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Shows Código Florestal Expoimp aquece negócios do campo TIAGO SAMPAIO A Expoimp, segunda maior feira agropecuária das regiões Norte e Nordeste, vai acontecer em Imperatriz en- tre os dias 2 e 10 de julho de 2011. A feira promete am- pliar em 10% o volume total de negócios, entre financia- mentos rurais, vendas de animais e ranqueamento. Pelo menos 5 mil bo- vinos, das mais diversas raças, vão ocupar as baias do evento, além de cavalos, ovinos e outros animais de pequeno porte. Para deixar tudo pronto no Parque de Exposições, 14 mil pessoas trabalham nos preparativos da exposição. PáGINA 3 Exposição apresenta força da pecuária de Imperatriz e região Aprovado em maio pela Câmara de Deputados, com pontos polêmicos, o novo Código Florestal tem gerado insatisfação e dúvidas entre os produtes. PáGINAS 10 e 11 Boletim informativo do Sinrural traz balanço das três últimas edições da Expoimp e metas para 2011 PáGINA 8 e 9 Michel Teló é a principal atração na Expoimp 2011. Além do sertanejo, a agenda traz outros nomes como Hugo Pena e Gabriel e Mariozam Rocha. PáGINA 4

Diário da Fazenda Ed01

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Jornal Diário da Fazenda - Edição 01

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Page 1: Diário da Fazenda Ed01

ShowsCódigo Florestal

Expoimp aquece negócios do campoTIAGO SAMPAIO

A Expoimp, segunda maior feira agropecuária das regiões Norte e Nordeste, vai acontecer em Imperatriz en-

tre os dias 2 e 10 de julho de 2011. A feira promete am-pliar em 10% o volume total de negócios, entre financia-

mentos rurais, vendas de animais e ranqueamento.

Pelo menos 5 mil bo-vinos, das mais diversas

raças, vão ocupar as baias do evento, além de cavalos, ovinos e outros animais de pequeno porte. Para deixar

tudo pronto no Parque de Exposições, 14 mil pessoas trabalham nos preparativos da exposição. página 3

Exposição apresenta força da pecuária de

Imperatriz e região

Aprovado em maio pela Câmara de Deputados, com pontos polêmicos, o novo Código Florestal tem gerado insatisfação e dúvidas entre os produtes. páginaS 10 e 11

Boletim informativo do Sinrural traz balanço das três últimas edições da

Expoimp e metas para 2011

página 8 e 9

Michel Teló é a principal atração na Expoimp 2011. Além do sertanejo, a agenda traz outros nomes como Hugo Pena e Gabriel e Mariozam Rocha. página 4

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Expediente

02 Junho 2011

No fundo, a atual luta dos ambientalistas contra os pro-dutores brasileiros é apenas um capítulo de sua guerra contra as formas de viver e de produ-zir que a ciência e a tecnologia permitiram, e que os homens naturalmente escolheram.

Essa visão tem graves con-sequências éticas, uma vez que implica limitar o jogo do con-sumo quando a grande maioria da humanidade ainda vive com baixa qualidade de vida e bem-estar.

Os produtores do Brasil, e grande parte da sociedade que os apoia, filiam-se a uma tradi-ção mais otimista na capacida-de que tem o homem de adap-tar-se às mudanças no mundo material.

Desde os primórdios, a his-tória não tem sido uma narra-tiva de fracassos e de desastres, mas, pelo contrário, de adapta-ção criativa e de superação.

Apesar de alguns insu-cessos, a marcha geral da ci-vilização, invariavelmente, é positiva. No caso brasileiro, a adaptação da produção agrí-cola à evidente finitude dos recursos naturais já vem ocor-rendo há tempos.

Nas últimas três décadas, a produção de grãos no país pas-

sou de 47 milhões de toneladas para 159 milhões de toneladas, enquanto a área plantada cres-ceu apenas de 37 para 49 mi-lhões de hectares, com eleva-ção de 151% na produtividade.

Se, em 2010, tivéssemos a mesma produtividade de 1977, teriam sido necessários, para a

mesma produção agrícola, uma área total de 122 milhões de hectares, 73 milhões de hecta-res a mais do que efetivamente utilizamos.

O que poupa recursos e preserva o mundo natural de utilização não são normas, bu-rocratas e retórica ambiental, mas a ação dos produtores e o apoio do avanço científico. Na prática, a política ambientalis-ta não confia nas instituições da democracia representativa.

Longe dos principais par-tidos, seus integrantes exilam-

se em pequenas siglas, em que desfrutam da comodidade do pensamento único, dispensan-do-se das canseiras do debate e do convencimento.

Com o apoio financeiro de empresas que se apropriam da natureza como ingrediente de marketing, procuram influir na burocracia do Estado para impor à sociedade sua visão restrita do mundo. E fogem da luta parlamentar -não propõem emendas nem projetos alterna-tivos. No Brasil, até aqui, tive-ram êxito.

Há 46 anos, o Congresso vem sendo privado de votar normas ambientais. A legisla-ção em vigor foi criada ou mo-dificada por meio de decretos, de resoluções e de portarias, decididas sem transparência e longe dos olhos da sociedade.

Os produtores rurais de-pendem da democracia para viver, produzir e progredir. Por isso, sua arena é o Parlamen-to e suas razões precisam ser compartilhadas pela maioria.

Como se vê, estamos dian-te de duas visões de mundo e de dois modos de ação políti-ca. O que prevalecer vai ditar os próximos rumos da socieda-de, da economia e da política brasileiras.

“Produtores rurais dependem da

democracia para viver, produzir e progredir”

CNA

A exuberância da produção rural maranhense, predo-minantemente na porção

sul do Estado, e a restrita cir-culação de informações, na im-prensa local, sobre a força dessa produção em Imperatriz e região são os pilares dessa publicação - O Jornal Diário da Fazenda - que nasce com sua primeira edição mensal em junho de 2011.

Direcionado a produtores rurais e empresas do segmento agropecuário, o Diário da Fazen-da pretende, de forma especiali-zada e crítica, ser uma fonte de informações sobre os assuntos de interesse deste segmento que fomenta as cidades: o campo. Somente quando a produção rural for capaz de bem comuni-car seus feitos é que a socieda-

de, fortemente concentrada nas cidades, passará a reconhecer a relevância da relação campo-cidade e, consequentemente, a valorizar os produtores rurais brasileiros.

Hoje, o agronegócio é o maior negócio da economia brasileira, respondendo por mais de um terço do PIB bra-sileiro e quase 40% dos empre-

gos formais. No Maranhão, o cenário não é diferente, com o setor contribuindo significati-vamente para o desenvolvimen-to econômico e social da região. No entanto, pouco do que vem sendo feito no campo é mostra-do à população urbana, propó-sito este que motiva a equipe do Diário da Fazenda a trabalhar para modificar esse quadro,

ao divulgar o campo e se posi-cionar como uma publicação parceira de todas as iniciativas daqueles que comungam do ob-jetivo de promover o agronegó-cio, o campo, as empresas espe-cializadas e, principalmente, os produtores rurais em suas ativi-dades. Jornal Diário da Fazenda - o dia-a-dia do produtor rural. Contem conosco!

Kátia abreu senadora pelo DEM-

TO e presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), escreve

aos sábados, a cada 14 dias, neste espaço. Artigo publicado no Jornal Folha de S. Paulo de

28/05/2011

O longo processo de vo-tação do novo Código Florestal, que só em

sua fase final se arrasta por um ano, serviu para tornar cla-ras as diferenças entre os pro-dutores rurais brasileiros e os políticos que se definem como ambientalistas.

Não seria impróprio reco-nhecer que, de um modo geral, os ambientalistas são conser-vadores em sua visão do mun-do e autoritários na sua ação política.

Além disso, só levam em conta aspectos ambientais, fechando os olhos para a rica complexidade da vida moder-na que nos obriga a tratar com equilíbrio os fatores econômi-

cos, sociais e culturais.Os produtores rurais são

otimistas em relação ao fu-turo e desejam o aumento da produção e da renda como as-piração legítima da sociedade. Para atingir seus propósitos, acreditam nos mecanismos da democracia representativa.

Por imaginar que os recur-sos da terra chegaram ao limite de utilização, os ambientalis-tas defendem a contenção e a modificação imediata do con-sumo das pessoas.

Tornaram-se o que se pode chamar de conservadores da era pós-moderna. Para eles, o que importa é recriar ambien-tes naturais que existiam antes do capitalismo moderno.

nasce o Diário da FazendaditorialE

política e ambientertigoa

Uma publicação mensal da 80 20 Marketing LTDA-ME CNPJ: 11.985.534/0001-30

Identidade VisualLuciana Souza Reino

Textos, editoração gráfica, edição e revisãoEquipe Diário da Fazenda

Conselho EditorialMarco A. Gehlen - Jornalista - MTB 132-MSThaísa Bueno - Jornalista - MTB 36-MSSindicato Rural de ImperatrizJornal Diário da Fazenda

Ano I, Edição 1, Junho de 2001Imperatriz, Maranhão

Contatos:

[email protected](99) 8105-1111www.diariodafazenda.com.br

AgradecimentosCamila Sampaio, Patrick Sampaio, Tiago Sampaio, Nivaldo C. Vaz Sampaio, Lucas Santiago Arraes Reino, Luciana Souza Reino, Túlio Lavarda, Karlo Marques, ATR Leilões, Escritório Boiadeiro, Via Livre Comunicação.

Distribuído e apoiado peloSindicato Rural de Imperatriz

*Esta Edição contém nas páginas 8 e 9 o boletim informativo O Berrante, desenvolvido, autorizado e sob responsabilidade do Sindicato Rural de Imperatriz.

Participe do Diário da FazendaEnvie sua sugestões de pauta, de entrevistas e artigos para:[email protected]

Envie seu artigo para [email protected]

Page 3: Diário da Fazenda Ed01

Junho 2011 03

Expoimp 2011 deve ampliar negócios em 10%Para organizar o evento até 2 de julho, 14 mil pessoas se revezam nas atividades que incluem de leilões a palestras e cursos

Entre os dias 2 e 10 de julho Imperatriz vai sediar pela 43ª vez a segunda maior

feira agropecuária das regiões Norte e Nordeste, a Expoimp 2011. Realizada pelo Sindicato Rural de Imperatriz (Sinrural), a edição 2011 deve ultrapassar em pelo menos 10% o volume de ne-gócios do ano passado, incluindo atividades com leilões, premiação de animais e financiamentos.

A meta deve ser alcançada com facilidade, uma vez que no histórico do evento, a cada ano, a movimentação apresenta um crescimento em escalada. No mapa comparativo de exposito-res, por exemplo, enquanto em 2008 o parque contabilizou 503 estandes montados, em 2010 fo-ram 596. Ou seja, um aumento de 19%.

“Ano a ano esse número aumenta e desta vez não será di-ferente, mas é preciso perceber que esse valor não representa apenas um acréscimo no volume

de negócios, mas é o resultado da confiança que todos têm no trabalho do Sindicato Rural”, co-menta o presidente do Sinrural, Karlo Marques.

Para deixar tudo em ordem até o dia do evento, 14 mil pesso-as se revezam na organização das atividades, montagem de estan-des e ajustes finais nos 92 hecta-res – 12 de área construída –, do Parque Lourenço Vieira da Silva. A expectativa é que o público ul-trapasse visitantes que estiveram no evento em 2010.

AnimaisNeste ano, aproximadamen-

te 5 mil bovinos irão marcar pre-sença na Expoimp. Já está confir-mada na exposição raças como Nelore, Camapuã, Guzerá, Giro-lando, além de raças cruzadas e leiteiras.

Também estão previstos es-paços para os eqüinos, num total de 200 animais, entre as raças Manga Larga, Quarto de Milha,

Paint horse, além de mulas e mu-ares. Mas a feira reserva lugar, ainda, para pequenos animais, entre eles ovinos e caprinos.

LeilõesSe os animais devem chamar

a atenção nas baias, a agenda de leilões promete ser outro atra-tivo na edição 2011. Conforme Marques, durante todos os dias da Expoimp serão realizados lei-lões de diversas raças.

“A expectativa em torno dos leilões é sempre boa. Dá para ter como base os do ano passado, que movimentaram algo em tor-no de R$ 1,5 milhões”, justifica.

E embora a feira comece só no dia 2 de julho, no dia 26 de ju-nho um pré-lançamento aconte-ce no parque. Estão confirmadas as ofertas de 3 mil animais, entre rezes de cria, recria e engorda.

RankingAlém dos leilões, outro des-

taque é o ranqueamento de ani-

mais. Segundo o Sinrural, há dez anos a feira promove o ranking do Nelore e do cavalo Manga Larga Marchador e há cinco anos foi inserido na agenda o ranque-amento do boi Camapuã e ovi-nos.

“Pontuamos aqui animais que entram na somatória em ou-tros eventos pelo Brasil a fora, como Uberlândia e Goiânia, por exemplo”, comenta Marques.

AperfeiçoamentoMas a agenda da exposição

não é apenas um momento de fazer negócios, mas de aper-feiçoar os negócios. Pensando nisso o Sindicato manteve a parceria com o Sebrae e organi-zou uma agenda de palestras e cursos voltados ao setor.

A lista com os temas selecio-nados e o horário das atividades ainda não foi divulgada, mas a meta é promover um encontro diário para discutir melhorias e incluir assuntos que interessem

desde o mini ao grande produ-tor rural.

“Nosso carro-chefe é o pro-dutor. Temos pensado em ativi-dades que estejam voltadas aos seus interesses e atendam a ex-pectativa de uma feira do nosso porte”, destaca Karlo.

De acordo com o prefeito de Imperatriz, Sebastião Madei-ra, investir no setor do agrone-gócio é necessário para melho-rias em toda a cidade. Segundo ele, a feira dinamiza a economia e reflete o desenvolvimento lo-cal. “Este evento é a maior ma-nifestação da pujança de Im-peratriz”, defendeu durante o lançamento da feira, no fim do mês de maio.

A visão é partilhada pelo presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Hamilton Miran-da de Andrade. “Ratifico as pa-lavras do Madeira: pelo momen-to econômico, a Expoimp vem para ampliar os investimentos no setor”, defende.

xposiçãoE

Page 4: Diário da Fazenda Ed01

04 Junho 2011

Michel Teló é uma das atrações da 43ª ExpoimpProgramação prevê espaço para o público católico e evangélico, além de investir no sertanejo com a dupla Hugo Pena e Gabriel

Como faz há pelo menos dez anos, em 2011 a Ex-poimp preparou uma

programação musical bem eclética, com espaço para os grandes nomes da músi-ca sertaneja nacional e re-gional, além de shows para a comunidade evangélica e católica.

Nos dez dias da 43ª edi-ção de uma das feiras agrope-cuárias mais importantes da região Nordeste, seis serão

embalados pelas atrações musicais.

O grande nome da agenda cultural é o cantor serta-nejo Michel Teló. Embalado por hits como “Ei, Psiu Beijo Me Liga” e “Fugidi-nha”, o artista promete pôr todo mundo para dançar no dia 10 de julho. A previsão não é das mais surpre-endentes, afinal

sua performance no palco rendeu

os primeiros convi-tes para que artistas

sertanejos cantassem nos trios elétricos da Bahia. Ou

seja, um show para fazer o público da Expoimp dançar e cantar até ficar sem fôlego.

Por aqui deve trazer seu trabalho mais recente: “CD e DVD Michel Teló Ao Vivo”. No repertório, além dos clás-sicos, canções como “Larga de Bobeira” e a balada “Ama-nhã Sei Lá”.

AberturaMas se no último dia de

show vai ser difícil resistir ao convite de “fugir” com Teló, na noite de abertura não será fácil ficar parado com a ani-mação do cantor Mariozan Rocha, um dos preferidos do público não só no Maranhão, mas em toda a região Tocan-tina.

E a boa aceitação não é à toa, são mais de 20 anos de estrada colhendo sucessos que vão da seresta ao serta-nejo, passando pelo estilo ro-mântico e até o forró.

E o show por aqui pro-mete ser muito especial, afi-nal a relação com a cidade de Imperatriz é antiga. Foi aqui que em 2009 gravou seu CD ao vivo e garantiu um suces-so de venda que ultrapassou as 25 mil cópias.

Agora ele volta ao mu-nicípio com uma novidade:

o DVD “Mariozam Rocha ao Vivo”, que vai embalar a noi-te do dia 2 de julho.

Rodeio e estreiasTambém caminhando

por vários estilos outra atra-ção da feira é o narrador de rodeios Gleydson Rodrigues, que vêm à Expoimp coman-dar a abertura da disputa en-tre os peões.

Além de sucesso na apre-sentação dessa demonstração de coragem e força sobre um touro bravo, Gleydson vai aproveitar para mostrar o melhor dos seus três discos.

E ainda caminhando pelo mundo sertanejo, outra novi-dade da feira deste ano é a apresentação da dupla Hugo Pena & Gabriel. O show vai ser uma boa oportunidade de apresentar a nova formação da dupla para os fãs de Im-peratriz.

Esse ano os parceiros de palco anunciaram a separa-ção e o afastamento de Hugo Pena que resolveu investir na carreira solo. Agora essa nova dupla, que manteve o nome antigo, vai mostrar aos fãs que o talento continua o mesmo.

Dupla Hugo Pena e Gabriel se apresentam no dia 8 na

Expoimp 2011

Mariozam Rocha abre a programação de shows da feira neste ano

Michel Teló é atração principal da 43ª edição da

Expoimp

traçõesa

Serviço

Os shows na Expoimp começam sempre às 22h30 horas. Os valores do ingresso serão divulgado uma semana antes da abertura do evento.

Mariozam Rocha02/07

Show Evangélico04/07

Show da família católica05/07

Rodeio com gleydson Rodrigues06/07

Hugo pena & gabriel08/07

Michel Teló10/07

agenda de Shows

Page 5: Diário da Fazenda Ed01

Junho 2011 05

Cavalgada faz 20 anos na Expoimp 2011Expectativa é manter o número de participantes do ano passado, com 10 mil pessoas no desfile

Como acontece todos os anos, na edição 2011 da Expoimp está confirma-

do o seu evento mais tradicio-nal: a Cavalgada de abertura, no dia 2 de julho.

E este ano uma data espe-cial para se comemorar. A Ca-valgada completa 20 anos. O evento que começou sem rela-ção alguma com a exposição, hoje foi incorporado à agenda da feira.

“Hoje, a Cavalgada marca abertura da nossa feira e cha-ma a população”, diz o presi-dente do Sindicato Rural de Imperatriz, Karlo Marques.

Segundo ele, há dois anos

a passeada mantém o recorde nacional de maior cavalgada do Brasil. No ano passado, 5 mil animais e cerca de 10 mil pessoas participaram do desfi-le. “Devemos manter esse nú-mero”, diz.

Este ano a concentração do desfile deve sair da Rua 15 de Novembro, na Beira-Rio, e seguir em direção ao parque Lourenço Vieira da Siva pas-sando pelas principais ruas da cidade. Além dos cavaleiros e amazonas, acompanham o passeio motocicletas, carros, bicicletas e carroças. O horá-rio da Cavalgada ainda não foi definido.

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Desfile sai na Rua 15 de Novembro e percorre as principais vias da cidade; meta é reunir 10 mil participantes nesta edição

DIÁRIO DA FAZENDA

Page 6: Diário da Fazenda Ed01

06 Junho 2011

roduçãop

pecuária leiteira comemora aquecimento do setor

Depois de um período de desmotivação, a implan-tação da empresa Palate

em Imperatriz deve alavancar novamente o setor e incentivar o pecuarista a investir no gado lei-teiro nas fazendas do Maranhão.

Há pouco mais de um ano por aqui, a empresa, que benefi-cia derivados do leite o coloca no mercado produtos como acho-colatados, leite em pó, iogurtes e outros já mudou a realidade do produtor no sul do Estado.

Segundo o pecuarista Luís Café, que mantém atualmente 150 fêmeas e novilhos na Fazen-da Celeste, ter uma empresa for-te na região oferece as garantias que os produtores precisam para investir. “Por muito tempo o pro-dutor da região esteve desestimu-lado. Muita gente vendeu o reba-nho porque não tinha segurança. Tinha o produto, mas não tinha para quem vender. Agora é dife-rente”, diz.

E conforme Café, a diferença

já pode ser sentida no preço do produto, que chegou a ser vendi-do a R$ 0,35 o litro. “Hoje vende-mos a R$ 0,65 o litro”, comemora. Ele lembra, ainda, que atualmen-te a Palate tem comprado 90 mil litros de leite por dia, mas a meta é chegar a R$ 300 mil litros diá-rios, para ampliar a fábrica.

“Para o pequeno e médio produtor é uma ótima alterna-tiva, porque o rebanho leiteiro garante uma renda diária, ou quinzenal, coisa que o gado de corte não assegura, porque só vai lucrar depois que o boi estiver gordo”, defende.

CautelaQuem também pretende in-

vestir no setor, mas ainda fica cauteloso com a suposta seguran-ça que uma empresa grande pode dar ao produtor é José Alfredo de Farias, da Fazenda Peixe Gordo. Ele cria búfalos e pretende inves-tir em uma mini-empresa própria para produzir o queijo já na pro-

priedade. “Até hoje, o produtor sempre levou prejuízo quando investiu em leite e acho que era preciso mais de uma indústria para garantir segurança e preço”, argumenta.

Segundo ele, hoje, o leite de búfala que produz está sendo

vendido a R$ 0,60 o litro, a meta-de do valor que considera justo. “Não dá prejuízo, mas nesse valor também não está dando para ter lucro”, argumenta.

De acordo com o Sindicato Rural de Imperatriz (Sinrural), há possibilidade de outras indús-

trias que atuam no setor leiteiro instalarem-se por aqui. “Se o se-tor estiver mais forte, as chances de atrair novos investidores au-mentam”, defende Café.

Setor em expansãoInvestir no leite não é bom

apenas para o produtor, mas para toda a cidade. De acordo com o levantamento da Associação Bra-sileira dos Produtores de Leite (Leite Brasil), o setor leiteiro ocu-pa o primeiro lugar no ranking de empregabilidade privada no Bra-sil. Atividades como produção, industrialização e transporte do leite empregam 45% a mais que a Construção Civil e 50% a mais que o setor têxtil.

Ainda de acordo com o rela-tório, no ano passado o mercado de leite brasileiro produziu 30,6 bilhões de litros de leite, 5% a mais que em 2009. Atualmente o Brasil ocupa a 6ª posição no ranking dos maiores produtores de leite do mundo.

Instalação de empresa que beneficia derivados do leite na cidade anima produtor e faz o preço do litro do leite alcançar R$ 0,65

No ano passado o mercado leiteiro nacional produziu 30,6 bilhões de litros de leite

DIvulGAçãO

Page 7: Diário da Fazenda Ed01

Junho 2011 07

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) prorrogou o prazo

final da primeira etapa da Cam-panha de Vacinação contra a Fe-bre Aftosa. Agora o produtor tem até o dia 15 de junho para aplicar a vacina no rebanho. O prazo an-terior era dia 31 de maio. A mu-dança no calendário foi ocasio-nada pelas fortes fortes chuvas que atrapalharam o trabalho dos produtores em diversas fazendas pelo Brasil.

A Agência de Defesa Agrope-cuária do Maranhão (Aged – MA) foi um dos órgãos responsáveis pela emissão do relatório técnico que pedia a ampliação do prazo. A meta é que no Estado pelo me-nos 90% do rebanho, estimado em pouco mais de 7 milhões de cabeças, seja imunizado.

CalendárioNo início de abril, o Mapa

divulgou calendário nacional de vacinação dos bovinos e búfalos

contra a febre aftosa 2011. No Maranhão não houve mudanças no programa de imunização com relação ao ano passado, man-tendo a vacinação entre maio e novembro. As alterações no cro-nograma atingiram, no Nordeste, apenas os estados de Pernambu-co, Paraíba e Rio Grande do Nor-te, que anteriormente vacinavam entre abril e outubro agora passa-rão a seguir o cronograma geral da região.

Os únicos estados que come-çaram a vacinar o seu rebanho em abril foram Roraima e Rondônia. O restante das unidades iniciou a imunização em maio, exceto San-ta Catarina – livre de febre afto-sa sem vacinação. A estimativa é que sejam disponibilizadas apro-ximadamente 560 milhões de do-ses em todo o Brasil. O rebanho brasileiro está estimado em 208 milhões de cabeças.

RecursosO ministério tem intensifica-

do as ações contra a febre aftosa nos últimos oito anos. No perío-do de 2003 a 2010, os recursos passaram de R$ 3,3 milhões, para R$ 55,9 milhões, o que representa crescimento de 1.693,9%.

Em 2010, a taxa de cobertura vacinal de bovinos e búfalos con-tra a doença alcançou 97,3%. Os estados que registraram os me-lhores resultados na vacinação foram Mato Grosso, com 99,74%, Tocantins, com 99,52%, e Mato Grosso do Sul, com 99,41% dos animais imunizados.

Hoje, 15 unidades da federa-ção são reconhecidas pela Organi-zação Mundial de Saúde Animal como livres de febre aftosa com vacinação: Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pa-raná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Ser-gipe, Tocantins e Distrito Federal. Além disso, detêm esse status, a região Centro-Sul do Pará e os municípios de Guajará e Boca do

Acre, no Amazonas.Em risco médio estão Alago-

as, Ceará, Maranhão, Pernambu-co, Paraíba, Rio Grande do Norte,

Piauí e a região Centro-Norte do Pará. Em alto risco encontram-se Roraima, Amapá e as demais áre-as do estado do Amazonas.

Mapa prorroga prazo de vacinação para 15 de junhoA mudança no calendário foi ocasionada pelas fortes chuvas que atrapalharam o trabalho dos produtores em diversas fazendas

FTOSaa

Produtor do Maranhão tem até o dia 15 de junho para aplicar a vacina no rebanho

DIvulGAçãO

Page 8: Diário da Fazenda Ed01

08 Junho 2011

Sindicato Rural lança 43ª edição da ExpoimpEntidade apresentou balanço dos últimos três anos do evento em Imperatriz e ratificou a meta de crescimento para 2011

No último dia 23 de maio, na Churrascaria do Par-que de Exposições Louren-

ço Vieira da Silva foi lançada ofi-cialmente a edição 43 da Expoimp. Durante a solenidade, o presidente do Sindicato Rural de Imperatriz (Sinru-ral), Karlo Marques, apresentou a pro-gramação oficial da feira em 2011 e fez um balanço das três últimas edições da mostra agropecuária.

No mapa comparativo exibido por Marques aos convidados, entre eles patrocinadores, produtores e a grande imprensa de Imperatriz, é possível per-

ceber a grandeza da feira, que é hoje a segunda maior exposição agropecuária das regiões Norte e Nordeste.

Só de expositores, entre 2008 e 2010 o evento teve um aumento de 19%, passando de 503 para 596 no ano passado. Outro dado importante diz respeito à movimentação financeira dos leilões, que no mesmo período pas-sou de R$ 1,34 milhões para R$ 1,63 mi-lhões. Em outras palavras, em três anos um acréscimo de quase R$ 300 mil.

Mais animaisO total de animais durante esse triê-

nio também só apresentou elevada expan-são. Em 2008, por exemplo, foram mon-tados no parque 42 currais, 68 apriscos e 105 baias, sendo que 122 animais foram expostos nas argolas. No ano seguinte esse número aumentou para 48 currais e 79 apriscos, sendo que os animais em ar-golas passaram a 158.

Já em 2010 os valores são ainda maiores. No ano passado, o número de currais chegou a 56, ou seja, 14 a mais que em 2008. E embora o número de baias tenha sido mantido, os animais tiveram um acréscimo significativo, sendo que as argolas passaram para 195. O total de apriscos também saltou para 89.

E para manter a escalada de cresci-

mento, no lançamento oficial da feira o presidente do Sindicato contou com a presença dos seus patrocinadores Master – os bancos do Brasil, da Amazônia e do Nordeste; representantes da marca Nova Schin e Tok Bolsas, além dos governos do Estado e a Prefeitura Municipal.

Inclusive o prefeito Sebastião Madei-ra e presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Hamilton Miranda de Andra-de, estiveram presentes e falaram da im-portância da Expoimp para o desenvolvi-mento da cidade.

No encerramento da festa foi servido um coquetel aos convidados que aprovei-taram para discutir os detalhes da exposi-ção, que começa no dia 2 de julho.

Presidente do Sinrual, Karlo Marques, comandou a solenidade e apresentou a programação deste ano

DIÁRIO DA FAZENDA

Metas

Crescimento de 10% nos negócios

Reflexo positivo na economia da região

apoio dos bancos

Shopping rural e leilões

Julgamento de animais

Compõe o circuito nacional das feiras

palestras e cursos

O Berrante é um informativo mensal do:

Page 9: Diário da Fazenda Ed01

Junho 2011 09

O valor total de créditos de finan-ciamento, ofertados pelos bancos parceiros da Expoimp 2011, deve

ultrapassar os R$ 30 milhões. Nesta edi-ção já confirmaram carta de empréstimos os bancos do Brasil, da Amazônia e do Nordeste.

Só o Banco do Brasil comprometeu-se em movimentar cerca de R$ 10 milhões no crédito rural. Segundo o gerente de Agro-negócio da Superintendência do BB em São Luís, Tarcísio Giroto, o banco prepa-rou uma oferta especial para o período.

Além do estande e dos caixas de aten-dimento eletrônico distribuídos no par-que, o produtor rural que se interessar em acertar um empréstimo com a agência terá ofertas de juros de 6,75% ao ano e até cin-co anos para pagar.

“O Banco do Brasil foi o primeiro a montar uma carteira rural no Estado do Maranhão, já temos tradição no assunto”, argumentou Giroto.

Antigos parceirosQuem também se apoia na tradição

para ampliar os negócios é o Banco da Amazônia. “Fomos o primeiro banco a montar um estande próprio na feira. Acre-ditamos no potencial do evento”, destaca

o gerente geral do banco em Imperatriz, Humberto Carneiro.

O grupo não estimou uma meta de va-lores no crédito rural que serão ofertados nos nove dias de evento, mas acredita que deve ultrapassar os R$ 10 milhões. “Nossa taxa de juros é competitiva: 6,25% ao ano”, destaca.

Para miniprodutoresOutro parceiro da exposição que vem

com ofertas atraentes é o Banco do Nor-deste. Segundo o gerente geral da institui-ção na cidade, Francisco de Assis Santos, a meta desta edição é atrair os mini e pe-quenos produtores. “Queremos que o mini e pequeno produtor se sinta integrante da feira, que faça parte”, comenta.

Segundo ele, é preciso dar atenção especial à agricultura familiar e às cháca-ras leiteiras. Pensando nisso, o banco vai oferecer para este produtor financiamen-tos do crédito Pronaf-A e créditos simples com valores que oscilam entre 4 e 5% ao ano. A instituição pretende aplicar de R$ 10 a R$ 15 milhões durante o evento. “A feira representa um ganho para toda a sociedade e nosso banco não visa o lucro, simplesmente, mas a melhoria de vida dos nossos clientes”, diz.

Bancos prometemmovimentar mais de R$ 30 milhões na feira O grupo Schincariol de Impera-

triz, parceiro há sete anos da segunda maior Feira Agrope-

cuária da Região Norte e Nordeste, a Expoimp, pretende ampliar o vo-lume de vendas em 10% na edição deste ano.

Para isso, além da carta de be-bidas tradicionais, refrigerantes e sucos, vai investir na cerveja Devas-sa. “A feira acaba se tornando uma vitrine para apresentarmos um pro-duto que aos poucos tem ganhado o mercado da cidade”, explica o geren-te geral da empresa em Imperatriz, Rodrigo Goes.

Segundo ele, entre os dias 2 e 10 de julho, quando a exposições es-tiver acontecendo no Parque de Ex-posições Lourenço Vieira da Silva, a empresa deve comercializar mais que no ano passado, quando vendeu cerca de 2 mil caixas de cerveja de 600 ml e 10 mil caixas de cerveja lata.

“Esses foram os volumes de ven-da no ano passado. Agora devemos ampliar significativamente esse va-lor”, planeja Goes.

Para o gerente, o fato de ter boas atrações gastronômicas ajuda na di-vulgação da marca. “São restauran-tes que investem na qualidade de seus produtos e organizam atrações culturais paralelas. Isso faz com que muita gente visite a feira e experi-mente a cerveja”, comenta.

Para Goes, todo o trabalho será supervisionado para que a bebida no Parque seja comercializada mui-to gelada. “Queremos mostrar nosso produto muito gelado, para garantir que seja saboreada na temperatura certa”, diz.

O grupoO grupo Schincariol está entre

as 15 maiores cervejarias do mundo. Hoje, ele comanda mais de 600 mil pontos de venda em todo o País. Em Imperatriz a empresa mantém 90 empregos diretos.

Devassa quer ampliar venda de bebida em 10% na Exposição

Bancos do Brasil, da Amazônia e do Nordeste comprometem-se em ofertar crédito a juros módicos ao produtor durante o evento

Cerveja Devassa será a oficial da Expoimp 2011

DIvulDAçãO

O Berrante é um informativo mensal do:

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10 Junho 2011

Conheça o histórico do código florestal brasileiroinha do TempoL

As primeiras regras e limitações à conversão de uso do solo (desmatamento) e à exploração florestal no Brasil são anteriores ao Código Florestal.

A Coroa Portuguesa editou diversas normas para manter o estoque florestal da então colônia brasileira. Além das regras, foram definidas severas penalidades, até mesmo a

pena capital e o exílio, para aqueles que desrespeitassem as regras de utilização do solo e das florestas existentes no país. Fonte dos dados abaixo: CNA

MP 2166-67/2001 - ALTERA CONCEITOS E LIMITES DE RESERVA LEGAL E APPsA MP 2166 novamente alterou os conceitos de reserva legal e áreas de preservação permanente. Definiu a reserva legal como sendo “a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, neces-sária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas. O tamanho mínimo da reserva depende do tipo de vegeta-ção existente e da localização da propriedade. No Bioma Amazônia, o mínimo é de 80%. No Cerrado Amazônico, 35%. Para as demais regiões e biomas, 20%.As APP’s sofreram diversas modificações. Passou a ser a faixa marginal dos cur-sos d’água cobertos ou não por vegetação. Na redação anterior era apenas a faixa coberta por vegetação. Nas pequenas propriedades ou posse rural familiar, ficou definido que podem ser computados no cálculo da área de reserva legal os plantios de árvores frutíferas ornamentais ou industriais, compostos por es-pécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com espécies nativas.

Primeiro Código Florestal do BrasilPor meio do Decreto 23.793, de 23/01/1934, foi instituído o “Código Florestal Bra-sileiro”. O decreto estabeleceu, entre outros pontos, o conceito de florestas pro-tetoras. Embora semelhante ao conceito das Áreas de Preservação Permanente (APPs), o decreto não previa as distâncias mínimas para a proteção dessas áreas. Também foi definida a obrigatoriedade de uma espécie de “reserva florestal” nas propriedades. O objetivo desse ponto era assegurar o fornecimento de carvão e lenha – insumo energético de grande importância nessa época – permitindo a abertura das áreas rurais em, no máximo, 75% da área de matas existentes na pro-priedade. Porém, autorizava a substituição dessas matas pelo plantio de florestas homogêneas para futura utilização e melhor aproveitamento industrial. Essa li-nha foi seguida pela Lei 4.771/65, texto que deu origem ao Código Florestal.

1934

“Novo Código Florestal” – Lei Federal 4.771/65Essa lei e as posteriores alterações estabelecem, entre outros pontos, as limitações ao direito de propriedade no que se refere ao uso e exploração do solo e das florestas e demais formas de vegetação.São dois os principais pontos, constantes nessa lei, de inte-resse do produtor rural:• •ReservaLegal(RL);• •ÁreasdePreservaçãoPermanente(APPs).

1965

Lei 7511: Modifica a reserva florestal e as APP’sO conceito de área de reserva florestal - posteriormente denominado de re-serva legal - sofreu diversas alterações.O conceito de reserva florestal, instituído pelo Código Florestal de 1934 vigo-rou até 1986, quando foi publicada a Lei Federal 7.511/86. Essa lei modificou o regime da reserva florestal. Até então, as áreas de reserva florestal podiam ser 100% desmatadas, desde que substituídas as matas nativas por plantio de espécies, inclusive exóticas. Embora essa lei tenha modificado o conceito de reserva florestal, não mais permitindo o desmatamento das áreas nativas, manteve a autorização para o proprietário repor as áreas desmatadas até o inicio da vigência dessa lei, com espécies exóticas e fazer uso econômico das mesmas.Essa lei também alterou os limites das APP’s, originariamente de 05 metros para 30 metros, sendo que nos rios com mais de 200 metros de largura a APP passou a ser equivalente à largura do rio.

1986

Criação da Reserva Legal e alte-ração nas APP’sEm 1989, a Lei Federal 7.803 determinou que a reposição das florestas utilizasse prio-ritariamente espécies nativas, embora não proibisse a utiliza-ção de espécies exóticas. Nes-ta Lei foi instituída a Reserva Legal, que é um percentual de limitação de uso do solo na propriedade rural. Essa área não é passível de conversão às atividades que demandem a remoção da cobertura vegetal.

Também criou-se a obrigação de 20% de Reserva Legal para áreas de cerrado que, até esse momento, era somente para áreas florestadas encerrando, assim, a fase da “reserva flores-tal”, substituída pela “reserva legal e definindo que a averba-ção da reserva legal fosse fei-ta à margem da matrícula do imóvel no registro de imóveis competente.A Lei 7803 alterou novamen-te o tamanho das APP´s nas margens dos rios e criou no-

vas áreas localizadas ao redor das nascentes, olhos d’água; bordas dos tabuleiros ou cha-padas, a partir da linha de ruptura do relevo, ou ainda se a propriedade estiver em alti-tude superior a 1,8 mil metros; ou se ocorrer qualquer das si-tuações previstas no artigo 3.º, da Lei Florestal.O problema é que milhões de hectares considerados como APP´s, e que na maioria dos casos foram ocupados antes da proibição pela legislação,

têm atividades que envolvem a produção de alimentos, in-dústrias, habitações urbanas e rurais, além de vários assenta-mentos. Essas áreas, nos mol-des da lei atual, teriam que ser removidas.Muitas dessas atividades e ocupações não apresentam ris-cos ao ambiente e à sociedade, cumprem função social, mas estão em desacordo com os preceitos da legislação ambien-tal. Parâmetros técnicos devem orientar se uma atividade deve

ser mantida numa determina-da área ou não. É a partir dessa avaliação que serão propostos possíveis ajustes. Mas a legis-lação atual não leva em consi-deração as avaliações científi-cas. O Brasil possui dimensões continentais e os mais diversos tipos de solo e situações topo-gráficas, o que reforça a neces-sidade de uma legislação ade-quada à ciência que considere as peculiaridades locais, inclu-sive em relação ao histórico de ocupação das suas terras.

1989

Medida Provisória 1511/96 – Amplia restrição em áreas de florestaA primeira de uma a serie de Medidas Provisórias editadas, até a MP 2166-67/2001, restringiu a abertura de área em flo-restas. Embora não tenha aumentado a reserva legal, passou a permitir apenas o desmatamento de 20% nos ambientes de fitofisionomia florestal. A partir da MP 2080/2000 a reser-va legal em áreas de floresta passou a ser de 80%.

1996

1998

Aprovação da proposta em comissãoA Comissão Especial do Código Florestal aprovou no dia 6 de junho de 2010 a proposta do deputado Aldo Rebelo para modificação do Código Florestal Brasileiro. Com treze votos a favor, a proposta foi acatada pela comissão e está pronta para apreciação no plenário da Câmara e do Senado.

2010

2011

Lei de Crimes AmbientaisEssa lei também mudou dispositivos do Código Florestal, transformando diver-sas infrações administrativas em crimes, alterando a Lei de 1965. A lei abriu bre-cha para a aplicação de pesadas multas pelos órgãos de fiscalização ambiental, criando novas infrações, inexistentes anteriormente.

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Junho 2011 11

Depois de muita polêmica e uma sessão que se esten-deu até a madrugada, no

dia 25 de maio, a Câmara de De-putados aprovou o texto do novo Código Florestal Brasileiro. Mas apesar de ser essa uma das brigas da bancada ruralista no Planalto, o Sindicato Rural de Imperatriz (Sinrural) admite que não há mui-to que se comemorar.

“O Código é paliativo, não resolve o problema do produtor. Ele na verdade precisa ser apro-vado porque vai tirar o produtor da ilegalidade, mas não resolve”, argumenta o presidente do Sinru-ral, Karlo Marques.

E “não resolve”, conforme Marques, porque as medidas

previstas de reflorestamento nas encostas de rios e adjacentes, consideradas rígidas demais, vão inviabilizar a produção.

O texto do novo código diz que os pequenos produtores que já desmataram suas APPs (Áreas de Preservação Permanente) em margens de rio, devem recom-por a área em 15 metros a partir do rio. Já os que forem conside-rados médios ou grandes devem recompor o dobro.

“Nas atuais condições pro-postas, o pequeno produtor não vai ter condições de produzir. Preservando o tamanho que pre-vêem das APPs, produtores de Buriticupu e do Pará, por exem-plo, não vão ter espaço de sobra

nem para construir a casa deles”, comenta Marques.

Conforme Marques, o gover-no prejudica uma classe que é res-ponsável por 40% do PIB nacional quando não assume uma postura coerente, seja na rejeição de pon-tos substanciais do código ou de outras medidas. “Quando viemos para o Norte, o governo trouxe o produtor com promessas e exigia o desmatamento como garantia para nos dar o título da terra, no entanto, a cada nova política ele muda sua estrutura e nos coloca na ilegalidade”, comenta.

A luta continuaMas se a aprovação do Có-

digo na Câmara é recebida com

cautela, alguns pontos são come-morados pelo setor. Um desses é a aprovação pelos deputados da estadualização da decisão que vai dizer quais plantações vão per-manecer em áreas de preserva-ção permanente. O Governo Fe-deral queria exclusividade sobre esta decisão.

“O Governo Federal tem de entender que ele não teria como avaliar biomas tão diferentes. Só aqui são mais de oito bio-mas. Por isso, acho importante que essa decisão seja tomada em parceria com os Estados”, defen-de Marques. Além disso, pela mesma emenda, a 164, os produ-tores que desmataram até julho de 2008 poderão ser liberados

do pagamento de multa. Essa liberação está condicionada ao cadastramento no Programa de Regularização Ambiental.

EtapasSe em alguns pontos o pro-

jeto é visto como alívio, Marques lembra que “a felicidade ainda é por etapas”. Agora a proposta segue para o Senado e depois para a aprovação do Executivo, que pode vetar total ou parcial o texto do código. “Pelo volume de votos que conseguimos acho que vamos ter aprovação no Senado. A classe rural é como boi, não conhece sua força, se soubesse ninguém o seguraria”, compara.

Código não resolve problema do setor produtivoAs medidas previstas de reflorestamento nas encostas de rios são consideradas rígidas demais e podem inviabilizar a produção

DIvulGAçãO

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