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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI – UNIVALI CENTRO DE CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO André Luis dos Santos Gomes TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO Diagnóstico Estratégico e Abordagem Baseada em Recursos na L.P Log Transportes Ltda. Administração ITAJAI (SC) 2007

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI – UNIVALI

CENTRO DE CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

André Luis dos Santos Gomes

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

Diagnóstico Estratégico e Abordagem Baseada em Recursos na L.P Log

Transportes Ltda.

Administração

ITAJAI (SC) 2007

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André Luis dos Santos Gomes

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

Diagnóstico Estratégico e Abordagem Baseada em Recursos na L.P Log

Transportes Ltda.

Projeto desenvolvido para o Estágio

Supervisionado do Curso de

Administração do Centro de Ciências

Sociais Aplicadas da Universidade do

Vale do Itajaí.

ITAJAÍ – SC, 2007

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“Bom mesmo é ir a luta com determinação,

abraçar a vida com paixão, perder com

classe e vencer com ousadia, pois o triunfo

pertence a quem se atreve.. A vida é muita

para ser insignificante”.

Charles Chaplin.

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário

André Luis dos Santos Gomes

b) Área de estágio

Administração Geral

c) Supervisor de campo

Paulo César Panis

d) Orientador de estágio

Prof. Valmir Emil Hoffmann, Dr.

e) Responsável pelo Estágio Supervisionado em Administração

Prof. Eduardo Krieger da Silva, Msc.

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão social

L.P. Log Transportes Ltda - EPP

b) Endereço

Rodovia Br 101 – Km 118,5 , nº 7655 – Cordeiros – Itajaí / SC

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Administrativo

d) Duração do estágio

300 horas

e) Nome e cargo do orientador de campo

Paulo César Panis - Diretor

f) Carimbo e visto da empresa

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DECLARAÇÃO DE ACEITE

A empresa L.P. Log Transportes Ltda declara, para devidos fins, que

concorda com o projeto de estágio apresentado pelo estagiário André Luis dos

Santos Gomes, aluno do curso de Administração do Centro de Educação Superior

de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí, e se propõe a

oferecer as condições necessárias para o bom andamento do mesmo.

ITAJAI, 01 de Junho de 2007.

_____________________________________

Paulo César Panis

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RESUMO

Este trabalho objetivou avaliar o processo estratégico de uma microempresa, com

enfoque na análise interna a partir da identificação das estratégias genéricas, do

processo de elaboração de estratégias e os recursos para a vantagem competitiva

sustentada, como ferramenta decisiva na administração dos empreendimentos. A

forma de abordagem ou delineamento do método deste Trabalho de Conclusão de

Estágio, vinculado à natureza do problema, trata-se de uma pesquisa Quantitativa.

Quanto à tipologia do trabalho de estágio, em relação aos objetivos propostos, trata-

se do modelo de consultoria pesquisa-diagnóstico. O foco de estudo foi o ambiente

interno entrevistando (questionário) os diretores, gerentes e funcionários

operacionais da empresa selecionados pelo critério de dois anos de trabalho na

empresa, que responderam sobre o processo estratégico interno. Os resultados

apontam que a empresa utiliza estratégia genérica de diferenciação e seu processo

de elaboração de estratégia não permite posicionar a um modo de elaboração

estratégica, em alguns casos ocorre planejamento racional em outros agem como

empreendedor, e em outros momentos de modo incremental, os recursos de

vantagem competitiva são: o capital de giro, a localização, a experiência acumulada,

a capacidade de realizar mudanças e seu preço competitivo. Os recursos

financeiros, humanos e físicos, foram atribuídos mais valor e ao organizacional mais

raro e o mercado menor substituição e menor imitabilidade.

Palavras-chave : Estratégia, Processo de Elaboração de Estratégia; Estratégias

genéricas; Abordagem de Recursos.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES Quadro 01 – Perfil dos participantes .........................................................................15 Quadro 02 – Objetivos propostos no estudo .............................................................16 Quadro 03 – Alternativas relacionadas ......................................................................18 Figura 01 – Utilizando as competências existentes para a diversificação..................27 Quadro 04 – Comparativo dos tipos de estratégias ...................................................31 Figura 02 – Passos para a análise dos aspectos internos ........................................37 Figura 03 – Cronologia histórica da empresa L.P. Log Transportes Ltda .................42 Gráfico 01 – Faturamento de Outubro de 2004 a Setembro de 2007 .......................42 Quadro 05 – Estratégias genéricas ...........................................................................44 Quadro 06 – Processo de elaboração de estratégias ...............................................46 Tabela 01 – Recursos financeiros .............................................................................48 Tabela 02 – Recursos humanos.................................................................................49 Tabela 03 – Recursos físicos .....................................................................................49 Tabela 04 –Recursos organizacionais .......................................................................50 Tabela 05 – Recursos mercado .................................................................................51 Quadro 07 – Recursos ...............................................................................................51

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................12

1.1 Problema de Pesquisa / Justificativa........... .....................................................13

1. 2 Objetivos..................................... ........................................................................14

1.2.1 Objetivo Geral ...................................................................................................14

1.2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 14

1.3 Metodologia ................................... .....................................................................14

1.3.1 Caracterização da Pesquisa .............................................................................15

1.3.2 Contexto e Participação da Pesquisa ...............................................................15

1.3.3 Instrumentos de Coleta de Dados ....................................................................16

1.3.4 Análise dos Dados ............................................................................................18

1.3.5 Apresentação dos Dados ..................................................................................19

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................ ..................................................20

2.1 Conceito de Estratégia......................... ..............................................................20

2.1.2 Formulação de Estratégias ................... ...................... ..................................21

2.1.2.1 Planejamento Racional ........ .........................................................................22

2.1.2.2 Incrementalismo Lógico..................................................................................22

2.1.2.3 Estratégias Emergentes .................................................................................23

2.1.2.4 Planejamento como um Processo Dirigido de Aprendizagem........................24

2.1.2.5 Estratégias em Organização Empreendedora ...............................................24

2.2 Tipos de Estratégias .......................... ................................................................25

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2.2.1 Estratégia de Liderança no Custo Total.............................................................25

2.2.2 Estratégia de Diferenciação ..............................................................................26

2.2.3 Estratégia de Enfoque ......................................................................................26

2.2.4 Estratégia de Diversificação .............................................................................27

2.2.5 Estratégia de Internacionalização .....................................................................28

2.2.6 Estratégias de Construção, Expansão, Manutenção, Colheita e Desativação .29

2.2.7 Estratégias de Amplitude, Sobrevivência, Crescimento e Desenvolvimento ....31

2.3 Planejamento .................................. ....................................................................34

2.3.1 Planejamento Estratégico .................................................................................34

2.4 Diagnóstico Estratégico ....................... .............................................................35

2.5 Componentes do Diagnóstico Estratégico ........ .............................................36

2.5.1 Visão \ Missão da Empresa ..............................................................................36

2.5.2 Análise Interna ..................................................................................................37

2.6 Visão Baseada em Recursos ..................... .......................................................38

2.6.1 Classificação dos Recursos ..............................................................................41

2.6.2 Recursos para a Vantagem Competitiva Sustentada .......................................41

3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO ............ ..................................42

3.1 Caracterização da Empresa ..................... .........................................................42

3.1.1 Faturamento ......................................................................................................43

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3.2 Resultado da Pesquisa de Campo ................ ...................................................44

3.2.1 Estratégias Genéricas .......................................................................................44

3.2.2 Processo de Elaboração de Estratégias............................................................47

3.2.3 Recursos ...........................................................................................................49

CONSIDERAÇÕES FINAIS............................... ........................................................54

REFERÊNCIAS..........................................................................................................57

APÊNDICES ..............................................................................................................59

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO...............................................................................60

APÊNDICE B – PESQUISA APLICADA - RECURSOS ............................................64

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1. INTRODUÇÃO

A margem de lucro e o market share são indicadores de desempenho

competitivo que apresentam variações significativas entre as empresas no mercado.

No setor de transportes rodoviário de carga em especial, essas diferenças são ainda

maiores. Convivem nesse setor tanto empresas grandes e internacionalizadas como

empresas pequenas voltadas para o atendimento no mercado interno, com uma

carteira de clientes bastante reduzida (MEIRELLLES, 2005).

A principal causa da variabilidade de desempenho das empresas no

mercado reside na natureza específica dos seus recursos, pois esta especificidade

os torna inimitáveis, intransferíveis e insubstituíveis, garantindo, por conseguinte, a

obtenção de lucros diferenciados (MEIRELLES, 2005).

A visão baseada em recursos, denominada VBR (em inglês, the resource-

based view), reúne um conjunto e reflexões em torno dos condicionantes do

desempenho competitivo, a partir de fatores internos à empresa, relacionados às

suas características próprias e competências adquiridas e construídas ao longo do

tempo. A idéia é que o desempenho competitivo está muito mais relacionado aos

recursos que a empresa detém e administra, do que às características do setor ao

qual está inserida (BARNEY, 1991, apud MEIRELLES, 2005).

O presente trabalho tem como objetivo analisar o processo estratégico

interno da empresa. Mais especificamente, busca-se avaliar os recursos da empresa,

considerando-os como fonte de vantagem competitiva sustentável, e a

parametrização das variáveis condicionantes do desempenho competitivo na

empresa L.P. Log Transportes Ltda, desde a ótica da VBR.

A pesquisa tem como referenciais as estratégias genéricas competitivas de

Porter (1986); e Ansoff (1991); o processo de elaboração de estratégias de

Mintzberg; Quinn (2001); Idenburg (1993, apud HOFFMANN, 1997); e as estratégias

de recursos para a vantagem competitiva sustentada de Barney (1991); Montgomery

e Porter (1998).

O trabalho ficou estruturado num primeiro momento da introdução, problema

de pesquisa, objetivos e a metodologia de pesquisa. Segue-se apresentando a

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fundamentação teórica, buscando base teórica que fundamente ao tema em estudo,

na seqüência o desenvolvimento da pesquisa, com a caracterização da empresa

com um breve histórico e demais informações que identificam e caracterizam a

organização.

Por fim o resultado da pesquisa realizada com os diretores e funcionários

que compõem a organização no que se refere o processo de elaboração de

estratégias, aos recursos para a vantagem competitiva e as estratégias genéricas,

seguido da conclusão e referências.

1.1 Problema de Pesquisa / Justificativa

Diante de um mercado ágil e instável, as organizações precisam avaliar os

impactos dos seus ativos e recursos, considerando como fontes de vantagem

competitiva, lucratividade, margem e desempenho de mercado.

Segundo Oliveira (1999, p. 175), a estratégia está relacionada à arte de

utilizar adequadamente os recursos físicos, financeiros e humanos, tendo em vista a

minimização dos problemas e a maximização das oportunidades.

Nesse contexto, a análise interna de uma empresa, tem por finalidade

colocar em evidência suas deficiências e qualidades. Essa análise deve tomar como

perspectiva a comparação às outras empresas do seu setor de atuação, sejam elas

concorrentes diretas ou apenas concorrentes potenciais (OLIVEIRA, 1999).

A análise interna da empresa é o foco de estudo deste trabalho. Sendo

assim surge a seguinte questão problema: Do ponto de vista de análise interna,

como está a empresa L.P. Log Transportes Ltda?

Justifica-se a realização deste estudo, pois levantará informações

importantes para a tomada de decisões estratégicas e gerenciais, sendo uma

ferramenta decisiva nos rumos da organização.

A pesquisa é viável, pois as informações e pessoas envolvidas na pesquisa

são de fácil acesso. Este estudo é relevante para a organização, na adoção de

novas posturas nos desafios diários e na superação de suas deficiências internas.

Ao mesmo tempo, ele poderá dar início à implantação posterior da ferramenta de

planejamento estratégico.

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Para o acadêmico esse projeto é relevante para ampliar o seu grau de

conhecimento e visão de um todo da organização, participando de forma efetiva nas

decisões e estratégias da organização. Para o curso esse projeto será fonte de

pesquisa futura e poderá auxiliar de maneira efetiva futuros projetos nessa área.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Analisar o processo estratégico de uma microempresa, com enfoque na

análise interna.

1.2.2 Objetivos Específicos

• Determinar estratégia.

• Determinar o processo de elaboração de estratégia.

• Determinar os recursos para a vantagem competitiva.

1.3 Metodologia

Neste item, descreve-se a metodologia que utilizada para o trabalho de

conclusão de estágio.

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1.3.1 Caracterização da Pesquisa

A forma de abordagem ou delineamento do método deste Trabalho de

Conclusão de Estágio, vinculado à natureza do problema, trata-se de uma pesquisa

quantitativa. A utilização da pesquisa quantitativa permite apresentar os dados da

pesquisa com base no conteúdo e dados estatísticos.

Quanto à tipologia do trabalho de estágio, em relação aos objetivos

propostos para pesquisa será utilizado o método de pesquisa - diagnóstico, que

segundo Roesch (2005, p.66), é uma estratégia de pesquisa que busca examinar e

explorar o ambiente interno e externo organizacional, como também procura levantar

e definir problemas. A pesquisa – diagnóstico possibilita-a o pesquisador identificar

os problemas e apresentar soluções para o ambiente de estudo.

Quanto à tipologia da pesquisa em relação ao objeto que se quer investigar,

é uma pesquisa descritiva que, de acordo com Mattar (1999, p. 86), “é utilizada

quando o propósito for: descrever as características de grupos, estimar a proporção

de elementos numa população específica, descobrir ou verificar a existência de

relação entre variáveis”.

Ainda ressalta-se o emprego do estudo de caso. O estudo de caso é apenas

uma das muitas maneiras de se fazer pesquisa em ciências sociais. De acordo com

Roesch (2005), o estudo de caso permite estudar fenômenos em profundidade

dentro de seu contexto, e é especialmente adequado a estudos de processos. O

ponto forte dos estudos de caso reside em sua capacidade de explorar processos

sociais à medida que eles se desenrolam nas organizações.

1.3.2 Contexto e Participação da Pesquisa

O contexto deste Trabalho de Conclusão de Estágio foi toda administração

e funcionários de uma empresa prestadora de serviços de transportes de cargas. O

foco do estudo é o processo estratégico de uma microempresa, com ênfase no

ambiente interno da organização, desde uma visão de planejamento estratégico.

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16

Participantes Cargo Idade Tempo de Empresa Grau de Escolaridade

P 1 Diretor 52 anos 5 anos Superior Completo

P 2 Diretor 46 anos 5 anos Nível médio

P 3 Gerente 28 anos 3 anos Superior Incompleto

P 4 Gerente 19 anos 2 anos Superior Incompleto

P 5 Operador 32 anos 3 anos Nível médio

P 6 Operador 22 anos 2 anos Nível médio

P 7 Operador 35 anos 4 anos Nível médio

Quadro 01 - Perfil dos participantes Fonte: Pesquisa de campo

População envolvida nesta pesquisa totalizou 7 pessoas, dois diretores (os

dois são proprietários da empresa), dois gerentes de logística e três funcionários da

operação de carga, selecionados por terem mais de dois anos de trabalho na

empresa, que responderam sobre o processo estratégico interno. A empresa possui

no seu quadro funcional mais 2 funcionários que são motoristas, e não participaram

da pesquisa por se tratar de um estudo de análise interna, e este estagiário que

ocupa uma gerência e não participa como respondente.

1.3.3 Procedimentos e instrumento de coleta de dado s

Para a coleta de dados foi utilizado o método de triangulação, que

segundo, Yin (2005, p. 124), é “fundamento lógico para utilizar fontes múltiplas de

evidências, permitindo ao pesquisador a oportunidade de utilizar muitas fontes

diferentes para obtenção de evidências”.

O instrumento de coleta de dados da pesquisa foi um questionário (Anexo

A) que, para Gil (1999, p. 124), “é uma técnica de investigação composta por um

número mais ou menos elevado de questões, tendo como objetivo o conhecimento

de opiniões, sentimentos, interesses, expectativas”.

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17

OBJETIVO PERGUNTAS DO QUESTIONÁRIO

Determinar Estratégias

10. Quais as motivações levam o seu cliente a escolher a

empresa?

12. Considerando a maneira como a empresa atua no mercado,

você diria que:

13. Falando de produtos e mercados, você diria que a sua

empresa procura:

14. As metas na sua empresa, em relação á expansão de

atividades, são:

15. Na maior parte de suas compras, o que a sua empresa

pretende encontrar nos produtos e/ou serviços de seus

fornecedores.

16. Qual a característica que a sua empresa considera ser a

mais importante em relação ao mercado que atua:

Determinar Processo de

Elaboração de

Estratégias

17. Toda a decisão implica no risco de dar certo ou não.

Considerando esses riscos, você diria que na sua empresa:

18. Com relação aos concorrentes, você diria que:

19. Com relação a maneira com a empresa toma as suas

decisões, em termos de pessoas envolvidas, você diria que:

20. Se fosse caracterizar a empresa, você diria que ela:

21. Em termos de objetivo das ações da empresa, você diria

que:

Determinar Recursos

para Vantagem

Competitiva Sustentável

A) Grau de importância.

B) Freqüência de uso.

C) O recurso está disponível?

D) Uso freqüente frente aos competidores.

E) O recurso é substituível?

F) O recurso é imitável?

Quadro 02: Objetivos propostos no estudo

Fonte: Borderes, 2007 baseado em Hoffmann (2003; 2005).

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18

A coleta de dados, de acordo Gil (1999, p. 77), tem por finalidade o

conhecimento direto da realidade, através de análise e interpretação, visando

responder à pergunta de pesquisa, evidenciando “a forma escolhida para proceder à

coleta de dados”.

Assim, a coleta de dados deste trabalho de conclusão de estágio, foi

realizada através da aplicação de um questionário com diretores e funcionários da

empresa, visando atender aos objetivos propostos neste estudo, conforme

demonstrados no quadro 02.

Neste projeto, utilizaram-se as estratégias genéricas de Porter (1986); e

Ansoff (1991); o processo de elaboração de estratégias de Mintzberg; Quinn (2001),

Idenburg (1993) e pelas estratégias de recursos para vantagem competitiva

sustentada de Barney (1991).

1.3.4 Análise dos Dados

Para analisar os dados quantitativos da pesquisa, foi utilizada a distribuição

de freqüências, que segundo Barbetta (1999) “compreende a organização dos dados

de acordo com as ocorrências dos diferentes resultados observados”.

Os dados da pesquisa foram analisados parcialmente através da divisão em

grupos dos entrevistados. Os grupos foram formados por proprietários, gerentes e

funcionários operacionais, a freqüência parcial de cada análise foi confrontada entre

os grupos com a possibilidade de uma definição mais clara dos processos e

estratégias. Os dados parciais foram confrontados da seguinte maneira:

• Proprietários x Gerentes;

• Proprietários x Funcionários operacionais;

• Gerentes x Funcionários operacionais;

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19

A interpretação dos dados identificados nesses confrontos foi apoiado pelos

modelos conceituais definidos, conforme o quadro 03.

ESTRATÉGIAS GENÉRICAS ALTERNATIVAS RELACIONADAS

Liderança de Custo Total 10 a), 12 b), 13 a), 15 a), 16 d), 16 e)

Diferenciação 10 b),10 c),12 a),12 c), 13 b), 15 b), 16 b)

Enfoque 10 d), 12 d), 13 c), 15 c), 16 a), 16 c)

Diversificação 13 e), 14 a), 14 b)

ELABORAÇAO DE ESTRATÉGIA ALTERNATIVAS RELACION ADAS

Incrementalismo Lógico 17 a), 18 a), 19 b), 20 b), 21 b)

Planejamento Racional 17 b), 18 b), 19 c), 20 c), 21 c)

Empreendedor 17 c), 18 c), 19 a), 20 a), 21 a)

RECURSOS ALTERNATIVAS RELACIONADAS

Valor A, B

Raridade C, D

Grau de Substituição E

Grau de Imitação F

Quadro 03: Alternativas relacionadas

Fonte: Borderes, 2007 baseado em Hoffmann (2003; 2005).

Considera-se também a possibilidade de estratégias e processos serem

apontados por empate ou aproximação (híbrido), o que levaria a uma classificação

híbrida, em termos de estratégia e processo de elaboração.

1.3.5 Apresentação dos Dados

Os dados da pesquisa foram apresentados através de tabelas formadas

por questões agrupadas pela determinação de maior freqüência, o resultado total de

cada item pesquisado, determina os objetivos, as estratégias, e os recursos para a

vantagem competitiva da análise em estudo da organização.

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20

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Esta fundamentação está dividida em 3 partes, a primeira parte tem como

definições as estratégias, estratégias genéricas e elaboração de estratégias. A

segunda parte fundamenta o planejamento estratégico e análise interna. Já na

terceira parte aborda a visão baseada em recursos, e a vantagem competitiva

sustentável.

2.1 Conceito de Estratégia

A palavra estratégia, segundo Mintzberg; Quinn (2001), há muito tem sido

usada implicitamente de várias maneiras, mesmo que tenha sido definida

tradicionalmente em apenas uma, o reconhecimento explícito de múltiplas definições

podem ajudar as pessoas a manobrar pensamentos através deste difícil campo.

Strategos referia-se, inicialmente a um papel (um general no comando de um exército). Posteriormente, passou a significar “a arte do general”, ou seja, as habilidades psicológicas e comportamentais com as quais exercia seu papel. Ao tempo de Péricles (450 a.C), passou a significar habilidades gerenciais (administração, liderança, oratória, poder). E, a época de Alexandre (330 a.C.), referia-se à habilidade de empregar forças para sobrepujar a oposição e criar um sistema unificado de governação global. (MINTZBERG; QUINN, 2001, p. 20).

Para Oliveira (1999), a estratégia é extremamente importante para a

empresa, e o executivo deve saber o momento propício aos movimentos estratégicos

é tão importante quanto o movimento em si.

Macrimon (1993, apud HOFFMANN, 1997) considera que estratégia é uma

série coordenada de ações, tendo um escopo compreensivo, e sendo condicionada

aos eventos do meio ambiente e às ações de outros agentes. Uma única ação não

pode ser considerada uma estratégia, mas uma série delas, ainda mais quando elas

são sistematicamente escolhidas para tentar atingir um objetivo.

Porter (1986), por outro lado, diz que estratégia é a escolha deliberada de

um conjunto diferente de atividades a fim de fornecer um conjunto único de valores.

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21

Ele completa afirmando que estratégia é a criação de uma única e valiosa posição,

envolvendo um conjunto diferente de atividades. Se existisse somente uma posição

ideal, não seria necessário estratégia.

Estratégia empresarial, segundo Oliveira (1999, p.179); “determinam as

necessidades da estrutura organizacional em termos de qualificações, as quais, por

sua vez, estabelecem estrutura de pessoas, sistemas, estilo administrativo e valores

comuns”.

Conforme Mintzberg; Quinn (2001), a estratégia empresarial é um processo

organizacional, inseparável da estrutura, do comportamento e da cultura da

companhia na qual é realizada. Este é o conceito operacional que se vai adotar para

o trabalho.

2.1.2 Formulação de Estratégia

A decisão sobre qual estratégia deve ser abordada com empreendimento

racional, que dependerá das ligações emocionais, que poderão influenciar as

escolhas futuras. Para Mintzberg; Quinn (2001, p.59):

A formulação de estratégia como atividade lógica inclui a identificação das oportunidades e ameaças no ambiente da empresa, adicionando-se alguma estimativa ou riscos às alternativas discerníveis. Antes de ser feita uma escolha, os pontos fortes e fracos da empresa devem ser avaliados juntamente com os recursos disponíveis. Sua capacidade atual ou potencial para tirar proveito de necessidades de mercado percebidas ou de lidar com riscos paralelos deve ser estimada de maneira mais objetiva possível. As alternativas estratégicas que resultam de oportunidades equivalentes e capacidades empresariais em um nível aceitável de risco é o que podemos chamar de estratégia econômica.

O processo descrito pressupõe que os estrategistas sejam analiticamente

objetivos em estimar a capacidade relativa de suas empresas e as oportunidades

nos mercados em desenvolvimento.

O processo de formulação de estratégias nas organizações obedece certos

padrões. A literatura disponível apresenta cinco maneiras diferenciadas.

2.1.2.1 Planejamento Racional

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22

Equivalente ao planejamento estratégico e, conforme Oliveira (1999) possui

três dimensões operacionais: delineamento, elaboração e implementação. O

delineamento compreende a estruturação do processo de planejamento estratégico.

A elaboração inclui a identificação das oportunidades e ameaças no ambiente da

empresa e a adoção de estimativas e risco para as alternativas estabelecidas. A

implementação envolve assuntos organizacionais, os sistemas de informações, os

sistemas de incentivos, a competência operacional, o treinamento e a liderança

necessária ao desenvolvimento do processo.

Para Almeida (2001), o planejamento estratégico quando aplicado às

pequenas empresas, necessita de um grande grau de simplificação e enfrenta

dificuldade de conseguir que o empresário saia do dia-a-dia, sendo necessário criar

um comprometimento de sua equipe para forçá-lo a desenvolver o trabalho.

O processo de elaboração de estratégias, através do planejamento

estratégico quando aplicado a unidades e indivíduos, possibilita que o pensamento

estratégico não fique apenas restrito à organização como um todo, mas desça de

forma integrada em seus vários níveis, tornando mais fácil a implementação do plano

estratégico em todos os níveis, e na organização em sua totalidade (Almeida , 2001).

2.1.2.2 Incrementalismo Lógico

Os processos de mudança estratégica em grandes organizações são

tipicamente fragmentados, evolucionários e intuitivos. A estratégia evolui à medida

que decisões internas e eventos externos fluem juntos para criar um novo consenso

(MINTZBERG; QUINN, 2001).

Para Mintzberg; Quinn (2001), as estratégias para a diversificação

proporcionam excelentes exemplos do valor de se proceder de forma incremental.

Os processos incrementais ajudam os aspectos formais da diversificação (preço e

encaixe estratégico) como os aspectos políticos e psicológicos.

O processo de elaboração de estratégias, nos moldes incrementais, é

contínuo. Quinn (1978, apud HOFFMANN, 1997) afirma que algumas mudanças

estratégicas estudadas levaram-se anos para completarem-se, não havendo um

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começo ou fim definido. O processo de elaboração de estratégias modifica e molda

constantemente os conceitos e preocupações dos administradores. É um processo

cíclico que sempre retorna a sua origem.

A visão incremental é constante e procura sempre ligações entre a

organização e o meio ambiente. Requer atenção continua da alta administração para

integrar as ações em um todo intangível e coesivo (QUINN, 1978, apud HOFFMANN,

1997).

2.1.2.3 Estratégias Emergentes

O processo de elaboração de estratégias não é necessariamente

formalizado. Mintzberg (1993, apud HOFFMANN, 1997) afirma que o planejamento

formal não é um processo natural pela qual as estratégias surgem. As estratégias

surgem de experiências passadas.

As estratégias emergentes surgem em uma organização com estruturas

flexíveis, pessoas criativas, estratégias que surgem através de subsistemas que

contribuem para a estratégia organizacional, na sua implantação são admitidos

padrões emergentes.

Conforme Mintzberg; Quinn (2001), o processo de implantação emergente e

complexa, é necessário que a organização desenvolva formas alternativas de

controle e que permitam a existência de processos tanto de estratégias emergentes

quanto estratégias deliberadas.

2.1.2.4 Planejamento como um Processo Dirigido de A prendizagem

Admite a formulação de um plano que não garante a mudança da

organização, essas mudanças só ocorrerão se houver o envolvimento contínuo por

parte das pessoas Idenburg (1993, apud HOFFMANN, 1997).

O desenvolvimento de estratégias está ligado com a administração de

recursos humanos, segundo Idenburg (1993, apud HOFFMANN, 1997), caso não

tenha recursos humanos capacitados ou não se consiga capacita-los, por razões de

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tempo ou de suporte financeiro, os resultados, ao aplicar-se este modelo, pode ficar

aquém da necessidade da organização.

Destaca ainda Idenburg (1993, apud HOFFMANN, 1997) que pode ocorrer

uma paralisia por análise, caracterizada por uma hierarquia inchada, com

profissionais altamente qualificados, um monte de informação e idéias e um excesso

de preocupação com a aprendizagem. No entanto esse tipo de formulação requer

inspiração e força para manter a ligação entre o processo e os objetivos estratégicos.

2.1.2.5 Estratégias em Organização Empreendedora

Conforme Mintzberg: Quinn (2001), a estrutura da organização

empreendedora é frequentemente muito simples, normalmente essa organização

tem pouco ou nenhum pessoal de staff, uma divisão mal definida e uma pequena

hierarquia administrativa. Muito pouco de sua atividade é formalizado, e a

organização faz um uso mínimo de procedimentos de planejamento ou rotinas de

treinamento. É uma entidade sem estrutura, o poder tende a se voltar para o

executivo principal, sem controles formais e com muita flexibilidade.

A tomada de decisões é também flexível, a criação de estratégia,

naturalmente, é responsabilidade do executivo principal e o processo tende ser

altamente intuitivo, com freqüência orientada para a procura agressiva de

oportunidades. Portanto explica Mintzberg; Quinn (2001), que a estratégia resultante

tende a refletir a visão implícita de que o executivo principal tem do mundo, muitas

vezes uma extrapolação de sua personalidade.

2.2 Tipos de Estratégias

As estratégias genéricas, segundo Porter (1986), são métodos para superar

os seus concorrentes, as empresas devem definir uma estratégia genérica que

melhor se adapte a sua estrutura organizacional. São elas Liderança no Custo Total;

Diferenciação e Enfoque.

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Para Ansoff (1991), a estratégia é uma ferramenta potencialmente muito

poderosa para lidar com as condições de mudança que cercam hoje em dia, mas é

complexa. Sua introdução é dispendiosa e seu uso é caro, não obstante, há indícios

de que ela é compensadora. Os tipos de estratégias podem ser a diversificação e a

internacionalização, entre outros citados por Ansoff (1991).

Na concepção de Hooley; Saunders (1996), as estratégias podem ser de

Construção; Expansão do Mercado; Participação no Mercado através da

Confrontação com o Concorrente; de Manutenção; Manutenção do Mercado;

Defensivas; de Nicho de Mercado; de Colheita; de Desativação / Eliminação.

Na visão de Oliveira (1999), as estratégias podem ser estabelecidas de

acordo com a situação da empresa: estar voltada à Sobrevivência, Manutenção,

Crescimento ou Desenvolvimento. A combinação de estratégias deve ser feita de

forma que aproveite todas as oportunidades possíveis, e utilizando a estratégia certa

no momento certo.

Dentre essas classificações, as discussões centram-se nas classificações

de Porter (1986) e Ansoff (1991), pois parece ser que se enquadram melhor nos

objetivos do trabalho.

2.2.1 Estratégia de Liderança no Custo Total

Segundo Porter (1986), o ponto central da estratégia de liderança no custo

total é a empresa fazer com que o seu custo seja menor do que o de seus

concorrentes. O custo mais baixo funciona como mecanismo de defesa da empresa

contra a rivalidade dos seus concorrentes, especialmente no tocante a guerra de

preços. Quando pressionada por fornecedores poderosos, a empresa de custo mais

baixo terá mais fôlego para continuar na indústria do que seus concorrentes.

Porter (1986) entende que somente pode existir um líder no custo numa

indústria, porquanto, de contrário, a batalha por parcela de mercado entre várias

empresas que aspiram à liderança em custo levaria a uma guerra de preços que

seria desastrosa para a estrutura de longo prazo na indústria.

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2.2.2 Estratégia de Diferenciação

A estratégia de diferenciação pressupõe que a empresa ofereça, no âmbito

de toda a indústria, um produto que seja considerado único pelos clientes, ou seja,

cujas características o distingam daqueles oferecidos pela concorrência. Para Porter

(1986), a diferenciação oferece a empresa uma defesa contra as forças do ambiente,

embora de forma diferente daquela permitida pela liderança em custo. A lealdade e

diminuição da sensibilidade ao preço isolam, em maior ou menor grau, a empresa da

rivalidade de seus concorrentes.

Na visão de Porter (1986), pode haver várias empresas perseguindo e

obtendo sucesso com uma estratégia de diferenciação, desde que cada uma delas

se especialize em características ou atributos distintos dos demais, e que haja um

número suficiente grande de clientes que valorizem distintamente cada um destes

atributos e características.

2.2.3 Estratégia de Enfoque

Segundo Porter (1986), a estratégia de enfoque se baseia no fato de que a

empresa será capaz de atender melhor ao seu alvo estratégico do que aqueles

concorrentes que buscam atender todo o mercado. O alvo ou o escopo estratégico

deve ser suficientemente estreito, de forma a permitir que a empresa o atue mais

eficientemente ou mais eficazmente, e pode ser definido sob diversas dimensões:

tipo de clientes, linha de produtos, variedade no canal de distribuição, área

geográfica.

Conforme Porter (1986), o alvo estreito pode ser atendido através de uma

posição de custo mais baixo ou de uma posição de diferenciação, mesmo que a

empresa não seja capaz de manter uma destas posições em relação ao mercado

como um todo.

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2.2.4 Estratégia de Diversificação

Para Ansoff (1991), a diversificação ocorre por meio da aquisição de uma

empresa existente ou através de desenvolvimento interno, com a acumulação do

conhecimento e dos recursos necessários dentro da empresa.

O sucesso neste modo de atuação é observável tanto através de

aquisições, quanto pelo desenvolvimento interno que leva a empresa a ingressar em

mercados que não atendia anteriormente. A alternativa restante de diversificação é a

de ingressar em atividades não relacionadas atuais da empresa, seja por meio de

tecnologia, seja por necessidades de mercado.

Segundo Mintzberg; Quinn (2001), a diversificação pode ser obtida por

desenvolvimento interno ou por aquisição. Uma organização pode entrar para um

novo negócio ao se desenvolver ou pela compra de uma organização já em

operação. Tanto no desenvolvimento interno como na aquisição envolvem

propriedade total e controle formal do negócio diversificado.

Para Chatterjee (2006), uma estratégia de diversificação é bem-sucedida

apenas se sua empresa for uma forte competidora no mercado em que decidir

entrar, com duas exceções. A primeira é quando a empresa escolhe

deliberadamente perder dinheiro em um negócio para lucrar com outros. A segunda

exceção nos leva ao conceito de competências alavancáveis. Ao tentar competir em

um único mercado, a empresa concentra sua atenção no desenvolvimento que

chamamos competências específicas do negócio. Para se obter sucesso na

estratégia de diversificação, é preciso desenvolver um conjunto de competências que

pode ser utilizado em múltiplos negócios.

As competências específicas do negócio residem na intersecção de

atividades e recursos, uma estratégia de diversificação e o seu sucesso dependem,

de como a empresa pode identificar as partes de suas competências existentes, que

combinadas, podem ser alavancadas em um novo negócio, afirma Chatterjee (2006).

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Figura 1: Utilizando as competências existentes para a diversificação: ciclo virtuoso.

Fonte: Chatterjee (2006 p.127).

2.2.5 Estratégia de Internacionalização

De acordo com Ansoff (1991), internacionalização é oferecer ao mercado

externo os produtos ou serviços tradicionais da empresa. A internacionalização

relacionada a necessidades leva à dupla dificuldade de penetração num novo país e

oferecimento de uma tecnologia nova a seus mercados.

Segundo Ansoff (1991), a internacionalização é muito mais difícil e cara do

que a diversificação, isto se deve ao fato de que a internacionalização envolve

afastamentos drásticos da experiência e da competência passadas da empresa,

apresentando riscos maiores que a diversificação.

Explica Teixeira (2003) que no processo de internacionalização, as

empresas percorrem diversas fases assumindo uma orientação mais etnocêntrica

(empresa internacional com mentalidade doméstica) ou mais policêntrica (empresa

multinacional, que tem em conta as diferenças nacionais), ou mista (empresa global).

A última fase do desenvolvimento da internacionalização corresponde ao que tem

sido designada empresa transnacional, aquela que adapta uma visão global, tendo,

no entanto, em vista as diferenças locais.

Identifique novas oportunidades no mercado

Decida com base

na competição –

objetivos

competitivos

Desenvolva

competências

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De acordo com Teixeira (2003), entre as diversas formas de

internacionalização que maior crescimento têm registrado destacam-se o franchising.

As alianças estratégicas e outras formas de cooperação, o que não obstante a

verificação de um surto de fusões e aquisições, nos últimos tempos, em alguns

setores específicos, traduz a tendência do tipo de concorrência das empresas que se

vem deslocando da concorrência direta para a colaboração, da estratégia individual

para a estratégia de rede.

2.2.6 Estratégias de Construção, Expansão, Manutenç ão, Colheita e

Desativação

As estratégias de construção, expansão, manutenção e nicho de mercado

são aplicáveis a produtos e serviços da empresa que oferecem algum potencial

futuro, quer de crescimento e geração de receitas. As estratégias de construção são

as mais adequadas aos mercados em crescimento. Segundo Hooley; Saunders

(1996), durante a fase de crescimento dos mercados, as empresas devem procurar

crescer pelo menos com a mesma taxa de crescimento do mercado. As estratégias

de construção também fazem sentido em mercados que não estão crescendo, em

que há fraquezas exploráveis da concorrência.

Na estratégia de expansão de mercados, explica Hooley; Saunders (1996),

que ocorre em três situações: novos usuários são as empresas que buscam o

crescimento, mas acreditam que seus mercados estabelecidos são incapazes de

proporcioná-lo, partem em busca de novos mercados; novos usos, o mercado pode

ser expandido através da introdução de novos usos junto aos clientes atuais ou

novos; aumento da freqüência, a expansão de mercado se dá pelo incentivo aos

usuários existentes, levando-os a usar mais o produto.

As estratégias de manutenção de mercado são adequadas para um negócio

ou um grupo de produtos geradores de caixa para a empresa, em que o caixa é

necessário para investimento em outra área. Conforme Hooley; Saunders (1996),

quando a empresa domina seu mercado, ela pode dispor de vantagens de custo

oriundas de economias de escalas ou efeitos da experiência que podem ser usadas

como base para se defender através de uma redução seletiva de preços.

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Segundo Hooley, Saunders (1996), as estratégias de nicho de mercado

fazem muito sentido para empresas de pequeno e médio porte que operam em

mercados dominados por grandes empresas. Os dois aspectos principais da

estratégia: é escolher o segmento ou mercado no qual se concentrar e direcionar

todos os esforços exclusivamente para esses alvos.

As estratégias de colheita e desativação é quando se torna claro que não há

vida longa para os produtos ou serviços da empresa. Kotler (1978, apud Hooley;

Saunders, 1996), define colheita como:

Uma decisão estratégica da administração para reduzir o investimento num negócio na esperança de cortar gastos e\ou a melhorar o fluxo de caixa. A empresa espera que ocorra queda no volume de vendas e\ou declínio da participação do mercado, mas tem a esperança de que a perda de faturamento será mais que compensada pela redução de custos. A administração prevê uma queda eventual das vendas até um nível mínimo de demanda. O negócio sofrerá um desinvestimento se não puder gerar lucro neste nível mínimo de recursos da empresa puderem gerar um resultado melhor em outro negócio qualquer.

Depois de tomada à decisão de desativação, explica Hooley, Saunders

(1996), e de ponderar cuidadosamente as conseqüências disso para os demais

negócios da empresa, a implementação implica sair do negócio de forma mais rápida

e barata possível.

2.2.7 Estratégias de Amplitude, Sobrevivência, Manu tenção, Crescimento e

Desenvolvimento.

Conforme Oliveira (1999), a estratégia de amplitude se divide em macro-

estratégia, estratégia funcional e micro-estratégia e correspondem à ação que

empresa vai tomar perante o ambiente, tendo em vista seus propósitos, sua missão,

e o resultado do diagnóstico estratégico; forma de atuação operacional com relação

ao nível tático da empresa; e atuação operacional em relação a uma meta da

empresa.

A estratégia de sobrevivência, explica Oliveira (1999), deve ser adotado

pela empresa quando não existe outra alternativa, ou seja, quando o ambiente e a

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empresa estão em situação inadequada ou apresentam perspectivas desfavoráveis

em relação aos seus pontos fracos e ameaças externas. Em uma estratégia de

sobrevivência, a primeira decisão é parar os investimentos e reduzir o máximo

possível às despesas.

Para Oliveira (1999), a estratégia de manutenção é uma postura preferível

quando a empresa está enfrentando ou espera encontrar dificuldades, e a partir

dessa situação prefere tomar uma atitude defensiva diante das ameaças.

Ainda segundo Oliveira (1999), a estratégia de manutenção pode

apresentar-se de três formas: a manutenção do estado equilíbrio ameaçado ou,

ainda o seu retorno em caso de perda; procura dominar um segmento de mercado

em que atua concentrando os seus esforços e recursos em preservar algumas

vantagens competitivas, portanto a empresa se dedica a um único produto, ou único

mercado, e não há interesse em desviar os seus recursos para outras atenções;

procura conquistar ou manter a liderança no mercado através da concentração dos

esforços em numa única ou em poucas atividades da relação produto/mercado. A

principal vantagem é a redução de custos unitários pelo processamento em massa.

Para Oliveira (1999), as estratégias de crescimento são quando a empresa

ainda tenha predominância de pontos fracos, o ambiente está proporcionando

situações favoráveis que podem se transformar em oportunidades, nesta situação a

empresa procura lançar novos produtos e aumentar o volume de vendas.

Na concepção de Oliveira (1999), o desenvolvimento da empresa se faz em

duas direções principais, podem-se procurar novos mercados e clientes, diferentes

dos conhecidos atualmente, ou novas tecnologias, diferentes daquela que a empresa

domina. A combinação desses dois eixos (mercadológico e tecnológico) permite a

empresa construir novos negócios no mercado.

Segundo Oliveira (1999), a estratégia mais forte do desenvolvimento de

uma empresa corresponde à estratégia de diversificação, normalmente uma

empresa procura oportunidades no ambiente para iniciar o processo de

diversificação.

Salienta Oliveira (1999), que é importante que a empresa escolha a

estratégia básica certa para a situação que cada momento apresenta. Mas,

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naturalmente, esta flexibilidade estratégica não pode ser exagerada, pois a empresa

pode perder sua personalidade.

A seguir, Quadro O4 comparativo sobre os tipos de estratégias segundo os

seus autores:

AUTOR ESTRATÉGIA

- Liderança no Custo Total

- Diferenciação

Porter (1986)

- Enfoque

- Diversificação Ansoff (1991)

- Internacionalização

- Construção

- Manutenção

- Nicho de Mercado

- Colheita

Hooley; Saunders (1996)

- Desativação \ Eliminaçao

- Amplitude

- Sobrevivência

- Manutenção

- Crescimento

Oliveira (1999)

- Desenvolvimento

Quadro: 04 – Comparativo dos tipos de estratégias

Fonte: Borderes, 2007 baseado em Porter (1986); Ansoff (1991); Hooley;

Saunders (1996); Oliveira (1999).

Seguem-se algumas considerações sobre os tipos de estratégias que foram

apresentadas nesta pesquisa bibliográfica sobre Porter (1986), Ansoff (1991),

Hooley; Saunders (1996) e Oliveira (1999).

Porter (1986) propôs uma tipologia composta de três estratégias genéricas:

Liderança no custo total, diferenciação e enfoque. Segundo Porter (1986), as

empresas que apresentarem melhor desempenho seriam aquelas que conseguissem

aplicar uma das três estratégias genéricas. A empresa que for classificada como

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meio-termo não significa que ela não aplique alguma estratégia genérica, mas sim

carece de consistência interna. A posição de Porter (1986) é em função da indústria,

no mercado de oferta e demanda e por seu meio competitivo.

Já Ansoff (1991) conceitua as estratégias de diversificação e

internacionalização como saída, quando a empresa precisa de maior lucratividade.

Examina as condições sob as quais a diversificação é recomendável relacionando a

decisão às atitudes da administração em relação ao risco.

Ansoff (1991) entende que a internacionalização é uma forma de

diversificação no mercado externo, e que essas estratégias são caminhos

alternativos para a expansão da empresa.

As estratégias de Hooley; Saunders (1996) têm um foco direcionado ao

marketing, onde abordam um processo de análise de mercado. Essas estratégias

não correspondem ao objetivo principal deste trabalho, mas têm relevância em

função de combinarem movimentos de ataque e defesa visando construir uma

posição mais forte de mercado.

Oliveira (1999) aborda as estratégias de acordo com a fase que a empresa

está vivenciando no momento. Para Oliveira (1999), as estratégias se dividem em

empresas que estão em um momento não favorável e requer as estratégias de

sobrevivência e manutenção, e empresas que estão em uma situação melhor e já

utilizam as estratégias de crescimento e desenvolvimento.

2.3 Planejamento

O planejamento pode ser definido como o projeto futuro desejado, para

Tavares (1991), planejamento é um conjunto previamente ordenado de ações com o

fim de alcançar os objetivos. Pode-se dizer então que planejar é um conjunto de

ações que estabelecem objetivos comuns a serem atingidos.

O planejamento se preocupa com a tomada de decisão, pois ao estabelecer

esquemas para o futuro, o planejamento funciona como meio de orientar o processo

decisório, dando-lhes maior racionalidade e subtraindo a incerteza a qualquer

tomada de decisão (OLIVEIRA, 1999).

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Na visão de Bethlem (2004), O planejamento envolve tomar decisões

essencialmente pelo reconhecimento que existe um problema, identificando formas

alternativas de resolvê-lo, analisando as conseqüências de cada alternativa e

comparando essas conseqüências para decidir qual a melhor.

Segundo Oliveira (1999), o propósito do planejamento pode ser definido

como o desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais

proporcionam uma situação viável de avaliar as implicações futuras das decisões

presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão

de um modo mais rápido e eficiente.

2.3.1 Planejamento Estratégico

Na visão de Almeida (2001), planejamento estratégico é:

uma técnica administrativa que procura ordenar as idéias das pessoas, de forma que se possa criar uma visão do caminho que se deve seguir (estratégia). Depois de ordenar as idéias, são ordenadas as ações, que é a implementação do plano estratégico, para que, sem desperdício de esforços, caminhe na direção pretendida (ALMEIDA, 2001 p. 13).

Para Bethlem (2004), ”planejamento estratégico é o processo de decidir

sobre as metas da organização e as estratégias para atingir essas metas”. O

planejamento tem inúmeros componentes e exige de quem o pratica uma série de

capacidades pessoais, como experiência passada na atividade, bem como

criatividade para lidar com as incertezas. O planejamento estratégico demanda ainda

atividades prévias, como uma análise cuidadosa dos recursos existentes e de

recursos com datas previstas para obtenção; circunstâncias atuais, levantamento de

informações e métodos e programas para a elaboração e atualização de planos e

acompanhamento de sua execução.

Segundo Oliveira (1999), o planejamento estratégico é um processo gerencial

que possibilita a empresa estabelecer um rumo, com vistas a obter um nível de

otimização em relação ao seu ambiente. O planejamento estratégico é,

normalmente, de responsabilidade dos níveis mais altos da empresa e diz respeito

tanto à formulação de objetivos quanto a seleção dos cursos de ação a serem

seguidos para a sua consecução, levando em conta as condições externas e

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internas à empresa e sua evolução esperada. Também considera as premissas

básicas que a empresa, como um todo, deve respeitar para que o processo

estratégico tenha coerência e sustentação.

Na concepção de Contador (1995), a metodologia tradicional do

planejamento estratégico estabelece a necessidade de se definirem missões,

objetivos, filosofias, estratégias e metas. Mas fundamentalmente, preocupa-se em

escolher produtos com os quais a empresa competirá e os mercados onde atuará.

Atualmente somam-se outras duas decisões: a escolha dos campos e das armas da

competição.

As técnicas de planejamento estratégico não vão indicar como administrar o

dia-a-dia, mas ajudará a organizar e redirecionar suas atividades (ALMEIDA, 2001).

2.4 Diagnóstico Estratégico

O diagnóstico estratégico, segundo Oliveira (1999, p. 80), corresponde à

primeira fase do processo de planejamento estratégico e procura responder à

pergunta “qual a real situação da empresa quanto aos seus aspectos internos e

externos?”, verificando o que a empresa tem e bom, de regular ou de ruim no seu

processo administrativo.

Oliveira (1999) explica que o diagnóstico deverá considerar o ambiente e

suas variáveis relevantes no qual está inserida a empresa, este ambiente

proporcionará à empresa oportunidades que deverão ser usufruídas e ameaças que

deverão ser evitadas. Para enfrentar esta situação ambiental, a empresa deverá ter

pleno conhecimento de seus pontos fortes e fracos e este processo de análise

interna e externa deverá ser integrado, continuo e sistêmico.

Este diagnóstico deve ser efetuado da forma mais real possível, pois

qualquer tomada de posição errada nesta fase prejudicará todo o processo de

desenvolvimento e implementação do planejamento estratégico na empresa

(OLIVEIRA, 1999).

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36

2.5 Componentes do Diagnóstico Estratégico

Apresenta-se a seguir os componentes do diagnóstico estratégico, conforme Oliveira (1999):

2.5.1 Visão \ Missão da Empresa

Para Oliveira (1999), visão é os limites que os proprietários e principais

executivos da empresa conseguem enxergar dentro de um período de tempo mais

longo e uma abordagem mais ampla. A visão proporciona o grande delineamento do

planejamento estratégico a ser desenvolvido e implementado pela empresa. A visão

deve ser resultante do consenso e do bom-senso de um grupo de líderes e não da

vontade de uma pessoa (OLIVEIRA, 1999).

Algumas vezes, explica Oliveira (1999), a visão pode ser configurar de

maneira irrealista quanto ao futuro da empresa. Entretanto, a análise interativa da

empresa indicará as reais ameaças e oportunidades.

Para Almeida (2001), missão é a razão de ser entidade e serve para

delimitar seu campo de atuação, como também para indicar suas possibilidades de

expansão de suas ações. Podem-se agregar os valores da organização que também

nortearão toda a estratégia da empresa.

Conforme Oliveira (1999, p. 71), missão é a determinação do motivo central

do planejamento estratégico, ou seja, “onde a empresa quer ir”, e deve ser definida

em termos de campo de atuação.

A missão é verificada através de uma coerência entre aquilo que a empresa

se propõe a fazer, e aquilo que realmente está sendo feito. Essa sintonia é que

realmente contribuirá para o sucesso da empresa, conforme Almeida (2001).

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37

2.5.2 Análise Interna

Para Oliveira (1999),

A análise interna da empresa tem por finalidade colocar em evidência as deficiências e qualidades da empresa que está sendo analisada, ou seja, os pontos fortes e fracos da empresa deverão ser determinados diante da sua atual posição produto-mercado. Essa análise deve tomar como perspectiva para comparação as outras empresas do seu setor de atuação, sejam elas concorrentes diretas ou apenas concorrentes potenciais.

Já para Almeida (2001), a análise dos aspectos internos da entidade é

identificada pelos fatores críticos de sucesso no seu ramo de atividade, que levam a

empresa ao cumprimento de sua missão.

Segundo Almeida (2001), os fatores críticos de sucesso são considerados

como chave e seu desenvolvimento é determinante, e principal responsável para que

uma empresa se sobressaia em relação às outras.

A comparação dos fatores críticos de sucesso entre as empresas, levará

uma análise dos seus pontos fortes e fracos. Para os pontos fortes, será indicada

uma estratégia que possa tirar vantagem dessa condição, e para os pontos fracos, a

estratégia é reduzi-los (ALMEIDA, 2OO1).

Seguem-se os passos para análise dos aspectos internos, segundo Almeida

(2OO1):

Determinação

dos Fatores

Críticos de

Sucesso (FSC)

na empresa

Comparação

dos FCS da

empresa com

concorrentes

ou

semelhantes

Pontos Fortes

e

Pontos Fracos

Estratégias

para

aproveitar os

Pontos Fortes

e reduzir os

Pontos Fracos

Figura 2: Passos para a análise dos aspectos internos

Fonte: Almeida (2001)

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38

Salienta Oliveira (1999), que entre as estratégias para se aproveitar os

pontos fortes, a empresa deve estabelecer uma vantagem competitiva que

identifique os produtos e mercados para qual a empresa tem diferencial de atuação.

A vantagem competitiva corresponde àquele algo a mais que faz os clientes

comprarem os produtos e serviços de determinada empresa e está relacionada com

os fatores críticos para o sucesso de uma empresa na qual é identificada através de

uma análise interna (ALMEIDA, 2001).

2.6 Visão Baseada em Recursos

A visão com base em recursos destaca que os recursos, acumulados ao

longo do tempo, determinam a competência para o desenvolvimento das atividades

que, por sua vez, definem os níveis de custo e diferenciação Collis e Montgomey

(1995, apud BINDER, 2003).

Para Crubellate; Pascuchi (2005), as perspectivas da organização e de

mercado para entendimento do posicionamento estratégico focalizam condições

externas à empresa. A VBR (Visão Baseada em Recursos), ao contrário, lança seu

foco principalmente nas condições internas da firma, analisando como seus recursos

são obtidos, combinados e aplicados ou disponibilizados.

Neste sentido, acumulação, seleção e aplicação de recursos são

entendidos como função da tomada de decisão no âmbito interno da organização,

não negando a importância de fatores do contexto externo, mas entendendo tais

fatores como passíveis de análise e decisão estratégica, isto é, como sendo

objetivos e, deste modo, sujeitos a escolha e planejamento racional. Ambiente,

nestes termos e nesta perspectiva, constitui o conjunto objetivo de condições e

recursos a serem considerados no planejamento das ações organizacionais, sendo

tais ações produto de agentes racionais em busca da maximização de seus objetivos

que, por sua vez e na VBR, se dá pela combinação e utilização ótima de recursos

(PASCUCHI; CRUBELLATE, 2005).

Conforme Barney (1991, apud PIRES; MARCONDES, 2004), os recursos e

capacidades mais importantes da firma são aqueles duráveis, difíceis de serem

identificados e compreendidos, imperfeitamente transferíveis, não facilmente

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39

replicáveis e sobre os quais a firma possui propriedade e controle. Duas

características ligadas aos recursos da firma podem se constituir em fontes de

vantagem competitiva sustentável para a organização. Essas características

referem-se aos recursos da firma que são heterogêneos e imóveis, ou de imobilidade

imperfeita. Para que isto aconteça, entretanto, os recursos da firma precisam possuir

alguns atributos que precisam ser raros, valiosos, difíceis de serem imitados e para

os quais não devem existir substitutos estratégicos equivalentes Barney (1991, apud

PIRES; MARCONDES, 2004).

Para Meirelles (2005), os três aspectos inimitabilidade, imobilidade e

insubstitutibilidade são avaliados tanto do ponto de vista dos recursos produtivos

quanto das inter-relações da empresa com seus fornecedores e clientes finais. A

inimitabilidade dos recursos é medida a partir do grau de diferenciação dos produtos

e dos custos necessários para acumular rapidamente os recursos estratégicos

necessários para reduzir a inimitabilidade da firma. Quanto mais flexível for a base

tecnológica de uma empresa e mais custoso for o processo de acumulação de

competências, menos imitáveis serão os seus ativos produtivos. A imobilidade é

medida a partir das atividades de P&D (pesquisa e desenvolvimento) realizadas pela

empresa (MEIRELLES, 2005).

Quanto maior a importância destas atividades atribuída pela empresa e

quanto maior o nível de gastos efetivos realizados na acumulação de conhecimento,

mais difícil se torna a transferência de conhecimento por parte dos concorrentes. A

não-substitutibilidade das relações com fornecedores e clientes é avaliada a partir

dos custos de substituição e da política de compra (no caso de fornecedores) e de

investimentos (no caso de clientes) adotada pela empresa, onde se busca avaliar o

vínculo e o grau de comprometimento da empresa com seus fornecedores e clientes.

Quanto maior a inimitabilidade, a imobilidade e a insubstitutibilidade dos recursos da

firma maior (ou melhor) será a performance da empresa (MEIRELLES, 2005).

Para Collis e Montgomery (1995, apud BINDER, 2003), através da

articulação de diversos argumentos da VBR, defendem que teoria dos recursos

explica como os recursos dirigem a performance da empresa em um ambiente

competitivo combinando análises internas sobre a empresa com análises externas

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40

sobre o ambiente. O sucesso da firma advém da melhor e mais apropriada posse de

recursos para seus negócios e estratégias.

Conforme Collis e Montgomey (1995, apud BINDER, 2003), testes para

identificar o valor dos seus recursos: imitabilidade, durabilidade, apropriação,

substituição e superioridade competitiva. Quanto a possibilidade de imitabilidade o

teste para o recurso pode ser feito por unicidade física, dependência de padrões,

ambigüidade causal e limitação potencial de mercado. O teste da durabilidade

consiste em verificar como determinado recurso pode sustentar a performance ao

longo do tempo. O teste da apropriação mede como o recurso é capaz de capturar

rentabilidade do mercado. O teste da substitubilidade verifica qual a possibilidade de

outro tipo de recurso ser utilizado para realizar a mesma finalidade. E, por fim, o

teste da superioridade competitiva verifica qual, realmente, é melhor para a empresa.

Na concepção Collis e Montgomey (1995, apud BINDER, 2003), os gerentes

devem construir as estratégias de suas empresas tendo em vista estas cinco

questões. Neste sentido, a estratégia deve procurar criar mecanismos de difícil

imitação aproveitando condições históricas que favoreçam seu desenvolvimento.

Porém, o papel da firma não é apenas o de alocação de recursos escassos entre

finalidades alternativas, mas sim da gestão dos processos de acumulação,

coordenação e difusão dos recursos que passam a ser a função primordial da

administração de empresas para a performance competitiva.

2.6.1 Classificação dos Recursos

Segundo Montgomery; Porter (1998), os recursos podem ser classificados

resumidamente em três tipos distintos: Ativos Tangíveis: recursos financeiros e bens

físicos como equipamentos, propriedades, estoques; Ativos Intangíveis: vantagens

ou talentos que incluem propriedade intelectual. Podem ser internos como know how,

fórmulas, rotinas e cultura organizacionais, ou vantagens externas como marcas,

patentes, contatos comerciais e reputação; Capacitações Organizacionais: a junção

dos ativos tangíveis e ativos intangíveis, que possibilitam o desenvolvimento de

tarefas/rotinas únicas.

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41

2.6.2 Recursos para Vantagem Competitiva Sustentada

Segundo Montgomery; Porter (1998), a vantagem competitiva sustentável

ocorre quando os concorrentes são afastados devido a uma assimetria de

investimento: eles sofreriam uma penalidade se tentassem imitar o líder. Duas

condições devem ser satisfeitas, a primeira a empresa tem que estar garantida por

melhores termos do que os concorrentes seriam capazes de conseguir no futuro, e a

vantagem tem de ser imposta a longo prazo.

Para um recurso trazer vantagem competitiva sustentável este deve ser

valioso, raro, imperfeitamente imitável e não possuir equivalente estratégico. O

recurso valioso é aquele que explora as oportunidades e neutraliza as ameaças do

ambiente da firma. O recurso raro é aquele que é escasso e não presente em

nenhuma empresa concorrente ou potencialmente concorrente. Estes atributos dos

recursos da empresa servem como indicador da heterogeneidade da organização e

da imobilidade de seus recursos e, portanto, geram vantagem competitiva

sustentável (BARNEY, 1991, apud BINDER, 2003).

3. DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO

Nesta fase do estudo contemplam-se os objetivos específicos deste

trabalho, que é a apresentação de uma pesquisa quantitativa, visando determinar

processo de elaboração de estratégia e determinar os recursos, em uma empresa

que presta serviço de transportes rodoviário de carga.

3.1 Caracterização da Empresa

Ruan Transportes Ltda, foi fundada em 1988 por Luiz Dalçoquio, na cidade

de Itajaí, com a finalidade de agregar o seu único caminhão, um Mercedez-Benz

(1981) a Transportes Dalçoquio Ltda. Em 1997, o empresário adquiriu mais 02

caminhões novos que também foram agregados à empresa.

Em Outubro de 2004, a empresa muda sua razão social para L.P. Log

Transportes Ltda, com uma nova sociedade entre Luiz Dalçoquio e Paulo César

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Panis, iniciando suas atividades no setor de transportes rodoviário de carga, nas

modalidades de contêineres na exportação e baú na importação.

No ano de 2005, a empresa começa a ter como clientes exportadores do

setor de móveis do oeste catarinense que utilizam o porto de Itajaí e frigoríficos no

Rio Grande do Sul que também exportam pelo mesmo porto, ambas utilizam o

transporte de contêineres. A empresa também começou a ter um volume

considerável de transportes com caminhão baú atendendo empresas que importam

seus produtos e distribuem os mesmos para a região de São Paulo.

No final de 2005, a L.P. Log Transportes além de se consolidar nos serviços

de transportes de contêineres e baú, passou a oferecer também transportes de carga

seca, internos (municipais), cargas fracionadas (coletas/entregas), cross docking,

unitização e desunitização. Essas informações estão resumidas na figura 3.

Fundação da RuanTransportes Ltda. L.P. Log Transportes

Adquiriu 2Caminhões Novos

Nova razão social Expansão dos modais logisticos

1988 1997 2004 2007

Figura 3: Cronologia histórica da empresa L.P. Log Transportes Ltda.

Fonte: L.P. Log Transportes Ltda.

A empresa atua com uma frota de 35 caminhões agregados tipo contêiner e

15 caminhões agregados com carreta baú para viagens interestaduais, e mais 08

caminhões para fazer o transporte interno e fracionado. A empresa possui 02

caminhões com carreta baú próprios que são utilizados somente para viagens

interestaduais.

Atualmente a empresa conta com 35 clientes no transporte de contêineres e

mais 18 no transporte de baú entre elas destacam-se a Actual Têxtil, Cotrijui, Serpil

Móveis, Terra Nova, CCQM, Móveis Finestra, Komeco, CSAV, entre outras.

3.1.1 Faturamento

A evolução dos dados de faturamento é demonstrada a seguir através do

gráfico 1:

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43

FATURAMENTO OUT/O4 A SET/O7

0

100000

200000

300000

400000

500000

600000

out/0

4

dez/0

4

fev/0

5

abr/0

5

jun/05

ago/0

5

out/0

5

dez/0

5

fev/0

6

abr/0

6

jun/06

ago/0

6

out/0

6

dez/06

fev/0

7

abr/0

7

jun/07

ago/0

7

Gráfico 01: Faturamento de Outubro de 2004 a Setembro de 2007.

Fonte: L.P. Log Transportes.

O gráfico 1 mostra que o faturamento foi iniciado em R$ 60.000 e evoluindo

de janeiro a junho, mantendo-se entre R$ 200.000 a R$ 250.000. Nessa fase a

empresa estava voltada à necessidade de produzir, conquistar novos clientes e

conseqüentemente aumentar o seu faturamento.

A partir do segundo ano, houve um incremento em função da ampliação do

leque de serviços prestado e o faturamento acompanhou essa diferença

estabelecendo-se entre R$ 350.000 a R$ 400.000. No setor de transportes os meses

críticos são entre Novembro a Fevereiro, pois neles há um desaquecimento no

mercado em função das festas de fim de ano e começo de ano.

No seu terceiro ano de operações, a empresa está focada no seu

crescimento e consolidação no mercado, adquiriu experiências para minimizar as

ameaças e aproveitar seus fatores críticos de sucesso.

3.2 Resultado da Pesquisa de Campo

Neste item apresenta-se e faz-se análise das respostas dos entrevistados

da empresa em estudo, sobre as estratégias genéricas, sobre o processo de

elaboração de estratégias e as estratégias de recurso para vantagem competitiva.

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44

3.2.1 Estratégias Genéricas

Os participantes da pesquisa foram questionados sobre as estratégias

genéricas utilizadas na empresa, as respostas estão demonstradas na Quadro 5.

Proprietários

Estratégia Genérica Lid. Custo Tota l Enfoque Diferenciação Diversificação

Motivação de Compra 2 - - -

Atuação do Mercado (Serviços) - - 2 -

Produtos e Mercados - - 2 -

Metas de Crescimento - - 1 1

Compras - 2 - -

Principal Característica - 1 1 - Total 2 3 6 1

Gerente s

Estratégia Genérica Lid. Custo Total Enfoque Diferenciação Diversificaç ão

Motivação de Compra 1 - 1 -

Atuação do Mercado (Serviços) - - 2 -

Produtos e Mercados - - 2 -

Metas de Crescimento - - 2 -

Compras - 1 - 1

Principal Característica - - 2 - Total 1 1 9 1

Empresa Funcionários Operacionais

Estratégia Genérica Lid. Custo Total Enfoque Diferenciação Diversificaç ão

Motivação de Compra 2 - 1 -

Atuação do Mercado (Serviços) 2 - 1 -

Produtos e Mercados 2 - 1 -

Metas de Crescimento - 1 2 -

Compras - 1 1 1

Principal Característica 1 2 - - Total 7 4 6 1 Total Consolidado 10 8 21 3 Quadro 5: Estratégias Genéricas. Fonte: da própria pesquisa (2007).

No quadro 05, pode-se observar a estratégia de diversificação, e a

estratégia de enfoque foram menos freqüentes entre as respostas dos entrevistados.

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45

Relacionando-se as respostas dos proprietários versus gerentes, verifica-se que a

estratégia de diferenciação recebeu a maior pontuação. Segundo Porter (1986), a

diferenciação oferece a empresa uma defesa contra as forças do ambiente, embora

de forma diferente daquela permitida pela liderança em custo. A lealdade isola, em

maior ou menor grau, a empresa da rivalidade de seus concorrentes.

Esse resultado aponta que os dois proprietários e os dois gerentes

principais da empresa estão focados em diferenciar os serviços oferecidos, já que

nesse segmento, os valores de fretes são estipulados pelo mercado, e o operador

logístico tem que diferenciar os seus serviços para ter maior competitividade. A

empresa já vem utilizando essa estratégia, pois oferecem uma diferenciação a seus

clientes que importam e armazenam livremente por 21 dias as cargas que são

posteriormente transportadas pela empresa. A empresa oferecendo o modal de

armazenagem a seus clientes, tem a garantia contratual que transportará todas as

suas cargas. A empresa investe nesse tipo de operação, pois toda a despesa gerada

com a armazenagem é compensada pelo o volume de transportes originários dessa

operação. No segmento de transporte, a estratégia de diferenciação oferecida pelas

operadoras de serviços logísticos tem se tornado uma tendência, pois as empresas

contratantes cada vez mais querem terceirizar todo o seu modal logístico.

Já relacionando os proprietários versus funcionários operacionais, as

estratégias de diferenciação e liderança do custo total são mais freqüentes. Os

dados demonstram que os funcionários operacionais analisam internamente a

empresa focada na estratégia de liderança no custo total que, na concepção de

Porter (1986), o ponto central da estratégia de liderança no custo total é a empresa

fazer com que o seu custo seja menor do que o de seus concorrentes. Os

funcionários operacionais exprimem essa análise baseados principalmente nos

custos das operações de fretes, ajudantes de carga e descarga que contratam junto

a terceiros, e na elaboração de cotações junto ao seu gerente de operações.

Relacionando-se os gerentes versus os funcionários operacionais, também

são analisadas as estratégias de diferenciação e liderança no custo total, os

funcionários operacionais têm na sua concepção a estratégia de liderança do custo

total nas suas operações diárias. Para os proprietários e gerentes da empresa a

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46

estratégia de diferenciação principalmente dos serviços modais garantirá a

competitividade e sustentabilidade da empresa no mercado.

3.2.2 Processo de Elaboração de Estratégias Quanto ao processo de elaboração de estratégias as respostas dos

entrevistados estão demonstradas na quadro 06.

Quadro 6: Processo de Elaboração de Estratégias Fonte: Pesquisa de campo.

Analisando os dados apresentados no quadro 06, pode-se dizer que os

proprietários e gerentes entrevistados definiram que os modos de elaboração de

estratégias planejamento racional e empreendedor são os que mais se identificam

com as características da empresa.

O planejamento racional, segundo Almeida (2001), quando aplicado às

pequenas empresas, necessita de um grande grau de simplificação e enfrenta

dificuldade de conseguir que o empresário saia do dia-a-dia, sendo necessário criar

um comprometimento de sua equipe para forçá-lo a desenvolver o trabalho. Esse

conceito fundamenta o comportamento organizacional da empresa, o

comprometimento dos proprietários e gerentes com as operações é fator chave para

a manutenção e crescimento da empresa. O planejamento das operações é

necessário devido à complexidade das cargas movimentadas e das exigências dos

clientes, e nesse ponto os proprietários e gerentes planejam e executam objetivando

resultados positivos. O processo de planejamento das operações é composto por um

conjunto de atividades que a empresa realiza, começando no pedido de carga,

retirada de contêiner nos terminais, transporta e unitiza o contêiner no cliente e

coduz o mesmo já, unitizado, até o Porto de embarque. Esse processo é todo

Proprietários Gerentes Func. Operacionais Elaboração de Estratégias Increm. Empr. Rac. Increm. Empr. Rac. Increm. Empr. Rac.

Visão de Risco - 1 1 - 1 1 2 1 - Relação Concorrência - 1 1 - 1 1 1 2 - Tomada de Decisão - - 2 - - 2 - 3 - Características das Ações 1 1 - 1 - 1 2 - 1 Objetivo das Ações 1 - 1 1 1 - 1 - 2 Total 2 3 5 2 3 5 6 6 3 Estratégias Increm. Empr. Rac. - - - - - - Total Consolidado 10 12 13 - - - - - -

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planejado, mapeado e rastreado pela empresa, sendo uma condição fundamental

para se obter o controle no processo logístico e obter melhorias.

Ainda, relacionando os proprietários e gerentes com o modo empreendedor

notam-se ambos os grupos atuam de forma distinta. Os proprietários estão sempre

em busca de novos clientes, e que os gerentes buscam as oportunidades na

diferenciação dos serviços para os clientes existentes na empresa, os grupos têm o

mesmo objetivo que é o aumento do faturamento.

Em relação à análise das respostas dos funcionários operacionais, a

elaboração de estratégias está focada no incrementalismo lógico e no modo

empreendedor. Segundo Quinn (1978, apud HOFFMANN 1997), o incrementalismo

lógico é uma técnica administrativa efetiva e útil para melhorar e integrar ambos os

aspectos da formulação estratégica, estabelecendo ligações. No modo

empreendedor que, para Mintzberg; Quinn (2001), que a estratégia resultante tende

a refletir a visão implícita de que o executivo principal tem do mundo, muitas vezes

uma extrapolação de sua personalidade.

Relacionando os proprietários e gerentes versus funcionários operacionais a

tomada de decisão na visão dos funcionários operacionais é de modo

empreendedor, pois na sua concepção os proprietários e gerentes estão agindo em

de maneira pró-ativa em busca de novas oportunidades. Já para os proprietários e

gerentes a tomada de decisão é de forma racional, pois é baseado numa análise

interna e em um plano de ação.

Analisando os proprietários e gerentes versus funcionários a característica

das ações na percepção dos funcionários operacionais é de modo incremental, pois

integram de forma estratégica todos os setores da empresa. Já para os proprietários

e gerentes, a característica das ações é em alguns momentos de modo

empreendedor para os proprietários e racional para os gerentes.

Comparando os proprietários e gerente versus funcionários operacionais

percebe-se que os funcionários operacionais por trabalharem em equipe, e somente

executar as ações, talvez tenham uma visão mais empreendedora e incremental da

empresa e os gerentes e proprietários por planejar as ações tenha na sua

percepção, a forma de planejamento racional.

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48

De um modo geral, os resultados não permitem se posicionar

exclusivamente para um modo de elaboração de estratégia, em função que existem

características na empresa das estratégias de modo empreendedor, incremental e

racional, em alguns momentos a empresa pensa e planeja racionalmente, em outros

agem de modo empreendedor como faziam no começo da empresa, em outros

momentos de forma incremental.

3.2.3 Recursos

Os participantes da pesquisa foram questionados sobre quais os recursos

possibilitam à empresa gerar vantagem competitiva. Os resultados são

demonstrados nas tabelas seguintes:

Tabela 01 – Recursos financeiros

Fonte: Pesquisa de campo.

Analisando a tabela 01, percebe-se que os participantes entrevistados

identificam o item capital de giro como o recurso classificado como valioso,

insubstituível e imperfeitamente imitável.

O capital de giro é fundamental para a empresa, pois o fluxo financeiro da

empresa depende dele. Os entrevistados classificaram como recurso de valioso em

função de sua importância para empresa, como insubstituível e imperfeitamente

imitável, e posiciona-se a empresa frente à concorrência, como forma de vantagem

Capital de giro Entrevistados escala 1 2 3 4 5 6 7 Total

Grau de importância 2 5 7 Freqüência de uso 1 5 6

O recurso está disponível 1 6 7 O recurso é substituível? 2 1 1 1 5

O recurso é imitável? 1 2 3 6

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competitiva. A empresa mantém uma reserva financeira que garante o seu capital de

giro, o que possibilita assumir todas as suas operações no curto prazo.

Tabela 02 – Recursos humanos

Fonte: Pesquisa de campo.

Observando a tabela 02, verifica-se que os entrevistados pontuaram a

experiência acumulada como valioso, insubstituível e imperfeitamente imitável. Esse

recurso é valioso, não é substituível e imperfeitamente imitável em função da

experiência dos sócios proprietários, pois antes de serem empreendedores, eles

acumularam anos de sua vida profissional no setor de transportes e logística. Os

entrevistados apontam que muitas situações que enseja entraves, ocorrem

diariamente na empresa são resolvidas através da experiência acumulada, não só

dos proprietários, mas também de toda a equipe.

Tabela 03 – Recursos físicos

Fonte: Pesquisa de campo.

Experiência acumulada Entrevistados

escala 1 2 3 4 5 6 7 Total

Grau de importância 1 1 5 7

Freqüência de uso 7 7

O recurso está disponível 1 6 7

O recurso é substituível? 1 3 2 6

O recurso é imitável? 3 1 2 6

Localização geográfica Entrevistados

escala 1 2 3 4 5 6 7 Total

Grau de importância 1 3 3 7

Freqüência de uso 6 1 7

O recurso está disponível 1 1 3 5

O recurso é substituível? 1 6 7

O recurso é imitável? 2 1 2 1 6

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50

A tabela 03 demonstra a estratégia quanto à localização geográfica. Os 7

participantes classificaram como valioso, raro e imperfeitamente imitável. A

localização na rodovia Br 101 é um recurso estratégico para empresa, visto que os

acessos são facilitados por ficar próximo ao porto de Itajaí, aos terminais de

contêineres e ao porto seco. A localização traz vantagens competitivas para a

empresa, visto que para se estabelecer próximo à rodovia exige-se das empresas

concorrentes um investimento de monta, eliminando entrantes potenciais menos

capitalizados.

Tabela 04 – Recursos organizacionais

Fonte: Pesquisa de campo.

Analisando a tabela 04, verifica-se que os entrevistados optaram pela a

capacidade de realizar mudança como recurso de vantagem competitiva raro. O

segmento de transportes exige uma constante flexibilidade dos seus prestadores de

serviços logísticos. Isso ocorre em função do tipo de operação que deverá ser feita.

Notadamente a L.P. Log Transportes tem se esforçado e conseguido atender os

seus clientes de forma eficiente, ao adaptar-se às mudanças exigidas pelo mercado.

Esse recurso é considerado raro pelos entrevistados, em função de as empresas

concorrentes não terem um grau de flexibilidade como recurso disponível e, muitas

vezes, repassarem operações para a L.P. Log Transportes por não terem condições

de realizar.

Capacidade de realizar mudanças Entrevistados

escala 1 2 3 4 5 6 7 Total

Grau de importância 1 1 2 1 4

Freqüência de uso 1 1 2 1 5

O recurso está disponível 1 3 1 5

O recurso é substituível? 5 2 7

O recurso é imitável? 7 7

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51

Tabela 05 – Recursos mercado

Fonte: Pesquisa de campo.

Na tabela 05 está representada a opinião dos entrevistados em relação aos

recursos de mercado (preço competitivo) que foi classificado como recurso de valor,

e imperfeitamente imitável. Ter um preço competitivo como vantagem competitiva é

algo que a empresa obtém oferecendo ao cliente uma série de serviços agregados

ao frete, esses serviços podem ser desde um espaço para que o cliente monte um

escritório dentro da empresa, como também armazenagens sem custo ao cliente. A

empresa agrega esses serviços ao frete e estabelece preços competitivos como

recurso valioso e imperfeitamente imitável. O quadro 07 resume os resultados

encontrados:

Recursos

Valor

Raro

Insubstituível

Imperfeitamente

Imitável

Capital de giro X X X

Experiência

Acumulada X X X

Localização

Geográfica X X X

Capacidade de

Realizar mudanças X

Preço Competitivo X X

Quadro 7: Recursos Fonte: Pesquisa de campo.

Preço Competitivo Entrevistados

escala 1 2 3 4 5 6 7 Total

Grau de importância 3 2 2 7

Freqüência de uso 1 2 3 6

O recurso está disponível 7 7

O recurso é substituível? 4 1 2 7

O recurso é imitável? 1 2 1 4

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52

Conforme Barney (1991, apud BINDER, 2003), para um recurso trazer

vantagem competitiva sustentável, ele deve ser valioso, raro, imperfeitamente

imitável e não possuir equivalente estratégico. O recurso valioso é aquele que

explora as oportunidades e neutraliza as ameaças do ambiente da firma. Na L.P Log

Transportes os recursos financeiros (capital de giro), humanos (experiência

acumulada), físicos ( localização geográfica) e de mercado (preço competitivo)

foram identificados como valiosos para empresa. Já o recurso raro é aquele que é

escasso e presente em poucas empresas concorrentes ou potencialmente

concorrentes. Estes atributos dos recursos da empresa são identificados na

capacidade de realizar mudanças em função da flexibilidade no modo de operar e

nas parcerias, o que possibilita agilidade no processo logístico, e também na

localização estratégica da empresa, o que lhe permite um excelente acesso às vias

principais da cidade e servem como indicador da heterogeneidade da organização,

além de gerar assim a vantagem competitiva sustentável.

Para Meirelles (2005), quanto maior a inimitabilidade, a imobilidade e a

insubstitutibilidade dos recursos da firma, maior (ou melhor) será a performance da

empresa. Na L.P. Log Transportes, esses recursos são analisados no capital de giro,

na experiência acumulada, na localização geográfica e no preço competitivo.

A pesquisa demonstra que através de seus recursos a L.P Log Transportes

conseguiu se estruturar no mercado por oferecer aos seus clientes serviços

logísticos agregados ao transportes, ter experiência de mercado que lhe proporciona

direcionar o foco de acordo com o que os clientes necessitam e mantém uma

relevante condição financeira.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho de Conclusão de Estágio objetivou avaliar o processo

estratégico de uma microempresa, com enfoque na análise interna caracterizando-se

como uma pesquisa quantitativa..

Para tanto foi realizada uma pesquisa – diagnóstico no ambiente interno da

organização procurando identificar as estratégias, o processo de elaboração de

estratégias e os seus recursos da a empresa dentro do seu segmento.

A fundamentação teórica foi dividida em três partes, sendo a primeira parte

tem como definições as estratégias, as estratégias genéricas e a elaboração de

estratégias. Foram estudadas também as estratégias genéricas de liderança no

custo total, diferenciação e enfoque Porter (1986). Na segunda parte também se

conceituou planejamento. Caracterizou-se planejamento estratégico, diagnóstico

estratégico e análise interna. Descreveu-se a terceira parte, a visão baseada em

recursos como vantagem competitiva sustentada de Barney (1991) e Collis e

Montgomery (1995).

Para atender os objetivos específicos desse estudo foi realizado um

questionário para determinar as estratégias genéricas, o processo de elaboração de

estratégia e determinar os recursos para a vantagem competitiva sustentada.

Como resultado, indica-se que, como determinação das estratégias

genéricas, os entrevistados apontam a diferenciação, que segundo Porter (1986), a

estratégia de diferenciação pressupõe que a empresa ofereça, no âmbito de toda a

indústria, um produto que seja considerado único pelos clientes, ou seja, cujas

características o distingam daqueles oferecidos pela concorrência.. A empresa adota

essa estratégia por agregar valor ao produto, para ter maior competitividade e focar

na melhoria continua do seu nível de serviço.

Em relação ao processo de elaboração de estratégias, os entrevistados

apontaram como processo de planejamento racional, incremental e empreendedor

(hibrido), não permitindo se posicionar exclusivamente para um modo de elaboração

de estratégia. A empresa por estar buscando melhorias contínuas em seus

processos, age com base no planejamento racional, de maneira empreendedora e

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em outros momentos de forma incremental quando se trata da estratégia da

organização.

Quanto aos recursos, os entrevistados apontaram como vantagem

competitiva, os recursos financeiros (capital de giro), humanos (experiência

acumulada), físicos (localização geográfica) e de mercado (preço competitivo) que

foram identificados como valiosos para empresa. Segundo Barney (1991, apud

BINDER, 2003), para um recurso trazer vantagem competitiva sustentável este deve

ser valioso, raro, imperfeitamente imitável e não possuir equivalente estratégico. O

recurso valioso é aquele que explora as oportunidades e neutraliza as ameaças do

ambiente da firma..A análise desses recursos é baseada na identificação da

estrutura da organização e no posicionamento de mercado frente a empresas

concorrentes do mesmo porte.

Como recurso raro foi considerado a capacidade de realizar mudanças, para

Barney (1991 apud BINDER, 2003), o recurso raro é aquele que é escasso e não

presente em nenhuma empresa concorrente ou potencialmente concorrente, de fato

a empresa por adotar a estratégia de diferenciação, o modo de operar e de se

adaptar a novas circunstâncias são fatores que geram vantagem competitiva

sustentada.

Conclui-se assim, que com este estudo, foi possível identificar as

estratégicas genéricas, processo de elaboração de estratégias, recursos para

vantagem competitiva sustentada de uma microempresa, em seu processo

administrativo interno, respondendo a pergunta desta pesquisa, permitindo

demonstrar a importância do processo estratégico, como ferramenta decisiva na

administração do empreendimento.

O trabalho está limitado por se tratar de um estudo de caso, e assim não ser

possível à generalização de seus resultados. A título de contribuição sugere-se

iniciativas relacionadas à expansão da empresa, como a ampliação do seu espaço

físico o que pode aumentar sua capacidade de armazenagem, agilizar seus

processos, e reduzir custos e através da geração de preços competitivos e

vantagens operacionais, levando em conta que o modal de armazenamento de

cargas faz parte da estratégia de diferenciação da empresa.

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Sugere-se também a implementação da ferramenta do planejamento estratégico,

pois atualmente a empresa planeja de forma operacional sem o escopo estratégico.

O objetivo do uso dessa ferramenta é definir e implementar estratégias, projetar

soluções, integrar informações, e fazer gestão das atividades.

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MATTAR, F. N. Pesquisa de marketing : metodologia, planejamento. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999. MEIRELLES, D.S; As contribuições dos recursos específicos da firma no seu

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MINTZBERG, H. e QUINN, J.B. O Processo da Estratégia. 3 ed. Porto Alegre: Bookmann, 2001. MONTGOMERY, C. A. e PORTER, M.E. Estratégia . Harvard Business Review. Rio de Janeiro: Campus, 1998. OLIVEIRA, D. P. R. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas. 14 ed. São Paulo, 1999. PORTER, M. E. Estratégia competitiva : técnicas para analise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986. ROESCH, S. M. A. Projetos de estágio e de pesquisa em administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2005. TEIXEIRA, S.L. estratégias de internacionalização. Projeto de dissertação . Programa de Mestrado Acadêmico em Administração, 2003 TAVARES, Mauro C. Planejamento estratégico. 2.ed. São Paulo: Harbra, 1991.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO

HOFFMANN, V.E PESQUISA SOBRE ESTRATÉGIAS E PROCESSO DE

ELABORAÇÃO DE ESTRATÉGIAS, 2006². Com alterações.

Data: ___/ ___ / ____

4. Função que ocupa o informante:__________________

4.1 Tempo na função (anos):____________

5. Formação Completa do informante: ( ) Fundamental ( ) Médio ( ) Superior ( ) Pós-

graduação

10. Quais motivações levam o seu cliente a escolher a empresa (SOMENTE A MAIS

IMPORTANTE)?

a) ( ) Menor preço;

b)( ) Atendimento (relação inter-pessoal), com características distintas das

encontradas no mercado;

c) ( ) Diversidade de produtos;

d) ( ) Localização;

f)( )Outras. Quais ? _________________________

12. Considerando a maneira como a empresa atua no seu mercado, você diria que

(SOMENTE A MAIS IMPORTANTE):

a) ( ) A empresa tem grande preocupação em oferecer produtos diferentes em

relação aos produtos pelos concorrentes;

b) ( ) A empresa busca trabalhar com baixa disponibilidade de turmas, abrindo novos

horários somente quando necessário e com isso ter um custo mais baixo possível;

c) ( ) A empresa procura diversificar, colocando produtos distintos, testando as

novidades sempre que elas aparecem, mas sempre atuando no mesmo ramo de

negócio.

d) ( ) A empresa procura atender um tipo de cliente, direcionando produtos,

propaganda e atendimento para esse tipo de cliente (s).

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13. Falando de produtos e mercados, você diria que sua empresa procura

(SOMENTE A MAIS IMPORTANTE):

a) ( ) vender sempre com o preço mais baixo que os concorrentes;

b) ( ) vender produtos diferentes que os concorrentes não tenham;

c) ( ) agradar um tipo de cliente, com faixa de renda somente alta, somente média,

ou somente baixa;

e) ( ) ter outra empresa(s) que vende produtos ou serviços, diferentes daquilo que é

vendido em uma escola típica de meu segmento.

14. As metas na sua empresa, em relação à expansão de atividades, são

(RESPOSTA ÚNICA):

a) ( ) Conquistar mercados, através da abertura de filiais;

b) ( ) Abrir outra(s) empresa(s) com atividade que não esteja relacionada à empresa

atual;

c) ( ) Permanecer atuando no setor em que está;

d) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.

15. Na maior parte de suas compras, o quê a sua empresa pretende encontrar nos

produtos e/ou

serviços de seus fornecedores (RESPOSTA ÚNICA)?

a) ( ) Produtos ou serviços com os quais sua empresa possa vender ao menor preço

do mercado;

b) ( ) A qualidade nos produtos e/ou nos serviços para a comercialização é o mais

importante, o preço

é um fator secundário, pois meus clientes assim o exigem;

c) ( ) Produto novo ou diferente no mercado, para que minha empresa tenha algo de

diferente no mercado em que atuo;

d) ( ) Outra resposta? Qual ?__________________________________

16. Qual a característica que sua empresa considera ser a mais importante em

relação ao mercado em que atua (SOMENTE A MAIS IMPORTANTE):

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a) ( ) Ter um padrão específico de atendimento, lay out de loja, estacionamento,

climatização porque considera a importância da lealdade dos clientes em relação a

sua marca.

b) ( )Atuar em um mercado geográfico (localização da loja) em potencial para poder

atender seus clientes de forma mais eficiente que seus concorrentes.

c) ( ) Comercializar (ou continuar comercializando) serviços específicos, porque

dessa forma consegue atender seus clientes de forma mais eficiente que seus

concorrentes.

d) ( ) Vender serviços em quantidade considerável com o objetivo de redução de

custos.

e) ( ) Comprar à vista de seus fornecedores com o objetivo de redução de custos.

f) ( ) Outros ? Quais ? __________________________________________________

17. Toda a decisão implica no risco de dar certo ou não. Considerando esses riscos,

você diria que na

sua empresa (SOMENTE A MAIS IMPORTANTE):

a) ( ) os riscos são evitados, atuando passo a passo;

b) ( ) a empresa considera os riscos, através de uma ampla análise;

c) ( ) mais que pensar em riscos, a empresa pensa é nas oportunidades;

d) ( ) Outras ? Quais ? _____________________________________________

18. Com relação aos concorrentes, você diria que (SOMENTE A MAIS

IMPORTANTE):

a) ( ) a empresa considera aqueles casos de sucesso dos concorrentes, procurando

aproveitar as melhores idéias;

b) ( ) a empresa providencia uma análise de oportunidades e ameaças de maneira

periódica;

c) ( ) a empresa se importa pouco com os concorrentes;

d) ( ) Outras ? Quais ? ___________________________________________

19. Com relação à maneira como a empresa toma suas decisões, em termos de

pessoas envolvidas, você diria que (SOMENTE A MAIS IMPORTANTE):

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a) ( ) a participação mais intensa é do (s) proprietário (s);

b) ( ) todos participam, dando sugestões e propondo soluções;

c) ( ) algumas pessoas na empresa decidem periodicamente, e outro grupo põe em

prática o que foi

decidido.

d) ( ) Outras ? Quais ? _________________________________

20. Se fosse para caracterizar a empresa, você diria que ela (SOMENTE A MAIS

IMPORTANTE):

a) ( ) age sempre que aparece alguma oportunidade;

b) ( ) age sempre que é necessário;

c) ( ) planeja, agindo de acordo com um planejamento prévio;

d) ( ) Outras ? Quais ? _________________________________________

21. Em termos do objetivo das ações das empresas, você diria que (SOMENTE A

MAIS IMPORTANTE):

a) ( ) a empresa procura crescimento como objetivo final de suas ações;

b) ( ) a empresa procura manter-se no mercado como objetivo final de suas ações;

c) ( ) a empresa muda seus objetivos a partir de amplas análises;

d) ( ) Outras ? Quais ? ___________________________________

2 Adaptado de:

HOFFMANN, V.E PESQUISA SOBRE ESTRATÉGIAS E PROCESSO DE ELABORAÇÃO DE

ESTRATÉGIAS, Trabalho de conclusão de disciplina, 2003.

HOFFMANN, R. A. o processo de informatização da pequena e micro-empresa varejista sob a

perspectiva das tipologias do modelo comportamental estratégico de Miles e Snow e da elaboração

estratégica organizacional de Mintzberg. Projeto de dissertação, Programa de Mestrado Acadêmico

em Administração, 2005.

PROCOPIAK FILHO, J. A. Estratégias e Stakeholders em organizações da indústria de construção

civil (...); Projeto de dissertação, Programa de Mestrado Acadêmico em Administração, 2005.

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D) O USO DO RECURSO FRENTE AOS

ESTÁ DISPONÍVEL É IMITAVEL?1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7

Facilidade de captação 1 5 6Capital de giro 7Pagamento à prazo 1 1 2 1 5Planejamento financeiro 3 3 6Controle de custos 2 2 1 5

1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7Treinamento Experiência acumulada relacionamento interno Clima organizacional Ensino formal

1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7Equipamentos Tecnologia físicaPolítica e manutençãoInstalações localização geográfica

1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7Reputação Lobby Relação com sindicato Relação com poder municipal Capacidade da baixa gerênciaCapacidade da alta gerência Planejamento FormalPlanejamento InformalCargos e SalariosCapacidade de realizar mudanças

1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7MarcaProjeto do produtoDiversificaçãoPreço Competitivo

SUPERIOR

ESCALAFINANCEIROS

A) GRAU B) FREQUENCIA

HUMANOS INFERIORIGUAL

INFERIORIGUALSUPERIOR

APENDICE B - PESQUISA DE RECURSOS

FÍSICOS INFERIORIGUALSUPERIOR

ORGANIZACIONAIS INFERIORIGUALSUPERIOR

MERCADO INFERIORIGUALSUPERIOR

DE IMPORTÂNCIA É SUBSTITÍVEL?

C) O RECURSO

DE USO CONCORRENTES

F) O RECURSO E) O RECURSO

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DECLARAÇÃO DE CUMPRIMENTO DE CARGA HORÁRIA DECLARAÇÃ O

A empresa L.P Log Transportes Ltda. declara, para devidos

fins, que o estagiário André Luis dos Santos Gomes, aluno do Curso de

Administração do Centro de Educação Superior de Ciências Sociais

Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí, cumpriu com a carga

horária prevista para o período de 01/06/2007 a 31/10/2007, seguiu o

cronograma de trabalho estipulado no Projeto de Estágio e respeitou

nossas normas internas.

Itajai, 05 de Novembro de 2007.

_____________________________________ Paulo César Panis

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

__________________________

André Luis dos Santos Gomes

Estagiário

__________________________

Paulo César Panis

Supervisor de campo

__________________________

Prof. Valmir Emil Hoffmann

Orientador de estágio

___________________________

Prof. Eduardo Krieger

Responsável pelo Estágio Supervisionado