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São Paulo, sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014 Conclusão: 23h50 www.dcomercio.com.br Jornal do empreendedor Ano 90 - Nº 24.034 R$ 1,40 Página 4 Tudo passa, dizia Nelson Ned. Tudo passa foi o maior sucesso de Nelson Ned na América Latina. Ele passou ontem, aos 66 anos. Pág. 10 Adeus ao 'Pantera Negra', o mito. Eusébio, o grande craque português, morreu aos 71 anos. O futebol e Portugal estão de luto. Pág. 10 Pedro Nunes/Efe Terra Santa espera o Papa e a paz O papa Francisco anunciou para 24 de maio uma visita a Belém, Amã e Jerusalém. Max Rossi/Reuters Sauditas apoiam o pacificador Secretário Kerry obtém o aval do rei Abdalla (foto) e volta à negociação Pág. 7 Brendan Smialowski/Pool/Reuters Ano de Copa, economia na reserva. Especialistas advertem: nem Copa nem eleições devem evitar que o ano seja quase uma cópia de 2013, com crescimento baixo, inflação ainda alta e deterioração das contas externas. Pág. 13 Recorde de frio nos EUA. E ainda vai piorar. As temperaturas, as menores em 20 anos, devem cair ainda mais nos próximos dias, afetando 140 milhões de pessoas. Pág.7 /Zoran Milich/Reuters Michael Nagle/The New York Times Em ação, os espiões da criatividade. O escritor Arnon Grunberg é monitorado por eletrodos enquanto produz um livro. Como funciona o seu processo criativo? Pág.9 Márcio Fernandes/AE

Diário do Comércio

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Ano 90 - Nº 24.034 - Sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014

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Page 1: Diário do Comércio

São Paulo, sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014Conclusão: 23h50 www.dcomercio.com.br

Jornal do empreendedorAno 90 - Nº 24.034 R$ 1,40

Página 4

Tudo passa, diziaNelson Ned.

Tudo passa foi o maior sucessode Nelson Ned na AméricaLatina. Ele passou ontem,

aos 66 anos. Pág. 10

Adeus ao 'PanteraNegra', o mito.

Eusébio, o grande craqueportuguês, morreu aos 71 anos.

O futebol e Portugal estãode luto. Pág. 10

Pedr

o N

unes

/Efe

Terra Santa espera o Papa e a pazO papa Franciscoanunciou para 24

de maio umavisita a Belém,

Amã e Jerusalém.

Max Rossi/Reuters

Sauditasapoiam o

pacificadorSecretário

Kerry obtém oaval do rei

Abdalla (foto)e volta à

negociação Pág. 7

Brendan Smialowski/Pool/Reuters

Ano de Copa,economia na reserva.

Especialistas advertem: nem Copa nem eleições devem evitar queo ano seja quase uma cópia de 2013, com crescimento baixo,

inflação ainda alta e deterioração das contas externas. Pág. 13

Recorde de frio nosEUA. E ainda vai piorar.

As temperaturas, as menores em 20 anos,devem cair ainda mais nos próximos dias,afetando 140 milhões de pessoas. Pág. 7

/Zoran Milich/Reuters Michael Nagle/The New York Times

Em ação,os espiões dacriatividade.

O escritor Arnon Grunbergé monitorado por eletrodosenquanto produz um livro.

Como funciona o seuprocesso criativo? Pág. 9

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cio

Fern

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s/A

E

Page 2: Diário do Comércio

2 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014

UMA OBSERVAÇÃOE DUAS NOTAS

SXC

Qualquer não-petista eleito presidente terá de dançar conforme a música ou sofrer o destino de Collor de MelloOlavo de Carvalho

A Q U E ST Ã O NÃOÉ SÓ SALÁRIO

É melhor falarcom um freio

na bocado que não falar

de maneira alguma

OLAVO DE CARVALHO

Até hoje ninguém res-

pondeu satisfatoria-

mente – nem respon-

derá jamais –à minha

observação de que o socialis-

mo-comunismo é a fusão de

poder político e poder econô-

mico, portanto um acréscimo

formidável dos meios de con-

trole social e opressão. Já ouvi

tudo quanto é xingamento

quando digo isso, mas nenhu-

ma refutação.

Também ninguém respon-

derá à constatação de Hans-

Hermann Hoppe de que a pas-

sagem das antigas monar-

quias para o republicanismo

democrático trouxe a deterio-

ração da vida social, o aumen-

to exponencial da criminalida-

de e a escalada sem fim do in-

tervencionismo estatal.

Não há um só advogado da

democracia contra o socialis-

mo que não esteja consciente

de defender nada mais que

um mal menor. Alguns, no fun-

do, reconhecem até que o mal

menor é apenas um caminho

mais longo para o mal maior.

Isso coloca-os numa posi-

ção de desvantagem no

confronto com os socialis-

tas e comunistas, que não têm

satisfações a prestar à realida-

de histórica e que em geral são

mesmo psicopatas insensí-

veis a quaisquer escrúpulos

de consciência. Mas em todo

caso é melhor falar com um

freio na boca do que não falar

de maneira alguma.

O problema, no fundo, é que

tanto a democracia quanto o

socialismo são filhos da men-

talidade revolucionária, isto é:

ambos consistem essencial-

mente em fazer promessas

que não podem cumprir.

Ambos rejeitam categorica-

mente a antiga noção de que o

curso das coisas depende de

cada vez menor de pessoas.

***

Amigos e leitores per-

guntam-me sobre as

próximas eleições. Elas

não me interessam de manei-

ra alguma. Por meio do funcio-

nalismo público e da rede de

"movimentos sociais", o PT e

os partidos de esquerda seus

aliados controlam o Estado,

não somente o governo.

Qualquer não-petista que

seja eleito presidente terá de

dançar conforme a música ou

sofrer o destino de Fernando

Collor de Mello.Eleger um pre-

sidente não é prioridade.

A prioridade é criar uma mi-

litância e um esquema de po-

der, fora do governo, para dar

sustentação a um presidente

antipetista no governo quan-

do for possível e conveniente

elegê-lo. Um presidente que

tem somente o apoio do elei-

torado difuso, sem uma mili-

tância organizada por perto,

pronta para o que der e vier, é

um pato de barro sentado num

estande de tiro.

***

Uma pesquisa recente

mostrou que só oito por

cento dos estudantes

do ensino fundamental adqui-

rem os conhecimentos ade-

quados. Pois bem: enquanto

existir um Ministério da Edu-

cação essas coisas continua-

rão acontecendo.

A idéia de que a educação é

incumbência do Estado, e não

da sociedade, é uma das mais

destrutivas que já passaram

pela cabeça humana.

OL AVO DE CA RVA L H O É J O R N A L I S TA ,E N S A Í S TA E P RO F E S S O R

DE FILOSOFIA

ARNALDO NISKIER

Estamos todos

em busca da

excelência. É um

objetivo comum. Quando

reparamos nas

peripécias das correções

das provas do Enem, por

exemplo, ficamos um

pouco assusta dos.

Estaríamos chegando

próximos ao estágio

em que o escritor

colombiano Gabriel

Garcia Marquez (prêmio

Nobel de Literatura)

pediu para aposentar a

gramática? Segundo ele,

"é o terror dos seres

humanos desde o berço."

Não é exatamente a

nossa opinião, mas

devemos ter maiores

cuidados com as

avaliações em curso.

Resolver a questão

do magistério entre nós

não é tão simples como

parece. Parte da opinião

pública está convencida

de que tudo se resume

em pagar melhor aos

professores, mas quem

dera que fosse só isso.

Os mestres reclamam

muito das chamadas

condições de trabalho

– e com toda razão.

Sobretudo nas escolas

públicas, há um desleixo

fenomenal. É difícil

caracterizar de quem é a

culpa. Posso lhes dar um

exemplo: quando assumi

a Secretaria de Estado

de Educação e Cultura

do Rio de Janeiro, em

1979, visitei a cidade de

Campos dos Goitacazes

(RJ). Havia uma greve

ilegal, mas justa.

Estive na Escola

Estadual Antonio Sarlo,

uma das maiores da

região, e fiquei

horrorizado com as

condições de

insalubridade do

estabelecimento

de ensino. Banheiros

fétidos, paredes

rachadas, pintura

completamente

envelhecida. Determinei

uma ampla reforma. A

escola transformou-se

num belo modelo

de educação rural.

Em outra ocasião,

de volta da Região

dos Lagos, li no jornal

O Fluminense , que a E.E.

Leopoldo Froes estava

em petição de miséria.

Pedi ao motorista que

desviasse o caminho e

fomos parar em

Pendotiba (Niterói – RJ),

para conhecer a escola.

Que decepção!

Uma sujeira imensa,

escadas quebradas,

lousas partidas, carteiras

semidestruídas. Mandei

chamar a diretora. Não

estava. Tinha ido resolver

problemas particulares,

o que, aliás, fazia

sempre. Pedi que fosse

substituída. Depois de

seis meses de reforma, a

escola ficou um brinco.

Mas a comunidade não

se integrou ao projeto.

Passou-se um tempo

e tudo foi novamente

destruído, sobretudo

nos fins de semana,

quando o espaço era

aberto aos vizinhos, para

a prática desportiva.

Aprendi a lição de que se

deve trabalhar sempre

intimamente com a

comunidade circundante.

Agora, em Búzios,

balneário

fluminense, que

ficou famoso

internacionalmente por

causa da temporada lá

vivida por Brigitte Bardot,

estive na bem sucedida I

Feira Literária. Ao falar

para professores e

alunos, um dia depois de

Maurício de Sousa, tive

o prazer de participar

de um proveitoso

debate, em que ocorreu

um fato interessante

Contei sobre a

surpresa da visita feita

há tempos a uma escola

do interior, em lugar

bem pobre. Ao chegar,

na comitiva oficial, fui à

sala da diretora, mulher

simples, que tinha

a sala limpa e uma flor

vermelha na janela.

Felicitei-a e a resposta

veio pronta: "Não sei

trabalhar em ambiente

diferente. Aprendi

a gostar de flores com

a minha mãe."

Uma professora de

Búzios, ao ouvir a

história, alteou a voz e

disse: "Faço isso sempre.

Os alunos gostam."

Vejam, pois, que

as condições da

escola podem também

depender do capricho

da direção, que dá o

melhor exemplo. É um

recado importante.

ARNALDO NISKIER É

M E M B RO DA ACADEMIA

BRASILEIRA DE LETRAS, VICE-PRESIDENTE DO CIEE

NAC I O N A L E P RO F E S S O R

DE HISTÓRIA E FILOSOFIA

DA EDUCAÇÃO

PresidenteRogério Amato

Vice-PresidentesAlfredo Cotait NetoAntonio Carlos PelaCarlos Roberto Pinto MonteiroCesário Ramalho da SilvaEdy Luiz KogutJoão Bico de SouzaJosé Maria Chapina AlcazarLincoln da Cunha Pereira FilhoLuciano Afif DomingosLuís Eduardo SchoueriLuiz Gonzaga BertelliLuiz Roberto GonçalvesMiguel Antonio de Moura GiacummoNelson Felipe KheirallahNilton MolinaRenato AbuchamRoberto Mateus OrdineRoberto Penteado de CamargoTicoulatSérgio Belleza FilhoWalter Shindi Ilhoshi

Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira ([email protected]). Editor de Reportagem: José Maria dos Santos([email protected]). Editores Seniores: chicolelis ([email protected]), José Roberto Nassar([email protected]), Luciano de Carvalho Paço ([email protected]), Luiz Octavio Lima([email protected]), Marcus Lopes ([email protected]) e Marino Maradei Jr. ([email protected]).Editores: Cintia Shimokomaki ([email protected]), Heci Regina Candiani ([email protected]), Tsuli Narimatsu([email protected]) e Vilma Pavani ([email protected]. Subeditores: Rejane Aguiar e Ricardo Osman.Redatores: Adriana David, Evelyn Schulke, Jaime Matos e Sandra Manfredini. Repór teres: André de Almeida, Karina Lignelli, KetyShapazian, Lúcia Helena de Camargo, Mariana Missiaggia, Paula Cunha, Rejane Tamoto, Renato Carbonari Ibellis e Sílvia Pimentel.Editor de Fotografia: Agliberto Lima. Arte e Diagramação: José dos Santos Coelho (Editor), André Max, Evana Clicia Lisbôa Sutilo,Gerônimo Luna Junior, Hedilberto Monserrat Junior, Lino Fernandes, Paulo Zilberman e Sidnei Dourado.

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Esta publicação é impressa em papelcertificado FSC®, garantia de manejo florestalresponsável, pela S.A. O Estado de S. Paulo.

FALE CONOSCO

Fundado em 1º de julho de 1924

fatores incontroláveis e pro-

clamam que "o homem" deve

tomar nas mãos o seu próprio

destino – esquecendo que, na

prática, isso invariavelmente

resulta em que alguns poucos

homens passarão a decidir o

destino dos outros.

Em grande parte, o cres-

cimento dos meios de

opressão não depende

de nenhuma escolha política,

mas do simples progresso da

ciência e da técnica.

O grampo generalizado que

tanto escandaliza o público,

os aviões teleguiados com câ-

meras que vasculham o inte-

rior das casas, os simples ar-

quivos eletrônicos de informa-

ções que colocam todos à

mercê da chantagem gover-

namental são avanços técni-

cos formidáveis, cuja criação

custou tão caro que só o Esta-

do poderia financiá-los, o que

faz do cidadão a vítima inerme

da aliança inevitável entre co-

nhecimento científico e po-

der, transmutando em piada

macabra a promessa iluminis-

ta de que a ciência libertaria a

humanidade da opressão e

das trevas.

Nenhum desses processos,

que superam infinitamente as

mais loucas ambições de po-

der absoluto de Hitler e Stálin,

depende de uma adesão ideo-

lógica ao socialismo ou à de-

mocracia capitalista.

Onde quer que haja um Es-

tado, ele tem a seu serviço as

tecnologias mais caras e a pró-

pria complexidade crescente

da administração pública o

forçará a utilizá-las mais dia,

menos dia.

Por toda parte continua a

cumprir-se assim, mesmo de-

pois da extinção dos dois gran-

des regimes totalitários, a pro-

fecia de Jacob Burckhardt,

enunciada no umbral do sécu-

lo 20: "A autoridade reerguerá

a cabeça, e será uma cabeça

temível."

Mais claramente ainda,

é o progresso mesmo

da tecnologia que via-

biliza o controle do fluxo de in-

formações, reduzindo a mas-

sa popular a um estado de ig-

norância por vezes completa

do real estado de coisas. Com

ou sem este nome, a censura,

a supressão dos fatos indese-

jáveis, tornou-se a rotina da

grande mídia internacional

democrática como outrora o

foi na URSS e ainda é no comu-

nismo chinês.

Dificilmente a KGB terá al-

gum dia empreendido uma

"operação abafa" tão vasta e

bem sucedida quanto a ocul-

tação dos documentos falsos

de Barack Hussein Obama pe-

la mídia americana ou o com-

pleto sumiço do Foro de São

Paulo, por nada menos que de-

zesseis anos, nos jornais e ca-

nais de televisão do Brasil.

Enquanto a humanidade

não entender que aqueles que

a estimulam a "tomar nas

mãos as rédeas do seu próprio

destino" estão somente suge-

rindo que ela entregue essas

rédeas nas mãos deles, as

perspectivas da liberdade no

mundo continuarão se estrei-

tando cada vez mais, e a pró-

pria liberdade de percebê-lo

será exercida por um número

SXC

Page 3: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 3

O resgate da contabilidade

A POLÍTICA DO MAIS DO MESMO

Daniel Pangbourne/Image Source

Reprodução

QUEM ENXERGA O QUE VEM PELA FRENTE COM MAIS CLAREZA TEM UM DIFERENCIAL DECISIVO.

Aqui no Brasil, prestar contasdo que vem pela frente é raro.

Mas os administradores deempresas precisam se preocupar

mais com o que vem adiante.Afinal, é o nosso f u t u ro .

PAULO SAAB

CHARLES HOLLAND

Contabilidade geren-

cial significa presta-

ção de contas estra-

tégicas inteligentes,

retrospectivas e prospectivas

(o que no Brasil é muito raro)

para os públicos internos. Ve-

ja-se que existem duas conta-

bilidades: geral e gerencial.

A contabilidade geral é,

principalmente, aquela desti-

nada para os públicos exter-

nos das entidades. A mesma

segue as normas técnicas

emitidas pelo CPC - Comitê de

Pronunciamentos Contábeis.

Todas as entidades que se re-

portam a públicos externos

precisam necessariamente

obedecer às normas de regis-

tro e de divulgação ditados

nas normas do CPCs, sempre

com o respaldo do Conselho

Federal de Contabilidade e da

lei federal em vigor.

Já a contabilidade gerencial

– que muitos confundem com

contabilidade de custos (um

modulo da contabilidade ge-

ral e da gerencial),– assume

conhecimentos amplos de ne-

gócios, economia, matemáti-

ca, estatística, capacidade de

comunicações segmentadas

para públicos alvos etc. É uma

atividade estratégica que es-

timula criatividade e inovação

para trazer luz e fundamentos

para os empresários nas to-

madas de decisões.

Com o advento da Lei

11.637/ 2007 que san-

cionou a adoção obri-

gatória das normas interna-

cionais de contabilidade em

todas as entidades no Brasil,

privadas e publicas, a maioria

dos profissionais brasileiros

passaram a concentrar tempo

e esforço para absorver e im-

plantar as novas normas.

Os avanços têm sido notá-

veis, e elogiados no mundo in-

teiro. Estamos na vanguarda

mundial em termos qualitati-

vos na prestação de contas pa-

ra públicos externos.

Agora, passado seis anos, é

necessário resgatar a impor-

tância da contabilidade ge-

rencial nas empresas. As fa-

culdades e cursos de gradua-

ção voltados para negócios

precisam valorizar contabili-

dade gerencial. Temos carên-

cia de profissionais e de co-

nhecimentos nesta área.

Agrade de ensino das en-

tidades mais qualifica-

das deveria dar priori-

dade a esta demanda. E aque-

las que saírem na frente certa-

mente vão ter vantagens

competitivas

Em todos os países desen-

volvidos –e também em de-

s e n v o l v i m e nt o –, que pos-

suem ambições de crescimen-

to sustentado, os profissionais

interessados estão aumen-

tando a procura pela certifica-

ção de reconhecimento global

CMA-Certified Management

Accountant –que difunde e

monitora as técnicas de infor-

mes inteligentes e estratégi-

cos para os públicos internos

das entidades.

Para ser um CMA com reco-

nhecimento global é essencial

passar em um exame, o qual

testa os conhecimentos do

candidato no campo de ética

empresarial, planejamento,

orçamentos e técnicas de pre-

visão, gestão de performan-

ce, contabilidade de custos,

analise financeira, finanças

corporativa, análise de deci-

são e gestão de riscos e de de-

cisões de investimento.

Para manter a validade da

certif icação é necessário

comprovar, anualmente, edu-

cação continuada de 40 horas

de créditos de educação qua-

lificada. E destaque-se que

uma das prioridades da conta-

bilidade gerencial é prestação

de contas prospectivas.

Aqui no Brasil, prestar

contas do que vem pela

frente é raro, na verda-

de quase um tabu! A realidade

é que os administradores de

empresas precisam se preo-

cupar mais com o que vem pe-

la frente. É o nosso futuro.

Prestação de contas daquilo

que já aconteceu é commodity

–vale pouco, quando compara-

do ao valor de previsões confiá-

veis do que vem pela frente.

Amaioria dos empresá-

rios já está colocando –

no sentido figurado –,

em suas empresas, os faróis

de iluminação nos fundos e as

lanterninhas de ré na frente.

Isto é, possuem relatórios re-

trospectivos para públicos in-

ternos e externos, e nada em

termos prospectivos para pú-

blicos internos.

Afinal, quando escurece ou

há tempestades, a opção é di-

rigirmos devagar. Nestas cir-

cunstâncias, quem enxerga o

que vem pela frente com mais

clareza e com menos expecta-

tivas de surpresas, tem um di-

ferencial competitivo signifi-

cativo e decisivo.

Entendemos que em decor-

rência de quatro décadas com

altos índices de inflação, a

prestação de contas perdeu

importância, sendo a partir de

1996, com a redução destes

índices a patamares razoá-

veis, as demonstrações finan-

ceiras passaram a ter melhor

significado, mas sem a quali-

dade prospectiva almejada.

Tendo isso em vista, vale

dizer que a apresenta-

ção de contas via conta-

bilidade gerencial significa to-

mar um pouco das "rédeas" na

tomada de decisão, compre-

endendo o negócio e apontan-

do escolhas que promovam o

crescimento e o retorno às

partes interessadas, princi-

palmente proprietários.

Estamos esperando o que

para acontecer?

CHARLES HOLLAND É C O N TA D O R ,DI R E TO R EX E C U T I VO

DA ANEFAC, M E M B RO DO

INSTITUTE OF MA N AG E M E N T

AC C O U TA N T S - IMA, E C O N S E L H E I RO

INDEPENDENTE DE EMPRESAS.

Na base do "quem

avisa amigo

é", quero desde

já lembrar ao leitor que

corremos, todos nós

brasileiros, neste ano de

2014, o risco elevado de

termos mais do mesmo. Ou

seja, este ano que está

apenas começando pode se

tornar uma repetição

desalentadora, monótona,

daquilo que temos visto

nesta pouco mais de

uma década em que

o País se encontra sob o

domínio do PT e seus

aliado$ de oca$ião.

Socorro-me de feliz

frase de J.R. Guzzo na revista

Ve j a da última semana de

dezembro passado, para

seguir no raciocínio:

"Quando o PT foi para o

governo, o filho de pai rico,

que podia pagar-lhe uma

educação de primeira, tinha

muito mais chance de dar

certo na vida do que o filho

de um pai pobre, que

não podia pagar nada. E

hoje, o que mudou? Zero."

A frase, contida numa

análise intitulada "A cara}

do Brasil", é um retrato do

que o País é realmente nos

dias de hoje. Não me acanho

em citar o texto, citando

a fonte, por respeito ético

(embora muitos por aí usem

análises minhas, como

se deles fossem, depois

que publiquei). Mas o que

importa mesmo é termos

consciência de que se a

opção da maioria for seguir

o mesmo caminho que se

tem seguido, pouco ou

nada mudará para melhor.

Ao contrário. A tendência

é piorar, pelo entendimento

equivocado dos detentores

do poder federal de que{

uma nova vitória é sinal de

aprovação e estímulo ao

jeito pernicioso de governar.

Já se disse que quando

se faz tudo do mesmo

jeito, o resultado obtido

também será o mesmo.

E o Brasil precisa mudar

seu estilo de gestão.

Temos vivido nos últimos

anos uma mistura de

paternalismo -populismo

distanciado das regras

modernas de gestão. O

Brasil ainda é, e mesmo

que se trate de governo

tido como "popular", um

arremedo de casa grande

e senzala, sendo que os

moradores da senzala (é

apenas o uso de liberalidade

poética na construção do

texto) passaram a governar

a casa grande, sem

mudar o estilo anterior de

trato do coletivo. A não ser

por acentuar a corrupção e o

melado do doce. Quem não

come doce, quando come se

mela todo. Não estou

sendo preconceituoso,

apenas realista.

No mundo atual,

a gestão das nações deve

se assemelhar em suas boas

práticas de governança

àquilo que se aplica no

meio empresarial. O Brasil,

estacionado no tempo (ou

regredindo, querendo

fazer da Nação –

propaganda que vende na

publicidade milionária paga

com dinheiro público – é na

verdade um atraso só,

em termos de eficiência,

eficácia e modernidade.

Não se busca a igualdade de

oportunidade para todos.

Não se busca que todos

tenham as mesmas

condições de competição, o

que estimula a criatividade,

o impulso, a produtividade.

O Brasil da era lulo-

petista-dilmista segue na

contramão da História,

buscando agradar aos

pobres com favores e

esmolas, com um discurso

agressivo de progresso e

políticas voltadas para a

dominação e permanência

no poder – e nunca para

políticas públicas

desenvolvimentistas de

interesse da nação.

Aécio Neves repetiu

(por mera coincidência,

claro) o que esta coluna tem

reiterado ao longo do

tempo: Dilma vive

numa Ilha da Fantasia.

Ela e seus aliado$s de

interesses, acreditam que

o Brasil é uma Ilha da

Fantasia onde tudo vai bem,

em progresso e eles

estão acima das críticas.

O cidadão desavisado

dorme tarde, levanta de

madrugada, demora de

duas a três horas para ir

e vir do trabalho, morre nas

macas de corredores fétidos

de hospitais, recebe bolsas

que desestimulam seus

filhos de estudar e evoluir,

são vítimas da violência

fácil, da bandidagem

desenfreada, por aí afora,

e ainda é convencido pela

propaganda petista (muito

bem feita sempre, com

dinheiro público) de que

está melhorando de vida.

A senzala quer que o seu

eterno morador ocupe a

casa grande, ande de

charrete de luxo, tenha

dentro da casa objetos de

desejo de consumo, mas

não lhe dá condições

de aprender, crescer,

educar-se, aprimorar-se e

conquistar isso tudo por si

só, sabendo se manter.

Sei que faço a festa

dos ideólogos do falido

socialismo, por dar-lhes

munição discursiva, mas

pouco importa quando

se vê que a prática de suas

perorações são voltadas,

como já citei aqui, para

que eles, sim, façam parte

de uma classe acima das

demais. A "nomeklatura"

que põe na opulência,

com recursos de todos,

os que dominam o partido

e a política. E agridem

os que defendem o direito

à igualdade para todos

patrocinada por ações

governamentais acima dos

interesses eleitorais.

OBrasil de Lula-Dilma

está longe disso.

É a antítese disso. Eles

precisam ser os "salvadores

da pátria" para a massa

ignara. E, mesmo dando-

lhes acesso à casa grande,

os mantém cativos na

senzala da ignorância,

da incapacidade de

progredir por eles mesmos,

sem os favores das bolsas

escravistas.

Vamos ter mais do mesmo

em 2014?

PAU L O SAAB É J O R N A L I S TA

E E S C R I TO R

Page 4: Diário do Comércio

4 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014

[email protected]������ ����� �����

�����

Colaboração:

Paula Rodrigues / Alexandre Favero

MAIS: João pediu R$ 50mil de direitos e ela quasecaiu da cadeira. "É quasedez vezes o que eu ganhoem um único show!"

MISTURA FINA

Fotos: Mert Alas / Marcus Piggott

Festivaldo cabide

Aindaa Virada

A cantora Alaíde Costa,78 anos, queria colocaruma foto dela com JoãoGilberto em sua biografiaFaria Tudo De Novo.

��� Ela faturou US$ 80 milhões noúltimo ano, perdendo apenas paraMadonna, com US$ 125 milhões,segundo o ranking da Forbes. Eagora, mesmo com o novo álbum

Artpop vendendo menos do que as estimativas, Lady Gaga,transformada em garota-propaganda da Versace, protagoniza anova campanha da grife, de bolsas e acessórios, fotografada peladupla Mert Alas-Marcus Piggott, do jeito que ela gosta: compouca roupa. Os longos cabelos são uma homenagem dacantora a Donatella Versace, a comandante-em-chefe da marca.

��� “Somos poderosas!”.Era Ivete Sangalo saudan-do Anitta (as duas à esquerda)no show que fizeram juntas, napraia de Jatiúca, em Maceió:

era a generosidade da bispa do axé e a emoção da funkeiraem se apresentar ao lado dela. Ivete fazia o segundo show davirada lá e acha que “Alagoas dá sorte”. A direita, VanessaGiácomo e Daniele Winits, as duas vilãs de Amor à Vida, emoutra festa de réveillon animada, no Rio, no Royal Tulip, emSão Conrado, o antigo Intercontinental.

E o Lula, fala?��� Vira e mexe, José Maria Marin, que étratado com descaso pelo governo, pela Fifae por manifestantes de rua, é ironizadoporque não fala uma palavra sequer eminglês, o que seria fundamental na condiçãode presidente da CBF e mais ainda no ano

em que a Copa do Mundo acontece no Brasil. Aos chegados,Marin sacode os ombros: “O que esse pessoal quer? Que euestude inglês aos 81 anos? O Lula foi presidente e não falainglês! Nem a Dilma!”. Detalhe: dependendo da situação, apresidente até que sabe se virar em inglês e francês.

��� Balanço feito no final do anopassado revela que os cargos deconfiança, também chamados decabides, correspondem a mais de55% de todos os empregos do Poder

Legislativo (Câmara e Senado Federal). Dos 15,9 mil servidoresativos na Câmara, 12,4 mil cargos são comissionados sem vínculose de livre nomeação entre parlamentares. No Senado, são 3,3 milcomissionados para 6,2 mil funcionários. Para comparar: a soma doscargos comissionados nos 39 ministérios de Dilma equivale a menosda metade dos comissionados da Câmara. Um deputado federalpode contratar até 25 pessoas com a verba de gabinete quechega a R$ 78 mil mensais. Mais: para cada um dos 513 deputa-dos federais existem 30,4 cargos comissionados na Câmara.

“Alguém já viu um político bonito?”

Amesmacamisa��������������� Amigos de Paulo Coelho e sua mulher, Cristina Oiticica,que estão em temporada européia, contam que o casal passoua virada do ano no lago Neuchâtel , na Suíça. Os dois usavampreto e o escritor, por baixo, usava a mesma camisa azul quecoloca no réveillon há nada menos do que 40 anos. Já Cristinacontou que dormiria com uma camisola dourada. A tradiçãode usar branco na virada é muito brasileira. Nas grandes festasde réveillon nos Estados Unidos, por exemplo, a maioria usapreto, como em alguns países europeus.

EstiloDonatella

IN OUT�

Janeiro em Nova York. Janeiro no Rio.

WALCYR CARRASCO // autor de Amor àVida, preocupado com os feios do horário eleitoral.

Filme triste��� O início de 2014 não foinada alegre para o ex-bilionárioEike Batista que, em 2012, eraconsiderado o oitavo homemmais rico do mundo e agora nãoaparece na lista da Bloombergdos 300 donos das maioresfortunas do planeta. Eike,contudo, lidera a lista dos quemais perderam dinheiro no anopassado: ficou com US$ 12bilhões a menos, com a OGX emrecuperação judicial. No Natal,Eike não deu presentes paranenhum dos familiares, nempara o pequeno Balder, filhoque teve com Flávia Sampaio,hoje ex-namorada dele.

SEM DECOTE��� Fernanda Lima, a musa daCopa, está passando as festasemendadas com toda a famíliana Califórnia e dia 13, apresen-ta em Zurique, na Suíça, aentrega do prêmio Bola deOuro 2013 da Fifa. Fernanda jáprometeu evitar decotes paranão criar problemas nastransmissões de países como oIrã, como aconteceu no sorteiodas chaves da Copa. Atépode usar vestido de estilistanacional para prestigiar o bloco.

B.L. em St. Barth��� Milionário emergente é outracoisa: Marcos Ribeiro Leite,fundador da processadora decartões CSU Cardsystem,contratou dois promoters quesaíram em campo convidandofiguras conhecidas – entre outras,Isis Valverde, Thaila Ayala e IldiSilva – para passar o réveillonem St. Barth, com tudo pago(passagem, estadia, alimenta-ção e transportes). Ele adorareunir famosos em suas festas.Já contratou até Roberto Carlospara cantar em seu aniversárioe pagou R$ 3,5 milhões.

APRESENTAÇÃO��� O prefeito do Rio, EduardoPaes, estava na festa doCopacabana Palace, noréveillon, com sua mulherCristine, quando chegou oadvogado Antônio Carlos deAlmeida Castro, o Kakay, quejá defendeu diversos políticosacusados de corrupção,inclusive Waldomiro Diniz(absolvido). Aí, Paes apresentao advogado para sua mulher:“Amor, esse é o Kakay, umcara bom para gente conhe-cer, mas não para precisardele. Espero nunca precisar!”.

Contra o Porta��� Entidades religiosascatólicas e evangélicas estãofazendo grande movimento nasredes sociais contra o especial deNatal do Porta dos Fundos, queresolveu fazer graça com Jesus,Maria e José. Muitos planejamdenunciar o grupo ao MinistérioPúblico, argumentando que oshumoristas não podem “invadir ascomemorações da data máximada Cristandade” e os maisortodoxos gritam “Blasfêmia!”.

Desafios e conquistas��� O ex-deputado RobertoJefferson, que delatou oesquema do mensalão, passouo réveillon com a família, nointerior do Rio de Janeiro. E nãodirige mais o PTB que tem umcolegiado formado por BenitoGama (presidente em exercício),Jovair Arantes (líder na Câmara),Gim Argello (líder no Senado) eCampos Machado, que controla,há anos, a diretoria paulista dopartido. Na passagem do ano,Jefferson postou mensagem emseu blog onde afirma “estar certode que 2014 nos trará novos egrandes desafios, mas tambémmuitas conquistas”.

PIANISTA��� A âncora do Bom Dia,Brasil, Ana Paula Araújo, queacaba de se apresentar noProjeto Aquarius, foi convida-da pelo maestro João CarlosMartins para participar de umconcerto em fevereiro, emSão Paulo, com a OrquestraMaré do Amanhã, formada poradolescentes do Complexo daMaré. Pouca gente sabe queAna Paula é formada empiano pelo ConservatórioPúblico estadual de Juiz deFora, cidade onde nasceu.Queria ser concertista

��� LETÍCIA Birkheuer, trêsmeses depois de anunciar o fimde seu relacionamento comAlexandre Furmanovich (elestiveram um filho, João Guilher-me), já está circulando comnovo titular: ele é Rodolfo Kouri,diretor da construtora Graúna,do Paraná. Os dois passaramo réveillon em Trancoso.

��� PESQUISA da Crowley,especializada em monitoramentodo mercado, revela que a músicaVidro Fumê, de Bruno e Marrone,foi a mais tocada no Brasil, noano passado, com 36,9 milexecuções. Em segundo, TeEsperando, de Luan Santana(32,2 mil) e em terceiro, Show dasPoderosas, de Anitta (25,5 mil).

��� A ATRIZ Claudia Jimenezé mais do que guerreira:depois do Natal, implantou ummarcapasso e sua recupera-ção está sendo acompanhada.Não voltará às gravações deAlém do Horizonte (transmis-sões magnéticas no estúdiopodem interferir no funciona-mento do marcapasso). Em1999, ela colocou cincopontes de safena, depois desofrer um infarto. Em 2012,quatro stents e tambémsubstituiu uma válvula aórtica.

��� O CORRIERE della Sera,o jornal de maior circulaçãoda Itália, acaba de publicarum artigo de página inteirade Diogo Mainardi, escritoem italiano, fazendo um retratodo Brasil. Mainardi mora emVeneza, é de lá que participado Manhattan Connection epara bem resumir o país,usou frase famosa de IvanLessa: “Os brasileiros têm osdois pés no chão... e as duasmãos também!”.

��� DANILO Gentili, ex-Band,fará um talk-show diário noSBT, entrando no ar perto dameia-noite. E no meio dasemana, sai da grade GabiQuase Proibida, com MaríliaGabriela, que não tem audiên-cia, nem faturamento. Contu-do, De Frente com Gabi, aosdomingos, permanece.

Page 5: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 5

Sob o pretexto dasfestas de fim de ano, a

presidente volta à tevê parafazer autoelogio e campanha

eleitoral.Aécio Neves,

pré-candidato àPresidência esenador peloPSDB-MG

O Brasil passa por um momento de descréditointerno e externo enquanto a presidente

doura a pílula com um discurso para lá de ufanista.Rubens Bueno, líder do PPS

A guerra psicológicapode inibir

investimentos eretardar iniciativas.

Dilma Rousseff,presidente da

República

Uma coisa é dizer que libera, outra éempenhar os recursos.

Eduardo Cunha, líder do PMDB na Câmaraem protesto por mais verba federal para municípios

Sei que 2014será um grande

ano para o Brasil, enão só por causa daorganização daCopa do Mundo defutebol. O paíscolherá os frutosque a presidenteDilma semeou.

Luiz Inácio Lula daSilva, ex-presidente

Os deputados ficam navia crucis para tentar

alguma raspa de tacho.José Guimarães, líder do PT na

Câmara emprotesto por maisverba federal para

Estados emunicípios

Lamentável o oportunismo político dogovernador de Pernambuco Eduardo Campos

em usar momentos de desgraça para tentar sepromover. Tudo que foi proposto pelo Ministério daIntegração para agilizar socorro nos desastresnaturais foi encaminhado.

Ministra da Casa Civil,Gleisi Hoffmann, rebatendo as

críticas de Campos sobresocorro às vítimas das chuvas

no Espírito Santo.

Haverá tempo de percorrer todo o País.Eduardo Campos, pré-candidato

à Presidência pelo PSB, sobre seu desconhecimentoem grande parte do Brasil

Índios estão acuados e relegadosà própria sorte diante dos ataques sofridos

por moradores.Marília Gurgel, juíza federal,

ao determinar proteção aos índios Tenharim

Ele não tem o traquejo. Não creio queele tenha as características necessárias

para conduzir o Brasil de maneiraa não provocar grandes crises no País.

Fernando Henrique, ex-presidente,sobre uma possível candidatura do ministro do STF,

Joaquim Barbosa, à Presidência da República

Joel

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Beto NOciti/ Futura Press/ Folhapress

O calendário do IPTUJorge Araújo/Folhapress

O prefeito deSão Paulo,FernandoHaddad, bemque tentouimpor novataxa de IPTUmas asociedadereagiu.

Ameaçadas, aéreas juramfazer bonito na Copa.

Abear diz que dá conta do recado e pede: nada de empresas estrangeiras operando no País no mundial.

As empresas aéreas

brasileiras d iv u l g a-

ram nota ontem reba-

tendo a possibilida-

de, anunciada em entrevista ao

jornal Folha de S.Paulo pela mi-

nistra da Casa Civil, Gleisi Hoff-

mann, de permitir às empre-

sas estrangeiras a operação

de voos dentro do País du-

rante a Copa do Mundo.

Segundo a ministra,

"nós não deixaremos

de aval iar todas as

possibilidades, inclu-

sive abrir o mercado",

disse, acrescentando

que a ideia em estudo

é "autorizar que elas

(as companhias es-

trangeiras) operem

dentro do Brasil".

A medida seria uma

forma de conter um

eventual "aumento abu-

sivo" no preço das passa-

gens durante a Copa do

Mundo. "O setor aéreo brasi-

leiro tem mantido diálogo

constante com o governo fe-

deral", afirma a nota.

Para a Abear (Associação

Brasileira das Empresas Aé-

reas), a melhoria das opera-

ções aéreas domésticas en-

volve, não apenas os esforços

das companhias, "mas o avan-

ço da infraestrutura aeropor-

tuária e a revisão do sistema

de tributação do combustível,

30% mais alto do que em ou-

tros países".

A associação "ressalta tam-

b é m q u e a

oferta de voos du-

rante a Copa ainda está em

discussão".

Em dezembro, as compa-

nhias aéreas enviaram à

agência reguladora do setor, a

Anac, propostas para atender

à demanda no período, com

p r e-

visão de au-

mento de voos para as cida-

des-sede. A agência afirmou

que pretende atender a todos

os pedidos, a depender das li-

mitações dos aeroportos.

A decisão sobre o aumento

de voos deve

sair este mês

e, segundo a no-

ta da Abear, "terá

impacto na quantida-

de e preço das passa-

gens". A associação não in-

formou até a tarde de ontem,

se as empresas esperam redu-

ção dos preços nem de quanto

será essa redução. A expecta-

tiva do governo é que a Copa

atraia 600 mil estrangeiros e 3

milhões de brasileiros, o que

deve afetar preços de passa-

gens e hotéis. (Agências)

TJ: ponto final nocartão de Natal.

Odesembargador José Renato

Nalini, novo presidente do

Tribunal de Justiça de São

Paulo, deu o primeiro passo para o fim

da papelada na rotina da Corte. Sexta

feira, ele decretou o uso exclusivo da

comunicação eletrônica – inclusive

para cumprimentos e convites. Até os

cartões de Natal e de aniversário

estão vetados no papel. "Chega de

cartões e envelopes", disse Nalini, que

considera o Judiciário o "mais

antiecológico dos Poderes".

Além da economia que a medida

propiciará, servidores que se

dedicavam a produzir cartões

pessoais agora poderão voltar a cuidar

da atividade fim do Judiciário, ou, na

definição de Nalini, "produzir decisões

para resolver os conflitos humanos".

O TJ-SP, maior tribunal estadual do

País –55 mil servidores, 360

desembargadores, 2,4 mil juízes de

primeiro grau –não tem um

levantamento sobre gastos com a

impressão de cartões de festas.

"Somos pobres nesse tipo de

apuração, mas é sempre uma

economia", destaca o

desembargador, que tomou posse

administrativa na Presidência do TJ na

última quinta feira.

O orçamento da Corte é de R$ 6,8

bilhões para 2014. Desse montante

R$ 6,5 bilhões são destinados à folha

dos magistrados e dos servidores.

Sem contar as gratificações e o

impacto das 4 mil nomeações de

2013. "Só posso economizar nas

pequenas coisas", observa Nalini. Para

dar o exemplo, ele vetou convite

escrito para sua posse solene, dia 3 de

fevereiro. (Estadão Conteúdo)

Com o veto da Justiça

ao aumento do Im-

posto Predial e Terri-

torial Urbano (IPTU)

acima da inflação em 2014 na

cidade de São Paulo, a Prefei-

tura paulista publicou na sex-

ta-feira, 3, as datas de entrega

e pagamento dos carnês que

vencem neste ano. Segundo o

edital divulgado no Diário Ofi-cial da Cidade, os boletos ven-

cem entre os dias 1º e 28 de fe-

vereiro, conforme o cadastro

do imóvel, e começam a ser

enviados no dia 16 de janeiro.

O limite para o recebimen-

to das notificações vai do dia

21 de janeiro ao 17 de feve-

reiro, de acordo com o crono-

grama de pagamento de IP-

TU do imóvel. Quem não re-

ceber o talão até essas da-

tas, poderá pedir segunda

via em uma subprefeitura ou

imprimi-la pela internet.

A cobrança do imposto para

este ano foi reajustada ape-

nas com a correção da inflação

já que uma liminar (a decisão

ainda é provisória) do Tribunal

de Justiça de São Paulo (TJ-SP)

que, em dezembro suspen-

deu a lei aprovada na Câmara

Municial que prevê uma alta

de até 20% para imóveis resi-

denciais e 35% para imóveis

comerciais em 2014.

Assim, os carnês terão au-

mento de cerca de 5,6%.

A Prefeitura perdeu dois re-

cursos no Superior Tribunal de

Justiça (STJ) e no Supremo Tri-

bunal Federal (STF), que se ne-

garam a reverter a liminar dos

desembargadores paulistas.

Após as duas decisões negati-

vas, a Prefeitura anunciou que

não fará segunda cobrança de

IPTU em 2014, se a ação for jul-

gada em seu favor. O Órgão

Especial do Tribunal de Justiça,

que decidirá o mérito sobre o

aumento do IPTU, só volta a se

reunir a partir de fevereiro.

A discussão sobre o valor

do IPTU em 2014 começou

com uma ação civil pública

do Ministério Público Esta-

dual (MPE), em novembro,

que questiou a forma como a

lei que reajusta a Planta Ge-

nérica de Valores (PGV) da ci-

dade foi votada. Esse proces-

so não prosperou, depois que

o então presidente do Tribu-

nal de Justiça Ivan Sartori ne-

gou uma liminar concedida

em primeira instância que

suspendia a lei.

Em 12 de dezembro, 22

dos 25 desembargadores

que compõem o Órgão Espe-

cial do TJ decidiram a favor

dos argumentos de duas

ações diretas de inconstitu-

cionalidade (Adins) movidas

separadamente pela Federa-

ção das Indústrias de São

Paulo (Fiesp) e pelo PSDB.

É essa a liminar que travou

neste ano o reajuste acima

da inflação proposto pela

Prefeitura de São Paulo.

As entidades alegaram

que o processo legislativo foi

violado na votação da lei pro-

posta pelo prefeito Fernando

Haddad (PT) e que a correção

foi abusiva, além da capaci-

dade contributiva da popula-

ção. Quando as entidades

entraram com a Ação Direta

de Inconstitucionalidade

contra o aumento, o presi-

dente da Associação Comer-

cial de São Paulo, Rogério

Amato, disse que ela era " um

grito da população para to-

dos os governantes" mos-

trando que não é possível au-

mentar mais impostos. "É a

resposta da sociedade, re-

presentada democratica-

mente pelas entidades." De

acordo com Rogério Amato, a

ADI movida pela ACSP e por

outras 38 entidades não é

contra a Prefeitura nem con-

tra o imposto, mas contra um

aumento que fere o princípio

da capacidade contributiva.

Page 6: Diário do Comércio

6 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014

Vitória sobre os planos de saúdeANS obriga planos de saúde a cobrir 37 drogas contra o câncer. A partir de maio, entra em vigor lei que determina a cobertura total.

Victória Brotto

Hug

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De

Peito

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DE PEITOA B E RTO

D I R E I T O S

Muitas pacientes com câncerde mama aguardam até dois

anos para fazer a cirurgia deextração – cirurgia que, pela lei,deve ser autorizada em nomáximo 21 dias. É o que diz VeraGolik, Embaixadora Global doCâncer para o Brasil pela AmericanCancer Society. Desde 2006 ela saipelo País com o projeto De PeitoAberto, junto com seu maridoHugo Lenzi, fotografando eouvindo os relatos de centenas demulheres, entre 18 e 70 anos,diagnosticadas com câncer noBrasil. "Todas as mulheres queconversamos para o projetotinham problemas com o plano desaúde. Inclusive com os planosTOP", diz Vera. Segundo ela, aspacientes contam que os planostentam induzi-las a fazer otratamento pelo Sistema Único deSaúde (SUS) ou protelam opagamento até dois anos. "Elesnão falam 'não' direto, elescomeçam a exigir perícias,avaliações e sempre os resultadossão inconclusivos", conta Vera.

O que vemos acontecendo égente contratando advogado,para entrar com liminar e aí o juizautoriza a cirurgia", conta Hugo."Não pense que um plano melhorpaga rápido e fácil umtratamento de câncer."

Segundo o casal, as leisbrasileiras e o SUS são bons 'nopapel'. "Quais países têm umsistema de saúde público? Eainda mais um país enorme comoo Brasil?", indaga Hugo. Aquestão, para ambos, resvala nãosó na demora dos planos desaúde e nas brechas que asagências de saúde encontrampara burlar a lei, mas no quechamam de "falta dehumanização da medicina".

"Os médicos são treinados nasuniversidades para cuidar dadoença e não das pessoas, ãoenxergam o ser humano", dizHugo. "Uma das moças quefotografou para nós, que teve acor dos olhos mudada pelocâncer, ia casar. Sabe o que omédico, o chefe da Oncologia deum grande hospital particularem São Paulo, disse a ela? ‘Fi l h onão serve para nada. Eu tenhotrês, você pode escolher um.'"

De Peito Aberto, além deexposição fotográfica, virou livro,site e tem página nas redessociais. "Tanto no texto quanto nafoto, abordamos quatromomentos na vida de cada uma: ochoque diante do diagnóstico, omedo da perda dos símbolosfemininos, o apoio familiar e asuperação", explica Vera. Oprojeto chegou até Nova York, em2011, quando Vera foi convidadapela ONU para expor a situaçãodo câncer de mama no Brasil.

Opaciente com cân-

cer pode, segundo

prevê a Constitui-

ção, retirar o seu Fundo de

Garantia por Tempo de Ser-

viço (FGTS), o seu PIS/PA-

SEP e requerer carro espe-

cial para levá-lo até o hospi-

tal. Caso não dirija, pode in-

dicar três condutores. Se a

pessoa não conseguir tra-

balhar devido à doença, ela

tem o direito de requerer o

seu auxí l io -doença em

qualquer posto da Previ-

dência Social. Também tem

direito à aposentadoria por

invalidez pelo INSS, desde

que seja segurado.

Os impostos que, pela lei,

a pessoa com câncer está li-

vre de pagar são: IPI, IOF,

ICMS e o IPVA. Tanto para

pedir o carro especial quan-

to para a isenção dos tribu-

tos o paciente ou o seu re-

presentante legal deve ir à

Secretaria da Receita Fede-

ral de sua cidade com três

vias do requerimento de

isenção preenchido (dispo-

nível no site w w w. r e c e i t a . f a -zenda.gov.br e com o laudo

médico comprovando a

doença e, caso necessário,

a deficiência.

Direitos como quitação

de financiamento de imó-

vel, passe livre interesta-

dual e andamento judicial

prioritário também são pre-

vistos pela lei.

Para o passe livre, o pa-

ciente precisa ter alguma

deficiência física resultante

da doença e comprovar bai-

xa renda. Para prioridade

em processos judiciais, bas-

ta indicar nos autos a sua

doença. O Código Civil pre-

vê a prioridade baseado na

expectativa de vida e, se-

gundo a assessoria jurídica

do A.C.Camargo, "uma pes-

soa portadora de câncer,

pelos princípios da analo-

gia, da equidade e da isono-

mia, também deve ser con-

templada com maior celeri-

dade da Justiça", conforme

explica a assessora do de-

partamento jurídico do A.C.

Camargo, a advogada Ana

Camila Lima dos Anjos.

Para a quitação do imó-

vel, ele deve ter feito, antes

de assinar o contrato, o Se-

guro Habitacional.

Assim que constatada a

doença, ele pede ao Seguro

a quitação que fará a análi-

se do caso. (VB)

AAgência Na c i o n a lde Saúde (ANS) seadiantou ao deter-m i n a d o p e l a l e i

12.880/13 e passou a incluir nohall de obrigatoriedades, noúltimo dia 02, dos Planos deSaúde, a cobertura de 37 me-dicamentos orais para trata-mento domiciliar em 56 tiposde câncer. Mas, mesmo adian-tada, a ANS deixou de lado to-dos os outros medicamentosque, pela lei federal, deverãoser pagos pelos planos. Estesremédios que ficaram de foranas novas regras da ANS de-vem ser incluídos em maiodeste ano, quando a determi-nação entra em vigor.

As regras da ANS são atua-lizadas a cada dois anos. A co-bertura de tratamentos do-miciliares por parte dos pla-nos é uma demanda antigade médicos e pacientes porserem mais baratos e teremmenos efeitos colaterais. Alei 12.880, por exemplo, ficoudois anos em trâmite no Con-gresso e integra um conjuntode leis federais que determi-na, por exemplo, que as ope-radoras de saúde sejam rápi-das na aprovação de trata-mentos de câncer, podendodemorar no máximo 21 diaspara autorizá-lo.

Até agora, segundo a auto-ra da lei, a senadora AnaAmélia (PP- RS), os planos sóeram obrigados a arcar comos custos ambulatoriais. Coma lei sancionada, além do cha-mado tratamento antineo-plásico oral – o tratamentodomiciliar que funciona co-mo uma quimioterapia – , osplanos deverão cobrir proce-dimentos radioterápicos e dehemoterapia. "Desde que es-tejam relacionados à conti-nuidade da assistência pres-tada na internação hospita-lar", explicou Amélia.

As novas regras da ANS jáabarcam esses procedimen-tos, entre eles, a radiotera-pia IMRT, em que o feixe del u z é m o d u l a d o e at i n g eapenas as células doentes,preservando as sadias. Osexames genéticos para de-tectar doenças hereditáriasou de câncer também serãopagos pelos planos.

O Instituto Oncoguia, queauxilia pacientes com câncerno País e que sugeriu o proje-to de lei durante audiênciapública em 2011 no Senado,alertou para o que chama de"falta de infraestrutura doPaís" em garantir direitos. A

senadora do PP falou em"projeto mais importante domandado" e a Federação Na-cional de Saúde Suplementar(FenaSaúde), representanteinstitucional das Segurado-ras Especializadas em Saúde,falou em "impacto" para o se-tor, mas disse, em nota, queeste impacto "só poderá sermedido a partir do ano sub-sequente, com o acompanha-mento da execução dos no-vos procedimentos."

Até 2020, o Brasil terá 500mil novos casos de câncer, se-gundo artigo da revista espe-cializada Lancet Oncology. Os70 especialistas que assinamas projeções dizem que, em2009, foram 366 mil brasilei-ros diagnosticados com adoença, em quase uma déca-da, o número crescerá 38%.

A ANS listou a maioria dosmedicamentos usados hoje noPaís para combater a doença, ecerca de 25% deles foram pla-nejados para ser via oral, sen-

do que 36 substâncias contra ocâncer aparecem em forma decomprimidos e podem ser to-mados em casa. O tratamentovia oral – uma alternativa àquimioterapia – acontece noBrasil há mais de dez anos. Pa-ra a assessorajurídica doOnco guia,a advoga-da CássiaM ontoutoele é vistopelos planosde saúde como"simples compri-midos": "E eles di-zem que nãosão obrigadosa bancar com-p ri m i d o s " .

A professoraDenise Freire Ma-chado, de 32 anos, foi diagnos-ticada com câncer de mamaem 2008 e, depois de ter feitoquimioterapia e radioterapia,precisou seguir com tratamen-

to doméstico, a chamada hor-monioterapia. Esse tipo de te-rapia é preventivo e deve serfeito pela maioria das pacien-tes com câncer de mama apósa rádio e a quimioterapia. Masquando Denise solicitou o re-médio ao seu plano de saúde,

ele foi negado por que nãoestavam no "hall dos medi-

camentos ambulatoriais".O Aromasin não é vendi-do em farmácias nem éfornecido pelo governo,como alguns outros medi-

camentos preventi-vos. Ele só podeser comprado di-retamente do la-b orató rio p or

R$ 314.Denise precisa tomá-lo to-

dos os dias. "Com a dose diá-ria, o frasco dura um mês. Pre-ciso tomá-lo por cinco anos."A professora entrou na Justi-ça contra o plano pedindo oressarcimento dos custoscom o Aromasin, que chegam

a mais de R$ 1,2 mil – d aq uicinco anos, ela terá gastomais de R$ 18 mil.

Planos e pacientes

Além do tratamento oral,as operadoras detentorasdos planos de saúde devemcobrir custos ambulatoriais eautorizar o tratamento numprazo máximo de 21 dias. AResolução 259 da ANS, de2009, diz que "procedimen-tos de alta complexidade",como os tratamentos contrao câncer, "devem ser garanti-dos pelas operadoras de saú-de em até 21 dias úteis, assimcomo o atendimento em regi-me de internação eletiva."

O paciente com câncer, seconstatar irregularidade po-de ligar para a ANSe e fazerreclamação administrativa.Se comprovada a irregulari-dade, a operadora será mul-tada e pode ser proibida decomercializar o plano.

Dalva Sandes, para o projetoDe Peito Aberto,

comemorando sua cura de câncer.

Page 7: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 7

Kerry: umotimistaentr eos céticos.Norte-americano vê 'progresso' no Oriente Médio

O secretário de Estado nor-

te-americano, John Kerry, afir-

mou ontem que israelenses e

palestinos estão avançando

nos diálogos para chegarem à

paz na região, embora haja

grande ceticismo em relação a

um acordo entre as partes.

Em discurso antes de voar

para a Jordânia e a Arábia Sau-

dita, e no qual detalhou aos

jornalistas a 10ª sessão de en-

contros com o primeiro-minis-

tro israelense, Benjamin Neta-

nyahu, e o presidente da Auto-

ridade Nacional Palestina

(ANP), Mahmoud Abbas, Kerry

assegurou que ambos os la-

dos já têm uma ideia clara dos

compromissos a serem adota-

dos para alcançarem um de-

nominador comum no conflito

do Oriente Médio.

"Foram dias produtivos",

disse o secretário após três

Brendan Smialowski/Reuters

O papa Franciscona Terra Santa

O papa Francisco anunciouontem que viajará para Israel,Cisjordânia e Jordânia entre osdias 24 e 26 de maio. Será suaprimeira visita à Terra Santa eocorrerá em meio às novas tenta-tivas dos Estados Unidos de fe-

char um acordo de paz entre Is-rael e os palestinos.

A viagem celebrará o 50º ani-versário da reunião entre o papaPaulo VI e o então líder dos cris-tãos ortodoxos, o patriarca Aten-goras, em Jerusalém. (Estadão)

dias de negociações. "Nossa

conversa foi muito positiva,

ainda que muito séria, muito

intensa", declarou.

Segundo ele, assuntos-cha-

ve como as fronteiras, a segu-

rança, o destino dos refugia-

dos palestinos e a condição de

Jerusalém estiveram todos

em pauta.

"O caminho está ficando

claro e o imbróglio está sendo

resolvido aos poucos. Para to-

do mundo, está ficando evi-

dente as opções restantes a

serem tomadas", afirmou Ker-

ry. "Mas não sei dizer quando

as últimas peças deste imbró-

glio irão se encaixar, ou se cai-

rão no chão e deixarão o que-

bra-cabeças incompleto."

Kerry fez uma pausa nas

conversas ontem para se en-

contrar com os reis da Arábia

Saudita, Abdullah bin Abdula-

ziz al-Saud (acima), e da Jordâ-

nia, Abdullah II, com o objetivo

de conquistar o apoio árabe

para o acordo.

Antes das reuniões, Kerry

declarou que o acordo será

"justo". "Eu posso garantir a

todos os lados que o presiden-

te (Barack) Obama e eu esta-

mos comprometidos em levar

adiante ideias que são justas e

equilibradas e para melhorar a

segurança de todas as pes-

soas", disse.

C on di çõ es - Em um sinal de

que Kerry estaria intensifican-

do a pressão, uma fonte pales-

tina confirmou que o secretá-

rio norte-americano pediu a

Abbas que reconheça Israel

como a terra dos judeus. O pre-

sidente da ANP já rejeitou di-

versas vezes essa demanda

israelense, alegando que isso

comprometeria os direitos

dos refugiados palestinos e da

minoria árabe em Israel.

O primeiro-ministro de Is-

rael, Benjamin Netanyahu

acusou líderes palestinos on-

tem de "incitar o ódio". "Os pa-

lestinos continuam sua cam-

panha de incitar o ódio como

temos visto nos últimos dias

com sua recusa em reconhe-

cer Israel como o Estado do po-

vo judeu", disse Netanyahu.

Já membros linha-dura da

coalizão de Netanyahu au-

mentaram a pressão sobre o

primeiro-ministro israelense,

ameaçando derrubar o gover-

no se ele ceder às pressões

norte-americanas para acei-

tar as demandas palestinas.

Ontem, Israel rejeitou a pro-

posta de Kerry sobre a segu-

rança no Vale

d o J o r d ã o

a p ó s u m

e v e n t u a l

acordo de paz

com os pales-

tinos.

"A seguran-

ça deve ficar

e m n o s s a s

mãos. Qual-

quer um que

p r o p o n h a

uma solução no Vale do Jordão

com a ajuda de uma força in-

ternacional, a polícia palesti-

na ou meios tecnológicos não

compreende realmente a si-

tuação no Oriente Médio", dis-

se o ministro de Assuntos de

Inteligência israelense, Yuval

Steinitz, ontem.

O futuro do Vale do Jordão,

território na fronteira com a

Jordânia ocupado por Israel

desde 1967 e considerado por

este último parte de sua fron-

teira estratégica, é um dos te-

mas mais espinhosos que Ker-

ry aborda em suas reuniões

com israelenses e palestinos.

Kerry acredita ser possível

uma solução que, por um lado,

devolva a soberania aos pa-

lestinos e garanta, ao mesmo

tempo, a segurança de Israel,

mediante ações militares não

visíveis, com avançados dis-

positivos eletrônicos de vigi-

lância. A presença militar is-

raelense durante algum tem-

po também é considerada.

Os palestinos exigem a total

retirada das forças israelen-

ses da região e estariam dis-

postos a aceitar a participa-

ção de forças internacionais

como garantia, mas Israel

quer permanecer na fronteira

para impedir o acesso de ex-

tremistas à Cisjordânia.

No fim de semana, o ex-che-

fe do Mossad (serviço de inte-

ligência de Israel) Meir Dagan

minimizou a importância das

reivindicações israelenses e

assegurou, em uma conferên-

cia privada em Kfar Saba, que

"se trata mais de uma decisão

política". (Agências)

Sopro polar nos EUATemperaturas que não

eram vistas há 20 anos devem

alcançar recordes de baixa

nos próximos dias nos Estados

Unidos, criando condições di-

fíceis para viagens e motivan-

do escolas a fecharem as por-

tas. Pelo menos 140 milhões

de pessoas devem sofrer com

a chegada do chamado "vórti-

ce polar", que trará tempera-

turas abaixo de zero ao centro-

oeste e nordeste do país.

"As temperaturas mais bai-

xas em quase duas décadas

vão se espalhar para o norte e

centro dos EUA hoje diante de

uma frente fria do Ártico", dis-

se o Serviço Nacional de Me-

teorologia, em um comunica-

do publicado em seu site on-

tem. "Combinadas com raja-

d a s d e v e n t o , e s t a s

temperaturas resultarão em

ventos frios com temperatu-

ras de risco de vida tão baixas

quanto 60 graus abaixo de ze-

ro", declarou, acrescentando

que, até quarta-feira, metade

do país estará enfrentando

temperaturas abaixo de zero.

Especialistas alertaram

que, num tempo com essa

temperatura tão fria, o conge-

lamento pode ocorrer na pele

descoberta em questão de mi-

nutos. "É um frio perigoso",

advertiu Butch Dye, do Servi-

ço Nacional de Meteorologia.

A expectativa é que a tem-

peratura chegue a -35ºC em

Minnesota, -31ºC na Dakota

do Norte e -26ºC em Illinois.

A onda de frio não virá, ne-

cessariamente, acompanha-

da de nevascas, mas o mau

tempo de ontem foi responsá-

vel pelo cancelamento de

2.700 voos nos EUA. Na ma-

nhã de ontem, o aeroporto JFK,

o maior de Nova York, ficou fe-

chado por duas horas após um

avião a serviço da Delta, vindo

de Toronto, derrapar na pista.

Não houve feridos.

O fechamento do JFK (a b a i-xo ) resultou em atrasos de até

duas horas em voos ao Brasil,

mas nenhum foi cancelado.

Em Aspen, no Estado de Co-

lorado, um, acidente com um

pequeno avião que pousava

deixou ao menos um morto e

dois feridos. (Agências)

Jason Szenes/EPA/EFE

Justiça com as próprias mãosUm grupo formado por mo-

radores armados tomou a Pre-

feitura de Parácuaro, no Esta-

do de Michoacán, no oeste do

México, no sábado. Durante a

semana, prefeituras de outros

dois povoados da região, uma

das principais áreas produto-

ras de drogas do país, foram

tomadas da mesma forma.

As chamadas autodefesas,

ou polícias comunitárias, são

formadas por grupos de cida-

dãos que, desde o começo de

2013, passaram a se armar

para defender suas cidades da

ação do crime organizado, de

cartéis de narcotraficantes e

até de policiais que não cum-

prem seu dever.

Esse tipo de ação está pre-

sente em vários municípios

dos Estados de Michoacán

(oeste) e Guerrero (sul).

Em Michoacán, as polícias

comunitárias já controlam dez

municípios, o que equivale a

20% do território estadual.

Elas se espalharam em uma

subregião conhecida como

Tierra Caliente, marcada pela

pobreza e pela presença do

cartel Cavaleiros Templários.

Esse grupo controla a pro-

dução de maconha, conta com

laboratórios que produzem

drogas sintéticas e seus mem-

bros praticam crimes como

extorsão, sequestro e explo-

ração ilegal de minas de ferro.

O cartel acusa as forças de au-

todefesa de serem financia-

das pelo grupo rival, chamado

Nova Geração.

Em vídeo divulgado em fe-

vereiro passado, o líder José

Jorge Dan Lopez/Reuters - 29/12/13

Manuel Mireles explicou o sur-

gimento da milícia: além das

extorsões, os Cavaleiros reali-

zavam assassinatos e violen-

tavam as mulheres. Mireles

(acima, de camisa azul) ainda

acusou as autoridades locais

de proteger as máfias.

Acidente - Mireles foi vítima

de um acidente aéreo na noite

de sábado. Ele e outras quatro

pessoas ficaram feridas após

a aeronave fazer um pouso

forçado. Uma pessoa morreu.

As autoridades dizem ser

prematuro considerar que

houve uma tentativa de aten-

tado e, a princípio, apontaram

uma falha mecânica como a

causa do acidente. (Agências)

Page 8: Diário do Comércio

8 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014

Em busca de virais, verdade é esquecida.Na competição acirrada por leitores, alguns portais, como BuzzFeed e Huffington Post, estão apagando com cada vez mais frequência os limites entre fato e ficção.

Ravi Somaiya eLeslie Kaufman

Averdade nunca foi

um ingrediente es-

sencial para o con-

teúdo viral na inter-

net. Entretanto, nessa compe-

tição acirrada na busca por lei-

tores, portais jornalísticos

estão apagando com cada vez

mais frequência os limites en-

tre fato e ficção, e afirmando

que tudo isso faz parte dos ne-

gócios no mundo complicado

do jornalismo online.

Revelou-se que muitas his-

tórias recentes que passaram

como um relâmpago pela in-

ternet, angariando milhões de

visualizações, eram falsas ou

exageradas: a história narrada

pelo Twitter de uma disputa em

uma avião no Dia de Ação de

Graças, mais tarde descrita pe-

lo autor como um conto; a carta

de uma criança para o Papai

Noel em que detalhava um link

para o site da Amazon com giz

de cera, mas que na verdade

havia sido escrita por um co-

mediante em 2011; e um en-

saio sobre a pobreza que gerou

US$ 60 mil em doações, até

que o autor revelasse que o

texto se baseava em impres-

sões pessoais, ao invés de ser

estritamente factual.

Os criadores descrevem os

textos basicamente como ar-

te performática online, sem a

intenção de serem vistos co-

mo uma verdade factual. Po-

rém, para os veículos que os

publicam, esses textos repre-

sentam uma série de emoções

e de entretenimento concen-

trado que atrai leitores e pro-

pagandas lucrativas.

Quando revelam que as his-

tórias são todas falsas, as mo-

destas demonstrações de ver-

gonha que se seguem são

acompanhadas pela admissão

de que elas são realmente fal-

sas – e pouco mais é feito, des-

de que os cliques continuem a

vir. "Você vê a mídia dizendo

que isso apareceu na internet e

que a culpa não é deles", afir-

mou Joshua Benton, diretor do

Laboratório de Jornalismo Nie-

man, em Harvard. "O passo se-

guinte, que é descobrir se isso

realmente aconteceu, cabe a

outras pessoas."

A diferença parece ser que

as empresas que publicaram

esses artigos nos últimos tem-

pos – Gawker, BuzzFeed, The

Huffington Post e Mashable,

entre outros – não acreditam

que as histórias virais inventa-

das sejam tão diferentes do

conteúdo sério que publicam

ao lado delas. O The Huffing-

ton Post faturou um Prêmio Pu-

litzer em 2012, o Gawker este-

ve entre um dos primeiros jor-

nais a reportarem o uso de co-

caína por parte do prefeito de

Toronto, Rob Ford, e o BuzzFe-

ed está montando uma equipe

de repórteres investigativos e

correspondentes internacio-

nais. Naturalmente, sites co-

mo esses não são os únicos

veículos midiáticos seduzidos

por histórias boas demais pa-

ra serem verdadeiras. Nas úl-

timas semanas, o venerável

"60 Minutes", da CBS, teve

que pedir desculpas por levar

a sério demais as afirmações

de um agente de segurança

sobre o ataque de 2012 à mis-

são diplomática americana

em Benghazi,

na Líbia.

Na verdade,

o s e d i t o r e s

desses jornais

recon hecem

fra ncame nte

que ex is tem

c o n c e s s õ e s

que são feitas

quando se ten-

ta equilibrar a

a u t e n t ic i d a d e

e a ação rápida

necessária na era da hiperco-

nexão. "Lidamos com um volu-

me de informações que é inca-

paz de aceitar os padrões estri-

tos de precisão de outras em-

presas", afirmou John Cook,

editor-chefe do Gawker, que

deu destaque ao ensaio sobre

a pobreza escrito por uma mu-

lher chamada Linda Tirado.

"Esse metabolismo mais rá-

pido deixa pessoas acostuma-

das a checarem os fatos em

uma posição desvantajosa",

afirmou Ryan Grim, chefe da

redação do The Huffington

Post em Washington, que re-

postou a série ficcional de twe-

ets no Dia de Ação de Graças, a

carta ao Papai Noel e o ensaio

sobre a pobreza. "Se você co-

loca na internet alguma coisa

sem checar a origem, mas é o

primeiro a fazer isso, você re-

cebe milhões e milhões de vi-

sitas e, mais tarde, caso fique

provado que tudo não passou

de uma mentira, você conti-

nua com essas visitas. Isso é

um problema. Os incentivos

estão todos errados".

Porém, Cook

afirma acredi-

tar que os leito-

res são capa-

zes de distin-

guir os conteú-

dos sérios dos

tirados da web

sem avaliação.

" Pre s s u p o m o s

um certo nível

de sofisticação

e ceticismo por

parte de nos-

sos leitores", afirmou.

Elan Gale, de 30 anos, pro-

dutor de TV e autor do artigo in-

ventado sobre a briga no avião,

afirmou que não está conven-

cido disso. Sua história ficcio-

nal no Twitter entre a troca de

comentários cada vez mais

hostis entre os passageiros se

espalhou rapidamente – uma

compilação dos posts de Gale

recebeu 5,6 milhões de cli-

ques. O BuzzFeed percebeu o

tremor na Web e postou a his-

tória, atraindo quase 1,5 mi-

lhão de visitas ao site. (A seção

de viagens do blog do The New

York Times também publicou

um link para a história, que de-

signou como imaginária, após

descobrir que não era verda-

deira.) Por fim, Gale revelou

que a conversa toda era falsa e

o BuzzFeed postou uma atuali-

zação afirmando que a história

era mentirosa, ou hoax, na lin-

guagem da internet. "Eu não

gosto nem um pouco da pala-

vra hoax", afirmou Gale, que

afirmou que ninguém ligou pa-

ra ele para confirmar a história.

"Eu estava enviando mensa-

gens para meus seguidores,

que sabem muito bem o que eu

faço. As pessoas que divulga-

ram a história é que estão en-

ganando o público, não eu".

BuzzFeed – O BuzzFeed ar-

gumenta que Gale atiçou o fo-

go quando o post passou a ser

divulgado, ao invés de des-

mentir a história, e que um re-

pórter do BuzzFeed tentou

contatá-lo via Twitter.

O BuzzFeed, assim como al-

guns outros sites, contou com

updates e notícias para corri-

gir a reportagem anterior so-

bre a história de Gale. (Somen-

te a correção atraiu mais de

400.000 visitas). Todavia, o si-

te precisa continuar a cobrir a

conversa animada das mídias

sociais, afirmou Lisa Tozzi, di-

retora de notícias do BuzzFeed

e antiga editora do Times. Isso

acontece porque "é lá que os

leitores vivem", af irmou.

"Nossos leitores veem todas

essas coisas e acredito que ha-

ja uma expectativa de que fa-

çamos reportagens sobre a

cultura em que vivem".

Benton, do Laboratório Nie-

Hiroko Masuike/The New York Times

John Cook, editor-chefe do Gawker: "lidamos com um volume de informações que é incapaz de aceitar os padrões estritos de precisão de outras empresas."

man, diz o seguinte: "Isso é um

tipo de jornalismo que funcio-

na como um dedo duro – 'Olhe

para cá, isso é interessante'".

Segundo ele, é improvável

que a incerteza sobre a veraci-

dade das histórias impeça os

editores de postá-las. "Acredi-

to que o BuzzFeed provavel-

mente fique um pouco chatea-

do por revelarem seus erros,

mas eles não vão começar do

dia para a noite a pedir três

fontes diferentes", afirmou.

Fascinante – Não se sabe até

que ponto os leitores se preo-

cupam com o fato de uma his-

tória fascinante ser verdadei-

ra ou não, ao menos quando se

trata de clicar nela. Melanie C.

Green, psicóloga social da Uni-

versidade da Carolina do Nor-

te, em Chapel Hill, afirmou que

embora as pessoas digam que

se importam muito, suas rea-

ções emocionais continuam a

ser as mesmas em ambos os

casos. "É a mesma coisa com

filmes e livros", afirmou. "Que-

remos ver uma coisa nova,

que nos ajude a fugir de nos-

sas realidades".

A maioria das histórias exa-

geradas tem poucas conse-

quências na vida real, mas não

todas. As pessoas doaram US$

60 mil a Tirado com base em

sua descrição vívida de uma

vida de pobreza, até que ela

parou de aceitar doações (o

Gawker também sugeriu que

as pessoas parassem de dar

dinheiro para ela).

Em uma entrevista recente

por e-mail, Tirado recomen-

dou que o repórter procurasse

os registros de seus pedidos

de assistência pública e afir-

mou que achava que as pes-

soas estavam "usando isso co-

mo uma oportunidade para

evitar conversas sobre essas

questões".

Ela não manifestou qual-

quer intenção de devolver o

dinheiro. Zach Poitras, come-

diante do Brooklyn que enviou

a carta para o Papai Noel, afir-

mou que acreditava ter sido

injustamente classificado co-

mo mentiroso. "Detesto fazer

pegadinhas", comentou.

Papai Noel – Poitras e seus

amigos começaram a ligar pa-

ra alguns dos sites que exi-

biam a carta ao Papai Noel tão

logo a viram na internet.

"A pegadinha real", afir-

mou, é que alguns sites jorna-

lísticos são extremamente

p re g u i ç o s o s .

"Ninguém me ligou. Eles es-

peraram os fatos virem à tona

para corrigirem seus erros",

desabafou.

The New York Times

Queremos ver umacoisa nova, que nosajude a fugir denossas realidadesMEL ANIE C. GREEN, P S I C Ó LO G A

SOCIAL DA UNIVERSIDADE DA

CAR OLINA DO NO RT E

As pessoas quedivulgaram ahistória é queestão enganandoo público, não euEL AN GA L E, AU TO R DO A RT I G O

I N V E N TA D O SOBRE A

BRIGA NO AV I Ã O

SAIDEIRA – Os turistas aproveitaram ontem o último dia do feriadoprolongado de fim de ano. Em Ubatuba, as praias ficaram lotadas naparte da manhã. À tarde, foi a vez das estradas ficarem cheias e houvelentidão nas principais rodovias de acesso à Capital.

Reginaldo Pupo/Estadão Conteúdo

Um grupo de moradoresprotestou e colocou fogo

em um ônibus, na madrugadade ontem, na região doJabaquara, na zona sul de SãoPaulo. Segundo a Polícia Civil, oato ocorreu após uma criançaser atingida por uma balap erdida.

Os moradores fecharam viase apedrejaram o coletivo, quetambém acabou incendiado.Com isso, policiais da Força

ÔNIBUS É INCENDIADO EM PROTESTOTática foram encaminhadospara o local e tiveram que usarbombas de gás lacrimogêneopara dispersar o grupo.Ninguém foi ferido ou detido.

Segundo a polícia, osmoradores apontam que acriança foi atingida por um tirona perna durante um tiroteioenvolvendo bandidos e policiaismilitares. Não foi informado,porém, o detalhes da ação e oestado da criança. ( Fo l h a p r e s s )

.Ó..R B I TA

Page 9: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 9

Cinema na TVClint Eastwood dirige e é o astro de Rota Suicida (1977). Ele protagonizaum policial íntegro que protege uma testemunha para um julgamento.

Nesta segunda (6). TCM. 22h. 14 anos.

C R I AT I V I DA D E

Está nascendo uma novelaMichael Nagle/NYT

Escritor holandês Arnon Grunberg: cabeça coberta de eletrodos para analisar seu processo criativo.

Jennifer Schuessler, NYT

Aquiles Rique Reis

CDBoca mais Livre do que nunca

Desde 1995, quando gravou

Americana, o Boca Livre não

lançava um disco com um repertó-

rio inédito para suas quatro vozes.

Pois eles estão de volta, dessa vez

com Amizade (MP,B discos, distri-

buição da Universal Music).

Mais Boca Livre do que nunca,

Maurício Maestro, seu arranjador

vocal e instrumental, vai fundo em

criações sem nenhum ranço de

dogmatismo harmônico e, ora

com o contrabaixo, ora com o vio-

lão, enquanto arredonda o vocal

na quarta voz, acrescenta geniali-

dade ao som que cria. David Tygel,

seja bem cantando a terceira voz

consciente de sua importância no

vocal, seja com a viola brasileira,

está mais criativo do que sempre.

Lourenço Baeta, enquanto mos-

tra plena sabedoria para cantar a

segunda voz, acentua com a flau-

ta o molho que dá sabor a muitos

dos arranjos concebidos por Mau-

ricio Maestro. E Zé Renato, solista

de agudos certeiros, com seu vio-

lão tem o dom de ser único e, por

isso, brilhar, além de integrar soli-

dariamente o vocal, vendo no to-

do o seu maior fulgor.

Oito as músicas, uma verdadei-

ra aula de como sacar um repertó-

rio que permita a um grupo vocal

ser virtuoso e contagiante, esban-

jando jovialidade. Com solos vo-

cais reduzidos a poucos versos em

cada música, o canto impera com

enorme afinação. A mixagem re-

força os harmôni-

cos vocais.

de Acordar ( N o-

velli). O contrabai-

xo inicia. Logo vem

a bateria, seguida

pelos violões e pe-

lo piano. O canto

surge em unísso-

no. Aos poucos o

vocal vai se abrin-

do. Após cantar a

música inteira, vem um intermez-

zo em uníssono que fica ainda me-

lhor quando abre em quatro vozes

e acentua os acordes junto com a

marcação do tempo forte pela ba-

teria. Volta o tema da introdução,

com ele surge o

ce l lo de Jaques

Morelenbaum. O

voca l re toma o

protagonismo. As

vozes se sobre-

põem, o inst ru-

menta l vo l ta e ,

com o cello, todos

ralentando, vão ao

final.

Rio Amazonas(Dori Caymmi e Paulo César Pi-

nheiro) tem introdução de percus-

são, violão e bateria. O canto vem

em uníssono. Logo o arranjo abre o

vocal. Maurício Maestro sola al-

guns versos. O vocal retoma. A

melodia em uníssono tem coro

também em uníssono a acompa-

nhá-la. A melodia ganha vocal, o

coro se mantém uníssono. Flautas

e baixo improvisam. Segue o vo-

cal. O cl ima é intenso.. . Meu

Deus!

Paixão e Fé (Tavinho Moura e Fer-

nando Brant) é um golaço. A ver-

são do Boca para o sucesso grava-

do por Milton Nascimento no disco

Clube da Esquina 2 é de arrepiar:

um sino toca. O acordeom de João

Carlos Coutinho inicia. O violão

ponteia. O baixo puxa a melodia

em uníssono. Agora seja o que

Deus quiser. O arranjo cresce. O

vocal aberto é intercalado por ter-

ças e uníssonos. Os tambores

marcam. A guitarra de Jr. Tostoi

cria efeitos mágicos. O acordeom

segue sempre enriquecendo a tu-

do. A voz aguda de Zé Renato che-

ga num breve solo, seguem-se as

quatro vozes... Épicas!

Não se ouve o Boca Livre impu-

nemente, há que se deixar conta-

giar por sua jovialidade. O que res-

ta é uma vontade enorme de se-

guir ouvindo tudo outra vez.

Aquiles Rique Reis,músico e vocalista do MPB4.

Escritores que trabalham

em livros novos costumam

reclamar da pressão. Po-

rém, certa noite, o romancista ho-

landês Arnon Grunberg estava

sentado a uma mesa atulhada em

seu pequeno apartamento nova-

iorquino, com mais motivos para

resmungar do que a maioria.

Primeiro, havia a novela que ele

estava tentando fazer decolar,

obra mais nova em uma série que

ultrapassa uma dúzia de livros

que o tornaram, aos 42 anos, tal-

vez o romancista mais célebre do

seu país e um astro literário na Eu-

ro p a .

Mais pressão, no entanto, e ao

pé da letra, vinha da espécie de

touca de banho com 28 eletrodos

plantados em sua cabeça.

"Depois de uma meia hora, a ca-

beça começa a doer", disse Grun-

berg enquanto um técnico de uma

empresa de software holandesa

despejava cuidadosamente água

sobre um dos eletrodos para me-

lhorar a condutividade.

Grunberg passou várias horas

por dia escrevendo sua novela,

enquanto uma bateria de senso-

res e câmeras acompanhavam as

ondas cerebrais, batimentos car-

díacos, resposta galvânica da pe-

le (mensuração elétrica de empol-

gação emocional) e expressões

faciais. No próximo outono do He-

misfério Norte, quando o livro es-

tiver publicado, 50 pessoas na Ho-

landa vão lê-lo em circunstâncias

igualmente controladas, com sen-

sores e tudo.

E LO SA seguir, os pesquisadores vão

destrinchar os dados na esperan-

ça de encontrar padrões que pos-

sam ajudar a esclarecer os elos

entre a forma com que a arte é

criada e desfrutada, e possivel-

mente a natureza da criatividade

em si.

"Será que os leitores do texto de

Arnon vão sentir que compreen-

dem ou personificam as mesmas

emoções que ele sentiu enquanto

escrevia ou ler é um processo

completamente diferente?", in-

dagou Ysbrand van der Werf, pes-

quisador do Instituto Holandês de

Neurociência e do Centro Médico

da Universidade VU, Amsterdã,

que criou o experimento com Jan

van Erp, da Organização Holande-

sa para Pesquisa Científica Aplica-

da. "Essas são algumas das per-

guntas que queremos respon-

d e r. "

Este experimento está ligado

ao campo florescente da neuroes-

tética, que na última década ten-

tou descobrir as bases neurais de

nossa experiência de música e ar-

te visual, usando a tecnologia da

imagiologia cerebral. Lentamen-

te, um número pequeno, mas

crescente de pesquisadores tam-

bém passou a usar ferramentas si-

milares para examinar a experiên-

cia mais evasiva e, quem sabe,

mais ameaçada da leitura literá-

ria.

Recentemente, um estudo pu-

blicado em New School for Social

Research demonstrou que os lei-

tores de ficção literária tinham

pontuação mais alta em testes de

empatia do que os de ficção co-

mercial, uma descoberta saudada

com satisfeitos "eu te disse" de

muitos leitores e escritores.

Grunberg, no entanto, parece

ser o primeiro romancista a sub-

meter não apenas sua obra como

também o próprio processo criati-

vo a exame científico direto.

E ele afirma não ter nenhum ou-

tro interesse na ideia de que suas

sátiras sombrias e livros cheios de

compaixão – incluindo o recente-

mente traduzido Tirza, elogiado no

New York Times Book Review como

"nunca menos do que fascinante"

se "não sempre agradável" – s e-

jam mostrados como edificantes

social ou moralmente.

PERIGO"Não creio que esse experimen-

to necessite provar que a literatu-

ra pode ser boa para você. Às ve-

zes, a literatura pode ser perigosa,

se for levada a sério", diz Grun-

b e rg .

Filho de alemães sobreviventes

do Holocausto, Grunberg se tor-

nou uma celebridade na Holanda

precisamente por tratar o fato de

ser escritor como uma espécie de

brincadeira, afirmam seus admi-

r a d o re s .

O primeiro romance, Blue Mon-

days, escrito depois que ele largou

o ensino médio, fracassou como

ator e foi à falência como editor, vi-

rou best-seller e ganhou um famo-

so prêmio holandês como melhor

livro de 1994. Seis anos mais tar-

de, aconteceu um pequeno es-

cândalo depois que ele ganhou o

prêmio novamente com The Storyof My Baldness, escrito sob o pseu-

dônimo Marek van der Jagt, autor

inventado que fez críticas contun-

dentes a Arnon Grunberg.

Embora o autor tenha morado a

maior parte do tempo em Nova

York desde 1995, ele pode parecer

onipresente na Holanda, onde es-

creve uma coluna de 150 palavras

para a capa de The Volkskrant, um

jornal famoso, realiza entrevistas

públicas regulares com políticos,

cientistas e artistas proeminen-

tes, e chegou a emprestar o nome

a uma vinícola (seu primeiro pro-

duto: Freud). Ele também pode

dar a impressão de estar em ou-

tros lugares, graças a artigos para

jornais baseados nas experiên-

cias com os militares no Afeganis-

tão, com garçons do vagão restau-

rante em um trem suíço, com mas-

sagistas em um resort romeno,

com pacientes em uma ala psi-

quiátrica belga (onde ele disse ter

recebido a maioria dos tratamen-

tos) e até mesmo com uma família

holandesa comum de férias.

Segundo o escritor, o experi-

mento atual brotou do desejo de

brincar com as possibilidades

sombrias da tecnologia dos livros

eletrônicos. Grunberg imaginou

que se a Amazon pode rastrear on-

de o usuário do Kindle para de ler,

de que outras formas um autor po-

de conseguir espionar seu públi-

co?

TR ANSFORMAÇÃOSua editora holandesa, Nijgh &

Van Ditmar, o convenceu a partici-

par da experiência. E assim que

ele se conectou com os neurocien-

tistas, a transformação de provo-

cador em porquinho-da-índia foi

completa.

"Eu era só o objeto. É como ter

outra pessoa embutida dentro do

meu próprio cérebro."

Porém, a ciência quantitativa

real virá mais tarde, explicou van

der Werf, quando os pesquisado-

res mensurarem o efeito da nove-

la em 50 leitores. Eles pediram a

Grunberg para tentar manter ca-

da trecho de texto limitado a uma

emoção dominante, e rastrearam

onde seu cursor estava em vários

pontos de cada sessão de escrita,

para combinar suas palavras com

os dados psicológicos. Os 50 leito-

res vão ler a novela em um livro di-

gital, para permitir um acompa-

nhamento similar.

Grunberg estimou levar mais

cinco meses para finalizar o livro.

De acordo com ele, os sensores in-

terferiram menos com o processo

criativo do que temia, mas permi-

tiu que o experimento em si termi-

nasse aparecendo no livro, o qual

o autor contou que abordaria

questões de privacidade e segu-

rança cibernética.

Page 10: Diário do Comércio

10 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014

Quando o mundofica ainda menor

"This world is tiny" é o título

da série de miniaturas

humorísticas que trazem

uma visão sarcástica sobre a

vida cotidiana. Na série,

artistas reproduzem cenas do

cotidiano em esculturas

miniaturizadas colocadas em

vidros transparentes. Para

ver mais peças da série,

acesse o blog.

w w w. t h i s w o r l d i s t i n y. b l o g s p o t . p t

.M..ÚSICA

O pequeno gigante da canção se despede

.V..ÍDEO

Schumi não estava em alta velocidadeUm vídeo com imagens

do acidente de Michael

Schumacher gravado por

um esquiador com um

smartphone mostraria que

o ex-piloto de Fórmula 1

não estava em grande

velocidade quando caiu

fora das pistas

demarcadas na estação de

Méribel, nos Alpes

franceses. A informação foi

publicada pela revista DerSpiegel, segundo a qual,

além do vídeo captado

pela câmera que

Schumacher levava

incorporada ao capacete,

havia estas imagens

gravadas por um turista

alemão no momento da

queda. A revista relata que

o autor das imagens entrou

em contato com sua

redação na sexta-feira e

explicou que o esquiador

acidentado era

Schumacher, que estava

em uma "velocidade

moderada", de "no

máximo 20 km/h". O

promotor de Albertville,

Patrick Quincy, já solicitou

uma cópia do vídeo.

.E..S PA Ç O

Índia lança foguete de alta tecnologiaA Índia lançou ontem

com sucesso um foguete

de propulsão criogênica.

O foguete, de 415

toneladas, decolou da

base de Sriharikota, em

Andhra Pradesh, com o

objetivo de colocar em

órbita um satélite de

comunicação. Os

motores criogênicos

funcionam com

hidrogênio e oxigênio

líquidos a temperaturas

extremamente baixas. A

tecnologia permite fazer

a propulsão de satélites

mais pesados. Rússia,

França, Japão, China e

agora a Índia são os

únicos países a deter

essa tecnologia.

.F..UTEBOL

O adeus a um mito

Eusébio, o grande craque

do futebol português,

morreu na madrugada

do domingo em Portugal. Ele

tinha 71 anos e teve uma para-

da cardiorrespiratória por vol-

ta das 4 horas, horário local,

em sua casa em Lisboa.

Em homenagem ao craque,

o presidente Aníbal Cavaco

Silva fez um pronunciamento

à nação ontem. Ele lamentou a

perda do ex-jogador e decre-

tou luto oficial por três dias.

Nascido em 1942, na colô-

nia África Oriental Portugue-

sa, na região hoje conhecida

como Moçambique, Eusébio

surgiu para o futebol no Spor-

ting Lourenço Marques. Em

1960, chegou ao Benfica, on-

de atuou por mais de 600 ve-

zes, se tornando o grande no-

me da história do clube e ídolo

maior do futebol português.

Apelidado de "Pantera Ne-

gra", ele se aproximou da mar-

ca de um gol por jogo durante a

carreira, encerrada aos 38

anos, num périplo por clube

menores nos EUA, México, Ca-

nadá e Portugal, entre 1975 e

1980, recusando-se a parar

apesar das seguidas opera-

ções no joelho esquerdo.

Pela então fraca seleção

portuguesa, Eusébio só teve

chance de disputar uma Copa

do Mundo, em 1966. Na Copa

da Inglaterra, comandou um

time histórico, que eliminou o

então bicampeão mundial

Brasil e chegou até o terceiro

lugar, melhor posição já con-

quistada por Portugal num

Mundial. Ele foi o artilheiro da

competição, com nove gols.

Com a camisa do Benfica,

conquistou 11 títulos do Cam-

peonato Português e levou o

clube a ser campeão europeu

José Sena Goulao/EFE

s

.E..SQUI

Dan

iel K

arm

ann/

EFE

O esquiador norueguês Anders Bardal salta durante a prova

de classificação para a etapa final do torneio Four Hills, na

localidade de Bischofshofen, na Áustria. Apesar do salto

belíssimo, o atleta não conseguiu a classificação.

.C..R I AT I V I D A D E

Caminhão feito de gelo

Pa r a

mostrar

como suas

baterias

funcionam

no frio, a

e m p re s a

Canadian

Tire criou

um

caminhão

todo de

gelo. O

veículo,

totalmente

funcional

em locais

de clima

frio, foi

montado

pela

e m p re s a

I c e c u l t u re .

goo.gl/F4fbXS

em 1962, porém, não conse-

guiu ganhar o Mundial, ao per-

der para o Santos de Pelé.

Nos últimos tempos, Eusé-

bio vinha sofrendo com a saú-

de debilitada. No ano passa-

do, foi internado algumas ve-

zes por causa de problemas

respiratórios e cardíacos.

Mesmo assim, mantinha o

papel de embaixador do fute-

bol português, acompanhan-

do a seleção do país nas prin-

cipais competições, e foi sím-

bolo para a geração de Portu-

gal que hoje faz sucesso sob o

comando do astro Cristiano

Ronaldo. (Estadão Conteúdo)

Ocantor Nelson Ned mor-

reu na manhã de ontem,

aos 66 anos, devido a compli-

cações de um quadro de pneu-

monia que o levou a ser inter-

nado no Hospital Regional de

Cotia. O corpo do cantor foi ve-

lado ontem no cemitério Horto

da Paz em Itapecerica da Ser-

ra, e cremado.

Nelson Ned foi internado

com um quadro de infecção

respiratória aguda, pneumo-

nia e problemas na bexiga.

Desde o último dia 24 de de-

zembro, Ned estava registra-

do na casa de repouso Recan-

to São Camilo, na Granja Via-

na, onde recebia diariamente

a visita da irmã e do cunhado.

Foi na casa de repouso que a

ambulância o socorreu, rumo

ao hospital.

Carreira - Nelson Ned nas-

ceu em Ubá, em Minas Gerais,

em 2 de março de 1947. Nos

anos 60, iniciou carreira e gra-

vou discos que repercutiram

em toda a América Latina. Seu

maior sucesso é a canção Tu d oPassar á, de 1969, que teve

mais de 40 regravações. Em

1996, Ned lançou a biografia OPequeno Gigante da Canção, re-

ferência à sua condição de

a n ã o.

O artista sofreu um acidente

vascular cerebral (AVC) em

2003. Como consequência,

perdeu a visão de um olho e

precisou se locomover com a

ajuda de cadeira de rodas. Ele

também sofria de diabetes, hi-

pertensão arterial e mal de Al-

zheimer em fase inicial.

A morte do cantor repercu-

tiu em países como Colômbia,

Venezuela e México. Entre os

inúmeros fãs que Ned teve na

América Latina, um deles ocu-

pa lugar especial: o escritor

colombiano Gabriel García

Márquez, vencedor do Nobel

de Literatura.

A TV venezuelana Globovi-

sión, por exemplo, destacou

em seu site que Ned foi o pri-

meiro latino-americano a ven-

der um milhão de discos nos

Estados Unidos.

O jornal venezuelano ElM un d o , disse que Nelson Ned

"se consagrou na década de

1960 como uma das vozes ro-

mânticas mais famosas do

Brasil".

O mexicano El Universal,lembrou que uma decepção

amorosa levou Ned a escrever

canções. (Fo l h a p r e s s )

Kátia Lombardi/Folhapress

Antonio Cotrim/EFE

No alto, fãscolocam floresem estátua deEusébio emLisboa. Ao

lado, abraçoem Pelé em

2002.

EFE

Page 11: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014 11

CAIXA 1O seu consultor financeiro

É hora de desenhar o própriomapa do tesouro

Começo de ano é oportunidade para começar um novo orçamento, rever o existente e fazerplanos. Veja as dicas de autor de um romance sobre finanças.

Rejane TamotoDivulgação

Para o especialista emfinanças pessoais FabioAraujo, famílias devem

dedicar mais tempo paraorganizar os gastos em 2014.

Estreia hoje o novo Ibovespa

Entra em vigor hoje a nova carteira

teórica do Ibovespa – o principal

índice do mercado de ações. A no-

vidade foi a inclusão das ações ordiná-

rias da Tractebel, com peso de 0,647% e

a exclusão das ações ordinárias da

MMX. A nova carteira teve, ainda, a in-

clusão das ações ordinárias da BB Se-

guridade, EcoRodovias, Estácio, Even e

Qualicorp. Foram excluídas B2W ON,

Cteep PN, OI ON, Usiminas ON e Van-

guarda ON, totalizando 72 ativos.

As ações preferenciais da Petrobras

aparecem como as de maior peso no

Ibovespa, com participação de 8,147%,

à frente dos papéis PNA da Vale, com

8,005%. Depois, vem Itaú Unibanco PN

na terceira colocação entre os papéis

com maior peso na carteira, com

6,889%, seguida por Bradesco PN, com

5,305%, Petrobras ON, com peso de

3,995%, Vale ON, com 3,816% e Ambev

ON, com 3,793%.

Analistas destacam que este reba-

lanceamento do Ibovespa é particular-

mente importante porque traz algumas

regras da nova metodologia. As mu-

danças serão implantadas escalona-

das em duas etapas. Apenas a partir de

maio de 2014, informa a Bolsa, a ponde-

ração do Ibovespa será realizada exclu-

sivamente com base na nova metodo-

logia. As principais alterações na meto-

dologia são: forma de ponderação, que

passará a ser realizada pelo free floatcom cap de liquidez (IN) de 2 vezes; e

cálculo de índice de negociabilidade

(IN), que passará a considerar 1/3 da

participação no número de negócios e

2/3 da participação de volume financei-

ro. Também haverá mudanças nos cri-

térios de inclusão e exclusão da cartei-

ra, bem como nos critérios de inclusão e

permanência na carteira em caso de

suspensão da negociação do ativo. A

nova metodologia contará também

com a introdução de limite de participa-

ção por empresa. Entre outras mudan-

ças, a nova metodologia do Ibovespa

prevê já para janeiro que as ações clas-

sificadas como penny stocks (que valem

menos de R$ 1), no período de validade

da carteira anterior ao rebalanceamen-

to, não entram no índice. (AE)

Com os pais atolados em dívidas, o

garoto Lucas, de 14 anos, quase

viu sua família perder o aparta-

mento. O amigo da escola, Vini,

acreditava que seus sonhos só seriam

concretizados se ele tivesse muito dinhei-

ro. Curiosos, os dois meninos, persona-

gens do livro Sociedade da Fortuna (Edito-

ra Mais Ativos), conduzem o leitor para

uma jornada rumo à educação financeira.

Como em um j ogo cheio de mistérios, os

dois jovens são desafiados a cumprir pro-

vas, nas quais aprendem a fazer um orça-

mento, organizar as contas e sair das dívi-

das. Por meio das experiências de outros

personagens da narrativa, Lucas e Vini ad-

quirem consciência sobre os conceitos de

finanças e os colocam em prática.

O autor do livro, Fabio Araujo, analista

do Banco Central (BC) e educador finan-

ceiro, conta que queria escrever esse livro

– lançado oficialmente em dezembro –

desde quando tinha 17 anos. O resultado

foi um romance juvenil, voltado para ado-

lescentes que estão cursando o ensino

médio. "Mas pode ser lido por qualquer

pessoa que se interesse por finanças pes-

soais", afirma.

Aos 35 anos, Araujo utilizou sua expe-

riência no mundo dos cálculos para escre-

ver o livro: trabalhou em banco, gestora

de recursos, hoje trabalha no BC e ministra

cursos de educação financeira. Na sua tra-

jetória, também estudou psicologia eco-

nômica. Entre os especialistas que refe-

rendaram o livro de Araujo estão a psicó-

loga econômica Vera Rita de Mello Ferreira

e o matemático José Dutra Vieira Sobri-

nho. Na entrevista a seguir, o especialista

fala sobre o que é mais importante no

campo das finanças pessoais e dá dicas

para começar bem 2014.

DC – É difícil ensinar as pessoas a terdisciplina para fazer o orçamento, no qual épreciso anotar todas as despesas e receitas.No livro, você consegue destrinchar bemessa atividade e com certa leveza. Qual é osegredo?

Fabio Araujo – Já dei aulas de finanças

pessoais e percebi que, quando peço para

o aluno fazer o próprio orçamento ele tra-

va e se sente invadido. Ao elaborar um or-

çamento com o nome de outra família –

que tenha uma realidade parecida com a

do aluno – ele rompe a barreira com o te-

ma, se solta e aprende a usar esse concei-

to de finanças pessoais para outra pessoa.

Aprendi que um dos princípios é não dar

um conselho direto.

DC – Que técnica o leitor pode utilizarpara fazer um orçamento sem sofrimento?

FA –Fazer orçamento é chato e trabalho-

so, mas minha dica é começar fazendo um

plano de ação de 30 dias, já que é um prazo

determinado, com começo, meio e fim.

Nesse período, a pessoa só vai anotar to-

dos os gastos. A anotação pode ter como

base os extratos bancários e faturas pa-

gas, mas é a parte mais chata mesmo. É o

momento em que só se coleta dados. A se-

gunda parte é mais interessante, quando

a pessoa classifica esses gastos e faz a

análise. Nesta etapa, ela faz escolhas e

pensa no que precisa, no que deseja e no

que desperdiça. É o momento de parar pa-

ra pensar se usa tudo o que consome. O

ideal é fazer dois ciclos de 30 dias. Porque

dá para ver o resultado dos esforços no se-

gundo orçamento. Nem chamo de orça-

mento e sim de mapa, porque ajuda a to-

mar decisões práticas. É o mapa que con-

duz à realização de um sonho e de um ob-

jetivo. Por isso que, no livro, ele é o mapa

do tesouro dos meninos.

DC – Que conselho financeiro você podedar para as famílias em 2014?

FA – Será um ano atípico e de solavan-

cos, com Copa do Mundo e eleições. Na mi-

nha opinião, as famílias não devem se

preocupar tanto com o cenário macroeco-

nômico e sim com o seu dia a dia, com o

emprego, os estudos e a organização da

casa e da família. Esse tipo de preocupa-

ção tem um impacto financeiro maior para

a pessoa do que uma pequena mudança

na taxa de juros ou de câmbio – assuntos

sobre os quais elas não têm nenhum con-

trole e, por isso, são de difícil leitura.

DC – Por 2014 ser um ano de solavancos,é ainda mais importante ter uma reservafinanceira?

FA – Independentemente de como anda

a economia, a reserva financeira é impor-

tante porque ajuda a pessoa a dormir tran-

quila caso ocorra uma emergência. Serve

como um amortecedor. Formar uma reser-

va financeira de emergência seria um de-

safio interessante em 2014 para aqueles

que estão endividados ou que não têm

poupança.

DC – Falando em poupança, como evitara confusão entre poupar e investir?

FA –No Brasil o principal produto é a pou-

pança. E muita gente que coloca o dinhei-

ro na caderneta acha que está fazendo in-

vestimento. O fato é que a poupança é a

porta de entrada no mundo dos in-

vestimentos e não vejo problema no

fato de um endividado conseguir se

organizar e guardar dinheiro na ca-

derneta. Não tem problema. Só é ne-

cessário entender as características

da poupança e de outros produtos de

investimento para tomar a melhor

decisão. Depois de conhecer os pró-

prios objetivos de investimento, o

segundo ponto é conhecer as característi-

ca de outros produtos existentes. Essas

duas informações podem ajudar a fazer a

melhor alocação. A ideia do livro é derru-

bar os mitos e mostrar que finanças e in-

vestimentos não são bichos de sete cabe-

ças. Por mais que a gerente do banco fale

palavrões como "alocação" e "liquidez",

as pessoas precisam aprender a lidar com

eles no dia a dia.

DC – Um conselho que você dá paraquem já tem investimentos é fazer orebalanceamento da carteira. Por que isso éimportante?

FA –É um conceito interessante, mas di-

fícil de colocar em prática. É o momento

em que a pessoa revê a carteira e seus ob-

jetivos. Por exemplo, se um investidor tem

70% do dinheiro em renda fixa e 30% em

ações, ele deve parar para ver como a car-

teira está andando. Às vezes a bolsa subiu

e caiu e ele acabou chegando ao fim de um

ano com 90% em renda fixa e 10% em

ações. Se quiser manter o objetivo, deve

vender renda fixa e comprar ações. É o

conceito de comprar na baixa e vender na

alta. De tempos em tempos ele vende o

que subiu mais e compra o que subiu me-

nos. E de maneira passiva coloca esse

conceito em prática, sem fazer uma aná-

lise aprofundada do mercado financeiro e

sem precisar ser um especialista em aná-

lise de ações para fazer uma boa alocação

na bolsa. O investimento no mercado de

ações é de longo prazo e as empresas pre-

cisam de tempo para maturar, além de de-

penderem do cenário econômico para lu-

crar. A pessoa que coloca em prática esse

conceito de rebalanceamento da carteira

pode perder menos tempo pensando nis-

so e dedicar mais tempo para a carreira e à

p ro f i s s ã o.

DC – A verdade é que dinheiro dátrabalho e é preciso cuidar dele. Mas, comovocê diz no livro, ele não é tudo, certo?

FA – O dinheiro impacta nossa vida mas

ele não é a nossa vida. Vale muito a pena

dedicar um tempo para entendê-lo e ad-

ministrá-lo. O dinheiro é uma ferramenta

importante, que merece ser entendida e

domada. Mais importante que dinheiro é

ter carreira, família e amigos.

Page 12: Diário do Comércio

12 -.ECONOMIA DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014

Page 13: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO 13

Novo ano com poucasmudanças à vista na economia

Apesar de fatores importantes como Copa e eleições, economia deve repetir, em 2014, desempenho regular que teve no ano passado.

Rejane Aguiar

Não anda, mas tam-

bém não desanda. A

expressão repre-

senta bem a pers-

pectiva da maior parte dos

analistas para a economia

brasileira em 2014. Este ano

deve ser quase uma cópia de

2013, com crescimento baixo,

inflação ainda alta e deteriora-

ção das contas externas. É um

cenário decepcionante em re-

lação às expectativas que se

tinha nos últimos anos em re-

lação ao ano em que o Brasil

sedia a Copa do Mundo –espe-

rava-se uma economia pujan-

te, cheia de oportunidades pa-

ra vários tipos de empreendi-

mento. Não vai ser assim.

Nem mesmo o ano eleitoral

deve impulsionar os investi-

mentos do governo e a reati-

vação da atividade. Os resul-

tados das políticas macroeco-

nômicas adotadas de dois

anos para cá (em especial, a

redução mais agressiva da ta-

xa básica de juros sem que as

condições permitissem, a per-

sistente política de desonera-

ções tributárias para incenti-

var o consumo e a desastrada

“contabilidade criativa” na s

contas públicas) deixaram o

governo “ama rrado”. A equi-

pe econômica teme, afirmam

os economistas, que o Brasil

tenha a nota de crédito rebai-

xada pelas agências de classi-

ficação de risco, o que causa-

ria prejuízos. Assim, o Ministé-

rio da Fazenda teria pouco es-

paço para manobras.

“O ano de 2014 será de con-

tinuidade, talvez com um pou-

co mais de volatilidade dos

mercados. Tenho a impressão

de que o governo vai se dedi-

car à administração mais rígi-

da das contas públicas e ao

combate à inflação como for-

ma de assegurar a estabilida-

de macroeconômica”, afirma

o economista da Associação

C o m e rc i a l d e S ã o Pa u l o

(ACSP) Emilio Alfieri. “Na s

condições atuais, o cresci-

mento do Produto Interno Bru-

to dificilmente passa de 2%,

2,5% ao ano e, se passar disso,

gerará desequilíbrios macroe-

co nô mi cos ”, destaca o sócio

da Tendências Consultoria

Maílson da Nóbrega.

Maílson tem uma avaliação

que vai além do economês.

Segundo ele, apesar de a si-

tuação não ser das melhores,

o Brasil não desanda (desan-

dar, para ele, equivaleria a

uma transformação em países

como a Argentina e a Venezue-

la, que têm políticas econômi-

cas bastante heterodoxas)

por um motivo muito simples:

a consistência de instituições

como o Judiciário e a impren-

sa. “Podemos, felizmente, di-

zer que o País tem hoje institui-

ções democráticas sólidas, o

que inibe a perpetuação de

políticas econômicas populis-

tas. Além disso, a sociedade

brasileira já se mostrou intole-

rante à inflação, o que é uma

ótima notícia. Inflação agora

destrói popularidade. Diferen-

temente do que acontecia no

passado, os governantes ago-

ra pensam muitas vezes antes

de tomar medidas que pos-

sam ameaçar a estabilidade

dos preços. Hoje o Executivo

tem limites, precisa lidar com

um conjunto de instituições

que impedem ações prejudi-

ciais à economia do País”, pon-

dera “Não existe razão para

ser pessimista considerando a

mudança da mentalidade da

sociedade brasileira nos últi-

mos 30 anos”, diz o ex-minis-

tro da Fazenda.

Esse novo desenho social,

no entanto, não acaba com os

problemas econômicos brasi-

leiros, evidentemente. Um

dos mais graves, em curto e

médio prazos, é a piora contí-

nua das contas externas, des-

tacada por Alfieri. “As contas

externas precisam parar de

piorar. O ideal é que o déficit

externo fique em torno de 2%

do PIB, mas já estamos em

3,6%. É bom lembrar que, na

crise cambial de 1997/1998,

esse percentual era de 4%. É

claro que hoje o governo pode

contar com reservas cambiais

muito maiores, mas não pode

descuidar da área externa”,

diz Alfieri. Analistas viram na

decisão do governo de elevar

de 0,38% para 6,38% o Impos-

to sobre Operações Financei-

ras (IOF) para as transações

com cartões pré-pagos e de

débito no exterior, anunciada

na última semana de 2013,

um sinal de preocupação com

as contas externas (embora

seu efeito sobre o balanço de

pagamentos seja marginal).

Um problema bem maior está

na balança comercial, que te-

ve no ano passado o menor su-

perávit em 13 anos, com as im-

portações batendo recorde.

Alfieri observa que a situa-

ção do Ministério da Fazenda

neste ano é desconfortável.

“Eles terão que fazer ajustes

na economia em um ano elei-

toral, o que eleva os riscos

desse trabalho. Por outro lado,

não podem deixar todos os

ajustes para 2015, sob pena

de repetir o que ocorreu no pe-

ríodo 1997/1998: o governo

Fernando Henrique preferiu

deixar acertos necessários

para depois e acabou enca-

rando uma crise gigante em

1 99 9 ”, afirma, referindo-se à

crise que culminou com o fim,

em janeiro de 1999, do regime

de câmbio fixo adotado desde

o início do Plano Real.

Para Mailson, as mudanças

hoje necessárias passam por

melhora das condições para o

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem

Na avaliação de Alfieri (à esq.), da ACSP, foco depreocupação em 2014 está nas contas externas.Mailson destaca consolidação das instituições.

crescimento da indústria. “O

problema do Brasil é de oferta

e não de demanda, como acre-

dita o governo. Não adianta in-

sistir em políticas de incentivo

ao consumo. A questão é mui-

to mais complexa. A indústria

tem problemas porque, nos úl-

timos anos, sofreu com au-

mento de salários acima da

produtividade – sob pressão

da maior procura do setor de

serviços por trabalhadores –,

logística deficiente e excesso

de tributos e burocracia.”

O governo tenta reconquis-

tar a confiança do mercado e

do setor produtivo (leia nestapágina), mas vai ter muito tra-

balho pela frente. Se as mu-

danças necessárias para ga-

rantir a retomada do cresci-

mento com inflação controla-

da não forem feitas em 2014,

de 2015 não devem passar.

Gesto para "acalmar os nervosinhos"

Ogoverno federal abriu

o ano de 2014 com um

gesto político forte

com o objetivo de "acalmar os

nervosinhos" do mercado

financeiro. O ministro da

Fazenda, Guido Mantega,

anunciou na última sexta-

feira que a meta fiscal de

2013 de R$ 73 bilhões, foi

cumprida pelo governo

central (que consiste no

Tesouro Nacional, do Banco

Central e da Previdência).

Mantega antecipou o

anúncio, que normalmente

ocorre no fim do mês, para

"baixar a ansiedade" do

mercado. "Como havia

analistas dizendo que a meta

não seria cumprida, não seria

bom sustentar essa

expectativa negativa até o

fim do mês, então

antecipamos para acalmar os

nervosinhos", disse.

O superávit primário – o

nome dado à economia que o

Ueslei Marcelino/Reuters

Ministro daFazendaantecipou

divulgação desuperávit

maior que ameta em 2013:

foram R$ 75bilhões de

economia parapagamento de

juros dadívida, em vez

de R$ 73bilhões dameta. Mas

resultado foialcançado com

receitasextraordinárias.

governo faz para pagar os

juros da dívida pública – de

2013 será detalhado dentro

de três semanas, mas

Mantega antecipou que

"chegou a cerca de R$ 75

bilhões". Esse volume foi

atingido sem manobras

contábeis, segundo Mantega,

diferentemente do

expediente adotado com as

contas no ano anterior, que

tantos problemas causou à

imagem do governo Dilma

Rousseff frente aos

mercados. Diante da falta de

credibilidade da política fiscal

e dos riscos colocados para

2014, que envolvem o

rebaixamento da nota de

crédito do Brasil pelas

agências internacionais de

rating, o anúncio de Mantega

ganhou contornos políticos.

No intuito de mostrar

apenas o lado bom da notícia,

o ministro da Fazenda se

esquivou de

questionamentos a respeito

do curto prazo, isto é,

quanto à meta fiscal de 2014,

que costuma ser definida na

Lei de Diretrizes

Orçamentárias (LDO)

aprovada pelo Congresso em

junho do ano anterior.

Dinheiro extra – O mercado

vê com ceticismo a promessa

de aperto fiscal no ano

eleitoral, especialmente

porque a meta de 2013 foi

cumprida com forte ingresso

de receitas extraordinárias –

nada menos que R$ 35

bilhões, aproximadamente,

entraram nos cofres federais

somente em novembro e

dezembro de forma atípica.

O governo contou com o

pagamento de R$ 15 bilhões

pela Petrobrás e suas sócias

no consórcio que arrematou o

leilão do bloco de pré-sal no

campo de Libra (SP), e outros

R$ 20 bilhões, pelo menos,

foram pagos por empresas e

bancos por meio de

programas especiais de

parcelamento de débitos

tributários atrasados. Em

novembro, mesmo contra

posicionamento da Receita

Federal, o governo abriu três

"Refis" – programas que

concedem grandes

descontos para as empresas

com débitos com o Fisco que

pagarem à vista ou via

p a rc e l a d a .

Despesas – Sem indicar qual

será o esforço fiscal para

2014, que somente será

definido em fevereiro quando

o governo anunciar o decreto

de execução orçamentária,

Mantega voltou a repetir o

mesmo compromisso feito

pelo governo em 2012 e

também em 2013: que as

despesas com seguro-

desemprego e abono salarial

devem ser reduzidas.

"Estamos em trajetória

positiva da economia

brasileira, com a recuperação

dos investimentos e com o

início das concessões de

infraestrutura. Teremos um

2014 melhor do que foi 2013,

que foi um ano razoável, e

muito melhor do que foi

2012", disse Mantega,

destacando o fato de que,

junto de uma atividade

econômica mais aquecida,

vem uma arrecadação maior

da Receita. "Apesar das

diversas desonerações

fiscais que fizemos nos

últimos três anos, a

arrecadação está

melhorando, e tende a

aumentar ainda mais a partir

de agora", disse. (EC)

Patrícia Cruz/LUZ

Page 14: Diário do Comércio

14 -.ECONOMIA/LEGAIS DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014

Vendas de veículoschegam a 3,76

milhões em 2013Em 2014, comercialização

de caminhões pode subir até 6,4%.

As vendas de veículos

novos no Brasil, que

incluem carros, co-

merciais leves, ôni-

bus e caminhões, foram de

3,767 milhões de unidades no

ano de 2013. O resultado mos-

tra vendas aquecidas no setor

e foi ligeiramente inferior ao

total de veículos vendidos no

ano de 2012 – a queda foi de

0,91%. Os dados são da repre-

sentante das concessioná-

rias, a Federação Nacional da

Distribuição de Veículos Auto-

motores (Fenabrave).

Em dezembro somente, as

vendas recuaram 1,51% so-

bre igual mês de 2012. Em re-

lação a novembro, houve

avanço de 16,81%, a 353,86

mil unidades.

O resultado do ano de 2013

veio abaixo das estimativas

da entidade, que começou

prevendo um crescimento de

3,48% para as vendas gerais

de veículos, abaixo do avanço

de 4,65% mostrado no ano an-

terior. Fatores como a eleva-

ção dos juros e diminuição das

Ernesto Rodrigues/EC

Movimento nas lojas: o desconto do IPI ajudou, mas aumento dos juros no País prejudicou negócios.

expectativas para o aumento

do PIB fizeram a Fenabrave

ajustar a previsão de alta

anual para 1,53% em agosto.

Para 2014, a Fenabrave pre-

vê que a venda de carros e co-

merciais leves fique estável

ou caia 3,5%, caso o ambiente

seja de maior volatilidade no

câmbio e na inflação. Já para o

desempenho dos caminhões

em 2014, a expectativa da Fe-

nabrave é de um aumento de

2% num cenário mais negati-

vo, ou avanço de 6,4% num ce-

nário mais positivo.

Mesmo com a prorrogação

do desconto no Imposto sobre

Produtos Industrializados (IPI)

até o fim de dezembro dando

apelo extra ao consumo nos

últimos meses do ano, o seg-

mento de carros e comerciais

leves, isoladamente, viu as

vendas caírem 1,61% em

2013, a 3,575 milhões de uni-

dades.

Por outro lado, a comerciali-

zação de caminhões e ônibus

novos ajudou a diminuir a que-

da no resultado geral. En-

quanto as vendas de cami-

nhões subiram 13,02% em

2013, a 155,7 mil unidades, as

de ônibus cresceram 20,58%,

somando 35,6 mil unidades.

M on t a do r as – A Fiat encer-

rou o ano na liderança do mer-

cado de carros e comerciais le-

ves. No acumulado de 2013,

foram 762,95 mil veículos

vendidos pela montadora ita-

liana, apontou a Fenabrave,

correspondentes a uma fatia

de 21,34% do mercado.

A Volkswagen apareceu

atrás, com participação de

18,64% e vendas de 666,7 mil

unidades. Em terceiro lugar,

ficou a norte-americana Ge-

neral Motors, com fatia de

18,17%, e 649,73 mil veículos

vendidos.

A Ford terminou o ano com

participação de 9,37% e ven-

das de 335,02 mil unidades. A

empresa foi seguida pela Re-

nault, com fatia de 6,61% e

236,34 mil licenciamentos, e

pela Hyundai, com 5,95% do

mercado e vendas de 212,9

mil unidades.

Demissões – O diretor de As-

suntos Institucionais da Gene-

ral Motors (GM), Luiz Moan, in-

formou que a empresa desli-

gou 1.053 trabalhadores da

área de montagem e de manu-

seio da sua unidade fabril de

São José dos Campos (SP). As

demissões ocorreram na vira-

da do ano e irritaram o gover-

no federal. Na sexta-feira, Luiz

Moan teve encontro com o mi-

nistro da Fazenda, Guido Man-

tega, em São Paulo.

Perguntado se a GM não te-

ria assinado uma cláusula de

manutenção do emprego no

âmbito do acordo que reduziu

o IPI dos automóveis, Moan

disse que sim e que não só o

cumpriu como aumentou em

10 mil o total de trabalhadores

da empresa.

"A redução do IPI ocorreu

em maio de 2012 e desde lá

aumentamos o número de tra-

balhadores de 145 mil para

155 mil. Não só cumprimos o

acordo como elevamos o total

de trabalhadores", disse o di-

retor da GM. (Agências)

Page 15: Diário do Comércio

sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014 DIÁRIO DO COMÉRCIO ECONOMIA/LEGAIS - 15

BTG Pactual Scflor & São Lourenço Holding S.A.CNPJ/MF n.º 17.831.412/0001-76 – NIRE 35.300.451.422Ata da AGE, Realizada em 22 de Novembro de 2013

Data, Horário e Local: 22/11/2013, às 10hs, na sede da BTG Pactual SCFlor & São Lourenço Holding S.A. (“Cia.”), na Av.Brigadeiro Faria Lima, n.º 3477, 14°, parte, Itaim Bibi, em SP/SP.Presença: Acionistas representando a totalidade do capitalsocial da Cia..Composição daMesa: Bruno Duque Horta Nogueira - Presidente Bruno Alexandre Licarião Rocha - SecretárioConvocação: Dispensada, tendo em vista a presença da totalidade dos acionistas, nos termos do § 4º do art. 124 da Lei n.º6.404/76, conforme alterada (“Lei n.º6.404/76”).OrdemdoDia: (i) aprovar o aumento de capital da Cia..Deliberações (tomadaspor unanimidade de votos): 1.Os acionistas aprovaram o aumento de capital social da Cia., que passa dos atuais R$50.500,00para R$10.430.450,06, um aumento, portanto, no montante de R$10.379.950,06, mediante a emissão de 103.799.500 novasações ordinárias, nominativas e sem valor nominal, a um preço total de emissão de R$103.799.500,62, calculado com base noinciso II do § 1º do art. 170 da Lei n.º 6.404/76, dos quais 10.379.950,06 serão destinados à conta de capital social da Cia. eR$ 93.419.550,56 serão destinados à conta de reserva de capital da Cia., na forma do artigo 182, parágrafo 1º, alínea “a”, daLei n.º 6.404/76. 1.1.A totalidade das 103.799.500 novas ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal serão totalmentesubscritas e integralizadas pelo acionista BTG Pactual Investimentos Florestais S.A., sociedade por ações com sede na Av.Brigadeiro Faria Lima, nº 3477, 14º, parte, Itaim Bibi, CEP 04538-133, inscrita no CNPJ/MF sob nº 17.831.443/0001-27, nesteato representado porBruno Duque Horta Nogueira, cédula de identidade n° M8036395 SSP/MG e CPF n° 284.954.908-89 eBruno Alexandre Licarião Rocha, cédula de identidade n°33400679 SSP/SP e CPF n° 278.107.688-08. 1.2.Em decorrênciada deliberação 5ª acima, o Art 4º do estatuto social da Cia. passa a vigorar com a seguinte redação: “Art 4º - O capital socialda Sociedade, totalmente subscrito e integralizado, é de R$10.430.450,06, dividido em 103.850.000 ações ordinárias, todasnominativas e sem valor nominal.” São Paulo, 22/11/2013. Bruno Duque Horta Nogueira - Presidente; Bruno AlexandreLicarião Rocha - Secretário. Jucesp nº 482.137/13-7 em 19/12/2013. Gisela S. Ceschin-Secretária Geral.

BTG Pactual Investimentos Florestais S.A.CNPJ/MF Nº 17.831.443/0001-27 – NIRE 35.300.451.414Ata de AGE realizada em 22 de Novembro de 2013

Data, Hora e Local: Aos 22/11/2013, às 11hs, na sede social da Cia., em SP/SP, na Av. Brigadeiro Faria Lima, nº 3.477,14°, parte, Itaim Bibi.Presenças: Presente a totalidade dos acionistas da Cia., conforme assinaturas constantes do Livro dePresença de Acionistas.Convocação:Dispensada a convocação nos termos do artigo 124, § 4º, da Lei nº. 6.404/76 (“Lei dasS.A.”), em decorrência da presença dos acionistas representando a totalidade do capital social da Cia..Mesa:Presidente - Sr.Bruno Duque Horta Nogueira; Secretária - Sr. Bruno Alexandre Licarião Rocha.Deliberações tomadas por unanimidade:Após exame e discussão das matérias, as acionistas decidiram: (i) aprovar o aumento do capital social da Cia., passandode R$6.537,36 para R$ 19.280.021,04, um aumento, portanto, de R$ 19.273.483,68, mediante a emissão de 1 novas açãoordinária, nominativa e sem valor nominal, a um preço total de emissão de R$ 192.734.836,82, calculado com base no incisoII do parágrafo 1º do artigo 170 da Lei nº 6.404/76, dos quais R$ 19.273.483,68 serão destinados à conta de capital social daCia. e R$ 173.461.353,14 serão destinados à conta de reserva de capital da Cia., na forma do artigo 182, parágrafo 1º, alínea“a” da Lei nº 6.404/76; (ii) A nova ação ordinária, nominativa e sem valor nominal serão totalmente subscritas e integralizadaspelo BTG Equity Investments LLC, sociedade constituída de acordo com as leis do Estado de Delaware, Estados Unidos daAmérica, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 10.559.857/0001-08, representada por seus procuradores,Bruno Alexandre LicariãoRocha, RG nº 33400679 SSP/SP, CPF/MF sob nº 278.107.688-08 e Bruno Duque Horta Nogueira, RG nº M8036395 SSP/MG, CPF/MF sob nº 284.954.908-89. Fica desde já claro e estabelecido que a subscrição e integralização de novas açõesda Cia. ocorre com o devido consentimento dos acionistas The Timber Group LLC e Gerrity Livingston Lansing Jr., que nãoexercerão seu direito de preferência para subscrição de ações da Cia.. Em decorrência da deliberação (i) acima, o Art. 5º doEstatuto Social da Cia. passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 5º - O capital social é R$ 19.280.021,04 divididos em10.000.001 de ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal.” Encerramento, Lavratura, Aprovação e Assinaturada Ata: Nada mais havendo a tratar, foram os trabalhos suspensos para lavratura desta ata. Reabertos os trabalhos, foi apresente ata lida e aprovada, tendo sido assinada por todos os presentes. São Paulo, 22/11/2013. (a.a.) Mesa: Bruno DuqueHorta Nogueira - Presidente; Bruno Alexandre Licarião - Secretária. Acionistas: BTG Equity Investments LLC, The TimberGroup LLC e Gerrity Livingston Lansing Jr. São Paulo, 22/11/2013. Mesa: Bruno Alexandre Licarião Rocha - Secretário.Jucesp nº 482.138/13-0 em 19/12/2013. Gisela Simiema Ceschin-Secretária Geral.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ANDRADINAEXTRATO DO 5° ADITAMENTO CONTRATUAL. PROCESSO Nº 50/12 -CONCORRÊNCIA Nº 03/12. Objeto: Contratação de empresa especializadapara execução de obras de reforma e ampliação da E.M.E.F. Anna MariaMarinho Nunes. CONTRATANTE: Prefeitura do Município de Andradina.Contratado: CGPM ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES LTDA. Fica ajustadoentre as partes que o contrato em vigor será aditado no valor de R$ 318.681,25(Trezentos e dezoito mil seiscentos e oitenta e um reais e vinte e cincocentavos). As demais cláusulas e condições dos contratos supra permane-cem inalteradas. Data: 02 de janeiro de 2014. JAMIL AKIO ONO - Prefeito.

Orion S.A.CNPJ/MF nº 61.082.863/0001-40Requerimento para Renovação

de Licença de OperaçãoOrion S.A. torna público que requereu naCETESB a Renovação de Licença deOperação para fabricação de artefatos deborracha para uso pessoal, não especificado efabricação de artefatos de borracha para usodiverso, à Rod.Pres.Dutra, Km 135,1 - Eugêniode Melo - São José dos Campos - SP.

ANACONDA INDUSTRIAL E AGRÍCOLA DE CEREAIS S/A torna público que requereu naCETESB a Renovação de Licença de Operação para moagem de trigo e fabricação de deri-vados, sito à AvenidaVenceslau de Queiros, nº 45 – Jaguaré, São Paulo/SP – CEP 05323-904

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ANDRADINAAVISO DE ABERTURA DE LICITAÇÃO. Processo nº 03/14 - ChamadaPública nº 01/14. OBJETO: Credenciamento de fornecedores para aquisiçãode gêneros alimentícios da Agricultura Familiar e do Empreendedor FamiliarRural, para atendimento ao Programa Nacional de Alimentação Escolar/PNAE. VENCIMENTO: 10(dez) horas, do dia 21 de janeiro de 2014. RETIRADADA PASTA: O Edital completo será fornecido aos interessados, na formaimpressa ou por meio eletrônico através de solicitação a ser formalizada noendereço [email protected], sem custo algum. Informações:Prefeitura - Rua Dr. Orensy Rodrigues da Silva n°341, Centro, fone/fax (18)3702-1029, de 2ª a 6ª, das 08h30 às 16:30h. Andradina, 03 de janeiro de 2014.JAMIL AKIO ONO - Prefeito.

PREFEITURA MUNICIPAL DE

CASTILHO/SPPROCESSO LICITATÓRIO Nº 100/13 - PREGÃO Nº 58/13

Objeto: Aquisição de pneus. Edital de Rerratificação. 1 – O critério de julgamento estabelecido nopreâmbulo do edital, passa a ser: “do tipo menor preço, por lote”. 2 – Fica alterada a dimensão dopneumático no item 5 do lote 01 do Anexo I – Termo de Referência e na cláusula 1.1 da minuta do contrato,passando a ser: “215/75R17,5”. 3 - O prazo estabelecido no preâmbulo do edital, relativo à realização docertame, passa a ser às 09 horas do dia 16 de janeiro de 2014. 4 – As demais cláusulas e condiçõespermanecem inalteradas. Joni Marcos Buzachero – Prefeito. A Debitar (04.01.14)

PREFEITURA MUNICIPAL DE

PEREIRA BARRETO/SPProcesso nº /2014 - Pregão Presencial nº 001/2014

RESUMO DE EDITALARNALDO SHIGUEYUKI ENOMOTO, Prefeito de Pereira Barreto - SP, fazsaber que se acha aberto até as 14h30min do dia 16 de Janeiro de 2014, oPregão nº 001/2014, do tipo menor preço global, objetivando a contrataçãode empresa especializada para operacionalização do evento denominado“CARNAPRAIA”, com fornecimento de toda a estrutura, equipamentos,materiais, mão de obra e outros, tudo conforme especificações contidas noAnexo I – Termo de Referência, que faz parte integrante do Edital. Maioresinformações no Dep. de Licitações pelo fone/fax (18) 3704-8505, pelo e-mail [email protected], ou ainda o Edital completo nowebsite www.pereirabarreto.sp.gov.br.

Pereira Barreto - SP, 03 de Janeiro de 2014.Arnaldo Shigueyuki Enomoto - Prefeito

PREFEITURA MUNICIPAL DE

PEREIRA BARRETO/SPTomada de Preço nº 009/2013 - Processo nº 4375/2013

RERRATIFICAÇÃO AO EDITALA Prefeitura de Pereira Barreto-SP, leva ao conhecimento de quem possainteressar, que o Processo supra epigrafado sofreu a seguintererratificação: a) Fica redesignada para as 14h00min do dia 13 de janeirode 2013 a Sessão Pública do Pregão em epígrafe; b) Demais cláusulas econdições permanecem inalteradas.

Pereira Barreto-SP, 03 de janeiro de 2013.Arnaldo Shigueyuki Enomoto - Prefeito.

PREFEITURA MUNICIPAL DE BIRIGUIEDITALNº 004/2014 –PREGÃOPRESENCIALNº 174/2.013OBJETO:- Registro de preços para aquisição de tubos econexões para extensão e manutenção da rede de águarealizados pelo Depto. de ampliação, manutenção de redede água e esgoto pelo período de 12 meses - Secretariade Serviços Públicos, Água e Esgoto. Data da Abertura-:17/01/2.014, às 13:30 horas. Melhores informaçõespoderão ser obtidas junto a Seção de Licitações na RuaSantos Dumont nº 28, Centro, ou pelo telefone (018) 3643-6126. O Edital poderá ser lido naquela Seção e retiradogratuitamente no site www.birigui.sp.gov.br, Pedro FelícioEstrada Bernabé, Prefeito Municipal, Birigui, 03/01/2014.

SECRETARIA DE ESTADODA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADODE SÃO PAULO

FDE AVISAPregão Eletrônico de Registro de Preços Nº 36/01405/13/05

OBJETO: AQUISIÇÃO FILMADORA DIGITAL – FL-01A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que se acha aberta licitação para:AQUISIÇÃO FILMADORA DIGITAL – FL-01.As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital a partir de 06/01/2014, no endereço eletrônico www.bec.sp.gov.brou na sede da FDE, na Supervisão de Licitações, na Av. São Luís, 99 - República - CEP: 01046-001 - São Paulo/SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou verificar o edital na íntegra, através da Internet no endereço: http://www.fde.sp.gov.br.A sessão pública de processamento do Pregão Eletrônico será realizada no endereço eletrônico www.bec.sp.gov.br, no dia 20/01/2014,às 10:00 horas, e será conduzida pelo pregoeiro com o auxílio da equipe de apoio, designados nos autos do processo em epígrafe eindicados no sistema pela autoridade competente.Todas as propostas deverão obedecer, rigorosamente, ao estabelecido no edital e seus anexos e serão encaminhadas, por meio eletrônico,após o registro dos interessados em participar do certame e o credenciamento de seus representantes previamente cadastrados. A datado início do prazo para envio da proposta eletrônica será de 06/01/2014, até o momento anterior ao início da sessão pública.

BARJAS NEGRI - Presidente

Abandono de Emprego - Conforme artigo 482 letra I da CLT, convocamos o Sr. Elvio WilsonOliveira Silva, portador da CTPS nº 0066802 série 00218/SP, a retornar ao trabalho no prazo de 3dias. Caso não compareça, será caracterizado Abandono de Emprego. (YOKI ALIMENTOS LTDA).

Eleições Sindicais – Edital de Convocação. Pelo presenteEdital de Convocação, o Sindicato dos Trabalhadores,Empregados, Instrutores, Diretores em Auto Escola,Centro de Formação de Condutores A e B e Empregadosem Despachante e em Empresas deTransporte Escolar doMunicípio de São Paulo – SINTRADETE, faz saber a todosos associados (as) em gozo de seus direitos sociais queno dia 29/01/2014, no período das 09:00 horas às 17:00horas, na sede da entidade Rua Tabatinguera, 221, Liber-dade, São Paulo – Capital, serão realizadas as Eleiçõespara composição da Diretoria, Conselho Fiscal, DelegadoFederativo e os respectivos suplentes do Sindicato dosTrabalhadores, Empregados, Instrutores, Diretores emAuto Escola, Centro de Formação de Condutores A e B eEmpregados em Despachante e em Empresas de Trans-porte Escolar do Município de São Paulo – SINTRADETE,ficando aberto o prazo de 5 dias para registro de chapas,que ocorrerá a partir da publicação deste Edital, afixadona sede do Sindicato. O requerimento do registro dechapas será dirigido ao Presidente do Sindicato, podendoser assinado por qualquer um dos candidatos(as) darespectiva chapa. O protocolo do registro das chapas,será feito na sede do Sindicato no período destinado aoregistro de chapas, no horário de 09:00 horas às 17:00horas, onde estará à disposição dos interessados(as)pessoa habilitada para atendimento, prestação de infor-mações, fornecimento do correspondente requerimentode inscrição das chapas, bem como para recebimento dedocumentação e fornecimento de recibo. A impugnaçãode candidaturas deverá ser feita no prazo de 4 dias, acontar da data de fixação da Ata de Registro de chapas.São Paulo, 03/01/2014. Valdir José Lima – Presidente.

No programa de concessões, o grande trunfo dogoverno foi o sucesso dos leilões rodoviários.

Leilões: a vez das ferrovias e portos.Questões levantadas por investidores e pelo TCU, que travaram as concessões, estão afastadas, no caso das ferrovias e a caminho de solução, no caso dos por tos.

Renato Carbonari Ibelli

Ogoverno federal

conseguiu encami-

nhar em 2013 parte

dos leilões de in-

fraestrutura previstos. As con-

cessões de rodovias e aero-

portos avançaram bem. Já

aquelas de ferrovias e portos

tiveram suas modelagens

questionadas por in vestido-

res e pelo Tribunal de Contas

da União (TCU) e somente se-

rão iniciadas neste ano. Os lei-

lões fazem parte do Programa

de Investimento em Logística

(PIL), medida anunciada pela

presidente Dilma Rousseff em

2012 com o objetivo de sanar

os gargalos logísticos do País.

O PIL exigirá investimentos

de mais de R$ 200 bilhões.

Desse total, R$ 91 bilhões se-

rão alocados na construção de

10 mil quilômetros de linhas

férreas. A modernização e am-

pliação do modal ferroviário

são fundamentais para o de-

senvolvimento do País. O trem

é o transporte mais adequado

para deslocar cargas de gran-

de volume e baixo valor agre-

gado, caso dos grãos, catego-

ria de produto que tem susten-

tado o crescimento da econo-

mia brasileira.

O problema é que a malha

ferroviária brasileira parou no

tempo –90% dela têm mais de

100 anos – e não acompanhou

o desenvolvimento dos novos

pólos econômicos do País, co-

mo a região Centro-oeste, que

se destaca justamente pela

produção de grãos. Um dos

novos trechos de ferrovias

considerados prioritários

atravessa o estado do Mato

Grosso, partindo do município

de Lucas do Rio Verde e che-

gando a Campinorte , em

Goiás. De lá é prevista a inter-

ligação com a Ferrovia Norte-

Sul, o que facilitaria o escoa-

mento da produção de grãos

pelo tradicional porto de San-

tos, por exemplo.

O trecho Lucas do Rio Ver-

de/Campinorte deveria ter ido

a leilão no ano passado. Seria

o primeiro do modal ferroviá-

rio. Mas o TCU contestou o pro-

jeto do governo, apontando

que poderia ser executado a

um custo menor do que os R$

6,3 bilhões previstos. O Tribu-

nal também questionou o mo-

delo de concessão das ferro-

vias, que prevê que a estatal

Valec compre dos concessio-

nários toda a capacidade de

carga, para então revender a

t e rc e i ro s .

O TCU alegou que esta mo-

delagem faria o governo assu-

mir grandes riscos caso a de-

manda fosse menor do que a

prevista. Entretanto, no final

de dezembro, o tribunal aca-

bou aprovando este modelo.

Naquela altura, porém, era

tarde para fazer as correções

no projeto do primeiro trecho

de ferrovias que iria a leilão.

Como resultado, os leilões de

ferrovias ficaram para este

ano. O governo planeja fazer o

primeiro em março.

Além do trajeto entre Lucas

do Rio Verde e Campinorte,

são previstos para este ano a

concessão do trecho entre Es-

trela D'Oeste (SP) e Dourados

(MS), além do trecho entre

Porto Nacional (TO), Anápolis

(GO), Ouro Verde (GO) e Estre-

la D’Oeste.

Por to s – O TCU também in-

terferiu nos leilões de portos

públicos no ano passado. O

governo até conseguiu apro-

var a Lei dos Portos, que esta-

beleceu um novo marco regu-

latório para o setor. Entre ou-

tros pontos, a lei prevê que ga-

n h a r á a c o n c e s s ã o d o s

terminais à empresa que ofe-

recer a menor tarifa e garantir

a maior movimentação. Entre-

tanto, as obras dos novos cin-

co portos privados que seriam

construídos (Manaus (AM),

Porto Sul (Bahia), Águas Pro-

fundas (ES), Ilhéus (BA) e Imbi-

Fabio Motta/Estadão Conteúdo

Problema maior da malha ferroviária brasileira é ter parado no tempo e não ter acompanhado o desenvolvimento de novos pólos econômicos

tuba (SC) não foram autoriza-

dos. Também não foram relici-

tados os 159 terminais que

têm a concessão vencida ou

para vencer.

Mais uma vez o TCU desta-

cou problemas no modelo pro-

posto pelo governo. Messe ca-

so, o tribunal condicionou a li-

beração dos primeiros leilões

de terminais portuários – s e-

riam 29 terminais nos portos

de Santos e do Pará – à adoção

de 19 “medidas saneadoras”

que corrigiriam imperfeições

nos estudos apresentados pe-

lo governo.

Com as condicionantes, os

leilões de terminais portuá-

rios, que prevêem investi-

mentos da ordem de R$ 54 bi-

lhões até 2017, só devem ser

iniciados neste ano. O gover-

no federal deve encaminhar

ao TCU pedido de revisão de al-

gumas das exigências na ten-

tativa de acelerar as conces-

sões do setor.

R o d ov i a s – O grande trunfo

do governo foi o sucesso dos

leilões rodoviários. Embora

apenas cinco trechos, dos no-

ve previstos, tenham sido con-

cedidos no ano passado, os lei-

lões realizados foram conside-

rados positivos principalmen-

te pelos deságios nas tarifas

iniciais dos pedágios. O último

leilão de rodovias de 2013, do

trecho da BR-040 que passa

por Brasília, Goiás e Minas Ge-

rais, o deságio foi de 61,13%

Dos quatro trechos que não

foram a leilão em 2013, prova-

velmente apenas um será

concedido em 2014: o da BR-

153, que liga Goiás a Tocan-

tins. Os outros três trechos

(BR-101 (BA), BR-262 (ES-MG)

e BR-116 (MG) não são consi-

derados atrativos pela iniciati-

va privada e devem ser dupli-

cados com recursos públicos.

91bilhões de reais

serão alocados naconstrução de 10 mil

quilômetros delinhas férreas, no

Programa deInvestimento emLogística (PIL).

Page 16: Diário do Comércio

16 DIÁRIO DO COMÉRCIO sábado, domingo e segunda-feira, 4, 5 e 6 de janeiro de 2014

Responsabilidade de corrigir eventuais falhas nas transações, comosaques ou compras não reconhecidas, é de quem fornecer o cartão.

FIQUE POR DENTRO

Angela Crespo é jornalista especializada em consumo; e-mail:[email protected]

Já é possível dividirvalor da compra ematé 15 cartões

As novidades quando o

assunto é o uso de plástico

como meio de pagamento não se

restringem aos cartões pré-

pagos. No ano passado foi

lançado o “rache aqui”, “startup

que viabiliza uma ideia pioneira

em todo o mundo: dividir o valor

das compras em até 15 cartões

de crédito”. A intenção da

iniciativa, segundo Lucas de

Faria, administrador de

empresas, é facilitar as compras

de itens de maior valor e a

organização financeira de quem

tem mais de um cartão de

crédito. “Para as empresas de e-

commerce, a ferramenta

significa maior potencial, tanto

de volume de vendas quanto do

ticket médio por operação”,

ressalta Faria.

A solução é especialmente

atraente para as compras em

família ou de bens de maior valor.

"É o caso da compra de um

presente de casamento ou um

bem para uso em conjunto, como

uma geladeira. Com a “rache

aqui!” é possível fechar a compra

online e dividir o valor total entre

os cartões de cada um", explica

Faria. "A divisão dos valores não

precisa ser igual e quem quiser

pode optar por parcelar sua parte

da compra, mesmo que os demais

não escolham isso", diz.

Em uso desde julho em sites de

e-commerce, a solução também

atende aqueles que têm ganhos

variáveis ou recebem seus

rendimentos em dois momentos

do mês e querem aproveitar os

diferentes vencimentos de

faturas. Além disso, a ferramenta

aumenta os ganhos das lojas de e-

commerce, uma vez que muitos

clientes acabam não fechando a

compra de itens de alto valor por

falta de limite no cartão.

E S TA C I O N A M E N T O

Os shopping centers, supermercados, aeroportos, rodoviárias e hospitais

podem ficar proibidos de cobrar tarifa de estacionamento em alguns ca-

sos. A medida, conforme informa a Agência Câmara, está prevista no Projeto

de Lei 5130/13, do deputado Marcio Bittar (PSDB-AC), que limita a gratuidade

a três horas de estacionamento.

Pela proposta, os clientes que apresentarem nota fiscal de compra no shop-

ping no dia do estacionamento ficarão livres da tarifa. Já nas rodoviárias e nos

aeroportos, o benefício será garantido àqueles que apresentarem cartão de

embarque ou desembarque referente ao mesmo dia. Os estacionamentos de

hospitais serão gratuitos para aqueles que comprovarem consulta, exame ou

visita a enfermo.

Após as três horas gratuitas, os estabelecimentos poderão cobrar normal-

mente pelo uso do estacionamento.

TROCO

Os órgãos de defesa do consumi-

dor do Rio de Janeiro alertam

que é ilegal dar troco em balas ou ar-

redondar o preço para cima quando

o varejo (de todo o país) não tem tro-

co. O uso desse expediente é consi-

derado prática abusiva e que fere o

Artigo 39 do Código de Defesa do

Consumidor. A obrigação do comer-

ciante é devolver o troco em dinhei-

ro e arredondar a diferença para bai-

xo. A multa para quem for enqua-

drado vai de R$ 400 a R$ 7 milhões.

RANKING

Em 18 de janeiro entra em vigor a Lei

Estadual nº 15.248, que obriga as

empresas que estão no Cadastro de

Reclamações Fundamentadas do Pro-

con-SP a divulgar essa informação nos

estabelecimentos comerciais e na in-

ternet, em locais de fácil visualização.

A norma depende de regulamenta-

ção, que definirá o padrão, os dizeres,

forma, localização e tamanho de di-

vulgação das informações. A empresa

que descumprir a obrigação está su-

jeita à fiscalização do Procon e multa.

O QUE DIZ O CDC

A E X P E C TAT I VA É DE

CRESCIMENTO NO USO

DESSE TIPO DE C A RT Ã O , MAS

O VA R E J O NÃO TEM A

OBRIGAÇÃO DE RECEBÊ-LO

Comerciantes devem sepreparar para receber cartão pré-pago

AGol Linhas Aéreas foi

condenada pelo 4º Juizado

Especial Cível do Tribunal

de Justiça do Estado do Rio de

Janeiro a pagar R$ 5 mil, a título

de danos morais, a cada um dos

dois passageiros que compraram

bilhetes de viagem para

assentos que não existiam na

aeronave. A empresa pode

re c o rre r.

Os autores da ação

informaram que, ao

e m b a rc a re m

não

encontraram

a fila, de

número 13,

c o n f o rm e

i n f o rm a d o

no cartão de

embarque. A

empresa se

defendeu

imputando a

responsabilidade do erro a

funcionários terceirizados, mas

não conseguiu explicar por que a

fileira de assentos pulava do

número 12 para o 14.

Na audiência, a Justiça tentou

a conciliação das partes, mas

não houve acordo.

Fonte: Tribunal de Justiça do

Rio de Janeiro (TJRJ)

Não tinha fileira 13no avião da Gol

Artigo 39É vedado ao fornecedor de

produtos ou serviços, dentre

outras práticas abusivas:

(Redação dada pela Lei nº

8.884, de 11.6.1994)

I - condicionar o

fornecimento de produto ou de

serviço ao fornecimento de

outro produto ou serviço, bem

como, sem justa causa, a

limites quantitativos;

II - recusar atendimento às

demandas dos consumidores,

na exata medida de suas

disponibilidades de estoque, e,

ainda, de conformidade com os

usos e costumes;

III - enviar ou entregar ao

consumidor, sem solicitação

prévia, qualquer produto, ou

fornecer qualquer serviço;

IV - prevalecer-se da

fraqueza ou ignorância do

consumidor, tendo em vista

sua idade, saúde,

conhecimento ou condição

social, para impingir-lhe seus

produtos ou serviços;

V - exigir do consumidor

vantagem manifestamente

exc e s s i v a ;

VI - executar serviços sem a

prévia elaboração de

orçamento e autorização

expressa do consumidor,

ressalvadas as decorrentes de

práticas anteriores entre as

partes;

VII - repassar informação

depreciativa, referente a ato

praticado pelo consumidor no

exercício de seus direitos;

VIII - colocar, no mercado de

consumo, qualquer produto ou

serviço em desacordo com as

normas expedidas pelos

órgãos oficiais competentes

ou, se normas específicas não

existirem, pela Associação

Brasileira de Normas Técnicas

ou outra entidade credenciada

pelo Conselho Nacional de

Metrologia, Normalização e

Qualidade Industrial

( C o n m e t ro ) ;

IX - recusar a venda de bens

ou a prestação de serviços,

diretamente a quem se

disponha a adquiri-los

mediante pronto pagamento,

ressalvados os casos de

intermediação regulados em

leis especiais; (Redação dada

pela Lei nº 8.884, de

11.6.1994)

X - elevar sem justa causa o

preço de produtos ou serviços.

(Incluído pela Lei nº 8.884, de

11.6.1994)

Co m a publicação

pelo Banco Cen-

tral, no início de

novembro, da re-

gulamentação de paga-

mentos por cartão pré-pago

e por telefone celular, a ex-

pectativa é que os brasilei-

ros passem a adotar cada

vez mais esses novos meios

de pagamentos, principal-

mente os “não bancariza-

dos”, que representam cer-

ca de 50 milhões de pes-

soas, conforme dados do

Banco Central.

As administradoras de

cartões, as instituições fi-

nanceiras e não financeiras

já estão ofertando os car-

tões pré-pagos aos consu-

midores, que funcionam

como o de débito, isto é, as

compras não podem ser

parceladas e o cartão não

possui limite máximo de re-

carga, tampouco data de

validade. Entretanto, o

consumidor precisará ter

disponível o dinheiro, uma

vez que o plástico é carre-

gado por meio de boleto

bancário. A vantagem para

o consumidor é o controle

dos gastos. Já os fornecedo-

res têm a garantia do rece-

bimento, uma vez que os

valores são transferidos

automaticamente de uma

conta para a outra.

CrescimentoConforme o Grupo Seto-

rial de Pré-Pagos (GSPP),

que reúne as empresas não

financeiras que atuam no

segmento de cartão pré-

pago, o uso dessa nova mo-

dalidade de plástico alcan-

çará a cifra de R$ 117 bi-

lhões em 2017, aumento

considerável em relação

aos R$ 84,6 bilhões transa-

cionados em 2012. A expli-

cação para esse cresci-

mento, dada por Antonio

Jorge de Castro Bueno, pre-

sidente do GSPP, é “a segu-

rança na preservação dos

dados do usuário, que cer-

tamente fará com que os

pré-pagos tenham um peso

cada vez maior no fatura-

mento, principalmente do

comércio eletrônico”.

Como funcionaOs cartões pré-pagos po-

dem ser abertos (open lo-

op), ou seja, aceitos em vá-

rios estabelecimentos, ou

fechados (closed loop),

quando só podem ser usa-

dos em determinada rede,

como os gift cards. “No s

dois casos, eles recebem

uma quantidade de dinhei-

ro que pode ser usada em

compras na internet ou no

mundo real. No caso do car-

tão de uso em uma só rede,

há a vantagem adicional de

que cada cartão pode ser

usado em uma compra, eli-

minando o armazenamen-

to e o hackeamento de da-

dos”, explica o GSPP.

AceitaçãoPara quem está do lado

de dentro do balcão, conhe-

cer todas as regras de como

funcionam esses novos

meios de pagamentos é

fundamental inclusive para

evitar conflitos. De acordo

com o Procon-SP, “ap e s a r

de em alguns casos não ser

necessário possuir conta

corrente para adquirir um

cartão pré-pago, isso não

elimina a responsabilidade

de quem o fornecer corrigir

as falhas nas transações,

como de saques ou com-

pras não reconhecidas”.

Embora haja uma grande

expectativa de crescimen-

to dos cartões pré-pagos

pelas administradoras, ca-

be ao varejo decidir se acei-

tará ou não essa nova mo-

dalidade de pagamento. Is-

so porque, quem decide de

que forma quer receber de

seus clientes (dinheiro,

cheque, cartões ou celular)

é quem vende. A única de-

terminação do Código de

Defesa do Consumidor,

conforme o inciso IX do arti-

go 39, é que o comerciante

não pode “recusar a venda

de bens ou a prestação de

serviços a quem se dispo-

nha a adquiri-los mediante

pronto pagamento”, ou se-

ja, em moeda.

Se a opção do fornece-

dor for só dinheiro, o con-

sumidor não tem direito de

reclamar nem mesmo nos

órgãos de defesa do con-

sumidor, mas diante de

tantas novidades no mer-

cado é indispensável que a

empresa in forme seus

clientes por meio de pla-

cas em seu estabeleci-

mento quais as formas de

pagamento aceitáveis ali.

As empresas devem

também observar com

atenção a questão da se-

gurança em razão de frau-

des, informando-se bem

sobre as formas de com-

provação do pagamento e

sobre como as informa-

ções serão armazenadas

para que, caso haja pro-

blemas com consumido-

res que questionarem a

cobrança, possam ter pro-

vas. Isso porque, 33% dos

brasileiros já foram víti-

mas de fraudes em car-

tões de crédito, débito e

pré-pagos nos últimos cin-

co anos, conforme pesqui-

sa realizada no ano passa-

do pela ACI Worldwide,

empresa que produz siste-

mas de prevenção a frau-

des bancárias. Conforme o

estudo, o Brasil ocupa a sé-

tima posição no ranking da

empresa, que lista 17 na-

ções. Considerando so-

mente os cartões de crédi-

to, o Brasil chega à quinta

posição, uma vez que 30%

dos consumidores infor-

maram terem sido vítimas

de fraude.