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Ano 90 - Nº 24.034 - Sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014
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São Paulo, sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014Conclusão: 23h50 www.dcomercio.com.br
Jornal do empreendedorAno 90 - Nº 24.034 R$ 1,40
Página 4
Tudo passa, diziaNelson Ned.
Tudo passa foi o maior sucessode Nelson Ned na AméricaLatina. Ele passou ontem,
aos 66 anos. Pág. 10
Adeus ao 'PanteraNegra', o mito.
Eusébio, o grande craqueportuguês, morreu aos 71 anos.
O futebol e Portugal estãode luto. Pág. 10
Pedr
o N
unes
/Efe
Terra Santa espera o Papa e a pazO papa Franciscoanunciou para 24
de maio umavisita a Belém,
Amã e Jerusalém.
Max Rossi/Reuters
Sauditasapoiam o
pacificadorSecretário
Kerry obtém oaval do rei
Abdalla (foto)e volta à
negociação Pág. 7
Brendan Smialowski/Pool/Reuters
Ano de Copa,economia na reserva.
Especialistas advertem: nem Copa nem eleições devem evitar queo ano seja quase uma cópia de 2013, com crescimento baixo,
inflação ainda alta e deterioração das contas externas. Pág. 13
Recorde de frio nosEUA. E ainda vai piorar.
As temperaturas, as menores em 20 anos,devem cair ainda mais nos próximos dias,afetando 140 milhões de pessoas. Pág. 7
/Zoran Milich/Reuters Michael Nagle/The New York Times
Em ação,os espiões dacriatividade.
O escritor Arnon Grunbergé monitorado por eletrodosenquanto produz um livro.
Como funciona o seuprocesso criativo? Pág. 9
Már
cio
Fern
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s/A
E
2 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014
UMA OBSERVAÇÃOE DUAS NOTAS
SXC
Qualquer não-petista eleito presidente terá de dançar conforme a música ou sofrer o destino de Collor de MelloOlavo de Carvalho
A Q U E ST Ã O NÃOÉ SÓ SALÁRIO
É melhor falarcom um freio
na bocado que não falar
de maneira alguma
OLAVO DE CARVALHO
Até hoje ninguém res-
pondeu satisfatoria-
mente – nem respon-
derá jamais –à minha
observação de que o socialis-
mo-comunismo é a fusão de
poder político e poder econô-
mico, portanto um acréscimo
formidável dos meios de con-
trole social e opressão. Já ouvi
tudo quanto é xingamento
quando digo isso, mas nenhu-
ma refutação.
Também ninguém respon-
derá à constatação de Hans-
Hermann Hoppe de que a pas-
sagem das antigas monar-
quias para o republicanismo
democrático trouxe a deterio-
ração da vida social, o aumen-
to exponencial da criminalida-
de e a escalada sem fim do in-
tervencionismo estatal.
Não há um só advogado da
democracia contra o socialis-
mo que não esteja consciente
de defender nada mais que
um mal menor. Alguns, no fun-
do, reconhecem até que o mal
menor é apenas um caminho
mais longo para o mal maior.
Isso coloca-os numa posi-
ção de desvantagem no
confronto com os socialis-
tas e comunistas, que não têm
satisfações a prestar à realida-
de histórica e que em geral são
mesmo psicopatas insensí-
veis a quaisquer escrúpulos
de consciência. Mas em todo
caso é melhor falar com um
freio na boca do que não falar
de maneira alguma.
O problema, no fundo, é que
tanto a democracia quanto o
socialismo são filhos da men-
talidade revolucionária, isto é:
ambos consistem essencial-
mente em fazer promessas
que não podem cumprir.
Ambos rejeitam categorica-
mente a antiga noção de que o
curso das coisas depende de
cada vez menor de pessoas.
***
Amigos e leitores per-
guntam-me sobre as
próximas eleições. Elas
não me interessam de manei-
ra alguma. Por meio do funcio-
nalismo público e da rede de
"movimentos sociais", o PT e
os partidos de esquerda seus
aliados controlam o Estado,
não somente o governo.
Qualquer não-petista que
seja eleito presidente terá de
dançar conforme a música ou
sofrer o destino de Fernando
Collor de Mello.Eleger um pre-
sidente não é prioridade.
A prioridade é criar uma mi-
litância e um esquema de po-
der, fora do governo, para dar
sustentação a um presidente
antipetista no governo quan-
do for possível e conveniente
elegê-lo. Um presidente que
tem somente o apoio do elei-
torado difuso, sem uma mili-
tância organizada por perto,
pronta para o que der e vier, é
um pato de barro sentado num
estande de tiro.
***
Uma pesquisa recente
mostrou que só oito por
cento dos estudantes
do ensino fundamental adqui-
rem os conhecimentos ade-
quados. Pois bem: enquanto
existir um Ministério da Edu-
cação essas coisas continua-
rão acontecendo.
A idéia de que a educação é
incumbência do Estado, e não
da sociedade, é uma das mais
destrutivas que já passaram
pela cabeça humana.
OL AVO DE CA RVA L H O É J O R N A L I S TA ,E N S A Í S TA E P RO F E S S O R
DE FILOSOFIA
ARNALDO NISKIER
Estamos todos
em busca da
excelência. É um
objetivo comum. Quando
reparamos nas
peripécias das correções
das provas do Enem, por
exemplo, ficamos um
pouco assusta dos.
Estaríamos chegando
próximos ao estágio
em que o escritor
colombiano Gabriel
Garcia Marquez (prêmio
Nobel de Literatura)
pediu para aposentar a
gramática? Segundo ele,
"é o terror dos seres
humanos desde o berço."
Não é exatamente a
nossa opinião, mas
devemos ter maiores
cuidados com as
avaliações em curso.
Resolver a questão
do magistério entre nós
não é tão simples como
parece. Parte da opinião
pública está convencida
de que tudo se resume
em pagar melhor aos
professores, mas quem
dera que fosse só isso.
Os mestres reclamam
muito das chamadas
condições de trabalho
– e com toda razão.
Sobretudo nas escolas
públicas, há um desleixo
fenomenal. É difícil
caracterizar de quem é a
culpa. Posso lhes dar um
exemplo: quando assumi
a Secretaria de Estado
de Educação e Cultura
do Rio de Janeiro, em
1979, visitei a cidade de
Campos dos Goitacazes
(RJ). Havia uma greve
ilegal, mas justa.
Estive na Escola
Estadual Antonio Sarlo,
uma das maiores da
região, e fiquei
horrorizado com as
condições de
insalubridade do
estabelecimento
de ensino. Banheiros
fétidos, paredes
rachadas, pintura
completamente
envelhecida. Determinei
uma ampla reforma. A
escola transformou-se
num belo modelo
de educação rural.
Em outra ocasião,
de volta da Região
dos Lagos, li no jornal
O Fluminense , que a E.E.
Leopoldo Froes estava
em petição de miséria.
Pedi ao motorista que
desviasse o caminho e
fomos parar em
Pendotiba (Niterói – RJ),
para conhecer a escola.
Que decepção!
Uma sujeira imensa,
escadas quebradas,
lousas partidas, carteiras
semidestruídas. Mandei
chamar a diretora. Não
estava. Tinha ido resolver
problemas particulares,
o que, aliás, fazia
sempre. Pedi que fosse
substituída. Depois de
seis meses de reforma, a
escola ficou um brinco.
Mas a comunidade não
se integrou ao projeto.
Passou-se um tempo
e tudo foi novamente
destruído, sobretudo
nos fins de semana,
quando o espaço era
aberto aos vizinhos, para
a prática desportiva.
Aprendi a lição de que se
deve trabalhar sempre
intimamente com a
comunidade circundante.
Agora, em Búzios,
balneário
fluminense, que
ficou famoso
internacionalmente por
causa da temporada lá
vivida por Brigitte Bardot,
estive na bem sucedida I
Feira Literária. Ao falar
para professores e
alunos, um dia depois de
Maurício de Sousa, tive
o prazer de participar
de um proveitoso
debate, em que ocorreu
um fato interessante
Contei sobre a
surpresa da visita feita
há tempos a uma escola
do interior, em lugar
bem pobre. Ao chegar,
na comitiva oficial, fui à
sala da diretora, mulher
simples, que tinha
a sala limpa e uma flor
vermelha na janela.
Felicitei-a e a resposta
veio pronta: "Não sei
trabalhar em ambiente
diferente. Aprendi
a gostar de flores com
a minha mãe."
Uma professora de
Búzios, ao ouvir a
história, alteou a voz e
disse: "Faço isso sempre.
Os alunos gostam."
Vejam, pois, que
as condições da
escola podem também
depender do capricho
da direção, que dá o
melhor exemplo. É um
recado importante.
ARNALDO NISKIER É
M E M B RO DA ACADEMIA
BRASILEIRA DE LETRAS, VICE-PRESIDENTE DO CIEE
NAC I O N A L E P RO F E S S O R
DE HISTÓRIA E FILOSOFIA
DA EDUCAÇÃO
PresidenteRogério Amato
Vice-PresidentesAlfredo Cotait NetoAntonio Carlos PelaCarlos Roberto Pinto MonteiroCesário Ramalho da SilvaEdy Luiz KogutJoão Bico de SouzaJosé Maria Chapina AlcazarLincoln da Cunha Pereira FilhoLuciano Afif DomingosLuís Eduardo SchoueriLuiz Gonzaga BertelliLuiz Roberto GonçalvesMiguel Antonio de Moura GiacummoNelson Felipe KheirallahNilton MolinaRenato AbuchamRoberto Mateus OrdineRoberto Penteado de CamargoTicoulatSérgio Belleza FilhoWalter Shindi Ilhoshi
Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira ([email protected]). Editor de Reportagem: José Maria dos Santos([email protected]). Editores Seniores: chicolelis ([email protected]), José Roberto Nassar([email protected]), Luciano de Carvalho Paço ([email protected]), Luiz Octavio Lima([email protected]), Marcus Lopes ([email protected]) e Marino Maradei Jr. ([email protected]).Editores: Cintia Shimokomaki ([email protected]), Heci Regina Candiani ([email protected]), Tsuli Narimatsu([email protected]) e Vilma Pavani ([email protected]. Subeditores: Rejane Aguiar e Ricardo Osman.Redatores: Adriana David, Evelyn Schulke, Jaime Matos e Sandra Manfredini. Repór teres: André de Almeida, Karina Lignelli, KetyShapazian, Lúcia Helena de Camargo, Mariana Missiaggia, Paula Cunha, Rejane Tamoto, Renato Carbonari Ibellis e Sílvia Pimentel.Editor de Fotografia: Agliberto Lima. Arte e Diagramação: José dos Santos Coelho (Editor), André Max, Evana Clicia Lisbôa Sutilo,Gerônimo Luna Junior, Hedilberto Monserrat Junior, Lino Fernandes, Paulo Zilberman e Sidnei Dourado.
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Gerente Executiva e de Publicidade Sonia Oliveira ([email protected])Gerente de Operações Valter Pereira de Souza ([email protected])Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estadão Conteúdo, Folhapress, Efe e ReutersImpressão S.A. O Estado de S. Paulo.Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 1,60
Esta publicação é impressa em papelcertificado FSC®, garantia de manejo florestalresponsável, pela S.A. O Estado de S. Paulo.
FALE CONOSCO
Fundado em 1º de julho de 1924
fatores incontroláveis e pro-
clamam que "o homem" deve
tomar nas mãos o seu próprio
destino – esquecendo que, na
prática, isso invariavelmente
resulta em que alguns poucos
homens passarão a decidir o
destino dos outros.
Em grande parte, o cres-
cimento dos meios de
opressão não depende
de nenhuma escolha política,
mas do simples progresso da
ciência e da técnica.
O grampo generalizado que
tanto escandaliza o público,
os aviões teleguiados com câ-
meras que vasculham o inte-
rior das casas, os simples ar-
quivos eletrônicos de informa-
ções que colocam todos à
mercê da chantagem gover-
namental são avanços técni-
cos formidáveis, cuja criação
custou tão caro que só o Esta-
do poderia financiá-los, o que
faz do cidadão a vítima inerme
da aliança inevitável entre co-
nhecimento científico e po-
der, transmutando em piada
macabra a promessa iluminis-
ta de que a ciência libertaria a
humanidade da opressão e
das trevas.
Nenhum desses processos,
que superam infinitamente as
mais loucas ambições de po-
der absoluto de Hitler e Stálin,
depende de uma adesão ideo-
lógica ao socialismo ou à de-
mocracia capitalista.
Onde quer que haja um Es-
tado, ele tem a seu serviço as
tecnologias mais caras e a pró-
pria complexidade crescente
da administração pública o
forçará a utilizá-las mais dia,
menos dia.
Por toda parte continua a
cumprir-se assim, mesmo de-
pois da extinção dos dois gran-
des regimes totalitários, a pro-
fecia de Jacob Burckhardt,
enunciada no umbral do sécu-
lo 20: "A autoridade reerguerá
a cabeça, e será uma cabeça
temível."
Mais claramente ainda,
é o progresso mesmo
da tecnologia que via-
biliza o controle do fluxo de in-
formações, reduzindo a mas-
sa popular a um estado de ig-
norância por vezes completa
do real estado de coisas. Com
ou sem este nome, a censura,
a supressão dos fatos indese-
jáveis, tornou-se a rotina da
grande mídia internacional
democrática como outrora o
foi na URSS e ainda é no comu-
nismo chinês.
Dificilmente a KGB terá al-
gum dia empreendido uma
"operação abafa" tão vasta e
bem sucedida quanto a ocul-
tação dos documentos falsos
de Barack Hussein Obama pe-
la mídia americana ou o com-
pleto sumiço do Foro de São
Paulo, por nada menos que de-
zesseis anos, nos jornais e ca-
nais de televisão do Brasil.
Enquanto a humanidade
não entender que aqueles que
a estimulam a "tomar nas
mãos as rédeas do seu próprio
destino" estão somente suge-
rindo que ela entregue essas
rédeas nas mãos deles, as
perspectivas da liberdade no
mundo continuarão se estrei-
tando cada vez mais, e a pró-
pria liberdade de percebê-lo
será exercida por um número
SXC
sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 3
O resgate da contabilidade
A POLÍTICA DO MAIS DO MESMO
Daniel Pangbourne/Image Source
Reprodução
QUEM ENXERGA O QUE VEM PELA FRENTE COM MAIS CLAREZA TEM UM DIFERENCIAL DECISIVO.
Aqui no Brasil, prestar contasdo que vem pela frente é raro.
Mas os administradores deempresas precisam se preocupar
mais com o que vem adiante.Afinal, é o nosso f u t u ro .
PAULO SAAB
CHARLES HOLLAND
Contabilidade geren-
cial significa presta-
ção de contas estra-
tégicas inteligentes,
retrospectivas e prospectivas
(o que no Brasil é muito raro)
para os públicos internos. Ve-
ja-se que existem duas conta-
bilidades: geral e gerencial.
A contabilidade geral é,
principalmente, aquela desti-
nada para os públicos exter-
nos das entidades. A mesma
segue as normas técnicas
emitidas pelo CPC - Comitê de
Pronunciamentos Contábeis.
Todas as entidades que se re-
portam a públicos externos
precisam necessariamente
obedecer às normas de regis-
tro e de divulgação ditados
nas normas do CPCs, sempre
com o respaldo do Conselho
Federal de Contabilidade e da
lei federal em vigor.
Já a contabilidade gerencial
– que muitos confundem com
contabilidade de custos (um
modulo da contabilidade ge-
ral e da gerencial),– assume
conhecimentos amplos de ne-
gócios, economia, matemáti-
ca, estatística, capacidade de
comunicações segmentadas
para públicos alvos etc. É uma
atividade estratégica que es-
timula criatividade e inovação
para trazer luz e fundamentos
para os empresários nas to-
madas de decisões.
Com o advento da Lei
11.637/ 2007 que san-
cionou a adoção obri-
gatória das normas interna-
cionais de contabilidade em
todas as entidades no Brasil,
privadas e publicas, a maioria
dos profissionais brasileiros
passaram a concentrar tempo
e esforço para absorver e im-
plantar as novas normas.
Os avanços têm sido notá-
veis, e elogiados no mundo in-
teiro. Estamos na vanguarda
mundial em termos qualitati-
vos na prestação de contas pa-
ra públicos externos.
Agora, passado seis anos, é
necessário resgatar a impor-
tância da contabilidade ge-
rencial nas empresas. As fa-
culdades e cursos de gradua-
ção voltados para negócios
precisam valorizar contabili-
dade gerencial. Temos carên-
cia de profissionais e de co-
nhecimentos nesta área.
Agrade de ensino das en-
tidades mais qualifica-
das deveria dar priori-
dade a esta demanda. E aque-
las que saírem na frente certa-
mente vão ter vantagens
competitivas
Em todos os países desen-
volvidos –e também em de-
s e n v o l v i m e nt o –, que pos-
suem ambições de crescimen-
to sustentado, os profissionais
interessados estão aumen-
tando a procura pela certifica-
ção de reconhecimento global
CMA-Certified Management
Accountant –que difunde e
monitora as técnicas de infor-
mes inteligentes e estratégi-
cos para os públicos internos
das entidades.
Para ser um CMA com reco-
nhecimento global é essencial
passar em um exame, o qual
testa os conhecimentos do
candidato no campo de ética
empresarial, planejamento,
orçamentos e técnicas de pre-
visão, gestão de performan-
ce, contabilidade de custos,
analise financeira, finanças
corporativa, análise de deci-
são e gestão de riscos e de de-
cisões de investimento.
Para manter a validade da
certif icação é necessário
comprovar, anualmente, edu-
cação continuada de 40 horas
de créditos de educação qua-
lificada. E destaque-se que
uma das prioridades da conta-
bilidade gerencial é prestação
de contas prospectivas.
Aqui no Brasil, prestar
contas do que vem pela
frente é raro, na verda-
de quase um tabu! A realidade
é que os administradores de
empresas precisam se preo-
cupar mais com o que vem pe-
la frente. É o nosso futuro.
Prestação de contas daquilo
que já aconteceu é commodity
–vale pouco, quando compara-
do ao valor de previsões confiá-
veis do que vem pela frente.
Amaioria dos empresá-
rios já está colocando –
no sentido figurado –,
em suas empresas, os faróis
de iluminação nos fundos e as
lanterninhas de ré na frente.
Isto é, possuem relatórios re-
trospectivos para públicos in-
ternos e externos, e nada em
termos prospectivos para pú-
blicos internos.
Afinal, quando escurece ou
há tempestades, a opção é di-
rigirmos devagar. Nestas cir-
cunstâncias, quem enxerga o
que vem pela frente com mais
clareza e com menos expecta-
tivas de surpresas, tem um di-
ferencial competitivo signifi-
cativo e decisivo.
Entendemos que em decor-
rência de quatro décadas com
altos índices de inflação, a
prestação de contas perdeu
importância, sendo a partir de
1996, com a redução destes
índices a patamares razoá-
veis, as demonstrações finan-
ceiras passaram a ter melhor
significado, mas sem a quali-
dade prospectiva almejada.
Tendo isso em vista, vale
dizer que a apresenta-
ção de contas via conta-
bilidade gerencial significa to-
mar um pouco das "rédeas" na
tomada de decisão, compre-
endendo o negócio e apontan-
do escolhas que promovam o
crescimento e o retorno às
partes interessadas, princi-
palmente proprietários.
Estamos esperando o que
para acontecer?
CHARLES HOLLAND É C O N TA D O R ,DI R E TO R EX E C U T I VO
DA ANEFAC, M E M B RO DO
INSTITUTE OF MA N AG E M E N T
AC C O U TA N T S - IMA, E C O N S E L H E I RO
INDEPENDENTE DE EMPRESAS.
Na base do "quem
avisa amigo
é", quero desde
já lembrar ao leitor que
corremos, todos nós
brasileiros, neste ano de
2014, o risco elevado de
termos mais do mesmo. Ou
seja, este ano que está
apenas começando pode se
tornar uma repetição
desalentadora, monótona,
daquilo que temos visto
nesta pouco mais de
uma década em que
o País se encontra sob o
domínio do PT e seus
aliado$ de oca$ião.
Socorro-me de feliz
frase de J.R. Guzzo na revista
Ve j a da última semana de
dezembro passado, para
seguir no raciocínio:
"Quando o PT foi para o
governo, o filho de pai rico,
que podia pagar-lhe uma
educação de primeira, tinha
muito mais chance de dar
certo na vida do que o filho
de um pai pobre, que
não podia pagar nada. E
hoje, o que mudou? Zero."
A frase, contida numa
análise intitulada "A cara}
do Brasil", é um retrato do
que o País é realmente nos
dias de hoje. Não me acanho
em citar o texto, citando
a fonte, por respeito ético
(embora muitos por aí usem
análises minhas, como
se deles fossem, depois
que publiquei). Mas o que
importa mesmo é termos
consciência de que se a
opção da maioria for seguir
o mesmo caminho que se
tem seguido, pouco ou
nada mudará para melhor.
Ao contrário. A tendência
é piorar, pelo entendimento
equivocado dos detentores
do poder federal de que{
uma nova vitória é sinal de
aprovação e estímulo ao
jeito pernicioso de governar.
Já se disse que quando
se faz tudo do mesmo
jeito, o resultado obtido
também será o mesmo.
E o Brasil precisa mudar
seu estilo de gestão.
Temos vivido nos últimos
anos uma mistura de
paternalismo -populismo
distanciado das regras
modernas de gestão. O
Brasil ainda é, e mesmo
que se trate de governo
tido como "popular", um
arremedo de casa grande
e senzala, sendo que os
moradores da senzala (é
apenas o uso de liberalidade
poética na construção do
texto) passaram a governar
a casa grande, sem
mudar o estilo anterior de
trato do coletivo. A não ser
por acentuar a corrupção e o
melado do doce. Quem não
come doce, quando come se
mela todo. Não estou
sendo preconceituoso,
apenas realista.
No mundo atual,
a gestão das nações deve
se assemelhar em suas boas
práticas de governança
àquilo que se aplica no
meio empresarial. O Brasil,
estacionado no tempo (ou
regredindo, querendo
fazer da Nação –
propaganda que vende na
publicidade milionária paga
com dinheiro público – é na
verdade um atraso só,
em termos de eficiência,
eficácia e modernidade.
Não se busca a igualdade de
oportunidade para todos.
Não se busca que todos
tenham as mesmas
condições de competição, o
que estimula a criatividade,
o impulso, a produtividade.
O Brasil da era lulo-
petista-dilmista segue na
contramão da História,
buscando agradar aos
pobres com favores e
esmolas, com um discurso
agressivo de progresso e
políticas voltadas para a
dominação e permanência
no poder – e nunca para
políticas públicas
desenvolvimentistas de
interesse da nação.
Aécio Neves repetiu
(por mera coincidência,
claro) o que esta coluna tem
reiterado ao longo do
tempo: Dilma vive
numa Ilha da Fantasia.
Ela e seus aliado$s de
interesses, acreditam que
o Brasil é uma Ilha da
Fantasia onde tudo vai bem,
em progresso e eles
estão acima das críticas.
O cidadão desavisado
dorme tarde, levanta de
madrugada, demora de
duas a três horas para ir
e vir do trabalho, morre nas
macas de corredores fétidos
de hospitais, recebe bolsas
que desestimulam seus
filhos de estudar e evoluir,
são vítimas da violência
fácil, da bandidagem
desenfreada, por aí afora,
e ainda é convencido pela
propaganda petista (muito
bem feita sempre, com
dinheiro público) de que
está melhorando de vida.
A senzala quer que o seu
eterno morador ocupe a
casa grande, ande de
charrete de luxo, tenha
dentro da casa objetos de
desejo de consumo, mas
não lhe dá condições
de aprender, crescer,
educar-se, aprimorar-se e
conquistar isso tudo por si
só, sabendo se manter.
Sei que faço a festa
dos ideólogos do falido
socialismo, por dar-lhes
munição discursiva, mas
pouco importa quando
se vê que a prática de suas
perorações são voltadas,
como já citei aqui, para
que eles, sim, façam parte
de uma classe acima das
demais. A "nomeklatura"
que põe na opulência,
com recursos de todos,
os que dominam o partido
e a política. E agridem
os que defendem o direito
à igualdade para todos
patrocinada por ações
governamentais acima dos
interesses eleitorais.
OBrasil de Lula-Dilma
está longe disso.
É a antítese disso. Eles
precisam ser os "salvadores
da pátria" para a massa
ignara. E, mesmo dando-
lhes acesso à casa grande,
os mantém cativos na
senzala da ignorância,
da incapacidade de
progredir por eles mesmos,
sem os favores das bolsas
escravistas.
Vamos ter mais do mesmo
em 2014?
PAU L O SAAB É J O R N A L I S TA
E E S C R I TO R
4 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014
[email protected]������ ����� �����
�����
Colaboração:
Paula Rodrigues / Alexandre Favero
MAIS: João pediu R$ 50mil de direitos e ela quasecaiu da cadeira. "É quasedez vezes o que eu ganhoem um único show!"
MISTURA FINA
Fotos: Mert Alas / Marcus Piggott
Festivaldo cabide
Aindaa Virada
A cantora Alaíde Costa,78 anos, queria colocaruma foto dela com JoãoGilberto em sua biografiaFaria Tudo De Novo.
��� Ela faturou US$ 80 milhões noúltimo ano, perdendo apenas paraMadonna, com US$ 125 milhões,segundo o ranking da Forbes. Eagora, mesmo com o novo álbum
Artpop vendendo menos do que as estimativas, Lady Gaga,transformada em garota-propaganda da Versace, protagoniza anova campanha da grife, de bolsas e acessórios, fotografada peladupla Mert Alas-Marcus Piggott, do jeito que ela gosta: compouca roupa. Os longos cabelos são uma homenagem dacantora a Donatella Versace, a comandante-em-chefe da marca.
��� “Somos poderosas!”.Era Ivete Sangalo saudan-do Anitta (as duas à esquerda)no show que fizeram juntas, napraia de Jatiúca, em Maceió:
era a generosidade da bispa do axé e a emoção da funkeiraem se apresentar ao lado dela. Ivete fazia o segundo show davirada lá e acha que “Alagoas dá sorte”. A direita, VanessaGiácomo e Daniele Winits, as duas vilãs de Amor à Vida, emoutra festa de réveillon animada, no Rio, no Royal Tulip, emSão Conrado, o antigo Intercontinental.
E o Lula, fala?��� Vira e mexe, José Maria Marin, que étratado com descaso pelo governo, pela Fifae por manifestantes de rua, é ironizadoporque não fala uma palavra sequer eminglês, o que seria fundamental na condiçãode presidente da CBF e mais ainda no ano
em que a Copa do Mundo acontece no Brasil. Aos chegados,Marin sacode os ombros: “O que esse pessoal quer? Que euestude inglês aos 81 anos? O Lula foi presidente e não falainglês! Nem a Dilma!”. Detalhe: dependendo da situação, apresidente até que sabe se virar em inglês e francês.
��� Balanço feito no final do anopassado revela que os cargos deconfiança, também chamados decabides, correspondem a mais de55% de todos os empregos do Poder
Legislativo (Câmara e Senado Federal). Dos 15,9 mil servidoresativos na Câmara, 12,4 mil cargos são comissionados sem vínculose de livre nomeação entre parlamentares. No Senado, são 3,3 milcomissionados para 6,2 mil funcionários. Para comparar: a soma doscargos comissionados nos 39 ministérios de Dilma equivale a menosda metade dos comissionados da Câmara. Um deputado federalpode contratar até 25 pessoas com a verba de gabinete quechega a R$ 78 mil mensais. Mais: para cada um dos 513 deputa-dos federais existem 30,4 cargos comissionados na Câmara.
“Alguém já viu um político bonito?”
Amesmacamisa��������������� Amigos de Paulo Coelho e sua mulher, Cristina Oiticica,que estão em temporada européia, contam que o casal passoua virada do ano no lago Neuchâtel , na Suíça. Os dois usavampreto e o escritor, por baixo, usava a mesma camisa azul quecoloca no réveillon há nada menos do que 40 anos. Já Cristinacontou que dormiria com uma camisola dourada. A tradiçãode usar branco na virada é muito brasileira. Nas grandes festasde réveillon nos Estados Unidos, por exemplo, a maioria usapreto, como em alguns países europeus.
EstiloDonatella
IN OUT�
�
Janeiro em Nova York. Janeiro no Rio.
WALCYR CARRASCO // autor de Amor àVida, preocupado com os feios do horário eleitoral.
Filme triste��� O início de 2014 não foinada alegre para o ex-bilionárioEike Batista que, em 2012, eraconsiderado o oitavo homemmais rico do mundo e agora nãoaparece na lista da Bloombergdos 300 donos das maioresfortunas do planeta. Eike,contudo, lidera a lista dos quemais perderam dinheiro no anopassado: ficou com US$ 12bilhões a menos, com a OGX emrecuperação judicial. No Natal,Eike não deu presentes paranenhum dos familiares, nempara o pequeno Balder, filhoque teve com Flávia Sampaio,hoje ex-namorada dele.
SEM DECOTE��� Fernanda Lima, a musa daCopa, está passando as festasemendadas com toda a famíliana Califórnia e dia 13, apresen-ta em Zurique, na Suíça, aentrega do prêmio Bola deOuro 2013 da Fifa. Fernanda jáprometeu evitar decotes paranão criar problemas nastransmissões de países como oIrã, como aconteceu no sorteiodas chaves da Copa. Atépode usar vestido de estilistanacional para prestigiar o bloco.
B.L. em St. Barth��� Milionário emergente é outracoisa: Marcos Ribeiro Leite,fundador da processadora decartões CSU Cardsystem,contratou dois promoters quesaíram em campo convidandofiguras conhecidas – entre outras,Isis Valverde, Thaila Ayala e IldiSilva – para passar o réveillonem St. Barth, com tudo pago(passagem, estadia, alimenta-ção e transportes). Ele adorareunir famosos em suas festas.Já contratou até Roberto Carlospara cantar em seu aniversárioe pagou R$ 3,5 milhões.
APRESENTAÇÃO��� O prefeito do Rio, EduardoPaes, estava na festa doCopacabana Palace, noréveillon, com sua mulherCristine, quando chegou oadvogado Antônio Carlos deAlmeida Castro, o Kakay, quejá defendeu diversos políticosacusados de corrupção,inclusive Waldomiro Diniz(absolvido). Aí, Paes apresentao advogado para sua mulher:“Amor, esse é o Kakay, umcara bom para gente conhe-cer, mas não para precisardele. Espero nunca precisar!”.
Contra o Porta��� Entidades religiosascatólicas e evangélicas estãofazendo grande movimento nasredes sociais contra o especial deNatal do Porta dos Fundos, queresolveu fazer graça com Jesus,Maria e José. Muitos planejamdenunciar o grupo ao MinistérioPúblico, argumentando que oshumoristas não podem “invadir ascomemorações da data máximada Cristandade” e os maisortodoxos gritam “Blasfêmia!”.
Desafios e conquistas��� O ex-deputado RobertoJefferson, que delatou oesquema do mensalão, passouo réveillon com a família, nointerior do Rio de Janeiro. E nãodirige mais o PTB que tem umcolegiado formado por BenitoGama (presidente em exercício),Jovair Arantes (líder na Câmara),Gim Argello (líder no Senado) eCampos Machado, que controla,há anos, a diretoria paulista dopartido. Na passagem do ano,Jefferson postou mensagem emseu blog onde afirma “estar certode que 2014 nos trará novos egrandes desafios, mas tambémmuitas conquistas”.
PIANISTA��� A âncora do Bom Dia,Brasil, Ana Paula Araújo, queacaba de se apresentar noProjeto Aquarius, foi convida-da pelo maestro João CarlosMartins para participar de umconcerto em fevereiro, emSão Paulo, com a OrquestraMaré do Amanhã, formada poradolescentes do Complexo daMaré. Pouca gente sabe queAna Paula é formada empiano pelo ConservatórioPúblico estadual de Juiz deFora, cidade onde nasceu.Queria ser concertista
��� LETÍCIA Birkheuer, trêsmeses depois de anunciar o fimde seu relacionamento comAlexandre Furmanovich (elestiveram um filho, João Guilher-me), já está circulando comnovo titular: ele é Rodolfo Kouri,diretor da construtora Graúna,do Paraná. Os dois passaramo réveillon em Trancoso.
��� PESQUISA da Crowley,especializada em monitoramentodo mercado, revela que a músicaVidro Fumê, de Bruno e Marrone,foi a mais tocada no Brasil, noano passado, com 36,9 milexecuções. Em segundo, TeEsperando, de Luan Santana(32,2 mil) e em terceiro, Show dasPoderosas, de Anitta (25,5 mil).
��� A ATRIZ Claudia Jimenezé mais do que guerreira:depois do Natal, implantou ummarcapasso e sua recupera-ção está sendo acompanhada.Não voltará às gravações deAlém do Horizonte (transmis-sões magnéticas no estúdiopodem interferir no funciona-mento do marcapasso). Em1999, ela colocou cincopontes de safena, depois desofrer um infarto. Em 2012,quatro stents e tambémsubstituiu uma válvula aórtica.
��� O CORRIERE della Sera,o jornal de maior circulaçãoda Itália, acaba de publicarum artigo de página inteirade Diogo Mainardi, escritoem italiano, fazendo um retratodo Brasil. Mainardi mora emVeneza, é de lá que participado Manhattan Connection epara bem resumir o país,usou frase famosa de IvanLessa: “Os brasileiros têm osdois pés no chão... e as duasmãos também!”.
��� DANILO Gentili, ex-Band,fará um talk-show diário noSBT, entrando no ar perto dameia-noite. E no meio dasemana, sai da grade GabiQuase Proibida, com MaríliaGabriela, que não tem audiên-cia, nem faturamento. Contu-do, De Frente com Gabi, aosdomingos, permanece.
sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 5
Sob o pretexto dasfestas de fim de ano, a
presidente volta à tevê parafazer autoelogio e campanha
eleitoral.Aécio Neves,
pré-candidato àPresidência esenador peloPSDB-MG
O Brasil passa por um momento de descréditointerno e externo enquanto a presidente
doura a pílula com um discurso para lá de ufanista.Rubens Bueno, líder do PPS
A guerra psicológicapode inibir
investimentos eretardar iniciativas.
Dilma Rousseff,presidente da
República
Uma coisa é dizer que libera, outra éempenhar os recursos.
Eduardo Cunha, líder do PMDB na Câmaraem protesto por mais verba federal para municípios
Sei que 2014será um grande
ano para o Brasil, enão só por causa daorganização daCopa do Mundo defutebol. O paíscolherá os frutosque a presidenteDilma semeou.
Luiz Inácio Lula daSilva, ex-presidente
Os deputados ficam navia crucis para tentar
alguma raspa de tacho.José Guimarães, líder do PT na
Câmara emprotesto por maisverba federal para
Estados emunicípios
Lamentável o oportunismo político dogovernador de Pernambuco Eduardo Campos
em usar momentos de desgraça para tentar sepromover. Tudo que foi proposto pelo Ministério daIntegração para agilizar socorro nos desastresnaturais foi encaminhado.
Ministra da Casa Civil,Gleisi Hoffmann, rebatendo as
críticas de Campos sobresocorro às vítimas das chuvas
no Espírito Santo.
Haverá tempo de percorrer todo o País.Eduardo Campos, pré-candidato
à Presidência pelo PSB, sobre seu desconhecimentoem grande parte do Brasil
Índios estão acuados e relegadosà própria sorte diante dos ataques sofridos
por moradores.Marília Gurgel, juíza federal,
ao determinar proteção aos índios Tenharim
Ele não tem o traquejo. Não creio queele tenha as características necessárias
para conduzir o Brasil de maneiraa não provocar grandes crises no País.
Fernando Henrique, ex-presidente,sobre uma possível candidatura do ministro do STF,
Joaquim Barbosa, à Presidência da República
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Beto NOciti/ Futura Press/ Folhapress
O calendário do IPTUJorge Araújo/Folhapress
O prefeito deSão Paulo,FernandoHaddad, bemque tentouimpor novataxa de IPTUmas asociedadereagiu.
Ameaçadas, aéreas juramfazer bonito na Copa.
Abear diz que dá conta do recado e pede: nada de empresas estrangeiras operando no País no mundial.
As empresas aéreas
brasileiras d iv u l g a-
ram nota ontem reba-
tendo a possibilida-
de, anunciada em entrevista ao
jornal Folha de S.Paulo pela mi-
nistra da Casa Civil, Gleisi Hoff-
mann, de permitir às empre-
sas estrangeiras a operação
de voos dentro do País du-
rante a Copa do Mundo.
Segundo a ministra,
"nós não deixaremos
de aval iar todas as
possibilidades, inclu-
sive abrir o mercado",
disse, acrescentando
que a ideia em estudo
é "autorizar que elas
(as companhias es-
trangeiras) operem
dentro do Brasil".
A medida seria uma
forma de conter um
eventual "aumento abu-
sivo" no preço das passa-
gens durante a Copa do
Mundo. "O setor aéreo brasi-
leiro tem mantido diálogo
constante com o governo fe-
deral", afirma a nota.
Para a Abear (Associação
Brasileira das Empresas Aé-
reas), a melhoria das opera-
ções aéreas domésticas en-
volve, não apenas os esforços
das companhias, "mas o avan-
ço da infraestrutura aeropor-
tuária e a revisão do sistema
de tributação do combustível,
30% mais alto do que em ou-
tros países".
A associação "ressalta tam-
b é m q u e a
oferta de voos du-
rante a Copa ainda está em
discussão".
Em dezembro, as compa-
nhias aéreas enviaram à
agência reguladora do setor, a
Anac, propostas para atender
à demanda no período, com
p r e-
visão de au-
mento de voos para as cida-
des-sede. A agência afirmou
que pretende atender a todos
os pedidos, a depender das li-
mitações dos aeroportos.
A decisão sobre o aumento
de voos deve
sair este mês
e, segundo a no-
ta da Abear, "terá
impacto na quantida-
de e preço das passa-
gens". A associação não in-
formou até a tarde de ontem,
se as empresas esperam redu-
ção dos preços nem de quanto
será essa redução. A expecta-
tiva do governo é que a Copa
atraia 600 mil estrangeiros e 3
milhões de brasileiros, o que
deve afetar preços de passa-
gens e hotéis. (Agências)
TJ: ponto final nocartão de Natal.
Odesembargador José Renato
Nalini, novo presidente do
Tribunal de Justiça de São
Paulo, deu o primeiro passo para o fim
da papelada na rotina da Corte. Sexta
feira, ele decretou o uso exclusivo da
comunicação eletrônica – inclusive
para cumprimentos e convites. Até os
cartões de Natal e de aniversário
estão vetados no papel. "Chega de
cartões e envelopes", disse Nalini, que
considera o Judiciário o "mais
antiecológico dos Poderes".
Além da economia que a medida
propiciará, servidores que se
dedicavam a produzir cartões
pessoais agora poderão voltar a cuidar
da atividade fim do Judiciário, ou, na
definição de Nalini, "produzir decisões
para resolver os conflitos humanos".
O TJ-SP, maior tribunal estadual do
País –55 mil servidores, 360
desembargadores, 2,4 mil juízes de
primeiro grau –não tem um
levantamento sobre gastos com a
impressão de cartões de festas.
"Somos pobres nesse tipo de
apuração, mas é sempre uma
economia", destaca o
desembargador, que tomou posse
administrativa na Presidência do TJ na
última quinta feira.
O orçamento da Corte é de R$ 6,8
bilhões para 2014. Desse montante
R$ 6,5 bilhões são destinados à folha
dos magistrados e dos servidores.
Sem contar as gratificações e o
impacto das 4 mil nomeações de
2013. "Só posso economizar nas
pequenas coisas", observa Nalini. Para
dar o exemplo, ele vetou convite
escrito para sua posse solene, dia 3 de
fevereiro. (Estadão Conteúdo)
Com o veto da Justiça
ao aumento do Im-
posto Predial e Terri-
torial Urbano (IPTU)
acima da inflação em 2014 na
cidade de São Paulo, a Prefei-
tura paulista publicou na sex-
ta-feira, 3, as datas de entrega
e pagamento dos carnês que
vencem neste ano. Segundo o
edital divulgado no Diário Ofi-cial da Cidade, os boletos ven-
cem entre os dias 1º e 28 de fe-
vereiro, conforme o cadastro
do imóvel, e começam a ser
enviados no dia 16 de janeiro.
O limite para o recebimen-
to das notificações vai do dia
21 de janeiro ao 17 de feve-
reiro, de acordo com o crono-
grama de pagamento de IP-
TU do imóvel. Quem não re-
ceber o talão até essas da-
tas, poderá pedir segunda
via em uma subprefeitura ou
imprimi-la pela internet.
A cobrança do imposto para
este ano foi reajustada ape-
nas com a correção da inflação
já que uma liminar (a decisão
ainda é provisória) do Tribunal
de Justiça de São Paulo (TJ-SP)
que, em dezembro suspen-
deu a lei aprovada na Câmara
Municial que prevê uma alta
de até 20% para imóveis resi-
denciais e 35% para imóveis
comerciais em 2014.
Assim, os carnês terão au-
mento de cerca de 5,6%.
A Prefeitura perdeu dois re-
cursos no Superior Tribunal de
Justiça (STJ) e no Supremo Tri-
bunal Federal (STF), que se ne-
garam a reverter a liminar dos
desembargadores paulistas.
Após as duas decisões negati-
vas, a Prefeitura anunciou que
não fará segunda cobrança de
IPTU em 2014, se a ação for jul-
gada em seu favor. O Órgão
Especial do Tribunal de Justiça,
que decidirá o mérito sobre o
aumento do IPTU, só volta a se
reunir a partir de fevereiro.
A discussão sobre o valor
do IPTU em 2014 começou
com uma ação civil pública
do Ministério Público Esta-
dual (MPE), em novembro,
que questiou a forma como a
lei que reajusta a Planta Ge-
nérica de Valores (PGV) da ci-
dade foi votada. Esse proces-
so não prosperou, depois que
o então presidente do Tribu-
nal de Justiça Ivan Sartori ne-
gou uma liminar concedida
em primeira instância que
suspendia a lei.
Em 12 de dezembro, 22
dos 25 desembargadores
que compõem o Órgão Espe-
cial do TJ decidiram a favor
dos argumentos de duas
ações diretas de inconstitu-
cionalidade (Adins) movidas
separadamente pela Federa-
ção das Indústrias de São
Paulo (Fiesp) e pelo PSDB.
É essa a liminar que travou
neste ano o reajuste acima
da inflação proposto pela
Prefeitura de São Paulo.
As entidades alegaram
que o processo legislativo foi
violado na votação da lei pro-
posta pelo prefeito Fernando
Haddad (PT) e que a correção
foi abusiva, além da capaci-
dade contributiva da popula-
ção. Quando as entidades
entraram com a Ação Direta
de Inconstitucionalidade
contra o aumento, o presi-
dente da Associação Comer-
cial de São Paulo, Rogério
Amato, disse que ela era " um
grito da população para to-
dos os governantes" mos-
trando que não é possível au-
mentar mais impostos. "É a
resposta da sociedade, re-
presentada democratica-
mente pelas entidades." De
acordo com Rogério Amato, a
ADI movida pela ACSP e por
outras 38 entidades não é
contra a Prefeitura nem con-
tra o imposto, mas contra um
aumento que fere o princípio
da capacidade contributiva.
6 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014
Vitória sobre os planos de saúdeANS obriga planos de saúde a cobrir 37 drogas contra o câncer. A partir de maio, entra em vigor lei que determina a cobertura total.
Victória Brotto
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DE PEITOA B E RTO
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Muitas pacientes com câncerde mama aguardam até dois
anos para fazer a cirurgia deextração – cirurgia que, pela lei,deve ser autorizada em nomáximo 21 dias. É o que diz VeraGolik, Embaixadora Global doCâncer para o Brasil pela AmericanCancer Society. Desde 2006 ela saipelo País com o projeto De PeitoAberto, junto com seu maridoHugo Lenzi, fotografando eouvindo os relatos de centenas demulheres, entre 18 e 70 anos,diagnosticadas com câncer noBrasil. "Todas as mulheres queconversamos para o projetotinham problemas com o plano desaúde. Inclusive com os planosTOP", diz Vera. Segundo ela, aspacientes contam que os planostentam induzi-las a fazer otratamento pelo Sistema Único deSaúde (SUS) ou protelam opagamento até dois anos. "Elesnão falam 'não' direto, elescomeçam a exigir perícias,avaliações e sempre os resultadossão inconclusivos", conta Vera.
O que vemos acontecendo égente contratando advogado,para entrar com liminar e aí o juizautoriza a cirurgia", conta Hugo."Não pense que um plano melhorpaga rápido e fácil umtratamento de câncer."
Segundo o casal, as leisbrasileiras e o SUS são bons 'nopapel'. "Quais países têm umsistema de saúde público? Eainda mais um país enorme comoo Brasil?", indaga Hugo. Aquestão, para ambos, resvala nãosó na demora dos planos desaúde e nas brechas que asagências de saúde encontrampara burlar a lei, mas no quechamam de "falta dehumanização da medicina".
"Os médicos são treinados nasuniversidades para cuidar dadoença e não das pessoas, ãoenxergam o ser humano", dizHugo. "Uma das moças quefotografou para nós, que teve acor dos olhos mudada pelocâncer, ia casar. Sabe o que omédico, o chefe da Oncologia deum grande hospital particularem São Paulo, disse a ela? ‘Fi l h onão serve para nada. Eu tenhotrês, você pode escolher um.'"
De Peito Aberto, além deexposição fotográfica, virou livro,site e tem página nas redessociais. "Tanto no texto quanto nafoto, abordamos quatromomentos na vida de cada uma: ochoque diante do diagnóstico, omedo da perda dos símbolosfemininos, o apoio familiar e asuperação", explica Vera. Oprojeto chegou até Nova York, em2011, quando Vera foi convidadapela ONU para expor a situaçãodo câncer de mama no Brasil.
Opaciente com cân-
cer pode, segundo
prevê a Constitui-
ção, retirar o seu Fundo de
Garantia por Tempo de Ser-
viço (FGTS), o seu PIS/PA-
SEP e requerer carro espe-
cial para levá-lo até o hospi-
tal. Caso não dirija, pode in-
dicar três condutores. Se a
pessoa não conseguir tra-
balhar devido à doença, ela
tem o direito de requerer o
seu auxí l io -doença em
qualquer posto da Previ-
dência Social. Também tem
direito à aposentadoria por
invalidez pelo INSS, desde
que seja segurado.
Os impostos que, pela lei,
a pessoa com câncer está li-
vre de pagar são: IPI, IOF,
ICMS e o IPVA. Tanto para
pedir o carro especial quan-
to para a isenção dos tribu-
tos o paciente ou o seu re-
presentante legal deve ir à
Secretaria da Receita Fede-
ral de sua cidade com três
vias do requerimento de
isenção preenchido (dispo-
nível no site w w w. r e c e i t a . f a -zenda.gov.br e com o laudo
médico comprovando a
doença e, caso necessário,
a deficiência.
Direitos como quitação
de financiamento de imó-
vel, passe livre interesta-
dual e andamento judicial
prioritário também são pre-
vistos pela lei.
Para o passe livre, o pa-
ciente precisa ter alguma
deficiência física resultante
da doença e comprovar bai-
xa renda. Para prioridade
em processos judiciais, bas-
ta indicar nos autos a sua
doença. O Código Civil pre-
vê a prioridade baseado na
expectativa de vida e, se-
gundo a assessoria jurídica
do A.C.Camargo, "uma pes-
soa portadora de câncer,
pelos princípios da analo-
gia, da equidade e da isono-
mia, também deve ser con-
templada com maior celeri-
dade da Justiça", conforme
explica a assessora do de-
partamento jurídico do A.C.
Camargo, a advogada Ana
Camila Lima dos Anjos.
Para a quitação do imó-
vel, ele deve ter feito, antes
de assinar o contrato, o Se-
guro Habitacional.
Assim que constatada a
doença, ele pede ao Seguro
a quitação que fará a análi-
se do caso. (VB)
AAgência Na c i o n a lde Saúde (ANS) seadiantou ao deter-m i n a d o p e l a l e i
12.880/13 e passou a incluir nohall de obrigatoriedades, noúltimo dia 02, dos Planos deSaúde, a cobertura de 37 me-dicamentos orais para trata-mento domiciliar em 56 tiposde câncer. Mas, mesmo adian-tada, a ANS deixou de lado to-dos os outros medicamentosque, pela lei federal, deverãoser pagos pelos planos. Estesremédios que ficaram de foranas novas regras da ANS de-vem ser incluídos em maiodeste ano, quando a determi-nação entra em vigor.
As regras da ANS são atua-lizadas a cada dois anos. A co-bertura de tratamentos do-miciliares por parte dos pla-nos é uma demanda antigade médicos e pacientes porserem mais baratos e teremmenos efeitos colaterais. Alei 12.880, por exemplo, ficoudois anos em trâmite no Con-gresso e integra um conjuntode leis federais que determi-na, por exemplo, que as ope-radoras de saúde sejam rápi-das na aprovação de trata-mentos de câncer, podendodemorar no máximo 21 diaspara autorizá-lo.
Até agora, segundo a auto-ra da lei, a senadora AnaAmélia (PP- RS), os planos sóeram obrigados a arcar comos custos ambulatoriais. Coma lei sancionada, além do cha-mado tratamento antineo-plásico oral – o tratamentodomiciliar que funciona co-mo uma quimioterapia – , osplanos deverão cobrir proce-dimentos radioterápicos e dehemoterapia. "Desde que es-tejam relacionados à conti-nuidade da assistência pres-tada na internação hospita-lar", explicou Amélia.
As novas regras da ANS jáabarcam esses procedimen-tos, entre eles, a radiotera-pia IMRT, em que o feixe del u z é m o d u l a d o e at i n g eapenas as células doentes,preservando as sadias. Osexames genéticos para de-tectar doenças hereditáriasou de câncer também serãopagos pelos planos.
O Instituto Oncoguia, queauxilia pacientes com câncerno País e que sugeriu o proje-to de lei durante audiênciapública em 2011 no Senado,alertou para o que chama de"falta de infraestrutura doPaís" em garantir direitos. A
senadora do PP falou em"projeto mais importante domandado" e a Federação Na-cional de Saúde Suplementar(FenaSaúde), representanteinstitucional das Segurado-ras Especializadas em Saúde,falou em "impacto" para o se-tor, mas disse, em nota, queeste impacto "só poderá sermedido a partir do ano sub-sequente, com o acompanha-mento da execução dos no-vos procedimentos."
Até 2020, o Brasil terá 500mil novos casos de câncer, se-gundo artigo da revista espe-cializada Lancet Oncology. Os70 especialistas que assinamas projeções dizem que, em2009, foram 366 mil brasilei-ros diagnosticados com adoença, em quase uma déca-da, o número crescerá 38%.
A ANS listou a maioria dosmedicamentos usados hoje noPaís para combater a doença, ecerca de 25% deles foram pla-nejados para ser via oral, sen-
do que 36 substâncias contra ocâncer aparecem em forma decomprimidos e podem ser to-mados em casa. O tratamentovia oral – uma alternativa àquimioterapia – acontece noBrasil há mais de dez anos. Pa-ra a assessorajurídica doOnco guia,a advoga-da CássiaM ontoutoele é vistopelos planosde saúde como"simples compri-midos": "E eles di-zem que nãosão obrigadosa bancar com-p ri m i d o s " .
A professoraDenise Freire Ma-chado, de 32 anos, foi diagnos-ticada com câncer de mamaem 2008 e, depois de ter feitoquimioterapia e radioterapia,precisou seguir com tratamen-
to doméstico, a chamada hor-monioterapia. Esse tipo de te-rapia é preventivo e deve serfeito pela maioria das pacien-tes com câncer de mama apósa rádio e a quimioterapia. Masquando Denise solicitou o re-médio ao seu plano de saúde,
ele foi negado por que nãoestavam no "hall dos medi-
camentos ambulatoriais".O Aromasin não é vendi-do em farmácias nem éfornecido pelo governo,como alguns outros medi-
camentos preventi-vos. Ele só podeser comprado di-retamente do la-b orató rio p or
R$ 314.Denise precisa tomá-lo to-
dos os dias. "Com a dose diá-ria, o frasco dura um mês. Pre-ciso tomá-lo por cinco anos."A professora entrou na Justi-ça contra o plano pedindo oressarcimento dos custoscom o Aromasin, que chegam
a mais de R$ 1,2 mil – d aq uicinco anos, ela terá gastomais de R$ 18 mil.
Planos e pacientes
Além do tratamento oral,as operadoras detentorasdos planos de saúde devemcobrir custos ambulatoriais eautorizar o tratamento numprazo máximo de 21 dias. AResolução 259 da ANS, de2009, diz que "procedimen-tos de alta complexidade",como os tratamentos contrao câncer, "devem ser garanti-dos pelas operadoras de saú-de em até 21 dias úteis, assimcomo o atendimento em regi-me de internação eletiva."
O paciente com câncer, seconstatar irregularidade po-de ligar para a ANSe e fazerreclamação administrativa.Se comprovada a irregulari-dade, a operadora será mul-tada e pode ser proibida decomercializar o plano.
Dalva Sandes, para o projetoDe Peito Aberto,
comemorando sua cura de câncer.
sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 7
Kerry: umotimistaentr eos céticos.Norte-americano vê 'progresso' no Oriente Médio
O secretário de Estado nor-
te-americano, John Kerry, afir-
mou ontem que israelenses e
palestinos estão avançando
nos diálogos para chegarem à
paz na região, embora haja
grande ceticismo em relação a
um acordo entre as partes.
Em discurso antes de voar
para a Jordânia e a Arábia Sau-
dita, e no qual detalhou aos
jornalistas a 10ª sessão de en-
contros com o primeiro-minis-
tro israelense, Benjamin Neta-
nyahu, e o presidente da Auto-
ridade Nacional Palestina
(ANP), Mahmoud Abbas, Kerry
assegurou que ambos os la-
dos já têm uma ideia clara dos
compromissos a serem adota-
dos para alcançarem um de-
nominador comum no conflito
do Oriente Médio.
"Foram dias produtivos",
disse o secretário após três
Brendan Smialowski/Reuters
O papa Franciscona Terra Santa
O papa Francisco anunciouontem que viajará para Israel,Cisjordânia e Jordânia entre osdias 24 e 26 de maio. Será suaprimeira visita à Terra Santa eocorrerá em meio às novas tenta-tivas dos Estados Unidos de fe-
char um acordo de paz entre Is-rael e os palestinos.
A viagem celebrará o 50º ani-versário da reunião entre o papaPaulo VI e o então líder dos cris-tãos ortodoxos, o patriarca Aten-goras, em Jerusalém. (Estadão)
dias de negociações. "Nossa
conversa foi muito positiva,
ainda que muito séria, muito
intensa", declarou.
Segundo ele, assuntos-cha-
ve como as fronteiras, a segu-
rança, o destino dos refugia-
dos palestinos e a condição de
Jerusalém estiveram todos
em pauta.
"O caminho está ficando
claro e o imbróglio está sendo
resolvido aos poucos. Para to-
do mundo, está ficando evi-
dente as opções restantes a
serem tomadas", afirmou Ker-
ry. "Mas não sei dizer quando
as últimas peças deste imbró-
glio irão se encaixar, ou se cai-
rão no chão e deixarão o que-
bra-cabeças incompleto."
Kerry fez uma pausa nas
conversas ontem para se en-
contrar com os reis da Arábia
Saudita, Abdullah bin Abdula-
ziz al-Saud (acima), e da Jordâ-
nia, Abdullah II, com o objetivo
de conquistar o apoio árabe
para o acordo.
Antes das reuniões, Kerry
declarou que o acordo será
"justo". "Eu posso garantir a
todos os lados que o presiden-
te (Barack) Obama e eu esta-
mos comprometidos em levar
adiante ideias que são justas e
equilibradas e para melhorar a
segurança de todas as pes-
soas", disse.
C on di çõ es - Em um sinal de
que Kerry estaria intensifican-
do a pressão, uma fonte pales-
tina confirmou que o secretá-
rio norte-americano pediu a
Abbas que reconheça Israel
como a terra dos judeus. O pre-
sidente da ANP já rejeitou di-
versas vezes essa demanda
israelense, alegando que isso
comprometeria os direitos
dos refugiados palestinos e da
minoria árabe em Israel.
O primeiro-ministro de Is-
rael, Benjamin Netanyahu
acusou líderes palestinos on-
tem de "incitar o ódio". "Os pa-
lestinos continuam sua cam-
panha de incitar o ódio como
temos visto nos últimos dias
com sua recusa em reconhe-
cer Israel como o Estado do po-
vo judeu", disse Netanyahu.
Já membros linha-dura da
coalizão de Netanyahu au-
mentaram a pressão sobre o
primeiro-ministro israelense,
ameaçando derrubar o gover-
no se ele ceder às pressões
norte-americanas para acei-
tar as demandas palestinas.
Ontem, Israel rejeitou a pro-
posta de Kerry sobre a segu-
rança no Vale
d o J o r d ã o
a p ó s u m
e v e n t u a l
acordo de paz
com os pales-
tinos.
"A seguran-
ça deve ficar
e m n o s s a s
mãos. Qual-
quer um que
p r o p o n h a
uma solução no Vale do Jordão
com a ajuda de uma força in-
ternacional, a polícia palesti-
na ou meios tecnológicos não
compreende realmente a si-
tuação no Oriente Médio", dis-
se o ministro de Assuntos de
Inteligência israelense, Yuval
Steinitz, ontem.
O futuro do Vale do Jordão,
território na fronteira com a
Jordânia ocupado por Israel
desde 1967 e considerado por
este último parte de sua fron-
teira estratégica, é um dos te-
mas mais espinhosos que Ker-
ry aborda em suas reuniões
com israelenses e palestinos.
Kerry acredita ser possível
uma solução que, por um lado,
devolva a soberania aos pa-
lestinos e garanta, ao mesmo
tempo, a segurança de Israel,
mediante ações militares não
visíveis, com avançados dis-
positivos eletrônicos de vigi-
lância. A presença militar is-
raelense durante algum tem-
po também é considerada.
Os palestinos exigem a total
retirada das forças israelen-
ses da região e estariam dis-
postos a aceitar a participa-
ção de forças internacionais
como garantia, mas Israel
quer permanecer na fronteira
para impedir o acesso de ex-
tremistas à Cisjordânia.
No fim de semana, o ex-che-
fe do Mossad (serviço de inte-
ligência de Israel) Meir Dagan
minimizou a importância das
reivindicações israelenses e
assegurou, em uma conferên-
cia privada em Kfar Saba, que
"se trata mais de uma decisão
política". (Agências)
Sopro polar nos EUATemperaturas que não
eram vistas há 20 anos devem
alcançar recordes de baixa
nos próximos dias nos Estados
Unidos, criando condições di-
fíceis para viagens e motivan-
do escolas a fecharem as por-
tas. Pelo menos 140 milhões
de pessoas devem sofrer com
a chegada do chamado "vórti-
ce polar", que trará tempera-
turas abaixo de zero ao centro-
oeste e nordeste do país.
"As temperaturas mais bai-
xas em quase duas décadas
vão se espalhar para o norte e
centro dos EUA hoje diante de
uma frente fria do Ártico", dis-
se o Serviço Nacional de Me-
teorologia, em um comunica-
do publicado em seu site on-
tem. "Combinadas com raja-
d a s d e v e n t o , e s t a s
temperaturas resultarão em
ventos frios com temperatu-
ras de risco de vida tão baixas
quanto 60 graus abaixo de ze-
ro", declarou, acrescentando
que, até quarta-feira, metade
do país estará enfrentando
temperaturas abaixo de zero.
Especialistas alertaram
que, num tempo com essa
temperatura tão fria, o conge-
lamento pode ocorrer na pele
descoberta em questão de mi-
nutos. "É um frio perigoso",
advertiu Butch Dye, do Servi-
ço Nacional de Meteorologia.
A expectativa é que a tem-
peratura chegue a -35ºC em
Minnesota, -31ºC na Dakota
do Norte e -26ºC em Illinois.
A onda de frio não virá, ne-
cessariamente, acompanha-
da de nevascas, mas o mau
tempo de ontem foi responsá-
vel pelo cancelamento de
2.700 voos nos EUA. Na ma-
nhã de ontem, o aeroporto JFK,
o maior de Nova York, ficou fe-
chado por duas horas após um
avião a serviço da Delta, vindo
de Toronto, derrapar na pista.
Não houve feridos.
O fechamento do JFK (a b a i-xo ) resultou em atrasos de até
duas horas em voos ao Brasil,
mas nenhum foi cancelado.
Em Aspen, no Estado de Co-
lorado, um, acidente com um
pequeno avião que pousava
deixou ao menos um morto e
dois feridos. (Agências)
Jason Szenes/EPA/EFE
Justiça com as próprias mãosUm grupo formado por mo-
radores armados tomou a Pre-
feitura de Parácuaro, no Esta-
do de Michoacán, no oeste do
México, no sábado. Durante a
semana, prefeituras de outros
dois povoados da região, uma
das principais áreas produto-
ras de drogas do país, foram
tomadas da mesma forma.
As chamadas autodefesas,
ou polícias comunitárias, são
formadas por grupos de cida-
dãos que, desde o começo de
2013, passaram a se armar
para defender suas cidades da
ação do crime organizado, de
cartéis de narcotraficantes e
até de policiais que não cum-
prem seu dever.
Esse tipo de ação está pre-
sente em vários municípios
dos Estados de Michoacán
(oeste) e Guerrero (sul).
Em Michoacán, as polícias
comunitárias já controlam dez
municípios, o que equivale a
20% do território estadual.
Elas se espalharam em uma
subregião conhecida como
Tierra Caliente, marcada pela
pobreza e pela presença do
cartel Cavaleiros Templários.
Esse grupo controla a pro-
dução de maconha, conta com
laboratórios que produzem
drogas sintéticas e seus mem-
bros praticam crimes como
extorsão, sequestro e explo-
ração ilegal de minas de ferro.
O cartel acusa as forças de au-
todefesa de serem financia-
das pelo grupo rival, chamado
Nova Geração.
Em vídeo divulgado em fe-
vereiro passado, o líder José
Jorge Dan Lopez/Reuters - 29/12/13
Manuel Mireles explicou o sur-
gimento da milícia: além das
extorsões, os Cavaleiros reali-
zavam assassinatos e violen-
tavam as mulheres. Mireles
(acima, de camisa azul) ainda
acusou as autoridades locais
de proteger as máfias.
Acidente - Mireles foi vítima
de um acidente aéreo na noite
de sábado. Ele e outras quatro
pessoas ficaram feridas após
a aeronave fazer um pouso
forçado. Uma pessoa morreu.
As autoridades dizem ser
prematuro considerar que
houve uma tentativa de aten-
tado e, a princípio, apontaram
uma falha mecânica como a
causa do acidente. (Agências)
8 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014
Em busca de virais, verdade é esquecida.Na competição acirrada por leitores, alguns portais, como BuzzFeed e Huffington Post, estão apagando com cada vez mais frequência os limites entre fato e ficção.
Ravi Somaiya eLeslie Kaufman
Averdade nunca foi
um ingrediente es-
sencial para o con-
teúdo viral na inter-
net. Entretanto, nessa compe-
tição acirrada na busca por lei-
tores, portais jornalísticos
estão apagando com cada vez
mais frequência os limites en-
tre fato e ficção, e afirmando
que tudo isso faz parte dos ne-
gócios no mundo complicado
do jornalismo online.
Revelou-se que muitas his-
tórias recentes que passaram
como um relâmpago pela in-
ternet, angariando milhões de
visualizações, eram falsas ou
exageradas: a história narrada
pelo Twitter de uma disputa em
uma avião no Dia de Ação de
Graças, mais tarde descrita pe-
lo autor como um conto; a carta
de uma criança para o Papai
Noel em que detalhava um link
para o site da Amazon com giz
de cera, mas que na verdade
havia sido escrita por um co-
mediante em 2011; e um en-
saio sobre a pobreza que gerou
US$ 60 mil em doações, até
que o autor revelasse que o
texto se baseava em impres-
sões pessoais, ao invés de ser
estritamente factual.
Os criadores descrevem os
textos basicamente como ar-
te performática online, sem a
intenção de serem vistos co-
mo uma verdade factual. Po-
rém, para os veículos que os
publicam, esses textos repre-
sentam uma série de emoções
e de entretenimento concen-
trado que atrai leitores e pro-
pagandas lucrativas.
Quando revelam que as his-
tórias são todas falsas, as mo-
destas demonstrações de ver-
gonha que se seguem são
acompanhadas pela admissão
de que elas são realmente fal-
sas – e pouco mais é feito, des-
de que os cliques continuem a
vir. "Você vê a mídia dizendo
que isso apareceu na internet e
que a culpa não é deles", afir-
mou Joshua Benton, diretor do
Laboratório de Jornalismo Nie-
man, em Harvard. "O passo se-
guinte, que é descobrir se isso
realmente aconteceu, cabe a
outras pessoas."
A diferença parece ser que
as empresas que publicaram
esses artigos nos últimos tem-
pos – Gawker, BuzzFeed, The
Huffington Post e Mashable,
entre outros – não acreditam
que as histórias virais inventa-
das sejam tão diferentes do
conteúdo sério que publicam
ao lado delas. O The Huffing-
ton Post faturou um Prêmio Pu-
litzer em 2012, o Gawker este-
ve entre um dos primeiros jor-
nais a reportarem o uso de co-
caína por parte do prefeito de
Toronto, Rob Ford, e o BuzzFe-
ed está montando uma equipe
de repórteres investigativos e
correspondentes internacio-
nais. Naturalmente, sites co-
mo esses não são os únicos
veículos midiáticos seduzidos
por histórias boas demais pa-
ra serem verdadeiras. Nas úl-
timas semanas, o venerável
"60 Minutes", da CBS, teve
que pedir desculpas por levar
a sério demais as afirmações
de um agente de segurança
sobre o ataque de 2012 à mis-
são diplomática americana
em Benghazi,
na Líbia.
Na verdade,
o s e d i t o r e s
desses jornais
recon hecem
fra ncame nte
que ex is tem
c o n c e s s õ e s
que são feitas
quando se ten-
ta equilibrar a
a u t e n t ic i d a d e
e a ação rápida
necessária na era da hiperco-
nexão. "Lidamos com um volu-
me de informações que é inca-
paz de aceitar os padrões estri-
tos de precisão de outras em-
presas", afirmou John Cook,
editor-chefe do Gawker, que
deu destaque ao ensaio sobre
a pobreza escrito por uma mu-
lher chamada Linda Tirado.
"Esse metabolismo mais rá-
pido deixa pessoas acostuma-
das a checarem os fatos em
uma posição desvantajosa",
afirmou Ryan Grim, chefe da
redação do The Huffington
Post em Washington, que re-
postou a série ficcional de twe-
ets no Dia de Ação de Graças, a
carta ao Papai Noel e o ensaio
sobre a pobreza. "Se você co-
loca na internet alguma coisa
sem checar a origem, mas é o
primeiro a fazer isso, você re-
cebe milhões e milhões de vi-
sitas e, mais tarde, caso fique
provado que tudo não passou
de uma mentira, você conti-
nua com essas visitas. Isso é
um problema. Os incentivos
estão todos errados".
Porém, Cook
afirma acredi-
tar que os leito-
res são capa-
zes de distin-
guir os conteú-
dos sérios dos
tirados da web
sem avaliação.
" Pre s s u p o m o s
um certo nível
de sofisticação
e ceticismo por
parte de nos-
sos leitores", afirmou.
Elan Gale, de 30 anos, pro-
dutor de TV e autor do artigo in-
ventado sobre a briga no avião,
afirmou que não está conven-
cido disso. Sua história ficcio-
nal no Twitter entre a troca de
comentários cada vez mais
hostis entre os passageiros se
espalhou rapidamente – uma
compilação dos posts de Gale
recebeu 5,6 milhões de cli-
ques. O BuzzFeed percebeu o
tremor na Web e postou a his-
tória, atraindo quase 1,5 mi-
lhão de visitas ao site. (A seção
de viagens do blog do The New
York Times também publicou
um link para a história, que de-
signou como imaginária, após
descobrir que não era verda-
deira.) Por fim, Gale revelou
que a conversa toda era falsa e
o BuzzFeed postou uma atuali-
zação afirmando que a história
era mentirosa, ou hoax, na lin-
guagem da internet. "Eu não
gosto nem um pouco da pala-
vra hoax", afirmou Gale, que
afirmou que ninguém ligou pa-
ra ele para confirmar a história.
"Eu estava enviando mensa-
gens para meus seguidores,
que sabem muito bem o que eu
faço. As pessoas que divulga-
ram a história é que estão en-
ganando o público, não eu".
BuzzFeed – O BuzzFeed ar-
gumenta que Gale atiçou o fo-
go quando o post passou a ser
divulgado, ao invés de des-
mentir a história, e que um re-
pórter do BuzzFeed tentou
contatá-lo via Twitter.
O BuzzFeed, assim como al-
guns outros sites, contou com
updates e notícias para corri-
gir a reportagem anterior so-
bre a história de Gale. (Somen-
te a correção atraiu mais de
400.000 visitas). Todavia, o si-
te precisa continuar a cobrir a
conversa animada das mídias
sociais, afirmou Lisa Tozzi, di-
retora de notícias do BuzzFeed
e antiga editora do Times. Isso
acontece porque "é lá que os
leitores vivem", af irmou.
"Nossos leitores veem todas
essas coisas e acredito que ha-
ja uma expectativa de que fa-
çamos reportagens sobre a
cultura em que vivem".
Benton, do Laboratório Nie-
Hiroko Masuike/The New York Times
John Cook, editor-chefe do Gawker: "lidamos com um volume de informações que é incapaz de aceitar os padrões estritos de precisão de outras empresas."
man, diz o seguinte: "Isso é um
tipo de jornalismo que funcio-
na como um dedo duro – 'Olhe
para cá, isso é interessante'".
Segundo ele, é improvável
que a incerteza sobre a veraci-
dade das histórias impeça os
editores de postá-las. "Acredi-
to que o BuzzFeed provavel-
mente fique um pouco chatea-
do por revelarem seus erros,
mas eles não vão começar do
dia para a noite a pedir três
fontes diferentes", afirmou.
Fascinante – Não se sabe até
que ponto os leitores se preo-
cupam com o fato de uma his-
tória fascinante ser verdadei-
ra ou não, ao menos quando se
trata de clicar nela. Melanie C.
Green, psicóloga social da Uni-
versidade da Carolina do Nor-
te, em Chapel Hill, afirmou que
embora as pessoas digam que
se importam muito, suas rea-
ções emocionais continuam a
ser as mesmas em ambos os
casos. "É a mesma coisa com
filmes e livros", afirmou. "Que-
remos ver uma coisa nova,
que nos ajude a fugir de nos-
sas realidades".
A maioria das histórias exa-
geradas tem poucas conse-
quências na vida real, mas não
todas. As pessoas doaram US$
60 mil a Tirado com base em
sua descrição vívida de uma
vida de pobreza, até que ela
parou de aceitar doações (o
Gawker também sugeriu que
as pessoas parassem de dar
dinheiro para ela).
Em uma entrevista recente
por e-mail, Tirado recomen-
dou que o repórter procurasse
os registros de seus pedidos
de assistência pública e afir-
mou que achava que as pes-
soas estavam "usando isso co-
mo uma oportunidade para
evitar conversas sobre essas
questões".
Ela não manifestou qual-
quer intenção de devolver o
dinheiro. Zach Poitras, come-
diante do Brooklyn que enviou
a carta para o Papai Noel, afir-
mou que acreditava ter sido
injustamente classificado co-
mo mentiroso. "Detesto fazer
pegadinhas", comentou.
Papai Noel – Poitras e seus
amigos começaram a ligar pa-
ra alguns dos sites que exi-
biam a carta ao Papai Noel tão
logo a viram na internet.
"A pegadinha real", afir-
mou, é que alguns sites jorna-
lísticos são extremamente
p re g u i ç o s o s .
"Ninguém me ligou. Eles es-
peraram os fatos virem à tona
para corrigirem seus erros",
desabafou.
The New York Times
Queremos ver umacoisa nova, que nosajude a fugir denossas realidadesMEL ANIE C. GREEN, P S I C Ó LO G A
SOCIAL DA UNIVERSIDADE DA
CAR OLINA DO NO RT E
As pessoas quedivulgaram ahistória é queestão enganandoo público, não euEL AN GA L E, AU TO R DO A RT I G O
I N V E N TA D O SOBRE A
BRIGA NO AV I Ã O
SAIDEIRA – Os turistas aproveitaram ontem o último dia do feriadoprolongado de fim de ano. Em Ubatuba, as praias ficaram lotadas naparte da manhã. À tarde, foi a vez das estradas ficarem cheias e houvelentidão nas principais rodovias de acesso à Capital.
Reginaldo Pupo/Estadão Conteúdo
Um grupo de moradoresprotestou e colocou fogo
em um ônibus, na madrugadade ontem, na região doJabaquara, na zona sul de SãoPaulo. Segundo a Polícia Civil, oato ocorreu após uma criançaser atingida por uma balap erdida.
Os moradores fecharam viase apedrejaram o coletivo, quetambém acabou incendiado.Com isso, policiais da Força
ÔNIBUS É INCENDIADO EM PROTESTOTática foram encaminhadospara o local e tiveram que usarbombas de gás lacrimogêneopara dispersar o grupo.Ninguém foi ferido ou detido.
Segundo a polícia, osmoradores apontam que acriança foi atingida por um tirona perna durante um tiroteioenvolvendo bandidos e policiaismilitares. Não foi informado,porém, o detalhes da ação e oestado da criança. ( Fo l h a p r e s s )
.Ó..R B I TA
sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 9
Cinema na TVClint Eastwood dirige e é o astro de Rota Suicida (1977). Ele protagonizaum policial íntegro que protege uma testemunha para um julgamento.
Nesta segunda (6). TCM. 22h. 14 anos.
C R I AT I V I DA D E
Está nascendo uma novelaMichael Nagle/NYT
Escritor holandês Arnon Grunberg: cabeça coberta de eletrodos para analisar seu processo criativo.
Jennifer Schuessler, NYT
Aquiles Rique Reis
CDBoca mais Livre do que nunca
Desde 1995, quando gravou
Americana, o Boca Livre não
lançava um disco com um repertó-
rio inédito para suas quatro vozes.
Pois eles estão de volta, dessa vez
com Amizade (MP,B discos, distri-
buição da Universal Music).
Mais Boca Livre do que nunca,
Maurício Maestro, seu arranjador
vocal e instrumental, vai fundo em
criações sem nenhum ranço de
dogmatismo harmônico e, ora
com o contrabaixo, ora com o vio-
lão, enquanto arredonda o vocal
na quarta voz, acrescenta geniali-
dade ao som que cria. David Tygel,
seja bem cantando a terceira voz
consciente de sua importância no
vocal, seja com a viola brasileira,
está mais criativo do que sempre.
Lourenço Baeta, enquanto mos-
tra plena sabedoria para cantar a
segunda voz, acentua com a flau-
ta o molho que dá sabor a muitos
dos arranjos concebidos por Mau-
ricio Maestro. E Zé Renato, solista
de agudos certeiros, com seu vio-
lão tem o dom de ser único e, por
isso, brilhar, além de integrar soli-
dariamente o vocal, vendo no to-
do o seu maior fulgor.
Oito as músicas, uma verdadei-
ra aula de como sacar um repertó-
rio que permita a um grupo vocal
ser virtuoso e contagiante, esban-
jando jovialidade. Com solos vo-
cais reduzidos a poucos versos em
cada música, o canto impera com
enorme afinação. A mixagem re-
força os harmôni-
cos vocais.
de Acordar ( N o-
velli). O contrabai-
xo inicia. Logo vem
a bateria, seguida
pelos violões e pe-
lo piano. O canto
surge em unísso-
no. Aos poucos o
vocal vai se abrin-
do. Após cantar a
música inteira, vem um intermez-
zo em uníssono que fica ainda me-
lhor quando abre em quatro vozes
e acentua os acordes junto com a
marcação do tempo forte pela ba-
teria. Volta o tema da introdução,
com ele surge o
ce l lo de Jaques
Morelenbaum. O
voca l re toma o
protagonismo. As
vozes se sobre-
põem, o inst ru-
menta l vo l ta e ,
com o cello, todos
ralentando, vão ao
final.
Rio Amazonas(Dori Caymmi e Paulo César Pi-
nheiro) tem introdução de percus-
são, violão e bateria. O canto vem
em uníssono. Logo o arranjo abre o
vocal. Maurício Maestro sola al-
guns versos. O vocal retoma. A
melodia em uníssono tem coro
também em uníssono a acompa-
nhá-la. A melodia ganha vocal, o
coro se mantém uníssono. Flautas
e baixo improvisam. Segue o vo-
cal. O cl ima é intenso.. . Meu
Deus!
Paixão e Fé (Tavinho Moura e Fer-
nando Brant) é um golaço. A ver-
são do Boca para o sucesso grava-
do por Milton Nascimento no disco
Clube da Esquina 2 é de arrepiar:
um sino toca. O acordeom de João
Carlos Coutinho inicia. O violão
ponteia. O baixo puxa a melodia
em uníssono. Agora seja o que
Deus quiser. O arranjo cresce. O
vocal aberto é intercalado por ter-
ças e uníssonos. Os tambores
marcam. A guitarra de Jr. Tostoi
cria efeitos mágicos. O acordeom
segue sempre enriquecendo a tu-
do. A voz aguda de Zé Renato che-
ga num breve solo, seguem-se as
quatro vozes... Épicas!
Não se ouve o Boca Livre impu-
nemente, há que se deixar conta-
giar por sua jovialidade. O que res-
ta é uma vontade enorme de se-
guir ouvindo tudo outra vez.
Aquiles Rique Reis,músico e vocalista do MPB4.
Escritores que trabalham
em livros novos costumam
reclamar da pressão. Po-
rém, certa noite, o romancista ho-
landês Arnon Grunberg estava
sentado a uma mesa atulhada em
seu pequeno apartamento nova-
iorquino, com mais motivos para
resmungar do que a maioria.
Primeiro, havia a novela que ele
estava tentando fazer decolar,
obra mais nova em uma série que
ultrapassa uma dúzia de livros
que o tornaram, aos 42 anos, tal-
vez o romancista mais célebre do
seu país e um astro literário na Eu-
ro p a .
Mais pressão, no entanto, e ao
pé da letra, vinha da espécie de
touca de banho com 28 eletrodos
plantados em sua cabeça.
"Depois de uma meia hora, a ca-
beça começa a doer", disse Grun-
berg enquanto um técnico de uma
empresa de software holandesa
despejava cuidadosamente água
sobre um dos eletrodos para me-
lhorar a condutividade.
Grunberg passou várias horas
por dia escrevendo sua novela,
enquanto uma bateria de senso-
res e câmeras acompanhavam as
ondas cerebrais, batimentos car-
díacos, resposta galvânica da pe-
le (mensuração elétrica de empol-
gação emocional) e expressões
faciais. No próximo outono do He-
misfério Norte, quando o livro es-
tiver publicado, 50 pessoas na Ho-
landa vão lê-lo em circunstâncias
igualmente controladas, com sen-
sores e tudo.
E LO SA seguir, os pesquisadores vão
destrinchar os dados na esperan-
ça de encontrar padrões que pos-
sam ajudar a esclarecer os elos
entre a forma com que a arte é
criada e desfrutada, e possivel-
mente a natureza da criatividade
em si.
"Será que os leitores do texto de
Arnon vão sentir que compreen-
dem ou personificam as mesmas
emoções que ele sentiu enquanto
escrevia ou ler é um processo
completamente diferente?", in-
dagou Ysbrand van der Werf, pes-
quisador do Instituto Holandês de
Neurociência e do Centro Médico
da Universidade VU, Amsterdã,
que criou o experimento com Jan
van Erp, da Organização Holande-
sa para Pesquisa Científica Aplica-
da. "Essas são algumas das per-
guntas que queremos respon-
d e r. "
Este experimento está ligado
ao campo florescente da neuroes-
tética, que na última década ten-
tou descobrir as bases neurais de
nossa experiência de música e ar-
te visual, usando a tecnologia da
imagiologia cerebral. Lentamen-
te, um número pequeno, mas
crescente de pesquisadores tam-
bém passou a usar ferramentas si-
milares para examinar a experiên-
cia mais evasiva e, quem sabe,
mais ameaçada da leitura literá-
ria.
Recentemente, um estudo pu-
blicado em New School for Social
Research demonstrou que os lei-
tores de ficção literária tinham
pontuação mais alta em testes de
empatia do que os de ficção co-
mercial, uma descoberta saudada
com satisfeitos "eu te disse" de
muitos leitores e escritores.
Grunberg, no entanto, parece
ser o primeiro romancista a sub-
meter não apenas sua obra como
também o próprio processo criati-
vo a exame científico direto.
E ele afirma não ter nenhum ou-
tro interesse na ideia de que suas
sátiras sombrias e livros cheios de
compaixão – incluindo o recente-
mente traduzido Tirza, elogiado no
New York Times Book Review como
"nunca menos do que fascinante"
se "não sempre agradável" – s e-
jam mostrados como edificantes
social ou moralmente.
PERIGO"Não creio que esse experimen-
to necessite provar que a literatu-
ra pode ser boa para você. Às ve-
zes, a literatura pode ser perigosa,
se for levada a sério", diz Grun-
b e rg .
Filho de alemães sobreviventes
do Holocausto, Grunberg se tor-
nou uma celebridade na Holanda
precisamente por tratar o fato de
ser escritor como uma espécie de
brincadeira, afirmam seus admi-
r a d o re s .
O primeiro romance, Blue Mon-
days, escrito depois que ele largou
o ensino médio, fracassou como
ator e foi à falência como editor, vi-
rou best-seller e ganhou um famo-
so prêmio holandês como melhor
livro de 1994. Seis anos mais tar-
de, aconteceu um pequeno es-
cândalo depois que ele ganhou o
prêmio novamente com The Storyof My Baldness, escrito sob o pseu-
dônimo Marek van der Jagt, autor
inventado que fez críticas contun-
dentes a Arnon Grunberg.
Embora o autor tenha morado a
maior parte do tempo em Nova
York desde 1995, ele pode parecer
onipresente na Holanda, onde es-
creve uma coluna de 150 palavras
para a capa de The Volkskrant, um
jornal famoso, realiza entrevistas
públicas regulares com políticos,
cientistas e artistas proeminen-
tes, e chegou a emprestar o nome
a uma vinícola (seu primeiro pro-
duto: Freud). Ele também pode
dar a impressão de estar em ou-
tros lugares, graças a artigos para
jornais baseados nas experiên-
cias com os militares no Afeganis-
tão, com garçons do vagão restau-
rante em um trem suíço, com mas-
sagistas em um resort romeno,
com pacientes em uma ala psi-
quiátrica belga (onde ele disse ter
recebido a maioria dos tratamen-
tos) e até mesmo com uma família
holandesa comum de férias.
Segundo o escritor, o experi-
mento atual brotou do desejo de
brincar com as possibilidades
sombrias da tecnologia dos livros
eletrônicos. Grunberg imaginou
que se a Amazon pode rastrear on-
de o usuário do Kindle para de ler,
de que outras formas um autor po-
de conseguir espionar seu públi-
co?
TR ANSFORMAÇÃOSua editora holandesa, Nijgh &
Van Ditmar, o convenceu a partici-
par da experiência. E assim que
ele se conectou com os neurocien-
tistas, a transformação de provo-
cador em porquinho-da-índia foi
completa.
"Eu era só o objeto. É como ter
outra pessoa embutida dentro do
meu próprio cérebro."
Porém, a ciência quantitativa
real virá mais tarde, explicou van
der Werf, quando os pesquisado-
res mensurarem o efeito da nove-
la em 50 leitores. Eles pediram a
Grunberg para tentar manter ca-
da trecho de texto limitado a uma
emoção dominante, e rastrearam
onde seu cursor estava em vários
pontos de cada sessão de escrita,
para combinar suas palavras com
os dados psicológicos. Os 50 leito-
res vão ler a novela em um livro di-
gital, para permitir um acompa-
nhamento similar.
Grunberg estimou levar mais
cinco meses para finalizar o livro.
De acordo com ele, os sensores in-
terferiram menos com o processo
criativo do que temia, mas permi-
tiu que o experimento em si termi-
nasse aparecendo no livro, o qual
o autor contou que abordaria
questões de privacidade e segu-
rança cibernética.
10 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014
Quando o mundofica ainda menor
"This world is tiny" é o título
da série de miniaturas
humorísticas que trazem
uma visão sarcástica sobre a
vida cotidiana. Na série,
artistas reproduzem cenas do
cotidiano em esculturas
miniaturizadas colocadas em
vidros transparentes. Para
ver mais peças da série,
acesse o blog.
w w w. t h i s w o r l d i s t i n y. b l o g s p o t . p t
.M..ÚSICA
O pequeno gigante da canção se despede
.V..ÍDEO
Schumi não estava em alta velocidadeUm vídeo com imagens
do acidente de Michael
Schumacher gravado por
um esquiador com um
smartphone mostraria que
o ex-piloto de Fórmula 1
não estava em grande
velocidade quando caiu
fora das pistas
demarcadas na estação de
Méribel, nos Alpes
franceses. A informação foi
publicada pela revista DerSpiegel, segundo a qual,
além do vídeo captado
pela câmera que
Schumacher levava
incorporada ao capacete,
havia estas imagens
gravadas por um turista
alemão no momento da
queda. A revista relata que
o autor das imagens entrou
em contato com sua
redação na sexta-feira e
explicou que o esquiador
acidentado era
Schumacher, que estava
em uma "velocidade
moderada", de "no
máximo 20 km/h". O
promotor de Albertville,
Patrick Quincy, já solicitou
uma cópia do vídeo.
.E..S PA Ç O
Índia lança foguete de alta tecnologiaA Índia lançou ontem
com sucesso um foguete
de propulsão criogênica.
O foguete, de 415
toneladas, decolou da
base de Sriharikota, em
Andhra Pradesh, com o
objetivo de colocar em
órbita um satélite de
comunicação. Os
motores criogênicos
funcionam com
hidrogênio e oxigênio
líquidos a temperaturas
extremamente baixas. A
tecnologia permite fazer
a propulsão de satélites
mais pesados. Rússia,
França, Japão, China e
agora a Índia são os
únicos países a deter
essa tecnologia.
.F..UTEBOL
O adeus a um mito
Eusébio, o grande craque
do futebol português,
morreu na madrugada
do domingo em Portugal. Ele
tinha 71 anos e teve uma para-
da cardiorrespiratória por vol-
ta das 4 horas, horário local,
em sua casa em Lisboa.
Em homenagem ao craque,
o presidente Aníbal Cavaco
Silva fez um pronunciamento
à nação ontem. Ele lamentou a
perda do ex-jogador e decre-
tou luto oficial por três dias.
Nascido em 1942, na colô-
nia África Oriental Portugue-
sa, na região hoje conhecida
como Moçambique, Eusébio
surgiu para o futebol no Spor-
ting Lourenço Marques. Em
1960, chegou ao Benfica, on-
de atuou por mais de 600 ve-
zes, se tornando o grande no-
me da história do clube e ídolo
maior do futebol português.
Apelidado de "Pantera Ne-
gra", ele se aproximou da mar-
ca de um gol por jogo durante a
carreira, encerrada aos 38
anos, num périplo por clube
menores nos EUA, México, Ca-
nadá e Portugal, entre 1975 e
1980, recusando-se a parar
apesar das seguidas opera-
ções no joelho esquerdo.
Pela então fraca seleção
portuguesa, Eusébio só teve
chance de disputar uma Copa
do Mundo, em 1966. Na Copa
da Inglaterra, comandou um
time histórico, que eliminou o
então bicampeão mundial
Brasil e chegou até o terceiro
lugar, melhor posição já con-
quistada por Portugal num
Mundial. Ele foi o artilheiro da
competição, com nove gols.
Com a camisa do Benfica,
conquistou 11 títulos do Cam-
peonato Português e levou o
clube a ser campeão europeu
José Sena Goulao/EFE
s
.E..SQUI
Dan
iel K
arm
ann/
EFE
O esquiador norueguês Anders Bardal salta durante a prova
de classificação para a etapa final do torneio Four Hills, na
localidade de Bischofshofen, na Áustria. Apesar do salto
belíssimo, o atleta não conseguiu a classificação.
.C..R I AT I V I D A D E
Caminhão feito de gelo
Pa r a
mostrar
como suas
baterias
funcionam
no frio, a
e m p re s a
Canadian
Tire criou
um
caminhão
todo de
gelo. O
veículo,
totalmente
funcional
em locais
de clima
frio, foi
montado
pela
e m p re s a
I c e c u l t u re .
goo.gl/F4fbXS
em 1962, porém, não conse-
guiu ganhar o Mundial, ao per-
der para o Santos de Pelé.
Nos últimos tempos, Eusé-
bio vinha sofrendo com a saú-
de debilitada. No ano passa-
do, foi internado algumas ve-
zes por causa de problemas
respiratórios e cardíacos.
Mesmo assim, mantinha o
papel de embaixador do fute-
bol português, acompanhan-
do a seleção do país nas prin-
cipais competições, e foi sím-
bolo para a geração de Portu-
gal que hoje faz sucesso sob o
comando do astro Cristiano
Ronaldo. (Estadão Conteúdo)
Ocantor Nelson Ned mor-
reu na manhã de ontem,
aos 66 anos, devido a compli-
cações de um quadro de pneu-
monia que o levou a ser inter-
nado no Hospital Regional de
Cotia. O corpo do cantor foi ve-
lado ontem no cemitério Horto
da Paz em Itapecerica da Ser-
ra, e cremado.
Nelson Ned foi internado
com um quadro de infecção
respiratória aguda, pneumo-
nia e problemas na bexiga.
Desde o último dia 24 de de-
zembro, Ned estava registra-
do na casa de repouso Recan-
to São Camilo, na Granja Via-
na, onde recebia diariamente
a visita da irmã e do cunhado.
Foi na casa de repouso que a
ambulância o socorreu, rumo
ao hospital.
Carreira - Nelson Ned nas-
ceu em Ubá, em Minas Gerais,
em 2 de março de 1947. Nos
anos 60, iniciou carreira e gra-
vou discos que repercutiram
em toda a América Latina. Seu
maior sucesso é a canção Tu d oPassar á, de 1969, que teve
mais de 40 regravações. Em
1996, Ned lançou a biografia OPequeno Gigante da Canção, re-
ferência à sua condição de
a n ã o.
O artista sofreu um acidente
vascular cerebral (AVC) em
2003. Como consequência,
perdeu a visão de um olho e
precisou se locomover com a
ajuda de cadeira de rodas. Ele
também sofria de diabetes, hi-
pertensão arterial e mal de Al-
zheimer em fase inicial.
A morte do cantor repercu-
tiu em países como Colômbia,
Venezuela e México. Entre os
inúmeros fãs que Ned teve na
América Latina, um deles ocu-
pa lugar especial: o escritor
colombiano Gabriel García
Márquez, vencedor do Nobel
de Literatura.
A TV venezuelana Globovi-
sión, por exemplo, destacou
em seu site que Ned foi o pri-
meiro latino-americano a ven-
der um milhão de discos nos
Estados Unidos.
O jornal venezuelano ElM un d o , disse que Nelson Ned
"se consagrou na década de
1960 como uma das vozes ro-
mânticas mais famosas do
Brasil".
O mexicano El Universal,lembrou que uma decepção
amorosa levou Ned a escrever
canções. (Fo l h a p r e s s )
Kátia Lombardi/Folhapress
Antonio Cotrim/EFE
No alto, fãscolocam floresem estátua deEusébio emLisboa. Ao
lado, abraçoem Pelé em
2002.
EFE
sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014 11
CAIXA 1O seu consultor financeiro
É hora de desenhar o própriomapa do tesouro
Começo de ano é oportunidade para começar um novo orçamento, rever o existente e fazerplanos. Veja as dicas de autor de um romance sobre finanças.
Rejane TamotoDivulgação
Para o especialista emfinanças pessoais FabioAraujo, famílias devem
dedicar mais tempo paraorganizar os gastos em 2014.
Estreia hoje o novo Ibovespa
Entra em vigor hoje a nova carteira
teórica do Ibovespa – o principal
índice do mercado de ações. A no-
vidade foi a inclusão das ações ordiná-
rias da Tractebel, com peso de 0,647% e
a exclusão das ações ordinárias da
MMX. A nova carteira teve, ainda, a in-
clusão das ações ordinárias da BB Se-
guridade, EcoRodovias, Estácio, Even e
Qualicorp. Foram excluídas B2W ON,
Cteep PN, OI ON, Usiminas ON e Van-
guarda ON, totalizando 72 ativos.
As ações preferenciais da Petrobras
aparecem como as de maior peso no
Ibovespa, com participação de 8,147%,
à frente dos papéis PNA da Vale, com
8,005%. Depois, vem Itaú Unibanco PN
na terceira colocação entre os papéis
com maior peso na carteira, com
6,889%, seguida por Bradesco PN, com
5,305%, Petrobras ON, com peso de
3,995%, Vale ON, com 3,816% e Ambev
ON, com 3,793%.
Analistas destacam que este reba-
lanceamento do Ibovespa é particular-
mente importante porque traz algumas
regras da nova metodologia. As mu-
danças serão implantadas escalona-
das em duas etapas. Apenas a partir de
maio de 2014, informa a Bolsa, a ponde-
ração do Ibovespa será realizada exclu-
sivamente com base na nova metodo-
logia. As principais alterações na meto-
dologia são: forma de ponderação, que
passará a ser realizada pelo free floatcom cap de liquidez (IN) de 2 vezes; e
cálculo de índice de negociabilidade
(IN), que passará a considerar 1/3 da
participação no número de negócios e
2/3 da participação de volume financei-
ro. Também haverá mudanças nos cri-
térios de inclusão e exclusão da cartei-
ra, bem como nos critérios de inclusão e
permanência na carteira em caso de
suspensão da negociação do ativo. A
nova metodologia contará também
com a introdução de limite de participa-
ção por empresa. Entre outras mudan-
ças, a nova metodologia do Ibovespa
prevê já para janeiro que as ações clas-
sificadas como penny stocks (que valem
menos de R$ 1), no período de validade
da carteira anterior ao rebalanceamen-
to, não entram no índice. (AE)
Com os pais atolados em dívidas, o
garoto Lucas, de 14 anos, quase
viu sua família perder o aparta-
mento. O amigo da escola, Vini,
acreditava que seus sonhos só seriam
concretizados se ele tivesse muito dinhei-
ro. Curiosos, os dois meninos, persona-
gens do livro Sociedade da Fortuna (Edito-
ra Mais Ativos), conduzem o leitor para
uma jornada rumo à educação financeira.
Como em um j ogo cheio de mistérios, os
dois jovens são desafiados a cumprir pro-
vas, nas quais aprendem a fazer um orça-
mento, organizar as contas e sair das dívi-
das. Por meio das experiências de outros
personagens da narrativa, Lucas e Vini ad-
quirem consciência sobre os conceitos de
finanças e os colocam em prática.
O autor do livro, Fabio Araujo, analista
do Banco Central (BC) e educador finan-
ceiro, conta que queria escrever esse livro
– lançado oficialmente em dezembro –
desde quando tinha 17 anos. O resultado
foi um romance juvenil, voltado para ado-
lescentes que estão cursando o ensino
médio. "Mas pode ser lido por qualquer
pessoa que se interesse por finanças pes-
soais", afirma.
Aos 35 anos, Araujo utilizou sua expe-
riência no mundo dos cálculos para escre-
ver o livro: trabalhou em banco, gestora
de recursos, hoje trabalha no BC e ministra
cursos de educação financeira. Na sua tra-
jetória, também estudou psicologia eco-
nômica. Entre os especialistas que refe-
rendaram o livro de Araujo estão a psicó-
loga econômica Vera Rita de Mello Ferreira
e o matemático José Dutra Vieira Sobri-
nho. Na entrevista a seguir, o especialista
fala sobre o que é mais importante no
campo das finanças pessoais e dá dicas
para começar bem 2014.
DC – É difícil ensinar as pessoas a terdisciplina para fazer o orçamento, no qual épreciso anotar todas as despesas e receitas.No livro, você consegue destrinchar bemessa atividade e com certa leveza. Qual é osegredo?
Fabio Araujo – Já dei aulas de finanças
pessoais e percebi que, quando peço para
o aluno fazer o próprio orçamento ele tra-
va e se sente invadido. Ao elaborar um or-
çamento com o nome de outra família –
que tenha uma realidade parecida com a
do aluno – ele rompe a barreira com o te-
ma, se solta e aprende a usar esse concei-
to de finanças pessoais para outra pessoa.
Aprendi que um dos princípios é não dar
um conselho direto.
DC – Que técnica o leitor pode utilizarpara fazer um orçamento sem sofrimento?
FA –Fazer orçamento é chato e trabalho-
so, mas minha dica é começar fazendo um
plano de ação de 30 dias, já que é um prazo
determinado, com começo, meio e fim.
Nesse período, a pessoa só vai anotar to-
dos os gastos. A anotação pode ter como
base os extratos bancários e faturas pa-
gas, mas é a parte mais chata mesmo. É o
momento em que só se coleta dados. A se-
gunda parte é mais interessante, quando
a pessoa classifica esses gastos e faz a
análise. Nesta etapa, ela faz escolhas e
pensa no que precisa, no que deseja e no
que desperdiça. É o momento de parar pa-
ra pensar se usa tudo o que consome. O
ideal é fazer dois ciclos de 30 dias. Porque
dá para ver o resultado dos esforços no se-
gundo orçamento. Nem chamo de orça-
mento e sim de mapa, porque ajuda a to-
mar decisões práticas. É o mapa que con-
duz à realização de um sonho e de um ob-
jetivo. Por isso que, no livro, ele é o mapa
do tesouro dos meninos.
DC – Que conselho financeiro você podedar para as famílias em 2014?
FA – Será um ano atípico e de solavan-
cos, com Copa do Mundo e eleições. Na mi-
nha opinião, as famílias não devem se
preocupar tanto com o cenário macroeco-
nômico e sim com o seu dia a dia, com o
emprego, os estudos e a organização da
casa e da família. Esse tipo de preocupa-
ção tem um impacto financeiro maior para
a pessoa do que uma pequena mudança
na taxa de juros ou de câmbio – assuntos
sobre os quais elas não têm nenhum con-
trole e, por isso, são de difícil leitura.
DC – Por 2014 ser um ano de solavancos,é ainda mais importante ter uma reservafinanceira?
FA – Independentemente de como anda
a economia, a reserva financeira é impor-
tante porque ajuda a pessoa a dormir tran-
quila caso ocorra uma emergência. Serve
como um amortecedor. Formar uma reser-
va financeira de emergência seria um de-
safio interessante em 2014 para aqueles
que estão endividados ou que não têm
poupança.
DC – Falando em poupança, como evitara confusão entre poupar e investir?
FA –No Brasil o principal produto é a pou-
pança. E muita gente que coloca o dinhei-
ro na caderneta acha que está fazendo in-
vestimento. O fato é que a poupança é a
porta de entrada no mundo dos in-
vestimentos e não vejo problema no
fato de um endividado conseguir se
organizar e guardar dinheiro na ca-
derneta. Não tem problema. Só é ne-
cessário entender as características
da poupança e de outros produtos de
investimento para tomar a melhor
decisão. Depois de conhecer os pró-
prios objetivos de investimento, o
segundo ponto é conhecer as característi-
ca de outros produtos existentes. Essas
duas informações podem ajudar a fazer a
melhor alocação. A ideia do livro é derru-
bar os mitos e mostrar que finanças e in-
vestimentos não são bichos de sete cabe-
ças. Por mais que a gerente do banco fale
palavrões como "alocação" e "liquidez",
as pessoas precisam aprender a lidar com
eles no dia a dia.
DC – Um conselho que você dá paraquem já tem investimentos é fazer orebalanceamento da carteira. Por que isso éimportante?
FA –É um conceito interessante, mas di-
fícil de colocar em prática. É o momento
em que a pessoa revê a carteira e seus ob-
jetivos. Por exemplo, se um investidor tem
70% do dinheiro em renda fixa e 30% em
ações, ele deve parar para ver como a car-
teira está andando. Às vezes a bolsa subiu
e caiu e ele acabou chegando ao fim de um
ano com 90% em renda fixa e 10% em
ações. Se quiser manter o objetivo, deve
vender renda fixa e comprar ações. É o
conceito de comprar na baixa e vender na
alta. De tempos em tempos ele vende o
que subiu mais e compra o que subiu me-
nos. E de maneira passiva coloca esse
conceito em prática, sem fazer uma aná-
lise aprofundada do mercado financeiro e
sem precisar ser um especialista em aná-
lise de ações para fazer uma boa alocação
na bolsa. O investimento no mercado de
ações é de longo prazo e as empresas pre-
cisam de tempo para maturar, além de de-
penderem do cenário econômico para lu-
crar. A pessoa que coloca em prática esse
conceito de rebalanceamento da carteira
pode perder menos tempo pensando nis-
so e dedicar mais tempo para a carreira e à
p ro f i s s ã o.
DC – A verdade é que dinheiro dátrabalho e é preciso cuidar dele. Mas, comovocê diz no livro, ele não é tudo, certo?
FA – O dinheiro impacta nossa vida mas
ele não é a nossa vida. Vale muito a pena
dedicar um tempo para entendê-lo e ad-
ministrá-lo. O dinheiro é uma ferramenta
importante, que merece ser entendida e
domada. Mais importante que dinheiro é
ter carreira, família e amigos.
12 -.ECONOMIA DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014
sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 13
Novo ano com poucasmudanças à vista na economia
Apesar de fatores importantes como Copa e eleições, economia deve repetir, em 2014, desempenho regular que teve no ano passado.
Rejane Aguiar
Não anda, mas tam-
bém não desanda. A
expressão repre-
senta bem a pers-
pectiva da maior parte dos
analistas para a economia
brasileira em 2014. Este ano
deve ser quase uma cópia de
2013, com crescimento baixo,
inflação ainda alta e deteriora-
ção das contas externas. É um
cenário decepcionante em re-
lação às expectativas que se
tinha nos últimos anos em re-
lação ao ano em que o Brasil
sedia a Copa do Mundo –espe-
rava-se uma economia pujan-
te, cheia de oportunidades pa-
ra vários tipos de empreendi-
mento. Não vai ser assim.
Nem mesmo o ano eleitoral
deve impulsionar os investi-
mentos do governo e a reati-
vação da atividade. Os resul-
tados das políticas macroeco-
nômicas adotadas de dois
anos para cá (em especial, a
redução mais agressiva da ta-
xa básica de juros sem que as
condições permitissem, a per-
sistente política de desonera-
ções tributárias para incenti-
var o consumo e a desastrada
“contabilidade criativa” na s
contas públicas) deixaram o
governo “ama rrado”. A equi-
pe econômica teme, afirmam
os economistas, que o Brasil
tenha a nota de crédito rebai-
xada pelas agências de classi-
ficação de risco, o que causa-
ria prejuízos. Assim, o Ministé-
rio da Fazenda teria pouco es-
paço para manobras.
“O ano de 2014 será de con-
tinuidade, talvez com um pou-
co mais de volatilidade dos
mercados. Tenho a impressão
de que o governo vai se dedi-
car à administração mais rígi-
da das contas públicas e ao
combate à inflação como for-
ma de assegurar a estabilida-
de macroeconômica”, afirma
o economista da Associação
C o m e rc i a l d e S ã o Pa u l o
(ACSP) Emilio Alfieri. “Na s
condições atuais, o cresci-
mento do Produto Interno Bru-
to dificilmente passa de 2%,
2,5% ao ano e, se passar disso,
gerará desequilíbrios macroe-
co nô mi cos ”, destaca o sócio
da Tendências Consultoria
Maílson da Nóbrega.
Maílson tem uma avaliação
que vai além do economês.
Segundo ele, apesar de a si-
tuação não ser das melhores,
o Brasil não desanda (desan-
dar, para ele, equivaleria a
uma transformação em países
como a Argentina e a Venezue-
la, que têm políticas econômi-
cas bastante heterodoxas)
por um motivo muito simples:
a consistência de instituições
como o Judiciário e a impren-
sa. “Podemos, felizmente, di-
zer que o País tem hoje institui-
ções democráticas sólidas, o
que inibe a perpetuação de
políticas econômicas populis-
tas. Além disso, a sociedade
brasileira já se mostrou intole-
rante à inflação, o que é uma
ótima notícia. Inflação agora
destrói popularidade. Diferen-
temente do que acontecia no
passado, os governantes ago-
ra pensam muitas vezes antes
de tomar medidas que pos-
sam ameaçar a estabilidade
dos preços. Hoje o Executivo
tem limites, precisa lidar com
um conjunto de instituições
que impedem ações prejudi-
ciais à economia do País”, pon-
dera “Não existe razão para
ser pessimista considerando a
mudança da mentalidade da
sociedade brasileira nos últi-
mos 30 anos”, diz o ex-minis-
tro da Fazenda.
Esse novo desenho social,
no entanto, não acaba com os
problemas econômicos brasi-
leiros, evidentemente. Um
dos mais graves, em curto e
médio prazos, é a piora contí-
nua das contas externas, des-
tacada por Alfieri. “As contas
externas precisam parar de
piorar. O ideal é que o déficit
externo fique em torno de 2%
do PIB, mas já estamos em
3,6%. É bom lembrar que, na
crise cambial de 1997/1998,
esse percentual era de 4%. É
claro que hoje o governo pode
contar com reservas cambiais
muito maiores, mas não pode
descuidar da área externa”,
diz Alfieri. Analistas viram na
decisão do governo de elevar
de 0,38% para 6,38% o Impos-
to sobre Operações Financei-
ras (IOF) para as transações
com cartões pré-pagos e de
débito no exterior, anunciada
na última semana de 2013,
um sinal de preocupação com
as contas externas (embora
seu efeito sobre o balanço de
pagamentos seja marginal).
Um problema bem maior está
na balança comercial, que te-
ve no ano passado o menor su-
perávit em 13 anos, com as im-
portações batendo recorde.
Alfieri observa que a situa-
ção do Ministério da Fazenda
neste ano é desconfortável.
“Eles terão que fazer ajustes
na economia em um ano elei-
toral, o que eleva os riscos
desse trabalho. Por outro lado,
não podem deixar todos os
ajustes para 2015, sob pena
de repetir o que ocorreu no pe-
ríodo 1997/1998: o governo
Fernando Henrique preferiu
deixar acertos necessários
para depois e acabou enca-
rando uma crise gigante em
1 99 9 ”, afirma, referindo-se à
crise que culminou com o fim,
em janeiro de 1999, do regime
de câmbio fixo adotado desde
o início do Plano Real.
Para Mailson, as mudanças
hoje necessárias passam por
melhora das condições para o
Leonardo Rodrigues/Digna Imagem
Na avaliação de Alfieri (à esq.), da ACSP, foco depreocupação em 2014 está nas contas externas.Mailson destaca consolidação das instituições.
crescimento da indústria. “O
problema do Brasil é de oferta
e não de demanda, como acre-
dita o governo. Não adianta in-
sistir em políticas de incentivo
ao consumo. A questão é mui-
to mais complexa. A indústria
tem problemas porque, nos úl-
timos anos, sofreu com au-
mento de salários acima da
produtividade – sob pressão
da maior procura do setor de
serviços por trabalhadores –,
logística deficiente e excesso
de tributos e burocracia.”
O governo tenta reconquis-
tar a confiança do mercado e
do setor produtivo (leia nestapágina), mas vai ter muito tra-
balho pela frente. Se as mu-
danças necessárias para ga-
rantir a retomada do cresci-
mento com inflação controla-
da não forem feitas em 2014,
de 2015 não devem passar.
Gesto para "acalmar os nervosinhos"
Ogoverno federal abriu
o ano de 2014 com um
gesto político forte
com o objetivo de "acalmar os
nervosinhos" do mercado
financeiro. O ministro da
Fazenda, Guido Mantega,
anunciou na última sexta-
feira que a meta fiscal de
2013 de R$ 73 bilhões, foi
cumprida pelo governo
central (que consiste no
Tesouro Nacional, do Banco
Central e da Previdência).
Mantega antecipou o
anúncio, que normalmente
ocorre no fim do mês, para
"baixar a ansiedade" do
mercado. "Como havia
analistas dizendo que a meta
não seria cumprida, não seria
bom sustentar essa
expectativa negativa até o
fim do mês, então
antecipamos para acalmar os
nervosinhos", disse.
O superávit primário – o
nome dado à economia que o
Ueslei Marcelino/Reuters
Ministro daFazendaantecipou
divulgação desuperávit
maior que ameta em 2013:
foram R$ 75bilhões de
economia parapagamento de
juros dadívida, em vez
de R$ 73bilhões dameta. Mas
resultado foialcançado com
receitasextraordinárias.
governo faz para pagar os
juros da dívida pública – de
2013 será detalhado dentro
de três semanas, mas
Mantega antecipou que
"chegou a cerca de R$ 75
bilhões". Esse volume foi
atingido sem manobras
contábeis, segundo Mantega,
diferentemente do
expediente adotado com as
contas no ano anterior, que
tantos problemas causou à
imagem do governo Dilma
Rousseff frente aos
mercados. Diante da falta de
credibilidade da política fiscal
e dos riscos colocados para
2014, que envolvem o
rebaixamento da nota de
crédito do Brasil pelas
agências internacionais de
rating, o anúncio de Mantega
ganhou contornos políticos.
No intuito de mostrar
apenas o lado bom da notícia,
o ministro da Fazenda se
esquivou de
questionamentos a respeito
do curto prazo, isto é,
quanto à meta fiscal de 2014,
que costuma ser definida na
Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO)
aprovada pelo Congresso em
junho do ano anterior.
Dinheiro extra – O mercado
vê com ceticismo a promessa
de aperto fiscal no ano
eleitoral, especialmente
porque a meta de 2013 foi
cumprida com forte ingresso
de receitas extraordinárias –
nada menos que R$ 35
bilhões, aproximadamente,
entraram nos cofres federais
somente em novembro e
dezembro de forma atípica.
O governo contou com o
pagamento de R$ 15 bilhões
pela Petrobrás e suas sócias
no consórcio que arrematou o
leilão do bloco de pré-sal no
campo de Libra (SP), e outros
R$ 20 bilhões, pelo menos,
foram pagos por empresas e
bancos por meio de
programas especiais de
parcelamento de débitos
tributários atrasados. Em
novembro, mesmo contra
posicionamento da Receita
Federal, o governo abriu três
"Refis" – programas que
concedem grandes
descontos para as empresas
com débitos com o Fisco que
pagarem à vista ou via
p a rc e l a d a .
Despesas – Sem indicar qual
será o esforço fiscal para
2014, que somente será
definido em fevereiro quando
o governo anunciar o decreto
de execução orçamentária,
Mantega voltou a repetir o
mesmo compromisso feito
pelo governo em 2012 e
também em 2013: que as
despesas com seguro-
desemprego e abono salarial
devem ser reduzidas.
"Estamos em trajetória
positiva da economia
brasileira, com a recuperação
dos investimentos e com o
início das concessões de
infraestrutura. Teremos um
2014 melhor do que foi 2013,
que foi um ano razoável, e
muito melhor do que foi
2012", disse Mantega,
destacando o fato de que,
junto de uma atividade
econômica mais aquecida,
vem uma arrecadação maior
da Receita. "Apesar das
diversas desonerações
fiscais que fizemos nos
últimos três anos, a
arrecadação está
melhorando, e tende a
aumentar ainda mais a partir
de agora", disse. (EC)
Patrícia Cruz/LUZ
14 -.ECONOMIA/LEGAIS DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014
Vendas de veículoschegam a 3,76
milhões em 2013Em 2014, comercialização
de caminhões pode subir até 6,4%.
As vendas de veículos
novos no Brasil, que
incluem carros, co-
merciais leves, ôni-
bus e caminhões, foram de
3,767 milhões de unidades no
ano de 2013. O resultado mos-
tra vendas aquecidas no setor
e foi ligeiramente inferior ao
total de veículos vendidos no
ano de 2012 – a queda foi de
0,91%. Os dados são da repre-
sentante das concessioná-
rias, a Federação Nacional da
Distribuição de Veículos Auto-
motores (Fenabrave).
Em dezembro somente, as
vendas recuaram 1,51% so-
bre igual mês de 2012. Em re-
lação a novembro, houve
avanço de 16,81%, a 353,86
mil unidades.
O resultado do ano de 2013
veio abaixo das estimativas
da entidade, que começou
prevendo um crescimento de
3,48% para as vendas gerais
de veículos, abaixo do avanço
de 4,65% mostrado no ano an-
terior. Fatores como a eleva-
ção dos juros e diminuição das
Ernesto Rodrigues/EC
Movimento nas lojas: o desconto do IPI ajudou, mas aumento dos juros no País prejudicou negócios.
expectativas para o aumento
do PIB fizeram a Fenabrave
ajustar a previsão de alta
anual para 1,53% em agosto.
Para 2014, a Fenabrave pre-
vê que a venda de carros e co-
merciais leves fique estável
ou caia 3,5%, caso o ambiente
seja de maior volatilidade no
câmbio e na inflação. Já para o
desempenho dos caminhões
em 2014, a expectativa da Fe-
nabrave é de um aumento de
2% num cenário mais negati-
vo, ou avanço de 6,4% num ce-
nário mais positivo.
Mesmo com a prorrogação
do desconto no Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI)
até o fim de dezembro dando
apelo extra ao consumo nos
últimos meses do ano, o seg-
mento de carros e comerciais
leves, isoladamente, viu as
vendas caírem 1,61% em
2013, a 3,575 milhões de uni-
dades.
Por outro lado, a comerciali-
zação de caminhões e ônibus
novos ajudou a diminuir a que-
da no resultado geral. En-
quanto as vendas de cami-
nhões subiram 13,02% em
2013, a 155,7 mil unidades, as
de ônibus cresceram 20,58%,
somando 35,6 mil unidades.
M on t a do r as – A Fiat encer-
rou o ano na liderança do mer-
cado de carros e comerciais le-
ves. No acumulado de 2013,
foram 762,95 mil veículos
vendidos pela montadora ita-
liana, apontou a Fenabrave,
correspondentes a uma fatia
de 21,34% do mercado.
A Volkswagen apareceu
atrás, com participação de
18,64% e vendas de 666,7 mil
unidades. Em terceiro lugar,
ficou a norte-americana Ge-
neral Motors, com fatia de
18,17%, e 649,73 mil veículos
vendidos.
A Ford terminou o ano com
participação de 9,37% e ven-
das de 335,02 mil unidades. A
empresa foi seguida pela Re-
nault, com fatia de 6,61% e
236,34 mil licenciamentos, e
pela Hyundai, com 5,95% do
mercado e vendas de 212,9
mil unidades.
Demissões – O diretor de As-
suntos Institucionais da Gene-
ral Motors (GM), Luiz Moan, in-
formou que a empresa desli-
gou 1.053 trabalhadores da
área de montagem e de manu-
seio da sua unidade fabril de
São José dos Campos (SP). As
demissões ocorreram na vira-
da do ano e irritaram o gover-
no federal. Na sexta-feira, Luiz
Moan teve encontro com o mi-
nistro da Fazenda, Guido Man-
tega, em São Paulo.
Perguntado se a GM não te-
ria assinado uma cláusula de
manutenção do emprego no
âmbito do acordo que reduziu
o IPI dos automóveis, Moan
disse que sim e que não só o
cumpriu como aumentou em
10 mil o total de trabalhadores
da empresa.
"A redução do IPI ocorreu
em maio de 2012 e desde lá
aumentamos o número de tra-
balhadores de 145 mil para
155 mil. Não só cumprimos o
acordo como elevamos o total
de trabalhadores", disse o di-
retor da GM. (Agências)
sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO ECONOMIA/LEGAIS - 15
BTG Pactual Scflor & São Lourenço Holding S.A.CNPJ/MF n.º 17.831.412/0001-76 – NIRE 35.300.451.422Ata da AGE, Realizada em 22 de Novembro de 2013
Data, Horário e Local: 22/11/2013, às 10hs, na sede da BTG Pactual SCFlor & São Lourenço Holding S.A. (“Cia.”), na Av.Brigadeiro Faria Lima, n.º 3477, 14°, parte, Itaim Bibi, em SP/SP.Presença: Acionistas representando a totalidade do capitalsocial da Cia..Composição daMesa: Bruno Duque Horta Nogueira - Presidente Bruno Alexandre Licarião Rocha - SecretárioConvocação: Dispensada, tendo em vista a presença da totalidade dos acionistas, nos termos do § 4º do art. 124 da Lei n.º6.404/76, conforme alterada (“Lei n.º6.404/76”).OrdemdoDia: (i) aprovar o aumento de capital da Cia..Deliberações (tomadaspor unanimidade de votos): 1.Os acionistas aprovaram o aumento de capital social da Cia., que passa dos atuais R$50.500,00para R$10.430.450,06, um aumento, portanto, no montante de R$10.379.950,06, mediante a emissão de 103.799.500 novasações ordinárias, nominativas e sem valor nominal, a um preço total de emissão de R$103.799.500,62, calculado com base noinciso II do § 1º do art. 170 da Lei n.º 6.404/76, dos quais 10.379.950,06 serão destinados à conta de capital social da Cia. eR$ 93.419.550,56 serão destinados à conta de reserva de capital da Cia., na forma do artigo 182, parágrafo 1º, alínea “a”, daLei n.º 6.404/76. 1.1.A totalidade das 103.799.500 novas ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal serão totalmentesubscritas e integralizadas pelo acionista BTG Pactual Investimentos Florestais S.A., sociedade por ações com sede na Av.Brigadeiro Faria Lima, nº 3477, 14º, parte, Itaim Bibi, CEP 04538-133, inscrita no CNPJ/MF sob nº 17.831.443/0001-27, nesteato representado porBruno Duque Horta Nogueira, cédula de identidade n° M8036395 SSP/MG e CPF n° 284.954.908-89 eBruno Alexandre Licarião Rocha, cédula de identidade n°33400679 SSP/SP e CPF n° 278.107.688-08. 1.2.Em decorrênciada deliberação 5ª acima, o Art 4º do estatuto social da Cia. passa a vigorar com a seguinte redação: “Art 4º - O capital socialda Sociedade, totalmente subscrito e integralizado, é de R$10.430.450,06, dividido em 103.850.000 ações ordinárias, todasnominativas e sem valor nominal.” São Paulo, 22/11/2013. Bruno Duque Horta Nogueira - Presidente; Bruno AlexandreLicarião Rocha - Secretário. Jucesp nº 482.137/13-7 em 19/12/2013. Gisela S. Ceschin-Secretária Geral.
BTG Pactual Investimentos Florestais S.A.CNPJ/MF Nº 17.831.443/0001-27 – NIRE 35.300.451.414Ata de AGE realizada em 22 de Novembro de 2013
Data, Hora e Local: Aos 22/11/2013, às 11hs, na sede social da Cia., em SP/SP, na Av. Brigadeiro Faria Lima, nº 3.477,14°, parte, Itaim Bibi.Presenças: Presente a totalidade dos acionistas da Cia., conforme assinaturas constantes do Livro dePresença de Acionistas.Convocação:Dispensada a convocação nos termos do artigo 124, § 4º, da Lei nº. 6.404/76 (“Lei dasS.A.”), em decorrência da presença dos acionistas representando a totalidade do capital social da Cia..Mesa:Presidente - Sr.Bruno Duque Horta Nogueira; Secretária - Sr. Bruno Alexandre Licarião Rocha.Deliberações tomadas por unanimidade:Após exame e discussão das matérias, as acionistas decidiram: (i) aprovar o aumento do capital social da Cia., passandode R$6.537,36 para R$ 19.280.021,04, um aumento, portanto, de R$ 19.273.483,68, mediante a emissão de 1 novas açãoordinária, nominativa e sem valor nominal, a um preço total de emissão de R$ 192.734.836,82, calculado com base no incisoII do parágrafo 1º do artigo 170 da Lei nº 6.404/76, dos quais R$ 19.273.483,68 serão destinados à conta de capital social daCia. e R$ 173.461.353,14 serão destinados à conta de reserva de capital da Cia., na forma do artigo 182, parágrafo 1º, alínea“a” da Lei nº 6.404/76; (ii) A nova ação ordinária, nominativa e sem valor nominal serão totalmente subscritas e integralizadaspelo BTG Equity Investments LLC, sociedade constituída de acordo com as leis do Estado de Delaware, Estados Unidos daAmérica, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 10.559.857/0001-08, representada por seus procuradores,Bruno Alexandre LicariãoRocha, RG nº 33400679 SSP/SP, CPF/MF sob nº 278.107.688-08 e Bruno Duque Horta Nogueira, RG nº M8036395 SSP/MG, CPF/MF sob nº 284.954.908-89. Fica desde já claro e estabelecido que a subscrição e integralização de novas açõesda Cia. ocorre com o devido consentimento dos acionistas The Timber Group LLC e Gerrity Livingston Lansing Jr., que nãoexercerão seu direito de preferência para subscrição de ações da Cia.. Em decorrência da deliberação (i) acima, o Art. 5º doEstatuto Social da Cia. passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 5º - O capital social é R$ 19.280.021,04 divididos em10.000.001 de ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal.” Encerramento, Lavratura, Aprovação e Assinaturada Ata: Nada mais havendo a tratar, foram os trabalhos suspensos para lavratura desta ata. Reabertos os trabalhos, foi apresente ata lida e aprovada, tendo sido assinada por todos os presentes. São Paulo, 22/11/2013. (a.a.) Mesa: Bruno DuqueHorta Nogueira - Presidente; Bruno Alexandre Licarião - Secretária. Acionistas: BTG Equity Investments LLC, The TimberGroup LLC e Gerrity Livingston Lansing Jr. São Paulo, 22/11/2013. Mesa: Bruno Alexandre Licarião Rocha - Secretário.Jucesp nº 482.138/13-0 em 19/12/2013. Gisela Simiema Ceschin-Secretária Geral.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ANDRADINAEXTRATO DO 5° ADITAMENTO CONTRATUAL. PROCESSO Nº 50/12 -CONCORRÊNCIA Nº 03/12. Objeto: Contratação de empresa especializadapara execução de obras de reforma e ampliação da E.M.E.F. Anna MariaMarinho Nunes. CONTRATANTE: Prefeitura do Município de Andradina.Contratado: CGPM ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES LTDA. Fica ajustadoentre as partes que o contrato em vigor será aditado no valor de R$ 318.681,25(Trezentos e dezoito mil seiscentos e oitenta e um reais e vinte e cincocentavos). As demais cláusulas e condições dos contratos supra permane-cem inalteradas. Data: 02 de janeiro de 2014. JAMIL AKIO ONO - Prefeito.
Orion S.A.CNPJ/MF nº 61.082.863/0001-40Requerimento para Renovação
de Licença de OperaçãoOrion S.A. torna público que requereu naCETESB a Renovação de Licença deOperação para fabricação de artefatos deborracha para uso pessoal, não especificado efabricação de artefatos de borracha para usodiverso, à Rod.Pres.Dutra, Km 135,1 - Eugêniode Melo - São José dos Campos - SP.
ANACONDA INDUSTRIAL E AGRÍCOLA DE CEREAIS S/A torna público que requereu naCETESB a Renovação de Licença de Operação para moagem de trigo e fabricação de deri-vados, sito à AvenidaVenceslau de Queiros, nº 45 – Jaguaré, São Paulo/SP – CEP 05323-904
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ANDRADINAAVISO DE ABERTURA DE LICITAÇÃO. Processo nº 03/14 - ChamadaPública nº 01/14. OBJETO: Credenciamento de fornecedores para aquisiçãode gêneros alimentícios da Agricultura Familiar e do Empreendedor FamiliarRural, para atendimento ao Programa Nacional de Alimentação Escolar/PNAE. VENCIMENTO: 10(dez) horas, do dia 21 de janeiro de 2014. RETIRADADA PASTA: O Edital completo será fornecido aos interessados, na formaimpressa ou por meio eletrônico através de solicitação a ser formalizada noendereço [email protected], sem custo algum. Informações:Prefeitura - Rua Dr. Orensy Rodrigues da Silva n°341, Centro, fone/fax (18)3702-1029, de 2ª a 6ª, das 08h30 às 16:30h. Andradina, 03 de janeiro de 2014.JAMIL AKIO ONO - Prefeito.
PREFEITURA MUNICIPAL DE
CASTILHO/SPPROCESSO LICITATÓRIO Nº 100/13 - PREGÃO Nº 58/13
Objeto: Aquisição de pneus. Edital de Rerratificação. 1 – O critério de julgamento estabelecido nopreâmbulo do edital, passa a ser: “do tipo menor preço, por lote”. 2 – Fica alterada a dimensão dopneumático no item 5 do lote 01 do Anexo I – Termo de Referência e na cláusula 1.1 da minuta do contrato,passando a ser: “215/75R17,5”. 3 - O prazo estabelecido no preâmbulo do edital, relativo à realização docertame, passa a ser às 09 horas do dia 16 de janeiro de 2014. 4 – As demais cláusulas e condiçõespermanecem inalteradas. Joni Marcos Buzachero – Prefeito. A Debitar (04.01.14)
PREFEITURA MUNICIPAL DE
PEREIRA BARRETO/SPProcesso nº /2014 - Pregão Presencial nº 001/2014
RESUMO DE EDITALARNALDO SHIGUEYUKI ENOMOTO, Prefeito de Pereira Barreto - SP, fazsaber que se acha aberto até as 14h30min do dia 16 de Janeiro de 2014, oPregão nº 001/2014, do tipo menor preço global, objetivando a contrataçãode empresa especializada para operacionalização do evento denominado“CARNAPRAIA”, com fornecimento de toda a estrutura, equipamentos,materiais, mão de obra e outros, tudo conforme especificações contidas noAnexo I – Termo de Referência, que faz parte integrante do Edital. Maioresinformações no Dep. de Licitações pelo fone/fax (18) 3704-8505, pelo e-mail [email protected], ou ainda o Edital completo nowebsite www.pereirabarreto.sp.gov.br.
Pereira Barreto - SP, 03 de Janeiro de 2014.Arnaldo Shigueyuki Enomoto - Prefeito
PREFEITURA MUNICIPAL DE
PEREIRA BARRETO/SPTomada de Preço nº 009/2013 - Processo nº 4375/2013
RERRATIFICAÇÃO AO EDITALA Prefeitura de Pereira Barreto-SP, leva ao conhecimento de quem possainteressar, que o Processo supra epigrafado sofreu a seguintererratificação: a) Fica redesignada para as 14h00min do dia 13 de janeirode 2013 a Sessão Pública do Pregão em epígrafe; b) Demais cláusulas econdições permanecem inalteradas.
Pereira Barreto-SP, 03 de janeiro de 2013.Arnaldo Shigueyuki Enomoto - Prefeito.
PREFEITURA MUNICIPAL DE BIRIGUIEDITALNº 004/2014 –PREGÃOPRESENCIALNº 174/2.013OBJETO:- Registro de preços para aquisição de tubos econexões para extensão e manutenção da rede de águarealizados pelo Depto. de ampliação, manutenção de redede água e esgoto pelo período de 12 meses - Secretariade Serviços Públicos, Água e Esgoto. Data da Abertura-:17/01/2.014, às 13:30 horas. Melhores informaçõespoderão ser obtidas junto a Seção de Licitações na RuaSantos Dumont nº 28, Centro, ou pelo telefone (018) 3643-6126. O Edital poderá ser lido naquela Seção e retiradogratuitamente no site www.birigui.sp.gov.br, Pedro FelícioEstrada Bernabé, Prefeito Municipal, Birigui, 03/01/2014.
SECRETARIA DE ESTADODA EDUCAÇÃO
GOVERNO DO ESTADODE SÃO PAULO
FDE AVISAPregão Eletrônico de Registro de Preços Nº 36/01405/13/05
OBJETO: AQUISIÇÃO FILMADORA DIGITAL – FL-01A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que se acha aberta licitação para:AQUISIÇÃO FILMADORA DIGITAL – FL-01.As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 06/01/2014, no endereço eletrônico www.bec.sp.gov.brou na sede da FDE, na Supervisão de Licitações, na Av. São Luís, 99 - República - CEP: 01046-001 - São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br.A sessão pública de processamento do Pregão Eletrônico será realizada no endereço eletrônico www.bec.sp.gov.br, no dia 20/01/2014,às 10:00 horas, e será conduzida pelo pregoeiro com o auxílio da equipe de apoio, designados nos autos do processo em epígrafe eindicados no sistema pela autoridade competente.Todas as propostas deverão obedecer, rigorosamente, ao estabelecido no edital e seus anexos e serão encaminhadas, por meio eletrônico,após o registro dos interessados em participar do certame e o credenciamento de seus representantes previamente cadastrados. A datado início do prazo para envio da proposta eletrônica será de 06/01/2014, até o momento anterior ao início da sessão pública.
BARJAS NEGRI - Presidente
Abandono de Emprego - Conforme artigo 482 letra I da CLT, convocamos o Sr. Elvio WilsonOliveira Silva, portador da CTPS nº 0066802 série 00218/SP, a retornar ao trabalho no prazo de 3dias. Caso não compareça, será caracterizado Abandono de Emprego. (YOKI ALIMENTOS LTDA).
Eleições Sindicais – Edital de Convocação. Pelo presenteEdital de Convocação, o Sindicato dos Trabalhadores,Empregados, Instrutores, Diretores em Auto Escola,Centro de Formação de Condutores A e B e Empregadosem Despachante e em Empresas deTransporte Escolar doMunicípio de São Paulo – SINTRADETE, faz saber a todosos associados (as) em gozo de seus direitos sociais queno dia 29/01/2014, no período das 09:00 horas às 17:00horas, na sede da entidade Rua Tabatinguera, 221, Liber-dade, São Paulo – Capital, serão realizadas as Eleiçõespara composição da Diretoria, Conselho Fiscal, DelegadoFederativo e os respectivos suplentes do Sindicato dosTrabalhadores, Empregados, Instrutores, Diretores emAuto Escola, Centro de Formação de Condutores A e B eEmpregados em Despachante e em Empresas de Trans-porte Escolar do Município de São Paulo – SINTRADETE,ficando aberto o prazo de 5 dias para registro de chapas,que ocorrerá a partir da publicação deste Edital, afixadona sede do Sindicato. O requerimento do registro dechapas será dirigido ao Presidente do Sindicato, podendoser assinado por qualquer um dos candidatos(as) darespectiva chapa. O protocolo do registro das chapas,será feito na sede do Sindicato no período destinado aoregistro de chapas, no horário de 09:00 horas às 17:00horas, onde estará à disposição dos interessados(as)pessoa habilitada para atendimento, prestação de infor-mações, fornecimento do correspondente requerimentode inscrição das chapas, bem como para recebimento dedocumentação e fornecimento de recibo. A impugnaçãode candidaturas deverá ser feita no prazo de 4 dias, acontar da data de fixação da Ata de Registro de chapas.São Paulo, 03/01/2014. Valdir José Lima – Presidente.
No programa de concessões, o grande trunfo dogoverno foi o sucesso dos leilões rodoviários.
Leilões: a vez das ferrovias e portos.Questões levantadas por investidores e pelo TCU, que travaram as concessões, estão afastadas, no caso das ferrovias e a caminho de solução, no caso dos por tos.
Renato Carbonari Ibelli
Ogoverno federal
conseguiu encami-
nhar em 2013 parte
dos leilões de in-
fraestrutura previstos. As con-
cessões de rodovias e aero-
portos avançaram bem. Já
aquelas de ferrovias e portos
tiveram suas modelagens
questionadas por in vestido-
res e pelo Tribunal de Contas
da União (TCU) e somente se-
rão iniciadas neste ano. Os lei-
lões fazem parte do Programa
de Investimento em Logística
(PIL), medida anunciada pela
presidente Dilma Rousseff em
2012 com o objetivo de sanar
os gargalos logísticos do País.
O PIL exigirá investimentos
de mais de R$ 200 bilhões.
Desse total, R$ 91 bilhões se-
rão alocados na construção de
10 mil quilômetros de linhas
férreas. A modernização e am-
pliação do modal ferroviário
são fundamentais para o de-
senvolvimento do País. O trem
é o transporte mais adequado
para deslocar cargas de gran-
de volume e baixo valor agre-
gado, caso dos grãos, catego-
ria de produto que tem susten-
tado o crescimento da econo-
mia brasileira.
O problema é que a malha
ferroviária brasileira parou no
tempo –90% dela têm mais de
100 anos – e não acompanhou
o desenvolvimento dos novos
pólos econômicos do País, co-
mo a região Centro-oeste, que
se destaca justamente pela
produção de grãos. Um dos
novos trechos de ferrovias
considerados prioritários
atravessa o estado do Mato
Grosso, partindo do município
de Lucas do Rio Verde e che-
gando a Campinorte , em
Goiás. De lá é prevista a inter-
ligação com a Ferrovia Norte-
Sul, o que facilitaria o escoa-
mento da produção de grãos
pelo tradicional porto de San-
tos, por exemplo.
O trecho Lucas do Rio Ver-
de/Campinorte deveria ter ido
a leilão no ano passado. Seria
o primeiro do modal ferroviá-
rio. Mas o TCU contestou o pro-
jeto do governo, apontando
que poderia ser executado a
um custo menor do que os R$
6,3 bilhões previstos. O Tribu-
nal também questionou o mo-
delo de concessão das ferro-
vias, que prevê que a estatal
Valec compre dos concessio-
nários toda a capacidade de
carga, para então revender a
t e rc e i ro s .
O TCU alegou que esta mo-
delagem faria o governo assu-
mir grandes riscos caso a de-
manda fosse menor do que a
prevista. Entretanto, no final
de dezembro, o tribunal aca-
bou aprovando este modelo.
Naquela altura, porém, era
tarde para fazer as correções
no projeto do primeiro trecho
de ferrovias que iria a leilão.
Como resultado, os leilões de
ferrovias ficaram para este
ano. O governo planeja fazer o
primeiro em março.
Além do trajeto entre Lucas
do Rio Verde e Campinorte,
são previstos para este ano a
concessão do trecho entre Es-
trela D'Oeste (SP) e Dourados
(MS), além do trecho entre
Porto Nacional (TO), Anápolis
(GO), Ouro Verde (GO) e Estre-
la D’Oeste.
Por to s – O TCU também in-
terferiu nos leilões de portos
públicos no ano passado. O
governo até conseguiu apro-
var a Lei dos Portos, que esta-
beleceu um novo marco regu-
latório para o setor. Entre ou-
tros pontos, a lei prevê que ga-
n h a r á a c o n c e s s ã o d o s
terminais à empresa que ofe-
recer a menor tarifa e garantir
a maior movimentação. Entre-
tanto, as obras dos novos cin-
co portos privados que seriam
construídos (Manaus (AM),
Porto Sul (Bahia), Águas Pro-
fundas (ES), Ilhéus (BA) e Imbi-
Fabio Motta/Estadão Conteúdo
Problema maior da malha ferroviária brasileira é ter parado no tempo e não ter acompanhado o desenvolvimento de novos pólos econômicos
tuba (SC) não foram autoriza-
dos. Também não foram relici-
tados os 159 terminais que
têm a concessão vencida ou
para vencer.
Mais uma vez o TCU desta-
cou problemas no modelo pro-
posto pelo governo. Messe ca-
so, o tribunal condicionou a li-
beração dos primeiros leilões
de terminais portuários – s e-
riam 29 terminais nos portos
de Santos e do Pará – à adoção
de 19 “medidas saneadoras”
que corrigiriam imperfeições
nos estudos apresentados pe-
lo governo.
Com as condicionantes, os
leilões de terminais portuá-
rios, que prevêem investi-
mentos da ordem de R$ 54 bi-
lhões até 2017, só devem ser
iniciados neste ano. O gover-
no federal deve encaminhar
ao TCU pedido de revisão de al-
gumas das exigências na ten-
tativa de acelerar as conces-
sões do setor.
R o d ov i a s – O grande trunfo
do governo foi o sucesso dos
leilões rodoviários. Embora
apenas cinco trechos, dos no-
ve previstos, tenham sido con-
cedidos no ano passado, os lei-
lões realizados foram conside-
rados positivos principalmen-
te pelos deságios nas tarifas
iniciais dos pedágios. O último
leilão de rodovias de 2013, do
trecho da BR-040 que passa
por Brasília, Goiás e Minas Ge-
rais, o deságio foi de 61,13%
Dos quatro trechos que não
foram a leilão em 2013, prova-
velmente apenas um será
concedido em 2014: o da BR-
153, que liga Goiás a Tocan-
tins. Os outros três trechos
(BR-101 (BA), BR-262 (ES-MG)
e BR-116 (MG) não são consi-
derados atrativos pela iniciati-
va privada e devem ser dupli-
cados com recursos públicos.
91bilhões de reais
serão alocados naconstrução de 10 mil
quilômetros delinhas férreas, no
Programa deInvestimento emLogística (PIL).
16 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014
Responsabilidade de corrigir eventuais falhas nas transações, comosaques ou compras não reconhecidas, é de quem fornecer o cartão.
FIQUE POR DENTRO
Angela Crespo é jornalista especializada em consumo; e-mail:[email protected]
Já é possível dividirvalor da compra ematé 15 cartões
As novidades quando o
assunto é o uso de plástico
como meio de pagamento não se
restringem aos cartões pré-
pagos. No ano passado foi
lançado o “rache aqui”, “startup
que viabiliza uma ideia pioneira
em todo o mundo: dividir o valor
das compras em até 15 cartões
de crédito”. A intenção da
iniciativa, segundo Lucas de
Faria, administrador de
empresas, é facilitar as compras
de itens de maior valor e a
organização financeira de quem
tem mais de um cartão de
crédito. “Para as empresas de e-
commerce, a ferramenta
significa maior potencial, tanto
de volume de vendas quanto do
ticket médio por operação”,
ressalta Faria.
A solução é especialmente
atraente para as compras em
família ou de bens de maior valor.
"É o caso da compra de um
presente de casamento ou um
bem para uso em conjunto, como
uma geladeira. Com a “rache
aqui!” é possível fechar a compra
online e dividir o valor total entre
os cartões de cada um", explica
Faria. "A divisão dos valores não
precisa ser igual e quem quiser
pode optar por parcelar sua parte
da compra, mesmo que os demais
não escolham isso", diz.
Em uso desde julho em sites de
e-commerce, a solução também
atende aqueles que têm ganhos
variáveis ou recebem seus
rendimentos em dois momentos
do mês e querem aproveitar os
diferentes vencimentos de
faturas. Além disso, a ferramenta
aumenta os ganhos das lojas de e-
commerce, uma vez que muitos
clientes acabam não fechando a
compra de itens de alto valor por
falta de limite no cartão.
E S TA C I O N A M E N T O
Os shopping centers, supermercados, aeroportos, rodoviárias e hospitais
podem ficar proibidos de cobrar tarifa de estacionamento em alguns ca-
sos. A medida, conforme informa a Agência Câmara, está prevista no Projeto
de Lei 5130/13, do deputado Marcio Bittar (PSDB-AC), que limita a gratuidade
a três horas de estacionamento.
Pela proposta, os clientes que apresentarem nota fiscal de compra no shop-
ping no dia do estacionamento ficarão livres da tarifa. Já nas rodoviárias e nos
aeroportos, o benefício será garantido àqueles que apresentarem cartão de
embarque ou desembarque referente ao mesmo dia. Os estacionamentos de
hospitais serão gratuitos para aqueles que comprovarem consulta, exame ou
visita a enfermo.
Após as três horas gratuitas, os estabelecimentos poderão cobrar normal-
mente pelo uso do estacionamento.
TROCO
Os órgãos de defesa do consumi-
dor do Rio de Janeiro alertam
que é ilegal dar troco em balas ou ar-
redondar o preço para cima quando
o varejo (de todo o país) não tem tro-
co. O uso desse expediente é consi-
derado prática abusiva e que fere o
Artigo 39 do Código de Defesa do
Consumidor. A obrigação do comer-
ciante é devolver o troco em dinhei-
ro e arredondar a diferença para bai-
xo. A multa para quem for enqua-
drado vai de R$ 400 a R$ 7 milhões.
RANKING
Em 18 de janeiro entra em vigor a Lei
Estadual nº 15.248, que obriga as
empresas que estão no Cadastro de
Reclamações Fundamentadas do Pro-
con-SP a divulgar essa informação nos
estabelecimentos comerciais e na in-
ternet, em locais de fácil visualização.
A norma depende de regulamenta-
ção, que definirá o padrão, os dizeres,
forma, localização e tamanho de di-
vulgação das informações. A empresa
que descumprir a obrigação está su-
jeita à fiscalização do Procon e multa.
O QUE DIZ O CDC
A E X P E C TAT I VA É DE
CRESCIMENTO NO USO
DESSE TIPO DE C A RT Ã O , MAS
O VA R E J O NÃO TEM A
OBRIGAÇÃO DE RECEBÊ-LO
Comerciantes devem sepreparar para receber cartão pré-pago
AGol Linhas Aéreas foi
condenada pelo 4º Juizado
Especial Cível do Tribunal
de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro a pagar R$ 5 mil, a título
de danos morais, a cada um dos
dois passageiros que compraram
bilhetes de viagem para
assentos que não existiam na
aeronave. A empresa pode
re c o rre r.
Os autores da ação
informaram que, ao
e m b a rc a re m
não
encontraram
a fila, de
número 13,
c o n f o rm e
i n f o rm a d o
no cartão de
embarque. A
empresa se
defendeu
imputando a
responsabilidade do erro a
funcionários terceirizados, mas
não conseguiu explicar por que a
fileira de assentos pulava do
número 12 para o 14.
Na audiência, a Justiça tentou
a conciliação das partes, mas
não houve acordo.
Fonte: Tribunal de Justiça do
Rio de Janeiro (TJRJ)
Não tinha fileira 13no avião da Gol
Artigo 39É vedado ao fornecedor de
produtos ou serviços, dentre
outras práticas abusivas:
(Redação dada pela Lei nº
8.884, de 11.6.1994)
I - condicionar o
fornecimento de produto ou de
serviço ao fornecimento de
outro produto ou serviço, bem
como, sem justa causa, a
limites quantitativos;
II - recusar atendimento às
demandas dos consumidores,
na exata medida de suas
disponibilidades de estoque, e,
ainda, de conformidade com os
usos e costumes;
III - enviar ou entregar ao
consumidor, sem solicitação
prévia, qualquer produto, ou
fornecer qualquer serviço;
IV - prevalecer-se da
fraqueza ou ignorância do
consumidor, tendo em vista
sua idade, saúde,
conhecimento ou condição
social, para impingir-lhe seus
produtos ou serviços;
V - exigir do consumidor
vantagem manifestamente
exc e s s i v a ;
VI - executar serviços sem a
prévia elaboração de
orçamento e autorização
expressa do consumidor,
ressalvadas as decorrentes de
práticas anteriores entre as
partes;
VII - repassar informação
depreciativa, referente a ato
praticado pelo consumidor no
exercício de seus direitos;
VIII - colocar, no mercado de
consumo, qualquer produto ou
serviço em desacordo com as
normas expedidas pelos
órgãos oficiais competentes
ou, se normas específicas não
existirem, pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas
ou outra entidade credenciada
pelo Conselho Nacional de
Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial
( C o n m e t ro ) ;
IX - recusar a venda de bens
ou a prestação de serviços,
diretamente a quem se
disponha a adquiri-los
mediante pronto pagamento,
ressalvados os casos de
intermediação regulados em
leis especiais; (Redação dada
pela Lei nº 8.884, de
11.6.1994)
X - elevar sem justa causa o
preço de produtos ou serviços.
(Incluído pela Lei nº 8.884, de
11.6.1994)
Co m a publicação
pelo Banco Cen-
tral, no início de
novembro, da re-
gulamentação de paga-
mentos por cartão pré-pago
e por telefone celular, a ex-
pectativa é que os brasilei-
ros passem a adotar cada
vez mais esses novos meios
de pagamentos, principal-
mente os “não bancariza-
dos”, que representam cer-
ca de 50 milhões de pes-
soas, conforme dados do
Banco Central.
As administradoras de
cartões, as instituições fi-
nanceiras e não financeiras
já estão ofertando os car-
tões pré-pagos aos consu-
midores, que funcionam
como o de débito, isto é, as
compras não podem ser
parceladas e o cartão não
possui limite máximo de re-
carga, tampouco data de
validade. Entretanto, o
consumidor precisará ter
disponível o dinheiro, uma
vez que o plástico é carre-
gado por meio de boleto
bancário. A vantagem para
o consumidor é o controle
dos gastos. Já os fornecedo-
res têm a garantia do rece-
bimento, uma vez que os
valores são transferidos
automaticamente de uma
conta para a outra.
CrescimentoConforme o Grupo Seto-
rial de Pré-Pagos (GSPP),
que reúne as empresas não
financeiras que atuam no
segmento de cartão pré-
pago, o uso dessa nova mo-
dalidade de plástico alcan-
çará a cifra de R$ 117 bi-
lhões em 2017, aumento
considerável em relação
aos R$ 84,6 bilhões transa-
cionados em 2012. A expli-
cação para esse cresci-
mento, dada por Antonio
Jorge de Castro Bueno, pre-
sidente do GSPP, é “a segu-
rança na preservação dos
dados do usuário, que cer-
tamente fará com que os
pré-pagos tenham um peso
cada vez maior no fatura-
mento, principalmente do
comércio eletrônico”.
Como funcionaOs cartões pré-pagos po-
dem ser abertos (open lo-
op), ou seja, aceitos em vá-
rios estabelecimentos, ou
fechados (closed loop),
quando só podem ser usa-
dos em determinada rede,
como os gift cards. “No s
dois casos, eles recebem
uma quantidade de dinhei-
ro que pode ser usada em
compras na internet ou no
mundo real. No caso do car-
tão de uso em uma só rede,
há a vantagem adicional de
que cada cartão pode ser
usado em uma compra, eli-
minando o armazenamen-
to e o hackeamento de da-
dos”, explica o GSPP.
AceitaçãoPara quem está do lado
de dentro do balcão, conhe-
cer todas as regras de como
funcionam esses novos
meios de pagamentos é
fundamental inclusive para
evitar conflitos. De acordo
com o Procon-SP, “ap e s a r
de em alguns casos não ser
necessário possuir conta
corrente para adquirir um
cartão pré-pago, isso não
elimina a responsabilidade
de quem o fornecer corrigir
as falhas nas transações,
como de saques ou com-
pras não reconhecidas”.
Embora haja uma grande
expectativa de crescimen-
to dos cartões pré-pagos
pelas administradoras, ca-
be ao varejo decidir se acei-
tará ou não essa nova mo-
dalidade de pagamento. Is-
so porque, quem decide de
que forma quer receber de
seus clientes (dinheiro,
cheque, cartões ou celular)
é quem vende. A única de-
terminação do Código de
Defesa do Consumidor,
conforme o inciso IX do arti-
go 39, é que o comerciante
não pode “recusar a venda
de bens ou a prestação de
serviços a quem se dispo-
nha a adquiri-los mediante
pronto pagamento”, ou se-
ja, em moeda.
Se a opção do fornece-
dor for só dinheiro, o con-
sumidor não tem direito de
reclamar nem mesmo nos
órgãos de defesa do con-
sumidor, mas diante de
tantas novidades no mer-
cado é indispensável que a
empresa in forme seus
clientes por meio de pla-
cas em seu estabeleci-
mento quais as formas de
pagamento aceitáveis ali.
As empresas devem
também observar com
atenção a questão da se-
gurança em razão de frau-
des, informando-se bem
sobre as formas de com-
provação do pagamento e
sobre como as informa-
ções serão armazenadas
para que, caso haja pro-
blemas com consumido-
res que questionarem a
cobrança, possam ter pro-
vas. Isso porque, 33% dos
brasileiros já foram víti-
mas de fraudes em car-
tões de crédito, débito e
pré-pagos nos últimos cin-
co anos, conforme pesqui-
sa realizada no ano passa-
do pela ACI Worldwide,
empresa que produz siste-
mas de prevenção a frau-
des bancárias. Conforme o
estudo, o Brasil ocupa a sé-
tima posição no ranking da
empresa, que lista 17 na-
ções. Considerando so-
mente os cartões de crédi-
to, o Brasil chega à quinta
posição, uma vez que 30%
dos consumidores infor-
maram terem sido vítimas
de fraude.