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MAGAZINRH A flexibilidade do regime de regularização de dívidas da Segurança Social observa-se tanto no alargamento do número de prestações, como na dispensa e qualidade das garantias. EVENTOS 46.º Congresso Nacional da AEDIPE de 31 de maio a 02 de Junho de 2012 em San Sebastian (Espanha). Está confirmado! A partir de 2013, e por um período de 5 anos, são eliminados os feriados do Corpo de Deus (celebrado 60 dias após quinta-feira de Páscoa) e de Todos os Santos (01 de novembro). ÍNDICE 1. DÍVIDAS Prestações à Segurança Social 2. DICAS Imagem de marca 3. INDEPENDENTES Isenção na inscrição 4. TRIBUTAÇÃO Regime de transparência fiscal 5. NORMAS Liberal com carrinha 6. ISENÇÕES Aplicam-se nestas explicações? 7. PROCEDIMENTOS Divergências nas declarações 8. SUBSÍDIOS Ajudas de custo e alimentação Estamos em falta nos pagamentos, à Segurança Social, referente aos nossos funcionários. Esta dívida pode ser paga em prestações? Que alterações foram introduzidas pelo Orçamento de Estado de 2012? GUIA 1 ANO 2 - 2012.05.18 PAG. 1/8 Mais em www.dmeditores.com Flexibilidade de pagamento A Segurança Social sempre apresentou alguma flexibi- lidade na possibilidade de acordos para regularização das dívidas. O Orçamento de Estado de 2012 só causou alterações de pormenor a essa flexibilidade, não trazendo alterações ao número de prestações previstas para a regularização das dívidas. Qual o número máximo de prestações? Se a dívida ascender até €5.100, 36 é o número máximo previsto de prestações. Se a dívida for superior a €5.100, pode-se requerer o pagamento em 60 prestações. Se a dívida ultrapassar €51.000, pode-se requerer a respetiva regularização em 120 prestações. Garantias Se a dívida em causa for inferior a €51.000 não é necessário apresentar garantia. Contudo, no caso da dívida ultrapassar os €51.000 o devedor terá que cumulativamente demonstrar a sua dificuldade financeira, previsíveis consequên- cias económicas, e prestar garantia idónea. Como deve ser prestada a garantia? A Segurança Social aceita uma maior variedade de formas de prestação de garantia do que as Finanças. Esta entidade para além de aceitar garantia bancária, caução e seguro-caução, aceita também penhor e hipote- cas voluntárias sobre bens móveis ou imóveis. Exemplo Para que seja aceite o plano de pagamento em prestações da divida à Segurança Social uma empresa de transportes rodoviários de mercadorias poderá apresentar como garantia alguns camiões do seu património. Procedimento Para efetuar o pedido de pagamento em prestações, o interessado deve apresentar à Secção de Processos da Segurança Social da área da sua residên- cia, um requerimento, no qual deve explicar os fundamentos do pedido (a razão pela qual não pode pagar integralmente a dívida) e como quer pagar, tendo em consideração as limitações supracitadas do número de prestações. No caso de pretender pagar em 120 prestações, no requerimento deverá provar que se encon- tram reunidos os pressupostos cumulativos para o efeito, devendo juntar prova da sua insuficiência económica, elementos contabilísticos e apresentar garantia. Dica O devedor não precisa de se deslocar à secção em causa, pode enviar o requerimento por correio eletrónico, fax ou correio. Quando efetuo os pagamentos? Após o deferimento do plano prestacional, o contribuinte iniciará o pagamento das prestações no mês seguinte à da notificação do deferimento. De modo a evitar que o devedor se desloque mensalmente à Segurança Social para efetuar o pagamento, este pode pedir na respetiva secção que lhe sejam enviados os Documentos Únicos de Cobrança (DUC) através de correio eletrónico.

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O guia mensal Dicas Magazine RH é para si que, tanto profissional como pessoalmente, precisa de ver esclarecidas as suas dúvidas na área laboral!

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MAGAZIN€ RH

A flexibilidade do regime de regularização de dívidas da Segurança Social observa-se

tanto no alargamento do número de prestações, como na dispensa e qualidade das

garantias.

EVENTOS

46.º Congresso

Nacional da AEDIPE

de 31 de maio a 02 de

Junho de 2012 em San

Sebastian (Espanha).

Está confirmado! A

partir de 2013, e por

um período de 5 anos,

são eliminados os

feriados do Corpo de

Deus (celebrado 60

dias após quinta-feira

de Páscoa) e de Todos

os Santos (01 de

novembro).

ÍNDICE

1. DÍVIDAS Prestações à

Segurança Social

2. DICAS Imagem de

marca

3. INDEPENDENTES

Isenção na inscrição

4. TRIBUTAÇÃO Regime

de transparência fiscal

5. NORMAS Liberal com

carrinha

6. ISENÇÕES Aplicam-se

nestas explicações?

7. PROCEDIMENTOS

Divergências nas

declarações

8. SUBSÍDIOS Ajudas de

custo e alimentação

Estamos em falta nos pagamentos, à Segurança Social, referente aos

nossos funcionários. Esta dívida pode ser paga em prestações? Que

alterações foram introduzidas pelo Orçamento de Estado de 2012?

GUIA 1

ANO 2 - 2012.05.18

PAG. 1/8

Mais em www.dmeditores.com

Flexibilidade de pagamento A Segurança Social sempre apresentou alguma flexibi-

lidade na possibilidade de acordos para regularização das dívidas. O Orçamento de

Estado de 2012 só causou alterações de pormenor a essa flexibilidade, não trazendo

alterações ao número de prestações previstas para a regularização das dívidas.

Qual o número máximo de prestações? Se a dívida ascender até €5.100, 36 é o

número máximo previsto de prestações. Se a dívida for superior a €5.100, pode-se

requerer o pagamento em 60 prestações. Se a dívida ultrapassar €51.000, pode-se

requerer a respetiva regularização em 120 prestações.

Garantias Se a dívida em causa for inferior a €51.000 não é necessário apresentar

garantia. Contudo, no caso da dívida ultrapassar os €51.000 o devedor terá que

cumulativamente demonstrar a sua dificuldade financeira, previsíveis consequên-

cias económicas, e prestar garantia idónea.

Como deve ser prestada a garantia? A Segurança Social aceita uma maior variedade

de formas de prestação de garantia do que as Finanças. Esta entidade para além de

aceitar garantia bancária, caução e seguro-caução, aceita também penhor e hipote-

cas voluntárias sobre bens móveis ou imóveis.

Exemplo Para que seja aceite o plano de pagamento em prestações da divida à

Segurança Social uma empresa de transportes rodoviários de mercadorias poderá

apresentar como garantia alguns camiões do seu património.

Procedimento Para efetuar o pedido de pagamento em prestações, o interessado

deve apresentar à Secção de Processos da Segurança Social da área da sua residên-

cia, um requerimento, no qual deve explicar os fundamentos do pedido (a razão

pela qual não pode pagar integralmente a dívida) e como quer pagar, tendo em

consideração as limitações supracitadas do número de prestações. No caso de

pretender pagar em 120 prestações, no requerimento deverá provar que se encon-

tram reunidos os pressupostos cumulativos para o efeito, devendo juntar prova da

sua insuficiência económica, elementos contabilísticos e apresentar garantia.

Dica O devedor não precisa de se deslocar à secção em causa, pode enviar o

requerimento por correio eletrónico, fax ou correio.

Quando efetuo os pagamentos? Após o deferimento do plano prestacional, o

contribuinte iniciará o pagamento das prestações no mês seguinte à da notificação

do deferimento. De modo a evitar que o devedor se desloque mensalmente à

Segurança Social para efetuar o pagamento, este pode pedir na respetiva secção

que lhe sejam enviados os Documentos Únicos de Cobrança (DUC) através de

correio eletrónico.

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Uma boa imagem só pode ajudar! A imagem é, muitas vezes, a porta de entrada para

conhecer uma empresa. No entanto, uma boa imagem marca só é sustentável se

existir um bom produto ou serviço por trás dela.

Dica Poderá ser necessário uma dose considerável de trabalho, mas a criação de

uma imagem adapta-se a qualquer orçamento.

Como criar uma imagem positiva e adequada? A imagem de marca não tem como

objetivo expor detalhadamente todos os serviços e produtos de uma determinada

empresa. Este, é um meio rápido e identificativo da empresa se dar a conhecer tanto

aos atuais, como aos seus futuros clientes. Devendo estar presente em tudo o que a

empresa produz, e em tudo em que investe.

A imagem não deve ser só externa, deve também ser interna! A imagem da empresa

não se restringe ao logotipo. Os seus clientes visitam as instalações? Falam com os

funcionários por telefone ou pessoalmente? A imagem continua a ser criada em

todas estas ações, e muitas outras. A avaliação do cliente não se finaliza na primeira

compra, esta é ininterrupta, quer seja para um cliente antigo ou recente.

Dica Um cliente satisfeito deverá ser a sua principal publicidade e esta é grátis!

Meios publicitários A imagem da empresa pode ser divulgada através de anúncios,

embalagens, panfletos, páginas de internet entre outros meios. Os panfletos são

suportes publicitários que podem chegar a terceiros individualmente ou anexados a

outros elementos, como sejam, revistas, jornais, etc.. Este meio sendo apelativo,

pode ser também dispendioso. Desta forma é aconselhável que se peça vários

orçamentos (mínimo três) a gráficas de modo a comparar o produto que elas

oferecem: o número de cores, tipo de papel, etc..

Dica Com a crise muitas foram as gráficas que baixaram os preços para manter

clientes, por isso lembre-se de fazer uma boa prospeção, pois poderá encontrar o

orçamento que procura.

A aposta na internet é obrigatória! Atualmente, se uma empresa não tiver uma

presença na internet, afasta automaticamente muitos interessados e futuros

clientes. A internet é uma ferramenta extremamente eficaz e barata, que pode

ajudar a divulgar a imagem, produtos e serviços de entidade particular ou coletiva.

Será que os meus conhecimentos são suficientes? A existência de conhecimentos na

área de marketing e publicidade poderá ajudar bastante, economizando algum

dinheiro ao interessado. Contudo, no caso de esse conhecimento existir, não é de

descartar o apoio externo de profissionais da área. Esses profissionais pelo facto de

serem externos, e por vezes com mais experiência, podem trazer novas ideias, novas

linhas, criando uma imagem mais apelativa ao público, respondendo melhor aos

objetivos.

Não complique! Uma imagem simples, bem pensada, é a maneira mais eficaz de

passar a mensagem. A eficácia pode-se perder se a imagem for demasiado comple-

xa e confusa.

Eu trato dos recursos humanos e marketing da empresa e queria

saber se é necessário muito dinheiro para criar uma imagem de

marca? Será que teremos de contratar pessoal especializado?

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DICAS MAGAZINE

RH

ANO 2 N.º 1

2012.05.18

WWW.DMEDITORES.COM

MINI-DICAS

Pondere bem os seus

passos e a imagem que

quer transmitir, não

restrinja os seus

conhecimentos e

procure nos meios que

já tem disponíveis.

Os seus funcionários

podem ser a solução

para construir uma boa

imagem de marca.

Porque não efetuar um

concurso aberto a todos

os funcionários para a

criação da imagem de

marca? Nunca se sabe,

pode ser que encontre

aquilo que procura nos

recursos já colocados à

sua disposição.

PAG. 2/8

DICAS

Page 3: Dicas Magazine RH

PAG. 3 www.dicasmagazine.com

Segurança Social A primeira inscrição como emitente de recibo verde beneficia de

uma isenção temporária no que diz respeito às contribuições para a Segurança

Social. Esta isenção é apurada da seguinte forma: se a inscrição ocorrer entre

setembro e dezembro, o enquadramento é no primeiro dia do décimo segundo mês

seguinte; caso o registo seja feito de 01 de janeiro a 30 de agosto, o enquadramen-

to é no primeiro dia de outubro do ano seguinte.

Exemplo Se a inscrição for no dia 15 de novembro resulta num enquadramento,

para fins de Segurança Social, no dia 01 de novembro do ano seguinte. Já o registo

feito no dia 02 fevereiro, 23 de maio ou 09 de julho, origina um enquadramento no

dia 01 de outubro do ano seguinte.

Novos escalões Quando se passa para o regime de recibos verdes, o pagamento das

prestações deixa de ser por escolha do contribuinte, passando a estar indexados,

através de uma tabela de referência, aos rendimentos realmente auferidos comuni-

cados anualmente pelo próprio à Segurança Social.

Contabilidade organizada O sistema de contabilidade organizada confronta as

despesas com as receitas, sendo que o resultado positivo é tributado (para além das

tributações autónomas). Mesmo que o emitente de recibos verdes não tenha

contabilidade organizada, fica obrigado a dispor de escrita o que leva ao preenchi-

mento de livros de registo de gastos (custos) e faturação.

Regime simplificado O regime simplificado não aceita qualquer custo, estimando

que determinada percentagem sobre as vendas é lucro. Este regime assume que os

encargos com a atividade são apenas 30% das receitas. Assim, se os gastos ou

custos reais da atividade ultrapassarem os 30% da faturação, o contribuinte que

esteja abrangido por este regime fica penalizado.

Exemplo Um freelancer com um volume de negócios de €100.000 e encargos reais

no valor de €60.000, tem um resultado com base na contabilidade organizada de

€40.000 (€100.000 – €60.000). Já no regime simplificado o resultado seria de

€70.000 (€100.000 x 30% - €100.000).

Seguro de trabalho Todos os trabalhadores independentes, onde se incluem os

recibos verdes, são obrigados a dispor de um seguro de trabalho. Quem não cumprir

com este requisito encontra-se sujeito às coimas previstas no Decreto-Lei n.º

159/1999, de 11 de maio.

Tenho que entregar a IES? Desde de 2009 (Conselho de Ministros de 07 de maio)

que os trabalhadores independentes no regime simplificado estão dispensados da

entrega da declaração anual (IES). Esta só se mantinha obrigatória para os trabalha-

dores independentes que estivessem no regime de contabilidade organizada. No

entanto, desde este ano, os trabalhadores independentes que não estejam isentos

de contribuição, quer por trabalharem por conta de outrem em simultâneo ou por

estarem abrangidos por outro tipo de proteção social (ex. advogados), estão

obrigados à apresentação da Declaração do Valor da Atividade em fevereiro, na

Segurança Social Direta.

Como se processa a isenção da Segurança Social aquando da

primeira inscrição como emitente de recibos verdes? Tem que se ter

contabilidade organizada e entregar a declaração anual?

Qualquer entidade que tenha usufruído de 80%, ou mais, da atividade de um

determinado trabalhador independente que não seja só produtor ou comerciante,

não estando isento de contribuição, terá um acréscimo de 5% sobre os montantes

que pagou a esse trabalhador independente (só dos serviços prestados).

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MINI-DICAS

Na Declaração do

Valor da Atividade

devem estar

identificados os

montantes de

faturação do ano

transato, quer

resultem de prestação

de serviços, quer

resultem da

transmissão de bens.

Um dos objetivos

desta declaração é

identificar casos de

falsos recibos verdes,

de forma a onerá-los

com 5% de TSU.

PAG. 3/8

INDEPENDENTES

Page 4: Dicas Magazine RH

Transparência fiscal O regime de transparência fiscal, previsto no CIRC, imputa aos

sócios de determinadas sociedades, integrando-a no rendimento tributável dos

mesmos, em IRS e IRC consoante o caso, a matéria coletável determinada de acordo

com as regras do IRC. Significa isto que as sociedades no regime de transparência

fiscal não pagam IRC, incidindo a tributação sobre o rendimento dos sócios, mesmo

que não tenha havido distribuição de lucros.

Este regime abrange que sociedades? Podem ser abrangidas pelo regime de

transparência fiscal as seguintes sociedades: sociedades civis não constituídas sob

forma comercial; sociedades de profissionais; sociedades de simples administração

de bens, cuja maioria do capital social pertença, direta ou indiretamente, durante

mais de 183 dias do exercício social, a um grupo familiar, ou cujo capital social

pertença, em qualquer dia do exercício social, a um número de sócios não superior a

cinco e nenhum deles seja pessoa coletiva de direito público.

Dica Um grupo familiar é constituído por pessoas unidas por vínculo conjugal ou de

adoção e bem assim de parentesco ou afinidade na linha reta ou colateral até ao

quarto grau, inclusive.

O que é uma sociedade de profissionais? Para o efeito da aplicação do regime de

transparência fiscal, uma sociedade de profissionais tem de ser constituída para o

exercício de uma única atividade profissional constante da lista anexa do artigo

151.º do CIRS, sendo que todos os sócios tem de ser profissionais dessa atividade e

exercer efetivamente essa atividade na sociedade.

Atenção Nesta situação, todos os sócios, quando considerados individualmente,

ficam abrangidos pela categoria dos rendimentos de trabalho independente (Cat. B).

O que é uma sociedade de simples administração de bens? Uma sociedade de

simples administração de bens limita a sua atividade à administração de bens ou

valores mantidos como reserva ou fruição ou à compra de prédios para a habitação

dos seus sócios. Também se classifica deste modo a sociedade que, conjuntamente,

exerça outras atividades e cujos rendimentos relativos a esses bens, valores ou

prédios atinjam, na média dos últimos 3 anos, mais de 50% da média da totalidade

dos seus rendimentos durante o mesmo período.

CASO APRESENTADO

Esta clínica é uma sociedade de profissionais? Para que possa ser considerada como

sociedade de profissionais, a clínica teria de cumprir três condições: i) a sua

atividade estar prevista na lista anexa ao artigo 151.º do CIRS; ii) todos os sócios

serem profissionais dessa atividade, neste caso, teriam de ser todos médicos; iii)

todos os sócios exerçam essa atividade na sociedade. No caso apresentado, das três

condições apenas a primeira é preenchida, uma vez que haveria um sócio farmacêu-

tico que obviamente, não exerceria a atividade de médico na sociedade.

Atenção Conclui-se que esta sociedade em concreto não estaria abrangida pelo

regime de transparência fiscal.

Quero abrir uma clínica médica. Já contactei três médicos e um

farmacêutico para serem sócios da clínica. Neste caso a tributação

incide sobre a empresa ou sobre os sócios?

No regime de transparência fiscal, as sociedades abrangidas não pagam IRC, mas

estão sujeitas às tributações autónomas das despesas não documentadas, despesas

de representação, encargos com viaturas e despesas com ajudas de custo tal como as

outras sociedades.

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No caso exposto, uma

vez que a atividade

exercida é a medicina,

pois trata-se de uma

clínica médica, não é

importante que os

sócios sejam familiares.

Os grupos familiares só

relevam para o regime

da transparência fiscal

no caso das sociedades

de simples

administração de bens.

PAG. 4/8

TRIBUTAÇÃO

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PAG. 5 www.dicasmagazine.com

Condicionantes A dedução do IVA tem duas condicionantes principais:

1. suporte documental da despesa — só é dedutível o imposto devido ou pago

que seja mencionado em faturas e documentos equivalentes passados em

forma legal e que estejam em nome e na posse do sujeito passivo.

2. finalidade da despesa — só é dedutível o imposto que tenha incidido sobre

bens ou serviços adquiridos, importados ou utilizados pelo sujeito passivo para

a realização de transmissões de bens e prestações de serviços sujeitas a

imposto e dele não isentos.

Dica No caso das importações, o imposto deve ser mencionado no recibo de

pagamento de IVA que faz parte das declarações de importação.

Exclusões O artigo 21.º do CIVA exclui do direito à dedução, total ou parcialmente,

certas despesas com veículos, combustíveis, despesas de transporte e alimentação,

ainda que essas despesas estejam suportadas por documentos em forma legal e

digam respeito a bens e serviços utilizados para a realização de transmissões de

bens ou prestações de serviços sujeitas a imposto e não isentos. Desta forma, exclui

-se do direito à dedução o imposto contido nas despesas relativas à aquisição,

fabrico ou importação, à locação, à utilização, à transformação e reparação de

viaturas de turismo, de barcos de recreio, helicópteros, aviões, motos e motociclos.

Viaturas de turismo A lei considera viatura de turismo qualquer veículo automóvel,

com inclusão do reboque, que, pelo seu tipo de construção e equipamento, não seja

destinado unicamente ao transporte de mercadorias ou a uma utilização com

carácter agrícola, comercial ou industrial ou que, sendo misto ou de transporte de

passageiros, não tenha mais de nove lugares, com inclusão do condutor.

Então pode-se deduzir o IVA de um veículo de mercadorias? De uma leitura a

contrario sensu da definição fiscal de viatura de turismo parece concluir-se que,

regra geral, um veículo ligeiro de mercadorias, como tal identificado no livrete, não

é uma viatura de turismo sendo possível deduzir o IVA das despesas dessa viatura.

Qual é a interpretação do fisco? O fisco considera que não basta que um veículo

seja classificado no livrete como veículo de mercadorias para afastar a exclusão do

direito à dedução. Segundo esta entidade, é sempre necessário, para além da

classificação constante do livrete, a conexão da utilização da viatura de mercadorias

com o tipo de operações tributáveis praticadas pelo sujeito passivo.

Atenção Sendo a atividade desenvolvida a de profissional liberal, existe um risco

fiscal significativo na dedução do IVA de despesas relacionadas com o veículo

ligeiro de mercadorias.

TOC Com efeito, em informação vinculativa com Despacho de 25 de março de 2009

(Processo D051 2009030), o fisco considerou não haver relação entre a atividade de

TOC e o uso de um veículo de mercadorias, declarando não ser possível a dedução

do IVA de veículos de mercadorias no caso de certas atividades de índole liberal.

Sou profissional liberal e tenho um veículo ligeiro de mercadorias

que uso nas deslocações necessárias da minha atividade. Posso

deduzir o IVA das despesas desse veículo?

Só se deve proceder à dedução do IVA de veículos ligeiros de mercadorias utilizados

por profissionais liberais, se se estiver em condições de demonstrar a existência de

uma conexão entre a utilização do veículo e a atividade desenvolvida.

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MINI-DICAS

Em principio, os

sujeitos passivos de

IVA podem, para

efeitos do apuramento

do imposto, deduzir ao

imposto, incidente

sobre as operações

tributáveis que

efetuaram, o IVA

devido ou pago pela

aquisição de bens e

serviços a outros

sujeitos passivos.

PAG. 7/8

NORMAS

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Isenção nas atividades de ensino Estão isentas de IVA as prestações de serviços que

tenham por objeto o ensino, bem como as transmissões de bens e prestações de

serviços conexas, como sejam o fornecimento de alojamento e alimentação, efetua-

das por estabelecimentos integrados no Sistema Nacional de Educação (SNE) ou

reconhecidos como tendo fins análogos pelos ministérios competentes.

Isenção de explicações O n.º 11 do artigo 9.º do CIVA isenta do imposto as presta-

ções de serviços que consistam em lições dadas a título pessoal sobre matérias do

ensino escolar ou superior. Na prática, este tipo de isenção só se aplica quando as

lições, sobre matérias do ensino escolar ou superior, são dadas pelo explicador ou

professor diretamente ao explicando, sem dependência de qualquer outra entidade.

CASO APRESENTADO

Professores contratados pela sociedade No caso que nos foi apresentado a socieda-

de contrata professores para darem explicações a alunos. Ou seja, os serviços do

explicador ou professor são prestados à sociedade com a qual existe uma subordi-

nação inicial decorrente de um contrato de prestação de serviços, sendo essa socie-

dade quem presta o serviço ao explicando.

Atenção Neste caso, atendendo a que existe uma dependência a uma terceira

entidade para além do explicador e aluno, não é possível aplicar a isenção referida

no n.° 11 do artigo 9.° do CIVA, constituindo a atividade de apoio a alunos, dada

nestas condições, uma atividade tributada à taxa normal.

Qual é o enquadramento da empresa em IVA? Uma vez que a atividade de explica-

ções, tal como descrita, é uma atividade sujeita a imposto e dele não isenta, em

principio, a empresa deverá estar enquadrada no regime geral do IVA, liquidando

IVA à taxa normal e deduzindo integralmente o IVA dos bens e serviços adquiridos.

No entanto, esta sociedade pode ter outras atividades que poderão estar sujeitas a

imposto, mas dele isentas, e que não conferem o direito à dedução (ex. "ocupação

de tempos livres da população escolar", condicionada pelo reconhecimento de

utilidade social a que se refere o n.° 7 do art. 9.° CIVA). Se for esse o caso, então a

sociedade deverá estar enquadrada no regime misto.

O que é o regime misto? O regime misto, previsto no artigo 23.º do CIVA, é aplicável

a sujeitos passivos que exercem atividades isentas de imposto e atividades não

isentas, definindo os métodos a utilizar para a dedução do IVA das aquisições que

sejam utilizadas quer para uma ou outra atividade, isto é, os gastos comuns. Desta

forma, se uma dada operação (aquisição de bens ou serviços) se destinar especifica

e totalmente para a atividade isenta, não há lugar a dedução de qualquer valor de

IVA. Se uma operação se destinar especifica e totalmente para a atividade não

isenta, poderá deduzir-se o IVA na íntegra. Caso se destine a ambas as atividades

poderá aplicar-se ao IVA só dessas operações um pró-rata (quociente entre o mon-

tante de operações não isentas e o total das operações da empresa isentas e não

isentas do ano anterior) ou o método, menos utilizado, da afetação real.

Contratámos uns professores para darem explicações. Os pais dos

nossos explicandos questionaram-nos se não deveríamos passar as

faturas desses serviços sem IVA. Essa isenção aplica-se neste caso?

O pró-rata calculado com base no valor das operações do ano anterior é provisório.

No final do ano, deve calcular-se o pró-rata final e efetuar-se uma regularização a

favor do Estado ou do sujeito passivo do IVA deduzido a mais ou a menos,

respetivamente.

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ANO 2 N.º 1

2012.05.18

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MINI-DICAS

A isenção referida no n.º

11 do artigo 9.º do CIVA

tem como pressuposto o

reconhecimento pelo

Ministério da Educação

de que o

estabelecimento

prossegue fins análogos

aos integrados no SNE.

Tem sido entendimento

da Administração

Tributária que o mesmo

deverá consubstanciar-

se numa certificação

expressa do

enquadramento do

ensino ministrado nos

objetos do SNE.

PAG. 6/8

ISENÇÕES

Page 7: Dicas Magazine RH

PAG. 7 www.dicasmagazine.com

Houve pagamento, mas não houve retenção! Algumas empresas têm a ideia de que

pelo facto de não ter havido retenção na fonte, não há a obrigatoriedade de

declarar no Modelo 10 os montantes que pagaram aos trabalhadores independen-

tes. Este não é o procedimento correto, pois as instruções do Modelo 10 são claras:

“sujeitas a retenção na fonte, ainda que dela dispensados”.

Isenção de IVA e isenção de retenção na fonte Há que ter atenção que, pelo facto do

valor de referência ser o que está definido pelo artigo 53.º do CIVA, a isenção de IVA

pode não se verificar, mantendo-se a isenção do IRS. De realçar ainda que IRS e IVA

não têm os mesmos formalismos. O regime de isenção do artigo 53.º do CIVA prevê

a sua aplicação (salve exceções) para os contribuintes que não faturem mais de

€10.000 por ano, ou não pensem vir a faturar caso seja o ano de início de atividade.

No entanto, por opção do mesmo, ainda que faturando abaixo dos €10.000 pode

requerer a sua inclusão no regime geral, liquidando e deduzindo IVA como qualquer

outro contribuinte.

Dica Se estiver abaixo dos €10.000 e optar pelo regime geral, não quer dizer que

tem de ficar sujeito a retenção na fonte, podendo usufruir de uma dispensa de

retenção (DL 42/91).

Cessação da isenção A isenção do IVA, pelo artigo referido, cessa efetivamente no

mês de janeiro seguinte àquele em que o limite dos €10.000 for excedido. Ou seja,

se for excedido esse valor em março, só a partir de fevereiro do ano seguinte é que

se começa a liquidar IVA (tendo-se que apresentar a declaração de alteração da

atividade em janeiro). No caso da retenção na fonte a possibilidade de não reter

cessa no mês seguinte àquele em que tiver sido atingido o limito nela fixado (art.

9.º n.º 3 alín. b) DL 42/91).

Recebeu em dezembro de 2011, mas só passou o recibo em janeiro de 2012! A

emissão atrasada do recibo verde relativamente ao pagamento do valor a que se

refere é uma situação comum. Para responder a isso, as empresas dispõem de um

mecanismo de diferimento que lhes permite reconhecer o gasto no período a que

diz respeito. Isto quer dizer que, por exemplo, mesmo que um trabalhador indepen-

dente passe o recibo em janeiro de 2012, se a empresa lhe pagou em dezembro de

2011 reconhece o gasto nessa altura. A empresa ao reconhecer o gasto no período

em que fez o pagamento deverá proceder à entrega da retenção e sua declaração

nesse mesmo período. Existindo atraso significativo na emissão de recibo verde, por

parte do trabalhador independente, da comparação das duas declarações resultará a

existência de divergências.

Como resolver essas divergências? Identificada a divergência, a AT confronta o

trabalhador independente com o facto. Perante tal situação o trabalhador indepen-

dente, se em falta, deve regularizar a situação o mais rapidamente possível. Em caso

de não emissão ou discordância pelo trabalhador, a empresa é chamada a apresen-

tar a sua versão o que pode resultar em problemas acrescidos para o trabalhador,

quer criados pela AT, quer pela empresa pagadora.

Informaram-me que aquilo que declarei, como trabalhador

independente, não coincide com o que a empresa diz que me pagou.

Há necessidade de efetuar substituição de declarações?

Em caso de divergência, detetada através da declaração do IRS, poderá ter que se

substituir a declaração do IRS, do IVA e pagar o imposto em falta, no período correto,

com juros.

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ANO 2 N.º 1

2012.05.18

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PROCEDIMENTOS

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Retribuições? É definida como a principal obrigação da entidade patronal o dever

de pagar pontualmente a devida retribuição, sendo que esta deve ser justa e

adequada às funções de cada trabalhador. Para se saber se certa entidade

empregadora pode parar de pagar ajudas de custo e subsídio de alimentação, é

importante perceber se estas prestações se incluem no conceito de retribuição. Tal

é necessário, visto que um dos direitos dos trabalhadores, previsto no Código de

Trabalho, é a irredutibilidade da retribuição.

Irredutibilidade da retribuição? De acordo com o princípio de irredutibilidade da

retribuição, a retribuição do trabalhador não pode ser diminuída, salvo casos

específicos previstos na lei, nas Portarias de regulamentação e nas convenções

coletivas ou quando, precedendo autorização da autoridade administrativa, haja

acordo do trabalhador. Este princípio reporta-se ao valor global da retribuição e

não, diretamente, a cada uma das suas componentes.

Conceito de retribuição Tudo aquilo a que, nos termos do contrato de trabalho, das

normas que o regem ou dos usos, o trabalhador tenha direito como contrapartida do

seu trabalho. Incluem-se: retribuição base (salário) e todas as outras prestações

regulares e periódicas feitas direta/indiretamente em dinheiro/espécie.

Atenção Constitui retribuição toda e qualquer prestação do empregador ao

trabalhador.

Exceções O artigo 260.º do Código de Trabalho, vem enumerar expressamente as

prestações que não estão incluídas na retribuição. Estão indicadas, entre outras, as

importâncias recebidas a título de ajudas de custo, abonos de viagem e despesas de

transporte. Logo, estas prestações só serão consideradas como retribuição quando

excedam os montantes normais, ou assim sejam consideradas pelo próprio contrato

ou uso.

Dica As ajudas de custo, abonos de viagem e despesas de transporte não têm em

regra a natureza de retribuição, como exposto no artigo 260.º do Código de

Trabalho, muito embora possam ser pagas de forma regular e permanente.

Tudo depende da importância que é paga! Se forem pagas, pela entidade

empregadora, quantias consideradas normais a título de ajudas de custo e despesas

com transporte, então esses montantes não são considerados como retribuição,

tendo a entidade empregadora a liberdade de continuar a pagá-los ou não, caso tal

não seja obrigatório pelo contrato de trabalho em causa. No entanto, se forem

pagas importâncias superiores às consideradas normais, então tal excesso estará

incluído na retribuição do trabalhador levando a que se a entidade empregadora

deixar de as pagar poderá ser condenada a faze-lo através de decisão judicial.

E o subsídio de alimentação? Também o subsídio de alimentação é excluído da

classificação de retribuição, em virtude do n.º 2 do dito artigo 260.º do Código de

Trabalho. Também no que respeita a esta prestação, estará na disponibilidade do

empregador deixar de a pagar se o montante que é pago habitualmente se inserir

nos montantes que normalmente são pagos a este título.

Posso parar de pagar ajudas de custo e passe aos meus

funcionários? E subsídio de alimentação também posso parar de

pagar?

Se os montantes pagos excederem os valores normais, o excesso será considerado

retribuição e, como tal o empregador terá de os pagar obrigatoriamente ao

trabalhador.

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Oficial de Contas)

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