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Ano 87 - Nº 23.666 Jornal do empreendedor R$ 1,40 Conclusão: 23h45 www.dcomercio.com.br São Paulo, sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 2012 ISSN 1679-2688 9 7 7 1 6 7 9 2 6 8 0 0 8 2 3 6 6 6 HOJE Chuvoso durante o dia e a noite. Máxima 15º C. Mínima 10º C. AMANHÃ Chuvoso durante o dia e a noite. Máxima 17º C. Mínima 11º C. A China reduziu em até 50% os impostos sobre lucros que empresas estrangeiras repatriam a seus países para incentivar mais investimentos. E o primeiro-ministro Wen Jiabao alertou para "tempos difíceis". Pág. 18 Este senhor mandou 15,7 mil judeus para a morte Nazista mais procurado do mundo foi encontrado em Budapeste: Lazlo Czatary, 97 anos. Pág.8 Guerra civil adentra a capital síria. Batalhas no sul de Damasco. Acima, em Homs, oposicionista guarda posição. Pág.8 De ré no tempo para estacionar Eram poucos os carros. E não havia garagens. Muito menos congestionamentos. Pág.9 Antonio Milena/AE Yasen Homsy/Reuters Reprodução The Sun Saem as mocinhas, entram os marmanjos. Neymar, que brilhou no 1º coletivo da Seleção que vai a Londres, foi o mais 'tietado' na escola de Educação Física do Exército. Pelo menos não teve gritinhos... Esporte Daniel Marenco/Folhapress Arte sobre foto de Marcus Mok/Corbis Presente do Dia do Comerciante Preparamos um caderno especial de 14 páginas em homenagem a quem, dia após dia, faz a economia prosperar.

Diário do Comércio

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16 jul 2012

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Page 1: Diário do Comércio

Ano 87 - Nº 23.666 Jornal do empreendedor R$ 1,40

Conclusão: 23h45 www.dcomercio.com.br São Paulo, sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 2012

ISSN 1679-2688

9 771679 268008

23666

HOJEChuvoso durante o dia e a noite.

Máxima 15º C. Mínima 10º C.

AMANHÃChuvoso durante o dia e a noite.

Máxima 17º C. Mínima 11º C.

A China reduziu em até 50% os impostos sobre lucros que empresasestrangeiras repatriam a seus países para incentivar mais investimentos.E o primeiro-ministro Wen Jiabao alertou para "tempos difíceis". Pág. 18

Este senhormandou 15,7mil judeuspara a morteNazista mais procuradodo mundo foi encontradoem Budapeste: LazloCzatary, 97 anos. Pág. 8

Guerra civil adentraa capital síria.Batalhas no sul de Damasco. Acima, emHoms, oposicionista guarda posição. Pág. 8

De ré no tempo para estacionarEram poucos os carros. E não havia garagens. Muito menos congestionamentos. Pág. 9

Antonio Milena/AE

Yasen Homsy/Reuters

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Saem as mocinhas,entram os marmanjos.

Neymar, que brilhou no 1º coletivo da Seleção que vai a Londres, foi o mais 'tietado'na escola de Educação Física do Exército. Pelo menos não teve gritinhos... Espor te

Daniel Marenco/Folhapress

Arte sobre foto de Marcus Mok/Corbis

Presente do Dia do Comerciante

Preparamos um caderno especialde 14 páginas em homenagem a quem,dia após dia, faz a economia prosperar.

Page 2: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 20122 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Com relação ao Brasil, não se pode deixarde reconhecer que estamos em situaçãorelativamente mais confortável queoutros países. Não sem motivo, somos umadas sociedades onde são maiores o otimismoe a esperança de melhoria no futuro.

opinião

Fundado em 1º de julho de 1924

Pre s i d e nteRogério Amato

V i ce - Pre s i d e nte sAlfredo Cotait NetoAntonio Carlos PelaCarlos Roberto Pinto MonteiroClaudio VazEdy Luiz KogutÉrico Sodré Quirino FerreiraFrancisco Mesquita NetoJoão de Almeida Sampaio FilhoJoão de FavariLincoln da Cunha Pereira FilhoLuciano Afif DomingosLuís Eduardo SchoueriLuiz Gonzaga BertelliLuiz Roberto GonçalvesNelson Felipe KheirallahNilton MolinaPaulo Roberto PisauroRenato AbuchamRoberto FaldiniRoberto Mateus Ordine

CONSELHO EDITORIAL Rogério Amato, Guilherme Afif Domingos, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel SolimeoDiretor-Resp onsável João de Scantimburgo ([email protected]) Diretor de Redação Moisés Rabinovici ([email protected])

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Se olharmos em direção à Eurolândia, creio que não há muito o que discordar das análises pessimistas.Delfim Netto

HORA DE PÔRMÃOS À OBRA

DELFIM

NETTO

Adivulgação em Pa-ris, na semana pas-sada, da série de"indicadores ante-

cedentes" da Organizaçãopara a Cooperação e Desen-volvimento Econômico (OC-DE), que trata do nível da ati-vidade nos 34 países mais de-senvolvidos do globo, con-clui que o crescimento daeconomia mundial será de-clinante nos próximos me-ses, apontando apenas umaexceção: o Brasil.

Não é novidade – segundo aanálise da agência de notíciasDown Jones Newswires , publi-cada na edição da última ter-ça-feira do jornal Valor Econô-mico (pág. A-13) – que, entreos países desenvolvidos, oprincipal foco da fragilidadecontinua sendo a zona do eu-ro. Os indicadores – que semostraram confiáveis no pas-sado – representam um golpea qualquer esperança que ain-da havia entre as autoridadesdo mundo inteiro de uma rápi-da saída de um período de ati-vidade anêmica.

Interessante é que depoisde mostrar que o "crescimen-to declinante" não vai pouparEstados Unidos, China, Rússiae Índia, o relato da agência

afirma que os indicadores an-tecedentes revelam que "aprincipal exceção à tendênciageral foi o Brasil, que teve seuindicador antecedente eleva-do de 99,0 pontos de abril para99,2 pontos em maio, o que,segundo a OCDE é sinal que ocrescimento do país vai seacelerar".

Até por que não houve tem-po para acessar o texto inte-gral do documento da OCDE,temos de limitar este comen-

tário, mas é evidente que o re-latório contrasta fortementecom as avaliações pessimis-tas de um número significati-vo de nossos economistas ecomentaristas, que têm ocu-pado os espaços na mídia nasúltimas semanas.

Se olharmos em direção àEurolândia, creio que não hámuito o que discordar das aná-lises pessimistas, pois quandose assiste à furiosa reação po-pular de gregos e espanhóis

no momento mesmo em queestão recebendo o socorro fi-nanceiro dos demais parcei-ros, é difícil imaginar que a cri-se social e econômica vá ce-der, mesmo com as mudançasde governo.

No caso da China e dos Es-tados Unidos, a desacelera-ção que atinge suas econo-mias e os esforços de recupe-ração têm características cla-r a m e n t e d i s t i n t a s : o samericanos dependem do re-

sultado da eleição presiden-cial, até o momento obvia-mente indefinida, pendendoligeiramente, entretanto, pa-ra um repeteco de Obama.

Já o processo chinês procu-ra repetir o esforço bem suce-dido com que enfrentaram ose f e i t o s d a c r i s e d e2008/2009, mas mudando ofoco para o crescimento domercado interno, seja esti-mulando moderadamente aexpansão do mercado habi-

tacional e o aumento do con-sumo interno, seja aceleran-do os investimentos mais pe-sados nos setores da infraes-trutura e dos transportes.

Seja qual for a visão que setenha, de fora, da economiachinesa, não resta dúvida queela vai continuar liderando o

desenvolvimento mun-dial, embora desace-lerando dos formidá-

veis 10% ou 11% anuaispara robustos 7,5% ou 8% decrescimento do PIB.

Quanto ao Brasil, é difí-cil deixar de reconhe-cer que estamos em si-

tuação relativamente maisconfortável e que, não semmotivo, somos uma das so-ciedades onde são maiores ootimismo e a esperança demelhoria no futuro.

Ultimamente temos cresci-do bem menos do que pode-ríamos, não fossem os efeitosdos furacões financeiros. E, àsemelhança da China, volta-mos a estimular o crescimen-to do consumo interno, daconstrução habitacional e osinvestimentos pesados nossetores da infraestrutura deenergia e transportes.

ANTÔNIO DELFIM NE T TO É

P RO F E S S O R E M É R I TO DA F E A - U S P,EX-M I N I S T RO DA FA Z E N DA , DA

AG R I C U LT U R A E DO PL A N E JA M E N TO

[email protected]

PAULO

SAAB

COMO FIGUEIREDO ME PROMOVEU

O general Figueiredo,empossado naquele dia, medeu um aperto de mão forte e

disse: "Parabéns pela suacobertura". E voltou para o meio

dos demais presentes.

Era 15 de outubrode 1978. O Brasilvivia sob o regime

militar e o presidente daRepública era definidopor um Colégio Eleitoral,no Congresso Nacional,onde a Arena, partidooficial, detinha a maioria.A oposição orbitavaem torno do MDB.

O governo militarindicou o general JoãoBatista Figueiredo noColégio Eleitoral parasucessor do generalErnesto Geisel. Aoposição lançou tambémum general, já reformado,Euler Bentes Monteiro,para concorrer – de certaforma legitimando a"disputa" presidencial.

O Colégio Eleitoralse reuniu na manhãdaquele 15 de outubro noplenário da Câmara dosDeputados. Eu estava lá.Eu vi e narrei.

Trabalhava entãona Rádio Capital de SãoPaulo como comentaristapolítico, dentro dasregras do regime vigente.

Fui escalado paraparticipar da coberturada votação e cheguei aBrasília no dia anterior,hospedando-me noHotel Aracoara. Aliestava também o quartel-general, ou melhor,o comitê de campanhado general Figueiredo.A emissora haviaescalado uma repórterpara a cobertura e ocorrespondente da rádiona Capital Federal paraa transmissão. Eu fariaos comentários dentrodos limites possíveis.

Na hora de iniciara transmissão, numa

cabine improvisadana galeria do público,soube que a repórterhavia exagerado na noiteanterior e estava semcondições de trabalhar.E que o correspondenteda emissora erataquígrafo do Congressoe havia sido escaladopara trabalhar na sessão.

Resumo da ópera:fiquei sozinho – e durante

cinco horas, das nove damanhã às duas da tarde,estive no ar transmitindoo que acontecia, votoa voto, na eleição indiretapresidencial.

Figueiredo foi eleitocom 355 votos a favor,contra 226 dados a EulerMonteiro. Foi uma eleiçãoaté inflamada, comprotestos no microfone do

plenário, do tipo:"Contra o cheiro decavalo, voto no generalEuler Monteiro", comoesbravejou umoposicionista, porFigueiredo ter dito quepreferia cheiro de cavalo(ele era da Cavalaria)a cheiro do povo.

Terminada atransmissão, voltei

ao Hotel Aracoara. Estavaarrumando a mala paravoltar a São Paulo quandorecebi um telefonemado professor EdvaldoAlves da Silva, dono daRádio Capital, chamando-me para encontrá-lo noHotel Nacional (queera o máximo naquelaépoca). Pensei com meusbotões: será que eudisse muitas bobagens?

Estranhei quandome apresentei

na recepção e fuiimediatamente"escoltado" por doisseguranças tipo armárioaté o apartamento doprofessor Edvaldo.Lá havia muita gentecomemorando oresultado do ColégioEleitoral. E o professorme disse: "O generalFigueiredo acompanhoua votação ouvindo suatransmissão pela nossaRádio Capital. Elequer cumprimentá-lo".O general me deu umaperto de mão forte e

disse: "Parabéns pelasua cobertura". E voltoupara o meio dosdemais presentes.

O professor me levouaté a porta doapartamento e foi direto:"Segunda-feiraapresente-se ao HélioRibeiro (diretor geral darádio) como novo diretorde jornalismo da Capital".

AArena virou PDS.O MDB virou PMDB. O

general Figueiredo ficoufamoso pelas frases queproduzia, mas tambémdeu os passos em direçãoà reabertura democrática,que ocorreria no fim deseu mandato de seis anos.

Ah! E eu fiquei doismeses na direção evoltei a ser comentaristapolítico até 1983, quandosaí da emissora. Porincompatibilidade degênios com a magistralfigura do Hélio Ribeiro– o poder da Comunicação.

PAU LO SAAB

É J O R N A L I S TA E E S C R I TO R

Page 3: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 2012 3DIÁRIO DO COMÉRCIO

opinião DIVIDIDA INTERNAMENTE, A SÍR IA ESTEVE SEMPRE EM GUERRA CONSIGO MESMA .

Todos os conflitosda Síria

LUIZ

CARLOS

LISBOA

Reuters

Golpes militares, tirania, estado de sítio, dissidências político-religiosas: tudo isso faz parte da história da Síria.

Há quem acredite queo drama que a Síriaestá vivendo hoje,engolfada em san-

grenta e brutal guerra civil, de-ve-se à devastadora estiagemque impediu a colheita namaioria das regiões agrícolasdo sul do país, castigadas porum clima seco e quente. Ou-tros atribuem a interesses po-líticos e comerciais inconfes-sáveis da Rússia e do Irã a con-tinuação da carnificina que cei-fou 17 mil vidas no último ano.

No entanto, é preciso não co-nhecer a alma e o passado sí-rios para crer nessas versões,bastando entender que a seumodo todos os países do Orien-te Médio têm uma geografiasemelhante e nenhum delesconheceu tantos golpes milita-res, tentativas de golpes, esta-dos de sítio, militares autoritá-rios no poder e dissidências po-lítico-religiosas quanto a Síria –para só falar na Síria moderna,que se tornou independenteem abril de 1946.

Uma das explicações de al-gibeira do nosso tempo atribuià ecologia e às mudanças cli-máticas o desencadeamentoe a repetição dos conflitos hu-manos, acreditando assimque a felicidade dos homensdepende muito de competen-tes cuidados com o meio am-biente, e nada mais.

Um exame mais atento daHistória, no entanto, pareceapontar em outra direção, per-mitindo ver as divisões e subdi-visões da mente humana comocausa inicial e consequente dodesentendimento e da discór-dia entre os homens.

O já célebre relatório do eco-nomista inglês Nicholas Stern,sobre a ligação entre os confli-tos humanos e as questões am-bientais, foi contestado pelocientista norueguês HalvardBuhaung, do Instituto Oslo paraa Paz, que alertou para o fato deque pelo menos na África osconflitos vêm decrescendo nomesmo período em que as tem-peraturas, nas mesmas re-giões, têm aumentando e aschuvas escasseado.

Os conflitos sectários e tri-bais que marcam as discór-dias no Oriente Médio, na Síriaformam um amplo e variadocomplexo que nem mesmo ascorrentes em atrito conse-guem definir.

Em certas regiões do país, co-mo na de Homs, há uma guerraparticular entre alauítas e cris-tãos, que apoiam Bashar-al -As-sad, contra os sunitas da oposi-ção. As cidades da região deHoula são sunitas, mas estão

cercadas por vilarejos alauítas.Nada é novo na atual guerra ci-vil síria, sendo tudo a continua-ção das lutas e intrigas do tem-po de Hafez-al-Assad, pai doatual dirigente.

No país, como se sabe, pre-dominam os muçulmanos su-nitas, mas sobrevive ali umaexpressiva população alauítae porções menores de xiitas ede drusos, além de cristãos. Éa fórmula perfeita para o de-sencontro, essa reunião de re-

ligiosos intransigentes e mu-tuamente intolerantes.

A população é majoritaria-mente árabe e o partido go-vernante é o Baath, uma agre-miação pan-árabe de inspira-ção socialista que se impôs naSíria e no Iraque de SadamHussein. Baath significa "re-nascimento" e seus adeptosrejeitam o liberalismo ociden-tal e o fundamentalismo ára-be. Os soviéticos sempre serelacionaram bem com os sí-

rios do Partido Baath devido àsrestrições de ambos ao capita-lismo e ao modo de vida oci-dental. Ainda hoje a Rússiatem grande poder simbólicona Síria, e exerce real influên-cia nos seus governantes.

O país é um símbolo perfeitoda mente humana, que algu-mas tradições religiosas acre-ditam ter-se corrompido des-de o Pecado Original. A capitalDamasco, uma das cidadesmais antigas do mundo, foi ce-

nário de alguma piedade e demuita intolerância religiosa – eestá ligada ao Judaísmo, aoCristianismo e ao Islamismo.Lá, mil guerras foram travadaspor combatentes devotados àsua fé particular, convencidosde que somente eles eram osportadores da verdade.

Damasco, e depois a Síriatoda, tornaram-se um campode batalha em 1260 a.C., na lu-ta entre hititas e egípcios dosul. E isso foi somente o come-ço de um tempo que culminoucom o domínio turco do país esua divisão como colônia en-tre França e Inglaterra, após aPrimeira Guerra Mundial.

Uma nação dividida in-ternamente, a Síria es-teve sempre em guerra

consigo mesma. É verdadeque de algum modo isso temocorrido em quase todas asnações do mundo, mas a inci-dência do fenômeno é despro-porcionalmente alta naquelaregião do planeta. Os queacreditam que o meio ambien-te (calor, seca, deserto) escre-ve a história dos povos terãodificuldade em explicar a mul-tiplicidade de opiniões, filoso-fias, teologias e ideologias quese conflitam ali há muitos sé-culos – todas mutuamente ex-cludentes, é bom repetir.

Sendo assim, parece difícilacreditar que a remoção deum dirigente, ou um simplestratado entre partes em confli-to, traga paz à Síria ou a outranação, sem que antes se des-cubra como alguém pode es-colher entre um partido políti-co e outro, ou sequer entre umclube esportivo e outro.

LUIZ CARLOS LI S B OA É J O R N A L I S TA

E ESCREVE DE PR I N C E TO N ( E UA )

PAULO

BRITO

CHINA RETOMA O SEU ANTIGO POSTOReuters

A força da manufatura: China recupera o espaço perdido.

Praticamente todos osdias a China está nasprimeiras páginas de

jornais do mundo inteiro porcausa de sua força produtiva– o país é a maior potênciaindustrial do planeta e dealgum modo toca a vidade todos os habitantes daTerra. Mas todos sabemosque nem sempre foi assim.

Até que a SegundaGuerra Mundial terminasse,o império da manufaturaera a Inglaterra. Graças àmáquina a vapor e, depois,aos motores a explosão eelétrico, mais ou menosa partir de 1780 tudo oque havia de artesanatonaquele país começou a setransformar em indústria –uma após outra, fábricase mais fábricas foramaparecendo, produzindoem grande quantidade ecom grande velocidadeartigos dos mais variadostipos, com grande destaquepara as tecelagens. Foiesse o início da RevoluçãoIndustrial, que levou aInglaterra ao posto demaior economia do mundodurante décadas.

E quem estava nesseposto antes? Justamentea China. E assim foi até o fimda Segunda Guerra Mundial,quando os Estados Unidosassumiram a liderançamundial em manufatura– durante os anos de conflito,o país desenvolveutecnologia e competênciae acabou deixando aInglaterra para trás.

Bem, o tempo passoue outros países começaramtambém a disputar aliderança industrial nomundo: nos anos 60, o Japãoapareceu como potência,

recuperando-se da suaquase destruição na2ª Guerra. Nos anos 80,foram os "Tigres Asiáticos",países como Coreia,Tailândia, Cingapura; e nos90, finalmente, a China.

Eagora, o que poderáacontecer? Outro país

vai substituir a China? Ojornalista Peter Marsh, dojornal inglês Financial Times,garante que a história damanufatura ainda vai trazermuitas surpresas a todosnós. Seus argumentos eexplicações estão em TheNew Industrial Revolution:Consumers, Globalization andthe End of Mass Production(em português, "A NovaRevolução Industrial:

Consumidores, Globalizaçãoe o Fim da Produção emMassa", editora YaleUniversity Press, 320páginas). Para escrever olivro, Marsh aproveitou-sede dois privilégiosimportantes: primeiro,o fato de ser inglês e morarna Inglaterra, onde pôdepesquisar confortavelmentea farta documentação sobreo assunto. Em segundolugar, o fato de ocupar olugar de principal repórterde indústria do Fi n a n c i a lTimes, um dos jornais maisimportantes que existempara o mundo dos negócios.

Nos últimos anos, eleobserva, muitos paísesindustrializados perderamfábricas, porque as

transferiram para outrospaíses – em tese,exportando empregos –, embusca de custos menorese de mais lucro para seusacionistas. Isso só foipossível por causa dobarateamento de váriosrecursos, como o transportee as telecomunicações.

Com a perda dessasfábricas, esses paísesbuscaram ganhar maisdinheiro no setor deserviços, o que inclui osfinanceiros, as consultorias,o desenvolvimento desoftware e assim por diante.Isso deu a impressão deque, daí em diante, todamanufatura seria deslocadapara países com mão deobra barata, enquanto osserviços ficariam nos paísesdesenvolvidos, onde amão-de-obra é mais cara.

Mas engana-se quempensa que essa

situação continuará assimpor muito tempo – é certo,ele admite, que países comoBrasil e Índia estão emascensão, a caminho de setornar grandes potênciasindustriais, mas osavanços em tecnologiaque acontecem nospaíses outrora líderes emmanufatura (leia-seInglaterra, Estados Unidos,Alemanha e França) estãoanunciando uma novarevolução industrial.Não será uma revoluçãomarcada pela quantidadee velocidade de produção,como foi no passado, maspelos artigos produzidosespecificamente paradeterminadas pessoas– produção personalizadaa um nível de sofisticação

nunca visto antes. Essecaminho trilhado pelasmanufaturas dos paísesdesenvolvidos não énovo: hoje você já podeencomendar um carro pelainternet, possuindo umaenorme variedade deescolha, que vai desde a coraté os opcionais internos,item após item. Poucoscarros serão iguais àquele.

Mas o que Marshanuncia é muito mais doque isso: "Existem enormesoportunidades paraa criação de riqueza,felicidade, saúde.Os benefícios sociais eeconômicos serãocompartilhados não apenaspor alguns países, comona primeira revoluçãoindustrial, mas por muitos".

Para ajudar, a crise quedesde 2008 incomoda todosos países faz com que nosdesenvolvidos nenhumaopção que permita a criaçãode emprego e geração derenda seja descartada.Até mesmo a construção oureabertura de fábricas.

Éuma ilusão acreditarque em todos os

países desenvolvidosa população éinteiramente formadapor cidadãos no topo daescala do bem-estarsocial. Edinburgh, noestado norte-americanodo Texas, é umaprova disso: a cidade,perto da fronteiracom o México, perdeufábricas por volta doano 2000 e viu-se comuma multidão dedesempregados. Nosúltimos quatro anos,a prefeitura local

baixou impostos, criouincentivos para a vinda denovas indústrias e essaestratégia está dando certo.

Uma das novas fábricasé a Santana Têxtil, do Ceará,que abriu lá uma tecelagempara produzir brimazul – denim indigo blue –para fazer jeans. Não étão charmoso quantoproduzir iPads e iPhones,mas para quem estáprecisando recuperarsua força em manufaturaé um bom recomeço.

PAU L O BR I TO É J O R N A L I S TA ,G R A D UA D O EM ECONOMIA

E MESTRE EM COMUNICAÇÃO

E SEMIÓTICA

Page 4: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 20124 DIÁRIO DO COMÉRCIO

CHARGE DO DIACarla Bruni latina333 A nova primeira-dama do México, AngélicaRivera, 41 anos, é uma estrela de TV, com maisde vinte anos de carreira, atuando em novelasda Televisa, videoclipes de Ricky Martin e até jáandou se arriscando como cantora. Em 2010,abandonou o showbiz para acompanhar omarido Enrique Peña Nieto e muitos blogsreferiam-se a ela como uma espécie de “Carla

Bruni latina”, lembrando a mulher de Nicolas Sarkozy. Os mexicanoschamam Angélica de A Gaivota por causa de sua personagem nanovela Destilando Amor, de 2007. Nos palanques e no visual, elavem mantendo total discrição (é o segundo casamento dos dois).

[email protected] 3 3

k

Colaboração:Paula Rodrigues / A.Favero

333 Para a presidente DilmaRousseff, o país deve ser avaliadopelo que faz às crianças eadolescentes, alternativa à quala Chefe do Governo acaba de

recorrer para tirar o foco do pífio crescimento do PIB. Só queo Brasil está longe de servir de referência nessa área: 18 milcrianças são vitimas de violência doméstica por dia (representam12% das 55,6 milhões de crianças abaixo de 14 anos); dos21 milhões de adolescentes (entre 12 e 18 anos), cerca de 14milhões vivem em condições de miséria; 40% das mortes decrianças e jovens decorrem de causas não naturais (homicídio ouacidentes); atualmente, 16 crianças são assassinadas por dia;3,8 milhões de crianças e adolescentes estão fora da escola; ea mortalidade infantil é de 20,5 a cada mil nascimentos.

333 O fotógrafo peruano MarioTestino (entre as modelos, daesquerda para a direita, IzabelGoulart, Edita Vilkeviciute,Karlie Kloss, Constance

Jablonski e Isabeli Fontana) acaba de inaugurar em Lima, noPeru, com grande festa, a Mate – Asociación Mario Testino, queobjetiva incentivar manifestações de arte na cidade. A primeiramostra é Todo o Nada com fotos de gente conhecida ou não(vestida ou totalmente sem roupa), já passou por várias cidadeseuropéias. Ele adora o Brasil e na festa de largada, tocavaRoberto Carlos e muita bossa nova, alem de musica típicaperuana. Entre os convidados, Regina Cazé e Beatriz Milhazes.

MAIS: eles valem comomoeda de troca e asempresas são desenadores, deputados,familiares ou laranjas.

MISTURA FINA

Novas quedas333 A taxa básica de juros(Selic) caiu para 8% e pode ircaindo mais até o final do ano.Analistas de alguns setoresestimam que dezembro possafechar em 6,75% tendo comopano de fundo a deterioração docenário mundial. O risco maior éter de subir muito, mais à frente emuito rapidamente. AlexandreTombini, presidente do BancoCentral, tem garantido apresidente Dilma Rousseff quea inflação ainda não assustaninguém. Há quem aposte,contudo, que os futuros cortesserão em percentuais menores.

AVAILABLE333 A cantora Gretchen,recordista de plástica (quinzeaté agora) e casamentos,acaba de se separar do 16ºmarido, o pecuarista TúlioSouto Mayor, que já voltou parao interior de Pernambuco.Nessa época em que esteveconfinada no reality show AFazenda, do qual saiu por estarcom saudades dos filhos,Gretchen fez a alegria doscamelôs de São Paulo e Rio,que vendem CDs piratas comsuas aventuras sexuais (R$5),que já virou cult movie.

Para quem nem imagina:o Executivo tem 500 milfuncionários terceirizados.Equivale a um paracada servidor ativo.

Foto: James Dimnock

Outro chanceler333 Nos primeiros meses dogoverno, Dilma Rousseff decidiradeixar a distância o assessor paraassuntos internacionais MarcoAurélio Garcia. Nas ultimassemanas, o outro chancelerfoi sendo requisitado e astrapalhadas do Itamaraty quepuniram o Paraguai e premiarama Venezuela foram creditadasa Marco Aurélio. Ninguémesticou qualquer conversa emtorno do gesto do embaixadorSamuel Pinheiro Guimarães,que se demitiu do cargo derepresentante no Mercosul naesteira do imbróglio. O titular dasRelações Exteriores, AntonioPatriota, assumiu todo o desgaste– e mesmo porque já estava maisdo que desgastado. Chegou atéa considerar “uma opinião” aposição da OEA garantindo quenão ouve golpe no Paraguai.

REFORÇO333 Secretário da Fazenda dogoverno Geraldo Alckmin, ex-presidente do BNDES e amigode José Serra, Andrea Calabiprometeu ao candidato àprefeituradeSãoPauloesforçototal para conseguir o apoiode Luciano Huck para suacampanha. O apresentador deTV é filho de Marta Grostein,mulher de Calabi. E nada deHuck colocar sua cara noscomerciais de televisão: ele éumfenômenodeaudiêncianasredes sociais. Agora, acaba deromper a casa dos sete milhõesdefãsemseuperfilnoFacebook.Maior do que ele, entre osbrasileiros, só Paulo Coelho.

Namorador333 O modelo andrógino AndrejPejic, sérvio, que já esteve noBrasil duas vezes para participardas semanas de moda de SãoPaulo e Rio, vai ganhar umprograma (tipo reality show) naTV por assinatura nos EstadosUnidos, onde contará um poucode sua vida e carreira, comgravações de seu cotidiano.Sua mãe, Jadranka Savic, vaiparticipar. O site TMZ acha que éuma alternativa dos programasde Paris Hilton e de KimKardashian. No caso de Kim, omesmo TMZ andou contando queo vídeo caliente entre Kim e umnamorado colocado na internetteria sido arquitetado pela mãedela, Kris Jenner.

PATERNIDADE333 Para tentar invalidar osgrampos da Policia Federal,a defesa de CarlinhosCachoeira alega, nos autos,que a investigação começoucom uma denuncia anônima.O ex-ministro e advogado docontraventor, Marcio ThomazBastos, já usou estratégiasemelhante a favor da CamargoCorrea,ondeconseguiuêxitoeoprocessofoiconsideradonulo.Com referencia a Cachoeira,contudo,odonodaONGPolíticosSem Fronteiras, WalterPaiva, ex-candidato aogoverno de Goiás, avisa queé o autor da denuncia, repletade informações, protocoladana mesma Policia Federal emmarço de 2004.

Já pulei muito muro e telhado.

Criança àbrasileira

Peruanobemamado

333 ACABA de surgir nainternet a rede social evangé-lica Cristaobook.com, que vaina cola do Facebook – e atémesmo no logotipo.

333 O EX-senador DemóstenesTorres, que já reassumiu suasfunções no Ministério Publicode Goiás, já tem mais de 30 milseguidores no Twitter e avisa quevai continuar falando de tudo, “demusica e literatura até política”. Eargumenta: “Me tiraram o mandato.Não me tiraram a coragem”.

333 UM dos mais conhecidosnomes da joalheria nacional,Tobias Dryzun, fundador da redeDryzun, voltará a atuar na suaespecialidade: até o final do anodeverá abrir nova loja. Duranteanos, Tobias teve, durante anos,como sócio o irmão RubensDryzun, do qual se separouhá algum tempo, assumindo aMissoni (Casa) no Brasil.

333 O LÍDER do governo naCâmara Federal, deputadoArlindo Chinaglia (PT-SP) deixoua base de apoio do Planaltototalmente desorientada porqueresolveu tirar licença – e semavisar ninguém – e viajar para osEstados Unidos para visitar a filhaque mora em Chicago. Chinaglianem esperou a votação da Leide Diretrizes Orçamentárias(LDO) que tem que ser votada,obrigatoriamente, antes dorecesso do meio do ano.

333 É O BRASIL real: além denão acabar com os 14º e 15ºsalários, os deputados federaisaprovaram resolução segundo aqual podem se dar aumentosem precisar reajustar o restodo gabinete. Também ganhaforça a PEC (Proposta deEmenda Constitucional) quepretende vincular vencimentodos legisladores ao aumentode salário dos ministros doSupremo Tribunal Federal.

333 O MAIOR campeonatode motociclismo do mundo, oMotoGP, pode voltar ao Brasilcom a primeira prova em 2014,ano eleitoral, no autódromo deBrasília, que está sendo reforma-do, com obras estimadas em R$200 milhões. As negociaçõesestão sendo tratadas entre aDorna Sports, o governo do DFe Emerson Fittipaldi. No anoque vem, o evento acontecerána Argentina.

Em alta333 O discurso da senadora Kátia Abreu (PSD-TO), rachando abancada ruralista, foi básico para a aprovação do relatório dosenador Luiz Henrique (PMDB-SC) sobre o novo Código Flores-tal. De quebra, elogios feitos pela senadora à ministra do MeioAmbiente, Izabella Teixeira. Ela desceu, há dias, a rampa doPlanalto de braços dados com a presidente Dilma e ocupa umespaço vazio deixado pelo atual ministro da Agricultura, MendesRibeiro. Nas possíveis mudanças depois das eleições, KátiaAbreu passa a encabeçar a lista dos ministeriáveis.

Diva oftatoo

333 Katherine Von Drachenbergou apenas Kat Von D éconsiderada a diva das tatuagens,misturando seu talento comotatuadora e o volume de tatuagens

que tem pelo corpo à sua atuação na TV, na série Miami Ink,já exibida no Brasil e outra subseqüente, LA Ink. Mexicanade nascimento, pais argentinos (com descendência alemã ehispano-italiana), ela mora nos Estados Unidos desde os quatroanos de idade e veio a São Paulo lançar sua linha de cosméticos(destaques), com seu nome, na nova loja Sephora, no JK Iguatemi.

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Muitos e grandes anéis. Poucos e pequenos anéis.

JULIANA PAES // atriz, ao gravar a clássica cenado telhado na nova versão de Gabriela.

Page 5: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 2012 5DIÁRIO DO COMÉRCIO

ATAQ U EVice-presidente daCPI quer queMarconi Perillo sejai n d i c i a d o.

DEFESAE n f ra q u e c i d o,DEM já cogitauma fusão como PMDB.

política

Teixeira defendeindiciamento de Perillo

Vice-presidente da CPI diz que o relatório da Polícia Federal é suficiente para ligar o governador a Cachoeira.

Ovice-presidente daComissão Par la-mentar Mista de In-quérito, a CPI do Ca-

choeira, deputado Paulo Tei-xeira (PT-SP), defendeu on-t e m o i n d i c i a m e n t o d ogovernador de Goiás, o tucanoMarconi Perillo, por envolvi-mento com o contraventorCarlos Augusto Ramos, o Car-linhos Cachoeira.

Propina – Um relatório da Po-lícia Federal diz que Perillo fir-mou um "compromisso" com aDelta Construções, assim queassumiu o cargo, no ano pas-sado. O acordo contava, se-gundo a PF, com a intermedia-ção de Cachoeira. O acerto in-cluiria a liberação de créditosmilionários da empreiteiracom o governo de Goiás me-diante suposto pagamento de

propina a Perillo.O primeiro "compromisso",

segundo reportagem da Épocadesta semana, teria sido acompra da casa do governa-dor de Goiás pelo contraven-tor. "Fechou o cerco. O relató-rio da PF é a prova cabal de quea venda da casa foi para Ca-choeira, foi pago com dinheiroda Delta e que houve uma vin-culação entre os pagamentosde créditos para a empreiteirae a quitação das parcelas pelacasa", afirmou Teixeira.

Quest ionado sobre porquais crimes o governador deGoiás poderia ter o indicia-mento sugerido pela CPI, Tei-xeira disse que não é possívelsaber agora. "Tem muitos ti-pos penais em que ele será en-quadrado", afirmou. A CPI temprazo para encerrar os traba-

lhos em novembro, caso nãoseja prorrogada. Suas conclu-sões serão remetidas para oMinistério Público, que pode-rá, ou não, acatá-las.

O relator da CPI, deputadoOdair Cunha (PT-MG), preferiunão comentar a sugestão feitapor Teixeira. "Nós falamos emlugares diferentes: não vouantecipar minha opinião a res-peito do relatório final", disse."Os fatos são conhecidos daCPI. A novidade é que a PolíciaFederal se manifesta na linhade estabelecer os vínculos dogovernador com a organiza-ção criminosa", completou.

Ele mentiu – Para Cunha, osfatos reforçam o que ele já dis-se do governador. Marconi"mentiu" à CPI sobre a vendada casa. No final de junho, o re-lator da comissão disse que a"história da casa" foi montadapara negar a relação de Perillocom Cachoeira. Embora tenhaadmitido que Perillo "mentiu",Cunha também não quis reve-lar se pedirá o indiciamento dogovernador por crime de per-júrio (falso testemunho) ao fi-nal dos trabalhos.

Em depoimento à comissãono dia 12 de junho, Perillo ne-gou saber quem havia com-prado a casa, tendo transferi-do toda a responsabilidadepela negociação ao ex-verea-dor Wladimir Garcez (PSDB).Na ocasião, o governador re-bateu a suposição de que seria

ligado a Cachoeira ou à Delta.Reconvocar – Teixeira afir-

mou ainda que o governadortem de ser reconvocado paradepor em agosto. Hoje, o se-nador Randolfe Rodrigues(PSol-AP) deve apresentar re-querimento para chamar no-vamente Perillo à comissão.

Cunha, por sua vez, acreditaque o melhor seria convocá-loquando se encerrarem as apu-rações. "É preciso aprofundara investigação", disse. (AE)

Marconi Perillo: relatórioda PF aponta que o

governador fez acerto comCarlos Cachoeira e a Delta.

Dida Sampaio/AE - 12.06.12

Deputado Paulo Teixeira quer novo depoimento de Perillo na CPI.

Saulo Cruz/Ag. Câmara - 15.02.11

DEM: agora, ou vai ou racha.

ODEM depende daseleições municipaispara sobreviver. Se

vencer em capitais como Sal-vador e Aracaju, e tiver bomdesempenho em grandes ci-dades como Mossoró (RN),Vila Velha (ES), Feira de San-tana (BA) e Caruaru (PE), es-tará salvo. Caso contrário, di-rigentes do partido já admi-tem que a saída poderá ser afusão com outro partido e aopção mais cogitada por suacúpula hoje é o PMDB, e não oPSDB, antigo aliado.

Tudo porque a parceria

tradicional com os tucanosvai de mal a pior. Emboraacusem o golpe de ver o novoPSD solapar metade de seusrecursos no fundo partidárioe de seu tempo de televisãono horário eleitoral, os diri-gentes do DEM ainda man-têm a esperança de que a le-genda garanta sua existên-cia nas urnas.

Mas se o risco da fusão só émencionado em conversasreservadas, o afastamentodo PSDB nesta reta final damontagem das coligações étratado abertamente.

Lideranças do DEM não es-condem a insatisfação com otucanato.

Candidato a prefeito do Riocontra o colega tucano Ota-vio Leite, o deputado RodrigoMaia (DEM) afirma que nãohouve diálogo entre os parti-dos, o que prejudicaria o De-mocratas. Lembra que oafastamento do PSDB vemde longe. Começou em 2010."Nas duas outras capitais emque estamos juntos não hou-ve aliança. O que aconteceufoi puro escambo", reclamaMaia. (AE)

Page 6: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 20126 DIÁRIO DO COMÉRCIO

O objetivo é fixar uma imagem conciliadora, deixar para trás o tom radical.Marqueteiro brasileiro sobre a campanha eleitoral de Hugo Chávezpolítica

Demóstenes adotoucomportamento

incompatível com odecoro do mandato. Eleferiu de morte adignidade do cargo e aética que se impõe aosparlamentares.

Senador Pedro Taques(PDT-MT), relator da

Comissão de Constituição eJustiça.

Não é aceitável,sob nenhuma

hipótese, que o senadortenha suas contaspagas por quem querque seja, ainda mais porum notóriocontraventor.

Senador Humberto Costa (PT-PE), relator do pedido decassação no Conselho de Ética, sobre a tese de defesa de

Antonio Carlos de Almeida Castro.

Senador, não basta ser inteligente. É preciso terpredisposição de caráter.

Senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES)

É impossível napolítica sermos

ingênuos e, no caso, éimpossível acreditarque uma pessoaconviva tanto tempocom outra sem saber oque ela faz.

Senador João Capiberibe(PSB-AP)

Hoje é um dia demoralidade, sim. Mas

o País sabe que aqui nãotem moralidade. O Brasilinteiro sabe que não existeSenado, que não existeCâmara neste País. E deveestar dizendo: me engana,que eu gosto.

Senador Mário Couto( P S D B - PA )

O episódio Demóstenes é uma página virada naCasa.

José Sarney (PMDB-AP), presidente do Senado.

A cassação não acabou com minha vida e nãovai acabar com a dele.

Luiz Estevão, até então o único senador cassado.

As pessoas vãocomprar urnas e

serviços onde quiserem. Aconcorrência vai levar àqueda do preço.

Celso Russomano, candidatoa prefeito pelo PRB, durante

velório da sua mãe Theuda, de89 anos, na quarta-feira. Ele

acusou a prefeitura depraticar venda casada de

caixão e serviço funerário.

Fui perseguidocomo um cão

sarnento, acusadocomo se fosseuma mulhervagabunda ecomo nãoapareceunada, nada,nada, começaram a inventar.

Demóstenes Torres, em discurso que antecedeu suacassação pelo Senado.

Gilberto Kassabatua de forma

arbitrária eclandestina, deabandono dequalquer resquício delealdade e respeitoaos dirigentes do PSD.

Senadora Kátia Abreu (PSD-TO), em carta a Kassab,presidente nacional da sigla.

Geraldo Magela/Agência SenadoBe

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Estilo Lula, modelona eleição da Venezuela.

Adversários, Hugo Chávez e Henrique Capriles usam o marketing lulista, para vencer disputa presidencial.

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Capriles: investimento em educação e apoio aos pobres, como Lula.

Diego Ore*

Ambos os candidatosa presidente na Ve-nezuela estão recor-rendo a marquetei-

ros brasileiros, em uma tenta-tiva de tomar emprestado deLuiz Inácio Lula da Silva ummodelo popular de esquerda eseu estilo político, uma vezque os dois candidatos vene-zuelanos admiram o ex-meta-lúrgico que liderou o Brasil du-rante oitos anos (2003-2010).

Assim como ele, os candida-tos querem cortejar os eleito-res centristas, fazer negócioscom os Estados Unidos e com aChina, supervisionar o cresci-mento econômico, reduzir apobreza e criar robustos pro-gramas de bem-estar social.

As equipes do presidenteHugo Chávez e de seu rival,Henrique Capriles, contrata-ram estrelas da crescente in-dústria do marketing políticono Brasil, já bem conhecidapor seus insinuantes spots decampanha eleitoral.

O veterano marqueteiroJoão Santana, 59 anos, juntou-se à operação de Chávez há al-guns meses, enquanto a jo-vem dupla Renato Pereira eFrancisco Mendes tem traba-lhado com Capriles, candidatoda oposição. Os marqueteirosatuam nas duas campanhasdesde o início deste ano.

Lutar pelo eleitor médio, noestilo Lula, pode se tornar abatalha decisiva da eleiçãovenezuelana. A maioria daspesquisas dá a Chávez vanta-gem de dois dígitos sobre Ca-priles, mas também mostramque cerca de um terço do elei-torado continua indeciso.

Apelidado de "fazedor depresidentes", Santana orien-tou Lula, sua sucessora DilmaRousseff e outros líderes re-gionais. Na Venezuela, eletenta suavizar a imagem, mui-tas vezes belicosa, de Chávez.Santana divide seu tempo en-tre Brasil, Venezuela e Angola,onde também atua na eleiçãopresidencial do país.

Por outro lado, a dupla Perei-ra e Mendes – parceiros na em-presa de relações públicasProle – trabalha em sua pri-meira eleição presidencial.Seu desafio é distanciar Capri-les das influências mais à di-reita na coalizão de oposição,tática de voto vencedor vitalpara uma nação polarizada.

Mais de um – Juan José Ren-don, estrategista político ve-nezuelano que acabou de aju-dar o PRI, no México, a retornarao poder, avalia que consulto-res brasileiros estão tornan-do-se uma força nas eleiçõeslatino-americanas.

"Este é o primeiro avanço,forte e variado. Antes, costu-mava haver apenas um: DudaMendonça", disse, referindo-se ao marqueteiro político pe-so-pesado brasileiro que diri-ge uma agência de propagan-da e já comandou mais de 60campanhas eleitorais.

Durante a quarta – e, final-mente, bem-sucedida – cam-panha de Lula à Presidência doBrasil, em 2002, ele procurouabrandar a imagem de lídersindical linha-dura do candi-dato. Lula aparou a barba, ves-tiu terno e gravata, baixou otom de sua retórica, sorriumais e abrandou o discurso.

Essa transformação foi cre-ditada a Duda Mendonça, quetambém lançou o slogan "Luli-nha, paz e amor", ajudandoLula a se tornar o primeiro pre-sidente oriundo da classe tra-balhadora no Brasil.

Santana, que se projetou ra-pidamente e pode se gabar deter conseguido quatro vitóriaspresidenciais em três países

É uma campanhaque está movendo-se a partir daperiferia para ocentro, e vai darbons frutos.

ARMANDO BR I Q U E T, CHEFE DA

C AMPANHA DE CAPRILES.

Chávez: apelo emocional, com novo visual e discurso mais ameno. João Santana: apoio a Chávez

Ana Ottoni/Folhapress – 27/1/2003Carlos Garcia Rawlins/Reuters – 9/7/2011

latino-americanos em seu cur-rículo até agora, está tentan-do algo similar com Chávez.

O desafio começou por in-centivar o ex-soldado a deixarseu uniforme militar verde noarmário por algum tempo.Chávez agora às vezes apare-ce de terno e ainda com um ca-saco esportivo sobre uma ca-misa aberta no pescoço.

Chávez também está sendopressionado para baixar o tomda sua retórica rebelde sobregeopolítica e se ater mais asuas pragmáticas e unificado-ras características, como aquímica improvável com seu"novo melhor amigo", o líderconservador da ColômbiaJuan Manuel Santos.

"O objetivo é fixar uma ima-gem mais conciliadora: deixarpara trás o tom radical", disseum dos conselheiros brasilei-ros da equipe de Hugo Chávez,que pediu anonimato.

Ao procurar investir na co-

Duda Mendonça: 60 campanhas.

Valter Campanato/ABr – 20/72008

nexão permanente de Chávezcom a maioria pobre da Vene-zuela, eles têm insistido noslogan "Coração venezuela-no", que agora adorna todosos anúncios de campanha.

"Vamos enfatizar as rela-ções do público com o Chávezser humano – ele deu e conti-nua a dar sua vida pelo país",disse o conselheiro de campa-nha. Chávez, que recente-mente se submeteu a um tra-tamento contra câncer, retor-na frequentemente a um temasimilar. "Estou consumido porestar a serviço do povo, acimade todo o sofrimento. E os maisnecessitados, eu os amo!",afirmou recentemente.

A ideia é a de gerar umamensagem sentimental. Umspot televisivo tipicamenteinspirado por João Santana dizque o comandante Hugo Chá-vez "está em cada casa" e

"não tem permissão para sair"(http://bit.ly/LJZd22).

Vi tóri as – A história latino-americana eleitoral recenteparece mostrar que o estilobrasileiro de marketing políti-co pode dar frutos.

Durante sua primeira elei-ção no Peru, Ollanta Humalafoi criticado pelos rivais porseus laços estreitos com Chá-

Este é o primeiroavanço, forte evariado. Antes,costumava haverapenas um: DudaMendonça.

JUA N JOSÉ RENDON, SOBRE

MAR QUETEIR OS DO BR ASIL

vez. Ele teve que se distanciardo venezuelano para ter umachance. Com a ajuda de LuisFavre e Vladimir Garreta, doisconselheiros do Partido dosTrabalhadores de Lula, elevenceu no ano passado.

Algo semelhante ocorreucom Mauricio Funes em El Sal-vador. Ou seja, a moderação"à la Lula" e a mão orientadorade João Santana o levou à vitó-ria na eleição de 2009.

Santana ajudou Lula a ga-nhar a reeleição em 2006 e hádois anos, com sucesso, posi-cionou Dilma Rousseff comosucessora de Lula e primeira lí-der feminina do Brasil. Mais re-centemente, João Santanatambém deu assessoria a Da-nilo Medina, vencedor da elei-ção presidencial na RepúblicaDominicana, em maio.

Imit ação – Para além do po-pulismo e das câmeras, oapoio a Lula foi baseado princi-palmente no crescimento ver-tiginoso do consumo interno,na criação de empregos e namelhoria dos salários para osfuncionários do setor público,bem como a concessão de em-préstimos para os brasileirospobres, o que lhes permitiucomprar eletrodomésticos,computadores, motos, carrose casas subsidiadas.

Capriles, um fã de Lula, pas-sou grande parte de seu tem-po, como governador de Mi-randa, segundo maior estadoda Venezuela, tentando imitá-lo, ao dedicar grande parte deseu orçamento à educação, aoajudar os pobres a montar pe-quenas empresas com "mi-croempréstimos" e ao cons-

truir casas de baixo custo.A presença de brasileiros na

campanha de Capriles é partede seu esforço para se apre-sentar como líder progressis-ta e mostrar um recomeço dosgovernantes que estavam de-sacreditados por quatro déca-das no poder antes da chega-da de Chávez à Presidência.

A oposição também estádestacando o contraste entreum Capriles de 39 anos de ida-de – um jovem entusiasmado,que passou meses em umadesgastante turnê "casa a ca-sa" – e um Hugo Chávez enfra-quecido pelo câncer.

Pereira e Mendes, que afia-ram seus dentes em casa, emgrandes campanhas nacio-nais, incluindo a vitória em2006 do governador do Rio deJaneiro Sérgio Cabral, têm es-tado na vanguarda desses es-forços, lançando slogans paraCapriles, como: "Há um cami-nho" e "Algo de bom está acon-t e c e n d o " ( h t t p : / / b i t . l y /oUy6pm).

O duo também criou um fil-me em que Capriles apareceusando um terno escuro e ca-misa aberta no pescoço – o quenão constitui sua aparênciausual – e falando sobre a im-

Estou consumidopor estar a serviçodo povo, acima detodo o sofrimento.Eu amo os maisnecessitados.

HUGO CHÁVEZ, DISCURSO NA

C AMPANHA PRESIDENCIAL.

portância do respeito, inde-pendentemente da "cor políti-ca". As cenas foram mistura-das com imagens dele abra-çando eleitores e no meio deinundações, com água pelacintura, quando era governa-dor (http://bit.ly/MOXYwW).

"Ele está indo às casas maisabandonadas, aos lugares on-de há menos pessoas", disseArmando Briquet, o chefe dacampanha de Capriles. "É umacampanha que está se moven-do a partir da periferia para ocentro, e vai dar bons frutos."

Independentemente dequem triunfe em outubro, ha-verá um único vencedor defi-nitivo: a máquina de marke-ting político do Brasil.(*Da Reu-ters, em Caracas)

Page 7: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 2012 7DIÁRIO DO COMÉRCIO

Lula aliou-se à roubalheira: [ele e Maluf ] são homens iguais, dando-se as mão s.Hélio Bicudopolítica

Com 90 anos de idade,completados em 5 dejulho, o jurista e ho-mem público Hélio

Bicudo tem muito a dizer. Prin-cipalmente às vésperas do jul-gamento do Mensalão, em 2 deagosto, escândalo que o levoua romper com o Partido dosTrabalhadores (PT) em 2005.

Um dos mais antigos e pres-tigiados políticos do partido,formou-se na Faculdade de Di-reito da Universidade de SãoPaulo (USP), em 1946. Comvasto currículo, pontuado peladefesa dos Direitos Humanos,assumiu cargos públicos a par-tir de 1947. Entre outros, foi mi-nistro interino da Fazenda nogoverno João Goulart (1963),duas vezes deputado federal,secretário dos Negócios Jurídi-cos da administração LuizaErundina (1990-1991), presi-dente da Comissão Interameri-cana de Direitos Humanos(2000) e vice-prefeito de MartaSuplicy (2001-2004).

Promotor público na moci-dade, uma de suas missões dedestaque foi investigar a cor-rupção de Adhemar de Barros(1901-1969) no governo doEstado de São Paulo.

Casado com Déa, sete fi-lhos, 14 netos e três bisnetos,plantou árvores e escreveuum livro (Hélio Bicudo, MinhasMemórias, Martins Editora,2006 – R$ 43,50).

Procurador de Justiça do Es-tado de São Paulo, combateu oEsquadrão da Morte nos anosde chumbo, o que lhe valeu umdossiê no antigo Serviço Na-cional de Informações (SNI).

Bicudo atendeu o Diário doC om é r ci o no intervalo de seujogging diário no Clube Athlé-tico Paulistano. Aficionado doesporte, até faturou medalhade ouro na Corrida Anual deHamilton, em 2008, no Cana-dá, na categoria 5 quilôme-tros. Lúcido, adverte: "Não te-nho papas na língua".

Diário do Comércio – Qual opolítico que mais admira?

Hélio Bicudo – [Carlos Alber-to Alves de] Carvalho Pinto[1910-1987], com quem tra-balhei, por sua honestidade eeficiência administrativa.

DC – Como foi a propina doscaminhões de Adhemar de Barros?

Bic udo – Descobrimos umcheque equivalente a R$ 300mil, depositado no Banco doEstado, entregue a ele por umcoronel, referente à comprade caminhões para a Força Pú-blica. Condenado, fugiu para aBolívia. Mas conseguiu anularo processo no Tribunal de Jus-tiça de São Paulo.

DC – Hoje se rouba mais?Bicudo– Passou-se a adotar a

função pública como meio delocupletar-se ilicitamente como erário. No tempo do Adhemarestimava-se a corrupção emmilhares; hoje, em milhões.

DC – Porque se filiou ao PT?Bicudo – Participei com entu-

siasmo da criação do PT. Erauma nova ideia de partido, comnúcleos de base, prevendomaior participação da socieda-de no mundo político. Contra-ponto à tutela militar, nossoseleitores se engajaram no res-tabelecimento da Democracia.

DC – O que achou da foto em queLula e Maluf apertam as mãos?

Bic udo – No Brasil só há opartido do "Sim" e o do "Sim,Senhor". Não tenho nadapessoal contra Lula; mas, co-mo homem, ele não é de par-tido nenhum. Jogou no lixo opatrimônio ético conquista-do pelo PT, e aliou-se à rouba-lheira: são homens iguais,dando-se as mãos.

DC – E da Erundina sair da chapa?Bi cu do – Ela não desmentiu

seu passado de mulher corre-ta e firme em suas posições.Não foi à toa que se desligoudo PT, em 1997.

DC – A corrupção petista levououtros militantes a abandonar oPT?

B ic ud o – O melhor caminhopara uma administração isenta

HÉLIO BICUDOJurista espera isenção nojulgamento do Mensalão

Mas ele teme que o Poder Judiciário, formatado pelo lulismo, leve a um desastre jurídico.

Armando Serra Negra

Karime Xavier/Folhapress – 29/9/2010

Hélio Bicudo diz que, ao fazer uma foto ao lado de Maluf, Lula jogou no lixo o patrimônio ético conquistado pelo Partido dos Trabalhadores.

de corrupção é não estar enga-jada ao PT.

DC - O acha da luta do PT pelo poder?Bicudo – A luta do PT não de-

veria ser pelo poder, e menosainda para garantir as benes-ses que este confere. Nossoideal era o da real democrati-zação brasileira.

DC – Por que José Dirceu bate natecla do "controle social" da mídia?

Bicudo– Cercear a imprensaé a luta dos que buscam o tota-litarismo político. Vejo a im-prensa brasileira com 90% deimparcialidade e isenção!

DC - Qual o melhor momento daNova República?

Bicudo – A política econômi-ca começou a se cristalizar nogoverno Fernando HenriqueCardoso, com frutos capitali-zados por Lula. Mas não foi omotor desenvolvimentista,que já estava ligado. A partirde Juscelino [Kubitschek,19 02 -1 97 6]já hav ia umgrande impul-so no País.

DC – CPIs sãoeficazes nocombate àcorrupção?

B i c u d o –Quando che-ga a fatos po-sitivos, sim.Por exemplo,a CPMI do Ca-choeira já serviu para revelar arelação promíscua dos pode-res público e privado. Mas co-mo as minorias do Congresso,que têm maior compromissocom os eleitores, são alijadasda participação pelas grandeslegendas, o que mais se vê éum circo. Caracteres duvido-sos, travestidos de capitãesda moral sob os holofotes damídia, mas pouco se lixandopara o resultado das apura-ções. Há exceções; mas ondejá se viu um ex-presidentedestituído do cargo por cor-rupção ser eleito senador e in-tegrar uma CPI? Essas comis-sões têm sido muito mais paraa autopromoção dos interro-gantes, do que para investigare apontar responsáveis para oMinistério Público.

DC – Como combater a corrupção?Bicudo– O financiamento pú-

blico das campanhas seria umbom começo, restringindo a po-lítica do compadrio. A origemdas grandes fortunas dos políti-cos também deveria ser inves-tigada, para então se procedera uma verdadeira faxina.

DC – O Ministério Público, aProcuradoria Geral da República eo Conselho Nacional de Justiçaestão extrapolando suas funções?

Bicu do – Absolutamente.Embora haja empenho da so-ciedade civil em apurar todo ti-po de corrupção por meio doMP, há políticos querendo bar-rar isso. E o CNJ, por ser um ór-gão misto, composto de juízes,juristas e advogados, traz a es-perança de um Judiciário maiseficiente e imparcial.

DC – O que acha do julgamento doMensalão?

Bicudo – É difícil ter imparcia-lidade em um julgamento emque a maioria de ministros foieleita por uma das partes. A es-

colha de minis-tros guarda umgrave defeitode origem, poiso STF não usa ap re rr og at iv ade vetar no-mes. A indica-ção de um mi-nistro é atribui-ção do presi-dente da Re-pública, refe-rendada peloSenado. Se o

STF discordar da escolha, podepedir nova indicação. Mas nun-ca o faz. Receio de que o PoderJudiciário, formatado pelo lulis-mo, leve a um desastre jurídico.Esperemos que os ministros,cientes da grandeza de suamissão, votem com isenção.

DC – Qual foi sua atuação naComissão Interamericana deDireitos Humanos (CIDH)?

Bicudo– Ao presidir a entida-de, fui relator do caso do Peru,quando o ditador Alberto Fuji-mori fugiu para o Japão (2000).Na ocasião, tive uma alterca-ção com um padre da OpusDei, monsenhor Cipriani, queera contrário ao princípio dosDireitos Humanos... Hoje ele éo cardeal primaz do país!

DC – Como vê a Comissão daVe r d a d e ?

B ic u do – Eu acho que esta

Comissão não é isenta, pois aescolha dos membros foi alea-tória, sem consulta ao Legisla-tivo, que é o representante dopovo. O importante é redese-

nhar a história com uma atua-ção positiva, para que essesfatos não se repitam. E acabarcom essa questão de que o po-der político não é punido.

DC – E a situação dos DireitosHumanos no País?

Bicudo – A presidente DilmaRousseff desconhece total-mente o assunto, ou não teriaexcluído o Brasil da vigilânciainternacional das diversas en-tidades – a CIDH entre outras –,cujos tratados o Brasil assinoue referendou.

DC – De onde vem a fama de que oBrasil é um país pacífico?

Bi cu do – Isso vem da Repú-blica Velha, quando o barão doRio Branco [José Maria da Sil-va Paranhos Júnior, 1845-1912], ministro das RelaçõesExteriores do governo Floria-no Peixoto [1839-1895], re-solveu pacificamente todos osproblemas de fronteiras. Atéhoje o Itamaraty segue essaorientação, de não resolver asquestões internacionais pelaforça bruta, mas pelo diálogo.

DC – Como define sua vida?B i cu d o – Tive uma vida de

lutas. Acho que plantei algoem prol da Justiça – em últimaanálise, uma luta pela Demo-cracia. Tive muitas alegriase muitos dissabores, porqueatuei pelos direitos das pes-soas, não só internamente,m a s t a m b é m n o c a m p ointernacional.

O livro de memórias,com sua atuação pública,lançado em 2006.

A Comissão daVerdade deveredesenhar ahistória com umaatuação positiva,para que os fatosnão se repitam.

HÉLIO BICUDO

Divulgação

Page 8: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 20128 DIÁRIO DO COMÉRCIO

PAR AGUAIMaioria dos paraguaios aprova

impeachment de Fernando Lugo,segundo pesquisa de opinião realizada

pelo instituto Ati Snead.nternacional

Síria: combates em Damasco.Combatentes oposicionis-

tas entraram em confrontocom forças do governo sírioontem em Damasco, no quefoi descrito por moradores dacapital síria como o mais vio-lento até agora dentro dos li-mites da cidade.

Quando anoitecia, ativistasdisseram que a luta estava seespalhando da parte sul da ci-dade para uma segunda áreae que as tropas governamen-tais haviam fechado a estradade acesso ao aeroporto.

Vários moradores contata-dos pela agência de notíciaReuters afirmaram estar ou-vindo fortes explosões e cons-tante troca de tiros. Eles des-creveram os combates comosendo os piores desde o iníciodo levante contra o presidenteBashar al-Assad há 17 meses.

Uma grossa fumaça escuraera visível no céu de Damascoem imagens de vídeo ao vivo,divulgadas na Internet.

Nas últimas semanas os con-frontos chegaram à periferia dacapital, concentrando-se emáreas maispobres,onde a revolta contra as autoridades é maior. Nasemana passada foram lançados morteiros den-tro da capital pela primeira vez.

COMUNICADO - ABERTURA DE LICITAÇÃOProcesso Administrativo nº 2012-0.075.299-2 - Encontra-se aberta naSubprefeitura de Itaquera - SP/IQ, licitação na modalidade TOMADA DE PREÇOSnº 01/SP-IQ/GAB-ATJ/2012, tipo menor preço global, para CONTRATAÇÃODE EMPRESA ESPECIALIZADA PARA REVITALIZAÇÃO DA PRAÇA JOÃOTEIXEIRA, LOCALIZADA À RUA FIGUEIRA DA INDIA - JARDIM FERNANDES- ITAQUERA - SÃO PAULO, CONFORME MEMORIAL DESCRITIVO - ANEXO IE PLANILHA DE PREÇOS - ANEXO III. O Edital poderá ser acessadogratuitamente no site da Prefeitura do Município de São Paulo, no endereçoeletrônico: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br/, ou adquirido na sede daSubprefeitura de Itaquera, na Assessoria Técnica Jurídica, à Rua Augusto CarlosBauman nº 851 - 2º andar - Itaquera - São Paulo, mediante apresentação de umCD novo ou pagamento do preço público para cópias reprográficas. Os envelopesnº 01 “PROPOSTA”, nº 02 “HABILITAÇÃO”, bem como demais documentos exigidosno certame, deverão ser entregues na Sala de licitações, situada na Rua AugustoCarlos Bauman, nº 851 - 2º andar - Itaquera - São Paulo, no dia 30/07/2012,segunda-feira, às 14:00 horas, quando serão iniciados os trabalhos relativosà licitação em epígrafe.

SECRETARIA DE COORDENAÇÃODAS SUBPREFEITURASSUBPREFEITURA DE ITAQUERA

SECRETARIA DA SAÚDE

DIVISÃOTÉCNICADESUPRIMENTOS-SMS.3ABERTURADELICITAÇÕESEncontram-seabertosnoGabinete,osseguintespregões:PREGÃOELETRÔNICO195/2012-SMS.G,processo2012-0.095.952-0,destinado ao registro de preço para o fornecimento deAGULHAS PARACANETADE INSULINA ULTRAFINE III - 31GX5MM, 31GX8MM E 29GX12,7MM paraatendimento de Determinações do Poder Judiciário, Ministério Público eConselhosTutelares - Ações Judiciais, para a Divisão Técnica de Suprimentos -SMS.3/Grupo Técnico de Compras - GTC/Área Técnica de Ação Judicial, do tipomenor preço. A abertura/realização da sessão pública de pregão ocorrerá a partirdas 9 horas do dia 26 de julho de 2012, pelo endereço www.comprasnet.gov.br,a cargo da 4ª Comissão Permanente de Licitações da Secretaria MunicipaldaSaúde.RETIRADADEEDITAISOs editais dos pregões acima poderão ser consultados e/ou obtidos nos endereços:http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br; www.comprasnet.gov.br,quandopregãoeletrônico;ou, no gabinete daSecretariaMunicipal daSaúde, naRuaGeneral Jardim, 36 - 3º andar - Vila Buarque - São Paulo/SP - CEP 01223-010,mediante o recolhimento de taxa referente aos custos de reprografia do edital,atravésdoDAMSP,DocumentodeArrecadaçãodoMunicípiodeSãoPaulo.DOCUMENTAÇÃO-PREGÃOELETRÔNICOOs documentos referentes às propostas comerciais e anexos, das empresasinteressadas, deverão ser encaminhados a partir da disponibilização do sistema,www.comprasnet.gov.br, atéadatadeabertura, conformeespecificadonoedital.

'Monica, Monica!'A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, foi recebida ontem com

provocação por manifestantes na cidade portuária de Alexandria, no Egito. Ogrupo, reunido em frente ao consulado americano, gritava "Monica, Monica", emreferência à Monica Lewinsky, a jovem com quem o então presidente (e maridode Hillary) Bill Clinton teve um caso na década de 1990. Antes, a secretária sereuniu por mais de uma hora (foto acima) com o líder do exército do Egito, o

marechal Hussein Tantawi, para fazer um pedido simples: trabalhar junto com osnovos líderes islâmicos em uma ampla transição para regras civis.

Milongas de ChávezO presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e seu rival opositor, Henrique Capriles,

voltaram às ruas neste fim de semana em busca de votos para as eleições do dia 7de outubro, para as quais o primeiro se apresenta como o projeto da "pátria",

enquanto o segundo se define como um "nova liderança". Chávez, que aspira a suaterceira reeleição consecutiva para a gestão 2013-2019, disse no sábado que o

narcotráfico estaria por trás da "expulsão" do ex-presidente paraguaio FernandoLugo, deposto por impeachment em 22 de junho. De acordo com ele, facções

criminosas paraguaias teriam se infiltrado nos partidos de direita no país.

Reuters Reuters

Cafés ere st a u ra n te s

pra lá de TeerãA polícia iraniana fechou

dezenas de restaurantes ecafeterias no fim de semana,informou a mídia local, emuma nova repressão contrao que o Estado vê como imo-ral e de comportamento an-ti-islâmico.

A g e n t e s r e g u l a r e s emembros da "polícia moral"invadiram 87 cafés e restau-rantes em um único distritoda capital Teerã no sábado edetiveram mulheres pordesrespeitar o código devestimenta islâmico, deacordo com a agência de no-tícias estudantil Isna.

"Esses lugares foram fe-chados por não seguirem osvalores islâmicos, dandonarguilé às mulheres, e pelafalta de licenças apropria-das", disse o oficial da políciade Teerã, Alireza Mehrabi,de acordo com a Isna. Mu-lheres não têm autorizaçãopara usar narguilés em pú-blico. Mehrabi disse que aação continuará em outraspartes de Teerã. (Reuters)

Divulgação

Acusado de cumplicidade na morte de 15.700 judeus, Laszlo Csatary foi encontrado em Budapeste.

Achado nazista mais procuradoO criminoso nazista mais pro-

curado do mundo, Laszlo Csa-tary, 97 anos, acusado de cum-plicidade na morte de 15.700judeus durante a SegundaGuerra Mundial, foi encontradoem Budapeste. O anúncio foifeito ontem pelo diretor do es-critório do Centro Wiesenthal

em Israel, Efraim Zuroff."O jornal The Sun pôde foto-

grafá-lo e filmá-lo graças a in-formações que fornecemosem setembro de 2011", acres-centou Zuroff.

As informações sobre o pa-radeiro de Csatary foram en-viadas em setembro de 2011 à

promotoria da capital húnga-ra. O vice-procurador de Bu-dapeste, Jenö Varga, não con-firmou a informação, limitan-do-se a declarar que "existeuma investigação em anda-mento. A promotoria está es-tudando as informações rece-bidas." (Agências)

80 mortos –À tarde, o grupo oposicionista Ob-servatório Sírio para os Direitos Humanos, quefaz um balanço de relatos de ativistas anti-As-sad, disse que a cifra de mortos ontem em todo

o país chegou a pelo menos 80 e que foram usa-dos foguetes em Damasco.

Um porta-voz do regime voltou a negar on-tem que tenha ocorrido um massacre em

Treimsa, onde na quinta-feiramorreram ao menos 220 pes-soas, segundo opositores.

Irã –O Irã, principal aliado re-gional da Síria, está pronto pa-ra sediar uma reunião entre ogoverno vizinho e seus opo-nentes com o objetivo de re-solver o conflito no país, afir-mou o ministro de RelaçõesExteriores iraniano, Ali AkbarSalehi, à rede de televisão ára-be A l-Ala m. "Nós acreditamosque a questão da Síria deveriater uma solução síria", disse oministro iraniano.

O governo de Teerã tem re-petidamente se oferecido paraajudar a solucionar a crise, masisso tem sido rejeitado pelaoposição síria, por países doOcidente e Estados árabes, queacusam o Irã de ajudar militar-mente o regime de Assad a opri-mir a revolta popular. Em troca,o Irã acusa alguns países oci-dentais e árabes de armar os re-beldes sírios.

O enviado das Nações Uni-das, Kofi Annan, a Rússia e a

China favorecem a participação do Irã na buscapor uma solução para a crise. Mais de 17 mil pes-soas já foram mortas na Síria desde o início da re-volta. (Leia mais sobre a Síria na pág 3)

Page 9: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 2012 9DIÁRIO DO COMÉRCIO

cidades

Carros eram poucos. Garagens também.Na São Paulo de meados do século passado, muitos prédios eram construídos sem vagas de garagem. Afinal, os poucos veículos estacionavam na rua mesmo.

Reprodução

Chico Ferreira/Luz

Dimitri Kessel/09/1947

Praça da Sé, no Centro, nas primeiras décadas do século 20. A praça funcionava como uma espécie de "bolsão" dos veículos paulistanos daquela época. A maioria das pessoas usava o transporte coletivo.

Verany Bicudo, corretor de imóveis: carro ficava estacionado na rua de acordo com a posição do sol.

Anhangabaú por volta de 1950: sobrava espaço para os poucos carros

Valdir Sanches

Eu descia a RuaDr. Falcão edeixava o carrona Praça daBandeira, queera um grandeespaço vazio.

VER ANY BICUDO

Logo cedo, Verany Bicu-do chegava para o tra-balho, em um prédio daRua Líbero Badaró. Na-

queles anos, ao redor de 1950,a via não era mais de paralele-pípedos. Como suas vizinhasdo Centro, havia sido asfalta-da. Verany estacionava seuFord cupê azul marinho, bemem frente ao prédio de 18 an-dares. “Abria a porta, descia docarro e entrava no elevador.”

Mais tarde, quando o sol ba-tia neste lado da rua, descia doescritório de corretagem deimóveis e mudava o automóvelde lugar. Estacionava no ladocom sombra. O prédio não ti-nha garagem. Quem pensavanisso, naquela época?

Os carros eram importados,custavam caro. Só pessoasbem postas podiam ter um. Apopulação andava de bonde ouônibus. Os que podiam, usa-vam táxi. Certas famílias ti-nham seu motorista de táxi deconfiança, para algumas oca-siões. Mas os automóveis parti-culares não eram, afinal, tão

poucos. E a atividade econômi-ca se concentrava no Centro.

Pouco mais tarde, a Prefei-tura proibiu o estacionamentonas ruas centrais, para facili-tar a passagem dos ônibus. NoCentro (de resto, em toda a ci-dade) não havia estaciona-mentos, muito menos edifí-cios-garagem. Onde, afinal,os motoristas estacionavam?

Verany, em seus 83 anos,nos conta como foi. “Eu desciaa Rua Dr. Falcão, e deixava ocarro na Praça da Bandeira,que era um grande espaço va-zio.” Sempre preocupado como sol em seu Ford. “Muitas ve-zes parava embaixo do Viadu-to do Chá, para aproveitar asombra.” Não existiam zonaazul, nem parquímetros. Cus-to zero, portanto.

Havia, é verdade, certos in-cômodos. Aquele grande es-tacionamento a céu abertonão era calçado. O chão se fa-zia de um tijolo socado que,quando chovia, sujava os sa-patos. Mas o pior era voltar apé para a Líbero Badaró. O per-curso exigia encarar o Largoda Memória, notável por sualadeira fortemente íngreme.

Os motoristas daquela par-te do Centro dispunham dodescampado, que não se es-gotava na Praça da Bandeira.Estendia-se até onde hoje estáo Palácio Anchieta, sede daCâmara Municipal, no ViadutoJacareí. Mas, e os dos outroscantos da Pauliceia?

Quem estava nos arredoresda Praça da Sé contava com apraça vizinha, a Clóvis Bevilá-qua (hoje unidas, com a esta-ção do metrô embaixo). Estatambém era uma área desim-pedida. Outro descampadosituava-se onde hoje está aPraça Roosevelt, entre asruas da Consolação e Augus-ta. Servia aos motoristas quechegavam a lugares próxi-mos, como a Avenida São Luise a Praça da República.

Um ou outro improvisadoestacionamento surgia emterrenos onde casas velhashaviam sido demolidas. Maistarde vieram os edifícios-ga-ragem. O primeiro condomí-nio (o usuário era dono de suagaragem) foi o Xavier de Tole-do, junto à rua de igual nome,na frente da Biblioteca Munici-pal. Bem perto do Largo da Me-mória. Motoristas que haviamenfrentado a penosa ladeirado largo agora podiam deixaro carro e usar o elevador.

Verany trabalhou um quar-to de século na Rua Líbero Ba-daró. No último ano, 1964, a ci-dade havia mudado. Os va-zios, como a Praça da Bandei-ra, estavam ocupados. Agora,ele deixava o carro no primei-ro edifício-garagem de SãoPaulo, a Garagem América.Inaugurada em 1958, na RuaRiachuelo, fica às costas daFaculdade de Direito do Largode São Francisco.

O automóvel de Verany, poraqueles dias, era um Chevro-let verde-garrafa, importado.Tinha que estar à disposição,para os deslocamentos reque-ridos pela corretagem de imó-veis. Mais tarde, em 1978, eletornou as coisas mais fáceis.Comprou um Volkswagen se-dã, o Fusca.

Verany nasceu em uma fa-mília de corretores. Seu pai,

Argemiro Bicudo, militou ati-vamente na profissão. Os doisfilhos, Verany e Newton, se-guiram-lhe os passos.

Argemiro construiu edifíciosna cidade. Nas ruas Conselhei-ro Carrão e Major Diogo, na Be-la Vista; e na Fernando de Albu-querque, na Consolação.

Um quarto prédio, na Rua Hu-maitá, com oito andares, foi fei-to com ajuda de Verany. Deta-lhe comum a to-dos: não tinhamgaragem. “Naépoca, nem sepensava em nis-so”, diz Verany. E,numa espécie de“mea culpa”: “Foium descuido detodosnós”. Aver-dade é que mes-mo notáveis edifí-cios de São Pauloforam feitos semprever o futuro.

Martinelli –Ou seja, que a fro-ta de poucos carros importadosda cidade chegaria aos sete mi-lhões atuais. Para citar dois ca-sos: o Edifício Martinelli, nossoprimeiro arranha-céu, de 1929,na Avenida São João com a RuaLíbero Badaró. E o Altino Aran-tes (“Prédio do Banespa”), naRua João Brícola, de 1947. Ga-

ragem? Não se pensou.Verany quase sentiu os efei-

tos do descuido na própria pe-le. Em 1960 separou-se damulher e foi morar no últimoandar do prédio da Rua Hu-maitá. Deixava o carro, umFusca branco, na porta.

Exposto a neblina e ao pó, ocarro branco ficava sujo. Mashavia na rua um homem quevivia de lavar os carros esta-

c i o n a d o s .“Quando eu pe-gava o automó-vel, de manhã,estava limpo”,r e c o r d a - s e oproprietário.

O passa r dot e m p o c e r t a-mente acabariamudando essasi tuação. Masem frente ao pré-dio ficava o gal-

pão de uma indústria, que aca-bou desativada. O lugar foiadaptado como estaciona-mento. Assim, Verany dispôsde uma vaga segura, coberta,em frente de casa. Pensandobem, sempre teve sorte paraestacionar o carro.

Lei – O que dificultou a cons-trução de edifícios-garagem,até a década de 1950, foi uma

lei federal. Ela não permitia queo proprietário de um prédio co-mercial vendesse as salas, e seestabelecesse um condomínio.Tudo o que podia fazer era alu-gá-las. Se fossem feitas gara-gens, estariam no mesmo caso.A venda e a criação de condo-mínio eram permitidos apenasem prédios residenciais. O do-no podia vender espaços que ti-vessem pelo menos sala, ba-nheiro e cozinha. Ou, no míni-mo, sala-dormitório, banheiro euma pia – as quitinetes.

Por essa época, o dr. MelloBarros, dono de um prédio daRua Sete de Abril, no Centro,pediu ajuda a Verany Bicudo, ocorretor de imóveis. Barrosqueria vender, não alugar, assalas de seu edifício. Veranyconta que ele e alguns colegasse empenharam em gestõesno Congresso Nacional, e dis-so resultou uma nova lei, queeliminava as restrições.

O primeiro a se beneficiar,em São Paulo, foi o CondomínioGaragem Automática Xavier deToledo, situado no número 1 daRua da Consolação, em frente àBiblioteca Municipal. Em terre-no que era da Santa Casa foiconstruído o prédio de 28 anda-res e 5 subsolos, com 426 gara-gens, e quatro elevadores.

LEI ANTIGALegislação impediavenda de imóveiscomerciais nacapital paulista.

SEM VAGAPrimeiros edifícioseram projetadossem vagas parave í c u l o s.

Page 10: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 201210 DIÁRIO DO COMÉRCIO

ATÉ O FINAL DO ANONo total, a Liberdade possui 427

luminárias japonesas – as'suzuranto'. Destas, 200 peças

serão trocadas até o final do ano.

ac spdi s t r i t ai s

GIrAgendas da Associação

e das distritais

Divulgação

Mais luz para a LiberdadeAs luminárias do bairro oriental paulistano, chamadas 'suzuranto', que estão

quebradas ou deterioradas serão substituídas até o final do ano. Uma reivindicaçãode comerciantes e moradores que lutam pela conservação e preservação da área.

Fotos: Érika Garrido/Hype

Liberdade aoanoitecer:lâmpadasapagadas emtoda aextensão daavenidaprincipal dobairro. Falta deluminosidadeaumenta asensação deinsegurança.

Rua com as tradicionais luminárias japonesas. Acima, à direita, peça com a sanca deteriorada.

André de Almeida

A maioria dasluminárias estádeteriorada e ospostes amassados edescascados.

JOSÉ AL ARICO REBOUÇAS,SUPERINTENDENTE DA

DI S T R I TA L CENTR O

As tradicionais lumi-nárias japonesas,que dão uma caraoriental ao bairro da

Liberdade, na região centralde São Paulo, estão sendotrocadas por novas. Instala-das no local desde o início dadécada de 1970, as peçaspassavam por um processode desgaste. A troca só estásendo possível, em grandeparte, graças à atuação daDistrital Centro da Associa-ção Comercial de São Paulo(ACSP), que há mais de umano tem encaminhado ofí-cios ao Departamento de Ilu-minação Pública da Prefeitu-ra de São Paulo (Ilume) recla-mando do estado de conser-vação e solicitando reparos.

As pr ime i ras peças co-meçaram a ser subst i tu í-das no mês passado . Nototal , a L iberdade possui4 2 7 l u m i n á r i a s j a p o n e-sas , as chamadas ' suzu-ranto ' . Destas , em tornode 200 peças serão troca-das até o f inal do ano. Ascem un idades que estãoem pior estado de conser-vação serão substituídasaté o próximo mês.

As novas luminárias têm vi-da útil de 30 anos, possuemtrês globos (e suas lâmpa-das), canga (suporte), e ospostes, que serão pintadosou substituídos, dependendodo estado em que se encon-tram. Mas lâmpadas de todaselas, inclusive as que estãoem bom estado, também se-rão trocadas. No lugar daslâmpadas de vapor de sódio,amarelas usadas hoje, entra-rão as de vapor metálico,brancas e semelhantes àsque existem na avenida Pau-lista, por exemplo, que gas-tam menos energia e ilumi-nam três vezes mais.

“A maioria das unidadesainda está deteriorada, comlâmpadas faltando, postesamassados e descascados eglobos sujos ou quebrados. Al-guma coisa tinha de ser feita,já que se trata de um símbolodo bairro”, afirmou o superin-tendente da Distrital Centro,José Alarico Rebouças.

Documentação – A últimatroca das lâmpadas e peçasna Liberdade foi em 2008,ano em que se comemorou ocentenário da imigração ja-

ponesa no Brasil. Na ocasião,227 luminárias foram substi-tuídas e várias outras passa-ram por reforma. De lá paracá, no entanto, o serviço deconservação ficou limitado apequenos reparos.

Preocupado com a visíveldeterioração de um dos maisrepresentativos símbolos dacultura japonesa no bairro,em maio do ano passado, osuperintendente designoufuncionários da Distrital Cen-tro para uma importante mis-são: percorrer as ruas da Li-berdade à noite e fotografaras luminárias que apresen-tassem problemas.

“Naquela época, duranteum evento que teve a presen-ça do prefeito Gilberto Kassab,pedi para que a situação fosseresolvida. Muitos moradores ecomerciantes da Liberdadeestavam preocupados com afalta de iluminação e a sensa-ção de insegurança que issotransmite”, contou Alarico.

Ofícios –O superintendentecomeçou então a encami-nhar ofícios, sempre com asfotos anexas, para a Ilume,denunciando a situação e pe-dindo que providências fos-sem tomadas. Os pedidos fo-ram acrescidos de visitaspessoa i s e t e l e fonemasconstantes para o órgão. Atéo início do mês passado, emtorno de 20 ofícios já haviamsido encaminhados.

A providência tomada porAlarico foi adotada tambémpelo empresário e presiden-te da Associação Cultural eAssistencial da Liberdade(Acal), Hirofume Ikesaki, quebombardeou a Prefeituracom mais uma quantidadeconsiderável de ofícios e soli-citações. “A Liberdade é umbairro turístico da cidade e,como tal, deve ser preserva-do. A revitalização das peçasirá colaborar para preservara história”, afirmou.

Vias – De acordo com a Se-

cretaria de Serviços do muni-cípio, a troca, manutenção elimpeza das peças acontece-rão nas seguintes vias: ruasGalvão Bueno, Barão de Igua-pe, da Glória, Tomas Gonzaga,dos Estudantes, dos Aflitos,Américo de Campos, Fagun-des e São Joaquim; viadutosCidade de Osaka e Mie Ken;Jardim Oriental, largo da Pól-vora e praça da Liberdade.

As unidades que não serãosubstituídas agora, pois já fo-ram trocadas em 2008, rece-berão lâmpadas de vapormetálico. Segundo nota daSecretaria de Serviços, “asmanutenções continuarão aser feitas constantemente,inclusive de forma preventi-va, o que inclui a pintura depostes e lavagem de globos,além da troca de lâmpadasque apresentarem menorrendimento”. Mesmo com asprovidências sendo toma-das, Alarico finalizou “conti-nuaremos vigilantes”.

Ideia inicial eracopiar Chinatown

As primeiras luminárias japonesas,chamadas 'suzuranto', começaram a serinstaladas na Liberdade a partir da década

de 1970, quando a Prefeitura iniciou um planopara transformar o bairro em um ponto turístico. Aideia, a princípio, era copiar a região deChinatown, de Nova York, nos Estados Unidos.

As peças, que anteriormente eram de vidro,foram aos poucos sendo trocadas pelas depolietileno. As mais recentes agora têm aço emsua composição. Os suportes das luminárias(cangas) têm 1,81 metro de comprimento,avançando sobre as ruas, 25 centímetros delargura e 27 centímetros de altura. A canga, como globo instalado, fica a 4,78 metros do chão. Osnovos conjuntos foram comprados da empresaNewlux, a mesma que forneceu as atuaisluminárias da avenida Paulista. (AA)

Hoje� Norte – Às 9h30,encontro de candidatos avereador e entidades,apresentação dasprincipais necessidades ereivindicações da região.Rua Jovita, 309.Confirmações: 2973-3708/2979-4504 [email protected].

Quinta� Penha – Às 19h30, 21ªreunião ordinária ehomenagem aoscomerciantes. AvenidaGabriela Mistral, 199.

� Santo Amaro – Das 10hàs 17h, sessão deNegócios em parceria comSebrae. Esporte ClubeBanespa, rua SãoSebastião, 276.Inscrições: 3253-2133(ramal 220) [email protected]

Sábado� Santo Amaro – Das 9h às16h, Feira da Saúde 2012.Casa de Cultura PalhaçoCarequinha, rua ProfessorOscar Barreto Filho, 252,Parque América, Grajaú.

Page 11: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 2012 11DIÁRIO DO COMÉRCIO

facespregionais

Piracicaba conta a históriado empreendedorismo

Memorial, instalado na sede da associação comercial, usa da tecnologia e dainteratividade para mostrar imagens e fatos sobre a trajetória econômica da cidade.

Fotos: Departamento de Comunicação da Acipi

Jorge Aversa Júnior(acima), ex-presidente

da Acipi, idealizou omuseu, que tem grande

parte de seu acervodigitalizado.

As principais atrações da Linha do Tempo são as fotos, artigos, anúncios, objetos de época e pinturas

Arquivo/DC

O Museu do Futebol inspirou o memorial

Arquivo/DC

O rio Piracicaba,principal pontoturístico dacidade, também élembrado nomemorial .

André de Almeida

A própria Acipi estáretratada nomemorial, pois suaatuação marcou oprogresso dacidade.

MA R LY PERECIN,COORDENADOR A TÉCNIC A

Resgatar a história doempr eendedor ismoem Piracicaba, no In-terior paulista, des-

de a fundação da cidade, em1767, até os dias atuais. Este éo principal objetivo do Memo-rial do Empreendedorismoinaugurado no início do mêsna sede da Associação Comer-cial e Industrial de Piracicaba(Acipi), criadora do projeto. Omuseu é o primeiro com estatemática no Brasil a ser im-plantado dentro de uma asso-ciação comercial.

Idealizado pelo ex-presiden-te da Acipi, Jorge Aversa Júnior,atual presidente do Conselho

Consultivo da entidade, o me-morial começou a ser concebi-do há dois anos. "O museu trazregistros históricos e informa-ções sobre o município, que jánasceu com vocação empre-endedora", disse Aversa. A ci-dade foi fundada por AntônioCorrea Barbosa, que, ao che-gar, reparou na madeira detamboril e passou a explorá-lapara a construção de barcos.

De acordo com o dirigente,uma comissão da Acipi visitouvários museus em São Paulo,entre eles o Espaço Catavento eo Museu da Lingua Portuguesa.

"Mas nós nos inspiramos no Mu-seu do Futebol, no Pacaembu,que é interativo e tem grandeacervo digital. Investimos emnovas tecnologias e esperamosque o nosso memorial fomen-tar cada vez mais o empreen-dedorismo no município".

Conceito -Os grandes desta-ques do memorial de Piracica-ba são a interatividade e gran-de parte do acervo digitaliza-da. Para o desenvolvimentodo conceito do museu, a Acipirecebeu a consultoria de pro-fissionais do próprio Museu doFutebol. Já o desenvolvimentodo projeto e do conteúdo tevea coordenação técnica da his-

t o r i a d o r aMarly There-zinha Germa-no Perecin.

No museu,uma linha dotempo traz in-formações so-bre os aconte-cimentos im-portantes re-lacionados aoem pree nde-dorismo e àhistória de Pi-

racicaba. As principais atra-ções, além dos recursos tecno-lógicos, são as fotos, artigos,anúncios, objetos de época epinturas. "A própria Acipi estáretratada no memorial, poissua atuação também marcou odesenvolvimento do empreen-dedorismo e o progresso da ci-dade", disse Marly.

Percurso -Ao entrar no espa-ço, um vídeo de boas vindas,com o jornalista Cid Moreira, re-cebe o visitante, que, virtual-mente, atravessa o rio Piracica-ba, talvez o mais importanteponto turístico da cidade. A se-

guir, painéis mostram o cresci-mento econômicoe aevoluçãodo empreendedorismo na cida-de até os dias atuais, semprerelacionados com a conjunturado País e do mundo.

A linha do tempo, segundoMarly, pode ser dividida emduas fases: antes e depois dafundação da Acipi, em 1933. Oconteúdo referente ao século18 mostra, principalmente, osprimeiros investimentosem Pi-racicaba; depois, os engenhosde cana de açúcar, no século19; o crescimento industrial noséculo 20; e a criação dos distri-tos industriais neste século.

"Nosso público é formadopor pessoas de todas as ida-des, desde os mais velhos, quevivenciaram alguns dos acon-tecimentos retratados, até osmais jovens, que desejam co-nhecer um pouco da históriado empreendedorismo na ci-dade", afirmou o ex-presiden-te da Acipi. "Como a visão dia-lética da história é muito rápi-da, atualmente o aprendizadotem que ser instantâneo, daínossa opção pelo acervo digi-tal e pela inclusão da tecnolo-gia", explicou Marly.

"Este museu ficará marcadode uma maneira muito espe-cial na história da cidade. AAcipi, enquanto entidade re-presentativa, se esmerou noprojeto, que trará muitas sur-presas positivas. As pessoasestão em busca de iniciativasque tragam conhecimento",completou a diretora culturalda Acipi, Celisa Amaral Frias.

O Memorial do Empreende-dorismo fica no segundo andarda Acipi, na rua do Rosário, 700.Informações e agendamentospelo telefone (19) 3417-1766.A entrada é gratuita.

Associação comercialnasceu em 1933

Fundada em 9 de julho de 1933, aAssociação Comercial e Industrial dePiracicaba (Acipi) representa na

cidade os interesses das empresas docomércio, indústria e serviços. Aentidade, cujo primeiro presidente foi LuizDias Gonzaga, oferece produtos eserviços que são importantesferramentas para complementar asatividades comerciais de seus 3,3 milassociados, permitindo que acompanhemum mercado cada vez mais competitivo.

A entidade desenvolve treinamentos,reuniões de interesse público,consultorias, cartão de descontos,

estágios, comércio internacional,proteção ao crédito (SCPC), convênios,cooperativa de crédito e parcerias comuniversidades e entidades.

A Acipi tem como uma de suas principaiscaracterísticas a capacitação da mão-de-obra local, para que Piracicaba continuesendo referência em diversificação deprodutos e atendimento na suamicrorregião. Com diretoria e conselhosque trabalham voluntariamente, aentidade também está representada eenvolvida em discussões de temasimportantes para o município e dointeresse da comunidade. (AA)

DESDE A FUNDAÇÃOAs exposições retratam o

empreendedorismo piracicabanodesde a fundação da cidade, em 1767,

até os dias atuais.

Programa de Distritos Industriais

Ovice-presidente da Fa-cesp Gino Torrezanreuniu-se, na Assem-

bleia Legislativa, com o depu-tado Itamar Borges, coorde-nador da Frente Parlamentardo Empreendedor ismo eApoio às Micro e PequenasEmpresas, para apresentarproposta e discutir o Progra-ma de Distritos Industriais emCidades do Estado. A propostaprevê parcerias entre municí-pios, Governo do Estado e em-presários, para a implantação

de minidistritos, com infraes-trutura e serviços de apoioempresarial às micro e peque-nas. Poderão participar, tam-bém, órgãos de fomento, domeio ambiente, de desenvol-vimento regional, secretariase entidades empresariais.

O deputado manifestou seuapoio e se prontificou a buscarapoio também na secretaria deEstado do DesenvolvimentoEconômico, Ciência e Tecnolo-gia. Itamar Borges adiantouque já solicitou o levantamento

de todos os Projetos de Lei rela-cionados ao tema, para avaliara conveniência de promoveruma reunião ou audiência pú-blica sobre políticas públicaspara distritos industriais. Parti-ciparam da reunião Olival Al-meida, assessor de superinten-dência da Facesp, Carlos Antô-nio De Agostino, consultor jurí-d i c o d a F a c e s p / A C S P ,entidades signatárias do Ter-mo de Cooperação e SilvérioCrestana, Secretário Executivoda Frente Parlamentar.

Page 12: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 201212 DIÁRIO DO COMÉRCIO

E M C A R T A Z

A LTA

Hebe já está em casa

I LUSTRAÇÃO

SUPER MARIO MINIMALISTADe quantos detalhes você precisa para recordar os personagens que marcaram sua infância? Fred Yang aposta

no minimalismo para homenagear figuras das séries Pokémon, Power Rangers e o Super Mario. Veja mais no site.http://society6.com/Der fGnay/prints

'Cartas na Manga' exibeobras de André GonzagaDalata. Matilha Cultural.

Rua Rego Freitas, 542.G rátis.

C LIMA

São Paulo mais friaSão Paulo voltou a regis-

trar ontem a tempera-tura mais fria do anoaté agora, com 8,8°C

medidos durante a madrugadano Mirante de Santana, na zonanorte, informou o Instituto Na-cional de Meteorologia (Inmet).A marca ficou 0,1°C abaixo daverificada na madrugada de sá-bado. Por volta das 16h, os ter-mômetros marcavam 16,8°C,abaixo da máxima prevista pe-lo Inmet para o dia, de 18°C. Àdir., manhã fria no Centro.

Nas estações do CGE (Cen-t r o de Ge renc i amento eEmergências), da Prefeitu-ra, os termômetros tambémregistraram valores baixosna madrugada. Itaim Paulis-ta, na Zona Leste, e Pirituba,na Oeste, foram os bairrosque t i veram as menorest e m p e r a t u r a s – 7 , 3 ° C e7,5°C, respectivamente.

De acordo com o CGE, a umi-dade relativa do ar oscilava

em torno dos 60% e a nebulo-sidade aumentou no decorrerda tarde em função de ventosúmidos vindos do oceano.

Previsão – A semana começafria e úmida na região metro-politana, segundo a CGE. Ho-je, de acordo com a Climatem-po, a nebulosidade deve au-mentar, com possibilidade degaroa durante o período da

manhã. Depois, a previsão éde chuvas alternadas com pe-ríodos de melhoria, inclusive ànoite. Os termômetros devemvariar entre 10°C e 15°C.

Campos do Jordão, no Valedo Paraíba, voltou a ter geadasmoderadas na madrugada deontem, com mínima de 0,6°C.Às 15h45, os termômetrosmarcavam 14,8°C. (Agências)

Lee Jae-Won/Reuters

NA LAMA - Mulher brinca no Festival da Lama de Boryeong ( Coreia do Sul), realizadona praia de Daecheon. Mais de dois milhões de turistas (locais e estrangeiros) aproveitarama festa, que nasceu há 13 anos, no embalo da fama da lama local – ela faria bem à pele.

A apresentadora HebeCamargo teve alta doHospital Albert Einstein noinício da tarde de ontem e jáestá em casa. A informação

foi confirmada pelo hospital,onde ela deu entrada nasexta-feira. Hebe teria feitoalguns exames, mas nãoforam informados quais.

www.dcomercio.com.br

VISUAIS

Motocicletasalém do tempoDan Tanenbaum, do

Canadá, recicla velhosrelógios e os transforma emdetalhadíssimas esculturas

de motocicletas vintage.http://bit.ly/NqxpgO

HU

MA

NO

IDES

Este robô da MekaRobotics serve drinks

e é a estrela de uma sériede fotos de Josh Meister,

dos laboratóriosGeorgia Tech.

http://bit.ly/NmCDLN

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Page 13: Diário do Comércio

CAIXA 113

O seu consultor financeiro

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 2012

economia

Esteja preparadopara surpresas

na bolsa

O volume dei n fo r m a ç õ e stem sido uma

dificuldade atépara investidores

institucionais .BRU C E MESCHER,

DA DELOIT TE

ATENÇÃO ÀS PERSPECTIVAS E AOS CONCORRENTESO professor do Laboratóriode Finanças da Fundação Ins-tituto de Administração (FIA)Keyler Carvalho Rocha lem-bra que é melhor para a pes-soa física investir em umaempresa que já conhece. Eladeve saber, entre outras in-formações, quais são as pers-

pectivas para a companhia equem são seus concorrentesnacionais e internacionais."Não dá para eliminar o risco,mas é bom poder identificarse a ação caiu porque a em-presa vai mal ou se foi porproblemas conjunturais domercado de ações", afirma.

Quando uma ação sobemuito rápido ou cai na mes-ma velocidade, primeiro de-ve-se observar se essas varia-ções têm fundamentos. "Emmuitos casos, a bolsa podecair por outros motivos, co-mo a realização de lucros. Ho-je, 33% do capital na bolsa

são dos estrangeiros. Às ve-zes, a crise na Europa faz comque eles fiquem com maioraversão ao risco e saiam domercado. Este movimentoafeta os papéis momenta-neamente", diz Gabriel Ma-tos, consultor de investimen-tos da Geração Futuro.

Rocha, da FIA, recomendaa quem não tem experiêncianem conhecimento sobre in-vestimentos no mercado deações e tempo para acompa-nhar as oscilações que invistaem fundos de ações ou de ín-dices (ETFs – Exchange Tra-ded Funds). Um deles acom-

panha a evolução das empre-sas que fazem parte do Ibo-vespa, principal referênciada bolsa. "É uma maneira deo investidor se familiarizarcom as empresas, até o mo-mento que sentir segurançapara comprar ações indivi-dualmente", observa.

Saber que ações são investimentos de longo prazoajuda a enfrentar quedas bruscas dos papéis

Brendan McDermid/Reuters

RE JA N E TA M OTO

apenas dois dias de junho (27e 28). O tombo da petroleira foiprecedido de troca de coman-do da empresa, que passoupara Luiz Eduardo GuimarãesCarneiro, que era CEO do esta-leiro OSX, do mesmo grupo. Arecuperação da ação, foi maislenta, de 15,25% até a últimasexta-feira. Especialistas ex-plicam que o caso ilustra bemo peso das expectativas sobreum papel de uma empresamais exposta ao risco. A divul-gação de que a produção daOGX – uma empresa em fasepré-operacional – será de 5 milbarris, menor do que a espera-da frustrou os investidores.

Um mar dei n fo r m a ç õ e s

O risco da empresa, no en-tanto, não era desconhecido.A frase "a companhia poderánão conseguir alcançar seusobjetivos de exploração e pro-dução" está na página 15 daseção 4.1 do Formulário de Re-

ferência da OGX, um docu-mento de 281 páginas, que éde divulgação obrigatória pe-las companhias abertas.

"As informações estão lá ehá muito espaço paraescrever sobre osr i s c o s . M a sacho que hádi vul gaç ãoe xc es si va .O que cos-tuma fa l-tar nestesf o r m u l á-rios é justa-mente o ris-co mais im-portante. Noq u e v o c ê s f o-cam? Qual a sua his-tória?", questiona o só-cio-líder de Global IFRS and Of-ferings Services da Deloitte,Bruce Mescher, sem mencio-nar empresa específica.

A constatação de Mescherreflete o que boa parte dosexecutivos de Relações comInvestidores (RIs) de 42 em-presas reconheceram ao se-

rem questionadospara estudo fei-

t o p e l a D e-loitte, com

o apoio doI n st i t ut oBr as il ei-ro de Re-l a ç õ e scom In-v e s t i d o-

res (Ibri),nos meses

d e a b r i l emaio. Segun-

do a pesquisa so-bre a qualidade das in-

formações das companhiasabertas, 51% dos RIs achamque há muito o que melhorarnos relatórios corporativos.

Desses, 15% afirmaram queas informações publicadassão extensas e não dizem mui-to. Esse mesmo percentual deRIs, em respostas qualitati-vas, disse que as empresasprecisam falar mais sobre asestratégias de longo prazo ede como gerenciam riscos.

C o n h e c i m e n toajuda decisão

Segundo Mescher, há muitainformação sobre riscos e pou-co sobre como gerenciá-los – eisso é o que importa desde oscasos de escândalos de gover-nança corporativa deflagra-dos na crise de 2008. O fato éque a informação não resolvetodos os problemas associa-dos ao risco aos quais o inves-tidor está exposto. "Não resol-ve problemas de transparên-cia e de governança. Mas aju-da o investidor a tomar umadecisão. Na minha opinião, onível de sofisticação dos da-dos das companhias abertas é

alto e a pessoa física precisaaprender a lê-los ou ser asses-sorada por um profissional. Ovolume de informações temsido uma dificuldade até parainvestidores institucionais."

A pesquisa mostrou que,por outro lado, a maioria dasempresas prioriza o contatocara a cara com o investidor:67% agendam até 100 reu-niões por ano, enquanto 27%fazem de 101 até 200 encon-tros anuais. Nem por isso ascompanhias deixaram de usara tecnologia para se comuni-carem com seus investidores,já que 64% dos RIs disseramque o site na internet foi o ca-nal que mais cresceu nos últi-mos três anos.

"As companhias têm manti-do uma área específica paraatender à pessoa física, sejanas respostas de dúvidas pore-mail até gravações de men-sagens na internet sobre es-tratégias. Aos poucos, a sofis-ticação da pessoa física temcrescido, em razão de nossascampanhas", diz o presidentedo IBRI, Ricardo Florence.

Gabriel Matos, consultor deinvestimentos da Geração Fu-turo, lembra que também étrabalho da corretora prover apessoa física de informações,seja por meio de relatórios, empalestras, pela internet ou pe-lo atendimento telefônico.

O consultor lembra que aação da OGX é bastante ex-posta ao risco e muito usadapor investidores que operamno curto prazo. "Costumamosnão recomendar essa formade operação para a pessoa físi-ca", diz. Ele afirma que orientao cliente a montar uma cartei-ra que tenha diferentes aplica-ções de curto e de longo prazo.Na bolsa, recomenda investi-mento longo, acreditando nocrescimento da empresa porfundamentos financeiros eeconômicos. Quem costumaoperar no curto prazo utiliza aanálise gráfica, que consisteno estudo do comportamentodo preço da ação por meio degráficos, sem considerar osfundamentos da companhia.

Fatos, especulações eexpectativas estão atodo momento movi-mentando o mercado

de ações. Mas se a alta ou aqueda do preço de um deter-minado papel for exagerada emuito rápida, não tem jeito: omovimento normalmente vaipegar o pequeno investidor desurpresa, mesmo que ele seinforme muito bem sobre acompanhia na qual investe.

Em um momento como es-se, é preciso fazer a lição decasa de quem investe na bol-sa. Especialistas em finançaslembram que o pequeno in-vestidor deve sempre reava-liar sua carteira, diversifican-do-a em diferentes empresase setores da economia paraevitar prejuízos grandes. "Te-mos um fundo programadocom 3,5% a 4% de ações daOGX Petróleo na carteira, deum total de R$ 500 milhões. Adiversificação e a pequenaparticipação desses papéis fi-zeram com que sua queda nãoproduzisse impacto grande nanossa rentabilidade", afirma oconsultor de investimentos daGeração Futuro Gabriel Ma-tos, referindo-se à derrocadasuperior a 40% que os papéisda empresa do grupo de EikeBatista acumularam em ape-nas dois dias no fim de junho.

Também é importante oaplicador ficar atento ao prazodo investimento. Se for longo,vale a pena prestar mais aten-ção aos fundamentos dascompanhias do que nas oscila-ções dos papéis. Outra obser-vação interessante é refletirsobre o próprio perfil: quemnão entende muito sobre essetipo de investimento deveconsiderar comprar cotas defundos de ações ou de índices,em vez de operar individual-mente. Se a resistência a per-das é zero, o jeito é diversificarna renda fixa.

O caso mais recente de que-da brusca na bolsa foi exata-mente o das ações da OGX,que despencaram 45% em

Tobias Schwarz/Reuters

Page 14: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 201214 -.ECONOMIA DIÁRIO DO COMÉRCIO

CAIXA 1O seu consultor financeiro

economia

AG E N DA

16 S e g u n d a - fe i ra

O Banco Central divulgaa pesquisa Focus, comprojeções de analistas.

19 Q u i n t a - fe i ra

Divulgação da ata da últimareunião do Copom, com as

razões para a queda do juro.

20 S ext a - fe i ra

Sai resultado de julho doIPCA-15, espécie de prévia

da inflação do IBGE.

Bolsa TEM BAIXAna semana

ABM&FBovespa con-seguiu interrompera sequência de qua-tro quedas segui-

das e terminou a sexta-feirano azul. O mérito foi atribuídoà alta das ações da Petrobras,após o reajuste do dieselanunciado na véspera. A di-vulgação no fim da noite dequinta-feira do Produto Inter-no Bruto (PIB) da China ani-mou os investidores, ao mos-trar que a desaceleração docrescimento está ocorrendode forma gradual. Além disso,o bom desempenho em NovaYork, em razão de resultadoscorporativos, também pesoupositivamente.

Com isso, o Ibovespa encer-rou a sexta-feira com ganhode 1,7%, em 54.330 pontos.Na semana, no entanto, o ín-dice não conseguiu reverteras perdas (-1,92%). No mês eno ano os recuos são de 0,04%e 4,27%, respectivamente.O giro financeiro ficou emR$ 5,666 bilhões.

As ações da Petrobras en-cerraram com valorização de

5,63% (ON) e 5,22% (PN). Naquinta-feira, a estatal infor-mou que irá promover umreajuste de 6% no preço devenda do diesel nas refina-rias. O aumento é o segundono prazo de apenas três se-manas e o novo valor vigoraráa partir de hoje.

Vale ON registrou ganho de2,13% e PNA subiu 1,84%, in-fluenciada pela alta do me-

tais, que também foram im-pactados pelo fator China.

O país asiático informouque o Produto Interno Bruto(PIB) cresceu 7,6% no segun-do trimestre do ano, dentro doesperado. A produção indus-trial apresentou expansão de9,5% em junho ante o ano an-terior e abaixo das expectati-vas. Esses números confirma-ram que a desaceleração eco-

nômica está ocorrendo de for-ma gradual, mas tambémfizeram crescer a possibilida-de de que o governo do paísadote políticas de incentivo àeconomia.

Em Nova York, o tom foi di-tado ainda pelo resultado doJP Morgan acima do esperadono segundo trimestre desteano. O índice Dow Jones en-cerrou com ganho de 1,62%,o S&P 500 subiu 1,65% e oNasdaq avançou 1,48%.

No fechamento de sexta-feira, a cotação do mercado àvista de balcão f icou emR$ 2 ,037 , com perda de0,15% no dia. Na semana, amoeda subiu 0,3%. (AE)

Page 15: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 2012 15DIÁRIO DO COMÉRCIO

Em SP, preços dos imóveis nas alturas.Apesar da demanda mais fraca, supervalorização do metro quadrado de imóveis novos de alguns bairros mantém a média de preços elevada na Capital.

Renato Carbonari Ibelli

Oprocesso de eleva-ção de preços dosimóveis novos nacidade de São Pau-

lo está longe de atingir um es-tado de acomodação. Emborana média as altas atuais sejammenores, quando compara-das às do ano passado, os va-lores do metro quadrado de al-guns bairros da Capital paulis-ta ainda contribuem paramanter os preços das unida-des distantes de um patamarde estabilidade.

Para Luiz Paulo Pompéia, di-retor da Empresa Brasileira deEstudos de Patrimônio (Em-braesp), os preços encontra-dos hoje em imóveis à vendaem regiões como o Alto da La-pa, Campo Belo, Bela Vista eVila Madalena, "extrapolamos limites".

Nos últimos 24 meses, porexemplo, o bairro da Bela Vis-ta, na região central de SãoPaulo, recebeu cinco lança-mentos de unidades com doisdormitórios. O preço médio dometro quadrado desses em-preendimentos atingiu osR$ 7,6 mil. No mesmo período,o bairro de Moema (na zonaSul da cidade), considerado de

alto padrão, recebeu um em-preendimento de dois dormi-tórios, cujo preço do metroquadrado médio foi de R$ 7,3mil. "A valorização da Bela Vis-ta pode indicar um princípio depreocupação da região doCentro. Ainda assim os preçospraticados por lá estão exage-rados", diz Pompéia.

Trazendo para uma realida-de mais próxima, os dados daEmbraesp mostram que, nosprimeiros cinco meses de2012, o preço médio do metroquadrado dos imóveis de doisdormitórios no bairro de Cam-po Belo, também na zona Sulda cidade, atingiu a casa deR$ 9,7 mil. No bairro do Mo-rumbi (ainda na zona Sul), emigual período, o valor médio foide R$ 4,2 mil.

Escalada – As estatísticas daEmbraesp revelam ainda queo processo de escalada dospreços também foi mais acele-rado no Campo Belo do que noMorumbi. Em 24 meses, consi-derando os anos de 2010 e2011, a média do metro qua-drado de empreendimentosde dois dormitórios no CampoBelo foi de R$ 7,3 mil. De janei-ro a maio de 2012, como jáapontado, a média subiu paraR$ 9,7 mil, ou seja, quase 25%de aumento. No Morumbi, es-

O mercado é cíclico. Em 2011, tivemos muitos lançamentos. Para este ano, não teremos tanto.Luiz Paulo Pompéia, diretor da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônioeconomia

Paulo Pampolin/Hype

Lançamentos:especialistaavalia quepreços dosimóveis novosem São Pauloextrapolamtodos oslimites.

sa elevação foi de 15% nomesmo período, consideran-do que o preço médio em 2010e 2011 foi de R$ 3,7 mil, subin-do para os R$ 4,2 mil nos pri-meiros cinco meses do ano.

Quando considerado todo omunicípio, os preços do metroquadrado dos imóveis novos –independentemente do nú-mero de dormitórios da unida-de – cresceram 6,3% nos cincoprimeiros meses de 2012, se-gundo as estatísticas do Sindi-cato da Habitação (Secovi). Avalorização é menor do que avista em igual período do anopassado, quando a alta haviasido de 10%.

Ainda assim, para Luiz PauloPompéia, o estoque elevado ea demanda mais fraca deve-riam resultar em valorizaçãoainda menor ao longo desteano. Mas as supervaloriza-ções localizadas em algumasregiões ajudam a segurar amédia dos preços em patamarde constante elevação.

Para o final do ano, Pompéiaespera um crescimento umpouco mais fraco dos preços."As vendas não são mais asmesmas dos anos anteriores.No período entre 2007 e 2011,se vendia em um único mês oesperado para se vender emseis meses. Hoje, a demanda émenor", afirma o diretor daEmbraesp.

Equilíbrio – Por outro lado, deacordo com Pompéia, o recuona oferta de unidades tende aequilibrar os lançamentos àrealidade de uma demandamenor, o que deve seguraruma elevação dos preços. "Omercado é cíclico. Em 2011, ti-vemos muitos lançamentos.Para este ano, não teremostanto", diz.

Nos cinco primeiros mesesdo ano, segundo dados do Se-covi, o número de lançamen-tos na cidade de São Paulo re-cuou 31,4%. Foi o menor pata-

mar desde maio de 2009.O Secovi projeta, para o final

de 2012, uma alta entre 10% e15% nos preços dos imóveisnovos na Capital paulista. A

valorização é menor do que aocorrida no ano passado,quando a elevação no valordas unidades havia sido de26% sobre o ano de 2010.

Número de processosaumenta em maio na Capital

Onúmero de ações loca-tícias protocoladas emmaio último no Tribu-

nal de Justiça do Estado de SãoPaulo cresceu 15% ante abril,segundo levantamento reali-zado pelo Secovi-SP (o sindi-cato da habitação). O levanta-mento foi feito no Fórum da ci-dade de São Paulo e apontaque foram registrados 2.040processos, ante os 1.774 domês anterior. Em relação amaio de 2011, quando tinhamsido abertos 1.757 processos,a alta foi de 16,1% (confira noquadro ao lado).

Esse crescimento do núme-ro de processos não chega asurpreender Jaques Bushats-ky, diretor de Legislação do In-quilinato do Secovi-SP. "Todosos índices de inadimplência domercado estão em alta. De-morou um pouco, mas o mer-cado de locação residencialtambém foi contaminado",afirmou Bushatsky.

No mês de maio, a falta depagamento continuou res-pondendo pela maioria dosprocessos. Com 1.591 ações,a inadimplência correspon-deu a 78% do total de ações domês. A alta verificada em maio

contribuiu para o aumento donúmero de ações locatíciasneste ano. De janeiro a maio,foram protocoladas 8.998ações, um crescimento de11,5% em relação ao volumedos cinco primeiros meses de2011, que foi de 8.069 ações.

Habite-se eletrônico – Nasexta-feira, o prefeito de SãoPaulo, Gilberto Kassab, falou,como convidado do Núcleo deAltos Temas (NAT) do Secovi-SP, sobre as inovações tecno-lógicas que estão em curso pa-ra agilizar a aprovação de em-preendimentos imobiliários.

"Na próxima segunda-feira(hoj e), já entrará em vigor oHabite-se eletrônico", infor-mou Kassab. Isso significa queo certificado de conclusão deobra poderá ser feito pela In-

ternet.O processo ficará centrali-

zado na Secretaria das Sub-prefeituras, mas as diversassecretarias envolvidas terãonúcleos encarregados de in-formar se todas as exigênciasforam cumpridas. Vencida es-sa etapa, o Habite-se sairá ele-tronicamente. "Esperamosque esse trâmite não demoremais do que cinco dias", ga-rantiu Alfonso Orlandi Neto,responsável pelo órgão de Su-pervisão Geral de Uso e Ocu-pação de Solo (Sguos), da Se-cretaria de Coordenação dasSubprefeituras, também pre-sente ao evento, ao lado de vá-rios secretários municipais.

Segundo o Secovi-SP, a Pre-feitura pretende criar a Secre-taria de Licenciamentos.

Segundo Secovi-SP, ações na Justiça subiram 15% em maio em relação a abril.

Daniel Teixeira/AE

Nos primeiroscinco meses desteano, o total deações da área dehabitação chegoua 8.998 na cidadede São Paulo.Esse total superao número doscinco primeirosmeses de 2011.

Page 16: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 201216 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Esse público busca uma experiência gastronômica completa e especial.Régis Pina, gerente de marketing da Cia.economia

Sanduíche com pitada de sofisticaçãoRedes de hambúrgueres e sanduíches investem em chapeiros 'gourmets' e ambientes arquitetônicos arrojados para atenderem consumidores exigentes

Karina Lignelli

60% do faturamento das fran-quias. "Em boa parte, essesnúmeros se devem às duasmaiores operações de fran-quias de alimentação do Brasil(Bob's e McDonald's). Elasmoldaram o mercado e se ca-racterizaram pelo faturamen-to altíssimo, derivado de umgrande fluxo de clientes – enão por conta de um tíquetemédio mais alto", informou oespecialista.

Enzo Donna, que é diretorda ECD Consultoria, especiali-zada em Food Service, explicaque, hoje, em termos de mar-cas – já que a maioria é forma-da por estabelecimentos úni-cos ou expressivamente pe-quenos –, se houver 20 ou 25lanchonetes nesse conceitosofisticado "é muito". Mas atendência, diz ele, é que setransformem em um universobastante consistente em maisou menos dois anos.

"Não é como o caso das pa-darias que vendem refeições,uma tendência consolidadaque hoje representa 40% dofaturamento desses estabele-cimentos", explica. Esse novoformato de 'hamburgueria',em que o lanche faz um linkcom o ambiente, é uma res-posta do mercado a esses no-vos consumidores, jovensadultos entre 20 e 30 anos queevoluíram para um consumosofisticado muito além do"lanche de saquinho".

O especialista alerta aindaque, para o em-preendedor, ocusto de mon-tagem nesse ti-po de negócio éalto, devido àsi n s t a l a ç õ e smais caras e,para recuperaro capital, o pe-r íodo é dois atrês anos.

Tudo isso re-flete no preço'salgado' dos lanches, quecustam, em média, R$ 25."Sanduíche dá lucro e essasmudanças colaboram paraaumentar seu valor agregado.É uma experiência de consu-mo nova para um produto an-tigo, que se transforma em'obra de arte'. Por isso, custacaro, mas o consumidor pagacom prazer", frisa.

Retrô – A Lanchonete da Ci-dade, da Cia.Tradicional doComércio (que inclui a PizzariaBráz e os bares Astor e Pirajá),por exemplo, é um caso clássi-co, de aposta na originalidadepara se destacar da concor-rência. Com cinco unidades naCapital, sempre localizadasem regiões nobres – a mais re-cente foi inaugurada na RuaAmauri, no Itaim. A Lanchone-

te da Cidade mistura o ar "re-trô" dos estabelecimentos debalcão de fórmica dos anos 60,com arquitetura modernista.Tudo para oferecer o melhorem termos de hambúrguer,para um público que "buscauma experiência gastronômi-ca completa e especial", se-gundo o gerente de marketingda Cia., Régis Pina. Vide oscampeões da casa, como oHambúrguer Bombom, que le-va molho de tomate fresco, ouo Bombom à La Presse, com ro-delas de mussarela de búfala e

tomate caqui,ambos prepa-rados com pi-canha e fraldi-nha frescas re-cebidas diaria-m e n t e –qualidade queé " o b s e s s ã opara a equipe",garante Pina.

"Esse consu-midor não secontenta mais

com um bom produto, que jánão é fácil de encontrar. Elequer um serviço eficiente, umambiente bem desenhado,bem cuidado e casual – alémdo mais raro de encontrar: ahospitalidade da equipe, parafazer com que o cliente se sin-ta 'em casa'".

Familiar – No caso da peque-nina lanchonete da Vila Maria,na Zona Norte, que existe des-de 1969, o negócio foi amplia-do. A Dizzy abriu caminho parauma outra "irmã", localizadana Av. Braz Leme, área nobreda região. Os irmãos Marcius eMarcus Vinícius Temperani,que herdaram a Dizzy do pai,optaram por expandir o negó-cio "chamando bastante aten-ção do público".

Convocaram bons arquite-

tos, investiram no ambiente"futurista, arejado" de 200lugares, com iluminação in-direta, pé direito alto e mui-tas árvores para atrair prin-cipalmente as famílias. "Tí-nhamos um bom produto(os hambúrgueres), masnão um bom ambiente.Hoje, temos os dois", dis-se Marcius.

O tradicional Cheese Sa-lada da casa, além de ou-tras criações de Marcius – for-mado em Gastronomia – comoo hambúrguer de soja e lan-ches naturais de shiitake eabobrinha , dividem espaçocom refeições gourmet, comosalmão e carré de cordeiro –elaboradas por ele para ga-rantir a rentabilidade em ou-tros horários, como o de almo-ço. "Cada um tem seu produto,tem seu espaço... O importan-te é valorizar o nosso, que temnome e tradição na região. É anossa diferença, e apostamosmuito nisso", completou.

Expansão – Com o DNA deexpansão na veia, a rede Big XPicanha, famosa pelos lan-ches gigantes montados comuma das carnes mais aprecia-das pelos brasileiros, e atécom salmão, calabresa ou ve-getais, procura mesclar a ca-racterística com a tendênciada "butique de hambúrguer".Segundo Rita Poli, que além daAbrasel-SP também é uma dasdiretoras da rede, o consumi-dor da "nova classe média" es-

tá muito mais exigente, privi-legiando suas saídas para la-zer que vão muito além do"sentar e comer".

Para atender a esse público ese adaptar à nova tendência demercado, todas as lojas foramreformadas no conceito steakhouse (churrascaria), para ofe-recer hambúrgueres produzi-dos com carnes da marca Wes-sel e "tudo o que tiver de top emtermos de qualidade e varieda-de". Até chapeiros têm treina-mento especializado para sa-ber lidar com o produto, feitopara o cliente, explica ela.

"Oferecemos o que há demelhor para quem antes nãotinha poder aquisitivo para co-mer no Outback (a rede aus-traliana de lanchonetes), masagora consegue ir a um lugarequivalente em nível de con-forto e qualidade, e com pre-ços acessíveis. É esse padrãoque nos destaca, e torna o BigX Picanha um porto seguro pa-ra os consumidores em geral",acredita Poli.

Éa "gourmetização" dofast food ou a "gastro-nomização" do san-duíche? Apesar de

complicadas, as expressõesdos especialistas em food ser-vice, Sergio Molinari e EnzoDonna, traduzem um movi-mento que não é novo, mas es-tá ficando cada vez mais forteno eixo São Paulo-Rio: a trans-formação do formato tradicio-nal das lanchonetes em "buti-ques" de hambúrguer.

Ambientação mais intimistae com móveis de grife, basea-da em projetos arquitetônicosque privilegiam conforto e es-paço, e até chapeiros "gour-mets" que montam sanduí-ches com carnes nobres e noponto que o cliente quer, sãoalguns dos exemplos de umatendência cada vez mais forte."É a rapidez do fast food comqualidade 'prime', que incluiprodutos diferenciados e deboa procedência na prepara-ção dos hambúrgueres", ex-plica a diretora da AssociaçãoBrasileira de Bares e Restau-rantes (Abrasel-SP), Rita Poli.

E a concorrência vai ficandocada vez maior: exemplo dis-so é a criação de novas filiaispara lojas já consolidadas, co-mo a Lanchonete da Cidade oua Dizzy. Há ainda a expansãode redes como Big X Picanha,que pretende encerrar 2012com 60 lojas no País, sem con-tar com a chegada da rede nor-te-americana de hamburgue-rias Carl's Jr., prevista para es-te segundo semestre.

Há uma estimativa de Ser-gio Molinari, professor do cur-so de Food Service da EscolaSuperior de Propaganda eMarketing (ESPM) sobre o seg-mento de sanduíches (no quala maioria se caracteriza porhambúrgueres). Segundo ele,representam 34% do total deestabelecimentos de alimen-tação franqueados – e que porsua vez, respondem por quase

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Big X Picanha pretendefechar este ano com60 lojas no País. Rita Poli,diretora da rede etambém da Abrasel-SP,diz que o consumidor estámais exigente. Chapeiroscom treinamento especiale carnes Wessel.

É uma experiênciade consumo novapara um produtoantigo, que setransforma em'obra de arte'.

EN ZO DONNA,DA ECD CO N S U LTO R I A

Lanchonete da Cidade: originalidade.

Romulo Fialdini/ Divulgação

Dizzi Hambúrgeres,na Av. Braz Leme: filhos dãouma guinada na lanchonete dopai, investem em arquitetura ecrescem com novo público.

L.C.Leite/LUZ

Page 17: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 2012 17DIÁRIO DO COMÉRCIO

A folha de pagamento do Estado cresceu drasticamente, não com tecnocratas, mas com os funcionários dos partidos.Toby Dodge, professor da London School of Economicseconomia

Shopping centers,no estilo dos EUA,invadem Bagdá.

Depois dos tanques, a capital do Iraque vê surgir das ruínas os centrosde comércio do Ocidente, graças ao consumismo financiado pelo petróleo.

Fotos de Ayman Oghanna/NYT

Em uma cultura islâmica, os shopping centers são lugares raros onde as mulheres podem se exibir em público e os jovens fazerem o flerte.

As lojas exibem marcas que são oobjeto de desejo dos clientes e buscam

atrair os funcionários públicos

McDonald's e entretenimento nocinema: o novo sonho doiraquiano vira realidade.

Tim Arango*

Um shopping centertem uma sala espe-cial para oraçõesem Bagdá. Outro re-

vista os clientes na entrada,exigindo que guardem suaspistolas, como se fossem ca-sacos em um restaurante chi-que. Eles são bons lugares pa-ra fugir do calor do deserto e,em uma cultura islâmica con-servadora, são um dos poucoslugares onde casais jovens po-dem flertar abertamente emulheres podem fumar empúblico.

Comuns na maior parte dosvizinhos iraquianos no GolfoPérsico, os shopping centersem estilo norte-americano de-moraram a chegar a uma Bag-dá desolada pela guerra.

Mas agora, grandes shop-pings estão sendo construídosem toda a capital. O maior de-les irá incluir um hotel cincoestrelas e um hospital. Um dosque já estão funcionando re-cebe todas as semanas um ca-minhão carregado de BigMacs congelados, vindos deum McDonald's em Amã, naJordânia.

O crescimento da constru-ção civil geralmente é sauda-do como uma evidência doprogresso e do retorno à nor-malidade no Iraque, mais denove anos depois da invasãodos Estados Unidos e poucomais de seis meses depois dapartida das últimas tropas. En-tretanto, economistas e ou-tros especialistas veem um la-do negativo: eles afirmam queo surgimento de uma culturade consumo mascara falhasfundamentais em uma econo-mia que, como as de outrospaíses ricos em energia – aexemplo da Arábia Saudita edo Qatar – sufoca a produção,uma vez que se baseia exclusi-vamente no lucro do petróleoe nos milhões de empregospúblicos financiados por es-ses lucros, como parte do vas-to sistema de clientelismo dopaís.

"Basicamente, o Iraque estátentando construir uma socie-dade de consumo de base so-cialista, e não com base em umcapitalismo de Estado, comona China", afirmou Marie-Hele-ne Bricknell, representante doBanco Mundial no Iraque.

Pe t r ó l e o – Um dos principaisobjetivos de Washington eradesenvolver uma economiade livre mercado no país. Ain-da assim, com tanto dinheiroadvindo do petróleo em suasmãos, os líderes iraquianos to-maram poucas medidas nosentido de desenvolver o se-tor privado. Mais de 90% da re-ceita do governo iraquianovem do petróleo e, com a rápi-da expansão de sua produção,a receita anual do país podetriplicar nos próximos cincoanos, chegando a mais deUS$ 300 bilhões.

Com tamanha riqueza che-gando ao país, uma das gran-des questões enfrentadas pe-lo Iraque é o que fazer com to-do esse dinheiro.

Em vista da mentalidade es-tadista de boa parte das auto-ridades iraquianas, além dacorrupção generalizada nopaís, a maior parte dos diplo-matas não acredita que a ren-da governamental será utili-zada para cultivar o setor pri-vado, ou para financiar umambicioso programa de de-senvolvimento dos serviçospúblicos – algo fundamentalem um país onde 40% da po-pulação ainda não tem acesso

à água potável.Em vez disso, os especialis-

tas acreditam que esse dinhei-ro só irá gerar mais do mesmono Iraque: mais corrupção euma enorme mão de obra aserviço do governo.

A maior parte dos grandessetores continua nas mãos doEstado, e a maior ambição demuitos iraquianos é conseguirum emprego público. De acor-do com as estatísticas do mi-nistério do planejamento ira-quiano, quase um terço damão de obra do país trabalhapara o governo. Ao todo, maisde cinco milhões de pessoas, eesse número está crescendo,uma vez que os partidos políti-cos que estão no comando dosministérios trocam empregospor votos.

Te c n o c r a t a s – "A folha de pa-gamento do Estado cresceudrasticamente, não com tec-nocratas, mas com os funcio-nários dos partidos, uma vezque o Estado se tornou umamaneira de financiar a lealda-de partidária", afirmou TobyDodge, professor da Lond onSchool of Economics, em re-cente mesa redonda a respei-to do Iraque, realizada em Lon-dres. "Isso é diretamente res-ponsável por comprometer eprejudicar a capacidade do Es-tado iraquiano. Tudo o queresta é Estado gigantesco."

Uma vez que os salários dogoverno são muito mais altosdo que os do setor privado, asempresas privadas operamem desvantagem, já que, en-

tre outros problemas, os can-didatos a empresários não sãocapazes de contratar os fun-cionários mais capacitados.

O Banco Mundial coloca oIraque na 153ª posição – deum total de 183 países – em re-lação à facilidade em se fazernegócios. "Construir uma so-ciedade de consumo baseadaem nada é como criar uma bo-lha que irá estourar no futuro",afirmou Bricknell. Segundoele, com os shoppings "eles sóestão envernizando um nú-cleo podre". Contudo, por en-quanto, esse verniz parecemuito bom em um lugar que jásofreu tanto.

S up e r me r ca d o – Ali Aboud,um construtor iraquiano quese mudou para a Holanda em2006, voltou recentemente

para abrir um shopping dequatro andares com seu ir-mão. O primeiro andar é umsupermercado, o segundo es-tá cheio de roupas, o terceirotem móveis e produtos paracasa, e último andar tem umapraça de alimentação e umaárea para as crianças. En-quanto caminhava pelo mer-cado, Aboud mostrou queijosda Dinamarca, camarões con-gelados do Golfo Pérsico,hambúrgueres e frangos fritoscongelados.

"As pessoas vêm para cá epedem produtos do McDo-nald's ou do KFC", afirmou ele."Há muitos iraquianos que vi-veram fora do país." Nenhumadas franquias famosas já che-gou ao Iraque.

Mahdi al-Saadi, gerente e

filho do dono do shoppingcom controle de segurança,afirmou: "O Iraque ainda nãoé um lugar onde você podedeixar as pessoas entraremsem antes revistá-las. A si-tuação da segurança é nossomaior desafio. Ela ainda nãose estabilizou".

S eg ur an ça – Lamiya al-Ri-faee, uma mãe e empresáriade 40 anos, estava fazendocompras recentemente e re-clamou que o shopping nãoera tão grande nem tão chiquequanto os outros que ela visi-tou em Dubai, nos EmiradosÁrabes, e na Turquia. Mas, se-gundo ela, para o Iraque já éum bom começo, e um dospoucos lugares onde ela podedeixar seus filhos longe deseus olhos, deixando-os na

área infantil do último andar."Aqui, eu posso ver meus fi-lhos brincando com seguran-ça, e comprar tudo o que pre-ciso nas lojas." Ela acrescen-tou que "as mulheres iraquia-nas sofrem da doença dascompras".

A academia e o salão de be-leza do quinto andar são proi-bidos para os homens. "Nós te-mos uma academia para mu-lheres gordas que queiramperder peso", afirmou HudaAbdul Allah, a proprietária. Elaexplicou: "Nós precisamos fa-zer algo chique, como em Du-bai. Nós vivemos em uma so-ciedade que não permite queas mulheres vão a esses luga-res sem privacidade".

Um enorme shopping queestá sendo construído nasproximidades de Mansour, umbairro de classe média alta, irásuperar qualquer outro shop-ping da cidade e planeja ser olugar onde os iraquianos pos-sam viver o consumismo ame-ricano. Boutiques venderãomarcas ocidentais, como tê-nis Ecco, ternos Zara e equipa-mentos Timberland, e há pla-nos para a construção de umfliperama, diversos cinemas,mais de uma dúzia de restau-rantes e uma pista de boliche.Ele não será apenas um shop-ping, mas um "resort de entre-tenimento completo".

"As pessoas precisam se di-vertir", afirmou Maythem Sha-kir, o engenheiro chefe do pro-jeto de US$ 25 milhões, queestá sendo financiado por umgrupo de iraquianos abasta-dos e construído por uma em-presa turca. "As pessoas pre-cisam ter acesso às mesmascoisas que todos têm."

O consumismo financiadopelo petróleo em Bagdá já temum precedente histórico. Nolivro História Moderna do Ira-que, a historiadora norte-ame-ricana Phebe Marr descreveuma trajetória similar nosanos 1970, quando, segundoela, "a era da prosperidadecriou rapidamente uma socie-dade de consumo dependen-te dos empregos públicos".

Armas – Nos dias de hoje, al-guns especialistas veem oacúmulo de poder nas mãosdo líder iraquiano, o primeiro-ministro Nouri al-Maliki, aliadoao aumento das receitas ad-vindas do petróleo, e tememque a história se repita. O bre-ve período de prosperidade,ocorrido há algumas décadas,criou uma população depen-dente do governo, que aceitoua brutal ascensão de SaddamHussein, que utilizou os lucrosdo petróleo para aumentarseu estoque de armas e reali-zar uma desastrosa guerracontra o Irã.

"O petróleo foi uma maldi-ção para o povo, já que seu lu-cro foi utilizado para formarexércitos e para atacar os vizi-nhos do Iraque, ou o própriopovo iraquiano. Ele não foi in-vestido em infraestrutura, nodesenvolvimento dos diver-sos setores econômicos dopaís", afirmou Hussain al-Shahristani, o vice-primeiro-ministro que fiscaliza a políti-ca energética do país, em umaentrevista recente para o IraqOil Report.

Entretanto, por enquanto odinheiro do petróleo se traduzem shopping centers e emmarcas ocidentais, que sãoobjeto de desejo entre muitosiraquianos. "Isso é um tipo deliberdade", afirmou Mahdi al-Saadi, um dos proprietários doshopping de Mansour. "Os ira-quianos irão gastar dinheiroimediatamente. Eles foramprivados da escolha, e doacesso às grandes marcas."

* The New York Times

Page 18: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 201218 -.ECONOMIA/LEGAIS DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Agora, não existe crise. Mas, se a China sofrer, todos terão problemasJurgen Ratzinger, diretor da Câmara de Comércio e Indústria da Alemanhaeconomia

China reduzimpostos àsestrangeirasRegra é para empresa do exterior que investe no país

As empresas estran-geiras que atuam naChina terão os im-postos sobre o lucro

que obtêm no país reduzidosem até 50% depois que regrassobre impostos retidos na fon-te forem flexibilizadas comoparte dos esforços do governochinês para estimular mais in-vestimentos externos, infor-ma reportagem do jornal bri-tânico Financial Times.

Segundo a publicação, asreduções nos impostos reti-dos na fonte foram introduzi-das pela China primeiramenteem 2009, mas o processo parasolicitar o corte era complica-do. Agora, qualquer compa-nhia aberta com sede em umpaís que tenha um tratado fis-cal com a China será qualifica-da para o alívio sobre os divi-dendos das operações chine-sas, como anunciado na se-mana passada pelos governosdas províncias de Jiangsu eTangshan.

Hong Kong, Cingapura eReino Unido têm tratados so-bre impostos com a China,bem como tradicionais paraí-sos fiscais, afirmou a consulto-ria KPMG ao jornal.

Re cup eraç ão – Na semanapassada, a China informouque o Produto Interno Bruto(PIB) do país cresceu 7,6% nosegundo trimestre deste ano,abaixo da alta de 8,1% no pri-meiro trimestre, mas em linhacom as expectativas. O pri-meiro-ministro da China, WenJiabao, alertou que a recupe-ração econômica do país ain-da não é estável e que os obs-

táculos vão prosseguir por al-gum tempo, segundo reporta-gem da agência de notíciasestatal chinesa Xinhua.

Durante uma viagem naprovíncia de Sichuan no fim desemana, Wen pediu esforçopara fortalecer a vitalidade e odinamismo do crescimentoeconômico. "A taxa de cresci-mento da economia ainda es-tá dentro da faixa alvo do go-verno estabelecida no come-ço do ano e políticas de estabi-lização estão funcionando",disse Wen.

A estabilidade da China é ti-da como a âncora do mercadoglobal. Qualquer indício em di-reção a uma forte desacelera-ção do país pode ter impactono mundo todo.

Um quadro de recessão naChina poderia, por exemplo,provocar uma piora na crise daEuropa. Espanha e Gréciaapresentaram as maiores ta-xas de desemprego de suashistórias e a Itália tem uma dí-vida pública que equivale a123% de seu PIB.

Até a Alemanha, país euro-peu que menos sente os efei-tos da crise e teve a expansãodo PIB recentemente revisadapara cima, pode sentir os efei-tos de uma China mais enfra-quecida. "Agora, não existecrise. Mas, se a China sofrer,todos terão problemas", de-clarou o diretor do Departa-mento Internacional da Câma-ra de Comércio e Indústria daAlemanha, Jurgen Ratzinger.Metade da produção alemãatualmente vai para o merca-do externo. (AE)

PIB italiano abaixo de 2%

Ogoverno da Itália vairevisar sua estimativa

para a economia neste ano,para uma contração demenos de 2%, quandoreavaliar suas metaseconômicas no mês desetembro, informou o novoministro da Economia,Vittorio Grilli, em entrevistapublicada ontem pelojornal Corriere della Sera.

Anteriormente, ogoverno italiano haviaestimado que economia iriaencolher 1,2% neste ano.

A nova estimativa ficapróxima da projeção doBanco da Itália (bancocentral italiano) decontração de 2%, porém é

mais otimista que aprevisão do lobby industrialConfindustria, de umacontração superior a 2,4%.

Vittorio Grilli afirmou queo governo italiano estátendo dificuldades com aquestão de como diminuirsua dívida.

De acordo com o novoministro da economia, "ocaminho mais factível"para a diminuição dadívida, equivalente a123% do PIB ( Pr o d u t oInterno Bruto), é um planode vários anos de vendade ativos estatais de formagradual, garantindo entre15 e 20 bilhões de eurospor ano. (Reuters)

Merkel: parlamentoapoiará ajuda à Espanha.

Angela Lionel Cironneau/Reuters

Chanceler Angela Merkel aguarda relatório das autoridades da troika

Achanceler alemã, AngelaMerkel, disse ontem que

estava confiante de que amaioria dos parlamentaresalemães apoiará a ajuda aocombalido setor bancárioespanhol durante umasessão especial da CâmaraBaixa do Parlamentomarcada para a próximaquinta-feira.

Na sexta-feira passada,centenas de espanhóis semanifestaram em Madri,contra os cortes aprovadospelo governo central e parapedir a demissão dopresidente da Espanha,Mariano Rajoy.

Ministros das Finanças dazona do euro concordaram naúltima segunda-feira com umpacote de resgate de até 100bilhões de euros para osbancos espanhóis,devastados pelo estouro dabolha imobiliária.

O governo de Merkel devereceber primeiro um sinalverde do Parlamento antesde que o ministro dasFinanças alemão, WolfgangSchaeuble, possa secomprometer em umareunião na sexta-feira apagar a parte da Alemanhado empréstimo.

"Sempre conseguimos amaioria de que precisamos",disse Merkel em umaentrevista gravada para ocanal ZDF que foi ao ar nanoite de ontem.

Uma pequena minoria deparlamentares da coalizão decentro-direita de Merkelvotou recentemente contra onovo fundo de resgate dazona do euro e novas regrasorçamentárias, destacando acrescente inquietação naAlemanha sobre os custos deapoiar os membros maisfracos do bloco de moedaúnica.

No entanto, o governo deMerkel conseguiu facilmenteuma maioria de dois terçospara as duas medidas com aajuda dos partidos daoposição.

Merkel também

acrescentou que a zona doeuro ainda não resolveu seseus fundos de resgate –Fundo Europeu deEstabilização Financeira eseu eventual sucessor, oMecanismo Europeu deEstabilidade – ou os Estadosbeneficiários seriamresponsáveis pelopagamento de ajudas futurasaos bancos.

"Ainda não adotamosqualquer posição final sobreisso", afirmou.

A líder conservadorareafirmou sua posição de queo preço de um apoiocontinuado para os países dazona do euro em dificuldadedeve ser uma adesão estritapor parte dos governosenvolvidos a duras metasfiscais e de monitoramentoeuropeu sobre o seuprogresso.

"Todas as tentativas ...dizer 'oh, vamos praticar asolidariedade e, no entanto,não ter supervisão oucondições' não terãonenhuma chance comigo oucom a Alemanha", disse achanceler.

Sobre a Grécia, Merkelafirmou que queria esperar orelatório das autoridades datroika, formada por ComissãoEuropeia (CE), Banco CentralEuropeu (BCE) e FundoMonetário Internacional(FMI), sobre o progresso dasreformas de Atenas antes dedecidir sobre os próximospassos.

A Grécia, a apenas algumassemanas de ficar semdinheiro, quer renegociar ostermos do seu plano deresgate de 130 bilhões deeuros com a União Europeia eo FMI, mas os credores –liderados pela Alemanha –disseram que podem ajustar,mas não reescrever odocumento.

"Eu resolvi que só vou dizero que vamos fazer com baseneste relatório (da troika) e,portanto, devemos esperarpor outro par de semanas",disse Merkel. (Reuters)

Page 19: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 2012 ECONOMIA/LEGAIS - 19DIÁRIO DO COMÉRCIO

INTERNET GROUP DO BRASIL S.A.CNPJ 03.368.522/0001-39

Ativo Nota 2011 2010CirculanteCaixa e equivalentes de caixa 9 100.524 89.725Aplicações financeiras 9 1.051 1.026Contas a receber 10 35.106 67.242Tributos correntes a recuperar 11 2.785 11.309Outros tributos 12 219 145Adiantamento a fornecedores

- partes relacionadas 13 24.167Dividendos a Receber 273Depósitos e bloqueios judiciais 14 260 288Demais ativos 15 4.444 4.296

168.829 174.031Não circulanteCrédito com partes relacionadas 24 2.622 2.348Adiantamentos a fornecedores- partes relacionadas 13 5.363 5.465

Tributos diferidos a recuperar 11 94.083 98.201Depósitos e bloqueios judiciais 14 1.687 1.839Demais ativos 15 350 763Investimentos 16 1.638 1.500Imobilizado 17 45.895 55.078Intangível 18 37.994 35.548

189.632 200.742Total do ativo 358.461 374.773

Passivo e patrimônio líquido Nota 2011 2010CirculanteSalários, encargos sociais ebenefícios 7.250 6.684

Fornecedores 37.428 39.325Tributos correntes a recolher 11 346 7.101Outros tributos 12 2.106 4.158Programa de refinanciamento fiscal 19 415 230Provisões 20 421 788Participação nos resultados 23 11.160 20.931Receitas a apropriar 5.933 7.065Demais obrigações 21 7.616 8.544

72.675 94.826Não circulanteOutros tributos 12 2.541 413Programa de refinanciamento fiscal 19 3.376 3.752Provisões 20 7.176 6.906

13.093 11.071Patrimônio líquido 22Capital social 396.477 396.477Prejuízos acumulados (123.784) (127.601)

272.693 268.876Total do passivo e patrimônio

líquido 358.461 374.773

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO EM31 DE DEZEMBRO DE 2011 E DE 2010

Em milhares de reais, exceto quando indicado de outra formaCapital Prejuízossocial acumulados Total

Em 1 de janeiro de 2010 396.477 (139.416) 257.061Lucro líquido do exercício 11.815 11.815

Em 31 de dezembro de 2010 396.477 (127.601) 268.876Lucro líquido do exercício 3.817 3.817

Em 31 de dezembro de 2011 396.477 (123.784) 272.693As notas explicativas da administração são parte integrante

das demonstrações financeiras.

BALANÇOS PATRIMONIAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E DE 2010Em milhares de reais, exceto quando indicado de outra forma

DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADOEXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E DE 2010Em milhares de reais, exceto quando indicado de outra forma

Nota 2011 2010Receitas de vendas e/ou serviços 4 236.645 288.346

Custo dos bens e/ou serviçosvendidos 5 (95.791) (61.349)

Lucro bruto 140.854 226.997Receitas (despesas) operacionais

Resultado de equivalência patrimonial 412Despesas com vendas 5 (67.757) (79.298)Despesas gerais e administrativas 5 (67.886) (133.758)Outras receitas operacionais 6 10.562 30.413Outras despesas operacionais 6 (14.018) (32.290)Lucro operacional antes do

resultado financeiro 2.167 12.064Receitas financeiras 7 12.032 10.750Despesas financeiras 7 (3.460) (1.904)Lucro antes das tributações 10.739 20.910

Imposto de renda e contribuição socialCorrente 8 (3.498) (6.860)Diferido 8 (3.424) (2.235)

Lucro do exercício 3.817 11.815

A Companhia não possui resultados abrangentes, razão pela qual nãoestá apresentando a demonstração relativa a este resultado.As notas explicativas da administração são parte integrante

das demonstrações financeiras.As notas explicativas da administração são parte integrante das demonstrações financeiras.

DEMONSTRAÇÕES DO FLUXO DE CAIXAEXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E DE 2010Em milhares de reais, exceto quando indicado de outra forma

2011 2010Atividades operacionais

Lucro antes das tributações 10.739 20.910Itens de resultado que não afetam o caixa

Encargos, rendimentos financeiros eatualizações monetárias (527) 516

Depreciação e amortização 18.513 16.977Provisão para créditos de liquidação duvidosa 6.926 13.061Provisões 1.269 1.763Reversão provisão ISS (18.160)Equivalência patrimonial (412)Atualização monetária do programa derefinanciamento fiscal 439 270

Participação dos empregados e administradores 9.863 21.296Outros 111 870

46.921 57.503Mutações patrimoniais

Contas a receber 25.210 4.895Tributos (535) (5.239)Adiantamento a fornecedor (24.065) 14.659Fornecedores (3.199) (40.218)Salários, encargos sociais e benefícios 566 1.873Provisões (1.770) (795)Participação dos empregados e administradores (19.634) (3.076)Outras contas ativas e passivas (1.285) 9.652

(24.712) (18.249)Caixa proveniente das operações

Imposto de renda e contribuição social pagos -Empresa (7.389)

Fluxo de caixa das atividades operacionais 22.209 31.865Atividades de investimentos

Aquisições de bens do ativo imobilizado eintangível (11.377) (29.352)

Depósitos e bloqueios judiciais (3.259) (3.428)Resgate de depósitos e bloqueios judiciais 3.515 3.016Fluxodecaixadas atividadesde investimentos (11.121) (29.764)Atividades de financiamentos

Programa de Refinanciamento Fiscal – REFIS (289) (115)Fluxo de caixa das atividades de

financiamentos (289) (115)Fluxo de caixa do período 10.799 1.986Caixa e equivalente de caixa

Saldo final 100.524 89.725Saldo inicial 89.725 87.739

Variação no período 10.799 1.986As notas explicativas da administração são parte integrante

das demonstrações financeiras.

RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃOAos acionistas, Em atendimento à legislação societária em vigor, apresentamos as Demonstrações Financeiras e respectivas notas explicativas relativas aos exercícios sociais findos em 31 de dezembro de 2011 e de 2010. A Administração.

1 - INFORMAÇÕES GERAISA Internet Group do Brasil S.A. (Companhia) é uma sociedade por açõesde capital fechado e tem sua operação baseada no provimento de acessoà Internet, realizado de forma discada e através de banda larga. Tambémprovê serviços de valor agregado voltado para o mercado residencial eempresarial, incluindo o acelerador de conexão à Internet. Além dessesserviços, a Companhia também conta com a venda de espaço publicitárioem seu portal.A Companhia é controlada pela BrT Serviços de Internet (subsidiáriaintegral de Oi S.A.), que em 31 de dezembro de 2011, detém 53,82%do capital total, sendo que a iG Participações S.A. (“iG Part”) e Oi S.A.detém 32,53% e 13,65%, respectivamente da participação restante. ACompanhia é sediada no Brasil, na cidade de São Paulo, no bairro JardimEuropa, na Rua Amauri, 299.Em junho de 2010, a controladora indireta da Companhia Oi S.A. aprovoue realizou a reorganização societária das empresas de internet, visandosimplificar as atividades semelhantes e proporcionar maior eficiênciaoperacional. Assim neste período, a iG Part incorporou as empresas iGCayman e Nova Tarrafa Inc.Abaixo estão resumidas as principais informações sobre os acervoslíquidos incorporados por iG Part:

Empresa incorporada pela iG Part Acervo líquidoRelação de

troca *iG Cayman (2.785) 2,00399169Nova Tarrafa Inc. 322 125,12660374* Quantidade de ações de iG Part por ação da empresa incorporada.O organograma simplificado a seguir demonstra a estrutura societáriaantes e após a Reorganização Societária:

As participações em empresas coligadas estão demonstradas abaixo:

Empresa AtividadeDireta

2011Indireta

2011Direta

2010Indireta

2010

Z ParticipaçõesS.A. (Brasil)

Participação nocapital de outras em-

presas 21,2% 21,2%MoipPagamentosS.A.(Brasil)

Serviços de cobrançae gerenciamento decréditos pela Internet 75% 75%

As coligadas da Companhia são sediadas no Brasil.2 - PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTÁBEIS(a) Base de elaboraçãoAs Demonstrações Financeiras foram elaboradas com base no custohistórico, exceto por determinados instrumentos financeiros mensuradospelos seus valores justos, conforme descrito nas políticas contábeis aseguir.A preparação das Demonstrações Financeiras requer o uso de certasestimativas contábeis e também o exercício de julgamento por parte daAdministração. Aquelas áreas que requerem maior nível de julgamento epossuem maior complexidade, bem como as áreas nas quais premissas eestimativas são significativas estão divulgadas no item (c).As Demonstrações Financeiras foram elaboradas e estão apresentadasde acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, com base nasdisposições contidas na Lei das Sociedades por Ações, pronunciamentos,orientações e interpretações emitidos pelo Comitê de PronunciamentosContábeis – CPC.(b) Principais políticas contábeisMoeda funcional e de apresentaçãoA Companhia atua como provedora de acesso à Internet e em atividadescorrelacionadas ao respectivo setor no Brasil, sendo a moeda funcional ede apresentação o Real (R$).Caixa e equivalentes de caixaEste grupo é representado pelos saldos de numerários em espécie nocaixa e em fundo fixo, contas bancárias e aplicações financeiras decurtíssimo prazo, de alta liquidez (normalmente com vencimento inferiora três meses), prontamente conversíveis em um montante conhecidode caixa e sujeitos a um insignificante risco de mudança de valor, sendodemonstrados pelo valor justo na data de encerramento do exercícioapresentado e não superam o valor de mercado, cuja classificação édeterminada conforme comentado no item abaixo.Aplicações financeirasAs aplicações financeiras são classificadas de acordo com a sua finalidadeem: (i) mantidas para negociação; (ii) mantidas até o vencimento; e (iii)disponíveis para venda.As aplicações mantidas para negociação são avaliadas pelo seu valorjusto, com seus efeitos reconhecidos em resultado. As aplicações mantidasaté o vencimento são mensuradas pelo custo de aquisição acrescido dosrendimentos auferidos, reduzida de provisão para ajuste ao valor provávelde realização, quando aplicável. As aplicações disponíveis para venda sãoavaliadas ao valor justo, com seus efeitos reconhecidos na conta de ajustede avaliação patrimonial, quando aplicável.Contas a receberAs contas a receber de clientes estão registradas pelo valor do serviço nadata da sua prestação e não diferem de seus valores justos. Essas contasa receber também incluem os serviços prestados a clientes não faturadosaté a data de encerramento dos exercícios. A estimativa da provisão paracréditos de liquidação duvidosa é constituída em montante consideradosuficiente para cobrir eventuais perdas na realização desses créditos. Ovalor da estimativa da provisão para créditos de liquidação duvidosa éelaborado com base em histórico de inadimplência.InvestimentosOs investimentos em coligadas estão avaliados pelo método deequivalência patrimonial.ImobilizadoO imobilizado está demonstrado pelo custo de aquisição ou construção,deduzido da depreciação acumulada. Os custos históricos incluemgastos que são diretamente atribuíveis à aquisição dos ativos. Incluemainda determinados gastos com instalações, quando é provável quefuturos benefícios econômicos associados a esses gastos fluirão para aCompanhia.Os custos subsequentes são incluídos no valor contábil conformeapropriado somente quando esses ativos geram benefícios econômicosfuturos e possam ser medidos de forma confiável. O saldo residual doativo substituído é baixado. Os gastos com manutenção e reparo sãoregistrados ao resultado durante o período em que ocorrem, entretanto,são capitalizados somente quando representam claramente aumento dacapacidade instalada ou da vida útil econômica.A depreciação é calculada pelo método linear de acordo com a expectativade vida útil-econômica dos bens, a qual a Companhia revisa anualmente.IntangívelAtivos intangíveis com vida útil definida adquiridos são registrados ao custo,deduzido da amortização e das perdas por redução ao valor recuperávelacumuladas, quando aplicável. A amortização é reconhecida linearmentecom base na vida útil estimada dos ativos. A vida útil estimada e o métodode amortização são revisados no fim de cada exercício e o efeito dequaisquer mudanças nas estimativas é contabilizado prospectivamente.As licenças de software adquiridas são capitalizadas com base noscustos incorridos para adquirir os softwares e fazer com que eles estejamprontos para serem utilizados. Os custos diretamente atribuíveis, que sãocapitalizados como parte do produto de software, incluem os custos comempregados alocados no desenvolvimento de softwares. Esses custos sãoamortizados durante sua vida útil estimável de cinco anos.Os custos associados à manutenção de softwares são reconhecidos comodespesa, conforme incorridos.Redução ao valor recuperável de ativos de longa duraçãoCompreende a avaliação anual ou sempre que eventos ou mudançasnas circunstâncias indiquem que o valor contábil de um ativo ou grupo deativos não poderá ser recuperável. Os ativos de longa duração podem seridentificados como de vida útil indefinida e ativos sujeitos a depreciação eamortização (ativo imobilizado e ativo intangível). Uma eventual perda éreconhecida por um montante pelo qual o saldo contábil do ativo excedeseu montante recuperável. O valor recuperável é o maior valor entre valorjusto do ativo menos o custo de vender e seu valor em uso.De acordo com as avaliações efetuadas pela Companhia, não houveevidências de perda de valor que gerassem a realização de projeçõespara os ativos com vida útil definida, como também, para os ativos comvida útil indefinida.Deterioração de ativos financeirosA Companhia avalia, na data do encerramento do exercício, se há evidênciaobjetiva de que o ativo financeiro ou um grupo de ativos financeiros estádeteriorado. Um ativo financeiro ou um grupo de ativos financeiros éconsiderado deteriorado quando existirem evidências objetivas da reduçãode seu valor recuperável, sendo estas evidências o resultado de um oumais eventos que ocorreram após o reconhecimento inicial do ativo, equando houver impacto nos fluxos de caixa futuros estimados.

ProvisõesO valor reconhecido como provisão é a melhor estimativa de desembolsoexigido para liquidar a obrigação presente na data do balanço, com basena opinião dos administradores e consultores jurídicos internos e externos,sendo os valores registrados com base nas estimativas dos custos dosdesfechos dos processos.O aumento da obrigação em decorrência da passagem do tempo éreconhecido como despesa financeira.Participações dos empregados no resultadoA provisão que contempla o programa de participações dos empregadosnos resultados é contabilizada pelo regime de competência, no qualparticipam todos os empregados elegíveis que tenham trabalhadoproporcionalmente no ano conforme as regras do Programa. Adeterminação do montante, que é pago até abril do ano seguinte ao doregistro da provisão, considera o programa de metas estabelecido juntoaos sindicatos da categoria, através de acordo coletivo específico, emconsonância com a Lei nº 10.101/2000 e com o estatuto social.Reconhecimento das receitasAs receitas correspondem, substancialmente, ao valor dascontraprestações recebidas ou recebíveis para venda de serviços no cursoregular das atividades da Companhia.A receita é reconhecida quando o valor da mesma pode ser mensuradode maneira confiável, é provável que benefícios econômicos futurosserão transferidos para a Companhia, os custos incorridos na transaçãopossam ser mensurados, os riscos e benefícios foram, substancialmente,transferidos ao comprador e quando critérios específicos forem satisfeitospara cada uma das atividades da Companhia.As receitas de serviços de acesso e de vendas de aplicativos sãoreconhecidas quando estes são prestados. As receitas dos serviçosde publicidade são reconhecidas no período em que as mesmas sãoveiculadas.Reconhecimento das despesasAs despesas são contabilizadas pelo regime de competência, obedecendoa sua vinculação com a realização das receitas. As despesas pagasantecipadamente e que competem a exercícios futuros são diferidas deacordo com os respectivos prazos de duração.Receitas e despesas financeirasAs receitas financeiras são contabilizadas pelo regime de competência erepresentam os juros efetivos auferidos sobre contas a receber liquidadasapós o vencimento e ganhos com aplicações financeiras.As despesas financeiras representam os juros efetivos incorridos e osdemais encargos com empréstimos, financiamentos e outras transaçõesfinanceiras.Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro correntes ediferidosO imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro são contabilizadospelo regime de competência. Os tributos mencionados atribuíveis adiferenças temporárias, prejuízos fiscais e base negativa da contribuiçãosocial são registrados no ativo ou passivo, conforme o caso, somente nopressuposto de realização ou exigibilidade futura. A Companhia elaboraestudos técnicos que contemplam a geração futura de resultados deacordo com a expectativa da Administração, considerando a continuidadedas empresas. A Companhia reduz o valor contábil do ativo fiscal diferidona medida em que não seja mais provável que lucro tributável suficienteestará disponível para permitir que o benefício de parte ou de todoaquele ativo fiscal diferido possa ser utilizado. Qualquer redução do ativofiscal diferido é revertida na medida em que se torne provável que lucrotributável suficiente estará disponível. Os estudos técnicos são atualizadosanualmente, aprovados pela Administração e os créditos tributários sãoajustados de acordo com os resultados dessas revisões.Demonstração dos Fluxos de CaixaA Demonstração dos Fluxos de Caixa é preparada de acordo com oCPC 03 através do método indireto. A Companhia classifica na rubricade caixa e equivalentes de caixa os saldos de numerários conversíveisimediatamente em caixa e os investimentos de alta liquidez (normalmentecom vencimento inferior a três meses) sujeitos a um insignificante risco demudança de valor.Os fluxos de caixa são classificados na Demonstração dos Fluxos deCaixa, dependendo da sua natureza, em (1) atividades operacionais; (2)atividades de investimento; e (3) atividades de financiamento.(c) Estimativas e julgamentos contábeis críticosAo preparar as Demonstrações Financeiras, a Administração daCompanhia se baseia em estimativas e premissas derivadas da experiênciahistórica e outros fatores, incluindo expectativas de eventos futuros, asquais se consideram razoáveis e relevantes. A aplicação das estimativase premissas frequentemente requer julgamentos relacionados a assuntosque são incertos, com relação aos resultados das operações e ao valordos ativos e passivos. Os resultados operacionais e posição financeirapodem diferir se as experiências e premissas utilizadas na mensuraçãodas estimativas forem diferentes dos resultados reais. As estimativas quepossuem risco significativo de causar ajustes materiais sobre os saldoscontábeis dos ativos e passivos estão relacionadas a seguir:Reconhecimento de receita e contas a receberA política de reconhecimento de receita da Companhia é significativaem razão de ser componente relevante dos resultados operacionais. Adeterminação de preços pela Administração, capacidade de cobrançae os direitos a receber de certas receitas se baseiam em julgamentosrelacionados à natureza dos serviços prestados e o poder de cobrar essasreceitas. Se mudanças nas condições fizerem com que a Administraçãojulgue que esses critérios não estão sendo atendidos em certas operações,o valor das contas a receber pode ser afetado.Provisão para créditos de liquidação duvidosaA provisão para créditos de liquidação duvidosa é estabelecida parareconhecer as perdas prováveis de contas a receber, levando-se emconsideração as medidas implementadas para restringir a prestaçãode serviços a clientes com contas em atraso e para cobrar clientesinadimplentes.Depreciação e amortização de ativos com vida útil definidaOs ativos de vida útil definida do imobilizado e do intangível sãodepreciados e amortizados, respectivamente, usando o método linear nodecorrer da vida útil dos respectivos ativos. As taxas de depreciação ede amortização dos ativos mais relevantes estão demonstradas na Nota17 e 18, respectivamente. A Companhia revisa anualmente as vidas úteisdesses ativos.Redução ao valor recuperável de ativos de longa duraçãoA Companhia revisa e analisa a possibilidade de recuperação dos valoresregistrados no ativo imobilizado e intangível para avaliar a ocorrênciade redução do valor recuperável dos ativos da Companhia, seja comoo resultado de decisões de descontinuar atividades relacionadas a taisativos ou em caso de haver evidências de que as receitas operacionaisfuturas não serão suficientes para garantir sua realização.Os testes de recuperabilidade (“impairment”) dos ativos de vida útil definida”são aplicados sempre que eventos ou mudanças em circunstânciasindicam que o valor contábil pode não ser recuperado.Os valores recuperáveis dos ativos são determinados com base nacomparação entre os cálculos do valor em uso e do valor de venda. Essescálculos exigem o uso de julgamentos e premissas. A determinação dovalor justo e dos fluxos de caixa operacionais futuros descontados exigeque a Companhia estabeleça determinadas suposições e estimativasreferentes aos fluxos de entrada e saída de caixas projetados relacionadosàs receitas, gastos e despesas futuras. Essas suposições e estimativaspodem ser influenciadas por diferentes fatores externos e internos, taiscomo tendências econômicas, tendências da indústria e taxas de juros,mudanças nas estratégias de negócios e mudanças no tipo de serviçose produtos que a Companhia fornece ao mercado. O uso de diferentespremissas pode alterar de maneira significativa nossas DemonstraçõesFinanceiras.ProvisõesA Companhia reconhece provisões para perdas em processos judiciaisque correm nas esferas trabalhistas, tributária e cível, bem como processosadministrativos, conforme apresentado na Nota 20. O reconhecimento daprovisão para perdas em processos judiciais se baseia na avaliação derisco de perda em cada processo, que inclui a avaliação das evidênciasdisponíveis e decisões recentes, e refletem provisões razoavelmenteestimadas, conforme avaliado pela Administração, sua assessoria jurídicae advogados externos. É possível que as premissas utilizadas paraestimar a provisão para perdas em processos judiciais alterem, podendo,portanto resultar em mudanças nas futuras provisões para perdas nosprocessos judiciais.Imposto de renda e contribuição social diferidosA Companhia revisa regularmente os ativos de tributos diferidos quanto arecuperabilidade e reconhece provisão para redução ao valor recuperávelcaso seja provável que esses ativos não sejam realizados, baseada nolucro tributável histórico, na projeção de lucro tributável futuro e no tempoestimado de reversão das diferenças temporárias existentes. Essescálculos exigem o uso de estimativas e premissas. O uso de diferentesestimativas e premissas poderiam resultar em provisão para redução aovalor recuperável de todo ou de parte significativa do ativo de tributosdiferidos.3 - INSTRUMENTOS FINANCEIROS E ANÁLISE DE RISCOSAdministração do risco financeiroO gerenciamento de risco é realizado pela diretoria de tesouraria daCompanhia, de acordo com as políticas aprovadas pela Administração.De acordo com as suas naturezas, os instrumentos financeiros podemenvolver riscos conhecidos ou não, sendo importante, no melhorjulgamento, avaliar o potencial desses riscos. Assim, podem existir riscoscom garantias ou sem garantias, dependendo de aspectos circunstanciaisou legais.(a) Valor justo dos instrumentos financeirosA Companhia procedeu a uma avaliação de seus ativos e passivoscontábeis em relação aos valores de mercado ou de efetiva realização(valor justo), utilizando informações disponíveis e metodologias deavaliação apropriadas para cada situação. A interpretação dos dados demercado quanto à escolha de metodologias exige considerável julgamentoe estabelecimento de estimativas para se chegar a um valor consideradoadequado para cada situação. Consequentemente, as estimativasapresentadas podem não indicar, necessariamente, os montantes quepoderão ser obtidos no mercado corrente. A utilização de diferentes

hipóteses para apuração do valor justo pode ter efeito material nos valoresobtidos.Para títulos negociáveis em mercados ativos, o valor justo equivale ao valorda última cotação de fechamento disponível na data do encerramento doperíodo multiplicado pelo número de títulos em circulação.Para contratos em que as condições de contratação atuais sãosemelhantes àquelas em que os mesmos se originaram ou que nãoapresentam parâmetros para cotação ou contratação, os valores justossão iguais aos valores contábeis.Hierarquia do valor justoO CPC 40 define valor justo como o valor/preço que seria recebido na vendade um ativo ou pago na transferência de um passivo em uma transaçãoordinária entre participantes de um mercado na data de sua mensuração.A norma esclarece que o valor justo deve ser fundamentado nas premissasque os participantes de um mercado utilizam quando atribuem um valor/preço a um ativo ou passivo e estabelece uma hierarquia que prioriza ainformação utilizada para desenvolver essas premissas. A hierarquia dovalor justo atribui maior peso às informações de mercado disponíveis (ouseja, dados observáveis) e menor peso às informações relacionadas adados sem transparência (ou seja, dados inobserváveis). Adicionalmente,a norma requer que a empresa considere todos os aspectos de riscos denão desempenho (“nonperformance risk”), incluindo o próprio crédito da”Companhia, ao mensurar o valor justo de um passivo.O CPC 40 estabelece uma hierarquia de três níveis a ser utilizada aomensurar e divulgar o valor justo. Um instrumento de categorização nahierarquia do valor justo baseia-se no menor nível de “input” significativopara sua mensuração. A seguir está demonstrada uma descrição dos trêsníveis de hierarquia:Nível 1 - Os “inputs” são determinados com base nos preços praticadosem um mercado ativo para ativos ou passivos idênticos na data damensuração. Adicionalmente, a Companhia deve ter possibilidade denegociar nesse mercado ativo e o preço praticado não pode ser ajustadopela Companhia.Nível 2 - Os “inputs” são outros que não sejam preços praticados conformedeterminado pelo Nível 1 que são observáveis para o ativo ou passivo,direta ou indiretamente. Os “inputs” do Nível 2 incluem preços praticadosem um mercado ativo para ativos ou passivos similares, preços praticadosem um mercado inativo para ativos ou passivos idênticos; ou “inputs” quesão observáveis ou que possam corroborar na observação de dados deum mercado por correlação ou de outras formas para substancialmentetoda parte do ativo ou passivo.Nível 3 - Os “inputs” inobserváveis são aqueles provenientes de pouca ounenhuma atividade de mercado. Esses “inputs” representam as melhoresestimativas da Administração da Companhia de como os participantesde mercado poderiam atribuir valor/preço a esses ativos ou passivos.Geralmente, os ativos e passivos de Nível 3 são mensurados utilizandomodelos de precificação, fluxo de caixa descontados, ou metodologiassimilares que demandam um significativo julgamento ou estimativa.De acordo com o CPC 40, a Companhia mensura seus equivalentes decaixa e aplicações financeiras pelo seu valor justo. Os equivalentes decaixa e aplicações financeiras são classificados como Nível 2, pois sãomensurados utilizando preços de mercado para instrumentos similares.A tabela abaixo demonstra, de forma resumida, nossos principais ativos epassivos financeiros em 31 de dezembro de 2011 e de 2010. Para aquelesativos e passivos financeiros registrados a valor justo, demonstramostambém os respectivos níveis de hierarquia

Mensuraçãocontábil

Hierarquia dovalor justo

2011Valor

contábilValorjusto

AtivoEquivalentes de caixa Valor justo Nível 2 100.396 100.396Aplicações financeiras Valor justo Nível 2 1.051 1.051

Contas a receberCusto

amortizado 35.106 35.106Créditos com partes

relacionadasCusto

amortizado 2.622 2.622Passivo

FornecedoresCusto

amortizado 37.428 37.428Participação nosresultados

Custoamortizado 11.160 11.160

Mensuraçãocontábil

Hierarquia dovalor justo

2010Valor

contábilValorjusto

AtivoEquivalentes de caixa Valor justo Nível 2 85.162 85.162Aplicações financeiras Valor justo Nível 2 1.026 1.026

Contas a receberCusto

amortizado 67.242 67.242Créditos com partes

relacionadasCusto

amortizado 2.348 2.348Passivo

FornecedoresCusto

amortizado 39.325 39.325Participação nos

resultadosCusto

amortizado 20.391 20.391(b) Mensuração dos ativos e passivos financeiros pelo custoamortizadoNa avaliação efetuada para fins de determinação do valor presente dosativos e passivos mensurados pelo método de custo amortizado, não foiconstatada a aplicabilidade deste ajuste, destacando-se as seguintesrazões: (i) Contas a receber: curtíssimo prazo de vencimento das faturase (ii) Fornecedores: curto prazo para liquidação de todas as obrigações.(c) Risco de créditoA concentração do risco de crédito associado às contas a receber declientes não é relevante em função da pulverização da carteira. Os créditosde liquidação duvidosa estão adequadamente cobertos por provisão parafazer face às eventuais perdas nas suas realizações.As operações com instituições financeiras (aplicações financeiras)são distribuídas em instituições de primeira linha, evitando risco deconcentração. O risco de crédito das aplicações financeiras é avaliadoatravés do estabelecimento de limites máximos de aplicação nascontrapartes, considerando os “ratings” publicados pelas principaisagências de risco internacionais para cada uma destas contrapartes.(d) Riscos contingenciaisOs riscos contingenciais são avaliados segundo hipóteses de exigibilidadee estão segregados entre provisões e passivos contingentes, conformedefinições contidas no CPC 25. Provisões são as contingênciasconsideradas como de risco provável, reconhecidas no passivo, poisexiste uma obrigação presente como resultado de evento passado, sendoprovável uma saída de recursos para liquidar a obrigação. Os detalhesdesses riscos estão apresentados na Nota 20.(e) Riscos de LiquidezO risco de liquidez surge da possibilidade da Companhia não honrar comas suas obrigações contratadas nas datas previstas e necessidades decaixa devido às restrições de liquidez do mercado.A Companhia utiliza o fluxo de caixa gerado a partir das operações paracustear gastos de capital e investir em novos negócios.4 - RECEITAS DE VENDAS E/OU SERVIÇOS

2011 2010Receita bruta de vendas e/ou serviços 270.098 332.480Deduções da receita bruta

Tributos (26.378) (34.728)Outras deduções (7.075) (9.406)

Receitas de vendas e/ou serviços 236.645 288.3465 - DESPESAS POR NATUREZAA Companhia optou por apresentar a demonstração do resultado porfunção. O detalhamento das despesas por natureza está apresentado aseguir:

2011 2010

Serviços de terceiros (108.336) (114.181)Depreciação e amortização (18.513) (16.977)Pessoal (61.650) (64.767)Aluguéis e seguros (18.990) (34.623)Provisão para créditos de liquidação duvidosa (6.926) (13.061)Publicidade e propaganda (14.710) (27.089)Materiais (850) (1.056)Meios de conexão (1.352) (2.562)Outros custos e despesas (107) (89)Total (231.434) (274.405)Classificados como:Custos dos serviços prestados (95.791) (61.349)Comercialização dos serviços (67.757) (79.298)Gerais e administrativas (67.886) (133.758)Total (231.434) (274.405)6 - OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS

2011 2010Outras receitas operacionais

Aluguel de infra-estrutura operacional eoutros 117 104

Multas 50 2.231Recuperação de tributos e despesas 4.743 8.065Reversão de provisão ISS 18.160Reversão de outras provisões 3.671 1.382Alienação de imobilizado 46 16Fundos de pensão 387Outras receitas 1.935 68

Total 10.562 30.413

NOTAS EXPLICATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E DE 2010Em milhares de reais, exceto quando indicado de outra forma

2011 2010Multas (136) (253)Provisão para perdas em processos judiciais (1.269) (1.763)Provisão para PPR/Bônus de empregados e

administradores (9.863) (21.296)Tributos (exceto sobre receita bruta, IRPJ eCSLL) (509) (807)

Despesa na baixa do imobilizado (597) (13)Créditos baixados (962) (7.144)Custas processuais (77) (23)Fundos de pensão (268) (368)Outras despesas (337) (623)

Total (14.018) (32.290)7 - RESULTADO FINANCEIRO

2011 2010Receitas financeirasAtualização monetária de depósitos judiciais 185 129Juros e variações monetárias sobre outros

ativos 318 699Rendimentos de aplicações financeiras 10.375 9.824Juros e variações monetárias sobre impostos

e contribuições 586 70Outras receitas financeiras 568 28

Total 12.032 10.750Despesas financeirasJuros sobre empréstimos a pagar a terceiros (362) (21)Variação monetária e cambial sobreempréstimos a pagar a terceiros (1) (190)Atualização monetária de provisões para

perdas em processos judiciais (403) (985)Atualização monetária PAES (439) (271)Juros/atualização monetária parcelamento ISS (1.455)Imposto sobre operações financeiras e

encargos bancários (16) (11)Outras despesas financeiras (78) (426)Total (3.460) (1.904)

8 - IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCROOs tributos sobre a renda abrangem o imposto de renda e a contribuiçãosocial sobre o lucro. A alíquota para imposto de renda é de 25% e aalíquota para contribuição social é de 9%, produzindo uma taxa tributárianominal combinada de 34%.Os registros relativos à provisão de imposto de renda e contribuição socialsobre o lucro reconhecidos no resultado são os seguintes:

2011 2010Tributos correntes (3.498) (6.860)Tributos diferidos (3.424) (2.235)Total (6.922) (9.095)

2011 2010Lucro antes das tributações / resultado

tributado 10.739 20.910IRPJ e CSLL sobre o resultado tributado

(10%+15%+9%=34%) (3.651) (7.110)Equivalência patrimonial 140Baixa de créditos tributários (i) (3.151)Perda indedutíveis com contas a receber (362) (2.803)Efeito tributário sobre exclusões (adições)

permanentes (ii) 102 818Efeito de IRPJ e CSLL na demonstração

de resultado (6.922) (9.095)(i) Refere-se à baixa de créditos tributários prescritos.(ii) Refere-se substancialmente, às adições e exclusões permanentes edespesas operacionais indedutíveis.9 - CAIXA, EQUIVALENTES DE CAIXA E APLICAÇÕES FINANCEIRASAs aplicações financeiras realizadas pela Companhia, nos exercíciossociais findos em 31 de dezembro de 2011 e de 2010, são classificadascomo mantidas para negociação e são mensuradas pelos respectivosvalores justos.(a) Caixa e equivalentes de caixa

2011 2010Caixa 128 4.563Equivalentes de caixa 100.396 85.162

Total 100.524 89.725CDB – Certificado de Depósito Bancário 41.942 5.511Operações compromissadas 58.454 75.727Outros 3.924Equivalentes de caixa 100.396 85.162(b) Aplicações financeiras

2011 2010Títulos públicos 176 10Títulos privados 875 1.016Aplicações financeiras 1.051 1.026Circulante 1.051 1.02610 - CONTAS A RECEBER

2011 2010Serviços faturados 34.866 52.830Serviços a faturar 8.418 22.203Provisão para créditos de liquidação duvidosa (8.178) (7.791)Total 35.106 67.242A composição por idade dos valores a receber é apresentada a seguir:

2011 % 2010 %A faturar 8.418 19,45 22.203 29,59A vencer 15.707 36,28 34.210 45,59Vencidas até 60 dias 12.732 29,42 12.793 17,05Vencidas de 61 a 90 dias 896 2,07 2.150 2,87Vencidas de 91 a 120 dias 914 2,11 1.059 1,41Vencidas de 121 a 150 735 1,70 525 0,70Vencidas de 151 a 180 dias 609 1,41 684 0,91Vencidas acima de 180 dias 3.272 7,56 1.409 1,88Total 43.284 100,00 75.033 100,00As movimentações na provisão para créditos de liquidação duvidosa declientes da Companhia são as seguintes:Saldo em 01/01/2010 (5.808)Provisão para créditos de liquidação duvidosa (13.061)Contas a receber de clientes baixadas como incobráveis 11.078Saldo em 2010 (7.791)Provisão para créditos de liquidação duvidosa (6.926)Contas a receber de clientes baixadas como incobráveis 6.539Saldo em 2011 (8.178)11 - TRIBUTOS CORRENTES E DIFERIDOS SOBRE A RENDA

Ativo2011 2010

Tributos correntes a recuperarCS a recuperar (i) 61 2.231IR a recuperar (i) 162 6.323Impostos retidos na fonte – IR/CS 2.562 2.755Circulante 2.785 11.309Tributos diferidos a recuperarIR sobre adições temporárias (ii) 6.578 8.977CS sobre adições temporárias (ii) 2.368 3.232IR sobre prejuízos fiscais (ii) 56.900 57.019CS sobre base negativa (ii) 20.488 20.531Outros tributos diferidos 7.749 8.442Não circulante 94.083 98.201Adições temporárias por natureza:Participação nos lucros 3.522 6.697Provisão para devedores duvidosos 2.780 2.649Provisões - contingências 2.583 2.616Provisões diversas 61 247Total 8.946 12.209

Passivo2011 2010

Tributos correntes a recolherIR a pagar 246 5.181CS a pagar 100 1.920Circulante 346 7.101(i) Referem-se a pagamentos realizados, calculados com estimativaslegais, que serão compensados com obrigações fiscais futuras.(ii) Imposto de renda e contribuição social diferidos ativos são reconhecidossomente na extensão em que seja provável que existirá base tributávelpositiva para a qual as diferenças temporárias possam ser utilizadas eprejuízos fiscais possam ser compensados. Ativos de imposto de rendae contribuição social diferido são revisados a cada data de encerramentode exercício e serão reduzidos na medida em que sua realização nãoseja mais provável. A Companhia compensa seus prejuízos fiscais e basenegativa da contribuição social, até o limite de 30% do lucro fiscal apurado,conforme legislação fiscal vigente.

Page 20: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 201220 -.ECONOMIA/LEGAIS DIÁRIO DO COMÉRCIO

INTERNET GROUP DO BRASIL S.A.CNPJ 03.368.522/0001-39

A seguir estão apresentados os prazos de expectativa de realização dosativos de tributos diferidos:

20112013 1.0562014 4.0182015 7.0112016 10.4532017 12.6252018 14.4092019 15.8612020 16.9612021 3.940Total 86.334Movimentação do imposto de renda e contribuição social diferidos:

Saldoem 2010

Reconhecidono resultado

Saldoem 2011

Impostos diferidos ativos comrelação a:

Participação nos lucros 6.697 (3.175) 3.522Provisão para devedores duvidosos 2.649 131 2.780Provisões contingências 2.616 (33) 2.583Provisões diversas 247 (186) 61Total 12.209 (3.263) 8.946

Prejuízos fiscais 57.019 (119) 56.900Base negativa de CS 20.531 (43) 20.488Total 77.550 (161) 77.388Total imposto diferido ativo 89.759 (3.424) 86.33412 - OUTROS TRIBUTOS

Ativo2011 2010

PIS/COFINS 219 131Impostos retidos na fonte 14Total 219 145Circulante 219 145

Passivo2011 2010

ICMS 252PIS/COFINS 1.505 2.043ISS parcelamento 2.964 1.543ISS outros 178 733Total 4.647 4.571Circulante 2.106 4.158Não circulante 2.541 413

13 - ADIANTAMENTO A FORNECEDORES - PARTES RELACIONADAS2011 2010

Telemar Internet 13.614Oi S.A. 10.553Brasil Telecom Serviços de Internet 5.363 5.465Total 29.530 5.465Circulante 24.167 –Não Circulante 5.363 5.46514 - DEPÓSITOS E BLOQUEIOS JUDICIAIS 2011 2010

Tributários 990 602Cíveis 260 287Trabalhistas 697 1.238

Total 1.947 2.127Circulante 260 288Não circulante 1.687 1.839Conforme estabelecido pelas respectivas legislações, os depósitosjudiciais são atualizados monetariamente.15 - DEMAIS ATIVOS 2011 2010Adiantamentos a empregados 2.882 1.509Despesas antecipadas 1.159 2.649Caução Aluguel 370 362Outros 383 539Total 4.794 5.059Circulante 4.444 4.296Não circulante 350 76316 - INVESTIMENTOS 2011 2010Participações avaliadas pelo método de

equivalência patrimonial 217 79Ágio na aquisição de Z Investimentos S.A. 1.421 1.421Total 1.638 1.500A movimentação dos investimentos está resumida da seguinte maneira:Saldo em 2010 1.500Equivalência patrimonial 412Distribuição de dividendos (274)Saldo em 2011 1.638

PatrimônioLíquido

Capitalsocial

integra-lizado

Lucrolíquido doexercício

2011Qtde. deAções

Participa-ção - %

OrdináriasCapital

totalZ Investi-mentos S.A. 1.025 424 1.943 2.648 21,2

2011Equivalênciapatrimonial

Valor doinvestimento

Z Investimentos S.A. 412 217

20 - PROVISÕES(a) Composição do saldo

2011 2010Tributárias (vide item (d) (1))Pis-Cofins 983 1.306Demais ações 690 155Total 1.673 1.461Trabalhistas (vide item (d) (2))Horas extras 99 35Indenizações 158Verbas rescisórias 197 165Vínculo empregatício 1.658 1.863Total 1.954 2.221Cíveis (vide item (d) (3))Juizado Especial Cível 86 90Demais ações 3.884 3.922Total 3.970 4.012Total das provisões 7.597 7.694Circulante 421 788Não circulante 7.176 6.906Conforme estabelecido pelas respectivas legislações, as provisõespara perdas em processos judiciais são mensalmente atualizadasmonetariamente.(b) Detalhamento dos processos por natureza de risco

2011Tributárias Trabalhistas Cíveis Total

Provisões 1.673 1.954 3.970 7.597Passivos contingentes 130.766 524 2.426 133.716

2010Tributárias Trabalhistas Cíveis Total

Provisões 1.461 2.221 4.012 7.694Passivos contingentes 21.375 441 3.756 25.572(c) Resumo das movimentações dos saldos de provisões

Tributárias Trabalhistas Cíveis TotalSaldo em 01/01/2010 2.544 3.198 5.742

Adições, líquidas dereversões (Nota 6) 979 173 611 1.763

Baixa por pagamento /encerramento (496) (300) (796)

Atualização monetária(Nota 7) 482 503 985

Saldo em 2010 1.461 2.221 4.012 7.694Adições, líquidas dereversões (Nota 6) 339 242 688 1.269

Baixa por pagamento /encerramento (814) (955) (1.769)

Atualização monetária(Nota 7) (127) 304 226 403

Saldo em 2011 1.673 1.953 3.971 7.597(d) Provisões(1) TributáriasProvisão refere-se a exigência de PIS/COFINS decorrente da supostautilização indevida de créditos.(2) Trabalhistas(i) Verbas rescisórias - Representada por verbas devidas e nãoquitadas quando da rescisão contratual dos ex- empregados, incluindoindenização prevista no PIRC – Plano Incentivado de RescisãoContratual.(ii) Indenizações - As indenizações correspondem a pedidos deressarcimento ou compensação por danos ocorridos no curso do contratode trabalho, decorrentes de razões diversas, entre as quais pode-se citar:acidente de trabalho, estabilidade provisória, danos morais, devoluçãode descontos em folha de pagamento, auxílio creche e produtividadeprevistos em acordo coletivo.(iii) Vínculo empregatício - Reclamações de ex-empregados de empresasterceirizadas requerendo o reconhecimento do vínculo empregatíciodireto com a Companhia, sob o fundamento de terceirização ilícita e/ou configuração dos elementos do vínculo, como subordinação direta.(iv) Horas extras - Reclamações referentes a pedidos de recebimento dehoras adicionais, trabalhadas além da jornada normal de trabalho.(3) Cíveis(i) Cível – Ações que envolvam valores superiores a 40 salários mínimose temas que não se enquadram na categoria estratégica.(ii) Cível estratégico – refere-se a diversas ações em curso abrangendorescisão contratual, indenização de fornecedores e representantescomerciais, entre outros.(iii) Consumidor – Questionamentos realizados por clientes cujos valoresindividuais de indenização não ultrapassam 40 salários mínimos.(e) Passivos contingentesA Companhia também possui diversos processos cujas expectativas deperda são classificadas como possíveis na opinião de seus consultoresjurídicos e para as quais não foram constituídas provisões.Na opinião da Administração, baseado em seus consultores jurídicos, osprincipais passivos contingentes estão resumidos abaixo:Trabalhistas:Referem-se a questionamentos em diversos pedidos de reclamaçãorelativos a diferenças salariais, horas extras, adicionais de periculosidadee insalubridade, e responsabilidade solidária, dentre outros, no valoraproximado de R$ 524 (2010 - R$ 441).Tributárias:As principais causas existentes estão representadas pelos seguintesobjetos:(i) Tributos federais – processos administrativos sendo o principal objetoa cobrança de IRPJ e CSLL, apuração de saldo negativo. O montanteaproximado é de R$ 15.300 (2010 – R$ 21.375).(ii) Tributos estaduais – autuação da empresa cobrando supostoscréditos de ICMS sobre veiculação de publicidade via internet. Omontante aproximado é de R$ 42.454 (2010 – R$ 0).(iii) Tributos municipais – autuação da empresa cobrando supostoscréditos de ISS sobre provimento de internet, agenciamento de tráfegode internet, links patrocinados, outros agenciamentos e comissões,publicidade e serviços adicionais, multa por não emissão de documentofiscal. O montante aproximado é de R$ 73.012 (2010 – R$ 0).Cíveis:As principais causas existentes estão representadas pelos seguintesobjetos:Ações que não possuem nenhuma decisão judicial vinculada, cujosobjetos são cobrança indevida, venda indevida, entre outros. Essesquestionamento perfazem aproximadamente R$ 2.426 (2010 – R$3.756).21 - DEMAIS OBRIGAÇÕES

2011 2010Adiantamentos de clientes 576Obrigação com impostos 223 564Retenções em folha de pagamento 1.381 1.269Obrigações com empresas associadas 5.632 5.562Outros 380 573Total 7.616 8.544Circulante 7.616 8.54422 - PATRIMÔNIO LÍQUIDO(a) Capital SocialO capital social subscrito e integralizado, na data de encerramento dosbalanços é de R$ 396.477 e esta representado pela composição a seguir:

18 - INTANGÍVELSistemas de

processamentode dados

Marcas epatentes Total

Custo do intangível(valor bruto)

Saldo em 01/01/2010 75.966 259 76.225Adições 48 48Transferências 7.348 7.348Saldo em 2010 83.362 259 83.621Adições 494 494Transferências 13.889 13.889Saldo em 2011 97.745 259 98.004Amortização acumuladaSaldo em 01/01/2010 (36.432) (6) (36.438)Despesas de amortização (11.635) (11.635)Saldo em 2010 (48.067) (6) (48.073)Despesas de amortização (11.937) (11.937)Saldo em 2011 (60.004) (6) (60.010)Intangível líquidoSaldo em 2010 35.295 253 35.548Saldo em 2011 37.741 253 37.994Taxa média de amortização 20%19 - PROGRAMA DE REFINANCIAMENTO FISCALO saldo do Programa de refinanciamento fiscal está composto comosegue:

2011 2010PAES 216 228Parcelamento da Lei nº 11.941/2009 3.575 3.754Total 3.791 3.982Circulante 415 230Não circulante 3.376 3.752Os valores do PAES e do novo parcelamento instituído pela Leinº 11.941/2009 segregados em principal, multas e juros são compostoscomo segue:

2011 2010Principal Multas Juros Total Total

COFINS 54 5 74 133 140CSLL 448 113 350 911 957IRPJ 1.246 119 1.332 2.697 2.834IRRF 4 2 16 22 23PIS 5 2 21 28 28Total 1.757 241 1.793 3.791 3.982Os valores do PAES são atualizados monetariamente pela variação daTJLP, e do Novo Parcelamento pela SELIC, tendo sido reconhecidos noexercício findo em 31 de dezembro de 2011 R$439 (2010 - R$271) como

“Despesas financeiras”.A seguir está apresentado o cronograma de pagamento:

20112012 4152013 3462014 2662015 a 2017 7992018 a 2020 7992021 a 2023 7992024 e exercícios seguintes 367Total 3.791REFIS II - PAESA Companhia aderiu ao PAES - Parcelamento Especial, (tambémconhecido como REFIS II - Programa de Refinanciamento Fiscal II),disciplinado pela Lei nº 10.684/2003, inscrevendo parte substancial dosdébitos com a Fazenda Nacional vencidos até 28 de fevereiro de 2003.Conforme previsto no art. 7 da referida Lei, a Companhia estava obrigadaa manter o pagamento regular das parcelas do PAES, podendo serexcluída do programa caso atrasasse esses pagamentos por três mesesconsecutivos ou seis meses alternados, o que primeiro ocorresse.O refinanciamento foi pactuado em 120 meses, tendo sido liquidados,sem atraso no exercício findo em 31 de dezembro de 2011, R$129(2010 - R$115), em consonância com a determinação da Instrução CVMnº 346/2000, que dispõe sobre a regularidade do pagamento comocondição essencial para a manutenção das condições previstas noparcelamento.Parcelamento instituído pela Lei nº 11.941/2009A Companhia aderiu ao Novo Parcelamento de Débitos TributáriosFederais, disciplinado pela Lei nº 11.941/2009, incluindo parte dosdébitos administrados pela RFB e PGFN (débitos relativos a tributosfederais) vencidos até 30 de novembro de 2008.Conforme previsto no art. 1, V, §9 da Lei, a empresa é obrigada a mantero pagamento regular das parcelas do novo parcelamento, podendoser excluída do programa caso mantenha em aberto três parcelas,consecutivas ou não, ou de uma parcela, estando pagas todas as demais.O refinanciamento foi pactuado em 161 meses. Conforme previstona legislação de regência e nas Portarias que a disciplinaram, asempresas que aderiram ao programa passaram a fazer o recolhimentomínimo mensal das parcelas, uma vez que seu valor definitivo apenasserá obtido após a consolidação dos débitos pela Receita Federal. ACompanhia formalizou junto à Receita Federal do Brasil e ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, dentro do prazo estabelecido pelasPortarias conjuntas editadas pelos referidos órgãos, a consolidaçãodos débitos incluídos nas diversas modalidades do parcelamento da Lein° 11.941/2009.

2011 2010Total de ações

ordináriasPartici-

pação %Total de ações

ordináriasPartici-

pação %iG Participações S.A. 267.137.659 32,53 267.137.659 32,53Brasil Telecom

Serviços deInternet S.A. 441.974.113 53,82 441.974.113 53,82

Oi S.A. 112.047.365 13,65 112.047.365 13,65Total 821.159.137 100,00 821.159.137 100,00

2011 2010Valor patrimonial por ação (R$) 0,33 0,3323 - BENEFÍCIOS A EMPREGADOSParticipação dos empregados nos lucrosO plano de participação nos lucros foi instituído como formade incentivar os empregados a alcançar as metas individuaise corporativas, melhorando o retorno dos acionistas. O Planoentra em vigor quando são atingidas as seguintes metas:• Cumprimento de metas de valor adicionado econômico (indicadores delucro antes dos juros, imposto de renda, depreciação e amortização, além deindicadores de valor econômico adicionado); e• Indicadores operacionais, qualidade e mercado.Em 31 de dezembro de 2011, a Companhia registrou provisões com basenas estimativas do cumprimento dessas metas, no montante total de R$9.863 (2010 – R$ 21.296).24 -TRANSAÇÕES COM PARTES RELACIONADAS

2011 2010AtivoContas a receber 5.660 18.203

Oi S.A. 1.348 12.270Telemar Norte Leste 2.630 5.85714 Brasil Telecom Celular 111 76BrT Comunicação Multimídia Ltda. 1.571

Adiantamento a fornecedor 29.530 5.465Telemar Internet Ltda. 13.614Oi S.A. 10.553Brasil Telecom Serviços de Internet 5.363 5.465

Dividendos a receber 273Z Investimentos S.A. 273

Outros 2.657 2.382BrT Comunicação Multimídia Ltda. 2 214 Brasil Telecom Celular 3 3Agência Jornal da Internet 2Oi S.A. 30 27IG Participações S.A. 2.622 2.348

PassivoFornecedores 12.723 14.635

Oi S.A. 4.619 4.102BrT Comunicação Multimídia Ltda. 4.813 5.694Brasil Telecom Serviços de Internet 40BrT Call Center 3.291 4.799

Outros 5.621 5.551Brasil Telecom Serviços de Internet 5.181 5.174BrT Subsea Cable Systems Bermudas Ltd. 165 119Oi S.A. 242 228BrT Comunicação Multimídia Ltda. 4 114 Brasil Telecom Celular 29 29

ReceitasReceita de serviço 6.592 22.558

Oi S.A. 3.752 12.055Telemar Norte Leste 2.840 10.503

Receita financeira 249 135iG Participações 249 135

DespesasCustos dos serviços 14.666 21.411

Oi S.A. 10.874 17.556Telemar Norte Leste 754 291BrT Comunicação Multimídia Ltda. 3.038 3.564

Despesas com vendas 17.660 18.482Brasil Telecom S.A. Call Center 17.626 18.115Telemar Norte Leste 34 367

Outras despesas 3.084 2.748Oi S.A. 2.846 2.740Telemar Norte Leste 238 8

Despesas financeiras 3 7BrT Comunicação Multimídia Ltda. 1BrT Subsea Cable Systems Bermudas Ltd. 2 7

As principais transações realizadas compreendem aluguel de porta IP econexão Internet, serviços de telecomunicações de longa distância nacionale internacional, serviços de data center e aluguel de infra-estrutura epublicidade.25 - SEGUROSA cobertura dos bens patrimoniais da Companhia é administrada de formacorporativa pela controladora do grupo Oi S.A.. A administração entende queo montante contratado para fazer face aos eventuais danos materiais e perdade receitas decorrentes desses danos (lucros cessantes) é consideradosuficiente para garantir a integridade patrimonial e continuidade operacional.26 - EVENTOS SUBSEQUENTES(a) Aprovação da Reorganização Societária – Oi S.A. (anteriormentedenominada BrasilTelecom S.A.)Em assembleias gerais realizadas em 27 de fevereiro de 2012, os acionistasdas Companhias Oi Tele Norte Leste S.A. (“TNL”), Telemar Norte Leste S.A.(“TMAR”), Coari Participações S.A. (“Coari”) e Brasil Telecom S.A. (“BrT”)aprovaram a Reorganização Societária que compreendeu conjuntamente acisão parcial da TMAR com a incorporação da parcela cindida pela Coariseguida de incorporação de ações da TMAR pela Coari e as incorporaçõesda Coari e da TNL pela BrT, companhia esta que passa a concentrar todas asparticipações acionárias atuais nas Companhias Oi e passa a ser a única dasCompanhias Oi listada em bolsa de valores, tendo sido a sua denominaçãosocial alterada para Oi S.A. por ocasião dessas assembleias gerais.A reorganização societária citada foi realizada nos níveis dos controladoresde grupo, não produzindo efeitos para Companhia.(b) Acordo para a venda da linha de negócio conteúdo/publicidade econstituição da empresa IG Publicidade e Conteúdo Ltda.Em 18 de abril de 2012 a Companhia firmou um acordo para a venda de100% da linha de negócio Conteúdo/Publicidade para a empresa OngoingComunicações – Participações S.A. com o objetivo de aumentar o foco dasCompanhias Oi nos negócios ligados à banda larga, e por outro lado, darmais autonomia ao negócio objeto da venda. O resultado desta unidade denegócios em 31 de dezembro de 2011 é negativo no montante de R$86.072, eo valor dos ativos e passivos líquidos transferidos nessa data é de R$ 35.045.A Companhia continua com as linhas de negócio acesso e serviços digitais.Conforme acordo acima, a Companhia deveria constituir e capitalizar umanova sociedade com a transferência dos ativos e passivos inerentes aonegócio Publicidade/Conteúdo.A Companhia adquiriu 490 quotas da empresa IG Publicidade e ConteúdoLtda., representativas de 98% do capital votante, e em 01 de junho de 2012capitalizou a mesma transferindo os ativos e passivos líquidos relativos àlinha de negócio Conteúdo e Publicidade.

17 - IMOBILIZADO

Bens deuso geral

Equipamentosde transmissão

e outrosInfra-

estrutura PrédiosObras em

AndamentoOutrosativos Total

Custo do imobilizado (valor bruto)Saldo em 01/01/2010 72.422 1.623 1.400 4.662 8.876 443 89.426

Adições 2.800 3.721 62 26.979 33.562Baixas (301) (301)Transferências 10.912 252 493 (19.006) (7.349)

Saldo em 2010 85.833 5.344 1.714 5.155 16.849 443 115.338Adições 2.138 1 705 9.341 12.185Baixas (18.255) (12) (11) (305) (18) (18.601)Transferências 1.762 4 (15.656) (13.890)

Saldo em 2011 71.478 5.333 2.412 5.155 10.229 425 95.032Depreciação acumuladaSaldo em 01/01/2010 (49.989) (510) (463) (4.061) (183) (55.206)

Despesas de depreciação (4.139) (696) (225) (254) (28) (5.342)Baixas 288 288

Saldo em 2010 (53.840) (1.206) (688) (4.315) (211) (60.260)Despesas de depreciação (4.958) (994) (397) (199) (28) (6.576)Baixas 17.658 12 11 18 17.699

Saldo em 2011 (41.140) (2.188) (1.074) (4.514) (221) (49.137)Imobilizado líquidoSaldo em 2010 31.993 4.138 1.026 840 14.318 2.763 55.078Saldo em 2011 30.338 3.145 1.338 641 10.227 206 45.895Taxa média depreciação 10% 11% 20% 10% 11%

Francisco Tosta Valim Filho - Diretor Presidente; Alex Waldemar Zornig - Diretor de Finanças; Tarso Rebello Dias – Diretor; Eurico de Jesus Teles Neto - Diretor - Benedita Miranda Apolinario - Gerente de Controladoria - CPF 008.948.368-54 - CRC 1SP221819/O-7

RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRASAos Acionistas e Administradores daInternet Group do Brasil S.A.São Paulo – SPExaminamos as demonstrações financeiras da Internet Group do BrasilS.A. (“Companhia”), que compreendem o balanço patrimonial em 31 dedezembro de 2011 e as respectivas demonstrações do resultado, dasmutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o exercíciofindo naquela data, assim como o resumo das principais práticascontábeis e demais notas explicativas.Responsabilidade da Administração sobre as demonstraçõesfinanceirasA administração da Companhia é responsável pela elaboração eadequada apresentação dessas demonstrações financeiras de acordocom as práticas contábeis adotadas no Brasil e pelos controles internos

que ela determinou como necessários para permitir a elaboraçãodessas demonstrações financeiras livres de distorção relevante,independentemente se causada por fraude ou erro.Responsabilidade dos Auditores IndependentesNossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essasdemonstrações financeiras com base em nossa auditoria, conduzidade acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria.Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelosauditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivode obter segurança razoável de que as demonstrações financeirasestão livres de distorção relevante. Uma auditoria envolve a execuçãode procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeitodos valores e divulgações apresentados nas demonstrações financeiras.Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor,

incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstraçõesfinanceiras, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessaavaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantespara a elaboração e adequada apresentação das demonstraçõesfinanceiras da Companhia para planejar os procedimentos de auditoriaque são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressaruma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Companhia.Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticascontábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitaspela administração, bem como a avaliação da apresentação dasdemonstrações financeiras tomadas em conjunto. Acreditamos que aevidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentarnossa opinião.

OpiniãoEm nossa opinião, as demonstrações financeiras acima referidasapresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, aposição patrimonial e financeira da Internet Group do Brasil S.A., em31 de dezembro de 2011, o desempenho de suas operações e os seusfluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com aspráticas contábeis adotadas no Brasil.Rio de Janeiro, 30 de abril de 2012.

DELOITTE TOUCHE TOHMATSU Otávio Ramos PereiraAuditores Independentes ContadorCRC 2SP 011.609/O-8 CRC n° RS-057770/O-2 “S” SP

A desoneração é fundamental porque a energia elétrica onera muito os produtos brasileiros, principalmente a fabricação de itens como o alumínio.Ives Gandra Martins, juristaeconomia

Corte de tributos é meiode baixar custo da energia

Governo considera que o mais viável para uma redução a curto prazo seriacortar os impostos federais que incidem sobre a energia: Pis e Cofins.

Reduzir impostos, eli-minar encargos se-toriais e fixar tarifasmais baixas com a

renovação das concessões dosetor elétrico são algumas op-ções do governo para diminuiro custo da energia no País, queestá entre os mais caros domundo. Segundo a AgênciaNacional de Energia Elétrica(Aneel), os custos da energiasão divididos da seguinte for-ma: geração (32,4%), trans-missão (6,4%), distribuição(24,1%), encargos setoriais(10,2%), tributos federais(5,2%) e estaduais (21,7%).

O governo está analisandoos componentes da estruturatarifária, e o mais viável parauma redução a curto prazo sãoos impostos federais que inci-dem sobre a energia: Progra-ma de Integração Social (Pis) eContribuição para Financia-mento da Seguridade Social(Cofins). A avaliação foi feitapelo coordenador do Grupo deEstudos do Setor Elétrico (Ge-

sel) da Universidade Federaldo Rio de Janeiro (UFRJ), Nival-de de Castro. Para ele, a redu-ção desses dois impostos é"importante e pertinente".

"As tarifas de energia elétri-ca do Brasil estão relativa-mente altas em relação a ou-tros países. Olhando o setor in-dustrial, esse custo vem con-tribuindo como um fator queexplica a desindustrializaçãobrasileira, na medida em queos setores eletrointensivos,

que consomem muita energiaelétrica no processo produti-vo, por ter uma energia maiscara perdem competitividadee tendem a abrir fábricas emoutros países onde a energia émais barata", alerta Castro.

Ao reduzir os impostos fede-rais, o governo mostra a im-portância de diminuir tam-bém o peso do Imposto sobreCirculação de Mercadorias eServiços (ICMS), que é atribui-ção dos estados. Para isso, se-

gundo Castro, seria precisouma política parecida com oacordo feito para acabar coma "guerra dos portos", onde foipossível ordenar a cobrançado ICMS. "O problema é o com-plicador político, é preciso ne-gociar com os estados. Masacreditamos que, com a expe-riência que o governo federalteve com a guerra dos portos,certamente vai fazer isso".

O jurista Ives Gandra Mar-tins também defende a deso-

neração do ICMS no valor daenergia elétrica, que poderiaser feita com uma compensa-ção aos estados, com repassede tributos federais, comouma parte da Cofins. "A deso-neração é fundamental por-que a energia onera muito osprodutos brasileiros, princi-palmente a fabricação deitens como o alumínio. Mas sea União quer fazer a desonera-ção, ela que pague, não obri-gue os estados a pagar", diz.

Gandra também sugereuma desoneração condiciona-da à redução do preço da ener-gia. "A União condicionariaque só poderiam gozar da de-soneração aqueles que redu-zissem paralelamente o custode energia para os seus consu-midores".

Também poderá haver re-dução da Reserva Geral de Re-versão (RGR), encargo criadopara indenizar os investidorespor possíveis reversões deconcessão do serviço de ener-gia elétrica. O encargo foi re-novado até 2035, mas se o go-verno decidir renovar as con-cessões que vencem a partirde 2015, ele pode ser extinto.

O coordenador do Geselacredita que, confirmada a op-ção do governo pela renova-ção das concessões, haverácondições de redução signifi-cativa no preço da energia, de-terminando nos novos contra-tos reajustes menores. Mas osefeitos só serão sentidos apartir de 2015. (ABr)

Page 21: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 2012 ECONOMIA/LEGAIS - 21DIÁRIO DO COMÉRCIO

BIOCAPITAL PARTICIPAÇÕES S.A.C.N.P.J. Nº: 07.814.533/0001-56 - NIRE 35.300.328.302

Edital de Convocação para AGO e ExtraordináriaFicam os senhores acionistas da Biocapital Participações S.A. convocados para se reunir emAssembleia Geral Ordinária e Extraordinária da Companhia, que será realizada na sede social,localizada na Av. Industrial, 360 ( Parte ) na cidade de Charqueada-SP, com início às 10h do dia 24de julho de 2012, para deliberar sobre a seguinte ordem do dia: (I) Apreciação, discussão e votaçãodas demonstrações financeiras referentes ao exercício social findo em 31 de dezembro de 2011; (II)Homologação da nova licença para industrialização e fabricação de BIODIESEL junto a ANP; (III )Situação financeira atual da Biocapital; e (IV) Deliberar e apresentar os novos projetos paracontinuidade da Biocapital; Nos termos do parágrafo primeiro do Artigo 126 da Lei nº 6.404/76, osacionistas poderão ser representados por mandatários, observadas as restrições legais, devendoser entregues na sede da Companhia, até 48 (quarenta e oito) horas antes da realização daAssembleia, o instrumento de procuração e demais atos societários que comprovem a regularidadeda representação. Finalmente, em atenção às disposições legais e estatutárias pertinentes,encontram-se à disposição dos senhores acionistas, na sede social da Companhia, cópias dosdocumentos a serem discutidos na referida Assembleia.

ETH BIOENERGIA S.A.CNPJ/MF nº 08.636.745/0001-53 - NIRE 35.300.350.391Edital de Convocação de Assembleia Geral Ordinária

Ficam convocados os acionistas da ETH Bioenergia S.A. (a “Companhia”) para comparecerem àAssembleia Geral Ordinária que será realizada em 30 de julho de 2012, às 9hs, na sede daCompanhia, localizada na Cidade de São Paulo, na Avenida Rebouças, 3.970, 26º andar, parte,Pinheiros, CEP 05402-920, a fim de deliberarem sobre as seguintes matérias: (i) aprovação doRelatório da Administração, Balanço Patrimonial e demais Demonstrações Financeiras da Companhia,referentes ao exercício social encerrado em 31 de março de 2012; (ii) destinação do resultado doexercício social encerrado em 31 de março de 2012; (iii) fixação do limite global de remuneração dosAdministradores da Companhia para o corrente exercício; (iv) substituição e eleição de membros doConselho de Administração. São Paulo, 13, 14 e 17 de julho de 2012. ETH Bioenergia S.A. MarceloBahia Odebrecht - Presidente do Conselho de Administração. (13, 14 e 17/07/2012)

Softinvest Participações e Administração S.A.CMPJ/MF n° 07.865.318/0001-84 – NIRE 35.300.328.990

Ata de Reunião do Conselho de Administração Realizada 02/07/121. Data, Hora e Local: 02/07/12, 11hs, na sede social da Softinvest Participações e Administração S.A., CNPJ/MF n°07.865.318/0001-84, na Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 1830, 12°, em SP/SP ( a ``Cia.´´). 2. Presença: Verificou-se apresença da totalidade dosSrsmembros doCons.deAdm.daCia..3.Convocação:Dispensada a comprovação da convocaçãotendo em vista a presença da totalidade dosmembros doCons.de Adm.daCia..4.Mesa:Presidente: Jair Ribeiro da Silva NetoSecretário: André Jacintho Mesquita 5.Ordem do dia:Deliberar sobre assinatura de carta conforto, pela Cia., em benefício doSr. Acionista Giampaolo M.S.F.Baglioni , tendo em vista a renúncia apresentada pelo Sr.Giampaolo M.S.F Baglioni, nesta data,ao seu respectivo cargo de membro efetivo do Cons. de Adm. da Cia., conforme já apreciado e reconhecido em AGE da Cia.realizadanesta data ( a ``CartaConforto´´).6.Deliberações:Por unanimidadedevotosdospresentese semquaisquer ressalvas,os membros do Cons. de Adm. aprovaram a assinatura, pela Cia., da Carta Conforto, autorizado desde já a diretoria da Cia. atornar todasequaisquerprovidências, praticar todosequaisqueratos, bemcomoassinar todosequaisquerdocumento, incluindoaassinaturadaCartaConforto, quesejamnecessáriosparaeste fim.7.Encerramento:Nadamaishavendoa tratar oSr.Presidenteofereceu a palavra a quem dela quisesse fazer uso, e como ninguém se manifestou, deu por encerramento a presente reunião,determinando-se, por unanimidade de votos dos presentes, a lavratura desta ata na forma de sumário nos termos do art. 130,§1°, da Lei n° 6.404/76, conforme alterada, a qual, após lida e aprovada, foi por todos assinada.8. Assinaturas: Presidente daMesa: Jair Ribeiro da Silva Neto; Secretário da Mesa: André Jacintho Mesquita; Conselheiros: Jair Ribeiro da Silva Neto, Alfredode Goeye Junior, Rogério Igreja Brecha Júnior e Paulo Carlos de Brito.Cópia transcrita no Livro de Registro de Atas de Reuniãodo Cons. de Adm.da Cia..Confere com o original, SP, 02/07/12Mesa: Presidente-Jair Ribeiro da Silva Neto Secretátio-AndréJacintho Mesquita. Jucesp nº 297.081/12-3 em 11/07/2012.Gisela Simiema Ceschin-Secretária Geral.

Softinvest Participações e Administração S.ACNPJ/MF n° 07.865.318/0001-84 – NIRE 35.300.328.990

Ata da Assembléia Geral Extraordinária Realizada em 02/07/20121. Data, Hora e Local: 02/07/12, 10:30hs na sede social da Softinvest Participações e Administração S.A., CNPJ/MFn° 07.865.318/0001-84, na Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 1830, 12°, em SP/SP ( a ``Cia.´´). 2 Convocação ePresenças: Dispensada a convocação, tendo em vista a presença de acionistas representando a totalidade do capitalsocial da Cia., nos termos do art. 124, § 4° da Lei n° 6.404/76 (``Lei das Sociedades por Ações´´) e conforme assinaturasconstantes do respectivo Livro de Presença de acionistas. 3. Mesa: Presidente: Jair Ribeiro da Silva Neto; Secretário:André Jacintho Mesquita. 4 Ordem do Dia: (i) deliberar sobre a proposta da administração da Cia. para distribuição dedividendos, (ii) caso aprovada a matéria que consta do item ``(i)´´ da Ordem do Dia, autorizar a administração da Cia. atomar todas asmedidas, bem, como a assinar todos os documentos necessários ao pagamento dos dividendos distribuídosaos acionistas da Cia.; e (iii) deliberar sobre o pedido de renúncia apresentado por determinado membro do Cons. deAdm. da Cia. ao seu respectivo cargo. 5. Deliberações: Dando início aos trabalhos, os acionistas axaminaram os itensconstantes da ordem do dia e deliberaram, por unanimidade de votos: (i) Aprovar a proposta da administração da Cia.para a distribuição de dividendos intercalados, no valor total de R$ 14.094.079,49 valor este calculado de acordo combalancete levantado nesta data, com data base de 30/07/12, e distribuído aos acionistas da Cia. de forma proporcional ássuas respectivas participações. (ii) Autorizar a administração da Cia. a tomar todas as medidas, bem como assinar todosos documentos que se fizerem necessário ao pagamento em 02/07/12 dos dividendos ora distribuídos. (iii) Reconhecere aceitar o pedido de renúncia, apresentado através da anexa Carta de Renúncia, pelo Sr. Giampaolo M.S.F. Baglioni,ao seu respectivo cargo de membro efetivo do Cons. de Adm. da Cia.. Os acionistas agradecem pelo serviço prestado epelos esforços do Sr. Giampaolo M.S.F Baglioni no desempenho de suas funções, na qualidade de membro efetivo doCons.de Adm. da Cia., permanecendo vago o cargo deixado pelo Sr. Giampaolo M.S.F Baglioni. 6 Encerramento: Nadamais havendo a tratar, os trabalhos foram suspensos pelo tempo necessário á lavratura desta ata na forma de sumário,nos termos de art. 130, § 1° da Lei das S/As, conforme aprovada por unanimidade de votos da totalidade dos acionistasda Cia.. Reabertos os trabalhos, foi presente ata lida e aprovada, sendo assinada por todos os presentes. SP, 02/07/12. 7Assinaturas: Presidente da Mesa: Jair Ribeiro da Silva Neto; Secretário da Mesa: André Jacintho Mesquita; Acionistas:Serpartners Participações e Administração S.A., Jair Ribeiro da Silva Neto; Paulo Carlos Brito, Luciano M.Sapata, Alfredode Goeye Junior, André Jacintho Mesquita, Rogerio Igreja Brecha Junior, Giampaolo M.S.F.Baglioní.A Presente é cópia fielda ata original lavrada em livro próprio. Jucesp nº 297.079/12-8 em 11/07/2012.Gisela Simiema Ceschin-Secretária Geral.

Softinvest Particições e Administração S.ACNPJ/MF N° 7.865.318/0001-84 – NIRE 35.300.328.990

Ata da AGOE Realizada em 25 de Junho de 20121.Data,HoraeLocal:25/06/12,11hs,nasedesocial daSoftInvestParticipaçõeseAdministraçãoS.A.,CNPJ/MFn°07.865.318/0001-84, na Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 1830, 12°, em SP/SP (a ``Cia.´´). 2. Convocação e Presenças: Dispensada aconvocação, tendo em vista a presença de acionistas representando a totalidade de capital social da Cia., nos termos do art. 124,§ 4° da Lei n° 6.404/76 (`` Lei das Sociedades por Ações´´) e conforme assinaturas constantes do respectivo Livro de Presençade Acionistas.3.Composição daMesa: Presidente: Jair Ribeiro da Silva Neto; Secretário: André Jacintho Mesquita.4.Ordem doDia: EmAGO: (i) tomar as contas pela Diretoria da Cia. relativas aos exercícios sociais de 2009, 2010 e 2011; (ii) deliberar acercade dos balanços e das demonstrações financeiras da Cia. relativas ao exercício social de 2009, 2010 e 2011;e (iii) a destinação deresultados apurados nos exercícios sociais de 2009, 2010 e 2011.Em AGE: (i) deliberar sobre o resgate da totalidade das açõesordinárias detidas pela acionistaBDSTechnolog LLC, CNPJ/MF n° 08.105.187/0001-08 (doravante denominada simplesmente ``BDS´´.) nos termosdoartigo 44da lei dasSociedades porAções, (ii)autorizar aDiretoria a praticar todos os atos e assinar todos osdocumentos que se fizerem necessários à implementação do resgate de ações ordinárias de emissão da Cia.; (iii) deliberar sobrea alteração do Art. 5° do Estatuto Social; (iv) deliberar sobre operação de associação entre a CPM Braxis S/A, inscrita no CNPJ/MF sob o n° 65.599.953/0001-63 (``CPM´´), sociedade na qual a Cia. detém participação direta e indireta, e a Caixa EconômicaFederal, instituição financeira concede, emBrasilia Distrito Federal na SBS, Bloco 4, Cj 3 e 4, 21°, CNPJ/MF n° 00.360.305/0001-4(``CEF´´), Seja diretamente ou pormeio de qualquer uma das afiliadas ou subsidiária da CPMe/ou daCEF (a ``Transação´´); e (v)deliberar sobre os pedidos de renúncia apresentados por determinados membros do Cons. de Adm. da Cia. aos seus respectivoscargos.5.Deliberações:Dando início aos trabalhos, os acionistas examinaramos itens constantes da ordemdodia e deliberaram,por unanimidade de votos.EmAGO: (i)Aprovar as contas prestadas pela Diretoria daCia. relativas aos exercícios sociais de 2009,2010 e 2011; (ii) Aprovar os balanços e as demonstrações financeiras da Cia. relativos aos exercícios de 2009, 2010 e 2011; e (iii)Não distribuir lucros e dividendos relativos aos exercícios sociais de 2009, 2010 e 2011, conforme a facultado pelo art. 202, §3°,II da Lei das S/As.Em AGE: (i) Resgatar, observando o art. 44 da Lei das S/As, 6.093.061 ações ordinárias de emissão da Cia.detidas pela acionista BDS, com o consequente cancelamento das referidas ações, mas sem redução do capital social, medianteo pagamento à acionista BDS, pelas ações ora resgatadas, por meio da transferência e entrega, à referida acionista, de 774.473ações ordinárias de emissão da CPM e titularidade da Cia., ao valor patrimonial contábil total de R$ 370.403,04 e 149,849 açõespreferências classe ``A´´ de emissão da CPM e titularidade da Cia., ao valor patrimonial contábil total de R$ 71.667,48. BDS, naqualidade de detentora da totalidade das ações ordinárias de emissão da Cia. ora resgatadas, expressamente concorda comoresgate ora aprovado, dando a Cia., neste ato, a mais ampla geral, irrevogável e irretratável quitação com relação ao resgate e aopagamento pelas ações resgatadas, para nada mais reclamar a qualquer título; (ii) em virtude da deliberação constante do itens``(i)´´ acima, autorizar os Diretores da Cia. a praticarem todos os atos, bem como a assinarem todos os documentos que fizeremnecessários à efetiva implementação do resgate das referidas ações e a consequentemente transferência de ações da CPM, detitularidade da Cia., à acionista BDS; (iii) ainda em virtude da deliberação constantes do item ``(i)´´ acima, aprovar a alteraçãodo Art. 5° do estatuto social da Cia., o qual passa a vigorar com a seguinte nova redação; ``Art. 5° `` O Capital Social subscrito eintegralizado é R$ 14.123.242,00, dividido em 57.668.318 ações ordinárias nominativas, sem valor nominal, representadas porcautelas, certificados ou títulos simples ou múltiplos.´´ Todos os demais Artigos do Estatuto Social da Cia. permanecem inaltera-dos e em pleno vigor e efeito: (iv) aprovar e ratificar e realização da Transação, autorizando a Diretoria da Cia. a praticar todos equaisquer atos e a assinar todos e qualquer documentos que se fizerem necessários à implementação e execução da transaçãobem como ratificando todos os atos que tenham sido praticados e todos os documentos que tenham sido assinados pela Diretoriada Cia. para esse fim; e (v) reconhecer e aceitar os pedidos de renúncia, apresentados através das anexas cartas de Renúncia.Aos seus respectivos cargos de membros efetivos do Cons. de Adm. da Cia., pelos Srs David Shpilberg e Ben Schneider. Osacionistas agradecem pelos serviços prestados e pelos esforços dos Srs. David Shpilberg e Ben Schneider no desempenho desuas funções na qualidade de membros efetivos do Cons. de Adm. da Cia. permanecendo vagos os respectivos cargos deixadospelos Srs. David Shpilberg e Ben Schneider. 6. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, os trabalhos foram suspensos pelotempo necessário à lavratura desta ata na forma de sumário nos termos do art. 130, § 1° da Lei das S/As, conforme aprovadopor unanimidade de votos da totalidade dos acionistas da Cia.. Reabertos os trabalhos, foi a presente ata lida e aprovada, sendoassinada por todos os presentes. SP, 25/06/12 7. Assinaturas: Presidente da Mesa: Jair Ribeiro da Silva Neto; Secretário daMesa: André Jacintho Mesquita; Acionistas: Serparthners Participações e Administração S.A., Jair Ribeiro da Silva Neto, PauloCarlos de Brito, Luciano M. Sapata, Alfredo de Goeye Junior, André Jacintho Mesquita, Rogerio Igreja Brecha Junior, GiampaoloM.S.F. Baglioni, BDS Technology LLC. A presente é cópia fiel da ata original lavrada em livro próprio. Jucesp nº 292.213/12-8 em06/07/2012.Gisela Simiema Ceschin-Secretária Geral.

Serpartners Participações e Administração S.A.CNPJ/MF n° 07.865.305/0001-05 - NIRE 35.300.329.007

Ata da Assembleia Geral Extraordinária realizada em 02/07/20121. Local, Horário e Data: Na sede social da Serpartners Participações e Administração S.A. (“Cia.”), localizada em SP/SP, na Av. Presidente Juscelino Kubitschek, na 1.830, 12°, Torre I, s/ 3, Itaim, no dia 02/07/12, às 11:30hs.2. Convocacãoe Presença: Dispensada a convocação, tendo em vista a presença de acionistas representando a totalidade do capitalsocial da Cia., nos termos do art. 124, § 4°, da Lei n° 6.404/76, conforme alterada (“ Lei das S/As”) e conforme assinaturasconstantes do respectivo Livro de Presença de Acionistas. 3. Mesa: Presidente: Jair Ribeiro da Silva Neto; Secretário:André Jacintho Mesquita. 4. Ordem do Dia: (i) deliberar sobre a proposta da administração da Cia. para distribuição dedividendos; e (ii) caso aprovada a matéria que consta do item “(i)” da Ordem do Dia, autorizar a administração da Cia. atomeu todas asmedidas, bem como a assinar todos os documentos necessários ao pagamento dos dividendos distribuídosaos acionistas da Cia.. 5. Leitura de Documentos: Dispensada, por unanimidade de votos, a leitura dos documentosrelacionados às matérias a serem deliberadas nesta Assembleia Geral, uma vez que são do Inteiro conhecimento dosacionistas.6. Deliberações:Os acionistas presentes, representando a totalidade do capital social da Cia., aprovaram, porunanimidade de votos, a proposta da administração da Cia. para a distribuição de dividendos intercalares, no valor totalde R$ 14.396.503138, valor este calculado de acordo com balancete levantado nesta data, com data base de 30/06/12,e distribuído aos acionistas da Cia. de forma proporcional às suas respectivas participações. Fica a administração da Cia.desde já autorizada a tomar todas as medidas, bem como assinar todos os documentos que se fizerem necessários aopagamento dos dividendos ora distribuídos em 02/07/12.7.Encerramento:Nadamais havendo a tratar, foram os trabalhossuspensos pelo tempo necessário à lavratura desta ata na forma de sumário, nos termos do art. 130, § 1° da Lei das S/As,conforme aprovado por unanimidade de votos da totalidade dos acionistas da Cia.. Reabertos os trabalhos, foi a presenteata lida e aprovada, sendo assinada por todos os presentes. 8. Assinaturas: Presidente da Mesa: Jair Ribeiro da SilvaNeto;Secretário da Mesa:André Jacintho Mesquita; acionistas: Jair Ribeiro da Silva Neto, MSP Participações S.A., por suarepresentante legal Marina Guaspari Brito Gonçalves, FRFC Participações e Administração Ltda., por seu represetantelegal, Alfredo de Goeye Junior, Alfredo de Goeye Junior, Silvana Guaspari de Brito Gutfreund, Marina Guaspari de BritoGonçalves, Paulo Carlos de Brito Filho e Phoenyx Fund LLC, por seu procurador Marco Antonio Cairalla Moherdaul,Luciano Mascigrande Sapata, André Jacintho Mesquita e Giampaolo Maria Sisto Felice Baglioni. Confere com originallavrado em livro próprio. SP, 02/07/12. Assinaturas: Mesa: Jair Ribeiro da Silva Neto - Presidente - André JacinthoMesquita - Secretário. Jucesp 297.080/12-0 em 11/07/2012. Gisela Simiema Ceschin - Secretária Geral.

Braxis Tecnologia da Informação S.ACNPJ/MF n° 07.837.195/0001-78 – NARE 35.300.328.299

Ata da Assembleía Geral Extraordinária Realizada em 02/07/20121. Data, Hora e Local: 02/07/12, 9:30hs, na sede social da Braxis Tecnologia da Informática da Informação S.A, CNPJ/MF n°07.837.195./0001-78,naAv.PresidenteJuscelinoKubitschek,1.830,Torres Ie II,12°, ItaimBibi,emSP/SP(a ``Cia.´´).2.Convocaçãoe Presenças: Dispensada a convocação, tendo em vista a presença de acionistas representando a totalidade do capital social daCia., nos termos do art.124, § 4°, da lei n° 6.404/76, conforme alterada (``Lei dasSociedades porAções´´) e conforme assinaturaconstantesdorespectivoLivrodepresençadeAcionistas.3.ComposiçãodaMesa:Presidente:JairRibeirodaSilvaNeto;Secretário:AndréJacinthoMesquita.4.OrdemdoDia: (i)deliberarsobreapropostadaadministraçãodaCia.paradistribuiçãodedividendos;(ii)casoaprovadaamatériaqueconstado item``(i)´´ daOrdemdoDia,autorizaraadministraçãodaCia.a tomar todasasmedidas,bemcomoaassinar todososdocumentosnecessáriosaopagamentodosdividendosdistribuídosaosacionistasdaCia..5.Deliberações:Dando início aos trabalhos, os acionistas examinaram os itens constantes da ordem do dia e decidiram, por unanimidade de votos,sem ressalvas: (i) Aprovar a proposta da administração da Cia. para a distribuição de dividendos intercalares, no valor total de R$21.967.468,03, valor este calculado de acordo com o balancete levantado nesta data, com data base de 30/07/12, e distribuído aosacionistas da Cia.de forma proporcional às suas respectivas participações:e (ii)Autorizar a administração da Cia.e tomar todas asmedidas, bem como assinar todos os documentos que se fizerem necessários ao pagamento de dividendos ora distribuídos em02/07/12.6. Encerramento:Nada mais havendo a tratar, foram os trabalhos suspensos para a lavratura da presente ata na formapermitida pelo § 1° do art.130 daLei dasS/As, tendo sido assinadapor todos os acionistas presentes.SP, 02/07/12.7.Assinaturas:Presidente da Mesa: Jair Ribeiro da Silva Neto; Secretário da Mesa: André Jacinto Mesquita; Acionistas: Softinvest Participações eAdministração S.A., Serpartners Participações e Administração S.A., Jair Ribeiro da Silva Neto, André Jacintho Mesquita, LucianoM.Sapata,VeronikaFalconer, JoãoCarlosBemvenutti Ezírio,Rogerio IgrejaBrechaJunior,AlfredodeGoeyeJunior,PauloCarlosdeBrito, SilvanaGuaspari de Brito Gutfreund, Jenner de LisandroMarques,Wagner César Guimarães, José Carlos Pimentel, AntoniodaSilvaNora, JoséAntonioPatoVila,MarcosAntonioGonçalves,Rita deCássia deSouzaAndrada,PauloMarcelo LessaMorreira,AlexVienaPinto, FernandoRodriguesPerez Junior eAlvaroHenrique LimaMattos.A presente é cópia fiel da ata original lavrada emlivro próprio. Jucesp nº 297.082/12-7 em 11/07/2012.Gisela Simiema Ceschin-Secretária Geral.

EAA - Administração e Empreendimentos S.A.CNPJ/MF nº 11.493.109/0001-24 - NIRE 35.300.376.021

Assembleia Geral Extraordinária - ConvocaçãoPelo presente, ficam convidados os Srs. Acionistas da EAA - Administração e Empreendimentos S.A. para se reunirem em AssembleiaGeral Extraordinária no próximo dia 25 (vinte e cinco) de julho de 2012, às 15:00 horas (quinze horas), na sede social, localizada nesta Capitalna Rua Inglaterra, nº 563 (Jardim Europa), com a finalidade de tomarem conhecimento e deliberarem sobre a seguinte “ordem do dia”:a. destituição do Diretor sem designação específica, Dr. Ricardo Almeida Blanco, eleito na Assembleia Geral Ordinária e Extraordináriarealizada no dia 30 de abril de 2012; b. eleição de seu substituto, para complemento do mandato estatutário, e fixação dos respectivoshonorários. São Paulo, 12 de julho de 2012. Ernesto Assad Abdalla Filho - Diretor Presidente

SECRETARIA DE ESTADODA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADODE SÃO PAULO

FDE AVISA:Pregão Eletrônico de Registro de Preços nº 36/00272/12/05

OBJETO: ATA DE REGISTRO DE PREÇO PARA AQUISIÇÃO DE TABELA PERIÓDICAA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que se acha abertalicitação para: ATA DE REGISTRO DE PREÇO PARA AQUISIÇÃO DE TABELA PERIÓDICAAs empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 16/07/2012, no endereço eletrônicowww.bec.sp.gov.br ou na sede da FDE, na Supervisão de Licitações, na Av. São Luís, 99 - República - CEP: 01046-001 -São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através daInternet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br.A sessão pública de processamento do Pregão Eletrônico será realizada no endereço eletrônico www.bec.sp.gov.br, nodia 27/07/2012, às 10:00 horas, e será conduzida pelo pregoeiro com o auxílio da equipe de apoio, designados nos autosdo processo em epígrafe e indicados no sistema pela autoridade competente.Todas as propostas deverão obedecer, rigorosamente, ao estabelecido no edital e seus anexos e serão encaminhadas, pormeio eletrônico, após o registro dos interessados em participar do certame e o credenciamento de seus representantespreviamente cadastrados. A data do início do prazo para envio da proposta eletrônica será de 16/07/2012, até o momentoanterior ao início da sessão pública.

JOSÉ BERNARDO ORTIZPresidente

SECRETARIA DE ESTADODA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADODE SÃO PAULO

FDE AVISA:TOMADAS DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que se achaaberta licitação para execução de Obras:TOMADA DE PREÇOS Nº - OBJETO - PRÉDIO - LOCALIZAÇÃO - PRAZO - ÁREA (se houver) - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMOP/ PARTICIPAR - GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO - ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA)69/01064/12/02 - Construção de Cobertura de Quadra em Estrutura Mista - EE Profª Maria de Lourdes Campos FreireMarques - Av. Dr. Andre Tozello, 65 - Cep: 13053-240 - Jd. Sta Terezinha – Campinas/SP - 150 - R$ 40.080,00 - R$ 4.008,00- 14:00 - 01/08/2012.As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composiçãodo BDI na SEDE DA FDE, na Supervisão de Licitações, na Av. São Luís, 99 - República - CEP: 01046-001 - São Paulo/SP ouatravés da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br.Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 16/07/2012, na SEDE DA FDE, de segundaa sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais).Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitaçõesda FDE, conforme valor indicado acima.Os invólucros contendo a PROPOSTA COMERCIAL e os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO deverão ser entregues, juntamentecom a Solicitação de Participação, a Declaração de Pleno Atendimento aos Requisitos de Habilitação e a garantia departicipação, no Setor de Protocolo da Supervisão de Licitações - SLI na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da aberturada licitação.Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nasCONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DAEDUCAÇÃO - FDE.As propostas deverão obedecer, rigorosamente, ao estabelecido no edital.

JOSÉ BERNARDO ORTIZPresidente

DECLARAÇÃO À PRAÇA - Comunica-se o extravio dos Livros Mod. 51 e 57, daPMSP da empresa PRIORI REPRESENTAÇÕES SS LTDA. com Inscrição na CCM 9432 459 0 e CNPJ 57.745.168/0001-43.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE BRAGANÇA PAULISTA

AVISO DE ABERTURA DE LICITAÇÃO Acha-se aberto na Prefeitura do Município de Bragança Paulista osseguintes certames licitatórios:TOMADA DE PREÇOS 013/2012OBJETO:OBRAS NO GINÁSIO MUNICIPAL DE ESPORTE DR. JULIO MESQUITA FILHO-FECHAMENTO DO PASSEIO EM ÁREA EXTERNADATA DE ABERTURA: 31.07.2012, ÀS 10 HORASVALOR ESTIMADO: R$ 167.998,54GARANTIA PARA LICITAR (CAUÇÃO) ATÉ: 30.07.2012VISITA TÉCNICA DE 30.07.2012O presente edital é publicado em resumo no Diário Oficial da União (DOU) e do Estado (DOE), no Diáriodo Comércio, Jornal Local e afixado no quadro de avisos da Prefeitura Municipal. As informaçõespoderão ser obtidas na Divisão de Licitação, Compras e Almoxarifado da Prefeitura Municipal, sita àAvenida Antonio Pires Pimentel, nº 2.015 Centro,pelo site “www.braganca.sp.gov.br” ou pelo telefone(11) 4034-7002 / 7106/7091, em dias úteis das 09:00 às 16:00 horas.

Bragança Paulista, 13 de Julho de 2012.JOSE PEREIRA DE GODOI

CHEFE DA DIVISÃO DE LICITAÇÃO, COMPRAS E ALMOXARIFADO

PREFEITURA MUNICIPAL DE

PEREIRA BARRETO/SP

PREGÃO Nº 017/2012 - PROCESSO Nº 3669/2012RESUMO DE EDITAL

ARNALDO SHIGUEYUKI ENOMOTO, prefeito de Pereira Barreto-SP, fazsaber que se acha aberto, até às 09h00min do dia 27 de Julho de 2012, oPregão Presencial nº 017/2012, do tipo menor preço por item, que tem porobjeto a Aquisição de equipamentos e material permanente (médico-hospitalar, mobiliário, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, ar-condicionadoe informática) para uso em diversos setores desta municipalidade,conforme características constantes no Anexo I do Edital. Maioresinformações no Dep. de Licitações pelo fone/fax (18) 3704-8505, pelo e-mail [email protected], ou ainda pelo Edital completo nowebsite www.pereirabarreto.sp.gov.br.

Pereira Barreto-SP, 13 de Julho de 2012.Arnaldo Shigueyuki Enomoto - Prefeito

PREFEITURA MUNICIPAL DE

PEREIRA BARRETO/SP

Processo nº 3675/2012 - Tomada de Preço nº 010/2012RESUMO DO EDITAL

ARNALDO SHIGUEYUKI ENOMOTO, Prefeito de Pereira Barreto - SP, fazsaber que se acha aberta nesta Prefeitura até às 14h30min do dia 03 deagosto de 2012, a TOMADA DE PREÇOS nº 010/2012, objetivando aseleção para obtenção da proposta mais vantajosa para AdministraçãoPública Municipal, pelo critério de julgamento de MENOR PREÇOGLOBAL, para a contratação de empresa qualificada, para a execução daObra de Construção do Centro de Capacitação de Ensino e NormasPedagógicas, localizada na Rua Coza Taguchi esquina com a LuizaCanevari s/nº, no município de Pereira Barreto, incluindo material e mão deobra. O Edital completo será fornecido aos interessados na Avenida JonasAlves de Mello, 1.947, na cidade de Pereira Barreto, mediante orecolhimento da taxa de expediente, no valor de R$ 10,00. Maioresinformações poderão ser obtidas pelo telefone (18) 3704-8505, pelo [email protected], ou ainda pelo Edital no sitewww.pereirabarreto.sp.gov.br

Pereira Barreto, 13 de julho de 2012.Arnaldo Shigueyuki Enomoto - Prefeito.

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo,

foram ajuizados no dia 13 de julho de 2012, na Comarca da Capital, os seguin-

tes pedidos de falência, recuperação extrajudicial e recuperação judicial:

Requerente: Gopel Artefatos de Papel Ltda. Requerido: Rimed Comércio e Repre-

sentações Ltda. Rua Cayowaa, 1.042 - Perdizes - 1ª Vara de Falências.

Requerente: Antonio Paulo Xavier de Azevedo Marques. Requerido: AST Projetos

e Design Ltda. Avenida das Nações Unidas, 12.555 - Loja 304 - Chácara Itaim - 2ª

Vara de Falências.

As indústrias alegam que iniciaram esta safra com estoques elevados e não têm comoabsorver toda a laranja que será produzida no ano, em função da retração das expor tações.economia

Governo avalia dívidas de citricultoresHá a possibilidade de se criar uma linha de investimento com prazo de cinco anos para pagamento e juros de 5,5% ao ano para a área de citricultura.

Ogoverno estudaprorrogar por umano todas as dívi-das de custeio e in-

vestimento dos citricultores,segundo o secretário executi-vo do Ministério da Agricultu-ra, José Carlos Vaz. O assuntofoi discutido na sexta-feira, nacâmara setorial de citricultu-ra, em Brasília.

O presidente da câmara,Marco Antonio dos Santos, cal-cula que 8 milhões de caixasde 40,8 quilos de laranjas seperderam nos pomares pau-listas por falta de comprado-res para as frutas, que deixa-ram de ser colhidas. O tama-nho da perda pode ser aindamaior, caso o setor não encon-tre uma alternativa para es-coar a produção de laranja queexcede a capacidade de arma-zenamento de suco por parteda indústria.

De acordo com Santos, o go-verno estuda criar uma linhade investimento com prazo decinco anos para pagamento ejuros de 5,5% ao ano, paraf inanc ia r a manutençãodos pomares e evitar o aban-dono e a disseminação de pra-

gas e doenças.Os citricultores ainda não

conseguiram do governo umasaída para o escoamento dafruta excedente. As indústriasalegam que iniciaram esta sa-fra com estoques elevados enão têm como absorver toda alaranja que será produzida noano, em função da retraçãodas exportações, devido àsrestrições dos Estados Unidosao suco concentrado (por cau-sa do fungicida carbendazim)e ao desaquecimento da eco-nomia europeia.

Uma opção apresentada aogoverno foi a liberação de re-cursos para processamentoda laranja pelas indústrias epreparo do suco concentradoem embalagens de papelãoque seria distribuído em esco-las. Santos calcula que o custoseria de R$ 4 por embalagemde 1,2 kg, que pode proporcio-nar 5 litros de suco. Em suaopinião, R$ 100 milhões se-riam suficientes para escoar 7milhões de caixas de laranja.

Na semana passada, Santosapresentou a proposta ao go-verno paulista que, a exemplodo Ministério da Agricultura, fi-

Joel Silva/Folhapress

8 milhões decaixas de 40,8quilos delaranjas já seperderam nospomarespaulistas porfalta decompradorespara as frutas

cou de analisar o assunto pararesponder em alguns dias. Elediz que o problema da demoraé que a cada dia os prejuízos

aumentam, pois a safra come-çou há 45 dias e as indústriasainda não abriram preços paracompra da laranja. (AE)

Juro menor é opção pararenda variável crescer

Aqueda da taxa básica dejuros se traduz em um mo-

mento oportuno para o merca-do de capitais crescer nos pró-ximos dez anos, segundo apresidente da Comissão deValores Mobiliários (CVM), Ma-ria Helena Santana. O argu-mento é que, diante da menorrentabilidade dos títulos pú-blicos em meio à redução dataxa básica de juros (Selic), osinvestidores tendem a aplicarmais em renda variável.

"O mercado tem de aprovei-tar para crescer diante do vo-lume que vai procurar a rendavariável", disse a executiva naúltima semana em evento or-ganizado pela BM&FBovespa.

Maria Helena reforçou a ne-cessidade de a bolsa trazermais empresas e servir a eco-nomia brasileira em maior es-cala. Neste contexto, tambémcomentou o esforço do grupoformado por agentes públicose privados, que viajou para se-te países na tentativa de co-

nhecer experiências interna-cionais com menores ofertaspúblicas iniciais de ações(IPOs, na sigla em inglês).

"Já chegamos até aqui. Nãopodemos desistir. Temos deabrir a cabeça e ver o que épossível fazer para melhorar arelação custo-benefício dasempresas menores que dese-jam acessar o mercado de ca-pitais, sem prejudicar o nívelde transparência", avaliouMaria Helena.

Ela voltou a falar que a pró-xima tarefa é reunir caracte-rísticas de outros mercadosque possam ser adotadas noBrasil e viabilizar IPOs meno-res. "Não existe uma únicamedida para tornar o acessodas empresas menores à bol-sa viável. Será preciso fazerum processo de ajustes", dis-se Maria Helena, que deixou,no sábado, o comando da au-tarquia, após cinco anos napresidência da CVM e um anocomo diretora. (AE)

Page 22: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 201222 DIÁRIO DO COMÉRCIO

Angela Crespo é jornalista especializada em consumo.E-mail: [email protected]

economia

Assaltos e arrastões:responsabilidade é

da empresa?

Algumas decisõesjudiciais determinamque empreendimentosdevem indenizarconsumidor

Chico Ferreira/LUZ

Se o restaurantetomar para si aquestão dasegurança, oadvogadoVinícius Zwargentende que oestabelecimentodever ressarciras vítimas.São cada vez mais fre-

quentes na imprensanotícias de arrastõesem restaurantes e em

vans de transporte público,assim como de assaltos e se-questros relâmpago em esta-cionamentos de supermerca-dos, shoppings e bancos. Asperdas financeiras sofridaspelos consumidores nesseseventos fogem ao controledos empresários. Se é assim, édeles a responsabilidade?

"Depende", diz ViníciusZwarg, advogado especialistaem defesa do consumidor queatua no escritório Emerencia-no, Baggio e Associados. "Se aatividade do estabelecimentorepresenta um risco para oconsumidor, ele é sim respon-sável pelos danos causadosaos seus clientes".

O advogado observa que,no fim de junho, o Superior Tri-bunal de Justiça (STJ) publicoua Súmula 479, inserindo asinstituições bancárias no cír-culo da responsabilidade ob-jetiva, ou seja, agora elas "res-pondem objetivamente pelosdanos gerados ao cidadão por

fortuito interno relativo a frau-des e delitos praticados porterceiros no âmbito de opera-ções bancárias". Portanto, osassaltos nas próprias agên-cias, nos estacionamentos ouem caixas eletrônicos devemser indenizados.

É também do STJ a decisãode condenar uma rede de hi-permercados a indenizar ostrês filhos de uma cliente, víti-ma de assalto no estaciona-mento do estabelecimentoem São Paulo. Ela morreu napresença da filha, ao reagir auma tentativa de estupro.

A Turma da Segunda Seção,que julgou o caso, adotou co-mo premissa na decisão que aresponsabilidade civil do for-necedor de serviços, por pre-visão expressa no Código deDefesa do Consumidor (CDC),é objetiva. No entendimentodos ministros, "ocorrida a fa-lha de segurança do hipermer-cado, com o consequente da-no ao consumidor ou à família,a responsabilização do forne-cedor se impõe", já que o hi-permercado "se diferenciados centros comerciais tradi-

cionais pelo adicional de segu-rança que oferece".

Arr astõe s – Quanto aos ar-rastões em restaurantes, o ad-vogado Vinícius Zwarg só vê odever de indenização às víti-mas se o estabelecimento to-mar para si a questão da segu-rança, isto é, decidir contratarsegurança particular com oobjetivo de oferecer a seusclientes tranquilidade. "O pro-prietário assume que a segu-rança dos consumidores den-tro de seu estabelecimento

faz parte de seu negócio. E,com isso, passa a ser respon-sável tanto por uma agressãocomo pelas perdas econômi-cas e morais que esse clientepossa ter em um evento comoum assalto."

Se a vítima de um arrastãoexigir do estabelecimento oressarcimento aos danos so-fridos, a defesa deverá ser fei-ta com base no parágrafo 3ºdo artigo 12 do CDC. Ele esta-belece que a responsabilida-

de só será da empresa se elanão provar que a culpa é exclu-siva de terceiro. Nos arras-tões, o comerciante não temcomo prever nem evitar oevento, que não tem nexo decausalidade com o negócio.

Prevenção e diálogo são essenciais

Cabe à Justiça a decisãofinal sobre se é possívelaplicar as regras de ca-

so fortuito ou força maior emassaltos em estabelecimen-tos comerciais. As decisõesdos tribunais sobre o assuntonão são unânimes. De qual-quer forma, um dos caminhosque os donos de estabeleci-mentos podem seguir nessescasos, conforme o advogadoVinícius Zwarg, é o do diálogo.Primeiro com o cliente; depois

com advogados.Se na conversa com o con-

sumidor ficar visível a inten-ção de buscar na Justiça a re-paração pelos danos sofridosem arrastões ou em assaltosem estabelecimentos comer-ciais, é fundamental buscarorientações de advogados pa-ra saber como proceder no ca-so específico. "Não se devedescartar o diálogo com os go-vernos, que pode ser feito pelaentidade de classe, objetivan-

do a busca pela redução des-sas ações", diz o advogado.

Ações preventivas tambémdevem estar na pauta dos em-presários para evitar essas si-tuações. Se for consideradoque vale a pena ter segurançaprópria, também é imprescin-dível a consulta a um advoga-do para saber como fazer isso.Caso a opção seja por contra-tação de apólice de seguro, éimportante buscar orienta-ções sobre quais tipos de co-

bertura se deve ter.Bares e restaurantes ou ou-

tros estabelecimentos que op-tarem pela contratação de se-guros para cobrir os prejuízosem caso de arrastões devemter cobertura contra roubo –que é o assalto mediante vio-lência. Mas não se pode es-quecer que seguro é para co-brir o incerto. Se há a certezade um determinado sinistro, ovalor do prêmio é elevado, in-viabilizando a contratação.

O QUE DIZ O CDCArtigo 4ºA Política Nacional das Relações

de Consumo tem por objetivo oatendimento das necessidadesdos consumidores, o respeito à suadignidade, saúde e segurança, aproteção de seus interesseseconômicos, a melhoria da suaqualidade de vida, bem como atransparência e harmonia dasrelações de consumo, atendidos osseguintes princípios (redaçãodada pela lei 9.008/1995).

Artigo 12O fabricante, o produtor, o

construtor, nacional ouestrangeiro, e o importadorrespondem, independentementeda existência de culpa, pelareparação dos danos causados aosconsumidores por defeitosdecorrentes de projeto, fabricação,construção, montagem, fórmulas,manipulação, apresentação ouacondicionamento de seusprodutos, bem como porinformações insuficientes ouinadequadas sobre sua utilização eriscos.

§ 1° - O produto é defeituosoquando não oferece a segurançaque dele legitimamente se espera,levando-se em consideração ascircunstâncias relevantes, entreas quais:

I - sua apresentação;II - o uso e os riscos que

razoavelmente dele se esperam;III - a época em que foi colocado

em circulação.§ 2º - O produto não é

considerado defeituoso pelo fatode outro de melhor qualidade tersido colocado no mercado.

§ 3° - O fabricante, o construtor,o produtor ou importador só nãoserá responsabilizado

quando provar:I - que não colocou o produto no

mercado;II - que, embora haja colocado o

produto no mercado, o defeitoinexiste;

III - a culpa exclusiva doconsumidor ou de terceiro.

Artigo 13O comerciante é igualmente

responsável, nos termos do artigoanterior, quando:

I - o fabricante, o construtor, oprodutor ou o importador nãopuderem ser identificados;

II - o produto for fornecido semidentificação clara do seufabricante, produtor, construtor ouimportador;

III - não conservaradequadamente os produtosperecíveis.

Parágrafo único. Aquele queefetivar o pagamento aoprejudicado poderá exercer odireito de regresso contra osdemais responsáveis, segundosua participação na causação doevento danoso.

Artigo 14O fornecedor de serviços

responde, independentemente daexistência de culpa, pelareparação dos danos causados aosconsumidores por defeitosrelativos à prestação dos serviços,bem como por informaçõesinsuficientes ou inadequadassobre sua fruição e riscos.

§ 1° - O serviço é defeituosoquando não fornece a segurançaque o consumidor dele podeesperar, levando-se emconsideração as circunstânciasrelevantes, entre as quais:

I - o modo de seu fornecimento;II - o resultado e os riscos que

razoavelmente dele se esperam;III - a época em que foi fornecido.§ 2º - O serviço não é

considerado defeituoso pelaadoção de novas técnicas.

§ 3° - O fornecedor de serviços sónão será responsabilizado quandoprovar:

I - que, tendo prestado o serviço,o defeito inexiste;

II - a culpa exclusiva doconsumidor ou de terceiro.

§ 4° - A responsabilidade pessoaldos profissionais liberais seráapurada mediante a verificação deculpa

Banco pagará indenização por assaltoA17ª Câmara Cível do Tribunal de

Justiça de Minas Gerais (TJ-MG)decidiu que uma institui-ção financeira deverá inde-nizar uma consumidora porter sido assaltada dentrode uma agência bancária.O fato é de 2008 e ocorreuapós ela sacar o dinheiro.Na fuga, o assaltante foiperseguido e parte do di-

nheiro, recuperado. O banco acei-tou restituir o valor restante.

Mesmo assim, a consu-midora ajuizou em Primei-ra Instância ação solicitan-do danos morais. O juizacatou e estabeleceu inde-nização de R$ 10 mil.

O banco recorreu e o Tri-bunal de Justiça entendeuque, "ao ressarcir o valor

não recuperado, a instituição fi-nanceira reconheceu que houve ofato". Isto é, se houve o assalto,consequentemente está caracteri-zado o dano moral, que deve ser re-parado. No entanto, o valor estipu-lado para a indenização foi reduzi-do para R$ 8 mil.

Fonte: Tribunal de Justiça de MinasGerais (TJMG)

Fique por dentro

REVISÃOPoderá ser revista a

orientação passada a todos osProcons do País de punir o varejoque estabelece preçosdiferentes para pagamento comdinheiro ou cartões. A base paraa mudança é a redução de jurose o intenso uso de cartão decrédito. O assunto será debatidona Secretaria Nacional doConsumidor (Senacon), doMinistério da Justiça, em breve.

Se a atividade do estabelecimento representa um risco para o consumidor, ele é sim responsável pelos danos causados aos seus clientes.Vinícius Zwarg, advogado do Emerenciano, Baggio e Associado

M E TA SSomente 32 empresas das 38 convo-

cadas aceitaram participar do "Plano deMetas" elaborado pelo Procon-SP, cujoobjetivo é a redução de registro de quei-xas de consumidores no órgão público eaumento do índice de solução para asreclamações que chegam à instituição.As demais empresas não se dispuserama participar do projeto.

Das que responderam "sim", as pro-postas apresentadas não foram muito

animadoras, o que, conforme o dire-tor-executivo do Procon-SP, Paulo Ar-thur Góes, serve de orientativo ao con-sumidor para saber como ele é tratadopela empresas. Segundo Góes, "se aempresa não oferece proposta ou o fazirrisoriamente, está sinalizando quenão dá muita atenção ao seu cliente. Ébom destacar que o compromisso aser assumido não é com o Procon-SP,mas com o consumidor", conclui.

RECLAMADASO Procon do Paraná divulgou o ranking das 20 empresas com o maior índice de

problemas não solucionados entre janeiro de 2011 e maio de 2012. A divulgaçãotem como objetivo auxiliar o consumidor a avaliar sua decisão de compra oucontratação de serviço de determinado fornecedor ao conhecer ocomportamento da empresa em relação às reclamações registradas. Os bancos eas instituições financeiras lideram o ranking de reclamações não resolvidas. Alista completa pode ser acessada pelo link www. procon.pr.gov.br.

DIVULGAÇÃOEm Sorocaba, a Câmara de Vereadores

aprovou projeto de lei que estabelece a di-vulgação mensal do nome de empresascomerciais e prestadoras de serviço quemais receberam reclamações no Proconlocal. A lista será divulgada nos sites daPrefeitura e da Câmara Municipal e no Jor-nal do Município.

Para o autor do projeto, vereador MarinhoMarte, a divulgação tem efeito educativo in-clusive para as empresas, que poderão me-lhorar sua relação com o consumidor.

SUSPENSÃOForam suspensas, pela

Agência Nacional de SaúdeSuplementar (ANS), acomercialização de 268planos de saúde de 37operadoras que atuam emtodo o País. A medida foiuma resposta aodescumprimento reiteradoda Resolução Normativa259, que determina prazospara que o consumidor sejaatendido em consultas,exames e cirurgias.

No aviso da suspensão, aagência pediu aosconsumidores que "nãocontratem os planos desaúde listados e, casorecebam oferta de adesãode algum plano com ordemde suspensão, quedenunciem à ANS".

Quem já mantémconvênio com alguma dasempresas suspensas nãoserá prejudicado, conformea ANS, "mas beneficiados,tendo em vista que asoperadoras terão demelhorar os serviçosprestados aos clientes",escreveu a agência em seusite. A lista completa podeser obtida no endereçow w w. a n s . g o v. b r.

Page 23: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 2012 23DIÁRIO DO COMÉRCIO

DUPLO PREJUÍZO

BR ASILEIROCorinthians vence eSantos, desfalcado,consegue empate.Pág. 24

OLIMPÍADASeleção treina edá autógrafo amilitares no Rio.Pág. 25espor te

�Celso Unzelte

almanaque

78 anos sem carimbaras faixas do Palmeiras

Reprodução/Arquivo Celso Unzelte

Para encontrar um jogoem que o São Paulo ca-

rimbou as faixas do Palmei-ras campeão, é preciso re-troagir até o dia 2 de setem-bro de 1934. Com este gol deFriedenreich (foto), o SãoPaulo, ainda “da Floresta”(antecessor do atual SãoPaulo Futebol Clube, refun-dado em 1935), derrotou oentão Palestra Itália, tricam-peão paulista, por 1 a 0.

Era a última rodadado Campeonato

Paulista de 1934. Napenúltima, o Palestrahavia se sagrado tri-campeão por antecipa-ção, ao bater o extintoClube Atlético Paulistapor 3 a 1. Estava invic-to, com 12 vitórias e umúnico empate, até serderrotado pelo Trico-lor. Por conta disso,aquela campanha pas-sou para a história como nome de “SinfoniaInacabada”. O São Pau-lo foi vice, com 10 vitó-rias, 3 empates e umaunica derrota, para opróprio Palestra (2 a 0,no primeiro turno).

2outras vezes o São Paulo

teve a chance de

carimbar as faixas do

Palmeiras, ambas na

última rodada de

Campeonatos Paulistas,

sem conseguir. Em 17 de

dezembro de 1963, deu

Palmeiras, 1 a 0. Em 15

de dezembro de 1966,

também: Palmeiras 3 a 0.

C U RTA S

Há 62 anos, em 16 de

julho de 1950, o Brasil

perdia a Copa do Mundo

para o Uruguai: 2 a 1,

no Maracanã.

Há 23 anos, em 16 de

julho de 1989, também

no Maracanã, contra os

uruguaios, os brasileiros

venceram por 1 a 0

e reconquistaram a Co p a

Améric a após 40 anos.

César Greco/Folhapress

Marcelo Machado de Melo/Folhapress

Mesmo desfalcadode Thiago Heleno,Luan , Barcos eMarcos Assunção,

com um jogador a menos du-rante 40 minutos (Henrique foiexpulso logo no início do se-gundo tempo) e perdendo umpênalti, o Palmeiras conse-guiu sair da Arena Barueri como empate por 1 a 1 no clássicode ontem contra o São Paulo.Mas o campeão da Copa doBrasil ainda segue em penúlti-mo lugar no Brasileiro. Para oTricolor, que estreava o técni-co Ney Franco, o prejuízo tam-bém foi grande: o gol de empa-te sofrido a nove minutos do fi-nal do jogo custou um lugar noG-4, ocupado pelo Botafogoao final da rodada.

Na ânsia de carimbar as fai-xas de campeão do adversário(leia mais abaixo, no A lm an a-que), o São Paulo aproveitou aprimeira chance que criou.Jadson cobrou falta e Luis Fa-biano surgiu sem marcaçãopara pôr para dentro do gol.

A situação são-paulina po-deria ter melhorado aindamais aos 8 minutos do segun-do tempo, quando o palmei-rense Henrique foi expulso.Mas o Palmeiras continuou su-perior. Poderia ter empatadopouco depois, aos 13, quandoo goleiro Dênis defendeu fracacobrança de pênalti de Valdi-via. O gol do empate saiu já nofim, quando Mazinho precisoufinalizar duas vezes na mesmajogada, iniciada num escan-teio, para impedir a derrota.

“Peço desculpas à torcida”,disse Valdivia após a partida,referindo-se ao pênalti perdi-do. “Foram a luta e a entregado time que não nos deixaramperder o jogo. Os jogadores doSão Paulo disseram que mes-mo com um a mais não conse-guiam jogar. Isso é respeito.”

Do lado são-paulino, o es-treante técnico Ney Francominimizou a má apresentaçãoe disse ter tirado boas lições.“Nossa equipe não teve umdesempenho técnico e nãoconseguiu fazer valer a ques-tão numérica”, afirmou. “Abri-mos e perdemos algumas bo-las no ataque. É nos jogos quevocê começa a conhecer maiso elenco. Ao menos agora euconheço um pouco mais meusjogadores.”

O grupo ainda está em fasede entrosamento com o novochefe, mas não faltam elogiosà sua postura. “É difícil falarem tempo, mas precisamosnos concentrar e fazer issoacontecer o mais rapidamen-te possível. Ele tem muita qua-lidade e certamente irá nosajudar muito”, elogiou o golei-ro Dênis, que reconheceua atuação ruim da equipesão-paulina. “Temos que to-mar um pouco mais de cuida-do, criar mais, chegar mais àfrente. Tomamos um sufococom o Palmeiras com um a me-nos e precisamos consertar is-so”, lamentou. Mazinho (no centro) empatou para o Palmeiras, que já havia desperdiçado um pênalti, mas a equipe campeã da Copa do Brasil ainda é a penúltima colocada no Brasileiro

Luis Fabiano abriu a contagem para o São Paulo. Depois, mesmo jogando com um homem a mais durante quase todo o segundo tempo, o time cedeu o empate e o lugar no G-4

Page 24: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 201224 DIÁRIO DO COMÉRCIO

No sábado, no Pa-caembu, o Corin-thians conseguiusua segunda vitória

no Brasileiro: 2 a 1 no Náutico,de virada, com dois gols de Da-nilo. Foi também o primeiro re-sultado positivo depois do títu-lo da Libertadores, fazendocom que a equipe deixasse azona de rebaixamento e ter-minasse a rodada em 14º.

Foi, ainda, a primeira parti-da de Emerson após o título daLibertadores. Herói da con-quista, ao marcar duas vezesna decisão diante do Boca Ju-niors, o atacante vinha sentin-do dores no tornozelo esquer-do e havia ficado de fora dos jo-gos contra Sport e Botafogo.

No primeiro tempo, Náuticoe Corinthians marcaram emsequência. Aos 20 minutos,Elicarlos tentou o toque pelaesquerda, a bola bateu emChicão e voltou para ele. O vo-lante dominou na meia-lua ebateu no canto esquerdo deCássio. Mas não deu nem tem-po para a torcida pernambu-cana comemorar. Um minutodepois, Paulinho recebeu naintermediária e lançou Danilo,que empatou.

Na volta para a etapa final, oCorinthians desempatou logo

CORINTHIANS SOBE...Falta só colocar no papel.”

Muricy Ramalho, sobre a iminente renovação de seu contrato com o Santosesporte

Danilo fezos dois golsda vitória por2 a 1 sobreo Náutico,de virada,no sábado,a primeiradesde aconquista daLibertadores,que ajudoua tiraro Alvinegroda zona derebaixamento

Moisés Nascimento/AE

São Caetanoencosta no G4

Os resultados da rodadada Série B foram óti-mos para os times pau-

listas. Nenhum deles perdeu eo São Caetano ficou a dois pon-tos do G4.

Na terça-feira, o Guaratin-guetá, jogando em casa, fez 2a 1 no ASA. Na sexta, o Barueri,mesmo jogando fora, fez 3 a 0no Ipatinga e passou a lanter-na da competição para o pró-prio adversário. No sábado, oSão Caetano fez 1 a 0 no Join-ville, no ABC, e Bragantino eGuarani empataram por 0 a 0.

Demais resultados: na ter-ça, Vitória 4 x 3 Paraná e Cri-ciúma 4 x 1 Boa. Na sexta,Goiás 2 x 0 América-MG. No sá-bado, Atlético-PR 2 x 1 ABC,América-RN 1 x 1 Ceará e CRB2 x 0 Avaí.

Amanhã tem rodada com-pleta, com os seguintes jogos:Boa x CRB, ASA x Vitória, Join-ville x Ipatinga, Guarani xGoiás, Ceará x São Caetano,Avaí x Atlético-PR, Barueri xBragantino, Paraná x Améri-ca-RN, ABC x Criciúma e Amé-rica-MG x Guaratinguetá.

aos quatro minutos. Emersonfez boa jogada pela esquerdae cruzou. Ronaldo Alves des-viou contra a própria meta eacertou a trave. Paulinho ba-teu no travessão. A bola voltoupara Fábio Santos, que ajeitoude cabeça para Danilo marcar.

“Todos no grupo são impor-tantes. Com cada um fazendosua parte bem feita, o time vaiconseguir os resultados”, dis-se o autor dos dois gols. “De-pois de fazer história (ganharuma Libertadores), a melhorforma de retribuir o carinho da

torcida é ganhando os jogos”,completou o volante Paulinho.Foi seu primeiro jogo após terrenovado o contrato com o Co-rinthians até o fim de 2015. Adiretoria lhe deu aumento eele preferiu ficar para disputaro Mundial de Clubes da Fifa a

jogar na Europa - a Inter de Mi-lão fez uma proposta de 8,5milhões de euros e acenavacom salários de R$ 600 mil.“Tínhamos de conquistar ostrês pontos. É normal dar umacaída após um título importan-te, mas já passou.”

...E O SANTOS TAMBÉMOntem, em Porto Ale-

gre, o Santos nãosaiu do 0 a 0 com oInter. Mesmo as-

sim, o resultado acabou sendocomemorado, pois a equipeatuou com um homem a me-nos durante quase todo o se-gundo tempo (o lateral-es-querdo Juan foi expulso logona volta do intervalo) e aindaacabou subindo do 15º para o13º lugar na classificação doCampeonato Brasileiro.

Os dois times entraram emcampo muito desfalcados pe-los jogadores que servirão aSeleção Brasileira na Olimpía-da de Londres — Oscar e Lean-dro Damião, pelo Inter, Rafael,Paulo Henrique Ganso e Ney-mar, pelo Santos. No Inter,D'Alessandro, suspenso, tam-bém ficou de fora. Miralles,contratado junto ao Grêmio noinício da semana, fez sua es-treia pelo Santos.

Logo na volta para o segun-do tempo, o Santos perdeuJuan. O árbitro Wagner do Nas-cimento Magalhães apitou fal-ta duvidosa do lateral em Lu-cas Lima e, depois de muitademora, decidiu mostrar o se-gundo cartão amarelo e, con-sequentemente, o vermelho.

Mesmo com um jogador amais, o Inter não conseguia seimpor. Pelo contrário: o Santosse fechou na defesa, com a en-trada de Gérson Magrão no lu-gar de Dimba, e aproveitavaos contra-ataques, nos quaisera mais perigoso.

Na saída do gramado, apóso empate sem gols, o técnicoMuricy Ramalho afirmou queestá a um passo de assinar umnovo vínculo contratual com oSantos até 2013. “Já está tudoacertado, falta só colocar nopapel. Sei do momento em

que o Santos vive e não pedinada exagerado. O clube pagaem dia, tenho excelente am-biente de trabalho, não querosair”, disse Muricy.

Santos e Muricy negociam arenovação contratual desde otérmino do Paulistão 2012,

quando surgiram especula-ções de que o São Paulo, seuex-clube, estaria interessadoem recontratá-lo. Mas o técni-co logo descartou esse possí-vel retorno e acertou com oSantos a renovação até o fimda próxima temporada.

De contratopraticamenterenovado atéo fim de 2013,técnico MuricyRamalhoaplaudiu oempate por0 a 0 com oInter, em PortoAlegre. OSantos jogoucom umhomemdurantepraticamentetodo o segundotempo

Wesley Santos/Folhapress

� Na Série C, o Icasa-CE

passou a liderar o Grupo A

com 7 pontos, após a

vitória de ontem por 2 a 1

sobre o Águia-PA.

Segundo colocado com 6

pontos, o Paysandu-PA

recebe hoje o Fortaleza-

CE. No Grupo B, o líder é o

Madureira-RJ, que no

sábado, em casa, venceu o

Tupi por 1 a 0 e chegou a 9

pontos, contra 6 de

Macaé-RJ e Caxias-RS.

Na Série D, os dois

primeiros de cada grupo

são: Remo-PA e Atlético-

AC (Grupo A1), Sampaio

Corrêa-MA e Mixto-MT

(A2), Baraúnas-RN e

Horizonte-CE (A3), CSA-AL

e Sousa-PB (A4), Ceilândia-

DF e CRAC-GO (A5),

Friburguense-RJ e

Aracruz-ES (A6), Cianorte-

PR e Mogi Mirim (A7) e

Arapongas-PR e Brasil-RS

(A8). Hoje, pelo Grupo A6,

jogam Nacional-MG x

G uarani-MG.

PELO BRASIL

Page 25: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 2012 25DIÁRIO DO COMÉRCIO

CONCENTRAÇÃO

A Copa está longe, temos de trabalhar e mostrar serviço na Olimpíada.”Rafael, goleiro da Seleçãoesporte

Na Escola de Educação Física do Exército, Seleção treina para a Olimpíada de Londres e vira atração para militares, que fazem questão de guardar um registro com seus ídolos

Daniel Marenco/Folhapress

Os jogadores da Se-leção Bras i le i raque vão disputar aOlimpíada de Lon-

dres estão acostumados a ti-rar fotos e dar autógrafos, eneste domingo tiveram quefazer isso dentro da concen-tração: após o primeiro treinocoletivo comandado pelo téc-nico Mano Menezes nesta se-mana de treinos no Rio, os jo-gadores atenderam aos anfi-triões da Escola de EducaçãoFísica do Exército e tiraram fo-tos com “fãs” diferentes: emvez de mocinhas apaixona-das, soldados uniformizados earmados com fuzis.

A sessão de fotos serviu pa-ra os jogadores relaxaremapós a vitória por 4 a 0 dos titu-lares, que entraram com: Ra-fael Cabral, Rafael, Thiago Sil-va, Juan e Marcelo; Sandro,Rômulo e Oscar; Hulk, Lean-dro Damião e Neymar.

Neymar, o mais solicitadopara fotos, marcou um gol, oterceiro, de cabeça, e partici-pou dos outros dois: deu passepara Hulk marcar o primeiro esofreu o pênalti que Oscarconverteu, no segundo (eletambém bateu em seguida emarcou). No quarto gol, Hulkdeixou Leandro Damião na ca-

ra do goleiro Neto, e o centroa-vante bateu forte e marcou.

Para completar o time reser-va, foram utilizados seis joga-dores das categorias de basedo Botafogo. Sem tantas es-trelas e com Alexandre Patopoupado, por causa de doresque sentiu depois de uma divi-dida forte com Juan, no treinode sábado, os reservas, mes-mo com Paulo Henrique Gan-so, em nenhum momentoameaçaram o gol de RafaelCabral. O capitão Thiago Silvacumpriu bem sua função e gri-tou o tempo todo, inclusiveorientando os atacantes amarcar a saída de bola. Marce-lo e Oscar foram outros que ti-veram boa atuação.

O aniversariante do dia, Da-nilo, também ficou no time re-serva. Ao completar 21 anos,ele disse que ainda não estápreocupado com a perda deposição na lateral direita paraRafael, que ficou com a camisa2 na inscrição (veja o quadro aola do ). “Da mesma forma queele não conversou comigo pa-ra me colocar no time, nãoconversou para tirar. Ele en-tendeu que o momento do Ra-fael é melhor, já vem jogandohá mais tempo e eu, desde quetive a lesão, não consegui ter

uma sequência legal de jogos.Então, nada mais justo que co-locá-lo para jogar”, disse, dis-ciplinado como um militar.Mas prometeu não relaxar enem aceitar passivamente areserva. “Sou daquela filoso-fia de que nenhum jogadortem de ficar contente com obanco. Vou brigar para ser ti-tular. Respeito muito o Rafael,um excelente jogador, masvou fazer minha parte.”

Danilo aproveitou e pediuum presente óbvio. “O primei-ro presente foi a convocação.Agora, teremos muito traba-lho, espero que o restante dopresente seja a medalha, ven-cer a Olimpíada e marcar o no-me da história do nosso País.”

O volante Rômulo, que dei-xou o Vasco e no início do mêsfoi apresentado pelo Spartakde Moscou, comemorou a se-mana de preparação no Brasil.“O jogador brasileiro se sentemuito à vontade aqui, princi-palmente no Rio, ainda maiscom um cenário maravilhosodesses no treinamento”, afir-mou, elogiando as instalaçõesmilitares banhadas pelo mar,aos pés do morro da Urca, nazona sul do Rio. “O apoio dosfamiliares também é sempremuito acolhedor”, afirmou.

Cartão de visitasVÔLEI DE PRAIA

Fotos: Thomas Peter/Reuters

As duplas brasileiras deixa-ram uma ótima impressãona última competição an-

tes da Olimpíada de Londres, comos títulos de Juliana e Larissa e Ali-son e Emanuel na etapa de Berlimdo Circuito Mundial, que tinha sta-tus de Grand Slam, com pontua-ção especial.

Neste domingo, Juliana e Laris-sa venceram a final feminina con-tra as chinesas Chen Xue e ZhangXi por 2 a 0 (21/16 e 21/18), e en-cerraram um jejum brasileiro nacapital alemã que vinha desde2004, com o título de AdrianaBehar e Shelda.

“Foi ótimo conquistar pela pri-

meira vez o Grand Slam de Berlim.Xue e Zhang Xi já haviam vencidotrês etapas do Circuito, estão lide-rando o ranking, e isso valorizaainda mais o que fizemos. Vencerperto da Olimpíada é algo quesempre anima”, disse Larissa.

Na decisão masculina, disputa-da no sábado, Alison e Emanuelconseguiram o título em cima dosamericanos Gibb e Rosenthal por2 a 1 (21/17, 15/21 e 15/11), vin-gando a derrota nas duas deci-sões anteriores, na Itália e na Suí-ça. Com o título na Alemanha, elesainda se isolaram na liderança doranking de 2012, justamente àfrente de Gibb e Rosenthal.Juliana e Larissa venceram a etapa de Berlim contra as chinesas Xue e Zhang Xi Alison e Emanuel bateram Gibb e Rosenthal (EUA)

Page 26: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 14, 15 e 16 de julho de 201226 -.ESPORTE DIÁRIO DO COMÉRCIO

C O N T R ATA Ç Õ E S

O Brasil está no mercadoNem só da exportação de talentos vive o futebol brasileiro nesta temporada. Vale também importar.

Três craquesbrasileiros deprestígio nos camposda Europa mudaram

de pouso nos últimos dias:Thiago Silva trocou o Milanpelo Paris Saint-Germain;Juan deixou a Roma epreferiu o Internacional aoFlamengo; e Nilmar pareceter desistido de vestir maisuma vez a camisa doColorado para aceitar umaproposta milionária do Al-Rayyan, do Catar.

Dois outros brasileirospodem mudar de empregonos próximos dias: Kaká, quese reapresenta hoje ao RealMadrid para os trabalhos depré-temporada, interessanovamente ao Milan, que fezdinheiro com a cessão deThiago Silva e ainda admiteceder o sueco Ibrahimovic aoPSG e Robinho ao Santos,desde que, neste caso, leve o

goleiro Rafael. Se fizer todosos negócios, o clube de Milãoterá recursos pararecontratar Kaká.

O retorno do zagueiro Juanao futebol brasileiro, depoisda contratação do uruguaioForlán pelo Inter e doholandês Seedorf peloBotafogo, é mais umademonstração de que aEuropa está perdendo umpouco de sua força nomercado mundial. OCorinthians, campeãobrasileiro e da Libertadores, eo Vasco, vice-campeãobrasileiro, ainda perderamjogadores importantes nestemeio de temporada - comoLeandro Castan e Willian, deum lado; Rômulo e Allan, deoutro -, mas deram sinais, nasemana passada, de que aexportação de talentoscomeça a ganhar limite. Naquinta-feira, o Vasco

CELEBRIDADE

Guga entra para o Hall da Fama do tênis

Acompanhado da filha,Maria Augusta, Gustavo

Kuerten recebe a placa porsua entrada no InternationalTennis Hall of Fame & Mu-seum, em Newport (EUA).Seus 20 títulos (três em Ro-land Garros) ficarão parasempre registrados entre osfeitos de outras feras.

Guga não escondeu aemoção ao lembrar do pai,Aldo, que morreu apitando

um jogo de tênis. “O tênis le-vou meu pai, mas fez comque eu ganhasse outrosdois: Rafael, meu irmão, e oLarri”, disse, em referência aseu técnico. Guga prometeucontinuar trabalhando pelaevolução do esporte, espe-cialmente no Brasil. “Minhacontribuição para o tênis nãopara por aqui. Eu espero po-der fazer muito mais.”

Sábado, 14

PROFESSORES VENCEDORESLevi Bianco/AE

Sai Laís Souza, volta Ethiene Franco

GINÁSTICA

CARTÃO VERMELHO

www.dcomercio.com.br/esporte/

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FIM DE JOGO

Cielo e equipe brasileira de natação desembarcam hoje em Londres

Ryan Giggs será técnico depois de liderar seleção britânica na Olimpíada

Espanha derrota Grécia por 1 a 0 e conquista o Europeu Sub-19 na Estônia

Vídeo em destaque - McLaren para crianças - www.dcomercio.com.br

anunciou a renovação docontrato do zagueiro Dedéaté 2015. No dia seguinte, foia vez de o Corinthiansinformar à sua torcida que osvolantes Ralf e Paulinhotambém ficarão no clube pelomenos até 2015. Dedé ePaulinho, principalmente,eram pretendidos por váriosgrandes clubes europeus.

O São Paulo tambémresistiu até agora ao assédioà sua mais promissoraestrela, o meia-atacanteLucas, um dos 18 da Seleçãoque tentará o inédito ouroolímpico em Londres. Naúltima semana, o ManchesterUnited fez uma proposta demais de 30 milhões de eurospara tirar o jovem craque doMorumbi. O São Paulorecusou. A multa pararescisão de contrato de Lucasé de 80 milhões de euros.

O Santos tem de definir

nesta semana se repatriarealmente o atacanteRobinho, pois a janela paracontratações internacionaisse fecha na sexta-feira.

Se as negociações com oMilan forem bem-sucedidas,a Vila Belmiro pode perdermais do que o goleiro Rafael,possibilidade que já preocupao técnico Muricy Ramalho.Com Neymar e Robinhojuntos, ficaria mais fácil aliberação de Paulo HenriqueGanso para vestir a camisa doInternacional, responsávelpelas maiores contrataçõesdo futebol brasileiro nesteano. Especificamente nestenegócio, o clube gaúchocontaria com o apoio doempresário Delcir Sonda. Eletem a maior parte dos direitoseconômicos do jogador, nãose entende com os dirigentessantistas e é torcedorcolorado.

O técnico há mais tempo no cargo entre os clubes da Série A doBrasileiro, o palmeirense Luiz Felipe Scolari, saúda o estreantesão-paulino Ney Franco antes do clássico deste domingo, emBarueri, que terminou empatado por 1 a 1. Um encontro depentacampeões mundiais: Felipão liderou a Seleção principalna Copa de 2002 e Ney Franco foi o técnico do quinto títulomundial sub-20, conquistado no ano passado pelo Brasil.

Domingo, 15

Agora, Blatter não quer mais saber de Havelange

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Logo que a Justiça suíçaautorizou a divulgaçãodas denúncias do recebi-

mento de propinas milionáriaspor João Havelange e RicardoTeixeira, o atual presidente daFifa, Joseph Blatter, tentou sal-var as aparências, alegandoque tinha conhecimento dasirregularidades - que ele defi-

niu como "comissões" pagaspela ISL, empresa de marke-ting esportivo. No site da enti-dade, Blatter chegou a decla-rar, sobre o dinheiro recebidopelo ex-presidente e atualpresidente honorário da Fifa epelo ex-presidente da CBF:"Naquela época, tais paga-mentos podiam até ser dedu-zidos do imposto a pagar, co-mo despesas de negócios.Atualmente, isto é punido pelalei. Mas não se pode julgar opassado pelo padrão atual".

Pressionado por entidades eorganismos governamentaisque pedem a sua renúncia,Blatter passou a pedir a cabeçade Havelange. Em entrevistadivulgada ontem pelo jornal

suíço S o n nt a gs B li c k, diz: "Eletem de sair, não pode continuara ser presidente honorário daentidade depois desses acon-tecimentos. Quando eu disseque é difícil medir problemas dopassado com os padrões de ho-je, falei de forma geral. Paramim, suborno é ina-ceitável."

Uma fratura no dedo anu-lar da mão direita tira

Laís Souza da Olimpíada deLondres. A ginasta foi corta-da no sábado da seleção esubst ituída por EthieneFranco, depois de se contun-dir em treino realizado emIpswich, durante os exercí-cios nas barras paralelas.

O diagnóstico foi feito pelochefe médico da delegaçãobrasileira, José Padilha, numhospital local. “Lamenta-mos muito o ocorrido, masno esporte, infelizmente, es-ses incidentes podem acon-

tecer. Ethiene já estava con-centrada com o grupo emIpswich e será a substitutada Laís”, informou o supervi-sor das seleções de ginásti-ca, Klayler Mourthe.

O resto da seleção femini-na que competirá em Lon-dres é composto por DanieleHypolito, Daiane dos Santos,Adrian Gomes e Bruna Leal.Jade Barbosa, considerada amelhor ginasta brasileira ho-je, ficou de fora por falta deacordo com a ConfederaçãoBrasileira de Ginástica.

Sábado, 14

Page 27: Diário do Comércio

Jornal do empreendedor

São Paulo, segunda-feira, 16 de julho de 2012

ENTREGA ESPECIAL

Dia do ComercianteUm presente do

Diário do Comérciopara quem, a cada dia,

abre as portasao desenvolvimento.

Suplemento EspecialMax

Page 28: Diário do Comércio

segunda-feira, 16 de julho de 20122 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

Diretor de RedaçãoMoisés Rabinovici

Ed i to r - Ch e feJosé Guilherme Rodrigues Ferreira

Ed i ç ã oCarlos Ossamu

Repor tagemBarbara Oliveira

D iagramaçãoEvana Clicia Lisbôa Sutilo

Gerente Executivade Publicidade

Sonia Oliveira

Telefone: 3180-3029s o l i ve i ra @ a c s p. co m . b r

Comércio resiste àsturbulências econômicas

Apesar de o ritmo da economia ter desacelerado, o emprego estável e o crescimento da renda ajudam a manter as vendas

Barbara Oliveira

Oano teve linhasde crédito aces-síveis nos ban-cos e nas lojas,

com juros mais baixos, alémde redução e até isenções deIPI para automóveis, linhabranca e móveis. São fatoresque, aliados ao emprego está-vel e o crescimento da renda,têm contribuído para manteras vendas do comércio no pe-ríodo. Segundo indicadoresmais recentes elaborados pe-la Associação Comercial deSão Paulo/Federação das As-sociações Comerciais do Esta-do de SP (ACSP/Facesp), justa-mente foram os dois segmen-tos – a linha branca e os móveis– que impulsionaram o comér-cio no Estado em junho, emcomparação com o mesmoperíodo de 2011. Nas vendas aprazo, a alta foi de 5,4% emSão Paulo, com acumulado de3,1% no primeiro semestre.Na modalidade à vista, elassubiram apenas 0,3% em ju-nho, mas no semestre esse ín-dice positivo foi de 2,8%. Para-lelamente, começa a se verifi-car um esgotamento no con-sumo de bens e a elevação doendividamento e da inadim-plência do brasileiro.

Já uma pesquisa divulgadasemana passada pelo InstitutoBrasileiro de Geografia e Esta-tística (IBGE), aponta para umaqueda de 0,8% das vendas dovarejo em maio ante abril. Foi omaior recuo registrado desdenovembro de 2008, quando ataxa caiu 1,3%. Na compara-ção com maio de 2011, as ven-das do varejo tiveram alta dePatrícia Cruz/Luz

Um defensor dolivre mercado

Reprodução

Pinturaretrata oVisconde deCairú(sentado) aolado de JoséBonifácio.Cairúdefendia aliberdade deempreender.

Hoje, se comemora oDia do Comerciante,uma homenagem

a José da Silva Lisboa,conhecido como Viscondede Cairú, nascido em16 de julho de 1756, emSalvador (BA). Foi político,economista, historiador,jurista e escritor, tendoexercido grande influênciajunto ao príncipe regenteportuguês D. João VI, paraque fossem abertos osportos brasileiros em 1808para o comércio com asnações amigas. A suaescolha como Patrono doComércio se explica nãoapenas por ser um dosinspiradores da abertura dosportos, mas, também,porque foi um importantedefensor da economiade mercado, sem aqual o comércio nãopode prosperar.

Cairú era filho doarquiteto portuguêsHenrique da Silva Lisboa ede Helena Nunes de Jesus.Fez os preparatórios naBahia desde seus oito anos,estudando Filosofia, músicae piano. Concluiu os estudosem Lisboa, na Universidadede Coimbra.

O Visconde de Cairúacompanhava as teoriaseconômicas europeias,como as de Adam Smith,que afirmava que um país sóprogride se seus industriaise comerciantes dispõem do

máximo de liberdade paraganhar dinheiro. Foiardoroso defensor dessasideias no Brasil, expostasem seus livros "Princípios deDireito Mercantil e Leis daMarinha", de 1801;"Princípios de EconomiaPolítica", de 1804; e"Observações sobre oComércio Franco", de 1808,no qual faz a defesa daabertura comercial e do livrecomércio.

Assim, tão logo D. Joãodesembarcou no Brasil,

do Código Comercial.O comércio, dizia Cairú,

"como instituiçãocivilizadora, permitia aoshomens, mesmo que deforma não planejada, criar edistribuir riquezas e, assim,harmonizar os interessesegoistas e satisfazer àsnecessidades de todasociedade". Seguindo asideias de Smith, Cairúafirmava que "as trocas

comerciais, baseadas nointeresse mútuo,favoreciam a cultura darespeitabilidade,estimulando os homensa desenvolverem oautocontrole, a prudênciae a se tratarem com maisdecência, melhorandoassim o nível dasociedade".

Cairú considerava ocomércio um fator decivilização. Contrário aosmonopólios e à escravidão,que considerava prejudicialà produtividade, defendiaa necessidade do bomfuncionamento dasinstituições, como o direitode propriedade e respeitoaos contratos para o bomfuncionamento daeconomia.

José da Silva Lisboafaleceu no Rio de Janeiro nodia 20 de agosto de 1835.

estímulo ao consumo, aliadasao emprego e à renda da popu-lação. "Não se pode esperartaxas de 10% porque o consu-midor está num ponto de satu-ração, ele já comprou carro,geladeira, televisor e máqui-nas de lavar. Chega o momen-to em que ele precisa recom-por suas finanças para evitar

um alto endivi-damento".

Esse esgota-mento do con-sumo pode sermedido por ou-tros indicado-res. Um deles é aPesqu i sa T r i-mestral de In-tenção de Com-pra, do Progra-ma de Adminis-tração do Varejo( P r o v a r ) , d aFundação Insti-tuto de Adminis-tração e divul-gada pelo Diáriodo Comércio. Apesquisa feitacom 500 consu-midores da ci-d a d e d e S ã oPau lo most raque a intençãode compras debens duráveispara o próximotrimestre caiu

18,6 pontos percentuais secomparado ao mesmo perío-do do ano an te r i o r , com53,8%, o menor nos últimostrês anos. Se comparado aosegundo trimestre, o nível deintenção de compras reduziu4,2 pontos.

Confiança do consumidor

Ao mesmo tempo, a Funda-ção Getúlio Vargas, que tam-bém mede o índice de confian-ça do consumidor (ICC) paraos próximos seis meses, e sebaseia na situação da econo-mia local e situação financeiradas famílias, constata que es-sa confiança recuou 2,8% emjunho em comparação a maio,um recuo que já fora verifica-do no mês anterior. O ICC bai-

xou de 127,1 pontos para123,5. A coordenadora da pes-quisa da FGV, Viviane Seda,explica que esse comporta-mento expressa o sentimentodo pesquisado, geralmente ochefe da família (são sonda-dos 2,1 mil domicílios em setecapitais) para consumir nospróximos meses. "De todas asperguntas que fizemos, a úni-ca que teve uma pequena me-lhora foi relativa a bens durá-veis. No período de maio parajunho, o indicador de confian-ça saiu de 90 pontos para 92,2,indicando uma leve alta. Há aintenção de comprar um pou-co mais de bens duráveis".

Ela lembra, porém, um fator

importante e que pode animaros varejistas nesse emara-nhado de números não muitoestimulantes. O nível de con-fiança do consumidor nesteprimeiro semestre do ano foimelhor do que os primeirosseis meses de 2011, e em ju-nho ele foi positivo comparadoao mesmo mês de 2011 e 2010– em junho do ano passado, oICC estava em 118 pontos, em2010 estava 119,3, e agora su-biu para 123,5. "Mas, o consu-midor está cauteloso na horadas compras", diz Seda. "Oemprego sustentou a confian-ça no semestre, e houve au-mento de renda, mas há maiscautela, não só porque existe

uma incerteza em relação aosegundo período na economiainterna e no cenário externo,mas porque essas pessoas es-tão endividadas".

E ndividamento

De fato, o endividamento e ocalote no pagamento de con-tas têm preocupado governo eeconomistas, não só os consu-midores. O último levanta-mento do Banco Central, di-vulgado no mês passado, in-forma que a inadimplência en-tre pessoas físicas atingiu seumaior patamar em maio, 8%, omais alto desde 2009. E que asfaturas do cartão de crédito li-

deravam esse calote, com30% delas inadimplentes hámais de 90 dias. Os financia-mentos de veículos, chequeespecial, crédito pessoal eaquisição de bens são outrascategorias que tiveram índi-ces ascendentes de inadim-plência. Segundo a Sondagemde Expectativa do Consumi-dor da FGV, 48,5% dos consu-midores brasileiros possuemdívidas comprometendo en-tre 11% e 50% da sua renda, equanto maior o salário, maisalto é o comprometimento.

Gabriel Leal de Barros, doInstituto Brasileiro de Econo-mia (IBRE), observa que a qua-lidade do crédito no País estáconcentrada em modalidadesestruturalmente ruins, como ocartão de crédito e cheque es-pecial, que visam o consumode curto prazo e cujas taxas dejuros são altíssimas. "Essa ina-dimplência tem relação próxi-ma com a migração de milha-res de famílias das classe D e Epara a C, a nova classe média. Eessas famílias não têm aindaeducação financeira, não pou-pam e consomem toda a renda.Para elas é tudo novo e é fáciltomar crédito, então, o custo derolar a dívida fica elevado."

Mas o endividamento e o ca-lote também deixaram o cré-dito mais seletivo nos últimosmeses, analisa o economistaMarcel Solimeo. "Especial-mente nos caso dos veículos,que tiveram um boom de ven-das em até 60 meses. "Issonão se sustenta mais".

Segundo Solimeo, a inadim-plência deve cair daqui para afrente, porque há mais critériona concessão de crédito."Quando ela é decorrente dodesemprego, é difícil recom-por, mas quando é por exces-so de gastos, a pessoa admi-nistra". Como o emprego e arenda estão se mantendo, e ocrédito ficou mais seletivo, se-rá possível controlar gastos.

L. C. Leite

8,2% no mesmo mês desteano. Até maio, as vendas do va-rejo acumulam altas de 9,0%no ano e de 7,3% nos últimos12 meses.

Para o economista-chefe daAssociação Comercial de SãoPaulo, Marcel Domingos Soli-meo, não se poderia esperaríndices muito elevados, já queo ritmo da economia começoua desacelerar a partir do se-gundo semestre de 2011. "Ospercentuais nas vendas estãomenos expressivos, porqueestávamos acostumados abases maiores de anos ante-riores – especialmente 2010 eprimeiro semestre de 2011".Mas, segundo Solimeo, o co-mércio continuará crescendonos próximos seis meses porconta de todas as medidas de

O comérciocontinuará

crescendo nospróximos seis

meses

MAR CEL SOLIMEO

pediu audiência para lhepropor a abertura dos portosbrasileiros. O que oVisconde de Cairú não sabiaera que essa abertura jáestava decidida pelaConvenção Secreta deLondres, após D. João terfugido de Lisboa. Defendeuainda o fim da proibiçãoda instalação demanufaturas no Brasil eparticipou do esboço inicial

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segunda-feira, 16 de julho de 2012 ESPECIAL - 3DIÁRIO DO COMÉRCIO

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segunda-feira, 16 de julho de 20124 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

Lojistas devemoferecer sensaçõesO varejo precisa se reinventar para atender o novo perfil de consumidor

Fotos: Divulgação

A mudança no visual dasHering Stores mais que dobraram as vendas,se transformando em um case de sucesso.

Experiência senso-rial. Essas duas pa-lavrinhas mágicasestão martelando

na cabeça dos varejistas. Por-que é através da experiência edas sensações (ou dos cincosentidos) que o varejo tradicio-nal atrai seus clientes paradentro da loja, mesmo aqueleantenado e que gosta de com-prar pela internet. O consumi-dor mudou, está mais exigentee bem informado sobre o pro-duto desejado. E o varejo preci-sou se adaptar a essas novasnecessidades, oferecendomais do que uma mercadoriaexposta na loja – ele precisa deuma renovação cosmética eemocional. Por isso, vemostantos pontos de venda alte-rando seu design interno e ex-terno, organizando melhorsuas vitrines e exposição deprodutos, tendo mais cuidadocom a iluminação e com ele-mentos sustentáveis, brindan-do o cliente com música am-biente e um aroma sutil, reser-vando espaços interativos.

"O ponto de venda físico nun-ca vai acabar, porque ali temosuma experiência emocionalmuito forte. Muitos consumi-dores ainda passam pela inter-net, pesquisam preços e esco-lhem o que querem, mas vão àslojas para comprar e para sen-

tir o produto", observa AnaCláudia Costa, gerente-geralda Popai Brasil, uma associa-ção internacional dedicada aestudar o comportamento dosconsumidores e da construçãoe arquitetura dos ambientes.

"Embora a loja física estejacom seu futuro garantido, elaprecisa se reinventar", alertaLuiz Goes, sócio-sênior daGS&MD, consultoria especia-lizada em varejo e marketing.Segundo Goes, os modelos delojas devem ser mais dinâmi-cos para mudar sua configura-ção visual de forma ágil e sim-ples, além de seguir tendên-cias de cores e iluminação.

Cu m p l i c i d a d e

Ana Cláudia, da Popai Brasil,lembra que a experiência emo-cional a ser trabalhada pelosdesigners deve englobar oscinco sentidos – visão, olfato,tato, paladar e audição –, emais a intuição, pela qual aequipe treinada será capaz deperceber o cliente. "Em muitoscasos, a sinceridade do vende-dor mais ajuda do que atrapa-lha", diz Ana Cláudia. Se o clien-te colocou uma roupa e ela nãocorresponde ao seu físico, é im-portante o vendedor falar, poisesse gesto vai criar um relacio-namento, uma cumplicidadeentre os dois e o consumidorpode voltar à loja. Ou um gar-çom, na hora de descrever umprato, pode detalhar tanto e deforma tão entusiasmada quevai despertar o desejo no clien-te em comer aquele prato, ex-plica a especialista.

O arquiteto Julio Takano,presidente da Associação Bra-sileira da Indústria de Equipa-mentos e Serviços para o Va-rejo, lembra que o consumidor

não está mais buscando pro-dutos e sim soluções para seuestilo de vida, por isso, os pon-tos de venda devem ofereceruma comunicação visual ba-seada em tecnologias, aro-mas, sonorização. Takanotambém dirige a Kawahara eTakano Soluções para Varejoe atende dezenas de shop-pings, lojas e franquias, proje-

para uma marca com 130 anosde existência. Depois do reposi-cionamento da empresa comnovas coleções, de produçãoprópria e terceirizada, reduçãode reposição de estoques, acriação de novos canais de ven-da física (neste ano ela terá 507lojas no País), e a mudança novisual das Hering Stores, asvendas pularam de R$ 11 milpor m²/ano, em 2006, paraR$ 24 mil por m²/ano, em 2011.No novo desenho de lojas He-ring, a iluminação foi trocadapara LED, as prateleiras são re-troiluminadas e o espaço ficoumais organizado e mais clean.

Na Cavalera, cujo compra-dor é homem, geralmente ca-sado, gosta de rock, mas é só-brio, foram colocadas, no inte-rior da flagship dos Jardins(SP), uma mesa de granito

de aromas específicos e cria-dos para identificar a marca –um bom exemplo é a Le LisBlanc, grife de moda femini-na, cujo cheiro de alecrimdentro de suas lojas é tradi-cional há 12 anos –, algumasempresas adotam outros ti-pos de experiências.

A música ambiente adapta-da ao tipo de público é outrorecurso que chama a atenção.Se for uma grife para jovens, éimportante uma iluminaçãoescura e com som alto, paraparecer que ele está numa ba-l ada , como acon tece naflagship John John, da OscarFreire, em São Paulo, inaugu-rada em março deste ano. Narede Abercrombie & Fitch, deroupas para jovens moderni-nhos, e presença forte nos Es-tados Unidos, o vendedor per-

O consumidor nãoestá mais buscando

produtos e simsoluções para seu

estilo de vida

JULIO TAK ANO tando novos designs e arqui-teturas para esses ambientes.Entre seus clientes estão a He-ring e a Le Postiche, que de-pois de repaginadas de acordocom as novas tendências, con-seguiram aumentar suas ven-das entre 100% e 400%.

De cara nova

Durante o evento Retail De-sign, da GS&MD e BYSide, rea-lizado em São Paulo há algu-mas semanas, Fábio Hering,presidente da companhia, rela-tou seu próprio case de sucesso

preto e cadeiras clássicas,além de uma armadura emferro de mais de 300 anos co-mo decoração. Na vitrine da LePostiche do shopping ABC Pla-za, foi pendurada uma tela doartista plástico Romero Brito,e alguns destaques, comoacessórios e bolsas, são maisiluminados para chamar aatenção da mulher, que équem compra malas e acessó-rios das viagens da família.

S ensações

Há vários casos, tanto noBrasil como no exterior, deempresas que se adaptaramàs tendências do marketingsensorial para manter o con-sumidor fiel e dentro da loja omais tempo possível. Além

gunta a música preferida docliente e, depois de um tempo,ela começa a tocar. "Isso criauma ligação com o consumi-dor e o seu volume de comprasaumenta, já que aquela músi-ca é importante para ele",analisa Ana Cláudia.

O especialista em design devarejo da agência francesa Sa-guez & Partners, Olivier Sa-guez, lembra que o "consumi-dor é hiperconectado sete diaspor semana, tem conhecimen-to sobre a marca e opinião detodo o mundo (na internet) so-bre os produtos que procura, enunca teve tantas formas dis-tintas de consumir." SegundoSaguez, o cliente não quer sóuma loja, e sim, vivenciar ummomento agradável, dialogar,experimentar, ver. ( B . O. )

Na vitrine da Le Postichedo shopping ABC Plaza,foi pendurada uma tela

do artista plásticoRomero Brito.

Page 31: Diário do Comércio

segunda-feira, 16 de julho de 2012 ESPECIAL - 5DIÁRIO DO COMÉRCIO

Canal decomunicação

da marca

Fotos: Divulgação

Ao lado, loja-conceito daNatura no bairro dos

Jardins, com árvores demetal e lâmpadas LED, que

mudam de cor viamensagem SMS do

consumidor. Abaixo,Galeria Melissa, decorada

por artistas.

dem manter um contato maisdireto com as diversas linhasde produtos e comprar alimesmo, sem catálogos, mascom a ajuda das consultoras,que orientam as pessoas me-nos familiarizadas com os lan-çamentos Eko, Amó, Chronos,Uma, TodoDia, Natura Ho-mem, Mulher e Bebê.

Segundo Mônica Gregori,diretora da unidade de negó-cios da empresa, o objetivocontinua sendo a venda diretapelas milhares de consultoras

espalhadas pelo País (sãomais de 1,3 milhão). "Quería-mos que o consumidor conhe-cesse os conceitos por trás damarca, mas sempre com aorientação de uma consultorapara um relacionamento futu-ro". Internamente, além do vi-sual clean, com vários balcõesseparados por linhas de cos-méticos e cores, trilha sonoraespecialmente preparada porum DJ e experimentação decremes e fragrâncias, os clien-tes degustam chocolates aro-

matizados, fazem massagensnas mãos e nos pés, obtêm di-cas de maquiagem com pro-fissionais que estão ali só paraisso. Cursos, shows e exposi-ções também fazem parte daprogramação paralela.

Assim como o espaço-con-ceito pode ser repetido em ou-tras regiões, uma loja pop-upda Natura, ou seja, com prazodeterminado (e menor) defuncionamento também foiaberta no Shopping Villa Lo-bos e ficará ali até o dia 31 dejulho. Trata-se de uma açãotemporária de marketing paraas linhas de perfumes e cre-mes, que podem ser adquiri-dos pela internet (site Subma-rino, parceiro da marca) e per-correrá outras 11 capitais bra-sileiras ao longo do ano. Aempresa quer se aproximardesse público específico e declasse A, segmento em quetambém está crescendo.

Obra de arte

A artista plástica inglesa Ju-lie Verhoeven é a responsávelpela nova fachada da GaleriaMelissa, outra loja-conceito daconhecida marca de calçadosfabricados pela Grendene eque a cada temporada se re-nova interna e externamente,instalando uma obra de artena fachada da rua Oscar Frei-re. Nos seus 445 m² de áreaconstruída, a Galeria Melissatem como objetivo se comuni-car com o público através, nãosó dos produtos expostos, co-mo também pela arte. O proje-to arquitetônico interno daconcept store foi criado pelodesigner carioca Muti Randol-ph. Segundo o artista, o espa-ço reúne arquitetura, artes,moda e design e funciona co-mo um canal de comunicaçãoda grife. Foram instalados ele-

mentos divertidos, como ex-positores redondos de plásti-cos, onde ficam os sapatos. Afachada, com recuo de 100 m²da rua, foi projetada para abri-gar eventos e receber a criati-vidade dos artistas a cada es-tação. Para o lançamento dacoleção Rainbow Verão 2013,marcada pelos tons pasteis earco - í r i s , a ing lesa Ju l i eVerhoeven criou um maxipai-nel multicolorido e com dese-nhos de meninas.

A artista já fez trabalhos pa-ra Louis Vuitton, Versace, Lan-côme e H&M, e, em outubro,levará seu trabalho para a Ga-leria Melissa de Nova York,inaugurada neste ano no mo-

vich e Vivienne Westwood.Assim, a cada temporada, a

flagship store mescla a artecom a venda de sandálias e sa-patos de plástico, considera-dos clássicos pela consumido-ra brasileira. "A Galeria Melis-sa é um case mundial, muitosvarejistas vêm para cá parareplicar lá fora", destaca AnaCláudia Costa, gerente-geralda Popai Brasil, que se dedicaa estudar o comportamentodo varejo. "Eles pegam o plás-tico e transformam num obje-to de desejo, e os maiores de-signers do mundo queremparticipar disso".

Exemplos internacionais

Para o arquiteto de varejoJulio Takano, o consumidor vêmuita commodity, mas aspiraestilo de vida, e quando issoocorre, as vendas incremen-tam no mínimo 35%. "O co-mércio que deixar de ser inte-ressante pode desaparecer",diz o designer francês OlivierSaguez. Ele cita a Cook & Bo-ok, uma livraria que possuidois restaurantes internos. ACook & Book é consideradauma das mais belas do mun-do, e está situada em Bruxe-las, na Bélgica, ocupando1.500 m². Em um dos ambien-tes, os livros têm suas brochu-ras penduradas no teto, umdetalhe importante na deco-ração, e os restaurantes ofe-recem comida vegetariana,francesa e italiana para até250 pessoas, além de sanduí-ches e saladas leves.

Os visitantes podem esco-lher entre comer no terraçonum dia ensolarado, ou pegar

Galeria Melissae Natura

surpreendempúblico com

espaçosmultissensoriaise arte nas ruas

Luxo para a classe C

Fotos: Divulgação

Mariane Chela, designerda NF Joias, de Limeira.

Anova classemédia soma,hoje, mais de 100

milhões de consumidores. Elesestão comprando tudo o quepodem e aproveitam aomáximo as condições decrédito, redução de impostos etaxas mais baixas de juros. Sãoeletrodomésticos, eletrônicos,celulares, roupas, móveis,carros e imóveis. É natural queessa população tambémingressasse num segmentoantes exclusivo às camadascom renda superior, omercado de joias, um luxoagora possível à novamassa deco m p ra d o re s.

A designerMariane Chela,da NF Joias, deL i m e i ra ,trabalha noramo joalheiro há11 anos e cria para dezenas delojas no Brasil todo – entreelas, as tradicionais Casa dasAlianças e Relojoaria Suissa(com essa grafia mesmo),ambas de São Paulo. Asmulheres das classes B e C sãoa maioria das clientes da NF,foco, aliás, para odesenvolvimento das suasco l e ç õ e s.

O ouro é um dos ativos maisseguros em épocas de crise. Ometal teve uma valorizaçãosistemática desde a crisemundial de 2008, triplicandosua cotação em onça troy –passou de US$ 420 para US$1.600. E quem não estava noexclusivo segmento de luxoteve de se adaptar. Como aindústria e o varejo nãopodiam repassar os custos doouro para o consumidor final, efoi beneficiada, em 2007, coma redução do IPI de 20% para12% nas gemas e joias, oscriadores começaram a mudaro design das peças, moldando-

as ao gosto e ao bolso doco m p ra d o r.

Vieram as facilidades decrédito e de pagamento, comparcelamentos ampliados ematé 8 ou 10 vezes, o quefacilitou ainda mais o acessodesse público a produtosmelhores e com valoragregado. E mesmo com ovalor elevado do ouro, oproduto nacional teve umaqueda média de 50% no preçoem relação ao ano de 2002. Na

Casa da Alianças,por exemplo,

com 36 lojasna GrandeSão Paulo, é

p ossívele n co nt ra r

alianças deouro de 18k, a

partir de R$ 180.Isso não significa que

as joias para a classe Csejam de qualidade inferior nosmateriais ou na estética.Henriques lembra que osdesigners foram chamadospara trabalhar e mostrar toda asua criatividade nas peças."Hoje não existe nenhumaempresa que não tenha umprofissional para desenharsuas joias e bijuterias", observaHenriques. São produtos queincorporam pedras preciosasbrasileiras – turmalina,turquesa, quartzo, ametista,topázio – ou peças vazadascom ouro e prata, mais leves,mas que não perderam nem ovalor nem a elegância. As joiasleves, segundo a designerMariane Chela, são aquelascujo preço está abaixo de R$1,5 mil. A partir desse valor eaté R$ 5 mil, são consideradaspeças médias, e acima de R$ 5mil já se encontram aschamadas joias pesadas. Asque mais vendem hoje nasrelojoarias fornecidas pela NFsão as leves, diz Chela. "A

criação de joias mais leves éum desafio que os designersbrasileiros têm vencido".

A criatividade dos designerscontribuiu para uma boaposição das peças no mercadobrasileiro e externo. "A joiabrasileira é reconhecida noexterior pelo design e pelosmateriais que incorpora",afirma Henriques. "Além debonita, ela combinamovimento, sensualidade,alegria e cores."

"O consumidor está maisexigente, mesmo o da classe C,então, a nossa dedicação nacriação e fabricação das peçasé a mesma que empregamosno desenvolvimento paraoutros mercados", diz Chela."Ele está atento quanto ao teordo ouro e acabamento, o queexige investimentos em novastecnologias. A linha popularprecisa ter boa aparência eestar em sintonia com amoda", explica. ( B . O. )

Há bons exemplosd e p o n t o s d evenda conce i-tuais e já comple-

tamente adaptados às ten-dências de marketing senso-rial no Brasil e com objetivo deoferecer ao consumidor novasexperiências e afinidade coma marca. A Melissa e a fabrican-te de cosméticos Natura cria-ram espaços com essa identi-dade. A Natura chegou a abrirduas lojas com aromas, músi-ca, iluminação, experimenta-ção de produtos e massagens.A Galeria Melissa também ou-sa no design, contratando ar-tistas brasileiros e internacio-nais para assinar a fachada dagaleria a cada estação.

A loja-conceito da Natura,com 600 m², situada na esqui-na da rua da Consolação com aOscar Freire, bairro nobrepaulistano, onde havia umposto de gasolina e tambémonde funcionou o primeiro en-dereço da marca, em 1970,chama a atenção de quempassa no bairro dos Jardins.Surgiu algo novo ali. Foi abertoem fevereiro um espaço am-plo e iluminado e com árvoresfeitas de estrutura de metal elâmpadas LED, cujas cores va-riam à noite conforme escolhados consumidores (via SMS).

O espaço tinha data para fe-char (30 de junho), mas feztanto sucesso junto ao públicoque a direção da empresa de-cidiu prorrogar até o final doano. Os clientes da marca po-

derninho bairro do SoHo. Mascomo o prédio que abriga o es-paço na cidade norte-ameri-cana é tombado, as interven-ções serão feitas internamen-te. Julie também vai customi-zar um dos produtos maisvendidos da marca, o modelode sapatilhas Ultragirl, previs-to para estar nas lojas emagosto. A Galeria já teve expo-sições do designer egípcio Ka-rim Rashid, dos irmãos Fer-nando e Humberto Campana,da vocalista da banda Canseide Ser Sexy, LoveFoxxx, e dosestilistas Alexandre Herchco-

uma bebida no bar enquantoleem um livro. Para as crian-ças, foi criado um ambiente nopátio central. "Todos essesapelos contribuem para au-mentar o tíquete médio da lo-ja", avalia Ana.

Ela também lembra a loja daPrada, em Tóquio, um edifíciode seis andares de vidro, comvários prêmios de tecnologia edesign, que além de ser umponto comercial, aluga espa-ços para festas pessoais. "Issoé uma forma de comunicaçãoinstitucional e que ganha asimpatia do público". ( B . O. )

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segunda-feira, 16 de julho de 20126 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

çada da rua Augusta e nãopassa despercebido paraquem caminha por ali.

O perfume acabou criandouma identidade para a Pande-monium, já que está há anosperfumando aquele pedaci-nho de calçada entre a Alame-da Lorena e a Oscar Freire. "Mi-nhas clientes gostam do aro-ma, porque ele chama, agradae causa um bem-estar, e issoestimula a permaneceremmais tempo aqui dentro. Éuma forma de perpetuar obom momento da compra. Elaacaba levando o aroma com

ela", ressalta Silvia. De fato,além de levar a roupa, a com-pradora tem a possibilidadede adquirir o frasco do perfu-me. Agora, a loja vai comercia-lizar outras fragrâncias.

Muitos lojistas, pequenos,grandes, independentes oucom redes e franquias, estãoaderindo ao marketing senso-rial (aroma e som, cujas músi-cas são selecionadas por DJsou por empresas especializa-das em trilhas sonoras). "O

marketing olfati-vo e as trilhassonoras estão,hoje, afinadoscom uma con-c e p ç ã o m a i samp la de de-sign do comér-c io , baseadaem uma novaa r q u i t e t u r a ,mer chandi sing

visual e comuni-cação com o público e impul-sionando as vendas", explicao designer e arquiteto de vare-jo Julio Takano, responsávelpelo redesenho de redes co-mo Riachuelo, Le Postiche,Hering, O Boticário, Artex, Ca-valera, Scala, entre outras.Segundo Takano, essa combi-nação de fatores resulta em35% a mais de vendas no seg-mento de life style.

A grife de moda Le Lis Blanc,com 75 unidades no País, pos-sui um aroma marcante emseus pontos de venda, que lo-go é identificado pelas suasclientes, mulheres das classesA e B. Um cheiro de alecriminunda as lojas da marca há 12anos, e o sucesso é tão grandeque foi criada a linha Le Lis Aro-ma, de home spray, fragrân-cias para lençóis e toalhas, sa-bonete líquido, mini sabone-tes, além de velas aromati-zantes. Ao levar para casaalgum desses itens, a cliente,além de possuir o aroma per-sonalizado da loja, perpetua oprazer da compra.

O Otri Spa Urbano, inaugu-rado em 2007, em São Paulo,não poderia deixar de ter tam-bém uma fragrância especialpara todos os ambientes dacasa, localizada no bairro Hi-

gienópolis. Afinal, as pessoasvão ali para experimentar mo-mentos de relaxamento. Oaroma Otris, de lavanda e ale-crim, perfuma o ambiente etambém é utilizado no princi-pal produto oferecido pela ca-sa, o Ritual Otrive, uma mas-sagem do rosto, mãos e pés,cujos óleos essenciais são ex-traídos dessas duas plantas.Segundo Daniela Gimenes,responsável pela área deEventos e parcerias corporati-vas do spa, a ideia de ter o aro-ma personalizado é "criar umaimagem positiva da marca."

Estimulando as sensações

Um agradável cheirinho dechocolate também está pre-sente não só nas trufas comer-cializadas pela Cacau Show.Um projeto de alternar o cheiro

do chocolate com o de café, vi-sando a estimular o consumodos dois itens em seus pontosde venda, foi desenvolvido epersonalizado pela FreeSense,segundo Alexandre Tadeu daCosta, presidente da CacauShow. O projeto está sendo tes-tado em cinco lojas em São Pau-lo. A aprovação dos clientes en-trevistados sobre a aromatiza-ção foi de 94%, sendo que 34%deles acham que a ação demarketing estimula o consu-mo. "Temos, também, uma tri-lha sonora especial para todasas lojas (são 1.150 no País) in-tercalada por locuções anun-ciando algumas promoções.Tudo isso – cheiro bom, produ-tos de qualidade e música – au-mentou a permanência daspessoas dentro do ponto devenda e ampliou o faturamentomédio em 28%", relata. ( B . O. )

Aromas seduzemo consumidor

Newton Santos/Hype

Ocheiro do cafépassado na ho-ra, do bolo da vo-vó assando no

forno, do pé de jasmim na casada infância no interior. Sãoaromas que ficam na memóriadas pessoas, reavivando asboas lembranças do passadoe do presente. O olfato é umdos cinco sentidos que os es-pecialistas de marketing e co-merciantes vêm estimulandoem seus consumidores nosúltimos anos, uma formade criar, não só uma iden-tidade da marca ou da lo-ja, como também atrairmais gente à visitação eao consumo, mantendo ocliente mais tempo dentrodo estabelecimento. Omarketing olfativo é umdos pilares do marketingsensorial, que desde o fi-nal dos anos 90 vem se fir-mando no B ras i l e setransformou num ramo denegócio bem sucedido para osfabricantes desses aromas.

"É um novo jeito de chamara atenção do consumidor nummercado tão concorrido", ava-lia o especialista em fragrân-cias Fernando Amaral, funda-dor e diretor-científico da WNF- World´s Natural Fragrances,cuja marca Aromagia é umadas líderes e pioneiras no seg-mento, atendendo a mais de600 empresas no País, entrevarejistas, hotéis, indústrias eeventos. Cerca de oito mil ti-pos de aromas saem de sua fá-brica na Casa Verde, cuja pro-dução orgânica é concentradaem uma fazenda em MonteVerde (MG). "Só de lavanda te-mos 40 tipos de aromas", con-ta Amaral, formado na Suíça ecraque em detectar o que ocliente deseja. "Nosso objeti-vo é agregar valor aos am-bientes e às marcas, com acriação de produtos personali-zados para todo o tipo de perfile de demanda".

Identidade aromática

A Pandemonium, uma lojade roupas femininas do dia-a-dia e de festas, é voltada paramulheres de espírito jovem,

informais e profissionais eexiste há 43 anos no bairro dosJardins (zona sul de São Pau-lo). Ela adotou o marketing ol-fativo ainda na década de 90.A fragrância que exala no am-biente mistura ylang-ylang(planta originária da Ásia tro-pical), acentuada pela flor delaranjeira e sândalo com "aro-ma marcante e exótico", naspalavras de Fernando Amaral,seu criador. "Desenvolvemosum produto para o perfil dasmulheres independentes emodernas , entre 20 e 40anos". O perfume ganha a cal-

À esquerda, AlexandreTadeu da Costa,

presidente da CacauShow; à direita, Silvia

MacFarland, proprietáriada loja Pandemonium: ouso de aromas cria umaidentidade da marca ou

da loja.

O comércio utilizafragrâncias

especiais paramanter as pessoasmais tempo dentro

da loja

Divulgação

Fotos: Divulgação

FernandoAmaral, daAromagia,pioneira nomercado eque presta

consultoria amais de 600

empresas.

Page 33: Diário do Comércio

segunda-feira, 16 de julho de 2012 ESPECIAL - 7DIÁRIO DO COMÉRCIO

Ser sustentável hojeé f u n d a m e n t a l .Mesmo ações apa-rentemente peque-

nas podem fazer a diferença,tanto para o público externocomo para a empresa, cujaeconomia no final do mês ébem-vinda. A sustentabilida-de pode começar com mudan-ças de hábitos, envolvendofuncionários, ciclo de produ-ção, uso de energia alternati-va, transformação de resí-duos, etc.

Essa nova mental idadetambém tomou conta do vare-jista e lhe garante uma ima-gem positiva junto ao cliente.Um bom exemplo é a rede deartigos esportivos Centauro,do grupo SBF, com 161 lojas noBrasil. A empresa começouseu projeto com a troca delâmpadas antigas pela tecno-logia de LED. Hoje, 31 lojas jáestão com a nova iluminação,19 são unidades inauguradasrecentemente e com novo vi-sual, e 12 só fizeram a trocadas lâmpadas.

Segundo o diretor-adminis-trativo e de operações do gru-po SBF, Emilio Janner, o pilotocom o novo layout e troca delâmpadas foi iniciado no Shop-ping Parque Dom Pedro, emCampinas (SP), com 2.000 m²e a um custo de R$ 235 mil."Mas o retorno desse investi-mento chega em 14 meses,porque a economia de energiachegará a 50% ou 70% ao finaldesse prazo", conta Janner.Ele lembra outras vantagensobtidas com a troca. A ilumina-ção convencional (HQI - haló-genas de quartzo e iodo) aque-ce mais, e por conta disso, erapreciso aumentar a carga dosaparelhos de ar refrigerado,consumindo mais energia.

O grupo SBF vai inaugurar e

Sua empresa é sustentável?Pequenas ações como mudança de lâmpadas e economia de

gás e água fazem a diferença e permitem ganhos e a simpatia do consumidor

Fotos: Divulgação

reformar outras 21 lojas Cen-tauro com LED e trocar em ou-tras 57, e até o final de 2013 to-da a rede terá o novo sistema,além do centro administrativoe o seu centro de distribuição,com investimentos previstosde R$ 10,7 milhões.

Pre m i a ç ã o

A Associação Franquia Sus-tentável (Afras) é um segmen-

to dentro da ABF (AssociaçãoBrasileira de Franchising) quepromove, há sete anos, entreas empresas associadas, acultura da gestão socialmenteresponsável. Anualmente, aentidade premia as melhoresiniciativas e práticas de sus-tentabilidade de seus associa-dos. Segundo o presidente daAfras, Cláudio Tieghi, nesteano foram inscritos 40 casesde empresas que incorpora-

ram esse conceito em sua es-tratégia de negócio.

Uma das premiadas desteano foi a rede Patroni Pizza,com 141 lojas no País, e cujoprojeto Eco Pizza, iniciado em2009, prevê a troca total da le-nha tradicional em seus fornosde pizzas por briquetes ecoló-gicos, resultado do processode secagem e prensagem deresíduos, como a serragem ouo pó de madeiras ou vegetais.

A troca é vantajosa para ocomerciante e para o ambien-te onde está localizada a fran-queada (muitas delas dentrod e s h o p p i n g s ) , o b s e r v aTieghi, "porque a lenha podetrazer sujeira e até insetos".

Assim, o comerciante substi-tui a lenha por um produto sus-tentável e que seria descarta-do, é reconhecido como ecoló-gico pelo Ibama, e não precisamais derrubar árvores. Segun-do a empresa, desde o início doprojeto há três anos e meio, oEco Pizza ajudou a preservaruma área ambiental equiva-lente a 50 estádios de futebolpor ano. Até 2013 as 100 lojasexistentes no País e as que ain-da serão inauguradas terãocompletado o uso de briquetesnos fornos. "Temos orgulho emsaber que cada pizza vendidasignifica um pedaço de preser-

vação", diz Ra-fael Augusto,executivo deMarketing daPatroni.

Eco n o m i a

Outra in i-c iat iva sus-t e n t á v e l epremiada pe-la Afras foi a

dos restauran-tes Spoleto, de

comida italiana, para diminuir ouso de combustíveis fósseis(como o gás), economizar águae produtos de limpeza menosnocivos para funcionários e oambiente. O projeto Spoleto 21começou em 2010 no shoppingVia Parque, no Rio de Janeiro,com a troca do fogão à gás pelode indução, que proporcionamenos calor dentro da loja, dailuminação, e utilização de pro-dutos químicos menos agressi-

vos na lavagem dos utensílios.Só nessa reformulação da uni-dade no Shopping Via Parque,da Barra da Tijuca, foram inves-tidos R$ 100 mil em obras civispara alteração de infraestrutu-ra e compra de novos tanquesde lavagem, fogões de induçãoe utensílios.

Os 38 restaurantes Spoletoque adotaram as novas medi-das já conseguiram diminuirtambém o consumo de água.No ano passado, foram 35,4milhões de litros – equivalentea 14 piscinas olímpicas. De gásde cozinha, foram economiza-dos 7.216 botijões e 4.560 li-tros de produtos de limpezadeixaram de ser despejados nosolo (ou 10 litros/mês por loja).Com essas ações, houve umaumento de 7% no lucro das lo-jas e se refletiu também na re-muneração dos funcionários.

Um programa de recicla-gem de embalagens, desen-volvido por lojas do Boticárioem Recife e Salvador, com orecolhimento de vidros vaziosque seriam descartados no li-xo e transformando-os emmatéria-prima utilizada emoutros ciclos produtivos, foipremiado pela Afras. O resul-tado foi o recolhimento de 19toneladas de vidros. ( B . O. )

A Afras promove acultura da gestão

socialmenteresponsável no

setor de franquias

CLÁUDIO TIEGHI

A redeSpoleto

economizou35 milhõesde litros deágua em2011; a

Centaurooptou porlâmpadas

LED.

19toneladas de vidros

foram recolhidospelo Boticário emRecife e Salvador

Page 34: Diário do Comércio

segunda-feira, 16 de julho de 20128 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

É atacadoou é

v a re j o ?As duas modalidades estão contempladas

nos atacarejos, um segmento que vemcrescendo por oferecer preços mais baixos

Fotos: Divulgação

Éfato que o consu-midor é multica-nal , comprandoem pontos de ven-

da de todos os tipos, tama-nhos e plataformas (hiper, su-permercados, minimercados,físicos e online). E é naturalque ele também começasse ase aventurar em outros ca-nais, como os atacados, atrásde mais economia, especial-mente agora com a ascensão

mento de faturamento e ex-pansão de lojas espalhadaspelo País. Segundo pesquisada Nielsen, o cliente final já re-presenta 50% das vendas emvolume desses canais e, emmédia, o segmento está cres-cendo 15% ao ano.

"Em 2011, de cada 100 famí-lias, 31 compraram nos ataca-rejos, e esse número evoluidesde 2008, quando 19 laresem cada 100 buscavam os au-tosserviços", informa OlegárioAraújo, diretor de atendimentoda Nielsen, que periodicamen-te realiza pesquisa para a Asso-ciação Brasileira de Atacadis-tas e Distribuidores (Abad). Es-sas famílias são atraídas porpreços entre 10% e 30% maisbaixos do que os supermerca-dos. Somente em 2011, cercade 3,6 milhões de pessoas com-praram pela primeira vez nes-ses estabelecimentos.

"Os atacarejos se transfor-maram em um novo formato,como os antigos hipermerca-dos, atendendo varejistas,transformadores e famílias.Eles se reinventaram, ficarammais despojados, alteraramas embalagens – passando aoferecer também produtos in-dividuais – e usam o apelo dopreço mais baixo para ampliara clientela", destaca Araújo.

Os preços nesses atacare-jos são mais baratos do que osencontrados em supermerca-dos, e muitas famílias achamque vale a pena se deslocaraté um desses cash & carry –geralmente localizados emregiões mais distantes – parafazer a diferença no final domês, avalia o presidente daAbad e diretor do Tenda Ata-cado, Carlos Eduardo Severi-ni, que também trabalha com

cliente final, além do transfor-mador (restaurantes, bares,"dogueiros") e pequeno co-mércio (mercearias, mini-mercados, etc.).

O número de lojas especifi-camente dedicadas ao ataca-do de varejo também estáevoluindo, com cerca de 350unidades, 40% delas concen-tradas em São Paulo. As princi-pais empresas do segmento,como Atacadão, Assaí, Rol-dão, Tenda, entre outros, têmplanos de abrir novas lojas atéo final do ano.

E stratégias

O Atacadão, do grupo Carre-four, já inaugurou quatro lojasem 2012 e dispõe de 84 pontosde autosserviço no Brasil. ORoldão terá três unidades amais em São Paulo capital, in-terior e na Baixada Fluminen-se (RJ) chegando a 18; o Tendaabrirá duas até o fim do ano,completando 18 atacados.

O Assaí (da rede Pão de Açú-car), com 59 lojas no País, temcomo foco, ainda, a empresajurídica (transformadores epequenos e médios comer-ciantes), e está investindo emnovos layouts, sortimento deprodutos e parcerias com in-dústrias e para atender me-lhor seu público-alvo. "O Assaísempre vendeu para o consu-midor final, porém, estamosfocados na pessoa jurídica. Seas famílias fizerem comprasem grandes volumes terão apossibilidade de economizarem torno de 25% conosco", in-forma o presidente da rede As-saí, Belmiro Gomes. No anopassado, a rede teve cresci-mento de 32%, bem acima dasreceitas das outras empresas

de hiper e supermermercadosdo grupo Pão de Açúcar, cujamédia foi de 10%.

O Roldão Atacadista esperaaumentar seu faturamentoneste ano em 15%, uma médiaque tem se mantido nos últi-mos anos. Metade das vendasé feita para pessoas físicas, in-forma Jefferson Fernandes, di-retor de Marketing da empre-sa. "Hoje existe um incremen-to da população que não tinhaacesso a bens e serviços, e eladescobriu que no atacado con-segue comprar mais com me-nos dinheiro".

Ser viços

O diferencial do Roldão paraconcorrer num mercado cadavez mais competitivo é o servi-ço, analisa Fernandes. O públi-co procura preço, quantidadee qualidade, e isso ele vai en-contrar em mui-tos lugares, ecomo os produ-tos são mais oumenos igua isem toda a ca-deia de ataca-dos (bebidas,alimentos, pro-dutos de higienee limpeza), Fer-nandes diz queprecisa se dife-renciar ofere-cendo algo maisao cliente. "Eutenho um açou-gue para o transformador (pi-zzarias, lanchonetes, restau-rantes, padarias, dogueiros).Se ele compra uma peça intei-ra e não tem tempo de cortar,eu corto para ele"

O consumidor não deve es-perar desses pontos de venda

o layout mais aprimorado ouaté luxuoso encontrado em al-guns supermercados, ou mes-mo produtos e marcas espe-ciais e exclusivas de droga-rias, mas, certamente, encon-trará preços mais em conta.

Araújo, da Nielsen, lembraque o consumidor final setransformou em um importan-te cliente para a maioria des-ses novos canais de venda.

O crescimento do setor dehigiene e beleza entre os clien-tes finais tem levado algumasempresas a adotarem novasestratégias. Foi o caso da EBCAtacado de Cosméticos, fun-dada em 1997 como autosser-

da classe C. Os ata-cadistas, por sua

vez, perderamclientes entreos pequenosva r e j i s t a s ,d e v i d o a oprocesso de

aquisição pe-las grandes re-

des, e tiveram dese adaptar para ven-

der também ao consumidor fi-nal, nascendo, assim, os popu-lares atacarejos.

Além do cliente tradicional,que é o pequeno varejista, es-ses atacados de autosserviçoou atacarejos têm em sua ba-se de consumidor final umgrande aliado para o cresci-

viço, e que em 2009 decidiuabrir um canal exclusivo devarejo, a rede Beauty Point.Hoje, ela tem 56 lojas conve-niadas em São Paulo, com ges-tão própria e independentes,e com preços e promoçõescompetitivas. ( B . O. )

Acima, Roldão Atacadista; abaixo,loja da rede Beauty Point: de cada

100 famílias, 31 compram nos atacarejos,segundo levantamento da Nielsen.

No atacado seconsegue comprarmais com menos

dinheiro

JEFFERSON FERNANDES

Page 35: Diário do Comércio

segunda-feira, 16 de julho de 2012 ESPECIAL - 9DIÁRIO DO COMÉRCIO

Chegou a hora dosm i n i m e rc a d o sAs grandes redes reinventam seus mercados debairros para torná-los mais atraentes, convenientese ficarem mais próximos dos clientes

Fotos: Divulgação

Trânsito pesado, fal-ta de tempo paragrandes desloca-mentos na hora de

fazer compras, inflação está-vel, melhora do poder aquisiti-vo da população, proximidadee preço competitivo. Essessão os principais fatores da so-brevivência e crescimento dopequeno comércio. Sejam pa-darias, farmácias, lojas deconveniência ou minimerca-dos – esse varejo de bairrovem crescendo, em média,15% ao ano. Especialmente osminimercados, que estão ga-nhando novo fôlego com re-formulação de lojas e amplia-ção dos mix de produtos parajustamente atender a uma po-pulação que quer mais como-didade e compras rápidas.

Os hipermercados, tão emmoda nos anos 70/80, e os su-permercados, concentradosem poucas grandes redes apartir dos anos 90, vão conti-nuar existindo, embora emnovos formatos e tamanhos,mas são os minimercados queganham importância junto àpopulação, porque são conve-nientes, oferecem preço com-petitivo até mesmo se compa-rados aos grandes, e têm ummix de produtos que o consu-midor procura para sua neces-sidade mais urgente, avalia opresidente da Associação Bra-sileira de Supermercados(Abras), Sussumu Honda.

Ele lembra que as lojas pe-quenas têm ainda longo futu-ro pela frente, principalmentese estiverem associadas às

grandes redes ou forem fra-queadas, como já acontece,para terem barganha na horade negociar com os fornece-dores. "São lojas de extremaconveniência para famílias,adaptaram seu mix às neces-sidades urgentes, oferecendocomida pronta ou congelada,e ampliaram a padaria e o se-tor de frios a granel".

"As pessoas não têm maistempo para ir a hipermerca-dos para fazer pequenas com-pras. Os minimercados seadaptaram aos novos tempose com a economia estável, as-censão da classe C, trânsitocaótico, encarecimento do

mico e conhece o consumidor,oferecendo o que ele deseja, aquantidade e preço que elequer. Por isso ele cresce 15%ao ano, diz Oliveira. Uma pes-quisa do núcleo de varejo daESPM para avaliar a preferên-cia dos consumidores pelosminimercados demonstrouque 50% das pessoas ouvidas

ra Extra Fácil. No final de 2008tinha apenas quatro unida-des, mas até o final do ano es-se número vai superar a 100lojas na Grande São Paulo, en-globando as antigas que so-freram uma repaginação delayout e novas unidades, in-forma o diretor de Operaçõesda rede, João Simões.

Além do nome, as lojas pas-saram a se chamar Minimer-cados Extra, outras mudançasforam adotadas a partir depesquisas feitas junto aos con-sumidores há dois anos. A re-de está investindo R$ 36 mi-lhões na reestruturação doformato, incluindo maior área,com 250 a 300 m², ampliaçãodos serviços, quantidade decaixas e de colaboradores. Omix de produtos também au-mentou. As novas lojas têmentre 3 mil a 4 mil itens. "Fize-mos uma avaliação sobre oque o consumidor precisava ea partir daí, mudamos o forma-to, as cores, renovamos a pa-daria, a seção de perecíveis, eestamos ofertando mais comi-da pronta, congelada ou não",diz Simões.

O executivo diz que além daproximidade, um minimerca-do precisa ser de conveniên-cia. O consumidor buscava

presunto fatiado na hora, massó encontrava em pacotes fe-chados, queria mais do quepão francês na padaria, umpão doce, um bolo. Antes, asopções de carnes eram escas-sas e só vinham embaladas avácuo. "Para o modelo de pro-ximidade, o cliente entendeque os perecíveis são impor-tantes, até porque ele não es-toca". A padaria era fraca, re-conhece Simões. Por isso, a re-de ampliou a oferta de pãescom uma linha de 20 produtos.Foi mudado até o jeito de fazero pãozinho, garantindo queele seja mais crocante.

R e e s t ru t u ra ç ã o

O Dia%, multinacional espa-nhola e uma das três maioresredes de supermercados fran-queados do mundo (em mer-cados médios e minis), está há11 anos no País, e também am-pliou seu número de lojas emSão Paulo e no Rio Grande doSul, os dois Estados onde atua.Está com 450 unidades e pre-tende abrir outras 10 até o fi-nal do ano, segundo assesso-ria da empresa. O crescimentode vendas do Dia% é de 20%ao ano. A empresa assumiu,ao longo da última década, o

papel de mercado de bairroSegundo o professor Olivei-

ra, da ESPM, a rede oferece osortimento que o cliente quer,e não se importa se as lojas nãosão sofisticadas e tem umlayout bem básico. "A propostado Dia% nunca foi ser uma lojabonita, eles têm 3 mil pontosna Espanha e com pouco sorti-mento, mas seus clientes vãolá porque querem comprar oessencial, a preços baixos eporque está próximo de casa".

Outra reestruturação espe-rada para os próximos anosserá na rede Pão de Açúcar,que passou a ser comandadapela francesa Casino em junhoúltimo. Oliveira acha que como Casino no comando haveráum novo divisor de águas novarejo brasileiro, como acon-teceu nas décadas de 70/90com a chegada das grandesredes, como o Carrefour, Wal-mart e o próprio Pão de Açúcarconcentrando as atividadesde grandes supermercados.

O Casino deve prestar aten-ção aos hábitos dos brasilei-ros, promovendo mudançasde acordo com o perfil de com-pradores, classe social e lem-brando que as mulheres aindarepresentam 85% do públicodos supermercados. ( B . O. )

Minimercados Extra:até o fim do ano a redepretende ter mais de100 lojas na Grande

São Paulo.

metro quadrado nos centrosurbanos e consumidor con-fiante, esse tipo de loja devese fortalecer", observa Rober-to Nascimento de Oliveira,professor de Varejo da ESPM.

Segundo Oliveira, o peque-no varejo tem estrutura ágil,com menos de 1.000 m² e cer-ca de 1.500 itens, é mais dinâ-

queriam que eles fossem pró-ximos de casa, 36% delas bus-cavam boas ofertas e 25%, va-riedade de produtos.

Cre s c i m e nto

A rede Extra foi uma das pri-meiras a investir nesse peque-no varejo com a antiga bandei-

Page 36: Diário do Comércio

segunda-feira, 16 de julho de 201210 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

Um novo jeito decomprar na loja física

A tecnologia permite maisinteratividade e autonomia para o

cliente fazer suas compras

Chico Ferreira/Luz

A c o n c o r r ê n c i acom os canais devendas on l inetem motivado as

lojas físicas a se moderniza-rem para proporcionar umambiente de relacionamentoe interatividade com o cliente,integrando antigas e novastecnologias. Além da inova-ção, elas também garantemao varejista mais agilidade nagestão e redução de custos.

O Pão de Açúcar é uma dasredes de supermercados maisaderente às novas tecnolo-gias e, através delas, vemoferecendo pratici-dade e mais au-tonomia aoco nsu mi-dor na ho-r a d ac om pr a.Uma des-sas novi-dades estáem uso emquatro unida-des de São Paulo,nas lojas do ShoppingIguatemi, Panamby, Tamborée na Granja Viana-São Camilo.Nelas, o cliente utiliza o termi-nal Personal Shop para fazersuas compras, ganhando emtempo e conforto. Se quiserque as mercadorias sejam en-tregues em casa, eliminando ocarrinho ou as sacolas retor-náveis, a pessoa cadastradano programa de fidelidade darede deve informar seu ende-reço em um painel virtual naentrada do supermercado.

O Personal Shop funcionacomo um scanner que ao pas-sar pelos códigos de barrasdos produtos nas prateleirasarmazena os dados na memó-ria. Quando encerrar as com-pras, o usuário entrega o scan-ner no caixa para efetuar o pa-gamento. O cliente ainda po-de selecionar o botão Personalpara selecionar seus itens ha-bituais, compor um perfil, vi-sualizar a lista de compras e lo-calizar os itens na loja.

Vitrine virtual

Outra inovação da rede desupermercados foi anunciada

neste mês. São as vitrines vir-tuais que simulam gôndolas eque serão instaladas em pon-tos estratégicos da cidade on-de a circulação de pessoas égrande, desde que disponhamde smartphones e tablets comAndroid ou sistema operacio-nal da Apple. "A vitrine virtualé mais uma estratégia visando

a comodidade do usuário, evai criar uma forma de relacio-namento entre o cliente e amarca", segundo a gerente deMarketing Digital da empresa,Andrea Dietrich.

Basta o consumidor baixaro aplicativo móvel Pão de Açú-car Delivery – que dá acessoao carrinho de compras, listassugeridas e customizadas. Aplataforma está disponívelpara Android e produtos Ap-ple (iPhone, iPad). Ao passarpor um dessas vitrines commais de 300 produtos, o apa-relho móvel faz a leitura doscódigos de barra bidimensio-nais (QR Codes) colocadosabaixo de cada item expostona gôndola virtual. O cliente

escolhe o que deseja e mandaentregar em casa. O primeirofrete custa R$ 13,90, mas es-se valor vai diminuindo a par-tir do número de compras rea-lizadas. O pagamento é con-cluído também pelo aplicati-vo. O consumidor digita osdados do cartão e confirma ovalor. A vitrine virtual passoua funcionar no dia 6 deste mêsno Shopping Cidade Jardim eserá ampliada para outros lo-cais até o final do ano.

Tecnologia RFID

As seis lojas de roupas me-move – quatro em São Paulo,uma em Recife e outra emCampo Grande – também es-tão utilizando inteligência pa-ra mover o seu negócio. Se-gundo Luiz Felipe Martinelli,diretor de operações da mar-ca, trata-se da primeira em-presa de varejo de moda doBrasil a adotar em toda a sua

cadeia pro-dutiva a tecno-logia RFID (identifi-cação por radiofrequência)para reduzir custos, agilizaroperações e controlar produ-tos. "Usamos RFID em cadaitem comercializado em nos-sas lo jas , e i sso tambémabrange fornecedores, logísti-ca e atendimento ao cliente".

Além da identificação porradiofrequência controlar asmercadorias desde o fabri-

cante até a chegada ao centrode distribuição, lojas e consu-midor final, a memove tam-bém dispõe de um fast check-out, um caixa expresso parapagamento com cartão de dé-bito ou crédito e que permite aleitura dos preço das roupas àdistância graças ao RFID nasetiquetas. A loja ainda ofere-ce serviço gratuito Wi-Fi e ta-blets que sugerem combina-ções de peças.

Embora os resultados aindanão possam ser medidos oucomparados com períodos an-teriores porque tanto as lojascomo o projeto tecnológico(que nasceu com elas) são re-centes - o start up foi dado nofinal de 2011 -, Martinell iadianta que já pode detectar"ganhos de produtividade,

maior controle de estoques,redução de rupturas (faltade produtos) nas lojas,mais eficiência no plane-jamento de compras eredução de erros nosprocessos envolvendofuncionários".

A memove segue atendência de práticassustentáveis no varejo,

com iluminação LED paraeconomizar no consumo

de ar refrigerado e piso commaterial reciclado. A marcaadotou técnicas do marketingsensorial e design, com cores,sons, aromas e ambienteclean em suas unidades. "Sãoiniciativas que estão alinha-das com o público-alvo damarca, uma nova geração deconsumidores, composta dejovens praticantes de espor-tes, com vida saudável, aman-tes de música, cinema, culiná-ria e tecnologia". ( B . O. )

Luiz Felipe Martinelli,diretor da memove:

usamos o RFID em cadaitem comercializado na loja

Divulgação

PersonalShop: com um

scanner demão, o cliente

escolhe osprodutos,

paga e recebea mercadoria

em casa.

Page 37: Diário do Comércio

segunda-feira, 16 de julho de 2012 ESPECIAL - 11DIÁRIO DO COMÉRCIO

Além de hi-tech,elas oferecemserviçosEmpresas de tecnologiaabrem lojas própriasou franquias e prestamassistência técnica

Fotos: Divulgação

Nos últimos anos,marcas como aApple, Dell, No-k ia , HP , Sony ,

Samsung dedicaram-se acriar corners em grandes re-des de varejo. Algumas inves-tiram em lojas próprias oufranquias para um melhor po-sicionamento no competitivomercado de eletrônicos e ofe-recem uma experiência com-pleta do produto. O consumi-dor pode interagir com osequipamentos e tirar suas dú-vidas na hora, com atenden-tes treinados e conhecedoresda tecnologia. Além de seremespaços amplos, com designclean para exposição e comer-cialização, os fabricantes e lo-jistas ampliaram os serviçosde pós-vendas, facilitando avida do cliente.

A HP é uma das grandes a ter

lojas no País. Desde 2008 jáinaugurou 35 unidades atra-vés de franqueados, todas su-pervisionadas pela empresa.Neste ano, serão abertas ou-tras oito HP Stores, informaseu gerente de Trade, MarcoAlmeida. A ideia é vender paratodos que precisam de umcontato direto com o produto:impressoras, notebooks, car-tuchos e acessórios.

Isso significa eliminar aque-la etapa chata de procuraruma assistência técnica longede casa ou da empresa e espe-rar pelo prazo dado pelo técni-co para resolver o problema

da máquina. Alguns casos sãoatendidos dentro da loja mes-mo. Se estiver dentro da ga-rantia, não é cobrado nada, seestiver fora, tem um custo.

Segundo Érico Souza, ge-rente da Sony Store, esse tipode serviço pós-venda estácrescendo no varejo especiali-zado. "Temos uma sala de trei-namento no fundo das lojaspara que o consumidor possaentender como deve configu-rar seu aparelho de hometheater ou televisor". Se hou-ver necessidade de um reparotécnico, nosso pessoal faz es-se conserto gratuitamente,

desde que o produto esteja nagarantia, e mesmo que tenhasido adquirido em outra loja,acrescenta Souza. "O serviçopremium funciona como umaassistência técnica. Ali o con-sumidor compra, instala, con-figura e conserta".

D egustação

A Samsung também apostanessa proximidade com seusconsumidores e no serviço di-ferenciado de pós-venda. Aempresa inaugurou, em abril,sua primeira loja franqueadaem São Paulo, no Shopping Hi-

gienópolis. A marca já dispu-nha de dois show-rooms só pa-ra demonstração. A intenção éinstalar outras seis unidadescomerciais até o final do ano,segundo informa Michel Pies-tun, vice-presidente de Tele-com da empresa.

O ambiente tem o mesmoapelo dos concorrentes: con-forto, iluminação especial edisposição de produtos de for-ma a permitir a "degustação"do equipamento e solução dedúvidas de softwares e apli-cativos. O espaço vende celu-lares, smartphones, notebo-oks, tablets, câmeras e aces-sórios. No local, afirma Pies-tun, o vendedor dá dicas decomo usar melhor o aparelhoe tirar proveito da bateria, datela, dos programas inseri-dos, mas consertos são feitosapenas pela rede de assistên-cia técnica autorizada, avisao executivo.

A Apple divide seus pontosde vendas em Premium Resel-

A Sony Store (ao lado) temsete unidades, todas

localizadas em shoppingcenters. A Samsung (acima)

inaugurou, em abril, suaprimeira loja franqueada

em São Paulo, no ShoppingHigienópolis.

lers – como a A2You e iPlace, lo-calizadas em shoppings cen-ters; em Apple Shops (cornersespeciais dentro da rede Fnac)e revendedores autorizados. Ovisual, especialmente nas uni-dades Premium, é o mesmovisto em lojas do exterior, umapadronização exigida pelamarca. Em todas, a empresapossui gente especializada ecertificada para atender às de-mandas dos clientes de iPho-nes, iPads, iMacs.

Problemas de softwares po-dem ser solucionados pelaequipe de atendimento den-tro da loja. Se o usuário com-prar algum produto Apple emqualquer parte do mundo e ti-ver dúvidas sobre seu funcio-namento ou falhas do sistemaoperacional e de programas,basta ir a uma revenda autori-zada para pedir ajuda. Alémdisso, a aba Suporte do site daApple Store traz informaçõesdas assistências técnicas emvários idiomas. ( B . O. )

Page 38: Diário do Comércio

segunda-feira, 16 de julho de 201212 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

Empresas pequenassobrevivem em família

O segredo é manter apaixão pelo negócioe que os descendentesmantenham a liderança eo carisma dos fundadores

L.C. Leite/Luz

Milton Mansilha/Luz

Serviço Contábil

Assessoria Tributária

Orientação Gerencial

Serviço Contábil

Assessoria Tributária

Orientação Gerencial

Av. Ipiranga, 877 - 14º andar - Cj. 144 - Centro - São Paulo/SP

Tel.: 11

FAX: 11

3221-3475

3223-9537

Desde 1982

HORLO’S CONTÁBIL LTDA.HORLO’S CONTÁBIL LTDA.

com 64 funcionários. O em-presário lembra que antiga-mente existia uma mentalida-de de que a pessoa tinha sóduas opções: ou ia estudar ouse tornava comerciante. "Ho-je, para ser um comerciante épreciso estudar e muito, por-que o mercado ficou complexodemais, mesmo para empre-sas pequenas como a nossa."

Porcas e parafusos

A paixão pelo empreendi-mento do patriarca foi que mo-veu a família de Renato Mattaa manter a ferragem Casa dasTrês Meninas por 57 anos. A lo-

ja de 50 m², no bairro de SantaCecília, é comandada, hoje,pela herdeira e filha de seu Re-nato, Regina Matta Capote, eos filhos dela. Ali, proprietá-rios e fregueses se cumpri-mentam pelo nome, e donaRegina mostra seu conheci-mento sobre parafusos e fer-ragens num mundo dominadopor homens. "Nunca sofri pre-conceito por ser mulher", dizela, enquanto atende seusclientes encanadores, carpin-teiros, marceneiros, eletricis-tas. "Eles se espantam queuma mulher possa ensinar al-go sobre o que estão procu-rando", ri.

O aprendizado veio com opai, morto há dois anos. SeuRenato era um homem severoe exigente, trabalhava diaria-mente na ferragem e nunca ti-rou férias. Ele também tocavauma loja de eletrodomésticos,em sociedade com o irmãoMario e com um cunhado, masdesfez a parceria ainda na dé-cada de 50 para se dedicarapenas à ferragem. Ensinoutudo o que sabia do comércioaos três filhos, mas foi Reginaa única a se interessar emmanter o negócio adiante e seassume apaixonada pelo quefaz. "Desde criança frequen-tava a ferragem e já ajudavano atendimento depois quechegava da escola".

Como boa observadora,passou a aprender como fun-cionava aquele mundo de pa-rafusos, pregos, ferramentas,

agora com o suporte do primo-gênito Leo Capote, designerindustrial, que também virousócio da mãe e é auxiliado naparte administrativa pela mu-lher Pérola Callegari.

A loja é pequena e simples, onome Casa das Três Meninasfoi herdado do estabeleci-mento anterior, que mantinhaessa denominação antes deser comprada por seu Renato.Não tem site nem programade gestão ou automação, nãoaceita cheques, só dinheiro oucartão. "Porque sem isso nãodaria para trabalhar", observaRegina. O estoque é controla-do "no olho". "Quando acaba,a gente repõe", conta o filhoLeo. Foi ele quem fez as únicasmudanças na loja desde a suacriação há meio século, mes-mo sob os protestos do avô,que não queria nenhuma mu-

d a n ç a . O sbalcões ve-l h o s f o r a mtrocados pornovos e os pa-rafusos, pre-gos, rebites eporcas foramcolocados emvidros trans-p a r e n t e s eet iq ue ta do s,a c om o d ad o sem pratelei-ras na paredeesquerda, oque deu umcerto charmee organ iza-ção ao lugar.

Leo também trocou portasde madeira pelas de vidro nasestantes da parede, o que faci-lita a visualização. O próximopasso será mudar a ilumina-ção, para que a loja fique maisclara e destaque melhor asmercadorias. "Site não temos,nossa clientela é fixa e já nosconhece, e não precisa nosprocurar na internet. Mas vaichegar o dia em que teremosde controlar os produtos nocomputador e isso minha mu-lher (que é técnica em admi-nistração) já está começandoa preparar", revela Leo. O pri-meiro e-mail da loja foi criadosó no mês passado. ( B . O. )

ReginaMattaCapote, anora PérolaCallegari eo filhoLeonardo:loja deferragens

Hoje, para serum comercianteé preciso estudar

e muito

JOSÉ ANTÔNIO ROCHA, DO

RANCHO DA EM PA D A

materiais elétricos e rebitesde ferro, de aço, inox, alumí-nio, tubulares, semi tubula-res, etc. Cursou Direito, criouos filhos e nos anos 80 passoua se dedicar inteiramente aoestabelecimento familiar,

o melhor", observa José Ro-cha. Ele e o sócio, AdelinoBrandl, saíram da lanchonetede um hospital, onde já faziama empada, e compraram umpequeno trailer na frente dacasa de Rocha, na rua SenaMadureira, na Vila Clementino(SP). "Até abrimos o muro deminha casa para colocar o trai-ler. Tivemos de enfrentar mui-to preconceito de gente quenão gosta de comida de rua",conta. No começo, ele ofere-cia o produto e desafiava ocliente, se ele não gostasse

Começar na cantinade um hospital ,transferir o negó-c io para um pe-

queno trailer, expandir paralojas físicas e ser reconhecidocomo o fornecedor de um pro-duto considerado "o melhorda cidade", foi o desafio de Jo-sé Antônio Anversa Rochacom o Rancho da Empada, nosúltimos 16 anos. A empresacaseira se profissionalizou –com a ajuda dos filhos e com aexpertise do chef e sócio Ade-lino Brandl, e atingiu a marcade 10 mil empadas vendidaspor dia em São Paulo, inclusivesuprindo vários bares, cafés eaté lojas de departamentos.

A receita do sucesso dessaempresa familiar está justa-mente no seu principal produ-to, a empada – hoje, com 25 ti-pos de recheios e cuja massadesmancha na primeira mor-dida. Foram anos de aprimora-mento na confecção do carro-chefe do Rancho da Empada,graças a receitas familiares deambos os sócios.

"Não existe milagre em ali-m e n t a ç ã o ,existe a es-co lha dasma téri as-primas pa-ra se fazer

não precisavap a g a r . C o m o

tempo e o boca-a-boca, o trailer ganhou movi-mento e não mais precisou darempadas de graça.

Durante 10 anos ele perma-neceu no trailer na zona sul deSão Paulo. Foi só em 2004 queabandonou o carrinho e pas-sou a ter lojas físicas próprias efranquias, chegando a oitounidades. Rocha contou comajuda profissional do filho Ro-drigo, que fez cursos de Admi-nistração de Empresas e Direi-to. A filha Renata, formada emPsicologia, cuida dos Recur-sos Humanos da empresa,

Page 39: Diário do Comércio

segunda-feira, 16 de julho de 2012 ESPECIAL - 13DIÁRIO DO COMÉRCIO

O importante éfazer parte do clube

Lojistas aderem aos programas de relacionamento, oferecendo descontos e prêmios para fidelizar o cliente

Fotos: Divulgação

LivrariaCultura: oprograma+Cultura

existe desde2003 e

possui 3,7milhões de

clientescadastradas.

Divulgação

Fidelizar o cliente éum dos grandes de-safios do comércio.Conhecer melhor

quem está comprando ajuda aaumentar as vendas e açõesde marketing na empresa. Pa-ra atrair e manter esses com-pradores ativos junto à marca,produto ou estabelecimento,os varejistas também aderi-ram ao que as companhias aé-reas e bandeiras de cartões decrédito fazem há anos, cria-ram seus clubes de relaciona-mento. Atualmente, lojas, li-vrarias, farmácias, e até res-taurantes, bares e pizzariasadotam o cadastro ou um car-tão de fidelidade objetivandoa assiduidade dos clientes eprometendo descontos, pon-tuação ou prêmios.

A Livraria Cultura, a marcade chocolates Kopenhagen e arede Marisa são três exemplosde empresas que fazem partedesse clube cada vez mais am-plo e que premia seus compra-dores por eles serem assíduos.

A Cultura é a mais antiga dastrês, com o programa +Culturadesde 2003 e 3,7 milhões declientes cadastradas.

As 300 lojas da Kopenha-gen, a marca de chocolates fi-nos há 85 anos no mercadobrasileiro, começaram o seuKopClub em setembro do anopassado e estão com mais de200 mil associados. "A meta échegar a dois milhões de afilia-dos até 2014", estima OrlandoGlingani, gerente de Marke-

ting e Inovações da marca.

Classe C

Outro programa de fidelida-de novo é o da Marisa. Deno-minado Amiga, ele foi lançadohá um ano nas 341 lojas da re-de, depois de alguns pilotosfeitos na região Centro-Oesteem 2010. Andrea Beatrix, ge-rente-geral de Marketing daempresa, explica que o seupúblico é formado por mulhe-

res da classe C e o programaprecisava ser de fácil entendi-mento. "Apesar de estar habi-tuada ao uso de cartões, nossaconsumidora tem dúvidas so-bre o funcionamento, entãosimplificamos ao máximo". Ospontos somados dão direito aum vale compras.

Até agora, 2,2 milhões depessoas estão cadastradas noAmiga e pelo menos 1 milhãode clientes já usaram os pon-tos ou acumularam pontua-ção para ter o benefício. É umprograma atrelado aos car-tões private label (da próprialoja) e aos parceiros da ban-deira Mastercard e Banco Itaú(co-branded).

A partir do momento em quea cliente adere ao programa jápassa a acumular pontuação.Quando somar 25 pontos, terádireito a um vale de R$ 25. Seas compras forem feitas den-tro da Marisa, 5% do valor re-verterá em pontos, e se pagarcom o cartão co-branded emoutros estabelecimento fora

da Marisa, só poderá reverter2% dessas compras em pon-tos. "Queremos que ela vámais à loja e gaste mais lá den-tro", diz Andrea. Quando acliente atingir os 25 pontos,ela receberá um SMS alertan-do que tem direito ao vale mo-da.

Sem plástico

Ao contrário da Kopenha-gen, onde possuir o cartão é si-nal de status para o cliente, alivraria Cultura decidiu nãofornecer o plástico para seusconsumidores, basta o cadas-tro na boca do caixa ou no sitee apresentar seu CPF na horada compra. Para Karla Garcia,diretora de Marketing e Rela-cionamento da livraria, com14 lojas no País, a fidelidadeajuda a aumentar as vendas eas informações são usadas noprograma de gestão. Os 3,7milhões de cadastrados re-presentam uma "base signifi-cativa" (que Karla não infor-

ma) do número total de clien-tes da rede. Entre os benefí-cios do programa estão oacúmulo de pontos – para 1real gasto ele acumula 4 pon-tos no programa e isso rever-terá em descontos nas com-pras de livros, CDs, DVDs, ga-mes, consoles –, além de des-contos imediatos na boca docaixa e parceria com a Multi-plus para transferência depontos na aquisição de outrosprodutos ou serviços.

"Temos o cuidado de nãoenviar spam ou qualquer tipode e-mail marketing para osclientes", diz a diretora da Cul-tura. Nos próximos meses, aempresa terá novas ferra-mentas de CRM para se apro-ximar ainda mais do frequen-tador da livraria. Como o pro-grama de fidelidade da Cultu-ra está disseminado entre aquase totalidade de seus com-pradores, foi possível à redeampliar o número de lojas eaté de criar novos nichos soli-citados por eles. ( B . O. )

A marca de chocolatesKopenhagen e as

Lojas Marisa (abaixo) dãodescontos e prêmios paraos clientes que são fiéis.

Page 40: Diário do Comércio

segunda-feira, 16 de julho de 201214 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

Brasileiro descobre ochocolate gourmet

Novas lojas, com matérias-primas nobres, surgem para satisfazer os paladares mais exigentesL.C. Leite/Luz

Divulgação

Ao mesmo tempoem que está des-cobrindo o cafépremium, os vi-

nhos e cervejas de boa qualida-de e os chás importados, o con-sumidor brasileiro começa aexperimentar o novo sabor deum chocolate gourmet, aquelesem conservantes e elaboradocom matérias-primas das me-lhores plantações de cacau daÁfrica e das Américas e de in-dústrias belgas e francesas,consideradas as melhores domundo. Os chocolates finostambém desembarcaram noBrasil e seu consumo vem au-mentando por aqui, estimulan-do a abertura de casas espe-cializadas na iguaria e am-pliando o empreendedorismodos chocolatiers.

A Associação Brasileira daIndústria de Chocolates, Ca-cau e Derivados (Abicab) in-forma que nos últimos trêsanos esse mercado tem cres-cido, em média, 12% no Brasil.O índice engloba todos os ti-pos de chocolates, mas o seg-mento premium gourmet, ain-da um nicho no País, está evo-luindo. Hoje, estima-se queele corresponda a 2% do mer-cado total.

D egustação

A C h o c o l a t d e s A r t s( w w w . c h o c o l a t d e-sarts.com.br), na Vila NovaConceição, é um desses pon-tos de degustação e venda dedoces cuja matéria-prima(massa de cacau) vem da Bél-gica, França e da Bahia. Sãochocolates do tipo Callebaut,Valrhona e Amma – este brasi-leiro e orgânico, de Ilhéus, con-siderado um dos melhores eexportado para o mundo todo.

Cintia Sanches Lima, a pro-prietária, formada em Marke-ting e Business nos EstadosUnidos, viajou para vários paí-ses em 2007 e começou a estu-dar o mercado de chocolatesgourmet, que estava em fran-co crescimento. "Abri a loja em2008, quando percebi que ha-via um mercado promissor pa-ra esse tipo de produto no Bra-sil". Apesar dos custos para se

de pasta de cacau, manteiga enão tem aromatizantes. Quan-do abri a loja, vendia mais cho-colate ao leite, mas hoje o meioamargo já é mais vendido".

Seu crescimento tem sido de20% ao ano, e ela também ven-de pela internet para o Brasiltodo e para o segmentocorporativo (na for-ma de brindes)."Fui obrigada adiversificar pa-ra pagar meuscustos". Atual-mente, ela co-mercializa 10mil bombonspor mês. "Nãoesperava tan-to, minha ideiainicial era aten-der somente omeu bairro".

Sabores da França

Na Brigadeiros by Cousin's(www. br igadeiro sbycou-sins.com.br), a proposta é ofe-recer uma grande variedadede brigadeiros – são 60 sabo-res do docinho, um produto es-sencialmente brasileiro. Mas achef pâtissière Giulianna Sca-lamandré, que estudou na re-nomada escola francesa Le-nôtre de confeitaria, transfor-mou o comum brigadeiro nu-m a i g u a r i a , a g r e g a n d ochocolates suíços, franceses ebelgas e misturando o docecom salgado. "Alguns delescontêm ervas da Provence,flor de sal e azeite, e passarama ser os preferidos dos meusclientes", conta Giulianna.

Os brigadeiros represen-tam 70% da produção da byCousin's, mas ela tambémconfecciona macarons, aque-les famosos franceses quelembram uma bolachinha desuspiro e amêndoas, além deéclairs, tortinhas e minibolos.

Sua loja só foi aberta em

2011 em São Paulo, mas des-de 2004 a chef já comerciali-zava doces e flores (de deco-ração) sob encomenda, por te-lefone e internet, com duasprimas (daí o nome da loja). Asembalagens para levar o docepara casa são em caixas queevocam uma data (Dia dasMães, Páscoa, Namorados,Pais, Crianças).

Produto diferenciado

A ex-publicitária e chocola-tière Paula de Lima Azevedo

comanda, há 25 anos, aS w e e t B r a z i l

( w w w . s w e e t-br.com.br), umapequena fábri-ca de chocola-tes . I n i c i a l-mente ela nãotinha preten-são alguma ese dedicava afazer ovos dePáscoa e do-ces em forma-

tos inusitados(flores, brinque-

dos). Como os pe-didos dos amigos co-

meçaram a aumentar,ela não parou mais. Hoje, aSweet tem 25 funcionários eproduz 10 toneladas de choco-lates finos por ano – boa partedisso é vendida para mais de200 empresas.

A matéria-prima, segundoPaula, é composta de ingre-dientes nobres, originados daEuropa e com cacaus da Amé-rica Central e do Sul. "São pro-dutos sem gordura hidrogena-da, com maior concentraçãode cacau, e ganham status degourmet também pela origem,tipo de cultivo e produção, en-volvendo a plantação, colhei-ta, fermentação, secagem docacau até a criação do produtona fábrica", explica Paula.

A concorrência a partir daabertura de várias lojas do pro-duto gourmet em São Paulonão incomoda Paula. "Criamosum conceito de produto comformato diferenciado. Quandoo consumidor quer algo dife-rente ou personalizado ele pro-cura a Sweet Brazil". ( B . O. )

tornar uma empreendedorano Brasil, com uma empresapequena (Simples), impostos,taxas com administradoras decartões de crédito e de débito(de 2% a 4% ao mês), burocra-cia e preços altos das emba-lagens brasileiras em re-lação às chinesas, Cin-tia apostou no su-cesso de sua lojae p r e t e n d eabrir uma no-va em 2013.

Ela vendeb o m b o n s ,p ãe s - de - m el ,b i s c o i t o s ,barras, briga-deiros, minib o l o s n u ma m b i e n t e

Cintia Sanches Lima:quando abri a loja, vendia

mais chocolate ao leite, mashoje o meio amargo já é

mais vendido.

GiuliannaScalamandré:

Osbrigadeirosrepresentam

70% daprodução daBrigadeirosby Cousin's.

São 60sabores que

agradamqualquerpaladar.

ja, com cinco metros de alturae cujos primeiros frutos apare-ceram em 2010. Cintia diz queo brasileiro está treinando seupaladar. "Nossos clientes fi-cam surpresos ao ver que o

produto meio amargo égostoso, porque ele

tem um alto índice

agradável aos olhos e ao pala-dar. A arquitetura da loja e a de-coração lembram os cafés daBelle Époque, no final do sécu-lo 19. Chama a atenção umaárvore de cacau, no meio da lo-