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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC NATALIA DE PAULA MOURA DIMETILARGININA SIMÉTRICA (SDMA) COMO BIOMARCADOR PARA DIAGNÓSTICO PRECOCE DE LESÃO RENAL EM FELINOS: revisão de literatura MACEIÓ-AL 2019/1

DIMETILARGININA SIMÉTRICA (SDMA) COMO BIOMARCADOR … · como sendo um problema de grande ocorrência em felinos (PEREIRA, 2015). A doença renal crônica (DRC) é uma afecção

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

NATALIA DE PAULA MOURA

DIMETILARGININA SIMÉTRICA (SDMA) COMO

BIOMARCADOR PARA DIAGNÓSTICO PRECOCE DE

LESÃO RENAL EM FELINOS: revisão de literatura

MACEIÓ-AL 2019/1

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NATALIA DE PAULA MOURA

DIMETILARGININA SIMÉTRICA (SDMA) COMO

BIOMARCADOR PARA DIAGNÓSTICO PRECOCE DE

LESÃO RENAL EM FELINOS: revisão de literatura

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac, sob a orientação da professora Ma. Letícia Gutierrez de Gutierrez e coorientação da professora Dra. Márcia Kikuyo Notomi.

MACEIÓ-AL 2019/1

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REDE DE BIBLIOTECAS CESMAC

SETOR DE TRATAMENTO TÉCNICO

Evandro Santos Cavalcante CRB/4 1700

M929d Moura, Natalia de Paula

Dimetilargina simétrica (SDMA)como biomarcador para

diagnóstico precoce de lesão renal em felinos: revisão de

literatura / Natalia de Paula Moura .— Marechal Deodoro:2019.

31 f.: il.

TCC (Graduação em Medicina Veterinária) – Centro

Universitário CESMAC, Marechal Deodoro, AL 2019.

Orientadora: Letícia Gutierrez de Gutierrez

Coorientador: Márcia Kikuyo Notomi

1. Doença renal crônica. 2. Dimetilarginina simétrica (SDMA).

3. Diagnóstico precoce. 4. Felinos. I. Gutierrez, Letícia Gutierrez de. II. Notomi, Márcia Kikuyo. III. Título.

CDU:619:616

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NATALIA DE PAULA MOURA

DIMETILARGININA SIMÉTRICA (SDMA) COMO

BIOMARCADOR PARA DIAGNÓSTICO PRECOCE DE

LESÃO RENAL EM FELINOS: revisão de literatura

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesmac, sob orientação da professora Ma. Letícia Gutierrez de Gutierrez e coorientação da professora Dra. Márcia Kikuyo Notomi.

APROVADO EM: ___/___/____

Profa. Ma. Leticia Gutierrez de Gutierrez

BANCA EXAMINADORA

PROFA. DRA. ISABELLE VANDERLEI MARTINS BASTOS

PROF. DR. FERNANDO WIECHETECK DE SOUZA

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por sempre ter estado comigo nos momentos mais difíceis ao longo da graduação, e por ter me abençoado nas minhas conquistas, que sem Ele ao meu lado não seriam possíveis. Agradeço aos meus pais, Rogério e Mary por nunca terem me abandonado e terem sido meus maiores pilares apoiando meus sonhos e lutando junto comigo em busca da realização, sem eles eu nada seria. À minha irmã Marina, por sempre ter me socorrido quando precisei e por sempre me fazer abrir os olhos, fazendo de mim uma pessoa mais madura.

Agradeço aos meus amigos, nomeados carinhosamente como os “melhores da vet”, Ayanne, Ellen, Mirella, Analice, Ana Katharina, Eliane e Tulio, por todo o companheirismo e apoio nesses 5 anos juntos, onde estivemos sempre dando forças uns aos outros e fazendo dessa graduação a melhor fase possível. A minha amiga e irmã Fabiana, por todos os conselhos e apoio.

Agradeço aos meus professores, que puderam me ensinar não só a medicina veterinária, mas por sempre me apoiarem, pela parceria e por me fazerem acreditar que no fim tudo dará certo, em especial professores Roberto, Letícia, Muriel, Érica, Vilma, Isabelle, Saulo e Kézia.

Agradeço também imensamente a equipe “é o bicho” por terem me acolhido durante todo esse tempo, a Dra. Fabrícia por ter sempre aberto às portas da clínica para os meus estágios e confiado no meu potencial. À Dra. Monique por além de ter me ajudado muito a me tornar uma profissional melhor, hoje se tornou minha amiga que sempre me apoia e me aconselha a seguir o melhor caminho. À Dra. Carla, Dra. Natasha, Dra. Layanne, Dra. Pâmella, Dr. Carlo, Dr. Alexandre e Dra. Carolina por todo o ensinamento passado e paciência em me ajudar a ser uma profissional mais capacitada.

Gratidão em especial, ao Dr. Artur Eustáquio, por ser uma das pessoas que mais me incentivou e acreditou no meu potencial durante todo esse período de estágio no hospital veterinário é o bicho, fez com que eu aprendesse a ser uma pessoa mais madura, mais autoconfiante e ter me ajudado a escolher uma área futura de atuação na qual hoje sou apaixonada. Pelas broncas, que não foram poucas, e conselhos, que me fizeram ser uma pessoa mais consciente e capaz.

Agradecimento especial também ao meu amigo Rafael, por todos os conselhos e bons momentos proporcionados, sempre me incentivando a ser uma profissional melhor.

E por último, porém não menos importante, à minha orientadora e amiga professora Letícia Gutierrez pela sua imensa paciência e compreensão durante todo esse tempo, por sempre me aconselhar e acreditar que eu posso ir além, e nunca ter desistido de mim. À minha coorientadora, professora Márcia Notomi por ter aceitado nosso convite e ser sempre tão prestativa e uma pessoa a qual admiro muito.

A estes, expresso minha eterna gratidão por tudo o que fizeram e ainda fazem por mim, e dizer-lhes que sem eles, nenhuma realização seria possível. A eles e a Deus, meu muito obrigada.

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DIMETILARGININA SIMÉTRICA (SDMA) COMO BIOMARCADOR PARA DIAGNÓSTICO PRECOCE DE LESÃO RENAL EM FELINOS: revisão de literatura

SYMMETRICAL DIMETHARMAGIN (SDMA) AS A BIOMARCER FOR EARLY DIAGNOSIS OF RENAL INJURY IN CATS: literature review

Natalia de Paula Moura

Graduanda de curso de Medicina Veterinária [email protected] Letícia Gutierrez de Gutierrez

Mestrado em Ciências Veterinárias [email protected]

Márcia Kikuyo Notomi Pós-Doutorada pela Universidade Autonoma de Barcelona

[email protected]

RESUMO

A prevalência da doença renal crônica (DRC) tem crescido na população felina, e devido a isso a busca dos clínicos por um diagnóstico precoce tem aumentado possibilitando o estabelecimento de medidas preventivas, terapêuticas, nutricionais, e monitoramento que permita o retardo a progressão da doença. A DRC é uma afeção representada quando há perda de 75% da funcionalidade dos rins, sendo considerada de grande relevância. Sobretudo em felinos idosos, caracterizada pelo seu caráter irreversível e progressivo, e por ser segunda maior causa de morte na clínica dessa espécie. Assim, métodos práticos, baratos e precisos são urgentemente necessários para detectar precocemente a doença renal. A dimetilarginina simétrica (SDMA) é um aminoácido que pode ser utilizado como biomarcador renal devido à alta correlação entre a sua concentração sanguínea e a taxa de filtração glomerular (TFG). Esse marcador apresenta vantagens sobre o marcador de função renal mais utilizado, a creatinina, pois a elevada sensibilidade e especificidade do SDMA, associado ao o fato de não sofrer influência do volume de massa muscular e a precocidade com que detecta diminuições na TFG, constituí um excelente método para o diagnóstico da DRC numa fase inicial. A principal finalidade deste estudo é a descrição de um teste realizado para diagnóstico precoce de lesão renal, visando sua técnica de realização e aplicabilidade clínicas de modo que terapias alternativas possam ser instituídas o quanto antes com o intuito de retardar a progressão da doença.

PALAVRAS-CHAVE: Doença Renal Crônica. Dimetilarginina Simétrica (SDMA). Diagnóstico precoce. Felinos. ABSTRACT

The prevalence of chronic kidney disease (CKD) has grown in the feline population, and because of that the clinical search for an early diagnosis has increased enabling the establishment of preventive, therapeutic, nutritional measures, in addition to monitoring that allow slow the progression of the disease . The DRC is represented impairment when there is loss of 75% of kidney function, and is considered of great importance. Especially in older cats, characterized by its irreversible and progressive, and is the second leading cause of death in the practice of this species. Thus, practical, inexpensive and accurate methods are urgently needed to detect early kidney disease. Symmetric dimethylarginine (SDMA) is an amino acid which can be used as biomarker kidney due to its high correlation between blood concentration and glomerular filtration rate (GFR). This marker has advantages over the marker most frequently used kidney function, creatinine, because the high sensitivity and specificity of the SDMA associated to the fact of not being influenced muscle mass volume and rate at which it detects decrease in GFR, is a excellent method for the diagnosis of an early stage CKD. The main purpose of this study is to describe a test carried out for early diagnosis of kidney damage, for their technical realization and so that clinical applicability of alternative therapies can be instituted as soon as possible in order to slow the progression of the disease.

KEYWORDS: Chronic Kidney Disease. Symmetric dimethylarginine (SDMA). Early diagnosis. cats.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 7

2 METODOLOGIA ................................................................................................. 8

3 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 8

3.1. Ocorrências de doença renal em felinos com o impacto na clínica ............... 9

3.2. Anatomia renal felina ......................................................................................................... 9

3.3. Fisiologia renal felina ...................................................................................................... 11

3.3.1. Filtração glomerular ....................................................................................................... 12

3.4. Doença renal crônica (DRC) ......................................................................................... 13

3.4.1. Conceito ............................................................................................................................ 13

3.4.2. Etiologia............................................................................................................................. 13

3.4.3. Fatores de risco e desencadeante ............................................................................ 14

3.5. Métodos de diagnóstico clínico da doença renal ................................................ 15

3.5.1. Anamnese, exame físico e sinais clínicos. .............................................................. 15

3.6. Principais métodos de diagnóstico laboratorial................................................... 16

3.6.1. Concentração sérica de Cr .......................................................................................... 17

3.6.2. Ureia ................................................................................................................................... 18

3.6.3. Urinálise ............................................................................................................................ 18

3.6.3.1. Densidade urinária ......................................................................................................... 19

3.6.3.2. Proteinúria ........................................................................................................................ 20

3.7. Método de diagnóstico precoce .................................................................................. 21

3.7.1. Dimetilarginina simétrica (SDMA) .............................................................................. 21

3.7.2. SDMA como biomarcador renal ................................................................................. 22

3.7.3. Intervalo de referência .................................................................................................. 23

3.7.4. Diagnóstico e estadiamento com SDMA ................................................................. 23

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 26

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 27

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1 INTRODUÇÃO

As doenças renais em felinos são bastante comuns, assim podendo causar a

diminuição da expectativa de vida do animal. Desta forma, dependendo da

gravidade da doença, pode levar à óbito (SCHMITT, 2009). Vários estudos mostram

como sendo um problema de grande ocorrência em felinos (PEREIRA, 2015).

A doença renal crônica (DRC) é uma afecção que possui grande

relevância por promover alta taxa de morbidade em cães e gatos, principalmente

em animais idosos, sendo caracterizada por apresentar caráter progressivo e

irreversível. Portanto, o diagnóstico precoce, além de ser o principal objetivo, é

também uma das maiores dificuldades clínicas (ALEXANDRE, 2018).

Na existência de lesão renal, os primeiros indicativos que demonstram que

esse dano são observados através da diminuição da taxa de filtração glomerular

(TGF) e redução na capacidade de concentração de urina. Porém, outro indicativo

que vale ressaltar, inclui aumento na concentração sérica dos compostos

nitrogenados, como ureia e a creatinina, caracterizando azotemia (HALL et al 2015).

A DRC é considerada uma doença grave em animais de companhia, e com

isso, pesquisas empenhadas em diagnósticos precoces têm sido realizadas com o

intuito de determinar o nível de comprometimento renal, para que medidas

terapêuticas possam ser empregadas o quanto antes, visando retardar a evolução

da doença (NABITY et al 2015).

Segundo Hall et al. (2016), para estimar a função renal, classificando o

estadiamento da doença renal em cães e gatos, a mensuração da TGF é o método

considerado de eleição por estar relacionado à massa funcional dos rins. A TGF é

determinada através do teste de depuração renal ou clearance, porém os métodos

atualmente disponíveis podem ser de difícil execução, alto custo, exigir múltiplas

coletas ou armazenamento de urina durante 24 horas (HENDY-WILLSON;

PRESSLER, 2011). Diante deste fato, para estimar essa taxa e detectar uma

diminuição da filtração, a concentração sérica de creatinina (Cr) é apontada como o

método mais facilmente mensurado e menos oneroso.

Entretanto, a concentração sérica de Cr é frequentemente citada como um

biomarcador de baixa sensibilidade para detectar precocemente a diminuição da

função renal, uma vez que permanece sem alteração até que a função renal esteja

75% comprometida. Além de que, vale ressaltar que algumas condições podem

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afetar as concentrações de creatinina, como o volume de massa muscular. Porém,

devido à creatinina ser originada do metabolismo muscular, animais caquéticos, ou

seja, que dispõem de baixa massa muscular, podem não apresentar um aumento

significativo da Cr sérica, mesmo na presença de insuficiência renal (HALL et al,

2014a). Desta forma a necessidade de se obter um biomarcador melhor para

detectar o comprometimento renal torna-se uma urgência na clínica de pequenos

animais.

A Dimetilarginina simétrica (SDMA) é um aminoácido que tem sua origem da

degradação proteica. Após a proteólise é liberada na circulação sanguínea e

eliminada quase que exclusivamente pelos rins (HALL et al., 2014b). Esse método

de análise foi recentemente introduzido com a proposta de diagnosticar

precocemente a doença renal.

Dessa forma, o presente trabalho visa descrever um teste que tem sido

realizado para diagnóstico precoce de injúria renal, visando sua técnica de

realização e aplicabilidade clínicas de modo que, terapias alternativas possam ser

instituídas o quanto antes com a finalidade de retardar a progressão da doença.

2 METODOLOGIA

A metodologia aplicada neste estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica

do tipo descritiva, na qual foi embasada através de livros presentes na biblioteca do

Centro Universitário Cesmac de Marechal Deodoro, e consultas de artigos e

periódicos, teses, trabalhos de conclusão de curso, dissertações obtidas por meio de

dados online como SciELO (Scientific Eletronic Library Online), PubMed, sendo

utilizados os seguintes descritores: Dimetilarginina simétrica (SDMA), doença renal,

felinos e diagnóstico precoce. Não foram estabelecidos critérios de publicação de

trabalhos.

3 REVISÃO DE LITERATURA

Na busca pela manutenção da homeostase fisiológica do organismo, a

avaliação da função renal é fundamental para clínica de pequenos animais. Muitas

vezes, os sinais clínicos da doença renal crônica (DRC), podem apresentar-se de

maneira silenciosa e o paciente chegar para atendimento no estágio final da doença

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(DALTON, 2010). O desafio da clínica implica em encontrar maneiras de

diagnosticar precocemente as doenças renais, antes que os sinais clínicos sejam

manifestados, de modo que seja possível ser instituída medidas preventivas e

tratamentos para retardar a progressão da doença (POLETTO, 2016).

3.1. Ocorrências de doença renal em felinos com o impacto na clínica

Por conta da rotina exacerbada e a busca por animais de companhia que

exijam menos dependência dos tutores, são crescentes os números de residências

em que se tenham felinos como animais de estimação. Desta forma, a clínica de

felinos, dos últimos anos, vem se tornando uma especialidade dentro da medicina

veterinária em potencial, e com isso influenciando cada vez mais a busca de mais

informações a respeito das doenças e comportamento dessa espécie por parte do

médico veterinário. Além do que a quantidade de proprietários conscientes sobre as

doenças desses animais vem aumentado consideravelmente (NEVES, 2011).

A doença renal crônica é uma das principais causas de óbito ou eutanásia em

felinos, afetando um a cada três gatos acima de 12 anos de idade. Mesmo que não

exista predisposição racial e de idade, sabe-se que nos pacientes mais velhos a

morbidade é maior, e de acordo com alguns estudos, a ocorrência em raças como

Persa, Somali, Birmaneses, Abissínia e Maine Coon, também são mais frequentes

(PALACIO, 2010).

A crescente prevalência da DRC pode estar associada a uma maior

preocupação dos proprietários com o bem estar e saúde dos seus animais,

especialmente animais geriátricos, com o esforço dos médicos veterinários em

busca de diagnóstico das doenças renais (POLLETO, 2016).

3.2. Anatomia renal felina

Os rins são órgãos pares retroperitoneais, situados na região sublombar,

paralelos à coluna vertebral. Os rins dos felinos são relativamente grandes, e

apresentam uma coloração vermelho vivo ou amarelo escuro avermelhado. São

espessos e têm formato do grão de feijão, com uma superfície dorsal ligeiramente

achatada. Medem 38 a 44mm de comprimento, 27 a 31mm de largura e 20 a 25mm

de espessura (ELLENPORT, 1986).

O rim direito se situa mais cranialmente que o rim esquerdo e sua

extremidade renal fica em contato com o processo caudado do fígado e com o lobo

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hepático direito. O parênquima renal é recoberto por uma cápsula fibrosa e pode ser

dividido em duas regiões: córtex (zona externa e justamedular) e medula (externa e

interna) (KIERSZENBAUM, 2008).

Cada rim é constituído por um córtex que envolve a medula, e essa envolve o

seio renal, onde estão localizados os vasos e nervos e a pelve renal. A medula

apresenta um conjunto de várias estruturas com formato piramidal (nomeadas

pirâmides medulares), que correlacionadas ao córtex, constituem um lobo renal

(DYCE; SACK; WENSING, 2010).

Após as pirâmides medulares, a zona da medula mais próxima do seio renal é

nomeada de papila renal, a qual por sua vez desemboca na pelve renal. A pelve

recebe a urina oriunda dos ductos renais, e segue até a bexiga pelo ureter. Na face

medial do rim podemos observar o hilo, que é onde se localiza a artéria e veia renal,

ureter, vasos linfáticos e nervos (KOLB, 1980).

As unidades funcionais dos rins são os néfrons, os quais são responsáveis

pela produção urinária. Os felinos têm cerca de 500 mil néfrons, os quais são

compostos de diversos segmentos: cápsula glomerular (cápsula de Bowman) e os

túbulos coletores, os quais formam um sistema de túbulos contorcidos contínuos

dentro do rim e são responsáveis pela condução da urina até a pelve renal (KONIG;

LIEBICH, 2011).

O rim é um órgão extremamente vascularizado e irrigado pela artéria renal,

que é ramo da aorta abdominal, e que se subdivide em artérias interlobares no hilo

renal. Essas percorrem a região entre o córtex e a medula e formam anastomoses

que vão para a periferia dando origem a pequenos ramos laterais chamados vasos

aferentes (Figura 1). Esses vasos formam os glomérulos, dos quais se originam os

vasos eferentes, que se prolongam como uma rede capilar peritubular, os quais têm

grande significado na reabsorção e excreção e terminam nas veias renais (KOLB,

1980).

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3.3. Fisiologia renal felina

Os rins desempenham diversos papéis na manutenção da homeostase,

sendo sua principal função filtrar o sangue, eliminando substâncias nitrogenadas,

como a ureia e creatinina, e reabsorvendo substâncias necessárias ao organismo

como as proteínas de baixo peso molecular, água e eletrólitos (VERLANDER;

CUNNINGHAM, 2008).

O sistema renal ainda é responsável pela produção de hormônios que implica

na produção dos eritrócitos (eritropoietina), atua no controle da pressão arterial

sistêmica através do sistema renina- angiotensina-aldosterona bem como equilíbrio

ácido-base, sendo local de ação dos hormônios diuréticos e paratormônio

(VERLANDER; CUNNINGHAM, 2004).

Essas diversas funções são desempenhadas pelo néfron, o qual é composto

pelos glomérulos, onde ocorre a filtração sanguínea, e pelo segmentos renais

associados, onde é absorvido as substâncias filtradas e para onde os componentes

plasmáticos são eliminados (VERLANDER; CUNNINGHAM, 2014).

O glomérulo é um emaranhado de capilares que elimina o filtrado glomerular,

que é um fluído equivalente ao plasma em sua composição, e reabsorve substâncias

Figura 1 – Corte transversal do rim felino

Fonte: REIS, 2017.

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necessárias ao organismo como as proteínas de peso molecular médio e

componentes celulares. Esse processo é denominado filtração glomerular (DUKES;

SWENSEN, 2006).

3.3.1. Filtração glomerular

Os rins apresentam como principal função a filtração sanguínea, que ocorre

no glomérulo, e por isso é nomeada de filtração glomerular. A filtração consiste na

reabsorção dos componentes celulares, água, eletrólitos e proteínas de médio peso

molecular retidos no vaso, e desse processo resulta um fluido semelhante ao plasma

no que diz respeito composição hídrica e eletrolítica (ALEXANDRE, 2018).

A medição da taxa de filtração glomerular (TGF), expressa em mililitros (mL)

de filtrado formado por minuto, por quilograma de peso corporal (Kg), é um dos

parâmetros mais importantes de funcionalidade renal na clínica. As substâncias

filtradas e retidas são determinadas pelas características químicas e estruturais da

barreira de filtração (VERLANDER; CUNNINGHAM, 1999).

Essa é uma barreira bem seletiva e permeável, a qual seleciona as

substâncias através do tamanho das partículas. Uma proteína usada como

referência é a albumina. Todos os elementos celulares e proteínas plasmáticas para

serem retidos e mantidos na corrente sanguínea devem ser do mesmo tamanho ou

maiores que a albumina. Enquanto que a água e outros solutos são filtrados sem

restrição (POLLETO, 2016).

Apesar das alterações sistêmicas a que os rins podem ser submetidos, a TFG

normalmente se mantém na variação fisiológica. Os principais fatores que afetam a

TFG são a pressão arterial, o fluxo sanguíneo renal, a permeabilidade dos capilares

glomerulares e a pressão hidrostática da cápsula de Bowman (VERLANDER;

CUNNINGHAM, 2008).

A DRC é uma doença traiçoeira, progressiva e irreversível (GRAUER, 2009),

da qual a evolução é dependente de alguns fatores como a progressão natural dos

mecanismos próprios, ou como consequência de uma causa inicial. A progressão

da doença também é retardada devido a hipertrofia compensatória dos néfrons

funcionais, que ocorrem devido a destruição lenta dos néfrons pela instalação da

doença renal (POLZIN et al., 2010).

Entretanto, quando a doença renal se instala, significa que os néfrons já não

estão funcionando adequadamente (GRAUER, 2009). Essa condição de perda de

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funcionalidade por parte dos néfrons associada a consequência na TFG, faz com

que ocorra uma elevação das concentrações plasmáticas de compostos

nitrogenados que são, normalmente, eliminados pelos rins (POLZIN et al., 2010).

3.4. Doença renal crônica (DRC)

3.4.1. Conceito

No decorrer do tempo, tem sido utilizado diversos termos para definir a

diminuição da função renal, assim confundindo veterinários e tutores devido à falta

de consenso (GRAUER, 2007). A nomenclatura doença renal (DR) não é sinônimo

de Insuficiência Renal (IR), pois nem sempre evolui para esse estágio (SILVA,

2009). A DRC é caracterizada por lesões renais irreversíveis e progressivas

resultando na perda das funções metabólicas, endócrina e excretora (NOTOMI et al.,

2006).

A DRC pode ser definida como uma afecção onde há a presença de

alterações funcionais ou estruturais, independente da causa. É caracterizada como

uma agressão que se prolonga pelo menos 3 meses com diminuição de cerca de

50% da TFG durante esses 3 meses, o que apresenta-se irreversível. É utilizado o

período de três meses para caracterização dessa enfermidade visto que a hipertrofia

compensatória dos néfrons funcionais ocorre caso não haja melhora na função, o

que pode ocorrer durante no máximo três meses (POLZIN; OSBORN; ROSS, 2005).

3.4.2. Etiologia

Segundo Schmitt (2009), a causa da DRC pode ser classificada como

congênita ou adquirida. As causas congênitas que podem ser citadas, são a doença

policística, displasia renal e a amiloidose. Dentre as causas adquiridas citam a

consequência da insuficiência renal aguda (IRA) e as glomerulonefropatias que

podem ser imunomediadas, infecciosas, neoplásicas e idiopáticas. Entretanto, as

causas infecciosas e inflamatórias são citadas como as principais.

O desenvolvimento da doença renal também pode ser associado a fatores

como a exposição a fármacos nefrotóxicos (quimioterápicos, sulfonamidas,

aminoglicosídeos e anfotericina), infecções do trato urinário, obstrução do trato

urinário inferior, diabetes, hipercalcemia, dietas inadequadas, hipertensão sistêmica

e doenças virais como a peritonite infecciosa felina, o vírus da imunodeficiência

felina (FIV) e o vírus da leucemia felina (FELV) (BROWN et al., 2016)

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Mesmo que especule-se que tenha uma causa inicial única da doença renal,

anteriormente desconhecida, como causa infecciosa ou genética, é mais possível

que os fatores responsáveis pelo desenvolvimento da DRC seja um conjunto de

fatores intrínsecos, ambientais e/ou uma combinação de agressões renais agudas

(ALEXANDRE, 2018)

3.4.3. Fatores de risco e desencadeante

Segundo Reis (2017), a DRC poderia ser prevenida com a avaliação de

pacientes com fatores de risco, possibilitando assim um diagnóstico precoce.

Estudos demonstraram que algumas raças de felinos são mais

predisponentes a apresentarem doenças hereditárias ligadas ao sistema urinário e

por consequência desenvolverem a DRC. Sendo frequentemente observado, por

exemplo, em gatos persas, a doença renal policística, enquanto que em siameses e

abissínios podemos encontrar a amiloidose (REIS, 2017).

O número de atendimentos na clínica de felinos de animais idosos vem

crescendo nos últimos anos, pois já se é bem elucidado na literatura que essa

espécie pode desencadear a DRC, assim sendo, caracterizada também como um

fator de risco. Porém, é mais frequentemente observada em idosos (mais de 9

anos), enquanto que em gatos jovens pode estar associada a doenças renais

hereditárias (JERICÓ; KOGIKA; ANDRADE, 2015).

Quando se trata de envelhecimento, os rins são considerados os órgãos mais

sensíveis a sofrer alterações tanto estruturais; como na morfologia, peso, aspecto

histológico; quanto alteração funcional, diminuição da taxa de filtração glomerular,

diminuição no fluxo sanguíneo dos rins, dificuldade para manter a homeostase e

produção endócrina. Porém também há a possibilidade dos rins desencadearem

DRC devido as consequências compensatórias do envelhecimento do organismo do

paciente (FORRESTER et al., 2010).

Sobre os fatores desencadeantes que influenciam no desenvolvimento da

DRC em felinos, observam-se as glomerulopatias, doenças infecciosas como

poliartrites, peritonite infecciosa felina (PIF), leucemia felina, neoplasias, doenças

inflamatórias como a pancreatite, colangite e outros fatores como o uso de drogas

(quimioterápicos e alguns antibióticos como as sulfonamidas, aminoglicosídeos) e

fatores clínicos como a progressão da IRA, infecções do trato urinário, urolitíases,

diabetes e hipercalcemia (NELSON; COUTO, 2015).

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3.5. Métodos de diagnóstico clínico da doença renal

3.5.1. Anamnese, exame físico e sinais clínicos.

Geralmente não se observa sintomas no início da DRC, tais como mudança

no comportamento devido à letargia, perda de peso, inapetência, diminuição da

capacidade de concentração da urina (SYME, 2016).

Uma anamnese bem feita consiste em coletar o máximo de informações

possíveis a respeito do paciente, como sexo, raça, idade, ambiente em que vive,

presença ou ausência de doenças sistêmicas anteriores, apetite, alteração na

ingestão de água, se apresentou quadros de doença urinária no passado, frequência

de micção e se foi submetido a anestesia ou fármacos nefrotóxicos (DEL PALACIO,

2010).

No exame físico a palpação abdominal é de suma importância para obter uma

noção de sensibilidade e tamanho dos rins, se estão alterados, pequenos,

irregulares ou aumentados (SYME, 2016).

As manifestações clínicas são provenientes do comprometimento de vários

sistemas: gastrointestinal, neuromuscular, ósseo, hematopoiético e cardiovascular

(JERICÓ et al., 2015). De modo geral, observam-se mucosas pálidas, desidratação

e alterações na pelagem. Na cavidade oral podemos observar halitose/hálito

urêmico, presença de gengivite, úlceras orais e estomatite. Além disso, os valores da

pressão sanguínea arterial geralmente estão elevados (NELSON; COUTO, 2015).

Dentre as desordens do sistema digestório, vale ressaltar a anorexia, perda

de peso e vômito, podendo ser achados inespecíficos. A anorexia é um achado

frequente, mas que pode estar associada a diversos fatores, dentre eles, o aumento

da concentração sérica de toxinas urêmicas, como a leptina que promove a

sensação de saciedade (POLZIN et al., 2010).

A hipergastrinemia é resultado do aumento de gastrina que não está sendo

excretada pelos rins. Esse excesso acarreta hiperacidez gástrica, desencadeando

em úlceras e lesões na mucosa estomacal e intestinal, desenvolvendo

consequentemente hematêmese, melena e hematoquesia devido a hemorragia

causada nessas mucosas. Além disso, a presença de bactérias produtoras de

urease, irão contribuir para a degradação de ureia em amônia, desenvolvendo assim

úlceras no estômago e na cavidade oral (ZATZ, 2000).

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Devido a grande capacidade de concentração de urina dos néfrons dos

felinos, a poliúria é observada somente nos estágios avançados da DRC, quando

três quartos dos néfrons já foram comprometidos (JERICÓ; KOGIKA; ANDRADE,

2015). Com a perda da funcionalidade renal, os rins não eliminam o fósforo do

organismo, resultando numa hiperfosfatemia sistêmica, e consequentemente um

desequilíbrio eletrolítico de cálcio e fósforo. O aumento de fósforo na corrente

sanguínea desencadeia a redução do cálcio extracelular prejudicando a síntese de

Vitamina D pelos rins. A queda dos níveis de vitamina D associada á diminuição

intestinal de absorção de cálcio, proveniente do quadro urêmico, leva a

hipocalcemia. Assim, para manter a homeostase, o organismo estimula a

paratireoide que começa a secretar altas quantidades de paratormônio (PTH),

levando ao quadro de hiperparatireoidismo secundário renal (LAZARETTI, 2006).

Dessa forma, com o excesso de PTH produzido, faz com que haja um intenso

fluxo de cálcio para o interior das células, desencadeando alterações como

desmineralização óssea, distrofia, calcificação dos tecidos moles, inclusive do

parênquima renal prejudicando ainda mais esse órgão, retardo no crescimento, dor,

lesão no músculo cardíaco, alteração na função leucocitária e hepática (REIS,

2017).

No sistema hematopoiético, a alteração mais comumente encontrada,

provocada pela instalação da doença renal crônica, é anemia do tipo normocítica

normocrômica arregenerativa que pode estar relacionada com excesso de PTH e

ação das toxinas urêmicas, e devido a deficiência da produção do hormônio

eritropoietina nos estágios finais da doença (JERICÓ; KOGIKA; ANDRADE, 2015).

No que diz respeito as complicações cardiovasculares, a hipertensão

sistêmica é a alteração mais frequente reconhecida nos cães e gatos portadores de

DRC. O aumento da pressão arterial reflete nos órgãos que estão envolvidos na

regulação do fluxo sanguíneo (coração), uma vez que aumenta a resistência dos

vasos periféricos e renais induzindo a progressão da DRC (ACIERNO; LABATO,

2005).

3.6. Principais métodos de diagnóstico laboratorial

O diagnóstico da DRC é embasado no histórico, anamnese, achados do

exame físico e dos exames laboratoriais (JERICÓ; KOGIKA; ANDRADE, 2015). A

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mensuração da função renal pode ser realizada através de testes que avaliam

principalmente TGF e a capacidade de concentração de urina, as quais são obtidas

pela quantificação de um marcador que deve ser eliminado via renal (PRATES et al.,

2007).

Alguns exames laboratoriais permitem o diagnóstico das lesões renais antes

mesmo da manifestação dos sinais clínicos. Exames mais sensíveis possibilitam

detectar alterações na função renal, o que constitui uma ferramenta essencial para o

sucesso no tratamento e retardo na progressão da doença (POLZIN et al., 2010).

3.6.1. Concentração sérica de Cr

A creatinina é formada pela condensação e desidratação da creatina,

composto muscular que armazena energia no músculo, ou seja, a síntese de

creatinina está diretamente ligada à produção de massa muscular do indivíduo.

Quando formada, atinge a corrente sanguínea e é filtrada pelo glomérulo. Após, não

é reabsorvida pelos túbulos renais e é excretada quase que exclusivamente via

renal, o que a torna um marcador de filtração glomerular mais sensível que a ureia

(GONZÁLEZ; SILVA, 2008).

Entretanto, a síntese diária de creatinina depende da proporção da massa

muscular, o que é de grande relevância quando se trata de felinos geriátricos e com

hipertireoidismo, onde a perda de massa muscular cai durante a progressão da DRC

(DIBARTOLA; WESTROPP, 2015).

A concentração sérica de Cr não é eficaz para diagnosticar fases iniciais de

perda de função renal, dessa forma, em razão a sua baixa sensibilidade, não

apresenta-se útil para diagnóstico precoce. Contudo, é efetiva no diagnóstico de

pacientes que apresentam diminuição a partir de 75% na TFG, apontando

comprometimento renal de intensidade moderada a grave (PRATES et al., 2007).

Todavia, qualquer dano estrutural que diminua a TFG influencia na elevação

da concentração sérica de Cr, mesmo que as concentrações estejam dentro do

intervalo de referência. Assim sendo, a Sociedade Internacional de Interesse Renal

(IRIS) sugere realizar mensurações seriadas uma vez que um aumento de cerca de

0,3mg/dL, dentro de um prazo de 48 horas, se torna um critério sugestivo para

identificação de doença renal (IRIS, 2015).

O grupo IRIS (2015) propõe ainda um método de classificação do felino

doente renal crônico, baseado nos níveis de creatinina. O método consiste em

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quatro estágios, no qual acredita-se que contribua para determinar o prognóstico e

identificação de possíveis consequências da DRC. Assim, orientando ao clínico

práticas distintas em cada estágio da doença renal.

Quadro 1 – Estadiamento da DRC em gatos segundo o grupo IRIS:

Fonte: IRIS, 2015

3.6.2. Ureia

A ureia também pode ser usada para avaliação da função renal. Esse

metabólico é produzido a partir da ingestão de proteínas na dieta e é eliminada pelos

rins. Seu aumento pode ser influenciado pela fonte rica proteica da dieta, hemorragia

gastrointestinal, determinados fármacos, obstrução urinária e hipovolemia, assim

como sua diminuição pode ocorrer devido à deficiência proteica, função hepática e

septicemia grave (POLZIN; OSBORN; ROSS, 2005).

Dessa forma, quando mensurada, o clínico deve levar em consideração o

restante das informações clínicas, uma vez que a ureia, também é apontada como

um marcador tardio e de baixa sensibilidade para detectar doença renal

(GONZÁLEZ & SILVA, 2008).

3.6.3. Urinálise

A urina é o produto final da função renal, sendo sua análise de suma

importância não só por fornecer informações acerca do distúrbio renal, mas por

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proporcionar também um diagnóstico precoce quando comparada aos exames

hematológicos (DONGEN & HEIENE, 2013).

A urinálise é considerada um dos métodos mais utilizados na medicina

veterinária, por ser um exame laboratorial simples, não invasivo, nem oneroso. Esse

exame compreende a avaliação física da urina (cor, aspecto e densidade urinária),

química através da fita colorimétrica urinária onde são avaliados os parâmetros

bioquímicos (sangue, pH, bilirrubina, urobilinogênio, corpos cetônicos, glicose e

proteína) e análise do sedimento urinário por microscopia (SYME, 2016).

3.6.3.1. Densidade urinária

A incapacidade de produzir urina concentrada, é um dos primeiros sinais

demonstrados por um paciente DRC. Essa informação é mais fidedigna através de

uma amostra obtida na primeira hora da manhã, visto que é normalmente a mais

concentrada do dia. A coleta deve ser realizada antes da administração de

fluidoterapia em animais desidratados para que se obtenha uma amostra da real

capacidade de concentração daquele paciente (JERICÓ; KOGIKA; ANDRADE,

2015).

A densidade urinária específica é utilizada para avaliar o funcionamento dos

rins, tendo como objetivo informar o quanto de líquido se perde via excreção urinária

e se o paciente apresenta-se hidratado, contribuindo no controle da homeostase. O

refratômetro é o aparelho usado para a avaliação. Os valores considerados normais

nos felinos apresentam-se dentro de 1.035 à 1.060 (KERR, 2003). A capacidade de

concentrar a urinária normalmente é comprometida quando houver acometimento de

cerca de dois terços dos néfrons, enquanto que a azotemia somente aparece com

perda de três quartos dos néfrons, ou seja, a incapacidade de concentração urinária

do DRC aparece antes mesmo da incapacidade de excreção dos resíduos

metabólicos (WATSON et al., 2015).

Na avaliação da função renal, a densidade urinária apresenta-se na rotina

clínica como um importante método, sendo considerado um dos mais sensíveis e

práticos para um diagnóstico precoce, pois suas alterações podem ocorrer antes

mesmo das alterações dos exames bioquímicos. Entretanto, animais saudáveis com

rins normais podem excretar urina pouco concentrada ou urina diluída devido a um

balanço hídrico alterado. Por isso, é importante interpretar os valores da densidade

urinária associada ao grau de hidratação do paciente (POLETTO, 2016).

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Figura 2 –Diferença de concentração urinária Fonte: POLLETO, 2016

3.6.3.2. Proteinúria

A proteinúria é um termo usado para descrever a presença de qualquer

proteína na urina, podendo ser albumina, globulinas e proteínas de Bence Jones. A

proteinúria de origem renal é proveniente de dois mecanismos principais, aumento

da quantidade de proteína de plasma no filtrado devido a uma perda por uma

filtração glomerular seletiva, e reabsorção reduzida da proteína filtrada (GRAUER,

2013).

Segundo Less (2005), a perda de albumina principalmente, é uma das

alterações funcionais iniciais decorrentes da glomerulonefrite e hipertensão

glomerular. Dessa maneira indicando a existência da doença renal antes que

houvesse manifestação dos sinais graves da doença e azotemia (GRAUER, 2007).

Existem basicamente dois tipos de proteinúria, a fisiológica e a patológica. A

proteinúria fisiológica normalmente ocorre durante e após exercícios físicos,

convulsão, febre, estresse, exposição ao calor, desta forma apresentando-se de

forma transitória, ou seja, ocorre sua diminuição quando a causa primária for sanada

(GRAUER, 2007). Em contra partida, a proteinúria patológica pode ser proveniente

dos rins ou não, tendo como causas renais geralmente a associação a processos

inflamatórios ou hemorrágicos do trato urinário inferior. Um exame que auxilia no

diagnóstico diferencial da proteinúria é a sedimentoscopia. Dentre as possíveis

causas, observam-se traumas, urólitos, neoplasias ou cistite bacteriana. Depois de

descartadas as causas pré e pós renais, a proteinúria renal poderá ser identificada

(SYME, 2009).

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3.7. Método de diagnóstico precoce

Para avaliação de função renal, os testes mais comumente utilizados na

Medicina Veterinária são as mensurações das concentrações séricas de creatinina e

ureia. Porém, uma vez que esses compostos apresentam alteração somente quando

há 75% do acometimento da funcionalidade dos rins, são considerados tardios para

o diagnóstico (DIBARTOLA; WESTROPP, 2000).

Atualmente o estadiamento IRIS (Sociedade Internacional de Interesse Renal)

para doença renal crônica, é baseado na concentração sérica de creatinina,

entretanto há comprovações em relação ao aumento da concentração da

Dimetilarginina simétrica (SDMA) no soro ou plasma do sangue considerando-o

como um marcador sensível de comprometimento da função renal, sugerindo este

para um diagnóstico precoce mais significativo (GRAUER, 2017).

3.7.1. Dimetilarginina simétrica (SDMA)

A doença renal crônica (DRC) é considerada uma doença grave em pequenos

animais, e seu diagnóstico precoce tem sido almejado na determinação do grau de

comprometimento renal para que medidas renoprotetoras sejam instituídas com a

finalidade de retardar a progressão da doença (NABITY, 2015). A identificação de

alguns marcadores tem sido considerada como referência para diagnosticar

precocemente a doença renal em felinos (ALEXANDRE, 2018).

As dimetilargininas são moléculas resultantes da metilação do aminoácido

arginina, formadas a partir das proteínas intracelulares encontradas no núcleo de

todas as células (HALL et al, 2014). As enzimas proteína-arginina-metiltransferases

são as responsáveis por essa metilação. Esses aminoácidos metilados, resultantes

desse processo, foram classificados em tipo 1 e tipo 2, sendo o tipo 1 originando a

ADMA e o tipo 2 a SDMA (SCHWEDHELM; BORGER, 2011).

Segundo Schwedhelm e Borger (2011), verificaram que mesmo que essas

duas moléculas apresentem uma elevada semelhança química, os estudos

realizados em humanos a respeito da concentração de SDMA e ADMA no plasma

com a capacidade dos rins de excretá-las, mostram que a correlação dos níveis de

ADMA e TFG é mais fraca que a do SDMA com a TFG. Além disso, foi possível

verificar que os níveis de SDMA se apresentam com valores mais elevados em

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pacientes portadores de DRC, quando comparados aos níveis do ADMA, tornando o

SDMA um marcador de maior precisão e acurácia da função renal.

3.7.2. SDMA como biomarcador renal

A creatinina apresenta diversas desvantagens como marcador para o

diagnótico precoce da DRC, sendo assim objetivou-se a busca por um novo

marcador que diagnosticasse quando um paciente é ou não portador de DR,

independente da raça, tamanho e idade (RELFORD et al, 2016).

Umas das vantagens e significâncias do SDMA é o fato de ser uma molécula

facilmente filtrada pelos glomérulos devido ao seu peso molecular reduzido, cerca de

202g/mol, e sua carga positiva levando a sua filtração (RELFORD et al, 2016). E

conforme Schwedhelm e Boger (2011), a eliminação renal desse aminoácido é igual

ou superior a 90%.

Além de sua eliminação ser principalmente pela filtração glomerular, a SDMA

apresenta vantagem por não ser influenciado pela massa muscular e por não sofrer

reabsorção nos túbulos (GRAUER, 2017).

Outra das vantagens da SDMA quando comparado a creatinina, é que esse

marcador detecta diminuição de função renal inferior a 30% enquanto a creatinina

detecta a partir de 75%. Isso se dá devido a forte correlação da SDMA com a TFG

permitindo que a diminuição da função renal possa ser precocemente identificada de

modo a acompanhar a progressão da doença (NABITY et al., 2015) (Figura 3).

Figura 3 – Creatinina x SDMA Fonte: IDEXX, 2016

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3.7.3. Intervalo de referência

De acordo com as guidelines da IRIS, um aumento persistente na

concentração de SDMA maior que 14 µg/dL, indica diminuição da função renal,

permitindo assim identificar e classificar o doente renal.

Os valores de SDMA que permanecem no limite do intervalo de referência

necessitam de acompanhamento, e devem ser repetidos com quinze dias para

confirmação do valor inicial, sendo monitorados então a cada três meses para

observar se houve alteração, e se há ou não a presença de doença renal

(GRAUER 2017). Existe um teste de alto-rendimento, realizado por um

laboratório particular, em que consiste na realização de um exame de

imunoensaio homogéneo de competição que utiliza conjugado de glucose-6-

fosfato desidrogenase e anticorpos monoclonais anti-SDMA, permitindo

quantificar a SDMA no soro e no plasma, assim quantificando a quantidade do

aminoácido circulante na amostra testada (RELFORD et al., 2016).

3.7.4. Diagnóstico e estadiamento com SDMA

O teste SDMA tem se mostrado eficiente para um diagnóstico precoce, uma

vez que apresenta valores elevados acima de 14 µg/dL indicando assim uma

diminuição da função renal em pacientes que não tiveram o valor limite de

concentração de creatinina (1,6mg/dL) atingido. Desta forma SDMA tem sido útil

para diagnosticar animais classificados pela IRIS como DRC em estádio 1 ou início

do estádio 2, estádios onde os sinais clínicos são menos evidentes, assim

prejudicando a classificação (RELFORD et al, 2016).

Um diagnóstico precoce permite a busca da causa inicial da doença, assim

como levar ao monitoramento e implementação de um tratamento mais adequado

afim de retardar a progressão. Algumas causas subjacentes que desencadeiam a

DRC como urolitíases, infecções do trato urinário, podem ser tratadas com

antecedência se diagnosticadas precocemente. Assim como as consequências da

DRC como a hipertensão sistêmica e proteinúria. E ainda que o paciente não

manifeste estes sinais clínicos, o diagnóstico precoce de um animal portador de

DRC permite a instituição de um tratamento adequado, evitando a progressão da

doença e levando ao aumento de sobrevida (RELFORD et al, 2016).

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A Sociedade Internacional de Interesse Renal (IRIS), sugere SDMA como o

marcador mais sensível e possível componente de estadiamento da doença renal

(IRIS, 2015).

No estadiamento da DRC estabelecido pelo grupo IRIS, um paciente cujo a

creatinina esteja menor que 1,4mg/dL em cães e 1,6mg/dl em gatos, mas que o

teste SDMA esteja acima de 14 µg/dL, sugere que esse animal está apresentando

diminuição da função renal podendo ser classificado como doente renal crônico na

fase 1 (estádio 1) (IRIS, 2017). Ainda, o DRC estádio 2 considera-se SDMA ≥ 25

μg/dL; no estágio 3 da DRC, o SDMA ≥ 45 μg/dL. Porém, de acordo com critérios da

IRIS, estes valores ainda são dados flutuantes e alvos de pesquisas (IRIS, 2017)

(Figura 4).

Segundo Hall et al (2017), estudos apontam que o teste SDMA também

possui influencia em gatos diagnosticados com cálculo renal, de maneira que o

SDMA encontrou-se acima do valor limite de referência (14 µg/dl) em 39 de 43 gatos

com cálculo renal. Enquanto a concentração sérica de creatinina encontrou-se

elevada acima do valor de referência em 18 de 43 gatos desse mesmo estudo. O

tempo aproximado que o SDMA aumentou antes da creatinina e foi em média de

26,9 meses.

Figura 4 – Tabela da classificação e estadiamento da DRC pela IRIS de acordo com as concentrações de creatinina sérica, SDMA e a subclassificação como

proteinúria e hipertensão Fonte: IRIS, 2016

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A SDMA é mensurada a partir do método de espectrometria de massa-

cromatografia líquida (LC-MS), em tubos contendo heparina lítica ou edta. Se

mantém estável no soro e plasma felino durante 4 dias em temperatura ambiente e

14 dias em refrigeração (4ºC) (NABITY et al., 2015).

De acordo com um laboratório particular, a Idexx (2016), os primeiros 750.000

testes realizados nos Estados Unidos mostraram que cerca de 25% dos felinos

apresentam valores de SDMA elevados acima do normal. Comprovando que a

prevalência da DRC em gatos com até 5 anos é 9%, seguida de 13% em gatos de

até 9 anos, 17% com 10 anos, 23% em gatos com 12 e 13 anos, 33% em gatos com

mais de 14 anos e em gatos com mais de 18 anos, 66%.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

É desafiador diagnosticar a doença renal numa fase precoce do seu curso,

para permitir a instituição de medidas de preventivas, tratamento e monitorização

que possam retardar a progressão da doença e prevenir o desenvolvimento de

complicações. Porém, o teste SDMA vem sendo instituído com o objetivo de resolver

esse problema, uma vez que este teste permite identificar um paciente doente renal

cerca de 48 meses antes do que a creatinina (em gatos) e 27 meses (em cães). A

inserção desse teste na rotina clínica trará benefícios para os médicos veterinários,

proprietários e para os pacientes, melhorando qualidade de vida e aumentando a

sobrevida.

Salienta-se que o diagnóstico não deve ser baseado na avaliação de um

único parâmetro, o que torna fundamental a avaliação combinada entre histórico,

exame físico e métodos laboratoriais e de imagem, tendo em vista que a

interpretação correta dos resultados é o fator determinante para um diagnóstico

precoce.

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