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Prof. Gustavo Senna Miranda Direito Processual Penal II 6° Período – 2010/02 1 26-07-2010 UNIDADE I – Sujeitos UNIDADE II – Atos processuais UNIDADE III – Prisão e Liberdade provisória UNIDADE IV – Procedimentos Rito comum e rito especial Bibliografia Básica: - OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 10ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008; - TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. 31 ed. São Paulo: Saraiva, 2009. v. 3 e 4. - BÊDE JUNIOR, Américo; SENNA, Gustavo. Princípios do Processo Penal. São Paulo: RT, 2009. SUJEITOS DO PROCESSO Relação processual penal Juiz Autor Réu Sujeitos principais o Juiz o Autor: a) Ministério Público

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Direito Processual Penal II 26-07-2010 UNIDADE I Sujeitos UNIDADE II Atos processuais UNIDADE III Priso e Liberdade provisria

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UNIDADE IV Procedimentos Rito comum e rito especial Bibliografia Bsica: - OLIVEIRA, Eugnio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 10 ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008; - TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. 31 ed. So Paulo: Saraiva, 2009. v. 3 e 4. - BDE JUNIOR, Amrico; SENNA, Gustavo. Princpios do Processo Penal. So Paulo: RT, 2009.

SUJEITOS DO PROCESSO Relao processual penal Juiz

Autor

Ru

Sujeitos principais o Juiz o Autor: a) Ministrio Pblico b) Querelante o RuCurso de direito processual penal Nestor Tvora e Rosmar Rodrigues Alencar p. 429, 3ed. - O processo penal compreendido como uma relao jurdica processual, na qual os seus sujeitos protagonistas so: o juiz, a parte ativa MP ou querelante e a parte passiva, que

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o acusado. Essa viso vlida, especialmente, para o processo penal condenatrio, no devendo se perder de vista que outros processos, no mbito penal, podem ser desenvolvidos sem o cunho de condenao, tal como se d com as medidas cautelares ou com o habeas corpus. - Sujeitos processuais so todas as pessoas que atuam no processo: juiz, partes, auxiliares da Justia, testemunha, dentre outros.

1 fase: PR-PROCESSUAL uma fase investigativa, como, por exemplo, a CPI, IP, investigao do MP. Nessa fase no tem que se falar em sujeitos, a no ser com medida cautelar (ex.: alimentos provisrios). 2 fase: AO PENAL A ao penal pode ser: - Pblica - Iniciativa privada Tanto a 1 fase como a 2 est nos procedimentos. 1 momento ANGULAR Prope a denncia para o judicirio em fase do ru. O juiz pode indeferir de plano essa denncia. MP Querelante ---------------- > ---------------- > Juiz Juiz Recebimento da inicial (o juiz recebe a inicial)

2 momento TRIANGULAR Juiz

Autor

Ru

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O juiz, o autor e o ru so os SUJEITOS PRINCIPAIS, porque sem eles no existe processo; so os sujeitos essenciais. O objetivo do processo penal buscar a eficcia do processo penal compatibilizada com o garantismo penal. Eficcia do processo penal X Garantismo penal Alcanar esse equilbrio complicadssimo, difcil. Garantismo negativo significa proporcionalidade na vedao de excesso. Garantismo positivo significa proporcionalidade na vedao de proteo deficiente. A doutrina, alm dos sujeitos principais, fala dos SUJEITOS ACESSRIOS ou SECUNDRIOS, que so, por exemplo, o perito, as testemunhas, etc. Obs.: Assistente tcnico no sujeito secundrio porque ele posto pelas partes. rgos auxiliares e sujeitos secundrios o RGO AUXILIARES DA JUSTIA; o TERCEIROS DESINTERESSADOS (TESTEMUNHAS); o TERCEIROS INTERESSADOS (O OFENDIDO, SEU REPRESENTANTE LEGAL OU SEUS HERDEIROS CPP, ART. 63). Temos sujeitos secundrios: - INTERESSADO (ex.: ofendido ou vtima) - DESINTERESSADO (ex.: testemunha) - AUXILIRES (ex.: perito)Curso de direito processual penal Nestor Tvora e Rosmar Rodrigues Alencar p. 434, 3ed. - So auxiliares do juzo aqueles que, no sendo servidores da justia (escrives-pblicos, escreventes, oficiais de justia, auxiliares, etc), colaboram com o juiz nos pontos em que este precisa de esclarecimento ou de conhecimentos especializados: peritos (expert em assuntos especficos) e os intrpretes (conhecedores de idiomas estrangeiros). As testemunhas e assistentes tcnicos no se amoldam perfeitamente ao conceito de auxiliar

Direito Processual Penal IIde juzo.

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- O assistente tcnico no contribuem na elaborao da percia oficial, no precisam ser imparciais e no tm o status de auxiliares do juzo, pois o vnculo com as partes.

O ofendido ou vtima atua no processo como meio de prova, autora ou assistente de acusao. O MP uma parte parcial ou imparcial? Ele autor, mas parcial ou imparcial? Hoje, com a reforma de 2008, a vtima tem que contratar um advogado e ser como assistente de acusao, ao lado do MP. A vtima tem que ser informada e intimada de todos os atos do processo. Juiz

Autor / VTIMA

Ru / ADVOGADO

Pode ser a vtima como assistente de acusao. Observaes tcnicas o LEGITIMIDADE AD CAUSAM 1. ORDINRIA 2. EXTRAORDINRIA o LEGITIMIDADE AD PROCESSUM o REPRESENTANTE DA PARTE

DO JUIZo Mais do que ler muitos livros eu queria que os juzes conhecessem muitos homens. (Carnelutti) o No basta ser culto, humano e dedicado. preciso, s vezes, ter a necessria coragem para enfrentar os potentados e a pacincia indispensvel

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para ouvir as lamrias dos humildes. No importa saber ser, no litgio, as partes so um operrio ou um industrial. Cumpre-lhe dar razo a quem a tiver. (Tourinho Filho) o preciso tambm ser probo. No existe, na sociedade, mal que se equipare venalidade dos Juzes. O juiz mprobo a negao do Direito e da Justia, um inimigo da Ptria. Cambises, certa feita, condenou Sisames, smbolo do juiz indigno, morte e, em seguida, revestiu a cadeira do Tribunal com sua prpria pele, para a exemplaridade (Tourinho Filho) INTRODUO o RGO SUPER ET INTER PARTES. o PRINCIPAL FUNO SOLUCIONAR CONFLITO DE INTERESSES (VIDE PRINCPIO DA INDECLINABILIDADE DA JURISDIO ART. 5, XXXV, DA CF).XXXV - a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direito;

1 sujeito: JUIZ - Princpio do juiz natural - Princpio da imparcialidade - Princpio da inrcia O juiz pode aplicar medida de ofcio na fase de inqurito? PODE. o TIPOS 1. MONOCRTICO REGRA (juiz de primeiro grau) 2. COLEGIADO (VIDE JRI). (rgo jurisdicional colegiado/tribunal) QUALIDADES E PRERROGATIVAS DO JUIZ o INVESTIDURA; o CAPACIDADE; o IMPARCIALIDADE

Direito Processual Penal II ATENO 1: ARTS. 252 E 254 DO CPP

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Art. 252. O juiz no poder exercer jurisdio no processo em que: I - tiver funcionado seu cnjuge ou parente, consangneo ou afim, em linha reta ou colateral at o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, rgo do Ministrio Pblico, autoridade policial, auxiliar da justia ou perito; II - ele prprio houver desempenhado qualquer dessas funes ou servido como testemunha; III - tiver funcionado como juiz de outra instncia, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questo; IV - ele prprio ou seu cnjuge ou parente, consangneo ou afim em linha reta ou colateral at o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito. Art. 254. O juiz dar-se- por suspeito, e, se no o fizer, poder ser recusado por qualquer das partes: I - se for amigo ntimo ou inimigo capital de qualquer deles; II - se ele, seu cnjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato anlogo, sobre cujo carter criminoso haja controvrsia; III - se ele, seu cnjuge, ou parente, consangneo, ou afim, at o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes; IV - se tiver aconselhado qualquer das partes; V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; Vl - se for scio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.

o PRERROGATIVAS: 1. VITALICIEDADE (CF, ART. 95, I); 2. INAMOVIBILIDADE (CF, ART. 95, II, C/C ART. 93, VIII); 3. IRREDUTIBILIDADE DE VENCIMENTOS (CF, ART. 95, III).Curso de direito processual penal Nestor Tvora e Rosmar Rodrigues Alencar p. 430, 3ed. - A idia de um juiz imparcial, inamovvel, vitalcio e com irredutibilidade de subsdios, garantias estas seguidas de vedaes que asseguram o exerccio da jurisdio de forma descomprometida, foi sufragada na Constituio do Brasil, em seu artigo 95 e pargrafo nico. O ordenamento jurdico, notadamente o cdigo de processo penal, traz disposies normativas que completam o sistema no sentido de propiciar um julgamento penal honesto e aceitvel. ao juiz que caber manter a ordem dos atos processuais, tendo, para tanto, os poderes de requisitar a fora pblica (art.251,CPP). A garantia de imparcialidade do magistrado penal, por sua vez, efetivada pelos artigos 252 a 256 do CPP, com a previso de causas de impedimento e de suspeio. - A dissoluo do casamento faz cessar o impedimento ou suspeio defluente de parentesco por afinidade, salvo se daquele sobrevier descendentes. Todavia, ainda que dissolvida o casamento sem descendentes, no funcionar como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem for parte no processo (art.255,CPP).

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PODERES DO JUIZ o PODERES DE POLCIA OU ADMINISTRATIVOS (V. ARTS. 497, I, II E VI, 792, 1 E 794, CPP); o PODERES JURISDICIONAIS: 1. PODERES-MEIOS: ORDINATRIOS E INSTRUTRIOS; 2. PODERES-FINS: ATOS DECISRIOS E DE EXECUO. Os poderes do juiz se dividem em 2 categorias principais: a) Poderes administrativos ou de polcia: que se exercem por ocasio do processo, a fim de evitar a sua perturbao e de assegurar a ordem e decoro que devem envolv-lo. b) Poderes jurisdicionais: que se desenvolvem no prprio processo, subdividindo-se em poderes-meios (abrangendo os ordinrios, que dizem respeito ao simples andamento processual, e os instrutrios, que se referem a formao do convencimento do juiz) e poderes-fins (que compreendem os decisrios e os de execuo). o OBS: FUNO ANMALA (EX: ART. 28 CPP).Art. 28. Se o rgo do Ministrio Pblico, ao invs de apresentar a denncia, requerer o arquivamento do inqurito policial ou de quaisquer peas de informao, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razes invocadas, far remessa do inqurito ou peas de informao ao procurador-geral, e este oferecer a denncia, designar outro rgo do Ministrio Pblico para oferec-la, ou insistir no pedido de arquivamento, ao qual s ento estar o juiz obrigado a atender.

O JUIZ NO SISTEMA ACUSATRIO o FASE PR-PROCESSUAL (V. STF: ADIN N 1.570 2004 - CONTRA O ART. 3 DA LEI 9.034/1995) Atuao do juiz: - Fase pr-processual Sistema acusatrio

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O entendimento que prevalece hoje a vedao de atuao de ofcio = em relao a medidas restritivas, aos direitos fundamentais do investigado art.311 CPP CF O juiz tem que ser provocado na fase pr-processual, porque ele inerte (princpio da inrcia). Quase todos os atos tm que provocar o juiz; no pode ser concedido de ofcio, como, por exemplo, a interceptao telefnica. PAUSA: Processo penal Liberatria Todas as medidas que visam a liberdade pode ser de ofcio pelo juiz. O juiz pode conceder de ofcio. Ex.: HC, liberdade provisria, relaxamento de priso. o FASE PROCESSUAL - Fase processual o Vigora o princpio do impulso oficial. o 2 correntes: 1 corrente (minoritria): veda a atuao de ofcio e a questo da gesto das provas. Para eles s as partes podem propor qualquer meio de prova. O juiz s julga. 2 corrente (majoritria): velando pela efetividade do processo, possvel a atuao de ofcio de forma supletiva. Visualiza o processo penal para o interesse da coletividade. o PERFIL DO JUIZ NO PROCESSO PENAL CONTEMPORNEO 27-09-2010

DO MINISTRIO PBLICOo "Entre todos os cargos judicirios, o mais difcil, segundo me parece, do Ministrio Pblico. Este, como sustentculo da acusao, devia ser to parcial como um advogado; como guarda inflexvel da lei, devia ser to imparcial como o juiz. (PIERO CALAMANDREI)

Direito Processual Penal II Art.127 CR norteia o MP.

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No processo penal, o processo deixa de ter a idia de ser vingativo. No MP, a origem dele j bem discutida. Idia de que o MP deve atuar de forma objetiva, da vem a discusso se ele parte ou no. O MP um rgo criado artificialmente pelo Estado para imputar a uma pessoa humana um crime, caso ele viole alguma norma. O MP um rgo do Estado, que s vezes vai contra o prprio Estado, sendo assim, independente do Estado, porque ele tem oramento prprio, por exemplo. Art.129,CR - Tal artigo expe atribuies do MP, no taxativas, dada pela CR. NOTAS INTRODUTRIAS o ORIGENS HISTRICAS. o EVOLUO NAS CONSTITUIES BRASILEIRAS. o PERFIL NA ATUAL CF/88: Art. 127. O Ministrio Pblico instituio permanente, essencial funo jurisdicional do Estado, do regime democrtico e dos interesses sociais e individuais indisponveis.Curso de processo penal Eugnio Pacelli de Oliveira p.456 a 457, 13ed. Curiosidade - O MP atua com inteira imparcialidade, a ele interessando, na mesma medida, tanto a condenao do culpado quanto a absolvio do inocente. No se pode esquecer de que a fase pr-processual, isto , a fase de investigao, desenvolve-se sem a participao da defesa, do que resulta a concluso de que somente o convencimento ou a opinio delicti inicial do MP para fins de instaurao da ao penal, que construda com alguma parcialidade. - o MP parte na ao penal a partir do momento em que se estabelece uma situao jurdica processual completa, com o recebimento da denncia. Alis, desde o oferecimento da pea acusatria ele j est agindo como parte, praticando ato de postulao. A partir da, ele passa a ocupar a posio (processual) de parte, na medida em que a ele ser facultada a apresentao de arrazoadas, a produo de provas, a interposio de recursos e, enfim, o desenvolvimento de toda e qualquer atividade reservada a quem pode provocar a jurisdio. bem verdade que quando atua na qualidade de custos legis (fiscal da lei), o

Direito Processual Penal IIMP desenvolve atividade semelhante. [...]

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- A doutrina costuma se referir, ento, parte formal, ou seja, posio processual de parte, independentemente do contedo de direito material a ser objeto dos requerimentos e alegaes do MP. Assim, poderamos, validamente apontar a seguinte distino: por parte formal se entenderia a posio processual de determinada pessoa em determinado processo, com abstrao do contedo de suas manifestaes; por parte material estaramos nos referindo quelas pessoas que atuam com parcialidade, ou seja, que defendem a aplicao do direito unicamente enquanto favorveis relao jurdica material levada ao processo. Em outras palavras: a parte material quando h coincidncia entre a sua manifestao (de direito material) na causa e sua posio no processo (requerimento de condenao por quem autor); formal quando independe de tal coincidncia, como ocorre, por exemplo, quando o MP, mesmo autor da ao, requer, a absolvio do acusado (art.385,CPP).

ATRIBUIES NA ESFERA CRIMINAL o NATUREZA: PARTE PARCIAL OU IMPARCIAL? V. ART. 129, INCS. I, VI, VII, VIII E IX, CF; ARTS. 257 E 258 DO CPP; LEIS 8.625/1993, LC 95/1993 E LEIS ORGNICAS ESTADUAIS. o RGO AGENTE REGRA. o RGO INTERVENIENTE (CUSTOS IURIS). O MP no pode representar interesses pblicos secundrios (patrimoniais) do ente pblico. No tem acusador sistemtico. O MP age de forma objetiva, de acordo com as orientaes da prpria CR. Ele no age como um advogado, sendo parcial. Se o MP acusar algum e percebe no curso do processo que o sujeito inocente, ele deve acabar com o processo, ento, visualiza com isso que o MP imparcial. O MP sim parte no processo penal, tendo posies variadas de que ele parcial ou imparcial. Predomina que o MP imparcial. O MP inicialmente quando ele atua, quando ele denuncia, ele est sendo parcial no que diz respeito coletividade. Mas a partir do momento que o processo se

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desenvolve, na instruo (no procedimento), o MP vela pelo ordenamento jurdico (porque se o sujeito inocente, este deve ser absolvido). Temos: - MP da Unio (procuradores do trabalho, militar, eleitoral e procuradores da repblica). - MP Estadual, que divide a carreira em promotores e procuradores de justia. A regra que o MP vai agir como autor da ao penal, como autor do processo penal, devido o artigo 129, I, CR. Quando a ao for ao penal privada, o MP no vai agir como parte, mas sim como fiscal da correta aplicao do direito (custos iuris). Conclui-se assim que, em regra, o MP rgo agente (ao penal pblica), mas excepcionalmente, quando a ao for ao penal privada, o MP ser rgo interveniente (custos iuris).

Art. 129. So funes institucionais do Ministrio Pblico: I - promover, privativamente, a ao penal pblica, na forma da lei;

Curso de dir. processual penal Nestor Tvora e Rosmar Rodrigues Alencar p. 432, 3ed Ponto que revela vincar a controvrsia doutrinria sobre a atuao parcial ou imparcial do MP: seria possvel uma parte imparcial? O que se quer efetivamente que os rgos pblicos que atuam no processo ajam com honestidade: imparcialidade seria assim lida como honestidade, como uma vedao de sustentao de teses desprovidas de plausibilidade.[...] Com essa ressalva, pode-se unir com o que obtempera Eugnio Pacelli de Oliveira, ao defender que ao contrrio de certos posicionamentos que ainda se encontram na prtica jurdica, o MP no rgo de acusao, mas rgo legitimado para a acusao, nas aes penais pblicas. A distino significativa: no por ser o titular da ao penal pblica, nem por estar a ela obrigada, que a parquet deve necessariamente oferecer a denncia, nem, estando esta j oferecida, pugnar pela condenao do ru, em quaisquer circunstncias, merc de sua incumbncia de defender a ordem jurdica. A noo de imparcialidade do MP assim atrelada ao seu interesse pela busca da verdade e pela realizao da justia, como averba Manuel Sabino Pontes, ao verificar que no campo penal, a misso do MP promover a acusao de forma eficiente, independente

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e desprovida de qualquer sentimento que no seja o de Justia, porquanto mesmo acusando crimes, o promotor no deixa de ser um fiscal da lei, apenas lhe sendo lcito promover denncia se estiver convencido da criminalidade, bem como da existncia de lastro probatrio mnimo para fundamentar a acusao (justa causa), assim como, obtendo prova da inocncia do acusado ou discordando da pena imposta pelo juiz, por exemplo, tem o dever de atuar no processo em benefcio do ru, buscando a correta aplicao da lei. Curso de processo penal Eugnio Pacelli de Oliveira p.469, 13ed. - Enquanto rgo do Estado e integrante do Poder Pblico, o MP tem como relevante misso constitucional a defesa no dos interesses acusatrios, mas da ordem jurdica, o que o coloca em posio de absoluta imparcialidade diante da e na jurisdio penal.

PRINCPIOS INSTITUCIONAIS (CF, ART. 127, 1) 1. UNIDADE 2. INDIVISIBILIDADE 3. INDEPENDNCIA FUNCIONAL Exemplo: sistemtica do art. 28 do CPP.Art. 28. Se o rgo do Ministrio Pblico, ao invs de apresentar a denncia, requerer o arquivamento do inqurito policial ou de quaisquer peas de informao, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razes invocadas, far remessa do inqurito ou peas de informao ao procurador-geral, e este oferecer a denncia, designar outro rgo do Ministrio Pblico para oferec-la, ou insistir no pedido de arquivamento, ao qual s ento estar o juiz obrigado a atender.

Para dar segurana da atuao do MP ele um rgo uno, indivisvel (um pode ser substitudo pelos outros, porque quando os promotores atuam, eles esto atuando em nome da instituio, sendo apenas um representante, por isso ser indivisvel), e tem a independncia funcional. Por causa da independncia funcional ns temos resolues, recomendaes, atos. Todos estes (resolues, recomendaes, atos) so atos da administrao superior.Curso de processo penal Eugnio Pacelli de Oliveira p.472-474, 13ed. Por unidade h de se entender a integridade do rgo ministerial, a impedir o seu fracionamento enquanto instituio pblica, sem prejuzo, por bvio, da distribuio operacional de suas atribuies. Embora uno o MP, as atribuies so distribudas entre rgos distintos, segundo a misso

Direito Processual Penal IIconstitucional de cada um deles (MPU e MP estadual). [...]

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J a indivisibilidade tem reflexos diretamente no interior da relao processual penal, no sentido de permitir que qualquer integrante do respectivo parquet possa validamente participar do processo em curso, sem necessidade de novas e especficas designaes. O MP , portanto, indivisvel, podendo ser representado por quaisquer de seus integrantes. A independncia funcional particularizada na tutela da liberdade de convencimento e de atuao dos membros do parquet. Foi exatamente a independncia funcional que forneceu a matria prima para a elaborao terica do princpio do promotor natural. Sustenta-se, na doutrina do promotor natural, que, tal como ocorre com o juiz, a escolha do promotor para a atuao em determinado caso penal h de ser feita sempre segundo as regras previamente estabelecidas para a distribuio dos servios naquele rgo. [...] A independncia funcional, ento, como caracterstica primordial do parquet, ao menos no que respeita sua atuao, impediria o afastamento imotivado de seus membros, para o fim de fazer prevalecer uma prvia e j determinada orientao emanada dos rgos superiores da instituio. Somente a lei (e tais so as hipteses, por exemplo, de suspeio, impedimento ou incompatibilidade, frias, licenas, remoes, promoes etc.) poderia prever casos de novas designaes e/ou substituies dos membros do MP, resultando ilegais, por violao ao princpio do promotor natural, todas as demais que no tivessem origem legal. At onde iria a aplicao do princpio da independncia funcional? No por que o membro do parquet atua sob a garantia da independncia funcional que a instituio, como um todo, poderia se encontrar submetida ao risco de engessamento funcional, no desempenho de suas relevantes tarefas constitucionalmente estabelecidas. Um exemplo bem simples: na hiptese de discordncia do juiz quanto ao requerimento de arquivamento de inqurito ou das peas de informao da notcia-crime, dispe o art.28 do CPP,e o art.62 da lei complementar n 75/93. Diante do princpio do promotor natural e da atual configurao constitucional do MP, torna-se absolutamente impensvel a figura do promotor ad hoc. Internet: Princpio mais importante da Instituio, a independncia funcional preconiza que os membros do Parquet, no desempenho de suas atividades, no esto subordinados a nenhum rgo ou poder, mas somente sua conscincia, devendo sempre fundamentar suas atuaes processuais. Na verdade, quem se acha ao abrigo do princpio da independncia o agente, e no o rgo ( o agente quem infunde vontade ao rgo). Da incidncia do princpio da independncia funcional sobre o agir do membro do Ministrio Pblico decorrem os seguintes principais efeitos, conforme assinalam os autores em geral:

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a) impossibilidade de haver sujeio hierrquica entre os membros e o Chefe da Instituio, exceo feita ao mbito administrativo, sem qualquer chance de que a relao hierarquizada se estenda seara tcnico-funcional; os superiores hierrquicos no podem ditar ordens ao promotor de justia no sentido de que ele atue nesta ou naquela direo dentro de um processo. b) impossibilidade de serem responsabilizados por equvocos de atuao no estrito exerccio de suas funes, salvo hipteses de culpa grosseira, m-f ou abuso de poder. Curso de dir. proc. penal Nestor Tvora e Rosmar Rodrigues Alencar p. 433, 3ed. A atuao do MP regida, notadamente, pelos princpios da indisponibilidade (como titular da ao penal pblica, condicionada ou no, o promotor no pode dela dispor/desistir), da irrecusabilidade (o promotor no pode ser recusado, salvo nos casos de impedimento e suspeio) e da independncia (o membro do MP no fica, no processo, sujeito a ordem de ningum).

ATENO 1: PRINCPIO DO PROMOTOR NATURAL: FUNDAMENTOS E POSIES. Poderia transportar o princpio do juiz natural para o promotor? uma garantia da coletividade defender o princpio do PROMOTOR natural para que no se tenha a teoria da exceo. Esse princpio no tem aceitao pacfica na jurisprudncia, mas massifica na doutrina. O promotor natural o promotor previamente investido para aquele caso, no se pode tirar ele daquele caso, para aquela vara, por exemplo, s se estiver um motivo justificvel. ATENO 2: PRERROGATIVAS DO MP V. ART. 129, 3, DA CF = JUIZ). Todas as prerrogativas do juiz vo ser passadas tambm para o MP, como, por exemplo, a inamovibilidade. 3 O ingresso na carreira do Ministrio Pblico far-se- mediante concurso pblico de provas e ttulos, assegurada a participao da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realizao, exigindo-se do bacharel em direito, no mnimo, trs anos de atividade jurdica e observando-se, nas nomeaes, a ordem de classificao.

As hipteses de afastamento so as mesmas aplicveis aos juzes (casos de suspeio, impedimentos e incompatibilidades). S pode impugnar alegando suspeio, impedimento e incompatibilidade enquanto ainda no julgada definitivamente a ao penal. Portanto, na hiptese de sentena

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condenatria passada em julgado, no se poder anular o processo, com fundamento na parcialidade do parquet. MINISTRIO PBLICO E CRIMINALIDADE CONTEMPORNEA o ATIVIDADE PREVENTIVA (CF, ART. 144) - FORMAS DE ATUAO: 1. POLTICA-CRIMINAL 2. CONTROLE DE POLTICAS PBLICAS 3. TUTELA DA SEGURANA PBLICA 4. CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE POLICIAL o ATIVIDADE REPRESSIVA: 1. CRIMINALIDADE DE MASSA 2. CRIMINALIDADE DIFUSA (CIFRA OCULTA) ATAQUES (ILEGTIMOS) AO MINISTRIO PBLICO o RAZES DAS INVESTIDAS o PROJETOS DE LEIS DA MORDAA o PROJETOS DE LEIS RESTRINGINDO SUAS PRERROGATIVAS E FUNES o INVESTIGAO CRIMINAL DIRETA o INCONSTITUCIONALIDADE DOS ATAQUES o As clusulas ptreas da constituio no so conservadoras, mas impeditivas do retrocesso. So a salvaguarda da vanguarda constitucional... a democracia o mais ptreo dos valores. E quem o supremo garantidor e fiador da democracia? O Ministrio Pblico. Isto est dito com todas as letras no art. 127 da Constituio. Se o MP foi erigido condio de garantidor da democracia, o garantidor to ptreo quanto ela. No se pode fragilizar, desnaturar uma clusula ptrea. O MP pode ser objeto de emenda constitucional? Pode. Desde que para reforar, encorpar, adensar as suas prerrogativas, as suas destinaes e funes constitucionais (Carlos Ayres de Brito).

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02-08-2010

DO RU OU IMPUTADO NOTAS INTRODUTRIAS o PRINCPIO DA AMPLA DEFESA (CF, ART. 5, LV) DIVISO: A) AUTODEFESA (Direito de audincia e direito de presena CPP, ART.217) B) DEFESA TCNICA o DIREITO DA LTIMA PALAVRA (V. CPP, ART. 610) Princpio da ampla defesa princpio do contraditrio (dar cincia de um ato praticado em paridade de armas/isonomia). Dividimos o princpio da ampla defesa em: auto defesa e defesa tcnica. Autodefesa feita pelo prprio ru; o direito que o ru tem dele depor perante o juiz; possibilidade de participao e possibilidade de presena. A participao do ru importante porque ele pode ter alguns dados do fato que o advogado vai passar despercebido dispensvel pelo ru. Defesa tcnica s pode ser feita pelo advogado indispensvel, no pode nem ser dispensado pelo prprio ru. obrigatria no processo penal a defesa tcnica, que precisa ser feita pelo advogado. Se o ru no contestar, porque est sem defensor, o juiz nomeia um advogado para ele, que chamado de defensor dativo. - A auto defesa no pode ser dispensada pelo julgador, mas pode ser dispensada pelo prprio ru. S o ru que pode abrir mo. O princpio da ampla defesa, ento, a unio de esforos entre o ru (na suas vrias formas de participao) e o advogado, que tem o cuidado de velar pela defesa tcnica no processo penal.

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Sempre depois da acusao que a defesa tem a palavra, ou seja, ela tem o direito da ltima palavra. O interrogatrio vai ocorrer ao final da audincia de instruo e julgamento, sendo agora o ltimo. Com isso, caracterizou como meio de defesa, porque somente no final ele vai dar a sua verso, sendo ouvido antes dele todas as outras provas. Quando o juiz interrogar o ru, ele j saber todas as provas que tem contra si (ex: ele pode confessar, quando tem certeza que as provas o incriminam, para diminuir a pena); Prioriza o interrogatrio como meio de defesa. Princpio do estado de inocncia voc inverte o nus da prova. No processo penal, o acusado parte passiva da ao condenatria penal, diferente no direito penal, em que est no plo ativo, pois o autor da infrao penal. A confisso do acusado no suficiente, por si s, para impor condenao. Mesmo que no queira defensor, ao ru ser nomeado um, a menos que esteja se defendendo em causa prpria, na qualidade de advogado. o TERMINOLOGIAS Terminologias ru, denunciado, acusado, imputado, autor do fato, querelado, condenado, executado, indiciado e reeducando. (vai depender da fase para imputar alguma dessas terminologias). Quando a ao de iniciativa privada a terminologia ser querelado. S a partir do trnsito em julgado que usar condenado, executado ou reeducando. No JECRIM usa a terminologia de autor do fato ou indiciado. No h possibilidade de nenhuma acusao sem defesa tcnica. o DIREITOS Ao acusado se garante o direito a ampla defesa, o direito ao silncio, o direito ao seu defensor, o direito de no produzir prova contra si mesmo e, a individualizao da pena.

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o DEVERES (EX: CPP, ART. 367)Art. 367. O processo seguir sem a presena do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudana de residncia, no comunicar o novo endereo ao juzo.

O ru no processo penal tem deveres tambm, como, por exemplo, a regra do art.367. No que se falar em revelia no processo penal. No processo penal no se pode adotar a mesma atitude do processo civil, em que se o ru no comparecer a audincia, os fatos imputados a ele sero considerados verdadeiros. O ru tem direitos, como, por exemplo, de ser informado, o contraditrio, que sua integridade seja preservada, a defesa tcnica. Mas tambm o ru tem deveres. O art.260 do CPP, se interpretado literalmente, fornece a impresso de que o acusado deve contribuir para a produo de prova contra si mesmo, o que no na realidade [...]. Esclarece Joo Claudio Couceiro que o direito a no colaborar na produo de prova abrange no s o direito ao silncio, como tambm o direito a no comparecer audincia, ou o direito a no fornecer documentos, ou material biolgico para anlise. Guilherme de Souza Nucci o IDENTIFICAO v. CPP, ARTS. 41, 259 e 395, I. A ao penal somente pode ser promovida contra pessoa individualizada e devidamente identificada, conforme previsto no artigo 41,CPP. No processo penal tem que identificar o ru na inicial, mas se no for possvel (identific-lo pelo nome verdadeiro, filiao, profisso), voc pode exercer acusao contra ele pelos sinais caractersticos, como por exemplo, o apelido.Art. 41. A denncia ou queixa conter a exposio do fato criminoso, com todas as suas circunstncias, a qualificao do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identific-lo, a classificao do crime e, quando necessrio, o rol das testemunhas. Art. 259. A impossibilidade de identificao do acusado com o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos no retardar a ao penal, quando certa a identidade fsica. A qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento ou da execuo da sentena, se for descoberta a sua qualificao, far-se- a retificao, por termo, nos autos, sem prejuzo da validade dos atos precedentes.

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Art. 395. A denncia ou queixa ser rejeitada quando: I - for manifestamente inepta;

A denncia ser rejeitada quando for manifestamente inepta (art.395,I). Inpcia quando a denncia no preenche os requisitos do artigo 41,CPP. Se a ao penal sempre movida contra pessoa certa, ainda que duvidosos os seus dados de qualificao (nome, filiao, profisso, endereo etc.) pode-se retificar ou incluir tais elementos, em qualquer momento processual, inclusive se j tiver havido condenao e estiver feito em plena execuo da pena (art.259,CPP). Por outro lado, possvel que o ru apresente documentos de outra pessoa, passando-se por quem efetivamente no . Tal conduta no suficiente para anular a instruo ou a condenao [...] Guilherme de Souza Nucci QUEM PODE SER RU? o IMPUTVEL Maiores de 18 anos. o DO DOENTE MENTAL (V. ARTS. 149 A 154 DO CPP) O absolutamente incapaz ser representado por um curador. o DA PESSOA JURDICA POSIES (CF, ART. 225, 3; LEI 9.605/98, ART. 3)Art.225,3,CR - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitaro os infratores, pessoas fsicas ou jurdicas, a sanes penais e administrativas, independentemente da obrigao de reparar os danos causados. Art.3, Lei 9.605/98 - As pessoas jurdicas sero responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infrao seja cometida por deciso de seu representante legal ou contratual, ou de seu rgo colegiado, no interesse ou benefcio da sua entidade.

Temos posicionamentos falando que pessoa jurdica no pode ser ru, mas no STJ temos casos demonstrando que possvel. Pessoa jurdica s pode ser ru em crimes ambientais; pessoa jurdica tem a capacidade processual para figurar no plo passivo de uma ao penal. Crimes ambientais ao lado da pessoa jurdica temos pessoa fsica.

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Litisconsrcio necessrio passivo = pluralidade de sujeitos passivos. Se analisar a CF, ela abre o caminho para denunciar a pessoa jurdica, mas as explicaes que colocam um monte de argumentos, artifcios falando que no pode. Professor: nosso sistema j admite a responsabilidade penal para as P.J.

DO ADVOGADOo ...a o primeira coisa que devemos fazer matar os Advogados

(SHAKESPEARE, Henrique IV). No ser quem sabe? a caveira de um Advogado? Onde esto, agora, suas cavilaes, os seu casusmo, as suas usurpaes e trapaas? Como que suporta que esse rude pcaro lhe pespegue cacholetas com uma p imunda, e no lhe fala em processo por leses corporais? este o final de tais chicanas, e o resultado de tais simulaes, ficar com o solente crnio cheio de pura sujeira? (SHAKESPEARE, Hamlet). o Os advogados so as supersensveis antenas da Justia (CALAMANDREI). o El abogado que assume la defensa es un alter ego procesal, algo as como el odo y la boca jurdicas del imputado (VICENTE GIMENO SENDRA). DA DEFESA TCNICA o INDISPENSABILIDADE v. arts. 261 e 263 do CPP; art. 133 da CF e art. 2 EOAB.Art. 261,CPP. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, ser processado ou julgado sem defensor. Pargrafo nico. A defesa tcnica, quando realizada por defensor pblico ou dativo, ser sempre exercida atravs de manifestao fundamentada. Art. 263,CPP. Se o acusado no o tiver, ser-lhe- nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiana, ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitao.

Pargrafo nico. O acusado, que no for pobre, ser obrigado a pagar os honorrios dodefensor dativo, arbitrados pelo juiz. Art. 133,CF. O advogado indispensvel administrao da justia, sendo inviolvel por seus atos e manifestaes no exerccio da profisso, nos limites da lei.

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Mesmo que o ru fale que no tem defesa, o juiz nomeia um advogado, ou seja, a presena do advogado indispensvel. o TIPOS DE DEFENSORES: A) CONSTITUDO v. art. 266 do CPP (liberdade processual, seu adv. de confiana)Art. 266. A constituio de defensor independer de instrumento de mandato, se o acusado o indicar por ocasio do interrogatrio.

De confiana do ru. 1- Ocorre a denncia 2- O juiz recebe a denncia 3- O juiz cita 4Resposta do ru (contraditrio no processo penal) 5o Rplica 6- Audincia de instruo em julgamento 7- Testemunha do acusado 8- Testemunha da defesa 9- Interrogatrio 10- Debates orais 11- Sentena Antigamente no havia a resposta do ru; da citao j ia direto para a audincia. Agora, desde a resposta do ru, este precisa ter um advogado. B) DATIVO v. art. 263 do CPP OBS: DEFENSOR PBLICO Nos advogados dativos encontram-se os defensores pblicos. para o ru que no tem advogado constitudo, advogado dativo vai at o fim do processo, ou seja, at o trnsito em julgado. Em regra geral, o defensor pblico, para aqueles Estados que tem a defensoria pblica, porque nos Estados que no tem, qualquer um advogado que ser o advogado dativo nomeado pelo juiz, e este advogado no pode recusar, apenas se estiver um motivo justificvel. Geralmente o defensor pblico, mas pode ser qualquer advogado, se no tiver defensoria pblica. *O motivo de o advogado dativo ir at o trnsito julgado que diferencia do advogado ad hoc, porque este indicado para um ato especfico. C) AD HOC v. art. 265 do CPP OBSERVAO: Curador

Direito Processual Penal II Ad hoc significa para o ato.

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Quando o juiz cita o ru para apresentar resposta e o ru tem advogado constitudo, mas o advogado no compareceu e nem justificou, o juiz nomeia um advogado somente para aquele ato. Caso o advogado fundamente o porque no compareceu, a audincia ter que ser adiada. Mas se ele no justificar a sua ausncia, o juiz nomear um advogado ad hoc. Se o advogado comprova o impedimento de no poder ir, a audincia ter que ser adiada. Se o juiz nomear o ad hoc, a audincia ser tocada para frente, e este advogado no sabe de nada do que se trata, ento, h o questionamento que a ampla defesa ser prejudicada nesses casos em que nomeado um advogado ad hoc. Ser prejudicado porque depois da audincia de instruo e julgamento, ter: 6Testemunha do acusado; 7- Testemunha da defesa; 8- Interrogatrio; 9- Debates orais e 10- Sentena. - O curador no uma espcie de defensor. O advogado pode at ser o curador, mas o curador no um outro tipo de defensor. O defensor pblico - dativo ou um ad hoc. O advogado - ad hoc somente. No julgamento do jri no h espao para o advogado ad hoc. QUESTES CONTROVERTIDAS SOBRE A DEFESA TCNICA 1) DEFESA INEXISTENTE E DEFESA DEFICIENTE: SMULA 523 DO STFSMULA N 523 No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficincia s o anular se houver prova de prejuzo para o ru.

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DEFESA EFETIVA X FORMAL (V. CPP, ARTS. 261, PAR. NICO E 497, V)

Nulidade Absoluta 1. Quando h um interesse pblico predominante para o seu conhecimento, 2. Violou diretamente um principio contitucional do processo, o prejuzo presumido (evidente) voc tem um vcio to grande que tem o interesse pblico; como regra no possvel ser convalidada, ou seja, pode ser argida a qualquer tempo. Nulidade relativa voc tem que demonstrar o prejuzo. Aqui tambm tem um vcio, mas o interesse das partes prevalece sobre o pblico. Nesse caso tem que alegar em um momento oportuno, seno ocorre precluso. Se no for alegada no

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momento oportuno ela pode ser convalidada. H somente o interesse da parte. Deve ser provado o prejuzo. DEFESAS COLIDENTES Defesas colidentes: Quando tem um nico advogado exercendo defesas contraditrias. O Supremo e a doutrina falam que no h que se falar em defesa colidente quando o advogado constitudo (porque ele de sua confiana) , porque os acusados que escolheram. O problema quanto ao advogado dativo e o advogado ad hoc. 2) DEFENSORES PBLICOS - PRERROGATIVAS (LEI 1.060/1950; LC 132/09) O defensor pblico tem prazo em dobro em todos os prazos processuais. Isso totalmente explicado porque tem um volume de servio muito grande, enquanto os advogados constitudos escolhem as causas que querem. 3) DIREITO DE INVIOLABILIDADE DA PESSOA, DOS DOCUMENTOS E DO LOCAL DE TRABALHO OBS: LEALDADE PROCESSUAL Tem que ter tica no exerccio da advocacia. Litigncia de m f? Muitos autores dizem que no proc. penal pode tudo, sob pena do cerceamento do direito de defesa, mas j comeam a ter decises por litigncia de m-f (posio minoritria). Obs.: lealdade processual TENDNCIAS CONTEMPORNEAS EROSIVAS AO DIREITO DE DEFESA o DISSEMINAO DO PROCESSO PENAL DO INIMIGO (EX. DA

ALEMANHA E ESPANHA): Projetos de leis que esto em discusso. 1. DESTITUIO FORADA DE DEFENSOR NOMEADO PELO ACUSADO 2. INCOMUNICABILIDADE DO PRESO

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3. INTERCEP. DAS COMUNICAES ESCRITAS ENTRE O PRESO E SEU DEFENSOR 4. LIMITAO DA QUANTIDADE DE DEFENSORES TCNICOS PARA CADA ACUSADO Exemplo do Fernandinho beira mar que em um ms teve 50 advogados diferentes. ALGUNS ATAQUES AO EXERCCIO DA DEFESA NO BRASIL Alguns projetos de lei que o professor acha inconstitucional. o PROJETOS LEGISLATIVOS: 1. PL 6413/2005 IMPOR AOS ACUSADOS DE CRIMES GRAVES A DEFESA TCNICA DATIVA 2. PL 138/2007 ATRIBUIR A AUTORIA DO CRIME DE APROPRIAO INDBITA QUALIFICADA AOS ADVOGADOS QUE PERCEBEM HONORRIOS ADVOCATCIOS PROVENIENTES DE ATOS ILCITOS 3. PL 291/2003 PROIBIR A ENTREVISTA PESSOAL E RESERVADA ENTRE O PRESO ACUSADO DE PERTENCER ORGANIZAO CRIMINOSA E O SEU ADVOGADO, E INSTITUIR A POSSIBILIDADE DE INT. DE COMUNICAO ENTRE ELES

A VTIMA (OFENDIDO) NO PROCESSO PENALArt. 268 a 273 do CPP o EU ESTIVE AQUI E NINGUM CONTAR A MINHA HISTRIA . (LUS SEPLVEDA, As Rosas de Atacama) MODOS DE ATUAO DO OFENDIDO NO PROCESSO PENAL: 1) COMO MEIO DE PROVA o CPP, ART 201 (Inovaes da Lei 11.690/2008):Art. 201. Sempre que possvel, o ofendido ser qualificado e perguntado sobre as circunstncias da infrao, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declaraes.

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A vtima passou por um perodo de esquecimento, passando a ser somente mais um meio de prova. No buscava muito os interesses da vtima no processo penal, e que ela no teria nenhum interesse de ter informaes do processo. Estamos passando por um resgate da vtima, um ressurgimento, passando a olhar para os interesses da vtima. No mbito ambiental temos um interesse da coletividade. Esse artigo est no captulo de meios de provas, mas ele trs inovaes relevantes. A) Previso de valor da indenizao no caso de condenao criminal (v. art. 63, c/c com art. 387, IV, do CPP); O artigo 201 trouxe inovaes quanto a indenizao. O juiz criminal fixa um valor mnimo atravs de um parmetro.Art. 63. Transitada em julgado a sentena condenatria, podero promover-lhe a execuo, no juzo cvel, para o efeito da reparao do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros. Pargrafo nico. Transitada em julgado a sentena condenatria, a execuo poder ser efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 deste Cdigo sem prejuzo da liquidao para a apurao do dano efetivamente sofrido. Art. 387. O juiz, ao proferir sentena condenatria: IV - fixar valor mnimo para reparao dos danos causados pela infrao, considerando os prejuzos sofridos pelo ofendido;

B) A nova redao do art. 201 tornou mais clara a necessidade de sua oitiva; C) Comunicao de atos processuais (v.g., liberao do ru) - 2 art. 201 do CPP; 2o O ofendido ser comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e sada do acusado da priso, designao de data para audincia e sentena e respectivos acrdos que a mantenham ou modifiquem.

D) Atendimento multidisciplinar - 5 do art. 201 do CPP; Atendimento social, atendimento a psiclogos. 5o Se o juiz entender necessrio, poder encaminhar o ofendido para atendimento multidisciplinar, especialmente nas reas psicossocial, de assistncia jurdica e de sade, a expensas do ofensor ou do Estado.

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E) Segredo de justia para preservar o ofendido - 6 do art. 201 do CPP; Questo de preservar nome, endereo, etc. 6o O juiz tomar as providncias necessrias preservao da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justia em relao aos dados, depoimentos e outras informaes constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposio aos meios de comunicao.

F) Videoconferncia art. 217 do CPP Quando a vtima se sentir ameaada com o autor do crime. Art.201,CPP: Depoimento do ofendido um meio de prova; mas no uma testemunha em sentido estrito.Art. 217. Se o juiz verificar que a presena do ru poder causar humilhao, temor, ou srio constrangimento testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, far a inquirio por videoconferncia e, somente na impossibilidade dessa forma, determinar a retirada do ru, prosseguindo na inquirio, com a presena do seu defensor.

2) COMO AUTOR DA AO PENAL PRIVADA: QUERELANTE Vtima atuando no processo penal. 1 forma dela atuar: meio de prova. 2 forma (nas aes privadas): como autora principal. 3 forma: assistente de acusao o NATUREZA JURDICA DA INTERVENO: LEGITIMIDADE

EXTRAORDINRIA o TIPOS DE AO PENAL PRIVADA o PAPEL DO MINISTRIO PBLICO Tratando-se de ao penal privada subsidiria da pblica, a atuao deficiente, a inrcia ou a ausncia do querelante aos atos processuais, implicar a retomada da

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ao penal pelo MP. J no caso de ao penal privada exclusiva ou personalssima, a falta do querelante ou o no atendimento de notificaes para a prtica de ato processual que a ele competir importa em extino de punibilidade, pela perempo. Nestor Tvora e Rosmar Rodrigues Alencar, p.439, 3ed. o TENDNCIAS CONTEMPORNEAS (LEI 12.015/2009 E REFORMA DO CPP) justia restaurativa = Colocar frente a frente vtima e o autor do crime. Em certos delitos no precisa ter o processo at o fim, tento um encontro dos dois protagonistas para que haja uma resoluo. 3) COMO ASSISTENTE DE ACUSAO - INTRODUO uma figura bastante polmica esse fato de ser assistente de acusao. O assistente de acusao no o advogado, e sim a vtima ou seus familiares. A vtima contrata um advogado porque ele no tem atividade postulatria. Vtima participando/atuando de forma mais efetiva no processo de acusao. Somente em ao penal pblica Art.268,CPP.Art. 268. Em todos os termos da ao pblica, poder intervir, como assistente do Ministrio Pblico, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31.

Em regra geral, a vtima o assistente de acusao, mas, quando este no tiver capacidade, pode ser seus pais, ou curador, por exemplo. Caso a vtima falea, ser seus sucessores os assistentes de acusao. S pode ter um ente coletivo como assistente de acusao se tiver previsto em lei. (Porque se pudesse poderia ter uma assistncia dupla). O CDC prev que um ente coletivo pode ser assistente de acusao, porque atinge a coletividade. Decreto-lei 201: nada impede que o prefeito (municpio) ao lado do MP ingresse. Alguns doutrinadores no admitem o poder pblico como assistente de acusao, e o argumento de que j existe o MP, no precisando de outro poder pblico.

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Formalmente ele s assistente quando tiver uma denncia posta. Assistente s existe durante o processo; No cabe assistente de acusao na fase investigativa e na fase de execuo o QUEM PODE SER ASSISTENTE DE ACUSAO? 1. VTIMA 2. REPRESENTANTE LEGAL 3. SUCESSORES (V. ARTS. 31 E 268 DO CPP)Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por deciso judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ao passar ao cnjuge, ascendente, descendente ou irmo. Art. 268. Em todos os termos da ao pblica, poder intervir, como assistente do Ministrio Pblico, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31.

4. PODER PBLICO E ENTES COLETIVOS V. ART. 80, C/C 82, INCS. III E IV DO CDC; DECRETO-LEI 201 (ART. 2, 1)Art. 80,CDC. No processo penal atinente aos crimes previstos neste cdigo, bem como a outros crimes e contravenes que envolvam relaes de consumo, podero intervir, como assistentes do Ministrio Pblico, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais tambm facultado propor ao penal subsidiria, se a denncia no for oferecida no prazo legal. Art. 82,CDC. Para os fins do art. 81, pargrafo nico, so legitimados concorrentemente: III - as entidades e rgos da Administrao Pblica, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurdica, especificamente destinados defesa dos interesses e direitos protegidos por este cdigo; IV - as associaes legalmente constitudas h pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este cdigo, dispensada a autorizao assemblear. Art. 2 (Decreto-lei 201) O processo dos crimes definidos no artigo anterior o comum do juzo singular, estabelecido pelo Cdigo de Processo Penal, com as seguintes modificaes: 1 Os rgos federais, estaduais ou municipais, interessados na apurao da responsabilidade do Prefeito, podem requerer a abertura do inqurito policial ou a instaurao da ao penal pelo Ministrio Pblico, bem como intervir, em qualquer fase do processo, como assistente da acusao.

ATENO: OAB COMO ASSISTENTE V. ART. 49 DA LEI 8.906/1994

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A OAB pode ser assistente de acusao/plo ativo como tambm assistente de defesa/plo passivo. Ex1: Se o caso, por exemplo, repercutir a todos os advogados, ele tem interesse em ingressar como assistente de acusao. Ex2: Um advogado est afetando o nome da OAB - Nesse caso a OAB tem interesse, ingressando como assistente de acusao.Art. 49. Os Presidentes dos Conselhos e das Subsees da OAB tm legitimidade para agir, judicial e extrajudicialmente, contra qualquer pessoa que infringir as disposies ou os fins desta lei. Pargrafo nico. As autoridades mencionadas no caput deste artigo tm, ainda, legitimidade para intervir, inclusive como assistentes, nos inquritos e processos em que sejam indiciados, acusados ou ofendidos os inscritos na OAB.

o CONSTITUCIONALIDADE - POSIES 1 posio (minoritrio) - no recepcionado porque viola o artigo 129,I,CR no admite a participao do assistente junto com o MP. Argumentos: Quando a CR fala que exclusiva do MP, entende-se que mais ningum pode figurar ao lado do MP. Alm disso, suscita vingana privada. (Aury Lopez) 2 posio (majoritria) admite o assistente de acusao - No viola do artigo 129,I,CR, porque o titular continua sendo o MP. O assistente no obrigatrio, mas pode intervim.Art. 129. So funes institucionais do Ministrio Pblico: I - promover, privativamente, a ao penal pblica, na forma da lei;

OBSERVAES IMPORTANTES o FUNDAMENTO DA PARTICIPAO DO ASSISTENTE NO CPP POSIES Qual o interesse do assistente na participao do processo de acusao?

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Tem-se a discusso de qual seria o interesse do assistente de acusao 1 Argumento (minoritria - Tourinho Filho, Paulo Rangel): O assistente s busca o interesse patrimonial; o assistente quer uma sentena condenatria, porque isso um ttulo executivo judicial. Entendem que os assistentes de acusao s buscam o interesse patrimonial; s quer o ttulo executivo, a sentena. Esse entendimento causa conseqncias, porque se voc estiver esse pensamento, voc, juza, vai falar que se ele alcanou no civil a indenizao, ele no tem mais nada para fazer no criminal. Se a pessoa alcanou a sentena, pouco importa para ele a quantidade da pena. Falta ento interesse recursal para recorrer, porque se ele busca o patrimnio basta o ttulo, pouco importando a condenao. Argumento do 2 posicionamento (que recepciona a atuao do assistente) quanto ao entendimento do 1 argumento: uma posio preconceituosa o entendimento do 1 argumento, no de acordo com a realidade; est certo, mas nem sempre s isso. A questo patrimonial reflexo. 2 Argumento (majoritria Ada Pelegrini, STF, STJ) : Busca justia e a questo patrimonial reflexo. Falam que o assistente tambm busca justia. Quem foi quem disse que somente o MP busca justia? Ser que a vtima tambm no tem interesse em justia? O benefcio patrimonial apenas um resultado da justia. Ento, no tem problema do assistente recorrer. Quando o art.268 fala em todos os termos da ao pblica, quer dizer que o assistente s pode ingressar com esse nome (assistente de acusao) depois que o juiz recebe a inicial. Assim, primeiro, o promotor de justia oferece a denncia, e a partir do momento que o juiz recebe a inicial, ai basta comprovar a legitimidade e requerer o ingresso como assistente de acusao.Art. 268. Em todos os termos da ao pblica, poder intervir, como assistente do Ministrio Pblico, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31.

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Se voc adotar a primeira posio (interesse patrimonial), voc tem que ver qual o interesse do assistente. No cabe recurso se o juiz negar o seu requerimento de ingressar como assistente de acusao (art.273 ao invs da palavra despacho tem que ser deciso).Art. 273. Do despacho que admitir, ou no, o assistente, no caber recurso, devendo, entretanto, constar dos autos o pedido e a deciso.

Correo parcial toda vez que voc tiver por parte do juiz um erro in procedendo (inobservou as regras processuais) e se no tiver previso de recurso, e esse erro causou tumulto processual, voc tem os requisitos da correo parcial. No ES o prazo de 15 dias, voc interpem para o corregedor. Se no cabe recurso, o que fazer? Toda vez que o juiz indefere, esse um ato ilegal, e um direito lquido e certo que no est sendo observado, ento cabe mandado de segurana contra atos judiciais (Lei12016/09). o MOMENTO DE INGRESSO APS O RECEBIMENTO DA INICIAL V. ARTS. 268 E 269 DO CPP Com o recebimento da inicial.Art. 269. O assistente ser admitido enquanto no passar em julgado a sentena e receber a causa no estado em que se achar.

OBS.: LIMITE At o trnsito em julgado No cabe assistente de acusao na fase investigativa e na fase de execuo (na fase de cumprimento de pena). 1- Ocorre a denuncia; 2- O juiz recebe a denuncia => fato gerador possibilidade de assistente. A figura do assistente foi recepcionada pela CR. Hoje predomina que ele no busca interesse patrimonial.

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Formalmente ele s ingressa at o trnsito em julgado, mas como a ao penal tem um titular, que o MP, o legislador colocou poderes para o assistente de acusao. Ele tem poderes semelhantes do da parte, mas so menos. o PODERES DO ASSISTENTE DE ACUSAO V. ART. 271 DO CPPArt. 271. Ao assistente ser permitido propor meios de prova, requerer perguntas s testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministrio Pblico, ou por ele prprio, nos casos dos arts. 584, 1o, e 598. 1o O juiz, ouvido o Ministrio Pblico, decidir acerca da realizao das provas propostas pelo assistente. 2o O processo prosseguir independentemente de nova intimao do assistente, quando este, intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos da instruo ou do julgamento, sem motivo de OBS: ROL TAXATIVO POSIES fora maior devidamente comprovado.

o PROCEDIMENTO: 1. PETIO DE INGRESSO E MANIFESTAO DO MP 2. INDEFERIMENTO DO INGRESSO DE ASSISTNCIA ART. 273 DO CPP Poderes V.art.271,CPP O assistente de acusao no tem poder para qualquer coisa. Propor meios de prova

Os meios de provas so a testemunhal, pericial, etc (no so taxativos). O cdigo ao colocar que o assistente tem poderes de propor meios de prova ele cometeu um erro, porque, ele no pode propor a prova testemunhal. A doutrina deu uma interpretao restritiva do artigo 271, porque o legislador quis dizer mais o que deveria, em que ele pode propor todos meios de prova, menos a testemunhal. Prova testemunhal -> precluso Meio de prova fonte de prova Meio de prova = formas em que posso obter a prova. Ex.: percia. Fonte de prova = objeto da prova. Ex.: fonte da prova testemunhal= testemunha. (instrumento) Participar dos debates

Direito Processual Penal II O assistente pode participar dos debates.

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Complementar as alegaes finais do MP e recursos

A atuao do assistente supletiva, ele complementa o MP; ele, por exemplo, complementa as razes recursais do promotor. Se o promotor recorrer, o assistente no pode recorrer, mas se o promotor no recorrer, surge para o assistente legitimidade de recorrer de forma autnoma. Recorrer

Recorrer pode ser o recurso em sentido estrito ou apelao (agente s vai v essa classificao de recurso no prximo perodo). O assistente no pode pedir busca e apreenso, no pode propor interceptao telefnica, priso provisria. Predomina ento o entendimento que o artigo 271 taxativo, ento, se no tiver previsto nesse artigo o assistente no pode. Quando a vtima a coletividade, no tem previso que assistente de acusao. 09-08-2010

COMUNICAO DOS ATOS PROCESSUAISNo procedimento ns temos uma seqncia de atos em contraditrio at chegar a sentena. O primeiro elemento do contraditrio a cincia. Para que voc venha participar, tem-se que ter a cincia, no somente querer. Alm de ter a cincia, vai ser em paridade de armas (isonomia). I INTRODUO Contraditrio / Ampla Defesa

a possibilidade de ter o meu direito de ampla defesa. No temos no processo penal os efeitos da revelia.

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II-

CITAO NO CPP

A citao modalidade de ato processual cujo objetivo o chamamento do acusado ao processo, para fins de conhecimento da demanda instaurada e oportunidade do exerccio, desde logo, da ampla defesa e das demais garantias individuais. Pacelli,p.537,ed.12 Arts.351 a 369,CPP

Efeito Art.363,CPP

Art. 363. O processo ter completada a sua formao quando realizada a citao do acusado. I - (revogado); II - (revogado). 1o No sendo encontrado o acusado, ser procedida a citao por edital. 2o (VETADO) 3o (VETADO) 4o Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o processo observar o disposto nos arts. 394 e seguintes deste Cdigo.

Tipos: o Real (pessoal)

Feito pelo oficial de justia. o Ficta Citao por edital e por hora certa a modalidade de citao denominada ficta, porque no realizada pessoalmente, presumindo-se que o ru dela tomou conhecimento. Citao Pessoal (real) - Art.351,CPPArt. 351. A citao inicial far-se- por mandado, quando o ru estiver no territrio sujeito jurisdio do juiz que a houver ordenado.

Obs.: v. art. 360,CPP / smula 351 STF O artigo 360 foi mudado em 2003. Antes da reforma a citao era feita pelo responsvel do presdio, quando o ru estava preso. Smula 351 - O juiz tem que saber se o ru est em algum presdio.

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Art. 360. Se o ru estiver preso, ser pessoalmente citado. Smula 351,STF - nula a citao por edital de ru preso na mesma unidade da federao em que o juiz exerce a sua jurisdio.

Curso de processo penal - Eugnio Pacelli de Oliveira - p.544,ed.12 Citao do ru preso: A lei 10792/03 alterou a redao do art.360 do CPP, para esclarecer que a citao do ru preso ser feita sempre pessoalmente. dizer: no ser mais possvel a citao por edital, independentemente de onde se encontrar preso o ru. A mudana significativa, tendo em vista a antiga smula 351 do STF [...]. Pela atual redao do art.360, todo o ru preso, esteja onde estiver, dever ser citado pessoalmente, por mandado (quando a sede da jurisdio da ao penal curso), ou por precatria (quando em outra jurisdio).

Citao Ficta no CPP inacessvel. A nica modalidade da citao ficta era edital. Art.361 e 362. A citao por edital era quando o ru estava em lugar certo ou no sabido, se ocultando para no ser citado ou em lugar inacessvel. O estado colocava como lugar inacessvel a favela, ento a citao era por edital. Mas isso mudou, porque se a pessoa estava se ocultando, ele vai ser citado por edital? Porque se a pessoa se oculta ele est sabendo que vai ser citado e no ela quer. Com isso, teve-se o pargrafo nico do artigo 362, em que, depois de 2008, o procedimento que: - ser citado por edital se o local for incerto e no sabido ou se o local for inacessvel. Caso o ru no comparecer, ser suspenso o processo e o curso do prazo prescricional (art.366). - o ru ser citado por hora certa quando o ru est se ocultando, e se ele no comparecer, ser nomeado defensor dativo. Antes de 2008

- Edital lugar certo ou no sabido; se ocultando para no ser citado; lugar

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Ento, se o ru foi citado pessoalmente e depois ele some, o processo segue normalmente. Entendem, criticando o dispositivo 362 (citao por edital), de que pessoas sero citadas por hora certa sem ao menos saber, porque o oficial no ir procurar a pessoa corretamente e falar que a pessoa est se ocultando, o que na verdade no estaria. Com isso o ru seria prejudicado.

Depois de 2008:

- Edital local incerto e no sabido e local inacessvel - Hora Certa quando o ru est se ocultandoArt. 361. Se o ru no for encontrado, ser citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias. Art. 362. Verificando que o ru se oculta para no ser citado, o oficial de justia certificar a ocorrncia e proceder citao com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei n o 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Cdigo de Processo Civil. Pargrafo nico. Completada a citao com hora certa, se o acusado no comparecer, ser-lhe- nomeado defensor dativo. Art. 366. Se o acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado, ficaro suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produo antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar priso preventiva, nos termos do disposto no art. 312.

Citao por pessoa incerta: quer indicar que o ru que, por circunstncias vrias, no pode ser perfeitamente individualizado pelo prenome, nome, filiao, naturalidade, profisso, idade, alcunha etc., mas que o foi por meio de certos esclarecimentos, tais como altura, idade, cor, sinais particulares etc [...]. Quando oferecida denncia contra uma pessoa incerta, far-se- a citao por edital. Tourinho Filho, v.3, p.200,13ed. Art.361,CPP Edital Art.362,CPP Hora Certa

A citao por edital e por hora certa excepcional. O juiz tem que estourar as possibilidades da citao pessoal, para depois poder fazer a citao por edital ou hora certa.

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Tem que ter muita cautela por meio de edital ou hora certa, porque tem conseqncias muito fortes. Se o ru no comparecer, na citao por hora certa, o processo vai prosseguir (a regra do art.366 no se aplica quelas hipteses em que o ru se oculta), j por edital ficar suspenso o processo. V. art.362,CPP

Consagrao de hora certa no processo penal. Cautelas Excepcionalidade

Fundamento efetuar o contraditrio e ampla defesa.

Curso de processo penal - Eugnio Pacelli de Oliveira - p.538,ed.12 Espcies de citao: - Citao por mandado -> A regra, tratando-se de citao a ser realizada na mesma comarca ou local em que o juiz da causa exerce a sua jurisdio, a citao pessoal, por mandado, na qual devero constar todas as informaes relativas demanda (art.352) [...]. - Citao por precatria -> Quando o acusado residir fora do territrio em que o juiz exerce a jurisdio, a citao ser feita por meio de carta precatria, via da qual o juiz deprecante (o da causa) pede ao juiz deprecado (aquele da jurisdio onde reside o ru) o cumprimento do ato processual citatrio. Fala-se em carta precatria porque a prtica do ato solicitada a outro juiz que no aquele em cuja jurisdio tem curso a ao penal. - Citao por Carta Rogatria -> A prtica do ato de citao solicitada a juiz de outro pas, no qual se encontra a pessoa a ser citada. - Citao por Hora Certa -> Adota o mesmo procedimento do processo civil (art.227 a 229 do CPC). Art. 227. Quando, por trs vezes, o oficial de justia houver procurado o ru em seu domiclio ou residncia, sem o encontrar, dever, havendo suspeita de ocultao, intimar a qualquer pessoa da famlia, ou em sua falta a qualquer vizinho, que, no dia imediato, voltar, a fim de efetuar a citao, na hora que designar. Art. 228. No dia e hora designados, o oficial de justia, independentemente de novo despacho, comparecer ao domiclio ou residncia do citando, a fim de realizar a diligncia. 1o Se o citando no estiver presente, o oficial de justia procurar informar-se das razes da ausncia, dando por feita a citao, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca. 2o Da certido da ocorrncia, o oficial de justia deixar contraf com pessoa da famlia ou com qualquer vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome. Art. 229. Feita a citao com hora certa, o escrivo enviar ao ru carta, telegrama ou radiograma, dando-lhe de tudo cincia.

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- Citao por Edital -> Citao fundada no desconhecimento quanto ao local em que se encontra o ru. [...] Publica-se em jornal de grande circulao, na imprensa oficial ou afixase o edital no trio do frum. [...] No apresentando defesa escrita, dever aplicar o art.366, suspendendo-se o processo e o curso do prazo prescricional. Comparecendo ele, a qualquer tempo, dever o juiz dar prosseguimento ao processo [...]. - Citao do militar e do funcionrio pblico - Citaes e intimaes por meio de carta de ordem Citao do incapaz: [...] A citao dever ser feita na pessoa do curador designado pelo juzo criminal ou que estiver no exerccio legal da curatela. Evidentemente, uma vez comprovada a incapacidade aps a instaurao da ao penal, devero ser anulados quaisquer efeitos resultantes do no-atendimento oportuno ao ato de citao.

10-08-2010 PAUSA: Citao por edital no CPP (Art.366) Determina a suspenso do processo quando o ru no for encontrado. Art.366 suspenso processual e a suspenso do curso do prazo prescricional.Art. 366. Se o acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado, ficaro suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produo antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar priso preventiva, nos termos do disposto no art. 312.

1- Histrico 2- Fundamentos para mudana do art.366,CPP Em 1996 que teve a mudana do art.366. A mudana surgiu para privilegiar o contraditrio e a ampla defesa para as pessoas que no sabe da citao, porque no todo mundo que fica observando o edital.Processo Penal, v.3 Tourinho Filho p.187, ed.31 Sendo a citao publicada na imprensa ou simplesmente afixado o edital porta do Frum, rarissimamente dela toma conhecimento o ru, e, assim, poder-se-ia pensar que aquela

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ampla defesa, a que se refere a constituio, seria promessa v ou platnica, pois, se o ru no foi realmente citado, no lhe estaria assegurado o pleno exerccio da defesa.

3- Consequncias do art.366,CPP a) Requisitos o Citao por edital o No advogado constitudo o No comparece a nenhum ato do processo Esses requisitos so cumulativos. Para ter a aplicao do art.366, tem que ter esses requisitos cumulativos. No tem a possibilidade de revelia no processo penal; o processo fica paralisado. Para aplicar o art.366 a citao por edital e no por hora certa. Se faltar um desses requisitos, o processo continua.Manual de processo penal e execuo penal Nucci p.648,5ed. - O ru, citado por edital, se no comparecer, nem constituir advogado, no ser processado enquanto durar sua ausncia. Suspende-se o curso do processo e igualmente a prescrio. pode-se determinar a produo de provas urgentes e, conforme o caso, decretar-se a priso preventiva. - Se for citado pessoalmente, deixando de contratar advogado ou apresentar defesa, no se aplica a suspenso, nomeando-se defensor dativo e o processo segue normalmente, a ausncia do ru.

b) Efeitos o Suspenso do processo o Suspenso da prescrio A suspenso tanto do processo como da prescrio essa suspenso est impedindo o dever do Estado de punir. CRIMES DE LAVAGEM DE DINHEIRO (Lei 9.613/98) Na questo de crime de lavagem de dinheiro (lavagem de capitais), no vai aplicar o art.366 art.2,2 da lei 9.613/98.

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No se aplica o art.366 porque entendem que esse artigo acaba beneficiando os criminosos. Mas a maioria da doutrina entende que essa regra inconstitucional, porque viola o contraditrio, a ampla defesa.Art. 2 O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: 2 No processo por crime previsto nesta Lei, no se aplica o disposto no art. 366 do Cdigo de Processo Penal.

4- Questes Polmicas a) Aplicao no tempo Posies 3 posies que surgiram quanto a aplicao da lei no tempo. O art.366 benfico na suspenso processual, mas ele prejudicial porque suspende a prescrio. 1 posio: Aplica o art.2 do CP tempus regita actum (o tempo rege o ato) Aplica imediatamente a lei nova. O tempo rege o ato (princpio da imediaticidade). O erro dessa posio que desconsidera que o art.366 uma norma processual, mas tem reflexo no direito material (suspende a prescrio) S vale para normas de natureza processual.Art. 2 - Ningum pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execuo e os efeitos penais da sentena condenatria. Pargrafo nico - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentena condenatria transitada em julgado.

2 posio: Dividir a norma > suspende o processo e no suspende a prescrio. Deve o juiz suspender o processo, que mais benfico, mas no pode suspender a prescrio, porque prejudicial. 3 posio: Irretroativa por inteiro pacificada pelo STF e STJ. Com o advento da redao do art.366,CPP, surgiu dvida a respeito de se aquele dispositivo deveria se aplicar aos processos em andamento cujos crimes foram cometidos em pocas pretritas -, j que, se entendido afirmativamente, poderia haver retroao da lei penal (referentemente suspenso da prescrio) em prejuzo do acusado. A soluo para a hiptese a de que o dispositivo no poderia

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ser aplicado aos crimes passados. As posies favorveis incidncia s da suspenso do processo, no encontram respaldo lgico. O STF, reconhecendo o envolvimento de regra de direito material, assentou que a nova regra do art.366 somente poder ser aplicada aos fatos praticados aps a vigncia da lei 9.271/96. Sobre o ponto, o argumento de que tal redao, em todo e qualquer caso, seria prejudicial ao acusado, no exato, havendo que se aferir na hiptese concreta, se ocorreu prejuzo para o acusado com a aplicao integral do dispositivo. Nestor Tvora e Rosmar Rodrigues,p.576, 3ed. A suspenso do processo e prescricional s vale no Brasil aps 1996. Com isso, ns temos casos que tem mais de 30 anos e esto tramitando sem o ru. Est pacfico que essa norma no pode RETROAGIR. Prevalece a 3 posio. b) Priso preventiva Obrigatria? No O art.312 tem que ser interpretado cominado com o art.313 (esse artigo est dividindo em crime de contraveno penal e crime doloso). impossvel a priso preventiva em crime culposo. Os fundamentos do art.312 e se for culposo (art.313). Pode suspender o processo, a prescrio, mas jamais ter a priso preventiva.Art. 312. A priso preventiva poder ser decretada como garantia da ordem pblica, da ordem econmica, por convenincia da instruo criminal, ou para assegurar a aplicao da lei penal, quando houver prova da existncia do crime e indcio suficiente de autoria. Art. 313. Em qualquer das circunstncias, previstas no artigo anterior, ser admitida a decretao da priso preventiva nos crimes dolosos: I - punidos com recluso; II - punidos com deteno, quando se apurar que o indiciado vadio ou, havendo dvida sobre a sua identidade, no fornecer ou no indicar elementos para esclarec-la; III - se o ru tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentena transitada em julgado, ressalvado o disposto no pargrafo nico do art. 46 do Cdigo Penal. IV - se o crime envolver violncia domstica e familiar contra a mulher, nos termos da lei especfica, para garantir a execuo das medidas protetivas de urgncia. Curso de direito processual penal - Nestor Tvora e Rosmar Rodrigues,p.577, 3ed. - A decretao da priso preventiva, em caso de suspenso do prazo prescricional decorrente de acusado citado por edital que no comparece nem constitui defensor, no

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deve ocorrer de forma automtica. inadmissvel decretao de priso preventiva por crime culposo ou por contraveno em hipteses como essa. A preventiva, ao revs, deve ser motivada de forma bastante, em compasso com a presena dos requisitos dos artigos 312 e 313, CPP. Manual de processo penal e execuo penal Nucci p.650,5ed. - A priso preventiva no deve ser decretada automaticamente, sem a constatao dos requisitos previstos no art.312 do CPP. Mas, notando o magistrado que a citao por edital ocorreu justamente porque o acusado fugiu do distrito da culpa, natural que possa ser decretada a priso cautelar.

c) Produo de provas urgentes Prova de natureza urgente aquela que vai acabar com o tempo, pode perecer. Ex.: percia, depoimento de pessoa idosa, testemunha que tem doena grave, de uma criana etc. o Testemunha urgente? Posies 1 posio: MP requerimento de produo de prova testemunhal urgente tempo fatal; teoria do esquecimento. Toda testemunha um prova urgente, porque o tempo fatal para a memria (teoria do esquecimento). S pelo fator tempo, ele querer voc a juzo. O MP defende que a testemunha em face do tempo, sempre vai ser de natureza urgente. 2 posio: Se voc s alega tempo e mais nada, no ser urgente STJ, Pacelli. no concordam que a prova testemunha ter carter urgente s pelo fato tempo. Para que o MP oua alguma testemunha vai ter que ter carter de urgncia, pelo art.255 do CPP. Em casos de crianas e policiais tem como trabalhar como carter de urgncia. Vai ter que ser nomeado um advogado pelo ru, devido o carter de urgncia da prova testemunhal.

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Nem toda prova testemunhal urgente, voc tem que demonstrar a urgncia para aplicar o art.366, no se limita a questo tempo.Manual de processo penal e execuo penal Nucci p.649,5ed. A modificao ocorrida no art.366 teve a finalidade de garantir a ampla defesa e o contraditrio efetivos do acusado no processo penal. Citado por edital, de maneira fictcia, a grade probabilidade que no tenha a menor cincia de que ru, razo por que no se defender. Suspende-se, ento, o andamento do processo, no afetando seu dirieto de defesa. Mas, pode haver provas urgentes a produzir, cujo atraso implicaria a sua perda, fundamento pelo qual abriu-se a exceo de, sem a certeza de ter sido o acusado cientificado da existncia do processo-crime, determinar o juiz a realizao de provas consideradas imprescindveis e imediatas. [...] Somente as provas realmente perecveis precisam ser efetivadas na ausncia do ru, ainda que lhe seja nomeado defensor dativo. Dentre as que demandam maior controvrsia, est, inequivocamente, a prova testemunhal. Alguns defendem que a testemunha deve ser ouvida, porque pode esquecer o que viu ou sabe com o passar do tempo por isso, sempre urgente. Outros, preservando a excepcionalidade estabelecida em lei, preferem crer que somente o prudente critrio do juiz poder decidir e discernir acerca da prova testemunhal urgente, de outra, que irrelevante se apresenta. Pacelli, p.588, 13ed. - Se houver, porm, necessidade da prtica de atos instrutrios de natureza urgente, o juiz poder determinar a antecipao de provas, devendo estar presente sua produo tanto o MP quanto um defensor dativo. Curso de direito processual penal - Nestor Tvora e Rosmar Rodrigues,p.576, 3ed. - Durante a suspenso do processo, a regra de que no seja antecipada produo probatria. Em casos devidamente justificados a exemplo da iminncia de perecimento da prova -, o juiz, a partir de um critrio de necessidade, adequao e proporcionalidade da medida, ordenar a antecipao, que ser produzida com prvia intimao do MP, do querelante e do defensor pblico ou dativo, na falta do primeiro, designado para o ato (art.363,3).

d) Tempo da suspenso da prescrio

Direito Processual Penal II Posies Vide smula 415, STJ

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Smula 415: O perodo de suspenso do prazo prescricional regulado pelo mximo da pena cominada. Art. 109. CP - A prescrio, antes de transitar em julgado a sentena final, salvo o disposto nos 1 e 2 do art. 110 deste Cdigo, regula-se pelo mximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: I - em vinte anos, se o mximo da pena superior a doze; II - em dezesseis anos, se o mximo da pena superior a oito anos e no excede a doze; III - em doze anos, se o mximo da pena superior a quatro anos e no excede a oito; IV - em oito anos, se o mximo da pena superior a dois anos e no excede a quatro; Quanto tempo vai ficar suspenso a prescrio? V - em quatro anos, se o mximo da pena igual a um ano ou, sendo superior, no excede a dois; VI - em dois anos, se o mximo da pena inferior a um ano. A prescrio no vai ficar suspensa eternamente, se no o artigo inconstitucional.

Ex.: O fato um homicdio - E eu tenho um inqurito para apurar isso - Houve uma denncia sobre isso - O crime foi praticado no dia X. A partir que a denncia recebida, eu interrompo a prescrio, ou seja, a prescrio volta a estaca zero, volta a correr. O juiz cita o indivduo e o indivduo est em lugar certo e no sabido que dura 1 ano essa citao. O juiz aplica o art.366, ou seja, suspendendo o processo e a prescrio. Como a prescrio no pode ficar eterna, voc tem que prev um prazo, que o prazo est previsto no art.109 do CP, que prescreve em 20 anos no caso de homicdio. Para salvar o artigo da inconstitucionalidade, o processo fica suspenso por 20 anos, mas depois desses vinte anos o processo volta a correr, sendo que para ter a extino da punibilidade vai ter que passar mais 20 anos, mas nesse caso, ser 19 anos, porque descontou o 1 ano que demorou para citar o indivduo.Manual de processo penal e execuo penal Nucci p.649,5ed. A prescrio no pode ser suspensa indefinidamente, pois isso equivaleria a tornar o delito imprescritvel, o que somente ocorre, por forca de preceito constitucional, com o racismo e o terrorismo. Assim, por ausncia de previso legal, tem prevalecido o entendimento de que a prescrio fica suspensa pelo prazo mximo em abstrato previsto para o delito. Depois, comea a correr normalmente. Ilustrando: no caso de furto simples, cuja pena mxima de quatro anos, a prescrio em abstrato d-se em oito anos. Por isso, o processo fica paralisado por oito anos sem correr prescrio. Depois, esta retoma seu curso, finalizando com outros oito anos, ocasio em que o juiz deve julgar extinta a punibilidade do ru.

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Majoritariamente, a norma irretroativa por inteiro; pode aplicar a priso preventiva, desde que cominada com os artigos; pode ter produo de provas urgentes, mas tem que ser urgente. III INTIMAO NO CPP Peculiaridades Vide art.370

Art. 370. Nas intimaes dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, ser observado, no que for aplicvel, o disposto no Captulo anterior. 1o A intimao do defensor constitudo, do advogado do querelante e do assistente far-se- por publicao no rgo incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado. 2o Caso no haja rgo de publicao dos atos judiciais na comarca, a intimao far-se- diretamente pelo escrivo, por mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou por qualquer outro meio idneo. 3o A intimao pessoal, feita pelo escrivo, dispensar a aplicao a que alude o 1o. 4o A intimao do Ministrio Pblico e do defensor nomeado ser pessoal.

Voc intima algum de um ato que foi praticado. Apresentar defesa de que houve uma sentena, e ela pode recorrer. - intimao da defensoria pblica - intimao do MP Para essas figuras a intimao ser pessoal + vista dos autos. O art.370,4. Quanto ao defensor dativo (Defensor pblico), a intimao dever ser pessoal, via mandado. Defensor pblico o nico que tem prazo em dobro no processo penal para todos os atos. O MP no tem prazo em dobro. No cabe analogia para instaurar prazo em dobro para o MP. Art.798 do CPP como que se d a contagem de prazo no processo.

Direito Processual Penal II igual o CPC.

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O primeiro dia no computado (se cair sbado, domingo) se voc foi intimado na sexta, passa a contar de segunda. Se for intimado pelo oficial de justia, quando comea a contagem do prazo? Comea a contar depois da juntada dos autos na intimao. Art.798, 5, a Art. 798. Todos os prazos correro em cartrio e sero contnuos e peremptrios, no se interrompendo por frias, domingo ou dia feriado. 5o Salvo os casos expressos, os prazos correro:

Smula 710 do STF No CPC, se foi intimada por precatria comea a contar quando a precatria juntada nos autos. No CPP, pouco importa quando foi juntada aos autos, mas sim comea a contar depois da data da intimao, sendo que o primeiro dia no computado.Smula 710 - NO PROCESSO PENAL, CONTAM-SE OS PRAZOS DA DATA DA INTIMAO, E NO DA JUNTADA AOS AUTOS DO MANDADO OU DA CARTA PRECATRIA OU DE ORDEM.

16-08-2010

PRISO E LIBERDADE PROVISRIA INTRODUO: TUTELA DE URGNCIA NO CPP INTRODUO PROCESSO CAUTELAR CPC - FUNDAMENTOS - A QUESTO DO TEMPO - OBJETIVOS - INSTRUMENTO DO INSTRUMENTO CPP MEDIDAS CAUTELARES

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Uns dos problemas que ns temos no processo o tempo. O tempo fatal para ter satisfeito aquele direito, aquele provimento, por isso que ns temos o princpio da durao razovel do processo. Com o atraso passa a ser uma terrvel impunidade. Ex.: preso provisoriamente muito excessivo. A reforma tenta colocar ordem nessa questo, colocando um ttulo prprio no processo cautelar, porque o que tem hoje so medidas espalhadas pelo cdigo. O processo cautelar seria o instrumento do instrumento (instrumento ao quadrado), porque voc vai lanar mo dessas medidas para que o objeto principal seja assegurado antes. Em um sentido tcnico, ns s podemos falar em medida cautelar se isso for necessrio para assegurar o resultado do processo principal. Mas, no processo penal extrapola um pouco isso, porque existem restries do direito do acusado que no tem nada haver em assegurar o processo principal. Ex.: priso preventiva porque perigo para a ordem pblica. No processo penal ns vamos encontrar medidas de coao e no medidas cautelares. A priso cautelar de natureza processual aquela priso anterior condenao, ento, a priso cautelar e provisria, destina unicamente a vigorar, quando necessrio, at o trnsito em julgado da deciso condenatria. TIPOS DE TUTELA DE URGNCIA NO CPP Sempre no processo civil existem 2 requisitos bsicos para a tutela de urgncia, que so o fumus boni iuris (fumaa do bom direito) e o periculum in mora (perigo da demora). Em algumas medidas do processo penal ns vamos usar esses requisitos. No processo penal, ns vamos poder usar como requisitos: - fumus boni iuris (fumaa do bom direito); - fumus comissi delicti (fumaa do cometimento do crime);

Direito Processual Penal II - periculum in mora (perigo da demora) e - periculum libertatis.

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O periculum in mora utilizado na medida de natureza patrimonial e a medida de natureza probatria. Mas, na medida pessoal, o perigo da demora no se torna adequada, usando ento o periculum libertatis. Na medida de natureza patrimonial e a medida de natureza probatria temos como requisitos a fumus comissi delicti e periculum in mora. Na priso provisria e na priso preventiva, voc no prende devido o perigo da demora, mas sim, porque o acusado em liberdade representa um perigo para a efetividade do processo. A priso em flagrante para evitar o periculum in mora. 1. MEDIDAS DE NATUREZA PATRIMONIAL; Os requisitos nessa medida so mais flexveis. Ex.: seqestro; arresto; hipoteca legal; alienao antecipada de bens apreendidos (s tem no trfico de drogas). 2. MEDIDAS DE NATUREZA PROBATRIA; Ex.: busca e apreenso (para assegurar a natureza probatria daquela medida); medidas protetiva das testemunhas (ex.: antecipar o depoimento art.325,CPP); interceptao telefnica. Temos que ter na medida de natureza patrimonial e na medida de natureza probatria o perigo da demora. 3. MEDIDAS DE NATUREZA PESSOAL. Os requisitos nessa medida so mais rgidos. Ex.: priso provisria (a priso provisria o gnero e a priso preventiva a espcie). Aquelas que restringem a liberdade do indivduo e outras que no restringe a liberdade, mas que restringe o seu direito de ir e vir. CARACTERSTICAS DAS TUTELAS DE URGNCIA

Direito Processual Penal II

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1. APARNCIA (FUMUS BONI IURIS FUMUS COMISSI DELICTI); 2. URGNCIA (PERICULUM IN MORA); 3. SUMARIEDADE PROCESSUAL; Em todas as medidas ns vamos ter a sumariedade processual ns falamos no processo penal que a medida cautelar para o juiz uma cognio sumria, que de pleno exaurimento; precisa aqui de elementos mnimos e no certeza absoluta. O juiz tem que ter a cognio sumria e indcios de mnimo de certeza. 4. SUMARIEDADE MATERIAL; Sumariedade material o juiz tem que ter indcios. 5. PROVISORIEDADE; As tutelas so sempre provisrias. 6. NO GERA COISA JULGADA MATERIAL; Sempre que o juiz decreta uma medida cautelar, isso uma deciso interlocutria. As decises interlocutrias no processo penal so, via de regra, irrecorrveis. 7. REFERIBILIDADE; Referncia da tutela cautelar com o processo principal. Se ela cautelar, ela vem para assegurar o resultado final, ento ela tem referncia, que a referncia da medida cautelar com o processo principal. 8. FUNGIBILIDADE A cautelar pode ser adequada se foi pedida errada. A fungibilidade questo de economia e efetividade do processo. Ex1: Eu pedi arresto ao invs de seqestro eu posso adequar a cautelar, porque ela fungvel. Ex2: Pedi relaxamento mas caso de revogao.

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Atualmente, em fase da modernizao do crime, nosso sistema falho, porque o juiz s tem 2 opes, que so: ou ele prende ou ele concede liberdade provisria. Ex.: Risco de o criminoso viajar para fora do pas bastava que retese o passaporte do criminoso ou que o monitorasse eletronicamente e no prend-lo. PAUSA: DO PODER GERAL DE CAUTELA DO JUIZ NO CPP (V. ART. 3)?Art. 3o A lei processual penal admitir interpretao extensiva e aplicao analgica, bem como o suplemento dos princpios gerais de direito.

No processo civil ns vamos ter as medidas cautelares tpicas, mas o poder geral de cautela autoriza o juiz que em casos concretos que no tem medidas tpicas, ele lance mo de medidas cautelares inominadas. (Art.798,CPC)Art. 798. Alm dos procedimentos cautelares especficos, que este Cdigo regula no Captulo II deste Livro, poder o juiz determinar as medidas provisrias que julgar adequadas, quando houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra leso grave e de difcil reparao.

Art.3,CPP - Analogia Vazios Art.3 c/c Art.798,CPC Poder geral de cautela do juiz penal. O art.3 c/c art.798,CPC se vale de outras medidas no previstas expressamente no cdigo ou em leis especial. Ex.: reteno de passaporte; afastamento do cargo; afastamento do lar; afastamento do ambiente da vitima. O poder geral de cautela do juiz encontra obstculos quanto priso provisria, porque o rol taxativo, no permitindo que o juiz crie outro tipo de priso. DA PRISO PROVISRIA NO BRASIL Ao lado a priso-pena, isto , priso decorrente de sentena penal condenatria irrecorrvel, temos ainda a priso sem pena, que, como o prprio nome est a indicar, no deflui de condenao definitiva. Temos, por exemplo, a priso cvel [...], a priso do depositrio infiel [...], a priso cautelar de natureza processual, que se apresenta sob cinco modalidades: a) a priso em flagrante; b) priso preventiva stricto sensu; c) priso temporria; d) priso resultante de pronncia; e e) priso

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decorrente de sentena penal condenatria recorrvel. Fernando Tourinho Filho processo penal, 31ed. 2009, v.3, p.417. INTRODUO TIPOS DE PRISO: Priso pena; Priso civil (CF, art. 5, LXVII);LXVII - no haver priso civil por dvida, salvo a do responsvel pelo inadimplemento voluntrio e inescusvel de obrigao alimentcia e a do depositrio infiel;

Priso administrativa (CPP, art. 319 x CF, art. 5,