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DICAS DE CONSTRUÇÕES Editado com o conteúdo de: http://www.martonio.eng.br/ A cozinha A praga das formigas Acabamentos para portas de madeira Alvenaria estrutural não armada Aplicação de porcelanato Aplicação de revestimentos cerâmicos Aplicação de silicones Aplicação de synteko Aplicação de texturas no revestimento Aquisição e aplicação de revestimentos cerâmicos Assentamento de pastilhas de porcelana em piscinas Assentamento de peças de vidro Barreira química contra cupins Brocas e cupins Cactos Caiação de paredes Caixas d'água Caminho de pedras Canteiros em escada Carpetes de madeira Churrasqueiras Cimento queimado Classificação de revestimentos cerâmicos Coberturas naturais Coberturas Coletores solares Colocação de calhas Colocação de vidrotil Composição de argamassas Composições com tijolos aparentes Concreto celular Conforto acústico Construção com metal Construção com terra crua Construção de adegas Construção de fossas sépticas Construção de saunas Cores de segurança Cores para canalizações Diferenças entre compensados, aglomerados e mdf Dimensionamento de condutores elétricos Dimensionamento de condutores para águas pluviais Dimensões de quadras esportivas Eliminação de bolhas e descascamentos Eliminação de mofo Equipamentos de segurança individual Equipamentos de segurança para construções

Dicas de Construcoes

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Page 1: Dicas de Construcoes

DICAS DE CONSTRUÇÕES Editado com o conteúdo de:

http://www.martonio.eng.br/

A cozinha

A praga das formigas

Acabamentos para portas de madeira

Alvenaria estrutural não armada

Aplicação de porcelanato

Aplicação de revestimentos cerâmicos

Aplicação de silicones

Aplicação de synteko

Aplicação de texturas no revestimento

Aquisição e aplicação de revestimentos cerâmicos

Assentamento de pastilhas de porcelana em piscinas

Assentamento de peças de vidro

Barreira química contra cupins

Brocas e cupins

Cactos

Caiação de paredes

Caixas d'água

Caminho de pedras

Canteiros em escada

Carpetes de madeira

Churrasqueiras

Cimento queimado

Classificação de revestimentos cerâmicos

Coberturas naturais

Coberturas

Coletores solares

Colocação de calhas

Colocação de vidrotil

Composição de argamassas

Composições com tijolos aparentes

Concreto celular

Conforto acústico

Construção com metal

Construção com terra crua

Construção de adegas

Construção de fossas sépticas

Construção de saunas

Cores de segurança

Cores para canalizações

Diferenças entre compensados, aglomerados e mdf

Dimensionamento de condutores elétricos

Dimensionamento de condutores para águas pluviais

Dimensões de quadras esportivas

Eliminação de bolhas e descascamentos

Eliminação de mofo

Equipamentos de segurança individual

Equipamentos de segurança para construções

Page 2: Dicas de Construcoes

Equipamentos de segurança

Equipamentos para banhos de imersão

Estuque veneziano

Execução de orquidário

Execução de pisos com blocos de concreto

Execução de pomar

Execução e manutenção de piscinas

Execução e restauração de granilite

Fatores de conversão

Forno caipira

Forno e fogão a lenha

Gastos por etapa da obra

Gesso acartonado

Gesso

Granito

Iluminação residencial

Iluminância e cálculo luminotécnico

Impermeabilização de tijolos aparentes

Instalações elétricas

Jardim japonês

Jardim sobre a laje de cobertura

Juntas em pisos industriais de concreto

Laminados sintéticos

Lareiras

Limpeza da caixa d'água

Madeiras brasileiras

Manutenção de pisos de madeira

Manutenção de plaquetas de barro

Materiais para encanamentoMateriais para pia

Materiais transparentes em placas

Mdf duratex

Mármores e granitos

Móveis de alvenaria

O canteiro de obras

Obras no período de chuvas

Pedras de revestimento

Pintura de azulejos

Pintura de pisos cimentados

Pintura na construção civil

Pinturas especiais

Policarbonato

Poliestireno expansível

Pontos hidráulicos, elétricos e outros

Problemas de umidade

Proteção contra ferrugem

Proteção de madeiras

Proteção para tijolos à vista

Proteção passiva contra fogo em estruturas metálicas

Pára-raios

Quadras esportivas

Reatores eletromagnéticos

Recursos de iluminação

Rejuntamento em peças cerâmicas

Page 3: Dicas de Construcoes

Roteiro da economia para construção da casa

Sistemas de aquecimento de água

Sistemas de irrigação caseira

Sistemas pré-fabricados de concreto

Telhas cerâmicas

Tipos de blocos e tijolos

Tipos de fundação

Tipos de janela

Tipos de laje

Tipos de lâmpadas

Tipos de pisos de madeira

Tipos de vidro

Tratamento de alumínio

Tratamento para lajotas

Trepadeiras

Trincas e fissuras

Tubulações de água quente

Uso de epóxi

Uso de madeiras reflorestadas na construção

Uso de plásticos na construção

Uso do bambu

Videiras em pérgola

Árvores na calçada

Aspectos legais da construção

Obtenção do habite-se

Garantia contra defeitos de obra

Documentação necessária para aquisição de terrenos

Aquisição do segundo imóvel

Macetes de Obras e de Projetos

A COZINHA

Em todos os momentos da nossa história, a cozinha mostrou ser o ambiente preferido

pelo brasileiro, onde a família e seus amigos mais íntimos se reúnem para um bate-papo

acompanhado por quitutes e o tradicional cafezinho. Atualmente, ela conserva o seu

espírito de hospitalidade e intimismo, mas hoje é quase um templo de tecnologia e

eficiência.

Sua evolução passa necessariamente pelo conceito de funcionalidade, o que requer um

planejamento adequado, obtido através de um projeto considerando desde a arquitetura

até a distribuição dos espaços e dos equipamentos. Os principais fatores a ser

considerados são:

DISTRIBUIÇÃO Se a área para cozinha é pequena, pode-se condensar o espaço dos componentes

essenciais, como pia, bancada, refrigerador e fogão, alinhando-os em uma parede para

permitir a circulação. Nesse caso, a pia ficará entre o fogão e o refrigerador, para torná-

la eqüidistante dos outros pontos.

Page 4: Dicas de Construcoes

Nas cozinhas compridas ou estreitas, podem-se ocupar duas paredes, uma em frente à

outra, no arranjo dos equipamentos principais. A alternativa é bem funcional, desde que

numa parede fique a bancada com a pia e, na oposta, os outros itens.

Os ambientes em forma de "U" ampliam os espaços, facilitando a locomoção. Neste

caso, a pia deve ser isolada junto à parede adjacente a outras duas, mantendo a área

central destinada à circulação, permitindo aumentar o espaço ocupado por armários.

Com o desenho em "L" as áreas são mais bem aproveitadas. Recorre-se às duas partes

adjacentes como centros de trabalho, deixando livre o resto do local para a circulação. É

possível também a colocação de armários e a criação de um cantinho para refeições.

Outra solução é a "ilha", quando o lugar for espaçoso. Ela pode conter armários,

bancadas, ou então formar um grande conjunto com pia, fogão, prateleiras e

refrigerador. Entre as formas de distribuição para concepção de uma "ilha", encontram-

se as cozinhas em "L" e em "U".

LUZ E VENTILAÇÃO Uma boa iluminação e ventilação conferem conforto e praticidade à cozinha. A

iluminação natural é indispensável: a janela deve ficar sobre a pia, entre os armários

superiores e a bancada. Ela funcionará como um ponto de partida importante, mas,

obviamente, sem substituir a concepção da luz artificial. Caso não haja incidência de

raios solares sobre a bancada da pia, pode-se instalar uma lâmpada fluorescente

direcionada sobre o local. A luz fria é indicada também para o teto, com vantagem de

não emitir calor nem gerar sombras.

Para obter uma boa ventilação, o relacionamento entre portas e janelas é fundamental.

Se arquitetura permitir, as saídas de ar devem estar constantemente viradas para o

exterior da residência, impedindo o acúmulo de gordura nos ambientes vizinhos. Essa

relação entre portas e janelas não pode comprometer as correntes de ar.

HIDRÁULICA Um bom planejamento de uma cozinha começa sempre pelo projeto hidráulico, que

deve ser obedecido à risca.

Se for instalada tubulação para água quente, devem-se preferir tubos e conexões de

cobre devido à alta resistência do material. Registros e torneiras devem ser sempre de

boa qualidade, minimizando a ocorrência de problemas posteriores como vazamentos,

infiltrações, etc.

O abastecimento inadequado de água pode comprometer todo o funcionamento

hidráulico. A caixa d'água colocada no ponto mais alto da residência garante uma

satisfatória pressão da água. Para assegurar maior eficiência, pode-se pressurizar com

equipamentos específicos a distribuição de água dentro da casa.

ELÉTRICA A cozinha é um espaço que exige uma boa quantidade de pontos de luz, levando-se em

conta o grande número de equipamentos eletrônicos necessários ao seu funcionamento.

Parte deles exige circuitos independentes, e mesmo os aparelhos menores que não são

empregados constantemente, como o liquidificador, torradeira ou batedeira, podem

Page 5: Dicas de Construcoes

causar sobrecarga, quando ligados ao "benjamim", provocando curto circuito.

Sobre o tampo da pia deve ser colocada pelo menos uma tomada para cafeteira elétrica,

espremedor de frutas ou utensílios menores. Geladeira, forno de microondas, fogão a

gás, freezer e exaustor também exigem ponto próprio.

Se a residência dispõe de aquecimento central, pode-se recorrer a ele para esquentar a

água da pia. Outra solução são os aquecedores de passagem ou aparelhos individuais de

aquecimento.

REVESTIMENTO O conforto e a sensação agradável que a cozinha apresenta dependem muito do aspecto

dado pelos revestimentos do piso, forros, armários e paredes. O mercado oferece muitas

alternativas, que devem ser pesquisadas, sempre com a orientação de um especialista.

O material do piso deve ser o menos poroso, evitando a fixação de gordura. Os

materiais porosos dificultam a conservação. Mármore, granito ou diversos tipos de

cerâmica ou azulejos são recomendáveis. A cerâmica vitrificada é uma das opções mais

indicadas para o piso. Versatilidade, resistência e durabilidade são as características que

garantem fácil manutenção. Uniforme nas cores e com veios realçados, o granito

valoriza esteticamente a cozinha, além de permitir limpeza quase tão fácil quanto a

cerâmica vitrificada.

O emborrachado é uma alternativa para pisos antiderrapantes. Sua colocação é fácil,

diretamente sobre o cimento ou qualquer outra superfície. Os laminados plásticos

adaptam-se bem a esse ambiente e estão disponíveis em diversas cores, com

acabamento fosco ou brilhante. Os revestimentos cerâmicos também podem ser

utilizados, porém o seu assentamento deve ser cuidadoso, para impedir a formação de

lacunas, que com o tempo acabam retendo sujeira e gordura. A pintura à base de epóxi,

embora requeira cuidados na execução, é outra possibilidade de acabamento.

A madeira, se usada como acabamento para revestir bancadas e balcões, deve ser

impermeabilizada. Contudo, o aço inox ou o granito asseguram maior durabilidade.

Cerâmica e azulejos não são indicados para bancadas, pois o uso constante acaba por

reter sujeira.

Os armários em alvenaria são práticos e bonitos, mas o revestimento é essencial. As

tintas a óleo ou epóxi são mais econômicas. O laminado é o mais usado e indicado em

função de sua praticidade. Devem-se evitar estruturas em aglomerado, que, com o

tempo, tendem a soltar as dobradiças e puxadores.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jun/93.

PRAGA DAS FORMIGAS

De uma hora ou de outra, elas aparecem e destroem a folhagem. Mas não é necessário

usar inseticidas para afastá-las, podendo ser tentadas receitas caseiras:

Page 6: Dicas de Construcoes

a) se o problema estiver começando - espalhar borra de café sobre a terra ou amarrar, no

tronco da árvore, panos com graxa (as formigas não gostam do cheiro e desaparecem); a

alternativa é colocar um pratinho com mel perto dos vasos (o cheiro adocicado atrai os

bichinhos, que morrem afogados);

b) se o ataque já é intenso - preparar uma calda bordalesa, com 100 g de sulfato de

cobre, 400 g de cal, 10 g de sabão de coco ralado e 10 litros de água. Misturar os

ingredientes e pulverizar em todas as plantas do jardim. O rendimento é de 10 litros de

calda.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jun/99.

ACABAMENTOS PARA PORTAS DE MADEIRA

• Se a porta for de madeira de lei, pode ficar sem acabamento, ao natural, bastando lixar

e aplicar cera de carnaúba e, posteriormente, lustra-móveis para conservação; ainda

neste caso, é conveniente aplicar um produto selante (base para os acabamentos,

atuando como impermeabilizante), que veda os poros da madeira, ajudando a proteger

contra intempéries.

• Uma alternativa para o acabamento é a aplicação de verniz, fosco ou brilhante.

• Para colorir, as tintas do tipo látex acrílico são uma ótima opção, pois filtram os raios

ultravioletas. Há ainda a possibilidade de usar verniz com pigmento à base de anilina

diluída.

• A aplicação de laca confere à madeira um aspecto plastificado ou até marmorizado,

dependendo do tipo de trabalho.

• Num efeito diferenciado, a madeira clareada ou escurecida é fácil de obter. Para

clarear, emprega-se ácido muriático, cloro ou água oxigenada. Betume misturado a um

produto selante, extrato de nogueira ou cera de carnaúba escurecem o material. Em

qualquer um dos processos, o produto deve ser aplicado com suavidade e de maneira

uniforme, a não ser que o desejado seja o efeito manchado. Nesse caso, a aplicação é

feita com pincéis ou estopa.

• Outra opção de acabamento é revestir com laminado melamínico, de fácil manutenção.

• Para a colocação de vidros, devem-se preferir os temperados.

Portas em madeira de boa qualidade dificilmente irão apresentar problemas com cupins,

pois, além de sua própria resistência natural, é provável que tenham passado por

tratamentos preventivos. Se apesar disso a peça for atacada por esses insetos, a saída é a

aplicação de inseticidas com pincel ou por injeção.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mar/93.

ALVENARIA ESTRUTURAL NÃO ARMADA

Page 7: Dicas de Construcoes

No sistema convencional de construção, as paredes apenas fecham os vãos entre pilares

e vigas, elementos encarregados de receber o peso da obra. Por outro lado, na alvenaria

estrutural esses elementos são desnecessários, pois as paredes - chamadas portantes -

distribuem a carga uniformemente ao longo dos alicerces.

Para erguê-las, é preciso usar blocos especiais, mais resistentes que as peças de vedação.

Eles podem ser de concreto, cerâmicos, sílico-calcários ou de concreto celular, sendo

também possível recorrer aos tijolos maciços, assentados com juntas desencontradas e

amarrados com ferragens. A utilização desse sistema permite diminuição significativa

no custo da obra, porém é preciso que os projetos, mais detalhados, já sejam elaborados

considerando a modulação dos blocos e as características da solução, pois as etapas de

construção são diferentes.

A alvenaria estrutural também possibilita economia no tempo de execução e na mão de

obra. Como são furados, os blocos permitem a passagem de ferragens (quando

necessárias) e de instalações elétricas e hidráulicas, evitando quebras posteriores nas

paredes. Dessa forma, quando totalmente erguida, a superfície está pronta para receber

revestimento de gesso e, depois, pintura, dispensando reboco e massas grossa e fina.

Contudo, a alvenaria estrutural pode apresentar limitações para a realização futura de

reformas e mesmo ampliações na construção; para estas últimas, uma boa alternativa é

já considerar eventuais modificações durante a elaboração do projeto.

A seqüência esquemática deste processo dá-se da seguinte forma:

• executa-se o baldrame, nivelando sua superfície e impermeabilizando-o normalmente;

• procede-se o assentamento dos blocos-chave, situados nos cantos internos e em cada

encontro das paredes internas; eles devem ser assentados conforme a planta de

modulação, marcando exatamente a posição das paredes. É importante o nivelamento

entre eles;

• entre os blocos-chave são assentados os blocos da primeira fiada, na quantidade exata

da planta de modulação, com 1 cm de junta vertical;

• nos cantos da edificação colocam-se gabaritos de altura, com marcação das fiadas a

cada 12,5 cm;

• levantam-se, em cada encontro, quatro fiadas (com 0,50 m de altura) em forma de

escantilhão, sendo mantido o nível e o prumo das fiadas. Nos cantos externos os blocos

são amarrados entre si pelo sistema de assentamento; nos encontros das paredes internas

Page 8: Dicas de Construcoes

com a alvenaria da fachada a amarração é feita com ferros (¼") em forma de dois "L"

(0,50 x 0,50 m) a cada três fiadas (obedecendo-se detalhes do calculista);

• no assentamento das demais fiadas, a linha de nível na aresta dos blocos dos

escantilhões manterá toda a alvenaria no nível e prumo requeridos;

• levanta-se a alvenaria até a fiada correspondente à base da laje do piso superior;

• executa-se a montagem das fôrmas para a laje (que pode ser de qualquer tipo);

• com auxílio de uma régua ou nível, marca-se, no bloco da fachada, a posição exata da

parede interna. Estando ela assentada no prumo, a posição marcada estará aprumada

com a aresta do bloco-chave da primeira fiada;

• contra-verga: faz-se o enchimento dos blocos em canaleta com armação de ferro

corrido (especificado pelo calculista), com avanço de 1 e ½ bloco de cada lado do vão;

• verga: se necessário, faz-se o enchimento dos blocos em canaleta com armação de

ferro corrido (especificado pelo calculista), com avanço igual ao da contra-verga.

Utilizam-se canaletas duplas ou triplas para vãos acima de 1,50 m;

Page 9: Dicas de Construcoes

• procede-se à concretagem da laje de piso;

• os blocos-chave dos cantos externos são assentados conforme as faces da alvenaria e a

planta de modulação;

• com o auxílio de um nível de bolha, transfere-se daí o assentamento dos blocos-chave,

que devem estar nivelados entre si;

• assentados os blocos-chave num andar, retoma-se as instruções acima descritas para os

demais.

Observação: recomendam-se os seguintes traços da argamassa (cimento / cal hidratada /

areia, em volume):

• para alvenaria de vedação: 1:2:8

• para alvenaria estrutural: 1:1:6.

Fontes: Revista Arquitetura & Construção - jan/98

Catálogo Técnico da Prensil S/A.

APLICAÇÃO DE PORCELANATO

O porcelanato é uma peça formada de argila, feldspato e corantes, queimada a mais de

1.250ºC, e é submetida a pressões de compactação acima das utilizadas pelas cerâmicas

convencionais. Sua versão tradicional é sem esmaltação, com massa apresentando

características homogêneas.

Por sua alta resistência à abrasão profunda, ao gelo, aos ácidos e álcalis, alta

impermeabilidade e uniformidade de cores, o porcelanato é indicado para ambientes de

alto tráfego, podendo também ser instalado em ambientes residenciais, piscinas ou

saunas.

Existem duas versões do porcelanato tradicional: fosco e polido. O primeiro é mais

adequado para áreas que exigem um revestimento antiderrapante, como áreas externas

Page 10: Dicas de Construcoes

ou rampas. O polido difere por sua textura superficial, totalmente brilhante.

O porcelanato possui uma absorção de água próxima de zero, e requer a utilização de

uma argamassa com maior aderência. O rejuntamento deve ser aplicado somente 48

horas após o assentamento das peças e com um produto específico às suas

características, como argamassa colante aditivada com polímeros, mantendo estreitas as

juntas de dilatação, com o mínimo de 2 mm para áreas internas e 5mm para áreas

externas, principalmente em fachadas.

A limpeza, que deve ser constante, pode ser feita com água e sabão, saponáceo ou água

sanitária.

Fonte: Revista Showroom Mundo Cerâmico - Menasce Publicações

([email protected]) - ago/98.

APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS

LOCAL CARACTERÍSTICAS

CRÍTICAS

CARACTERÍSTICAS GERAIS

absorção

(%) classe de abrasão

resistência

às

manchas

resistência ao

ataque

químico

Banheiros

residenciais

utilizar rejunte

impermeável nos chuveiros 0 a 20 PEI 1 ou maior

classe ISO

5 B

Câmaras

frigoríficas

resistência ao congelamento

(100 ciclos - ensaio ISO

10545-12)

0 a 3 PEI 4 ou 5 para

pisos

classe ISO

5

A - ácido

lático e

clorídrico

10%

Churrasqueiras,

lareiras e fogões

dilatação térmica e

resistência ao choque

térmico (ISO 10545-8 e

10545-9)

0 a 20 (>

10% para

paredes)

parede: PEI 0

piso: PEI 3

fogões industriais:

PEI 5

classe ISO

5

A ou B -

produtos

domésticos

Cozinhas,

padarias e

restaurantes

atenção na resistência às

manchas após abrasão (PEI

5) e resistência ao impacto

(ISO 10545-5)

0 a 20 (>

10% para

paredes)

residências: PEI 3

indústrias: PEI 4

padarias: PEI 5

classe ISO

5 A

Escadas e rampas

coeficiente de atrito > 0,7

(ISO 10545-17); carga de

1.000N (100kg); não deixar

saliências no degrau,

evitando bordas frágeis

0 a 6

esmaltados PEI 5

ou não esmaltados

de espessura plena

classe ISO

4 ou 5 A ou B

Fachadas e

terraços

expansão por umidade <

0,6mm/m (ISO 10545-10);

garra reentrante no verso

das peças, perfil "rabo de

andorinha'', mono ou

poliorientado

0 a 6 fachadas: PEI 0

terraços: PEI 3

classe ISO

5

A - chuva

ácida

Concessionárias /

garagens

carga de ruptura 1.000N

(ISO 10545-4); resistência

ao impacto (ISO 10545-5)

0 a 6 PEI 5 classe ISO

5 A

Laticínios /

açougues

ausência de cádmio e

chumbo prejudiciais à

saúde (ISO 10545-15);

rejunte anti-ácido (epóxi)

0 a 3 PEI 5 classe ISO

5

A - ácido

lático

Piscinas expansão por umidade < s/ geada: 0 a PEI 0 classe ISO A - produtos

Page 11: Dicas de Construcoes

0,6mm/m (ISO 10545-10);

ensaio antigretagem

especial (ISO 10545)

20

c/ geada: 0

a 6

c/ neve: 0 a

3

5 de piscina

Pisos comerciais

e industriais

resistência ao impacto (ISO

10545-5); resistência

química de alta

concentração (ISO 10545-

13); carga de ruptura (ISO

10545-4) devido ao tráfego

de empilhadeiras

0 a 6

PEI 5 para

esmaltados,

resistência à

abrasão profunda

< 345mm³ para

não esmaltados

classe ISO

5 A

Pisos para postos

de gasolina

escolher a carga mais

elevada à disposição;

resistência ao impacto (ISO

10545-5)

0 a 6 PEI 5 classe ISO

5 A

Quartos de

criança

resistência ao impacto

(ISO 10545-5)

0 a 20 (>

10% para

paredes)

PEI 3 classe ISO

5 A

Quintais e jardins

com terra

resistência às manchas após

abrasão (PEI 5); não utilizar

materiais rústicos e

antiderrapantes

0 a 6 PEI 5 - A

Pisos residenciais -

0 a 20

(maior que

10% para

paredes)

quintais: PEI 4

salas e cozinhas:

PEI 3

quartos: PEI 2

banheiros: PEI 1

classe ISO

4 ou 5 A ou B

Saunas

expansão por umidade <

0,6mm/m (ISO 10545-10);

resistência ao choque

térmico (ISO 10545-9) e à

gretagem (recomendados

sete ciclos para sauna

úmida)

0 a 3 PEI 1 classe ISO

3 B

Uso à beira mar

(contato com

areia)

para resistência ao riscado (areia), pisos não esmaltados com espessura plena

(porcelanato não polido) ou esmaltados com dureza Mohs > 8

(dureza Mohs da areia é 7)

Uso

antiderrapante

para alta segurança, o coeficiente de atrito deve ser > 0,7 (sendo, entretanto, de difícil

limpeza); um coeficiente de média segurança (0,4 a 0,7) tem limpeza mais fácil

Obs.: a resistência antigretagem deve ser exigida do fabricante (Ensaio 13818).

Fonte: Guia Geral de Cerâmica & Assentamento 98/99 – Revista Show Room –

Menasce Publicações ([email protected]) – nº 30 A – mai/98.

APLICAÇÃO DE SILICONES

O sucesso do trabalho de aplicação de silicone em fachadas, esquadrias e coberturas de

vidro depende da qualidade da mão de obra e do controle de cada etapa - da limpeza da

superfície, passando pela aplicação eventual de um primer e, finalmente, do silicone -,

principalmente no caso de fachadas estruturais.

I - PREPARAÇÃO DE SUPERFÍCIES

Page 12: Dicas de Construcoes

Para que a adesão do selante tenha bom resultado, o substrato deve estar limpo, seco e

sólido. Cada tipo de substrato requer determinados procedimentos:

• Metais

» alumínio natural: contém contaminantes como óleos, grafite ou resíduos de carbono.

Pode ser difícil de limpar e se oxida facilmente, prejudicando a aderência do silicone.

Preparar a superfície e aplicar o primer em uma película fina (se necessário); após cerca

de 30 minutos, aplicar o selante;

» alumínio pintado ou anodizado: permite freqüentemente uma adesão excelente;

» aço inoxidável, galvanizado ou zincado: utilizar apenas selantes de cura neutra;

» aço não pintado ou estampado: sofre oxidação, provocando falhas no selante.

Limpar a superfície com um pano embebido em álcool isopropílico e, em seguida,

aplicar um pano seco para remover imediatamente a poluição. A utilização de um pano

umedecido em álcool e outro seco é muito importante para que a superfície fique

completamente limpa.

• Vidros

É uma excelente superfície para adesão do silicone, porém requer cuidado na escolha do

silicone correto, principalmente nos casos de vidros laminados, que devem receber

apenas silicones de cura neutra. Os de cura acética liberam vapores ácidos que reagem

com o filme de polivinilbutiral (PVB), provocando manchas na superfície próxima ao

perímetro do vidro. A preparação da superfície deve ser feita através da limpeza com

um pano embebido em álcool isopropílico e, em seguida, com um pano seco; aplicar o

selante em seguida.

• Concreto

Óleo ou outros contaminantes, como desmoldantes à base de vaselina, usados na

formulação do concreto podem prejudicar a adesão do silicone. A superfície deve ser

limpa com jato de areia, lixada e receber um polimento (se necessário, usar palha de

aço). Se o concreto estiver molhado, usar solvente para limpeza e aceleração da

evaporação da água. Aplicar o selante assim que o solvente evaporar ou o substrato

secar.

II - USO DE PRIMER

Produto à base de solventes, o primer é indicado para casos muito especiais em que os

silicones disponíveis no mercado não apresentem, quando previamente testados, níveis

adequados de aderência a um determinado tipo de substrato. O produto provoca reação

química entre o substrato e o selante, agindo como promotor de aderência, mas deve ser

usado apenas quando esgotadas as possibilidades de testes com os vários tipos de

silicones, pois, além de altamente tóxico, sua aplicação requer controle rigoroso.

Quando aplicado em excesso, após evaporação do solvente, forma uma camada de pó

esbranquiçado que prejudica a aderência do silicone. Sua aplicação requer os seguintes

cuidados:

Page 13: Dicas de Construcoes

» utilização do primer correto e adequado;

» não aplicá-lo em excesso;

» aplicar uma película fina, utilizando um recipiente pequeno e limpo de metal ou vidro,

que deve ser fechado quando não estiver sendo usado;

» deixar secar o primer antes de aplicar o silicone.

III - APLICAÇÃO DE SILICONE ESTRUTURAL

A função do silicone estrutural é transferir a carga dinâmica das pressões/depressões do

vidro ao caixilho. Sua aplicação deve ser procedida de testes de adesão, realizados em

laboratório. A aplicação de silicone em fachada estrutural sem os cuidados necessários

poderá, na pior das hipóteses, ocasionar a queda de um vidro. Para evitar desperdícios

de material e otimizar o trabalho, os seguintes aspectos devem ser observados:

» revisão dos desenhos do projeto para solucionar quaisquer dúvidas antes de iniciar o

processo de aplicação;

» definação dos substratos para aplicação do silicone estrutural;

» execução de testes de adesão e compatibilidade dos substratos;

» perfis de alumínio, vidros, espaçadores, guarnições de borracha e calços devem ser

checados quanto ao tamanho, forma e acabamento, conforme a especificação de projeto;

» verificar se o solvente é puro e se ele, o selante e o primer são do tipo recomendado

pelo fabricante do silicone;

» observar se o vidro foi lapidado e cortado conforme especificação do projeto;

» no caso de vidro duplo, verificar se foi selado com simples ou dupla barreira, com

vedação secundária de silicone.

A superfície deve ser preparada com o uso de solvente limpo e vários panos limpos e

sem fiapos, evitando-se o uso de estopa. Embeber um pano com solvente e esfregar

vigorosamente o substrato molhado; com outro pano seco, esfregar o substrato molhado

até secá-lo, verificando se está limpo. Uma película fina de primer deve ser aplicada nos

substratos quando recomendado, utilizando um pincel de cerdas naturais ou um pano

limpo e sem fiapos. O primer não deve ser aplicado no vidro, e deve secar por trinta

minutos.

Aplicar o selante com cuidado, empurrando o material com a ponta do cartucho e

certificando-se de que a junta foi preenchida por completo. Pressionar o selante contra

os lados da junta e contra o espaçador. Quando o caixilho tiver aba de sustentação,

colocar uma fita adesiva para proteger o perfil e o vidro, removendo-a assim que o

selante for aplicado na junta. Uma providência que pode ser bastante útil, no futuro, é

fazer o registro das unidades fabricadas, anotando cada uma com números consecutivos

e data de colagem, e marcando a sua localização na fachada-cortina depois da

instalação, usando o plano das elevações.

Os quadros colados devem ser deixados para cura na horizontal pelo tempo especificado

pelo fabricante de silicone, em função do produto escolhido (monocomponente ou

bicomponente).

IV - SILICONE EM VIDRO DUPLO

Page 14: Dicas de Construcoes

O vidro duplo é composto por dois painéis de vidro, um perfil ôco, preenchido por

dessecante à base de sílica (para absorver a umidade interna e evitar a condensação),

selo primário (poliisobutileno) e selo secundário (silicone). A produção do sistema

requer:

» lavagem do vidro ou cristal;

» preenchimento do espaçador com o dessecante;

» dobra do marcador do espaçador e solda ultra-sônica;

» aplicação do selante de poliisobutileno no marcador do espaçador;

» montagem do vidro no marcador do espaçador;

» aplicação do selante de silicone na unidade de vidro duplo, assegurando um bom

contato do produto com os vidros.

V - REPARO DE FALHAS

A reparação de falhas de selantes em obras já executadas requer a identificação dos

tipos de selante e substrato existentes nas juntas, a análise do tipo de falhas (se adesivas

ou coesivas ou se causadas por movimento excessivo nas juntas), a verificação da

compatibilidade entre selantes e substrato e, por fim, a escolha do selante adequado para

a substituição. A partir desse diagnóstico é possível fazer o reparo, com as seguintes

opções:

• remoção e substituição do selante: o selante com falhas deve ser removido e as

superfícies limpas, o que pode resultar em um procedimento difícil. Em alguns casos é

necessário o uso de uma lâmina para remover o selante por completo. Esta solução é

segura se a reparação for feita corretamente e com o selante adequado;

• aplicação sobreposta de um selante sobre camada de selante falho: indicada para casos

em que ocorreu falha de um selante em fundo de junta. Ao invés da retirada do silicone

velho, colocar uma camada antiaderente (como um filme de polietileno), e aplicar nova

camada de silicone para nova vedação. Este processo oferece uma superfície única com

relevos, apresenta mais movimento nas juntas (+100%, -50%) e é compatível com uma

variedade de substratos. Além disso, o silicone elastomérico proporciona grande

durabilidade de serviço na obra. Não é necessário remover o selante falhado antes da

aplicação;

• uso de fita para vedação: para sua aplicação, não é preciso remover o selante falhado e

fazer a limpeza necessária, porém difícil, ao substituí-lo. Apresenta melhor adesão às

superfícies originais e descontaminadas. Por ser mais larga, a vedação permite maior

movimento, embora requeira, exatamente por esse motivo, atenção especial à aparência

e detalhes das juntas;

• falhas coesivas ou adesivas no substrato: quando aplicado sobre um substrato não

preparado adequadamente, o silicone pode permanecer intato, durante a movimentação

da junta, rompendo o substrato. Isso ocorre, por exemplo, no caso de superfícies de

concreto ou de estruturas metálicas submetidas a pintura com produtos não adequados.

No caso de rompimento do concreto, recomenda-se retirar o selante e recompor o

substrato com uma resina epóxi, aplicando, em seguida, nova camada de silicone. Para

estrutura metálica recomenda-se um bom lixamento da superfície das peças,

Page 15: Dicas de Construcoes

submetendo-as a tratamento anticorrosivo. A seguir, aplicar tinta de grande aderência e

resistência aos raios ultravioletas e aos agentes atmosféricos (à base de poliuretano ou,

preferencialmente, epóxi).

VI - DIMENSIONAMENTO DAS JUNTAS

Existem dois tipos de juntas a se considerar: a estática (não se movimenta), e a

dinâmica, que sofre movimentos de tensão e compressão. A capacidade de

movimentação das juntas deve estar ligada ao grau de movimentação do substrato, que

indicará o módulo de elasticidade do silicone. Para um substrato de muita

movimentação, usa-se silicone de módulo mais baixo. Quando, ao contrário, a exigência

é de fixação ou colagem, usa-se silicone de módulo mais alto (o módulo de elasticidade

é a capacidade que tem o selante de expandir a 100% sem ruptura).

Outra solução importante para impedir o rompimento do silicone é evitar a adesão de

três lados. Obtém-se a otimização de um selante com adesão nos dois lados opostos. Se

houver um terceiro ponto de adesão, o esforço poderá provocar fissura no selante. Para

evitar que isso ocorra, isola-se o terceiro ponto de adesão com um filme de polietileno,

usando-se filme ou espuma de polietileno.

Fonte: G & E Silicones do Brasil - Revista Finestra Brasil - ano 4 - nº 14.

APLICAÇÃO DE SYNTEKO

Também conhecido como "creeping", afastamento ou abertura, o olho-de-peixe é uma

pequena depressão arredondada (cratera) que se forma na película aplicada,

conseqüência de uma rejeição do produto por contaminação da madeira, e que confere à

aplicação um aspecto não homogêneo, facilmente identificado.

O olho-de-peixe pode ser causado por vários fatores, dentre os quais podemos citar:

• a excessiva oleosidade natural de certos tipos de madeira, como, por exemplo,

Cabriúva, Bálsamo, Itaúba, Jatobá e Imbuia, oleosidade essa incompatível com a

película formada pelo Synteko;

• a utilização de óleos para facilitar o lixamento, prática não recomendada, pois os óleos

não são compatíveis com a película formada pelo Synteko;

• algumas madeiras tratadas com produtos de base oleosa, como fungicidas e

cupinicidas;

• alguns pisos velhos, apresentando ceras impregnadas que, mesmo após o lixamento,

podem conter resíduos que ocasionam o olho-de-peixe;

• intervalos longos entre uma demão e outra de Synteko (recomenda-se que não sejam

superiores a 24 horas).

Page 16: Dicas de Construcoes

Para evitar que ocorra a formação de olho-de-peixe, sugere-se a adoção das seguintes

medidas:

• inicialmente, é preciso lixar criteriosamente o piso; no caso de tacos, limpar

cuidadosamente as juntas, removendo todo o calafeto antigo e resíduos de ceras;

• depois de concluídos o lixamento e a limpeza, aplicar quatro queimadas de Super

Synteko + 20% de Catalisador ORT com rodo de borracha, sendo que estas demãos não

podem ser espessas (obedecer um rendimento de 30 a 40 m²/kg de Mistura Synteko +

Catalisador ORT), lixando-se apenas após a 2a e a 4

a queimadas;

• finalmente, aplicar uma demão de Super Synteko + 20% de Catalisador ORT com

escova, para dar o acabamento.

Recomenda-se diminuir ao máximo o intervalo entre as aplicações, o que pode ajudar

muito na eliminação do olho-de-peixe.

Fonte: Catálogo Synteko.

APLICAÇÃO DE TEXTURAS NO REVESTIMENTO

Quando se deseja aplicar texturas no revestimento, não é necessário utilizar o processo

normal de passar massa fina e massa corrida; para baratear a mão-de-obra e o material, a

textura pode ser aplicada diretamente sobre o reboco, o que pode reduzir em até 50% o

custo final.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/98.

AQUISIÇÃO DO SEGUNDO IMÓVEL

No Brasil, os meses de janeiro e fevereiro são propícios para se avaliar bem imóveis à

beira-mar ou no campo. Em algumas regiões é epoca de chuvas, o que permite checar

sem disfarces problemas de umidade (se, por exemplo, o trabalho de impermeabilização

das fundações de uma casa não foi bem feito, é provável que o solo encharcado

provoque manchas no rodapé). E, no país inteiro, os primeiros meses do ano são

ensolarados e luminosos, o que, sem dúvida, ajuda na exigência de um imóvel arejado,

com bom planejamento de ventilação e distribuição dos ambientes, para não correr o

risco de efeito estufa no verão e do efeito geladeira no inverno (quartos voltados para o

Norte, por exemplo, mantêm-se frescos nos dias quentes e mais aquecidos nos dias

frios).

Estas observações têm peso de ouro como garantia de um bom negócio. Em linhas

gerais, entretanto, o melhor conselho é jamais comprar um imóvel por impulso,

deixando-se levar por paixão à primeira vista. Além de gostar da casa ou do

apartamento em questão, deve-se avaliar bem sua localização e as condições do imóvel

(pesando os gastos com documentação e uma possível reforma). Antes de decidir pela

compra, é fundamental checar alguns itens importantes:

Page 17: Dicas de Construcoes

• idade do imóvel - esse fator deve ser levado em conta não apenas pelo estado da casa

ou do apartamento mas também por certos confortos de hoje em dia que, há quinze ou

vinte anos, não estavam previstos pelas construtoras, como circuitos elétricos

suficientes para lavadora de louça, forno microondas, aparelhos de ar condicionado,

sistemas de alarme e, entre outros equipamentos, antena parabólica, em caso de local

onde a TV não alcança boa sintonia;

• maresia - numa casa de praia, é este o maior problema, principalmente quando o

imóvel é localizado à beira-mar. É praticamente impossível evitar o desgaste acelerado

de ferragens, por isso deve-se avaliar o estado de portões, trincos, dobradiças, etc. Com

boa manutenção podem durar por muitos anos. A instalação hidráulica também merece

vistoria. Devido à corrosão, os metais de banheiro, como torneiras e válvulas, podem

estar pedindo substituição. Abrir várias torneiras ao mesmo tempo pode permitir

identificar se a pressão permanece forte e contínua. A coloração da água que sai das

torneiras, se tiver um tom ferrugem, é sinal de que os canos estão velhos, corroídos e

precisam ser trocados;

• fundações - atenção para as rachaduras: se forem horizontais e próximas ao teto, não

são motivo para alarme. Serão problemáticas, entretanto, caso se localizem próximo às

janelas, quase sempre resultado de falhas na sua colocação, podendo gerar infiltrações,

ou junto às bases das paredes;

• telhado - observar a amarração das telhas aos sarrafos, sabendo ainda que o material

ideal em regiões litorâneas é o fio de aço inoxidável, já que até mesmo o fio de cobre

sofre a ação do sal da maresia. Quanto ao madeiramento, deve-se verificar se não há

ataque de brocas ou cupins, reparando se não há montinhos de pó junto às portas e nos

cantos, no chão;

• teto e paredes - verificar se há manchas de umidade. Perto de banheiros e janelas

podem indicar infiltração (em se tratando de apartamento, convém verificar o vizinho

do andar inferior, em busca de possíveis vazamentos). Se o forro for oco, sinal de que é

estuque, certamente trata-se de um imóvel antigo. Tem vantagem de oferecer maior

isolamento térmico, porém é mais frágil, podendo até facilitar a entrada de ladrões na

casa. E, com o tempo, surgem fissuras neste tipo de forro, resultando numa aparência de

casa velha;

• portas e janelas - conferir se as janelas fecham e abrem com facilidade, sem riscos de

empenar ou deixar frestas. Observar ainda o estado das esquadrias, lembrando que o

melhor material em casas de praia é o alumínio, que não enferruja. Quanto às portas,

abrir e fechar cada uma delas, para checar possíveis empenamentos ou folgas de

maçanetas e molas que não funcionem;

• água e esgoto - é bom verificar o tamanho da caixa d'água. E mais: de onde vem a

água para abastecer a casa, se existe poço e se a água é saudável. O tamanho da fossa

também é importante, para evitar a solicitação constante do serviço de limpeza. Outro

item a considerar é a localização da fossa, que deve estar longe da fonte de água limpa;

• piscinas - atenção ao rejuntamento dos azulejos: com o tempo, ele vai se soltando.

Não se esquecer de checar o estado de bombas, filtros e tubulação, além da iluminação

Page 18: Dicas de Construcoes

do local, inclusive a subaquática, se for o caso;

• casa de campo - exceto a maresia, os demais problemas precisam ser verificados

também numa casa de campo, que tem ainda certas especificidades. Caso esteja em

terreno acidentado, por exemplo, pode ocasionar transtornos com as águas da chuva.

Vale conferir ainda se não há inundações de córregos próximos à propriedade. Telhado

sem captação é outro indício de problemas futuros no piso externo, exigindo calçamento

para captação de águas pluviais (sem isso, a chuva contínua danifica o solo e

conseqüentemente, as paredes vão ganhar umidade). De toda forma, seja escolhendo

uma casa de campo, de praia ou apartamento, a providência mais segura é contar com os

olhos atentos de um engenheiro civil ou arquiteto, profissionais com conhecimento

suficiente para checar corretamente eventuais problemas do imóvel. Com um bom

diagnóstico, é possível ter uma previsão de gastos numa reforma, se for necessário, ou

até mesmo bons argumentos para obter um desconto na negociação.

Outra questão que merece atenção é a documentação do imóvel. Por ocasião da entrega

do sinal, o vendedor precisa apresentar o documento de propriedade, estabelecendo um

prazo para a passagem da documentação completa. Deve-se ainda atentar:

• para a verificação da situação do imóvel, através da solicitação de uma certidão

vintenária no cartório de registro de imóveis do município. Normalmente, ela demora

cinco dias úteis e deverá vir com negativa de ônus e alienações;

• para a situação de vendedor (e, se for casado, também do cônjuge), através de

solicitação de certidões nos cartórios de protesto e nos cartórios distribuidores cíveis no

Fórum do município e na Justiça Federal. Caso o proprietário não more no município

onde se localiza o imóvel, deve-se solicitar certidão negativa também na comarca onde

se localiza seu domicílio;

• para a obtenção de certidões municipais, verificando se não há pendências de dívidas

de impostos e riscos de desapropriação (como, por exemplo, planos da prefeitura de

abrir uma avenida no local do imóvel). Para isso, deve-se requerer uma certidão

negativa do IPTU, na Secretaria de Finanças da prefeitura local;

• no caso de pessoa jurídica, ela deverá apresentar contrato social, certidão negativa de

débito do INSS e certidão negativa da Receita Federal relativa ao Finsocial;

• se o negócio envolver transferência de financiamento, deve-se requerer também

certidão negativa do agente financeiro, dos cartórios distribuidores do Fórum e da

Justiça Federal;

• para a obtenção da escritura, é necessário ter o contrato de compra e venda. Na

ocasião, deve-se pagar o Imposto sobre Transmissão de Imóveis, cujo valor varia de um

município para outro. A transferência do IPTU ocorre após a lavratura da escritura e do

registro em cartório do imóvel adquirido.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/93.

Page 19: Dicas de Construcoes

AQUISIÇÃO E APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS

CERÂMICOS

Antes de escolher um revestimento cerâmico, devem-se levar em consideração alguns

itens, tais como:

• se ele tem qualidade, garantia de entrega e atendimento técnico da fábrica;

• local de aplicação e uso do ambiente: piso ou parede, área comercial, residencial ou

industrial;

• tipo de trânsito no local: pessoas, veículos, mobília comumente arrastada;

• umidade no local;

• metragem do local (m²), para o cálculo da quantidade de peças necessárias (lembrando

sempre de adquirir uma pequena quantidade extra, para possíveis substituições futuras);

• tamanho, tonalidade e índice PEI (ver glossário).

Ao receber o material, deve-se conferir se ele corresponde ao do pedido, analisando o

lote, tamanho, tonalidade e índice PEI.

Na hora de assentar o revestimento, este deve ser feito em duas etapas:

» preparação do contrapiso com mistura de impermeabilizante para evitar umidade

ascendente do solo, causando a eflorescência de sais minerais, aguardando-se uns 20

dias para que a superfície esteja completamente seca. O revestimento não deve ser

assentado sobre o contrapiso úmido, empoeirado ou sujo de tinta, cola, graxa, óleo ou

outra substância que prejudique a aderência;

» o assentamento, para o qual existem dois processos: o tradicional, com uso de

cimento, pedra e areia, ou o mais moderno, com argamassas colantes ou colas especiais,

mais eficiente e rápido, onde não há necessidade de deixar as placas de "molho",

imergindo-as em água.

Deve ser escolhida mão de obra profissional (se possível, verificar serviços anteriores,

se o assentamento apresenta bom alinhamento, com uso de juntas de dilatação e

utilização de ferramentas adequadas).

O assentamento deve ser iniciado pelas paredes e terminado pelo piso. A argamassa

deve ser espalhada com desempenadeira denteada, em camadas de 7 a 10 mm; deve ser

deixado espaço entre uma peça e outra, necessário para formar a junta de dilatação,

cujas dimensões normalmente estão identificadas na embalagem do produto.

O rejuntamento, feito com uma calda de cimento puro e água ou com rejuntes especiais

coloridos, impermeáveis e outros disponíveis no mercado, deve ser feito 48 horas

depois do assentamento das peças (tempo suficiente para que a umidade excessiva entre

a peça e o piso tenha secado). No caso de peças cerâmicas com textura rústica ou

porosa, passar uma camada de cera incolor em pasta ou óleo diesel sobre elas,

Page 20: Dicas de Construcoes

protegendo sua superfície.

Não devem ser utilizados ácidos ou quaisquer outros produtos químicos para limpar

placas cerâmicas ou rejuntes.

Fonte: Manual de Instrução para Compra e Assentamento de Revestimentos

Chiarelli.

ASSENTAMENTO DE PASTILHAS DE PORCELANA EM

PISCINAS

As piscinas podem ter diversos formatos e construídas enterradas ou elevadas. A

estrutura (tanque) deve estar baseada em projeto construtivo realizado por profissional

responsável e deve ser executada de acordo com as normas indicadas pela NBR ABNT

9818.

Dependendo das dimensões da piscina e da solicitação da base, é recomendável elaborar

um projeto de impermeabilização, a ser executado por empresa e profissional do ramo.

Normalmente são realizadas dois tipos de impermeabilizações:

• rígida: revestimento com argamassa de areia, cimento Portland e aditivo

impermeabilizante. A sua impermeabilidade depende diretamente do tipo de traço

utilizado, do emprego de uma areia (recomenda-se que seja lavada) de granulometria

entre 0 a 3 mm, isenta de substâncias orgânicas e materiais argilosos, e da adição de um

aditivo impermeabilizante.

O traço será de 1:3 para pressões de até 20 m de coluna de água e de 1:2 para pressões

superiores. A espessura mínima da argamassa será de 3 cm, com a aplicação feita em

camadas sucessivas de 1 cm.

• flexível: sugere-se que sua execução seja feita de acordo com as duas etapas abaixo:

a) aplicar primer asfáltico, com asfalto puro diluído em um veículo derivado do

petróleo. Deve ser evitado o uso da emulsão asfáltica, pois a existência de cargas sobre

este material poderá prejudicar o seu desempenho. Após a aplicação do primer, esperar

um tempo mínimo de 8 horas para iniciar a etapa seguinte.

b) pode-se aplicar manta asfáltica com filme de polietileno do lado interno e areia do

lado externo. Se for utilizada manta asfáltica com polietileno dos dois lados, é

recomendável queimar o lado externo com maçarico e pulverizar areia fina e seca para

maior aderência e proteção. Cuidar para que haja perfeita aderência entre as mantas,

usando, no mínimo, 10 cm de sobreposição entre elas. Pode-se também utilizar

mantas que já vêm com uma face chapiscada com areia.

Antes de executar o revestimento, deve ser feito teste de estanqueidade do tanque.

Para a execução da camada de regularização e proteção mecânica, recomenda-se traço

1:4 ou 1:5 de volume, com cimento e areia média, aplicada sobre a impermeabilização

Page 21: Dicas de Construcoes

rígida ou flexível com a finalidade de proteção mecânica e regularização para receber o

revestimento de pastilhas de porcelana. Recomenda-se o uso de chapisco aditivado

sobre a impermeabilização para obtenção de aderência adequada, com planura nas

paredes e fundo da piscina. Este, por sua vez, deve ter caimento de 0,5 a 1% para os

ralos.

A espessura da camada de regularização, nas paredes, deve seguir a norma NBR 7200

ou NBR 13755 e NBR 13753, não ultrapassando 2,5 cm.

O revestimento em pastilhas de porcelana deve ser executado após 14 dias, pelo menos,

da aplicação da camada de regularização. Deve ser iniciado pelas paredes e finalizado

pelo piso. Em piscinas com formato retangulares, o alinhamento das juntas das paredes

e piso valoriza o revestimento final.

Deve-se, inicialmente, marcar o local da aplicação com linhas verticais e horizontais

para manter o prumo e o nível. Marcar na parede a altura e a largura de uma placa de

pastilha. Nivelar e aprumar, guiando-se pelas linhas, da esquerda para a direita e de

cima para baixo. Com o lado liso da desempenadeira metálica, espalhar uma camada de

argamassa colante sobre a camada de regularização; em seguida, com o lado denteado

da desempenadeira metálica, fazer sulcos com aproximadamente 5 mm de espessura.

Caso a argamassa colante escolhida seja do tipo que também pode ser utilizada para

rejuntamento, ele deve ser feito antes da aplicação das pastilhas. Não utilizar material de

rejuntamento que já começou a endurecer.

As placas devem ser aplicadas sobre a argamassa estendida, fazendo pressão com as

mãos e batendo levemente com um martelo de borracha.

A remoção do papel e da cola requer a preparação de uma solução removedora

utilizando-se 250 g de soda cáustica em escamas para 5 litros de água. Molhar com

bastante água limpa o papel das placas de pastilhas já aplicadas, passar a solução de

soda no papel com a broxa voltada para baixo, esfregando levemente, e aguardar 5

minutos. Retirar o papel com o auxílio da ponta da colher. Para retirar o excesso de cola

da superfície, utilizar uma broxa úmida e logo após lavar a placa com bastante água e o

auxílio de uma esponja.

Com o auxílio de um rodo ou de uma desempenadeira de borracha, completar o

rejuntamento em toda a superfície pastilhada. As juntas poderão ser frisadas ou

palitadas, se necessário. Após aproximadamente 15 minutos do término do

rejuntamento, retirar o excesso do material com uma esponja úmida de água. Após a

secagem, fazer o acabamento com estopa seca.

Sete dias após completado o processo, a piscina pode ser enchida.

Fonte: Boletim SENAI.

ASSENTAMENTO DE PEÇAS DE VIDRO

Page 22: Dicas de Construcoes

Para assentar tijolos, placas e venezianas de vidro, a massa a ser utilizada deve ter a

seguinte composição:

» 3 partes de areia média

» 1/2 parte de água

» 1 parte de cimento

Deve ser mantida uma junta de dilatação de 10 mm entre as peças.

Nas venezianas, usar massa somente nas laterais.

Nunca encostar vidro com vidro nos tijolos e placas.

Fonte: Ibravir - Ind. Brasileira de Vidros e Refratários Ltda.

BARREIRA QUÍMICA CONTRA CUPINS

Coloca-se, em volta de todo o terreno, tubos de PVC com pequenas perfurações, em

módulos de 3 m, instalados abaixo do nível do contrapiso.

A cada módulo é acoplado um tubo vertical, por cuja abertura é despejado o líquido

descupinizante, na proporção de 6 litros/metro linear.

O tratamento deve ser repetido anualmente.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/99.

BROCAS E CUPINS

• Cupins de madeira seca - O ninho é localizado totalmente dentro de uma peça de

madeira, que pode ser um móvel, moldura, batente, rodapé, estrutura de telhado, miolo

das portas e forro. O ataque pode ser descoberto pelos grãos que se acumulam junto à

peça atacada (é muito difícil perceber o ataque pela superfície externa da peça). Para

prevenir o ataque, as peças de madeira devem ser protegidas com a aplicação de um

produto contra cupins (Ex: Pentox Super) em todas as superfícies, antes de serem

colocadas na construção. Em peças já instaladas, o produto pode ser utilizado em todas

as superfícies acessíveis, mesmo que seja necessário abrir perfurações com brocas finas.

Caso já haja infestação, e não havendo comprometimento da estrutura, fazer pequenos

furos ao longo da peça e injetar o produto.

• Cupins subterrâneos - O ninho pode estar localizado sob o solo ou acima dele. São

construídos com terra. Para prevenção, antes de adquirir um imóvel, verificar na

vizinhança se há incidência de cupins. Em caso de dúvida, executar um tratamento

químico de solo com uma empresa especializada. Antes de serem aplicadas, as peças de

madeira devem receber tratamento com o produto. O combate ao cupim subterrâneo é

mais difícil e deve ser orientado por um especialista. É recomendado um diagnóstico

detalhado ao menor sinal de ataque, que pode ser identificado pela presença de terra em

caixas de força, armários de pia, conduítes ou em qualquer espaço escondido.

Page 23: Dicas de Construcoes

• Brocas - As brocas atacam móveis, molduras, batentes, estruturas e livros. Na sua fase

larval, destróem a madeira perfurando grandes extensões de galerias. O ataque pode ser

identificado pelo depósito de pó próximo de orifícios. Para prevenção, aplicar um

produto contra brocas (Ex: Pentox Super) em todas as superfícies de peças de madeira

antes da construção, utilizando pincéis ou mergulhando as peças para maior proteção.

Caso a peça já esteja atacada, injetar cuidadosamente o produto e pincelar por toda a

extensão da peça, observandor por uma semana; se o ataque persistir, reaplicar o

produto.

Fonte: Catálogo Super Dicas Montana Química.

CACTOS

Os cactos necessitam de sol e odeiam umidade. Conhecendo isso, já se sabe o mais

importante sobre essas plantas de formas e tamanhos tão diferentes (variam de 2 cm a

15 cm de altura), pertencentes à família das Cactaceae, originária da América do Norte.

O nome deriva do grego Káktos, que significa planta espinhuda - afinal, essa espécie é

cheia de espinhos e pêlos em seus caules carnudos e cheios de água.

Apesar do habitat original desértico, os cactos vão bem em climas amenos, e deve ser

plantado em solo árido, uma mistura de areia e terra, e em local com luz direta e pouca

água.

Como algumas espécies menores podem não se adaptar ao solo para onde forem

transplantadas, é melhor plantá-las no jardim mantendo-as dentro dos vasinhos em que

estiverem, especialmente se forem cactos enxertados.

A montagem do jardim de cactos deve seguir o roteiro abaixo:

• preparação do local - escolher um canto com pequeno declive. Se não houver, podem-

se amontoar algumas pedras ou formar montinhos de terra, para drenar bem a água. O

solo ideal é obtido com a mistura de partes iguais de areia, terra local e adubo orgânico

(humus de minhoca, torta de mamona ou esterco animal). Revolver bem o solo tratado,

cobri-lo com plástico e deixá-lo curtir por trinta dias. Observar que a camada tratada

tenha pelo menos 50 cm de profundidade.

• plantio das mudas - a melhor época é entre o fim do outono e o início da primavera,

quando as chuvas diminuem. Começar pelo fundo do jardim, plantando as mudas

maiores, depois passar para as de porte médio e, finalmente, as menores. As covas

defem ter o tamanho que abrigue as raízes.

• cuidados finais - colocar seixos rolados, pedriscos ou uma camada de areia ao redor

das plantas - além de fazerem o acabamento, esses materiais protegem os caules. As

regas, no primeiro mês, devem ser feitas duas vezes por semana; depois disso, só

quando a ausência de chuva for longa.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jun/97.

Page 24: Dicas de Construcoes

CAIXAS D'ÁGUA

Do fibrocimento aos plásticos e aço inox, existem diferentes opções de reservatórios de

água. As principais características de cada material são:

FIBROCIMENTO OU CIMENTO-AMIANTO - a união da fibra do amianto com o

cimento forma uma rede resistente e compacta que se molda em diversas formas:

retangular, redonda ou cilíndrica. Entre as vantagens apontadas pelos fabricantes estão o

baixo custo, durabilidade e isolamento de luminosidade, além de permitir a instalação

dentro e fora da casa. As capacidades variam de 250 a 1.000 litros.

PLÁSTICO TIPO POLIETILENO - mais leve que o fibrocimento, é atóxico e

resistente a impactos. Porém, sua durabilidade diminui quando exposto às intempéries.

Alguns modelos recebem um aditivo para torná-los mais resistentes aos raios solares.

Suporta água em temperaturas de até 50ºC. As capacidades são de 310, 500 e 1.000

litros.

PLÁSTICO TIPO POLIPROPILENO - atóxico e leve, o polipropileno é um plástico

mais delicado que o polietileno. Para ser usado como reservatório, deve ser do tipo alto

impacto, ou seja, receber um aditivo para torná-lo mais resistente. Pode ser utilizado

para água quente, desde que seja instalado em lugar fechado. As capacidades são de

350, 475 e 1.000 litros.

SMC - uma mistura de plástico e fibra de vidro, este material é semelhante aos

utilizados em piscinas e reservatórios de grande capacidade. Reúne as vantagens da

resina plástica com a alta resistência da fibra de vidro. Não é poroso, facilitando a

limpeza, uma vez que não absorve sujeiras. As capacidades são de 250, 500 e 1.000

litros.

AÇO INOXIDÁVEL - o material não libera substâncias corrosivas, tem alta

durabilidade e suas paredes lisas não acumulam sujeira, o que o torna muito eficiente

para este uso. O material utilizado normalmente é o aço inox 304, capaz de suportar

altos índices de poluição. Uma desvantagem é o preço, o mais caro do mercado. As

capacidades são de 500, 1.000, 1.700, 3.000 e 5.000 litros.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - dez/95.

CAMINHO DE PEDRAS

Revestimento feito com o assentamento de seixos, é um trabalho demorado (um bom

pedreiro gasta um dia inteiro, no mínimo, para cobrir 6 m²), pois as pedras tem de ser

colocadas com capricho, uma a uma.

A execução deve ser iniciada através da marcação, com sarrafos, dos limites do piso; em

seguida, o solo é compactado e coloca-se uma camada de 5 cm de concreto de

consistência pastosa, trabalhando meio metro por vez; espetar os seixos até a metade de

Page 25: Dicas de Construcoes

seu comprimento, bem próximos uns dos outros, nivelando-os com desempenadeira.

Não é necessário rejuntar; com o tempo, a poeira acumula sobre o cimento e cria uma

pátina.

A limpeza da sujeira grossa é feita com uma vassoura de piaçava.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/98.

CANTEIROS EM ESCADA

No ângulo de cada degrau, deixar uma faixa de terra de 10 cm.

Após retirar os restos de material de construção e afofar a terra, os canteiros devem ser

adubados com uma mistura de terra vegetal e esterco de boi curtido.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção – dez/98.

CARPETES DE MADEIRA

Os carpetes de madeira normalmente são produzidos em compensados de jacarandá,

jatobá, tauari, ipê e cerejeira imperial, espécies cujos veios apresentam grande beleza.

São encontrados no mercado nas espessuras de 2,5, 4,0 e 7 mm.

A madeira utilizada passa por um tratamento prévio. Inicialmente, a tora é desbastada, a

casca retirada é cortada em blocos e cozida. Em seguida, as peças são laminadas em

espessura de 1,5 a 2,0 mm e levadas à estufa para secagem. A seguir, é feito um

tratamento à base de inseticida contra cupins e fungos, e só então as lâminas são coladas

e depois prensadas. Entre a capa e a base é colocada uma sucessão de camadas de

madeiras consideradas menos nobres. Ao sair da prensa, a madeira é lixada e cortada.

Como impermeabilização, as réguas recebem duas camadas de selador e são levadas ao

forno ultravioleta. Por fim, é feito o acabamento em verniz acrílico importado, seguido

por uma secagem no forno.

Dependendo de sua espessura, o carpete de madeira pode ser colado (2,5 e 4,0 mm) ou

encaixado pelo sistema macho-e-fêmea (7,0 mm). As empresas associadas na venda

deste material geralmente não se responsabilizam pela aplicação do carpete sobre outro

tipo de piso que não seja o de cimento bem nivelado. A única exceção é para o carpete

flutuante de 7 mm, que pode ser aplicado sobre tacos. Sua instalação requer cimentados

ou tacos revestidos por uma manta de poliuretano, que também funciona como isolante

contra umidade. Para os demais carpetes, o indicado é preparar o contrapiso com uma

argamassa a fim de corrigir as possíveis imperfeições. Em seguida, é aconselhável

passar uma cobertura de cimento para deixá-lo totalmente liso. O tempo de secagem

deve ser de três dias. Só então se pode colar o carpete de 2,5 ou 4,0 mm, ambos com o

rodapé também colado, ou fixar o de 7,0 mm, com rodapé parafusado na parede.

Para que o produto tenha uma vida útil mais longa, é recomendável a aplicação em

locais onde o tráfego de pessoas é leve, como salas ou bibliotecas. O consumidor

Page 26: Dicas de Construcoes

também tem a opção do tipo de desenho que será aplicado no ambiente. Porém, no caso

de colocá-los em diagonal, a metragem necessária pode se elevar em até 20% em

relação à aplicação em linha reta (devido ao desperdício de material que ocorre nesse

tipo de aplicação, uma vez que as réguas são cortadas, resultando em pedaços

inaproveitáveis). Também o aumento do tempo médio de colocação, que costuma ser de

70 m² por dia, desde que o imóvel esteja completamente, faz com que o custo da mão-

de-obra seja maior. Os rodapés, com opções de modelos e tamanhos, e os arremates,

como as chapas, usadas para evitar empenamentos e ligar o carpete a outros pisos,

normalmente não estão inclusos no preço.

Com acabamento final em verniz acetinado ou fosco, a manutenção do carpete de

madeira é bem simples, bastando apenas um pano umidecido com álcool para limpá-lo e

conservá-lo bonito. Porém, alguns pontos devem ser levados em consideração:

• deve-se escolher bem a revenda para que não haja problemas posteriores como falta ou

excesso de cola na instalação, contrapisos frágeis ou irregulares e ausência de espaço na

dilatação;

• os pés dos móveis devem estar protegidos com feltro para evitar riscos;

• nunca se deve instalar o carpete de madeira em locais que tenha muita umidade;

• também é conveniente evitar sapatos altos e finos que costumam marcar o piso;

• limpar imediatamente sempre que cair líquidos;

• não deve ser instalado em locais onde haja incidência direta do sol;

• não colocar objetos muito pesados, como cofres, sobre o produto;

• produtos químicos, como solventes e ácidos, danificam o material.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mar/94.

CHURRASQUEIRAS

Antes de mais nada, a churrascada exige espaço adequado e um equipamento eficiente.

Eficiência, nesse caso, significa capacidade de suprir a demanda de serviço associada a

um ótimo preparo de carne.

O ideal é que o grelhado, seja de carne de boi, porco ou frango, fique macio e suculento.

Isso só é obtido quando o calor é produzido por brasas, e não por chamas, que tostam a

carne por fora e a deixam crua por dento. Quando dimensionada corretamente, além do

óbvio prazer gastronômico, a churrasqueira oferece economia de tempo e carvão.

Page 27: Dicas de Construcoes

O bom funcionamento de uma churrasqueira depende

diretamente de dimensões adequadas ao uso. Os

modelos mais utilizados são os pequenos, com 120 cm

de comprimento, 80 cm de profundidade, 160 cm de

altura e coifa de 120 cm de comprimento por 60 cm

de altura. Há uma opção ainda menor, com 100 cm de

comprimento, 80 cm de profundidade e coifa com 100

cm de comprimento e 60 cm de altura, ideal para

espaços reduzidos e famílias pequenas.

A distância entre a carne e as brasas depende do

carvão. Quanto maior a quantidade, mais longe devem

ficar os alimentos. Assim, as modernas churrasqueiras

vêm com a possibilidade de controlar a altura da

grelha, por meio de sistemas de graduação, na forma

de prateleiras reguláveis ou a partir de manivelas e

correntes.

Os modelos pré-fabricados, para revestimento em

alvenaria, seguem alguns padrões de tamanho, como a

capacidade da grelha, relativa à quantidade de pessoas

a ser atendida. As menores costumam comportar

grelhas de 60 cm de comprimento por 35 cm de

largura e as maiores, 90 por 45 cm.

Em alvenaria ou pré-fabricada, a montagem de um churrasqueira, todavia, exige alguns

complementos. Primeiro, uma cobertura, mesmo num local ao ar livre - uma boa idéia é

o quiosque -, para proteção contra o mau tempo. Ao lado, deve-se prever a instalação de

uma bancada e de uma pia, sob as quais possam se guardar carvão, sal e temperos.

Pontos de água e luz são tão indispensáveis quanto facões e espetos.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/93.

CIMENTO QUEIMADO

Inicialmente, é necessário preparar um contrapiso com argamassa de areia, cimento

(proporção 5:1) e água suficiente para a massa ficar macia. Depois, aplica-se uma

"nata", ou seja, mistura de cimento branco estrutural com água, sobre a base já nivelada.

A nata é regularizada e queimada com desempenadeira de aço, em movimentos

circulares. Após a secagem, o piso é polido manualmente com lixa fina e lavado com

água e sabão de côco.

Para dar brilho e impermeabilizar, é necessário passar, no mínimo, seis demãos de cera

incolor.

O resultado é um piso com pequenas ranhuras, com aspecto rústico. Para um

acabamento uniforme, é necessário usar juntas de dilatação de madeira ou de plástico.

Page 28: Dicas de Construcoes

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mai/96.

AQUISIÇÃO E APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS

CERÂMICOS

Antes de escolher um revestimento cerâmico, devem-se levar em consideração alguns

itens, tais como:

• se ele tem qualidade, garantia de entrega e atendimento técnico da fábrica;

• local de aplicação e uso do ambiente: piso ou parede, área comercial, residencial ou

industrial;

• tipo de trânsito no local: pessoas, veículos, mobília comumente arrastada;

• umidade no local;

• metragem do local (m²), para o cálculo da quantidade de peças necessárias (lembrando

sempre de adquirir uma pequena quantidade extra, para possíveis substituições futuras);

• tamanho, tonalidade e índice PEI (ver glossário).

Ao receber o material, deve-se conferir se ele corresponde ao do pedido, analisando o

lote, tamanho, tonalidade e índice PEI.

Na hora de assentar o revestimento, este deve ser feito em duas etapas:

» preparação do contrapiso com mistura de impermeabilizante para evitar umidade

ascendente do solo, causando a eflorescência de sais minerais, aguardando-se uns 20

dias para que a superfície esteja completamente seca. O revestimento não deve ser

assentado sobre o contrapiso úmido, empoeirado ou sujo de tinta, cola, graxa, óleo ou

outra substância que prejudique a aderência;

» o assentamento, para o qual existem dois processos: o tradicional, com uso de

cimento, pedra e areia, ou o mais moderno, com argamassas colantes ou colas especiais,

mais eficiente e rápido, onde não há necessidade de deixar as placas de "molho",

imergindo-as em água.

Deve ser escolhida mão de obra profissional (se possível, verificar serviços anteriores,

se o assentamento apresenta bom alinhamento, com uso de juntas de dilatação e

utilização de ferramentas adequadas).

O assentamento deve ser iniciado pelas paredes e terminado pelo piso. A argamassa

deve ser espalhada com desempenadeira denteada, em camadas de 7 a 10 mm; deve ser

deixado espaço entre uma peça e outra, necessário para formar a junta de dilatação,

cujas dimensões normalmente estão identificadas na embalagem do produto.

O rejuntamento, feito com uma calda de cimento puro e água ou com rejuntes especiais

coloridos, impermeáveis e outros disponíveis no mercado, deve ser feito 48 horas

depois do assentamento das peças (tempo suficiente para que a umidade excessiva entre

Page 29: Dicas de Construcoes

a peça e o piso tenha secado). No caso de peças cerâmicas com textura rústica ou

porosa, passar uma camada de cera incolor em pasta ou óleo diesel sobre elas,

protegendo sua superfície.

Não devem ser utilizados ácidos ou quaisquer outros produtos químicos para limpar

placas cerâmicas ou rejuntes.

Fonte: Manual de Instrução para Compra e Assentamento de Revestimentos

Chiarelli.

COBERTURAS NATURAIS

Estabelecer um contato mais próximo com a natureza faz parte do estilo de vida atual,

que redescobriu a força da terra, os poderes das pedras e as importantíssimas

propriedades das plantas. Dentro desta nova e saudável concepção, a arquitetura oferece

possibilidades para resgatar formas mais simples e naturais de se viver, entre elas, as

coberturas naturais.

Optar por um revestimento natural para o telhado é uma forma de integrar a construção

à natureza. Muito solicitado para casas de praia ou de campo, ele aparece também em

regiões urbanas, cobrindo ambientes de lazer como varandas, quiosques, áreas de

churrasqueiras, ou mesmo a casa inteira. Para obter um bom resultado, recomenda-se o

uso de fibras tradicionais, como o sapé, a palha de santa fé, a piaçava e a palha de

coqueiro.

Num primeiro momento, pode parecer estranho que esse tipo de cobertura tão primitiva

realmente proteja contra a ação da chuva vento e do sol. Entretanto, em pouco tempo de

convivência ela mostra suas excelentes qualidades como isolante térmico e acústico. A

água da chuva também não atrapalha, desde que a estrutura do telhado tenha declividade

mínima em torno de 30 graus.

Uma das únicas desvantagens da cobertura natural é o seu tempo de vida, em média, de

três a quinze anos. Nos centros urbanos este fator é agravado pela poluição, obrigando a

trocas mais freqüentes da fibra. Deve-se estar atento ainda quanto à proliferação de

insetos como baratas, aranhas e cupins. Assim, por precaução, é preciso dedetizar o

local a cada seis meses. O risco de incêndio também é maior do que no telhado

revestido por telhas comuns. A única saída é instalar "splinders" (dispositivos para

irrigação), que mantêm a fibra úmida, retardando a ação do fogo. Aliás, quando a

cobertura natural for utilizada sobre churrasqueiras, recomenda-se construir uma

chaminé alta, coberta por um tubo de amianto ou tijolos.

Normalmente a cobertura natural é associada a uma arquitetura de tendências rústicas.

Mas ela pode ser combinada a outros estilos, conferindo um toque irreverente à casa. Se

a idéia é se aproximar o máximo da natureza, a estrutura do telhado deve ser de

madeira, de preferência aparente. Caso a construção esteja pronta e tenha telhado, é

possível colocar os caibros onde as fibras são presas sobre as telhas ou laje. O único

cuidado é observar a inclinação mínima da estrutura. A presença do forro é opcional e

deve atender às expectativas estéticas para os ambientes internos, já que o visual do

Page 30: Dicas de Construcoes

exterior está garantido.

Em todo o Brasil há empresas especializadas em coberturas naturais, mas poucas

trabalham com todos os tipos de fibras. A dificuldade acontece porque normalmente só

a mão-de-obra nativa da região de determinada folha ou palha tem know-how para

realizar uma cobertura perfeita. Por isso, é importante verificar se a empresa contratada

oferece essa garantia. Além disso, o auxílio de um arquiteto pode tornar o projeto mais

harmonioso, imprimindo a dose exata de natureza para abrigar os usuários.

AS FIBRAS IDEAIS E SUAS CARACTERÍSTICAS

• Piaçava - original do Nordeste, esta fibra é colhida quando amadurece. A parte mais

grossa é aproveitada para produzir vassouras e o restante é usado na confecção de

coberturas. A piaçava é trançada em ripas de madeira, presas em caibros a uma distância

de 17 cm uma das outras. A sobreposição das ripas compõe o visual interno da casa. Do

lado de fora, a piaçava é penteada e fica lisa. A espessura final é de 8 a 10 cm. Para cada

10 m² de cobertura são necessários 100 m de piaçava. O tempo médio de vida é de dez a

doze anos.

• Palha de Santa Fé - encontrada nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul,

proporciona a aparência de uma massa compacta e flexível. A palha é arranjada em

feixes de 30cm de comprimento, posteriormente presos com arame a ripas de 2,5x2,5

cm. Por sua vez, elas são pregadas aos caibros e separadas 20 cm uma das outras. A

espessura final da cobertura é de 20 cm. Quarenta feixes de 10 cm de diâmetro cobrem

1 m². Durabilidade: dez a quinze anos.

• Sapé - é natural de encostas e mais fácil de ser encontrado. Para compor a cobertura,

os feixes de sapé são amarrados com arame ao ripamento já pregado em caibros. O

efeito externo é semelhante ao da piaçava, com espessura de 10 a 15 cm. Cada metro

quadrado requer trinta feixes de sapé com 10 cm de diâmetro. Sua vida útil é de

aproximadamente três anos.

• Palha de coqueiro - também nativa dos estados do Norte e Nordeste, essa folha deve

ser dobrada e presa nos caibros com arames ou pregos, formando uma estrutura que

lembra um pente. Os pentes são sobrepostos um ao outro por cima da cobertura de

madeira, a partir das bordas. A durabilidade deste material está na faixa de dois a quatro

anos.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/93.

COLETORES SOLARES

• Direcionamento - voltados para o Norte.

• Telhados voltados para o Leste ou Oeste - instalação de estrutura sobre o telhado

(para adequar a orientação dos coletores solares) ou acréscimo de 25% da área de

coletores, compensando assim a menor insolação.

Page 31: Dicas de Construcoes

• Telhados voltados para o Sul - instalação de suportes contrários à inclinação do

telhado, reorientando os coletores para o Norte.

• Telhados com pouca inclinação - a inclinação considerada ideal corresponde à

latitude local + 10%, embora usualmente seja adotada a do próprio telhado. A

inclinação mínima recomendada é de 15%, o que talvez exija a colocação de suportes

no telhado para assegurar uma instalação adequada.

Fonte: Catálogo da Astrosol.

COLOCAÇÃO DE CALHAS

A instalação de calhas requer alguns cuidados:

• o espaçamento entre os suportes deve ser de 70 cm para calhas de PVC e 90 cm para

as metálicas, evitando-se assim que elas enverguem com o peso da chuva;

• a calha deve ter uma inclinação média de 5 mm para garantir a queda da água;

• o número de condutores ligados a ela deve ser calculado levando-se em conta a área

do telhado e a intensidade de chuvas na região. De forma geral, a cada 30 m² de telhado

deve corresponder um condutor.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção – jun/98.

COLOCAÇÃO DE VIDROTIL

O Vidrotil é um produto artesanal e feito sob encomenda; por essa razão, diferentes

lotes de fabricação apresentam variações de tonalidade.

É necessário verificar se a metragem comprada é suficiente para o seu projeto, evitando

que complementações posteriores ocasionem efeitos visuais indesejados e atrasos à

obra.

O Vidrotil é translúcido e a cor das tesselas é fortemente influenciada pela cor do

substrato, principalmente nas tonalidades claras. Essa influência da argamassa não é

notada no ato da colocação, mas apenas quando já ocorreu a secagem. Por isso,

recomenda-se o uso de argamassas claras para o Vidrotil em cores claras, e escuras para

Vidrotil em cores escuras, caso contrário os rejuntes ganham muito destaque.

Ao utilizar argamassa tradicional, à base de cimento, cal e areia, deve-se dar preferência

ao cimento branco. Anotar as proporções de cimento, cal hidratada e areia, para poder

repetir sempre a mesma formulação. Esse procedimento evita diferenças no substrato,

que irão influenciar a aparência final do Vidrotil. Os materiais da argamassa também

devem ser do mesmo lote, pois é comum haver diferenças de tonalidade de areia, por

exemplo.

Page 32: Dicas de Construcoes

Se a argamassa for à base de látex, usar sempre a mesma marca e lote.

O Vidrotil tem espessura variável; essa característica, resultante de sua produção

artesanal, deve ser neutralizada pela espessura da argamassa. Ao tato, a superfície do

Vidrotil colocado deve manter-se plana, sem saliência entre as tesselas, o que é

verificável no ato da colocação. Ao notar qualquer problema, reiniciar a operação

retirando e limpando o Vidrotil enquanto a argamassa está úmida.

O Vidrotil tem formato irregular, outra característica exclusiva que resulta da produção

artesanal. O sistema de colocação deve permitir pequenos deslocamentos laterais das

peças, de forma a criar unidade visual. Em nenhuma hipótese a superfície deve

apresentar o efeito plaqueado, que é visível já no momento em que o papel é retirado.

As tesselas do Vidrotil são impermeáveis. Para uma perfeita fixação, caso seja utilizado

o sistema de argamassa convencional, é imprescindível espalhar nata de cimento na face

posterior da folha do mosaico. Nunca deve ser utilizado caulim na composição dessa

argamassa. Se a opção for argamassa à base de látex, seguir as instruções do fabricante.

Cuidar para que a base de concreto ou alvenaria que receberá o Vidrotil esteja pronta no

mínimo 10 dias antes do assentamento, sem fissuras, partes soltas ou ôcas.

Ao utilizar argamassa convencional, evitar pisar sobre o mosaico aplicado durante os 3

primeiros dias de sua colocação, e, até 10 dias depois, utilizar tábuas para distribuir o

peso, caso seja necessário transitar pela área.

Manter úmida a superfície com o mosaico aplicado durante 6 a 10 dias, especialmente

em áreas expostas ao sol, como pisos, piscinas e paredes voltadas para o oeste. O

cimento precisa de água para a sua cura.

Assegurar-se da validade da argamassa após o preparo: as tradicionais podem ser

utilizadas até 2 horas depois de preparadas. Quanto às de látex, verificar as instruções de

utilização do fabricante, e nunca reaproveitar sobras de argamassas.

Fonte: Vidrotil Indústria e Comércio Ltda.

COMPOSIÇÃO DE ARGAMASSAS

Aplicação Cimento Cal Areia

Assentamento de tijolo comum e furado 1 2 8

Assentamento de blocos de concreto 1 0,5 8

Massa grossa para azulejos, ladrilhos,

cerâmica e pastilha 1 2 8

Massa fina para pintura - 1 4

Massa fina externa para pintura - 1 3

Piso cimentado 1 - 3

Contrapiso para ladrilhos 1 - 5

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mai/94.

Page 33: Dicas de Construcoes

COMPOSIÇÕES COM TIJOLOS APARENTES

Fachada revestida com

tijolos inteiros formando a

junta amarração simples.

Nas arestas, surge o detalhe

formado pelo cruzamento

das peças.

Parede estrutural feita com

tijolos de demolição

formando a junta amarração

simples e ainda desenham

arcos sobrepostos, formados

pelas cabeças das peças.

Parede não estrutural, com

meio tijolo, na medida de

20x5x5 cm.

Page 34: Dicas de Construcoes

Parede estrutural com junta

amarração francesa com 22

cm de espessura. No arco e

na pingadeira, as cabeças

ficam na vertical, que se

projetam 5 cm a partir da

superfície.

Parede feita com meio tijolo

requeimado, formando a

junta amarração francesa.

Parede divisória com

alvenaria de tijolos

aparentes vermelhos. Nas

colunas, a junta amarração

simples com tijolos inteiros.

No rodapé e na moldura

superior, a junta a prumo na

vertical. E, no centro,

espaços vazados obtidos

com a junta amarração

simples.

No muro, as plaquetas de

revestimento de

22,5x10,5x3,5 cm formam a

junta espinha de peixe. Já

nas pingadeiras e nas

coluninhas, utilizou-se a

cabeça do tijolo na vertical.

Page 35: Dicas de Construcoes

A mistura das juntas a

prumo vertical e horizontal,

junto com os sulcos e

recortes em ângulo, dão

movimento ao muro,

revestido com tijolo na cor

palha.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - ago/95.

CONCRETO CELULAR

O concreto celular autoclavado é um produto constituído de cal, cimento, areia e pó de

alumínio (um agente expansor que funciona como fermento, fazendo a argamassa

crescer e ficar cheia de células de ar, tornando-a leve), além de água. Cortada em blocos

ou painéis, que vão para uma autoclave para cura, a argamassa dá origem ao silicato de

cálcio, composto com alta resistência à compressão e ao fogo e de ótimo desempenho

termoacústico.

Os blocos são utilizados para vedação de vãos e enchimento de lajes nervuradas, e os

painéis armados para paredes ou lajes. Também são encontrados blocos-canaletas para

vergas e contra-vergas (acabamento horizontal sobre ombreiras de porta ou janela). Por

ser leve, o produto é indicado principalmente para estruturas que não devem sofrer

sobrecargas.

É preciso estar atento aos custos. O valor do bloco de concreto celular é normalmente

mais alto que o de outros materiais (bloco de concreto ou cerâmicos), porém o preço

final da obra pode ser mais baixo: por serem mais leves e terem grandes dimensões, sua

colocação é mais rápida, permitindo economizar na mão-de-obra.

O concreto celular também dispensa certas etapas de revestimento, bastando aplicar

argamassa e pintar. No interior, é só fazer o mesmo ou colar os azulejos com argamassa

flexível diretamente sobre as paredes.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/96.

CONFORTO ACÚSTICO

O limite da intensidade de ruídos suportáveis durante o dia é regulamentado, e não deve

ultrapassar 70 dB. Numa edificação, não é só o ruído que vem de fora que pode

incomodar; o barulho interno também tem que ser levado em conta.

Essa é uma questão que deve ser considerada já na fase da escolha do terreno, atentando

se a região apresenta movimento intenso ou se há fontes de ruídos próximas, como

Page 36: Dicas de Construcoes

fábricas, por exemplo. Por sua vez, o projeto arquitetônico pode ajudar a controlar ou

reduzir esses problemas.

A maior penetração de barulho em um ambiente "sensível" da casa, como dormitório,

sala íntima, de estar ou escritório, vem das janelas. Portanto, elas deverão ter sua

capacidade de isolamento sonoro condizente com a carga de ruídos que irão receber, o

que deve ser medido por um profissional. Por exemplo, se do lado de fora de um

ambiente o barulho atinge 60 dB e o limite aceito num dormitório é de 35 dB, a janela

adequada deverá ser especial, isto é, dupla, com vácuo entre dois vidros distanciados, e

caracterizada por classe de transmissão de som aéreo de isolação - CTSA - igual a 25

(resultado adequado, segundo a diferença entre 60 e 35 dB). Esta é uma janela possível

de se encontrar em lojas especializadas. Porém, para uma casa localizada à beira de uma

rodovia, onde o barulho chega a 85 dB, a janela ideal deveria ter CTSA 50, quase

impossível de ser encontrada no mercado.

Para condições extremas, há soluções variadas que, isoladas ou adotadas em conjunto,

podem amenizar o alto índice de barulho externo, como portas de madeira maciça (de

preferência almofadadas, por serem mais acústicas) e paredes de tijolos, revestidas de

ambos os lados. Uma opção pode ser ainda o sistema de ar condicionado central, que

obriga o fechamento hermético de todas as janelas. Mas a solução de arquitetura mais

usual é construir a ala íntima da casa voltada para o lado oposto aos ruídos mais

intensos.

Muros altos ao redor da casa é outro bom recurso em casos de ruas movimentadas,

inclusive para as que têm linhas de trem por perto. Neste caso, se o terreno apresentar

um desnível profundo, uma idéia para diminuir o barulho é construir as alas íntimas nas

partes baixas, deixando o acesso à casa no nível da rua. Desta forma, não se receberá

ruídos frontalmente. Esta é também uma boa técnica para as regiões mais frias,

resolvendo ao mesmo tempo os problemas acústicos e térmicos.

Fachadas cegas, isto é, sem portas nem janelas, é outra boa opção para não deixar entrar

o barulho externo, pois o concreto é um forte bloqueador sonoro, ao contrário de portas

e janelas. Em áreas próximas a aeroportos, por exemplo, uma providência importante é

ter uma laje no telhado, o que irá reter mais o som, principalmente se aliada a forros

isolantes. Mas não basta um forro mais espesso: ele precisará ser suspenso

elasticamente, com o auxílio, por exemplo, de um forro de madeira tipo macho-e-fêmea,

apresentando buracos para absorver o som.

Paredes, pisos e tetos podem ganhar qualidade acústica com a adoção de algumas

soluções:

• colméias de cerâmica nas paredes (como as usadas em adegas);

• pintura chapiscada em forro e paredes;

• no acabamento, com forro e paredes revestidas por espuma;

• aplicação de gesso, um ótimo aliado contra a propagação sonora. Num corredor, por

exemplo, um simples forro de gesso rebaixado (com juntas de dilatação de

aproximadamente 2,5 cm nas laterais) pode ajudar bastante na absorção do som, ainda

Page 37: Dicas de Construcoes

mais quando o corredor liga o estar aos dormitórios. Várias alturas de forros entre um

ambiente e outro também são um recurso valioso na captura do barulho excessivo;

• carpetes com base de moletom são ótimos redutores de ruídos de impacto, e a

instalação de passadeiras nas escadas também facilita o abafamento do som.

Quanto aos ruídos internos, muitas vezes eles nem são claramente percebidos. Mas

aparelhos eletrodomésticos, sanitários e exaustores podem produzir sons indesejados,

geralmente devido à má localização. Máquinas de lavar, secadoras e geladeiras podem

criar ressonância se encostadas em paredes. A solução é simples: basta manter esses

equipamentos afastados e o ruído acaba.

A respeito dos eletrodomésticos em geral, pouco pode ser feito. Entretanto, na hora de

comprá-los, pode-se optar por aparelhos menos barulhentos. E, na elaboração do

projeto, é interessante que a cozinha e a copa fiquem afastadas dos ambientes mais

sensíveis.

A canalização de água e esgoto numa casa térrea pode ser isolada, caso não esteja

chumbada à parede, livrando-se do barulhinho de água fluindo, muitas vezes irritante no

dia-a-dia. Para as descargas de vasos sanitários, uma caixa falsa com um colchão de ar,

em média de 5 cm, entre as paredes pode ser a solução para um ruído estridente. Outra

solução é revestir toda a canalização com lã de vidro ou massa, tal qual um isolamento

térmico para aquecedores. Bacias com caixa de descarga acoplada também reduzem o

barulho.

Para silenciar ao máximo os exaustores, pode-se optar pela colocação de um tubo com

tratamento acústico, em cuja ponta ficará o exaustor. Outra saída é dar preferência a

modelos que deixem o motor instalado na parte externa da casa. Já uma banheira de

hidromassagem barulhenta pode ter seu ruído reduzido se for disposta sobre uma laje

flutuante (principalmente o motor), em base elástica feita de borracha ou cortiça, entre

outros materiais.

Na cobertura, alguns tipos de telhas absorvem melhor o som do que outras, como as

telhas de barro e as comuns, do tipo francesa.

O projeto arquitetônico pode ainda prever algumas soluções úteis:

• no corredor de circulação, as portas não devem ficar frente a frente, mas ser

distribuídas de forma desencontrada;

• na suíte, o closet separando o quarto do banheiro diminui bastante o ruído da caixa e

válvula de descarga;

• o uso de borracha ou feltro sintético para vedar folgas em portas e janelas, evitando o

desconforto de vibrações e assobios em dias de ventania.

O quadro abaixo, sem pretender estabelecer regras inquestionáveis, busca apresntar os

principais tipos e materiais passíveis de ser utilizados e suas características:

Tipos Ação Exemplos

Page 38: Dicas de Construcoes

Isolantes

Impedem a passagem de

ruído de um ambiente

para outro.

Tijolo maciço, pedra lisa, gesso, madeira e vidro com espessura

mínima de 6mm. Um colchão de ar é uma solução isolante, com

paredes duplas e um espaço vazio entre elas (quanto mais espaço,

mais capacidade isolante).

Refletores

Podem ser isolantes, e

aumentam a

reverberação interna do

som.

Azulejos, cerâmica, massa corrida, madeira, papel de parede (em

geral, materiais lisos).

Absorventes

Não deixam o som

passar de um ambiente

para o outro e evitam

eco.

Materiais porosos como lã ou fibra de vidro revestidos, manta de

poliuretano (dispensa revestimentos), forrações com cortiça,

carpetes grossos e cortinas pesadas.

Difusores

Refletem o som de

forma difusa, sem

ressonâncias.

Em geral, são materiais refletores sobre superfícies irrregulares

(pedras ou lambris de madeira).

Obs.: é possível combinar recursos diferentes, dependendo das necessidades de isolamento acústico. Em

salas contíguas, por exemplo, com diferentes fontes de ruído, é possível revestir a face interna da parede

com material absorvente e a externa, com material isolante.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/93.

CONSTRUÇÃO COM METAL

Os metais usados na arquitetura são o aço e o alumínio. Este dá forma a esquadrias,

coberturas e fachadas, não sendo utilizado como elemento estrutural em função de seu

custo elevado e de sua baixa capacidade de sustentação. Já o aço, além de esquadrias em

geral, pode estar presente também na estrutura, seja na forma de vergalhões (o esqueleto

do concreto armado) ou como colunas, pilares e vigas que podem ou não ser

combinadas com alvenaria ou concreto.

Em geral, o que chamamos de ferro é na verdade aço. O ferro não tem resistência

mecânica e é usado em grades, portões e guarda-corpos decorativos em que se aproveita

a plasticidade do material, trabalhado no estado líquido, permitindo a modelagem de

desenhos ricamente detalhados. Como acabamento, a alternativa mais prática é a pintura

a óleo ou com esmalte acrílico.

Já o aço é empregado quando a responsabilidade estrutural entra em jogo. São três as

qualidades de aço disponíveis no mercado: o carbono, o cortain e o galvanizado. A

diferença entre eles está no tratamento anticorrosivo de cada um, que determina também

a função a que estão aptos. Assim, para o aço carbono (ou comum), comercializado sem

qualquer tratamento contra ferrugem, indica-se fazer a aplicação de uma solução

fosfatizante, à venda em lojas de material de pintura. Sobre este preparo, deve-se aplicar

o zarcão, sendo que o ideal é o à base de dióxido de chumbo. Porém, como esse produto

é muito mais caro, os zarcões à base de dióxido de ferro também constituem uma boa

alternativa. Para completar o acabamento, é só aplicar a tinta de preferência. Qualquer

pequeno sinal de ferrugem deve ser tratado imediatamente pois por trás dele, sob a tinta,

pode haver um enorme rombo.

Mais resistente, o aço galvanizado possui a mesma composição química do carbono mas

é revestido por uma camada de zinco. É usado especialmente em calhas para coleta

d'água e alguns tipos de tubulação. Aceita pintura desde que seja aplicado um fundo que

Page 39: Dicas de Construcoes

permita a aderência da tinta.

O aço do tipo cortain é pouco mais caro que o aço comum. Mais bonito, com aspecto

patinado, envelhecido e cor acobreada, ele pode ser deixado aparente ou receber apenas

pintura decorativa. Dispensa o uso de produtos protetores, a não ser quando localizado

no litoral, onde está sujeito à ação da maresia. Mesmo assim, ele sofre apenas 1/3 da

corrosão provocada no aço comum pelas mesmas condições. Nas áreas rurais e urbanas,

o cortain dispensa tratamentos anticorrosivos. Porém, deve-se tomar cuidado com

frestas e locais onde possa haver grande concentração de água, como floreiras. A

resistência e a aparência desse produto são resultado de sua superfície oxidada e

impermeável, que veda a entrada de umidade e impede o avanço da ferrugem.

A principal qualidade do alumínio está ligada ao fato de ele não enferrujar e, portanto,

estar livre de problemas com a umidade e maresia. Por isso, este material é muito

utilizado em esquadrias, portas, portões e grades dispensando tratamentos especiais,

mesmo no litoral. A indústria desenvolveu processos como a anodização que imprime

cores diferentes ao metal naturalmente prateado, sem alterar a sua aparência original,

além de conferir maior resistência às intempéries. Assim, hoje em dia é possível

encontrar o alumínio anodizado em diversas cores, sendo as mais comuns o preto e o

bronze. Há também a pintura eletrostática, que cobre o material com uma camada

colorida. Amarelo, vermelho, verde e azul são algumas das inúmeras opções. A pintura

comum pode ser aplicada usando um fundo para pintar metal, o que dá suporte à tinta.

Tão resistente à ação do tempo, o alumínio se torna frágil quando materiais alcalinos -

cimento, cal e derivados como argamassas, massa fina etc - se aproximam. Em

situações de construção e reforma as peças de alumínio devem ser protegidas da

corrosão causada por esses produtos. Para isso, devem ser cobertas por plásticos ou

películas protetoras aderentes disponíveis no mercado.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - dez/93.

CONSTRUÇÃO COM TERRA CRUA

Apesar de existirem variações com misturas de diversos materiais, existem três métodos

básicos de construção que utilizam a terra crua:

• taipa de pilão: a terra é comprimida em fôrmas de madeira, que funcionam como um

tipo de molde;

• pau-a-pique: é feita uma trama com sarrafos de madeira, cujos espaços vazios são

preenchidos com terra umedecida. Depois todo o conjunto é revestido com a mesma

matéria prima;

• adobe: a terra é umedecida e colocada numa fôrma, onde secará por algumas horas

antes da desforma. Dependendo da composição do solo, podem ser adicionados

aglutinantes como capim, palha ou cal.

Page 40: Dicas de Construcoes

O adobe e a taipa de pilão são mais utilizados em paredes estruturais e externas,

enquanto o pau-a-pique se presta mais para paredes internas.

Qualquer que seja a técnica escolhida, preliminarmente deve ser colhida uma amostra

de solo, que será analisada por um arquiteto ou geólogo para determinação de sua

composição, podendo ser necessária a adição de areia ou argila.

O maior inimigo das paredes de terra é a umidade, que pode ser enfrentada com beirais

mais largos nos telhados (protegendo das chuvas), com fundações que fiquem acima do

nível do chão (afastando as paredes do solo e, assim, evitando infiltrações) e mesmo

com a impermeabilização das superfícies exteriores.

As principais características desse tipo de construção são as seguintes:

• possibilidade de ter vários pavimentos;

• possibilidade de receber diversos tipos de acabamentos, devendo ser evitados rebocos

com cimento, o que pode causar rachaduras devido à diferença de elasticidade entre os

materiais;

• execução das instalações elétricas e hidráulicas do mesmo modo que em construções

de alvenaria comum;

• excelente conforto termoacústico.

Embora seja difícil encontrar mão de obra acostumada a trabalhar com terra crua, as

técnicas podem ser rapidamente assimiladas, desde que sob orientação adequada.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção – ago/98.

CONSTRUÇÃO DE ADEGAS

Uma adega pode ser comparada a um quarto de dormir: deve ficar na penumbra, ser

silenciosa e não apresentar odores. Isso porque sua maior atração - o vinho - exige uma

série de cuidados específicos na sua conservação, ao contrário de outras bebidas como

destilados, licores ou aperitivos, que são mais resistentes a alterações de luz,

temperatura e som. Para tanto, é necessário observar os seguintes aspectos:

• local - os lugares mais apropriados são aqueles distantes das fontes de calor como

tubulações de água quente, fogão e motores (estes, ainda tendo como agravantes a

vibração das máquinas), além dos próprios raios solares. A implantação mais favorável

é na face sul das casas ou no seu cômodo mais sombrio. É fundamental que a adega,

independentemente das suas dimensões, tenha uma boa aeração, impedindo assim o

acúmulo de umidade e o conseqüente surgimento de fungos e bolores.

• uso e dimensões - é importante definir o que se espera da adega. Se, além da

armazenagem de bebidas, deseja-se que o local também se destine a reunir os amigos

para uma degustação, é necessário isolar esta área de convívio da dos vinhos, uma vez

que a presença constante de pessoas interfere no seu "descanso" (quatro pessoas causam

Page 41: Dicas de Construcoes

um aumento de temperatura de até mais de 1ºC). Numa antecâmara podem ficar os

vinhos de consumo imediato, que dispensam maiores atenções, separada, se possível, da

câmara da adega por um pequeno corredor, permitindo assim a manutenção de cada

ambiente com sua própria temperatura. As portas devem receber vedação adequada

(com a colocação de fitas adesivas de borracha esponjosa nas juntas, por exemplo) e

molas para o fechamento. Em relação às dimensões, num pequeno espaço de 2 x 1 m

chegam a caber 400 garrafas.

• materiais - para neutralizar o barulho externo, as paredes devem ser revestidas com

materiais de bom isolamento acústico, como a cortiça e a espuma de poliuretano.

Também o poliestireno expansível (EPS) pode ser utilizado, tendo em vista suas

características de isolamento térmico, além de evitar a invasão de formigas e cupins. A

própria construção da adega pode ser feita com materiais que já atendam

satisfatoriamente a essas necessidades, tais como tijolos maciços de barro e pedras.

• armazenamento - o ar quente está sempre no alto; portanto, as garrafas de vinho tinto

devem ser colocadas na parte de cima das prateleiras, e, mais abaixo, as de vinho

branco. Devem ser evitados nichos para duas fileiras de garrafas (frente e fundos), pois

uma interferirá no descanso da outra ao ser manuseada. Quanto às prateleiras, as de

madeira (como o cedro maciço e o pinho, fáceis de ser trabalhados e resistentes ao

apodrecimento e aos insetos) são as mais comuns. Existem várias formas de montá-las,

mas o importante é que elas tenham uma pequena inclinação para a frente, permitindo

manter o líquido em contato com a rolha, impedindo a sua evaporação e seu contato

com o oxigênio. Outra alternativa interessante é a colocação de nichos formados por

blocos cerâmicos vazados.

• temperatura e umidade - a temperatura é a alma e o grande segredo da adega. Ela

deve ser fria (em torno de 12 a 18ºC), e as oscilações não devem ultrapassar 0,5ºC, sob

pena de comprometer o processo de envelhecimento do vinho. Em locais mais quentes,

a manutenção dessas temperaturas pode requerer o uso de condicionadores de ar

específicos para adega, pois os comuns estão, normalmente, dimensionados para

funcionar a 22ºC, temperatura altíssima para as bebidas. O equipamento de climatização

trabalha ininterruptamente, retirando todo o ar quente através do evaporador, instalado

dentro da adega, e lançando ar frio pelo compressor, colocado na parte externa da casa.

Ele mantém os níveis exatos de temperatura e umidade, outro fator muito importante na

conservação dos vinhos. A umidade relativa do ar adequada é em torno de 70%. Quanto

à iluminação, deve-se optar pelas lâmpadas de baixíssima potência.

• limpeza - não devem ser usados produtos de odor forte, pois podem ser absorvidos

pelo vinho, a longo prazo, o que alterará seu sabor. Basta água e sabão neutro ou mesmo

um pano seco ou espanador.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mar/93.

CONSTRUÇÃO DE FOSSAS SÉPTICAS

A fossa séptica é uma alternativa para casas localizadas em locais que não têm sistema

público de coleta e tratamento de esgotos. Um sistema eficiente e completo deve contar

Page 42: Dicas de Construcoes

também com caixas de gordura, filtros anaeróbicos e sumidouros.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas, através das normas NBR 7229 e 13969,

estabelece todos os parâmetros que devem ser obedecidos. Embora cada caso exija uma

solução específica, basicamente a construção de um sistema de tratamento de esgotos

funciona da seguinte maneira:

• a água que vem da cozinha passa por uma caixa de gordura, onde esta fica retida pelo

anteparo (chicana) evitando o entupimento da tubulação e o sobrecarregamento da

fossa. Essa caixa é impermeabilizada com mantas, da mesma forma que a fossa. Para

uma casa com 6 pessoas, ela deve ter capacidade de 200 litros;

• se decantam (vão para o fundo), as espumas e gorduras ficam boiando na superfície e

os microorganismos, principalmente as bactérias, liberam enzimas que destroem os

germes e coliformes fecais. Seu tamanho também depende do número de pessoas: para

uma casa com 6 pessoas, sua capacidade é de 1.700 litros, e sua limpeza deve ser feita a

cada 2 anos por empresas especializadas, que retiram o lodo do fundo e devem levá-lo a

uma estação de tratamento;

• da fossa, a água segue para o filtro anaeróbico impermeabilizado, que deve ter as

mesmas dimensões da fossa, e na qual a água chega por baixo, atravessa uma tampa de

concreto cheia de pequenos furos, passa por uma camada de brita nº 4 e sai para o

sumidouro. Para limpá-lo, deve-se tirar o lodo por um cano de respiro, situado antes da

entrada, e injetar água pela tampa superior para lavar as pedras. Um sistema ainda mais

eficiente é a vala de filtração, em que, ao sair da fossa, a água passa por um cano furado,

atravessa uma camada de areia, cai em outro cano furado e, ainda, por uma camada de

brita, de onde já pode ir diretamente para a terra ou para rios e riachos;

• no sumidouro (buraco não impermeabilizado, cujo fundo deve estar a pelo menos 1,5

m acima do nível do lençol freático), a água é absorvida pela terra. Seu

dimensionamento depende, fundamentalmente, do tipo de solo em que será construído:

quanto menos absorvente, maior o sumidouro. Deve estar situado a uma distância

mínima de 15 m do poço de água (se existente). Alternativa possível (principalmente

quando o lençol freático estiver muito próximo da superfície) é a construção de valas de

infiltração, em que a água corre por um cano furado, enterrado próximo à superfície, e

se infiltra lentamente na terra.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/99.

CONSTRUÇÃO DE SAUNAS

Existem dois tipos de sauna: a seca e a úmida. Funcionando como um eficiente

tratamento de pele e com efeitos terapêuticos, sua construção é relativamente simples,

como abaixo descrito.

ÚMIDA

A área mínima necessária é de 1,5 m². As paredes e o forro devem ser revestidos com

azulejos, de preferência brancos, para favorecer a visibilidade. Na argamassa sob o

Page 43: Dicas de Construcoes

revestimento, é recomendável acrescentar vermiculita, um mineral em flocos que

proporciona isolamento térmico. A proporção é de duas partes desse material para uma

de cimento e uma de cal, e a espessura da camada aplicada deve atingir 2,5 cm.

Embora o teto tenha altura padrão de 2,30 m, recomenda-se deixar uma inclinação de

10% em relação ao seu ponto mais alto, no sentido contrário ao da bancada, evitando

que as gotas de água pinguem sobre as pessoas ali sentadas. Para o piso, o mais

adequado é a cerâmica corrugada antiderrapante, embora pedras como mármore e

granito também possam ser utilizadas (e até mesmo nas paredes), desde que recebam

tratamento antiderrapante. Deve ser previsto um caimento para o ralo (de 10 x 10 cm).

O banco, com altura média de 45 cm e largura de 50 cm, pode ser construído em

alvenaria ou madeira (como cedro ou mogno), e não deve ter degraus. É sob ele que

ocorre a entrada do vapor, através de um tubo de 3/4", com um cotovelo direcionando o

vapor para baixo.

Para a iluminação, uma única arandela de plástico ou vidro, colocada na parede a 30 cm

do forro, é suficiente. Ela deve ser blindada, e o interruptor é colocado fora do

ambiente.

A porta, medindo até 0,60 x 2,00 m, deve ter sua abertura para fora. Pode ser em aço

inoxidável, com estrutura e batente em alumínio anodizado e isolamento térmico

interno, ou em vidro temperado. Os batentes devem ser autovedantes.

O gerador de vapor tem sua potência determinada pelo volume do ambiente: uma área

de 4 m³, por exemplo, requer um gerador de 6 kW, enquanto uma de 30 m³ exige um

aparelho de 24 kW. Pode ser instalado sob o banco (reservando um vão de 60 cm para

saída do vapor) ou, preferencialmente, fora do ambiente. Nesse caso, deve ser instalado

um tubo de aço galvanizado para entrada do vapor, com diâmetro de 1 1/2", posicionado

a cerca de 30 cm do piso, sendo recomendado colocar um ralo próximo para drenagem

da água. Com funcionamento manual ou automático, ele manterá a temperatura entre 45

a 55ºC por 30 minutos e deverá possuir quadro de comando com termostato. Trabalha

em baixa pressão e tem alimentação automática de água, feita por meio de bóias

convencionais de caixa d'água. Para instalá-lo na rede hidráulica é preciso um registro

de gaveta e o ponto de água, com diâmetro de 3/4". Funciona em corrente elétrica

monofásica ou trifásica, com número de disjuntores e bitola dos fios variando de acordo

com a potência do aparelho, e deve ter as resistências blindadas. É fundamental que o

fio terra esteja instalado. Sua manutenção é simples, como se fosse um banheiro

comum, embora o gerador deva ser drenado periodicamente para retirada das

impurezas.

SECA

O ambiente deve ser todo revestido de madeira (preferencialmente, o cerne do cedro ou

do mogno), aplicada nas paredes e forro sobre uma camada de lã de vidro. A madeira

não deve receber qualquer tipo de tratamento químico contra insetos ou fungos, pois

isso poderia gerar gases tóxicos nocivos à saúde. O pé-direito deve ser de 2,30 m,

medida suficiente para construir uma bancada com até três degraus. Para o piso, o ideal

é um revestimento lavável, com ralo e um deck removível de madeira. A madeira é uma

Page 44: Dicas de Construcoes

boa opção para substituir os bancos de alvenaria, com dimensões de 45 x 50 cm. As

paredes que ladeiam o forno gerador de calor devem ser revestidas com tijolos

refratários ou cerâmicos.

Para a iluminação, uma arandela em madeira é suficiente, com o interruptor do lado de

fora.

O ambiente deve ter duas aberturas nas paredes para garantir a renovação do ar e o

melhor desempenho dos aparelhos, sendo uma na parte de baixo da parede da porta de

entrada e a outra na parte de cima da parede oposta.

A porta deve ser preferencialmente de madeira, com miolo em lã de vidro, com um ou

dois visores e abertura para fora.

O calor é gerado em um forno de aço carbono, esmaltado em várias cores, e seu

tamanho depende da área a ser aquecida. Substituindo as rochas vulcânicas, pedras

dolomíticas são colocadas sobre uma grelha, aquecida por resistências elétricas de aço

inoxidável e blindadas. A umidade interna do ambiente deve estar em torno de 30%. O

forno trabalha em 220 V e precisa de um quadro de acionamento e controle de

temperatura. Recomenda-se e execução de uma instalação elétrica independente para

ele.

A manutenção consiste em manter o ambiente sempre bem arejado após sua utilização.

O piso somente deve ser lavado se for cerâmico ou similar e dispor de deck removível

de madeira.

Como acessório, pode ser instalada uma ducha fria (tipo circular ou cascata) para uso

após a sauna.

Caso não haja espaço disponível para a construção do ambiente, é possível instalar um

aparelho no box do chuveiro. Ele é preso na parede, tem capacidade para cerca de 6

litros de água e leva de 10 a 12 minutos para aquecer e iniciar a vaporização. Trabalha

com 110 ou 220 V, chega a 4.500 W de potência e pode ser ligado na tomada ou

diretamente na entrada elétrica do chuveiro, desde que a instalação seja compatível.

Para preservar o vapor no ambiente, é necessário colocá-lo num box fechado até o teto

ou instalar uma tampa de acrílico móvel. Sua manutenção consiste em reabastecer o

reservatório de água, sempre com o aparelho desligado.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - set/93.

CORES PARA CANALIZAÇÕES

Page 45: Dicas de Construcoes

Fonte: Catálogo Lukscolor.

DIFERENÇAS ENTRE COMPENSADOS, AGLOMERADOS E MDF

O compensado laminado é feito com lâminas de madeira, em geral de pinus ou de

virola, coladas e prensadas para formar chapas com espessura de 4 a 20 mm. Tem boa

resistência mecânica.

No compensado sarrafeado, as lâminas internas são coladas em um sentido e a chapa

externa é prensada em sentido diferente, o que deixa a placa mais resistente.

O aglomerado é um painel feito com partículas de pinus aglutinadas com adesivo

sintético, uma espécie de cola. Tem pouca durabilidade e nenhuma resistência à

umidade.

O MDF é uma chapa de fibra de madeira com densidade média. É um aglomerado

sofisticado, composto de fibras de pinus mais resistentes e compactadas com resina à

alta pressão. É um produto mais resistente e com textura mais uniforme que os

compensados e aglomerados.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção – jun/98.

DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES ELÉTRICOS

Assim como o diâmetro de um cano é função da quantidade de água que passa em seu

interior, a bitola de um condutor depende da quantidade de elétrons que por ele circula

(corrente elétrica). Além disso, toda vez que circula corrente, o condutor se aquece,

devido ao "atrito" dos elétrons em seu interior.

No entanto, há um limite máximo de aquecimento suportado pelo fio ou cabo, acima do

qual ele começa a se deteriorar. Nessas condições, os materiais isolantes se derretem,

Page 46: Dicas de Construcoes

expondo o condutor de cobre, podendo provocar choques e causar incêndios.

Para evitar que os condutores se aqueçam acima do permitido, devem ser instalados

disjuntores ou fusíveis nos quadros de luz. Esses dispositivos funcionam como uma

espécie de "guarda-costas" dos cabos, desligando automaticamente a instalação sempre

que a temperatura nos condutores começar a atingir valores perigosos.

Dessa forma, o valor do disjuntor ou fusível (que é expresso sempre em Ampères – A)

deve ser compatível com a bitola do fio, sendo que ambos dependem da corrente

elétrica que circula na instalação. Como a corrente é o resultado da potência dividida

pela tensão, a tabela abaixo indica a bitola do condutor e o valor do disjuntor em função

desses parâmetros.

Tipo de circuito Tensão

(volts)

Potência máx.

(watts)

Bitola fio

(mm²)

Disjuntor máx.

(A)

iluminação 110 1.500 1,5 15

tomadas 110 2.000 2,5 20

tomadas 220 4.000 2,5 20

chuveiros e torneiras elétricas 220 6.000 6 35

ar condicionado 220 3.600 4 25

Outras dicas:

• nunca aumentar o valor do disjuntor ou do fusível sem trocar a fiação, uma vez que

deve haver uma correspondência entre eles;

• a menor bitola permitida por norma para circuitos de lâmpadas é de 1,5 mm² e, para

tomadas, de 2,5 mm²;

• devem ser previstos circuitos separados para iluminação e tomadas.

Fonte: Impresso do Instituto Brasileiro do Cobre / Pirelli / Ficap S/A – set/98.

DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES PARA ÁGUAS PLUVIAIS

Dimensionamento de condutores em função

da área de contribuição

Diâmetro

(polegada)

Área (em m²)

sem caixa de

acumulação

com caixa de

acumulação

3" 70 90

4" 110 130

5" 150 180

6" 250 300

8" 400 500

10" 600 800

Fonte: Catálogo da Jodi Ind. e Com. Ltda.

Page 47: Dicas de Construcoes

DIMENSÕES DE QUADRAS ESPORTIVAS

Dimensões oficiais de quadras esportivas (medidas em metros)

BASQUETE

FUTEBOL DE SALÃO

TÊNIS

Page 48: Dicas de Construcoes

VOLEIBOL

Fonte: Playpiso Pisos Esportivos Ltda.

ELIMINAÇÃO DE BOLHAS E DESCASCAMENTOS

Raspar a região afetada com uma espátula de aço, lixando e retirando completamente o

pó.

Se houver irregularidades na parede, corrigir com duas demãos de massa acrílica e alisar

com lixa fina (nº 180).

Aguardar secar, aplicar seladora e pintar em três demãos.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção – ago/98.

Page 49: Dicas de Construcoes

ELIMINAÇÃO DE MOFO

Lavar muito bem a área mofada com água e deixar secar.

Esperar algumas semanas, e, se o mofo voltar, repetir a operação.

Se houver infiltrações ou vazamentos, é preciso eliminar o problema.

Depois, passar seladora e pintar.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção – ago/98.

EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

Os principais equipamentos de segurança para os operários da construção civil e seus

respectivos custos médios (*)

são:

CAPACETE - dispositivo básico de segurança em qualquer obra. O casco é feito de

material plástico rígido, de alta resistência à penetração e impacto. É desenhado para

rebater o material em queda para o lado, evitando lesões no pescoço do trabalhador. É

utilizado com suspensão, que permite o ajuste mais exato à cabeça e amortece os

impactos.

Preço: R$ 12,00/unidade.

CALÇADOS - podem ser botas ou sapatos. As botas, feitas de PVC e com solado

antiderrapante, são usadas em locais úmidos, inundados ou com presença de ácidos e

podem ter canos até as virilhas. Os sapatos são de uso permanente na obra. A versão

com biqueira de aço protege de materiais pesados que podem cair nos pés do usuário.

Em serviços de soldagem ou corte a quente são usadas perneiras de raspa de couro.

Preço: R$ 20,00.

LUVAS - é o equipamento com maior diversidade de especificações. São nove tipos

básicos de luvas existentes no mercado atualmente. Elas podem ser de:

• amianto (para altas temperaturas);

• raspa de couro (soldagern ou corte a quente);

• PVC com forro de malha fina (produtos químicos);

• PVC sem forro (permite maior mobilidade que a versão forrada);

• PVC sem forro e 7cm de punho (protege apenas as mãos, mas é bastante maleável);

• borracha (serviços elétricos, divididos em cinco classes, de acordo com a

voltagem);

Page 50: Dicas de Construcoes

• pelica (protege as luvas de borracha contra perfurações);

• lona com punho de malha (evita riscos e cortes no manuseio de materiais leves);

• vinílica (protege da radiação infravermelha ou ultravioleta).

Preço: R$ 2,50/par.

ÓCULOS - são especificados de acordo com o tipo de risco, desde materiais sólidos

perfurantes até poeiras em suspensão, passando por materiais químicos, radiação e

serviços de solda ou corte a quente com maçarico. Nesse último caso, devem ser usadas

lentes especiais.

Preço: R$ 20,00.

RESPIRADORES - asseguram o funcionamento do aparelho respiratório contra gases,

poeiras e vapores. Contra poeiras incômodas é usada a máscara descartável. Os

respiradores podem ser semifaciais (abrangem nariz e boca) ou faciais (nariz, boca e

olhos). A especificação dos filtros depende do tipo de substância ao qual o trabalhador

está exposto.

Preço: R$ 25,00.

ESCUDOS E MÁSCARAS - protegem os olhos e o rosto contra fagulhas

incandescentes e raios ultravioleta em serviços de soldagern. As máscaras diferem dos

escudos por não ocupar nenhuma mão do trabalhador. As lentes variam de acordo com a

intensidade da radiação. Os protetores faciais também asseguram proteção contra

projeção de partículas, mas proporcionam visão panorâmica ao usuário.

Preço da máscara: R$ 15,00.

PROTETORES AURICULARES - protegem os ouvidos em ambientes onde o ruído

está acima dos limites de tolerância, ou seja, 85 dB para oito horas de exposição.

Preço: R$ 25,00.

Page 51: Dicas de Construcoes

AVENTAIS - protegem o tórax, o abdômen e parte dos membros inferiores do

trabalhador. Os aventais podem ser de raspa de couro (para soldagem ou corte a quente)

ou PVC (contra produtos químicos e derivados de petróleo).

Preço: R$ 10,00.

CINTURÕES - evitam quedas de trabalhadores, acidentes muitas vezes fatais. Feitos

de couro ou náilon, possuem argolas que se engancham em um cabo preso à estrutura da

construção. O cinto de segurança limitador de espaço tem como função reduzir a área de

atuação do usuário, não substituindo o cinturão pára-quedas.

Preço: R$ 20,00.

COLETE REFLEXIVO - feito de tecido plastificado laranja, é bastante usado em

trabalhos com risco de atropelamento.

Preço: R$ 20,00.

CAPA DE CHUVA - protege o trabalhador contra a chuva.

Preço: R$ 12,00.

(*) Os valores dependem do padrão do produto e da quantidade negociada.

Fonte: Revista Téchne - set/out-99.

EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA PARA CONSTRUÇÕES

Atualmente, existem diversos sistemas e equipamentos de segurança para construções.

Basicamente, o sistema é formado por uma unidade central de alarme e vários sensores,

que acionam a central ao detectar alguma anormalidade. A unidade central é conectada

à rede telefônica. Dependendo do equipamento, os sensores podem precisar ou não de

fios elétricos.

O ideal é que a colocação desses equipamentos seja prevista já na fase de elaboração do

projeto arquitetônico, permitindo que as instalações necessárias sejam providenciadas.

• Chaveiro - controle que pode ser programado para abrir o portão, desligar alguns

sensores e mandar aviso de emergência para o serviço de monitoramento.

Page 52: Dicas de Construcoes

• Cerca de rede sensora - dificulta a passagem do assaltante, pois caso seja rompida,

aciona-se a central de alarme.

• Choque pulsativo - cerca por onde passam 8.000 volts, suficientes para um choque

intenso mas, segundo os instaladores, inofensivo. O que determina a periculosidade do

choque é a amperagem (medida da corrente elétrica), que, no caso, é baixa: apenas

0,025 mA.

• Câmaras - enviam a imagem para monitores no interior da casa e da guarita. Podem

ser conectadas à antena normal e enviar as imagens para qualquer televisão da casa.

• Infravermelho passivo - células fotossensíveis captam corpos em movimento e

variações de temperatura. Instalado em ambientes internos, "varre" ângulos de 90 a 115º

e distâncias de até 15 m.

• Dual - combina infravermelho passivo com microondas. Instalado em ambientes

externos, pode ser regulado para acusar a presença apenas de corpos maiores.

• Infravermelho ativo - instalado aos pares, geralmente no exterior. Um sensor manda

para o outro dois ou mais feixes de raios infravermelhos. Se o feixe for interrompido, o

sensor é acionado. Também podem ser regulados para acusar a presença apenas de

corpos maiores.

• Sensor de luzes - funciona como um infravermelho passivo e acende os holofotes do

quintal quando percebe corpo em movimento.

• Sensor de abertura de portas e janelas - funciona com contato magnético. Uma parte

é instalada na folha e outra no batente. Se a porta abrir, o contato se rompe.

• Sensor de quebra de vidro - colocado em cada folha de vidro, esse sensor trabalha na

freqüência de som da quebra de um vidro.

• Sensor de ruído - instalado em qualquer parede, é capaz de escutar em frações de

segundos o som grave do vidro sendo atingido ou estilhaçado.

• Monitores - há monitores de 4 a 14", coloridos e preto e branco, com comandos

automáticos para receber imagens de até dezesseis câmaras.

• Teclado de comando - com ele, é possível acessar a central de alarme e ligar ou

desligar os sensores.

• Sirene eletrônica - dispara quando determinados sensores detectam a presença de

estranhos.

• Botão de pânico - escondido em pontos estratégicos da casa, serve para avisar o

serviço de monitoramento que alguma emergência está ocorrendo.

• Unidade central de alarme - instalada em um local secreto da casa, é o coração do

sistema. Concentra informação de todos os sensores por meio de microprocessamento.

Page 53: Dicas de Construcoes

• Timer - dispositivo que aciona luzes e aparelhos elétricos em horários e dias

determinados, dando a impressão de que a casa não está vazia.

• Portas de segurança - apesar da aparência comum, seu sistema de travas lhes confere

maior sustentação, As blindadas são feitas com chapas de aço e compensado naval, com

diversos acabamentos. Pesam entre 150 a 180kg, o que requer batentes especiais, com

base de aço e chumbo. Encontram-se também fechaduras blindadas e sistemas de travas

especiais que podem ser adaptadas a portas comuns.

• Porteiro eletrônico - o modelo básico é composto por um painel externo, pelo qual se

conversa com quem está em casa por meio de um interfone. Pode ser conectado com

fechadura eletromagnética.

• Vidros de segurança - formados por duas ou mais chapas de vidro, intercaladas por

um filme de material plástico (polivinil butiral). Existem modelos até contra bala, mas a

resistência contra pancadas e arrombamentos é fundamental. Ao se quebrar, o vidro não

espalha os pedaços, pois estes ficam retidos na película interna. Outra opção é o uso de

polímeros especiais, mais leves e bastante resistentes a choques.

A instalação de um sistema de segurança requer a adoção sistemática de algumas

rotinas, tais como ligar e desligar alguns sensores.

Fonte: Revistas Arquitetura & Construção - out/96 e dez/93.

EQUIPAMENTOS PARA BANHOS DE IMERSÃO

Ofurô

Sua instalação requer uma base de concreto com dreno ligado à rede pluvial, podendo

ser deixado acima do piso ou embutido (total ou parcialmente). Nesse caso, exige uma

caixa de concreto ou alvenaria com largura suficiente para garantir a circulação de ar ao

seu redor. A motobomba e o filtro localizam-se na casa de máquinas perto do ofurô.

Spa

Deve ser montado sobre uma base de concreto nivelada capaz de suportar o seu peso. O

sistema de aquecimento (elétrico ou a gás) é independente, necessitando de rede elétrica

exclusiva de 220 V. Bomba, filtro e aquecedor devem ser instalados abaixo do nível da

água para facilitar o bombeamento, equipamento esse que pode ficar numa casa de

máquinas. Num movimento contínuo, a bomba leva a água até o aquecedor, passando

por um filtro e de volta ao spa, para manter a temperatura. Quando a hidromassagem é

acionada, outra bomba conduz a água até os jatos. Todo esse percurso é controlado por

vários registros.

Banheira com hidromassagem

A motobomba e as tubulações já vêm acopladas à banheira, bastando fazer o

assentamento - com a necessária impermeabilização da laje - e executar as ligações

elétricas e hidráulicas. Deve ser deixada uma portinhola vazada para ventilar e fazer a

Page 54: Dicas de Construcoes

manutenção do motor. O aquecimento da água se dá por meio de aquecedor de

acumulação ou de passagem. A hidromassagem somente deve ser ligada quando a água

atingir o nível dos jatos, caso contrário o motor pode queimar. A motobomba capta a

água da banheira e a conduz até os jatos. O ladrão deve ser ligado à saída do esgoto,

evitando transbordamentos.

Importância da instalação

Alguns fabricantes possuem instaladores especializados, mas um pedreiro, um

encanador e um eletricista bem orientado podem dar cabo da tarefa. A leitura do manual

que normalmente acompanha o equipamento é obrigatória, pois cada modelo possui

suas próprias características. A instalação é mais fácil quando a obra está em

construção, pois todas as ligações serão previstas no projeto. Incluir uma

hidromassagem em banheiros prontos exige puxar um ponto de energia de 220 V e fazer

ligações hidráulicas, o que significa quebrar paredes. Caso o aquecimento do banheiro

seja de passagem, será preciso instalar um aparelho exclusivo para a banheira. Antes da

instalação, deve-se verificar se a banheira não possui vazamento. Para evitar choques, o

eletricista deve fazer o aterramento, ou seja, ligar o motor à terra ou conectá-lo à barra

de aterramento do quadro de luz.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção – jun/98.

ESTUQUE VENEZIANO

O estuque veneziano é uma antiga técnica de pintura em paredes resultante,

originalmente, de uma mistura de cal e água; a massa, depois de colorida com

pigmentos tirados da terra, era aplicada com uma espátula, obtendo-se uma cobertura

texturizada e rústica.

Atualmente, a cal foi substituída pela massa corrida à base de látex e de gesso

dissolvido em água, à qual são adicionados cola branca e corantes. São várias as

maneiras de preparar e aplicar essa técnica:

TRADICIONAL

a) preparar a parede, que precisa estar bem lisa e sem furos, passando

uma camada de massa fina. A seguir, aplicar o fundo com uma

desempenadeira de aço lisa, utilizando a receita da massa básica (três

partes de massa acrílica à base de látex, 1,5 parte de gesso para

estuque misturado com água e corante);

b) para a segunda e a terceira camadas, há duas massas básicas (três

partes de massa acrílica à base de látex, 1,5 parte de gesso para

estuque misturado com água, três partes de cola branca tipo Cascorez

e corante), uma vermelha e outra castanha. A aplicação na parede seca

é irregular para criar manchas;

c) adicionar um pouco mais de massa acrílica para clarear a massa

vermelha e aplicar uma nova demão cobrindo a superfície;

Page 55: Dicas de Construcoes

d) uma nova massa, agora com corante verde, complementa as

camadas, com distribuição uniforme na superfície;

e) passar cera em pasta incolor com uma desempenadeira e retirar o

excesso. Depois, aplicar cera de madeira com uma flanela em

movimentos circulares. Dar brilho com uma escova de cerdas.

COM PÓ DE MÁRMORE

a) preparar a parede (ver acima), com a cola branca na massa básica;

b) aplicar a segunda e a terceira camadas (ver acima);

c) utilizando outra massa (uma parte de massa corrida à base de látex,

três partes de pó de mármore, cola branca e corante), aplicar primeiro

a mistura sem corante de forma irregular. Em seguida, diluir a massa

em água e pigmentá-la, passando-a novamente, sem uniformidade;

d) voltando à massa básica, usar a mesma mistura verde da versão

tradicional, de forma uniforme. Depois de seca, raspar o excesso com

uma espátula;

e) polimento com a cera de assoalho e a cera de madeira. Como o pó

de mármore é mais grosso, o feito final fica mais texturizado.

COM AREIA BRANCA

a) preparar a parede (ver acima), com a cola branca na massa básica;

b) aplicar a segunda e a terceira camadas (ver acima);

c) aplicar outra massa (uma parte de massa corrida à base de látex,

três partes de areia branca, cola branca e corante) primeiramente sem

pigmento em alguns pontos da superfície. Em seguida, acrescentar o

corante e passar em outros pontos da parede;

d) cobrir toda a superfície novamente com a massa básica verde.

Depois de seca, raspá-la com uma espátula para tirar o excesso;

e) após o polimento, as partes da parede que receberam a massa com

areia branca ganham realce, destacando o efeito de alto e baixo relevo.

COM CERA DE ABELHA

a) preparar a parede (ver acima), com a cola branca na massa básica;

b) aplicar a segunda e a terceira camadas (ver acima);

Page 56: Dicas de Construcoes

c) não utilizar nenhuma massa, apenas a cera de abelha derretida em

banho-maria. É preciso tomar cuidado, pois ela se torna inflamável ao

ferver. A aplicação, com desempenadeira, deve ser feita rapidamente,

pois a cera se solidifica em segundos. Em seguida, passar outra

camada de cera, com o pigmento escolhido;

d) a mesma massa básica verde cobre a superfície uniformemente.

Depois de seca, raspar os pontos formados pela cera com a espátula

para mostrar a sua transparência;

e) após o polimento, a superfície realça a transparência da cera sobre

um fundo com a massa básica. Depois de aplicada, a mistura clareia

50%.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mai/95.

EXECUÇÃO DE ORQUIDÁRIO

O cultivo de orquídeas exige um ambiente adequado. Para quem está iniciando, os

viveiros são mais recomendados. Para sua construção, o primeiro passo é a escolha do

lugar, procurando um canto ensolarado e protegido de ventos. O ideal é que a fachada

principal esteja voltada para a face Norte (no hemisfério Sul), o que garante melhor

luminosidade e proteção do vento sul. A cobertura também deve inclinar-se nesse

sentido, para facilitar o escoamento da chuva.

A estrutura é feita geralmente de concreto ou madeira tratada. Sobre quatro pilares

assentam-se as vigas no sentido Norte-Sul, e, sobre elas, os caibros, no sentido Leste-

Oeste. É também possível usar um ripado, onde as ripas deverão ser colocadas no

sentido Norte-Sul, para impedir a incidência direta do sol.

Há diversas opções para a montagem da cobertura e das laterais, desde o ripado até a

tela de nylon. O importante é manter um nível de sombreamento de 50 a 70%, que pode

ser conseguido com o uso de tela plástica tipo Sombrite. Este espaço deverá abrigar

orquídeas que precisam de diferentes quantidades de luz. Portanto, plantas que gostam

de muito sol ficarão suspensas junto ao teto, fazendo sombra sobre as bancadas

planejadas para abrigar as plantas mais sensíveis.

Peças de madeira devem receber duas demãos de verniz com filtro solar. Para evitar a

proliferação de pragas, devem ser limpas e envernizadas periodicamente.

Uma vez por mês, as pedras do solo devem ser desinfetadas com uma solução de sopa

de cloro e água.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - out/95 e out/98.

EXECUÇÃO DE PISOS COM BLOCOS DE CONCRETO

Page 57: Dicas de Construcoes

Opção resistente para revestimento de pisos externos, este tipo de piso suporta

circulação de carros e grande trânsito de pessoas, apresenta efeito rústico, prático de

limpar e não é escorregadio.

Pode ser liberado para uso logo após a instalação das peças, uma vez que sua aplicação

dispensa o uso de massas ou rejuntes com tempo de secagem.

O assentamento deve observar as seguintes etapas:

• demarcação e compactação do solo, utilizando-se um pilão de madeira (para pequenas

áreas) ou uma placa compactadora vibratória (que pode ser alugada em empresas

especializadas) para áreas maiores;

• em terrenos de solo mole, é necessária uma camada de 10 a 15 cm de brita graduada

(bica corrida), refazendo-se a compactação;

• colocação (obrigatória) de camada de 3 a 4 cm de areia e nova compactação;

• aplainamento da superfície com uso de régua de nivelamento, após o que a área não

pode mais ser pisada;

• disposição dos blocos de concreto conforme o desenho do projeto e colocação de uma

camada de areia fina por cima (que será responsável pelo rejunte) e nova compactação,

cuidando para que os vãos entre as peças sejam preenchidas pela areia;

• o excesso de areia é eliminado por varrição.

Se desejável, é possível fazer um acabamento com selante para concreto ou verniz de

poliuretano.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/99.

EXECUÇÃO DE POMAR

A implantação de um pomar exige técnica e dedicação, especialmente no cultivo das

árvores.

A primeira questão é a escolha do local dentro do terreno, o que se torna ainda mais

importante se a execução do pomar for feita junto com a construção da casa: o local

deve estar livre do trânsito da obra e máquinas. Se a obra tiver duração curta (até um

ano), provavelmente não vale a pena fazer o plantio das árvores antes do seu término;

em obras mais demoradas, dois a três anos já são suficientes para que grande parte das

árvores plantadas no início da construção comece a dar frutos. Um ponto importante é a

irrigação durante a execução do pomar, o que requer providências para que não falte

água.

Em relação à localização no terreno, as árvores frutíferas preferem a face Norte ou, caso

isso não seja possível, a Nordeste, pois quanto maior o sol recebido, mais doces serão os

frutos. Uma maneira de garantir boa insolação a todas as árvores é dispor as maiores

Page 58: Dicas de Construcoes

(abacateiros, jaqueiras e mangueiras) ao fundo, as médias (laranjeiras, goiabeiras e

carambolas) no meio e as pequenas (mamoeiro, figueira e bananeira) à frente,

impedindo assim que uma faça sombra à outra.

Vale lembrar que as árvores frutíferas não suportam ventos fortes. Uma boa opção para

atenuá-los é a colocação de cercas vivas, utilizando-se árvores como a amoreira,

cedrinho e grevilha, entre outras, que devem ficar a uma distância aproximada de 4 m

do pomar, com espaçamento de 2 m entre elas. Também alguns arbustos, como o

hibisco, o buxinho e o bambu, podem ser utilizados com essa mesma finalidade.

Outro aspecto importante a considerar é o clima da região. O Nordeste brasileiro

favorece o cultivo de frutas exóticas, como o caju, a manga, a fruta-do-conde e a jaca,

enquanto o Sul e o Sudeste são mais propícios às frutas cítricas, como laranja e limão,

ou temperadas, como pera, maçã, figo, caqui e pêssego. Algumas espécies, tais como

abacate, acerola, banana, goiaba, jatoticaba, mamão, maracujá, e mesmo laranja e limão,

adaptam-se bem a qualquer clima.

Para preparar o solo, é preciso, antes de tudo, medir o pH: o ideal é quando ele se

aproxima de 7. Para corrigir a acidez (pH baixo), pode-se usar calcário dolomítico; já os

solos muito alcalinos exigem sulfato de ferro. Para enriquecer a terra, os tradicionais

estercos e húmus de minhoca são bons. O equilíbrio perfeito é atingido com o composto

NPK (N de nitrogênio, responsável pelo crescimento do vegetal; P de fósforo, que

fortalece raízes e facilita a frutificação; e K de potássio, controlador do balanço hídrico

da planta), que pode ser adquirido em lojas de jardinagem e deve ser aplicado a cada

dois meses.

Para melhorar a qualidade das mudas, é possível enxertá-las, processo de multiplicação

vegetativa que consiste na união de duas plantas diferentes de um mesmo gênero com o

objetivo de torná-las apenas uma, de melhor qualidade, garantindo que as espécies

tenham mais vigor e aumentem sua produção, além de ser uma alternativa para cultivar

plantas de difícil enraizamento. A espécie mais fraca, chamada cavaleiro ou enxerto,

terá uma ou mais borbulhas (broto ou gema) fixadas no caule da mais resistente,

chamada cavalo ou porta-enxerto. A enxertia deve ser feita na primavera, mas nunca

quando as plantas estiverem dando flores ou frutos, e nem em dias de chuva.

Quanto à poda, os tipos mais comuns são o desbaste lateral, em que corta-se os galhos

velhos ou doentes nas laterais, favorecendo um crescimento na vertical, e a poda nas

extremidades, acarretando um crescimento lateral, dando à árvore uma aspecto mais

arredondado. Em ambos os casos, as podas são executadas com tesouras ou serrotes,

sendo preferível executá-las no inverno, quando o metabolismo da planta é mais baixo.

Na irrigação, é importante não deixar a terra nem muito seca, nem muito úmida; o ideal

é regá-la todos os dias, quando estiver muito calor, e a cada dois dias durante o inverno.

A tabela abaixo mostra qual a época mais recomendada para o plantio de cada fruta,

quanto tempo cada uma precisa para dar frutos e o número de safras por ano, sempre

lembrando que as variações climáticas e as diferentes espécies podem alterar para mais

ou para menos o tempo da colheita.

Page 59: Dicas de Construcoes

FRUTA GÊNERO ÉPOCA DE

PLANTIO

TEMPO ATÉ

FRUTIFICAR

SAFRAS/

ANO

ALTURA

DA

MUDA

(cm)

ALTURA

DA

ÁRVORE

(m)

DISTÂNCIA

ENTRE

MUDAS (m)

Abacate * Persea início das

chuvas 3 anos 1 20 a 30 7 a 10 10 x 10

Abacaxi Ananas ano todo 18 a 24 meses ano todo 40 1 2 x 2

Acerola Malpighia início das

chuvas 3 anos 1 40 1,80 a 2,10 6 x 4

Ameixa Prunus inverno 4 anos 1 80 3 a 5 6 x 6

Amora Morus início das

chuvas 2 anos 1 30 3 a 5 4 x 4

Banana Musa início das

chuvas 12 a 18 meses ano todo 40 a 60 2 a 3 4 x 4

Caju Anacardium início das

chuvas 3 anos 1 20 7 a 10 10 x 10

Caqui Diospyros início das

chuvas 4 anos 1 80 5 a 7 6 x 6

Carambola Averrhoa início das

chuvas 3 anos 1 30 5 a 7 3 x 4

Figo Ficus inverno 2 anos 1 80 3 a 5 3 x 3

Framboesa Rubus inverno 1 ano 1 40 3 a 5 2 x 0,4

Fruta-do-

conde Annora

início das

chuvas 4 anos 1 20 3 a 5 4 x 4

Goiaba Psidium início das

chuvas 3 anos 1 20 a 30 3 a 5 6 x 6

Jaboticaba Myrciaria estação

chuvosa 3 anos 2 20 **** 5 a 7 6 x 6

Jaca Artocarpus estação

chuvosa 5 anos 1 20 7 a 10 10 x 10

Kiwi * Actinidia inverno 4 anos 1 20 5 a 7 6 x 6

Laranja Citrus estação

chuvosa 3 anos 1 80 3 7 x 7

Lichia Litchi inverno 4 anos 1 50 2 a 3 10 x 8

Lima Citrus estação

chuvosa 3 anos 1 80 3 7 x 7

Limão Citrus estação

chuvosa 3 anos 1 80 3 7 x 7

Maçã Malus inverno 3 anos 1 80 3 a 5 5 x 5

Mamão * Carica ano todo 10 a 15 meses ano todo 15 a 30 3 a 5 3 x 3

Manga Mangifera estação

chuvosa 4 anos 1 100 7 a 10 10 x 10

Maracujá

** Passiflora ano todo 1 ano 1 20 caramanchão 3 x 5

Melancia Citrullus ano todo *** 85 a 105 dias 2 20 rasteira 1 x 1

Melão Cucumis ano todo *** 80 a 90 dias 2 20 rasteira 1 x 1

Morango Fragaria fevereiro a

maio 60 a 80 dias 2 20 rasteira 0,5 x 0,5

Néctarina Prunus inverno 3 a 4 anos 1 80 3 a 5 6 x 6

Nêspera Eriobotrya inverno 3 a 4 anos 1 50 5 a 7 6 x 6

Pera Pirus inverno 5 anos 1 80 3 a 5 6 x 6

Pêssego Prunus inverno 3 anos 1 80 3 a 5 6 x 6

Pitanga Stenocalyx estação

chuvosa 3 anos 2 40 3 a 5 4 x 4

Romã Punica estação

chuvosa 3 anos 1 20 3 a 5 5 x 5

Page 60: Dicas de Construcoes

Tangerina Citrus estação

chuvosa 3 anos 1 80 3 6 x 6

Uva Vittis inverno 3 anos 1 70 a 80 caramanchão 2 x 3

* árvores que exigem a plantação de uma muda macho e uma fêmea para dar frutos

** maracujá, do tipo trepadeira, cultivada em caramanchão

*** em regiões de inverno rigoroso, devem ser plantados entre os meses de agosto e novembro

**** ou 1,80m (muda com cerca de 10 anos)

Obs.: Na região Nordeste, a maior incidência de chuvas ocorre durante os meses de julho e agosto

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/94.

EXECUÇÃO E MANUTENÇÃO DE PISCINAS

O primeiro passo para construir uma piscina é avaliar o terreno por meio de uma

sondagem, o que determinará o tipo de solo e se há lençol freático no local, permitindo a

escolha da estrutura a ser adotada:

• concreto armado: profissionais da construção dizem que é a mais segura, resistente e

definitiva. A estrutura é feita com fôrmas de madeira, preenchidas com ferragens e

concreto. Este processo demora de um a dois meses;

• alvenaria: feita com tijolos comuns ou blocos estruturais, é resistente mas pode se

movimentar, fazendo surgir rachaduras. É finalizada entre sete e dez dias;

• fibra de vidro: é feito um buraco já na medida da superfície externa da piscina, e

colocado um fundo de concreto magro com no máximo 5 cm de espessura. Enquanto a

piscina é acomodada, joga-se terra ao seu redor, compactando-a. Na mesma proporção

de terra é colocada água em seu interior. Se o terreno for muito úmido, faz-se uma caixa

de contenção em alvenaria com blocos estruturais. Com o tempo (após cinco anos),

perde a cor, mas pode ser repintada com tinta epóxi ou gel-parafinado (recomenda-se

que isso seja feito pelo fabricante). Sua instalação é feita em vinte dias, e sua vida útil é

de dez anos;

• aço-carbono ou galvanizado: chapas de aço, parafusadas uma na outra e reforçadas

com camadas finas de concreto e vermiculita, substituem os blocos estruturais, dando o

formato desejado à piscina que será revestida com vinil.

A impermeabilização é necessária para as piscinas de alvenaria ou concreto armado. As

mais indicadas são as de soluções, emulsões e mantas asfálticas. O impermeabilizante

deve ser protegido com outra camada de cimento e areia. Recomenda-se nunca esvaziar

a piscina nem deixá-la com pouca água, pois ela fica exposta a variações térmicas que

podem causar rachaduras ou até comprometer a estrutura da mesma.

O mercado oferece vários tipos de revestimentos como azulejos, pastilhas cerâmicas ou

de vidro, mármore, granito, tinta epóxi, borracha clorada e vinil. Os materiais têm que

ser lisos, a fim de evitar acidentes, e devem apresentar baixo índice de absorção de água

(entre 0 e 6%).

A profundidade da piscina depende de como e por quem ela será usada. Para que a água

seja aquecida apenas com a luz do sol, a profundidade não deve ser maior que 1,30 m.

Page 61: Dicas de Construcoes

Em caso de declive, ela pode variar entre 0,60 a 1,60 m. A prática de esportes como o

biribol (vôlei na água) requer profundidade uniforme de 1,50 m, enquanto o pólo

aquático exige 1,80 m.

A instalação de trampolim necessita de profundidade mínima de 3,50 m, por questões

de segurança; para escorregador, 2,00 m são suficientes.

As escadas tipo marinheiro devem ser instaladas na parte rasa, e são obrigatórias para

piscinas com mais de 0,50 m de profundidade. Se houver a freqüência de idosos, deve-

se fazer uma escada de alvenaria submersa em uma das laterais, para não atrapalhar os

esportes aquáticos.

No caso de uso noturno da piscina é essencial a iluminação subaquática. Os refletores

são de cobre, com lente blindada e um transformador para reduzir a voltagem de 220

para 12 V, evitando o risco de choques. Para que a manutenção (troca de spots e

lâmpadas) possa ser feita sem o esvaziamento da piscina, pode ser construído um

corredor ao redor do tanque, com acesso pela casa de máquinas, ou câmaras de

manutenção específicas para os pontos.

Para a garantia da limpeza e qualidade da água existem diversos equipamentos, cuja

quantidade, tamanho e potência dependem da dimensão e do volume de água da piscina.

A maioria dos dispositivos é instalada na casa de máquinas, próxima à piscina e sempre

abaixo do nível da água. As normas da ABNT determinam um ambiente com área 2,5

vezes maior que o espaço ocupado pelas máquinas, pé-direito de 2,30 m, piso lavável

com sistema de drenagem e área de ventilação igual a 1/4 da do piso. Os principais

equipamentos são:

• skimmers: dreno de superfície (coadeira) que suga as partículas não decantáveis, como

fios de cabelo, insetos e folhas;

• filtro: suas funções (filtragem, recirculação, lavagem, drenagem e pré-filtragem) são

reguladas por uma válvula. Deve funcionar todas as noites durante 4 a 6 horas. Pode ser

feito em aço carbono (pesado e mais sujeito ao ataque dos produtos químicos), fibra de

vidro (mais durável que o de aço) ou polietileno (mais leves e livres de ataques

químicos);

• bomba: sempre associada ao filtro, com modelos centrífugos (necessariamente

instalados abaixo do nível da água, com pré-filtro acoplado com a função de peneirar os

detritos maiores antes que alcancem a bomba) e auto-escorvantes (com poder de puxar a

água mesmo estando até 1m acima da superfície da piscina). São fabricadas em ferro

(mais duráveis, embora sujeitas à ferrugem) ou de polietileno (imunes à corrosão).

Ambas podem ser danificadas pela alta temperatura, caso trabalhem sem água;

• dispositivo de retorno: posicionado na parede da piscina, a cerca de 0,40m abaixo da

superfície da água, direciona e regula a vazão da água que parte da tubulação de retorno.

Utiliza-se um dispositivo a cada 50m³, sendo necessária a instalação de no mínimo dois

para qualquer piscina;

• dispositivo de aspiração: também colocado abaixo do nível da água, nele é conectada

a mangueira dos aspiradores de fundo. Seu posicionamento correto é importante,

Page 62: Dicas de Construcoes

permitindo que o aspirador atinja toda a extensão do tanque;

• aquecedores: instalado dentro da casa de máquinas. Existem diferentes linhas

específicas para cada tipo de combustível:

» lenha e carvão - baratos, porém de difícil armazenamento, são mais indicados para

sítios e fazendas;

» eletricidade - a instalação, além de ser cara, requer a elaboração de projeto para troca

do sistema monofásico para trifásico, que deverá ser aprovado pela concessionária de

energia. Um bom aterramento é importante;

» gás - barato, tem capacidade de aquecimento maior que a eletricidade. Para o uso do

gás de rua, a concessionária local deve ser consultada para autorização da alteração de

vazão. No caso de botijões, é preciso estar atento a possíveis vazamentos;

» sol - é a energia mais barata, porém incerta. Os equipamentos solares somente

funcionam em dias de sol ou, no mínimo, de mormaço. Consiste na instalação de

coletores de cobre ou alumínio, fechados com vidro ou não, com área total equivalente a

80% (em regiões de clima quente) ou 100% (nas mais frias) da área da piscina. O local

ideal para a instalação é sobre um telhado próximo, com direcionamento para o Norte

(na região Centro-Sul do país) ou Sul (Norte e Nordeste) para melhor insolação. Com

cinco a seis dias de sol pleno é possível elevar a temperatura da água a 7ºC acima da

ambiente. Seu custo é aproximadamente o dobro do que um aquecimento a gás, mas sua

durabilidade é de quinze a vinte anos;

» bomba de calor - retira o calor do ar para aquecimento da água, e é colocado entre o

filtro e o retorno, usando a mesma tubulação de PVC da piscina. Em 48 horas de

funcionamento, eleva a temperatura a 30ºC.

Para a manutenção da qualidade da água podem ser utilizados diversos métodos, a

saber:

• controle de pH: o pH ideal fica numa faixa entre 7,2 e 7,4. Uma série de kits

encontrados em casas especializadas permitem verificar seu nível e corrigí-lo com o uso

de redutor (bisulfato de sódio e ácido muriático) ou elevador (barrilha ou soda cáustica);

• bactericidas e algicidas químicos: o bactericida mais utilizado é o cloro, encontrado

nas formas líquida, granulada ou em pastilhas, e cujo nível residual na água deve girar

em torno de 1,0 ppm. Os algicidas podem ser de choque (para eliminação de algas já

presentes) ou de manutenção, e seu uso depende do volume da piscina;

• cloração automática à base de sal grosso: sistema elétrico composto por um

controlador disposto junto ao filtro, enquanto uma célula de titânio, suficiente para até

150.000 litros de água, fica dentro da piscina. Para a produção de cloro é necessário

jogar sal grosso na água. Mediante a passagem de uma corrente elétrica, a célula separa

as moléculas que compõem o sal (cloreto de sódio), transformando-o em cloro,

despejado na água, e sódio, retido na célula. A cada 4 horas o sistema é acionado de

forma que haja sempre cloro na piscina;

Page 63: Dicas de Construcoes

• ionização: dispensam o uso de quaisquer outros produtos químicos, utilizando íons

metálicos de cobre e/ou prata para inibir a formação de algas, fungos e demais

microorganismos. Este processo deve ser controlado rigorosamente para evitar o

acúmulo de metais e a corrosão dos equipamentos metálicos existentes na piscina;

• floculação ou clarificação: empregado para casos em que o filtro não consegue

aspirar toda a sujeira e a água permanece turva. Existem dois tipos de floculação: à base

de sulfato de alumínio e barrilha, dando origem a flocos gelatinosos que aglomeram e

decantam a sujeira para ser aspirada, e um produto que adota polieletrólitos (grande

seqüência de moléculas eletricamente carregadas, emendadas uma na outra). Uma

minúscula quantidade deste material pode reunir milhões de partículas negativas de

sujeita num só floco fortemente agregado, retido pelo filtro;

• limpeza manual: os equipamentos básicos de limpeza são o aspirador (manual ou

automático, que funciona até sem motor), o esfregão (para limpeza dos rejuntamentos) e

coadores de plástico rígido e flexível.

O deck não deve ser construído com materiais escorregadios nem de cores escuras, que

absorvem o calor do sol. Os mais apropriados são os de pedra (goiás, mineira e são

tomé ou mármore e granito apicoados). Os tijolos aparentes são bonitos, mas podem

esfarelar-se em contato com a água, o que pode ser evitado com a aplicação de um

verniz acrílico a cada quatro anos. No caso das cerâmicas, os modelos com

características antiderrapantes e refratárias são preferíveis, pois não esquentam com os

raios solares. Outra opção é a madeira (jatobá, peroba e ipê são mais resistentes à

umidade), que deve ser impermeabilizada e recoberta com verniz naval a cada seis

meses.

A cobertura do espaço da piscina pode ser de plástico retrátil, vidro refletivo laminado

ou placas de policarbonato (com estrutura de ferro, alumínio ou madeira) ou lona

inflável, presa ao redor da piscina e inflada com a ajuda de um exaustor.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - out/93.

EXECUÇÃO E RESTAURAÇÃO DE GRANILITE

EXECUÇÃO

Granilite é uma mistura de cimento e fragmentos de granito e mármores. Para sua

execução, a cada 1,5 m de piso há necessidade de junta de dilatação para permitir a

expansão do material e evitar trincas. Durante a secagem, nada pode cair sobre a massa

para não manchar. O acabamento é feito com cera ou resina. Para a execução do serviço

é necessária a contratação de mão-de-obra especializada.

RESTAURAÇÃO

Para recuperar pisos de granilite desgastados é necessário fazer um polimento com

lixadeira manual à base de água. Após o lixamento, deixar secar e aplicar duas demãos

de resina acrílica com rolo de lã de carneiro. Esperar 48 horas e lustrar com cera até

obter brilho.

Page 64: Dicas de Construcoes

Fonte: Revista Arquitetura & Construção – abr/98.

FATORES DE CONVERSÃO

Comprimento » 1 polegada = 2,54cm

» 1 jarda = 91,440cm

» 1 pé = 30,480cm

» 40 mils (milésimos de polegada) = 1mm

Área » 1 polegada quadrada = 6,451cm²

» 1 jarda quadrada = 8,361cm²

Volume » 1 polegada cúbica = 16,387cm³

» 1 pé cúbico = 28,317cm³

» 1 jarda cúbica = 0,765m³

» 1 galão = 3,875 litros

Diversos » 1N (Newton) = ± 0,1kgf

» 1kn (quilo Newton) = ± 100kgf

» 1kp (quilo peso) = 1kgf

» 1kp/cm² = 1kgf/cm²

» 1MPa (mega Pascal) = ± 100kgf/cm²

» 1N/mm² = 10kgf/cm²

» 1 Bar = 1kgf/cm²

» 14,21PSI (libras/polegada²) = 1kgf/cm²

» 1kg (quilograma) = 2,2lbm (Libra massa)

» 1 onça (líquida) = 29,6cm³

» 1m.c.a. (metro de coluna d'água) = 10kPa (quilo Pascal)

» 1cv = 735,5W

Fonte: Catálogo de Produtos Sika S.A. e outros.

FORNO CAIPIRA

O forno caipira é feito em alvenaria, e tem o formato de um iglu. Antigamente era

elaborado em barro, mas com o passar do tempo começou a ser visto como anti-

higiênico, pois era comum que se tornasse um abrigo de insetos. Atualmente existem

diversos modelos pré-fabricados, consistindo em kits de concreto refratário.

Seu formato curioso não nasceu ao acaso: foi depurado durante anos e anos, sabedoria

transmitida de geração para geração. Ele é esférico para que as ondas de calor, geradas

pela lenha disposta junto às paredes, circulem de maneira uniforme pela área interna.

Page 65: Dicas de Construcoes

As medidas mais encontradas, no caso dos pré-fabricados, são nos diâmetros de 80, 100

e 120 cm. A altura padrão para instalá-los é a 90 cm do piso, a mesma das pias. Por ser

pesados, devem estar sobre uma base de concreto. Pode ser construído ao lado da

churrasqueira, ou até mesmo dentro de casa, se a intenção for deixar o ambiente mais

aquecido.

O forno caipira alcança temperaturas acima de 200ºC, por isso é tão eficiente para

pratos que exigem exposição rápida ao calor forte, como pães, pizzas e esfihas, que

ficam prontos em menos de 2 minutos. Para assados, que são de preparo mais lento, a

única maneira de aproveitá-lo é envolvendo-o com materiais isolantes, de forma que a

perda de calor para o exterior seja diminuída.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/93.

FORNO E FOGÃO A LENHA

Mesmo fazendo parte da história dos hábitos alimentares dos brasileiros, é cada vez

mais difícil encontrar um fogão a lenha. Poucos profissionais sabem como construí-lo, e

não há modelos pré-fabricados. Junta-se a isso, ainda, certo mito de que se trata de uma

forma muito trabalhosa e antiga de cozinhar, embora seja também bastante criativa.

Construído em alvenaria, o fogão funciona com queimadores de ferro unidos numa

única chapa e colocados sobre a lenha, assentada numa cavidade própria. Por dentro da

câmara de tijolos, ao lado dos queimadores, há um cubo formado por placas de ferro,

que é o forno especificamente falando. O calor que emana da lenha tem apenas duas

saídas: a dos queimadores, para cima, e a do forno, para o lado.

As ondas quentes circulam

justamente entre a parede de tijolos e

as placas de ferro, criando algo como

uma corrente de calor. Quanto à

fumaça, após ter percorrido todo esse

trajeto, seu destino final é a pequena

chaminé. Mas ela também pode ser

aproveitada na defumação de carnes.

Para completar, o uso de velhas

Page 66: Dicas de Construcoes

panelas de ferro ajuda ainda mais

criar o clima de interior.

Uma boa idéia para aumentar as vantagens que esse fogão oferece é instalar um

reservatório de água na parede junto à lenha, permitindo a obtenção de água quente

sempre que se desejar.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/93.

GASTOS POR ETAPA DA OBRA

Etapa da obra Custo

mínimo

Custo

máximo

Projetos e aprovações 5% 12%

Serviços preliminares 2% 4%

Fundações/alicerces 3% 7%

Estrutura/alvenarias 15% 25%

Telhado/impermeabilização 8% 12%

Instalações elétricas e hidráulicas 12% 17%

Esquadrias 4% 10%

Acabamentos 25% 33%

Serviços complementares 2% 4%

GESSO ACARTONADO

Material produzido industrialmente e com qualidade controlada, o gesso acartonado

integra-se ao repertório dos profissionais brasileiros em todos os tipos de obra. Alguns

arquitetos já afirmam que quem trabalha com o novo sistema não volta mais para a

construção tradicional.

Muito comuns na Europa e Estados Unidos, os painéis de gesso acartonado vem

ganhando o mercado brasileiro. A procura vem aumentando de 40% a 50% ao ano e

mostra que o material vem conseguindo apagar a imagem de aparente fragilidade,

prometendo tomar o espaço da tradicional alvenaria. Com muitas vantagens.

As placas de gesso acartonado substituem alvenarias e argamassas de revestimento em

uma única operação, permitindo a fácil instalação dos dutos de água, energia e dados. O

sistema consiste, basicamente, em uma estrutura interna que suporta painel de gesso,

formando paredes mais ou menos espessas que podem, inclusive, ser curvas. Assim,

aplicam-se a divisórias ou acabamentos internos, em ambientes diversos, como cinemas,

hospitais, hotéis e banheiros.

Page 67: Dicas de Construcoes

Para se obter os melhores resultados, o ideal, quando se pensa em construção seca com

gesso, é que, em primeiro lugar, tudo seja planejado cuidadosamente, especificando-se

os pontos de instalação de prateleiras, peças sanitárias, pontos de água e de energia, sem

improvisações. Em segundo lugar, é recomendável utilizar o sistema completo para que

ele realmente traga benefícios. "O ideal é que a arquitetura parta junto com a solução

tecnológica", comenta o arquiteto Henrique Cambiaghi.

A partir daí, há uma solução para cada projeto. Montada a estrutura principal, pode-se

colocar uma ou mais placas, fazer tratamento acústico ou térmico, adicionar reforços

necessários para sustentar armários ou pias, verificar onde serão usadas paredes

especiais para umidade ou resistência ao fogo. Terminada a montagem, a superfície

resultante é uniforme, com aparência monolítica, e aceita qualquer tipo de revestimento:

pintura, colagem, cerâmica, pastilhas e até mesmo pedras, como mármores. Para a

isolação acústica são usadas várias placas com os seus vazios preenchidos com lã

mineral. Por fim, para a fixação dos painéis, cada fabricante disponibiliza de um sistema

de buchas e parafusos específico, incluindo pontos de ancoragem de cargas, que

suportam até 30kg por ponto fixo.

Seu uso parece ser ilimitado. A rede de cinemas carioca UCI, no Rio de Janeiro, o

Credicard Hall, em São Paulo, apartamentos residenciais, como o Condominium Park

Ibirapuera e prédios de escritórios, como a Torre Norte, são exemplos de uso das placas.

Elas também dividem ambientes no Via Funchal, em São Paulo, no Senado Federal, em

Brasília, e no museu Guggenheim, de Bilbao.

As vantagens, segundo os fornecedores, são muitas. Por ser leve, reduz de 10% a 15%

as fundações e estruturas, sua execução é mais rápida, diminuindo a mão-de-obra, e a

quantidade de sobras e entulhos é menor, eliminando quebras e bota-fora de materiais.

Além disso, o sistema possibilita a modificação de layout dando flexibilidade ao projeto

e, em alguns casos, proporciona o aumento de área útil, uma vez que as paredes podem

Page 68: Dicas de Construcoes

ser mais finas. Some-se a isso o ganho financeiro com a redução do tempo de obra.

Existem diversos tipos de chapas: normal, resistentes à umidade e ao fogo. As placas

resistentes à umidade são tratadas com produtos hidrofugantes, como o silicone. Já as

resistentes ao fogo possuem aditivos para retardar a liberação de água da chapa,

evitando o colapso da peça. Espessuras, larguras e resistências podem ser ajustadas de

acordo com o projeto. Pode-se aumentar o número de placas, elevando a resistência

mecânica e ao fogo e melhorando a isolação acústica. Um bom exemplo são as

divisórias de cinema, que usam três placas de cada lado e tratamento acústico especial.

No caso de hospitais, por exemplo, há necessidade de um vão maior entre as placas para

acomodar os equipamentos específicos. E existem, também, sistemas concebidos para

isolar salas de raios X. Cada projeto é um caso a ser analisado e, para todo caso, há uma

solução.

A grande novidade nesses sistemas de construção a seco, entretanto, são os subsistemas

disponíveis, que acrescentam algumas vantagens à obra. Quando o assunto é banheiro

pode-se citar o sistema de tubulação flexível para água (PEX), os plásticos aplicados

como pisos, box, peças de fechamento de shafts, carenagens, sistema de bacia com

sistema horizontal, caixas de descarga de embutir e sistemas de proteção da estrutura

metálica interna para evitar o contato do cobre com o aço.

Na parte elétrica, o mercado já oferece caixas para tomadas e interruptores

desenvolvidas especialmente para o gesso acartonado. Elas possuem formato adequado

ao material, presilhas especiais para prendê-las nas chapas e marcação para se fazer os

furos.

Para os acabamentos existem as argamassas especiais, os laminados de revestimento

(plásticos, melamínicos) e suas colas adequadas. Peças de madeira com tratamento

especial também integram o sistema, funcionando como estrutura interna ou

componentes de reforço para fixação de cargas. Em qualquer caso, a madeira é tratada

para não apodrecer, "dar cupim" ou empenar. Portas e esquadrias também foram

desenvolvidas para o sistema. A maior novidade são as portas prontas que, fixadas com

espuma adesiva, proporcionam um encaixe perfeito.

Para o arquiteto Roberto Candusso, a implantação deste tipo de tecnologia foi o ponto

culminante para a conclusão rápida e "vencedora" do Hotel Ibis Casa Verde, em São

Paulo. A vedação interna do Ibis ganhou paredes com chapas duplas de gesso

acartonado e mantas de lã de vidro para uma acústica melhor. "Esse sistema gera

economia, limpeza e agilidade durante a obra, sem interferir nas instalações hidráulicas

que se adaptam perfeitamente à tecnologia. O sistema nasceu para inovar o mercado da

construção."

Page 69: Dicas de Construcoes

No escritório Aflalo & Gasperini Arquitetos, quase todas as obras usam gesso,

principalmente no forro. No Central Towers Paulista (duas torres com flats e

consultórios), o gesso está no forro e nas paredes. Já no projeto Água Branca, também

em São Paulo, as quatro torres de escritórios usarão placas de gesso nos shafts, paredes

internas e forros.

Fonte: Revista Arquitetura & Urbanismo - out/nov-99.

GRANITO

O granito é uma rocha formada de três minerais: mica, quartzo e feldspato. É mais duro

que o mármore. Deve-se tomar cuidado na hora da compra, porque nem tudo o que é

vendido no mercado com esse nome comercial é realmente granito. O arenito ou

quartzito, por exemplo, é uma rocha rara, mais porosa, composta de grãos de quartzo.

Os granitos de Minas Gerais são conhecidos pelos seus desenhos rebuscados, com

movimento, sem seguir um padrão. Já a Bahia é famosa pelas rochas azuis, como o

azul-macaúba e o azul-bahia, o mais caro de todos. O azul-fantástico, extraído em São

Paulo, é uma exceção a essa regra. Entre os produtos mais conhecidos, o lilás-gerais e o

verde-candeias vêm de Minas; o cinza-prata e o verde-linhares, do Ceará; o giallo-

veneziano, do Espírito Santo; o capão bonito, o cinza-mauá e o verde-ubatuba, de São

Paulo. Estes são os maiores produtores, mas todos os estados brasileiros têm granito e

há centenas de tipos diferentes.

Há quatro tipos de acabamentos possíveis: levigado, lustrado, apicoado e flameado.

Para fazer o levigado, deve-se lixá-lo com abrasivos, até deixá-lo liso. O lustramento é

bem semelhante, mas utiliza produtos químicos, além de abrasivos, o que ajuda a

impermeabilizar a rocha. O apicoado é feito com batidas de ponteiros, que deixam o

granito com furinhos, portanto, antiderrapante. Já o flameamento é obtido com maçarico

Page 70: Dicas de Construcoes

(o fogo queima alguns dos minerais da rocha, fazendo buracos e escondendo defeitos).

Os granitos que têm muita mica não podem ser flameados porque derretem.

Para a aplicação em fachadas, deve-se escolher os granitos de menor porosidade, com

granulação mais fina, como os avermelhados e os esverdeados. Em geral, os cinzas

absorvem mais água (existem exceções: o cinza-prata do Ceará, por exemplo,

praticamente não mancha). Além disso, é sempre seguro utilizar granitos escuros, nos

quais, mesmo que haja infiltração, a mancha não aparece. Mas estes cuidados serão

inúteis se não houver uma boa vedação nas juntas, entre uma placa e outra. Se isso

ocorrer, a água se acumula e acaba infiltrando, mesmo que a porosidade seja baixa.

Não é recomendável lavar o granito com água, pois ela pode entrar por entre as placas e

manchá-las. Mas a sua limpeza é simples e, em geral, não há necessidade de mais do

que um pano úmido. Devem ser evitados detergentes, cujos componentes químicos

podem corroer alguns minerais. No piso, deve-se, uma vez por mês, passar cera para

proteção. Com estes cuidados a durabilidade é imensa, muito maior do que a de quase

todos os outros materiais. Em áreas de muita circulação, é possível proteger o granito

com impermeabilizantes à base de silicone.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/96.

ILUMINAÇÃO RESIDENCIAL

A iluminação de ambientes depende da quantidade e tipo de lâmpadas e luminárias

utilizadas, e ainda da maneira como estão posicionadas no ambiente.

No Brasil, cerca de 30% da energia elétrica gasta em uma residência é utilizada para a

iluminação. Esse gasto pode ser reduzido em até 25% se alguns cuidados forem

tomados, tais como usar lâmpadas de menor potência, evitar pintar os tetos e paredes

internas com cores escuras e o uso de dimmers (dispositivos que permitem controlar a

intensidade das lâmpadas incandescentes).

O tipo de luminária influencia diretamente o rendimento das lâmpadas, assim como os

refletores das luminárias melhoram a iluminação, concentrando a luz na área desejada.

Uma iluminação direta, ao mesmo tempo em que destaca mais os objetos, acentua

sombras e irregularidades, enquanto a indireta é mais suave, não sendo adequada para

locais com atividades que exijam acuidade visual.

A escolha adequada da iluminação para cada ambiente é fundamental. Como regra,

pode-se afirmar que as lâmpadas fluorescentes são melhores para locais que ficam

muito tempo iluminados, enquanto as incandescentes são mais adequadas para

ambientes onde o acionamento das lâmpadas é constante. Segue abaixo uma orientação

geral para ambientes residenciais:

• em lugares de passagem, tais como corredores, que não necessitam de muita claridade

e onde as luzes ficam acesas por longos períodos, a lâmpada compacta fluorescente de

baixa potência seria mais adequada e econômica;

Page 71: Dicas de Construcoes

• em locais onde as luzes permanecem acesas por longos períodos, tais como sala de

estar e cozinha, poderão ser utilizadas lâmpadas fluorescentes compactas ou tubulares

(com tons mais frios), podendo-se ainda optar pelas incandescentes (com tons mais

quentes);

• nos banheiros, local onde as lâmpadas ficam geralmente acesas por curtos períodos e

são freqüentemente acionadas, as incandescentes são mais adequadas. A luminária deve

ser resistente à umidade;

• nos dormitórios, é preciso considerar quantas horas por dia as lâmpadas ficam acesas;

se não forem muitas, as incandescentes podem ser utilizadas, caso contrário, as

fluorescentes são mais adequadas, podendo também ser utilizadas luzes localizadas. Nos

quartos de crianças deve haver mais luz, pois é o lugar onde elas normalmente brincam;

• escritórios e salas de estudo requerem iluminação potente e uniforme, para a qual as

fluorescentes tubulares são mais adequadas. Deve-se evitar clarões e reflexos na

superfície de trabalho, pois causam fadiga;

• em ambientes externos, onde geralmente as lâmpadas ficam acesas a noite toda, as

lâmpadas fluorescentes são mais indicadas, podendo ainda ter sensores de luminosidade

ou temporizadores, que desligam automaticamente a lâmpada ao clarear o dia, ou de

movimento e minuterias, como os de prédios.

Fonte: Revista Consumidor S.A. - ago/98.

ILUMINÂNCIA E CÁLCULO LUMINOTÉCNICO

De acordo com as normas da ABNT, cada ambiente requer um determinado nível de

iluminância (E) ideal, estabelecido de acordo com as atividades a serem ali

desenvolvidas, segundo a tabela abaixo:

. ILUMINÂNCIA (lux) TIPO DE AMBIENTE / ATIVIDADE

CLASSE A (áreas de uso contínuo

e/ou execução de tarefas

simples)

20 - 30 - 50 - ruas públicas e estacionamentos

50 - 75 - 100 - ambientes de pouca permanência

100 - 150 - 200 - depósitos

200 - 300 - 500 - trabalhos brutos e auditórios

CLASSE B (áreas de trabalho em

geral)

500 - 750 - 1.000 - trabalhos normais: escritórios e fábricas

1.000 - 1.500 - 2.000 - trabalhos especiais: gravação, inspeção,

indústrias de tecidos

CLASSE C (áreas com tarefas

visuais minuciosas)

2.000 - 3.000 - 5.000 - trabalho contínuo e exato: eletrônica

5.000 - 7.500 - 10.000 - trabalho que exige muita exatidão:

placas eletro-eletrônicas

10.000 - 15.000 -

20.000 - trabalho minucioso especial: cirurgia

Uma vez conhecido o nível de iluminância, pode-se fazer o cálculo luminotécnico para

determinação do número de luminárias necessário para obtenção das condições

adequadas de iluminação do ambiente. Inicialmente, é preciso identificar as

características do ambiente (comprimento, largura, pé-direito e altura do plano de

trabalho), além das cores e tipos de materiais empregados na construção, já que cada um

Page 72: Dicas de Construcoes

apresenta um grau de reflexão (parte do fluxo luminoso que retorna ao ambiente)

diferente, e que também deverão ser considerados. A tabela abaixo mostra alguns

exemplos:

COR GRAU DE REFLEXÃO

Branco 70 até 80%

Preto 3 até 7%

Cinza 20 até 50%

Amarelo 50 até 70%

TIPO DE MATERIAL .

Madeira 70 até 80%

Concreto 3 até 7%

Tijolo 20 até 50%

Rocha 50 até 70%

O passo seguinte é a determinação do RCR do ambiente, através da seguinte fórmula:

RCR = [5 x h x (L + C)] / (L x C), onde:

h = pé-direito - altura do plano de trabalho;

L = largura do ambiente;

C = comprimento do ambiente.

A seguir, escolhe-se a luminária a ser utilizada. Para tanto, alguns fatores devem ser

levados em conta:

a) para a luminária:

• tipo de fonte de luz;

• distribuição de luz desejada;

• qualidade do produto;

• economia e rendimento;

• características de instalação e manutenção.

b) para as lâmpadas:

• Fluxo Luminoso - quantidade de luz, expressa em lúmens, emitida pela lâmpada, fluxo

este que permite conhecer a eficiência luminosa e calcular o consumo de cada sistema

através do levantamento de seu gasto energético;

• Temperatura de cor - grandeza, expressa em Kelvin (K), que indica a aparência de cor

da luz. Quanto mais alta, mais "fria" é a cor da luz, e quanto menor, mais "quente";

• Índice de reprodução de cor (IRC) - capacidade de reproduzir as cores com maior

fidelidade ou precisão.

A tabela abaixo mostra essas características das lâmpadas fluorescentes mais usuais:

TIPO TEMPERATURA

DE COR (K)

"COR" DA

TEMPERATURA

FLUXO

LUMINOSO

(lm)

Page 73: Dicas de Construcoes

14W 4.000 amarela 1.350

28W 4.000 amarela 2.900

16W 4.100 branca 1.070

16W

trifósforo 4.000 amarela 1.200

20W 5.000 branca 1.060

20W

trifósforo 4.000 amarela 1.350

32W 4.100 branca 2.350

32W

trifósforo 4.000 amarela 2.700

36W 6.100 branca 2.500

36W

trifósforo 4.000 amarela 3.350

40W 5.000 branca 2.700

40W

trifósforo 4.000 amarela 3.250

110W 5.000 branca 8.300

110W

trifósforo 4.000 amarela 9.350

Os fabricantes de luminárias normalmente informam, em tabelas apropriadas, o Fator de

Utilização (FU) de cada produto, número que varia em função do grau de reflexão e do

RCR do ambiente. Assim, uma vez escolhidas a luminária e as lâmpadas, verifica-se o

FU da luminária (na tabela específica) e o Fluxo Luminoso da mesma (produto do

Fluxo Luminoso da lâmpada multiplicado pela quantidade de lâmpadas da luminária), e

aplica-se a seguinte fórmula para obtenção do número de luminárias a serem utilizadas:

N = [(L x C) x E] / Fluxo da luminária x FU x FD, onde:

E = iluminância desejada para o ambiente;

FD = Fator de depreciação, normalmente adotado como 0,85, ou seja, correspondendo a

15% de perda.

Uma vez obtida a quantidade de luminárias necessárias, resta apenas locá-las no

ambiente da forma mais adequada.

Fonte: Catálogo Geral da Lumicenter / 99.

IMPERMEABILIZAÇÃO DE TIJOLOS APARENTES

Os tijolos aparentes são porosos, permeáveis e absorventes. Devido a essas

características, absorvem a água da chuva e facilitam a penetração de umidade para o

lado interno. Outra conseqüência é o aspecto degradado pela formação de bolor, fungos

e fixação de fuligem e poeira. Há, portanto, a necessidade de impermeabilizar a parte

externa, o que pode ser feito com a aplicação dos seguintes produtos:

Resinas acrílicas

• a resina acrílica à base de solvente é indicada para uso em várias áreas externas,

devido à sua impermeabilidade e alta resistência à radiação ultravioleta; é necessário o

Page 74: Dicas de Construcoes

uso de um fundo selador, também acrílico, evitando que o tijolo absorva demais a

resina, o que escureceria a superfície. O selador serve ainda para melhorar a aderência

da resina ao tijolo, evitando descascamento e escamações futuras;

• ao secar, forma uma película que não é atacada pela água nem pelos agentes

agressivos da atmosfera;

• para ser resistente à luz solar, a resina tem que ser 100% acrílica; existem resinas

acrílicas com adição de estireno que, apesar do bom desempenho em áreas internas, não

devem ser utilizadas externamente;

• tijolos com rejuntamentos profundos e retos não permitem a aplicação do selador e da

resina de maneira uniforme em toda a sua área interna, o que implica em que nos pontos

de rejuntamento onde houver falha no revestimento haverá infiltração de umidade; por

outro lado, rejuntamentos côncavos e rasos proporcionam uma película homogênea,

sem solução de continuidade, garantindo uma melhor impermeabilização;

• ambos os produtos podem ser aplicados com rolo, na face externa do tijolo; no

rejuntamento, é necessário utilizar uma trincha estreita.

Silicones

• funcionam por meio de um fenômeno chamado "aumento da tensão superficial",

tornando a superfície extremamente difícil de ser molhada;

• a aplicação deve ser feita com ‘’aspersor costal’’, um tipo de pulverizador similar aos

utilizados na agricultura ou dedetização; com este tipo de aparelho é possível aplicar a

solução de silicone mesmo em rejuntamentos profundos, o que não é possível com o

sistema acrílico. Devem ser aplicadas duas demãos ao ponto de escorrimento com

intervalo mínimo de oito horas. A concentração de 6% é a mais apropriada para um

tratamento eficiente;

• não são indicadas as aplicações com trincha, pincel ou rolo, devido a irregularidades

que promovem na quantidade de material depositado na superfície.

Fonte: Revista Lojas – set-out/97.

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

O uso da eletricidade requer uma rede complexa de ligações que começa no poste da

concessionária e termina em soquetes e tomadas. Para que tudo isso funcione direito, é

necessário um projeto elétrico, elaborado por profissional especializado. Desenvolvido a

partir do projeto de arquitetura, ele define os pontos de luz e eletricidade da edificação,

de acordo com as necessidades de cada ambiente e considerando os aparelhos

eletroeletrônicos a ser instalados, determinando o porte da instalação, estabelecendo

circuitos e especificando os materiais a ser utilizados.

As instalações elétricas consomem entre 12 a 17% do custo total da construção. Assim,

é importante que esse dinheiro seja bem empregado. Os principais elementos utilizados

Page 75: Dicas de Construcoes

são:

• poste de recepção - indispensável para a entrada de energia na casa, ele deve atender

às especificações da concessionária. Pode ser produzido em ferro ou concreto. Os de

ferro têm formato circular e são indicados para uma potência máxima de 12 kW. Já os

de concreto não possuem limite de potência e podem ser encontrados prontos ou

concretados na própria obra. Nesse caso, seu projeto deve ser aprovado pela

concessionária. Para não haver riscos de energização, o poste deve receber um isolante

de porcelana (braquete), instalado no topo e ligado ao cabo que traz a energia do poste

público. A ele também estão ligados os cabos que levam a energia do poste até a caixa

de medição.

• caixa de medição - colocada do lado de fora da casa, ela é dividida em duas partes. De

um lado fica o medidor de consumo instalado pela concessionária e, paralelamente, o

dispositivo de proteção - disjuntor ou chave seccionada acoplada a fusíveis. Em caso de

sobrecarga ou curto-circuito, o dispositivo interrompe a corrente elétrica. Para regiões

litorâneas e úmidas a caixa deve ser produzida em fibra de vidro. Para as demais, os

modelos metálicos não apresentam inconvenientes.

• quadro geral - os de metal ou fibra de vidro são melhores, devendo ser descartados

aqueles produzidos em materiais combustíveis, como, por exemplo, madeira. Nesse

quadro, os circuitos que compõem a instalação devem estar agrupados separadamente,

conforme indica a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): um para

iluminação, outro para tomadas em geral, mais um outro para tomadas de cozinha, além

de um circuito exclusivo para cada aparelho com potência superior a 1.000 W, como

microondas, lava-louças e chuveiros, devido a alta carga que possuem. Essa distribuição

é mais segura e tem um caráter prático: se alguma tomada sofrer pane, a iluminação do

ambiente não será comprometida, facilitando o conserto.

• fusíveis e disjuntores - são essenciais para proteger a instalação contra sobrecargas ou

curto-circuitos. Os antigos e tradicionais fusíveis contêm um condutor metálico que se

rompe (queima) quando a intensidade da corrente é superior à sua capacidade, de acordo

com a instalação. Depois de queimado ele pode ser substituído, mas, no caso de voltar a

queimar, é conveniente buscar um eletricista para descobrir a causa dessas contínuas

interrupções de corrente. São fabricados em papelão resistente (tipo cartucho), cerâmica

e resina, não havendo grandes diferenças quanto ao funcionamento. Os disjuntores

atuam da mesma forma, mas têm a vantagem de não requerer substituição: eles

desligam a corrente quando percebem alterações e podem ser rearmados em seguida.

São considerados mais práticos e eficazes do que os fusíveis.

• Diferencial Residual - trata-se de um dispositivo de segurança de uso recomendado

pela ABNT e conhecido pela sigla DR. Trata-se de um disjuntor supersensível às

menores fugas de corrente, ocasionadas, por exemplo, por fios descascados ou por uma

criança que introduza o dedo ou qualquer objeto numa tomada. De atuação imediata, ele

interrompe a corrente assim que verifica anomalias. É possível instalar um único DR na

caixa de medição ou um para cada circuito, nesse caso, colocados no quadro geral.

• eletrodutos - conduítes por onde correm os fios e cabos que formam a instalação.

Podem ser encontrados em ferro, aço esmaltado ou galvanizado, ou ainda em PVC, o

mais prático. Quando necessária, a conexão desses tubos é feita com peças apropriadas

Page 76: Dicas de Construcoes

a cada uso: curvas para cantos de parede, luvas para linhas retas e buchas e arruelas no

encontro com caixas de tomadas e interruptores.

• fios e cabos - são condutores de energia que se diferenciam apenas quanto à forma e

aplicação. O fio é formado por um único condutor, não flexível e utilizado em

instalações retilíneas ou quando existirem somente curvas suaves. O cabo é constituído

por um conjunto de fios, isolados ou não entre si, próprios para instalações com curvas

acentuadas e para aparelhos elétricos em geral, devido à sua grande flexibilidade.

Tecnicamente eles são iguais, pois com a mesma bitola - área condutora - têm idêntica

capacidade de condução de energia. De acordo com as normas da ABNT, seu

revestimento, geralmente em PVC, deve ser isolante e anti-chama, o que é identificado

pela sigla BWF impressa em toda a sua extensão. O condutor deve ser em cobre ou

alumínio, sempre da mais alta pureza, facilitando a passagem de energia e evitando

perdas. A corrente a ser transportada é que determina a bitola necessária. Ela varia de 16

e 50 mm² no percurso entre os quadros de entrada e distribuição e cai para áreas

condutoras de 2,5 a 6,0 mm², quando destinada a atender equipamentos de 110 ou 220

V.

• conectores - para unir fios e cabos existem três opções: a tradicional fita isolante, que

deve ser de alta qualidade; os pequenos conectores em plástico por fora e metal

internamente que seguram os fios por meio de pressão; ou ainda os conectores maiores,

em formato de cubo ou barra, produzidos em plásticos ABS, cerâmica ou polietileno,

que seguram os fios através de pequenos parafusos.

• tomadas, interruptores e outros pontos - a partir do quadro de distribuição, os fios ou

cabos são conduzidos a diversos pontos da casa, chegando até soquetes, interruptores ou

tomadas. Quanto aos soquetes para lâmpadas incandescentes, existem dois tipos: os de

porcelana e os de baquelita, mais indicados para uso em abajures. Já as fluorescentes

exigem soquetes especiais (de aperto ou carrapicho). As caixas de tomadas e

interruptores (em geral com medidas de 4" x 2" ou 4" x 4") são produzidas em metal ou

em PVC e podem ser encontradas também no formato octogonal. Quanto às tomadas,

existem dois tipos: bipolar (dois pólos, como a de um secador ou a da TV) e a tripolar

(dois pólos mais o terra, como a do computador), ambas com entrada para plugues

redondos ou chatos. Embora poucos produtos nacionais tenham plugues tripolares, esse

é o tipo de tomada mais seguro e de uso recomendado pela ABNT. Vale lembrar que

para intensidades de corrente superior a 15 ampères devem ser instaladas tomadas

específicas. Os interruptores podem ter ligação simples, paralela, (acionamento em dois

pontos diferentes) e intermediária (liga e desliga em três pontos distintos). A escolha

depende das conveniências.

• transformadores e reatores - entre as lâmpadas de uso residencial disponível no

mercado, duas exigem peças especiais para seu funcionamento: as fluorescentes

precisam de reatores - dispositivos de partida - subdivididos em convencional e os de

partida rápida (simultânea ao toque no interruptor). Para as dicróicas, que funcionam em

12 V, é imprescindível um transformador para 110 ou 220 V, normalmente vendido em

conjunto com as próprias lâmpadas.

• lâmpadas - São vários os tipos e modelos para uso residencial, e a escolha vai

depender apenas dos gostos de cada um e da linha adotada pelo projeto (ver dica

específica a esse respeito).

Page 77: Dicas de Construcoes

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - ago/92.

JARDIM JAPONÊS

No jardim japonês, surgido nos templos budistas, cada elemento tem seu significado.

Originalmente, as flores não são usadas, pois se transformam constantemente. Os

principais elementos são:

• o lago e as carpas: água é vida, daí a importâcia do lago. Nele, vivem as carpas,

símbolo de fertilidade e prosperidade. A variedade Nishiki-koi, rara, exige água

cristalina. Para tanto, podem ser instalados uma bomba e um filtro biológico (do tipo

carvão ativado), garantindo a circulação da água;

• a queda d'água: além de oxigenar a água, a cascata significa a continuidade da vida. E

como a vida, ela segue um ciclo representado pela intensidade da água. Pode ser

controlada por um timer conectado à bomba;

• a lanterna: é um elemento que induz à concentração, ajudando a clarear a mente. Os

pontos de luz são estrategicamente distribuídos para não ofuscarem a visão. A lâmpada

indicada é de 15 watts;

• as pedras das cascatas: o centro do jardim. A pedra colocada na posição vertical

representa a figura do pai, e a da horizontal, a mãe. Dela, brota a água. As outras pedras,

simbolizando os descendentes, são distribuídas em torno do lago e entremeadas pela

vegetação, composta de azaléias, camélias e bambus, podados para permanecerem

sempre iguais;

• o bambu e os adornos: os galhos do bambu são amarrados, direcionando o

crescimento para que a planta se curve para o lago, como em reverência. O sino de

vento e os macacos de cerâmica, fixados na planta, trazem o som da natureza e a

felicidade.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - fev/98.

JARDIM SOBRE A LAJE DE COBERTURA

A colocação de gramados, arbustos, flores e até mesmo árvores sobre a laje de cobertura

pode transformar um espaço esquecido da casa num jardim particular. Porém, isso

requer uma consulta prévia a um arquiteto/engenheiro e um paisagista, uma vez que as

lajes devem ser dimensionadas, na fase de projeto, de acordo com o volume de terra a

ser usado, que, por sua vez, será determinado pelo porte das plantas.

Alguns cuidados são essenciais, como a colocação de ralos em número suficiente para

escoar bem a água. A posição exata deles deve ficar definida em planta, pois, em caso

de eventuais vazamentos de água, será fácil localizar e abrir o local para conserto. A

impermeabilização é outro passo importante, apesar de simples: aplica-se uma manta

asfáltica, já que a própria terra protege a laje da ação do sol e da chuva. Antes de

Page 78: Dicas de Construcoes

colocar a terra, aplica-se uma camada de argila expandida e uma manta de bidim (ver

ilustração).

Se houver um acesso para a água, é possível regar e adubar manualmente. Recomenda-

se a adubação foliar, que faz com que as raízes cresçam menos, pois páram de procurar

o alimento no solo, acostumando-se a recebê-lo por via aérea, evitando que se

enrosquem e entupam os ralos.

• Drenagem - a cada 3m lineares, coloca-se um ralo. Aplica-se uma fina tela de arame

sobre cada um, evitando que as raízes cresçam para dentro dos canos.

• Impermeabilização - esta superfície tem de ser impermeabilizada com manta asfáltica,

um processo rápido e simples, feito por firmas especializadas.

• Argila expandida - coloca-se diretamente sobre a laje impermeabilizada, permitindo

um escoamento eficaz da água e evitando que o solo fique encharcado. A camada

previne entupimentos, já que separa a terra do ralo.

• Manta de bidim - deve ser esticada sobre a argila expandida e colada à paredes da laje.

Funciona como um filtro, retendo impurezas. Por isso, a água segue mais limpa para o

ralo.

• Solo preparado - para uma boa drenagem, evita-se usar terra argilosa. Uma boa

mistura leva quatro partes de terra mista (terra de barranco, sem ervas daninhas e

sementes), uma parte de areia lavada, fina, e uma parte de humus, para alimentar o solo.

Joga-se o preparado sobre a manta de bidim, finalizando o trabalho.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mar/95.

JUNTAS EM PISOS INDUSTRIAIS DE CONCRETO

Introdução

Page 79: Dicas de Construcoes

Há, na literatura técnica, uma grande lacuna no que se refere ao projeto de juntas. Com

o objetivo de reduzir esta deficiência, este trabalho apresenta critérios para

dimensionamento e desenvolvimento do projeto geométrico das juntas, principais tipos

empregados em pisos industriais e pavimentos estruturalmente armados, e

dimensionamento dos dispositivos de transferência de cargas. Aborda também critérios

para o controle da qualidade de execução e recebimento das juntas.

Ao longo do tempo, o aumento dos carregamentos e, conseqüentemente, das tensões nos

pisos industriais vem preocupando os profissionais da área. Soluções de

dimensionamento têm sido estudadas, porém todas elevam a responsabilidade das

juntas, pelo fato de que o aumento das cargas leva ao aumento das tensões nas juntas e

das deformações dos pisos industriais. Várias alternativas para elevar a eficiência nas

transferências de carga entre placas de concreto foram experimentadas, tais como

espessamento das bordas das placas, juntas com encaixes do tipo macho-e-fêmea com

ou sem barras de ligação, aumento da capacidade de suporte da sub-base, juntas com

utilização de barras de transferência ou barras de ligação e outras.

Função das juntas

Todo piso industrial em concreto está sujeito a tensões devido a diversas causas, como

retração do concreto, retrações e dilatações causadas por variações térmicas ou

higrotérmicas, empenamento das placas e carregamento - seja ele estático (cargas

distribuídas ou pontuais, como as de prateleiras) ou móvel (empilhadeiras de rodas

pneumáticas ou rígidas). Parte dessas tensões provoca uma sensível redução da vida útil

do pavimento, caso não sejam devidamente consideradas (ERES Consultants, 1996). O

projeto deve prever dispositivos, detalhes construtivos, reforços estruturais e

especificações de materiais adequados a cada tipo de solicitação.

Dentre estes dispositivos ou detalhes construtivos estão as juntas, definidas como um

"detalhe construtivo que deve permitir as movimentações de retração e dilatação do

concreto e a adequada transferência de carga entre placas contíguas, mantendo a

planicidade, assegurando a qualidade do piso e o conforto de rolamento". É importante

ressaltar que as juntas devem permitir a adequada transferência de carga entre placas

contíguas. Pode-se avaliar pela Figura 1 as condições de trabalho das juntas.

Quando se tem uma carga na proximidade da borda, existe uma deformação natural da

placa de concreto do piso proporcional à magnitude da carga, espessura da placa,

Page 80: Dicas de Construcoes

módulo de elasticidade dos materiais envolvidos e condições de suporte da placa,

gerando a descontinuidade da superfície do piso, alterando as condições de rolamento,

conforto e segurança.

Na Figura 1 pode-se notar a existência de uma patologia na placa da direita, devido à

passagem da roda do veículo. Este problema, conhecido como esborcinamento das

bordas, é comum em pisos que não possuem a adequada transferência de carga, como

demonstrado na Figura 2.

A recomendação prática para placas de concreto simples é de que a relação entre largura

e comprimento seja de 1:1,5. Existem organismos internacionais que sugerem placas

ainda menores, como por exemplo, a relação de 1:1,25, ou seja, para placas com largura

de 3,6 m têm-se comprimentos de 4,5 m.

Para os pavimentos armados esta relação fica por conta das questões executivas.

Pode-se notar pela Figura 2 que, quando há adequada transferência de carga através de

um dispositivo devidamente dimensionado (ver item 5 - Dimensionamento dos

Mecanismos de Transferência de Carga), preparado e posicionado, tem-se assegurada a

durabilidade do piso de concreto.

Tipos de juntas

Para os pisos industriais, poucos são os tipos de juntas necessárias para que se tenha

sucesso na realização da obra. As juntas podem ser classificadas em:

• junta longitudinal de construção (JC) - são as juntas construtivas de um pavimento,

sendo que o seu espaçamento está limitado pelo tipo de equipamento utilizado,

geometria da área e índices de planicidade a serem obtidos. As juntas de construção

podem possuir encaixes do tipo macho-e-fêmea ou utilizar barras de transferência

(Figura 3). As do tipo macho-e-fêmea têm sido menos empregadas devido à sua baixa

capacidade de transferência de carga, dificuldades executivas e principalmente grande

ocorrência de fissuras próximas das bordas. Este tipo de dispositivo de transferência de

carga não deve ser utilizado para pisos com espessura menor do que 15 cm.

Page 81: Dicas de Construcoes

A Figura 3 apresenta a seção típica de uma junta de construção com uso de barras de

transferência. É importante destacar o posicionamento das barras de transferência e da

tela soldada.

• junta serrada (JS) - o processo construtivo utilizado atualmente prevê a concretagem

em faixas limitadas em sua largura pelas juntas longitudinais de construção. Logo após

o processo de acabamento do concreto, deve-se iniciar o corte das juntas transversais de

retração, também conhecidas como juntas serradas (Figura 4). Um grande desafio das

empresas que executam este tipo de obra é a determinação do melhor momento de início

deste processo. Em geral, este tempo é cerca de 10 horas após o lançamento do

concreto, porém, existe uma grande variação, de acordo com o tipo de cimento,

temperatura ambiente, relação água/cimento, tipos e dosagem de aditivos, ventos e

outros fatores externos.

O corte deve ter (Rodrigues & Cassaro, 1998) profundidade da ordem de 1/3 da

espessura da placa, recomendando-se no mínimo 40 mm. A Figura 4 apresenta seção

transversal típica.

• junta de expansão (JE) - são fundamentais para isolar o piso das outras estruturas,

como vigas-baldrames, blocos de concreto, bases de máquinas ou outras (Figura 5). Esta

é uma premissa que faz com que o piso trabalhe independente das outras estruturas

existentes. Nos casos de pilares e pequenas aberturas nos pisos, normalmente se utiliza a

solução apresentada na Figura 6, também conhecida como junta tipo diamante.

Page 82: Dicas de Construcoes

A utilização de junta de expansão entre placas, também conhecida como junta de

dilatação (JD), não é usual em pisos industriais, ocorrendo apenas em situações

especiais, como mudança de direção de tráfego, fato comum em docas de recebimento

de materiais. Este detalhe construtivo é muito semelhante ao da junta de construção,

sendo necessário prever um capuz no final da barra de transferência com folga

aproximada de 20 mm (Figura 7).

Mecanismos de transferência de carga

A necessidade dos mecanismos de transferência de carga fica evidente diante das

tensões que ocorrem devido à posição da carga em relação às juntas, conforme

apresentado na Figura 8. A necessidade dos mecanismos de transferência de carga fica

evidente diante das tensões que ocorrem devido à posição da carga em relação às juntas,

conforme apresentado na Figura 8.

A carga no interior da placa (posição 2) é a que apresenta a menor solicitação, enquanto

a localizada na borda longitudinal livre (posição 3) é a que apresenta a maior

solicitação. Para efeitos comparativos, pode-se dizer que se o momento gerado pela

carga na posição 1 for igual a 1,0, essa mesma carga produzirá na posição 2 um

momento igual a 0,7 e na posição 3 um momento igual a 1,4. Portanto, caso não sejam

previstos mecanismos de transferência de carga nas juntas, de forma a garantir a

continuidade do pavimento, o dimensionamento deveria ser efetuado pela posição de

carga mais desfavorável. Esse procedimento acabaria por gerar pisos de espessuras

Page 83: Dicas de Construcoes

elevadas e antieconômicas, além de não garantirem a imobilidade vertical necessária.

Modernamente, os pisos são dimensionados de modo a garantir a continuidade nas

juntas, isto é, dotando-as de mecanismos eficientes, permitindo que o dimensionamento

seja feito considerando a carga atuando longe das bordas livres. Os mecanismos mais

comuns são as barras de transferência, empregadas tanto nas juntas longitudinais de

construção ou serradas como nas juntas transversais serradas; outro tipo são as juntas

macho-e-fêmea, empregadas nas juntas longitudinais de construção e apresentadas no

item 3.

O tipo mais comum é constituído pelas barras de transferência em função da praticidade

e da eficácia que ele permite. O sistema macho-e-fêmea deve ser evitado devido à sua

baixa eficiência em aplicações industriais (ACI, 1996). Neste sistema, a transferência de

carga depende da união entre as duas faces da junta; nos pavimentos rodoviários, essa

união é garantida por barras de ligação. Nos pisos industriais não é possível o emprego

desse recurso, o que restringiria os movimentos de retração da placa, com conseqüente

descolamento das faces, tornando o sistema ineficiente (Figura 9).

Existem outros mecanismos de transferência que podem ser considerados, como pelo

entrosamento dos agregados, mas sua eficiência depende de uma abertura máxima de

juntas inferior a 1 mm (ACI, 1996), limitando o comprimento da placa em poucos

metros. Outro sistema, composto por chapas planas em formato triangular (Walker &

Roland, 1998), pode ser empregado em juntas de construção, estando em estágio

experimental de utilização. Sua principal vantagem é permitir o movimento horizontal

da placa em duas direções, ortogonal e paralela ao seu eixo principal.

Embora as barras de transferência sejam as preferidas nos pisos industriais, é importante

salientar que sua eficiência é inversamente proporcional à folga com o concreto;

práticas como envelopar com mangueira, plásticos ou papel ou mesmo retirar as barras

para facilitar a remoção das formas são condenáveis, pois facilitam em demasia a perda

da qualidade da junta.

Dimensionamento das barras de transferência

As barras de transferência têm o seu desempenho ditado por dois parâmetros principais:

o espaçamento e o diâmetro das barras. Secundariamente, é função também da abertura

da junta (Yoder & Witczak, 1975). É prática comum o emprego do espaçamento fixo,

geralmente 30 cm, e diâmetro conforme a espessura do piso (Rodrigues & Cassaro,

1998).

A Tabela 1 permite que o diâmetro da barra seja adotado com relativa facilidade.

Entretanto, deve-se lembrar que o seu estabelecimento foi feito com base em pisos e

pavimentos de concreto simples, isto é, aqueles em que os esforços atuantes são

Page 84: Dicas de Construcoes

resistidos apenas pela resistência à tração na flexão do concreto. As barras de

transferência têm o seu desempenho ditado por dois parâmetros principais: o

espaçamento e o diâmetro das barras. Secundariamente, é função também da abertura da

junta (Yoder & Witczak, 1975). É prática comum o emprego do espaçamento fixo,

geralmente 30 cm, e diâmetro conforme a espessura do piso (Rodrigues & Cassaro,

1998).

A Tabela 1 permite que o diâmetro da barra seja adotado com relativa facilidade.

Entretanto, deve-se lembrar que o seu estabelecimento foi feito com base em pisos e

pavimentos de concreto simples, isto é, aqueles em que os esforços atuantes são

resistidos apenas pela resistência à tração na flexão do concreto.

Tabela 1

Espessura da

placa (mm)

Diâmetro da

barra (mm)

Comprimento

da barra (cm)

Espaçamento

(cm)

125 16 40 30

150 20 40 30

200 25 46 30

> 250 32 46 30

Modernamente, com o aprimoramento dos processos de cálculo e o advento de novas

tecnologias, tem-se observado expressiva redução nas espessuras dos pisos industriais -

por exemplo, 15 cm onde antes eram necessários 24 cm. As tensões atuantes nas barras

de transferência estão intimamente ligadas à espessura da placa, através do raio de

rigidez relativo l:

Onde:

E = módulo de elasticidade do concreto

h = espessura da placa de concreto

v = coeficiente de Poisson do concreto, tomado como 0,15

k = coeficiente de recalque da fundação

Para avaliar a influência do raio de rigidez relativo na força aplicada nas barras de

transferência, pode-se comparar, por exemplo, uma carga P aplicada em uma junta,

exatamente no alinhamento de uma barra de transferência. A tendência natural é que

essa força distribua-se com maior intensidade na barra em seu alinhamento, enquanto as

barras adjacentes recebem um esforço menor, proporcional à distância em que se

encontram do centro de aplicação de cargas. A influência da carga se fará sentir até uma

distância igual a 1,8 vez o raio de rigidez relativo. Portanto, quanto maior ele for, mais

barras estarão repartindo o esforço aplicado.

Com base na figura 10, pode-se ter os seguintes esforços aplicados, quando a carga

estiver posicionada no interior da placa.

Page 85: Dicas de Construcoes

a = 1

b1 = c1, b2 = c2, ... bn = cn

bn = 1 - (n . x / 1,8 l)

Onde:

n = número da barra

x = espaçamento entre barras

l = raio de rigidez

O esforço atuante na barra mais solicitada, situada imediatamente abaixo da carga,

considerando a junta com 100% de eficiência, será:

Pa = 0,5P / {[1 + [2 . (b1 + b2 + ... + bn)]}

Onde:

P = carga aplicada (kgf)

Quando a barra se situa mais próxima a uma borda livre, o esforço atuante na barra mais

solicitada será:

Pa = 0,5P / [1 + (b1 + b2 + ... + bn)]

Onde:

P = carga aplicada (kgf)

A análise das duas expressões permite de imediato perceber que a barra mais solicitada

estará sempre próxima a uma borda livre. Quando houver mais de uma força atuando na

junta, o efeito nas barras deve ser superposto. Esse modelo, proposto por Friberg (Yoder

& Witczak, 1975), admite que a placa de concreto seja absolutamente rígida e, portanto,

o subleito acaba não recebendo esforços, o que, na realidade, não ocorre; logo, as cargas

nas barras assim avaliadas acabam sendo maiores do que o calculado.

Page 86: Dicas de Construcoes

Vamos supor, por exemplo, uma junta com barras espaçadas a cada 30 cm, com

eficiência de 100%, isto é, que distribui igualmente os esforços nos dois lados da junta,

e carga P aplicada coincidentemente no eixo de uma barra. Se l = 80 cm, a barra mais

solicitada estará recebendo um esforço equivalente a 0,05 P; se l = 0,50 cm, o esforço

será 0,08 P, ou seja, 60% maior do que na placa mais rígida.

Quando uma carga Pa atua em uma barra imersa no concreto, conforme mostra a figura

11 (Huang, 1993), apresenta-se a seguinte rigidez:

Onde:

K = módulo de suporte da barra de transferência (podendo ser considerado =

0,41.106MPa/m)

E = módulo de elasticidade do aço (210GPa)

b = diâmetro da barra de transferência (cm)

I = momento de inércia da barra de transferência

A deformação y (m) da barra é dada por:

y = Pa a, onde a = (2 + zbb) / (4b 3

EI) (ver tabela 2) e z é a abertura da junta.

A tensão de apoio no concreto (MPa) é imediata:

s = Ky

A análise das expressões indica que a deformação e a tensão, fixadas as propriedades

geométricas e mecânicas da barra, irão variar com a abertura da junta. Por exemplo, a

tensão de apoio (barra de 20 mm) em uma junta de dilatação pode ser de 10% (abertura

de 10 mm) a 25% (abertura de 25 mm) maior que numa junta de retração (abertura de 4

mm).

Nas juntas serradas, a abertura é função da retração hidráulica do concreto, dimensões

das placas e do tipo de piso empregado; por exemplo, os pisos estruturalmente armados

apresentam menor abertura de junta em função da restrição imposta pelas armaduras.

A tensão de apoio admissível é determinada pela expressão (adaptada de Huang, 1993):

s adm = [(10 - b) / 7,5] . fck

Page 87: Dicas de Construcoes

No caso dessa tensão ser ultrapassada, ocorrerá o esmagamento do concreto em contato

com a barra, com o conseqüente aumento da deformação. Uma vez ultrapassado o valor

da deformação que ocorre para a carga situada no interior da placa, a borda passa a ser

mais solicitada, devido à perda de eficiência da junta.

O processo de degradação passa a ser contínuo, pois a sub-base é mais solicitada,

perdendo capacidade de suporte e aumentando a deformação na junta até que ocorra o

colapso estrutural.

Cuidados no projeto geométrico

Tão importante quanto o dimensionamento da seção transversal, o projeto geométrico

deve ter alguns cuidados que permitam a execução da obra, garantam a durabilidade do

piso, reduzam o custo de manutenção e, ainda, assegurem a perfeita utilização, de

acordo com o tipo de equipamento a ser utilizado.

Seguem abaixo alguns dos cuidados básicos a serem seguidos:

• a largura da faixa de concretagem deve ser consistente com os índices de planicidade

exigidos para o uso do piso;

• no caso de haver cargas de prateleiras ou estantes, recomenda-se que as juntas

longitudinais de construção sejam paralelas com a estante e distantes cerca de 15 cm dos

montantes;

• as juntas devem ser alinhadas aos cantos internos do piso (Figura 12);

• o comprimento de um trecho de junta de construção ou serrada deve ser no mínimo

igual a 50 cm de comprimento (Figura 13);

• prever ângulos de encontro entre juntas sempre maiores do que 90º (Figuras 13);

• uma junta de construção ou serrada deve sempre encontrar uma curva em ângulo igual

a 90º (Figuras 13 e 15);

• uma junta de construção ou serrada não pode terminar em outra junta de construção ou

serrada, sempre deverá terminar em uma junta de expansão (Figura 14).

Page 88: Dicas de Construcoes

Selantes

O mercado oferece uma vasta gama de materiais para preenchimento de juntas, tanto

moldados in loco como pré-moldados, sendo estes menos utilizados em função da pouca

praticidade que oferecem. A preferência é dada aos moldados in loco, geralmente

constituídos por poliuretano ou asfalto modificado, mono ou bicomponentes, havendo

também a família dos silicones. Entretanto, quando é previsto o tráfego de veículos de

rodas rígidas, notadamente as de pequeno diâmetro, os únicos selantes capazes de

apresentar adequado suporte às tensões geradas nas bordas da junta são o polissulfeto,

uretano e epóxi bicomponente. A dureza desses materiais deve ser de no mínimo 80

(Shore A) e devem ter teor de sólidos de 100% (ACI, 1996). O mercado oferece uma

vasta gama de materiais para preenchimento de juntas, tanto moldados in loco como

pré-moldados, sendo estes menos utilizados em função da pouca praticidade que

oferecem. A preferência é dada aos moldados in loco, geralmente constituídos por

poliuretano ou asfalto modificado, mono ou bicomponentes, havendo também a família

dos silicones. Entretanto, quando é previsto o tráfego de veículos de rodas rígidas,

notadamente as de pequeno diâmetro, os únicos selantes capazes de apresentar

adequado suporte às tensões geradas nas bordas da junta são o polissulfeto, uretano e

epóxi bicomponente. A dureza desses materiais deve ser de no mínimo 80 (Shore A) e

devem ter teor de sólidos de 100% (ACI, 1996).

Controle da qualidade - recebimento

As juntas do piso deverão obedecer, no mínimo, aos seguintes requisitos:

• as barras de transferência devem ser posicionadas de modo que o desvio máximo com

relação ao espaçamento de projeto seja inferior a 25 mm;

• o alinhamento das juntas construtivas não deve variar mais do que 10 mm ao longo de

3 m;

• nas juntas serradas, a profundidade do corte não deve variar mais do que 5 mm com

relação à profundidade de projeto.

Page 89: Dicas de Construcoes

Autores: Públio Penna Firme Rodrigues, engenheiro civil, mestre em engenharia

pela Poli/USP e diretor da LPE Engenharia e Consultoria e Wagner Edson

Gasparetto, engenheiro civil, chefe de Desenvolvimento de Mercado da Gerdau Aço

para Construção Civil, na Revista Téchne - set/out-99.

LAMINADOS SINTÉTICOS

Diferenças quanto à composição química e até mesmo nas técnicas de instalação fazem

com que cada tipo de revestimento sintético tenha uma finalidade específica. Seguem

abaixo as principais características de cada tipo:

PISO DE BORRACHA

• placas de borracha sintética, vulcanizadas sob altas temperaturas e pressão e moldadas

em fôrmas;

• utilização em ambientes externos ou internos, com ótimo desempenho em escritórios,

saunas, clubes, etc, podendo também revestir paredes e tetos;

• não trocam calor com o ambiente, são antialérgicas, antiderrapantes e apresentam boa

absorção acústica;

• resistem a impactos sem marcar e não são afetadas por pontas de cigarro;

• são suscetíveis a ácidos e derivados de petróleo;

• normalmente, as com espessura inferior a 4 mm são lisas na parte de baixo e fixadas

com cola à base de benzina; as de maior espessura (até 15 mm) possuem garras que

auxiliam na fixação com argamassa apropriada;

• o uso de placas sem garras somente é recomendado para ambientes internos, livres de

umidade e de tráfego leve. Também podem ser colocadas sobre outras bases, como

pedras, tacos ou cerâmicas, desde que em bom estado;

• as de garras médias são apropriadas para áreas internas e úmidas, como banheiros,

podendo também ser utilizadas em garagens;

• para uso externo, recomenda-se as de garras maiores, com grande resistência às

intempéries, que também podem ser utilizadas em ambientes de tráfego pesado;

• a base ideal é um contrapiso sem desníveis ou irregularidades e completamente livre

de umidade;

• as placas fixadas com cola não devem receber água diretamente para limpeza

(recomenda-se utilização de panos úmidos);

• as peças pretas podem ser limpas com água e sabão comum, enquanto a limpeza das

coloridas é feita com água e detergente suave.

Page 90: Dicas de Construcoes

LAMINADO MELAMÍNICO

• produzido à base de celulose e resinas fenólicas sob alta pressão, encontrado no

formato de réguas ou placas;

• utilização como revestimento de móveis, paredes e pisos de ambientes internos e de

tráfego leve;

• não troca calor com o ambiente;

• antiderrapante (mesmo quando molhado), impermeável e antialérgico;

• imune a pontas de cigarros, riscos e quedas de objetos, mas sensível a sapóleo, soda

cáustica, água sanitária e ácidos;

• fixação com cola ou argamassa;

• quando assentado sobre base de argamassa sem irregularidades, pode ser lavado com

água e sabão;

• pode ser colocado sobre tacos e cerâmicas.

LAMINADO VINÍLICO

• produzido à base de policloreto de vinila (PVC), é encontrado nos tipos flexível (em

rolos) e semiflexível (em placas);

a) flexível

• PVC aplicado em camadas reforçadas por mantas de vidro, geralmente apresentado em

rolos de 2 m de largura por 20 m de comprimento;

• indicado para áreas internas de tráfego leve;

• antialérgico, não propaga chamas e resiste a temperaturas de até 120ºC;

• fixado com cola especial sobre um cimentado seco e sem oleosidade ou sobre piso

existente em bom estado de conservação. Quando bem colocado, dá a impressão de não

ter emenda;

• pontas de cigarro mancham o produto, que também é sensível a derivados de petróleo

e está sujeito a marcas e riscos;

• limpeza com aspirador, vassoura macia e pano úmido; a água não deve ser jogada

diretamente sobre ele.

b) semiflexível

• composto por PVC, plastificantes, carga mineral e pigmentos;

Page 91: Dicas de Construcoes

• de acordo com o modelo, suporta do tráfego leve ao medianamente intenso;

• antialérgico e termoestável, resiste a temperaturas de até 120ºC;

• fixado com cola à base de borracha sintética sobre base de argamassa ou piso existente

em bom estado de conservação;

• limpeza com pano úmido, pode ser encerado com cera diluída em água. Não deve ser

exposto a derivados de petróleo.

TERMOVINÍLICOS

• composto de ligas vinílicas, fibras sintéticas e cargas minerais, encontrado em placas

com espessura variando em torno de 4 mm;

• uso interno ou externo;

• suporta grandes cargas;

• resistente a impactos, riscos, líquidos quentes, pontas de cigarro e ácidos;

• não troca calor com o ambiente, não propaga chamas e resiste a até 100ºC;

• fixado com adesivo para pisos ou com cola asfáltica;

• em ambientes de tráfego pesado, deve ser fixado sobre base de argamassa;

• o contrapiso deve estar limpo, seco, livre de óleo e irregularidades;

• pode ser lavado com água e sabão, quando assentado com argamassa. Nos demais

casos, a limpeza é feita com pano úmido.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - ago/92.

LAREIRAS

O bom funcionamento de uma lareira depende de técnica e certos cuidados, garantindo

que a fumaça não invada a sala e nem haja perda de calor, o que requer um projeto e um

dimensionamento adequados.

O aquecimento deve ser compatível com o tamanho do ambiente e número médio de

pessoas que a freqüentam. Porém, a temperatura final é determinada pela quantidade de

lenha queimada, além da correta condução e lançamento, pela chaminé, para o exterior

dos gases liberados na combustão.

Page 92: Dicas de Construcoes

A estrutura de uma lareira é composta por três partes

fundamentais: caixa ou câmara de fogo, coifa ou caixa de

fumaça, e duto ou chaminé. Cada qual desempenha funções

específicas, mas interdependentes entre si.

Na caixa de fogo, o elemento principal é a chamada boca (a

abertura da lareira para o ambiente), cujas dimensões (altura e

largura) devem estar de acordo com as medidas do local onde

será instalada. Mais para dentro da caixa de fogo, onde se

deposita a lenha, outro segredo: a parede de fundo inclinada.

Sua função é empurrar as ondas de calor rumo ao piso do

ambiente. Assim, o ar aquecido, que é mais leve e tende a subir,

faz aumentar a temperatura do ambiente.

Logo acima da caixa de fogo, vem a coifa, com formato

semelhante a um funil de cabeça para baixo. Ela capta a fumaça,

ao mesmo tempo que detém o ar frio que desce pela chaminé.

Nessa etapa, é fundamental a garganta, uma abertura, regulável,

cuja medida deve ser exatamente igual à área seccional do duto.

Coifa e chaminé, em especial, garantem um funcionamento

limpo do sistema, no que concerne à fumaça e à fuligem. A

finalidade da garganta da coifa é conduzir a fumaça para fora e

impedir que o ar frio desça pela chaminé e incida sobre o fogo,

espalhando fumaça e cinzas, daí a importância de um bom

dimensionamento.

A alvenaria substituiu os graúdos blocos de pedra antigamente utilizados nas lareiras.

Além da alternativa de se contratar um pedreiro para construí-la, há modelos pré-

fabricados à venda na forma de kits e em medidas padronizadas.

Geralmente confeccionadas em aço galvanizado, pintado de preto, as lareiras pré-

fabricadas são encontradas em duas versões: a tradicional, para ser revestida com

alvenaria, e a de uso aparente. Nesse caso as paredes não são quebradas, bastando

encostar o kit no canto escolhido e furar o teto para a passagem do duto.

Em termos de resultado, ambas se equiparam. A diferença é que a aparente, por não ser

coberta pela alvenaria, esquenta e esfria com maior velocidade. Vale citar que o aço

recebe tratamento para isolação térmica, com resinas e até camadas internas de lã de

vidro, a fim de evitar que os usuários se queimem. Quanto às dimensões, o mercado

acabou por estabelecer algumas medidas de referência, como a relação entre a boca da

lareira e o ambiente. O mais usual é encontrá-las para ambientes a partir de 100 m³, para

as quais se recomendam bocas de largura de 70 cm por altura de 60 cm, até ambientes

com mais de 400m³, com bocas de 130 por 85 cm.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/93.

LIMPEZA DA CAIXA D'ÁGUA

Page 93: Dicas de Construcoes

A limpeza da caixa d’água deve ser feita a cada seis meses.

Iniciar a limpeza amarrando a bóia para que não entre água durante a limpeza, e tampar

a saída de água com um pano para que a sujeira não desça pela tubulação.

Esfregar uma esponja nas paredes e no fundo (caso a caixa possua uma superfície lisa

somente é necessário passar um pano); recolher, com um pano úmido, a sujeira

depositada no fundo e os resíduos da limpeza, colocando tudo num balde.

Desamarrar a bóia e deixar a caixa encher até a altura de 30 cm de altura, adicionando

250 ml de hipoclorito (água sanitária) para cada 100 l de água.

Aguardar 30 minutos e umedecer as paredes da caixa com esta mistura utilizando uma

esponja; esperar mais duas horas e a desinfecção estará pronta.

Outra maneira mais simples de fazer a limpeza é despejar quatro litros de água sanitária

para cada 1.000 l d’água e deixar a mistura no reservatório por quatro horas.

Em ambos os métodos, após o tempo de espera, deixar a água sair pelos canos,

desamarrar a bóia e tapar bem a caixa.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - out/98.

MADEIRAS BRASILEIRAS

CARACTERÍSTICAS APLICAÇÕES

MADEI

RAS TONALI

DADE

VEIOS

/

DESEN

HOS

AROM

A

RESIST

.

MECÂ

NICA

DURABILI

DADE

NATURAL

*

OFE

RTA

USO

EXTE

RNO

USO

INTE

RNO

BATEN

TES

DIVISÓ

RIAS

DEC

KS

ESQUAD

RIAS

(portas e

janelas)

ESTRUT

URAS

FOR

ROS

LAMBR

IS,

MOLD

URAS E

RODAP

ÉS

MÓV

EIS

PIS

OS

MIO

LO

DE

POR

TAS

Acapu

do pardo

avermelha

do até o

quase

negro

claros

ligeiram

ente

adocicad

o

média /

alta alta baixa X X - X X X X X - X X -

Amendo

im

bege

rosado ou

castanho

claro

castanho

claro

pouco

perceptí

vel

média média média - X - X - - X - X X X -

Andirob

a

avermelha

do

castanho

escuro

imperce

ptível média média alta - X X X - X X - X X X -

Angelim

-Pedra

castanho

claro

avermel

hado

imperce

ptível alta alta alta - X X X - X X - - X X -

Angelim

-

Vermelh

o

castanho

rosado

castanho

escuro

fraco e

desagrad

ável

alta alta alta X X X X X X X X X - X -

Angico-

Preto

do

castanho

claro ao

vermelho

violáceo

s

imperce

ptível alta alta alta X X X - - X X - - X X -

Angico-

Vermelh

o

do

castanho

claro ao

castanho

escuro

enegreci

imperce

ptível média alta alta X X X X X X X - - X X -

Page 94: Dicas de Construcoes

avermelha

do

do

Aroeira-

do-

Sertão

do

castanho

ao

castanho

avermelha

do escuro

lisa imperce

ptível alta alta baixa X X - - - - X - - - X -

Bicuíba-

Rosa

castanho

claro

rosado

lisa ou

com

estrias

imperce

ptível média baixa média - X - X - - - X X - - -

Braúna-

Preta

do pardo

escuro ao

negro

lisa imperce

ptível alta alta baixa X X X X - X X - - - X -

Cabreúv

a-Parda

pardo

rosado lisa

fraco e

agradáv

el

média média / alta baixa X X X X X X X - - - X -

Cabreúv

a-

Vermelh

a

(Bálsam

o)

castanho /

castanho

avermelha

do

lisa agradáv

el

média /

alta alta baixa X X X X X X X X X X X -

Canafíst

ula

do bege

rosado ao

castanho

avermelha

do

escuros

irregular

es

imperce

ptível

média /

alta média média X X X X - X X - - - X -

Canela-

Sassafrá

s

do pardo

claro

amarelado

ao pardo

escuro

longitud

inais

forte e

agradáv

el

média baixa baixa - X X X - X X X X X X -

Carvalh

o-

Brasileir

o

do róseo

arroxeado

ao bege

amarelado

largos imperce

ptível

média /

alta baixa baixa - X - - - - - - - X - -

Caviúna

do pardo

acastanhad

o ao

violáceo

escuros

fraco e

agradáv

el

média alta baixa - X X X - X X X X X X -

Cedrinh

o

do róseo

acastanhad

o ao bege

amarelado

manchas

irregular

es e

esparsas

imperce

ptível

média /

baixa baixa alta - X - - - - - X - X - X

Cedro

do bege

rosado ao

castanho

avermelha

do

lisa agradáv

el

média /

baixa média baixa - X X X - X - X X X - -

Cerejeir

a

castanho

claro

castanho

escuro fraco média média alta - X - - - X - X X X - -

Cumaru

castanho

claro

amarelado

lisa imperce

ptível

média /

alta alta alta X X X X X X X X X X X -

Cumbar

u

castanho

amarelado

estrias

claras

imperce

ptível

média /

alta alta alta X X X X - - X X X - X -

Cupiúba castanho /

castanho lisa forte média alta alta X X X X X X X X X X X -

Page 95: Dicas de Construcoes

avermelha

do

Faveiro

do

castanho

amarelado

ao

avermelha

do

longitud

inais

imperce

ptível

média /

alta alta baixa X X X X - X X - - - X -

Freijó

do pardo

amarelado

ao

acastanhad

o

lisa fraco média média baixa - X X - - X - X X X - -

Garapa

do bege

amarelado

ao róseo

acastanhad

o

lisa imperce

ptível

média /

alta média alta X X - - - - X - - - X -

Imbuia

pardo

amarelado

/ pardo

acastanhad

o / havana

paralelo

s

agradáv

el média alta baixa - X X X - X X X X X X -

Ipê castanho

claro lisa

imperce

ptível alta alta alta X X X X X X X X X - X -

Itaúba-

Preta

pardo

havana

claro ou

escuro

lisa

ligeiram

ente

adocicad

o

média /

alta alta alta X X X X X X X X X X X -

Jacarand

á

pardo

escuro

arroxeado

/ bege

rosado

listras

pretas

agradáv

el

média /

alta alta baixa - X - - - - - - - X - -

Jarana

castanho

amarelado

ou

avermelha

do

lisa imperce

ptível alta alta média X - - - - - X - - - - -

Jatobá

(Jataí)

castanho

claro

rosado ou

avermelha

do

lisa ou

com

manchas

imperce

ptível alta média / alta alta X X X X X X X X X X X -

Louro-

Pardo

pardo

claro

amarelado

lisa ou

com

listras

escuras

fraco e

agradáv

el

média baixa baixa - X X X - X X X X X - -

Maçaran

duba

avermelha

do /

castanho

arroxeado

lisa imperce

ptível alta média / alta alta X X - - - - X - - - X -

Mogno castanho lisa imperce

ptível média média média - X X X - X - X X X - -

Muiraca

tiara

do bege

rosado ao

castanho

escuro

estrias

escuras

imperce

ptível

média /

alta baixa alta - X X X - X X X X X - -

Oiti pardo

claro lisa

imperce

ptível

média /

alta alta média X - - - - - X - - - - -

Page 96: Dicas de Construcoes

rosado

Pau-

Amarelo

amarelo

gema claros

imperce

ptível média média / alta alta - X - - - - - X X X X -

Pau-

Marfim

(Marfim

)

do branco

palha ao

amarelo

pálido

claros imperce

ptível média baixa baixa - X - - - - X X X X X -

Pau-

Roxo roxo lisa

imperce

ptível alta alta alta X X X X X X X X X - X -

Pequiá

(Pitiá)

pardo

claro

amarelado

lisa imperce

ptível

média /

alta alta alta - X - - - X - X X - X -

Peroba-

de-

Campos

do bege

rosado ou

amarelado

ao pardo

acastanhad

o

finos e

escuros

imperce

ptível média média baixa X X X X X X X X X X X -

Pinho-

de-Riga

castanho

claro

listras

castanha

s

- alta alta import

ada X X - - - X - - - X - -

Pinho-

do-

Paraná

branco

amarelado

lisa com

manchas

avermel

hadas

fraco e

agradáv

el

média baixa baixa - X X X - X X X X X - X

Pinus

Eliotii

amarelo

claro

manchas

escuras - baixa baixa alta - X - - - - - X X X - X

Sucupira

pardo

acastanhad

o /

castanho

escuro

lisa imperce

ptível

média /

alta média baixa - X - - - - X X X X X -

Sucupira

-

Amarela

(Guaiçar

a)

do

castanho

claro ao

castanho

estrias

claras

imperce

ptível

média /

alta média baixa X X - - - X - X X X - -

Taiúva

castanho

amarelado

ou

castanho

lisa imperce

ptível

média /

alta alta alta X X X X X X X X X X X -

Tatajuba

amarelo

queimado

ou

castanho

amarelado

forte imperce

ptível

média /

alta média alta - X X X - X X X X X X -

Tauari

branco

palha

rosado

manchas

leves

imperce

ptível média baixa alta - X - - - - - X X X - X

Virola bege claro

rosado lisa

imperce

ptível

média /

baixa baixa alta - X - - - - - X X - - X

* Em condições de deterioração biológica.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/92.

MANUTENÇÃO DE PISOS DE MADEIRA

Page 97: Dicas de Construcoes

Quando o rejunte dos tacos de madeira se solta, é necessário proceder à calafetação das

juntas.

Não se deve calafetar apenas o trecho danificado, pois isso pode deixar o piso irregular.

O serviço deve ser executado por um técnico especializado. O processo deve ser feito

em etapas:

• inicialmente, o piso é lixado, usando, para isso, dois tipos de lixa (nº 16 e 36) e

máquinas específicas;

• a seguir, elimina-se o pó que ficou nas frestas e faz-se a calafetação dos tacos com

massa (exemplo: F-12, da Fusecolor).

O material, disponível em várias tonalidades, deve acompanhar a cor da madeira.

Após a calafetação completa, o piso deve ser lixado novamente em duas etapas, com

lixas (nº 60 e 80) e, em seguida, receber um verniz para acabamento de pisos de

madeira.

Fonte: Revista Casa Cláudia – mar/98.

MANUTENÇÃO DE PLAQUETAS DE BARRO

Para clarear a plaqueta escura e envelhecida de piso, pode-se usar um escovão e uma

mistura de água com ácido muriático (ou cloro) na proporção de 1:10. Após o piso

limpo e seco, aplicar 2 ou 3 demãos (com intervalo de secagem) de resina

impermeabilizante fosca, para não alterar a coloração do local.

Outra alternativa é pintar a plaqueta: para isso, é necessário limpar o local com a mesma

solução acima mencionada, em seguida dar uma demão de seladora acrílica e pintar com

tinta acrílica na cor desejada.

Antes de iniciar qualquer uma das alternativas, verificar se as plaquetas estão em ordem.

Se alguma delas estiver trincada ou solta, proceder à troca ou à colagem.

Caso as plaquetas tenham sido impermeabilizadas, é necessário retirar essa resina,

lixando-as manualmente com lixa média ou grossa, mas sem desgastá-las.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção – mar/98.

MATERIAIS PARA ENCANAMENTO

As informações abaixo buscam apresentar as principais características dos materiais

normalmente utilizados em encanamentos hidráulicos:

• PVC - material plástico, de baixo custo, com uso recomendado apenas para a

condução de água na temperatura ambiente (cerca de 20ºC). Suas conexões são soldadas

Page 98: Dicas de Construcoes

a frio, compreendendo o lixamento da tubulação, a colocação de um preparado químico

e o encaixe das duas superfícies, que vão se unindo até a solidificação. No caso de

condução de esgoto, a tubulação não deve ficar exposta ao sol, uma vez que os raios

ultravioleta podem causar danos;

• CPVC - este plástico tem as mesmas características básicas do PVC, mas pode ser

empregado para a condução de água quente, exigindo, entretanto, aquecedores de bom

desempenho técnico, ou seja, que não esquentem a água em demasia (acima dos 80ºC).

Pode ser aplicado em conjunto com o PVC;

• Cobre - indicado para condução de água quente, sua durabilidade é bastante longa

(mais de trinta anos), além de suportar altas temperaturas. Seu preço é mais alto que os

demais;

• Aço galvanizado - resistente à pressão, suporta até o congelamento da água sem

qualquer rompimento. Normalmente, não é utilizado na condução de água quente,

embora alguns fabricantes garantam que, acompanhado de aquecedores modernos

(mantendo a temperatura em cerca de 60ºC), tal uso é perfeitamente viável. Seu uso em

tubulações que sirvam torneiras de cozinha não é recomendado, devido à ferrugem que

pode se formar no seu interior. Para evitar o risco de contaminação da água, recomenda-

se sua troca após cerca de 10 anos de uso;

• Ferro fundido - ideal para condução de esgoto, devido à sua resistência ao agentes

químicos. Por suportar bem altas temperaturas e o impacto de choques mecânicos,

também é indicado para instalações aparentes, expostas ao sol. É mais caro que o PVC.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mar/96.

MATERIAIS PARA PIA

Segue abaixo quadro comparativo entre os principais materiais utilizados para pia:

MATERIAL DESCRIÇÃO CUIDADOS PONTOS

FORTES

PONTOS

FRACOS MEDIDAS MANUTENÇÃO

Aço inox

liga metálica

contendo níquel, cromo, carbono e

ferro. De acordo

com a porcentagem

desses materiais, o

aço pode ser mais ou menos

resistente à

abrasão.

o aço mais

indicado é o AISI 304, que

contém menos

ferro e mais níquel,

tornando-o

resistente à corrosão e às

ranhuras.

higiênico,

resiste bem ao calor; as pias

podem ser

executadas com ou sem

emenda.

risca e amassa com

facilidade; requer cuidados com batidas

e uso de facas para

corte sobre o tampo.

deve ter

espessura mínima de

1,5mm e o

concreto, sob o tampo,

3,5mm.

limpeza simples, com

água e detergente; para dar brilho, aplicar cera

líquida incolor e

vaselina ou, ainda, produtos abrasivos e

pano seco; bancadas

riscadas podem ser polidas pelo fabricante.

Corian

material desenvolvido pela

Dupont, em cuja

composição estão combinados

mineral (alumina)

e resina acrílica com pigmentos.

há outros materiais

sintéticos que

imitam mármore, mas

que não têm a

resistência do Corian.

permite moldagem no

formato

desejado; oferece

variedade de

cores e texturas; não é

poroso e as

emendas são imperceptíveis.

resistência média à abrasão; apesar de ser

mais resistente que o

mármore e o inox, também sofre riscos.

espessuras de 6 - 13 e 18mm

(a de 13mm é

a mais utilizada).

limpeza com água e detergente; riscos leves

podem ser retirados com

esponja grossa, mas os profundos devem ser

reparados por empresas

credenciadas.

Page 99: Dicas de Construcoes

Granito

rocha composta

por minerais silicosos ou

silicáticos

(bastante resistentes), como

o feldspato,

quartzo e mica.

há vários tipos

de granito; os mais

recomendados

são os verdes, os vermelhos e

os marrons.

é o material

que menos sofre riscos;

mantém o

brilho natural por muito

tempo.

apesar de ser menos

poroso que o mármore, também

absorve óleo; a

junção entre a cuba e a pia é um local de

fácil depósito de

germes.

pode ter

espessura de 20 a 30mm.

limpeza com água e

detergente; a cada 3 meses pode-se usar

removedor para tirar a

gordura, aplicando-se cera incolor à base de

silicone.

Mármore

rocha composta basicamente por

minerais

carbonáticos (pouco

resistentes), como

calcita e dolomita.

há muitos tipos de mármore; os

mais indicados

são os brancos, tipo Carrara,

menos porosos e

com granulação mais fina.

material clássico,

considerada a

pedra mais bonita para

acabamentos.

sensível a ácidos (limão e vinagre

podem manchá-lo);

poroso, absorve sujeira e tem pontos

onde a água pode

ficar parada;a junção também é um ponto

crítico; risca com

facilidade.

pode ter espessura de

20 a 30mm.

limpeza com água e detergente; a cada 3

meses pode-se usar

removedor para tirar a gordura, aplicando-se

cera incolor à base de

silicone.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - nov/96.

TABELA COMPARATIVA DE MATERIAIS TRANSPARENTES EM PLACAS

PROPRIEDADES Métod

o

ASTM

Unidade

MATERIAIS

Tipo

Acrílico

Cast Polietilentereftalato

Policarbonato

Compacto Polietileno

Policloruro

de vinil Vidro

PMMA PETG PET PC PS PVC .

Ópticas

Transparênci

a

D-

1003 % E 92

M

B 88

M

B 88

M

B 84 B 82 B 82

M

B 84

Resistência a

raios ultravioletas

. . M

B . R

Amarel

ado R

Amarel

ado B . M

Amarel

ado M

Amarelad

o E .

Cor e brilho da borda

. . E . MB

. MB

. R . R . B . B .

Distorção de

imagem . . E . B . B . B . R . R .

M

B .

Térmicas

Oscilação

térmica . .

M

B .

M

B .

M

B .

M

B .

M

B .

M

B . R .

Coeficiente

dilatação linear

D-

0696

cm/cmºC

x10-6 . 5,0 / 9,0 . 7 . 7 . 6 / 7 . 6 / 8 . 5 / 9 .

0,26

- 0,58

Combustão (comportam

ento)

. . R Queima lentame

nte

R Queima lentame

nte

R Queima lentame

nte

B Autoexting

uível M

Arde lentame

nte

M

B

Não

queima

M

B

Não quei

ma

Químicas

Resistência

química ambiental

. . M

B . R . R . R . M . R . E .

Limpeza e manutenção

. . B . B . B . R . M . M . E .

Segurança

Oscilação . . M

B .

M

B .

M

B .

M

B .

M

B .

M

B . M .

Fumos

tóxicos / combustão

. . M

B NÃO

M

B NÃO

M

B NÃO M SIM M SIM M SIM E NÃO

Flexibilidade

Resistência à tração

D-0638

kg/cm² B 490 / 770

B 560 / 750

B 570 / 780

B 600 / 680 M 350 / 640

B 420 / 500 MB

69.000

Resistência à

flexão

D-

0790 kg/cm²

M

B

800 /

1.100

M

B

800 /

1.000

M

B

780 /

1.000

M

B 850 / 1.000 B

560 /

980

M

B

700 /

1.100 M .

Resistência ao impacto

D-

256IZ

OD

. B 1,5 / 2,5 MB

4 / 5 MB

4 / 5 E 10 / 16 R 1 / 2 MB

5 / 20 M .

Resistência a riscos

D-0785

. B M 100 R M 70 /

78 R

M 70 / 80

M M 70 / 78 R M 70 /

80 R M 65 / 85 E .

Rigidez . . MB

. B . B . B . B . B . E .

Processam Moldabilida . . E . E . E . B . E . E . M .

Page 100: Dicas de Construcoes

ento de

Curvagem a

frio . . B .

M

B . R . E .

M

B .

M

B . M .

Maquinagem . . E . M

B . B .

M

B . R .

M

B . M .

Facilidade

de reparação de rachos

. . E . B . R . M . M . M . M .

Várias

Peso específico

D-0792

g/cm³ MB

1,19 MB

1,25 MB

1,35 MB

1,20 MB

1,05 MB

1,32 M 2,20

Rango de espessores

. mm MB

2 - 100 - amplo

R

1,5 - 10

-

limitado

R 2 - 12 - limitado

R 2 - 12 - limitado

R 1 - 10 - limitado

R 1 - 6 -

limitado B

2 - 20

Possibilidade de cores

. . E . R . R . R . M . R . R .

Reciclabilidade

. . E SIM E SIM E SIM M NÃO E SIM R Parcialm

ente E SIM

Resistência

às

intempéries

. . E . R . R . R . M . M . E .

Legenda: • E: Excelente • B: Bom • MB: Muito Bom • R: Regular • M: Mau.

Dicas rápidas:

• Acrílico (PMMA): Ótima transparência, excelente resistência às intempéries, fácil

processamento, excelente cor e brilho de borda, é possível eliminar eventuais riscos,

fácil de limpar.

• Polietilentereftalato (PET - PETG): Excelente moldabilidade, muito boa

maquinabilidade, resistência regular às intempéries, pouca cor e brilho de borda.

• Policarbonato (PC): Excelente resistência a impacto, fácil de curvar a frio, discreta

resistência às intempéries, pouca cor e brilho de borda, difícil de termoformar, risca-se

facilmente, não há possibilidades de reparos, difícil de limpar e manter, não é reciclável.

• Poliestireno (PS): Excelente moldabilidade, pouca transparência, baixo custo, pouca

resistência às intempéries, risca-se facilmente, não há possibilidades de reparos, difícil

de limpar.

• Polivinilcloruro (PVC): Excelente moldabilidade, baixo custo, pouca transparência,

pouca resistência às intempéries, difícil de limpar.

• Vidro: Excelente resistência às intempéries, combustão e riscos, fácil manutenção e

limpeza, excelente rigidez em grandes planos, fácil de quebrar e perigo de

estilhaçamento, modelamento difícil e limitado, curvado ou maquinado, muito pesado

para manipulação e instalação, muito difícil de reparar rachaduras.

Fonte: Boletim ACRINews - ano 1 - nº2.

MDF DURATEX

O MDF Duratex é uma chapa de fibra de madeira de média densidade, produzida com

fibras de madeira de pinus de reflorestamento, e que oferece grande resistência,

Page 101: Dicas de Construcoes

homogeneidade e estabilidade dimensional. A empresa produz três versões básicas:

• Madefibra - é a chapa natural, que possibilita excelente acabamento nos processos de

pintura, revestimento com PVC ou lâmina de madeira, podendo ser tingido ou

envernizado. Tem ampla gama de aplicações em móveis e na construção civil, com

destaque para portas de armário, frentes de gaveta, tampos de mesa, molduras, pisos e

outras aplicações;

• Madefibra BP - é a chapa de Madefibra revestida, em uma ou duas faces, com

laminado melamínico de baixa pressão, com acabamento liso ou texturado, em padrões

madeirados, unicolores e fantasia. Por permitir que as superfícies sejam usinadas e

acabadas de várias formas, adequa-se bem a aplicações na indústria moveleira;

• Madefibra FF - é a chapa de Madefibra revestida com peícula celulósica, do tipo

Finish Foil, que apresenta superfícies lisas ou texturadas em vários padrões madeirados.

Pode ser aplicado em móveis de sala e quarto, possibilitando a confecção de rebaixos e

acabamentos pintados ou somente envernizados.

De densidade standard, o MDF é produzido nas espessuras de 9, 12, 15, 18, 20, 25 e 30

mm, com dimensões de 1.830 x 2.750 mm. Para trabalhá-lo, recomenda-se o seguinte:

SERRANDO E USINANDO

• máquinas, ferramentas, velocidades de corte e avanço iguais aos usados para madeira;

• as ferramentas calçadas com metal duro (widea) são mais recomendáveis por sua

durabilidade.

Obs.: serras de fita e serrotes com muita trava provocam graves lascamentos.

PARAFUSANDO

• deve ser utilizado furo-guia. Na pré-furação, o diâmetro deve ser igual à espessura do

corpo do parafuso;

• profundidade: 2 a 3 mm maior que o parafuso;

• usar parafuso de haste reta e rosca soberba ou especial (tipo Mitto Fix, da Mitto). Não

usar parafuso cônico no topo, o que provoca rachaduras.

PREGANDO NO TOPO

• usar pregos somente quando não houver alternativa de fixação; nesse caso, utilizar em

forma de cunha;

• observar distância mínima de 25 mm do extremo do painel;

• o diâmetro do prego não deve ser superior a 2,2 mm (usar, de preferência, pregos

estriados);

Page 102: Dicas de Construcoes

• é recomendável que o comprimento do prego seja pelo menos três vezes a espessura

da chapa que se prega;

• não empregar pregos em chapa de espessura menor que 15 mm.

GRAMPEANDO

• colocar o grampo de forma angular em relação à borda, usando grampeador

pneumático, observando a espessura da chapa.

CAVILHAS

• dar preferência às cavilhas estriadas para uma boa ancoragem de cola;

• o diâmetro do furo para alojamento deve ser ligeiramente maior, permitindo a

colocação manual;

• a profundidade da perfuração deve ser de 1 a 2 mm maior que o comprimento da

cavilha.

ADESIVOS

• são os mesmos utilizados para madeira: PVA (cola branca), UF (tipo Cascamite) ou

cola de contato.

JUNÇÕES

• qualquer tipo: espigado, malhete, macho e fêmea;

• deixar pequena folga para trabalho do produto.

FERRAGENS

• quase todas as ferragens existentes no mercado podem ser utilizadas;

• dobradiças: devem ser usadas as que permitem fixação na face da chapa;

• é necessária furação-guia para fixação dos parafusos.

FOLHEAMENTO

• o MDF pode ser folheado com lâminas de madeira, PVC, laminado plástico e hot

stamping;

• folhear em ambas as faces, com revestimento da mesma espessura;

• temperatura, pressão e tempo na prensa devem ser equilibrados (recomendação para

lâminas de madeira: pressão de 3 a 6 kgf/cm², temperatura de 70 a 100ºC e tempo de 2 a

4 minutos);

Page 103: Dicas de Construcoes

• evitar temperatura superior a 100ºC no interior da chapa.

TINTAS, VERNIZES E TINGIMENTOS

• normalmente, as tintas e vernizes encontrados no mercado podem ser empregados no

acabamento do MDF; é sempre recomendável seguir as orientações do fabricante;

• para o tingimento, recomenda-se utilizar sistemas que permitam aplicações conjuntas

com produtos tapa-poros (seladores). Adequações finais de tonalidade são obtidas

empregando-se vernizes tingidos no acabamento final. Tingidores à base de água não

são recomendados, pois podem causar manchas principalmente se aplicados diretamente

sobre o painel; o uso de pistola de pintura proporciona melhores resultados.

CUIDADOS ESPECIAIS

• armazenagem: o material deve sempre ser armazenado em local seco e ventilado,

protegido de respingos de chuva, goteiras e umidade excessiva.

• aplicação: como qualquer outro painel de madeira, o MDF não deve ser utilizado em

lugares espostos à ação direta da água ou em ambientes com muita umidade.

• calor: manter afastamento adequado de nichos de fogão, forno e outras fontes de calor

(seguir recomendações do fabricante do eletrodoméstico).

• ataque de insetos: por suas características, o MDF não é um meio favorável ao ataque

de insetos. Porém, quando aplicado em ambiente infestado, ele poderá estar sujeito a

esse tipo de ataque.

Fonte: Folheto Como Trabalhar MDF - Duratex.

MÁRMORES E GRANITOS

Estas pedras, que se confundem na aparência, têm usos distintos em função de suas

características próprias, cuja origem encontra-se na sua composição: o granito é uma

rocha magmática formada de quartzo, feldspato e mica, com dureza acima de 6 na

escala Mohs, enquanto o mármore é o nome de qualquer rocha carbonática de origem

sedimentar ou metamórfica, composta de calcita ou dolomita, com dureza 3, o que o

torna mais macio e, portanto, menos resistente a riscos que o granito.

Outro fator que limita o uso do mármore é o carbonato presente em sua constituição,

substância que reage com ácidos, mudando de cor.

Ambas podem ter acabamento lisos ou ásperos, dependendo do uso pretendido.

Na limpeza da obra, não deve ser aplicado nenhum tipo de removedor químico, o que

pode causar manchas na pedra. O granito recém-assentado deve ser limpo com palha de

aço fina e, depois, varrido. Para o mármore, somente espátula e vassoura de pêlo devem

ser utilizadas. Em ambos os casos, recomenda-se proteger a superfície com plástico

Page 104: Dicas de Construcoes

bolha até o final da construção.

Para a limpeza, deve-se utilizar apenas pano úmido e, se necessário, detergente neutro

incolor. Qualquer substância colorida derramada acidentalmente sobre a pedra deve ser

imediatamente enxugada com pano absorvente.

Ao pesquisar preços, deve-se considerar que a mesma pedra pode ser chamada de vários

nomes, motivo pelo qual recomenda-se levar um exemplar, permitindo comparar

colorações e preços.

O quadro abaixo mostra a utilização adequada para cada uma destas pedras.

APLICAÇÃO MATERIAL

Mármore Granito

cozinha não deve ser usado, pois sua

porosidade o faz absorver substâncias

com facilidade.

indicado principalmente para bancadas. Os

vermelhos e pretos são mais resistentes que

os cinza.

banheiro em bancadas e paredes, não há

restrições. No piso, deve ser evitado

o travertino, muito poroso. Não deve

ser utilizado no piso do boxe.

indicado principalmente para bancadas. Os

vermelhos e pretos são mais resistentes que

os cinza.

piso interno a princípio, não há restrições, embora

os mais porosos possam manchar

com a umidade do solo, motivo pelo

qual devem ser evitados no andar

térreo.

sem restrições, embora seja recomendável

impermeabilizar o contrapiso no andar

térreo.

piso externo e

borda de piscina

não deve ser usado, pois a pedra se

desgasta com a poluição e chuva

ácida.

recomenda-se apenas que o acabamento seja

antiderrapante.

parede interna mais indicado, em função de seu

menor peso.

por ser mais pesado, não é muito utilizado.

parede externa não deve ser usado, pois a pedra se

desgasta com a poluição e chuva

ácida.

a instalação requer, além da argamassa,

grampos de aço inox por trás das pedras

para sustentar o peso. Os cinza devem ser

evitados.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/99.

MÓVEIS DE ALVENARIA

As principais vantagens de executar móveis de alvenaria são o baixo custo, a rapidez na

execução, a durabilidade e manutenção simplificada. Porém, essa alternativa requer

alguns cuidados:

• a contratação de um profissional especializado, um arquiteto, no caso, é absolutamente

indispensável. Ele será o responsável pelo planejamento, de acordo com as

necessidades;

• lembrar que essa é uma opção definitiva e que os móveis não poderão ser trocados de

lugar com facilidade;

Page 105: Dicas de Construcoes

• eles podem ser construídos já no lugar definitivo ou em qualquer outra parte da

construção, com a ajuda de moldes apropriados;

• sempre que possível, evitar construir móveis embutidos. Assim, não será necessário

quebrar paredes, caso futuramente se deseje trocá-lo;

• todas as peças devem ser bem projetadas para não comprometer a estrutura do imóvel,

principalmente quando instaladas sobre uma laje. Recomenda-se consultar um

calculista;

• no caso de armários, será necessária a contratação de um carpinteiro para a execução

das portas. Mesmo assim, o custo não chega a 60% do valor dos móveis comuns;

• a instalação numa casa já construída requererá, provavelmente, uma pequena reforma;

também neste caso é necessária a contratação de um arquiteto para fazer o planejamento

e orientar os pedreiros e um calculista para avaliar se a estrutura da construção comporta

móveis de alvenaria. As peças embutidas também devem ser evitadas;

• formas diferenciadas personalizam e valorizam os espaços. Evitar linhas retas e

pesadas, que "cansam" rapidamente;

• considerar os espaços disponíveis com atenção: o posicionamento não pode

comprometer a utilização, conforto ou praticidade dos ambientes;

• as paredes de apoio devem estar livres de umidade. Caso algum móvel seja apoiado

numa parede externa, providenciar uma impermeabilização;

• existem diversas opções para os acabamentos, sendo melhores os que não desgastem a

decoração. Eles devem ser substituíveis;

• os móveis de alvenaria são uma excelente alternativa para casas de praia ou campo, já

que garantem um custo reduzido, praticidade e podem proporcionar ótimos resultados

estéticos.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - dez/92.

O CANTEIRO DE OBRAS

A organização do canteiro de obra é fundamental para evitar desperdícios de tempo,

perdas de materiais e mesmo defeitos de execução e falta de qualidade final dos serviços

realizados. Apesar de existência da NR (Norma Regulamentadora) 18, elaborada em

conjunto por construtoras, trabalhadores e governo, estabelecer diretrizes e exigências

diversas, essas regras ainda são pouco adotadas. As principais etapas são:

PLANEJAMENTO DO CANTEIRO

Com a planta do terreno em mãos, demarca-se o local de implantação da casa. Com a

ajuda do arquiteto e construtor, define-se onde devem ficar o barracão de alojamento e o

depósito de materiais e ferramentas. Observar a melhor posição também para a chegada

Page 106: Dicas de Construcoes

de caminhões, lembrando que o descarregamento de materiais pode ser feito por suas

laterais ou por basculamento de caçamba. Para os materiais a granel, como areia e

pedra, é preciso determinar um local (baia) que não atrapalhe o desenvolvimento do

trabalho, mas que seja de fácil acesso e evite desperdícios.

ÁGUA À DISPOSIÇÃO

O uso da água é intensivo para preparar materiais no canteiro. Ela serve também para a

higiene dos trabalhadores e deve estar disponível em abundância. Se a obra não contar

com rede pública de abastecimento, que exigirá a instalação de um cavalete de entrada

com registro, é preciso providenciar um poço, prevendo-se uma bomba ou somente um

sarrilho para retirar a água. Lembrar ainda que o uso sanitário da água gera esgotos. Se

não houver coleta de rede pública, será necessária uma fossa.

PREPARAÇÃO DA EXECUÇÃO

Quanto mais planejado, melhor será o desempenho dos serviços. Por isso, é importante

definir com os construtores as estratégias para realizar os trabalhos no canteiro: se serão

usadas ferramentas próprias ou se elas estão incluídas nos custos de execução; se haverá

necessidade de alugar escoramentos ou comprar madeira para andaimes; se os

trabalhadores precisarão de equipamentos de proteção individual obrigatórios por lei,

além de várias outras providências.

ESPAÇOS ADEQUADOS E SEGUROS

Uma obra pode demorar mais de seis meses até ser capaz de abrigar dentro dela os

alojamentos dos trabalhadores. Durante o período de construção, as únicas instalações

fechadas serão a do barracão, geralmente construído de madeira. Ele deverá ter três

divisões internas, sendo uma para alojamento de trabalhadores (alguns condomínios

fechados não permitem que funcionários da obra durmam no local), outra para as

instalações sanitárias e mais uma para guardar materiais e ferramentas. Não esquecer de

deixar um espaço para guardar ferramentas de terceiros, pois, no caso de sumirem, o

encargo da reposição é do proprietário da obra.

TRANSPORTE INTERNO

É preciso pensar no fluxo de materiais pela obra, prevendo os trajetos feitos pelos

carrinhos de mão e giricas (espécie de carrinho que carrega mais material); quais os

serviços que poderão causar conflitos quando excutados simultaneamente; e se o

estoque de materiais de acabamento não será afetado pelo tráfego de pessoas e

materiais.

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

É necessário esquecer as gambiarras e os fios elétricos pendurados no ambiente de

trabalho, nada seguros. Não custa exigir cuidado nesse tipo de instalação, desde a

entrada de energia no terreno até a sua distribuição e iluminação das frentes de trabalho.

Deve-se procurar saber se existem equipamentos que exigem instalações elétricas mais

sofisticadas.

Page 107: Dicas de Construcoes

TAPUMES

Algumas prefeituras e condomínios exigem que as obras sejam cercadas por tapumes,

uma providência necessária, sobretudo se houver crianças perto da construção, e que

sempre representa uma medida de prevenção contra roubos e depredações. Não se deve

esquecer de considerar essa hipótese na discussão preliminar com seu construtor,

incluindo os custos na planilha para não ser surpreendido com gastos extras.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - set/95.

OBRAS NO PERÍODO DE CHUVAS

A execução de obras durante o verão (época de chuvas) normalmente implica em um

gasto maior do que o verificado em períodos de estiagem, pois a chuva pode deixar os

trabalhadores parados, desfazer serviços prontos e estragar materiais mal armazenados.

Contudo, um planejamento adequado e a adoção de certos cuidados podem evitar

maiores prejuízos.

O ideal é que a fase de fundações seja concluída o mais rapidamente possível. Para essa

etapa, pode-se usar uma cobertura plástica sobre a área de escavação das fundações.

O tipo de sistema construtivo também pode ajudar: o mais indicado é o de estrutura

independente, em que sobe-se primeiro a estrutura da construção, que logo após é

coberto com plástico ou, se possível, com o telhado definitivo, possibilitando que os

trabalhos seguintes sejam feitos em local seco.

Pode-se construir a casa com tijolos cerâmicos ou blocos de concreto, que reduzem

consideravelmente os acabamentos externos e internos necessários. Vale lembrar que o

concreto usinado, embora mais caro, tem secagem muito mais rápida do que o produto

feito na obra. Se for preciso, inclusive, pode ser usado um acelerador de secagem de

concreto (tipo aditivo).

No caso de sobrados, por algum tempo pode-se usar, como cobertura, a laje que serve

de forro do telhado ou de piso do segundo pavimento, evitando assim o trabalho a céu

aberto. Assim, o telhado fica para um momento mais tranqüilo na obra, devido à sua

complexidade.

Não se deve persistir na execução de alguns itens quando a umidade no ar for muito

elevada ou no caso de chuvas iminentes. O exemplo vale principalmente para a abertura

de valetas durante as fundações, a execução dos contrapisos ou das alvenarias a céu

aberto. A insistência nessas situações significa serviço a ser refeito. Além do gasto com

materiais, os operários podem pedir para receber em dobro pelo trabalho se não

estiverem sendo bem administrados.

A mão-de-obra é um fator que exige administração séria e profissional. Uma primeira

dica é sempre fazer sua contratação por empreitada. Divide-se a construção em etapas e

paga-se cada uma delas, após sua execução. Dessa forma, o construtor não é tão

prejudicado se as chuvas se prolongarem por vários dias. É claro que, para administrar

os trabalhadores, é preciso jogo de cintura. O adiantamento de uma parte de pagamento,

Page 108: Dicas de Construcoes

durante as chuvas, evita que os operários desistam do serviço. É importante que os

funcionários estejam legalmente contratados para que mais tarde não fiquem pendentes

problemas trabalhistas, no caso de a obra ter ficado muito tempo parada por razões que

fogem ao controle dos operários.

Seguem abaixo outras recomendações que também são úteis:

• tijolos de barro devem ser cobertos com uma lona plástica;

• uma mureta de alvenaria para guardar areia evita que ela escorra com a água da chuva;

• um barracão para estocar materiais feito com placas de madeirite e coberto com telhas

de fibrocimento.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/97.

PEDRAS DE REVESTIMENTO

As pedras ornamentais constituem uma ótima opção de revestimento para pisos e

paredes, graças à durabilidade e aos efeitos estéticos que proporcionam. Além disso,

adaptam-se a ambientes internos e externos, admitem inúmeros tipos de tratamento e

ainda garantem manutenção simplificada.

Para alcançar os resultados visuais pretendidos, é preciso considerar certas

particularidades de cada pedra, tais como o índice de absorção de água e os tipos de

tratamento que podem ser aplicados. Abaixo estão descritas as pedras de maior

aceitação no mercado nacional e suas principais características.

• Azul Bahia (sienito) - graças à sua estética, é muito valorizada no

mercado internacional e também no Brasil, onde é bastante confundida

com o granito. Apresenta boa resistência à abrasão e oferece brilho

intenso. É usada depois de polida e lustrada, o que a torna ideal para

aplicações internas, como em banheiros, bancadas, mesas ou ainda em

detalhes arquitetônicos, dado o seu custo elevado. A limpeza é feita

com pano úmido.

• Luminária carranca (arenito) - uma mesma rocha pode ser um arenito

(quando em forma sedimentar) ou quartzito (quando metamórfica).

Ambas são porosas e antiderrapantes, além de não concentrarem calor,

o que as torna adequadas para uso em borda de piscina ou como pisos

externos. Não requerem grande beneficiamento, bastando cortar no

tamanho desejado. A limpeza comum é feita com água e sabão.

Periodicamente pode ser necessária uma lavagem com uma solução de

água e ácido muriático, sendo mais seguro a contratação de empresa

especializada.

• Basalto - incorretamente chamado de granito, pode ser usado em areas

internas e externas como revestimento de pisos e até mesmo de paredes.

De cor preta, substitui o granito em todas as suas aplicações, como

tampos de pias e bancadas, além de assegurar bons resultados para a

produção de objetos menores. Entre os acabamentos, aceita polimento,

Page 109: Dicas de Construcoes

lustro e apicoamento. Para a limpeza, apenas água e sabão neutro.

• Granito - de altíssima resistência, é formado por lava vulcânica

endurecida, grãos de quartzo, pequena quantidade de mica (material

responsável pela cor) e feldspato (mais conhecido como silicato). No

estado bruto é indicado para calçamento de ruas, ou qualquer outro

espaço de tráfego intenso ou de serviços pesados. Admite ser polido,

lustrado, apicoado, levigado e flameado, próprio nestes casos para

revestimento de pisos e paredes, interno ou externo, conforme sua

necessidade. Na escala de cores é encontrado, do mais barato ao mais

caro, nas cores: cinza, vermelho, verde, amarelo, preto e azul. Para

limpeza, usa-se água e sabão neutro.

• Pedra-sabão (esteatito) - resiste bem às intempéries, por isso é

aplicada com sucesso em áreas internas ou externas, tanto em pisos

como paredes. Por ser um mineral mole, pode ser trabalhada para a

elaboração de pias, mesas, bancada, objetos decorativos e até mesmo

esculturas. Aceita polimento, lustro e apicoamento. Na manutenção,

usa-se apenas pano úmido, pois escovas e abrasivos podem provocar

riscos.

• São Tomé - chamada de pedra mineira por sua origem geográfica, é

uma pedra flexível, antiderrapante, muito absorvente e que não propaga

calor. É indicada para o revestimento de beiras de piscinas e áreas de

lazer. A limpeza se faz com água e sabão, sendo por vezes necessária a

contratação de uma empresa especializada para uma limpeza mais

profunda com ácido muriático.

• Arenito (arenito) - é encontrado na forma de placas ou em diversos

tipos de corte e forma o chamado mosaico português, quando utilizado

em calçamentos em conjunto com o basalto e o mármore. Pode aparecer

também em paredes, conferindo um aspecto rústico aos ambientes.

Usado apenas no estado bruto, a limpeza requer apenas água e sabão

freqüentemente.

• Quartzo rosa (quartzo) - pedra semipreciosa, utilizada apenas em seu

estado bruto, já que seu índice de dureza é bastante alto e provoca

extremo desgaste no maquinário para polimento. Aplica-se

perfeitamente à decoração de jardins e execução de esculturas e

luminárias.

• Azul macaúba (dumortierita) - mais dura que o granito, esta pedra

apresenta quartzo na sua composição. Oferece qualidades

antiderrapante e estética, graças à sua textura e aos veios azuis. Pode ser

polida, lustrada ou ainda apicoada, e é aplicada em pisos e paredes de

ambientes internos ou externos. Sua limpeza é simples, apenas com

pano úmido.

Page 110: Dicas de Construcoes

• Umburaninha (dolomita) - de origem calcárea, é própria para o uso

interno de pisos, paredes e, principalmente, em móveis. Oferece um

bonito efeito visual e não é porosa. Para a limpeza, usa-se apenas pano

úmido.

• Miracema madeira (gnaisse) - pedra de preço acessível, encontrada na

natureza em forma de placas. Resiste bem a choques mecânicos e a

intempéries e, por isso, é aplicada em estado bruto nas áreas externas.

Outra de suas qualidades é ser antiderrapante. A miracema madeira é

amarelada devido à presença de óxido de ferro, enquanto a miracema

comum é encontrada em cinza, bege e rosa.

• Mármore - rocha metamórfica, formada por carbonato de cálcio e

outros componentes minerais que definem sua cor, é um revestimento

nobre encontrado nas mais diversas tonalidades, do branco ao preto. No

Brasil já foram catalogados mais de trinta tipos diferentes, sem contar

os importados. De forma geral, é bastante durável e resistente a

impactos, embora se desgaste facilmente quando sujeito à abrasão. É

recomendado para pisos e paredes em ambientes internos, desde que

não haja uma circulação excessiva de pessoas. Aceita todos os tipos de

tratamento e pode ser limpo com água e sabão neutro. O travertino

apresenta fissuras que exigem estuque para uso como revestimento, por

isso a limpeza é feita somente com pano úmido.

• Dolomita - de origem calcárea, é usada principalmente em áreas

internas por não ter boa resistência à abrasão. Aparece em banheiros,

mosaicos e móveis. Se lapidada, adquire brilho intenso, e, quando

desgastada em máquinas, dá bom efeito ornamental às paredes e

jardins. É usada também em estado bruto; em qualquer caso, limpa-se

com água e sabão neutro.

• Jaraguá (quartzito) - é aproveitada em estado bruto para compor o

mosaico português e pode ser encontrada nas cores verde, creme e

amarelado. Para lavar, água e sabão.

• Pedra verde (mica) - conhecida também como fuxita, é utilizada em

jardins, arranjos florais e detalhes de paredes. Resiste bem às

intempéries e não retém calor, mas é muito derrapante, o que proíbe seu

uso em beiras de piscina e pisos externos. Usada em estado bruto,

requer apenas água e sabão neutro para limpeza.

• Itacolomi (itacolomito) - pedra exclusiva para aplicações externas,

apresenta características semelhantes às da pedra mineira, inclusive no

que se refere à manutenção.

Page 111: Dicas de Construcoes

• Ardósia - de preço acessível e usada em sua forma bruta na maioria

das vezes, apresenta ótimos resultados tanto em áreas internas como

externas. Seu uso se dá em mesas de jardim, bancadas, pisos, paredes,

quadras de tênis, etc. É uma pedra mole que pode ser arranhada com

facilidade. Pode ser lustrada, ganhando brilho razoável. É encontrada

nas cores cinza, rosa, verde e preto. Para limpeza usa-se apenas sabão

neutro, evitando escovas e outros abrasivos.

• Ônix (sílica) - mineral semiprecioso, utilizado para confecção de

objetos de adorno e detalhes arquitetônicos. Por ser translúcido, oferece

excelentes resultados quando atua como anteparo de luminárias.

Retirado da natureza na forma de fragmentos, suas placas são formadas

pela junção de vários pedaços unidos por resina. Também é vendido

como jóia. De cor bege, pode ser lapidado. Para a limpeza, somente

pano úmido.

• Pedra Goiás (quartzito) - rocha com as mesmas características da

pedra mineira; o nome muda somente por causa da procedência. Em

estado bruto é chamada de pedra caverna.

• Serpentinito - de resistência mecânica média, é utilizado tanto em

ambientes internos como externos, desde que não haja grande

circulação de pessoas. Muito resistente aos intemperismos. Em tons de

cinza e verde (conhecido como cinza lafaiete), requer limpeza simples

com água e sabão neutro.

• Seixo rolado (cascalho) - bastante duro e resistente, tem formas

arredondadas devido ao movimento das águas dos rios, de onde é

retirado. Aquece pouco e sua utilização se dá em jardins, muros e

ornamentação de paredes.

• Moledos - sobras de pedras usadas na construção, conferem um bonito

efeito quando aplicados em muros, paredes ou em propostas

paisagísticas. Limpeza apenas com água e sabão neutro.

• Sobradinho (arenito) - apresenta características semelhantes às da

luminária carranca, inclusive no que tange ao uso e à conservação.

Genericamente, as rochas aplicadas na arquitetura e na decoração dividem-se em duas

categorias:

• pedras decorativas naturais - são aquelas utilizadas sem polimento, conservando o

seu aspecto natural. Entre suas particularidades, a maior é a grande resistência às

intempéries, daí o fato de serem escolhidas para o revestimento de áreas externas, como

fachadas, beiras de piscina e composições de paisagismo.

Page 112: Dicas de Construcoes

• pedras tratadas - são diversas as possibilidades de tratamento que visam explorar o

potencial de brilho e valorizar texturas e cores. Mais apropriadas às áreas internas,

ambientes de estar, banheiros e até móveis, elas podem ser:

» polidas - quando submetidas a processos sucessivos de abrasão, partindo da

granulometria mais grossa para a mais fina, com o objetivo de fechar qualquer

porosidade. Em seguida, pode-se ou não lustrar a peça, de acordo com o brilho

desejado.

» lustradas - o lustro é feito de forma diferenciada para cada pedra: no caso do

mármore, usa-se o ácido oxálico, de menor potência abrasiva. Já para o granito é

aplicada uma mistura de chumbo com óxido de estanho, denominada potéia.

» apicoadas - opção que torna a rocha antiderrapante. O apicoamento é um processo

manual ou mecânico que utiliza o picão, ferramenta própria para desgastar pedras, para

conferir um aspecto "furadinho".

» levigadas - quando as pedras são desgastadas por abrasivos de granulometria grossa e

não recebem mais nenhum tratamento, resultando uma superfície áspera.

» flameadas - processo que se aplica exclusivamente ao granito com o objetivo de

torná-lo áspero. Consiste na queima da pedra para que ocorra o desprendimento de

alguns cristais.

» detalhes - dar acabamento ao mármore e ao granito já tratados por outros meios

também é possível. Para as bordas pode-se escolher entre o frisado (cortes intercalados

de 1 a 5 mm, feitos com serra apropriada) e o craquê (executado com uma talhadeira

manual, deixando expostas as irregularidades naturais da pedra).

» impermeabilização - de modo geral, pedras polidas não apresentam porosidade,

dispensando assim tal tratamento. Já aquelas usadas em seu estado natural são

permeáveis e precisam ser impermeabilizadas com resina à base de poliéster para

impedir o crescimento de matérias orgânicas e o conseqüente comprometimento de sua

resistência e estética.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - set/92.

PINTURA DE AZULEJOS

Materiais necessários: tinta branca para pintura de azulejo, diluente e endurecedor,

tingidor na cor desejada, suporte para tinta, rolo de lã de carneiro rebaixada, pá ou

colher para mexer a tinta, luvas e pano branco.

Limpar toda a superfície com água e detergente (utilizando as luvas), retirando todos os

resíduos de sabão, graxa, gordura ou ferrugem.

Secar a parede com um pano umedecido com diluente.

Page 113: Dicas de Construcoes

Adicionar o tingidor à tinta branca até atingir a cor desejada (a proporção máxima é de

três bisnagas de tingidor para um galão — 3,6 litros — de tinta); em seguida, juntar uma

parte de endurecedor para cada seis partes dessa mistura.

Aplicar uma camada e esperar seis horas para uma segunda aplicação, mantendo o local

arejado devido ao prazo final de secagem ser de 72 horas.

A manutenção da limpeza dos azulejos pode ser feita com água e sabão neutro, evitando

produtos clorados.

Fonte: Jornal Estado de São Paulo - 31/jan/99.

PINTURA DE PISOS CIMENTADOS

Inicialmente, o cimentado deve ser lavado:

• superfícies lisas devem ser lavadas com ácido muriático, diluído na proporção de 4

partes de ácido para 1 de água, cuja solução deve ser esparramada igualmente por toda a

área. A seguir, esfregar bem com uma vassoura de piaçaba, retirando qualquer parte

solta e possíveis manchas. O enxágue deve ser feito com bastante água, eliminando todo

o ácido.

• superfícies porosas podem ser varridas com a vassoura de piaçaba e, após retirar as

partes soltas, esfregadas com água e sabão, tirando as manchas de gordura e graxa.

As tintas (acrílicas) devem ser bem misturadas, juntando-se, ao volume total de tinta,

cerca de 30% a mais de água. A pintura deve ser feita com rolo de lã, sempre no mesmo

sentido. Caso seja necessária uma segunda demão, a mistura deve ser feita com apenas

20% de água.

A pintura não deve ser feita em dias quentes, pois há o risco dela descascar. Acabada a

pintura, esperar 24 horas para utilização do local (em caso de passagem de veículos, este

prazo é de 72 horas).

Em caso de pisos que acabaram de ser feitos, é aconselhável esperar trinta dias antes de

pintá-los.

O rendimento médio é de 30m² por galão de tinta, em uma demão.

A limpeza é simples, com água e sabão.

O mesmo processo pode ser utilizado para paredes externas e internas.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/96.

PINTURAS ESPECIAIS

Page 114: Dicas de Construcoes

Existem diversas técnicas para pintura de paredes que conferem efeitos especiais.

Apresentamos aqui as principais, bem como a visualização da superfície final.

PREPARO DA SUPERFÍCIE

Qualquer que seja o método escolhido, é imprescindível o preparo da parede antes de

iniciar o trabalho. Caso a parede seja nova, deve-se aguardar a cura do cimento, num

prazo entre 28 e 30 dias, e verificar o estado geral da área. A superfície não deve

apresentar partes soltas, sujeira, manchas de óleo, gordura ou pó de qualquer tipo. Usa-

se um produto selante ou um fundo preparador para uniformizar a área. Então, aplica-se

a massa corrida para corrigir as imperfeições.

Na repintura, a parede também deve estar absolutamente limpa e, de preferência, livre

do acabamento anterior. Aplicar igualmente um fundo para nivelar e selar a superfície.

Se necessário, usar massa fina para homogeneizar a área. Em ambos os casos, pintura

nova ou repintura, o último passo é dar uma boa lixada e remover bem o pó.

ESPONJADO Como o próprio nome já diz, é feito com uma esponja que pode

ser até a de cozinha, mas é melhor usar a natural, pois cria

manchas mais bonitas.

Materiais:

• Massa fina • Tinta látex, em qualquer cor • Tinta esmalte, na

cor desejada • Esponja natural ou de cozinha • Estopa.

a) Sobre a superfície revestida de massa fina e látex, aplicar de

uma a duas cores de esmalte com a esponja, na intensidade

desejada, certificando-se que ela não está encharcada;

b) as cores claras devem ser feitas em fundo também claro, assim

como os tons escuros exigem uma base escura.

A estopa também oferece um efeito interessante. Esta técnica

aceita o látex como tinta de efeito.

ESTUQUE VENEZIANO Também chamado de espatolato, esta técnica, originalmente

realizada com cera e concha moída, procurava copiar o efeito de

uma rocha e era adotado em templos e catedrais. Hoje, o estuque

veneziano imita o aspecto do antigo processo, enriquecido pelo

envelhecimento.

Materiais:

• Massa corrida comum ou acrílica • Corantes nos tons desejados

• Espátula ou desempenadeira • Lixa

a) Adicionar corantes na massa;

b) com uma espátula, espalhar a massa sobre áreas pequenas, ou,

Page 115: Dicas de Construcoes

com uma desempenadeira, em grandes paredes, em diferentes

direções;

c) esperar a massa secar e lixar o local. Uma sugestão é aplicar

uma primeira camada deixando relevos e sobre ela uma segunda

demão para homogeneizar, em cores diferentes. Pode-se ainda

alternar as espatuladas de maneira que fiquem uniformizadas

apenas com o lixamento.

ESTÊNCIL Sobre qualquer tipo de fundo, cria-se desenhos, usualmente,

barrados que contornam a parede; são feitos com máscaras

(moldes) em acetato, papelão encorpado ou poliéster, recortadas

com um motivo qualquer.

Materiais:

• Massa fina • Acetato, papelão encorpado ou poliéster •

Estilete • Tinta óleo para tela, esmalte ou latéx nas cores

necessárias • Solvente • Esponja • Broxa pequena • Pincel

largo e chato • Aerógrafo (um tipo de revólver de pintura).

a) Escolher o desenho e verificar em quantas cores será realizado;

b) o molde deve ser vazado, recortando o desenho no acetato,

papelão ou poliéster;

c) fazer uma máscara para cada cor;

d) aplicar a tinta (acrílica, óleo para tela, esmalte ou látex) no

espaço vazado do molde, fixo sobre a parede, com uma destas

ferramentas: esponja, broxa pequena ou pincel largo e chato;

e) cuidar sempre que o instrumento não esteja encharcado de tinta.

Nesse caso, retira-se o excesso comprimindo-o sobre uma

superfície absorvente, evitando que surjam manchas no decorrer

da pintura.

Este método pode ser realizado de várias maneiras:

a) ao invés de aplicar a tinta, é possível retirá-la com solvente,

também usando um molde;

b) pode-se pigmentar a massa corrida com corantes e usar o molde

para escavar o local, criando um trabalho de relevo;

Page 116: Dicas de Construcoes

c) aplicar a tinta com aerógrafo.

FALSA MADEIRA

Materiais:

• Massa fina • Tinta látex fosca ocre ou amarela • Tinta esmalte

nos tons de ocre escuro, marrom café e castanho ou outras

misturas que repruduzam tonalidades da madeira • Solvente (do

tipo aguarrás) • Estopa • Grained ou rubber tool (tipo de

carimbo para imprimir os veios da madeira) • Pincel.

a) Revestir a superfície com massa fina, aplicar a tinta látex e

esfregá-la com uma estopa embebida em esmalte;

b) sobre a superfície ainda úmida, formar os veios com os

carimbos especiais, semelhantes a rodinhos. Na falta destas

ferramentas, pode-se usar um pincel seco, sempre num único

sentido, retirando uma parte da tinta. Neste caso, o fundo pode ser

amarelo sob tinta café ou rosada e transparente.

TROMPE L'OEIL A tradução é "engana os olhos" pois, produzido como um quadro,

é realista e deve confundir o observador. Assim, o desenho é

muito importante para conseguir o resultado ideal, exigindo

perspectiva, volume e equilíbrio perfeitos.

Materiais:

• Carvão vegetal ou lápis • Tinta a óleo ou acrílica para tela,

esmalte, látex ou de qualquer outro tipo • Pincéis de espessuras e

larguras conforme o desenho • Solvente (do tipo aguarrás).

a) Sobre a parede com qualquer acabamento, inclusive rústico

(depende do efeito desejado) fazer o desenho usando o carvão

vegetal ou lápis;

b) todas as técnicas de pintura podem ser aplicadas no trompe

l'oeil. Por exemplo, se o desenho for uma coluna, pode-se usar a

Page 117: Dicas de Construcoes

marmorização; numa cadeira, a falsa madeira é boa sugestão;

c) como a noção de perspectiva é essencial, é preciso prestar

atenção ao sombreamento, escurecendo e clareando o desenho

para mostrar pontos mais próximos e mais distantes do

observador;

d) usar o clareamento e sombras também para dar noção de

volume. Uma forma simples de realizar esses efeitos é acrescentar

tinta preta ou branca à cor original que está sendo usada.

RAGGING (manchado) É a base para outros efeitos.

Materiais:

• Massa fina • Tinta látex fosca, de preferência branca • Tinta

esmalte nos tons desejados • Solvente (do tipo aguarrás) •

Pincel • Estopa • Papel, plástico, tecido ou qualquer outro

material, dependendo da textura desejada.

a) Preparar o número de tons que se deseja imprimir à área,

diluindo o esmalte em aguarrás;

b) pincelar as cores sem muita precisão;

c) para homogeneizar, utilizar uma estopa embebida no solvente;

d) finalmente, usar papel ou plástico amassados, ou toalha torcida

- também chamada de boneca de pano - para retirar o excesso da

tinta.

É possível criar marcas diferentes, conforme o material e manejo

adotados.

FALSO GRANITO

Materiais:

• Massa fina • Tinta látex fosca, de preferência branca • Tinta

esmalte nos tons desejados • Tinta esmalte preta • Solvente (do

tipo aguarrás) • Pincel • Estopa • Esponja.

a) Começar produzindo o efeito ragging, empregando a cor do

granito desejado;

b) imprimir textura à superfície, usando a esponja;

c) espirrar tinta preta e gotejar aguarrás com o pincel.

Page 118: Dicas de Construcoes

MARMORIZAÇÃO

Materiais:

• Massa corrida • Tintas esmalte nas cores desejadas • Solvente

(do tipo aguarrás) • Pincel • Estopa • Tecido de malha ou

esponja • Cotonete • Pena ou pincel fino.

a) Sobre a parede revestida de massa corrida, aplicar três demãos

de látex branco;

b) diluir o esmalte em solvente para suavizar as cores, que devem

ser pouco contrastantes;

c) aplicar a tinta com estopa ou em pinceladas esparsas;

d) esfumaçar com tecido, estopa ou esponja, conforme o aspecto

que se desejar dar à parede;

e) para imitar as rachaduras de pedra, torcer um cotonete

embebido em solvente e remover a tinta na direção diagonal,

encostando o cotonete inclinado na parede e girando-o;

f) no sentido oposto ao das rachaduras, formar os veios da pedra.

Para facilitar, visualizar uma rachadura diagonal tendendo à

esquerda. Empregando a estopa, empurrar a tinta esmalte para a

direita, acumulando-a; nas áreas que ficaram sem tinta, esfumaçar

o resíduo da própria estopa.

De acordo com o tipo de veio, pode-se pintá-lo com pena ou

pincel.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - fev/94.

POLIESTIRENO EXPANSÍVEL

O poliestireno expansível, ou EPS, é mais conhecido pela marca Isopor, nome da

primeira fábrica do material instalada no Brasil. Trata-se de de plástico celular rígido

polimerizado e expandido com o gás pentano, inofensivo à camada de ozônio.

Inicialmente, as pequenas "pérolas" de EPS têm, no máximo, 3mm de diâmetro, mas

depois de expandidas com o gás assumem dimensões de até 50 vezes a original,

podendo ser moldadas nos mais diversos formatos, já que consistem em 98% de ar e 2%

de poliestireno.

Não se deve confundi-lo com o XPS, um derivado de petróleo utilizado na confecção de

embalagens para ovos e sanduíches. Embora ambos seja comumente chamados de

isopor, a grande diferença está no agente expansor usado na fabricação: enquanto o EPS

se expande com gás pentano, o XPS é expandido com gás CFC, o maior agressor da

camada de ozônio.

Page 119: Dicas de Construcoes

O EPS reúne uma série de características que o tornam imbatível, tais como sua

acentuada capacidade isolante termoacústica, sua grande resistência mecânica à

dilatação e à compressão, e sua estabilidade diante dos materiais normalmente aplicados

em obras, como cimento, cal, areia e gesso. Além disso, o EPS não serve de alimento

para insetos e microorganismos, não apodrece, não mofa e ainda apresenta uma

baixíssima absorção de água quando submerso ou em contato direto com ela.

O uso do material em qualquer obra deve ser previsto ainda na fase de projeto,

permitindo o aproveitamento de seu potencial redução da carga (até 25% em relação ao

concreto celular e de 50% quando comparado ao tijolo comum) sem qualquer perda da

qualidade e da resistência dos elementos que substitui.

Um dos principais usos na construção civil se dá através do concreto leve, não

estrutural, que consiste numa mistura de concreto e EPS, resultando num material leve e

de boa qualidade como isolante térmico, podendo ser aplicado em divisórias, no

preenchimento de forros, lajes e brises e até em pisos, desde que não sujeitos a grandes

cargas.

Outros usos para o EPS são:

• na construção de caixões perdidos, onde não apenas concorre em preço com outros

materiais utilizados como ainda oferece facilidade para a passagem de instalações

hidráulicas e elétricas, proporciona economia de cimento (a nata não penetra nos

orifícios) e contribui para um aceleramento da cura do concreto. Normalmente, os

blocos têm dimensões de 0,50 x 1,20 x 3 ou 6m, embora outros formatos e dimensões

também possam ser utilizados;

• nas juntas verticais de dilatação (sob a forma de placas, em várias dimensões), o

produto absorve a dilatação da estrutura causada pelo aumento da temperatura.

Colocadas antes da concretagem, as placas são elásticas e compressíveis, e possibilitam

economia de tempo e de mão de obra;

• no isolamento de lajes, onde a aplicação do EPS é cada vez mais freqüente. Porém,

como os demais isolantes, a impermeabilização não deve ser dispensada, mas feita

diretamente sobre a laje acabada, com a aplicação, por cima, de placas de EPS com

espessura variando de 25 a 40mm e, finalmente, uma chapisco de cimento e areia. Além

das lajes planas, outros elementos, como vigas e calhas pré-fabricadas, também podem

ser isolados com o EPS;

• na execução de paredes autoportantes em edificações de até 4 andares, através de

blocos vazados com um simples sistema de encaixe entre si ou placas associadas a

outros materiais, formando painéis pré-construídos;

• como revestimento de paredes e forros, para melhoria das condições de isolamento

termoacústico (quando usadas como forro sob telhas de cimento-amianto, por exemplo,

as placas do material proporcionam redução de até 7º no interior do ambiente).

Cabe ainda ressaltar as características ecológicas do EPS: além de ser reciclável, sua

queima gera apenas gás carbônico e vapor d’água, e quando depositado em aterros

sanitários premanece inerte e não contamina o solo ou lençóis freáticos.

Page 120: Dicas de Construcoes

Fonte: Central EPS, in Revista Arquitetura & Construção - nov/92.

PONTOS HIDRÁULICOS, ELÉTRICOS E OUTROS

Durante o planejamento da obra (elaboração dos projetos) é preciso prever a instalação

de diversos pontos de hidráulica, de elétrica e de gás em vários ambientes, tais como os

abaixo:

Área de serviço

• saída de esgoto - tanto a máquina de lavar roupa quanto a de louça (na cozinha)

precisam de saída de água com rosca, para encaixar a mangueira;

• ralo - preferencialmente o sifonado, cujo desenho evita que os odores se espalhem.

Cozinha

• tomada perto da bancada de trabalho - deve haver pelo menos um ponto (110 V ou 220

V) para ligar cafeteira, torradeira, liquidificador e outros equipamentos que fiquem

sempre à mão;

• ponto de água quente - na falta de aquecimento central (ou no caso de ele falhar), uma

tomada de 220 V para torneiras elétricas;

• tubulação de três polegadas - para triturador de lixo;

• duto na parede - para a saída de ar da coifa;

• ponto elétrico para a coifa - essencial para a renovação do ar, em geral pede um ponto

de 220 V, que deve ficar perto do teto;

• tubos de gás - é bom deixar os dutos prontos, caso o local tenha ou venha a ter gás de

rua;

• ponto de luz - uma bancada bem iluminada facilita o trabalho no fogão, especialmente

à noite;

• ponto de água para filtro de parede;

• tomadas com fio terra - geladeira, freezer, máquina de lavar, microondas e outros

aparelhos que consomem muita energia devem ter, se possível, circuitos independentes;

• ponto de água junto à geladeira - são cada vez mais comuns os modelos que fazem

gelo automaticamente.

Quartos

Page 121: Dicas de Construcoes

• interruptor de luz na cabeceira - para maior comodidade;

• dimmer - colocado perto da cama, se possível, permite regular a intensidade da luz;

• ponto elétrico - o ar condicionado requer uma tomada de 220 V, colocada a mais de

1,5 m do chão;

• ponto de telefone - prever saídas extras da linha telefônica, para conectar-se à Internet;

• tomada no armário - para desumidificador (contra mofo);

• ponto de antena de TV.

Banheiros

• dutos - para instalação de exaustor, caso as janelas sejam pequenas;

• registros separados - cada banheiro deve ter o seu: se ocorrer vazamento numa

descarga, não há risco de a casa toda ficar sem água;

• ponto de luz - para uma lâmpada acima do espelho;

• tomada - perto da pia, para barbeador e secador de cabelos;

• ponto elétrico - para o chuveiro; mesmo se houver aquecimento central, ele pode

falhar;

• ponto elétrico, de água e esgoto - para hidromassagem;

• ladrão - ligado à caixa d'água, com escoamento para o boxe do banheiro.

Escritório

• ponto de telefone - além da linha de uso geral, uma exclusiva para a Internet; mesmo

que só haja uma linha, é bom deixar a tubulação pronta para a próxima;

• tomada com fio terra - instalada acima da bancada de trabalho, para computador.

Sala

• interruptores em paralelo - em escadas e salas grandes, dois interruptores para a

mesma lâmpada, em cantos opostos;

• pontos de luz - as demais lâmpadas dependem de um projeto de iluminação, mas a

mesa de jantar precisa estar sob um ponto;

• ponto de telefone adicional para a TV - daqui a algum tempo, ela receberá o sinal de

redes como a Internet;

Page 122: Dicas de Construcoes

• ponto de antena - aparelho de som funciona melhor se estiver ligado a uma antena

externa.

Terraço

• tomadas na varanda.

Exterior

• pontos de luz - para iluminação no jardim ou na piscina;

• pontos de água no jardim - para torneiras ou aspersores para regar as plantas.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jun/98.

PROBLEMAS DE UMIDADE

ÁGUA QUE SOBE PELAS PAREDES

• Origem: quando o terreno é muito úmido, a tendência é que a umidade acumulada seja

absorvida pelo alicerce da casa e brote na parede, formando manchas de bolor ou

estufando a tinta da área próxima ao rodapé.

• Solução: é necessário retirar o reboque de uma faixa até 50cm acima da mancha. São

feitos pequenos furos a cada 10cm nos tijolos e injeta-se um produto à base de silicatos,

que se infiltra na porosidade do tijolo e enrijece. Depois de seco, refaz-se o reboque, de

preferência com produtos impermeabilizantes misturados à massa de cimento e areia. Se

a parede for de blocos de concreto não é possível tratar definitivamente a umidade,

apenas diminuí-la por curtos períodos, refazendo o reboque com argamassa

impermeabilizante.

• Prevenção: usar argamassa com impermeabilizante ou manta asfáltica em toda a

extensão do alicerce. A alvenaria também deve ser assentada com argamassa

impermeabilizada até a oitava fiada.

CHUVA QUE ENTRA PELAS FRESTAS

• Origem: entre o caixilho e a parede podem se formar frestas que permitem a passagem

de água da chuva. A umidade se manifesta formando bolor ou estufando a tinta.

• Solução e prevenção: a junção entre o caixilho e a parede deve ser calafetada com

silicone, adesivo plástico ou poliuretano. Em geral, esses produtos oferecem

embalagens próprias para a aplicação, com pequenos bicos que direcionam seu fluxo. Se

a parede já está descascando é necessário raspar a tinta e repintar. Para prevenir o

problema, deve-se repetir a aplicação em intervalos de um ano.

ÁGUA QUE DESCE PELO TERRENO

Page 123: Dicas de Construcoes

• Origem: quando o terreno é inclinado, e a casa é construída na parte mais baixa, a

água da chuva desce e fica represada na parede defronte à inclinação. A tendência é que,

nos meses chuvosos, o bolor brote nos dois lados da parede, mas nos meses de estiagem

a área também permanece úmida.

• Solução e prevenção: uma trincheira é a saída para tratar e evitar esse problema.

Qualquer pedreiro pode fazê-la, depois que a obra estiver pronta:

» cavar um buraco com aproximadamente 50cm de largura e profundidade, exatamente

ao lado da parede em frente à inclinação;

» forram-se a base e as laterais desse buraco com um tecido de poliéster;

» preenche-se a metade da escavação com pedriscos de construção, e um cano de PVC,

com a parte superior cheia de furinhos é colocado sobre as pedras;

» preenche-se o resto da trincheira com pedriscos e envolve-se a parte de cima com

mais tecido de poliéster, sobre o qual se coloca terra e grama. A água entrará na

trincheira, cairá no cano e será levada a uma caixa de coleta de esgoto. Se a parede já

estiver descascada será preciso refazer todo o reboque da área que está úmida.

UMIDADE QUE VEM DE CIMA

• Origem: depois de uma chuva forte, algumas telhas podem trincar e a água começa a

entrar pelas rachaduras.

• Solução: detectar todas as telhas danificadas e substituí-las (as vezes isso não é muito

fácil, porque as fendas são muito pequenas; nesse caso, uma solução é trocar todas as

peças de uma grande área).

• Prevenção: não é preciso impermeabilizar os telhados, desde que se obedeça ao

caimento necessário de cada telha.

FENDAS SURGIDAS APÓS UMA REFORMA

• Origem: a água passa pelas frestas decorrentes do serviço incorreto nas junções entre

os materiais antigos e os novos (por exemplo, quando um vão de uma porta numa

parede de tijolos é fechado com blocos de concreto).

• Solução: pode-se descascar o reboque e calafetar a junção com silicone, minimizando

o problema. Porém, o ideal é refazer a parte da parede afetada utilizando o mesmo

material do resto da construção, aditivando a argamassa com um impermeabilizante.

• Prevenção: calafetar, com silicone, as junções novas durante a reforma (nem sempre

isso garante que as frestas não venham a surgir depois).

ÁGUA QUE FOGE DA PISCINA

• Origem: piscinas cuja impermeabilização original foi feita corretamente podem sofrer,

posteriormente, reformas cuja execução está sujeita a problemas (por exemplo, quando

o piso ao redor é erguido e a borda não é impermeabilizada, e a água passa entre os

azulejos e pinga no teto da garagem).

Page 124: Dicas de Construcoes

• Solução e prevenção: impermeabilizar o deck construído posteriormente para que a

água não passe pelos azulejos. Assim, algumas fileiras do revestimento da piscina terão

que ser retiradas. Sobre a argamassa deverá ser aplicado um primer, espécie de tinta

espessa que prepara a superfície para receber a manta asfáltica que vem em seguida.

Sobre ela aplica-se um filme de polietileno, uma proteção mecânica com cimento e areia

e, finalmente, os azulejos.

RECOMENDAÇÕES ÚTEIS

• seguir sempre as orientações dos fabricantes e deixar que os materiais de construção

(massa de assentamento e tijolo) sequem bem antes de serem cobertos;

• todas as lajes precisam ser impermeabilizadas. Se a laje é de concreto, a

impermeabilização deve ser flexível, ou seja, feita com as membranas moldadas no

local, como o piche. Se a laje for pré-moldada, recomenda-se a utilização de mantas

pré-fabricadas, como as asfálticas. A proteção adequada da laje requer:

» a execução de caimento correto com argamassa em direção ao ralo ou à calha;

» o arredondamento dos cantos vivos com argamassa;

» estender a impermeabilização ao interior dos ralos e, caso a laje se encontre com uma

parede, impermeabilizar os seus primeiros 20 cm de altura;

» proteger a camada impermeabilizante com argamassa, evitando o desgaste provocado

pelos raios ultravioleta e infravermelho e trincas devidas aos movimentos normais da

construção, à sua dilatação e à contração no calor e no frio e à exposição constante ao

sol e às intempéries.

• as áreas molhadas (banheiros e cozinhas) são as mais sujeitas a apresentar problemas

de infiltração, cuja solução exige regularização da superfície, aplicação de manta

asfáltica, proteção mecânica e recolocação do revestimento. Se o problema ainda não se

deu, é recomendável uma prevenção, fazendo uma calafetação anual de bancadas de

pias, vasos sanitários, banheiras e ralos, usando silicone. O local de instalação de

banheiras também deve ser impermeabilizado.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/97.

PROTEÇÃO CONTRA FERRUGEM

As peças de ferro como portões e esquadrias, podem ser encomendadas já com

tratamento de fábrica. É a galvanização, ou seja, um banho de zinco que evita a

oxidação do metal.

Porém, no caso das peças já estarem instaladas, a proteção pode ser feita através do

seguinte processo:

• lixamento da superfície para eliminar qualquer tipo de sujeira;

• lavar com água e sabão e enxugar bem; passar um pano com aguarrás;

Page 125: Dicas de Construcoes

• aplicar, com pistola, trincha ou rolo, uma demão de zarcão, deixando secar por 12

horas;

• lixar e remover o pó e passar nova demão, aguardando 18 horas;

• pintar a peça com duas camadas de esmalte sintético acetinado ou brilhante na cor

desejada, com intervalo de secagem de 6 horas.

Esta proteção dura até 10 anos.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/96.

PROTEÇÃO DE MADEIRAS

Os principais inimigos das madeiras usadas nas construções são:

• os ataques de fungos, que causam o apodrecimento da madeira, desde que algumas

condições estejam presentes: a presença de ar, umidade entre 35 e 60% em relação a

uma superfície seca da madeira e temperatura entre 20 e 30ºC;

• os ataques de cupins e brocas;

• a exposição às intempéries (sol e chuva), propiciando o ambiente ideal para o

aparecimento de colônias de fungos e levando a madeira ao empenamento; além disso,

os raios ultravioletas do sol podem fazer com que a peça perca sua coloração original;

em casos mais graves, as fibras ressecam e se corroem.

Mesmo as madeiras de lei, que contam com recursos próprios de proteção, carecem de

tratamentos especiais para evitar a ação de fungos, insetos e intempéries. Quando se

trata de espécies de reflorestamento, esses cuidados devem ser redobrados. Abaixo estão

descritos os problemas mais comuns e os tratamentos indicados para cada caso.

FUNGOS - depois de pronta para o uso, já na sua forma definitiva, a peça é tratada na

autoclave, um container cilíndrico com cerca de 1,90 m de diâmetro e 24 m de

comprimento. Nele, a peça recebe produtos preservativos que atuam na madeira em

nível celular.

CUPIM - neste caso, o tratamento é feito basicamente a partir de produtos inseticidas.

Muitos deles são produzidos com resinas hidrorrepelentes, que evitam a absorção da

umidade, dificultando também o desenvolvimento de fungos. As fórmulas mais

completas possuem resinas fixadoras para manter o inseticida na fibra da madeira por

anos. Estes inseticidas agem também contra brocas e carrunchos. Para a aplicação destes

produtos a madeira deve estar limpa, seca e livre de qualquer tipo de acabamento. Para

garantir proteção eficiente, é recomendável que todas as superfícies, inclusive as não

expostas, recebam o inseticida.

A aplicação destes produtos imunizantes pode ser feita através de várias maneiras, a

saber:

Page 126: Dicas de Construcoes

• pincelamento - usando um trincha ou pincel, cobre-se a peça com uma farta demão do

produto inseticida até a completa saturação. Juntas e encaixes, assim como pontos que

se apóiam sobre concreto ou alvenaria, devem receber uma demão reforçada;

• imersão - a peça é colocada num tanque dotado de tampa e calha de drenagem repleto

de produto inseticida, onde permanece por um minuto. Então é depositada na calha de

drenagem, onde o produto em excesso é recuperado. Depois é só secar a peça;

• injeção - é o processo ideal para peças já atacadas. Consiste em injetar, com uma

seringa comum, o inseticida nos próprios orifícios abertos pelos insetos até ficarem

saturados.

INTEMPÉRIES - o melhor tratamento são os stains. Coloridos ou em tonalidades que

imitam a do material, são aplicados com pincel, penetram nas fibras e acompanham o

movimento de dilatação e retração da madeira, o que evita rachaduras. Para conservar,

basta aplicar nova demão, sem retirar a anterior. A maioria dos stains apresenta

fungicidas e inseticidas inseridos na sua fórmula.

Com os devidos cuidados, até as fundações podem ser feitas de madeira. Nesse caso,

deve-se preparar o solo com uma manta de polietileno coberta por cascalho ou pedra

britada. A madeira usada para as vigas baldrame deve ser o cerne de espécies de grande

resistência, e o tratamento contra fungos e insetos não pode ser dispensado. Nos pontos

de sobreposição ou de encaixe é recomendável ainda aplicar betume ou asfalto para

evitar acúmulo ou retenção de água.

Para paredes e outros elementos da construção, embora mais distantes do solo,

recomenda-se que as bordas do telhado avancem pelo menos 80 cm além das paredes

(beiral). Além disso, nas peças colocadas no exterior da construção, deve-se usar

acabamentos com filtro solar e impermeabilizantes.

Fonte: Revistas Arquitetura & Construção - jul/93 e abr/96.

PROTEÇÃO PARA TIJOLOS À VISTA

Tijolos aparentes sujos e cheios de limo podem ser limpos com uma solução de 30% de

cloro e 70% de água, e vassoura piaçava. Deixar secar. Caso persistam algumas

manchas, removê-las com lixa de madeira nº 36. Para fazer reparos, retirar apenas as

peças danificadas usando talhadeira ou formão, sem trincar os rejuntes, trocando-as por

outras do mesmo tamanho e tonalidade.

É necessário usar impermeabilizantes para retardar o desgaste do material, protegendo-o

de intempéries. O tratamento com silicone líquido à base de água ou solvente dura até

dois anos e não altera o aspecto natural do tijolo. Passar o produto com trincha.

A alternativa são as resinas acrílicas à base de solvente, aplicadas com rolo de lã de

pêlos curtos, sempre no mesmo sentido. Elas oferecem maior durabilidade, mas

escurecem a superfície.

Conforme a resina, pode-se obter um efeito brilhante, semi-brilhante ou acetinado.

Page 127: Dicas de Construcoes

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - out/95.

QUADRAS ESPORTIVAS

As quadras esportivas requerem medidas mínimas, ter o piso adequado ao esporte

praticado e, se necessário, dispor de boa iluminação. Recomenda-se sempre a

contratação de assesoria especializada, já que aspectos como localização do terreno,

piso ideal, sistemas de drenagem e iluminação são decisivos.

O primeiro ponto a considerar é o terreno. Caso ele sofra apenas um corte, a terra deverá

ser bem compactada, com a ajuda de um rolo pequeno. Já as áreas aterradas exigem a

compactação feita por máquinas mais pesadas, como trator de esteira. Se o aterro não

for bem feito, o piso poderá futuramente apresentar trincas e ondulações.

Também a umidade pode trazer sérios problemas. Se a área tiver sido banhada por um

córrego, o ideal é fazer um sistema de drenagem tipo "espinha-de-peixe", com

aproximadamente 4 polegadas. Para os terrenos situados em vales ou áreas baixas, é

possível fazer uma vala de 30 cm de largura com 1 m de profundidade ao redor da

quadra, numa distância de 50 cm, revestida com argamassa de cimento e areia e ter,

embutida no fundo, uma meia canaleta de escoamento, com largura entre 15 a 30 cm,

conforme a declividade do terreno, e saída para a rede de esgoto.

Com exceção da quadra de saibro, que já é auto drenante, as demais têm piso

impermeável, o que obriga que a superfície tenha 1% de caimento para todos os lados,

facilitando o escoamento das águas pluviais e evitando a formação de poças.

Para a implantação de quadras descobertas, deve-se posicioná-las no eixo Norte-Sul (ou

o mais próximo possível dele), em função do ofuscamento provocado pelo sol.

O piso da quadra e a textura do acabamento são muito importantes, podendo interferir

bastante no desempenho dos jogadores. Os principais tipos são:

• Saibro - ideal para tênis, sua execução requer muitos cuidados. A construção deve ser

feita em terrenos planos, bem compactados e, de preferência, de composição argilosa. O

primeiro passo é fazer uma moldura com blocos de cimento e cinta de concreto na

medida da quadra. Ela deverá ter 30 cm de altura e ficar parcialmente enterrada. No

fundo dessa moldura é espalhada uma camada de 20 cm de altura de cacos de tijolo, que

deve ser muito bem compactada com a ajuda de água. Em seguida, cobre-se o espaço

com uma camada de 20 cm de saibro misturado com argila e terra vermelha. Depois de

compactada com um rolo pesado, deve-se abrir pequenas valas e fazer sapatas de

concreto nos locais onde serão fixados os postes de sustentação da rede. Por fim,

espalha-se o pó de telha, o que facilita a movimentação dos jogadores. Deve-se prever

caimento de 0,5% nas laterais. A auto drenagem demora cerca de 8 horas. As obras

duram aproximadamente seis semanas.

Se a quadra for construída em terrenos irregulares, aterrados, de pouca firmeza ou sobre

lençol freático, deve-se prever o contrapiso, o que acarreta a necessidade de um sistema

Page 128: Dicas de Construcoes

de drenagem.

A manutenção do saibro é bastante trabalhosa. São necessárias freqüentes reposições do

pó de telha da superfície, é preciso molhá-la para mantê-la sempre úmida, garantindo a

maciez do piso, a firmeza do solo e evitando que o vento levante nuvens de pó. O ideal

é varrer e molhar a quadra duas vezes ao dia.

• Cimentado - sua execução é simples: sarrafos de madeira, de 10 cm de altura x 2,5 cm

de largura, são dispostos na forma de quadrados de 2 x 2 m sobre um lastro de pedra nº

2 com 5 cm de altura. Esses quadrados devem ser preenchidos diagonalmente por uma

camada de concreto de 8 cm de altura. Após a cura de 24 horas, os sarrafos são retirados

e o espaço vazio é preenchido por concreto ou asfalto. O acabamento tem, em média,

de espessura e pode ser feito com argamassa de cimento e areia quando se tratar de

quadras descobertas, ou por pó de cimento, se a quadra for fechada. A demarcação é

feita com tinta acrílica resistente à abrasão. Deve-se considerar que o cimentado não

absorve o impacto dos movimentos dos jogadores.

• Asfáltico - de fácil construção, pode ser usado para quadras de quase todos os

esportes. Sobre uma base de pó de pedra é colocada uma camada de 5 cm de pedra nº 1.

Em seguida, uma camada de emulsão asfáltica e outra de pedriscos com altura entre 3 a

5 cm. Por fim, uma nova camada de emulsão asfáltica e de duas a cinco demãos de

resina sintética. No caso de quadras de tênis, o acabamento da última demão deve ser

áspero, para que o pique da bola seja mais lento. A construção demora duas a três

semanas. Como manutenção, a resina sintética deve ser substituída a cada cinco anos

nas quadras abertas e a cada oito anos nas fechadas. O escoamento da água demora de

15 a 20 minutos.

• Areia - própria para futebol society e peteca, deve ser construída sobre um contrapiso.

Um dreno "espinha-de-peixe" de 4 polegadas deve ser previsto. Serão aplicadas uma

camada de 15 cm de espessura de pedra nº 2, uma camada de 10 cm de pedra nº 1 e,

finalmente, 10cm de areia, no mínimo. A manutenção consiste em alisar a camada de

areia com uma rede velha.

• Madeira - usada somente em quadras cobertas, é ideal para squash ou quadras

poliesportivas. As espécies mais indicadas são o ipê e o pau-marfim. As tábuas devem

ter 5 cm de largura x 2,5 cm de espessura. Elas são flutuantes, ou seja, fixadas em

barrotes no sentido longitudinal, distantes 50 cm um do outro. O espaço vazio entre eles

pode ser preenchido com placas de chapas de madeira ou com poliestireno expandido. O

acabamento é em verniz de poliuretano e as demarcações são feitas com tinta epóxi.

• Emborrachado - existem dois tipos: fundido no próprio local ou industrializado. O

primeiro consiste numa camada de borracha espalhada sobre o asfalto ou cimento com a

ajuda de uma espátula. Na quadras fechadas, sua espessura é de 6 mm; nas abertas, varia

de 6 a 12 mm. Requer manutenção a cada cinco anos, em média. O industrializado é

encontrado em rolos e é fixado sobre uma base de asfalto ou cimento com cola de

poliuretano. A manutenção demora 20 anos. Encontradas em várias cores, são próprias

para tênis, badminton e quadras poliesportivas.

Se a quadra tiver apenas finalidade recreativa, não é preciso seguir as medidas oficiais,

bastando manter a proporcionalidade. Já a demarcação do piso não deve ser alterada.

Page 129: Dicas de Construcoes

Ela deve ser pintada sobre um piso de cor neutra, como verde, amarelo ou cinza. De

acordo com as normas internacionais, cada esporte tem cores determinadas para

marcação das medidas: o branco é usado para tênis, vôlei, badminton, squash e paddle,

o amarelo, para handebol e o azul, para basquete. No caso das quadras de saibro ou

areia, a demarcação pode ser feita usando fitas especiais, vendidas em lojas de artigos

esportivos, que são fixadas com a ajuda de pregos de 10 cm de comprimento. Outra

possibilidade é abrir pequenas valetas no lugar das linhas de demarcação e preenchê-las

com uma tira de concreto de 5 cm de largura. Depois é só pintar com tinta acrílica

especial para cimentado. As quadras de areia também podem ser demarcadas com uma

simples pintura a cal.

Quanto à iluminação, recomenda-se que profissionais especializados façam o cálculo.

Um projeto simples e mínimo para uma quadra poliesportiva consiste em oito

luminárias dispostas em quatro postes, com altura variando de 6 a 8 m, e lâmpadas de

mercúrio de alta pressão de 400 W.

O fechamento com alambrado deve estar situado a uma distância mínima de 2 metros da

quadra.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - ago/93.

REATORES ELETROMAGNÉTICOS

O reator eletromagnético é uma aparelho auxiliar que serve para dar partida estabilizada

e firme à lâmpada fluorescente, sem cintilação em qualquer situação. Sem reator, a

lâmpada ligada diretamente à rede irá exigir mais e mais corrente até se queimar; a

corrente ideal para o funcionamento da lâmpada é limitada pelo reator.

A lâmpada fluorescente é um tubo de vidro revestido internamente com um pó

fluorescente (geralmente fósforo) e preenchida com um gás raro inerte (argônio). A

corrente que atravessa o tubo produz a luz. Esta corrente deve ser limitada e estabilizada

pelo reator para manter as características de funcionamento da lâmpada.

Quando o reator não tem as características elétricas adequadas, ele estabiliza a corrente

acima ou abaixo da necessária, causando queima prematura ou baixa emissão de luz,

além do superaquecimento que aumenta o consumo, transformando a energia em calor e

prejudicando a segurança da instalação (com risco de curtos-circuitos e incêndios).

Na queima prematura da lâmpada, o reator estabiliza a corrente que flui dentro da

lâmpada, através dos eletrodos, que devem ser aquecidos à temperatura correta. Se o

reator permitir muita corrente através dos eletrodos, isto vai aquecê-los em demasia,

produzindo manchas escuras nas extremidades da lâmpada e reduzindo sua vida.

Quando a corrente está abaixo da ideal, a lâmpada emite menos luz e, para iluminar o

ambiente, serão necessárias mais lâmpadas, conseqüentemente, os gastos de energia

elétrica e compra de material para aumentar os pontos de luz serão maiores. Passando

pouca corrente, os eletrodos não serão aquecidos de forma correta e quando a lâmpada

tentar acender ela piscará várias vezes, causando um bombardeio dos eletrodos até que

Page 130: Dicas de Construcoes

eles alcancem a temperatura ideal, o que também levará à redução da vida da lâmpada.

Um reator eletromagnético é formado, basicamente, por uma bobina de fio de cobre

enrolada ao redor de um núcleo de material ferro-magnético. Para fazer acender a

lâmpada fluorescente, este conjunto é ligado à rede elétrica. Neste momento, começa a

circular uma corrente elétrica nesta bobina do reator e esta passagem de corrente elétrica

pela bobina de fio de cobre gera uma perda de energia em forma de calor que é

conhecida como perda JOULE, motivo pelo qual o reator esquenta quando funciona.

A temperatura máxima de funcionamento de um reator, segundo normas da ABNT, é de

90ºC. Quando um reator está operando acima dessa temperatura deve ser substituído,

pois é um produto com algum defeito ou foi produzido a partir de um projeto

inadequado ou com matérias primas de qualidade inferior, colocando em risco toda a

instalação e a própria segurança do edifício e das pessoas que nele trabalham.

Num reator de baixa qualidade, além dele próprio estar sujeito a curtos-circuitos, o

aumento de temperatura dentro da luminária pode causar a fusão do material isolante

dos fios da bobina de seu núcleo, causando curtos-circuitos que podem provocar

incêndios, além de reduzir a vida das lâmpadas e starters, provocando prejuízo na

instalação.

Alguns sinistros ocorridos recentemente em instalações comerciais e escritórios têm

como causa, no laudos, "aquecimento da luminária"; como a lâmpada fluorescente é

fria, este superaquecimento deve ter ocorrido no reator ou nos cabos mal dimensionados

ou com isolamento térmico deficiente.

A importância de se utilizar um reator de qualidade é assegurar partida segura e

adequada à lâmpada, garantindo a vida útil de ambos, rendimento de luz adequado e a

segurança da instalação.

Existem dois tipos de reatores eletromagnéticos: o de partida convencional (com starter)

e o de partida rápida.

O funcionamento do reator de partida convencional requer o uso de starter ou

interruptor manual para armar o circuito no reator e aquecer os filamentos das lâmpadas.

Quando os filamentos estão aquecidos, o starter abre e o reator fornece a corrente

adequada de partida, limitando, após, o fluxo desta aos valores corretos para o

funcionamento adequado da lâmpada.

Já os de partida rápida fornecem níveis adequados de energia para aquecer

continuamente os filamentos das lâmpadas por meio de pequenas bobinas de baixa

tensão, reduzindo as exigências de tensão de circuitos abertos para partida e acelerando

o intervalo de partida. Normalmente é necessário que o sistema esteja aterrado para que,

através do efeito capacitivo entre a lâmpada e a luminária, sejam descarregadas à terra

as cargas estáticas que se acumulam ao longo do bulbo da lâmpada fluorescente.

Para que um reator funcione adequadamente, é necessário haver um projeto correto e

matérias primas de qualidade.

Page 131: Dicas de Construcoes

O fato do reator ser magnético faz com que ele vibre e emita ruído, porém o

preenchimento correto do reator com resina poliéster atenua a vibração a níveis quase

imperceptíveis, além de permitir a dissipação térmica. A fixação correta do reator na

luminária também é importante para a eliminação dos ruídos.

Todo reator de qualidade tem visível, na sua carcaça, o esquema de ligação correta, que

deve ser seguido à risca. A fixação do reator na luminária ou em outra superfície, de

preferência metálica para colaborar na dissipação térmica, deve ser feita pelos quatro

furos na carcaça do reator. Quanto mais firme, menor a chance de ruídos e melhor será a

condição de aterramento do equipamento.

Os reatores devem ser aterrados, o que proporciona segurança adicional ao usuário e

ajuda as lâmpadas a terem uma partida satisfatória, em sistemas de reatores de partida

rápida.

Quando um reator trabalha em uma temperatura total acima de 90ºC, sua vida é

encurtada violentamente. A experiência mostra que um aumento de temperatura de 10ºC

acima de 90ºC medido na carcaça do reator provoca a redução da sua vida útil para a

metade, assim como uma queda de 10ºC dobra a vida do reator.

Os fatores responsáveis pelo superaquecimento de reatores são:

• variação de tensão na rede muito alta (o aumento de 1% de tensão na rede provoca um

aumento equivalente de 1 a 2ºC na temperatura de funcionamento);

• a elevação de temperatura nos ambientes, fazendo aumentar a temperatura de

operação;

• a não substituição de lâmpadas queimadas na luminária, ocasionando um

superaquecimento nos reatores.

Os fatores que podem afetar a temperatura da carcaça são:

• o contato dos diversos tipos de forros, com diferentes características de transmissão de

calor, com o reator, em luminárias de sobrepor;

• a temperatura ambiente da cavidade de instalação da luminária embutida;

• a montagem do reator na luminária, pois reatores em funcionamento são uma fonte de

produção de calor e deve-se encontrar uma forma para sua dissipação. A melhor forma é

a condutividade, assim, os reatores devem ser fixados na parte metálica da luminária;

• a tensão da rede, se fornecida acima da especificada para o reator, pode fazer com que

ele trabalhe em altas temperaturas, reduzindo assim sua vida.

O fator de potência indica o quanto eficientemente a potência será usada. Reatores de

alto fator de potência requerem baixo nível de corrente no total específico de potência

requerida, permitindo a instalação de mais luminárias por circuito e reduzindo os custos

de fiação.

Page 132: Dicas de Construcoes

Já os reatores de baixo fator de potência, de forma inversa, requerem correntes mais

altas. Instala-se menos luminárias por circuito, resultando na elevação desses custos.

Fonte: Manual de Perguntas e Respostas - Philips.

RECURSOS DE ILUMINAÇÃO

Um bom projeto de iluminação pode resultar na adaptação da luz às necessidades

específicas de cada ambiente, permitindo valorizar detalhes e mesmo esconder pequenas

imperfeições. Apesar disso ser teoricamente possível a qualquer momento, o ideal é que

seja feito na fase de projeto, evitando futuras limitações impostas pela construção

acabada.

As melhores soluções são obtidas com o uso conjunto dos diferentes tipos de

iluminação, classificados segundo a incidência luminosa no ambiente:

• direta - a luz incide diretamente, sem reflexão no forro ou nas paredes. O espaço é

iluminado de forma geral, e, dependendo do posicionamento das luminárias, pode

causar ofuscamento. É ideal para áreas de pouca permanência, e pouco indicado para

ambientes de estar;

• indireta - o fluxo luminoso somente atinge uma determinada área depois de ser

refletido em alguma superfície. Obtido com o uso de sancas, arandelas, luminárias de pé

e abajures, é o mais apropriado para ambientes de longa permanência, e deve ser

complementado por fluxos localizados ou concentrados, conforme as necessidades

específicas;

• difusa - oferece uniformidade luminosa ao ambiente sem criar zonas de sombra, a

partir do uso conjunto de luz direta e indireta;

• concentrada - é uma luz direta com o objetivo específico de dar destaque a elementos

decorativos em geral ou permitir a leitura e atividades manuais;

• localizada - o fluxo luminoso atinge apenas determinado setor de um ambiente.

As características físicas dos ambientes também devem ser levadas em consideração na

escolha da iluminação, conforme os exemplos abaixo:

• ambientes pequenos - usar iluminação indireta e abundante, tomando cuidado para

não ofuscar a visão de quem estiver nesse espaço. Pode-se destacar objetos de arte,

plantas e outros elementos, desde que estejam todos do mesmo lado do recinto,

principalmente se ele for estreito. Recursos sobre o uso de clores claras e móveis

pequenos de linhas suaves colaboram com o projeto de iluminação para aumentar

ambientes. Deve-se evitar focalizar cantos ou extremidades, pois elas revelam as

verdadeiras dimensões do espaço.

• ambientes amplos - para torná-los mais aconchegantes sem perder as boas qualidades

da amplidão, pode-se instalar diversas luminárias de funcionamento independente,

como abajures e modelos de pé. Para iluminação geral, a melhor opção é usar vários

Page 133: Dicas de Construcoes

circuitos de spots, com acionamento individual, para fragmentar a área ou torná-la

uniforme, conforme a necessidade. Mais uma vez as cores, aqui em tonalidades escuras,

são aliadas da luz. Quanto aos móveis, deve-se preferir os maiores e mais pesados. O

ambiente não deve ser tratado como se fosse único: pode-se dividi-lo em dois ou três

espaços que possam interagir - do tipo estar, bar e lareira - para ocasiões como festas,

quando toda luz geral deve ser aproveitada, integrando os ambientes. Quando se deseja

mais intimidade, basta acionar apenas os abajures ou o circuito de spots que serve ao

setor escolhido.

• forro baixo - a luz deve ser projetada de baixo para cima, fazendo-a iluminar o teto

uniformemente. Para isso, lança-se mão de abajures de hastes longas. O ideal,

entretanto, é que os pontos de luz partam do piso, atingindo também as paredes. Outra

boa alternativa é a instalação de arandelas. Deve-se evitar direcionar a luz para o piso e

criar planos intermediários de iluminação, que podem quebrar o efeito de alongar as

paredes e subir o teto. A iluminação de destaque, portanto, não é indicada neste caso.

Para leitura e outras atividades, podem ser empregadas luminárias de facho

concentrado, mantendo-as desligadas quando não estiverem em uso.

• pé-direito muito alto - para valorizá-lo, vale o mesmo recurso usado para alongar o

forro baixo, fazendo o facho de luz incindir em todo o teto e nas paredes. Como há

espaço, um recurso interessante é a instalação de luminárias em vigas ou a utilização de

sancas. Mais tradicionais, spots e arandelas também são uma ótima solução. Num

ambiente pequeno, o pé-direito alto pode ser desagradável. Nesse caso, a luz não deve

"crescer", devendo ser direcionada para baixo, escurecendo o forro e disfarçando sua

altura. Os abajures são eficientes para isso, assim como as luminárias pendentes por fios

ou hastes longas.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mar/93.

REJUNTAMENTO EM PEÇAS CERÂMICAS

O acabamento de pisos e paredes onde a cerâmica está presente pode ser comprometido

se o rejuntamento das peças for malfeito. Para que isso não ocorra, os seguintes

procedimentos devem ser observados:

Escolha do rejunte

A escolha deve estar de acordo com o local a ser aplicado:

• para ambientes que entram em contato direto com a água, o rejunte deve ser

impermeável (para impedir que o líquido infiltre por baixo da cerâmica) e antifúngico

(para evitar a formação de bolor);

• em fachadas e áreas que ficam expostas ao tempo, o rejunte tem que ser também

flexível (para suportar as dilatações causadas pelas mudança bruscas de temperatura).

Ao utilizar rejunte colorido, observar se ele contém aditivos que fixem a cor,

prolongando assim a durabilidade em até dez vezes e mantendo o tom original, mesmo

quando expostos ao tempo.

Page 134: Dicas de Construcoes

Tipos de rejunte

Pisos e azulejos, em geral, pedem rejunte convencional, encontrado no mercado em

várias cores. Já o porcelanato deve ser rejuntado com produtos feitos de resinas

poliméricas, também disponíveis em diversas cores. Para igualar a textura das juntas

com a do porcelanato, é possível utilizar rejunte de epóxi textural. As pastilhas de vidro,

por sua vez, exigem produtos com a dupla função de assentar e rejuntar as peças

simultaneamente. Além disso, é preciso lembrar que existem opções específicas para

juntas finas (até 6 mm) e largas (acima de 6 mm), estas mais resistentes a rachaduras.

Aplicação do rejunte

A massa de assentamento dos pisos e azulejos deve estar completamente seca, o que

ocorre após 48 a 72 horas, dependendo da marca do produto. No preparo do rejunte, a

quantidade de água é fundamental: as instruções da embalagem devem ser seguidas

rigorosamente, pois disto depende a qualidade final do trabalho. O ponto ideal da massa

é homogênea e levemente densa (se a pasta ficar líquida, perde a resistência). As juntas

devem ser umedecidas antes da aplicação, melhorando a aderência e evitando que o

rejunte perca a água necessária para a perfeita secagem.

Para evitar manchas, os fabricantes aconselham a proteger as peças com fitas adesivas

em caso de cerâmicas rústicas, com aplicações de ouro ou prata ou com cor diferente do

tom do rejunte. Revestimentos porosos podem receber aplicação de óleo diesel ou cera

incolor sobre as peças, evitando-se que o rejunte penetre nos poros e cause manchas.

Espátulas de plástico ou de borracha são os instrumentos corretos para preencher por

completo as juntas. Antes da secagem, o excesso de massa deve ser retirado. Após meia

hora, os resíduos que ficaram sobre o revestimento devem ser limpos com uma esponja

ou pano levemente úmido.

Correção de falhas e imperfeições em rejuntes antigos

Para isso, aconselha-se a aplicação de nova camada de rejunte, da mesma cor do

original. A opção pela troca somente deve ser considerada se o aplicador tiver muita

paciência, cuidado e capricho. Nesse caso, as juntas devem ser molhadas com ácido

muriático, com a ajuda de uma escova de nylon rígido (recomenda-se fazer um teste em

uma pequena área para saber se o ácido não irá manchar ou estragar o revestimento). A

seguir, remove-se o rejunte antigo, com ajuda de uma espátula, e aplica-se o novo.

A limpeza de manchas de bolor, gordura ou sujeira pode ser feita com escova ou

esponja, utilizando-se produtos de limpeza desengordurantes ou à base de cloro. Não

devem ser usados ácidos.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/99.

ROTEIRO DA ECONOMIA PARA CONSTRUÇÃO DA CASA

Page 135: Dicas de Construcoes

Da escolha do terreno aos acabamentos, a construção pode ter seus custos

significativamente reduzidos, desde que o processo tenha um planejamento e uma

organização adequado. As dicas abaixo buscam, de forma bastante resumida e

simplificada, mostrar como:

COMPRA DO TERRENO

• se possível, escolher um terreno plano, o que representará menos gastos com

terraplanagem e fundações;

• para avaliar o solo, é importante contratar uma empresa de sondagem; caso o resultado

apresente um solo de boa resistência superficial, será possível utilizar uma fundação

tipo sapata corrida (uma laje armada horizontalmente, de 50 a 60cm, em valas de

aproximadamente 1 metro de profundidade), que consome menos concreto;

• em um lote acidentado é possível fazer terraplanagem, mas a necessidade de fazê-la ou

não será definida pelo projeto arquitetônico, que pode tirar proveito da inclinação ou

dos acidentes naturais do lugar;

• para terrenos em declive, uma solução pode ser a utilização de uma estrutura

independente.

PROJETO

• é altamente recomendável investir na contratação de um arquiteto ou engenheiro civil,

informando a este profissional o quanto se pretende gastar com a construção;

• revisar o projeto e esclarecer todas as dúvidas até o fim. É muito mais fácil e barato

solucionar erros e pedir mudanças na fase do projeto do que derrubar paredes durante a

obra;

• o telhado é um dos itens mais caros da construção; mansardas e outros recortes no

desenho da cobertura representam mais custos de material e mão de obra;

• concentrar banheiros e cozinha numa mesma área permite otimizar o uso da tubulação

hidráulica necessária;

• sobrados geralmente custam menos que casas térreas; com o mesmo telhado cobre-se

o dobro de área construída, além de utilizar-se praticamente o mesmo tipo de fundação;

• a construção de ambientes como adega e salão de jogos somente devem ser previstos

caso sejam realmente utilizados;

• uma planta cheia de recortes dificulta a execução do serviço, requer mais material e

representa mais área de pintura;

• recortes em pisos de cerâmica, azulejos e outros materiais de acabamento (para

assentamento nos cantos) são fonte de desperdício, pois dificilmente é possível

aproveitar as sobras. Ambientes projetados com dimensões adequadas às medidas-

Page 136: Dicas de Construcoes

padrão desses materiais evitam essas perdas.

PLANEJAMENTO

• depois que o projeto estiver completamente definido, é necessário um planejamento da

obra. Elaborada em conjunto com o profissional responsável pela obra, uma planilha

pode registrar a ordem de execução dos serviços, duração e custo de cada fase da obra,

evitando-se gastos com mão-de-obra e/ou materiais não necessários no momento;

• o fluxo de caixa deve ser controlado para não correr o risco de parar a obra por falta de

dinheiro (obra demorada é sempre mais cara). Anotar na planilha todos os gastos e

sempre guardar recibos e notas fiscais, pois eles serão úteis para declaração do Imposto

de Renda e para enfrentar eventuais problemas legais;

• mesmo que os materiais de acabamento ainda não tenham sido escolhidos, devem ser

anotadas na planilha especificações dadas por quem fez o projeto, como tamanho,

espessura, tonalidade, classe de abrasão e nível de absorção de água das cerâmicas, o

mesmo valendo para outros itens, como madeira e carpete, poupando tempo na hora de

pesquisar e comprar.

CONTRATAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA

• preferencialmente, somente chamar profissionais conhecidos ou indicados por amigos

ou parentes; se possível, é bom ver um trabalho pronto;

• utilizar uma equipe que normalmente trabalha para o seu arquiteto ou engenheiro pode

ser mais cômodo, mas nem sempre sai mais em conta. Caso outros operários

competentes e de confiança sejam conhecidos, verificar com o profissional responsável

pela obra se não há empecilhos, fazer a cotação com os dois grupos e então decidir;

• quando se tem um empreiteiro, é ele o responsável pela contratação e pagamento de

encargos trabalhistas. Se a administração da obra não contar com esse profissional, é

importante estabelecer uma relação contratual por escrito com os operários,

especificando o tipo de serviço que se espera deles, o prazo e o valor. Não se deve

esquecer de recolher o INSS dos trabalhadores, caso contrário esse valor terá que ser

acertado de uma só vez ao requerer o Habite-se à prefeitura, evitando problemas com a

Justiça do Trabalho;

• determinar uma forma de pagamento baseada na produção, estabelecendo assim que o

pagamento da mão-de-obra ficará condicionado ao cumprimento de determinadas etapas

e prazos;

COMPRA DE MATERIAIS

• pesquisar exaustivamente os preços de materiais e pedir orçamentos por escrito. Para

poupar tempo, verificar se a loja fornece orçamentos por fax ou e-mail. Fazer a pesquisa

levando em conta os parâmetros estabelecidos pelo profissional que elaborou o projeto,

tentando achar a melhor relação entre qualidade e preço (não esquecendo que, além do

custo de construção, há também um de manutenção, ou seja, materiais de baixa

qualidade só são economia a curto prazo, e em pouco tempo a obra começará a

Page 137: Dicas de Construcoes

apresentar problemas);

• lembrar de incluir o frete na conta da pesquisa, caso necessário;

• às vezes, é possível fechar um pacote para a compra de uma grande quantidade de

materiais numa única loja e, assim, negociar um desconto ou o pagamento a prazo. A

pechincha é regra básica;

• tentar, se possível, fazer compras em conjunto caso haja vizinhos construindo perto.

Quanto maior a quantidade de material encomendado, maior o poder de barganha para

negociar preços, além de ser possível dividir os custos de frete;

• conferir se o material entregue na obra é o mesmo comprado e se está na quantidade

certa. Cuidados redobrados devem ser tomados com material a granel, como areia;

• pesquisar também em lojas de materiais de demolição e cemitérios de azulejos. Neles

é possível encontrar muita coisa em bom estado e por um bom preço (nas capitais onde

virou moda materiais de demolição, eles chegam a custar mais caro que o material novo.

A alternativa é procurar em cidades pequenas ou nas próprias demolições);

• a compra antecipada de materiais de acabamento deve ser feita considerando uma

margem de aproximadamente 10% de sobras para cobrir quebras e consertos futuros;

ACOMPANHAMENTO

• é importante acompanhar de perto a obra para ter certeza de que o planejamento está

sendo cumprido e de que não há desperdícios. Caso isso não seja possível, deve-se

escolher um profissional competente e de confiança para tanto.

ESTOCAGEM

• observar o prazo de validade de materias como o cimento. Não deve ser armazenada

muita quantidade nem com muita antecedência (a planilha ajuda essa programação);

• o material deve estar protegido da chuva, vento e outras intempéries. A areia e o

cimento têm que ser cobertos, a madeira em local abrigado e com ventilação. Evitar

deixar materiais em caixas de papelão ao relento;

• evitar construir no período mais chuvoso de sua região.

ACABAMENTO

• evitar comprar materiais da moda; os tradicionais, além de ser mais baratos, são mais

fáceis de repor;

• pisos de cimento queimado coloridos podem substituir mármores e granitos em locais

que pedem resistência a um custo baixo. Se não for bem executado, o piso pode rachar;

• paredes internas não precisam de reboco, podendo-se pintar diretamente o tijolo

aparente com latéx, economizando massa e mão de obra. Nas paredes externas é

Page 138: Dicas de Construcoes

possível aplicar um reboco feito com areia naturalmente colorida, que custa o preço do

reboco normal e não precisa de pintura. Para maior garantia, pode-se fazer uma proteção

com silicone;

• materiais de acabamento nobre mais baratos podem ser encontrados, junto aos

fornecedores, em promoção ou sobras;

• seguir a linha da parede no assentamento de pisos e azulejos consome menos peças; a

colocação na diagonal requer mais recortes, implicando em mais material para cobrir a

mesma área;

• os azulejos não precisam ir até o teto; as meias-paredes podem receber um barrado

colorido para complementação;

• evitar esquadrias desnecessárias, pois, individualmente, elas são o item mais caro da

obra. Elementos vazados podem eventualmente substituir algumas delas sem prejuízo

da iluminação ou ventilação;

• no entulho da obra podem existir materiais que podem ser reutilizados (por exemplo,

pedriscos que sobram a cada peneirada de areia podem virar um caminho no jardim);

• se possível, utilizar peças de linha, em tamanho-padrão, para gabinetes, pias e

espelhos.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/98.

SISTEMAS DE AQUECIMENTO DE ÁGUA

É importante que o sistema de aquecimento de água seja definido já na fase de projeto,

uma vez que sua instalação adequada exige certos cuidados que interferem diretamente

no desenho da planta, tais como a inclinação do telhado e as instalações elétricas e

hidráulicas.

A escolha do aquecedor depende do tipo de energia a ser utilizado para esquentar a

água: elétrica, a gás ou solar. A partir daí, é definido o sistema de alimentação dos

equipamentos:

• por acumulação, em que a água aquecida fica armazenada em boilers instalados no

forro ou em falsos armários;

• de passagem, em que a água é aquecida gradualmente, à medida que passa pelo

aparelho.

Um fator importante é a localização do imóvel. O sistema a gás, por exemplo, fica mais

prático em cidades servidas por gás de rua e em regiões próximas a bacias coletoras,

como o Rio de Janeiro. Já a opção pelo aquecimento solar é perfeita para regiões em

que a incidência do sol é constante.

Page 139: Dicas de Construcoes

O aquecimento solar merece algumas explicações: trata-se de um conjunto incluindo um

coletor, um boiler e um sistema de aquecimento elétrico acoplado. O coletor é a placa

para captação da energia dos raios solares, transformando-a no calor que aquece a água

fria. Seu número varia de acordo com a capacidade do boiler (o reservatório que

armazena a água quente): uma ou duas placas para boilers de 150 l, duas para 200 l,

duas ou três para 250 l e quatro a cinco para 300 l. Como regra geral, o boiler deve ser

instalado em posição superior aos coletores. Estes devem estar voltados para o norte, e

sua inclinação deve ser igual ao ângulo da latitude local acrescido de 5 a 10 graus.

De forma geral, os fabricantes fazem as seguintes recomendações:

• os aquecedores devem ser alimentados pelo reservatório superior de água fria (caixa

d'água), nunca diretamente pela rede pública (água da rua), evitando assim que o

aparelho seja afetado pela falta de água;

• antes de usar o equipamento pela primeira vez, verificar se as ligações de gás e

hidráulicas estão de acordo com as especificações do manual de instalação;

• deve ser verificado se a empresa instaladora colocou uma válvula de segurança ou

respiro nos modelos de acumulação a gás, pois esse acessório de proteção alerta quando

o aparelho está com problemas;

• o queimador do aquecedor nunca deve ser aceso sem antes verificar se o reservatório

(nos modelos de acumulação) está cheio de água;

• o aquecedor nunca deve ser acoplado à mesma válvula que alimenta a descarga;

• para evitar o acúmulo de sedimentos no interior dos aquecedores com sistema de

acumulação, deve-se, uma vez por mês, deixar escoar, pelo dreno de limpeza, cerca de

20 l de água do aparelho;

• para obter pressão satisfatória nos pontos de consumo, o fundo da caixa d'água fria

deve estar a pelo menos 1 m acima do forro;

• ao instalar o sistema em casas (baixa pressão), certificar-se de que a bitola da

tubulação de alimentação de água fria seja maior que a do ponto de entrada do

aquecedor, melhorando a pressão da água;

• de acordo com as normas de segurança da ABNT, é proibida a instalação de

aquecedores a gás em forros, armários embutidos, nichos internos ou qualquer local sem

ventilação permanente.

A tabela abaixo mostra os diversos tipos de aquecedores e suas principais

características:

.

TIPOS

Elétrico

Passagem individual Passagem central Acumulação

Vantagens compacto e fácil de instalar,

dispensando tubulação compacto

água quente para uso

imediato e boa pressão de

água

Page 140: Dicas de Construcoes

Desvantagens custo do kw, baixa pressão e

pouca vazão de água

custo do kw e pouca

vazão de água custo do kw

.

. A gás

Passagem Acumulação

Vantagens

pressão de água melhor que

nos modelos de passagem

elétricos

água quente para uso imediato; pressão de água

melhor que no similar elétrico

Desvantagens

risco de vazamento se não

seguir especificações;

dificuldade em manter a

temperatura baixa

risco de vazamento se não seguir especificações

.

. Solar

Acumulação

Vantagens custo de aquecimento zero, em regiões de sol constante

Desvantagens custo do aparelho; em regiões pouco ensolaradas, o sistema elétrico é acionado

constantemente

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/97.

SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO CASEIRA

A irrigação caseira dispõe de eficientes aparelhos como microaspersores e

tubogotejadores, equipamentos simples, que economizam a água e podem até ser

controlados por timer, com sensores de chuva para determinar o acionamento ou não do

processo. Eles estão a um passo dos sistemas elétricos mais avançados, de instalação

complexa e, necessariamente, realizada por empresas especializadas. Ao contrário

destes, os microaspersores e tubogojetadores, que também servem para grandes

plantações, podem ser instalados por qualquer pessoa.

MICROASPERSÃO: com aproximadamente 35 centímetros, o microaspersor é ideal

para irrigação localizada, molhando apenas os lugares onde a rega é necessária. O

microaspersor possibilita a distribuição uniforme sobre a área a ser irrigada, evitando

desperdícios de água. De fácil instalação, pode ser acoplado diretamente à mangueira

doméstica com a ajuda de um adaptador e preso ao solo por uma haste em forma de

lança. A pressão da água faz com que o aspersor gire, molhando círculos de

aproximadamente 3m. Em jardins maiores, é possível conectar outras mangueiras aos

aspersores e ampliar a área de rega. Para garantir o melhor funcionamento desse

equipamento em grandes áreas, deve-se buscar orientação especializada.

GOTEJAMENTO: método inovador e de baixo custo na instalação. Dependendo da

área a ser irrigada, pode ser colocado diretamente na torneira do jardim. Neste processo,

utiliza-se de um tubo com microaberturas, compondo um labirinto que permite a

passagem da água e uniformiza sua vazão. Próximas umas das outras, as pequenas

aberturas (gotejadores) produzem uma faixa de umidade contínua, totalmente

aproveitada pelas raízes das plantas. O tubogotejador é feito de polímeros aditivados,

um tipo de plástico enriquecido com repelentes contra insetos e pássaros, além de ser

resistente ao calor, à ação dos ventos e às intempéries.

O desenho abaixo mostra as possibilidades de uso do tubogotejador.

Page 141: Dicas de Construcoes

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/95.

SISTEMAS PRÉ-FABRICADOS DE CONCRETO

As vantagens oferecidas pelo construção pré-fabricada são a rapidez, a limpeza da obra,

a garantia da construção, a indicação da mão de obra e a possibilidade de combinação

de materiais diferentes. As desvantagens são o preço relativamente alto, a necessidade

do projeto ser modular, a possibilidade de apresentar fissuras na junção entre placas e a

dificuldade de reformar a casa.

Na construção pré-fabricada de concreto, são montados no terreno as vigas, os pilares,

as lajes e os painéis para fechamento das paredes. Em alguns casos, a empresa oferece

até os acabamentos. Quando há muita pressa e restrição de orçamento, é possível

utilizar plantas padronizadas, desenhadas pela empresa, e assim receber a casa

prontinha.

Não há regras específicas para definir o melhor sistema: casa pronta ou só estrutura,

com paredes e telhado, sem acabamento. O desempenho do melhor sistema pode variar

de acordo com as condições do terreno e com o projeto a ser executado. Um arquiteto

ou engenheiro poderá ajudar a escolher o mais adequado, avaliando as condições de seu

terreno - umidade, clima, tempo de exposição ao sol e ventos.

Cada construtora dispõe de um tipo de serviço e produto. Os painéis de fechamento

(placas que associam materiais diferentes - concreto, telas de aço ou chapas de isopor)

têm espessuras que variam de 3 a 14 cm.

O isolamento térmico é o último fantasma que assombra as construções pré-fabricadas

de concreto. Com paredes mais finas que as tradicionais, os ambientes tendem a perder

calor rapidamente e a se tornarem frios à noite. Para que isso não ocorra é necessário

um bom projeto, uma vez que a definição do número de janelas e insolação tem tanta

influência na sensação térmica quanto a espessura da parede ou o material. Ou seja uma

parede fininha, empregada em um bom projeto, será tão eficiente quanto outra mais

Page 142: Dicas de Construcoes

espessa.

Algumas regras genéricas são:

• se a casa estiver em uma região que sofre grande variação de temperatura durante o

dia (capital de São Paulo, por exemplo), deve-se preferir as paredes de concreto maciço

- elas permitem que o calor entre aos poucos durante o dia e só seja sentido a noite;

• numa região mais quente (no caso do Nordeste), as paredes isolantes (que têm isopor

ou espaço vazio entre a face interna e a externa) são mais adequadas, e o projeto deve

prever bom sombreamento, evitando que o calor chegue ao interior pela parede ou pelas

janelas;

• em regiões frias (como no sul), as paredes isolantes também podem ser utilizadas, mas

o projeto deve permitir que o sol entre pelas janelas durante o maior tempo possível.

É importante, antes de decidir por este tipo de construção, verificar se há restrições

municipais. Em relação ao contrato com a empresa, é bom vincular o pagamento às

etapas da obra.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jun/98.

TELHAS CERÂMICAS

Os principais tipos de telhas cerâmicas e suas características são:

Capa e canal - encontrada em três estilos:

colonial, paulista e plan.

Rendimento:17 peças/m².

Francesa - a instalação é feita com encaixe

lateral. O desenho da superfície muda de

acordo com o fabricante.

Rendimento: 18 peças/m².

Page 143: Dicas de Construcoes

Romanas - são sobrepostas lateralmente.

Rendimento: 17 peças/m².

Portuguesas - o grupo também inclui as

italianas e espanholas. O que muda são as

dimensões e o rendimento.

Rendimento: 13 peças/m² (italiana) e 16

peças/m² (portuguesa).

Planas - utilizadas em países de invernos

rigorosos, onde os telhados são muito

inclinados para permitir que a neve escorra.

No Brasil, são usadas para compor coberturas

de estilo germânico e suíço.

Rendimento: 35 peças/m².

Dependendo do modelo aplicado, a cobertura deve seguir uma porcentagem de

caimento, conforme tabela abaixo:

TIPO DE TELHA CAIMENTO (%)

Colonial 25 a 45

Telhão 20 a 45

Capanal 30 a 50

Paulistinha 25 a 45

Plana 100

Germânica 42 a 60

Plan 20 a 45

Romana 30 a 45

Francesa 30 a 45

Fontes: Guia Geral de Cerâmica & Assentamento 98/99 - Revista Show Room -

Menasce Publicações ([email protected]) - nº 30 A - mai/98.

Revista Arquitetura & Construção - dez/98.

TIPOS DE BLOCOS E TIJOLOS Textura, acabamento, dimensões e propriedades físicas, além do uso propriamente dito

(vedação, estrutural, aparente) são alguns dos fatores que devem ser levados em

consideração ao se escolher os blocos e tijolos para a obra, cujos principais tipos

Page 144: Dicas de Construcoes

encontrados são:

• tijolos de barro - disponíveis em vários modelos, podem ser utilizados para alvenaria

de vedação e acabamento. Existem variedades para compor cantos de 45 e 90º, paredes

curvas, modelos semicirculares para colunas e plaquetas para revestimento. Quanto às

dimensões, o padrão da ABNT é de 19 cm de comprimento x 9 cm de largura x 5,7 cm

de altura;

• blocos cerâmicos - resistentes, proporcionam bom isolamento termoacústico.

Disponíveis em acabamento de textura fina (permitindo uso à vista) ou ranhurada (para

revestimento). Podem ser de vedação ou estruturais (ou autoportantes). Há também as

canaletas para cintamento (sistema que prende e dá sustentação aos blocos na

alvenaria). Suas dimensões mínimas são de 19 cm de comprimento x 19 cm de altura x

9 cm de largura, e as máximas de 39 x 19 x 19 cm;

• blocos de concreto - podem ser estruturais, de vedação ou canaletas, nos formatos

inteiro ou meio bloco. Apresentam texturas das mais finas, que podem ficar aparentes,

até as rústicas, ranhuradas ou com relevos. Os blocos estruturais medem, no máximo, 39

cm de comprimento x 19 cm de largura x 19 cm de altura, enquanto os de vedação têm

39 x 9 x 19 cm;

• blocos de concreto celular - produzidos em autoclave (sistema através do qual a peça

é exposta a altíssimas temperatura e pressão, afim de ganhar maior resistência), estes

blocos formados por cimento, cal, areia, materiais silicosos e alumínio em pó são leves,

porosos e têm boas qualidades termoacústicas. São recomendados para paredes internas,

podendo receber acabamento com massa fina, gesso ou azulejos. De acordo com a

ABNT, deveriam ter as mesmas dimensões dos blocos de concreto, porém, são

encontrados em diferentes medidas. Podem ser facilmente cortados;

• blocos sílico-calcáreos - resultado de uma mistura de cal virgem e areia silicosa, são

encontrados nas linhas estrutural e de vedação. Sua textura uniforme permite o uso

aparente. Podem ser encontrados nas dimensões mínimas de 24 cm de comprimento x

5,2 cm de altura x 11,5 cm de largura, e máximas de 39 x 19 x 19 cm;

• tijolos de vidro - permitem a passagem de até 75% de luminosidade e são eficientes

no isolamento termoacústico. Não têm função estrutural e só podem suportar outros

tijolos de vidro. Possuem 20 cm de altura x 20 cm de largura, com espessuras de 6, 8 ou

10 cm.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/94.

TIPOS DE FUNDAÇÃO

A construção de uma edificação começa pela sondagem do terreno sobre o qual ela será

erguida. A sondagem, uma espécie de radiografia do terreno, identifica as camadas do

solo e sua resistência, além de detectar a presença do lençol freático (água), informações

fundamentais para que o calculista projete adequadamente as fundações.

Page 145: Dicas de Construcoes

Essas devem alcançar a camada de solo de resistência média. Se essa camada surgir até

1,5 m de profundidade, é possível utilizar fundação direta, cujos principais tipos são:

• sapata isolada: recomendada para casas com qualquer número de pavimentos, suporta

o peso concentrado de pilares. O elo entre ela e as paredes é a viga baldrame;

• sapata corrida: acompanha as paredes da casa, e é indicada para solos resistentes e

construções com paredes portantes, que dispensam pilares e vigas. A carga é distribuída

uniformemente ao longo das paredes;

• laje radier: a rigor, este tipo, com cerca de 1,5 m de espessura, só é utilizado em

grandes obras. Porém, é comum chamar de radier uma laje mais fina, com ± 12 cm,

colocada imediatamente abaixo da superfície de solos firmes, ou uma fundação usada

em solos pouco resistentes, como argilas orgânicas ou areias fofas. Retira-se o solo e

faz-se uma caixa oca de 2 m de espessura de concreto armado, onde se apóia a casa.

Porém, quando a camada do solo firme aparece a mais de 2m, recorre-se à fundação

profunda, ou seja, estacas ou tubulões. As primeiras podem ser pré-moldadas ou feitas

como as fundações diretas, de concreto armado, que pode ser preparado no canteiro ou

em betoneiras:

• pré-moldada de concreto: solução para terrenos com lençol freático e para argila

orgânica, muito mole. As estacas vêm prontas e são cravadas por um bate-estacas;

• metálica: mais comuns na construção de prédios, cumprem também a função de

contenção do terreno (arrimo);

• Strauss: recomendada para casos em que a fundação deve ser profunda (até 20 m) e os

terrenos, secos. Um tripé com um tubo metálico perfura o solo até a profundidade

definida pelo projeto, e o furo é preenchido com concreto;

• estaca broca: um trado escava um furo, a ser preenchido com concreto, na terra até

encontrar solo firme. O trado manual só alcança 4 m, mas o mecanizado atinge grandes

profundidades. Não é indicada quando há lençol de água;

• tubulão: normalmente utilizado em construções de grande porte.

Normalmente não se usam fundações diferentes em uma mesma obra, mas, dependendo

das condições do terreno, pode-se recorrer a este tipo de solução mista.

Fonte: Revistas Arquitetura & Construção - out/98 e out/92.

TIPOS DE JANELA

A importância das janelas vai além das exigências estéticas, de luminosidade e aeração

dos espaços. Ela deve aliar tais fatores à garantia da privacidade, segurança e bem estar

das pessoas nos ambientes. Para isso, é preciso que o consumidor conheça algumas

particularidades desse recurso arquitetônico, como a maneira pela qual as folhas se

abrem e se projetam, sua estanqueidade e isolamento acústico, entre outras. Os

Page 146: Dicas de Construcoes

principais modelos disponíveis no mercado são:

• Bay-window - típica da arquitetura inglesa, esse modelo de janela, sempre instalada

no piso térreo, tem três faces que se projetam para fora do prumo da construção. Possui

variações como a oriel-window, instalada no andar superior e ocupando todo o pé-

direito do ambiente, e a bow-window, que, em vez de facetada, projeta-se para fora das

paredes como um volume semicircular.

• Sanfonada - também conhecida como camarão, move-se no sentido horizontal,

flexionando suas folhas com a ajuda de dobradiças. Regula bem a entrada de luz e ar,

mas quando fechada não permite boa estanqueidade.

• Basculante - projeta-se para dentro ou para fora, num movimento de rotação em torno

de um eixo horizontal ou por meio de um braço de articulação. Dependendo do ângulo

de abertura de suas folhas, a ventilação é parcial mas constante.

• Máximo-ar - denominação de janelas cuja abertura deixa os vidros numa posição

perpendicular em relação à esquadria. Garante boa ventilação e iluminação, mas pouca

privacidade.

• Veneziana - com palhetas na horizontal, que se apóiam na caixilharia. Além da de

palhetas estreitas, existe o tipo portuguesa, cujas palhetas em balanço avançam para fora

do caixilho. Proporciona ventilação mesmo fechada.

• De correr - bastante utilizada, move-se ao longo de trilhos; é chamada de deslizante

quando se abre para as laterais, e de guilhotina quando se abre para cima e para baixo.

Em ambos os casos, apresenta manobras simples, que poupam os espaços ao redor,

tanto interna como externamente. A ventilação apenas se dá em 50% da abertura.

• De abrir - assim são chamadas as janelas tradicionais que liberam 100% do seu vão

para entrada de ar, sem nenhuma resistência ao vento. Existem as de folhas duplas (caso

se abram para dentro, dificultam a colocação de cortinas; se para fora, o uso de grades

de segurança ) e as de folhas simples. Tanto numa quanto noutra, as folhas se fixam

apenas quando abertas ou fechadas totalmente.

• De tombar - este tipo de janela, como o nome já diz, tomba para dentro, mas apenas

na parte superior da esquadria. Apesar de não liberar totalmente o vão, oferece aeração

constante e boa vedação contra chuvas e ventos.

• Pivotante - determinada por movimento giratório em torno de um eixo (pivô) vertical

instalado no meio da abertura ou mais próximo de uma das bordas. Cria vãos que

permitem a circulação do ar em todo o ambiente, mas dificulta a colocação de cortinas e

grades.

• Vitrôs - uma ou mais folhas de vidro que se movem na vertical ou na horizontal a

partir do comando de uma alavanca. Além de não liberarem o vão para passagem total

do ar, proporcionam reduzida vedação.

• Vidro fixo - este tipo de janela se caracteriza pela imobilidade tanto dos vidros como

dos caixilhos, que se mantém fixados à abertura. Com luminosidade, estanqueidade e

Page 147: Dicas de Construcoes

segurança garantidas, a aeração, por sua vez, é nula.

Geralmente, as esquadrias são produzidas em quatro materiais básicos: madeira,

alumínio, aço (fero) e PVC.

A madeira, má condutora de calor e som, mas excelente isolante termoacústico, destaca-

se pela nobreza que confere aos acabamento. São as mais recomendadas para casas de

praia e campo por oferecer, quando tratadas corretamente, boa resistência à maresia e

intempéries. Aliás, o tratamento recebido pela madeira é de fundamental importância

para determinar a opção pelo produto. O tipo de madeira também deve ser observado, já

que algumas são mais resistentes a microorganismos que outras, não necessitando

sequer de tratamento.

As de aço, conhecidas como "de ferro", difundiram-se entre as construções populares;

pelo fato do material ser sensível à corrosão, esse problema foi minimizado com adição

de cobre ao aço. Assim como as de alumínio, são boas condutoras de calor e som, e,

conseqüentemente, péssimos isolantes termoacústicas.

A corrosão, que ataca o aço, não tem efeito sobre o alumínio.

O PVC utilizado na produção de caixilhos é o PVC Plus, que recebe aditivos químicos

dotando-o de maior tenacidade a impacto e calor, e pigmentos para cor. Além do ótimo

isolamento termoacústico, o PVC oferece boa vedação à água e ao ar, e demonstra

grande resistência à poluição química.

Os vidros são elementos de destaque nas janelas, proporcionando segurança, luz e

visibilidade às construções. O mais comum é o cristal liso, encontrado nas cores fumê,

verde e bronze e com espessuras de 3 a 6 mm. Porém, existem tipos tecnicamente mais

sofisticados. É o caso do laminado, ideal para segurança, que apresenta uma camada de

polivinil butiral (espécie de plástico prensado entre os vidros) que, mesclando

tonalidades diferentes de vidro e plástico, permite maior diversidade de cores. Sua

espessura varia de 6 a 40 mm; em caso de quebra, os cacos se mantém grudados ao

butiral.

Os aramados, com arames na horizontal e vertical, são fundidos junto com os

componentes do vidro (sílica). Translúcidos e sem cor, constituem-se numa alternativa

que fica apenas na promessa da paisagem, deixando a luz passar sem revelar com

nitidez as imagens. Têm de 6 a 7 mm de espessura.

Finalmente, os temperados, obtidos a partir do aquecimento e resfriamento abruptos dos

materiais. Não permitem cortes ou furos depois de prontos, são produzidos sob

encomenda, podendo ter 6, 8 ou 10 mm de espessura. As colorações mais comuns são

verde, marrom e cinza.

A fixação do vidro ao caixilho pode ser feita com a tradicional massa de vidraceiro (que

apresenta o inconveniente de rachar, com o tempo) ou por silicone, que prende o vidro

ao caixilho com tiras de borracha e garante total estanqueidade.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mai/93.

Page 148: Dicas de Construcoes

TIPOS DE LAJE

Pré-fabricada de isopor

• vantagens: leveza; rapidez na montagem; facilidade de instalação de canos e

conduítes; preço;

• desvantagens: não é possível fazer furos na parte inferior; é preciso passar uma cola

especial na face aparente do isopor para que o acabamento (chapisco ou gesso) possa

aderir ao material.

Pré-fabricada de lajotas cerâmicas

• vantagens: é o sistema mais barato para lajes finas que cubram pequenos vãos;

• desvantagens: frágeis, as lajotas podem quebras no transporte, na colocação e na

concretagem.

Pré-fabricada de painéis treliçados

• vantagens: dá resistência à peça e facilita seu transporte; sua colocação dispensa

encaixes e acabamentos na parte inferior; uso menor de madeira para escoramento;

• desvantagens: custa, em média, 30% a mais que os demais sistemas pré-fabricados.

Maciça ou moldada na obra

• vantagens: menos suscetível a fissuras e trincas (depois de seco, o concreto torna-se

um monobloco que dilata e contrai de maneira uniforme);

• desvantagens: gasto maior de madeira para a base e escoramento; é a mais pesada e,

em geral, cara.

Essa comparação deve ser entendida como referencial, uma vez que, a princípio,

qualquer uma das lajes pode ser utilizada em casas, cabendo ao arquiteto e ao calculista

determinar a melhor solução para cada caso.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção – nov/98.

TIPOS DE LÂMPADAS

Incandescentes

Funcionam através da passagem da corrente elétrica por um filamento de tungstênio

que, com o aquecimento, gera a luz. Com temperatura de cor agradável, na faixa de

2.700 K ("amarelada") e reprodução de cor de 100%, têm atualmente sua aplicação

predominantemente residencial.

Halógenas

Funcionando em tensão de rede ou em baixa tensão, são também consideradas

incandescentes por terem o mesmo princípio de funcionamento; porém, são

Page 149: Dicas de Construcoes

incrementadas com gases halógenos que, dentro do bulbo, se combinam com as

partículas de tungstênio despreendidas do filamento. Essa combinação, associada à

corrente térmica dentro da lâmpada, faz com que as partículas se depositem de volta no

filamento, criando assim o ciclo regenerativo do halogênio. Suas principais vantagens

em relação às lâmpadas incandescentes são:

• luz mais branca, brilhante e uniforme durante toda vida;

• alta eficiência energética, ou seja, mais luz com potência igual ou menor;

• vida útil mais longa (entre 2 e 4 mil horas);

• menores dimensões.

Fluorescentes compactas

Possuem a tecnologia e as características de uma lâmpada fluorescente tubular, porém

com tamanhos reduzidos. São utilizadas para as mais variadas atividades, seja

comercial, institucional ou residencial, com as seguintes vantagens:

• consumo de energia 80% menor;

• durabilidade 10 vezes maior;

• design moderno, leve e compacto;

• aquecem menos o ambiente, representando forte redução na carga térmica das grandes

instalações;

• excelente reprodução de cores, com índice de 85%;

• tonalidade de cor adequada para cada ambiente, com opções entre 2.700 K (aparência

de cor semelhante às incandescentes) a 4.000 K (aparência de cor mais branca).

Fluorescentes tubulares

De alta eficiência e longa durabilidade, emitem luz pela passagem da corrente elétrica

através de um gás, descarga essa quase que totalmente formada por radiação ultravioleta

(invisível ao olho humano) que, por sua vez, será convertida em luz pelo pó fluorescente

que reveste a superfície interna do bulbo. É da composição deste pó que resultam as

mais diferentes alternativas de cor de luz adequadas a cada tipo de aplicação, além de

determinar a qualidade e quantidade de luz e a eficiência na reprodução de cor. São

encontradas nas versões Standard (com eficiência energética de até 70 lm/W,

temperatura de cor entre 4.100 e 6.100 K e índice de reprodução de cor de 85%) e

Trifósforo (eficiência energética de até 100 lm/W, temperatura de cor entre 4.000 e

6.000 K e índice de reprodução de cor de 85%). A performance dessas lâmpadas é

otimizada através da instalação com reatores eletrônicos. São usadas em áreas

comerciais e industriais.

Descarga em alta pressão

Seu princípio de funcionamento completamente diferente das incandescentes: uma

descarga elétrica entre os eletrodos leva os componentes internos do tubo de descarga a

produzirem luz. Funcionam através do uso de reatores, e, em alguns casos, só partem

com auxílio de ignitores. Dependendo do tipo, necessitam de 2 a 15 minutos entre a

partida e a estabilização total do fluxo luminoso. São utilizadas em ambientes internos e

externos e situações especiais. Seus tipos são:

Page 150: Dicas de Construcoes

• multivapores metálicos - são lâmpadas que combinam iodetos metálicos, com

altíssima eficiência energética, excelente reprodução de cor, longa durabilidade e baixa

carga térmica. Sua luz é muito branca e brilhante. Tem versões de alta potência (para

grandes áreas, têm índice de reprodução de cor de até 90%, eficiência energética de até

100 lm/W e temperatura de cor de 4.000 a 6.000 K, em vários formatos) e de baixa

potência (de 70 a 400 W, formato tubular com diversas bases, apresentando alta

eficiência, ótima reprodução de cor, vida útil longa e baixa carga térmica);

• vapor de sódio - com eficiência energética de até 130 lm/W, de longa durabilidade, é a

mais econômica fonte de luz. Com formatos tubulares e elipsoidais, emitem luz branca

dourada e são utilizadas em locais onde a reprodução de cor não é um fato importante,

como em estradas, portos, ferrovias e estacionamentos;

• vapor de sódio branca - seu diferencial é a emissão de luz branca, decorrente da

combinação dos vapores de sódio e gás xênon, resultando numa luz brilhante como as

halógenas ou com aparência de cor das incandescentes. Acionadas por reatores

eletrônicos, podem ter, através de chaveamento, a temperatura de cor alterada de 2.600

para 3.000 K ou vice versa. Com excelente reprodução de cor, são utilizadas em áreas

comerciais, hotéis, exposições, edifícios históricos, teatros, stands, etc.;

• vapor de mercúrio - com aparência branca azulada, eficiência de até 55 lm/W e

potências de 80 a 1.000 W, são normalmente utilizadas em vias públicas e áreas

industriais;

• lâmpadas mistas - compostas por um filamento e um tubo de descarga, funcionam em

tensão de rede de 220 V, sem uso de reator. Via de regra, representam alternativa de

maior eficiência para substituição de lâmpadas incandescentes.

Fonte: Catálogo da Osram do Brasil Ltda. - fev/98.

TIPOS DE PISOS DE MADEIRA

As características específicas de cada um dos principais tipos de pisos de madeira

encontrados no mercado - assoalhos, carpetes, laminados, tacos e parquetes - variam

bastante, apesar da semelhança entre eles após a instalação.

O quadro abaixo identifica cada tipo.

. O QUE É INSTALAÇÃO CARACTERÍSTICAS PREÇO

MÉDIO

Assoalho

Réguas de madeira

maciça com

comprimento, espessura e

larguras variáveis.

Diretamente sobre

contrapiso por

barroteamento (pequenas

peças de madeira

embutidas no contrapiso

onde as peças são

fixadas). Lateralmente, as

peças são encaixadas.

Durabilidade e

acabamento. A colocação

pode ser feita também em

diagonal. É necessário, no

entanto, observar se a

espessura das réguas não

vai colocar piso e portas

em desnível.

A partir de

R$ 70/m².

Carpetes

de madeira

Lâminas de madeira com

base de compensado com

cerca de 7mm de

Tipo flutuante (as lâminas

são assentadas sobre

manta plástica e fixadas

Podem ser instalados sobre

pisos já existentes. Podem

riscar com facilidade, não

A partir de

R$ 35/m².

Page 151: Dicas de Construcoes

espessura e dimensões

variáveis.

lateralmente por

colagem).

sendo indicados para áreas

de circulação intensa.

Laminados

Réguas de material

composto, com cerca de

8mm de espessura,

prensados e resinados,

reproduzindo, na

superfície, padrões de

madeira.

Réguas fixadas entre si

por colagem e apoiadas no

piso.

Possui encaixe lateral entre

as peças e pode também

ser instalado sobre pisos já

existentes. A aparência,

por vezes, é artificial.

A partir de

R$ 60/m².

Tacos e

parquetes

Tacos: pequenas placas

de madeira maciça com

tamanhos variáveis.

Parquetes: placas

compostas por pequenos

tacos rejuntados,

formando mosaicos.

Colagem sobre o

contrapiso.

Atualmente, colas

especiais tornaram a

fixação mais resistente,

diminuindo o risco das

peças descolarem.

Tacos: a

partir de R$

60/m²;

Parquetes: a

partir de R$

55/m².

Fonte: Revista da Folha - 2/ago/98.

TIPOS DE VIDRO

O vidro temperado passa por um processo de têmpera, aquecido e resfriado

rapidamente, tornando-se assim mais resistente do que os comuns. Caso quebre,

fragmenta-se em pequenos pedaços que não machucam. É indicado para fachadas,

portas, janelas, divisórias, boxes para banheiro e tampos de mesa, por ser fortemente

resistente a impactos.

O vidro laminado é formado por duas ou mais lâminas de vidro entremeadas de

películas plásticas. É um vidro seguro, pois, ao romper-se, os cacos ficam presos na

película, impedindo a passagem de pessoas e objetos. Utilizado para portas externas e

internas, janelas, terraços, telhados, clarabóias, parapeitos, pisos, visores de piscinas e

degraus devido à sua resistência a impactos e boa vedação do frio, calor e ruídos.

O vidro refletivo possui uma camada metálica espelhada na face externa, refletindo os

raios solares e reduzindo a passagem de calor e protegendo carpetes, móveis e pisos.

Não prejudica a visão de dentro para fora e não permite que se enxergue de fora o

ambiente. Apropriado para regiões muito quentes e também para portas, janelas,

coberturas, divisórias e boxes de banheiro.

O vidro aramado tem uma estrutura de tela de arame que impede que os cacos se

soltem quando quebra. Não é tão resistente quanto os vidros especiais, porém é mais

barato. Seu uso é indicado para coberturas, balaustradas, terraços e portas.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/98.

TRATAMENTO DE ALUMÍNIO

O alumínio pode receber dois tratamentos básicos: a pintura e a anodização.

Até alguns anos, a pintura chegava a ser até três vezes mais cara, situação essa que, hoje

em dia, foi alterada em função da introdução de novos métodos de pintura eletrostática a

Page 152: Dicas de Construcoes

pó, o que tornou os custos dos tratamentos praticamente equivalentes.

Os quadros abaixo buscam estabelecer um comparativo técnico e de custos entre ambos:

ASPECTOS TÉCNICOS

DESCRIÇÃO PINTURA ANODIZAÇÃO

Aspecto estético resolve ressalta

Cores ampla e variada reduzida

Uniformidade de cor excelente boa

Elemento metálico resolve ressalta

Resistência mecânica muito boa excelente

Resistência química excelente boa

Resistência às intempéries ótima ótima

Custo - zona normal similar similar

Custo - zona agressiva menor maior

Manutenção similar similar

Perda de peso do alumínio não ocorre ocorre

CUSTOS

ZONA PINTURA ANODIZAÇÃO

Urbana / rural similar similar

Marítima 25% inferior 25% superior

Industrial 50% inferior 50% superior

Obs.: São Paulo, como a maioria das cidades brasileiras, apesar da poluição, é

considerada zona urbana de média agressividade.

CAMADAS ANÓDICAS PARA APLICAÇÃO ARQUITETÔNICA

CONFORME A ZONA (NBR 12609)

CLASSE CAMADA ZONA

A 13 de 11 a 15 micra agressividade baixa e média (rural)

A 18 de 16 a 2 micra agressividade alta (marítima)

A 23 de 21 a 25 micra agressividade excessiva (industrial)

Obs.: Os números em seguida à letra "A" identificam o valor médio da camada em

micra.

Fonte: Revista Finestra Brasil - ano 4 - nº 15.

TRATAMENTO PARA LAJOTAS

Para deixar a lajota sempre em bom estado, primeiro é preciso eliminar qualquer sujeira

do piso, passando removedor puro sobre o local com uma flanela. Deixar secar durante

2 horas. Para dar brilho, aplicar semanalmente uma camada de cera líquida incolor ou

no tom da lajota. Outra alternativa é o pó vermelhão misturado com cera vermelha,

retirando o excesso com um pano seco. Depois de duas horas, lustrar a superfície com

uma enceradeira. Quando a lajota estiver muito opaca, é possível ainda usar óleo

automotivo queimado. Espalhar com uma estopa, inclusive nas juntas, retirando a

porosidade do piso. Deixar secar por um dia e refazer o tratamento.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - fev/95.

Page 153: Dicas de Construcoes

TRINCAS E FISSURAS

Trincas e fissuras ocupam o segundo lugar entre os defeitos mais comuns na construção

civil, perdendo apenas para os problemas de umidade.

Elas são causadas pela movimentação de materiais e componentes da construção e, em

geral, tendem a se acomodar. Podem ainda ser conseqüência da ocorrência de vibrações

na área. Somente devem causar preocupação quando sua abertura ultrapassa 3,2mm.

Apesar de ser difícil avaliar o problema sem conhecer a situação, normalmente as

trincas de lajes que denunciam fragilidade na estrutura podem ser identificadas quando

formam ângulo de 45º em relação à laje, são próximas aos cantos e se dirigem ao centro

da laje. Outro tipo que apresenta risco é a trinca que não toca a parede. Fissuras em

forma de flor próximas a um pilar ou as que lembram flechas também merecem

cuidado. Já trincas isoladas, que atinjam a parede, não devem preocupar muito.

Para tentar eliminar problemas dessa natureza de pequena grandeza, sugere-se:

a) para pequenas fissuras, a solução tradicional é retocar o reboco usando argamassa ou

massa acrílica, mas as fissuras podem reaparecer. A alternativa é passar tinta

elastomérica pura na região e depois aplicar duas ou três demãos do mesmo produto,

diluído conforme indicação do fabricante.

b) para pequenas trincas, formar, sobre ela, um "V", com uma ferramenta chamada

abre-trinca, ultrapassando 10 cm em cada extremidade. Limpar a superfície e aplicar

fundo preparador de paredes. Preencher a fenda com sela-trinca ou argamassa e colocar

uma tela de poliéster. Acertar com massa e usar tinta elastomérica.

Fonte: Revistas Arquitetura & Construção - ago/98 e jul/99.

TUBULAÇÕES DE ÁGUA QUENTE

Para as tubulações de água quente, podem ser utilizados tanto o cobre quanto o CPVC.

Os dois materiais são bons, mas existem diferenças que devem ser levadas em

consideração na hora da escolha.

O cobre tem maior durabilidade (cerca de 50 anos, segundo a ABNT), suporta

temperaturas de até 1.100ºC sem deformação, não trinca e não desgasta. Porém,

necessita de isolamento térmico, pois transmite o calor da água para a parede, podendo

fazer descolar o revestimento (este serviço onera em cerca de 20% o custo de instalação

e exige mão de obra qualificada).

Os canos de CPVC - policloreto de vinila clorado, material derivado do PVC - suportam

temperaturas de até 80ºC (a temperatura gerada pelos aquecedores fica em torno de

60ºC), mas sua durabilidade é menor (de até trinta anos, segundo a ABNT). Sua

vantagem, além de ser mais maleável, está na facilidade de instalação e manutenção da

instalação hidráulica, que podem ser executadas por um encanador com prática.

Page 154: Dicas de Construcoes

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/99

USO DE EPÓXI

• Nivelar a superfície, com massa fina de cimento e areia;

• aplicar uma demão de tinta epóxi, diluída em 40% de solvente próprio;

• após 24 horas de secagem, aplicar, com desempenadeira ou espátula, massa epóxi

misturada ao catalisador (que acompanha a massa);

• após 6 a 18 horas (dependendo da temperatura ambiente) de secagem, lixar a

superfície com lixa nº 240 e aplicar duas demãos de epóxi diluído em 20% de solvente.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - set/98.

USO DE MADEIRAS REFLORESTADAS NA CONSTRUÇÃO

A utilização de madeiras provenientes de reflorestamento ainda não é uma alternativa

economicamente atraente, principalmente porque a mão de obra para este tipo de

trabalho é mais cara. Porém, do ponto de vista ambiental, essa opção vem se tornando

cada dia mais presente.

Tanto o eucalipto quanto o pinus se prestam bem à construção. O pinus, apesar de ser

pouco utilizado, apresenta resistência inferior à do eucalipto, embora também seja

compatível com a norma técnica NBR 7190, da ABNT.

O tratamento químico é uma questão polêmica. As usinas fornecedoras de madeira

preservada o defendem, argumentando que a vida útil das madeiras expostas ao sol e à

chuva aumenta de 3 para 30 anos, no mínimo, quando tratadas. Por outro lado, isso pode

representar uma agressão à natureza, já que as as madeiras tratadas não são

biodegradáveis nem podem ser incineradas, o que liberaria produtos tóxicos no ar.

Quem discorda da obrigatoriedade do tratamento afirma que se a madeira for empregada

em locais sem contato com o solo, a chuva e o sol, a autoclave (processo de tratamento)

não é necessária.

O processo de preparo desse tipo de madeira inicia-se na área de reflorestamento, de

onde ela é cortada e levada para usinas onde são limpas (retiram-se resíduos de casca,

galhos, terra, nós e mato) com o auxílio de um machado. Seguindo as dimensões

encomendadas, são feitos os cortes eliminando-se as pontas que normalmente racham

quando a árvore é serrada na floresta. As toras são colocadas para secar ao natural,

controlando-se a umidade do ar (o teor de umidade ideal é de 15%) com um aparelho.

Se as madeiras forem tratadas, depois de secas elas vão para a autoclave, onde, através

de uma operação que alterna vácuo e alta pressão, os preservativos químicos são

injetados nas peças, conferindo-lhes resistência ao ataque de insetos, como brocas e

Page 155: Dicas de Construcoes

cupins, e de fungos.

São colocadas plaquetas metálicas no topo de cada uma, para que não rachem.

Como outros materias, a madeira de reflorestamento tem que ser impermeabilizada.

Porém, devem ser evitados produtos que formem filme sobre a madeira, como o verniz.

Como ela se dilata e se contrai conforme a umidade do ar, essa proteção apresentará

fissuras que descascarão e acumularão água e fungos. Assim, recomenda-se o uso de

stain, produto que impermeabiliza sem criar película e que deve ser reaplicado a cada

três anos.

Existe uma entidade, a Associação Brasileira dos Preservadores de Madeira (ABPM),

que congrega os fornecedores de madeira preservada para construção.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - set/98.

USO DE PLÁSTICOS NA CONSTRUÇÃO

Atualmente, diversos tipos de plásticos podem ser utilizados na construção para

substituir com eficiência materiais tradicionais, como o alumínio das esquadrias, o

gesso das molduras e a madeira dos revestimentos externos. Talvez a maior de suas

vantagens seja o fato de que eles não enferrujam, além de requerer manutenção simples.

Os principais tipos e suas aplicações são:

POLIURETANO

• Usos - molduras e perfis de acabamento, caixas d'água e drenagem de solo.

• Derivado do petróleo pela transformação do gás metano, é fácil de montar e resistente

(essa resistência é tanto maior quanto a quantidade de poliuretano presente por área), o

material permite desenhos elaborados em alto e baixo relevos, razão pela qual é possível

confeccionar uma infinidade de modelos de molduras, sancas, rosetas e até "boiseries".

O preço é compatível com o gesso, mas são mais fáceis de instalar: basta uma cola

acrílica solúvel em água. Outro elemento encontrado nesse material são as colunas, com

base e capitel de poliuretano, mais leves e baratas que os similares feitos de mármore.

Dependendo do modelo, pode suportar até 9 toneladas.

POLIESTIRENO

• Usos - molduras e perfis de teto, drenagem de muro de arrimo, gramados e pisos.

• Derivado do petróleo pela transformação do gás estireno, ele é a matéria prima que

compõe o EPS, conhecido pela marca Isopor, muito utilizado em embalagens. Para

molduras e sancas, os perfis de poliestireno são uma solução 10 a 20% mais barata que

o gesso. Mais leve que o gesso, sua fixação é rápida e não faz sujeira, bastando cortar no

tamanho desejado e fixar com cola acrílica solúvel em água. Aceita pintura, mas é

aconselhável uma primeira demão com tinta à base de água. O processo de fabricação

por máquina extrusora não permite a elaboração de desenhos rebuscados. Além disso, as

peças devem ficar sempre próximas ao teto, pois podem se danificar com uma batida

acidental.

Page 156: Dicas de Construcoes

PVC (policloreto de vinila)

• Usos - esquadrias (portas e janelas), telhas, revestimentos de fachadas, forros e

divisórias, pisos, tubos, calhas e mantas de impermeabilização.

• Suas matérias primas são o cloreto de sódio e derivados de petróleo. Não precisam de

pintura, muito menos impermeabilização ou lixamento. São isolantes termoacústicos e

não propagam chamas. As esquadrias feitas com esse material têm durabilidade maior

que as metálicas, além de ser imunes à maresia. Podem substituir a madeira no

revestimento de fachadas tipo "clapboard siding", acabamento característico das casas

americanas. São fixados sobre qualquer superfície, sem necessidade de quebrar nada.

Quando a casa é planejada com o revestimento, o processo de construção é muito mais

rápido, pois a fixação é feita diretamente sobre o bloco ou tijolo, não precisando de

massa fina ou corrida. A única desvantagem são as emendas que podem aparecer, se a

instalação for mal feita. Para a limpeza, bastam água e sabão.

POLICARBONATO

• Usos - para coberturas e fachadas em que se deseje efeito de transparência.

• Derivado do petróleo pela associação de moléculas de carbono, é um termoplástico, ou

seja, amolece ao ser aquecido e endurece quando resfriado. Disponível em chapas ou

telhas, há modelos com transparência que chega a 89%, além das cores branco, bronze,

verde, azul ou cinza. Vale lembrar que as peças coloridas absorvem mais o calor. A

maior vantagem em relação ao vidro é que ele pode ser moldado sem emendas, em

formas curvas. É também mais resistente a impactos, porém, menos rígido, por isso

pode riscar com facilidade. O ideal é pedir a aplicação de uma película antiabrasiva.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - mai/96.

USO DO BAMBU

Econômico e ecológico, seu uso vai de cercas e telhas aos pisos de última geração.

Muito durável (cerca de oito anos em locais abertos, onde deve receber a proteção de

verniz com filtro solar), requer tratamento prévio para aumentar sua resistência:

• aos três anos, o bambu está maduro para ser cortado. Diz a crença popular que deve

ser colhido nos meses secos (maio, junho, julho e agosto) ou na lua minguante, quando

sua seiva seca e ele se torna menos atraente aos insetos;

• depois da colheita, a limpeza: os galhos devem ser cortados com uma serrilha, para

não lascar;

• eles devem ser lavados com pano embebido em uma mistura de cloro (200 ml) e água

(1 litro);

Page 157: Dicas de Construcoes

• para secar, deve-se usar um maçarico a gás (GLP), com movimentos de vaivém, o que

evita que o bambu esquente e estoure;

• depois de secos e dispostos em um estaleiro, os feixes são irrigados com veneno e

cobertos com plástico por quinze dias.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/98.

VIDEIRAS EM PÉRGOLA

As pérgolas podem ser utilizadas como suporte para uma videira, ao invés do arame.

Podem ser escolhidos vários tipos de uvas, como a rosada, a uva-itália, a uva-pretinha e

a moscatel. Os tipos com folhagem mais viçosa nem sempre produzem os melhores

frutos, por isso é preciso decidir se é mais importante a aparência ou o sabor. Mudas de

viveiros normalmente resultam do enxerto de duas variedades, uma americana e outra

européia, e são mais resistentes a pragas e doenças. Mesmo sendo forte, a videira se

desenvolve melhor em lugares ensolarados e protegidos do vento.

O plantio pode ser executado da seguinte forma: nas duas extremidades da estrutura,

abre-se uma cova com aproximadamente 35 cm de profundidade e 40 cm de lado e

coloca-se uma camada de brita no fundo para a drenagem. Acima dela, uma mistura de

duas partes de terra adubada e uma de areia cobre as raízes.

No primeiro ano após o plantio é necessário fazer uma poda radical, deixando o ramo

principal e apenas duas gemas de cada galho lateral. Após a florada dos anos seguintes

(sempre no final do verão), corta-se obliquamente os galhos laterais, deixando

novamente duas gemas do último ramo e eliminando também os raminhos que tenham

folhas ou flores fracas.

Durante o período de amadurecimento, adicionar adubo líquido à rega diária, o que

resultará em frutos mais doces.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/98.

ÁRVORES NA CALÇADA

Para plantar uma árvore na calçada, deve-se, primeiramente, procurar a Secretaria do

Meio Ambiente da cidade. Em capitais como São Paulo, Salvador e Curitiba, essa é uma

tarefa exclusiva desse órgão, que tem um plano anual de plantio, embora também atenda

pedidos isolados, enviando um técnico ao local para determinar o tipo de árvore mais

adequado.

É preciso tomar cuidado ao quebrar a calçada para não danificar os encanamentos da

rua. E, no futuro, a árvore não poderá crescer a ponto de interferir nas fiações elétricas.

As árvores mais indicadas são as de pequeno porte, que sobrevivem num ambiente

adverso e tem boa adaptação a diversos climas. É bom que a espécie escolhida não

Page 158: Dicas de Construcoes

tenha folhas pequenas nem muito lisas e flores sumosas, para evitar que os pedestres

escorreguem. As árvores também não devem apresentar princípios tóxicos, espinhos ou

raízes superficiais que danifiquem calçadas, construções ou tubulações subterrâneas. É

preciso evitar árvores que necessitam de poda constante, tenham caule mole ou sejam

suscetíveis ao ataque de cupins e brocas.

Algumas árvores boas para o plantio são o ipê-amarelo, a quaresmeira, o manacá-da-

serra, a bauhínia e o resedá. Por outro lado, deve-se evitar o eucalipto, o ficus, o

flamboyant, a paineira e a seringueira.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - abr/95.

ASPECTOS LEGAIS DA CONSTRUÇÃO

A construção de uma edificação exige que sejam considerados e atendidos diversos

aspectos, principalmente os de caráter legal, que têm início já na escolha do lote.

A legislação é muito ampla, e varia de um local para outro, motivo pelo qual se

recomenda para todos os casos, a contratação de um profissional (arquiteto ou

engenheiro). Entretanto, é bom saber o que ela envolve.

A primeira questão refere-se às cláusulas contratuais do loteamento, que procuram

uniformizar o bairro e, muitas vezes, são até mais severas que o Código de Edificações

do município. Elas podem definir, por exemplo, o número de pavimentos, a taxa de

ocupação (percentual, em relação à área total do terreno, ocupada pela projeção da

construção sobre o terreno), o coeficiente de aproveitamento (índice que estabelece a

relação entre o total de área construída e a área do terreno) e a adoção de recuos maiores

que os previstos em lei.

Se o lote pretendido está no litoral, em região de mananciais (junto às represas ou bacias

hidrográficas) ou em área de floresta nativa, as exigências legais se multiplicam. No

caso do litoral, muitas faixas de terra são bens permanentes da Marinha Brasileira; paga-

se o preço de mercado do lote, mais uma taxa à Marinha para ocupá-lo e ainda é preciso

cumprir as exigências para sua ocupação. Geralmente, não se constrói ao longo de uma

faixa de 30m, contados a partir da maré alta; nela, só são permitidos equipamentos de

lazer e jardins, desde que não comprometam a paisagem.

Em área de proteção aos mananciais, o problema está mais na taxa de ocupação e no

coeficiente de aproveitamento, visando prejudicar o menos possível a vegetação nativa.

Árvores centenárias não podem ser derrubadas; muitas vezes, elas são identificadas pelo

diâmetro do seu tronco, e precisam estar indicadas no levantamento planialtimétrico.

No caso das matas naturais, por maior que seja o terreno, a taxa de ocupação e o

coeficiente de aproveitamento serão bastante pequenos, para que a construção da

edificação não caracterize um desmatamento. Ao visitar o loteamento, deve-se verificar

se o mesmo está em região protegida por lei especial.

Principalmente em cidades grandes, não é incomum estar tramitando, nas esferas

municipal, estadual ou mesmo federal, projetos que impliquem, futuramente, na

Page 159: Dicas de Construcoes

desapropriação parcial ou total de áreas - e, conseqüentemente, na sua desvalorização,

pois esse procedimento não respeita os valores de mercado.

Ao pensar em comprar um terreno urbano, é necessário conferir se há, no bairro, algum

projeto de porte, como uma alça viária, a duplicação de uma avenida, a construção de

prédio público ou até a urbanização de uma praça, o que poderá levar parte do lote.

O profissional pode identificar a classificação do lote quanto à sua localização, o que a

legislação de zoneamento permite construir e se há projetos para alteração do uso do

solo nas imediações.

Uma vez resolvidos os prováveis problemas que envolvem a compra, é preciso definir o

profissional responsável pelo projeto. O custo do projeto é pessoal, embora o Instituto

de Arquitetos do Brasil (IAB) possua uma tabela de honorários que serve de parâmetro

para os profissionais. A escolha de um profissional que já atue na cidade é uma boa

alternativa, tendo em vista que ele, com certeza, já deve estar cadastrado junto à

respectiva prefeitura.

Os procedimentos legais e burocráticos junto à prefeitura devem ser cumpridos pelo

arquiteto ou pelo proprietário, ou por terceiros, com a devida procuração legal. Os

documentos exigidos normalmente são:

• o título de propriedade do imóvel, devidamente registrado (escritura);

• cópia das folhas 1 e 2 da notificação/recibo do IPTU;

• memorial descritivo, especificando os materiais a serem utilizados, em duas vias

(assinadas pelo autor do projeto e pelo proprietário);

• peças gráficas (plantas, implantação, cortes, fachada principal, tabela de iluminação

e ventilação com carimbo próprio da prefeitura, assinadas pelo autor do projeto, pelo

responsável pela obra e pelo proprietário);

• levantamento planialtimétrico em duas vias (elaborado por profissional habilitado

ou pelo próprio arquiteto);

• vias da taxa recolhida para o CREA, com base no valor cobrado pelo arquiteto e na

metragem quadrada, sem a qual a prefeitura não libera o Alvará de Construção;

• cópia do recibo atualizado dos profissionais envolvidos e cadastrados na prefeitura;

• cópia da carteira do CREA dos profissionais;

• comprovante de pagamento das taxas e emolumentos exigidos pela prefeitura (que

variam de cidade para cidade) referentes ao andamento do processo a ser instaurado.

Caso o setor municipal responsável pela liberação do Alvará de Construção encontre

alguma irregularidade, emitirá um Comunique-se, ou seja, um comunicado oficial do

problema encontrado e um prazo para que este seja sanado; deve-se ficar atento aos

Page 160: Dicas de Construcoes

prazos do Comunique-se, para que as pendências sejam resolvidas em tempo hábil.

As prefeituras, via de regra, exigem que o canteiro construído na obra seja cercado por

tapumes, dão um prazo para seu cumprimento e cobram uma taxa para sua execução

(embutida nos comprovantes exigidos antes da aprovação do projeto).

Todos os profissionais que trabalharão na obra (à exceção dos autônomos) precisam ser

registrados de acordo com as normas no Ministério do Trabalho, pagando a Guia de

Recolhimento da Previdência Social. Em um quadro de avisos, em local visível, estarão

os nomes dos empregados, horários de entrada e saída e horário de funcionamento da

obra.

Na obra ficará uma cópia da planta aprovada e o Alvará de Construção. De acordo com

a legislação, deve haver um banheiro, mesmo que os empregados não durmam no

alojamento. A obra ainda deverá ter ligação de água e luz e a placa do autor do projeto e

do responsável técnico em lugar visível: se um fiscal do CREA não a localizar, pode

multar o profissional com base em lei federal.

Dependendo da situação do terreno, são estipulados horários para carga e descarga, da

entrega do material de construção aos bota-foras de terra. A legislação é específica

demais, mas os horários usados visam evitar que a construção incomode a vizinhança.

A fiscalização de obras, na verdade, não existe para aterrorizar os proprietários, mas

para impedir que a legislação seja ferida. Quando algum tipo de irregularidade é

encontrado - a construção não confere com a planta aprovada, foram feitas alterações no

projeto original, há desrespeito às leis trabalhistas -, o fiscal deve emitir uma

Notificação ao proprietário ou profissional responsável pela obra.

A exemplo do Comunique-se, a Notificação não é uma penalidade em si, mas um

documento legal, com prazo para que o proprietário ou o profissional apresente a

solução do problema. Quando a irregularidade é muito grave, pondo em risco a

integridade física dos pedestres ou casas vizinhas ou sendo obra clandestina, o fiscal

tem poderes para embargar (paralisar) a obra.

Uma vez embargada, é dado um prazo para regularizar (ou justificar) a irregularidade

que gerou o embargo, pagando uma taxa correspondente às adotadas na religação de

água ou luz quando interrompidas por falta de pagamento.

Concluída a obra, visitados os guichês que comandam os aspectos legais da construção

e cumpridas todas as obrigações técnicas e legais, é emitido o mais almejado dos

documentos para quem constrói: o Habite-se. Sem ele, não é possível ocupar o imóvel;

com ele, acaba a interferência municipal sobre a construção.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/92.

OBTENÇÃO DO HABITE-SE

Em geral, os Códigos de Obras, estaduais ou municipais, estabelecem que a construção

deve estar coberta e fechada, com paredes já revestidas, além de ter portas e janelas

colocadas. Isto é, a casa deve apresentar a mesma forma descrita no memorial entregue

Page 161: Dicas de Construcoes

à prefeitura, junto com a planta, no momento da inscrição da obra.

Outro item obrigatório é estar em dia com o INSS e o Imposto sobre Serviço (ISS).

Assim, se essa providência não foi tomada durante a construção, deve-se procurar

rapidamente uma agência do INSS para pagar os encargos referentes à mão-de-obra e

também a própria prefeitura (em São Paulo, a administração regional de seu bairro) a

fim de quitar o ISS.

Com as taxas em dia, a planta aprovada e o memorial descritivo da obra, é possível

retirar o Habite-se, que deverá ser levado ao Cartório de Registro de Imóveis para que a

construção seja lavrada na escritura do terreno.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jul/98.

GARANTIA CONTRA DEFEITOS DE OBRA

• Cinco anos, a partir do habite-se da Prefeitura, é o prazo que o Código Civil Brasileiro

determina para o construtor se responsabilizar por defeitos que comprometam a solidez

e a segurança da obra;

• noventa dias, a partir da entrega das chaves, para reclamações dos vícios aparentes, ou

seja, defeitos que podem ser notados a olho nu, como portas que não fecham ou paredes

mal pintadas;

• noventa dias, a partir do surgimento, para reclamações de vícios ocultos (que, segundo

o Código de Defesa do Consumidor, são os defeitos que demoram a aparecer, tais como

vazamentos e rachaduras), mas cuja causa encontra-se na execução ou no projeto da

obra.

Caso o morador faça reformas que alterem a estrutura ou as instalações originais do

imóvel, alguns direitos e garantia serão perdidos.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção – dez/98.

DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA AQUISIÇÃO DE

TERRENOS

Ao pretender adquirir um terreno, deve-se exigir a certidão de propriedade do imóvel,

atualizada, para saber se a situação está regular. Nesse documento, requerido no

Cartório de Registro de Imóvel, levanta-se o histórico do terreno ao longo dos anos (se

foi vendido, arrendado ou hipotecado). Já do proprietário e de seu cônjuge, se for o

caso, é importante solicitar certidões de ações dos distribuidores cíveis, protesto,

execuções fiscais e de ações federais. Tudo isso pode ser obtido no fórum ou,

dependendo da região, no cartório local. Esses documentos indicam se há ações contra o

proprietário que possam comprometer o bem a ser vendido ou que envolvam o imóvel.

Se o vendedor for pessoa jurídica, deve-se ainda requerer a Certidão Negativa de

Débitos (CND) do INSS. O carnê do IPTU, no qual constam as metragens do terreno e

Page 162: Dicas de Construcoes

seu valor venal, entre outros dados, também precisa ser exigido. Para se certificar de

que não há nenhum débito pendente, o comprador pode também pedir à prefeitura a

Certidão Negativa de Débitos Municipais, que mostra se existem outras taxas devidas

ao município, referentes ao terreno.

Por fim, se o proprietário constar como solteiro na certidão de propriedade deve-se

verificar se casou. Nesse caso, além das certidões em nome de seu cônjuge, há

necessidade de se fazer averbação do casamento perante o Cartório de Registro de

Imóveis, exibindo-se a respectiva certidão. Mesmo que o proprietário declare continuar

solteiro, vale a pena averiguar se ele mantém uma situação de concubinato. Nesse caso,

o(a) companheiro(a) também precisa concordar com a venda.

Fonte: Dra. Fernanda Amaral, da Márcio Bueno Consultoria e Advocacia S/C, na

Revista Arquitetura & Construção - fev/97.

AQUISIÇÃO DO SEGUNDO IMÓVEL

No Brasil, os meses de janeiro e fevereiro são propícios para se avaliar bem imóveis à

beira-mar ou no campo. Em algumas regiões é época de chuvas, o que permite checar

sem disfarces problemas de umidade (se, por exemplo, o trabalho de impermeabilização

das fundações de uma casa não foi bem feito, é provável que o solo encharcado

provoque manchas no rodapé). E, no país inteiro, os primeiros meses do ano são

ensolarados e luminosos, o que, sem dúvida, ajuda na exigência de um imóvel arejado,

com bom planejamento de ventilação e distribuição dos ambientes, para não correr o

risco de efeito estufa no verão e do efeito geladeira no inverno (quartos voltados para o

Norte, por exemplo, mantêm-se frescos nos dias quentes e mais aquecidos nos dias

frios).

Estas observações têm peso de ouro como garantia de um bom negócio. Em linhas

gerais, entretanto, o melhor conselho é jamais comprar um imóvel por impulso,

deixando-se levar por paixão à primeira vista. Além de gostar da casa ou do

apartamento em questão, deve-se avaliar bem sua localização e as condições do imóvel

(pesando os gastos com documentação e uma possível reforma). Antes de decidir pela

compra, é fundamental checar alguns itens importantes:

• idade do imóvel - esse fator deve ser levado em conta não apenas pelo estado da casa

ou do apartamento, mas também por certos confortos de hoje em dia que, há quinze ou

vinte anos, não estavam previstos pelas construtoras, como circuitos elétricos

suficientes para lavadora de louça, forno microondas, aparelhos de ar condicionado,

sistemas de alarme e, entre outros equipamentos, antena parabólica, em caso de local

onde a TV não alcança boa sintonia;

• maresia - numa casa de praia, é este o maior problema, principalmente quando o

imóvel é localizado à beira-mar. É praticamente impossível evitar o desgaste acelerado

de ferragens, por isso deve-se avaliar o estado de portões, trincos, dobradiças, etc. Com

boa manutenção podem durar por muitos anos. A instalação hidráulica também merece

vistoria. Devido à corrosão, os metais de banheiro, como torneiras e válvulas, podem

estar pedindo substituição. Abrir várias torneiras ao mesmo tempo pode permitir

identificar se a pressão permanece forte e contínua. A coloração da água que sai das

Page 163: Dicas de Construcoes

torneiras, se tiver um tom ferrugem, é sinal de que os canos estão velhos, corroídos e

precisam ser trocados;

• fundações - atenção para as rachaduras: se forem horizontais e próximas ao teto, não

são motivo para alarme. Será problemático, entretanto, caso se localizem próximo às

janelas, quase sempre resultado de falhas na sua colocação, podendo gerar infiltrações,

ou junto às bases das paredes;

• telhado - observar a amarração das telhas aos sarrafos, sabendo ainda que o material

ideal em regiões litorâneas é o fio de aço inoxidável, já que até mesmo o fio de cobre

sofre a ação do sal da maresia. Quanto ao madeiramento, deve-se verificar se não há

ataque de brocas ou cupins, reparando se não há montinhos de pó junto às portas e nos

cantos, no chão;

• teto e paredes - verificar se há manchas de umidade. Perto de banheiros e janelas

podem indicar infiltração (em se tratando de apartamento, convém verificar o vizinho

do andar inferior, em busca de possíveis vazamentos). Se o forro for oco, sinal de que é

estuque, certamente trata-se de um imóvel antigo. Tem vantagem de oferecer maior

isolamento térmico, porém é mais frágil, podendo até facilitar a entrada de ladrões na

casa. E, com o tempo, surgem fissuras neste tipo de forro, resultando numa aparência de

casa velha;

• portas e janelas - conferir se as janelas fecham e abrem com facilidade, sem riscos de

empenar ou deixar frestas. Observar ainda o estado das esquadrias, lembrando que o

melhor material em casas de praia é o alumínio, que não enferruja. Quanto às portas,

abrir e fechar cada uma delas, para checar possíveis empenamentos ou folgas de

maçanetas e molas que não funcionem;

• água e esgoto - é bom verificar o tamanho da caixa d'água. E mais: de onde vem a

água para abastecer a casa, se existe poço e se a água é saudável. O tamanho da fossa

também é importante, para evitar a solicitação constante do serviço de limpeza. Outro

item a considerar é a localização da fossa, que deve estar longe da fonte de água limpa;

• piscinas - atenção ao rejuntamento dos azulejos: com o tempo, ele vai se soltando.

Não se esquecer de checar o estado de bombas, filtros e tubulação, além da iluminação

do local, inclusive a subaquática, se for o caso;

• casa de campo - exceto a maresia, os demais problemas precisam ser verificados

também numa casa de campo, que tem ainda certas especificidades. Caso esteja em

terreno acidentado, por exemplo, pode ocasionar transtornos com as águas da chuva.

Vale conferir ainda se não há inundações de córregos próximos à propriedade. Telhado

sem captação é outro indício de problemas futuros no piso externo, exigindo calçamento

para captação de águas pluviais (sem isso, a chuva contínua danifica o solo e

conseqüentemente, as paredes vão ganhar umidade). De toda forma, seja escolhendo

uma casa de campo, de praia ou apartamento, a providência mais segura é contar com os

olhos atentos de um engenheiro civil ou arquiteto, profissionais com conhecimento

suficiente para checar corretamente eventuais problemas do imóvel. Com um bom

diagnóstico, é possível ter uma previsão de gastos numa reforma, se for necessário, ou

até mesmo bom argumento para obter um desconto na negociação.

Page 164: Dicas de Construcoes

Outra questão que merece atenção é a documentação do imóvel. Por ocasião da entrega

do sinal, o vendedor precisa apresentar o documento de propriedade, estabelecendo um

prazo para a passagem da documentação completa. Deve-se ainda atentar:

• para a verificação da situação do imóvel, através da solicitação de uma certidão

vintenária no cartório de registro de imóveis do município. Normalmente, ela demora

cinco dias úteis e deverá vir com negativa de ônus e alienações;

• para a situação de vendedor (e, se for casado, também do cônjuge), através de

solicitação de certidões nos cartórios de protesto e nos cartórios distribuidores cíveis no

Fórum do município e na Justiça Federal. Caso o proprietário não more no município

onde se localiza o imóvel, deve-se solicitar certidão negativa também na comarca onde

se localiza seu domicílio;

• para a obtenção de certidões municipais, verificando se não há pendências de dívidas

de impostos e riscos de desapropriação (como, por exemplo, planos da prefeitura de

abrir uma avenida no local do imóvel). Para isso, deve-se requerer uma certidão

negativa do IPTU, na Secretaria de Finanças da prefeitura local;

• no caso de pessoa jurídica, ela deverá apresentar contrato social, certidão negativa de

débito do INSS e certidão negativa da Receita Federal relativa ao Finsocial;

• se o negócio envolver transferência de financiamento deve-se requerer também

certidão negativa do agente financeiro, dos cartórios distribuidores do Fórum e da

Justiça Federal;

• para a obtenção da escritura, é necessário ter o contrato de compra e venda. Na

ocasião, deve-se pagar o Imposto sobre Transmissão de Imóveis, cujo valor varia de um

município para outro. A transferência do IPTU ocorre após a lavratura da escritura e do

registro em cartório do imóvel adquirido.

Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/93.

MACETES DE OBRAS E DE PROJETOS ENGº MARTONIO FERREIRA MARTINS

http://www.martonio.eng.br

1.1 - Em lajes e vigas em balanço, a armadura principal de flexão é negativa, isto é,

colocada próxima à face superior para absorver os esforços de tração. Observamos

que após a concretagem da peça, a retirada das formas, escoramentos ou

cimbramentos deve ser iniciada próxima à extremidade livre do balanço e avançar

em direção ao apoio, pois do contrário a peça fica bi-apoiada e sujeita a uma flexão

positiva, e não contando com a armadura adequada na face inferior para os

esforços de tração que aí aparecem, pode romper-se bruscamente.

1.2 - ESCADAS

Page 165: Dicas de Construcoes

Quando dimensionamos escadas, aplicamos a relação de Blondell (1680):

p + 2.e = 62 a 64 cm onde p = passo e e = espelho da escada, com no máximo 16

degraus entre cada patamar de descanso.

A escada residencial mais comum é aquela que tem o espelho igual a 18 cm, e o

passo p = 63 - 2.18 = 63 - 36 = 27 cm.

Observe que em uma escada vertical, p = 0, resultando o espelho variando de 31 a

32 cm.

1.3- Quando as tubulações elétricas e hidráulicas atravessam vigas, devem fazê-lo

abaixo da linha neutra na região central da viga, e acima da linha neutra na região

próxima aos apoios intermediários, isto é, sempre na região tracionada da seção da

viga.

Nestas regiões, localizadas através do diagrama de momentos fletores, conta-se

apenas com a colaboração da resistência do aço, podendo-se colocar as tubulações

no espaço ocupado pelo concreto.

1.4 – CALHAS

1.5 - Ao se detalhar armaduras de concreto armado, para uma mesma área

Page 166: Dicas de Construcoes

necessária de seção de aço, colocamos mais barras de menor diâmetro, no lugar de

menos barras de maior diâmetro. Desta maneira, temos uma área efetiva bem

maior de contato entre aço e concreto, melhorando bastante as condições de

resistência, aderência e fissuração do concreto.

1.6 - Um chute inicial para a altura de vigas de concreto armado é de 8% de seu

vão. Assim, uma viga de 5,00 m de vão deve ter uma altura de 40 cm.

1.7 - Toda Norma fornece parâmetros teóricos e experimentais, que nos indicam os

caminhos que devemos seguir em nossos cálculos. Mas não devemos deixar de

considerar também a experiência que o tempo nos ensina.

De acordo com o atual Código Brasileiro do Consumidor, a lei manda primeiro

"executar", e só depois o responsável técnico pode se "defender", isto é, primeiro

deve saldar o prejuízo e só depois entrar com recursos para se defender.

Na ocorrência de algum problema, os juízes não estarão interessados em saber se o

responsável técnico seguiu ou não as Normas, mas sim em saber quem irá pagar os

prejuízos.

1.8 - INTERRUPTORES PARALELOS

O esquema a seguir mostra a maneira correta de se instalar interruptores

paralelos. Assim, evita-se a chegada de "fases" na lâmpada, sem riscos de choques

quando for preciso trocá-la.

1.9 - ESPAÇADORES OU DISTANCIADORES

Dispomos de distanciadores plásticos para construção, especiais para o cobrimento

das armaduras das estruturas de concreto armado (lajes, vigas, pilares, fundações,

reservatórios, etc.), que substituem com vantagens nossos tradicionais calços,

pastilhas e caranguejos.

Page 167: Dicas de Construcoes

Dois de seus fabricantes encontram-se em www.coplas.com.br e

www.jeruelplast.com.br.

1.10 - O ALCANCE DOS VÃOS

Utilizando lajes mistas treliçadas compostas de nervuras de concreto armado e

lajotas cerâmicas, ganhamos um aumento de 10% em seu vão, quando

comparamos com uma laje maciça de concreto armado de mesma altura. Isto se

deve à presença dos sinuóides que as treliças metálicas contêm e que absorvem os

esforços cortantes e dão mais estabilidade à laje.

E quando comparamos concreto protendido com concreto armado, tanto para lajes

como para vigas de mesma altura, este aumento do vão é bem mais significativo,

chegando às vezes em torno de 30%.

1.11 - TRAÇOS USUAIS PARA O CONCRETO

Para se obter um concreto com resistência fck = 20 MPa, slump 5 ± 1, apenas com

brita n.º 1, misture:

- 141 l de brita n.º 1 (205 kg)

- 108 l de areia grossa (133 kg - umidade 4%)

- 50 kg de cimento (1 saco)

- 26 l de água

- 0,13 l de aditivo

- O rendimento será de 168 l, e o consumo de 298 kg/m3.

Para se obter um concreto com resistência fck = 20 MPa, slump 5 ± 1, com brita n.º

1 e 2, misture:

- 47 l de brita n.º 1 (67 kg)

- 105 l de brita n.º 2 (153 kg)

- 116 l de areia grossa (142 kg - umidade 4%)

- 50 kg de cimento (1 saco)

- 26 l de água

- 0,13 l de aditivo

- O rendimento será de 180 l, e o consumo de 278 kg/m3.

1.12 - Uma solução da arquitetura para escada com degraus em balanço,

engastados em uma viga.

Page 168: Dicas de Construcoes

1.13 - Já experimentou folhear as páginas amarelas de qualquer lista telefônica de

nosso país?

Você irá observar que mais de 90% dos anunciantes são de alguma maneira

ligados à construção civil!

Logo, em todos os aspectos, a construção civil é o setor econômico mais importante

da nação e por isto requer uma atenção bem maior do que lhe foi dispensada até

hoje.

1.14 - ESFORÇOS NAS LAJES

Em nosso livro "Cálculo e Desenho de Concreto Armado", para calcular os

esforços que agem nas lajes retangulares, adaptamos as TABELAS DE

MONTOYA, que usam o mesmo princípio das TABELAS DE MARCUS e de

CZERNY, isto é, equacionam e resolvem o problema igualando as flechas nas

direções X e Y. As TABELAS DE MONTOYA são mais completas, oferecendo

carregamentos variáveis além das cargas uniformemente distribuídas, e também

detalham as lajes com bordas livres.

Para quem está interessado no método dos ELEMENTOS FINITOS para calcular

lajes, ou em casos particulares de lajes apoiadas em apenas dois lados, lajes

circulares apoiadas sobre pilares, lajes em forma de setor circular, lajes oblíquas

ou trapezoidais, MONTOYA traz o cálculo dos esforços (momentos fletores e

cortantes) e o detalhamento das armaduras a partir da página 546 de seu livro

HORMIGON ARMADO, Volume 1, edição de 1973.

1.15 - LEITURA DO BOLETIM DE SONDAGENS

Durante a execução da sondagem à percussão de simples reconhecimento do solo,

procede-se o ensaio de penetração (Standard Penetration Test - SPT), que

relaciona a resistência oferecida pelo terreno à cravação do amostrador

TERZAGHI de 1, 3/8" e 2" - diâmetros interno e externo respectivamente.

Retirando-se as amostras, classifica-se o tipo do solo.

Page 169: Dicas de Construcoes

Anota-se o número de golpes necessários a fazer penetrar, individualmente, três

trechos de 15 cm do amostrador, sendo o valor SPT aquele que corresponde à

soma do número de golpes que fazem penetrar os últimos 30 cm.

A prática brasileira relaciona o SPT com a tensão admissível do solo:

A. Para fundações rasas, ponta de estacas ou base de tubulões:

Page 170: Dicas de Construcoes

Sadm = SPT / 5 (em kgf/cm2)

- evita-se o uso de fundações rasas, sempre que SPT < 3.

B. Para estacas pré-moldadas cravadas:

- a estaca atinge "nega" quando atravessa SPT > 65 ao longo de seu fuste;

- a estaca atinge "nega" com a ponta apoiada em SPT > 20.

1.16 - Cuidados a serem tomados no escoramento de lajes

Em residências térreas, após a concretagem da laje de forro, costuma-se realizar a

cura molhando-se o concreto endurecido nos três primeiros dias, e observa-se que

o excesso de água cai, umedecendo a base onde estão apoiados os pontaletes do

escoramento. Se o contra-piso ainda não foi executado, deve-se calçar com tábuas

ou terças e depois chapuzar com sarrafos estes pontaletes, que estão apoiados

diretamente na terra molhada e sem resistência, e que sem estas precauções

permitiria a ocorrência de recalques na laje.

Em lajes pré-moldadas de sobrados, por ocasião da concretagem da segunda laje,

não se deve retirar os pontaletes dos escoramentos da primeira laje em alguns

pontos importantes, porque esta irá fletir com o peso da segunda sobre ela,

anulando a contra-flecha da segunda laje e trincando em seus apoios após a

desforma, ao voltar à sua posição inicial.

Quando o pé direito é grande (maior que 3,00 m), os pontaletes dos escoramentos

devem ser contraventados com tábuas ou sarrafos, para evitar sua flambagem.

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