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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA Campus São Gabriel RELATÓRIO DE ESTÁGIO DIAGNÓSTICO FLORÍSTICO/CONSERVACIONISTA DA MATA CILIAR DA SANGA FONTE DO MATO NO MUNICÍPIO DE CAÇAPAVA DO SUL - RS Maurício Madeira Tolfo São Gabriel 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

Campus São Gabriel

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

DIAGNÓSTICO FLORÍSTICO/CONSERVACIONISTA

DA MATA CILIAR DA SANGA FONTE DO MATO NO

MUNICÍPIO DE CAÇAPAVA DO SUL - RS

Maurício Madeira Tolfo

São Gabriel

2011

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DIAGNÓSTICO FLORÍSTICO/CONSERVACIONISTA DA

MATA CILIAR DA SANGA FONTE DO MATO NO

MUNICÍPIO DE CAÇAPAVA DO SUL - RS

por

Maurício Madeira Tolfo

Relatório de estágio apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia

Florestal, da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA, SG), como requisito

parcial para obtenção do grau de

Engenheiro Florestal

Orientador: Prof. Dr. IGOR POLETTO

São Gabriel

2011

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Universidade Federal do Pampa

Campus São Gabriel

Curso de Engenharia Florestal

A Comissão Examinadora, abaixo assinada,

aprova o Relatório de estágio

DIAGNÓSTICO FLORÍSTICO/CONSERVACIONISTA DA MATA

CILIAR DA SANGA FONTE DO MATO NO MUNICÍPIO DE

CAÇAPAVA DO SUL - RS

Elaborado por

Maurício Madeira Tolfo

como requisito parcial para obtenção do grau de

Engenheiro Florestal

COMISSÃO EXAMINADORA: São Gabriel, 05 de julho de 2011

_______________________________________________________ Igor Poletto, Prof. Dr. Orientador UNIPAMPA

_____________________________________________________

André Carlos Cruz Copetti, Prof. MSc.

UNIPAMPA

_______________________________________________________

Denise Ester Ceconi Dra.

Engenheira Florestal

São Gabriel, 05 de julho de 2011

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me amparar nos momentos difíceis, me dar força interior para superar as

dificuldades, mostrar os caminho nas horas incertas e me suprir em todas as minhas

necessidades.

Ao meu orientador Prof. Dr. Igor Poletto, por acreditar em mim e me mostrar o

caminho da ciência.

A banca examinadora, constituída pelo Prof. Dr. Igor Poletto, MSc. André Carlos Cruz

Copetti e Dra. Denise Ceconi, pela disponibilidade.

À minha família, a qual amo muito, pelo carinho, paciência e incentivo.

Aos amigos que fizeram parte desses momentos sempre me ajudando e incentivando.

Ao Engenheiro Florestal Nilvo Torres Dorneles, pela oportunidade, compreensão e

ensinamento nesses meses de trabalho.

A estudante do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas da Universidade

Federal do Pampa Jordana Caroline Nagel, pelo companheirismo e pela ajuda prestada na

realização deste trabalho.

A todos aqueles que não foram citados, mas que, de alguma forma, contribuíram para

a concretização deste trabalho.

Agradeço!

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RESUMO

Relatório de Estágio

Curso de Engenharia Florestal

Universidade Federal do Pampa

DIAGNÓSTICO FLORÍSTICO/CONSERVACIONISTA DA MATA CILIAR DA

SANGA FONTE DO MATO NO MUNICÍPIO DE CAÇAPAVA DO SUL - RS

AUTOR: Maurício Madeira Tolfo

ORIENTADOR: Prof. Dr. Igor Poletto

Local e Data de Defesa: São Gabriel, 05 de julho de 2011

O presente trabalho teve como objetivo realizar um diagnóstico florístico/conservacionista do

ecossistema ripário da Sanga Fonte do Mato. A Sanga Fonte do Mato está localizada no

Município de Caçapava do Sul – RS, tendo sua nascente em área urbana percorrendo 2,6 km

de área urbana e rural até chegar à barragem da Companhia Riograndense de Saneamento

Básico. Foram analisadas as frequências, as densidades, a diversidade e a presença de

espécies exóticas em 10 parcelas amostrais de 240 m² cada, ao longo do curso d’água.

Também foi observada a porcentagem de cobertura vegetal e porcentagem de degradação da

mata ciliar, confrontando-a com o que prevê o Código Florestal Brasileiro. Foram

encontrados 721 indivíduos, dentre eles, os da espécie Ligustrum lucidum W. T. Aiton.,

considerada invasora em várias regiões do país. A espécie Trichilia elegans A. Juss. foi a que

apresentou o maior número de exemplares (66) seguido de Ligustrum lucidum (60) e Eugenia

uniflora L. (49). As espécies com as maiores frequências absolutas foram a Allophylus edulis

(A.St.-Hil. et al.) Hieron. ex Niederl. com 80%, Sebastiania brasiliensis Spreng. com 60% e o

Ligustrum lucidum também com 60%. Com relação a largura mínima da mata ciliar, apenas a

parcela cinco estava de acordo com o que prevê a legislação, sendo que na parcela três, não

foi observado cobertura vegetal por espécies arbóreas. O valor médio encontrado para

degradação da mata ciliar ao longo da Sanga Fonte do Mato foi de 65%.

Palavras-chave: floresta ripária, vegetação , legislação florestal.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Localização da Sanga Fonte do Mato, Caçapava do Sul – RS.................. 15

FIGURA 2 – Localização da bacia hidrográfica da Sanga Fonte do Mato, Caçapava

do Sul – RS......................................................................................................................

16

FIGURA 3 – Localização da área de estudo e das 10 parcelas amostrais ao longo do

percurso da Sanga Fonte do Mato, Caçapava do Sul – RS..............................................

17

FIGURA 4 – Número acumulado de espécies por área amostrada na Sanga Fonte do

Mato, Caçapava do Sul – RS...........................................................................................

19

FIGURA 5 – Resíduos urbanos (apontados pela seta) encontrados ao longo da Sanga

Fonte do Mato, Caçapava do Sul – RS............................................................................

26

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SUMÁRIO

1. ORGANIZAÇÃO………………………………………………………………….. 8

2. INTRODUÇÃO……………………………………………………………………. 9

3. OBJETIVOS……………………………………………………………………….. 11

3.1. Objetivo geral…………………………………………………………………….. 11

3.2. Objetivos específicos………………………………………………...…………… 11

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA……………………………………………………. 12

4.1. Mata Ciliar……………………………………………………………………….. 12

4.2.Impactos da urbanização na degradação das matas ciliares………………….. 13

5. MATERIAL E MÉTODOS……………………………………………………….. 15

5.1. Descrição da área de estudo……………………………………………………... 15

5.2. Metodologia empregada…………………………………………………………. 17

5.2.1. Demarcação das parcelas amostrais e levantamento florístico……………... 17

5.2.2. Levantamento dos fatores ambientais e antrópicos………………………….. 18

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO…………………………………………………... 19

6.1. Levantamento florístico da mata ciliar da Sanga Fonte do Mato…………….. 19

6.2. Degradação da Mata Ciliar……………………………………………………... 25

7. CONCLUSÕES.………………………………………………………………….. 28

8. RECOMENDAÇÕES……………………………………………………………… 29

9. AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO……………………...……………………………... 30

10.REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS……...……………………………………... 31

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1. ORGANIZAÇÃO

O estágio foi realizado na Prefeitura Municipal de Caçapava do Sul, mais

precisamente na Secretaria da Saúde e Meio Ambiente, sobre supervisão do Engenheiro

Florestal Nilvo Torres Dorneles e orientação do Professor Doutor da Universidade Federal do

Pampa Igor Poletto.

Atualmente a administração municipal é dividida em dez secretarias e uma

procuradoria geral. A Prefeitura Municipal de Caçapava do Sul se encontra na Rua 15 de

Novembro, número 438 no bairro central do município. O representante legal é o atual

Prefeito Zauri Tiaraju de Castro.

A Sanga Fonte do Mato, local onde se realizou o estudo, tem um papel importante

para a comunidade local, ela atua como uma das formas de captação de água para o

município. Por isso, a grande importância na realização deste diagnóstico/conservacionista,

com a proposta de tentar buscar soluções e evitar uma possível degradação maior da mata

ciliar da sanga.

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2. INTRODUÇÃO

Atualmente, a humanidade tem questionado de maneira veemente como está sendo

feita a utilização dos recursos naturais. Tanto no meio científico como entre a população civil

é crescente a ideia de conservação e recuperação dos ecossistemas onde vive o homem, os

quais vêm sendo modificado de maneira negativa causando inúmeros prejuízos ao meio

ambiente.

A ação do homem sobre o meio, com o objetivo de melhorar a sua capacidade

econômica, social e cultural pode causar sérios impactos ambientais na natureza tais como:

extinção de várias espécies nativas tanto da fauna quanto da flora, mudanças no micro clima,

poluição de aquíferos subterrâneos, poluição da atmosfera entre outros fatores.

Neste contexto, podemos incluir as matas ciliares, que passaram e têm passado por um

processo intenso de ocupação. Matas ciliares, ripárias, ribeirinhas ou de galeria recebem esta

denominação, pois, ocorrem ao longo dos cursos d’água e no entorno de lagos e nascentes.

As matas ciliares constituem microambientes diferenciados, que ajudam no

desenvolvimento de uma vegetação florística diferente, nestes são encontrados: solos

encharcados; menor variação da temperatura ao longo do dia; umidade do ar e do solo; solos

mais estratificados e heterogêneos em termos de estrutura, textura e fertilidade; zona saturada

mais próxima da superfície. A serapilheira e o sistema radicular retêm sedimentos e

substâncias que poderiam provocar o assoreamento, eutrofização e poluição dos cursos d’água

(MARTINS e DIAS, 2001).

Segundo Rodrigues (2000), as formações ribeirinhas são responsáveis pela proteção

das águas, uma vez que servem de obstáculo para os resíduos que são arrastados pelas

enxurradas, servindo desta forma como filtro de substâncias indesejáveis. Além disto, os rios

e lagos que têm em sua volta a mata ciliar possuem águas mais límpidas e também com menor

concentração de elementos químicos.

Para Eiten (1990), mesmo quando a composição química do solo é pobre em

nutrientes, a mata de galeria mantém o chão sombreado, consequentemente, há umidade

mesmo durante a estação seca, além do mais, a reciclagem, de nutrientes devido ao acúmulo

de material orgânico sobre o solo garante a fertilidade. E retratando a importância da mata, o

autor afirma que estas atuam como barreira física, regulando os processos de troca de

nutrientes entre os sistemas terrestre e aquático, reduzindo a contaminação dos cursos d’água

por sedimentos, defensivos e resíduos conduzidos pelo escoamento superficial.

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Porém, mesmo protegidas pela Lei n◦ 4771, de 15 de setembro de 1965, estas

formações foram e continuam sendo alteradas, principalmente por atividades antrópicas. As

atividades agropecuárias associadas ao uso de queimadas e extrativismo florestal são

apontadas como as principais causas da fragmentação florestal e degradação dos ecossistemas

associados às bacias hidrográficas (PAINE e RIBIC, 2002; CORBACHO et al., 2003).

A degradação das matas ciliares através do mau uso e ocupação do solo nos limites

das matas ciliares causa sérios danos aos processos que ocorrem bacia hidrográfica, tais

como: contaminação da água a ser utilizada pela população, erosão das margens dos rios,

diminuição da fauna silvestre que depende das matas ciliares para a sobrevivência, diminuição

da vazão de água devido ao assoreamento do leito do rio e podendo também influenciar na

mudança do microclima da área, já que a quantidade de água é um fator limitante para

determinar a condição climática de uma área (MARTINS e DIAS, 2001).

Neste contexto, o Código Florestal Brasileiro define que a mata ciliar tem a função

ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a

biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e de flora, bem como proteger o solo e assegurar o

bem-estar das populações humanas.

Diante da importância deste ecossistema e sua intensa utilização, resolveu-se adotar a

mata ciliar como foco de estudo para elaboração deste trabalho. Por ser um elemento essencial

à manutenção e qualidade de vida humana, esse ecossistema vem sendo cada vez mais

estudado e, segundo Felfili et al. (2000), observa-se pouca disponibilidade de informações

técnica sobre como proceder à recuperação destes ambientes, apesar da existência de projetos

em vários locais.

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3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo geral

Realizar um diagnóstico florístico/conservacionista do ecossistema ripário da Sanga

Fonte do Mato no Município de Caçapava do Sul – RS.

3.2. Objetivos específicos

Avaliar a composição florística da mata ciliar remanescente da Sanga Fonte do Mato,

procurando obter informações a cerca da diversidade de espécies florestais e, também, da

contaminação do ambiente por espécies exóticas.

Avaliar o grau de degradação do ecossistema ripário pela ação antrópica e cobertura

do solo.

Recomendar, em função do diagnóstico realizado, medidas de recuperação ambiental.

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4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1. Mata Ciliar

As matas ciliares são formações vegetais que se encontram associados aos corpos

d’água, ao longo dos quais podem se estender por vários metros, apresentando variações na

composição florística e na estrutura comunitária (OLIVEIRA FILHO, 1994). Em geral,

ocorrem em terrenos acidentados, não havendo uma transição evidente para outras

fisionomias florestais como as matas decíduas e semidecíduas (BARBOSA, 2000). Esta

associação com as formações adjacentes resulta numa composição florística mista, com

espécies típicas das margens de rios (IVANAUSKAS et al.,1997). No entanto, as matas

ciliares diferenciam-se das formações adjacentes pela estrutura, em geral, mais densa e mais

alta devido principalmente à associação com o curso d’água (RIBEIRO e WALTER, 1998).

A mata de ciliar pode ser de dois tipos dependendo da composição florística, da

topografia e da variação da altura do lençol ao longo do ano (RIBEIRO et al., 2001):

- Mata de galeria não inundável: apresenta vegetação florestal, onde o lençol

freático não está próximo ou sobre a superfície do terreno na maior parte dos trechos o

ano todo, mesmo na estação chuvosa; longos trechos com topografia acidentada; solos

bem drenados e uma linha de drenagem definida. Possui papel importante na

fitossociologia de espécies das famílias Apocynaceae (Aspidosperma spp), Leguminosae,

Lauraceae (Nectandra spp, Ocotea spp) e Rubiaceae e para espécies das famílias de

Leguminosae, Myrtaceaee e Rubiaceae.

- Mata de galeria inundável: apresentando uma vegetação florestal, com lençol

freático próximo ou sobre a superfície do terreno em maior parte dos trechos durante o

ano todo ,mesmo na seca; longos trechos com topografia plana; e sujeita a modificações.

Algumas espécies indiferentes aos níveis de inundação do solo podem ser encontradas nos

dois tipos de mata e apresentarem grande importância fitossociológica.

A mata ciliar é importante para a manutenção da integridade dos ecossistemas locais,

representa áreas de preservação de espécies e conserva os recursos naturais (MONTAG et al.,

1997 JOHNSON et al., 1999; LIMA e GASCON, 1999; LIMA e ZAKIA, 2000;

KAGEYAMA e GANDARA, 2000).;

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Para Carpanezzi (2000), a vegetação ciliar em geral, tem grande influência nos corpos

d’água, onde a sua remoção traz prejuízos para o homem e para natureza. No entanto, a

legislação brasileira considera a vegetação ciliar como área de preservação permanente,

exigindo a manutenção ou recuperação da vegetação original, de acordo com a largura do

curso d’água. Para rios com até 10 m de largura, a faixa na margem deve ser de 30 m, já nas

nascentes e olhos d’água, o raio mínimo é de 50 m.

Felfilli et al. (2000) e Ribeiro et al. (2001), acreditam que as características das matas

ciliares se destacam por sua riqueza de espécies vegetais, diversidade genética e proteção dos

recursos hídricos, solos, fauna silvestre e aquática. Nas matas de galeria a diversidade e

riqueza das espécies herbáceas são inferiores quando comparadas com outras fitofisionomias

do bioma, sendo este um indicativo de conservação das matas, pois em matas degradadas há

espécies invasoras, como gramíneas que recobrem o solo dificultando a fase inicial da

sucessão (FELFILLI et al., 2000).

4.2.Impactos da urbanização na degradação das matas ciliares

O desenvolvimento urbano brasileiro tem produzido aumento significativo na

freqüência das inundações, na produção de sedimentos e na deterioração da qualidade da

água.

À medida que a cidade cresce, em geral, ocorrem os seguintes impactos: (i) aumento

das vazões máximas (em até 7 vezes, Leopold, 1968) devido ao aumento da capacidade de

escoamento através de condutos e canais e impermeabilização das superfícies; (ii) aumento da

produção de sedimentos devido a desproteção das superfícies e a produção de resíduos sólidos

(lixo); (iii) deterioração da qualidade da água, devido a lavagem das ruas, transporte de

material sólido e as ligações clandestinas de esgoto cloacal e pluvial (TUCCI, 1998).

Os sedimentos nas áreas urbanas muitas vezes são gerados em um grande número de

áreas particulares, mas quando atingem o leito do rio ou canal passam a ser encarados como

um problema público.

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O crescimento populacional, junto com o desenvolvimento urbano, industrial e rural,

vem alterando os recursos hídricos. Um dos grandes problemas na área urbana é a baixa

cobertura de saneamento básico, constituindo em esgotos in natura, bem como a localização

das residências em solos não recomendados, ou seja, nas encostas dos tributários urbanos,

causando significativa contaminação e degradação (REETZ, 2002).

Segundo Brites (2005), a presença de resíduos sólidos nos corpos de água perturba o

habitat natural, aumenta a propagação de doenças, degrada a qualidade da água e pode causar

morte de animais aquáticos, além de impedir o funcionamento hidráulico dos sistemas de

drenagem, com a consequente fixação dos resíduos na vegetação ciliar ao longo das margens

dos arroios ou rios.

A urbanização rápida, fez com que as populações de classe baixa se instalassem em

periferia carente de serviços essenciais, gerando assim, poluição, problemas com drenagens,

assoreamento dos corpos d’água e consequente diminuição das velocidades de escoamento

das águas (MORAES e JORDÃO, 2002).

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5. MATERIAL E MÉTODOS

5.1. Descrição da área de estudo

O estudo foi realizado nas margens da Sanga Fonte do Mato, localizada no Município

de Caçapava do Sul (Coordenadas 30⁰30'44" S e 53⁰29'29" W), Rio Grande do Sul. A cidade

pertence à região sudeste do Estado, estando a uma média de 444 m de altitude, e a uma

distância de 260 km de Porto Alegre. Sua área é de 3.047 km², possuindo aproximadamente

33.700 habitantes (IBGE, 2011).

A Sanga Fonte do Mato tem sua nascente próxima ao centro da cidade e percorre uma

área de aproximadamente 2,6 km ultrapassando os limites da área urbana e tendo seu destino

final a barragem de captação de água da Companhia Riograndense de Saneamento

(CORSAN) (Figuras 1 e 2).

FIGURA 1 – Localização da Sanga Fonte do Mato, Caçapava do Sul – RS. Fonte: Google

Earth.

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FIGURA 2 – Localização da bacia hidrográfica da Sanga Fonte do Mato, Caçapava do Sul –

RS. Fonte: Adaptado de. Secretaria de Município da Coordenação e Planejamento, Caçapava

do Sul – RS.

O clima do Município, segundo a classificação de Köppen é do tipo Cfb, caracterizado

como subtropical apresentando uma temperatura média anual de 16,8°C e precipitação pluvial

média anual de 1355 mm (EMBRAPA, 2011). Os ventos normais que atuam na região têm

sentido geral NE e velocidade média em torno de 20 km/h. A umidade relativa do ar varia

entre 70 e 80%.

A região na qual se localiza a área urbana do Município está inserida na Serra do

Sudeste, cuja vegetação caracteriza-se por estepe gramíneo-lenhoso e estepe parque (IBGE,

2011).

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De acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos – SBCS (EMBRAPA,

2011), os solos existentes na zona urbana do município são classificados como Argissolo

Vermelho distrófico típico – PVd 7. Apresenta Horizonte A relativamente profundo (em torno

de 40 cm) e coloração bruno avermelhado escuro. A textura é franco argilosa a argilosa com

cascalhos. A transição é difusa e plana para o Horizonte B.

5.2. Metodologia empregada

5.2.1. Demarcação das parcelas amostrais e levantamento florístico

Para satisfazer os objetivos deste estudo foram demarcadas 10 parcelas amostrais

sistematicamente (uma do lado direito e outra do lado esquerdo) em um trecho de 1 km ao

longo da sanga, partindo da nascente (Figura 3).

FIGURA 3 – Localização da área de estudo e das 10 parcelas amostrais ao longo do percurso

da Sanga Fonte do Mato, Caçapava do Sul – RS. Fonte: Adaptado de Secretaria de

Coordenação e Planejamento, Caçapava do Sul – RS.

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Foram demarcadas 10 parcelas amostrais de 8 m x 30 m (240 m²) distribuídas

conforme a Figura 3. As parcelas foram dimensionadas com o uso de balizas e de uma trena,

cujos 8 m foram medidos no sentido paralelo e os 30 m no sentido perpendicular ao leito da

Sanga. A largura da parcela (30 m) foi definida baseada na legislação brasileira como largura

mínima da APP para cursos d’água com menos de 10 m de largura.

O levantamento da composição florística foi realizado amostrando indivíduos com

altura igual ou superior a 1,30 m. Para a análise da estrutura horizontal da vegetação,

considerou-se os parâmetros frequência absoluta e relativa e, densidade absoluta e relativa das

espécies descritas em Martins (1991). Além disso, foi calculado o índice de diversidade de

Shannon. A identificação das espécies foi realizada in loco. Para os indivíduos não

identificados no local, foi coletado material botânico para posterior identificação no Herbário

da Universidade Federal do Pampa, onde também foi realizada a identificação taxonômica.

5.2.2. Levantamento dos fatores ambientais e antrópicos

Avaliou-se o conflito de uso do solo, considerando-se o potencial de uso dos solos e o

uso atual dos solos, contrastando ambos. No uso atual dos solos considerou-se: urbanização,

culturas (lavouras), pecuária/campo (com ou sem presença de espécies arbóreas na margem da

sanga), capoeira (áreas abandonadas) e mata ciliar com espécies nativas e/ou com espécies

exóticas.

O conflito de uso dos solos, em porcentagem, foi obtido considerando-se: 0% de

conflito de uso (mata ciliar preservada com espécies nativas), 25% de conflito de uso (mata

ciliar com espécies nativas e/ou com espécies exóticas + capoeira), 50% de conflito de uso

(pecuária/campo), 75% de conflito de uso (pecuária sem presença de mata ciliar) e 100% de

conflito de uso (lavouras ou urbanização).

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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1. Levantamento florístico da mata ciliar da Sanga Fonte do Mato

A Figura 4 mostra o número de espécies acumuladas por área amostrada da Sanga

Fonte do Mato. Observou-se que não se obteve incremento do número de espécies

acumuladas entre a parcela dois e três, devido a inexistência de espécies arbóreas na parcela 3,

eliminadas pelo processo de urbanização. O meio urbano, através de seus impactos

acentuados, causa uma degradação mais intensa em comparação com o meio rural. A

urbanização no entorno de cursos d’agua, área que é considerada de preservação permanente,

causa impactos que geralmente são de difícil remediação, destruindo a vegetação nativa do

local e degradando o solo e a água.

FIGURA 4 – Número acumulado de espécies por área amostrada na Sanga Fonte do Mato,

Caçapava do Sul – RS.

Observou-se um incremento significativo de espécies entre as parcelas três e cinco, e

também, entre as parcelas seis e oito. Já na parcela seis devido a sua pouca cobertura por

espécies arbóreas não houve um incremento expressivo em comparação a parcela cinco. Após

0

10

20

30

40

50

60

70

80

240 480 720 960 1200 1440 1680 1920 2160 2400

acu

mu

lad

o d

e es

péc

ies

Área amostrada (m²)

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a oitava parcela, podemos observar uma tendência à estabilização, mostrando assim, que o

número de parcelas e área amostrada não foi suficiente para abranger todas as espécies.

Ceconi (2010), através de estudos realizados em fragmentos de Floresta Estacional

Decidual na Sanga Lagoão do Ouro em Santa Maria - RS, observou uma estabilização na sua

curva espécie/área a partir dos 3000 m², diferenciando também dos resultados encontrados

neste trabalho, no mesmo estudo, a autora ao observar uma quase inexistência de espécies nas

três primeiras parcelas, conseguiu estabilização em 2100 m². A não estabilização da curva no

presente estudo pode ser explicada por dois fatores, curto trecho de mata observada e pouco

número de parcelas amostradas.

Quanto ao levantamento florístico na Sanga Fonte do Mato, foram encontradas 72

espécies, distribuídos em 30 famílias botânicas. As famílias Asteraceae e Myrtaceae foram as

que apresentaram a maior riqueza em espécies (8), seguida pela família Lauraceae (5),

Anacardiaceae (4), Rutaceae (4), Euphorbiaceae (3), Flacourtiaceae (3), Meliaceae (3),

Sapindaceae (3). As famílias Boraginaceae, Fabaceae e Solanaceae foram amostradas com

duas espécies cada. As demais famílias foram representadas apenas com uma espécie cada

(Tabela 1). Leão (2009) ao avaliar a composição florística da mata ciliar no arroio imbáa

observou uma situação semelhante, onde, as famílias Myrtaceae, Sapotaceae, Euphorbiaceae,

Lauraceae e Sapindaceae foram as mais ricas em espécies.

A espécie Trichilia elegans obteve o maior valor em número de indivíduos (66),

seguido de Ligustrum lucidum (60) e Eugenia uniflora (49). Na frequência absoluta houve um

predomínio de Allophylus edulis (80%), seguido de Ligustrum lucidum (60%), mostrando que,

estas espécies estavam presentes em maior número de parcelas. Leão (2009), ao avaliar a

composição florística em fragmentos de formação estépica do pampa gaúcho, observou que a

espécie Scutia buxifolia obteve a maior frequência absoluta (73,33%), seguido da Sebastiania

commersoniana (53,33%) e Guettarda uruguensis (51,11%).

Ceconi (2010) através de estudos realizado na Sanga Lagoão do Ouro no Município de

Santa Maria – RS encontrou um alto valor de frequência absoluta para a espécie Eugenia

uniflora, (83,33%), diferindo assim, do obtido no presente trabalho (30%). Essa espécie é

considerada própria para reflorestamento nas margens dos rios, por terem raízes pivotantes,

que agem contra a erosão, e frutos atrativos para a fauna dispersora, o que facilita sua

regeneração natural.

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TABELA 1 - Espécies encontradas no levantamento florístico realizado na Sanga Fonte do Mato, Caçapava do Sul – RS

Família Nome científico Nome comum Ni FA FR DA DR

Anacardiaceae

Schinus lentiscifolius Marchand Aroeira-cinzenta 12 20 1,35 50,00 1,66

Schinus polygamus (Cav.) Cabrera Aroeira-de-espinho 5 10 0,68 20,83 0,69

Schinus molle L. Aroeira-piriquita 7 20 1,35 29,17 0,97

Schinus terebinthifolius Raddi Aroeira-vermelha 3 10 0,68 12,50 0,42

Araucariaceae

Araucaria angustifolia (Bert.) Kuntze Pinheiro brasileiro 4 40 2,70 16,67 0,55

Asteraceae

Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera Cambará 3 20 1,35 12,50 0,42

Senecio brasiliensis Less. Maria-mole 3 10 0,68 12,50 0,42

Eupatorium purpureum L. Mata-campo 2 10 0,68 8,33 0,28

Dasyphyllum spinescens (Less.) Cabrera Sucará 7 40 2,70 29,17 0,97

Baccharis dracunculifolia DC. Vassoura 33 40 2,70 137,50 4,58

Baccharis sp 1 Vassoura 13 30 2,03 54,17 1,80

Baccharis sp 2 Vassoura 5 10 0,68 20,83 0,69

Baccharis sp 3 Vassoura 4 10 0,68 16,67 0,55

Boraginaceae

Cordia americana (L.) Gottshling & J.E.Mill. Guajuvira 6 20 1,35 25,00 0,83

Cordia ecalyculata Vell. Louro-mole 3 10 0,68 12,50 0,42

Celastraceae

Schaefferia argentinensis Speg. Falsa-coronilha 4 10 0,68 16,67 0,55

Escalloniaceae

Escallonia bifida Link et Otto Canudo-de-pito 14 20 1,35 58,33 1,94

Euphorbiaceae

Sebastiania commersoniana (Baill.) L.B.Sm. &

Downs Branquilho 11 30 2,03 45,83 1,53

Sebastiania brasiliensis Spreng. Branquilho-leiteiro 35 60 4,05 145,83 4,85

Sapium glandulatum (Vell.) Pax. Pau-leiteiro 2 20 1,35 8,33 0,28

Fabaceae

Albizia niopoides (Spruce ex Benth.) Burkart Angico-branco 8 10 0,68 33,33 1,11

Machaerium paraguariense Hassl. Canela-do-brejo 6 20 1,35 25,00 0,83

continuação...

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continuação...

Família Nome científico Nome comum Ni FA FR DA DR

Flacourtiaceae

Casearia sylvestris Sw. Chá-de-bugre 15 20 1,35 62,50 2,08

Casearia decandra Jacq. Guaçatunga 4 10 0,68 16,67 0,55

Banara sp. Guaçatunga 3 10 0,68 12,50 0,42

Lauraceae

Nectandra lanceolata Nees et Mart. ex Nees. Canela-amarela 4 10 0,68 16,67 0,55

Ocotea puberula (A. Rich.) Nees Canela-guaicá 4 10 0,68 16,67 0,55

Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez Canela-preta 3 10 0,68 12,50 0,42

Ocotea porosa (Nees et Mart.) L. Barroso Imbuia 7 20 1,35 29,17 0,97

Ocotea sp. Canela 8 10 0,68 33,33 1,11

Melastomataceae

Miconia sp. Pixirica 8 20 1,35 33,33 1,11

Meliaceae

Trichilia elegans A.Juss. Catigua-ervilha 66 30 2,03 275,00 9,15

Trichilia claussenii C.DC. Catiguá-vermelho 3 10 0,68 12,50 0,42

Cedrella fissilis Vellozo Cedro 3 20 1,35 12,50 0,42

Moraceae

Morus nigra L. Amoreira 2 10 0,68 8,33 0,28

Myrsinaceae

Myrsine umbellata Mart. Capororocão 10 30 2,03 41,67 1,39

Myrtaceae

Psidium cattleianum Sabine Araçá-vermelho 12 30 2,03 50,00 1,66

Myrciaria tenella (DC.) O. Berg Camboinzinho 18 20 1,35 75,00 2,50

Acca sellowiana (O. Berg) Burret Goiaba-serrana 11 20 1,35 45,83 1,53

Campomanesia xanthocarpa O. Berg Guabiroba 12 30 2,03 50,00 1,66

Eugenia schuechiana O. Berg Guamirim 3 10 0,68 12,50 0,42

Plinia rivularis (Cambess.) Rotman Guapurití 7 20 1,35 29,17 0,97

Eugenia uniflora L. Pitangueira 49 30 2,03 204,17 6,80

Eugenia pyriformis Cambess. Uvalha 4 20 1,35 16,67 0,55

Oleaceae

Ligustrum lucidum W.T. Aiton Ligustro 60 60 4,05 250,00 8,32

continuação...

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continuação...

Família Nome científico Nome comum ni FA FR DA DR

Pinaceae

Pinus sp. Pinus 1 10 0,68 4,17 0,14

Punicaceae

Punica granatum L. Romã 1 10 0,68 4,17 0,14

Quillajaceae

Quillaja brasiliensis (St.Hil & Tul.) Mart. Sabão-de-soldado 8 20 1,35 33,33 1,11

Rhamnaceae

Scutia buxifolia Reissek Coronilha 15 20 1,35 62,50 2,08

Rutaceae

Helietta apiculata Benth. Canela-de-veado 36 50 3,38 150,00 4,99

Citrus limon (L.) Burm. f. Limoeiro 4 20 1,35 16,67 0,55

Zanthoxylum rhoifolium L. Mamica-de-cadela 9 30 2,03 37,50 1,25

Zanthoxylum fagara (L.) Sarg. Mamica-de-cadela 5 10 0,68 20,83 0,69

Salicaceae

Salix humboldtiana Willd. Salso 3 10 0,68 12,50 0,42

Sapindaceae

Matayba elaeagnoides Radlk Camboatá-branco 18 40 2,70 75,00 2,50

Cupania vernalis Cambess. Camboatá-vermelho 8 30 2,03 33,33 1,11

Allophylus edulis (A.St.-Hil. et al.) Hieron. ex

Niederl. Chal-chal 31 80 5,41 129,17 4,30

Sapotaceae

Pouteria salicifolia (Spreng.) Radlk. Mata-olho 5 20 1,35 20,83 0,69

Solanaceae

Solanum aculeatissimum Jacq. Arrebenta-cavalo 2 10 0,68 8,33 0,28

Solanum mauritianum Scop. Fumo-bravo 8 20 1,35 33,33 1,11

Styracaceae

Styrax leprosus Hook. & Arn. Carne-de-vaca 6 20 1,35 25,00 0,83

Symplocaceae

Symplocos uniflora (Pohl) Benth. Sete-sangrias 13 30 2,03 54,17 1,80

Continuação...

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24

Continuação...

Família Nome científico Nome comum ni FA FR DA DR

Thymelaeaceae

Daphnopsis racemosa Griseb. Imbira 16 30 2,03 66,67 2,22

Ulmaceae

Celtis sp. Esporão 4 10 0,68 16,67 0,55

Verbenaceae

Aloysia gratissima (Gilles & Hook.) Tronc. Cidrozinho 1 10 0,68 4,17 0,14

Espécies não identificadas

Esp 1

1 10 0,68 4,17 0,14

Esp 2

4 10 0,68 16,67 0,55

Esp 3

2 10 0,68 8,33 0,28

Esp 4

5 10 0,68 20,83 0,69

Esp 5

4 10 0,68 16,67 0,55

Esp 6

2 10 0,68 8,33 0,28

Esp 7

3 10 0,68 12,50 0,42

Total 721 1480 100 3004,17 100

Onde: N (número de indivíduos); FA (frequência absoluta em %); FR (frequência relativa em %); DA (densidade absoluta em número de indivíduos ha-1

); DR (densidade

relativa em %).

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Pode-se observar um grande número de indivíduos da espécie Ligustrum lucidum, e

uma elevada frequência absoluta, demonstrando assim, sua grande distribuição ao longo da

Sanga Fonte do Mato. Essa espécie não é nativa do Brasil e está na lista das plantas exóticas

consideradas invasoras, pois a sua dispersão e seu crescimento ocorrem de maneira rápida

competindo e impedindo a regeneração de plantas nativas (INSTITUTO HÓRUS, 2005).

O índice de diversidade de Shannon encontrado foi de 3,75, considerado elevado em

comparação com o obtido por Leão (2009), ao avaliar a diversidade na mata ciliar do Arroio

Imbáa, no pampa gaúcho, onde observou um índice de 2,77.

As espécies que apresentaram as maiores densidades foram, Trichilia elegans com 275

indivíduos ha-1

o que representa uma densidade relativa de 9,15%, Ligustrum lucidum com

250 indivíduos ha-1

(8,32% de densidade relativa) e Eugenia uniflora com 204,17 indivíduos

ha-1

(6,80 de densidade relativa). Ceconi (2010) em seu estudo realizado na sanga Lagoão do

Ouro no Município de Santa Maria – RS observou valores superiores aos encontrados nesse

trabalho, isso se deve ao fato de que, em seu estudo, foram analisados os três estratos da

floresta. Contudo, a autora também observou a presença da espécie Eugenia uniflora entre as

três maiores densidades.

Conhecer a composição florística e a ecologia de comunidades vegetais é fundamental

para criar certos modelos de recuperação para áreas que se encontram degradadas, isto facilita

a escolha da espécie a ser usada na revegetação (WERNECK et al., 2000).

6.2. Degradação da Mata Ciliar

O código Florestal Brasileiro instituído pela Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965,

em seu artigo 2° (IBAMA, 2011), prevê uma faixa de mata ciliar mínima como área de

preservação permanente. Exigindo assim, sua manutenção ou reconstrução da vegetação

original em, 30 metros no sentido perpendicular ao curso de água que possuir menos de 10

metros de largura. A Tabela 2 mostra a largura da mata ciliar da Sanga Fonte do Mato, bem

como, a porcentagem de degradação, em função da largura que está prevista em lei.

Pelo estudo percebe-se que apenas a parcela cinco esta de acordo com a largura da

mata ciliar prevista em lei. As parcelas um, dois, e três tiveram valores elevados de

degradação, sendo que, na parcela três, o valor foi de 100% para degradação e 100% para o

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conflito de uso do solo, devido à existência de áreas domiciliares a menos de 10 metros da

Sanga Fonte do Mato (Tabela 2).

TABELA 2 – Largura e porcentagem de degradação na mata ciliar da Sanga Fonte do Mato,

Caçapava do Sul - RS

Parcelas Largura da Mata

Ciliar (m)

Degradação da Mata

Ciliar (%)

Conflito de uso do solo

(%)*

1 6 80,0 25,0

2 3 90,0 25,0

3 0 100,0 100,00

4 12 60,0 25,0

5 30 0,0 25,0

6 3 90,0 50,0

7 11 63,3 25,0

8 23 23,3 25,0

9 5 83,3 25,0

10 12 60,0 50,0

Média 10,5 65,0 37,5

A retirada das espécies vegetais pode prejudicar o percurso natural dos corpos d’água,

e também facilitar a sua contaminação. A mata ciliar age como obstáculos para os resíduos

que são arrastados pelas enxurradas, servindo como filtro de substâncias indesejáveis. Na

Figura 5, podemos observar a deposição de resíduos junto ao leito e que acabam

contaminando a Sanga Fonte do Mato.

FIGURA 5 – Resíduos urbanos (apontados pela seta) encontrados ao longo da Sanga Fonte

do Mato, Caçapava do Sul – RS.

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Após ter feito uma ampla revisão sobre o uso e eficácia de diferentes larguras de

faixas ciliares, visando à proteção do curso d’água em áreas florestais da Austrália, Clinnick

(1985), concluiu que a largura mais recomendada para tal finalidade é de 30 metros.

Em relação ao conflito de uso do solo, a maioria das parcelas obteve valores de 25%,

isso porque, predominou o número de parcelas que tinham na sua mata ciliar a presença de

espécies nativas e exóticas, mais capoeira. As parcelas seis e dez ficaram com valores de 50%

de conflito com o uso do solo, demostrando assim, a presença de campo ou pecuária dentro da

parcela (Tabela 2).

Foram obtidos também os valores médios em relação à largura da mata ciliar,

degradação e conflito de uso do solo. Para largura, o valor médio encontrado foi de 10,5

metros, contudo, o valor para degradação foi de 65%. O conflito de uso de solo obteve valor

médio de 37,5%, isso nos mostra, a presença de espécies exóticas, conflito com pecuária e até

mesmo urbanização ao longo da Sanga Fonte do Mato. Ceconi (2007), ao realizar um dossiê

de ambiência e transição agroecológico no manejo da microbacia hidrográfica do Lajeado

Biguá em Alecrim – RS encontrou um valor médio para degradação da mata ciliar de 48,5%,

valor inferior em comparação ao encontrado neste trabalho. A autora no mesmo estudo

justifica esse valor, pelo alto número de parcelas usadas como pastagem permanente, ou seja,

as cercas vão até praticamente o interior do rio, dificultando a regeneração natural e

contribuindo para uma maior degradação.

A floresta tem uma tarefa insubstituível de reserva e regeneração do solo, exercendo

uma função importante na sua conservação. A cobertura vegetal atua de forma eficaz na

proteção dos solos, garantindo a sua longa produtividade nos ecossistemas (SCHUMACHER

e HOPPE,1997; 1999).

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7. CONCLUSÕES

Há uma grande degradação da mata ciliar da Sanga Fonte do Mato, estando sua

largura muito aquém do que está previsto pelo Código Florestal Brasileiro.

Resíduos, principalmente domésticos, estão prejudicando o curso natural e

contaminando a água na Sanga Fonte do Mato.

O levantamento florístico apresentou uma boa diversidade de espécies, entretanto,

pode-se observar a presença de exemplares invasores que acabam competindo pelo espaço

com as espécies nativas.

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8. RECOMENDAÇÕES

São necessárias Políticas Públicas Ambientais envolvendo as escolas e toda

comunidade local, principalmente as pessoas que vivem aos arredores do curso d’água, para

conscientizá-las da importância de manter a Sanga Fonte do Mato preservada e em boas

condições.

A coleta seletiva ajudara a diminuir a contaminação decorrente dos resíduos

domésticos, devendo-se começar no âmbito individual, ou seja, em cada morador que reside

nas proximidades da Sanga Fonte do Mato.

Uma organização coletiva faz-se necessário envolvendo a população, órgão público e

a Companhia Riograndense de Saneamento Básico para a atividade de recuperação da sanga.

Os métodos de recuperação poderão ser realizados através do plantio de espécies nativas e

uma manutenção periódica nos primeiros meses de desenvolvimento das plantas. Contudo,

deve ser realizado um projeto definitivo, demonstrando, quais métodos seriam utilizados para

realizar o plantio (espécies pioneiras, espécies secundárias e modelos de distribuição

espacial), além de estudos de bioengenharia de solos que seriam adotados para recuperação

das margens degradadas e um plano de manejo e conservação para garantir o

desenvolvimento florestal.

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9. AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO

A realização deste estágio foi de suma importância para minha carreira profissional,

tive a oportunidade de aperfeiçoar o meu aprendizado acadêmico nas áreas mais específicas

da Engenharia Florestal. Outro ponto importante é o trabalho em equipe, no qual, pude

amadurecer pessoalmente e profissionalmente.

Recomendo a todos que tiverem a oportunidade de estagiar na Prefeitura Municipal

de Caçapava do Sul, que não a percam, pois a equipe do Departamento do Meio Ambiente

possue um carinho e atenção muito especial com seus estagiários.

A Universidade Federal do Pampa, eu agradeço, pois facilitou muito à realização deste

estágio através professores totalmente qualificados e um ótimo orientador, o que resultou em

um bom trabalho.

Levo para minha vida profissional todas as experiências vividas nesses meses como

estagiário, desde, as dificuldades encontradas, até os maiores aprendizados.

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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