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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS COLEGIADO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO TERMO DE APROVAÇÃO O presente Trabalho de Conclusão de Curso, intitulado Marketing Jurídico Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com o cliente, elaborado pelo(a) acadêmico(a) “Bruno Cassol da Silva”, defendido em 29/07/2021 e aprovado pela Banca Examinadora composta pelos membros abaixo assinados, obteve aprovação com nota 7,5 (sete e meio), cumprindo o requisito legal previsto no art. 10 da Resolução nº 09/2004/CES/CNE, regulamentado pela Universidade Federal de Santa Catarina, através da Resolução nº 01/CCGD/CCJ/2014. Florianópolis, 02 de agosto de 2021. Professora Dra. Juliana Wulfing (ASSINATURA DIGITAL) Professora Orientadora Professora Dra. Carolina Bahia (ASSINATURA DIGITAL) Membro de Banca Professor Dr. Eduardo Antonio Temponi Lebre (ASSINATURA DIGITAL) Membro de Banca Professora Ms. Tayna Ferreira (ASSINATURA DIGITAL)

Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com

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Page 1: Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

COLEGIADO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

TERMO DE APROVAÇÃO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso, intitulado “Marketing Jurídico

Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com o

cliente”, elaborado pelo(a) acadêmico(a) “Bruno Cassol da Silva”, defendido

em 29/07/2021 e aprovado pela Banca Examinadora composta pelos membros

abaixo assinados, obteve aprovação com nota 7,5 (sete e meio), cumprindo o

requisito legal previsto no art. 10 da Resolução nº 09/2004/CES/CNE,

regulamentado pela Universidade Federal de Santa Catarina, através da

Resolução nº 01/CCGD/CCJ/2014.

Florianópolis, 02 de agosto de 2021.

Professora Dra. Juliana Wulfing (ASSINATURA

DIGITAL)

Professora Orientadora

Professora Dra. Carolina Bahia (ASSINATURA

DIGITAL)

Membro de Banca

Professor Dr. Eduardo Antonio Temponi Lebre

(ASSINATURA DIGITAL)

Membro de Banca

Professora Ms. Tayna Ferreira (ASSINATURA

DIGITAL)

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Universidade Federal de Santa Catarina

Centro de Ciências Jurídicas

COORDENADORIA DO CURSO DE DIREITO

TERMO DE RESPONSABILIDADE PELO INEDITISMO DO TCC E

ORIENTAÇÃO IDEOLÓGICA

Aluno: Bruno Cassol da Silva

RG: 1095937 CPF: 974452582-72

Matrícula: 13204367

Título do TCC: Marketing Jurídico Digital: Da publicidade na advocacia ao

relacionamento com o cliente

Orientadora: Dra. Juliana Wulfing

Eu, Bruno Cassol da Silva , acima qualificado(a); venho, pelo presente termo,

assumir integral responsabilidade pela originalidade e conteúdo ideológico

apresentado no TCC de minha autoria, acima referido.

Florianópolis, 02 de agosto de 2021.

BRUNO CASSOL DA SILVA

Page 3: Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

CURSO DE DIREITO

BRUNO CASSOL DA SILVA

MARKETING JURÍDICO DIGITAL:

DA PUBLICIDADE NA ADVOCACIA AO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE

FLORIANÓPOLIS

2021

Page 4: Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com

BRUNO CASSOL DA SILVA

MARKETING JURÍDICO DIGITAL: DA PUBLICIDADE NA ADVOCACIA AO

RELACIONAMENTO COM O CLIENTE

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de Direito em

UFSC, como requisito parcial para

obtenção do grau de bacharel em direito.

Orientadora: Profa. Juliana Wülfing, Dra.

FLORIANÓPOLIS

2021

Page 5: Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com

Feliz aquele que transfere o que sabe e

aprende o que ensina.

Cora Coralina

Page 6: Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com

RESUMO

O presente estudo tem como tema o marketing jurídico digital, e objetivou avaliar como as ferramentas deste podem influenciar o relacionamento com cliente de escritório de advocacia. Observa-se que o marketing jurídico digital é uma estratégia de negócios que nasceu com a criação da Internet, através dos primeiros blogs de conteúdo informativo, dos e-mails marketing, nas redes sociais. Com o transcorrer do tempo, o cliente passou a ter mais voz e buscar maior transparência nos relacionamentos. Assim, este passou a atuar como uma ampliação das táticas de comunicação, ao permitir que o conteúdo informativo jurídico seja disponibilizado ao maior número de pessoas que estejam interessadasneste. Ainda, o marketing jurídico digital está de acordo com a conduta ética do profissional advogado, que respeita o ordenamento jurídico e as vedações a captação de clientela e mercantilização da profissão. Palavras-Chaves: Marketing jurídico digital. Publicidade. Advocacia. Relacionamento. Cliente.

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ABSTRACT

The present study has as its theme the digital legal marketing, and aimed to evaluate how its tools can influence the relationship with a law firm's client. It is observed that digital legal marketing is a business strategy that was born with the creation of the Internet, through the first blogs with informative content, email marketing, on social networks. Over time, the customer gained more voice and sought greater transparency in relationships. Thus, it started to act as an expansion of communication tactics, by allowing the legal information content to be made available to the greatest number of people interested in it. Furthermore, the digital legal marketing is in accordance with the ethical conduct of the professional lawyer, which respects the legal system and the prohibitions against attracting clientele and commercialization of the profession.

Keywords: Digital legal marketing. Advertising. Advocacy. Relationship. Client.

Page 8: Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com

SUMÁRIO

2 DO MARKETING TRADICIONAL AOMARKETING DIGITAL ................................. 9

2.1 O INÍCIO: DO MARKETING 1.0 AO 3.0 ................................................................ 9

2.2 MARKETING 4.0 E A COMUNIDADE DIGITAL ................................................... 17

2.3 OS 5As DO MARKETING 4.0 ............................................................................. 21

3 MARKETING DE CONTEÚDO JURÍDICO DIGITAL ............................................. 26

3.1 NOVAS MÍDIAS ................................................................................................... 26

3.1.1 INBOUND MARKETING ................................................................................... 29

3.2 SEARCH ENGINE OPTIMIZATION (SEO) .......................................................... 31

3.3 LINGUAGEM DOS RASTROS ............................................................................ 33

4 A PUBLICIDADE NA ADVOCACIA ....................................................................... 37

4.1 O CED E O PROVIMENTO N. 205/2021 DA OAB .............................................. 37

4.2 O ADVOGADO .................................................................................................... 40

4.3 ATENDIMENTO AO CLIENTE ............................................................................. 43

5 DO ESTUDO DE CASO ......................................................................................... 45

5.1 DA METODOLOGIA PARA O ESTUDO DE CASO ............................................. 46

5.2. DO ESTUDO DE CASO EM SI .......................................................................... 47

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 53

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 57

APÊNDICE A - PESQUISA ACADÊMICA SOBRE A VISÃO DOS ENTREVISTADOS NO RELACIONAMENTO COM ESCRITÓRIOS DE ADVOCACIA ATRAVÉS DA INTERNET ................................................................................................................ 62

APÊNDICE B – TABULAÇÃO DE DADOS DA PESQUISA DE CAMPO ................ 65

ANEXOS – GRÁFICOS DO FORMULÁRIO VIRTUAL BASEADO NOS DADOS OBTIDOS NA PESQUISA ........................................................................................ 68

Page 9: Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com

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1 INTRODUÇÃO

Ao período da Revolução Industrial, eis que surge a necessidade das

indústrias de administrarem a nova realidade do crescimento exponencial das

produções. Nesse período dentro da economia e da administração clássica,

aparece o marketing ligado a logística da produtividade, para a maximização dos

lucros, entrementes, os consumidores não tivessem qualquer poder de barganha.

Com o passar do tempo, a Internet e as novas tecnologias de comunicação

permitiram a mudança dos comportamentos sociais e dos relacionamentos das

empresas com os seus clientes, e o consumidor ganhou voz ativa em diversas

comunidades digitais.

Assim, o marketing jurídico digital foi criado para propiciar a compreensão

do empoderamento do consumidor e da inovação da tecnológica da comunicação,

que irrompe pelos blogs, Youtube, Instagram, Linkedin, Facebook, Twitter, páginas

eletrônicas.

O cardinal problema que enfrentam boa parte advogados no Brasil, consiste

em não escutar o que os seus clientes, ou usuários de seus serviços, tem a dizer

sobre o escritório de advocacia. Isso é grave, pois muitos problemas do escritório

de advocacia são causados pela falta de comunicação.

Dentro desta perspectiva, o presente trabalho buscou desenvolver o tema

marketing jurídico digital, pretendendo avaliar se as ferramentas deste influenciam

o relacionamento com clientes de escritório de advocacia.

Assim, procurou-se por meio de estudo de caso, verificar como o marketing

jurídico digital pode beneficiar o relacionamento com o cliente e a publicidade na

advocacia.

Observa-se, que no que concerne ao marketing jurídico digital, existem

algumas limitações e vedações presentes no conjunto de normas e de leis que

impede o profissional advogado de captar clientela e fomentar a mercantilização

Page 10: Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com

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da profissão. Entrementes, permite que seja divulgado conteúdo jurídico de cunho

informativo. Comumente, isso acontece porque dentro da advocacia existe um

desconhecimento acerca das estratégias do marketing jurídico digital.

Assim, o objetivo deste trabalho é compreender estratégias de marketing

jurídico digital atuais e alcançar as formas de influenciar e melhorar o

relacionamento com os clientes em escritórios de advocacias.

Esse trabalho foi impulsionado pela intenção de entender o marketing

jurídico digital e as práticas de relacionamento com o cliente - apresentando

conceitos, definições e ferramentas necessárias ao marketing jurídico digital para

quem pretende mudar a marca jurídica do escritório, com base nos princípios do

Marketing 4.0 e nas normas éticas.

O estudo foi desenvolvido e classificado de forma que fosse possível atingir

o objetivo da pesquisa de maneira simples, clara e eficiente. Por conta da busca

de fatores de causas e de efeitos envolvidos na ocorrência do marketing jurídico

digital. Assim, observou-se que ela é classificada como exploratória pelo uso de

questionário em estudo de caso, e assim foi possível descrever todo o processo.

De início, o capítulo I permite ter uma visão do que será abordado ao longo

de toda a obra. Para tanto, faz-se mister ressaltar que não se pretende, na presente

investigação, tratar de mercantilização da advocacia, e todas as demais práticas

que agridem e ferem o Código de Ética e Disciplina da OAB (CED). Esse é um

estudo voltado em última análise para os usuários dos serviços jurídicos.

No capítulo II foi analisado o que é o marketing e as raízes que influenciam

no mundo contemporâneo através das ferramentas de comunicação social, assim

como também as mudanças de perspectiva deste, ao longo da história.

No capítulo III foram analisadas diversas possibilidades de atuação do

marketing jurídico digital no mundo jurídico, explorando conceitos ligados as novas

mídias e ao poder da geração de conteúdo informativo útil.

Em seguida, no capítulo IV foi estudado o marketing jurídico digital e suas

limitações legais e jurídicas, bem como a importância do desenvolvimento de um

bom relacionamento com o cliente.

Page 11: Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com

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O capítulo V, por sua vez, teve como objetivo a análise de estudo de caso.

Assim, entre usuários de serviços jurídicos foram aplicados questionários por meio

da Internet, com questões com predominância de perguntas fechadas para coleta

de dados, assim, a pesquisa abordou quantitativamente os estes.

Além disso, optou-se por realizar o tipo de raciocínio hipotético-dedutivo,

com o intento de alcançar uma solução viável para o problema. Desta maneira, a

pesquisa pode ser classificada como exploratória devido ao fato do uso de

questionários, para que fosse possível descrever todo o processo.

Assim, este último capítulo se destinou a expor o estudo de caso, as

respostas obtidas com o questionário, bem como a verificação dos resultados.

Conclui-se, portanto, que, primeiramente o que se busca é identificar o que

é o marketing e suas evoluções ao longo da história. Em seguida, explorar as

potencialidades de sua aplicação no mundo jurídico. Após essa etapa, avaliar as

limitações do marketing dentro do Direito, a fim de considerar um marketing jurídico

digital ético. Por fim, validar a aplicabilidade das ferramentas em estudo de caso.

Page 12: Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com

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2 DO MARKETING TRADICIONAL AO MARKETING DIGITAL

Em 2012, a Heineken contratou os serviços da Wieden+Kennedy e criou um

aplicativo dentro da plataforma digital do Facebook. O aplicativo permitiu gerar uma

serenata customizável para os fãs da marca em 20 (vinte) línguas diferentes. A

princípio, buscou-se com isso ajudar os consumidores a convidar alguém para jantar

no dia dos Namorados. Além disso, concedia um espaço de aceite ou recusa da

pessoa que recebeu o convite.

Esses são os frutos da Internet e do surgimento de um mundo cada vez mais

conectado e digital. A intimidade e o acolhimento que a empresa fornece aos

consumidores é algo além do que meramente um produto. Por conseguinte, cria-se

um melhor relacionamento entre ambos.

O marketing é a principal forma de gerar valor a um determinado produto ou

serviço, ao passo que busca conquistar e fidelizar clientes. Aliás, o foco dessa

atividade é muito mais do que vender produtos para consumidores, pois a geração de

valor interfere, principalmente, na percepção que os clientes terão sobre a marca.

Portanto, o marketing é um mix entre ciência e arte que permite satisfazer as

necessidades, ao passo que gera lucro para a empresa. Assim, faz-se necessário

compreender a evolução do marketing ao longo de sua história e de que maneira o

consumidor passou a ter mais voz ativa.

2.1 O INÍCIO: DO MARKETING 1.0 AO 3.0

O marketing construiu suas bases em um modelo antigo de oferta e troca de

produtos e serviços baseado no valor que foi estabelecido dentro do sistema

capitalista. A Revolução Industrial1, ocorrida especialmente na Inglaterra durante o

século XVIII, trouxe a substituição do trabalho manual pelo da máquina, isto é, a

1 Revolução Industrial “[...] foi o período de grande desenvolvimento tecnológico que teve início na Inglaterra a partir da segunda metade do século XVIII e que se espalhou pelo mundo, causando grandes transformações. Ela garantiu o surgimento da indústria e consolidou o processo de formação do capitalismo” (SOUZA & NEVES, 2021, p. 01).

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produção artesanal foi deslocada pela maquinofatura. Além disso, revelou a

necessidade de um mercado consumidor cada vez maior em função do aumento de

produção.

O momento histórico é reconhecido como associado ao marketing 1.0. Isso

porque na era dos produtos, a empresa busca produzir e oferecer produtos,

entrementes, não exista quaisquer tipos de personalizações, tão pouco pesquisas de

opnião dos consumidores. Em resumo, o consumidor não tem voz ativa e o foco está

na produção (SEBRAE, 2021).

Pode-se dizer que a produção industrial em larga escala indicava vantagens

econômicas, contudo também tenha seus malefícios. Neste contexto, houve também

sofrimento e dor, principalmente pela classe trabalhadora e fabril que não havia

realizado sua demanda por direitos trabalhistas.

Em análise de tal realidade, Eric Hobsbawn (1995, p. 30) ao tomar nota do

sálarios de artesãos que trabalhavam na cidade de Boston (cidade inglesa próxima à

Manchester), identificou que, entre 1795, no começo da Revolução Industrial e 1815,

o salário médio que era de 33 (trinta e três) shillings2, já havia sido reduzido para 14

(quatorze) shillings.

Nessa época, na Inglaterra, houveram muitas incertezas sobre os rumos do

capitalismo e da sociedade industrializada. Entre 1811 e 1816, por exemplo, as trade-

unions, entre elas, o ludismo3 mobilizou os trabalhadores ingleses para invadirem as

fábricas e destruirem as máquinas, pois, acreditava-se que estavam roubando os

empregos dos homens (HOBSBAWM, 1995, p. 28).

2 Ao analisar a história dos shillings, constatou-se que “[...] a moeda de 1 Shilling foi cunhada de 1503 até 1970. Em 1968 foi lançada a moeda de 5 Pence para sua substituição em preparação a decimalização de 1971” (PACHECO, SIDNEY, 2021, p. 04).

3 O ludismo “[...] teve atuação destacada no período entre 1811 e 1816, e sua estratégia consistia em invadir as fábricas e destruir as máquinas. Isso acontecia porque os adeptos do ludismo afirmavam que as máquinas estavam roubando os empregos dos homens e, portanto, deveriam ser destruídas” (SOUZA & NEVES, 2021, p. 05).

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Destarte, a repressão das autoridades inglesas foi brutal, tanto que em 1812, o

Frame-Breaking Act4, estabelecia pena de morte como condenação para os

envolvidos na destruição de máquinas.

Outro movimento que ganhou notoriedade, foi o Cartismo5. Ele surgiu na

década de 1830 e mobilizou trabalhadores para lutar por direitos trabalhistas, abolição

do voto censitário, remuneração dos parlamentares, o voto secreto. (HOBSBAWM,

1995, p. 90).

Além disso, os trabalhadores eram expostos a cargas de trabalho excessivas,

e riscos de acidente, sendo que as mulheres e crianças também trabalhavam e seus

salários eram, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) menores do que os dos homens

adultos (SOUZA & NEVES, 2021, p. 04).

Ainda, observa-se que a característica marcante do modo de vida do homem

na idade moderna foi a concentração em agregados. Logo, as cidades modernas

exerceram enormes influências sobre as populações urbanas. Isso porque para além

da moradia e do local de trabalho, também são "[...] o centro iniciador e controlador da

vida econômica, política e cultural que atraiu as localidades mais remotas do mundo

para dentro de sua órbita" (WIRTH, 1938, p. 90).

Por outro lado, Alexis de Tocqueville, em suas anotações acerca da cidade de

Manchester durante a Revolução industrial, possuia outra compreensão do fenômeno,

ao afirmar "[...] desta vala imunda a maior corrente da indústria humana flui para

fertilizar o mundo todo, deste esgoto imundo jorra ouro puro" (HOBSBAWM, 1979, p.

99).

Ora, em tese, o movimento de imigração para as grandes cidades foi importante

para a formação da sociedade industrial6. Caso contrário, não haveria trabalhadores

4 O Frame Breaking-Act, é uma lei do governo inglês que envolvia a pena de morte, pois quando promulgada previa tal punição máxima para os envolvidos na destruição de máquinas (FRAME-BREAKING ACT. Historicalbritain.org. 2021. p. 06).

5 O movimento cartista que surgiu na década de 1830, tinha como objetivo a luta por “[...] direitos trabalhistas e políticos para a classe de trabalhadores da Inglaterra. Uma das principais exigências dos cartistas era o sufrágio universal masculino, isto é, o direito de que todos os homens pudessem votar. Os cartistas também exigiam que sua classe tivesse representatividade no Parlamento inglês” (SOUZA & NEVES, 2021, p. 05-06).

6 A sociedade industrial é “[...] a resultante de um processo de lutas de classe que buscavam melhorias nas condições de trabalho no sistema capitalista. Quando se fala em sociedade industrial, muitas

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suficientemente capazes de manter a produção. Não se trata de enobrecer o sistema

capitalista que, trouxe o desenvolvimento econômico, mas também dor e sofrimento

para a sociedade, com a exploração da mão de obra, os baixos salários, as condições

de vida degradantes.

O século XIX promoveu o desenvolvimento da produção em massa em linhas

de montagem. Além disso, o período frutificou o surgimento da Segunda Revolução

Industrial7 por volta dos anos 1870 em países como EUA, Inglaterra e França, seja

porque aprimorou-se as técnicas e tecnologias existentes, seja nesse caso porque

passou a fazer uso do petróleo, do aço e da energia elétrica. Sendo que, estes

avanços tecnológicos

[...] provocaram enormes mudanças nos consumidores, nos mercados e no

marketing8 ao longo do último século. A era do Marketing 1.0 teve início com

o desenvolvimento da tecnologia de produção durante a Revolução Industrial.

O Marketing 2.0 surgiu em decorrência da tecnologia da informação e com o

advento da Internet (KOTLER, 2010, p. 07).

Observa-se que até o início da Terceira Revolução Industrial (Século XX),

persistiu o modo de pensar o marketing 1.09. Isso porque, somente com avanços das

vezes as ideologias mais voltadas às esquerdas emergem no debate. No entanto, o conceito de sociedade industrial cerne muito a luta e as consequentes conquistas da classe trabalhadora. Sendo assim, a Sociedade Industrial seria a constituição de sociedade moderna trabalhadora. Oriunda de uma luta de classes e reivindicações constantes, a sociedade formaria uma nova classe operária (um pouco) menos explorada” (BUNDE, 2021, p. 01-02).

7 É possível verificar que “[...] a Segunda Revolução Industrial refere-se ao período entre a segunda

metade do século XIX até meados do século XX, tendo seu fim durante a Segunda Guerra Mundial.

A industrialização avançou os limites geográficos da Europa Ocidental, espalhando-se por países

como Estados Unidos, Japão e demais países da Europa. Compreende a fase de avanços

tecnológicos ainda maiores que os vivenciados na primeira fase, bem como o aperfeiçoamento de

tecnologias já existentes. O mundo pôde vivenciar diversas novas criações, que aumentaram ainda

mais a produtividade e consequentemente os lucros das indústrias. Houve nesse período, também,

grande incentivo às pesquisas, especialmente no campo da medicina” (SOUZA & NEVES, 2021, p.

11).

8De acordo com mais recente definição da Associação Americana de Marketing (AMA), que foi aprovada no ano de 2017, o " [...] marketing é atividade de um conjunto de instituições e processos para criar, comunicar, entregar e trocar ofertas que tenham valor para clientes, parceiros e a sociedade como um todo" (AMA–American Marketing Association, 2017, p. 2).

9 O marketing 1.0 é “[...] a primeira fase do Marketing Digital é denominada de Era dos Produtos. Neste período, o importante para as empresas é produzir e oferecer os produtos a quem quiser adquiri-los. Neste tipo de Marketing que a maioria das empresas opera. Neste período, os consumidores se adaptam aos produtos ofertados pela empresa. Não há personalização, nem pesquisas diretas com os clientes para que se determine os produtos que comporão as prateleiras/portfólio” (SEBRAE, 2021, p. 3).

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tecnologias de informação que se tornou possível a mudança de óptica das empresas

com relação ao foco do marketing no produto.

Aos poucos, as empresas passam a prestam mais atenção e olhar o

consumidor. O personagem que antes não detinha voz ativa, agora ganha acesso a

mais informações. Até então os clientes não poderiam definir o que estaria nas

prateleiras, apenas escolhiam entre as opções disponíveis na loja.

Esses dados revelam muito mais do que uma relação de consumo fechada e

unilateral, fica evidente, diante desse quadro que a divulgação não é feita com foco

no real interesse do consumidor.

Em 1908 foi lançado o Ford Modelo T e através da figura de Henry Ford foi

criada a primeira linha de produção móvel da indústria automotiva promovendo mais

eficiência e agilidade aos processos de fabricação, bem como reduzindo seus custos

de fabricação. Uma frase que ilustra a lógica do marketing 1.0 é a frase de Ford (1918)

sobre a oferta de cores do Modelo T, ao afirmar que o “[...] cliente pode ter o carro da

cor que quiser, contanto que seja preto”.

A relação distante entre produtor e o consumidor persiste até o início dos anos

de 1990, quando o crescimento do mercado com consumidores e concorrentes se alia

ao surgimento da Internet. De acordo com KOTLER (2010, p. 22), na era da

informação10, as empresas perceberam a existência de outros fatores que

influenciaram nas decisões de compras dos clientes, tais como impulsos e motivações

psicológicas que vão além da oferta e da procura.

Ao contrário do marketing 1.0, o marketing 2.011 tem como objetivo satisfazer e

reter consumidores, a diferenciação dos produtos e o relacionamento com os clientes.

Com isso, tendo acesso a informações o cliente podia comparar preços e produtos, e

com isso escolher o produto que melhor atendia as necessidades e os desejos. Agora,

10A Era da Informação é uma fase econômica da civilização humana “[...] em que mente, informação e alta tecnologia são tipos de capital essenciais ao sucesso. Hoje, com a humanidade se vendo diante do desafio do aquecimento global, estamos ingressando na quarta onda, voltada para a criatividade, a cultura, a tradição e o meio ambiente (KOTLER, 2010, p. 3).

11O marketing 2.0 surgiu na “[...] era da informação – cujo núcleo é a tecnologia da informação. A tarefa do marketing já não é mais tão simples. Os consumidores de hoje são bem informados e podem facilmente comparar várias ofertas de produtos semelhantes. O valor do produto é definido pelo cliente. As preferências dos consumidores são muitíssimo variadas” (KOTLER, 2010, p. 22).

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o cliente ganha o poder de escolha e as empresas passam a investir em qualidade e

em diversidade. Assim, o Marketing 2.0

[...] surgiu na atual era da informação – cujo núcleo é a tecnologia da

informação. A tarefa do marketing já não é mais tão simples. Os

consumidores de hoje são beminformados e podem facilmente

comparar várias ofertas de produtos semelhantes. O valor do produto

é definido pelo cliente. As preferências dos consumidores são

muitíssimos variadas (KOTLER et al, 2010, p. 04).

Esses dados revelam muito mais do que um comportamento do mercado,

refletem uma nova maneira de pensar através da criação de nichos e segmentação

do público. Fica demonstrado, diante desse quadro que o consumidor ganha inúmeras

possibilidades de marcas e de preços e esse foi um ponto positivo para o cliente e

para as empresas. Esperava-se, dessa forma, criar um tipo de produto para cada tipo

de público.

Nesse ritmo, foi apenas questão de tempo, para que os consumidores

participassem junto com a marca, da criação dos seus produtos. Vê-se, pois, que essa

realidade permitiu obter maiores e melhoresresultados com as práticas do marketing

2.0. O foco estava no cliente como centro dos negócios procurando sempre capturar

suas necessidades e desejos com intuito de criar um vínculo com esse cliente e assim

fidelizá-lo.

Já no marketing 3.012, inaugurou-se a era dos valores, em que as marcas

ofereciam uma esperança de mundo melhor, resolução dos problemas do mundo e

assim, conseguiriam levar a experiência do consumidor a outro patamar. Passou-se a

falar, então, de experiências e de valores e tais termos permanecerão até a atualidade.

Desta maneira, as marcas necessitam desenvolver uma identidade autêntica para,

assim, estabelecer uma conexão com os consumidores (KOTLER, 2010, p. 57).

Logo, o elo de ligação entre os consumidores e as empresas deve estar

relacionado com o posicionamento, a diferenciação e a integridade da marca.

Portanto, os consumidores “[...] buscam empresas que abordem suas mais profundas

12O marketing 3.0 é baseado “[...] na capacidade de os profissionais de marketing detectarem as ansiedades e os anseios humanos, profundamente enraizados na criatividade, cultura, tradição e meio ambiente” (KOTLER, 2010, p. 11).

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necessidades de justiça social, econômica e ambiental em sua missão, visão e valores

(KOTLER, 2010, p. 22).

Com isso, foi proposta uma transição, uma adaptação dos valores das

empresas ao marketing 3.0. Em resumo, tornou-se preciso adotar outros discursos e

novas práticas. Fez-se necessário capacitar os profissionais para atuarem de acordo

com essa realidade.

Além disso, em razão da grande extensão das mídias sociais, a conversa

muitos-para-muitos13,desencadeou uma rede de consumidores em escala global, e,

por conseguinte, tais valores ganharam maior credibilidade. No marketing 3.0, os

clientes valorizam empresas que possuem conscientização cultural.

Desta maneira, as empresas e as marcas - para se adaptar a esse movimento

-, passaram a levar cada vez mais em conta que o cliente tem que gostar da marca,

ter identificação, ter boas experiências e as marcas devem desempenhar um papel

social. E, isso ocorre, quando uma marca enfatiza sua preocupação com o meio

ambiente, com a equidade racial ou ainda a valorização da mulher. Sendo assim, o

marketing 3.0,

[...] acredita que os consumidores são seres humanos completos, cujas outras necessidades e esperanças jamais devem ser negligenciadas. Desse modo, o Marketing 3.0 complementa o marketing emocional com o marketing do espírito humano. Em épocas de crise econômica global, o Marketing 3.0 adquire relevância ainda maior para a vida dos consumidores, na medida em que são afetados por rápidas mudanças e turbulências nas esferas social, econômica e ambiental. Doenças tornam-se pandemias, a pobreza aumenta e a destruição do meio ambiente caminha a passos largos. As empresas que praticam o Marketing 3.0 oferecem respostas e esperança às pessoas que enfrentam esses problemas e, assim, tocam os consumidores em um nível superior. No Marketing 3.0, as empresas se diferenciam por seus valores. Em épocas de turbulência, trata-se definitivamente de um diferencial e tanto (KOTLER et al, 2010, p. 23).

Com isso, percebe-se que a marca não está somente vendendo um produto,

mas também fazendo uso de valores em comum com o seu público e estabelecendo

uma conexão para vendas futuras. Nesse sentido, é recomendado o uso das histórias

13“O paradigma de comunicação muitos-para-muitos é um dos três principais paradigmas de computação da Internet, caracterizado por vários usuários contribuindo e recebendo informações, com os elementos de informação frequentemente interligados em diferentes sites” (WIKIPEDIA. 2021, p. 01).

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que emocionam, pois são poderosas ferramentas para a conquista do cliente e

consolidação da marca no mercado. Logo, “[...] preciso envolver as emoções das

pessoas através de histórias e trazê-las para perto da empresa (MCKEE, 2003, p. 66).

Sendo assim, o marketing 3.0

[...] também é o marketing do significado incorporado à missão, à visão e aos valores da empresa. Ao definirmos marketing dessa maneira, desejamos elevar ainda mais sua posição, tornando-o jogador importante no desenvolvimento do futuro estratégico da empresa. O marketing não deve mais ser considerado apenas sinônimo de vendas e/ou de uma ferramenta para gerar demanda. Deve, agora, ser considerado a principal esperança de uma empresa para recuperar a confiança do consumidor (KOTLER, 2010, p. 51).

Aliás, é digno de nota o cenário atual do Planeta Terra onde os recursos

naturais estão escassos e o consumo mais acelerado. No marketing 3.0, a palavra-

chave é a sustentabilidade, um dos valores em que as empresas podem se apoiar.

No entanto, para que essas transformações aconteçam as empresas devem estar

conscientes de que o caminho para tal mudança requer transformação sociocultural,

filantropia e apoiar boas causas, que dão forma ao também chamado marketing de

causas. E, isso porque, no marketing 3.0

[...] abordar os desafios sociais não deve ser apenas uma ferramenta de relações públicas ou um meio de difundir críticas sobre algum incidente negativo provocado por práticas da empresa. Ao contrário, as empresas devem agir como bons cidadãos corporativos e lidar com os problemas sociais no âmago de seus modelos de negócios. Algumas empresas podem fortalecer seu impacto ao passarem da filantropia e das campanhas de marketing de causas para a transformação sociocultural. A transformação sociocultural vê os consumidores como seres humanos que deveriam ser fortalecidos para galgar degraus na pirâmide de Maslow14. Isso é relevante para as empresas não apenas no nível do produto, como também no nível do modelo de negócios. Ao utilizar o poder da colaboração, elas podem reduzir custos e gerar maior impacto (KOTLER, 2010, p. 164).

Portanto, é relevante para o marketing 3.0 o papel social da empresa perante

os consumidores. Para além de apenas um serviço ou produto, a empresa adentra

14“Maslow define cinco categorias de necessidades humanas: fisiológicas, segurança, afecto, estima e as de autorrealização. Esta teoria é representada por uma pirâmide onde na base se encontram as necessidades mais básicas pois estas estão directamente relacionadas com a sobrevivência. Segundo Maslow, um indivíduo só sente o desejo de satisfazer a necessidade de um próximo estágio se a do nível anterior estiver sanada, portanto, a motivação para realizar estes desejos vem de forma gradual” (WIKIPEDIA, 2021, p. 01).

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17

aos desafios sociais e busca oferecer soluções orientadas por suas missões e

reconhecimento de valores inerentes a condição humana. E, isso abriu caminho para

consolidação da comunidade digital e o surgimento do marketing 4.0.

2.2 MARKETING 4.0 E A COMUNIDADE DIGITAL

Na atualidade o mundo real e o virtual se confundem e, há quem diga que já

não existe tal distinção. Ao longo dos últimos anos não é novidade o aumento do nível

de consumo mobile e exposição as redes sociais. A vida das pessoas está

praticamente em um celular, tanto que até surgiram doenças a serem tratadas por

conta desse hábito, tal qual, a nomofobia (KING; NARDI, 2014, p. 28-35).

Os aparelhos eletrônicos como o celular e o computador se transformam em

ferramentas dos consumidores, isto é, meio para se chegar ao conteúdo da marca.

Por isso, devidos as características da sociedade contemporânea, é necessário ter

um maior cuidado com a produção de conteúdo e gerar uma melhor experiência do

usuário ou futuro cliente. De acordo com KOTLER (2010, p. 25), o celular permitiu aos

consumidores acessarem o conhecimento das comunidades digitais e tomarem

melhores decisões de compra.

Desta maneira, os clientes não são mais alvos passivos, pois se comunicam

entre si sobre os produtos e serviços. É interessante, aliás, notar que os usuários se

adaptam às opiniões de outros consumidores - com suas experiências e relatos -,

sobre determinados produtos ou serviços.

Além disso, outra mudança contemporânea no marketing é a de que

praticamente tudo passa a ser mensurável: o click no Google, as páginas que visitam

no Facebook, os vídeos, a quantidade de tempo que o usuário assistiu no Youtube e

até mesmo quantas vezes o usuário baixou um Podcast. Logo, essas ferramentas

foram disponibilizadas para a utilizaçãonos empreendimentos.

Desta maneira, a Internet é uma ferramenta indispensável no marketing

4.015.Trata-se de instrumento que garante alcance de um número maior de pessoas

15O marketing 4.0 “[...] é uma abordagem de marketing que combina interações on-line e off-line entre empresas e clientes, mescla estilo com substância no desenvolvimento das marcas e, finalmente,

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e a um custo menor do que os veículos de mídias tradicionais e os preços pagos para

exibir um comercial no horário nobre de televisão. Seria um erro, porém, atribuir

apenas a Internet a divulgação de informação, pois não está claro o impacto da

conectividade no que concerne às empresas on-line e offline. Assim, reveste-se de

particular importância a coexistência entre ambos (KOTLER, 2017, p. 10).

Em aspectos gerais, o marketing 4.0 revelou o quanto o ser humano é precioso,

pois ele é quem ajuda e dá ideias. Por conta de tal entendimento que KOTLER (2010,

p. 50) promove a chamada substituição dos 4Ps16. Essa mudança, importante

destacar, não é uma questão propriamente dita de excluir os 4Ps do marketing, e sim

uma substituição por 4Cs17 mais humanizados.

Com isso, as marcas e as empresas não precisam desconstruir o modelo que

possuem da jornada do consumidor off-line, mas aliar com o meio digital para

conversar com o indivíduo de maneira mais inclusiva. Desse modo, "[...] tudo indica

que os mundos on-line e off-line acabarão coexistindo e convergindo" (KOTLER, 2017,

p. 40).

Isto é para além de estratégias táticas, existe o cotidiano dos consumidores,

onde se insere o contexto de tomada de decisão social, dentro de comunidades. E,

desse modo, ao invés de vender o produto, a marca passa a vender também algo que

agrega valor para a comunidade digital e algo que vai satisfazer as necessidades do

indivíduo perante o corpo social em que atua.

Assim, é preciso renovar o mix de marketing pré-conectividade, qual seja os

4Ps clássicos:1) o Preço, que é o que se cobra; 2) a Praça, que é o local em que

complementa a conectividade máquina a máquina com o toque pessoa a pessoa para fortalecer o engajamento dos consumidores. Ele ajuda os profissionais de marketing na transição para a economia digital, que redefiniu os conceitos chave do marketing” (KOTLER, 2017, p. 82).

16“Os 4Ps do Marketing são um famoso conceito que resume os quatro pilares básicos de estratégias de marketing, onde todos eles começam pela letra P: Praça, Preço, Produto e Promoção. A origem do conceito, também conhecido como Mix de Marketing ou Composto de Marketing, foi no ano de 1960, criado pelo professor Jerome McCarthy em seu livro “Basic Marketing “. O método ficou bastante conhecido graças aos estudos de Philip Kotler, que complementou a teoria e conferiu a ela um caráter mais prático, definindo-a como um conjunto de ferramentas aplicáveis ao marketing em empresas” (OLIVEIRA, 2019, p. 01-02).

17“Desenvolvido por Robert Lauterborn, esses 4Cs (quatro cês) nas redes sociais se referem a: cliente, custo, conveniência e comunicação. Como você pode ver, o grande diferencial é o foco: na concepção de Lauterborn, o cliente deve ser o centro de todas as estratégias e ações na web” (MLABS, 2019, p. 03-04).

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ocorre a venda; 3) o Produto, que é o que está a disposição; 4) a Promoção, que é o

que atrai os clientes.

Devido as novidades do mundo contemporâneo, com as mudanças de

comportamento humano causadas pela Internet, os 4Ps evoluíram para 4Cs, a dizer:

1) Cocriação (co-creation); 2) Precificação Dinâmica (currency) ; 3) Comunidade

(communal activation); 4) Conversação (conversation).

O produto é substituído pela cocriação. Ao invés de simplesmente ser lançado

um item no mercado, a empresa trabalha em conjunto com a comunidade, capturando

as suas demandas. Esse evento ocorre com bastante frequência no universo das

Startup’s com os Mvp’s, ou produtos mínimos viáveis, que são criados para entrar em

contato com o usuário para seu crivo.

Dessa forma, ele pode receber feedback e melhorar a sua versão teste. Então

essa é uma nova forma de pensar o produto. A questão deixa de ser criar somente o

produto para se tornar uma cocriação, através da busca por informações e produzir o

que a comunidade deseja usufruir e utilizar. Então o P de produto, vai ser substituído

pelo C de cocriação.

A segunda substituição é no preço, que é substituído pela precificação

dinâmica, na qual estão inclusas questões como tempo, distância e dificuldade do

consumidor, no momento de definição dos preços. Podemos citar como exemplo os

sistemas de produtos e serviços que geram receitas recorrentes através de seus

canais de assinatura tal qual Spotify, Netflix, Deezer. Enfim, todos esses sistemas que

trabalham com valores recorrentes e mensais estão em crescimento.

Ao consumidor deve ser disponibilizado opções para pagar pouco e

recorrentemente. Desse modo, as empresas conseguem ter valores mensais entrando

e planejar melhor seus projetos e através disso produzirem um crescimento

exponencial do seu negócio.

A precificação dinâmica se vale de tecnologias como big data18 e outros filtros

de plataforma para deixar o custo mais relevante, não só para o consumidor, mas para

18O big data “[...] é um conceito que descreve o grande volume de dados estruturados e não estruturados que são gerados a cada segundo” (NASCIMENTO, 2017, p. 03).

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a empresa, que agora o produto não tem apenas uma quantia. Esta, envolve uma

gama complexa de diferentes preços de acordo com a época do ano, quantidade de

demanda, e hora do dia.

Sabe-se que as empresas de reserva de hotéis e passagens aéreas mostram

diferentes preços para os consumidores baseado no país em que estão. Então alugar

uma noite em um hotel em Dubai, pode sair um determinado preço para quem compra

na Suíça e, outro valor específico, para quem compra no México, ainda que as

compras ocorram simultaneamente.

A terceira substituição ocorre no P de praça que é substituído por ativação

comum, que também pode ser considerada como conveniência. Atualmente, com os

avanços tecnológicos já é possível afirmar que qualquer pessoa com acesso a Internet

pode vender um produto de qualquer lugar do mundo. E, isso porque, não estamos

mais dependentes de espaços físicos próprios para vender produtos e serviços.

Dessa maneira, a oferta demanda de um modo diverso do passado. As

plataformas digitais eliminaram os gatekeepers, que são aqueles que controlam as

ofertas. Um claro exemplo disso é o caso do Airbnb, no qual os quartos são

disponibilizados pela comunidade diretamente para a própria comunidade, sem

intermediários. O preço baixou e as opções aumentaram, sendo assim as plataformas

[...] eliminam os gatekeepers: no mercado literário tradicional, para a publicação de um livro, por exemplo, o autor precisaria escrevê-lo, revisá-lo, enviá-lo à editora e ainda assim correria o risco de não vê-lo publicado. Hoje, com a plataforma Kindle, da Amazon, todos são capazes de publicar seus livros. Da mesma forma, com a eliminação dos gatekeepers, é concedida aos consumidores uma maior liberdade para selecionar os produtos que atendam as suas necessidades (DONATO, 2018, p. 83).

Por fim, a quarta alteração ocorre no P de promoção que é substituído por

conversação. A promoção dos produtos vai ser alterada pelas conversas dos

membros nas comunidades e nas redes sociais, onde está inserido o marketing de

conteúdo. Através deste as empresas poderão conversar e incrementar a divulgação

de serviços e produtos, sem falar diretamente deles. Logo, quando

[...] se trata de entender as marcas, os consumidores agora se conectam ativamente entre si, desenvolvendo relacionamentos de pesquisar e defender. Os netizens, em particular, têm conexões bem ativas em fóruns. Consumidores que precisam de mais informações os procurarão e se conectarão com outros que tenham mais conhecimentos e experiência. Dependendo da tendência mostrada durante a conversa, a conexão pode

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fortalecer ou enfraquecer a atração inicial da marca. O novo caminho do consumidor deveria também reconhecer essa conectividade (KOTLER, 2017, p. 91).

Nas comunidades existem individuos que conversam entre si - dentro da

mesma ideologia e dentro dos mesmos valores e, com isso, a decisão de compra não

é mais racional, nem emocional. Logo, o racional e o emocional estão dentro de um

fluxo de tomada de decisão social ou também chamada de decisão de compra social.

Isso ocorre quando o cliente consulta os reviews de um produto, as aprovações, as

curtidas, os compartilhamentos e os comentários de outros consumidores. Com esse

nível de conectividade:

[...] em muitos países, pesquisas dentro das lojas usando telefones celulares para comparar preços e verificar avaliações estão virando uma tendência. A conectividade móvel permite aos consumidores acessar a sabedoria das multidões e tomar melhores decisões de compra. Em um ambiente assim, os clientes se adaptam mais às opiniões sociais. Na verdade, a maioria das decisões de compra pessoais serão essencialmente decisões sociais (KOTLER, 2017, p. 28).

Em verdade, fica evidente, diante desse quadro, que é necessário produzir

conteúdo inteligente, isto é, assuntos de interesse da comunidade; os quais as

pessoas queiram ler, ouvir, participar e conversar com a empresa. Uma novidade que

aqui está inserida dentro desse tema é a dos sistemas de avaliações, que permitem

que os próprios consumidores promovam produtos, através de curtidas e

compartilhamentos nas redes sociais.

2.3 OS 5As DO MARKETING 4.0

Atualmente, os consumidores, em geral, são literalmente bombardeados todos

os dias com publicidades boas demais para serem verdadeiras, de modo que “[...] os

clientes costumam ignorá-las, preferindo se voltar para fontes confiáveis de

informação: seu círculo social de amigos e família” (KOTLER, 2017, p. 86).

De fato, os consumidores confiam mais em seus correspondentes, do que

propriamente em publicidade. Sendo assim, o trabalho da marca é transformar os

clientes em advogados da marca, ou seja, em indivíduos de recomendam a marca

para outros indivíduos e futuros clientes.

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22

Dentro desse novo modelo de marketing com foco no comportamento das

pessoas nas mídias digitais surge também a proposta de acompanhar a jornada do

cliente em direção a marca ou produto. De acordo com KOTLER (2017, p. 91) essa

nova proposta é chamada de os cinco As, que possui correspondência com 05 (cinco)

momentos que o consumidor vai percorrer em direção a marca ou produto, a dizer: 1)

Assimilação, 2) Atração, 3) Arguição, 4) Ação e 5) Apologia.

Assim, a primeira etapa é chamada de assimilação. Esta ocorre quando os

consumidores não conhecem a marca e o produto. De nada adianta oferta um produto

a uma pessoa quando ela não sabe sobre o item e quem a vende. Somente após o

descobrimento pelo cliente de que a empresa ou produto existe que é considerada

superada essa fase, pois tendo conhecimento os clientes poderão entrar em contato

com a marca através de recomendações ou alguma ação de marketing. Para o autor,

a fase de assimilação é a que os consumidores

[...] são passivamente expostos a uma longa lista de marcas em função de experiências passadas, comunicações de marketing e/ou defesa de marcas por clientes. Esse é o portão para todo o caminho do consumidor. Um cliente que tenha experiência anterior com uma marca provavelmente será capaz de se lembrar dela e reconhecê-la. A publicidade gerada pelas empresas e a propaganda boca a boca de outros clientes também são grandes fontes de assimilação da marca (KOTLER, 2017, p. 91).

Desta maneira, a primeira fase é quando os produtos e marcas são assimilados

pelo consumidor, contudo, existem alguns que irão chamar atenção, porque o cliente

entende que é capaz de oferecer alguma coisa de valor.

A segunda etapa é a chamada de atração, que ocorre somente com as

empresas e produtos mais atrativos e que conseguem se destacar. No entanto, as

marcas que conseguirem chamar a atenção de um determinado consumidor devem

se comunicar com ele de uma maneira diferente, haja vista que o consumidor tem

conhecimento de quem vende e produto (assimilação) e está interessado (atração).

Após as 02 (duas) primeiras etapas, surge como uma novidade trazida pelas

mídias digitais, que é a possibilidade de arguição, coisa que era até então impossível

no marketing tradicional - quando as pessoas não tinham condições de interpelar as

marcas e a comunicação era de via única. Em outras palavras, o cliente

[...] vai ouvir as opiniões de outras pessoas sobre a experiência com os produtos e quais as vantagens em adquiri-lo. Nesse sentido, o marketing

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boca a boca através da satisfação do cliente se tornaram essenciais também no ambiente digital em reviews e redes sociais, por exemplo. A marca deve instigar a curiosidade sem exceder nas informações para deixá-lo confuso ou reduzi-las ao ponto de não se sentirem atraídos e impedir com que o lead passe para a próxima etapa de decisão (CINTRA, A., 2021, p. 03-04).

Logo, a arguição é o momento do diálogo, de a marca ou a empresa se permitir

ser questionado, ser pesquisada em diversos canais como mídias sociais, em sites

especializados e até em canais do Youtube. Assim como também, é o momento da

empresa entrar em mais detalhes sobre o produto, bem como de apresentar mais

soluções para a vida do consumidor.

Caso seja superada a fase da arguição - o cliente passar por ela e ficar

satisfeito-, então teremos a fase da ação com o ato de comprar e consumir o produto.

Nesse estágio, estão envolvidas questões práticas sobre o local de compra, local de

pagamento, custo do produto e, principalmente, o período de uso, no qual o cliente

vai desfrutar deste e terá a dimensão exata do quanto atende as suas necessidades

e quais os benefícios que trará para a sua vida. É nesta etapa que

[...] que a atenção deve-se voltar para a satisfação do cliente. Para isso, ações que envolvam a experiência do cliente com atendimento personalizado e suporte técnico farão toda a diferença para a fidelização e comprometimento com a marca. Qualquer desvio nessa etapa pode prejudicar muito a imagem e reputação de uma marca, afinal, a internet possibilita a propagação de insatisfações de forma rápida e, muitas vezes, difícil de ser revertida (CINTRA, A., 2021, p. 04).

Por fim, a última etapa é a apologia, que é a fase de defesa na qual um mero

consumidor se torna-se uma espécie de advogado da marca ou defensor do produto.

É quando este divulgará para as pessoas próximas os benefícios que aquela

aquisição trouxe para a sua vida, isto é, recomendará para os conhecidos. Ou seja, o

consumidor passa a ser

[...] um embaixador dos valores do seu produto e o recomenda a outras pessoas, e isso tem peso de ouro na decisão e representatividade de mercado. É necessário que a marca mantenha as ações de comunicação no pós-venda e invista em marketing de relacionamento. Em resumo, os 5 As do marketing 4.0 - assimilação, atração, arguição, ação e apologia, propostos por Kotler referem ao caminho em que as estratégias do marketing digital se baseiam para conseguir a conversão em todas as etapas da jornada do cliente, independente do nicho de mercado ou do perfil do público alvo (CINTRA, A, 2021, p. 4-5).

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De acordo com KOTLER (2017, p. 238) é importante a atenção ao cliente após

ter realizado a compra, pois ele terá papel determinante no sucesso dos negócios que

serão realizados no futuro, darão o aspecto viral para as vendas. O autor deixa claro,

também, que existe o momento UAU - que representa uma das melhores formas de

conseguir um defensor da marca.

O momento UAU ocorre quando o cliente recebe mais valor do que apenas o

que comprou, tal como a Harley-Davidson, que obtêm milhares de defensores da

marca através do ganho de status ao consumir a marca, a experiência, o pós-venda,

a manutenção e o suporte técnico, que superam em muito o preço pago pela

motocicleta. Portanto, "[...] em um mundo de marketing 4.0, no qual ótimos produtos e

ótimos serviços são mercadorias, o fator UAU é o que diferencia uma marca de suas

concorrentes" (KOTLER, 2017, p. 240).

Dessa maneira, quando o cliente experimenta um momento UAU, torna-se de

fato um advogado da marca e vai compartilhar a experiência com muitas outras

pessoas, fomentando o aumento das vendas do produto.

Apesar de isso ser difícil de se obter, pois muitas vezes os clientes não

conseguem expressar o que desejam realmente, quando acontece o fator UAU é

oportuno para se obter uma vantagem e difundir rapidamente o acontecimento. Tal

situação, pode ocorrer com a produção de conteúdo e de disponibilização em

plataformas digitais. Além disso existe outras 02 (duas) métricas importantes, a dizer,

alinhadas com

[...] os cinco As, duas métricas são valiosas nesse quesito: o coeficiente da

ação de compra (CAC) e o coeficiente de defesa da marca (CDM). O CAC

mede quão bem as empresas convertem a consciência de marca em ações

de compra. E o CDM faz o mesmo em relação à conversão da consciência

de marca em defesa da marca. Essencialmente, estamos rastreando o

número de consumidores que vão da assimilação (A1) à ação (A4) e, por fim,

à apologia (A5) (KOTLER, 2017, p. 109).

Com isso, o coeficiente de conversão de compra, é aquele que mede o retorno

sob o investimento de marketing, que ocorre quando os clientes que o marketing

impactou, adquirirem o produto ou o serviço.

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Observa-se que o segundo coeficiente é chamado de defensores da marca,

pois visa justamente medir quantos, entre os clientes que compraram o produto,

tornaram-se defensores da marca.

Logo, verifica-se 05 (cinco) momentos na jornada do consumidor em direção

ao produto ou ao serviço e, com diferentes formas de interação em cada uma delas.

Além disso, é possível identificar grandes chances de um cliente se tornar defensor

da marca ou do produto, quando percebe que recebeu valor além do que comprou.

Para além do produto, o que agrega mais do que se espera, possibilita este tipo

de retorno. E, portanto, são auxiliares de tal processo as formas de calcular o retorno

das práticas de marketing digital através do coeficiente de conversão da compra e do

coeficiente de defensores da marca.

A partir de então, com as ferramentas necessárias, torna-se possível integrar

os conhecimentos oriundos do marketing digital e inserir no ambiente jurídico.

Conforme demonstrado a seguir, o marketing jurídico digital é a conformação de

ambos os conjuntos, com suas potencialidades e, também, limitações.

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3 MARKETING DE CONTEÚDO JURÍDICO DIGITAL

Para entendermos o que é marketing jurídico digital, é necessário explorar uma

pergunta antiga, qual seja, o que é o marketing digital? Ora, a pergunta o que é o

marketing digital como todas as primeiras perguntas, ela é carregada de uma série de

consequências e de problemas decorrentes da perspectiva da qual se posiciona o

estudo em relação ao objeto.

Ocorre que, para além superfície o que está mudando é a essência dos

relacionamentos e a forma de interação entre as pessoas com o surgimento das novas

mídias. Com isso, a depender do enfoque, podem ser obtidas respostas como o

marketing digital busca despertar o interesse do consumidor, ou produzir conteúdo

para reconhecer necessidades, ou ainda, é a arte de criar relacionamentos lucrativos.

Este construiu suas bases em um modelo antigo de oferta e troca de produtos

e serviços baseado no valor que foi estabelecido dentro do sistema capitalista. Ao

longo do seu desenvolvimento, cumpriu funções tanto sociais, no que concerne a

satisfação de desejos, quanto administrativas-gerenciais, tal qual, obtenção do perfil

da audiência da marca.

3.1 NOVAS MÍDIAS

Atualmente, são diversas as ferramentas digitais disponíveis em versões

gratuitas ou pagas para auxiliar o compartilhamento de informações e conteúdos

jurídicos, tais como: sites jurídicos, Twitter, Instagram, Facebook, Podcast, vídeos no

Youtube, Linkedin, blogs entre outros.

Por isso, é fundamental avaliar as possibilidades de produção de conteúdo,

tanto em relação as competências e capacidade da marca, quanto em relação aos

formatos de conteúdos mais consumidos pelo público-alvo, "[...] sendo assim, não

existe mais como ignorar o poder das novas mídias, inclusive na contratação e

principalmente na constatação da experiência de um advogado" (BERTOZZI e

BUCCO, 2017, p. 187).

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O Instagram é ferramenta do marketing jurídico digital. A plataforma digital

possui mais de 1,2 (um inteiro e dois décimos) bilhão de usuários ativos no mundo

(LINKA, 2021, p. 01). E as empresas vêm buscando cada vez mais possibilidades de

divulgação de produtos e conteúdo dentro dessa rede social. O Brasil é o terceiro país

do mundo em usuários do Instagram, atrás de EUA e Índia, conta com noventa e cinco

milhões de usuários (LINKA, 2021, p. 02-03).

É importante utilizar todos os seus recursos, inclusive de lives, ainda que a

maior parte de consumo de conteúdo do Instagram esteja no stories, pois possibilita

um grande número de interações individuais e personalizadas. Além disso, é permitido

que os stories fiquem no seu perfil mais do que vinte e quatro horas, através da função

de destaque.

Conforme explicado acima o Instagram é uma das mais poderosas ferramentas

de marketing jurídico digital, tendo em vista sua popularidade e alcance. Além disso,

dentro do marketing digital19 é comum o uso de vídeo, que foi disseminado em larga

escala graças a plataforma de vídeo do Youtube e a grandeza que atingiu.

Ao longo dos anos 2000, o Youtube foi ganhando uma proporção de acesso

que o marketing digital não podia simplesmente desprezar, tanto que atualmente é

praticamente impensável que uma empresa que se proponha a ter espaço no mercado

online e não produza vídeos para promover seus produtos e serviços.

Dentro da plataforma de videos Youtube, nos últimos anos tem se destacado o

fenômeno cultural dos Youtubers, os quais muitas vezes se tornam formadores de

opinião e gradativamente conseguem ocupar espaço dos canais convencionais de

comunicação através da criação de conteúdo com pouco ou nenhum investimento

financeiro.

De acordo com BERTOZZI & BUCCO (2017, p. 162), na advocacia, o Youtube

pode ser utilizado para armazenar diversos videos de conteúdos realmente relevantes

para as pessoas, muito similar, inclusive, as entrevistas para canais de televisão. O

19 O marketing digital “[...] é o conjunto de táticas digitais que negócios (ou pessoas) utilizam para atingir seus objetivos de marketing. Essas táticas são implementadas por meio de canais como SEO, mídia paga, e-mail e seus principais objetivos são: adquirir clientes, desenvolver uma marca e se conectar com o público-alvo” (PATEL, 2021, p. 01).

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autor deixa claro que é necessário colocar nos vídeos de conteúdos jurídicos, o

número da inscrição da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Conforme mencionado pelo autor o Youtube é uma ferramenta digital que

permite a marca jurídica valorizar seu conteúdo, sendo que no Brasil, o número de

usuários da plataforma ultrapassou os oitenta e quatro milhões. Portanto, é inegável

a menção aos potenciais inerentes da plataforma para realizar a produção de vídeos

a respeito de temas jurídicos.

Ora, é evidente, por obvio, que a ferramenta digital deve ser utilizada dentro

das normas da ética jurídica, e gerar oportunidade de desenvolver novos canais de

relacionamento com os clientes e demais usuários. sendo que não "[...] estar nas

novas mídias é não existir" (BERTOZZI E BUCCO, 2017, p. 86).

Ademais, na era das informações existe também outra ferramenta digital muito

eficiente a dizer: O Podcast. Ele é nada mais do que um áudio gravado, tal qual um

programa de rádio, em que o ouvinte pode escutar em diversas plataformas quando

quiser. Para tanto, basta que o arquivo de áudio digital seja disponibilizado em site,

Youtube, ou serviço de streaming. Em outras palavras

[...] podcast é um arquivo de mídia digital ou uma coleção de arquivos

relacionados – ou grupos temáticos – para reprodução em players de mídias

portáteis ou computadores utilizando somente aúdio. O podcast é simples

pois basta uma ideia e um gravador, ou mesmo o computador que possui

essa opção no sistema operacional (BERTOZZI e BUCCO, 2017, p. 168).

Aliás, conforme explicado acima, a respeito ao Podcast, ele é uma ótima

ferramenta para o marketing de conteúdo jurídico. O autor deixa claro que o Podcast

funciona de modo muito semelhante a um programa de rádio gravado, pois permite

que o conteúdo seja escutado a qualquer hora do dia.

De acordo com BERTOZZI & BUCCO (2017, p. 168). o Podcast é como

semelhante a um artigo técnico falado, que, no entanto, é criado a partir de camadas

de histórias que o tornam mais interessante já que a

[...] ideia é se posicionar antes que outros o façam em determinado

conhecimento, como, por exemplo, a área esportiva, e tornar-se referência

no meio jurídico, empresarial, acadêmico e assim por diante. Tornar-se

referência significa dedicação, mas ao optar pela mescla de mídias sociais

integradas, deve-se ter um pequeno esforço de atualização (algumas bancas

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já possuem pessoas para ajudar neste processo, de tão importante que a

matéria tornou-se). Porém, com ajuda tudo é possível. Crie o seu blog com

outro profissional, pois assim, podem dividir as tarefas de gestão do conteúdo

e principalmente não desistirão do mesmo. O mundo jurídico na Internet é

cheio de iniciativa, mas poucos realmente conseguem persistir no longo prazo

por julgarem que o blog técnico não é ferramenta efetiva. Não apenas é, como

pode se tornar uma referência para o mercado jurídico (BERTOZZI E

BUCCO, 2017, p. 158).

Resta claro, que o resultado da produção de conteúdo jurídico relevante aos

usuários, é ser referência no meio jurídico sobre aquele conteúdo escolhido. No

entanto, acusa a necessidade e colaboração de uma equipe para auxiliar a gestão

das mídias sociais. Seja através do Podcast, Youtube, Instagram e demais canais de

comunicação, o mais importante, é produzir conteúdo de qualidade para que seja

valorizada a marca jurídica.

Portanto, é inegável a importância que vem sendo dada ao poder das novas

mídias, principalmente devido aos mais recentes avanços da tecnologia 5G20. Sendo

assim, resta evidente que as plataformas e demais ferramentas digitais são úteis para

compartilhar conteúdo jurídico. Outrossim, ajudam e contribuem para a credibilidade

no relacionamento com o cliente e demais usuários da Internet.

3.1.1 INBOUND MARKETING

Imerso em tal cenário de mudança nos padrões de comportamento do

consumidor, surge com cada vez mais força o inbound marketing21. Esta é a produção

de conteúdos ou de ações feita com uma lista de contatos direto utilizando

mecanismos digitais e a Internet.

20 A tecnologia 5G “[...] é a evolução da atual rede de celulares de quarta geração. Trata-se de uma rede mais potente e veloz que, além de ser “inteligente”, causa menos impacto ao meio ambiente. A rede 5G é a quinta geração das redes móveis” (HELERBROCK, Rafael, 2021, p. 01).

21O inbound marketing é "[...] um conceito de marketing de atração. São definidas estratégias para atrair potenciais clientes para o seu website ou blog e transformá-los em leads, com quem você poderá se comunicar posteriormente. O Inbound Marketing busca atrair clientes que já estão em busca de informações na internet sobre um produto, serviço ou assunto e que podem ser educados para comprar o produto/serviço que a empresa vende” (RAFAEL, REZ, 2018, p. 48).

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O inbound marketing funciona como uma estratégia de marketing feita com uma

lista de contatos direto que a marca conquista através do seu conteúdo. Para que isso

ocorra, o usuário permite e concede autorização para recebimento de conteúdo,

através dos e-mails e redes sociais.

Sendo assim, as pessoas que consomem determinado conteúdo caso queiram,

podem voluntariamente conceder o e-mail para que a empresa insira em uma lista

para habilitar o envio de mais informações, mais conteúdos e mais materiais.

Desde então, passou-se a colocar em xeque o marketing mais antigo chamado

de outbound marketing22. Isso ocorre em razão da maior disponibilidade de dados

mensuráveis e pelos custos reduzidos, tal qual o cadastro em redes sociais que é

gratuito, bem como o seu uso. Entretanto, as ações de marketing dificilmente irão sair

de graça, mesmo com as ferramentas gratuitas, pois, em geral, é preciso ter

profissionais de qualidade para torná-las reais.

De acordo com Patel (2021, p. 07) está claro que existem diferenças entre

ambos. O inbound marketing atinge pessoas com conteúdo relevante e não invasivo.

O outbound marketing, por outro lado, espalha sua mensagem aos quatro ventos, e,

apesar de atingir um número maior de pessoas, também existem maiores chances de

ser ignorado.

Conforme explicado acima, é inevitável a comparação entre os dois modelos.

É irresistível a comparação entre o que é mais vantajoso, as ligações de telemarketing

oferecendo um produto, ou o e-mail marketing. O anúncio de televisão por 30 (trinta)

segundos em horário nobre, ou produção de conteúdo gratuito pelo Youtube. Um

anúncio em jornal e revistas, ou publicar em blog conteúdo relevante a baixo custo, e,

assim por diante.

A priori, não existem muitas diferenças entre um anúncio de publicidade no

Youtube e naquele melhor canal em horário nobre. De fato, alguns canais de mídias

22 De acordo com Patel (2021, p. 08), “[...] o marketing outbound é toda estratégia de divulgação que não pede autorização do espectador para ser exposta. Método conhecido desde a época que os rádios ainda eram os únicos meios de entretenimento. Com o passar dos anos as ferramentas mudaram: televisão, eventos patrocinados e por fim a internet”.

Page 34: Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com

31

tradicionais que possuem uma maior abrangência e um maior alcance, mas existem

também uma diferença enorme de custos e resultados.

Ocorre que é inegável que é mais barato anunciar no Youtube ou simplesmente

utilizar a propaganda e colocar no Youtube gratuitamente e empenhar-se em divulgar

rapidamente esse conteúdo em outros canais. A mesma situação ocorre entre os

anúncios em jornais e revistas, em detrimento de blogs profissionais e ou famosos.

Ora, a abrangência e alcance de alguns jornais e revistas é maior. Entretanto,

criar conteúdo gratuito em blogs profissionais ou pagar por um conteúdo patrocinado

em blogs famosos apresenta uma vantagem em relação a custos e resultados. Sendo

que ofertar

[...] conteúdos e respostas para os problemas do seu público fazem com que

a sua marca ganhe permissão para se comunicar diretamente com esse

público sobre seus produtos. O inbound marketing cria um laço duradouro

com seus potenciais clientes, aumenta seu reconhecimento de marca, sua

reputação e melhora os seus resultados (PATEL, 2021, p. 03).

Em outras palavras, o cenário que se revela é o de que as técnicas antigas de

marketing talvez não sejam tão úteis hoje quanto técnicas mais recentes de inbound

marketing. Afinal, o que se busca aqui é a atenção do consumidor.

Para além do inbound marketing, existe também uma estratégia fundamental

que permite que um blog ou site apareça entre os primeiros resultados de mecanismos

de busca como o Google, Bing e Yahoo.

3.2 SEARCH ENGINE OPTIMIZATION (SEO)

SEO é uma estratégia de otimizar um site, melhorá-lo para os resultados de

busca e para que os buscadores como Google, Bing, Yahoo entre outros possam

encontrar mais facilmente. A posição nas pesquisas por palavras-chave é definida

conforme o nível de downloads e visualizações dos usuários, entrementes, haja a

interpretação dos códigos de sites pelos algoritmos.

Destarte, a contemporaneidade trouxe consigo comunidades que estão cada

vez mais conectadas a Internet, e, com isso, aos motores de busca como o Google.

Page 35: Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com

32

Por conseguinte, é possível aferir que boa parte da tomada de conhecimento

(assimilação) dos consumidores acerca de um produto ou serviço se dá através dos

resultados de pesquisa em motores de busca.

Conforme explicado acima, é fundamental compreender a dinâmica dos

motores de buscas. De fato, no começo do mecanismo de busca do Google, ele não

era muito inteligente e realmente se deixava enganar por estratégias utilizando vários

links, utilizando palavras-chave muito específicas. Contudo, atualmente a Google

melhorou muito seu mecanismo de busca com as chamadas atualizações de

algoritmos do Google, sendo que as três mais famosas são: Panda, Penguin e

Hummingbird.

O Panda é um algoritmo do mecanismo de pesquisa do Google que é

responsável por filtrar e punir entre os resultados das pesquisas, os conteúdos de

baixa qualidade, como, textos publicados com excesso de palavras-chave e pouco

valor científico. Até então, em 2011, era comum ranquear sites através da escolha de

palavras-chaves e uso recorrente de estratégias de link building.

O Penguin, em 2012, passou a compreender a lógica de criar vários links que

direcionam para um único rankear no índice de pesquisa. É uma atualização de

algoritmo do mecanismo de busca do Google que visa identificar, justamente,

estratégias de link building e punir os sites que utilizam estratégias de spam ou black

hat com perda de ranqueamento. Portanto, nota-se que cada vez mais a Google realça

importância aos backlinks orgânicos e de qualidade.

Por fim, o hummingbird foi uma das mais recentes atualizações que permitiu

um aprimoramento dos motores de busca para além de palavras-chave, visto que

possibilitou um alcance de compreensão semântica.

Desse modo, o Google, passou a levar em conta não apenas o significado das

palavras, como também o contexto no qual ela mesma está inserida. Sendo assim, o

mecanismo de busca da Google já compreende que a palavra báu - em um contexto

acompanhado da palavra caminhão -, tem um significado diverso da palavra baú,

desacompanhada no texto.

Destarte, com o aprimoramento dos mecanismos de busca da Google e a mais

recente inserção do algoritmo semântico, é possível aferir que por mais sofisticadas

Page 36: Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com

33

que sejam as estratégias de SEO aplicadas, é crucial, a elaboração de um ótimo

conteúdo para o usuário. Caso contrário, dificilmente terá êxito em ranquear um site

ou conteúdo entre os primeiros resultados de busca com isso, quanto

[...] melhorar a posição de uma página na web? São dezenas de parâmetros

analisados, como a data de criação e atualização da página, relevância do

conteúdo, disponibilidade do site (se um site fica fora do ar ele perde pontos),

originalidade do conteúdo (ou seja, nada de ficar copiando outros sites),

quantidade de conteúdos relacionados ao tema dentro do próprio site e assim

por diante (CIPOLI, 2021, p. 03).

Conclui-se, portanto que, advogados e juristas, direta ou indiretamente podem

escolher entre diferentes plataformas para produção de seu conteúdo jurídico. Desde

que, para isso optem pela produção de conteúdo relevante, original e integrado com

outros conteúdos relacionados ao tema dentro de uma plataforma ou site.

Válido ressaltar que, o marketing de jurídico digital, não se trata do que a

empresa ou marca jurídica faz em si, mas sobre o educar o público. Em outras

palavras, trata-se de informar sobre o que os clientes precisam e sobre influenciar na

tomada de decisões para saber reconhecer necessidade de um produto ou serviço

profissional.

Ademais, opções de novas mídias digitais não faltam, portanto, o foco deve

estar na qualidade da interação dentro desses canais de comunicação social e na

produção de conteúdos inteligentes para o melhor ranqueamento nos mecanismos de

busca.

3.3 LINGUAGEM DOS RASTROS

A linguagem dos rastros é uma nova forma de comunicação que permite a

comunidade de consumidores criar confiança, entre outras coisas, em relação as

produtos e comerciantes no ambiente virtual. A linguagem digital dos rastros é

resultado de uma Revolução Midiática Civilizacional (NEPOMUCENO, 2021, p. 03).

Ocorre que através da linguagem dos rastros, empresas como o Airbnb, o

Mercado livre, a Uber, o Ifood, o Youtube e até a própria Google, criam confiança entre

Page 37: Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com

34

os antigos desconhecidos que passam a se tornar conhecidos digitais, porque a

reputação dele está na janela através de estrelas, curtidas, compartilhamentos.

Observa-se que até pouco tempo atrás, dificilmente seria possível para um

vendedor de bateria de celular, atingir consumidores em outros Estados e regiões do

Brasil, porque existia uma lacuna pendente em relação a confiabilidade, reputação e

as ferramentas que permitiriam o consumidor aferir a honestidade do vendedor.

Sendo assim, resta evidente as conquistas e superações que a linguagem dos

rastros permitiu, principalmente, para os pequenos produtores e comerciantes. Assim

também o consumidor foi empoderado e adquiriu a possibilidade de através de suas

avaliações definir os produtos que devem se destacar e preencher as posições mais

relevantes.

Segundo Nepomuceno (2021, p. 04), através da linguagem dos rastros, um

vendedor individual ganha notoriedade através de avaliações (estrelas), que recebe

dos clientes das mais diferentes regiões do país. Além disso, em algumas plataformas

é disponível ao cliente mensurar quantos serviços foram prestados sem qualquer

reclamação.

Dessa maneira, o usuário da plataforma digital será o avaliador dos produtos e

serviços, que o faz através de likes, avaliações, estrelas, compartilhamentos. Esta

situação é fundamental para a empresa que também se beneficiar do processo de

curadoria digital23.

No entanto, para que ocorra este processo que também conhecido é como,

uberização dos modelos administrativos, torna-se basilar, como pré-condição, a

digitalização das informações. Em outras palavras, as

[...] Linguagens Analógicas, pré-digitais geravam Códigos Centralizados e Descentralizados, mas não permitiam, em larga escala, a avaliação de fornecedores de todos os tipos diretamente pelos consumidores. É a Avaliação Digital permitida pelos Códigos dos Ícones Descentralizados, que cria a Reputação Digital de produtos, serviços e conteúdos, que nos permite criar um novo Modelo de Sobrevivência da espécie: o surgimento dos Ambientes Curadores (os Ubers). É a Avaliação Digital (voluntária),

23 Para Sales, L. F., & Sayão, L. F. (2012, p. 09) a curadoria digital “[...] assegura a sustentabilidade

dos dados para o futuro, não deixando, contudo, de conferir valor imediato a eles para os seus

criadores e para os seus usuários”.

Page 38: Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com

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complementada pelos Rastros Digitais da Canalização Digital (involuntários), que permite que haja uma explosão dos negócios entre desconhecidos, permitindo a tão almejada Personalização em Larga Escala a Baixo Custo (NEPOMUCENO, 2021, p. 03-04).

De fato, é preciso atentar que isso envolve uma filosofia administrativa

diferente, e o exemplo mais recorrente talvez seja o Youtube, pois a sua plataforma

digital é a própria curadoria. Logo, com o acervo digital e descentralizado do Youtube,

permitindo que o usuário crie um modelo de curadoria digital em que através da

linguagem dos rastos seja possível, de baixo, para cima, organizar o acervo.

Nesse modelo não existe o gestor que diz o que vai estar disponível, ou

carimbando o que é bom e merece ser destacado. O usuário coloca os conteúdos

diretamente, mas é evidente que existem restrições, tais como: direitos autorais,

conteúdo pornográfico e conteúdo direcionado para maiores de 18 (dezoito) anos.

A oportunidade surge através de plataformas digitais disponibilizadas para que

os próprios usuários inseridos nesse ambiente possam avaliar qual produto ou serviço

é confiável, sendo assim se tem

[...] um novo modelo de comando e controle. Eu diria que estamos passando

da civilização oral-escrita para a oral-escrita-digital. Estamos saindo de um

modelo de comunicação e administração dos mamíferos – que é sonoro e

exige a interpretação de um líder-alfa para que as decisões sejam tomadas -

, para um modelo que é o das formigas ou dos insetos – que é a linguagem

dos rastros, no qual a decisão é tomada a partir da reputação digital dos

serviços e produtos. Estamos entrando em uma nova civilização e a

educação precisa incorporar essas possibilidades para resolver o problema

fundamental, que é fazer uma educação de qualidade para uma quantidade

(NEPOMUCENO, 2019, p. 04).

Conclui-se, portanto, que a linguagem dos rastros é uma ponte entre uma

massa de consumidores e suas ideias e a marca ou a empresa. Em outras palavras,

ela permite aos usuários através de suas avaliações, curtidas, recomendações,

compartilhamentos; definir a reputação e criar credibilidade de novos usuários. E,

portanto, ter uma experiência positiva e justa.

O marketing jurídico digital tem diversas formas de ser realizado, pois, é

possível que se alie as novas mídias com a linguagem dos rastros e obtendo melhor

ranqueamento nos motores de busca. Logo, são inúmeras as possibilidades, muito

embora, tenham limitações e restrições em diferentes dispositivos legais, tais como o

Código de Ética e Disciplina da Advocacia (CED) e o Estatuto da Advocacia (Lei n.

Page 39: Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com

36

8.906/1994). Conforme veremos a seguir, com sobriedade e descrição, é possível

realizar a publicidade da advocacia profissional.

Page 40: Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com

37

4 A PUBLICIDADE NA ADVOCACIA

A publicidade da Advocacia é disciplinada pelo CED da OAB (Resolução n.

02/2015) pelo Estatuto da Advocacia (Lei n. 8.906/1994) e pelo Provimento n.

205/2021. Sendo que todas essas normas buscam o resgate da credibilidade do

profissional da advocacia através do valor ético.

Verifica-se que os Youtubers, os digitais influencers e os blogueiros instigam

mentes criativas em matéria de comunicação social - através da tecnologia. Isso

porque, existem muitos profissionais da advocacia que nos últimos anos vêm se

tornando verdadeiros líderes digitais, tal como astros ou celebridades. De fato, é um

cenário que intui a inovação pelo crescente uso dos meios virtuais de comunicação

(Instagram, Facebook, Twitter, Youtube, LinkedIn).

Observa-se, que diante desse quadro, que para fidelizar um cliente é preciso

cada vez mais transparência em seus relacionamentos como profissionais da

advocacia. Isso porque, o cliente precisa estar ciente de todas as ações do profissional

e participar ativamente da decisão do nível de risco do caso, em todo o percurso

processual. Caso contrário, quando não existe uma relação de confiança

estabelecida, ou quando há necessidade de um profissional que tenha uma

experiência específica, o cliente sai procurando no mercado por reputação,

referências e preço.

Tendo em vista tais fatos, para se obter um relacionamento auspicioso com o

cliente, faz-se mister compreender o CED e os limites da publicidade profissional.

4.1 O CED E O PROVIMENTO N. 205/2021 DA OAB

O CED está em vigor desde 1º de setembro de 2016, o qual contém um Capítulo

(n. 07) próprio, que começa com o artigo 39 e termina no artigo n. 47, acerca da

publicidade do profissional.

Ao longo desse Capítulo é possível identificar as vedações e permissões para

a publicidade da profissão. De acordo com BERTOZZI & BUCCO (2017, p. 55), a

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38

publicidade da advocacia não é proibida, no entanto, deve-se atentar aos princípios

presentes no CED, que define:

Art. 39. A publicidade profissional do advogado tem caráter meramente

informativo e deve primar pela discrição e sobriedade, não podendo

configurar captação de clientela ou mercantilização da profissão.

[...]

Art. 41. As colunas que o advogado mantiver nos meios de comunicação

social ou os textos que por meio deles divulgar não deverão induzir o leitor a

litigar nem promover, dessa forma, captação de clientela. (ORDEM DOS

ADVOGADOS DO BRASIL, CED, 2015, p.09).

Assim, pode-se dizer que os artigos ns. 39 e 41 do CED, versam que a

publicidade deve ser meramente informativa, isto é, com o objetivo apenas de trazer

dados ao usuário com discrição e sobriedade.

O Provimento 205/2021, por seu turno, é uma inovação recente do Conselho

Federal da OAB. Foi criado em 21 de julho de 2021 para regulamentar a publicidade

na advocacia e definir o marketing jurídico digital em um cenário de avanços

tecnológicos e sociais. Além disso, a pandemia da Covid-19 gerou um forte aumento

de veiculações de publicidades nas redes sociais.

Desta maneira o Provimento n. 205/2021 traz no artigo 1°, o entendimento de

que é possível realizar o marketing jurídico digital, desde que esteja de acordo com

os preceitos éticos e as limitações impostas pela legislação.

Neste contexto, artigo n.5, § 3º, inova ao permitir que o profissional advogado

esteja em vídeos disponibilizados na Internet, conforme trecho abaixo:

[...]

§3º - É permitida a participação do advogado ou advogada em vídeos ao vivo

ou gravados, na internet ou nas redes sociais, assim como em debates e

palestras virtuais, desde que observadas as regras dos arts. 42 e 43 do CED,

sendo vedada a utilização de casos concretos ou apresentação de

resultados.

Outro ponto digno de atenção, é o fato de que é proibido e antiético debater a

causa de outro advogado na imprensa, e, por fim, insinuar-se para reportagens e

declarações públicas, tal qual, afirmar-se para meios de comunicação social como

especialista em indenização por desastres naturais quando ocorrido um

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39

desmoronamento de habitações. Portanto, conforme dispõe o artigo n. 42 do CED, é

vedado ao advogado,

[...]

I - responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica, nos meios

de comunicação social;

II - debater, em qualquer meio de comunicação, causa sob o patrocínio de

outro advogado;

III - abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e da

instituição que o congrega;

IV - divulgar ou deixar que sejam divulgadas listas de clientes e demandas;

V - insinuar-se para reportagens e declarações públicas.

Nesse cenário, a advocacia profissional não está impossibilitada de exercer a

publicidade, esta pode ocorrer de forma sóbria, desde que respeitadas as regras

dispostas no Capítulo VIII do CED, o que inclui o

Artigo 43. O advogado que eventualmente participar de programa de

televisão ou de rádio, de entrevista na imprensa, de reportagem televisionada

ou veiculada por qualquer outro meio, para manifestação profissional, deve

visar a objetivos exclusivamente ilustrativos, educacionais e instructivos, sem

propósito de promoção pessoal ou profissional, vedados pronunciamentos

sobre métodos de trabalho usados por seus colegas de profissão. Parágrafo

único. Quando convidado para manifestação pública, por qualquer modo e

forma, visando ao esclarecimento de tema jurídico de interesse geral, deve o

advogado evitar insinuações com o sentido de promoção pessoal ou

profissional, bem como o debate de caráter sensacionalista.

Portanto, verifica-se que é muito importante estar atento durante as exposições

em canais de comunicação para manter a postura ética, sem promoção pessoal, pois

"[...] a melhor maneira de se manter fora de problemas, mesmo quando provocado

[...]" (BERTOZZI & BUCCO, 2017, p. 52). Portanto, é recomendável o bom senso, a

simplicidade e o comedimento em entrevistas relacionadas a canais de comunicação

social.

Com descrição e sobriedade, é possível fornecer conteúdo informativo pela

Internet. Inclusive, o artigo n. 46, regula a possibilidade do envio de mensagens a

destinatários certos, tal qual os posts no Instagram, enquanto não envolva

mercantilização da profissão e captação de clientela.

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40

Por fim, e não menos importante, o artigo n. 09 do Provimento n. 205/2021

prevê que seja definido um Comitê Regulador do Marketing Jurídico de caráter

consultivo junto à Diretoria do Conselho Federal da OAB, conforme exposto:

Artigo 9º - Fica criado o Comitê Regulador do Marketing Jurídico, de caráter

consultivo, vinculado à Diretoria do Conselho Federal, que nomeará seus

membros, com mandato concomitante com a gestão, e será composto por: I

- cinco conselheiros Federais representando cada Região do País indicados

pela diretoria do CFOAB; II - um representante do Colégio de Presidentes de

Seccionais. III - um representante indicado pelo Colégio de Presidentes dos

Tribunais de Ética e Disciplina; IV - um representante indicado pela

Coordenação Nacional de Fiscalização da Atividade Profissional da

Advocacia; e V - um representante indicado pelo Colégio de Presidentes das

Comissões da Jovem Advocacia. §1º O Comitê Regulador do Marketing

Jurídico se reunirá periodicamente para acompanhar a evolução dos critérios

específicos sobre marketing, publicidade e informação na advocacia

constantes do Anexo deste provimento, podendo propor ao Conselho Federal

a alteração, supressão ou inclusão de novos critérios e proposta de alteração

do provimento. §2º Com a finalidade de pacificar e unificar a interpretação

dos temas pertinentes perante os Tribunais de Ética e Disciplina e Comissões

de Fiscalização das Seccionais, o comitê poderá propor ao Órgão Especial,

com base nas disposições do Código de Ética e Disciplina e pelas demais

disposições previstas neste provimento, sugestões de interpretação dos

dispositivos sobre publicidade e informação.

Portanto, resta claro que existem algumas restrições e vedações a publicidade,

entretanto que não comprometem a produção de conteúdo sob o caráter informativo.

Aliás, sob o ponto de vista do CED e do Provimento 205/2021, é possível realizar a

publicidade pela Internet.

Afinal, trata-se de integrar a tecnologia ao mundo jurídico e, essas questões

são, contudo, obviamente delicadas, mas nesse caso, o que impede a publicidade é

muitas vezes, o conhecimento acerca das estratégias que possibilitam a aplicação do

marketing jurídico digital.

4.2 O ADVOGADO

No início do CED, em seu Título I, intitulado da Ética do Advogado, dentro do

Primeiro Capítulo (Dos princípios fundamentais), no artigo 1º, está definida como deve

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41

ser o exercício da advocacia com a conduta ética compatível. Já o artigo 2º, dispõe

da importância do advogado para à administração da justiça.

Destarte, nos termos do artigo 3º do CED, o advogado deve ter consciência de

que o Direito é um meio de mitigar as desigualdades para o encontro de soluções

justas e que a lei é um instrumento para garantir a igualdade de todos, sempre

buscando a pacificação social e a promoção da Justiça.

Ocorre que, assim como o profissional é indispensável à administração da

justiça, do mesmo modo o exercício da advocacia também é para a sociedade e ao

exercício da plena cidadania. Tanto que, o artigo n. 31 do Estatuto, prevê que é

obrigação do advogado proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que

contribua para o prestígio da classe, sempre mantendo, no exercício da profissão,

independência em qualquer circunstância. Em outras palavras, a advocacia

profissional carrega em si o conceito de múnus público, ou seja, função social.

Aliado a esse conhecimento temos que o perfil dos advogados e dos

operadores do Direito, em geral, constituem-se em saber se expressar, comunicando

de forma eficaz as ideias e os resultados do trabalho. Afinal quem não consegue se

comunicar de forma eficiente pode estar revelando de fato alguma insegurança no

assunto tratado, por isso é importante conhecer bem a parte técnica, mas também ter

uma boa relação interpessoal.

Além disso, o advogado é considerado uma função essencial voltada para a

facilitação do acesso à justiça. Entretanto, BERTOZZI & BUCCO (2017, p. 09) acusam

que o exercício da profissão de advogado no País deverá passar por transformações

nos próximos anos, com o desenvolvimento das tecnologias de big data, blockchains24

e inteligência artificial.

Desta maneira, as novas tecnologias devem impactar a profissão de advogado

no Brasil. Isso porque, no que concerne a inteligência artificial, existem

24 O blockchain “[...] é um banco de dados. O que o faz tão importante é o fato de esse não ser um banco de dados convencional: o sistema funciona como um livro de registros, mas inviolável, inderrubável e bastante eficiente. A tecnologia é tão interessante que logo ficou claro que o blockchain também poderia ser usado em outros sistemas, dos mais diversos tipos: financeiros, comerciais, governamentais, gerenciais, eleitorais e por aí vai. Não é por menos que bancos, seguradoras, corretoras de ações, empresas de segurança, governos e tantas outras instituições estão sendo atraídas pelo assunto” (ALECRIM, 2017, p. 01-02).

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42

possibilidades– das futuras batalhas jurídicas -, serem travadas com as tecnologias

de cognição. Observa-se que a partir do blockchain, criam-se outras inúmeras

possibilidades, que prometem resolver demandas e contratos através da tecnologia,

sendo que o que

[...] vem por aí, dizem os teóricos, é uma “fábrica inteligente”. Verdadeiramente inteligente. O princípio básico é que as empresas poderão criar redes inteligentes que poderão controlar a si mesmas. Nada é perfeito e é obvio que será exposto a falhas para que o mundo jurídico entre em ação como em um filme de ficção científica. Novas leis serão desenvolvidas, teremos a entrada triunfal dos contratos e demandas desenvolvidas por meio do blockchain! (BERTOZZI e BUCCO, 2017, p. 05).

Portanto, a advocacia profissional deve estar atenta as perspectivas oriundas

da Quarta Revolução Industrial, anunciada no Fórum Mundial de Davos,

que prometem impressoras 3D25, sistemas de armazenamento de energia,

biotecnologia, inteligência artificial, robôs, neurotecnologias, nanotecnologias26,

Internet das coisas27, Internet 5G28, uma vez que no

[...] Fórum Mundial de Davos, em janeiro deste ano, houve uma antecipação do que os acadêmicos mais entusiastas têm na cabeça quando falam de Revolução 4.0: nanotecnologias, neurotecnologias, robôs, inteligência artificial, biotecnologia, sistemas de armazenamento de energia, drones e impressoras 3D..Mas esses também serão os causadores da parte mais controversa da quarta revolução: ela pode acabar com cinco milhões de vagas de trabalho nos 15 países mais industrializados do mundo (PERASSO. 2016. p. 08).

25 As impressoras 3D são parte das novas tecnologias e permitem “[...] imprimir qualquer tipo de coisa utilizando a tecnologia de impressão tridimensional. Os materiais usados na impressão costumam ser resina plástica e modelagens com laser, e sua estrutura é de metal. Ao fazer a leitura de arquivos para impressora 3D, é possível criar os mais diversos tipos de objetos, como peças decorativas, alimentos e até mesmo tatuagem” (VIANA, 2012, p. 01).

26 A nanotecnologia é a palavra utilizada para referir-se “[...] ao estudo de manipulação da matéria numa escala atômica e molecular, ou seja, é a ciência e tecnologia que foca nas propriedades especiais dos materiais de tamanho nanométrico. O principal objetivo é criar novos materiais, novos produtos e processos a partir da capacidade moderna de ver e manipular átomos e moléculas (BRITO, 2013, p. 01).

27 A internet das coisas é uma transformação tecnológica cujo objetivo é “conectar os itens usados do dia a dia à rede mundial de computadores. Cada vez mais surgem eletrodomésticos, meios de transporte e até mesmo tênis, roupas e maçanetas conectadas à internet e a outros dispositivos, como computadores e smartphones” (ZAMBARDA, 2014, p. 01).

28 Segundo HELERBROCK (2021, p. 01) a tecnologia 5G “[...] é a evolução da atual rede de celulares de quarta geração. Trata-se de uma rede mais potente e veloz que, além de ser “inteligente”, causa menos impacto ao meio ambiente. A rede 5G é a quinta geração das redes móveis”.

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Por outro lado, a advocacia profissional conta com o conhecimento e o tempo

que são as maiores armas para um bom marketing jurídico digital. Ao integrar essas

qualidades torna-se viável mudar sua condição de mero observador do mundo jurídico

para se tornar uma referência em alguma especialidade. Logo, o advogado passa a

oferecer assuntos que tem maior domínio, seja previdenciário, ambiental, concessão

de medicamentos, civil, tributário. Desse modo, pode procurar

[...] identificar comunidades onde os seus serviços possam se

espalhar, tais como: associações, câmaras de comércio, segmentos

econômicas, centros médicos, sindicatos e assim por diante. As

combinações são infinitas. O problema é administrar o que oferecer e

quando oferecer. Um advogado tributarista pode se aproximar de

câmaras de comércio, de sindicatos de um determinado segmento

ofertando palestras sobre “como os tributos podem derrubar uma

empresa”, ou criar uma linha de produto-tema sobre “gestão de risco

tributario”, e assim aos poucos ir ganhando confiança para palestras

sobre “como se aposentar”. Com essas estratégias você conquistará

uma respeitável carteira de clientes (BERTOZZI E BUCCO, 2017, p.

53).

Vê-se, pois, que essa realidade apresenta novas questões a serem

consideradas para advocacia profissional - em escala de alcance e complexidade,

talvez ainda não experimentadas -, no universo jurídico. A produção intelectual

tangível permite ao profissional advogado utilizar o tempo e o conhecimento ao seu

favor nas mídias digitais, bem como na gestão legal do conteúdo. É uma estratégia

simples e poderosa.

Destarte, outro ponto que merece destaque é o relacionamento com o cliente.

Afinal, é o sujeito a quem se destina o trabalho do advogado e a administração da

justiça. Sendo assim, o advogado ao utilizar o tempo e o conhecimento jurídico a favor

da produção de conteúdo informativo, busca adquirir o respeito e a credibilidade do

cliente.

4.3 ATENDIMENTO AO CLIENTE

A maior oportunidade para o profissional advogado é quando o cliente reclama,

porque quando se identifica um gargalo, ou deficiência, o cliente não deve ser punido

pela falta de retorno. As marcas jurídicas possuem lacunas e brechas, porém o que

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faz a diferença é o retorno dado ao cliente pelo profissional advogado. Pois, não

adianta criar um canal de comunicação e não responder ao cliente.

Como bem nos assegura KOTLER (2017, p. 223), existem algumas estratégias

e táticas que impactam os comportamentos das pessoas. Uma delas é o

gerenciamento dos relacionamentos nas mídias. Esse conceito está associado à

utilização das mídias para conversar com o cliente, que pode melhorar a percepção

da marca/produto/serviço, ao esclarecer dúvidas, ao prestar suporte técnico, ao

gerenciar as reclamações e crises.

Assim, é importante desenvolver um bom relacionamento nas mídias, para criar

maior credibilidade e segurança ao cliente. Os aplicativos móveis também se

apresentam como importante canal de acesso aos consumidores. Em breve,

[...] praticamente todos no planeta estarão conectados. E o que se vê é que a solução para os retardatários da internet não foram laptops baratos, e sim smartphones baratos. Na verdade, o Fórum UMTS projeta que o tráfego de dados móveis aumentará 33 vezes de 2010 a 2020. Com uma conectividade dessa magnitude, o comportamento do mercado se tornará bem diferente. Por exemplo, em muitos países, pesquisas dentro das lojas usando telefones celulares para comparar preços e verificar avaliações estão virando uma tendência. A conectividade móvel permite aos consumidores acessar a sabedoria das multidões e tomar melhores decisões de compra (KOTLER, 2017, p. 28).

Logo, apesar do marketing de conteúdo jurídico ter existência anterior à

Internet, atualmente, o sucesso de tais estratégias está intimamente ligado ao contato

que as pessoas possuem com a marca. Para além de espaços físicos, os

consumidores, com smartphones que cabem no bolso, avaliam o que se passa nas

mídias digitais.

Com isso, os clientes, em breve, não irão conseguir diferenciar que estão

transitando de um canal para o outro. E, se a empresa cometer algum deslize em

qualquer um dos canais, isso vai afetar diretamente seu retorno sobre o investimento

e marketing jurídico. Portanto, os profissionais advogados devem atentar para o

[...] caminho do consumidor em um nível mais detalhado. Eles

precisam mapear todos os possíveis canais e pontos de contato com o

consumidor ao longo dos cinco As. Como existem muitas combinações

possíveis de canais e pontos de contato, é necessário identificar os

mais populares. A estratégia de marketing omnicanal deve se

concentrar na integração desses canais mais populares (KOTLER,

2017, p. 207).

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45

A mistura de canais frequentados pelo consumidor antes da compra é chamada

de onicanal (omnichannel) que é um modelo de negócio/estratégia de conteúdo que

as empresas e as marcas usam para melhorar a experiência do usuário. Através

deste, é possível integrar os diferentes canais de comunicação com o cliente do

profissional da advocacia para obter uma melhor experiência durante a jornada de

consumo.

Com isso, a estratégia de marketing onicanal a ser usada pela advocacia

profissional, envolve identificar os canais e os pontos de contato mais populares, para

dar início a integração do conjunto de informações.

Os dados analisados, até então, revelam muito mais do que opções de

marketing jurídico digital a ser utilizado pelo profissional advogado, haja vista que

interferem na qualidade do relacionamento, serviços e atendimento aos clientes.

Assim, evidencia-se a importância do gerenciamento dos relacionamentos nas

mídias digitais e fornecimento de serviço de qualidade, pois isso pode afetar a geração

de novos clientes.

A partir de então, segue-se para a análise da metodologia empregada no

estudo de caso que visa aprofundar os conhecimentos e compreender de que maneira

essas teorias se aplicam na práxis de um escritório de advocacia.

5 DO ESTUDO DE CASO

A partir deste momento, pretendendo responder o problema da pesquisa, qual

seja escutar o que o usuário de seus serviços, tem a dizer, e atender o objetivo desta

que é a comunicação. Assim, foi desenvolvida uma pesquisa mediante estudo de

caso, com questionários aplicados pela Internet, a clientes de escritorio de advocacia.

Dessa maneira, buscando explicitar o desenvolvimento e o resultado do

trabalho, se faz necessario tratar da metodologia a qual se baseia.

Page 49: Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com

46

5.1 DA METODOLOGIA PARA O ESTUDO DE CASO

De acordo com LAKATOS & MARCONI (2003, p. 155), pesquisa é a realização

de coletas de informações e interpretações de dados baseados em um método, a fim

de que seja possível aferir respostas para as perguntas sobre o objeto de estudo de

forma controlada e sistematizada. Além disso, essa é uma pesquisa jurídica, em razão

do objeto de pesquisa ser de natureza jurídica.

Os autores KAUARK, MANHÃES & MEDEIROS (2010, p. 27) afirmam que “[...]

a pesquisa aplicada objetiva gerar novos conhecimentos, úteis para o avanço da

ciência com aplicação prática prevista". Sendo assim, em razão dos fins práticos do

marketing jurídico digital utilizaremos como natureza a pesquisa aplicada.

De acordo com GIL (2002, p. 41), existem 03 (três) tipos de pesquisa com base

em seus objetivos gerais, qual seja: pesquisa explicativa, pesquisa exploratória e

pesquisa descritiva.

A pesquisa exploratória busca estudar com maior propriedade determinado

problema, com o intento de torná-lo explicito, ou ainda constituir hipóteses. Em geral,

envolve levantamento bibliográfico e entrevistas. Já em relação a pesquisa descritiva,

seu objetivo é identificar características mais significativas de determinados fatos ou

fenômenos, ou também as relações que o envolvem. Por fim, a pesquisa explicativa

visa localizar os fatores de causas e efeitos compreendidos na ocorrência de

determinado fenômeno. (GIL, 2002, p. 41-45).

Dentro do que foi explicitado, pesquisa para o estudo de caso deste trabalho,

pode vir a ser classificada como exploratória devido ao fato do uso de questionários

para a obtenção dos resultados do estudo, que possibilitou descrever todo o processo.

Desta maneira, devido ao uso de questões com predominância em perguntas

fechadas para coleta de dados, essa pesquisa abordou quantitativamente os dados.

Além disso, optou-se por realizar o tipo de raciocínio hipotético-dedutivo, com o intento

de alcançar uma solução viável para o problema.

Gil (2002, p. 54), por sua vez, acerca do estudo de caso afirma que "[...] consiste

no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu

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47

amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros

delineamentos já considerados".

Assim, Para a coleta de dados, foi utilizado questionário padronizado, com o

propósito de obter uma correta apreciação do conteúdo apresentado no trabalho. Em

seguida, realizada a tabulação das informações.

Ainda, esta pesquisa trabalhou com o estudo de caso, tendo como objetivo a

aplicação de conceitos teóricos na prática jurídica, mais especificamente, em

escritório de advocacia. Ademais, para além de descrever o contexto em que está

sendo realizada a investigação, a técnica permitiu explorar situações da vida real e do

mundo digital, cujos limites são cada vez mais sutis.

Assim, as informações foram colhidas através de um questionário de 10 (dez)

perguntas relacionadas ao tema do trabalho (marketing jurídico digital: da publicidade

na advocacia ao relacionamento com o cliente), aplicado a usuários de serviços

jurídicos.

O estudo foi realizado entre 09 de abril de 2021 e 03 de maio de 2021, tendo

sido acessado por 126 (cento e vinte e seis) pessoas e respondido por 81 (oitenta e

uma) pessoas. Portanto, foi elaborado um roteiro que continha no total 10 (dez)

perguntas e essas foram organizadas visando alcançar o objetivo da pesquisa,

cuidando dos aspectos gramaticais e sintáticos - tendo em vista a clareza no

entendimento das questões.

De forma geral, o objetivo das perguntas constituiu-se em observar e analisar,

entre outros aspectos, como o escritório de advocacia age diante do crescente

desenvolvimento do marketing jurídico digital e das novas mídias e, por conseguinte,

de canais de comunicação; quais as medidas a serem tomadas; quais os impactos

dentro da profissão; na relação com os profissionais advogados, clientes e demais

parceiros.

5.2. DO ESTUDO DE CASO EM SI

A partir de abril de 2021, foram enviados pela internet 126 (cento e vinte e seis)

questionários, a indivíduos ou pessoas que tem relações com escritório de advocacia,

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48

para responderem acerca do marketing jurídico digital. destes, 81 (oitenta e um)

responderam ao questionário.

O estudo do pesquisador teve como objetivo colaborar com a comunidade

acadêmica universitária, explicando o que representa o marketing jurídico digital e

como não cair em práticas mercantilistas e antiéticas da Internet.

O experimento consiste em testar a eficácia de práticas de marketing de

conteúdo, no universo da advocacia e o acompanhamento da experíencia vivenciada

pelos indivídos ou pessoas com os serviços de advocacia.

A pesquisa foi realizada por meio de um questionário virtual, disponibilizado no

link: https://forms.gle/mw3aamhgmah6bqnw8 (através de um formulário elaborado a

partir do google forms, aplicativo que permite a criação, o compartilhamento e a

disponibilização de formulário na internet). Este foi respondido durante os meses de

abril e maio de 2021.

O questionário foi a ferramenta metodológica que norteou a pesquisa, sendo

que sua elaboração visou discutir questões relativas á percepção dos indivíduos

quanto ao relacionamento com escritório de advocacia pela Internet.

Para coleta de dados, utilizou-se questões fechadas, buscando obter

informações sobre o assunto objeto da pesquisa. portanto, foram apresentadas 10

(dez) questões com a finalidade de obter um parecer acerca deste objeto.

A primeira questão tratou de entender qual o canal de comunicação que está

mais presente no dia-a-dia dos entrevistados, obtendo assim sua predileção. existem

diversos canais de comunicação atualmente e, por conta disso, é importante

compreender quais são os mais relevantes. sendo assim, foi desenvolvido

questionamento, qual seja: qual a sua preferência de comunicação com escritório de

advocacia nos meios digitais?

De acordo com o gráfico 1 (um), a maioria dos entrevistados, ou seja, 48,1%

(quarenta e oito inteiros e um décimo por cento) tem predileção pelo canal de

comunicação do whatsapp, seguido de 33,3% (trinta e três inteiros e três décimos por

cento) que preferem instagram e apenas 12,3% (doze inteiros e três décimos por

cento) que optam pelo e-mail. com base nos dados apresentados, percebe-se a

importância de definir canais de comunicação principais, até para que se obtenha mais

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49

êxito com a produção de conteúdo e realmente esse alcance o público-alvo a que se

destina.

A segunda questão se destinou a compreender o relacionamento de escritório

com o entrevistado e o grau de satisfação com o retorno. isso porque, ainda que o

escritório tenha muitos relacionamentos profissionais, é fundamental manter uma boa

base de comunicação e diálogo. desse modo, foi lapidada a seguinte indagação: qual

a sua satisfação com o tempo de resposta quando feito algum questionamento ao

escritório de advocacia?

No Gráfico 2 (dois), o maior número dos entrevistados, isto é, 58,1% (cinquenta

e oito inteiros e um décimo por cento) estão satisfeitos com o tempo de resposta,

seguido de 32,1% (trinta e dois inteiros e um décimo por cento) que estão muito

satisfeitos, ao passo que 7,4% (sete inteiros e quatro décimos por cento), consideram-

se neutros em relação ao tempo de resposta e apenas 2,5% (dois inteiros e cinco

décimos por cento) estão insatisfeitos. Tais dados demonstram quão importante é a

manutenção dos canais de comunicação e não apenas a sua criação, pois o retorno

dos questionamentos é tão fundamental quanto a diversificação de canais de

comunicação.

A terceira questão visou revelar a disponibilidade dos entrevistados em receber

mais informações. De fato, a produção de conteúdo deve atentar para a aceitação

perante os entrevistados, isto é, que haja consentimento das pessoas a quem se

destinam as informações. Com isso, foi elaborado o questionamento, a dizer: Você

gostaria de receber informações do escritório de advocacia com mais frequência?

No Gráfico 3 (três), a maior parte dos entrevistados, ou seja, 93,8% (noventa e

três inteiros e oito décimos por cento) responderam que são a favor de receber mais

informações de escritório de advocacia, enquanto 6,2% (seis inteiros e dois décimos

por cento) responderam que são a favor de recebem mais informações, contudo,

apenas quando solicitados. Nenhum entrevistado declarou não ser a favor de receber

informações de escritório de advocacia.

A quarta questão trata de objetivar o quanto os entrevistados sentem confiança

para receber informações através de ferramentas digitais. Para tanto, foi direcionada

a pergunta a seguir: Você se sente seguro em obter estas informações de escritório

de advocacia através de ferramentas digitais oriundas da Internet?

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50

De acordo com o Gráfico 04 (quatro), temos um belo incentivo para quem busca

realizar o marketing jurídico digital. Ele revela que cada vez mais é importante integrar

os meios tradicionais de comunicação as ferramentas digitais. Isso porque, 100%

(cem inteiros por cento) dos entrevistados demonstraram estarem seguros quanto a

divulgação de conteúdo pela Internet de escritório de advocacia.

A quinta questão, por sua vez, trata de afunilar o questionamento anterior e

identificar de que maneira o entrevistado se relaciona com escritório de advocacia.

Portanto, foi desenvolvido o questionamento: Sendo a resposta anterior afirmativa,

qual o canal de informação que você utiliza?

Conforme ilustrado no Gráfico 05 (cinco), a maioria dos entrevistados, isto é,

82,7% (oitenta e dois inteiros e sete décimos por cento) responderam que utilizam

alguma rede social (Instagram, Facebook, Twitter e etc) para comunicar-se com o

escritório de advocacia, ao passo que 17,3% (dezessete inteiros e três décimos por

cento) disseram utilizar o e-mail. Tais dados são úteis para compreender quais são

as predileções destes em relação a multiplicidade de canais de interação na Internet.

A Internet tem gerado diversas oportunidades, entre as quais, o

desenvolvimento do marketing jurídico digital. Portanto, a sexta questão surgiu com

intuito de verificar se os entrevistados conhecem outros escritórios de advocacia que

já utilizam algum tipo de técnica de marketing jurídico digital. Dessa maneira, foi

aperfeiçoada a seguinte indagação: Você conhece outro escritório que oferece

serviços atrelados a ferramentas de marketing jurídico digital e que trabalhe com

ferramentas digitais?

A partir do Gráfico 06 (seis), o maior número dos entrevistados, ou seja, 80,2%

(oitenta inteiros e dois décimos por cento) responderam que conhecem outro escritório

de advocacia que utiliza técnicas de marketing jurídico digital, em contrapartida 19,8%

(dezenove inteiros e oito décimos por cento) responderam que não possuem

conhecimento sobre algum outro escritório que utilize ferramentas digitais. Tais dados,

permitem identificar quão importante é a prática do marketing jurídico digital, visto que

já não é novidade para boa parte dos entrevistados.

A sétima questão pretendeu revelar quais ferramentas digitais são utilizadas

por outros escritórios de advocacia para a realização do marketing jurídico digital. Para

tanto, foi elaborada a pergunta: Sendo afirmativa a resposta anterior, quais

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51

ferramentas são utilizadas por estes?

De acordo com o Gráfico 07 (sete), a maior parte dos entrevistados, 60,5%

(sessenta inteiros e cinco décimos por cento) disseram ter conhecimento da utilização

das redes sociais, 19,8% (dezenove inteiros e oito décimos por cento) responderam

que conhecem o uso de página eletrônica, enquanto isso 9,8% (nove inteiros e oito

décimos por cento) acusam que ignoram as ferramentas digitais.

A oitava questão trata de objetivar o quão positivo o entrevistado considera ser

a produção de conteúdo informativo para os usuários da Internet. Sendo assim, foi

desenvolvido questionamento: Você acredita que a produção de conteúdo informativo

nas redes sociais é positivo para os usuários da Internet?

O Gráfico 08 (oito) deixa claro que a produção de conteúdo informativo nas

redes sociais é importante para os usuários da Internet. Através dos dados

apresentados é possível verificar que 95,1% (noventa e cinco inteiros e um décimos

por cento) dos entrevistados responderam que acreditam ser positivo a produção de

conteúdo, sendo que apenas 4,9% (quatro inteiros e nove décimos por cento)

disseram que são indiferentes. Ademais, não houve registro de pessoas que não

consideram positiva a produção de tais informações na Internet.

A nona questão, por seu turno, surgiu com intuito de verificar se os

entrevistados acompanham as publicações em plataforma digital do Instagram. Assim

sendo, foi elaborada a seguinte indagação: Você acompanha as publicações do

escritório de advocacia de conteúdo jurídico pelo Instagram?

De acordo com o Gráfico 09 (nove), a maioria dos entrevistados, isto é, 92,6%

(noventa e dois inteiros e seis décimos por cento) responderam que acompanham as

publicações no Instagram, ao passo que apenas 7,4% (sete inteiros e quatro décimos

por cento) responderam que não acompanham. Com isso é possível perceber o nível

de engajamento e a audiência para com as publicações do escritório de advocacia.

Por fim, a décima questão visa revelar a percepção dos entrevistados acerca

da produção de conteúdo jurídico informativo inserida dentro das redes sociais. Para

tanto, elaborou-se a seguinte indagação: Você é favorável a divulgação de conteúdo

jurídico informativo nas redes sociais?

O Gráfico 10 (dez) aponta que 100% (cem inteiros por cento) dos entrevistados

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52

são favoráveis a divulgação de conteúdo jurídico informativo nas redes sociais. Tais

dados demonstram algo de muito positivo para o marketing jurídico digital, pois

permite atestar a vontade das pessoas em receber mais informações jurídicas e que

um canal eficiente para isso está na internet.

Evidente que tais práticas são benéficas não somente para o profissional, mas

principalmente para os entrevistados e usuários da Internet que encontram nesses

meios uma forma de solucionar suas dúvidas. E como se não bastasse, a última

questão aponta para o fato de que todos os entrevistados se mostraram favoráveis a

divulgação de conteúdo jurídico nas redes sociais.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo dos primeiros capítulos do estudo foi possível mapear surgimento do

marketing e as alterações sofridas ao longo da história, bem como explorar as

potencialidades e limitações de sua aplicação no mundo jurídico. Sendo assim,

através do estudo de caso cumpriu-se o objetivo específico de validar a aplicabilidade

das ferramentas de marketing jurídico digital. Isso porque, é evidente que elas

enriquecem o relacionamento do escritório de advocacia com os clientes em

plataformas digitais. Tanto que na sétima questão 100% (cem inteiros por cento) dos

entrevistados demonstraram estar seguros quanto a divulgação de conteúdo

informativo jurídico pela Internet.

Ademais, aprendemos o conceito de momento UAU, no qual o cliente

experimenta o recebimento de mais valor do que apenas o que comprou. Esse fator

diferencia empresas, serviços e mercadorias. Ocorre que isso se aplica também a

produção de conteúdo jurídico informativo para clientes do escritório de advocacia na

Internet. Para além do simples atendimento processual, faz-se mister ressaltar que

existem desejos e sentimentos que por vezes não são expressados pelos clientes,

mas que almejam ser atendidos e surpreendidos.

Vale destacar que o marketing juridico digital não é somente uma ideia nova a

respeito da maneira de divulgar a profissão de advogado, mas uma realidade presente

na vida das pessoas. Conforme demonstrado acima, as ferramentas digitais na

Internet já são consideradas eficientes pelos clientes para transmissão de conteúdo

jurídico informativo. Tanto que os entrevistados na sexta questão declaram ter

vontade de receber mais informações, haja vista que 93,8% (noventa e três inteiros e

oito décimos por cento) acusam ser a favor de receber mais informações sobre de

escritório de advocacia.

O estudo de caso demonstrou que as ferramentas digitais disponíveis em

versões gratuitas ou pagas auxiliam o compartilhamento de informações e conteúdos

jurídicos. Tais dados revelam que já não se pode ignorar as novas mídias. Além disso,

resta claro que é perfeitamente possível cumprir as regras de publicidade para realizar

a divulgação de conteúdo informato com discrição e sobriedade.

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Sendo assim, esses dados revelam informações valiosas sobre a publicidade

da advocacia. Sob a óptica dos clientes, resta claro que já existem outros escritórios

de advocacia que utilizam alguma técnica de marketing jurídico digital. Ademais, é

possível verificar que os entrevistados se mostraram favoráveis ao uso das

ferramentas digitais para divulgação de conteúdo jurídico na Internet.

Atualmente, o consumidor passou a ter mais voz e a interagir com uma

comunidade digital. Por isso, é importante para os escritórios de advocacia deixar

boas impressões acerca dos serviços prestados. Dessa maneira, as publicações de

conteúdo jurídico informativo através de ferramentas digitais auxiliam a comunicação

com o cliente permitindo a realização de um serviço com eficiência para a sociedade,

clientes e os advogados.

Vê-se, pois, que essa realidade tal se configura, apresenta ao profissional

advogado uma oportunidade através das ferramentas digitais de utilizar o tempo e o

conhecimento ao seu favor. Apesar da escala de alcance e complexidade do

marketing jurídico digital, a produção intelectual tangível, isto é, acessível aos

usuários, é uma excelente tática, eficiente e poderosa.

O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise de como o

conteúdo jurídico informativo está sendo realizado na Internet. Com isso, permitiu-se

uma reflexão acerca dos benefícios do marketing jurídico digital e suas limitações

encontradas ao trabalhar esse conteúdo. Além disso, também permitiu reconhecer

diferentes ferramentas digitais e avaliar como elas auxiliam no exercício do marketing

jurídico digital.

De um modo geral, os clientes entrevistados demonstraram interesse em

receber conteúdo jurídico informativo pela Internet e buscam meios para estarem

atualizados, principalmente pelas redes sociais. A maioria dos entrevistados

reconhece que o marketing jurídico digital é positivo e são favoráveis a difusão de

conteúdo jurídico informativo na Internet. Ademais, acusam ter conhecimento de que

ele está sendo utilizado por outros escritórios de advocacia.

Os clientes também evidenciaram que o marketing jurídico digital é uma

tendência para os próximos anos da advocacia. Diante, das respostas dos

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entrevistados ficou evidente que os objetivos de cada recurso didático foram

realmente alcançados.

O questionário virtual permitiu observar que o marketing jurídico digital é

importante para o relacionamento entre o cliente e escritório de advocacia.

Admiravelmente, é conhecido pela maior parte dos entrevistados, considerado como

uma ferramenta positiva de difusão de conteúdo jurídico informativo.

Dada a importância do tema, torna se necessário o desenvolvimento de

projetos que visem à formação do conteúdo jurídico informativo na Internet e, por

conseguinte, do marketing jurídico digital em escritórios de advocacia. Com isso,

surgem novas formas de influenciar e melhorar o relacionamento com os clientes.

Nesse sentido, a utilização de ferramentas digitais em escritório de advocacia

permite ao profissional advogado mediar o relacionamento com o cliente de uma

forma mais enriquecedora, motivando o cliente a interagir e contribuir para que a

marca jurídica seja realmente significativa.

Para o consumidor, a experiência do marketing jurídico digital permite que ele

seja informado sobre seus direitos e com isso pode beneficiar o exercício de sua

cidadania, com mais conhecimento do ordenamento jurídico. Além disso, a relação de

proximidade com os canais de conteúdo jurídico informativo se torna uma opção viável

para aqueles que não podem, ou não conseguem, ir para um escritório de advocacia

físico e pagar por uma consulta jurídica.

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o-conceito-e-o-que-muda-com-tecnologia.html>. Acesso em: 22-04-2021.

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APÊNDICE A - PESQUISA ACADÊMICA SOBRE A VISÃO DOS

ENTREVISTADOS NO RELACIONAMENTO COM ESCRITÓRIOS DE

ADVOCACIA ATRAVÉS DA INTERNET

VISÃO DO ENTREVISTADO

01. Qual a sua preferência de comunicação com escritórios de

advocacia nos meios digitais?

( ) Whatsapp.

( ) Instagram.

( ) Site.

( ) E-mail.

( )Outros.

02. Qual a sua satisfação acerca do tempo de resposta quando feito

algum questionamento?

( ) Muito Satisfeito.

( ) Satisfeito.

( ) Neutro.

( ) Insatisfeito.

03. Você gostaria de receber informações jurídicas com mais frequência?

( ) Sim.

( ) Sim, mas apenas quando solicitadas.

( ) Não.

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04. Você se sente seguro em obter através de ferramentas oriundas da

Internet?

( ) Sim

( ) Não

05. Sendo a resposta anterior afirmativa, qual o canal de informação que

você utiliza?

( ) Blog.

( ) Página na Web especifica do escritório de advocacia.

( ) Site de relacionamento (Instagram, Facebook, Twitter).

( ) E-mail.

06. Você conhece outro escritório que oferece serviços atrelados a

ferramentas de Marketing Jurídico Digital e que trabalhe com ferramentas

digitais?

( ) Sim.

( ) Não.

07. Sendo afirmativa a resposta anterior, quais ferramentas são utilizadas

por estes?

( )Blog.

( )PáginaWEB.

( )Folder.

( ) Site de Relacionamento(Instagram, Facebook, Twitter).

Page 66: Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com

( ) Mídia Impressa ou Falada.

( ) Ignoro.

08. Você acredita que a produção de conteúdo informativo nas mídias

digitais é positiva para os usuários da Internet?

( ) Sim, é proveitoso.

( ) Tanto Faz.

( ) Não, é inútil.

09. Você acompanha as publicações de conteúdo jurídico pelo Instagram?

( ) Sim.

( ) Não.

10. Você é favorável a divulgação de conteúdo jurídico informativo nas

redes sociais?

( ) Sim.

( ) Não.

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APÊNDICE B – TABULAÇÃO DE DADOS DA PESQUISA DE CAMPO

VISÃO DO ENTREVISTADO

QUAL A SUA PREFERÊNCIA DE

COMUNICAÇÃO COM ESCRITÓRIOS DE

ADVOCACIA NOS MEIOS DIGITAIS?

QUANTIDADE DE RESPOSTAS OBTIDAS

WHATSAPP

39

INSTAGRAM

27

SITE

E-MAIL

0

10

OUTROS 5

QUAL A SUA SATISFAÇÃO ACERCA DO

TEMPO DE RESPOSTA QUANDO FEITO

ALGUM QUESTIONAMENTO?

QUANTIDADE DE RESPOSTAS OBTIDAS

MUITO SATISFEITO.

26

SATISFEITO. 47

NEUTRO 6

INSATISFEITO 2

Page 68: Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com

VOCÊ GOSTARIA DE RECEBER INFORMAÇÕES

COM MAIS FREQUÊNCIA?

QUANTIDADE DE RESPOSTAS OBTIDAS

SIM. 76

SIM, MAS APENAS QUANDO SOLICITADAS. 5

NÃO 0

VOCÊ SE SENTE SEGURO EM OBTER ESTAS

INFORMAÇÕES ATRAVÉS DE FERRAMENTAS

ORIUNDAS DA INTERNET?

QUANTIDADE DE RESPOSTAS OBTIDAS

SIM 81

NÃO 0

SENDO A RESPOSTA ANTERIOR

AFIRMATIVA, QUAL O CANAL DE

INFORMAÇÃO QUE VOCÊ UTILIZA?

QUANTIDADE DE RESPOSTAS OBTIDAS

BLOG 0

PÁGINA NA WEB ESPECIFICA DO ESCRITÓRIO

DE ADVOCACIA.

0

SITE DE RELACIONAMENTO (INSTAGRAM

FACEBOOK, TWITTER).

67

E-MAIL 14

VOCÊ CONHECE OUTRO ESCRITÓRIO QUE

OFERECE SERVIÇOS ATRELADOS A

FERRAMENTAS DE MARKETING JURÍDICO

DIGITAL E QUE TRABALHE COM FERRAMENTAS

DIGITAIS?

QUANTIDADE DE RESPOSTAS OBTIDAS

SIM 65

NÃO 16

QUANTIDADE DE RESPOSTAS OBTIDAS

Page 69: Digital: Da publicidade na advocacia ao relacionamento com

VOCÊ SENTE DIFICULDADE PARA

ENCONTRAR RESUMOS FEITO A ALGUM

TEMPO?

SIM 41

NÃO 18

SENDO AFIRMATIVA A RESPOSTA ANTERIOR,

QUAIS FERRAMENTAS SÃO UTILIZADAS POR

ESTES?

QUANTIDADE DE RESPOSTAS OBTIDAS

BLOG. 0

PÁGINA WEB. 16

SITE DE RELACIONAMENTO (INSTAGRAM,

FACEBOOK, TWITTER).

49

MÍDIA IMPRESSA OU FALADA. 0

IGNORO 16

VOCÊ ACREDITA QUE A PRODUÇÃO DE

CONTEÚDO INFORMATIVO NAS MÍDIAS

DIGITAIS É POSITIVA PARA OS USUÁRIOS DA

INTERNET ?

QUANTIDADE DE RESPOSTAS OBTIDAS

SIM, É PROVEITOSO. 77

TANTO FAZ. 4

NÃO, É INÚTIL. 0

VOCÊ ACOMPANHA AS PUBLICAÇÕES DE

CONTEÚDO JURÍDICO PELO INSTAGRAM?

QUANTIDADE DE RESPOSTAS OBTIDAS

SIM. 75

NÃO 6

QUANTIDADE DE RESPOSTAS OBTIDAS

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VOCÊ É FAVORÁVEL A DIVULGAÇÃO DE

CONTEÚDO JURÍDICO INFORMATIVO NAS

REDES SOCIAIS?

SIM 81

NÃO 0

ANEXOS – GRÁFICOS DO FORMULÁRIO VIRTUAL BASEADO NOS DADOS

OBTIDOS NA PESQUISA

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