Dilma disse: reduza-se o pre˘co da luz! E a lei 12.783/13 ... · Dilma disse: reduza-se o pre˘co da luz! E a lei 12.783/13 foi feita. Thiago Oliveira e Yuri Lopes Programa de Educa˘c~ao

Arcabouco TeoricoContexto historico

A lei no 12.783Notıcias da semana

Dilma disse: reduza-se o preco da luz!E a lei 12.783/13 foi feita.

Thiago Oliveira e Yuri Lopes

Programa de Educacao Tutorial – Departamento de Economia

Universidade de Brasılia

18 de janeiro de 2013

Lopes, Yuri C.; Oliveira, Thiago. Dilma disse: reduza-se o preco da luz!



Energia eletrica = insumo

Eletricidade e um dos insumos com maior numero de encadea-mentos nas economias industriais;

Forte correlacao empırica entre nıvel de desenvolvimento e con-sumo eletrico;

Forte correlacao empırica entre crescimento da demanda porenergia eletrica e crescimento do PIB;

Efeito crowding in do investimento (publico ou privado) eminfraestrutura eletrica.




Consumo de energia eletrica em 2011




Crescimento do consumo eletrico 2010-2011




Crescimento do consumo eletrico 2010-2011




Energia eletrica = exemplo classico de monopolio natural

Eficiencia de custo ⇒ eficiencia de industria = concentracao;

Caracterısitco as industrias com altos requerimentos e custosde capital;

Fortes economias de escala;

Permanente conflito monopolista x consumidor x governo.




Qual o tamanho otimo de um monopolista natural?

Dificuldade em conhecer os reais custos de um monopolistanatural;

Operacao e rentabilidade de longo prazo:

Altos riscos e incertezas;

Relevancia institucional;

Relevancia regulatoria.




Introducao da energia eletricaAnos 90 e as privatizacoesO apagao de 2001Novo modelo do setor eletrico

Seculo XIX e inıcio do seculo XX

O marco inicial da introducao da energia eletrica no Brasildata para o ano de 1879, com a inauguracao da iluminacaona estacao central da ferrovia Dom Pedro II;

Em 1881, instala-se a primeira iluminacao publica na atualpraca da Republica;

Em 1883, inaugurou-se a primeira unidade central geradora.Uma usina termeletrica com 52 KW de capacidade, que ali-mentava 39 lampadas em Campos RJ;





Seculo XIX e inıcio do seculo XX

A primeira hidreletrica foi construıda em Diamantina MG em1883;

Em 1904, investidores canadenses e americanos criam a Rio deJaneiro Tramway, Light and Power Company com a intencaode explorar praticamente todos os servicos urbanos: transpor-tes, iluminacao publica, producao e distribuicao de eletricidade,distribuicao de gas canalizado e telefonia.





Governo Vargas

Nos anos 30 o Governo Federal assume seu papel intervenci-onista na gestao do setor de aguas e energia eletrica com aformalizacao do Codigo de Aguas (Decreto 24.643, de 10 dejulho de 1934);

Ao longo dos anos 40, o Estado amplia seu papel e passa aatuar diretamente na producao. O primeiro investimento nessesentido foi a criacao da Companhia Hidro Eletrica do Sao Fran-cisco (CHESF) em 1945.





Anos 90

1993: extincao da equalizacao tarifaria e a criacao dos contratosde suprimento entre geradores e distribuidores;

1995:o Programa Nacional de Desestatizacao alcanca definiti-vamente o setor eletrico;

Lei No 9.074, de 07 de julho de 1995 estabelecia regulacao decontratos na area de infraestrutura;

1996:o Ministerio das Minas e Energia implanta o Projeto deReestruturacao do Setor Eletrico Brasileiro.





Mudancas institucionais

Agencia Nacional de Energia Eletrica (ANEEL):

E uma autarquia sob regime especial (Agencia Reguladora);

Sua finalidade e regular e fiscalizar a producao, transmissao ecomercializacao de energia eletrica;

Foi criada pela Lei no 9.427, de 26 de dezembro de 1996;





Mudancas institucionais

Conselho Nacional de Polıtica Energetica:

Criado pela lei n.◦ 9.478, de 6 de agosto de 1997;

Destina-se a formulacao de polıticas e diretrizes energeticas;

Operador Nacional do Sistema Eletrico (ONS):

Entidade privada responsavel pela coordenacao e controle daoperacao das instalacoes de geracao e transmissao de energiaeletrica do Sistema Interligado Nacional (SIN);

Fiscalziado e regulado pela Agencia Nacional de Energia Eletrica;

Foi criado em 26 de agosto de 1998.





Contexto do apagao

Penultimo ano do governo FHC;

privatizacoes no setor energetico;

Aumento contınuo do consumo de energia devido ao cresci-mento populacional e ao aumento de producao pelas industrias;

Grande dependencia da producao hidreletrica;

Escassez de chuvas.





Plano de contingencia

Acionamento de termeletricas; mm

Leiloes de energia futura no Mercado Atacadista de Energiapara a realizacao de um rapido investimento em linhas de trans-missao;

A partir de 1o de julho de 2001, os consumidores tiveram quecortar voluntariamente 20% do consumo de eletricidade, casocontrario, teriam um aumento no valor da energia;

O governo impos uma sobretaxa as contas de energia que fos-sem superiores a 200 quilowatts/hora por mes.





Consequencias

O apagao eletrico de 2001 custou R$ 54,2 bilhoes, segundoauditoria do Tribunal de Contas da Uniao finalizada em julhode 2001;

Os usuarios pagaram 60% desse total por meio de repassestarifarios. O restante foi pago pelo Tesouro Nacional;

Antes do apagao, em 2000, a economia crescera 4,3%. Em2001, o PIB despencou para 1,3%;

Recomendacoes de Dilma;

As usinas de Santo Antonio, Jirau e Belo Monte, todas naAmazonia, sao produto deste investimento posterior ao apagaode 2001.





Instituicoes

Empresa de Pesquisa Energetica (EPE);

Comite de Monitoramento do Setor Eletrico (CMSE);

Camara de Comercializacao de Energia Eletrica (CCEE);








O preco da energia eletrica no BrasilA lei no 12.783 de 14/01/2013Repercussao

Impacto do preco da energia eletrica no Brasil

Projeto Energia Competitiva (Fipe, 2012): “Para cada R$100 pagos na conta de luz, o consumidor brasileiro gasta, semsaber, outros R$ 200 com energia.”









Desoneracao e crescimento (horizonte de 10 anos, %)





Dilma disse:

“Eu quero falar do custo da energia. E um tema muito importantedemais para a competitividade da nossa economia e para a continui-dade do nosso desenvolvimento. A energia esta em todos os lugares.E inconcebıvel um paıs se desenvolver, crescer, sem energia. (. . .)Nos somos um dos paıses que temos de ter a energia eletrica umadas mais baratas do mundo. E nao temos. Mas a boa notıcia e quepodemos ter, podemos caminhar para isso.”





Dilma disse:

“E o governo deu um passo. (. . .) Entao, nesse primeiro passo, nosfizemos uma proposta de reduzir o preco da energia eletrica. Essaproposta nao foi feita com o chapeu alheio. Esse chapeu que nosestamos usando e de todos os brasileiros, porque e deles que e aenergia eletrica, eles pagaram por isso. Nos nao estamos tirando deninguem. E um equıvoco. Nos estamos e devolvendo, ate tributonos estamos devendo.”





Dilma disse:

“Mas nos temos nao colaboradores nessa missao. E quando vocetem nao colaboradores, os nao colaboradores deixam no seu rastrouma falta de recursos. Essa falta de recursos vai ser bancada pelogoverno federal, pelo Tesouro do governo federal. Agora, a respon-sabilidade por nao ter feito isso, e de quem decidiu nao fazer. Quemnao foi capaz de perceber que o Brasil tem hora para tudo. Temhora para a gente nao prorrogar e tem hora para a gente prorrogar.A hora de prorrogar, passou. Agora e a hora de devolver. E por isso,nos iremos devolver.”





A lei no 12.783 foi feita.

As concessoes de geracao de energia hidreletrica foram prorro-gadas por 30 anos para fontes acima de 50 MW;

Objetivo de assegurar a continuidade, a eficiencia da prestacaodo servico e a modicidade tarifaria;

Novas tarifas e novas regras a serem definidas pela ANEEL.





Indıcios de insatisfacao

Renovacao de 60% (cerca de 15301 MW) das concessoes degeracao, a vencer entre 2015 e 2017.

Negaram a renovacao (cerca de 10151 MW):

Cemig (MG)

Cesp (SP)

Copel (PR)

Resultado: Previsao de reducao de tarifas cai de 20,2% para16,7%.





Expectativas do governo

Governo preve reducao de 16,7% nas tarifas de energia eletricaa partir de marco de 2013:

-7% = reducao de encargos setoriais;

-4,5% = reducao das receitas de transmissao;

-5,1% = reducao das receitas de geracao.

Renovacao de 100% das concessoes de transmissao, a vencerentre 2015 e 1017;





⇓ Tarifa ⇑ Risco

Modelo anterior: Em perıodos de producao abaixo do volumecontratado, concessionarias arcam cos os custos de comprarenergia no mercado livre:

Semana passada, as hidreletricas precisaram comprar energiano mercado livre (R$ 555/MWh) para vender a R$105/MWh(media contratual).

Preco hoje = R$ 341,7/MWh;

Compra de energia no mercado livre tende a se tornar maisfrequente nos proximos anos.





⇓ Tarifa ⇑ Risco

Lei 12.783: “Com a nova regra, essa diferenca sera arcada peloconsumidor, que nao tem condicao de gerenciar esse risco”(EdvaldoSantana, diretor ANEEL)

Renovacao refere-se a 95% da geracao vigente;

“Colchao” de 5% para ser usado nos perıodos de baixa geracao;

Energia comprada no mercado livre arcada pelo consumidor fi-nal.





Polıtica

Reducao na tarifa seria o carro chefe para a reeleicao;

PT: culpa das chuvas e falta de investimento;

Concessionarias: excesso de impostos.





Cambio

“Ha uma possibilidade de essa situacao de escassez especıficaprovocar uma queda menor no preco da energia. Se isso ocorrer,a inflacao pode aumentar e o BC pode usar o cambio para fazerum contraponto”, diz o economista-chefe do Deutsche Bank noBrasil, Jose Faria.

Um racionamento de energia pode reduzir a expansao do PIBdeste ano a 2% pela queda nas exportacoes.




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