Dinâmica Ambiental e Riscos Do Mercurio

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    AZEVEDO, F.A. Dinmica ambiental e riscos do mercrio. TECBAHIA R. BaianaTecnol., v. 1, n. 1, p. 32 a 48, 1993.

    Dinmica Ambiental e Riscos do Mercrio

    Fausto Antonio de Azevedo

    Farmacutico-Bioqumico, USP; Mestreem Anlises Toxicolgicas, USP;

    Especialista em Sade Pblica, USP; ex-Coordenador de Toxicologia daCETESB/SP; ex-Professor Titular de

    Toxicologia da PUC-Campinas; ex-Gerente Tcnico do Centro de Recursos

    Ambientais CRA/BA; ex-Gerente deVigilncia Sanitria da Secretaria daSade - BA; Presidente do CEPED

    RESUMO

    Aps anlise das formas naturais de ocorrncia do mercrio, sua dinmicaambiental e os mais importantes usos antrpicos do metal, so discutidos osmecanismos de poluio do meio pelo agente e os riscos txicos associados para os

    seres vivos, com destaque para populaes humanas.

    PALAVRAS-CHAVE

    Mercrio; metilmercrio; risco txico.

    Ocorrncia do metal

    O mercrio ocorre normalmente, em pequenas concentraes, nos vrioscompartimentos da natureza: hidrosfera, litosfera, atmosfera e biosfera.Comparativamente a outros, o metal um elemento raro, situado em dcimo sexto lugarno conjunto dos elementos conforme sua abundncia na terra. No sulfeto de mercrio(HgS), freqentemente como cinbrio vermelho e menos frequentemente comometacinbrio negro, encontram-se quantidades de mercrio suficientes para extraocomercial. Em seus minrios ele pode ocorrer em concentraes de at 500 ppb (63). Ocinbrio o minrio de mercrio mais difundido na natureza. Importantes depsitos

    localizam-se em Almaden, na Espanha; Monte Amiatra, na Itlia; Idrija, na Iugoslvia,e, em menores quantidades nos Estados Unidos da Amrica, Canad, Mxico, Brasil,

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    Peru, China, Japo, Unio Sovitica, Hungria e Alemanha (37,98). Entre os principaispases produtores de mercrio destacam-se: Espanha, Itlia, Estados Unidos, Japo,Unio Sovitica e Iugoslvia. Existem minas que h mais de dois mil anos soexploradas e prosseguem em funcionamento, como a de Almaden, ativa desde 200 a.C.

    A lista dos principais minerais que contm mercrio extensa e inclui (41): amlgamadourada, arquerita, barcenita, bordocita, calomelano, cinbrio, cocinita, coloradoita,eglestonita, guadalcazarita, hermecita, idrialita, iodergirita, kalgoorlita, kleinita,kongsbergita, lerbacllita, leviglianita, livingstonita, magnolita, metacinbrio,montroidita, mosecita, mosquelandsbercita, onofrita, potarita, schwarzita, terlinguaita,tiemanita, tocornalita. O mercrio est presente em quantidades traos, na formanatural, em toda a crosta terrestre, na faixa de 50 a 80 ppb (63). Estima-se que peladesgaseificao natural da crosta terrestre sejam lanadas no ambiente entre 25 000 e125 000 toneladas anuais. Pela eroso e pela ao da intemprie devem ser lanadas nomar cerca de 5 000 toneladas anuais e calcula-se que de 4 000 a 5 000 toneladas demercrio extrado das minas (praticamente metade da produo de anual, de 9 000

    toneladas a nvel de 1978) se perdem no mar, no solo e na atmosfera (77).

    A concentrao disponvel do mercrio afetada por vrios fatores, entre eles:localizao geogrfica, j que 99% dos minrios de mercrio que so extrados situam-se em reas que correspondem s zonas mveis, de deslocamento, da terra; temperatura,

    porque o mercrio relativamente voltil temperatura ambiente; e diversas condiesde solo, incluindo o pH (63). O aumento da acidez das guas da chuva, decorrente da

    poluio da atmosfera, que se tem registrado em certas partes do mundo pode,concomitantemente, aumentar a lixiviao dos minrios que contm mercrio e outrosmetais pesados (63).

    Mesmo sendo mais raro do que metais como o urnio e a platina, o mercrio maisdisponvel pois existe em minrios altamente concentrados, 0 que facilita a extrao e orefinamento (56).

    O mercrio obtido do cinbrio atravs de sucessivas etapas. Aps triturao e secagemo minrio aquecido (500C) na presena de oxignio (ar). O enxofre se oxida adixido (SO2), restando os vapores de mercrio metlico que so condensados erecolhidos (56). O aquecimento pode ser feito com cal, o que implicar na ligao doenxofre ao clcio, com liberao dos vapores de mercrio metlico. O mercrio quasesempre purificado por destilao, embora existam outros mtodos.

    Ciclo Biogeoqumico

    O mercrio, seja por sua presena natural, seja pela poluio de origem antrpica, hojeum elemento altamente ubquo no ambiente, atingindo os trs principais componentesda ecosfera: atmosfera, hidrosfera e litosfera. Considera-se a existncia de dois ciclos detransporte e distribuio do mercrio no ambiente: um global (Fig. 1) e outro local. Ociclo de alcance global compreende a evaporao do mercrio pela desgaseificao dacrosta terrestre (incluindo reas de terra e de gua como rios e oceanos), a circulaoatmosfrica de seus vapores e sua precipitao com as chuvas, retornando s terras eguas. Estima-se que pela desgaseificao da crosta terrestre de 25 000 a 150 000

    toneladas de mercrio se liberem por ano (41, 75, 77). Embora as fontes antropognicasde lanamento de mercrio no ambiente tenham alcanado de 8 000 a 10 000 toneladas

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    por ano desde 1973, as fontes naturais so predominantes (44). A concentrao demercrio nas atmosferas no poludas comumente inferior a 50 ng/m3, com mdia de20 ng/m3. As cercanias das minas, fundies e refinarias so, logicamente, reas deconcentraes mais elevadas. As quantidades de mercrio nos oceanos so bem grandese na sua maior parte a origem natural, sendo que o incremento de origem natural e

    antropognica ocorrido nos ltimos anos no detectvel pelos mtodos atuais (74). Ociclo local favorecido pelas fontes antropognicas de emisso do mercrio e dependeda metilao do merctio inorganico (77). Uma boa representao do ciclo do mercrioinfluenciado pelas atividades humanas feita na Figura 2 . Tanto o mercrio

    proveniente das fontes naturais, quanto aquele liberado por fontes antropognicas, podesofrer transformaes no meio ambiente (Fig. 2). As formas inorgnicas se transformam

    principalmente por reaes de xido-reduo. O mercrio inorgnico bivalente (Hg2+) gerado pela oxidao do vapor de mercrio por processos fsico-qumicos, em gua ena presena de oxignio. Esta oxidao favorecida quando existem substanciasorgnicas no meio (92). O ction mercrico tambm pode se originar do rompimento daligao carbonomercrico de compostos organomercuriais atravs de processos

    qumicos ou biolgicos. Assim, os alcoxialquilmercuriais so muito instveis emcondies cidas e em solos midos com pH de 5. O metoxietilmercrio, por exemplo,tem uma meia-vida de 3 dias. Uma vez na gua, o mercrio inico pode formar grandequantidade de complexos e de quelantes com o material organico (92), aderindo-se,assim, s partculas em suspenso ou ao sedimento. Em condies redutorasapropriadas, ou por interveno de bactrias em meio anaerbico (principalmente os dognero Pseudomonas sp.), o mercrio bivalente pode se reduzir a metlico. A formaodo mercrio inorgnico e a do metlico constituem a etapa chave do ciclo, j qu areduo da forma inica elementar possibilitar a liberao de vapores do mercrio

    pelo processo de desgaseificao da crosta terrestre. A oxidao do vapor de mercriofornecendo o mercrio inico , por seu turno, o passo crtico para a captao domercrio por gua doce e por oceanos (92). A citada reduo do Hg2+ por bactrias catalisada por uma redutase que contm FAD (flavina adenina dinucleotdeo) e umdissulfeto redox-ativo como cofatores, e significa um mecanismo de "detoxicao" doion mercrico empregado pela clula bacteriana (70).

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    Nas camadas superiores do sedimento, que so biologicamente ativas, o mercriobivalente , em parte, metilado por bactrias bnticas a metilmercrio e depois adimetilmercrio (53, 55), elevando-se desta maneira sua capacidade para vencermembranas biolgicas. Nas camadas inferiores do sedimento o mercrio resta inativo,

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    sob a forma de sulfeto principalmente. J o metilmercrio ir se integrar nas cadeiastrficas, ou, se as condies de pH forem apropriadas, dar origem ao dimetilmercrio,o qual por ser insolvel e voltil passar atmosfera, vindo a ser recolhido nas guasdas chuvas. Se estas forem cidas, o dimetilmercrio transformar-se- no metilmercrio,retornando ao meio aqutico e assim completado o ciclo (Fig. 3)

    Transformao notvel que o mercrio inorgnico pode sofrer, sua alquilao, isto , aformao do metil ou do dimetilmercrio com as interconverses correspondentes, etapa de uma importncia primordial quando se necessita avaliar a contaminao local

    por mercrio (92). Existem duas vias para a metilao do mercrio: uma anaerbica e

    outra aerbica. Na via aerbica o mercrio inorgnico metilado por uma coenzima quecontm um tomo de cobalto, a cobalamina (um anlogo de vitamina B12), produzida

    por bactrias metanognicas num ambiente moderadamente redutor (Fig. 4). provvelque as bactrias que sintetizam metano, pela reduo do CO2, produzammetilcobalamina como um intermedirio da sntese (64). Considerando-se esta atividade

    poderosa dos anaerbicos bentnicos, importante que a poluio por mercrio sejacontrolada e que seja melhorada a qualidade geral dos ambientes aquticos, os de guasalgada e os de gua doce. Quanto menos anaerbico for o sedimento dos corposhdricos, menos bactrias metanognicas haver. Nos mares muito poludos, o processode limpeza demorado. Em mar aberto a situao pode ser outra. A concentrao demercrio a praticamente constante e se origina da decomposio das rochas. Desde

    que o fundo ocenico no seja anaerbico, no deve nele ocorrer produo importantede dimetilmercrio (79). Em condies de anaerobiose tambm facilitada a formaodo sulfeto de mercrio que, por ser insolvel em meios anaerbicos, no fica disponvel metilao. Por outro lado, em meio aerbico ele reage com o oxignio formandosulfatos e sulfitos e Hg2+ solvel. Na via aerbica o mercrio que est unido homocisteina metilado por processos celulares que normalmente formam a metionina(92). Neste caso o complexo homocisteina-Hg se metila ''por erro" e esta via aconteceem muitas bactrias e microorganismos (Fig. 4). As camadas superiores do sedimento,

    bem como as partculas em suspenso, podem oferecer condies aerbicas eanaerbicas, existindo, ento, ambas as vias para a metilao. As situaes quefavorecerem o crescimento bacteriano produziro uma maior taxa de metilao domercrio, j que ampla a capacidade de metilar das bactrias. Compostos demonometilmercrio presentes no pescado em decomposio mais o mercrio inorgnico

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    do sedimento podem formar o dimetilmercrio. O pH elevado favorece a metilao,sendo utilizada a metilcobalalnina para a sntese do dimetilmercrio; j a formao dometilmercrio facilitada por pH baixo (92). Ao contrrio do dimetilmercrio, que muito voltil, deixa as guas e passa para atmosfera, o metil permanece na hidrosfera,onde se incorpora s cadeias alimentares consoante o modelo clssico: fitoplancton (usa

    a energia do sol e os nutrientes da gua)> zooplancton > predadores. Nos peixes, omercrio se acumula seja a partir da alimentao ingerida j contaminada (cadeiatrfica), seja a partir da gua poluda pelo metal que Ihes passa pelas guelras. Quandomorrem as plantas e os animais, o mercrio restitudo aos sedimentos e tudo sereinicia. Nos solos e nas guas ocorre uma forte soro (adsoro e absorosimultneas) do mercrio pelo material hmico, sendo que o metal est normalmenteligado aos cidos hmico e flvico. Assim, o tipo de solo e seu contedo de matriaorgnica parecem ser muito importantes para a soro do mercrio. A chuva cida podecausar- uma grande lixiviao do mercrio absorvido no solo (GO), vindo a p-lodisponvel nas guas.

    Principais usos

    O mercrio encontra um vasto espectro de utilizao. Segundo ALMEIDA (2), "h

    cerca de 80 tipos diferentes de indstrias que utilizam o mercrio, no mnimo, de 3 000

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    maneiras diversas". Na Figura 5 mostrada a partio entre tais usos. Entre as maisimportantes aplicaes do mercrio metlico destacam-se:

    . Produo de aparelhos cientficos de preciso, (como termmetros,esfingomanmetros, barmetros), nos quais se aproveitam as propriedades do mercrio

    de se expandir e contrair pela ao da temperatura e a de sofrer compresso e transmiti-la a outro ponto.

    Na indstria eltrica: fabricao de lmpadas a vapor de mercrio, tubos de raios X,interruptores de corrente, instrumentos de controle industrial, termostatos automticos,medidores, retificadores, baterias secas (5, 39, 56, 98).

    Preparao de amlgamas:

    . em odontologia: mercrio + liga de prata estanho (PHILIPS, R. W. Skinner's Scienceof Dental Materials. 8th. ed. Philadelphia, London, W. B. Saunders Co. 1982. p. 302-16.

    In: COX & ELEY, 19); cobre e Zinco tambm podem ser empregados. O uso doamlgama para restaurar cries remonta a 150 anos (American Dental Association, In:FISHER, 38);

    na fabricao de acumuladores ferro-nguel;

    amlgamas com ouro e prata foram utilizados para fazer dourao e prateaoqumicas. Hoje empregam-se processos eletroliticos;

    . pela amalgamao com mercrio separa-se o ouro e a prata de outros materiais. Nocaso do garimpo do ouro no Brasil este um procedimento intensamente utilizado;

    . amlgama de estanho e mercrio serviu para fabricao de espelhos, o que atualmentese faz com nitrato de prata.

    Processo de moldagem utilizando mercrio congelado.

    Confeco de certos tipos de brinquedos.

    Separao do litio 6 na bomba de hidrognio (56).

    Alguns mecanismos de preciso so colocados em flutuao sobre o mercrio a fim dese impedir a transmisso de vibraes (5G).

    Um dos usos mais importantes do mercrio metlico e que consome a maior parte dometal produzido (63), constituindo-se numa das mais largas fontes de poluio peloagente, na eletrlise para a preparao de cloro e soda. O mercrio comparece comocatodo e estima-se que a indstria de clorolcali lance no ambiente de 200 a 250g Hg/ tonelada de cloro-soda fabricada (37). A soda assim produzida

    pode se contaminar com mercrio e transmitir tal contaminao a certos alimentospreparados industrialmente. Como principais aplicaes dos derivados inorgnicos do

    mercrio mencionam-se:

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    O calomelano (cloreto mercuroso, mercrio doce, Hg2CI2) j foi utilizado emmedicina humana como antissifilitico, como diurtico e como purgativo. aindaempregado como antissptico em alguns cremes cutneos. Tambm foi usado comofungicida na agricultura.

    O cloreto mercrico (sublimado corrosivo, Hg2CI2) j serviu de antissptico externo.Para tal aplicao encontra-se inscrito na Farmacopia Brasileira, 3a edio, 1977,pginas 383 a 385. Alm dos compostos inorgnicos e orgnicos do mercrio terem tidovariada aplicao na enantiopatia, o sublimado corrosivo, especificamente, encontraemprego moderno na homeopatia, que, a partir do enunciado hahnemanniano, "similiasimilibus curantur", recomenda-o, em concentrao apropriada, para tratamento dadisenteria. Nos dias atuais o cloreto mercrico vastamente empregado comocatalisador na indstria qumica e pode assim, ser parcialmente eliminado nos efluenteslquidos industriais Por exemplo, o Hg2CI2 catalisador na sntese de acetaldeido e afabricao de uma tonelada do produto libera de 30 a 100g de mercrio.

    O nitrato de mercrio, Hg (NO3)2, fundamental no processo da feltragem e por isso empregado h mais de 400 anos na fabricao de chapus de feltro, constituindo-sedesde sempre em risco ocupacional. Para realizar a feltragem, ou seja, a aglomeraodos pelos das peles (normalmente de coelhos), os pelos so tratados com uma soluode nitrato cido de mercrio. Em algumas partes esta soluo designada por "secreta",visto que sua composio no divulgada, e a operao conhecida por "secretagem".Os pelos "secretados" so depois secos, escovados, aparados rentes ao couro e soprados

    por corrente de ar. Tais operaes podem produzir concentraes excessivas demercrio no ambiente e convm que sejam automatizadas e enclausuradas. O feltro

    pode ainda conter quantidades apreciveis de mercrio e assim tambm os trabalhadoresque manipulam o pelo "secretado" nas fbricas de chapus podem se expor (59).

    O fulminato de mercrio, Hg(CNO)2, usado como explosivo iniciador, isto , paraprovocar a detonao de outros explosivos. Encontra, ento, larga aplicao na indstriablica, entre outras.

    Compostos inorgnicos de mercrio so utilizados como corantes (HgS) e na produode tintas. Por exemplo, o xido vermelho de mercrio (HgO) usado na preparao detintas protetoras para cascos de navios. A ao da gua do mar sobre pinturas feitas comestas tintas pode liberar mercrio, significando risco ambiental. Para os derivadosorgnicos do mercrio as aplicaes que sobressaem so:

    Diurticos - compostos organomercuriais foram bastante empregados como diurticosat metade deste sculo, quando passaram a ser substituidos por no-mercuriais demenor

    toxicidade. Os diorticos organomercuriais derivam da frmula geral R-CH2-CHOY-CH2Hg-X, basicamente o mercrio-isopropanol, evidenciando-se uma cadeia de, pelomenos, trs tomos de carbono, um tomo de mercrio em uma das extremidades dacadeia e um grupo hidrfilo separado do mercrio na outra extremidade (57). Ossubstituintes R, Y e X determinam a potncia e os efeitos colaterais. O grupamento Rtem maior influncia e pode ser aromtico, heterociclico ou aliciclico e quase sempre

    liga-se ao ncleo propilico por meio de um grupo carbamoilico. O ligante Y ,freqentemente, uma metila e X a teofilina, que j por si exibe capacidade diurtica,

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    embora fraca. Os diurticos organomercuriais so salorticos, pois inibem a reabsorotubular de sdio, cloreto e gua. Sua principal aplicao foi no tratamento de distrbioscardacos coogestivos. Entre os que foram mais empregados citam-se: merbaphen (denome comercial Novasurol), introduzido antes como antissifilitico e um dos primeiros aser usado como diurtico; mersalyl (Salyrgan); meralurida (Mercuidrina); mercurofilina

    (Mercupurina); clormerodrina (Neoidrina); meretoxilina (Dicurina); mercumatilina(Cumertilina); mercaptomerina (Tiomerin) (42, 57).

    Antisspticos e bacteriostticos - entre os organomercuriais usados com estasfinalidades esto o acetato fenilmercrico; o borato fenilmercrico; o cloretofenilmercrico; o hidrargafeno; a meralena sdica; o merbromino; mercocresis; omercurofeno; o nitrato fenilmercrico (inscrito na Farmacopia Brasileira, 34 ed., 1977,

    p. 626-628, como bacteriosttico); o tiomersal (tambm inscrito na FarmacopiaBrasileira, p. 769-71, como antissptico e adjuvante farmacotcnico: conservador).

    Fungicidas e desinfetantes de sementes -muitos compostos organomercuriais so

    usados na agricultura como desinfetantes no tratamento de sementes que se destinam aoplantio. Desta forma combatem-se as enfermidades cujos agentes causadores radicamno gro, do qual passam para a planta em germinao (1). Os fungicidas arilmercuriaistm vantagem de permitir controlar sua solubilidade pela incluso, no anel benznico,de substituintes apropriados. Ademais, a ligao Hg-benzeno estvel e o on R-Hg+que pode se formar ainda capaz de reagir com -SH para gerar derivados do tipo R-HgS-proteina. No Brasil, o Ministrio da Agricultura proibiu o uso de fungicidasalquilmercuriais (metil e etil).

    O fenilmercrio utilizado na indstria do papel e de polpa, sendo esta outraimportante fonte de poluio ambiental por mercrio. O uso de mercuriais nesse tipo deindstria tem sido reduzido bastante e na Sucia encontra-se banido desde 1966 (44).

    Formas de contaminao do ambiente

    Tendo discutido as formas de ocorrncia do mercrio, seus ciclos ambientais e os maisimportantes usos dele feitos, fica fcil agora compreender as principais portas paracontaminao do ambiente e os riscos txicos associados. Nesse sculo, com o rpidoaumento da produo e do uso do mercrio, ele deixou de representar um risco para ohomem apenas nas minas de onde obtido e nas indstrias onde empregado, mas

    passou tambm a ser um risco no lar, na escola, na cidade, no alimento e para a vida

    vegetal. Em 1983, a produo mundial de mercrio foi estimada em 6 948 toneladasmtricas, com 222,6 toneladas provindo da Amrica Latina e Caribe, das quais 221 doMxico e 1,6 da Repblica Dominicana (94). Deve-se ter em conta que embora omercrio se recicle no ambiente por repetidas vezes, o ambiente o seu receptor final.O mercrio no se destri. Ele se mantm permanentemente no ambiente, ainda quemude suas formas qumicas por mecanismos fsicos, qumicos ou biolgicos. Omercrio possui duas caractersticas que o fazem muito peculiar como agentecontaminante e txico para o meio ambiente. So elas sua volatilidade e sua capacidadede sofrer transformaes biolgicas. A volatilidade responde, por exemplo, pelasconcentraes atmosfricas elevadas (de 20 a 200ng/m3) encontradas em reas quecontm mercrio no solo em teores de 10 ppm e que so bem superiores s

    normalmente registradas (37).

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    A transformao biolgica do mercrio em compostos de alquilmercrio de cadeiacurta, processada por bactrias, a outra caracterstica importante. Este fato

    provavelmente explica as altas concentraes de metilmercrio que se tem verificadoem peixes, posto que nesta forma orgnica o metal se bioconcentra nas cadeias trficasat sob um fator de milhares de vezes. Causas meteorolgicas e geoqumicas podem

    modificar o ciclo natural do mercrio, elevando suas concentraes normais.Fenmenos como erupes vulcnicas, ou mudanas nas condies de temperatura epresso atmosfricas, podem acarretar a contaminao de componentes da cadeiaalimentar, como os peixes, ou o aumento das concentraes do mercrio no ar,determinando, inclusive, riscos sade humana. As fontes naturais de mercrio podemdar lugar a alguma contaminao local (se que podemos dizer assim), mas acontaminao de origem antrpica maior (98). Entre as importantes fontes de poluioartificial por mercrio incluem-se: explorao mineral e refino do metal, fbricas decloro-lcali, indstrias de polpa e papel, de plstico e eletrnica, prticas agrcolas,hospitais e indstrias de medicamentos de mercrio. Talvez seja da ordem de dez miltoneladas/ano os rejeitos de mercrio que a civilizao tecnolgica lana na biosfera.

    Tabela 1. Concentraes naturais de mercrio no ambiente

    Meio Concentrao Referncia

    AR 5ng/m3

    mdia de 20ng/m3

    (0,5 a 50ng/m3)

    3a9n3/m3

    37

    39

    2

    GUA 2 A 6 ppb

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    (rochas continentais)

    Das fontes artificiais de poluio por mercrio, as fbricas de cloro-lcali que utilizamclulas eletrolticas base do metal, so, proporcionalmente, a de maior importncia.Alm do mercrio que normalmente escapa do processo e estar nos efluentes lquidosdestas plantas, j se relatou tambm a sua presena no ar de exausto (99) e, em grandesquantidades, nos resduos slidos de tais indstrias (73). Demonstrou-se que o mercriodestes resduos altera o desenvolvimento de algas (73), a base das cadeias alimentaresaquticas, e acumulado por uma erva de gua, a Azolla, fazendo cair o seucrescimento. Alm de concentr-lo, a Azolla produz uma perda do mercrio do meio,

    por transform-lo direta ou indiretamente numa forma voltil (72). O emprego decombustveis fsseis pode adicionar grandes quantidades de mercrio ao ambiente,

    principalmente nas atmosferas dos centros urbanos (77). Esta adio atmosfrica foi

    avaliada em 5 000 toneladas/ano (44). Por isso, sempre conveniente conhecer o teor demercrio dos combustveis. Por exemplo, o carvo sovitico tem, em mdia, 0,28 ppm;alguns petrleos californianos tm entre 1,9 e 21 ppm de mercrio. Ento, seria de bomalvitre se o petrleo a ser queimado, alm de sempre BTE (Baixo Teor de Enxofre) ofosse tambm "BTM" - Baixo Teor de Mercrio... Tal proposio, por questeseconmicas, parece invivel.

    A fabricao de cimento e fosfatos contribui para a contaminao do ar por mercrio(98). Segundo WREN (102), entre as mais importantes fontes antropognicas atuais deliberao atmosfrica de mercrio esto a queima de combustveis fsseis e asatividades de minerao e fundio do metal. Recentemente no Japo, pais duramentetraumatizado pela experincia de Minamata, estabeleceu-se um esforo para a pesquisae desenvolvimento de baterias secas livres de mercrio. Isto porque as to intensamenteutilizadas baterias alcalinas de mangans contm mercrio, o qual pode, a partir dai,contaminar o ambiente depois do descarte dessas baterias e de sua presena no lixomunicipal (5). Quem diria que o aparentemente inofensivo "headphone" (entre outros)

    poderia estar contribuindo para a poluio ambiental por mercrio e seu risco txico?

    A poluio dos ecossistemas terrestres por mercrio advm, em maior escala, dautilizao industrial do metal e seus compostos. A contaminao provocada pelo usoagrcola dos fungicidas mercuriais parece representar de 3 a 5% daquela antes citada,

    sendo que o plantio das sementes tratadas com tais produtos acresce ao solo anualmentecerca de 1 g Hg/hectare (2). Todavia, estas observaes valem para um quadro geralmdio da contaminao ambiental pelo mercrio, pois obviamente que em situaeslocais especiais um outro tipo qualquer de fonte pode ser responsvel por quase toda a

    poluio. Por exemplo, no Brasil certos ecossistemas terrestres e aquticos soaltamente poludos pelo mercrio como resultado de seu uso no garimpo do ouroapenas. A contaminao de ecossistemas terrestres tem sido apontada hoje por inmeros

    pesquisadores em diferentes pontos do planeta. As primeiras indicaes dessaocorrncia surgiram na Sucia, nos anos 40 e seguintes. L, anlises de mercrio em

    penas de vrias espcies de pssaros de at mais de 100 anos atrs mostraram que seucontedo ficou constante at 1940, quando subitamente passou a se elevar, coincidindo

    com a poca em que os fungicidas alquilmercuriais foram introduzidos no pais comodesinfetantes de sementes (12, 102). Verificou-se boa correlao entre as taxas de

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    mercrio nas penas e o nvel trfico ocupado pela espcie do pssaro. Os de regimegranvoro, como faises e perdizes, mortos em 1960, tinham 6 ppm em mdia. Nogrande-duque (ave noturna) o nvel era de 40 ppm; no falco peregrino, 55 ppm c cmaves estritamente carnvoras, 60 ppm (12). Sucessivamente o mercrio foi sendodetectado em animais de vida silvestre pertencentes a ecossistemas terrestres, no s

    aves mas tambm inmeros mamferos. A esse respeito um portentoso estudo de revisofoi apresentado por Christopher D. Wren, do Instituto de Estudos Ambientais daUniversidade de Toronto, Canad, cuja consulta se recomenda a todo aquele interessadona ecotoxicologia do mercrio. Em seu trabalho, WREN (102) apresenta uma longatabela que nos informa sobre as concentraes de mercrio em distintos tecidos devrias espcies de mamferos de vida silvestre (excluindo os marinhos). Quanto aecossistemas de gua doce, demonstrou-se ter havido um crescimento nas concentraesde mercrio na capa de gelo da Groenlndia desde o ano de 1900 at a data atual, 0 qualse relaciona, provavelmente, com 0 aumento do metal nas guas de chuva devido contribuio de fontes antrpicas de poluio (44).

    Em diversos pases, como Sucia, Canad, Estados Unidos, as autoridades de sade jnecessitaram interditar a comercializao de pescados de guas continentais porconterem elevados teores de mercrio (mais do que o limite de 0,5 ppm admitido para aalimentao humana pela OMS). Por exemplo, peixes do Lago Saint-Clair (entreMichigan, EUA e Ontrio, Canad), o qual est muito contaminado por efluentesindustriais de Detroit, exibem de 0,3 a 5 ppm de mercrio, em grande parte sob a formametilada (64). No Japo, guas do rio Agano, recebendo efluentes industriaiscontaminados por mercrio, no mostravam mais do que 0,1 ppb, enquanto aconcentrao do mercrio passava a 10 ppm no fitoplancton e 40 ppm 1105 peixes, valedizer, um coeficiente de concentrao de 400 000 para estes ltimos. A contaminao

    por mercrio dos peixes de gua doce traz como conseqncia um sriocomprometimento dos superpredadores que so as aves ictifagas e os seres humanosque se utilizam de regime piscvoro. O mercrio j foi encontrado em aves ictifagas doLago Saint-Clair, nos msculos e fgado, atingindo neste rgo concentraes de maisde 100 ppm, dependendo da espcie (28). No Canad relata-se a poluio j ocorrida emguas do Rio English-Wabigoom em consequncia das descargas dos efluentes de umaunidade de cloro-lcali instalada pela Reed Paper Ltd. e que despejou, a partir de 1962,

    perto de 9 toneladas de mercrio metlico, o que implicou no aparecimento de altosnveis do metal nos peixes do rio (16).

    Estes trabalhos demonstram que a contaminao de cadeias alimentares de gua doce

    por mercrio e metilmercrio, a partir do lanamento do metal nas formas orgnica ouinorgnica como resultado de atividades econmicas e de sua alquilao por bactrias, perfeitamente possvel, no sendo um processo exclusivo de guas marinhas. Estaobservao bastante pertinente pelo fato de ter havido entre ns quem insinuasse que ametilao no ocorreria em lagos e rios. Alis, a tal respeito, bom que se transcreva oseguinte trecho de uma publicao da Organizao Mundial da Sade: "... Tem-seencontrado concentraes elevadas de mercrio em peixes de gua doce de zonas

    presumivelmente contaminadas por mercrio e esses peixes no so aptos para oconsumo." (78). Nos pases em desenvolvimento, incluindo o Brasil, o crescimentoconstante das atividades econmicas e industriais tem feito aumentar, tambm o uso domercrio e seus compostos e, por extenso, a contaminao do ambiente. Exemplo

    preocupante desta situao o emprego intenso do mercrio metlico no garimpo doouro em vrios Estados do Brasil (6, 33,58, 65). Em publicao recente referimos vrios

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    artigos de autores nacionais enfocando a preocupao com os riscos do mercrio emambientes brasileiros (9). Em Mato Grosso, no ano de 1986, foram produzidas 40toneladas de ouro (nmero, alis, bastante superior ao das estatsticas oficiais), para oque se utilizaram algumas outras de mercrio, uso esse que pode ter implicado emcontaminao de bacias hidrogrficas da regio amaznica (Peixoto de Azevedo, Alta

    Floresta) e do Pantanal (Pocon) (Informaes obtidas no desenvolvimento de projetoespecifico, suportado pela FlNEP, SEMA e Governo do Mato Grosso, no qualparticipamos.) Em matria publicada pela revista Super-Interessante ("Mergulho nagua", outubro de 1990, p. 57 ) informava-se que "para cada 450g de ouro extradosdos rios da Amaznia, o dobro despejado em mercrio. Calcula-se que 100 toneladasanuais desse metal envenenam a Bacia Amaznica." Na revista Viso, em artigoenfocando a situao dos ndios ianomanis (08 de agosto de 1990, p. 37), destacava-seque pesquisadores japoneses haviam colhido, em 1989, amostras de cabelos de ndiosde diferentes comunidades e os resultados das anlises mostraram-se acima do limite

    proposto pela Organizao Mundial da Sade, sugerindo associao de tal dado com ouso do metal no garimpo do ouro da regio. Em Gois suspeita-se da contaminao da

    bacia do rio Crixs-Au, tributrio do Araguaia, que j teria recebido algumas toneladasde mercrio metlico (conforme matria publicada no Jornal CREA, Gois, deagosto/setembro de 1985, n 4, p. 4-5). Problemas de poluio por mercrio no garimpodo ouro tm sido apontados tambm nos Estados de Rondnia, Par, Rio de Janeiro eBahia. Denncias recentes foram veiculadas, envolvendo Canania, em So Paulo,numa rea da Mata Atlntica (jornal A Tarde, Salvador, de 22/08/1988, caderno 2, p.11), e o Rio Tapajs (Cincia Hoje Informe, no148, de 10-16/09/1988, p. 3). Em suasesso ordinria de 16 de julho de 1988, o Conselho Nacional do Meio AmbienteCONAMA, reunido em Braslia, preocupado com a questo, aprovou resoluo que

    probe o uso do mercrio metlico no garimpo do ouro em todo territrio nacional (Rev.Bras. Tecnol., v.19, n. 8, p. 4, ago.1988. "Veto ao Mercrio"). No Estado de So Paulo,trabalho realizado nos anos de 1978 e 1979, e publicado em 1983 (13) demonstrou a

    presena de mercrio em guas do rio Moji-Guau em nveis superiores aos fixadospara preservao da vida aqutica. As espcies de peixes carnvoros estudados exibiramvalores mdios de mercrio total na musculatura acima de 0,5 ppm (limite mximo paraconsumo humano). O mercrio provinha dos lanamentos, principalmente, de umaindstria de papel e de vrios curtumes. No concernente s guas marinhas, um dosmais famosos e tristes episdios de poluio por atividade antrpica foi, sem dvida, oda rasa Bala de Minamata, no Japo. Nesse caso, a maior indstria de plsticos do pais(a Chisso Qumica, da cidade de Minamata, Prefeitura de Kumameto, ilha de Kyushu)aumentou a fabricao de seu principal produto, o cloreto de vinila, na qual eram

    empregados sais de mercrio catalisadores: cloreto mercrico (G3), sulfato mercrico(79). O mercrio era lanado nas guas da Baa como resduo presente nos efluentesindustriais. A fbrica operava de maneira muito ineficiente e estimou-se que tenhalanado ao mar 600 toneladas de mercrio (79). Cita-se que aqueles efluentescontinham, ainda, xido de mercrio e metilmercrio (27, 37, 44). Essa poluio dasguas da Baia de Minamata resultou, pela ao de bactrias metanognicas, em pesadacontaminao por metilmercrio dos moluscos e peixes locais. Os moluscos da baia deMinamata exibiram concentraes de mercrio de 11 a 40 ppm. Esses animais tm, nascondies naturais, grande capacidade de acumulao de metais. Mexilhes do esturiodo rio Tamisa, por exemplo, j mostraram at 0,65 ppm de mercrio e ostras do mesmolocal, 0,2 ppm. No episdio de Minamata a concentrao de metilmercrio (como Hg)

    nas guas do mar no excedia a 0,1 ppb. Contudo, em alguns peixes acharam-se nveisde at 50 ppm, tendo havido, portanto, uma concentrao de 5 x 105 vezes. O grau de

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    bioacumulao costuma ser medido pelo fator de concentrao (FC) que dado por: mg Hg/g de rgo ou organismo (peso mido) dividido por m g Hg/g gua. Em bacalhaudo Mar do Norte encontraram-se 0,175 ppm de mercrio, em mdia. Peixes da mesmaespcie pescados no Bltico Meridional tinham mais do que 1,3 ppm. Em contraste, o

    bacalhau capturado em zona no poluda, como a costa este da Groenlndia, mostrava

    0,019 ppm de mercrio (49). HUTAGALUNG (50) chamou a ateno para acontaminao por mercrio de guas de rio, de mar e organismos marinhos no esturiodo rio Angke, em Jacarta, capital da Indonsia, na Ilha de Java. Alm de peixes emoluscos tambm mamferos marinhos habitantes de regies contaminadas podem

    possuir elevadas concentraes de mercrio, como as focas cinzas que vivem naEsccia e j exibiram de 10 a 50 ppm do metal no fgado, chegando mesmo a 720 ppmem animais velhos, At aqui relacionamos casos de poluio de guas estuarinas emarinhas apenas na sia e Europa. No nos ilidamos pensando estar preservados de talagonia. Em verdade, a contaminao de guas costeiras tem sido hoje denunciada emtodos os continentes e caracteriza-se como problema global. Para nos irmanarmos aosdemais nesse calvrio, HARADA et al. (48), por exemplo, apontaram a contaminao

    do Golfo Triste, na Venezuela. E o Brasil? Vem a seguir... Casos de poluio deecossistemas marinhos por mercrio, como decorrncia de atividades industriais, tmsido registrados tambm em nosso Pais. No litoral do Estado da Bahia encontra-se aBala de Todos os Santos (BTS), com uma superfcie em torno de 800km2 enaturalmente separada em duas vertentes: a leste, com maior concentrao de atividadeshumanas, e a oeste mais preservada, sendo ocupada principalmente por fazendas deaquicultura. A importncia da BTS est bastante relacionada localizao da cidade deSalvador, numa de suas extremidades. O desenvolvimento scio-econmico destacidade influi decisivamente nos usos que so feitos da Baia, determinando o tipo e aquantidade de poluio que Ihe atinge. Assim, a Enseada dos Tainheiros, uma sub-regio da BTS na cidade de Salvador, recebeu, durante bom tempo, os efluenteslquidos da Companhia Qumica do Recncavo - CQR, uma fbrica de cloro-soda pelo

    processo da clula de mercrio, que iniciou seu funcionamento em 1967. Estudodivulgado em 1975 mostrou contaminao da fauna bentnica por mercrio (35,5 ppm,em mdia, em moluscos; 25 ppm, em mdia, em crustceos) (87). Ao longo da margemsul da Enseada dos Tainheiros fica a rea dos Alagados, uma grande aglomeraohumana, com mais de 100 mil habitantes vivendo em precrias condies desaneamento e sade, ocupando casas construdas sobre aterros ou palafitas. Esta

    populao tem na pesca e na mariscagem local uma das principais bases - se no a nicapor vezes - de sua dieta (matria interessante foi publicado no jomal A Tarde, deSalvador, de 30/10/1933, p. 2, sobre a prtica da mariscada nas praias da regio

    denominada cidade baixa (Bonfim e Plataforma, periferia de Salvador). Com os ps nalama as pessoas capturam moluscos como o "papa-fumo" e "rala-coco", e mariscoscomo o siri. Eis o breve e dramtico relato de uma mulher de 53 anos, viva, me deoito filhos: "no posso perder uma lua, porque os meninos morrem de fome. Pego trsmames, que peo por a e cozinho com o marisco misturado a um bocadinho de dende os temperos, que no so muitos, porque o dinheiro no d. "). Por isto passou a seconstituir em populao de risco de intoxicao por mercrio. Em 1976 alertou-se paraum possvel inicio da exposio humana, com medidas de mercrio no cabelo da

    populao local na faixa de 0,5 a 17 ppm (36). Diante deste quadro e sob a presso dacomunidade local e de reas do Governo do Estado, a empresa transferiu-se para outraregio, com menor risco de contaminao ambiental. Contudo o mercrio lanado na

    Enseada dos Tainheiros l se mantm em nveis bem superiores aos verificados emoutras sub-regies da BTS, conforme informam relatrios publicados em 1984, 1985 e

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    1986 pelo Centro de Recursos Ambientais -BA (20, 21, 22). Por exemplo, para o ano de1985, nos quatro pontos de coleta da Enseada, as mdias anuais de mercrio nossedimentos (amostras semestrais) variaram de 0,57m g/g a 1,25 m g/g (base seca),enquanto que nas outras cinco sub-regies da BTS pesquisadas (28 pontos de coleta) avariao foi de

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    atmosfrico, ecossistemas terrestres, ecossistemas aquticos). No se deve perder devista, todavia, que nosso aparentemente protegido e inexpugnvel lar tambm pode seralvo de contaminao por mercrio, de alto risco at. incrvel o nmero de atividadesou eventos que implicam na contaminao domstica por mercrio: uso de certas tintas,

    processamento de ouro por amadores, extrao do mercrio de certos tipos de baterias,

    quebra de brinquedos ou de instrumentos que o contm, etc. Quebrar termmetros, porexemplo, pode ser um prejuzo muito mais acentuado do que a perda de alguns tostes...Concentraes to altas quanto 3 000 m g/m, de vapores de mercrio metlico podemsobrevir de seu derrame num ambiente, dependendo das condies de ventilao (23).Especiais cuidados devem ser tomados por aqueles que eventualmente venham a ocuparcomo moradia um imvel que tenha antes servido para consultrio odontolgico, paralaboratrio, para joalheria, etc., pois o ambiente interno pode estar apresentando altosnveis de mercrio. Ainda recentemente foi publicado um artigo relatando o caso de ummenino de 18 meses que desenvolveu intoxicao mercurial caracterstica a partir deexposio num ambiente domstico contaminado: 10-12 m g Hg/m3em seu quarto (23).Preocupa-nos em demasia o fato de certos brinquedos (alguns dos quais temos

    recolhido) utilizarem o mercrio liquido. um convite desgraa... Os pais ouresponsveis precisam estar atentos e... responsveis! Noutro relato (69) descreve-se ocaso de uma famlia de quatro pessoas (pai - 41 anos, me -38 anos, filha - 14 anos,filho - 10 anos), que cerca de dois meses aps a quebra e derrame, no interior da casa,de um frasco com aproximadamente 250 ml de mercrio, passou a demonstrar sinaisclaros de intoxicao em trs de seus membros (um com acrodinia; um com eretismo;um com sindrome nefrtica) e a exibir em todos nveis elevados de mercrio no sanguee urina. Cuidados mdicos foram necessrios para sua recuperao e umadescontaminao da casa se levou a cabo, com perda de mobl1ia e carpetes.

    Risco txico

    A toxicidade do mercrio tem sido objeto de permanente discusso (7, 8). A exposioambiental ao mercrio da populao em geral estimada em, aproximadamente, l mg/dia pelo ar; at 2, m g/dia pela gua e 20 m g/dia atravs dos alimentos, podendo,nesse caso, atingir at 75m g/dia, conforme a quantidade de peixes da dieta (44).Tambm a toxicidade do metal para organismos terrestres (animais e plantas), paraorganismos aquticos e para microorganismos tem sido cada vez mais evidenciada(101). Com relao aos riscos da exposio ocupacional, um comit de especialistasdistinguiu duas principais classes de compostos mercuriais: orgnicos e inorgnicos. Osltimos incluem a forma metlica, os sais de mercrio I e II e aqueles complexos nos

    quais o mercrio II est reversivelmente unido a ligantes tissulares como grupos tiis deproteinas. Os compostos nos quais o mercrio figura diretamente unido ao carbono pormeio de ligao covalente foram classificados como orgnicos (61). Esta distino devalor limitado porque as propriedade txicas do vapor de mercrio elementardistinguem-se daquelas dos sais inorgnicos e, ademais, os alquilmercuriais de cadeiacurta diferem, notavelmente, dos outros compostos tambm enquadrados na definiode orgnicos (77). Sob o ponto de vista de risco sade humana, as mais importantesformas do mercrio so: os vapores de mercrio elementar e os alquilmercuriais decadeia curta (77), nos quais o mercrio pode estar ligado a um tomo de carbono de umgrupo metila, etila ou propila. Na verdade, de acordo com as diferentes toxicidades,

    propriedades fsico-qumicas e riscos de dano sade humana e do ambiente,

    representando outro risco de exposio, a que se verifica em algumas comunidades denegros, nos pases desenvolvidos e nos de terceiro mundo, onde cremes para

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    despigmentao que possuem sais inorgnicos de mercrio so aplicados (30).Prosseguindo neste rosrio de usos exticos e de grande risco txico, que bem do adimenso da estupidez a que a humanidade ainda est sujeita, conta-se aquele j feito

    por boxeadores latino-americanos que se auto-administraram intravenosamentemercrio metlico supostamente para estimular seus socos (14). E o risco txico parece

    estar em toda parte, mesmo nas situaes mais inusitadas. Por exemplo, ALTERMANet al. (4) examinando 207 crianas que tiveram contato com acetato de fenilmercriopor intermdio de fraldas contaminadas, encontraram em 56% delas, ao exameradiogrfico de ossos , linhas de deteno de crescimento. Um outro fator de risco quetem sido destacado por alguns especialistas o apresentado pela restaurao dentriacom amlgama de mercrio, j que esta via pode significar um importante aporte demercrio inorgnico ao organismo, comparvel s quantidades que ingressam porintermdio dos alimentos e da gua. O amlgama convencional preparado pela misturade mercrio com uma liga prata-estanho, o que produz uma massa plstica de rpidafixao na cavidade dentria (PHILIPS, R. W. Skinnerts Science of Dental materials.8th ecl. Philadelpllia, London, W.B. Sannders Co., 1982. p. 302-16 In.: COX &

    ELEY,19). O amlgama pode, eventualmente, ficar incrustado nos tecidos moles daboca, seja sob a forma de fragmentos slidos, seja como finas partculas - o maiscomum - resultantes do uso do motor de alta rotao na restaurao. COX & ELEY(19), implantando subcutaneamente amlgama dentrio em cobaias, observaramelevao dos nveis de mercrio no sangue, bile, rins, fgado, bao e pulmes; asmaiores concentraes sendo notadas no tecido renal, sem contudo haver leso tubular.Uma pequena porcentagem de pessoas parece experimentar reao alrgica ao mercrio,caracterizada normalmente por dermatite ou erupes cutneas (Americal1 DentalAssociation, In: FISI IER, 38). Esta hipersensibilidade ao mercrio do chamado tipoIV ou seja, intermediada celularmente e tardia (62) e j determinou a remoo deamlgamas dentrios de pacientes dela portadores (29). Por conta dessa remota masexistente possibilidade, a ADA (American Dental Association) recomenda que osdentistas mantenham uma histria mdica completa de cada paciente e se ele mostrar

    possuir tal alergia, o dentista deve escolher algum outro material restaurador que no oamlgama. Existe mesmo no mercado norte-americano um "kit" (merc-kit) paradeteco de pessoas hipersensveis ao mercrio, sugerido para ser usado pelos dentistasantes da aplicao do amlgama, mas que no encontra plena aceitao da ADA (62).Uma excelente reviso sobre o risco potencial para a sade decorrente do uso domercrio em odontologia foi apresentada por ENWONWU (30). Nela o autor concluique ainda faltam melhores provas de uma relao causal entre a liberao de vapor demercrio de restauraes dentrias e quaisquer problemas de sade humana. Os

    compostos de mercrio que tm provocado o maior nmero de intoxicaes, emdiferentes populaes, so o metil e o etilmercrio. Em virtude do consumo de pescadose mariscos contaminados por metilmercrio, ou de po preparado com sementes tratadascom fungicidas mercuriais (principalmente metil e etilderivados) muitos episdios deintoxicaes coletivas j aconteceram. Assim, de 1953 a 1956 surgiram numerososcasos de "uma doena neurolgica incomum" numa comunidade de pescadores situadana localidade denominada de Baia de Minamata, em rea litornea do mar deYatsushiro, no Japo (66). Essas ocorrncias, conforme se apurou posteriormente ao seuincio, foram causadas pela ingesto de peixes e mariscos contaminados pormetilmercrio, que bactrias das guas da baa produziram a partir do mercrio contidonos efluentes lquidos de uma indstria qumica, a principal da regio, e que eram

    lanados diretamente nas guas. O metilmercrio gerado era rapidamente captado pelasalgas do plancton e, ento, se biomagnificava na cadeia alimentar. Fato semelhante

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    aconteceu, em 1965, tambm no Japo, desta vez envolvendo guas doces, do rioAgano, em Niigata, no norte do pas. Esses dois episdios deixaram um saldo negativode muitas intoxicaes. Para Minamata, os dados variam segundo as fontes.Registraram-se 111 ou 121 intoxicaes (64,66), com dezenas de mortes: 43 ou 46 (27,64, 66) e vrios casos de invalidez e de crianas que nasceram portadoras de deficincia

    fsica e mental (19, conforme MANAHAN, G4).

    Uma quantificao bastante crivel a de que no fim de 1983 existiam 1 612 casosconfirmados da doena de Minamata na Prefeitura de Kumamoto, incluindo 527 mortes(91). At 1984 haviam sido oficialmente documentados 2 578 casos de doena, com 656mortes (90). A primeira morte aconteceu em 1954, com um pico de incidncia em 1956.Aps 1972 o nmero de mortes tornou a aumentar rapidamente, com um segundo picode incidncia em 1976 (90). O episdio de Minamata foi to importante na histria dasade pblica no Japo que ensejou a criao, na cidade de Minamata, do Instituto

    Nacional para a Doena de Minamata. Em 1969, a companhia responsvel pela poluiofoi obrigada pela justia a pagar indenizao a 138 pessoas afetadas pela doena.

    A concentrao de mercrio total no pescado da Baa de Minamata, no momento daepidemia, era de 11 mg/kg, base mida, e naquele do rio Agano era de 10 mg/kg (47,77) e foi calculado que a ingesto diria de mercrio pela populao exposta deMinamata foi de 5 a 100 m g/kg, por perodos de meses at anos (51). O pescado umadas mais importantes vias de transferncia de metilmercrio do ambiente para o homem.Em especial destacam-se as grandes espcies carnvoras como o tubaro, o peixeespada, o atum, a arraia, que por serem do topo de cadeia alimentar, apresentamnaturalmente concentraes elevadas de mercrio. No Canad tem-se tambm descritonveis elevados de metilmercrio na populao indgena (16), com significativaassociao entre anormalidades neurolgicas em adultos e nvel de exposio atravs daingesto de peixes contaminados (67), e algum comprometimento neurolgico,inclusive de crianas que sofreram exposio pr-natal (68). Inmeros casos deintoxicaes, s vezes com caractersticas epidmicas, atribudos contaminao de

    produtos alimentcios outros alm de peixes e animais aquticos tambm j seregistraram. Eles se deveram ao uso de fungicidas mercuriais empregados no tratamentode sementes que se destinavam ao plantio, portanto no aptas para o consumo humano,mas que inadvertidamente foram transformadas em alimentos. Assim, a partir dos anos50, ocorreram, em distintas partes do mundo, episdios de intoxicao coletiva pormercrio, entre os maiores j registrados, como resultado da ingesto de sementes detrigo e outros cereais tratados com praguicidas organomercuriais. Dos mais conhecidos

    destacam-se os do Iraque. Nesse pais, em 1955 os mercuriais orgnicos passaram a serusados como desinfetantes de sementes e j no perodo 1955-59 ocorreram 200 casos deintoxicaes. Um surto mais claramente definido foi verificado em 1960, acarretandocerca de 1000 internaes hospitalares (24). Esses episdios foram causados pelasulfonanilida do etilmercrio-p-tolueno (52). No perodo de dezembro de 1971 a marode 1972 (inverno) uma ocorrncia muito grave de intoxicaes por organomercuriais, naverdade uma epidemia, voltou a castigar o Iraque. Desta feita houve admisso hospitalarde 6 530 casos, dos quais 459 chegaram ao bito (10,93). Aqui o agente txicoresponsvel por to nefasto evento foi o metilmercrio contido no fungicida, mais umavez o mecanismo das intoxicaes foi o consumo de po feito de gros (trigo e cevada)tratados com o fungicida. O perodo de latncia de at 60 dias entre o inicio da

    exposio e o surgimento dos sintomas foi, provavelmente, o principal fatorcontribuinte para a dimenso da epidemia. No se verificaram diferenas quanto idade

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    ou ao sexo na populao atingida (93). Previamente ao grande episdio de 1971/73 noIraque, outros pases tambm amargaram situaes semelhantes, como Guatemala(ORDONEZ,J. V. et al. Bol. of. Sanit. Panam., 60: 510,1966. Citados em OMS, 77) ePaquisto (HAO, I. M. Br. Med.J., 5335: 1579,1963. Citados em OMS, 77).Posteriormente houve um episdio em Gana (26). Todos esses fatos levaram a

    Organizao Mundial da Sade a promover, em Bagdad, de 9 a 13 de setembro de 1974,uma "Conferncia sobre as Intoxicaes devidas ao Tratamento de Sementes porCompostos Alquilmercuriais", cujos anais foram publicados pela OMS (77, 100),contendo excelentes trabalhos sobre os aspectos epidemiolgicos, clnicos, detratamento e laboratoriais, relativos intoxicao por alquilmercuriais, e de leiturarecomendvel para os que se interessam pelo assunto. Um excelente sumrio sobre osmais importantes achados e concluses daquela conferncia encontrado emSKERFVING & COPPLESTONE (86).

    Populaes de alto risco de intoxicao por mercrio

    Consideram-se como tal aquelas com maiores probabilidades de se exporem a nveisperigosos de mercrio ou aquelas sob condies biolgicas ou patolgicas que podemexacerbar os efeitos de intoxicao. Entre elas citam-se (39):

    trabalhadores expostos ocupacionalmente ao mercrio;

    populaes gerais vizinhas a fontes de poluio por mercrio (minas, indstrias);

    populaes de regies com contaminao por mercrio. Em situaes onde ocorra talcontaminao, principalmente das guas, todos os habitantes locais que se alimentam dafauna regional tm risco significativo de desenvolver intoxicao crnica;

    pessoas que se alimentam preferencialmente de pescados e outros produtos aquticos;

    pessoas que usam prolongadamente medicamentos mercuriais;

    doentes neurolgicos (SNC), doentes renais crnicos, doentes broncopulmonarescrnicos;

    gestantes e crianas pequenas. O risco de intoxicao por mercrio pode aumentarmuito pela sobreposio de algumas dessas condies. Na Tabela 2 so apresentadas as

    doses letais do mercrio e de alguns de seus compostos para o ser humano e animais delaboratrio. Na Tabela 3, 3 nveis tissulares de mercrio em animais de vida silvestre,ou em animais de uso incomum em laboratrio, que morreram intoxicados pormetilmercrio so transcritos de informao anloga prestada por WREN (102).

    Tabela 2. Toxicidade do mercrio e seus compostos para o ser humano e animais de laboratrio

    Substncia Animal

    via

    Dose ou concentrao txica Referncia

    tipo valor

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    Mercrio camundongointraperitonial

    DL50 400mg/kg/14 diasintermitente

    39

    Cloreto mercrico

    (H9CI2)

    rato/intraperitonial

    homem/oral

    homem/adulto

    DL50

    dose letal no

    adulto normal

    quantidade quepode ser fatal

    63mg/kg

    0,3 a 0,4g

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    pulmo

    citico

    10,8

    2,0

    0,13

    0,11

    gato fgado

    rim

    crebro

    pelos

    67,1

    13,4

    16,4

    392,0

    Vivendo em reserva

    indgena em Ontrio.

    furo figado

    rim

    msculo

    crebro

    53,7

    69,0

    34 2

    26,7

    1,8

    2,7

    0,9

    0,4

    Experimentais.

    Alimentao de

    dieta contendo

    5-7m g MeHg/g.

    viso fgado

    rim

    msculo

    bao

    crebro

    pelo

    55,6

    37 7

    25 2

    24,8

    19,9

    1,2

    0,28

    0,68

    0,05

    0,24

    0 22

    1,13

    Experimentais.

    Alimentao de

    dieta contendo

    5,0~9 MeHg/g.

    viso fgado

    rim

    msculo

    crebro

    plo

    24,3

    23,1

    16 0

    11,9

    1,5

    0,45

    0,75

    0,20

    0 10

    0,90

    Experimentais.

    Alimentao de

    dietas contendo

    1,1 15,0 m g

    cioreto de metil-

    mercrio/g.

    viso fgado

    rim

    msculo

    58,2

    31,9

    15,2

    Naturais.

    Encontrado

    agonizante.

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    crebro

    plo

    13 4

    34,9

    lontra fgado

    rim

    msculo

    crebro

    39.0

    33,0

    16,0

    18,0

    1,8

    2,1

    0,9

    10,38

    Experimentais.

    Alimentao de dietascontendo 2-8 m g

    MeHg/g.

    lontra fgado

    rim

    msculo

    pele e pelo

    bao

    crebro

    96,0

    58,0

    36,0

    47,0

    41,0

    30,0

    Naturais.

    Encontrada morta.

    Fonte: WREN (102) * controle ** metilmercrio

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    Environmental dynamics and toxic r isks of

    mercury

    ABSTRACT

    This review article leads with envirormental aspectsof occurrence and behavior of mercury, it's majorhuman uses and the associated risks for humanhealth and the environment.

    KEY WORDS

    Mercury; methylmercury; toxicology.