dimensionamento passarela

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  • PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA

    CHRISTIAN BARTZ STEYER

    DIMENSIONAMENTO DE UMA PASSARELA METLICA ESTAIADA

    Porto Alegre 2007

  • CHRISTIAN BARTZ STEYER

    DIMENSIONAMENTO DE UMA PASSARELA METLICA ESTAIADA

    Trabalho de concluso do Curso de

    Engenharia Civil da Pontifcia

    Universidade Catlica do Rio Grande do

    Sul.

    Orientador: Prof. Eng. Felipe Brasil Viegas

    Porto Alegre, Novembro de 2007.

  • CHRISTIAN BARTZ STEYER

    DIMENSIONAMENTO DE UMA PASSARELA METLICA ESTAIADA

    Trabalho de concluso do Curso de

    Engenharia Civil da Pontifcia

    Universidade Catlica do Rio Grande do

    Sul.

    Aprovada em _____ de ___________ de 2007.

    BANCA EXAMINADORA:

    ____________________________________

    Prof. Eduardo Giugliani

    ____________________________________

    Prof. Almir Scheffer

    _____________________________________

    Prof. Felipe Brasil Viegas

  • A memria de minha me e ao meu pai,

    a quem eu tudo devo.

  • AGRADECIMENTOS

    Obrigado a toda minha famlia, em especial a minha tia Lia, que foi fundamental para

    o meu ingresso neste curso maravilhoso.

    Um agradecimento especial a Graziela Bolognesi, por todo apoio, afeto e

    compreenso durante este perodo que passei mais ausente.

    Obrigado aos meus amigos, por toda a motivao.

    Obrigado ao professor Almir Schffer, por iluminar meu caminho com seu imenso

    conhecimento e dedicao.

    Obrigado ao professor Felipe Brasil Viegas, por compartilhar sua sabedoria e seu

    tempo para a realizao deste trabalho.

    Obrigado ao professor Eduardo Giugliani, por me ajudar at mesmo sem ter

    percebido.

    Agradeo tambm a minha cafeteira, amiga implacvel.

  • RESUMO

    O foco principal deste trabalho a anlise estrutural de uma passarela para

    pedestres estaiada, visando mostrar composies de cargas relevantes a sua

    segurana e o dimensionamento de seus componentes metlicos.

  • ABSTRACT

    The main focus of this work is the structural analysis of a passageway for

    pedestrians estaiada, to show relevant compositions of loads its safety and design of

    their metal components.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Isopletas da velocidade bsica do vento...................................................39

    Figura 2 - Fator topogrfico S1 ..................................................................................40

    Figura 3 - Ponte Severin, Colnia, Alemanha ...........................................................45

    Figura 4 - Ponte Ilverich, Alemanha ..........................................................................47

    Figura 5 - Detalhe da ligao cabo tabuleiro na ponte Ilverich..................................48

    Figura 6 - Ponte sobre o Rio Sergipe, Aracaj/SE ....................................................48

    Figura 7 - Viaduto de Millau, Frana .........................................................................49

    Figura 8 - Ponte da Normandia, Frana ....................................................................49

    Figura 9 - Ponto sobre o rio Antirio, Grcia ...............................................................50

    Figura 10 - Ponte de Donghai, China ........................................................................50

    Figura 11 - Ponte de Erasmusbrug, Holanda ............................................................51

    Figura 12 - Ponte de Rosrio, Argentina ...................................................................52

    Figura 13 - Passarela estaiada, Bombinhas, Brasil...................................................53

    Figura 14 - Passarela de Schillersteg, Alemanha......................................................54

    Figura 15 - Ponte estaiada com cabos em forma de leque .......................................54

    Figura 16 - Ponte estaiada com cabos em forma de harpa.......................................55

    Figura 17 - Localizao da passarela........................................................................56

    Figura 18 - Diagrama esquemtico da produo de ao carbono.............................59

    Figura 19 - Modelo estrutural ....................................................................................60

    Figura 20 - Vista superior do tabuleiro metlico ........................................................61

    Figura 21 - Vista frontal das torres ............................................................................61

    Figura 22 - Carregamento do peso prprio ...............................................................62

    Figura 23 - Carga acidental mxima .........................................................................63

    Figura 24 - Carga acidental no trecho de r..............................................................64

    Figura 25 - Carga acidental no trecho principal.........................................................65

    Figura 26 - Carga acidental somente de um lado do tabuleiro ..................................66

    Figura 27 - Carga acidental somente na lateral do trecho de r................................67

    Figura 28 - Carga acidental somente na lateral do trecho principal ..........................68

    Figura 29 - Carga de vento transversal ao eixo da passarela ...................................69

    Figura 30 - Carga de vento longitudinal ao eixo da passarela ..................................70

    Figura 31 - Solicitaes normais na estrutura com carga acidental plena ................73

  • Figura 32 - Momentos fletores na estrutura com carga acidental plena....................73

    Figura 33 - Solicitaes normais na estrutura com carga acidental somente de um

    lado do tabuleiro........................................................................................................74

    Figura 34 - Momentos fletores na estrutura com carga acidental somente de um lado

    do tabuleiro................................................................................................................74

    Figura 35 - Numerao dos cabos ............................................................................76

    Figura 36 - Deformao do tabuleiro por peso prprio..............................................77

    Figura 37 - Deformao mxima verificada no tabuleiro ...........................................78

    Figura 38 Reaes .................................................................................................79

    Figura 39 - Sistema de eixos.....................................................................................80

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Valores de Ct ...........................................................................................15

    Tabela 2 - Distncia mnima entre o centro do furo e as bordas das chapas..........166

    Tabela 3 - Comprimentos de flambagem ..................................................................17

    Tabela 4 - Relaes b/t NBR 8800............................................................................20

    Tabela 5 - Curvas de flambagem NBR 8800.............................................................24

    Tabela 6- Valores de NBR 8800...............................................................................1

    Tabela 7 - Valores de f ..........................................................................................333

    Tabela 8 - Valores de NBR 8800............................................................................33

    Tabela 9 - Distncia mnima do centro de um furo padro borda...........................33

    Tabela 10 - Fora de protenso mnima em parafusos.............................................34

    Tabela 11 - Dimenses nominais mnimas de soldagem ..........................................37

    Tabela 12 - Dimenses nominais mximas de soldagem .........................................37

    Tabela 13 - Resistncia da solda por unidade de comprimento................................37

    Tabela 14 - Fator S2 ..................................................................................................43

    Tabela 15 - Fator S3 ..................................................................................................43

    Tabela 16 - Comparativo de composio qumica e propriedades mecnicas de aos

    ASTM ........................................................................................................................58

    Tabela 17 - Os aos patinveis produzidos no Brasil................................................58

    Tabela 18 - Influncia de elementos qumicos no ao carbono ................................59

    Tabela 19 - Coeficientes de ponderao para combinaes de carga......................71

    Tabela 20 - Fatores de combinao..........................................................................72

    Tabela 21 - Cargas de dimensionamento .................................................................75

    Tabela 22 - Cargas de deformao...........................................................................77

    Tabela 23 - Resumo das reaes .............................................................................80

  • SUMRIO

    1.INTRODUO .......................................................................................................12

    1.1 Proposta: .........................................................................................................12

    1.2 Justificativa: .....................................................................................................12

    2. REVISO TERICA .............................................................................................13

    2.1 Carga de projeto para passarelas de pedestres: .............................................13

    2.2 Dimensionamento de perfis de ao laminado: .................................................13

    2.2.1 Peas tracionadas:....................................................................................13

    2.2.2 Peas comprimidas ...................................................................................16

    2.2.3. Peas fletidas: ..........................................................................................27

    2.3. Ligaes .........................................................................................................29

    2.3.1. Ligaes parafusadas ..............................................................................30

    2.3.2. Ligao soldada .......................................................................................35

    2.4. Presso dinmica devido ao vento .................................................................37

    3. ESTRUTURAS ESTAIADAS.................................................................................45

    3.1. Software utilizado ...........................................................................................46

    3.2 Modelos existntes ..........................................................................................47

    4. Exemplo aplicado ..................................................................................................52

    4.1. Arquitetura ......................................................................................................52

    4.1.1. Localizao ..............................................................................................55

    4.1.2. Necessidade ............................................................................................56

    4.2. Dimenses finais ............................................................................................57

    4.3 Modelo estrutural .............................................................................................60

    4.3.1. Cargas......................................................................................................62

    4.3.2. Solicitaes ..............................................................................................72

  • 4.3.3. Deformaes............................................................................................75

    4.3.4. Reaes ...................................................................................................78

    5. Concluso .............................................................................................................81

    6. Referncias bibliogrficas .....................................................................................82

    7. Anexo A Estgio Profissional .............................................................................84

    8. Anexo B Formulrio de encaminhamento para submisso banca avaliadora .85

    9. Anexo C - Documento de acompanhamento.........................................................86

    10. Anexo D Memria de clculo............................................................................87

    11. Anexo E - Plantas................................................................................................88

  • 12

    1.INTRODUO

    1.1 Proposta

    Este Trabalho de Concluso de Curso tem como objetivo pesquisar e

    desenvolver o conhecimento sobre estruturas estaiadas, assunto o qual no muito

    difundido no Brasil. Tendo-se uma escassa variedade de fontes bibliogrficas sobre

    o assunto, o objetivo principal dimensionar uma passarela metlica estaiada para

    pedestres.

    1.2 Justificativa

    O inesgotvel apetite pelo conhecimento e capacidade de enfrentar grandes

    desafios inerentes ao Homem, faz o tema deste trabalho ter um potencial de

    crescimento valioso para a vida profissional.

  • 13

    2. REVISO TERICA

    2.1 Carga de projeto para passarelas de pedestres

    Segundo a norma NBR 7188/82 a carga mvel a ser considerada sobre uma

    passarela de pedestres uma carga uniformemente distribuda com intensidade de 25 mKN ( 2500 mkgf ).

    2.2 Dimensionamento de perfis de ao laminado

    A norma vigente que rege o dimensionamento de estruturas metlicas

    formadas por perfis soldados de ao a NBR 8800/86, que determina a verificao

    de trs itens para ser constatada a segurana da estrutura, a resistncia aos

    esforos normais de trao e compresso, flexo e cisalhamento a que uma pea

    metlica da estrutura possa ser submetida. Os esforos mencionados acima podem

    ocorrer isoladamente ou em conjunto na pea.

    Todas as verificaes mencionadas acima tm como princpio de

    dimensionamento o mtodo dos estados limites.

    2.2.1 Peas tracionadas

    Nas peas metlicas tracionadas devemos verificar dois mecanismos de

    falha, o escoamento da seo de rea bruta e a ruptura da seo de rea lquida

    nas ligaes parafusadas e/ou rebitadas, para isto usaremos a simbologia a seguir.

    dN - Esforo normal de clculo

    nN - Resistncia nominal fora normal

    - Coeficiente da resistncia gA - rea da seo bruta

    eA - rea da seo lquida efetiva

  • 14

    2.2.1.1 Escoamento da seo de rea bruta

    Para o dimensionamento de uma pea ao escoamento da seo de rea

    bruta devemos atender a seguinte condio:

    nd NN ; 9,0=

    onde:

    NNd = ; 4,1= N = Solicitao normal de trao na pea

    = Coeficiente de majoramento do esforo solicitante = Coeficiente de minoramento da resistncia admisvel

    ygn fAN = yf = Tenso de escoamento do ao

    2.2.1.2 Ruptura da seo de rea lquida efetiva

    Para o dimensionamento de uma pea ruptura da seo de rea lquida

    efetiva devemos atender a seguinte condio:

    nd NN ; 75,0=

    onde:

    NNd = ; 4,1= N = Solicitao normal de trao na pea

    = Coeficiente de majoramento do esforo solicitante = Coeficiente de minoramento da resistncia admisvel

    uen fAN = ne ACtA =

  • 15

    tg

    sAAA furosgn += 42

    furosA = rea de seo ocupada pelo furo

    s = Espaamento longitudinal entre dois furos consecutivos

    g = Espaamento transversal entre dois furos consecutivos

    t = Espessura da pea

    = Limite de resistncia trao

    Os valores de Ct esto discriminados na tabela abaixo:

    Tabela 1 - Valores de Ct

    00,1=Ct Quando a transmisso de esforos feita por todos os elementos da pea.

    90,0=Ct Para perfis I e H onde db f 3

    2 e perfis T cortados desses perfis, com

    ligaes nas mesas, tendo, no caso de ligaes parafusadas, o

    nmero de parafusos 3 por linha de furao na direo da solicitao.

    Onde fb a largura da mesa e d a altura do perfil.

    85,0=Ct Para perfis I e H onde fb < d3

    2 , perfis T cortados desses perfis e

    todos os demais perfis, incluindo barras compostas, tendo, no caso de

    ligaes parafusadas, o nmero de parafusos 3 por linha de furao na direo da solicitao.

    75,0=Ct Todos os casos quando houver apenas 2 parafusos por linha de furao na direo da solicitao.

    Quando se for utilizar ligaes parafusadas devemos posiciona-los de

    maneira a respeitar a distncia mnima entre centros de furos de d7,2 mas com um valor mais usual em d3 , e tambm obedecer a distncia mnima borda, estabelecida de acordo com a tabela abaixo:

  • 16

    Tabela 2 - Distncia mnima entre o centro do furo e as bordas das chapas

    Dimetro d do furo

    Distncia borda cortada com serra ou tesoura (mm )

    Distncia borda laminada ou cortada a

    maarico(mm ) "2

    1 22 19

    "85 29 22

    "43 32 26

    "87 38 29

    "1 44 32

    "811 50 38

    "411 57 41

    > "411 1,75 d 1,25 d

    2.2.2 Peas comprimidas

    Para o dimensionamento de peas comprimidas, temos como principal

    mecanismo de falha a flambagem da pea, esta sendo global ou localizada em uma

    frao da pea. O parmetro utilizado para relacionar a geometria da barra com a

    flambagem o parmetro de esbeltez , sendo:

    rLk =

    Onde:

    k = Parmetro de flambagem (ver tabela 3).

    r = Menor raio de girao da pea.

    L = Comprimento da barra.

  • 17

    Tabela 3 - Comprimentos de flambagem

    O parmetro de esbeltez limitado a um valor mximo:

    2.2.2.1 Carga crtica de flambagem:

    Definimos como carga crtica de flambagem a carga a partir da qual a pea

    que esta sendo comprimida mantm-se em posio indiferente.

    Segundo Euler, para uma barra bi-rotulada a carga crtica de flambagem se

    determina atravs da equao:

    Chamando o parmetro de esbeltez:

  • 18

    Sendo:

    Chegamos a uma equao da carga crtica de flambagem:

    Assim temos que a tenso crtica definida por:

  • 19

    2.2.2.2. Dimensionamento de peas comprimidas:

    Para o dimensionamento de peas comprimidas utilizamos a equao:

    onde:

    = Fora de compresso

    = Fora de dimensionamento

    = Fora de compresso mxima resistida pela pea

    = Coeficiente de reduo que considera a flambagem global

    Q = Coeficiente de reduo que considera a flambagem local

    = rea bruta

    = Tenso de escoamento do ao

    Para relaes menores que as apresentadas na Tabela 1 consideramos

    Q = 1,00, para valores de maiores que os permitidos por esta tabela, ver o

    Anexo E da NB 14.

  • 20

    Tabela 4 - Relaes b/t NBR 8800

  • 21

  • 22

  • 23

    Para a determinao do valor de utilizamos a equao abaixo para

    determinar para atravs dele, retirarmos o valor de da Tabela 4 da NB 14.

  • 24

    Tabela 5 - Curvas de flambagem NBR 8800

  • 25

    Tabela 6- Valores de NBR 8800

  • 26

  • 27

    2.2.3. Peas fletidas:

    Para o dimensionamento de peas sujeitas a flexo foi utilizada a expresso a seguir: onde: = = Coeficiente de segurana para a flexo = Momento fletor resistente

    2.2.3.1 Classificao da flexo em barras

    Flexo pura: Neste caso temos atuante na barra apenas o momento fletor. A flexo pura pode ser dividida em:

    Reta Neste caso o plano de atuao do momento fletor coincide com um do planos principais de inrcia. Oblqua Neste caso o plano de atuao do momento fletor inclinado em relao aos planos principais de inrcia. Flexo simples: Neste caso temos como esforo interno solicitante apenas o momento fletor e

    fora cortante. Flexo composta: Neste caso o momento fletor atua com, ou sem, a fora cortante combinada

    com a fora normal ou o momento torsor ou ambos.

    2.2.3.2. Dimensionamento

    Para o dimensionamento de peas fletidas pela NB 14, temos trs possveis casos: Caso 1:

  • 28

    Caso 2:

    Caso 3: onde:

    = Comprimento do trecho sem conteno lateral

    Para o caso 1:

    onde: = Momento de plastificao Z = Mdulo resistente plstico relativo ao eixo de flexo Para o caso 2:

    onde:

  • 29

    Para o caso 3:

    onde:

    = Mdulo resistente elstico relativo ao eixo de flexo

    = Raio de girao, relativo ao eixo de menor inrcia, da seo formada pela

    mesa comprimida mais um tero da regio comprimida da alma

    = Distncia entre faces externas das mesas (altura da seo)

    = rea da mesa comprimida

    = Raio de girao da seo transversal, relativo ao eixo de menor inrcia

    o menor e o maior dos dois momentos fletores de clculo nas

    extremidades do trecho no contido lateralmente

    2.3. Ligaes

    Os tipos de ligaes utilizadas no projeto da passarela foram:

    - Ligaes parafusadas

  • 30

    - Ligaes soldadas

    2.3.1. Ligaes parafusadas

    Existem dois tipos de parafusos destinados s ligaes das estruturas

    metlicas, so eles:

    Parafusos comuns Fabricados em ao-carbono, designados como ASTM A307, ou apenas como A307. So usados para pequenas trelias, plataformas simples, passadios, teras,

    vigas de tapamento, estruturas leves etc. Possuem um baixo custo, porm tambm

    tem baixa resistncia.

    Parafusos de alta resistncia Estes parafusos permitem dois tipos de ligaes, por atrito e por contato.

    Por atrito:

    Neste tipo de parafuso temos uma protenso que medida pelo torque dado

    na porca. A protenso faz com que as chapas a serem ligadas tenham uma grande

    resistncia ao deslizamento relativo.

    Por contato:

    Nas ligaes por contato, temos duas situaes possveis, uma com o plano

    de cisalhamento passando pela rosca do parafuso e outra onde o plano de

    cisalhamento passa forra da rosca do parafuso. Quando o plano de cisalhamento da

    ligao passa pela rosca, teremos uma resistncia menor, j que na regio da rosca

    temos uma seo de rea reduzida em relao ao restante do parafuso.

  • 31

    2.3.1.1. Dimensionamento

    Ligao por atrito:

    Para as ligaes por atrito temos como condio de dimensionamento a

    seguinte equao:

    onde:

    = Fora mnima de protenso inicial no parafuso, dada na Tabela 19, ou

    por

    = Fora de trao no parafuso, calculada com base nas aes nominais,

    porm com a carga permanente multiplicada por 0,75 caso isto seja o mais

    desfavorvel

    = Coeficiente de atrito, para as diversas condies de superfcie, conforme a

    Tabela 15

    = Resistncia a trao do material do parafuso ou barra rosqueada

    especificada na tabela A-4

    = rea efetiva a trao

    = Dimetro nominal do parafuso ou barra rosqueada

    = Passo da rosca

  • 32

    = 0,9743 rosca padro UNC-parafusos ASTM e = 0,9382 para padro

    rosca mtrica ISO grossa

    = Fator de reduo, devido ao tipo de furo; 1,00 para furos padro

    Ligao por contato: Para ligaes por contato temos como requisito de dimensionamento a seguinte equao:

    onde:

    = Carga de cisalhamento no parafuso ou barra rosqueada

    = Resistncia nominal ao corte do parafuso ou barra rosqueada

    = 0,65 para parafusos ASTM A325 e ASTM A490 e = 0,60 para os

    demais parafusos e barras rosqueadas

    Plano de cisalhamento passando pela rosca de parafusos A325 e A490:

    Plano de cisalhamento passando fora da rosca de parafusos A325 e A490:

  • 33

    Tabela 7 - Valores de fu

    Tabela 8 - Valores de NBR 8800

    Tabela 9 - Distncia mnima do centro de um furo padro borda

  • 34

    Tabela 10 - Fora de protenso mnima em parafusos

  • 35

    2.3.2. Ligao soldada

    A solda a unio de materiais (Fonseca & Pinheiro, 2001), que obtida

    pela fuso dos materiais adjacentes. A utilizao de ligaes soldadas necessita de

    um operrio especializado.

    2.3.2.1. Classificao das soldas

    A solda um processo que tem diversos tipos de apresentao, que variam

    de acordo com sua posio, tipo, continuidade e processo executivo.

    Tipos de solda: Entalhe (solda de chanfro).

    Filete (cordo de solda).

    Tampo (para furos e rasgos).

    Classificao das ligaes soldadas quanto sua continuidade: Soldas contnuas: tm o comprimento ininterrupto.

    Soldas intermitentes: so descontnuas ao longo de sua extenso.

    Soldas ponteadas: no so estruturais, servem para manter os componentes

    em alinhamento at a solda definitiva.

    Classificao das ligaes soldadas quanto a posio de soldagem: Plana

    Horizontal

  • 36

    Vertical

    Sobrecabea

    2.3.2.2. Dimensionamento

    Para o dimensionamento de soldas de filete, temos que fazer duas verificaes:

    Resistncia do metal da solda

    Resistncia do metal base

    onde:

    Resistncia nominal ruptura por trao do eletrodo

    Espessura da garganta efetiva

    Comprimento da perna da solda (face de contato)

    Comprimento efetivo do filete

    Para a utilizao da solda de filete devemos respeitar as condies mostradas

    nas tabelas abaixo:

  • 37

    Tabela 11 - Dimenses nominais mnimas de soldagem

    Maior espessura do metal base na junta

    Dimenso nominal mnima da solda de filete (mm)

    (Em um nico passe)

    3

    5

    6

    8

    Tabela 12 - Dimenses nominais mximas de soldagem

    Ao longo de bordas de material com espessura

    Dimenso nominal mxima

    Inferior a 6,35 mm No mais que a espessura do material

    Igual ou superior a 6,35 mm

    No mais que a espessura do material

    subtrada de 1,5 mm, exceto se houver

    especificao no projeto

    Tabela 13 - Resistncia da solda por unidade de comprimento

    Eletrodo (MPa) q (KN/mm)

    s = = 1 mm

    E60xx 415 0,1320

    E70xx 485 0,1542

    E80xx 550 0,1749

    2.4. Presso dinmica devido ao vento

    A presso dinmica sofrida pela estrutura devido ao vento, determinada de

    acordo com procedimentos determinados pela NBR 6123.

    Para determinar a presso gerada pelo vento sobre a estrutura, devemos

    determinar a velocidade caracterstica do vento para a situao em que esta

    estrutura ficar exposta ao vento, assim temos que,

  • 38

    onde:

    velocidade caracterstica do vento

    velocidade bsica do vento

    fator topogrfico

    fator rugosidade do terreno, dimenses e altura sobre o terreno

    fator estatstico

    A velocidade bsica do vento a velocidade de uma rajada de 3 segundos

    de durao, excedida em mdia uma vez em 50 anos, a 10 metros acima do terreno.

    A velocidade bsica do vento determinada com a ajuda de um mapa do

    Brasil, que contem Isopletas da velocidade bsica do vento.

  • 39

    Figura 1 - Isopletas da velocidade bsica do vento

  • 40

    O fator , chamado de fator topogrfico, determinado conforme indicado

    abaixo,

    Figura 2 - Fator topogrfico S1

  • 41

    O fator de rugosidade do terreno, dimenses e altura sobre o terreno

    classifica a estrutura em categorias e classes.

    Aps identificar a categoria e a classe do projeto, com auxilio de uma tabela

    se obtm o valor do fator .

    Categorias: classificao da rugosidade do terreno.

    Categoria I: Superfcies lisas de grandes dimenses, com mais de 5 km de

    extenso, medidos na direo e sentido do vento incidente.

    Lagos e rios; Pntanos sem vegetao;

    Categoria II: Terrenos abertos em nvel, com poucos obstculos isolados, tais

    como rvores e edificaes baixas, a cota mdia do topo dos obstculos de 1,00m.

    Zonas costeiras planas; Pntanos com vegetao rala; Campos de aviao; Pradarias e chamecas; Fazendas sem sebes ou muros;

    Categoria III:Terrenos planos ou ondulados com obstculos tais como sebes e

    muros, poucos quebra-ventos de rvores, edificaes baixas e esparsas, a cota

    mdia do topo dos obstculos de 3,00m.

    Granjas e casas de campo, com exceo das partes com matos; Fazendas com sebes e/ou muros; Subrbios a considervel distncia do centro, com casas baixas e

    esparsas;

    Categoria IV: Terrenos cobertos por obstculos numerosos e pouco

    espaados, em zona florestal, industrial ou urbanizados, a cota mdia do topo dos

    obstculos de 10,00m.

    Zonas de parques e bosques com muitas rvores; Cidades pequenas e seus arredores;

  • 42

    Subrbios densamente construdos de grandes cidades; reas industriais plenas ou parcialmente desenvolvidas;

    Categoria V: Terrenos cobertos por obstculos numerosos, grandes, altos e

    pouco espaados, a cota mdia do topo dos obstculos de 25,00m.

    Florestas com rvores altas de copas isoladas; Centro de grandes cidades; Complexos industriais bem desenvolvidos;

    Classes: classificao das dimenses do edifcio.

    Classe A: Todas as unidades de vedao, seus elementos de fixao e peas

    individuais de estruturas sem vedao. Toda edificao na qual a maior dimenso

    horizontal ou vertical no exceda 20m.

    Classe B: Toda edificao ou parte de edificao para a qual a maior

    dimenso horizontal ou vertical da superfcie frontal esteja entre 20m e 50m.

    Classe C: Toda edificao ou parte de edificao para a qual a maior

    dimenso horizontal ou vertical da superfcie frontal esceda 50m.

    Assim, aps classificarmos a estrutura em uma categoria e classe, retiramos

    o valor de na tabela a seguir.

  • 43

    Tabela 14 - Fator S2

    O fator estatstico divide as estruturas em cinco grupos, separados por

    caractersticas como grau de segurana requerido e vida til. Os cinco grupos so os

    apresentados abaixo.

    Tabela 15 - Fator S3

  • 44

    A presso exercida pelo vento sobre as estruturas calculada com o auxilio

    da equao.

    onde:

    Presso dinmica devido ao vento (N/m)

    Velocidade caracterstica do vento (m/s)

  • 45

    3. ESTRUTURAS ESTAIADAS

    As estruturas estaiadas surgiram por volta de 1938 na Alemanha como uma

    derivao das pontes suspensas. Uma das pontes estaiadas mais famosas do

    mundo a ponte Severin em Colnia, na Alemanha, construda em 1960, tem um

    vo livre de 350 m. Em geral pontes estaiadas so eficientes para vos acima de

    300 m.

    Figura 3 - Ponte Severin, Colnia, Alemanha

  • 46

    As estruturas estaiadas tem como peculiaridade um jogo de compensao de

    cargas, que o seu grande trunfo.

    Quando esta soluo estrutural utilizada em grandes pontes, fica claro

    durante o processo construtivo o equilbrio de cargas que h nestas estruturas, a

    construo inicia pelas torres, em seguida so construdos trechos do tabuleiro

    simtricos quanto as torres, trechos que geralmente tem o comprimento necessrio

    para alcanar o prximo ponto de fixao dos cabos. Mas como o vo central

    maior que os laterais, faltariam trechos para compensar estes ltimos trechos

    centrais.

    Para que a ponte no perca seu equilbrio, lanado um cabo, geralmente

    mais espesso que os demais cabos, que pode no ser fixado em um trecho da

    ponte, mas fixo no solo. Esse cabo serve como compensao para os trechos sem

    par simtrico da parte central da ponte, assim evitamos de que haja o surgimento de

    momentos fletores que levariam as torres a tombarem uma na direo da outra, e

    estes trechos extras do centro da ponte garantem que no ocorra o efeito contrrio

    caso haja um distribuio de carga maior nos vos laterais que no central.

    3.1. Software utilizado

    O software utilizado para a anlise estrutural da passarela, assim como o

    clculo das solicitaes e reaes foi o SAP, verso 11.0. O SAP uma ferramenta

    capaz de analisar estruturas tridimensionais, alm de possibilitar, um refinamento da

    anlise, ao facilitar a introduo de cargas pr-estabelecidas, assim como restries

    individuais dos graus de liberdade da estrutura, apoios mveis e apoios flexveis.

    O software tem como origem os Estados Unidos da Amrica, e possibilita que

    se trabalhe com uma grande variedade de unidades, tornando os valores numricos

    expressos em grandezas com a qual o usurio esta acostumado.

  • 47

    3.2 Modelos existntes

    Estruturas estaiadas, principalmente pontes e passarelas, podem ser consideradas

    verdadeiras obras de arte do homem moderno, as figuras 31 a 38 mostram alguns

    exemplos.

    Figura 4 - Ponte Ilverich, Alemanha

  • 48

    Figura 5 - Detalhe da ligao cabo tabuleiro na ponte Ilverich

    Figura 6 - Ponte sobre o Rio Sergipe, Aracaj/SE

  • 49

    Figura 7 - Viaduto de Millau, Frana

    Figura 8 - Ponte da Normandia, Frana

  • 50

    Figura 9 - Ponto sobre o rio Antirio, Grcia

    Figura 10 - Ponte de Donghai, China

  • 51

    Figura 11 - Ponte de Erasmusbrug, Holanda

  • 52

    4. Exemplo aplicado

    4.1. Arquitetura

    O objeto principal deste Trabalho de Concluso de Curso, uma passarela

    metlica estaiada, com o desafio de vencer um vo de 35,00 m, passando sobre a

    Avenida Beira Rio, mas antes de se comentar mais sobre a passarela, explicaremos

    o motivo pelo qual foi escolhido este assunto.

    A inspirao para a escolha deste tema surgiu durante uma visita tcnica a

    pontes e tneis na Argentina e Uruguai realizada pela universidade, organizada pelo

    professor Me. Eng Almir Schffer, e acompanhada pelo professor, e orientador

    deste Trabalho, Esp. Eng Felipe Brasil Viegas.

    Figura 12 - Ponte de Rosrio, Argentina

    Aps definida a posio da torre de sustentao da passarela, a 7,00 m do

    incio do tabuleiro e a 28,00 m do seu final.

    Um ndice para pr-dimensionamento da altura dos pilares indica que a altura

    do pilar acima do tabuleiro proporcional a 1/6 do vo a ser vencido entre as torres,

  • 53

    como este projeto tem somente uma linha de pilares, este ndice passa para 1/3 do

    vo.

    Seguindo esta proporo, para o vo de 28,00 m, teramos uma torre de

    9,33 m acima do tabuleiro. A altura adotada foi de 18,25 m acima do tabuleiro,

    deciso tomada para diminuir o ngulo de inclinao dos cabos, deixando eles o

    mais prximo da vertical possvel, diminuindo a carga axial aplicada neles, isto

    porque trabalharemos com barras de ao classificao ASTM A-588, ao estrutural

    resistente ao do clima, que possui tenso admissvel de 34,50 KN/cm, enquanto

    cabos especiais para estaiamento admitem tenses de mais de 120 KN/cm.

    A disposio dos cabos duplos foi inspirada em uma passarela estaiada no

    municpio de Bombinhas, estado de Santa Catarina, Brasil.

    Figura 13 - Passarela estaiada, Bombinhas, Brasil

    A quantidade de cabos foi influenciada pela passarela de pedestres mostrada

    na figura 27, que possui uma quantidade menor de cabos que o inicialmente lanado

    no projeto da passarela.

  • 54

    Figura 14 - Passarela de Schillersteg, Alemanha

    A disposio dos cabos a mistura de duas tcnicas diferentes de lanar os

    cabos, a disposio em leque, mostrado na figura 28, e a disposio em harpa

    mostrado na figura 29.

    Figura 15 - Ponte estaiada com cabos em forma de leque

  • 55

    Figura 16 - Ponte estaiada com cabos em forma de harpa

    O guarda-corpo da passarela esta projetado 1,40 m acima do piso do

    tabuleiro, formado por perfis metlicos de seo circular.

    4.1.1. Localizao

    O local escolhido para o projeto foi a Avenida Beira Rio, em frente ao Parque

    Gigante, do Sport Club Internacional na cidade de Porto Alegre, estado do Rio

    Grande so Sul, Brasil.

    Este local foi escolhido dentre diversos pontos da cidade por ter uma maior

    rea livre para o desenvolvimento do projeto, e tambm por o local ser um ponto

    turstico esportivo da cidade, j que a passarela se encontrar a uma pequena

    distncia do estdio do Sport Club Internacional, o Estdio Jos Pinheiro Borda,

    popularmente conhecido como Beira-Rio.

    Com o auxlio de uma imagem area, indicamos na figura 39 o local escolhido

    para abrigar a passarela.

  • 56

    Figura 17 - Localizao da passarela

    4.1.2. Necessidade

    Outro fato avaliado para a escolha do local foi a necessidade de uma

    passarela, fato positivo para a escolha feita.

    O fato de a Avenida Beira Rio separar o estacionamento do clube, nas

    imediaes do estdio, da sede social do clube, s margens do Lago Guaba, onde

    se encontram piscinas, quadras esportivas entre outros atrativos, torna quase que

    obrigatrio aos scios do clube atravessar a p a avenida.

    Por causa da grande movimentao de crianas, a prtica de se atravessar

    uma avenida de grande fluxo como a avenida em questo, torna evidente a

    necessidade de um meio de ligao segura para pedestres entre os dois lados da

    avenida.

    A escolha de uma alternativa area, ou seja, passando por cima da avenida,

    fica mais reforada ao se ter conhecimento que a avenida atua tambm como um

    dique, para que as guas do Guaba no inundem e danifiquem os terrenos

    adjacentes em suas cheias, dificulta o projeto de um tnel para a mesma finalidade.

  • 57

    4.2. Dimenses finais

    A passarela possui 35 de comprimento, tendo um vo principal de 28 m de

    comprimento. O tabuleiro tem 5 m de largura, e est situado a 5,70 m sobre a

    avenida respeitando a altura mnima livre de 5,50 m.

    A laje do tabuleiro ser do tipo pr-moldada, fabricada pela Preconcretos,

    especificao 12SS, pode vencer um vo entre apoios de 5,85 m com uma carga

    acidental de 5,00 KN/m, tem 12 cm de espessura, 60 cm de largura e 5 m de

    comprimento. Sero necessrias 59 peas para compor o tabuleiro, com um peso

    final de 35.000 kgf.

    Para revestir todo o tabuleiro sero necessrias 58 peas de 60 cm de largura

    por 5 m de comprimento e uma pea de 20 cm de largura por 5 m de comprimento.

    As lajes que formam o tabuleiro se apiam sobre vigas metlicas de seo I,

    com 60,8 cm de altura total por 22,8 cm de larguras das mesas, sob a especificao

    W 610 x 113, fabricado pela Gerdau.

    O tabuleiro conta com travamentos transversais em cada ponto de apoio,

    travamento feito com o perfil W 250 x 28,4, tambm fabricado pela Gerdau.

    Os travamento diagonais do tabuleiro ser constitudo de uma pea com

    seo caixo, com dimenses externas de 20 cm por 20 cm, formado por chapas de

    ao soldadas.

    As torres so formadas por uma seo caixo de 1,00 m por 40 cm, enrijecido

    com uma chapa central, formado por chapas soldadas. As torres tem uma altura final

    de 22,25 m

    Os cabos de sustentao so barras circulares fabricadas pela Gerdau no

    dimetro de 31,75 mm, com uma das pontas rosqueadas para ligao ao tabuleiro e

    a outra extremidade soldada a pea de ligao com a torre.

    Os cabos de r te dimetro de 46 mm e tem suas ligaes semelhantes aos

    cabos de sustentao.

    O peso final da estrutura de ao de 35.800 kgf.

    Todos os perfis e chapas empregados no projeto da passarela so do padro

    ASTM A-588, ao carbono estrutural de alta resistncia e baixa liga, possui alta

    resistncia a corroso atmosfrica.

  • 58

    Na produo do ao ASTM A-588 deve ser respeitada as taxas de elementos

    qumicos mostradas na tabela 21.

    Tabela 16 - Comparativo de composio qumica e propriedades mecnicas de aos ASTM

    Elemento Qumico

    ASTM A36 (perfis)

    ASTM A572 (Grau 50)

    ASTM A588 (Grau B)

    ASTM A242 (Chapas)

    %C mx. 0,26 0,23 0,20 0,15 %Mn ... (1) 1,35 mx. 0,75-1,35 1,00 mx. %P mx. 0,04 0,04 0,04 0,15 %S mx. 0,05 0,05 0,05 0,05 %Si 0,40 0,40 mx.3 0,15-0,50 ... %Ni ... ... 0,50 mx. ... %Cr ... ... 0,40-0,70 ... %Mo ... ... ... ... %Cu 0,202 ... 0,20-0,40 0,20 mn. %V ... ... 0,01-0,10 ... (%Nb + %V) ... 0,02-0,15 ... ... Limite de escoamento (MPa) 250 mn. 345 mn. 345 mn. 345 mn. Limite de resistncia (MPa) 400-550 450 mn. 485 mn. 480 mn. Alongamento Aps ruptura, % (lo = 200mm)

    20 mn. 18 mn. 18 mn. 18 mn.

    (1): Para perfis de peso superior a 634 kg/m, o teor de mangans deve estar situado entre 0,85 e 1,35% e o teor de silcio entre 0,15 e 0,40%. (2): Mnimo quando o cobre for especificado. (3): Para perfis de at 634 kg/m. (4): Espessuras entre 20 mm e abaixo.

    Na tabela 22 esto relacionados os fabricantes e os padres de aos

    patinveis que cada um produz.

    Tabela 17 - Os aos patinveis produzidos no Brasil

    EMPRESA AO BELGO MINEIRA ASTM A588 COSIPA COS AR COR 300, COS AR COR 350, ASTM A242, ASTM

    A588 CSN CSN CSN-COR 420, CSN-COR 500 CST ASTM A242 GERDAU AOMINAS

    ASTM A588

    USIMINAS USI-SAC-300, USI-SAC-350, USI-FIRE-350, ASTM A242, ASTM A588

    V&M VMB 250 COR, VMB 300 COR, VMB 350 COR

  • 59

    A figura 30 apresenta um diagrama de derivaes da produo do ao

    carbono estrutural.

    Figura 18 - Diagrama esquemtico da produo de ao carbono

    O ao a liga entre o ferro e o carbono, porm, a adio de outros elementos qumicos pode alterar as caractersticas do ao, como mostrado na tabela 23.

    Tabela 18 - Influncia de elementos qumicos no ao carbono

    Indica melhora da caracterstica indicada

    Indica perda na caracterstica indicada

  • 60

    4.3 Modelo estrutural

    O modelo estrutural da passarela, por ser uma estrutura estaiada, tem

    caractersticas especiais, como a utilizao da carga de deformao, utilizada com o

    princpio de se anular a deformao existente no tabuleiro devido ao peso prprio da

    estrutura.

    Figura 19 - Modelo estrutural

    As vinculaes utilizadas foram definidas de modo que representassem da

    melhor maneira possvel a soluo de ligaes escolhida, ajuste necessrio para o

    correto funcionamento da estrutura estaiada, assim podendo aproveitar ao mximo

    as vantagens oferecidas pelo modelo de estrutura.

    Como no dimensionamento foi considerado a utilizao de cabos duplos, as

    propriedades mecnicas do cabo apresentado no software foram calculadas para

    que se tivesse um dimetro representativo dos dois dimetros dimensionados.

  • 61

    Simplificao possvel j que os esforos representativos nos cabos so foras

    axiais.

    Figura 20 - Vista superior do tabuleiro metlico

    O projeto de uma estrutura estaiada tambm se difere de obras convencionais

    quando se trata das composies de cargas analisadas, devido ao delicado

    equilbrio existente na estrutura, devemos avaliar o seu comportamento

    principalmente quando se trata de cargas no simtricas. Assim so 9 casos de

    carga, que geram 10 combinaes de carga diferentes.

    Figura 21 - Vista frontal das torres

  • 62

    4.3.1. Cargas

    - Peso prprio:

    O software incorpora o peso da estrutura lanada nas reaes finais

    automaticamente. Para o tabuleiro, que ser constitudo de lajes Roth, foi necessrio

    a criao de um carregamento referente ao peso destas lajes.

    Figura 22 - Carregamento do peso prprio

  • 63

    - Carga acidental plena:

    Este carregamento composto pela carga mxima de pessoas sobre a

    passarela, que por norma deve ser de 500 kgf/m.

    Figura 23 - Carga acidental mxima

  • 64

    - Carga acidental somente no trecho de r:

    Estrutura com carregamento acidental somente no trecho de r da passarela.

    Importante carregamento que deve ser analisado para avaliar se o peso prprio do

    trecho principal suficiente para garantir a estabilidade da estrutura.

    Figura 24 - Carga acidental no trecho de r

  • 65

    - Carga acidental somente no trecho principal:

    Com este carregamento, vemos se o cabo de r compensa o carregamento

    acidental somente no trecho principal, sem ter carregamento no trecho de r.

    Figura 25 - Carga acidental no trecho principal

  • 66

    - Carga acidental somente de um lado do tabuleiro: Com este carregamento analisamos a reao da estrutura com um carregamento assimtrico entre as torres, o que pode gerar deformaes

    inesperadas.

    Figura 26 - Carga acidental somente de um lado do tabuleiro

  • 67

    - Carga acidental somente de um lado do trecho de r: Com este carregamento queremos garantir que no haja deslocamentos indesejados no canto oposto do tabuleiro.

    Figura 27 - Carga acidental somente na lateral do trecho de r

  • 68

    - Carga acidental somente de um lado do trecho principal: Neste caso queremos garantir que no haja o surgimento de cargas indesejadas na estrutura.

    Figura 28 - Carga acidental somente na lateral do trecho principal

  • 69

    - Carga de vento transversal ao eixo da passarela: Este carregamento visa nos mostrar a reao da estrutura quando da incidncia de vento na direo transversal ao eixo da passarela.

    Figura 29 - Carga de vento transversal ao eixo da passarela

  • 70

    - Carga de vento longitudinal ao eixo da passarela: Neste caso buscamos determinar as solicitaes geradas na estrutura pela incidncia de vento na direo longitudinal ao eixo da passarela.

    Figura 30 - Carga de vento longitudinal ao eixo da passarela

  • 71

    Atravs das situaes de carga mostradas, foram montadas dez combinaes

    que representam os carregamentos reais sofridos pela estrutura, assim sendo,

    temos como resultado as solicitaes da estrutura em cada combinao de carga,

    assim como as deformaes geradas pelas mesmas.

    As composies geradas so:

    1. Peso prprio e acidental total

    2. Peso prprio e acidental no trecho de r

    3. Peso prprio e acidental no trecho principal

    4. Peso prprio e acidental de um lado do tabuleiro

    5. Peso prprio e acidental de um lado do tabuleiro no trecho de r

    6. Peso prprio e acidental de um lado do tabuleiro no trecho principal

    7. Peso prprio e vento na direo transversal ao eixo da passarela

    8. Peso prprio, vento na direo transversal ao eixo da passarela e

    carga acidental total

    9. Peso prprio e vento na direo longitudinal ao eixo da passarela

    10. Peso prprio, vento na direo longitudinal ao eixo da passarela e

    carga acidental total

    Estas composies de carga foram montadas de acordo com a NBR 8800,

    conforme indicado nas tabelas a seguir.

    Tabela 19 - Coeficientes de ponderao para combinaes de carga

  • 72

    Tabela 20 - Fatores de combinao

    4.3.2. Solicitaes

    Com a anlise das solicitaes determinou-se as cargas de

    dimensionamento, e assim verificar se os perfis previamente lanados no software

    suportam as solicitaes, por que em caso de um perfil ter de ser substitudo,

    teramos de refazer a anlise, j que esta alterao afetaria a rigidez da estrutura

    como um todo, havendo uma nova distribuio interna de foras.

    Comparando os resultados entre as diversas combinaes foi determinado

    que o modelo estrutural, quando carregado na direo vertical, funciona como dois

    lados independentes, como mostrado nas figuras 16, 17, 18 e 19, que mostram as

    solicitaes com carga acidental total, e com carga acidental somente de um lado do

    tabuleiro, podendo se visualizar que quando h carga somente de um lado do

    tabuleiro, o mesmo lado da estrutura fica com uma carga superior ao do lado

    descarregado.

  • 73

    Figura 31 - Solicitaes normais na estrutura com carga acidental plena

    Figura 32 - Momentos fletores na estrutura com carga acidental plena

  • 74

    Figura 33 - Solicitaes normais na estrutura com carga acidental somente de um lado do tabuleiro

    Figura 34 - Momentos fletores na estrutura com carga acidental somente de um lado do tabuleiro

  • 75

    Aps a anlise de todas as combinaes, chegamos as cargas de

    dimensionamento mostradas abaixo, todas as cargas j esto majoradas em 1,4,

    conforme orientao da norma NBR 8800.

    Tabela 21 - Cargas de dimensionamento

    TORRES

    Carga normal 1780 KN

    Momento fletor My 400 KNm

    Momento fletor Mx 32,4 KNm

    TABULEIRO

    Carga normal caso 1 465 KN

    Momento fletor My caso 1 106 KNm

    Carga normal caso 2 58 KN

    Momento fletor My caso 2 312,6 KNm

    CABO DE SUSTENTAO

    Carga normal 337 KN

    CABO DE R

    Carga normal 636,5 KN

    4.3.3. Deformaes

    Aps a anlise estrutural e o correto dimensionamento da estrutura, temos

    certeza de que a estrutura segura para ser utilizada, mas de nada adianta, se

    mesmo segura, a estrutura apresentar deformaes que impossibilitem a utilizao

    da mesma, assim sendo, as deformaes sofridas pela estrutura merecem uma

    ateno especial.

    Neste tipo de estrutura temos como anular, ou chegar muito prximo disto, a

    deformao sofrida pelo tabuleiro decorrente do peso prprio. O artifcio que

    utilizamos a utilizao de cargas de deformao, que nada mais que um

    encurtamento do cabo, para que, quando ele seja carregado com o peso prprio da

    estrutura, ele alongue de volta a posio original, gerando um tabuleiro sem

    deformaes quando no houver carregamento acidental.

  • 76

    Para determinao das cargas de deformao, partimos das cargas

    existentes nos cabos por peso prprio do tabuleiro, mas as cargas finais foram

    determinadas por um processo de tentativas at atingir um resultado satisfatrio.

    Para apresentar as cargas de deformao, os cabos sero chamados

    conforme mostrado na figura 20.

    Figura 35 - Numerao dos cabos

    As cargas de deformao so introduzidas no software em forma de

    deformao, apresentadas na tabela 19.

  • 77

    Tabela 22 - Cargas de deformao

    CABO Deformao (m)

    1 0,0055 2 0,0035 3 0,0005 4 0,0010 5 0,0025 6 0,0100 7 0,0100

    Com a aplicao das cargas descritas na tabela 19, resultamos em uma

    flecha de 5,0 mm no tabuleiro, mostrada na figura 21.

    Figura 36 - Deformao do tabuleiro por peso prprio

    Podemos afirmar que este procedimento seria semelhante utilizao de

    contra-flecha em vigas de concreto armado.

  • 78

    A maior flecha verificada ocorreu quando da utilizao plena da passarela

    juntamente com vento longitudinal ao eixo da passarela, essa flecha de 5,7 cm, o

    que aceitvel, j que a flecha mxima admissvel de 11,2 cm.

    A maior flecha verificada est mostrada na figura 22.

    Figura 37 - Deformao mxima verificada no tabuleiro

    O maior deslocamentohorizontal verificado no topo do pilar foi de 2,6 cm.

    4.3.4. Reaes

    Para escolher corretamente o tipo de fundao a ser utilizada, temos que ter

    conhecimento dos tipos de esforos que sero descarregados no solo, assim como

    saber em que tipo de solo estamos descarregando.

    Para qualquer tipo de fundao escolhida, o pior carregamento a ser

    descarregado no solo o momento fletor, assim as estruturas estaiadas tem uma

    vantagem, vencem grandes vos, gerando menos momento fletor, que uma

  • 79

    passarela de vigas e pilares de concreto, vencendo o mesmo vo e se apoiando nos

    mesmos pontos que o modelo apresentado.

    As reaes geradas pela passarela esto dispostas na figura 23, e resumidas

    na tabela 20.

    Figura 38 Reaes

    A passarela est apoiada em diversos pontos, na base do pilar e nas

    extremidades do tabuleiro, assim como temos a ancoragem do cabo de r, cabo

    nmero 1, e a ancoragem do cabo nmero 2.

    A base do pilar transmite as cargas diretamente no solo, j as extremidades

    do tabuleiro se apoiaro na estrutura de acesso passarela, j os tambm podem

    ser ancorados nesta estrutura auxiliar, como ter sua fundao independente e

    transmitir a carga diretamente para o solo.

  • 80

    Figura 39 - Sistema de eixos

    Para o claro entendimento dos dados dispostos na tabela 20, a figura 24 mostra o sistema de eixos adotado no projeto.

    Tabela 23 - Resumo das reaes

    Ponto Nz (kN) Nx (KN) Ny (KN) My (KNm) Mx (KNm) Base pilar 1800 40 75 400 34

    Extremidade A 36 480 27 - - Extremidade B 125 - 8 - -

    Cabo N1 530 330 < 0,01 - - Cabo N2 213 102 < 0,01 - -

  • 81

    5. Concluso

    A execuo de um projeto depende de um conjunto de fatores, entre eles,

    fatores financeiros, polticos, necessidades e a viabilidade tcnica.

    O foco central deste trabalho foi provar, e com sucesso, a viabilidade tcnica

    da passarela projetada. A estrutura projetada e dimensionada se mostra capaz de

    atender com qualidade a necessidade das pessoas se locomoverem de um lado a

    outro da avenida.

    O ao mostrou-se eficaz para todos os tipos de solicitaes a que foi

    submetido neste projeto, mostrando uma grande versatilidade, tendo-se em vista

    que outros tipos de ao mais resistentes so empregados em estruturas similares.

    A arquitetura, que no foi o foco deste trabalho, foi pensada visando o modelo

    estrutural empregado, assim, caberia um maior aprofundamento neste assunto.

    As ligaes existentes no projeto foram pr-dimensionadas com o objetivo de

    demonstrar a viabilidade tcnica.

    O Trabalho de Concluso de Curso o ltimo capitulo de uma trajetria,

    agora vitoriosa, atravs do Curso de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia

    da Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul.

    um trabalho que exige respeito, dedicao e estudo, que faz o aluno buscar

    o conhecimento alm do visto durante um curso, e enfatiza a importncia de se

    saber aprender e de se buscar o conhecimento.

    A realizao deste trabalho s encoraja um ser humano, principalmente

    quando ele se julgava incapaz deste feito.

    O homem s mostra seu verdadeiro potencial quando exigido, e

    desenvolver um Trabalho de Concluso de Curso como este um grande desafio.

    Para um alguns alunos de engenharia pode ser mais confortvel estar entre

    nmeros e equaes do que entre palavras e pargrafos, por isso, se o aluno

    tivesse menos atividades para com as quais repartir o tempo, seria possvel elevar a

    qualidade dos trabalhos apresentados.

    O Trabalho de Concluso de Curso uma oportunidade para o aluno

    desenvolver seus conhecimentos atravs de seus prprios meios, algo que s

    ajudar um novo engenheiro em sua vida profissional.

  • 82

    6. Referncias bibliogrficas

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 8800: Projeto e execuo de estruturas de ao de edifcios (mtodo dos estados limites).

    Rio de Janeiro, 1986.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 6123: Cargas devidas ao vento em edificaes. Rio de Janeiro, 2003.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 7188: Carga mvel em ponte rodoviria e passarela de pedestres. Rio de Janeiro, 1982.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 6023: Informao e documentao Referncias Elaborao. Rio de Janeiro, 2002.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 6028: Informao e documentao Resumo Apresentao. Rio de Janeiro, 2003.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 10719: Apresentao de relatrios tcnico-cientficos. Rio de Janeiro, 1984.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 14724: Informao e documentao Trabalhos acadmicos Apresentao.

    Rio de Janeiro, 2002.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 10520: Informao e documentao Citaes em documentos Apresentao.

    Rio de Janeiro, 2002.

    PINHO, Fernando Ottoboni; BELLEI, Ildony Hlio. Pontes e viadutos em vigas mistas. Rio de Janeiro: IBS/CBCA, 2007, 138 p., 29 cm. ISBN 978-85-89819-12-1.

  • 83

    FONSECA, Antonio Carlos da; PINHEIRO, Bragana. Estruturas metlicas Clculos, Detalhes, Exerccios e Projetos. 1. Ed. So Paulo: Editora Edgard Blcher, 2001. ISBN 85-212-0282-2.

    HIBBELER, Russell C.. Structural analysis. 4. Ed. Upper Saddle River: Prentice-Hall, 1998. ISBN 0-13-081309-5.

  • 84

    7. Anexo A Estgio Profissional

    O estgio profissional iniciado em Outubro de 2006 na emprese Vanguarda

    Sistemas Estruturais Abertos tem se mostrado eficaz para o desenvolvimento

    profissional.

    A empresa constituda de sua direo, corpo tcnico, formado por

    engenheiros, arquitetos e estagirios, e uma secretria que tambm atua como

    auxiliar nos servios financeiros da empresa.

    As atividades desenvolvidas pelos estagirios so basicamente o

    detalhamento tcnico de projetos e o acompanhamento de todo o processo de

    clculo estrutural de uma edificao, tanto de estruturas metlicas, como as em

    concreto armado e estruturas em madeira.

    Alguns exemplos de trabalhos realizados:

    Reformas e ampliaes das dependncias do SESi e do SENAI. Prdios industriais em concreto pr-moldado.

  • 85

    8. Anexo B Formulrio de encaminhamento para submisso banca avaliadora

  • 86

    9. Anexo C - Documento de acompanhamento

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    10. Anexo D Memria de clculo

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    11. Anexo E - Plantas