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Diagnóstico da Situação da Criança, do Adolescente e do Jovem em Belo Horizonte Livro 5: Condições de Saúde

Diagnostico Cmdca

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Diagnostico CMDCA Belo Horizonte

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  • Diagnstico da Situao da Criana, do Adolescente e do Jovem

    em Belo Horizonte

    Livro 5: Condies de Sade

  • DIAGNSTICO DA SITUAO DA CRIANA, DO ADOLESCENTE E

    DO JOVEM EM BELO HORIZONTE

    LIVRO 5: CONDIES DE SADE

    Belo Horizonte

    2013

  • Os dados apresentados e sua interpretao so de responsabilidade de seus autores e no traduzem,

    necessariamente, a opinio dos contratantes da pesquisa. Os dados, figuras, grficos, tabelas, cartogramas,

    quadros e as interpretaes apresentadas neste diagnstico podem ser reproduzidos para fins educacionais e de

    pesquisa, desde que citada a fonte. So dados pblicos e a pesquisa foi financiada pelo Fundo Municipal dos

    Direitos da Criana e do Adolescente - FMDCA de Belo Horizonte - MG. Vedada a sua comercializao, nos

    termos da Lei de Direitos Autorais do Brasil.

    Realizao: Prefeitura de Belo Horizonte

    Secretaria Municipal Adjunta de Assistncia Social

    Conselho Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente

    Execuo: Cooperativa de Trabalho de Professores Universidade Livre Ltda.

    Reviso: Evngela Barros

    Projeto Grfico: Dener Antnio Chaves

    Editorao: Editora So Jernimo

    Capa: Robert de Andrade

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    (Luciana de Oliveira M. Cunha, CRB-6/2725)

    D536 Diagnstico da situao da criana, do adolescente e do jovem em Belo

    Horizonte [recurso eletrnico]: Livro 5.: condies de sade / Cooperativa de Trabalho de

    Professores Universidade Livre; Amadeu Roselli-Cruz/ Dener Antnio Chaves /

    Dilma Fres Vieira / Dimas Antnio Souza / Marco Antnio Couto Marinho,

    coordenao. Belo Horizonte: UNILIVRECOOP, 2013.

    1 CD-ROM

    Inclui bibliografia

    Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader

    ISBN 978-85-66939-05-7 (obra compl.)

    ISBN 978-85-66939-20-0

    1. Crianas Condies sociais Belo Horizonte (MG). 2. Adolescentes

    Condies sociais Belo Horizonte (MG). 3. Sade Aspectos sociais. 4.

    Indicadores sociais. I. Cooperativa de Trabalho de Professores Universidade Livre.

    II. Ttulo: Livro 5.: condies de sade.

    CDD 305.23098151

    CDU 308-053.2/.6(815.1)

    Cooperativa de Trabalho de Professores Universidade Livre Ltda - UNILIVRECOOP R. Eurita, 768 CEP: 31010-210 Belo Horizonte MG

    Tel.: (31) 3646-5781 - E-mail: [email protected].

    Conselho Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente de Belo Horizonte MG Rua Eurita, 587 Bairro Santa Tereza Belo Horizonte/MG CEP: 31.010-210

    Tel.: (31) 3277-5685 E-mail: [email protected]

  • PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE

    SECRETARIA MUNICIPAL DE POLTICAS SOCIAIS

    SECRETARIA MUNICIPAL ADJUNTA

    DE ASSISTNCIA SOCIAL

    CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS

    DA CRIANA E DO ADOLESCENTE

    FUNDO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANA E DO ADOLESCENTE

  • Cooperativa de Trabalho de Professores Universidade Livre - UNILIVRECOOP

    Planejamento e Execuo da Pesquisa

    Pesquisadores:

    Amadeu Roselli-Cruz

    Coordenao Geral

    Dimas Antnio de Souza

    Coordenao Executiva

    Dener Antnio Chaves

    Dilma Fres Vieira

    Marco Antnio Couto Marinho

    Coordenao Tcnica

    Carolyne Reis Barros

    Dilma Fres Vieira

    Marco Antnio Couto Marinho

    Tcnico Responsvel

    Walter Ernesto Ude Marques

    Consultor

  • CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANA E DO ADOLESCENTE -

    2013/2015

    Representantes da Sociedade Civil

    Titulares

    Associao Profissionalizante do Menor ASSPROM

    Associao Projeto Providncia

    Associao Casa Novella

    Associao Comunitria do Bairro Felicidade ABAFE

    Inspetoria So Joo Bosco

    Instituto Ajudar

    Pr Bem Assessoria e Gesto Criana

    Ordem Religiosa das Escolas Pias Padres Escolpios

    Escola de Esportes Viso da Vida

    Associao de Pais e Amigos dos Excepcionais APAE/BH

    Suplentes

    Centro de Desenvolvimento Comunitrio Vila Leonina

    Associao Unificada de Recuperao e Apoio AURA

    Cooperao para o Desenvolvimento e Moradia Humana

    Sindicato dos Oficiais de Registro Civil de M.G RECIVIL

    Instituio Beneficente Martim Lutero

    Creche Dora Ribeiro

    Instituto Missionrio dos Sacramentinos de N. Senhora /Seminrio Maior Padre Julio Maria

    Grupo de Desenvolvimento Comunitrio

    Organizao Educacional Joo XXIII

    Associao de Pais, Amigos e Pessoas com Deficincia de Funcionrios do BB

    Representantes Governamentais

    Titulares

    Fundao Municipal de Cultura

    Secretaria Municipal Adjunta de Assistncia Social SMAAS

    Secretaria Municipal de Planejamento, Oramento e Informao SMPL

    Municipal Adjunta de Esportes

    Secretaria Municipal de Polticas Sociais-SMPS

    Secretaria de Administrao Regional Municipal

    Secretaria Municipal de Finanas

    Secretaria Municipal de Educao SMED

    Secretaria Municipal de Governo

    Secretaria Municipal de Sade

    Suplentes

    Fundao Municipal de Cultura

  • Secretaria Municipal Adjunta de Assistncia Social SMAAS

    Secretaria Municipal de Planejamento, Oramento e Informao SMPL

    Secretaria Municipal Adjunta de Esportes

    Secretaria Municipal de Polticas Sociais-SMPS

    Secretaria de Administrao Regional Municipal

    Secretaria Municipal de Finanas

    Secretaria Municipal de Educao SMED

    Secretaria Municipal de Governo

    Secretaria Municipal de Sade

  • AGRADECIMENTOS

    Aos Conselheiros, aos funcionrios e aos componentes da Mesa Diretora do Conselho

    Municipal de Direitos da Criana e do Adolescente de Belo Horizonte (CMDCA/BH) gestes

    2010 2012 e 2013 2015.

    Aos membros do Grupo de Trabalho responsvel pelo acompanhamento da produo

    desse Diagnstico.

    Aos participantes dos Grupos de Trabalho (01 - Cultura, Educao e Trabalho; 02 -

    Sistema de Garantia de Direitos e Violaes; 03 - Famlia e Sade) do Seminrio de

    Apresentao do Diagnstico da Situao da Criana e do Adolescente de Belo Horizonte,

    realizado pela UNILIVRECOOP em parceria com o CMDCA, em 20 de maio de 2013, no

    auditrio da Prefeitura deste municpio.

    Agradecimentos Institucionais

    AFISCON Assessoria Fiscal, Contbil, Jurdica e Tributria;

    AMAS - Associao Municipal de Assistncia Social;

    Associao dos moradores do DANDARA

    CAPUT - Centro de Atendimento e Proteo a Jovens Usurios de Txicos;

    CCBH - Centros de Cultura de Belo Horizonte;

    CDL Cmara de Dirigentes Lojistas;

    CDPCM-BH - Conselho Deliberativo do Patrimnio Cultural do Municpio;

    CEAPA - Central de Acompanhamento de Penas Alternativas;

    CEAS - Conselho Estadual de Assistncia Social;

    CECRIA - Centro de Referncia, Estudos e Aes sobre Crianas e Adolescentes;

    CEDCA - Conselho Estadual dos Direitos da Criana e Adolescente;

    CEDEPLAR Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional de Minas Gerais;

    CEFAR - Centro de Formao Artstica;

    Centro POP/ Miguilim - Centro de Referncia Especializado para Populao de Rua para

    Crianas e Adolescentes;

    CERSAM i- Centro de Referncia de Sade Mental da Infncia e da Adolescncia;

    CERSAM-AD - Centro de Referncia em Sade Mental lcool e Drogas;

    CMT - Centro Mineiro de Toxicomania;

    CRAS Centro de Referncia de Assistncia Social;

    CREAS - Centro de Referncia Especializado de Assistncia Social;

    CT - Conselhos Tutelares;

    DATA-SUS de Minas Gerais;

    DEICC - Delegacia de Investigao de Crimes Cibernticos;

    DEPCA - Delegacia Especializada de Proteo Criana ao Adolescente;

    DIHPP - Departamento de Investigao de Homicdios e Proteo Pessoa da Polcia Civil de

    Minas Gerais;

    DOPCAD - Delegacia de Orientao e Proteo Criana e ao Adolescente;

    DPMG - Defensoria Pblica do Estado de Minas Gerais;

    DRPD - Diviso de Referncia da Pessoa Desaparecida;

    FECTIPA - Frum de Erradicao e Combate ao Trabalho Infantil e Proteo ao Adolescente;

    FHEMIG - Fundao Hospitalar do Estado de Minas Gerais;

  • FMC - Fundao Municipal de Cultura;

    FMDCA - Fundo Municipal dos Direitos da Criana e Adolescncia;

    Frum Estadual e Combate ao Trabalho Infantil e Proteo ao Adolescente;

    Frum da Juventude;

    FPM - Fundao de Parques Municipais;

    GECMES - Gerncia de Coordenao de Medidas Socioeducativas;

    GECOM/SARMU - Gerncia Regional de Comunicao Social da Secretaria de

    Administrao Regional Municipal;

    GEEPI Gerncia de Epidemiologia e Informao;

    GEIMA - Gerncia de Informao Monitoramento e Avaliao;

    GEINE Gerncia de Insero Especial;

    GERED - Gerncias Regionais de Educao;

    GME/SUASE-SEDS - Gerncia de Mapeamento Estatstico da Subsecretaria de Atendimento

    s Medidas Socioeducativas da Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais;

    GVSI - Gerncia de Vigilncia em Sade e Informao;

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica;

    IEPHA-MG - Instituto Estadual do Patrimnio Histrico e Artstico de Minas Gerais;

    JIJ/BH - Juizado da Infncia e da Juventude de Belo Horizonte;

    MAP - Museu de Arte da Pampulha;

    MDS - Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome;

    INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira;

    MHAB - Museu Histrico Ablio Barreto;

    MPMG - Ministrio Pblico do Estado de Minas Gerais;

    NAF - Ncleos de Apoio Famlia;

    NAMSEP - Ncleo de Atendimento s Medidas Socioeducativas e Protetivas da PBH;

    NAVCV - Ncleo de Atendimento a Vitimas de Crimes Violentos;

    NUPSS - Ncleo de Psicologia e Servio Social;

    OBID - Observatrio Brasileiro de Informaes Sobre Drogas;

    PBH Prefeitura de Belo Horizonte;

    PCMG - Polcia Civil do Estado de Minas Gerais;

    PMMG - Polcia Militar de Minas Gerais;

    PRODABEL - Empresa de Informtica e Informao de Belo Horizonte;

    PUC Minas Pontifcia Universidade Catlica de Minas Gerais;

    SCOMPS - Secretarias Municipais de Coordenao de Gesto Regional, vinculadas

    Secretaria Municipal de Coordenao de Poltica Social;

    SDH/PR - Secretaria Direitos Humanos da Presidncia da Repblica;

    SEC - Secretaria Estadual de Cultura;

    SEDESE - Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social;

    SEDH - Secretaria de Direitos Humanos;

    SEDS - Secretaria de Estado de Defesa Social;

    SEEJ - Secretaria de Estado de Esporte e Lazer;

    SEF - Setor de Estudos Familiares;

    SEF/VIJ-BH - Setor de Estudos Familiares da Vara da Infncia e da Juventude de Belo

    Horizonte;

  • Sumrio

    Prefcio .............................................................................................................................. 15

    Apresentao ..................................................................................................................... 17

    Leia-me .............................................................................................................................. 19

    Lista de Grficos ............................................................................................................... 21

    Lista de Quadros ................................................................................................................ 21

    Lista de Siglas ................................................................................................................... 21

    Lista de Tabelas ................................................................................................................. 27

    INTRODUO ................................................................................................................. 31

    5.1 PERCURSOS DE PESQUISA PARA A CONSTRUO DO DIAGNSTICO NA

    SADE ..................................................................................................................................... 34

    5.2 DESCRIO DA REDE DE SERVIOS ATENDIMENTO DA SADE EM BELO

    HORIZONTE ........................................................................................................................... 38

    5.2.1 Sade Bucal .............................................................................................................. 39

    5.2.2 Sade Mental ............................................................................................................ 40

    5.2.3 Centros de Referncia em Sade Mental.................................................................. 41

    5.2.4 Centros de Convivncia ............................................................................................ 42

    5.2.5 Servios Residenciais Teraputicos ......................................................................... 42

    5.2.6 Unidades de Referncia Secundria ......................................................................... 43

    5.2.7 Servio de Reabilitao ............................................................................................ 43

    5.2.8 Hospitais ................................................................................................................... 44

    5.2.8.1 Hospitais Conveniados .......................................................................................... 45

    5.2.9 Urgncia e emergncia ............................................................................................. 46

    5.2.10. Rede de Sade em Belo Horizonte ........................................................................ 47

    5.2.11 Convnios e leitos .................................................................................................. 48

    5.3 SERVIOS, AES E PROGRAMAS PARA O PBLICO INFANTOJUVENIL ........ 53

    5.3.1 Descrio a partir por Relatrio de Gesto Coordenao de Ateno Sade da

    Criana e do Adolescente .................................................................................................. 53

    5.4 CONDIES GERAIS DE SADE DA CRIANA, DO ADOLESCENTE E DO

    JOVEM EM BELO HORIZONTE .......................................................................................... 57

    5.4.1 Natalidade ................................................................................................................. 58

    5.4.2 Vacinao infantil ..................................................................................................... 64

  • 5.4.3 Avaliao nutricional................................................................................................ 66

    5.4.4 Doenas Respiratrias agudas .................................................................................. 68

    5.4.4.1 Taxa de Mortalidade por Pneumonia /Asma .................................................. 69

    5.4.5 Sade Bucal .............................................................................................................. 70

    5.4.6 Morbidade ................................................................................................................ 72

    5.4.6.1 Morbidade Hospitalar ............................................................................................ 72

    5.4.6.2 Morbidade por Causas Externas ..................................................................... 77

    5.4.6.3 Morbidade por causas externas: Acidentes de transportes (V01 a V99) ........ 79

    5.4.7 Gravidez na adolescncia ......................................................................................... 84

    5.4.8 AIDS ......................................................................................................................... 87

    5.4.9 Sade Mental ............................................................................................................ 88

    5.5 CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................. 89

    REFERNCIAS ................................................................................................................ 93

  • 15

    Prefcio

    Diagnstico da Infncia e Adolescncia: Um norte para as polticas pblicas

    Garantir a primazia do atendimento criana e ao adolescente pelas polticas pblicas

    sociais conforme determina a Carta Maior de nosso pas, a Constituio Federal de 1988,

    exige avaliar a efetividade dos servios prestados a esse pblico. A partir da criao do

    Estatuto da Criana e do Adolescente, Lei N 8.069, de 13 de julho de 1990, o Brasil passou a

    pautar-se por uma legislao desafiadora, que impulsiona o poder pblico e a sociedade civil a

    encontrar solues cada vez mais eficientes para assegurar, de fato, os direitos da infncia e

    da adolescncia brasileiras.

    Signatrio de diversos pactos internacionais referentes a essa causa, o pas

    responsabiliza-se tambm por cumprir a Declarao Universal dos Direitos das Crianas,

    aprovado em 1959, e, em nvel continental, o Pacto de So Jos da Costa Rica, celebrado em

    1969, que estabelece, em seu artigo 19, que toda criana tem direito s medidas de proteo

    que sua condio de menor requer por parte da famlia, da sociedade e do Estado.

    Alguns anos depois da criao do ECA, em 1994, testemunhamos a realizao do

    primeiro diagnstico para dar transparncia realidade de nossas crianas e adolescentes em

    Belo Horizonte. Hoje, damos mais um importante passo na consolidao dos avanos ao

    apresentarmos sociedade a edio renovada deste importante documento.

    O Diagnstico da Situao da Infncia e Adolescncia no Municpio de Belo

    Horizonte, idealizado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente

    CMDCA , em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte, traz uma compreenso sobre a

    rede de ateno a nossas crianas e adolescentes e aponta as diversas realidades e situaes

    vivenciadas por esse pblico na capital mineira.

    O presente documento detalha o contexto de avanos e desafios em que nos

    encontramos perante esta temtica, constituindo-se como mais uma ferramenta de

    informaes para a elaborao e o planejamento das aes do municpio destinadas infncia

    e juventude. As estatsticas e os dados revelados nesta pesquisa contribuem para a construo

    de polticas pblicas mais eficientes, para a criao de metas e objetivos norteadores da

    aplicao de recursos pblicos, bem como expem os avanos na oferta de servios,

    programas e projetos a essa prioritria parcela da populao.

    No que tange s polticas sociais, o Diagnstico tambm contribuir para o

    enfrentamento de violaes de direitos, combatendo vulnerabilidades sociais em que vivem

  • 16

    muitas de nossas crianas e adolescentes. A partir dele, ser possvel agir com maior

    assertividade na busca de solues para a promoo social, ponto fundamental da atuao do

    Estado, o que renova o nosso compromisso de garantir um futuro promissor para as novas

    geraes.

    Maria Glucia Brando

    Secretria Municipal de Polticas Sociais

    Marcelo Alves Mouro

    Secretrio Municipal Adjunto de Assistncia Social

  • 17

    Apresentao

    O Diganstico da Situao da Criana, do Adolescente e do Jovem de Belo Horizonte,

    um processo de construo de uma prtica que busca estabelecer parmetros para

    formulao, implementao e controle social sobre as Polticas Pblicas para a infncia e a

    adolescncia em Belo Horizonte, atravs de uma reunio de dados, da anlise conjunta dos

    problemas e das potencialidades do nosso municpio.

    Este processo se iniciou em 2011 e passou por vrios momentos de reflexo, discusso

    e dificuldades que envolveram todos os conselheiros do CMDCA Conselho Municipal dos

    Direitos da Criana e do Adolescente , dos pesquisadores e dos tcnicos dos servios

    responsveis pelas polticas pblicas e pelas informaes e dados sobre as mesmas.

    O contexto em que se coloca este diagnstico tambm parte do processo e com ele

    aprendemos muito, posto que esta prtica seja inovadora.

    polticas pblicas reorientadas no contexto das reformas democrticas constituram

    um avano dos direitos civis e a consolidao da poltica social como fundamento do Estado

    de direito. No Brasil, o processo de consolidao da cidadania social tem suas especificidades

    dadas pela ausncia da relao entre direitos civis e polticos com a implementao de

    polticas pblicas que efetivem estes direitos.

    A permanente disputa entre interesses individuais e privados com os direitos coletivos

    e comuns interfere na distribuio de recursos e definio de prioridades. As polticas sociais,

    por si ss, certamente no dariam conta de todas as mazelas sociais, mas podem contribuir

    muito para impedir que as desigualdades se reproduzam.

    Neste contexto o Diganstico da Situao da Criana, do Adolescente e do Jovem

    agora publicado pelo CMDCA Conselho Municipal dos Direitos da Criana e do

    Adolescente de Belo Horizonte, tem o papel fundamental de orientar, formular, deliberar e

    exercer o controle social sobre as polticas pblicas voltadas para o atendimento criana e ao

    adolescente.

    Para que se possam exercer estas funes com responsabildiade e competncia e para

    que possamos assumir essa atribuio que o Estatuto da Criana e do Adolescente nos

    determina, preciso que os conselhos de direitos produzam conhecimento a respeito da

    realidade social das crianas e adolescentes em seu municpio. A forma mais coerente de se

    fazer um retrato desta realidade atravs da produo de um diagnstico.

    Conhecer a realidade da infncia e da adolescncia do municpio fundamental para o

    fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos e para elaborao de polticas pblicas

  • 18

    mais eficazes. Um diagnstico pode nos oferecer conhecimento sobre os principais problemas

    que atingem as crianas e os adolescentes, pode apontar aes prioritrias para a garantia

    desses direitos e, principalmente orientar melhor as escolhas de alocao de recursos nos

    oramentos para a implementao dessas aes.

    O CONANDA emitiu em 2010 uma resoluo, a de nmero 137, que definiu

    parmetros para essa gesto de polticas dirigidas infncia e adolescncia. Essa resoluo

    diz que preciso haver um diagnstico que oriente a formulao de planos de ao nos

    municpios. Os conselhos municipais podero se fortalecer na medida em que se apropriarem

    da ideia de que, para deliberar e formular polticas precisam empreender bons diagnsticos da

    situao da criana e do adolescente diagnsticos permanentes que se traduzam, como parte

    do processo de deliberao sobre as Polticas para a infncia e para a Adolescncia.

    Esperamos que este processo de diagnstico se torne uma prtica permanente, que as

    questes apontadas por este documento referenciem a elaborao de programas e projetos

    governamentais e no governamentais para crianas e adolescentes. Nossa expectativa de

    que possamos produzir o fortalecimento de uma efetiva rede de defesa da infncia e

    adolescncia e que principalmente, possamos contribuir para a construo de polticas

    pblicas comprometidas com a consolidao da cidadania e a efetivao dos direitos de

    crianas, adolescentes e jovens no mbito municipal.

    Esperamos que esta noo da realidade local faa despertar desejos de mudanas.

    no municpio que se articula a proteo integral da criana e do adolescente. para onde deve

    convergir o dilogo entre todas as instncias governamentais e no governamentais voltadas

    para esse propsito. nas cidades que as redes de atendimento e de garantia dos direitos se

    fortalecem, para que esse esforo se traduza na definio de polticas pblicas eficazes e num

    atendimento de qualidade, objetivando uma justia social maior.

    Mrcia Cristina Alves

    Presidente do CMDCA

  • 19

    Leia-me

    Este Livro compe o conjunto de resultados da pesquisa Diagnstico da Situao da

    Infncia, Adolescncia e Jovem de Belo Horizonte, realizada pela Cooperativa de Trabalho de

    Professores Universidade Livre - UNILIVRECOOP, desenvolvida durante o perodo de maio

    de 2012 a junho de 2013.

    O Diagnstico teve como objetivo geral conhecer a realidade da criana e do

    adolescente e jovem at 21 anos em Belo Horizonte para subsidiar aes e tomadas de

    decises do Conselho Municipal de Direitos da Criana e do Adolescente o CMDCA/BH

    e as instncias governamentais e no governamentais na formulao e execuo de suas

    polticas e programas.

    A elaborao do presente Diagnstico partiu do CMDCA e da Secretaria de Municipal

    Adjunta de Assistncia Social (SMAAS), tendo sido financiada com recursos do Fundo

    Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente (FMDCA) de Belo Horizonte. Ressalta-

    se que 18 anos o lapso de tempo entre a realizao do Diagnstico ora apresentado e o

    ltimo desta natureza ocorrido neste municpio: Diagnstico Crianas e Adolescentes de Belo

    Horizonte, em 1994.

    A apresentao do relatrio final do Diagnstico foi organizada por temas e

    distribudas em quatorze livros, contemplando as reas propostas e investigadas na pesquisa

    sendo:

    Livro 1. Diagnstico da situao da criana, do adolescente e do jovem em Belo Horizonte:

    notas terico-metodolgicas e consideraes gerais;

    Livro 2. Pesquisa nos conselhos tutelares;

    Livro 3. Caracterizao sociodemogrfica da populao infantojuvenil nas regionais

    administrativas do municpio;

    Livro 4. Configuraes familiares;

    Livro 5. Condies de sade;

    Livro 6. Educao;

    Livro 7. Trabalho, profissionalizao e renda;

    Livro 8. Acesso cultura, ao esporte e ao lazer;

    Livro 9. Anlise das violaes de direitos preconizados no ECA;

    Livro 10. Sistema de garantia de direitos da criana e do adolescente;

    Livro 11. Poltica de atendimento criana e ao adolescente: assistncia social e rede de

    entidades registradas no CMDCA;

  • 20

    Livro 12. Juventudes em Belo Horizonte 2013.

    Livro13. Catlogo da rede de atendimento criana, ao adolescente e ao jovem Belo

    Horizonte 2013;

    Livro 14. Catlogo de dissertaes e teses sobre a temtica da criana, do adolescente e do

    jovem at 21 anos nas instituies de ensino superior UFMG e PUC Minas 2005

    a 2012.

    No presente Livro 5 apresentamos um conjunto de informaes referentes s

    condies de sade das crianas, dos adolescentes e jovens at 21 anos residentes em Belo

    Horizonte.

    Cooperativa de Trabalho de Professores Universidade Livre UNILIVRECOOP

    Julho de 2013

  • 21

    Lista de Grficos

    GRFICO 5.1: Morbidade hospitalar por faixa etria - Belo Horizonte - 2011. ..................... 73

    GRFICO 5.2: Morbidade hospitalar por faixa etria - Belo Horizonte 2011 ..................... 74

    GRFICO 5.3: Morbidade hospitalar por sexo da populao menor que 1 a 24 anos - Belo

    Horizonte 2011. ..................................................................................................................... 75

    GRFICO 5.4: Internaes por cor-raa e sexo - Belo Horizonte - 2011. .............................. 76

    GRFICO 5.5: Morbidade Hospitalar por causas externas, segundo o sexo e faixa etria por

    municpio de residncia Belo Horizonte 2009 a 2011. ....................................................... 78

    GRFICO 5.6: Evoluo das internaes totais, agregadas por ano de 2009 a 2011, por

    agresso e por faixa etria Belo Horizonte- de 2009 a 2011. ................................................ 82

    GRFICO 5.7: Nmero e distribuio percentual de internaes por agresses, segundo

    faixas etrias e sexo Belo Horizonte 2009-2011. ............................................................... 82

    GRFICO 5.8 Distribuio Percentual dos usurios em permanncia-dia, no CERSAMI, ... 88

    por distrito sanitrio Belo Horizonte 2011. ........................................................................ 88

    GRFICO 5.9: Distribuio Percentual de dos usurios em atendimento ambulatorial, no

    CERSAMI, por distrito sanitrio Belo Horizonte 2011. .................................................... 89

    Lista de Quadros

    QUADRO 5.1: Evoluo do Programa Sade na Escola durante os anos de 2008 a 2012

    Belo Horizonte 2012. ............................................................................................................. 56

    QUADRO 5.2: Cdigos e critrios de classificao do levantamento de necessidades em

    Sade Bucal usados na rede SUS BH - Belo Horizonte 2012 ............................................... 71

    Lista de Siglas

    ABES - Associao Brasileira de Engenharia Sanitria e Ambiental

    ABNT Associao Brasileiras de Normas Tcnicas

    ACODEST - Associao Comunitria de Desportos Santa Terezinha

    AEE Atendimento Educacional Especializado

    AGAP-MG - Associao de Garantia ao Atleta Profissional do Estado de Minas Gerais

    AIDS - Sndrome da Imunodeficincia Adquirida

    AIH - Autorizao de Internao Hospitalar

    AMAS - Associao Municipal de Assistncia Social

    APS - Ateno Primria Sade

    ASCOM - Assessoria de Comunicao

  • 22

    ASSPROM Associao Profissionalizante do Menor

    BDTD - Bibliotecas Digitais de Teses e Dissertaes

    BH Belo Horizonte

    BPC - Benefcio de Prestao Continuada da Assistncia Social

    BPC na Escola - Sistema de Informaes do Programa BPC na Escola

    Cadnico - Cadastro nico

    CAPS - Centros de Ateno Psicossocial

    CAPUT - Centro de Atendimento e Proteo a Jovens Usurios de Txicos

    CBO - Cdigo Brasileiro de Ocupaes

    CC - Centro Cultural

    CCBH - Centro de Cultura de Belo Horizonte

    CCJG - Centro Cultural Jardim Guanabara

    CCLN - Centro Cultural Lagoa do Nado

    CCLR - Centro Cultural Lindia-Regina

    CCPE - Centro Cultural Padre Eustquio

    CCSF - Centro Cultural Salgado Filho

    CCSG - Centro Cultural So Geraldo

    CCVM - Centro Cultural Vila Marola

    CCVN - Centro Cultural Venda Nova

    CDC - Centro de Defesa de Cidadania

    CDC - Cdigo de Defesa do Consumidor

    CDL Cmara de Dirigentes Lojistas

    CDPCM-BH - Conselho Deliberativo do Patrimnio Cultural do Municpio

    CEAPA - Central de Acompanhamento de Penas Alternativas

    CEAS - Conselho Estadual de Assistncia Social

    CECRIA - Centro de Referencia, Estudos e Aes sobre Crianas e Adolescentes

    CEDCA - Conselho Estadual dos Direitos da Criana e Adolescente

    CEDEPLAR Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional de Minas Gerais

    CEDOC - Biblioteca e Centro de Documentao e Pesquisa

    CEFAR - Centro de Formao Artstica

    CEFET-MG Centro Federal de Educao Tecnolgica de Minas Gerais

    CEIP - Centros de Internao Provisria

    CEMIG Companhia Energtica de Minas Gerais

    Centro POP/ Miguilim - Centro de Referncia Especializado para Populao de Rua para

    Crianas e Adolescentes

    CEPAI - Centro de Ateno Psquica

    CEPAI - Centro Psquico da Adolescncia e da Infncia

    CEPAI - Centro Psquico da Adolescncia e Infncia

    CERSAM - Centros de Referncia em Sade Mental

    CERSAM i- Centro de Referncia de Sade Mental da Infncia e da Adolescncia

    CERSAM-AD - Centro de Referncia em Sade Mental lcool e Drogas

    CERSAMI - Centros de Referncia em Sade Mental Infantil

    CEVAE - Centros de Convivncia Ecolgica

    CF - Constituio Federal

    CGR - Centro Geral de Reabilitao Estadual

    CIA/BH - Centro de Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional de

    Belo Horizonte

    CID Classificao Internacional Doenas

    CID-10 - 10 Reviso da Classificao Internacional de Doenas da OMS

    CINDS - Centro Integrado de Informaes de Defesa Social

  • 23

    CIPTA - Cmara Interinstitucional de Proteo ao Trabalhador Adolescente

    CLT - Consolidao das Leis do Trabalho

    CMDCA/BH Conselho Municipal de Direitos da Criana e do Adolescente de Belo

    Horizonte

    CMT - Centro Mineiro de Toxicomania

    CMT - Consrcio Metropolitano de Transportes

    CNAE - Classificao Nacional de Atividades Econmicas

    CNDCA - Conferncia Nacional dos Direitos da Criana e do Adolescente

    CNES - Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sade

    COLTEC/UFMG Colgio Tcnico da Universidade Federal de Minas Gerais

    COMAD - Conselho Municipal Antidrogas

    COMPETI - Comisso Municipal Interinstitucional Permanente de Erradicao do Trabalho

    Infantil

    CONANDA Conselho Nacional dos Direitos da Criana e do Adolescente

    CONEP - Conselho Estadual do Patrimnio

    COPASA - Companhia de Saneamento de Minas Gerais

    CPC - Conceito Preliminar de Curso

    CPCDMG - Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento

    CPMI - Comisso Parlamentar Mista de Inqurito

    CRAS Centro de Referncia de Assistncia Social

    CRAV - Centro de Referncia Audiovisual

    CRCMG - Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais

    CREAB - Centro de Reabilitao da Unidade de Referncia Secundria

    CREAS - Centro de Referncia Especializado de Assistncia Social

    CRM-MG - Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais

    CT - Conselho Tutelar

    CTPS - Carteira de Trabalho e Previdncia Social

    DATASUS - Banco de Dados do Sistema nico de Sade

    DEICC - Delegacia de Investigao de Crimes Cibernticos DEICC

    DEPCA - Delegacia Especializada de Proteo Criana ao Adolescente

    DIEESE Departamento Intersindical de Estatstica e Estudos Socioeconmicos

    DIHPP - Departamento de Investigao de Homicdios e Proteo Pessoa da Polcia Civil de

    Minas Gerais

    DIU - Dispositivo Intrauterino

    DOM - Dirio Oficial do Municpio

    DOPCAD - Delegacia de Orientao e Proteo Criana e ao Adolescente

    DPMG - Defensoria Pblica do Estado de Minas Gerais

    DRPD - Diviso de Referncia da Pessoa Desaparecida

    DSM-IV - 4 edio do Manual de Diagnstico e Estatstico de Transtornos Mentais, da

    Associao Psiquitrica Americana

    DST Doena Sexualmente Transmissvel

    ECA - Estatuto da Criana e do Adolescente

    EEFFTO - Escola de Educao Fsica, Fisioterapia e Terapia Ocupacional

    EJA Educao de Jovens e Adultos

    EPP - Empresas de Pequeno Porte

    ESF - Equipes de Sade da Famlia

    ESF - Estratgia de Sade da Famlia

    ESF - Programa Estratgia Sade da Famlia

    ESFL - Entidades Sem Fins Lucrativos

    ESPRO Ensino Social Profissionalizante

  • 24

    FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador

    FECTIPA - Frum de Erradicao e Combate ao Trabalho Infantil e Proteo ao Adolescente

    FECTIPA - Frum de Estadual e Combate ao Trabalho Infantil e Proteo ao Adolescente

    FHEMIG - Fundao Hospitalar do Estado de Minas Gerais

    FIA Fundo Municipal para a Infncia e Adolescncia

    FIC - Festival Internacional de Coro

    FIC Ficha de Inscrio Cadastral

    FIES Tcnico Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior

    FIT - Festival Internacional de Teatro

    FMC - Fundao Municipal de Cultura

    FMDCA - Fundo Municipal dos Direitos da Criana e Adolescncia

    FPM - Fundao de Parques Municipais

    FSC - Fundao Clvis Salgado

    FUNJOBI - Fundao So Joo Bosco para Infncia

    GECMES - Gerncia de Coordenao de Medidas Socioeducativas

    GECOM/SARMU - Gerncia Regional de Comunicao Social da Secretaria de

    Administrao Regional Municipal

    GEEPI Gerncia de Epidemiologia e Informao

    GEIMA - Gerncia de Informao Monitoramento e Avaliao

    GEINE Gerncia de insero Especial

    GERED - Gerncias Regionais de Educao

    GME/SUASE-SEDS - Gerncia de Mapeamento Estatstico da Subsecretaria de Atendimento

    s Medidas Socioeducativas da Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais

    GT Grupo de Trabalho

    GVSI - Gerncia de Vigilncia em Sade e Informao

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    ICEC - Instituto Cidadania, Educao e Cultura

    ICMEC-ONG - Centro Internacional para Crianas, Desaparecidas e Exploradas

    IDH - ndice de Desenvolvimento Urbano

    Iepha-MG - Instituto Estadual do Patrimnio Histrico e Artstico de Minas Gerais

    IGC - ndice Geral de Cursos Avaliados da Instituio

    IJUCI - Instituto Jurdico para Efetivao da Cidadania

    IML - Instituto Mdico Legal

    INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira

    IQVU - ndice de Qualidade de Vida Urbana

    ITC - Instituto Telemig Celular

    ITU - Infeco do Trato Urinrio

    IVS - ndice de Vulnerabilidade Social

    JIJ/BH - Juizado da Infncia e da Juventude de Belo Horizonte

    LA - Liberdade Assistida

    LDBEN Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional

    LOAS Lei Orgnica da Assistncia Social

    MAP - Museu de Arte da Pampulha

    MDS - Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome

    ME - Microempresas

    MEC - Ministrio da Educao

    MHAB - Museu Histrico Ablio Barreto

    MinC - Ministrio da Cultura

    MPMG - Ministrio Pblico do Estado de Minas Gerais

    MS - Ministrio da Sade

  • 25

    MTE - Ministrio do Trabalho e Emprego

    NAF - Ncleos de Apoio Famlia

    NAMSEP -Ncleo de Atendimento s Medidas Socioeducativas e Protetivas da PBH

    NAVCV - Ncleo de Atendimento a Vitimas de Crimes Violentos

    NOB - Norma Operacional Bsica

    NOB-RH/SUAS Norma Operacional Bsica de Recursos Humanos do Sistema nico de

    Assistncia Social

    NUPSS - Ncleo de Psicologia e Servio Social

    NUPSS - Ncleo de Psicologia e Servio Social

    OBID - Observatrio Brasileiro de Informaes Sobre Drogas

    OMS - Organizao Mundial da Sade

    ONGs Organizao No Governamental

    ONU - Organizao das Naes Unidas

    OSCIP - Organizao da Sociedade Civil de Interesse Pblico

    PAEFI - Proteo e Atendimento Especializado a Famlias e Indivduos

    PAIF- Servio de Proteo e Atendimento Integral Famlia

    PAI-PJ - Programa de Ateno Integral ao Paciente Judicirio Portador de Sofrimento Mental

    PAIR - Programa de Aes Integradas e Referncias de Enfrentamento Violncia Sexual

    Infanto-Juvenil no Territrio Brasileiro

    PAM - Pronto Atendimento Mdico

    PBH Prefeitura de Belo Horizonte

    PCMG - Polcia Civil do Estado de Minas Gerais

    PCNs Parmetros Curriculares Nacionais

    PDMI - Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado

    PED Pesquisa de Emprego e Desemprego

    PETI - Programa de Erradicao do Trabalho Infantil

    PIA - Plano Individual de Atendimento

    PMMG - Polcia Militar de Minas Gerais

    PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios

    PNAS Poltica Nacional de Assistncia Social

    PNDH - Programa Nacional de Direitos Humanos

    PNDH III - Plano Nacional de Direitos Humanos III

    PNE Plano Nacional de Educao

    PNE - Portadores de Necessidades Especiais

    POF - Pesquisa de Oramentos Familiares

    PPAG - Plano Plurianual de Ao Governamental

    PPCAM - Programa de Proteo a Crianas e Adolescentes Ameaados de Morte

    PPCD - Programa de Preveno e Combate Desnutrio

    PPP Parcerias Prticas Participativas

    PPP Projeto Poltico Pedaggico

    PPPs Parcerias Prticas Participativas

    PRODABEL - Empresa de Informtica e Informao de Belo Horizonte

    PRONATEC Programa Nacional de Acesso ao Ensino Tcnico e Emprego

    PSB - Proteo Social Bsica

    PSC - Prestao de Servios Comunidade

    PSE Programa Sade na Escola

    PSE - Proteo Social Especial

    PUC Minas Pontifcia Universidade Catlica

    RAIS - Relao Anual de Informaes Sociais

    RAIS-2011 - Relao Anual de Informaes Sociais de 2011

  • 26

    REDS - Registro de Eventos de Defesa Social

    RMBH - Regio Metropolitana de Belo Horizonte

    RMBH - Regio Metropolitana de Belo Horizonte

    SAI/SUS - Sistema de Informaes Ambulatoriais do SUS

    SAMRE - Seo de Atendimento das Medidas Restritivas de Liberdade

    SAMU Servio Atendimento Municipal de Urgncia

    SCFV - Servio de Convivncia e Fortalecimento de Vnculos

    SCOMPS - Secretarias Municipais de Coordenao de Gesto Regional, vinculadas

    Secretaria Municipal de Coordenao de Poltica Social

    SDH/PR - Secretaria Direitos Humanos da Presidncia da Repblica

    SEC - Secretaria Estadual de Cultura

    SEDESE - Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social

    SEDH - Secretaria de Direitos Humanos

    SEDS - Secretaria de Estado de Defesa Social

    SEEJ - Secretaria de Estado de Esporte e Lazer

    SEF - Setor de Estudos Familiares

    SEF/VIJ-BH - Setor de Estudos Familiares da Vara da Infncia e da Juventude de Belo

    Horizonte

    SENAC Servio Nacional de Aprendizagem Comercial

    SENAD - Secretaria Nacional de Polticas sobre Drogas

    SENAI Servio Nacional de Aprendizagem Industrial

    SENAR - Servio Nacional de Aprendizagem Rural

    SENAT - Servio Nacional de Aprendizagem do Transporte

    SEPI - Setor de Pesquisa Infracional da Vara da Infncia e da Juventude

    SEPI/TJMG - Setor de Pesquisa Infracional da Vara da Infncia e da Juventude do Tribunal

    de Justia do Estado de Minas Gerais

    SES - Secretaria de Estado de Sade

    SESC Servio Social do Comrcio

    SESCOOP - Servio Nacional de Cooperativismo

    SESI Servio Social da Indstria

    SEST - Servio Social do Transporte

    SIAB - Sistema de Informao da Ateno Bsica

    SIBEC - Sistema de Benefcios ao Cidado

    SICON - Sistema Integrado de Gesto de Condicionalidades do Programa Bolsa Famlia

    SIGPS - Sistema de Informao e Gesto das Polticas Sociais

    SIGPS - Sistema de Informaes Gerenciais das Polticas Sociais

    SIH - Sistema de Informaes Hospitalares do SUS

    SIM - Sistema de Informaes sobre Mortalidade

    SIMPLES - Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuies

    SINAN - Sistema de Informao de Agravos de Notificao

    SINASC - Sistema de Informaes de Nascidos Vivos

    SINASE - Sistema Nacional de Acompanhamento das Medidas Socioeducativas

    SIPIA Sistema de Informao Para Criana e Adolescente

    SISAprendizagem - Sistema de Informaes Estratgicas

    SISJOVEM Sistema de Acompanhamento e Gesto do Projovem Adolescente

    SISNAN - Sistema de Informao de Agravos de Notificao

    SISPETI Sistema de Controle e Acompanhamento do PETI (SUASWEB)

    SISVAN - Sistema de Vigilncia Alimentar e Nutricional

    SIT - Sistema de Informaes Territoriais

    SMAAS - Secretria Municipal Adjunta de Assistncia Social

  • 27

    SMAES - Secretaria Municipal Adjunta de Esportes

    SMAL - Secretaria Municipal Adjunta de Lazer

    SMARU - Secretaria Municipal de Regulao Urbana

    SMC - Secretaria Municpal de Cultura

    SMED - Secretaria Municipal de Educao

    SMEL - Secretaria Municipal de Esporte e Lazer

    SMMA - Secretaria Municipal de Meio Ambiente

    SMPS - Secretaria Municipal de Polticas Sociais

    SMSA Secretria Municipal de Sade

    SMSA/BH - Secretaria Municipal de Sade da Prefeitura de Belo Horizonte

    SNAS - Secretaria Nacional de Assistncia Social

    SNPDCA - Secretaria Nacional de Promoo dos Direitos da Criana e do Adolescente

    SPPE - Secretaria de Polticas Pblicas de Emprego

    SPTR - Sistema Pblico de Trabalho e Renda

    SRTE - Superintendncia Regional do Trabalho e Emprego

    STR - Servios Residenciais Teraputicos

    SUASE - Subsecretaria de Atendimento s Medidas Scio Educativas

    SUDECAP - Superintendncia de Desenvolvimento da Capital

    SUP - Servio de Urgncia Psiquitrica

    SUS Sistema nico de Sade

    SVSMS - Secretaria de Vigilncia Sanitria do Ministrio da Sade

    TDEs: Teses e Dissertaes Eletrnicas

    TJEMG - Tribunal de Justia do Estado de Minas Gerais

    TJMG - Tribunal de Justia de Minas Gerais

    UBS Unidade Bsica de Sade

    UCI Unidade de Cuidados Intermedirios

    UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais

    UMEI - Unidade Municipal de Educao Infantil

    UNICEF - Fundo das Naes Unidas para a Infncia

    UNILIVRECOOP Cooperativa de Trabalho de Professores Universidade Livre

    UPA Unidade Pronto Atendimento

    URS - Unidades de Referncia Secundria

    UTI Unidade de Tratamento Intensivo

    VIJ-BH - Vara da Infncia e da Juventude de Belo Horizonte

    Lista de Tabelas

    TABELA 5.1: Quantidade total de Unidades Bsicas de Sade UBS e Equipes Sade da

    Famlia ESF, por Regional Administrativa Belo Horizonte 2013. .................................. 39

    TABELA 5.2: Nmero de estabelecimentos por tipo de convnio segundo tipo de

    atendimento prestado Belo Horizonte 2009. ...................................................................... 48

    TABELA 5.3: Leitos de internao por 1.000 habitantes - BH- 2009. .................................... 49

    TABELA 5.4: Nmero de leitos de internao existentes por tipo de prestador segundo o tipo

    de especialidade Belo Horizonte 2009. .............................................................................. 49

  • 28

    TABELA 5.5: Nmero de leitos complementares existentes por tipo de prestador segundo

    tipo de leito complementar Belo Horizonte 2009. .............................................................. 50

    TABELA 5.6 Nmero de nascidos vivos em Belo Horizonte 2007 a 2011 .......................... 58

    TABELA 5.7 Proporo e nmero de nascidos vivos de risco, residentes no municpio, por

    critrios de risco - Belo Horizonte - 2000 a 2005. ................................................................... 59

    TABELA 5.8 Proporo e nmero de nascidos vivos de risco, residentes no municpio, por

    critrios de risco - Belo Horizonte - 2006 a 2010. ................................................................... 59

    TABELA 5.9: Proporo e nmero de nascidos vivos de risco por distrito sanitrio, segundo a

    idade gestacional < 37 semanas - Belo Horizonte 2007 a 2011. ........................................... 60

    TABELA 5.10: Proporo e nmero de nascidos vivos de risco por distrito sanitrio, segundo

    peso < 2.500g - Belo Horizonte - 2007 a 2011. ........................................................................ 61

    TABELA 5.11: Proporo e nmero de nascidos vivos de risco por distrito sanitrio, segundo

    as mes com escolaridade < 4 anos - Belo Horizonte - 2007 a 2011. ...................................... 61

    TABELA 5.12: Proporo e nmero de nascidos vivos de risco por distrito sanitrio, segundo

    o Apgar 5 < 7- Belo Horizonte - 2007 a 2011. ........................................................................ 62

    TABELA 5.13: Proporo e nmero de nascidos vivos de risco por distrito sanitrio, segundo

    o risco elevado - Belo Horizonte - 2007 a 2011. ...................................................................... 63

    TABELA 5.14: Proporo e nmero de nascidos vivos de risco por distrito sanitrio, com

    mes de 10 a 19 anos - Belo Horizonte - 2007 a 2011. ............................................................ 63

    TABELA 5.15 Cobertura vacinal com tetravalente em crianas menores de 1 ano - Belo

    Horizonte 2005 a 2010. ......................................................................................................... 64

    TABELA 5.16: Coberturas vacinais por ano em imunobiolgicos Belo Horizonte 2007-

    2012 .......................................................................................................................................... 65

    TABELA 5.17: Cobertura vacinal para crianas menores que 1 ano e crianas de 1ano. Belo

    Horizonte 2007 a 2010. ......................................................................................................... 65

    TABELA 5.18 - Crianas menores de 5 anos com quadro de desnutrio moderada e grave

    em acompanhamento nos distritos sanitrios Belo Horizonte - 2009 a 2011. ...................... 67

    TABELA 5.19 bitos por pneumonia e asma* em menores de 1 ano de idade, residentes no

    municpio - Belo Horizonte - 2000 a 2010. .............................................................................. 70

    TABELA 5.20: Percentual de crianas menores de 6 anos com cdigo 3, por distrito sanitrio

    - Belo Horizonte 2005 a 2011................................................................................................ 71

    TABELA: 5.21 Morbidade hospitalar por faixa etria Belo Horizonte 2011. ................... 72

    TABELA: 5.22 Morbidade hospitalar por faixa etria - Belo Horizonte - 2011...................... 73

  • 29

    TABELA: 5.23 Morbidade hospitalar por sexo da populao menor que 1 a 24 anos - Belo

    Horizonte 2011. ........................................................................................................................ 74

    TABELA: 5.24 Internaes por cor-raa e por sexo - Belo Horizonte - 2011. ........................ 75

    TABELA: 5.25 Taxa de internao por Condies Sensveis (1.000), populao de 0 at 5

    anos incompletos Belo Horizonte 2008 a 2011. ................................................................. 76

    TABELA: 5.26 Taxa de internao por Condies Sensveis (1.000), populao de 5 at 10

    anos incompletos Belo Horizonte 2008 a 2011. ................................................................. 77

    TABELA: 5.27 Taxa de internao por Condies Sensveis (1.000), populao de 10 at 19

    anos incompletos Belo Horizonte 2008 a 2011. ................................................................. 77

    TABELA 5.28: Morbidade hospitalar por causas externas, segundo o sexo e faixa etria por

    municpio de residncia Belo Horizonte 2009 a 2011. ....................................................... 78

    TABELA 5.29: Nmero e percentual de internaes por acidente de transporte por faixa etria

    e sexo, por municpio de residncia Belo Horizonte 2009 a 2011. .................................... 79

    TABELA 5.30: Nmero e distribuio percentual de internaes por agresses segundo faixas

    etrias e sexo Belo Horizonte 2009-2011. .......................................................................... 80

    TABELA 5.31 - Razo de risco de homicdio por sexo RMBH - 1998-2000-2002-2004-

    2006-2008 - 2010 ..................................................................................................................... 81

    TABELA 5.32: Notificaes por violncia domstica, sexual e/ou outras violncias, segundo

    faixa etria, de residentes em Belo Horizonte 2009 a 2011. ................................................. 83

    Tabela 5.33:Notificaes por violncia domstica, sexual e/ou outras violncias, segundo cor-

    raa, de residentes em Belo Horizonte 2009 a 2011.............................................................. 83

    TABELA 5.34: SINASC Total, SINASC Total de nascidos vivos de Mes Adolescentes,

    Nascidos vivos de Mes Adolescentes Belo Horizonte - 2007 a 2011. ................................ 85

    TABELA 5.35: Nascidos vivos de mes adolescentes por cor-raa e distrito sanitrio Belo

    Horizonte 2011. ..................................................................................................................... 86

    TABELA 5.36: Nmero de casos de AIDS identificados por sexo e faixas etrias Belo

    Horizonte -2007 a 2011. ........................................................................................................... 87

    TABELA 5.37: Percentual de casos de AIDS identificados por sexo e faixas etrias Belo

    Horizonte - 2007 a 2011. .......................................................................................................... 87

  • 30

  • 31

    INTRODUO

    A implantao efetiva de aes que promovam a ateno integral sade das crianas,

    dos adolescentes e dos jovens brasileiros tem sido um desafio constante para os planejadores

    de polticas pblicas voltadas sade da populao. Alguns marcos legais foram importantes

    para que houvesse uma poltica mais direcionada ao pblico infantojuvenil, como a

    Constituio Brasileira de 1988 e o Estatuto da Criana e do Adolescente de 1990, pois

    estabeleceram uma base mais slida para o desenvolvimento de polticas sociais pblicas com

    nfase no direito proteo vida e sade das crianas e dos adolescentes no Brasil.

    Alm do respaldo legislativo, o pas conta com um Sistema nico de Sade (SUS),

    possui programas na rea da ateno bsica, e tem desenhado, ainda, algumas aes de sade

    infantojuvenil tanto nos espaos especficos da rea como em escolas e em comunidades mais

    vulnerveis. Todavia, o recente relatrio publicado pelo UNICEF (2011), intitulado O direito

    de ser adolescente: oportunidade para reduzir vulnerabilidades e superar desigualdades,

    apesar de ressaltar as iniciativas brasileiras, aponta para o problema da efetividade dos

    programas:

    Na ponta, porm, os programas ainda carecem de ampliao como o caso do

    inovador Sade na Escola , de estruturas e capacitao de profissionais, como o

    caso dos Adolescentros e outros espaos de referncia de sade para adolescentes.

    Ainda so necessrios esforos de mobilizao social que, como foi feito para a

    primeira infncia na rea da vacinao, por exemplo, levem informao e ao para

    cada adolescente, por meio de campanhas e estratgias de preveno em temas

    como educao nutricional, preveno de acidentes e mortes violentas, uso de

    drogas, direitos sexuais e reprodutivos, entre outros. Isso para que meninos e

    meninas saibam como se proteger e proteger o outro e possam viver a adolescncia

    de forma segura e saudvel (UNICEF, 2011, p.94).

    No obstante as iniciativas de preveno, alguns especialistas indicam ainda caminhos

    de promoo da sade. Desta forma, ter-se-ia um conceito relacionado com a sade mais

    amplo que o da preveno, que se relaciona somente com a doena. Neste sentido, para alm

    da proteo e manuteno da sade, a promoo pressupe o estabelecimento de

    comportamentos saudveis, potencializadores das capacidades funcionais, fsicas,

    psicolgicas e sociais das pessoas.

    Reconhecemos que o estabelecimento dos comportamentos saudveis deva constar na

    lista de prioridades pblicas, e deve relacionar intersetorialmente as diferentes reas de

    atuao do poder pblico: educao, planejamento urbano, esporte, lazer e cultura, assistncia

    social, entre outros.

  • 32

    Segundo a Organizao Mundial de Sade (1984), em considerao promoo de

    sade, em seu relatrio de 1984, foram identificadas cinco reas/diretrizes principais:

    1) o livre acesso sade, excluindo qualquer fonte de desigualdade;

    2) o melhoramento do ambiente em que se insere a pessoa seja na famlia e/ou na

    sociedade;

    3) o fortalecimento das redes sociais de apoio;

    4) a promoo de estilos de vida saudveis, atravs da aprendizagem de novos

    comportamentos e do desenvolvimento de estratgias de coping1;

    5) o aumento do conhecimento e informao sobre a sade.

    Contudo, para alcanar estratgias de preveno e promoo da sade

    imprescindvel, considerando os objetivos do presente Relatrio, primeiramente, caracterizar

    o estado de sade das crianas e dos adolescentes. Esta medida pode servir como fio condutor

    para a implantao de estratgias eficientes de polticas pblicas voltadas para a rea. Neste

    sentido, faz-se necessrio um amplo levantamento sobre algumas temticas como: a

    infraestrutura disponvel; a cobertura vacinal das crianas; o estado nutricional; as doenas

    mais comuns na infncia; o nmero de consultas pr-natal; exames realizados; as taxas de

    nascidos vivos; de mortalidade e de morbidade; internaes; usos de drogas lcitas e ilcitas;

    taxas de violncia; taxas de doenas sexualmente transmissveis; gravidez, dentre outros

    fatores psicopatolgicos que interferem no desenvolvimento integral das crianas, dos

    adolescentes e dos jovens.

    Aes nesse sentido se fazem necessrias, pois a sade de crianas, de adolescentes e

    de jovens deve ser objeto de preocupao, de discusso e de pesquisas no Brasil e em todo o

    mundo. De acordo com projees da Organizao das Naes Unidas ONU , o nmero de

    adolescentes no planeta continuar a crescer at 2050, sendo que em 2009, mais de 50%

    destes adolescentes residiam em reas urbanas. At 2050, a parcela de adolescentes residentes

    em reas urbanas chegar a quase 70%, sendo os maiores aumentos em pases que

    apresentaram um desenvolvimento econmico maior nos ltimos anos como China, ndia,

    entre outros.

    Considerando a escala mundial, na rea da sade um dos principais desafios tem sido

    conter os crescentes ndices de mortalidade por causas externas entre adolescentes e jovens de

    10 a 19 anos, principalmente. De acordo com o UNICEF (2011):

    1 O Coping refere-se ao conjunto de estratgias utilizadas para adaptar-se a situaes adversas. (ANTONIAZZI

    et al., 1998).

  • 33

    Leses so uma preocupao crescente de sade pblica em relao a crianas

    pequenas e adolescentes. Constituem a principal causa de morte entre adolescentes

    de 10 a 19 anos de idade, respondendo por cerca de 400 mil mortes anuais em meio

    a esse grupo etrio. Muitas dessas mortes esto relacionadas a acidentes de trnsito

    (UNICEF, 2011, S/P).

    A mortalidade nesta faixa etria juvenil tem sido mais expressiva entre os jovens do

    sexo masculino, geralmente aqueles que residem nas reas socialmente mais vulnerveis, em

    pases em pleno desenvolvimento econmico. curioso notar, que o desenvolvimento

    econmico no atinge toda a populao dos pases, e os jovens tm sofrido mais com os

    problemas relacionados violncia nestes contextos. Por outro lado, segundo o UNICEF

    (2011), h melhorias na sade dos adolescentes devido aos fortes investimentos na primeira

    infncia referentes s taxas de imunizao e avaliao nutricional - aponta o Relatrio da

    Situao Mundial da Infncia (2011).

    No Brasil, o eixo estruturador da Poltica Nacional de Sade do SUS a Ateno

    Primria Sade (APS) que foi implantada como Poltica Nacional em 2006 e que prev a

    promoo e proteo de sade, a preveno de agravos, diagnstico, tratamento, reabilitao e

    manuteno da sade. Nessa perspectiva, o contato preferencial dos usurios com o sistema

    de sade orientar-se- pelos princpios da universalidade, acessibilidade e coordenao,

    vnculo e continuidade, integrao, responsabilidade, humanizao, equidade e participao

    social.

    A Poltica Nacional de Sade inclui responsabilidades para a esfera estadual e para a

    municipal sendo que, sobre esta ltima, prev:

    II Implementar as diretrizes da Poltica de Promoo da Sade em consonncia

    com as diretrizes definidas no mbito nacional e as realidades locais; (BRASIL,

    POLTICA NACIONAL DE SADE, 2006, p.25).

    Sendo assim, o municpio de Belo Horizonte encontra-se em expanso do servio de

    ateno primria (bsica). Nesse sentido, a construo, a organizao e apresentao das

    informaes para este Diagnstico devem ser compreendidas na perspectiva de

    implementao de polticas que promovam a sade infantojuvenil na cidade. Deste modo, os

    indicadores da rede de atendimento, de aes e programas e das condies de sade de

    crianas, adolescentes e jovens sistematizados no presente Relatrio referem-se a um processo

    em curso, inacabado, dinmico. Esse dinamismo faz com que haja descompassos entre as

    diferentes fontes consultadas e entre as datas de atualizao dos dados acessados por ns.

    O material coletado durante a pesquisa, correspondente ao perodo de maio de 2012 a

    Abril de 2013, foi organizado da seguinte forma: informaes sobre a rede de

  • 34

    atendimento/infraestrutura disponvel pela sade do municpio de Belo Horizonte e o acesso a

    especialidades mdicas; informaes sobre servios, aes e programas para o pblico

    infantojuvenil; informaes sobre a condio da sade da criana, adolescente e do jovem em

    Belo Horizonte a partir dos indicadores propostos.

    5.1 PERCURSOS DE PESQUISA PARA A CONSTRUO DO DIAGNSTICO NA

    SADE

    Nossa proposta metodolgica para levantamento de informaes sobre as condies de

    Sade de crianas, adolescentes e jovens de Belo Horizonte teve como ponto de referncia os

    indicadores elencados no Projeto Bsico do presente Diagnstico, o que significava levantar

    dados sobre natalidade, avaliao nutricional, mortalidade infantojuvenil, internaes

    hospitalares e de urgncia, morbidade ambulatorial, doenas respiratrias agudas, pessoas

    com deficincia, gravidez na adolescncia, uso de lcool e drogas, sade bucal, vacinao

    infantil e acesso s especialidades mdicas, dentre outros.

    Nossa proposta perpassava um trabalho que envolvesse tanto a sistematizao como o

    georreferenciamento das informaes supracitadas, para possibilitar a melhor apresentao,

    possveis comparaes e anlises, por regio administrativa, atravs de recursos como tabelas,

    grficos e cartogramas. O objetivo seria explicitar os dados em funo de suas qualidades e

    aplicabilidades visando sua utilizao para a formulao de polticas pblicas de promoo da

    sade da criana, adolescente e jovem.

    Para isso, nossa estratgia envolveu primeiramente uma leitura cuidadosa do ltimo

    Diagnstico sobre a criana e o adolescente do municpio, realizado em 1994, no qual foram

    apresentados indicadores importantes sobre esta realidade num contexto ainda inicial do

    processo de expanso de aes de sade garantidas no processo de consolidao do SUS. No

    documento final do Diagnstico de 1994, a discusso sobre a assistncia sade perpassou

    pelos indicadores de natalidade, mortalidade, desnutrio, mortes violentas, uso de drogas,

    bem como informaes sobre combate desnutrio (por meio do Programa Criana Cidad

    de combate desnutrio), portadores de deficincias, portadores do vrus HI; estes foram

    desmembrados em subitens, visando proporcionar uma maior compreenso das condies de

    sade em Belo Horizonte, tendo como eixo central a criana e o adolescente de 0 a 18 anos.

    Quanto distribuio e nmero de estabelecimentos de sade em Belo Horizonte, foi

    informado que havia: 17 Clnicas Mdicas; 20 estabelecimentos de Pediatria; 6

    estabelecimentos de Ortopedia; 8 estabelecimentos de Cirurgia Geral; 1 estabelecimento de

  • 35

    Cirurgia Plstica; 1 estabelecimento de Odontologia; 9 estabelecimentos de

    Ginecologia/obstetrcia; 3 estabelecimentos de Psiquiatria e 2 estabelecimentos de

    Oftalmologia. O municpio possua 31 Maternidades, 30 Unidades de Sade de Urgncia e

    Emergncia, contando o servio pblico e os conveniados, e 122 Centros de Sade.

    Com essas informaes iniciais, partimos para a busca de dados em instituies

    oficiais, como a Secretaria Municipal de Sade e, atravs do Portal da Prefeitura, do

    Ministrio da Sade , visando ampliar nosso olhar sobre as condies de sade e o processo

    de expanso de estabelecimentos no municpio. Dessa forma foi possvel constituir uma

    primeira aproximao do contexto atual na rea de Sade na cidade, a qual, de acordo com as

    informaes do Portal levantadas em maio de 2012, est dividida em: Ateno Bsica;

    Ateno Especializada; Urgncia e Emergncia; Regulao da Ateno Hospitalar;

    Regulao da Alta Complexidade e Vigilncia Sade. Sua cobertura abrange as nove

    regies administrativas da cidade que, na Sade so classificadas como Distritos Sanitrios:

    Barreiro, Centro-Sul, Leste, Nordeste, Noroeste, Norte, Oeste, Pampulha e Venda Nova.

    Cada Distrito Sanitrio possui participao no planejamento e na execuo das

    polticas pblicas de sade e constitudo pelas seguintes gerncias: Gerncia Distrital de

    Regulao, Informao e Epidemiologia; Gerncia Distrital de Ateno sade; Gerncia

    Distrital de Controle de Zoonoses; Gerncia Distrital de Vigilncia Sanitria; Gerncia

    Distrital de Gesto do Trabalho.

    Essa primeira viso panormica da estrutura normativa e da rede de atendimento

    fez-se importante para iniciarmos o contato direto com a Secretaria Municipal de Sade -

    SMSA, que em 04/06/12, indicou uma profissional responsvel para auxiliar nossa coleta de

    informaes. Procedemos imediatamente s tentativas de contato, mas desde o primeiro

    momento, esse processo no se mostrou uma tarefa to fcil. Alm de problemas com a

    agenda, desde a primeira reunio notamos dificuldades de compreenso por parte da SMSA

    sobre as demandas trazidas pela pesquisa deste Diagnstico, dificultando com isso nossas

    trocas de informaes. Para resolvermos o impasse, encaminhamos para a Secretaria o

    Projeto Bsico do Diagnstico previsto no edital, nos quais constam os principais

    indicadores a serem levantados, explicitando que os mesmos deveriam ser apresentados por

    regionais administrativas, cor-raa e faixa etria. No entanto, essas informaes no foram

    suficientes para iniciarmos um dialgo mais construtivo, pois fomos questionados sobre a

    finalidade dessas informaes, o que faramos com esse material, qual era nosso objetivo, etc.

    Compreendemos que tais questionamentos eram realizados com intuito de gerar os

  • 36

    esclarecimentos necessrios para a realizao da cooperao necessria para o

    desenvolvimento da pesquisa.

    Tendo esse Diagnstico um carter participativo, alm de, numa reunio com nosso

    contratante, ter sido explicitada a importncia de constituir um banco de informaes sobre as

    condies de sade de crianas, adolescentes e jovens na cidade a partir dos indicadores

    propostos, visando subsidiar as aes do CMDCA, reafirmamos a necessidade de melhorar

    nossa troca de informaes com a Secretaria. Frente a esses impasses, passamos

    imediatamente a buscar informaes relativas ao contexto atual da rede de atendimento da

    sade de Belo Horizonte noutras fontes de dados nacionais: IBGE, Fundao Joo Pinheiro,

    Departamento de Informtica do SUS (DATASUS)2, dentre outros. Dessa forma comeamos

    a coletar, atravs de outras fontes, informaes sobre a rede de atendimento em sade, a

    distribuio dos servios e indicadores de natalidade e mortalidade na cidade, mas ainda no

    tnhamos informaes no regionalizadas e de abrangncia mais ampla.

    Simultaneamente, continuamos nas tentativas de consolidar nosso dilogo com a

    Secretaria Munipal de Sude e, aps conversas telefnicas, agendamos nova reunio em

    29/08/12 para discutirmos uma lista de indicadores que julgamos relevantes para a realizao

    do Diagnstico, discriminados por Regionais Administrativas (Distritos Sanitrios), sexo, cor-

    raa e faixas etrias. Nesse encontro, fomos questionados novamente sobre os indicadores

    solicitados, julgados incoerentes e extensos, mas foi esclarecido que os delimitaramos

    melhor, e foi enviada novamente uma carta com a solicitao. Foi esclarecido tambm que a

    Secretaria possui um banco de informaes que utiliza uma caracterizao por faixa etria

    diferente da que foi pedida pelo Edital elaborado pelo CMDCA, a partir entendemos que

    poderamos apresentar os dados da sade de forma aproximada.

    Acordamos, na reunio, um novo encontro com o setor de Epidemiologia da

    Secretaria, por ser o rgo responsvel por muitas das informaes que poderiam contribuir

    para o desenvolvimento do Diagnstico e nos dispusemos, para facilitar o levantamento,

    manter um de nossos tcnicos a disposio para, junto com os tcnicos da Secretaria, tirar

    qualquer dvida para a explorao do banco de dados existentes.

    Dessa forma, enviamos em 03/09/12, nova carta para a Secretaria, delimitando que

    nosso interesse consistia em realizar um levantamento de informaes existentes sobre as

    condies de sade, bem como sobre as condies gerais de atendimento em sade

    2 Bases de dados dos seguintes sistemas: Sistema de Informaes sobre Nascidos Vivos (SINASC), Sistema de

    Informao de Agravos de Notificao (SINAN), Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sade (CNES),

    Sistema de Informaes sobre Mortalidade (SIM), Sistema de Informaes Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS),

    Sistema de Informaes Hospitalares do SUS (SIH/SUS) e Sistema de Informao da Ateno Bsica (SIAB).

  • 37

    infantojuvenil na cidade, descritos por regionais administrativas, cor-raa, faixa etria. A

    Secretaria, que j havia nos enviado algumas informaes, como cartilhas, papers, ficha de

    qualificao dos indicadores, nos remeteu o texto Indicadores do Estado de Sade da

    Populao Residente de Belo Horizonte, com algumas informaes agregadas sobre a

    criana e o adolescente, com tabelas em sua maioria em srie histrica.

    O encontro com o setor de Epidemiologia s foi possvel em 08/10/12, mas no

    avanou muito, pois fomos novamente questionados sobre os mesmos aspectos antes

    apresentados. Diante destes impasses, nesse momento da pesquisa foi adicionado um novo

    tcnico, numa tentativa de ampliar os contatos e avanar na busca de informaes e na

    construo de um banco de dados das condies de sade infantojuvenil. Dessa forma

    realizamos contatos com a Coordenao de Ateno Sade da Criana e Adolescente da

    Secretaria, que prontamente enviou informaes sobre o nmero de Centros de Sade, bem

    como, no incio de 2013, um Relatrio de Gesto - Coordenao da Ateno Sade da

    Criana e Adolescente - 2013. Recebemos ainda algumas tabelas, relatrios e o plano de

    ao da prpria Secretaria.

    Ainda na primeira quinzena de janeiro de 2013, realizamos uma ltima reunio

    visando esclarecer o reduzido prazo para o trmino da pesquisa e a escassez de dados

    fornecidos de forma regionalizada, faixa etria, cor-raa at o momento. Aps esta reunio,

    enviaram-nos por meio eletrnico textos de circulao interna com informaes sobre as

    seguintes temticas: gravidez na adolescncia e o papel do pediatra na ateno bsica, tabela

    regionalizada referente aos nascidos vivos nos ltimos cinco anos, tabela com dados de

    desnutridos e documento interno em arquivo.pdf sobre o programa de preveno e tratamento

    da desnutrio, mapa de vinculao das gestantes dos Centros de Sade para as maternidades

    do SUS-BH, tabelas referentes aos nascidos vivos de risco, cartilha sobre a ateno primria

    em Belo Horizonte.

    A exposio deste contexto de produo da pesquisa, destacando alguns dos percursos

    realizados para a produo do trabalho faz-se necessria, tanto para ampliar a compreenso

    sobre o material apresentado por ns, como para levantarmos a necessidade de realizao de

    estudos mais aprofundados sobre o atendimento, servios e polticas no que se refere sade

    de crianas, de adolescentes e de jovens.

    Assim, a apresentao das informaes no presente Relatrio foi construda a partir

    dos dados recebidos da Prefeitura, do Portal da Prefeitura, IBGE, coleta de dados no

    Ministrio da Sade. Algumas Tabelas e Grficos foram adaptados para adequao da anlise.

  • 38

    Destacamos, ao longo da pesquisa, o apoio gentil prestado pela equipe responsvel pelo

    Tab.Net do Ministrio da Sade.

    5.2 DESCRIO DA REDE DE SERVIOS ATENDIMENTO DA SADE EM BELO

    HORIZONTE

    De acordo com o Portal da Secretaria Municipal de Sade, consultado em 2012/ 2013,

    a rede de sade de Belo Horizonte esta dividida em Ateno Bsica, Ateno Especializada,

    Urgncia e Emergncia, Regulao da Ateno Hospitalar, Regulao de Alta Complexidade

    e Vigilncia Sade. Essa rede se estrutura em mais de 180 unidades distribudas na cidade.

    A Ateno Bsica Sade estrutura-se nas UBS Unidade Bsica de Sade (Centros

    de Sade), localizados nos nove Distritos Sanitrios do municpio. Desde 2002, tal poltica

    est pautada no Programa Estratgia Sade da Famlia (ESF) em que equipes de sade so

    responsveis pela promoo de cuidados pautados nos princpios do Sistema nico de Sade:

    universalidade, acessibilidade ao sistema, continuidade, integralidade, responsabilizao,

    humanizao, vnculo, equidade e participao social.

    No mbito da Ateno Bsica, as UBS configuram-se como principal estabelecimento,

    pois correspondem porta de entrada preferencial ao acesso sade. Nelas so abrigadas as

    equipes do Programa BH Vida: Sade Integral, o Programa de Sade da Famlia de BH.

    Cada equipe deve ser composta por um mdico de famlia, um enfermeiro, dois auxiliares de

    enfermagem e seis agentes comunitrios de sade.

    H tambm, nas UBS, profissionais de apoio ao BH Vida: Sade integral, como

    clnicos, pediatras, ginecologistas, cirurgies-dentistas, que devem oferecer os seguintes

    servios: acolhimento, vacina, consulta mdica, consulta de enfermagem, curativos, farmcia,

    visita domiciliar, grupos operativos, orientaes sobre como prevenir doenas e preveno de

    doenas transmitidas por animais. O atendimento dividido por reas: sade do adulto e dos

    idosos, sade da criana, sade da mulher. No caso especfico da sade da criana, os

    atendimentos so: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, tratamento da criana

    que chia (com problemas respiratrios), acompanhamento dos desnutridos.

    As UBS devem servir de porta de entrada ao atendimento sade pblica3. Nesse

    sentido, a estratgia da Sade de levantar demandas e necessidades da populao e, a partir

    disso, desenvolver tecnologias e estratgias com objetivo de atender problemas de sade de

    3 Conforme estabelece a Ateno Primria Sade prevista na Poltica Nacional de Sade de 2006.

    http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.do?evento=portlet&pIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortal&app=saude&tax=15378&lang=pt_BR&pg=5571&taxp=0&

  • 39

    maior incidncia em determinado territrio. Na ateno bsica, as aes das Equipes de Sade

    da Famlia devem ser compartilhadas com o pediatra, bem como com as Equipes de Sade

    Bucal e demais especialidades mdicas.

    Conforme material enviado pela Prefeitura, a Tabela 5.1 demonstra que Belo

    Horizonte possua 147 Unidades Bsicas de Sade UBS, distribudas nos nove Distritos

    Sanitrios, com 578 Equipes de Sade da Famlia - ESF.

    TABELA 5.1: Quantidade total de Unidades Bsicas de Sade UBS e Equipes Sade da Famlia

    ESF, por Regional Administrativa Belo Horizonte 2013.

    Regional UBS ESF

    N % N %

    Barreiro 20 13,6 87 15,1

    Centro-Sul 12 8,2 32 5,5

    Leste 14 9,5 58 10

    Nordeste 21 14,3 77 13,3

    Noroeste 16 10,9 63 10,9

    Norte 19 12,9 68 11,8

    Oeste 17 11,6 65 11,2

    Pampulha 12 8,2 44 7,6

    Venda Nova 16 10,9 84 14,5

    Total 147 100 578 100 Fonte: SCNES/SISREDE/ARTE-RH. Atualizado em abril de 2013

    Elaborao: UNILIVRECOOP, 2013.

    Como j mencionamos, as UBS atuam como introdutoras do cidado na rede de

    atendimento sade pblica, em consonncia com a ateno primria sade prevista na

    Poltica Nacional de Sade de 2006. Tais dispositivos, a partir do mapeamento de demandas e

    necessidades da populao, desenvolvem tecnologias e estratgias visando resolver os

    problemas de sade de maior frequncia e relevncia no territrio. A meta que as crianas,

    adolescentes e jovens sejam considerados pela ateno bsica, a partir de aes realizadas

    pelas equipes de sade da famlia de maneira compartilhada com o pediatra, equipes de Sade

    Bucal e demais especialidades que as demandas exigem.

    5.2.1 Sade Bucal

    Seguindo orientaes do Plano Nacional de Sade, a Sade Bucal tambm est inserida na

    ateno primria sade. Nas UBS e estabelecimentos onde h odontologia, existem equipes

    de apoio para atender s pessoas que apresentam problemas e riscos menores, ou ainda os

  • 40

    usurios devem se cadastrar para serem atendidos. As urgncias e emergncias devem ser

    encaminhadas s UBS e, nos finais de semana, UPA Norte, UPA oeste e ao Hospital

    Municipal Odilon Behrens. No Centro de Especialidades Odontolgicas, so sete

    odontopediatras na rede municipal de sade, concentrando-se no distrito sanitrio Centro-Sul.

    5.2.2 Sade Mental

    A rede de cuidados em sade mental, no municpio de Belo Horizonte, comeou a

    estruturar-se antes da municipalizao da sade ocorrida em 1991. Em meados da dcada de

    1980, com a implantao do Programa de Sade Mental no estado de Minas Gerais,

    psiclogos, psiquiatras e assistentes sociais foram alocados em Centros de Sade do

    muncipio, com o objetivo de atender pessoas com sofrimento mental que estavam saindo dos

    manicmios (Oliveira, 2008; Ferreira Neto, 2008). Tais acontecimentos estavam em

    consonncia com o movimento da Luta Antimanicomial, que tem em 1987 o seu marco

    inaugural, no II Encontro Nacional dos trabalhadores em Sade Mental, em Bauru (Ferreira

    Neto, 2008).

    Desde daquela poca, segundo Oliveira (2008), os servios de sade mental de Belo

    Horizonte esto pautados numa lgica que visa a desmontar as prticas sociais e

    institucionais que excluem e segregam a loucura (p.17). Assim, os princpios e diretrizes da

    Poltica de Sade Mental da Secretaria Municipal de Sade tm como estratgia a

    desinstitucionalizao por meio do tratamento dos portadores de sofrimento mental grave e

    persistente em uma rede de servios substitutivos ao hospital psiquitrico, o que est em

    consonncia com a lgica antimanicomial, que valoriza o cuidado em liberdade, a conquista

    da cidadania e a reinsero social. A perspectiva a construo de aes coletivas e

    intersetoriais (Cf. Oliveira, 2008, p.17).

    Contudo, os servios de sade mental substitutivos ao hospital psiquitrico s

    comearam a ser implantados em Belo Hotizonte a partir de 1993, quando o psiquiatra Csar

    Campos assumiu a Secretaria Municipal de Sade (cf. Ferreira Neto, 2008). Esse momento

    marcado, segundo o autor, por uma ruptura com o perodo anterior e pela afirmao de outro

    modelo de ateno4; tais eventos foram relevantes para o desenvolvimento de cuidados em

    sade mental infantojuvenil. Nesse contexto, destaca-se a criao de fruns regionais de

    ateno Sade Mental da Criana e do Adolescente, envolvendo variados segmentos, tais

    4 Para maiores informaes, conferir Lobosque A. M.; Abou-Yd, M. A cidade e a loucura: entrelaces. In: Afonso

    R., Santos, A.; Malta, D.; Campos, C.; Merhy, E. (org.) Sistema nico de Sade em Belo Horizonte:

    reescrevendo o pblico. So Paulo, Xam, 1998. p. 243-264.

  • 41

    como os tcnicos de sade mental e da educao, membros de conselhos tutelares e de outras

    instncias comunitrias, com o objetivo de criar espaos de dilogo e busca de solues na

    ateno infncia tanto individual quanto coletivamente (cf. Ferreira Neto, 2008, p.24).

    Destaca-se tambm o surgimento do Projeto Arte na Sade5 corroborando a postura

    clnico-poltica de no psicologizar as dificuldades infantis, utilizando espaos comunitrios

    com monitores da prpria comunidade desenvolvendo atividades com crianas, idealizados

    por uma psicloga de unidade bsica (Ferreira Neto, 2008, p.24).

    Hoje, alm da presena das equipes de sade mental na ateno bsica, a rede pblica

    de sade mental de Belo Horizonte conta com os seguintes servios: Centros de Referncia

    em Sade Mental (CERSAM) 6, Centros de Convivncia, Servios Residenciais Teraputicos,

    Centros de Sade com suas Equipes de Sade Mental e de Sade da Famlia, Equipes

    Complementares, Projeto Arte da Sade, CERSAMi (Centro de Referncia de Sade Mental

    da Infncia e da Adolescncia) e CERSAM-AD (Centro de Referncia em Sade Mental

    lcool e Drogas), assim como o SAMU, o Servio de Urgncia Psiquitrica (SUP), a

    Incubadora de Empreendimentos Solidrios, e outros (COORDENAO DE SADE

    MENTAL, 2008).

    As UBS contam com Equipes Complementares que devem estar presentes nos nove

    distritos sanitrios do municpio, compostas por um psiquiatra da infncia e da adolescncia,

    um terapeuta ocupacional, um fonoaudilogo e um assistente social.

    5.2.3 Centros de Referncia em Sade Mental

    Os CERSAMs so responsveis pelo acolhimento de pacientes em situao de crise,

    visando estabilizao do quadro clnico do portador de sofrimento mental, e esto presentes

    em todos os nove distritos sanitrios. So eles:

    1. CERSAM Oeste;

    2. CERSAM Pampulha;

    3. CERSAM AD (CERSAM lcool e outras drogas);

    4. CERSAM Noroeste;

    5. CERSAMI (CERSAM infantojuvenil);

    6. CERSAM Venda Nova;

    5 Este projeto ser descrito posteriormente.

    6 Os Centros de Referncia em Sade Mental so equivalentes aos CAPS (Centros de Ateno Psicossocial),

    funcionando, portanto, de acordo Portaria n. 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002.

  • 42

    7. CERSAM Nordeste;

    8. CERSAM Leste;

    9. CERSAM Barreiro.

    Destaca-se aqui o Centro de Referncia de Sade Mental da Infncia e da

    Adolescncia, que est localizado no distrito sanitrio Noroeste, mas que tambm

    responsvel pela populao de outros trs distritos: Oeste, Pampulha e Venda Nova. Os outros

    distritos sanitrios tm como referncia o Centro Psquico da Adolescncia e da Infncia

    (CEPAI), da rede FHEMIG.

    5.2.4 Centros de Convivncia

    Os nove Centros de Convivncia oferecem oficinas de msica, teatro, pintura,

    marcenaria, costura e vrias outras, assim como passeios, idas ao cinema e festas e a

    realizao de assembleias. Esse servio feito pelos profissionais da rea da Sade Mental ou

    por profissionais das Equipes de Sade da famlia. De acordo com Novaes; Zacch; Soares

    (2008), as oficinas realizadas so espaos de trocas e experimentaes e a partir da arte so

    organizadoras do cotidiano.

    Os Centros de Convivncia esto distribuidos por toda a cidade:

    1. Centro de Convivncia Barreiro;

    2. Centro de Convivncia Csar Campos (Centro-Sul);

    3. Centro de Convivncia Artur Bispo do Rosrio (Leste);

    4. Centro de Convivncia Oeste;

    5. Centro de Convivncia So Paulo (Nordeste);

    6. Centro de Convivncia Carlos Prates (Noroeste);

    7. Centro de Convivncia Providncia (Norte);

    8. Centro de Convivncia Pampulha;

    9. Centro de Convivncia Venda Nova.

    5.2.5 Servios Residenciais Teraputicos

    Desde 2001, os Servios Residenciais Teraputicos (SRT) localizam-se em diversos

    bairros da cidade, visando acolher portadores de sofrimento mental que romperam seus laos

    familiares.

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    Os Servios Residenciais Teraputicos integram a rede de sade mental e ao mesmo

    tempo recebem seu suporte na construo cotidiana da experincia de cada usurio fazer-se

    morador de uma casa e habitante do territrio, no qual exercita sua liberdade quando

    reaprende a ocupar, como cidado, a cidade.

    5.2.6 Unidades de Referncia Secundria

    As Unidades de Referncia Secundria (URS) - antes chamadas de PAM (Pronto

    Atendimento Mdico) - realizam consultas mdicas e exames especializados de pacientes

    acompanhados nos Centros de Sade da capital.

    As unidades que realizam esse atendimento especializado so:

    1. Policlnica Centro-Sul;

    2. URS Sagrada Famlia;

    3. URS Saudade;

    4. URS Campos Sales;

    5. URS Padre Eustquio.

    Outras unidades conveniadas tambm realizam os procedimentos. A marcao

    sempre realizada atravs de encaminhamento do Centro de Sade para a Central de Marcao

    de Consultas. Aps o agendamento, o paciente comunicado da data, local e horrio de

    atendimento atravs do agente comunitrio de sade.

    Aps o atendimento na URS e, de acordo com cada caso, o usurio poder percorrer

    os seguintes caminhos:

    a) Voltar para o Centro de Sade e para o mdico que o encaminhou, com um relatrio

    da conduta adotada na URS;

    b) Retornar ao mesmo servio para levar resultado de exames ou para ser

    acompanhado por mais tempo;

    c) Ser encaminhado para outro servio especializado e/ou ateno hospitalar para realizar

    cirurgia.

    5.2.7 Servio de Reabilitao

    As pessoas com deficincia que precisam de tratamento de reabilitao como

    fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional contam com trs servios pblicos de

    http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.do?evento=portlet&pIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortal&app=saude&tax=15380&lang=pt_BR&pg=5571&taxp=0&http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.do?evento=portlet&pIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortal&app=saude&tax=15380&lang=pt_BR&pg=5571&taxp=0&

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    reabilitao em Belo Horizonte: CREAB Sagrada Famlia e Servio de Reabilitao da URS

    Padre Eustquio (municipais); e CGR - Centro Geral de Reabilitao (estadual).

    Confira abaixo o servio de cada regional:

    1. O CREAB Sagrada Famlia atende s Regionais Leste, Nordeste e Venda Nova.

    2. CGR atende s Regionais Barreiro, Centro-Sul, Pampulha e Norte.

    3. A URS Padre Eustquio atende s Regionais Noroeste e Oeste.

    5.2.8 Hospitais

    A rede SUS de Belo Horizonte possui hospitais pblicos, filantrpicos e privados.

    Alguns atendem especialidades (hospitais gerais) e outros so especializados em reas

    mdicas, como a pediatria, ortopedia, cardiologia, psiquiatria e maternidade.

    O Hospital Municipal Odilon Behrens referncia para as urgncias clnicas,

    politraumas, cirurgias ortopdicas, neurolgicas, bucomaxilofaciais, vasculares, plsticas e

    maternidade de alto risco. Em 2012, possua 402 leitos (135 na Unidade de Urgncia e

    Emergncia, 267 nas Unidades de Internao e 18 leitos de Hospital-Dia), um ambulatrio de

    especialidades e o Programa de Ateno Domiciliar e de Desospitalizao.

    Em 2012, a rede contratada e conveniada contava com 32 hospitais e cerca de 400

    ambulatrios. Essas unidades prestam servios por meio de contrato ou convnio, de acordo

    com as normas do Sistema nico de Sade. So realizados consultas, internaes e exames

    laboratoriais. As unidades de urgncia que atendem pelo SUS avaliam a necessidade de

    internao. Caso necessrio, expedida uma Autorizao de Internao Hospitalar (AIH) e

    uma solicitao de vaga na Central de Internao. Quando localizada a vaga, o paciente

    encaminhado pela unidade solicitante.

    A Central de Internao funciona 24 horas/dia. As vagas para internao so

    solicitadas pelos servios de urgncia, Centros de Sade e hospitais da capital e interior, por