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INTRODUÇÃO A expansão ou dilatação térmica ocorre quando quase todos os materiais são aquecidos. Por causa desse fenômeno, as estruturas das pontes são projetadas com suportes e juntas especiais para permitir a dilatação dos materiais. Uma garrafa cheia de água e muito bem tampada pode quebrar quando for aquecida. Da mesma forma, pode-se afrouxar a tampa metálica de um recipiente jogando água quente sobre ela. Esses exemplos estão relacionados à dilatação térmica. Para estudar esse fenômeno, suponha que para uma dada temperatura T0 uma barra possua comprimento L0. Quando a temperatura varia de uma quantidade de ΔT, isto é, T = T0 + ΔT, o comprimento da barra varia de uma quantidade de ΔL, ou seja, L = L0 + ΔL. Observa-se, experimentalmente, que quando ΔT não é muito grande (por exemplo, menor do que cerca de 100 °C), a variação no comprimento ΔL é diretamente proporcional à variação de temperatura ΔT. Quando duas barras feitas com o mesmo material sofrem a mesma variação de temperatura, porém uma possui o dobro do comprimento da outra, então a variação do comprimento também será duas vezes maior. Espera-se, portanto, que ΔL também deva ser proporcional ao comprimento inicial L0.

Dilatação Termica

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Relatorio Dilatação TermicaLaboratorio Fisica 2

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INTRODUO

A expanso ou dilatao trmica ocorre quando quase todos os materiais so aquecidos. Por causa desse fenmeno, as estruturas das pontes so projetadas com suportes e juntas especiais para permitir a dilatao dos materiais. Uma garrafa cheia de gua e muito bem tampada pode quebrar quando for aquecida. Da mesma forma, pode-se afrouxar a tampa metlica de um recipiente jogando gua quente sobre ela. Esses exemplos esto relacionados dilatao trmica.Para estudar esse fenmeno, suponha que para uma dada temperatura T0 uma barra possua comprimento L0. Quando a temperatura varia de uma quantidade de T, isto , T = T0 + T, o comprimento da barra varia de uma quantidade de L, ou seja, L = L0 + L. Observa-se, experimentalmente, que quando T no muito grande (por exemplo, menor do que cerca de 100 C), a variao no comprimento L diretamente proporcional variao de temperatura T. Quando duas barras feitas com o mesmo material sofrem a mesma variao de temperatura, porm uma possui o dobro do comprimento da outra, ento a variao do comprimento tambm ser duas vezes maior. Espera-se, portanto, que L tambm deva ser proporcional ao comprimento inicial L0. Para expressar essas dependncias, introduz-se uma constante de proporcionalidade (que diferente para diferentes materiais) dada por: (1) Se um corpo possui comprimento inicial L0 a uma temperatura inicial T0, seu comprimento L a uma temperatura T = T0 + T ser de: (2) A constante de proporcionalidade , denominada de Coeficiente de Dilatao Linear, descreve as propriedades de expanso trmica de um dado material. (3) As unidades de so K-1 ou (C)-1. Para muitos materiais, as dimenses lineares sofrem variaes de acordo com as equaes acima. Assim, o comprimento L pode ser a espessura de uma barra, o comprimento do lado de um quadrado ou o dimetro de um buraco. Alguns materiais, tais como a madeira ou o cristal, se dilatam de modo diferente em direes diferentes.A dilatao trmica pode ser compreendida qualitativamente em termos das molculas do material. As foras entre os tomos vizinhos em um slido, por exemplo, podem-se visualizadas considerando os tomos interligados um ao outro por molas, cujo comportamento anlogo ao da mola que se dilata com mais facilidade do que se comprime. Neste caso, cada tomo vibra em torno de uma posio de equilbrio. Quando a temperatura aumenta, a energia e a amplitude das vibraes tambm aumentam. As foras das molas interatmicas no so simtricas em relao posio de equilbrio. Conseqentemente, quando a amplitude das vibraes aumenta, a distncia mdia entre as molculas tambm aumenta. Assim, medida que os tomos se afastam um do outro, todas as dimenses aumentam.Quando um objeto slido possui um buraco em seu interior, o buraco tambm se dilata. Todas as dimenses lineares do objeto se dilatam do mesmo modo quando a temperatura varia.A relao linear entre as grandezas das equaes anteriores no exata. Na verdade, ela aproximadamente correta somente quando as variaes de temperatura so muito pequenas. Para um dado material, o coeficiente de dilatao linear varia ligeiramente com a temperatura inicial T0 e com a amplitude do intervalo de temperatura. Observa-se que os valores tpicos de so muito pequenos. Para uma variao de temperatura de 100 C, a variao relativa do comprimento L/L0 da ordem de 10-3. Os coeficientes de dilatao linear para alguns materiais esto apresentados na Tabela 1.

MATERIAL [K-1 ou (C)-1]

Alumnio2,4x

Lato2,0x

Cobre

1,7x

Vidro

0,4-0,9x

Invar (liga de ferro-nquel)

0,09x

Quartzo fundido

0,04x

Ao

1,2x

Tabela 1: Coeficientes de dilatao linear

Consideraes Experimentais Material UtilizadoPara a realizao deste experimento, utilizou-se o conjunto para dilatao com gerador eltrico de vapor. De acordo com a Figura 1, o Dilatmetro e o Gerador Eltrico de Vapor so compostos dos seguintes itens:

Um dilatmetro (Figura 1) com base principal (1), medidor de dilatao, div: centsimo de milmetro (2), escala milimetrada, guia com mufa (2a), guia de sada (2b) e sapatas niveladoras; Um corpo de prova em cobre (ou lato); Uma conexo rpida de sada; Uma conexo de entrada (12); Um medidor de temperatura (termmetro); Um batente mvel fim de curso (14); Uma trena Starret T34-5 DE 5 m, preciso de 0,5 mm; Uma fonte de calor; Uma garrafa trmica com gua quente; Um recipiente de gua fria e/ou gelada; Um funil; Um balde vazio; Um pano de limpeza.

Diagrama do Experimento

Figura 1: O Dilatmetro e o Gerador Eltrico de Vapor (Referncias EQ217A e EQ239A CIDEPE).

Figura 1.b: Gerador Eltrico de Vapor (Referncias EQ217A e EQ239A CIDEPE).

O dilatmetro constitudo por: base principal metlica (1) e escala milimetrada, medidor de dilatao com diviso de um centsimo de milmetro (2), guia com mufa (2a), guia de sada (2b) e sapatas niveladoras; Trs corpos de prova em ao (3), em lato (4) e em cobre (5); Conexo se sada (6) com duto flexvel e expanso; Conexo de entrada (12) com duto flexvel, terminal metlico e manpulo; Termmetros (11); Batente mvel fim de curso (14); Gerador eltrico de vapor (figura1b) Reservatrio 600 ml de gua (15);

Tampa (15e) com duas entradas; Vlvula de segurana (15a); Fixadores (15b); Brao com mufa (15c) para fixao em haste; Anel com pregador (15d); Suporte delta maior (16) com sapatas niveladoras (16a); Haste (17) com fixador; Um tubo conectante com mangueira flexvel de silicone (18); Brao em L (19) com mufa de entrada lateral em ao; Trocador de calor eltrico; Termmetro.

Primeiramente, foi executada a montagem do dilatmetro como indica a figura 2 com seus respectivos componentes. Posicionando o guia com mufa (2a) na marca de 500 mm, foi verificado se o batente mvel fim de curso (14) estaria tocando na ponteira do medidor de dilatao (relgio comparador), em caso positivo, garantiu-se certa distncia entre os dois para que isso no influenciasse nos resultados. Em seguida, observou-se se a escala do medidor indicava zero, em caso negativo, o medidor foi calibrado.

Figura 2: Montagem do dilatmetro.

O experimento sobre dilatao trmica foi dividido em duas partes:

Parte 1 - Variao de comprimento L em funo do comprimento inicial . O comprimento inicial do corpo de prova foi definido como a distncia entre o centro da guia com mufa (2a) at o medidor (este o nico trecho do corpo de prova que ter influncia sobre a leitura indicada pelo medidor). Inicialmente foi determinado o comprimento e a temperatura inicial do sistema, prosseguindo com o experimento ativou-se a fonte de calor para que a gua do recipiente atingir o ponto de ebulio liberando vapor dgua que percorre a haste causando na mesma uma dilatao, aps o equilbrio do sistema ter sido alcanado foi verificado a temperatura da gua em ebulio e foi observada a variao L no comprimento da haste medido pelo relgio comparador, ambos os resultados esto apresentados na Tabela 2. O procedimento foi repetido por quatro vezes variando o comprimento em cada uma delas. Foi calculado tambm o valor do coeficiente de Dilatao Linear , atravs da equao (1), para cada um dos comprimentos e seus respectivos valores mdios. Ambos os resultado esto apresentados na Tabela 2.

(m)L(m)(C)(C)(C)()

(500,00,5)x(0,620,01)x26,00,596,00,568,01,0(1,880,01)x

(400,00,5)x(0,470,01)x26,00,596,00,568,01,0(1,720,01)x

(350,00,5)x(0,370,01)x26,00,596,00,568,01,0(1,550,01)x

(300,00,5)x(0,300,01)x26,00,596,00,568,01,0(1,440,01)x

(mdio)(1,650,01)x

Tabela 2: Comprimento inicial da haste , Variao do comprimento inicial L, Temperatura inicial do sistema , Temperatura final da gua em ebulio , Variao da temperatura T, Coeficiente de Dilatao Linear , valor mdio do coeficiente de dilatao (mdio).

O desvio padro de foi calculado atravs da seguinte equao: (4) O Calculo do erro percentual do coeficiente de dilatao trmico mdio deu-se comparando ao do cobre obtido por literatura, o valor obtido foi atravs da equao: (5) O resultado do erro percentual se encontra na tabela 3.

()()

1,650,01)x1,70 x 2,73

Tabela 3: Coeficiente de Dilatao Mdio , Coeficiente de Dilatao literrio para o cobre , e erro percentual calculado Er%. Portanto com os resultados apresentados na tabela 2 foi possvel construir um grfico (Lx) em papel milimetrado levando determinao do coeficiente de proporcionalidade , utilizando a equao 6. (6)

()()()

(1,650,01)x2,34x1,70x

Tabela 4: Coeficiente de Dilatao Mdio , Coeficiente de Dilatao , e Coeficiente de Dilatao tabelado(literrio) para o cobre . A validade da afirmao: A variao de comprimento sofrida por um material (sob a mesma variao de temperatura) diretamente proporcional ao seu comprimento inicial, isto : . Conclui-se, atravs da analise dos valores apresentados na tabela 2, que a mesma verdadeira.

Parte 2 - Relao entre a variao no comprimento e a variao na temperatura.

Primeiramente realizou-se a medida do comprimento da haste de cobre e a temperatura ambiente em cada etapa que foi realizada cada uma das medidas da passagem de gua pela haste do corpo de prova. Os valores da temperatura da gua que percorre o comprimento da haste e a variao do comprimento da haste esto apresentados na Tabela 5.

(m)L(m)

(500,00,5)x(-0,060,01) x26,00,54,00,5-22,01,0

(500,00,5)x(0,000,01) x26,00,526,00,5-0,01,0

(500,00,5)x(0,070,01) x26,00,535,00,59,01,0

(500,00,5)x(0,240,01) x27,00,560,00,533,01,0

(500,00,5)x(0,350,01) x27,00,585,00,558,01,0

(500,00,5)x(0,410,01) x27,00,594,00,568,01,0

Tabela 5 : Comprimento da haste , Variao do comprimento L,Temperatura ambiente, Temperatura da gua e Variao da temperatura T. Como realizado na parte 1 do experimento foi construdo um grfico em papel milimetrado comparando Lx sendo possvel determinar o coeficiente de proporcionalidade . O resultado do coeficiente de proporcionalidade , comparado com , e , so apresentados na Tabela 6.

()()()()

1,04x1,650,01)x2,34x1,70x

Tabela 6: Comparao entre os coeficientes de proporcionalidade ,, e . A validade da afirmao: A variao de comprimento sofrida por um material diretamente proporcional a sua variao de temperatura, isto , L T verdadeira, pois temos que a temperatura da gua e diretamente proporcional dilatao da haste.

Mostrando, portanto que a equao (1) pode ser escrito como a equao (2), onde temos que o comprimento inicial e L o comprimento final, ao mesmo que a variao do comprimento da haste, T a variao da temperatura e o coeficiente de dilatao do cobre.

Consideraes Finais Discusso e Concluso A partir deste experimento possvel entender como um material sofre deformao linear, quando a temperatura elevada. A amplitude de vibrao entre as molculas aumenta assim como a distncia mdia entre os tomos, o que acarreta uma dilatao do corpo. Tambm foi observado que a dilatao aumenta com o aumento de temperatura. E quando diminudo o comprimento da barra, a dilatao tambm diminui. Portanto, a dilatao trmica diretamente proporcional temperatura e ao comprimento.Tambm com a realizao do experimento foi possvel obter o coeficiente de dilatao trmica da haste do corpo de prova usando os mtodos que foram passados em laboratrio. Por fim foram obtidos trs valores de coeficiente de dilatao trmica apresentados na tabela (6), e nota-se que o coeficiente de dilatao linear que mais se aproximou do valor tabelado para o cobre foi o . Sendo assim conclui-se prtica conseguiu demonstrar de forma dinmica e interessante os conceitos e teoria sobre dilatao trmica e que os objetivos do experimento foram alcanados de forma adequada.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

1. HALLIDAY, D., RESNICK, R. e WALKER, J. - Fundamentos de Fsica, Vol. 2, 6 Edio, LTC Editora, Rio de Janeiro, RJ, 2002, pp.145-147.

2. YOUNG, Hugh D., FREEDMAN, Roger A., Fsica II Termodinmica e Ondas, 10 Edio, Pearson Addison Wesley, So Paulo, SP, 2003, pp.108-112.

3. Livro de Atividades Experimentais: Fsica Experimental Termodinmica - Kit termodinmica para computador com sensor e software, Referncia MLEQ810 - rev.03, SIDEPE, 2008, pp.47-52.

Apndice Rascunho tanto dos clculos das partes 1 e 2 do experimento, quanto ambos os grficos.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOISREGIONAL CATALODepartamento de Fsica

Laboratrio de Fsica IIProf. Marcionilio T. O. Silva

Relatrio III Dilatao Trmica

Catalo, 2015.Laboratrio de Fsica IIData: 30/04/2015

Dilatao Trmica

Turma D Engenharia de MinasBruno Igor-144652Hiago Rodrigues - 145765 Hugo Amaral 144661Luiz Carlos Uchoa 145530

Catalo, 2015.