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O guia mensal Dicas Magazine RH é para si que, tanto profissional como pessoalmente, precisa de ver esclarecidas as suas dúvidas na área laboral!
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MAGAZIN€ RH
A flexibilidade do regime de regularização de dívidas da Segurança Social observa-se
tanto no alargamento do número de prestações, como na dispensa e qualidade das
garantias.
EVENTOS
46.º Congresso
Nacional da AEDIPE
de 31 de maio a 02 de
Junho de 2012 em San
Sebastian (Espanha).
Está confirmado! A
partir de 2013, e por
um período de 5 anos,
são eliminados os
feriados do Corpo de
Deus (celebrado 60
dias após quinta-feira
de Páscoa) e de Todos
os Santos (01 de
novembro).
ÍNDICE
1. DÍVIDAS Prestações à
Segurança Social
2. DICAS Imagem de
marca
3. INDEPENDENTES
Isenção na inscrição
4. TRIBUTAÇÃO Regime
de transparência fiscal
5. NORMAS Liberal com
carrinha
6. ISENÇÕES Aplicam-se
nestas explicações?
7. PROCEDIMENTOS
Divergências nas
declarações
8. SUBSÍDIOS Ajudas de
custo e alimentação
Estamos em falta nos pagamentos, à Segurança Social, referente aos
nossos funcionários. Esta dívida pode ser paga em prestações? Que
alterações foram introduzidas pelo Orçamento de Estado de 2012?
GUIA 1
ANO 2 - 2012.05.18
PAG. 1/8
Mais em www.dmeditores.com
Flexibilidade de pagamento A Segurança Social sempre apresentou alguma flexibi-
lidade na possibilidade de acordos para regularização das dívidas. O Orçamento de
Estado de 2012 só causou alterações de pormenor a essa flexibilidade, não trazendo
alterações ao número de prestações previstas para a regularização das dívidas.
Qual o número máximo de prestações? Se a dívida ascender até €5.100, 36 é o
número máximo previsto de prestações. Se a dívida for superior a €5.100, pode-se
requerer o pagamento em 60 prestações. Se a dívida ultrapassar €51.000, pode-se
requerer a respetiva regularização em 120 prestações.
Garantias Se a dívida em causa for inferior a €51.000 não é necessário apresentar
garantia. Contudo, no caso da dívida ultrapassar os €51.000 o devedor terá que
cumulativamente demonstrar a sua dificuldade financeira, previsíveis consequên-
cias económicas, e prestar garantia idónea.
Como deve ser prestada a garantia? A Segurança Social aceita uma maior variedade
de formas de prestação de garantia do que as Finanças. Esta entidade para além de
aceitar garantia bancária, caução e seguro-caução, aceita também penhor e hipote-
cas voluntárias sobre bens móveis ou imóveis.
Exemplo Para que seja aceite o plano de pagamento em prestações da divida à
Segurança Social uma empresa de transportes rodoviários de mercadorias poderá
apresentar como garantia alguns camiões do seu património.
Procedimento Para efetuar o pedido de pagamento em prestações, o interessado
deve apresentar à Secção de Processos da Segurança Social da área da sua residên-
cia, um requerimento, no qual deve explicar os fundamentos do pedido (a razão
pela qual não pode pagar integralmente a dívida) e como quer pagar, tendo em
consideração as limitações supracitadas do número de prestações. No caso de
pretender pagar em 120 prestações, no requerimento deverá provar que se encon-
tram reunidos os pressupostos cumulativos para o efeito, devendo juntar prova da
sua insuficiência económica, elementos contabilísticos e apresentar garantia.
Dica O devedor não precisa de se deslocar à secção em causa, pode enviar o
requerimento por correio eletrónico, fax ou correio.
Quando efetuo os pagamentos? Após o deferimento do plano prestacional, o
contribuinte iniciará o pagamento das prestações no mês seguinte à da notificação
do deferimento. De modo a evitar que o devedor se desloque mensalmente à
Segurança Social para efetuar o pagamento, este pode pedir na respetiva secção
que lhe sejam enviados os Documentos Únicos de Cobrança (DUC) através de
correio eletrónico.
Uma boa imagem só pode ajudar! A imagem é, muitas vezes, a porta de entrada para
conhecer uma empresa. No entanto, uma boa imagem marca só é sustentável se
existir um bom produto ou serviço por trás dela.
Dica Poderá ser necessário uma dose considerável de trabalho, mas a criação de
uma imagem adapta-se a qualquer orçamento.
Como criar uma imagem positiva e adequada? A imagem de marca não tem como
objetivo expor detalhadamente todos os serviços e produtos de uma determinada
empresa. Este, é um meio rápido e identificativo da empresa se dar a conhecer tanto
aos atuais, como aos seus futuros clientes. Devendo estar presente em tudo o que a
empresa produz, e em tudo em que investe.
A imagem não deve ser só externa, deve também ser interna! A imagem da empresa
não se restringe ao logotipo. Os seus clientes visitam as instalações? Falam com os
funcionários por telefone ou pessoalmente? A imagem continua a ser criada em
todas estas ações, e muitas outras. A avaliação do cliente não se finaliza na primeira
compra, esta é ininterrupta, quer seja para um cliente antigo ou recente.
Dica Um cliente satisfeito deverá ser a sua principal publicidade e esta é grátis!
Meios publicitários A imagem da empresa pode ser divulgada através de anúncios,
embalagens, panfletos, páginas de internet entre outros meios. Os panfletos são
suportes publicitários que podem chegar a terceiros individualmente ou anexados a
outros elementos, como sejam, revistas, jornais, etc.. Este meio sendo apelativo,
pode ser também dispendioso. Desta forma é aconselhável que se peça vários
orçamentos (mínimo três) a gráficas de modo a comparar o produto que elas
oferecem: o número de cores, tipo de papel, etc..
Dica Com a crise muitas foram as gráficas que baixaram os preços para manter
clientes, por isso lembre-se de fazer uma boa prospeção, pois poderá encontrar o
orçamento que procura.
A aposta na internet é obrigatória! Atualmente, se uma empresa não tiver uma
presença na internet, afasta automaticamente muitos interessados e futuros
clientes. A internet é uma ferramenta extremamente eficaz e barata, que pode
ajudar a divulgar a imagem, produtos e serviços de entidade particular ou coletiva.
Será que os meus conhecimentos são suficientes? A existência de conhecimentos na
área de marketing e publicidade poderá ajudar bastante, economizando algum
dinheiro ao interessado. Contudo, no caso de esse conhecimento existir, não é de
descartar o apoio externo de profissionais da área. Esses profissionais pelo facto de
serem externos, e por vezes com mais experiência, podem trazer novas ideias, novas
linhas, criando uma imagem mais apelativa ao público, respondendo melhor aos
objetivos.
Não complique! Uma imagem simples, bem pensada, é a maneira mais eficaz de
passar a mensagem. A eficácia pode-se perder se a imagem for demasiado comple-
xa e confusa.
Eu trato dos recursos humanos e marketing da empresa e queria
saber se é necessário muito dinheiro para criar uma imagem de
marca? Será que teremos de contratar pessoal especializado?
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DICAS MAGAZINE
RH
ANO 2 N.º 1
2012.05.18
WWW.DMEDITORES.COM
MINI-DICAS
Pondere bem os seus
passos e a imagem que
quer transmitir, não
restrinja os seus
conhecimentos e
procure nos meios que
já tem disponíveis.
Os seus funcionários
podem ser a solução
para construir uma boa
imagem de marca.
Porque não efetuar um
concurso aberto a todos
os funcionários para a
criação da imagem de
marca? Nunca se sabe,
pode ser que encontre
aquilo que procura nos
recursos já colocados à
sua disposição.
PAG. 2/8
DICAS
PAG. 3 www.dicasmagazine.com
Segurança Social A primeira inscrição como emitente de recibo verde beneficia de
uma isenção temporária no que diz respeito às contribuições para a Segurança
Social. Esta isenção é apurada da seguinte forma: se a inscrição ocorrer entre
setembro e dezembro, o enquadramento é no primeiro dia do décimo segundo mês
seguinte; caso o registo seja feito de 01 de janeiro a 30 de agosto, o enquadramen-
to é no primeiro dia de outubro do ano seguinte.
Exemplo Se a inscrição for no dia 15 de novembro resulta num enquadramento,
para fins de Segurança Social, no dia 01 de novembro do ano seguinte. Já o registo
feito no dia 02 fevereiro, 23 de maio ou 09 de julho, origina um enquadramento no
dia 01 de outubro do ano seguinte.
Novos escalões Quando se passa para o regime de recibos verdes, o pagamento das
prestações deixa de ser por escolha do contribuinte, passando a estar indexados,
através de uma tabela de referência, aos rendimentos realmente auferidos comuni-
cados anualmente pelo próprio à Segurança Social.
Contabilidade organizada O sistema de contabilidade organizada confronta as
despesas com as receitas, sendo que o resultado positivo é tributado (para além das
tributações autónomas). Mesmo que o emitente de recibos verdes não tenha
contabilidade organizada, fica obrigado a dispor de escrita o que leva ao preenchi-
mento de livros de registo de gastos (custos) e faturação.
Regime simplificado O regime simplificado não aceita qualquer custo, estimando
que determinada percentagem sobre as vendas é lucro. Este regime assume que os
encargos com a atividade são apenas 30% das receitas. Assim, se os gastos ou
custos reais da atividade ultrapassarem os 30% da faturação, o contribuinte que
esteja abrangido por este regime fica penalizado.
Exemplo Um freelancer com um volume de negócios de €100.000 e encargos reais
no valor de €60.000, tem um resultado com base na contabilidade organizada de
€40.000 (€100.000 – €60.000). Já no regime simplificado o resultado seria de
€70.000 (€100.000 x 30% - €100.000).
Seguro de trabalho Todos os trabalhadores independentes, onde se incluem os
recibos verdes, são obrigados a dispor de um seguro de trabalho. Quem não cumprir
com este requisito encontra-se sujeito às coimas previstas no Decreto-Lei n.º
159/1999, de 11 de maio.
Tenho que entregar a IES? Desde de 2009 (Conselho de Ministros de 07 de maio)
que os trabalhadores independentes no regime simplificado estão dispensados da
entrega da declaração anual (IES). Esta só se mantinha obrigatória para os trabalha-
dores independentes que estivessem no regime de contabilidade organizada. No
entanto, desde este ano, os trabalhadores independentes que não estejam isentos
de contribuição, quer por trabalharem por conta de outrem em simultâneo ou por
estarem abrangidos por outro tipo de proteção social (ex. advogados), estão
obrigados à apresentação da Declaração do Valor da Atividade em fevereiro, na
Segurança Social Direta.
Como se processa a isenção da Segurança Social aquando da
primeira inscrição como emitente de recibos verdes? Tem que se ter
contabilidade organizada e entregar a declaração anual?
Qualquer entidade que tenha usufruído de 80%, ou mais, da atividade de um
determinado trabalhador independente que não seja só produtor ou comerciante,
não estando isento de contribuição, terá um acréscimo de 5% sobre os montantes
que pagou a esse trabalhador independente (só dos serviços prestados).
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ANO 2 N.º 1
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Na Declaração do
Valor da Atividade
devem estar
identificados os
montantes de
faturação do ano
transato, quer
resultem de prestação
de serviços, quer
resultem da
transmissão de bens.
Um dos objetivos
desta declaração é
identificar casos de
falsos recibos verdes,
de forma a onerá-los
com 5% de TSU.
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INDEPENDENTES
Transparência fiscal O regime de transparência fiscal, previsto no CIRC, imputa aos
sócios de determinadas sociedades, integrando-a no rendimento tributável dos
mesmos, em IRS e IRC consoante o caso, a matéria coletável determinada de acordo
com as regras do IRC. Significa isto que as sociedades no regime de transparência
fiscal não pagam IRC, incidindo a tributação sobre o rendimento dos sócios, mesmo
que não tenha havido distribuição de lucros.
Este regime abrange que sociedades? Podem ser abrangidas pelo regime de
transparência fiscal as seguintes sociedades: sociedades civis não constituídas sob
forma comercial; sociedades de profissionais; sociedades de simples administração
de bens, cuja maioria do capital social pertença, direta ou indiretamente, durante
mais de 183 dias do exercício social, a um grupo familiar, ou cujo capital social
pertença, em qualquer dia do exercício social, a um número de sócios não superior a
cinco e nenhum deles seja pessoa coletiva de direito público.
Dica Um grupo familiar é constituído por pessoas unidas por vínculo conjugal ou de
adoção e bem assim de parentesco ou afinidade na linha reta ou colateral até ao
quarto grau, inclusive.
O que é uma sociedade de profissionais? Para o efeito da aplicação do regime de
transparência fiscal, uma sociedade de profissionais tem de ser constituída para o
exercício de uma única atividade profissional constante da lista anexa do artigo
151.º do CIRS, sendo que todos os sócios tem de ser profissionais dessa atividade e
exercer efetivamente essa atividade na sociedade.
Atenção Nesta situação, todos os sócios, quando considerados individualmente,
ficam abrangidos pela categoria dos rendimentos de trabalho independente (Cat. B).
O que é uma sociedade de simples administração de bens? Uma sociedade de
simples administração de bens limita a sua atividade à administração de bens ou
valores mantidos como reserva ou fruição ou à compra de prédios para a habitação
dos seus sócios. Também se classifica deste modo a sociedade que, conjuntamente,
exerça outras atividades e cujos rendimentos relativos a esses bens, valores ou
prédios atinjam, na média dos últimos 3 anos, mais de 50% da média da totalidade
dos seus rendimentos durante o mesmo período.
CASO APRESENTADO
Esta clínica é uma sociedade de profissionais? Para que possa ser considerada como
sociedade de profissionais, a clínica teria de cumprir três condições: i) a sua
atividade estar prevista na lista anexa ao artigo 151.º do CIRS; ii) todos os sócios
serem profissionais dessa atividade, neste caso, teriam de ser todos médicos; iii)
todos os sócios exerçam essa atividade na sociedade. No caso apresentado, das três
condições apenas a primeira é preenchida, uma vez que haveria um sócio farmacêu-
tico que obviamente, não exerceria a atividade de médico na sociedade.
Atenção Conclui-se que esta sociedade em concreto não estaria abrangida pelo
regime de transparência fiscal.
Quero abrir uma clínica médica. Já contactei três médicos e um
farmacêutico para serem sócios da clínica. Neste caso a tributação
incide sobre a empresa ou sobre os sócios?
No regime de transparência fiscal, as sociedades abrangidas não pagam IRC, mas
estão sujeitas às tributações autónomas das despesas não documentadas, despesas
de representação, encargos com viaturas e despesas com ajudas de custo tal como as
outras sociedades.
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No caso exposto, uma
vez que a atividade
exercida é a medicina,
pois trata-se de uma
clínica médica, não é
importante que os
sócios sejam familiares.
Os grupos familiares só
relevam para o regime
da transparência fiscal
no caso das sociedades
de simples
administração de bens.
PAG. 4/8
TRIBUTAÇÃO
PAG. 5 www.dicasmagazine.com
Condicionantes A dedução do IVA tem duas condicionantes principais:
1. suporte documental da despesa — só é dedutível o imposto devido ou pago
que seja mencionado em faturas e documentos equivalentes passados em
forma legal e que estejam em nome e na posse do sujeito passivo.
2. finalidade da despesa — só é dedutível o imposto que tenha incidido sobre
bens ou serviços adquiridos, importados ou utilizados pelo sujeito passivo para
a realização de transmissões de bens e prestações de serviços sujeitas a
imposto e dele não isentos.
Dica No caso das importações, o imposto deve ser mencionado no recibo de
pagamento de IVA que faz parte das declarações de importação.
Exclusões O artigo 21.º do CIVA exclui do direito à dedução, total ou parcialmente,
certas despesas com veículos, combustíveis, despesas de transporte e alimentação,
ainda que essas despesas estejam suportadas por documentos em forma legal e
digam respeito a bens e serviços utilizados para a realização de transmissões de
bens ou prestações de serviços sujeitas a imposto e não isentos. Desta forma, exclui
-se do direito à dedução o imposto contido nas despesas relativas à aquisição,
fabrico ou importação, à locação, à utilização, à transformação e reparação de
viaturas de turismo, de barcos de recreio, helicópteros, aviões, motos e motociclos.
Viaturas de turismo A lei considera viatura de turismo qualquer veículo automóvel,
com inclusão do reboque, que, pelo seu tipo de construção e equipamento, não seja
destinado unicamente ao transporte de mercadorias ou a uma utilização com
carácter agrícola, comercial ou industrial ou que, sendo misto ou de transporte de
passageiros, não tenha mais de nove lugares, com inclusão do condutor.
Então pode-se deduzir o IVA de um veículo de mercadorias? De uma leitura a
contrario sensu da definição fiscal de viatura de turismo parece concluir-se que,
regra geral, um veículo ligeiro de mercadorias, como tal identificado no livrete, não
é uma viatura de turismo sendo possível deduzir o IVA das despesas dessa viatura.
Qual é a interpretação do fisco? O fisco considera que não basta que um veículo
seja classificado no livrete como veículo de mercadorias para afastar a exclusão do
direito à dedução. Segundo esta entidade, é sempre necessário, para além da
classificação constante do livrete, a conexão da utilização da viatura de mercadorias
com o tipo de operações tributáveis praticadas pelo sujeito passivo.
Atenção Sendo a atividade desenvolvida a de profissional liberal, existe um risco
fiscal significativo na dedução do IVA de despesas relacionadas com o veículo
ligeiro de mercadorias.
TOC Com efeito, em informação vinculativa com Despacho de 25 de março de 2009
(Processo D051 2009030), o fisco considerou não haver relação entre a atividade de
TOC e o uso de um veículo de mercadorias, declarando não ser possível a dedução
do IVA de veículos de mercadorias no caso de certas atividades de índole liberal.
Sou profissional liberal e tenho um veículo ligeiro de mercadorias
que uso nas deslocações necessárias da minha atividade. Posso
deduzir o IVA das despesas desse veículo?
Só se deve proceder à dedução do IVA de veículos ligeiros de mercadorias utilizados
por profissionais liberais, se se estiver em condições de demonstrar a existência de
uma conexão entre a utilização do veículo e a atividade desenvolvida.
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Em principio, os
sujeitos passivos de
IVA podem, para
efeitos do apuramento
do imposto, deduzir ao
imposto, incidente
sobre as operações
tributáveis que
efetuaram, o IVA
devido ou pago pela
aquisição de bens e
serviços a outros
sujeitos passivos.
PAG. 7/8
NORMAS
Isenção nas atividades de ensino Estão isentas de IVA as prestações de serviços que
tenham por objeto o ensino, bem como as transmissões de bens e prestações de
serviços conexas, como sejam o fornecimento de alojamento e alimentação, efetua-
das por estabelecimentos integrados no Sistema Nacional de Educação (SNE) ou
reconhecidos como tendo fins análogos pelos ministérios competentes.
Isenção de explicações O n.º 11 do artigo 9.º do CIVA isenta do imposto as presta-
ções de serviços que consistam em lições dadas a título pessoal sobre matérias do
ensino escolar ou superior. Na prática, este tipo de isenção só se aplica quando as
lições, sobre matérias do ensino escolar ou superior, são dadas pelo explicador ou
professor diretamente ao explicando, sem dependência de qualquer outra entidade.
CASO APRESENTADO
Professores contratados pela sociedade No caso que nos foi apresentado a socieda-
de contrata professores para darem explicações a alunos. Ou seja, os serviços do
explicador ou professor são prestados à sociedade com a qual existe uma subordi-
nação inicial decorrente de um contrato de prestação de serviços, sendo essa socie-
dade quem presta o serviço ao explicando.
Atenção Neste caso, atendendo a que existe uma dependência a uma terceira
entidade para além do explicador e aluno, não é possível aplicar a isenção referida
no n.° 11 do artigo 9.° do CIVA, constituindo a atividade de apoio a alunos, dada
nestas condições, uma atividade tributada à taxa normal.
Qual é o enquadramento da empresa em IVA? Uma vez que a atividade de explica-
ções, tal como descrita, é uma atividade sujeita a imposto e dele não isenta, em
principio, a empresa deverá estar enquadrada no regime geral do IVA, liquidando
IVA à taxa normal e deduzindo integralmente o IVA dos bens e serviços adquiridos.
No entanto, esta sociedade pode ter outras atividades que poderão estar sujeitas a
imposto, mas dele isentas, e que não conferem o direito à dedução (ex. "ocupação
de tempos livres da população escolar", condicionada pelo reconhecimento de
utilidade social a que se refere o n.° 7 do art. 9.° CIVA). Se for esse o caso, então a
sociedade deverá estar enquadrada no regime misto.
O que é o regime misto? O regime misto, previsto no artigo 23.º do CIVA, é aplicável
a sujeitos passivos que exercem atividades isentas de imposto e atividades não
isentas, definindo os métodos a utilizar para a dedução do IVA das aquisições que
sejam utilizadas quer para uma ou outra atividade, isto é, os gastos comuns. Desta
forma, se uma dada operação (aquisição de bens ou serviços) se destinar especifica
e totalmente para a atividade isenta, não há lugar a dedução de qualquer valor de
IVA. Se uma operação se destinar especifica e totalmente para a atividade não
isenta, poderá deduzir-se o IVA na íntegra. Caso se destine a ambas as atividades
poderá aplicar-se ao IVA só dessas operações um pró-rata (quociente entre o mon-
tante de operações não isentas e o total das operações da empresa isentas e não
isentas do ano anterior) ou o método, menos utilizado, da afetação real.
Contratámos uns professores para darem explicações. Os pais dos
nossos explicandos questionaram-nos se não deveríamos passar as
faturas desses serviços sem IVA. Essa isenção aplica-se neste caso?
O pró-rata calculado com base no valor das operações do ano anterior é provisório.
No final do ano, deve calcular-se o pró-rata final e efetuar-se uma regularização a
favor do Estado ou do sujeito passivo do IVA deduzido a mais ou a menos,
respetivamente.
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2012.05.18
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A isenção referida no n.º
11 do artigo 9.º do CIVA
tem como pressuposto o
reconhecimento pelo
Ministério da Educação
de que o
estabelecimento
prossegue fins análogos
aos integrados no SNE.
Tem sido entendimento
da Administração
Tributária que o mesmo
deverá consubstanciar-
se numa certificação
expressa do
enquadramento do
ensino ministrado nos
objetos do SNE.
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ISENÇÕES
PAG. 7 www.dicasmagazine.com
Houve pagamento, mas não houve retenção! Algumas empresas têm a ideia de que
pelo facto de não ter havido retenção na fonte, não há a obrigatoriedade de
declarar no Modelo 10 os montantes que pagaram aos trabalhadores independen-
tes. Este não é o procedimento correto, pois as instruções do Modelo 10 são claras:
“sujeitas a retenção na fonte, ainda que dela dispensados”.
Isenção de IVA e isenção de retenção na fonte Há que ter atenção que, pelo facto do
valor de referência ser o que está definido pelo artigo 53.º do CIVA, a isenção de IVA
pode não se verificar, mantendo-se a isenção do IRS. De realçar ainda que IRS e IVA
não têm os mesmos formalismos. O regime de isenção do artigo 53.º do CIVA prevê
a sua aplicação (salve exceções) para os contribuintes que não faturem mais de
€10.000 por ano, ou não pensem vir a faturar caso seja o ano de início de atividade.
No entanto, por opção do mesmo, ainda que faturando abaixo dos €10.000 pode
requerer a sua inclusão no regime geral, liquidando e deduzindo IVA como qualquer
outro contribuinte.
Dica Se estiver abaixo dos €10.000 e optar pelo regime geral, não quer dizer que
tem de ficar sujeito a retenção na fonte, podendo usufruir de uma dispensa de
retenção (DL 42/91).
Cessação da isenção A isenção do IVA, pelo artigo referido, cessa efetivamente no
mês de janeiro seguinte àquele em que o limite dos €10.000 for excedido. Ou seja,
se for excedido esse valor em março, só a partir de fevereiro do ano seguinte é que
se começa a liquidar IVA (tendo-se que apresentar a declaração de alteração da
atividade em janeiro). No caso da retenção na fonte a possibilidade de não reter
cessa no mês seguinte àquele em que tiver sido atingido o limito nela fixado (art.
9.º n.º 3 alín. b) DL 42/91).
Recebeu em dezembro de 2011, mas só passou o recibo em janeiro de 2012! A
emissão atrasada do recibo verde relativamente ao pagamento do valor a que se
refere é uma situação comum. Para responder a isso, as empresas dispõem de um
mecanismo de diferimento que lhes permite reconhecer o gasto no período a que
diz respeito. Isto quer dizer que, por exemplo, mesmo que um trabalhador indepen-
dente passe o recibo em janeiro de 2012, se a empresa lhe pagou em dezembro de
2011 reconhece o gasto nessa altura. A empresa ao reconhecer o gasto no período
em que fez o pagamento deverá proceder à entrega da retenção e sua declaração
nesse mesmo período. Existindo atraso significativo na emissão de recibo verde, por
parte do trabalhador independente, da comparação das duas declarações resultará a
existência de divergências.
Como resolver essas divergências? Identificada a divergência, a AT confronta o
trabalhador independente com o facto. Perante tal situação o trabalhador indepen-
dente, se em falta, deve regularizar a situação o mais rapidamente possível. Em caso
de não emissão ou discordância pelo trabalhador, a empresa é chamada a apresen-
tar a sua versão o que pode resultar em problemas acrescidos para o trabalhador,
quer criados pela AT, quer pela empresa pagadora.
Informaram-me que aquilo que declarei, como trabalhador
independente, não coincide com o que a empresa diz que me pagou.
Há necessidade de efetuar substituição de declarações?
Em caso de divergência, detetada através da declaração do IRS, poderá ter que se
substituir a declaração do IRS, do IVA e pagar o imposto em falta, no período correto,
com juros.
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Tem dúvida no
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PAG. 7/8
PROCEDIMENTOS
Retribuições? É definida como a principal obrigação da entidade patronal o dever
de pagar pontualmente a devida retribuição, sendo que esta deve ser justa e
adequada às funções de cada trabalhador. Para se saber se certa entidade
empregadora pode parar de pagar ajudas de custo e subsídio de alimentação, é
importante perceber se estas prestações se incluem no conceito de retribuição. Tal
é necessário, visto que um dos direitos dos trabalhadores, previsto no Código de
Trabalho, é a irredutibilidade da retribuição.
Irredutibilidade da retribuição? De acordo com o princípio de irredutibilidade da
retribuição, a retribuição do trabalhador não pode ser diminuída, salvo casos
específicos previstos na lei, nas Portarias de regulamentação e nas convenções
coletivas ou quando, precedendo autorização da autoridade administrativa, haja
acordo do trabalhador. Este princípio reporta-se ao valor global da retribuição e
não, diretamente, a cada uma das suas componentes.
Conceito de retribuição Tudo aquilo a que, nos termos do contrato de trabalho, das
normas que o regem ou dos usos, o trabalhador tenha direito como contrapartida do
seu trabalho. Incluem-se: retribuição base (salário) e todas as outras prestações
regulares e periódicas feitas direta/indiretamente em dinheiro/espécie.
Atenção Constitui retribuição toda e qualquer prestação do empregador ao
trabalhador.
Exceções O artigo 260.º do Código de Trabalho, vem enumerar expressamente as
prestações que não estão incluídas na retribuição. Estão indicadas, entre outras, as
importâncias recebidas a título de ajudas de custo, abonos de viagem e despesas de
transporte. Logo, estas prestações só serão consideradas como retribuição quando
excedam os montantes normais, ou assim sejam consideradas pelo próprio contrato
ou uso.
Dica As ajudas de custo, abonos de viagem e despesas de transporte não têm em
regra a natureza de retribuição, como exposto no artigo 260.º do Código de
Trabalho, muito embora possam ser pagas de forma regular e permanente.
Tudo depende da importância que é paga! Se forem pagas, pela entidade
empregadora, quantias consideradas normais a título de ajudas de custo e despesas
com transporte, então esses montantes não são considerados como retribuição,
tendo a entidade empregadora a liberdade de continuar a pagá-los ou não, caso tal
não seja obrigatório pelo contrato de trabalho em causa. No entanto, se forem
pagas importâncias superiores às consideradas normais, então tal excesso estará
incluído na retribuição do trabalhador levando a que se a entidade empregadora
deixar de as pagar poderá ser condenada a faze-lo através de decisão judicial.
E o subsídio de alimentação? Também o subsídio de alimentação é excluído da
classificação de retribuição, em virtude do n.º 2 do dito artigo 260.º do Código de
Trabalho. Também no que respeita a esta prestação, estará na disponibilidade do
empregador deixar de a pagar se o montante que é pago habitualmente se inserir
nos montantes que normalmente são pagos a este título.
Posso parar de pagar ajudas de custo e passe aos meus
funcionários? E subsídio de alimentação também posso parar de
pagar?
Se os montantes pagos excederem os valores normais, o excesso será considerado
retribuição e, como tal o empregador terá de os pagar obrigatoriamente ao
trabalhador.
DICAS MAGAZINE
RH
ANO 2 N.º 1
2012.05.18
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Tânia Marques, Gisela Franco
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