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Diferenciação Pedagógica na Sala de Aula INETE 9 -14 de Julho 2008

Diferenciação Pedagógica na Sala de Aula · Que forças alteraram a geografia do país? 3. De que forma a natureza do solo alterou a geografia de Portugal? 4. De que forma as mudanças

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Diferenciação Pedagógicana Sala de Aula

INETE9 -14 de Julho 2008

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Diferenciação Pedagógica

Atender à diversidade que actualmente existe na

escola, como forma de dar resposta às necessidades

de todos os alunos, é o desafio que se coloca aos

professores.

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Paradigma da Diferenciação Pedagógica

� Cognitivistas: Vygotsky “Aprendente enquanto constructor do próprio conhecimento”.

� Professor é mediador/orientador entre conhecimento/aluno.

� Diferenciação não é individualização.� Diferenciar significa alterar o ritmo, o nível, o género de instrução, em resposta às necessidades, aos estilos ou aos interesses de cada aluno.

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O ensino diferenciado� Não há uma única forma de fazer, não há receitas, há

formas e princípios:

1. Rigor, partir do diagnóstico das necessidades dos alunos.2. Relevância, aprendizagens essenciais; não mais do mesmo,

nem aprendizagens divertidas.3. Flexibilidade e variedade, os alunos podem escolher

tópicos a desenvolver, produtos; o professor opta porestratégias de ensino diferentes.

4. Complexidade do trabalho do professor: domínioconceptual profundo dos conteúdos, abordagemestimulante.

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Diferenciação na sala de aula

� Ensinar com sucesso o maior númerode alunos

Etapas:� Analisa o grau de estímulo e variedade

planos de estudo.

� Modifica, adapta ou elabora novas abordagens de ensino, em resposta àsnecessidades, interesses e preferênciasde aprendizagem dos alunos.

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Diversidade de aprendizagem

� Capacidades cognitivas;� Estilos de aprendizagem;� Factores sócioeconómicos e familiares;� Disponibilidade;� Ritmo de aprendizagem;� Influências de sexo;� Influências culturais e étnicas;� Valorização da aprendizagem;� Confiança na capacidade de aprender.

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O que diferenciamos?

� Conteúdo: “O quê?”

� diferenciado através do enfoque nos conceitosmais relevantes, 2, 3,… 5 conceitos centrais.

1. Pré-avaliação das competências e conhecimentos, seguido de actividadesapropriadas;

2. Opção entre tópicos a explorar em maiorprofundidade;

3. Recursos básicos e avançados de encontro aosníveis de conhecimento.

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Processo: “Como”?

1. A forma reflecte os estilos e as preferênciasde aprendizagens dos alunos.

2. O processo pode ser alterado, acrescentado; diferentes estratégias, técnicas, níveis de abstracção, aprofundamento, actividades de pensamento crítico, criativo.

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Produto

� Resultados finais da aprendizagem: relatório, brochura, um diálogo, um debate, peça teatro, julgamento simulado, uma dança, um projecto.

� Reflectem o que os alunos aprenderam e são capazes de aplicar.

� Aprendizagens em acção, podem revelar novas maneiras de pensar ou novas ideias.

� São diferenciados quando o professor planeia muitas maneiras de representar a aprendizagem, quando fornece listas de projectos em que os alunos escolhem o que preferem fazer.

� O professor pode pedir produtos em áreas em que os alunos são fortes ou onde têm que praticar.

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Papel do professor – propiciador da aprendizagem, colaborador

1. Cria oportunidades:

� Leque de actividades estimulantes, processos e produtos diversificados.

� Necessita conhecer interesses, grau de preparação e preferências de aprendizagem dos seus alunos.

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2. Organiza os alunos durante as actividades:

� Variedade na forma de trabalho individual, pares, grupos colaborativos/cooperativos, grupos flexíveis, turma.

� Grupos de acordo com preferências de temas, projectos... ou escolha de grupos, ou forma aleatória, ou por necessidades de aprendizagem...

Papel do professor – propiciador da aprendizagem, colaborador

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3. Usa o tempo de forma flexível

� Dependendo das necessidades dos alunos:- necessidade de mais explicações: actividades de revisão, prática.

- domínio decompetências/conceitos: actividades mais avançadas.

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PORTEFÓLIO

Uma ferramenta reflexiva, criativa, em liberdade.

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Potencialidades do Portefólio

� Possibilita uma visão global do aluno.

� Permite a visão da sua evolução.� Valoriza os seus pontos fortes.� Atende a diversos estilos de aprendizagem.

� Estabelece a comunicação entreprofessor/aluno/encarregado de educação.

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O que é?

� Não é tudo o que se faz.� Passos mais significativos para o aluno, reflexão e justificação.

� Construção ao longo do tempo.� Lógica de substituição.� Indicia uma reflexão sobre a prática.

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Conteúdos:

� Índice;� Contextualização;� Diversos tipos de trabalhos;� Comentários e reflexões.

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Contratualização

� O que deve conter: actividades, tópicos;

� Escolhas/opções;� Perspectiva reflexiva:1.Justificar as escolhas2.De que forma é que a tarefa me ajudou a aprender?

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A sua importância

� Dimensão reflexiva: reflectir sobre a forma de agir – metacognição;

� Carta do percurso de aprendizagem: o que é importante? Porquê?

� Competências integradas, nãoapenas validadas.

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Avaliação do Portefólio

� Apresentação/Organização/Estrutura do contratualizado;

� Qualidade da pesquisa, leituras/resumos, trabalhos, reflexões;

� Níveis de reflexão e evolução:

1. Documentação: escolhi isto porque… a reflexãocomeça e acaba no produto;

2. Comparação: este trabalho enriqueceu-me maisdo que o …;

3. Integração: traduz a minha aprendizagem nestamatéria; atinjo os meus objectivos; revela um progresso…

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Avaliação do Portefólio

� Níveis:

� 5 - Excelente� 3 – Satisfatório� 1 – A reformular: não

cumpre os requisitosmínimos

Comentário Individual:

1. Apreciação global2. Identificação Pontos

fortes/fracos3. Debilidades/dificuldades4. Sugestões

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Vantagens

� Interesse pela reflexão, não por simesma; instrumento de auto-regulação e metacognição;

� Professor é um mediador;� Escrever ajuda a um afastamento eabre horizontes.

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Tipologias de diferenciação

� Diferenciação simultânea -multiplicidade de formas de trabalho no plano horizontal/temporal;

� Diferenciação sucessiva ao longo do ano escolar - trabalham tarefas em contextos diferentes.

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Construir a Diferenciação

Ambientes de aprendizagem

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Ambiente de sala que favorece a Diferenciação

� Promove a aceitação das diferenças;� Afirma que todos os alunos têm pontos fortes que podem ser usados na aprendizagem;

� Reconhece que, por vezes, para o trabalho ser justo, tem que ser diferente;

� Reconhece que o sucesso tem diferentes significados para diferentes pessoas;

� Permite que os alunos trabalhem com várias pessoas para alcançarem diferentes objectivos;

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Ambiente de sala que favorece a Diferenciação

� Reconhece que a motivação-chave é o interesse e que todos os alunos têm diferentes interesses;

� Promove a responsabilidade pessoal pelo processo de aprendizagem;

� Cria sentimentos de competência pessoal e de confiança na aprendizagem;

� Valoriza o esforço e o “melhor de si”;� Favorece e louva o interesse do aluno em trabalhos

com maior grau de dificuldade;� Alimenta o espírito criativo de cada aluno;� Encoraja a exploração de interesses, dos pontos

fortes e das preferências da aprendizagem de cada aluno;

� Valoriza o trabalho de todos.

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FAQ’s

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Perguntas e respostas sobre a Diferenciação

1. Eu não tenho estratégias para diferenciar o ensino. Como posso fazê-lo?

Após ter introduzido as estratégias de diferenciação, o professor provavelmente irá reconhecer práticas de sala de aula que já está a utilizar. Cada vez que um professor concede ajuda ou tempo adicionais, ou um trabalho diferente a um aluno, está a diferenciar o ensino. Todos os bons professores, estejam ou não conscientes disso, fazem, até um certo ponto, ensino diferenciado.

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Perguntas e respostas sobre a Diferenciação

2. Sinto-me bem com a forma como ensino. Se estáa resultar, porque devo alterá-la?

No ensino diferenciado, o enfoque não recai nas matérias que o professor ensina, mas naquilo que os alunos aprendem; não na matéria que foi dada, mas no facto dos alunos terem ou não alcançado os seus objectivos de aprendizagem. Quando o professor implementa um ensino diferenciado sabe que está a ir ao encontro das necessidades de aprendizagem de um maior número de alunos.

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Perguntas e respostas sobre a Diferenciação

3. O meu currículo é definido pela tutela e tem critérios homogéneos. Como posso diferenciar quando me é exigido que ensine conteúdos e competências específicas e quando tenho de preparar alunos para os exames nacionais?

O ensino diferenciado é a melhor resposta a uma educação baseada em padrões. Os professores e as escolas são cada vez mais responsabilizadas pelos alunos que ficam para trás, bem como pelos alunos que, apesar de estarem prontos a avançar, são obrigados a esperar pelos colegas que necessitam de mais tempo de aprendizagem.O ensino diferenciado permite que se use o tempo de forma mais eficiente: elimina o ensino de determinados conteúdos ou competências, no caso dos alunos que já as dominam. Planeia mais actividades de aprendizagem para os que precisam de mais prática.

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Perguntas e respostas sobre a Diferenciação

4. Como poderei arranjar tempo para fazer um ensino diferenciado, se o quotidiano escolar já estátão preenchido?

O professor deve pensar no ensino diferenciado como tendo carácter cumulativo- uma unidade, uma matéria de cada vez. Deve começar aos poucos, diferenciando uma matéria ou unidades específicas. Lembre-se que inicia o percurso no ponto onde se encontra, modificando, a partir daí, o seu plano de ensino- não está a deitar fora as suas unidades curriculares e a começar de novo.

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Competências

A noção de competência entrou no léxico pedagógico contemporâneo por via do mundo profissional. O enfoque é colocado não tanto no domínio de saberes, saberes-fazer e saberes técnicos, mas na necessidade de mobilizá-los e combiná-los para responder a uma situação sempre nova.

Le Boterf

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Competências

� Não é um “skill”, ou seja, uma unidade básica de comportamento mensurável;

� É uma capacidade de activar recursos para a acção;

� É a capacidade de mobilizar recursos para o desenvolvimento de uma actividade numa situação contextualizada;

� Esta mobilização é cognitiva porque tem saberes teóricos, metodológicos e técnicos;

� É a capacidade de colocá-los em acção;� Só faz sentido falar de competências em situação.

Não no abstracto.

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Competências

� Substituir a noção de pré-requisito ( tenho que saber isto para saber aquilo);

� Há competências de base – saber ler, escrever, contar...

� A resolução de problemas treina competências.

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Competências

Há diferentes tipologias de saber:� Teórico – Compreender o conceito ( propriedade da adição...);� Metodológico – definição das estratégias;

� Tecnológico – apropriação das técnicas ( resumo, operações matemáticas..).

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O que se ensina?

As questões essenciais reflectem o conhecimento-chave que o professor quer que os alunos dominem depois de terem completado a aprendizagem curricular.

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Questões essenciais

� A procura de respostas unifica um programa. Cada unidade curricular fornece perspectivas diferentes sobre as questões.

� O professor deve interrogar-se:

Quais são os conceitos mais importantes na minha disciplina?

Que conceitos/ideias são pontos de referência à medida que avançamos no currículo?

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Questões essenciais

� Não mais de cinco questões.� Questões abrangentes que possam cruzar

diferentes aspectos.

� Ex.:� De que forma a arte reflecte o tempo e a

sociedade em que surge?� Como interagem a matéria, a força e a energia?� Como podemos fazer a recolha de dados e

representá-los?� O que caracteriza a liderança?� O que caracteriza a literatura?

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Questões de unidade

Fornecem conteúdos e factos concretos sobre as questões essenciais. Acrescentam-lhe profundidade e especificidade

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Questões de unidade- exemplos

Geografia

� Questão essencial: O que é uma mudança geográfica?

Unidade - Geografia e clima de Portugal

Questões de unidade:1. Quais são as mudanças sazonais e climáticas de

Portugal?2. Que forças alteraram a geografia do país?3. De que forma a natureza do solo alterou a geografia de

Portugal?4. De que forma as mudanças populacionais em Portugal

afectaram a sua geografia?

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Construir a diferenciação

1. Seleccionar o assunto;2. Considerar os conceitos mais importantes;3. Construir 5 questões essenciais- A que conceitos

vou voltar ao longo do ano, ou da minha disciplina?

4. Seleccionar unidade/tema que inclua objectivos de aprendizagem diferentes para os alunos da turma- uns já estão na eminência de dominá-los; outros precisam de trabalhar mais.

5. Colocar questões da unidade e fazer a correspondência com a questão essencial que traçou.

6. Elaborar o mapa curricular.

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Construir a diferenciação

O mapa curricular é um esboço de uma unidade, construído a partir das questões essenciais e das questões da unidade.

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Construir a diferenciação

O mapa curricular identifica:� O conteúdo;� As competências;� Os produtos;� Objectivos curriculares exigidos;� Os pontos de fuga.

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Construir a diferenciação

Os pontos de fuga são momentos, no ensino de uma unidade, em que o currículo se ramifica e vários alunos “saltam fora” do ritmo de ensino e das actividades normais, porque as suas necessidades de aprendizagem diferem das necessidades da maioria dos colegas.

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Construir a diferenciação

Os pontos de fuga produzem actividades diferenciadas:

� Alguns alunos podem precisar de mais instrução e prática;

� Alguns podem desenvolver um projecto para porem em prática aquilo que aprenderam;

� Outros podem beneficiar com uma actividade mais estimulante ou mais aprofundada.

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Construir a Diferenciação

O trabalho de grupo

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O trabalho de grupo

� O trabalho de grupo é um meio para pensar como vou desenvolver a actividade.

� São necessários roteiros e orientações precisas;

� Trabalhos mais fechados no início com “andaimes”.

� Nos projectos temos que ser mais directivos na estrutura, metodologia, objectivos, fases, recursos.

� Nível de exigência e de autonomia deve ir aumentando.

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Construir a Diferenciação

Grupos de trabalho flexíveis

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Construir a diferenciação

� Técnicas de trabalho em grupo:

� Grupos habituais;� Grupos de capacidades/aptidões;� Grupos de desempenho;� Grupos cooperativos,� Grupos flexíveis de instrução.

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Construir a diferenciação

O uso flexível de grupos de alunos éa essência do ensino diferenciado

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Construir a diferenciação

� Quando o professor faz grupos de alunos de forma flexível, cria grupos de instrução e prescreve actividades específicas que respondem às necessidades de aprendizagem dos alunos.

� Esta técnica não cria grupos permanentes; as necessidades e as circunstâncias determinam quem trabalha com quem.

� Esta técnica não é usada todos os dias, apenas durante o desenvolvimento da tarefa, de acordo com a sua complexidade.

� O tamanho dos grupos varia, dependendo do número de alunos com necessidades de aprendizagem similares.

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Construir a diferenciação

� Grupos flexíveis nos pontos de fuga:

� Quando os alunos ainda não dominam competências e outros jápodem seguir em frente;

� Quando for mais benéfico para alguns alunos trabalharem numa tarefa mais avançada enquanto os outros executam outra mais básica.

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Avaliação

A avaliação e aprendizagem devem vir juntas.

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Avaliação Formal

Duas perspectivas:� A avaliação como algo mensurável;� A avaliação como processo de comunicação ( negociação de expectativas).

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Avaliação como relação interpessoal

� O professor propõe actividades e tarefas e cria expectativas inerentes à tarefa como gosta que sejam resolvidas.

� Há um juízo avaliativo que decorre da adequação percebida.

� A avaliação nasce de uma relação interpessoal contextualizada. É necessário que os códigos sejam percebidos. Tem que haver sempre explicitação de critérios sobre: Como construir a moldura da tarefa, o que se quer da tarefa ( protocolos, guiões...) Antes, durante e no fim da tarefa...

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A Avaliação como instrumento de aprendizagem

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Avaliação como instrumento de aprendizagem

� A interacção avaliativa (entre professor/ aluno e aluno/conhecimento) como metacognição.

� Avaliação formativa: analisar os erros com os próprios alunos

� Acção reguladora:- Regulação proactiva, dizer-se antes de fazer, obriga a pensar a acção, tenho que pensar como vou fazer e capaz de pensar como vou dizer – a qualidade melhora.

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Avaliação como instrumento de aprendizagem

� Regulação Interactiva: combinar, perguntar, como é que se vai fazer, explicitação dos critérios e indicadores –regulação da gestão da tarefa em contexto didáctico.

� Regulação on-line: no processo, o dizer interpelativo, provoca um diálogo reflexivo.

� Se há conflito, o professor tem a oportunidade de providenciar outra tarefa de remediação.

� A avaliação é uma tarefa de reflexão.

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Acção de formação em Pedagogia Diferenciada/ CBasílio e RCruz 58

O teste de avaliação

� Um teste deve servir para mobilizar conhecimentos na hora. O teste pode ser feito em 2 fases:

� Deve ter respostas abertas e apresentar situações-problema complexas- 3 a 5 questões.

� A correcção do teste deve conter pistas, com instruções específicas, remeter para o manual, ler determinado texto, falar com um colega...

� O aluno faz a correcção em casa.� Volta a fazer o teste na aula.

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Avaliação e aprendizagem

O erro como valor pedagógico

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Acção de formação em Pedagogia Diferenciada/ CBasílio e RCruz 60

O erro como valor pedagógico

� O erro surge como um elemento de reflexão para perceber melhor a forma como eu ensino e o aluno aprende.

O erro como autoregulação, como forma de aprendizagem.

O erro é o indício visível do processo mental usado pelos alunos.

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Acção de formação em Pedagogia Diferenciada/ CBasílio e RCruz 61

O erro

� Organizar o erro em blocos. Grandes categorias permitem arranjar grandes grupos de tarefas de recuperação.

� A correcção pode ser feita a pares e o outro elemento tem de estar de acordo.

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Adaptado de:

HEACOX, Diane, Diferenciação Curricular na sala de aula, Porto Editora, Porto, 2006.PINTO, Jorge, BRILHA, João, Referencial de Formação “ Pedagogia Diferenciada”, IEFP, Lisboa, 2008;