.909 13.107

Muniz Freire 7.272 526 916 1.662 10.377

São José do Calçado 1.898 490 303 1.541 4.231

Microrregião Caparaó 43.178 6.715 5.910 19.866 75.669

Espírito Santo 318.492 250.068 179.999 560.729 1.309.287 Fonte dos dados: IBGE. Microdados do Censo Demográfico-2000

Page 56: Diagnostico Caparaó

56

Tabela 22 – Distribuição setorial da população ocupada - microrregião Caparaó – 2000

Em %

Municípios Atividades agropecuárias, de extração vegetal e

pesca

Atividades industriais

Comércio de mercadorias

Atividades de

prestação de serviços

Total

Alegre 42,0 11,4 7,3 39,3 100,0

Divino de São Lourenço 77,8 4,8 3,0 14,4 100,0

Dores do Rio Preto 66,3 9,1 4,2 20,4 100,0

Guaçuí 37,8 12,7 12,9 36,7 100,0

Ibatiba 66,4 8,5 6,0 19,1 100,0

Ibitirama 74,7 3,8 5,2 16,3 100,0

Irupi 66,6 6,7 5,6 21,2 100,0

Iúna 61,5 8,5 7,8 22,2 100,0

Muniz Freire 70,1 5,1 8,8 16,0 100,0

São José do Calçado 44,9 11,6 7,2 36,4 100,0

Microrregião Caparaó 57,1 8,9 7,8 26,3 100,0

Espírito Santo 24,3 19,1 13,7 42,8 100,0 Fonte dos dados: IBGE. Microdados do Censo Demográfico-2000

Tabela 23 – Distribuição espacial da população ocupada - microrregião

Caparaó – 2000 Em %

Municípios Atividades

agropecuárias, de extração vegetal e

pesca

Atividades industriais

Comércio de mercadorias

Atividades de

prestação de serviços

Total

Alegre 1,7 0,6 0,5 0,9 1,0

Divino de São Lourenço 0,4 0,0 0,0 0,0 0,1

Dores do Rio Preto 0,6 0,1 0,1 0,1 0,2

Guaçuí 1,4 0,6 0,8 0,7 0,9

Ibatiba 1,9 0,3 0,3 0,3 0,7

Ibitirama 1,1 0,1 0,1 0,1 0,3

Irupi 1,0 0,1 0,2 0,2 0,4

Iúna 2,5 0,4 0,6 0,5 1,0

Muniz Freire 2,3 0,2 0,5 0,3 0,8

São José do Calçado 0,6 0,2 0,2 0,3 0,3

Microrregião Caparaó 13,6 2,7 3,3 3,5 5,8

Espírito Santo 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte dos dados: IBGE. Microdados do Censo Demográfico-2000

Page 57: Diagnostico Caparaó

57

Tabela 24 – Crescimento médio anual da população ocupada na década de 90 - microrregião Caparaó

Em %

Municípios Atividades agropecuárias, de extração vegetal e

pesca

Atividades industriais

Comércio de mercadorias

Atividades de

prestação de serviços

Total

Alegre 0,8 -0,1 0,3 2,4 1,3

Divino de São Lourenço 1,2 16,7 10,5 0,9 1,8

Dores do Rio Preto 4,7 12,0 8,2 6,6 5,7

Guaçuí 2,9 4,8 3,7 1,5 2,7

Ibatiba 5,7 8,2 4,5 4,9 5,7

Ibitirama 4,2 5,8 18,9 7,0 5,1

Iúna -1,4 4,5 2,2 2,1 0,0

Muniz Freire 3,4 3,2 12 1,3 3,5

São José do Calçado -1,5 6,4 1,6 1,6 0,5

Microrregião Caparaó 1,9 4,0 4,1 2,4 2,4

Espírito Santo 1,7 2,0 4,7 3,5 2,9 Fonte dos dados: IBGE. Microdados do Censo Demográfico 1991/2000

Page 58: Diagnostico Caparaó

58

Tabela 25 – Composição setorial da população ocupada - microrregião Caparaó – 1991 Em %

Atividades

Alegre

Divino de São

Lourenço

Dores do Rio

Preto

Guaçuí

Ibatiba

Ibitirama

Iúna

Muniz Freire

São José do

Calçado

Microrregião

Caparaó

Espírito Santo

Atividades agropecuárias, de extração vegetal e pesca

43,7 81,7 72,2 37,1 66,2 80,8 69,5 71,0 53,7 58,9 27,0

Indústria de transformação 3,3 0,4 1,2 3,3 1,4 0,5 1,8 2,2 2,0 2,2 10,7

Indústria da construção civil 6,7 0,7 2,8 5,8 4,6 2,8 3,4 2,2 3,2 4,3 8,0

Outras atividades industriais (extração mineral e serviços industriais de utilidade

2,9 0,3 1,3 1,4 0,9 0,3 0,5 0,9 1,7 1,3 1,9

Comércio de mercadorias 8,0 1,4 3,4 11,8 6,6 1,7 6,4 4,4 6,4 6,9 11,8

Prestação de serviços (alojamento e alimentação, reparação e conservação, pessoais, domiciliares e diversões)

15,8 3,5 4,6 19,4 8,6 3,8 9,2 7,1 12,8 11,5 17,8

Transporte e comunicação 1,7 0,8 1,3 1,4 2,0 1,3 1,0 1,4 1,2 1,4 4,5

Administração Pública (Administração Pública, Defesa Nacional e Segurança Pública)

4,6 7,0 8,3 6,5 2,6 3,9 2,4 2,7 5,3 4,1 4,5

Social (comunitárias, médicas, odontológicas e ensino

11,1 3,5 4,3 8,9 5,4 4,5 4,7 6,0 10,7 7,3 8,5

Serviços auxiliares da atividade econômica (técnico- profissionais e auxiliares das atividades econômicas)

1,5 0,0 0,4 2,4 1,1 0,2 0,8 0,7 2,5 1,3 3,3

Outras atividades 0,7 0,6 0,0 2,0 0,8 0,2 0,4 1,6 0,4 0,9 2,1

Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte dos dados: IBGE. Microdados do Censo Demográfico 1991/2000

Page 59: Diagnostico Caparaó

59

Tabela 26 – Composição setorial da população ocupada - microrregião Caparaó – 2000 Em %

Atividades

Alegre

Divino de São

Lourenço

Dores do Rio Preto

Guaçuí

Ibatiba

Ibitirama

Irupi

Iúna

Muniz Freire

São José do

Calçado

Microrregião

Caparaó

Espírito Santo

Atividades agropecuárias, de extração vegetal e pesca

42,0 77,8 66,3 37,8 66,4 74,7 66,6 61,5 70,1 44,9 57,1 24,3

Indústria de transformação 4,5 0,4 3,6 6,6 4,3 1,8 2,7 4,2 3,2 3,0 4,1 10,7

Indústria da construção civil 5,8 4,4 4,9 5,9 4,0 1,7 3,9 4,2 1,7 7,8 4,4 7,1

Outras atividades industriais (extração mineral e serviços industriais de utilidade)

1,2 - 0,6 0,2 0,2 0,3 0,1 0,1 0,3 0,8 0,4 1,3

Comércio de mercadorias 7,3 3,0 4,2 12,9 5,9 5,2 5,6 7,8 8,8 7,1 7,8 13,7

Prestação de serviços (alojamento e alimentação, reparação e conservação, pessoais, domiciliares e diversões)

15,3 2,7 6,1 18,4 7,1 4,9 7,9 8,3 6,0 11,1 10,3 17,4

Transporte e comunicação 2,3 1,5 2,4 2,4 1,4 1,8 1,6 1,5 1,7 1,6 1,9 4,6

Administração Pública (Administração Pública, Defesa Nacional e Segurança Pública)

6,9 7,0 4,4 4,5 3,4 4,3 4,7 5,9 4,3 9,0 5,3 5,3

Social (comunitárias, médicas, odontológicas e ensino)

10,0 2,3 5,9 6,6 6,1 3,4 4,4 4,3 3,2 11,4 6,1 8,6

Serviços auxiliares da atividade econômica (técnico-profissionais e auxiliares das atividades econômicas)

2,7 0,5 0,9 3,4 0,4 1,7 1,6 1,5 0,7 2,1 1,8 4,2

Outras atividades 2,1 0,4 0,7 1,3 0,7 0,2 0,9 0,7 0,0 1,2 0,9 2,6

Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte dos dados: IBGE. Microdados do Censo Demográfico 1991/2000.

Page 60: Diagnostico Caparaó

60

Tabela 27 – Indicadores do mercado de trabalho - microrregião Caparaó – 2000 Em %

Municípios

População total

População em idade ativa (10 anos e mais)

Aposentados População

economicamente ativa População ocupada

População desocupada

Taxa de atividade

Taxa de desocupação

Alegre 31.714 25.906 3.938 14.199 13.168 1.031 54,8 7,3

Divino de São Lourenço 4.817 3.782 427 1.904 1.753 151 50,4 7,9

Dores do Rio Preto 6.188 5.000 577 3.078 2.879 198 61,6 6,4

Guaçuí 25.492 20.602 2.288 12.549 11.409 1.140 60,9 9,1

Ibatiba 19.210 15.342 1.435 9.677 9.204 472 63,1 4,9

Ibitirama 9.211 7.182 625 4.612 4.552 61 64,2 1,3

Irupi 10.354 8.187 857 5.412 4.989 423 66,1 7,8

Iúna 26.112 20.938 2.261 13.563 13.107 457 64,8 3,4

Muniz Freire 19.689 15.665 1.907 10.638 10.377 262 67,9 2,5

São José do Calçado 10.481 8.716 1.742 4.781 4.231 550 54,9 11,5

Microrregião Caparaó 163.268 131.320 16.057 80.414 75.669 4.745 61,24 5,9

Espírito Santo 3.097.498 2.524.484 252.390 1.511.832 1.309.287 202.545 59,9 13,4 Fonte dos dados: IBGE. Microdados do Censo Demográfico 1991/2000

Page 61: Diagnostico Caparaó

61

5.5 Finanças municipais 5.5.1 Finanças públicas dos municípios da microrregião Caparaó A condição financeira dos municípios será demonstrada através de algumas considerações sobre a receita e a despesa orçamentárias, o que, de certo modo, possibilita algumas aferições sobre a capacidade de financiamento dos gastos públicos pelas administrações públicas municipais. Serão utilizados, ainda, dois indicadores na análise das finanças públicas dos municípios da microrregião Caparaó: • Indicador de capacidade fiscal, que mede a receita em relação à população,

possibilitando avaliar a capacidade de ofertar bens e serviços públicos à comunidade;

• Indicador de suficiência fiscal, que mede o grau de autonomia dos municípios na geração de suas receitas e, inversamente, sua dependência de transferências de outras esferas governamentais para garantir a cobertura das demandas de sua população por serviços públicos.

Para o entendimento do indicador de suficiência fiscal deve ser considerado que as duas principais transferências para os municípios (a cota-parte do FPM e a do ICMS) seguem lógicas distintas (tabela 28). A legislação do FPM estabelece um coeficiente mínimo de 0,6 válido para municípios com até 10.188 habitantes, o que garante aos pequenos municípios valores altos em relação a sua receita total. A participação da transferência do ICMS está, ao contrário, diretamente relacionada ao dinamismo econômico do município. Tabela 28 – FPM per capita, segundo faixa de população dos municípios -

microrregião Caparaó – 2003 Faixa de população Municípios por FPM per capita

Até 10.188

Divino de São Lourenço R$ 381,43 Dores do Rio Preto R$ 306,96 Ibitirama R$ 206,06

De 10.189 a 30.000 Guaçuí R$ 175,29

Ibatiba R$ 188,98 Irupi R$ 250,99 Iúna R$ 185,58 Muniz Freire R$ 204,32 São José do Calçado R$ 251,99

Acima de 30.000 Alegre R$ 166,27

Fonte: TCE/ES. Balanços Municipais

Os municípios da microrregião Caparaó apresentam grande dependência em relação às transferências intergovernamentais, principalmente do FPM, o que indica fraco dinamismo econômico. Isso denota um baixo grau de autonomia dos

Page 62: Diagnostico Caparaó

62

municípios, uma vez que a participação da receita própria na receita corrente apresenta percentuais ínfimos. Ressalte-se, entretanto, que é esse o comportamento da maioria dos municípios do Estado (tabela 29).

Tabela 29 – Indicadores de suficiência fiscal - microrregião Caparaó - 2003

Participação sobre receita corrente em %

Receita própria Transferências correntes

Municípios Receita

tributária

Impostos

Total

Transferências do FPM

Transferências do ICMS

Total

Alegre 7,9 3,1 28,3 26,8 16,0 67,6

Divino de São Lourenço 1,9 1,8 2,3 49,7 23,4 95,8

Dores do Rio Preto 2,3 2,1 11,9 43,2 28,1 87,6 Guaçuí 4,4 3,1 23,7 33,1 17,8 71,8 Ibatiba 2,2 1,5 3,2 33,6 33,9 96,8 Ibitirama 3,6 1,9 6,7 33,2 25,4 92,5

Irupi 4,3 1,9 4,3 38,7 26,5 94,5 Iúna 4,0 3,0 5,5 38,2 34,0 92,9

Muniz Freire 4,5 3,0 5,9 36,7 24,5 91,1 São José do Calçado 4,8 3,5 17,1 31,4 21,9 82,0 Microrregião Caparaó* 4,6 2,7 13,6 34,3 24,3 84,1 Espírito Santo ** 17,2 14,2 24,7 19,1 31,4 71,6

Fonte: TCE/ES. Balanços Municipais Nota: *Média dos municípios da microrregião. ** Média dos municípios do Estado.

Embora a transferência de ICMS apresente, em alguns municípios da microrregião, percentuais próximos ao do FPM, o somatório dos índices de participação dos municípios na cota-parte de ICMS é pequeno, apresentando, no ano de 2005, o percentual de 3,53 dos recursos que são distribuídos aos municípios do Estado. Destaca-se, ainda, que essa participação vem apresentando declínio desde o ano de 2001 (tabela 30), embora alguns municípios demonstrem, no período, um comportamento relativamente estável.

Tabela 30 – Índice de participação dos municípios (IPM) na cota-parte do ICMS

- microrregião Caparaó – 2000-2005 Municípios 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Alegre 0,59 0,60 0,61 0,59 0,56 0,51 Divino de São Lourenço 0,13 0,15 0,14 0,16 0,20 0,19 Dores do Rio Preto 0,14 0,17 0,18 0,18 0,15 0,16 Guaçuí 0,40 0,39 0,38 0,47 0,48 0,42 Ibatiba 0,43 0,53 0,57 0,53 0,52 0,46 Ibitirama 0,23 0,34 0,35 0,29 0,26 0,26 Irupi 0,32 0,40 0,37 0,34 0,28 0,26 Iúna 0,52 0,67 0,67 0,61 0,51 0,49 Muniz Freire 0,44 0,50 0,52 0,50 0,45 0,44 São José do Calçado 0,32 0,35 0,33 0,35 0,37 0,33 Microrregião Caparaó* 3,52 4,09 4,12 4,01 3,77 3,53 Espírito Santo 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Fonte dos dados: Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) Somatório do IPM dos municípios da microrregião.

Page 63: Diagnostico Caparaó

63

Dentre os indicadores de capacidade fiscal, a receita total per capita engloba recursos das diversas fontes: receita própria e transferências. O desmembramento do indicador de capacidade fiscal apresentado através da receita própria per capita, da receita tributária per capita e dos impostos per capita propicia a identificação da contribuição de cada cidadão na geração de recursos orçamentários e a flexibilidade que a esfera municipal de governo tem de gerar recursos para o atendimento às demandas da população por serviços básicos no limite de suas bases econômico-tributárias. Municípios com menor população apresentam boa performance em relação a esse indicador, fazendo supor uma maior capacidade de financiamento próprio de seus gastos (tabela 31). Tabela 31 – Indicadores de capacidade fiscal - microrregião Caparaó – 2003

Valor em R$ corrente

Municípios Receita total per capita

Receita própria per capita

Receita tributária per capita

Impostos per capita

Alegre 629,9 176,0 48,9 19,0 Divino de São Lourenço 814,5 17,7 14,9 13,5 Dores do Rio Preto 734,3 84,4 16,1 14,7

Guaçui 538,4 125,4 23,3 16,4 Ibatiba 567,5 17,8 12,3 8,2 Ibitirama 684,1 41,9 22,5 12,0 Irupi 672,3 27,9 27,7 12,5 Iúna 505,1 26,8 19,6 14,7 Muniz Freire 560,7 32,6 24,8 16,9 São José do Calçado 811,1 137,4 38,9 27,8 Microrregião Caparaó* 606,5 80,3 27,1 15,8

Espírito Santo ** 654,9 159 110,7 91,6 Fonte: TCE/ES. Balanços Municipais Nota: *Média dos municípios da microrregião. ** Média dos municípios do Estado.

Comparando o montante das receitas orçamentárias do conjunto dos municípios da micorregião Caparaó, temos que este representa uma participação percentual de 4,8% das receitas geradas pelos municípios do Estado. E, como já demonstramos, a receita própria realizada por esses entes locais é reduzida, representando um baixo grau de autonomia, uma vez que dependem das transferências governamentais, principalmente da União, através do FPM, com as implicações já apresentadas neste trabalho (tabela 5). Os impostos municipais arrecadados pelos municípios da microrregião Caparaó representa 0,89% dos impostos gerados pelos 78 municípios do Espírito Santo (tabelas 32 e 33).

Page 64: Diagnostico Caparaó

64

Tabela 32 – Síntese da receita orçamentária dos municípios - microrregião Caparaó – 2003 Valor em R$ corrente

Tipo de receita

Alegre

Divino de

São Lourenço

Dores do Rio Preto

Guaçuí

Ibatiba

Ibitirama

Irupi

Iúna

Muniz Freire

São José

do Calçado

Microrregião

Caparaó

Espírito Santo

Receita Orçamentária* 20.228.852 4.105.749 4.752.369 14.311.295 11.539.637 6.629.037 7.130.618 13.676.419 10.959.315 8.569.378 101.902.669 2.128.540.902

.Receitas Correntes* 19.950.325 3.868.700 4.597.659 14.092.982 11.452.753 6.019.357 6.871.755 13.142.704 10.869.115 8.489.795 99.355.145 2.092.850.920

.Receita Própria 5.652.084 89.397 546.114 3.333.276 361.062 405.969 296.023 726.026 637.163 1.451.540 13.498.654 516.780.907

>Receita Tributária 1.570.462 75.279 104.350 618.825 250.640 217.714 294.313 531.582 484.178 410.797 4.558.140 359.697.422

>Impostos 608.693 67.851 94.824 434.719 167.727 116.596 132.357 398.582 331.083 294.132 2.646.564 297.864.000

.Transferências Correntes* 13.486.418 3.705.518 4.027.393 10.112.308 11.087.596 5.567.203 6.494.664 12.215.545 9.900.007 6.959.601 83.556.253 1.498.735.557

>Transferências do FPM 5.339.243 1.922.794 1.986.632 4.658.960 3.842.953 1.996.697 2.662.070 5.025.277 3.993.394 2.662.263 34.090.283 398.858.738

>Transferências do ICMS 3.183.943 904.770 1.291.783 2.510.890 3.887.235 1.531.607 1.821.027 4.470.283 2.661.145 1.857.885 24.120.568 656.138.819

>ICMS FUNDAP 1.179.349 365.436 930.956 567.931 674.879 986.772 688.899 5.394.222 77.858.660

>Transferências FUNDEF 1.517.942 469.801 558.044 1.407.576 2.017.463 764.509 1.194.022 2.099.038 1.323.137 675.962 12.027.494 241.482.498

.Receitas de Capital 278.527 237.049 154.710 218.313 86.884 609.680 258.863 533.715 90.200 79.583 2.547.524 35.689.982

Deduções para o FUNDEF 1.513.045 493.862 509.370 1.259.348 1.226.758 639.669 805.328 1.480.648 1.192.643 813.766 9.934.437 179.780.946

Fonte: TCE/ES. Balanços Municipais Nota:* exclusive valores deduzidos para formação do FUNDEF. Tabela 33 – Síntese dos impostos dos municípios - microrregião Caparaó– 2003

Valor em R$ corrente

Tipo de imposto

Alegre

Divino de São

Lourenço

Dores do Rio Preto

Guaçuí

Ibatiba

Ibitirama

Irupi

Iúna

Muniz Freire

São José

do Calçado

Microrregião

Caparaó

Espírito Santo

Total dos impostos 608.693 67.851 94.824 434.719 167.727 116.596 132.357 398.582 331.083 294.132 2.646.564 297.864.000

IPTU 156.571 15.241 34.912 165.279 51.442 45.973 19.121 56.381 138.076 116.799 799.795 50.877.930

ISS 235.996 4.953 18.550 118.520 85.294 25.279 41.707 158.914 105.588 98.883 893.684 195.333.825

ITBI 94.843 24.205 14.838 74.401 14.725 22.924 51.815 93.485 47.336 36.145 474.717 24.095.401

Outros 121.283 23.452 26.524 76.519 16.266 22.420 19.714 89.802 40.083 42.305 478.368 27.556.844

Page 65: Diagnostico Caparaó

65

Fonte: TCE/ES. Balanços Municipais

Page 66: Diagnostico Caparaó

66

Do ponto de vista dos gastos municipais, temos que há um comprometimento alto destes com as despesas de pessoal, mais encargos sociais e com pagamento de serviços de terceiros. Se acrescentarmos a essa conta a responsabilidade com o pagamento de inativos, temos que pouco resta às administrações públicas para investimentos que representem para a maioria dos municípios da microrregião participação percentual sobre a despesa total abaixo de 20% (tabela 34). A formação de poupança para investimentos públicos municipais representaria a contribuição dessa esfera de governo para a constituição de infra-estrutura econômico-social, crucial para o fortalecimento das bases de desenvolvimento. Tabela 34 – Natureza das despesas dos municípios - microrregião Caparaó –

2003 2003

Municípios

Natureza das despesas Valor % Valor per capita

Inativos e pensionistas 617.273 2,9 19,2 Pessoal e encargos sociais 9.287.657 42,9 289,2

Serviços de terceiros 4.961.817 22,9 154,5

Investimentos 3.139.705 14,5 97,8 Outras despesas 3.646.262 16,8 113,5

Alegre

Despesa total 21.652.714 100,0 674,3

Inativos e pensionistas 65.739 1,5 13,0

Pessoal e encargos sociais 2.122.367 49,5 421,0 Serviços de terceiros 412.087 9,6 81,7

Investimentos 718.284 16,8 142,5 Outras despesas 969.293 22,6 192,3

Divino de São Lourenço

Despesa total 4.287.770 100,0 850,6

Inativos e pensionistas 140.846 3,2 21,8

Pessoal e encargos sociais 2.131.475 48,4 329,3

Serviços de terceiros 797.052 18,1 123,2 Investimentos 343.713 7,8 53,1 Outras despesas 986.717 22,4 152,5

Dores do Rio Preto

Despesa total 4.399.803 100,0 679,8

Inativos e pensionistas 981.873 7,1 36,9 Pessoal e encargos sociais 6.570.803 47,7 247,2

Serviços de terceiros 3.144.886 22,8 118,3

Investimentos 701.906 5,1 26,4

Outras despesas 2.379.549 17,3 89,5

Guaçuí

Despesa total 13.779.017 100,0 518,4

Inativos e pensionistas 3.655 0,0 0,2

Pessoal e encargos sociais 4.457.664 38,6 219,2

Serviços de terceiros 3.073.541 26,6 151,1

Investimentos 1.065.598 9,2 52,4

Outras despesas 2.939.960 25,5 144,6

Ibatiba

Despesa total 11.540.418 100,0 567,5

Inativos e pensionistas 73.967 1,0 7,6 Pessoal e encargos sociais 2.370.494 31,6 244,6

Serviços de terceiros 1.816.541 24,2 187,5

Investimentos 1.829.245 24,4 188,8 Outras despesas 1.408.307 18,8 145,3

Ibitirama

Despesa total 7.498.554 100,0 773,8 Continua

Page 67: Diagnostico Caparaó

67

Tabela 34 – Natureza das despesas dos municípios - microrregião Caparaó– 2003

Conclusão

2003 Municípios

Natureza das despesas

Valor % Valor per capita

Inativos e pensionistas 19.491 0,3 1,8

Pessoal e encargos sociais 3.037.808 41,4 286,4

Serviços de terceiros 1.663.586 22,7 156,9

Investimentos 1.002.991 13,7 94,6

Outras despesas 1.616.776 22,0 152,4

Irupi

Despesa total 7.340.652 100,0 692,1

Inativos e pensionistas 443.025 3,2 16,4

Pessoal e encargos sociais 5.995.279 43,8 221,4

Serviços de terceiros 3.348.708 24,5 123,7

Investimentos 977.912 7,2 36,1

Outras despesas 2.911.520 21,3 107,5

Iúna

Despesa total 13.676.444 100,0 505,1

Inativos e pensionistas 791.568 6,8 40,5 Pessoal e encargos sociais 4.606.028 39,6 235,7

Serviços de terceiros 3.125.774 26,9 159,9

Investimentos 1.025.663 8,8 52,5

Outras despesas 2.088.107 17,9 106,8

Muniz Freire

Despesa total 11.637.140 100,0 595,4

Inativos e pensionistas 550.786 6,9 52,1

Pessoal e encargos sociais 3.543.509 44,2 335,4

Serviços de terceiros 1.219.723 15,2 115,4

Investimentos 356.821 4,5 33,8

Outras despesas 2.342.601 29,2 221,7

São José do Calçado

Despesa total 8.013.440 100,0 758,5

Inativos e pensionistas 3.688.223 3,6 22,0

Pessoal e encargos sociais 44.123.084 42,5 262,6

Serviços de terceiros 23.563.715 22,7 140,2

Investimentos 11.161.838 10,8 66,4

Outras despesas 21.289.092 20,5 126,7

Microrregião Caparão*

Despesa total 103.825.952 100 617,9

Inativos e pensionistas 40.862.978 1,9 12,6

Pessoal e encargos sociais 923.186.606 43,2 284,0

Serviços de terceiros 513.265.138 24,0 157,9

Investimentos 269.226.139 12,6 82,8

Outras despesas 388.632.407 18,2 119,6

Espírito Santo**

Despesa total 2.135.173.268 100,0 656,9 Fonte: TCE/ES. Balanços Municipais Nota: *Média dos municípios da microrregião. ** Média dos municípios do Estado. A análise das despesas públicas pelo ângulo das funções de governo não diverge quanto à principal aplicação dos recursos orçamentários, qual seja: o custeio da máquina. As funções Administração, Previdência, Judiciária e Encargos Especiais (da dívida) representam o maior volume de gastos. Educação e Saúde apresentam participação significativa em função de dispositivos legais e/ou constitucionais (tabela 35).

Page 68: Diagnostico Caparaó

68

Tabela 35 – Distribuição dos gastos dos municípios por função - microrregião Caparaó– 2003 Valor

Funções de governo agrupadas

Alegre

Divino de São

Lourenço

Dores do Rio Preto

Guaçuí

Ibatiba

Ibitirama

Irupi

Iúna

Muniz Freire

São José

do Calçado

Microrregião

Caparaó

Espírito Santo

Administração, previdência, judiciária e encargos da dívida

18,7 34,4 32,6 39,4 15,7 47,1 24,4 24,1 33,0 32,5 28,2 24,4

Educação 26,9 23,2 28,3 23,1 31,8 24,8 29,6 30,4 22,7 21,4 26,5 26,4

Saúde 18,1 20,4 16,8 12,2 23,8 10,0 15,1 15,9 11,9 17,0 16,1 17,7

Saneamento, habitação, transporte e urbanismo

12,2 8,6 10,6 9,8 15,1 8,8 17,7 16,8 17,8 8,5 13,1 18,7

Cultura, desporto, lazer, cidadania, assistência social e segurança

19,0 3,8 1,8 7,9 8,8 1,6 6,2 5,0 4,9 5,3 8,4 4,8

Legislativa 3,4 5,4 4,3 4,2 4,7 5,4 5,9 4,2 5,2 4,0 4,1

Apoio ao desenvolvimento 1,7 4,2 5,7 3,4 4,9 3,0 1,6 1,8 5,4 10,1 3,7 3,9

Indústria 0,0 0,0 0,1

Despesa Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: TCE/ES. Balanços Municipais

Page 69: Diagnostico Caparaó

69

6. PERFIL DA AGROPECUÁRIA REGIONAL A atividade agropecuária, assentada especialmente no café, com relevância na pecuária leiteira, configura-se na base produtiva desta microrregião, que se caracteriza pela predominância da agricultura familiar. Esta região toma impulso econômico a partir da década de 60 do século passado, quando da abertura da BR-262 e de outras vias estaduais, que lhe facilitaram o acesso. Até então a microrregião Caparaó caracterizava-se por seu isolamento, especialmente em relação ao contexto estadual. A facilidade de acesso trouxe consigo o desmatamento da região e, a partir daí, a expansão das áreas com lavouras de café e com pastagens. A riqueza natural existente no Caparaó, especialmente no tocante às matas e florestas, tem sido preservada em função da existência do Parque Nacional do Caparaó (Parna Caparaó) e dos fartos recursos hídricos existentes nessa região. Esta característica confere à região um diferencial, na medida em que seu isolamento natural, mantido durante décadas, fez com que grande parcela de suas reservas naturais chegasse, hoje, a um bom estado de conservação. A criação do Parque Nacional do Caparaó, em 1961, sendo um dos mais antigos do país, foi um fator determinante para a preservação desses recursos. Por outro lado, nas áreas já antropizadas, servidas ao cultivo de café e de pastagens, verificou-se, ao longo dos anos, uma elevada degradação ambiental, devido, principalmente, ao manejo inadequado do solo, conforme manifestado por entidades locais e regionais atuantes na região, o que tem se constituído num dos maiores entraves ao desenvolvimento sustentável da região. A importância da atividade agropecuária na região manifesta-se nas estatísticas que apontam esta atividade como a principal geradora de emprego e renda (tabela 36). A distribuição setorial da população ocupada, em 1991, apontava uma participação de 58,9% na agropecuária. Em 2000 a participação fica na casa dos 57%. Tabela 36 – Distribuição setorial da população ocupada - microrregião

Caparaó– 1991/2000 Atividades agrupadas

1991 2000

Agropecuária 58,9 57,1

Indústria 7,8 8,9 Comércio 6,9 7,8 Serviços 25,6 25,4 Atividades mal especificadas 0,9 0,9 Total 100 100

Fonte: IBGE

Page 70: Diagnostico Caparaó

70

Os dados relativos ao valor da produção agrícola demonstram a predominância da cultura permanente frente à temporária e a expansão da primeira frente à segunda. No período de 1990 a 2002 a lavoura temporária aumentou sua participação no Valor Bruto da Produção (VBP) agrícola, passando de 77% em 1990 para 93,4% em 2000 e 87,3% em 2002. No mesmo período a lavoura temporária reduziu sua participação de 22,4% em 1990 para 5,6% em 2000 e 9,6 em 2002. Outra participação crescente a que se deve referenciar é a silvicultura. Esta, embora surja com menor expressão em relação às acima citadas, aumentou sua participação no VBP entre 1990 e 2002, de 0,2% para 3%. Tabela 37 – Valor da produção agrícola em moeda corrente – microrregião

Caparaó - 1990/2000/2002

1990 2000 2002

Atividade Mil cruzeiros % Mil reais % Mil reais %

Lavoura permanente 2.508.411 77,0 196.513 93,4 131.699 87,3

Lavoura temporária 728.321 22,4 11.834 5,6 14.527 9,6

Extração vegetal 16.594 0,5 69 0,0 39 0,0

Silvicultura 5.223 0,2 1.950 0,9 4.568 3,0

Total 3.258.549 100,0 210.366 100,0 150.833 100,0 Fonte dos dados: IBGE/PAM

Explicitando ainda mais a predominância da lavoura permanente, verifica-se que, em termos de área colhida, havia 68,44% ha destinados às culturas permanentes em 1990, 85,2% em 2000 e 86,5% em 2002. Tabela 38 – Área colhida da lavoura - microrregião Caparaó – 1990/2000/2002

1990 2000 2002

Tipo de lavoura ha ha ha

Lavoura permanente 71.633 87.735 93.595

Lavoura temporária 33.039 15.233 14.595

Total 104.672 102.968 108.190 Fonte dos dados: IBGE/PAM

Os produtos de maior destaque na lavoura permanente são o café, principal produto da região, seguido da laranja, da tangerina, da goiaba e da banana. A fruticultura, com ênfase nos produtos mencionados, tem apresentado variações elevadas na quantidade produzida, entre 1990 e 2002, indicando certa instabilidade, conforme se verifica na tabela 39.

Page 71: Diagnostico Caparaó

71

Tabela 39 – Quantidade produzida da lavoura permanente - microrregião Caparaó – 1990/2000/2002

Produto Unidade 1990 2000 2002

Abacate Mil frutos 948 1.893 918 Banana Mil cachos 294 398 3.611 Café (em coco) Tonelada 74.608 191.291 99.480 Coco-da-baía Mil frutos 21 151 132 Goiaba Mil frutos - 1.239 376 Laranja Mil frutos 9.458 24.513 3.758 Limão Mil frutos 290 360 55 Manga Mil frutos 467 3.848 972 Maracujá Mil frutos - - 45 Pêssego Mil frutos - 64 - tangerina Mil frutos 3.273 10.660 2.999

Fonte dos dados: IBGE/PAM

Na lavoura temporária, destaques para o milho e o feijão, culturas tradicionais na região, que aparecem consorciadas com o café em muitas das propriedades. Outros produtos a serem destacados, com relação à quantidade produzida, são a cana-de-açúcar, o tomate e a mandioca. A cana-de-açúcar é utilizada para a produção de açúcar mascavo, de melado e de rapadura, além da alimentação de gado leiteiro, sendo consumida na própria região. Tabela 40 – Quantidade produzida da lavoura temporária – microrregião

Caparaó – 1990/2000/2002 Produto Unidade 1990 2000 2002

Alho Tonelada por ha 18 - - Amendoim (em casca) Tonelada por ha 8 - - Arroz (em casca) Tonelada por ha 6.433 1.127 634 Batata-doce Tonelada por ha 210 - - Batata-inglesa Tonelada por ha 1.463 1.234 1.234 Cana-de-açúcar Tonelada por ha 7.698 9.208 9.208 Cebola Tonelada por ha 360 200 -

Feijão (em grão) Tonelada por ha 4.960 3.749 2.575 Mandioca Tonelada por ha 5.284 4.104 4.104 Milho (em grão) Tonelada por ha 30.186 18.879 21.860 Tomate Tonelada por ha 5.280 8.029 6.639

Fonte dos dados: IBGE/PAM

A pecuária bovina, segunda maior fonte de renda da região, de acordo com informações de órgãos públicos locais e regionais de referência na atividade agropecuária, como o Incaper e as secretarias municipais de agricultura, apresenta maior expressividade na produção leiteira. Esta produção obteve uma participação estadual de 8,2%, em 1990, aumentando para 11,8%, em 2000, e 12,3%, em 2002 (tabela 41).

Page 72: Diagnostico Caparaó

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Tabela 41 – Quantidade produzida de leite - microrregião Caparaó – 1990/2002

Total microrregião Caparaó Total ES

23.189 281.385

44.596 378.068

46.324 374.897

49.305 379.251 Fonte: IBGE.

6.1 Estrutura Fundiária Outro aspecto de enorme relevância para a caracterização da atividade agrícola da microrregião Caparaó é a predominância da agricultura com base em pequenas propriedades, o que se reflete nos dados abaixo relacionados. No tocante ao número de estabelecimentos, verifica-se que 82,3% das propriedades rurais encontram-se nos estratos de até 50 ha. Com relação à área, predominam os estratos entre 10 e 500 ha, perfazendo 35,2%, seguidos dos estratos de 20 até 50 ha, com abrangência de 21,1% da área das propriedades rurais da microrregião. Tabela 42 – Grupos de área total - microrregião Caparaó – 1995/1996

Estabelecimentos Área

Estratos de área (ha) Abs. % Abs. %

Menos de 10 3043 36,7 16.481 5,4

Menos de 10-20 1756 21,2 26.382 8,6

Menos de 20-50 2020 24,4 64.860 21,1

Menos de 50-100 849 10,2 60.184 19,6

Menos de 100-500 593 7,2 108.365 35,2

Menos de 500-1000 23 0,6 15.812 5,1

Acima de 1000 6 0,3 15.553 5,1 Fonte: IBGE – Censo Agropecuário – 1995/96

6.2 Cafeicultura Região eminentemente agrícola, a microrregião Caparaó apresenta relevante participação na cafeicultura capixaba, colocando-se, na atualidade, como uma das principais áreas de produção e de expansão do café do Estado, especialmente no que se refere ao café arábica. Entre 1990 e 2003 a participação da cafeicultura de Caparaó, relativamente ao Espírito Santo, apresenta-se com expressividade. Em termos de área plantada, esta microrregião agregava 14% dos plantios com café no Estado em 1990, passando para 16,5% em 2000, 17,1% em 2001 e 15% em 2003, conforme se verifica na tabela 43.

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Tabela 43 – Área plantada de café em coco - microrregião Caparaó – 1990/2000/2003

Anos Microrregião Caparaó % (Caparaó/ES)

1990 71.033 14,0

2000 86.676 16,6

2003 83.401 15,0 Fonte: IBGE.

Com relação à quantidade produzida de café, a microrregião tem se apresentado como uma das principais regiões produtoras, estando em primeiro lugar no ranking estadual nos anos abaixo relacionados, abarcando um percentual, em alguns destes anos, de até 19% da produção estadual. Tabela 44 – Quantidade produzida de café das principais regiões produtoras -

Espírito Santo – 1990/1995/2000/2002/2003 (Em tonelada)

Café em coco Café beneficiado

1990 1995 2000 2002 2003

Região

Abs. % Abs. % Abs. % Abs. % Abs. %

Caparaó 74.608 17,1 71.183 19,2 191.291 18,6 99.480 17,8 64.223 13,5

Pólo Linhares 68.086 15,6 45.290 12,2 153.041 14,9 75.092 13,4 61.184 12,8

Sudoeste Serrana 43.869 10,1 53.862 14,5 116.277 11,6 73.824 13,2 59.567 12,5

Pólo Cachoeiro 60.791 13,9 56.802 15,3 93.925 9,3 41.082 7,3 47.828 10,0

Espírito Santo 436.280 - 370.352 - 1.026.606 - 560.320 - 476.287 - Fonte dos dados: IBGE

Segundo informações de técnicos do Incaper responsáveis pelo escritório regional e escritórios locais, o café sempre manteve a economia da região, chegando a representar cerca de 70% da renda gerada na microrregião. A participação da atividade cafeeira na receita das propriedades rurais da microrregião Caparaó está em torno de 75,6% (INCAPER, 2004), aparecendo como a maior participação do Estado na geração de renda das propriedades rurais, relativamente ao café. Tabela 45 – Dependência econômica do café nas propriedades, segundo

microrregiões

Microrregiões Dependência (%)

Caparaó 75,8 Central Serrano 72,9 Serrano 71,0

Cachoeiro 69,7 Noroeste 66,6 Média 70,9

Fonte: Incaper – Cadeia Produtiva do Café Arábica da Agricultura Familiar no Espírito Santo – 2004

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Como explicitado na tabela 46, a microrregião Caparaó é, atualmente, a maior produtora de café arábica do Espírito Santo, representando, no período 2002-2003, 36,86% da área produtiva do arábica do Estado e 38,9% de sua produção. Tabela 46 – Área e produção das principais regiões produtoras de café arábica

- Espírito Santo – 2002/2003

Microrregiões Área total (ha) Produção (t)

Caparaó 79.280 61.164,1

Serrana 61.750 48.619

Central 41.492 31.849,7

Noroeste 22.200 10.619

Sul 10.307 7.478,6

Total 215.029 159.730,4 Fonte: Incaper/Cetcaf

Vale destacar que a produção estadual de café arábica, frente à produção total de café do Espírito Santo, tem sido bem menos expressiva que a produção do café conilon, conforme se pode verificar nos dados abaixo, que gira em torno de 64 a 80% da produção anual de café do Espírito Santo, entre 1995 e 2003. O conilon também é produzido na microrregião Caparaó, mas sua produção é inexpressiva diante da produção do arábica nesta região. Em Alegre e em São José do Calçado a produção de conilon agrega, respectivamente, 30% e 10% da produção de café em cada um destes municípios, sendo cultivado em regiões mais baixas, até 450 m de altitude. Tabela 47 - Quantidade produzida de café conilon e arábica - Espírito Santo –

1995/1997/2000/2002/2003

Conilon Arábica Total (ES)

Anos Abs. % Abs. % Abs. %

1995 1.503.000 63,97 847.000 36,03 2.350.000 100 1997 2.435.000 71,05 992.000 28,95 3.427.000 100 2000 4.036.000 64,56 2.215.000 35,44 6.251.000 100 2002 7.250.000 73,38 2.630.000 26,62 9.880.000 100 2003 5.820.000 80,16 1.440.000 19,84 7.260.000 100

Fonte: Cetcaf / Incaper

Os dados relacionados na tabela 48 também refletem a importância da microrregião Caparaó na produção estadual do café arábica, indicando maior desempenho desta região, em comparação com o Espírito Santo, relativamente a este produto. A produção do café arábica na microrregião Caparaó abrange 23,36% da área das propriedades rurais desta região, segundo informam os dados abaixo. Esta

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participação é bastante superior à área ocupada com café arábica nas propriedades rurais de todo o Estado, que atinge o patamar de 11,61%. O rendimento médio da produção na microrregião Caparaó, de 12,9%, também apresenta-se acima da média estadual, que é de 12,2%, atingindo, em alguns municípios, como Irupi e Ibitirama, a casa dos 15%. Tabela 48 – Área, produção e rendimento do café arábica - microrregião

Caparaó – 2002-2003

Área com café

Microrregião

Área das propriedades rurais (ha) ha Produção (t) Área (%)

Rendimento

(saca/ha)

Microrregião Caparaó 339.406,6 79.280 61.164,1 23,36 12,9

Espírito Santo 1.852.785,2 215.029 157.354,4 11,61 12,2 Fonte: Incaper/Cetcaf

Com relação à estrutura fundiária das propriedades com café arábica, observa-se, na microrregião Caparaó, a mesma base em que se assenta a maioria das propriedades rurais do Espírito Santo. São dominantes, nesta região, os estratos de área de até 50 ha, ocupando 86,7% das propriedades com arábica, e os estratos de área entre 10 e 100 ha, com abrangência de 58,54% da área de produção de arábica (figura 12).

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Figura 12 – Extratos das áreas ocupadas com café arábica – microrregião Caparaó

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Tabela 49 – Estrutura fundiária das propriedades com café arábica - microrregião Caparaó – 2002

Estabelecimentos Área

Estratos de área total (ha) Abs. % Abs. %

Menos de 10 4.924 40,72 26.763,6 7,89

10-50 5.560 45,98 127.185 37,47

50-100 1.030 8,52 71.503,5 21,07

100-200 406 3,36 56.206,7 16,56

200-500 152 1,26 42.400,6 12,49

500-1000 17 0,14 11.576,9 3,41

Acima de 1000 2 0,02 3.770,3 1,11

Total 12.091 100 339.406,6 100 Fonte: Incaper/Cetcaf

É importante atentar para alguns dados que caracterizam a produção de café arábica no Espírito Santo, que contribuem para dar conhecimento acerca da realidade agrícola da microrregião Caparaó. Neste sentido observa-se, na produção de arábica do Espírito Santo, o predomínio da agricultura familiar, representando 44% da mão-de-obra empregada. A área média cultivada com café arábica, por propriedade, no Espírito Santo, é de 8,6 ha, o que caracteriza uma estrutura de pequenas propriedades rurais. Estas características são válidas para todas as regiões de produção de café arábica do Estado, incluindo-se a microrregião Caparaó. A área média das propriedades produtoras de café arábica no Espírito Santo mede em torno de 25 ha. Na microrregião Caparaó esta área se reduz para 16,8 ha (INCAPER, 2004), sendo a menor do Estado. Em termos de aptidão do solo, segundo demonstram os dados contidos na figura 13, esta região é a mais adequada ao cultivo de café do tipo arábica, o que determina o indicativo de perspectiva de melhorias de qualidade e diversificação do café como a principal pauta de desenvolvimento desta região. A visão de instituições como a Seag e o Incaper reforça a expectativa de desenvolvimento da cafeicultura, no sentido da melhoria da qualidade, sendo este um dos maiores desafios para a microrregião.

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Figura 13 – Zoneamento agroecológico para a cultura do café – microrregião Caparaó

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• Qualidade e produtividade Embora os indicadores, no tocante à produtividade do café, apontem para um dos melhores desempenhos da produção estadual, as instituições de apoio à atividade agrícola ressaltam a baixa produtividade e as deficiências na qualidade do café produzido na região. Segundo informações de atores locais (como o Incaper, as secretarias municipais de agricultura, a Eafa, o Caufes, os representantes de associações de produtores, o Consórcio Caparaó, dentre outros), a lavoura cafeeira da região é velha, tem cerca de 20 a 30 anos, tendo as mais recentes cerca de 6 anos ou mais. Além disto, existem variedades não recomendadas, e os produtores se utilizam de todo tipo de área para o plantio. Os solos são fracos, e foram ocupadas áreas impróprias para o cultivo. A cafeicultura desenvolvida na região é baseada num modelo tradicional de prática agrícola, o que resulta em baixa produtividade e em produto de baixa qualidade. A dificuldade de acesso ao crédito assim como a inexistência de assistência técnica para a maioria dos agricultores familiares têm sido fatores de relevância para a manutenção da atividade em bases técnicas tradicionais e ultrapassadas. A cafeicultura, maior fonte de emprego e renda no Caparaó, tem sido encarada, especialmente por parte das entidades técnicas que atuam na região, como uma atividade que necessita ser estimulada, visando garantir sua real contribuição para o desenvolvimento futuro desta região. Sua atual performance, indicando baixa produtividade e qualidade deficiente, exige que sejam repensadas as formas de produção, assim como os tipos de produtos a serem desenvolvidos. Como referenciado anteriormente, já existem iniciativas, por parte de alguns produtores e entidades locais, assim como o empenho do governo, para assegurar melhorias na qualidade da produção e do produto café marca “Caparaó”. • Produção municipal As maiores contribuições na produção de café, na microrregião Caparaó, ficam por conta dos municípios de Iúna, Muniz Freire e Irupi, que em 1990 agregavam 49,6% da produção da microrregião e 8,5% da produção estadual. Em 2000 a participação deste grupo de municípios, na produção regional, foi de 60,44%, e na produção estadual, de 11,26%. Em 2003 a participação no ranking regional foi menos significativa, de 52,2%, havendo uma queda expressiva na participação da região como um todo no ranking estadual. Nesse ano os citados municípios contabilizaram apenas 7% da produção do Espírito Santo e apenas 13,5% da produção da microrregião, apresentando desempenho bem menor que o dos anos antecedentes. Ainda em 2003 as maiores contribuições da produção municipal, com relação à produção estadual, são devidas aos municípios de Muniz Freire, com 20% da produção da região; Iúna, com 17%; Irupi, com 16%; Ibitirama e Ibatiba, com 10%.

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Os municípios de Alegre e Guaçuí apresentam menor participação, com 7%, seguidos de Dores do Rio Preto e São José do Calçado, com 5%. A menor participação na produção do café da microrregião é a de Divino de São Lourenço, com 3%. Tabela 50 – Quantidade produzida de café - microrregião Caparaó –

1990/2000/2002/2003 (Em tonelada)

Anos Municípios

1990 2000* 2002** 2003**

Iúna 25.190 60.012 26.406 10.614

Muniz Freire 11.791 34.572 17.589 12.632

Irupi - 21.036 16.815 10.260

Ibitirama 7.476 12.600 6.660 6.660

Ibatiba 8.078 24.000 12.750 6.630

Guaçuí 4.500 8.280 4.608 4.680

Alegre 10.388 15.840 6.102 4.632

Dores do Rio Preto 2.736 5.120 3.330 3.330

São José do Calçado 2.177 5.463 2.700 3.105

Divino de São Lourenço 2.272 4.368 2.520 1.680

Total microrregião Caparaó 74.608 191.291 99,480 64.223

Total Espírito Santo 436.280 1.026.606 560.320 476.287 Fonte: IBGE/PAM * Café em coco ** Café beneficiado

A produção do arábica (tabela 51) mostra a expressividade do produto em âmbito municipal. O predomínio da produção do arábica nesta região está demonstrado no percentual de uso de área para sua produção, nas propriedades da região, atingindo um patamar máximo de 78,08% em Irupi, estando abaixo da média estadual apenas no município de Alegre. A maior participação, em termos de comprometimento de áreas das propriedades com a produção do arábica, encontra-se, além de Irupi, nos municípios de Ibatiba (41,11%), Iúna (37,42%), Ibitirama (27,63%) e Muniz Freire (22,68%). O rendimento (sacas por ha) também é maior que a média estadual (12,2), sendo mais expressivo nos municípios de Ibitirama (15), Irupi (14,8) e Muniz Freire (14), com menor expressão em Alegre (8). A produção, contabilizada nos dados da tabela 51, é maior em Iúna, respondendo por 21,5% da produção da região e 8,36% da produção estadual. Segue de perto a produção de Muniz Freire, contemplando 19,22% da produção regional e 7,5% da produção estadual. Estes dois municípios, que representam 5,9% das áreas com propriedades rurais no Espírito Santo, participam com 15,86% da produção estadual de café arábica.

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Merecem, ainda, menção na produção de arábica os municípios de Irupi, representando 13,8% da produção regional e 5,4% da estadual; Ibitirama, com 10,9% da produção regional e 4,2% da estadual; e Ibatiba, com 10,8% da regional e 4,2% da estadual. Tabela 51 – Área, produção e rendimento do café arábica por município -

microrregião Caparaó – 2002-2003 Área com café

Municípios

Área das propriedades rurais (ha) ha Produção

(t) Área (%)

Rendimento

(saca/ha)

Alegre 72.061,6 6.400 3.072 8,88 8,0

Divino de São Lourenço 16.038,2 2.800 1.680 17,46 10,0

Dores do Rio Preto 13.521,6 3.700 2.908,2 27,36 13,1

Guaçuí 45.547,1 6.500 4.680 14,27 12,0

Ibatiba 20.674,6 8.500 6.630 41,11 13,0

Ibitirama 26.778,7 7.400 6.660 27,63 15,0

Irupi 12.167,2 9.500 8.436 78,08 14,8

Iúna 47.248,7 17.680 13.153,9 37,42 12,4

Muniz Freire 61.735,8 14.000 11.760 22,68 14,0

São José do Calçado 23.633,1 2.800 2.184 11,85 13,0

Microrregião Caparaó 339.406,6 79.280 61.164,1 23,36 12,9

Espírito Santo 1.852.785,2 215.029 157.354,4 11,61 12,2 Fonte: Incaper/Cetcaf

• Comercialização de café Cerca de 70% da produção regional de café arábica é comercializada para o mercado externo, ficando apenas 30% da produção no mercado doméstico, segundo informações do Incaper e do Cetcaf. O mercado de café para exportação é Vitória, sendo também comercializado em Minas Gerais, em menor quantidade. A comercialização é efetuada por intermediários, como acontece em todas as demais regiões produtoras do Estado. A maior parte da produção de café da microrregião é comercializada por intermediários locais, que revendem para intermediários maiores, no geral, detentores de armazéns. Estes, por sua vez, repassam o produto para exportadores em Vitória. O café superior ou café de qualidade é, normalmente, comercializado por intermediários de outros locais, que compram dos produtores e revendem aos exportadores. Fica, então, assim constituída a cadeia de comercialização de café: Intermediários locais – maiores intermediários/armazéns – exportadores de café

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Existe, entretanto, outra forma de comercialização do produto local, especialmente do café comercializado em Iúna, que termina sendo entregue a intermediários de Manhuaçu (Minas Gerais) e, posteriormente, revendido para exportadores de Vitória. A produção que sai por Iúna é muito expressiva, dado que agrega três dos maiores produtores de café da microrregião, respectivamente, Iúna, Irupi e Ibatiba. Alguns intermediários do café produzido no Caparaó estão relacionados na tabela 52, e todas estas empresas beneficiam o café. Também pode-se verificar, na referida tabela, o circuito utilizado para a comercialização do café em cada um dos municípios da microrregião, onde se verifica uma certa concentração da venda para maiores intermediários nos municípios de Guaçuí (Guaçuí, Alegre, Divino e Ibitirama), Iúna (Ibatiba, Iúna, Irupi, Ibitirama), Dores do Rio Preto (Dores, Guaçuí, Alegre), Manhuaçu (Iúna) e Espera Feliz (Dores do Rio Preto), que terminam por se caracterizar como centros de intermediação entre o comércio local, o estadual (Vitória) e o interestadual (Manhuaçu–Vitória). Tabela 52 – Comercialização de café - microrregião Caparaó

Comprador Municípios Localização do Intemediário

Vitória's Café

Alegre, Guaçuí,

Dores do Rio Preto

Dores do Rio Preto, Guaçuí,

Espera Feliz (MG) Ouro Negro Café Guaçuí, Alegre Guaçuí Mercantil Alegre, outros municípíos Castelo Sopex do Brasil Guaçuí Exportador Belga Ouro Verde Café Dores do Rio Preto Espera Feliz - Divino de São Lourenço Guaçuí - Muniz Freire Muniz Freire - Iúna Iúna (revende para Manhuaçu

e Manhumirim - MG),

Guaçuí - Ibitirama Iúna

Guaçuí Dores do Rio Preto

- Ibatiba Ibatiba (revende para Venda Nova-Posto do Café, revende para Vitória), Iúna Manhuaçu

- Irupi Irupi (revende para Vitória e Manhuaçu) Iúna (revende para Manhuaçu)

- São José do Calçado Intermediários locais que revendem para Vitória

Fonte: IPES - Levantamento de campo – dez/2004 (-) Não identificado.

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• Beneficiamento As debilidades da produção de café na microrregião se refletem na dificuldade de beneficiá-lo. O beneficiamento é, no geral, terceirizado, segundo dados do Incaper, sendo realizado por intermediários ambulantes, em cerca de 75% do café produzido na região. Além disso, não há estímulo para fazer beneficiamento, porque este não se reverte em melhorias no preço do produto. As marcas de café existentes na região Caparaó estão relacionadas na tabela 53, sendo apenas uma delas caracterizada como produção industrial. As demais são agroindústrias familiares, que enfrentam enormes dificuldades para manter e comercializar sua produção. Tabela 53 – Marcas de café produzido - microrregião Caparaó

Município Indústria Agroindústria

Alegre - Delim, Delim Serrano

Guaçuí Monte Líbano -

Iúna - Pedra Bonita, Mariano, Cassini, Teeiros

Muniz Freire - Café João Gabriel e João Afonso Fontes: Incaper – Cadeia Produtiva do Café Arábica da Agricultura Familiar no Espírito Santo – 2004; IPES – Levantamento de campo – dez/04

Os problemas enfrentados pela agroindústria artesanal são os advindos da inexperiência com relação à comercialização, das deficiências/inexistência de infra-estrutura para armazenagem adequada do produto, da falta de capacitação tecnológica e especialmente de assistência técnica, dentre outros fatores. Recentemente foram criadas salas de prova em praticamente todos os municípios, o que contribui no processo de comercialização do produto e de melhoria de sua qualidade. É voz geral na região que “o maior gargalo da cadeia é a comercialização”. A inexistência de organização dos produtores de café, embora existam várias associações de produtores locais, contribui para a atual performance da cafeicultura da região, a que se somam os problemas relativos à comercialização do produto. Foi comentado, nas entrevistas realizadas junto ao Incaper (regional e locais) e às prefeituras municipais, que existe um programa visando estimular o rebeneficiamento do café por parte dos produtores. O programa “Melhoria do Café” objetiva a montagem de estrutura de rebeneficiamento do café (para separar por tipo de café), além de melhorar o produto, através da adoção de mudas de melhor qualidade.

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Aliás, a procedência da semente e a produção de mudas é um dos principais fatores de competitividade da lavoura cafeeira, segundo denotam os técnicos da área. As sementes deveriam ser adquiridas de produtores credenciados pelo Ministério da Agricultura. O fornecimento de sementes do arábica para a região, através de produtores credenciados, é feito em três municípios: Venda Nova do Imigrante (no Incaper), Iúna (com Ubiratan Vasconcelos) e Marechal Floriano (com Marcelo e Cesar Krolling), segundo informações do Incaper centro-serrano. Outro ponto bastante comentado nas entrevistas realizadas na região foi a “quebradeira” geral de intermediários do café, ocorrida nos últimos anos, atingindo, inclusive, a Coavap – a maior cooperativa de café da região. Esta prática tem se mantido, segundo informações locais, chegando ao ponto de alguns intermediários arrendarem, temporariamente, os armazéns existentes na região, comprando a produção e deixando muitos produtores sem receber por ela. A saída encontrada foi o uso do crédito rural, especialmente do Pronaf, para montar tulhas nas propriedades, visando criar certa independência em relação aos intermediários, especialmente os locais. No entanto, a maioria dos produtores, sem condições de acesso ao crédito para montagem de infra-estrutura de armazenagem do produto, encontram-se à mercê dos intermediários. • Diversificação e melhoria da qualidade do café Está começando a surgir um movimento em prol da diversificação e da melhoria da qualidade do café da região, segundo informam os atores locais consultados. Mas, ressaltam, este movimento é ainda pouco expressivo. Existe, na região, um movimento em favor da diversificação do café que tem proporcionado a produção do café orgânico em algumas propriedades. Esta iniciativa já ganhou o mercado externo, através do “Mercado Solidário”11, sendo estimulada e realizada pela Federação das Associações Comunitárias de Iúna e Irupi (Faci), entidade criada em 1989, que, atualmente, agrega cerca de mil associados. A entrada no Mercado Solidário teve início em 2003, depois de muitos anos de tentativas de ganhar o mercado externo, segundo informa o presidente da Faci, o que fez com que os produtores se adequassem às exigências do mercado internacional, especificamente do Mercado Solidário, tais como: adoção de novas formas de manejo da lavoura, de novos parâmetros de produção e, principalemente, eliminação do uso de agrotóxicos, sendo tolerado apenas o uso de adubo químico, dentro dos padrões de confiança. Os produtores encaminham amostras para serem analisadas por laboratório credenciado e pelos próprios compradores no exterior. 11 Mercado Solidário – Formado por organizações internacionais, cooperativas de consumo e

empresários, na Europa e nos EUA, que dão preferência a compras diretas de pequenos produtores organizados em associações, especialmente de países pobres ou de empresas que possuam algum trabalho expressivo na área social.

Estas empresas ou associações de produtores credenciados obtêm o Selo Social, dado pelas empresas certificadoras deste mercado.

No Brasil existem apenas três entidades no Mercado Solidário: uma em Rondônia, vendendo café robusta, uma em Minas Gerais, exportando café orgânico e uma no Espírito Santo.

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Conforme o resultado, eles consolidam a exportação ou não. A primeira exportação se utilizou de dois contêineres para a Alemanha e para os Estados Unidos. Depois disto foram enviados outros contêineres, e a exportação se mantém. A venda, por produtor, é de aproximadamente 20 a 30 sacas, e os produtores contam com assistência técnica do Incaper, além da orientação de um agrônomo mantido pela Faci. O café exportado é o arábica despoupado, bebida dura. Anualmente os produtores locais recebem a vistoria de empresas certificadas no Mercado Solidário. Além disto, a Faci conta com apoio da Chão Vivo, certificadora de produtos agrícolas do Estado. Outra iniciativa importante de cafeicultores da região foi a efetivação de medidas destinadas à melhoria da qualidade do café, que lhes conferiu o “Prêmio Café de Qualidade”. Dessa iniciativa participam cerca de 20 produtores. Essas iniciativas dos produtores destinadas a melhorar a performance da produção regional e de seu produto recebem reforço do governo, que tem apoiado ações e projetos. Existem programas de melhoria do café sendo desenvolvidos pelas prefeituras municipais com apoio da Secretaria Estadual de Agricultura e do Incaper, contando ainda com recursos do Sebrae e com a participação do Cetcaf, segundo informações locais. No tocante à infra-estrutura de apoio aos produtores, a região conta com um laboratório para controle biológico da broca do café, localizado em Irupi, que atende todo Caparaó, e com os centros de degustação de café, mantidos em cada um deles. Para análise do solo e das folhas alguns produtores da região se utilizam de laboratório existente em Manhuaçu. 6.3 Pecuária leiteira A pecuária, sobretudo a leiteira, aparece como a segunda maior fonte de renda da região, em alguns municípios, equiparando-se em importância com o café, segundo informações das prefeituras municipais e do Incaper. A produção leiteira da microrregião de Caparaó tem expressividade na produção estadual. Entre os anos de 1990 e 2003, segundo demonstram os dados relacionados na tabela 54, verifica-se uma participação crescente na produção estadual de leite, sendo de 8,2% em 1990; de 11,8% em 2000; de 12,4% em 2002 e de 13% em 2003.

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Tabela 54 – Produção de leite - microrregiao Caparaó – 1990/2000/2002/2003 (Em 1.000 litros)

Municípios 1990 2000 2002 2003

Alegre 7.354 13.654 15.173 16.529

Guaçuí 3.629 8.683 8.012 8.516

Muniz Freire 5.350 6.026 7.708 7.780

São José do Calçado 3.207 5.309 4.374 4.807

Iùna 760 2.962 3.066 3.364

Divino de São Lourenço 597 2.600 2.212 2.136

Ibitirama 792 1.815 2.126 2.065

Dores do Rio Perto 850 1.953 2.024 1.881

Ibatiba 650 842 890 1.481

Irupi - 752 739 746

Total MRC 23.189 44.596 46.324 49.305

Total ES 281.385 378.068 374.897 379.251 Fonte: IBGE

O efetivo bovino tem demonstrado menor expressão, no tocante à participação estadual, detendo, em 1990, 7,6%; em 2000, 7,5%; 4,4%, em 2002 e 6,4% em 2003. Tabela 55 – Efetivo de bovinos na microrregião Caparaó –

1990/1995/2000/2002/2003 (Em cabeças)

Municípios 1990 1995 2000 2002 2003

Alegre 42.015 39.585 45.826 27.629 42.148

Divino de São Lourenço 4.960 6.678 6.040 2.842 4.268

Dores do Rio Preto 5.100 5.019 5.524 1.919 3.809

Guaçuí 19.900 23.617 22.936 9.976 17.500

Ibatiba 3.920 4.382 3.720 3.900 3.198

Ibitirama 5.000 4.972 6.004 2.521 4.185

Irupi - 2.780 2.613 1.333 2.024

Iúna 11.992 8.510 9.953 5.029 7.201

Muniz Freire 20.360 19.155 18.135 9.650 15.870 Fonte: IBGE

Segundo o Incaper, a pecuária leiteira já teve seu período áureo na região, especialmente com a Selita e, posteriormente, com a Parmalat, que reduziu drasticamente as atividades, recentemente, prejudicando muito seus fornecedores.

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• Produção municipal A produção regional de leite tem maior expressão nos municípios de Alegre, Guaçuí, Muniz Freire e São José do Calçado, segundo dados das tabelas acima relacionadas. Os demais municípios apresentam pequena participação na produção regional. O rebanho bovino existente na microrregião Caparaó, em 2003, perfazia um efetivo de 115.121 cabeças, e a produção de leite alcançou 49,3 milhões de litros, segundo dados acima. Os municípios com maior participação na produção leiteira da região são, em ordem de importância: Alegre (36,6%), Guaçuí (15,2%), Muniz Freire (13,8%) e São José do Calçado (12,9%). Os demais apresentam menor expressividade na produção leiteira, embora esta atividade se constitua numa importante fonte de renda para a maioria deles. • Comercialização Existem, na microrregião duas cooperativas de leite: a Cooperativa de Leite de Guaçuí (Colágua) e a Cooperativa Agropecuária Calçadense (CAC), localizada em São José do Calçado. Também foram mencionadas duas indústrias de laticínios existentes na região: a Pagé, do grupo Yara Hanna, que fabrica os produtos Bien Blanche e se localiza no município de Dores do Rio Preto, e a Iunin, localizada no município de Iúna. A Escola Agrotécnica Federal de Alegre (Eafa) também possui, em suas dependências, uma unidade de pasteurização de leite e de produção de derivados, especialmente de iogurte e de queijo, que são comercializados em loja pertencente à escola, na localidade de Rive. Além destas, os produtores locais de leite comercializam seus produtos com a Selita, localizada em Cachoeiro de Itapemirim, e com a Parmalat, produtora do leite Glória, que mantém a unidade de pasteurização de Rive em funcionamento, apesar de ter reduzido severamente sua produção recentemente. No entanto, a principal compradora da região, segundo informações locais, é a Colágua. Ao longo da BR-482 é que se localiza o principal eixo de comercialização do leite produzido na microrregião Caparaó, como se pode verificar nos dados da tabela abaixo. Neste eixo situa-se, em Dores do Rio Preto, a empresa Laticínios Pajé, do Grupo Yara Hanna; em Guaçuí, a Colágua; em Alegre, a unidade da Parmalat, e em Cachoeiro de Itapemirim, a Selita. Existem, no entanto, outras empresas a que se destina parte da produção regional, como é o caso da produção de leite de São José do Calçado, que é entregue à CAC e à Cooperativa Agrária do Vale do Itabapoana (Cavil), localizada em Bom Jesus do Norte, e a de Iúna, parte destinada à Laticínios Iunin, que também absorve parcela da produção do município de Irupi. Tanto a CAC como a Iunin têm abrangência mais restrita que as demais, tendendo a concentrar-se na comercialização dos municípios onde estão situadas.

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Tabela 56 – Comercialização do leite produzido - microrregião Caparaó

Município produtor Cooperativa Localização Indústria Localização

Alegre Parmalat

Pajé

Alegre

Dores do Rio Preto

Parmalat

Pajé

Alegre

Dores do Rio Preto

Guaçuí Parmalat

Pajé

Alegre

Dores do Rio Preto

Parmalat

Pajé

Alegre

Dores do Rio Preto

Muniz Freire Selita

Cachoeiro de Itapemirim

Parmalat

Pajé

Alegre

Dores do Rio Preto

Iúna Colágua

Selita

Copa Real – Cooperativa de Realeza

Faci (*)

Guaçuí

Cachoeiro de Itapemirim

Minas Gerais

Mercado Solidário

Iunin Iúna

Dores do Rio Preto Colágua Guaçuí Yara Hanna Dores do Rio Preto

Divino de São Lourenço Colágua Guaçuí Yara Hanna Dores do Rio Preto

Irupi - - Iunin Iuna

Ibatiba - - - Venda Nova do Imigrante

Ibitirama Colágua

Selita

Guaçuí

Cachoeiro de Itapemirim

Sarita Muriaé (MG)

São José do Calçado CAC – Cooperativa Agrária Calçadense

CAVIL – Cooperativa Agrária Vale do Itabapoana

São José do Calçado

Bom Jesus do Norte

- Marília (MG)

Fonte: Ipes - Pesquisa de campo – dez/2005 Nota: (*) Federação das Associações Comunitárias de Iúna e Irupi (Faci)

A comercialização de gado de corte é efetuada, nos municípios que produzem em menor quantidade, na própria região. Nos municípios de maior produção o comércio é realizado com frigoríficos estaduais, especialmente a Frisa, e também com clientes de outros estados, como: Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais. • Qualidade e produtividade Os técnicos locais e regionais do Incaper, assim como os representantes das secretarias municipais, têm comentado que a pecuária desenvolvida na região tem apresentado algum avanço do ponto de vista tecnológico. Neste sentido são utilizados mecanismos como a inseminação artificial, para melhoramento genético do rebanho, e tanques de expansão que melhoram a conservação do produto e reduzem o custo do frete. Para a melhoria da qualidade da alimentação também se utiliza da cana-de-açúcar com uréia, recomendada para o período de seca. Está sendo desenvolvido, ainda, na região o Programa de Inseminação Artificial, contando com apoio da Colágua e, principalmente, das prefeituras municipais.

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6.4 Culturas alimentares A produção de culturas alimentares, especialmente milho e feijão, também se dá com expressividade na microrregião Caparaó, conforme se pode verificar nos dados relativos à quantidade produzida da lavoura temporária, na tabela 40. Estes produtos têm sido referenciados como a terceira principal produção agrícola regional, depois do café e da pecuária leiteira, o que se confirma nos dados relativos à quantidade produzida na atividade agrícola. Foi salientado, inclusive, que em épocas de baixo preço do café, parte da área destinada a esta cultura é substituída por plantio de milho e de feijão. O milho e o feijão e, em menor medida, a mandioca, servem à subsistência das propriedades, na grande maioria, de cunho familiar, sendo comercializado apenas o excedente, segundo informações locais do Incaper e das secretarias de agricultura dos municípios. 6.5 Acesso ao crédito Existem formas de adquirir incentivos financeiros na zona rural. Entre esses incentivos, destacam-se o Projeto Crédito Fundiário e Combate à Pobreza Rural; o programa Nossa Primeira Terra; o Programa Nacional de Crédito Fundiário; o Banco da Terra; o Desenvolvimento Local Sustentável (DLS); o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf); e o Sistema de Crédito Cooperativo Integrante (Sicoob), este constituído por cooperativas de crédito rural. (Esses programas são detalhadamente explicados ao final deste documento, sob o título “Nota explicativa”.) O projeto Crédito Fundiário e Combate à Pobreza Rural tem como objetivo reduzir a pobreza rural, exercendo influência através de financiamento na aquisição de terra e no apoio a projetos comunitários – incluindo os potenciais beneficiários, como famílias de trabalhadores sem-terra que têm acesso precário à terra e são minifundiários. O projeto, concebido para beneficiar as parcelas mais pobres de trabalhadores rurais, possui dois principais componentes: o Financiamento Reembolsável para a Aquisição de Terras (SAT) e o Financiamento não-reembolsável de Investimentos Comunitários Complementares (SIC), e o somatório dos montantes destinados ao SAT e ao SIC não pode ser superior a R$ 18.000,00 (dezoito mil reais) por família. De acordo com a Unidade Técnica Estadual (UTE) (tabela 57), na microrregião Caparaó houve 9 propostas contratadas, o que corresponde a 27,27% das propostas do Estado. O número de beneficiários nessa microrregião corresponde a 43,47% do Espírito Santo. Já a área, em ha, equivale a 42,02%. O valor total em financiamento, na microrregião Caparaó, chega a 43,61% do Estado. O município que obteve maior valor total em financiamento foi Ibitirama, com quatro associações, beneficiadas em R$ 895.000,00 (31,3% da microrregião), seguido de Muniz Freire, com R$ 855.000,00 (29,9% da microrregião Caparaó).

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Tabela 57 – Linha de financiamento: crédito fundiário - microrregião Caparaó, propostas contratadas

Municípios

Nome do

grupamento

beneficiários

Área (ha)

SAT (R$) SIC (R$) Valor total de financiamento

(em R$)

Banco SAT e

SIC

Guaçuí

Associação dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares de Alto São Romão*

17 100,80 208.319,78 114.680,22 323.000,00 Banco do

Brasil

Ibatiba

Associação dos Agricultores Familiares Sem Terra dos Pilões*

22 117,50 266.816,27 151.183,73 418.000,00 Banco do Brasil

Associação dos Agricultores Familiares de Rio Pardinho

26 153,70 340.000,00 128.000,00 468.000,00 Banco do

Brasil

Associação dos Agricultores Familiares da Comunidade do Córrego do Soturno

10 47,33 117.000,00 63.000,00 180.000,00 Banco do

Brasil

Associação dos Agricultores Familiares da Comunidade do Córrego do Large*

8 41,40 126.493,00 25.507,00 152.000,00 Banco do

Brasil

Ibitirama

Associação dos Agricultores Familiares da Comunidade de Ibitirama*

5 29,00 75.271,52 19.728,48 95.000,00 Banco do

Brasil

Irupi

Associação dos Trabalhadores Rurais de Todos os Santos de São José

10 53,50 133.350,00 46.650,00 180.000,00 Banco do Brasil

Iúna Associação de Jovens da Primeira Terra do Caparaó*

10 57,60 152.732,74 37.267,26 190.000,00 Banco do Brasil

Muniz freire

Associação dos Agricultores Familiares e Associações Rurais de Alto Cachoeira1 – AFARAC*

45 304,63 533.292,19 321.707,81 855.000,00 Banco do

Brasil

Total da microrregião Caparaó

9 153 905,46 1.953.275,50 907.724,50 2.861.000,00 -

Total do Espírito Santo

33 352 2.154,95 4.488.948,98 2.072.051,02 6.561.000,00 -

Percentual microrregião Caparaó / Espírito Santo

27,27 43,47 42,02 43,51 43,81 43,61 -

Fonte: Unidade Técnica Estadual/Ipes – situação em 25 jan. de 2005

Verificando as propostas aprovadas pela UTE e pelo Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável (CEDRS), de três agrupamentos do Estado, dois estão localizados na microrregião Caparaó. O número de beneficiários corresponde a 85,37% do total de beneficiários no Estado, enquanto a área, em ha, equivale a

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90,31%. O valor total do financiamento foi de R$ 665.000,00 (85,37% do Espírito Santo). Tabela 58 – Linha de financiamento: crédito fundiário - microrregião Caparaó -

propostas aprovadas pela UTE e pelo CEDRS

Municípios

Nome do grupamento

beneficiários

Área (ha)

SAT (R$) SIC (R$) Valor total de financiamento

(em R$)

Banco SAT e

SIC

Iúna

Associação dos Agricultores Familiares do Bonsucesso

15 91,20 228.000,00 57.000,00 285.000,00 Banco do Brasil

Muniz Freire

Associação dos Trabalhadores Rurais Amigos da Terra

20 158,50 134.991,73 245.008,27 380.000,00 Banco do

Brasil

Microrregião Caparaó

2 35 249,70 362.991,73 302.008,27 665.000,00 -

Espírito Santo 3 41 276,50 421.991,73 357.008,27 779.000,00 -

Percentual Microrregião Caparaó/Espírito Santo

66,67 85,37 90,31 86,02 84,59 85,37 -

Fonte: Unidade Técnica Estadual/Ipes – situação em 25 jan. de 2005 O Pronaf tem importante influência na microrregião Caparaó. Conforme a tabela 59, analisando por ano agrícola12 os dados dos bancos que concedem crédito de custeio e investimento, esse programa, em 2000/2001, obteve 4.184 contratos na microrregião Caparaó, o que corresponde a 17,3% do Espírito Santo; e o montante foi superior a dez milhões de reais, ou seja, 14,1% do montante do Estado. Em 2002/2003, a participação da microrregião na obtenção de crédito foi expressiva, chegando ao montante de R$ 11,1 milhões – 16% do Espírito Santo. Em 2003/2004, apesar de obter o maior montante em relação aos demais anos analisados, R$ 14,7 milhões, a microrregião teve 11,9% do total do Estado. Examinando os anos 1999 e 2000, Muniz Freire (R$ 641.505,00), Guaçuí (R$ 189.636,00), Ibitirama (R$ 140.827,00) e Alegre (R$ 123.367,00) obtiveram os quatro maiores montantes da microrregião Caparaó. Em 2000-2001 destacam-se Guaçuí (R$ 2.396.414,26), Iúna (R$ 2.268.291,22), Ibatiba (R$ 1.777.580,95), Muniz Freire (R$ 1.496.819,59) e Alegre (R$ 1.046.891,97). No período de 2001 a 2004, Iúna, Ibatiba, Muniz Freire e Guaçuí foram os municípios da microrregião que obtiveram maiores montantes. E em 2004-2005 foram Iúna (R$ 2.687.302,25), Ibatiba (R$ 2.301.446,42), Guaçuí (R$ 1.481.292,02), Alegre (R$ 1.461.251,24) e Muniz Freire (R$ 1.430.301,85).

12 Ano agrícola compreende o período de 1º de julho de um ano a 30 de junho do ano imediatamente

posterior.

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Tabela 59 – Número de contratos e montante do crédito rural do Pronaf por ano agrícola - microrregião Caparaó –– 1999/2000

Municípios Contratos Montante (R$ 1,00)

Alegre 71 123.367,00

Divino de São Lourenço 4 8.894,00

Dores do Rio Preto 3 9.551,00

Guaçuí 124 189.636,00

Ibatiba 5 15.471,00

Ibitirama 52 140.827,00

Irupi 1 5.000,00

Iúna 12 61.018,00

Muniz Freire 82 641.505,00

São José do Calçado 6 19.142,00

Microrregião Caparaó 360 1.214.411,00

Percentual Caparaó/ES 2,10 1,97

Alegre 331 1.046.891,97

Divino de São Lourenço 26 92.417,61

Dores do Rio Preto 43 156.884,71

Guaçuí 1.240 2.396.414,26

Ibatiba 725 1.777.580,95

Ibitirama 102 331.954,07

Irupi 177 422.554,69

Iúna 887 2.268.291,22

Muniz Freire 557 1.496.819,59

São José do Calçado 101 304.750,40

Microrregião Caparaó 4.189 10.294.559,47

Espírito Santo 24.184 73.099.559,28

Percentual Caparaó/ES 17,32 14,08

Alegre 212 875.823,15

Divino de São Lourenço 287 430.053,70

Dores do Rio Preto 219 392.145,41

Guaçuí 543 1.039.862,48

Ibatiba 674 2.162.094,05

Ibitirama 156 380.314,43

Irupi 162 460.719,68

Iúna 844 2.076.830,27

Muniz Freire 577 1.481.910,83

São José do Calçado 102 226.468,47

Microrregião Caparaó 3.776 9.526.222,47

Espírito Santo 24.216 70.656.508,82

Percentual Caparaó/ES 15,59 13,48 Continua

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Tabela 59 – Número de contratos e montante do crédito rural do Pronaf por ano agrícola - microrregião Caparaó –– 1999/2000

Conclusão

Municípios Contratos Montante (R$ 1,00)

Alegre 180 511.479,59 Divino de São Lourenço 175 419.762,35 Dores do Rio Preto 115 361.243,69 Guaçuí 342 1.537.506,01 Ibatiba 572 1.740.928,38 Ibitirama 156 581.303,32 Irupi 278 1.084.343,06 Iúna 596 2.489.529,51 Muniz Freire 550 2.045.239,55 São José do Calçado 87 300.049,92 Microrregião Caparaó 3.051 11.071.385,38

Percentual Caparaó/ES 14,38 16,01

Alegre 256 1.011.807,32 Divino de São Lourenço 175 610.197,47 Dores do Rio Preto 119 603.325,50 Guaçuí 357 1.858.051,82 Ibatiba 716 2.672.640,86 Ibitirama 138 516.665,74 Irupi 319 1.111.193,01 Iúna 853 4.106.029,69 Muniz Freire 507 1.695.517,76 São José do Calçado 180 523.405,76 Microrregião Caparaó 3.620 14.708.834,93 Espírito Santo 29.600 124.040.075,75

Percentual Caparaó/ES 12,23 11,86

Alegre 244 1.461.251,24 Divino de São Lourenço 154 787.254,23 Dores do Rio Preto 91 633.589,43 Guaçuí 251 1.481.292,02 Ibatiba 628 2.301.446,42 Ibitirama 123 897.427,68 Irupi 292 1.213.064,19 Iúna 683 2.687.302,25 Muniz Freire 488 1.430.301,85 São José do Calçado 130 515.660,12 Microrregião Caparaó 3.084 13.408.589,43 Espírito Santo 26.496 106.151.523,94

Percentual Caparaó/ES 11,64 12,63 Total da microrregião Caparaó13 18.080 60.224.002,68 Total do Espírito Santo14 142.878 504.595.166,66 Percentual Caparaó/ES do total 12,65 11,94

Fonte: Incra - Bacen (Somente Exigibilidade Bancária), Bancoob, Bansicredi, Basa, BB, BN E BNDES. Dados atualizados até Bacen: Até 10/2004; Bancoob até 12/2004; Bansicredi: até 12/2004; Basa: até 12/2004; BB: até 12/2004; BN: até 12/2004 e BNDES: até 11/2004 – os dados dos últimos três meses estão sujeitos a alterações.

13 Como não foram fornecidos os dados municipais em 1998-1999, incluíram-se a partir de 1999-

2000. 14 Como não foram fornecidos os dados municipais em 1998-1999, incluíram-se os dados do Espírito

Santo a partir de 1999-2000.

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De acordo com o quadro consolidado de operações contratadas no âmbito do Pronaf via operação do Bandes – banco que, na sua totalidade, concede crédito de investimento (tabela 60), a microrregião Caparaó é ainda mais expressiva na obtenção desse crédito. De 1997 a 2000, a microrregião obteve 39,6% do valor destinado ao Pronaf no Espírito Santo. Em 2002 esse percentual corresponde a 41%, que, em reais, chega a quase três milhões. Em 2004, o percentual da microrregião em relação ao Estado é de 45,3%. Somandos todos os anos analisados, o valor destinado ao Pronaf da microrregião Caparaó é de R$ 17.007.837, o que corresponde a 34,43% do Estado. Entretanto, os anos de 2001 e 2003 apresentam baixo percentual da microrregião Caparaó em relação ao Espírito Santo, em reais, nas operações contratadas, com 8,5% e 5%, respectivamente, porque foram anos em que se fizeram, principalmente, projetos que foram contratados no ano seguinte. De 1997 a 2000, os municípios mais beneficiados com o Pronaf foram Iúna (R$ 3.479.182), Ibatiba (R$ 1.251.426) e Muniz Freire (R$ 1.135.271). Ibatiba obteve 92,15% das operações contratadas na microrregião Caparaó, com R$ 326.269, em 2001 – ano de pouco recurso do Pronaf na microrregião. Já em 2002 o município de Iúna foi favorecido com R$ 1.064.408, o que nesse ano representou 36,16% da microrregião Caparaó. O ano de 2003 também foi um ano de menos operações contratadas em relação aos demais anos. Nele, Alegre foi o maior demandante de contratos, com 34,8% do total da microrregião. Até junho de 2004, Guaçuí obteve o maior montante do Pronaf, com R$ 1.021.289, ou seja, 14,73% da microrregião Caparaó. Em seguida, Iúna R$ 939.428, 13,55%. Iúna foi o município que mais usufruiu o Pronaf, com R$ 5.522.903, o que corresponde a 32,47% das operações contratadas pela microrregião Caparaó de 1997 a junho de 2004, ou seja, 11,18% do recurso proveniente do Pronaf, via Bandes, destinado ao estado do Espírito Santo no mesmo período. De acordo com Paulo Sérgio Federici, coordenador do Núcleo de Apoio ao Pronaf (Nucap) do Bandes, cerca de 90% do crédito concedido à microrregião Caparaó é destinado à melhoria da qualidade do café.

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Tabela 60 – Quadro consolidado de operações contratadas no âmbito do Pronaf - microrregião Caparaó – 1997-2004 De 1997 a 2000 2001 2002 2003 Até Jun / 2004 Totais Municípios

Nº Valor15 Nº Valor Nº Valor Nº Valor Nº Valor Nº Valor

Alegre 0 0 1 15.000 3 38.831 9 111.838 36 662.535 49 828.204

Divino de São Lourenço 0 0 0 0 2 18.212 0 0 34 717.089 36 735.301

Dores do Rio Preto 1 15.000 0 0 11 116.121 4 50.530 45 834.534 61 1.016.185

Guaçuí 0 0 0 0 8 93.413 2 35.992 46 1.021.289 56 1.150.694

Ibatiba 117 1.251.426 29 326.269 24 231.254 3 39.464 53 762.221 226 2.610.634

Ibitirama 3 24.919 0 0 23 224.219 1 17.427 45 697.498 72 964.063

Irupi 59 551.905 1 12.784 42 500.801 0 0 52 821.381 154 1.886.871

Iúna 349 3.479.182 0 0 94 1.064.408 3 39.885 65 939.428 511 5.522.903

Muniz Freire 116 1.135.271 0 0 51 551.991 2 25.907 10 138.956 179 1.852.125

São José do Calçado 0 0 0 0 10 103.953 0 0 17 336.903 27 440.856

Total da microrregião Caparaó 645 6.457.703 31 354.053 268 2.943.203 24 321.043 403 6.931.835 1.371 17.007.837

Total do Espírito Santo 1.663 16.320.255 351 4.167.752 639 7.180.745 471 6.430.029 883 15.299.026 4.007 49.397.808

Percentual Caparaó/ES 38,79 39,57 8,83 8,50 41,94 40,99 5,10 4,99 45,64 45,31 34,22 34,43 Fonte: Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo - Bandes - Núcleo de Apoio ao Pronaf

15 Todos os valores são atribuídos em R$ 1,00

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O relatório de aprovações do Pronaf via operação do Bandes, em 2004, mostra que a microrregião Caparaó também foi expressiva. A microrregião obteve participação de 40,72% das operações, 39,68% do valor das operações e 43,03% do número de empregos do Espírito Santo, segundo a tabela 61. Verificando a participação dos municípios, o município de Iúna foi favorecido em 17,62% das operações da microrregião; 14,89% do valor aprovado e 14,97% do número de empregos. Em relação ao Estado, esse percentual de Iúna corresponde a 7,18 do número de operações; 5,91 do valor aprovado; e a 6,44 de empregos. Depois de Iúna – com os maiores números de operações e empregos e o segundo maior valor aprovado do Espírito Santo –, Guaçuí, Alegre, Ibatiba, Irupi e Dores do Rio Preto foram os municípios que obtiveram maior valor aprovado da microrregião Caparaó. Tabela 61 – Relatório de aprovações do Pronaf - microrregião Caparaó– 2004

Municípios Nº de operações Valor aprovado Número de empregos

Alegre 58 1.103.419,00 203

Divino de São Lourenço 35 729.762,40 127

Dores do Rio Preto 51 946.542,00 189

Guaçuí 52 1.136.119,00 224

Ibatiba 73 1.053.135,00 218

Ibitirama 58 865.766,30 206

Irupi 66 1.045.950,00 179

Iúna 92 1.316.103,00 260

Muniz Freire 17 255.877,00 50

São José do Calçado 20 388.351,00 81

Microrregião Caparaó 522 8.841.024,70 1.737

Espírito Santo 1.282 22.282.933,60 4.037

Percentual microrregião Caparaó / Espírito Santo 40,72 39,68 43,03 Fonte: Bandes

O Banco da Terra é o primeiro programa de crédito fundiário do país. Além da compra da terra, financia obras de infra-estrutura básica, como construção ou reforma de residências; obras destinadas a acessibilidade à água para consumo tanto humano como animal; rede interna de eletrificação; abertura ou recuperação de acessos internos; construção ou reforma de cercas; e demais investimentos para estruturação básica. O balanço dos empreendimentos do Banco da Terra totaliza 45 no Espírito Santo. Desses, 30 foram destinados a associações na microrregião Caparaó. O total de famílias beneficiadas com o Banco da Terra foi de 625. Desse total, 434 estão na microrregião Caparaó, ou seja, 69,44%. Já a área em hectares na microrregião Caparaó corresponde a 71,62% do que foi destinado aos demais municípios do Estado.

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Tabela 62 – Balanço dos empreendimentos do Banco da Terra - microrregião Caparaó

Municípios Associação Propriedade Área (ha) Nº familiar

ha / Familiar

São José do Calçado Associação Agrícola 5 de Junho Fazenda Estrela 274,39 24 11,43

Divino São Lourenço Associação Agrícola São Miguel

Fazenda Duas Barras

306,97 28 10,96

Guaçuí Associação Agrícola ATRAF-São Luis

Fazenda São Luiz

302,50 28 10,80

Guaçuí Associação São Pedro Rates.

Fazenda Desengano 147,90 16 9,24

Guaçuí Associação Agrícola ATRAF - Ouro Verde

Sítio Ouro Verde 99,01 9 11,00

São José do Calçado Associação Agrícola ATRAF - Pouso Alto

Fazenda Pouso Alto

354,45 32 11,08

Divino São Lourenço Associação Agrícola 23 de Outubro

Fazenda São José 396,80 35 11,34

Divino São Lourenço Associação Familiar 2000

Fazenda Córrego Azul

265,10 27 9,82

Divino São Lourenço Associação Pérola do Caparaó

Fazenda Santa Cruz da Serra

271,04 25 10,84

Guaçuí Associação Tr.Cid. Moreira-ASTRARC

Fazenda Santo Antonio 232,32 24 9,68

Guaçuí Associação Agrícola Terra Forte

Faz.Córrego da Areia e Outra

129,14 13 9,93

Guaçuí Associação Agrícola. São Pedro.

Faz. Santo Antonio

115,50 13 8,88

São José do Calçado

Associação dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiar Alto Calçado

Fazenda Santa Rita

234,17 24 9,76

Guaçuí Associação de Agricultores Bela Vista

Pratinha da Fumaça 148,40 15 9,89

Ibitirama

Associação de Trabalhadores Rurais Familiar Cachoeira Fumaça

Córrego do Almeida e Santa Marta

96,80 11 8,80

Iúna Associação Trabalhadores Rurais Agrícola de Iúna

Córrego Trindade 173,00 20 8,65

Muniz Freire As. dos Trabalhadores E Agricultores Familiar Unidos Venceremos

Sítio Santa Cruz 113,09 11 10,28

Muniz Freire Associação dos Trabalhadores Agrícola de Uberaba

Vista Alegre 76,03 10 7,60

Divino São Lourenço Associação Agricultura Familiar Divinense

Faz. São José 91,40 10 9,14

Guaçuí Associação Trabalhadores Prosperantes da Terra

Cascata de Prata 107,44 13 8,26

Continua

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Tabela 62 – Balanço dos empreendimentos do Banco da Terra - microrregião Caparaó

Conclusão

Municípios Associação Propriedade Área (ha) Nº familiar

ha / Familiar

Divino São Lourenço Associação Agricultura Familiar Bom Jardim

Cachoeira Bonita 89,90 10 8,99

Divino São Lourenço

Associação Trabalhadores Rurais Agricultura Familiar Canaã

Faz. Confluência 173,89 19 9,15

Alegre José Roberto Andrieta Sítio Três Morros 9,07 1 9,07

Alegre José Batista Rodrigues Sítio Três Morros 9,07 1 9,07

Alegre Márcio Santos Andrieta Sítio Três Morros 9,07 1 9,07

Alegre Ivam M. Vieira Sítio Três Morros 9,07 1 9,07

Alegre Carlos Antônio de Azevedo Sítio Três Morros 9,07 1 9,07

Alegre Ideraldo Luiz Anchieta Sítio Três Morros 9,07 1 9,07

Divino São Lourenço João Augostinho Borges

Córrego Santo Antônio 12,05 1 12,05

Guaçuí Artfrute São José 89,70 10 8,97

Total da microrregião Caparaó

30 - 4.355,41 434 9,70

Total 45 - 6.081,15 625 9,73

Percentual Caparaó/ Estado 66,67 - 71,62 69,44 -

Fonte: Incaper

Conforme as tabelas 62 e 63, o município de Guaçuí foi o que obteve maior número de associações, sendo beneficiado com recursos do Banco da Terra, com nove, seguido de Divino de São Lourenço, com oito, e Alegre, com seis associações. A microrregião Caparaó beneficiou 69,7% das famílias favorecidas do Estado pelo Banco da Terra. Divino de São Lourenço foi o município que atendeu o maior número de famílias, com 155, e também de área, com 1.605,65 ha. Esse município também obteve o maior montante no total do financiamento, correspondendo a 34,8% do destinado à microrregião Caparaó e a 24,3% do financiamento destinado ao Espírito Santo, segundo informações da tabela 63.

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Tabela 63 – Propostas contratadas pelo Banco da Terra - microrregião Caparaó

Municípios Quantidade Famílias Área (ha) Valor de

aquisição da terra

Valor de Investimentos

Básicos

Outros custos

Total do financiamento

Alegre 6 6 54,42 87.232,00 27.968,00 4.800,00 120.000,00

Divino de São Lourenço 8 155 1.602,65 2.113.869,97 767.570,00 130.500,00 3.011.939,70

Guaçuí 9 141 1.364,53 2.117.663,70 610.301,72 127.397,23 2.855.362,60

Ibitirama 1 11 96,8 150.000,00 61.160,00 8.800,00 219.960,00

Iúna 1 20 168,57 383.886,57 56.000,00 9.500,00 449.386,57

Muniz Freire 2 21 189,12 304.976,26 95.450,00 19.573,74 420.000,00

São José do Calçado 3 80 863,02 1.231.017,70 284.925,00 64.600,00 1.580.542,70

Microrregião Caparaó 30 434 4339,11 6.388.646,20 1.903.374,72 365.170,97 8.657.191,57

Espírito Santo 45 623 6.049,27 9.246.751,30 2.716.489,36 448.537,53 12.410.788,19

Percentual microrregião Caparaó/Espírito Santo

66,67 69,66 71,73 69,09 70,07 81,41 69,76

Fonte: Incra

O crédito fundiário é de suma importância na microrregião Caparaó, por sua economia ser basicamente agropecuária. E, como já comentado, o recurso do Bandes nessa microrregião chega a 34,43% do recurso aplicado no Espírito Santo de 1997 a junho de 2004. Também se destaca o Banco da Terra, que contribui expressivamente nessa microrregião. De 45 associações do Estado, 30 estão na microrregião Caparaó, além do próprio programa de crédito fundiário. Uma tendência favorável à microrregião é a melhoria do café arábica, visto que as condições naturais são propícias para tal cultura, contando também com significativa participação de crédito de incentivo a tal cultivo. É justamente à produção de café que é destinada a maior parte do recurso. 6.6 Assentamentos rurais Dos assentamentos de terra promovidos por programa do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), conforme a tabela 64, existem sete na microrregião Caparaó. Em relação ao Espírito Santo, a participação da microrregião Caparaó corresponde a 9,59%. O número de famílias beneficiadas chega a 11,65% e o total em hectares, a 11,52% do Estado. O município que contemplou maior número de famílias e de área foi Guaçuí, correspondendo a 42,2% e 43,2%, respectivamente, dos assentamentos da microrregião Caparaó.

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Tabela 64 – Programa de assentamentos do Incra – microrregião Caparaó

Municípios Nome do assentamento

Nº de familias

Área total (ha)

Data criação

Domínio

Alegre Fazenda Floresta 77 680 Dez/96 Desapropriação do Incra

Alegre Paraíso 40 461,1 Dez/99 Desapropriação do incra

Guaçuí Florestan Fernandes

34 380,01 Ago/03 Desapropriação do Incra

Guaçuí Luiz Talyuli Neto 136 1.358,00 Fev/98 Desapropriação do Incra

Muniz Freire Ouro Verde 30 256,24 Jul/01 Desapropriação do Incra

São José do Calçado16 Teixeirinha 27 294,27 Dez./02 Aquisição/Incra

São José do Calçado17 Fazenda Santa Rita

59 594 Dez/96 Desapropriação do Incra

Total da microrregião Caparaó 7 403 4.023,62 - -

Total Espírito Santo 73 3.459 34.926,96 - -

Percentual microrregião Caparaó/ Espírito Santo

9,59 11,65 11,52 - -

Fonte: Incra

16 Faz fronteira com o município de Apiacá 17 Faz fronteira com o município de Bom Jesus do Norte

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7. DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA REGIONAL A microrregião Caparaó caracteriza-se como uma região de atividade agropecuária pouco diversificada, conforme visto anteriormente, tendo como base de geração de renda a cafeicultura e a pecuária leiteira. Outras atividades do setor primário, como a silvicultura, a piscicultura e a fruticultura, têm surgido como alternativas potenciais de diversificação da atividade rural, não se caracterizando, ainda, como atividades de relevância para os municípios da microrregião, apresentando pequena participação na produção dos municípios e da microrregião, constituindo-se em alternativas limitadas, sendo desenvolvidas em pequena escala, em poucas propriedades, conforme se verá adiante. O turismo também aparece como uma alternativa de diversificação da base produtiva da microrregião Caparaó devido a seu já reconhecido potencial natural. Esta, como as demais alternativas acima mencionadas, tem sido desenvolvida de forma pontual e incipiente, caracterizando-se, na atualidade, como uma atividade potencial para a região. 7.1 Silvicultura Embora a participação da silvicultura no valor de produção agrícola da microrregião Caparaó seja pouco expressiva, especialmente se esse valor for comparado com o VP das lavouras temporárias e permanentes, observa-se, nos dados da tabela 58 (valor da produção agrícola em moeda corrente, 1990-2002), que esta atividade tem demonstrado um crescimento significativo na microrregião, apresentando um aumento no VBP de 0,2% em 1990 para 3% em 2002. Esta atividade aparece, nas entrevistas realizadas com entidades locais, como o principal potencial de diversificação da região, uma vez que já está sendo desenvolvida como nova alternativa de renda em algumas propriedades. Ela, no entanto, ainda surge como atividade potencial, devido à pequena dimensão que alcança. A quantidade produzida da silvicultura em Caparaó tem sido crescente, apresentando um aumento elevado entre 1990 e 2002, quando passa de 3.586 m³ para 219.838 m³, conforme se verifica abaixo. A produção de madeira em tora ganha maior expressão no período, especialmente a produção de madeira em toras para outras finalidades, com um aumento de 1.914 m³ em 1990 para 95.724 m³ em 2002. A produção de madeira em toras para papel e celulose também apresenta um crescimento importante, embora menor que a anterior, seguida da produção de madeira para lenha.

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Tabela 65 – Quantidade produzida da silvicultura – microrregião Caparaó – 1990/2000/2002

Produtos Unidade 1990 2000 2002 Madeira em tora para papel e celulose Metro cúbico - 35.407 83.539

Madeira em tora para outras finalidades Metro cúbico 1.914 22.098 95.724 Lenha Metro cúbico 1.672 32.053 40.630 Carvão vegetal Tonelada 39 61 55 Resina Tonelada - - 7

Fonte dos dados: IBGE/PEVS

Segundo informações locais (colhidas através das entrevistas realizadas com entidades locais), a produção de madeira tem maior vinculação com as serrarias existentes na região, que são várias, e menor com a produção de madeira para papel e celulose e para lenha, o que se confirma nos dados acima mencionados. A produção de madeira para ser comercializada na indústria de papel e celulose, incentivada pelo Programa de Fomento Florestal da Aracruz Celulose, tem se estendido na região, sobretudo porque surge como uma alternativa segura de renda para a pequena propriedade e porque se utilizam áreas inaproveitadas para outros cultivos, como áreas degradadas e topos de morros. As espécies produzidas na região são o eucalipto, a pupunha, a palmeira real e a mamona. Também está sendo aventada a possibilidade de plantação do cedro-australiano, para produção de madeira. • Produção municipal Segundo dados do Incaper, tem crescido, em alguns municípios, a produção de eucalipto voltado ao programa Fomento Florestal, da Aracruz, especialmente em Ibatiba e Ibitirama. Na maioria dos municípios da microrregião existem poucos produtores produzindo, atualmente, para o referido programa, conforme informado no levantamento de campo efetuado junto às secretarias municipais e ao Incaper. Em São José do Calçado existem muitos proprietários interessados no programa, mas poucos, ainda, estão licenciados pelo Ibama. Da mesma forma, Dores do Rio Preto tem apenas um produtor, segundo informações do Incaper local. Neste município também existe plantio de seringueiras e está sendo iniciada a plantação de mamona estimulada pelo programa federal do biodiesel. Existem ainda duas serrarias no município, que consomem parte da produção local, uma delas produzindo estrutura para apoiar as chapas de aço da CST. Em Divino de São Lourenço a produção é comercializada para Campos e Santo Antônio de Pádua, para olarias, além de uma serraria de grande porte localizada em Dores do Rio Preto. Também existem alguns produtores dentro do Fomento Florestal da Aracruz. Nos assentamentos existe ainda a produção de eucalipto. O programa Fomento Florestal também aparece em algumas propriedades no município de Guaçuí, conforme informações do Incaper. Além disso, está sendo

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difundida a alternativa de produção florestal com utilização da espécie conhecida como cedro- australiano, cujo tempo de crescimento é menor que o do eucalipto. Existem ainda cerca de oito fábricas de móveis; entre elas, a de maior porte é a Pirola. Algumas delas compram madeira de lei do Pará para fabricação de seus produtos, o que os encarece muito. No município de Alegre o eucalipto é plantado para ser utilizado como lenha e escoras. A produção para a Aracruz ainda está como projeto de algumas propriedades rurais, desenvolvido em apenas uma delas, segundo o Incaper local. Existem duas carvoarias no município, mas a produção não se mantém constante. Destaca-se, ainda, a produção de mudas de várias espécies, no viveiro da Escola Agrotécnica Federal de Alegre (Eafa), que tem sido comercializada na região. A produção de mamona também tem adquirido importância, sobretudo em Irupi, Ibatiba e Iúna, onde já existem alguns produtores visando ao mercado de óleo de mamona e de adubo orgânico. Outras espécies, como palmeira-real e pupunha, são produzidas em Ibatiba e comercializadas na sede e no Ceasa. Os municípios de Ibatiba, Muniz Freire e Iúna são os maiores destaques em termos de valor de produção da silvicultura da microrregião (tabela 66). Tabela 66 – Valor da produção agrícola em moeda corrente - microrregião

Caparaó – 1990/2000/2002 1990 2000 2002

Municípios

Atividades Mil cruzeiros Mil reais Mil reais

Extração vegetal 2.216 17 5 Alegre Silvicultura 98 84 99

Extração vegetal 375 3 2 Divino de São Lourenço Silvicultura 997 234 298

Extração vegetal 1.112 8 9 Dores do Rio Preto Silvicultura 122 142 145

Extração vegetal 2.091 5 5 Guaçuí Silvicultura 517 26 68

Extração vegetal 1.601 2 1 Ibatiba Silvicultura 117 455 1.000

Extração vegetal 2.221 5 4 Ibitirama Silvicultura 2.235 181 504

Extração vegetal 7 2 - Irupi Silvicultura 146 436 411

Extração vegetal 3.287 8 6 Iúna Silvicultura 411 298 931

Extração vegetal 3.212 4 4 Muniz Freire Silvicultura 621 356 1.055

Extração vegetal 479 10 1 São José do Calçado Silvicultura 105 28 32

Extração vegetal 16.601 64 37 Microrregião Caparaó Silvicultura 5.369 2.240 4.543

Fonte: IBGE.

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No relativo à extração vegetal, a produção da região é pouco expressiva, relativamente à silvicultura, conforme os dados da tabela acima, predominando a exploração vegetal para lenha, em todos os municípios da região (tabela 67), com maior importância para os municípios de Alegre, Dores do Rio Preto e Iúna, no período de 1990 a 2002. Tabela 67 – Quantidade produzida da extração vegetal - microrregião Caparaó

– 1990/2000/2002

Municípios Atividade Unidade 1990 2000 2002

Carvão vegetal Tonelada 4 - -

Lenha Metro cúbico 6.000 908 130

Alegre

Madeira em tora Metro cúbico 13 232 80

Lenha Metro cúbico 1.200 84 80 Divino de São Lourenço

Madeira em tora Metro cúbico 5 42 36

Carvão vegetal Tonelada 5 - -

Lenha Metro cúbico 1.000 745 700

Dores do Rio Preto

Madeira em tora Metro cúbico 236 35 34

Carvão vegetal Tonelada 10 - -

Lenha Metro cúbico 2.900 230 190

Guaçuí

Madeira em tora Metro cúbico 387 85 72

Carvão vegetal Tonelada 3 - -

Lenha Metro cúbico 2.250 51 124

Ibatiba

Madeira em tora Metro cúbico 300 39 -

Carvão vegetal Tonelada 12 - -

Lenha Metro cúbico 738 250 207

Ibitirama

Madeira em tora Metro cúbico 598 75 63

Lenha Metro cúbico - 753 60 Irupi

Madeira em tora Metro cúbico 3 20

Carvão vegetal Tonelada 10 - -

Lenha Metro cúbico 4.500 753 334

Iúna

Madeira em tora Metro cúbico 650 26 62

Carvão vegetal Tonelada 8 - -

Lenha Metro cúbico 3.800 80 265

Muniz Freire

Madeira em tora Metro cúbico 655 84 35

Carvão vegetal Tonelada - 13 -

Lenha Metro cúbico 1.000 200 80

São José do Calçado

Madeira em tora Metro cúbico 75 50 5 Fonte: IBGE

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105

7.2 Fruticultura A fruticultura aparece como uma das principais expectativas locais de diversificação agrícola, sendo mencionada como tal tanto por produtores quanto por entidades representativas da microrregião e pelos órgãos públicos, como o Incaper e as secretarias municipais. É preciso, no entanto, averiguar as séries estatísticas que nos mostram que, embora exista, para alguns produtos, uma expressividade de produção, a oscilação na produção da fruticultura nesta região é visível, o que pode ser verificado nos dados da tabela 68. Com isto a fruticultura aparece ainda como atividade potencial a ser estimulada na região. A aptidão de solos, clima e relevo é forte elemento para que, no futuro, esta região possa consolidar sua expectativa de ser uma das regiões frutícolas do Estado. Somam-se a isso os programas de desenvolvimento da fruticultura do governo estadual, a exemplo do que consta do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba (Pedeag), que tem sido encampados por várias administrações estaduais, contando com apoio de entidades como o Incaper, o Consórcio Caparaó e demais entidades vinculadas a este tema e que têm atuado na região. Vale destacar ainda o esforço local, sobretudo, das entidades representativas do setor rural, para buscar e consolidar novas alternativas de desenvolvimento para o Caparaó. Como se pode verificar nos dados da tabela 68, a tangerina e a laranja são os produtos de maior destaque na fruticultura desenvolvida no Caparaó. Tabela 68 – Quantidade produzida da lavoura permanente – microrregião

Caparaó – 1990/2000/2002

Produtos Unidade 1990 2000 2002

Abacate Mil frutos 948 1.893 918

Banana Mil cachos 294 398 3.611

Coco-da-baía Mil frutos 21 151 132

Goiaba Mil frutos - 1.239 376

Laranja Mil frutos 9.458 24.513 3.758

Limão Mil frutos 290 360 55

Manga Mil frutos 467 3.848 972

Maracujá Mil frutos - - 45

Pêssego Mil frutos - 64 -

Tangerina Mil frutos 3.273 10.660 2.999 Fonte dos dados: IBGE/PAM

Segundo informações do Incaper, a produção de banana está crescendo, especialmente a produção de banana-nanica, que é comercializada no Rio de Janeiro. Também existe um projeto de implantação de um pólo de laranja-lima, próximo a Pequiá, distrito de Iúna, conforme informações do Incaper.

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106

A disponibilidade de recursos do Pronaf também aparece como elemento estimulador da atividade. Alguns proprietários já se utilizaram destes recursos para investir na fruticultura. O morango, por exemplo, está sendo produzido, embora por poucos produtores e em pequena escala, em Guaçuí, Dores do Rio Preto e Ibatiba. Existe, inclusive, produção de morango orgânico, em Guaçuí e em Dores do Rio Preto. Além destes, também se produzem pêssegos, frutas cítricas, etc. Devido ao custo elevado do transporte, prevalece o consumo intra-regional. A cana-de-açúcar é cultivada para fabricação de aguardente, melado, rapadura, açúcar mascavo. A presença da Natures, indústria de polpa de frutas, localizada em Guaçuí, foi inicialmente um fator estimulador para a produção local. No entanto, esta indústria tem comprado fruta de outras regiões e estados, que a oferecem por baixo preço, o que tem reduzido as expectativas, por parte de alguns produtores, com relação à possibilidade desta empresa vir a comprar na região. Foi comentado, inclusive, que antes de a Natures iniciar sua produção, alguns produtores locais investiram em plantios de goiaba e outras frutas, na expectativa da venda para a empresa, o que não se concretizou. 7.3 Piscicultura A piscicultura também surge como atividade potencial, visando à diversificação da produção regional. Localiza-se na microrregiao Caparaó, mais especificamente em Ibitirama, um empreendimento de porte, denominado Tecnotruta, que produz truta. Outras propriedades também têm introduzido a piscicultura. Também encontra-se localizada na microrregião uma unidade de filetagem de tilápias, localizada em Muniz Freire. Esta filetadora tem absorvido a produção de vários municípios da região de Caparaó. Isto tem estimulado a piscicultura na região, onde vários produtores rurais estão instalando tanques para produção de tilápias em suas propriedades. Em Divino de São Lourenço, assim como em Muniz Freire, estão sendo instalados tanques para cultivo de tilápias, cuja produção deverá ser destinada à unidade filetadora de tilápias existente em Muniz Freire. A Escola Agrotécnica Federal de Alegre (Eafa) também possui tanques produtores de alevinos, que têm sido distribuídos por toda a região, segundo informações de professores da escola. 7.4 Turismo Embora existam na microrregião Caparaó aspectos ambientais relevantes que representam potencialidades para o turismo, esta atividade encontra-se, ainda, muito incipiente. Nesta região encontra-se localizado 78% do Parque Nacional de Caparaó, estando a área restante dentro desta unidade de conservação localizada em Minas Gerais. Neste sentido, a região aponta para a potencial atividade do ecoturismo, condicionada, no entanto, às decisões e escolhas dos agentes de desenvolvimento que intervêm na região.

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107

Conforme levantado junto a entidades locais, o turismo é uma atividade ainda potencial, tendo recebido alguns investimentos de pequeno porte, especialmente no entorno da região do Parna Caparaó, particularmente nas localidades de Pedra Menina, em Dores do Rio Preto, Santa Clara, em Iúna, vistas como localidades com maior potencial para desenvolver o turismo que se pretende na região, o ecoturismo e o agroturismo. A infra-estrutura turística ainda deixa muito a desejar com relação, tanto à oferta, quanto à qualidade das instalações, conforme se verifica in loco. Na maioria dos casos a hospedagem é feita em pequenos hotéis de perfil interiorano e, nas localidades voltadas para o turismo ecológico, em poucas e pequenas pousadas. Somada a deficiências na infra-estrutura de hospedagem e de alimentação, a dificuldade de acesso é um fator desestimulador para a atração de turistas para a região.

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108

8. INFRA-ESTRUTURA 8.1 Transporte 8.1.1 Rodovias A microrregião Caparaó, se comparada com as demais microrregiões do Estado, é muito bem servida de rodovias federais e estaduais pavimentadas (figura 14). Todas as sedes municipais são acessíveis por rodovias estaduais pavimentadas (figura 15), as quais também as interligam entre si. As rodovias federais BR 262 e BR 482 possibilitam as ligações leste-oeste da região e o acesso à Capital e à região metropolitana. A rodovia BR 282 interliga os municípios de Dores do Rio Preto, Guaçuí e Alegre, bem como os conecta com Cachoeiro de Itapemirim e com o município mineiro de Espera Feliz. Sua ligação com a BR 101 se dá na altura da localidade de Safra (Cachoeiro de Itapemirim) e daí é possível a ligação da microrregião com o sul (Rio de Janeiro e São Paulo) ou com o norte (região metropolitana, municípios do norte do Espírito Santo e sul da Bahia) A rodovia BR 262, por seu turno, passa somente pelo município de Ibatiba, embora possa ser acessada com relativa facilidade pelas rodovias estaduais que cortam os municípios de Iúna (ES 185), Irupi (ES 379 e/ou ES 185) e Muniz Freire (ES 181). A BR 262 conecta os municípios mencionados com a região metropolitana e com os municípios mineiros de Martins Soares e Manhuaçu. As ligações norte-sul da microrregião são possibilitadas pelas rodovias estaduais ES 185 e ES 181 e a rodovia federal BR 482, as quais interligam quase todas as sedes dos municípios entre si, além de permitir interconexões com as rodovias federais BR 262 e BR 482 e a rodovia estadual ES 292, que fazem a ligação leste-oeste da região. Alguns trechos das rodovias estaduais ES 185 e ES 181 estão ainda em leito natural, embora o Plano Plurianual Estadual 2004 a 2007 (PPA) preveja melhorias em alguns desses trechos, conforme se verá adiante. As ligações transversais, necessárias à ligação do interior com as sedes, são possibilitadas por rodovias estaduais e estradas municipais, todas em leito natural e, portanto, sujeitas a freqüentes interrupções na estação chuvosa. Vale também registrar que tais rodovias e estradas apresentam sérios problemas de erosão, ou porque foram construídas de maneira inadequada, ou devido à situação climática da região, ou ambas as razões. Melhor atenção deveria ser dada a essas artérias, uma vez que elas são necessárias ao escoamento e comercialização da produção agrícola, à circulação do turista na região, ao transporte escolar e ao acesso do agricultor à sede de seu município para o atendimento de suas necessidades no comércio e nos serviços especializados (saúde, assistência técnica rural e outros).

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109

A tabela 69 relaciona as principais rodovias e estradas da microrregião, registrando a extensão dos trechos pavimentados e em leito natural, bem como a direção preferencial de ligação ou, no caso de estrada municipal, a ligação propriamente dita. Os valores dos trechos foram obtidos do Mapa do Sistema Rodoviário (2002), confeccionado pelo Departamento de Edificações, Rodovias e Transportes do Espírito Santo (Dertes) da Secretaria de Estado de Desenvolvimento de Infra-Estrutura e dos Transportes (Sedit). A figura 15 permite que sejam localizadas as rodovias mencionadas no texto e na tabela 69.

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Figura 14 – Construção, restauração e pavimentação de trechos rodoviários – estado do Espírito Santo - 2005

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Figura 15 - Infra-estrutura de transporte – microrregião Caparaó

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Figura 16 - Infra-estrutura de transporte – microrregião Caparaó

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Tabela 69 – Rodovias e estradas - microrregião Caparaó

Rodovia / Estrada

Direção/ ligação Pavimentada

(Km) Leito Natural

(Km) Total (Km)

Rodovia BR 262 Leste-oeste 60,9 - 60,9

Rodovia BR 482¹ Leste-oeste 67,0 - 67,0

Rodovia ES 297 Leste-oeste 5,9 - 5,9

Rodovia BR 484² Norte-sul 42,1 - 42,1

Rodovia ES 185 Norte-sul 65,0 26,8 91,8

Rodovia ES 181 Norte-sul 69,9 33,7 103,6

Rodovia ES 190 Norte-sul - 56,0 56,0

Rodovia ES 387 Transversal 15,5 17,0 32,5

Rodovia ES 379 Transversal 13,2 51,2 64,4

Rodovia ES 289 Transversal - 11,0 11,0

Rodovia ES 391 Transversal - 4,0 4,0

Rodovia ES 495 Transversal - 33,1 33,1

Rodovia ES 498 Transversal 5,7 - 5,7

Rodovia ES 493 Transversal - 18,4 18,4

Estrada Municipal Iúna - Ibatiba - 14,0 14,0

Estrada Municipal Itaici (M. Freire) – Santíssima Trindade (Iúna)

- 11,7 11,7

Estrada Municipal Alegre - Araraí - 27 27

Estrada Municipal Ibitirama – S. Marta - 8,8 8,8

Estrada Municipal Divino S. Lourenço – Mundo Novo (Dores R. Preto)

- 14,2 14,2

Estrada Municipal ES 181 – Arataca (Alegre) – Burarama (Cachoeiro de Itapemirim)

- 22,1 22,1

Totais 345,2 349,0 694,2

Fonte: Valores extraídos do Mapa do Sistema Rodoviário (DERTES, 2002). (1) e (2): Rodovia Federal transferida para o Estado (no mapa “Transitória”).

Conforme já referido, o Plano Plurianual Estadual 2004 a 2007 (PPA) contempla algumas obras em rodovias na microrregião Caparaó. A tabela 70 demonstra a situação dessas obras, extensão, valores estimados e origem dos recursos. Os dados foram fornecidos pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento de Infra-Estrutura e dos Transportes (Sedit) e contemplam duas categorias de intervenção: (a) construção e pavimentação e (b) reabilitação. A localização das rodovias sob intervenção consta da figura 15.

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114

Tabela 70 – Programa rodoviário do Espírito Santo – obras incluídas no Plano Plurianual do Estado do Espírito Santo (PPA) – microrregião Caparaó

Rodovia

Trecho Extensão

(km) Origem do

recurso Custos

(R$) x 106

Situação atual

Construção e pavimentação

ES 181 Alegre - Café 14,0 Tesouro 4,39 Não Iniciada

ES 185 Guaçuí – Divisa Es/ RJ (Varre-Sai) 7,0 Tesouro 2,19 Não Iniciada

ES 185 Br 262 – Divisa ES/ MG (Lajinha) 6,5 Cide¹ 2,04 Concluída

ES 185/ 493 Guaçuí – Divino de São Lourenço 24,0 Tesouro 2,00 Não Iniciada

ES 190/ 495 Dores do Rio Preto – Parque do Caparaó

33,1 Cide 1,91 Trecho Concluído²

Reabilitação

ES 181 Piaçu – BR 262 13,2 Cide 6,80 Trecho Concluído³

ES 498 Divino de São Lourenço – ES 185 5,7 Tesouro 1,25 Não Iniciada Fonte: Secretaria de Estado de Desenvolvimento de Infra-Estrutura e dos Transportes (Sedit). (1) Cide: Contribuição de intervenção no Domínio Econômico. Incide sobre a comercialização do petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool etílico combustível. E repassado da União para os estados. (2) Dores do Rio Preto – Mundo Novo (Dores do Rio Preto) – até março de 2005. (3) A partir da BR 262 cerca de 1,5 Km – até março de 2005.

8.1.2 Transporte coletivo intermunicipal Os dados referentes ao transporte coletivo intermunicipal foram obtidos do Departamento Estadual de Edificações, Rodovias e Transportes (Dertes) e estão relacionados na tabela 71. Doze linhas sob a administração de duas empresas atendem aos municípios da microrregião. As viagens atendem a quase todos esses municípios, bem como proporcionam sua ligação com outros municípios próximos.

Tabela 71 – Transporte coletivo intermunicipal - microrregião Caparaó

Linhas Horário/freqüência (Ida)

Retorno

Empresa

Lotação

Tipo de coletivo

Iúna x Ibatiba

7h00-10h30-12h10-13h30-14h40-16h15 e 20h00 de segunda a domingo

7h30-9h30-11h20-14h40-15h30-16h15-19h00 de segunda a domingo

Minastur Transporte e Turismo Ltda

44¹ Veículo Convencional²

Guaçuí x Ibatiba

7h00 e 14h40 de segunda a domingo

6h00-13h10 de segunda a domingo

Minastur Transporte e Turismo Ltda.

44 Veículo Convencional

Iúna x São José do Calçado

15h30 de segunda a domingo

6h30 de segunda a domingo

Minastur Transporte e Turismo Ltda

44 Veículo Convencional

Irupi x Alegre

6h00 e 16h30 de segunda a domingo

6h00-14h50 de segunda a domingo

Minastur Transporte e Turismo Ltda.

44 Veículo Convencional

Guaçuí x Iúna

6h15 segunda, quarta e sexta-feira

12h00 segunda, quarta e sexta-feira

Minastur Transporte e Turismo Ltda.

44 Veículo Convencional

Iúna x Irupi

6h30-10h00-11h00-1h50-14h30 e 19h30 de segunda a domingo

7h10-9h00-10h40-12h00-13h00-18h10 de segunda a domingo

Minastur Transporte e Turismo Ltda.

44 Veículo Convencional

Cachoeiro de Itapemirim x Iúna (Via Castelo)

5h45 de segunda a sábado, exceto feriados

14h00 de segunda a sábado, exceto feriados

Viação Real Ita Ltda.

44 Veículo Convencional

Cachoeiro de Itapemirim x Piaçu

16h15 de segunda a sábado, exceto feriados

10h00 de segunda a sábado, exceto feriados

Viação Real Ita Ltda.

44 Veículo Convencional

Continua

Page 115: Diagnostico Caparaó

115

Tabela 72 – Transporte coletivo intermunicipal – microrregião Caparaó Conclusao

Linhas Horário/frequência

(Ida)

Retorno

Empresa

Lotação

Tipo de coletivo

Bom Jesus do Norte x Alegre via Guaçuí

16h30 às segundas-feiras, exceto feriados

5h45 às segundas-feiras, exceto feriados

Viação Real Ita Ltda.

44 Veículo Convencional

Guaçuí x Bom Jesus do Norte

6h30-9h00 e 13h45 de terça a sábado; 9h20 aos domingos e feriados; e 9h00-13h45 segundas-feiras

11h00-15h00 e 16h30 de terça a sábado; 15h30 domingos e feriados; e 11h00-15h00 às segundas-feiras

Viação Real Ita Ltda.

44 Veículo Convencional

Alegre x Muniz Freire

6h00-7h30-10h00-12h10-14h00 de segunda a sábado; e 15h30 domingos e feriados

5h45-6h45-9h30-12h30-16h30 de segunda a sábado; e 16h30 domingos e feriados

Viação Real Ita Ltda.

44 Veículo Convencional

Vila Velha x Bom Jesus do Norte

6h00-16h00 de segunda a domingo

6h30-15h50 ; e 13h50 às sextas-feiras

Viação Real Ita Ltda.

44 Veículo Convencional

Fonte: Departamento de Edificações, Rodovias e Transportes do Espírito Santo – DERTES. (1) Veículo Convencional - ônibus com uma porta, poltronas reclináveis, campainha de aviso ao motorista, bagageiro, porta embrulhos, cortinas, iluminação interna no salão e numeração de poltronas. (2) Média de lugares. 8.1.3 Ferrovias A microrregião Caparaó contou, até meados dos anos 60, com um ramal da ferrovia Leopoldina (The Leopoldina Railway Company Limited), que interligava o município mineiro de Espera Feliz a Cachoeiro de Itapemirim, passando por Dores do Rio Preto (Divisa), Guaçuí, Celina (Guaçuí) Alegre, Rive (Alegre) e Jerônimo Monteiro. A mencionada ferrovia escoava grande parte da produção de café da região para Cachoeiro de Itapemirim e daí para o porto de Vitória ou para o Rio de Janeiro. A linha férrea e seus equipamentos (estações, escritórios e oficinas de reparos) ajudaram a conformar tecido urbano dos municípios e localidades por onde passava, tendo sido o principal indutor de seu desenvolvimento e de grande parte de sua dinâmica social. A ferrovia mais próxima da região é a ferrovia Centro Atlântica (FCA), que, no Espírito Santo, permite a ligação de Vitória ao Rio de Janeiro, passando por Viana, Marechal Floriano, Vargem Alta, Cachoeiro de Itapemirim, Atílio Vivacqua, Muqui e Mimoso do Sul (figura 15). A FCA teve origem no processo de privatização da Rede Ferroviária Federal S.A., que levou a leilão a Malha Centro-Leste em 14 de junho de 1996, integrando o Programa Nacional de Desestatização. O início da operação se deu em 1º de setembro do mesmo ano. A FCA é administrada pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), fazendo parte de uma grande empresa de logística e principal ligação ferroviária da região Sudeste com as regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil (7.080 Km de linha férrea). Interliga-se às principais ferrovias brasileiras e importantes portos marítimos e fluviais, com acesso direto aos portos de Salvador (BA), Aratu (BA), Vitória (ES) e Angra dos Reis (RJ), além de Pirapora (MG) e Juazeiro(BA), no rio São Francisco.

Page 116: Diagnostico Caparaó

116

A empresa transporta produtos industrializados e insumos, tais como: derivados de petróleo, contêineres, fertilizantes, produtos agrícolas, minérios, produtos siderúrgicos, cimento, produtos químicos, etc. 8.1.4 Mineroduto A microrregião Caparaó é cortada, em sua porção centro-sul, pelo mineroduto da Samarco. O mineroduto tem capacidade de transportar 15,5 milhões de toneladas/ ano de minério de ferro em forma de polpa, ou seja, minério misturado com água, numa velocidade de 6,5 Km/h . O diâmetro da tubulação varia de 18 a 20 polegadas, e a vazão é de 1.200 m³/h. Operando desde 1977 e com uma extensão de 396,4 Km, o mineroduto foi o primeiro do Brasil e é ainda o maior do mundo, cortando 24 municípios nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Tem como origem a cidade de Mariana (MG) e como destino a cidade de Anchieta (ES), precisamente na Ponta de Ubu. Na microrregião Caparaó, o mineroduto corta os municípios de Dores do Rio Preto, Guaçuí e Alegre (figura 15). Segue adiante por Jerônimo Monteiro, Cachoeiro de Itapemirim, Vargem Alta, Itapemirim, Piúma e Anchieta. Em Anchieta, na unidade de Ponta de Ubu, a polpa de minério é transformada em pelotas de minério, que são estocadas e, a seguir, embarcadas e exportadas para a fabricação de aço em siderúrgicas ao redor do mundo. Encontra-se atualmente em fase de licenciamento ambiental um projeto de implantação de tubulação em paralelo ao sistema existente, o qual visa à ampliação da capacidade de transporte de polpa e, como conseqüência, ao aumento da produção de pelotas na Ponta de Ubu. 8.1.5 Aeroportos A microrregião Caparaó não conta com aeroportos. O aeroporto mais próximo é o aeroporto regional de Cachoeiro de Itapemirim. Está em fase de estudos a implantação de um aeroporto complementar em Venda Nova do Imigrante (figura 15). 8.2 Correios Na microrregião Caparaó existe uma agência de correio própria em todos os municípios que a compõe (tabela 73). As agências comunitárias totalizam 22; as caixas de coleta, 11; as caixas postais comunitárias, 27; e postos de venda, 8.

Page 117: Diagnostico Caparaó

117

Tabela 73 – Número de agências postais e serviços disponíveis - microrregião Caparaó – 2002

Agencias postais e serviços

Alegre

Divino de

S. Lourenço

Dores do R. Preto

Guaçuí

Ibatiba

Ibitirama

Irupi

Iúna

Muniz Freire

São J. do Calaçado

Total

Agências de Correios Própria

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 10

Agência de Correio Comercial Tipo 1 – Permissionária

- - - - - - - - - - -

Agência de Correios Franqueada

- - - - - - - - - - -

-Agência de Correios Satélite

- - - - - - - - - - -

Agência de Correios Comunitária

6 - 1 2 - 2 1 3 4 3 22

Caixa de Coleta 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 11

Centro de Distribuição Domiciliária

- - - - - - - - - - -

Caixa Postal Comunitária

12 0 2 1 0 2 2 4 4 0 27

Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas

- - - - - - - - - - -

Posto de Correios

- - - - - - - - - - -

Posto de Venda de Produtos

6 - 2 - - - - - - - 8

Fonte: ECT.

8.3 Energia elétrica A energia elétrica na microrregião Caparaó é distribuída pela empresa Espírito Santo Centrais Elétricas S.A. (Escelsa). Na microrregião, grande parte da zona rural ainda está sem eletrificação, como também em alguns distritos. Entretanto, em 2005, o Espírito Santo tem o propósito de ser o primeiro estado do Brasil a fornecer energia elétrica para 100% da população, atuando em parceria com o programa federal “Luz para Todos”. A microrregião Caparaó é uma região elevada e com recursos hídricos abundantes, portanto, propícia à construção de hidroelétricas. Além disso, segundo a Aneel, existem novos projetos de pequenas centrais hidrelétricas (PCH) na região. Dois projetos no rio Itabapoana e nos rios Preto, Braço Norte Direito, Pardo e Itapemirim, um projeto em cada curso (tabela 73). Examinando de perto a tabela 73, vê-se que a Eletroriver S.A. está presente como empreendedora em três PCHs, enquanto a Performance Centrais Hidrelétricas e a Escelsa, em apenas uma cada. Da microrregião Caparaó, os municípios que aparecem nestas autorizações são Alegre e São José do Calçado, em dois empreendimentos, e Dores do Rio Preto, em um.

Page 118: Diagnostico Caparaó

118

Tabela 74 – Autorizações de PCH - microrregião Caparaó – 1999-2002

Empreendimento

Empreendedor Potencia (MW)

Rio

Município(s)

UF Modalidade

de exploração

Data

PCH Pirapetinga Perfomance Centrais Hidreléticas

15,7 Itabapoana Bom Jesus do Itabapoana e São José do Calçado

RJ/ES PIE 17/12/2002

Santa Fé Espírito Santo Centrais Elétricas S.A. - ESCELSA

29 Braço Norte Direito

Alegre ES PIE 12/11/2001

São Simão Eletroriver S.A. 27 Itapemirim Alegre ES PIE 22/3/2001

Calheiros Eletroriver S.A. 19 Itabapoana Bom Jesus do Itabapoana e São José do Calçado

ES PIE 13/1/2000

Fumaça Eletroriver S.A. 4,5 Preto Espera Feliz(MG) e Dores do Rio Preto (ES)

MG/ES PIE 29/12/1999

Fonte: Aneel

Os contratos de geração (G), transmissão (T), e geração, transmissão e distribuição (GTD) existentes na microrregião Caparaó estão relacionados na tabela 75. Pode-se verificar que já existem dois contratos de geração, um na usina de Muniz Freire, com capacidade instalada de 140 MW/h, e a de Rosal, com 55 MW por ano. Tabela 75 – Contratos de geração, transmissão e GTD - no estado do Espírito

Santo Tipo de contrato Origem Concessionária Usinas Estados

Aneel Samarco Mineração S/A Muniz Freire ES Contrato de Geração

DNAEE Empresa de Eletricidade Vale Paranapanema S/A

Rosal RJ,ES

Contrato de Transmissão

Furnas – Centrais Elétricas S.A.

Diversos Empreendimentos

- RJ, SP, PR, MG, GO, TO, DF, ES, MT

- Cerj G (10 UHE's) e D MG, RJ, ES Contrato G/T/D

- Escelsa G (10 UHE's), T e D ES Fonte: Aneel Nota: De acordo com a Aneel, a cas de força da Usina de Rosal se localiza em São José do Calçado (ES). Já o reservatório Rosal está localizado em Guaçuí (ES), com 32,39% e em Bom Jesus de Itabapoana, no Rio de Janeiro, com 67,61% de sua área total.

Examinando o consumo de energia elétrica (KW) na microrregião Caparaó, de 1994 a 2003 (tabela 76), observa-se que o consumo é crescente até 2000, apresentando um aumento, em relação a 1994, de 83,3%. A partir de 2001 – ano da crise energética no Brasil –, o consumo apresenta queda, reduzindo em 10,5% de 2000 (109.164.867 KW) a 2001 (97.703.006) e caindo para 93.052.052 KW em 2002. Em 2003, no entanto, eleva-se em 3,7%, atingindo 96.531.475 KW.

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119

Tabela 76 – Consumo de energia elétrica, em KW - microrregião Caparaó – 1994-2003

Classe de consumo

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

Rural 13.617.916 18.224.727 23.944.835 23.268.437 25.460.348 29.231.842 33.017.053 30.930.774 30.047.434 30.076.166

Residencial 26.526.325 30.445.562 34.988.150 36.950.730 39.165.269 40.855.425 41.980.549 36.470.061 34.586.346 35.793.941

Comercial 7.322.037 8.937.428 11.148.484 10.758.507 11.644.444 12.383.397 13.737.076 12.903.571 12.307.809 12.699.078

Industrial 3.508.320 4.304.843 5.580.235 6.048.546 7.282.069 7.595.717 6.158.958 5.112.022 4.379.817 4.453.043

Iluminação Pública 4.276.254 5.000.793 6.577.913 7.054.643 7.762.232 8.085.138 8.258.737 6.510.058 6.450.288 8.004.423

Poder Público 2.779.985 2.663.440 3.640.831 3.448.476 3.577.768 3.993.697 3.783.662 3.382.322 3.701.419 3.907.754

Serviço Público 1.414.126 1.488.562 1.554.876 1.686.883 1.839.974 1.881.496 2.001.866 1.872.226 1.495.457 1.521.826

Outros 116.724 117.938 106.931 117.670 135.844 134.949 226.966 521.972 83.482 75.244

Total 59.561.687 71.183.293 87.542.255 89.333.892 96.867.948 104.161.661 109.164.867 97.703.006 93.052.052 96.531.475 Fonte: Escelsa

Segundo a tabela 77, o número de consumidores de energia elétrica na microrregião Caparaó é sempre crescente, apresentando um aumento de 57,97% de 2003 a 1994. Os dados da classe de consumo evidenciam que o consumo rural é o segundo maior em todos os anos na microrregião, sendo inferior apenas ao consumo residencial. Tabela 77 – Número de consumidores de energia elétrica - microrregião

Caparaó – 1994-2003 Classe de consumo

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

Rural 5.887 6.501 7.135 7.588 8.063 8.623 9.617 10.604 11.218 11.827

Residencial 20.227 21.190 22.024 23.163 24.351 25.519 27.030 28.470 29.374 30.094

Comercial 2.285 2.481 2.564 2.694 2.809 2.947 3.128 3.328 3.278 3.250

Industrial 255 301 314 323 354 355 354 365 345 319

Iluminação Pública

68 70 71 73 34 34 36 34 35 11

Poder Público

468 485 499 500 512 527 565 578 613 636

Serviço Público

40 40 44 44 49 51 55 56 58 58

Outros 21 21 21 20 18 16 15 14 14 10

Total 29.251 31.089 32.672 34.405 36.190 38.072 40.800 43.449 44.935 46.205 Fonte: Escelsa

Construindo o gráfico que contrapõe o consumo e os consumidores (figura 17), percebe-se que, mesmo havendo oscilações no consumo, o aumento dos consumidores é contínuo, inclusive nos anos da crise energética. Examinando o consumo de energia elétrica, em KW, na microrregião Caparaó e no Estado, em 2001 (tabela 78) observa-se que o consumo rural corresponde a 7,9% do Espírito Santo. O consumo residencial, por sua vez, participa com 2,9% no consumo total do Estado. Entretanto, na microrregião, o consumo rural é menor que

Page 120: Diagnostico Caparaó

120

o residencial. O consumo total da microrregião Caparaó é 1,6% do consumo total do Estado. Figura 17 – Consumo em 1.000 Kw e número de consumidores - microrregião

Caparaó – 1994-2003

Fonte: Escelsa

Tabela 78 – Consumo de energia elétrica em KW - microrregião Caparaó -

Espírito Santo – 2001 2001

Classe de consumo

Microrregião Caparaó Espírito Santo % Caparaó/ES

Rural 30.930.774 389.822.109 7,9

Residencial 36.470.061 1.257.120.986 2,9

Comercial 12.903.571 819.522.319 1,6

Industrial 5.112.022 3.099.858.522 0,2

Iluminação Pública 6.510.058 186.573.237 3,5

Poder Público 3.382.322 116.848.240 2,9

Serviço Público 1.872.226 149.548.838 1,3

Consumo Próprio 521.972 10.438.412 5

Total 97.703.006 6.029.732.663 1,6 Fonte: Escelsa

Comparando o número de consumidores de energia elétrica, em 2001, da microrregião Caparaó com do Espírito Santo (tabela 79), verifica-se que o número de consumidores da zona rural na microrregião também é bem expressivo em relação

Page 121: Diagnostico Caparaó

121

ao do Estado, correspondendo a 10,6%. No total, os consumidores de energia elétrica na microrregião Caparaó chegam a 4,4% dos consumidores do Estado. Tabela 79 – Número de consumidores de energia elétrica - microrregião

Caparaó e no Espírito Santo – 2001 2001

Classe de consumo

Região Caparaó Espírito Santo % Caparaó/ES

Rural 10.604 99.974 10,6

Residencial 28.470 766.250 3,7

Comercial 3.328 94.031 3,5

Industrial 365 11.949 3,1

Iluminação Pública 34 603 5,6

Poder Público 578 7.691 7,5

Serviço Público 56 894 6,3

Consumo Próprio 14 199 7

Total 43.449 981.591 4,4 Fonte: Escelsa 8.4 Saneamento 8.4.1 Saneamento básico da microrregião Caparaó O Ipes elaborou o estudo Índice de Carência em Saneamento Básico (ICSB), visando investigar as condições de saneamento básico de todos os municípios capixabas e assim permitir uma avaliação sobre a oferta dos serviços prestados de abastecimento de água, esgotamento sanitário e de coleta domiciliar de lixo e suas implicações diretas na saúde e qualidade de vida da população. Para tanto, foram analisados separadamente os domicílios urbanos e os rurais, estabelecendo-se padrões diferenciados de adequação, buscando, assim, construir categorias de análise que se aproximem das reais carências da população. O trabalho pretendeu abordar aspectos básicos, relacionados diretamente aos domicílios, a partir de dados disponíveis levantados pelo IBGE no Censo 2000, informando as condições de moradia das populações envolvidas. Embora se considerassem importantes os aspectos qualitativos da prestação desses serviços, como a regularidade de atendimento no abastecimento de água e na coleta de lixo, tratamento de esgotos, disposição final adequada para o lixo municipal, não foi possível contemplar essas informações no trabalho, já que elas não cobriam todos os municípios capixabas. Por essa mesma razão, também, não se investigou o serviço de drenagem urbana, considerado importante item de saneamento básico. 8.4.2 Área rural Observa-se que na área rural da microrregião Caparaó o abastecimento de água se dá em geral através de poços localizados na propriedade com canalização em pelo menos um cômodo do domicílio, o que foi considerado adequado para a área rural (tabela 82). Assim, a maioria dos municípios apresenta baixo índice de carência,

Page 122: Diagnostico Caparaó

122

com exceção do município de Muniz Freire (tabela 80), que tem alto índice de carência em água (Icágua = 0,79), por apresentar um significativo número de domicílios abastecidos por poços, porém sem canalização interna, e domicílios abastecidos por “outra forma” (tabela 82). Em relação ao esgotamento sanitário, o panorama não é o mesmo: todos os municípios estão com extremo índice de carência, dado o predomínio de lançamento de esgotos em rio ou lago ou em valas, além do número significativo de domicílios sem banheiro ou sanitário (tabelas 84 e 87). Observa-se que, embora em número bastante pequeno, há domicílios ligados à rede geral de esgoto ou pluvial, na maioria dos municípios da região, destacando-se o município de São José do Calçado, com 15% dos domicílios nessa situação (tabela 84). Quanto à coleta de lixo, observa-se grande deficiência na prestação deste serviço público; assim, foi considerado adequado, além da coleta direta ou indireta, o padrão “enterrado na propriedade”. Todos os municípios da região têm extremo índice de carência em lixo na área rural (tabela 80), e a solução predominante é a queima na propriedade, destacando-se ainda o significativo número de domicílios que têm seu lixo jogado em terreno baldio ou logradouro público (tabela 88). Tabela 80 – Índices de carência em água, esgoto e lixo – área rural -

microrregião Caparaó – 2000 Municípios Icágua rural Icesg rural Iclixo rural Icsb

Alegre 0,84 0,11 0,12 0,48

Divino de São Lourenço 0,92 0,06 0,04 0,49

Dores do Rio Preto 0,96 0,01 0,08 0,50

Guaçui 0,91 0,18 0,12 0,53

Ibatiba 0,93 0,07 0,10 0,51

Ibitirama 0,87 0,15 0,17 0,52

Irupi 0,85 0,04 0,08 0,45

Iúna 0,89 0,03 0,06 0,47

Muniz Freire 0,79 0,09 0,08 0,44

São José do Calçado 0,90 0,24 0,15 0,56

Espírito Santo 0,83 0,15 0,17 0,49 Fonte: IBGE - Microdados da amostra do Censo 2000 Obs: De 0 até 0,5 extremo índice de carência (pior situação)

De 0,5 até 0,8 alto índice de carência De 0,8 até 1 baixo índice de carência (melhor situação) 8.4.3 Área urbana A situação do saneamento básico nas áreas urbanas dos municípios da região em geral é bem melhor do que em suas áreas rurais, principalmente no que diz respeito aos serviços de água e lixo: todos os municípios da região estão enquadrados em baixo índice de carência nestes atributos (tabela 81). Em relação ao esgotamento sanitário, os municípios de Guaçuí, Ibatiba, Irupi, Iúna e São José do Calçado têm baixo índice de carência, por contar com rede geral de esgoto ou pluvial em mais de

Page 123: Diagnostico Caparaó

123

80% de seus domicílios urbanos (tabela 85). Os demais municípios apresentam alto índice de carência, por haver um significativo número de domicílios com lançamento de esgotos em rio ou lago. Tabela 81 – Índices de carência em água, esgoto e lixo – área urbana -

microrregião Caparaó – 2000 Municípios Icágua urbano Icesg urbano Iclixo urbano Icsb

Alegre 0,96 0,78 0,97 0,90

Divino de São Lourenço 0,91 0,71 0,96 0,85

Dores do Rio Preto 0,97 0,79 0,97 0,91

Guaçuí 0,94 0,89 0,98 0,93

Ibatiba 0,84 0,83 0,93 0,85

Ibitirama 0,90 0,75 0,95 0,86

Irupi 1,00 0,90 0,99 0,97

Iúna 0,96 0,91 0,98 0,94

Muniz Freire 0,93 0,68 0,97 0,86

São José do Calçado 0,97 0,85 0,99 0,93

Espírito Santo 0,93 0,69 0,92 0,85 Fonte: IBGE. Microdados da amostra do Censo 2000 Obs: De 0 até 0,5 extremo índice de carência (pior situação)

De 0,5 até 0,8 alto índice de carência De 0,8 até 1 baixo índice de carência (melhor situação) Tabela 82 – Domicílios particulares permanentes por origem e canalização do

abastecimento de água – área rural - microrregião Caparaó – 2000 Rural

Rede geral Poço ou nascente (na propriedade) Outra

Municípios

Canalizada em pelo

menos um cômodo

Canalizada só na

propriedade ou terreno

Canalizada em pelo

menos um cômodo

Canalizada só na

propriedade ou terreno

Não

Canalizada

Canalizada em pelo

menos um cômodo

Canalizada só na

propriedade ou terreno

Não

Canalizada

Alegre 401 23 2092 275 63 101 8 -

Divino de São Lourenço

68 - 691 36 13 13 - -

Dores do Rio Preto

- - 748 10 - 20 - -

Guaçuí 19 - 1199 95 24 6 - -

Ibatiba 219 - 1748 97 - 40 6 -

Ibitirama 131 - 1218 191 - 4 - -

Irupi 68 6 1348 215 20 14 -0 -

Iúna 140 - 2570 202 18 61 19 21

Muniz Freire 164 - 2187 349 17 202 30 13

São José do Calçado

124 - 744 64 4 18 - 7

Total 1334 29 14545 1534 159 479 63 41

Espírito Santo

18531 2635 111174 12707 6297 4013 446 1195

Fonte: IBGE - Microdados da amostra do Censo 2000

Page 124: Diagnostico Caparaó

124

Tabela 83 – Domicílios particulares permanentes por origem e canalização do abastecimento de água – área urbana - microrregião Caparaó – 2000

Urbana

Rede geral Poço ou nascente (na propriedade) Outra

Municípios

Canalizada em pelo

menos um cômodo

Canalizada só na

propriedade ou terreno

Canalizada em pelo

menos um cômodo

Canalizada só na

propriedade ou terreno

Não

Canalizada

Canalizada em pelo

menos um cômodo

Canalizada só na

propriedade ou terreno

Não

Canalizada

Alegre 5414 52 143 11 18 - - 11

Divino de São Lourenço

430 - 39 - - - - 6

Dores do Rio Preto

938 - 22 5 - - - -

Guaçuí 5103 164 145 - - 11 - 10

Ibatiba 2497 14 437 8 - - - -

Ibitirama 668 6 64 - - 5 - -

Irupi 942 - - - - - - -

Iúna 3835 62 117 - - - - -

Muniz Freire 1950 - 133 - - 10 - -

São José do Calçado

2106 5 49 - 7 - - -

Total 23883 303 1149 24 25 26 - 27

Espírito Santo

633009 26509 16954 1419 2246 1068 337 2311

Fonte: IBGE - Microdados da amostra do Censo 2000 Tabela 84 – Domicílios particulares permanentes por forma de esgotamento –

área rural - microrregião Caparaó –2000 Rural

Municípios Rede geral de

esgoto ou pluvial Fossa

rudimentar Fossa

séptica Rio, lago ou mar

Vala Outro

escoadouro

Total

Alegre 206 247 134 1.353 700 157 2.797

Divino de São Lourenço 22 49 26 240 348 112 797

Dores do Rio Preto - 220 5 313 230 6 774

Guaçuí 110 140 127 639 249 42 1.307

Ibatiba 128 119 29 1.138 545 104 2.063

Ibitirama 54 17 178 548 665 5 1.467

Irupi 10 45 64 1.333 126 62 1.640

Iúna 20 361 61 1.530 551 373 2.896

Muniz Freire 44 908 224 803 555 170 2.704

São José do Calçado 143 167 83 296 167 90 946

Total 737 2.273 931 8.193 4.136 1.121 17.391

Espírito Santo 6.269 78.941 17.398 24.575 15.224 3.556 145.963 Fonte: IBGE - Microdados da amostra do Censo 2000

Page 125: Diagnostico Caparaó

125

Tabela 85 – Domicílios particulares permanentes por forma de esgotamento – área urbana - microrregião Caparaó – 2000

Urbana

Municípios Rede geral de

esgoto ou pluvial Fossa

rudimentar Fossa

séptica Rio, lago ou mar

Vala Outro

escoadouro

Total

Alegre 4.396 34 10 965 209 10 5.624

Divino de São Lourenço 336 - - 117 16 - 469

Dores do Rio Preto 767 29 11 125 27 6 965

Guaçui 4.814 6 29 467 118 - 5.434

Ibatiba 2.455 28 21 383 69 - 2.956

Ibitirama 559 30 6 104 43 - 742

Irupi 850 3 9 70 9 - 941

Iúna 3.633 18 31 263 61 - 4.006

Muniz Freire 1.433 42 46 520 43 9 2.093

São José do Calçado 1.840 50 27 204 36 9 2.166

Total 21.083 240 190 3.218 631 34 25.396

Espírito Santo 471.518 77.890 68.237 28.988 27.941 2.335 676.911 Fonte: IBGE - Microdados da amostra do Censo 2000

Tabela 86 – Domicílios particulares permanentes sem banheiro ou sanitário -

microrregião Caparaó – 2000 Rural Urbana

Municípios

Sem banheiro ou sanitário Sem banheiro ou sanitário

Total geral

Alegre 165 25 190

Divino de São Lourenço 24 6 29

Dores do Rio Preto 5 - 5

Guaçuí 36 - 36

Ibatiba 48 - 48

Ibitirama 77 - 77

Irupi 30 - 30

Iúna 134 8 142

Muniz Freire 260 - 260

São José do Calçado 15 - 15

Total 794 39 832

Espírito Santo 11.033 6.936 17.963 Fonte: IBGE - Microdados da amostra do Censo 2000

Page 126: Diagnostico Caparaó

126

Tabela 87 – Domicílios particulares permanentes por destino do lixo - área rural - microrregião Caparaó – 2000

Rural

Municípios

Coletado por serv.

de limpeza

Colocado em caçamba de serv. de

limpeza

Queimado

(na propriedade)

Enterrado (na propriedade)

Jogado terreno

baldio ou logradouro

Jogado em rio,

lago ou mar

Tem outro

destino

Total rural

Alegre 251 17 1.875 78 698 30 13 2.962

Divino de São Lourenço

7 - 531 25 163 22 73 821

Dores do Rio Preto

8 - 515 53 124 - 78 778

Guaçuí 52 26 911 82 219 11 43 1.344

Ibatiba 157 - 1.311 53 438 38 112 2.110

Ibitirama 94 6 773 159 474 33 5 1.545

Irupi 39 10 1.033 91 405 45 48 1.670

Iúna 91 - 1.919 93 639 92 197 3.031

Muniz Freire 115 - 1.823 130 695 31 168 2.963

São José do Calçado

123 - 593 25 178 27 15 961

Total 937 59 11.284 789 4.033 329 752 18.185

Espírito Santo 15.330 6.700 103.579 4.961 21.475 1.029 3.916 156.997 Fonte: IBGE - Microdados da amostra do Censo 2000 Tabela 88 - Domicílios particulares permanentes por destino do lixo – área

urbana - microrregião Caparaó – 2000 Urbana

Municípios

Coletado por serv.

de limpeza

Colocado em caçamba de

serv. de limpeza

Queimado

(na propriedade)

Enterrado (na propriedade)

Jogado terreno

baldio ou logradouro

Jogado em rio, lago ou

mar

Tem outro

destino

Total rural

Alegre 5.428 69 99 0 44 0 8 5.649

Divino de São Lourenço

454 3 3 6 9 0 0 475

Dores do Rio Preto

176 757 24 0 3 0 5 965

Guaçuí 5.315 13 101 0 5 0 0 5.433

Ibatiba 2.728 10 33 0 146 38 0 2.956

Ibitirama 704 0 25 0 14 0 0 743

Irupi 920 13 0 0 9 0 0 942

Iúna 3.892 27 94 0 0 0 0 4.014

Muniz Freire 1.989 49 45 0 10 0 0 2.093

São José do Calçado

1.995 142 24 0 7 0 0 2.167

Total 23.601 1.083 448 6 247 38 13 25.437

Espírito Santo

591.756 39.971 30.580 1.269 17.126 1.863 1.290 683.844

Fonte: IBGE - Microdados da amostra do Censo 2000

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8.5 Habitação 8.5.1 Déficit habitacional Tomando-se como fonte os microdados da Amostra do Censo 2000, do IBGE, disponíveis no banco de dados do Ipes, foi elaborado o estudo Habitação no Espírito Santo: déficit e infra-estrutura habitacional – 2000. O déficit habitacional corresponde à necessidade de incremento de novas moradias, cuja composição é a seguinte: • coabitação familiar • cômodos alugados ou cedidos • domicílios improvisados A coabitação familiar compreende o total de famílias conviventes secundárias, que são famílias constituídas por, no mínimo, duas pessoas que residem num mesmo domicílio com outra família, denominada principal. Os cômodos alugados ou cedidos são domicílios particulares compostos por um ou mais aposentos localizados em casas de cômodos, cortiço, cabeça-de-porco, etc., alugados ou cedidos por particulares ou por empregadores. Os domicílios improvisados são unidades para fins não residenciais, que, todavia, estavam servindo de moradia na ocasião do censo. O déficit foi então calculado por situação de domicílio e por faixa de renda familiar. As faixas definidas são as de 0 a 3 salários mínimos, mais de 3 a 5, mais de 5 a 10 e acima de 10. Este estudo considerou a faixa de renda familiar da família principal, uma vez que as famílias conviventes compõem uma parcela do déficit. O déficit habitacional total da microrregião Caparaó em valores absolutos é de 2.422 unidades, sendo 1.473 na área urbana e 949 na área rural (tabelas 89 e 90). Cerca de 50% do déficit urbano da região se concentra nos municípios de Alegre e Guaçuí, o que representa 735 unidades. Por outro lado, o déficit rural da região encontra-se mais distribuído entre os municípios. Tabela 89 – Déficit habitacional rural e urbano - microrregião Caparaó – 2000

Município Déficit rural % Déficit urbano %

Alegre 120 12,64 366 24,85

Divino de São Lourenço 12 1,26 7 0,48

Dores do Rio Preto 33 3,48 56 3,80

Guaçuí 171 18,02 369 25,05

Ibatiba 134 14,12 126 8,55

Ibitirama 103 10,85 33 2,24

Irupi 79 8,32 98 6,65

Iúna 116 12,22 94 6,38

Muniz Freire 146 15,38 152 10,32

São José do Calçado 35 3,69 172 11,68

Região Caparaó 949 100,00 1.473 100,00 Fonte: Microdados da amostra do Censo 2000 - IBGE

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Tabela 90 – Déficit habitacional rural e urbano, segundo faixas de renda familiar – microrregião Caparaó – 2000 Rural Urbana

Municípios

Faixa de renda

familiar Coabitação Cômodos alugados e

cedidos Domicílios

improvisados

Subtotal

Coabitação Cômodos alugados

e cedidos Domicílios

improvisados

Subtotal

Total

0-3 Sm 76 - 20 96 184 21 11 216 312

Mais de 3 a5 Sm 12 - - 12 49 - 9 58 70

Mais de 5 a 10 Sm 12 - - 12 64 - - 64 76

Acima de 10 Sm - - - - 28 - - 28 28

Alegre

Total 100 - 20 120 325 21 20 366 486

0-3 Sm 4 - - 4 7 - - 7 11

Mais de 3 a5 Sm 8 - - 8 - - - - 8

Mais de 5 a 10 Sm - - - - - - - - -

Acima de 10 Sm - - - - - - - - -

Divino de São Lourenço

Total 12 - - 12 7 - - 7 19

0-3 Sm 20 6 7 33 11 - 8 19 52

Mais de 3 a5 Sm - - - - 5 - - 5 5

Mais de 5 a 10 Sm - - - - 13 - - 13 13

Acima de 10 Sm - - - - 19 - - 19 19

Dores do Rio Preto

Total 20 6 7 33 48 - 8 56 89

0-3 Sm 50 - 107 157 129 12 46 187 344

Mais de 3 a5 Sm - - - - 88 - 11 99 99

Mais de 5 a 10 Sm 6 - - 6 65 - - 65 71

Acima de 10 Sm 8 - - 8 18 - - 18 26

Guaçuí

Total 64 - 107 171 300 12 57 369 540

0-3 Sm 54 7 30 91 58 17 19 94 185

Mais de 3 a5 Sm 15 8 - 23 - 7 6 13 36

Mais de 5 a 10 Sm - - 9 9 - - 15 15 24

Acima de 10 Sm 11 - - 11 4 - - 4 15

Ibatiba

Total 80 15 39 134 62 24 40 126 260

0-3 Sm 48 - 26 74 9 - 7 16 90

Mais de 3 a5 Sm 14 - 10 24 - - 8 8 32

Mais de 5 a 10 Sm 5 - - 5 5 - - 5 10

Acima de 10 Sm - - - - 4 - - 4 4

Ibitirama

Total 67 - 36 103 18 - 15 33 136 Continua

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Tabela 90 – Déficit habitacional rural e urbano, segundo faixas de renda familiar – microrregião Caparaó – 2000 Conclusão

Rural Urbana

Municípios

Faixa de renda familiar

Coabitação Cômodos alugados e cedidos

Domicílios improvisados

Subtotal

Coabitação Cômodos alugados

e cedidos Domicílios

improvisados

Subtotal

Total

0-3 Sm 37 - 16 53 14 5 35 54 107

Mais de 3 a5 Sm 9 - - 9 16 3 5 24 33

Mais de 5 a 10 Sm 6 - - 6 14 - 6 20 26

Acima de 10 Sm 5 - 6 11 - - - - 11

Irupi

Total 57 - 22 79 44 8 46 98 177

0-3 Sm 45 9 6 60 47 8 - 55 115

Mais de 3 a5 Sm 28 - - 28 28 11 - 39 67

Mais de 5 a 10 Sm 13 - - 13 - - - - 13

Acima de 10 Sm 15 - - 15 - - - - 15

Iúna

Total 101 9 6 116 75 19 - 94 210

0-3 Sm 74 - 4 78 31 10 - 41 119

Mais de 3 a5 Sm 48 - - 48 51 - - 51 99

Mais de 5 a 10 Sm 9 - - 9 20 - - 20 29

Acima de 10 Sm 11 - - 11 40 - - 40 51

Muniz Freire

Total 142 - 4 146 142 10 - 152 298

0-3 Sm 23 - - 23 59 25 - 84 107

Mais de 3 a5 Sm - - - - 56 - - 56 56

Mais de 5 a 10 Sm 12 - - 12 23 - - 23 35

Acima de 10 Sm - - - - 9 - - 9 9

São José do Calçado

Total 35 - - 35 147 25 - 172 207

Total região Caparaó 678 30 241 949 1168 119 186 1473 2422

Total Espírito Santo 9389 628 1498 11515 41940 3853 2629 48422 59937 Fonte: IBGE - Microdados da amostra do Censo 2000

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No que diz respeito ao déficit habitacional relativo sem distinção de faixa de renda, observa-se que na área rural apenas Guaçuí está com déficit acima da média do Estado, que é de 7,33%. Já na área urbana três municípios (Irupi, São José do Calçado e Muniz Freire) estão em posição pior que a da média do Estado (7,08%). Tabela 91 – Déficit relativo rural e urbano - microrregião Caparaó – 2000

Municípios Déficit relativo rural Déficit relativo urbano

Alegre 4,05 6,48

Divino de São Lourenço 1,47 1,48

Dores do Rio Preto 4,24 5,80

Guaçuí 12,73 6,79

Ibatiba 6,35 4,18

Ibitirama 6,66 4,44

Irupi 4,73 10,41

Iúna 3,83 2,34

Muniz Freire 4,93 7,26

São José do Calçado 3,64 7,94

Espírito Santo 7,33 7,08 Fonte: IBGE - Microdados da amostra do Censo 2000 Grande parte do déficit da região, a exemplo do que acontece com o Estado, se concentra na faixa de renda familiar de 0 a 3 salários mínimos (60%), faixa esta constituída por famílias que não conseguem entrar no mercado de habitação e, portanto, precisam de amparo total do poder público (tabela 92). Tabela 92 – Déficit habitacional rural e urbano, segundo faixas de renda

familiar - microrregião Caparaó - 2000

Faixas de renda familiar

Rural

%

Urbano

%

Total

%

0 a 3 SM 669 70,5 773 52,48 1.442 59,54

Mais de 3 a 5 SM 152 16,02 353 23,96 505 20,85

Mais de 5 a 10 SM 72 7,59 225 15,27 297 12,26

Acima de 10 SM 56 5,9 122 8,28 178 7,35

Total 949 100 1.473 100 2.422 100 Fonte: IBGE - Microdados da amostra do Censo 2000 Analisando-se a coabitação, que é a variável que mais contribui na composição do déficit, verifica-se que esta variável representa 76% do déficit, correspondendo a 1.846 unidades (tabela 91). Este número corresponde ao das famílias que convivem com uma família principal num mesmo domicílio.

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A coabitação é um fenômeno nacional que, embora predomine nas faixas de renda mais baixas, possivelmente devido à existência de famílias sem condições de sustento autônomo, também se encontra nas demais faixas, o que poderia ser explicado pela presença de idosos com problemas de saúde, que, por falta de opção, passam a morar com os filhos. Em âmbito nacional e estadual, a coabitação é tipicamente urbana, sendo nesta região predominantemente urbana em Alegre, Dores do Rio Preto, Guaçuí e São José do Calçado. Observam-se, porém, valores significativos nas áreas rurais de Muniz Freire, Alegre e Iúna (tabela 91).

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9. REDE URBANA E POLARIZAÇÃO 9.1 Porte das sedes municipais e suas ligações Conforme foi visto na seção referente à demografia, a taxa de urbanização da microrregião apresenta para o ano de 2000 o valor de 54,22%. Pode-se dizer que pouco menos da metade da população da microrregião reside no meio rural. Foi visto também que esta taxa figura em 9º lugar no ranking das 12 microrregiões do Espírito Santo. Vale dizer que a microrregião Caparaó apresenta ainda, perante as demais microrregiões do Estado, um significativo contingente populacional que mora e trabalha no campo. Muito embora o crescimento da população urbana desses municípios indique êxodo rural crescente nas últimas décadas. Ainda que a taxa regional demonstre uma composição eqüitativa das populações rural e urbana, em cada um dos municípios componentes da microrregião a situação apresenta-se de forma heterogênea (tabela 93). Tabela 93 – População residente, segundo situação de domicílio e taxa de

urbanização - microrregião Caparaó - período 1991/2000

1991 2000

Municípios

Urbana

Rural

Total Taxa urbana

Urbana

Rural

Total Taxa

urbana

Alegre 16.330 13.687 30.017 54,40 19.741 11.973 31.714 62,25

Divino de São Lourenço 925 3.455 4.380 21,12 1.612 3.205 4.817 33,46

Dores do Rio Preto 1.924 3.341 5.265 36,54 3.185 3.003 6.188 51,47

Guaçuí 15.863 5.982 21.845 72,62 19.192 6.300 25.492 75,29

Ibatiba 7.695 8.335 16.030 48,00 10.596 8.614 19.210 55,16

Ibitirama 1.619 6.442 8.061 20,08 2.610 6.601 9.211 28,34

Irupi 1.809 6.099 7.908 22,88 3.537 6.817 10.354 34,16

Iúna 10.382 13.492 23.874 43,49 13.875 12.237 26.112 53,14

Muniz Freire 6.184 13.950 20.134 30,71 7.211 12.478 19.689 36,62

São José do Calçado 5.644 3.779 9.423 59,90 6.959 3.522 10.481 66,40

Microrregião Caparaó 68.375 78.562 146.937 46,53 88.518 74.750 163.268 54,22

Espírito Santo - - - - 2.463.049 634.183 3.097.232 79,52 Fonte: IBGE

A projeção da população urbana das sedes municipais dos municípios da microrregião Caparaó para o ano de 2004 permite que elas sejam organizadas em quatro grupos, que indicam e evidenciam o porte das sedes municipais, ou seja, o porte de suas manchas urbanas. O porte das sedes municipais já é um indicativo de certa hierarquização ou mesmo de subordinação entre elas na rede urbana intra-regional. Para melhor entendimento dessa estruturação é necessário também que sejam considerados os laços firmados

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entre as cidades dentro e fora da região: fluxos econômicos da produção agrícola; do comércio; da prestação de serviços à população e, mesmo, de alguma dependência mantida pela tradição ou cultura. Aqui serão tratados apenas os aspectos da população urbana das sedes e das ligações rodoviárias entre elas. Tabela 94 – População urbana residente nas sedes municipais - microrregião

Caparaó – projeção 2004

Municípios Populaçao urbana 2004

Guaçuí 19.925

Alegre 16.119

Iúna 13.332

Ibatiba 12.215

São José do Calçado 6.516

Muniz Freire 5.180

Irupi 3.792

Dores do Rio Preto 2.155

Ibitirama 2.115

Divino de São Lourenço 2.063 Fonte: IBGE

Examinando a tabela 94, destaca-se o primeiro grupo, que reúne os municípios de Guaçuí e Alegre (população urbana na sede entre 15 mil e 20 mil habitantes), aglomerados situados na posição centro-sul da microrregião diretamente ligados a Cachoeiro de Itapemirim pela rodovia BR 482 (figura 18). A rodovia BR 482 forma um eixo que tem uma dinâmica própria, induzindo a ocupação urbana em suas margens, seja conformando a periferia das cidades e distritos que corta, seja privilegiando a localização de indústrias e estabelecimentos de comércio de médio e de grande porte. Forma, sobretudo, extensa faixa urbanizada ao longo de suas margens, que ignora limites municipais e regionais. O segundo grupo, de população urbana na sede entre 10 mil e 15 mil habitantes, é composto pelos municípios de Iúna e Ibatiba, situados no extremo norte da microrregião, ambos valendo-se dos fluxos e da dinâmica da rodovia BR 262, que assume com mais intensidade ainda as características de eixo integrador, tal como descrito para a rodovia BR 482. A rodovia BR 262 é uma das mais importantes vias de ligação do litoral com o centro-oeste do Brasil. É o principal eixo de escoamento da produção cafeeira das microrregiões Caparaó e Serrana para os portos de Vitória. Muniz Freire e São José do Calçado formam o terceiro e o mais heterogêneo grupo, aquele cuja população urbana na sede varia de 5 mil a 7 mil habitantes. Situado ao norte da microrregião, Muniz Freire pouco se beneficia do dinamismo do eixo BR 262. As possíveis causas de suas frouxas ligações com os demais

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municípios da microrregião são: sua ligação preferencial com Cachoeiro de Itapemirim (ES 181 e BR 482), devido a laços tradicionais; a precariedade do trecho da ES 181 (Piaçu–BR 262), que lhe permitiria acesso direto ao eixo BR 262; e a precariedade de sua ligação com Iúna por intermédio da rodovia ES 379. São José do Calçado situa-se no extremo sul da microrregião. Apesar de sua ligação com Guaçuí, por intermédio da BR 484, utiliza preferencialmente parte da mencionada rodovia para atingir a ES 297, rodovia que margeia o rio Itabapoana e que permite sua ligação com a BR 101. O eixo ES 297 passa também por Bom Jesus do Norte e Apiacá, municípios que, juntamente com São José do Calçado, possuem ainda estreita ligação com o norte fluminense, nomeadamente com as cidades de Bom Jesus de Itabapoana, Itaperuna e Campos. Essa ligação tem raízes que remontam à época da penetração do café pelo vale do Itabapoana no século XIX e nunca foi rompida. O último e quarto grupo compreende os quatro pequenos núcleos da microrregião: Irupi, Dores do Rio Preto, Ibitirama e Divino de São Lourenço, ou seja, aqueles cujas sedes municipais têm população urbana entre 2 mil e 3,8 mil habitantes. O mais populoso dentre eles, Irupi, situa-se na órbita dos municípios de Iúna e Ibatiba, beneficiando-se, portanto, do eixo BR 262. Dores do Rio Preto, Ibitirama e Divino de São Lourenço, por sua vez, situam-se na órbita de Guaçuí, maior aglomerado urbano da microrregião, e beneficiam-se do eixo BR 482. Por conta dessa rodovia, há fluxos entre os mencionados municípios e os municípios mineiros próximos da fronteira, como é o caso do município de Espera Feliz (MG). Vale ressaltar que as ligações mantidas entre esses pequenos núcleos e seus municípios de origem têm ainda motivações históricas. Dores do Rio Preto e Divino de São Lourenço emanciparam-se de Guaçuí, e Ibitirama, por sua vez, emancipou-se de Alegre. Desse modo, os antigos distritos mencionados estabelecem um fluxo de trocas, seja por relações estabelecidas pela tradição, seja por facilidade de acesso (figura 18). Além disso, é ainda importante ressaltar que, antes da implantação efetiva da rodovia BR 482, toda a produção cafeeira da porção centro-sul do Caparaó era escoada por ramal da ferrovia Leopoldina (R.F.F. S/A) que passava por Dores do Rio Preto, Guaçuí e Alegre, indo até Cachoeiro de Itapemirim e daí até os portos de Vitória. Essa ferrovia ajudou a conformar os núcleos primordiais das sedes dos mencionados municípios. Na época da expansão cafeeira no período 1870-1910, Cachoeiro de Itapemirim era o principal centro de intermediação da região Sul, e Guaçuí e Alegre funcionavam como importantes centros locais de intermediação.

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Figura 18 – Rede viária simplificada - microrregião Caparaó

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9.2 Aspectos da paisagem urbanizada Conforme já visto, mais de 75% da microrregião apresenta declividades acima de 30%; porcentagem estabelecida como limite para o parcelamento do solo urbano, segundo a Lei federal 6766/79. Por isso, sem apresentar nenhuma exceção, as sedes de todos os municípios da microrregião reproduzem o tecido urbano típico das regiões acidentadas, ou seja, desenvolveram-se inicialmente nos fundos de vale, sempre procurando as áreas mais planas ou encostas mais suaves. Hoje, no entanto, as mencionadas cidades apresentam uma conformação diferente da que existia na época em que foram estabelecidos seus núcleos originais. Embora ainda conservem grande parte das características primitivas, cresceram ao ponto de já apresentarem alguns dos problemas urbanos típicos das grandes cidades brasileiras. Devido à retenção especulativa das áreas planas passíveis de ocupação e próximas de áreas já dotadas de equipamentos sociais e redes de infra-estrutura, restou à população de baixa renda ocupar encostas íngremes, margens dos rios e córregos ou áreas distantes ao longo das rodovias que cortam a microrregião; são ocupações de caráter espontâneo ou promovidas pelo poder público municipal, na forma de loteamentos ou conjuntos habitacionais populares. Assim sendo, os bairros e loteamentos assim constituídos acabam por registrar os já conhecidos problemas de instabilidade de encostas, e neles se verifica, sobretudo, dificuldade de implantação de redes de infra-estrutura (pavimentação, saneamento, iluminação, transporte, telefonia e energia elétrica); problemas somente solucionados mediante a aplicação de investimentos vultosos; o que é, na maioria das vezes, inviabilizado, dada a escassez de recursos previstos nos orçamentos municipais. A seguir, a paisagem urbana de cada sede municipal será apresentada como uma fotografia aérea de grande altitude, evidenciando apenas alguns aspectos importantes para o nível de caracterização deste diagnóstico, muito longe, portanto, de apresentar as informações necessárias a um levantamento mais completo de uso e ocupação do solo urbano. • Guaçuí A cidade de Guaçuí desenvolveu-se nas áreas planas e nas encostas suaves dos vales do rio Veado e seus afluentes próximos. Até a década de 1950, os limites da mancha urbana eram o rio Veado e a estrada de ferro Leopoldina, a oeste; a estrada Francisco Lacerda de Aguiar (hoje BR 482), a leste; o matadouro municipal, ao sul, e o antigo campo de aviação (aeroporto desativado), ao norte. A estrada de ferro Leopoldina (desativada em 1966) parece ter sido a grande indutora da mancha urbana da cidade. De fato, imóveis remanescentes das décadas de 1920 e 1930 são ainda encontrados no entorno da antiga estação ferroviária, ou seja, no espaço constituído por trechos das ruas Demerval Amaral e Marechal

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Floriano Peixoto, a praça João Acacinho, a praça da Matriz de São Miguel Arcanjo e a rua Comendador Aguiar. A partir daí, a cidade se estende ao longo do leito da antiga estrada de ferro, valendo-se da criação de novas artérias longitudinais e transversais (a rua Rio Grande do Norte, por exemplo) até atingir os limites estabelecidos na década de 1950. É que os excedentes da economia cafeeira e da pecuária leiteira, até hoje base da economia municipal, foram estruturando uma cidade aprazível e com boa infra-estrutura. Com um comércio forte e estabelecimentos de prestação de serviços públicos e privados bem estruturados (educação, saúde, bancos, hospedagem e outros), Guaçuí tornou-se um importante centro na região, polarizando parte dos municípios da microrregião fora da área de influência de Cachoeiro de Itapemirim. Como os terrenos planos e as encostas suaves estão esgotados ou são mantidos vagos para especulação imobiliária, resta à população mais 482, e cada pobre a ocupação de encostas íngremes, predominantemente ao longo da BR vez mais distantes do centro. Desse modo, estendem-se ao longo da BR 482, na direção de Alegre, os bairros Balança e João Ferraz de Araújo; e na direção de Dores do Rio Preto, o complexo dos bairros Cid Moreira, Jurema e Prefeito Manoel Monteiro. Novos bairros de classe média surgem a partir dos loteamentos Meirelles (bairro Quincas Machado) e Manoel Alves Siqueira (ao lado do posto Montevidéu), oferecendo cerca de 500 lotes, com terrenos variando de 150 a 300 m². A população de menor renda tem ocupado as encostas íngremes da sede, nomeadamente nos loteamentos irregulares Oria Schinider e Rogério Paiva, totalizando 200 famílias. Ambos os loteamentos contam apenas com as ruas abertas, quase sem nenhuma infra-estrutura. • Alegre A cidade de Alegre desenvolveu-se nas áreas planas e nas encostas suaves dos vales do rio Alegre e seus afluentes próximos. Do mesmo modo que Guaçuí, Alegre possui uma infra-estrutura urbana bem dotada, comércio forte e também sofre os problemas urbanos advindos do contínuo e crescente êxodo das áreas rurais do município e da região. No início do século XX, Alegre era um grande município. Perdeu grande parte de seu território para conformar os atuais municípios de Guaçuí, Dores do Rio Preto, Divino de São Lourenço e Ibitirama. É de supor, portanto, que por longo tempo tenha polarizado a região, nomeadamente no período da expansão cafeeira (1870-1910). Daí a formação de um centro urbano forte e bem estruturado.

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Apesar de tudo, parece que Alegre vem perdendo pouco a pouco para Guaçuí o papel de pólo da porção centro-sul da microrregião. A rodovia BR 482 é hoje o principal indutor do desenvolvimento do tecido urbano, seja para a direção oeste (Celina e Guaçuí), seja para a direção leste (Rive). Conforme já referido, a BR 482 constitui um eixo com dinâmica própria, que vai induzindo e incorporando todas as aglomerações que ao longo de suas margens se estendem até Cachoeiro de Itapemirim. Nos últimos 12 anos, com a crescente chegada de pessoal que vem abandonando a zona rural, tem crescido a demanda por conjuntos habitacionais. Segundo técnicos da Prefeitura Municipal de Alegre, nos últimos 4 anos foram oferecidas 42 residências. Já há um novo conjunto com 46 residências, porém o cadastro municipal para novas residências registra, atualmente, 112 inscritos. Alegre destaca-se, principalmente, por ser o centro mais qualificado de ensino, pesquisa e extensão no campo da agropecuária no Estado, com a Escola Agrotécnica de Alegre (Eafa), em Rive, e o Centro Agropecuário da Universidade Federal do Espírito Santo (Caufes), no centro. A Eafa forma técnicos de nível médio há 50 anos, oferece atualmente cursos técnicos em agroindústria, agropecuária, aquacultura, cafeicultura e informática. O Caufes, por seu turno, oferece ensino superior na áreas de agronomia, zootecnia, florestal e outras. A presença dos estudantes destes estabelecimentos de ensino e dos de ensino médio confere à vida noturna de Alegre um aspecto movimentado e festivo, pois ocupam até tarde as praças e os diversos bares da cidade. • Iúna Iúna, antes da implantação da rodovia BR 262, era uma das cidades mais isoladas do Espírito Santo, o que fazia com que sua ligação com Minas Gerais fosse bastante forte, principalmente por servir-se, para escoar seus produtos agrícolas, da estrada de ferro Leopoldina, que atendia aos municípios mineiros próximos (Manhumirim e Manhuaçu). A única ligação com o Estado era uma estrada em leito natural para Alegre, de péssimas condições técnicas. Formava no fim do século XIX, juntamente com Muniz Freire, um grande município chamado Rio Pardo. De fato, Iúna desenvolveu-se ao longo do vale do rio Pardo e de seus afluentes próximos. Iúna possui uma infra-estrutura urbana razoável e comércio e serviços que atendem ao próprio município e seu interior, bem como aos vizinhos Irupi e Ibatiba, seus antigos distritos. A economia cafeeira, principalmente depois do recente investimento em café de qualidade, reforça o papel polarizador de Iúna na porção norte da microrregião, como também conforma seu espaço urbano. A cidade oferece comércio e serviços

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tanto de caráter comum, típicos de qualquer cidade, quanto de caráter especializado, como lojas de implementos agrícolas, escritórios de compra e venda, armazéns, assistência técnica rural e outros. Ao longo da avenida Presidente Getúlio Vargas, o uso urbano acha-se consolidado, apresentando usos mistos (residências, comércio e serviços) e dispondo de poucos lotes vagos. Os novos loteamentos regulares Colina e Sossego não muito distantes do centro, oferecem cerca de 150 lotes (em torno de 120 m²) para famílias com renda de 2 a 4 salários mínimos. Os loteamentos Figueiredo, Cassiano, Boas Novas e Valdemar Tineu, distantes cerca de 1 Km do centro, estão em fase de regularização, oferecendo ao todo cerca de 350 lotes (em torno de 120 m²) para famílias com renda de 2 a 6 salários mínimos. Os bairros Niterói, Vila Nova e parte do centro ocupam parte das margens do rio Pardo. Nas encostas íngremes, ao redor da cidade, situam-se os bairros Quilombo (área de alto risco) e Nossa Senhora da Penha (área de risco moderado). Estes dois últimos são ocupados por famílias de baixa renda. A mancha urbana da sede municipal tem crescido ao longo da rodovia ES 379, em direção a Muniz Freire (sudeste) e ao longo da rodovia ES 185, em direção a Ibitirama (sul). • Ibatiba Ibatiba tomou grande impulso com a construção da rodovia BR 262. A lógica de seu traçado é, hoje, fortemente determinada pela mencionada rodovia, que corta a sede urbana municipal em duas partes. A característica principal de sua paisagem urbana é o desagradável aspecto de cidade que cresce sem nenhum controle urbanístico, ao longo da BR 262 (para leste e para oeste), ou as encostas íngremes do relevo encrespado da região. As habitações da população de baixa renda, incompletas e improvisadas, lhe conferem a feição inequívoca de periferia de grandes centros urbanos, apesar de ser cidade interiorana. Há apenas um loteamento regular situado no centro. Trata-se de um loteamento com cerca de 300 lotes, para faixa de renda não definida. Para a faixa de renda menor que um salário mínimo, há o loteamento irregular chamado Ipê, que oferece cerca de 500 lotes. Situa-se a cerca de 700 metros do centro. Os bairros Novo Horizonte (com cerca de 800 residências), Brasil Novo (cerca de 600 residências), Floresta (cerca de 50 residências), Pró Morar (cerca de 80 residências) e parte do centro (cerca de 50 residências) estão em áreas de risco, por ocuparem encostas ou margens de rios e de córregos.

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Apesar de tudo, conta com estabelecimentos de comércio e serviços básicos que atendem a sua população urbana e rural. Ibatiba, portanto, tem as vantagens e as desvantagens de uma cidade que integra o eixo dinâmico da BR 262. Como desvantagem, mencione-se a ocupação espontânea das margens da citada rodovia, com bairros sem infra-estrutura urbana. Entre as vantagens cite-se a possibilidade de escoamento de seus produtos agrícolas para a Região Metropolitana da Grande Vitória e de contar com o atendimento de suas deficiências de consumo, dado o fácil acesso tanto à referida região metropolitana quanto às cidades mais próximas, como Venda Nova do Imigrante. • Muniz Freire O município de Muniz Freire surgiu da antiga Vila do Espírito Santo do Rio Pardo, em 1896, que pertencia a Cachoeiro de Itapemirim, tendo recebido o nome de Muniz Freire, então presidente do Estado. Sua atual ligação com Cachoeiro de Itapemirim, afora a precariedade das ligações rodoviárias com os municípios da porção norte da microrregião e com a BR 262, está fundamentada, portanto, em tradições que remontam à época de seu desmembramento. Embora oriunda da penetração de desbravadores que subiram pelo vale do rio Braço Norte Esquerdo, a atual cidade de Muniz Freire fincou suas raízes longe do rio, cerca de 5 Km, porém na posição central das plantações de café. A sede municipal de Muniz Freire é relativamente bem contemplada no que diz respeito à infra-estrutura urbana, ou seja, é dotada de equipamentos e serviços adequados ao atendimento de sua população. O comércio e os estabelecimentos de prestação de serviços de Muniz Freire atendem também à população rural, embora as sedes distritais de Piaçu, Menino Jesus, Vieira Machado, São Pedro e Itaici também os possuam em um nível mais básico. O aspecto da paisagem urbana que mais chama a atenção em Muniz Freire é a mescla do casario antigo com construções modernas de dois a quatro pavimentos, onde o térreo é geralmente de uso comercial, e os pavimentos superiores, de uso residencial. Apresenta, portanto, bom aspecto geral, ressalvando-se apenas que suas ruas e calçadas são muito estreitas. As edificações mais precárias situam-se nos bairros de Santa Terezinha e São Vicente de Paula. Verificam-se também os seguintes loteamentos irregulares no entorno da sede: Santa Terezinha (em fase de regularização), Cachoeirinha, Manoel Lousado, Wolf Fran, Aníbal Rosa Machado e Isaías Vale, todos sem pavimentação. Os bairros de Lajinha e Santa Bárbara situam-se na margem de córregos da região, estando, portanto, sujeitos ao risco de enchentes, além de neles ser despejado o esgoto doméstico in natura. Os bairros São Vicente e São Francisco, por sua vez, situam-se em encostas e, por isso, estão sujeitos a deslizamento de taludes não estabilizados.

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Segundo técnicos municipais, a sede de Muniz Freire cresce em direção a Castelo, seguindo a ES 379 e também na direção de Piaçu, seguindo a ES 181. • São José do Calçado A sede municipal de São José do Calçado deriva de antiga vila implantada em 1855. O município, no entanto, é proveniente do antigo município de Calçados, desmembrado de Cachoeiro de Itapemirim em 1890. São José do Calçado perdeu parte de seu território para formar o município de Bom Jesus do Norte, em 1964. Bem antes, na década de 1930, perdera uma outra parte ao sul (Palmital) para o então município de Siqueira Campos – antigo São Miguel do Veado, atual Guaçuí, desmembrado de Alegre. A sede municipal de São José do Calçado desenvolveu-se no entorno da praça Governador Bley, ampla praça em aclive, em cujo ápice está a igreja de São José do Calçado. A praça, portanto, domina a paisagem urbana. A cidade não é muito grande, mas seu crescimento encontra sérios entraves advindos de uma topografia acidentada. Mais recentemente, a sede municipal tem crescido em ambos os lados da BR 484, seja em direção a Guaçuí (norte), seja em direção a Bom Jesus do Norte (sul). O comércio e os serviços locais atendem satisfatoriamente à população urbana e à rural e, conforme já mencionado, São José do Calçado guarda estreita ligação com municípios do norte fluminense, que suprem suas eventuais carências. É importante mencionar que o hospital São José, além da população do município, atende aos municípios capixabas de Bom Jesus do Norte e Apiacá e também aos municípios cariocas próximos. Tais municípios são favorecidos pela posição extremo sudoeste que São José do Calçado ocupa no Espírito Santo. Com o crescente êxodo rural verificado no município, a nova população urbana tem pressionado bastante o poder público municipal por conjuntos habitacionais e serviços de infra-estrutura nas ocupações e loteamentos irregulares. Há a previsão de implantação de um conjunto habitacional (programa “Morar Melhor”), que, em primeira fase, oferecerá 30 residências e, numa segunda, mais 25. Novos bairros de classe média estão surgindo a partir dos loteamentos José Manuel da Silva Pinto (52 lotes) e Aymbiré Teixeira de Almeida (41 lotes), ambos apenas dotados de meio-fio, água e rede de esgoto sem tratamento. • Irupi A sede municipal de Irupi deriva da antiga Vila de Cachoeirinha do Rio Pardo, a qual fora sede do distrito de mesmo nome, outrora parte do município de Iúna. Em 1943, o nome Irupi, que em língua indígena significa “amigo belo e águas tranqüilas”,

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substituiu “Cachoeirinha do Rio Pardo”. O município de Irupi só foi criado em 1991, porém sua instalação deu-se em 1993. Irupi é uma cidade pequena, com comércio e serviços típicos de cidade interiorana. Conforme foi visto, Irupi guarda estreita relação com Iúna, fortalecida por laços comerciais ligados à produção e ao comércio de café. Desse modo, as necessidades locais são complementadas por Iúna, situada a 13,2 Km, em rodovia pavimentada, da ES 379. Uma praça domina a paisagem, ao derredor da qual o tecido urbano se desenvolve na forma de ruas em xadrez. No entanto, novos loteamentos no raio de 1 Km da sede vão surgindo, alterando pouco a pouco o traçado original. É o caso do bairro Carolino Barbosa e do loteamento João Tomás, que oferecem 250 e 150 lotes, respectivamente. Em ambos os aglomerados, os lotes variam de 125 a 180 m², sendo destinados a famílias com renda de 2,5 a 4 salários mínimos. Contudo, pode-se afirmar com segurança que o crescimento da sede se dá preferencialmente ao longo da ES 379, em direção a Iúna. A ocupação de encostas com risco de deslizamento é verificada na rua Domingos Martins e no prolongamento da rua Laurentina Miranda Leal, esta última com o agravante de localizar-se também às margens de um ribeirão. Sob essa situação de risco iminente e insalubridade estão, sobretudo, famílias pobres oriundas da zona rural do município. • Dores do Rio Preto A sede municipal de Dores do Rio Preto desenvolveu-se a partir do antigo arraial de Nossa Senhora das Dores do Rio Preto. A vila então formada passou, em 1913, a chamar-se Divisa, por situar-se no limite com Minas Gerais e ter recebido estação ferroviária da Leopoldina. Em 1963, o município foi desmembrado de Guaçuí e passou a chamar-se Dores do Rio Preto. A localidade desenvolveu-se no entorno da igreja de Nossa Senhora das Dores do Rio Preto, formando linha de residências e estabelecimentos comerciais ao longo dos trilhos da ferrovia. Durante muito tempo a cidade tinha esse formato em linha, porém, em 1981, com a regularização de terrenos públicos municipais, a pequena cidade recebeu um traçado planejado que lhe permitiu um crescimento para além dos limites de seu núcleo primordial. Ainda assim, a sede de Dores do Rio Preto é um pequeno aglomerado, com comércio e serviços de âmbito estritamente local. Para o consumo de bens e serviços mais sofisticados, os moradores dirigem-se para Guaçuí ou Cachoeiro de Itapemirim. Dores do Rio Preto, conforme já mencionado, integra-se ao eixo formado pela BR 482. De modo geral, a sede municipal é bem dotada de infra-estrutura, embora apenas 70% de suas ruas sejam pavimentadas. Não foram verificadas ocupações em áreas de risco (encostas e margens de cursos d'água).

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• Ibitirama Ibitirama desenvolveu-se às margens do rio Braço Norte Direito, justamente no entroncamento da rodovia estadual ES-185 com as estradas municipais que dão acesso às regiões de Santa Marta, São José do Caparaó, Santa Rita e Pedra Roxa. É um antigo distrito de Alegre, dele tendo se desmembrado em 1988. A sede municipal localiza-se na área central do município, em região com relevo acidentado e altitudes que variam entre 800 e 900 metros. A ocupação do núcleo primordial desenvolveu-se nos terrenos entre o rio Braço Norte Direito e as encostas suaves do vale deste. A partir do mencionado núcleo primordial, implantado às margens da rodovia ES 185, a ocupação seguiu uma conformação linear, ocupando, principalmente, terrenos situados às margens da estrada que dá acesso à região de Santa Marta. Parte dos loteamentos irregulares localiza-se em área rural, fato que revela a necessidade de revisão da área urbana legal da sede municipal. Estão nesta situação os loteamentos Cade e Antônio Pereira Neto. Segundo técnicos municipais, o crescimento da sede se dá preferencialmente ao longo da ES 185, em direção a Iúna (norte) e Alegre (sul). • Divino de São Lourenço A sede municipal deriva da antiga vila de Imbuí, sendo o município de Divino de São Lourenço um desmembramento de Guaçuí, ocorrido em 1963. Por situar-se à margem das vias de transporte principais da microrregião, teve um crescimento mais lento. Seu núcleo urbano é bastante reduzido, porém, sua expansão recente é muito acelerada. Conforme foi visto, a população urbana total do município cresceu cerca de 58% no período 1991-2000. Ainda assim possui, dentre os demais municípios da microrregião Caparaó, a menor população urbana a residir na sede municipal. O aspecto da sede municipal é tipicamente interiorano, podendo-se dizer que é quase a sede de uma grande fazenda. Para tanto, basta citar que apenas 60% de suas ruas são pavimentadas. Divino de São Lourenço, Ibitirama e Dores do Rio Preto, conforme já mencionado, buscam o atendimento de suas necessidades de consumo de bens e serviços mais sofisticados em Guaçuí ou Cachoeiro de Itapemirim. A infra-estrutura urbana é precária, com sistema municipal de esgoto e drenagem unificados, atendendo cerca de 500 ligações. As fossas são utilizadas em cerca de 600 residências. Tanto o esgoto, quanto o lixo urbano recolhido pela prefeitura são jogados diretamente no rio Braço Norte Direito. O loteamento que compõe o bairro de Santa Cruz (terreno pertencente à Mitra da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim) é o único loteamento irregular da cidade.

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Distante 600 metros do centro, possui cerca de 300 lotes com área de 100 m², ocupados por famílias com renda menor que um salário mínimo. O mencionado loteamento também está situado nas encostas que margeiam o rio Braço Norte Direito. Pode-se afirmar com segurança que o crescimento da sede se dá preferencialmente ao longo da ES 498, em direção à bifurcação dessa rodovia com a ES 185. 9.3 Instrumentos de controle do uso e ocupação do solo urbano Segundo a Constituição federal, o Plano Diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana, e obrigatório para cidades com mais de 20 mil habitantes. Assim sendo, somente a cidade de Guaçuí, segundo as projeções de população para 2004, estaria muito perto de atender a essa exigência legal (tabela 95). Entretanto, a Constituição estadual estabelece a obrigatoriedade do Plano Diretor para municípios com população urbana igual ou superior a 20 mil habitantes. Então, estariam próximos de enquadrar-se nessa exigência apenas os municípios de Guaçuí e Alegre, se consideradas suas populações urbanas totais apuradas no Censo de 2000 (tabela 96). Quando enquadrado nessa condição, o município tem a obrigação constitucional de definir, através do Plano Diretor, as exigências fundamentais de ordenação da cidade, sendo ainda seu papel julgar se determinada propriedade urbana cumpre sua função social. A existência do Plano Diretor é condição básica para o município dispor sobre as limitações urbanísticas à propriedade urbana, determinar as obrigações do proprietário urbano, visando ao cumprimento da função social da propriedade. Vale ressaltar que, com a promulgação da Lei 10.257 (10/07/2001), denominada Estatuto das Cidades, o Plano Diretor é requisito obrigatório para o poder público municipal aplicar, de forma sucessiva, o parcelamento ou a edificação compulsórios, o imposto sobre a propriedade predial e territorial progressiva no tempo, a desapropriação para fins de reforma urbana, entre outros instrumentos criados pelo Estatuto da Cidade, como o estudo de impacto de vizinhança. Segundo a mencionada lei, o prazo para definição de um Plano Diretor Urbano (PDU) é de cinco anos. Mas em 90 dias (até 10 de outubro) as prefeituras deverão começar a fixar prazos para a aprovação de projetos de edificação de loteamentos e para a realização de vistorias e expedição de termo de verificação e conclusão de obras. O PDU, de acordo com o Estatuto da Cidade, deverá englobar o território do município como um todo, bem como possibilitar a participação popular no processo de planejamento e de aplicação do plano. Dentre os instrumentos propostos para a gestão democrática da cidade estão a criação de órgãos colegiados da política

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urbana; debates, audiências e consultas públicas; e iniciativa de projetos de lei e de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano. Enquadrado ou não o município na obrigação de elaborar o PDU, é de sua competência constitucional editar normas de atuação urbanística para seu território, especialmente sobre o uso do solo urbano, as construções, os equipamentos e as atividades que nele se realizam e dos quais dependem a vida e o bem-estar da comunidade local. Tais normas constituem-se nos instrumentos jurídicos controladores do uso do solo urbano e estão geralmente consubstanciadas no PDU municipal, embora possam ser estabelecidas independentemente dele, porém mantendo com coerência suas funções regulatórias no âmbito da Área Urbana Legal. Dentre os instrumentos jurídicos controladores do uso do solo urbano, destacam-se as seguintes leis: de perímetro urbano, de zoneamento, de loteamento, código de obras, código de posturas e de meio ambiente, dentre outras. A Lei de Perímetro Urbano tem por função definir no território municipal a área urbana legal, ou seja, a porção do território que contenha a área urbana efetivamente ocupada e as áreas de expansão urbana. A Área Urbana Legal define o alcance da aplicação dos instrumentos jurídicos controladores do uso do solo urbano. A Lei de Zoneamento tem por função compatibilizar usos e atividades e estimular sua complementaridade em determinada fração do território, de forma flexível e dinâmica, capaz de acompanhar os processos de mudança na cidade e de incorporá-los. A Lei de Parcelamento do Solo, isto é, lei de loteamento, complementa a de zoneamento, estabelecendo quais as condições essenciais para o parcelamento, tais como lote mínimo, reserva de áreas públicas para implantação de equipamentos, dimensões e hierarquia de vias, obrigações do loteador quanto à provisão dos serviços de infra-estrutura básica, além de regulamentar os direitos dos compradores de lotes, impondo deveres e obrigações para os vendedores. O Código de Obras trata das edificações urbanas; submete as construções às regras de segurança, salubridade e funcionalidade, através da indicação das dimensões mínimas dos compartimentos, das condições de iluminação e ventilação da edificação, e estabelece as exigências para elaboração e aprovação de projetos. Por sua vez, o Código de Posturas estabelece as formas de utilização de espaços públicos e privados na cidade. Determina, por exemplo, como controlar os ruídos, o funcionamento de comércio e serviço, além da higiene das vias públicas e dos estabelecimentos. A tabela 95 reproduz a situação dos municípios de Caparaó quanto à existência ou não de instrumentos jurídicos controladores do uso do solo urbano.

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Tabela 95 – Instrumentos jurídicos controladores do uso do solo - microrregião Caparaó

Município PU CO CP LP PDU LENV RL LA

Alegre Sim Não Sim Não Não Sim Não Sim

Divino de São Lourenço Não Sim Sim Não Não Sim Não Não

Dores do Rio Preto Sim Sim Sim Não Não Não Não Sim

Guaçuí Sim Sim Sim Não Não Não Não Sim

Ibatiba Sim Sim Sim Sim Não Não Não Sim

Ibitirama Sim Sim Sim Sim Não Não Sim Não

Irupi Sim Sim Sim Não Não Não Não Não

Iúna Sim Sim Não Não Não Sim Sim Sim

Muniz Freire Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim

São José do Calçado Sim Sim Sim Sim Não Não Não Sim Fonte: Prefeituras Municipais – 2 a 6 de dezembro de 2004 LEGENDA: (PU) – Perímetro Urbano; (CO) – Código de Obras; (CP) – Código de Posturas; (LP) – Lei de Parcelamento; (PDU) – Plano Diretor Urbano; (LENV) – Lei de Emplacamento e Numeração de Vias; (RL) – Regularização de Loteamentos e (LA) – Legislação Ambiental

Tabela 96 – População urbana - microrregião Caparaó – 2004

Municípios População urbana 2004

Guaçuí 19.925

Alegre 16.119

Iúna 13.332

Ibatiba 12.215

São José do Calçado 6.516

Muniz Freire 5.180

Irupi 3.792

Dores do Rio Preto 2.155

Ibitirama 2.115

Divino de São Lourenço 2.063 Fonte: IBGE 9.4 Polarização Não existe nenhum centro polarizador na região. Parte é polarizada por Manhuaçu (MG) e parte por Cachoeiro de Itapemirim. Não existe relação direta da região com a metrópole de Vitória.

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• Comercialização de café Não é centralizada em nenhuma cidade da região. Está dispersa em diversos municípios entre compradores locais e compradores de dimensão extramunicipal e representantes dos grandes exportadores. Compradores de maior tamanho que extrapolam seus municípios só há em Guaçuí, Iúna e Dores do Rio Preto. Iúna, Ibatiba e Irupi vendem parte de seu café para Manhuaçu. Como centros intermediários entre o local e o regional aparecem as cidades de Iúna e Guaçuí. São José do Calçado, Alegre, Guaçuí e Dores do Rio Preto vendem para Vitória. • Comercialização de leite Selita – compra em Muniz Freire Colágua – compra em Divino de São Lourenço, Ibitirama e Iúna Blanche – compra em Divino de São Lourenço Glória – Parmalat – compra em Alegre, Guaçuí e Muniz Freire Iunim – compra em Iúna e Irupi • Serviços de educação e saúde Educação Ensino de 2º grau polarizado em Alegre, Guaçuí e Iúna, inclusive com escolas privadas nesses municípios. Também são os únicos municípios da região que possuem estabelecimentos de ensino superior. De qualquer forma, a região não supre as próprias demandas de ensino superior. Existe um número significativo de jovens residentes que cursam faculdade em Manhuaçu e Carangola (MG) e Cachoeiro de Itapemirim. Saúde Guaçuí polariza Dores do Rio Preto, Divino de São Lourenço e Ibitirama. Iúna polariza Irupi. A região não supre sua demanda em termos de procedimentos mais complexos de saúde. A procura é dirigida para Cachoeiro de Itapemirim e Vitória, no Espírito Santo, e Manhuaçu e Carangola, em Minas Gerais.

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• Comércio varejista e serviços especializados Observa-se a presença de comércio de bens de consumo duráveis, como eletrodomésticos e móveis, além de material de construção, farmácias, roupas, calçados e alimentos, postos de combustível, implementos agrícolas em praticamente todas as cidade da região, e não se pode definir nenhuma com centro de atração comercial para a região toda. No entanto, em algumas o comércio apresenta diferenciações em segmentos mais sofisticados. Podemos distinguir quatro grupos de cidades quanto ao tipo de comércio e serviço oferecido: Guaçuí – Comércio varejista completo, que inclui automóveis e autopeças e alguns serviços de maior especialidade, como design gráfico, consultoria para elaboração de projetos ambientais e de financiamento, escritório de topografia, etc. Alegre, Iúna e Ibatiba – Comércio e serviços, capacidade para atender às demandas de consumo corrente do município e eventualmente de alguns distritos vizinhos de outros municípios. São José do Calçado, Muniz Freire – Comércio que inclui, além dos bens de consumo popular, eletrodomésticos e material de construção. Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto e Ibitirama – Comércio rudimentar, praticamente de alimentos e bens de consumo, como roupas e calçados.

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10. OFERTA DE SERVIÇOS SOCIAIS 10.1 Educação Analisando-se as características de instrução da população residente na microrregião Caparaó, observa-se que, embora a década de 2000 se inicie com um quadro educacional mais favorável, os indicadores de alfabetização, escolaridade e média de anos de estudo ainda situam a região em condição de inferioridade em relação ao Estado. Considerando-se alfabetizada a pessoa capaz de ler e escrever pelo menos um bilhete simples no idioma que conhece, pode-se observar que, em 2000, 18,4% da população de 15 anos e mais da microrregião Caparaó é ainda analfabeta, o que corresponde a aproximadamente 21 mil pessoas (tabela 97). Esta taxa é superior à apresentada para o Estado (10,9%) e corresponde à 3ª maior entre as microrregiões do Espírito Santo, ficando atrás apenas das microrregiões Extremo Norte e Noroeste I. Deve-se observar, entretanto, o declínio destas taxas no período 1991-2000, principalmente o ocorrido na taxa de analfabetismo rural (de 33,2 em 1991 para 22,7 em 2000). Uma análise intra-regional indica ainda que todos os municípios da microrregião apresentam taxa de analfabetismo acima da média estadual, sendo as maiores as apresentadas para os municípios de Ibitirama, Ibatiba e Irupi, praticamente o dobro da taxa estadual. Tabela 97 - Taxa de analfabetismo da população de 15 anos e mais -

microrregiões do Espírito Santo – 2000

Taxa de analfabetismo

Microrregião Urbana Rural Total

Metropolitana 6,5 17,1 6,7 Pólo Linhares 10,8 19,1 12,7 Metrópole Expandida Sul 9,1 16,5 11,6 Central Serrana 11,5 16,8 15,0 Sudoeste Serrana 12,4 16,1 14,7 Litoral Norte 14,4 23,1 16,5 Extremo Norte 21,5 23,6 22,1 Pólo Colatina 11,5 17,3 13,1 Noroeste I 21,1 23,0 22,0 Noroeste II 14,2 18,3 16,0 Pólo Cachoeiro 8,9 17,5 11,2 Caparaó 15,1 22,7 18,4 Espírito Santo 8,9 18,8 10,9

Fonte dos dados: IBGE. Microdados do Censo 2000

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Analisando-se, todavia, que podem ser ainda consideradas funcionalmente analfabetas as pessoas que possuem menos de quatro anos de estudo completos, a situação se agrava: a microrregião de Caparaó apresentava, em 2000, um total de 42.332 analfabetos funcionais, ou seja, 37,3% da população de 15 anos e mais de idade. Na zona rural o analfabetismo atinge quase 50% do total da população considerada. Tabela 98 – Taxa de analfabetismo funcional da população de 15 anos e mais -

microrregiões do Espírito Santo – 2000

Taxa de analfabetismo funcional

Microrregião Urbana Rural Total

Metropolitana 17,4 37,0 17,7

Pólo Linhares 24,7 39,3 28,2

Metrópole Expandida Sul 23,6 37,8 28,4

Central Serrana 25,9 35,6 32,3

Sudoeste Serrana 26,5 36,9 33,1

Litoral Norte 28,7 41,2 31,7

Extremo Norte 37,2 44,5 39,4

Pólo Colatina 24,1 36,7 27,6

Noroeste I 35,1 43,7 39,3

Noroeste II 28,1 37,7 32,6

Pólo Cachoeiro 21,4 36,9 25,5

Caparaó 30,2 46,5 37,3

Espírito Santo 21,0 39,1 24,6 Fonte dos dados: IBGE. Microdados do Censo 2000 As maiores taxas de analfabetismo funcional na microrregião Caparaó registram-se nos municípios de Divino de São Lourenço (44%), Ibitirama (43,9%) e Ibatiba (43,8%). Vale ressaltar, ainda, a influência das taxas de analfabetismo da população adulta (com idade igual ou superior a 25 anos) na taxa média da microrregião.

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Tabela 99 – Condição de alfabetização da população de 15 anos e mais e taxa de analfabetismo, segundo faixa etária - microrregião Caparaó – 2000

1991 2000 Municípios

Faixa etária

Não sabe ler e escrever

Sabe ler e escrever

Total

Taxa de analfabetismo

Não sabe ler e escrever

Sabe ler e escrever

Total

Taxa de analfabetismo

15 a 17 anos 232 1.709 1.942 12,0 32 1.887 1.919 1,7

18 a 24 anos 421 3.264 3.685 11,4 188 3.936 4.124 4,6

25 a 39 anos 1.333 5.232 6.565 20,3 808 6.014 6.822 11,9

40 a 59 anos 1.599 3.199 4.798 33,3 1.231 4.831 6.062 20,3

60 a 64 anos 345 714 1.059 32,5 373 700 1.073 34,7

65 anos e mais 1.057 978 2.035 51,9 1.118 1.496 2.615 42,8

Alegre

Total 4.988 15.096 20.084 24,8 3.751 18.864 22.615 16,6

15 a 17 anos 55 194 249 22,0 4 295 299 1,4

18 a 24 anos 96 457 553 17,3 47 548 595 7,8

25 a 39 anos 245 619 864 28,4 162 940 1.102 14,7

40 a 59 anos 267 307 574 46,6 217 614 831 26,1

60 a 64 anos 47 45 92 51,0 47 36 83 56,7

65 anos e mais 110 73 183 60,1 180 115 295 61,1

Divino de São Lourenço

Total 820 1.695 2.515 32,6 657 2.548 3.205 20,5

15 a 17 anos 38 348 385 9,8 5 414 418 1,1

18 a 24 anos 115 551 666 17,2 43 736 780 5,6

25 a 39 anos 262 911 1.172 22,3 197 1.246 1.443 13,6

40 a 59 anos 270 564 834 32,4 275 853 1.128 24,4

60 a 64 anos 104 57 161 64,7 62 113 175 35,2

65 anos e mais 89 98 187 47,6 211 174 385 54,9

Dores do Rio Preto

Total 877 2.528 3.406 25,8 793 3.536 4.329 18,3

15 a 17 anos 116 1.217 1.334 8,7 45 1.591 1.636 2,7

18 a 24 anos 374 2.197 2.571 14,5 273 3.150 3.424 8,0

25 a 39 anos 912 4.016 4.928 18,5 519 4.903 5.422 9,6

40 a 59 anos 1.122 2.376 3.498 32,1 981 3.952 4.933 19,9

60 a 64 anos 351 416 767 45,7 315 646 961 32,7

65 anos e mais 640 715 1.355 47,2 482 1.117 1.599 30,2

Guaçuí

Total 3.515 10.938 14.453 24,3 2.615 15.360 17.975 14,5

Page 152: Diagnostico Caparaó

152

Continua

Tabela 99 – Condição de alfabetização da população de 15 anos e mais e taxa de analfabetismo, segundo faixa etária - microrregião Caparaó – 2000

Continuação

1991 2000 Municípios

Faixa etária

Não sabe ler e escrever

Sabe ler e escrever

Total

Taxa de analfabetismo

Não sabe ler e escrever

Sabe ler e escrever

Total

Taxa de analfabetismo

15 a 17 anos 106 979 1.084 9,7 60 1.197 1.257 4,8

18 a 24 anos 331 1.734 2.066 16,0 214 2.651 2.865 7,5 25 a 39 anos 680 2.442 3.122 21,8 593 3.654 4.247 14,0 40 a 59 anos 1.027 1.297 2.325 44,2 1.140 2.192 3.332 34,2

60 a 64 anos 198 144 342 58,0 217 278 495 43,8

65 anos e mais 512 214 725 70,6 723 341 1.064 67,9

Ibatiba

Total 2.854 6.810 9.664 29,5 2.947 10.313 13.260 22,2

15 a 17 anos 106 498 604 17,6 43 607 650 6,6

18 a 24 anos 271 667 938 28,9 96 1.239 1.335 7,2

25 a 39 anos 453 1.136 1.589 28,5 402 1.524 1.926 20,9 40 a 59 anos 424 510 934 45,4 509 994 1.503 33,8 60 a 64 anos 120 73 193 62,3 109 94 204 53,6

65 anos e mais 258 113 371 69,5 297 190 486 61,0

Ibitirama

Total 1.633 2.997 4.630 35,3 1.455 4.649 6.104 23,8

15 a 17 anos - - - - 32 667 699 4,6 18 a 24 anos - - - - 89 1.481 1.570 5,6

25 a 39 anos - - - - 386 1.922 2.308 16,7

40 a 59 anos - - - - 522 1.123 1.645 31,7 60 a 64 anos - - - - 111 127 237 46,6 65 anos e mais - - - - 362 228 590 61,4

Irupi

Total - - - - 1.502 5.548 7.050 21,3

15 a 17 anos 269 1.858 2.126 12,6 98 1.656 1.754 5,6 18 a 24 anos 626 3.635 4.261 14,7 283 3.416 3.699 7,6

25 a 39 anos 1.621 5.231 6.852 23,7 906 4.973 5.879 15,4

40 a 59 anos 1.808 2.829 4.637 39,0 1.173 3.320 4.493 26,1

60 a 64 anos 382 516 898 42,5 188 490 678 27,8

Iúna

65 anos e mais 761 608 1.369 55,6 820 654 1.474 55,6

Page 153: Diagnostico Caparaó

153

Total 5.468 14.675 20.143 27,1 3.468 14.509 17.977 19,3 Continua

Tabela 99 – Condição de alfabetização da população de 15 anos e mais e taxa de analfabetismo, segundo faixa etária - microrregião Caparaó – 2000

Conclusao

1991 2000 Municípios

Faixa etária

Não sabe ler e escrever

Sabe ler e escrever

Total

Taxa de analfabetismo

Não sabe ler e escrever

Sabe ler e escrever

Total

Taxa de analfabetismo

15 a 17 anos 172 1.217 1.389 12,4 76 1.167 1.244 6,1 18 a 24 anos 306 2.358 2.665 11,5 231 2.616 2.847 8,1

25 a 39 anos 756 3.170 3.926 19,3 550 3.650 4.200 13,1

40 a 59 anos 1.079 1.720 2.800 38,6 882 2.432 3.314 26,6

60 a 64 anos 214 318 532 40,2 147 304 451 32,6 65 anos e mais 635 415 1.050 60,5 554 784 1.338 41,4

Muniz Freire

Total 3.163 9.198 12.361 25,6 2.441 10.953 13.394 18,2

15 a 17 anos 76 552 627 12,1 20 579 599 3,3

18 a 24 anos 119 1.146 1.265 9,4 58 1.220 1.278 4,5 25 a 39 anos 335 1.849 2.184 15,4 204 2.055 2.259 9,0

40 a 59 anos 587 1.163 1.750 33,5 407 1.759 2.166 18,8

60 a 64 anos 170 284 453 37,4 100 294 393 25,3

65 anos e mais 310 354 663 46,7 460 557 1.017 45,2

São José do Calçado

Total 1.596 5.347 6.943 23,0 1.248 6.464 7.712 16,2

15 a 17 anos 1.170 8.572 9.741 12,0 415 10.061 10.476 4,0

18 a 24 anos 2.659 16.010 18.669 14,2 1.522 20.994 22.516 6,8

25 a 39 anos 6.598 24.605 31.202 21,1 4.727 30.881 35.608 13,3 40 a 59 anos 8.185 13.965 22.150 37,0 7.337 22.070 29.407 25,0

60 a 64 anos 1.930 2.568 4.498 42,9 1.668 3.083 4.751 35,1

65 anos e mais 4.372 3.566 7.938 55,1 5.208 5.655 10.863 47,9

Microrregião Caparaó

Total 24.913 69.286 94.199 26,4 20.877 92.744 113.621 18,4 Fonte dos dados: IBGE. Microdados do Censo 2000

Page 154: Diagnostico Caparaó

154

Page 155: Diagnostico Caparaó

155

Os dados de analfabetismo e analfabetismo funcional por situação de domicílio para os municípios da microrregião Caparaó são os constantes das tabelas 100 e 101. Tabela 100 – Taxa de analfabetismo da população de 15 anos e mais por sexo,

segundo situação de domicílio - microrregião Caparaó – 1991/2000

1991 2000

Municípios

Situação de domicílio Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total

Urbana 13,8 20,9 17,6 11,0 13,7 12,4

Rural 32,5 35,6 33,9 24,0 24,3 24,1

Alegre

Total 46,3 56,5 24,8 35,1 38,0 16,6

Urbana 15,7 27,9 21,7 23,1 20,5 21,7

Rural 37,0 35,5 36,3 19,8 19,7 19,8

Divino de São Lourenço

Total 52,7 63,4 32,6 42,9 40,2 20,5

Urbana 12,4 17,8 15,3 14,9 18,4 16,6

Rural 34,7 29,1 32,1 18,7 22,1 20,3

Dores do Rio Preto

Total 47,2 46,9 25,8 33,6 40,5 18,3

Urbana 16,3 22,1 19,4 11,2 13,5 12,4

Rural 36,5 42,5 39,2 21,6 22,3 21,9

Guaçuí

Total 52,8 64,6 24,3 32,8 35,8 14,5

Urbana 21,7 30,8 26,4 20,0 24,6 22,3

Rural 31,1 34,6 32,8 21,5 22,8 22,1

Ibatiba

Total 52,9 65,5 29,5 41,5 47,3 22,2

Urbana 11,7 16,5 14,0 12,6 16,3 14,4

Rural 42,0 40,9 41,5 26,7 29,7 28,1

Ibitirama

Total 53,6 57,5 35,3 39,3 46,1 23,8

Urbana - - - 12,8 18,0 15,4

Rural - - - 23,2 26,1 24,5

Irupi

Total - - - 35,9 44,1 21,3

Urbana 16,8 21,1 19,1 13,9 19,4 16,8

Rural 29,7 35,2 32,3 22,0 22,8 22,4

Iúna

Total 46,6 56,3 27,1 35,8 42,2 19,3

Urbana 14,7 20,9 17,8 10,2 16,3 13,3

Rural 26,7 32,6 29,5 21,9 21,1 21,5

Muniz Freire

Total 41,5 53,4 25,6 32,1 37,4 18,2

Urbana 15,9 22,1 19,1 15,0 16,3 15,7

Rural 30,9 24,8 28,1 16,3 18,3 17,2

São José do Calçado

Total 46,7 46,8 23,0 31,3 34,7 16,2

Urbana 16,0 22,3 19,3 13,3 16,7 15,1

Rural 31,9 34,8 33,2 22,2 23,2 22,7

Microrregião Caparaó

Total 24,6 28,3 26,4 17,4 19,3 18,4 Fonte dos dados: IBGE. Microdados do Censo 2000

Page 156: Diagnostico Caparaó

156

Tabela 101 - Taxa de analfabetismo funcional da população de 15 anos e mais por sexo, segundo situação de domicílio - microrregião Caparaó – 1991/2000

1991 2000

Municípios

Situação de domicílio Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total

Urbana 29,8 32,6 31,3 24,8 25,1 25,0

Rural 57,6 61,1 59,2 52,2 47,1 49,8

Alegre

Total 87,4 93,6 43,7 77,0 72,2 33,0

Urbana 43,3 43,6 43,4 40,0 36,8 38,4

Rural 62,2 57,4 59,9 45,1 49,9 47,3

Divino de São Lourenço

Total 105,4 101,1 55,7 85,1 86,7 44,0

Urbana 47,4 40,7 43,8 34,0 34,3 34,1

Rural 59,7 54,2 57,2 47,5 49,7 48,5

Dores do Rio Preto

Total 107,1 94,9 52,1 81,5 84,0 40,8

Urbana 32,6 39,4 36,3 24,5 28,0 26,4

Rural 61,8 64,5 63,1 45,4 47,0 46,1

Guaçuí

Total 94,5 104,0 42,9 69,8 75,0 30,8

Urbana 46,8 52,0 49,5 38,4 43,5 41,0

Rural 60,6 61,5 61,0 46,2 48,8 47,4

Ibatiba

Total 107,4 113,5 55,1 84,5 92,3 43,8

Urbana 40,2 34,3 37,4 30,2 31,2 30,7

Rural 68,6 65,3 67,1 50,3 49,1 49,8

Ibitirama

Total 108,8 99,7 60,4 80,6 80,4 43,9

Urbana - - - 28,2 36,8 32,5

Rural - - - 50,5 47,2 48,9

Irupi

Total - - - 78,7 84,0 43,2

Urbana 38,7 47,8 43,6 31,9 37,3 34,8

Rural 62,2 66,2 64,1 45,7 47,5 46,5

Iúna

Total 101,0 114,0 56,1 77,6 84,9 40,1

Urbana 30,7 39,5 35,1 23,6 29,0 26,4

Rural 52,3 53,4 52,8 43,6 40,3 42,1

Muniz Freire

Total 83,1 92,9 46,9 67,2 69,3 35,8

Urbana 35,5 39,5 37,6 31,5 28,9 30,2

Rural 51,0 54,3 52,5 34,3 37,9 35,9

São José do Calçado

Total 86,4 93,8 44,0 65,8 66,8 32,0

Urbana 35,4 40,5 38,1 28,8 31,5 30,2

Rural 59,2 60,8 59,9 46,7 46,2 46,5

Microrregião Caparaó

Total 48,4 50,2 49,3 37,1 37,4 37,3 Fonte dos dados: IBGE. Microdados do Censo 2000 Os dados de escolarização demonstram que a metade da população de 0 a 24 anos da microrregião Caparaó (48,7%) freqüentava escola no ano de 2000, taxa essa inferior à média estadual (tabela 102).

Page 157: Diagnostico Caparaó

157

Tabela 102 – Taxa de escolaridade, segundo faixa etária - microrregião Caparaó – 2000

Municípios

Faixa etária

Número de

pessoas

População que frequenta escola

ou creche

Taxa de

escolaridade

Cobertura pela rede pública

Cobertura pela rede privada

0 a 3 anos 2.153 255 11,9 11,0 0,9

4 a 6 anos 1.711 1.089 63,6 59,1 4,6

7 a 14 anos 5.235 4.875 93,1 85,1 8,0

15 a 17 anos 1.919 1.483 77,3 67,7 9,5

18 a 24 anos 4.124 1.212 29,4 19,3 10,1

Alegre

Total 15.142 8.914 58,9 51,5 7,4

0 a 3 anos 398 - - - -

4 a 6 anos 296 85 28,8 28,8 -

7 a 14 anos 917 756 82,4 81,6 0,8

15 a 17 anos 299 136 45,5 43,8 1,7

18 a 24 anos 595 107 18,0 16,5 1,5

Divino de São Lourenço

Total 2.506 1.084 43,3 42,4 0,8

0 a 3 anos 467 10 2,0 2,0 -

4 a 6 anos 378 252 66,5 66,0 0,5

7 a 14 anos 1.014 917 90,4 90,4 -

15 a 17 anos 418 253 60,5 60,5 -

18 a 24 anos 780 120 15,3 13,2 2,1

Dores do Rio Preto

Total 3.057 1.551 50,7 50,1 0,6

0 a 3 anos 1.954 94 4,8 4,0 0,8

4 a 6 anos 1.461 867 59,3 49,5 9,9

7 a 14 anos 4.102 3.620 88,3 77,0 11,3

15 a 17 anos 1.636 1.059 64,7 55,6 9,2

18 a 24 anos 3.424 843 24,6 16,9 7,7

Guaçuí

Total 12.577 6.484 51,6 43,3 8,2

0 a 3 anos 1.620 19 1,2 - 1,2

4 a 6 anos 1.095 594 54,3 44,2 10,1

7 a 14 anos 3.234 2.834 87,6 85,8 1,8

15 a 17 anos 1.257 661 52,6 48,9 3,7

18 a 24 anos 2.865 345 12,0 10,9 1,1

Ibatiba

Total 10.072 4.454 44,2 41,6 2,6

0 a 3 anos 890 10 1,1 1,1 -

4 a 6 anos 611 183 30,0 30,0 -

7 a 14 anos 1.607 1.297 80,7 79,9 0,8

15 a 17 anos 650 255 39,3 39,3 -

18 a 24 anos 1.335 227 17,0 16,5 0,5

Ibitirama

Total 5.092 1.972 38,7 38,3 0,4

0 a 3 anos 941 8 0,8 0,4 0,4

4 a 6 anos 521 134 25,7 25,7 -

7 a 14 anos 1.842 1.547 84,0 82,6 1,4

15 a 17 anos 699 327 46,8 46,1 0,7

18 a 24 anos 1.570 254 16,2 15,5 0,7

Irupi

Total 5.573 2.270 40,7 39,9 0,8

0 a 3 anos 2.109 32 1,5 1,5 -

4 a 6 anos 1.518 578 38,1 34,2 3,9

7 a 14 anos 4.508 3.890 86,3 81,8 4,5

15 a 17 anos 1.754 890 50,7 45,7 5,1

18 a 24 anos 3.699 465 12,6 9,6 3,0

Iúna

Total 13.588 5.855 43,1 39,7 3,4 Continua

Page 158: Diagnostico Caparaó

158

Tabela 102 – Taxa de escolaridade, segundo faixa etária - microrregião Caparaó – 2000

Conclusão

Municípios

Faixa etária

Número de pessoas

População que frequenta escola

ou creche

Taxa de

escolaridade

Cobertura pela rede pública

Cobertura pela rede privada

0 a 3 anos 1.574 41 2,6 2,6 -

4 a 6 anos 1.249 542 43,4 42,4 1,0

7 a 14 anos 3.472 3.122 89,9 89,9 -

15 a 17 anos 1.244 717 57,7 57,7 -

18 a 24 anos 2.847 476 16,7 15,0 1,7

Muniz Freire

Total 10.386 4.898 47,2 46,6 0,6

0 a 3 anos 666 88 13,2 10,8 2,5

4 a 6 anos 528 378 71,6 66,0 5,6

7 a 14 anos 1.575 1.491 94,7 92,2 2,4

15 a 17 anos 599 459 76,6 73,4 3,3

18 a 24 anos 1.278 379 29,7 21,1 8,6

São José do Calçado

Total 4.646 2.795 60,2 55,6 4,6

0 a 3 anos 12.773 557 4,4 3,8 0,6

4 a 6 anos 9.369 4.703 50,2 45,5 4,7

7 a 14 anos 27.505 24.348 88,5 84,1 4,5

15 a 17 anos 10.476 6.242 59,6 54,8 4,8

18 a 24 anos 22.516 4.428 19,7 15,1 4,6

Microrregião Caparaó

Total 82.639 40.277 48,7 44,8 3,9

0 a 3 anos 227.734 25.356 11,0 7,0 4,0

4 a 6 anos 173.419 106.821 61,6 47,1 14,5

7 a 14 anos 487.792 460.649 94,4 81,8 12,6

15 a 17 anos 196.370 145.226 74,0 61,6 12,3

18 a 24 anos 738.678 131.498 30,0 21,1 8,9

Espírito Santo

Total 1523993 869549 57,1 46,7 10,4 Fonte dos dados: IBGE. Microdados do Censo 2000

Os dados revelam ainda que essa microrregião apresenta a menor taxa de escolarização do Estado para a faixa etária de 7 a 14 anos (88,5%) (tabela 103). Tabela 103 – Taxa de escolaridade das pessoas de 7 a 14 anos - microrregiões

do Espírito Santo – 2000 Microrregião Taxa de escolarização

Metropolitana 95,9

Pólo Linhares 95,4

Metrópole Expandida Sul 93,4

Central Serrana 89,9

Sudoeste Serrana 89,4

Litoral Norte 96,1

Extremo Norte 94,3

Pólo Colatina 94,3

Noroeste I 95,1

Noroeste II 94,4

Pólo Cachoeiro 93,9

Microrregião Caparaó 88,5

Espírito Santo 94,4 Fonte dos dados: IBGE. Microdados do Censo 2000

Page 159: Diagnostico Caparaó

159

Levando-se em conta que este grupo etário corresponde, no atual sistema educacional, ao ensino fundamental e considerando-se, ainda, a existência de uma política nacional voltada à universalização deste ensino, este percentual é baixo, significando que, em 2000, 3.157 pessoas nesta faixa etária encontravam-se ainda fora da escola na microrregião Caparaó. Isto é explicado pelo grande número de crianças residentes nas zonas rurais, áreas reconhecidamente de baixa escolaridade, em função do envolvimento das crianças no trabalho agrícola familiar e das dificuldades de acesso à escola. De fato, a taxa de escolaridade, nesta faixa etária, na zona rural, é de 83,2%, enquanto na zona urbana chega a 94% (tabela 104). Tabela 104 – Taxa de escolaridade por situação de domicílio, segundo faixa

etária – microrregião Caparaó – 2000

Faixa etária Urbana Rural Total

0 a 3 anos 7,6 1,1 4,4 4 a 6 anos 73,3 29,3 50,2 7 a 14 anos 94,1 83,2 88,5 15 a 17 anos 70,6 47,2 59,6 18 a 24 anos 24,6 13,9 19,7 Total 0 a 24 anos 55,4 41,9 48,7

Fonte dos dados: IBGE. Microdados do Censo 2000 A despeito da importância da educação infantil na preparação para o ingresso no ensino fundamental, existe ainda um significativo contingente de crianças de até 6 anos de idade fora do processo educativo na microrregião Caparaó. Em 2000, pouco mais da metade das crianças desta faixa etária freqüentava creche ou escola. De fato, os dados de matrícula por nível de ensino, fornecidos pelas secretarias municipais de educação, confirmam que o número de alunos da educação infantil ainda é muito baixo em quase todos os municípios da microrregião, principalmente na zona rural. A partir dos 15 anos de idade, surgem grande diferenciações na taxa de escolarização, em função da situação de domicílio. A faixa etária de 15 a 17 anos, considerada ideal para cursar o nível médio de ensino, apresenta maior proporção de estudantes nas áreas urbanas (70,6%, contra 47,2% nas áreas rurais). Nos contatos feitos com técnicos das prefeituras municipais foi relatada a grande dificuldade, a despeito das vagas e da disponibilidade de transporte escolar, em manter na escola os jovens residentes na zona rural. Isso ocorre, segundo foi relatado, em decorrência de seu envolvimento com o trabalho familiar e também de seu desinteresse em relação ao curso, devido à inadequação do currículo escolar a suas perspectivas de vida profissional. O grupo etário de 18 a 24 anos apresenta taxas de escolarização bem baixas (24,6 na zona urbana e 13,9 na zona rural). Teoricamente os estudantes deste grupo deveriam estar cursando o nível de ensino superior, mas certamente o que ocorre é a defasagem escolar, uma característica do quadro educacional brasileiro. Até pelo pequeno número de matrículas no nível superior em todos os municípios da

Page 160: Diagnostico Caparaó

160

microrregião e pela inexistência de faculdades na maioria deles, a maior parte dos estudantes de 18 a 24 anos deve estar mesmo cursando o ensino médio ou freqüentando ainda o ensino fundamental. Por fim, analisando-se o grau de instrução da população adulta (25 anos e mais), constata-se que ela tem, em média, 4,4 anos de estudo, o que não corresponderia nem ao ensino fundamental completo. Essa média é bastante influenciada pela baixa escolaridade tanto das pessoas idosas quanto de outras já marginalizadas por parte do sistema educacional em períodos anteriores. A microrregião Caparaó apresenta a 3ª menor média do Estado, estando, inclusive, abaixo da média estadual (que é de 5,9 anos de estudo). Os municípios que apresentam as maiores médias de anos de estudo da população adulta são: São José do Calçado, Alegre, Guaçuí (tabela 105). Tabela 105 – Média de anos de estudo da população de 25 anos e mais -

microrregião Caparaó – 2000

2000

Faixa etária Urbana Rural Total

Alegre 6,4 3,1 5,2

Divino de São Lourenço 4,2 3,1 3,5

Dores do Rio Preto 4,8 3,4 4,2

Guaçuí 5,8 3,1 5,3

Ibatiba 3,9 2,9 3,4

Ibitirama 5,2 2,7 3,5

Irupi 4,8 2,7 3,4

Iúna 4,8 3,0 4,0

Muniz Freire 5,7 3,1 4,2

São José do Calçado 5,6 4,2 5,2

Microrregião Caparaó 5,4 3,1 4,4

Espírito Santo 6,5 3,4 5,9 Fonte dos dados: IBGE. Microdados do Censo 2000 10.1.1 Rede de educação Matrículas Nos dados de matrícula para o ano de 2004, constantes da tabela 98, observa-se o seguinte: • A educação infantil abrange um total de 6.544 alunos, e a rede municipal é a responsável pela maior parte dessas matrículas (5.841). As demais pertencem à rede particular. Esse quantitativo, comparado ao número de crianças de 0 a 6 anos existentes na região em 2000 (22.142), vem confirmar o que mostra a taxa de

Page 161: Diagnostico Caparaó

161

escolarização para esta faixa etária, ou seja, um contingente significativo de crianças fora da educação infantil. As matrículas da educação infantil concentram-se, principalmente, nos municípios de Alegre e Guaçuí e, em menor proporção, em Ibatiba, Iúna e São José do Calçado. De acordo com dados da Secretaria Estadual de Educação para 2003, 83% destas matrículas são efetivadas em estabelecimentos da zona urbana. Na zona rural há matrículas em creches apenas nos municípios de Ibatiba e São José do Calçado, e não há matrículas em pré-escolas nos municípios de Divino São Lourenço, Guaçuí, Irupi e Iúna. • No ensino fundamental existem 30.279 matrículas; o Estado ainda é responsável por mais da metade delas (17.204). A rede municipal concentra 11.769 matrículas, e apenas 1.306 pertencem à rede privada. Na rede municipal observa-se uma desproporção muito grande no quantitativo de matrículas por série, com uma superioridade para as matrículas nas primeiras quatro séries (8.802) em relação às efetuadas nas 5ª às 8ª séries (2.967). Na zona rural esta desproporção é ainda maior, tanto na rede estadual, quanto na municipal. • As matrículas no ensino médio regular são preponderantemente da rede estadual (6.272, num total de 7.075), concentradas, principalmente, nos municípios de Alegre, Guaçuí e Iúna. Existem também matrículas na rede privada, nos municípios de Alegre, Guaçuí e Iúna, e na rede federal, no município de Alegre. Destacam-se, ainda, 284 matrículas no nível técnico (educação profissional), no município de Alegre, na Escola Agrotécnica Federal de Alegre (Eafa). • Registram-se, ainda, 4.108 matrículas na Educação de Jovens e Adultos (supletivo), concentradas, principalmente, em Alegre, Guaçuí e Iúna e distribuídas nas séries dos níveis fundamental e médio. Deste total, 3.543 matrículas pertencem à rede estadual e 565 à rede municipal. É importante ressaltar que estas matrículas são iniciais, e que, nos contatos com os técnicos municipais, foi constatado um alto grau de desistência desses cursos por parte dos alunos.

Page 162: Diagnostico Caparaó

162

Tabela 106 – Matrículas na educação básica - microrregião Caparaó - 2004 Matrícula inicial

Ensino fundamental (regular)

Educação especial Educação de jovens e adultos

(supletivo presencial) Educação de jovens e adultos

(supletivo semi-presencial)

Municípios

Dependência administrativa

Creche

Pré-escola

Educação especial

(incluídos)

Total

1ª a 4ª série

5ª a 4ª série

Anos

iniciais

Anos finais

Ensino médio

(regular)

Educação profissional

– nível técnico

Total

Fundamental

Total

Fundamental

Médio

Total

Fundamental

Médio

Total 476 1.216 199 5.414 3.001 2.413 0 0 1.685 284 131 76 1.412 1.085 327 0 0 0

Estadual 0 0 71 3.678 1.821 1.857 0 0 1.131 0 0 0 992 665 327 0 0 0

Federal 0 0 0 0 0 0 0 0 392 284 0 0 0 0 0 0 0 0

Municipal 454 1.143 127 1.308 1.029 279 0 0 0 0 0 0 420 420 0 0 0 0

Alegre

Privada 22 73 1 428 151 277 0 0 162 0 131 76 0 0 0 0 0 0

Total 16 104 1 947 542 405 0 0 188 0 17 17 50 50 0 0 0 0

Estadual 0 0 1 544 227 317 0 0 188 0 0 0 40 40 0 0 0 0

Municipal 16 104 0 403 315 88 0 0 0 0 0 0 10 10 0 0 0 0

Divino de São Lourenço

Privada 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 17 17 0 0 0 0 0 0

Total 0 244 0 1.408 679 729 0 0 374 0 0 0 61 61 0 0 0 0

Estadual 0 0 0 831 259 572 0 0 374 0 0 0 61 61 0 0 0 0

Dores do Rio Preto

Municipal 0 244 0 577 420 157 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Total 290 981 86 4.387 2.419 1.968 0 0 1.244 0 215 127 940 501 439 0 0 0

Estadual 0 0 78 2.471 1.164 1.307 0 0 1.144 0 0 0 887 448 439 0 0 0

Municipal 200 787 8 1.491 1.051 440 0 0 0 0 0 0 53 53 0 0 0 0

Guaçuí

Privada 90 194 0 425 204 221 0 0 100 0 215 127 0 0 0 0 0 0

Total 125 647 6 4.035 2.309 1.726 0 0 660 0 52 0 360 232 128 0 0 0

Estadual 0 0 4 1.646 572 1.074 0 0 641 0 0 0 360 232 128 0 0 0

Municipal 112 564 1 2.229 1.652 577 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Ibatiba

Privada 13 83 1 160 85 75 0 0 19 0 52 0 0 0 0 0 0 0

Total 37 166 9 1.843 1.134 709 0 0 311 0 87 46 148 148 0 0 0 0

Estadual 0 0 9 1.074 365 709 0 0 311 0 0 0 148 148 0 0 0 0

Municipal 37 166 0 769 769 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Ibitirama

Privada 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 87 46 0 0 0 0 0 0

Total 105 259 5 2.072 1.180 892 0 0 382 18 59 25 92 92 0 0 0 0

Estadual 0 0 5 760 146 614 0 0 382 0 0 0 69 69 0 0 0 0

Municipal 105 254 0 1.294 1.016 278 0 0 0 0 0 0 23 23 0 0 0 0

Irupi

Privada 0 5 0 18 18 0 0 0 0 18 59 25 0 0 0 0 0 0 Continua

Page 163: Diagnostico Caparaó

163

Tabela 106 – Matrículas na educação básica - microrregião Caparaó – 2004 Conclusao

Matrícula inicial

Ensino fundamental (regular)

Educação especial Educação de jovens e adultos (supletivo presencial)

Educação de jovens e adultos (supletivo semi-presencial)

Municípios

Dependência administrativa

Creche

Pré-escola

Educação especial

(incluídos)

Total

1ª a 4ª série

5ª a 4ª série

Anos

iniciais

Anos finais

Ensino médio

(regular)

Educação profissional

– nível técnico

Total

Fundamental

Total

Fundamental

Médio

Total

Fundamental

Médio

Total 134 617 0 4.994 2.726 2.268 0 0 1.262 0 165 95 528 528 0 0 0 0

Estadual 0 0 0 2.899 1.341 1.558 0 0 1.132 0 0 0 469 469 0 0 0 0

Municipal 106 457 0 1.873 1.276 597 0 0 0 0 0 0 59 59 0 0 0 0

Iúna

Privada 28 160 0 222 109 113 0 0 130 0 165 95 0 0 0 0 0 0

Total 52 425 0 3.521 1.968 1.553 0 0 517 0 162 64 224 129 95 0 0 0

Estadual 0 0 0 2.346 1.344 1.002 0 0 517 0 0 0 224 129 95 0 0 0

Municipal 52 425 0 1.175 624 551 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Muniz Freire

Privada 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 162 64 0 0 0 0 0 0

Total 272 378 0 1.658 895 763 0 0 452 0 0 0 293 239 54 0 0 0

Estadual 0 0 0 955 211 744 0 0 452 0 0 0 293 239 54 0 0 0

Municipal 261 354 0 650 650 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

São José do Calçado

Privada 11 24 0 53 34 19 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Total 1.507 5.037 306 30.279 16.853 13.426 0 0 7.075 302 888 450 4.108 3.065 1.043 0 0 0

Estadual 0 0 168 17.204 7.450 9.754 0 0 6.272 0 0 0 3.543 2.500 1.043 0

Federal 0 0 0 0 0 0 0 0 392 284 0 0 0 0 0 0 0 0

Municipal 1.343 4.498 136 11.769 8.802 2.967 0 0 0 0 0 0 565 565 0 0 0 0

Microrregião Caparaó

Privada 164 539 2 1.306 601 705 0 0 411 18 888 450 0 0 0 0 0 0

Total 31.236 111.035 6.312 565.489 292.757 268.714 4.018 0 164.859 7.771 9.627 4.911 82.389 48.229 34.160 9.106 4.757 4.349

Estadual 0 0 2.913 237.822 111.208 126.614 0 0 132.915 0 554 418 66.425 35.493 30.932 8.617 4.506 4.111

Federal 0 0 0 0 0 0 0 0 3.037 3.565 0 0 133 0 133 0 0 0

Municipal 26.768 92.269 3.175 263.515 150.567 108.970 3.978 0 810 0 261 184 12.188 12.188 0 476 251 225

Espírito Santo

Privada 4.468 18.766 224 64.152 30.982 33.130 40 0 28.097 4.206 8.812 4.309 3.643 548 3.095 13 0 13 Fonte: MEC/INEP/DEEB.

Page 164: Diagnostico Caparaó

164

10.1.2 Estabelecimentos de ensino Os estabelecimentos de ensino de educação básica, por dependência administrativa, existentes na microrregião Caparaó, no ano de 2003, estão constantes da tabela 107. Entretanto, técnicos das secretarias municipais de educação relataram que, no ano de 2004, algumas escolas, principalmente na zona rural, foram desativadas, tendo o município ampliado a oferta de transporte escolar. Embora ainda não estejam disponíveis os dados consolidados para 2004, pode-se afirmar que isto ocorreu de forma mais significativa nos municípios de Alegre, Guaçuí e Iúna. O município de Alegre possui um estabelecimento de ensino técnico. Trata-se da Escola Agrotécnica Federal de Alegre (Eafa), que oferece ensino médio regular e educação profissional de nível técnico. Os cursos técnicos mantidos pela Eafa e as respectivas vagas oferecidas em 2005 são: técnico de agropecuária (170), técnico em agroindústria (30), técnico em aqüicultura (25), técnico em cafeicultura (25) e técnico em informática (28). • Projetos atualmente desenvolvidos pela Eafa para a região:

� Pólo de Educação Ambiental, compreendendo a realização de cursos e palestras

� Expedição Bacia Itapemirim, através do levantamento das condições da bacia

� Rio Vida, para proteção de áreas de nascentes � Projeto “Preservação de nascentes e recuperação de áreas degradadas”

• Expectativas de novos projetos a serem desenvolvidos pela Eafa:

� Criação do Centro de Capacitação Tecnológica � Criação da Universidade Federal do Caparaó em Alegre � Criação de Unidade de Tecnologia em Cafeicultura � Criação de Unidade de Tecnologia em Aqüicultura

Os únicos municípios da microrregião que possuem estabelecimentos de ensino superior são Alegre, Guaçuí e Iúna, conforme consta da tabela 108. Essas faculdades relacionadas na tabela 108 atendem basicamente aos alunos dos municípios da microrregião, com exceção do Caufes, que, por ser federal, atrai alunos de todo o Estado. Segundo relatos feitos por técnicos municipais, existe ainda um número significativo de alunos, não registrados aqui, cursando faculdades nas cidades mineiras próximas, como Carangola, Reduto e Caratinga.

Page 165: Diagnostico Caparaó

165

Tabela 107 – Estabelecimentos de ensino por dependência administrativa - microrregião Caparaó – 2003

Dependência administrativa

Federal Estadual Municipal Privada

Municípios

Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural

Escola Agrotecnica Federal de Alegre

- EEEF Ana Monteiro De Paiva

- CIEC De Celina EMUEF Benjamim Barros

CE Adelia Barrozo Bifano

-

EEEF oscar de almeida gama

CMEI Carmem Pinto Nogueira Da Gama

EMUEF Boa Esperanca

CE De Alegre

EEEF Prof Lellis

CMEI Fatinha Barbosa

EMUEF Cabeceira De Jerusalem

EE Francisco Arcon – Apae

EEEF prof pedro simao

CMEI Maria Bitencourt Da Rosa

EMUEF Cachoeira Alta

Escolinha Pingo De Gente

EEEFM Aristeu Aguiar

CMEI Maria Geralda Guerra Jaccoud

EMUEF Cachoeira Coberta

IE Santos Carvalheira

EEEFM Jose Corrente

CMEI Prof Domingos Bravo Reinoso

EMUEF Cachoeira Da Fumaca

EEEFM Prof Celia Teixeira Do Carmo

CMEI Ruth Alice EMUEF Cedro Grande

EEEFM Sirena Rezende Fonseca

CMEI Vanor Do Nascimento

EMUEF Corrego Das Neves

CRECHE Prof Candida Filgueiras

EMUEF Corrego Do Meio

Creche Tereza Fiorezi De Oliveira

EMUEF corrego sao bento

Creche Tio Teotonio Barbosa

EMUEF Corrego Tiradentes

EMEF George Abreu Rangel

EMUEF Euclydes Jaccoud Junior

EMEFTI Mul Luciano Alves Duarte

EMUEF Fazenda Bom Ver

EMUEF Fazenda Fortaleza

EMUEF Jose Beato Macedo

EP MUL Flores De Aparecida

EMUEF Jose Porfirio Da Costa

EPG MUL Carmelita Machado Moraes

EMUEF Lagoa Seca

Escola De Readaptacao Social Bom Amigo

EMUEF Melchisedeck Baldoto

PE MUL Jose Corrente

EMUEF Monte Cristo

PE Oscar De Almeida Gama

EMUEF Morro Azul

PTPL Associacao Luiza De Marilac

EMUEF Mul Raul Moulim

PTPL Circulo Biblico Sta Eliza

EMUEF Placa

PTPL Igreja So O Senhor E DEUs

EMUEF Ponte Do Palmito

PTPL Mul Vila Alta

EMUEF Ruy Barbosa Campos

EMUEF Santa Luzia

Alegre

EMUEF Santo Amaro

Continua

Page 166: Diagnostico Caparaó

166

Tabela 107 – Estabelecimentos de ensino por dependência administrativa - microrregião Caparaó – 2003

Continuação

Dependência administrativa

Federal Estadual Municipal Privada

Municípios

Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural

- - - - - EMUEF São Esperidiao

- -

EMUEF São Joao Do Norte

EMUEF São Sebastiao

EMUEF Sebastiao Roberto Lima

EP Mul Ass Faz Floresta Z M Da Silveira

EP Mul Oriente

EPG Mul Athaydes Alves De Assis

Alegre

EU Mul Varjao Do Norte

- - EEEFm Juvenal Nolasco

EEUEF Corrego Azul

EPG Allan Kardec Bitencourt Dias

EM Corrego São Mauricio

Classe Especial Menino Jesus

-

PTPL Allan Kardec Bitencourt Dias

EEUEF Corrego Do Perdido

PE Mul ChapEUzinho Vermelho

EU Mul Beira Rio

EEUEF Mato Dentro

EU Mul Boa Vista

EEUEF Serra Azul

EU Mul Corrego Da Floresta

PTPL 23 De Outubro

EU Mul Corrego Do Cafe

PTPL 23 De Outubro

EU Mul Corrego Do Cafe

PTPL Corrego Severino

EU Mul Corrego Severino

PTPL Novo Tempo

EU Mul Fazenda São Jose

EU Mul Novo Tempo

EU Mul Santo Antonio Do Bom Destino

EU Mul São Mauricio

Divino de São Lourenço

EU Mul Vista Alegre

- - EEEFM Pedro De Alcantara Galveas

PTPL Santa Terezinha

EMEF Mul Rio Preto

EMEF Cachoeira Alegre

- -

EEEFM São Jose EMEF Mundo Novo

EMEF Forquilha Do Rio

PTPL Mundo Novo

EMUEF Mundo Novo

EMPEF Parada Pimentel

PE São Jose EMUEF Santa Marta

Dores do Rio Preto

EMUEF TRES ESTADOS

Continua

Page 167: Diagnostico Caparaó

167

Tabela 107 – Estabelecimentos de ensino por dependência administrativa - microrregião Caparaó – 2003

Continuação

Dependência administrativa

Federal Estadual Municipal Privada

Municípios

Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural

- - EEEF Anisio Teixeira

- CMEI Zelia Viana De Aguiar

EMPEF Fazenda Alcantilado

Casa De Veneranda Creche Vovó Cotinha

APAE

EEEF Antonio Carneiro Ribeiro

Creche Dona Niquita

EMPEF Fazenda Aparecida

CE Guaçuí

EEEF Deocleciano De Oliveira

Creche Maria Umbelina Da Silva

EMPEF São Joao Da Serra

CE Israel

EEEF São Geraldo

Creche Rita Perdigao

EMUEF Alto São Felipe

Colégio São Geraldo

EEEM Monsenhor Miguel De Sanctis

EAMEF EUgenio De Souza Paixao

EMUEF Antonio Julio

PTPL Ama Norte EMEF Isaura Marques Da Silva - Caic

EMUEF Chapadao

PTPL Comunidade Joao Ferraz De Araujo

EMEF Jose Antonio De Carvalho

PTPL Comunidade Manoel Monteiro Torres

EMEF Prof Elvira Bruzzi

PTPL Comunidade Santos Dos Anjos

EMUEF Córrego do Patrimônio

- - PTPL Comunidade São Jose

- EMUEF Córrego Do Sossego

- - -

PTPL Comunidade Vale Do Sol

EMUEF Estacao De São Romao

PTPL Lar Dos Idosos Frederico Ozanan

EMUEF Fazenda Da Floresta

PTPL São Paulo Apostolo

EMUEF Geraldino Moreira Lobato

EMUEF Pratinha

EMUEF Santo Antonio

EMUEF São Joao Da Serra

Guaçuí

EMUEF São Miguel

- - EEEF David Gomes

- Creche Mul Branca De Meve

E Mul Aristoteles Jose De Freitas

CE Colégio Crescer

-

EEEFm Prof Maria Trindade Oliveira

EMPG Ibatiba Emeief Cachoeira Alegre

Colégio Agape

EPPG Mul Helena Almocdice Valadao

EMPG Prof Eliana Marlene Coitinho

Sociedade Pestalozzi De Ibiraçu

EMPPG Adelaide Rodrigues Moreira

Ibatiba

EMPPG Agenor De Souza Le

Continua

Page 168: Diagnostico Caparaó

168

Tabela 107 – Estabelecimentos de ensino por dependência administrativa - microrregião Caparaó – 2003

Continuação

Dependência administrativa

Federal Estadual Municipal Privada

Municípios

Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural

- - - - - EMPPG Santa Maria De Baixo

- -

EP Fazenda Do Fama

EP Fazenda Medeiros

EP MUL Boa Esperanca

EP MUL Cabeceira Do Rio Pardo

EP Santa Isabel EU Corrego

Dos Ines

EU Corrego Pontal

EU Mul Beira Rio

EU Mul Boa Vista

EU Mul Cantinho Alegre

EU Mul Fazenda Dalton Heringer

EU Mul Irmaos Donato

EU Mul Neblina EU Mul Retiro EU Paraiso

Ibatiba

EU Rafael De Oliveira

- - EEEFm Antonio Lemos Junior

EEEF São Jose Do Caparao

CEMEI Maria Lemos Faleiro EM Maria

Lobato Da Silva

Apae -

EEEFm Olavo Rodrigues Da Costa

PTPL Antenor Luiz Motta

Epg Monsenhor Joao Batista Pevesi

EM Abeilard Timoteo

PTPL Filgueira

Pe Olavo R Da Costa

Em Adao Jose De Almeida

PTPL Painel

EM Antenor Luiz Da Motta

EM Antonio Costa

EM Antonio Lemos Barbosa

EM Artulino Xavier Da Costa

EM Augusto Machado De Oliveira

EM Corrego Do Almeida

EM Elias Miguel De Paula

EM Ernesto Vital

Em EUgenio Machado

Ibitirama

EM Fazenda Corrego Do Laje

Continua

Page 169: Diagnostico Caparaó

169

Tabela 107 – Estabelecimentos de ensino por dependência administrativa - microrregião Caparaó – 2003

Continuação

Dependência administrativa

Federal Estadual Municipal Privada

Municípios

Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural

- - - - - EM Fazenda Joaquim H De Carvalho

- -

EM Francisco Machado Filho

EM Francisco Martins Moralles

EM Graciano Ogione

Em Jose Goncalves Ferreira

EM Lazarino Ricci

EM Leonides Fernandes

EM Luiz De Moura

EM Maria De Freitas Barbosa

EM Pe Jose De Anchieta

EM Santclair Lopes De Souza

EM Sebastiao Laudelino Junior

EM Virgilio Proveti

Ibvitirama

PE São Jose Do Caparao

- - EEEFm Bernardo Horta

- Creche Dona Maria Emilia

E MUL Corrego Boa Esperanca Apae

-

EEEF Delfino Batista Vieira

EEEFm Luiz Moises Heringer

EMPG Prof Sonia Maria Faria Pinheiro

EP Corrego Aventureiro

CEFT Sul Capixaba

EPG Mul São Jose

EP Córrego Do Sabia

Colégio Espaço Xxi

EPG Prof Eni Leal Machado EP Japecanga

Colégio Porto Seguro

CE Raio De Luz EP santa rosa

EP Tia Velha

EU Barra De Santa Rosa

EU Cabeceira De São Jose

EU Córrego Do Palmital

EU Córrego Fundo

EU Manoel Mariano Pereira

EU Mul Córrego Do Recreio

EU Mul Córrego Dos Pinheiros

EU Mul Maria Amelia Andrade

EU Mul Prof Maria Jose Caetano

EU Mul Taquara Preta

Irupi

EM Boa Sorte Continua

Page 170: Diagnostico Caparaó

170

Tabela 107 – Estabelecimentos de ensino por dependência administrativa - microrregião Caparaó – 2003

Continuação

Dependência administrativa

Federal Estadual Municipal Privada

Municípios

Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural

- - EEEF Dr Nagem Abikahir

EEPEF Alda Lofego De Castro

Creche Pingo De Gente

EM Cab Do Córrego Do Balsamo

Colégio Renascer

-

EEEF Elza De Castro Scardini

EEPEF Bonsucesso

Creche São Vicente De Paula

EM Córrego Da Boa Sorte

Creche Renascer

EEEF Maria Barros Horsth

EEPEF Maria Rosa De Lima

EPG Mul Deolinda Amorim De Oliveira

EM Fazenda Boa Esperanca

EE Arco Íris

EEEFm Henrique Coutinho

EEPEF Maria Scardini Justo

EPG Mul Prof Dalila Castro Rios

EM Fazenda Da Ponte

EEEFm P Afonso Braz

EEPEF Santa Clara Do Caparao

EU Mul Alto Trindade

EM Fazenda Santo Antonio Da Boa Vista

EEPEF São Cristovao

PE Delfino Batista Vieira

Em Terra Corrida

EEUef Cabeceira Do Pouso Alto

PE Elza Castro Scardini

EP Córrego Do Recreio

EEUef Donato Fidelis

PE Luiz Moises Heringer

EP Ponte Alta

EEUef Fazenda Bem Posta

PE Maria Barros Horsth

EP Serrinha

EEUef Fazenda Boa Vista

PE P Afonso Bras

EU Córrego Do Meio

EEUef Fazenda Santa Barbara

EU Córrego Do Vila

EEUef Morro Redondo

EU Mul Córrego Do Jatoba

EEUef Santa Clara Do Irupi

EU Mul Córrego Do Mafra

EU Mul Córrego Do Socorro

EU Mul Córrego Dos Piloes I

EU Mul Córrego Dos Piloes Ii

EU Mul Fazenda Alegria

EU Mul Fazenda Santo Antonio

EU Mul Maria Jose De Castro Silveira

EU Mul Maria Ortiz

EU Mul Rio Claro

Iúna

EU Mul São Jose Da Tres Pontes

Continua

Page 171: Diagnostico Caparaó

171

Tabela 107 – Estabelecimentos de ensino por dependência administrativa - microrregião Caparaó – 2003

Continuação

Dependência administrativa

Federal Estadual Municipal Privada

Municípios

Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural

- - EEEF Braulio Franco

EEPEF Cabeceira Do Norte

CEI Ana Basilio De Avila

EMPG Córrego Rico

EE Nasira Deps Almeida Apae

-

EEEF Maria Aurea Barroso

EEPEF Córrego Rico

CEI Tania Aparecida Nicolau

EMPG Ribeirao Do Lage

EEEFm Arquimimo Mattos

EEPEF Fazenda Fortaleza

EMPG São Pedro

EMPG Santa Joana

EEEFm Prof Lia Terezinha Mercon Rocha

EEPEF Paraiso EMPG Sebastiao Costa

EMPG Tombos

EEPEF Santa Joana

EMPG Vieira Machado

EP Mul Alta Cachoeira

EEUef Amorim JI Ademar Vieira Da Cunha

EP Mul Estrela Do Norte

EEUef Boa Esperanca

PE Mul Crianca Feliz

EP Mul Vargem Alegre

EEUef Cabeceira Córrego Do Juliao

PE Mul Escolinha Da Alegria

EU Mul Alto Brejetuba

EEUef Cabeceira De Santo Amaro

EU Mul Alto Cachoeira Do Rio Pardo

EEUef Cabeceira De Terra Corrida

EU Mul Alto Canta Galo

EEUef Córrego Cristal

EU Mul Alto Caparao

EEUef Córrego Cristal

EU Mul Alto Caparao

EEUef Fazenda Guanabara

EU Mul Alto Recanto

EEUef Meia Quarta

EU Mul Alto Tombos

EEUef Santa Cruz

EU Mul Barra De São Simao

EEUef Seio De Abraao

EU Mul Barro Preto

EEUef Tombos EU Mul Boa Esperanca De Tombos

EU Mul Cabeceira De Tombos

EU Mul Cabeceira Do Amorim

EU Mul Cabeceira Do Gloria

EU Mul Cachoeira Alegre

EU Mul Cabeceira Do Amorim

EU Mul Cabeceira Do Gloria

Muniz Freire

EU Mul Cachoeira Alegre

Continua

Page 172: Diagnostico Caparaó

172

Tabela 107 – Estabelecimentos de ensino por dependência administrativa - microrregião Caparaó – 2003

Conclusão

Dependência administrativa

Federal Estadual Municipal Privada

Municípios

Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural

- - - - - EU Mul Canta Galo

- -

EU Mul Córrego Do Ouro

EU Mul Córrego Santo Antonio

EU Mul Cristal EU Mul De

Santo Amaro

EU Mul Fazenda Laje

EU Mul Fazenda Uniao

EU Mul Pouso Alto

EU Mul Santo Antonio Do Amorim

EU Mul São Domingos

Muniz Freire

EU Mul Vista Alegre

- - EEEF Ercilio Cordeiro

EEUEF Altamiro Gomes De Lima

Creche Tia Augusta

E Mul Adelino Ferreira Tatagiba

CE Céu Azul -

EEEF Prof Umbelina Machado Da Silva

EEUEF Fazenda Jose Ferreira

Creche Tia Orozina

E Mul Areal

EEEFm Merces Garcia Vieira

EMEF Manoel Franco

E Mul Boa Esperanca

EEPEF Anito Gomes Teixeira

EMEF Marilia Rezende Scarton Coutinho

EM Soledade

EP Jose Do Deco

Ep Quatro Irmaos

EP Mul Moacir Teixeira Garcia

EU Berto Padre

JI Marieta Castro

EU Jose Borges Da Almeida

PE Airituba EU Luis Gomes Meier

PE Anito Gomes Teixeira

EU Mul Castelo Branco

PE E Creche Tia Maria Das Dores

EU Mul Milagre

São José do Calçado

PE Ercilio Cordeiro

EU Primo Bolelli

Fonte: MEC/INEP/DEEB.

Page 173: Diagnostico Caparaó

173

Tabela 108 – Estabelecimentos de ensino superior por dependência administrativa - microrregião Caparaó

Natureza administrativa Municípios

Federal Municipal Privada Alegre

Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo (Caufes)

Cursos oferecidos: . Agronomia (60 vagas), Engenharia Florestal (25 vagas), Medicina Veterinária (25 vagas) e Zootecnia (25 vagas).

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Alegre (Fafia)

Cursos oferecidos: . Biologia (50 vagas), Pedagogia (50 vagas), Ciências com habilitação em Matemática (50 vagas), Biologia (50 vagas), Letras (50 vagas), História (50 vagas) e Farmácia (80 vagas).

Guaçuí

- - Faculdade Guaçuí (UVV)

Curso oferecido: .Graduação: Administração com habilitação em Gestão de Empreendimentos Turísticos (100 vagas). .Especialização lato sensu: Direito Civil e Processual . MBA em andamento – Gestão de Negócios com opção de ênfase em pequenas e médias empresas ou agronegócios.

Iúna

- - Faculdade Porto Seguro Curso oferecidos: . Normal Superior Doctor Cursos oferecidos: . Normal Superior, Administração, Ciências Contabéis.

Fonte: Prossiga/ES. Disponível <http//www.prossiganosestados.es.gov.br. Acesso: em 30.01.2005 Nota: A Fafia é uma autarquia municipal mantida com recursos próprios, provenientes da cobrança de mensalidades 10.1.3 Programas municipais desenvolvidos na área de educação Além dos programas relativos a transporte escolar, merenda escolar, formação continuada de professores, livro didático e Educação de Jovens e Adultos (EJA), alguns municípios desenvolvem ainda outros programas específicos, a saber: São José do Calçado • Alfabetização solidária (verba federal com parceria com o Estado) • Informática para a comunidade (duas unidades na sede e três na zona rural) Guaçuí • “Aprendendo com a natureza” (parceria da Secretaria Municipal de Educação

com a Fundacentro) • “Café da lavoura até a mesa” (parceria da Secretaria Municipal de Educação com

a Secretaria Municipal de Agricultura) • Alfabetização solidária (recurso federal)

Page 174: Diagnostico Caparaó

174

• Projeto Samarco (parceria da Secretaria Municipal de Educação com a Samarco), na formação de professores visando à mentalização dos alunos sobre a importância da qualidade de vida e à transformação deles em cidadãos conscientes e participantes do processo de construção de um futuro melhor

• Cread (faculdade à distância – convênio com a Ufes): realização de curso normal superior, sendo o município de Guaçuí pólo do programa; atende alunos de Guaçuí, Apiacá, Dores do Rio Preto, Bom Jesus do Norte e São José do Calçado

Irupi • Programa de erradicação das drogas (Proerd), em conjunto com a Polícia Militar;

trabalho de prevenção através de palestras e passeatas, realizadas nas escolas de ensino fundamental da sede e de alguns distritos

• Projeto de educação ambiental (em parceria com a ONG Amar Caparaó) 10.2 Saúde Considerando-se a mortalidade infantil um bom indicador de avaliação das condições de saúde e de vida da população, pode-se observar que a microrregião de Caparaó encontra-se em situação de inferioridade em relação ao Estado como um todo. Apresenta, em 2002, uma taxa de mortalidade infantil de 18,2 óbitos por mil nascidos vivos, mais alta que a média estadual, que é de 15,9. Numa comparação inter-regional, é a 6ª maior taxa do Estado, sendo superada pelas microrregiões Extremo Norte, Noroeste I, Pólo Colatina, Pólo Cachoeiro e Sudoeste Serrana (tabela 109). Tabela 109 – Taxa de mortalidade infantil - microrregiões - Estado do Espírito

Santo – 2002

Microrregiões Taxa de mortalidade infantil (por 1.000 nascidos vivos)

Metropolitana 14,6 Pólo Linhares 12,0 Metrópole Expandida Sul 16,6 Central Serrana 12,1 Sudoeste Serrana 18,8 Litoral Norte 16,0 Extremo Norte 22,1 Pólo Colatina 20,7 Noroeste I 21,1 Noroeste II 16,3 Pólo Cachoeiro 19,1 Caparaó 18,2 Espírito Santo 15,9

Fonte dos dados: Sesa – ES

Page 175: Diagnostico Caparaó

175

Os municípios que apresentam maiores taxas de mortalidade infantil são Dores do Rio Preto, Irupi, Iúna e São José do Calçado, mas deve-se levar em conta também os números absolutos, já que alguns municípios têm um total de nascidos vivos muito reduzido, fazendo com que sua taxa se eleve. Assim, vale destacar o município de Iúna, com um quantitativo significativo de óbitos em menores de um ano. Tabela 110 – Taxa de mortalidade infantil - microrregião Caparaó – 2002

Municípios Taxa de óbitos menores

de 1 ano

Total de nascidos vivos Taxa de mortalidade

infantil

Alegre 6 534 11,2 Divino de São Lourenço - 71 - Dores do Rio Preto 4 58 69,0 Guaçuí 7 508 13,8 Ibatiba 4 352 11,4 Ibitirama 3 167 18,0 Irupi 6 189 31,7 Iúna 13 490 26,5 Muniz Freire 5 352 14,2 São José do Calçado 4 141 28,4 Caparaó 52 2.862 18,2 Espírito Santo 865 54.460 15,9

Fonte dos dados: Sesa – ES

10.2.1 Rede de Saúde Conforme consta da tabela 111, Alegre, Guaçuí, Ibatiba, Iúna, Muniz Freire e São José do Calçado são os municípios da microrregião que possuem hospital, a maioria deles filantrópicos, com exceção do hospital de Ibatiba, que é privado, e o de São José do Calçado, que pertence à rede pública estadual. Tabela 111 – Estabelecimentos de saúde existentes - microrregião Caparaó –

2004 Municípios Unidade de saúde Esfera

. Casa de Caridade São José Filantrópico

. 10 Postos de Saúde Familiar (PSF), localizados na sede, bairros e distritos

Público Municipal

. Consultórios médicos Particular

Alegre

. Clínicas de odontologia Particular

. 01 unidade de saúde mista (ambulatório e primeiros socorros) localizada na sede

Público Municipal

. 02 Postos de Saúde Familiar (PSF), localizados na sede e em Patrimônio da Penha

Público Municipal

. 01 unidade móvel Público Municipal

Divino de São Lourenço

. Instituto dos funcionários da Prefeitura Municipal (ambulatório e exames)

Continua

Page 176: Diagnostico Caparaó

176

Tabela 111 – Estabelecimentos de saúde existentes - microrregião Caparaó – 2004

Conclusão

Municípios Unidade de saúde Esfera Dores do Rio Preto

. 03 Postos de Saúde Familiar (PSF), localizados na sede, bairro e distrito

Público Municipal

. Santa Casa de Misericórdia de Guaçuí Filantrópico

. 02 postos de atendimento (não fazem parte do PSF) Público Municipal

. 05 Postos de Saúde Familiar (PSF) Público Municipal

. 01 centro de habilitação física Público Municipal 01 unidade móvel – consulta e exames simples (ônibus) Público Municipal

Guaçuí

. 51 clínicas particulares e odontologia Particular

.Hospital Maternidade e Pronto Socorro Nossa Senhora da Penha Particular

. 01 unidade sanitária regional (ambulatório), localizada na sede Público Municipal

. Postos de Saúde Familiar, localizados na sede, bairros e distritos Público Municipal

. 02 consultórios médicos Particular

. 05 clínicas de odontologia Particular

Ibatiba

. 02 clínicas de fisioterapia Particular/Convênio PM

.Pronto Socorro João Soares de Azevedo (ambulatório, pequenas cirurgias e Raio X)

Público Municipal Ibitirama

. 03 Postos de Saúde Familiar, localizados em Santa Marta, São José e Pratinha

Público Municipal

. 01 unidade de saúde, localizada na sede Público Municipal

. 05 Postos de Saúde Familiar, localizados em Barra Grande, São José, Santa Cruz, Aventureiro e Santa Rosa

Público Municipal

. 01 consultório médico Particular

Irupi

. 04 clínicas de odontologia Particular

. Hospital Santa Casa de Iúna Filantrópico

.01 centro municipal de saúde (ambulatório), localizado na sede Público Municipal

. 04 Postos de Saúde Familiar (PSF), localizados em Nossa Senhora da Penha, Quilombo, Localidade Nossa Senhora das Graças (Perdição) e Pequiá.

Público Municipal

. 05 unidades básicas de saúde, localizadas em Rio Claro, Terra Corrida, Trindade e São João do Princípe e Laranja da Terra.

Público Municipal

. 01 unidade da vigilância sanitária localizada no centro municipal de saúde

Público Municipal

. 12 consultórios médicos Particular

. 02 clínicas de fisioterapia Particular

. 10 clínicas de odontologia Particular

Iúna

. 02 clínicas de psicologia Particular

. Santa Casa de Muniz Freire Filantrópico

. 07 unidades de saúde com seis equipes de (PSF), localizadas na sede, Piaçu, Assunção, Menino Jesus, Itaici, São Pedro e Vieira Machado

Público Municipal

Muniz Freire

. 01 clínica médica Particular

. Hospital Estadual São José Estadual

. 04 Postos de Saúde Familiar (PSF), localizados na sede e distritos Público Municipal

. 01 Centro de Atenção Psico-social (Capes), localizado na sede Público Municipal

São José do Calçado

. 05 consultórios médicos Particular Fonte: Prefeituras Municipais O Hospital Estadual São José (em São José do Calçado), a Casa de Caridade São José (em Alegre) e a Santa Casa de Misericórdia de Guaçuí servem de referência para Dores do Rio Preto. A Santa Casa de Guaçuí também é referência para Divino de São Lourenço e Ibitirama. A Santa Casa de Iúna atende, além dos residentes do município, também os pacientes de Irupi. Entretanto, como esses estabelecimentos, em geral, prestam serviços de média complexidade, os casos mais graves de toda a

Page 177: Diagnostico Caparaó

177

região são encaminhados para Cachoeiro de Itapemirim e Vitória e, ainda, para alguns municípios mineiros vizinhos. De acordo com a tabela 112, a microrregião Caparaó conta com um total de 369 leitos, distribuídos nos cinco hospitais acima citados, e a maior parte deles é disponível para o SUS. A relação de oferta de leitos totais da região é de 2,2 leitos para cada mil habitantes; portanto, um pouco abaixo do padrão preconizado pelo Ministério da Saúde (que é de 2,5 a 3 leitos para cada mil habitantes). Entretanto, deve-se novamente ressaltar que, embora a oferta de leitos seja quase considerada suficiente em quantidade, existe toda uma demanda por serviços hospitalares mais complexos, atendida por municípios mais bem equipados, localizados fora dos limites da região. Os leitos do SUS dos hospitais da região são destinados a clínica médica, obstetrícia, pediatria e, em menor número, para cirurgia (de pequena complexidade). Vale destacar que no município de São José do Calçado o número de leitos, que é 28, está sendo ampliado para 78, até o final de 2005. Todos os municípios da região dispõem de ambulâncias para encaminhamento de doentes para os hospitais, embora em um número considerado insuficiente para atendimento da demanda. Tabela 112 – Leitos hospitalares - microrregião Caparaó – 2004

Município Leitos particulares Leitos SUS Total

Alegre 11 70 81

Divino de São Lourenço - - -

Dores do Rio Preto - - -

Guaçuí 7 56 63

Ibatiba 5 41 46

Ibitirama - - -

Irupi - - -

Iúna 12 71 83

Muniz Freire 24 44 68

São José do Calçado - 28 28

Caparaó 59 346 369 Fonte: Prefeituras Municipais

Page 178: Diagnostico Caparaó

178

10.2.2 Programas • Controle de doenças sexualmente transmissíveis • Controle de esquistossomose • Controle de febre amarela e dengue • Controle de hipertensão • Controle e prevenção da hanseníase • Agente Comunitário de Saúde (Pacs) • Programa Nacional de Imunização (PNI) • Programa de Farmácia Básica • Programa Saúde da Família • Programa Saúde da Mulher • Programa Saúde Mental (Capes) • Programa tuberculose • Saúde bucal • Saúde da criança • Vigilância Alimentar e Nutricional (VAM) Os municípios de Muniz Freire, Divino de São Lourenço e Irupi registram um número significativo de pessoas infectadas por esquistossomose, em decorrência direta de esgotos lançados nos córregos da região.

10.3 Assistência Social Nos municípios da região são desenvolvidos programas federais de ação social, tais como: Bolsa Família, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) e Programa de Atenção à Criança (PAC). Somente em alguns municípios há verba prevista no orçamento para assistência social, que consiste basicamente em: • Orientações a grupo de terceira idade • Apoio financeiro a associações de artesãos • Auxílios emergenciais: auxílio funeral, cesta básica, encaminhamento de

carentes para exames especiais, doação de passagens para tratamento médico • Complementação de alimentação para crianças de zero a dois anos com risco

nutricional • Orientação previdenciária • Orientação quanto a processos de benefício de prestação continuada • Encaminhamento de carentes à defensoria pública • Encaminhamento de jovens e adolescentes carentes à orientação psicológica Nos contatos realizados com técnicos municipais foi relatado, nos últimos anos, aumento do número de crianças nas ruas, em geral moradores dos bairros periféricos e filhos de diaristas que trabalham em propriedades rurais.

Page 179: Diagnostico Caparaó

179

10.4 Cultura Alegre • Equipamentos

� 01 teatro em construção � 01 cinema � Lira Carlos Gomes � Casa de Cultura de Alegre � Instituto Histórico e Geográfico de Alegre � Espaço Cultural Elias Simão, que abriga a Biblioteca Pública Municipal

• Manifestações artísticas e folclóricas

� 02 folias-de-reis (01 na sede e outra no distrito de Rive); � Dança-da-fita (Cachambu) � Boi-pintadinho (Vila do Sul) � Bate-flecha (Vila do Sul)

O folclore também é ensinado nas escolas municipais, inclusive com aulas práticas. • Eventos

� Festival de música popular de Alegre (Fama), conhecido nacionalmente, conta com participantes concorrentes ao festival procedentes de diferentes estados, dividindo o palco com artistas consagrados da MPB

• Patrimônio histórico Embora não exista nenhum imóvel tombado pelo patrimônio, o município possui alguns prédios históricos, tais como:

� Castelinho da Família Alcure (hoje sede do Caufes) � Solar Miguel Simão (onde funciona a escola de música Saint'Clair Pinheiro) � Igreja matriz Nossa Senhora da Penha do Alegre, em estilo barroco gótico

(erguida em 1852) � Escola de 1º Grau Professor Lelis, mostra do estilo neocolonial, inaugurada

em 1931 Existem ainda no interior do município casarões localizados em fazendas antigas, como as fazendas Bom Ver, Fortaleza e Oriente. Divino de São Lourenço • Equipamentos

� 01 biblioteca pública municipal • Manifestações artísticas e folclóricas

� Boi-pintadinho

Page 180: Diagnostico Caparaó

180

� Folia-de-reis • Patrimônio histórico Embora não exista nenhum imóvel tombado pelo patrimônio, o município possui alguns prédios históricos, tais como:

� Casarão da Fazenda Confluência (no centro da cidade), construído por volta de 1895, que pertenceu a uma das primeiras famílias divinenses (Juvenal Nolasco)

� Casarão da Fazenda Serra Azul, a 9 Km do centro, construída em 1942, em madeira de lei

Dores do Rio Preto • Equipamentos

� 01 biblioteca pública municipal � Banda Lira Rio Pretense � Banda Marcial Dilma Bastos Soares

• Manifestações artísticas e folclóricas

� Boi-pintadinho do Caparaó � Folia-de-reis � Dança-da-pedra-menina-mística � Dança-da-fita

O folclore também é ensinado nas escolas municipais, inclusive com aulas práticas. • Eventos

� Carnaval das montanhas, com apresentação de blocos de rua Guaçuí • Equipamentos

� Teatro Municipal Fernando Torres • Manifestações artísticas e folclóricas

� Grupo teatral “Gota, Pó e Poeira” � Folia-de-reis � Charola de São Sebastião

Page 181: Diagnostico Caparaó

181

� Boi-pintadinho e as mulinhas � Cachambu � Mineiro-pau � Bate-flechas

• Eventos

� Verão Feliz � GuaçuiFolia � Feira do Verde � Festival de inverno � Festival Nacional de Teatro

• Patrimônio histórico Embora não exista nenhum imóvel tombado pelo patrimônio, o município possui alguns prédios históricos, tais como:

� Grand Hotel Minas Gerais, construído na década de 1920 � Pharmacia Espírito Santo, com estantes e balcões de madeira � Igreja Matriz de São Miguel Arcanjo � Casarão onde funciona a Escola Normal São Geraldo � Casarões de fazendas antigas, como Fazenda do Castelo, Fazenda da

Barra, Fazenda do Galho, Fazenda do Alcantilado e a Fazenda Velha Ibatiba • Equipamentos

� Biblioteca Pública Municipal • Manifestações artísticas e folclóricas

� Folia-de-reis � Boi-pintadinho

• Eventos

� Festa do Tropeiro • Patrimônio histórico Embora não exista nenhum imóvel tombado pelo patrimônio, o município possui alguns prédios históricos, tais como:

� Casarão Dona Jane, construído em 1928 � Casarão da Fazenda Boa Esperança, construído em 1860 � Casarão da Fazenda Pau Grande, meados do século XX � Casarão da Fazenda Santa Bárbara, construído em 1940

Page 182: Diagnostico Caparaó

182

� Casarão da Fazenda Vista Alegre, construído em 1954 � Casarão da Fazenda das Mulatas � Casarão da Fazenda Tia Menininha, construído na primeira metade do

século XIX Ibitirama • Equipamentos

� Biblioteca Pública Municipal • Manifestações artísticas e folclóricas

� Folia-de-reis � Bate-flechas � Boi-pintadinho � Mulinha-rosada � Dança portuguesa do tiro-liro � Dança-da-fita

• Patrimônio histórico Embora não exista nenhum imóvel tombado pelo patrimônio, o município possui alguns casarões localizados em fazendas antigas, como o Casarão da Fazenda São João, bem próximo do centro. Irupi • Equipamentos

� Biblioteca Pública Municipal • Manifestações artísticas e folclóricas

� Banda Lírica Espírita � Grupo de capoeira.

• Eventos

� 02 eventos anuais de motocross e trilhas, promovidos pela Associação de Trilheiros.

Page 183: Diagnostico Caparaó

183

• Patrimônio histórico Embora não exista nenhum imóvel tombado pelo patrimônio, o município possui alguns casarões localizados em fazendas antigas. Iúna • Equipamentos

� Museu histórico de Iúna, que funciona também como casa da cultura de Iúna

� Biblioteca Pública Municipal Terezinha Castro Gonçalves, anexa ao museu • Manifestações artísticas e folclóricas

� Folia-de-reis • Eventos

� Festa do Café de Iúna � Fest Art

• Patrimônio histórico Embora não exista nenhum imóvel tombado pelo patrimônio, o município possui alguns casarões localizados em fazendas antigas. Muniz Freire • Equipamentos

� Casa de Cultura, que abriga o Museu Histórico Municipal e a Biblioteca Pública Municipal

� Centro de Cultura Italiana • Manifestações artísticas e folclóricas

� Folia-de-reis � Boi-pintadinho � Grupo de capoeira � Grupo de danças Nuovo Veneto � Coral Mazzolin di Fiore � Lira Munizfreirense

Page 184: Diagnostico Caparaó

184

• Eventos � Festa da Imigração Italiana � Festa folclórica � Encontro dos Munizfreirenses Ausentes.

• Patrimônio histórico Embora não exista nenhum imóvel tombado pelo patrimônio, o município possui alguns casarões, como:

� O prédio que abriga a casa de cultura, erguido em 1927; � A casa do imigrante Cristoforo Guizzardi, construída há mais de um século; � Igreja Matriz do Divino Espírito Santo, erguida em 1950 sobre a antiga igreja

local, de 1880. São José do Calçado • Equipamentos

� Biblioteca Pública Municipal � Academia Calçadense de Letras

• Eventos

� Encontro de carros-de-boi. • Patrimônio histórico Embora não exista nenhum imóvel tombado pelo patrimônio, o município possui alguns casarões, como o casarão da Igreja Presbiteriana.

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11. ORGANIZAÇÃO SOCIAL Os grupos organizados e entidades cadastradas neste trabalho localizados no território do Caparaó foram levantados com base nos dados disponibilizados pelas prefeituras dos municípios da microrregião, por informações colhidas junto a órgaõs públicos com escritórios locais, como o Incaper, e também junto a entidades organizadas de expressão na referida região, como o Consórcio Caparaó. Dentre as entidades organizadas, vale destacar o trabalho desenvolvido pelo Consórcio do Caparaó, que também tem funcionado como entidade agregadora dos esforços locais, conforme se verificou nas entrevistas e visitas realizadas na microrregião. O Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Região do Caparaó foi criado a partir de um fórum constituído em 1995 por Organizações Não-Governamentais (ONGs) presentes em alguns dos dez municípios do lado capixaba do Parque Nacional do Caparaó. Em 1999 a entidade foi oficializada e hoje é formada pelas dez prefeituras e as ONGs, que trabalham em conjunto para elaborar programas e projetos que promovam o desenvolvimento socioeconômico e ambiental da região, além da melhoria da qualidade de vida da população local. Outro foco de agregação de interesses é o Conselho Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Região de Caparaó, criado recentemente a partir da estrutura definida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), através da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT), para disseminar o trabalho tanto em âmbito estadual (Conselhos de Desenvolvimento Estadual Sustentáveis), como regional (Conselhos de Desenvolvimento Territoriais Sustentáveis) e municipal (Conselhos de Desenvolvimento Municipais Rural Sustentáveis – CDMRS). A abrangência máxima desta instância está representada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf). A Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) integra a estrutura do Ministério do Desenvolvimento Agrário, tendo como enfoque de suas ações a promoção e apoio aos processos de construção e implementação de Planos Territoriais de Desenvolvimento Sustentável. A partir de 2003, o estado do Espírito Santo passou a ter 2 territórios rurais (Caparaó e Colatina), totalizando 21 municípios. O território do Caparaó estende-se entre os municípios de: Ibatiba, Irupi, Iúna, Muniz Freire, Ibitirama, Divino de São Lourenço, Guaçuí, Alegre, Dores do Rio Preto e São José do Calçado. O Condraf – cuja sigla faz referência ao Desenvolvimento Rural, à Reforma Agrária e à Agricultura Familiar – será um instrumento de proposição de diretrizes para a formulação e a implementação de políticas públicas, constituindo-se em espaço de concertação e articulação entre as diferentes esferas governamentais e as organizações da sociedade civil.

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Os principais objetivos do Condraf são: a superação da pobreza por meio da geração de emprego e renda; a redução das desigualdades de renda, gênero, geração e etnia; a diversificação das atividades econômicas e sua articulação dentro e fora dos territórios rurais; e a adoção de instrumentos de participação e controle social nas fases estratégicas de planejamento e de execução de políticas públicas para o desenvolvimento rural sustentável. O Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável (CEDRS), criado pelo Decreto Nº 401 – R, de 09/11/2000, é um órgão colegiado integrante da estrutura regimental da Secretaria de Estado da Agricultura (Seag), que tem por finalidade deliberar sobre o Plano Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável (PEDRS), que se constituirá das diretrizes, dos objetos e das metas dos Programas Estaduais de Reforma Agrária, Banco da Terra, Crédito Fundiário, Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e de geração de emprego e renda do setor rural. Dentre as diversas atribuições do CEDRS estão as de propor, articular e adequar políticas públicas voltadas para o desenvolvimento rural sustentável; aprovar e compatibilizar a programação físico-financeira anual dos programas que integram o Plano Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e, ainda, acompanhar as ações dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS); dar subsídios ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (CNDRS) na elaboração das propostas anuais de alocação de recursos do Pronaf, Crédito Fundiário e Programa Nacional da Reforma Agrária. O CEDRS, ainda, monitora e acompanha a criação e o desenvolvimento dos CMDRS e aprova os Planos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável e os recursos do Pronaf infra-estrutura. Competem aos Conselhos Municipais de Desenvolvimentos Rural Sustentável, a definição de políticas públicas de desenvolvimento rural sustentável no âmbito municipal, a verificação da elegibilidade dos beneficiários e a emissão de parecer sobre as propostas iniciais de financiamento. Constituem, portanto, a primeira instância consultiva e de monitoramento com vistas a assegurar a articulação das políticas públicas com outros programas locais para garantir que os beneficiários sejam incluídos nestas políticas. Os Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável foram instituídos por leis específicas, nos dez municípios integrantes do território do Caparaó. O Conselho Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável (CTDRS) tem como principais objetivos: • Apoiar o desenvolvimento dos Territórios Rurais; • Estimular o fortalecimento das organizações sociais locais (sindicatos,

associações, etc.); • Despertar a participação dos agricultores familiares, por meio de suas

organizações, nos debates em que são discutidos assuntos de seu interesse; • Viabilizar a criação dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural

Sustentável (CMDRS) e dos Planos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável (PMDRS);

• Despertar o interesse pelas políticas públicas;

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• Resolver os problemas e gargalos que impedem o desenvolvimento local; • Suprir as comunidades rurais de infra-estrutura pública, reduzindo os riscos na

aplicação do crédito rural (ex.: investimento na qualidade tecnológica e produtividade – energia-água-irrigação, condições de escoamento da produção e condições de comercialização).

O Conselho Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Território do Caparaó (CTDRS) elegeu sua diretoria executiva em 13 de julho de 2004, em reunião realizada na cidade de Muniz Freire(ES), ficando assim constituída: presidente – José Luiz de Oliveira (Zé da Terra); vice-presidente – José Fonseca. O Conselho compõe-se de representantes de entidades dos dez municípios integrantes do território, obedecendo à respectiva paridade (legislação específica, dentre elas, os Sindicatos de Trabalhadores Rurais, Organizações Não Governamentais – ONGs, Consórcio Caparaó, Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural, Secretarias Municipais de Agricultura, profissionais da área de educação ambiental, profissionais da área de turismo rural, Incaper (regional) e instituições de ensino superior. O projeto está em fase de aprovação para ser implantado. A presença de sindicatos, especialmente daqueles que envolvem proprietários e trabalhadores rurais, também é expressiva na região, sobretudo em alguns municípios. O número de ONGs e Oscips tem aumentado nos últimos anos, segundo informações levantadas junto aos entrevistados. A maioria está voltada para questões relacionadas à preservação e à conservação ambiental, havendo ainda o foco no desenvolvimento sustentável da região. • Entidades cadastradas no Território do Caparaó A identificação destas entidades/instituições deu-se através de localização em diversas fontes, tais como visitas in loco, consultas a sites, revistas, jornais, contatos diversos e outros. No entanto, não foi possível verificar na maioria de suas respectivas localidades se essas entidades estão devidamente registradas nas instâncias competentes, em conformidade com a legislação específica vigente. Diante do exposto e do curto espaço de tempo, assim como do insuficiente acesso às informações disponíveis, não foi possível averiguar com exatidão a atuação dessas Instituições. Relação das entidades por municípios no território do Caparaó São José do Calçado Sindicatos:

• Sindicato Rural Presidente: Altanor Lôbo Diniz Telefax: (28) 3556.1355

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• Sindicato dos Trabalhadores Rurais José Augusto da Silva Telefax: (28) 3556.1221. Associações de Trabalhadores, Produtores e Afins:

• Associação dos Produtores Agrícolas de Calçado (Apac) Presidente: Jovelino Sesse (*) 210 produtores inscritos no Programa para o “desenvolvimento da olericultura” (legumes). Cooperativas:

• Cooperativa Agropecuária Calçadense (CAC) São José do Calçado ONGs / Oscips:

• Academa Addison Alegre Sindicatos:

• Sindicato Rural Presidente: Marim de Souza Vargas Telefax: (28) 3556.1221 • Sindicato dos Trabalhadores Rurais Presidente: Francisco José Bravo Souza Tel.: (28) 3552.3547 Cooperativas:

• Coooperativa Escola dos Alunos da Escola Agrotécnica Federal de Alegre Ltda (Eafa) Presidente: Reinaldo Cardoso dos Santos Rodovia Alegre – Cachoeiro – Rive, Alegre Telefone: (28) 3552-8200 E-mail: [email protected] ONGs / Oscips:

• Associação Produtiva de Artes, Artesanatos e Agroindústria Artesanal (Aproart) (ONG) Presidente: Sebastião Carias (Macarrão) Rua Dulcindo Pinheiro s/n, Centro, CEP: 29500-00 • Kapi´xawa - Grupo de Agricultura Ecológica (ONG)

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• Gaia Ecotur – Agência de Desenvolvimento do Ecoturismo Sustentável (ONG) Contato: Cozimo Balambela • Associação Amigos do Caparaó (ONG) Contato: Pousada do Gaúcho – Alegre-ES Tel.: (28) 3552.1488 email: [email protected] • Geac Contato: Geraldo Tel.: (28) 99561900 • Gubaiaca – Grupo Universitário de Biologia com Ações Ambientais Contato: Rodrigo (28/92515265)

Guaçuí Sindicatos:

• Sindicato Rural Presidente: Luciano de Paula Trigo Tel: (28) 3553.3390 • Sindicato dos Trabalhadores Rurais Presidente: Jorge Antonio da Silva Tel: (28) 3553.1793

Associações de Trabalhadores, Produtores e Afins: • Associação de Produtores Rurais de São Pedro de Rates • Associação de Produtores Rurais da Fazenda Aparecida (Aprenfa) • Associação de Produtores Rurais de Santo Antonio (Aprosan) • Associação de Produtores Rurais de Santa Catarina (Aprusc) • Associação de Produtores Rurais da Comunidade da Pratinha de Santa Luzia

(APRUSCSAL) • Associação Agrícola 5 de Junho • Associação Agrícola São Miguel • Associação dos Trabalhadores (Atraf) • Associação Comercial, Industrial e Serviços de Guaçuí (Acisg) Presidente: Fernando Rangel Pereira Tel: (28) 3553.2677 Cooperativas:

• Cooperativa Laticínios Guaçuí (Colagua) Diretor Presidente: Paulo César Fernandes Rod. 482, km 93, Trevo CEP: 29560-000 Tel: (28) 3553.1152 Email: [email protected]

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• Cooperativa de Crédito Rural de Guaçuí (Crediguaçuí) Rod. 482, km 93, Trevo, CEP: 29560-000 Tel: (28) 3553.3362 - 3553.2194. ONGs / Oscips:

• Agência Pérola do Caparaó (APC) – OSCIP, através da empresa Rio Preto Projetos e Empreendimentos Ltda. (nome de fantasia – Gaia Consultoria) Contatos: Francisco Lacerda de Aguiar Neto – Marco Antonio Martins (sócio-gerente da Gaia) Tel: (28) 3553.3374 (Gaia) • Associação de Pesca Esportiva e Amadora de Guaçuí (Aguapesca) (ONG) • Associação Guaçuiense de Proteção ao Ambiente Natural (Aguapan) (ONG) Tel: (28) 3553.3882 • Guaçuí Amigo (ONG) Associaçôes de Trabalhadores, Produtores e Afins: • Associação Guaçuiense de Produtos de Arte (Aguapa) – sede Conselhos:

• Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS) Dores do Rio Preto Sindicatos:

• Sindicato Rural Presidente do Sindicado Rural de Guaçuí: Luciano de Paula Trigo Tel: (28) 3553.3390 • Sindicato dos Trabalhadores Rurais Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Guaçuí: Jorge Antonio da Silva Tel: (28) 3553.1793 Associações de Trabalhadores, Produtores e Afins: • Associação de Pequenos Produtores de Dores do Rio Preto Presidente: Antonio Luiz Faria da Silva Sede Tel.: (28)35591153 • Associação de Produtores Rurais da Comunidade do Cerro (Apruc) Presidente: José Sebastião de Faria Comunidade do Cerro Tel: (28) 35591442

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• Associação de Trabalhadores Rurais e Agricultores de Dores do Rio Preto Presidente: Alencar de Souza Toledo Sede • Associação de Produtores Rurais de Pedra Menina Presidente: Francisco Potázio de Oliveira Pedra Menina • Associação de Turismo e Artesanto Presidente: Maria Ribeiro Mundo Novo • Associação de Agricultores Familiares da Cachoeira AlegrePresidente: Adailton Alves Mariano Sede Tel: (28) 35591102 , ramal 36 Cooperativas:

• Cooperativa Agrícola de Pequenos Produtores (Cooperadores) Dirigentes: Ailson José Silva (presidente) – Karina Ferreira Silva da Costa (secretária) Tel.: (28) 3559.1153 ONGs / Oscips:

• Associação de Preservação Ambiental e Desenvolvimento Turístico de Dores do Rio Preto (Apratur) (ONG) Presidente: Juvenil Nunes de Oliveira Tel: (28) 35591506 – sede • Ação Popular de Proteção Ambiental (Appa) (ONG) Presidente: Rogério Soares da Silva Tel: (28) 35591102, ramal 36 – sede • Associação de Defesa do Meio Ambente e Turismo (Adematur) (ONG) Presidente: Tânia Aparecida Borges Pedra Menina Tel: (28) 35593042 Conselhos:

• Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável Presidente: Carloman Bastos Soares (prefeito) Sede • Conselho Municipal de Saúde Gestor: Ronei Renan Costa Sede

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• Conselho Municipal de Alimentação Escolar Presidente em exercício: Ronei Renan Costa Sede Outras Entidades:

• Yara Hanna Comércio e Industria – Laticício (produtos Blanche) Dirigentes: Jorge Luiz Nacari (assistente administrativo) – Janaina (secretária) – Daniel (“área de produção”) Tel.: (28) 3559.1159 Obs: a) Não existem sedes e nem diretorias dos sindicatos (1 e 2) em Dores do Rio

Preto, os respectivos produtores são filiados aos sindicatos sediados em Guaçuí;

b) O laticínio (4) está vinculado ao Centro de Distribuição (Yara Hanna), localizado no município de Viana/ES (sócio – Ricardo Almokdice Lopes, Vitória).

Divino de São Lourenço Sindicatos:

• Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Guaçuí (extensão de Guaçuí) Dirigente: Jorge Antonio da Silva Tel.: (28) 3551.1175 ONGs / Oscips:

• Associação Pró-Melhoramento Ambiental da Região do Caparaó (Amar Caparaó) (ONG) Patrimônio da Penha - Divino de São Lourenço-ES Dirigente: Constantino Tel.: (28) 3551.1166 Contato na Prefeitura Conselhos:

• Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável Rural Dirigente: Prefeito Municipal Outras Entidades:

• Consórcio de Segurança Alimentar e Desenvolvimento da Região do Itabapoana (Consade) (Os municípios capixabas que compõem este consórcio são os integrante do Consórcio Managé – Bacia do Itabapoana – 33 municípios nos estados do ES, RJ e MG)

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Ibitirama Sindicatos:

• Sindicato dos Agricultores Familiares e Assalariados Rurais do Município de Ibitirama (Safari) Dirigente: Antonio Batista Barradas Tel.: (28) 3569.1144/1147/1391 (contato com a Prefeitura) • Sindicato dos Produtores Rurais de Ibitirama (inativo) Ibitirama-ES Associações de Trabalhadores, Produtores e Afins:

• Associação de Produtores Rurais e Agricultores Familiares de Ibitirama (Aprafib) Dirigente: Josimar Vieira de Aguiar Tel.: (28) 3569.1144/1147/1391 Contato: Prefeitura Municipal • Associação dos Produtores Rurais e Agricultores Familiares de São José do Caparaó Dirigente: Juraci Luís São José do Caparaó – Ibitirama - ES Tel.: (28) 3569.1144/1147/1391 Contato com a Prefeirua Municipal • Associação dos Produtores Rurais e Agricultores Familiares de Ponte do Araçá (Aprafapas) Endereço: Ponte do Araçá -ES Tel.:(28) 3569.1144/1147/1391 Contato com a Prefeirua Municipal • Associação de Agricultores Familiares da Pratinha Endereço: Pratinha – Ibitirama-ES Tel.:(28) 3569.1144/1147/1391 Contato com a Prefeirua Municipal • Associação dos Agricultores Familiares do Córrego dos Almeidas Dirigente: Anderson Gomes de Almeida Endereço: Córrego dos Almeidas – Ibitirama-ES Tel.: (28) 3569.1144/1147/1391 Contato com a Prefeitura Municipal • Associação dos Produtores Rurais e Agricultores Familiares do Córrego da Lage (Aprafacol) Dirigente: Gildo Ricas Mota Endereço: Córrego da Lage – Ibitirama-ES Tel.: (28) 3569.1144/1147/1391 Contato com a Prefeitura Municipal

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• Associação de Desenvolvimento Rural de Água Limpa (Aderal) (inativo) Endereço: Água Limpa – Ibitirama-ES • Associação de Agroindústria do Município de Ibitirama Endereço: Ibitirama-ES • Tecnotruta (responsável pela criação da truta arco-íris), implantada em 1992 Gerente de Produção: Gláucia Praxedes de Souza ONGs / Oscips:

• Movimento Ambientalista do Caparaó (MAC) (ONG) • Voluntários em Defesa do Meio Ambiente (Voldema) (ONG) Ibitirama-ES Tel.: (28) 3569.1144/1147/1391 Contato com a prefeitura municipal Conselhos:

• Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável de Ibitirama Dirigente: Prefeito Municipal – Paulo Lemos Tel.: (28) 3569.1144/1147/1391 E - mail: [email protected] Outras Entidades:

• Associação de Moradores e Produtores Rurais de Pedra Roxa (Amppero) Dirigente: Leovilmar A. Xavier Endereço: Pedra Roxa – Ibitirama-ES • Associação Pró-Melhoramento do Córrego D'Antas (Promed) (inativa) Dirigente: Sebastião Luís de Oliveira Endereço: Córrego Dantas – Ibitirama-ES Tel.: -(28) 3569.1144/1147/1391 Contato com a Prefeitura Municipal • Sociedade Pró-Melhoramento do Caparaó (Somec) (inativa) Endereço: Ibitirama-ES Irupi Sindicatos:

• Sindicato dos Agricultores Familiares Assalariados Rurais de Irupi – Irupi-ES Dirigente: Jaceir Alves Fernandes (licenciado). Em exercício da presidência: Esaldino de Souza Tel.: (28) 3548.1169

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Conselhos:

• Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável Dirigente: Adair Batista da Costa Irupi-ES Tel.: Contato com a Prefeitura Municipal (28) 3548.1101 e Câmara Municipal – (28) 9986.6031 Outras Entidades: • Associação dos Sem-Terra Dirigente: João Batista de Freitas Irupi-ES Tel.: Contato com a Prefeitura Municipal (28) 3548.1101 • Associação Rádio Comunitária de Irupi – Inter FM 87.9 Endereço: sede – Irupi • Associação de Desenvolvimento Social de Irupi (Adesi) Dirigente: Adilson Oliveira Sindra Sede – Irupi-ES Tel.: (28)3548.1699/9882.5280 • Centro de Melhoria da Qualidade do Café Endereço: sede – Irupi Tel.: (28) 9886.3596 • Centro de Formação dos Agricultores Sede – Irupi-ES Tel.: Contato com a Prefeitura Municipal (28) 3548.1101 Muniz Freire Sindicatos:

• Sindicato dos Agricultores Familiares Assalariados de Muniz Freire Dirigentes: Joubert Tiburcio – Zé da Terra Muniz Freire-ES Tel.: (28) 3544.1410 – (28) 9886.1440 E-mail: [email protected] • Sindicato Patronal Rural de Muniz Freire Dirigente: Olindo Pin Pambucião Muniz Freire-ES Tel.: (28) 3544.1288 Associações de Trabalhadores, Produtores e Afins:

• Associação de Produtores Rurais de Assunção Dirigente: Derlindo Cardoso -Distrito de Piaçu – Muniz Freire-ES – Tel.: (28) 3560.3333 (orelhão)

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• Unidade de Beneficiamento de Tilápias e Estação Avançada de Produção de Juvenis, administradas pela Associação Capixaba de Aqüicultores (ACA) Presidente: Carlos Brahim Bazarella Muniz Freire-ES Tel.: (28) 3544.1126/9986.2555 – (27)3268.3093/9947.5331/9925.2830 Conselhos:

• Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável de Muniz Freire Dirigente: Prefeito Municipal Prefeitura Municipal de Muniz Freire Tel.: (28) 3544.1113/1133/1149/1183 E-mail: [email protected] Ibatiba Sindicatos:

• Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ibatiba Dirigente: Orlando D. da Silveira Ibatiba-ES Tel.: (28) 3543.1526 Associações de Trabalhadores, Produtores e Afins:

• Associação Comercial de Ibatiba Ibatiba-ES • Associação dos Artesão de Ibatiba Dirigente: Bety Ibatiba - ES Tel.: (28) 3543.1355 • Associação de Turismo Rural, Agroindústria e Artezanato de Ibatiba (na época de nossa visita, em 09/12/2004, encontrava-se em processo de criação) Dirigente: a ser escolhido após aprovação do estatuto social Ibatiba -ES Tel.: contato com (28) 3543.1355 Cooperativas:

• Cooperativa dos Recicladores de Lixo de Ibatiba Dirigente: Eduardo Ibatiba-ES Tel.: (28) 3543.1355

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ONGs / Oscips:

• Associação dos Educadores Ambientais de Ibatiba – Assedai (ONG) Dirigente: Heraldo R. dos Santo Ibatiba-ES Tel.: (28) 3543.1355 Conselhos:

• Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável de Ibatiba Dirigente: Prefeito Municipal Ibatiba-ES Tel.: (28) 35431345/3543.1344/3543.1344/3543.1399/3543.1479/

Iúna Sindicatos:

• Sindicato dos Agricultores Familiares Assalariados Rurais de Iúna e Irupi Dirigente: Jaceir Alves Fernandes, afastado do cargo. Em exercício da presidência: Esaldino de Souza Iúna-ES Tel.: (28) 3545.2713/1249 Usa e-mail da Credisol: [email protected] • Sindicato Patronal Rural Dirigente: Juci Lima de Almeida (presidente); José Olimpo de Almeida (assessor jurídico) Iúna-ES Tel.: (28) 3545.1438 E-mail: [email protected] Associações de Trabalhadores, Produtores e Afins:

• Federação de Associações Comunitárias dos Agricultores Familiares Rurais de Iúna e Irupi (Faci) Dirigente: José Augusto Santana Iúna-ES Tel.: (3545.2343/2097 • Associação dos Agricultores Orgânicos e Familiares de Iúna Dirigente: Wanderlei Santos Amigo Iúna-ES Tel.: (28) 9985.7846 • Associação de Jovens da Primeira Terra do Caparaó Dirigente: Robson Knupp Sede – Iúna-ES Tel.: (28) 3545.2039

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• Centro de Classificação de Café Dirigente: Administrado pelo CMDRS Iúna-ES Contato: Prefeitura Municipal • Associação Comercial e Industrial de Iúna Dirigente: Contato: Faci Aciu – Iúna-ES Tel.:(3545.2343/2097 Cooperativas:

• Credisol – Cooperativa de Crédito Rural de Iúna Dirigente: Jaceir Alves Fernandes Iúna-ES Tel.:(28) 3545.2039 – [email protected] • Cooperativa dos Cafeicultores de Iúna Dirigente: José Roberto Silveira Barros Cacil – Iúna-ES Tel.: (28) 3545.1231 • Cooperativa de Comercialização de Café (Coocafé) Dirigente: Luiz Andrade de Almeida (Iúna-ES)/ Fernando de Serqueira Romeiro (Lajinha-MG) Endereço: Filial: Iúna-ES/ Matriz: Lajinha-MG Tel.: (28)3545.1944 (Iúna) ONGs / Oscips:

• GIAAN – Grupo Iunense de Amigos do Mabiente Natural (ONG) Conselhos: • Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável Dirigente: Jaceir Alves Fernandes (será substituído por ser do setor privado, o mandato é alternado entre representante do setor privado e do setor público) Iúna-ES Tel.: (28) 3545.1249/1386/3139 ONG atuante na região de Caparaó e que se encontra localizada no estado de Minas Gerais: • Eco-Feliz

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ANEXO 1 - PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR – PRONAF

O Pronaf, nos termos da Resolução 3.206, de 24 de junho de 2004, do Banco Central do Brasil (Bacen), tem por objetivo financiar as atividades agropecuárias e não agropecuárias exploradas mediante emprego direto da força de trabalho do produtor rural e sua família. Atividades, serviços ou rendas não agropecuários são relacionados com turismo rural, produção artesanal, agronegócio familiar e com a prestação de serviços no meio rural, sendo compatíveis com a natureza da exploração rural e com o melhor emprego da mão-de-obra familiar. O Pronaf beneficia produtores rurais, inclusive os remanescentes de quilombos e indígenas, que se enquadrem nos grupos C, D, ou E, comprovados mediante Declaração de Aptidão do Pronaf (DPA), prestada pelos agentes credenciados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), nos termos do regulamento estabelecido pela Portaria MDA nº 75, de 25 de julho de 2003. Na microrregião Caparaó, o Pronaf é de grande importância. Considerável montante dos recursos do Bandes destinado ao Pronaf é direcionado à microrregião em questão, como também créditos provenientes dos bancos comerciais envolvidos no Pronaf. No Espírito Santo, existem cinco principais agentes financeiros: o Bandes, o Banestes, o Banco do Brasil, o Sicoob e o Banco do Nordeste. Na microrregião Caparaó apenas este não concede crédito. O que é chamado pelos produtores agropecuários de “Pronafinho” é o recurso destinado ao enquadramento do grupo C. Para ter acesso ao Pronaf, o interessado deve dirigir-se à instituição financeira credenciada de sua preferência para obtenção de informações sobre a documentação necessária à negociação da operação, que será analisada com base em projeto técnico a ser apresentado, além da DPA fornecida por agente credenciado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário. Algumas principais características desse programa são: • Existem nove linhas de crédito do programa em âmbito nacional, que, de acordo

com os Ministérios do Desenvolvimento Agrário e o da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, são:

1. Pronaf Agroindústria Familiar – linha de crédito coletivo ou individual com o

objetivo de incentivar projetos de agregação de valor à produção familiar, a partir da criação de unidades agroindustriais para a fabricação de derivados, como, por exemplo, queijos, compotas, geléias e doces. Os agricultores familiares dos grupos B, C, A/C, D ou E que comprovarem que mais 70% da

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matéria-prima a beneficiar ou industrializar é de produção própria, estão aptos a acessar essa linha. No caso de cooperativas e associações, é necessário que no mínimo 90% dos sócios ativos sejam agricultores familiares dos grupos B, C, A/C, D ou E. O limite de financiamento é de R$ 18 mil individualmente, já para o coletivo não há limite de financiamento, mas é necessário que o limite individual por associado não ultrapasse os R$ 18 mil. Deste valor, até 30% podem ser investidos na produção da matéria-prima a ser beneficiada ou industrializada, e até 35% podem ser investidos em capital de giro. A taxa de juros é de 4% ao ano; para os pagantes em dia, há 25% de desconto na taxa de juros e o prazo de pagamento é de até 8 anos, com até 5 anos de carência.

2. Pronaf Florestal – créditos para estimular o plantio de espécies florestais, apoiando os agricultores na implementação de projetos de manejo sustentável, reflorestamento e sistemas agroflorestais, com o prazo de pagamento de até 12 anos e até 8 anos de carência. Os agricultores familiares dos grupos B, C ou D estão aptos a acessar essa linha. O limite de financiamento varia de R$ mil a R$ 6 mil, de acordo com o grupo a que pertence. A taxa de juros é de 4% ao ano, e para os que pagam em dia são concedidos 25% de desconto na taxa de juros.

3. Pronaf Jovem Rural (consolidado) – atende os jovens na faixa etária de 16 a 25 anos, filhos de agricultores familiares, que tenham concluído ou estejam cursando o último ano de escolas técnicas agrícolas ou em centros familiares de formação de alternância ou que tenham participado de curso de formação profissional que preencham os requisitos definidos pela Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério de Desenvolvimento Agrário. O objetivo principal dessa linha do Pronaf é incentivar os jovens agricultores a permanecerem no campo, com condições propícias, iniciando atividade produtiva que agregue renda a suas famílias. As famílias desses jovens agricultores precisam se enquadrar nos grupos B, C, D ou E. O limite de financiamento é de R$ 6 mil, com taxa de juros de 1% ao ano e prazo de pagamento de até 10 anos, incluídos até 5 anos de carência.

4. Pronaf Máquinas e Equipamentos – linha de crédito criada em 2003 para estimular os agricultores dos grupos “C” e “D” para mecanização da lavoura, irrigação de solos e construção de silos e estábulos.

5. Pronaf Mulher (consolidado) – as mulheres agricultoras têm agora acesso específico a créditos, com o intuito de reconhecer a importância feminina na estrutura da Agricultura Familiar e diversificando a produção, agregando renda às famílias de agricultores familiares. As mulheres pertencentes a unidades familiares enquadradas nos grupos C, D ou E estão aptas a essa linha. Os limites de financiamento variam de R$ 1,5 mil a R$ 36 mil, e os juros de 4% a 7,25% ao ano, de acordo com o grupo a que pertencer sua família. O prazo de pagamento é de até 8 anos, incluídos até 5 anos de carência.

6. Pronaf Pecuária Familiar – é o crédito para aquisição de animais destinados à pecuária de corte (bovinos, caprinos e ovinos), estimulando outra importante fonte de renda para a agricultura familiar. Até o ano de 2004, o Pronaf simplesmente não possuía nenhuma linha de financiamento para a pecuária de corte.

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7. Pronaf Pesca – trata-se de uma linha de crédito para pescadores com renda anual familiar de até R$ 40 mil, para ampliação e modernização de suas atividades produtivas.

8. Pronaf Semi-Árido – crédito especial para a construção de pequenas obras hídricas, como cisternas, barragens para irrigação e dessalinização em regiões com características semi-áridas. São créditos de R$ 1,5 mil até R$ 6 mil (individual), com juros de 1% ao ano, 10 anos para pagamento e 3 anos de carência.

9. Pronaf Turismo Rural – financiamento para o desenvolvimento de projetos de turismo rural nas propriedades familiares, como pousadas, restaurantes e cafés coloniais, por exemplo.

• O Pronaf possui planos de crédito rápido, e fácil, para o pequeno agricultor. São duas as finalidades desses créditos: custeio – que são destinados à compra de insumos, sementes ou serviços, também podem ser destinados para o plantio das lavouras ou para a compra de rações animais; e crédito de investimento – dirigidos à compra de bens duráveis ou à realização de benfeitorias, como matrizes, cercas, silos ou estábulos. Este crédito possui o prazo de retorno superior a 3 anos, enquanto o de custeio demora no máximo 2 anos. De acordo com os ministérios do Desenvolvimento Agrário e o da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os planos de crédito do Pronaf se dividem nos seguintes grupos:

1. Grupo A – é o primeiro crédito para as famílias assentadas pela Reforma Agrária. Destina-se à compra de tudo aquilo que elas precisam para começar a produzir: as primeiras ferramentas, a construção de silos e estábulos, o preparo da terra, a compra de sementes, matrizes e adubos. O valor de cada financiamento foi ampliado de R$ 13 mil para R$ 15 mil, com juros de apenas 1,15% ao ano (juros reais negativos) e descontos de até 46% sobre o valor principal para aqueles que pagam em dia. Os R$ 15 mil incluem, ainda, uma verba de R$ 1,5 mil, a fundo perdido (sem necessidade de pagamento), para assistência técnica. O prazo para pagamento é de até 10 anos, com carência de até 5 anos.

2. Grupo B – é uma linha de microcrédito criada para os agricultores mais pobres, com renda anual familiar de até R$ 2 mil. Pode ser aplicada em qualquer atividade que ajude a gerar renda na propriedade. Seu valor foi aumentado de R$ 500,00 para R$ mil, com juros de 1% ao ano e bônus de 25% sobre o valor principal. Os agricultores têm um ano de carência e mais um ano para liquidar a operação.

3. Grupo C – esse grupo abrange agricultores com renda anual bruta entre R$ 2 mil e R$ 14 mil. Esse é o maior grupo do Pronaf, sendo conhecido como “Pronafinho”. O valor máximo do financiamento para investimento passou de R$ 5 mil para R$ 6 mil, com juros de 4% ao ano e bônus de 25% sobre os juros. O prazo para pagamento é de até 8 anos, com carência de até 5 anos. Para custeio, o valor do financiamento passou de R$ 2,5 mil para R$ 3 mil, com juros de 4% ao ano e bônus de R$ 200,00, aos adimplentes, para qualquer valor do contrato. O prazo de pagamento é de até 2 anos.

4. Grupo A/C – caracteriza-se como o primeiro crédito de custeio para famílias assentadas da reforma agrária que já receberam financiamento do grupo A. O valor de custeio é de R$ 2,5 mil, com juros de 2% ao ano e com

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bônus de R$ 200,00 para os pagantes em dia, independente do valor do contrato. O prazo de pagamento é de até dois anos.

5. Grupo D – beneficia agricultores com renda anual de R$ 14 mil a R$ 40 mil. O valor para investimento passou de R$ 15 mil para R$ 18 mil, com juros de 4% ao ano e bônus de 25% sobre os juros. O prazo de pagamento é de até 8 anos, com carência de até 5 anos. O valor para custeio passou de R$ 5 mil para R$ 6 mil, com juros de 4% ao ano e prazo de pagamento de até dois anos.

6. Grupo E – também chamado Proger Familiar Rural, esse grupo atende os produtores que possuem uma renda anual bem superior à média brasileira dos produtores familiares, entretanto se enquadram nos parâmetros da Agricultura Familiar. Essa é uma linha de crédito de R$ 1 bilhão dedicada a agricultores com renda familiar bruta anual entre R$ 40 mil e R$ 60 mil que antes não eram contemplados nem pelo Pronaf nem por outras linhas oficiais de crédito. O valor do crédito para investimento é de até R$ 36 mil. Os juros são de 7,25% ao ano, com prazo de pagamento de até 8 anos e 3 anos de carência. Para o custeio, o valor máximo é de R$ 28 mil, com juros também de 7,25% ao ano. O prazo para pagamento é de até dois anos.

• De acordo com a Declaração de Aptidão do Agricultor Familiar ao Pronaf, existem critérios para enquadramento ao programa, dividido nos seguintes grupos:

1. Grupo A – Os agricultores familiares assentados pelo Programa Nacional de Reforma Agrária ou beneficiários do Programa de Crédito Fundiário do Governo Federal que ainda não foram contemplados com operação de investimento sob a égide do Programa de Crédito Especial para a Reforma Agrária (Procera) ou que não foram contemplados com o limite de crédito de investimento para estruturação no âmbito do Pronaf, observando que o segundo crédito ficará limitado ao valor da diferença entre a importância já financiada e o limite máximo vigente à época da primeira operação.

2. Grupo B – Os agricultores familiares que:

� Explorem parcela de terra na condição de proprietário, posseiro, arrendatário ou parceiro;

� Residam na propriedade ou em local próximo;

� Não disponham, a qualquer título, de área superior a 4 (quatro) módulos fiscais, quantificados segundo a legislação em vigor;

� Obtenham, no mínimo, 30% (trinta por cento) da renda familiar da exploração agropecuária e não agropecuária do estabelecimento;

� Tenham o trabalho familiar como base na exploração do estabelecimento; e,

� Obtenham renda bruta anual familiar de até R$ 2.000,00 (dois mil reais), excluídos os benefícios sociais e os proventos previdenciários decorrentes de atividades rurais.

3. Grupo C – Os agricultores familiares que:

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� Explorem parcela de terra na condição de proprietário, posseiro, arrendatário, parceiro ou concessionário do Programa Nacional de Reforma Agrária;

� Residam na propriedade ou em local próximo;

� Não disponham, a qualquer título, de área superior a 4 (quatro) módulos fiscais, quantificados segundo a legislação em vigor;

� Obtenham, no mínimo, 60% (sessenta por cento) da renda familiar da exploração agropecuária e não agropecuária do estabelecimento;

� Tenham o trabalho familiar como predominante na exploração do estabelecimento, utilizando apenas eventualmente o trabalho assalariado, de acordo com as exigências sazonais da atividade agropecuária; e,

� Obtenham renda bruta anual familiar acima de R$ 2.000,00 (dois mil reais) e até R$ 14.000,00 (quatorze mil reais), excluídos os benefícios sociais e os proventos previdenciários decorrentes de atividades rurais.

4. Grupo A/C – Os agricultores familiares egressos do Grupo “A” que se enquadraram nas condições do Grupo “C” e que se habilitem ao primeiro crédito de custeio isolado.

5. Grupo D – Os agricultores familiares que:

� Explorem parcela de terra na condição de proprietário, posseiro, arrendatário, parceiro ou concessionário do Programa Nacional de Reforma Agrária;

� Residam na propriedade ou em local próximo;

� Não disponham, a qualquer título, de área superior a 4 (quatro) módulos fiscais, quantificados segundo a legislação em vigor;

� Obtenham, no mínimo, 70% (setenta por cento) da renda familiar da exploração agropecuária e não agropecuária do estabelecimento;

� Tenham o trabalho familiar como predominante na exploração do estabelecimento, podendo manter até 2 (dois) empregados permanentes, sendo admitido ainda recurso eventual à ajuda de terceiros, quando à natureza sazonal da atividade exigir; e,

� Obtenham renda bruta anual familiar acima de R$ 14.000,00 (quatorze mil reais) e até R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), incluída a renda proveniente de atividades desenvolvidas no estabelecimento e fora dele, por qualquer componente da família, excluídos os benefícios sociais e os proventos previdenciários decorrentes de atividades rurais.

6. Grupo E – Os agricultores familiares que:

� Explorem parcela de terra na condição de proprietário, posseiro, arrendatário, parceiro ou concessionário do Programa Nacional de Reforma Agrária;

� Residam na propriedade ou em local próximo;

� Não disponham, a qualquer título, de área superior a 4 (quatro) módulos fiscais, quantificados segundo a legislação em vigor;

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� Obtenham, no mínimo, 80% (oitenta por cento) da renda familiar da exploração agropecuária e não agropecuária do estabelecimento;

� Tenham o trabalho familiar como predominante na exploração do estabelecimento, podendo manter até 2 (dois) empregados permanentes, admitindo-se ainda a eventual ajuda de terceiros, quando a natureza sazonal da atividade exigir; e,

� Obtenham renda bruta anual familiar acima de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) e até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), incluída a renda proveniente de atividades desenvolvidas no estabelecimento e fora dele, por qualquer componente da família, excluídos os benefícios sociais e os proventos previdenciários decorrentes de atividades rurais.

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Nota explicativa • Projeto Crédito Fundiário e Combate à Pobreza Rural - O projeto Crédito

Fundiário e Combate à Pobreza Rural, complementar a outros programas de Reforma Agrária, objetiva reduzir a pobreza rural na região Nordeste; nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo (região Rudeste); e na região Sul. Ele contou com o apoio do Banco Mundial para sua implementação. Utiliza-se um cadastro de possíveis beneficiários organizados em grupos e associações que vem sendo elaborado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado do Espírito Santo (Fetaes). A Secretaria de Estado a Agricultura (Seag) é responsável pela coordenação geral do projeto, e o Instituto de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento Jones dos Santos Neves (Ipes), pela coordenação técnica e pela execução – dada de forma descentralizada pela equipe multidisciplinar da Unidade Técnica Estadual (UTE), que garante a tramitação e monitora a execução das propostas de financiamento. Essa estrutura, garantida pela Unidade Técnica atuante, conta com a integração e participação da Fetaes, da Seag, do poder público municipal e de outras organizações não-governamentais. Todos esses atuam divulgando, mobilizando e agregando novos participantes. E onde não há ainda capacitação e atuação dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável, procuram criá-los.

• Programa Nossa Primeira Terra - O programa federal “Nossa Primeira Terra” foi criado no Governo do Luiz Inácio Lula da Silva, no Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), com o objetivo de possibilitar ao jovem brasileiro a oportunidade de permanecer no campo e contribuir para o desenvolvimento rural. A aquisição de imóveis e a implantação de infra-estrutura básica conta com um financiamento federal. Esse programa atende à demanda de jovens, compreendida na faixa etária de 18 a 24 anos, dos sem-terra, filhos de agricultores familiares e estudantes de escolas agrotécnicas. Assim, esses jovens têm estímulo de permanecer no meio rural e investir em uma propriedade, fixando força de trabalho qualificada no campo e promovendo a inovação tecnológica.

• Programa Nacional de Crédito Fundiário - O Programa Nacional de Crédito Fundiário tem como objetivo principal constituir um importante mecanismo de acesso à terra, contribuindo para a ampliação e consolidação da agricultura familiar. Esse programa é complementar ao Plano Nacional da Reforma Agrária.

• Banco da Terra - No Espírito Santo, a Agência do Banco da Terra está localizada na Secretaria de Estado da Agricultura (Seag), também toda a rede de escritórios do Incaper, os Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável e as Secretarias Municipais de Agricultura para a divulgação do Programa e informações aos interessados.

• Desenvolvimento Local Sustentável (DLS) - O Desenvolvimento Local Sustentável (DLS), substituindo o Prorenda, foi implantado no Espírito Santo em outubro de 2000, tendo como foco principal o fortalecimento da agricultura familiar. Sendo resultado de uma cooperação técnica entre os governos do Brasil e da Alemanha, alguns objetivos do DLS são investir na capacitação dos agricultores, reduzir disparidades sociais, melhorar a qualidade de vida das famílias rurais e contribuir para a proteção do meio ambiente e dos recursos

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naturais. O órgão responsável pelo DLS é a Seag, através do Incaper. O projeto recebe recursos da Cooperação Técnica Alemã (GTZ). No ES este projeto tem como parceiros a Associação de Projetos e Tecnologias Alternativas (Apta), Gerência da Agricultura Orgânica e Secretaria de Agricultura Familiar/Pronaf, Certificadora de Produtos Orgânicos Chão Vivo, Consórcio Caparaó e outros.

• Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) - O Pronaf é o programa federal destinado a atender às pequenas propriedades onde trabalham famílias inteiras. O Pronaf possui diversos planos de crédito rápido para os pequenos agricultores. Existem créditos com finalidade de custeio e de investimento. No Espírito Santo, há cinco principais agentes financeiros: o Bandes, o Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes), o Banco do Brasil, o Sicoob e o Banco do Nordeste; este apenas atua na região que se inicia no rio Doce, indo em direção ao Norte do Estado. Todos os bancos citados, com exceção do Bandes, que é de investimento, fornecem crédito de custeio e de investimento. Mais informações do Pronaf encontram-se no anexo 1.

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207

Referências ABIPTI. Agropólo: uma proposta metodológica. Brasília, 1999, 364 p. AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Contratos Geração (G): contratos de concessão. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/>. Acesso em: 28 dez. 2004. ________. Contratos Geração, Transmissão / Distribuição (G/T/D): contratos de concessão. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/>. Acesso em: 28 dez. 2004. ________. Contratos Transmissão (T): contratos de concessão. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/>. Acesso em: 28 dez. 2004. APRESENTAÇÃO Pronaf. Disponível em: <http://www.pronaf.gov.br/plano_safra/2004_05/apresentacao.htm>. Acesso em: 15 fev. 2005. AVALIAÇÃO do crédito fundiário reúne técnicos do MDA, Banco Mundial e Contag em Brasília. Brasília, ago. 2003. Disponível em: <http://www.pronaf.gov.br/noticias/2003/08_29.htm>. Acesso em: 16 fev. 2005. BANCO MUNDIAL. Projeto Crédito Fundiário e Combate à Pobreza Rural I. Disponível em: <http://www.obancomundial.org/index.php/content/view_projeto/488.html>. Acesso em: 16 fev. 2005. BANDES. Quadro consolidado de operações contratadas no âmbito do Pronaf 1997/2004., Espírito Santo, jun. 2004. Disponível em: <http://www.BANDESonline.com.br/downloads/quadroconsolidado.xls>. Acesso em: 25 jan. 2005. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Crédito Rural do Pronaf: contratos e montante por ano agrícola e estado. Brasília, nov. 2004. Disponível em: <http://smap.mda.gov.br/credito/anoagricola/rel_anoagricolauf.asp?cboAnoInicio=1998/1999&cboAnoTermino=2005/2006&cboUF=&SiglaDaUF=&NomeDaUF=&cboCDMunicipio>. Acesso em: 25 jan. 2005. ________. Espírito Santo – Número de contratos e montante do crédito rural do Pronaf por ano agrícola na microrregião do Caparaó. Brasília, nov. 2004. Disponível em: <http://smap.mda.gov.br/credito/anoagricola/rel_anoagricolamunicipios.asp?cboAnoInicio=1998/1999&cboAnoTermino=2005/2006&cboUF=32&SiglaDaUF=ES&NomeDaUF=Espírito%20Santo&cboCDMunicipio>. Acesso em: 25 jan. 2005. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Jovens do Espírito Santo são pioneiros no programa Nossa Primeira Terra. Brasília, out. 2004. Disponível em: <http://www.mda.gov.br/index.php?pg=caderno&id_menu=5&id=751>. Acesso em: 02 fev. 2005.

Page 208: Diagnostico Caparaó

208

________. Linha Nossa Primeira Terra é apresentada na Bahia. Brasília, out. 2004. Disponível em: <http://www.mda.gov.br/index.php?pg=caderno&id_menu=5&id=823>. Acesso em: 10 fev. 2005. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Relação de agricultores com declaração de aptidão ao Pronaf. Disponível em: <http://smap.mda.gov.br/credito/dap/DAP.asp>. Acesso em: 04 fev. 2005. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Secretaria de Desenvolvimento Territorial. Articulando políticas públicas e demandas sociais: um novo horizonte. Disponível em: <http://www.mda.gov.br/index.php?pg=caderno&id_item=38&id_menu=21>. Acesso em: 15 fev. 2005. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/programas/agropecuarios/pronaf.asp>. Acesso em: 22 fev. 2005. CAMPOS JÚNIOR, Carlos Teixeira de. A formação da centralidade de Colatina. Vitória: IHGES, 2004. CETCAF. Caracterização das regiões de café no estado do Espírito Santo. Disponível em: <http://www.cetcaf.com.br/ . Acesso em 28 dez. 2004. COELBA. Programa federal Luz para Todos. Bahia. Disponível em: <http://www.coelba.com.br/aplicacoes/menu_secundario/luz_para_todos/index.asp#programa>. Acesso em: 10 fev. 2005. DECLARAÇÃO de aptidão do agricultor familiar ao Pronaf. Disponível em: <http://www.pronaf.gov.br/home/manual.pdf>. Acesso em: 15 fev. 2005. DERENZI, Luiz Serafim. Biografia de uma ilha. Rio de Janeiro: Pongetti, 1965. ESPÍRITO SANTO (ESTADO). Incaper. Cultivares de café arábica para a região das montanhas do Espírito Santo. Vitória, maio-2004. _________. Ata da 33ª reunião. out. 2004. Disponível em: <http://www.incaper.es.gov.br/cedrs/ata_33_ordinania.htm>. Acesso em: 02 fev. 2005. ________. Balanço dos empreendimentos do Banco da Terra. Disponível em: <http://www.incaper.es.gov.br/banco_terra_resultados.htm>. Acesso em: 31 jan. 2005. ________. Desenvolvimento Local Sustentável (DLS). Disponível em: <http://www.incaper.es.gov.br/dls-es/index.htm>. Acesso em: 01 fev. 2005. ________. Banco da Terra. Espírito Santo. Disponível em: <http://www.incaper.es.gov.br/banco_da_terra.htm>. Acesso em: 31 jan. 2005.

Page 209: Diagnostico Caparaó

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ESPÍRITO SANTO (ESTADO). Secretaria de Estado da Agricultura. Zoneamento agroecológico para a cultura do café no estado do Espírito Santo. Vitória, 1997. ESPÍRITO SANTO (ESTADO). Secretaria de Estado de Educação. Censo de matrícula. Espírito Santo, 2003. Disponível em: <http://www.sedu.es.gov.br/download/censo_matricula.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2004. ESPÍRITO SANTO (ESTADO). Secretaria de Estado de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos. Bacias hidrográficas do Estado: gestão das águas. Disponível em: <http://www.seama.es.gov.br/>. Acesso em: 03 jan. 2005. ESTRATÉGIA de divulgação do projeto de Crédito Fundiário e Combate à Pobreza Rural. Espírito Santo, mai. 2004. Disponível em: <http://www.ipes.es.gov.br/follow.asp?urlframe=credfundiario/estrat_divulga.asp>. Acesso em: 16 fev. 2005. FEITOZA, Leandro Roberto; STOCKING, Michael; RESENDE, Mauro (Ed.). Natural resources information systems: aproaches for Espírito Santo State, Brazil. Vitória: Incaper, 2001. GARCIA, Milton Teixeira; GARCIA, Maria Lúcia Teixeira. O Vale do Itabapoana e a história de São Pedro do Itabapoana e São José do Calçado. Vitória: Edufes, 1997. GARCIA, Rogério D.C.; CASTRO, Lúcio F.de ; BOREL, Rosana M.A. Cafeicultura: base da economia familiar na região de montanha no Espírito Santo. In : Simpósio de pesquisa dos cafés no Brasil. IBGE. Brasil: 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro, 2000. ________. Censo agropecuário 1995-1996. n. 17. Espírito Santo. Rio de Janeiro, 1998. INSTITUTO DE APOIO À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO JONES DOS SANTOS NEVES. Elementos para diagnósticos municipais; microrregião do Caparaó. Vitória, 2000. ________.Informações Municipais do Estado do Espírito Santo: 1994 – 1998. Vitória, 2000. ________. Estudos populacionais para cidades, vilas e povoados do Espírito Santo 1985 - 2000. v. 1. Vitória, 1985. ________. Planejamento regional: região 5, Cachoeiro do Itapemirim. v. 1. Vitória, 1981. INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Atlas de desenvolvimento humano no Brasil. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/TemasEspeciais/especiais.php>. Acesso em: 16 out. 2004.

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210

MANUAL do crédito rural: plano de safra da agricultura familiar – 2004-2005. Pronaf. Disponível em: <http://www.pronaf.gov.br/plano_safra/2004_05/docs/MANUAL%20DO%20PLANO%20SAFRA%20%2004%2005.doc>. Acesso em: 15 fev. 2005. MISSÃO. Pronaf. Disponível em: <http://www.pronaf.gov.br/quem_somos/missao.htm>. Acesso em: 16 fev. 2005. MORAES, Cícero. Geografia do Espírito Santo.Vitória: IHGES, 2004. NOTÍCIAS e agenda futura. Crédito Fundiário, Espírito Santo, mai. 2004. Disponível em: <http://www.ipes.es.gov.br/follow.asp?urlframe=credfundiario/noticias.asp>. Acesso em: 16 fev. 2005. PLANO Operativo Anual Plano de Trabalho. Programa Nacional de Crédito Fundiário. Espírito Santo, 2005. Disponível em: <http://www.incaper.es.gov.br/cedrs/poa_2005.doc>. Acesso em: 02 fev. 2005. PLANO Safra para a Agricultura Familiar 2003/2004. Pronaf. Disponível em: <http://www.pronaf.gov.br/plano_safra/documentos/PL_2003_4.doc>. Acesso em: 15 fev. 2005. PLANO Trienal Estadual de Implementação 2004/2006 do Estado do Espírito Santo. Programa de Crédito Fundiário. Espírito Santo, jul. 2004. Disponível em: <http://www.incaper.es.gov.br/cedrs/peip_2004_2006.doc>. Acesso em: 02 fev. 2005. PRINCÍPIOS básicos. Crédito Fundiário. Espírito Santo, mai. 2004. Disponível em: <http://www.ipes.es.gov.br/follow.asp?urlframe=credfundiario/principios.asp>. Acesso em: 16 fev. 2005. ROCHA, Levy. Viajantes estrangeiros no Espírito Santo. Brasília: Ebrasa, 1971. SANTOS, Milton. Espaço e sociedade. Petrópolis: Vozes, 1979. SCHMIDT, Hans C.; DE MUNER, Lúcio H.; FORNAZIER, Maurício J. Cadeia produtiva do café arábica da agricultura familiar no Espírito Santo. Vitória, 2004.

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211

A IDENTIDADE INSTITUCIONAL DO BANDES

VISÃO:

� Ser reconhecido como uma instituição de excelência na promoção do

desenvolvimento sustentável, evidenciada pelo(a):

� Papel de destaque enquanto formulador, articulador, indutor e motivador da

política de desenvolvimento do Estado;

� Posição de propositor de soluções adequadas na concessão de

financiamentos, com agilidade e flexibilidade no atendimento ao cliente;

� Padrão de excelência na gestão de instituições de fomento e desenvolvimento.

NEGÓCIO:

� O nosso negócio é a promoção do desenvolvimento sustentável do Estado do

Espírito Santo.

MISSÃO:

� Participar pró-ativamente do desenvolvimento sustentável do Estado do

Espírito Santo, colaborando para viabilizar investimentos que gerem renda,

emprego e competitividade da economia.

FUNÇÕES:

� Agente fomentador e promotor da competitividade da estrutura econômica

estadual;

� Agente formulador de articulação de interesses governamentais,

empresariais, setoriais e regionais;

� Agente financeiro de investimentos privados e públicos

Fonte: Plano Institucional e Estratégico 2004/2006

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ESTUDOS BANDES

•••• Demanda Potencial de Microcrédito no Espírito Santo: Considerações e

Recomendações para o Atendimento - Maio de 2003.

•••• Programa Estadual de Microcrédito: Uma Ferramenta de Inclusão

Econômica e Social e de Desenvolvimento Local e Regional do Espírito Santo -

Junho de 2003.

•••• Programa de Formação de Agentes de Crédito no Estado do Espírito Santo -

Junho de 2003.

•••• Arranjo Produtivo Local de Rochas Ornamentais do Espírito Santo:

Levantamento de Necessidades e Propostas de Ações de Financiamento - Abril

de 2004.

•••• Arranjo Produtivo Local Metal-Mecânico do Espírito Santo: Potencial de

Fornecimento e da Demanda - Junho de 2004.

•••• Indústria Cervejeira no Brasil: Padrão de Competição e Evolução -

Setembro de 2004.

•••• Perfil de uma Indústria Consorciada Exportadora de Rochas Ornamentais

do Estado do Espírito Santo - Outubro de 2004 .

•••• Pesquisa de Turismo Receptivo no Espírito Santo no ano de 2004 - Média

Temporada - Outubro de 2004.

•••• Centro de Serviços Tecnológicos Capixabas: Avaliação e Indicações para

Políticas Públicas.

•••• INVEST-ES: Programa de Incentivo ao Investimento do Estado do Espírito

Santo. Desempenho Operacional - 2003.

•••• INVEST-ES: Programa de Incentivo ao Investimento do Estado do Espírito

Santo. Desempenho Operacional - 2004.

ESTUDOS BANDES COM PARCEIROS DO DESENVOLVIMENTO

•••• Crescimento Verde: O Espírito Santo no Caminho da Sustentabilidade

Florestal. Cadernos do SINDIEX Nº 4. SINDIEX. 2004.

•••• Diagnóstico do Patrimônio Cultural dos Municípios de Mimoso do Sul,

Muqui, Santa Maria de Jetibá e Santa Teresa. 2004.

•••• Diagnóstico das Cooperativas de Laticínios do Estado do Espírito Santo.

Page 213: Diagnostico Caparaó

213

•••• Revista Finanças dos Municípios Capixabas. Ano 09. Edição 2003. AEQUUS

Consultoria.

•••• Revista Finanças dos Municípios Capixabas. Ano 10. Edição 2004. AEQUUS

Consultoria.

•••• Patrimônio Capixaba - O Espírito Santo está aqui. 2004. BANDES.

•••• Revista 150 Maiores Empresas - Espírito Santo. FINDES/IEL. 2003.

•••• Revista 150 Maiores Empresas - Espírito Santo. FINDES/IEL. 2004.

•••• Indústria de Base do Espírito Santo - Brasil. 15 anos. CDMEC. 2004.

•••• Plano de Trabalho 2003-2004 da TecVitória - Relatório Final. TecVitória.

2004.

•••• Plano de Desenvolvimento do Turismo do Estado do Espírito Santo 2004-

2013 - Um Novo Espírito Santo. SEDETUR. 2004.

•••• Cadeia Produtiva do Café Arábica da Agricultura Familiar no Espírito Santo.

INCAPER. 2004.

•••• Seminário Internacional - Cooperação, Aprendizado e Competitividade na

Era do Conhecimento. Realização: Grupo de Pesquisa Inovação e

Desenvolvimento Capixaba/UFES. 2003. CD-ROM.

•••• Seminário Economia da Inovação - Um tributo à Economia na UFES.

Realização: Grupo de Pesquisa Inovação e Desenvolvimento Capixaba,

Departamento de Economia, Mestrado em Economia/UFES. 2004. CD-ROM.

•••• Espírito Santo. Governo do Estado do Espírito Santo. 2003. FSB

Comunicações.

•••• Espírito Santo - Referências Estratégicas. Governo do Estado do Espírito

Santo. 2003.

•••• Investimentos Previstos para o Espírito Santo. IPES.

•••• Um Novo Espírito Santo - Orientações Estratégicas de Governo. Gestão

2003-2006. Governo do Estado do Espírito Santo. 2003.

•••• Guia do Investidor. Vitória - Uma ilha de oportunidades a sua espera.

Prefeitura Municipal de Vitória. 2004.

•••• Conferência Estadual das Cidades. IPES. 2003.

•••• Desenvolvimento dos Arranjos Produtivos do Turismo do Estado do

Espírito Santo. 2003