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SEMINÁRIO: TRABALHOS DE PESQUISA DIÁRIOS DE LEITURA PARA A REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ANNA RACHEL MACHADO ELIANE LOUSADA LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI Grupo: Cap. Rosenstock; Cap. Torres; Cap. Carlos; Cap. Cândido; Cap. Paulino; Cap. Jonas; Cap. Araújo; Cap. Jaílson; Cap. J. Ferreira PRÁTICA DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS ACADÊMICOS Profª Eliete Curso de Especialização em Segurança Pública Centro de Educação da Polícia Militar

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SEMINÁRIO: TRABALHOS DE

PESQUISA DIÁRIOS DE LEITURA PARA A REVISÃO

BIBLIOGRÁFICA

ANNA RACHEL MACHADO

ELIANE LOUSADA

LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI

Grupo: Cap. Rosenstock; Cap. Torres; Cap. Carlos; Cap. Cândido; Cap. Paulino;

Cap. Jonas; Cap. Araújo; Cap. Jaílson; Cap. J. Ferreira

PRÁTICA DE LEITURA E

PRODUÇÃO DE TEXTOS

ACADÊMICOS

Profª Eliete

Curso de Especialização em Segurança Pública

Centro de Educação da Polícia Militar

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Introdução: O que é um diário de leitura?

O diário de leitura é um instrumento que pode nos

ajudar a ter uma atitude de leitor ativo, interativo e crítico

diante dos textos, a ter opiniões mais seguras e

fundamentadas sobre o texto lido, é por sua vez, um diário

reflexivo de leitura.

Os Diários de Leitura indicam:

Uma reflexão sobre o processo de leitura;

Busca de objetivos para a leitura;

Uma reflexão sobre as dificuldades com a leitura e tentativa

de compreender suas causas;

Expressão de dúvidas diante da leitura.

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Introdução: O que é um diário de leitura?

Os Diários de Leitura possibilitam o desenvolvimento da

escrita, do trabalho intelectual em geral e do

desenvolvimento pessoal.

Não é um diário íntimo em que escrevemos sobre a vida,

mas um diário reflexivo de leitura. Em outras palavras, não

basta apenas escrever impressões e relações do texto com

sua vida, é preciso sempre retornar ao texto e dialogar com

ele.

É uma forma de você "ouvir" atentamente o que o autor diz,

mas de fazer também com que sua própria voz seja

expressa em relação às idéias do autor e de você não se

colocar de forma passiva diante dele.

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1. O diário de leitura em comparação com

outros gêneros

Para esta comparação é preciso conhecer e identificar

textos que são escritos para um outro destinatário e os que

são escritos para nós mesmos:

Gêneros “de si” “para si”, em que o produtor fala de si

mesmo e que são destinados a ele mesmo. Ex.: Diário

íntimo.

Gêneros “de si” “para outros”, em que o produtor fala de si

mesmo e que são destinados a outros. Ex.: Curriculum vitae,

autobiografia, cartão postal, e-mail, blog, chat, etc.

Gêneros em que o produtor não fala de si mesmo e que são

destinados a outros. Ex.: Artigo de jornal, cartão postal, e-

mail, carta de reclamação, editorial, biografia, chat, etc.

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1. O diário de leitura em comparação com

outros gêneros

Cada texto é produzido em determinada situação de

produção, e essa situação influencia a forma que o texto vai

tomar.

Cada situação envolve pelo menos os seguintes

elementos:

O papel social que desempenhamos e o papel de nosso

destinatário;

A imagem que queremos passar de nós mesmos;

A imagem que temos de nosso destinatário;

O suporte em que o texto vai circular;

Os efeitos que queremos produzir sobre o destinatário com o

nosso texto, etc.

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1. O diário de leitura em comparação com

outros gêneros

O diário de leitura é um texto que escrevemos para nós

mesmos, em primeira pessoa, sobre um texto que

estivermos lendo, em que podemos fazer comparações entre

o texto que estamos lendo e outras obras já lidas, em que

podemos expressar nossos sentimentos e dificuldades de

compreensão; em que podemos fazer avaliações negativas

ou positivas; em que estabelecemos relações entre nossa

vida e o que o texto diz; em que damos uma resposta ao

texto, construímos um diálogo com o autor do texto e

fazemos uma reflexão pessoal mais livre sobre o que o texto

veicula.

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2. Algumas reflexões sobre leitura

No processo de leitura, podemos dizer que a

interpretação e a avaliação de textos não estão diretamente

relacionadas com as reais condições/motivações de

produção; diferentes leitores constroem significados

diferentes para um mesmo texto: portanto, o significado não

está no texto em si mesmo, os leitores avaliam

diferentemente os textos, de acordo com seus diferentes

posicionamentos políticos, seus diferentes posicionamentos

diante de um tema controverso, de acordo com sua maior ou

menor identificação com o personagem, de acordo com sua

cultura, etc; a leitura é um processo ideológico; o mesmo

leitor tem reações diferentes na leitura de textos diferentes.

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3. Reações e hipóteses no primeiro contato

com um livro

Antes de começar a ler um livro, é importante observar a

capa, a contra-capa, o título, o autor, os elementos gráficos,

etc, para poder fazer hipóteses sobre seu conteúdo.

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4. Reações aos aspectos visuais e aos títulos

de matérias em meios impressos e digitais

Antes de começar a ler um texto, é importante observar

o título, o autor, o layout do texto, os elementos gráficos, etc,

para poder fazer hipóteses sobre seu conteúdo.

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5. Reações a títulos de artigos científicos de

diferentes áreas

As primeiras reações que temos em relação a um texto

e/ou livro começam quando observamos seu aspecto visual

e em seguida o título, o autor, os dados adicionais sobre o

autor, sua obra, a editora, etc. A partir dessas observações,

começamos a ter representações e diferentes reações sobre

o que vamos encontrar no livro e /ou texto.

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6. Reações à bibliografia

Outro elemento que pode ajudar você a fazer hipóteses

sobre o que vai ler é a bibliografia do livro ou do artigo a ser

lido. Quando a analisamos bem, podemos perceber, por

exemplo, a linha teórica que o autor do texto segue e a

atualidade das obras consultadas.

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7. Levantamento do que é significativo para o

leitor

1-Produção de um diário de leitura (ferramenta utilizada para

melhor compreensão de textos)

1.2- Registro das idéias, teses e argumentos mais importantes

para o autor

1.3- Registro de suas próprias idéias

OBS: Deve-se ter cuidado para não misturar as suas idéias com

as idéias do autor. Ao fazer os apontamentos devemos utilizar

as regras e normas científicas para citação.

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8. O registro das dificuldades de leitura e os

procedimentos para sua solução

No diário de leitura, é importante anotar as

dificuldades de leitura, suas razões e as soluções que

encontramos para resolvê-las e discuti-las com os

colegas e o professor.

Principais razões das dificuldades de leitura:

falta de clareza do autor

falta de algum tipo de conhecimento necessário

palavras pouco usuais

frase muito longa

pensamento muito abstrato do autor

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8. O registro das dificuldades de leitura e os

procedimentos para sua solução

Procedimentos para sua solução:

utilização de um dicionário

procurar esclarecimentos gramaticais

relacionar o termo com outras palavras

relacionar com o sentido geral da frase e do texto

verificar se há algum esclarecimento no próprio texto

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9. O registro das reações diante do texto

DEFINIÇÃO DE LEITOR: é àquele(a) que lê para si mesmo

(mentalmente), para outrem (em voz alta), o que tem o hábito

ou gosto de ler.

DEFINIÇÃO DE TEXTO: é um conjunto de palavras

encadeadas formando um sentido ou conceito, e pode ser

realizada em qualquer linguagem.

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9. O registro das reações diante do texto

OS TEXTOS PODEM SER DIVIDIDOS EM:

LITERÁRIOS: São àqueles que em geral tem o objetivo

de emocionar o leitor e para isso exploram a linguagem

conotativa ou poética.

Ex: Poemas-Romances Literários-Contos.

NÃO LITERÁRIOS: São àqueles que pretendem

informar o leitor de forma direta e objetiva, a partir de

uma linguagem denotativa.

Ex:Nóticias-Reportagens Jornalísticas, Bulas de

Remédio.

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9. O registro das reações diante do texto

REAÇÕES SUBJETIVAS

Positivas: - Prazer

- Curiosidade

- Questionamento das idéias do autor

- Interesse

- Interesse pelo objetivo do texto

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9. O registro das reações diante do texto

REAÇÕES SUBJETIVAS

Negativas: - Tédio

- Desprazer

- Preguiça

- Desinteresse Inicial

- Cansaço

No diário de leitura, é importante anotar todas as

reações subjetivas que tivemos diante do texto, mesmo

que elas tenham se modificado no decorrer da leitura.

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10. O registro das relações estabelecidas pelo leitor

entre o texto e suas experiências pessoais entre o

texto e outros objetos culturais

RELAÇÕES ESTABELECIDAS PELO LEITOR

- Entre o texto e suas experiências pessoais;

- Com outro texto;

- Entre o texto e outros objetos culturais (Filmes, Músicas, etc).

Obs. Que as relações estabelecidas acima fará com que a leitura fique mais rica como também os conhecimentos adquiridos ao longo da vida não fiquem separados uns dos outros.

No diário de leitura, é importante estabelecer relações entre o texto que lemos, nossas experiências pessoais e outros textos ou obras culturais. Tudo isso deve ser anotado e comentado no diário.

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11. O registro das relações estabelecidas entre o

texto lido e outros textos

No diário de leitura é importante estabelecer as relações

entre diferentes textos. Compreender significa estabelecer

relações, ligações e diferenças.

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12. Relações/reflexões possíveis diante de um

texto narrativo

Quando fazemos um diário de leitura, é importante

saber que um texto narrativo pode provocar reações

específicas, como, por exemplo, em relação à atenção ou

curiosidade que ele desperta; à manutenção do suspense;

aos personagens e seu comportamento; aos diálogos; á

linguagem; às descrições; às lições que trazem.

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13. Relações/reflexões possíveis diante de textos

argumentativos

Texto Argumentativo: É o texto em que defendemos uma

idéia, opinião ou ponto de vista, uma TESE, procurando

(por todos os meios) fazer com que nosso ouvinte/leitor

aceite-a.

Estrutura de um texto argumentativo:

TESE/PROPOSIÇÃO: É a idéia que se defende em um

texto; Uma idéia necessariamente polêmica, pois

argumenta implica em divergências

Ex: Quantas divergências existiriam sobre um texto, onde

o autor é a favor da PENA DE MORTE.

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13. Relações/reflexões possíveis diante de textos

argumentativos

ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS: São os recursos

utilizados para envolver o leitor/ouvinte, na sua tese,

são os meios utilizados para o convencimento,

credibilidade, etc. São exemplos de estratégias:

- A clareza do texto: Para o ouvinte/leitor poder entender,

e entendendo poderá concordar mais facilmente.

- A linguagem formal: Uma linguagem mais fácil e até

popular; e o

- Título: Forte e chamativo como estratégia para captar a

atenção do ouvinte/leitor imediatamente.

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13. Relações/reflexões possíveis diante de textos

argumentativos

Quando fazemos um diário de leitura, é importante

saber que um texto argumentativo pode provocar

reações específicas, como, por exemplo, em relação à

identificação da tese do autor do texto; a nosso

posicionamento em relação a ela, concordando ou

discordando; à análise dos argumentos do autor,

procurando verificar se nos parecem verdadeiros ou

não, se coincidem ou não com os nossos, se estão bem

construídos e concatenados.

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14. Relações/reflexões possíveis diante de um

texto informativo

Características de diferenciação de um texto de outro:

- Intenção ou objetivo: No caso do texto informativo é informar

algo; Podem informar consequências de uma forte chuva, a

oferta de emprego, etc.

Esses tipos de textos são encontrados nos jornais, bulas de

remédios, revistas, etc.

- Público alvo: O público desse tipo de texto é o mais variado

possível, pela infinidade meios de informação existentes hoje

no mundo, imaginem quantas pessoas lêem um jornal por

dia, uma bula de remédio, etc.

- Linguagem: Texto que tende a facilitar a linguagem, sem

artifícios que compliquem a apreensão do sentido do texto.

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14. Relações/reflexões possíveis diante de um

texto informativo

- Comprometimento com a realidade: Considerando que os

textos informativos são extraídos de jornais, revistas, bula de

remédios, etc, é sabido que os fatos devem ser priorizados,

não podendo inventar notícias, pois sua tarefa é informar o

fato da maneira mais neutra possível.

Então, texto informativo: é a representação de

experiências humanas vividas e situadas no tempo, na forma

de relato, como a noticia, ou a representação de um conjunto

de saberes, textos explicativos de livros didático.

Quando fazemos um diário de leitura de um texto

informativo, é importante avaliar se as informações

transmitidas estão completas ou se falta algum

esclarecimento; se elas provêm de fonte confiável, se

podemos checá-las lendo outro autor, etc.

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15. Produzindo um diário completo

Produzido por um leitor, em primeira pessoa, com o objetivo de

estabelecer um diálogo, uma "conversa" com o autor do texto que

está sendo lido;

Observar o título, notas sobre o autor, índice, orelha, bibliografia,

última capa, registrando as seguintes expressões; - gostei ou não?

- tenho vontade de ler? - que tipo de texto espero encontrar? - do

que o texto trata?

Sintetizar ou fazer paráfrases;

Manifestar compreensão ou incompreensão sobre o que o texto

lido diz;

Solicitar esclarecimentos ou fazer perguntas, quando não se

compreenda alguma palavra, algum trecho ou o conteúdo global do

que é dito;

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15. Produzindo um diário completo

Pedir que o autor justifique ou exemplifique alguma afirmação;

Concordar ou discordar com determinada posição do autor;

Acrescentar argumentos favoráveis à posição do autor, e apresentar

argumentos contrários a ela;

Dar exemplos sobre o que o autor afirma;

Emitir avaliação — positiva ou negativa — sobre o que o autor diz ou sobre

a forma como diz;

Expressar emoções e reações diversas que tivermos sobre o que diz o

autor e sobre o modo como ele diz;

Relacionar o que é dito pelo autor com alguma experiência pessoal ou de

outrem;

Relacionar o que o autor diz com livros ou artigos que lemos, com músicas

que ouvimos, com peças de teatro e filmes a que assistimos, com a

pesquisa ou trabalho que por acaso estivermos desenvolvendo;

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16. Releitura, revisão e avaliação do diário de

leitura

É importante destacar que o diário de leitura é uma

produção que se faz durante a leitura de um texto qualquer,

e não posteriormente; mas, para melhorar qualquer texto que

escrevemos, é sempre necessário que, depois de algum

tempo, nós o leiamos com calma, para encontrar suas

qualidades e seus defeitos. É muito difícil dizer que um texto

está verdadeiramente “acabado”. Sempre que o relemos,

com “outros olhos”, acabamos por encontrar detalhes que

gostaríamos de explicar melhor, dar exemplos, justificar,

sugerir, etc.

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17. Para compreender melhor o gênero diário de

leitura

COMPREENSÃO PASSIVA: Aquela que não implica

uma resposta do sujeito.

COMPREENSÃO ATIVA: Uma forma de diálogo entre o

leitor e o autor, isto é, como leitores não somos

simplesmente receptores de informações, mas agentes

dialógicos, de forma reflexiva.

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17. Para compreender melhor o gênero diário de

leitura

Atos de Linguagem:

Manifestação de Compreensão ou incompreensão;

Questionamentos;

Pedir Justificativas ou Exemplos;

Concordar ou Discordar;

Dar Exemplos;

Expressar Reações ou Emoções;

Emitir Avaliação (positiva ou negativa)

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17. Para compreender melhor o gênero diário de

leitura

DIÁRIO DE LEITURA X EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO

DE TEXTOS

Diário de Leitura: Liberdade de registro por escrito dos atos

de leitura.

Exercícios de Interpretação de Textos:

Dificilmente se expressam por sua própria iniciativa;

Quase nunca fazem avaliações sobre o que lêem de forma

pessoal e justificada;

Não ousam criticar ou discordar do texto;

Estabelece uma separação do que se lê com suas próprias

experiências pessoais.

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17. Para compreender melhor o gênero diário de

leitura

BENEFÍCIOS DA ESCRITA DIARISTA

ESTUDAR SEUS PRÓPRIOS PENSAMENTOS, REFLEXÕES

EM CIMA DO QUE É LIDO, APROFUNDÁ-LOS, CORRIGIR

QUANDO NECESSÁRIO, COMPLEMENTAR E ABRANGER

DETALHES PESSOAIS JÁ VISTOS OU CONHECIDOS.

É UMA POSSIBILIDADE MAIOR DE ENRIQUECER O

CONHECIMENTO EM DETERMINADO ASSUNDO LIDO.

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Referência

MACHADO, Anna Rachel; LOUSADA, Eliane; ABREU-

TARDELLI, Lília Santos. Trabalhos de pesquisa – Diários de

leitura para a revisão bibliográfica. São Paulo: Parábola, 2007.