110
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL CATARINA COTRIM DE MATTOS SOBRINHO DIAGNÓSTICO FITOSSANITÁRIO E AVALIAÇÃO DE NIM NO CONTROLE DE ALGUMAS PRAGAS DE Heliconia spp. NO LITORAL SUL DA BAHIA ILHÉUS - BAHIA 2008

Diagnóstico fitossanitário e avaliação de nim no controle de

  • Upload
    trandan

  • View
    223

  • Download
    1

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL

CATARINA COTRIM DE MATTOS SOBRINHO

DIAGNÓSTICO FITOSSANITÁRIO E AVALIAÇÃO DE NIM NO CONTROLE DE

ALGUMAS PRAGAS DE Heliconia spp. NO LITORAL SUL DA BAHIA

ILHÉUS - BAHIA

2008

2

CATARINA COTRIM DE MATTOS SOBRINHO

DIAGNÓSTICO FITOSSANITÁRIO E AVALIAÇÃO DE NIM NO CONTROLE DE

ALGUMAS PRAGAS DE Heliconia spp. NO LITORAL SUL DA BAHIA

Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Santa Cruz, para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal.

Área de concentração: Proteção de Plantas

Orientadora: Profª Maria Aparecida Leão Bittencourt

ILHÉUS - BAHIA

2008

3

M444 Mat tos Sobr inho, Catar ina Cot r im de.

Diagnóst ico f i tossan i tá r io e ava l iação de n im no cont ro le de a lgumas pragas de Hel icon ia spp. no L i to ra l Su l da Bah ia / Catar ina Cot r im de Mat tos Sobr inho. –

I lhéus, BA: UESC/PPGPV, 2008. 96f . : i l . Or ientadora: Mar ia Aparec ida Leão B i t tencourt . Dissertação (Mest rado) – Un ivers idade Estadua l de

Santa Cruz. Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal. Inc lu i b ib l iograf ia e apênd ices.

1 . Pragas – Cont ro le. 2. F i tossan idade. 3 . F lo res – Doenças e Pragas. I . Títu lo . CDD 632

4

CATARINA COTRIM DE MATTOS SOBRINHO

DIAGNÓSTICO FITOSSANITÁRIO E AVALIAÇÃO DE NIM NO CONTROLE DE

ALGUMAS PRAGAS DE Heliconia spp. NO LITORAL SUL DA BAHIA

Ilhéus - BA, 07/03/2008.

______________________________________ Maria Aparecida Leão Bittencourt – DS

UESC/DCAA (Orientadora)

______________________________________ Arlete Silveira – DS

UESC/DCAA

______________________________________ José Luiz Bezerra – PhD

CEPEC/CEPLAC

______________________________________ Maria Aparecida Castellani – DS

UESB/DFZ

5

DEDICATÓRIA

Com amor e carinho:

Ofereço e agradeço

Aos meus pais José Orlando e Celeste

e

Dedico

Ao meu esposo Guilherme

6

AGRADECIMENTO

A Deus, pelo que sou, pois é Ele “quem opera em mim, tanto o querer, quanto

o realizar, segundo a sua boa vontade” Filipenses 2:13.

Aos Professores, Maria Aparecida Leão Bittencourt, Arlete Silveira e José Luiz

Bezerra, pela orientação, apoio, incentivo e conhecimentos compartilhados.

Ao Pesquisador Científico Dr. Cláudio Marcelo Gonçalves de Oliveira e a

Bolsista do CNPq, Fernanda Branco de Cerqueira César, do Instituto Biológico, São

Paulo, pela colaboração na identificação dos espécimes de nematóides.

Ao Professor Dr. Fernando Zanotta da Cruz, pela contribuição na identificação

de formas imaturas de insetos.

A Bióloga, Kátia Bezerra, pela cooperação nos isolamentos e identificação

fúngica.

A Bolsista da FAPESB IC Junior, Iracema Mendes Santos, pela colaboração

na triagem do material amostrado em campo.

A Professora Dra. Rosilene Aparecida de Oliveira, UESC/DCET, e ao Bolsista

da FAPESB, Israel Cívico Gil de Sá pela elaboração dos extratos, aquoso e

etanólico, das folhas do nim.

Ao Professor Dr. Luiz Roberto Martins Pinto, pela orientação e conhecimento

ministrado durante as análises estatísticas.

Aos produtores rurais, Eduardo Café, Gerson Gesteira, Helvécio Starling,

Marinalva Badaró, Roberto Tocafundo e Sérgio Gondim, por disponibilizarem suas

propriedades em favor do conhecimento científico.

7

A ADAB – Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia, o

reconhecimento e, ao Diretor de Defesa Sanitária Vegetal, Cássio Ramos Peixoto,

aos Coordenadores Regionais de Itabuna, João Carlos Oliveira da Silva e Waldemar

Oliveira D’Afonseca, e a Gerente Técnica, Fernanda Ferreira Mendonça, a gratidão

pelo apoio e determinação que permitiram a concretização de um ideal.

8

DIAGNÓSTICO FITOSSANITÁRIO E AVALIAÇÃO DE NIM NO CONTROLE DE

ALGUMAS PRAGAS DE Heliconia spp. NO LITORAL SUL DA BAHIA

RESUMO

As helicônias apresentam características favoráveis à comercialização, porém o manejo inadequado aliado aos fatores de precipitação, umidade e temperatura, favorece a ocorrência de pragas, limitando a produção e reduzindo a qualidade das inflorescências. Com a expansão do agronegócio de flores tropicais no Sul da Bahia e a inexistência de agrotóxicos registrados para a cultura, este trabalho teve como objetivos detectar e identificar as principais espécies de pragas associadas às helicônias e avaliar a eficiência de diferentes extratos de nim como defensivo alternativo de controle. De agosto/2006 a junho/2007, foram realizadas coletas mensais, sendo amostradas cinco hastes vegetativas, duas hastes reprodutivas, raízes e solo por planta, além de captura de insetos em plantios comerciais nos municípios de Itabuna, Ilhéus, Uruçuca, Ituberá, Ibirapitanga e Valença. Nos Laboratórios de Entomologia e Fitopatologia da UESC foi realizada a triagem sob microscópio estereoscópico e ótico, extração de nematóides e isolamento em meio de BDA. Os extratos aquoso e etanólico de folhas (1,0; 5,0 e 10,0%), e os produtos comerciais Neemseto® e Neemtorta®, respectivamente na forma de óleo emulsionável (1,0%) e torta de nim (50g.vaso-1), foram avaliados quanto à sua eficiência no controle de Eutropidacris cristata, Dysmicoccus brevipes e Helicotylenchus erythrinae. A eficiência dos tratamentos foi obtida por meio da fórmula de Abbott e comparadas ao nível de 5% de significância. Foram identificados: 45 famílias distribuídas em oito ordens de insetos, quatro gêneros de nematóides e nove de fungos, e uma espécie de alga fitopatogênica associados aos cultivos de helicônias, sendo que os gêneros Fusarium, Drechslera e Pestalotiopsis foram depositados na Micoteca da CEPLAC. A população do nematóide H. erythrinae no solo manteve-se abaixo da população inicial, apresentando 74,23% de mortalidade aos 30 dias após a incorporação da torta de nim ao solo. O óleo emulsionável de nim (1,0%) apresentou eficiência no controle apenas para D. brevipes de 66,67% após 72 horas de contato. O extrato aquoso de folhas do nim, apenas na concentração de 5,0%, mostrou eficiência no controle de D. brevipes. Após 24 e 120 horas da aplicação do extrato etanólico na concentração de 10,0%, verificou-se 100% de mortalidade em D. brevipes e E. cristata. Palavras - chave: flores tropicais; fitossanidade; defensivo natural; controle natural.

9

PHYTOSANITARY DIAGNOSIC AND EVALUATION OF NEEM IN THE CONTROL

OF Heliconia spp. PESTS OF THE SOUTHERN LITTORAL BAHIA

ABSTRACT

Heliconias could be successfully commercialized, but inadequate management associated with precipitation, humidity and temperature cause disease. This limits production and reduces flower quality. The tropical flower business is expanding in Southern Bahia and there are no registered agrotoxins for the crop. This study had the following objectives: to detect and identify the main pest species associated with heliconias and evaluate the effectiveness of different neem extracts as an alternative means of control. Samples were collected from five vegetative stems, two reproductive stems, roots and soil and insects captured for each plant studied from August of 2006 to June of 2007 in commercial plantings in the municipals of Itabuna, Ilhéus, Uruçuca, Ituberá, Ibirapitanga and Valença. The material was sorted in the Entomology and Phytopathology Laboratories at UESC underneath stereoscopic and optical microscopes. Nematodes were removed and isolated in BDA medium. Aqueous and ethanol foliar abstracts (1.0; 5.0 and 10.0%) and the commercial products, Neemseto© and Neemtorta©, respectively in the form of oil emulsion (1.0%) and neem cake (50 g.container-1), were evaluated for their effectiveness in controlling Eutropidacris cristata, Dysmicoccus brevipes and Helicotylenchus erythrinae. The effectiveness of the treatments was obtained using the Abbott formula and a significance of 5%. 45 families were identified distributed in eight insect orders, four nematode and nine fungus genera and a species of phytopathogenic algae associated with heliconia crops. The genera Fusarium, Drechslera and Pestalotiopsis were deposited in the CEPLAC microbe bank. The H. erythrinae nematode population in the soil was lower than the initial population, with 74.23% mortality 30 days after the incorporation of the neem cake in the soil. The 1.0% neem emulsion oil was only effective in controlling D. brevipes at 66.67%, 72 hours after contact. The aqueous leaf extract was only effective in the control of D. brevipes with a 5.0% concentration. 100% mortality was observed in D. brevipes and E. cristata 24 and 120 hours after the 10.0% concentration ethanol extract application. Keywords: tropical flowers; phytosanitary; natural defense; natural control.

10

LISTA DE FIGURAS 1 Ordem de insetos e total de exemplares coletado em helicônias na

região Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Junho/2007........................

35

2 Número de exemplares de espécies-pragas (D. brevipes, E. cristata e lagartas desfolhadoras e broqueadoras) coletadas em helicônias na região Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Junho/2007........................

41

3 Dados pluviométricos e de temperatura no município de Uruçuca, BA. Setembro/2006 a Junho/2007................................................................

42

4 Ocorrência de patógenos causadores de doenças em espécies de helicônias no Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Junho/2007.............

48

5 Número de nematóides associados ao sistema radical de helicônias no Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Janeiro/2007............................

53

6 Insetos associados a helicônias no Litoral Sul da Bahia: adulto (A), ninfa (B) e injúrias (C) de E. cristata; adulto (D), pupa (E) e injúrias (F) de Metamasius sp.; lagarta (G) e broqueamento causado nas inflorescências (H, I); lagarta de O. invirae (J) e desfolhamento causado (L); lagarta desfolhadora A. eriphia (M); cochonilha-de-raiz, D. brevipes (N, O); oviposição endofítica de Cornops sp. (P)................

56

7 Doenças associadas à helicônias no Litoral Sul da Bahia: sintoma característico de descoloração vascular (A), macroconídio de F. oxysporum f. sp. cubense (B); manchas foliares associadas a Drechslera sp. (C); “mancha de alga” (D); antracnose em folhas de ‘Golden Torch’ (E) e em inflorescência de H. bihai (F)...........................

58

8 Mancha de Pestalotiopsis (A), conídio de Pestalotiopsis sp. (B); descamação e escurecimento da superfície da raiz devido o ataque de nematóide (C); mancha de Cladosporium (D)...................................

60

9 Área de estudo sobre levantamento de pragas associadas em helicônias cultivadas no Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Janeiro 2007........................................................................................................

63

10 População de nematóides no solo aos 30, 60 e 90 dias após o plantio da cultivar ‘Golden Torch’, com e sem incorporação de torta de nim (Neemtorta®), em Uruçuca, BA. Novembro/2006 a Fevereiro/2007......

68

11 População de nematóides na raiz aos 30, 60 e 90 dias após o plantio da cultivar ‘Golden Torch’, com e sem incorporação de torta de nim (Neemtorta®), em Uruçuca, BA. Novembro/2006 a Fevereiro/2007......

69

11

12 Eficiência (%) média no controle de D. brevipes após 24, 48 e 72 horas da aplicação dos extratos de nim, in vitro....................................

72

13 Eficiência (%) média no controle de E. cristata após 24, 48, 72, 120, 168 e 216 horas da aplicação dos extratos de nim, in vitro....................

76

12

LISTA DE TABELAS 1 Número de exemplares de insetos, em função da Ordem e Família,

coletado em helicônias na região Litoral Sul da Bahia, Agosto/2006 a Junho/2007.............................................................................................

36

2 Análise da diversidade de espécies-pragas associadas às helicônias cultivadas na região Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Junho/2007..

39

3 Número de exemplares obtidos em helicônias, por Ordem de insetos, coletados em municípios da região Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Junho/2007..........................................................................................

39

4 Doenças detectadas em helicônias cultivadas no Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Junho/2007....................................................................

45

5 Número total de ocorrências de doenças em Heliconia spp., em municípios da região Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Junho/2007.............................................................................................

49

6 Análise da diversidade de fitopatógenos causadores de doenças associadas à Heliconia spp. na região Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Junho/2007....................................................................

51

7 Fitonematóides associados à rizosfera de Heliconia spp. na região Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Janeiro/2007.................................

52

8 Diagnóstico fitossanitário das áreas produtoras de helicônias na região Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Janeiro/2007......................

64

9 Média populacional de H. erythrinae, presentes no solo e na raiz, com e sem incorporação da torta de nim (Neemtorta®) ao substrato...........

67

10 Eficiência (%) média no controle de D. brevipes, por tratamento, aos 30, 60 e 90 dias após incorporação da torta de nim (Neemtorta®) ao solo, Uruçuca, BA. Novembro/2006 a Fevereiro/2007...........................

71

11 Eficiência (%) média, por tratamento, as 24, 48 e 72 horas após o contato de Dysmicoccus brevipes com os extratos, in vitro...................

73

12 Médias de eficiência (%) e alimentação de folhas de helicônias, por tratamento, após 24, 48, 72, 120, 168 e 216 horas da aplicação, no controle de E. cristata, in vitro................................................................

77

13

SUMÁRIO RESUMO........................................................................................

vi

ABSTRACT....................................................................................

vii

1 INTRODUÇÃO................................................................................

1

2 REVISÃO DE LITERATURA..........................................................

5

2.1 O gênero Heliconia L. ....................................................................

5

2.2 Ocorrência de pragas em helicônias...............................................

6

2.2.1 Insetos.............................................................................................

6

2.2.2 Doenças e nematóides...................................................................

10

2.3 Azadirachta indica A. Juss..............................................................

14

2.4 Efeitos e modo de ação de Azadirachta indica sobre artrópodes...

15

2.5 Uso do nim no controle de pragas agrícolas...................................

18

2.5.1 Artrópodes.......................................................................................

18

2.5.2 Doenças e nematóides...................................................................

21

3 MATERIAL E MÉTODOS...............................................................

26

3.1 Levantamento de pragas em helicônias cultivadas no Litoral Sul da Bahia..........................................................................................

26

3.2 Avaliação de Azadirachta indica – nim no controle de pragas........

29

3.2.1 Avaliação da torta de nim no controle de nematóides e cochonilha-de-raiz...........................................................................

30

3.2.2 Avaliação dos extratos aquoso e etanólico de folhas, e óleo emulsionável de nim no controle de cochonilha-de-raiz e gafanhoto........................................................................................

32

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................

34

4.1 Levantamento de pragas em helicônias cultivadas no Litoral Sul da Bahia..........................................................................................

34

14

4.2 Injúrias causadas por pragas em helicônias cultivadas no Litoral Sul da Bahia....................................................................................

54

4.3 Avaliação de nim (Azadirachta indica) no controle de pragas........

67

4.3.1 Avaliação da torta de nim (Neemtorta®) no controle de nematóides e cochonilha-de-raiz....................................................

67

4.3.2 Avaliação dos extratos aquoso e etanólico de folhas, e óleo emulsionável de nim (Neemseto®) no controle de cochonilha-de-raiz e gafanhoto..............................................................................

71

4.3.2.1 Cochonilha-de-raiz (Dysmicoccus brevipes)...................................

71

4.3.2.2 Gafanhoto (Eutropidacris cristata)..................................................

75

5 CONCLUSÕES...............................................................................

81

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA....................................................

83

APÊNDICES...................................................................................

90

1 INTRODUÇÃO

No início da década de 90, o Brasil ocupava o 20º lugar e a Holanda, o 1º

lugar como país exportador de flores e plantas ornamentais do mundo. Em 2006,

segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA, 2007), o Brasil exportou um volume

de US$ 29,6 milhões, com incremento da ordem de 14,8% em relação a 2005. O

crescimento nas exportações de flores de corte frescas, representa uma das mais

importantes conquistas da floricultura brasileira nos últimos anos, devido ao maior

valor agregado, sendo que países como a Holanda, Estados Unidos, Portugal, e

Canadá estão entre os principais consumidores (JUNQUEIRA; PEETZ, 2006).

Atualmente, o Brasil possui uma área com aproximadamente, 5.260 hectares

dedicados ao cultivo de flores e plantas ornamentais. A atividade está presente em

mais de 3.500 propriedades rurais, proporcionando mais de 66.000 empregos

diretos e indiretos em toda cadeia produtiva, com um valor de produção estimado em

R$ 444,4 milhões, caracterizando o agronegócio da floricultura nacional como

expressivo e promissor conforme dados da Secretaria da Agricultura,

Abastecimento, Aqüicultura e Pesca do Espírito Santo (SEAG, 2007).

No Estado da Bahia a floricultura vem se destacando, desde 1991, como

importante alternativa de trabalho e renda para as mais diversas classes da

população. As flores tropicais são exploradas no Estado por 70 produtores reunidos

em três associações distintas: Florasulba (Ilhéus), Bahiaflora (Ituberá) e Tropiflor

2

(Amélia Rodrigues) (SECRETARIA DA AGRICULTURA, IRRIGAÇÃO E REFORMA

AGRÁRIA DA BAHIA, 2007).

Entre as famílias Araceae, Heliconiaceae, Musaceae e Zingiberaceae,

encontram-se as espécies mais importantes da floricultura tropical. O gênero

Heliconia L., originalmente incluído na família Musaceae, posteriormente passou a

constituir a família Heliconiaceae como único representante, devido as suas

características próprias de individualização. Aproximadamente, 40 espécies ocorrem

naturalmente no Brasil, principalmente nas bordas das florestas e matas ciliares e

nas clareiras ocupadas por vegetação pioneira (CASTRO, 1995). Sua aceitação

como flores de corte têm sido crescente, tanto no mercado nacional como

internacional, pois a beleza e exotismo das brácteas de cores e formas variadas, que

envolvem e protegem as flores, favorecem sua aceitação pelo consumidor, além da

rusticidade, boa resistência ao transporte e maior durabilidade pós-colheita. No

Brasil, as principais áreas de produção estão concentradas na região da mata úmida

do Nordeste, nos estados de Pernambuco e Alagoas que já exportam suas flores

para outros estados brasileiros.

O clima quente e úmido da região Litoral Sul da Bahia favorece a ocorrência

de pragas (artrópodes e doenças), que passam despercebidas no campo, existindo

poucas informações que possam auxiliar os produtores a identificar e controlar as

mesmas. Devido às vantagens econômicas e ecológicas apresentadas pelo

agronegócio de flores tropicais, verifica-se uma tendência no aumento da área

cultivada, com um número crescente de produtores rurais investindo nesta atividade

no Litoral Sul da Bahia. A expansão da área cultivada associada à utilização de

mudas não certificadas e o desconhecimento de práticas culturais específicas, como

o aumento da densidade de plantas/unidade de área e deficiências nutricionais,

3

necessariamente contribuirá para o aumento de problemas fitossanitários na região,

acarretando danos significativos nas plantações, com a limitação da produção e

baixa qualidade das inflorescências.

A fitossanidade de plantas ornamentais no Brasil tem sido objeto de poucos

trabalhos, o que corrobora a necessidade da realização de estudos que avaliem

alternativas de controle de pragas associadas às helicônias. Atualmente, não

existem produtos fitossanitários registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (MAPA) para o controle de pragas em helicônias, o que certamente,

ao ocorrerem, levaria os produtores à utilização indevida de agrotóxicos e seus

efeitos deletérios à saúde humana e meio ambiente.

Introduzida no Brasil em 1986, a espécie Azadirachta indica A. Juss,

pertencente à família Meliaceae, é uma árvore de clima tropical e subtropical,

perene, de crescimento rápido e resistente a longos períodos de seca. Conhecida

como nim, possui compostos ativos com ação sobre insetos, fungos e nematóides

fitopatogênicos, dos quais se destacam a azadiractina, salanina, melianona,

nimbinem, entre outros. O princípio ativo azadiractina, limonóide que possui

importantes atividades biológicas, torna este extrato bastante promissor em

programas de manejo de pragas (MARTINEZ, 2002).

Os princípios ativos dos inseticidas botânicos são compostos resultantes do

metabolismo secundário das plantas, sendo acumulados em pequenas proporções

nos tecidos vegetais. Hoje, existe um mercado promissor para os bioinseticidas e

inseticidas naturais, porque esses produtos podem ser utilizados no manejo

integrado de pragas em cultivos comerciais e também na agricultura orgânica.

Muitas pesquisas têm sido realizadas à procura de compostos naturais,

biologicamente ativos contra pragas.

4

Nesse sentido, este trabalho teve como objetivos detectar e identificar as

principais espécies de pragas que ocorrem na região e avaliar a eficiência dos

produtos do nim (torta, extratos e óleo emulsionável) no controle de pragas

associadas às helicônias cultivadas no Litoral Sul da Bahia.

5

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 O gênero Heliconia L.

A família Heliconiaceae, ainda muito pouco estudada e com um número de

espécies existentes incerto, compreende cerca de 150 a 250 espécies, onde seis

destas ocorrem nas Ilhas do Sul do Pacífico, Samoa e Indonésia, e as demais estão

distribuídas na América Tropical desde o sul do México até o norte de Santa

Catarina, Brasil. Neste país, cerca de 40 espécies ocorrem naturalmente,

predominantemente nas bordas das florestas e matas ciliares e nas clareiras

ocupadas por vegetação pioneira. Desenvolve-se em locais sombreados ou a pleno

sol, de úmidos a levemente secos e em solos argilo-arenosos (CASTRO, 1995).

Vários autores (CASTRO, 1995; MENEZES; ALVES, 2000; ASSIS et al.,

2002) descrevem as helicônias como plantas perenes, herbáceas, rizomatosas,

eretas, de tamanho médio a grande, variando entre 0,5 a 10,0 metros. Apresentam

três formas de crescimento: musóide, zingiberóide e canóide, e o rizoma subterrâneo

é utilizado normalmente para a propagação. As inflorescências (parte de maior

interesse comercial) são terminais, constituídas de um pedúnculo alongado e

inserido de brácteas de diferentes formas, tamanho, cores e texturas, podendo ser

de quatro tipos: 1) ereta em um único plano; 2) ereta em mais de um plano; 3)

pendente em um plano; e, 4) pendente em mais de um plano. As espécies e os

híbridos mais cultivados como flores de corte são: Heliconia psittacorum, H. stricta

6

cv. Fire Bird, H. bihai, H. rostrata, H. chartaceae, H. orthotricha, H. angusta,

H. episcopalis, H. hirsuta, H. caribaea, H. wagneriana, H. psittacorum x H. marginata

cv. Nickeriensis, H. psittacorum x H. spathocircinata cv. Golden Torch e Golden

Torch Adrian, H. marginata x H. bihai cv. Rauliniana.

A temperatura ideal para seu cultivo está entre 22 a 25 ºC, sendo que no

Brasil existem grandes plantações, principalmente na região da mata úmida do

Nordeste, com destaque para os estados de Pernambuco e Alagoas que já

exportam suas flores para outros estados brasileiros. A disponibilidade de água é

importante para seu desenvolvimento, pois muitas espécies não toleram mais de

dois meses de déficit hídrico, sendo encontradas em regiões com 1.100 a 3.200 mm

de precipitação anual (LAMAS, 2002; ALVES; SIMÕES, 2003).

2.2 Ocorrência de pragas em helicônias

Devido ao reduzido volume de informações sobre as pragas (insetos e

doenças) associadas às helicônias, foram incluídos nesta revisão estudos que

relatam as pragas associadas a outros hospedeiros.

2.2.1 Insetos

Turk (1984) estudou o ciclo de vida e hábitos alimentares do gafanhoto

Cornops frenatum cannae Roberts e Carbonell (Orthoptera: Acrididae) com ênfase

na oviposição; observando o comportamento da praga em campo e em laboratório.

Foi observado que, em campo, a espécie realizou postura endofítica e alimentou-se

exclusivamente de plantas da ordem Zingiberales, possivelmente Canna edulis. Em

7

laboratório, verificou-se que além de espécies de Canna, também se alimentaram de

folhas de Heliconia. Nas folhas atacadas foram observados orifícios arredondados

ou ovalados, deixando expostas as nervuras principais e secundárias da folha; em

relação à oviposição, verificou-se que a fêmea, com o seu ovipositor, raspava e

escavava a haste, principalmente na inserção das nervuras, formando um orifício no

qual depositava os ovos, sendo este fechado com uma substância esponjosa,

formando um tampão. Outra subespécie do gênero Cornops, C. frenatum frenatum

(Marschall), foi relatada por Braga et al. (2007) sobre quatro espécies de Heliconia:

H. stricta, H. psittacorum, H. tarumaensis e H. hirsuta, num fragmento florestal

situado no município de Manaus, AM. Os autores observaram a presença de ninfas

e adultos, bem como sinais de oviposição nos pecíolos das helicônias; apesar de

prejudicar o desenvolvimento das helicônias, em grandes populações, não foi

considerada como praga pelos pesquisadores.

Zanetti et al. (2003) relataram os prejuízos que a espécie Eutropidacris

cristata (L.) (Orthoptera: Acrididae), vulgarmente conhecido como gafanhoto-do-

coqueiro, pode causar aos hospedeiros. Esta espécie por ser polífaga e de ampla

distribuição no Brasil, é referida em espécies de Eucalyptus, abacateiro, bananeira,

pastagens, coqueiro, citros, mandioca, entre outras.

Cassino e Nascimento (1999) verificaram que seis espécies de aleirodídeos,

conhecidos como “mosca-branca”, dentre as quais Aleurothrixus floccosus (Maskell)

(Hemiptera: Aleyrodidae), além de infestarem variedades de Citrus, atacam outros

hospedeiros, dentre os quais estão plantas ornamentais.

Colen et al. (2001) concluíram que o ataque de Dysmicoccus brevipes

(Cockerell) (Hemiptera: Pseudococcidae) em abacaxizeiros na proporção de 0,6

cochonilhas por planta é suficiente para a transmissão do vírus causador da murcha-

8

do-abacaxizeiro, sendo que a fase de florescimento é a mais prejudicada, não

causando danos a produção dos frutos. Luz et al. (2005) registraram a primeira

ocorrência de D. brevipes na parte aérea e raízes da palmeira Rhapis excelsa no

Brasil. As cochonilhas vivem em colônias na planta, em locais protegidos,

apresentando densa cobertura cerosa de coloração branca no corpo. Devido a

grande capacidade de adaptação, pode permanecer no agroecossistema em plantas

hospedeiras, vindo a causar sérios danos, pois ao sugarem a seiva provocam o

amarelecimento, secamento e morte das plantas, além de constituírem vetores de

doenças viróticas.

Zorzenon et al. (2000) constataram pela primeira vez que Metamasius

hemipterus L. (Coleoptera: Curculionidae) estava atacando espécies de palmeiras

(Euterpe edulis – “juçara”, E. oleracea – “açaí” e Bactris gasipaes – “pupunheira”),

cujas larvas alimentavam-se dos tecidos vegetais vivos, escavando galerias

superficiais e profundas, danificando o estipe, estando associadas ao ataque de

Rhyncophorus palmarum (L.) (Coleoptera: Curculionidae) ou a algum tipo de

ferimento no estipe, confeccionando um casulo com as fibras da palmeira para a

pupação. Leon-Brito et al. (2005) estudaram o ciclo de vida do M. hemipterus, praga

secundária da cana-de-açúcar, mas que nos dendezeiros na Venezuela produzem

uma exsudação gomosa de cor amarela na haste e pecíolos, abrindo galerias nos

mesmos e causando danos importantes às plantações. As larvas habitam na

inserção dos pecíolos e na periferia da haste e logo penetram em seu interior. No

último ínstar larval, movimentam-se em direção ao tronco, onde rasgam as fibras do

tecido vegetal e constroem o casulo que envolve a pupa, alcançando em poucas

semanas o estado adulto.

9

Assis et al. (2002) verificaram que a broca-gigante Castnia licus (Drury)

(Lepidoptera: Castniidae) tem causado danos nas helicônias, no Estado de

Pernambuco. Os autores relatam que as larvas escavam galerias ascendentes no

interior do pseudocaule e rizoma, podendo alcançar a gema apical, paralisando o

crescimento da planta, que amarelece e morre. Além desta espécie, são citadas

como pragas das flores tropicais a espécie C. icarus (Cramer) (broca-gigante) e

Elasmopalpus lignosellus (Zeller) (Lepidoptera: Pyralidae), que ataca o pseudocaule

(WARUMBY et al., 2004). Estes autores também descreveram quanto à morfologia,

biologia, hospedeiros, distribuição geográfica, danos e medidas de controle de

artrópodes encontrados atacando helicônias, no Estado de Pernambuco, as lagartas

desfolhadoras: borboleta olho-de-coruja Calligo illioneus (Cramer) (Lepidoptera:

Nymphalidae), Opsiphanes invirae (Huebner) (Lepidoptera: Nymphalidae), e

Antichloris eriphia (Fabricius) (Lepidoptera: Arctiidae), os pulgões Pentalonia

nigronervosa (Coquerel) e Toxoptera sp. (Hemiptera: Aphididae), a cochonilha-da-

raiz D. brevipes, os gafanhotos Schistocerca sp. (Orthoptera: Acrididae), a formiga

cortadeira Atta sexdens (L.) e o ácaro-vermelho Tetranychus abacae (Baker &

Pritchard) (Acari: Tetranychidae).

Watanabe (2007) constatou que cerca de 10 a 15% das plantas de

H. latispatha, plantadas numa área de 50 m², localizada nas proximidades de um

plantio de bananeiras no município de Jaguariúna, SP, encontravam-se atacadas

pelas lagartas desfolhadoras do limbo foliar A. eriphia e C. illioneus, pragas que

atacam as folhas da bananeira, as quais desapareceram após uma chuva. Para a

bananeira, o nível de controle da A. eriphia é de 20 lagartas.planta-1 e duas

lagartas.planta-1 para a espécie C. illioneus, porém não existe ainda determinação

para helicônias. Portanto, deve ter uma atenção especial para os cultivos de

10

helicônias próximos a bananais, em relação às lagartas desfolhadoras que podem

migrar de uma cultura para outra.

2.2.2 Doenças e nematóides

Madriz et al. (1991) identificaram em folhas e inflorescências de H. caribaea,

H. latispatha, H. psittacorum e H. rostrata a ocorrência de vários fungos

fitopatogênicos, dentre os quais, Colletotrichum musae (Berk. & M. A. Curtis) Arx,

Drechslera musae-sapientum (Hansf.) M. B. Ellis, Pestalotiopsis sp., Phyllosticta

musae F. Stevens & E. Young, Glomerella cingulata (Stonman) Spauld. & H.

Schrenk, Guignardia musae Racib., Curvularia sp. e Mycosphaerella musicola R.

Leach, sendo que M. musicola somente foi encontrado em H. caribaea. A espécie H.

rostrata foi a menos suscetível devido ao menor número de fungos encontrados,

bem como pela pouca severidade dos danos.

Pozza et al. (1999) verificaram na região de Lavras, MG, em 153 hospedeiros,

sendo que 13,1% eram plantas ornamentais, a ocorrência de 525 doenças na parte

aérea das plantas causadas por diversos fatores: 81,5% eram de natureza fúngica;

as manchas foliares foram os sintomas de maior ocorrência com 48,5% do total,

seguido de podridão e murcha, com 16,3% e 9,5%, respectivamente.

Menezes e Alves (2000) relatam que as helicônias são bastante tolerantes às

doenças, embora os patógenos que causam apodrecimento de raízes e rizomas

sejam de importância econômica. Entre as doenças causadas por fungos citam as

manchas foliares causadas por Pyriculariopsis sp. e Cercospora spp., e

Phytophthora nicotianae Breda de Haan, Pythium spp. e Rhizoctonia solani J.G.

11

Kühn (teleomorfo Thanatephorus cucumeris (A.B. Frank) Donk) responsáveis pelas

podridões de raiz.

Alguns pesquisadores (ASSIS et al., 2002; LINS; COELHO, 2004; WARUMBY

et al., 2004) relataram os patógenos, os hospedeiros, a sintomatologia e medidas de

controle das diversas doenças que atacam os cultivos de helicônias no Estado de

Pernambuco. A maioria das doenças é de natureza fúngica: a antracnose

(Colletotrichum gloeosporioides (Penz.) Penz. & Sacc.) com lesões em folhas e

inflorescências de H. rostrata, em H. psittacorum cv. Golden Torch, H. ortotricha cv.

Total Eclipse; as manchas causadas por Bipolaris incurvata (C. Bernard) Alcorn, G.

cingulata, Deightoniella torulosa (Syd.) Ellis, Curvularia lunata (Wakker) Boedijn e

Guignardia sp.; a ferrugem (Uredo anturii ); e, as podridões de raízes e rizoma. O

Fusarium oxysporum f. sp. cubense W.C. Snyder & H.N. Hansen é um importante

patógeno para as helicônias (H. chartaceae cv. Sexy Pink), com quatro raças, sendo

que as raças 1, 2 e 4 atacam musáceas e a raça 3 é especifica para heliconiáceas.

Causa o apodrecimento das raízes e rizoma, descoloração dos vasos e murcha

vascular, apresentando sintomas de amarelecimento e seca progressiva das folhas.

Castro et al. (2005) constataram a ocorrência de murcha de Fusarium em 88% das

propriedades pernambucanas produtoras de flores tropicais, sendo mais freqüente

em H. psittacorum cv. Alan Carle. Outras doenças fúngicas de importância

secundária relacionadas às helicônias são as manchas de Cercospora, de

Cylindrocladium, de Cladosporium e oídio. Ralstonia solanacearum (Smith) Yabuuchi

et al. é o agente causal da única doença bacteriana descrita, cujo sintoma é a

murcha.

Almeida (2006) destacou R. solanacearum, raça 2, como importante agente

etiológico da murcha e morte em plantas de helicônias, nas Regiões Norte e

12

Nordeste. Por se tratar de uma praga quarentenária A2, medidas legislativas de

prevenção e controle devem ser realizadas, a fim de se evitar a disseminação para

áreas indenes. Ressaltou que a mais importante medida de controle, no caso de

doenças bacterianas, é a prevenção da contaminação da cultura pelo uso de

material propagativo sadio e de boa qualidade. Pois, após o estabelecimento de

bactérias numa cultura, o seu controle é praticamente impossível ou bastante

oneroso.

Gasparotto et al. (2005) através de observações microscópicas, literatura

disponível e testes de patogenicidade (técnica de inoculação cruzada) constataram

que a H. psittacorum é hospedeira do agente etiológico da Sigatoka-negra, o fungo

Mycosphaerella fijiensis Morelet (fase anamórfica: Paracercospora fijiensis (Morelet)

Deighton). Moraes et al. (2006) catalogaram como doenças de plantas do gênero

Heliconia, no Vale do Ribeira, São Paulo, a Sigatoka-negra (M. fijiensis), as manchas

de Cladosporium, Cylindrocladium, Curvularia, Bipolaris e Cercospora (Cladosporium

herbarum (Pers.) Link, Calonectria spathiphylli El-Gholl, J.Y. Uchida, Alfenas, T.S.

Schub., Alfieri & A.R. Chase, Curvularia brachyspora Boedjin (anamorfo), Bipolaris

cynodontis (Maringoni) Shoemaker (anamorfo) e Cercospora sp.), a antracnose (C.

gloeosporoides, G. cingulata), a ferrugem (Puccinia heliconiae (Diet.) Arth. (Uredo.

heliconiae Diet.), II e Hemileia oncidii Griff and Maubl. Symptoms), o oídio (Oidium

sp.), e a murcha de Fusarium (F. oxysporum f. sp. cubense). Destacaram que o

aparecimento de doenças está relacionado com os aspectos climáticos favoráveis da

região associados ao desconhecimento das práticas culturais específicas pelos

produtores, as quais alteram os aspectos de qualidade exigidos pelo mercado,

necessitando da identificação rápida e correta do agente etiológico para aplicação

das estratégias de controle.

13

Coutinho (2006) abordou uma série de doenças fúngicas que atacam plantas

ornamentais e seu controle. Em helicônias, de acordo com o processo fisiológico

afetado as doenças foram classificadas em: doenças do rizoma e raiz (C.

spathiphylli, P. nicotianae e Pythium sp.) causando podridão em raízes e rizomas de

plantas suscetíveis; e, doenças foliares: C. spathiphylli causando amarelecimento e

secamento das margens da folha, bainha e queimadura dos pecíolos, Bipolaris spp.

e B. incurvata, cujos sintomas nas folhas iniciam-se com pequenas pontuações, que

aumentam de tamanho e número, passando a manchas ovais ou irregulares de

coloração marrom claro com bordos escuros e halo amarelado ao redor, atacando

também pecíolo, bainha, brácteas e flores, e Exserohilum rostratum (Drechsler)

Leonard & Suggs, que causa lesões semelhantes ao Bipolaris spp.. Como medidas

de controle cita a qualidade sanitária do material de propagação, o controle da

umidade, a remoção de plantas velhas e sem função, o manejo de plantas daninhas,

retirada e queima de folhas ou partes da planta atacadas e restos de cultura.

Serra e Coelho (2007) descreveram a mancha de Pestalotiopsis como uma

nova doença associada ao gênero Heliconia no Brasil e identificaram o fungo P.

pauciseta Sydow (nec. Saccardo) como agente etiológico da doença. Os testes de

patogenicidade foram realizados em folhas e inflorescências de H. psittacorum x H.

spathocircinata cv. Golden Torch, H. rostrata, H. stricta cv. Las Cruzes e H. caribeae

x H. bihai cv. Jacquinii. O material H. stricta cv. Las Cruzes foi o mais suscetível e a

espécie que apresentou maior resistência foi a H. rostrata, seguida da H. caribeae x

H. bihai cv. Jacquinii.

Sologuren e Juliatti (2007) observaram a ocorrência de 23 gêneros de fungos

fitopatogênicos em 30 espécies de plantas ornamentais, em Uberlândia, MG, com

base nos sintomas e sinais da parte aérea das plantas, sendo que 70% eram

14

pertencentes à divisão Ascomycotina e 30% a Deuteromycotina. Os gêneros com

maior freqüência foram Pestalotiopsis sp. (19%), aparecendo em três espécies de

palmeiras, e Alternaria (11%); do total, 20 foram encontrados em folhas, dois em

caule e um em bráctea (C. gloeosporiodes).

Em relação aos fitonematóides, Wouts e Yeates (1994) identificaram oito

espécies do gênero Helicotylenchus em vegetação nativa de solos pobres da Nova

Zelândia, sendo que sete eram novas espécies, entre as quais o H. erythrinae

(Zimmermann) Golden. Esta espécie foi considerada cosmopolita por possuir uma

extensa lista de hospedeiros, entre frutíferas, hortaliças, palmeiras e plantas

ornamentais, porém não representando dano econômico.

As principais fitonematoses assinaladas em helicônias são provocadas por

espécies dos gêneros Helicotylenchus, Meloidogyne e Radopholus (MENEZES;

ALVES, 2000; LINS; COELHO, 2004; WARUMBY et al., 2004). Oliveira (2001)

abordou como principais fitonematóides causando danos em plantas ornamentais

Meloidogyne spp., Pratylenchus spp., Radopholus similis (Cobb) Thorne e

Aphelenchoides spp., refletindo na diminuição da produção, na qualidade inferior do

produto, no aumento dos custos com controle e em impedimentos à comercialização

devido as barreiras fitossanitárias. Como medidas de controle, destacam-se a

aquisição de material propagativo sadio, a utilização de plantas antagônicas, a

rotação de cultura e o controle químico.

2.3 Azadirachta indica A. Juss.

Pertencente à família Meliaceae, também conhecida por nim, é uma planta

originária do Sudeste Asiático. Martinez (2002) descreve o nim como sendo uma

15

árvore de clima tropical e subtropical, perene, introduzida no Brasil em 1986, com

objetivo de avaliar seu potencial como planta inseticida no controle alternativo de

pragas de importância agrícola. De crescimento rápido, pode alcançar de 10 a 20 m

de altura e seu sistema radicular, até 15 m de profundidade. Inicia sua floração a

partir do segundo ano de idade, produzindo cerca de 8,0 kg de sementes após três

anos do plantio. Resistente a seca, seu ótimo de temperatura compreende a faixa de

20 a 32 °C e a temperatura é fator limitante para o seu desenvolvimento e produção

de frutos. Desenvolve-se em qualquer solo, preferindo os profundos, bem drenados,

com pH entre 6,5 a 7,5. Os compostos isolados do nim conferem à planta ação

inseticida sobre mais de 400 espécies de insetos e ácaros. O mais potente deles, a

azadiractina, é encontrado em maior quantidade nos frutos, média de 3,5 mg/g de

semente, sendo que esse teor é bastante variável em função do local de origem e de

cada planta. De uso diversificado na medicina, cosmetologia, produção de madeira,

planta sombreadora e mais recentemente, como inseticida, não existem registros de

toxicidade para o ser humano.

2.4 Efeitos e modo de ação de Azadirachta indica sobre artrópodes

O National Research Council (1992) e Martinez (2002) relatam que a

azadiractina atua na inibição da alimentação, atrasa o desenvolvimento e

crescimento das larvas, reduz a fecundidade e fertilidade, altera o comportamento,

provoca anomalias nas células e na fisiologia, causa a morte de ovos, larvas e

adultos de insetos e ácaros, além de afetar também, fungos e nematóides. Outros

limonóides do grupo dos tetranortriterpenóides isolados, que incluem a salanina, 14-

epoxiazadiradiona, meliantriol, nimbidina, nimbina, melianona, gedunina, nimbolina,

16

nimbidem, deacetilsalanina, azadiractol, azadirona, vilosinina e meliacarpina,

apresentam efeitos diversos como inibição da alimentação, repelência, diminuição

da oviposição, interrupção da ecdise, redução da fertilidade e fecundidade, e

aumento da mortalidade dos artrópodes. No National Research Council (1992) foi

relatado que a azadiractina apresenta estrutura semelhante ao hormônio ecdisona,

que afeta o corpus cardiacum, órgão similar à pituitária humana que controla a

secreção de hormônios, bloqueando a produção e liberação de ecdisona, hormônio

regulador da metamorfose dos insetos.

Sales e Rech (1999) observaram a morte de larvas, a má formação de pupas

e adultos incapazes de expandirem completamente as asas, além da redução da

postura e do desenvolvimento larval e pupal em Anastrepha fraterculus (Wied.)

(Diptera: Tephritidae) quando tratadas com extratos de nim nas formulações de torta

e líquida.

Pesquisadores (MARTINEZ; EMDEM, 2001; MARTINEZ, 2002) avaliaram que

a azadiractina colocada na dieta artificial, afetou o desenvolvimento e a

sobrevivência de Spodoptera litoralis (Buidosval) (Lepidoptera: Noctuidae).

Observaram o prolongamento dos instares larvais, a redução da taxa média de

crescimento relativo, a interrupção na ecdise, anomalias morfológicas e mortalidade

de indivíduos. A alta mortalidade observada durante o processo de muda embasou a

afirmação de que a ação da azadiractina está relacionada com eventos endócrinos

(hormonais) no inseto.

É relatado por Martinez (2002) que a azadiractina tem efeito anti-alimentar por

interferir na estimulação de células “deterrentes”, situadas nas peças bucais e

pernas (tarsos), e além desse efeito direto causa um efeito tóxico, provocando uma

redução do consumo de alimento e utilização dos nutrientes ingeridos.

17

Costa et al. (2004) relataram os resultados de pesquisa de vários autores

sobre os efeitos, aplicações e limitações dos extratos de plantas inseticidas. Os

autores verificaram que os efeitos fisiológicos resultantes da ação destes extratos

sobre os insetos, são considerados muito mais consistentes que os alimentares, pois

interferem no crescimento e nos processos de metamorfose dos insetos causando

prejuízos a reprodução e outros processos celulares; consideram que a formação de

indivíduos intermediários (larva-pupa), desenvolvimento lento e ocorrência de

esterilidade estão relacionados a uma má atuação do hormônio juvenil, menor

eficiência de conversão alimentar e, distúrbios alimentares e deficiência nutricional,

respectivamente.

Souza e Vendramim (2005) constataram o efeito translaminar, sistêmico e de

contato do extrato aquoso de nim sobre Bemisia tabaci (Genn.) Biótipo B em

tomateiro. A ação translaminar foi determinada através do incremento na taxa de

mortalidade de ninfas do primeiro ínstar à medida que se aumentava a concentração

dos extratos em 0,5; 1,0 e 5,0%, após a pulverização da face adaxial das folhas do

tomateiro com borrifador manual de 300 mL. Pulverizando o solo com 50 mL de

extrato por planta nas concentrações de 1,0; 5,0 e 10%, obteve-se eficiência no

controle de praticamente 100% nos tratamentos, confirmando a sistematicidade do

extrato aquoso. A ação de contato foi verificada com a mortalidade das ninfas de

terceiro ínstar superior a 90%, quando tratadas topicamente com concentrações de

0,5; 1,0 e 5,0%. Considerando uma eficiência em torno de 70%, para o efeito

translaminar foi necessária uma concentração de 1,0%, provavelmente devido à

fotodegradação, enquanto que nos sistêmico e de contato as concentrações foram

menores (0,5 e 0,3%, respectivamente). Entretanto, não se pode afirmar qual dos

mecanismos foi mais eficiente, pois devido às técnicas utilizadas o inseto ficou

18

exposto a diferentes quantidades do produto. No National Research Council (1992)

foi relatada a translocação sistêmica dos extratos na planta, porém a depender da

espécie vegetal, formulação do produto e a forma de alimentação do inseto, o efeito

inseticida pode diferir: alguns afídeos não são afetados por se alimentarem dos

tecidos do floema, onde a concentração de azadiractina é muito baixa (por razões

desconhecidas), não ocorrendo o mesmo com os percevejos que se alimentam dos

tecidos do xilema.

Os limonóides são altamente solúveis em solventes orgânicos como álcoois,

cetonas, hexanos e outros, mas não são totalmente solúveis em água. A extração

em água é a técnica mais simples e mais utilizada atualmente, utilizando sementes

ou folhas, frescas e maceradas, ou, secas e em pó, em água por 24 horas; a

suspensão obtida filtrada e aplicada nos cultivos. Contudo, o processo mais direto

para a obtenção dos compostos ativos de forma concentrada é a extração alcoólica.

Embora os extratos à base de água apresentem eficiência como pesticida, os

extratos alcoólicos dessa planta, podem apresentar atividade pesticida até 50 vezes

maior que a dos extratos aquosos, podendo conter de 3.000 até 100.000 ppm de

azadiractina (NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 1992).

2.5 Uso do nim no controle de pragas agrícolas

2.5.1 Artrópodes

Martinez e Emdem (2001) avaliaram os efeitos da azadiractina sobre o

desenvolvimento e a sobrevivência de S. litoralis e constataram que no estágio de

pré-pupa, quando os insetos foram tratados no último ínstar larval com

19

concentrações de 0,3 e 0,6 ppm de azadiractina, apresentaram, respectivamente,

mortalidade de 75% e 95% em comparação as lagartas de terceiro ínstar. Prates et

al. (2003) obtiveram eficiência de 79,3 a 100,0% na atividade inseticida do extrato

aquoso de folhas de nim, correspondentes a concentrações de 3,6 a 10,0 mg/mL,

em dieta artificial, sobre lagarta-do-cartucho do milho, Spodoptera frugiperda (J.E.

Smith).

Pereira et al. (2006) utilizaram o produto comercial Bioneem® (óleo vegetal) a

concentrações de 1,0 e 2,0%, no controle da broca-do-fruto Cerconota anonella

Sepp (Lepidoptera: Oecophoridae) em pinheiras, não obtendo redução na incidência

da praga, sendo que os tratamentos a 2,0% apresentaram menores taxas de

incidência de frutos brocados, além de sintomas de fitotoxidez naqueles expostos ao

sol no horário da aplicação, caracterizados por queimaduras e redução de tamanho.

Gonçalves et al. (2001) verificaram que os extratos aquosos de sementes de

nim nas concentrações de 0,5; 2,5 e 5,0% p/v causaram mortalidade de 16,8; 59,2 e

60,0% nos ovos de Mononychellus tanajoa (Bondar) (Acari: Tetranychidae) e que a

mortalidade de larvas, protoninfas, deutoninfas e fêmeas ocorreu apenas nas

concentrações de 2,5 e 5,0%, variando de 57,5 a 100,0%, de 85,0 a 100,0% e 97,5 a

100,0%, respectivamente. Relacionaram a eficácia dos extratos de nim no controle

de ácaros fitófagos com o solvente utilizado na extração das substâncias

secundárias, necessitando de estudos comparativos entre extratos aquosos ou não

de nim e formulações comerciais contendo azadiractina.

Pasini et al. (2003) observaram que uma formulação comercial a base de nim

aplicada em diferentes etapas do ciclo biológico do ácaro vermelho da erva-mate,

Oligonychus yothersi (McGregor) (Acari: Tetranychidae) foi eficiente no controle,

alcançando mortalidade média de 77% ao final do 5º dia após pulverização do

20

produto, na fase de ninfas. Quando aplicada sobre as folhas de erva-mate não inibiu

a postura, porém as fêmeas sobreviventes foram afetadas quanto à fecundidade,

apresentando 1,3 ovos/repetição contra 33 ovos/repetição do tratamento

testemunha.

Mourão et al. (2004b) estudaram a toxicidade aguda e crônica dos extratos de

óleo de torta, de sementes e de folhas do nim, em fêmeas do ácaro-vermelho-do-

cafeeiro Oligonychus ilicis (McGregor) (Acari: Tetranychidae), obtendo 50% e 99%

de mortalidade dos indivíduos em todos os extratos após 72 horas de exposição,

nas concentrações 0,02; 15,9 e 121,4 mg/mL e 10,9; 520,9 e 277,4 mg/mL,

respectivamente. A taxa de crescimento populacional caiu linearmente com o

aumento da concentração dos extratos de óleo de torta, sementes e folhas de nim

até 0,075; 15 e 144 mg/mL, a partir das quais as populações foram extintas.

Silva et al. (2003) verificaram a eficiência do inseticida formulado à base de

azadiractina 1%, NeemAzal® (óleo vegetal) no controle da “mosca-branca” Bemisia

argentifolii Bellows & Perring (Hemiptera: Aleyrodidae) em meloeiros sob condição

de casa de vegetação e campo, determinando a média de ninfas em casa de

vegetação e, de adultos e ninfas em campo. Os melhores resultados obtidos em

campo foram: no controle de adultos – azadiractina nas concentrações de 4,0 e 8,0

mL/L equivalendo a uma eficiência de 67,83 e 70,13%, respectivamente; no controle

de ninfas – azadiractina a 8,0 mL/L, com eficiência de 88,10% e azadiractina +

permethrin, cuja eficiência foi de 85,71%. Sendo que a azadiractina 1%

(Neemazal®) foi eficiente no controle tanto de adultos como de ninfas, apresentando

ação sistêmica prolongada e o thiamethoxam e o permethrin não foram eficientes no

controle de nenhuma das fases de vida.

21

Gonçalves e Bleicher (2006) constataram a eficiência na aplicação de

azadiractina 1,2% (Neemazal®) e dos extratos aquosos de sementes e folhas de

nim via sistema radicular, no controle de “mosca-branca” em meloeiro. A

azadiractina respondeu, significativamente, a partir da concentração de 24 ppm,

alcançando uma eficiência de até 81,58%, comprovando seu efeito sistêmico e

afetando as ninfas até 14 dias após sua aplicação. O mesmo foi observado para o

extrato aquoso de sementes, porém a partir de uma concentração de 16 g/100 mL,

com redução de 74,33%, enquanto que o extrato aquoso de folhas via sistema

radicular não apresentou eficiência. Néri et al. (2006) verificaram a não preferência

de “mosca-branca” por meloeiros, quando estes foram tratados com extrato aquoso

de folhas secas de nim em concentrações superiores a 6%.

Mendes et al. (2004), verificaram a eficiência de óleo de nim a 1% no controle

de Enneothrips flavens Moulton (Thysanoptera: Thripidae) na cultura do amendoim e

não obtiveram diferença significativa do tratamento em relação à testemunha.

2.5.2 Doenças e nematóides

Diniz et al. (2006) compararam vários produtos alternativos no controle da

“requeima-do-tomateiro”, causada por Phytophthora infestans (Mont.) de Bary, e

observaram que a calda bordalesa foi o mais eficiente e o óleo de nim o mais

promissor no manejo da “requeima”, com severidade final da doença de 43,7%.

Mello et al. (2005) constataram a eficácia do óleo de nim a 0,5% na inibição

do crescimento do mofo-branco, causado por Sclerotinia sclerotiorum (L ib.) de

Bary em tomateiro, e observaram uma redução na taxa de crescimento micelial e

inibição na produção de escleródios in vitro; através da análise de respirometria,

22

verificaram que o produto foi rapidamente degradado, não causando malefícios a

microbiota do solo.

Pignoni e Carneiro (2005) analisaram o efeito do óleo de nim in vitro e em

casa de vegetação sobre a severidade da antracnose do feijoeiro e pinta-preta do

tomateiro, causadas pelos fungos Colletotrichum lindemuthianum (Sacc. & Magn.)

Scrib. e Alternaria solani (Ellis & G. Martin) L.R. Jones & Grout, respectivamente. O

óleo de nim apresentou eficiência nos testes in vitro e maior eficácia nas

concentrações de 0,25 e 1,25%. Em casa de vegetação, no entanto, o controle da

pinta-preta do tomateiro só foi significativo à concentração de 1,0%, quando aplicado

duas horas antes da inoculação de A. solani, não obtendo o controle da antracnose,

nem de forma protetora nem curativa. As plantas do feijoeiro apresentaram

fitotoxidade caracterizada por folhas encarquilhadas, quando utilizadas as

concentrações de 1,0 e 1,5%, o que também foi observado por Martinez (2002) em

concentrações acima de 1,0 e 2,0%. Os autores ressaltam que a baixa eficiência

apresentada pode ser atribuída às condições ambientais, pressão de inóculo

extremamente favorável ao desenvolvimento dos sintomas das duas doenças,

decomposição da azadiractina em função do tempo e pequena ação dos compostos

ativos do nim sobre os fungos testados.

Ramos et al. (2007) avaliaram o efeito do extrato aquoso de folhas de nim

sobre o crescimento micelial de Crinipellis perniciosa (Stahel) Singer e Phytophthora

spp., os quais mesmo nas mais altas concentrações utilizadas (35%) não afetou o

crescimento de C. perniciosa, reduzindo porém, nesta concentração, a germinação

dos esporos quase por completo; o extrato apresentou inibição do crescimento para

Phytophthora spp..

23

Carneiro et al. (2007) verificaram que o óleo de nim foi tão eficiente no

controle do oídio do feijoeiro quanto o fungicida utilizado como padrão, nas

concentrações de 0,5; 1,0 e 1,5%, reduzindo 97% do número de manchas por folha.

Os extratos aquosos de sementes foram eficientes quando aplicados 48 horas antes

ou 24 horas depois da inoculação do patógeno, porém o extrato de folhas não

apresentou eficiência.

No National Research Council (1992) foi relatado que certos limonóides

extraídos das sementes de nim possuem ação nematicida, inibindo a eclosão dos

ovos e reduzindo a capacidade dos juvenis penetrarem nas raízes das plantas. Na

Alemanha, testes em casa de vegetação e a campo mostraram que tomateiros

apresentavam maior quantidade de raízes com sintomas de ataque de nematóides-

das-galhas quando cultivados em solos não tratados com a incorporação de torta de

nim.

Bridge (1996) relacionou que a incorporação de matéria orgânica ao solo é

uma das práticas a serem recomendadas no manejo de fitonematóides e na Índia, a

torta de sementes de nim é utilizada no controle de nematóides em olerícolas,

reduzindo significativamente as populações, principalmente Meloidogyne incognita

(Kofoid &. White) Chitwood e Tylenchorhynchus brassicae Siddiqi; para o cultivo do

arroz deve ser adicionado de 1,0 a 10,0 t.ha-1 de torta de nim para o controle de

Hirschmaniella spp..

Ritzinger et al. (2004) verificaram a o efeito da torta de nim (hastes e folhas

secas), 2,0 a 6,0 g.planta-1 no controle de M. incognita e M. javanica (Treub)

Chitwood inoculados em mudas de mamoeiro, e devido às condições ambientais

desfavoráveis (baixas temperaturas) durante o experimento, não obtiveram

24

resultados conclusivos; contudo, observaram uma tendência de maior crescimento

das plantas em função do aumento na concentração de torta.

Oliveira et al (2005) avaliaram o efeito de produtos químicos (abamectina e

aldicarb) e óleo de nim sobre Pratylenchus brachyurus (Godfrey) Filipjev & S.

Stekhoven, nematóide importante para a cana-de-açúcar encontrando efeito

significativo aos dois, quatro e seis meses após o plantio, porém somente o aldicarb

foi eficiente no controle da população de P. brachyurus. O óleo de nim, bem como a

abamectina, não apresentaram efeito nematicida consistente, mostrando, algumas

vezes populações do nematóide maiores do que a testemunha.

Ritzinger e Fancelli (2006) relatam que o uso de matéria orgânica no controle

de fitonematóides é bastante antigo, e que atualmente, esta prática vem sendo

bastante utilizada na agricultura orgânica. Contudo, ressaltam que as quantidades

utilizadas necessárias para supressão desta praga são bastante variáveis em função

do tipo de material, das relações entre patógeno x hospedeiro e hospedeiro x meio

ambiente, bem como do nível populacional da espécie e de sua correta identificação.

O uso de composto orgânico como tática de controle deve ser empregado desde

que se conheça o mecanismo de supressão associado ao tipo de substrato, seus

compostos ativos, sua concentração letal para cada espécie de nematóide e o

impacto sobre a microbiota e o solo.

Mesmo com todas as vantagens advindas com a utilização de extratos

vegetais no controle de pragas, estes apresentam uma série de limitações no seu

uso, como a disponibilidade de matéria-prima, as diferentes concentrações dos

compostos ativos em partes diferentes da planta, os solventes utilizados na extração

que disponibilizam maior ou menor quantidade de compostos, os métodos de

25

aplicação, a baixa persistência e os efeitos adversos sobre organismos benéficos,

como predadores, parasitóides e polinizadores (COSTA et al., 2004).

26

3 MATERIAL E METÓDOS

Inicialmente foi realizado um levantamento de campo no sentido de detectar

quais espécies de pragas ocorriam, as injúrias causadas, sua severidade e a

disponibilidade da praga em campo para realização deste estudo. Posteriormente,

com base nos dados obtidos foram realizadas as avaliações dos extratos de nim em

campo e laboratório.

3.1 Levantamento de pragas em helicônias cultivadas no Litoral Sul da Bahia

No período de agosto/2006 a junho/2007, foram realizadas coletas mensais

de raízes, folhas, flores e inflorescências de helicônias e solo da rizosfera, em

plantios comerciais nos municípios de Ibirapitanga, Ilhéus, Itabuna, Ituberá, Uruçuca

e Valença (Apêndice A). Dentre o material vegetal coletado (Apêndice B), as

principais espécies e cultivares na região do estudo foram: Heliconia psittacorum x

H. spathocircinata – cultivares ‘Golden Torch’, ‘Golden Torch Adrian’, ‘Alan Carle’; H.

caribaea x H. biihai cv. Jaquinii, H. psittacorum – cultivares ‘Red Opal’ e ‘Sassy’, H.

biihai – cultivares ‘Nappi Yellow’ e ‘Chocolate’, H. rostrata, H. latispatha, H.

wagneriana, H. stricta cv. Fire Bird, H. orthotricha cv. She, H. chartaceae – cultivares

‘Sexy Pink’ e ‘Sexy Scarlet’. As propriedades foram georeferenciadas, e as amostras

por planta eram compostas por cinco hastes vegetativas, duas hastes reprodutivas e

raízes; o material coletado era identificado e acondicionado em sacos plásticos e de

27

papel. Em seguida, as amostras coletadas foram transportadas para os Laboratórios

de Entomologia e de Fitopatologia da UESC, e mantido sob temperatura de 4 a 6ºC

(refrigerador) até a triagem.

Além dessas coletas, utilizou-se rede entomológica para captura de ortópteros

e, nos meses de fevereiro, março e abril de 2007 foi instalada nas Fazendas

Liberdade (Uruçuca) e Boa Esperança (Ibirapitanga) uma armadilha luminosa para

captura de lepidópteros. A amostragem de nematóides foi realizada por seis meses

(agosto/2006 a janeiro/2007); nas áreas era feito o caminhamento em ‘zigue-zague’

sendo retiradas 10 sub-amostras de solo e de raiz que totalizaram uma amostra

composta por propriedade. Foi aplicado um inquérito fitossanitário (Apêndice C) aos

produtores rurais, para conhecimento da ocorrência de pragas, práticas de manejo e

medidas de controle adotadas.

A triagem dos insetos foi realizada sob microscópio estereoscópico e os

exemplares obtidos foram acondicionados em microtubos ‘Eppendorf’ com álcool a

70%, para posterior identificação. Os insetos foram identificados em nível de Ordem

e Família de acordo com Borror e Delong (1988), Costa et al. (1998), Cassino e

Nascimento (1999), e parte das formas imaturas, foram enviadas para o Dr.

Fernando Zanotta da Cruz (UFRGS) para confirmação das famílias.

A ocorrência ou não de doenças foi considerada através dos sintomas e ou

sinais em folhas (manchas foliares), pseudocaule (coloração e exsudatos) e rizomas

e raízes (coloração, podridão seca ou aquosa), comparando àqueles de doenças já

registradas, com auxílio de microscópio estereoscópico, microscópio ótico e

montagem de lâminas de microscopia. Ao material que apresentava apenas

sintomas, procedeu-se o isolamento do tecido vegetal adjacente à área doente, em

placas de Petri contendo meio de cultura Batata-Dextrose-Agar (BDA), sendo as

28

placas colocadas em câmaras climatizadas do tipo BOD a ± 28°C. Após uma

semana, as colônias obtidas foram repicadas e montadas em lâminas de

microscopia para identificação. As amostras vegetais que apresentavam sinais do

patógeno foram colocadas em lâminas de microscopia e observadas às estruturas

sob microscópio ótico. Quanto às doenças, associou-se a sintomatologia encontrada

em campo com aquela descrita em literatura: Almeida et al. (1985), Madriz et al.

(1991), Assis et al. (2002), Warumby et al. (2004), Lins e Coelho (2004), Gasparotto

et al. (2005), Serra e Coelho (2007), e parte dos fungos fitopatogênicos isolados

foram depositados na Micoteca da CEPLAC.

A presença de fitonematóides associados ao sistema radical e rizosfera das

helicônias foi avaliada pela sintomatologia das raízes e extração pelos métodos de

Jenkins1 e Coolen e D’Herde2 citados por Tihohod (1993), sendo fixados e

acondicionados em recipientes de vidro de 8,0 mL. As suspensões de nematóides

obtidas foram quantificadas e identificadas, por especialista do Instituto Biológico de

São Paulo, em nível de gênero e ou espécie.

Com base no número de amostragens e exemplares obtidos foram

determinados os índices de freqüência, abundância, dominância e constância para

as principais pragas que ocorram na região por meio do Programa ANAFAU

(MORAES et al., 2003).

¹ JENKINS, W. R. A rapid centrifugal-flotation technique for separating nematodes from soil. Plant Disease Reporter, v.48, p.692, 1964. 2 COOLEN, W. A.; D'HERDE, C. J. A method for the quantitative extraction of nematodes from plant tissue. Ghent, State Nematology and Entomology Research Station, 1972. 77p.

29

3.2 Avaliação de Azadirachta indica - nim no controle de pragas

Os produtos comerciais de nim utilizado nos experimentos foram da Empresa

Cruangi Neem do Brasil Ltda na forma de óleo emulsionável – Neemseto (2,389

ppm de azadiractina A e B, nimbina e salamina por litro) e na forma de torta –

Neemtorta®. Além dos produtos comerciais, foram utilizados nos bioensaios extratos

etanólico e aquoso das folhas de nim, obtidos no Laboratório de Pesquisa em

Produtos Naturais e Síntese Orgânica (LPPNS) da UESC, conforme adaptação da

metodologia de Martinez (2002) e Souza e Vendramim (2005).

As folhas de nim utilizadas na preparação dos extratos foram coletadas na

Fazenda Ibiazul, Floresta Azul, BA, em janeiro de 2007, de sete árvores identificadas

com fitas do tecido TNT, numeradas e coloridas. Após a coleta, as folhas foram

espalhadas e mantidas durante dois dias, numa sala ventilada e protegida da

incidência dos raios solares. Ao terceiro dia, foram destacados todos os folíolos,

eliminando os danificados e com sintoma de ataque de pragas. A massa verde

obtida foi pesada em balança digital (711,54 g), em seguida submetida à secagem

em estufa de ventilação forçada, a temperatura de aproximadamente 50°C, durante

3h40min, e então, pesada para obtenção da massa seca de 470,55 g. Após o

processo de secagem, as folhas de nim foram moídas de forma a se obter o pó para

posterior preparação dos extratos.

Para a obtenção do extrato aquoso, o pó das folhas de nim foi imerso em

água destilada (100 g do pó em 1000 mL de água) em frasco Erlenmeyer envolvido

com papel alumínio, e após 21 horas, a solução foi filtrada com auxílio de funil e

papel filtro para a obtenção do extrato. O volume da solução (675 mL) foi utilizado

nas concentrações de 1,0; 5,0 e 10,0%, e usados no prazo máximo de 24 horas;

30

foram acondicionadas em frascos de vidro âmbar, a fim de evitar a decomposição

dos compostos do nim pela luz.

O extrato etanólico foi obtido por meio da adição de etanol ao pó de nim

(100 g do pó em 1000 mL de etanol PA); esta mistura foi colocada em frasco

Erlenmeyer, o qual foi seguido de agitação da mistura. O frasco foi envolto por papel

alumínio, ficando a mistura em repouso durante seis dias. Após este período de

descanso, a mistura foi filtrada em sistema com bomba de vácuo. O volume obtido

foi de 810 mL e depois de procedidas às diluições nas concentrações 1,0; 5,0 e

10,0%, foram acondicionadas em frascos de vidro âmbar.

Com a finalidade de padronizar a medida utilizada durante operação em

campo, a torta de nim foi incorporada ao solo na quantidade de 50 g.vaso-1. Os

extratos aquoso e etanólico das folhas de nim, nas concentrações de 1,0; 5,0 e

10,0%, e o óleo emulsionável (1,0%) foram pulverizados diretamente sobre folhas de

helicônias e discos de papel-toalha, em ambiente aberto, utilizando um borrifador

manual (SOUZA; VENDRAMIM, 2005) com capacidade de 500 mL para cada tipo de

veículo, cujo jato aferido em pipeta correspondeu em média de 1,5 mL por três

borrifadas.

3.2.1 Avaliação da torta de nim no controle de nematóides e cochonilha-de-raiz

Este experimento foi realizado em novembro de 2006, na Fazenda Liberdade,

município de Uruçuca, BA, com a cultivar ‘Golden Torch’, infestada pela cochonilha-

de-raiz, Dysmicoccus brevipes. Em vasos plásticos com capacidade de 24 L, foram

plantadas 60 mini-touceiras infestadas com cochonilhas, sendo que cada mini-

touceira era composta de quatro plantas, correspondendo a uma unidade

31

experimental. Metade dos vasos (30) continha solo extraído da área de cultivo com

helicônias e a outra metade, o mesmo solo, acrescido de 50 g de torta de nim

(Neemtorta®). Durante o plantio foi realizada a poda das folhas, restando apenas

metade da área foliar; e, a cada 30 dias, procedia-se a retirada das plantas daninhas

dos vasos e na área de instalação do experimento.

Foi realizada uma pré-amostragem de solo e de raízes para determinação da

população inicial de nematóides na rizosfera (solo e raiz) e determinação da

infestação média inicial de cochonilhas.

Os tratamentos, com adição e sem torta, foram avaliados aos 30 (T1 e T2), 60

(T3 e T4) e 90 dias (T5 e T6), eram identificados com faixas coloridas de tecido TNT

em delineamento inteiramente casualizado, com dez repetições. A cada 30 dias,

eram retiradas e avaliadas dez mini-touceiras completas, com e sem torta,

juntamente com amostras do solo. O material era acondicionado em sacos plásticos

de 25 L, etiquetados e encaminhados aos Laboratórios de Entomologia e

Fitopatologia da UESC, onde era realizada a triagem e registrados os dados

referentes à quantidade de cochonilha-de-raiz. A população de nematóide no solo e

raiz foi determinada por meio de extrações das amostras de solo e raízes, de acordo

com a metodologia descrita em Tihohod (1996). Os nematóides obtidos foram

encaminhados para contagem e identificação em nível de gênero e ou espécie no

Instituto Biológico de São Paulo.

Os resultados do número de cochonilhas vivas foram transformados através

da fórmula de Abbott: E (%) = (T – I/T).100, onde E = porcentagem de eficiência, T =

o número de insetos vivos na testemunha, e I = o número de insetos vivos no

tratamento realizado (NAKANO et al., 1981). Os dados de eficiência foram

submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a

32

5% de significância. O teste do qui-quadrado (χ2) foi aplicado aos dados resultantes

da observação direta dos nematóides.

3.2.2 Avaliação dos extratos aquoso e etanólico de folhas e óleo emulsionável de

nim no controle de cochonilha-de-raiz e gafanhoto

Os experimentos foram realizados no Laboratório de Entomologia da UESC,

utilizando placas de Petri descartáveis (9 cm de diâmetro) para o acondicionamento

das cochonilhas-de-raiz e potes plásticos com capacidade de 3,8 L. (gaiolas), para

os gafanhotos da espécie Eutropidacris cristata.

Plantas de helicônias, cultivar ‘She’, com sistema radicular infestado com

cochonilha-de-raiz foram acondicionadas em vasos plásticos de 24 L contendo

substrato para sobrevivência das plantas. Nos bioensaios, as cochonilhas foram

colocadas sobre discos de papel-toalha pulverizados com os tratamentos, sendo

estes, colocados em placas de Petri descartáveis. Os tratamentos utilizados nos

experimentos foram: 1) água (testemunha) (T1); 2) óleo emulsionável (Neemseto)

a 1% (T2); 3) extrato aquoso de folhas de nim a 1,0; 5,0 e 10,0% (T3, T4 e T5,

respectivamente); e, 4) extrato etanólico de folhas de nim nas concentrações de 1,0;

5,0 e 10,0% (T6, T7 e T8, respectivamente). Os discos de papel-toalha foram

pulverizados até o embebimento completo e após 15 minutos, eram colocadas 11

cochonilhas fêmeas por placa de Petri, que foram mantidas em câmara climatizada

do tipo BOD, a 28°C; as cochonilhas ficaram sem alimentação, sendo registrado o

número de indivíduos mortos após 24, 48 e 72 horas.

Os gafanhotos, provavelmente do 2º instar, após a captura em campo, foram

mantidos em gaiolas teladas no laboratório, por dois dias para aclimatação; foram

33

disponibilizadas folhas de helicônias para alimentação, tendo estas os pecíolos

envoltos em algodão embebidos com água. A unidade amostral foi representada por

três exemplares de E. cristata; estes foram colocados nas gaiolas, que continham

folhas de helicônias pulverizadas com os tratamentos. Os tratamentos aplicados

foram os mesmos descritos anteriormente, utilizados com as cochonilhas-de-raiz. A

aplicação dos produtos foi realizada nas duas faces das folhas ao ponto de

escorrimento, a uma distância de aproximadamente 30 cm e volume de calda gasto

de aproximadamente 3,0 mL.folha-1. Após 15 minutos de secagem, as folhas eram

colocadas nos potes plásticos.

As observações sobre o número de indivíduos mortos, número de exúvias e

alimentação foram efetuadas após 24, 48, 72, 120, 168 e 216 horas após aplicação

dos tratamentos. Durante o experimento, no período compreendido entre 120 e 168

horas, foi realizado um teste com chance de escolha de alimentação para os

tratamentos a 1,0% e 5,0% dos extratos aquoso e etanólico, sendo também

colocadas nas gaiolas folhas de helicônias apenas pulverizadas com água.

Em ambos os experimentos, o delineamento utilizado foi o inteiramente

casualizado, em esquema fatorial com confundimento e três repetições. Os dados

obtidos foram transformados através da fórmula de Abbott: (NAKANO et al., 1981), a

análise de variância aplicada e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de

significância.

34

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

No período do levantamento de agosto/2006 a junho/2007, foram coletadas

581 amostras. Do total destas, em 361 amostras foi verificada a presença de insetos,

em 183 amostras observaram-se sintomas de doenças, e a ocorrência de

nematóides em 370 amostras.

4.1 Levantamento de pragas em helicônias cultivadas no Litoral Sul da Bahia

Com referência a ocorrência de insetos, no total de 361 amostras, verificou-se

que 68,8% corresponderam a exemplares de adultos e 31,2% de formas jovens.

Foram encontradas e identificadas oito Ordens: Hemiptera (48,90%), Coleoptera

(21,85%), Diptera (10,58%), Orthoptera (6,75%), Hymenoptera (5,14%), Lepidoptera

(3,49%), Dermaptera (1,54%) e Isoptera (0,10%). O número total de insetos obtidos

no período do levantamento foi de 1.748 exemplares, que estão apresentados pelas

Ordens conforme mostra a Figura 1; deste total não foram identificados 29

exemplares de formas imaturas e as famílias de 55 exemplares de lagartas.

35

Figura 1 – Ordem de insetos e total de exemplares coletado em helicônias na região Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Junho/2007.

Estas Ordens agruparam um total de 45 famílias, sendo: 17 famílias na

Ordem Coleoptera; 16 na Ordem Hemiptera; quatro na Ordem Lepidoptera; três na

Ordem Hymenoptera; duas famílias nas Ordens Orthoptera e Diptera; e, uma na

Ordem Dermaptera (Tabela 1). Das famílias pertencentes à Ordem Hemiptera, os

maiores números de exemplares foram encontrados nas famílias: Pseudococcidae

(557), Aleyrodidae (150) e Aphididae (38); da Ordem Coleoptera, 228 eram da

família Phalacridae, 27 da Staphylinidae e 22 da Cerambycidae; 185 exemplares de

dípteros eram da família Psychodidae; 115 ortópteros eram da família Acrididae; e

46 himenópteros pertenciam à família Formicidae. Da Ordem Lepidoptera, foi obtido

apenas um exemplar de adulto em três das quatro famílias agrupadas.

1 2 7

3 8 2

1 8 5

2 9 1 1 8

6 1 9 0

8 5 5

0

100

200

300 400

500

600 700

800 900

Coleoptera Dermaptera Diptera Hemiptera Hymenoptera Isoptera Lepidoptera Orthoptera Imaturos

N.º

Exe

mp

lare

s

Ordem

36

Tabela 1 – Número de exemplares de insetos, em função da Ordem e Família, coletado em helicônias na região Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Junho/2007

Ordem Família Número de Exemplares

Coleoptera Carabidae Cerambycidae Chrysomelidae Coccinellidae Curculionidae Elateridae Lampyridae Meloidae Mycetophagidae Nitidulidae Passalidae Phalacridae Platypodidae Psephenidae Scarabaeidae Staphylinidae Tenebrionidae

9 22 6 1

19 18 1 4 1

14 2

228 1 3

17 27 1

Dermaptera Forficulidae 27 Diptera Psychodidae

Stratiomyidae 157

6 Hemiptera Aleyrodidae

Aphididae Cicadellidae Cicadidae Coccidae Cydnidae Diaspididae Gerridae Lygaeidae Membracidae Nabidae Neididae Pentatomidae Pseudococcidae Pyrrhocoridae Reduviidae

150 38 9 4

36 1 5 1 2 2

17 3

19 557

1 6

Hymenoptera Braconidae Chalcididae Formicidae

9 2

46 Lepidoptera Arctiidae

Hesperidae Lycaenidae Pyralidae

3 1 1 1

Orthoptera Acrididae Tettigoniidae

115 3

Isoptera - 1

37

Foram instaladas armadilhas luminosas para captura de lepidópteros, mas a

maior parte dos adultos obtidos foi destruída por formigas, sendo que os insetos

coletados em vôo (ortópteros) ou em armadilhas luminosas (lepidópteros)

representaram apenas 8,47% do total de exemplares.

Foi observado que 43,88% dos insetos amostrados estavam associados às

inflorescências (brácteas e flores), 25,40% a área foliar (folha e haste) e 22,25% ao

sistema radicial (rizoma e raízes).

Representantes de algumas Ordens foram mais freqüentes em determinadas

partes da planta: os coleópteros da família Phalacridae e os dípteros da família

Psychodidae foram coletados na sua totalidade nas brácteas e flores, concordando

com o relato de Borror e Delong (1988). Os hemípteros, no entanto, ocorreram de

forma generalizada, nas diversas partes da planta, porém de forma diferenciada em

função das Famílias: os representantes de Aleyrodidae e Coccidae em folhas e os

afídeos (Aphididae) nas inflorescências, concordando com os relatos de Assis et al.

(2002) e Warumby et al. (2004).

Os representantes da família Pseudococcidae foram os mais freqüentes nas

coletas, com total de 855 exemplares, sendo encontrados nas diversas partes da

planta: 67,32% nas raízes; 27,11% em inflorescências e nas folhas apenas 5,57%. A

grande percentagem de ocorrência em raiz se deve a presença da cochonilha-da-

raiz, espécie Dysmicoccus brevipes. Alguns pesquisadores (COLEN et al., 2001;

ASSIS et al., 2002; WARUMBY et al., 2004; LUZ et al., 2005) relataram os danos

causados por esta praga em plantios de abacaxizeiros, helicônias e palmeiras

ornamentais.

Entre os coleópteros, foram coletados apenas 19 exemplares da família

Curculionidae, porém foram observados espécimes do gênero Metamasius

38

broqueando o rizoma e hastes de H. rostrata, H. wagneriana e das cultivares ‘Fire

Bird’ e ‘Alan Carle’. Zorzenon et al. (2000) e Leon-Brito et al. (2005) descreveram

este comportamento de Metamasius spp. em juçara, pupunha e açaí, no Brasil, e em

dendezeiros na Venezuela, respectivamente.

Observou-se que as formas imaturas, principalmente as lagartas, estavam

localizadas nas inflorescências causando o seu broqueamento. Alguns exemplares

encontrados nas amostragens foram colocados em gaiolas para a obtenção de

adultos, juntamente com inflorescências, mas não houve emergência de adultos. De

forma comparativa, associando a morfologia, danos e hospedeiros, relatados por

Assis et al. (2002), Warumby et al. (2004) e Watanabe (2007), foram detectadas

duas espécies de lagartas causando o desfolhamento das helicônias: Opsiphanes

invirae (Huebner) (Brassolidae), observada na cultivar ‘Golden Torch Adrian’ e a

Antichloris eriphia (Fabricius) (Arctiidae), na cultivar ‘Golden Torch Adrian’ e H.

psittacorum.

O gafanhoto Eutropidacris cristata relatado por Zanetti et al. (2003) causando

danos no eucalipto, foi encontrado principalmente, nas cultivares ‘Red Opol’ e ‘Alan

Carle’ causando o desfolhamento generalizado. Espécimes do gênero Cornops

foram observados em folhas de helicônias nos municípios amostrados; o dano

causado por este gafanhoto foi relatado por Turk (1984) e Braga et al. (2003) em

folhas de helicônias e nas hastes devido à oviposição endofítica.

A análise faunística das espécies-pragas associadas às helicônias (Tabela 2)

corrobora a ocorrência destas pragas na região amostrada, sendo que D. brevipes

foi dominante, muito abundante, muito freqüente e constante; E. cristata,

Metamasius sp. e as lagartas, apesar de não dominantes, foram freqüentes nas

coletas.

39

Tabela 2 – Análise da diversidade de espécies-pragas associadas às helicônias cultivadas na região Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Junho/2007

Número

Espécie-praga Indivíduo Coleta

Dominância¹ Abundância² Freqüência³ Constância4

D. brevipes 557 21 D ma MF W E. cristata 107 12 ND ma F Y Metamasius 13 3 ND ma F Z Lagartas desfolhadora/ broqueadora

28 17 ND ma F Y

¹ SD = Super Dominante; D = Dominante; ND = Não Dominante. ² ma = Muito Abundante; a = Abundante; c = Comum; d = Dispersa; r = Rara. ³ MF = Muito Freqüente; F = Freqüente; PF = Pouco Freqüente. 4 W = Constante; Y = Acessória; Z = acidental.

No município de Valença foi observada maior diversidade de insetos, pois

foram coletados representantes de oito Ordens, sendo que o menor número ocorreu

em Ituberá. Nos municípios de Uruçuca e Ilhéus foi coletado o maior número de

exemplares, devido à alta incidência da espécie D. brevipes (Tabela 3).

Tabela 3 – Número de exemplares obtidos em helicônias, por Ordem de insetos,

coletados em municípios da região Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Junho/2007

Município Ordem Nº. amostras Nº. coletas Nº. exemplares Total Ibirapitanga Coleoptera

Dermaptera Diptera Hemiptera Lepidoptera Orthoptera

7 41

54 2 6

50 20 10

142

Ilhéus Coleoptera Diptera Hemiptera Hymenoptera Lepidoptera Orthoptera

15 75

95 54

231 9 8

91

488

Itabuna Coleoptera Dermaptera Diptera Hemiptera Hymenoptera Lepidoptera Orthoptera

10 49

153 7

77 66 21 10 3

337

40

Tabela 3 – Continuação

Município Ordem Nº. amostras Nº. coletas Nº. exemplares Total Ituberá Coleoptera

Diptera Hemiptera Hymenoptera Lepidoptera

7 27

19 26 33 9 5

92

Uruçuca Coleoptera Dermaptera Diptera Hemiptera Hymenoptera Lepidoptera Orthoptera

10 77

45 6

19 461 50 14 13

608

Valença Coleoptera Dermaptera Diptera Hemiptera Hymenoptera Isoptera Lepidoptera Orthoptera

7 47

16 12 3

14 1 1 4 1

52

Durante o período do levantamento, observou-se que nos meses de setembro

a dezembro de 2006, foram encontradas as maiores quantidades de insetos

associados às helicônias, sendo que dentre estes, verificou-se que as espécies D.

brevipes e E. cristata causavam injúrias nas helicônias (Figura 2).

Em relação às espécies e cultivares de helicônias coletadas (Apêndice B),

constatou-se que as espécies H. rostrata e H. latispatha e as cultivares ‘She’ e

‘Golden Torch’ foram as que apresentaram maiores incidências de D. brevipes,

inclusive sendo observada morte de touceiras da cultivar ‘She’. Warumby et al.

(2004) relataram esta praga ocorrendo em H. psittacorum e na cultivar ‘Edge of

Night’, em Pernambuco. Assis et al. (2002) observaram ataque da cochonilha-da-raiz

nas espécies de H. bihai, H. psittacorum e nas cultivares ‘Golden Torch’, ‘Golden

Torch Adrien’, ‘Sassy’ e ‘Lady Dy’, entre outras, em cultivos pernambucanos.

41

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

150

160

ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07

Meses de Levantamento

Nº.

Exe

mp

lare

s

D. brevipes

E. cristata

Lagartas

Figura 2 – Número de exemplares de espécies-pragas (D. brevipes, E. cristata e lagartas desfolhadoras e broqueadoras) coletadas em helicônias na região Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Junho/2007.

Analisando os índices pluviométricos e a temperatura média que ocorreu no

município de Uruçuca no período de amostragem (Figura 3), observou-se que a

partir do aumento na precipitação, início do período de chuvas, houve um

incremento na população de gafanhotos em dezembro, pois a umidade favoreceu a

eclosão das ninfas. Da mesma forma, os períodos de maior ocorrência de lagartas

broqueadoras e desfolhadoras coincidiram com os picos de pluviosidade. Verificou-

se também, que a ocorrência da cochonilha-de-raiz ocorreu nos meses com menor

pluviosidade, pois a precipitação elevada desfavorece estas pragas, afetando seu

período embrionário. A temperatura ao longo do período de amostragem esteve em

média de 23,4ºC, considerada ótima para o desenvolvimento e atividade dos insetos.

42

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

220

240

260

280

300

set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07

Meses de levantamento

Índ

ices Precipitação (mm)

Temperatura Média (°C)

Figura 3 – Dados pluviométricos e de temperatura no município de Uruçuca, BA. Setembro/2006 a Junho/2007.

Fonte: CEPLAC/CEPEC/CLIMATOLOGIA, 2007.

Verificou-se a ocorrência de Metamasius sp. apenas nas espécies H. rostrata,

H. wagneriana e nas cultivares ‘Fire Bird’ e ‘Alan Carle’. Estas espécies vegetais

estavam localizadas numa área próxima aos cultivos de palmeiras ornamentais e de

mata nativa, com outros representantes da família Arecaceae. Conforme relatado

por Zorzenon et al. (2000) em palmeiras “juçara”, “açaí” e “pupunheira”, e por Leon-

Brito et al. (2005) em dendezeiros na Venezuela, larvas da espécie M. hemipterus

estavam se alimentando de tecidos vegetais, escavando galerias, e, portanto, foi

considerada como praga. Estas observações sugerem a migração das populações

destes insetos dos plantios de palmeiras e da mata, para os cultivos de helicônias,

semelhante ao relatado por Watanabe (2007), que observou maiores índices de

infestação de lagartas desfolhadoras em helicônias, em áreas próximas ao plantio de

bananeiras. Nesta perspectiva, larvas e adultos de Metamasius poderão se tornar

uma importante praga para as espécies citadas de helicônias, na medida em que

43

novas áreas de plantio de helicônias e palmeiras ornamentais são implantadas, com

supressão das áreas de mata.

Os gafanhotos apresentaram maior ocorrência nas cultivares ‘Alan Carle’ e

‘Golden Torch’, sendo que Warumby et al. (2004) relataram a ocorrência do

gafanhoto Shistorcerca sp. em diversas espécies de H. psittacorum.

Foi observado o ataque de lagartas desfolhadoras e broqueadoras nas

inflorescências nas espécies H. psittacorum e H. rostrata, e cultivares ‘Golden Torch’

e ‘Golden Torch Adrien’, como também relatado por Assis et al. (2002) e Warumby et

al. (2004). Watanabe (2007) observou lagartas de A. eriphia e Caligo illioneus

(Nymphalidae), pragas desfolhadoras em bananais, atacando H. latispatha. Não

foram detectadas lagartas broqueadoras do rizoma, diferindo do relato de Assis et al.

(2002) e Warumby et al. (2004), que detectaram a espécie Castnia licus

(Castniidae).

Das doenças identificadas neste estudo, 74,02% ocorreram em folhas,

21,90% nas brácteas das inflorescências e 4,08% em rizomas. Na sua grande

maioria, as doenças foram de origem fúngica, não sendo observado doença

bacteriana.

As sintomatologias observadas em campo foram:

• Folhas: manchas necróticas, queima, pontuações amarelas no limbo

foliar, devido injúria mecânica de insetos; amarelecimento, murcha e

seca da planta, deformações do limbo, clorose, coloração variegada;

• Brácteas: manchas necróticas;

• Hastes: descoloroção vascular, manchas necróticas;

• Rizoma e raízes: podridões, descoloração vascular, descamação,

lesões necróticas, galhas.

44

Vários destes sintomas foram observados por Pozza et al. (1999),

Assis et al. (2002), Warumby et al. (2004) e Sologuren e Juliatti (2007) em plantas

ornamentais, dentre elas Roystonea oleraceae (palmeira imperial), Rhapis excelsa

(ráfis), Dracaena marginata (dracena) e Dypsis lutescens (areca bambu).

O sintoma de maior ocorrência foram manchas foliares (62,0%), seguido por

manchas nas brácteas (24,0%), murcha (8,0%), podridão em rizoma (4,0%) e

variegação (2,0%), sendo que o sintoma de clorose nas folhas ocorreu de forma

generalizada em todos os municípios. Pozza et al. (1999) e Sologuren e Juliatti

(2007) relataram à ocorrência de sintomas de manchas foliares, 48,9% e 87,0%

respectivamente, em plantas ornamentais.

Associada às sintomatologias observadas, foi constatada um total de 10

doenças, sendo que a “antracnose” foi a doença com maior número de ocorrências

nas áreas amostradas (337), seguida pela “murcha de Fusarium” (69), “mancha de

alga” (56), “mancha de Cladosporium” (47) e “mancha de Curvularia” (30).

A maioria das doenças observadas em campo (Tabela 4) já foi relatada em

cultivos de helicônias por diversos pesquisadores: Madriz et al. (1991), Assis et al.

(2002), Warumby et al. (2004), Moraes et al. (2006), Serra e Coelho (2007) e

Sologuren e Juliatti (2007).

45

Tabela 4 – Doenças detectadas em helicônias cultivadas no Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Junho/2007

Hospedeiro Doença Patógeno Nº. observações H. angusta Mancha foliar Colettotrichum gloeosporioides 10 Heliconia bihai Mancha foliar C. gloeosporioides 36 H. bihai cv. Chocolate Mancha foliar Pestalotiopsis sp. 10 H. bihai cv. Nappi Yellow Mancha de alga

Mancha foliar Cephaleuros virescens C. gloeosporioides

1 1

H. caribaea x H. bihai cv. Jaquinii Mancha foliar C. gloeosporioides Curvularia sp.

1 2

H. chartaceae cv. Sexy Pink Mancha foliar Murcha

C. gloeosporioides Fusarium oxysporum f. sp. cubense

13 4

H. chartaceae cv. Sexy Scarlet Murcha F. oxysporum f. sp. cubense 3 H. latispatha Mancha de alga

Mancha foliar C. virescens Cladosporium sp. C. gloeosporioides Pestalotiopsis sp.

16 4

10 1

H. orthotricha cv. She Mancha de alga Mancha foliar

C. virescens C. gloeosporioides Curvularia sp. Pestalotiopsis sp.

20 9 5 3

H. orthotricha cv. Total Eclipse Mancha foliar C. gloeosporioides Pestalotiopsis sp.

4 11

H. psittacorum Mancha foliar C. gloeosporioides 21 H. psittacorum x H. spathocircinata cv. Alan Carle

Mancha foliar Murcha

Bipolaris sp. Cladosporium sp. C. gloeosporioides F. oxysporum f. sp. cubense

4 5

18 20

46

Tabela 4 – Continuação

Hospedeiro Doença Patógeno Nº. observações H. psittacorum x H. spathocircinata cv. Golden Torch

Mancha foliar Cladosporium sp. C. gloeosporioides Drechslera sp.

28 95 7

H. psittacorum x H. spathocircinata cv. Golden Torch Adrian

Mancha de alga Mancha foliar

C. virescens Cladosporium sp. C. gloeosporioides

10 5

12 H. psittacorum cv. Red Opol Mancha foliar

Murcha

Bipolaris sp. Cladosporium sp. C. gloeosporioides Curvularia sp. F. oxysporum f. sp. cubense

8 2

21 5 7

H. psittacorum cv. Sassy Mancha foliar Cladosporium sp. 1 H. psittacorum x H. marginata cv. Nickeriense

Mancha foliar Curvularia sp. 5

H. rivularia Mancha de alga Mancha foliar

C. virescens F. oxysporum f. sp. cubense

1 10

H. rostrata Mancha de alga Mancha foliar

C. virescens C. gloeosporieides Curvularia sp.

6 35 9

H. stricta cv. Fire Bird Mancha de alga Mancha foliar

C. virescens Cladosporium sp. C. gloeosporioides Curvularia sp. Mycosphaerella sp.

2 2

17 12 4

H. wagneriana Mancha foliar Podridão

C. gloeosporioides Curvularia sp. Rhizoctonia sp.

29 1 4

47

Das doenças relacionadas, apenas a “antracnose” e a “mancha de curvulária”

foram observadas em folhas e inflorescências, diferindo de Assis et al. (2002) que

descreveram a “mancha de curvulária” como uma doença tipicamente foliar. Porém,

Warumby et al. (2004), relataram esta mancha em inflorescência de H. rostrata e

folhas de H. stricta cv. Las Cruzes.

Foram associados nove gêneros de fungos fitopatogênicos e uma espécie de

alga as doenças assinaladas, sendo que 78% dos fungos são mitospóricos. A

maioria dos agentes fúngicos foi observada em folhas: Bipolaris spp., Cladosporium

sp., Drechslera sp., Mycosphaerella sp., Pestalotiopsis sp.; nas folhas e

inflorescências: C. gloeosporioides e Curvularia spp.; e apenas F. oxysporum f. sp.

cubense nos rizomas (Figura 4). A ocorrência de fungos fitopatogênicos causando

danos em helicônias, com exceção da Drechslera sp., foi constatado por diversos

pesquisadores (MADRIZ et al., 1991; ASSIS et al., 2002; LINS; COELHO, 2004;

WARUMBY et al., 2004; COUTINHO, 2006; MORAES et al., 2006; SERRA;

COELHO, 2007; SOLOGUREN; JULIATTI, 2007).

Exemplares de Fusarium sp., Drechslera sp. e Pestalotiopsis sp. foram

depositados na Micoteca da CEPLAC, sob os números 118, 119 e 150, 151 e 152,

respectivamente. O agente da “mancha de alga”, a espécie Cephaleuros virescens,

foi observada por Almeida et al. (1985) em diversas espécies de fruteiras (citros,

sapoti, graviola, manga, etc.) e essências florestais no estado do Ceará; e por Lins e

Coelho (2004) em Tapeinochilos ananassae no estado de Pernambuco.

Não foi observada entre as espécies de helicônias amostradas a ocorrência

de Mycosphaerella fijiensis, fungo causador da doença Sigatoka-negra, relatada por

Gasparotto et al. (2005) em H. psittacorum; bem como da bactéria Ralstonia

solanacearum raça 2, causadora da “murcha-bacteriana”, citada por diversos

48

autores (ASSIS et al., 2002; LINS; COELHO, 2004; WARUMBY et al., 2004;

ALMEIDA, 2006; MORAES et al., 2006) em H. bihai, H. caribaea, H. stricta, H.

wagneriana e cultivares ‘Nickeriense’, ‘Lady Di’, ‘Sassy’, ‘Red Opol’, entre outras.

Esta observação concorda com o status adquirido pelo Estado da Bahia de Área

Livre de Sigatoka-negra e indene para a murcha-bacteriana, doença também

conhecida como “moko” (MAPA, 2007).

Figura 4 – Ocorrência de patógenos causadores de doenças em espécies de helicônias no Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Junho/2007.

Foi constatado que manchas foliares ocorreram em todas as propriedades

amostradas durante o período do levantamento, sendo que as maiores incidências

ocorreram nos meses de março, setembro e novembro de 2006. A “murcha de

Fusarium”, foi detectada apenas em três propriedades rurais, nos municípios de

2 %

5 7 %

9 %

8 %

6 % 1 %

1 % 4 % 1 %

Bipolaris sp. C. gloeosporioides C. virescens Cladosporium sp. Curvularia sp. Drechslera sp. Fusarium sp. Mycosphaerella sp. Pestalotiopsis sp.

1 1 %

Rhizoctonia sp.

49

Valença, Ibirapitanga e Uruçuca (Tabela 5), diferindo do constatado por Castro et al.

(2005), que encontrou a doença em 88% das propriedades amostradas em

Pernambuco.

Tabela 5 – Número total de ocorrências de doenças em Heliconia spp. em municípios da região Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Junho/2007

Município Doença Patógeno Total de Ocorrências

Ibirapitanga

Mancha de alga Mancha foliar Murcha Podridão

Cephaleuros virescens Cladosporium sp. Colletotrichum gloeosporioides Curvularia sp. Mycosphaerella sp. Fusarium oxysporum f. sp. cubense Rhizoctonia sp.

78

Ilhéus

Mancha de alga Mancha foliar Murcha

C. virescens Bipolaris sp. Cladosporium sp. C. gloeosporioides Curvularia sp. Pestalotiopsis sp. F. oxysporum f. sp. cubense

167

Itabuna

Mancha de alga Mancha foliar

C. virescens C. gloeosporioides Curvularia sp. Drechslera sp.

75

Ituberá

Mancha foliar Murcha

Cladosporium sp. C. gloeosporioides Curvularia sp. F. oxysporum f. sp. cubense

77

Uruçuca

Mancha de alga Mancha foliar Murcha

C. virescens Cladosporium sp. C. gloeosporioides Curvularia sp. Pestalotiopsis sp. F. oxysporum f. sp. cubense

179

Valença

Mancha de alga Mancha foliar Murcha

C. virescens Cladosporium sp. C. gloeosporioides Curvularia sp. F. oxysporum f. sp. cubense

86

A doença é resultante da interação hospedeiro x patógeno x meio ambiente,

mas também, deve ser considerada a ação do homem interferindo sobre estes três

50

fatores. Neste contexto, no município de Uruçuca foi observada a presença de maior

número de doenças e gêneros fúngicos fitopatogênicos, pois está localizada uma

área de produção comercial em larga escala (Tabela 5).

Observou-se que maiores incidências de manchas foliares ocorreram em

períodos chuvosos, entretanto, verificou-se também nos plantios comerciais

amostrados, o uso de agrotóxicos não registrados para a cultura, com intuito de se

obter o controle das doenças, a introdução de novas variedades sem o devido

cuidado com a sanidade das mudas, a adubação inadequada, o aumento do número

de plantas/ unidade de área ou por cova. As práticas adotadas na região por alguns

produtores têm interferido na relação patógeno x hospedeiro, que aliado aos fatores

climáticos favoreceu altos índices de ocorrência das doenças, sendo que estes

aspectos também foram abordados por Moraes et al. (2006).

O C. gloeosporioides, agente da antracnose, foi o patógeno mais importante,

pois foi associado aos índices máximos (classe super) de dominância, abundância,

freqüência e constância na região amostrada. Dentre os 10 agentes etiológicos

associados à helicônia na região, F. oxysporum f. sp. cubense e o C. virescens

foram os mais freqüentes e abundantes, porém a murcha de Fusarium foi acessória,

e a ‘mancha de alga’ foi constante, fato possivelmente relacionado a natureza e a

forma de disseminação de cada espécie. Os fitopatógenos Drechslera sp.,

Mycosphaerella sp. e Rhizoctonia sp. apresentaram os menores índices: pouco

freqüentes, acidentais e raras (Tabela 6).

Tabela 6 – Análise da diversidade de fitopatógenos causadores de doenças associadas à Heliconia spp. na região Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Junho/2007

Número Fitopatógeno Observação Coleta

Dominância¹ Abundância² Freqüência³ Constância4

C. gloeosporioides 350 35 SD sa SF W

F. oxysporum f. sp. cubense

69 7 D ma MF Y

Cladosporium sp. 51 10 D a MF Y

C. virescens 52 18 D ma MF W

Curvularia sp. 49 12 D a MF Y

Drechslera sp. 7 2 ND r PF Z

Bipolaris sp. 12 3 ND d PF Y

Mycosphaerella sp.

4 2 ND r PF Z

Pestalotiopsis sp. 25 4 ND c F Y

Rhizoctonia sp. 1 1 D r PF Z

¹ SD = Super Dominante; D = Dominante; ND = Não Dominante. ² sa = Super Abundante; ma = Muito Abundante; a = Abundante; c = Comum; d = Dispersa; r = Rara. ³ MF = Muito Freqüente; F = Freqüente; PF = Pouco Freqüente. 4 W = Constante; Y = Acessória; Z = acidental.

52

A partir de amostras de solo e raízes detectou-se a presença de nematóides

dos gêneros Meloidogyne, Hemicycliophora, Mesocriconema e Rotylenchulus, sendo

constatadas as espécies Helicotylenchus erythrinae, H. crenacauda, H. dihystera e

Pratylenchus zea (Tabela 7).

Tabela 7 – Fitonematóides associados à rizosfera de Heliconia spp. na região Litoral

Sul da Bahia. Agosto/2006 a Janeiro/2007

Nº nematóide Município Fitonematóide

Solo Raiz Ibirapitanga Helicotylenchus erythrinae

Meloidogyne sp. Nematóide de vida livre

286 0

231

0 14 21

Ilhéus H. erythrinae Hemicycliophora sp. Meloidogyne sp. Nematóide de vida livre

1.089 7

14,8 1.472

12,2 0 0

460,2 Itabuna H. erythrinae

H. crenacauda H. dihystera Pratylenchus zeae (fêmea) Mesocriconema sp. Nematóide de vida livre

157,2 38,4 32 1 1

545,6

69 0 0 0 0

433 Ituberá H. erythrinae

Nematóide de vida livre 270

222,8 36

31,2 Uruçuca Rotylenchulus sp.

H. dihystera Nematóide de vida livre

170 45

165

0 0

42 Valença H. erythrinae

H. dihystera Meloidogyne sp. Nematóide de vida livre

236,4 0 0

433,2

41 5,6 26

106,4

Na Figura 5, pode-se observar que ocorreu uma grande quantidade de

nematóides de vida livre na maioria das áreas amostradas dos municípios da região

Litoral Sul da Bahia.

53

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500

Helicotylenchus crenacauda

Helicotylenchus dihystera

Helicotylenchus erythrinae

Hemicycliophora

Meloidogyne

Mesocriconema

Nematóides vida livre

Pratylenchus zeae

RotylenchulusN

emat

óid

es

Nº. Indivíduos

Raiz

Solo

Figura 5 – Número de nematóides associados ao sistema radical de helicônias no Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Janeiro/2007.

Verificou-se que juvenis de Meloidogyne, conhecido como “nematóide-das-

galhas”, estavam infectando raízes de helicônias, nos municípios de Valença, Ilhéus

e Ibirapitanga. Esta praga foi detectada em reboleiras, por meio dos sintomas de

murcha nas horas mais quentes do dia e baixo desenvolvimento das plantas, sendo

observada a formação de galhas nas raízes coletadas, concordando com o relatado

por Lins e Coelho (2004) e Warumby et al. (2004).

As espécies do gênero Helicotylenchus, conhecido por adquirir a forma

espiralada ao morrer, foram encontradas nos solo e nas de raízes, devido ao seu

comportamento de ectoparasita ou de endoparasita migrador. Este gênero,

juntamente com Radopholus, não detectado neste estudo, são causadores de

fitonematoses e considerados por diversos autores (MENEZES; ALVES, 2000;

OLIVEIRA, 2001; LINS; COELHO, 2004; WARUMBY et al., 2004) como um dos

principais problemas fitossanitários em plantas ornamentais tropicais.

54

A espécie H. erythrinae apresentou ampla distribuição, presente em todos os

municípios amostrados, fato também observado por Wouts e Yeates (1994) em

levantamento na Nova Zelândia. Esta freqüência, provavelmente se deve ao fato de

ser um nematóide cosmopolita, com vários hospedeiros, entre os quais, mangueira,

cacaueiro e bananeira, onde espécies do gênero causam sérios danos ao sistema

radical, às plantas daninhas e essências nativas.

4.2. Injúrias causadas por pragas em helicônias cultivadas no Litoral Sul da Bahia

A “cochonilha-de-raiz” (D. brevipes) foi detectada principalmente em raízes

(Figura 6: N, O), embora também tenha ocorrido nas brácteas das inflorescências.

Foi observado o amarelecimento das folhas na maioria das espécies cultivadas de

helicônias, principalmente H. psittacorum x H. spathocircinata cv. Golden Torch e H.

orthotrica cv. She. Colen et al. (2001) e Luz et al. (2005) relataram que quando esta

praga ocorre nas raízes, ao realizarem a sucção da seiva da planta, dependendo do

nível da população, pode provocar o amarelecimento das folhas, redução do

desenvolvimento e morte da planta. Esta praga foi encontrada em todas as áreas

amostradas, com ampla disseminação na região.

O coleóptero Metamasius sp. (Figura 6 D) foi encontrado causando sérias

injúrias nos rizomas e hastes de H. rostrata, H. wagneriana, H. psittacorum x H.

spathocircinata cv. Alan Carle e H. stricta cv. Fire Bird; verificou-se o casulo, na qual

fica abrigado na fase de pupa (Figura 6 E), sendo que provoca a destruição do

sistema radicular (Figura 6 F) e causa a murcha e seca das folhas, seguida de morte

das plantas. Zorzenon et al. (2000) e Leon-Brito et al. (2005) descreveram este

55

mesmo comportamento da espécie em Rhapis excelsa (palmeira ornamental) e

Elaeis guineensis (dendenzeiro).

Foi observada à perfuração e destruição do limbo foliar da cultivar ‘Golden

Torch Adrian’ e H. psittacorum, principalmente de folhas novas, que estavam

deformadas e ou suprimidas (Figura 6L), com redução da área fotossintética; estes

danos foram associados à presença das lagartas desfolhadoras O. invirae (Figura

6J) e A. eriphia (Figura 6M), sendo estes danos também relatados por Assis et al.

(2002), Warumby et al. (2004) e Watanabe (2007).

Verificou-se que um grande número de inflorescências apresentava-se

broqueadas (Figura 6: H, I), e que a produção de hastes estava comprometida de

forma irreversível, pois em muitas ocorreu a destruição total. Observou-se nas flores

e brácteas a presença de formas imaturas, principalmente as lagartas (Figura 6G).

Não foi observada a presença de lagartas nos rizomas, mas Assis et al. (2002) e

Warumby et al. (2004) relataram que lagartas podem broquear o rizoma de

helicônias.

O gafanhoto da espécie E. cristata (Figura 6: A, B) ocorreu, principalmente

nas cultivares ‘Red Opol’ e ‘Alan Carle’, causando o desfolhamento generalizado;

observou-se grandes perfurações no limbo foliar (Figura 6C). Em muitas

propriedades os prejuízos eram significativos, de até 100%. Os gafanhotos do

gênero Cornops, menores em comprimento, foram encontrados em plantas que

apresentavam o limbo foliar rasgado, ficando apenas as nervuras, com o aspecto

rendilhado; outro sintoma observado foi a postura (endofítica), isto é a presença de

orifícios escavados nas hastes, próximo da inserção do limbo foliar, e cobertos por

uma substância translúcida e gomosa (Figura 6P), concordando com o relatado por

Turk (1984) e Braga et al. (2007).

56

Figura 6 – Insetos associados a helicônias no Litoral Sul da Bahia: adulto (A), ninfa (B) e injúrias (C) de E. cristata; adulto (D), pupa (E) e injúrias (F) de Metamasius sp.; lagarta (G) e broqueamento causado nas inflorescências (H, I); lagarta de O. invirae (J) e desfolhamento causado (L); lagarta desfolhadora A. eriphia (M); cochonilha-de-raiz, D. brevipes (N, O); oviposição endofítica de Cornops sp. (P).

A

N

C

G H I

J L M

D F E

B

O P

57

A murcha de Fusarium foi observada na espécie H. rivularia e nas cultivares

‘Alan Carle’, ‘Red Opol’ e ‘Sexy Scarlet’, onde a descoloração dos vasos pode ser

visualizada através de cortes transversais e longitudinais nas hastes e no rizoma

(Figura 7A), que apresentavam uma podridão seca. Nas áreas de ocorrência, sua

distribuição era de forma localizada, sugerindo que sua presença nestes locais, foi

devido à utilização de mudas infectadas pelo patógeno. Observou-se também, nos

municípios de Ibirapitanga (Fazenda Boa Esperança) e de Valença (Fazenda Barra),

a associação do patógeno com o ataque de nematóides dos gêneros

Helicotylenchus (Figura 8 C) e Meloidogyne, ao sistema radical da planta. Estes

resultados concordam com Assis et al. (2002), Lins e Coelho (2004) e Warumby et

al. (2004).

A antracnose, causada pelo fungo C. gloeosporioides, foi a doença de maior

incidência e distribuição na região. Lins e Coelho (2004) constataram que sua

freqüência no Estado de Pernambuco era da ordem de 86%. Os danos foram

constatados em folhas, inflorescências e nervura principal (Figura 7: E, F). As folhas

e nervuras apresentavam manchas necróticas ovaladas, de coloração castanho-

escura, com bordos definidos e o centro da lesão deprimido meio acinzentado,

apresentando um halo amarelado; dependendo da severidade da doença, ocorreu

uma redução significativa da área foliar. Nas inflorescências, as manchas necróticas

não apresentaram o halo amarelo, coalesciam, formando grandes áreas necrosadas

e escuras, comprometendo a qualidade e tornando-as impróprias para

comercialização. Estas observações concordam com o descrito por Madriz et al.

(1991), Assis et al. (2002), Lins e Coelho (2004) e Warumby et al. (2004). Foi

observado que a sua maior incidência nas inflorescências ocorreu quando as

mesmas

58

fato

Figura 7 – Doenças associadas à helicônias no Litoral Sul da Bahia: sintoma característico de descoloração vascular (A), macroconídio de F. oxysporum f. sp. cubense (B); manchas foliares associadas a Drechslera sp. (C); “mancha de alga” (D); antracnose em folhas de ‘Golden Torch’ (E) e em inflorescência de H. bihai (F).

B A

C D

E F

59

mesmas não eram retiradas do campo, passado do ponto de colheita. Este fato

sugere que a sua incidência esteja relacionada ao manejo da cultura, interferindo no

potencial de inóculo existente em campo.

Entre todas as espécies e cultivares amostradas, não foi observado sintomas

de antracnose apenas em H. rivularia, H. rauliniana, e nas cultivares ‘Nickeriense’ e

‘Sexy Scarlet’.

O fungo Pestalotiopsis sp. (Figura 8 B) foi identificado e associado a manchas

necróticas, elípticas, de coloração marrom-palha, com os bordos mais escuros e

definidos, e a presença de halo amarelo (Figura 8 A). As manchas aumentavam de

tamanho, podendo ou não estar coalescidas, sendo verificada a necrose em grandes

áreas e rasgadura dos tecidos foliares; ao centro das manchas observaram-se

pequenas pontuações negras, que correspondiam aos acérvulos do fungo. As

espécies e cultivares que apresentaram este tipo de sintomatologia foram H.

latispatha, H. bihai cv. Chocolate, H. orthotricha cv. She e H. orthotricha cv. Total

Eclipse. A mancha de Pestalotiopsis sp. foi descrita por Serra e Coelho (2007) como

a mais nova doença em helicônias, ocorrendo também em inflorescências. Madriz et

al. (1991) e Sologuren e Juliatti (2007) relatam este gênero como um importante

causador de manchas foliares em palmeiras (R. excelsa, Cocos nucifera, Caryota

mitis) e helicônias, respectivamente.

A “mancha de alga” (Figura 7 D) foi observada em sua grande maioria nas

helicônias de médio a grande porte: H. latispatha, H. rivularia, H. rostrata, e nas

cultivares ‘Nappi Yellow’, ‘She’ e ‘Fire Bird’; ocorrendo também na cultivar ‘Golden

Torch Adrian’, que é de pequeno porte.

60

Figura 8 – Mancha de Pestalotiopsis (A), conídio de Pestalotiopsis sp. (B); descamação e escurecimento da superfície da raiz devido o ataque de nematóide (C); mancha de Cladosporium (D).

As helicônias, devido ao seu porte e folhas longas e grandes, terminam por

formar no arranjo da touceira microclimas com condições de umidade, temperatura e

sombreamento favoráveis ao desenvolvimento do C. virescens. As manchas

ocorreram nas folhas e nervura central; eram arredondadas, ligeiramente ovaladas,

com aspecto felpudo, saliente, de coloração esverdeada; suas estruturas puderam

ser observadas em microscópio estereoscópico. Esta mancha foi relatada por

Almeida et al. (1985) no Ceará em diversas fruteiras (abacate, graviola, citros, etc.)

entre outras plantas hospedeiras.

A B

C D

61

O patógeno Drechslera sp. (Figura 7 C) foi associado às manchas necróticas

irregulares, delgadas, de coloração marrom e sem halo amarelo, e observado na

cultivar ‘Golden Torch’, sendo que Madriz et al. (1991) cita-o entre os agentes

fitopatogênicos causadores de manchas foliares em helioneáceas. Cladosporium sp.

ou “mancha de cladospório” (Figura 8 D) como é comumente conhecido, foi

observado causando manchas necróticas irregulares, com halo amarelo, que

coalesciam e causavam a queima do tecido foliar. A maioria das helicônias que

apresentaram este sintoma são híbridos resultantes do cruzamento de H.

psittacorum com outras espécies: ‘Alan Carle’, ‘Golden Adrien’, ‘Golden Torch

Adrien’, ‘Red Opol’ e ‘Sassy’, o que também foi verificado por Assis et al. (2002) e

Warumby et al. (2004).

O sintoma “clorose” foi observado em folhas de diversas espécies de

helicônias cultivadas e, em praticamente todas as propriedades amostradas,

provavelmente estando relacionado à deficiência nutricional e ao manejo

inadequado da cultura. Esta observação foi considerada por Moraes et al. (2006).

A localização geográfica dos pontos de amostragem está representada no

mapa da região Litoral Sul da Bahia (Figura 9). Por meio do inquérito fitossanitário

aplicado (Apêndice C), verificou-se desde a presença de cultivos abandonados

como a antropização das áreas de produção comercial em larga escala. Foram

constatadas várias práticas culturais inadequadas, como o uso irregular de

agrotóxicos, a adubação sem análise do solo, a aquisição de mudas não

certificadas, o trânsito e a introdução de mudas sem critério, plantio de mudas sem

tratamento preventivo, elevado número de plantas/cova, plantio de alguns cultivares

em áreas não sombreadas, com excessiva exposição ao sol, plantio sem curva de

nível em áreas declivosas, inflorescências deixadas no campo após o ponto de

62

colheita, entre outras. Foi observado também que a maioria dos produtores da

região não recebe assistência técnica, e não conhecem os sintomas das principais

pragas de helicônias em campo (Tabela 7).

As ocorrências fitossanitárias foram confirmadas ao longo deste estudo e a

morte de plantas foi causada por:

1) Faz. Barra - ‘murcha de Fusarium’ e ‘nematóide-das-galhas’;

2) Faz. Boa Esperança – ‘murcha de Fusarium’ e larvas de Metamasius sp. ;

3) Faz. Liberdade – ‘murcha de Fusarium’.

63

SW

S

SE

E

NW

N

NE

CANAVIEIRAS

ITAPÉ

PRESIDENTE

ITACARÉ

PRETO

ITAJÚ

DO COLÔNIA

WENCESLAU GUIMARAES

SANTA LUZIA

BARRO

ITAGIBÁ

MASCOTE

ARATACA

JUSSARI

ILHÉUS

Serra Grande

NORTE

GANDU

UNA

ITAJUÍPE

IBICARAI

ITAPITANGA

CAMACÃPAU BRASIL

URUÇUCA

COARACI

ALMADINA

BUERAREMA

SÃO JOSÉDA VITÓRIA

ITABUNAFLORESTA

AZUL

SANTA CRUZ DA VITÓRIA

DÁRIOMEIRA

BARRA DO ROCHA

AURELINO LEAL

UBAITABA

MARAUUBATÃ

CAMAMU

IBIRAPITANGA

JITAÚNAIBIRATAIA

ITAGI

AIQUARA

APUAREMA NOVA ÍBIA

ITAMARI

IPIAÚ

TAPEROÁ

NILO PEÇANHA

IGRAPIÚNA

ITUBERÁ

PIRAÍ DO

TEOLÂNDIA

TANCREDO NEVES

W

13°00'

14°00'

15°00'

13°00'

14°00'

15°00'

40°00' 39°00'

VALENÇA

GONGOGI

ESTADO DA BAHIA

PLANTA DE SITUAÇÃO

REGIÃO LITORAL SUL DA BAHIA

40°00' 39°00' Esc.: 1:1.500.000

Escala Gráfica:75.000 m60.00045.00030.00015.0000m

BARRA

BOA ESPERANÇA

BOA VISTA

ITAJAI

LIBERDADE

LUCAIA

MARINAS GARDEN

MIAMOTO

MONTE ALEGRE

PIAUÍ

SÃO JOSE

SÃO SEBASTIÃO

TERRA NOVA

Legenda

Georreferenciamento

Rios Principais

Rodovia BR-101

Limite Municipal

Figura 9 – Área de estudo sobre levantamento de pragas associadas em helicônias

cultivadas no Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Janeiro 2007.

64

Tabela 8 – Diagnóstico fitossanitário das áreas produtoras de helicônias na região Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Janeiro/2007

Propriedade Assistência Técnica

Tratos Culturais Ocorrências Fitossanitárias

Medidas de Controle Observações

Barra não Poda, capina manual,

adubação orgânica sem análise de solo, desbaste

Manchas foliares, morte de plantas, fusariose,

namatóide-das-galhas, lagartas, gafanhotos

Aplicação de inseticidas, tratamento de mudas

(água sanitária)

Aquisição de mudas em outras regiões do

estado, desconhecimento de

pragas

Boa Esperança

sim

Poda, capina química e manual, adubação química

e orgânica, desbaste, irrigação, pós-colheita

Manchas foliares, morte de plantas, cochonilha-de-raiz,

lagartas, gafanhotos, fusariose

Aplicação de fungicidas, inseticidas e herbicidas (60/60 dias), tratamento de mudas e desinfecção

de ferramentas (água sanitária)

Aquisição de mudas de outros estados (AL, SE, AM, SP, PE),

próximo a plantios de palmeiras e mata

Boa Vista não Sem trato cultural Cochonilha-de-raiz, lagartas, gafanhotos

-

Aquisição de mudas em outros estados (AL, SE, AM, SP, PE), área

dizimada com a cochonilha-de-raiz e

consorciada com coqueiro

Itajaí não Desbaste, poda, capina manual

Lagartas broqueadoras e desfolhadoras

Tratamento de mudas (água sanitária),

aplicação de inseticida (6/6 meses)

Área próxima a cultivos de cacau, banana e

pastagens

Liberdade não

Poda, capina química e manual, adubação química e orgânica, análise de solo

com mais de um ano de realizada, desbaste, pós-

colheita

Manchas foliares, morte de plantas, fusariose, podridão de raiz, cochonilha, lagartas,

gafanhotos

Aplicação de fungicidas, inseticidas e herbicidas (15/15 dias), tratamento

de mudas (fungicida)

Aquisição de mudas de outros estados (AL, SE, AM, SP, PE),

plantio morro abaixo, falta de conhecimento

pragas

65

Tabela 8 – Continuação

Propriedade Assistência Técnica

Tratos Culturais Ocorrências Fitossanitárias

Medidas de Controle

Observações

Lucaia não Poda, capina química e

manual, adubação química, desbaste

Manchas foliares

Aplicação de fungicidas e

inseticidas (15/15 dias), tratamento de

mudas (água sanitária)

Aquisição de mudas de outro estados (AL,

SE, PA, PE), desconhecimento de

pragas

Marinas Garden não Poda, capina manual, adubação, calagem, desbaste

Manchas foliares, morte de plantas, cochonilha,

lagarta, gafanhotos

Aplicação de inseticidas (15/15

dias)

Aquisição de mudas de outros estados,

desconhecimento de pragas, plantio

consorciado com cacau

Myamoto não Capina manual, desbaste, adubação irregular

Manchas foliares, cochonilha, lagartas

broqueadoras Aplicação de nim

Aquisição de mudas de outro estados (AL,

SE, AM), desconhecimento de

pragas

Monte Alegre sim

Poda, capina química e manual, adubação química, foliar e orgânica, análise de solo, desbaste, pós-colheita

Manchas foliares, cochonilha-de-raiz,

lagartas broqueadoras e desfolhadoras

Aplicação de fungicidas, inseticidas

e herbicidas (15/15 dias), tratamento de mudas (fungicida)

Aquisição de mudas de outros estados

(PE)

Piauí não Cultivo abandonado Manchas foliares, lagartas, gafanhotos

- -

São José não Capina manual, adubação química, desbaste

Gafanhoto, lagartas desfolhadoras

- Consórcio com

cultivos de cacau e banana

São Sebastião sim Capina manual, adubação orgânica, desbaste

Gafanhoto, lagartas desfolhadoras

Aplicação de caldas orgânicas

Consórcio com cultivos de cacau e

banana

66

Tabela 8 – Continuação

Propriedade Assistência Técnica

Tratos Culturais Ocorrências Fitossanitárias

Medidas de Controle

Observações

Terra Nova não Poda, capina química e

manual, adubação química e orgânica, desbaste

Manchas foliares, cochonilha-de-raiz,

lagartas broqueadoras e desfolhadoras, gafanhotos

Aplicação de fungicidas, inseticidas

e herbicidas (15/15 dias), tratamento de mudas (fungicida)

Aquisição de mudas de outros estados (AL, SE, PE), área com até 100% de

desfolhamento devido ao ataque de

gafanhotos, desconhecimento de

pragas

67

4.3 Avaliação de nim (Azadirachta indica) no controle de pragas

4.3.1 Avaliação da torta de nim (Neemtorta®) no controle de nematóides e

cochonilha-de-raiz

Os resultados obtidos com a adição da torta de nim (Neemtorta®) ao solo,

tanto para nematóides no solo como em raiz, apresentaram uma associação

significativa a 5% de probabilidade pelo teste do qui-quadrado (Tabela 9).

Tabela 9 – Média populacional de H. erythrinae, presentes no solo e na raiz, com e

sem incorporação da torta de nim (Neemtorta®) ao substrato

População média Tratamentos

Solo¹ Raiz¹

Sem torta 918,67 a 898,33 a

Com torta 566,67 b 311,66 b

1Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não apresentam associação estatisticamente significativa entre si, pelo teste do Qui-quadrado, a 5% de probabilidade.

A população inicial (pré-amostragem) de nematóides da espécie

Helycotilenchus erithrinae (nematóide espiralado) no solo foi de 1.789 indivíduos

Após a adição da torta de nim (Neemtorta®) ao substrato de plantio (50 g.vaso-1),

observou-se na 1ª avaliação, realizada aos 30 dias, a redução da população para

461 indivíduos, apresentando 74,23% de controle. Aos 60 dias após a adição da

torta, na 2ª avaliação, verificou-se que a eficiência do produto diminui para 56,57%

(777 indivíduos), mas ao final do experimento igualou-se a eficiência encontrada aos

30 dias (Figura 10).

A manutenção da população de H. erythrinae presente no solo abaixo da

população inicial durante todo o período do experimento, provavelmente foi devido

68

ao contato direto dos compostos ativos do nim com os nematóides. Aos 60 dias, a

população aumentou, sugerindo que o nematóide passou a desenvolver um

comportamento de endoparasita migrador, como forma de “escape” do contato com

o princípio ativo no solo, até o momento em que a planta passou a absorvê-lo. Aos

90 dias, observou-se uma população semelhante aos 30 dias, porém acima da

população testemunha (sem torta), indicando a necessidade de uma nova aplicação

a partir deste período.

1789

1451

1109

196

1789

461

777

462

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

0 30 60 90

Dias após plantio

Po

pu

laç

ão

de

ne

ma

tóid

es

- s

olo

Sem torta

Com torta

Figura 10 – População de nematóides no solo aos 30, 60 e 90 dias após o plantio da cultivar ‘Golden Torch’, com e sem incorporação de torta de nim (Neemtorta®), em Uruçuca, BA. Novembro/2006 a Fevereiro/2007.

Observou-se que a população de nematóides presentes na raiz, com

incorporação da torta de nim (Neemtorta®), apresentou um aumento quando

comparada à população inicial, que foi de apenas 69 indivíduos. Aos 30 dias, na 1ª

avaliação, a população de nematóides apresentou 152 indivíduos (Figura 11). Aos

60 dias, na 2ª avaliação o número de nematóides encontrados com adição da torta

foi de 629 indivíduos, sendo que na testemunha o total foi de 1.720 indivíduos, com

69

aumento da população. Na 3ª avaliação, verificou-se a redução significativa da

população nos dois tratamentos, com e sem torta (testemunha), sendo encontrado

uma população bem menor no tratamento com adição da torta de nim (154

indivíduos), com 83,0% de eficiência de controle em relação à população

testemunha (sem torta).

A avaliação da eficiência de controle de nematóides na raiz em helicônia com

a adição da torta de nim pode ter sido prejudicada devido à baixa população inicial

(69 indivíduos); esta observação foi abordada por Oliveira et al. (2005) que relatou

problemas no controle de Pratylenchus brachyurus devido à determinação da

população inicial do nematóide.

68 82

1720

893

68152

629

1540

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

0 30 60 90

Dias após o plantio

Po

pu

laçã

o d

e n

emat

óid

es -

rai

z

Sem torta

Com torta

Figura 11 – População de nematóides na raiz aos 30, 60 e 90 dias após o plantio da

cultivar ‘Golden Torch’, com e sem incorporação de torta de nim (Neemtorta®), em Uruçuca, BA. Novembro/2006 a Fevereiro/2007.

O aumento da população de nematóides em raiz no início do experimento

sugere que a torta de nim necessita de um período para a degradação do material

orgânico e liberação dos compostos de nim para a fração de água no solo, onde irão

atuar nas pragas presentes na superfície da raiz e serem absorvidos pela planta.

70

Estudos comprovam que os extratos de nim, quando em solução aquosa, são

absorvidos e translocados na planta causando o efeito esperado sobre a praga,

como os realizados por Souza e Vendramim (2005) e Gonçalves e Bleicher (2006),

que comprovaram o efeito sistêmico dos extratos aquosos de sementes de nim, ao

aplicarem 50 mL suspensão.vaso-1 (1,0; 5,0 e 10,0%) no solo, matando 100,0% de

B. tabaci biótipo B em tomateiro nas três concentrações e, 16 g.100mL-1, via sistema

radicular, obtendo 74,33% de eficiência no controle de mosca-branca em meloeiro,

respectivamente.

O sucesso na obtenção dos efeitos esperados do nim via incorporação de

matéria orgânica no solo (BRIDGE, 1996; RITZINGER; FANCELLI, 2006) deve ser

subsidiado com conhecimentos sobre o mecanismo de supressão do material

utilizado, a composição química dos compostos ativos e a concentração letal da

matéria orgânica, relacionando-os com as interações espécie-praga x hospedeiro x

meio ambiente. Estes aspectos, que interferem na eficiência de controle do

composto orgânico utilizado, foram abordados por Costa et al. (2004) e, Ritzinger e

Fancelli (2006). Além das pesquisas realizadas sobre esta alternativa no controle de

pragas, que nem sempre foram conclusivas quanto à eficiência do produto: Oliveira

et al. (2005) não obteve controle satisfatório da população de P. brachyurus em

cana-de-açúcar, aplicando óleo de nim a 2,0 L.ha-1 no plantio; e, Ritzinger et al.

(2007) observaram apenas uma tendência no crescimento das mudas de mamoeiro

infestadas com Meloidogyne incognita e ou M. javanica, ao incorporarem matéria

orgânica seca de nim (folhas e hastes) ao substrato.

Em relação aos experimentos com a cochonilha-de-raiz (D. brevipes), os

tratamentos não apresentaram diferenças significativas a 5% de probabilidade no

controle (Tabela 10), sendo que as análises estatísticas sugerem a realização de

71

novos estudos e que a população (nível de infestação) inicial seja maior do que

ocorreu neste experimento, média de oito cochonilha-de-raiz por unidade

experimental.

Tabela 10 – Eficiência (%) média no controle de D. brevipes, por tratamento, aos 30, 60 e 90 dias após incorporação da torta de nim (Neemtorta®) ao solo, Uruçuca, BA. Novembro/2006 a Fevereiro/2007

Eficiência (%) média¹

Tratamentos 30 dias 60 dias 90 dias

Sem torta 80,56 ns 76,39 ns 88,89 ns

Com torta 93,05 ns 77,78 ns 87,50 ns

1Médias não diferem estatisticamente entre si, pelo teste F, a 5% de probabilidade.

4.3.2 Avaliação dos extratos aquoso e etanólico de folhas, e óleo emulsionável de

nim (Neemseto®) no controle de cochonilha-de-raiz e gafanhoto

4.3.2.1 Cochonilha-de-raiz (Dysmicoccus brevipes)

Nos experimentos com os tratamentos a base de nim: extrato aquoso (1,0; 5,0

e 10,0%), extrato etanólico (1,0; 5,0 e 10,0%) e óleo emulsionável a 1,0%

(Neemseto®) sobre D. brevipes, verificou-se que os tratamentos com “extrato

etanólico”, nas concentrações utilizadas, apresentaram 100,0% de controle das

cochonilhas após 24 horas da aplicação, sendo superior aos demais tratamentos

(Figura 12).

72

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

24 48 72

Horas após aplicação

Efi

ciên

cia

(%)

Água Extrato Aquoso 1% Extrato Aquoso 5% Extrato Aquoso 10%

Extrato Etanólico 1% Extrato Etanólico 5% Extrato Etanólico 10% Óleo emulsionavel 1%

Figura 12 – Eficiência (%) média no controle de D. brevipes após 24, 48 e 72 horas da aplicação dos extratos de nim, in vitro.

Verificou-se que após 24 horas de aplicação, o “óleo emulsionável”

apresentou taxa de mortalidade de 45,45%, enquanto que o “extrato aquoso”, na

mesma concentração de 1%, atingiu esta eficiência somente após 48 horas

(Tabela 11). O tratamento com óleo emulsionável de nim (1,0%), proporcionou

66,67% de controle após 72 horas da aplicação sobre as cochonilhas, mostrando-se

superior ao tratamento com “extrato aquoso” que apresentou 51,52% de controle

neste mesmo período.

Ao compararmos o tratamento com “extrato aquoso” nas três concentrações

utilizadas, verificou-se que na concentração de 5% este tratamento apresentou

maior controle, com média de 6,7 cochonilhas mortas ao final de 72 horas, superior

ao obtido nas concentrações de 1,0% e 10,0%, com médias de 5,7 e 4,3 cochonilhas

73

Tabela 11 – Eficiência (%) média, por tratamento, as 24, 48 e 72 horas após o contato de Dysmicoccus brevipes com os extratos, in vitro

Tratamentos¹

Horas Água EAQ 1,0% EAQ 5,0% EAQ 10,0% EET 1,0% EET 5,0% EET 10,0% OEN 1,0%

24 24,24 a 12,12 a 21,21 a 9,09 a 100,0 c 100,0 c 100,0 c 45,45 b 48 30,30 ab 42,42 ab 48,48 ab 27,27 a 100,0 c 100,0 c 100,0 c 54,54 b 72 39,39 a 51,51 ab 60,61 ab 39,39 a 100,0 c 100,0 c 100,0 c 66,66 b

¹ Médias seguidas da mesma letra, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. EAQ – extrato aquoso; EET – extrato etanólico; OEN – óleo emulsionável. C.V.= 13,06% Fórmula de Abbott: E (%) = (T – I/T) .100, onde E = porcentagem de eficiência, T = o número de insetos vivos na testemunha, e I = o número de insetos vivos.

74

respectivamente. Em relação à testemunha, na 1ª avaliação (24 horas) constatou-se

que o número médio de indivíduos mortos foi superior ao “extrato aquoso”, nas três

concentrações, sugerindo que por um determinado período as cochonilhas

alimentaram-se do extrato. Entretanto, após 72 horas de aplicação, observaram-se

os efeitos tóxicos do extrato aquoso de nim a 10,0%, quando a mortalidade nesta

concentração igualou-se à testemunha (Figura 12).

Verificou-se que a concentração utilizada e o período após a aplicação dos

tratamentos foram significativos para a eficiência de controle com o “extrato aquoso”.

Mourão et al. (2004b) trabalharam com extrato aquoso de sementes e folhas do nim

e verificaram que o extrato aquoso de folhas necessitava de uma maior

concentração (121,4 mg.mL-1) em relação ao extrato aquoso de sementes, para

obtenção dos mesmos efeitos tóxicos do nim em ácaro-vermelho-do-cafeeiro.

Gonçalves e Bleicher (2006) verificaram que o extrato aquoso de folhas de nim não

apresentou eficiência no controle de B. tabaci biótipo B quando aplicado via sistema

radicular. Entretanto, Prates et al. (2003) verificaram que quando o extrato aquoso

de folha de nim foi aplicado na dieta artificial, causou 100% de mortalidade das

lagartas S. frugiperda com doses entre 0,5 mg.mL-1 e 10,0 mg.mL-1, após 12 dias.

Castiglioni et al. (2002) constataram que após o quinto dia da aplicação do extrato

aquoso de folhas do nim (1,0 e 5,0% p/v), a mortalidade do ácaro-rajado aumenta,

chegando a 85,0% de controle. Neste trabalho, a baixa eficiência verificada no

tratamento “extrato aquoso”, provavelmente foi devido ao curto período de avaliação,

pois a eficiência deste tratamento é fortemente determinada pelo efeito residual e a

concentração.

O tratamento “extrato etanólico” (1,0; 5,0 e 10,0%), diferiu estatisticamente

dos demais tratamentos, causando 100% de mortalidade das cochonilha-de-raiz em

75

24 horas após a sua aplicação (Tabela 11), possivelmente se deve ao fato do

solvente utilizado ser o etanol. Os compostos de nim são altamente solúveis em

álcool, fazendo com que os extratos obtidos com este tipo de solvente apresentem

um efeito inseticida muito maior que aqueles obtidos em água. A atividade pesticida

até 50 vezes maior do extrato etanólico foi abordada no National Research Council

(1992).

Somente na última avaliação, realizada 72 horas após a aplicação dos

tratamentos, nos tratamentos “extrato aquoso” (5,0%) e “óleo emulsionável” (1,0%),

o efeito tóxico sobre as cochonilhas foi observado: embora estivessem vivas,

estavam imóveis, mesmo quando tocadas. Este comportamento foi relatado por

Martinez e Emdem (2001) ao verificarem os efeitos tóxicos da azadiractina sobre

lagartas de S. litoralis.

4.3.2.2 Gafanhoto (Eutropidacris cristata)

A eficiência de 100% na mortalidade de E. cristata foi verificada após 120

horas da aplicação do “extrato etanólico” na concentração de 10,0% (Figura 13). Os

indivíduos antes de morrerem apresentaram os seguintes sintomas de intoxicação:

paralisia, tremores, falta de coordenação motora, lentidão e não se alimentavam.

Na testemunha e no tratamento “extrato aquoso” (1,0%) não foi observado a

mortalidade dos indivíduos, sendo que na 6ª avaliação (216 h) todos os gafanhotos

estavam vivos, e não apresentavam sintomas intoxicação; todos os indivíduos na

testemunha se alimentaram no decorrer do experimento, porém os indivíduos do

tratamento “extrato aquoso” (1,0%) só passaram a se alimentar após 72 horas da

76

aplicação. Comportamento semelhante foi observado nos indivíduos do tratamento

“óleo emulsionável” (1,0%), no que se refere à alimentação (Tabela 12).

0102030405060708090

100110

24 48 72 120 168 216

Horas após aplicação

Efi

ciên

cia

(%)

Água * Extrato Aquoso* 1% Extrato Aquoso 5% Extrato Aquoso 10%

Extrato Etanólico 1% Extrato Etanólico 5% Extrato Etanólico 10% Óleo Emulsionável 1%

Figura 13 – Eficiência (%) média no controle de E. cristata após 24, 48, 72, 120, 168 e 216 horas da aplicação dos extratos de nim, in vitro.

* Os tratamentos “água” e “extrato aquoso 1,0%” obtiveram 0% de eficiência no controle de E. cristata.

Os tratamentos “extrato aquoso” a 5% e a 10% apresentaram 88,89% e

77,78% de eficiência no controle, respectivamente. Na última avaliação, 216 horas

após a aplicação dos tratamentos, verificou-se que o tratamento “extrato etanólico” a

1,0% e 5,0% apresentaram 88,89% de eficiência de controle, isto é a mesma

eficiência do “extrato aquoso” a 5,0% (Tabela 12).

77

Tabela 12 – Médias de eficiência (%) e alimentação de folhas de helicônias, por tratamento, após 24, 48, 72, 120, 168 e 216 horas da aplicação, no controle de E. cristata, in vitro

Tratamentos¹

Água EAQ 1% EAQ 5% EAQ 10% EET 1% EET 5% EET 10% OEN 1% Horas

% E Alm % E Alm % E Alm % E Alm % E Alm % E Alm % E Alm % E Alm

24 0 S 0 N 0 N 0 N 0 N 0 N 0 N 0 N

48 0 S 0 N 0 N 0 N 0 N 0 N 0 N 0 N

72 0 S 0 S 0 N 0 N 0 N 11,1 N 33,3 N 0 S

120 0 S 0 N S 33,3 N S 0 N 11,1 N S 44,4 N S 100,0 - 0 S

168 0 S 0 N S 77,8 N S 22,2 N 11,1 N S 55,6 N S 100,0 - 0 S

216 0 S 0 N 88,9 N 77,8 N 88,9 N 88,9 N 100,0 - 11,1 S ¹ Não houve diferença estatística entre os tratamentos pelo Teste F a 5% de probabilidade. EAQ – extrato aquoso; EET – extrato etanólico; OEN – óleo emulsionável. Fórmula de Abbott: E (%) = (T – I/T) .100, onde E = porcentagem de eficiência, T = o número de insetos vivos na testemunha, e I = o número de insetos vivos. Alimentação (Alim): N = não ocorreu alimentação; S = ocorreu alimentação. Teste com “Chance de escolha”: S = ocorreu alimentação em folhas pulverizadas com água; N = não ocorreu alimentação em folhas pulverizadas com extrato.

78

O efeito deterrência foi verificado nos tratamentos “extrato etanólico” e

“extrato aquoso”, ambos nas concentrações de 1,0 e 5,0%, tendo sido colocadas

folhas de helicônias apenas pulverizadas com água, entre 120 e 168 horas da

aplicação dos tratamentos. Neste teste, com “chance de escolha”, observou-se que

as folhas pulverizadas apenas com a água foram totalmente devoradas pelos

gafanhotos sobreviventes. Após 168 horas, foram retiradas as folhas pulverizadas

apenas com água, sendo fornecidas, novamente, folhas pulverizadas com os

extratos, e verificou-se que os indivíduos não se alimentavam (Tabela 12).

O efeito anti-alimentar observado até as 72 horas após a aplicação dos

tratamentos “extrato aquoso” (1,0%) e “óleo emulsionável” (1,0%), provavelmente foi

devido à baixa concentração, não apresentando efeito residual ao longo do período

de avaliação. Diversos autores (NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 1992;

MARTINEZ; EMDEM, 2001; MARTINEZ, 2002; COSTA et al., 2004; MOREIRA et al.,

2006; NERI et al., 2006) relataram o efeito de deterrência dos compostos ativos do

nim sobre os insetos, que aliado a outros efeitos tóxicos secundários interfere de

forma decisiva na biologia do inseto.

Além do efeito de deterrência, foi verificado o efeito de repelência nos

gafanhotos, pois estes se mantinham afastados das folhas pulverizadas com os

extratos, ficando sempre o mais distante possível dentro das gaiolas. Este efeito

também foi observado por Néri et al. (2006) ao avaliarem a preferência para

alimentação e oviposição de insetos adultos de mosca-branca em meloeiros.

A não significância dos tratamentos a 5% de probabilidade, possivelmente foi

devido a não mortalidade dos indivíduos nas primeiras horas após a aplicação dos

tratamentos. Os resultados obtidos sugerem a realização de novos estudos, a fim de

79

se observar as diferenças significativas entre os tratamentos, adotando-se outros

procedimentos.

Os resultados obtidos nos experimentos com os gafanhotos, demonstraram

que a mortalidade foi dependente do veículo e do número de horas após a aplicação

dos tratamentos, sendo observado que a mortalidade das ninfas, no tratamento

“extrato etanólico” a 5%, ocorreu após 72 horas da aplicação, enquanto que a 1% de

concentração, a mortalidade ocorreu após 120 horas de aplicação dos tratamentos.

Este modo de ação dose-dependente dos compostos de nim foi relatado por

Martinez (2002) e Costa et al. (2004).

O tratamento “óleo emulsionável” (1,0%) apresentou baixa eficiência no

controle dos gafanhotos, provavelmente este tratamento apresente um efeito tóxico

maior por meio do contato, como ocorreu com D. brevipes. Mendes et al. (2004)

constataram que o óleo emulsionável em fórmula comercial (NIM-I-GO®) não

controlou Enneothrips flavens na cultura do amendoim. Pasini et al. (2003) e Pereira

et al. (2006) não observaram inibição na postura de O. yothersi (Acari:

Tetranychidae) e redução da incidência de C. anonella, respectivamente, utilizando

formula comercial do óleo do nim (Bioneem®). Estes resultados, no entanto, diferem

de Salles e Rech (1999) e Silva et al. (2003) que obtiveram sucesso no controle de

moscas-das-frutas (redução de postura) e de mosca-branca (mortalidade de adultos

- 70,13% e de ninfas - 88,10%), respectivamente, via aplicação do óleo de nim

(Neemazal®) no sistema radical.

Pelos resultados obtidos podemos ressaltar a eficiência dos tratamentos com

“extrato etanólico” no controle in vitro das duas espécies de pragas, entretanto os

tratamentos com “extrato aquoso” de folhas do nim, pela facilidade do preparo,

possibilitam a sua utilização como alternativa de controle de pragas pelos

80

agricultores, principalmente para as culturas que não têm agrotóxicos registrados no

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Além destes aspectos, no

manejo integrado de pragas é necessário cautela na utilização dos compostos do

nim, pois vários pesquisadores (HIROSE et al., 2001; MARQUES et al., 2004;

GONÇALVES-GERVÁSIO; VENDRAMIM, 2004; SILVA; MARTINEZ, 2004;

MOURÃO et al., 2004a; DEPIERI et al. 2005) vêm estudando os efeitos dos extratos

do nim sobre predadores, parasitóides e fungos entomopatogênicos, visando à

compatibilidade deste método de controle natural com o controle biológico.

81

5 CONCLUSÕES

Nas condições em que os experimentos foram conduzidos, foi possível

concluir que:

• A cochonilha-de-raiz Dysmicoccus brevipes, espécie muito abundante, muito

freqüente e constante, e o coleóptero Metamasius sp., pelas severas injúrias

que causa ao sistema radicular das helicônias, constituem importantes

ocorrências fitossanitárias.

• O gafanhoto Eutropidacris cristata e as lagartas Opsiphanes invirae e

Antichloris eriphia afetam drasticamente a área foliar das helicônias.

• As lagartas broqueadoras causam injúrias irreversíveis na produção de flores

de helicônias, pois afetam sua qualidade e valor comercial.

• A doença mais freqüente no Litoral Sul da Bahia é a antracnose causada pelo

fungo Colletotrichum gloeosporioides.

• A fusariose, causada pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. cubense, é uma

doença acessória, presente em 23,0% das propriedades amostradas.

82

• A torta de nim apresentou eficiência no controle de Helicotylenchus erithrinae

até 30 dias após a incorporação da torta de nim (Neemtorta®) no solo.

• O extrato etanólico de folhas do nim obteve 100% de eficiência no controle de

Dysmicoccus brevipes, após 24 horas de contato.

• O extrato aquoso das folhas de nim apresenta maior eficiência na

concentração de 5,0%, no controle de Dysmicoccus brevipes.

• O extrato aquoso (5,0 e 10,0%) e etanólico (1,0; 5,0 e 10,0%) apresentaram

efeito de deterrência e repelência sobre Eutropidacris cristata.

83

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ALMEIDA, I. M. G. Importância de bactérias fitopatogênicas em plantas ornamentais e seu controle. In: Anais XIV Reunião Itinerante de Fitossanidade do Instituto Biológico. Plantas Ornamentais. Pariquera-Açu, SP, p. 7-12, abr. 2006. (Palestra). Disponível em: <www.biologico.sp.gov.br/rifib/index.htm>. Acesso em: 16 nov. 2007.

ALMEIDA, R. T.; VASCONCELOS, J.; FREIRE, V. F. Plantas hospedeiras da alga Cephaleuros virescens Kunze no Estado do Ceará, Brasil. Ciência Agronômica, v. 16, n. 2, p. 53-55, 1985.

ALVES

, R. M. O.; SIMÕES, C. Cultivo de helicônias na Bahia. Bahia Agrícola, v. 5, n. 3, p. 9-11, 2003.

ASSIS, S. M. P.; MARIANO, R. R. L.; GONDIM JR., M. G. C.; MENEZES, M.; ROSA, R. C. T. Doenças e pragas das helicônias: diseases and pests of heliconias. Recife: UFRPE, 2002. 102p.

BORROR, D. J.; DELONG, D. Introdução ao estudo dos insetos. São Paulo: Edgard Blücher Ltda., 1988. 653p.

BRAGA, C. E.; NUNES, A. L.; ADIS, J. Cornops frenatum frenatum (Marschall, 1836) (Orthoptera, Acrididae, Leptysminae): ocorrência e oviposição em quatro espécies de Heliconia (Heliconeaceae) na Amazônia Central, Brasil. Amazoniana, v. 19, n.3, p. 227-231, 2007.

BRIDGE, J. Nematode management in sustainable and subsistence agriculture. A Annual Review of Phytopathology, v. 34, p. 201-225, 1996.

CARNEIRO, S. M. T. P. G; PIGNONI, E.; VASCONCELLOS, M. E. C.; GOMES, J. C. Eficácia de extratos de nim para o controle do oídio do feijoeiro. Summa Phytopathologica, v. 33, n. 1, p. 34-39, 2007.

CASTRO, C. E. F. Helicônia para exportação: Aspectos técnicos da produção. Brasília: EMBRAPA-SPI, 1995. 44 p. (FRUPEX, 16).

CASTRO, N. R.; LARANJEIRA, D.; COELHO, R. S. B. Ocorrência da murcha de fusário em helicônia em Pernambuco e avaliação de métodos de inoculação. In:

84

CONGRESSO BRASILEIRO DE FITOPATOLOGIA, 38., 2005, Brasília. Resumos... Brasília: SBF, 2005. Fitopatologia Brasileira, v. 30, p.135, 2005. Suplemento.

CASSINO, P. C. R.; NASCIMENTO, F. N. Aleirodídeos (Homoptera: Aleyrodidae) em plantas cítricas no Brasil: distribuição e identificação. Anais Sociedade Entomológica do Brasil, v. 28, n. 1, p. 75-83, 1999.

CASTIGLIONI, E.; VENDRAMIM, J. D.; TAMAI, M. A. Evaluación del efecto tóxico de extractos acuosos y derivados de meliáceas sobre Tetranychus urticae (Koch) (Acari, Tetranychidae). Agrociência, v. 4, n. 2, p. 75-82, 2002.

COLEN, K. G. F.; MORAES, J. C.; SANTA-CECÍLIA, L. V. C.; BONETTI FILHO, R. Z.; CARNEVALE, A. B. Determinação de injúrias e danos da cochonilha pulverulenta Dysmicoccus brevipes (Cockerell, 1893) (Hemiptera: Pseudococcidae) ao abacaxizeiro. Ciência Agrotécnica, v. 25, n. 3, p. 525-532, 2001.

COMISSÃO EXECUTIVA DO PLANO DA LAVOURA CACUAEIRA (CEPLAC). Dados pluviométricos e de temperatura do município de Uruçuca, BA. Climatolologia, 2007.

COSTA, C; VANIN, S. A.; CASARI-CHEN, S. A. Larvas de Coleoptera do Brasil. São Paulo: Museu de Zoologia/USP, 1998. 165p.

COSTA, E. L. N.; SILVA, R. F. P.; FIUZA, L. M. Efeitos, aplicações e limitações de extratos de plantas inseticidas. Acta Biológica Leopoldensia, v. 26, n. 2, p. 173-185, 2004.

COUTINHO, L. N. Aspectos de fungos fitopatogênicos em plantas ornamentais e seu controle. In: Anais XIV Reunião Itinerante de Fitossanidade do Instituto Biológico. Plantas Ornamentais. Pariquera-Açu, SP, p. 13-20, abr. 2006. (Palestra). Disponível em: <www.biologico.sp.gov.br/rifib/index.htm>. Acesso em: 16 nov. 2007.

DEPIERI, R. A.; MARTINEZ, S. S.; MENEZES JR., A. O. Compatibility of the fungus Beauveria Bassiana (Bals.) Vuill. (Deuteromycetes) with extracts of neem seeds and leaves and the emulsible oil. Neotropical Entomology, v. 34, n. 4, p. 601-606, 2005.

DINIZ, L. P.; MAFFIA, L. A.; DHINGRA, O. D.; CASALI, V. W. D.; SANTOS, R. H. S.; MIZUBUTI, E. S. G. Avaliação de produtos alternativos para o controle da requeima do tomateiro. Fitopatologia Brasileira, v. 31, n. 2, p. 171-179, 2006.

GASPAROTTO, L.; PEREIRA, J. C. R.; URBEN, A. F.; HANADA, R. E.; PEREIRA, M. C. N. Heliconia psittacorum: hospedeira de Mycosphaerella fijiensis, agente causal da Sigatoka-negra da bananeira. Fitopatologia Brasileira, v. 30, n. 4, p. 423-425, 2005.

GONÇALVES-GERVÁSIO, R. C. R.; VENDRAMIM, J. D. Efeito de extratos de meliáceas sobre o parasitóide de ovos Trichogramma pretiosum Riley

85

(Hymenoptera: Trichogrammatidae). Neotropical Entomology, v. 33, n. 5, p. 607-612, 2004.

GONÇALVES, M. E. C.; OLIVEIRA, J. V.; BARROS, R.; TORRES, J. B. Efeito de extratos vegetais sobre estágios imaturos e fêmeas adultas de Mononychellus tanajoa (Bondar) (Acari: Tetranychidae). Neotropical Entomology, v. 30, n. 2, p. 305-309, 2001.

GONÇALVES, M. E. C.; BLEICHER, E. Uso de extratos aquosos de nim e azadiractina via sistema radicular para o controle de mosca-branca em meloeiro. Revista Ciência Agronômica, v. 37, n. 2, p. 182-187, 2006.

HIROSE, E.; NEVES, P. M. O. J.; ZEQUI, J. A. C.; MARTINS, L. H.; PERALTA, C. H.; MOINO JR, A. Effect of biofertilizers and neem oil on the entomopathogenic fungi Beauveria bassiana (Bals.) Vuill. and Metarhizium anisopliae (Metschi) Sorok. Brazilian Archives of Biology and Technology, v. 44, n. 4, p. 419-423, 2001.

INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA (IEA). Floricultura: desempenho do comércio exterior em 2006. Artigo registrado no CCTC-IEA sob número HP-013/2007. Disponível em: <www.iea.sp.gov.br/OUT/verTexto.php?codTexto=8748>. Acesso em: 15 nov. 2007.

JUNQUEIRA, A. H.; PEETZ, M. S. Receita abaixo da esperada. Revista de Agronegócios da FGV, p. 32-33, fev. 2006.

LAMAS, A. M. Floricultura Tropical: técnicas de cultivo. Recife: SEBRAE/PE, 2002. 88p.

LEÓN-BRITO, O.; VASQUEZ, L. N.; LAREZ, C.; SILVA-ACUÑA, R. Ciclo de vida y longevidad de Metamasius hemipterus L. (Coleoptera: Curculionidae), una plaga de la palma aceitera en el Estado Monagas, Venezuela. Bioagro, v. 17, n. 2, p. 115-118. 2005.

LINS, S. R. O.; COELHO, R. S. B. Ocorrência de doenças em plantas ornamentais tropicais no Estado de Pernambuco. Fitopatologia Brasileira, Brasília v. 29, n. 3, p. 332-335, 2004.

LUZ, P. B.; BONANI, J. P.; SANTA-CECÍLIA, L. V. C. Primeira ocorrência de Dysmicoccus brevipes (COCKERREL, 1893) (Hemiptera: Pseudococcidae) na palmeira Rhapis excelsa (Thunberg) Henry ex. Rehder no Brasil. Arquivo Instituto Biológico, v. 72, n. 3, p. 391-393, 2005.

MADRIZ, R.; SMITS, G. B; NOGUERA, R. Principales hongos patogenos que afectan algunas especies ornamentales del genero Heliconia. Agronomia Tropical, v. 45, n. 5-6, p. 265-274, 1991.

86

MARQUES, R. P.; MONTEIRO, A. C.; PEREIRA, G. T. Crescimento, esporulação e viabilidade de fungos entomopatogênicos em meios contendo diferentes concentrações do óleo de nim (Azadirachta indica). Ciência Rural, 34, n. 6, p. 1675-1680, 2004.

MARTINEZ, S. S. O Nim. Azadirachta indica - natureza, usos múltiplos, produção. Londrina: IAPAR, 2002. 142p.

MARTINEZ, S. S.; EMDEM, H. F. V. Growth disruption, abnormalities and mortality of Spodoptera littoralis (Boisduval) (Lepidoptera: Noctuidae) caused by azadirachtin. Neotropical Entomology, v. 30, n. 1, p. 113-125, 2001.

MELLO, A. F. S.; LOURENÇO, S. A.; AMORIM, L. Alternative products in the "in vitro" inhibition of Sclerotinia sclerotiorum. Science Agricola, v. 62, n. 2, p. 179-183, 2005. (Nota Científica).

MENDES, P. C. D.; AMBROSANO, E. J.; GUIRADO, N.; ROSSI, F.; ARÉVALO, R. A. Utilização de defensivos alternativos no controle de Enneothrips flavens (Thysanoptera: Thripidae) na cultura do amendoim. Revista de Agricultura, v. 79, n. 3, p. 346-348, 2004.

MENEZES, C. M. S.; ALVES, R. M. O. Helicônias como flor de corte na Bahia. 2000. 22p. (Apostila).

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO (MAPA). Instrução Normativa nº. 52: de 20 de novembro de2007: publicada DOU em 21-11-2007. Seção 1, p.31.

MORAES, R.C.B. et al. Software para análise faunística – ANAFAU. In: SIMPÓSIO DE CONTROLE BIOLÓGICO, 8., 2003. São Pedro. Livro de Resumos...São Pedro: Sociedade Entomológica do Brasil, 2003. p.195.

MORAES, W. S.; NOMURA, E. S.; LIMA, J. D.; SILVA, C. M. Catalogação das doenças em plantas ornamentais do Vale do Ribeira. In: Anais XIV Reunião Itinerante de Fitossanidade do Instituto Biológico. Plantas Ornamentais. Pariquera-Açu, SP, p. 1-6, abr. 2006. (Palestra). Disponível em: <www.biologico.sp.gov.br/rifib/index.htm>. Acesso em: 16 nov. 2007.

MOREIRA, M. D. et al. Uso de inseticidas botânicos no controle de pragas. In: VENZON, M. et al. (coord.). Controle alternativo de pragas e doenças. Viçosa: EPAMIG/CTZM: UFV, 2006. p. 89-120.

MOURÃO, S. A.; SILVA, J. C.T.; GUEDES, R. N.C.; VENZON, M.; JHAM, G. N.; OLIVEIRA, C. L.; ZANUNCIO, J. C. Seletividade de extratos de nim (Azadirachta indica A. Juss.) ao ácaro predador Iphiseiodes zuluagai (Denmark & Muma) (Acari: Phytoseiidae). Neotropical Entomology, v. 33, n. 5, p. 613-617, 2004a.

87

MOURÃO, S. A.; ZANUNCIO, J. C.; PALLINI FILHO, A.; GUEDES, R. N. C.; CAMARGOS, A. B. Toxicidade de extratos de nim (Azadirachta indica) ao ácaro-vermelho-do-cafeeiro Oligonychus ilicis. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 39, n. 8, p. 827-830, 2004b.

NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Neem: a tree for solving global problems. Washington, D. C.: National Academy Press, 1992. 141p.

NAKANO, O; SILVEIRA NETO, S.; ZUCCHI, R. A. Entomologia econômica. São Paulo: Livroceres Ltda., 1981. 314p.

NÉRI, D. K. P.; GÓES, G. B.; MARACAJÁ, P. B.; MEDEIROS, D. C.; NUNES, G, H. S. Efeito do extrato aquoso de nim sobre Bemisia tabaci Biótipo B (Gennadius) (Hemiptera: Aleyrodidae), em meloeiro. Revista Verde, v. 1, n. 2, p. 48-53, 2006.

OLIVEIRA, C. M. G. Nematóides parasitos de plantas. In: IMENES, S. de L.; ALEXANDRE, M. A. V. (coords.). Pragas e doenças em plantas ornamentais. São Paulo: Instituto Biológico, p. 38- 46, 2001.

OLIVEIRA, F. S.; ROCHA, M. R.; REIS, A. J. S.; MACHADO, V. O. F.; SOARES, R. A. B. Efeito de produtos químicos e naturais sobre a população de nematóide Pratylenchus brachyurus na cultura da cana-de-açúcar. Pesquisa Agropecuária Tropical, v. 35, n. 3, p. 171-178, 2005.

PASINI, A.; CAPELO, S. M. J.; OLIVEIRA, R. C. Ensaios preliminares para avaliação da eficiência de óleo de neem no controle de Oligonychus yothersi (Acari: Tetranychidae). Semina: Ciências Agrárias, v. 24, n. 2, p. 315-316, 2003.

PEREIRA, M. C. T.; NIETSCHE, S.; FRANCA, A. C.; CORSATO, C. D. A.; NUNES, C. F.; LIMA, C. Uso do bioneem no controle da broca (Cerconota anonella) em frutos de pinheira do norte de Minas Gerais. Magistra, v. 18, n. 3, p. 204-208, 2006.

PIGNONI, E.; CARNEIRO, S. M. T. P. G. Severidade da antracnose em feijoeiro e pinta preta em tomateiro sob diferentes concentrações de óleo de nim em casa de vegetação. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 8, n. 1, p. 68-72, 2005.

POZZA, E. A.; SOUZA, P. E.; CASTRO, H. A.; POZZA, A. A. A. Freqüência da ocorrência de doenças da parte aérea de plantas na região de Lavras-MG. Ciência e Agrotécnica, v. 23, n. 4, p. 1001-1005, 1999.

PRATES, H. T.; VIANA, P. A.; WAQUIL, J. M. Atividade de extrato aquoso de folhas de nim (Azadirachta indica) sobre Spodoptera frugiperda. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 38, n. 3, p. 437-439, 2003.

88

RAMOS, A. R.; FALCÃO, L. L.; BARBOSA, G. S.; MARCELLINO, L. H.; GANDER, E. S. Neem (Azadirachta indica A. Juss) components: candidates for the control of Crinipellis perniciosa and Phytophthora ssp. Microbiological Research, v. 162, n. 3, p. 238-243, 2007.

RITZINGER, C. H. S. P.; FANCELLI, M. Manejo Integrado de nematóides na cultura da bananeira. Revista Brasileira Fruticultura, v. 28, p. 331-338, 2006.

RITZINGER, C. H. S. P.; FANCELLI, M.; LEDO, C. A. S.; SEVERINO, L. S.; SANTOS, V. S.; SAMPAIO, A. H.; SANTOS, H. H. Uso de torta de mamona e nim em mudas de mamoeiro infestadas pelo nematóide das galhas. Produtos. Mamona. In: I CONGRESSO BRASILEIRO DE MAMONA: energia e sustentabilidade. Disponível em: < www.cnpa.embrapa.br/produtos/mamona/publicacoes/trabalhos_cbm1/index.html>. Acesso em: 24 nov. 2007.

SALLES, L. A.; RECH, N. L. Efeito de extratos de nim (Azadirachta indica) e cinamomo (Melia azedarach) sobre Anastrepha fraterculus (Wied.) (Diptera:Tephritidae). Revista Brasileira de Agrociência, v. 5, n. 3, p. 225-227, 1999.

SECRETARIA DA AGRICULTURA, IRRIGAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA DA BAHIA (SEAGRI). Programas. 2007. Disponível em: < http://www.seagri.ba.gov.br/programas.asp?qact=listprogram> . Acesso em: 15 nov. 2007.

SECRETARIA DE ESTADO DO ESPÍRITO SANTO DA AGRICULTURA, ABASTECIMENTO, AQÜICULTURA E PESCA (SEAG). Floricultura. 2007. Disponível em: < http://www.seag.es.gov.br/setores/floricultura/?cd_matia=79&cd_site=52>. Acesso em: 15 nov. 2007

SERRA, I. M. R. S.; COELHO, R. S. B. Mancha de Pestalotiopsis em helicônia: caracterização da doença e potenciais fontes de resistência. Fitopatologia Brasileira, v. 32, n. 1, p. 44-49, 2007.

SILVA, F. A.C.; MARTINEZ, S. S. Effect of neem seed oil aqueous solutions on survival and development of the predator Cycloneda sanguinea (L.) (Coleoptera: Coccinellidae). Neotropical Entomology, v. 33, n. 6, p. 751-757, 2004.

SILVA, L.D.; BLEICHER, E.; ARAÚJO, A. C. Eficiência de azadiractina no controle de mosca-branca em meloeiro sob condições de casa de vegetação e de campo. Horticultura Brasileira, v. 21, n. 2, p. 198-201, 2003.

SOLOGUREN, F. J.; JULIATTI, F. C. Doenças fúngicas em plantas ornamentais em Uberlândia-MG. Bioscience Journal, v. 23, n. 2, p. 42-52, 2007.

89

SOUZA, A. P.; VENDRAMIM, J. D. Efeito translaminar, sistêmico e de contato de extrato aquoso de sementes de nim sobre Bemisia tabaci (Genn.) biótipo B em tomateiro. Neotropical Entomology, v. 34, n. 1, p.83-87, 2005.

TIHOHOD, D. Nematologia Agrícola. Jaboticabal: FUNEP, 1993. 372p.

TURK, S. Z. Acridios del N. O. A. VI: ciclo de vida de Cornops frenatum cannae Roberts y Carbonell (Acrididae, Leptysminae) con especial referencia a su oviposicion endofitica. Revista de la Sociedad Entomológica Argentina, v. 43, n. 1-4, p. 91-102, 1984.

WARUMBY, J. F.; COELHO, R. S. B.; LINS, S. R. O. Principais doenças e pragas em flores tropicais no Estado de Pernambuco. Recife: SEBRAE, 2004. 98p.

WATANABE, M. A. Pragas da bananeira atacando Heliconia latispatha Benth. (Heliconiaceae). Neotropical Entomology, v. 36, n. 2, p. 312-313, 2007.

WOUTS, W. M.; YEATES, G. W. Helicotylenchus species (Nematoda: Tylenchida) from native vegetation and undisturbed soils in New Zealand. New Zealand Journal of Zoology, v. 21, p. 213-224, 1994.

ZANETTI, R.; SOUZA-SILVA, A.; MOURA, M. A.; ZANUNCIO, J. C. Ocorrência do gafanhoto-do-coqueiro Eutropidacris cristata (Orthoptera:Acrididae) atacando plantas de eucalipto em Minas Gerais. Revista Árvore, v. 27, n.1, p. 105-107, 2003.

ZORZENON, F. J.; BERGMANN, E. C.; BICUDO, J. E. A. Primeira ocorrência de Metamasius hemipterus (Linnaeus, 1758) e Metamasius ensirostris (Germar, 1824) (Coleoptera, Curculionidae) em palmiteiros dos gêneros Euterpe e Bactris (Arecaceae) no Brasil. Arquivo do Instituto Biológico, v. 67, n. 2, p. 265-268, 2000.

90

APÊNDICES

91

APÊNDICE A – Caracterização das propriedades amostradas na região Litoral Sul da Bahia. Agosto de 2006 a junho de 2007

Propriedade Município Acesso Área Cultivada Helicônias (ha) Coordenadas Outros Cultivos

Barra Valença

Rodovia BR-101/Valença, Km 17, Ramal Tabuleiro de

Una Mirim

4,0

S 13º 21' 29,1" W 39º 10' 27,5"

S 13º 21' 31,5" W 39º 10' 31,2"

Cacau, cupuaçú, goiaba, acerola e

flores tropicais

Boa Esperança Ibirapitanga

BR-101, Trecho Itamaraty/Gandu, 5,0 km depois Itamaraty,

entrada a direita

10,0 S 14º 47' 36,1" W 39º 16' 23,4"

Cacau, pastagem,

palmeiras e flores tropicais

Boa Vista Ilhéus

Estrada Olivença/Sapucaeira,

Km 10, Ramal dos Gatos

2,1

S 14º 58' 33,0" W 39º 04' 50,0"

Cacau, seringa, pupunha,

palmeiras e flores tropicais

Itajaí Itabuna Estrada

Itabuna/Fazenda Progresso, Km 2,0

1,0 S 14º 47' 27,6" W 39º 14' 45,2"

Cacau e pastagem

Liberdade Uruçuca BR-101,

Entroncamento de Uruçuca

10,0 S 14º 33' 54,1" W 39º 19' 52,8"

Cacau, palmeiras e flores tropicais

92

APÊNDICE A – Continuação

Propriedade Município Acesso Área Cultivada Helicônias (ha)

Coordenadas Outros Cultivos

Lucaia Camamu

Rodovia Travessão/ Camamu, antes de

Orojó, entrada a direita, 6,0 km de

ramal

5,0 S 14º 06' 05,2" W 39º 12' 32,6"

Cacau, pastagem, palmeiras e flores

tropicais

Marinas Garden Ilhéus BR-415, Km 30, Trecho Itbuna/Ilhéus 2,0

S 14º 48' 02,8" W 39º 09' 05,7"

Cacau, banana, palmeiras e flores

tropicais

Myamoto Ituberá Estrada Ituberá/

Gandu, Ramal do Colônia

1,0 S 13º 45' 11,1" W 39º 10' 50,3"

Cacau, Cupuaçú, Goiaba, Acerola e

flores tropicais

Monte Alegre Itabuna

BR-101, Km 496, Trecho Itabuna/ Itajuípe, atrás do Posto Bom Preço

3,0 S 14º 43' 28,9" W 39º 20' 42,2"

Cacau, banana, pastagem e flores

tropicais

Piauí Ituberá Estrada

Ituberá/Gandu, Km 29

12,0

S 13º 47' 00,5" W 39º 19' 07,5"

S 13º 47' 01,4" W 39º 18' 54,2"

Cacau, seringa, pupunha,

palmeiras e flores tropicais

São José Ilhéus Estrada Banco da Vitória/Maria Jape,

Km 10 4,0

S 14º 49' 32,7" W 39º 05' 00,4"

Cacau, banana e flores tropicais

93

APÊNDICE A – Continuação

Propriedade Município Acesso Área Cultivada Helicônias (ha)

Coordenadas Outros Cultivos

São Sebastião Ilhéus

Estrada Ilhéus/Buerarema, após Povoado de

Areia Branca

0,5 S 14º 54' 05,2" W 39º 06' 59,0"

Cacau, banana e flores tropicais

Terra Nova Ilhéus

Rodovia Ilhéus/Uruçuca, 15

km, entrada a esquerda

1,5 S 14º 43' 51,6" W 39º 09' 16,1"

Cacau, banana e flores tropicais

94

APÊNDICE B – Coletas realizadas e espécies de helicônias amostradas na região Litoral Sul da Bahia. Agosto/2006 a Junho/2007

Ano/Mês de Coleta Propriedade Município 2006 2007

Cultivares/espécies de helicônias

Barra Valença ago., nov. e dez.

jan., fev., mar. e abr.

‘Alan Carle’, ‘Golden Torch’, ‘Golden Torch Adrien’ ‘Fire Bird’, ‘Red Opol’, ‘Sassy’,

H. angusta, H. bihai, H. latispatha, H. psittacorum, H. rostrata, H. rivularia

Boa Esperança Ibirapitanga - jan., fev., mar., abr. e mai.

‘Alan Carle’, ‘Bihai Splash’, ‘Fire bird’, ‘Golden Torch’, ‘Golden Torch Adrien’, ‘Jaquinii’,

‘Rauliniana‘, ‘She’, H. latispatha, H. rostrata, H. rivularia, H. wagneriana

Boa Vista Ilhéus set. - ‘Bihai Atlântida’, ‘Fire Bird’, ‘Golden torch’, H. bihai, H. wagneriana, H. rostrata

Itajaí Itabuna out., nov. e dez. - ‘Golden Torch’, ‘Golden Torch Adrien’ ‘Fire Bird’, H. bihai, H.latispatha

Liberdade Uruçuca set., out., nov. e

dez. jan., fev., mar., abr., mai. e jun.

‘Alan Carle’, ‘Bihai Chocolate’, ‘Caribeae Fresh’, ‘Fire Bird’, ‘Golden Torch’, ‘Golden Torch Adrien’, ‘Jaquinii’, ‘Lady Di’, ‘Nappy Red’, ‘Nappi Yellow’, ‘Nickeriense’, ‘Rauliniana’, ‘Red Opol’, ‘Sassy’,

‘Sexy Scarlet’, ‘Sexy Pink’, ‘She’, ‘Total Eclipse’, H. angusta, H. rostrata; H. dimitri sucri

Lucaia Camamu ago. - ‘She’, H. bihai

Marinas Garden Ilhéus set. - ‘Nappi Yellow’, ‘Lobster Clow Two’, ‘Red Opol’, ‘Stricta Xingu’

95

APÊNDICE B – Continuação

Ano/Mês de Coleta Propriedade Município 2006 2007

Cultivares/espécies de helicônias

Miamoto Ituberá nov., dez. jan., fev. e mai. ‘Golden Torch’, ‘Fire Bird’, H. psittacorum, H. rostrata

Monte Alegre Itabuna out., nov. e dez. jan., fev., mar. e mai.

‘Alan Carle’, 'Golden Torch’, ‘Golden Torch Adrian’, H. rostrata, H. wagneriana

Piauí Piraí do Norte ago. - ‘Bihai Atlântida’, 'Golden Torch’, ‘Sexy Pink’

São José Ilhéus - mai. ‘Golden Torch’, ‘Golden Torch Adrien’, H. bihai,

H.latispatha, H. rostrata, H. wagneriana

São Sebastião Ilhéus - abr., jun. ‘Alan Carle’, ‘Fire Bird’, ‘Golden Torch’, ‘Golden Torch Adrien’, H. wagneriana

Terra Nova Ilhéus set., out., nov. e

dez. jan., fev., mar.,

abr. e mai.

‘Alan Carle’, ‘Golden Torch’, ‘Fire Bird’, ‘Red Opol’, ‘Sassy’, H. bihai, H. latispatha, H. rostrata, H.

wagneriana

APÊNDICE C – Modelo de inquérito fitossanitário aplicado aos produtores rurais na região Litoral Sul da Bahia

Espécie Vegetal _________________________________________________

_______________________________________________________________

Cultivares ______________________________________________________

_______________________________________________________________

Proprietário _____________________________________________________

Propriedade ____________________________________________________

Localização ________________________ ________________________

Distrito Município

Coordenadas/GPS _______________________________________________

Acesso à Propriedade ____________________________________________

_______________________________________________________________

Área cultivada ___________________________Idade __________________

Assistência Técnica_______ ______________________________________

Tratos Culturais empregados______________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Ocorrências fitossanitárias ________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Medidas de Controle empregadas__________________________________

_______________________________________________________________

______________________________________________________________

Outros informações ______________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Data _____/____/_____

Responsável pelas informações __________________________________