108
Dicionário de Astronomia A aberração 1. Deslocamento aparente de um astro na direção em que se move a Terra, provocado pela composição das velocidades da luz e do nosso planeta. A aberração faz com que um astro pareça estar em uma direção diferente da real. 2. Defeito da imagem formada por um sistema óptico. As aberrações podem ser causadas pela não convergência dos raios luminosos (aberração esférica, astigmatismo, coma), pela deformação geométrica da imagem (curvatura de campo, distorção) e pela dispersão produzida pelo vidro das lentes (aberração cromática). aberração ânua Aberração da luz, produzida pelo movimento de revolução da Terra em torno do Sol. aberração cromática Aberração decorrente das diferenças de comprimento de onda de uma radiação policromática. aberração da luz Veja aberração. aberração das fixas Veja aberração ânua. aberração de esfericidade Veja Aberração esférica. aberração diurna Aberração da luz, produzida pelo movimento de rotação da Terra em torno de seu eixo. aberração esférica Aberração monocromática em que um feixe de raios paralelos não converge para um mesmo ponto. aberração geométrica Veja Aberração monocromática. aberração monocromática Aberração de um sistema óptico, determinada fundamentalmente pela forma geométrica dos meios refratores que o constituem. aberração planetária Ângulo entre a direção aparente de um astro do sistema solar e a direção da reta que liga o observador à posição real do astro em um instante dado. aberração secular Aberração da luz, produzida pelo movimento de conjunto do sistema solar em direção ao ápex .

Dicionário de Astronomia

  • Upload
    slayerf

  • View
    5.995

  • Download
    25

Embed Size (px)

DESCRIPTION

http://collision-m31.blogspot.com/

Citation preview

Page 1: Dicionário de Astronomia

Dicionário de Astronomia

A aberração

1. Deslocamento aparente de um astro na direção em que se move a Terra, provocado pela composição das velocidades da luz e do nosso planeta. A aberração faz com que um astro pareça estar em uma direção diferente da real. 2. Defeito da imagem formada por um sistema óptico. As aberrações podem ser causadas pela não convergência dos raios luminosos (aberração esférica, astigmatismo, coma), pela deformação geométrica da imagem (curvatura de campo, distorção) e pela dispersão produzida pelo vidro das lentes (aberração cromática).

aberração ânua

Aberração da luz, produzida pelo movimento de revolução da Terra em torno do Sol.

aberração cromática

Aberração decorrente das diferenças de comprimento de onda de uma radiação policromática.

aberração da luz

Veja aberração.

aberração das fixas

Veja aberração ânua.

aberração de esfericidade

Veja Aberração esférica.

aberração diurna

Aberração da luz, produzida pelo movimento de rotação da Terra em torno de seu eixo.

aberração esférica

Aberração monocromática em que um feixe de raios paralelos não converge para um mesmo ponto.

aberração geométrica

Veja Aberração monocromática.

aberração monocromática

Aberração de um sistema óptico, determinada fundamentalmente pela forma geométrica dos meios refratores que o constituem.

aberração planetária

Ângulo entre a direção aparente de um astro do sistema solar e a direção da reta que liga o observador à posição real do astro em um instante dado.

aberração secular

Aberração da luz, produzida pelo movimento de conjunto do sistema solar em direção ao ápex.

Page 2: Dicionário de Astronomia

abertura

Diâmetro das lentes ou dos espelhos dos telescópios. A abertura é característica principal de um telescópio astronômico, determinando quanta luz um telescópio pode reunir.

ablação

Nome que se dá ao fenômeno de incandescência e som gerado pela entrada de um fragmento de cometa na atmosfera terrestre.

absorção intersideral

Absorção por minúsculas partículas de poeira. Estas partículas de poeira, com tamanho aproximado de 0,00001 cm, estão espalhadas por todo o espaço, mas concentram-se principalmente nas espirais da Galáxia. Como estas partículas absorvem mais luz vermelha do que azul, a quantidade de luz vermelha num corpo celeste visto da Terra pode ser utilizada para calcular sua distância. Quanto mais distante estiver a fonte de luz, mais luz avermelhada aparecerá. Este fenômeno é conhecido como avermelhamento intersideral.

Acamar (Theta Eridani)

O Branco, nome de origem árabe. Tal nome foi utilizado pela primeira vez nas Tábuas Afonsinas.

Achernar (Alpha Eridani)

Última do Rio, nome árabe da estrela que determina, na constelação Erídano, a foz do rio Eridanus.

acompanhamento

Movimento, paralelo ao equador celeste, realizado por um instrumento astronômico a velocidade constante, e que permite acompanhar o movimento diurno dos astros.

Acrab (Beta Scorpii)

O Escorpião, nome árabe que deu origem à constelação do Escorpião.

acreção

Acúmulo de poeira e gás em grandes corpos estelares, tais como estrelas, planetas e luas.

Acrux (Alpha Crucis)

Vocábulo formado pela associação da letra A ao nome da constelação em latim.

Acubens (Alpha Cancri)

As Garras, nome árabe para designar as garras do Caranguejo.

Adams, John Couch (1819-1892)

Astrônomo e matemático inglês, foi a primeira pessoa a prever a posição de uma massa planetária para além da órbita de Urano. Após Galle confirmar a existência de Netuno com base em cálculos independentes feitos por Le Verrier, os dois envolveram-se numa disputa pela prioridade de tal previsão.

Adhafera (Zeta Leonis)

A Juba, nome árabe que designa a juba do Leão.

Adhara (Epsilon Canis Majoris)

As Virgens, denominação árabe utilizada, originalmente, para definir o grupo de estrelas Omicron, Delta, Epsilon e Eta do Cão Maior.

Page 3: Dicionário de Astronomia

Adrastéia

Adrastéia (JXV) é um dos menores satélite de Júpiter. Ele foi descoberto em 1979 por D. Jewitt e E. Danielson a partir de dados da Voyager 2. Adrastéia é o segundo satélite mais próximo de Júpiter.

afélio

Para um corpo em órbita elíptica (em forma de elipse) em torno do Sol, é o ponto da órbita onde um astro tem o maior afastamento do Sol. Oposto de periélio. Veja apside.

Agena (Beta Centauri)

O Joelho, provém da corruptela Algenu, transcrição árabe do latim para indicar a estrela situada no joelho esquerdo do Centauro.

aglomerado

Agrupamento de algumas dezenas até milhares de astros ligados entre si pela gravitação.

aglomerado aberto

Aglomerado assimétrico e cuja quantidade de estrelas varia de poucas até alguns milhares numa região localizada, geralmente, a muitos anos-luz de distância. Os aglomerados abertos são formados por estrelas jovens, quentes, de brilho intenso, que se deslocam separadamente. Elas estão situadas no disco da galáxia (por isto algumas vezes são chamados de aglomerados galácticos) que se situa nos braços espirais. Exemplos de aglomerados abertos: as Plêiades (M45), a Colméia (M44) e a Caixa de Jóias. Veja Aglomerado galáctico.

aglomerado de galáxias

Grupo de galáxias que é unido pela gravidade. A maior parte das galáxias encontra-se em aglomerados. Os aglomerados de galáxias podem ser compactos, com largura aproximada de 50.000 anos-luz, contendo de 10 a 50 galáxias de tipos diferentes. O Grupo Local, a qual pertence nossa galáxia, é um exemplo destes aglomerados. Outros aglomerados são do tipo difuso, com largura entre 10 e 50 milhões de anos-luz, contendo por volta de 1.000 galáxias de vários tipos.

aglomerado estelar

Aglomerado de estrelas. Os tipos são: aglomerado galáctico (ou aglomerado aberto) e aglomerado globular.

aglomerado galáctico

Aglomerado assimétrico e com poucas estrelas, próximo ao plano galáctico. São exemplos típicos as Plêiades.

aglomerado globular

Aglomerado muito denso e rico em estrelas antigas, com forma esférica. Localizam-se longe do plano galáctico e, às vezes, no espaço intergaláctico. Com um tamanho aproximado de 100 anos-luz, eles envolvem o núcleo galáctico. Eles se formaram a quase 13 bilhões de anos. Estes aglomerados contém anãs vermelhas, que possuem poucos elementos pesados, pois foram formadas antes dos elementos serem gerados nas explosões das supernovas. Poucos aglomerados globulares brilhantes, como Omega de Centauro e M13, aparecem como formas estranhas a olho nu. Se vivêssemos num planeta situado num aglomerado globular não existiria noite. As estrelas nestes aglomerados são tantas que seu brilho equivale ao de 20 luas cheias.

Ain (Epsilon Tauri)

O Olho, nome árabe que indica a posição desta estrela na constelação do Touro.

Aladfar (Xi Lirae)

Nome árabe que designa o toque do dedo na harpa.

Page 4: Dicionário de Astronomia

Alasco (Eta Ursae Minoris).

Alazal (Pi Bootis).

Al Baldah (Pi Sagittarii)

O Povoado, nome de origem árabe.

Albali (Epsilon Aquarii)

O Sorvedouro, designação de origem árabe da estrela situada no sorvedouro do aguadeiro.

albedo

Razão entre o fluxo luminoso refletido por um corpo e o fluxo luminoso que ele recebe. Um espelho perfeito reflete toda a luz que recebe, então o seu albedo é 1. Um absorvente perfeito impede que qualquer luz escape, então o seu albedo é 0. A Terra reflete cerca de 40% da luz que recebe do Sol, então o seu albedo é 0,4.

Albireo (Beta Cygni)

O Bico, em virtude de a estrela ocupar esta posição na imagem representativa do Cisne.

Alchiba (Alpha Corvi)

A Tenda, nome de origem árabe.

Alcor (Zeta Ursae Majoris)

A Fraca, designação árabe que indica ser o brilho desta estrela inferior ao de Mizar com que forma um par visível a olho nu.

Alcyone (Eta Tauri)

Alcione, nome de origem grega de uma das sete filhas de Atlas que formam o aglomerado das Plêiades.

Aldebaran (Alpha Tauri)

Aquele que vem antes da Estrela da Água, isto é, das Plêiades.

Alderamin (Alpha Cephei)

O Braço Direito, nome de origem árabe que indica a posição que ocupa esta estrela na figura representativa de Cefeu.

Aldhanab (Beta Gruis)

A Cauda, nome de origem árabe que designa a cauda do peixe, pois os árabes, dentre eles Al Sufi, colocavam o Peixe Austral na atual constelação do Grou.

Aldhibain (Eta Draconis)

As Duas Hienas, expressão empregada pelos árabes para designar Xi e Eta.

Aldrin, Edwin Eugene (1930)

Co-piloto da primeira missão de aterrissagem lunar, em 20 de julho de 1969. Como assistente de Neil Armstrong, tornou-se o segundo ser humano a pisar na superfície da Lua, no passeio de duas horas e meia na superfície lunar, durante a missão Apolo 11.

alfa do Centauro

Sistema sideral mais próximo ao Sol. Situada a apenas 4,3 anos-luz, Alfa do Centauro é um sistema sideral triplo composto por uma anã vermelha e duas estrelas muito semelhantes ao Sol. As três estrelas de Alfa do Centauro, em conjunto, apresentam magnitude aparente de -0,27.

Alfirk (Beta Cephei)

Page 5: Dicionário de Astronomia

O Rebanho, nome árabe do grupo estelar formado pela atual constelação de Cefeu.

Algenib (Gamma Pegasi)

A Asa do Cavalo, nome árabe da constelação de Pégaso.

Algenubi (Epsilon Leonis)

A Sulista, a estrela sul na cabeça do Leão, como a designavam os árabes.

Alga (Theta Serpentis)

Veja Alya.

Algieba (Gamma Leonis)

A Testa do Leão, nome de origem árabe; apesar desta designação a estrela se situa no ombro do Leão.

Algeiba

Veja Algieba.

Alginal (Beta Corvi).

Algjebbah (Eta Orionis)

A Espada do Gigante, nome árabe.

Algol (Beta Persei)

A Cabeça do Vampiro, nome oriundo da simplificação da expressão árabe ras-al-ghoul. Também chamada de a Estrela do Demônio, Algol representa a cabeça decapitada de Medusa, que foi morta por Perseu. Algol foi classificada como uma estrela binária eclipsante pelo astrônomo inglês John Goodricke, em 1782. Mais tarde os astrônomos descobriram que, na verdade, Algol é um sistema sideral triplo.

Algorab (Delta Corvi)

O Corvo, designação árabe deste asterismo.

Alhena (Gamma Geminorum)

A Marca de Ferro, denominação árabe formada, na realidade, pelas estrelas Gama e Xi dos Gêmeos, indica o estigma feito no pescoço dos camelos.

Alifa (Zeta Ursae Minoris)

Os Dois Bezerros, designação proveniente da expressão árabe, Alifa al Farkadain.

Alioth (Epsilon Ursae Majoris)

A Cauda, nome árabe para designar a cauda da Ursa Maior.

Alkaffaljidhima

Veja Kaffaljidhma.

Alkaid (Eta Ursae Majoris)

O Condutor, nome que os antigos árabes davam ao chefe das carpideiras que choravam o morto do esquife, que era para eles o Carro da Ursa Maior.

Page 6: Dicionário de Astronomia

Alkalurops (Mu Bootis).

Alkes (Alpha Crateris)

A Taça, nome de origem árabe.

Almagesto

Nome de origem árabe de um dos mais antigos catálogos estelares, compilado por Ptolomeu.

Almak (Gamma Andromedae)

A Cabrinha, nome árabe do qual existem as variantes Almaach e Almach.

Alnahar (Delta Eridani)

O Rio, nome de origem árabe.

Al Nair (Alpha Gruis)

A Brilhante, denominação árabe da estrela mais brilhante do Grou, usada às vezes para Zeta Centauri.

Al Nash (Gamma Sagittarii)

A Ponta, vocábulo que designa a ponta da flecha.

Alnilam (Epsilon Orionis)

A Pérola, nome árabe para designar a mais bela das três estrelas que formam o cinto do Caçador, Órion (variante: Alnitham).

Alnitak (Zeta Orionis)

O Cinto, vocábulo árabe que designa a cintura do gigante Órion.

Al Niyat (Tau Scorpii)

A Aorta, denominação árabe que designa o coração do Escorpião, usada também para Alpha e Sigma Scorpii.

alongamento

1. Ângulo, visto da Terra, formado pelo Sol e um planeta (ou a Lua). 2. Ângulo formado entre um planeta inferior e o horizonte ao amanhecer e ao anoitecer.

Alphard (Alpha Hydrae)

A Solitária, nome árabe que indica a estrela Alpha Hydrae, que está isolada das demais estrelas da constelação.

Alpheca (Alpha Coronae Borealis)

A Mais Bela da Coroa, nome de origem árabe para designar a estrela mais bela desta constelação. Empregam-se também os nomes Gemma, Margarita e Pérola. Estes dois últimos, tradução de denominações provenientes do chinês.

Alpheratz (Alpha Andromedae)

O Cavalo, nome árabe da constelação de Andrômeda que passou a designar a estrela mais brilhante desta constelação.

Alrai (Gamma Cephei)

O Pastor, nome de origem árabe.

Al Rischa (Alpha Piscium)

A Medula Espinhal, nome de origem árabe.

Page 7: Dicionário de Astronomia

Alsafi (Sigma Draconis)

Tripé, vocábulo árabe empregado pelos nômades para designar o tripé das suas cozinhas ao ar livre.

Alshain (Beta Aquilae)

A Águia, alguns autores afirmam que este nome designava o travessão da balança.

Altair (Alpha Aquilae)

O Pássaro Que Voa, nome árabe da antiga constelação formada pelas estrelas Alfa, Beta e Gama da Águia.

Al Tais (Epsilon Draconis)

A Cabra, designação de origem árabe.

Al Tarf (Beta Cancri)

O Fim, designação árabe para indicar a extremidade do pé mais ao sul.

altazimute

Montagem que permite movimentar um telescópio para cima e para baixo (altitude) e para a esquerda e direita (azimute). Este tipo de montagem é muito utilizada nos telescópios caseiros do tipo Dobsonianos.

Alterf (Lambda Leonis)

Extremidade, nome árabe do sétimo manzil.

Altalimain

Veja Althalimain.

Althalimain (Lambda Aquilae)

Dois Avestruzes, designação empregada para as estrelas Iota e Lambda da Águia.

altitude

Em Astronomia, o ângulo de elevação de uma estrela, medido a partir do horizonte.

altura

Uma das duas coordenadas horizontais. Distância angular entre o horizonte e um ponto da esfera celeste, contada segundo o círculo vertical que passa por esse ponto. A partir do plano horizontal, de 0 a 90º do lado do zênite e de 0 a 90º do lado oposto. Seu complemento é a distância zenital.

Alubra (Eta Canis Majoris)

Pata, tal denominação de origem árabe representa a pata dianteira esquerda do Cão Maior.

Aludra (Eta Canis Majoris)

As Virgens, nome que, segundo a uranografia árabe, designa o asterismo formado por quatro estrelas.

Alula Australis (Xi Ursae Majoris)

A Primeira do Sul, tal nome provém da expressão árabe AI Kafzah al Ula, que significa o Primeiro Salto. Como esta se encontra mais ao sul, o uso fez com que fosse denominada a Primeira ao Sul em relação a Alula Borealis.

Alula Borealis (Nu Ursae Majoris)

Page 8: Dicionário de Astronomia

A Primeira do Norte. Veja a explicação em Alula Australis.

Alya (Theta Serpentis)

A Lúcida, denominação árabe do Catálogo de Palermo, às vezes erroneamente escrita sob a forma Alga.

Amaltéia

Também chamado de JV, este é o 3o satélite mais próximo de Júpiter e o maior entre os seus pequenos satélites. Amaltéia foi descoberto em 1892 por Edward Emerson Barnard. É um satélite pequeno, com um diâmetro de 189 km. Amaltéia é o satélite com a maior velocidade entre todos os conhecidos. Ele está em órbita a uma distância média de 181.300 km de Júpiter e leva aproximadamente 12 horas para realizar sua órbita em torno deste planeta. Como a maioria dos satélites de Júpiter ele está em órbita síncrona com o planeta.

amplitude no ocaso

Azimute de um astro no seu ocaso.

amplitude ortiva

Amplitude de um astro no seu nascer.

amplitude térmica

Diferença entre os valores das temperaturas máxima e mínima registradas num mesmo lugar, durante um período determinado.

anã branca

Estrela densa, quente e de baixa luminosidade depois de ter gasto todo o seu suprimento de combustível nuclear e que se encontra no seu estágio final de evolução. Seu diâmetro equivale a 1/100 do raio do Sol. A densidade das anãs brancas é 1.000.000 de vezes superior à da água. Embora geralmente sejam brancas, estas estrelas podem ser de qualquer cor, sendo que esta depende da temperatura de sua superfície. A anã branca mais famosa é Sirius B, companheira da estrela Sirius.

anã marrom

É um objeto pequeno e opaco, com uma massa entre 0,013 e 0,080 massas solares (o que equivale de 13 a 80 massas de Júpiter). Isto significa que sua massa não é suficiente para iniciar o processo de reação nuclear que transforma hidrogênio em hélio, no entanto, ele é suficientemente grande para realizar a fusão do deutério. As anãs marrom são maiores do que os planetas mas menores do que as estrelas.

anã negra

Anã branca em elevado grau de degeneração, perdendo todo o brilho e tornando-se ainda mais densa. Inacessível à observação comum. Acredita-se que nossa galáxia ainda seja muito jovem para conter estrelas desse tipo.

anã vermelha

Menor estrela da seqüência principal e provavelmente o tipo mais comum de estrela. Os astrônomos acreditam que 80% de todas as estrelas sejam anãs vermelhas. As anãs vermelhas possuem a superfície fria e, como fundem seu combustível nuclear vagarosamente, elas brilham 50 bilhões de anos. Devido ao seu pequeno tamanho e baixa temperatura (2.000 a 3.000 K), sua luminosidade corresponde a apenas 5% a 0,01% da do Sol. Em conseqüência os astrônomos só conseguem ver as anãs vermelhas que estão a até 100 anos-luz de distância.

analema

Projeção ortogonal da esfera sobre o coluro dos solstícios.

analemática

Arte de usar o analema para determinar a posição de um astro.

Ananke

Page 9: Dicionário de Astronomia

Ananke (JXII) é o 13o dos satélites de Júpiter e foi descoberto em 1951 por S. Nicholson. Sabe-se muito pouco sobre Ananke. Ele tem 30 km de diâmetro e está em órbita a 21.200.000 km de Júpiter, realizando seu movimento orbital em 631 dias terrestres. Sua órbita é retrógrada ou seja, está orbitando em um sentido oposto ao sentido de rotação de Júpiter.

Anaxagoas (500-429 a.C.)

Filósofo e astrônomo grego que acreditava que os objetos na Terra e no Céu eram compostos pelas mesmas substâncias. Ele achava que o Sol era uma grande rocha brilhante, como um pedaço de carvão aceso colocado no céu. Ele disse, acertadamente, que a lua refletia a luz do sol explicando, assim, porque a lua escurece durante um eclipse.

Anaximander (610-545 a.C.)

Astrônomo e filósofo grego considerado o pai da astronomia. Ele acreditava, corretamente, que a Terra era um corpo celeste frio e sólido. Infelizmente, difundiu a idéia de que as estrelas estavam presas num globo gigante que girava ao redor da Terra, que também seria fixa. Este pensamento só foi corrigido 2.000 anos depois por Kepler e Galileo.

Ancha (Theta Aquarii)

Quadril, nome árabe que indica a posição da estrela na cintura do Aguadeiro.

Andrômeda, Galáxia de

Objeto celeste mais distante que pode ser visto a olho nu. A Galáxia de Andrômeda, também chamada de M31, é uma galáxia espiral similar à Via Láctea. Ela aparece como um mancha ovalada de luz na constelação de Andrômeda. As observações desta galáxia revelam que ela se situa a aproximadamente 2,1 milhões de anos-luz da Terra e contém 300 bilhões de estrelas. Imagens desta galáxia mostram que nela há faixas claras e escuras, aglomerados e supernovas. A Galáxia de Andrômeda possui diversas galáxias satélites similares às Nuvens de Magalhães. A Galáxia de Andrômeda, a Via Láctea, e outras galáxias menores pertencem a um aglomerado chamado Grupo Local.

anel ou auréola

1. Anel observável, em algumas circunstâncias, em torno da imagem de uma estrela numa fotografia. Trata-se simplesmente de um efeito fotográfico. 2. Matéria que circula ao redor de um corpo celeste, por exemplo, os anéis de Saturno, os anéis de cometas, etc.

anel asteroidal ou asteróidico

Veja anel de asteróides.

anel astronômico

Instrumento astronômico antigo usado para se determinar a altura do Sol.

anel de asteróides

Região do espaço percorrida pela maior parte dos asteróides situados entre as órbitas de Marte e Júpiter.

anel de Bishop

Halo lunar ou solar com características especiais, causado por partículas de poeira vulcânica na alta atmosfera, observável quando o astro está próximo ao horizonte.

anel de Einstein

Anel de luz ao redor de um corpo maciço esférico com intenso campo gravitacional, visível em dadas condições de observação.

anel de fogo

Delgado anel luminoso que se forma ao redor do disco lunar durante um eclipse anular do Sol.

Page 10: Dicionário de Astronomia

anel de Kuiper

Reservatório de cometas existente no plano da eclíptica, além da região ocupada pelos planetas; cinturão de Kuiper.

anel montanhoso

Arena circular de dimensões inferiores às planícies cercadas por elevações, na superfície da Lua ou de um planeta.

Angetenar (Tau Eridani)

O Meandro do Rio, variação usada nas Tábuas Afonsinas, proveniente da expressão árabe Al Hinayat al Nahr, que Riccioli escreveu como Angentenar e Scaligar, Anchenetenar.

angstrom (Â)

Unidade de comprimento equivalente à centésima milionésima parte do centímetro. O nome angstrom foi da do em homenagem a Anders Jonas Angstrom (1814-1874) que estudou o espectro das ondas de energia (luz visível, raios ultravioletas, etc.) do Sol. Os angstroms são geralmente usados para expressar o comprimento onda da luz, sendo que a luz visível classifica-se entre 4.000 e 7.000 angstroms.

ângulo de Posição

Ângulo formado por duas estrelas binárias em relação ao norte. O ângulo é uma medida em sentido horário da posição das estrelas mais esmaecidas em relação às mais brilhantes, que pode chegar a 360º.

Ankaa (Alpha Phoenicis)

Extremidade, termo árabe.

ano

Tempo que a Terra leva para orbitar o Sol. O ano que nós usamos é o tropical que se baseia no tempo entre dois equinócios de primavera e dura 365,2422 dias. O ano sideral, que é calculado pela posição da Terra em relação a outras estrelas exceto o Sol, é um pouco mais longo devido a precessão e dura 365,3564 dias. O ano anomalístico, que é o período entre um dos periélios da Terra até o próximo,e, que é afetado pela força gravitacional dos outros planetas, dura 365,2596 dias.

ano anomalístico

Período de uma revolução completa da Terra em torno do Sol, referido à passagem pelo periélio, e que equivale a 365 dias, 6 horas, 13 minutos e 53 segundos médios.

ano grande

Período de um ciclo completo dos equinócios em redor da eclíptica, e que é de aproximadamente 25.800 anos.

ano-luz

Unidade de comprimento igual à distância que a luz percorre em um ano, ou seja, 9,46 trilhões de quilômetros (9.460.000.000.000 km, ou 9,46x1012 km).

ano lunar

Período que compreende 12 revoluções lunares.

ano platônico

Veja ano grande.

ano sideral

O tempo necessário para que a Terra complete uma revolução na sua órbita, em relação às estrelas fixas, e que equivale a 365,25636 dias solares médios.

Page 11: Dicionário de Astronomia

ano solar

Período que compreende um número inteiro de dias e corresponde à revolução da Terra em torno do Sol.

anomalia

1. Ângulo que define a posição de um astro em sua órbita. 2. Qualquer desigualdade periódica no movimento orbital de um planeta.

anomalístico

Referente à evolução de um astro, tendo como origem o periastro.

Antares

Centro de pesquisa no campo das ciências astronômicas, astrofísicas, física solar, atmosféricas e sensoriamento remoto localizado na cidade de Feira de Santana - Bahia. Sua sigla é OAA.

Antares (Alpha Scorpii)

Rival de Marte, nome de origem latina que registra a rivalidade dos dois objetos mais avermelhados do céu.

antena

Dispositivo destinado a captar ou emitir radiações radioelétricas. Ver radiotelescópio, radioastronomia.

anticrepúsculo

Iluminação difusa do lado oposto ao do Sol, antes do nascer e após o ocaso desse astro.

antípoda

O ponto que está diretamente no lado oposto do planeta.

antinodo

Uma das interseções de órbita de um astro com a reta perpendicular à linha dos nodos, reta que passa pelo foco e está contida no plano da órbita.

Antoniadi, Eugene M. (1870-1944)

Astrônomo francês que produziu ótimos mapas siderais, traçando a localização de Mercúrio e Marte. Antoniadi inventou a escala de Antoniadi, que fornece uma medida da qualidade de observação (chamada visão). O número 1 na escala de Antoniadi significa um céu perfeito enquanto o valor 5 representa exatamente o oposto.

apastron

Ponto na órbita das estrelas duplas onde elas estão mais separadas.

apéx

Designação dada ao ponto do céu para onde se dirige o Sol com seu sistema planetário. Também chamado apéx solar, coincide com o eixo da direção do Sol em movimento helicoidal, rumo a um ponto situado entre as constelações de Hércules e Lira, aproximadamente 38° N de declinação e 18 h de ascensão reta.

ápice solar

Veja apéx

apoastro

Ponto da órbita de um astro no qual este se encontra mais afastado do seu centro de atração.

Page 12: Dicionário de Astronomia

apocatástase

Revolução periódica de um astro.

apofoco

Apside de uma órbita elíptica, na qual o astro secundário se encontra mais afastado do centro de forças.

apogeu

Para um corpo em órbita elíptica em torno da Terra (a Lua ou um satélite artificial, por exemplo), é o ponto da órbita onde um astro tem o maior afastamento da Terra. Oposto de perigeu. Veja apside.

Apollo

Missões americanas, concluídas em 1972, que levou 12 astronautas americanos na Lua.

Equipamento da Apolo: A nave espacial era composta por três partes: o módulo de comando, o módulo de serviço e o módulo lunar. O módulo de comando, em forma de cone, abrigava os astronautas durante a viagem. Atrás dele localizava-se o módulo de serviço, em forma de cilindro, contendo energia e combustível para alimentar a nave, bem como comida e oxigênio. As câmeras fotográficas e os filmes, que seriam utilizados durante o passeio espacial, também estavam estocados no módulo de serviço. E, finalmente, o módulo lunar que pousaria com os astronautas na Lua e os lançaria de volta na órbita lunar. Todos estes módulos foram levados ao espaço pelo foguete Saturno V, porém só o módulo de comando retornou à Terra.

As Missões: A NASA testou as naves Apolo nas primeiras missões do programa Apolo. Três astronautas (Virgil I. Grissom, Edward H. White e Robert B. Chaffee) morreram durante um teste num trágico incêndio. Esta tragédia atrasou 18 meses o programa Apolo. Depois, a Apolo 7 lançou um módulo de comando e um de serviço na órbita da Terra. Foram efetuados testes que a NASA descreveu como sendo "101 por cento bem sucedidos". Após o triunfo da Apolo 7, a Apolo 8 lançou astronautas na órbita da Lua. Pela primeira vez seres humanos saíram do campo de gravidade da Terra e circundaram um mundo alienígena. As duas missões Apolo que se seguiram testaram o módulo lunar e ensaiaram a aterrissagem na Lua. Em julho de 1969, a Apolo 11 cumpriu o desafio lançado por Kennedy fazendo aterrissar Neil Armstrong e Edwin Aldrin no Mar de Tranqüilidade. Os dois astronautas andaram sobre a superfície lunar durante duas horas e meia, recolhendo pedras e fazendo experiências. Depois disto, a Apolo 12 aterrissou próxima à sonda espacial Surveyor 3 que havia chegado à Lua 3 anos antes. Em seguida aconteceu a infeliz viagem da Apolo 13. Quando o módulo de comando da Apolo 13 foi lançado em direção à Lua, um tanque de oxigênio do módulo de serviço explodiu. Durante três dias, os astronautas sobreviveram com um mínimo de energia no módulo lunar. Para alívio do mundo todo, eles conseguiram retornar em segurança à Terra. A Apolo 14 marcou o início de uma tendência de se efetuar pesquisas científicas mais aprofundadas durante as missões lunares. Durante passeios lunares mais demorados, os astronautas provocaram descargas elétricas para testar as características sísmicas da Lua. Também posicionaram refletores a laser na superfície lunar que permitiram, aos cientistas, determinar a distância da lua. A Apolo 15 levou os primeiros jipes lunares. Com este veículo movido à bateria, os astronautas exploraram a superfície lunar a milhas de distância do lugar onde haviam aterrissado. A Apolo 16 foi a única a pousar nas montanhas da Lua. As rochas alí coletadas demonstraram que esta região é muita antiga. A Apolo 17 bateu todos os recordes: os astronautas permaneceram 3 dias na Lua, fizeram uma passeio que durou 22 horas e coletaram mais de 400 kgs de amostras de rochas. O programa Apolo foi cancelado pela NASA após a Apolo 17. Os cortes no orçamento e a falta de competição com a União Soviética provocaram a falta de incentivo para que ele continuasse.

apside

Nome genérico dos pontos de maior afastamento ou de menor afastamento de um corpo que está em órbita de outro. Quando nos referimos ao Sol ou à Terra, existem nomes específicos (apogeu e perigeu para a Terra, e afélio e periélio para o Sol).

apulso

Configuração celeste em que dois astros se encontram a uma distância aparente muito pequena.

arco coronal

Arco solar que se estende até a coroa.

arco crepuscular

Segmento de arco diurno de um astro, que vai da interseção com o horizonte racional até uma distância zenital de 108°.

arco diurno

Arco de paralelo celeste, descrito por um astro, em seu movimento diurno, acima do horizonte.

Page 13: Dicionário de Astronomia

arco eruptivo

Proeminência solar com a forma de arco.

arco protuberancial

Arco solar que se forma associado a uma protuberância.

Arcturus (Alpha Bootis)

A Guarda da Ursa Maior, nome de origem grega, segundo o qual Arcturus dá guarda à Ursa Maior, que lhe fica acima.

Arecibo, Observatório de

Maior radiotelescópio do mundo, localizado na montanhas de Porto Rico. Construído numa cratera natural em 1963, este radiotelescópio de 305 metros não pode ser movimentado, mas recebe sinais do céu desde 43 graus ao norte até 6 graus ao sul.

argumento da latitude

Ângulo medido sobre a órbita de um astro, na direção de seu movimento, a partir do nodo ascendente. É a soma do argumento do periastro com a anomalia verdadeira.

argumento de periélio

Arco de círculo máximo, da esfera celeste, contado no sentido positivo, do nodo ascendente até o periélio.

argumento do periastro

Distância angular medida sobre o plano da órbita, entre a linha dos nodos e a linha das apsides.

Ariel

Ariel (UI) é o mais brilhante e um dos maiores satélites de Urano. Descoberto em 1851 pelo astrônomo amador inglês William Lassell, ele tem um diâmetro de 1.158 km e está em órbita a uma distancia média de 190.930 km de Urano, completando uma revolução em torno do planeta a cada 50,5 horas terrestres. Supõe-se que Ariel seja composta por água congelada misturada com metano congelado.

Aristarcos de Samos (280-264 a.C.)

Astrônomo grego que propôs um modelo heliocêntrico para o Sistema Solar. Aristarcos notou que a Terra roda em torno do seu eixo e tem um movimento de revolução em torno do Sol. Ele estimou quão longe o Sol e a Lua estão da Terra e qual o tamanho do Sol e da Lua. Arquimedes e Plutarco escreveram os trabalhos de Aristarcos. Ele também calculou um valor relativamente preciso para o comprimento do ano solar.

Aristóteles (384-322 a.C.)

Considerava o círculo e a esfera como formas perfeitas e imutáveis. Sua idéia de um universo geocêntrico dominou a Astronomia por mais de 1.500 anos. Para Aristóteles, as estrelas estariam engastadas como pedras preciosas no interior de uma esfera oca, em cujo centro residia, imóvel, a Terra.

Arkab (Beta Sagittarii)

O Tendão, tal vocábulo, assim como a sua variante Urkab, provém da expressão árabe Al Urkub.

Armstrong, Neil Alden (1930)

Astronauta americano que iniciou sua carreira como piloto de testes e cuja primeira missão espacial foi no comando da nave Gemini 8 em 1962. Durante este vôo, um problema nos propulsores fez com que a cápsula ficasse fora de controle, forçando-o a fazer um pouso de emergência. Como comandante da missão Apolo 11 em julho de 1969, Armstrong tornou-se a primeira pessoa a andar na Lua. Após uma aterrissagem bem sucedida, ele e Edwin Aldrin exploraram o Mar de Tranqüilidade durante duas horas e meia, coletando rochas e fazendo experiências.

Page 14: Dicionário de Astronomia

Arneb (Alpha Leporis)

A Lebre, designação árabe oriunda de Al Arnab. Existe a variação Arnab, assim como a corruptela Arsh.

arqueoastronomia

Ciência que tem por objetivo estudar os conhecimentos astronômicos dos povos antigos, em especial os do período pré-histórico.

Ascella (Zeta Sagittarii)

Axila, designação proveniente da versão latina do Almagesto de 1515.

ascenção reta

Uma das duas coordenadas equatoriais. É o ângulo de um astro no sentido leste-oeste, medido a partir do ponto gama, no sentido direto. Exprime-se em horas e frações hexadecimais. Equivale à longitude na esfera celeste.

ascensão reta geocêntrica

Ascensão reta de um ponto da esfera celeste, referida ao centro da Terra.

ascensão reta heliocêntrica

Ascensão reta de um ponto da esfera celeste, referida do centro do Sol.

ascensão reta selenocêntrica

Ascensão reta de um ponto da esfera celeste, referida ao centro da Lua.

ascensão reta topocêntrica

Ascensão reta de um ponto da esfera celeste, referida ao ponto de observação.

Asellus (Theta Bootis)

O Pequeno Asno, vocábulo de origem latina, usado por Bayer, para designar as estrelas Alfa, Iota e Chi do Boieiro, respectivamente, como Primus, Secundus e Tertius.

Asellus Australis (Delta Cancri)

O Pequeno Asno do Sul, denominação latina empregada no Almagesto Latino de 1515.

Asellus Borealis (Gamma Cancri)

O Pequeno Asno do Norte, vocábulo de origem latina em oposição ao Asellus Australis.

Aspidiske (Iota Carinae)

Aplustre, vocábulo de origem grega que designa o escudo ornamental utilizado na popa dos navios. Veja Scutulum.

As Rabis (Mu Draconis)

O Dançador, nome árabe utilizado no catálogo de Ulug Beg. Existem as formas Arrakis e Errakis, entretanto de pouco uso.

associação estelar

Expressão criada pelo astrônomo russo V. Ambarzumian para designar grupo de dezenas de estrelas jovens de características físicas análogas, de fraca densidade de distribuição no espaço e de origem comum, geralmente, mergulhadas na matéria interestelar da qual parecem ter surgido. Tais grupos, por serem pouco densos, devem ter uma vida relativamente curta, constituindo-se de estrelas muito jovens. Admite-se que todas as estrelas de uma associação provêm de uma concentração local de matéria interestelar. O diâmetro das associações são de 50 a 400 anos-luz.

Page 15: Dicionário de Astronomia

asterismo

Grupo de estrelas que se destacam dentro de uma constelação. São estrelas reconhecidas por formarem figuras no céu. O Cruzeiro do Sul (Crux) é um asterismo e existem muitas outras estrelas na constelação que não fazem parte do desenho característico da cruz.

asteróide

Pequeno corpo que orbita em torno do Sol. Também são chamados de planetóides. Caso o corpo seja muito pequeno, passa a se chamar meteoróide, em vez de asteróide. A maioria dos asteróides conhecidos têm órbita entre Marte e Júpiter, formando o cinturão de asteróides, mas existem muitos asteróides com órbitas fora do cinturão. Existe outro grande anel de asteróides, chamado cinturão de Kuiper, que inicia nas proximidades da órbita do planeta Netuno (a cerca de 40 A) e se estende até cerca de 100 A. Alguns asteróides possuem órbitas com características semelhantes, por isso são agrupados em famílias ou grupos (como os asteróides Amor ou os asteróides Apolo). O maior asteróide conhecido, Ceres, tem o diâmetro de 1.003 km. Muitos, bem menores, não possuem forma esférica, podendo sua forma lembrar uma pedra ou uma batata. Em torno do asteróide Ida foi descoberto um satélite de apenas 1,6 km, o menor satélite natural conhecido, batizado de Dactyl. Atualmente, os astrônomos conseguem visualizar mais de 2.500 asteróides.

Astérope (21 Tauri)

Astérope, nome latino que designa acima das estrelas do aglomerado aberto das Plêiades, significa tão brilhante quanto um astro, era uma das filhas de Atlas.

astro

Designação genérica de qualquer corpo celeste, exceto meteoros.

astro acrônico

Astro que nasce quando o Sol se põe, ou que se põe quando o Sol nasce.

astro fictício

Planeta fictício, com um período idêntico ao de um planeta real, mas que descreve o seu movimento a uma velocidade constante, imaginado pelos astrônomos para se estudar o movimento orbital dos planetas.

astro fixo

Astro cuja posição na esfera celeste varia muito lentamente (as estrelas, as nebulosas, os cúmulos e as galáxias).

astro móvel

Astro cuja posição na esfera celeste varia rapidamente (os componentes do sistema solar).

astrobotânica

Ramo da astrobiologia que estuda a probabilidade de vida vegetal própria e a possibilidade de vida dos vegetais terrestres em outros astros.

Astrofísica

Ramo da astronomia que trata da constituição das propriedades físicas e evolução dos objetos celestes e dos diversos meios que os compõem.

astrofotografia

Aplicação da técnica fotográfica à astronomia.

astrofotometria

Parte da astronomia que tem por fim a medição da intensidade luminosa de um astro.

astrofotômetro

Page 16: Dicionário de Astronomia

Fotômetro que serve para medir a luminosidade de um astro.

astrogeologia

Ciência de aplicação da geologia ao estudo do solo dos astros, e particularmente da Lua.

astrógrafo

Instrumento astronômico destinado a determinar a posição dos astros pela fotografia.

astrolábio

Instrumento astronômico inventado por Hiparco, astrônomo e matemático (séc. II a.C.), para medir altura dos astro acima do horizonte. Modernamente foi aperfeiçoado, e é um dos instrumentos fundamentais da astrometria.

astrolábio de prisma

Instrumento astronômico capaz de determinar simultaneamente a latitude e a hora pela observação do instante em que várias estrelas atingem determinada altura fixa acima do horizonte, antes ou depois da passagem meridiana, dependendo do prisma utilizado (de 45° ou de 90°).

astrolábio impessoal

Astrolábio de prisma dotado de aperfeiçoamentos que diminuem consideravelmente o efeito dos erros acidentais de observação.

astrometria

Ramo da astronomia que trata da medição da posição, dimensões e movimentos dos corpos celestes; astronomia métrica, astronomia de posição.

astrônimo

Nome próprio de astros em geral (estrelas, planetas, constelações, etc.). Ex.: Vênus, Terra, Lua.

Astronomia

1. Ciência dos astros. Genericamente, ciência de todos os objetos e fenômenos celestes. 2. Nome de uma das quatorze constelações estabelecidas por Lacaille no hemisfério austral, como referência à ciência da astronomia. Esta constelação estaria situada entre Hydra (Hidra) e o Navio (Argo), próximo ao Trópico de Capricórnio, com estrelas de quarta à sexta magnitudes, sendo a mais brilhante de magnitude 4,5. 3. Asteróide 1154, descoberto em 8 de fevereiro de 1927 pelo astrônomo alemão Karl Reinmuth (1892-1979) no Observatório de Heidelberg.

Astronomia arqueológica

Veja arqueoastronomia.

Astronomia de campo

Ramo da astronomia que trata da determinação precisa das coordenadas geográficas de um ponto sobre a superfície da Terra.

Astronomia de posição ou métrica

Veja astrometria.

Astronomia descritiva

Ramo da astronomia que cuida da descrição do Universo.

Astronomia dos Raios Gama

Estudo do espaço através do exame das radiações com comprimentos de onda inferiores a um angstrom.

Page 17: Dicionário de Astronomia

Astronomia dos Raios X

Estudo do espaço utilizando radiações eletromagnéticas com comprimentos de onda entre 0,1 e 300 angstrons (raios X).

Astronomia elementar

Denominação correta do estudo da astronomia em nível inicial.

Astronomia estelar

Ramo da astronomia que estuda as estrelas.

Astronomia fundamental ou geral

Ramo da astronomia que estuda os aspectos básicos dessa ciência.

Astronomia Infravermelha

Estudo do espaço utilizando radiações com comprimentos de onda que variam de 7.800 angstroms (luz vermelha) até 1 milímetro (microonda).

Astronomia instrumental ou prática

Ramo da astronomia que trata dos instrumentos e de sua utilização.

Astronomia meteórica

Veja meteorografia.

Astronomia Ultravioleta

Estudo dos corpos celestes do universo que irradiam, basicamente, energia ultravioleta, que se situa entre a luz visível e os raios X, e cujo comprimento de onda varia entre 300 e 3000.

astroscópio

Instrumento inventado, no fim do séc. XVII, para facilitar a pesquisa dos astros, composto de dois cones sobre cuja superfície as constelações com as estrelas são delineadas. Foi inicialmente utilizado para substituir o globo celeste.

astrostática

Parte da astronomia que estuda o volume dos astros e das respectivas distâncias.

Atik (Omicron Persei)

A Praia, vocábulo grego relacionado com akte, praia.

atividade solar

Conjunto de fenômenos físicos localizados no Sol, e que caracterizam o estado desse astro.

Atlas

Atlas (SXV) é um dos menores satélites de Saturno tendo sido descoberto por R. Terrile, em 1980, a partir de dados obtidos pela sonda espacial Voyager 1. Atlas está em órbita a aproximadamente 137.670 km de Saturno e seu período orbital é de 0,6019 dias terrestres.

Atlas (27 Tauri)

Pai das Plêiades; segundo a lenda, o gigante Atlas suportava na nuca o globo terrestre.

Page 18: Dicionário de Astronomia

atmosfera

Camada gasosa que têm as estrelas, quase todos os planetas e muitos satélites do Sistema Solar. É uma camada gasosa que circunda um planeta ou outros corpos celestes. Não costuma ter um limite definido mas debilita-se gradualmente, até que sua densidade não seja maior que a do espaço circundante.

átomo

Bloco de matéria. O átomo é formado por três partes principais: prótons e nêutrons,que formam o núcleo, e elétrons que circundam o núcleo. O átomo possui uma quantidade igual de elétrons e prótons e é classificado de acordo com o número de prótons que há em seu núcleo.

Atria (Alpha Trianguli Australis)

Vocábulo formado pela associação da letra A e a abreviatura do nome da constelação.

AU

Antiga sigla em inglês para unidade astronômica (de "astronomical unit"). A sigla atualmente adotada é A.

aurora

Brilho na Ionosfera de um planeta causado pela interação entre o campo magnético do planeta e partículas solares com carga elétrica.

aurora boreal

Denominada de "Luzes do Hemisfério Norte"; fenômeno causado pela interação entre o vento solar, o campo magnético da Terra e a camada superior da atmosfera. Efeito similar ocorre no hemisfério sul, e é conhecido como aurora australis.

austral

Relativo ou pertencente ao sul.

Avior (Epsilon Carinae).

Azelfafage (Pi Cygni)

Pata do Cavalo, corruptela da forma Adelfalferes, que provém do árabe Al Thilf al Faras.

Azha (Eta Eridani)

Ninho de Avestruz, vocábulo usado por Al Sufi para o equivalente Ashiyane dos persas.

azimute

Umas das duas coordenadas horizontais. Distância angular, medida sobre o horizonte, a partir de um ponto origem, geralmente o Sul, no sentido dos ponteiros do relógio ou no sentido inverso ou retrógrado, até o círculo vertical que passa por um dado ponto da esfera celeste. Em astronomia é sempre contado de 0º a 360º, a partir do Sul no sentido SWNE, enquanto em outras disciplinas é contado a partir do Norte.

B Baade Walter (1893-1960)

Nos anos 40, através da utilização do telescópio de 254 cm do Monte Wilson Baade descobriu que a distância até a Galáxia de Andrômeda era duas vezes maior do que se pensava. Isto fez com que os astrônomos duplicassem a escala que usavam para medir as distâncias intergalácticas (a distância entre galáxias), efetivamente dobrando o tamanho do universo. Baade tornou-se a primeira pessoa a tirar fotos de estrelas isoladas da Galáxia de Andrômeda. Também descobriu a existência de dois tipos de Estrelas, População 1 e População 2, cuja diferença está na quantidade de metais pesados que elas contém. As estrelas da População 2 são mais antigas e possuem poucos metais pesados,enquanto as da População 1 são mais jovens e contém uma quantidade maior de metais pesados.

Page 19: Dicionário de Astronomia

Baham (Theta Pegasus)

Bestas, nome usado por Al Sufi que provém da expressão árabe Sa'd al Bahaim, ou seja, as boas sortes de duas bestas.

baricentro

Centro de massas elementares de um corpo. Centro de massa. O termo baricentro geralmente é aplicado ao sistema Terra-Lua.

Barnard, Edwar Emerson (1857-1923)

Astrônomo norte-americano, um dos pioneiros da fotografia astronômica. Identificou a nebulosa de reflexão que rodeia as estrelas do aglomerado das Plêiades, em fotografia de 1883, e compilou um importante catálogo sobre nebulosas escuras em 1919. Depois de Galileu foi o primeiro observador a descobrir Amaltéia, uma lua de Júpiter. Ele também descobriu 16 cometas e, em 1916, a estrela de Barnard, o segundo sistema estelar mais próximo do Sol.

Barreira do Inferno

Toponômio pelo qual é conhecida a primeira base brasileira de lançamentos de foguetes, situada próximo as parais do município de Parnamirim, no Rio Grande do Norte. Em operação desde 1965, ocupa uma área de 18 Km2, proporcionado apoio técnico e operacional aos lançamentos de veículos de sondagem de pequeno porte.

Baten Kaitos (Zeta Ceti)

Barriga da Baleia, vocábulo proveniente da expressão árabe Al Batn al Kaitos.

Bayer, Johann (1572-1625)

Astrônomo alemão que criou um sistema, utilizado até hoje, de nomear as estrelas com letras do alfabeto grego e latino por ordem de luminosidade na constelação onde se encontram. Por exemplo, a estrela mais brilhante da constelação de Dragão seria Alfa de Dragão, a segunda Beta de Dragão, e assim por diante. Em 1603, publicou o primeiro atlas sideral, contendo mais de 2.000 estrelas, chamado "Uranometria".

Bean, Alan Lavern (1932)

Astronauta americano que pousou na Lua com a missão Apolo 12 e comandou a segunda estação espacial Skylab.

Beid (Omicron Eridani)

Ovo, provém do árabe Al Bais, ou seja, o ovo do ninho de avestruz. Veja Azha.

Belinda

Satélite de Urano descoberto em 1986 pela sonda espacial Voyager 2.

Bellatrix (Gamma Orionis)

A Guerreira, termo latino.

bendegó

Meteorito siderito octaedrito grosso e policristalino de 4.500 kg encontrado no sertão baiano em 1784 junto ao rio bendegó a 35 km da cidade de Monte Santo e 250 km do litoral da Bahia. Em 1888 foi exposto no Museu Nacional do Rio de Janeiro onde se encontra até hoje. Significa vindo do céu na língua quiriri dos índios da Bahia.

Bessel, Friedrich Wilhelm (1784-1846)

Publicou a primeira medida de paralaxe, referente à estrela 61 Cygni. Astrônomo e matemático alemão, catalogou aproximadamente 50.000 estrelas e previu em 1840, matematicamente, a existência de um planeta depois de Urano. Bessel realizou muitas outras contribuições para a ciência entre elas ter imaginado que existiam estrelas escuras e, principalmente, ter inventado uma famosa função matemática, a função de Bessel.

Page 20: Dicionário de Astronomia

Bethe, Hans Albrecht (1906)

Nascido em Estrasburgo, Alemanha, deu início ao moderno estudo da evolução estelar, ao sustentar que haveria um modo de as estrelas transformarem hidrogênio em hélio com liberação de grande quantidade de energia. Contribuiu para elaboração da teoria do Big-Bang e estudou a formação dos elementos químicos nos primeiros instantes do universo, além de conduzir diversos estudos sobre os raios cósmicos.

Betelgeuse (Alpha Orionis)

A Mão dos Gêmeos, nome que faz alusão à constelação dos Gêmeos e provém da expressão árabe iad-al-Gaouza que, por uma leitura incorreta, foi transcrita no ocidente como Betelgeuse.

Bianca

Satélite de Urano descoberto em 1986 pela sonda espacial Voyager 2.

Big Bang

Explicação mais plausível para a criação do Universo. Esta teoria, desenvolvida por Friedmann e Lemaitre no anos 20 e adaptada por Gamow nos anos 40, diz que o Universo foi criado a 15 bilhões de anos atrás quando a bola de fogo original contendo todo o espaço, tempo e matéria começou a se expandir. Esta teoria, é baseada na hipótese do Universo ser homogêneo (ou igual em toda parte) e nas teorias da gravidade de Einstein estarem corretas; ela é também referendada pela presença de radiação cósmica de fundo. Antes do Big Bang o Universo era insuportavelmente quente. A medida que ele começou a se expandir iniciou-se um processo de resfriamento. Atualmente a temperatura do Universo, medida pelo Explorador Cósmico de Fundo é de 2,276K.

binárias

Diz-se das estrelas que giram uma em torno da outra. Um sistema binário, em geral, é aquele em que dois corpos mantêm-se unidos pela força da gravidade, que os faz orbitar em torno de um centro comum. Terra e Lua, a rigor, é um sistema binário. Ver estrela dupla.

binária eclipsante

Sistema de estrelas duplas no qual, visto da Terra, uma estrela passa em frente à outra. Durante a órbita o fluxo de luz deste sistema sideral varia de maneira uniforme. O eclipse primário acontece quando a estrela de brilho menos intenso passa em frente da mais brilhante, fazendo com que a luminosidade seja drasticamente reduzida. O eclipse secundário ocorre quando a estrela mais brilhante passa em frente da outra, reduzindo pouco a luminosidade. O tamanho destas estrelas pode ser determinado calculando-se quanto tempo uma estrela leva para passar em frente à outra. A estrela Algol, descoberta por Goodricke em 1782, foi a primeira a ser classificada como uma binária eclipsante.

binárias espectroscópicas

Estrela dupla cuja órbita é tão próxima à da companheira que não podem ser vistas em separado, mesmo com o auxílio de um telescópio. Quando uma das estrelas aproxima-se de nós, a outra se afasta, e, isto faz com que um dos espectros fique azulado enquanto o outro se avermelha. Em 1889, E.C. Pickering descobriu a primeira estrela binária espectroscópica: Mizar. Quando duas estrelas possuem brilho quase igual elas são chamadas de binárias de linha dupla.

Bode, Johann Elert (1747-1826)

Astrônomo alemão conhecido pela "Lei de Bode", que procura explicar os tamanhos das órbitas planetárias. Em 1801 criou o primeiro mapa acurado de todas as estrelas que podem ser vistas a olho nu.

Bok, Bart J. (1906-1983)

Astrônomo americano, nascido na Holanda, conhecido pelos seus estudos sobre os glóbulos de Bok (pequenos glóbulos escuros de gás que se sobressaem num fundo claro) e a Via Láctea. Ele e Priscilla Bok popularizaram a astronomia quando escreveram "A Via Láctea", em 1941.

bólido

Meteoro muito brilhante. Algumas vezes um bólido pode se fragmentar ou explodir, e o som da explosão pode ser ouvido nas proximidades.

Page 21: Dicionário de Astronomia

Bond, William Cranch (1789-1859)

Um dos primeiros astrônomos americanos de renome; superou a pobreza e a falta de uma educação formal para tornar-se o primeiro diretor do Observatório de Harvard College, onde estudou Saturno e (com Lassell) descobriu Hiperion.

Bonner-Durchmusterung Katalog

Um dos primeiros importantes catálogos de estrelas foi produzido na Alemanha em meados do século XIX. O Bonner Durchmusterung foi constituído por F. W. Argelander, do observatório de Bonn. Este catálogo lista as posições de 320.000 estrelas. Quando usam este catálogo, os astrônomos se referem às estrelas pelos seus números "BD".

boreal

Relativo ou pertencente ao norte.

Borman, Frank (1928)

Comandante da missão Apolo 8, que orbitou a lua 10 vezes entre os dias 24 e 25 de dezembro de 1968.

Bradley, James (1693-1762)

Astrônomo inglês descobridor da nutação e da aberração da luz das estrelas.

Brahe, Tycho (1546-1601)

Astrônomo dinamarquês, excelente observador, sustentou que todos os planetas, exceto a Terra, giravam em torno do Sol, que por sua vez orbitava ao redor da Terra.

brilho da Terra

Iluminação sutil da parte escura da lua crescente pela reflexão da luz do Sol na Terra. É a nossa própria luz refletida de volta pela superfície da Lua.

buraco de minhoca

Conexão no espaço-tempo entre dois pontos de um mesmo universo ou entre dois universos distintos, unidos por uma singularidade. O mesmo que ponte de Einstein-Posen.

buraco negro

1- Região do espaço-tempo intensamente curva que consiste em uma singularidade cercada por um horizonte de eventos. 2- Estado que a matéria atinge ao sofrer um colapso gravitacional na qual nem a luz nem a matéria ou qualquer outro tipo de sinal podem escapar. Esta região é formada quando o campo gravitacional se torna tão intenso que a velocidade de escape do campo aproxima-se da velocidade da luz.

buraco negro estelar

Envelhecimento de uma estrela que sofreu o esgotamento do seu combustível nuclear.

Burbidge, Eleanor Margaret (1922) e Geoffrey (1925)

Astrofísicos britânicos que em 1956, em conjunto com William Fowler e Fred Hoyle, descobriram que há a formação, através de fusão, de elementos mais pesados do que o hidrogênio nas estrelas. Esta afirmação contradizia a teoria anterior de que to dos os elementos teriam sido criados durante o Big Bang. Os Burbidge também notaram que os Quasares apresentam nuances vermelhas nas linhas de seus espectros, demonstrando que eles estão perdendo matéria. Além disso, Eleanor Burbidge utilizou a rotação das galáxias para calcular suas massas.

C cadeia próton-próton

Fusão nuclear que produz hélio a partir do hidrogênio. São necessários quatro núcleos de hidrogênio, que também são prótons, para fundir um átomo de hélio. O Sol transforma quase 600 milhões de toneladas de hidrogênio em hélio, através

Page 22: Dicionário de Astronomia

deste processo, a cada segundo. Sete por cento, ou aproximadamente 4 milhões de toneladas, deste material é convertido em energia.

calagem

Ato de colocar um instrumento em posição conveniente para a observação de um astro.

calendário gregoriano

Calendário resultante da reforma introduzida pelo Papa Gregório XIII (1502-1585), e no qual em cada quatro anos há um ano bissexto, com exceção dos anos seculares em que o número formado pelos algarismos das centenas e dos milhares não é divisível por 400.

calendário juliano

Calendário resultante da reforma introduzida por Júlio César no ano 45 a.C., na qual em cada 4 anos há um ano bissexto, de 366 dias.

Caliban

Satélite de Urano descoberto em 1997 por Gladman, Nicholson, Burns e Kavelaars.

Calipso

Calipso (SXIV) é um dos satélites de Saturno e foi descoberto em 1980 por B. Smith, H. Reitsema, S. Larson e J. Fountain. Calipso tem a mesma órbita de Telesto, estando a 294.660 km do centro de Saturno. Tanto Calipso como Telesto orbitam em torno de Saturno na órbita de Tetis. Telesto está 60o à frente de Tetis enquanto que Calipso está 60o atrás.

Calisto

Calisto (JIV) é um satélite de Júpiter descoberto em 1610 independentemente por Galileu e Simon Marius. Calisto é um dos satélites mais externos de Júpiter. Ele é grande, gelado, de cor escura, baixa densidade e coberto de "cicatrizes" que são crateras de impacto e matéria ejetada. Com um diâmetro de aproximadamente 4.800 km é o segundo maior satélite de Júpiter sendo, aproximadamente, do tamanho de Mercúrio. Está em órbita em torno de Júpiter a uma distância média de 1.883.000 km e leva 400,5 horas para completá-la. Em Calisto existe uma cratera formada por um meteoro gigante, com extensão de 2.600 km, chamada Valhalla.

Câncer, Trópico de

Ponto mais distante ao norte do Equador onde a luz do Sol pode incidir perpendicularmente. O Sol fica sobre esta latitude (23,5º) durante o solstício de verão.

canibalismo galáctico

Fenômeno que ocorre quando uma galáxia colide com outra, de massa muito menor, de modo que esta é praticamente absorvida por aquela.

Canopus (Alpha Carinae)

A Guia, nome grego vocábulo em homenagem ao piloto Menelau, timoneiro do Navio Argus, dos argonautas, na constelação da Carena.

Capella (Alpha Aurigae)

A Cabra, nome latino que significa pequena cabra, homenagem à cabra que, segundo a lenda, amamentou Júpiter.

Caph (Beta Cassiopeiae)

A Palma da Mão, nome árabe que designava antigamente este asterismo.

Page 23: Dicionário de Astronomia

Capricórnio, Trópico de

Latitude mais distante ao sul (-23,5º) onde o Sol pode incidir perpendicularmente. Este fato ocorre no solstício de inverno.

Carme

Carme (JXI) é o 14o satélite de Júpiter e foi descoberto em 1938 por S. Nicholson. Muito pouco é conhecido sobre este satélite. Carme tem cerca de 30 km de diâmetro e está em órbita acerca de 22.600.000 km de Júpiter, levando 692 dias terrestres para completá-la. Carme tem um movimento orbital retrógrado, ou seja, sua órbita tem o sentido oposto ao sentido de rotação de Júpiter.

Carpenter, Malcolm Scott (1925)

Em 24 de maio de 1962 tornou-se o segundo homem a percorrer a órbita da Terra, circundando-a três vezes.

CARJ

Sigla de Clube de Astronomia do Rio de Janeiro.

Caronte

Caronte é o único satélite de Plutão. Ele foi descoberto em 1978 por Jim W. Christy. Caronte é um satélite pequeno com aproximadamente 1.172 km de diâmetro. Sua órbita está, em média, 19.640 km de Plutão e é uma órbita síncrona em torno do planeta. Conseqüentemente, a órbita de Caronte dura exatamente um dia de Plutão.

carta celeste

O mesmo que mapa celeste. Representação da esfera celeste numa superfície plana. Denomina-se atlas celeste ao conjunto de cartas de várias regiões do céu.

Cassini, divisão de

Lacuna elíptica com extensão de 2.700 km entre os anéis A e B de Saturno detectada por Giovanni Cassini. Embora este espaço não esteja totalmente vazio, suas partículas são removidas pelo efeito gravitacional da lua Mimas de Saturno.

Cassini, Giovanni Domenico (1625-1712)

Organizou o Observatório de Paris, descobriu a luz zodiacal e estudou sua maior contribuição à astronomia: os anéis de Saturno. Também foi o descobridor de quatro satélites de Saturno, respectivamente Tetis, Dione, Réia, Iapetus.

Castor (Alpha Geminorum)

Castor, nome latino de um dos filhos gêmeos de Leda, esposa de Tindarus, rei de Esparta, para designar a estrela mais brilhante da constelação dos Gêmeos.

Catálogo Messier

Lista de 103 objetos celestes (aglomerados estelares e nebulosas) compilados pelo astrônomo francês Charles Messier. Os objetos são identificados pela letra M que antecede o número do objeto no catálogo. Hoje o Catálogo Messier tem 110 objetos.

catena

Cadeia de crateras.

cauda

Parte de um cometa, com a forma de longa faixa luminosa, que se estende na direção oposta à do Sol, e que é produzida pela ação da radiação e dos corpúsculos solares sobre os gases rarefeitos que envolvem o núcleo do astro.

Page 24: Dicionário de Astronomia

CCD (Charge-coupled Device)

Este equipamento é um circuito eletrônico de estado sólido altamente sensível capaz de converter sinais luminosos extremamente fracos em sinais digitais que são então reunidos e arquivados em computadores para análise posterior. Em razão de sua altíssima sensibilidade este equipamento funciona como se fosse uma fotografia eletrônica. Ele, praticamente, substituiu a fotografia tradicional na Astronomia profissional.

CEAAL

Sigla do Centro de Estudos Astronômicos de Alagoas, associação de Astrônomos amadores do Estado de Alagoas.

Cebalrai (Beta Ophiuchi)

Cão do Pastor, vocábulo oriundo da expressão árabe Kalb al Rai. Existem as formas Celbalrai e Chaleb.

Ceres

Com diâmetro de 913 km, Ceres, o maior asteróide conhecido, possui um terço da massa de todos os asteróides. Localizado a 257.120.000 milhas do Sol, sua órbita é de 1.682 dias. Ceres, cuja magnitude é 6,9 e não consegue ser visto a olho nu. Ele foi o primeiro asteróide a ser descoberto.

Cernan, Eugen Andrew (1934)

Além de ter sido o comandante da Apolo 17, última missão Apolo à lua, detém, em conjunto com Jack Schmitt, o recorde da maior exploração lunar: passou 22 horas na superfície da lua durante uma visita de três dias, em 1972.

Chaleb (Kappa Ophiuchi)

Cão do Pastor. Veja Cebalrai.

Chandrasekhar, Subrahmanyan (1910-1995)

Uma das personalidades mais importantes no campo da física estelar. É lembrado também pela sua grande contribuição ao ensino da Astronomia. Foi diretor do Astrophysical Journal durante 20 anos. Recebeu o prêmio Nobel de Física em 1983. Chandrasekhar descobriu que as estrelas que chegam ao fim de sua existência com massa superior a 1,44 vezes a do Sol, conhecido como o limite de Chandrasekhar, não conseguem suportar seu peso como anãs brancas transformando-se então em estrelas de nêutrons.

Chara (Beta Canum Venaticorum)

Deleite, denominação de origem grega.

Chort (Theta Leonis)

Quadril, nome de origem árabe.

chuva de meteoros

Fenômeno atmosférico produzido por um conjunto de meteoros que parecem surgir de uma mesma região do céu (neste caso chamada de radiante). Muitas vezes uma chuva de meteoros ocorre quando a Terra intercepta a órbita de um cometa. Neste caso, os meteoros são pedaços desprendidos dos cometas, e as datas em que estas chuvas de meteoros ocorrem tornam-se previsíveis. Em uma chuva de meteoros, é medida a taxa horária de meteoros, que é o número de meteoros por hora. Geralmente uma chuva dura mais de um dia. Nas efemérides, normalmente se registra apenas o dia do máximo (o dia em que ocorrem mais meteoros).

ciclo solar

A variação quase periódica de aproximadamente 11 anos na freqüência ou número de eventos solares ativos.

cintilador

Instrumento de análise de fotografias astronômicas, que utiliza cintilação alternada de duas lâmpadas sobre duas fotografias na mesma região celeste, tomadas em épocas diferentes, e permite assim, identificar qualquer mutação ocorrida em um astro.

Page 25: Dicionário de Astronomia

cinturão de asteróides

Região do espaço entre as órbitas dos planetas Marte e Júpiter (entre 1,5 A a 5,2 A) onde a maior parte dos asteróides conhecidos estão localizados.

cinturão de Kuiper

Região do espaço que inicia nas proximidades da órbita do planeta Netuno (a cerca de 40 A) e se estende até cerca de 100 A, onde devem existir um grande número de asteróides, embora até hoje não tenham sido identificados mais que dezenas de asteróides nesta região, por causa da grande distância entre eles e a Terra e também por causa do pequeno tamanho dos asteróides.

círculo de declinação ou horário

Círculo máximo da esfera celeste, perpendicular ao equador.

círculo de latitude

1. No sistema de coordenadas eclípticas, círculo menor da esfera celeste, paralelo à eclíptica. 2. No sistema de coordenadas geográficas, círculo menor da esfera terrestre, paralelo ao equador.

círculo de longitude

1. No sistema de coordenadas eclípticas, semicírculo máximo que passa pelos pólos da eclíptica e pelo zênite do observador. 2. No sistema de coordenadas geográficas, semicírculo máximo da esfera terrestre que passa pelos pólos e pelo observador.

círculo fundamental

Círculo máximo da esfera celeste, de plano perpendicular à linha dos pólos de um dado sistema de referência.

círculo galáctico

Interseção do plano galáctico com a esfera celeste.

círculo meridiano ou de trânsito

Instrumento astronômico fundamental, que dispõe de um círculo graduado de alta precisão, situado no plano do meridiano.

circumpolar

Relativo aos astros que, para um dado lugar na superfície da Terra, ou nunca se põem, ou nunca nascem.

circunterrestre

Diz-se de astro, nave ou veículo espacial que gira ao redor da Terra.

Clark, Alvan (1804-1887)

Fabricou lunetas de refração tão grandes que quebrou cinco vezes o recorde mundial. Uma destas lunetas, com refrator de 101 cm (40 polegadas) é até hoje a maior do mundo. Seu filho George descobriu a estrela Canícula (Sirius B), a anã branca companheira da estrela Sirius, quando testava uma luneta.

classificação de Harvard-Draper

Classificação das estrelas baseada no tipo espectral proposta pelo astrônomo norte-americano Henry Draper, que trabalhava no Observatório de Harvard. Também é chamada apenas de classificação de Harvard. As principais classes espectrais são designadas pelas letras O, B, A, F, G, K e M, cada uma subdividida em dez grupos decimais, representados pelos algarismos 0 a 9 (por exemplo, B0, A1, G3, F10). Quando se usa o número 10, ele corresponde ao primeiro subtipo da letra seguinte (por exemplo, B10 corresponde a A0):

Tipo espectral Descrição Temperatura

da superfície O Estrelas azuis 30.000 K B Estrelas branco azuladas 21.000 K

Page 26: Dicionário de Astronomia

A Estrelas brancas 10.000 K F Estrelas amarelas 7.200 K G Estrelas amarelas 6.000 K K Estrelas vermelhas 4.700 K M Estrelas vermelhas 3.000 K

Existem outros tipos espectrais menos freqüentemente, representados pelas letras W (estrelas do tipo novas), R e N (estrelas de ambos tipos espectrais são chamadas de estrelas carbonadas, porque possuem Carbono e Cianogênio), C (para representar em conjunto os tipos espectrais R e N) e S (estrelas com grande abundância de Zircônio). Algumas notações especiais especiais (acrescentadas como sufixo) acrescentam informações sobre o espectro, representadas pelas letras minúsculas:

Letra Informação e Existência de raias de emissões k Presença de raias interestelares m Presença de raias metálicas p Espectro peculiar s Raias nítidas n Raias nebulosas

À vezes acrescenta-se mais uma letra, relativa à classe de luminosidade:

Letra Classe de luminosidade d Anã (do inglês, dwarf) g Gigante c Supergigante

Por exemplo, o Sol é uma estrela G6, portanto, sua temperatura superficial é de cerca de 6 mil kelvin e sua cor é amarela.

CNES (Centre National d'Études Spatiales)

Centro Nacional de Estudos Espaciais da França. Foi criada em dezembro de 1961 com o objetivo de desenvolver as atividades espaciais.

colapso gravitacional

Evolução cataclísmica de um astro, após esgotamento das suas reservas centrais de combustível nuclear, quando então ocorre uma queda de temperatura. A pressão de radiação que até então contrabalançava normalmente a gravidade produz um desequilíbrio no qual a matéria começa a se condensar em virtude do efeito gravitacional predominante. O colapso gravitacional pode parar no estágio de anã branca ou, se a massa inicial é muito grande, no estágio de estrela nêutron. Para valores ainda maiores de massa primordial, o colapso pode conduzir o astro até ao seu desaparecimento atrás do horizonte dos fenômenos do espaço-tempo, o que vai dar origem a um buraco negro.

Collins, Michael (1930)

Piloto do módulo de comando da Apolo 11 em julho de 1969; ele permaneceu na nave Columbia enquanto Neil Armstrong e Edwin Aldrin aterrissavam na Lua.

coluro

Uma das duas interseções do equador com a eclíptica.

coluro equinocial

Círculo horário que passa pelo ponto vernal.

coluro solsticial

Cada um dos meridianos que passam pelos pontos solsticiais.

Page 27: Dicionário de Astronomia

coma

1. Imperfeição num telescópio que distorce as estrelas mais distantes dando-lhes a aparência de um cometa ou de um objeto em forma de pêra.

2. Parte de um cometa, com o aspecto de um envoltório gasoso, que rodeia o núcleo do astro; cabeleira.

cometa

Astro de luminosidade fraca, formado por um grupo de pequenas partículas sólidas, com envoltório gasoso, e que gira em torno do Sol em órbitas elípticas muito alongadas, algumas das quais praticamente parabólicas, e nalguns casos aparentemente hiperbólicas. Na proximidade do Sol, por efeito da pressão de radiação, forma-se em grande número de cometas uma longa cauda, que se estende a milhões de quilômetros. Os cometas levam o nome de seus descobridores.

cometa de curto período

Cometa elíptico, cujo período é inferior a 10 anos.

cometa de eclipse

O que é descoberto por ocasião de um eclipse total do Sol.

Cometa de Halley

O cometa periódico mais conhecido, visível a cada 76 anos, e cuja última aparição ocorreu em 1986.

cometa de longo período

Aquele cuja órbita é praticamente uma parábola.

cometa de período intermediário

Aquele cujo período é compreendido entre 10 e 100 anos, e cuja órbita é uma elipse alongada.

cometa elíptico

Aquele cuja órbita é elíptica. O cometa de curto período e o cometa de período intermediário são elípticos.

cometa hiperbólico

Aquele que tem a peculiaridade de o cálculo da sua órbita conduzir a uma hipérbole, o que indica a possibilidade de não ser ele um membro próprio do sistema solar.

cometa não-periódico ou cometa parabólico

Veja cometa de longo período.

cometa periódico

Aquele cujo retorno é previsível e pode ser observado. São periódicos o cometa de curto período e o cometa de período intermediário.

cometa telescópico

O que só é visível através de um telescópio.

cometografia

Ramo da astronomia que estuda os cometas.

comprimento de onda

Distância entre os picos das ondas eletromagnéticas. Freqüentemente medido em angstrons, o comprimento de onda é igual à velocidade da onda dividida por sua freqüência.

Page 28: Dicionário de Astronomia

condrita

Meteoritos rochosos que carregam consigo pequenos pedaços de pedra, chamados côndrulos. Quarenta e oito por cento de todos os meteoritos são condritas.

conjunção

Configuração apresentada por dois astros no instante em que as suas longitudes geocêntricas (ascenções retas) atingem um mesmo valor.

conjunção inferior

Conjunção de um planeta com o Sol, quando o planeta está entre a Terra e o Sol, portanto só ocorre com Mercúrio e Vênus.

conjunção superior

Conjunção de um planeta, nave ou sonda espacial com o Sol, quando o Sol está entre a Terra e o planeta, a nave ou a sonda espacial.

Conrad, Charles (1930)

Astronauta americano que comandou a segunda Missão Apolo que aterrissou na Lua e a primeira tripulação do Skylab.

constante cosmológica

A constante cosmológica, representada pela letra grega maiúscula Λ, foi um termo constante que Einstein adicionou à sua equação da teoria da relatividade geral por acreditar, erroneamente, que o Universo estava em um estado estacionário.

constante de Hubble

Ho Formulada por E. P. Hubble em 1925, a chamada "constante" de Hubble, Ho, determina a relação entre a distância de uma galáxia e sua velocidade de recessão devido à expansão do Universo. Em outras palavras ela faz uma relação de quanto uma galáxia está longe de nós e a velocidade que ela está se afastando por causa da expansão do Universo. É um número que mostra a taxa na qual o Universo está se expandindo. O valor de Ho é 70 km/seg/Mpc ± 7 km/seg/Mpc. A "constante" de Hubble pode ser usada para estimar o tamanho e a idade do Universo, o chamado tempo de Hubble. Recentes avanços na Cosmologia mostraram que, uma vez que o Universo é autogravitante, na verdade Ho não é verdadeiramente constante.

constante gravitacional (ou constante da gravitação universal)

A constante gravitacional, representada pela letra "G", é a constante de proporcionalidade que aparece na equação que descreve a atração gravitacional entre objetos, a Lei de Newton da Gravitação Universal formulada por ele em 1666. < big><> Seu valor é G = 6,6726 x 10-11 m3/seg2.kg = 6,6726 x 10-11 N.m2/kg2, onde N significa Newtons, que equivale a kg.m/seg2.

constante solar

Quantidade de calor que incide sobre uma superfície teórica perpendicular aos raios solares e fora da atmosfera terrestre. O astrofísico americano Charles Greeley Abbot (1872-1973) foi a primeira pessoa a calcular a constante solar. Quando a Terra está a uma distância média do Sol, o valor aceito é de 2 calorias por minuto por centímetro quadrado, o que equivale a 1,3 quilowatt por metro quadrado. A constante solar apresenta uma variação de 1 a 2% devido à atividade solar variável.

constelação

1. Região do Céu ocupada por uma configuração idealizada de um conjunto de estrelas batizadas com um nome tradicional. O termo constelação como grupo de estrelas ainda hoje existe na linguagem vulgar, mas para o astrônomo deixou de ser o coletivo de estrelas para designar uma região da esfera celeste. Essa nova definição começou a ser usado em 1925, quando a União Astronômica Internacional (veja IAU) regulamentou as denominações (latinas) e as suas abreviaturas, assim como os limites das 88 constelações. 2. Grupo de estrelas.

constelação zodiacal

Uma das treze constelações atravessadas pela eclíptica e ao longo das quais o Sol e os planetas parecem se deslocar anualmente. As constelações zodiacais são: Aries (Carneiro), Taurus (Touro), Gemini (Gêmeos), Cancer (Caranguejo), Leo (Leão), Virgo (Virgem), Libra (Balança) Scorpius (Escorpião), Sagittarius (Sagitário), Capricornus (Capricórnio), Aquarius (Aquário), Pisces (Peixes) e Ophiuchus (Ofiúco). O termo zodíaco vem do grego e quer dizer "caminho dos animais", porque a maioria das constelações zodiacais são animais.

Page 29: Dicionário de Astronomia

convecção

Movimento que produz o calor na matéria fluida.

coordenadas areográficas

Coordenadas esféricas de um ponto da superfície do planeta Marte, em relação ao seu disco aparente.

coordenadas geocêntricas

Coordenadas esféricas de um ponto da esfera celeste, referidas ao centro da Terra.

coordenadas heliográficas

Coordenadas esféricas de um astro ou de um ponto na superfície do Sol, em relação ao seu disco aparente.

coordenadas planetográficas

Coordenadas esféricas de um ponto da superfície de um planeta em relação ao seu disco aparente.

coordenadas selenográficas

Coordenadas esféricas de um ponto da superfície lunar em relação ao disco aparente da Lua.

coordenada tangencial

Coordenada da projeção cônica de um astro sobre o plano tangente à esfera celeste.

coordenadas topocêntricas

Coordenadas esféricas de um ponto da esfera celeste, referidas ao local da observação.

Copérnico (1473-1543)

Nicolaus Copernicus - Astrônomo polonês, autor da teoria heliocêntrica segundo a qual a Terra e os outros planetas gravitam em torno do Sol. Apesar dos antigos filósofos Ecphantus, Heraclides, Hicetas e Philolaus acreditarem que o universo era heliocêntrico, a visão predominante na época de Copérnico era a do universo geocêntrico. Em 1543, Copérnico publicou suas idéias sobre o universo heliocêntrico em seu livro De Revolutionibus Orbium Coelestium (Sobre as Revoluções das Esferas Celestiais). Ele acreditava que a Terra e outros planetas descreviam órbitas circulares em volta do Sol.

Cor Caroli (Alpha Canum Venaticorum)

Coração de Carlos, expressão latina em homenagem a Carlos II, rei da Inglaterra, proposta por Flamsteed para substituir a constelação dos Cães de Caça. Tal designação não permaneceu para a constelação mas para a estrela.

Cordélia

Satélite de Urano descoberto em 1986 pela sonda espacial Voyager 2.

coroa solar

Camada exterior da atmosfera do Sol, que se sobrepõe a cromosfera. Estende-se em todas as direções e atinge distâncias maiores que o diâmetro solar. Visível por ocasião dos eclipses - ou por meio do coronógrafo - apresenta uma temperatura não uniforme e superior a da superfície do Sol, devido ao transporte magnético da energia do núcleo.

coronógrafo

Aparelho introduzido na Astronomia em 1931 a fim de criar, artificialmente, um eclipse total do Sol, e assim permitir o estudo permanente da coroa solar, que de outro modo só seria visível por ocasião desse fenômeno.

corpo perturbador

Astro cuja atração modifica a órbita de outro em torno de um terceiro.

Page 30: Dicionário de Astronomia

corpo pré-estelar

Massa de matéria de grande volume e pequena densidade, a qual, segundo as hipóteses cosmogônicas, se transformará numa estrela pelo efeito de contração e ativação de reações nucleares.

cosmografia

Veja astronomia descritiva.

cosmologia

Do grego kosmos, universo e logos, discurso. Tratado das leis gerais ou princípios que regem o mundo físico e que estuda a constituição e estrutura da matéria do universo, sua evolução e propriedades.

cosmologia Alfvén-Klein

Modelo cosmológico em que o Universo inicial é descrito como gigantesca nuvem esférica colapsante de matéria e antimatéria. Quando a densidade crítica é alcançada, a matéria e a antimatéria começam a se aniquilar, e a resultante liberação de radiação e energia provoca o Universo em expansão. Dentro do atual conhecimento observacional do Universo, em especial considerando a pequena quantidade de radiação gama registrada, é muito difícil aceitar esse modelo como o mais provável.

cosmologia newtoniana

Modelo cosmológico muito simples, que inclui modelos comuns de big-bang, que podem derivar da teoria clássica da gravitação de Newton.

cosmologia relativista

Cosmologia desenvolvida com base na teoria geral da relatividade de Einstein.

cosmonomia

Parte da astronomia que se relaciona com as leis cósmicas.

cosmos

Do grego kosmos, universo. Significa o universo concebido como sistema ordenado e harmônico.

cratera

Do grego krater, vaso em forma de taça. Formação típica do solo lunar, abundante também em outros planetas e satélites de composição rochosa, devendo-se tanto a vulcanismo quanto a impactos de meteoritos.

cratera de impacto

O buraco que fica na superfície de um astro, por exemplo um planeta ou um satélite, devido a colisão de um meteorito.

Cressida

Satélite de Urano descoberto em 1986 pela sonda espacial Voyager 2.

cromosfera

Nível inferior da atmosfera solar entre a fotosfera e a coroa. É visível durante os eclipses solares totais. Tão pálida que é ofuscada pelas demais, a cromosfera é composta por uma camada de gás, de aproximadamente 16.000 km de espessura, cuja temperatura oscila entre 5.000º K a mais de 10.000º K. Sendo a cromosfera tão fina, quando comparada às outras camadas do Sol, parece que ela não gera muita luz. A cromosfera expele jatos de gás quente chamados espículas, que podem atingir 16.000 km de altura. Graças a essas espículas, a cromosfera consegue enviar material para a coroa solar.

Cujam (Omega Herculis)

Caia, palavra latina empregada por Horácio para o clube de Hércules. A forma Cujam provém de Caiam, acusativo de Caia. O clube de Hércules foi uma constelação proposta por Plínio.

Page 31: Dicionário de Astronomia

culminação

1. Ponto mais alto alcançado por uma estrela. A culminação de um objeto celeste acontece quando ele cruza o meridiano.

2. Focar as partes de um telescópio para obter uma imagem clara.

cúmulo

Ver aglomerado.

cúmulo galáctico

Ver aglomerado galáctico.

cúmulo globular

Ver aglomerado globular.

Cursa (Beta Eridani)

Cadeira, vocábulo oriundo da expressão árabe Al Kursiyy al Jauzah, que significa supedâneo ou escabelo.

curvatura do espaço

Ondulação no espaço provocada pela força gravitacional de um corpo celeste. Antigamente os cientistas avaliavam o espaço utilizando a teoria da geometria Euclidiana, onde a menor distância entre dois pontos é uma linha reta. Contudo, a superfície da Terra não é assim, como também não é o espaço. De acordo com a teoria da relatividade de Einstein, o espaço pode ser tão alterado por corpos de grande massa que não pode ser avaliado pela teoria Euclidiana. Se o espaço fosse um grande trampolim, as massas, tais como a da Terra, do Sol e dos buracos negros , seriam as bolas de basquete. Se fossem colocadas no trampolim, elas formariam uma depressão em forma de curva e a menor distância entre dois pontos na curva seria uma curva e não uma linha reta. Conseqüentemente, embora o espaço não seja tão simples quanto uma estrutura Euclidiana, sua real natureza é ainda desconhecida.

D Dabih (Beta Capricorni)

Carniceiro, vocábulo proveniente da expressão árabe Al Sad al Dhabih, a Sorte do Carniceiro.

d'Arrest, Heinrich Louis (1822-1875)

Astrônomo dinamarquês e o co-descobridor de Netuno em 1846, juntamente com Galle. Ele auxiliou Galle nas primeiras observações de Netuno.

data juliana

Sistema de datas, iniciado por Scaliger em 1582, usado para assinalar os acontecimentos históricos e prever os eclipses. Cada dia começa ao meio-dia e não a meses ou anos: os dias são numerados em seqüência.

declinação

Uma das duas coordenadas equatoriais. Distância angular entre o equador celeste e o corpo que está sendo observado. Se o corpo estiver no hemisfério celeste norte, a declinação é positiva, se estiver no hemisfério celeste sul, é negativa. Como só podemos medir do equador a um pólo, as declinações expressam-se em graus e seus divisores e variam de 0° (zero graus, quando no equador celeste) até 90° (ou +90°, quando se trata do hemisfério norte) ou a -90° (quando se trata do hemisfério sul). Equivale à latitude na esfera celeste.

declinação magnética

Medida do ângulo formado pela direção do meridiano geográfico e pela agulha magnética de uma bússola, indispensável para a correta orientação desta.

Page 32: Dicionário de Astronomia

Deimos

Deimos (MII) é um satélite de Marte e foi descoberto em 1877 por A. Hall. Deimos, nome que significa "terror", é o menor dos dois pequenos satélites de Marte. Deimos tem somente 12,6 km de lado a lado. Sua órbita está a uma distância média de 23.000 km do planeta. Não é descartada a possibilidade de que Deimos seja um asteróide capturado por Marte.

Deneb (Alpha Cygni)

A Cauda, vocábulo árabe que designa inúmeras estrelas, das quais a mais notável é a Alfa do Cisne.

Deneb Algiedi (Delta Capricorni)

A Cauda da Cabra, segundo Ulug Beg, este provém da expressão árabe Al Dhanab al Jady, ou seja, a cauda da cabra. Esta estrela é, às vezes, denominada de Scheddi, designação habitual de Gamma Capricorni.

Deneb Kaitos (Beta Ceti)

A Cauda da Baleia, nome árabe.

Denebola (Beta Leonis)

A Cauda do Leão, nome árabe.

densidade

Relação entre a massa e o volume dos corpos. Também chamado massa específica. Medida em gramas por centímetro cúbico (ou quilogramas por litro).

Desdemona

Satélite de Urano descoberto em 1986 pela sonda espacial Voyager 2.

Despina

Despina é um satélite de Netuno que foi descoberto em 1989 pela sonda espacial Voyager 2. Despina é um satélite muito pequeno, com cerca de 148 km de diâmetro. Ele está em órbita a cerca de 52.530 km do centro de Netuno.

Dheneb (Zeta Aquilae)

A Cauda, vocábulo oriundo da locução árabe Al Dhanab al Okab, isto é, a cauda da Águia.

dia

Denomina-se assim o tempo que a Terra utiliza para completar cada rotação. Um dia sideral é o período de rotação com referência às estrelas (23h 56m 4,091s de tempo solar médio). Um dia solar é o intervalo entre dois meio-dias sucessivos (24h 4m 56,555s de tempo sideral médio). É um pouco mais longo que o dia sideral, porque o Sol se move para o Leste ao longo da trajetória eclíptica.

Diadem (Alpha Comae Berenicis)

O Diadema, nome de origem latina empregada por Plínio em sua História Natural.

diagrama de Hertzprung-Russel

Representação das estrelas segundo seus tipos espectrais e sua magnitude, obtido em 1905 por Hertzprung e por Russel em 1915. Através dele nota-se que as estrelas agrupam-se em certas zonas, indicativo de suas características e estrutura interna, o que permite o estudo das teorias sobre a evolução estelar.

diâmetro angular

Medida, em graus, de quão grande um objeto aparece no céu. Uma coincidência interessante é que o Sol e a Lua apresentam o mesmo diâmetro angular (aproximadamente meio grau).

Page 33: Dicionário de Astronomia

diâmetro aparente

1. Diâmetro aparente de um astro é o ângulo ao vértice de um cone circunscrito ao astro, sendo esse vértice o ponto de observação. 2. Diâmetro aparente de um objeto deduzido de uma medida, na hipótese de uma distribuição uniforme da sua luminescência. Esse valor é, às vezes, denominado de diâmetro aparente observado ou equivalente.

Dicke, Robert Henry (1916)

Físico americano que, nos anos 60, demonstrou experimentalmente o princípio da equivalência, que diz que todos os objetos caem na mesma velocidade quando sujeitos à força da gravidade. Em 1964, ele se propôs a procurar a radiação cósmica de fundo (que aliás já foi encontrada) que teria sido deixada pelo Big Bang.

dicotomia

O ponto em que a Lua, Mercúrio ou Vênus estão exatamente à meia fase.

difração

Desvio da radiação eletromagnética (luz, ondas ultra-violetas, etc) à medida que ela passa ao redor dos objetos. A radiação com ondas mais longas se curva mais. A difração cria discos de ar ou círculos de luz, com falsos anéis à sua volta, nos telescópios que não possuem boa resolução. A difração é um dos fatores que fazem com que as sombras não tenham contornos na ponta.

digressão

Afastamento angular de um astro em relação a um ponto fixo, que tanto pode ser o pólo para as estrelas circumpolares como o Sol para os planetas inferiores. Veja elongação.

Dione

Dione (SIV) é um satélite de Saturno e foi descoberto, em 1684, por G. D. Cassini. Ele tem um diâmetro de 1.120 km, aproximadamente. Sua superfície é gelada com crateras, planícies e faixas de material brilhante. Algumas de suas crateras tem mais de 100 km de largura. Dione está em órbita a uma distância média de 378.115 km de Saturno, e gira em torno do planeta em aproximadamente, 65,75 horas, sempre com o mesmo lado de voltado para Saturno.

dioptra

Veja quadrante solar.

Diphda (Beta Ceti)

A Rã, nome árabe.

Dirac, Paul (1902-1984)

Físico inglês ganhador do Nobel de Física em 1933. Previu a existência do pósitron, antipartícula do elétron, e suas pesquisas levaram a formulação do princípio antrópico, segundo o qual o universo está estruturado de tal forma que produz forças e partículas compatíveis com o surgimento de formas de vida inteligentes.

disco

Superfície visível do Sol (ou de qualquer corpo celeste) projetada sobre o céu.

disco de acreação

Disco de matéria que orbita ao redor de um buraco negro.

disco planetário

Projeção de um planeta sobre a esfera celeste, a qual constitui a imagem observável através de um telescópio.

Page 34: Dicionário de Astronomia

dispersão

Divisão da radiação em seus componentes de comprimento de onda através de refração. Um exemplo conhecido é a utilização de um prisma para formar um espectro a partir de luz branca ou um arco-íris quando a luz do sol passa através das gotas d’água na atmosfera.

distância angular

Medida, em graus, da distância aparente entre os corpos celestes no céu.

distância cosmológica

Distância estabelecida por intermédio de processos em que se aceita a validade da relação de Hubble (veja lei de Hubble) entre os desvios para o vermelho e as distâncias.

distância focal

Distância entre a lente ou o espelho de um telescópio e a imagem formada.

distância média

Veja semi-eixo maior.

distância periélia

Distância de um astro do sistema solar ao Sol no instante da passagem desse astro pelo periélio.

distância polar

Arco de círculo horário de um dado astro, a começar do pólo celeste norte, ou do pólo celeste sul, até o astro, o que faz que seja o complemento da declinação. Conta-se também a distância polar só a partir do pólo celeste norte, de 0° a 180°.

distância zenital

Distância angular de um ponto do zênite.

Dobson, John

Legendário astrônomo amador que popularizou a astronomia nos anos 60. Ele e seus amigos, que formavam a associação dos "Astrônomos das Calçadas de São Francisco", visitaram diversos parques na costa oeste dos Estados Unidos, ensinando astronomia a milhões de visitantes. Sendo um incrível construtor de telescópios, Todos seus telescópios foram construídos à partir de sucata. A montagem simples e eficiente que Dobson inventou se popularizou entre os astrônomos amadores como montagem dobsoniana.

Dobsoniana, montagem

Montagem de telescópio que, normalmente é feita com telescópios newtonianos, apoia-se em uma estrutura em formato de caixa, que permitem a movimentação altazimutal. Esta montagem é muito apreciada pelos astrônomos amadores devido ao seu baixo custo e praticidade.

Dollfus, Audouin Charles (1924)

Astrônomo francês que descobriu Janus, a décima lua de Saturno, em 15 de dezembro de 1966.

doppler (efeito)

Mudança aparente no comprimento de onda do som ou da luz causada pelo movimento da fonte, do observador ou de ambos.

draconítico

Relativo aos nodos da órbita de um astro.

Page 35: Dicionário de Astronomia

Drake, Frank Donald (1930)

Astrônomo americano que, durante o Projeto Ozma em 1960, focou com um telescópio de 26 m as estrelas Tau Ceti e Épsilon de Erídano à procura de sinais alienígenas. Ele também desenvolveu uma equação para calcular a probabilidade de encontrar alienígenas. A equação diz que o número de civilizações avançadas na Via Láctea é igual à taxa média em que se formam as estrelas na Via Láctea, multiplicada pela fração de estrelas com sistemas planetários, pelo número de planetas que poderiam (por razões ecológicas) conter vida, pela fração de planeta onde existe vida, pela fração de planetas onde a vida se desenvolve de forma inteligente, pela fração de planetas onde a vida inteligente cria sistemas de comunicação com outros planetas, pela média de vida das civilizações avançadas. Utilizando premissas e aproximações para todas estas variáveis, Drake deduziu que a aproximadamente 1.000.000 de civilizações avançadas na Via Láctea.

Draper, Henry (1837-1882)

Americano que, em 1872, fotografou pela primeira vez o espectro de uma estrela: Vega. Mais tarde fotografou o espectro da Nebulosa de Órion.

Dreyer, Johan Ludwig Emil (1852-1926)

Americano que editou o Novo Catálogo Geral de Nebulosas e Aglomerados Siderais (NGC). Este catálogo foi publicado em 1888, incluindo 7.840 corpos celestes.

Dschubba (Delta Scorpii)

A Fronte, nome árabe que designa a fronte do Escorpião.

Dsiban (Phi Draconis)

As Hienas, provém da expressão árabe Al Dhibain.

Dubhe (Alpha Ursae Majoris)

O Dorso do Urso, nome que provém da expressão árabe Dhahr-al-Doubb, e que indica a posição da estrela no dorso da Ursa.

dupla-distância

Método utilizado pela primeira vez pelo astrônomo russo F. G. W. von Struve (1793-1864) na determinação precisa da distância entre dois astros muito próximos.

Dyson, Sir Frank Watson (1868-1939)

Astrônomo inglês que estudou a cromosfera e a coroa solar durante os eclipses. Em 1919, durante um eclipse , ajudou a confirmar a teoria da relatividade de Einstein confirmando que a luz se curva devido à gravidade do sol.

E eclipses

Existem dois tipos de eclipses: solares e lunares. Os eclipses solares ou do Sol ocorrem quando a Lua passa pela frente do mesmo. Aparentemente, os dois corpos apresentam quase o mesmo tamanho. Quando estão exatamente alinhados, a Lua cobre o brilhante disco solar durante um curto período, seja total ou parcial (nunca mais de 8 minutos, aproximadamente e freqüentemente muito menos). Quando o eclipse é total, a atmosfera solar (cromosfera, coroa e protuberâncias solares) pode ser observada a olho nu. Quando o sol não fica totalmente coberto, o eclipse é parcial, e então não se aprecia o espetacular fenômeno em sua totalidade. Se a Lua encontrar-se perto do ponto mais distante possível da Terra (apogeu), apresenta um tamanho ligeiramente menor que o do Sol. Além disso, se há um perfeito alinhamento central, observa-se um aro do disco

Page 36: Dicionário de Astronomia

solar em torno da Lua, constituindo o que se denomina eclipse anular que, naturalmente, impede o aparecimento do fenômeno em sua totalidade. O eclipse da Lua se produz quando esta passa através da sombra produzida pela Terra e também pode ser total ou parcial. Geralmente, a Lua não desaparece totalmente, já que recebe uma leve luminosidade solar graças à difração da atmosfera que rodeia a Terra.

eclíptica

1. Plano da órbita terrestre. O plano da eclíptica é inclinado de 23º 27' em relação ao do equador. 2. Círculo máximo da esfera celeste, que é a interseção do plano da eclíptica com a esfera celeste. Seu nome provém do fato de os eclipses só serem possíveis quando a Lua está muito próxima desse círculo. 3. Trajetória aparente do Sol entre as estrelas.

Ed Asich (Iota Draconis)

A Hiena macho, provêm da expressão árabe Al Dhih, que deu origem às transliterações Ed Asich e Eddsich.

Eddington, Sir Arthur Stanley (1882-1944)

Astrofísico britânico, que durante o eclipse total de 1919 liderou uma equipe de cientistas que calculou a curvatura da luz provocada pelo efeito gravitacional do Sol, o que ajudou a confirmar a Teoria da Relatividade de Einstein. Em 1924, ele descreveu a relação entre a massa e a luminosidade das estrelas, que diz que a massa de uma estrela determina a sua luminosidade. Ele também calculou a densidade da estrela Sirius B.

efeito Doppler

É o efeito que se revela como um deslocamento no espectro de um objeto devido a uma variação no comprimento de onda da luz emitida por ele. Este efeito ocorre quando o objeto que emite a radiação luminosa está ou se movendo na direção de um observador (no caso a Terra) ou se afastando deste mesmo observador.

efeito estufa

Efeito que alguns gases da atmosfera produzem na superfície de um planeta. Consiste em reter parte do calor que chega à superfície, impedindo que seja refletido ao espaço. Este efeito regula a temperatura. Quanto maior é a quantidade de gases que provocam esse fenômeno na atmosfera, maior é a temperatura na superfície do astro. Se a Terra não possuísse atmosfera, sua temperatura média seria de aproximadamente -30º C (-22º F) ao invés dos agradáveis 16º C (60,8º F). Por outro lado, Vênus apresenta uma temperatura de superfície de 730 K devido ao efeito estufa.

efeito Zeeman

Divisão das linhas do espectro em seus componentes que ocorre quando uma fonte de luz encontra-se num campo magnético. Geralmente a emissão de luz ocorre quando os elétrons se movimentam dentro do átomo. Os campos magnéticos alteram o movimento dos elétrons e sua geração de luz. Este efeito foi descoberto por Pieter Zeeman em 1896; ele é muito útil na identificação da presença e na determinação da força dos campos magnéticos ao redor das manchas solares, das estrelas e de outros objetos celestes.

efeméride

1. Tabela que fornece, em intervalos regulares, as coordenadas de um astro. 2. Livro publicado anualmente contendo várias efemérides e outras informações astronômicas.

Einstein, Albert (1879-1955)

Físico germano-americano. Desenvolveu as Teorias Especial e Geral da Relatividade, que, juntamente com a Mecânica Quântica, são o fundamento da física moderna.

eixo

Uma linha reta imaginária na qual um objeto executa uma rotação.

Elara

Elara (JVII) é o 12o satélite de Júpiter, e foi descoberto em 1905, por C. Perrine. Muito pouco se sabe sobre ele. Com um diâmetro de 80 km, Elara está em órbita a 11.737.000 km de Júpiter. Ele realiza uma volta completa em torno de Júpiter a cada 259,6528 dias terrestres.

Electra (17 Tauri)

Page 37: Dicionário de Astronomia

Nome grego de uma das sete filhas de Atlas que formam a constelação das Plêiades.

elementos pesados

Em Astronomia esta classificação engloba todos os elementos exceto o hélio e o hidrogênio. Algumas vezes estes elementos, que são formados durante a fusão nuclear e que são espalhados pelo Universo pelas supernovas, são chamados pelos astrônomos de metais.

elevação

Ver altitude, altura (o emprego de elevação como sinônimo da coordenada altura é uma influência de origem norte-americana).

elétron

Uma das partes que formam o átomo, juntamente com os prótons e os nêutrons. A proporção de elétrons que circunda o núcleo é igual à de prótons que há dentro dele. Comparados aos prótons os elétrons são muito leves; eles carregam uma carga igual e oposta àquela dos prótons, fazendo com que o átomo apresente uma carga total igual a zero.

elipse

Do grego elleipsis, defeito. Conjunto dos pontos no plano com a propriedade que a soma das distancias a dois pontos fixos nesse plano tem soma igual a uma constante. O designativo alude a aparente imperfeição da curva, pois, na Antigüidade, somente o círculo era considerado perfeito. A elipse porém, é mais comum na natureza que o círculo. Veja Kepler.

elíptica

Adjetivo, de elipse. Diz-se da órbita que apresenta um percurso não circular mas sim com forma de elipse.

El Kophrah (Chi Ursae Majoris)

O Salto, vocábulo oriundo da expressão árabe Al Kafzah. Veja Alula Australis.

El Nath (Beta Tauri)

A Viagem, nome árabe que indica a viagem empreendida pela constelação do Cocheiro.

elongação

Ângulo entre dois corpos vistos de um ponto do sistema solar (geralmente da Terra). Normalmente refere-se a uma máxima elongação.

emersão

Fenômeno da saída de um astro eclipsado de detrás do disco aparente do astro eclipsante.

emissão

Criação de radiação eletromagnética (luz, ondas ultra-violetas, etc) que acontece quando os elétrons ao redor do núcleo de um átomo alteram sua distância em relação ao núcleo. Examinando-se o comprimento das ondas da radiação é possível determinar-se quais os elementos que estão presentes no corpo celeste.

empuxo gravitacional

Utilização do puxão gravitacional de um planeta para acelerar uma nave espacial. Imagine estar parado e que outra pessoa está correndo em sua direção. A medida que esta pessoa se aproxima você segura seu braço e a gira. Quando você a soltar ela irá em outra direção. Na verdade, ela se afastará mais rapidamente do que chegou. Isto faz com que a nave economize o combustível que utilizaria para seguir diretamente ao seu destino. Ambas as sondas Voyager utilizaram o puxão gravitacional quando passaram pelos planetas externos impulsionando-as para fora do sistema solar.

Enceladus

Enceladus (SII) é um satélite de Saturno e foi descoberto em 1789 por W. Herschell. Com um diâmetro de aproximadamente 498 km, Enceladus está em órbita a uma distância média de 238.020 km e completa o seu movimento em torno de Saturno

Page 38: Dicionário de Astronomia

em cerca de 33 horas. Enceladus reflete quase toda a luz solar que o alcança e é um satélite muito frio, com uma temperatura de -201o C na sua superfície.

Encke, Johann Franz (1791-1865)

Astrônomo alemão considerado o descobridor de uma divisão no anel A de Saturno que agora tem o seu nome. Ele também estudou um cometa descoberto por J. L. Pons em 1818 e foi capaz de calcular sua órbita, encontrar o período de recorrência deste cometa (que é de 3,29 anos) e, com precisão, prever a data de seu retorno. Em sua homenagem este cometa hoje tem seu nome.

Enif (Epsilon Pegasi)

O Nariz, nome árabe que designa o nariz de Pégaso.

enxame

1. Meteoro provocado por meteoróides que atingem a atmosfera em grande quantidade em poucas horas, e cujas trajetórias parecem provir de um mesmo ponto do céu, denominado radiante. Os componentes de um enxame descrevem, no sistema solar, órbitas muito próximas entre si, que freqüentemente estão associadas àquelas de um cometa periódico. 2. Ver aglomerado.

Epimeteus

Epimeteus (SXI) é um satélite de Saturno e foi descoberto a partir de trabalhos feitos pelos astrônomos R. Walker em 1966 e J. Fountain e S. Larson em 1978. É um satélite gelado, com um diâmetro aproximado de 200 km e uma forma bem irregular, coberto por estrias, vales e crateras, algumas com mais de 30 km de diâmetro. Ele está em órbita a uma distância média de 151.422 km e dá uma volta completa em torno de Saturno em cerca de 4 horas. Curiosamente, Epimeteus, compartilha sua órbita com o satélite Janus, estando separados por apenas 50 km. Uma vez a cada 4 anos Epimeteus e Janus se aproximam suficientemente um do outro de modo que as perturbações gravitacionais mútuas provocam uma troca de momentum angular e o satélite que está em uma trajetória mais externa se move para uma trajetória mais interna e vice versa.

equador

1. Círculo máximo da esfera celeste segundo o qual o plano do equador terrestre corta a esfera celeste. O plano do equador é o plano fundamental de certos sistemas de coordenadas empregados em astronomia. 2. Para um corpo em rotação é a linha segundo a qual o plano equatorial corta a superfície. 3. Na Terra, o lugar dos pontos de latitude nula.

equador celeste

Projeção do equador da Terra na esfera celeste.

equação do tempo

Equação que corrige a discrepância entre o tempo solar real e aparente, e que é imprescindível quando se lê a hora num relógio solar. Esta discrepância ocorre devido à posição variável do Sol durante a percurso da órbita da Terra.

equinócio

Qualquer da duas interseções do equador celeste com a eclíptica (equinócio da primavera e equinócio de outono), quando o Sol, em seu movimento anual, corta o equador celeste.

equinócio da primavera

Instante em que inicia a primavera em um hemisfério. Ocorre a 20 ou 21 de março no hemisfério norte e 22 ou 23 de setembro no hemisfério sul. Quando inicia a primavera em um hemisfério, inicia o outono no outro (as estações são invertidas nos dois hemisférios). Ponto gama, ponto vernal.

equinócio de outono

Instante em que inicia o outono em um hemisfério. Ocorre a 20 ou 21 de março no hemisfério sul e 22 ou 23 de setembro no hemisfério norte. Quando inicia o outono em um hemisfério, inicia a primavera no outro (as estações são invertidas nos dois hemisférios).

Er Rai (Gamma Cephei)

Page 39: Dicionário de Astronomia

O Pastor, nome árabe da constelação situada próximo de Alfirk, o Rebanho.

Era da nucleossíntese

A que se seguiu à era leptônica, entre um segundo e mil segundos após o big-bang, quando se produziram os nêutrons, e o hélio e o deutério foram sintetizados.

Era da radiação

A que vai de 1 segundo a 3 x 105 anos após o big-bang, quando a radiação foi o principal constituinte do Universo.

Era de desdobramento

Era de cerca de 3 x 105 anos após o big-bang, quando a radiação cósmica do corpo negro atinge a derradeira dispersão de matéria.

Era hadrônica

O mais duradouro intervalo de tempo da ordem de 10-4 de segundo após o big-bang, quando o Universo era dominado pela matéria que continha muitos hádrons em equilíbrio com o campo de radiação.

Era leptônica

Era seguinte à era hadrônica, quando o Universo era constituído sobretudo de léptons e prótons.

Eratosthenes de Cirene (276-194 a.C.)

Astrônomo grego que foi a primeira pessoa a medir corretamente o tamanho da Terra. Ele utilizou o angulo formado pela sombra do Sol ao meio-dia em duas cidades, Alexandria e Sirene, e a distância entre estas cidades para determinar uma proporção em relação aos 360º de um círculo e o tamanho desconhecido da Terra. Quando Colombo partiu da Europa em direção às Índias, baseou-se numa estimativa de tamanho menor da Terra que havia sido feita por Poseidonius, o que fez com que ele subestimasse a distância.

Escala de Torino

Semelhante à Escala de Richter que é usada para avaliar terremotos, foi criada pelo Dr. Richard P. Binzel, do MIT, uma escala dos riscos associados com asteróides ou cometas que se movem próximos à Terra e podem colidir com ela. Esta escala que varia de 0 a 10, anota a energia cinética (incorporando tanto massa como velocidade) versus a probabilidade de colisão para vários objetos. Um objeto com um valor 0 ou 1 praticamente não terá chance de causar qualquer dano à Terra. Um objeto classificado como 10 significa que haverá, certamente, uma catástrofe climática global.

esfera celeste

Representação do firmamento onde a Terra é posicionada no centro de uma esfera de estrelas fixas. Ao fixar a Terra, o Sol passa a descrever um movimento de translação na eclíptica.

espaço intergaláctico

Espaço que fica além do espaço galáctico.

espectro

Cada espectro contém uma profusão de informações. Por exemplo, cada elemento químico tem um espectro distinto, que varia com a temperatura. Partes do espectro de um objeto celeste, obtido com um espectrógrafo, podem ser estudadas em detalhes pelos astrônomos permitindo medir importantes propriedades tais como a composição química, a temperatura, a velocidade e a distância deste objeto. O espectro de um objeto celeste é capaz de revelar fatos vitais sobre estrelas, nebulosas e galáxias distantes que as fotografias não podem mostrar. Existem 3 tipos de espectros: os espectros contínuos, os espectros de emissão, e os espectros de absorção.

espectro contínuo

É um espectro de luz emitida que contém todos os comprimentos de onda das cores que compõem a luz branca (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta se formos dos comprimentos de onda mais longos para os mais curtos). Os espectros contínuos são emitidos por sólidos incandescentes, líquidos, ou gases comprimidos. Várias estrelas, como, por exemplo, o nosso Sol, emitem espectros contínuos nos quais as cores se fundem umas nas outras, estando a cor vermelha em uma das extremidades e a cor azul na outra extremidade.

Page 40: Dicionário de Astronomia

espectro de absorção

Se algumas linhas discretas estão faltando em um espectro, ele é um espectro de absorção, indicando a presença de elementos que absorvem comprimentos de ondas particulares. Um espectro de absorção é criado quando a luz proveniente de uma fonte incandescente passa através de um gás mais frio que absorve fótons. Cada molécula e elemento diferente absorve a luz em um conjunto único de freqüências. O espectro de absorção consiste de linhas de absorção escuras superpostas sobre um espectro contínuo brilhante. Um exemplo de espectro de absorção é aquele produzido nas atmosferas estelares. No caso do Sol, os gases quentes da atmosfera solar estão situados entre nós e a fonte de altíssima temperatura que está no seu interior. Esta atmosfera absorve certas freqüências deixando linhas escuras sobre o seu espectro contínuo. Os astrônomos podem determinar a composição dos gases em uma estrela procurando as freqüências características das linhas de absorção.

espectro de emissão

É um espectro descontínuo, mostrando bandas brilhantes discretas, que é emitido por átomos ou moléculas. O espectro de emissão é característico dos elementos químicos que estão emitindo os fótons. Quando aquecidos, os compostos e elementos individuais freqüentemente liberam uma ou dúzias de linhas de emissão.

espectro eletromagnético

Conjunto de radiações que emite um corpo. Somente a luz visível e algumas ondas de rádio conseguem atravessar a atmosfera da Terra e chegar a sua superfície. Os raios gama, X, ultravioleta, infra-vermelho e outras ondas de rádio não podem.

espectrógrafo

Instrumento usado para dispersar ou separar a luz em todos os seus comprimentos de onda o que permite que sejam feitas medições quantitativas de intensidade. Como um instrumento acoplado a um telescópio, o espectrógrafo obtém o espectro da luz proveniente dos objetos astronômicos. Cada espectro contém uma quantidade enorme de informações sobre o corpo celeste que o produziu.

espectroheliógrafo

É um instrumento que permite obter imagens fotográficas monocromáticas do Sol com a luz de uma das radiações de seu espectro. Em geral utiliza-se o hidrogênio ou o cálcio. Este instrumento foi inventado, em 1889, pelo astrônomo norte-americano G. E. Hale.

espectroscopia

Estudo das radiações luminosas, mediante o espectro produzido tanto pela refração quanto pela difração da luz.

espectroscópio

Instrumento utilizado para estudar o espectro de uma estrela ou de uma galáxia. Ele possui uma grade de difração que separa a luz de acordo com os comprimentos de onda. O espectroscópio é similar a um prisma que projeta um arco-íris quando a luz branca passa por ele.

espículas

Jatos verticais de gás que emanam da cromosfera solar. Estas erupções atingem 9.600 km de altura a uma temperatura de 10.000 K e duram aproximadamente 5 minutos. Há sempre 500.000 espículas no Sol e elas são agrupadas, pelo campo magnético, em células enormes.

estacionário

Instante em que o movimento aparente de um corpo em órbita passa de movimento direto para movimento retrógrado, ou vice-versa.

estrela

Objeto celeste, em geral de forma esferoidal, no interior do qual reinam temperaturas e pressões elevadas, particularmente nas regiões vizinhas do centro. Aí se verificam reações termonucleares, que liberam considerável energia, a qual se propaga, do centro para a periferia, através das diversas camadas que as constituem, até atingir o espaço sob a forma de radiações eletromagnéticas. No centro, a radiação é rica em componentes de alta freqüência (radiações gama e X) e, na periferia, de radiações luminosas, ultravioletas e infravermelhas. Emprega-se o vocábulo "estrela" também como denominação genérica dos astros luminosos que mantêm praticamente as mesmas posições relativas na esfera celeste (donde a denominação antiga de "estrela fixa", ainda em uso), e que quando observadas a vista desarmada apresentam cintilação, o que os distingue dos planetas. Dispõem-se segundo grupos que estão localizados em regiões convencionalmente delimitadas do céu, as

Page 41: Dicionário de Astronomia

constelações. Constituem o elemento fundamental da formação do Universo, grupando-se em aglomerados, associações, correntes, grupos, galáxias. Variam em larga escala quanto ao brilho intrínseco, volume, densidade, massa, cor e estabilidade física. A vista desarmada, o seu brilho aparente é definido pela magnitude, que aumenta à medida que aquele diminui; por isto é possível ver-se a vista desarmada estrelas até de 6ª magnitude, e até a 23" com os modernos telescópios.

estrela anã

Estrela de pequeno volume, e que pode ter grande ou pequena massa. No primeiro caso estão as anãs brancas; no segundo, as anãs vermelhas.

estrela binária

Duas estrelas muito próximas, ligadas gravitacionalmente entre si, e que, à vista desarmada ou com pequeno aumento, não são distintas; estrela dupla.

estrela cadente

Nome popular do meteoro. Veja meteoro.

estrela cataclísmica

Estrela que sofre erupções e/ou explosões violentas durante sua evolução.

estrela circumpolar

Estrela cujo círculo diurno fica sempre ou acima ou abaixo do horizonte.

estrela da manhã ou da tarde

Veja Vênus.

estrela de Barnard

Segundo sistema sideral mais próximo ao Sol, situado na constelação de Serpentário. Localiza-se a 6 anos-luz de distância, aproxima-se a uma velocidade de 108 km por segundo, e apresenta o maior movimento próprio dentre todas as estrelas. Se você observar a Estrela Barnard durante 180 noites seguidas verá que ela se movimentará no céu numa distância equivalente a da Lua. Provavelmente, existem dois planetas em sua órbita, cujas massas são muitas vezes superiores à de Júpiter.

estrela degenerada

Estrelas tais como as anãs brancas e as nêutrons que, devido ao seu grande peso, sofreram transformações gravitacionais e contém matéria deteriorada. A matéria degenerada é formada por átomos cujos elétrons foram separados do núcleo pela gravidade. A gravidade faz com que estes elétrons se juntem aos prótons formando nêutrons, e estes nêutrons são então unidos firmemente. Nos átomos normais mais de 99% do seu volume é formado por espaço vazio. Na matéria degenerada praticamente todo este espaço foi preenchido. Portanto, quando uma estrela como o nosso Sol se transforma numa anã branca, seu tamanho é drasticamente reduzido. Uma estrela cuja massa seja superior a 1,44 sóis (limite de Chandrasakhar) encolherá até o tamanho de uma cidade quando se transformar numa estrela nêutron degenerada.

estrela de nêutron

Estrela que se colapsou ao suportar uma degenerada pressão de nêutrons. A estrela de nêutron foi teoricamente prevista pelo físico soviético Lev Landau, em 1932, e estudada em detalhe pelos físicos J. Robert Oppenheimer, Robert Serber e George M. Volkoff, de 1938 a 1939. Durante muitos anos os astrônomos duvidaram da sua existência, até que, em 1967, foi descoberto o primeiro pulsar. Desde então, a teoria dos pulsares se desenvolveu tão rapidamente que parece virtualmente certo que os impulsos rádios e ópticos emitidos pelos pulsares tenham origem na própria energia proveniente de uma estrela nêutron em rotação. Para confirmar tal hipótese, descobriu-se a existência de alguns pulsares no interior de supernovas remanescentes, como aquele registrado na Nebulosa de Caranguejo. Esse foi um dos fortes elementos em favor da teoria de que os pulsares são na realidade estrelas de nêutrons.

estrela dupla

Em astronomia se denominam estrelas duplas as duas estrelas muito próximas (mas suficientemente isoladas do conjunto das outras), constituindo um sistema físico em equilíbrio dinâmico estável e no qual a atração gravitacional, interagindo entre elas, faz com que cada uma descreva em torno de um centro comum de gravidade uma órbita kepleriana. Essa definição permite conceituar todas as estrelas duplas como pares físicos. Realmente, duas estrelas próximas indicam, na maior parte das vezes, uma verdadeira proximidade espacial. Em certos casos, entretanto, trata-se de uma aproximação aparente, um efeito de perspectiva produzida por dois astros situados quase na mesma linha de visão, mas cuja distância real entre si é

Page 42: Dicionário de Astronomia

imensa. A expressão "estrela dupla" foi empregada pela primeira vez por Ptolomeu, ao descrever a aparência da estrela Beta Sagittarii, que constitui um conjunto de duas estrelas muito próximas, cuja separação é um pouco inferior ao diâmetro aparente da Lua (14 segundos de arco, aproximadamente). Note-se que "estrela dupla" é, também, denominação utilizada para distinguir as estrelas triplas, quádruplas etc.

estrela eruptiva

Ver estrela flare.

estrela flare

Estrela jovem caracterizada pelas mudanças bruscas e breves da magnitude e de espectro, denominadas de erupções. Pertence à classe das estrelas anãs (em geral de tipo espectral dM3e-dM6e) que mostram emissões rápidas e bruscas de grande energia. Estas erupções são usualmente raras e muito curtas com amplitude média de 0,5 a 0,6 magnitude. Todas as estrelas flares são intrinsecamente fracas e possuem linhas de emissões de H1 e CaII. As erupções nestas estrelas têm como propriedade comum um rápido aumento de brilho seguido também de um rápido declínio. Um aumento na emissão rádio é quase sempre registrado simultaneamente com a erupção óptica. Conhecem-se cerca de 30 estrelas flare, numa esfera de raio de 20 parsecs, que tem o Sol como centro. Elas são também denominadas de variáveis UV Ceti.

estrela gigante

Estrelas com uma grande quantidade de massa, alta temperatura e brilho intenso. Se comparadas ao Sol a massa das estrelas gigantes é 10 a 30 vezes superior, seu volume 1.000.000 a 10.000.000 maior e sua luminosidade 10 a 1.000 vezes a do Sol. As gigantes muito grandes são chamadas supergigantes, porém não há uma divisão bem definida entre os dois tipos. As estrelas entram num a fase curta de gigantismo durante o período de fusão quando perdem hidrogênio. Apesar das estrelas gigantes serem raras (pois o estágio gigante é muito breve na vida de uma estrela) elas são facilmente identificadas devido ao seu brilho intenso. Muitas das estrelas mais brilhantes que vemos no céu são gigantes.

estrela morta

Estrela que consumiu todo o seu combustível e que não emite mais radiação.

estrela múltipla

Grupo de estrelas muito próximas, ligadas gravitacionalmente entre si, e que, a olho desarmado ou com pequeno aumento, não são distintas. Exemplo comum é o trapézio de Órion.

estrela nova

Estrela que de súbito se torna muito luminosa e cintila com intensidade durante alguns dias, enfraquecendo lenta e gradualmente até atingir o seu brilho primitivo. Também se diz apenas nova.

Estrela Polar

Designação tradicional da estrela alfa da Ursa Menor, que é, das estrelas visíveis à vista desarmada, a mais próxima do pólo norte.

estrela variável

Aquela cujo brilho varia com o tempo, tendo essa variação, em geral, caráter periódico, embora em algumas estrelas variáveis, como as novas e as supernovas, o brilho varie de repente, diminuindo após curto período.

estrelas super-gigantes

Maiores e mais brilhantes estrelas do Universo. As super-gigantes contêm de 20 a 100 vezes a massa do Sol e brilham milhões de vezes mais. Como as estrelas super-gigantes vivem apenas poucos milhões de anos e como apenas 1 em cada 10.000 estrelas é uma super-gigante, os astrônomos só conseguem localizar poucas delas. Contudo essas usinas de energia brilham através de grandes distâncias no espaço galáctico. Quando os astrônomos vêem braços espirais em galáxias distantes, só o que conseguem ver é a luz destas estrelas super-gigantes. Dezesseis entre as cem estrelas mais brilhantes que vemos no céu noturno são super-gigantes. Exemplos: Betelgeuse e Antares.

Etanin (Gamma Draconis)

A Cabeça do Dragão, nome árabe. (Veja também Rastaban).

Page 43: Dicionário de Astronomia

Eudoxus de Cnidus (400-350 a.C.)

Astrônomo grego que criou um complicado sistema de esferas para explicar a movimentação dos planetas, pois ele acreditava, assim como Aristóteles, que tudo nos céus era perfeito e se movia em órbitas circulares. Ele também introduziu a geometria na astronomia, e pode ter sido o criador de um método geométrico de cálculo da distância entre a Terra e o Sol e a Lua.

Europa

Europa (JII) é um satélite de Júpiter que foi descoberto, independentemente, em 1610 por Galileu e Simon Marius. Embora tenha um diâmetro menor do que 3.138 km, e seja, portanto, menor do que a nossa Lua, Europa é um satélite grande, denso e congelado. Sua superfície é coberta com sulcos longos que se cruzam, poucas crateras, e ácido sulfúrico congelado. Ele está a uma distância média de Júpiter de 670.900 km e realiza uma rotação em torno de Júpiter no período de 3,55 dias.

excêntrica

Diz-se de uma órbita cuja forma é uma elipse muito alongada.

excentricidade

A excentricidade de uma elipse (órbita planetária) é a razão da distância entre os focos e o eixo maior. Os círculos possuem excentricidade igual a zero, e a das parábolas é igual a 1. As elipses apresentam excentricidade entre 0 e 1. A excentricidade da órbita da Terra é muito baixa, 0,02 (quase circular), enquanto a da órbita do cometa Halley é bastante elevada.

Exobiologia

Procura por vida extraterrestre, incluindo o estudo da composição dos outros planetas. Este campo é também chamado de astrobiologia.

extinção

Absorção, pela atmosfera terrestre, das radiações luminosas provenientes de um astro, e que não apresenta caráter seletivo segundo os comprimentos de onda.

F fácula

Do latim facula, pequena tocha. Conforme designada por Galileu, uma companheira das manchas solares. Tem intenso brilho e atinge milhares de km de altura. Podem permanecer mesmo após desaparecidas as manchas.

Farud (Zeta Canis Majoris)

A única Brilhante, nome árabe que se justifica por ser esta a única estrela situada fora da constelação do Cão Maior. (Veja Phurud).

fase da Lua

Aspectos que a Lua apresenta enquanto se desloca em relação ao Sol. Resulta do fato da Lua ser um corpo opaco que reflete a luz do Sol. As fases da Lua recebem nomes especiais: lua cheia, lua nova, quarto crescente, quarto minguante. São fenômenos que correspondem em todo o mundo ao mesmo instante, daí as horas das fases fornecidas em tempo universal poderem ser utilizadas para qualquer ponto da superfície terrestre.

Page 44: Dicionário de Astronomia

fase de lançamento

Fase do vôo de um veículo espacial compreendida entre a ignição inicial e o momento em que a sua velocidade permite obedecer aos controles normais.

fase de meio-curso

Fase do vôo de um veículo espacial compreendida entre o fim da fase de lançamento e o início da fase terminal.

fase terminal

Fase do vôo de um veículo espacial caracterizada pela tomada de atitude para o regresso ou para atingir um objetivo.

filamento

Um penacho de gás suspenso sobre a fotosfera por campos magnéticos que, visto de encontro ao disco do Sol, parece escuro; um filamento na borda do Sol visto em emissão contra o céu escuro é chamado de proeminência.

Flamsteed, John (1646-1719)

Astrônomo real britânico, criador da "História Celeste Britânica", primeiro catálogo sideral feito com a utilização de um telescópio. Publicado em 1725, o catálogo indicava a posição de quase 3.000 estrelas. Seu método de classificação das constelações siderais em ordem crescente de ascensão levou à criação dos números Flamsteed, utilizados até hoje. Ele também provou que a gravidade de Júpiter e Saturno afeta o movimento dos dois planetas. A partir de sua análise das manchas solares, ele calculou que o período de rotação do Sol é de aproximadamente 25,25 dias.

flare

Súbita erupção de energia no disco solar (com duração de alguns minutos ou horas) da qual são emitidas radiações e partículas.

Fobos

Fobos (MI) é um satélite de Marte descoberto em 1877 por A. Hall. Seu nome significa "medo" e ele é o maior dos dois pequenos satélites de Marte. Fobos tem apenas 22,2 km de diâmetro. Sua órbita está a uma distância média de 9.000 km do planeta. Seu aspecto mais importante é uma grande cratera, chamada cratera Stickney, com 10 km de largura. Pode ser que Fobos seja um asteróide capturado.

foco principal

Ponto em que o espelho primário de um telescópio refletor foca uma imagem.

foguete

Máquina que fornece uma rápida aceleração para propulsionar pessoas e/ou equipamentos, geralmente para o espaço exterior. Gases quentes saem de um bocal fornecendo impulso. Os foguetes atuais utilizam combustível químico sólido ou líquido. Os dois apresentam vantagens. O combustível sólido é mais fácil de ser manuseado e pode ser estocado indefinidamente. Contudo, uma vez aceso, é de difícil controle. O foguete precisa consumir todo o combustível sólido antes de ser desligado. O combustível líquido, por outro lado, é controlado mais facilmente. Válvulas localizadas nos motores controlam o fluxo e direcionam a queima. Contudo, ele precisa ser bombeado no foguete antes do lançamento e ser mantido a baixas temperaturas para manter-se estável.

Fomalhaut (Alpha Piscis Austrini)

A Boca do Peixe, nome árabe que deu origem à atual constelação do Peixe Austral, simplificação da expressão Fam-al-Hout-al-Ganoubi, a boca do Peixe Austral.

fonte de rádio

Fonte extraterrestre que emite nos comprimentos das ondas de rádio. As três fontes de rádio mais intensas conhecidas são a Cassiopéia A, depois a Cygnus A e a Nebulosa do Caranguejo, também conhecida como Taurus A. Tal nomenclatura, além de designar a constelação onde está situada a fonte de rádio, informa também sobre a sua intensidade. Assim, a letra maiúscula que segue ao nome da constelação refere-se à intensidade da fonte; deste modo A significa que ela constitui a mais forte daquela constelação. As fontes de rádio se dividem em dois grupos. Na primeira classe estão as fontes de rádio associadas à Via-Láctea e na segunda classe, as fontes de origem extragaláctica. Em geral, as fontes de rádio constituem galáxias, resto de supernovas ou regiões de H II e os quasares.

Page 45: Dicionário de Astronomia

fotometria

É a medida da magnitude aparente de objetos astronômicos, como as estrelas.

fotômetro

Na Astronomia, é um instrumento usado para medir a quantidade de luz que alcança um telescópio.

fótons

São os quantum de energia eletromagnética. Isto quer dizer que o fóton é a menor unidade que forma a energia (ou radiação) eletromagnética. Os fótons são partículas com massa zero e sem carga elétrica. É importante notar que o fóton não está associado apenas à região do visível do espectro eletromagnético, ou seja, à nossa luz diária. Os raios gama são fótons de altíssima energia, não pertencentes à região do visível e, ainda assim, são fótons.

fotosfera

A parte visível do Sol. A fotosfera é composta por 300 km de gás denso a uma temperatura de 5.800 K. Grânulos visíveis na fotosfera, mostram o processo de convecção do Sol que traz os gases quentes e a energia para a superfície.

Fraunhofer, Joseph (1787-1826)

Físico alemão que estudou o espectro solar descobrindo linhas escuras que foram chamadas de linhas de Fraunhofer.

Fraunhofer, Linhas de

Linhas escuras de absorção existentes em alguns comprimentos de onda do espectro solar. Elas surgem porque o gás mais frio que vai em direção à superfície do Sol absorve radiação de certos comprimentos de onda antes de chegar à Terra. As linhas de Fraunhofer dos espectros das estrelas podem ser utilizadas para ajudar a determinar a composição das mesmas.

freqüência

Número de ondas contadas durante um determinado tempo, medidas em ciclos por segundo, ou Freqüência Hertz, que é determinada dividindo-se a velocidade de uma onda pelo seu comprimento.

fusão nuclear

A transformação de hidrogênio e hélio, com a conseqüente liberação de energia em forma de luz, calor, ondas ultravioletas, raios X e raios gama.

G Gacrux (Gamma Crucis)

Nome formado pela associação da primeira sílaba da letra grega gama com o nome latino crux da constelação.

Gagarin, Yuri Alexeievich (1934-1968)

Tornou-se o primeiro homem a contornar a Terra no espaço, a bordo da primeira cápsula da série Vostok (Oriente) em 12 de abril de 1961. Visitou o Brasil em julho de 1961, a convite do governo brasileiro, sendo alvo de homenagens oficiais e populares. Faleceu em 23 de março de 1968, vítima de um desastre com um avião MIG-15, sendo sepultado junto às muralhas do Kremlim.

Page 46: Dicionário de Astronomia

Galatéia

Galatéia é um satélite muito pequeno de Netuno que foi descoberto, em 1989, pela sonda espacial Voyager 2. Ele tem, aproximadamente, 158 km de diâmetro e sua órbita está a 61.950 km do centro de Netuno.

Galáxia

É como designamos a galáxia em que vivemos, aquela que hospeda o Sol e todo os objetos celestes que formam o Sistema Solar. Nossa Galáxia se formou a cerca de 14 bilhões de anos atrás. Ela é classificada como uma galáxia de tipo espiral, composta por uma região central, um plano galáctico (onde estão os braços espirais) e um halo esférico que a envolve completamente. A nossa Galáxia tem aproximadamente 100.000 anos-luz de diâmetro e uma espessura de 1.000 anos-luz. Ao todo existem nela cerca de 2 x 1011 estrelas o que mostra que o Sol e todo o Sistema Solar são apenas uma pequeníssima parte desta Galáxia. Nosso Sol leva cerca de 250 milhões de anos para realizar uma única órbita completa em torno do centro da Galáxia. A Terra está a cerca de 26.000 anos-luz do centro da Galáxia. Freqüentemente vemos na literatura a nossa Galáxia sendo chamada por outros nomes tais como Via Láctea ou Galáxia Via Láctea. Entretanto, reservamos o nome Via Láctea para o plano da nossa Galáxia, região onde estão situados os seus braços espirais.

galáxias

Uma galáxia é um conjunto de vários bilhões de estrelas, interagindo gravitacionalmente, poeira, gás e radiação cósmica. Todo este sistema é mantido junto pela ação da força gravitacional. Existem tipos diferentes de galáxias, classificadas pelo seu tamanho e, principalmente, pela sua forma. Os estudos das galáxias nos revelaram três tipos principais: as galáxias espirais, com a forma de um fino disco, as galáxias elípticas, que tem a forma de uma esfera alongada ou achatada, e as galáxias irregulares. Esta classificação de galáxias pela sua morfologia é conhecida como classificação de Hubble das galáxias. Existem várias centenas de bilhões de galáxias no nosso Universo, cada uma com várias centenas de bilhões de estrelas.

Galileo Galilei (1564-1642)

Astrônomo e físico italiano. O primeiro a usar um telescópio para estudar os corpos celestes. Descobridor das primeiras luas do planeta júpiter conhecidas como as quatro luas galileanas. Galileu foi um defensor da teoria heliocêntrica de Copérnico. Em reação a Galileu, a Igreja declarou heresia ensinar que a Terra se movia, e o condenou à prisão. A Igreja aferrou-se a essa posição for 350 anos, até que Galileu foi formalmente reabilitado, em 1992.

Galileu

Desde o final de 1989 as naves não tripuladas dos Estados Unidos são lançadas, já no espaço, por alguma das espaçonaves chamadas "Táxi Espacial". A sonda Galileu foi lançada, desta maneira, pela Atlantis em outubro de 1989 com destino a Júpiter. Chegou 6 anos depois e, atualmente, está monitorando sua atmosfera e magnetosfera, e traçando o mapa de seus satélites.

Galle, Johann Gottfried (1812-1910)

Astrônomo alemão que, juntamente com Heinrich Louis d'Arrest, fez, em 1846, a primeira observação de Netuno baseado nos cálculos de Le Verrier. Embora Galle tenha sido o primeiro a observar Netuno, a descoberta deste planeta é usualmente creditada a Adams, que fez um cálculo anterior. Galle também foi o descobridor do anel Crêpe (ou anel C) de Saturno em 1838.

Gamma-Ray Burst (GRB)

São erupções súbitas de raios gama que ocorrem em determinadas regiões do espaço. Estes processos podem durar tão pouco como uma fração de um segundo (centésimo de segundo) ou até um tempo razoável como vários minutos (alguns duram até 90 minutos). Não existe um consenso científico claro sobre a sua causa ou mesmo a que distância este fenômeno ocorre. Acredita-se que os GRB estão extremamente distantes de nós e devem ser causados por tremendas explosões. Eles são, provavelmente, hipernovas, ou seja supernovas excepcionalmente violentas, ou então fusões de estrelas de nêutrons ou de buracos negros. Os satélites em órbita registram aproximadamente duas vezes por dia fenômenos de GRBs.

Garnet Star (Mu Cephei)

Estrela de Granada, denominação usada por William Herschel, em virtude da sua coloração vermelho-granada. Ela foi omitida na lista de Flamsteed, talvez por ser uma estrela variável.

Page 47: Dicionário de Astronomia

Gamow, George (1904-1968)

Físico russo, naturalizado norte-americano, que em 1948 apresentou a teoria de que o Universo poderia ter se originado a partir de um estado de pressão e calor extremos, tendo subseqüentemente esfriado. Esta teoria, mais tarde, seria conhecida como a Teoria da Grande Explosão, o conhecido "Big Bang". Gamow também deu importantes contribuições nas áreas da física nuclear e sobre a constituição das estrelas.

Ganimedes

Ganimedes (JIII) é um satélite de Júpiter que foi descoberto, independentemente, em 1610 por Galileu e Simon Marius. Ganimedes é o maior satélite de Júpiter, com um diâmetro de aproximadamente 5.268 km. Mais do que isso, Ganimedes é o maior de todos os satélites do Sistema Solar e é também maior do que os planetas Mercúrio e Plutão. Ele é um dos satélites mais externos de Júpiter. Grande e gelado, sua superfície é cheia de "cicatrizes" de crateras de impacto e várias falhas paralelas. Está em órbita a uma distância média de 1.070.000 km de Júpiter. Ganimedes leva 171,75 horas, o que equivale a 7,15 dias terrestres, para completar sua órbita em torno de Júpiter.

Gauss, Carl Friedrich (1777-1855)

Matemático e astrônomo alemão que realizou contribuições fundamentais nestas duas ciências. Seus trabalhos em Mecânica Celeste levaram-no a importantes descobertas no campo de soluções de equações diferenciais. Seus trabalhos envolviam o rigoroso tratamento de séries e das funções hipergeométricas, teoria do potencial, geometria diferencial, etc. Sua produção científica era enorme: em um período de apenas 10 anos, entre 1820 e 1830, Gauss publicou mais de 70 trabalhos científicos.

Giansar (Lambda Draconis)

Os Gêmeos, denominação oriunda do árabe Al Jauza, que deu as variantes Giansar e Giauzar.

Giedi (Alpha Capricorni)

A Cabra, nome oriundo da constelação árabe Al Jady, a Cabra, que usualmente se escreve Algedi.

Gienah (Epsilon Cygni)

A Asa, nome árabe que designa a asa direita do Cisne.

Gienah (Gamma Corvi)

A Asa, nome empregado por Ulug Beg que o teria retirado da expressão árabe Al Janah al Grurab al Aiman, a Asa direita do Corvo.

gigante azul

Estrelas grandes, quentes e brilhantes, com tamanho dez vezes superior ao do Sol, temperatura de 36.000º F (ou 20.000 K) e brilho equivalente ao de 20.000 sóis. As Plêiades são um exemplo de estrelas gigantes azuis. Por serem tão grandes e quentes, estas estrelas se queimam e morrem relativamente rápido.

gigante vermelha

Um dos últimos estágios no ciclo de vida sideral quando o núcleo de uma estrela da seqüência principal perde todo o oxigênio e morre. Após o colapso, o núcleo fica quente o suficiente para fundir o hélio em carbono. Há a liberação de energia a partir do núcleo o que faz com que as camadas externas da estrela se expandam alcançando 10 a 100 vezes o diâmetro do Sol A superfície destas estrelas se resfria até 2.000/3.000 K e brilha tanto quanto 100 sóis. Exemplos de gigantes vermelhas: Betelgeuse, Arcturus e Aldebarã.

Girtab (Kappa Scorpii)

Mordedor, designação de origem árabe utilizada também para as estrelas Iota, Lambda e Epsilon da constelação do Escorpião.

Glenn, John Herschel Jr. (1912)

Primeiro americano a orbitar a Terra, circundando-a três vezes na nave Friendship 7. O vôo, que aconteceu no dia 20 de fevereiro de 1962, durou 4 horas, 55 minutos e 23 segundos, a uma distância da Terra que variou entre 159 km e 261 km.

Page 48: Dicionário de Astronomia

glóbulo

Nuvens de gás e poeira, em forma de esfera ou charuto, que são iluminadas por estrelas ou nebulosas luminosas vizinhas. Seu tamanho varia entre o dos pequenos glóbulos de Bok, cujo tamanho é similar ao do nosso sistema solar e cuja massa é similar à do Sol, e o dos glóbulos grandes que se localizam a poucos anos-luz de distância e possuem massa igual à de muitos sóis.

Goddard, Robert Hutchings (1882-1945)

Americano que, em 1935, construiu e lançou o primeiro foguete abastecido com combustível líquido, cuja velocidade ultrapassou a do som. Robert Goddard, Konstantin Tsiolkovsky e Hermann Oberth, três pessoas apaixonadas pelos vôos espaciais, desenvolveram, independentemente, a teoria da propulsão dos foguetes.

GMT (Greenwich Mean Time)

Também conhecido como Tempo Universal, corresponde ao tempo solar médio referido a um meridiano origem, que por convenção é o meridiano de Greenwich. Para converter de GMT para a hora de Brasília, deve-se subtrair 3 horas (ou 2 horas quando em horário de verão).

Gomeisa (Beta Canis Minoris)

A Chorosa, nome árabe proveniente da lenda que relata que Gomeisa chorou, ao lado de Prócion, a morte de Rigel.

grade de difração

Aparelho com uma série fendas paralelas que separam a luz em seu espectro de cores. Quando se olha a parte posterior de um CD (Disco), vê-se o mesmo processo quando a luz incide sobre ele formando um arco-íris.

Graffias (Beta Scorpii)

O Carneiro, nome árabe da constelação de Áries.

grande mancha vermelha

Sistema de tempestade anticiclônica, situada a 24º ao sul do Equador de Júpiter que foi vista pela primeira vez por Giovanni Cassini em 1666. Este ciclone elíptico, com 22.000 km de comprimento, é grande o suficiente para engolir três Terras. Sua cor alterna-se caoticamente entre o laranja, o vermelho e o creme. Ele parece ser a única característica atmosférica permanente de Júpiter.

Grande Matriz de Telescópios (VBLA - Very Long Baseline Array)

Rede composta por dez radiotelescópios, situados desde o Havaí até o nordeste do Canadá. As antenas são unidas por um computador, gerando uma resolução de 0,2 milisegundos de arco.

Grande Matriz de Antenas (VLA - Very Large Array)

O maior e mais sensível telescópio que existe. Ele está localizado a 64 km a oeste de Sorocco, Novo México. Suas 27 bandejas móveis podem ser ajustadas, pois elas estão colocadas sobre trilhos que formam um Y. Cada braço do Y tem 21 km de comprimento. Estas antenas podem captar sinais de ondas com comprimentos de até um centímetro. Com a síntese de sua abertura, esta rede atinge uma resolução equivalente a de um grande telescópio de 27 km de diâmetro.

Grande Telescópio (VLT - Very Large Telescope)

Arranjo de vários telescópios menores que trabalham em conjunto como se fossem um grande telescópio.

grandeza

Antiga medida do brilho das estrelas, substituída por magnitude. Hoje, o termo "grandeza" só é correto como licença poética.

granulação

Característica da fotosfera solar que surge a partir das células de convecção e que é responsável pelo brilho da fotosfera. Este fenômeno é provocado pelos gases quentes que emanam do Sol e os gases frios que vão em direção à superfície. Os grânulos são como cintos de convecção, sempre liberando gás quente que perdura por poucos minutos. O tamanho dos grânulos varia entre 300 e 1.500 km. Seu núcleo, de onde emanam os gases, é muito brilhante, e suas beiradas, onde caem os gases frios, é escuro.

Page 49: Dicionário de Astronomia

gravidade

Manifestação terrestre da atração universal. Tendência dos corpos em dirigir-se ao centro da Terra, quando termina a causa que o impede.

Greenwich, Observatório Real de

A mais antiga Instituição Científica Britânica, fundada em 1675 pelo Rei Carlos II. O observatório de Greenwich, na Inglaterra, foi construído para estudar a Lua e fazer mapas das estrelas com o intuito de ajudar os navegantes. Seus diretores recebiam o título de Astrônomo Real. Porém em 1972, isto mudou porque os deveres dos diretores foram separados daqueles do Astrônomo Real. Posteriormente, o Observatório de Greenwich dedicou-se a estudar o tempo. A hora média de Greenwich tornou-se a horário padrão para o mundo da astronomia. Além disso, em 1884, o meridiano de Greenwich tornou-se o meridiano principal a partir do qual são medidas todas as outras longitudes. Devido às nuvens de fumaça e à poluição de luzes, o observatório foi transferido para Sussex em 1958. Atualmente ele abriga o telescópio refletor de 250 cm de Isaac Newton.

Grissom, Virgil Ivan "Gus"(1926-1967)

Astronauta americano que foi a primeira pessoa a participar de dois vôos espaciais. Em 21 de julho de 1961, durante o segundo lançamento da série Mercúrio, ele efetuou um vôo suborbital. Em 23 de março de 1965, juntamente com John Young, ele efetuou o primeiro vôo tripulado do projeto Gemini. Grissom havia sido escalado para o primeiro vôo da Apolo, porém ele, Roger Chaffee e Edward White faleceram num incêndio durante um treino de contagem regressiva no dia 27 de janeiro de 1967.

Grumium (Xi Draconis)

Maxilar, barbarismo de origem árabe, encontrado no Almagesto de 1515, para designar a mandíbula do Camelo.

Grupo Local (de galáxias)

É o aglomerado de galáxias ao qual a nossa Galáxia pertence. O Grupo Local é um grupo de aproximadamente 30 galáxias com um diâmetro de 5 milhões de anos-luz, aproximadamente. As maiores galáxias pertencentes ao Grupo Local são Andrômeda, Triangulum e a nossa Galáxia. O centro do Grupo Local está grosseiramente entre a nossa Galáxia e a galáxia de Andrômeda (também conhecida como M31).

H Hadar (Beta Centauri)

Base, nome de origem árabe.

Hale, George Ellery (1868-1938)

Astrônomo americano que fundou os observatórios de Monte Palomar, Monte Wilson e Yerkes, o qual teve importante participação na criação da astrofísica. Ele também foi responsável pelo projeto de alguns dos maiores telescópios do mundo, tal como o telescópio refletor de 508 cm (200 polegadas), que ele construiu para estudar as demais galáxias além da Via Láctea.

Hale, Observatórios

São os observatórios de Monte Palomar e Monte Wilson que foram fundados por Hale e batizados com seu nome em 1970. O Observatório de Monte Palomar é dirigido pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia e o de Monte Wilson pela Instituição Carnegie de Washington. O Observatório do Monte Palomar, situado próximo a San Diego, a 1.706 m de altitude, inaugurou seu principal telescópio de 508 cm (200 polegadas), do tipo refletor Hale, em 1948. Seu telescópio Schmidt de 183 cm (72 polegadas) foi utilizado na produção do atlas fotográfico "Sky Survey". O Observatório de Monte Wilson, onde Hale iniciou suas observações em 1904, inaugurou seu telescópio Hooker de 254 cm (100 polegadas) em 1917, porém seu desempenho foi muito prejudicado devido à proximidade das luzes da cidade de Los Angeles.

Hall, Asaph (1829-1907)

Astrônomo americano que descobriu as duas luas de Marte, Deimos e Fobos em 11 e 17 de agosto de 1877, respectivamente. Hall tornou-se um expert nos satélites de nosso sistema solar. Em 1892, Hall demonstrou que as duas estrelas de 61 Cygni orbitam uma a outra.

Page 50: Dicionário de Astronomia

Halley, Cometa de

Primeiro cometa a ser identificado como periódico (que volta regularmente ao Sol). Halley percebeu que os cometas que apareceram em 1531, 1607 e 1682 eram na verdade o mesmo cometa que descrevia uma órbita de 76 anos, e previu que ele retornaria por volta de 1758. Hoje em dia sabe-se que este cometa foi visto diversas vezes antes de 1531, sendo a primeira vez em 240 AC. Em 1910, o cometa aproximou-se o suficiente da Terra para que sua cauda fosse vista. Em 1986 ele foi visto novamente e deverá reaparecer em 2061 e 2137. Durante sua passagem em 1986 as espaçonaves Vega 1, Vega 2 e Giotto observaram o cometa e concluíram que o tamanho de seu núcleo é de 15 x 8 km, sua temperatura de aproximadamente 330 K e que ele expele poeira, gás e gelo.

Halley, Edmund (1656-1742)

Astrônomo inglês que aplicou as leis do movimento de Newton aos dados de cometas históricos e previu corretamente o reaparecimento do cometa que leva seu nome. Em 1678 publicou o primeiro catálogo de estrelas do hemisfério sul baseado em observações feitas com telescópios. Em 1679, sugeriu a utilização das observações de Vênus cruzando a face do Sol para determinar o tamanho de nosso sistema solar e previu seus movimentos, que foram confirmados em 1761 e 1769. Em 1705, publicou "A Synopsis of the Astronomy of the Comets" (Uma Sinopse da Astronomia dos Cometas), que incluía a órbita do cometa Halley e de outros 23 cometas. Em 1718 ele percebeu que as estrelas Aldebaran, Arcturus e Sirius haviam se afastado da posição descrita por Ptolomeu, provando a existência do movimento próprio destas estrelas.

halo

Grande anel ao redor do Sol ou da Lua (geralmente com raio de 22º) que é provocado pela luz que refrata através dos cristais de gelo das nuvens altas.

halo galáctico

Região do espaço que envolve uma galáxia e que tem pequena densidade estelar e forma esférica. Ele engloba o disco, no qual se distribuem os aglomerados globulares assim como determinadas estrelas da população II.

Hamal (Alpha Arietis)

Carneiro, nome árabe que no início foi empregado para designar a constelação.

Han (Zeta Ophiuchi)

Han, nome de origem chinesa que denominava um velho Estado feudal da China.

Harvard, Observatório da Universidade de

Prédio da Universidade de Harvard, fundado em 1839. Em 1973, tornou-se parte do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian quando uniu-se ao Observatório Astrofísico Smithsonian.

Hawking, Stephen William (1942)

Físico britânico que se dedica ao estudo da relatividade e de objetos estranhos como os buracos negros. Ele acredita na existência de mini buracos negros, que se desintegrariam ocasionalmente devido à perda de radiação (eventualmente eles perderiam toda sua energia). Hawking escreveu diversos livros dentre os quais "A Brief History of Time" (Uma Breve História do Tempo) que analisa as origens do Universo.

Helene

Helene (SXII) é um dos menores satélites de Saturno. Foi descoberto em 1980 por P. Laques e J. Lecacheux. Sua órbita está a aproximadamente 377.400 km de Saturno e seu período orbital é de 2,74 dias. Helene conduz Dione por 60o.

hélio

Segundo elemento mais abundante e leve do Universo. Aproximadamente 15% do hélio intersideral foi criado através da fusão nas estrelas e espalhado por todo o Universo pelas supernovas. O restante do hélio foi deixado pelo Big Bang.

heliômetro

Instrumento construído pelo astrônomo francês P. Bourguer (1698-1758), e destinado, no começo, a medir o diâmetro aparente do Sol, donde o seu nome. Compõe-se de uma luneta cuja objetiva foi cortada diametralmente; as duas metades

Page 51: Dicionário de Astronomia

dessa objetiva são justapostas e comandadas por um ou dois parafusos micrométricos, servindo, assim, para determinar a posição relativa entre dois astros ou acidentes muito próximos.

heliosfera

Espaço dentro dos limites da heliopausa que contém o Sol e o sistema solar.

hemisfério

Cada uma das duas metades de um corpo esférico ou esferoidal, limitadas por um plano sensivelmente diametral. Na Terra, o equador é a linha imaginária que delimita os hemisférios norte e sul. Na esfera celeste, há o equador celeste com função semelhante.

hemisfério austral

Hemisfério sul.

hemisfério boreal

Hemisfério norte.

hemisfério norte

Uma das metades da esfera celeste, ou de um corpo em rotação, limitado por um equador e que contém o pólo norte.

hemisfério sul

Uma das metades da esfera celeste, ou de um corpo em rotação, limitado por um equador e que contém o pólo sul.

Henry Draper Catalogue

Este é outro catálogo comumente usado. Ele foi compilado por volta de 1920 por Annie J. Cannon, trabalho este que, mais tarde, foi ampliado por Margaret W. Mayall. No catálogo Henry Draper cada estrela é classificada pelo seu espectro estelar. As estrelas são listadas pelos seus números "HD" tirado deste catálogo. Por exemplo HD 87901. No entanto, preste atenção na classificação. Por exemplo, a estrela Vega é classificada como HD 172167. Note que o tipo espectral não está incluído no número HD.

Heracleides Ponticus (388-315 a.C.)

Astrônomo grego que foi a primeira pessoa a propor que Mercúrio e Vênus poderiam orbitar o Sol, já que estes dois planetas estão situados próximos a ele. Também acreditava que a Terra girava sobre um eixo. Apesar de suas idéias terem sido ignoradas em sua época, mais tarde elas influenciaram os astrônomos, inclusive Copérnico.

Herschel, William (1738-1822)

Astrônomo natural de Hanover, Inglaterra, é considerado o fundador da Astronomia Sideral, pela sua sistemática, ampla e profícua observação que fez de estrelas, galáxias e nebulosas. Em 1781, tornou-se famoso quando, na terceira vez em que observava o céu, descobriu Urano, o primeiro planeta a ser descoberto desde os tempos da pré-história. Em 1758, com financiamento do Rei, ele construiu o maior telescópio da época (122 cm). Ele também analisou mais de 3.000 seções do céu, descobriu que o cinturão que forma a Via Láctea é composto de estrelas e desenvolveu uma teoria sobre o aparecimento das estrelas.

Hertzsprung, Ejnar (1873-1967)

Astrônomo dinamarquês que descobriu que as estrelas podem ser divididas em diversas categorias e demonstrou que a cor e a luminosidade das seqüências de estrelas estão relacionadas. Quando ele confeccionou um plano para o brilho e a luminosidade das estrelas num gráfico, descobriu que a maior parte das estrelas se localizam na faixa diagonal chamada atualmente de seqüência principal.

Hertzsprung-Russel, Diagrama

Gráfico desenvolvido independentemente por Ejnar Hertzsprung e Henry Norris Russell no início deste século, comparando o brilho das estrelas versus sua temperatura. Gráficos similares que utilizam a cor ao invés da temperatura são chamados de Diagramas de Cor vs Magnitude. Se o espectro de uma estrela é conhecido, qualquer um dos dois gráficos pode ser utilizado para determinar sua magnitude absoluta e sua distância. Também a idade relativa da estrela (estágio de evolução) pode ser definida através destes gráficos.

Page 52: Dicionário de Astronomia

Hevelius, Johannes (1611-1687)

Astrônomo alemão que publicou o primeiro mapa da Lua. Ele também publicou um atlas celeste introduzindo várias constelações, entre elas Canes Venatici, Lacerta, Lynx, Sextans, etc.

Hewish, Antony (1924)

Astrofísico britânico que, em conjunto com Jocelyn Bell, descobriu os pulsares e, em 1968, os definiu como estrelas de nêutrons em rotação. Em 1974, ganhou o Prêmio Nobel de Física, o primeiro a ser dado a um astrônomo observacional.

hidrogênio

Elemento que existe em maior quantidade no Universo, sendo também o mais leve. Existe quase um átomo de hidrogênio, que é composto por um próton contendo um único elétron, em cada 5 centímetros cúbicos de espaço intersideral. Ele pode existir sob três formas: íons (HII), onde cada átomo teve seu elétron tirado, moléculas (H2), onde dois átomos de hidrogênio se juntaram, e átomos neutros (HI) contendo todos seus elétrons. O hidrogênio possui dois isótopos chamados deutério e trítio.

Himalia

Himalia (JVI) é um satélite de Júpiter e foi descoberto em 1904 por C. Perrine. É o 10o satélite de Júpiter e muito pouco se sabe sobre ele. Tem 170 km de diâmetro e está em órbita a 11.480.000 km deste planeta. Himalia realiza uma volta completa em torno de Júpiter no período de 250,5662 dias terrestres.

Hiparco (190-120 a.C.)

Considerado o maior astrônomo da era pré-cristã, Hiparco nasceu em Nicéia, na Bitínia, região noroeste da Ásia Menor. Compilou um catálogo com a posição e o brilho de 850 estrelas; deduziu corretamente a direção dos pólos celestes e a variação da direção do eixo de rotação da Terra devido à influência gravitacional da Lua e do Sol (precessão), introduziu o conceito de grandeza, associado ao brilho (e não as dimensões) das estrelas, entre outros feitos importantes.

hipérbole

Curva aberta e simétrica que se forma quando cortamos um cone. Um corpo celeste que apresenta uma órbita hiperbólica ao redor do Sol, passará por ele uma única vez sem jamais retornar.

Hiperion

Hiperion (SVII) é um satélite de Saturno e foi descoberto, em 1848, por W. e G. Bond e por W. Lassell. Ele tem um período rotacional variável e sua superfície está marcada por crateras. De todos os corpos do Sistema Solar, Hiperion é o maior corpo de forma irregular entre todos que conhecemos. Hiperion está em órbita a aproximadamente 1.481.100 km de Saturno e tem um período orbital de 21,27 dias.

hipernova

A hipernova é o enorme colapso de uma estrela supergigante e sua subseqüente explosão, o que pode, eventualmente, levar à formação de um buraco negro. Está explosão é muito maior do que a de uma supernova e é acompanhada por um gamma-ray burst.

Hipótese de Gaia

Esta hipótese, que tem o nome da deusa grega Gaia que representa a Terra, sustenta que o nosso planeta, como um todo, deve ser considerado como um organismo vivo e que os processos biológicos estabilizam o meio ambiente. Esta hipótese foi primeiro apresentada pelo biólogo britânico James Lovelock em 1969.

Homam (Zeta Pegasi)

A Sorte do Herói, nome árabe que faz alusão ao herói mitológico Perseu, que voou no Cavalo Alado conduzindo a cabeça da Medusa após vencer o monstro.

hora solar

Horário determinado pela posição do Sol no céu. A hora solar tem por base a posição do Sol, enquanto o hora sideral se baseia na posição das estrelas do fundo. A hora sideral é mais acurada, sendo a utilizada nos observatórios. O hora solar aparente, como mostrada num relógio solar, não segue um ritmo constante porque a inclinação axial e a órbita excêntrica da Terra provocam variações. O horário marcado pelos relógios na Terra é a hora solar média, a qual desconsidera as variações descritas.

Page 53: Dicionário de Astronomia

hora universal

O mesmo que Hora Média de Greenwich. Ela é o horário padrão utilizado pelos astrônomos para calcular acontecimentos como os eclipses e os trânsitos. A hora universal é baseada no movimento do Sol e está matematicamente ligada à hora sideral. Os astrônomos mantêm a hora universal em sincronia com a hora sideral curta através das correções dos segundos.

horizonte de eventos

Área que cerca um buraco negro definida pelo raio de Schwarzschild. A luz emitida nesta região não consegue escapar devido à força gravitacional do buraco negro. A velocidade de escape dentro do horizonte de eventos é superior à velocidade da luz.

Hoyle, Sir Fred (1915)

Astrônomo britânico que apoiava a Teoria do Estado Imutável, que diz que o Universo sempre foi e sempre será igual e, que a medida em que ele se expande, há a criação de matéria para preencher as lacunas.

HST (Hubble Space Telescope)

O Telescópio Espacial Hubble é um satélite observatório que a European Space Agency (ESA) e a National Aeronautics and Space Administration (NASA) colocaram em órbita em torno da Terra. O Hubble Space Telescope é um telescópio refletor com um espelho de 2,4 metros que foi colocado em uma órbita baixa em torno da Terra, a 600 quilômetros de altura, pela tripulação do Space Shuttle Discovery (STS-31) em 25 de abril de 1990. Sua missão é realizar observações do Universo em comprimentos de onda que vão do ultravioleta ao infravermelho. Este amplo espectro de observação pode ser alcançado porque o telescópio Hubble está localizado fora da atmosfera da Terra. O sucesso do HST é inquestionável. Suas fotos tem mostrados detalhes incríveis, jamais imaginados, dos mais variados objetos celestes. Os resultados científicos obtidos a partir de dados conseguidos pelo HST o transformaram em uma das mais bem sucedidas missões espaciais. A responsabilidade pela condução e coordenação das operações científicas do Hubble Space Telescope estão com o Space Telescope Science Institute (STScI) na Johns Hopkins University Homewood Campus em Baltimore, Maryland, Estados Unidos.

Hubble, Constante de

Medida equivalente à velocidade em que uma a galáxia se distancia da Terra dividida pela distância da Terra. Assumindo-se que o Universo está em expansão, os astrônomos acreditam que as galáxias mais distantes retrocedem mais rapidamente do que as que se situam mais próximas.

Hubble, Edwin Powell (1889-1953)

Astrônomo norte-americano que descobriu a expansão do universo e postulou também que a luminosidade das galáxias era tanto menor quanto mais rapidamente se distanciavam de nós. Hubble deduziu uma proporcionalidade entre a distância de uma galáxia e a sua velocidade de afastamento.

Hubble, Variável Nebular de

Nebulosa gasosa situada na constelação do Unicórnio, descoberta por Sir William Herschel em 1783. Esta nebulosa se sobressai devido às variações nos detalhes nebulares que se alteram a cada noite.

Huygens, Christian (1629-1695)

Físico, matemático e astrônomo holandês que aperfeiçoou o telescópio, descobriu Titã, o maior satélite de Saturno e a separação dos anéis desse planeta. Foi ele que desenvolveu a teoria ondulatória da luz.

Hyadum (Delta Tauri)

Segunda do Touro.

Hyadum (Lambda Tauri)

Primeira do Touro, nome de origem latina empregado para designar as estrelas do aglomerado das Hyades. O mais correto é Prima Hyadum, forma usada por Flamsteed.

Page 54: Dicionário de Astronomia

I Iapetus

Iapetus (SVIII) é um satélite de Saturno e foi descoberto em 1671 por G. D. Cassini. É um satélite rochoso, parcialmente brilhante e de cor avermelhada, com uma superfície marcada por crateras. Ele tem um diâmetro de aproximadamente 1.420 km e está em órbita em torno de Saturno a 3.561.300 km de distância. Seu período orbital é de 79 dias.

IAU

Sigla de International Astronomical Union (União Astronômica Internacional). Fundada em 1919 a IAU tem como missão promover a ciência da astronomia em todos os seus aspectos através de cooperação internacional. Seus membros individuais são astrônomos profissionais de todo o mundo, com o título de PhD e ativos tanto na pesquisa como na educação em astronomia. Atualmente a IAU possui mais de 8.300 membros individuais e 66 países membros. A IAU promove congressos, encontros e escolas científicas em diversas partes do mundo sobre os mais variados temas de pesquisa astronômica. Estas atividades estão publicadas em uma longa seqüência de livros que já passa de 200 volumes.

impulso específico

Taxa de desempenho do motor do foguete. Os engenheiros calculam esta taxa dividindo a potência de empuxo do motor pelo peso do combustível consumido por segundo. Isto fornece o tempo que uma unidade de combustível produzirá empuxo. Quanto maior for o impulso específico de um motor, mais eficaz será sua queima.

inclinação orbital

É o angulo entre o plano de uma órbita e o plano da eclíptica. A inclinação orbital é representada pela letra "i".

Index Catalogs

Os Index Catalogs são dois catálogos suplementares ao New General Catalogue. Eles listam nebulosas e aglomerados de estrelas dando a eles um número IC. Estes suplementos foram publicados em 1895 e 1908.

infravermelho

Esta é uma região (ou banda) do espectro eletromagnético que está situada entre as regiões do visível e a de microondas. Deste modo, a radiação infravermelha é uma radiação eletromagnética com comprimentos de onda longos, não sendo percebida pelo olho humano. Dizemos que esta radiação é "vermelha" demais para ser percebida visualmente por nós. No entanto, nós sentimos a presença de ondas de radiação infravermelha por meio do calor. Alguns animais, tais como as cobras, enxergam neste intervalo de comprimentos de onda, percebendo o calor emitido pelas suas futuras presas. Para a Astronomia esta região espectral é muito importante. A radiação infravermelha é emitida por nuvens frias de poeira interestelar, estrelas frias e galáxias que estão formando estrelas. No entanto, o vapor da água presente na atmosfera da Terra absorve fortemente esta radiação, ou seja, aquela com comprimentos de onda que está além daquele da luz vermelha visível. Isto torna muito difícil a observação, nesta região do espectro, se utilizarmos telescópios localizados na superfície da Terra. Para realizar observações na região espectral do infravermelho utilizamos ou satélites artificiais ou observatórios aerotransportados.

INPE

Sigla de Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, agência espacial brasileira.

interferometria

Técnica experimental que faz uso de um interferômetro para medir um parâmetro físico.

Page 55: Dicionário de Astronomia

interferometro

Equipamento de medição no qual um feixe da radiação eletromagnética é dividido e subseqüentemente recombinado depois de se deslocar por trajetórias de comprimentos diferentes. Os feixes então interferem e produzem um padrão de interferência. Este padrão pode ser usado para medir uma ampla variedade de parâmetros físicos.

interferômetro Speckle

Método que permite uma melhor resolução das imagens geradas por observatórios terrestres. Se forem tiradas diversas fotografias, um laser poderá detectar as interferências e criar um gabarito. Depois, um computador une as fotos formando uma imagem nítida. Com este método podem ser obtidas resoluções de 0,01 segundo de arco.

Intrometida (Epsilon Crucis)

Designação brasileira para a estrela situada abaixo do braço direito da Cruz.

Io

Io (JI) é um satélite de Júpiter descoberto, independentemente, em 1610, por Galileu e Simon Marius. Dos quatro grandes satélites de Júpiter, Io é o mais próximo do planeta e o terceiro maior, com um diâmetro de 3.636 km. Ele está a uma distancia média de Júpiter de 422.000 km e leva 1,77 dias para realizar uma órbita em torno deste planeta. Io é um satélite grande, rochoso e vulcanicamente ativo. Seus vulcões lançam enxofre derretido, fazendo de Io um satélite muito colorido.

ion

Do grego ienai, ir-se. Partícula eletrizada que se forma quando um átomo perde ou adquire elétrons. Sendo ionização o nome deste processo.

ionosfera

Camada da atmosfera caracterizada pela ionização dos gases ali contidos, bombardeados constantemente pelos raios cósmicos e pelas radiações solares. Na Terra, começa a cerca de 60 km de altitude e se estende além dos 450 km.

Izar (Epsilon Bootis)

O Véu, nome árabe que se refere ao véu da Cabeleira de Berenice.

J Jabbah (Delta Scorpii)

A Frente, nome de origem árabe.

Jansky, Karl Guthe (1905-1950)

Engenheiro de rádio norte-americano que descobriu em 1932, na constelação de Sagitário, um ruído análogo a uma fraca estática de rádio. Essa descoberta deu origem à radioastronomia.

Janus

Janus (SX) é um dos menores satélites de Saturno e foi descoberto em 1966 por Audouin Dollfus. É um satélite gelado, fortemente craterizado, com um diâmetro aproximado de 298 km. Ele está em órbita a uma distância média de 151.472 km de Saturno e tem um período de revolução em torno de Saturno de aproximadamente 18 horas. Janus compartilha sua órbita com Epimeteus estando os dois satélites separados somente por cerca de 50 km. Uma vez a cada 4 anos eles se aproximam e mudam suas órbitas.

joviano

Relativo ao planeta Júpiter.

Page 56: Dicionário de Astronomia

Juliet

Satélite de Urano descoberto em 1986 pela sonda espacial Voyager 2.

Júpiter

O maior planeta do sistema solar, com um diâmetro 11 vezes maior que o da Terra e uma massa 318 vezes superior. É visível à vista desarmada como uma estrela de magnitude -2,5 no momento de máximo brilho, e, observado ao telescópio, apresenta a forma de um disco achatado e atravessado por faixas escuras paralelas ao equador, que delimitam entre si zonas mais claras. No interior de tais faixas se observam marcas superficiais de formas irregulares e coloração particular; duas dessas formações se distinguem das restantes: a Mancha Vermelha e a Perturbação Austral. Os satélites mais notáveis de Júpiter são: Io, Europa, Ganimedes e Calisto.

Jy

Sigla de Jansky, unidade de densidade do fluxo de radioemissão (usada em radioastronomia).

K Kaffaljidhma (Gamma Ceti)

A Cabeça da Baleia, nome árabe, inicialmente empregado para designar toda a constelação, mas que depois passou a ser usado somente para esta estrela.

Kaus Australis (Epsilon Sagittarii)

Sul do Arco, expressão árabe destinada a designar a região austral do arco e flecha do Sagitário.

Kaus Borealis (Lambda Sagittarii)

Norte do Arco. Veja Kaus Australis.

Kaus Meridionalis (Delta Sagittarii)

Meio do Arco, expressão árabe.

Keid (Omicron Eridani)

Ovos, nome árabe proveniente da expressão Al Kaid.

Ke Kwan (Beta Lupi)

Oficial Cavaleiro, denominação de origem chinesa.

Kelaine (16 Tauri)

Quelaine, uma das filhas das Plêiades.

kelvin

Unidade de temperatura no sistema internacional. Por definição, a temperatura de zero kelvin (o ponto zero da escala kelvin) é colocada no zero absoluto, e equivale a -273,16°C (ou seja, 273,16 graus centígrados negativos). Uma diferença de um kelvin é igual à diferença de um grau centígrado, daí, para converter graus centígrados em kelvin, soma-se 273,16 à temperatura em graus centígrados. Inversamente, para converter kelvin em graus centígrados, subtrai-se 273,16 da temperatura em kelvin. A abreviatura de kelvin é K (a letra k maiúscula).

Kepler, Johannes (1571-1630)

Astrônomo e matemático alemão que descobriu o verdadeiro formato das órbitas planetárias. Em 1601 Kepler substituiu Tycho Brahe como matemático imperial em Benatek, um observatório próximo a Praga. Utilizando as descrições acuradas de Brahe, Kepler tentou explicar os movimentos orbitais dos planetas. Primeiramente focou sua atenção em Marte. Como Kepler acreditava na existência de uma ordem divina no Universo que poderia ser expressa em termos matemáticos, ele tentou

Page 57: Dicionário de Astronomia

descrever o mundo de uma forma matemática. Porém ele não conseguiu encaixar a órbita de Marte em qual quer fórmula matemática, já que insistiu em descrever a órbita de Marte como sendo circular e com velocidade constante. Após inúmeras tentativas, ele descobriu que uma elipse, com o Sol no centro, descrevia perfeitamente a órbita de Marte. Apesar do uso da elipse se opor à astronomia deixada por Ptolomeu (pois Ptolomeu acreditava que os círculos eram uma forma divina e, como os planetas eram divinos, eles se movimentariam em círculos), a utilização desta primeira elipse permitiu que Keppler previsse com precisão o movimento dos planetas. Em 1609 ele publicou suas descobertas no livro "Astronomia Nova" (Nova Astronomia). Após descobrir que as órbitas planetárias eram elípticas, ele descobriu que a duração da órbita de um planeta depende de sua distância com relação ao Sol e que sua velocidade não é constante. Mais tarde, Kepler trabalhou com a teoria óptica e projetou um telescópio que foi muito bem aceito.

Kepler, Leis de

Três leis, escritas por Kepler, que governam a movimentação planetária:

1. Todo planeta se movimenta numa elipse em torno do Sol, o qual se encontra num dos focos. 2. O raio vetor de um planeta, ou seja, a linha de ligação planeta-Sol, percorre áreas iguais em períodos iguais. 3. Há uma equação fixa, p2 = a3 (onde p é o período orbital e a é o comprimento da eixo principal), que determina o

período orbital de um planeta. Os planetas mais distantes levam mais tempo para completar sua órbita.

Kiffa Australis (Alpha Librae)

O Cesto austral, nome árabe que designa o cesto ou prato austral da constelação da Balança.

Kiffa Borealis (Beta Librae)

O Cesto boreal, nome árabe para o cesto ou prato boreal da constelação da Balança.

Kirkwood, Lacunas de

Lacunas localizadas no cinturão de asteróides onde há poucos ou nenhum asteróide. Daniel Kirwood explicou estas lacunas mostrando que elas se situam a uma distância específica de Júpiter, o que faria com que qualquer objeto orbitando em sua zona fosse arrancado de sua órbita.

Kitalpha (Alpha Equulei)

A Pequena Égua, nome do asterismo em árabe.

Kitt Peak, Observatório Nacional de

Observatório localizado próximo a Tucson, no Arizona onde está a maior coleção de telescópios de observação do mundo. O maior telescópio da coleção é o Mayall, com 4 metros.

Kochab (Beta Ursae Minoris)

A Estrela do Norte, nome árabe para indicar a estrela mais importante do Hemisfério Norte.

Kornéforos (Beta Herculis)

Aquele Que Empunha a Clava, nome grego.

Kowal, Charles T. (1940)

Astrônomo americano, descobriu Leda e o objeto 2060 Chiron (aka 95 P/Chiron).

kparsec

Múltiplo de parsec. Um quiloparsec (kparsec) é igual a 1 mil parsecs, ou seja, igual a 3.260 anos-luz.

Kuiper, Gerard Peter (1905-1973)

Astrônomo de origem holandesa que realizou numerosas investigações no campo da Astronomia planetária. Kuiper descobriu a atmosfera de metano de Titã, maior lua de Saturno, Miranda, satélite de Urano e Nereida, satélite de Netuno. Seu nome está associado a uma região localizada além de Plutão, conhecida como cinturão de Kuiper.

Page 58: Dicionário de Astronomia

L Lacaille, Nicolas Louis

Astrônomo e sacerdote francês, assistente do Observatório de Paris, com atuação exemplar no catálogo de estrelas, em ambos os hemisférios, principalmente o austral. Introduziu 14 novas constelações.

Lagrange, Joseph Louis (1736-1813)

Matemático e astrônomo francês; fez inúmeras contribuições para o estudo da mecânica celestial. Lagrange mostrou que três corpos podem ficar nos vértices de um triângulo equilátero que gire em torno de seu plano. Se um dos corpos for suficientemente maciço em relação aos outros dois, então a configuração triangular é estável. Tais corpos são às vezes chamados de troianos. O vértice dianteiro do triângulo é conhecido como ponto dianteiro de Lagrange ou L4; o vértice traseiro é o ponto traseiro de Lagrange ou Lr.

Landsat

Seis satélites da NASA, transportando vários tipos de câmaras e sensores infravermelhos usados para pesquisar os recursos da Terra e equipados para monitorar as condições atmosféricas e oceânicas e detectar variações nos níveis de poluição.

Laplace, Pierre-Simon (1749-1827)

Notável físico e matemático francês, ajudou a tornar precisa e convincente a adequação entre as observações astronômicas e os resultados das deduções da teoria newtoniana, reduzindo também a defasagem entre as leis do movimento planetário e a lei da gravitação.

Larissa

Larissa é um pequenino satélite de Netuno descoberto, em 1989, pela sonda espacial Voyager 2. Ele está em órbita a 73.550 km do centro de Netuno e tem dimensões aproximadas de 104 x 89 km.

laser

Nome formado pelas primeiras letras de "Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation"(Amplificação de Luz por Emissão Estimulada de Irradiação). Os lasers trabalham com o fato dos átomos absorverem apenas uma certa quantidade de luz antes de seus elétrons mudarem para um nível mais alto de energia. Quando um fóton com um determinado nível de energia brilha num átomo num estado agitado, ele pode estimular o átomo a liberar um fóton idêntico. Este segundo fóton se movimenta na mesma direção, e com a mesma energia, que o primeiro. A energia bombeada por um equipamento gerador de laser coloca os átomos num estágio de energia mais alto. Então usam-se espelhos para refletir os fótons, e a luz se torna tão intensa que escapa parcialmente através de um espelho refletor como um feixe de laser intenso.

La Superba (Gamma Canum Venaticorum)

A Sublime, nome usado pelo Padre Secchi para ressaltar o seu aspecto.

Lassell, William (1799-1880)

Astrônomo amador inglês descobridor de Tritão, o maior satélite de Netuno em 1846. Juntamente com W. C. Bond foi o descobridor, em 1848, de Hiperion, um dos satélites de Saturno. Em 1851 Lassell descobriu Ariel, o satélite mais brilhante de Urano.

latitude

Sistema de coordenadas usado para determinar a distância angular ao norte ou ao sul do Equador. Todas as linhas da latitude são paralelas.

latitude areográfica

Latitude de um ponto na superfície do planeta Marte, em relação ao seu disco aparente.

latitude celeste ou eclíptica

Ângulo da direção de um ponto da esfera celeste com o plano da eclíptica.

Page 59: Dicionário de Astronomia

latitude eclíptica geocêntrica

Latitude eclíptica de um ponto da esfera celeste, referida ao centro da Terra.

latitude galáctica

Ângulo da direção de um ponto da esfera celeste com o plano galáctico.

latitude geocêntrica

Ângulo que a reta que une o centro da Terra a um dado ponto de sua superfície faz com o plano do equador.

latitude geográfica

Ângulo que a vertical em um ponto da superfície da Terra faz com o plano do equador.

latitude heliocêntrica

Latitude de um astro referida ao centro do Sol; Latitude eclíptica heliocêntrica.

latitude heliográfica

Latitude de um ponto da superfície do Sol, referida ao seu disco aparente.

latitude norte

A latitude contada a partir do equador em direção ao pólo norte.

latitude planetocêntrica

Latitude de um astro, ou de um ponto na superfície de um planeta, em relação ao centro desse planeta.

latitude planetográfica

Latitude de um ponto na superfície de um planeta, em relação a um sistema de coordenadas ligado ao seu disco aparente.

latitude selenocêntrica

Latitude de um astro, ou de um ponto da superfície lunar, em relação ao centro da Lua.

latitude selenográfica

A latitude de um ponto da superfície lunar, em relação ao disco aparente da Lua.

latitude sul

A latitude contada a partir do equador em direção ao pólo sul.

Le Verrier, Urbain Jean Joseph (1811-1877)

Matemático francês que, usando cálculos orbitais, fez a previsão da existência e posição de um planeta ainda não descoberto (no caso, Netuno) e que causava perturbações na órbita de Urano. Sua previsão foi a primeira a ser confirmada por Galle, embora John Couch Adams tenha feito antes, independentemente, uma previsão semelhante da existência deste novo planeta, mas não publicada.

Leavitt, Henrietta Swan (1868-1921)

Astrônomo americano que, através da utilização das estrelas variáveis das Nuvens de Magalhães, determinou que o período de pulsação das estrelas conhecidas como Variáveis Cefeu está relacionado à sua luminosidade (relação período-luminosidade).

Page 60: Dicionário de Astronomia

Leda

Leda (JXIII) é o nono e menor de todos os satélites de Júpiter. Foi descoberto em 1974 por C. Kowal e muito pouco sabe-se sobre ele. Leda tem 103 km de diâmetro e está em órbita a 11.094.000 km de Júpiter completando uma rotação em torno deste planeta em 238,72 dias terrestres.

Lei de Bode

Seqüência de números que corresponde à maior parte das posições planetárias. Considere os números 0, 3, 6, 12, 24, 48, 96, 192 e 384, adicione 4 a cada um deles e divida por 10. O resultado é próximo à distância, expressa em unidades astronômicas, até a maior parte dos planetas em nosso sistema solar. Na verdade o nome desta lei é equivocado, pois não foi Bode quem a criou. Um matemático alemão chamado Johann Daniel Titus a propôs em 1772 e Bode apenas a popularizou.

Lei de Hubble

É uma relação linear entre a distancia a uma galáxia (R) e a velocidade (v) na qual esta galáxia está se afastando de nós por causa da expansão do Universo. A Lei de Hubble se escreve v = Ho R, onde Ho é a constante de Hubble. Ela supõe que o universo está se expandindo a uma taxa constante que tem permanecido constante por todo o tempo.

Lei de Titius-Bode

A "lei" de Titius-Bode, também conhecida como "lei" de Bode, é uma coincidência matemática interessante e não uma lei física. Ela é uma série numérica que combina com as distâncias dos planetas ao Sol. A série de Titius-Bode prevê as posições de todos os planetas no nosso Sistema Solar exceto Netuno, embora também prognostique a existência de um planeta onde o cinturão de asteróides está. Esta relação tem este nome em homenagem a Johann Daniel Titius e o astrônomo alemão Johann Elert Bode, que fizeram este trabalho no final dos 1700.

Leis de Kepler

Também conhecidas como as Leis de Kepler do Movimento Planetário:

Primeira Lei de Kepler do Movimento Planetário

"as órbitas dos planetas em torno do Sol são elipses com o Sol situado em um dos focos desta elipse."

Segunda Lei de Kepler do Movimento Planetário

"uma linha traçada do Sol até um planeta varrerá áreas iguais em intervalos de tempo iguais à medida que o planeta realiza o seu movimento orbital em torno do Sol."

O planeta se move mais lentamente quando ele está mais afastado do Sol e se move mais rápido quando ele está mais próximo do Sol. Isto é equivalente à conservação do momentum angular.

Terceira Lei de Kepler do Movimento Planetário

"o quadrado do período da órbita de um planeta é proporcional ao cubo do semi-eixo maior da elipse orbital descrita por este planeta."

podemos escrever isto como: T2 é proporcional a a3, onde "T" é o período orbital de um planeta (seu ano) e "a" é o semi-eixo maior da elipse que ele descreve. A constante de proporcionalidade é a mesma para todos os planetas.

Leis de Newton

Lei de Newton da Gravitação Universal

"dois corpos atraem um ao outro com forças iguais e opostas. A magnitude desta força é proporcional ao produto das duas massas dos corpos e é também proporcional ao inverso do quadrado da distância entre os centros de massa dos dois corpos."

Leis de Newton do Movimento

Primeira Lei de Newton do movimento

"um corpo continua no seu estado de repouso (velocidade zero) ou de movimento retilíneo uniforme (velocidade constante) a menos que seja obrigado a mudá-lo pela ação de uma força externa."

Page 61: Dicionário de Astronomia

Vemos, portanto, que esta lei se aplica apenas a corpos com velocidade constante, que pode até mesmo ser zero. Ela não é válida para corpos que estão sofrendo alguma forma de aceleração. Se não existissem as forças de atrito um corpo em movimento com velocidade constante permaneceria para sempre neste estado. A força externa aplicada é que irá alterar o seu estado de movimento.

Segunda Lei de Newton do Movimento

"se uma força de desequilíbrio age sobre um corpo, a aceleração produzida por ela é proporcional à força aplicada. A constante de proporcionalidade é a massa inercial do corpo."

Terceira Lei de Newton do Movimento

"em um sistema onde não estão presentes forças externas, toda força de ação é sempre oposta por uma reação igual e oposta."

Lemaitre, Georges (1894-1966)

Matemático belga que desenvolveu a Teoria do Big Bang da formação do Universo. Lemaitre, por acreditar que alguma coisa tinha que ter começado o Universo, propôs que haveria uma "partícula de espaço", o chamado "átomo primordial", que, por intermédio de uma reação em cadeia. Iniciou o processo de expansão do Universo. Pode-se dizer que esta suposição é a origem da idéia que mais tarde seria conhecida como "teoria da Grande Explosão" (teoria do Big Bang).

lente

Material transparente com pelo menos uma superfície curva que é utilizado para alterar a direção dos raios de luz. As lentes são divididas em dois tipos: convergentes e divergentes. As lentes convergentes produzem uma imagem real, enquanto as divergentes não.

lentes gravitacionais

É um objeto de grande massa no espaço, tal como uma galáxia, que curva a luz que passa próxima a ele, devido à intensidade de suas forças gravitacionais.

Leonov, Alexei Arkhipovich (1934)

Cosmonauta que foi a primeira pessoa a andar no espaço: em 18 de março de 1965, ele permaneceu 10 minutos fora da cápsula Voskhod 2. Leonov também foi o comandante soviético do Projeto de Teste Apólo-Soyuz.

Lesath (Nu Scorpii)

O Ferrão, nome árabe para designar o ferrão do Escorpião.

libração

Oscilação da Lua. Ela é provocada pelo fato do formato de sua órbita não ser perfeitamente circular, apesar da duração de sua rotação e de sua órbita serem idênticas. Uma outra libração decorre do fato da órbita da Lua apresentar uma inclinação axial de 5 graus. Embora seja sempre a mesma face da Lua que permanece voltada para a Terra, estas librações permitem que vejamos 59% de sua superfície.

limbo

Contorno luminoso de um astro.

Limite de Chandrasekhar

Uma estrela só pode existir se ela for estável, ou seja, se a pressão exercida para fora pelos processos físicos que estão ocorrendo no seu interior conseguirem contrabalançar a ação da gravidade que pretende realizar o seu colapso gravitacional. Chandrasekhar descobriu que existem limites de massa para que uma estrela, com determinadas condições físicas particulares, seja estável. Se uma estrela com estas características ultrapassa este valor de massa ela não é mais estável e a força da gravidade supera as forças internas. Como resultado a estrela colapsa.

Limite de Roche

É a distância a partir do centro de uma estrela ou outro objeto na qual um outro objeto grande colocado em órbita será rebentado devido às forças (gravitacionais) de maré. Deste modo grandes planetas ou satélites não podem estar em órbita

Page 62: Dicionário de Astronomia

dentro do limite de Roche pois eles se fragmentarão. O limite de Roche foi compreendido primeiro por Edouard Roche em 1848. Se um planeta e o seu satélite tem densidades idênticas, então o limite de Roche é 2.446 vezes o raio do planeta.

linha das apsides

Linha que une o apoastro ao periastro.

linha dos nodos

Intersecção do plano da órbita de um astro com um plano fundamental de referência.

Linha internacional de mudança de data

Linha convencional, que coincide aproximadamente com o antimeridiano de Greenwich, estabelecida por acordo internacional para o início da contagem de cada dia civil em toda a Terra: à medida que a linha da meia-noite avança para oeste, principia esse dia civil nas sucessivas longitudes, até alcançar novamente a linha internacional de mudança de data, quando começa novo dia. Um viajante, ao cruzar a linha internacional de mudança de data de leste para oeste, adianta de um dia a sua data; ao cruzá-la de oeste para leste, atrasa a data de um dia.

linhas do espectro

Finas linhas que são vistas quando a luz de um objeto se divide em seus componentes de comprimento de onda ou espectro. O estudos das linhas do espectro (espectroscopia) é uma das principais chaves para se entender o Universo. As informações acerca das estrelas e das galáxias são obtidas a partir das linhas do espectro. As linhas do espectro são produzidas quando um feixe de luz passa por um prisma ou por uma grade de difração. As linhas do espectro podem ser linhas de emissão brilhantes ou linhas escuras de absorção de um espectro contínuo. Algumas nebulosas apresentam linhas de emissão, enquanto quase todas as estrelas, inclusive o Sol, possuem linhas de absorção em seu espectro. A posição das linhas nos espectros de emissão corresponde às linhas que faltam no espectro de absorção. Em 1814, Joseph Fraunhofer estudou o espectro solar e identificou muitos elementos encontrados na Terra. Ele também viu as linhas de um elemento desconhecido ao qual deu o nome de hélio, derivado da palavra grega Helios que significa Sol. Os espectros dos corpos celestes localizados no espaço profundo foram estudados pela primeira vez por William Huggins e Pietro Secchi, por volta de 1860. Cada elemento emite linhas espectrais características. Elementos simples como o hidrogênio possuem apenas algumas linhas espectrais enquanto outros, mais complexos, podem ter milhares de linhas espectrais. O brilho vermelho de muitas nebulosas, que pode ser visto em fotografias, é provocado pela linha de emissão vermelha do hidrogênio. As linhas espectrais dos átomos são medidas em laboratório, e depois comparadas às linhas fotografadas nas estrelas e nas nebulosas. Assim os astrônomos podem localizar quais são os elementos que flutuam na atmosfera externa das nebulosas ou das estrelas. Os astrônomos utilizam os espectros para medir a temperatura das superfícies das estrelas. Estudos chamados de perfis analisam como as linhas aparecem num espectro contínuo. As altas temperaturas e pressões expandem as linhas e as tornam mais brilhantes em direção ao final azul do espectro. Os astrônomos utilizam estes dados para classificar as estrelas em tipos espectrais chamados O, B, A, F, G, K e M. As mais quentes, tipo O, mostram superfícies em ebulição, com 40.000 K, de cor azul brilhante, enquanto as mais frias, tipo M, apresentam uma superfície vermelha, com brilho fraco e temperatura de apenas 2.500 K. O Sol é uma estrela do tipo G, com temperatura de superfície de 5.700 K.

linhas de Fraunhofer

Veja raias de Fraunhofer.

linhas proibidas

Linhas brilhantes do espectro formadas quando os elétrons tem sua órbita alterada. Apesar de existirem gases em volta das estrelas as linhas proibidas não podem ser produzidas na Terra devido ao lapso de tempo necessário para os elétrons deixarem suas órbitas estáveis, descerem alguns níveis de energia e produzirem as linhas. Para que as linhas proibidas se formem, é necessário que o gás seja leve. Nos gases mais densos encontrados na Terra, os elétrons são jogados de um lado para o outro e não conseguem ultrapassar as órbitas para produzir as linhas. Por isto é que as linhas proibidas são vistas apenas no espaço. Um exemplo são as linhas proibidas de oxigênio existentes em muitas nebulosas.

Lisitéia

Lisitéia (JX) é o 11o satélite de Júpiter tendo sido descoberto, em 1938, por S. Nicholson. Sabe-se muito pouco sobre Lisitéia. Ele tem 24 km de diâmetro e está em órbita a 11.720.000 km de Júpiter e realiza uma órbita em torno do planeta em 259,22 dias terrestres.

Lockyer, Sir Joseph Norman (1836-1920)

Astrônomo inglês e pioneiro da astrofísica que descobriu a existência de hélio no espectro solar. Ele também identificou e nomeou a cromosfera solar.

Page 63: Dicionário de Astronomia

longitude

Sistema de coordenadas usado para de terminar a posição a leste ou oeste do meridiano principal. As linhas da longitude não são paralelas já que todas elas se originam e se encontram nos pólos. Cada 15º graus de longitude levam uma hora para girar sob o Sol.

longitude areográfica

Longitude de um ponto da superfície de Marte em relação ao disco aparente desse planeta.

longitude celeste ou eclíptica

Na esfera celeste, arco do equador compreendido entre o ponto vernal e o meridiano celeste que passa por determinado astro.

longitude do nodo ascendente

Elemento da órbita de um astro, correspondente à distância angular do ponto vernal medida no plano fundamental (eclíptica ou equador) até o ponto de interseção com o plano da órbita, em que o astro passa do hemisfério sul para o norte.

longitude do periastro

Soma do ângulo no plano fundamental, entre o ponto vernal e a linha dos nodos, e do ângulo no plano da órbita, entre a linha dos nodos e a linha dos apsides, medido na direção do movimento do astro na sua órbita.

longitude geocêntrica

Longitude eclíptica de um ponto da esfera celeste, referida ao centro da Terra; longitude eclíptica geocêntrica.

longitude heliocêntrica

Longitude eclíptica de um ponto da esfera celeste, referida ao centro do Sol; longitude eclíptica heliocêntrica.

longitude hermocêntrica

Longitude de um astro, ou de um ponto na superfície de Mercúrio, em relação ao centro desse planeta.

longitude hermográfica

Longitude de um ponto da superfície de Mercúrio, em relação ao disco aparente desse planeta.

longitude planetocêntrica

Longitude de um astro, ou de um ponto da superfície de um planeta, em relação ao centro desse planeta.

longitude planetográfica

Longitude de um ponto na superfície de um planeta, em relação a um sistema de coordenadas ligado ao disco aparente desse planeta.

longitude selenocêntrica

Longitude de um astro, ou de um ponto da superfície lunar, em relação ao centro da Lua.

longitude selenográfica

longitude de um ponto da superfície lunar, em relação ao disco aparente da Lua.

Lovell, James Arthur (1928)

Comandante da avariada nave Apolo 13, cuja aterrissagem lunar foi cancelada após a explosão de um tanque de oxigênio no módulo de serviço. Ele também foi um dos tripulantes da missão Apolo 8, a primeira espaçonave a levar seres humanos para a órbita lunar.

Page 64: Dicionário de Astronomia

Lowell, Percival (1855-1916)

Astrônomo amador e homem de negócios americano que, apesar de ter se tornado conhecido pelos mapas errados que fez dos canais de Marte, estimulou a procura de um Planeta X que estaria perturbando a órbita de Netuno.

Lua

A Lua é o único satélite natural da Terra. Em tamanho, a Lua é o quinto maior satélite natural do Sistema Solar. Ela está a aproximadamente 384.000 km de nós e seu movimento de translação em torno da Terra é realizado em aproximadamente um mês, ou seja, 27 dias e 8 horas. A temperatura sobre a Lua varia de -160o C a +120o C. A Lua não tem atmosfera.

lunação

Intervalo de tempo que separa duas luas novas consecutivas. Uma lunação dura 29 dias, 12 horas, 44 minutos e 2,976 segundos. Por extensão, intervalo de tempo que separa duas fases quaisquer consecutivas.

luneta

Nome comum do telescópio refrator, telescópio cuja objetiva é constituída por uma lente ou por um sistema de lentes. O termo deve-se a Galileu, que foi o primeiro a usar o instrumento para observar os astros, e um dos primeiros astros observados foi a Lua, daí "luneta".

luz anti-solar

Luminosidade difusa, muito fraca, que aparece no céu como mancha oval de cinco a oito graus de diâmetro, sobre a eclíptica, na direção oposta ao Sol.

luz cinérea

Veja luz cinzenta.

luz cinzenta

Luminosidade proveniente da luz refletida pela Terra na superfície lunar, e que se observa na região não iluminada do disco lunar, quando a Lua é visível sob a forma de um fino crescente.

luz infravermelha

Radiação eletromagnética de comprimento de onda ligeiramente maior do que o da luz visível.

luz terrestre

Luz refletida pela Terra no espaço, e que pode iluminar outros astros, especialmente a Lua.

luz ultravioleta

Radiação eletromagnética de comprimento de onda ligeiramente menor do que o da luz visível.

luz zodiacal

Luminosidade tênue que se estende na região do zodíaco, após o ocaso e antes do nascer do Sol, produzida pela reflexão da luz solar em partículas meteoríticas que se localizam próximo ao plano da eclíptica.

M mácula

Mancha escura na superfície do Sol ou de qualquer outro astro luminoso.

Page 65: Dicionário de Astronomia

Magalhães

Em março de 1989 a espaçonave Atlantis lançou a sonda Magalhães com destino a Vênus. A sonda chegou ao seu destino um ano depois e, com seu potente radar, estabeleceu 98% do mapa de Vênus e revelou que 85% da superfície está coberta por rochas vulcânicas.

magnetosfera

A parte do espaço que rodeia um astro, onde se produzem as ações magnéticas induzidas por um núcleo metálico. Estende-se até uma distância aproximada de 10 raios terrestres e foi estudado por meio de sondas espaciais. Entre os outros planetas, comprovou-se que Mercúrio, Júpiter e Saturno a possuem. Não foram detectados campos magnéticos em Marte nem em Vênus.

magnitude

Intensidade do fluxo de radiação (por exemplo, luz) que se recebe de um astro. Substituiu o antigo termo "grandeza" na medida do brilho de um astro. Para manter certa associação com grandezas, uma menor magnitude representa um maior brilho e uma maior grandeza representa um menor brilho. A diferença de uma magnitude representa uma variação de brilho de 2,53 vezes (daí, uma diferença de três magnitudes representa uma variação de brilho maior que 16 vezes). Exemplos de algumas magnitudes:

Magnitude aparente aproximada Astro

-26,8 Sol -12,5 Lua cheia -4,0 Vênus em máximo brilho -1,5 Sírius, a estrela mais brilhante do céu 6,0 A estrela de brilho mais fraco que o olho humano pode perceber

magnitude absoluta

Magnitude que um astro teria se fosse colocado a uma distância de 10 parsecs. A magnitude absoluta do Sol é de 4,85 (aproximadamente o que antigamente se chamava de "estrela de quinta grandeza").

magnitude aparente

Magnitude de um astro medida com a observação, sem considerar que a medida é afetada pelas diferentes distâncias dos astros (astros mais próximos tendem a uma menor magnitude, ou seja, maior brilho). Para anular o efeito das distâncias usa-se a magnitude absoluta.

magnitude limite

A maior magnitude (o menor brilho) que um dado instrumento pode detectar.

Maia (20 Tauri)

Maia, nome grego de uma sete filhas de Atlas que formam as Plêiades.

mancha solar

Uma área vista como uma mancha escura na fotosfera do Sol. As manchas solares são concentrações de fluxo magnético que ocorrem geralmente em grupos bipolares. Elas parecem escuras porque são mais frias que a fotosfera circundante. As manchas solares variam de 1.500 km de diâmetro a sistemas

medindo 150.000 km. As manchas solares aumentam de tamanho e se tornam mais numerosas à medida que as erupções na coroa solar aumentam. Grupos de manchas solares recobrem milhões de quilômetros quadrados do Sol. Estas manchas se assemelham às células nervosas, com uma sombra central rodeada por uma leve penumbra. A penumbra é 500 graus mais fria do que a fotosfera e a sombra 1.600 graus mais fria. Estas temperaturas mais baixas permitem a formação de moléculas, e os astrônomos já detectaram gases indo da sombra para a penumbra. Os cientistas acreditam que o campo magnético do Sol, que é milhares de vezes mais forte do que o da Terra, impede que as correntes da zona radioativa cheguem à superfície. Como outros fenômenos magnéticos, as manchas solares seguem um ciclo de 11 anos. Elas raramente se formam a mais de 40 graus ou a menos de 10 graus de distância do equador solar. A maior parte dos grupos dura 10 dias. O campo magnético permanece até as manchas desaparecerem.

Page 66: Dicionário de Astronomia

maré

Movimento periódico das águas do mar, pelo qual elas se elevam ou se abaixam em relação a uma referência fixa no solo. É produzido pela ação conjunta da Lua e do Sol, e, em muito menor escala, dos planetas; a sua amplitude varia para cada ponto da superfície terrestre, e as horas de máximo (preamar) e mínimo (baixa-mar) dependem fundamentalmente das posições daqueles astros.

maré clinométrica

Variação da direção da vertical em relação ao solo, provocada pela atração lunissolar.

Marfak (Teta Cassiopeiae)

Cotovelo, designação proveniente do árabe Al Marfik.

Marfik (Lambda Ophiuchi)

O Cotovelo, vocábulo árabe que indica a posição da estrela no braço do Serpentário.

Margarita (Alpha Coronae Borealis)

A Pérola, nome latino para designar a mais bela estrela da Coroa Boreal (veja Alpheca).

Marius, Simon (1573-1624)

Astrônomo alemão que deu nome as luas "galileanas" de Júpiter. Ele e Galileo afirmaram ter descoberto essas luas e, provavelmente, o fizeram independentemente. Envolveram-se numa disputa pela prioridade de tais descobertas. Marius foi também o primeiro a observar a Nebulosa de Andrômeda com um telescópio e um dos primeiros a observar as manchas solares.

Markarb (Alpha Pegasi)

A Sela, vocábulo árabe para designar o dorso de Pégaso.

Markeb (Kappa Velorum)

O Navio, do antigo asterismo árabe situado na constelação da Vela.

Marte

O quarto planeta em ordem de afastamento do Sol, e o único do sistema solar que apresenta aspectos e características análogos aos da Terra. Nitidamente menor que esta, Marte tem um diâmetro de 6.800 km, e a sua massa, deduzida da observação dos seus dois satélites, Fobos e Deimos, é 0,107 vezes a da Terra.

marés

Movimento periódico das águas do mar, pelo qual elas se elevam ou descem em relação a uma referência fixa no solo. É produzido pela ação conjunta da Lua e do Sol, e em muito menor escala, dos planetas. Sua amplitude varia para cada ponto da superfície terrestre dependendo das posições daqueles astros. As marés são mais fortes na época próxima às luas novas e cheias porque o Sol, a Lua e a Terra formam uma linha reta. As diferenças diárias nas marés variam de poucos centímetros a muitos metros, e elas dependem da fase da Lua e do formato da costa.

Mars Pathfinder

Em julho de 1997, a sonda Mars Pthfinder desceu na planície de Ares, perto do equador marciano. Para realizá-lo, soltou um pára-quedas. No final da descida, inflaram-se os airbags que a protegeram do impacto com a superfície. Uma vez detidas, as bolsas de ar se esvaziaram e se retraíram. A sonda abriu então três pétalas e seus sensores começaram a trabalhar. O veículo robô Soujuner, que levava instrumentos em seu interior, desceu da sonda e deslizou pela superfície rochosa de Marte. A missão recolheu cerca de dez mil imagens durante pouco mais de um mês de trabalho com câmeras, espectrômetros e lasers.

massa

É a quantidade de matéria que contém um corpo. Não é o mesmo que seu peso; este depende da gravidade local. Assim, na Lua um ser terrestre pesa somente 1/6 do que pesa na Terra mas, por outro lado, sua massa não varia em valor absoluto.

Page 67: Dicionário de Astronomia

massa solar

É a quantidade de massa no nosso Sol e corresponde a 1,99 x 1030. Ela é também a unidade na qual as massas de outras estrelas, galáxias e outros corpos celestes grandes são expressas. Um buraco negro tem algo entre um milhão a um bilhão de massas solares.

Masyn (Lambda Herculis)

Pulso, nome oriundo do árabe Mi'sam.

Matar (Eta Pegasi)

Chuva, designação proveniente da expressão árabe Al Sad al Matar, que significa a Chuva de Sorte.

Matéria Escura

Massa que forma de 90 a 99% do Universo. Os cosmologistas definiram que, para que o Universo exista, é necessário que ele seja composto por uma massa crítica de seis átomos de hidrogênio por metro cúbico. Se a quantidade fosse maior, o Universo teria desaparecido logo após o Big Bang, e se fosse menor, teria se expandido muito depressa, não permitindo a formação de estrelas e galáxias. De acordo com estes cálculos, não há matéria visível suficiente para que o Universo exista, portanto, se estas teorias estiverem corretas deve existir matéria invisível. Suporte para a teoria da existência de matéria escura é fornecida pelo seu efeito gravitacional nos objetos celestes visíveis. Por exemplo, a movimentação das estrelas distantes pode ser reduzida pelo efeito gravitacional da matéria escura. Pode ser que esta matéria exista sob a forma de "matéria sombra", que seria a imagem refletida de nossa própria matéria e que interagiria com a nossa matéria através da gravidade. Outras explicações mais verossímeis envolvem as estrelas anãs marrons ou outras estrelas pequenas, com pouco brilho, que seriam invisíveis. Os cientistas conseguiram detectar 10% do total que deveria existir de matéria escura analisando seu efeito gravitacional na matéria visível.

máxima elongação

Máximo afastamento de um planeta inferior (Mercúrio e Vênus) em relação ao Sol. As elongações podem ser leste ou oeste quando, respectivamente, o planeta é de visibilidade vespertina ou matutina. É a melhor época para se observar um planeta inferior à olho nu. A máxima elongação de Mercúrio é 29° e a de Vênus é 49°.

máximo solar

Um máximo solar é o mais alto nível em atividade solar, ou seja, a presença de flares, proeminências, manchas solares, buracos coronais, etc. Um máximo solar ocorre entre dois mínimos solares consecutivos.

Mebsuta (Epsilon Geminorum)

A Estirada, vocábulo que, na uranografia árabe, refere-se à pata estirada do Leão.

Mecânica Celeste

Ramo da astronomia que trata do movimento e das ações recíprocas dos corpos no espaço. Os astrônomos utilizam a mecânica celeste para calcular as órbitas dos corpos celestes e das espaçonaves. A mecânica celeste surgiu quando Isaac Newton escreveu suas três leis do movimento em 1687. Ele descobriu que todos os corpos se atraem devido à força gravitacional. Utilizando a mecânica celeste os astrônomos descobriram que a órbita do cometa Halley é perturbada (alterada) por Júpiter e Saturno. Leverrier e Adams também fizeram uso da mecânica celeste para determinar a posição de Netuno, através da análise de seu efeito na órbita de Urano.

Media (Delta Sagitarii)

O Meio, nome latino que indica o meio do arco do Arqueiro que, segundo a uranografia árabe, as estrelas de Sagitário formavam.

megaparsec

Unidade de distância, equivalente a 1 milhão de parsecs, ou 3.260.000 anos-luz.

Megrez (Delta Ursae Majoris)

A Raiz, vocábulo árabe designativo do ponto de onde sai a cauda da Ursa Maior.

Page 68: Dicionário de Astronomia

Meissa (Lambda Orionis)

A Cintilante, nome árabe que alude ao brilho notável desta estrela.

Mekbuda (Zeta Geminorum)

A Pata Encolhida, refere-se à pata encolhida do Leão, que os árabes imaginavam na atual constelação dos Gêmeos.

Men (Alpha Lupi)

A Ponte do Sul, nome de origem chinesa.

Menkalinam (Beta Aurigae)

O Ombro Daquele Que Tem as Rédeas, nome que, na nomenclatura árabe, refere-se ao ombro do Cocheiro.

Menkar (Alpha Ceti)

O Focinho, nome árabe que indica a posição da estrela mais brilhante do asterismo da Baleia.

Menkib (Eta Persei)

O Focinho, nome de origem árabe.

Mérak (Beta Ursae Majoris)

O Lombo da Ursa, nome árabe que indica o lombo da Ursa Maior.

Mercúrio

Planeta interior, o menor do sistema solar e o mais próximo do Sol, o que torna difícil observá-lo, embora seja um astro brilhante à vista desarmada, quando em configuração favorável. Tem um diâmetro 2,5 vezes menor que o da Terra e uma densidade 1,5 vez menor, e sua revolução em torno do Sol efetua-se em 88 dias. O período de rotação é igual a 59 dias aproximadamente.

meridiano

1. Círculos que vão de norte a sul na esfera celeste. 2. Círculo de longitude.

meridiano de Greenwich

Meridiano tomado como origem do Tempo Universal e que passa pela antiga sede do Observatório de Greenwich, na Inglaterra.

meridional

Ver austral.

Merope (23 Tauri)

Nome grego de uma das sete filhas de Atlas, que formam o aglomerado das Plêiades.

Mesarthim (Gamma Arietis)

O Ministro, proveniente do hebreu Meshatim ou Mesartim.

Messier, Charles (1730-1817)

Astrônomo francês que estudou cometas. Ao pesquisar os céus à procura de cometas Messier compilou uma lista de 103 objetos nebulosos, que ele chamava de "nébuleuse sans étoile" ("nebulosidade sem estrela"), existentes no espaço com o objetivo de não confundir aglomerados estelares, galáxias e nebulosas com cometas, que era o seu objeto de pesquisa. O catálogo Messier ou Lista de Objetos Messier tem sido aumentada e agora consiste de 110 objetos que podem ser separados como 40 galáxias, 27 aglomerados

Page 69: Dicionário de Astronomia

abertos, 29 aglomerados globulares, 4 nebulosas planetárias, 6 nebulosas difusas, 1 resto de supernova e 3 objetos não confirmados, que foram erroneamente classificados como nebulosas por Messier.

meteorito

Fragmento de meteoróide que chegou ao solo sem ser completamente destruído em sua passagem pela atmosfera. O nome meteorito deve ser usado independente do seu tamanho, embora muito pensem que "meteorito" seja o diminutivo de "meteoro", o que não é correto. O maior meteorito encontrado no Brasil foi batizado de Bendengó, possuindo cerca de um metro e meio de comprimento e uma massa de mais de cinco toneladas.

meteoro

Fenômeno luminoso que ocorre na atmosfera terrestre proveniente do atrito de um fragmento de matéria cósmica (um meteoróide) com a atmosfera. Para a meteorologia, o termo "meteoro" refere-se a qualquer fenômeno óptico ou acústico que ocorre na atmosfera (por exemplo, uma gota de chuva é um meteoro). Popularmente os meteoros são chamados de "estrelas cadentes", e geralmente possuem um tamanho entre o de um grão de areia e o de um grão de feijão. Embora possam ser muito maiores, quanto maior, muito mais raro. Normalmente um meteoróide queima completamente antes de atingir a superfície da Terra. Caso algum pedaço chegue ao solo, passa a se chamar de meteorito, independente de seu tamanho.

meteorografia

Ramo da astronomia que estuda os meteoros.

meteoróide

Fragmento de matéria cósmica com tamanho entre o de uma molécula e de um asteróide. Ao entrar na atmosfera, o meteoróide se aquece (por causa do alto atrito do meteoróide com a atmosfera) e produz o fenômeno luminoso chamado de meteoro. Caso o meteoróide não se queime completamente na atmosfera, o pedaço que chega ao solo passa a se chamar meteorito.

Metis

Dos satélites de Júpiter, Metis (JXVI) é o que está mais próximo ao planeta. Ele foi descoberto em 1979/1980 por Stephen P. Synnott a partir de dados da sonda Voyager 2. Metis tem 40 km de diâmetro e está em órbita a 128.000 km de Júpiter, dentro do anel principal de Júpiter. Metis e o satélite de Júpiter vizinho a ele, Adrastéia, são provavelmente a fonte da poeira neste anel. Metis realiza uma volta completa em torno de Júpiter em 0,294780 dias terrestres, o que mostra que ele é mais rápido do que o movimento de rotação de Júpiter em torno do seu eixo.

método de Bouguer

Método proposto pelo astrônomo francês Pierre Bouguer (1698-1758) para obter-se, por extrapolação, o valor da constante solar fora da atmosfera, com base no valor obtido no solo.

Miaplacidus (Beta Carinae)

Mar Calmo, designação empregada por Burritt em sua Geografia (1856), embora em seu Atlas (1835) esteja escrito na forma Maiaplacidus. Acredita-se que este nome tenha sua primeira origem no árabe miyah (mar) e no latim placidus (calmo).

Michelson, Albert Abraham (1852-1931)

Físico americano que foi a primeira pessoa a medir o diâmetro de uma estrela que não fosse o Sol. Contudo ele é mais conhecido por suas medições acuradas da velocidade da luz e por suas experiências, em conjunto com Edward Morley, que demonstraram que a luz viaja a uma velocidade constante através do espaço.

Michelson-Morley, Experiência de

Experiência efetuada em 1887 que pretendia detectar os efeitos do éter. Antigamente acreditava-se que o espaço era preenchido por uma substância chamada éter, pois achavam que a luz precisava viajar através de um meio. Michelson e Morley conseguiram provar que a Terra não viajava através do éter, por meio da divisão de um feixe de luz e da posterior reunião do mesmo.

Mimas

Mimas (SI), o menor e mais interno dos satélites regulares de Saturno, foi descoberto em 1789 por W. Herschel. Mimas tem 394 km de diâmetro. Sua superfície é muito craterizada, incluindo uma enorme cratera, a cratera Herschel, que tem, aproximadamente 130 km de largura. As paredes desta cratera tem cerca de 5 km de altura

Page 70: Dicionário de Astronomia

e partes do seu chão podem ter, aproximadamente 10 km de profundidade. Bem no centro da cratera Herschel vemos uma montanha que se eleva a 6 km acima do chão da cratera. Mimas tem temperaturas muito baixas, -200o C. Ele está em órbita a 185.520 km de Saturno e seu período orbital é de aproximadamente 22,5 dias terrestres.

Mimosa (Beta Crucis)

Graciosa, designação moderna de origem brasileira.

mínimo solar

Um mínimo solar é o mais baixo nível de atividade solar, ou seja, existência de flares, proeminências, manchas solares, buracos coronais, etc. O mínimo solar ocorre entre dois máximos solares consecutivos.

minuto de arco, segundo de arco

Pequena divisão do grau. Um grau é formado por 60 minutos, e um minuto por 60 segundos (portanto 60 x 60 ou 3.600 segundos num grau). Estas unidades angulares não devem ser confundidas com unidades de tempo. A lua cheia está a uma distância aproximada de 30 minutos de arco (um grau e meio).

Mintaka (Delta Orionis)

A Faixa, proveniente do árabe Al Mintakah.

Mira (Omicron Ceti)

A Maravilha da Baleia, nome latino que lembra a notável variação de brilho desta estrela variável, que passa, em onze meses, de segunda à décima primeira magnitude.

Mirach (Beta Andromedae)

A Ilharga, nome árabe que se refere à parte acorrentada do corpo de Andrômeda.

Miranda

Miranda (UV) é um dos satélites de Urano e foi descoberto, em 1948, por Gerard Kuiper. Seu diâmetro é de 470 km e está em órbita a uma distância de 129.780 km de Urano e faz seu movimento orbital uma vez a cada 33,8 horas. A superfície de Miranda é marcada por enormes ranhuras e existe a possibilidade de que ele tenha sido despedaçado várias vezes (pelo menos 5 vezes) durante a sua existência.

Mirfak (Alpha Persei)

O Badalo, nome árabe que indica uma das partes da constelação quando esta é representada como um sino.

Mirzam (Beta Canis Majoris)

O Precursor Daquele Que Atravessa a Via-Láctea, segundo a uranografia árabe.

Mizar (Zeta Ursae Majoris)

A Brilhante, nome árabe que sugere a importância do seu brilho em relação a Alcor, com a qual forma um par visual.

montagem equatorial

Modo de se posicionar um telescópio no qual um dos eixos, chamado eixo polar, está alinhado com o eixo da Terra. Conseqüentemente, os efeitos da rotação da Terra podem ser facilmente corrigidos pela simples rotação do telescópio no eixo polar. Por outro lado, a montagem Azimute não cria um alinhamento com o eixo da Terra, tornando necessário mover o telescópio em dois planos para corrigir os efeitos da rotação da Terra.

Monte Olimpus

Situado na superfície de Marte, esta é a maior montanha de todo o Sistema Solar. Tem uma altura de 24 quilômetros acima da planície que a circunda. Sua base tem mais do que 500 quilômetros de diâmetro e é contornado por um rochedo íngreme com 6 quilômetros de altura.

Page 71: Dicionário de Astronomia

Monte Palomar

Local onde está situado o telescópio refletor de 508 cm do Observatório de Hale, próximo a San Diego.

Monte Wilson

Local onde está situado o telescópio refletor de 254 cm do Observatório de Hale, a nordeste de Los Angeles. A performance deste telescópio foi muito prejudicada pelas luzes da cidade de Los Angeles. Entre 1917 e 1957, este telescópio foi o maior do mundo. Hubble utilizou-o para encontrar provas de que o Universo está em expansão e que a Via Láctea é uma galáxia comum. Em Monte Wilson, Shapley descobriu que nosso sistema solar localiza-se a 30.000 anos-luz do centro da Via Láctea, e Baade efetuou a pesquisa que levou à diferenciação entre as populações I e II das estrelas. Hale utilizou o telescópio do Monte Wilson para explorar as manchas solares, e, atualmente, estão sendo efetuadas mais pesquisas sobre estas manchas e a atividade solar neste mesmo local. Os projetos futuros deste observatório incluem a utilização de um novo telescópio para mapear Marte e descobrir como suas tempestades de poeira iniciam e evoluem.

movimento direto

Movimento de oeste para leste através do céu. Os planetas se deslocam em movimento direto na maior parte do tempo. No instante em que o planeta passa do movimento direto para o retrógrado, ou vice-versa, diz-se que o planeta está estacionário. O inverso chama-se movimento retrógrado.

movimento diurno

Movimento aparente que todos os astros parecem descrever sobre a esfera celeste, em círculos paralelos ao equador, durante um dia sideral, e que é produzido pela rotação da Terra em torno de seu eixo.

movimento próprio

Deslocamento anual da direção heliocêntrica de uma estrela, produzido pelo movimento relativo desta e do Sol. Esta distância é tão pequena que ela é medida em segundos de arco por ano.

movimento retrógrado

Movimento de um corpo, no sentido leste/oeste, no sentido oposto ao da órbita normal dos planetas. Parte do movimento retrógrado é apenas aparente. Muitas das luas de Júpiter e Saturno, assim como a lua Tríton de Netuno, possuem órbitas retrógradas. Vênus gira do oeste para o leste, apresentando uma rotação retrógrada. Os cientistas ainda não conseguiram compreender com exatidão porque estes corpos orbitam ou giram para trás.

Muliphen (Gamrna Canis Majoris)

A Pata estirada, oriundo do árabe Al Muhlifain, que também é usado para designar Gama, Zeta e Lambda de Argos e Alfa e Beta Columbae.

Muphrid (Eta Bootis)

A Solitária do Lanceiro, designação proveniente do árabe Al Muphrid al Ramih, que indica que a estrela se encontra afastada da constelação.

Muscida (Omicron Ursae Majoris)

O Focinho, vocábulo latino para indicar a localização do focinho da Ursa.

Musim (Beta Canis Majoris)

A Mediadora, variante do vocábulo árabe Mirzam ou Mirzar.

N nadir

É o ponto sobre a esfera celeste diametralmente oposto ao zênite de um observador.

Page 72: Dicionário de Astronomia

Naiad

Naiad é um pequeno satélite de Netuno que foi descoberto em 1989, pela sonda espacial Voyager 2. Ele tem aproximadamente 58 km de diâmetro e está em órbita a 48.230 km do centro de Netuno.

Nair (Alpha Gruis)

A Brilhante, vocábulo árabe.

Naos (Zeta Puppis)

O Navio, vocábulo grego que designa a estrela situada na popa do Navio, antiga constelação austral.

NASA

Sigla de National Aeronautics and Space Administration (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço), agência espacial norte-americana constituída em outubro de 1958.

Nashira (Gamma Capricorni)

A Sorte da Semeadura, nome árabe que alude à influência desta estrela nas atividades agrícolas.

Nath (Beta Tauri)

A Virgem, variante árabe de El Nath.

nebulosa

Nuvem concentrada de matéria interestelar. No início da astronomia, todo objeto fixo em relação às estrelas que parecia uma mancha difusa era chamado de nebulosa. Observações posteriores excluíram os aglomerados estelares e as

galáxias. Quando as nebulosas apresentam um espectro contínuo, são chamadas nebulosas de reflexão; quando o espectro é de raias, são as nebulosas planetárias ou são as nebulosas difusas; e quando o espectro é não-luminoso (espectro de absorção) são chamadas de nebulosas escuras.

nebulosa planetária

Nebulosa brilhante, com o aspecto de um vasto envoltório gasoso, em torno de uma estrela muito quente, e em cujo espectro se encontram raias interditadas.

Nekkar (Beta Bootis)

O Bom Comedor, nome oriundo do árabe Al Nakkar.

Nereida

Nereida é o satélite mais afastado de Netuno e foi descoberto em 1949, por Gerard Kuiper. Ele é o menor entre os dois maiores satélites de Netuno. Seu diâmetro é de aproximadamente 320 km. Nereida tem uma órbita muito elíptica, chegando a se aproximar de Netuno a 1.353.600 km, e em seguida começa a se afastar bastante, atingindo uma distância de 9.623.700 km. Com uma órbita tão extrema, Nereida leva quase um ano terrestre para realizar um movimento completo em torno de Netuno. Pode ser que Nereida seja um asteróide capturado.

Netuno

O oitavo planeta em ordem de afastamento do Sol, com órbita entre Urano e Plutão; tem 8 satélites (Tritão, Nereida, Proteu, Larissa, Galatéia, Dispina, Talassa e Náiade) e um sistema de quatro tênues anéis. Com um diâmetro de cerca de 50.000 km, completa a sua revolução em torno do Sol em 164 anos e 280 dias. Sua existência foi prevista matematicamente, em 1845, pelo astrônomo inglês John C. Adams e, independentemente, em 1846, pelo astrônomo francês Urbain J. Le Verrier, e confirmada por observação óptica, ainda em 1846, pelo astrônomo alemão Johann G. Galle.

Neujmin, Grigoriy N.

Astrônomo ucraniano; descobriu o asteróide 951 Gaspra.

Page 73: Dicionário de Astronomia

neutrino

Partícula fundamental supostamente produzida em números maciços por reações nucleares nas estrelas. São difíceis de serem detectados, uma vez que uma expressiva maioria deles passa através da Terra sem interagir.

nêutron

Um dos componentes básicos do átomo, parecido com o próton, porém sem carga. Os nêutrons estabilizam o núcleo dos átomos reduzindo a repulsão que acontece entre os prótons. Os nêutrons são ligeiramente mais pesados do que os prótons. Eles sempre se localizam no núcleo (centro) dos átomos.

New General Catalogue

Durante o século XIX, William Herschel e seu filho John Herschel observaram e catalogaram aproximadamente 5.000 objetos não estelares fracos. Esta lista foi ampliada por J.L.E. Dreyer e publicada em 1888 como o New General Catalogue. Adições subseqüentes foram feitas durante os 20 anos seguintes de modo que este catálogo e seus suplementos, quando terminado, listavam aproximadamente 15.000 objetos. Os astrônomos freqüentemente se referem a estas galáxias e nebulosas pelos seus números NGC. Por exemplo, a nebulosa Caranguejo é chamada de NGC 1952.

Newton, Isaac (1642-1727)

Físico, matemático e astrônomo inglês. Enunciou as leis fundamentais da Mecânica, decompôs a luz e emitiu a hipótese de sua natureza corpuscular, confirmada mais tarde. É um dos construtores do Cálculo Diferencial e Integral, particularmente nos problemas aplicados à Mecânica Celeste. Como astrônomo, sua maior contribuição foi a descoberta do princípio da Gravitação Universal, introduzindo o conceito de massa e completando os trabalhos de Galileu e Kepler. Criou o telescópio de reflexão (Newtoniano) e estabeleceu a verdadeira causa das marés, demonstrando também que os cometas eram objetos pertencentes ao Sistema Solar.

Nicholson, Seth Barnes (1891-1963)

Astrônomo norte-americano que descobriu 4 satélites de Júpiter: Lisiteia, Ananke, Carme e Sinope. Ele também realizou importantes trabalhos sobre manchas solares e, junto com Edison Petit, conseguiu, a partir das medições de temperaturas de estrelas gigantes vizinhas, realizar as primeiras determinações de diâmetros estelares.

Nihal (Beta Leporis)

O Sedento, nome árabe dos camelos que matavam a sede no rio Erídano, da constelação da Lebre.

nodo

Pontos em que uma órbita cruza um plano de referência. Uma órbita possui dois nodos, o nodo ascendente e o nodo descendente, definidos a partir da orientação do plano de referência (definido onde é o norte e onde é o sul, em relação a este plano).

nodo ascendente

Nodo em que um corpo em órbita passa do hemisfério sul para o hemisfério norte.

nodo descendente

Nodo em que um corpo em órbita passa do hemisfério norte para o hemisfério sul.

Nodus (Delta Draconis)

O Nó, vocábulo latino para indicar, no corpo do Dragão, o segundo dos três nós existentes na representação deste monstro nas cartas celestes.

nova

Estrela que se tornou bruscamente muito luminosa. As novas aparecem subitamente. Brilham intensamente por alguns dias, enfraquecendo lenta e gradualmente até atingir o seu brilho primitivo. Em virtude da sua aparição brusca, elas foram denominadas "estrelas novas" ou simplesmente "novas". Conhecem-se dois tipos de estrelas explosivas: as novae e as supernovae. A luminosidade das novas é multiplicada por um fator de 10.000, durante 2 ou 3 dias, quando a sua magnitude absoluta no momento do máximo chega a -7. As supernovae se tornam ainda mais luminosas, o seu brilho é multiplicado por um fator 100 milhões de vezes superior ao brilho normal, podendo atingir magnitude absoluta de -15. Em cada ano descobre-se uma média de 5 novas. As supernovas são bem mais raras: uma a cada 300 anos. Até o momento se conhecem três

Page 74: Dicionário de Astronomia

supernovas observadas em nossa Galáxia: a estrela de Tycho (1572), a estrela de Kepler (1604) e a supernova dos chineses (1054) que deu origem à Nebulosa de Caranguejo.

Nunki (Sigma Sagittarii)

O Peito, nome árabe para localizar o peito da figura do Arqueiro.

Nusakan (Beta Coronae Borealis)

O Indigente, deriva da expressão árabe Kasat al Masakin, o lançador indigente, usado para designar a constelação entre os persas.

Nushaba (Gamma Sagittarii)

A Flecha, nome árabe para designar a estrela que está situada na flecha do Arqueiro.

nutação

Oscilação do eixo da Terra, em forma de S, provocada pela mudança no ângulo da inclinação axial. Esta alteração é provocada pelo efeito gravitacional da Lua na Terra, que faz com que esta última oscile como uma tampa que está sendo retirada. Esta mudança também ocasiona variações no período de rotação da Terra.

Nuvens de Magalhães

Duas galáxias pequenas e irregulares que orbitam a Via Láctea a uma distância de 160.000 anos-luz. Seus nomes foram dados em homenagem a Ferdinando Magalhães, o primeiro europeu a descrevê-las. Parece existir um fluxo de gás de hidrogênio conectando estas galáxias satélites à Via Láctea. A Grande Nuvem de Magalhães possui 1/30 da massa da Via Láctea e a Pequena Nuvem de Magalhães 1/200. A Grande Nuvem de Magalhães possui uma grande quantidade de poeira intersideral, ao contrário da Pequena Nuvem de Magalhães.

nuvem de Oort

Região do espaço semelhante a uma casca esférica, nos limites do sistema solar (e envolvendo o sistema solar), proposta em 1950 pelo astrônomo holandês J. H. Oort. A nuvem de Oort se situa entre 20 mil e 100 mil unidades astronômicas do Sol, e é o local de onde os cometas de longo período se originam.

O Oberon

Oberon (UIV) é um dos maiores satélites de Urano e foi descoberto em 1787 por W. Herschel. Ele tem um diâmetro de 1.523 km e sua órbita está a uma distância média de 582.600 km de Urano. A superfície de Oberon é coberta por várias crateras, e também por gelo.

objeto do céu profundo

Qualquer objeto visível que não pertence ao nosso sistema solar.

objetos circunpolares

Corpos celestes que circundam o pólo celeste. São sempre vistos no céu independente da época do ano.

Observatório Nacional

Observatório astronômico criado oficialmente em 1827, mas de origem anterior, a partir de instalações jesuítas de 1827 no Morro do Castelo (Rio de Janeiro) onde em 1780 os astrônomos portugueses Sanches Dorta e Oliveira Barbosa montaram um observatório e fizeram observações regulares de meteorologia, astronomia e magnetismo terrestre. Com a vinda da família real para o Brasil (1808) seu acervo passou para a Academia Real Militar a partir do qual em 1827 foi criado o Observatório Astronômico no âmbito do Ministério do Império. Cerca de duas décadas depois foi reorganizado como Observatório Imperial, e com a república passou a ser Observatório do Rio de Janeiro. Em 1909 foi criado no Ministério da Agricultura a Diretoria de Meteorologia e Astronomia, à qual se subordinava um Observatório Nacional. Em 1921 as duas ciências se separaram, e a parte dedicada à Astronomia e Geofísica conservou o nome Observatório Nacional. Em 1922 foi transferido do Morro do Castelo (atual Esplanada do Castelo) para o Morro de São Januário, em São Cristóvão e por longo período foi o principal observatório brasileiro. Em 1975 foi transferido para do MEC (Ministério da Educação e Cultura) para o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, antigo Conselho Nacional de Pesquisa) e mais tarde voltou a se dedicar

Page 75: Dicionário de Astronomia

ao ensino, com cursos de pós-graduação em astronomia e geofísica. O Observatório de Astrofísica Brasileiro, iniciado pelo Observatório Nacional foi inaugurado em 1980 (em Brasópolis, Minas Gerais), como uma dependência do Observatório Nacional, sendo em 1985 transformado em Laboratório Nacional de Astrofísica - LNA. Nesse ano o acervo e o sítio do Morro de São Januário passaram para o âmbito do Museu de Astronomia e Ciências Afins, do CNPq, criado, dentre outras finalidades, com o intuito de preservar a memória das ciências a que esteve associado o Observatório.

Observatórios, História dos

Embora as pessoas olhem para o céu deste a pré-história, apenas recentemente começaram a ser construí dos prédios específicos para este fim. No princípio os movimentos das estrelas eram estudados com vistas à astrologia. Parece que um dos propósitos de Stonehenger (2500 a.C.– 1700 a.C.) tenha sido o de observar as estrelas, porém isto não pode ser confirmado. Acredita-se também que a famosa Torre de Babel tenha sido um observatório astrológico dos babilônios. O observatório de Hipparchus, construí do em 150 a.C. na ilha de Rodes, parece ter sido o primeiro a utilizar equipamentos de observação, tais como os quadrantes (usados para determinar a altitude). Observatórios semelhantes aos atuais foram construídos em Damasco e Bagdá entre os anos de 800 e 900. Em 1260, foi construído um observatório onde é atualmente o Irã utilizado para modificar a visão do Universo de Ptolomeu. Em 1420, um príncipe chamado Ulugh Beg construiu um observatório que foi utilizado por ele para confeccionar um catálogo sideral. O famoso observatório de Tycho Brahe, chamado Uraniborg, foi erguido em Hven em 1576. Contudo, nenhum destes observatórios possuía telescópios, já que estes só foram inventados a partir de 1609. Nos séculos XVII, XVIII e XIX foram construídos observatórios equipados com grandes telescópios em Cabo Canaveral, Greenwich, Paris e Washington. Atualmente o maior telescópio ótico está no observatório de Mauna Kea, no Havaí. Nos anos 30, os astrônomos passaram a estudar outros comprimentos de onda de radiação, além da luz visível, e, após Karl Jansky ter descoberto, em 1931, as ondas de rádio que emanam do centro da Via Láctea, passaram a ser construídos os radiotelescópios. Um deles é composto por 27 radiotelescópios cujos dados podem ser combinados para formar uma imagem. Com o advento da era espacial, muitos telescópios foram lançados no espaço, além da atmosfera terrestre, como o Telescópio Espacial Hubble, o Satélite Astronômico Infravermelho e o Observatório Solar Orbital. Estes equipamentos permitem observações espaciais isentas de obstáculos bem como em comprimentos de onda que são absorvidos pela atmosfera.

ocaso

Desaparecimento de um astro no horizonte, do lado oeste, proveniente do movimento diurno.

ocaso real ou verdadeiro

Instante exato da passagem de um astro pelo horizonte ocidental.

ocular

Uma combinação de lentes usada para ver as imagens formadas nos telescópios. A maior parte dos oculares são feitos com lentes de campo, que aumentam a área que pode ser vista com o telescópio, em adição às lentes oculares. Áreas variáveis podem ser vistas com diferentes oculares. Alguns oculares corrigem melhor as aberrações cromáticas e esféricas do que outros, alguns deixam mais espaço entre os olhos do observador e as lentes, e alguns evitam mais do que outros a formação de imagens duplas ocasionadas pelas reflexões no telescópio e no ocular.

ocultação

Fenômeno de desaparecimento de um astro pela interposição de outro de diâmetro aparente superior à sua frente, durante o seu movimento relativo. Existem dois casos: a ocultação de estrelas, planetas e asteróides pelo disco lunar, e a ocultação de satélites de Júpiter e Saturno pelos planetas. A ocultação começa por uma imersão e termina por uma emersão.

oclusão

Desaparecimento momentâneo dum astro.

ocultação

Fenômeno do desaparecimento de um astro pela interposição da Lua ou de um planeta entre ele e o observador terrestre.

oitante

1. Distância de 45 graus entre o Sol e outro astro. 2. Uma das fases da Lua intermediária entre duas principais. Há quatro oitantes: 1º oitante: fase da Lua intermediária entre a lua nova e o quarto crescente; 2º oitante: fase da Lua intermediária entre o quarto crescente e a lua cheia; 3º oitante: fase da Lua intermediária entre a lua cheia e o quarto minguante; 4º oitante: fase da Lua intermediária entre o quarto minguante e a lua nova. 3. Constelação que abrange o pólo celeste austral (do latim octante).

Olber, Paradoxo de

Page 76: Dicionário de Astronomia

Por que o céu é escuro?" Olber dizia que se alguém partisse do princípio de que o Universo é muito antigo e que contém a mesma quantidade de estrelas em cada área, então existiriam estrelas para qualquer lugar que se olhasse e o céu noturno seria extremamente brilhante. Muitas explicações foram dadas para o fato óbvio do céu não brilhar por igual. Olber achava que o motivo principal seria a existência do gás intersideral, outros que isto se devia ao rastro avermelhado das galáxias. Mais tarde, a explicação para o céu não ser todo iluminado, foi de que o Universo não era suficientemente antigo e, portanto, ainda não teria havido tempo suficiente para que as estrelas preenchessem todo o Universo. Esta última teoria é considerada a mais correta: o céu noturno é escuro não porque o Universo está em expansão e sim por ser ele muito jovem.

Olbers, (Henrich) Wilhelm (Mattaus) (1758-1840)

Astrônomo alemão que estudou os cometas e propôs o Paradoxo de Olber. Ele descobriu 5 cometas, entre eles o Cometa de Olber, e calculou que a Terra passaria pela cauda do Cometa Biela. Olber dizia que a cauda dos cometas é direcionada em oposição ao Sol por partículas carregadas do vento solar. Ele também acreditava na existência de um planeta entre Marte e Júpiter. Contudo, quando em 1802 descobriu o asteróide Pallas, conclui que este planeta teria se partido formando o cinturão de asteróides.

Ônibus Espacial

Espaçonave que é lançada ao espaço como um foguete tradicional mas que depois retorna à Terra como um avião. O ônibus espacial é composto por um orbitador do tamanho aproximado de um DC-10, com uma cabine de dois andares e um depósito de carga. Na cabine ficam os astronautas a uma pressão atmosférica normal e há espaço para até sete pessoas. O depósito de carga assemelha-se à fuselagem de um jato com um teto retrátil. Nele são colocadas as cargas tais como satélites e laboratórios e há também um braço robô de 15 metros para manipular a carga. Ele tem capacidade para levar 29.500 kg de equipamento e trazer 16.000 kg de volta à Terra. Para lançar o orbitador, o ônibus espacial possui dois foguetes propulsores situados na lateral de um grande tanque externo de combustível. Os dois foguetes são alimentados com combustível sólido para impulsionar o orbitador durante os primeiros minutos de viagem. Então eles são jogados no Oceano Atlântico para serem recuperados e reutilizados. O tanque externo de combustível leva hidrogênio líquido e oxigênio para acionar os três motores principais do orbitador. Eles funcionam durante aproximadamente 20 minutos para colocar o orbitador na órbita baixa da Terra. Então o tanque cai e se desintegra sobre o Oceano Índico.

Missões: O ônibus espacial é projetado para três tipos de missões: lançamento de satélites, manutenção de satélites e experiências com a micro-gravidade. O grande depósito de carga permite o lançamento de diversos satélites durante uma mesma missão. Utilizando o braço mecânico ele posiciona satélites meteorológicos, de comunicação e pesquisa na órbita baixa da Terra, ou fornece uma plataforma para lançá-los. Ele também pode recuperar satélites defeituosos e consertá-los ou trazê-los de volta à Terra, o que é mais econômico do que construir e lançar um novo satélite. Durante uma missão destinada à experiências com a micro-gravidade, a cabine funciona como um laboratório com pressão atmosférica normal. O depósito de carga fornece as mesmas condições que um vácuo. Algumas dessas missões realizam diversas experiências enquanto outras se dedicam apenas a um assunto como, por exemplo, medicina e astronomia. Algumas vezes o depósito de carga abriga um laboratório espacial. Um deles, construído pela ESA, é uma grande laboratório orbital que foi montado como um protótipo para futuras estações espaciais. Este ônibus espacial também transporta encomendas especiais, que são experiências doadas por escolas, universidades e companhias. Este serviço abre espaço para populações que não poderiam pagar por este tipo de experiência.

Oort, Jan Hendrik (1900-1992)

Astrônomo dinamarquês que fez importantes contribuições ao conhecimento da estrutura e rotação da nossa Galáxia. Mais ou menos como um trabalho em paralelo, Oort também estudou os cometas. Como resultado deste trabalho surgiu a teoria, agora amplamente aceita, de que o Sol está circundado por uma nuvem distante de material cometário, agora conhecida como Nuvem de Oort. Pedaços deste material são ocasionalmente arremessados para dentro do Sistema Solar como cometas.

Oort, Nuvem de

Nuvem localizada entre 40.000 e 50.000 A. do Sol, de onde origina-se a maior parte dos cometas de nosso sistema solar. Ocasionalmente, um cometa é desviado da Nuvem Oort para a órbita do Sol em uma longa trajetória elíptica. A existência desta nuvem, que parece ter sido formada pelo que restou quando da formação de nosso sistema solar, foi proposta por Jan Heinrich Oort em 1950.

Ophelia

Satélite de Urano descoberto em 1986 pela sonda espacial Voyager 2.

oposição

1. Configuração apresentada por dois astros no instante em que suas longitudes geocêntricas (ascenções retas) diferem de 180°. 2. Posição de um planeta exterior situado a uma longitude geocêntrica de 180° do Sol. Quando um planeta exterior está em oposição, está próximo da Terra e em uma posição favorável à observação. O astro em oposição cruza o meridiano à meia-noite.

Page 77: Dicionário de Astronomia

orbe

Corpo celeste; planeta, esfera, astro.

órbita

Trajetória circular ou elíptica descrita por um corpo celeste menor em torno de outro maior que o atrai gravitalmente.

órbita alta

Órbita descrita por um satélite artificial, acima de 500 km de altitude.

órbita aparente

No caso das estrelas duplas visuais, a projeção da órbita verdadeira sobre o plano tangente à esfera celeste.

órbita baixa

Órbita descrita por um satélite artificial, entre 200 km e 500 km de altitude.

órbita definitiva

Órbita de um astro, que se calcula utilizando um número suficiente de observações e considerando a perturbação produzida por outros corpos celestes vizinhos.

órbita de transferência

Trajetória calculada para que um veículo espacial possa atingir um planeta, ou outro corpo celeste, consumindo a menor quantidade possível de energia.

órbita geoestacionária

Órbita circular a 35.900 km acima do Equador cuja velocidade é igual à da rotação da Terra. Como as duas órbitas são idênticas ou sincronizadas, do ponto de vista do satélite, parece que a Terra está parada. Este tipo de órbita é freqüentemente utilizada com os satélites de comunicação.

órbita hohmanniana

Veja órbita de transferência.

órbita inclinada

Órbita de um satélite em torno da Terra com excentricidade nula cuja inclinação não é mantida próxima de zero.

órbita nominal

Órbita ideal de um veículo espacial, a qual se supõe que ele vá seguir antes de seu lançamento.

órbita osculatriz

Órbita hipotética construída com base no conhecimento das perturbações.

órbita prematura

Órbita de um astro, que se calcula utilizando um número insuficiente de observações.

órbita provisória

Órbita de um astro calculada logo após o seu descobrimento, e sujeita a alterações posteriores, como resultado de observações.

órbita terrestre

Page 78: Dicionário de Astronomia

Trajetória elipsoidal descrita pela Terra no seu movimento de translação ao redor do Sol.

P Pálida (Delta Crucis)

Designação brasileira em virtude de constituir a mais fraca em brilho das quatro principais estrelas da Cruz.

Pan

Pan é um dos menores satélites de Saturno. Ele foi descoberto por Mark R. Showalter, em 1990, a partir de dados da Voyager 2. Pan tem um raio de aproximadamente 10 km e está localizado dentro do Encke Gap nos anéis de Saturno. Sua órbita está a 133.583 km de Saturno e seu período orbital é de 0,575 dias terrestres.

Pandora

Pandora (SXVII) é um dos menores satélites de Saturno tendo sido descoberto em 1980 por S. A. Collins e D. Carlson a partir de dados da Voyager 1. Ele tem um diâmetro de 84 km e está em órbita a 141.700 km de Saturno, com um período orbital de 0,62 dias terrestres. Pandora é um satélite pastor para a borda mais externa do anel F de Saturno.

parábola

Figura que se forma quando um cone é cortado num determinado ângulo em relação a base. Muitos telescópios astronômicos são equipados com espelhos em forma de parábola, já que este formato faz com que os raios de luz formem um foco simples.

paralaxe

Ângulo sob o qual um observador situado em uma determinada estrela veria um comprimento convencionalmente escolhido em grandeza e em direção, denominado de base. A paralaxe caracteriza a distância do objeto à base. Em geral, os astrônomos empregam como base o raio da órbita terrestre. Esta medida é expressa em segundo de arco. Para medir o afastamento das estrelas os astrônomos utilizam-se do fato de a Terra girar em torno do Sol. A Terra encontra-se, no verão, a 300.000.000 km do ponto em que se encontrava no inverno. Tendo em vista tal fato, os astrônomos passaram a fotografar uma região do céu no inverno e no verão, determinando o deslocamento de uma certa estrela mais próxima em relação às outras mais distantes. Ver paralaxe anual.

paralaxe anual

Mudança aparente, de período anual, da direção de uma estrela, em virtude das sucessivas posições que a Terra ocupa em sua órbita. Tal efeito, que depende da distância da estrela considerada, só é sensível para as estrelas mais próximas. Ele se superpõe à aberração anual que independe dessa distância.

paralaxe dinâmica

Paralaxe de uma estrela binária, deduzida do conhecimento de sua órbita.

paralaxe diurna

Paralaxe de um astro do sistema solar.

paralaxe espectroscópica

Paralaxe de uma estrela, obtida indiretamente com o auxílio do diagrama Hertzprung-Russel.

Page 79: Dicionário de Astronomia

paralaxe estatística

Paralaxe de uma estrela, deduzida do estudo estatístico do movimento próprio de grande número de estrelas; paralaxe hipotética.

paralaxe fotométrica

Paralaxe de uma estrela, obtida da relação entre as suas magnitudes aparente e absoluta, a primeira das quais observada e a segunda deduzida de outra propriedade da estrela.

paralaxe hipotética

Veja paralaxe estatística.

paralaxe horizontal

Paralaxe quando o astro considerado está no horizonte.

paralaxe secular

Paralaxe de uma estrela, determinada pelo movimento de translação do sistema solar no decorrer de um século.

paralaxe trigonométrica

Paralaxe obtida diretamente pela análise da variação anual da direção de uma estrela, em virtude do movimento orbital da Terra.

parsec

Unidade astronômica de distância equivalente a uma paralaxe anual de um segundo de arco. Um parsec equivale a 3,2616 anos-luz, um quiloparsec equivale a 1.000 parsecs e um megaparsec equivale a 1.000.000 de parsecs.

Pasiphae

Pasiphae (JVIII) é o 15o satélite de Júpiter e foi descoberto, em 1908, por P. Melotte. Sabe-se muito pouco sobre Pasiphae. Ele tem 36 km de diâmetro e sua órbita está a 23.500.000 km de Júpiter e ele dá uma volta completa em torno deste planeta em 735 dias terrestres. Ele realiza um movimento retrógrado em sua órbita, ou seja, ele está orbitando em um sentido oposto ao sentido de rotação de Júpiter.

passagem meridiana

Posição de um astro quando, em seu movimento diurno, cruza o meridiano superior do lugar (passagem meridiana superior) ou o meridiano inferior (passagem meridiana inferior); meridiana.

Peacock (Alpha Pavonis)

O Pavão, designação moderna de origem inglesa.

penumbra

1. Espaço de meia sombra que envolve o cone de sombra de um astro do sistema solar, e de onde só uma parte do disco solar é visível. 2. Parte periférica de mancha solar, cuja estrutura é, aproximadamente, radial.

periastro

Ponto da órbita de um astro em que ele se encontra mais próximo de outro astro, em torno do qual gravita. Aplica-se geralmente ao caso das estrelas binárias.

periélio

Para um corpo em órbita elíptica (em forma de elipse) em torno do Sol, é o ponto da órbita onde um astro tem a maior proximidade do Sol. Oposto de afélio.

perifoco

Page 80: Dicionário de Astronomia

Apside de uma órbita elíptica, no qual o astro secundário se acha mais próximo do centro de forças.

perigeu

Para um corpo em órbita elíptica (em forma de elipse) em torno da Terra (a Lua ou um satélite artificial, por exemplo), é o ponto da órbita onde um astro tem a maior proximidade da Terra. Oposto de apogeu.

período anomalístico

Veja revolução anomalística.

período axial

Período que leva um objeto celeste para completar uma rotação ao redor do seu eixo.

período de Chandler

Variação polar descoberta, em 1891, pelo astrônomo norte-americano S. Chandler, a qual se realiza num período de 14 meses, ou 427 dias.

período draconítico

Veja revolução draconítica.

período lunissolar

Ciclo que reconduz, depois de um certo número de anos, a lua nova ao mesmo dia do mês, e cada dia do mês ao mesmo dia da semana.

período nódico

Veja revolução draconítica.

período orbital

Intervalo de tempo em que um astro completa uma revolução na sua órbita.

período sideral

Tempo gasto por um planeta ou satélite para completar uma revolução em torno do seu corpo celeste primário, conforme é visto deste, e tendo uma estrela como referência.

período sinódico

Veja revolução sinódica.

período undecenal

Intervalo de onze anos característico do ciclo de atividade solar.

Pérola

Veja Alpheca.

Perrine, Charles Dillon (1867-1951)

Astrônomo norte-americano que descobriu Himalia e Elara, ambos satélites de Júpiter. Foi um dos primeiros diretores do Observatório Nacional de Córdoba e fundador da Astrofísica na Argentina.

perturbação astral

Page 81: Dicionário de Astronomia

Marca superficial do planeta Júpiter, observada pela primeira vez em 1901, a qual se encontra nas latitudes austrais do planeta e tem um movimento de rotação superior ao dos outros objetos da mesma região.

Phact (Alpha Columbae)

A Rola, nome árabe que designa esta estrela.

Phecda (Gamma Ursae Majoris)

A Coxa, nome árabe para designar a estrela situada na coxa da Ursa Maior.

Pherkad (Gamma Ursae Minoris)

O Bezerro, nome árabe que, na época de Ptolomeu, indicava os dois bezerros.

Phoebe

Phoebe (SIX) é um dos menores satélites de Saturno e foi descoberto em 1898 por W. Pickering. Ele tem um raio de aproximadamente 110 km. Com uma forma quase circular e uma cor avermelhada, Phoebe está em órbita a 12.952.000 km de Saturno. Seu período orbital é de 550,48 dias terrestres. É interessante notar que Phoebe roda sobre seu eixo a cada 9 horas, ao contrário dos outros satélites de Saturno (com exceção de Hiperion) que sempre mostram a mesma face para Saturno.

Phurud (Zeta Canis Majoris)

A Única Brilhante, proveniente do árabe Al Furud, ou talvez por transcrição errônea de Al Kurud, o Macaco, referindo-se às pequenas estrelas que envolvem a constelação de Columba.

Piazzi, Giuseppe (1746-1826)

Astrônomo italiano que foi a primeira pessoa a descobrir um asteróide. Ele avistou Ceres, o maior entre os asteróides, em 1º de janeiro de 1801. Embora Ceres se assemelhasse a uma estrela quando vista através do telescópio (por isto o nome asteróide que significa "parecido com uma estrela") ele não conseguiu localizá-la no gráfico sideral de Lacaille. Isto fez com que Piazzi observasse Ceres durante diversos dias, confirmando que ele era um corpo celeste situado entre Marte e Júpiter.

Pitágoras (580-500 a.C.)

Matemático grego que acreditava que a Terra era uma esfera localizada no centro do Universo. Ele percebeu que o Sol, a Lua e os planetas seguiam determinados caminhos no espaço e acreditava que cada um deles situava-se numa esfera celeste.

planeta

Um astro escuro, sem luz própria, que gira em torno de uma estrela seguindo uma órbita elíptica. Os planetas que giram ao redor do Sol são: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão.

planeta exterior

Veja planeta superior.

planeta extrasolar

Também abreviado para exoplaneta, são planetas que estão em órbita em torno de alguma estrela diferente do Sol. Estes planetas extrasolares são detectados observando-se a "oscilação" de suas estrelas que é causada pela atração gravitacional do planeta que a acompanha.

planeta inferior

Cada um dos planetas (Mercúrio e Vênus) cuja órbita é interior à órbita da Terra.

planeta interior

Veja planeta inferior.

planeta joviano

Page 82: Dicionário de Astronomia

Qualquer um dos planetas gigantes.

planetas gigantes

Os planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

planeta superior

Cada um dos planetas (Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão) cuja órbita é exterior à órbita da Terra.

planeta telescópico

Planeta que só é observável através de um telescópio (Netuno e Plutão).

planeta telúrico

Cada um dos quatro primeiros planetas do sistema solar (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte), que possui massa fraca e densidade média muito forte.

planeta vermelho

Marte.

pequeno planeta

Veja asteróide.

planetóide

Um outro nome para asteróide.

plano focal

Plano onde os raios luminosos que atingem uma lente ou espelho paralelamente convergem. No caso de sistemas divergentes o plano focal é virtual e fica do lado oposto.

plasma

Gás ionizado composto por pedaços de átomos. A medida em que o gás se aquece, as colisões contra outros átomos ou a forte radiação arrancam os elétrons de seus invólucros criando uma miscelânea de elétrons e núcleos expostos. Acredita-se que a maior parte da matéria visível do Universo exista sob a forma de plasma.

Plêione (28 Tauri)

Plêione, nome grego da esposa de Atlas e mãe das sete Plêiades.

Plutão

O planeta mais distante do sistema solar, e cujo descobrimento foi anunciado em 1930 por Clyde W. Tombaugh, astrônomo norte-americano, após a série de pesquisas iniciadas pelo astrônomo, também norte-americano, Percival Lowell. Sua massa provavelmente equivale à da Terra, está situado a uma distância média do Sol da ordem de 40 vezes a da Terra, e completa o seu período de revolução em 249 anos.

Polar

Veja Polaris.

Polaris (Alpha Ursae Minoris)

Termo latino para designar a estrela mais próxima do Pólo Norte da esfera celeste.

Pollux (Beta Geminorum)

Page 83: Dicionário de Astronomia

Nome latino de um dos filhos gêmeos de Leda, esposa de Tíndarus, rei de Esparta.

pólos geográficos

Os pontos de interseção entre o eixo de rotação da Terra e sua superfície.

pólos magnéticos

As partes de um ímã onde a ação magnética é maior. Aplica-se tanto aos pólos de um ímã artificial como aos do ímã ''Terra''. Os pólos magnéticos da Terra estão separados 20° dos pólos geográficos.

poluição luminosa

As luzes das cidades, ou outro tipo de claridade, que interferem com as observações astronômicas.

ponto gama

Ponto onde se encontra o Sol no dia do equinócio de primavera. É o ponto da esfera celeste situado na interseção do equador celeste com a eclíptica, na qual o Sol (em seu movimento anual) passa de um hemisfério para o outro. Ponto vernal.

Pontos de Lagrangian

Cinco pontos em que um corpo celeste pequeno fica em equilíbrio quando está na companhia de dois corpos celestes de grande massa que orbitam um ao outro. Apenas dois destes cinco pontos são estáveis.

população sideral

Classificação das estrelas com base em suas idades. As estrelas do Tipo I são relativamente jovens e situam-se nos braços das galáxias espirais. As do Tipo II são mais antigas e se localizam no halo das galáxias.

Porrima (Gamma Virginis)

Nome latino da deusa da Profecia.

Portia

Portia é um satélite de Urano descoberto em 1986 pela sonda espacial Voyager 2.

posição geocêntrica

Posição de um astro, tomando como referência o centro da Terra.

posição heliocêntrica

Posição de um astro, tomando como referência o centro do Sol.

posição planetocêntrica

Posição de um astro, tomando como referência o centro de um planeta.

posição topocêntrica

Posição de um astro, tomando como referência um observador que está na superfície da Terra.

precessão

Tanto o Sol como a Lua exercem um puxão gravitacional sobre a Terra que afeta o seu movimento de rotação, uma vez que ela não é perfeitamente esférica. A Terra tem uma forma achatada nos pólos possuindo, portanto, um bojo equatorial. O puxão gravitacional do Sol e da Lua sobre este bojo gradualmente muda a orientação do eixo de rotação da Terra. A ação combinada da gravidade e da rotação fazem o eixo de rotação do nosso planeta traçar um círculo no céu, embora ela ainda

Page 84: Dicionário de Astronomia

permaneça inclinada em cerca de 23,5o em relação à perpendicular. A este movimento circular, realizado tanto pelo pólo norte como pelo pólo sul, damos o nome de precessão. A taxa de precessão da Terra é razoavelmente lenta. No ano 3000 a. C. o eixo de rotação da Terra estava apontando para próximo da estrela Thuban na constelação de Draco. Na época atual o eixo de rotação da Terra aponta para um local a cerca de 0,5o da estrela Polaris. No ano 14.000, a "estrela polar" será a estrela Vega, na constelação da Lyra. Levará cerca de 26.000 anos para o pólo celeste norte completar um círculo completo de precessão na esfera celeste.

precessão dos Equinócios

À medida que o eixo de rotação da Terra realiza a precessão, o plano equatorial da Terra também se move. Uma vez que o plano equatorial da Terra define a localização do equador celeste no céu, o equador celeste também tem uma precessão. As intercessões do equador celeste e da eclíptica definem os equinócios, de modo que estas importantes localizações na esfera celeste também se deslocam lentamente de ano para ano. Este fenômeno inteiro é chamado de precessão dos equinócios. Há 2.000 anos atrás o equinócio vernal estava na constelação de Áries. Hoje ele está localizado na constelação de Peixes e por volta do ano 3000 ele terá se movido para a constelação de Aquário.

primeiro quarto

Momento em que a Lua está no primeiro quarto de sua órbita. Muitas pessoas acreditam que "primeiro quarto" significa que apenas um quarto da Lua brilha, porém isto não é verdade. Durante o primeiro quarto, na nossa perspectiva, metade da Lua está iluminada.

Procyon (Alpha Canis Minoris)

Aquela Que Precede Sirius, palavra latina que indica que o nascimento de Alpha Canis Minoris anuncia o de Sirius.

Prometeus

Prometeus (SXVI) é um dos menores satélites de Saturno e foi descoberto em 1980 por S. A. Collins e D. Carlson a partir de dados da sonda Voyager 1. Ele tem dimensões de aproximadamente 74 x 50 x 34 km e está em órbita a 139.353 km de Saturno. Seu período orbital é de 0,613 dias terrestres. Prometeus é um satélite pastor para a borda interna do anel F, um dos anéis planetários de Saturno.

Proplídeos

São discos de poeira e gás que permanecem em torno de estrelas recentemente formadas. Em vez destes discos serem dissolvidos quando a estrelas se forma, eles permanecem circundando as estrelas. Estas bolhas indistintas podem vir a ser "sistemas solares" em processo de formação. Acredita-se que os discos protoplanetários, ou "proplídeos", podem eventualmente evoluir formando planetas que permanecerão em órbita em torno da estrela.

Propus (Eta Geminorum)

O Pé Estirado, nome grego que procura indicar o fato de esta estrela estar situada no pé estirado de Castor.

Próspero

Satélite de Urano descoberto em 1999 por Holman, Kavelaars, Gladman, Petit, e Scholl.

Proteus

Proteus é o segundo maior entre os satélites de Netuno e foi descoberto em 1989 pela sonda espacial Voyager 2. Embora ele seja maior do que Nereida, descoberto em 1949, não foi possível observá-lo antes porque, além dele ser muito escuro, ele está tão próximo de Netuno que se torna muito difícil distingui-lo no brilho intenso do planeta. Suas dimensões são de 218 x 208 x 201 km. Proteus tem uma forma irregular e sua superfície é salpicada com crateras de impacto. Ele está em órbita a 117.650 km do centro de Netuno. Este satélite escuro tem sua órbita circular situada logo acima da parte superior das nuvens de Netuno.

proto-estrela

Estágio inicial de uma estrela quando o gás e a poeira já se condensaram o suficiente para brilhar, porém ainda não começou a fusão.

protuberâncias

Page 85: Dicionário de Astronomia

Massas brilhantes de gás, principalmente hidrogênio, situadas em cima da superfície brilhante do Sol. Somente podem ser vistas opticamente durante um eclipse total do Sol. Entretanto, modernos instrumentos permitem estudá-las a qualquer momento. Existem dois tipos principais de protuberâncias: eruptivas e quiescentes.

Ptolomeu, Claudius Ptolemaeus (87-150)

Propôs um novo sistema geocêntrico para superar os problemas do modelo aristotélico, que não conseguia explicar o movimento retrógrado de alguns planetas. Pertence a Claudio Ptolomeu um dos mais importantes catálogos estelares, o Almagesto, uma fabulosa obra composta por 13 volumes e onde estão relacionadas 1.022 estrelas de 48 constelações, inclusive as quatro estrelas principais do Cruzeiro do Sul, na época pertencentes a constelação do Centauro.

Puck

É um satélite de Urano e foi descoberto em 1985, pela sonda Voyager 2. Seu diâmetro é de aproximadamente 154 km e está em órbita a uma distância de 86.010 km de Urano.

pulsar

Fonte de rádio estelar emissora de impulsos de duração média de 35 milésimos de segundo, e que se repetem a intervalos extremamente regulares da ordem de 1,4 segundo, aproximadamente. O nome pulsar é oriundo da contração da expressão inglesa Pulsating radio source (fonte de rádio pulsante). Ver colapso gravitacional e estrela de nêutron.

Q quadrante solar

Sinônimo de Dioptra. Antigo instrumento utilizado para medir o tempo, pela sombra do Sol, de onde se deduziam as horas. Foi o primeiro relógio solar, havendo vários tipos, como o equatorial, vertical, horizontal e declinante.

quadratura

Configuração de dois astros quando a diferença de suas longitudes celestes é de 90°.

quarto crescente

Primeiro quarto; primeira quadratura.

quarto minguante

Segundo quarto; segunda quadratura.

quasar

Fonte de emissão de rádio semelhante a uma estrela. Objeto celeste de aparência quase estelar e cujo espectro apresenta um grande desvio para o vermelho. Um quasar parece uma estrela nas observações visuais, mas emite ondas de rádio com mais intensidade do que uma galáxia inteira (daí não pode ser uma estrela). O termo "quasar" surgiu da contração da expressão "quasi-stellar" (quase estelar, em inglês). Aproximadamente 200 quasares já foram identificados.

R radiação

Energia ondulatória ou partículas materiais que se propagam através do espaço.

radiação de fundo

Radiação infra-vermelha e de rádio que chega de todas as direções no espaço com temperatura igual a 2,726 K (um pouco acima de zero absoluto). Acredita-se que estas radiações sejam restos de energia deixados pelo Big Bang. Sua existência foi descoberta por Gamow e Dicke e confirmada por Wilson e Penzias em 1965. Você pode detectar esta radiação na TV. Se você sintonizar um canal que apresenta apenas estática e tirar a luminosidade, então 1% do que você verá será radiação deixada para trás pelo Big Bang.

Page 86: Dicionário de Astronomia

radiação eletromagnética

Perturbação elétrica e magnética que viaja como uma onda através do espaço à velocidade da luz (300.000 Km por segundo). Exemplos: ondas de rádio, microondas, luz infravermelha, luz visível, ultravioleta, raios-X ou raios gama.

radiação Sincrotron

Ondas de energia emitidas por partículas carregadas cujo curso foi alterado quando elas se movimentavam numa velocidade aproximada à da luz. Em muitos casos isto envolve elétrons espiralando ao redor das linhas do campo magnético. A radiação sincrotron possui um espectro muito diferente do da radiação termal (produzida por calor). Os cientistas observaram este fenômeno pela primeira vez em aceleradores de partículas chamados sincrotrons. O comprimento de onda da radiação depende da velocidade e do peso das partículas. Os elétrons produzem mais radiação sincrotron do que partículas mais pesadas como os prótons. Eles emitem radiação sincrotron nos campos magnéticos de Júpiter, nas erupções solares, nos restos de supernovas e nas explosões de galáxias e quasares . Alguns corpos celestes, como a Nebulosa de Caranguejo, possuem um campo magnético tão poderoso que suas emissões sincrotron são visíveis.

radiação ultravioleta

A radiação eletromagnética tem uma longitude de onda menor que a da luz violeta e, portanto, não é perceptível ao olho humano. A região ultravioleta do espectro eletromagnético se encontra entre a luz visível e os raios X. O Sol é uma poderosa fonte de raios ultravioletas, porém, a maior parte desta radiação é absorvida pelas camadas superiores da atmosfera. O estudo das radiações ultravioletas emitidas pelas estrelas se realiza por meio de instrumentos situados no exterior da atmosfera, instalados em foguetes ou em satélites artificiais.

radiante

Ponto a partir do qual parece irradiar uma chuva de meteoros. Os meteoros seguem um curso paralelo, porém do nosso ponto de vista a linha parece voltar para uma região, o radiante. O efeito é o mesmo dos trilhos de trem que parecem se unir no horizonte. Embora os percursos permaneçam paralelos, eles parecem divergir a partir de um ponto. O nome das chuvas de meteoros é dado de acordo com a constelação em que está o radiante.

radioastronomia

Parte da astronomia que utiliza ondas de rádio (radiação eletromagnética) de origem cósmica como um meio de obtenção de dados. Também se escreve "rádio astronomia".

rádio-galáxias

Galáxias com aparência normal que possuem nuvens que emitem ondas de rádio a partir de seus núcleos. A energia do núcleo faz com que estas nuvens produzam radiação sincrotron. Uma das teorias diz que um buraco negro expele partículas da galáxia, e, a medida que as partículas vão para o gás que circunda a galáxia, elas emitem ondas de rádio.

radiotelescópio

Equipamento que coleta ondas de rádio emitidas pelos corpos celestes e as converte em sinais elétricos, que podem ser utilizados para produzir imagens. Devido ao fato das ondas de rádio serem milhões de vezes mais longas do que a luz visível, são necessários telescópios muito maiores para obter a mesma resolução. Contudo, os radiotelescópios não precisam ser construídos com precisão absoluta como os telescópios óticos, e alguns chegam a utilizar redes de arame para focar as ondas. Os radiotelescópios são a espinha dorsal da radioastronomia, uma ciência que existe desde os anos 40. Grote Reber construiu o primeiro radiotelescópio e com ele encontrou muitas fontes de rádio. Apesar de ter publicado suas descobertas em 1940, elas foram ignoradas pelos astrônomos. A Segunda Guerra Mundial fez com que os astrônomos tivessem acesso a muitos equipamentos de rádio. Utilizando peças encontradas, eles construíram os primeiros radiotelescópios, que pareciam um amontoado de linhas unidas com arame. Eles apostaram na rotação da Terra para varrer o céu. Nos anos 50 e 60 surgiram muitos telescópios móveis. Nos Estados Unidos o centro de desenvolvimento dos radiotelescópios era em Green Bank, no Estado de Virginia, enquanto na Inglaterra localizava-se em Jodrell. Os grandes esqueletos dos radiotelescópios atingiram 80 metros de extensão. Nos anos 70, surgiu a tendência de juntar-se uma série de pequenos telescópios em rede. O maior e mais sensível radiotelescópio existente localiza-se no deserto do Novo México, próximo a Socorro. Para obter uma boa resolução, atualmente os astrônomos utilizam uma Grande Rede de Interferômetros composta por dez antenas, situadas desde o Havaí até o nordeste do Canadá e as Índias Ocidentais, para unir imagens geradas por telescópios separados por milhares de quilômetros, através do uso de um computador, alcançando resoluções de imagens sequer sonhadas nos anos sessenta. Esta combinação de antenas permite um desempenho similar ao de um telescópio espacial situado a 13.300 km de distância com uma resolução de 0,2 milisegundos de arco.

radiobinária

Sistema físico composto por dois astros, sendo um deles, pelo menos, uma fonte de rádio.

Page 87: Dicionário de Astronomia

radioestrela

Estrela que possui emissão detectável na faixa de ondas de rádio.

radiointerferômetro

Radiotelescópio com poder de resolução maior que um radiotelescópio com uma única antena. Possui duas ou mais antenas que recebem simultaneamente radiações de uma mesma fonte. A diferença dos caminhos percorridos pelos sinais nas respectivas antenas produz um defasamanto. A análise destes sinais fora de fase, através de técnicas de interferência de ondas, produz as imagens.

radiogaláxia

Galáxia que emite intensamente nos comprimentos de onda de rádio. Uma radiogaláxia é, em geral, uma galáxia elíptica gigante com uma intensa emissão de ondas hertzianas. Os dois mais notáveis exemplos são as galáxias M87 e M82. Veja também rádio-galáxia.

raia telúrica

Raia espectral que aparece no espectro dos astros quando observado da superfície da Terra, e que provém da absorção da atmosfera terrestre.

raias de Fraunhofer

Raias espectrais de absorção, descobertas no espectro solar pelo astrônomo alemão Joseph von Fraunhofer (1787-1826), e que são designadas por letras, dependendo do seu comprimento de onda (l) e de sua origem, por exemplo, raia A (l = 7593 Å, oxigênio do ar), raia C (l = 6563 Å, hidrogênio), raia E (l = 5270 Å, cálcio), raia F (l = 4861 Å, hidrogênio); linhas de Fraunhofer.

raio cósmico

Radiação composta por partículas carregadas cuja origem exata é desconhecida. Esta radiação é composta por prótons (o núcleo dos átomos de hidrogênio), partículas alfa (o núcleo dos átomos de hélio), núcleos de outros átomos (tais como o berílio, o boro e o lítio), elétrons, positrons e alguns anti-prótons. As partículas que formam o raio cósmico movem-se quase à velocidade da luz. A origem desses raios cósmicos ainda não foi desvendada. Acreditava-se que eles se originavam das supernovas, porém esta teoria foi rechaçada. Atualmente, considera-se que as partículas dos raios cósmicos atingem altos níveis de energia quando elas surgem a partir de choques de ondas magnéticas. A medida que elas circulam por aí, as partículas acumulam energia gerada pelo choque de ondas magnéticas, as quais, por sua vez, receberiam a energia das supernovas. Contudo, a veracidade desta teoria está sendo questionada já que ela não consegue explicar o porquê de algumas destas partículas terem um nível tão elevado de energia.

raio de Hubble

Raio do universo observável, que, segundo a constante hoje aceita, seria de 1027 cm.

Raio de Schwarzschild

Raio do horizonte de eventos num buraco negro. Quando a luz ou a matéria passam pelo Raio de Schwarzschild, não conseguem escapar do empuxo gravitacional do denso corpo porque, dentro do raio, a velocidade de fuga é maior do que a velocidade da luz. Como, de acordo com a Teoria da Relatividade de Einstein, a matéria não consegue atingir a velocidade da luz, se um corpo celeste tiver uma velocidade de fuga maior do que a velocidade da luz, nada poderá escapar de sua força gravitacional. O Raio Schwarzschild do Sol tem 3 km, enquanto o da Terra é de 3 cm. Isto significa que a Terra teria que ser comprimida numa bola de 3 cm. O núcleo de uma estrela tem que ser comprimido em seu Raio Schwarzschild, durante a explosão de uma supernova, para transformar-se num buraco negro.

raio verde

Quando o Sol se põe, a última parte visível do disco mostra, em algumas ocasiões, um pequeno brilho de cor verde. Isso deve-se à atmosfera terrestre, podendo ser melhor observado quando o horizonte se forma no mar. Em algumas ocasiões Vênus também apresenta este fenômeno.

raios cósmicos

Page 88: Dicionário de Astronomia

Partículas de alta energia que atingem a Terra desde o espaço exterior. Os raios cósmicos primários de alta energia decompõem-se quando penetram na parte superior da atmosfera terrestre, e somente as radiações secundárias alcançam a superfície.

raios gama

Radiação eletromagnética de elevada freqüência. Sua longitude de onda é inferior à milionésima parte da longitude de onda da luz visível e, portanto, menor que as dos raios X. Foram detectadas fontes de radiação gama na Galáxia mas, no entanto, não se conhece muito a respeito delas. Foguetes e satélites são utilizados no estudo dessas fontes, já que a radiação gama procedente do espaço se transforma e se dissipa na ionosfera e atmosfera terrestre, antes mesmo de alcançar o nível do solo.

Rasalas (Mu Leonis)

Cabeça do Leão, nome árabe indicativo da posição da estrela na constelação.

Rasalgethi (Alpha Herculis)

A Cabeça do Ajoelhado, nome árabe cujo significado se refere a Hércules ajoelhado.

Rasalhague (Alpha Ophiuchi)

A Cabeça do Serpentário, nome árabe.

Rasalmothallah (Alpha Trianguli)

O Triângulo, oriundo do árabe Ral Al Muthallath.

Rastaban (Beta Draconis)

A Cabeça do Dragão, proveniente da expressão árabe Al Ras al Thuban. Nome empregado também para designar Gamma Draconis.

refração astronômica

Desvio dos raios luminosos provenientes dos astros, ao atravessarem a atmosfera terrestre.

Regiões H-I, H-II

Nuvens intersiderais contendo hidrogênio, que é resfriado e desionizado (neutro) em HI, e aquecido e ionizado em HII (algumas vezes chamada de nuvem de emissão). As regiões HII freqüentemente apresentam uma cor vermelha brilhante como pode ser vista em muitas fotografias do espaço profundo.

Regulus (Alpha Leonis)

Pequeno Rei. Regulus, Fomalhaut, Aldebaran e Antares, que dividem o céu em quatro partes quase iguais, eram, há 3000 anos, as quatro "estrelas reais" do céu dos persas. Foi em virtude de um engano de Ptolomeu que a denominou indevidamente de Pequeno Rei, que hoje a conhecemos como Regulus.

régua paraláctica

Instrumento astronômico antigo, constituído por um triângulo articulado que tem um dos lados vertical e o outro dirigido para o astro cuja altura se deseja medir.

Réia

Réia (SV) é um dos satélites de Saturno e foi descoberto, em 1672, por G. D. Cassini. Ele tem um diâmetro de 1.530 km e está em órbita a cerca de 527.040 km de Saturno, com um período orbital de 108,5 horas. Réia se caracteriza por ter uma cor branca com alguns riscos e reflete muito a luz incidente sobre ele devido ao fato de ter uma superfície congelada.

relatividade

Page 89: Dicionário de Astronomia

Teoria, proposta por Albert Einstein, que modificou a história: ela descreve o tempo e o espaço e como o movimento e a gravidade os afetam. Em 1905 Einstein publicou sua Teoria Especial da Relatividade, que dizia que todos os observadores encontrarão o mesmo valor para a velocidade da luz, independente da velocidade em que viajarem. Ele deduziu que o tempo deveriam passar de forma diferente para cada observador, e que dois observadores, um parado e outro em movimento, calcularão o mesmo acontecimento de forma diferente. Segue-se a isto a idéia de que o tempo observado por pessoas cuja velocidade se aproxima à da luz será mais lento. Se isto não acontecesse, eles encontrariam um valor menor para a velocidade da luz do que as pessoas que estivessem paradas. A famosa equação de Einstein E = mc² (A energia é igual à massa multiplicada pela velocidade da luz ao quadrado) levou os cientistas a imaginarem como as estrelas brilham. Também os levou a construir usinas e bombas atômicas. Em 1915 Einstein publicou sua Teoria Geral da Relatividade, que descreve a gravidade como sendo conseqüência da massa. Einstein escreveu que a massa distorce o tempo e o espaço, criando a gravidade. Esta teoria também diz que a luz atravessará as linhas curvas e irá em direção a um corpo volumoso. Isto foi confirmado em 1919 quando, durante um eclipse total, Sir Arthur Eddington fotografou a luz das estrelas vagando na superfície do Sol. O raio se curvava exatamente como fora predito na Teoria da Relatividade. Na maior parte das circunstâncias, a energia prevista pelas Leis de Newton funciona bem. Muitos físicos confessam que preferem os princípios simples de Newton à Teoria da Relatividade de Einstein. Contudo, quando a força gravitacional é intensa, somente a Teoria da Relatividade dá bons resultados. Além disto, ela consegue prever a existência de corpos estranhos como os buracos negros. Por tudo isto, a relatividade é a teoria mais aceita para descrever o tempo e o espaço.

relação focal (relação f)

Distância focal do espelho ou da lente dividida pela sua abertura. Quanto maior a relação focal, maior é o tubo, menor é o campo de visão e pior é a imagem.

resolução

Capacidade do telescópio de distinguir dois objetos próximos. Há contudo um limite para a capacidade de resolução dos telescópios terrestres em relação aos corpos celestes, pois a atmosfera embaça a imagem e prejudica a resolução. Por orbitar acima da atmosfera terrestre o Telescópio Espacial Hubble consegue mostrar detalhes que não podem ser vistos com os telescópios situados na Terra.

reta de altura

Segmento de reta, sobre uma carta, o qual traduz o resultado da observação da altura de um astro, permitindo a determinação da posição geográfica de um ponto sobre a superfície terrestre.

revolução

Movimento de um astro em redor de outro.

revolução anomalística

Intervalo de tempo necessário para que um astro descreva a sua órbita, a partir do periastro, e que usualmente se refere à Lua, valendo, neste caso, 27,5546 dias; período anomalístico, mês anomalístico.

revolução draconítica

Intervalo de tempo que separa duas passagens consecutivas da Lua pelo mesmo nodo de sua órbita, e vale 27,21222 dias; mês draconítico, mês nódico, revolução nódica, período draconítico, período nódico.

revolução nódica

Veja revolução draconítica.

revolução sinódica

1. Intervalo de tempo que separa duas faces idênticas e consecutivas de um astro. 2. Revolução sinódica da Lua que corresponde a 29,53059 dias; mês lunar, lunação.

revolução sinódica dos nodos

Intervalo de tempo que separa os dois instantes em que o mesmo nodo da órbita lunar tem a mesma longitude celeste.

Rigel (Beta Orionis)

O Pé, nome árabe para designar a estrela que forma o pé do gigante Hércules.

Rigil Kentaurus (Alpha Centauri)

Page 90: Dicionário de Astronomia

O Pé do Centauro, nome árabe para designar a posição da estrela situada no pé direito e dianteiro do homem-cavalo da mitologia.

Roemer, Ole ou Olaus ou Olaf (1644-1710)

Astrônomo dinamarquês que, em 1676, determinou a velocidade da luz. Em 1672, quando trabalhava como membro da equipe do Observatório de Paris, Roemer notou que a duração do eclipse das luas de Júpiter era algumas vezes mais curto e outras mais longo do que o projetado. Ele acreditava que estas diferenças eram provocadas por variações nas distâncias entre Júpiter e a Terra, que faziam com que a luz percorresse distâncias diferentes. A partir disto, ele calculou que a luz viajava a 225.000 km por segundo. Apesar deste valor estar abaixo do utilizado atualmente, ele representa a primeira vez em que alguém considerou a velocidade da luz finita.

Rosalinda

Satélite de Urano descoberto em 1986 pela sonda espacial Voyager 2.

rotação

Na astronomia denomina-se assim a volta que cada astro realiza em torno de um eixo. Os planetas e os satélites do Sistema Solar, por exemplo, giram em torno de eixos próprios, internos, e cada um com uma velocidade diferente. A cada rotação completa atribui-se o nome de dia. Entretanto, na família dos planetas e satélites, a duração de um dia é diferente segundo o planeta que se considera. Na Terra o dia dura 23 horas e 56 minutos do relógio. Em Júpiter, o dia dura 9 horas e 55 minutos. Um dia lunar equivale a 27 dias e 1/3 dos terrestres.

rotação diferencial

As várias partes que compõem os objetos gasosos girando a velocidades diferentes. Isto ocorre nas estrelas, no planetas gasosos e nas galáxias. Por exemplo, o Sol, Júpiter e Saturno apresentam rotação diferencial. Contudo, todas as partes de objetos sólidos com a Terra, tem, necessariamente, que girar na mesma velocidade.

rotação sincrônica

Uma condição que ocorre quando os períodos de rotação e revolução de um satélite são iguais. A Lua, por exemplo, mostra a mesma face para a Terra fará com que a Terra apresente uma rotação sincrônica, sempre mostrando a mesma face para a Lua.

Rotanev (Beta Delphini)

Venator (Caçador), nome que aparece pela primeira vez no catálogo de Palermo (1814). Surgiu do sobrenome, lido da direita para a esquerda, de Nicolaus Venator, forma latina de Niccoló Cacciatore, assistente e sucessor do astrônomo italiano Piazzi, descobridor do primeiro asteróide: Ceres.

Rubidea (Gamma Crucis)

Denominação brasileira em virtude da sua coloração avermelhada.

Ruchbah (Delta Cassiopeiae)

O Joelho, nome árabe que define a posição da estrela no corpo da constelação de Cassiopéia.

Rukbat (Alpha Sagittarii)

O Joelho do Arqueiro, nome árabe.

Ruticulo (Beta Herculis)

A Pequena Clava, nome de origem latina da estrela também conhecida como Kornéforos. (O nome se refere à clava que Hércules empunha).

S

Page 91: Dicionário de Astronomia

S 1999 J1

Pequeno satélite de Júpiter descoberto no ano 2000 pelo projeto Spacewatch e pelo Minor Planet Center. Ele foi descoberto a partir de placas fotográficas tiradas em 1999. Este satélite está a uma distância de 7.400.000 km de Júpiter. Seu raio e sua massa são desconhecidos.

SAB

Sigla da Sociedade Astronômica Brasileira.

Sabik (Eta Ophiuchi)

O Condutor, do vocábulo árabe Sabik.

Sadachbia (Gamma Aquarii)

A Estrela da Sorte, transcrição da expressão árabe Al Sad al Alibiyah.

Sad (Lambda Pegasi)

A Boa Sorte, da expressão árabe Sad al Bari.

Sadalmelik (Alpha Aquarii)

O Talismã do Rei, proveniente da expressão árabe Al Sad al Malik, a boa sorte do rei.

Sadalsuud (Beta Aquarii)

Boa Sorte, oriundo da expressão árabe Al Sad al Suud, ou seja, os bons augúrios.

Sadatoni (Zeta Aurigae)

O Segundo Escudo, proveniente da expressão árabe Al Said al Thani.

Sadr (Gamma Cygni)

O Peito, do árabe Al Sadr al Dajajah, o peito da ave fêmea.

Sagan, Carl Edward (1934)

Astrônomo e biólogo americano que popularizou a astronomia e acreditou na possibilidade de existir vida em outras regiões do Universo. Ele também demonstrou um possível começo para a vida na Terra, produzindo aminoácidos através do aquecimento solar de uma mistura de amônia, sulfito de hidrogênio, metano e água.

Saiph (Kappa Orionis)

A Espada do Gigante, denominação árabe para indicar o grupo das estrelas Theta, Iota e Nu Orionis.

Salm (Tau Pegasi)

Bolsa de Couro, do árabe Salma.

Sargas (Teta Scorpii)

Cavalo Teimoso, nome de origem persa.

saros

É o ciclo periódico de aproximadamente 18 anos do sistema Terra-Lua-Sol. A cada 6.585 dias a Terra, a Lua e o Sol estão exatamente na mesma posição. Quando há um eclipse lunar, haverá também um exatamente 6.585 dias mais tarde.

satélite

Page 92: Dicionário de Astronomia

Corpo celeste que gira em torno de um planeta por causa da força da gravidade. A Lua é o único satélite natural da Terra. O primeiro satélite artificial, lançado no dia 4 de outubro de 1957, foi o Sputnik I soviético. O primeiro satélite americano foi o Explorer I, lançado em 31 de janeiro de 1958.

satélite artificial

Corpo artificial que gira ao redor da Terra devido à força da gravidade terrestre. Pode ser usado para comunicação, pesquisa, observação, etc.

satélite geoestacionário

Satélite artificial cuja órbita ao redor da Terra tem inclinação nula (órbita no plano do equador), excentricidade nula (órbita circular) e período orbital igual a um dia, mantendo constante sua posição em relação a um ponto na superfície da Terra.

satélite geossíncrono

Satélite artificial cuja órbita ao redor da Terra tem período igual a um dia, independendo dos valores de inclinação e excentricidade.

satélites pastores

Satélites pastores ou "Luas Pastores" são pequenos satélites que tem sua órbita próxima a anéis planetários e confinam estes anéis através de interações gravitacionais. Exemplos de satélites pastores incluem Prometeus e Pandora, satélites de Saturno que "pastoreiam" o seu estreito e mais externo anel F.

Saturno

O segundo planeta, em volume, do sistema solar, com diâmetro 9,2 vezes maior que o da Terra e densidade oito vezes menor, e cuja constituição física se assemelha à dos outros grandes planetas exteriores: Júpiter, Urano e Netuno. Distingue-se dos demais membros do sistema solar pela formação anelar delgada, situada no plano equatorial e constituída de numerosas partículas de pequenas dimensões que em torno dele gravitam. São 7 os anéis principais, separados por anéis escuros.

Saturno V

Foguete que lançou as missões Apolo com destino à Lua. Este enorme foguete tinha 111 metros de altura e pesava 2.850 toneladas. Desenvolvido em 1961, o Saturno V possuía três estágios. O foguete era capaz de colocar uma carga de 150 tons na órbita da Terra ou de 50 tons na Lua. Este, que foi o mais poderoso foguete já construído, foi testado pela primeira vez no dia 9 de novembro de 1967, com a colocação de um falso módulo de comando em órbita. O foguete levava 3.450.000 kg de combustível, lançou todas as missões lunares e colocou a Skylab em órbita. Os foguetes Saturno V foram lançados do complexo 39, no Cabo Canaveral, o mesmo local de onde são lançados atualmente os ônibus espaciais.

Schaula (Lambda Scorpii)

A Cauda, nome árabe que designa o grupo de estrelas formado por Lambda e Nu do Escorpião.

Scheat (Beta Pegasi)

A Sorte do Melhor, nome árabe que designa o asterismo formado pelas estrelas Lambda e Mu do Pégaso.

Schedir (Alpha Cassiopeiae)

O Peito, nome árabe.

Schiaparelli, Giovanni Virginio (1835-1910)

Astrônomo italiano que, em 1877, percebeu a existência de linhas na superfície de Marte. Ele as chamou de "canali", palavra italiana que significa "canais". O nome foi erroneamente traduzido para o inglês como "canal", que significa "canal de água ", o que fez com que muitas pessoas pensassem que eles haviam sido construídos por seres inteligentes. Este erro inspirou Percival Lowell a formular a hipótese de que uma raça em extinção habitava Marte e construiu os canais para levar água dos pólos para o equador. Schiaparelli, que não acreditava na teoria de Lowell, continuou a mapear Marte e a dar nome às características de sua superfície. Ele também observou Mercúrio e Vênus e concluiu que os dois planetas tinham sempre a mesma face voltada para o Sol, o que foi desmentido recentemente. Schiaparelli tornou-se mais conhecido pela descoberta de que os meteoros liberam chuvas de meteoros em sua esteira. Ele explicou que o cometa 1861 III provocava a chuva de meteoros Perseid e que o cometa 1866 I provocava a Leonid.

Schirra, Walter Marty, Jr. (1923)

Page 93: Dicionário de Astronomia

Único astronauta a voar nas missões Mercúrio, Gemini e Apolo. Ele foi um dos 7 astronautas do projeto Mercúrio escolhidos em 1959.

Schmidt, Maarten (1929)

Astrônomo dinamarquês, naturalizado americano, que foi a primeira pessoa a perceber que os quasares eram grandes emissores de ondas de rádio devido ao seu enorme rastro avermelhado.

Schwarzchild, Karl (1873-1916)

Astrônomo alemão conhecido por seu trabalho sobre a estrutura e o transporte de calor do interior das estrelas. Ele é famoso por ter solucionado as equações da Teoria da Relatividade de Einstein em seu leito de morte. Sua explicação para a existência do buraco negro, cujo raio leva seu nome, diz que quando a matéria é comprimida em seu Raio Schwarzschild ela entra em colapso e forma um buraco negro.

Scott, David Randolph (1932)

Comandante da missão Apolo 15. Ele e o astronauta James Benson Irwin, exploraram a Lua durante 18 horas e percorreram 27 km num jipe lunar. Eles permaneceram na Lua durante 2,75 dias. Durante este tempo, Scott deixou cair um martelo e uma pena e demonstrou que, sem a resistência do ar, os dois atingiam a superfície ao mesmo tempo.

Scutulum (Iota Carinae)

O Pequeno Escudo, nome latino para designar o escudo ornamental utilizado na popa da nave Argus. Veja Aspidiske.

Seginus (Gamma Bootis)

Cefeu, nome que aparece pela primeira vez no Atlas de Burritt. Parece uma corruptela de Cepheus, segundo Allen.

selenografia

Estudo descritivo da Lua, sobretudo de sua superfície. É a geografia lunar.

semidiâmetro

Distância angular medida entre o centro de um astro de disco aparente e o seu bordo.

semi-eixo maior

Elemento da órbita de um astro, que caracteriza as dimensões da elipse orbital.

semi-eixo menor

A metade do eixo menor da elipse orbital de um astro.

Setebos

Satélite de Urano descoberto em 1999 por Kavelaars, Gladman, Holman, Petit, e Scholl.

setentrional

Ver boreal.

SETI

"Search for Extraterrestrial Intelligence". Busca de Inteligência Extraterrestre. Este projeto, anteriormente dirigido pela NASA, utiliza os radiotelescópios para captar sinais de civilizações alienígenas. O computador principal analisa 8 milhões de freqüências de rádio, procurando sinais que não sejam de origem natural.

setor

Instrumento de astronomia composto de um arco de 20º a 30º e de um óculo.

Sextante

Page 94: Dicionário de Astronomia

Constelação equatorial, ao sul do Leão ao norte e a este da Hidra, a oeste do Leão e da Taça.

sextil

Diz-se da configuração de dois astros quando a distância angular entre eles é de 60°.

Shapley, Harlow (1885-1972)

Astrônomo americano que descobriu que a Via Láctea é muito maior do que se imaginava e que o Sol não está localizado próximo a seu centro. Shapley chegou a esta conclusão através da análise das Variáveis Cefeu nos aglomerados globulares. Ele supôs que o Sol se situava a 50.000 anos-luz de distância do centro da Via Láctea. Contudo, mais tarde ele descobriu que a poeira esmaecia o brilho das estrelas, e calculou que a Via Láctea estaria a 100.000 anos-luz de distância e o Sol a 30.000 anos-luz de seu centro. Estes valores são aceitos até hoje.

Sheliak (Beta Lyrae)

Lira, provém do árabe Al Shelyak, ou seja, a Lira.

Shemali (Iota Ceti)

Norte, nome de origem árabe Al Shamaliyy, usado para designar a parte norte da cauda da Baleia.

Shepard, Alan Bartlett (1923)

Primeiro americano a ser lançado no espaço. Ele viajou na nave Freedom 7 num vôo sub-orbital que durou um pouco mais de 15 minutos,que o levou a uma altitude de 187,5 km. Em fevereiro de 1971, ele comandou a missão Apolo 14. Shepard e Edgar Dean Mitchell fizeram dois passeios lunares totalizando 9,25 horas. Eles exploraram a cratera Cone para coletar amostras. Shepard se aposentou em 1974.

Sheratan (Beta Arietis)

Os Dois Signos, nome árabe que designava o asterismo formado por Beta e Gama de Carneiro.

Shuttle

Em 1981 começou uma nova etapa na história da Astronáutica, com o lançamento da primeira espaçonave dos E.U.A.: o primeiro shuttle ou ''Táxi Espacial'' denominado Columbia. Seguiram-se a Challenger (destruída no acidente que custou a vida de todos os seus tripulantes), a Discovery, a Atlantis e a Endeavour.

sideral

1. Relativo aos astros, ou próprio deles. 2. Referente ao céu, ou próprio dele; celeste.

siderita

Meteorito de ferro. As sideritas são compostas por uma mistura de ferro e níquel com traços de carbono, cobalto, cobre e fósforo. As sideritas são massas sólidas com densidade 7,8 vezes superior à da água. Elas são classificadas de acordo com seu teor de níquel: as com 5-6% de níquel são os hexaedros, as com 6-20% de níquel são as octaedritas e os que tem mais de 20% de níquel são os aerólitos. Todos os meteoritos de ferro se formam dentro de um asteróide e se cristalizam lentamente. As sideritas provavelmente se formaram em asteróides que colidiram e se despedaçaram a mais de 1 milhão de anos.

sideróstato

Aparelho próprio para se estudar a luz dos astros.

singularidade

Teoria que prevê que a matéria pode ser comprimida em um ponto com volume zero. Toda a massa de um buraco negro se concentra neste ponto, forçando o tempo e o espaço se curvarem sobre si mesmos. Os cientistas também acreditam que toda a massa do Universo estava contida em singularidade antes do Big Bang. As leis da física conhecidas não se aplicam à singularidade.

Sinope

Page 95: Dicionário de Astronomia

Sinope (JIX) é o 16o e o mais externo dos satélites de Júpiter tendo sido descoberto em 1914 por S. Nicholson. Sabe-se muito pouco sobre Sinope. Ele tem 36 km de diâmetro e sua órbita está localizada a 23.700.000 km de Júpiter. Ele realiza uma volta completa em torno deste planeta em 758 dias terrestres. Deve-se notar que a órbita de Sinope é retrógrada, ou seja, ele está orbitando no sentido oposto ao sentido de rotação de Júpiter.

Sirius (Alpha Canis Majoris)

O Ardente, nome latino da estrela mais brilhante, segundo os antigos gregos. O vocábulo Canícula substituiu, na Antiguidade, quer o nome da estrela, quer o nome da constelação do Cão Maior. Foi Gauricus, influenciado pelo nome Canis Majoris, que a denominou de Canícula. Em virtude do nascimento helíaco de Sirius coincidir com a estação quente, no Hemisfério Norte, Canícula é atualmente associada ao qualificativo de calor.

sistema catadióptrico

Tipo de telescópio, basicamente um telescópio refletor, que combina características refletoras e refratoras. Foi desenvolvido nos anos 40 por Bernard Schmidt.

sistema geocêntrico

Sistema cosmológico que admitia ser a Terra o centro do Universo, em torno da qual giravam todos os astros; sistema ptolomaico.

sistema heliocêntrico

Sistema cosmológico que admite ser o Sol o centro do Universo, girando em torno dele os astros do sistema solar; sistema copernicano e sistema kepleriano.

sistema kepleriano

Sistema cosmológico heliocêntrico, criado pelo astrônomo alemão Johann Kepler, e segundo o qual os planetas giram em torno do Sol seguindo órbitas elípticas.

sistema planetário

O conjunto dos planetas que giram em redor do Sol; sistema solar.

sistema ptolomaico

Sistema cosmológico geocêntrico, criado pelo astrônomo grego Cláudio Ptolomeu, no séc. II d.C., e segundo o qual todos os astros giravam em torno da Terra em movimentos circulares ou combinação de movimentos circulares; sistema geocêntrico.

sistema sideral triplo

Grupo de três estrelas que orbitam um único centro de massa.

sistema solar

Conjunto formado pelo Sol, seus planetas, satélites, asteróides, cometas e partículas de matéria e gases ao seu redor.

Situla (Aquarii)

Ânfora, nome de origem latina para designar vaso com água usado pelo Aguadeiro.

Skat (Delta Aquarii)

Decisão, nome proveniente do árabe Al Shiat.

Skylab

Em 1973 os EE.UU. colocaram em órbita sua primeira estação espacial, a Skylab. Ela esteve habitada por três tripulações de três homens cada. Todas desenvolveram intensa atividade: a reparação dos painéis solares danificados durante o lançamento, caminhadas espaciais, experiências relacionadas principalmente com a coroa solar, além de tirarem centenas imagens da Terra. Além disso, deveriam realizar atividades físicas para compensar o chamado "mal do espaço" que, entre outros sintomas, provoca a descalcificação e a atrofia dos músculos. Lamentavelmente, a estação espacial caiu à Terra em 1979 quando desestabilizou-se de sua órbita.

Page 96: Dicionário de Astronomia

Sol

Estrela em torno da qual giram a Terra e os outros planetas do sistema solar, e que, comparada a outras, é relativamente pequena e de brilho fraco, parecendo maior e mais brilhante por se encontrar mais perto. Sua luz leva oito minutos e meio para atingir a Terra, ao passo que o da segunda estrela mais próxima do nosso planeta (Próxima do Centauro) o faz em três anos e quatro meses.

solstício

Instante no qual o Sol está mais afastado do equador. O solstício de inverno ocorre em 21 de dezembro e marca o começo do inverno no Hemisfério Norte. Este é o dia mais curto do ano. O solstício de verão ocorre em 21 de junho e marca o começo do verão no Hemisfério Norte. Este é o dia mais longo do ano.

sombra

1. Parte mais escura de uma sombra. As pessoas que estão numa determinada faixa na Terra na sombra da Lua durante um eclipse solar vêem um eclipse total, enquanto as que estão na parte da Terra na penumbra da Lua (sombra parcial) vêem um eclipse parcial.

2. Parte mais escura e interna de uma mancha solar.

Spica (Alpha Virginis)

Espiga, nome latino.

Stephano

Satélite de Urano descoberto em 1999 por Gladman, Holman, Kavelaars, Petit e Scholl.

Stonehenge

Círculo pré-histórico formado por pedras gigantes situado em Salsbury, no sul da Inglaterra. As evidências demonstraram que ele foi construído em três estágios. O primeiro, Stonehenge I, construído entre os anos de 3100 e 2300 a.C., possuía um dique circular e um círculo com 56 buracos, que foram preenchidos rapidamente. Stonehenge II, construído entre 2150 e 2000 a.C., possuía uma entrada e dois círculos formados por pedras trazidas do País de Gales a 385 km de distância. Stonehenge III, construído entre 2100 e 1100 a.C., possuía um tipo de tampa nas pedras verticais, sendo que algumas chegavam a pesar 50 toneladas. Não se sabe ao certo porque Stonehenge foi construído, porém, as teorias atuais dizem que ele foi criado com fins astrológicos ou religiosos.

Suhail (Gamma Velorum)

Mastro, nome proveniente da expressão árabe Al Suhail al Muhlif, ou seja, o mastro do navio. Tal vocábulo é também empregado para designar as estrelas Zeta e Lambda Velorum.

Sulafat (Gamma Lyrae)

A Tartaruga, outra denominação árabe para a constelação.

super-aglomerado

Conjunto de aglomerados de galáxias. Este enormes corpos celestes se assemelham a esponjas, com as galáxias espalhadas ao longo de filamentos e grandes lacunas sem matéria luminosa. Nosso Grupo Local faz parte do super-aglomerado de Virgem. O super-aglomerado típico é composto por doze aglomerados galácticos e atravessa centenas de milhões de anos-luz. São conhecidos aproximadamente 50 super-aglomerados.

supernova

Estrela que adquire repentinamente um brilho consideravelmente elevado, para depois enfraquecer lentamente. Tal fenômeno é produzido por transformações profundas no interior de toda a estrela, sendo que uma parte dela é lançada para fora no espaço cósmico, dando origem às nebulosas em expansão, como a nebulosa do Caranguejo, em Taurus, e do Véu de Noiva, em Vela. Ver nova.

Sycorax

Page 97: Dicionário de Astronomia

Satélite de Urano descoberto em 1997 por Nicholson, Gladman, Burns e Kavelaars.

Syrma (Iota Virginis)

A Cauda, nome de origem grega usada por Ptolomeu para designar a cauda do vestido da Virgem.

T tactita

Pequenas pedras de gelo com diâmetro de até 10 cm que são encontradas na região leste dos Estados Unidos, norte e nordeste da África, Tchecoslováquia e Austrália. Seu formato é redondo ou em forma de lágrima e elas contêm pouca água. Este detalhe as distingue do vidro vulcânico e indica que elas se formaram e resfriaram rapidamente. As tactitas são similares ao vidro formado pelos impactos dos meteoros, e algumas têm núcleos de ferro. Os cientistas acreditam que os tactitas se formam quando um meteoro colide com a Terra ou a Lua. Já que estas rochas não mostram sinais de colisões com raios cósmicos, elas não poderiam ter viajado longas distâncias no espaço. Muitos campos de tactitas estão localizados próximos a crateras de meteoros conhecidas.

Tales de Mileto (624-546 a.C.)

Filósofo grego considerado o fundador da ciência física moderna. Acredita-se que um de seus alunos tenha sido o filósofo Anaximander. Tales acreditava que tudo era composto por água e que a Terra era um dique flutuando num enorme oceano. Tales plotou o caminho do Sol no céu, e dizem que ele previu o eclipse do dia 28 de maio do ano de 585 a.C. Os registros indicam que o eclipse deteve a batalha entre os lidios e os medas. Como conseqüência deste eclipse, os historiadores puderam dar a data exata a esta batalha, o que a transforma na batalha mais antiga registrada.

Talitha (Iota Ursae Majoris)

Vértebra, nome com origem na expressão árabe Al Phikra al Thalitha, ou seja, a terceira vértebra.

Tania Australis (Mu Ursae Majoris)

A Segunda do Sul, provém da expressão árabe Al Kafzah al Thaniyah, ou seja, a segunda parte do pé do Urso.

Tania Borealis (Lambda Ursae Majoris)

A Segunda do Norte, nome de origem árabe.

Tarazed (Gamma Aquilae)

Voadora, nome de origem persa de significado idêntico ao de Altair.

Ta Tsun (Xi Ursae Majoris)

Honorável, nome de origem chinesa, também usado para Delta Geminorum.

Taygete (19 Tauri)

Taigeta, nome de uma das filhas de Atlas.

Tegmine (Zeta Cancri)

Tegumento, Tegmen, nome de origem latina usado para designar cobertura, ou seja, a casca do Caranguejo.

Tejat (Mu Geminorum)

Pé, nome proveniente do árabe Al Tahayi usado para designar a parte superior do pé de um dos Gêmeos.

telescópio

Page 98: Dicionário de Astronomia

É um instrumento que permite-nos ver objetos distantes no espaço. O primeiro telescópio refrator foi inventado por Hans Lippershey em 1608. Os primeiros telescópios usavam lentes de vidro e/ou espelhos para detectar a luz visível. Telescópios mais modernos coletam a radiação eletromagnética do espectro inteiro, das ondas rádio até os raios gama. Hoje podemos dizer que o telescópio é um instrumento usado para concentrar, em uma imagem, a radiação eletromagnética proveniente de um objeto celeste, seja qual for a forma desta radiação, visível, raios X, raios gama etc.

telescópio Cassegrain

Tipo de telescópio refletivo no qual a luz bate no primeiro espelho côncavo, depois é refletida num outro espelho convexo, que então reflete a imagem através de um buraco no espelho primário. Graças a esse desenho ele possui pequeno comprimento do tubo em relação ao comprimento focal. Foi inventado em 1672 pelo físico francês Jacques Cassegrain.

telescópio equatorial

Telescópio astronômico cuja montagem comporta um eixo paralelo ao eixo do mundo, o que o torna adequado ao acompanhamento do movimento diurno dos astros.

telescópio Keck

Dois telescópios refletores idênticos (de 10 metros cada um) situados em Mauna Kea, no Havaí. Estes telescópios apresentam um desenho único: eles são compostos por 36 segmentos hexagonais ao invés de um único espelho grande, e, desde 1955, são os maiores telescópios existentes.

telescópio Maksutov

Telescópio semelhante ao Cassegrain com uma placa corretora côncavo-convexa conhecida por menisco divergente. A parte central interna desta placa é espelhada e funciona como espelho secundário. Igualmente ao Cassegrain possui ótima qualidade ótica e tubo pequeno que facilita o transporte.

telescópio Newtoniano

Tipo de telescópio refletor que utiliza um espelho côncavo para acumular e focar a luz. O espelho reflete a luz num espelho diagonal montado num tubo, que então reflete a luz em lentes perpendiculares ao tubo. Graças ao seu desenho simples porém eficaz, os telescópios newtonianos são muito populares entre os astrônomos.

telescópio refletor

Telescópio cuja objetiva é constituída por um espelho côncavo. Devido a várias imperfeições nos refratores, J. Gregory, em 1663, sugeriu o uso de espelhos para substituir as lentes das objetivas das lunetas. Cinco anos depois, Isaac Newton construiu o primeiro telescópio refletor, cujo tipo é hoje chamado de Newtoniano. A objetiva é um espelho côncavo, que coleta a luz e a reflete em um espelho plano (denominado secundário). O espelho plano reflete a luz (e a imagem formada) para uma ocular que aumenta a imagem. Quando se diz apenas telescópio, refere-se ao telescópio refletor. Existem muitos aperfeiçoamentos e variações de refletores, como o telescópio Cassegrain, a câmara Schmidt, e o telescópio Maksutov.

telescópio refrator

Telescópio cuja objetiva é constituída por uma lente ou por um sistema de lentes. A primeira luneta foi inventada pelo óptico holandês Hans Lippershey que trabalhava fazendo óculos e um dia, olhando através de uma lente convexa e outra côncava para um cata-vento, verificou que ele parecia mais perto. Ao colocar essas lentes na extremidade de um tubo, elaborou a primeira luneta. Mas esse nome deve-se a Galileu, que foi o primeiro a usar o instrumento para obervar os astros, e como um dos primeiros astros observados foi a Lua, surgiu o termo luneta. Mais tarde, Kepler aperfeiçoou as lunetas sugerindo que a lente côncava da ocular fosse substituída por uma convexa, aparecendo o pequeno inconveniente de inverter a imagem e do campo ser muito pequeno. Em 1650 o óptico italiano Giuseppe Campani conseguiu aumentar o campo ao aperfeiçoar uma ocular de duas lentes. Com a construção de instrumentos cada vez maiores, o peso da objetiva passou a ser um problema, pois provocava uma pequena deformação na lente, resultando em distorção da imagem. Por isso a maior luneta (no Observatório de Yerkes, EUA) tem 1,2 metros de diâmetro, e deu-se preferência por refratores para os grandes telescópios. Como a luz atravessa a objetiva, a forma da lente e a refração curvam a luz e formam a imagem, vindo daí o termo refrator.

telescópio Schmidt

Telescópio refletor inventado pelo engenheiro ótico estoniano Bernard Voldemar Schmidt (1879-1935), que produz ótimas imagens grande angulares. Geralmente acoplados a uma câmera, estes telescópios utilizam uma lente chamada placa de correção, que minimiza as aberrações esféricas do espelho principal. Estes telescópios tornaram-se populares entre os astrônomos amadores e profissionais

Telesto

Page 99: Dicionário de Astronomia

Telesto (SXIII) é um satélite de Saturno descoberto em 1980 por B. Smith, H. Reitsema, S. Larson e J. Fountain. Sua forma é irregular, com diâmetro de 29 km e está em órbita a 294.660 km do centro de Saturno e compartilha esta órbita com Calipso. Estes dois satélites, Telesto e Calipso, também são chamados de Tetis Troianos uma vez que eles orbitam em torno de Saturno na mesma órbita de Tetis. Telesto está 60o à frente de Tetis e Calipso está 60o atrás.

tempo astronômico

Intervalo de tempo medido segundo as convenções da astronomia.

tempo atômico

Tempo cuja unidade é o segundo atômico que tem a duração de 9.192.631.770 períodos de radiação correspondente à transição entre os dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de Césio 133.

tempo civil

Tempo cuja origem é deslocada de 12 horas em relação ao tempo solar médio.

tempo das efemérides

Tempo cuja medida se baseia na duração do ano trópico de 1900, e que é independente da rotação terrestre.

tempo de Friedmann

Lapso de tempo decorrido desde o big-bang. O tempo de Friedmann deve ser corrigido do parâmetro de desaceleração, ao contrário do tempo de Hubble, que considera apenas a constante de Hubble.

tempo de Hubble

Idade estimada do Universo com base no big-bang. Para um valor da constante de Hubble H0= 55 km por segundo por megaparsec, o tempo de Hubble é de H0-1 = 17,7 x 109 anos.

tempo sideral

Tempo cuja medida se baseia na rotação terrestre, tomando-se para referência a passagem do ponto vernal pelo meridiano superior local.

tempo solar médio

Tempo baseado na rotação diurna de um astro fictício, o sol médio, em torno da Terra, movimento esse que se processa com velocidade variável.

tempo solar verdadeiro

Tempo baseado na rotação diurna aparente do Sol em torno da Terra, movimento esse que se processa com velocidade variável.

tempo universal

Tempo referido a um meridiano origem, que, por convenção, é o meridiano de Greenwich. Usa-se a abreviatura T.U.

Teoria da Relatividade

Descreve com maior precisão que a mecânica newtoniana os movimentos dos corpos celestes em fortes campos gravitacionais ou próximos à velocidade da luz. Todas as experiências feitas até o presente concordam, em alto grau de precisão, com as previsões da teoria da relatividade. Curiosamente, Einstein recebeu o prêmio Nobel em 1921 não pela Relatividade, mas por seu trabalho em 1905 sobre o efeito fotoelétrico.

Tereshkova, Valentina Vladimirovna (1937- )

Page 100: Dicionário de Astronomia

Coronel engenheira Valentina Tereshkova foi cosmonauta da extinta União Soviética e a primeira mulher a ir ao espaço. Ela participou sozinha da missão Vostok 5, que foi lançada em 16 de junho de 1963 e realizou 88 voltas em torno da Terra. O seu vôo durou 2,95 dias e a sua espaçonave foi recuperada em 19 de junho de 1963 na União Soviética.

terminadouro

Círculo máximo que, num planeta ou num satélite, separa o hemisfério iluminado do hemisfério escuro, e cujo plano é perpendicular à reta que liga o centro do Sol ao centro do astro considerado.

Terra

O terceiro planeta do sistema solar, pela ordem de afastamento do Sol, com um diâmetro equatorial de 12.756,8 km e um diâmetro polar de 12.713,8 km, e cujo movimento de rotação se efetua em 23 horas, 56 minutos e 4 segundos, enquanto o movimento de translação em torno do Sol se realiza em 365,3 dias. Apresenta-se envolto numa massa gasosa, a atmosfera.

Tetis

Tetis (SIII) é um dos maiores satélites de Saturno e foi descoberto, em 1684, por G. D. Cassini. Ele tem um diâmetro com cerca de 1.000 km. Sua órbita está a uma distância média de 294.000 km de Saturno e seu período orbital é de 45,3 horas. Tetis é um satélite congelado, fortemente craterizado, e que tem várias fendas e planícies. Sua superfície apresenta uma enorme vala no gelo, o Ithaca Chasma, com uma largura de até 100 km e profundidade de cerca de 3 km e que se estende por mais de 270o em torno do satélite, ou seja 3/4 da superfície total. Sua temperatura na superfície é de -187o C.

Tetis Troianos

É o nome que se dá a Telesto e Calipso, dois satélites de Saturno que estão na mesma órbita de um outro de seus satélites chamado Tetis. Telesto está 60o à frente de Tetis e Calipso está 60o atrás.

Thalassa

Thalassa é um pequeno satélite de Netuno descoberto em 1989 pela sonda espacial Voyager 2. Ele tem aproximadamente 80 km de diâmetro e está em órbita a 50.070 km do centro de Netuno.

Thebe

Thebe (JXIV) é o quarto mais próximo dos satélites de Júpiter tendo sido descoberto em 1979, por Stephen P. Synnott a partir de dados da Voyager 1. Ele tem um diâmetro de 100 km e sua órbita está a 222.000 km de Júpiter. Realiza uma volta completa em torno deste planeta em 0,6745 dias terrestres. Sua rotação é síncrona, o que significa que ele sempre mantém a mesma face voltada para o planeta Júpiter. Amaltéia e Thebe provavelmente fornecem a poeira para o anel Grossamer.

Theemin (Epsilon Eridani)

Os Gêmeos, nome oriundo do árabe Al Tauaman.

Thuban (Alpha Draconis)

Dragão, nome de origem árabe.

tipo espectral

Cada uma das categorias de uma classificação de estrelas baseada em propriedades espectrais. Na maioria das classificações, os tipos espectrais são representados por letras maiúsculas e são colocados em ordem decrescente de temperatura. Veja a classificação de Harvard-Draper.

Titã

Page 101: Dicionário de Astronomia

Titã (SVI) é o maior dos satélites de Saturno tendo sido descoberto em 1655, por C. Huygens. Com um diâmetro de 5.150 km, Titã é o segundo maior satélite de todo o Sistema Solar, só sendo superado por Ganimedes, que é um satélite de Júpiter. Titã é maior do que os planetas Mercúrio e Plutão. Titã é o único satélite que sabemos ter uma atmosfera densa. Ela consiste principalmente de nitrogênio, com algum metano, e sua pressão atmosférica é de 1,6 bar, cerca de 60% maior do que a pressão atmosférica da Terra. Esta atmosfera, com suas nuvens pesadas, obscurece a superfície de Titã. A temperatura da sua superfície é de aproximadamente -178o C.

Titania

Titania (UIII) é o maior dos satélites de Urano e foi descoberto em 1787 por W. Herschel. Com um diâmetro de 1.578 km ele tem, aproximadamente, metade do tamanho da nossa Lua. Sua órbita está localizada a uma distância média de 435.840 km. Sua superfície é coberta por várias pequenas crateras, algumas enormes bacias de impacto, rochedos íngremes de gelo e linhas de falhas.

Tombaugh, Clyde (1906)

Astrônomo americano; descobriu Plutão no dia 18 de fevereiro de 1930, enquanto trabalhava no Observatório Lowell.

trânsito

1. Momento em que um corpo celeste cruza o meridiano (linha imaginária, de norte a sul, que passa através do ponto zênite do observador). Este é o ponto em que os corpos celestes se encontram mais altos. Os astrônomos monitoram o trânsito das estrelas para medir a rotação da Terra, que é vital na determinação do hora padrão.

2. Observação da passagem de Mercúrio ou Vênus pelo Sol ou da Lua em frente ao seu planeta vizinho.

triângulo astronômico

Veja triângulo de posição.

triângulo de posição

Triângulo esférico, traçado na esfera celeste, e que permite calcular as coordenadas geográficas (latitude e longitude) de qualquer observador situado na superfície da Terra, mediante a observação da altura de determinados astros (Sol, Lua, Mercúrio, Marte, Vênus, e cerca de 60 estrelas), e do exato instante em que essa altura é observada.

Tritão

Tritão é o maior de todos os satélites de Netuno e foi descoberto em 1846, por William Lassell. Ao contrário de todos os outros grandes satélites naturais, Tritão tem uma órbita retrógrada, ou seja, ele roda em oposição à rotação de Netuno. Tritão é o mais frio de todos os objetos que já foram medidos no nosso Sistema Solar, com uma temperatura de -235 o C. Este satélite rochoso tem uma capa de gelo polar em seu pólo sul e muitos outros aspectos geológicos variados incluindo vulcões, enormes fendas na superfície e gêiseres de nitrogênio gasoso. Tritão também tem uma atmosfera rarefeita e enevoada composta principalmente de nitrogênio. Tritão está lentamente espiralando na direção de Netuno.

troiano

Objeto que gravita no ponto Lagrange de um outro objeto maior. Esse nome provém de uma generalização dos nomes de dois dos maiores asteróides nos pontos de Langrange de Júpiter: 624 Hektor e 911 Agamemmon. Os satélites de Saturno, Helene, Calipso e Telesto são às vezes também chamados de troianos.

Tsiolkovsky, Konstantin Eduardovich (1857-1935)

Pioneiro das era dos foguetes freqüentemente chamado de Pai da Astronáutica. Embora professor de profissão, ele traçou e desenhou planos para um dirigível de metal movido a gás (uma nave mais leve do que o ar) e construiu o primeiro túnel de vento russo. Ele estudou a aerodinâmica e delineou os princípios dos vôos muito antes dos irmãos Wright construírem seu avião. Seu primeiro artigo sobre vôos espaciais, "Espaço Livre" (1883), descrevia as verdadeiras condições sem peso da órbita. Por volta de 1898, ele havia desenvolvido uma teoria sobre a propulsão dos foguetes estudando a relação entre a velocidade final e a velocidade de exaustão, que é a velocidade em que os gases escapam pela parte posterior dos foguetes. Ele também desenvolveu equações demonstrando como a quantidade de combustível que um foguete necessita se relaciona com seu peso. Em 1903, publicou "A Exploração do Espaço com Equipamentos Reativos", que descreve como os foguetes espaciais poderiam queimar hidrogênio e oxigênio líquido, um princípio utilizado até hoje. Tsiolkovsky também projetou foguetes de múltiplos estágios quando percebeu que os foguetes compostos por apenas um estágio não possuíam força suficiente para superar a gravidade da Terra.

Tunguska

Page 102: Dicionário de Astronomia

Local onde ocorreu uma explosão na Sibéria no dia 30 de junho de 1908. As testemunhas dizem terem visto uma bola de fogo tão brilhante quanto o Sol passando pelos do céu seguida de uma explosão ensurdecedora. Embora os cientistas estimem que a explosão ocorreu a 8 km de distancia da Terra, ela arrancou as árvores num raio de 30-40 km. Ninguém morreu, pois a região onde ocorreu a explosão não era habitada. A causa desta explosão confundiu os cientistas: como ela não formou uma cratera alguns acreditam que um cometa ou meteoro explodiu na atmosfera.

U UA

Antiga sigla de unidade astronômica. A sigla atualmente adotada é A.

UAI

Sigla de União Astronômica Internacional (International Astronomical Union).

Ulysses

Em outubro de 1990, a espaçonave Discovery lançou a sonda Ulysses em direção a Júpiter. O gigante lhe daria um "empurrão" com a força da gravidade, similar ao efeito de uma corda, o que impulsionou a sonda para fora do plano da eclíptica e permitiu-lhe explorar o pólo Sul do Sol durante alguns meses de 1994. Logo depois de atravessar o equador solar, em maio de 1995, a sonda Ulysses explorou o pólo Norte. Os instrumentos científicos permitiram estudar os campos gravitacionais no espaço, o vento solar, as ondas radiais do Sol, os raios cósmicos e o pó do espaço interestelar.

umbra

1 - Porção interior e escura de uma mancha solar. 2 - Cone principal de sombra produzido por um planeta ou pela Lua.

Umbriel

Umbriel (UII) é um dos maiores satélites de Urano tendo sido descoberto em 1851 por W. Lassell. Com um diâmetro de 1.170 km, Umbriel é o mais escuro de todos os satélites de Urano. Ele tem uma superfície fortemente craterizada, o que indica uma superfície velha. Curiosamente apresenta um anel brilhante no seu topo, provavelmente o chão de uma cratera, e que é chamada de "fluorescent cheerio" (um "alô! fluorescente"). Sua órbita está, na média, a 265.970 km de Urano.

unidade astronômica

Unidade usada para medir distâncias no sistema solar. Equivale a 149.597.870 km (cerca de 150 milhões de quilômetros), ou aproximadamente a distância entre a Terra e o Sol. A sigla de unidade astronômica é A (letra a maiúscula). Uma definição mais rigorosa é "o comprimento do semi-eixo maior da órbita (elíptica) de um planeta ideal de massa igual a zero, sem perturbações, cujo período de revolução seja igual ao da Terra", e a medida mais precisa é de 149,600 milhões de quilômetros.

universo

O conjunto de tudo quanto existe (incluindo-se a Terra, os astros, as galáxias e toda a matéria disseminada no espaço), tomado como um todo; o cosmo, o macrocosmo.

universo de Einstein

Modelo de Universo estático com constante cosmológica positiva, cujo raio de curvatura é constante e independente do tempo.

universo de Friedmann

Page 103: Dicionário de Astronomia

Modelo homogêneo e isotrópico de Universo, que envolve soluções não estáticas, ou seja, com expansão e contração, para as equações de Einstein (com constante cosmológica nula), e que foi calculado pelo astrônomo soviético A. Friedmann em 1922.

universo dinâmico

O concebido pelas teorias cosmológicas que admitem serem variáveis as dimensões do Universo. Opõe-se a universo estático.

universo em expansão

Movimento isolado dos objetos do universo, que pode ser mensurado pelo efeito de Doppler. Os cientistas deduziram, a partir deste movimento, que o universo está em expansão. Os objetos mais distantes movimentam-se mais rapidamente do que os mais próximos.

universo estático

O concebido pelas teorias cosmológicas que admitem serem constantes as dimensões do Universo. Opõe-se a universo dinâmico.

universo oscilante

Modelo de Universo que se baseia em ciclos de expansão e contração. Se existir matéria suficiente a expansão atual será interrompida e o Universo começará a se contrair lentamente. Embora não possa ser afirmado, alguns astrônomos prevêem que se isto ocorrer acontecerá um ressalto que provocará a formação de um novo Universo.

universo visível

O conjunto de todos os astros observáveis pelo homem.

Unuck (Alpha Serpentis)

O Pescoço, nome oriundo do árabe Unuk al Hay, que significa o pescoço da serpente.

Urano

O sétimo planeta do sistema solar pela ordem de afastamento do Sol; foi seu descobridor, em 1781, o astrônomo inglês William Herschel. É visível a olho desarmado em boas condições de visibilidade, pois na oposição atinge a magnitude 5,8; seu diâmetro é pouco maior que quatro vezes o da Terra, a densidade de 4,5 vezes maior, e tem pelo menos, 11 anéis ao seu redor.

uranografia

Do grego uranos, céu, e gnosis, conhecimento. Descrição do céu através das constelações, suas denominações e distribuição no firmamento.

V Van Allen, Cinturões de

Dois invólucros que circundam a Terra e aprisionam radiação cósmica. Estes tórridos cinturões coletam elétrons e prótons de alta energia que espiralam em direção ao campo magnético da Terra a partir do vento solar. James Van Allen descobriu estes cinturões de radiação em 1958 através do estudo de dados enviados pela Explorer I. As seções transversais de ambos os cinturões parecem grandes orelhas situadas a alturas de 3.000 km e a 22.000 km acima do equador da Terra. As sondas espaciais que orbitam Vênus e Marte mostram que estes planetas não possuem cinturões de radiação, significando que eles não possuem campos magnéticos fortes. Por outro lado, Júpiter possui Cinturões Van Allen 10.000 vezes mais fortes do que os da Terra. A grande massa e a rápida rotação dirigem o dínamo magnético de Júpiter.

Van Allen, James Alfred (1914)

Físico americano que manipulou a atmosfera superior do V-2, após a 2ª Guerra Mundial, e desenhou o foguete de sondagem Aerobee. Van Allen é mais conhecido pelos instrumentos que colocou no primeiro satélite americano: Explorer I. Ele instalou medidores de Geiger que contavam as partículas de raios cósmicos na alta atmosfera da Terra. Eles descobriram duas regiões em forma de círculo, chamadas de cinturões de radiação Van Allen, que mostraram que a Terra possui uma magnetosfera.

Van De Kamp, Peter (1901)

Page 104: Dicionário de Astronomia

Astrônomo holandês, naturalizado americano, que, em 1937, começou a estudar as estrelas próximas aos planetas localizados fora de nosso sistema solar. Ele fotografou o movimento próprio da estrela Barnard, a segunda estrela mais próxima ao Sol e observou como ela se movia. Em 1956 ele concluiu que um planeta, com 1,6 vezes a massa de Júpiter a circundava. Após mais observações, em 1963 ele anunciou que dois planetas de grande massa orbitavam a estrela Barnard, e em 1974, ele revelou que a estrela Epsilon de Erídano possui uma companheira com massa 6 vezes superior à de Júpiter. As descobertas de Van Allen ainda não foram confirmadas de forma conclusiva.

variável

Ver estrela variável.

Variáveis Cefeu

Classe de estrelas cujo nome foi dado em razão da estrela Delta de Cefeu, a primeira variável Cefeu descoberta. A massa e a luminosidade destas estrelas variam num ritmo regular, sendo que o tempo que levam para ir de um tamanho a outro está ligado à sua magnitude absoluta. Graças a esta relação, calculada por Henrietta Leavit em 1912, tornou-se possível determinar a distância até as galáxias onde há Variáveis Cefeu.

Variáveis RR de Lyrae

Estrelas que apresentam um curto ciclo de brilho variável (de 1 hora a 1 dia). A fase RR Lyrae da evolução sideral acontece nas estrelas da População II (antigas) e dura 80 milhões de anos. Como acontece com as Variáveis Cefeu, o brilho ou a luminosidade real pode ser obtida através de seu ciclo de brilho variável. Como a escala de luminosidade das variáveis RR Lyrae é pequena, seu brilho real pode ser comparado à sua luminosidade aparente, que podem então ser utilizada para determinar sua distância. Em 1920, Harlow Shapley utilizou as variáveis RR Lyrae para mapear a posição da Terra na galáxia.

Vega (Alpha Lyrae)

A Águia que cai, nome latino assim registrado nas Tábuas Afonsinas, mas cuja origem provém do vocábulo árabe Waki.

velocidade da luz (no vácuo)

Grandeza fundamental da física, que consiste no módulo da velocidade de grupo da radiação eletromagnética no vácuo (299.792.458 m/s) e que, segundo a teoria da relatividade, é a velocidade máxima com que um sinal portador de energia se pode propagar.

velocidade de escapamento

Veja velocidade de escape.

velocidade de escape

A velocidade mínima necessária para um veículo escapar à ação de um campo gravitacional. A velocidade de escape da Terra é de 11,2 km/seg. Isto significa que um objeto acima desta velocidade vencerá a atração gravitacional exercida pelo nosso planeta e entrará no espaço interestelar. velocidade de evasão, velocidade de liberação, velocidade de escapamento.

velocidade de evasão

Veja velocidade de escape.

velocidade de liberação

Veja velocidade de escape.

velocidade orbital

1. Velocidade dum planeta ou dum satélite em um ponto de sua órbita. 2. Velocidade mínima que um satélite artificial deverá ter no ponto inicial de sua trajetória balística. 3. A taxa de variação de uma grandeza com o tempo.

velocidade parabólica

Velocidade de um móvel sujeito a um campo central e que descreve uma órbita parabólica.

velocidade radial

Page 105: Dicionário de Astronomia

Componente da velocidade de um astro na direção da linha de visada do observador, que é determinada pelo deslocamento das raias espectrais, o que constitui o efeito Doppler-Fizeau. Ela é positiva no caso de um afastamento. Nos catálogos as velocidades radiais de objetos exteriores ao sistema solar são dadas em relação ao Sol.

vento solar

Fluxo permanente de partículas atômicas emitidas pelo Sol em todas as direções. Detectados por meio de sondas espaciais que, inclusive, levam instrumentos para sua medição. Sua velocidade nas proximidades da Terra é de 1.000 km por segundo. A intensidade do vento solar aumenta durante as tempestades solares.

Vênus

O mais brilhante dos planetas, com órbita situada entre a de Mercúrio e a da Terra. Como é um planeta inferior, apresenta fases semelhantes às da Lua, se observado com instrumento de pequeno porte. Não mostra na superfície marcas bem definidas, pois é coberto por atmosfera nebulosa; tem diâmetro aproximadamente igual ao da Terra, da qual dista de 39 a 260 milhões de quilômetros, e revoluciona em torno do Sol em 225 dias; a sua rotação axial ainda não é bem conhecida, atribuindo-se valores situados entre algumas horas e 225 dias. É popularmente conhecido como estrela-d'alva, estrela da manhã, estrela da tarde, estrela do pastor, estrela matutina, estrela Vésper, estrela vespertina e matutina Vésper.

Vespertilio (Alpha Scorpii)

Morcego, denominação latina.

Via Láctea

É o plano da nossa Galáxia. Como sabemos, a nossa Galáxia está dividida em três regiões: a região central, o halo e o plano da Galáxia. É neste plano que estão os braços espirais e a maior parte das estrelas jovens da Galáxia. Há uma certa confusão de nomenclatura em relação ao nome Via Láctea. Em vários textos a nossa Galáxia é chamada de Via Láctea, ou de Galáxia Via Láctea. Aqui, preferimos manter a denominação de Galáxia para todo o nosso sistema, região central, plano e halo, chamando de Via Láctea apenas o plano da Galáxia.

Viking

Em agosto e setembro de 1975, os Estados Unidos lançaram as naves Viking 1 e Viking 2, não tripuladas, com destino a Marte. Um ano depois, as naves orbitaram o planeta e pousaram em sua superfície. Suas câmeras transmitiram à Terra imagens do relevo, e seus braços mecânicos retiraram amostras do solo com a intenção de analisar possíveis matérias viventes. Os sensores registraram a temperatura, a composição química da atmosfera e analisaram sua dinâmica.

Vindemiatrix (Epsilon Virginis)

A Vindimadora, nome de origem latina registrado nas Tábuas Afonsinas.

Von Braun, Werner (1912-1977)

Engenheiro alemão, naturalizado americano, que foi uma das pessoas que projeto o maior foguete do mundo: Saturno V. Quando adolescente, ele ajudou o pioneiro dos foguetes espaciais, Hermann Oberth, na Sociedade Alemã de Viagens Espaciais. As forças armadas alemãs se interessaram pelo trabalho de Von Braun e financiaram sua tese de doutorado cujo tema levou ao desenvolvimento do foguete V-2. Em 1944, von Braun foi preso pela polícia secreta nazista, acusado de mostrar mais interesse pelo desenvolvimento dos foguetes espaciais do que pela guerra. Próximo ao final da guerra, von Braun e sua equipe foram para o sul da Alemanha aonde se entregaram às forças americanas. Eles continuaram suas pesquisas sobre foguetes em Areias Brancas, no Novo México e em Huntsville, no Albama, onde construíram o míssil Redstone.

Voyager

Page 106: Dicionário de Astronomia

Em agosto e setembro de 1977, os Estados Unidos lançaram as espaçonaves Voyager 1 e Voyager 2, não tripuladas mas carregadas de instrumentos de observação. A primeira explorou os planetas gigantes Júpiter e Saturno e suas respectivas luas. A segunda explorou Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, também com suas luas. A maior parte da informação que hoje temos sobre essa região tão distante provém dessas missões, que conseguiram imagens de alta resolução, popularizando aqueles gélidos vizinhos do Sistema Solar. A exploração de Júpiter ocorreu em 1979, a de Saturno em 1981, a de Urano em 1986 e a de Netuno em 1989. Ambas as espaçonaves, ainda no espaço, levam discos com imagens e sons da Terra, junto com instruções de como utilizá-los, destinados a seres extraterrestres que possam vir a interceptá-las. A esta altura, já atravessaram as órbitas dos planetas mais distantes e espera-se que sigam

transmitindo dados até o ano 2015.

W Wasat (Delta Geminorum)

O Meio, nome proveniente do árabe Al Wasat, o meio da constelação.

Wei (Epsilon Scorpii)

A Cauda, nome de origem chinesa para designar a cauda do Escorpião.

Wezen (Delta Canis Majoris)

O Peso, oriundo do nome árabe Al Wazn, ou seja, o peso, para designar que a estrela parece se levantar com dificuldade do horizonte.

Wezn (Beta Columbae)

Peso, nome de origem idêntica à da estrela acima.

Whipple, Fred Lawrence (1906)

Astrônomo americano que em 1949 propôs que os cometas era "bolas de gelo sujo". Este modelo diz que os cometas são formados por poeira e rochas que são mantidas unidas por gases congelados, como a amônia e o metano. Até 1942, Whipple descobriu seis cometas.

White, Edward Higgins II (1930-1967)

Em 3 de junho de 1965, ele se tornou o primeiro americano a andar no espaço. Durante este passeio de 21 minutos fora da nave Gemini 4, ele se movimentou com o auxílio de uma pistola de gás. White faleceu num incêndio durante um treinamento de uma missão Apolo.

X Xífias

Segundo nome da constelação do Dourado. Peixe pertencente a família dos xifiídeos.

Y Yed Posterior (Epsilon Ophiuchi)

Mão Posterior, denominação moderna de origem latino-árabe usada por Bayer. A palavra árabe yed significa mão.

Yed Prior (Delta Ophiuchi)

Mão Anterior, denominação de mesma origem que o nome anterior.

Yildun (Delta Ursae Minoris)

Page 107: Dicionário de Astronomia

Estrela por Excelência, denominação de origem turca. Segundo a lenda, a sua luz teria sido ocultada durante a captura de Constantinopla.

Ylem (ou Yelm)

Foi o nome dado por George Gamow à matéria primordial hipotética, muito densa, que existiria no estado mais inicial do Universo e a partir da qual todos os elementos teriam se formado. George Gamow propôs a existência do "ylem" (ou "yelm") mas este termo não teve ampla aceitação na comunidade científica e hoje, praticamente, não é usado.

Yuri Gagárin

Ver Gagarin.

Z Zaniah (Eta Virginis)

O Canil, oriundo do árabe Al Zawiah, que designa o canil dos cães vigias.

Zaurak (Gamma Eridani)

Barco, oriundo do árabe Al Nair al Zaurak, ou seja, a brilhante estrela do barco.

Zavijava (Beta Virginis)

Canil, oriundo do árabe Al Zawiah, o canil, embora a atual forma do vocábulo provenha do catálogo de Piazzi, que empregou pela primeira vez esta grafia.

Zeeman, efeito

Efeito descoberto por Pieter Zeeman (1865-1943), físico holandês, mas que só foi aplicada à Astronomia em 1908. Ocorre quando uma fonte de luz emite sua própria radiação num campo magnético; as faixas de seu espectro dividem-se em vários componentes e a separação entre eles é tanto maior quanto maiores forem o campo magnético e o comprimento de onda da radiação.

zênite

Interseção da vertical superior do lugar com a esfera celeste. Ponto mais alto no céu, oposto a "nadir". O ângulo formado entre o zênite e um objeto é a distância de zênite.

zero absoluto

Conceito originário de Dalton (1766-1844), serviu de base para o estabelecimento da temperatura absoluta, cuja escala em graus centígrados (°C) tem o nome de Kelvin (K). Situa-se a -273°C. Temperatura em que cessa por completo todo o movimento térmico ou ação calorífica (Terceira Lei da Termodinâmica).

zodíaco

Do grego zodion, animal e kyklos, círculo. Faixa celeste compreendida entre duas circunferências paralelas a eclíptica, uma ao norte e outra ao sul, medindo cerca de 8° cada. Nessa região encontram-se as constelações zodiacais.

Zosma (Delta Leonis)

A Cintura, denominação oriunda do grego zosma, que designa a cintura do Leão.

Zubenelgenubi (Alpha Librae)

Garra do Sul, oriundo da expressão árabe Al Zuban al Janubiyyah, ou seja, a garra sul do Caranguejo.

Zubenelhakrabi (Gamma Librae)

Page 108: Dicionário de Astronomia

A Garra do Escorpião, nome proveniente do árabe Zubenhakrabi. A mesma designação é usada para Delta e Eta Librae.

Zubenelschamali (Beta Librae)

A Garra do Norte, nome proveniente do árabe Zuben el Chamali, ou seja, a garra norte do Escorpião.