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Ano 86 - Nº 23.396 Jornal do empreendedor Conclusão: 23H50 www.dcomercio.com.br R$ 1,40 São Paulo, sexta-feira, 17 de junho de 2011 ISSN 1679-2688 9 7 7 1 6 7 9 2 6 8 0 0 8 2 3 3 9 6 HOJE Ensolarado, com névoa ao amanhecer. Máxima 10º C. Mínima 24º C. AMANHÃ Sol com agumas nuvens. Máxima 11º C. Mínima 25º C. Hitchcock completo, até 24 de julho, no Centro Cultural Banco do Brasil. Página 22 Allen faz de Bruni uma guia Não só a primeira-dama Carla Bruni aparece em Meia-noite em Paris, o novo Woody Allen: Picasso, Dali, Hemingway, o casal Fitzgerald e Buñuel sentam-se em cenas de bar. Luxo e conforto à prova de alagados, areiões, barro, buracos... Land Rover traz o Freelander 2 Diesel. Pág. 19 Marrakesh, para lá de fascinante A antiga cidade imperial do Marrocos une glamour, tradição e, agora, hotelaria de luxo. Boa Viagem. Pág. 11 Divulgação Antonela Sallem/DC Divulgação Ninguém mais será obrigado a ter sócio Projeto que acaba com a obrigatoriedade foi aprovado no Senado. Só falta Dilma assinar. Pág. 15 EUA dão chance ao etanol brasileiro Subsídios e tarifa de importação caíram no Senado. Agora, falta a Câmara votar. Pág. 18 O ministro Castelli explicou ao não assinar um acordo aéreo: "O Brasil não terá nunca minha assinatura". Pág. 7 Sua majestade, o Leão federal, o voraz Pelo 5º mês seguido, a arrecadação federal é recorde em comparação com igual período de 2010. Em maio, ela foi de R$ 71,5 bilhões (7,18% maior). Pág. 15 d cultura Agliberto Lima/AE Zíper nos segredos da História Historiador não vê razão para a censura eterna: são "registros banais". Pág. 7 Rainha é preso por colher dinheiro dos sem-terra Líder do MST de Base, José Rainha foi preso pela PF com seu irmão e vários funcionários do Incra, acusados de desviar dinheiro destinado à reforma agrária em São Paulo. Páginas 5e6

Diário do Comércio

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17 jun 2011

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Page 1: Diário do Comércio

Ano 86 - Nº 23.396 Jornal do empreendedor

Conclusão: 23H50 www.dcomercio.com.br

R$ 1,40

São Paulo, sexta-feira, 17 de junho de 2011

ISSN 1679-2688

9 771679 268008

23396

HOJEEnsolarado, com névoa ao amanhecer.

Máxima 10º C. Mínima 24º C.

AMANHÃSol com agumas nuvens.

Máxima 11º C. Mínima 25º C.

Hitchcock completo,até 24 de julho, no CentroCultural Banco do Brasil.

Página 22

Allen faz de Bruni uma guiaNão só a primeira-dama Carla Bruni aparece em Meia-noiteem Paris, o novo Woody Allen: Picasso, Dali, Hemingway, o

casal Fitzgerald e Buñuel sentam-se em cenas de bar.

Luxo e conforto àprova de alagados, areiões,

barro, buracos...Land Rover traz o Freelander 2 Diesel. Pág. 19

M a r ra ke s h ,para lá

de fascinanteA antiga cidade imperial do Marrocos une glamour,

tradição e, agora, hotelaria de luxo. Boa Viagem. Pág. 11

Divulgação

Antonela Sallem/DC

Divulgação

Ninguémmais seráobrigado ater sócio

Projeto que acaba com aobrigatoriedade foi

aprovado no Senado. Sófalta Dilma assinar. Pág. 15

EUA dãochance ao

etanolb ra s i l e i r oSubsídios e tarifa de

importação caíram noSenado. Agora, falta aCâmara votar. Pág. 18

O ministro Castelliexplicou ao não

assinar um acordoaéreo: "O Brasil nãoterá nunca minhaassinatura". P á g. 7

Sua majestade,o Leãofe d e ra l ,o voraz

Pelo 5º mês seguido, a arrecadaçãofederal é recorde em comparação com

igual período de 2010. Em maio, ela foide R$ 71,5 bilhões (7,18% maior). Pág. 15

dcultura

Agliberto Lima/AE

Zíper nossegredos da

Histór iaHistoriador não vê razão

para a censura eterna: são"registros banais". Pág. 7

Rainha é presopor colher

dinheirodos sem-terraLíder do MST de Base, José Rainha foi preso pela PF com seuirmão e vários funcionários do Incra, acusados de desviardinheiro destinado à reforma agrária em São Paulo. Páginas 5 e 6

Page 2: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 20112 DIÁRIO DO COMÉRCIO

GRÉCIA: PREPARAÇÃOPARA O PIOR.

ROBERTO

FENDT

Aanálise do Financial Ti-mes de ontem já diziatudo no título: a Euro-pa e a Grécia devem

preparar-se para o pior. A questãoé: o que é o pior? À medida que ogoverno do primeiro ministroGeorge Papandreou vai perdendosua base de sustentação, como segosta de dizer aqui, e vai sendoabandonado pelo seu partido so-cialista, acelera-se o inevitável: amoratória grega.

Não são as massas desconten-tes nas ruas que levarão a Gréciaà moratória. Quem a levou, co-mo apontei aqui neste espaço noúltimo dia 11, foram os governosgregos que se seguiram à adesãodo país à União Europeia e prin-cipalmente ao euro; as agênciasinternacionais de classificaçãode riscos; o Fundo Monetário In-ternacional e o Banco Central Eu-ropeu; e os bancos privados,cúmplices da tragédia que estápor começar.

Voltemos ao pior. O que fará onovo governo que substituir Pa-pandreou? Se optar pelo correto –e eventualmente inevitável –, pre-cisará desvalorizar o câmbio, deforma a reduzir o deficit nas con-tas externas, e aumentar tributos ereduzir gastos, para reduzir o dé-ficit nas contas internas. Alguémpode imaginar algo pior, já que oprazo para fazer essas duas mega-maldades é, ainda por cima, extre-mamente curto?

É claro e provável que o novogoverno procure ganhar tempo etente fazer os dois ajustes da for-ma mais dilatada possível. O pro-blema é que pelo menos o ajusteexterno não poderá esperar e virá,ou não, de uma só vez.

Refiro-me à necessidade urgen-te da Grécia abandonar o euro evoltar à sua moeda nacional, com

o nome antigo de dracma, novodracma ou que outro nome pare-cer mais conveniente. Se não o fi-zer, não terá como tornar o paísmais barato, assim atraindo maisturistas, ao mesmo tempo que tor-nando mais competitivos seuspoucos produtos de exportação,como o azeite de oliva.

A esse respeito, falar émais fácil que fazer. Ha-verá enormes resistên-

cias, primeiro entre os parceirosdo sistema monetário europeu,que não aceitarão o inevitávelcom tamanha fidalguia. A saídada Grécia estimulará Portugal afazer o mesmo, já que padece domesmo mal e necessita do mesmoremédio. Poderá também incen-tivar outros membros do grupo,uma vez aberta a porta.

Isso indica que se prometerá àGrécia novos pacotes de ajuda parapermitir adiar o inadiável. Por ou-

EYMAR

MASCARO

O PSDB EMPONTO DE BALA

O PSDB decidiuincentivar ascríticas aogoverno, paraaproveitar acrise que Dilmaestá enfrentando,envolvendo o PTe o PMDB, quebrigam por cargos

Acúpula do PSDBestá reivindicandoo apoio total dos

oito governadores eleitospelo partido em 2010,para fortalecer a oposiçãoao governo petista deDilma Rousseff.

Com a divulgaçãoda pesquisa Datafolha,o presidente do partido,deputado Sérgio Guerra,chegou à conclusão deque o PSDB precisa começara enfraquecer o PT,se quiser ter chance devoltar ao Poder em 2014.

A pesquisa Datafolhasurpreendeu a oposição,que esperava, em vão, pelodesgaste da presidente com oestouro do caso Palocci.Não foi o que aconteceu.Dilma manteve o mesmoíndice de aprovação. Mas,apesar do resultado dapesquisa, a oposição vai lutarpelo desdobramento do casoPalocci, na expectativa deque Dilma e o PT ainda saiamarranhados do episódio.

O PSDB decidiu tambémincentivar as críticas ao

governo do PT aproveitandoque a presidente estáenfrentando a criseenvolvendo o seu partidoe o PMDB, que brigam pormais cargos no governo.A oposição, contudo, temuma dúvida: como os estadosdependem de verbasfederais para tocar obras,ela não sabe se vai podercontar com a colaboraçãode seus governadores.

O PSDB tem dois fortespretendentes à legendapresidencial, que são JoséSerra e Aécio Neves. Osdois, no entanto, nãoquiseram se envolver a fundono movimento que o partidoincentivou, juntamentecom o DEM e PPS, até a quedade Antonio Palocci da chefiada Casa Civil. Ficou claro queAécio Neves prefere conduzira oposição a Dilma Rousseffde sua tribuna no Senado,enquanto Serra dispõede um canal para também seopor ao governo, a internet.

Na tentativa dereconquistar o Poder, oPSDB está se preparandocom antecedência paradisputar a próxima eleição.Os tucanos estão convencidosde que terão uma difícilmissão em 2014, porquetambém o PT dispõede dois encorpados pré-candidatos, que são Lula e aprópria Dilma Rousseff, quedeseja concorrer à reeleição.

Na festa de aniversário deFernando Henrique rolousolta a promessa de que opartido estará unido paraenfrentar o PT, apesar da faltade sintonia existente entreSerra e Aécio Neves. Até hoje,por exemplo, Serra nãose conforma de ter perdido

a eleição em 2010 para Dilmanos dois turnos, em Minas,sobretudo porque o Estadoestava e está em mãosdo PSDB. Para os tucanospaulistas, Aécio Neves e ogovernador Antonio Anastásianão teriam se empenhado,como devia, na campanhado candidato do partido.

Serra está ciente deque Sérgio Guerra já

trabalha para pavimentar acandidatura presidencial deAécio. Mesmo assim, Serraespera tentar pela terceiravez a candidatura ao Paláciodo Planalto, por entenderque tem um eleitorado fiel,a ponto de dar a ele 44milhões de votos. Minas,porém, responde que a filaandou no partido e quechegou a vez do PSDB do seuestado bancar o próximocandidato a presidente.

Aécio Neves se elegeusenador em 2010 paraexercer mandato de oitoanos. Portanto, se vier a sercandidato à presidência em2014 e perder a eleição,ainda terá mais quatro anosno Senado. Com base nesteraciocínio, Aécio já chegou adeclarar que nada teria aperder. Detalhe: na hipótesedo senador mineiro conseguira legenda presidencial,Serra terá a oportunidadede se candidatar ao Senado,se não quiser continuar semmandato. Ele pode sercandidato à vaga que se abriráno Senado com o término domandato de Eduardo Suplicy.

tro lado, abandonar o euro e voltar àmoeda nacional implicará de pron-to uma perda de poder de comprade todos os nacionais, especialmen-te dos trabalhadores – porque tudoque consomem e importam do res-tante da Europa e do mundo ficarámais caro, abruptamente.

Se já há manifestações nasruas, imagine-se o tama-nho delas quando as pes-

soas sentirem no bolso o peso dasolução para o problema externogrego. Também fará aumentar onúmero dos participantes nasmanifestações de rua o aumentode impostos e os cortes de despe-sas do governo.

A classe média, mais atingidageralmente pelo aumento de tri-butos, esperneará; os mais pobres,clientes dos serviços do governo,certamente farão o mesmo. "Tudonos une, nada nos separa", o lemafamoso de Saenz Peña, será trasla-

dado da Argentina para o Medi-terrâneo oriental.

Mencionei que se requer umadesvalorização cambial, paraacertar as contas externas, e umaumento de impostos e corte degastos, para acertar as contas in-ternas. A maneira convencionaldos livros-texto é fazer esses ajus-tes com os instrumentos da políti-ca econômica. Contudo, o maisdas vezes não assim que se fazemajustes, quando necessários. Exis-te um outro instrumento podero-so, muito conhecido dos latino-americanos, que produz os mes-mos efeitos de mudanças radicaisna política econômica: a inflação.

Assim foi que ocorreu co-nosco, com a Argentina,com o Chile e muitos ou-

tros países de nossa vizinhança. Arecessão que ocorrerá na Gréciareduzirá, em lugar de aumentar, aarrecadação tributária. Para subs-tituí-la, o novo governo poderásimplesmente imprimir dinheiroe pagar com ele as suas contas, evi-tando um brusco colapso da des-pesa pública.

Alguém, contudo, em últimainstância, pagará a conta, já quepapel-moeda é simplesmente pa-pel, não é riqueza. Quem não pu-der proteger os seus rendimentoscom aplicações financeiras, comoos mais pobres, receberão a contado ajustamento.

O outro candidato a receber aconta são os bancos que empresta-ram irresponsavelmente à Gréciamais do que recomendava o bomsenso. Razão tem o Financial Timesao alertar que a Europa e a Gréciadevem preparar-se para o pior. Pa-gar pela irresponsabilidade fiscale monetária tarda, mas não falha.

RO B E RTO FENDT É E C O N O M I S TA

A Grécia precisa abandonaro euro e voltar à sua moeda

nacional. Se não o fizer, não terácomo tornar o país mais barato.

Mas haverá resistência, acomeçar pelos parceiros europeus.

opiniãoNão são as massas descontentes nas ruas que levarão a Grécia à moratória.

Roberto Fendt

Fundado em 1º de julho de 1924

Pre s i d e nteRogério Amato

V i ce - Pre s i d e nte sAlfredo Cotait NetoAntonio Carlos PelaCarlos Roberto Pinto MonteiroCláudio VazEdy Luiz KogutÉrico Sodré Quirino FerreiraFrancisco Mesquita NetoJoão de Almeida Sampaio FilhoJoão de FavariLincoln da Cunha Pereira FilhoLuciano Afif DomingosLuís Eduardo SchoueriLuiz Gonzaga BertelliLuiz Roberto GonçalvesNelson Felipe KheirallahNilton MolinaPaulo Roberto PisauroRenato AbuchamRoberto FaldiniRoberto Mateus Ordine

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As manifestações na Grécia, devido à crise do país, tendem a crescer, conforme o governo tiver de adotar medidas mais drásticas.

John Kolesidis/Reuters

Lula continua afirmandoque Dilma Rousseff serácandidata à reeleição, mas acúpula do partido concordacom o ex-presidente,desde que a presidenteesteja em alta nas pesquisas.Caso contrário, o partidovai de Lula, mais uma vez.

EYMAR MASC ARO É J O R N A L I S TA E

CO M E N TA R I S TA P O L Í T I CO

MASC ARO@B I G H O S T.CO M .BR

Page 3: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 2011 3DIÁRIO DO COMÉRCIO

NEIL

DUQUEESTRADA

FERREIRA

O VIRUNDUM DO POSTE

Só a Carolina do Norte usa mais antibióticospara animais do que todo os EUA para seres

humanos. O terreno é perfeito para gerar agentespatogênicos resistentes a antibióticos.

NICHOLAS

D. KRISTOF

opinião D A D O S R E V E L A M Q U E C O M I D A M ATA U M A P E S S O A A CADA DUAS HORAS N O S E U A .

Ovirundum, sabemos, éa forma popular, agoraprivilegiada até nos

vestibulares da UFRJ emcontraposição à forma culta dalingua portuguesa, hoje emrelativa desgraça oficialesca,que defende o lullês como anovilíngua, na reforma porenquanto informal da maneiracomo falamos e escrevemos aúltima flor do Lácio. Ovirundum, repito, é "ôvirundumIpiranga/as marge prácida (...)"– você sabe o resto se, como eu,vê futebol pela tevê.

A reforma "informal" nãodemora vira lei. A Comissão deConstituição e Justiça daCâmara Federal é presidida porJoão Paulo Cunha, um dosQuarenta... Réus do processodo mensalão no STF, quepratica a novilíngua comperfeição. A Comissão deEducação tem como elementode proa o Tiririca, 1.350.000votos no Estado de Sumpólo,tido como o mais culto eadiantado "destepaíz", que nãosó a pratica mas ensina.

O virundum foi escrito comohomenagem à Independênciado Brasil de Portugal,proclamada por D. Pedro I. Éobrigatoriamente tocado e

cantado pelos jogadores emtodos os jogos de futebol, nãosei se também pelosprofessores e alunos dasescolas públicas nas aulas.Muitos dos jogadores cantam-no com a mão no coração,embora sem decorar a letrainteira que, reconheço, émuito comprida.

Abre parênteses para umapequena explicação aos

mais distraídos – e sou umdeles. D.Pedro I era pai de D.Pedro II, portanto o mais velhodos dois. Mas a História doBrasil, plena de armadilhas,apresenta sempre o maisvelho com a figura de maismoço, barba feita, bigodinhosfinos aparados e costeletinhasà galã (que era mesmo). Omais moço é mostrado comfigura avoenga de muito maisvelho – duvido que alguémtenha visto sua cara de moço –com barbona, costeletonas ebigodões brancos, vá a genteentender. O moço é o velho evice-versa. Fecha.

Desde Pero Vaz deCaminha, com sua carta a ElRei – aquela que todo mundoconhece e que ao descrever asnossas terras dizia que são

"tão ricas e dadivosas, que emnelas se plantando, tudo dá"–até os e-mails endereçadospela internet aos poderososde outra maneira inacessíveis,e às redações dos jornais quecriaram seções de desabafodos leitores, escrever cartas éum esporte nacional.

Mas algumas cartas sãomais cartas do que

outras. Essa do Caminha é oexemplo primeirão de todos.Há outros. A "Carta aosBrasileiros", assinada por Lulla,antes da eleição de 2002, atéparecia ter sido escrita porMalan, Meirelles e Fraga, dacompetente equipeeconômica de FHC, quecolocara o Brasil no rumo daprosper idade.

A "Carta aos Brasileiros" erapara "acalmar o mercado",temeroso do radicalismo da

cumpanherada, queconstantemente ameaçavacalotes nas dívidas externa einterna, com quebras decontratos, rompimento com oFMI e desprivatizações, quechamavam num mantrainsuportável de "piratizações"e "privataria".

O "mercado", essa entidadede mil caras sem

nenhuma cara, estavamandando o dólar às alturasde Quatro Reais cada um, equal assustador WalterMercado dos anúncios derádio, comandava histérico agritaria de "Compre djá !" e"Venda djá !" da Bolsa deValores, que despencava.

Na minha opinião, foi umacarta tão importante ehistórica quanto a de Caminha.Lulla venceu as eleições efalou-se muito na

continuidade de Meirelles eFraga na equipe econômica doprimeiro mandato de Lulla.

Fraga recusou, Meirellesaceitou o Banco Central, ondeficou com Lulla nos seus doismandatos, sempre alvo do"fogo amigo" do PT, masprestigiado por Lulla, quenunca foi bobo nem nada.Meirelles ajudara a plantardurante o governo FHC,saberia colher melhor do quetodos os Mercadantes do PT,somados. Soube.

Agora vem o que penso sera carta mais importante

dos nossos dias. É recente.Tentar avaliar sua importânciahistórica pode parecer atitudeprematura e arriscada,ninguém pode avaliar o futuronum país em que dizem que"até o passado é imprevisível".É a carta assinada pelo Poste,em homenagem aos 80 anosde FHC (amanhã) ecomemorados há uma semananum jantar de 400 talheres, nafiníssima Sala São Paulo, com onon plus ultra da zelitebrasileira. Não foi frangoassado com polenta, cachaça ecerveja no ABC.

Pesquei na carta que o Poste

afirma que FHC é "acadêmicoinovador", "político habilidoso","presidente que contribuiudecisivamente para aconsolidação da estabilidadeeconômica", "que acredita nodiálogo como força motriz dapolítica", "foi essencial para aconsolidação da democraciabrasileira” e luta por seus ideais"até os dias de hoje".

Fechou com chave de ouro:"Não escondo que nos últimosanos tivemos e mantemosopiniões diferentes, masjustamente por isso, maior é aminha admiração por suaabertura ao confronto franco erespeitoso de ideias."

Para mim, é o virundum doPoste. Proclamou sua

independência do Lulla, pareceque se libertou do discursomentiroso e injusto da "herançamaldita". Esse ministério não dáesperança, não se livrou dolullopetismo. Porém, sua cartaao FHC pode ter sido umpequeno passo para ademocracia, mas um grandepasso para o postismo.

Ok, finalmente concordocom o Poste.

NEIL FERREIR A É PUBLICITÁRIO

Q UA N D OA COMIDA

M ATAA

morte recentede 31 pessoas naEuropa por causa deum tipo novo da

E. coli causou alarme no mundotodo, mas não deveríamosficar surpresos. Nossa comidafrequentemente nos trai.

Há apenas poucos dias,uma menina de dois anos emDryden, Virgínia, morreu nohospital após sofrer uma diarreiasanguinolenta relacionada aoutro tipo de E. coli. Seuirmão também foi hospitalizado,mas sobreviveu.

Todos os anos nos EstadosUnidos, 325 mil pessoas sãohospitalizadas por causa dedoenças originadas de alimentose 5 mil morrem, de acordocom o Centro para Controle ePrevenção de Doenças. Issomesmo: a comida matauma pessoa a cada duas horas.

Enquanto os ataquesterroristas de 2011 nos levaram amodificar a forma como lidamoscom a segurança nacional, amorte de quase duas vezes maispessoas por ano ainda não gerouquaisquer iniciativas básicaspara a segurança alimentar.

Temos um sistema agrícolaindustrial que é um prodígiopara produzir alimento barato,mas seus lobistas bloqueiaminiciativas para tornar a comidamais segura. Talvez o aspectomais vergonhoso de nossosistema agrícola – digo isso porser um menino de fazendaem Oregon que já criou ovelhas,bois e porcos – é a forma comque os antibióticos sãoirresponsavelmente dadosa animais saudáveis para quecresçam mais rápido.

A Agência de Remédios eAlimentos (FDA, na sigla eminglês) informou recentementeque 80% dos antibióticos nosEstados Unidos vão para osanimais, não para pessoas.E 90% dos antibióticos animaissão administrados na comida ouna água deles, geralmente paraanimais saudáveis a fim de evitarque fiquem doentes quandosão confinados em condições

imundas e superlotadas.Só o Estado da Carolina do

Norte usa mais antibióticos paraanimais do que os EstadosUnidos inteiros usam para sereshumanos. Essa utilizaçãoarbitrária de antibióticos de baixonível cria um terreno perfeitopara o surgimento de agentespatogênicos resistentes aantibióticos. O resultado é que asdoenças podem se tornar bemmais difíceis de serem tratadas.

A Sociedade de DoençasInfecciosas dos Estados Unidos,uma organização profissionalde doutores, cita o caso de JoshNahum, um instrutor demergulho de 27 anos, do Colorado.Ele desenvolveu uma febre porcausa de uma bactéria que nãorespondia à medicação. A infecçãose espalhou e provocou umapressão enorme em seu crânio.Parte de seu cérebro foi empurradapara a coluna vertebral,paralisando-o. Ele se tornou umtetraplégico dependente deventilador para respirar. Umasemana depois, ele morreu.

Não há nenhum motivopara relacionar o caso deNahum, especificamente,

ao uso agrícola excessivo, poisa resistência a antibióticos temcausas múltiplas que são difíceisde desvendar. Os médicos osprescrevem em excesso. Ospacientes os usam mal. Porém,olhando para os números,de longe o maior elemento douso exagerado é a agricultura.

Nós nunca pensamos emmanter nossas crianças saudáveisadicionado antibióticos à águados bebedouros da escolaporque sabemos que isso iriagerar bactérias resistentes aantibióticos. É chocante que asempresas de biotecnologia façamalgo parecido com os animais.

Louise Slaughter, a únicamicrobióloga da Câmara dosDeputados dos EUA, temlutado uma batalha solitária pararestringir essa prática – mas osinteresses da agroindústriasempre bloqueiam seus projetos.

"Essas estatísticas revelam a

história de uma indústria queestá usando desenfreadamentemal os antibióticos, na tentativade encobrir as abomináveis einsalubres condições de vidados animais", declarou Slaughter."Enquanto dão antibióticos aosanimais para mantê-los saudáveis,estão deixando nossas famíliasmais doentes, ao espalharesses tipos de bactérias mortais".

Os vegetarianos podem pensarque estão imunes, mas não estão.A E. coli se origina em animais,

mas pode cair na águautilizada para irrigar os vegetais,contaminando-os. O surtoeuropeu de E. coli aparentementesurgiu em uma plantação debrotos de feijão em uma fazendaorgânica na Alemanha.

Um dos agentes patogênicosmais resistentes a antibióticos é oMRSA, que atualmente matamais norte-americanos eaumenta bastante os custosmédicos dos Estados Unidos.A MRSA tem muitas variantes

e uma das formas mais benignas,atualmente, está difundidaem pocilgas e entre pessoasque lidam com porcos.

Este ano, um artigo numjornal chamado Appliedand Environmental

Microbiology informou que aMRSA foi encontrada em 70% dosporcos de uma fazenda. Outrojornal especializado divulgouque a MRSA foi encontrada em45% dos empregados de fazendasde porcos. E os Centros paraControles de Doençasrelataram, em abril último, queesse tipo de bactéria foiencontrado no funcionário deum centro de cuidados médicosdiários em Iowa.

Outros países estão semovendo para proibir autilização de antibióticos em

animais. Mas nos Estados Unidoso lobby do agronegócio segura oCongresso. O surto europeudeveria abalar as pessoas."Ele aponta para um sistemacompletamente quebrado",observa Robert Martin,do Pew Environment Group.

Precisamos de inspeçõesmais abrangentes nosistema de alimentos,

mais testes para outros tipos deE. coli e mais educação (semprelavar as mãos depois de tocarem carne crua, e não usar atábua de cortar para carnes everduras). Um grande pontopara começar as reformas seriaproibir o uso de antibióticospara animais saudáveis.

NICHOLAS D. KR I S TO F É C O L U N I S TA

DO NEW YORK TIMES

Page 4: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 20114 -.GERAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

17 de Junho

São Ranieride Pisa

Ranieri nasceu em Pisa, na Itália, no ano 1118.Era tocador de lira quando, aos 19 anos, se

converteu ao Cristianismo e passou a viver comoeremita até ingressar no Mosteiro de São Vito

daquela cidade. Muito virtuoso, possuía odom dos milagres, expulsava demônios e

operava curas.

Solução

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Page 5: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 2011 5DIÁRIO DO COMÉRCIO

SEM LIBERDADEJosé Rainha é presopela quarta vez. Ogoverno fica triste ea UDR festeja.

SEM DISFARCEPara Lula, Rainha ésup ercompanheiro.Para Rainha, Lula ésuper presidente.

política

Cadeia para odesvio de Rainha

Ex-líder do MST foi preso pela PF sob suspeita de desviar dinheiro do Incra

O líder Rainhaindicava asassociações quereceberiamdinheiro. O lídertambém cobravacestas básicas.

RONALDO DE GÓES CARRER

Em megaoperação ba-tizada de OperaçãoDesfalque, com a par-ticipação de 50 agen-

tes, a Polícia Federal prendeuontem, em várias cidades pau-listas, nove acusados de des-viar dinheiro destinado para areforma agrária no Estado deSão Paulo. Um dos presos é o lí-der dissidente do Movimentodos Trabalhadores Rurais SemTerra (MST), José Rainha Jú-nior, atualmente à frente da Fe-deração dos TrabalhadoresAcampados e Assentados deTeodoro Sampaio.

Além de Rainha, foi confir-mada a prisão do seu irmão, oadvogado Roberto Rainha, e adetenção do superintendentedo Instituto de Colonização eReforma Agrária (Incra), emSão Paulo, e de mais dois coor-denadores do órgão. A opera-ção era para cumprir ao todo10 mandados de prisão tempo-rária, sete mandados de con-dução coercitiva e 13 manda-dos de busca e apreensão nascidades de Andradina, Araça-tuba, Euclides da Cunha Pau-lista, Presidente Bernardes,Presidente Prudente, Presi-dente Epitácio, Sandovalina,São Paulo e Teodoro Sampaio.

De acordo com o juiz da 5ªVara da Justiça Federal, emPresidente Prudente, JoaquimEurípedes Alves Filho, o gru-po é acusado de ter cometidoseis crimes – extorsão contra

donos de terras invadidas, es-telionato, peculato, apropria-ção indébita de recursos de as-sentados, formação de quadri-lha e extração ilegal de madei-ra de áreas de preservaçãopermanente (APPs). Por isso,determinou a prisão temporá-ria de cinco dias, podendo serprorrogada por mais cincodias. O inquérito deverá serconcluído em 30 dias e estãoprevistas novas prisões.

A investigação foi iniciadahá cerca de dez meses com oacompanhamento do Ministé-rio Público Federal (MPF), de-pois de denúncias de assenta-dos ligados às cooperativas eprojetos agrários na região doPontal do Paranapanema (SP),que estariam sendo explora-dos no suposto esquema dedesvio de recursos públicos.

As denúncias eram de que osassentados estavam sendousados pelas cooperativas li-

gadas a José Rainha, principal-mente na cidade de TeodoroSampaio, que escolhiam quaisempresas e quais insumos se-riam adquiridos pelas famíliase estavam adulterando notasfiscais para desviar o dinheiroprocedente do Incra.

Rainha recebeu voz de pri-são na casa onde estava hospe-dado, em Presidente Pruden-te. A dona da residência tam-bém foi presa, suspeita de usarum carro comprado com di-nheiro público.

"Ela colabora com a organi-zação criminosa, é uma pessoapróxima do líder Rainha", dis-se Ronaldo de Góes Carrer, de-legado titular da Polícia Fede-ral em Presidente Prudente.

Segundo o delegado, a orga-nização pretendia desviar aomenos R$ 5 milhões para asso-ciações de assentados. "O líderRainha indicava as associa-ções que receberiam o dinhei-ro". Eles também vendiam ma-deira ilegalmente e distri-buiam cestas básicas entre-gues pelo Incra, mas "o líder eseus comparsas cobravam ascestas dos assentados".

Rainha foi transferido deavião para São Paulo. A donada casa e três outras mulheresforam levadas para a Cadeiade Adamantina. Quatro acu-sados estão presos em Presi-dente Venceslau. Há um fora-gido e sete foram ouvidos e li-berados. (Agências)

Geraldo Ataíde/Ag. A Tarde/AE

Ricardo Stuckert/AFP - 22/06/2009

Lula, quando era presidente, usava boné do MST e elogiava José Rainha: "Companheiro de muitos anos".

José Rainha Júnior éacusado pela JustiçaFederal de lideraruma quadrilha quecometeu seis crimes,entre eles desviarrecursos da reformaagrária paraassentados emcidades paulistas.Ex-líder do MST foipreso em PresidentePrudente etransferido para SãoPaulo de avião.

Governo lamenta decisão.E a UDR comemora

Oministro-chefe da Se-cretaria-Geral da Pre-s idência , Gi lberto

Carvalho, interlocutor no go-verno Dilma Rousseff com osmovimentos sociais, ficou"muito triste" e "lamentou" aprisão de José Rainha Júnior,ontem pela Polícia Federal,acusado de desvio de dinheiropúblico destinado a progra-mas de reforma agrária.

Para o ministro, a prisão deRainha "tumultua o processoda reforma agrária" e também"a relação com os movimentossociais". Por isso, admitiu: "Es-tamos extremamente preocu-pados". Embora tenha reco-nhecido que a prisão ocorreudepois de dez meses de inves-tigação, Carvalho foi cautelosoao comentar o assunto. "Ele es-tá sendo acusado de um crime,mas nós preferimos tentar en-tender o que está acontecendode fato". De qualquer forma,para o ministro, "ainda é cedopara qualquer palavra que in-crimine ou não", afirmou.

Sobre a prisão do superin-tendente do Incra em São Pau-lo, Raimundo Pires da Silva, ede pelo menos dois coordena-dores regionais do órgão, Car-valho foi direto. "As medidas

Para o ministro Gilberto Carvalho, a prisão vai tumultuar a reforma agráriaJosé Cruz/ABr -20/4/2011

Carvalho: "triste" e "preocupado", evitou criticar Rainha.

que tivermos de tomar em re-lação ao Incra o faremos ime-diatamente, como o eventualafastamento das pessoas queestão envolvidas em algumdesmando ou malfeito".

Rainha foi expulso do MSTem 2004 e, a partir daí, passou ater uma atuação independenteno Pontal do Paranapanema efundou entidades que passa-ram a receber dinheiro do go-verno e que, agora, estão sobinvestigação.

UDR acusa – O presidenteda União Democrática Rura-lista (UDR), Luiz AntonioNabhan Garcia, disse ontem,

ao comentar a prisão de Rai-nha, que o desvio de dinheiroda reforma agrária não é exce-ção, e sim a regra. "O exemplodo Ministério Público Federalem São Paulo deve ser seguidoem outros estados", afirmou.

"Se investigarem outros con-vênios, vão descobrir irregula-ridade". Rainha foi preso sob aacusação de desviar recursosrepassados a entidades liga-das ao seu grupo. O ruralistaclassificou o repasse de verbasdo governo para cooperativasligadas a grupos de sem-terracomo uma "farra com o dinhei-ro público". (AE)

Convênios do Incra sob suspeita

AFederação das Asso-ciações dos Assenta-dos e Agricultores Fa-

miliares do Oeste Paulista(Faafop) e a Associação Ami-gos de Teodoro Sampaio, liga-das a José Rainha Júnior, presoontem pela Polícia Federal, sãoinvestigadas também por des-vio de recursos do Ministériodo Desenvolvimento Agrário(MDA). Entre 2007 e 2009, asentidades receberam R$ 10 mi-lhões por meio de convêniocom o MDA para um progra-ma de construção de moradias

nos assentamentos, mas o Mi-nistério Público Federal (MPF)encontrou irregularidades naprestação de contas da primei-ra parcela, de R$ 3,5 milhões.Notas frias teriam sido usadaspara justificar as despesas.

Convênios do Incra/SãoPaulo com outras entidades li-gadas aos sem-terra tambémestão sob investigação. A Pro-curadoria da República emOurinhos (SP) abriu inquéritopara apurar a venda irregularde 400 mil metros cúbicos demadeira do Horto de Iaras, ob-

jeto de convênio entre o Incra ea Cooperativa dos Assentadosda Reforma Agrária na Regiãode Iaras (Copafi), do Movi-mento dos Sem-Terra (MST).

Parte do dinheiro da madei-ra, que custou R$ 13 milhões aoerário, desapareceu. O MPFapura desvio semelhante noHorto Aimorés, em Pedernei-ras, região de Bauru. Um con-vênio do Incra com o Institutode Orientação Comunitária eAssistência Rural (Inocar),com sede em Itaberá, tambémestá sob investigação. (AE)

Para Lula, 'meu companheiro'.Para Rainha, 'meu presidente'.

Em 2005, quando aindaestava na Presidênciada República, em seu

primeiro mandato, Luiz InácioLula da Silva, durante a inau-guração de um assentamento,em São Paulo, abraçou JoséRainha – ele já tinha sido preso,acusado de formação de qua-drilha e porte ilegal de armas.Depois, no palanque, Lula elo-giou Rainha.

"Eu quero dizer para o ZéRainha que, muitas vezes, Zé,as pessoas têm... Eu já vi gentecom medo de ficar perto do ZéRainha, porque o Zé Rainha éperseguido, de vez em quandoé preso. E eu quero dizer aqui,

como presidente da Repúbli-ca, Zé, o seguinte: você não éum companheiro de primeirahora, você é um companheiroque eu conheço há muitosanos, há muitos e muitos anos.E eu sei que quando eu deixarde ser presidente, muitos quehoje são meus companheiros,não serão mais, mas você, cer-tamente, continuará sendomeu companheiro".

Dois anos depois, em abril de2007, numa linha contrária aoMovimento dos TrabalhadoresRurais Sem Terra (MST), JoséRainha dizia que o presidenteLula, já em seu segundo manda-to, não deveria ser tratado como

"inimigo" pelo MST. "A direita jáfaz o papel de atacá-lo". A defe-sa foi feita por ele após encontro,em Brasília, com então ministroGuilherme Cassel, do Desen-volvimento Agrário.

"Tenho orgulho do presi-dente Lula. Como militante doMST eu vou defender o presi-dente e o seu governo. Ele énosso aliado e faz o melhor go-verno dos últimos 500 anos".Na época, Rainha respondiaem liberdade, beneficiado porhabeas corpus, a uma conde-nação de 10 anos de prisão emregime fechado por crimes queteria praticado durante inva-são, em 2002. ( F o l h a p re s s )

Durante o tempo em que passou no Planalto, Lula preferiu elogiar e ser elogiado

Uma carreira e quatro prisões

Aprisão de JoséRainha Júnior, emPresidente Prudente,

sob acusação de desviarrecursos destinados aassentamentos, é a quartadesde que ele iniciou namilitância pela reformaagrária, ainda comointegrante do MST. Aprimeira prisão ocorreu nofim dos anos 80, quando foiacusado de ter participaçãonas mortes de umfazendeiro e de um policialmilitar, em 1989, em PedroCanário, no Espírito Santo,estado onde nasceu.Respondeu o processo em

liberdade e se mudou paraSão Paulo. Levado a júri, foicondenado a 26 anos deprisão, mas recorreu e foiabsolvido no segundojulgamento. Já no Pontal doParanapanema (SP) foipreso em flagrante, em abrilde 2002, por porte ilegal dearma. Durante blitz policial,foi encontrada umaespingarda calibre 12escondida sob o banco docarro. Depois de doismeses, conseguiu habeascorpus no Superior Tribunalde Justiça. Rainha voltoupara a cadeia em abril de2005, depois de ser

condenado pela Justiça porfurto qualificado duranteinvasão de uma fazenda.Ficou preso 4 meses e 15dias em penitenciárias noOeste Paulista. Numa delas,em Presidente Bernardes,foi colocado na mesma alaem que estavamFernandinho Beira-Mar eMarcos William Camacho,líder do PCC. Rainhatambém tem váriascondenações por crimesrelacionados à suamilitância. Em março desteano, foi condenado a 4 anose 1 mês por liderar ataque auma fazenda paulista. (AE)

Page 6: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 20116 DIÁRIO DO COMÉRCIO

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MST nãoresponde porMST de Base

Coordenador do Movimento dosTrabalhadores Rurais Sem Terra (MST), JoãoPedro Stédile diz que não se responsabiliza

por ações do dissidente José Rainha

Armados e paus efoices, cerca de1.500 integrantesdo MST invadiram arodoviaTransamazônica naaltura de Marabá(PA). Clima nareunião, tenso apósassassinatos delíderes rurais nasúltimas semanas, seagravou aindamais, ontem.

Mário Tonocchi

Sem-terra bloqueiam TransamazônicaManifestantes interrompem estrada e cobram o assentamento de 8 mil famílias, entre outras exigências.

Otrecho urbano da ro-dovia Transamazôni-ca em Marabá, a su-

deste do Pará, foi fechado du-rante toda a manhã de ontempor 1.500 militantes do Movi-mento dos Trabalhadores Ru-rais Sem Terra (MST) e Federa-ção dos Trabalhadores naAgricultura (Fetagri), que co-bram o assentamento de oitomil famílias, assistência técni-ca nos lotes já existentes e emis-são de licenças ambientais.

Depois de negociação comuma juíza e uma promotora, e apresença da tropa de choqueda Polícia Militar de Belém, osmanifestantes liberaram a es-trada no começo da tarde.

Os procuradores da Repú-blica em Marabá, Tiago Mo-desto Rabelo e André Casa-grande Raupp, ingressaramcom ação na Justiça Federal pe-dindo a desocupação das viasde acesso aos órgãos públicosna área onde fica a superinten-dência do Instituto Nacionalde Colonização e ReformaAgrária (Incra), invadida eocupada por cinco mil sem-terra desde a semana passada.

Rabelo e Raupp também co-bram a desobstrução de esta-

cionamentos públicos e calça-das para permitir o acesso dapopulação aos prédios da Jus-tiça Federal, INSS e outros ór-gãos com caminhos ocupadospelos sem-terra. O juiz federalCarlos Henrique Borlido Had-dad ia despachar o pedido dosprocuradores, mas preferiuaguardar a negociação da juízada Vara Agrária, Cláudia Fa-vacho Moura, e da promotorade justiça, Francisca Suênia deSá, que estavam à frente da ne-gociação com as lideranças doMST e da Fetagri.

Mas o MST informou quenão pretende sair do prédio doIncra até que a pauta de reivin-dicações seja negociada comautoridades de Brasília. A juí-za confirmou para segunda-feira, em Brasília, uma reuniãode lideres do MST e da Fetagricom o ministro do Desenvolvi-mento Agrário, Afonso Ban-deira Florence. Os dirigentesdas duas entidades exigem apresença do secretário geral daPresidência, Gilberto Carva-lho, e do ministro das Minas eEnergia, Edison Lobão.

Grileiros – "Estamos cansa-dos da enrolação do Incra comos trabalhadores rurais. Nin-

guém vai desocupar a sede emMarabá enquanto nossas rei-vindicações não forem atendi-das pelo governo federal", pro-meteu Tito Moura, um dos co-ordenadores do MST. Para adireção do Incra, a pauta dosmovimentos foi quase todaatendida. Não há razão para oprédio continuar ocupado.

Segundo o superintendentedo órgão em Marabá, EdsonLuiz Bonetti, o orçamento tri-plicou para atender às reivin-dicações, principalmente comrecursos para manutenção deestradas, assistência técnica e

serviços de topografia nos as-sentamentos.

Moura rebate, afirmandoque nada ficou decidido nareunião com o Incra porque osassentamentos que serão cria-dos ainda estão na dependên-cia de desapropriações, da de-socupação de terras públicas eda retomada de lotes que estãoem poder de grileiros.

O líder do MST ameaçou"botar oito mil sem-terra" nasede do Incra se a reunião emBrasília com o ministro nãocontemplar a extensa pauta domovimento. (AE)

Rodovia é liberada com a chegada da tropa de choque da PM de Belém

Evaristo SA/AFP

Ocoordenador doMovimento dosTrabalhadores Ru-r a i s S e m Te r r a

(MST), João Pedro Stedile, dis-se, via assessoria de imprensa,que não vai se pronunciar so-bre as prisõesno Pontal doPar anap ane-ma.

S e g u n d oStedile , Rai-n h a n ã o f a zparte do Mo-vimento des-de 2007, ao serexpulso pore n vo l v i m en t oem denúnciasde desvio deverba de pro-jetos de assen-tamentos paraprodução debiodiesel.

E m 2 0 0 7 ,R a i n h a p a s-sou a comandar a Federaçãodos Trabalhadores Acampa-dos e Assentados de TeodoroSampaio (Faafop). Até hoje,ele continua se declarandomembro do MST e usa os sím-bolos do Movimento nos as-sentamentos da Faafop.

Há uma divisão clara entreos sem-terra, o que se eviden-ciou no começo de 2011, quan-do Rainha lançou o movimen-to MST de Base. Entre os envol-vidos, disputam as atençõessem-terra o MST de Base e o"oficial" ou "nacional", dirigi-do por Stedile.

Para avançar os campos dea t u a ç ã o d oMST oficial, se-gundo estudoda Universida-d e E s t a d u a lPaulista, o MSTde Base se alioua diversos mo-vimentos.

E n t re e l e s ,e s t ã o : M o v i-m e n t o d o sAg r ic ul toresS e m - T e r r a(Mast); Movi-mento dos Tra-b a l h a d o r e sS e m T e r r a(MTST); Movi-m e n t o d e L i-bertação dos

Sem Terra (MLST); Movimen-to Terra Brasil (MTB ) e Uniãodos Movimentos Sociais PelaTerra (Uniterra). Segundo o es-tudo, o MST da Base está "ter-ritorializado" em assentamen-tos no Pontal do Paranapane-ma, Araçatuba e Andradina.

Pastoral denunciaameaças no Acre

Duas ameaças de morteforam feitas aos mem-bros da Comissão Pas-

toral da Terra (CPT) do Acre estemês. Uma delas foi contra o tra-balhador rural e agente da CPT,Cosmo Capistano, em 3 de ju-nho. "Um homem me ligou edisse: ''Olha, avise aos seus ami-gos que já morreu gente no Pa-rá, em Rondônia, e agora é noAmazonas e Acre e daí pordiante'. Disse isso e desligou",relembrou ele.

O agente trabalha na regiãode Boca do Acre, município aosul do estado do Amazonas,mas confessa que preferiubuscar ajuda das autoridadesdo Acre pois, segundo ele, opoder do estado é ausente na-quela região. "Isso é uma con-sequência do que vem aconte-

cendo pela não atuação dopoder público na regulariza-ção de terra no sul do Amazo-nas. Creio que por isso a gentesofre essas ameaças. A primei-ra que recebi foi em 2009".

Segundo a coordenadora daCPT do Acre, Darlene Braga, umhomem ligou para a sede da Co-missão Pastoral da Terra em RioBranco e ameaçou o funcioná-rio Célio Lima: "Avise aos seusamiguinhos Darlene e Cosmoque eles estão na lista". Essa foi asegunda ameaça.

Temendo que a situação seagrave, os representantes daCPT denunciaram as ameaçasno Ministério Público Federaldo Acre. O procurador da Re-pública, Ricardo Gralha Mas-sia, disse que instaurou proce-dimento administrativo. (AE)

Índios rompem relaçõescom governo federal

Indignados com o que clas-sificam como "descaso e aparalisia" do governo fede-

ral diante dos "graves proble-mas enfrentados por mais de230 povos indígenas", entida-des ligadas à Articulação dosPovos Indígenas do Brasil(Apib) decidiram deixar a Co-missão Nacional de Política In-digenista (CNPI).

A comissão é a principal res-ponsável por organizar a atua-ção de vários órgãos federaisque trabalham com os indíge-nas. Reúne representantes dasorganizações regionais indíge-nas, membros do governo e deorganizações indigenistas.

Em nota, a Apib afirma que orompimento das relações como governo federal deve duraraté que a presidente DilmaRousseff e seus ministros rece-bam os representantes do mo-

vimento. Além de definir umaagenda de trabalho, as organi-zações indígenas querem queo Palácio do Planalto assuma ocompromisso de atender àsreivindicações apresentadaspelo movimento durante oAcampamento Terra Livre,mobilização que ocorreu de 2 a5 de maio último, em Brasília.

Entre as principais demandasdos índios, estão maior atençãoà saúde indígena, o fim da cri-minalização e da violência con-tra lideranças do movimento eagilidade no processo de de-marcação de terras indígenas.

A Apib também critica aconstrução grandes empreen-dimentos em reservas legaissem consulta prévia às popula-ções. Como exemplos, a entida-de cidade a Usina de Belo Montee a transposição do Rio SãoFrancisco. (ABr)

Estamos cansados da enrolação do Incra com os trabalhadores rurais.Tito Moura, um dos coordenadores do MSTpolítica

Fotos: Evaristo SA/AFP

Wilson Dias/ABr

Stédile: Rainha não integra omovimento desde 2007.

Page 7: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 2011 7DIÁRIO DO COMÉRCIO

Fui presidente há cerca de 20 anos e as informações sobre o meu governo estão disp oníveis.Senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL)política

Collor: sigiloeterno é

'questão deEstado'

Senador nega que esteja defendendo seus própriosinteresses e diz que tem apoio da presidente Dilma

Oex-presidente Fer-nando Collor deMello (PTB-AL)quebrou o silêncio

ontem para defender a manu-tenção do sigilo eterno de do-cumentos ul-trassecretos dogoverno brasi-leiro. Ao afir-mar que tem oapoio da presi-d e n t e D i l m aR o u s s e f f e msua posição, osenador disseque a defesa damanutenção dos i g i l o e m a l-g u n s d o c u-mentos oficiaisnão é uma "questão pessoal"para preservar informações doseu governo ou do ex-presi-dente José Sarney (PMDB-AP), mas "questão de Estado".

Collor relatou conversa quemanteve com Dilma este mês,quando a presidente teria semostrado "sensibilizada" e"disposta a encontrar a melhorsolução" para o impasse dosdocumentos secretos. O mes-mo relato Collor disse ter feito

ao então ex-ministro AntonioPalocci e ao ministro Luiz Sér-gio, na época em que ele ocu-pava a Secretaria de RelaçõesInstitucionais.

O senador lembrou que Dil-ma foi uma dassubscritoras doprojeto origi-nal do governoque prevê pror-rogação indefi-nida para o si-gilo eterno.

"Ela que veioao Congresso eentregou o pro-jeto ao entãopresidente daC â m a r a , M i-chel Temer. Es-

ta é a posição do governo (oprojeto inicial). "Quando che-gou à Câmara, esse projeto foide alguma maneira adensadocom uma série de maneirasque contém, segundo a minhaavaliação, imperfeições quenecessitam ser corrigidas".

"Fui presidente há cerca de20 anos e as informações em re-lação ao meu governo e ao go-verno Sarney já estão disponí-veis", disse. ( F o l h a p re s s )

Ela (Dilma) que veioao Congresso eentregou o projetoao então presidenteda Câmara, MichelTemer. Esta é aposição do governo.

FERNANDO CO L LO R DE ME L LO

Collor: a presidente Dilma foi uma das subscritoras do projeto original do governo, lembrou o senador em seu discurso, ontem.

Guerra do Paraguai: registros banaisPesquisador sobre o assunto lembra que a aguardada abertura dos arquivos foi uma grande decepção

As discussões sobrea necessidade de semanter ou não sigi-lo sobre documen-

tos da Guerra do Paraguai(1864-1870) perderam o senti-do em 1998. Nesse ano, os ar-quivos secretos sobre o confli-to, que incendiavam a imagi-nação dos historiadores, fo-r a m a b e r t o s . " F o i u m adecepção", diz o historiadorFrancisco Doratioto.

Professor de pós-graduaçãoda Universidade de Brasília,Francisco é especialista em re-lações Brasil-Rio da Prata, te-ma a que se dedica há vinteanos. Conhece "a fundo" o pes-soal do Itamaraty e a docu-mentação.

"Todo mundo sabia que exis-tia o arquivo secreto da Guerrado Paraguai, mas não podiapesquisar, era fechado. Ficáva-mos fazendo mil especula-ções. Se está proibido é porquealgo está sendo escondido. Fi-zeram-se as elucubrações maisa b s u rd a s " .

Aberto, descobriu-se quecontinham originais de docu-mentos já publicados, entre1872 e 1878. Havia até um tra-tado sobre química, da Mari-nha de Guerra. "A única coisanova eram umas 20 cartas doSolano Lopes (general que co-m a n d o u a s t r o p a s p a r a-guaias), mas falavam de coisassecundárias, como questõesde saúde, cólera no Exército,

marítimo. Vai-se olhar, acham-se coisas sobre a Marinha deGuerra.

"Agora, é altamente impro-vável que exista um arquivosecreto, preservado proposi-talmente para não ser pesqui-sado, sobre a Guerra do Para-guai", acredita. "A Guerra doParaguai é uma questão quenão se coloca mais no Itamara-ty (Ministério das Relações Ex-

teriores). Eles mesmos me per-guntaram, há alguns meses, seeles tinham algum documentonesse sentido, porque pesqui-sei muito no arquivo deles..."

Se não havia nada especial-mente importante, por que oarquivo era secreto? "Porquealguém disse que era para ficarassim, outro veio e foi repetin-do, repetindo".

A cr e – O historiador achaque pode ter acontecido a mes-ma coisa em outra questão:manter ou não em sigilo os ar-quivos sobre o Acre? "Que oAcre era reconhecido como bo-liviano, está em toda a biblio-grafia. O que existe nessa do-cumentação provavelmente éo que a gente já sabe".

O Brasil reconheceu a áreaonde hoje está o Acre como ter-ritório boliviano, em 1867. Re-gião de difícil acesso, acabousendo ocupada por seringalis-tas brasileiros.

A Bolívia reagiu e seguiram-se vários conflitos até que, em1903, por um tratado conduzi-do pelo Barão do Rio Branco, oBrasil ficou com o Acre em tro-ca de 2 milhões de libras ester-linas e a abertura da ferroviaM a d e i r a - M a m o ré .

"Ao que se saiba, existem al-guns documentos do Barão doRio Branco que não estão aber-tos", diz Francisco. "Comenta-se que o arquivo do Barão temdocumentos sobre fronteiras".

Francisco acha que o presi-dente do Senado, José Sarney,que quer sigilo eterno para do-cumentos ultrassecretos, este-ja preocupado com isso.

"Como historiador, querotodos os documentos abertos",diz. "O que podem conter deexcepcional, isso é uma espe-culação minha, podem ser re-ferências do Barão negativas abolivianos, a peruanos, ou aonegociador (o Barão)".

Ceticismo: como historiador, Doratioto defende acesso a documentos.

A única coisa novaeram umas 20cartas do SolanoLopez, mas falavamde coisassecundárias, comoquestões de saúde.

FR ANCISCO DOR ATIOTO

nada de fundamental".Francisco diz não poder afir-

mar que não exista material so-bre o conflito ainda não pes-quisado. "Como em qualquerarquivo histórico do mundo,achar documentos significa ohistoriador garimpar". O doItamaraty é muito bem organi-zado, mas possui milhões dedocumentos, entre eles os queforam trazidos de Portugal pe-la família real.

Diz que pode haver um ouvários documentos ainda nãopesquisados, porque se encon-tram sob uma rubrica poucosugestiva, como transporte

Caso Battisti:primeira reaçãodos italianos

Ovice-ministro de Infraes-trutura e Transporte da

Itália, Roberto Castelli, afir-mou ontem que "o Brasil nãoterá nunca a minha assinatu-ra". Referia-se a acordo no se-tor de transporte aéreo . Se-gundo ele, o gesto "é um pe-queno, mas s igni f icat ivoexemplo de protesto contraum país que demonstrou nãoter respeito pela Itália".

Castelli explicou que já con-versou com o ministro da pas-ta, Altero Matteoli, e com ochanceler italiano, FrancoFrattini, sobre sua decisão."Eles entenderam as minhasrazões". Agora, cabe ao gover-no italiano e ao Ministério dasRelações Exteriores decidir avalidação do acordo aéreo.

A postura do vice-ministrodecorre da negação do Brasilde extraditar o ex-terroristaitaliano Cesare Battisti. A deci-são de negar a extradição foitomada pelo ex-presidente Lu-la e validada na semana passa-da pelo STF – Supremo Tribu-nal Federal. ( F o l h a p re s s )

Presidente abre mão de um tema delicado: crimes de tortura.

Dilma desistede revisão parapunir torturadores

Ap re s i d e n t e D i l m aRousseff desistiu ofi-cialmente da revisão

da Lei da Anistia, que possibi-litaria a punição de crimes co-metidos por agentes da repres-são durante o regime militar.

O advogado-geral da União,Luís Inácio Adams, afirmouem parecer que a questão foiencerrada em abril do ano pas-sado, quando o STF decidiupela não revisão da lei.

Em nome da presidente,Adams recomendou ao tribu-nal que rejeite um recurso doConselho Federal da OAB. Aentidade cobra novo posicio-namento do STF quanto à sub-missão ou não do Brasil à CorteInteramericana de DireitosHumanos. A corte consideraque crimes cometidos por au-toridades estatais são crimescontra a humanidade e, por-tanto, não poderiam ser anis-tiados por leis nacionais.

Quando era ministra da Ca-sa Civil, Dilma defendeu a re-visão da Lei da Anistia ao dizerque os crimes cometidos poragentes de repressão durante aditadura eram "imprescrití-veis" e, portanto, poderiam serjulgados a qualquer tempo.

Juntamente com os então

ministros Tarso Genro (Justi-ça) e Paulo Vanucchi (DireitosHumanos), ela representoudissidência dentro do governoe criticou duramente o parecercontrário à revisão feito peloAdvogado Geral da União, àépoca, o hoje ministro do STF,José Antônio Dias Toffoli.

Durante a campanha, Dilmapassou a se dizer contra a revi-são porque não queria "revan-chismos". Esperava-se, porém,que ao assumir a presidência,desse atenção ao assunto.

Esta é a segunda vez, nestasemana, que Dilma recua emum tema antes caro. A primei-ra, foi não mais se empenharpara acabar com o sigilo eternode papéis ultrassecretos.

Em parecer encaminhado aoSTF, a Advocacia-Geral daUnião defende que o País nãocumpra a sentença da Corte In-teramericana de Direitos Hu-manos e mantenha o alcanceda Lei de Anistia para crimesde tortura e assassinato ocorri-dos durante o governo militar.Para a AGU, o julgamento doSTF sobre a Lei da Anistia foiclaro e a lei deve ter aplicaçãobilateral – vale para as vítimasdo regime, para militares eagentes de Estado. (Agências)

Dida Sampaio/AE

Divulgação

Celso Junior/AE

Valdir Sanches

Page 8: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 20118 DIÁRIO DO COMÉRCIO

ELE NÃO AGUENTOU A PRESSÃOApós resistir por 20 dias, o deputadonorte-americano Anthony Weinerrenunciou ontem ao cargo. Ele admitiu terenviado mensagens e fotos picantes adiversas mulheres pelo Twitter.nternacional

'O REGIME LÍBIO ESTÁ MORTO'Filho de Kadafi admite a necessidade de mudanças e faz oferta de eleições. Para os Estados Unidos e rebeldes, a proposta vem tarde demais.

Em um sinal de que apressão diplomáticae os bombardeios daOrganização do Tra-

tado do Atlântico Norte (Otan)podem estar fazendo efeito, oregime líbio admitiu ontem,pela primeira vez, que o líderMuamar Kadafi, está dispostoa realizar eleições e abandonaro poder se perder a disputa. Asolução negociada, oferecidapelo filho de Kadafi, Saif al-Is-lam, foi prontamente rejeitadapelos rebeldes líbios e pelos Es-tados Unidos.

Saif al-Islam reconheceu que"o regime do meu pai, como de-senvolvido desde 1969, estámorto" e propôs a realização deeleições democráticas – super-visionadas por órgãos interna-cionais – em três meses ou, nomáximo, até o final deste ano.

O filho de Kadafi disse queprevê um Estado federal, comautonomia local forte e um go-verno central fraco em Trípoli.

"Eleições rapidamente e comsupervisão internacional. Esse éo único modo indolor para aca-bar com o impasse na Líbia",disse o filho de Kadafi, em en-trevista publicada ontem no jor-nal italiano Corriere della Sera.

O governo líbio aceitaria co-mo observadores internacio-nais representantes da ONU,da União Europeia, da UniãoAfricana e até da Otan.

Saif al-Islam, que antes doconflito era cotado para substi-tuir Kadafi, disse que o seu paiestá disposto a deixar o poder seperder a eleição, ainda que elenão pretenda ir para o exílio.

Ele acredita, porém, que umaderrota eleitoral do ditador éimprovável. "A grande maioriados líbios está com o meu pai evê os rebeldes como fanáticosintegralistas islâmicos".

O primeiro-ministro líbio,Al-Baghdadi Ali al-Mahmou-di, apareceu momentos depoispara, aparentemente, colocar a

potencial concessão em dúvi-da ao dizer a repórteres: "Gos-taria de corrigir (o que foi dito)dizendo que o líder da revolu-ção não está preocupado comqualquer referendo."

Ele acrescentou que não ha-via razão para o líder líbio re-nunciar, já que ele não tem ne-nhuma posição formal políticaou administrativa desde 1977.

As autoridades do regimede Kadafi disseram no passa-do que uma eleição eventualpoderia ser parte do acordopara acabar com a crise, aomesmo tempo em que ressalta-vam que o país apoiaria Kadafiem qualquer votação.

Desconfiança - Os rebeldes,que realizaram um levantequatro meses atrás, disseramque não confiam em um pro-cesso político organizado comKadafi no poder.

A liderança rebelde na basede Benghazi, no leste do país, re-jeitou a oferta do filho de Kadafidizendo que ele estava "desper-diçando o nosso tempo."

"Saif al-Islam não está emposição para oferecer eleições.A Líbia terá eleições livres e de-mocráticas, mas a família de

Kadafi não terá nenhum papelneste processo", declarou Jalalel-Gallal, um porta-voz rebel-de à Reuters.

"Estas pessoas são crimino-sas com enorme desrespeitopela vida humana. Eles preci-sam retirar as tropas das nos-sas cidades, permitir que a aju-

da humanitária chegue e elesvão enfrentar a Justiça peloscrimes que cometeram. Só aí éque podemos falar sobre elei-ções", enfatizou.

Washington também rejei-tou a oferta. "É um pouco tardepara qualquer proposta de Ka-dafi e seus assessores de umamudança democrática", afir-mou Victoria Nuland, porta-voz do Departamento de Esta-do norte-americano.

D i á lo g o - Outro indício deque Kadafi procura uma saídanegociada da guerra civil é que,pela primeira vez, representan-tes do regime líbio teriam parti-cipado de uma negociação dire-ta com os rebeldes.

O encontro teria ocorridoem Paris e terminado na quar-ta-feira, segundo o diplomataMikhail Margelov, enviadopelo governo russo para nego-

ciar a paz na Líbia. Ele disse tersido informado da negociaçãopelo premiê líbio.

"Recebi informações segu-ras hoje (ontem) de que conta-tos diretos entre Benghazi eTrípoli estão ocorrendo", disseMargelov após uma reuniãocom Al-Mahmoudi.

Na Líbia, autoridades italia-nas estão promovendo um en-contro de líderes tribais de to-das as partes do país, com o ob-jetivo de promover a reconci-liação. Segundo o ministro deRelações Exteriores da Itália,Franco Frattini, cerca de 300pessoas vão participar da reu-nião, que segundo a agência denotícias A n sa , deve acontecerna semana que vem.

B om b a s - Na frente militar,os Estados Unidos, Grã-Breta-nha e França, que realizam osataques aéreos contra as forçasde Kaddafi, confirmaram quenão vão parar os bombardeiosaté que o líder líbio renuncie.

O último ataque da Otan aocomplexo de Kadafi provocou aquebra de janelas e fumaça nocentro da capital Trípoli. Não fi-cou claro o que foi atacado e nãohá informações sobre vítimas.Funcionários do governo nãofalaram sobre o ataque. Osaviões da Otan têm atacado re-petidamente a região do com-plexo em Bab al-Aziziya.

Por sua vez, os rebeldes anun-ciaram que já são capazes delançar ataques coordenados nastrês frentes do conflito: Zlitan,Brega e montanhas Nafusa.

Fu ga - O militar tunisianoMokhtar Ben Nasr disse que onúmero de líbios que fugiramnos últimos dias aumentou.Segundo ele, 6.300 refugiadoscruzaram a fronteira com a Tu-nísia no início desta semana.Dezenas de soldados líbiostambém desertaram e forampara a Tunísia de barco, infor-mou a agência de notícias esta-tal na quarta-feira. (Agências)

Equipes de resgate buscam vítimas entre os escombros do prédio A recompensa pela captura de Zawahiri é de US$ 25 milhões

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Suspeita: linha de produção de hambúrgeres da SEB.

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Explosão de gásmata quatro em Israel

Uma explosão ocorridaontem em Netanya,cidade costeira situa-

da ao norte de Tel-Aviv, resul-tou na morte de pelo quatropessoas e feriu mais de 50, in-formou a polícia israelense. Aexplosão ocorreu nas primei-ras horas desta sexta-feira, pe-lo horário local.

Mickey Rosenfeld, porta-voz da polícia de Israel, confir-mou ontem que "uma explo-são ocorreu em um prédio dequatro andares em Netanya".A explosão teria ocorrido no ter-ceiro andar, disseram morado-res, acrescentando que a frentedo edifício teria desabado.

A polícia isolou a região, fre-quentada por turistas, en-quanto equipes de resgate bus-cavam moradores do prédioentre os escombros.

O comandante da PolíciaShimon Shomrani disse que oincidente não estava relacio-nado com terror. "Aparente-mente, (a explosão) resultoude um vazamento de gás.

Acreditamos que o gás vazou apartir dos andares mais bai-xos, se espalhou para os anda-res mais altos, e, em seguida, aexplosão ocorreu", disse o co-mandante ao jornal israelenseYedioth Ahronoth. "Nós retira-mos todas as vítimas do edifí-cio", acrescentou.

Mas o porta-voz da Políciafoi mais cauteloso. SegundoRosenfeld, a tragédia foi apa-rentemente causada pela ex-plosão de um botijão de gás,mas o caso está sendo investi-gado "para que tenha certeza deque não foi um ato terrorista".

Um homem suspeito foi de-tido depois que moradores oviram perto dos botijões pou-cas horas antes da explosão, in-formou o diário. A polícia tam-bém está à procura de outrosdois suspeitos que teriam fugi-do do local.

Um técnico que foi chamadopor moradores para averiguaro cheiro de gás antes do aci-dente também será interroga-do pela polícia. (Agências)

A Al-Qaeda apresentaseu novo líder

Arede Al-Qaeda temum novo líder. O mé-dico egípcio Ayman

al-Zawahiri foi nomeado o su-cessor de Osama bin Laden, se-gundo um comunicado divul-gado ontem em um site utiliza-do por radicais islâmicos paradivulgar mensagens.

"A liderança geral do grupoAl-Qaeda, depois da conclusãodas consultas, anuncia que o xe-que Dr. Ayman Zawahri, queDeus lhe dê sucesso, assumiu aresponsabilidade pelo coman-do do grupo", disse em um co-municado o website islâmicoAnsar al-Mujahidin (Seguido-res dos Guerreiros Sagrados).

Bin Laden foi assassinadoem uma operação de forças es-peciais norte-americanas em 2de maio, na cidade paquista-nesa de Abbottabad.

O Departamento de Estadodos Estados Unidos desde-nhou o anúncio ao declararque pouco importa quem é onovo líder da Al-Qaeda.

"Francamente, praticamen-

te não importa quem comandaa Al-Qaeda, porque a Al-Qae-da é uma ideologia falida", dis-se a porta-voz do Departamen-to de Estado, Victoria Nuland,em seu briefing diário, sem co-mentar sobre a credibilidadedas informações.

"Se você olhar em volta nomundo, os movimentos pacífi-cos por mudança ao redor domundo fizeram muito maispelo povo muçulmano do quea Al- Qaeda jamais fez", acres-centou ela.

Braço direito de Bin Laden eo cérebro por trás de boa parteda estratégia da Al-Qaeda,Zawahri prometeu este mêsseguir adiante com a campa-nha da rede contra os EstadosUnidos e seus aliados.

O paradeiro de Zawahri édesconhecido, embora se acre-dite que ele esteja escondido en-tre o Afeganistão e o Paquistão.Os EUA estão oferecendo umarecompensa de US$ 25 milhõesa quem der dados que condu-zam à sua captura. (Agências)

Hambúrger, a novafonte de E. coli?

Sete crianças foram hos-pitalizadas, em Lille, nonorte da França, com

infecção por Escherichia coli(E. coli), depois de comeremhambúrgueres de carne bo-vina que, de acordo com fa-bricantes, podem ter vindoda Alemanha.

O grupo, cuja criança maisnova tem apenas 20 meses deidade, ingeriu hambúrgueresdescongelados produzidospela empresa francesa SEB. Acompanhia revelou que a car-

ne veio de animais abatidosem três países europeus e foiprocessada na França. A SEBdisse ter solicitado o recalldos produtos.

E m b o r a o s u r t o t e n h aocorrido na esteira dos casosde E. coli ligados a brotos defeijão contaminados que ma-taram 38 pessoas na Alema-nha e uma na Suécia, as auto-ridades de saúde disseramque os casos na França nãotêm ligação aparente com osda Alemanha. (Ag ê n c i a s )

Mario Tama/AFP

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Homem caminha perto do Parlamento líbio que, segundo autoridades, teria sido destruído pela Otan. Aliança diz que bombas devem continuar.

Page 9: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 2011 9DIÁRIO DO COMÉRCIO

UM BOM MODELOA Prefeitura tem intensificado a fiscalização sobre o

estado de conservação das calçadas. Uma delas, na ruaCardoso de Almeida (ao lado), foi reformada e ficou

adequada às exigências da legislação. O piso está liso,bem cuidado e sem avarias perigosas aos pedestres.cidades

Paulistano vai eleger Conselho UrbanoEscolha será feita no próximo domingo e os conselheiros eleitos representarão as oito macrorregiões da cidade junto à Prefeitura. A ACSP vai concorrer às cadeiras.

No próximo domin-go, das 9h às 16h,acontece a eleiçãopara a escolha dos

novos integrantes do ConselhoMunicipal de Política Urbana(CMPU) para as oito macrorre-giões de São Paulo. São elas:Leste 1 (Mooca, Penha e Tatua-pé) e 2 (São Miguel), Norte 1 (Vi-la Maria e Norte) e 2 (Noroeste),Sul 1 (Sudeste, Jabaquara e Ipi-ranga) e 2 (Santo Amaro), Oeste(Lapa, Pinheiros e Butantã) eCentro. Serão escolhidos oitoconselheiros e oito suplentespara um mandato de dois anos.Posteriormente, eles poderãoser reeleitos uma única vez. Osnomes dos candidatos serão afi-xados nos locais de votação.

Segundo a Prefeitura, o fu-turo conselheiro poderá atuardiretamente no debate da polí-tica urbana da cidade, apre-ciando relatórios, o Plano Dire-tor Estratégico e os Planos Re-gionais, entre outros. Alémdisso, ele será responsável pe-lo acompanhamento e análisedesses planos e também pelaexecução dos programas daPrefeitura na macrorregião pa-ra a qual foi eleito.

A escolha dos conselheirosserá pelo voto direto. Qualquerpessoa poderá votar em qual-

quer um dos candidatos, desdeque apresente o título de eleitorno dia da eleição. Só serão acei-tos títulos recentes. A votaçãoacontece nas oito subprefeitu-ras onde os conselheiros exerce-rão seus cargos. São elas: Pinhei-ros, Jabaquara, M'Boi Mirim,Itaquera, Sé, Mooca, Casa Verdee Santana/Tucuruvi.

ACSP - Este ano, a Associa-ção Comercial de São Paulo(ACSP) terá candidatos emtodas as macrorregiões da ci-dade, ligados a uma das 15distritais da entidade. Atual-mente, representantes daACSP ocupam seis das oitocadeiras como titulares eduas como suplentes.

O vice-presidente da ACSP ecoordenador da Comissão dePolítica Urbana (CPU) da mes-ma entidade, Antonio CarlosPela, ressaltou a importânciado conselho para a cidade. "AACSP tomou a posição de ocu-par as cadeiras do ConselhoMunicipal. Ele é importante,pois com ele podemos acom-panhar as movimentações nacidade. Estaremos antenadoscom cada fato novo em cadauma das oito macrorregiões deSão Paulo. Bem informados,teremos ferramentas para exi-gir e reagir", disse Pela. (I . V. ) A política urbana a ser adotada na cidade passará pelos conselheiros Pela, da ACSP: "Bem informados, teremos as ferramentas para exigir"

Alex Ribeiro/DC - 04/10/2006 Patrícia Cruz/Luz - 04/02/2011

Calçada ideal ainda confunde cidadãoPrefeitura tem multado calçamentos irregulares. Munícipes se queixam de falta de informações.

Desde o início do ano aPrefeitura intensifica afiscalização no estado

de conservação das calçadas e,evidentemente, distribuindomultas, pois se existe algo que apopulação ignora – por falta dedivulgação eficiente – é o mo-delo adequado de passeio quea legislação determina.

As informações se encon-tram no portal da Prefeitura,mas os munícipes em dívidanão podem ser acusados de ne-gligentes, uma vez que os com-putadores e a internet aindanão estão popularizados comoa televisão. Além disso, o voca-bulário técnico não ajuda acompreender o assunto.

Portanto, é difícil buscar umasolução, a menos que o paga-dor de IPTU tenha tempo e dis-posição para ir até a sua subpre-feitura ou tenha a sorte de es-barrar eventualmente comuma campanha esporádica arespeito da questão.

Dona Berta Trajtengertz, 74anos, residente na rua Cardosode Almeida, em Perdizes, foiuma "vítima" da consulta ao si teda Prefeitura. "O texto que en-contrei era indecifrável", elaconta. "Ainda bem que meu fi-lho é engenheiro." Berta haviarecebido uma notificação paratapar um buraco na sua calça-da, uma ameaça de multa e ne-nhuma orientação de comoproceder. Gastou mil reais.

Por ironia, o buraco advinhade uma árvore que a própriaPrefeitura removeu e jamais sepreocupou em tapar, apesardas várias petições enviadaspor dona Berta Trajtengertz àsautoridades municipais.

Recomendações – Se tives-se a felicidade de se encontrarcom Miriana Pereira Márquez,dona Berta poderia esclarecertodas as dúvidas. Na condiçãode supervisora técnica de pla-nejamento urbano da subpre-feitura Butantã, Miriana domi-na perfeitamente o assunto.Pena que não possa falar comtodos os munícipes. São reco-mendações simples e fáceis deserem postas em prática.

"Toda calçada deve ter umalargura mínima de 1,90 m e, a

partir dessa medida, ela deveser dividida em duas partes", in-forma. Confirmada a medidaexigida, Miriana explica que aprimeira faixa , com 70 cm delargura, é aquela que fica maispróxima à rua, com a função deabrigar o chamado mobiliáriourbano: postes de iluminação,placas, lixeiras e árvores, adver-tindo que o plantio de árvoreou sua autorização é atribuiçãoexclusiva da subprefeitura lo-

cal. O restante, 1,20 m, é desti-nado à passagem livre.

Esta faixa deve ter superfíciecontínua e firme, sem emen-das, fissuras ou qualquer obstá-culo que dificulte a circulaçãoconfortável dos pedestres e ca-deirantes. Já o piso precisa serantiderrapante. É permitido ouso de três materiais: placas deconcreto pré-moldado, blocosde concreto intertravados ouladrilhos hidráulicos. Qualquer

pedreiro ou calceteiro saberásem dúvida providenciá-los.

Caso a calçada ultrapasse1,90 m, o munícipe poderá criaruma terceira faixa contígua àfachada da casa para fazer jar-dim ou fixar placas particularese mesas, em se tratando de es-tabelecimentos comerciais. Porfim, Miriana lembra que a legis-lação situa o rebaixamento decalçada para o acesso à gara-gem junto à guia, sem invadir aárea de passagem livre.

Ce nt ro – Amauri Pastorello,assistente técnico da Secretariade Coordenação de Subprefei-turas, estima que a Capital te-nha 30 mil km de calçadas e90% do fluxo de circulaçãoocorre no Centro expandido.Por isso, ele defende prioritaria-mente a regularização das cal-çadas nessa área da cidade.

Pastorello adianta que asavenidas Celso Garcia, Faria Li-ma e o entorno do ParqueAnhembi, no que toca à Prefei-tura, passarão por reformas nasguias e sarjetas, paralelamenteao recapeamento das vias. É aparte que cabe à Prefeitura pa-ra atender às reclamações re-correntes. Pastorello tambémesclarece que os munícipes no-tificados por alguma irregulari-dade têm 30 dias para conser-tar suas calçadas. Se esse prazonão for observado, serão mul-tados na base de R$ 96,33 a R$196, 66 por metro linear.

Berta Trajtengertz: crítica à falta de clareza do site da Prefeitura sobre a conservação de calçadas em SP

Leandro Moraes/Luz

Newton Santos/Hype - 26/01/2011

Calçada da rua 13 de Maio, no Bixiga: obras de acordo com a lei

Na Estação da Luz, plataformas de trens passarão por mudanças

Paulo Pampolin/Hype

Reforma na Luz mudaplataformas de trens

Apartir de amanhã, ostrens das linhas 7-Rubi(Luz- Jundiaí) e 11-Co-

ral (Luz-Estudantes) da CPTM(Companhia Paulista de TrensMetropolitanos) terão as pla-taformas de chegada e partidaalteradas na Estação da Luz(região central de São Paulo).

A mudança ocorrerá emfunção da reforma na estação.A estação Júlio Prestes tam-bém será modificada e deve fi-car fechada neste fim de se-mana entre 17h de sábado emeia-noite de domingo.

A CPTM vai iniciar obras pa-ra possibilitar a diminuição dointervalo médio entre os trensna Linha 7-Rubi (Luz-FranciscoMorato), que hoje é de sete mi-nutos, nos horários de pico.Segundo a CPTM, a previsão éde que as intervenções na es-tação da Luz durem até agos-to, no lado norte da estação,sentido Palmeiras-Barra Fun-da, interditando duas das qua-tro vias existentes no local.

Os aparelhos de mudançade via, conhecidos como AMV,trilhos, dormentes e britas, se-rão substituídos, além de ser-viço de terraplenagem. Poste-riormente, de acordo com aempresa, as intervenções de-verão ocorrer no lado sul, emdireção ao Brás.

A Estação da Luz atende atrês linhas simultaneamente:7-Rubi (Luz-Jundiaí), 10-Tur-quesa (Luz-Rio Grande da Ser-ra) e 11-Coral (Luz-Estudan-tes), além da integração com aLinha 1-Azul, do Metrô. Cercade 400 mil usuários circulamna estação em dias úteis, se-gundo a companhia.

A empresa também infor-mou, por meio de nota, que as

obras de infraestrutura queestão sendo realizadas nasseis linhas da CPTM permitirãoque "os 105 novos trens que jáestão sendo incorporados àfrota tenham um melhor de-sempenho, resultando na re-dução do intervalo e no au-mento da oferta de lugares".

Para orientar os usuários so-bre as mudanças temporárias,a CPTM diz que fará campanhainformativa com panfletos,cartazes, painéis e totens nasestações das linhas 7-Rubi, 10-Turquesa e 11-Coral. Ainda se-rão emitidos avisos sonorosnos trens e estações, e empre-gados estarão nos acessos enas plataformas da EstaçãoLuz para auxiliar o público.

I nves t im entos – Pelo ter-ceiro dia consecutivo, o gover-n a d o r G e r a l d o A l c k m i n(PSDB) reuniu prefeitos daGrande São Paulo e anunciouinvestimentos, a maioria emtransportes. Na terça-feira, emSanto André, ele anunciou,entre outros, a chegada dometrô à região e uma nova li-nha de trem, o Expresso doABC. Anteontem, em Itapevi,deu início às obras dos primei-ros 5 km do corredor metropo-litano de ônibus Itapevi-Bu-tantã – serão 30,4 km.

Ontem, disse que estuda le-var o metrô até Guarulhos,mesma cidade para onde jáhavia prometido uma linha detrem. "Guarulhos não temtransporte sobre trilhos. Nemtrem nem metrô. Estudamos ometrô e vamos fazer rápido otrem." Ainda prometeu dupli-car a rodovia Mogi-Dutra notrecho que faz a ligação entreas rodovias Ayrton Senna eDutra. (Fo l h a p re s s )

Mariana Missiaggia

Leandro Moraes/Luz

Page 10: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 201110 DIÁRIO DO COMÉRCIO

NGOVERNADOR POR UM DIA

a segunda-feira passada, o economista Guilherme Afif Domingos(PSD), 67 anos, fez sua estreia como governador do Estado de São

Paulo. Substituía Geraldo Alckmin, que estendeu o fim de semana naCidade do México, onde foi conhecer os gêmeos recém-nascidos do

filho Geraldinho, casado com uma mexicana, que lá reside.A circunstância coincidiu com uma audiência a Rogério Amato,

presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), eLuiz Roberto Gonçalves, vice-presidente da ACSP. O encontro se

transformou em uma celebração à instituição, pois Afif também apresidiu – por dois mandatos. Entre os temas tratados figurou o estímulo

à livre iniciativa, às pequenas empresas e ao empreendedorismo – quese coloca entre os principais valores defendidos pela entidade.

OLHA O HOMEM NA FITA!

Divulgação

INFÂNCIA EMP ROT E S TO

Mais do que as palavras de ordem eo barulho tradicional, chamava a

atenção na passeata dos sem-teto quepercorreu o Centro Histórico de São Paulona última segunda-feira a presença decrianças mobilizadas para a manifestação.

Devanir Amâncio/Divulgação

VIVER SOBRE OS SAPATOS

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LUZ

Donos de imóveis que quiserem empreender terão um ano e meiopara elaborar seus projetos e dois anos e meio para fazer as obras.cidades

Metrópole - Você estápromovendo amanhã asétima edição do S apateiaSão Paulo(*), é sapateadoraprofissional há mais de 20anos, está sapateando nomusical "New York, NewYork". Sapatear é viver?Christiane Matello - Para mim, é.Minha mãe diz que eu sapateiodesde os dois anos. Outro dia, elame chamou a atenção porque euestava sapateando na fila do super-merc ado.

Metrópole - Qual é o segredo desapatear? Como vocês conseguemaquele ritmo agradável?Ch ri s t i a n e - Os sapatos, de couro,têm uma placa de alumínio na fren-te e atrás. No caso de profissionais,elas são especiais, parafusadas à

mão. Os sapatos profissionais tam-bém têm pesos diferenciados e de-vem se ajustar perfeitamente aospés. Os profissionais preferem sa-patear sem meias para sentir maisos pés e tentar fazer dos sapatosuma extensão do corpo.

Metrópole - No Sapateia SãoPa u l o vocês vão sapatear nocimento do Ibirapuera. Qual é opiso ideal para o sapateio?Ch ri s t i a n e - De madeira. E nãoencerado, para o dançarinonão escorregar.

Metrópole - Mas o que tem de tãobom em sapatear?Ch ri s t i a n e - É alegria, é jogar a au-toestima lá em cima.

(Christiane Matello, 39 anos,moradora no Jardim Marajoara).

Metrópole - A expressãoEra Antropocena estáprovocando animadodebate na comunidadecientífica. O que é isso?Paulo Boggiani - É o nome da-do a uma nova era geológicaque estaria se iniciando. Ela dis-cute a presença do homem co-mo agente geológicoa e as suasconsequências. O aquecimen-to global faria parte dessa in-ter venção.

Metrópole - E como será?Boggiani - Quem poderá pre-ver? Uma era pode durar milhõesde anos. Temos a era paleozóica,que ocorreu entre 540 e 245 mi-lhões de anos. É marcada pelaexistência da vida marinha. De-pois, a mesozóica (251 a 165 mi-

lhões de anoS), que é a dos di-nossauros. Finalmente temos acenozóica (65 milhões a 500 milanos) na qual surgiram os mamí-feros, os insetos e as plantas comflores. O planeta está em perma-nente mudança.

Metrópole - Como se constata osurgimento de uma era?B oggiani - O critério é a extinçãode espécies e o aparecimento denovas, no qual nos incluímos.

Metrópole - O homem poderá serex tinto?B oggiani - Esta possibilidadeexiste e é bom que tenhamosconsciência disso.

(Paulo Boggiani, 49 anos,geólogo, professor da USP,

morador no Butantã)

Ó RBITA

GRIPE SUÍNAMinistério da Saúde

recomenda maisuso do Oseltamivircontra o vírus da

gripe H1N1.

VOO 447: NAVIO LEVA CORPOS À FRANÇA

MACONHAA PM não usará aTropa de Choque

contra a Marcha daMaconha, a ocorrer

amanhã, em SP.

Onavio que realizou aúltima operação de

busca dos restos mortais dasvítimas do acidente com ovoo 447 da Air Francechegou ontem ao porto deBayonne, no sudoeste daFrança. O navio encerrou asoperações no dia 3 passado.

O "Ile de Sein" atracou nocomeço da manhã trazendopeças da aeronave e oscorpos de 104 vítimas. Nototal, morreram no acidenteas 228 pessoas a bordo do

avião. Autoridades francesasreservaram um píer afastadodas áreas maismovimentadas do portopara evitar a presença decuriosos durante ostrabalhos de descarga,informou a emissora derádio "France Info".

O processo deidentificação dos corposdeverá começar ainda estasemana e poderá levarmeses, segundo autoridadesda França. (Fo l h a p re s s )

Proprietários serãoparceiros na Nova Luz

Donos de imóveis poderão se associar e sugerir projetos para a recuperação da região da Cracolândia

Oprefeito de SãoPaulo, GilbertoKassab, anunciouna manhã de

ontem que os proprietáriosde imóveis localizados noperímetro do projeto NovaLuz poderão fazer parte dasobras de transformação daregião da Cracolândia, umadas áreas mais degradadasdo centro da cidade. Paraisso, terão que se associar eapresentar projetos.

A supervisão dessesprojetos e de sua execuçãoficará a cargo de umaconcessionária, a serescolhida por licitação. Aempresa tem de garantir queas obras sigam as diretrizesestabelecidas pela Prefeitura.

Antes, a concessionáriaganhava do município odireito de fazer asdesapropriações necessáriaspara promover amodificação urbana, casonão fosse possível chegar aum consenso com osproprietários sobre acompra dos imóveis. Ummodelo proposto para evitardesapropriações foi a de umconsórcio imobiliário, peloqual os proprietáriosreceberiam apartamentos ouescritórios nos prédiosc o n s t ru í d o s .

Agora, os proprietáriosganharam a prioridade naapresentação de propostas.Os projetos também poderãoser feitos em parceria com aconcessionária, que podeentrar com até 30% departicipação.

Os donos de imóveis quequiserem empreender terãoum ano e meio para elaborarseus projetos, e dois anos emeio para fazer as obras. Senão houver interesse dosproprietários e a área tivertransformações previstas noprojeto, o responsável pela

execução delas continuasendo a concessionária, quepode então fazer asdesapropriações que julgarnecessárias.

Transformação - Atransformação da região daCracolândia na Nova Luzdeverá levar cerca de 15 anos.Cerca de 30% da área, ondehoje há consumo de drogas àluz do dia, serádesapropriada e demolida.A região terá prédios novosque irão conviver comimóveis históricos, muitosdeles tombados, que serãorestaurados e terão umnovo uso.

Os dados constam de umrelatório elaborado peloconsórcio Nova Luz,contratado pela Prefeiturade São Paulo para elaborarum plano urbanístico derevitalização da regiãomais degradada da áreacentral de São Paulo.(Folhapress e Agências)

Pablo de Sousa/Luz - 26/04/2009

A região da Cracolândia, no centro da cidade: proprietários de imóveis poderão apresentar projetos

O consumo aberto de drogas nasruas da Cracolândia ainda é um

dos grandes problemas da região

Luiz Prado/Luz - 10/05/05

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Iroz/

AFP

HABEAS CORPUS JÚRI POPULAR

OTribunal de Justiça doRio concedeu, ontem à

tarde, habeas corpus ao ex-jogador Edmundo, preso nanoite de anteontem, em SãoPaulo. A informação é doadvogado do ex-jogador,Arthur Lavigne, que fez opedido na manhã de ontem.O habeas corpus foi julgadopela desembargadora da 6ªCâmara Criminal RositaMaria de Oliveira Netto.

Lavigne alega que a penade Edmundo prescreveu. Foicondenado em 1999 aquatro anos e seis meses deprisão por um acidente decarro ocorrido em 1995, noRio, que deixou três mortos.A condenação do ex-jogadorfoi por triplo homicídioculposo. (Fo l h a p re s s )

OTribunal de Justiça doParaná divulgou ontem

que manteve a decisão delevar o ex-deputadoestadual Luiz FernandoRibas Carli Filho, 29, a júripopular sob acusação deduplo homicídio. A defesaafirma que vai recorrer.

A decisão saiu apósjulgamento de um recursoda defesa de Carli, quediscordava da sentença dejaneiro. O ex-deputado éacusado pela morte dosjovens Gilmar Yared, 26, eCarlos Murilo de Almeida,20, em um acidente detrânsito ocorrido em maiode 2009. Segundo exame dedosagem alcoólica feito naépoca, Carli Filho estavaembriagado. (Fo l h a p re s s )

Guilherme Afif Domingos, Rogério Amato e Luiz Roberto Gonçalves

Page 11: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 2011 11DIÁRIO DO COMÉRCIO

turismo

UMA NOVA MARRAKESH

Uma das antigas cidadesimperiais do Marrocos,

une glamour e tradição ecresce em ofertahoteleira de luxo

Foto

s: A

nton

ella

Sal

em

Muralhas (à esq.) envolvemo velho centro da CidadeVermelha. Visita incluiPalácio Bahia e MedersaBen Youssef (fotos abaixo).

Praça Djemâa el Fna (acima) exibe as cores e o exotismo doreino. No mercado (à esq.) e pelas ruelas da Medina (abaixo),muitos costumes à mostra. Passeios de camelo?Nos arredores (acima, à esq.) de Marrakesh.

Contraste: ruasmodernas nobairro deGuéliz (acima)e casa bérbere(à esq.), nasmontanhas.

JardinMajorelle(acima) épropriedadede PierreBerger e YvesSaint Laurent,aberta avisitantes.Discotecas(à esq.)animamas noites.

Fotos: Divulgação

Royal Mansour(à esq. eabaixo),o mais novohotel dacidade, recriaa Medina,com vielas,praças eluxuososriads – astípicas casasmarroquinas.

Antonella Salem

Sempre quis conhecer o Marro-cos. Envolto pelas areias e mis-térios do Saara, o país do no-roeste da África lidera a lista de

destinos imperdíveis no mundo e, acre-dite, superou as minhas expectativas.Por cinco noites, vivi como numa fábuladas Mil e Uma Noites, encantada com ahospitalidade, o luxo, os aromas, as tra-dições e modernidades que envolvem oreino. "Marhaba", disse a moça à minhaespera, com o cartaz com o nome domeu hotel praticamente na pista do ae-roporto de Marrakesh. Ela me dava asboas-vindas e já me conduzia a uma salavip para cuidar da imigração e das malas.Hóspedes de dois ou três dos hotéismais estrelados da cidade têm esse ser-viço especial, que evita filas e estende otapete vermelho ao visitante. Um chábem doce com biscoitinhos árabes davainício a uma estada dos sonhos.

Entre o deserto e o litoral atlântico,Marrakesh é uma das cidades imperiais,cujo passado ficou marcado pela coloni-zação árabe islâmica, a ocupação das tri-bos bérberes (povo nômade) e dos fran-ceses. A Cidade Vermelha exibe sua co-loração terracota já à primeira vista, nasmuralhas da Medina, o centro antigo, eparte desse velho muro forma os domí-nios do Royal Mansour, o mais novo ho-tel marroquino.

O hotel – Na entrada, um portão ma-jestoso sinaliza o trabalho minuciosode artesãos. Propriedade do rei, comoquase tudo hoje no Marrocos, o RoyalMansour é como uma cidadela dentroda cidade: recria a Medina em 3,5 hec-tares de vielas, praças, jardins e riads –as típicas casas compostas por pátiosinternos circundados pelos cômodos.Ao todo, o hotel abriga 53, de um a qua-tro quartos. Na decoração, muitas se-das e brocados, lustres Baccarat, mobí-lia feita à mão e antiguidades. Sem falarna combinação das tradicionais técni-cas arquitetôni-cas nos interiores,com gesso traba-l h a d o , z e l l i g e(pastilhas de ce-râmica geométri-ca) e madeira es-culpida. Hóspe-des famosos quejá estiveram lá?Carlos Slim, Jac-ques Chirac, Su-san Sarandon eFrancis Ford Cop-pola, e a famíliareal é presençafrequente. Entreos muitos luxos,os restaurantessão supervisiona-dos pelo parisien-se Yannick Alléno,três estrelas M i-chelin, e o spa ofe-rece hammam (banho turco) e tratamentos com produtos àbase de essências nacionais, como flor de laranjeira.

Revolução – A fragrância paira no ar pelas ruas de Marra-kesh, que cresce a olhos nus em oferta hoteleira de luxo. Nospróximos dois a três anos estão previstos hotéis das marcas in-ternacionais Four Seasons, Fairmont, Oberoi, Park Hyatt, Ba-glioni e Raffles – os primeiros dois abrem este ano.

Prefira um tour de charrete, passando pela MesquitaKoutoubia, uma torre com 77 metros de altura, e visitando o

Palácio Bahia, um exemplo da arquite-tura oriental do século XIX, e a Meder-sa Ben Youssef, a maior escola corâni-ca do Magreb, de 1570. "Jean-PaulGaultier e Simon Xavier Guerand Her-mès têm em Marrakeshsua segunda casa", co-menta o guia. Como eles,nos anos 60 e 70, muitosfranceses, hippies e ar-tistas, caíram de amorespela cidade.

Em 1980, Yves SaintLaurent comprou o JardinMajorelle com Pierre Ber-

ger e lá montaram uma residência. Antiga pro-priedade do pintor francês Jacques Majorelle, olugar guarda as cinzas de Saint Laurent e abrigaabriga um museu de arte islâmica.

O jardim é mais um ponto de visita obrigatória, assim comoa Praça Djemâa el Fna. É lá que estão à mostra as cores e o exo-tismo marroquinos, com os engolidores de fogo, encantado-res de serpente e muitas barraquinhas de frutas secas e sucode laranja. Prove um copo, eles fazem na hora, na sua frente. A

poucos passos da praça, o souk (mercado) permite perder-seentre vielas. Um guia é indispensável, pois só ele poderá mos-tra-lhe as ruas do couro, dos metais, e as lojinhas especiais quesurgem como passe de mágica. Barganhar, só nas barracas.

Entre oliveiras – Será difícil deixar a Medina, mas Marra-kesh tem a cidade nova. No bairro de Guéliz, hálojas bacanas, vendendo desde mocassins fei-tos à mão até tunicas, e internacionais, comoZara, e um shopping de luxo a caminho – outrosinal da transformação.

À noite, hora de provar o tajine (ensopadode frango ou cordeiro), feito em panela espe-cial de barro, acompanhado de vinho marro-quino (sim, peça o vinho nacional), num ri-tual gastronômico que inclui mezze (a varie-dade de entradas) e cuscuz com verduras emum dos restaurantes tradicionais, ao som demúsicas bérbere e árabe ao vivo. Depois, há

um outro mundo a descobrir: o das discotecas, com dançado ventre à certa altura da madrugada.

O Marrocos é mesmo um país de contrastes. Saindo da ci-dade, por caminhos bordados de oliveiras, pés de laranja e pal-meiras, um passeio de um dia inteiro leva às montanhas doAtlas, de até 4 mil metros de altura, onde muitos turistas pra-

ticam trekking. Pare para dar uma volta de camelo. Afinal, é umprograma emblemático. Pelas estradas tortuosas, será fácillembrar do filme B ab el, com Brad Pitt e Cate Blanchett, ence-nado na região montanhosa. No povoado de Asni, um gosti-nho daquela vida simples. Só ocre e a simpatia de uma famíliabérbere que nos recebe em sua casa para um chá com pan-quecas marroquinas, onde o tempo parou.

Viagem a convite do Royal Mansour e da TAM

RAIO XCOMO CHEGARA partir de SãoPaulo, a melhor rotaé pela Europa.Na TA M( w w w. t a m . co m . b r )ida-e-volta paraMadri a partir deR$ 1.506,14 portrecho, em julho.A conexão (umahora e meia de voo)é feita com aRoyal Air Maroc(www.royalair maroc.com/) – será preciso ficar uma noite em Madri – ou a low fare R yanAi r (www.ryanair.com) – conexão direta.

ONDE DORMIRA oferta é farta, entre hotéis da rede Accor (www.accorhotels.com),o Four Seasons (www.fourseasons.com), que abre este ano.Royal Mansour: Rue Abou Abbas El Sebti, Marrakech, Marrocos, tel.(212-0-529) 80-8080, www.royalmansour.com/. Diárias a partir de1.700 euros por riad.

ONDE COMERDar Yacout: 79, derb Sidi Ahmed Soussi/Bab Doukkala,www.yacout.net/. Um dos imperdíveis de cozinha típica. Menu fixo.Terrace des Épices: 15 souk Cherifia, Sidi Abelaziz,www.terrassedesepices.com. Para almoço, em um terraço com vistapara a Medina. Cozinha marroquina moderna.Palais Soleiman: Boulevard du II Janvier, Kaâ Machraâ, www.palais-soleiman.com. Outro restaurante tradicional para jantar.Café de la Poste: Guéliz, www.grandcafedelaposte.com. Na partemoderna, estilo brasserie francesa.

FAÇA AS MALASV i s to : não é necessário para turistas brasileiros no Marrocos.Fu s o : três horas a mais em relação a Brasília.Mo eda: dirham marroquino. 1 euro vale 11,3 MAD.Idioma: árabe e francês.Melhor época: de março a maio (primavera), e de setembro anovembro. No verão (julho a agosto) é muito quente.Operadora local: passeios e guias com a Abercrombie & Kent,w w w. a k d m c. co m .Noite: Palais Jad Mahal, www.jad-mahal.com.

Page 12: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 201112 -.LOGO DIÁRIO DO COMÉRCIO

��

L o goLogowww.dcomercio.com.br

Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:

17

JUN

HO

Dia Mundial deCombate à

Deser tificação

Uma grande colisão cósmica

F UTEBOL

Com um bolo em tom de gramado, a Secretaria de Esportese Lazer do Rio de Janeiro comemorou ontem os 61 anos doestádio do Maracanã. Em reforma para a Copa de 2014, oestádio também teve ontem uma má notícia: o orçamentopara as obras caiu de R$ 956,78 milhões para R$ 931,88milhões.

M ODA

Dançandona passarela

Com a passarela dominadapor um grande grupo dedançarinos, a estilista Paula Raiaapresentou pela primeira vez naSPFW uma coleção solo ontem.Ex-parceira da estilista Fernandade Goeye (da marca Raia de Goeye),Paula Raia criou uma coleção queaposta nas transparências, cinturamarcada, cores fortes misturadascom tons opacos. A coleção éinspirada no estilo urbano ecombina vestidos leves commacacões e calças bem amplas econfortáveis. O desfile começoucom uma apresentação de música edança hip-hop, estilo que marcasobretudo os acessórios da grife,como os lenços amarrados nasroupas e as correntes.

E SPAÇO

Mercúrio, agora um mistério

Imagens da superfície deMercúrio, registradas pela Nasaem maio e divulgadas ontem,indicam a presença de depósitosricos em enxofre no planeta.Segundo os cientistas, issoindicaria que Mercúrio temorigem muito diferente da deoutros planetas, inclusive a Terra.Os astrônomos buscam agoradescobrir essa origem.

T ECNOLOGIA

China condena'ladrões do iPad 2'

Hacker búlgaroroubou até Bill Gates

A polícia paraguaia prendeu ohacker búlgaro Kolarov AlekseyPetrov, quando ele comprava comcartões clonados em lojas deAssunção. Petrov, 28 anos, rouboumilhares de dólares na Europa enos EUA. Uma de suas vítimas foiBill Gates, o fundador da Microsoft.Petrov participou de um esquemade clonagem de um dos cartões decrédito de Gates. Os antecedentescriminais o apontam como o líderde uma rede" de falsificadores decartões desarticulada nos EUA e naEuropa em 2004.

A RQUEOLOGIA

Canadá devolvetesouro búlgaro

Arqueólogos e historiadoresdo Museu de História Nacionalda Bulgária apresentaramontem um conjunto demoedas - uma delas com aimagem de Alexandre, oGrande - e outros artefatosantigos que fazem parte de umlote de 21 mil itenscontrabandeados para oCanadá. As peças tambémteriam sido escavadasilegalmente por caçadores detesouros. O Canadá devolveuas antiguidades ao governobúlgaro. As peças são, em suamaioria, peças de ouro,moedas, prataria, joias,amuletos e selos, entre outros.

I NTERNET

Facebook, bompara a política

Pesquisa do Pew ResearchCenter sobre seu uso de redescomo Facebook, MySpace,LinkedIn e Twitter mostra que oFacebook é bom para a política. Apesquisa, feita com 2.255 adultosnos EUA, mostra que os usuáriosdo Facebook são mais confiáveis,têm amigos mais próximos e sãomais engajados politicamente. Osusuários do Facebook são 2,5vezes mais propensas a ir a umencontro político, 57% maispropensas a tentar convenceralguém de que seu voto é corretoe 43% mais propensas a dizer emquem votam.

P ERU

Cristopolêmico

Uli Deck/AFP

VERTICAL -

Obra "Car

B uilding"

(1960/2011),

do designer

e arquiteto

a u s t ra l i a n o

Hans Hollein.

A escultura

integra a

exp osição

'Car Culture,

Media of

Mobilit y',

que

a co nte ce m

em Karlsruhe,

no sul da

Al e m a n h a .

A exposição

é dedicada

a representar

e discutir o

m ov i m e nto

dos corpos,

das

máquinas

e, claro,

dos carros.

A TÉ LOGO

Fifa e COI poderão inflar orçamentos de Copa e Jogos Olímpicos no Brasil

Andrés Sanchez garante que contrato para o Itaquerão sai até fim do mês

São Paulo já sofre com o assédio de clubes europeus pelo volante Casemiro

Três pessoas foram condenadasna China à prisão e a multas porterem roubado informações sobre odesign do iPad 2 e lançado produtospiratas iguais ao da Apple antes queo gadget fosse lançado no país,informou ontem o jornal G uangzhouD aily. Entre os detidos está umfuncionário da Foxconn, empresa deTaiwan que produz o iPad e oiPhone para a Apple na China. OiPad 2 foi lançado oficialmente naChina em maio, mas a versão pirata,iPed já podia ser encontrada nosegundo semestre de 2010.

A colisão entre uma estrela e umenorme buraco negro provocouuma das maiores explosõesespaciais jamais registradas, cujobrilho viajou por 3,8 milhões deanos luz até chegar à Terra,segundo estudo publicado nestaontem pela revista S c i e n ce .Segundo os cientistas, cerca de10% da massa dessa estrela setransformou em energia irradiada,

como raios-X e gama, que podiamser vistos na Terra, uma vez que ofeixe de luz apontava para a ViaLáctea. Ao repassar o histórico deexplosões na Constelação deDraco, onde foi observado ofenômeno, os cientistasdeterminaram que oacontecimento foi "excepcional",já que não encontraram indíciosde outras emissões de raios-X ou

gama. O estudoestima que asemissões deraios gama, queco m e ç a ra mentre os dias 24e 25 de marçoem uma galáxianão identificadaa cerca de 3,8milhões de anosluz, vão sedissipar aolongo do ano.

Uma prateleira quecresce na mesmaproporção que suabiblioteca. Assim é aBook Wrap. Feita emmetal, a prateleiragarante a tensão paramanter os livros seguros.

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Celso Pupo/Fotoarena/Folhapress

Efe

Olitoral de Lima amanheceu ontemcom uma novidade na paisagem: aestátua do Cristo do Pacífico, ini-ciativa do presidente Alan García

que provocou críticas e chacotas na imprensa,entre arquitetos, e na própria Prefeitura de Li-ma. Embora a inauguração da estátua de 37metros de altura, inspirada no Cristo do Re-dentor, esteja prevista somente para o dia 29de junho, os trabalhos de instalação já foramquase concluídos.

A estátua, que segundo García será "uma fi-gura que abençoará o Peru e protegerá Lima",foi rejeitada pela prefeita da capital peruana,Susana Villarán. Um dos principais motivos darejeição de muitos cidadãos é que a estátua te-nha sido uma decisão unilateral de García, queestá no fim de seu mandato.

Embora muitas das críticas também estejamligadas ao suposto "mal gosto" da estátua, osopositores mais sérios questionam o financia-mento do projeto. O próprio García doou US$32 mil para as obras, mas o orçamento para a

construção do monumento foi completadopor uma doação de US$ 833,4 mil da empresabrasileira Odebrecht.

Alguns meios de comunicação afirmaramque esta doação permitirá à empresa deduzirdo imposto de renda devido no país até 30% dototal doado. (Efe)

Nasa/Reuters

Marcio Fernandes/AE

Fotos: Stoyan Nenov/Reuters

Paolo Aguilar/EFE

Page 13: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 2011 13DIÁRIO DO COMÉRCIO

GRÉCIACE adia para11 de julho oprazo para definirajuda ao país

S A N TA N D E REspanha investigapresidente dobanco, Emilio Botín,por fraude fiscal.economia

Frio ajuda varejo a vender mais

Vendas a prazosubiram 11,6% naprimeira quinzena

de junho, segundo oSCPC. Já os

negócios à vistacresceram 18%. Os

comerciantes sebeneficiaram ao

terem um dia útil amais do que em

igual períodode 2010.

Oclima frio estimu-lou as vendas naprimeira quinzenade junho – impul-

sionando também o movimen-to no Dia dos Namorados. OServiço Central de Proteção aoCrédito (SCPC) da Boa VistaServiços (BVS) – empresa daAssociação Comercial de SãoPaulo (ACSP) que edita esteDiário do Comércio –, quemede as vendas a prazo, cres-

ceu 11,6% nos primeiros quin-ze dias deste mês, ante igualperíodo de 2010. Já o índice doSCPC Cheque foi de 18%.

Para o economista do Insti-tuto de Economia Gastão Vidi-gal (IEGV) da ACSP, Emilio Al-fieri, o resultado acumuladofoi beneficiado pelo "efeito ca-lendário" – na primeira quin-zena de junho, os lojistas tive-ram um dia útil a mais para fa-zer negócios. Se não fosse isso,os índices seriam de 3% e 8,9%,respectivamente, levando emconta a média diária.

Com isso, a média de vendasda quinzena é de 6% – dentro,portanto, da estimativa daACSP. "A compra de itens devestuário e acessórios foi prio-rizada. O 'efeito calendário' se-rá diluído na segunda quinze-

na de junho, com o feriado deCorpus Christi, no dia 23."

O economista afirmou aindaque, se a baixa temperaturacontinuar, a expectativa é deque as vendas a prazo apresen-tem alta de 3% no fechamento

Shopping centers: oportunidades ao lojista.

Dívidanão afetaconsumo

no País

O Iguatemi SãoPaulo tem omais alto preçode locação doPaís. Outroscentros decompras dacidade podemser opção maisacessível.

New

ton

Sant

os/H

ype

Economista doIEGV/ACSPestimou que,se a baixatemperaturacontinuar, aexpectativaé de que asvendas a prazoapresentemalta de 3%neste mês.

Patrícia Cruz/LUZ

Renato Carbonari Ibelli

Neide Martingo do mês de junho. O aumentodo SCPC Cheque pode chegara 9%, na comparação com o re-sultado de igual mês de 2010.

Inadimplência – Os regis-tros em atraso tiveram cresci-mento de 16,4% – número quetambém foi a fe tado pe lo"efeito calendário". Alfieriavaliou que, no final de ju-nho, o índice deverá ser deaproximadamente 7,5%.

"O resultado não é alarman-te. Mas os consumidores e oslojistas devem ficar atentos".Ele afirmou ainda que, em ju-

nho do ano passado, a taxa lí-quida de inadimplência medi-da pela ACSP foi de 5,6%. Se oritmo deste mês continuar, onúmero poderá chegar a 6,3% –ainda abaixo do registrado em2009, de 7,7%, considerado oíndice mais alto da década.

"A inadimplência não segueo ritmo de vendas. A variaçãopode dar um salto ou retroce-der – tudo depende da econo-mia. As medidas de contençãoao consumo promovidas pelogoverno podem apresentarresultados", ponderou.

As famílias brasileirascontinuam endivida-das, mas aumentaram

levemente sua intenção deconsumir, segundo dois levan-tamentos divulgados ontempela Confederação Nacionaldo Comércio de Bens, Serviçose Turismo (CNC). O nível deendividamento foi de 64,1%em junho, de acordo com aPesquisa de Endividamento eInadimplência do Consumi-dor (PEIC) nacional – ligeira-mente abaixo dos 64,2% regis-trados em maio. Na compara-

ção com igual período de 2010,houve forte alta no endivida-mento – que, em junho do anopassado, era de 54%.

Já o percentual de famíliascom contas ou dívidas ematraso ficou em 23,3% em ju-nho, mostrando um recuofrente a maio, quando atingiu24,4%. O nível de inadimplên-cia também ficou abaixo do re-gistrado em junho de 2010, de23,5%. O percentual de famí-lias que não terão condiçõesde pagar seus débitos ficou em8,4%, apontando uma ligeira

1,1ponto percentual

foi a queda noíndice de

famílias com contasou dívidas ematraso entremaio e junho

queda em relação ao resultadode maio, de 8,6%, mas acimado registrado em igual perío-do do ano passado, de 7,8%.

Apesar dos números desfa-voráveis, a Intenção de Con-sumo das Famílias (ICF), tam-bém medida pela CNC, regis-trou leve alta em junho, de0,7% frente a maio, atingindoos 130,8 pontos. Após cincoquedas consecutivas, foi oprimeiro resultado positivoem 2011. Apenas o item "com-pras a prazo" registrou queda,de 0,4%. Todos os outros com-

ponentes do indicador tive-ram altas. Mas, na compara-ção com junho de 2010, o ICFteve queda de 1,7%.

Entre as regiões, apenasNorte e Nordeste tiveramquedas na intenção de com-pra em junho, de 2,2% e 0,5%,re s p e c t i v a m e n t e .

Depois de cinco retraçõesconsecutivas, as famílias comrenda de até dez salários-míni-mos voltaram a apresentarmaior intenção de consumoem relação ao mês anterior,com uma alta de 0,9%. (AE)

As vendas no varejo deshopping centers cres-cem na casa de dois dí-

gitos, e as perspectivas para ospróximos anos são de continui-dade dessa tendência. Um re-flexo disso é o volume de em-preendimentos em constru-ção: são 124 que deverão serconcluídos até 2013, segundo aAssociação Brasileira de Lojis-tas de Shopping (Alshop). Comisso, o número de lojas em cen-tros de compras saltará de 99,5mil para cerca de 120 mil.

Estruturar uma loja em um

shopping center é relativamen-te simples se alguns cuidadosforem tomados, como explicouo d i re to r i n s t i t u c i o n a l d aAlshop, Luís Augusto Ildefonsoda Silva. Como em qualquer ou-tra incursão comercial, o pri-meiro passo é sondar o ambien-te onde se quer instalar o em-preendimento – levando emconta o público do shoppingcenter e se há um volume ex-cessivo de lojas do mesmo ra-mo no local. "Afinal, o bolo serádividido entre todas", disse.

As lojas de perfumaria e cos-méticos são as que mais cres-cem em volume de vendas den-tro dos shopping centers. No

ano passado, suas vendas avan-çaram 14% em comparaçãocom 2009, de acordo com aAlshop. Em seguida aparecemvarejos de brinquedos, eletrô-nicos e eletrodomésticos, ócu-los, bijuteria e acessórios, todoscom expansão de 12%. O seg-mento de vestuário avançou10%, e o de calçados, 9%.

B enefícios – Ter uma loja emshopping center tem uma van-tagem: a garantia de públicofrequente passando em frenteà vitrina. Mensalmente 447 mi-lhões de pessoas circulam pe-los corredores desses centrosde compras no Brasil. Mas háum preço: o valor do metro qua-drado pode ser elevado, che-gando a mais de R$ 7 mil no ca-so do Iguatemi São Paulo – a lo-cação mais onerosa entre osshopping centers do País. Essecentro de compras completourecentemente 45 anos, e a mar-ca Iguatemi já figura entre as 50mais valiosas do País.

Mas é possível encontrar pre-ços mais acessíveis em outrosempreendimentos da cidade. Éo caso do West Plaza, onde, emmédia, o metro quadrado custaR$ 120. Ainda assim, pelo fatode o investimento em shop-

ping ser geralmente elevado, épreciso ficar atento ao retornoque ele proporcionará ao ne-gócio. "Aconselho ouvir a opi-nião dos lojistas já instaladosno local para ter uma noçãoexata do custo da ocupação, enão apenas a opinião do geren-te comercial do empreendi-mento", lembrou o Silva.

Com o retorno dos lojistas jáinstalados, o novo empreen-dedor terá argumentos quepossivelmente poderão serusados para negociar cláusu-las contratuais com o gerentecomercial do shopping center.Nesse ponto é que serão discu-tidos o preço pela ocupação, amaneira como as vitrines po-

dem ser expostas, o horário defuncionamento etc. "Em geral,marcas já estabelecidas conse-guem sucesso nessas negocia-ções", disse. Centros de com-pras com vacância mais eleva-da também são mais flexíveis,segundo o diretor da Alshop.

Evidentemente que um lojis-ta de rua que deseja entrar emum shopping center enfrentaráum caminho mais fácil que oencarado por empreendedorde primeira viagem. Para este, orepresentante da Alshop reco-mendou que o melhor cami-nho é buscar uma franquia.

No ano passado os shoppingcenters brasileiros venderamR$ 93 bilhões, o que represen-tou avanço de 12% em relação a2009. Esse montante represen-ta 16% do total de vendas dovarejo brasileiro. Isso tambémrevela que ainda há um grandeespaço para o setor crescer. NosEstados Unidos, por exemplo,70% das vendas contabilizadaspelo varejo estão nas mãos des-se tipo de empreendimento.

Para 2011, a Associação Bra-sileira de Shopping Centers(Abrasce) prevê crescimentode 12% nas vendas em compa-ração a 2010.

Page 14: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 201114 -.ECONOMIA DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Page 15: Diário do Comércio

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Tributos federaissomam R$ 71,5 biÉ o quinto mês consecutivo no qual a arrecadação tributária baterecorde na comparação com igual mês do ano passado.

Aarrecadação das re-ceitas e contribui-ções federais nomês de maio alcan-

çou o montante recorde deR$ 71,534 bilhões, de acordocom os dados da Receita Fede-ral do Brasil (RFB). O resultadorepresenta uma queda real(pelo Índice de Preços ao Con-sumidor Amplo – IPCA) de16,39% ante abril, mas é 7,18%maior do que registrado emmaio do ano passado.

De acordo com o órgão, o va-lor é recorde para meses de

maio. É o quinto mês consecu-tivo no qual a arrecadação baterecorde na comparação comigual mês do ano anterior.

O resultado ficou dentro dointervalo esperado pelos ana-listas, de R$ 67,6 bilhões aR$ 74,87 bilhões e superou amediana, de R$ 70,8 bilhões.No acumulado de janeiro amaio, a arrecadação de tribu-tos totalizou R$ 382,883 bi-lhões, avanço real de 10,69%em relação aos cinco primeirosmeses do ano passado.

Crescimento – O principal

fator que explica o aumento daarrecadação em maio, e no acu-mulado deste ano, é a manu-tenção do crescimento da eco-nomia. Embora em ritmo me-

nor, visto que o Produto Inter-no Bruto (PIB) subiu 7,5% em2010, a economia segue cres-cendo neste ano. A previsãodos economistas para este anoé de uma taxa de expansão deaproximadamente 4%.

A produção industrial, porexemplo, cresceu 1,57% de ja-neiro a maio, enquanto o volu-me geral de vendas subiu16,4% e a massa salarial avan-çou 15,8% no período.

R e f le x o – Com a manuten-

ção da economia em cresci-mento, o reflexo apareceu naarrecadação federal. Com oImposto sobre Produtos In-dustrializados (IPI) de auto-móveis, por exemplo, o gover-no arrecadou 57% a mais nosprimeiros cinco meses desteano. Esse aumento decorre,também, da recomposição daalíquota em março de 2010.

No caso do Imposto de Ren-da Pessoa Física (IRPF), o au-mento real da arrecadação foide 25% nos cinco primeirosmeses do ano por conta da tri-butação do lucro obtido naalienação de bens e direitos.Também subiu a arrecadaçãodo Imposto de Renda PessoaJurídica (IRPJ), que avançou17,12% no período.

O Imposto Sobre OperaçõesFinanceiras (IOF), cuja alíquotapara despesas com cartões decrédito no exterior e emprésti-mos internacionais subiu nesteano, teve cresc imento de13,18% na arrecadação de janei-ro a maio de 2011. (Agências)

CIEE e ACSP debatemenergia em São Paulo

OCentro de IntegraçãoE m p r e s a - E s c o l a(CIEE) e a Associação

C o m e r c i a l d e S ã o P a u l o(ACSP) realizam na próximasegunda-feira, dia 20, às 8h30,seminário sobre a Matriz Ener-gética do Estado de São Paulo.

O presidente da ACSP e con-selheiro do CIEE, RogérioAmato, fará o pronunciamen-to de abertura do evento, queserá realizado no Espaço So-ciocultural, do teatro do CIEE,na Capital.

Entre os palestrantes, estão ogerente-executivo de logísticada Petrobras, Eduardo Autrande Almeida Júnior, que irá falarsobre o abastecimento de petró-leo no Brasil; o presidente daUnião da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank,que discursará sobre o etanol; osecretário estadual de Energia

de São Paulo, José Aníbal, quevai falar da situação atual e dasperspectivas das energias alter-nativas, e o professor da Uni-versidade de São Paulo (USP)Paulo Saldiva, que falará sobreos reflexos dos combustíveis nomeio ambiente.

Os trabalhos do evento têm acoordenação de Luiz GonzagaBertelli, presidente-executivodo CIEE, vice-presidente daACSP, conselheiro e diretor daFederação das Indústrias doEstado de São Paulo (Fiesp) edo Centro das Indústrias doEstado de São Paulo (Ciesp)

Serviço – O seminário tementrada gratuita. As inscriçõesdevem ser feitas pelo sitew ww. ci e e. o rg . br / po r ta l /e v en t os .O Teatro CIEE fica na rua Taba-puã, 445, no Itaim Bibi. Maisinformações nos telefones:(11) 3040-6541 e 3040-6542.

Copom vê economia forteOComitê de Política

Monetária (Copom)avaliou que a

demanda doméstica naeconomia brasileira estárobusta. Segundo a ata de suaúltima reunião, divulgadaontem pelo Banco Central(BC), isso deve-se , em grandeparte, ao crescimento darenda e à expansão do créditono Brasil.

Além disso, o BC consideraque os efeitos do aumentorecente de gastos e do créditoainda se refletem naeconomia brasileira. "Em quepese iniciativas recentesapontarem contenção dasdespesas do setor público,impulsos fiscais e creditíciosforam aplicados na economianos últimos trimestres, eainda deverão contribuir paraa expansão da atividade",informou o documento.

O BC afirmou ainda que,

como contraponto a esseimpacto dos gastos e docrédito, houve uma reversãodas iniciativas tomadasdurante a crise financeira, talcomo a adoção de medidasde contenção do crédito e aelevação da taxa básica dejuros, a Selic.

Dívida pública – O Comitêdestacou a necessidade deconcretização das metas desuperávit primário das contaspúblicas para a queda dainflação. "O Copom reafirmaque o cenário central para ainflação leva em conta amaterialização das trajetóriascom as quais trabalha para asvariáveis fiscais." O superávitprimário representa aeconomia para pagamentodos juros da dívida pública.

O Copom destacoutambém que o cenário centralcontempla moderação naexpansão no mercado de

crédito. Para esse cenário,teriam contribuído as açõesde contenção do crédito e asconvencionais de políticamonetária adotadas recentepelo governo federal.

Inflação – A projeção deinflação medida pelo Índicede Preços ao ConsumidorAmplo (IPCA) para 2011 nocenário traçado pelo BCrecuou, mas ainda seencontra acima do valorcentral de 4,5% para a metafixada pelo ConselhoMonetário Nacional (CMN).Para 2012, a projeção ficouestável no cenário dereferência – portanto,permaneceu acima do valorcentral da meta.

O cenário de referênciaconsidera as hipóteses demanutenção da taxa decâmbio em R$ 1,60 e da Selicem 12% ao ano em todo ohorizonte relevante. No

cenário de mercado –que leva em conta astrajetórias de câmbio e dejuros coletadas pelo BC comanalistas de mercado noperíodo imediatamenteanterior à reunião do Copom– a projeção de inflação para2011 também recuou,mas se encontra acima doíndice central da metapara a inflação.

Co m b u s t í ve i s – O BCelevou em 1,8 pontopercentual – de 2,2% para 4%– a projeção de reajuste dopreço da gasolina acumuladoem 2011. Essa projeção,segundo a ata do Copom,contempla a reversão parcialda elevação de 10,5%ocorrida no preço docombustível até maio.

Já a projeção para oreajuste no preço do gás debotijão para o acumulado de2011 foi mantida em 0%. (AE)

Senado aprova criaçãode empresas individuais

OSenado aprovou on-tem, por unanimida-de, o projeto de lei que

trata da empresa individualde responsabilidade limitada.O projeto, de iniciativa do de-p u t a d o M a r c o s M o n t e s(DEM-MG), segue para san-ção presidencial. O parecer dorelator, senador FranciscoDornelles (PP-RJ) havia sidoaprovado pela Comissão deConstituição e Justiça (CCJ)no início deste mês.

A proposta acaba com aobrigatoriedade de haver doissócios na constituição de umaempresa. Dornelles chamou-ode "Projeto antilaranja" ale-gando que, na maioria das ve-zes, "o outro sócio não tem in-teresse na empresa, formandouma sociedade limitada origi-nalmente fictícia, para afastaro risco de afetação do patrimô-nio pessoal do empresário".

Pelo projeto, apenas o patri-mônio social da empresa res-ponderá pelas dívidas da pró-pria empresa, excluindo-se opatrimônio pessoal do empre-sário. Marcos Montes lembra,na justificativa, que desde osanos da década de 1980 estásendo discutida a proposta daempresa individual.

O líder do DEM no Senado,Demóstenes Torres (GO), lem-brou na CCJ que, pelas regrasda legislação atual, quem de-seja ter a sua própria empresaprecisa montar a operação de-tendo 99% do patrimônio,mas sendo obrigado a ter pelomenos mais um sócio, com 1%do capital. "A exemplo do quefez o ex-ministro-chefe da Ca-sa Civil Antonio Palocci nacriação da consultoria Proje-to", citou. No caso do ex-mi-nistro, Demóstenes declarouque ele tem 99,9% do capital

da empresa e seu sócio temmenos de 1% do capital.

Dívidas – O texto aprovadoprevê que a nova empresa ju-rídica tenha um patrimôniomínimo integralizado de pelomenos 100 salários-mínimos.A empresa individual de res-ponsabilidade limitada só se-rá obrigada a honrar dívidasno limite de 100 salários, fi-cando o patrimônio pessoaldo empresário protegido.

Dornelles afirmou que oprocedimento atual eleva oscustos, "afetando a competiti-vidade internacional do em-presário em um ambiente deconcorrência global". Citou co-mo exemplo o fato de a JuntaComercial do Rio de Janeirocobrar R$ 182 para realizar oregistro do empresário. "Mas ovalor é elevado para R$ 300, nocaso de sociedade limitada",informou o senador. (AE)

Seminário, na segunda-feira, dia 20, reunirá especialistas no assunto.

Reprodução

O governo arrecadou 57% a mais de IPI nosprimeiros cinco meses deste ano.

Cade buscaacordo para

S a d i a - P e rd i g ã o

Oprazo de 30 dias que oConselho Administrati-

vo de Defesa Econômica (Ca-de) deu à BRF Brasil Foods paraapresentar uma proposta deacordo mudou a percepção deadvogados da área da concor-rência em relação à fusão entrea Sadia e a Perdigão. Segundoos especialistas, ficou mais evi-dente que a autarquia querencontrar uma solução ami-gável para a empresa, evitan-do assim derrubar o negócio.

Diante dos sinais duros emi-tidos pelo Cade até agora, apercepção de alguns advoga-dos era a de que o órgão esta-ria obedecendo ao regimentoda autarquia e demonstrandoapenas que não estava irredu-tível em relação a um acordo.O primeiro encontro entre aspartes ocorreu ontem, minu-tos depois do anúncio do adia-mento do julgamento. (AE)

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Page 16: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 201116 DIÁRIO DO COMÉRCIO

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ETIQUETA com Danette

Apauta de exportações bra-sileira ganhou mais umitem não-mensurável em

termos de balança comercial: a tec-nologia social. Isso mesmo: estamosexportando o bem. Viviane Senna,irmã do piloto Ayrton Senna, tem le-vado, na forma de palestras e, me-lhor, resultados, a experiência do ins-tituto que carrega o nome do nossocampeão de automobilismo para to-dos os lugares do mundo.

O mesmo fez dona Zilda Arns(1934-2010) com a Pastoral da Crian-ça, ao levar para o Haiti, onde morreuno terremoto que destruiu a capitale ceifou milhares de vidas em janeirode 2010, a simples tecnologia quesalva vidas da desnutrição, o soro ca-seiro, com uma colher de sal e duasde açúcar.

Agora, é a vez do Instituto Pescar,que prepara jovens que vivem naperiferia das cidades para o merca-do de trabalho, chegar na Argenti-na e no Paraguai, onde vive uma fa-se de intensa expansão.

O Pescar, para quem prefere dar avara a quem tem fome do que o pei-xe, nasceu do pensamento do em-presário gaúcho Geraldo TollensLinck (1927-1998), dono da LinckS/A, empresa fabricante de autope-ças. É que, em 1976, o empresáriopercebeu, ao ser assaltado, que es-ses eram jovens e sem possibilidadede vislumbrar um futuro, portantopresas fáceis de uma criminalidadeque poderá ganhar em escalada.

Então, decidiu convidar algunsdos jovens da periferia do local on-de estava a fábrica, literalmentepescar alguns com disposição parao crescimento para que servissemde exemplo em suas comunidades.

Na unidade da Linck, os prepa-rou tanto para o estudo convencio-nal como o profissional. Fez tre-mendo sucesso e novas turmas co-meçaram a chegar das periferias eingressar no projeto, muitos compouco ou nenhum estudo.

Desde então, a proposta conquis-tou aliados, empresas de fornecedoresprimeiro, depois outras que queriamter acesso à sua tecnologia. Com amorte do idealizador, a família decidiumanter o projeto, criando o InstitutoPescar – hoje uma bem-sucedida fran-quia de fazer o bem e que vende o co-nhecimento e as apostilas para dife-rentes empresas a custos reduzidos,mantendo acesa a chama da inclusãosocial em 145 unidades no Brasil, 21 naArgentina e uma no Paraguai.

Em todas elas, de diferentes seg-mentos, a exemplo de Braskem, Di-xie Toga, Grupo Fischer, Fleury, Ger-dau, Renner e Weg, o instituto formaos jovens talentos para a indústriaalém de complementar fortementeo ensino para que possam finalmen-te com a vara pescar o peixe e man-ter a economia girando.

A agência de publicidade gaúchaEscala acaba de criar campanha paraalardear ainda mais esse projeto.Marcelo Menna Barreto, diretor res-ponsável pela expansão do Pescar,diz que o custo por jovem é metadedaquele investido pelo governo emescolas básicas. Deveria servir de li-ção. Amante da pesca, Geraldo Linckdeixou de legado esse ensino, penaque muitas das unidades públicasnão levem essa "pescaria" a sério econvivem com escolas nas páginaspoliciais – e não nas editorias de eco-nomia, onde se espera notícias sem-pre melhores e mais prósperas.

PETS MIMADOS

AMARS, uma das maioresfabricantes de rações para

animais domésticos no País,investe em ação promocional paraimpulsionar as vendas de seusprodutos. A promoção buscaatrair o consumidor por meio deoferta de brindes exclusivos paracães e gatos, trocados por pontosadquiridos na compra deprodutos das marcas Pedigree eWhiskas. A troca poderá ser feitano próprio ponto de venda.

A Dabster Comunicaçãoassina a criação, produção e aoperacionalização dacampanha, que será realizadaaté o final de junho em 200pontos de venda nas principaiscidades do Brasil. Para quem temcão e gato é um prato cheio.

BRINDES para cães e gatos

BEM MADE INBRAZIL

Casino amplia participaçãono Grupo Pão de Açúcar

Duas semanas depois deentrar com pedido de ar-

bitragem para resolver o con-flito travado com a família Di-niz pelo controle do Pão deAçúcar, a rede francesa Casinoaumentou sua participação nocapital social da companhiabrasileira com a compra deações preferenciais (sem direi-to a voto). No mercado, a aqui-sição soou como um aviso aoempresário Abílio Diniz deque os franceses não devemabrir mão do controle do Gru-po Pão de Açúcar.

No comunicado divulgadoontem, o Casino "reitera sua in-tenção de fortalecer o desen-volvimento de longo prazo" daempresa brasileira "bem comoa posição do grupo em merca-dos em rápido crescimento".

Com a compra de 8,5 mi-lhões de ações, equivalentes a5,4% das preferenciais, o gru-po francês aumentou em 3,3%sua fatia no capital total da em-presa brasileira, numa opera-ção da ordem de US$ 363 mi-lhões. Agora, somando parti-cipações diretas e indiretas, oCasino detém 37% das açõesdo Grupo Pão de Açúcar.

Após o anúncio, as ações daCompanhia Brasileira de Dis-tribuição, controladora doPão de Açúcar, caíram 1,02%."É uma resposta dos francesesao mercado e uma sinalizaçãode que querem manter sua po-sição no Brasil", afirmou o ad-vogado André Osório Gondi-nho, sócio do escritório Dória,Jacobina Rosado e GondinhoAdvogados. (AE)

NOS PÉS DE NEYMAR

Todo mundo arruma tempo para fazer dinheiro.Entre um jogo e outro, Neymar gravou a nova

campanha publicitária do Tenys Pé Baruel. Oresultado vai ao ar a partir de julho e contemplafilme, material de ponto de venda e eventos damarca. "Neymar é o principal jogador do País,conhecido mundialmente e apostamos na forçadele como referência aliada à paixão do brasileiropelo futebol", diz o diretor de vendas DanielTiraboschi, detalhando que o acordo é válido até asOlimpíadas de 2012. Com o desodorante nos pés eos bolsos cheios de dinheiro, o jogador faz a festa. Épor isso que está rindo à toa.

EM SEGREDO

APlayboy do Brasil acaba decolocar no ar uma nova

campanha de olho no público quebusca acima de tudo discrição eprivacidade na aquisição de canaisadultos. A apresentadora do SexyHot, Rossana Freire, gravou três peçaspublicitárias que já podem ser vistasnos canais da Globosat Megapix,Multishow, GNT e no canal 37 daoperadora NET. Os comerciaisserão veiculados tambémnas redes sociais como Facebook,Twitter e Youtube.

O objetivo é informar aosassinantes que eles podem adquiriros seis canais da empresa (Sexy Hot,Playboy TV, For Man, Venus, PlayboyTV Movies e Private) sem queninguém precise saber. É que oconteúdo adulto não vem com onome especificado na fatura, e oscanais podem ser protegidos porsenha. O comercial, que seráveiculado ao longo de 2011,pretende atingir cerca de 4 milhões

JESUS NO ARRAIÁ

Inspirado nas festividades de São Joãocelebradas no Maranhão, o Guaraná Jesus

lança uma comunicação para reforçar aidentificação da marca com a cultura do estado.Trata-se da campanha "O sabor de viver todos ossotaques", que estreia neste fim de semana e éassinada pela agência DIA Comunicação.

As tradicionais festas juninas do Nordeste nosmeses de junho e julho são comemoradas de formapeculiar pelos maranhenses, que festejam com abeleza das cores e ritmos do Bumba-meu-boi,Cacuriá e Tambor de Crioula. A campanha doGuaraná Jesus explora essa multiplicidade demanifestações artísticas e culturais, sugerindo aoconsumidor que experimente o sabor de viver oMaranhão. As latas do produto ganharamembalagem especial e comemorativa.

QUE TIME

Danette volta à mídia como objetivo de mostrar que

existe algo ainda mais difícil doque fazer o ex-pugilistaMaguila dar aula de etiqueta:resistir à Danette, a sobremesacremosa da Danone – empresalíder mundial e nacional nomercado de lácteos frescos.

A campanha tem uma sériede quatro filmes, assinadospela agência Young & Rubicam,e usa o bom humor pararessaltar o sabor único doproduto. Além de Maguila,estrelam a campanha SergioMallandro, Palmirinha eSupla. O time, sem dúvida,é da pesada.

Fotos: Divulgação

GARANTIA deprivacidadena escolhados canaisadultos

JOGADOR tem motivo parar rir à toa

de assinantes da NET. Para osousados segue o link do comercial:http://www.youtub e.com/watch?v=d3GM-XXZr ws

GUARANÁno clima deSão João

Itautec lança caixaeletrônico em 3D

AItautec desenvolveu oprimeiro caixa eletrôni-

co com a tecnologia 3D. Noterminal, o cliente faz todas asoperações financeiras, comosaques e consultas de saldos,sem contato físico com o equi-pamento, por meio de coman-dos com gestos.

O cliente faz os comandosda operação bancárias pormeio de gestos sobre estasimagens. A tecnologia foi de-senvolvida no Brasil e a Itau-tec já pediu a patente do uso.Segundo o vice-presidente daempresa e responsável pelaárea de tecnologia, WiltonRuas, não há notícias de umterminal bancário semelhanteno mundo atualmente.

Não há prazo para o caixaeletrônico 3D chegar ao mer-

cado. "A tecnologia está pron-ta e agora estamos checando ointeresse dos bancos", destacaRuas. O novo caixa está sendoapresentado no Ciab, maiorfeira de tecnologia bancáriada América Latina.

Outra vantagem da tecno-logia 3D, destaca o executivo,é que os cofres dos caixas ele-trônicos podem ficar separa-dos das telas que fazem a in-terface com o cliente e não pre-cisam ficar visíveis. Por isso,os caixas ficam menos sujeitosa arrombamentos. No caso deum saque, um canal leva asnotas do cofre até o espaço on-de o cliente retira o dinheiro.Em um caixa tradicional, oterminal é um único compo-nente, com as telas e o cofreem uma caixa única. (AE)

Page 17: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 2011 ECONOMIA/LEGAIS - 17DIÁRIO DO COMÉRCIO

PREFEITURA MUNICIPAL DE ESPÍRITO SANTO DO TURVOExtrato de Edital - TOMADA DE PREÇO nº 04/2011

A Prefeitura de Espírito Santo do Turvo torna público, para conhecimento dos interessados, que estáaberta a licitação na modalidade Tomada de Preços do tipo Menor Preço, para pessoas previamentecadastradas, para a contratação de pessoa jurídica, ou pessoa física para a Construção de CrechePró - infância tipo “B”, em Espírito Santo do Turvo, cuja contratação se dará pelo regime de empreitadaintegral, pela Prefeitura de Espírito Santo do Turvo, conforme descrição e detalhamento previsto nosanexos I (memorial descritivo, Cronograma, planilha orçamentária e projetos, conforme estabelecidopelo FNDE), no prazo máximo de duzentos e quarenta dias, contados a partir da assinatura docontrato. O recebimento dos envelopes contendo os documentos e proposta será até o dia 07 de Julhode 2011, às 14h00min, na sede da Prefeitura de Espírito Santo do Turvo, situada na Rua Lino dosSantos, s/nº, sendo que a sessão será realizada a seguir, nos termos da legislação vigente. O editalna íntegra encontra-se à disposição no endereço acima e poderá ser retirado no horário de expediente,no site www.espiritosantodoturvo.sp.gov.br ou solicitado por e-mail:[email protected] ou [email protected] , portelefone: 14-33759500, até as 24 horas que antecedem a data de recebimento dos envelopes,mediante o pagamento de uma taxa de R$ 25,00 (vinte cinco reais). Maiores informações poderão serobtidas na Prefeitura – Setor de Licitações, ou através do telefone acima indicado.

Espírito Santo do Turvo/SP, 15 de junho de 2011.Juliana de Campos Andrade - Presidente da Comissão de Licitação

SECRETARIA DE ESTADODA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADODE SÃO PAULO

FDE AVISA:TOMADA DE PREÇOS - TIPO TÉCNICA E PREÇO

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que seacha aberta licitação para execução de Projetos:TOMADA DE PREÇOS Nº - OBJETO - PRÉDIO - LOCALIZAÇÃO - ÁREA (se houver) - PRAZO - ABERTURA DA LICITAÇÃO(HORA E DIA)46/00021/11/02 - Elaboração de Projeto Executivo de Acessibilidade e Apresentação de Pasta Técnicacontemplando a documentação relativa ao Projeto Técnico de Segurança - EE Profa Lavinia Ribeiro Aranha - Rua dasBromélias, s/n - 13225-310 - Jd. Bertioga - Várzea Paulista/SP - 90 (Elab. de Proj.) / 180 (Pasta Técnica); EE Prof.Antonio Luiz de Moraes - Estrada Orlando Leme Franco, s/n - 13610-000 - Jd. São Joaquim - Leme/SP - 90 (Elab. deProj.) / 180 (Pasta Técnica) - 09:30 - 20/07/2011.46/00024/11/02 - Elaboração de Projeto Executivo de Acessibilidade e Apresentação de Pasta Técnicacontemplando a documentação relativa ao Projeto Técnico de Segurança - EE Maj. Fonseca - Rua VenâncioAyres, 108 - 18200-660 - Centro - Itapetininga/SP - 90 (Elab. de Proj.) / 180 (Pasta Técnica); EE Sen. VicentePrado - Av. Paes de Barros, 446 - 17230-000 - Centro - Itapuí/SP - 90 (Elab. de Proj.) / 180 (Pasta Técnica) -10:00 - 20/07/2011.46/00072/11/02 - Elaboração de Projeto Executivo de Acessibilidade e Apresentação de Pasta Técnicacontemplando a documentação relativa ao Projeto Técnico de Segurança - EE Prof. Alziro Barbosa Nascimento - RuaBahia, 1 - 09450-000 - Vila S João - Rio Grande da Serra/SP - 90 (Elab. de Proj.) / 180 (Pasta Técnica); EE Dep. IveteVargas - Est. do Rio Pequeno, 2.700 - 09450-000 - Vila Palmira - Rio Grande da Serra/SP - 90 (Elab. de Proj.) / 180(Pasta Técnica); EE Prof. Péricles Galvão - Est. José Correa de Moraes, s/n - 18200-000 - Chapada Grande -Itapetininga/SP - 90 (Elab. de Proj.) / 180 (Pasta Técnica) - 10:30 - 20/07/2011.46/00099/11/02 - Elaboração de Projeto Executivo de Acessibilidade e Apresentação de Pasta Técnicacontemplando a documentação relativa ao Projeto Técnico de Segurança - EE Prof. Roberto Frade Monte - PraçaFrancisco Vicente, 65/66 - 09960-450 - Jd. Marilene - Diadema/SP - 90 (Elab. de Proj.) / 180 (Pasta Técnica); EEProfa. Mercia Artimos Maron - Rua Sta. Marta, 86 - 09940-180 - Jd. Sta. Rita - Diadema/SP - 90 (Elab. de Proj.) / 180(Pasta Técnica); EE Prof. Alipio de Oliveira e Silva - Rua Miquelina Tollio Christillo, 105 - 06755-020 - Jd. Sta. Rosa -Taboão da Serra/SP - 90 (Elab. de Proj.) / 180 (Pasta Técnica) - 11:00 - 20/07/2011.As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital na SEDE DA FDE, na Supervisão deLicitações, na Av. São Luís, 99 - República - CEP: 01046-001 - São Paulo/SP ou através da Internet pelo endereçoeletrônico www.fde.sp.gov.br.Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 17/06/2011, na SEDE DA FDE, desegunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00(quarenta reais).Os invólucros contendo a Proposta Técnica, a Proposta Comercial e os documentos de Habilitação, deverão serentregues na Supervisão de Licitações, na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação.Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com odisposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA ODESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE.As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital.

JOSÉ BERNARDO ORTIZPresidente

SECRETARIA DE ESTADODA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADODE SÃO PAULO

FDE AVISA:PREGÃO ELETRÔNICO Nº 21/00084/11/05

OBJETO: Prestação de Serviços de Transporte, Armazenagem e Guarda, incluindo a Montagem de kits, Embalagem eDistribuição de Diversos Materiais Pedagógicos e outros Documentos para as Diretorias de Ensino e demais órgãosque compõem a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo.A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que seacha aberta licitação para Prestação de Serviços de Transporte, Armazenagem e Guarda, incluindo a Montagem dekits, Embalagem e Distribuição de Diversos Materiais Pedagógicos e outros Documentos para as Diretorias de Ensinoe demais órgãos que compõem a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo.As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 17/06/2011, no endereçoeletrônico www.bec.sp.gov.br ou na sede da FDE, na Supervisão de Licitações, na Av. São Luís, 99 - República - CEP:01046-001 - São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital naíntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br.A sessão pública de processamento do Pregão Eletrônico será realizada no endereço eletrônico www.bec.sp.gov.br,no dia 08/07/2011, às 09:30 horas e será conduzida pelo pregoeiro com o auxílio da equipe de apoio, designadosnos autos do processo em epígrafe e indicados no sistema pela autoridade competente.Todas as propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital e seus anexos e serão encaminhadas,por meio eletrônico, após o registro dos interessados em participar do certame e o credenciamento de seusrepresentantes previamente cadastrados. A data do início do prazo para envio da proposta eletrônica será de 17/06/2011, até o momento anterior ao início da sessão pública.

JOSÉ BERNARDO ORTIZPresidente

SECRETARIA DE ESTADODA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADODE SÃO PAULO

FDE AVISA:COMUNICADO

Referente à Tomada de Preços nº 46/00152/11/02 - Elaboração de Projeto Executivo de Acessibilidade eApresentação de Pasta Técnica contemplando a documentação relativa ao Projeto Técnico de Segurança nas EEProfa Nadir Lessa Tognini, EE Prof. José Augusto Leite Franco e EE Sen. Lacerda Franco - em Santo André-SP.Tendo em vista a inclusão no subitem 3.1. (Condições de Participação) das Condições Específicas do Edital, daexigência de cadastro na área Projeto de Restauro, comunicamos que a sessão de processamento da referidaTomada de Preços foi alterada para às 11:30 horas do dia 20/07/2011.

SECRETARIA DE ESTADODA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADODE SÃO PAULO

FDE AVISA:COMUNICADO

A Comissão Julgadora de Licitações comunica o adiamento da data de entrega dos envelopes 1 e 2, referentes àsConcorrências nos 05/00793/11/01 e 05/00839/11/01, para o dia 29/06/11, às 14:30 e 15:00 h, respectivamente.

Reqte: KM Indústria e Comércio de Papel Ltda. Reqdo: São José Indústria e Comércio dePapéis Ltda. R. Dias da Silva, 284 – Vila Maria Baixa - 2ª V. de Falências.

Reqte: New Progress Factoring de Fomento Mercantil Ltda. Reqdo:Soundvox Indústria eComércio de Peças e Acessórios Ltda. Praça Automóvel Clube Paulista, 31 – Jardim Satélite1ª V. de Falências

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo,

foram ajuizados no dia 16 de junho de 2011, na Comarca da Capital, os

seguintes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:

Page 18: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 201118 DIÁRIO DO COMÉRCIO

DC

Fones:

Cel:

11

11

2058 2701

9855 1856

Revisão de Aposentadoria - Aposentadoria por IdadeAposentadoria Especial - Aposentadoria ProporcionalAposentadoria por Tempo de Serviço - Auxílio Doença

Pensão por Morte - Aposentadoria por InvalidezContagem de Tempo de Serviço

Revisão de Aposentadoria - Aposentadoria por IdadeAposentadoria Especial - Aposentadoria ProporcionalAposentadoria por Tempo de Serviço - Auxílio Doença

Pensão por Morte - Aposentadoria por InvalidezContagem de Tempo de Serviço

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GOVERNO DO ESTADO

DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃODEPARTAMENTO DE SUPRIMENTO ESCOLAR

REPUBLICADO PARA ALTERAÇÃO DA DATA DE ABERTURA DA SESSÃO

EDITAL DE PREGÃO ELETRÔNICO PARA REGISTRO DE PREÇOS OBJETIVANDO A COMPRA DENÉCTAR DE ABACAXIEDITAL DE PREGÃO ELETRÔNICO n° 059/2011PROCESSO n° 2547/5900/2011OFERTA DE COMPRA N° 080105000012011OC00065ENDEREÇO ELETRÔNICO: www.bec.sp.gov.br ou www.bec.fazenda.sp.gov.brDATA DO INÍCIO DO PRAZO PARA ENVIO DA PROPOSTA ELETRÔNICA: 15/06/2011DATA E HORA DA ABERTURA DA SESSÃO PÚBLICA: 30/06/2011 – 10:00 horas

EDITAL DE PREGÃO ELETRÔNICO PARA REGISTRO DE PREÇOS OBJETIVANDO A COMPRA DEARROZ PARBOILIZADO TIPO 2 - LONGO FINOEDITAL DE PREGÃO ELETRÔNICO n° 060/2011PROCESSO n° 4558/5900/2011OFERTA DE COMPRA N° 080105000012011OC00066ENDEREÇO ELETRÔNICO: www.bec.sp.gov.br ou www.bec.fazenda.sp.gov.brDATA DO INÍCIO DO PRAZO PARA ENVIO DA PROPOSTA ELETRÔNICA: 16/06/2011DATA E HORA DA ABERTURA DA SESSÃO PÚBLICA: 01/07/2011- 10:00 horas

EDITAL DE PREGÃO ELETRÔNICO PARA REGISTRO DE PREÇOS OBJETIVANDO A COMPRA DEMISTURA PARA O PREPARO DE CANJICAEDITAL DE PREGÃO ELETRÔNICO n° 061/2011PROCESSO n° 4559/5900/2011OFERTA DE COMPRA N° 080105000012011OC00067ENDEREÇO ELETRÔNICO: www.bec.sp.gov.br ou www.bec.fazenda.sp.gov.brDATA DO INÍCIO DO PRAZO PARA ENVIO DA PROPOSTA ELETRÔNICA: 16/06/2011DATA E HORA DA ABERTURA DA SESSÃO PÚBLICA: 01/07/2011 – 10:00 horas

INFORMAÇÕES: fones: (11) 3866-1615/1616, de 2ª a 6ª feira, no horário das 8h às 17h.ENDEREÇO ELETRÔNICO: www.bec.sp.gov.br ou www.bec.fazenda.sp.gov.br

AÇÃO COMUNITÁRIA DO BRASIL - SÃO PAULOCNPJ nº 61.750.246/0001-75Demonstrações Financeiras

BALANÇOS PATRIMONIAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009 - (Em milhares de Reais)

Patrimônio Superávitsocial acumulado Total

Saldo em lº de janeiro de 2009 7.781 - 7.781Déficit do exercício - (285) (285)Transferência para patrimônio social (285) 285 -Saldo em 31 de dezembro de 2009 7.496 - 7.496Superávit do exercício - 33 33Saldo em 31 de dezembro de 2010 7.496 33 7.529

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

Ativo Nota 2010 2009CirculanteCaixa e equivalentes de caixa 4 4.628 5.042Bancos e aplicações financeiras 5 1.361 1.425Contas a receber 6 1.170 1.008

Estoques 333 304 Outros créditos 309 212I mpostos a recuperar 7 255 101 Despesas antecipadas 5 4

8.061 8.096Não circulante Depósitos judiciais 14 39Outras contas a receber - 7

Imobilizado 8 1.637 1.639 Intangível 42 52

1.693 1.737Total do ativo 9.754 9.833

Passivo Nota 2010 2009Circulante Fornecedores 469 400Férias e encargos 9 264 275Impostos a recolher 4 7Adiantamento para projetos sociais 10 1.358 1.434Outras contas a pagar 63 106

2.158 2.222Não circulanteProvisão para contingências 11 67 115 Patrimônio líquido 12 Patrimônio social 7.496 7.496 Superávit acumulado 33 -

7.529 7.496

Total do passivo e patrimônio líquido 9.754 9.833

Demonstrações de superávits - Exercícios findos em 31 de dezembro de 2010 e 2009 - (Em milhares de Reais)

Nota 2010 2009 (reclassifi cado)

Receita operacionalContribuições e doações 2.760 2.726

Projetos incentivados 18 2.175 2.0184.935 4.744

Venda de produtos 17 2.703 2.565Custo dos produtos vendidos (1.555) (1.328)

Lucro bruto 6.083 5.981Outras receitas (despesas) operacionais Programas sociais 14 (4.813) (4.689) Administrativas (748) (702)Despesas com captação de recursos 19 (496) (717)Despesas com vendas de produtos 20 (589) (561)Depreciação e amortização (140) (141)Outras receitas operacionais 342 100

(6.444) (6.710)Déficit antes das receitas fi nanceiras líquidas (361) (729) Receitas financeiras 436 484 Despesas financeiras (42) (40)Receitas fi nanceiras líquidas 394 444Superávit (déficit) do exercício 33 (285)

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

2010 2009Fluxo de caixa das atividades operacionaisSuperávit (déficit) do exercício 33 (285)

AjustesDepreciação e amortização 140 141

Resultado na venda de ativo imobilizado 30 7

Provisão para contingencia - 36

203 (101)

Variações nos ativos e passivos

Redução (aumento) bancos e aplicações financeiras 65 (566)

(Aumento) do contas a receber (162) (69)

(Aumento) redução dos estoques (29) 35

(Aumento) dos outros créditos (97) (76)

(Aumento) redução dos impostos a recuperar (154) 24

(Aumento) redução das despesas antecipadas (1) 1

Redução dos depósitos judiciais e outras contas a receber não circulante 31 8

Aumento em fornecedores 69 50

(Redução) em salários, ferias e encargos (22) (12)

(Redução) aumento de adiantamento para projetos (76) 161

(Redução) de impostos a recolher (3) (3)

Aumento (redução) de outras provisões e contingencias (80) (24)

Caixa líquido utilizado nas atividades operacionais (256) (572)

Fluxo de caixa das atividades de investimentosAquisições de bens do ativo imobilizado e intangível (158) (154)

Caixa líquido utilizado nas atividade de investimentos (158) (154)

Redução de caixa e equivalentes de caixa (414) (726)

Demonstração da redução do caixa e equivalentes de caixaCaixa e equivalentes de caixa no inicio do exercício 5.042 5.768

Caixa e equivalentes de caixa no final do exercício 4.628 5.042

Redução de caixa e equivalentes de caixa (414) (726)

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

Demonstrações dos fluxos de caixaExercícios findos em 31 de dezembro de 2010 e 2009 - (Em milhares de Reais)

Demonstrações das mutações do patrimônio líquido - Exercícios findos em 31 de dezembro de 2010 e 2009 - (Em milhares de Reais)

A íntegra das Demonstrações Financeiras, as notas e parecer dos auditores, estão disponíveis no site: www.acomunitaria.org.br - “Quem somos” - “Gestão”.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ANDRADINAEXTRATO DE PRORROGAÇÃO CONTRATUAL

PROCESSO Nº 77/10 – TOMADA DE PREÇOS Nº 14/10CONTRATANTE: Prefeitura do Município de AndradinaCONTRATADO: PONTAL – ENGENHARIA CONSTRUÇÕES E COMÉRCIOLTDA EPPFica ajustado entre as partes que o prazo de execução será prorrogado pormais 90 (noventa) dias e, em consequência, o prazo de vigência do contratoserá prorrogado por mais 90 (noventa) dias.As demais cláusulas e condições dos contratos supra permanecem inalteradas.

Andradina,16 de junho de 2011.JAMIL AKIO ONO – Prefeito.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ANDRADINAEXTRATO DE PRORROGAÇÃO CONTRATUAL

PROCESSO Nº 102/2009 - CONCORRÊNCIA Nº 03/2009CONTRATANTE: Prefeitura do Município de Andradina.CONTRATADO: NGA JARDINÓPOLIS - NÚCLEO DE GERENCIAMENTOAMBIENTAL LTDA.CLÁUSULA PRIMEIRA: Fica ajustado entre as partes que o contrato seráprorrogado por mais 12 (doze) meses, perfazendo o valor de R$ 110.946,00(cento e dez mil, novecentos e quarenta e seis reais).CLÁUSULA SEGUNDA: Todas as demais cláusulas constantes doinstrumento original permanecem inalteradas.

DATA: 10 de junho de 2011.JAMIL AKIO ONO - Prefeito.

É o velho sonho da consolidação do etanol como commodity global.Marcos Jank, presidente da Unicaeconomia

Plano dáR$ 107 bipara aagriculturaGoverno anuncia hoje o Plano Agrícola e Pecuário de2011/2012, que destina mais recurso ao agronegócio

Ogoverno federalconfirmou que oPlano Agrícola eP e c u á r i o

2011/2012 terá R$ 107,2 bi-lhões para financiamento decusteio e investimentos, alémde linhas especiais de créditopara agricultura empresarial.O volume de recursos é 7,2%maior que os R$ 100 bilhõesd e s t i n a d o s n o a n o - s a f r a2010/2011 e deve atender auma produção de 169,5 mi-lhões de toneladas de grãos eoleaginosas, alta de 5% sobreas 161,5 milhões de toneladasprevistas para a safra atual.

O Plano de Safra 2011/12 se-rá apresentado hoje em Ribei-rão Preto, em cerimônia com apresença prevista da presiden-te Dilma Rousseff. O plano en-tra em vigor dia 1 de julho.

O governo confirmou queirá manter R$ 16 bilhões de re-cursos para a agricultura fami-liar, o que eleva o total do cré-dito para R$ 123,2 bilhões. Dototal para a agricultura empre-sarial, R$ 80,2 bilhões irão parao custeio e comercialização dasafra, alta de 6,08% ante osR$ 75,6 bilhões de 2010/2011.Do total para custeio e comer-cialização, R$ 64,1 bilhões te-rão juros controlados e R$ 16,1bilhões juros livres.

Já os recursos para investi-

mentos da agricultura empre-sarial somarão R$ 20,5 bilhões,alta de 13,9% ante os R$ 18 bi-lhões da safra passada.

As linhas especiais saltarão1,56% entre os períodos, deR$ 6,4 bilhões para R$ 6,5 bi-lhões. "São recursos que nãosão linha rural, mas que o go-verno consegue liberar a ju-ros de 6,75% ao ano, comoPrograma de Sustentação deInvestimentos", disse WilsonAraújo, coordenador-geralde Economia Agrícola do Mi-nistério da Agricultura.

Pecuária – O plano cria umalinha de crédito direcionada àpecuária e um programa de in-vestimento para o setor sucroal-cooleiro. Os criadores poderãocontratar até R$ 750 mil para in-vestimentos em compra de re-produtores e matrizes de bovi-nos e búfalos. O limite para cus-teio será de R$ 650 mil, incluin-do pecuária de corte, leiteira,ovinocaprinocultura, apicultu-ra e suinocultura. Já o programade investimento para a cana-de-açúcar terá limite de R$ 1 milhãopor produtor e prazo de cincoanos para pagamento.

Em nota, o Ministério confir-mou a unificação e aumentodos limites de financiamentopara custeio de todas as cultu-ras e atividades para R$ 650mil, por produtor. Antes, cada

Projeto cria um programa de investimento para o setor sucroalcooleiro, com limite de R$ 1 milhão e prazo de cinco anos para o pagamento.

Sérgio Moraes/Reuters

G20 quer evitarespeculação de grãos

Soja terásafra maior

AAssociação Brasileira dasIndústrias de Óleos Vege-

tais (Abiove) elevou ontem suaestimativa para a produção desoja em grão neste ano para 72,5milhões de toneladas, ante 71,1milhões de toneladas na previ-são anterior. De acordo com Ro-drigo Feix, economista da enti-dade, esse aumento terá reflexopositivo no processamento dogrão, com aumento tanto naprodução de farelo quanto nade óleo. Em 2010, o País produ-ziu 68,9 milhões de toneladasde soja em grão.

Suco– O secretário de PolíticaAgrícola do Ministério da Agri-cultura, José Carlos Vaz, disseque o governo vai destinar umalinha inédita de R$ 300 milhõespara as indústrias de suco de la-ranja comprarem a fruta para aestocagem da bebida na safra2011/2012. (AE)

EUA: Senado revogasubsídios ao etanol.

OSenado dos EstadosUnidos aprovou on-tem uma medida que

inclui a revogação dos subsí-dios de US$ 6 bilhões por anoaos produtores de etanol dopaís. O crédito tributário ao se-tor destina US$ 0,45 por galãode etanol misturado à gasoli-na. A indústria de etanol é ain-da protegida por uma tarifa deimportação de US$ 0,54 por ga-lão – cuja revogação está in-cluída na medida.

Com a aprovação de ontem,a emenda foi incluída em umprojeto de lei que visa a reno-var o programa de direciona-mento de recursos federais pa-ra regiões menos favorecidasdos EUA. No entanto, há a ex-pectativa de que a iniciativanão passe pela Câmara dos Re-presentantes – o que limitaria aaprovação do Senado a um ca-ráter meramente simbólico.

O presidente da União da In-dústria de Cana-de-Açúcar

(Unica), Marcos Jank, afirmouque essa decisão indica a trans-formação do combustível emuma commoditie global. "É ovelho sonho do setor privado edo governo da consolidaçãodo etanol como commodityglobal, por meio da política co-mum de deixar o etanol circu-lar livremente e de se estabele-cer um mercado mundial, co-mo o do petróleo."

Algodão – Ontem a Câmarados Representantes dos EUAaprovou um projeto para can-celar o pagamento anual deUS$ 147 milhões para o setorde algodão do Brasil. O valorfoi acertado após o governonorte-americano perder umadisputa na Organização Mun-dial do Comércio (OMC) rela-c ionada aos subsídios deWashington ao setor.

O Instituto Brasileiro do Al-godão (IBA) acredita que essaposição possa ser revertida noSenado dos EUA. (Agências)

produto tinha um limite esta-belecido. Com a medida, o go-verno diz pretender estimulara diversificação da atividadeagrícola, beneficiando igual-mente produtores de commo-dities, voltados para a exporta-ção, e produtores que abaste-cem o mercado interno.

Sust entáve l – A partir dasafra 2011/2012, o ProgramaAgricultura de Baixo Carbo-no (ABC), lançado em julhode 2010, vai incorporar todasas ações que incentivam aprodução de alimentos compreservação ambiental, ou demaneira sustentável.

No total, os programas de in-vestimento voltados a ativida-des agropecuárias que permi-tem a mitigação da emissão degases de efeito estufa terãoR$ 3,15 bilhões e poderão sercontratados com condiçõesmais facilitadas. No evento dehoje devem comparecer o mi-nistro da Agricultura, WagnerRossi, e o governador de SãoPaulo, Geraldo Alckmin. (AE)

Ogrupo de países queintegra o G20 vai mo-nitorar em conjunto a

oferta mundial dos principaisgrãos, em um movimento queajudaria a evitar a especula-ção que eleve os preços dosalimentos. A iniciativa foi esta-belecida em um esboço de co-municado do encontro queocorre nos dias 22 e 23 destemês em Paris, e que reunirãoos ministros da Agriculturadessas nações.

Eles também pedirão queos ministros das Finanças con-trolem a especulação dascommodities alimentares,adotando uma regulaçãomais rígida para os mercadosde derivativos agrícolas, se-gundo o comunicado.

Os preços globais dos ali-

mentos tiveram forte alta noinício deste ano devido ao au-mento dos custos dos grãos,renovando as preocupaçõesquanto à segurança alimentare a pressão inflacionária – par-ticularmente em alguns paí-ses em desenvolvimento. Ospreços dos grãos têm caído,mas em maio ficaram 37% aci-ma dos níveis de 2010.

Na proposta que será feita,o G20, também integrado pe-lo Brasil, dividiria informaçõesde mercado por meio de umbanco de dados denominadoSistema de Informação doMercado Agrícola (AMIS, na si-gla em inglês). Ele será dirigi-do pela Organização paraAgricultura e Alimentação(FAO) da Organização das Na-ções Unidas (ONU). (Re u te r s )

Page 19: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 2011 19DIÁRIO DO COMÉRCIO

LAND ROVER DIESEL

A travessandorios e montanhas

Com preço partindo de R$ 129.900, chega ao Brasil a Freelander 2 Diesel

ANDERSON CAVA L C A N T E

Imagine uma viagem de car-ro em que só o trecho inicialchega quase aos 250 quilô-metros, com o tempo nubla-

do, chuva em estradas asfaltadase de terra, alagados e areiões. Aoanoitecer, um acampamento pa-ra dormir e, no dia seguinte, o des-pertar será junto com o sol segui-do de mais 150 quilômetros domesmo tipo de estradas.

Ca n s at i vo ?Não!Pelo contrário, tudo muito pra-

zeroso. Claro que não estamos fa-lando de um simples acampa-mento. Viajamos no recém-lança-do Freelander 2 com motor diesel,2.2 litros de 190 cv e 42,8 mkgf detorque, e transmissão automáticade seis velocidades, além disso, oacampamento teve tudo neces-sário para oferecer conforto aosjornalistas participantes.

A expedição organizada pelaLand Rover seguiu por estradasasfaltadas, dunas, rios, lagos epraias, localizadas entre a capitaldo Rio Grande do Norte, Natal, ea cidade de São Miguel do Gos-toso, no norte do Estado.

O Freelander 2 Diesel não temnovidades estéticas em relaçãoao modelo a gasolina e será co-mercializado em três versões, a Spor R$ 129.900, a SE por R$147.900 e a HSE, que custaráR$ 172.900.

Na cidade, ele mostrou que,

apesar de seus 4,50 m de com-primento e 1,74 m de altura, sa-be ser ágil nas saídas e retoma-das. Segundo a marca, ele vai de0 a 100 km/h em 9,5 segundos.No mais, luxo e conforto comoem um digno sedan, mas comum atrativo porta-malas para755 litros de bagagens.

O percurso rapidamente noslevou a trechos de terra e cascalhoe para isso utilizamos um botãogiratório no console que aciona osistema Terrain Response que re-gula a distribuição de torque emuma ação conjunta entre motor,câmbio e tração, conforme o ter-reno. Neste momento utilizamos

a seleção cascalho. Em seguida,usamos a opção lama para ultra-passar locais alagados, deixandoclaro também, o bom desempe-nho da tração integral 4x4 e osbons ângulos de entrada e saída(31,2 graus e 34,1 graus, respecti-vamente). Depois, já utilizando omodo areia, um passeio pelas du-nas, coisa que só não deixaria bo-quiabertos os bugueiros profis-sionais da região. Ou talvez atéeles ficassem surpresos com a ca-pacidade do grandalhão em ul-trapassar obstáculos sem deixar oconforto de lado.

Mesmo sabendo que muitosjornalistas não estão ambienta-

dos com uma direção radical-mente off-road, alguns trechos fo-ram escolhidos para chegar quaseaos limites do carro, mas com mo-nitoramento intensivo de profis-sionais treinados. E o resultadonão poderia ter sido melhor: óti-mo teste para carros e pilotos.

Abandonamos as dunas após opor do sol e chegamos ao acam-pamento erguido entre elas e aspraias em um trecho desabitado.Assim como a montadora primapelo conforto e acabamento em

seus modelos, não deixou de seesmerar na produção das barra-cas, que continham camas, cober-tores e jogo de banho de deixarmuitas pousadas "no chão". Valeutambém o banho quente em bar-racas apropriadas.

Após, um jantar com cardápiocondizente com a região, comdireito a muitos frutos do mar,um bom bate-papo e, enfim,uma agradável noite de sono.

Bom dia - Pela manhã, um caféreforçado e o retorno para Natal

inicia logo ao amanhecer. Três fa-tores marcaram a viagem: a pas-sagem pelo centro de São Migueldo Gostoso, a cerca de 110 km deNatal e inacreditavelmente próxi-ma ao acampamento. A segunda,o marco zero da BR 101, rodoviaque vai do Rio Grande do Norte aoRio Grande do Sul.

Por último, e o que realmenteinteressa, já com o Terrain Res-ponse no modo asfalto, o ótimodesempenho deste motor dieselna estrada. Apesar de utilizar umcombustível que deixa os veículosmais ruidosos, ele pouco deixa obarulho do motor invadir a cabi-ne. Outra vantagem é a facilidadenas retomadas, já que o torqueaparece em baixas rotações, atin-gindo 42 kgfm a 1.750 rpm.

Com autonomia de 970 quilô-metros, o Freelander 2 Diesel temconsumo médio de 14,3 km/l etraz ar-condicionado digital, noveair bags e na versão HSE oferecetela com mapeamento GPS e tetosolar panorâmico.

DCARRNº 372

A Ford Ranger universal será uma das estrelas doSalão do Automóvel de Buenos Aires, que abresuas portas hoje para o público na Capitalargentina. A presença de jornalistas brasileiros,que visitariam a mostra, a convite da Anfavea, foiimpedida pelas nuvens do vulcão Puyehue.

Page 20: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 201120 DIÁRIO DO COMÉRCIO

NOVO ORIENTAL

Este chinês tem sangue inglêsFabricado na China, o novo MG ganhou novas linhas com as tendências atuais do design de automóveis. Nada parecido com os simpáticos carrinhos dos anos 60.

Fotos:Divulgação

CHICOLELIS

Se você é "ligado" em au-tomóvel, com certeza selembra do pequenoMG, o compacto espor-

tivo inglês, muito famoso nosanos 50/60 (havia modelos di-ferentes, mas este era o mais co-nhecido), que tinha como gran-de concorrente, da mesma terrada rainha Victoria, o Triumph,com as mesmas características,que desapareceu do mercado. OMG continuou, tem novos mo-delos, virou chinês e agora estáchegando ao Brasil, com loja naavenida boutique de carros deluxo, a Europa, nos jardins. Ela éa primeira das 11 concessioná-rias que serão abertas no País atéo fim do ano.

Lá estão os dois modelosproduzidos pelo grupo chi-nês SAIC, o MG550, sedan e ofastback MG6, ambos que, jáapresentados durante o Salãodo Automóvel de 2010, sãoclassificados como de luxopelo Grupo Forest Trade, querepresenta a marca no Brasil.

Os dois modelos diferemmuito daquele estilo esportivoconhecido pelos brasileiros,que ganhou a famosa réplicaMP Lafer. Dezenas deles aindarodam pelas nossas ruas e es-tradas e, em sua maioria, mui-to bem-cuidados pelos seuszelosos proprietários.

MG 550 - O carro, que custaR$ 94.789, em versão única, foiprojetado no Centro de Designda MG, em Birmingham, Ingla-terra, onde ganhou conjuntoótico com faróis e lanternas inte-grados a uma grade cromadacom formato de trapézio. Se-guindo as tendências de algunsmodelos europeus da BMW,Audi e Mercedes-Benz, a linhalateral forma uma curva leve-mente acentuada, terminandonas lanternas traseiras. A tampa

do porta-malas também temformato trapezoidal.

Dentro, o painel digital, comtodas as conectividades e mo-dernidades eletrônicas do mo-mento e espaço para cinco pes-soas. O modelo vem equipado

com motor de quatro cilindros1.8 16V turbo, em alumínio, compotência de 170 cv a 5.500 rpm etorque de 21,92 kgfm a 2.500-4.500 rpm, com máxima de 270Km/h. O câmbio, de cinco mar-chas, é automático com coman-

do tiptronic na alavanca e "bor-boletas" no volante. São seis airbags e o freio a disco ventiladocom sistema de autolimpeza esensor antitravamento ABScom EBD nas quatro rodas alémde controle de tração (TCS).

MG6 - Este, também vendidoem versão única, custa R$99.789 e também foi projetadona Inglaterra. A marca ofereceaté sete anos de garantia, depen-dendo do programa compradojunto com o carro. Ele tem de-

sign agressivo com a caracterís-tica máscara negra nos faróis elanternas. Por dentro, a diferen-ça do "irmão" MG550 está nosmostradores analógicos e a teladigital central. Também é igualo conjunto mecânico.

DCARR

RANGER SPORT

FO RT E , A LTAE IMPONENTE

No começo a altura chega a preocupar,mas com o tempo acostuma-se

No começo a altura chega apreocupar, mas com o

tempo acostuma-se.Confesso que tive problemas

no início. Para a esposa grávidaou para a mãe e a sogra, que,além de "baixinhas", têm a ida-de mais avançada, só descendodo banco do motorista, abrindoa porta do passageiro e às vezesaté fazendo uma escadinha.

Mas é esta altura da Ford Ran-ger Sport 2012 que mais chamaatenção, que mais atrai as mu-lheres em especial. Depois de al-guns dias, vocêjá se habitua aestacionar rentea partes mais al-tas da calçada,facilitando a vi-da dos passa-g e i ro s .

Esta ediçãoda picape rece-beu uma belagrade frontal,os para -cho-ques passaram a ser na cor doveículo e seus faróis e lanternasforam escurecidos e as rodas deliga leve pintadas na cor cinza.Estas, aliás, são outro item queatrai olhares nas ruas. Várias ve-zes percebi "olhos invejosos"nas rodas da grandalhona.

Preço - Comercializada commotor Duratec 2.3 16V, gasolina,de 150 cv de potência, 22,1 kgfmde torque e, de série, com dire-ção hidráulica, ar-condiciona-

do, vidros e travas elétricas, sis-tema de som My Connectioncom quatro alto-falantes, cone-xão USB e Bluetooth, faróis deneblina e alarme, pneus todo-terreno, entre outros itens, aRanger Sport 2011 custa R$55.990.

Força não falta à imponenteRanger e ela é própria para ul-trapassar obstáculos. Os passa-geiros - voltando às delicadas,esposa grávida, mãe e sogra - re-clamam que chacoalha muito,mas adoram observar por cima

O sedanMG550 e o

fastback MG6são a atualaposta da

chinesa SAIC.O modelo MGé descendente

de umcompactoesportivo

inglês, famosonos anos50 e 60.

os "mortais" que andam em ou-tros "carrinhos".

O acabamento interno, sim-ples, lembra sua maior vocação -que não é urbana, mas ela está

mais equipada nesta linha 2012,além de ter seu design tambémmais moderno. Agora é só espe-rar a apresentação do novo mo-delo global da Ranger, no Salãode Buenos Aires, que abre hoje,mas que não deve substituir a li-nha atual. Não?

Anderson Cavalcante

Page 21: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 2011 LAZER - 21DIÁRIO DO COMÉRCIO

dcultura Woody:de voltaà diversãoleve.

Lúcia Helena de Camargo

Capital francesa estrelacomédia romântica

com Owen Wilson, MarionCottilard e Carla Bruni.

Paris é a festa de Woody Allen

Fotos: Paris Filmes/Divulgação

Se você pudesse sertransportado do tempopresente para qualquerépoca da história da

humanidade, qual escolheria?Valendo passado e futuro e aindacom a possibilidade de escolher olugar. O norte-americano Gil(Owen Wilson) não teria dúvidas.Passaria seus dias em Paris, nosanos de 1920. E para o ambienteficar perfeito, ele encomendariatardes e noites chuvosas. "Paris émuito mais bonita sob a chuva", diz– e nesse momento quase ouvimosa voz de Woody Allen fazendo adeclaração. Personagem principalde Meia Noite em Paris, novo filmedo cineasta novaiorquino, e seualterego na trama, Gil está noivo deInez, uma bela mulher (RachelMcAdams) e passeia com ela pelacapital francesa. Bem sucedidoroteirista, acha que vai ter a vidarealizada quando conseguirescrever um romance. Mas seguecom a escrita empacada, envoltoem muitas ideias e poucas decisõessobre como elaborar o texto.

No quarto ao lado do hotel noqual se hospedam Gil e Inez estãoos pais da moça, que não hesitamem dar palpites sobre todos osaspectos da vida da filha, devestidos a preparativos para ocasamento, incluindo compra depeças de decoração ecomportamento do futuro marido.Para aumentar a tensão, entra emcena outro casal de americanos,amigos de Inez. Encontrados por

acaso em um restaurante, passam aconduzir os passeios. O quartetovisita museus, vai a concertos e adegustações de vinhos. Semprecom Paul (Michael Sheen)desfilando seus supostos vastosconhecimentos sobre enologia,artes, história, arquitetura e outrosassuntos. E então aparece CarlaBruni, como a guia do museu quevai apontar a falha no monumentalacervo de sapiências do visitante.

Diversão e neuroses

Embora a trama lembre aqui e alialguns filmes anteriores de Allen, ocineasta sabe, fazendo mais domesmo, se reinventar. Como em A lice(1990), elementos fantásticos entramna história naturalmente. Como emDesconstruindo Harry (1997), oescritor com problemas encontraráinspiração e apoio onde menosimagina. E como em muitos outrosroteiros de Woody, os conflitos entreos casais podem ser tão divertidosquanto neuróticos. Meia-Noite emPa ri s é bem mais engraçado do queo último Você Vai Conhecer o Homemdos Seus Sonhos, de 2010, quecontinha uma nota melancólica.

A tese central é que todas aspessoas, quando pensam nopassado, o enxergam maisglamouroso e interessante do quesua própria realidade cotidiana.Mas lembre: trata-se de umacomédia. E há a diversão adicionalde encontrar em mesas de barpersonalidades como os pintores

espanhóis Salvador Dalí e PabloPicasso; o cineasta Luis Buñuel; ofotógrafo Man Ray; Zelda e ScottFitzgerald, além de Gertrude Stein,Cole Porter, Ernest Hemingway eaté Toulouse-Lautrec e PaulG auguin.

A bela atriz francesa MarionCotillard, no papel de Adriana,transita entre os mundos,ligando paisagens ero m a n ce.

Meia-Noite em Parispoderá agradar até quemnão é fã do diretor. Nissoaposta a distribuidoraParis Filmes, que o lançano Brasil em temporecorde em relação àestreia mundial, queaconteceu no Festival deCinema de Cannes hámenos de dois meses. Osfilmes de Allencostumavam demorarmuitos meses, às vezesaté anos, para chegar àstelas brasileiras. Mas deposse da pesquisa queaponta existir público para eles,desta vez o longa foi compradoantecipadamente e chega a 98salas do País.

Meia-Noite em Paris (M idnightin Paris, 201, EUA / Espanha,100 minutos). Direção: WoodyAllen. Com Owen Wilson,Rachel McAdams, MarionCotillard, Adrien Brody,Kathy Bates.

Nesta edição: no cinema, estreia de Mamonas - Pra Sempre e retrospectiva de Alfred Hitchcock no Centro Cultural Banco do Brasil. Entrevista com Bárbara Heliodora,a grande dama da crítica de teatro. Miriam Leitão lança livro sobre dinheiro brasileiro. Gastronomia: festas juninas nos restaurantes. Visuais: instalação gráfica de Fernando Vilela.

O extravaganteSalvador Dalí(1904-1989),pintor catalão.

Adrien Brodycomo Dalí:

surrealista comlado cômico.

Os escritores americanosFrancis Scott Fitzgerald(1896-1940) e Zelda

Fitzgerald (1900-1948).

Alison Pill viveZelda e Tom

Hiddleston é Scott:casal animado.

Ernest MillerHemingway (1899-

1961): talentoiconoclasta.

Corey Stoll éHemingway:

bebedeiras e dicaspara Gil.

Arquivo DC

Os mitos na mesa do bar

PARIS, 1920Na foto, a Ópera, na década daefervescência cultural em que

autores escreviam obras-primas nasmesas dos cafés parisienses; pintores

geravam movimentos artísticos,cineastas criavam cenas antológicas.

Na foto acima,Owen Wilson e

Rachel McAdams.À esquerda,

Allen dirige CarlaBruni. Primeira-dama da França

saiu-se bemno papel da

guia de museu.

Miguel Medina/Reuters

Arquivo DC Arquivo DC

Arquivo DC

AFP

Page 22: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 201122 -.LAZER DIÁRIO DO COMÉRCIO

dcultura

Hitchcock completo:mudos, em preto e branco

e cores. Na telinhae na telona do CCBB.

54 l o n g a - m e t ra g e n sentraram naretrospectiva dedicada

à obra do cineasta inglês AlfredHitchcock (1899-1980). Sediadapelo Centro Cultural Banco doBrasil de São Paulo, a mostrainiciada ontem, segue até odia 24 de julho.

Na programação entraramdesde filmes feitos na época docinema mudo até clássicos deHollywood, como Janela Indiscreta(1954); Um Corpo Que Cai (1958) ePs i co s e (1960). E ainda três curta-metragens e 127 episódios da sériepara a TV Alfred HitchcockA presenta. A curadoria do evento éde Arndt Roskens. E 20 filmes damostra serão exibidos durante dezdias também no Cinesesc.

As sessões especiais de filmesmudos serão acompanhadas de

música e narração ao vivo,tratamento que será dado a OInquilino (The Lodger: A Story of theLondon Fog), de 1926, um dosprimeiros sucessos de Hitchcock,com história inspirada nosassassinatos de Jack o Estripador.

Em paralelo, será ministrado umcurso sobre o cineasta inglês, com12 aulas. E editado um catálogo de400 páginas, com materialiconográfico, filmografia e textosinéditos. Tanto o curso quanto ocatálogo serão gratuitos.

Na parte dedicada à televisão,o público poderá assistir às trêstemporadas completas de A lfredHitchcock Apresenta, que no totalcontam com 117 episódios, dosquais dez dirigidos por ele. Daquarta à 7ª temporada, chegamos sete episódios dirigidos porele, além de um episódio da série

The Hitchcock Hour, um deStar time e um de S uspicion,também dirigidos pelo mestredo suspense.

Nesta sexta (17) chegam às telasdo CCBB-SP Agente Secreto, às 10h;Alfred Hitchcock Apresenta, em DVD,ao meio-dia. Cortina Rasgada seráexibido às 14h30; S abotador às 17he Marnie, Confissões da uma Ladraàs 19h30. O destaque de sábado(18) é Os 39 Degraus, às 17h. E naquarta (22) será apresentado, às19h30, o engraçado O Terceiro Tiro.A mostra se inicia no CineSesc em 8de julho, com Rebecca, a MulherI n e s q u e c í ve l , às 19h. (LHC)

Hitchco ck. CCBB-SP. Cinema:70 lugares. Rua ÁlvaresPenteado 112, Centro. Tel.:3113-3651. Ingressos: R$ 4.w w w. b b. co m . b r / c u l t u ra .

B a s t i d o re sda moda,

a g u a rd e n t e .E polêmica.

Se conseguir, veja o denso francês Vênus Negra.

Pegando carona no evento demoda São Paulo Fashion Week,

que acontece em São Paulo, estreiaTOP Models – Um Conto de Fadas Bra-s i l e i ro (Brasil, 2009, 90 minutos). Dire-ção de Richard Luiz, com roteiro deRenata Terra. Misto de documentárioe ficção, o filme mostra alegrias e di-ficuldades na vida das modelos. Aatriz Alice Braga faz a narração, no pa-pel de uma jornalista interessada emdesvendar o mistério que faz as mo-delos parecerem tão extraordinárias.Aparecem Shirley Mallman, GiseleBündchen, Carol Trentini (foto à direi-ta), Isabelli Fontana, Raquel Zimmer-man, Fernanda Tavares, Adriana Li-ma, Carol Ribeiro e outras. Há ima-gens filmadas no Rio de Janeiro, SãoPaulo, Paris, Tóquio, Londres e Milão,onde ocorrem os desfiles das princi-pais semanas de moda.

Chega aos cinemas também outrodocumentário nacional, Estrada Realda Cachaça (Brasil, 2008, 98 minutos).Com direção de Pedro Urano, o filmese pretende uma investigação histó-rica e poética, tomando como mote a

popular bebida nacional. Odocumentário recebeu o prê-mio de Melhor Documentáriono Festival do Rio 2008, e Me-lhor Documentário Latino-Americano no Festival de MarDel Plata 2008.

Já a estreia Vênus Negra (Ve -nus Noire, 2010, França, Itália,Bélgica, 159 minutos, foto aci-ma) é para quem prefere filmesdensos. O diretor Abdellatif Ke-chiche (O Segredo do Grão) con-fessou a intenção de deixar o es-pectador desconfortável. Exibi-do para jornalistas no 67º Festi-v a l d e Ve n e z a , o f i l m e f o iconsiderado difícil por alguns,ótimo por outros e quase insu-portável por muitos. Ao final dasessão, houve aplausos e vaias.Ambientado em Paris nos anosde 1800, mostra Saartjie, que saida terra natal na África do Sul comseu mestre, Caezar, que expõe seucorpo para a audiência dos showsde horrores em Londres. Polêmicagarantida. (LHC)

André Domingues

Documentáriosobre Mamonas

Assassinas reúneimagens incomuns.

Vale o ingresso.

Fotos: Divulgação

Muita gente boatorcia o narizpara os

Mamonas Assassinasnaquelas tardes dedomingo, entre meadosde 1995 e o começo de1996, quando seubesteirol juvenilinundava os programasde televisão, escorrendorapidamente para osrádios, os carros e asfestinhas de criança. Aprovidencial distânciados anos, porém, foidevolvendo o prestígioque o excesso deexposição lhes tomou.No documentárioMamonas pra Sempre, deCláudio Kahns, queestreia hoje, sexta (17),fica a certeza de que eleseram bons mesmo. Erams e n s a c i o n a i s.

Mamonas pra Semprenarra desde a formaçãoda primeira banda derock dos meninos, aainda séria Utopia,formada no final dosanos de 1980, até odesfecho abrupto da suacarreira, no desastreaéreo que os vitimou emmarço de 2006. Omaterial consiste,basicamente, emgravações particulares etelevisivas, além deentrevistas comfamiliares e profissionaisdo meio musical.

S obressai-se,naturalmente, a figura doprodutor Rick Bonadio,descobridor e, ao mesmotempo, descoberta dogrupo (já que, a partirdali, tornou-se umprofissional famoso). Sãodele os depoimentosmais interessantes.

O primeiro grandeserviço de Mamonas praS empre é mostrar que ogrupo guarulhense nãoera um desses enlatadosculturais, preparadosminuciosamente paraagradar à mídia.

Ao contrário, o filme registra bem o quantoaquelas performances foram improvisadas eimplementadas em seguida com o que tinham àmão, na cara e na coragem. Vista assim, nocontexto certo, Pelados em Santos, Vi ra - Vi ra eRobocop Gay refletem bem menos as paredesesponjosas dos estúdios do que o cenário daperiferia, a herança nordestina, a cultura jovemsuburbana em que eles estavam metidos.

Outro mérito do documentário é mostrar oquanto os Mamonas eram competentes. Não setrata de apenas tocarem ou comporem bem, emparâmetros estritamente musicais, mas de secomunicarem com incrível desenvoltura naencenação, na dança, nos figurinos. Dinho,sobretudo, pode ser visto como um verdadeirofenômeno: hábil em todos esses quesitose dono de uma velocidade mentalimpressionante (basta ver seusimprovisos nas gravações caseiras).

A trajetória dos Mamonas Assassinas durouum pouco mais de um ano e transcorreu,praticamente, aos olhos do Brasil inteiro. Há,porém, imagens incomuns no filme, assim comoas do pungente show feito no “Thomeuzão”, emGuarulhos, em janeiro de 1996. Acontece que,ainda nos tempos de Utopia, o grupo tinha sido

desprezado por lá, o que magoouprofundamente a todos, principalmente a Dinho.Nessa volta triunfal, bastante tensa, o vocalistaresolveu subir ao palco com roupas normais (aocontrário das fantasias costumeiras), interpretaruma parte do repertório do Utopia e ainda porcima, parar o show para um ácido discursocontra a elite e a política local. É o ponto maisemocionante do documentário. Vale o ingresso.

Mamonas pra Sempre traz, ainda, umadiscussão valiosa para o universo dosdocumentários, já que, por ser quase todo feitoa partir de imagens particulares e televisivas, écinematograficamente mal acabado (e orecurso a vinhetas com animaçõesengraçadinhas não colabora para melhorar...).Fica muito difícil, entretanto, alguém encarar otema e criar imagens melhores do que aquelas,registradas no calor da hora e, muitas vezes,pelos próprios artistas. Seguindo essa linha, écapaz de, no futuro, o trabalho dos diretores sero de tratar, organizar e editar o que sai decâmeras, celulares ou webcams comuns. Aprodução de documentários poderá ser, então,um aplicativo dos sites de imagens.

Mamonas pra Sempre (Brasil, 2009, 84minutos). Direção: Cláudio Khans.

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Page 23: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 2011 LAZER - 23DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Ela decide o futuro dos espetáculosSérgio Roveri

dcultura

Temida por uns, admiradapor outros, ignorada porninguém. Consenso é umapalavra que parece não

cair bem quando se fala da críticateatral carioca Bárbara HeliodoraCarneiro de Mendonça, firme, forte,atuante e afiadíssima aos 88 anos. Aseu respeito, existe uma únicaconstatação sobre a qual a classeartística, o público, os muitos amigose alguns desafetos estão de acordo:a de que ela tem sido, nos últimos 50anos, a crítica de teatro maisinfluente do Rio de Janeiro e umadas mais conhecidas e respeitadasdo Brasil. Sua coluna, publicadadesde 1990 no jornal O Globo, aindaconserva o raro poder de decidir ofuturo de um espetáculo – daí orebuliço nas coxias quando, paradesespero do elenco, é anunciadasua presença na plateia.

A estreia de Bárbara Heliodora nacrítica teatral se deu em novembrode 1957, quando começou aescrever críticas regulares no jornalTribuna de Imprensa. Passou,depois, pelo Jornal do Brasil, revistaVisão e novamente pela Tr i b u n aantes de chegar ao Glob o. Acomprovada habilidade de dissecaros espetáculos é apenas uma facetade seus múltiplos talentos. Ela étambém professora, conferencista,diretora, roteirista, autora de ensaiospublicados no Brasil e no Exterior e,acima de tudo, a maior especialistabrasileira em William Shakespeare(fo to ), de quem já traduziu, entreoutros clássicos, as peças Romeu eJ ulieta, Sonhos de Uma Noite deVe r ã o , Rei Lear e A Comédia dos Erros.

É dela, também, a traduçãoempregada no espetáculo ATemp estade (fo to s ), a última peça deShakespeare, atualmente em cartazno Teatro Raul Cortez, no bairro daBela Vista. "A tradução da Bárbarafaz com que o público desfrute, emportuguês, não apenas dosignificado exato, mas das sensaçõesdo imaginário de Shakespeare",diz Marcelo Lazzaratto, diretor doespetáculo. "Como ela é muito fiel esabe preservar o que é verso eo que é prosa, a compreensão dospersonagens se torna muitomais aguçada".

A seguir, os principais trechos daentrevista concedida pela crítica aoDiário do Comércio.

Uma tradução pode se revelartão definitiva quanto a obraoriginal ou revisões feitas aolongo dos anos tendem amelhorar o seu resultado?

Como a língua é dinâmica, épossível que após algumasdécadas uma tradução estejaultrapassada. Quanto menos elarecorrer à linguagem do momento,mais chance tem ela de perdurar.

Quando a senhora assiste aalgum espetáculo que utilizauma tradução sua, experimenta

ou distração no ato de verteatro quando se é uma críticafamosa?

É claro que sim, cada vez quesurge um espetáculo realmentebom de conteúdo, forma e

execução. Concordo que nãosão muitos, e que não podehaver grande prazer no que éruim ou mal feito.

Ao longo de sua trajetória,a senhora fez apostascerteiras no sucesso de algunsatores e dramaturgos eminício de carreira?

Nunca procurei ter bola decristal, mas, do mesmo modoque muitos outros, reconhecidesde logo a presença detalento em alguém que apenasdespontava. Creio que tivedois ou três desapontamentoscom promessas que não secumpr iram.

Com que frequência asenhora vai ao teatro hoje?

Duas ou três vezes porsemana. Em algumas rarassemanas, chego a ir cinco vezes.

Como é um dia típico navida de Bárbara Heliodora?

Fico muito em casa, trabalhocom traduções, estouplanejando um livro, brinco como cachorro, vejo DVD. Saiopouco, vejo amigos. Nada demuito extraordinário.

A senhora é uma entusiastada dramaturgia brasileira ouencara a produção nacionalcom algumas ressalvas?

Sou torcedora. Acho que adramaturgia está melhorando,mas ainda tem de caminharmuito para não cair de volta naschanchadas baratas. Mas comoo Brasil está caminhando, oteatro tem de caminhar com ele.

Resgatede

velhascançõesde amor

GÊNIOS DO SHOWA Sociedade de Cultura Artística programou paradomingo (19), segunda (20) e terça (21), na SalaSão Paulo, os concertos mais esperados de 2011 naCidade. Unindo genialidade e show, levam aopalco a música do austríaco Gustav Mahler (1860-1911); a Sinfônica Simón Bolívar, da Venezuela; eo maestro Gustavo Dudamel (foto). Mahler é ocompositor mais lembrado dos últimos dois anos,pelos 150 anos de morte e 100 de nascimento. ASimón Bolívar, projeto El Sistema, idealizado em1978 pelo pedagogo José Antonio Abreu, atendemais de 250 mil jovens carentes. Saudada pelocrítico Alex Ross,da New Yorker,como a maiscelebradaorquestra jovemdo mundo,felizmentecontinua blindada contra as garras do ditadorHugo Chávez. Gustavo Dudamel, fruto do ElSistema, é, no momento, diretor da Filarmônica deLos Angeles, da Sinfônica de Gotemburgo, além daSimón Bolívar. Em São Paulo, rege a grandiosa (70minutos) Sinfonia N. 7 em Si Menor de Mahler.Sala São Paulo. Praça Júlio Prestes.Tel.: 3223-3966. Domingo (19), segunda (20),terça (21). 21h. R$ 140 a R$ 290. (MMJ)

uma sensação de co-autoria?Jamais pensei em co-autoria. Só

me preocupa a fidelidade ao autor.

Embora seja muito respeitadapor seu conhecimento deShakespeare, a senhora tambémjá traduziu, entre outros, OscarWilde, Tchecóv e AgathaChristie. Shakespeare oferecealguma dificuldade especial?

Todo autormuito bom é difícil,mas Shakespearetem grande partede sua obra emverso, o que setorna mais difícil namedida em que épreciso encontrarqual o ritmo e amúsica que, nanova língua, podemcor responderao original.

É possívelrealizar uma boa tradução deuma obra específica de um autorsem conhecer o restante de suaprodução e o período históricoem que ele viveu?

Talvez. Eu não saberia dizer,porque tenho traduzido obras deautores sobre os quais disponho deinformações suficientes.

Até que ponto a carreira de

sua mãe, a também tradutoraAnna Amélia, influenciou na suaescolha profissional?

A minha mãe queria que eufosse advogada. Eu, na verdade, sócomecei a traduzir Shakespearedepois que ela morreu, e nuncacom a incrível facilidade que elatinha, porque era em si mesmapoeta. Mas não houve umainfluência direta na escolha da

minha profissão

Por que, na suaopinião, entretantos outrosg ra n d e sd ra m at u rg o so cidentais,Shakesp eareparece ser o quemelhor traduz,até hoje, osanseios do homemmo derno?

Talvez porquetenha observado

seus contemporâneos com tantaatenção, que lhe foi possível obterinsights sobre o ser humano em si,seus valores e costumes básicos. Oque muda é a superfície.

De tempos em tempos, surgealguém com a tese de que a obrade Shakespeare teria sido escritapor outros autores. O que asenhora pensa disso?

Não conheço nenhum grandeestudioso de Shakespeare queembarque nessa enganação.Existem mais de 50 candidatosao cargo, mas nenhum deles éShakespeare. Diz o notávellinguista Eric Partridge quetodos querem que Shakespeareseja nobre, porque não aceitamque um homem do povo, filhode um curtidor de peles efabricante de luvas, tenha sido omaior dramaturgo da história.

A senhora acredita que oteatro vai resistir aoimpressionante avanço dasmídias digitais?

Eu costumo dizer, porbrincadeira, que quando odramaturgo Eurípides começou aescrever, já houve quem dissesse:"Ele não é Sófocles. O teatro estáacabando". Seja como for, nãoconheço moribundo maissaudável. Não creio queo teatro deixe de existir agoraou no futuro.

A senhora angariou inimigosao longo da carreira?

Há alguns, eu creio, quepositivamente não gostam demim. Mas que eu saiba, sãopoucos. Tenho muitos amigosatores e diretores.

É possível encontrar prazer

Com um trabalho inéditoe duas reprises, a SutilCompanhia de Teatro,criada em Curitiba pelo

diretor Felipe Hirsch e pelo ator Gui-lherme Weber, decidiu comemorarem São Paulo os 18 anos de uma car-reira que já brindou o público brasi-leiro com iguarias como A Vida éCheia de Som e Fúria, Avenida Drop-sie e A Morte de um Caixeiro Viajante.A celebração da maioridade dacompanhia se dará a partir deste sá-

bado (18), no Teatro do Sesc Belen-zinho, com a estreia do inédito Tr i-lhas Sonoras de Amor Perdidas. Oevento ainda traz de volta ao cartazas peças Não Sobre o Amor, apresen-tada em 2008 no Centro Cultural doBanco do Brasil, e Thom Pain/LadyGre y, vista basicamente nos princi-pais festivais de teatro do Brasil.

Estrelado por Guilherme Weber epela atriz Natália Lage, Trilhas Sono-ras de Amor Perdidas mostra o em-penho de um colunista de jornal e

apresentador de um programa derádio para resgatar do esquecimen-to velhas fitas cassetes recheadas decanções românticas. Este exercíciosaudosista ganha um coloridoquando ele conhece uma garotaque não poderia ser mais diferentedele – a não ser pela paixão que elatambém dedica à música. Obvia-mente, este novo relacionamentoterá como trilha sonora as cançõesque ele começa a gravar para ela.

O segundo espetáculo a entrar

em cartaz é Thom Pain/Lady Grey, jána próxima quinta-feira (23). Final-mente, Não Sobre o Amor poderá servisto a partir de 15 de julho. (SR)

Mostra Sutil Companhia deTe at ro , estreia neste sábado

(18), no Teatro do Sesc

Belenzinho. Rua Padre Adelino,

1000. Tel.: 2076-9700.

Sábado às 20h

e domingo às 18h. R$ 24.

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Page 24: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 201124 -.LAZER DIÁRIO DO COMÉRCIO

O brilho da nação maranhenseAquiles Rique Reis

F rancisco Fuzzetti de Viveiros Filhonasceu em São Luís do Maranhão.

Ao completar dezoito anos, desceu pa-ra São Paulo. Cursou a Faculdade de Ar-quitetura e Urbanismo da USP. Influen-ciado pelo ambiente musical da época,fez-se compositor e violonista. Àquelaaltura, conhecido apenas como Mara-nhão, tocou violão na premiada monta-gem de Vida e Morte Severina (1968), deJoão Cabral de Melo Neto, cujos versosChico Buarque musicou.

Participou do terceiro Festival deMúsica Popular Brasileira (1967) da TVRecord, onde conquistou o sexto lugarcom o frevo G abriela. Para avaliar o va-

lor do feito, lembremo-nos de quenesse festival Edu Lobo e Capinan con-quistaram o primeiro lugar com Po n-te io , Gilberto Gil ficou em segundocom Domingo no Parque, Chico Buar-que, com Roda Viva, ficou em terceiroe Caetano Veloso (Alegria, Alegria)chegou em quarto.

O tempo passou e Maranhão vol-tou para casa. Virou Chico Maranhão etratou de fazer valer seu amor por suaterra, nomeando-a Nação do Boi. Fez-se um estudioso cultural e aprofun-dou seu olhar amoroso sobre a cidadede São Luís, o que o levou a escrever olivro Urbanidade do sobrado, um estu-

do sobre a arquitetura dos sobradosda antiga São Luís.

Compositor instintivo, mas com ra-ra sensibilidade, ChicoMaranhão, em seu re-torno, logo se dedicoua um disco de fôlego:Ópera Boi - O sonho deCatirina, uma óperapopular em um ato.

No CD (independen-te, com apoios diver-sos), Chico Maranhão disseca o espíritodo bumba-meu-boi maranhense; de-monstra suas variantes; espicaça suasintenções; chama atenção para a força

do boi no imaginário da gente mara-nhense. E isso não é pouca coisa, não!Trata-se, isso sim, de uma obra de refe-

rência para os que acre-ditam que é através dacultura e suas manifes-tações populares que oBrasil assume sua verda-deira cara como nação.

Ópera Boi – O Sonhode Catirina pr incipiac o m u m t a m b o r d e

crioula. A marcação rítmica é tão for-te como potente é a voz femininaque entoa versos ricos em imagens.Ao final, surgem cantos de passari-

nhos, em satisfeita harmonia com ascordas que remetem a um canto li-túrgico. Vem um polichinelo paraalegremente anunciar a chegada docirco. Os lavradores Catirina e Fran-cisco conversam.

Cinco cantatas têm ritmo de matra-cas, pandeirões e chocalhos, em co-munhão com cordas, violão, teclado,sopros e flauta, resultando em saboro-sa mescla de sons múltiplos. Ao mistu-rar a consistência da arte popular coma fortuna da música erudita, a simpli-cidade musical do trabalho cativa.

E vêm surgindo em cena o amo e se-nhor, os Rajados, os Tapú ios e os Ca-

zumbás. É o povo cantando, dançan-do o passo e a sua dor ancestral.

Os solistas, o coro, o batuque e ocordão tornam vivo o boi. E nele, SãoLuís e o Maranhão se agigantam e setornam ainda mais fortes e pertencen-tes àquela uma gente que os ama in-co n d i c i o n a l m e nte.

Trabalho de um verdadeiro ama-dor, a ópera popular de Chico Mara-nhão tem na emoção e na sinceridadea bela tônica.

Aquiles Rique Reis,músico e vocalista

do MPB4.

Festa entre amigosRegina Ricca

Shows musicais vão dartempero especial àprogramação de TV nestesdias frios de inverno, a

começar pela homenagem que orei do pop Michael Jackson recebeude vários amigos – WhitneyHouston, Gloria Gaynor, DionneWarwick, Gladys Knight, ElizabethTaylor e Samuel L. Jackson – noMadison Square Garden, em NovaYork em 2001, quando ele celebrou30 anos de carreira. Rever umelenco de músicos estreladosfestejando esse ícone pop,dois anos após a sua morte, em LosAngeles, e rever a participaçãodos irmãos Jackson – que não seapresentavam juntos havia 20 anos– recordando os principaismomentos do grupo Jackson Fivepode aquecer qualquer noite friano sofá. O especial 30th AnniversaryCe l e b ra t i o n vai ao ar neste domingo(19), às 23h, pelo canal A&E.

No Canal Brasil, também nodomingo, às 21h, quem pedepassagem é o samba malandro deMartinho da Vila (abaixo) nagravação do CD Lambendo a Cria,no qual o sambista reverenciaàqueles que participaramativamente de sua trajetória nestetrabalho recém-lançado. Martinhoaqui retorna às raízes e reúneinstrumentistas que oacompanham há anos paracompor a realização do CDLambendo a Cria, uma celebração àfamília e à amizade.

Realizado em março de 2010, oespecial conta com 14 faixascompostas e interpretadas porMartinho, acompanhado dos filhose sua banda, os quais apelidoucarinhosamente de FamíliaMusical: Paulinho Black (bateria);Ivan Machado (baixo); WandersonMartins (cavaquinho); Kiko Horta(acordeom e teclado); CláudioJorge (violão); Marcelinho Moreirae Tunico Ferreira (percussão);

Analimar, Juju e Paula Tribuzy(coro) e Ovídio Brito(percussionista). As apresentaçõesacontecem em estúdio, divididasem duas partes: na primeira, todosestão posicionadostradicionalmente, e,posteriormente, em uma roda desamba improvisada.

No repertório, canções inéditase outras já gravadas, como NaMinha Veia, sucesso na voz deSimone. Destaque também paraNo el, tributo a Noel Rosa; La ra ,homenagem à Dona Ivone Lara emparceria com a filha Mart'nália(abaixo); e Agradeço à Vida, versãopara o clássico Gracias a La Vida,imortalizado por Mercedes Sosa.

Outro nosso velho conhecido, oalagoano Hermeto Pascoal (acima)está prestes a completar 75 anosde idade. E no dia 20, segunda-feira, dois dias antes do aniversário,mostra músicas autorais (daquelasque ele chama de universais,porque podem ser tocadas eentendidas em qualquer lugar doplaneta), às 22h, no SescTV.

Inédito, o espetáculo foi gravadono Sesc Consolação, em São Paulo,e nele Hermeto lembra, emdepoimentos que intercalam asmúsicas, passagens da infância,conversa sobre a sua carreira ecomo conheceu Aline Morena, quecontribui com voz, percussão eviola no septeto que o acompanha.Formada em canto erudito, Alinefala sobre a permissão queHermeto dá a cada integrante dogrupo para que se descubram a sipróprios. No repertório,composições e improvisos deautoria do multi-instrumentista,que expõe sua versatilidade aotocar diversos instrumentos, comopiano, flauta, escaleta, alémde uma bomba de bicicletae uma chaleira. Destaque para asmúsicas Ilzinha, Ailin, Piano Solo,Improviso e Garrote.

Nilton Silva

dcultura

Pinhão,vinho quente

e sanfona.Festa junina nos restaurantes

tem cardápio especiale diversão para as crianças.

Lúcia Helena de Camargo

Fotos: Elisângela Andrade/Divulgação

Risoto depinhão

(à esquerda)da Chácara

Santa Cecília.Cheeseburguer

feito combroa de milho,

da FamíliaBurger(acima).

A pesca infantilna Chácara

Santa Cecília.E as sardinhasna brasa da

Adega Santiago:tradição nasquermesesde Lisboa.

Junho é mês de quermesse, quentão,paçoquinha e bolo de milho. A festa juninaacontece no pátio da escola, no galpão daigreja, na rua. Mas se você prefere comer os

quitutes da época confortavelmente sentado à mesado restaurante, trazemos aqui opções de lugares queservem a comida típica.

Na Chácara Santa Cecília, a festa acontece amanhã,sábado (18), das 12h às 17h. O restaurante, que temuma grande área verde, contará com decoração típica,funcionários vestidos a caráter, correio elegante,sanfoneiros e diversão para as crianças. No bufê, parapetiscar haverá pastéis de carne, queijo e palmito;mandioca frita; pinhão; tapioca; milho cozido; batatadoce frita; espetinhos de carne, frango, linguiça equeijo coalho e pamonha salgada. Entre os pratosprincipais, leitão à pururuca (assado no fogão a lenha);feijão tropeiro; arroz biro-biro; couve mineira; quibebe(refogado de abóbora); banana da terra grelhada;pescada branca em crosta de pão e ervas finas; galetoassado com batatas ao murro; polenta mole commolho bolonhesa; costela de boi assada ao alecrim,medalhão de mignon ao rôti envolto em bacon erisoto de pinhão. No copo, quentão, vinho quente,caldo verde e de feijão. Custará R$ 69 para adultos e R$25 para crianças de seis a 12 anos. Grátis até cinco anos.

Para aos pequenos, cachorro-quente; batata fritasmille; filé de frango; penne colorido e creme demilho. A mesa de sobremesas terá arroz doce,canjica, curau, pamonha doce; maçã do amor;canudinhos de doce de leite e amendoime cocada de colher.

Uma brincadeira vai reunir a tradicional pesca defesta junina com educação ambiental. Chamada dePescaria Ecológica, objetivo é pescar materiais comogarrafas PET, papéis e caixas de leite, e jogá-los nosrecipientes identificados para reciclagem (papel,metal, vidro e plástico). Quem depositar mais coisasno lugar certo ganha a prenda. No Derruba Lata,cada lata numerada corresponderá a açõesecológicas, como evitar derrubada de árvores elimpar um lago. Vence quem chegar na categoria"salvou o planeta". A recreação infantil terá aindapintura de rosto – bigodinho para os meninos epintinhas para as meninas.

S ardinhas

Na Adega Santiago, cuja cozinha é inspirada nossabores da Península Ibérica, a vedete é a sardinha. Ocardápio foi criado para homenagear Santo Antônio,santo popular em Portugal. Vem sendo servidodesde o dia 13, o dia do santo, e segue até domingo(19). O peixe aparece em em três versões: sardinhasassadas na lenha (R$ 27); sardinhas na grelha compão (R$ 27) e tapas de sardinha com cebola e ovo decodorna (duas unidades, R$ 10,50, e quatro unidades,R$ 20). Para harmonizar, a casa sugere o vinho Quinta

da Aveleda, vendido a R$ 59 a garrafa e R$ 15 a taça. Assardinhas na lenha integram o cardápio fixo.

Broa de milho

A hamburgueria Família Burger criou um cardápíoespecial para o mês de junho. O tradicional pão docheeseburger foi substituído por broa de milho (R$10,10); o milk shake de creme ganhou cobertura defarelos de paçoca (R$ 17,90). A festa termina no dia29, dia de São Pedro.

Adega Santiago. RuaSampaio Vidal, 1072,Jardim Paulistano.Tel. 3081-5211.

Chácara SantaCe c í l i a . Rua Ferreira de Araújo,601, Pinheiros.Tel. 3034-6251.

Família Burger. Rua Monte Alegre, 681, Perdizes.Tel.: 3672-8989. Divulgação

Page 25: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 2011 LAZER - 25DIÁRIO DO COMÉRCIO

dcultura

Os Vinhos da DinamarcaCarlos Celso Orcesi

E spero não cansar os leitorescontando ca u s o s de recente

viagem aos países nórdicos: Noruega,Suécia e Dinamarca. Fez 21º emCopenhagen (1,5 milhão habitam aregião metropolitana) e as moçasvestiam regata e mini-saia. Nada contra:adorei as pernas brancas, canais e ruasdivididas por pedestres e bicicletas. Nasúltimas décadas sofisticadoplanejamento tem desenvolvido áreasurbanas antes degradadas, como a zonaportuária, distritos industriais ecervejarias, por exemplo em Orestad eCarslberg. Aliás, por falar em vinhos,cervejas densas e geladas no ponto.

De repente a gigante da navegaçãoMersck doa à cidade a nova "Ópera", tãobela por fora quanto o novo "ConcertHall" da Sinfônica da Dinamarca é pordentro. Vale a pena abrir o Google em'Copenhagen Ópera' para entenderminhas palavras. Dois centros culturaisconstruídos há quase dez anos numpaís com 10 milhões de pessoas! Todosvão à ópera? Na Zelândia (bairroresidencial a 30 kms.) o Museu Lousianatinha incrível quantidade de'aposentados' ouvindo aquelas longasexplicações dos guias sobre Giacometti,

Andy Warhol, Henry Moore emais de 100 Picasso!

Que país é este cujo zoológicocontrata o arquiteto NormanFoster (que esteve no final demaio no Brasil) para desenharambientes para elefantes ehipopótamos, em nome da"promoção do bem estar dafauna em cativeiro"? Abram "theelephant house Copenhagen" noyoutube. Obviamente que unemo útil ao agradável porqueatraem turistas às novas atrações.De nossa parte, conseguiremosconstruir aeroportos para a Copado Mundo de 2004? E por falarem zoológico, Guarulhos é um...chiqueiro comparado aosaeroportos da Escandinávia.

Sobre Copenhague tenho umaestória que renderá vários artigos:o jantar no Noma, o nº 1 domundo. Antecipo: aquilo não éjantar, é um show de culinária. Nossocicerone em Copenhagen Peer Braginsky,fez curiosa aposta: "o AOC é melhor doque o No m a ". Bom, mas não chega abater o nº 1. O fato apenas demonstracomo as classificações são sutis. Quem lê

Trouxe o menu para casa: trêsentradas, duas das quais dei nota9,5 (a) pão queimado com queijodefumado e caviar por cima e (b)duas ostras com couve-flor picadae gema de ovo acima. O vinho foiSauvignon Blanc Dog Piont 2009de Marlborough, a principalregião vinícola da Nova Zelândia.Sempre em pequenas doses nãogostei do lingueirão (molusco,espécie de caramujo) com cascasde ervilha, morango e azeite; elogo em seguida camarão comsal, broto de alface, pétalas de flor(aneto) e espuma de queijo. Ocardápio em inglês menciona"fried skate". Difícil tradução?Raia, sim, aquele peixe esguio dafamília dos tubarões. Não gosteimas tentei. Pior foi comer baleiana ilha de Lofoten na Noruega! Nototal foram três entradas, cincopratos e duas sobremesas.

Poderia parar por aí porque todos játiveram ideia. O AOC inclusivecompatibiliza o vinho com a comida.Para cada prato um copo de vinho.Destaque para o 'Les Hauts' de SmithBlanc 2006 e para o 'Pauillac', segundo

vinho do Château Pichon LonguevilleBaron de Lalande 2006, servido compicadinho de carne com caldo reduzidode cogumelos silvestres, ervas verdes emaionese de cebolinha. 'God', bom!Para finalizar 'Castelnau' do ChâteauSuduirat 2001, Sauternes, com estranhosorvete de bétula (aquela plantamedicinal) com amêndoas, merenguequeimado e toque de alcaçuz.

Na terceira noite fomos a um bom...italiano, o "La Vecchia Signora" quecomo os boleiros sabem se refere à Juvede Turim. Pasta, pão e vinho, aliás umótimo "Canonnau di Sardegna", dafamília Garnacha (Espanha) ouGrenache (França) dos Chateauneuf-du-Pape. Copenhagen impressiona combairros futuristas, construções novas'nye' e restaurantes inovadores. Ohomem quer brincar de Deus mas Eleresponde: é impossível fabricar o pôr-do-sol, visto da janela do Noma, às 9 danoite, sobre o Nyhaven, "porto novo"...escavado em 1693 (foto). Antiga zonade prostituição, hoje abrigarestaurantes ao longo do passeio.Num deles almoçamos pizza, regada a'olio di oliva' e Carlsberg nacional,318 anos depois.

Políticae pop arte emmovimento

Miriam Leitão conta a lutado povo contra a inflação

Rita Alves

Fotos: Divulgação

Quer ver um espetáculo de dança sem precisar colocar a mão nobolso? Uma boa opção está no Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro,1000, Paraíso, tel.: 3397-4002). É lá que os bailarinos Cléia Varges, DaianaRodrigues, Marcela Teixeira, Mazé Soares, Rodrigo Cândido, Thiago Silvae Welton Silva exibem A Máquina de Fazer Falar, dirigido por Gal Martins.O espetáculo aborda a rotina do departamento Político de Auschwitz eserá apresentado nesta sexta (17), sábado (18) e domingo (19), às 21h.

Já no Sesc Pinheiros (Rua Paes Leme, 195, R$ 10, tel.: 3095-9400),quem se apresenta é a Cia. Perversos Polimorfos. Eles exibem todas asterças e quartas, às 21h, o espetáculo Ânsia, até o dia 13 de julho. No

palco, a poesia da dramaturga SarahKane e os retratos desenhados pelo

artista David Hockney dão forma aosmovimentos dos dançarinos, que

dançam sem cenário especial. “O palcovazio é explorado no design de luz queprocura ampliar a sensação de solidãotão presente na obra de Sarah Kane: osubsolo”, explica Ricardo Gali, diretor ebailarino-intérprete, responsável pela

concepção do espetáculo.Com trilha sonora experimental de

Dan Nakagawa, a apresentação exibeuma dramaturgia coreográfica emtempo real. “Neste trabalho é difícilespecificar o quanto de improviso

e de coreografia existe.Na verdade há desenhos

de cena bem estabelecidos, mas aordem em que os movimentos

acontecem dentro de cada cena éconstruída na hora”, conta a codiretora

e bailarina Nathalia Catharina.

Renato Pompeu

Os que conhecem a jor-nalista especializadaem economia MiriamLeitão por meio de suas

colunas de jornal, no rádio e na tele-visão, estão acostumados a seu co-medimento e à sua objetividade. Elamaneja números, estatísticas e anali-sa situações reais com o realismo pró-prio dos cientistas em seus laborató-rios. Mas, em seu novo livro, Saga Bra-sileira: a Longa Luta de um Povo pelaSua Moeda, lançado pela Editora Re-cord, ela se revela uma mulher apai-xonada pelo povo brasileiro.

Pois Miriam Leitão não se limita aretratar as idas e voltas da luta con-tra a inflação e a hiperinflação quemarcou o País nos últimos 25 anospor meio da narrativa do confrontoentre governantes, ministros e eco-nomistas, da narração da sucessãode teses sobre as origens da inflação– seria de demanda, seria de oferta,seria inercial? – ou dos diferentes re-médios para debelá-la – o choqueortodoxo, o choque heterodoxo ouo choque anti-inercial. Não se limitaa descrever as ações e as personali-dades de nomes como Persio Arida,André Lara Resende, Pedro Malan.

Pelo contrário, ela sai às ruas, vaiaos supermercados, entra nas casas,acompanha os sofrimentos das do-nas de casa, principalmente das ca-madas mais populares, com os pre-ços que literalmente não paravamde disparar; testemunha os mo-mentos de euforia, que se revelaramprecipitados, durante o Plano Cru-zado. Narra as peripécias hoje julga-das ultrajantes do Plano Collor emque a população no começo aceitouo mal disfarçado confisco de seusdepósitos bancários, e depois se de-siludiu com o fracasso, e até com opróprio Collor.

Plano Real - A história vai final-mente desembocar no êxito dura-douro do Plano Real, êxito em que,segundo demonstra Miriam Leitão,

a participação do povo, não só pelaescolha de onde, quando e a quepreço comprar, mas também pelovoto e pelas pressões inerentes aojogo democrático, foi decisiva emtodos os momentos.

A autora também não escondesuas preferências entre os várioseconomistas, mas sempre se ba-seando em fatos. Ao destacar o queconsidera acertos de Arida e Lara Re-sende, por exemplo, ligados à Pon-tifícia Universidade Católica-PUC doRio de Janeiro e outros,, ela destacatambém o que considera erros deLuiz Gonzaga de Mello Belluzzo e

contra a inflação e hiperinflação detantos anos atrás, como uma gran-de e comovente reportagem sobreas emoções e atitudes, caracteres epersonalidades, não só de presi-dentes da República, ministros,grandes empresários, economis-tas, mas de gente de nosso sofridopovo, na sua vida cotidiana. E final-mente ela faz história, faz uma ver-dadeira história de um dos poucospovos, o brasileiro, que conseguiudebelar uma hiperinflação sem umgrande trauma político, sem confli-tos violentos, sem sequelas intole-ráveis, como aconteceu na Alema-nha nos anos 1920 e na Argentinados anos recentes.

Ep op eia - Desse ponto-de-vista,seu livro chega a ser uma grandeepopeia, com momentos literal-mente épicos. Mas Miriam Leitãodeixa claro que o tom épico não ad-vém de sua pena privilegiada; é umaepopeia que advém dos fatos, docomportamento do povo brasileiroem geral, da personalidade e da ca-pacidade intelectual e prática de al-guns de seus melhores filhos.

Ler seu livro é se enfronhar na po-lítica, na economia, nas questões in-ternacionais, mas se envolver tam-bém na capacidade das pessoasanônimas do povo que tanto contri-buíram para o êxito, finalmente, doPlano Real, lançado afinal pelo pre-sidente Itamar Franco e pelo minis-tro Fernando Henrique Cardoso.Neste momento em que a inflaçãode novo bate à porta, é preciso reverum triste passado que se tornou umtriunfo ainda hoje presente, masque pode ser ameaçado no futuro.

Nunca um livro sobre economiateve um título tão chamativo, masao mesmo tempo tão adequado. Aluta do povo brasileiro contra a infla-ção foi, de fato, uma saga e mereceser relembrada pelos que a viverame, mais do que isso, merece ser co-nhecida pelos mais jovens.

João Manuel Cardoso de Mello, liga-dos à Universidade Estadual deCampinas, SP-Unicamp, e outros - is-so só para falar dos que passaram àhistória como os "pais do Cruzado".

Mais do que jornalista especiali-zada em economia, Miriam Leitãoaparece nesse livro como uma jor-nalista completa, a bem dizer umaverdadeira historiadora – tantoque a apresentação é feita por nin-guém menos do que o consagradohistoriador José Murilo de Carva-lho. Ela faz não só uma acurada aná-lise técnica dos sucessivos planos

o regulamento da Re s t a u ra n te u r queseleciona os melhores do mundo (o DOMde Atala pulou do 23º para o 8º lugar)constata porque a classificação érespeitada. É como na eleição do "bola deouro" da FIFA, quem vota são os boleiros,

no caso os restauranteiros e críticos deculinária do mundo afora, nãoo público, não você e eu. Como no Oscar,o melhor filme quase nunca é orecordista de bilheteria.

Na noite posterior fomos ao AOC.

Arquivo DC

Page 26: Diário do Comércio

sexta-feira, 17 de junho de 201126 -.LAZER DIÁRIO DO COMÉRCIO

dcultura

Instalação Caçadas - DeslocamentosGráficos, de Fernando Vilela, exibe

máquinas destrutivas.E encantadoras.

Caçadas -Deslocamentos

Gráficos:instalação

gráfica mostradois aviões

caças cercadosde traçose planos,

na Funarte.

Mergulho poéticoRita Alves

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

Postes de luz, placas derua, semáforos,fachadas de prédios,calçadas. Tais

elementos urbanos, presentes noentorno do prédio da Funarte,serviram de inspiração para oartista plástico Fernando Vilelacriar sua própria cidade. O feitopode ser visto na ocupaçãointitulada Caçada - DeslocamentosG ráficos, em cartaz na sala MárioSchenberg, da Funarte.

O espaço de 233 metros exibeuma gigante gravura impressa, querecobre todas as paredes da sala. Empreto e vermelho, o belo trabalhomostra dois aviões caças (F-14 eF-18) cercados de traços e planos.

Dentro da sala, a sensação deiminente destruição em meio aosilêncio é uma das possibilidades.Alguns, encantados com osmovimentos das linhas e massas decor, quase não percebem os aviões."Outras pessoas fazem a leitura maisliteral dos aviões como se referindoaos conflitos na África do Norte eOriente Médio. Outras ainda sentema sala como aconchego. O trabalho éaberto", conta o artista.

Mas antes de conhecer a sala, opúblico pode assistir a um vídeo decinco minutos com imagensestáticas, filmagens e animaçõesexibido em uma tela de TV, próximada entrada da sala. O filme foipensando desde o início do trabalhoe finalizado depois das gravuras dosaviões e a concepção final dainstalação, estreitando assim odiálogo entre eles. Segundo Vilela,assisti-lo antes de entrar na MárioSchenberg pode ser interessanteporque o vídeo funciona como umprelúdio ao trabalho.

Apesar da imagem dos caças, adestruição urbana não foi o foco doartista no momento de criar. Vilelapensou na imagem poética datransformação, como a ocorrida nametrópole. "São Paulo é umacidade quase sem passado, queengoliu algumas vezes as cidadesantigas. Esta metrópole nunca foibombardeada numa guerra, mas adestruição do passado abre espaçopara a construção do presente efuturo com boas e másconsequências. O trabalho dialogacom este processo."

Vilela também não crê que asgrandes metrópoles caminhemrumo à destruição. "Destruição achoum termo forte. Talvez colapso sejamais adequado", diz. "Sou positivocom a vida e com o ser humano,apesar do capitalismo ser umsistema falido e destruidor doplaneta. Há um movimento naturalirracional e egoísta de pessoas quequerem riqueza a todo custo e aomesmo tempo outros movimentosque vão na direção de melhorar omundo e também com força e açãoefetiva de transformação, emdiversos níveis. Me identifico comoesses grupos."

Para criar uma cidade dentro deoutra, o artista fez o projeto deuma instalação gráfica para agaleria da Funarte, especialmentepara o Prêmio Ocupação dosEspaços Funarte 2010.Contemplado, Vilela começou seutrabalho gráfico com gravuras,fotografias, desenhos e colagens,que dialogavam com o entornoarquitetônico da galeria. "Um diasurgiu a ideia de colocar os caçasmergulhando e encalhando nessacidade. Eles já permeavam minhaimaginação há um certo tempo",afirma. "Há uma contradição entreo encanto da beleza gráfica dessasmáquinas e seu poder nocivo edestruidor. Fazê-las interagir com acidade de São Paulo foi o ponto departida desta obra."

Funar te. Alameda Nortmann,1058, Centro. Tel.: 3662-5177.G rátis.

Há umacontradição

entre o encantoda beleza

gráfica dessasmáquinas e seupoder nocivo e

destruidor.Fazê-las

interagir com acidade de São

Paulo foi oponto de

partida destaobra.

Fernando Vilela