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Debora Bonat 3.ª edição / 2009 Didática do Ensino Superior Esse material é parte integrante do Aulas Particulares do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Didática do Ensino Superior · A Grécia atingiu o ideal mais avançado da educação na Antiguidade: ... Os gregos criaram uma pedagogia da ... Na Grécia, havia Direito, mas não

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Debora Bonat

3.ª edição / 2009

Didática do Ensino Superior

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© 2005-2009 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autoriza-ção por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

B699d Bonat, Debora. / Didática do Ensino Superior. / Debora Bonat. 3. ed. — Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2009. [Atualizado até abril de 2009]124 p.

ISBN: 978-85-387-0409-6

1. Direito – Ensino. 2. Didática do Ensino Superior. I. Título.

CDD 378.17

IESDE Brasil S.A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br

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Capa: IESDE Brasil S.A.

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Mestre em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professora do Complexo de Ensino Superior de Santa Catarina (Cesusc) e profes-sora substituta da UFSC. Advogada.

Debora Bonat

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Sumário

Ensino do Direito .........................................................................9

Ensino do Direito no mundo ocidental ................................................................................9

Antiguidade Clássica ...................................................................................................................9

Idade Média ................................................................................................................................ 10

Idade Moderna ........................................................................................................................... 11

Idade Contemporânea ............................................................................................................ 13

O ensino do Direito no Brasil ................................................................................................. 14

Período colonial ......................................................................................................................... 14

Império .......................................................................................................................................... 15

Função dos cursos jurídicos................................................................................................... 17

República e contemporaneidade ........................................................................................ 20

Tendências pedagógicas ....................................................... 25

Tendências pedagógicas ........................................................................................................ 25

Tendência tradicionalista ...................................................................................................... 25

Tendência da escola nova ...................................................................................................... 27

Tendência tecnicista ................................................................................................................. 29

Tendência crítica ........................................................................................................................ 30

Posição de Edgar Morin .......................................................................................................... 33

Posição de Paulo Freire ............................................................................................................ 35

Direito educacional ................................................................. 43

O professor universitário ........................................................................................................ 43

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Planejamento pedagógico ................................................... 59

Contexto do planejamento pedagógico .......................................................................... 59

Planejamento educacional .................................................................................................... 60

Planejamento curricular.......................................................................................................... 61

Plano de ensino.......................................................................................................................... 62

Técnicas e estratégias didáticas .......................................... 75

Contexto das estratégias didáticas ..................................................................................... 75

Método .......................................................................................................................................... 75

Técnicas ......................................................................................................................................... 77

Técnicas centradas no aluno ................................................ 85

Estudo dirigido ou orientado ................................................................................................ 86

Estudo de caso ........................................................................................................................... 87

Estudo de texto .......................................................................................................................... 87

Estratégias de construção conjunta ................................................................................... 88

A aula e o trabalho em grupo .............................................. 93

As estratégias de trabalho em grupo ................................................................................. 93

A aula ............................................................................................................................................. 98

A avaliação .................................................................................................................................100

A avaliação ................................................................................105

A avaliação da aprendizagem .............................................................................................105

Funções da avaliação .............................................................................................................107

Instrumentos de avaliação ...................................................................................................108

Referências ................................................................................117

Anotações .................................................................................121

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Ensino do Direito no mundo ocidentalOs ideais, valores e objetivos do homem são variáveis de acordo com o

contexto social, político e econômico de cada sociedade. O Direito e o seu ensino foram influen ciados pelas transformações ocorridas na sociedade, possuindo em cada momento histórico uma feição diferenciada.

Esse cenário não é peculiar ao Direito, pois também abrange outras ciên-cias. O objeto do nosso estudo restringe-se à evolução do ensino do Direito no mundo ocidental, ao qual pertencemos. Dessa forma, abordaremos alguns momentos históricos do velho continente, culminando na abordagem do ensino do Direito no Brasil.

Antiguidade ClássicaComeçaremos a analisar o Direito na Grécia Antiga, base para a educa-

ção ocidental. A educação era uma atividade de exclusão, sendo privilégio dos homens livres. A sociedade grega fundava-se também na concepção de homem e de liberdade. Somente esses detinham o direito de participar das questões que envolviam a comunidade e, como eram cidadãos, possuíam o direito à educação. Nesse sentido, não se enquadrava como característica da educação a universalidade.

Entre as pessoas consideradas iguais (homens livres), era possível estabe-lecer um diálogo, uma vez que essas pessoas não precisavam se preocupar com as questões materiais reservadas às classes menos favorecidas, ou seja, aos escravos. Caberia aos cidadãos se preocuparem com as coisas da comu-nidade e com a educação, e aos escravos, trabalharem para movimentar a economia.

Nesse sentido, já nos ensinou Moacir Gadotti (2003, p. 30):

A Grécia atingiu o ideal mais avançado da educação na Antiguidade: a paideia, uma educa-ção integral, que consistia na integração entre a cultura da sociedade e a criação individual de outra cultura numa influência recíproca. Os gregos criaram uma pedagogia da eficiên-cia individual e, concomitantemente, da liberdade e da convivência social e política.

Ensino do Direito

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Podemos dividir a educação grega em fases. A primeira compreende a fase pré-socrática, na qual o escopo era a busca do fundamento do ser, a essência dos homens. Já os socráticos, inclinaram-se na direção da moral e da política. Segundo eles, a filosofia servia para favorecer a moral do homem. Posteriormente, Platão afirmou que os estágios superiores da sociedade devem ser obtidos por meio do mérito, existindo uma subordinação da educação corporal à razão. Com Aristóte-les, por sua vez, houve a instauração da teoria do movimento, sendo que a virtude passou a ser conquistada por meio do hábito.

O Ensino Superior relacionava-se com a retórica e com a filosofia, as quais influenciam o ensino do Direito até os dias atuais. Tem-se que a retórica, enten-dida como a arte de bem falar, propõe o acompanhamento de algumas catego-rias: escolher o que se irá dizer; colocar em ordem as ideias e procurar termos adequados para exprimi-las (GADOTTI, 2003, p. 31).

A filosofia, por sua vez, compreendia estudos de lógica, metafísica e ética, entre outras disciplinas. Tanto a filosofia como a retórica influenciaram a criação do Direito na Grécia Antiga.

Não se deve confundir, todavia, o ensino do Direito com o estabelecimento da legislação e de outras fontes jurídicas. O primeiro ocorre com o estudo por-menorizado e sistemático das fontes que compõem o sistema jurídico, por meio de um orientador (professor) ou de forma própria. Já a segunda refere-se à cria-ção, pelo órgão competente, das normas que compõem o ordenamento jurídico, delineando o modo de convivência entre os indivíduos de uma sociedade. Na Grécia, havia Direito, mas não o ensino do Direito.

Já em Roma, ao contrário da filosofia, prevaleceu a moral e a política. Houve uma maior importância da educação cristã e também da teoria humanista (que busca, no homem, aquilo que o caracteriza como tal).

O Direito Romano, estudado contemporaneamente nas faculdades, foi com-pilado e começou a receber uma análise pormenorizada e sistematizada durante a Idade Média, sendo monopólio da Igreja Católica.

Idade Média Durante a Idade Média, a preocupação restringia-se à interpretação dos tex-

tos sagrados e à preservação da religião cristã por meio do combate à heresia.

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Muitos textos provenientes do Direito Romano foram interpretados conforme os dogmas impostos pela Igreja e aqueles que não servissem aos ditames ecle-siásticos ficavam excluídos de propagação.

Durante esse período, o fundamento da ação pedagógica era a religião, ou seja, era a partir de uma visão teocêntrica que seria possível desenvolver um modelo de homem capaz de se aproximar ao máximo de Deus. Essa visão provocou um rigoroso formalismo, trazido também para o Direito.

Não havia interesse da Igreja em tornar público o ensino, pois quanto maior o número de pessoas em contato com os textos sagrados e com o Direito Romano, maior seriam as chances de a Igreja perder seu monopólio. Dessa forma, somente os monges possuíam acesso à educação. Diante disso, não se pode falar propria-mente em pedagogos.

Idade ModernaA Renascença vem marcada pelas grandes invenções, as grandes descober-

tas, a revolução comercial, a formação do Estado moderno, a Reforma e a Contra- -Reforma e o Humanismo. Tais movimentos foram responsáveis pela criação de escolas e pela formação dos professores. Foi durante um desses movimentos, a Reforma, criada por Martinho Lutero, que houve a primeira referência à educação universal, ou seja, aberta a todos.

Para combater a Reforma, foram criadas pela Igreja Católica várias ordens reli-giosas, como a Companhia de Jesus, ou ordem dos jesuítas. Essa ordem utilizava-se do método de obediência militar para propagar a religião católica, possuindo uma alta eficiência por causa do preparo dos mestres e da unificação da ação.

A ordem jesuítica e o seu processo de ensino-aprendizagem foi alvo de diver-sas críticas. Entre elas, a separação entre o ensino e a vida, o alto incentivo à com-petição por prêmios e a utilização da repetição para forçar a memorização. Essas críticas fizeram com que o papa Clemente XIV suprimisse a Companhia de Jesus (ARANHA, 1990).

O Brasil também foi influenciado pela Companhia de Jesus que, com sua ideo-logia cristã, pretendia “libertar os índios”. Além desta, existia a educação para os filhos de colonos, os quais não aprendiam somente a ler e escrever, mas também

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frequentavam um dos três cursos ministrados (Letras Humanas, Filosofia e Ciên-cia, e Teologia e Ciências Sagradas). Com isso, houve uma redução no número de analfabetos e a formação de uma elite intelectual brasileira.

É possível entender que a Idade Moderna revelou uma maior preocupação com o homem e com o racional. A ciência deixou de ser meramente contempla-tiva e associou-se à técnica para melhor servir aos burgueses. A filosofia moderna, por sua vez, trouxe o embate de duas teorias do conhecimento: o Racionalismo (Descartes) e o Empirismo (Locke e Bacon). O primeiro implica o poder exclusivo da razão e o segundo utiliza-se das experiências ou dos sentidos para efetivar o conhecimento. Segundo Locke, o conhecimento ocorreria por meio de uma sensação, produzida externamente e captada pelos sentidos – experiência ex- terna – e depois de uma reflexão realizada sobre essa sensação – experiência interna (ARANHA, 1990).

A tendência liberal pregada pela Idade Moderna e incorporada na educação torna-a decadente e passível de muitas críticas. Contudo, Maria Lúcia de Arruda Aranha (1990) ressalta que foi nessa época que surgiram diversas correntes peda-gógicas, entre elas a pregada por Rousseau, que defendia o desenvolvimento livre e espontâneo a partir da existência concreta da criança, ou seja, nada deveria ser imposto: ao contrário, tudo deveria ser natural. Com essa educação negativa, Rousseau conseguiu diminuir o formalismo, pois a educação não deveria ocorrer por meio de livros, mas a partir das características de cada aluno, de forma natu-ral. Por defender tal teoria, Rousseau foi alvo de inúmeras críticas.

As universidades, segundo Manacorda, surgiram no século XI. Le Goff, por sua vez, atribui a criação das faculdades de Direito ao desenvolvimento das atividades comerciais. Giordani ressalta que o desenvolvimento urbano criou um ambiente propício para a estruturação das universidades.

Na Renascença, berço das universidades, há uma retomada do pensamento de São Tomás de Aquino em detrimento do de Santo Agostinho, restabelecendo-se a crença nas razões profanas e a possibilidade de interpretação baseada na lógica dialética.

Na Universidade de Bolonha, o Direito Romano era estudado por meio de glo- sas que compreendiam a interpretação dos escritos romanos clássicos. Essas glosas ou interpretações eram escritas de forma marginal (à margem dos textos) ou interlinear (entre as linhas) dos textos romanos.

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Contudo, a Escola dos Glosadores foi aos poucos se enfraquecendo, por causa do método de repetição utilizado, dando origem à Escola dos Comentadores, na qual predominou a dialética escolástica de São Tomás. Posteriormente, surgiu a Escola dos Humanistas, que estudaram o Direito Romano em si, ou seja, não se utilizando das glosas.

A Universidade de Coimbra apresentava como principal objetivo formar mão de obra qualificada para ocupar os cargos burocráticos do Estado. A principal reforma nessa instituição foi realizada pelo Marquês de Pombal e por meio dela o Direito Romano passou a ter um caráter subsidiário, sendo o Direito Canônico excluído do currículo. Cabe ressaltar que a reforma pombalina, fundamentada na legalidade e não na religio sidade, extinguiu os trabalhos desenvolvidos pela Companhia de Jesus no Brasil.

Foi na Universidade de Coimbra que os primeiros burocratas brasileiros estu-daram, trazendo para nosso país toda a tradição existente em Portugal.

Idade ContemporâneaNa Idade Contemporânea, o ensino ganhou ascensão: o ensino público

ganhou notoriedade e a rede escolar foi ampliada. Privilegiou-se a formação da consciência patriótica e da cidadania, para gerar uma transformação na socie-dade.

Uma das correntes mais difundidas nessa época foi o Positivismo, segundo o qual o único conhecimento válido é o científico, impregnado pelo Determinismo, ou seja, todas as coisas acontecem obedecendo a uma relação de causa e efeito.

A corrente filosófica positivista influenciou marcantemente o ensino do Direi-to, o qual passou a ser visto como ciência e, portanto, deveria obedecer a regras explícitas tanto para a sua aplicação quanto para seu ensino.

O Idealismo (vertente do pensamento kantiano), por meio de Hegel, intro-duziu a dialética no pensamento (construção de uma tese e proposição de uma antítese para se chegar a uma síntese, a qual formaria uma nova tese, desen-cadeando um caminho indeterminado). Da mesma forma, Marx desenvolveu o Materialismo Dialético e o Materialismo Histórico (explicação da história pelos fatores materiais, econômicos e técnicos).

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No campo da Pedagogia, houve uma maior preocupação com os fins sociais da educação, assim como a utilização da Psicologia na Pedagogia, fomentando o surgimento de novos métodos para ensinar e aprender. Entre eles, o desenvol-vido por Pestalozzi, defensor da escola popular, e Froebel, que privilegiou a edu-cação de primeiras letras; por Herbart, precursor da filosofia experimental apli-cada à Pedagogia, e Spencer, um dos maiores seguidores do Positivismo e um dos maiores incorporadores da teoria da evolução de Darwin (ARANHA, 1990).

O ensino do Direito no BrasilO ensino jurídico no Brasil teve os mesmos objetivos da Universidade de

Coimbra, ou seja, formar técnicos para o corpo burocrático do Estado. Os estu-dantes eram oriundos de famílias proprietárias de terras e de escravos, buscando, consequen temente, manter o status quo.

Esse cenário contribuiu para que o ensino jurídico no Brasil se desenvolvesse baseado no embate travado entre o Positivismo e o Jusnaturalismo. Dentre os exemplos de escolas de Direito, é possível citar a Escola do Recife, responsável pela formação dos doutrinadores, e a Academia de São Paulo, responsável pela formação dos técnicos burocratas e dirigentes políticos do país.

Passemos agora a analisar o ensino do Direito em cada fase da história brasi-leira, iniciando pelo período colonial e se estendendo até o momento presente.

Período colonialDurante o período colonial, a educação era responsabilidade da Igreja Cató-

lica. Os conteúdos restringiam-se à filosofia, à teologia e à matemática. A Com-panhia de Jesus era responsável pelo ensino da leitura e da escrita para os índios, o ensino universitário estando em segundo plano.

O ensino do Direito não era ministrado no Brasil na época em que o país era colônia de Portugal, ficando sob a responsabilidade da metrópole. Assim, somente a classe social economicamente privilegiada poderia enviar seus filhos para estu-dar em Portugal, na Universidade de Coimbra. Esse cenário contribuiu para que os operadores do Direito ganhassem status na sociedade local e desenvolvessem apenas uma ideologia, que se identificava com a difundida na metrópole.

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Nesse sentido, afirmam Arno e Maria José Wehling (2003, p. 54):

[...] pode ser lembrada a formação monolítica dos juristas e a dos operadores jurídicos, na Uni-versidade de Coimbra. Ao contrário da Espanha e da América hispânica, onde a pluralidade de reinos e de direitos históricos gerou uma formação diversificada em universidades metropolita-nas e americanas, no Brasil colonial, a formação jurídica dependia exclusivamente daquela Uni-versidade, para onde se dirigiam os estudantes brasileiros. O monopólio coimbrão, certamente, facilitou a unidade doutrinária.

O ensino do Direito no Brasil começou a se desenvolver a partir da Indepen-dência, ou seja, na época imperial, com o surgimento de duas faculdades – de São Paulo e do Recife –, as quais procuraram criar, no início com muita dificuldade, uma tradição e uma cultura eminentemente brasileiras.

ImpérioA situação do Brasil como colônia de Portugal desagradava a comunidade que

aqui vivia. A ideologia do mercantilismo e do colonialismo não se encaixava nos objetivos dos moradores locais, gerando um clima de insatisfação e de busca pela independência.

Muitos foram os fatores que desencadearam a independência de nosso país. Dentre eles, podemos destacar:

a introdução e a difusão das ideias liberais, existentes na Europa, por meio �da formação de intelectuais na Universidade de Coimbra;

o crescimento das sociedades secretas que agrupavam homens dispostos �a organizar movimentos separatistas – coube à maçonaria a difusão dos ideais de independência, desenvolvendo bases políticas e ideológicas que, origi ná rias da Revolução Francesa, eram divulgadas para as classes menos favorecidas;

crise do sistema colonialista e mercantilista; �

cerceamento econômico e opressão política; �

diferença de posse, poder e prestígio entre as classes sociais; �

grandes diferenças regionais. �

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Tais fatores conduziram à independência do Brasil em 1822, independência essa apenas formal, pois na prática tudo continuava ocorrendo da mesma forma: latifúndio, monocultura, escravidão e dependência externa.

Todo esse processo ocasionou a ruptura do pacto colonial, obrigando aos locais a criação de um novo estatuto jurídico-político para a sociedade brasileira. Era o aparecimento de uma sociedade nacional que buscava uma economia de mercado, uma autonomia política e a organização das instituições monárquicas.

A sociedade era formada pelos proprietários rurais e comerciantes, seguidores da teoria do liberalismo, que visava ao progresso, à liberdade e à modernidade, embora mantivesse a escravidão nos latifúndios.

Todavia, a independência não foi capaz de resolver problemas como o empo-brecimento das camadas mais populares, a rebeldia dos escravos, a formação de quilombos, a formação de elites patrimoniais que se apropriavam de privilégios. Até mesmo porque esse processo de independência buscou assegurar a manu-tenção dos privilégios sem a intromissão da metrópole.

A contradição existente era tão grande que a Constituição do Império, de 1824, trazia em seu bojo a declaração inalienável dos direitos civis e políticos, mas por outro lado previa o Poder Moderador exercido pelo Imperador, que poderia sus-pender os direitos.

É nesse contexto, aliando-se ao crescimento da burguesia, que se forma a elite nacional, forjando, dessa forma, uma nação eminentemente brasileira. Faziam parte da elite burocrática do país os magistrados, os militares, os padres e os advogados, enquanto os proprietários de terra, os comerciantes e os mineradores compunham a elite não burocrática. Claro que, na maioria das vezes, os integran-tes da primeira elite também pertenciam à segunda.

Então as elites brasileiras passaram a ser formadas e treinadas para desem-penhar as atividades do governo, uma vez que na época colonial não havia necessidade de treinamento, pois as questões eram resolvidas diretamente pela metrópole.

Essa formação era dada pelos cursos jurídicos que foram instalados no país, após a independência. Passemos então a analisar quais eram as funções dos cursos jurídicos.

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Função dos cursos jurídicosOs cursos de Direito estavam vinculados à lógica da independência, pois o

Estado nacional reclamava autonomia cultural e preenchimento dos quadros burocráticos. Com isso, a consolidação do regime foi acompanhada de uma cres-cente profissionalização política e jurídica, exigindo-se mais magistrados, parla-mentares e funcionários estatais.

A ruptura com a metrópole gerou a localização da resolução dos problemas, isto é, todas as questões que envolviam a sociedade brasileira deveriam ser resol-vidas em terras brasileiras e não mais por Portugal, provando-se, dessa forma, que o Brasil era independente.

Para isso, era necessário substituir a cultura francesa e portuguesa que predo-minava na colônia, criando estabelecimentos de ensino de grande porte, como as escolas de Direito, responsáveis pelo desenvolvimento de um pensamento pró-prio e dando à nação uma nova face.

Nesse sentido, os cursos jurídicos foram degraus para as carreiras de magis-tratura, advocacia, ministério público e áreas afins, como a filosofia, a literatura, a poesia, a ficção, as artes e a diplomacia.

Os operadores jurídicos ganharam tamanha importância na sociedade impe-rial que seu prestígio foi exacerbado: eles eram conhecidos como doutores e todos deveriam respeitar os bacharéis, que utilizavam becas bordadas em ouro e detinham todo o conhecimento da época imperial.

Vamos verificar como ocorria esse prestígio durante esse período histórico.

Prestígio do bacharelO prestígio do bacharel nasceu por meio de uma carga simbólica e das possi-

bilidades políticas que se apresentavam ao profissional do Direito.

O bacharel era o grande intelectual da época, tinha prestígio social e era a marca do poder político, pois representava uma figura central no aparato do Estado, sendo um intermediário entre os interesses públicos e os interesses pri-vados.

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Nas palavras de Gilberto Freyre (apud VENÂNCIO FILHO, 1997, p. 273):

[...] o prestígio do “bacharel” e de “doutor” veio crescendo nos meios urbanos e mesmo nos rústicos desde o começo do Império. Nos jornais, notícias e avisos sobre “Bacharéis formados”, “Doutores” e até “Senhores Estudantes”, principiaram desde os primeiros anos do século XIX a anunciar o novo poder aristocrático que se levantava, envolvido nas suas sobrecasacas, nas suas becas de seda preta, que nos bacharéis – ministros, ou nos doutores – desembargadores, tornavam-se becas “ricamente bordadas e importadas do Oriente”. Vestes quase de mandarins. Trajos quase de casta.

Ser bacharel era um ideal de vida, sua carreira progredia de acordo com uma combinação de personalidade, carisma, ligações familiares e políticas e talento. Todo esse prestígio foi acentuado pela criação das escolas de Direito no Brasil.

O projeto de lei que disciplinava a criação de duas escolas de Direito no Brasil foi de 31 de agosto de 1826. A aprovação da lei que criava dois centros dedica-dos ao estudo do Direito no país veio quase um anos depois, em 11 de agosto de 1827.

Após vários debates sobre a localização das escolas, definiu-se que uma seria sediada em Olinda e a outra em São Paulo. Além da distância geográfica, essas duas escolas se distanciaram também na teoria adotada. São Paulo adotou o modelo político liberal, formando burocratas, enquanto Olinda ocupou-se dos problemas teóricos e da análise de teorias evolucionistas, formando doutrinadores.

A escola do Recife

A cidade do Recife era ativa politicamente, com espírito revolucionário e inte-lectual. Para evitar que a faculdade de Direito estivesse inserida em um local agi-tado politicamente, puniu-se Recife com a instalação da Faculdade de Direito na cidade de Olinda, em 15 de maio de 1828.

Olinda representou a penetração de ideias portuguesas. Por seu isolamento na província, todo o arcabouço era importado de Portugal: professores, alunos, costumes e teorias. A estrutura do curso de Direito era idêntica à do curso minis-trado em Coimbra, com muita influência da Igreja Católica.

Essa faculdade foi provisoriamente sediada no mosteiro de São Bento. Suas principais características foram a ausência de inovação intelectual, a rigidez na estrutura dos cursos, a reprodução de obras jurídicas estrangeiras, a influência da Igreja Católica e a indisciplina.

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A transferência para Recife ocorreu em 1854, sendo que as acomodações con-tinuaram péssimas. Todavia, houve uma grande reforma acadêmica, culminando em uma intensa produção intelectual.

Dentre as reformas realizadas, destacam-se:

a contenção da desobediência; �

a moralização dos exames preparatórios; �

um rígido calendário de aulas; �

a limitação do número de faltas; �

a instauração de um rígido sistema de castigos; �

a alteração curricular. �

Dois juristas se destacaram na Escola do Recife: Tobias Barreto e Silvio Ro-mero.

A escola de São PauloEm relação à escola de São Paulo, é possível afirmar que a escolha do local

deu-se pela proximidade com o Porto de Santos, pelo baixo custo de vida, o clima ameno e a localização, pois ali poderiam se concentrar estudantes vindos de Minas e do Sul do país.

Sua inauguração ocorreu em 1.º de março de 1828, no convento de São Francis-co, que havia sido construído em 1684. Houve diversos problemas de instalação.

Sua produção era eclética, reunindo militância política, jornalismo, literatura, advocacia e ação nos gabinetes. Os intelectuais dessa escola eram recrutados pela burocracia estatal, uma vez que São Paulo concentrava predomínio econô-mico e político.

A revista da Faculdade de São Paulo estava vinculada à reforma de Benjamin Constant, possuía uma situação financeira estável (diferentemente da escola do Recife) e seus periódicos eram lançados anualmente.

Tinha influência evolucionista com fundo religioso, buscando descobrir que leis presidiriam a evolução da humanidade e quais seriam os eleitos para conduzir os destinos do país.

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Didática do Ensino Superior

Entre as duas escolas, podemos citar as distinções abaixo.

Escola de São Paulo Escola do Recife

Requisito para o ingresso

Noções de lógicaLíngua: inglês

Noções de antropologiaLínguas: inglês, alemão, italiano

Preponderância didática Direito Civil Antropologia Criminal

Objetivos

Formar burocratas e políticos para o Estado (prática).Produzir homens que conduzisssem o país, fornecendo a direção política da nação.Fala oficial.

Produzir doutrinadores, homens de ciência (teoria);Produzir ideias e doutrinas autônomas.Fala constestatória.

Após a proclamação da República, muitas outras faculdades de Direito surgi-ram, universalizando o conhecimento e contribuindo para o desenvolvimento de uma cultura jurídica brasileira.

República e contemporaneidadeCom a proclamação da República, surgiram diversas instituições de Ensino

Superior, ministrando vários cursos – entre eles, Direito. O ensino do Direito desenvolveu-se, passando da teoria positivista, utilizada para formar técnicos auxiliadores no desenvolvimento do país, à teoria crítica do Direito, trazendo uma maior reflexão sobre o conteúdo e o objetivo dessa ciência, assim como sobre a importância social que desempenha o operador jurídico.

Texto complementar(GADOTTI, 2003, p. 21-23)

O Oriente afirmou principalmente os valores da tradição, da não-violên-cia, da meditação. Ligou sobretudo à religião, entre as quais se destacam: o taoismo, o budismo, o hinduísmo e o judaísmo. Esse pensamento não desa-

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Ensino do Direito

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pareceu inteiramente. Evoluiu, transformou-se, mas guarda ainda grande atualidade e mantém muitos seguidores.

A educação primitiva era essencialmente prática, marcada pelos rituais de iniciação. Além disso, fundamentava-se pela visão animista: acredita-va-se que todas as coisas – pedras, árvores, animais – possuíam uma alma semelhante à do homem. Espontânea, natural, não intencional, a educação baseava-se na imitação e na oralidade, limitada ao presente imediato. Outra característica dessa visão é o totemismo religioso, concepção de mundo que toma qualquer ser – homem, animal, planta ou fenômeno natural – como sobrenatural e criador do grupo. O agrupamento social que adora o mesmo totem recebe o nome de clã.

A doutrina pedagógica mais antiga é o taoismo (tao= razão universal), que é uma espécie de panteísmo, cujos princípios recomendam uma vida tran-quila, pacífica, sossegada, quieta. Baseando-se no taoismo, Confúcio (551-479 a.C) criou um sistema moral que exaltava a tradição e o culto aos mortos.

O confucionismo transformou-se em religião do Estado até a Revolução Cultural, promovida na China por Mao Tsé-Tung, no século XX. Confúcio considerava o poder dos pais sobre os filhos ilimitado: o pai representava o próprio imperador dentro da casa. Criou um sistema de exames baseado no ensino dogmático e memorizado. Esse memorismo fossilizava a inteligência, a imaginação e a criatividade, hoje exaltadas pela pedagogia. A educação chinesa tradicional visava a reproduzir o sistema de hierarquia, obediência e subserviência ao poder dos mandarins.

Apesar disso, existe hoje uma tendência a se resgatar o essencial do tao-ismo, como a busca da harmonia e do equilíbrio num tempo de muitos con-flitos e de crescente desumanização.

A educação hinduísta também tendia para a contemplação e para a repro-dução das castas – classes hereditárias –, exaltando o espírito e repudiando o corpo. Os párias e as mulheres não tinham acesso à educação.

Os egípcios foram os primeiros a tomar consciência da importância da arte de ensinar. Devemos a eles o uso prático das bibliotecas. Criaram casas de ins-trução onde ensinavam a leitura, a escrita, a história dos cultos, a astronomia, a música e a medicina. Poucas informações desse período foram preservadas.

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Didática do Ensino Superior

Foram os hebreus que mais conservaram as informações sobre sua história. Por isso, legaram ao mundo um conjunto de doutrinas, tradições, cerimônias religiosas e preceitos que ainda hoje são seguidos. A educação hebraica era rígida, minuciosa, desde a infância; pregava o temor a Deus e a obediência aos pais. O método que utilizava era a repetição e a revisão: o catecismo. Foi prin-cipalmente através do cristianismo que os métodos educacionais dos hebreus influenciaram a cultura ocidental.

Entre muitos povos, a educação primitiva ocorreu com características semelhantes, marcada pela tradição e pelo culto aos velhos. Esse tradiciona-lismo pedagógico, porém, é orientado por tendências religiosas diferentes: o panteísmo do Extremo Oriente, o teocratismo hebreu, o misticismo hindu, o magicismo babilônico.

Essas doutrinas pedagógicas se estruturaram e se desenvolveram em função da emergência da sociedade de classes. A escola, como instituição formal, surgiu como resposta à divisão social do trabalho e ao nascimento do Estado, da família e da propriedade privada.

Na comunidade primitiva, a educação era confiada a toda a comunidade, em função da vida e para a vida: para aprender a usar o arco, a criança caçava; para aprender a nadar, nadava. A escola era a aldeia.

Com a divisão social do trabalho, onde muitos trabalham e poucos se beneficiam do trabalho de muitos, aparecem as especialidades: funcionários, sacerdotes, médicos, magos etc.; a escola não é mais a aldeia e a vida, fun-ciona num lugar especializado onde uns aprendem e outros ensinam.

Ampliando seus conhecimentosHistória da Educação, de Maria Lúcia de Arruda Aranha, editora Moderna.

A Escola do Recife , de Nelson Saldanha, editora Convívio.

Das Arcadas ao Bacharelismo, de Alberto Venâncio Filho, editora Perspectiva.

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