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XIII ENCONTRO DE ECONOMIA BAIANA – OUT. 2017 ECO. BRASILEIRA, ECO. REGIONAL E DES. ECONÔMICO 1 DIFERENÇAS SALARIAIS ENTRE AS REGIÕES METROPOLITANA E NÃO METROPOLITANA DO ESTADO DE MINAS GERAIS: UMA ANÁLISE EM DADOS EM PAINEL (2006-2015) Guilherme Marques Moura * RESUMO O presente trabalho propõe uma análise dos diferenciais salariais regionais, entre as cidades que compões a Região Metropolitana de Belo Horizonte e as demais cidades do estado. O objetivo é investigar se indivíduos com características similares são remunerados diferentemente nos dois grupos de cidades. Portanto, esse trabalho busca encontrar, apontar e quantificar a influência regional dentro dos rendimentos dos trabalhadores. Nesse sentido, é adotada a hipótese básica de que a composição diferenciada da força de trabalho entre as localidades por si só não é capaz de explicar a totalidade dos diferenciais salariais inter-regionais. Para tal, utiliza-se do instrumental de Dados em Painel. Os resultados indicam uma diferença de remuneração das variáveis qualitativas em favor dos trabalhadores da RMBH. Palavras-chave: Diferenciais salariais. Diferencial salarial estadual. Economia do trabalho. Economia mineira. ABSTRACT This paper proposes an analysis of the regional wage differentials, between the cities that make up the Metropolitan Region of Belo Horizonte and the other cities of the state. The objective is to investigate whether individuals with similar characteristics are remunerated differently in the two groups of cities. Therefore, this work aims to find, point and quantify the regional influence within the income of workers. In this sense, the basic hypothesis adopted is that the differentiated composition of the labor force between the localities alone is not able to explain the totality of interregional wage differentials. For this purpose, a Panel Data instrument is used. The results indicate a difference in the remuneration of qualitative variables in favor of RMBH workers. Keywords: Salary differentials. State wage differential. Labor economics. Minas Gerais Economy. * Mestre em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e doutorando em Desenvolvimento Econômico pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). [email protected]

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XIII ENCONTRO DE ECONOMIA BAIANA – OUT. 2017 ECO. BRASILEIRA, ECO. REGIONAL E DES. ECONÔMICO • 1

DIFERENÇAS SALARIAIS ENTRE AS REGIÕES METROPOLITANA E NÃO METROPOLITANA DO ESTADO DE MINAS GERAIS: UMA ANÁLISE EM DADOS EM

PAINEL (2006-2015)

Guilherme Marques Moura*

RESUMO

O presente trabalho propõe uma análise dos diferenciais salariais regionais, entre as cidades que compões a Região Metropolitana de Belo Horizonte e as demais cidades do estado. O objetivo é investigar se indivíduos com características similares são remunerados diferentemente nos dois grupos de cidades. Portanto, esse trabalho busca encontrar, apontar e quantificar a influência regional dentro dos rendimentos dos trabalhadores. Nesse sentido, é adotada a hipótese básica de que a composição diferenciada da força de trabalho entre as localidades por si só não é capaz de explicar a totalidade dos diferenciais salariais inter-regionais. Para tal, utiliza-se do instrumental de Dados em Painel. Os resultados indicam uma diferença de remuneração das variáveis qualitativas em favor dos trabalhadores da RMBH. Palavras-chave: Diferenciais salariais. Diferencial salarial estadual. Economia do trabalho. Economia mineira.

ABSTRACT

This paper proposes an analysis of the regional wage differentials, between the cities that make up the Metropolitan Region of Belo Horizonte and the other cities of the state. The objective is to investigate whether individuals with similar characteristics are remunerated differently in the two groups of cities. Therefore, this work aims to find, point and quantify the regional influence within the income of workers. In this sense, the basic hypothesis adopted is that the differentiated composition of the labor force between the localities alone is not able to explain the totality of interregional wage differentials. For this purpose, a Panel Data instrument is used. The results indicate a difference in the remuneration of qualitative variables in favor of RMBH workers. Keywords: Salary differentials. State wage differential. Labor economics. Minas Gerais Economy.

* Mestre em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e doutorando em Desenvolvimento Econômico pela Universidade

Federal do Paraná (UFPR). [email protected]

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1. INTRODUÇÃO

Localizado na região Sudeste do país, Minas Gerais é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Dividida em 853 municípios, a maior quantidade dentre os estados brasileiros. O estado é o quarto maior em área territorial, o segundo em quantidade de habitantes (IBGE/2015) e o terceiro maior PIB (IBGE/2014). Em linhas gerais, é possível inferir que esse estado foi proeminente em todos os ciclos recentes da economia brasileira, isto é, tanto nas crises quanto nos momentos de crescimento.

Dentro desse grande estado, a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), se destaca. Instituída em 1973 pela Lei Complementar nº14, a RMBH é formada atualmente por 34 municípios. Dentro do estado de Minas Gerais, essa região possui o papel de centro econômico, político e demográfico. Segundo dados do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil , em 2010, a RMBH contava com uma população de 4.883.970 habitantes, que corresponde a aproximadamente 2,5% do total da população brasileira. Sendo que dessa população, 98,12% vivem em zonas urbanas e 77,5% fazem parte da população economicamente ativa. Com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) de 0,774, a região ocupa a 7ª posição entre as 16 regiões metropolitanas brasileiras.

Esses 34 municípios ocupam uma área de 9.460 km2, equivalente a 1,6% do território estadual. Ademais a pequena dimensão territorial, cerca de 24% da população mineira está concentrada nessa região, denotando o poder de atração que a RMBH possui sobre as outras cidades e regiões do estado. Dentro do território nacional, as desigualdades econômicas regionais são historicamente elevadas, fato que se reflete na presença dessa divergência entre e dentro das regiões, sendo que suas causas não reproduzem obrigatoriamente diferenças nas características produtivos entre os núcleos urbanos. O resultado desse contraste entre as localidades pode ser observado nas intensas discrepâncias salariais entre as diversas partes do país, com efeito direto sobre a dinâmica dos mercados de trabalho locais.

Nesse sentido, a hipótese básica do presente estudo é que a composição diferenciada da força de trabalho entre as localidades por si só não é capaz de explicar a totalidade dos diferenciais salariais inter-regionais, isto é, acredita-se que essa diferença salarial pode ser o reflexo de características da estrutura produtiva, dos mercados de trabalho locais, do dinamismo econômico regional, custo de vida, amenidades locais, diferenças inter-regionais na dotação de capital humano, dentre outros.

Na literatura nacional e mundial, a análise das desigualdades de rendimento tem atraído a atenção de diversos autores, principalmente quando essa diferença ocorre devido à discriminação. Existem estudos que mostram as diferenças de rendimentos entre os estados brasileiros e suas macrorregiões ou entre as regiões metropolitanas; no entanto, a literatura que se refere ao recorte região metropolitana e interior é pouco explorada. Na tentativa de preencher uma parte dessa lacuna, o presente trabalho busca realizar uma comparação da distribuição salarial dentro do estado de Minas Gerais, com enfoque nas diferenças entre as cidades que compõe e aquelas que não compõe a região metropolitana de Belo Horizonte. Apesar da complexidade de se analisar essa questão, principalmente pela quantidade de variáveis envolvidas e suas inter-relações, a teoria econômica dispõe de instrumentos analíticos efetivos para isso, destacando-se, em especial, os modelos de Dados em Painel.

Para tanto, as bases anuais da RAIS foram agregadas por municípios, isto é, cada variável representa a média por município. Desta forma, a base de dados contém 853 “indivíduos” representando as 853 cidades de Minas Gerais, para o período compreendido por 2006 à 2015. Além dessa introdução, este trabalho contém mais quatro seções. Na segunda seção explora-se a literatura existente, visando revisitar as teorias de localização, de determinação dos salários e proceder a uma caracterização das regiões analisadas e de uma discussão sobre diferenciais salariais. Na terceira parte descrevem-se a base de dados e as variáveis assim como o modelo

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adotado. Na quarta seção apresentam-se as estimativas e analisam-se os resultados obtidos. Na última seção são apresentadas algumas considerações adicionais e conclusões deste trabalho. 2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Relações intersetoriais e o desenvolvimento regional Os fundamentos das teorias da localização e do desenvolvimento desigual são importantes

para a compreensão da realidade regional brasileira, num país marcado historicamente por significativas particularidades econômicas em seu espaço geográfico. O estudo das teorias da localização normalmente é caracterizado pela aplicação do paradigma neoclássico do equilíbrio, isto é, as atividades econômicas buscam se estabelecer em pontos do espaço que minimizem custos e/ou maximizem lucros. Enquanto que, os estudiosos do desenvolvimento heterogêneo, enfocam nos mecanismos pelos quais o desenvolvimento é transmitido numa região, com seus encadeamentos positivos e negativos.

Um dos precursores do estudo da dinâmica do espaço localizado, Von Thünen† (1826), propõe que a organização das atividades econômicas e os preços de uma dada região são dados pelo resultado das forças de atração e repulsão sintetizadas pela renda fundiária. Nesse modelo, as atividades mais intensivas e de menor transportabilidade expulsam, via renda espacial mais alta, aquelas mais extensivas e de maior transportabilidade.

Fujita et al (1999) afirmam que, essa competição não planejada alocará a produção dos mais variados bens de forma a minimizar os custos de produção combinados, não incluindo a renda da terra. Sendo que, essa situação de equilíbrio, seria um exemplo de como a “mão invisível” atua dentro dos mercados, construindo a dinâmica locacional da região. O resultado do modelo de Von Thünen é um processo de hierarquização da produção, implicando que devem ter prioridade para localização mais próxima ao mercado aqueles que consigam oferecer maior sobre-lucro por unidade de área.

Nesse mesmo sentido, para Lösch (1940) o sistema apresenta tendência de concentração no espaço, ou seja, o desenvolvimento heterogêneo do espaço, com regiões de grande densidade distribuídas dentro de regiões de baixa densidade demográfica. Para Simões (2003), a principal característica do modelo löschiano reside em considerar o processo de hierarquização urbana como elemento endógeno à acumulação de capital, de acordo com o tamanho de cada centro.

Neste processo de hierarquização, surgem os lugares centrais que, para Christäller (1933), caracterizam um centro urbano como um fornecedor de bens e serviços para localidades sobre sua área de influência, exercendo poder de centralidade. Nesse contexto, surgem as regiões metropolitanas, que representam a área de influência de uma determinada cidade sobre uma certa localidade. Sendo que, a questão da localização e como se aglomeravam as atividades econômicas e indivíduos nessa área de influência, é o resultado das forças de atração e repulsão sintetizadas pela renda fundiária.

Dessa forma, a existência do espaço econômico representado pelas cidades é a principal razão que permeia o estudo da economia regional, destacando os benefícios e os malefícios dessa localização de atividades e pessoas em conjunto. Segundo Jacobs (1970), as cidades são os locais no espaço onde ocorre a adição de novas formas de trabalho a formas antigas de trabalho de forma vigorosa.

Assim sendo, as cidades são a necessidade primária ao desenvolvimento e expansão econômica, portanto, faz-se necessário analisar os motivos que levam o surgimento e o crescimento dos centros urbanos. Sem perda de generalidade, podemos influir que as regiões metropolitanas, como um conjunto de municípios, são pontos no espaço onde ocorre a inovação, a expansão e a diversificação do trabalho de forma intensa. † Os modelos de Von Thünen, Lösch, Christäller e Marshall podem ser vistos detalhadamente em Lemos (1988)

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Nesse sentido, o conceito de externalidades econômicas, introduzidas por Alfred Marshall (1890), demonstra como são obtidos os ganhos pela concentração espacial dos agentes econômicos. Para o autor, existem três razões, denominadas posteriormente de tríade marshalliana, que confere a existência desses benefícios: (1) a concentração regional da indústria consegue suprir a demanda por fornecedores locais especializados; (2) a aglomeração de firmas empregando trabalhadores similares formaria um mercado de trabalho amplo e especializado, como efeito, a região se tornaria mais atrativa tanto para as firmas quanto para os trabalhadores. (3) a proximidade geografia facilitaria a transmissão de informações, ou seja, o maior transbordamento de tecnologia entre as empresas.

Duranton e Puga (2000) sintetizam bem a essência das ideias de Marshall. Segundo os autores, é útil analisar as cidades como o produto de um equilíbrio, seja dinâmico ou estático, onde se contrabalanceiam as forças de aglomeração e de desaglomeração. Essas forças agem por economias de localização e economias de urbanização, a primeira reflete as forças de aglomeração/desaglomeração entre os setores e, a segunda, as forças de aglomeração/desaglomeração entre os diferentes setores, gerando benefícios e/ou custos aos indivíduos e firmas localizados num mesmo lugar do espaço.

Dentro de um círculo virtuoso, aglomeração de firmas empregando trabalho e capital formaria um centro urbano amplo e especializado e esse centro permitiria o sucesso de outras empresas. Gerando um ciclo onde um alto nível de capital humano é associado a um alto nível de desenvolvimento econômico que, por sua vez, também está associado com altos rendimentos. Sendo que, a situação de equilíbrio de uma determinada localidade é determinada pelo efeito de “congestionamento da cidade”, provocado pelo aumento dos custos de transportes e da terra provenientes do aumento populacional.

Dentro do estudo das relações intersetoriais e desenvolvimento num âmbito regional, diversas teorias que buscam explicar a dinâmica dos centros urbanos foram escritas. Nesse nicho de pesquisa, destacam-se os três autores clássicos da literatura econômica: Hirschman (1958) e Myrdal (1960). Partindo de pressupostos diferentes, uma das principais constatações que tem relevância para este estudo afirma que o processo de crescimento econômico acontece de forma desigual entre as regiões

Para Hirschman (1958), para que uma economia atinja níveis de renda mais elevados é necessário promover primeiro, no seu próprio âmbito interno, um ou vários centros regionais de força econômica. Essa necessidade da emergência de pontos de desenvolvimento ou pólos de desenvolvimento, no curso do processo desenvolvimentista, indica que a desigualdade internacional e inter-regional do crescimento é condição concomitante e inevitável do próprio desenvolvimento.

Segundo Myrdal (1960), um fato histórico fortuito ou planejado que favoreça economicamente uma região frente a outras, como, por exemplo, o estabelecimento de um novo negócio ou ampliação de um já existente, tenderá a impulsionar o desenvolvimento desta região a partir do mecanismo de “causação circular e acumulativa”. Nesse mecanismo, essa expansão leva ao crescimento de outros mercados, gerando aumento de demanda e renda, esse aumento leva a uma nova onda de crescimento dos empreendimentos da região, que ocasionam uma nova elevação na renda e na demanda da população. Além dos efeitos intra-regionais, essa onda de crescimento acaba por atrair a população e o capital de outras regiões, esse processo de expansão cria economias externas favoráveis à sua continuidade. Esse jogo das forças de mercado tende, em geral, a aumentar e não a diminuir as desigualdades regionais.

Dessa forma, o desenvolvimento de uma região, na maioria das vezes, se processa da seguinte forma: o crescimento comunicando-se dos setores principais da economia para os setores-satélites, de uma indústria a outra, de uma empresa a outra empresa. O desenvolvimento, que parece ser equilibrado em dois instantes distintos no tempo, representa o avanço final de uma série de avanços desiguais de um setor, seguido pelos outros setores que o procuram alcançar. Uma vez

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ocorrido o desenvolvimento econômico, forças poderosas provocam uma concentração espacial do crescimento econômico em torno desses pontos do espaço onde o desequilíbrio se iniciou.

A partir dessa discussão, é possível inferir que tanto as firmas quanto os indivíduos desempenham papeis de extrema importância dentro da construção do espaço urbano. Podemos ainda, destacar que, a localização de uma certa indústria num determinado ponto no espaço não ocorre aleatoriamente, a decisão locacional ocorrerá, sempre, com o objetivo de maximizar o lucro. Com a implantação das empresas e da migração dos indivíduos para um mesmo ponto do espaço, temos o surgimento dos centros urbanos na forma das cidades. Esses locais fornecem bens e serviços para localidades sobre sua área de influência, exercendo um poder de centralidade e estabelecendo uma relação de hierarquia regional. Vale destacar ainda, o papel do capital humano e tecnológico nessas localidades, atuando sob a forma das externalidades, beneficiando as regiões com as economias de escala.

2.2. A aglomeração espacial de trabalho especializado e as diferenças salariais intrarregionais

Na literatura brasileira e mundial, a análise das desigualdades de rendimento tem atraído a atenção de diversos autores, principalmente quando essa diferença ocorre devido a fatores não explicados pelas características dos indivíduos. Além disso, pressupõe-se que o nível de centralidade urbana, a estrutura espacial das atividades econômicas e a dinâmica dos mercados de trabalho locais apresentam fortes relações entre si.

De modo geral, de acordo com Arbache e De Negri (2004), a grande preocupação da literatura de diferencial de salários consiste em testar a hipótese da lei de um preço para a determinação de salários. Segundo essa lei, num mercado de trabalho competitivo trabalhadores com iguais características devem ganhar salários iguais, adicionalmente, a filiação industrial não afetaria os vencimentos do trabalhador. Sendo essa hipótese válida, a dispersão dos salários deve ser muito pequena ou próxima de zero, dado que os empregadores remunerariam com o salário de mercado os trabalhadores que possuírem características similares. Caso existam diferenças nas remunerações elas não teriam origem na filiação industrial, mas nas características dos trabalhadores, nas condições de trabalho, dentre outros. Entretanto, na prática o que se observa é uma dispersão entre os salários de indivíduos com características semelhantes, propiciando o surgimento de diversas teorias alternativas de determinação dos salários nas últimas décadas.

Portanto, a impossibilidade de aplicação dessa lei acarreta situações onde o diferencial dos salários é decorrente de um fator não explicado. Isto é, mesmo quando controlados por uma série de características observáveis, como educação, idade, região de residência, ocupação, dentre outros, os diferenciais salariais persistem. Dada a grande desigualdade de renda característica do Brasil, os diferenciais de salário e as suas causas têm sido objeto de grande atenção dos pesquisadores nacionais.

Em relação ao escopo das conexões entre os indivíduos, o modelo de Marshall pode ser utilizado para explicar o diferencial de salários dos trabalhadores dentre as cidades. Baseado na premissa de que os indivíduos adquirem conhecimento simplesmente por morarem ou trabalharem próximos a outros indivíduos, é possível inferir que os moradores dos grandes centros urbanos possuem mais habilidades que os indivíduos que não residem em centros urbanos e, quanto maior o centro urbano, maiores podem ser as habilidades de sua população. Dessa forma, temos que, quanto maior o centro urbano maior tende a ser o salário médio naquela localidade e, pressupondo que o transbordamento de conhecimento gera um ciclo virtuoso de aprendizado, podemos depreender que os rendimentos médios nos centros urbanos crescem mais rápido que em outras localidades.

Utilizando a perspectiva de mercado de trabalho, de acordo com Rauch (1991), em razão da existência de externalidades de capital humano, quanto maior o estoque de capital humano de um local maiores serão os salários pagos naquela localidade. Sendo assim, trabalhadores economicamente idênticos podem ser remunerados diferentemente no espaço. A partir dessa

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possibilidade, é possível inferir que as externalidades de capital causam os diferenciais de rendimento, chegam a relação causal: um alto nível de capital humano é associado a um alto nível de desenvolvimento econômico que, por sua vez, também está associado com altos rendimentos.

Ao gerar um salário superior para um determinado conjunto de características individuais, os benefícios da concentração regional de capital humano ocasionam, segundo o autor, fortes incentivos à migração. Novamente, o equilíbrio espacial se realizaria pelas forças de mercado, onde os custos de congestionamento acabariam por desincentivar a vinda de novos trabalhadores para o centro urbano. Portanto, cidades como maiores estoques de capital humano tendem a apresentar maiores salários médios e custo da terra.

Segundo Combes et al (2004), as grandes disparidades salariais regionais podem ter três possíveis conjuntos de explicações diferentes. Na primeira, as diferenças nos rendimentos entre áreas pode ser um reflexo direto da composição qualitativa da mão de obra de cada região. Alternativamente, a segunda possibilidade seria de que existem fatores não humanos que elevam a produtividade do trabalho em determinadas localidades, como infraestrutura, clima e recursos naturais locais. Nessa mesma linha, a terceira explicação sugere que algumas interações entre trabalhadores ou entre firmas ocorram localmente e levem a ganhos de produtividade, essas interações poderiam gerar externalidades tecnológicas, melhoria na relação entre empresas compradoras e empresas fornecedoras, além de melhores “matching” entre firmas e empregados.

Enquanto que, para Savedoff (1990), um dos motivos da existência de significativos diferenciais de rendimento do trabalho entre as regiões do país seria a presença de uma segmentação do mercado de trabalho, que levou a uma espécie de “racionamento de empregos”. Isto é, existem obstáculos específicos e regionalmente distintos, gerados pelas empresas, que interferem nas oportunidades de trabalho e que impedem que outros indivíduos assumam essas oportunidades. Um exemplo seria empresários que mantém os salários num nível acima do normal, contudo, por exemplo, um indivíduo disposto a migrar para essa região não conseguiria preencher essa vaga, por um motivo qualquer, gerando um obstáculo geográfico a equalização dos preços.

Nesse sentido, no caso mineiro, as divergências entre os rendimentos dos trabalhadores entre as cidades não devem ser tomadas apenas como resultado das diferenças entre os custos de vida. Essa desigualdade pode ser oriunda das características dos trabalhadores, níveis de produtividade urbana, das condições de trabalho, da existência de economias marshallianas, diferentes dotações de recursos, dentre outros. Dessa forma, torna-se necessário analisar, discutir e mensurar os diferenciais salariais existentes entre as cidades que pertencem e as que não fazem parte da região metropolitana de Belo Horizonte.

2.3. Uma pequena área de destaque dentro de um grande território: o caso mineiro. Localizado na região Sudeste do país, Minas Gerais é uma das 27 unidades federativas do

Brasil. Dividida em 853 municípios, a maior quantidade dentre os estados brasileiros, o estado é o quarto maior em área territorial, o segundo em quantidade de habitantes (IBGE/2015) e o terceiro maior PIB (IBGE/2014). O desenvolvimento econômico do estado se fortaleceu com a extração do ouro durante os séculos XVII e XVIII, tornando-o um dos pólos de poder político e econômico da província na época.

Com a escassez do ouro, o estado sofreu com um forte período de emigração, levando a diminuição do seu poder de influência dentro do território nacional. Minas Gerais somente voltaria a ser destaque no século XIX, com o ciclo do café, quando juntamente com São Paulo detinham as maiores lavouras e, consequentemente, o poder político e econômico. Denotando o comportamento histórico cíclico da economia brasileira, a decadência do café ocasionou uma nova decadência do estado. Atualmente, apesar do processo de industrialização ocorrido, grande parte da economia mineira ainda é voltada a produção das atividades mineradoras.

Instituída em 1973 pela Lei Complementar nº14, a RMBH é formada atualmente por 34 municípios, além das 16 cidades que compõe seu Colar Metropolitano. Dentro do estado de Minas

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Gerais, essa região possui o papel de centro econômico, político e demográfico. Todos os dias, milhões de indivíduosde origens e rotinas diversas compartilham esse espaço, seja de casa para o trabalho, ou para ter acesso ao lazer, comércio, serviços de saúde, educação, dentre outros.‡

Segundo dados do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil§, em 2010, a RMBH contava com uma população de 4.883.970 habitantes, que corresponde a aproximadamente 2,5% do total da população brasileira. Sendo que dessa população, 98,12% vivem em zonas urbanas e 77,5% fazem parte da população economicamente ativa. Com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) de 0,774, a região ocupa a 7ª posição entre as 16 regiões metropolitanas brasileiras.

Esses 34 municípios ocupam uma área de 9.460 km2, equivalente a 1,6% do território estadual, como pode ser observado na área em vermelho na Figura 1, abaixo:

Assim como os outros grandes aglomerados metropolitanos, a RMBH possui uma dinâmica demográfica e econômica complexa e distinta. Dado a criação relativamente recente da capital mineira, Belo Horizonte foi criada e pensada objetivando regular e concentrar a distribuição espacial da população e das atividades econômicas. Dentro de seu processo permanente de expansão e contração, o município extrapolou seus limites, invadindo as cidades vizinhas e alteração o processo de distribuição das atividades e das pessoas dentro do espaço da região.

No estudo do centro urbano, faz-se necessário analisar as conexões entre relações intersetoriais e desenvolvimento regional, isto é, entender a dinâmica das cidades. No caso de Minas Gerais, as disparidades regionais apresentam formas mais peculiares devido ao fato de haver uma significativa dependência das cidades periféricas com relação à capital, uma vez que os recursos estão distribuídos de forma desigual na região. Dada a rigidez locacional, a distribuição

‡ Para mais informações consultar o Plano Metropolitano de Macrozoneamento da RMBH, disponível em: http://www.rmbh.org.br/. § Para mais informações consultar o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, disponível em: http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_rm/belo-horizonte.

Figura 1 - Região Metropolitana de Belo Horizonte dentro do estado de Minas Gerais

Fonte:Elaboraçãodoautor

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espacial dos impactos das atividades assume grande importância no entendimento da persistência dessas desigualdades regionais ao longo do tempo.

Dentro da literatura nacional, existem estudos que mostram as diferenças de rendimentos entre os estados brasileiros ou cidades ou entre as regiões metropolitanas (Moura, 2017; Savedoff, 1990; Menezes et al, 2005; Combes et al, 2004) no entanto, a literatura que se refere ao recorte capital e interior é pouco explorada. Com aplicação do método de decomposição por diferenciais para o estado do Paraná, Staduto e Maldiner (2010) encontraram que os rendimentos dos trabalhadores da região metropolitana eram superiores aos do resto do estado, sendo a maior parte desse diferencial creditado ao fator regional ou componente não explicado. Na tentativa de contribuir com o estudo da dinâmica regional, o presente trabalho busca realizar uma comparação da distribuição salarial dentro do estado de Minas Gerais, com enfoque nas diferenças entre as cidades que compõe e aquelas que não compõe a região metropolitana de Belo Horizonte. 3. BASE DE DADOS E METODOLOGIA

3.1. Base de dados A base de dados utilizada nesse estudo foi construída a partir dos microdados da Relação

Anual de Informações Sociais (RAIS) para os anos de 2006 e 2015 publicados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A escolha dessa base de dados deve-se principalmente ao fato dela abranger a totalidade do setor formal de todas as cidades do estado de Minas Gerais, sendo que essa base é uma das principais fontes de informações sobre o mercado de trabalho formal brasileiro.

A RAIS é um registro administrativo, de periodicidade anual, criada com a finalidade de suprir as necessidades de controle, de estatísticas e de informações às entidades governamentais da área social. Constitui um instrumento imprescindível para o cumprimento das normas legais, como também é de fundamental importância para o acompanhamento e a caracterização do mercado de trabalho formal.

No processo de seleção dos anos da amostra, optou-se por analisar o período compreendido entre os anos de 2006 e 2015. O ano 2015 foi escolhido pelo fato de ser a última edição disponível da RAIS e, 2006, por a primeira edição da base de dados com layout de dados compatíveis com a de 2015. Nesse sentido, optou-se por analisar os rendimentos dos trabalhadores de dois grupos de indivíduos distintos das duas cidades em dois períodos no tempo, 2006 e 2015. Definido os critérios das amostras, a etapa seguinte consiste na determinação da variável dependente e das variáveis explicativas utilizadas no estudo. A variável dependente analisada é o salário-hora**, isto é, a rendimento médio nominal†† anual dividido pela quantidade de horas trabalhadas no mês.

** Segundo De Negri (2001), dado que rendimento médio nominal anual é calculado sobre os meses trabalhados, a sua

utilização elimina possíveis erros de medidas existentes nas outras variáveis de rendimento da RAIS que levam em consideração os períodos que os indivíduos estão desempregados, isto é, com salário igual a zero.

†† Além disso, dado o espaço temporal dentre os dados, fez-se necessário realizar a correção dos valores de 2006, colocando-os em termos de 2015. Para tal, foi escolhido o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC (IBGE) que compreende os períodos de dezembro de 2006 a dezembro de 2015. Calculado mensalmente esse índice tem como população-objetivo famílias com rendimentos mensais compreendidos entre um e cinco salários-mínimos, cuja pessoa de referência é assalariado em sua ocupação principal e residente nas áreas urbanas das regiões. Para efetuar essa correção, fez-se necessário multiplicar a remuneração média nominal dos empregados dos dois grupos de atividades econômicas em 1,7555297, ou seja, um reajuste de 75,55297%. Na estimação do modelo, a variável dependente está expressa na forma logarítmica.

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Após a correção monetária pelo INPC, a distribuição de densidade do salário-hora dos indivíduos que trabalham em cidades da região metropolitana e daqueles que trabalham fora da região nos anos de 2006 e 2015 é dada pelos gráficos a seguir.

Para as cidades fora da região metropolitana de Belo Horizonte não se observa mudança sensível na distribuição dos rendimentos entre os anos. Adicionalmente, é notável a representatividade da parcela de trabalhadores que recebem menos de R$50,00 por hora, em ambos Gráfico 1 - Distribuição de densidade do salário-hora dos indivíduos que trabalham em cidades da região metropolitana e daqueles que trabalham fora da região (2006 e 2015)

Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados da RAIS

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os anos. Por outro lado, na região metropolitana, apesar da concentração dos rendimentos abaixo de R$50,00 por hora, o grupo que recebe salários-hora superiores a esse valor é mais expressivo. Ademais, para esse caso, observa-se um leve aumento da renda média dentre os dois períodos. Quando comparados os dois casos, é possível inferir que a distribuição de salários da RMBH apresenta uma maior aglutinação na faixa de maiores salários, indicando um diferencial de rendimentos dentre as localidades.

3.2. Dados em painel

Os dados em painel são observações repetidas de um mesmo corte transversal ao longo do tempo, isto é, se refere a qualquer base de dados que possua uma dimensão de corte transversal e uma dimensão de séries temporais. Um exemplo desse tipo de dados seria observar um mesmo conjunto de famílias, firmas ou países por um determinado período de tempo. Os painéis podem ser balanceados, cada indivíduo na amostra é observado em todos os períodos de tempo, ou não balanceados, existe entrada e saída de indivíduos na amostra ao longo do tempo.

Os dados em painel‡‡ são observações repetidas de um mesmo corte transversal ao longo do tempo, isto é, se refere a qualquer base de dados que possua uma dimensão de corte transversal e uma dimensão de séries temporais. No escopo desse trabalho, esse tipo de dados permitiria observar um mesmo indivíduo ou cidade por um determinado período de tempo. Para Angrist e Krueger (1999), a maneira ideal de se estudar a diferença de rendimentos entre indivíduos, decorrente de diferentes características, seria pela observação em diferentes instantes do tempo.

Para Cameron e Trivedi (2005), a grande vantagem advinda da utilização dos dados em painel é o aumento da precisão da estimação, derivado do aumento no número de observações resultantes da combinação de vários períodos de tempo de dados individuais. Entretanto, para podermos realizar inferências estatísticas, segundo os autores, faz-se necessário controlar para uma possível correlação entre os erros do modelo de regressão ao longo do tempo para cada indivíduo.

O processo de decisão entre as estimações considerando efeitos fixos e aleatórios requer uma análise criteriosa dos dados, em alguns casos, faz-se necessária inclusive da utilização de testes estatísticos, como o Teste de Breush-Pagan do Multiplicador de Lagrange (LM) e o Teste de Correlação de Hausman. Das vantagens dos efeitos aleatórios podemos destacar a sua eficiência, a possibilidade de lidar com regressores fixos entre os indivíduos, a sua aplicabilidade quando desejamos realizar inferências para a população como um todo, dentre outros. Contudo, quando o modelo verdadeiro é de efeitos fixos, uma estimação por efeitos aleatórios leva a um modelo inconsistente, graças as variáveis omitidas.

Como denotado anteriormente, o processo de decisão entre as estimações requer uma análise criteriosa dos dados. Na tabela, abaixo, podemos ver os resultados dos testes.

Tabela 1 - Testes de especificação

Teste Todas as cidades Cidades Metropolitanas

Cidades Não-Metropolitanas

Teste Breusch e Pagan chibar2(1) = 11841,54 chibar2(1) = 170,73 chibar2(1) = 11410,66

Prob>chi2=0,0000 Prob>chi2=0,0000 Prob>chi2=0,0000

Teste Hausman chibar2(0) = 527,29 chibar2(10) = 57,49 chibar2(10) = 388,48

Prob>chi2=0,0000 Prob>chi2=0,0000 Prob>chi2=0,0000

Teste Parm F(9, 7658) = 282,67 F(9, 287) = 21,14 F(9, 7352) = 267,71

‡‡ Para mais detalhes dos modelos de Dados em Painel consultar Cameron e Trivedi (2005)

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Prob>chi2=0,0000 Prob>chi2=0,0000 Prob>chi2=0,0000

Teste Pesaram 467,014 20,210 446,949

Prob=0000 Prob=0000 Prob=0000

Teste de Wald para heterocedasticidade

chi2 (853) = 66867,97 chi2 (34) = 543,93 chi2 (819) = 67132,69

Prob>chi2 = 0,000 Prob>chi2 = 0,000 Prob>chi2 = 0,000

Teste de Wooldridge para autocorrelação

F(1, 852) = 44,315 F(1, 33) = 0,000 F(1, 818) = 42,637

Prob>F=0,0000 Prob>F=28,092 Prob>F=0,0000

Fonte: Elaborado pelo autor a partir da base de dados RAIS Pelo teste de Breusch-Pagan, podemos rejeitar, ao nível de 5% de significância, a hipótese

nula de que não há efeitos de painel nos dados, isto é, o modelo de Efeitos Aleatórios é mais adequado que o modelo Agrupado. O segundo teste, o de Hausman, indica que podemos rejeitar a hipótese nula de que não existe correlação entre os regressores e o efeito específico, isto é, o modelo de Efeitos Fixos é mais adequado que o de Efeitos Aleatórios.

Para fins ilustrativos, o Teste Parm rejeita a hipótese nula, indicando a necessidade de uma variável de período. Já o Teste Pesaran, muito útil em análises onde T é pequeno, rejeita fortemente a hipótese nula de independência entre cross sections. Enquanto que, o Teste de Wald para heterocedasticidade no modelo de Efeitos Fixos, rejeita a hipótese nula de homocedásticidade, indicando a presença de heterocedasticidade dentro do modelo de Efeitos Fixos.

A partir dos testes, temos que a estimação do modelo de Efeitos Aleatórios é mais apropriada que a do modelo Agrupado e que a estimação do modelo de Efeitos Fixos é mais apropriada que a do modelo Efeitos Aleatórios. Por transitividade, podemos inferir que dentre os três modelos, o de Efeitos Fixos é o mais adequado para a estimação proposta no exercício.

3.2.1. Estimador Within ou Estimador de Efeitos Fixos

O estimador Within é um estimador que explora as características especiais dos dados em painel. Em um painel curto, ele mede a associação entre os desvios específicos individuais dos regressores de seus valores médios no tempo e os desvios específicos individuais da variável dependente de seu valor médio no tempo. Isto é feito utilizando a variação nos dados ao longo do tempo. Assumindo 𝛼! = 𝛼, temos o modelo Within:

𝑦!" − 𝑦! = 𝑥!"! − 𝑥!! 𝛽 + 𝜀!" − 𝜀! , 𝑖 = 1, . . . ,𝑁, 𝑡 = 1, . . . ,𝑇 (1)

O estimador Within é denotado pelo estimador MQO representado pela equação (1). Uma característica especial deste estimador é que ele produz estimativas consistentes de β no modelo de efeitos fixos, enquanto que os MQO empilhado e o estimador Between não produzem.

O estimador Within é denominado de estimador de efeitos fixos, dado que ele é o estimador eficiente de β no modelo de efeitos individuais específicos, isto é, se 𝛼! possuir efeitos fixos e o erro 𝜀!" t é for independente e identicamente distribuído. Em painéis curtos as estimativas do 𝛼! individual são inconsistentes, embora a sua distribuição ou a sua variação com uma variável chave pode ser informativo. Se N não for muito grande, uma forma alternativa e mais simples para calcular o estimador Within é pela estimação dos Mínimos Quadrados com o auxílio de variáveis dummies.

Uma importante limitação da estimação Within consiste na não identificação dos coeficientes da regressão que não variam no tempo dentro do modelo, dado que se 𝑥!" = 𝑥! e 𝑥! = 𝑥! então (𝑥!" − 𝑥!) = 0. Dessa forma, a análise de variáveis que não variam no tempo (raça e sexo, por exemplo) fica prejudicada, para avaliar esse tipo de variáveis os estimadores de MQO agrupado e de Efeitos Aleatórios são mais indicados, contudo, eles são inconsistentes se o modelo verdadeiro for de efeitos fixos.

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4. SIMULAÇÃO E RESULTADOS

O objetivo do presente trabalho é analisar os determinantes dos salários no estado de Minas Gerais. Para tanto, as bases anuais da RAIS foram agregadas por municípios, isto é, cada variável representa a média por município. Desta forma, a base de dados contém 853 “indivíduos” representando as 853 cidades de Minas Gerais. A fim de se verificar a existência desse diferencial de salários foi construído um modelo representado pela equação abaixo:

𝐿𝑛𝑆𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜𝐻𝑜𝑟𝑎 = 𝛽! + 𝛽!𝑅𝑎ç𝑎 + 𝛽!𝐼𝑑𝑎𝑑𝑒 + 𝛽!𝑆𝑒𝑥𝑜 +

+𝛽!𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜𝐷𝑒𝐸𝑚𝑝 + 𝛾!!𝐷𝑢𝑚𝑚𝑖𝑒𝑠𝐸𝑠𝑡𝑢𝑑𝑜 + 𝛾!!𝐷𝑢𝑚𝑚𝑖𝑒𝑠𝑁𝑎𝑡𝑂𝑐𝑢𝑝

Dentro da base de dados RAIS, essas variáveis foram criadas da seguinte forma:

• 𝐿𝑛𝑆𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜𝐻𝑜𝑟𝑎: Corresponde à média do logaritmo natural do rendimento médio nominal anual dividido pela quantidade de horas trabalhadas no mês, sendo que nessa variável foi aplicado a correção dos valores no tempo pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC (IBGE), ano base 2015; • 𝑅𝑎ç𝑎: Representa à média da raça/cor dos empregados por cidade, assume valor 0 se a totalidade de indivíduos for brancos e valor 1 se forem negros ou pardos; • 𝑆𝑒𝑥𝑜: Indica à a proporção de mulheres por cidade, assume valor 0 se a totalidade de indivíduos forem homens e valor 1 se forem mulheres; • 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜𝐷𝑒𝐸𝑚𝑝: Tempo de emprego médio em anos do indivíduo na mesma empresa; • 𝐷𝑢𝑚𝑚𝑖𝑒𝑠𝐸𝑠𝑡𝑢𝑑𝑜 : Representa a divisão da população municipal segundo o grau de instrução ou escolaridade dos empregados após o ano de 2005. Os graus de instrução estão divididos da seguinte forma:

Ø Anos de estudo 0: Representa a proporção dos indivíduos da cidade que completaram o ensino fundamental;

Ø Anos de estudo 1: Representa a proporção dos indivíduos da cidade com ensino médio incompleto;

Ø Anos de estudo 2: Representa a proporção dos indivíduos da cidade que possuem superior incompleto;

Ø Anos de estudo 3: Representa a proporção dos indivíduos da cidade com superior completo ao doutorado.

• 𝐷𝑢𝑚𝑚𝑖𝑒𝑠𝑁𝑎𝑡𝑂𝑐𝑢𝑝: A partir da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), Bressan e Hermeto (2009) propõe a divisão das diversas atividades em quatro grandes categorias ocupacionais, respeitando os requerimentos para o desempenho pleno das tarefas de cada ocupação. Essa variável distingue as ocupações da seguinte forma:

Ø Manual rotineira; Ø Manual não rotineira; Ø Não manual rotineira; Ø Não manual não rotineira.

No Quadro 1, é possível observar os coeficientes das regressões salariais entre os anos de 2006 a 2015 para todas as cidades do estado de Minas Gerais, para as cidades que compõe a região metropolitana e, finalmente, para as cidades não-metropolitanas assim como seus respectivos desvios-padrão e significância. Quadro 2 - Coeficientes das regressões

Variável Todas as cidades

Cidades Metropolitanas

Cidades Não-Metropolitanas

Raça 0,1156* 0,3110* 0,1073*

(0,0137) (0,0670) (0,0140) Idade 0,0335* 0,0376* 0,0333*

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(0,0011) (0,0061) (0,0012)

Sexo -0,3371* -0,5802* -0,3366* (0,0195) (0,1248) (0,0198)

Tempo de emprego -0,0101* -0,0650* -0,0096* (0,0016) (0,0118) (0,0016)

Anos de estudo 1 0,2522* 0,3615* 0,2523* (0,0195) (0,1626) (0,0198)

Anos de estudo 2 0,7157* 0,7874* 0,7117* (0,0145) (0,1027) (0,0147)

Anos de estudo 3 1,2071* 1,6575* 1,201* (0,0338) (0,2043) (0,0344)

Manual não rotineira 0,2759* 0,3443* 0,2753* (0,0195) (0,1085) (0,0198)

Não manual rotineira -0,0490* 0,0929 -0,0506* (0,0156) (0,1176) (0,0158)

Não manual não rotineira

-0,1914* 0,3712 -0,1931* (0,0342) (0,2117) (0,0348)

Constante 1,7522* 1,6782* 1,7566* (0,0402) (0,2077) (0,0410)

Nº de obs. 8530 340 8190 Prob. > F 0,0000 0,0000 0,0000

sigma_u 0,1333 0,1040 0,1303 sigma_e 0,0890 0,0637 0,0898

rho 0,6914 0,7270 0,6779

Fonte: Elaboração própria, a partir dos microdados da RAIS, MTE, 2006 - 2015. Nota: Desvio-padrão entre parênteses

Dessa análise preliminar, podemos destacar que a grande maioria dos coeficientes se mostraram significativos a 5%, excetuando-se as dummy de Natureza da ocupação 2 e 3 para o grupo das cidades metropolitanas. Não obstante, é notável que, com exceção das variáveis não significativas a 5%, não se observa mudanças quanto ao sentido das variáveis dentro da análise.

A partir da análise da variável independente de raça, é possível inferir que os indivíduos negros tendem a receber mais, em média, na Região Metropolitana do que no resto do estado, uma diferença superior a 20%. Enquanto que, as diferenças resultantes da média da idade dos indivíduos, não se mostrou muito significativa no período analisado. Por outro lado, destaca-se o efeito negativo do aumento da proporção de mulheres na população, principalmente nas cidades metropolitanas com um impacto médio de quase o dobro das demais cidades do estado.

Pela variável de tempo de emprego, que denota o papel da experiência, ressalta-se que o tempo médio de indivíduos na mesma empresa é mais valorizado, em média, na região metropolitana. Segundo a dummy de grau de escolaridade, podemos inferir que as cidades da RMBH tendem a apresentar uma remuneração média superior as cidades não-metropolitanas, para

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todos os níveis de estudo. Finalmente, segundo a dummy de Natureza da ocupação, os indivíduos que executam atividades manuais não-rotineiras auferem maiores remunerações em média na RMBH quando comparado ao resto do estado. O comportamento dessas variáveis qualitativas pode refletir o pensamento de Combes et al (2004), onde as grandes disparidades salariais regionais podem ser um reflexo da composição qualitativa da mão de obra de cada região, fatores não humanos que elevam a produtividade do trabalho em determinadas localidades e os ganhos de externalidades.

Ademais, observa-se no geral que uma variação positiva nas variáveis independentes tende a elevar o salário na região metropolitana de Belo Horizonte numa magnitude maior do que para todo o estado e para as cidades não-metropolitanas. Além do fator regional, esse efeito pode indicar a presença de externalidade como denotado por Rauch (1991); pode refletir a existência de processos econômicos desiguais como preconizado por Hirschman (1958) e Myrdal (1960); ou a segmentação do mercado de trabalho proposta por Savedoff (1990); ou uma maior concentração de indústrias de alta tecnologia na RMBH, coerentemente com os resultados de Henderson (1999). 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na literatura brasileira e mundial, a análise das desigualdades de rendimento tem atraído a atenção de diversos autores, apesar de importante, a literatura que se refere ao recorte região metropolitana e interior é pouco explorada. Nesse sentido, empregou-se método pouco usual em estudos que analisam as desigualdades salariais inter-regionais, onde optou-se por uma metodologia que possibilitou uma análise das diferenças entre as cidades que compõe e aquelas que não compõe a região metropolitana de Belo Horizonte

A hipótese básica do presente estudo é que a composição diferenciada da força de trabalho entre as localidades por si só não é capaz de explicar a totalidade dos diferenciais salariais inter-regionais, isto é, acredita-se que essa diferença salarial pode ser o reflexo de características da estrutura produtiva, dos mercados de trabalho locais, do dinamismo econômico regional, custo de vida, amenidades locais, diferenças inter-regionais na dotação de capital humano, dentre outros.

Em linhas gerais, é notável o estreito relacionamento entre a dinâmica demográfica dos mercados de trabalho regionais e a estrutura espacial das atividades econômicas. Os autores clássicos da economia regional tinham grande preocupação com a questão da localização e de como se aglomeravam as atividades econômicas, principalmente pelas benesses obtidas pela concentração espacial dos agentes econômicos. Contudo, o que se observa na maior parte dos argumentos aqui apresentados, é a existência de processos econômicos desiguais, e a necessidade de algum tipo de coordenação e estratégia para obter resultados sociais desejáveis. Com essa agitação do sistema econômico, as forças de mercado atuariam no sentido de minorar o desequilíbrio, nesse momento os encadeamentos positivos fluem para as outras regiões. Dessa forma, é útil analisar as cidades como o produto de um equilíbrio, seja dinâmico ou estático, onde se contrabalanceiam as forças de aglomeração e de desaglomeração. Nesse sentido, buscou-se comparar da distribuição salarial dentro do estado de Minas Gerais, com enfoque nas diferenças entre as cidades que compõe e aquelas que não compõe a região metropolitana de Belo Horizonte.

Dessa forma, podemos inferir que a renda média inicial, denotada pela constante, é bastante similar entre os grupos analisados. Contudo, a remuneração das características observadas mostrou-se diferente, principalmente em favor dos municípios que compõe a RMBH. Isto é, ter maior proporção de homens e negros e pardos; maior idade média; maior tempo de emprego; e maior grau de instrução médio são mais valorizados em cidades de regiões metropolitanas. Isto é, mesmo quando controlados por uma série de características observáveis, como educação, idade, região de residência, ocupação, dentre outros, os diferenciais salariais persistem. Em suma, as análises realizadas corroboram a hipótese de que grande parte desse diferencial de rendimentos pode ser oriundo da diferença de externalidades econômicas.

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