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Didatismo e Conhecimento 1

DIREITO ADMINISTRATIVO

Bruno Tulim e SilvaAdvogado – Graduado em Direito pelo Centro Universitário

Eurípedes de Marília/SP, UNIVEM; com Curso de Atualização em Direito pelo Complexo Jurídico Damásio de Jesus.

1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PRINCÍPIOS BÁSICOS.

PRINCÍPIOS BÁSICOS EXPRESSOS CONSTITUCIO-NALMENTE

A Administração Pública é a atividade do Estado exercida pelos seus órgãos encarregados do desempenho das atribuições públicas, em outras palavras é o conjunto de órgãos e funções instituídos e necessários para a obtenção dos objetivos do governo.

A atividade administrativa, em qualquer dos poderes ou esferas, obedece aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, como impõe a norma fundamental do arti-go 37 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, que assim dispõe em seu caput: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte”.

Princípio da Legalidade: Este é o principal conceito para a con-figuração do regime jurídico-administrativo, pois se justifica no sen-tido de que a Administração Pública só poderá ser exercida quando estiver em conformidade com a Lei.

O administrador não pode agir, nem mesmo deixar de agir, se-não de acordo com o que dispõe a lei. Para que a administração possa atuar, não basta à inexistência de proibição legal, é necessária para tanto a existência de determinação ou autorização da atuação administrativa na lei. Os particulares podem fazer tudo o que a lei não proíba, entretanto a Administração Pública só pode fazer aquilo que a lei autorizar.

Importante ainda esclarecer que a administração pública está obrigada, no exercício de suas atribuições, à observância não ape-nas dos dispositivos legais, mas também em respeito aos princípios jurídicos como um todo, inclusive aos atos e normas editadas pela própria administração pública.

Princípio da Impessoalidade: Por tal princípio temos que a Ad-ministração Pública tem que manter uma posição de neutralidade em relação aos seus administrados, não podendo prejudicar nem mesmo privilegiar quem quer que seja. Dessa forma a Administra-ção pública deve servir a todos, sem distinção ou aversões pessoais ou partidárias, buscando sempre atender ao interesse público.

Impede o princípio da impessoalidade que o ato administrativo seja emanado com o objetivo de atender a interesses pessoais do agente público ou de terceiros, devendo ter a finalidade exclusiva-mente ao que dispõe a lei, de maneira eficiente e impessoal.

Ressalta-se ainda que o princípio da impessoalidade tem es-treita relação com o também principio constitucional da isonomia, ou igualdade, sendo dessa forma vedada perseguições ou benesses pessoais.

Princípio da Moralidade: Tal princípio vem expresso na Cons-tituição Federal no caput do artigo 37, que trata especificamente da moral administrativa, onde se refere à ideia de probidade e boa-fé.

A partir da Constituição de 1988, a moralidade passou ao status de principio constitucional, dessa maneira pode-se dizer que um ato imoral é também um ato inconstitucional.

A falta da moral comum impõe, nos atos administrativos a pre-sença coercitiva e obrigatória da moral administrativa, que se cons-titui de um conjunto de regras e normas de conduta impostas ao administrador da coisa pública.

Assim o legislador constituinte utilizando-se dos conceitos da Moral e dos Costumes uma fonte subsidiária do Direito positivo, como forma de impor à Administração Pública, por meio de juízo de valor, um comportamento obrigatoriamente ético e moral no exer-cício de suas atribuições administrativas, através do pressuposto da moralidade.

A noção de moral administrativa não esta vinculada às con-vicções intimas e pessoais do agente público, mas sim a noção de atuação adequada e ética perante a coletividade, durante a gerência da coisa pública.

Princípio da Publicidade: Por este principio constitucional, te-mos que a administração tem o dever de oferecer transparência de todos os atos que praticar, e de todas as informações que estejam armazenadas em seus bancos de dados referentes aos administrados.

Portanto, se a Administração Pública tem atuação na defesa e busca aos interesses coletivos, todas as informações e atos pratica-dos devem ser acessíveis aos cidadãos.

Por tal razão, os atos públicos devem ter divulgação oficial como requisito de sua eficácia, salvo as exceções previstas em lei, onde o sigilo deve ser mantido e preservado.

Princípio da Eficiência: Por tal principio temos a imposição exi-gível à Administração Pública de manter ou ampliar a qualidade dos serviços que presta ou põe a disposição dos administrados, evitando desperdícios e buscando a excelência na prestação dos serviços.

Tem o objetivo principal de atingir as metas, buscando boa prestação de serviço, da maneira mais simples, mais célere e mais econômica, melhorando o custo-benefício da atividade da adminis-tração pública.

O administrador deve procurar a solução que melhor atenda aos interesses da coletividade, aproveitando ao máximo os recursos pú-blicos, evitando dessa forma desperdícios.

PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-BLICA:

Além dos Princípios expressos constitucionalmente que dire-

cionem a Administração Pública, a doutrina administrativa adota diversos princípios implícitos que norteiam a Administração Pú-blica, entretanto, nos preocupamos em elencar os principais, senão vejamos:

Princípio da Supremacia do Interesse Público: Tal Princípio, muito embora não se encontre expresso no enunciado do texto cons-titucional é de suma importância para a atividade administrativa, tendo em vista que, em decorrência do regime democrático adotado pelo Brasil, bem como o seu sistema representativo, temos que toda a atuação do Poder Público seja consubstanciada pelo interesse pú-blico e coletivo.

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Didatismo e Conhecimento 2

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Assim, para que o Estado possa atingir a finalidade principal que lhe foi imposta pelo ordenamento jurídico, qual seja, o interesse público, é assegurado a administração pública uma série de prer-rogativas, não existente no direito privado, para que se alcance a vontade comum da coletividade.

Assim, a supremacia do interesse público deve se sobressair sobre os direitos particulares dos administrados, pois decorre des-te princípio que, na hipótese de haver um conflito entre o interesse público e os interesses de particulares, é evidente e lógico que a vontade comum e o interesse coletivo deve prevalecer, respeitados os princípios do devido processo legal, e do direito adquirido.

Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público: Em decor-rência do princípio da indisponibilidade do interesse público são ve-dados ao administrador da coisa pública qualquer ato que implique em renúncia a direitos da administração, ou que de maneira injusti-ficada e excessiva onerem a sociedade.

Dessa maneira, a administração pública deve ter sai ação con-trolada pelo povo, por meios de mecanismos criados pelo Estado para esta finalidade, visto que o interesse público não pode ser dis-ponível.

Princípio da Autotutela: O direito Administrativo, diante de suas prerrogativas confere à Administração Pública o poder de corrigir de oficio seus próprios atos, revogando os irregulares e inoportunos e anulando os manifestamente ilegais, respeitado o direito adquirido e indenizando os prejudicados, cuja atuação tem a característica de autocontrole de seus atos, verificando o mérito do ato administrativo e ainda sua legalidade;

Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade: A Administra-ção deve agir com bom senso, de modo razoável e proporcional à situação fática que se apresenta.

A legislação proporciona ao Administrador Público margem de liberdade para atuar durante a execução da atividade administrativa, ficando limitado pelo Princípio da Razoabilidade e Proporcionali-dade a arbitrariedade administrativa, sendo certo que a carência de observância a tal Princípio configura em abuso de poder.

Princípio da Continuidade: Os serviços públicos não podem parar, devendo manter-se sempre em funcionamento, dentro das for-mas e períodos próprios de sua regular prestação, dada a importância que a execução de tais serviços públicos representa a coletividade.

Assim a prestação da atividade administrativa deve ser exe-cutada de forma contínua, sendo certo que tal Princípio influencia fortemente a determinação e limitação legal imposta aos servidores públicos a realização de greves, visto que os serviços públicos con-siderados essenciais para a coletividade não poderá sofrer prejuízos em razão de greves ou paralisações de seus agentes públicos.

Princípio da Especialidade: Por tal principio aplica-se mais as autarquias, não podem elas ter outra função, além daquelas para as quais foram criadas.

2 PODERES ADMINISTRATIVOS: PODER HIERÁRQUICO; PODER DISCIPLINAR; PODER REGULAMENTAR; PODER DE POLÍCIA; USO E ABUSO DO PODER.

DOS PODERES ADMINISTRATIVOS

A Administração é dotada de poderes ou prerrogativas instru-mentais que garantem o efetivo desempenho de suas atribuições que lhe são legalmente definidas.

Os poderes administrativos são o conjunto de prerrogativas que a Administração Pública possui para alcançar os fins almejados pelo Estado, tais poderes são inerentes à Administração Pública para que esta possa proteger o interesse público. Encerram prerrogativas de autoridade, as quais, por isso mesmo, só podem ser exercidas nos limites da lei.

Muito embora a expressão poder pareça apenas uma faculdade de atuação da Administração Pública, o fato é que os poderes admi-nistrativos envolvem não uma mera faculdade de agir, mas sim um dever de atuar diante das situações apresentadas ao Poder Público.

Trata-se, portanto, de um poder-dever, no sentido de que a Ad-ministração Pública deve agir, na medida em que os poderes con-feridos ao Estado são irrenunciáveis. Entende-se dessa maneira a noção de deveres administrativos oriundos da obrigação do Poder Público em atuar, utilizando-se dos poderes e prerrogativas atribuí-dos mediante lei.

O dever de agir está ligado à própria noção de prerrogativas públicas garantidas ao Estado, que enseja, por consequência, outros deveres: dever de eficiência, dever de probidade, dever de prestar contas, dever de dar continuidade nos serviços públicos, entre ou-tros.

PODER HIERÁRQUICO

O Poder Hierárquico é o poder de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos e a atuação de seus agentes, estabelecendo assim a relação de subordinação.

Importante esclarecer que hierarquia caracteriza-se pela exis-tência de níveis de subordinação entre órgãos e agentes públicos, sempre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica. Assim, podemos verificar a presença da hierarquia entre órgãos e agentes na esfera in-terna da Administração Direta do Poder Executivo, ou então hierar-quia entre órgãos e agentes internamente de uma fundação pública.

Caracterizam-se pelo poder de comando de agentes administra-tivos superiores sobre seus subordinados, contendo a prerrogativa de ordenar, fiscalizar, rever, delegar tarefas a seus subordinados.

É o poder que dispõe o Executivo para distribuir e organizar as funções de seus agentes e órgãos, estabelecendo relação de subor-dinação entre seus servidores, tal subordinação, vale destacar, é de caráter interno, somente é aplicável dentro da própria Administração Pública.

A hierarquia estabelece uma ordem de importância gerando for-ma às relações de coordenação e de subordinação entre os agentes públicos, adquirindo assim uma relação de subordinação escalonada objetivando a ordem das atividades administrativas.

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Para a preservação do principio hierárquico é indispensável mencionar que o descumprimento de ordem de superior hierárquico constitui-se em ato ilícito, passível de punição administrativa e pe-nal. Assim o servidor público subalterno deve estrita obediência às ordens e demais instruções legais de seus superiores.

PODER DISCIPLINAR

O Poder Disciplinar é o poder de punir internamente não só as infrações funcionais dos servidores, sendo indispensável à apuração regular da falta, mas também as infrações de todas as pessoas sujei-tas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração.

Decorre da supremacia especial que o Estado exerce sobre to-dos aqueles que se vinculam à Administração.

O Poder Disciplinar não pode ser confundido ainda com o Poder Hierárquico, porém a ele está vinculado e é correlato. Pelo descumprimento do poder hierárquico o subalterno pode ser punido administrativa ou judicialmente.

É assim a aplicação do poder disciplinar, a faculdade do hie-rarca de punir administrativamente o subalterno, dentro dos limites legais, dessa faculdade de punir verifica-se a existência, mesmo que mínima, da discricionariedade administrativa, pois há análise de conveniência e oportunidade.

Também não se confunde com o poder punitivo do Estado, que é realizado através do Poder Judiciário e é aplicado com finalidade social, visando à repressão de crimes e contravenções devidamente tipificados nas leis penais.

O poder disciplinar é exercido como faculdade punitiva interna da Administração Pública e por isso mesmo só abrange as infrações relacionadas com o serviço público.

Em se tratando de servidor público, as penalidades disciplinares vêm definidas dos respectivos Estatutos.

Cumpre ressaltar que a atuação do Poder Disciplinar deve obe-decer necessariamente aos princípios informativos e constitucionais da Administração, entre eles o principio da legalidade e o principio da motivação, aos quais se anexa ao principio da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal.

PODER REGULAMENTAR

O Poder Regulamentar é o poder inerente e privativo do Chefe do Poder Executivo, indelegável a qualquer subordinado, trata-se do poder atribuído ao chefe do Poder Executivo para editar atos, com o objetivo de dar fiel cumprimento ás leis.

Temos por regulamento como ato normativo, expedido através de decreto, com o fim de explicar o modo e a forma de execução da lei, ou prover situações não disciplinadas em lei, importante destacar que o regulamento não tem a capacidade e a competência de inovar o direito previsto em lei, não cria obrigações, apenas explica e de-talha o direito, e sobretudo, uniformiza procedimentos necessários para o cumprimento e execução da lei.

O regulamento, portanto, constitui-se em um conjunto de nor-mas que orientam a execução de uma determinada matéria.

Diante de tais conceitos podemos concluir que o regulamento é a explicitação da lei em forma de decreto executivo, não se inscre-vendo como tal os decretos autônomos, até porque não há em nosso ordenamento jurídico o instituto dos regulamentos autônomo com força de lei, cuja competência de edição fica sob a responsabilidade do Chefe do Poder Executivo.

PODER DE POLÍCIA:

A partir da Constituição Federal e das leis em nosso ordena-mento jurídico, foi conferido uma série de direitos aos cidadãos, que por sua vez, tem o seu pleno exercício vinculado com o bem estar social.

Assim, é por meio do Poder de Polícia que a Administração limita o exercício dos direitos individuais e coletivos com o objetivo de assegurar a ordem pública, estabelecendo assim um nível aceitá-vel de convivência social, esse poder também pode ser denominado de polícia administrativa.

É o poder deferido ao Estado, necessário ao estabelecimento das medidas que a ordem, a saúde e a moralidade pública exigem. O principio norteador da aplicação do Poder de Polícia é a predomi-nância do interesse público sobre o interesse privado.

O Poder de Polícia resume-se na prerrogativa conferida a Ad-ministração Pública para, na forma e nos limites legais, condiciona ou restringe o uso de bens, exercício de direitos e a pratica de ativi-dades privadas, com o objetivo de proteger os interesses gerais da coletividade.

Assim, é a atividade do Estado que consiste em limitar o exercí-cio dos direitos individuais em benefício do interesse público.

Mesmo sendo considerado como poder discricionário da Ad-ministração, o Poder de Polícia é controlado e limitado pelo ordena-mento jurídico que regulam a atuação da própria Administração, isto porque o Estado deve sempre perseguir o interesse público, mas sem que haja ofensa aos direitos individuais garantidos por lei.

Dessa forma, podemos concluir que o Poder de Polícia é um po-der de vigilância, cujo objetivo maior é o bem-estar social, impedin-do que os abusos dos direitos pessoais possam ameaçar os direitos e interesses gerais da coletividade.

Decorre, portanto do Poder de Polícia, a aplicação de sanções para fazer cumprir suas determinações, fundamentadas na lei, e as-sim, diversas são as sanções passiveis de aplicação, previstas nas mais variadas e esparsas leis administrativas, que podem ser aplica-das no âmbito da atividade de polícia administrativa.

Poder de Polícia Administrativa:O Poder de Polícia Administrativa tem o objetivo principal da

manutenção da ordem pública em geral, atuando em situações em que é possível a prevenção de possíveis cometimentos de infrações legais, entretanto, poderá atuar tanto preventivamente como de for-ma repressiva, porem, em ambos os casos, a atuação da Policia Ad-ministrativa tem a finalidade de evitar e impedir comportamentos dos indivíduos que possam causar prejuízos para a sociedade.

O Poder de Polícia Administrativa visa a proteção específica de valores sociais, vedando a práticas de condutas que possam ameaçar a segurança pública, a ordem pública, a tranquilidade e bem estar social, saúde e higiene coletiva, a moralidade pública, entre outras.

Importante esclarecer que o poder de polícia administrativa incide sobre atividades e sobre bens, não diretamente sobre os ci-dadãos, haja vista que não existem sanções aplicadas decorrentes do poder de polícia administrativa que impliquem em restrição ao direito de liberdade das pessoas como detenção e prisão.

Assim, várias são as sanções decorrentes do poder de polícia administrativa, tais como: multa administrativa; demolição de cons-truções irregulares; apreensão de mercadorias com entrada irregular no território nacional; interdição de estabelecimento comerciais que estão em desacordo com a lei; embargos administrativos a obras, entre outras.

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Poder de Polícia Judiciária:A Polícia Judiciária desenvolve e executa atividades de caráter

repressivo e ostensivo, ou seja, possui o dever de reprimir atividades infratoras a lei por meio da atuação policial em caráter criminal, com sua consequente captura daqueles que infringirem a lei penal.

Assim, a Polícia Judiciária atua em defesa dos preceitos esta-belecidos no Código Penal Brasileiro, com foco em sua atuação nas atividades consideradas crime pela lei penal, tendo características e prerrogativas ostensivas, repressivas e investigativas.

A atuação da Polícia Judiciária incide sobre as pessoas, sendo exercido pelos órgãos especializados do Estado como a Polícia Ci-vil e a Polícia Militar, sendo certo que tais atividades repressoras e ostensivas objetiva auxiliar o Poder Judiciário, em sua atividade jurisdicional, na aplicação da lei em casos concretos, fornecendo o conjunto probatório suficiente para condenar ou absolver o cidadão apresentado a Justiça Pública.

Diferenças entre Polícia Administrativa e Polícia Judiciá-ria:

Diante dos conceitos e explicações acima formuladas, passa-mos a identificar as principais diferenças entre a atuação da policia administrativa e a polícia judiciária.

A Polícia Administrativa é regida pelas normas do Direito Ad-ministrativo, sendo considerada infração administrativa a não ob-servância aos preceitos normativos constantes das normas e regula-mentos administrativos, enquanto que a polícia judiciária é regula-mentada pelas normas do Direito Penal e Processual Penal.

A atividade de polícia administrativa é executada pelos órgãos e agentes públicos escalonados e mantidos pela Administração Pú-blica, a polícia judiciária por sua vez tem suas atividades executa-das privativamente por organizações especializadas no combate e repressão a pratica criminosa, ou seja, pela Polícia Civil e Polícia Militar.

As penalidades no caso da polícia administrativa incidem ex-clusivamente em produtos e serviços, enquanto as penalidades pre-vistas para a atuação da polícia administrativa recaem sobre pessoas, podendo em alguns casos ocorrer em face de apreensão de produtos, desde que sejam de origem criminosa.

Características do Poder de Polícia: A doutrina administrativa majoritária considera as principais

características do Poder de Polícia:

- Autoexecutoriedade: Constitui prerrogativa aos atos emana-dos por força do poder de polícia a característica autoexecutória imediatamente a partir de sua edição, isso ocorre porque as decisões administrativas trazem em si a força necessária para a sua auto exe-cução.

Os atos autoexecutórios do Poder de Polícia são aqueles que podem ser materialmente implementados pela administração, de maneira direta, inclusive mediante o uso de força, caso seja neces-sário, sem que a Administração Pública precise de uma autorização judicial prévia.

A autoexecutoriedade dos atos administrativos fundamenta-se na natureza pública da atividade administrativa, em razão desta, atendendo o interesse público, assim, a faculdade de revestimento do ato administrativo pela característica da autoexecução de seus próprios atos se manifesta principalmente pela supremacia do inte-resse coletivo sobre o particular.

- Coercibilidade: Trata-se da imposição coercitiva das deci-sões adotadas pela Administração Pública, objetivando a garantia do cumprimento, mesmo que forçado, do ato emanado mediante o Poder de Polícia.

Cumpre esclarecer que todo ato de Polícia tem caráter impera-tivo e obrigatório, ou seja, temos a possibilidade de a administração pública, de maneira unilateral, criar obrigações para os administra-dos, ou então impor-lhes restrições.

Dessa forma, não existe ato de polícia de cumprimento facul-tativo pelo administrado, haja vista que todos os atos adotados com fundamento no Poder de Polícia admite a coerção estatal para fim de torná-lo efetivo, sendo certo que tal coerção independe de prévia autorização judicial.

- Discricionariedade: Os atos discricionários são aqueles que a Administração Pública pode praticar com certa liberdade de escolha e decisão, sempre dentro dos termos e limites legais, quanto ao seu conteúdo, seu modo de realização, sua oportunidade e conve-niência administrativa.

Dessa maneira, na edição de um ato discricionário, a legislação outorga ao agente público certa margem de liberdade de escolha, diante da avaliação de oportunidade e conveniência da pratica do ato.

Limites do Poder de Polícia:

Muito embora a Discricionariedade seja característica do ato emanado com fundamento no Poder de Polícia, a lei impõe alguns limites quanto a competência, a forma e aos fins almejados pela Ad-ministração Pública, não sendo o Poder de Polícia um poder absolu-to, visto que encontra limitações legais.

Não podemos perder de vista que toda a atuação administrativa, seja em que esfera for, deve obediência ao principio administrativo constitucional da Legalidade, devidamente previsto no artigo 37 da Constituição Federal.

Assim, toda atuação administrativa pautada dentro dos limites legais, seja quanto a competência do agente que executou a atividade administrativa ou então a forma em que foi realizada, será conside-rada um ato legal e legítimo, desde que atenda o interesse coletivo.

De outra forma, o ato administrativo que for praticado com ví-cios de competência, ilegalidades, ilegitimidades, ou ainda que con-trariem o interesse público, será considerado um ato ilegal, praticado com abuso ou desvio de poder.

Os limites impostos à atuação do poder de polícia se destinam a vedar qualquer manifestação administrativa revestida de arbitra-riedade e ilegalidade por parte do agente público, sendo certo que todo e qualquer ato administrativo poderá ser levado a analise de legalidade pelo Poder Judiciário, que tem o poder jurisdicional de anular ato ilegal ou ilegítimo.

ABUSO DE PODER

O exercício ilegítimo das prerrogativas conferidas pelo ordena-mento jurídico à Administração Pública caracteriza de modo genéri-co, o denominado abuso de poder.

Dessa maneira, o abuso de poder ocorre diante de uma ilegiti-midade, ou, diante de uma ilegalidade, cometida por agente público no exercício de suas funções administrativas, o que nos autoriza a

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concluir que o abuso de poder é uma conduta ilegal cometida pelo agente público, e, portanto, toda atuação fundamentada em abuso de poder é ilegal.

Importante destacar que é plenamente possível o abuso de po-der assumir tanto a forma comissiva, quanto à omissiva, ou seja, o abuso tanto pode ocorrer devido a uma ação ilegal do agente públi-co, quanto de uma omissão considerada ilegal.

O abuso de poder pode ocorrer de duas maneiras, quais sejam: excesso de poder ou desvio de poder.

- Excesso de Poder: Ocorre quando o agente público atua fora dos limites de sua competência, ou seja, o agente público não tinha a competência funcional prevista em lei para executar a atividade administrativa.

- Desvio de Poder: Ocorre quando a atuação do agente é pauta-da dentro dos seus limites de competência, mas contraria a finalida-de administrativa que determinou ou autorizou a sua atuação.

3 SERVIÇOS PÚBLICOS: CONCEITO E PRINCÍPIOS; DELEGAÇÃO: CONCESSÃO,

PERMISSÃO E AUTORIZAÇÃO.

CONCEITO:

Inicialmente, devemos elucidar que a Constituição Federal de 1988 não conceitua “serviço público”, e tampouco temos no ordena-mento jurídico pátrio, em leis esparsas, seu significado legal.

Dessa maneira temos que ficou sob os cuidados da doutrina administrativa elaborar seu significado, entretanto, não existe um conceito doutrinário consensual de “serviço público”.

Nos ensinamentos do Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello, temos o conceito de serviço público como:

“Certas atividades (consistentes na prestação de utilidade ou comodidade material) destinada a satisfazer a coletividade em ge-ral, são qualificadas como serviços públicos quando, em dado tem-po, o Estado reputa que não convém relegá-las simplesmente a livre iniciativa; ou seja, que não é socialmente desejável fiquem tão só assujeitadas à fiscalização e controles que exerce sobre a generali-dade das atividades privadas.”

Celso Antônio Bandeira de Mello ainda complementa seu con-ceito afirmando que:

“É toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material destinada à satisfação da coletividade em geral, mas fruí-vel singularmente pelos administrados, que o Estado assume como pertinente a seus deveres e presta por si mesmo ou por quem lhe faça as vezes, sob um regime de Direito Público – portanto, consa-grador de prerrogativas de supremacia e de restrições especiais - , instituído em favor dos interesses definidos como públicos no siste-ma normativo”.

Segundo o jurista Hely Lopes de Meirelles, serviço público é:

“Todo aquele prestado pela Administração ou por seus dele-gados, sob normas e controle estatal, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade, ou simples conveniência do Estado”.

Para a Profª Maria Sylvia ZanellaDi Prieto, temos o entendi-mento de serviços públicos sob a ótica de dois elementos, ‘subjetivo’ e ‘formal’, senão vejamos seu posicionamento:

“O elemento subjetivo, porque não mais se pode considerar que as pessoas jurídicas públicas são as únicas que prestam servi-ços públicos; os particulares podem fazê-lo por delegação do poder público, e o elemento formal, uma vez que nem todo serviço público é prestado sob regime jurídico exclusivamente público”.

Assim, verifica-se que, nas mais variadas concepções jurídicas acerca do conceito de “serviço público”, podemos facilmente defi-nir os pontos em comum e aceitar, de maneira ampla que serviço público é como o conjunto de todas as atividades exercidas pelo Estado ou delegados, sob o regime jurídico de direito público, ou seja, a atividade jurisdicional, atividade de governo, atividade le-gislativa, prestação de serviço público, colocados a disposição da coletividade.

De outra forma, estudando o conceito de “serviço público”, mas sob análise mais restritiva, temos que são todas as prestações de utilidade ou comodidades materiais efetuadas diretamente e exclusi-vamente ao povo, seja pela administração pública ou pelos delega-tários de serviço público, voltado sempre à satisfação dos interesses coletivos.

O objetivo da Administração Pública, no exercício de suas atri-buições, é de garantir à coletividade a prestação dos serviços públi-cos de maneira tal que possa corresponder aos anseios da coletivida-de, atingindo diretamente o interesse público, devendo o Poder Pú-blico disciplinar a aplicação dos recursos materiais (orçamentários), visando a aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização e otimização da prestação dos serviços públicos.

DELEGAÇÃO

Não se pode confundir a titularidade do serviço com a titulari-dade da prestação dos serviços públicos, sendo certo que tratam-se de realidades e significados totalmente distintos.

O fato de o Poder Público ser titular de serviços públicos, ou seja, ser o sujeito que detém a responsabilidade de zelar pela sua prestação, não significa que deva ser obrigatoriamente prestá-los por si só de maneira exclusiva, sendo que na grande maioria das vezes, estará a Administração pública obrigada a disciplinar e promover a prestação, bem como efetuar a fiscalização sobre a forma que esta sendo executado o serviço público.

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Dessa maneira, tanto poderá a administração pública, por meios próprios prestar os serviços públicos, como poderá promover-lhes a prestação conferindo a entidades externas a administração seu cum-primento e execução.

Entidades externas podem ser assim entendidas como os par-ticulares estranhos aos quadros da administração pública e ainda a administração indireta. Dessa forma, poderá o Poder Público confe-rir autorização, permissão ou concessão de serviços públicos, como formas de sua execução. ]

Concessão de serviços públicos: É a delegação de serviços pú-blicos feita pelo poder concedente mediante licitação na modalidade concorrência à pessoa que demonstre capacidade para seu desempe-nho, por sua conta e risco e por prazo determinado.

Assim, é delegado ao vencedor da licitação na modalidade de concorrência pública a prestação de serviços públicos, que geral-mente ocorre no tocante a concessão da execução de serviços pú-blicos.

Importante esclarecer o conceito de Poder Concedente, assim entendido como a União, o Estado, o DF ou Município, em cuja competência se encontre o serviço público, assim a titularidade con-tinua sendo sua somente será transferida a execução dos serviços públicos à concessionária.

Nos ensinamentos do jurista Hely Lopes Meirelles, temos que:

“Pela concessão, o poder concedente não transfere a proprie-dade alguma ao concessionário, nem se despoja de qualquer direito ou prerrogativa pública. Delega, apenas, a execução do serviço, nos limites e condições legais ou contratuais, sempre sujeita à regu-lamentação e fiscalização do concedente.”

Para o Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello, conceituando o instituto da concessão de serviço público, ensina que:

“É o instituto através do qual o Estado atribuiu o exercício de um serviço público a alguém que aceita prestá-lo em nome próprio, por sua conta em risco, nas condições fixadas e alteráveis unilate-ralmente pelo Poder Público, mas sob garantia contratual de um equilíbrio econômico-financeiro, remunerando-se pela própria ex-ploração do serviço, em geral e basicamente mediante tarifas co-bradas diretamente dos usuários do serviço”.

Neste sentido, verifica-se que a concessão é mecanismo de de-legação de direito público, pois, as suas cláusulas contratuais são editadas pelo Poder Público, que poderá a qualquer tempo modificá--las de forma unilateral, tendo em vista que não há que se falar em igualdade entre as partes contratantes em atenção ao principio da soberania do Estado.

Entretanto, está presente, como em todo contrato, a bilateralida-de, pois, ao aderir ao contrato de concessão, o concessionário inte-gra a relação jurídica contratual, com declaração de vontade própria, mas aceitando os termos e condições impostas pela Administração Pública.

O que ocorre com os contratos de concessão de serviços pú-blicos é que são vinculados ao processo licitatório, assim, as suas cláusulas devem atender obrigatoriamente o que estiver estipulado no edital de abertura da licitação. Por se tratar de um contrato admi-

nistrativo, o contrato de concessão tem como objeto o bem público, a utilidade pública e ainda o interesse da coletividade, que se explica facilmente, pelo fato do destinatário da realização do serviço é jus-tamente o cidadão.

Oportuno ainda esclarecer que nas concessões de serviço públi-co é admitida a subconcessão, desde que prevista em cláusula espe-cifica no contrato administrativo e no edital da abertura da licitação, vinculado, entretanto, a autorização do poder concedente, após a verificação do interesse público.

É possível também ocorrer o instituto da concessão em obras públicas, através da privatização temporária de uso. Trata-se de um contrato administrativo avençado entre o Poder Público e o conces-sionário para a execução de uma obra pública, mediante remune-ração posterior a ser paga pela exploração dos serviços ou então utilidades proporcionadas pela própria execução da obra.

Como dito, a concessão deverá ser formalizada mediante con-trato, a título precário, precedido de procedimento licitatório (na modalidade de concorrência), definindo o objeto, a área, o prazo da concessão, o modo de sua execução, a forma e as condições da concessão da obra pública, para tanto, a empresa deve demonstrar o interesse na contratação com o poder concedente, comprovando sua capacidade para o desempenho das obrigações assumidas da obra, por sua conta e risco e por prazo determinado.

Ressalta-se que o contrato de concessão de obra pública, firma-do por tempo determinado, não pode ser objeto de prorrogação, não se situando a prerrogativa discricionária conferida ao Poder Público, sendo que sua eventual prorrogação fere o princípio da isonomia en-tre os licitantes, e participantes do certame licitatório de concessão.

Permissão: É a delegação, a título precário, mediante licitação da prestação de serviços públicos feita pelo poder concedente, a pes-soa que demonstre capacidade de desempenho por sua conta e risco. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, e será contratado sempre em caráter precário, com prazo determinado.

Importante ressaltar que no instituto da permissão de serviços públicos admite-se a presença de pessoa física, além da pessoa jurí-dica, sendo que a legislação que regula a matéria não inclui a possi-bilidade de contratação pela permissão de consórcios.

No instituto da Permissão, a Administração Pública possui a prerrogativa de estabelecer de forma unilateral os requisitos e condi-ções impostas diante da execução de serviços públicos permitidos e confiados ao particular, que durante o procedimento licitatório, com-provou possuir capacidade para seu desempenho.

Em virtude do caráter precário das permissões e de seu prazo determinado, os permissionários não gozam de prerrogativas garan-tidas por lei aos concessionários de serviço público, devendo portan-to, seguir as normas e orientações dos Poder Público.

Autorização de serviços públicos: Coloca-se ao lado da con-cessão e da permissão de serviços públicos, destina-se a serviços muito simples, de alcance limitado, ou a trabalhos de emergência, e a hipóteses transitórias e especiais, podendo ainda ser utilizado para as situações em que o serviço seja prestado a usuários específicos e restritos.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Assim, temos que a autorização de serviços públicos é o ato administrativo discricionário por meio do qual é delegada a um par-ticular, sempre em caráter precário, a prestação de serviços públicos que não exija alto grau de complexidade e especialização técnica, nem mesmo a comprovação do particular autorizado a execução dos serviços, possuir grande aporte de capital financeiro.

Para a contratação por meio do instituto da autorização de servi-ços públicos, não há licitação, para tanto, os serviços públicos auto-rizados estão sujeitos a modificação ou revogação de sua execução, por meio de ato discricionário da delegação, cuja denominação é termo de autorização.

Isto ocorre em virtude da precariedade que reveste o ato admi-nistrativo que autorizou a delegação do serviço ao particular. Cum-pre esclarecer que a autorização, mesmo sendo precária não possui prazo determinado para seu encerramento, e em via de regra, não é passível de indenização por decorrente de sua revogação.

Oportuno ainda ressaltar que a autorização do serviço público não pode ser confundido com a autorização decorrente do ato de polícia administrativa outorgada no exercício do poder de polícia conferido a Administração Pública, como condição para a prática de atividades privadas pelos particulares, o que não se pode confundir com a transferência, por delegação, da titularidade da execução e prestação dos serviços públicos.

Autorização: poderá ocorrer em duas modalidades que são:a) autorização de uso – ocorre quando um particular é autoriza-

do a utilizar bem público de forma especial, exemplo: a autorização de uso de uma rua para realização de uma quermesse.

b) autorização de atos privados controlados – em que o parti-cular não pode exercer certas atividades sem autorização do poder público, são atividades exercidas por particulares mas consideradas de interesse público.

OBS: autorização é diferente de licença, termos semelhantes. A autorização é ato discricionário, enquanto a licença é vinculado. Na licença o interessado tem direito de obtê-la, e pode exigi-la, desde que preencha certos requisitos, ex. licença para dirigir veículo.

DA REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE:

Cumpre à Administração Pública o dever/poder de regulamen-tação e o controle quando há ocorrência de concessão e permissão de executar os serviços públicos por particulares, visando a garantia da regularidade do atendimento aos seus objetivos, que envolvem gestão de serviço público.

Ao poder concedente, ou seja, ao Poder Público, compete re-gulamentar o serviço concedido por meio de lei e regulamentos, ou do próprio contrato, estabelecendo direitos e deveres das partes con-tratantes e dos usuários. Importante frisar que, a atividade privada, mesmo quando atuante no exercício do serviço público, objetiva o lucro, daí surge a necessidade permanente de manter a fiscalização.

O controle e o poder de fiscalização serão exercidos pela pró-pria Administração, através do seu sistema de controle interno, ou então será exercido, quando provocado, pelo Poder Judiciário e pelo Poder Legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas.

Assim, sendo permanente o dever de controlar, tendo em vista o interesse coletivo, esse controle se efetiva não apenas pela Admi-nistração Pública, mas também pelo usuário.

As Agências Reguladoras, devidamente criadas por lei, vêm prestando importante serviço na tarefa de fiscalização das conces-sões e permissões de serviço público.

DIREITO DO USUÁRIO:

Atuando como destinatário direto da prestação de serviços pú-blicos, os usuários participam da Administração Pública, com direi-to a reclamação relativa à qualidade na prestação de serviço publico em geral, sendo assegurada a manutenção de serviços de atendimen-to ao usuário e avaliação constante e periódica, seja externa ou inter-na, da qualidade e efetividade dos serviços colocados à disposição da coletividade.

Todos os cidadãos têm direito a receber dos órgãos públicos informações corretas de seus interesses particulares, ou então de interesse coletivo em geral. Na hipótese de desatendimento, o inte-ressado tem o direito de impetrar a medida conhecida como habeas data, visando assegurar o conhecimento das informações pedidas.

É ainda direito dos usuários de serviços públicos a faculdade de representação contra o exercício negligente, abusivo ou irregular de cargo, emprego ou função na Administração Pública, cobrando das autoridades administrativas providencias para sanar tais irregulari-dades ou abusos.

PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DOS SERVIÇOS PÚ-BLICOS:

A relevância e a prevalência do interesse coletivo sobre o inte-resse de particulares informam os princípios que orientam a disposi-ção e organização do funcionamento dos serviços públicos. Impor-tante ressaltar que, a figura principal no serviço público não é seu titular, nem mesmo o prestador dele, as sim o usuário dos serviços.

Além dos princípios gerais do Direito Administrativo, tanto os princípios expressos na Constituição Federal, como também os implícitos, presentes em toda a atividade administrativa, especifica-mente na prestação dos serviços públicos, identifica-se a presença de mais quatros, que norteia e orienta a prestação dos serviços colo-cados a disposição da coletividade, quais são: o Princípio da Conti-nuidade do Serviço Público; Principio da Mutabilidade do Regime Jurídico e o Princípio da Igualdade dos Usuários do Serviço Público, e ainda o Princípio do Aperfeiçoamento.

Princípio da Continuidade do Serviço Público: O serviço públi-co deve ser prestado de maneira continua, o que significa dizer que não é passível de interrupção. Isto ocorre justamente pela própria importância de que o serviço público se reveste diante dos anseios da coletividade.

É o principio que orienta sobre a impossibilidade de paralisação, ou interrupção dos serviços públicos, e o pleno direito dos adminis-trados a que não seja suspenso ou interrompido, pois entende-se que a continuidade dos serviços públicos é essencial a comunidade, não podendo assim sofrer interrupções.

Diante de tal princípio temos o desdobramento de outros de suma importância para o “serviço público”, quais são: qualidade e regularidade, assim como com eficiência e oportunidade.

Princípio da Mutabilidade do Regime Jurídico: É aquele que reconhece para o Estado o poder de mudar de forma unilateral as regras que incidem sobre o serviço público, tendo como objetivo a adaptação às novas necessidades, visando o equilíbrio na relação contratual econômico-financeira, satisfazendo o interesse geral à máxima eficácia.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Em atenção ao Princípio da Mutabilidade do Regime Jurídico dos Serviços Públicos, temos a lição da Profª. Maria Sylvia Zanella Di Prieto, que assim leciona:

“Nem os servidores públicos, nem os usuários de serviço pú-blicos, nem os contratados pela Administração têm direito adqui-rido à manutenção de determinado regime jurídico; o estatuto dos funcionários pode ser alterado, os contratos também podem ser alterados ou mesmo reincididos unilateralmente para atender ao interesse público; o aumento das tarifas é feito unilateralmente pela Administração, sendo de aplicação imediata”.

Justamente por vincular-se o regime jurídico dos contratos ad-ministrativos de concessão e permissão de serviços públicos aos preceitos de Direito Público, com suas cláusulas exorbitantes, e ainda em presença da necessidade constante da adaptação dos ser-viços públicos ao interesse coletivo, torna-se necessária e razoável a possibilidade de alteração, ou mudança do regime de execução dos serviços, objetivando adequar aos interesses coletivos.

Principio da igualdade dos usuários dos serviços públicos: Constituição Federal diz que todos são iguais perante a lei e desta forma não podemos ser tratados de forma injusta e desigual, assim, não se pode restringir o acesso aos benefícios dos serviços públicos para os sujeitos que se encontrarem em igualdade de condições.

Diante de tal principio temos o desdobramento de dois aspectos da Igualdade dos Usuários de Serviços públicos:

- A Universalidade que significa dizer que o serviço público deve ser prestado em benefício de todos os sujeitos que se encon-tram em equivalente situação.

- A Neutralidade, que significa dizer que é impossível dar qual-quer tipo de privilégios que forem incompatíveis com o princípio da isonomia. Logo são “impossíveis” vantagens individuais fundadas em raça, sexo, credo religioso, time de futebol e etc.

Princípio do Aperfeiçoamento: Temos o aperfeiçoamento como uma constante evolução da sociedade, dessa forma, e simplesmente por isso, é que no serviço público ele se impõe como um direito do cidadão, assim, o aperfeiçoamento da prestação dos serviços públi-cos vincula-se à eficiência dos serviços a serem prestados.

4 ATO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, REQUISITOS E ATRIBUTOS; ANULAÇÃO,

REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO; DISCRICIONARIEDADE E VINCULAÇÃO.

CONCEITO:

Atos administrativos são espécies do gênero “ato jurídico”, ou seja, são manifestações humanas, voluntárias, unilaterais e destina-das diretamente à produção de efeitos no mundo jurídico.

De acordo com os ensinamentos do jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, ato administrativo pode ser conceituado como: “declaração do Estado (ou de quem lhe faça às vezes – como, por exemplo, um concessionário de serviço público), no exercício de prerrogativas públicas, manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas a controle de legitimidade por órgão jurisdicional”.

Segundo o conceito formulado por Hely Lopes Meirelles, te-mos que: “ato administrativo é toda manifestação unilateral de von-tade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria”.

Para Maria Sylvia Di Pietro, ato administrativo pode ser defini-do como: “a declaração do Estado ou de quem o represente, produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurí-dico de direito público e sujeita a controle pelo Judiciário”.

Dessa forma, temos que é por meio do ato administrativo que a função administrativa se concretiza, sendo toda a exteriorização da vontade do Estado, executada pelos agentes públicos, objetivando alcançar o interesse coletivo.

Portanto, ato administrativo é a manifestação ou declaração da Administração Pública, editada pelo Poder Público, através de seus agentes, no exercício concreto da função administrativa que exerce, ou de quem lhe faça às vezes, sob as regras de direito público, com a finalidade de preservar e alcançar os interesses da coletividade, passível de controle Jurisdicional.

ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS:

Entende-se por atributos as qualidades ou características dos atos administrativos, uma vez que requisitos dos atos administra-tivos constituem condições de observância obrigatória para a sua validade, os atributos podem ser entendidos como as características dos atos administrativos.

Os atributos dos atos administrativos citados pelos principais autores são: presunção de legitimidade; imperatividade; autoexecu-toriedade e tipicidade.

Presunção de Legitimidade: A presunção de legitimidade, ou legalidade, é a única característica presente em todos os atos admi-nistrativos.

Assim, uma vez praticado o ato administrativo, ele se presume legítimo e, em princípio, apto para produzir os efeitos que lhe são inerentes, cabendo então ao administrado a prova de eventual vício do ato, caso pretenda ver afastada a sua aplicação, dessa maneira verificamos que o Estado, diante da presunção de legitimidade, não precisa comprovar a regularidade dos seus atos.

Dessa maneira, mesmo quando eivado de vícios, o ato adminis-trativo, até sua futura revogação ou anulação, tem eficácia plena des-de o momento de sua edição, produzindo regularmente seus efeitos, podendo inclusive ser executado compulsoriamente.

Imperatividade: Pelo atributo da imperatividade do ato ad-ministrativo, temos a possibilidade de a administração pública, de maneira unilateral, criar obrigações para os administrados, ou então impor-lhes restrições.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Importante esclarecer que nem todos os atos administrativos são revestidos de imperatividade, mas, da mesma forma que ocorre relativamente à presunção de legitimidade, os atos acobertados pela imperatividade podem, em princípio, ser imediatamente impostos aos particulares a partir de sua edição.

Autoexecutoriedade: O ato administrativo possui força execu-tória imediatamente a partir de sua edição, isso ocorre porque as decisões administrativas trazem em si a força necessária para a sua auto execução.

A autoexecutoriedade dos atos administrativos fundamenta-se na natureza pública da atividade administrativa, cujo principal obje-tivo é o atendimento ao interesse público.

Assim, a faculdade de revestimento do ato administrativo pela característica da autoexecução de seus atos se manifesta principal-mente pela supremacia do interesse coletivo sobre o particular.

Os atos autoexecutórios são aqueles que podem ser material-mente implementados pela administração, de maneira direta, inclu-sive mediante o uso de força, caso seja necessário, sem que a Admi-nistração Pública precise de uma autorização judicial prévia.

Tipicidade: Para a Profª. Maria Sylvia Di Pietro, a tipicidade é: “o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir deter-minados resultados”.

Visando a segurança jurídica aos administrados, o atributo da tipicidade garante que o ato administrativo deve corresponder a fi-guras previamente estabelecidas pelo ordenamento jurídico vigente.

REQUISITOS E ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRA-TIVO:

A doutrina administrativa é pacifica em apontar cinco requisitos básicos, ou elementos dos atos administrativos: competência, finali-dade, forma, motivo e objeto.

Além dos requisitos elaborados pela doutrina administrativa, aplicam-se aos atos administrativos os requisitos gerais de todos os atos jurídicos perfeitos, como agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não proibida em lei.

Trata-se de requisitos fundamentais para a validade do ato ad-ministrativo, pois o ato que for editado ou praticado em desacordo com o que o ordenamento jurídico estabeleça para cada requisito, será, via de regra, um ato nulo.

Competência: O requisito da Competência pode ser definido como o poder legal conferido ao agente público para o desempenho regular e específico das atribuições de seu cargo.

A competência é a condição primeira de validade do ato admi-nistrativo, onde deve haver uma análise sobre a incidência ou não da capacidade específica e legalmente definida para a prática do ato.

Importante observar que a noção de competência do agente, na esfera do Direito Administrativo, alcança, além do agente, também o órgão do Estado que ele representa.

Dessa forma, conclui-se que competência é prerrogativa do Es-tado, exercitada por seus agentes, respeitada a hierarquia e distribui-ção constitucional de atribuições.

A competência é um elemento, ou requisito, sempre vinculado, ou seja, não há possibilidade de escolha na determinação da com-petência para a prática de um ato, tendo em vista que tal vinculação decorre de lei.

Para os estudos sobre o requisito da competência do ato admi-nistrativo, se mostra necessário e oportuno mencionar a existência das figuras da avocação de competência e a delegação de compe-tência.

A avocação é o ato mediante o qual o superior hierárquico traz para si o exercício temporário de certa competência atribuída por lei a um subordinado, devendo ser medida excepcional e de caráter precário, sendo que a avocação não será possível quando se tratar de competência exclusiva do subordinado.

A delegação, doutro modo é o ato mediante o qual o superior hierárquico delega para seu subordinado ou a outro órgão, compe-tência que lhe pertence, também tem a característica de ser tempo-rário e revogável a qualquer momento, devendo seguir os limites previstos em lei,

Nos casos em que houver avocação ou delegação de competên-cia não se verifica a transferência da titularidade da competência, apenas o seu exercício. Importante salientar que o ato de delegação ou avocação de competência é discricionário e revogável a qualquer momento.

Quando o agente público ou órgão atua fora, ou além, de sua esfera de competência, temos presente então uma das figuras de abu-so de poder, ou excesso de poder, que, nem sempre está obrigado à anulação do ato, visto que o vício de competência admite convalida-ção, salvo quando se tratar de competência em razão da matéria ou de competência exclusiva.

Finalidade: Ao editar determinado ato administrativo, o Poder Público deve perseguir o interesse público. É o objetivo principal que a Administração Pública pretende alcançar com a prática do ato administrativo.

Dessa maneira a finalidade do ato deve ser sempre o interesse da coletividade e a finalidade específica prevista em lei para aquele ato da administração.

Sendo requisito de validade do ato, é nulo qualquer ato pratica-do visando exclusivamente o interesse privado, ou seja, o desaten-dimento a qualquer das finalidades do ato administrativo configura vício insanável, com a obrigatória anulação do ato. O vício de fina-lidade é denominado pela doutrina como desvio de poder, configu-rando em uma das modalidades do abuso de poder.

Forma: é o modo de exteriorização do ato administrativo. Todo ato administrativo, em principio, deve ser formal, e a forma exigida pela lei quase sempre é escrita, em atendimento inclusive ao princi-pio constitucional de publicidade.

A forma, ou formalidade é o conjunto de exterioridades que devem ser observadas para a regularidade do ato administrativo. As-sim, temos que todo ato administrativo é formal, pelo que sua falta resulta, necessariamente, na inexistência do ato administrativo.

A forma do ato administrativo pode ser entendido em dois sen-tidos, no amplo e no estrito.

Em sentido amplo, a forma do ato administrativo é o procedi-mento previsto em lei para a prática regular do ato.

Seu sentido estrito refere-se ao conjunto de requisitos formais que devem constar no próprio ato administrativo, de acordo com suas formalidades próprias.

Motivo: É a causa imediata do ato administrativo, é a situação fática, ou jurídica, que determina ou possibilita a atuação adminis-trativa, razão pela qual todo ato administrativo deve ser motivado, assim temos que o motivo é elemento integrante do ato.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

O motivo do ato administrativo não se traduz apenas como um elemento, mas também como um pressuposto objetivo do ato em si, pois o motivo que deu origem ao Ato Administrativo tornou-se regra jurídico-administrativa obrigatória.

Diante da possibilidade legal de controle externo do ato admi-nistrativo (exercido pelo Poder Judiciário e Poder Legislativo) anali-sando a legalidade e legitimidade dos atos, a doutrina administrativa formulou a teoria dos motivos determinantes, que vincula a reali-zação do ato administrativo com os motivos que o originaram, sendo certo que o ato deve ser praticado por agente competente e de acordo com as determinações legais.

A teoria dos motivos determinantes vincula a existência e a per-tinência dos motivos (fáticos e legais) à efetiva realização do ato, demonstrando os motivos que declarou como causa determinante a prática do ato.

Dessa maneira, caso seja comprovada a não ocorrência do mo-tivo ou a situação declarada como determinante para a prática do ato, ou então a inadequação entre a situação ocorrida e o motivo descrito na lei, o ato será nulo.

Não se pode confundir Motivo com Motivação, visto que Mo-tivação é a declaração expressa dos motivos que determinaram e justificaram a prática do ato administrativos.

Objeto: O objeto é o próprio conteúdo material do ato. O objeto do ato administrativo identifica-se com o seu conteúdo, por meio do qual a administração manifesta sua vontade, ou simplesmente atesta situações preexistentes.

De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, o objeto do ato administrativo “é aquilo que o ato dispõe, isto é, o que o ato decide, enuncia, certifica, opina ou modifica na ordem jurídica”

Pode-se dizer que o objeto do ato administrativo é a própria alteração na esfera jurídica que o ato provoca, é o efeito jurídico imediato que o ato editado produz.

CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS:

Atos Gerais e Atos Individuais: Os atos administrativos gerais caracterizam-se por não possuir destinatários diretos e determina-dos, apresentam apenas situações normativas aplicáveis a todos os administrados e hipóteses fáticas que se enquadrem nos casos des-critos de forma abstrata.

Assim, é possível dizer que tais atos possuem como caracterís-tica a generalidade e abstração.

Os atos administrativos individuais são aqueles que possuem destinatário final certo e determinado, produzindo seus efeitos de maneira direta e concreta e de forma individualizada, seja consti-tuindo ou declarando situações jurídico-administrativa particulares. O ato individual pode ter um único destinatário – ato singular – ou então diversos destinatários, desde que determinados e identificados – atos plúrimos.

Atos Internos e Atos Externos: Atos administrativos internos, são aqueles destinados a produzir efeito somente no âmbito da Ad-ministração Publica, atingindo de forma direta e exclusiva seus ór-gãos e agentes.

Atos administrativos externos são os que atingem os cidadãos administrados de forma geral, criando direitos ou obrigações gerais ou individuais, declarando situações jurídicas. Para esses atos é ne-cessário que haja a publicação em imprensa oficial, como condição de vigência e eficácia do ato.

Atos Simples, Complexo e Composto: Ato administrativo sim-ples é aquele que decorre de uma única manifestação de vontade, de um único órgão, unipessoal ou mediante apreciação de colegiado. Assim, o ato simples esta completo somente com essa manifestação, não dependendo de outra, seja concomitante ou posterior, para que seja considerado perfeito, não dependendo ainda de manifestação de outros órgãos ou autoridades para que possa produzir seus regulares efeitos.

Ato administrativo complexo é o que necessita, para sua forma-ção e validade, da manifestação de vontade de dois ou mais órgãos, ou autoridades, diferentes.

Ato administrativo composto é aquele cujo conteúdo resulta de manifestação de um só órgão, mas a sua edição ou a produção de seus regulares efeitos dependem de outro ato que o aprove. A atribuição desse outro ato é simplesmente instrumental, visando a autorizar a prática do ato principal, ou então conferir eficácia a este. Ressalta-se que o ato acessório ou instrumental em nada altera o conteúdo do ato principal.

Ato Válido, Ato Perfeito e Ato Eficaz: Ato válido é o que esta em total conformidade com o ordenamento jurídico vigente, aten-dendo as exigências legais e regulamentares impostas para que se-jam validamente editadas, não contendo qualquer vício ou defeito, irregularidades ou ilegalidades.

Ato administrativo perfeito é o qual esta pronto, acabado, que já esgotou e concluiu o seu ciclo, foram exauridas todas as etapas de formação, já esgotaram todas as fases necessárias para a sua pro-dução.

Ato administrativo eficaz é aquele que já está disponível e apto a produzir seus regulares efeitos, sendo capaz de atingir sua pleni-tude e alcance.

ESPÉCIES:

Segundo a doutrina majoritaria administrativa, podemos agru-par os atos administrativos em 5 cinco espécies:

Atos normativos: São aqueles que contém um comando geral do Executivo visando ao cumprimento de uma lei. Podem apresentar-se com a característica de generalidade e abstração (decreto geral que regulamenta uma lei), ou individualidade e concreção (decreto de nomeação de um servidor).

São atos normativos: o decreto; o regimento; e a resolução.

Atos ordinatórios: São os que visam a disciplinar o funcio-namento da Administração e a conduta funcional de seus agentes. São ordinatórios os atos administrativos que disciplinam e regram o funcionamento dos órgãos da Administração Pública e orientam os rocedimentos adotados pelos agentes públicos.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

De acordo com Hely Lopes de Meirelles: “são aqueles que só atuam no âmbito interno das repartições e só alcançam os servido-res hierarquizados à chefia que os expediu. Não obrigam aos parti-culares, nem aos funcionários subordinados a outras chefias.”

Emanam do poder hierárquico, isto é, podem ser expedidos por chefes de serviços aos seus subordinados. Logo, não obrigam aos particulares.

São atos ordinatórios: as instruções; as circulares; os avisos; as portarias; as ordens de serviço; os ofícios e os despachos.

Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma declaração de vontade da Administração apta a concretizar determinado negócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas condições impostas ou consentidas pelo Poder Público.

Muito embora apresentem interesses de ambas as partes, exter-nando a manifestação de vontades entre a administração e o admi-nistrado, o ato administrativo negocial possui natureza unilateral, visto que são editados pela Administração Pública, sob as normas do direito público, assim, a vontade do destinatário não é relevante para a formação do ato negocial, visto que necessita apenas de provoca-ção, e depois a aceitação da vontade externada pelo Poder Público.

São atos negociais: a licença; autorização; permissão; aprova-ção; admissão; homologação e a dispensa.

Atos enunciativos: São todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre determinado assunto, constantes de registros, processos e arquivos públicos, sendo sempre, por isso, vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo.

Segundo Hely Lopes de Meirelles temos que “aos atos enun-ciativos embora não contenham uma norma de atuação, nem orde-nem a atividade administrativa interna, nem estabeleçam uma rela-ção negocial entre o Poder Público e o particular, enunciam, porém, uma situação existente, sem qualquer manifestação de vontade da Administração”.

Não há, no ato enunciativo, o estabelecimento de uma relação jurídica, justamente por não conter uma manifestação de vontade do Poder Público, mas sim enunciando um fato ja existente.

São atos enunciativos: a certidão; o atestado e o parecer.

Atos punitivos: São aqueles que contêm uma sanção imposta pela lei e aplicada pela Administração, visando a punir as infrações administrativas e condutas irregulares de servidores ou de particulares perante a Administração.

Possuem o objetivo, de acordo com os ensinamentos de Hely Lopes de Meirelles “de unir e reprimir as infrações administrativas ou a conduta irregular dos servidores ou dos particulares perante a Administração”.

Pode-se concluir então que os atos punitivos podem ser exter-nos, quando aplicados aos administrados; e internos, quando aplica-dos aos servidores da própria administração.

São atos punitivos externos: multa; interdição de atividades; destruição de coisas; demolição administrativa; a cassação e o con-fisco.

São atos punitivos internos: o afastamento preventivo de servi-dor investigado; advertencia; suspensão; demissão e a cassação de aposentadoria.

EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO:

O ato administrativo vigente permanecerá produzindo seus efeitos no mundo jurídico até que algo capaz de alterar essa condi-ção ocorra.

Uma vez publicado e eivado de vícios, terá plena vigência e deverá ser cumprido, em atendimento ao atributo da presunção de legitimidade, até o momento em que ocorra formalmente a sua ex-tinção, por meio da Anulação ou Revogação do Ato Administrativo.

O desfazimento do ato administrativo poderá ser resultante do reconhecimento de sua ilegitimidade, de vícios em sua formação, ou então poderá ser declarada a falta de necessidade de sua validade.

Neste sentido o Supremo Tribunal Federal (STF) editou a Sú-mula 473 que assim garante: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, por-que deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Assim, o ato administrativo é considerado extinto quando ocor-rer as principais formas de extinção.

Revogação: é modalidade de extinção de ato administrativo que ocorre por razões de oportunidade e conveniência da Administração Pública, atendido o interesse coletivo.

A Administração Pública pode revogar um ato quando entender que, embora se trate de um ato válido, que atenda a todas as pres-crições legais, não atende adequadamente ao interesse público no caso concreto.

Assim, temos que a revogação é a retirada, do mundo jurídico, de um ato válido, mas que, por motivos de oportunidade e conve-niência (discricionariedade administrativa), tornou-se inoportuno ou inconveniente a sua manutenção.

Importante esclarecer que a medida de revogação de ato ad-ministrativo é ato exclusivo e privativo da Administração Pública que praticou o ato revogado. Assim, o Poder Judiciário em hipótese alguma poderá revogar um ato administrativo editado pelo Poder Executivo ou Poder Legislativo. Tal imposição decorre do Princípio da Autotutela do Estado em revogar seus próprios atos, de acordo com sua vontade.

O ato revogatório não retroage para atingir efeitos passados do ato revogado, apenas impedindo que este continue a surtir efeitos, assim, temos que a revogação do ato administrativo opera com o efeito “ex nunc”, ou seja, os efeitos da revogação não retroagem, passando a gerar seus regulares efeitos a partir do ato revogatório.

Anulação: ocorre quando um ato administrativo estiver eivado de vícios, relativos à legalidade ou legitimidade.

Assim que os vícios forem identificado pela própria Adminis-tração Pública, esta poderá anulá-lo de ofício. É possivel ainda que algum cidadão identifique os vícios e ilegalidades do ato adminis-trativo e comunique a Administração Pública, que poderá anulá-lo.

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Didatismo e Conhecimento 12

DIREITO ADMINISTRATIVO

A anulação do ato administrativo quando estiver com vícios de ilegalidade ou ilegitimidade poderá ocorrer ainda por decisão fundamentada do Poder Judiciário. Entretanto, o Poder Judiciário não poderá atuar de oficio, deverá aguardar a impetração de medi-da judicial por qualquer interessado na anulação do ato. O controle de legitimidade ou legalidade deverá ocorrer em sua forma, nunca em relação ao mérito do ato administrativo. Importante esclarecer que nem todo ato administrativo que estiver com vício de legalida-de ou legitimidade deverá obrigatóriamente ser anulado, antes deve ser verificado se tal vício é sanável ou insanável. Assim, quando se verificar que trata-se de um vício insanável, a anulação do ato deve ser obrigatória, entretanto, quando se tratar de um vício sanável, o ato poder ser anulado ou convalidado, de acordo com a discriciona-riedade conferida à Administração Pública, que irá efetuar análise de oportunidade e conveniência da manutenção dos efeitos do ato administrativo. A anulação age retroativamente, ou seja, todos os efeitos provocados pelo ato anulado também são nulos, daí surge o denominado efeito “ex tunc”, que significa dizer justamente que, com a anulação, os efeitos do ato retroage desde a sua origem.

CONVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS:

Temos como regra geral que, os ato administrativos quando ei-vados de vícios de legalidade ou legitimidade devem ser anulados. Entretanto, algumas hipóteses de vicios de legalidade dão origem a atos administrativos meramente anuláveis, ou seja, atos que, a cri-tério da Adminstração Pública poderão ser anulados ou então con-validados.

Desta forma, convalidar um ato administrativo é corrigi-lo ou regularizá-lo, desde que não acarretem lesão os interesse público nem mesmo prejuízo a terceiro, assim, verificados as condições acima, os atos que apresentarem defeitos sanáveis, ou passiveis de correção, poderão ser convalidados pela Própria Administração Pú-blica.

Temos, portanto, que para a possibilidade de convalidação de ato administrativo, é necessário atender as seguintes condições:

- O defeito seja sanável;

- O ato convalidado não poderá acarretar lesão ao interesse pú-blico;

- O ato convalidado não poderá acarretar prejuízos a terceiros.

Por defeitos sanáveis temos aqueles cujos vícios são relativos à competência quanto à pessoa que editou o ato, desde que não se trate de hipótese de competência exclusiva, e ainda quando ocorrer vício quanto a forma, desde que a lei não considere a forma um elemento do ato essencial à validade do mesmo.

A convalidação pode incidir sobre atos vinculados e atos discri-cionários, pois não se trata de controle de mérito, mas sim de legali-dade e legitimidade, relativos a vícios do ato administrativo sanável, cuja análise recai sobre os elementos de competência e forma, pois, caso a analise fosse feita sobre os elementos de motivo ou objeto, o controle seria no mérito administrativo do ato.

ATOS VINCULADOS E DISCRICIONÁRIOS:

Os atos vinculados são os que a Administração Pública pratica sem qualquer margem de liberdade de decisão, tendo em vista que a lei previamente determinou a única medida possível de ser adotada sempre que se configure a situação objetiva descrita em lei.

Os atos discricionários são aqueles que a Administração Pública pode praticar com certa liberdade de escolha e decisão, sempre den-tro dos termos e limites legais, quanto ao seu conteúdo, seu modo de realização, sua oportunidade e conveniência administrativa.

Dessa maneira, na edição de um ato vinculado a administração Pública não dispõe de nenhuma margem de decisão, sendo que o comportamento a ser adotado pelo Administrador está regulamen-tado em lei, enquanto na edição de um ato discricionário, a legis-lação outorga ao agente público determinada margem de liberdade de escolha, diante da avaliação de oportunidade e conveniência da pratica do ato.

Neste sentido, oportuno esclarecer a expressão “Mérito Admi-nistrativo”. O mérito do ato administrativo não é considerado re-quisito para a formação do ato, mas tem implicações com o motivo e o objeto do ato, e consequentemente, com as suas condições de validade e eficácia.

O mérito administrativo consubstancia-se, portanto, na valora-ção dos motivos e na escolha do objeto do ato, feitas pela Adminis-tração incumbida de sua prática quando autorizada a decidir sobre a conveniência, oportunidade e justiça do ato a realizar.

O merecimento é aspecto pertinente apenas aos atos adminis-trativos praticados no exercício de competência discricionária. Nos atos vinculados não há que se falar em mérito, visto que toda a atua-ção do Poder Executivo se resume no atendimento das imposições legais. Quanto ao mérito administrativo a Administração decide li-vremente, e sem possibilidade de correção judicial, salvo quando seu proceder caracterizar excesso ou desvio de poder.

5 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA; CENTRALIZADA E DESCENTRALIZADA; AUTARQUIAS, FUNDAÇÕES, EMPRESAS

PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA.

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA:

De acordo com os ensinamentos do jurista administrativo Hely Lopes Meirelles, organização da Administração Pública é “todo o aparelhamento do Estado preordenado à realização de serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas”. De maneira obje-tiva, temos que Organização da Administração Pública é toda a ati-vidade concreta e imediata desenvolvida pelo Estado para o alcance dos interesses públicos. De maneira subjetiva, podemos afirmar que trata-se do conjunto de órgãos e de agentes públicos aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado.

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Didatismo e Conhecimento 13

DIREITO ADMINISTRATIVO

CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO, CON-CENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO.

O Estado exerce função administrativa por meio de órgãos, pessoas jurídicas e seus respectivos agentes públicos, objetivando atender o interesse coletivo. Para tanto, o Estado adota duas formas principais para a organização e atuação administrativa: centraliza-ção e descentralização.

Ocorre a centralização administrativa quando o Estado exerce suas funções diretamente, por meio de seus órgãos e agentes públi-cos integrantes, assim, dizemos que a atividade administrativa do estado é centralizada quando é exercida pelo próprio Estado, ou seja, pelo conjunto orgânico que lhe compõe.

Ocorre a chamada descentralização administrativa quando o Estado desempenha algumas de suas atribuições por meio de outras pessoas, e não pela sua administração direta. Assim, dizemos que a atividade administrativa do Estado é descentralizada quando é exer-cida por pessoas distintas do Estado, sendo que há transferência de competência para a execução do serviço público que lhe são perti-nentes para seus auxiliares.

A descentralização é efetivada por meio de outorga quando o estado cria, por meio de lei, uma entidade ou pessoa jurídica, e a ela lhe transfere determinado serviço público.

De outro modo, a descentralização é efetivada pó meio de dele-gação quando a Administração Pública transfere, mediante contrato administrativo (concessão ou permissão de serviços públicos), ou por meio de ato unilateral (autorização de serviços públicos), a exe-cução do serviço.

A concentração, ou “concentração de competência”, ou ainda “administração concentrada” é o sistema em que o superior hie-rárquico mais elevado é o único e exclusivo órgão competente para tomar decisões, ficando os seus subordinados restritos e limitados às tarefas de preparação e execução das decisões do superior hie-rárquico.

A desconcentração é o fenômeno, ou forma de organização administrativa, de distribuição interna de competências. Diferente-mente da descentralização, que envolve sempre mais de uma pessoa jurídica de direito público, a desconcentração ocorre exclusiva-mente dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica.

Trata-se, a desconcentração, de mera técnica administrativa de distribuição interna de competências de uma pessoa jurídica.Ocorre desconcentração administrativa quando uma pessoa política ou uma entidade da administração indireta distribui competências no âmbito de sua própria estrutura com a finalidade de conferir mais agilidade e eficiência a prestação dos serviços

ADMINISTRAÇÃO DIRETA

É o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do Estado (União, estados, municípios e Distrito Federal), aos quais foi atribuída competência para o exercício, de maneira centralizada, de atividades administrativas, é composta por órgãos ligados direta-mente ao poder central, seja na esfera federal, estadual ou municipal.

A organização da Administração Pública Federal está regula-mentada por meio do Decreto 200/67, que assim dispõe sobre a Ad-ministração Direta:

DECRETO-LEI Nº 200, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1967.

Art. 4° A Administração Federal compreende:I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços inte-

grados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

É o conjunto de pessoas jurídicas – desprovidas de autonomia política – que, vinculadas à Administração Direta, têm a competência para o exercício, de maneira descentralizada, de atividades administrativas. São composta por entidades com personalidade jurídica própria, que foram criadas para realizar atividades de Governo de forma descentralizada. São exemplos as Autarquias, Fundações, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.

A organização da Administração Pública Federal está regula-mentada por meio do Decreto 200/67, que assim dispõe sobre a Ad-ministração Indireta:

DECRETO-LEI Nº 200, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1967.

Art. 4° A Administração Federal compreende:...II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes ca-

tegorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:a) Autarquias;b) Empresas Públicas;c) Sociedades de Economia Mista.d) fundações públicas. Parágrafo único. As entidades com-

preendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal ati-vidade.

Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com per-

sonalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira des-centralizada.

II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurí-dica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por forca de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.

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Didatismo e Conhecimento 14

DIREITO ADMINISTRATIVO

III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de per-sonalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a explo-ração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.

IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recur-sos da União e de outras fontes.

§ 1º No caso do inciso III, quando a atividade for submetida a regime de monopólio estatal, a maioria acionária caberá apenas à União, em caráter permanente.

§ 2º O Poder Executivo enquadrará as entidades da Adminis-tração Indireta existentes nas categorias constantes deste artigo.

§ 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adqui-rem personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes aplicando as demais disposições do Código Civil concernentes às fundações.

Assim, temos doutrinariamente:

Autarquias: É o serviço autônomo, criado por lei, com perso-nalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar ati-vidades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descen-tralizada.

Trata-se de pessoa jurídica de direito público, o que significa dizer que tem praticamente as mesmas prerrogativas e sujeições da administração direta. O seu regime jurídico pouco se diferencia do estabelecido para os órgãos da Admininstração Direta, aparecendo, perante terceiros, como a própria Administração Pública. Difere da União, Estados e Municípios (pessoas públicas políticas) por não ter capacidade política, ou seja, o poder de criar o próprio direito, é pessoa pública administrativa, porque tem apenas o poder de auto--administração, nos limites estabelecidos em lei.

Desta forma, temos que a autarquia é um tipo de administração indireta e está diretamente relacionada à administração central, visto que não pode legislar em relação a si, mas deve obedecer à legisla-ção da administração à qual está subordinada.

É ainda importante destacar que as autarquias possuem bens e receita próprios, assim, não se confundem com bens de propriedade da Administração direta à qual estão vinculadas. Igualmente, são responsáveis por seus próprios atos, não envolvendo a Administração central, exceto no exercício da responsabilidade subsidiária.

Empresa Pública: Trata-se da entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclu-sivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econô-mica que o Governo seja levado a exercer por forca de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.

Sendo considerada como pessoa jurídica de direito privado, cuja administração fica sob responsabilidade exclusivamente pelo Poder Público, instituído por um ente estatal, com a finalidade defi-nida em lei específica e sendo de propriedade única do Estado.

A finalidade pode ser de atividade econômica ou de prestação de serviços públicos. Trata-se de pessoa jurídica que tem sua criação autorizada por lei, como instrumento de ação do Estado, dotada de personalidade de direito privado mas submetida a certas regras de-corrente da finalidade pública, constituídas sob qualquer das formas admitidas em direito, cujo capital seja formado por capital formado unicamente e exclusivamente por recursos públicos de pessoa de administração direta ou indireta. Pode ser Federal, municipal ou es-tadual.

Sociedade de Economia Mista: É a entidade dotada de perso-nalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.

Trata-se de uma sociedade na qual há colaboração entre o Esta-do e particulares ambos reunindo e unificando recursos para a rea-lização de uma finalidade, sempre de objetivo econômico. A socie-dade de economia mista é uma pessoa jurídica de direito privado e não se beneficia de isenções fiscais ou de foro privilegiado. O Estado poderá ter uma participação majoritária ou minoritária; entretanto, mais da metade das ações com direito a voto devem pertencer ao Estado. A sociedade de economia mista é do gênero de sociedade anonima, e seus funcionários são regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT.

Fundação Pública: É a entidade dotada de personalidade jurídi-ca de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de au-torização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respec-tivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.

As fundações públicas são organizações dotadas de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criadas para um fim específico de interesse coletivo, como educação, cultura e pesquisa, sempre merecedoras de um amparo legal. As fundações públicas são autonomas admininstrativamente, patrimônio próprio, e funcionamento custeado, principalmente, por recursos do poder público, mesmo que sob a forma de prestação de serviços.

6 ÓRGÃOS PÚBLICOS: CONCEITO, NATUREZA E CLASSIFICAÇÃO.

ÓRGÃOS PÚBLICOS:

É uma unidade estatal com atribuição específica dentro da or-ganização do Estado. É composto por agentes públicos que dirigem e compõem o órgão, voltado para o cumprimento de uma atividade a ser desenvolvida pelo Estado.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Em outras palavras, os órgãos públicos são unidades integrantes da estrutura administrativa de uma mesma pessoa jurídica nas quais são agrupadas as competências a serem exercídas por meio de seus agentes públicos, ou seja, são simples conjutos de competência, sem personalidade jurídica própria, resultados de uma técnica de organi-zação administrativa conhecida como “desconcentração”

Os órgãos públicos formam a estrutura do Estado, mas não têm personalidade jurídica, uma vez que são apenas parte de uma estru-tura maior, essa sim detentora de personalidade.

Como parte da estrutura superior, o órgão público não tem von-tade própria, limitando-se a cumprir suas finalidadades dentro da competência funcional que lhes foi determinada decorrente da or-ganização estatal.

Classificação dos Órgãos Públicos:

QUANTO À POSIÇÃO ESTATAL:

- Órgãos independentes- São os definidos na Constituição e representativos dos Poderes do Estado. Não possuem qualquer su-bordinação hierárquica e somente são controlados uns pelos outros. Ex.: Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Chefias do Executivo, Tribunais e Juízes, Ministério Público e Tri-bunais de Contas.

- Órgãos autônomos - São os subordinados diretamente à cúpula da Administração. Têm ampla autonomia administrativa, financeira e técnica, caracterizando-se como órgãos diretivos, com funções de planejamento, supervisão, coordenação e controle das atividades que constituem sua área de competência. Seus dirigentes são, em geral, agentes políticos nomeados em comissão. São os Ministérios e Secretarias, bem como a AGU (Advocacia-Geral da União) e as Procuradorias dos Estados e Municípios.

- Órgãos superiores - Detêm poder de direção, controle, decisão e comando dos assuntos de sua competência específica. Represen-tam as primeiras divisões dos órgãos independentes e autônomos. Ex.: Gabinetes, Coordenadorias, Departamentos, Divisões, etc.

- Órgãos subalternos - São os que se destinam à execução dos trabalhos de rotina, cumprindo ordens superiores. Ex.: portarias, se-ções de expediente, etc.

QUANTO À ESTRUTURA:

- Órgãos Simples: são também conhecidos por unitários, ou unos, são aqueles que possuem apenas um centro único de compe-tência, sua característica fundamental é a ausência de outro órgão em sua estrutura, para auxiliá-lo no desempenho de suas funções

- Órgãos Compostos: São queles os quais detém estruturas com-postas por outros órgãos menores, seja com desempenho de função principal seja de auxilio nas atividades, as funções são distribuídas em vários centros de competência, sob a supervisão do órgão de chefia, respeitadas as ordens hierárquicas.

- Órgãos Federais: São os órgãos ligados a administração públi-ca central localizada na esfera federal, a Caixa Econômica Federal (CEF) é uma das empresas.

QUANTO À ATUAÇÃO FUNCIONAL:

- Órgãos Singulares: são aqueles que decidem e atuam por meio de um único agente, o superior hierárquico. Os órgãos singulares possuem vários agentes auxiliares, mas sua característica de singula-ridade é expressa pelo desenvolvimento de sua função por um único agente, em geral o titular

- Órgãos Coletivos: são aqueles que decidem pela manifestação de vários membros, de forma conjunta e por maioria de votos, sem a prevalência da vontade de um chefe prebiamente determinado. A vontade da maioria é imposta de forma legal, regimental ou estatu-tária.

Teoria do Órgão:

Pela Teoria do Órgão, amplamente adotada por nossa doutrina e jurisprudência administrativa, presume-se que a pessoa jurídica de direito público manifesta suas vontades por meio dos seus órgãos, que são partes integrantes da própria estrutura da Administração Pú-blica ou centros de competências criados para expressar a vontade do Estado, de tal modo que, quando os agentes que atuam nestes ór-gãos manifestam sua vontade, considera-se que esta foi manifestada pelo próprio Estado.

A Teoria do Órgão é muito utilizada para justificas a validade dos atos praticados por agentes públicas, quando atuam no exercício regular de suas atribuições, pois considera-se que o ato praticado pelo agente público é ato emanado do órgão ao qual atua e está vin-culado, assim, é considerado como ato administrativo.

Deve-se esclarecer que não é qualquer ato que será imputado à Administração Pública. É necessário que o ato revista-se, ao menos, de aparência de ato jurídico público legítimo e seja praticado por alguém que se deva presumir ser um agente público devidamente investido no cargo. Fora desses casos, o ato não será considerado ato do Estado.

Assim, para que possa haver a imputação, a pessoa que pratica o ato administrativo deve fazê-lo em uma situação tal que leve o administrado a presumir regular sua atuação.

7 SERVIDORES PÚBLICOS: CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICOS.

CONCEITO DE AGENTES PÚBLICOS

Considera-se “Agente Público” toda pessoa física que exerça, mesmo que de maneira temporária e transitória, com ou sem remu-neração, mediante eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função pública.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Conforme se pode observar do conceito de Agente Público, seu sentido é amplo, englobando todas as pessoas físicas que, de qual-quer modo e a qualquer título, exercem uma função pública, me-diante remuneração ou gratuita, permanente ou temporária, política ou administrativa, atuando em nome do Estado.

Assim, temos que o Agente Público é a pessoa natural mediante o qual a Administração Pública se manifesta e atua, são competentes para exteriorizar as vontades do Estado, em razão de vínculos jurí-dicos existentes entre o Poder Público e o individuo que está exer-cendo função pública.

ESPÉCIES:

A doutrina identifica e classificam em categorias os integrantes do gênero ‘Agente Público’, as seguintes espécies:

- Agentes Políticos: são os integrantes dos mais altos graus do Poder Público, aos quais incumbe a elaboração das diretrizes de atuação do governo, e das funções de direção, orientação e fiscaliza-ção geral da atuação da Administração Pública.

São Agentes Políticos: os chefes do Poder Executivo, em suas diferentes esferas (Presidente da República, governadores e prefei-tos), seus auxiliares imediatos (Ministros e secretários estaduais ou municipais), bem como os membros do Poder Legislativo (senado-res, deputados e vereadores);

- Servidor Público: na definição do jurista Celso Antônio Ban-deira de Mello, temos que são servidores públicos: “Todos aque-les que mantêm vínculo de trabalho profissional com as entidades governamentais, integrados em cargos ou empregos da União, Estados, Distrito Federal, Municípios, respectivas autarquias e fundações de Direito Público. Em suma: são os que entretêm com o Estado e com as pessoas de Direito Público da Administração indireta relação de trabalho de natureza profissional e caráter não eventual”.

Em outras palavras, podemos definir servidor público como aqueles que gozam da titularidade de cargos públicos de provimento efetivou ou de provimento de cargo em comissão, são agentes admi-nistrativos, de caráter estatutário.

- Empregados Públicos: são aqueles que mantém vínculo funcional com a administração pública, ocupantes de empregos públicos, sujeitando-se a regime jurídico contratual de trabalho, regidos especificamente pelas regras e normas previstas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

- Agentes Temporários: são os particulares contratados pela Administração Pública com tempo de prestação de serviço determinado, para atender necessidades temporárias de excepcional interesse público, são ocupantes de função pública remunerada e temporária, com contrato de trabalho regido pelas normas do Direito Público, e não trabalhista (CLT), mas também não possui o caráter estatutário. É uma forma especial de prestação de serviço público temporário, urgente e excepcional.

- Agentes Honoríficos: são os indivíduos requisitados ou de-signados para colaborarem com o Poder Público (de maneira tran-sitória) para a prestação de serviços específicos, levado em conside-ração sua condição cívica, de sua honorabilidade ou então pela sua notória capacidade profissional. Via de regra não são remunerados e não possuem qualquer vinculo profissional com a Administração Pública.

Como exemplos de Agentes Honoríficos temos: Jurados, Me-sários eleitorais, etc.

- Agentes Delegados: são os particulares que recebem a atribui-ção de exercerem determinada atividade, obra ou serviço público, fazendo-o em nome próprio e por sua conta em risco, sob a fiscali-zação permanente do poder delegante.

Ressalta-se que não possuem caráter de servidores públicos, nem mesmo atuam em nome da administração pública, são colabo-radores que se sujeitam, durante a prestação dos serviços públicos a responsabilidade civil objetiva.

Como exemplo de Agentes Delegados temos: As Concessio-nárias e Permissionárias de serviços públicos, leiloeiros, tradutores públicos, etc.

CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA:

- Cargos públicos: nos ensinamentos do professor e jurista Cel-so Antônio Bandeira de Mello, temos que cargos públicos: “São as mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem expres-sadas por um agente , prevista em número certo, com denomina-ções próprias, retribuídas por pessoas jurídicas de Direito Público e criadas por lei”.

Importante esclarecer que aqueles que são titulares de cargos públicos são submetidos ao regime estatutário, são servidores públi-cos efetivos e/ou comissionados.

- Empregos Públicos: para Celso Antônio Bandeira de Mello, “São núcleos de encargos de trabalho permanentes a serem preen-chidos por agentes contratados para desempenhá-los, sob relação trabalhista”.

Destaca-se que os ocupantes de empregos públicos são regidos ao regime contratual, obedecidos as regras da CLT, com natureza trabalhista.

- Funções Públicas: são as funções de confiança e ainda as fun-ções exercidas por agentes públicos contratado por tempo certo e de-terminado para atender interesse de caráter excepcional de interesse público, não havendo a necessidade de abertura de concurso público para tal contratação, dada sua urgência e excepcionalidade.

8. CONTROLE E RESPONSABILIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: CONTROLE

ADMINISTRATIVO; CONTROLE JUDICIAL; CONTROLE LEGISLATIVO;

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:

É através do exercício das funções administrativas, ou, pela expedição de atos administrativos que o Estado, no uso de suas prerrogativas em face do indivíduo, estabelece a formação de relações jurídico-administrativas entre a Administração Pública e o Administrado.

Com a edição dos atos administrativos pela Administração Pú-blica deve atender, alem da manifestação da vontade, do objeto e da forma, ao motivo e ainda à finalidade, dentro de um contexto rígido de legitimidade e de legalidade.

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Ao divergir com qualquer um dos princípios constitucionais, quais sejam: legalidade, moralidade, publicidade ou impessoalida-de, o administrador público ofende o próprio Estado, além de violar direitos diversos do administrado. Observa-se então que, quando tais questões são levadas em juízo, em quase todas as ações são ajui-zadas em face do administrador e não contra o Estado.

Por controle entende-se a faculdade atribuída a um Poder para exercer vigilância, garantida a faculdade de correção, sobre a condu-ta de outro, dentro dos limites previstos constitucionalmente.

Como é sabido, todo ato emanado da Administração Pública deve ser motivado, que justifica o próprio ato, e funciona como meio de controle dos atos administrativos, seja ele vinculado ou dis-cricionário.

CONTROLE ADMINISTRATIVO

O Controle Administrativo, ou também chamado de controle interno, tem como finalidade principal obter a harmonia e a padroni-zação da ação administrativa, a eficácia dos serviços administrativos e, bem assim, a retidão e a competência dos funcionários que guar-necem a administração.

A auto-revisão do ato administrativo fundamenta-se na hierar-quia que, como vínculo que subordina os demais órgãos administra-tivos, graduando a autoridade de cada um, deriva o poder de vigilân-cia e o poder de direção, bem como o poder de revisão, pelos quais se garante a completa unidade de direção ao sistema administrativo.

Temos então que controle interno é aquele controle exercido pela entidade ou órgão responsável pela atividade controlada, na esfera da própria Administração, assim, qualquer controle efetivo realizado pelo Poder Executivo sobre os seus serviços ou agentes é considerado interno, assim como o controle do Poder Legislativo ou do Poder Judiciário, por seus órgãos de Administração, sobre seus agentes e também sobre os atos administrativos praticados.

Assim, com o objetivo de serem observadas as normas fun-damentais, os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem co-nhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela deverão dar ciência imediata ao Tribunal de Contas respectivo, sob pena de responsabilidade solidária, sendo considerado parte legitima para a prática dos atos de denuncia, qualquer cidadão, partido político, as-sociação ou sindicato.

Da Revisão “Ex-officio”: A revisão “ex-officio” pode ser entendida de maneira geral

como a revisão espontânea exercida pela Administração sobre seus próprios atos, que decorre em virtude da hierarquia e da autotutela.

Diante da verificação de que o ato administrativo não atende aos requisitos prescritos em, ou em presença reconhecida da incon-veniência ou da inoportunidade, a autoridade prolatora pode rever diretamente o ato ou ele pode ser revisto pelo agente de hierarquia superior, independente de provocação de parte interessada.

Da Revisão Provocada: A revisão provocada, na instância administrativa, realiza-se

através de recurso, de pedido de reconsideração, de reclamação ou de representação.

Tal recurso, além da tranquilidade psicológica que assegura ao administrado ou servidor, visa corrigir os possíveis e eventuais erros do ato administrativo, inscrevendo-se como um direito potestativo do administrado, com natureza subjetiva, que ele pode usar sempre que julgar preterido um direito seu ou incorreto, em seu desfavor, um ato administrativo.

Diante de uma situação desfavorável, de natureza subjetiva, ou repleto de desobediência às formalidades legais, de natureza obje-tiva, ao administrado prejudicado é assegurado o direito à interpo-sição de recurso através de petição dirigida à autoridade superior, devidamente motivada, como forma de provocação da atuação do controle interno da Administração.

A representação tem o conceito voltado à exposição direciona-da à autoridade superior, é um recurso com natureza constitucional que consiste na denuncia formal de irregularidades existentes em uma ato administrativo.

A reclamação nada mais é do que um pedido dirigido à auto-ridade hierárquica superior, em forma de protesto ou queixa, por meio do qual o autor da reclamação reivindica a reparação de ato que reputar injusto.

O pedido de reconsideração é dirigido à própria autoridade que editou o ato, buscando nova deliberação.

CONTROLE JUDICIAL

Controle judicial, pode ser assim entendido como sinônimo de reexame ou revisão, ou seja, é a verificação, pelo Poder Judiciário, quando provocado, da legalidade dos atos praticados pela Adminis-tração Pública, isto porque a jurisdição civil, contenciosa e voluntá-ria, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional.

Para que haja a ocorrência do controle jurisdicional, através da propositura de uma ação, além da ilegalidade dos atos da Adminis-tração, há que existir, por parte de quem aciona o Poder Judiciário, legítimo interesse econômico ou moral e legitimidade, entendendo--se por interesse a possibilidade de haver benefício ou prejuízo como decorrência da ação da Administração e por legitimidade a conformidade com a lei.

Assim, em razão da atuação administrativa, no decorrer da execução de seus fins, podem ocorrer conflitos de interesses entre a Administração e o administrado que levem ao estabelecimento de incertezas e dúvidas a respeito da razão ou da justiça do ato pratica-do, o que demanda a necessidade de eleição de um árbitro alheio e parcial à relação jurídica.

O modelo de Estado de Direito impõe-se, de um lado a sujeição do Estado à ordem jurídica por ele mesmo estabelecida, decorrente do princípio da legalidade, e, de outro lado, o controle jurídico dessa sujeição, em busca da eliminação do árbitro.

Desta feita, diante da presença de um conflito de interesses en-tre a Administração e o administrado, ao Poder Judiciário, quando provocado, compete à solução do litígio, tendo lugar o conhecido controle jurisdicional. O controle jurisdicional somente ocorre quando houver provocação da parte interessada em presença de um fato concreto.

Todo direito é protegido por uma ação e a Constituição Federal assegura aos administrados o direito de petição ao Poder Judiciário em defesa de direito ou contra ilegalidade ou ainda eventual abuso de poder, conforme garante o artigo 5º, inciso XXXIV, da Consti-tuição Federal.

O reexame da ação da Administração pelo Poder Judiciário li-mita-se à verificação da legalidade do ato, isto porque à Administra-ção e só a ela compete a análise da oportunidade e da conveniência da ação administrativa.

Assim, só o direito e não o interesse do administrado poderá ser objeto da ação revisória do Poder Judiciário. Não pode o Poder Judiciário adentrar no mérito do ato administrativo para indagar a oportunidade e a conveniência, mas tão somente a legitimidade, isto é, a sua conformidade com a lei.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Quando o Poder Judiciário é provocado, chamado a se manifes-tar deve circunscrever o âmbito da sua real atuação ao caso sobre o qual tenha sido chamado ou provocado a atuar.

É sabido que a Administração Pública somente pode agir de acordo com o que prescreve a lei, contudo, pode deixar, por motivada por flagrantes interesses públicos, de cumprir exatamente com a lei, isto é, deixar de executá-la em um determinado momento, sem que isto implique em quebra de princípio da legalidade.

Apesar da disposição constitucional prevista no artigo 5º, inciso XXXV, que não exclui da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de direito, em presença da independência dos Poderes, regu-larmente definida no artigo 2º, da Constituição Federal, são impostas restrições legais à apreciação dos atos administrativos pelo Poder Judiciário.

Há uma grande necessidade de subtrair a Administração a uma prevalência do Poder Judiciário, capaz de diminuí-la, ou até mes-mo de anulá-la em suas atividades peculiares, se põem restrições à apreciação jurisdicional dos atos administrativos, no que respeita à extensão e consequências, para que assim se respeite a autonomia constitucionalmente firmada entre os três Poderes.

É vedada ao Poder Judiciário a apreciação do ao administrativo quanto ao mérito, protegendo assim o poder discricionário que a Administração Pública goza, ficando assim restrita essa análise e apreciação somente quanto à sua conformidade com a lei, respeitando o principio da legalidade.

CONTROLE LEGISLATIVO

O controle legislativo, integrante do sistema de controle exter-no, que muitos denominam parlamentar sem que vigore no país o regime parlamentarista, que é exercido sob os aspectos de correção e fiscalização, tendo em vista o interesse publico.

O controle externo legislativo é desempenhado de forma direta e indireta. Será direto quando exercido pelo Congresso Nacional, em nível federal; pelas Assembleias Legislativas, nível estadual e distrital; e pelas Câmaras Municipais, em nível municipal.

Será legislativo indireto o controle exercitado pelos Tribunais de Contas, que funcionam como órgãos auxiliares de Poder Legis-lativo.

Controle Legislativo Direto: Compete ao Congresso Nacional, ou seja, às duas Casas Legislativas Federais (Senado Federal e Câ-mara dos Deputados), de acordo com o que dispõe o artigo 49, V, da Constituição Federal, sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. Possui também como função, no exercício do controle externo de acompanhamento da execução orçamentária, com pare-cer técnico de Comissão Mista (artigo 166, §1º, II da Constituição Federal) e em atendimento a solicitação do Tribunal de Contas da União, sustar ato do Poder Executivo que possa causar dano irrepa-rável ou grave lesão à economia pública.

O Congresso Nacional, ou qualquer de suas comissões, pode-rão convocar Ministro de Estado ou qualquer titular de órgãos di-retamente subordinados à Presidência da República para, caso haja necessidade, prestar de maneira pessoal, informações sobre assuntos previamente determinado, podendo ser enquadrado como crime de responsabilidade, a ausência a tal convocação, sem justificação ade-quada.

Compete ainda ao Congresso Nacional, para apuração dos fatos controversos, instaurar Comissão de Inquérito, nos termos da Lei 1.579/52.

Dentro das atribuições de controle externo, o Congresso Nacio-nal é competente para realizar o julgamento das contas que o Presi-dente da República deve apresentar anualmente, e ainda apreciar os atos sobre a execução dos planos de governo.

É de competência privativamente ao Senado Federal, no exer-cício do controle externo, nos termos do artigo 52 da Constituição Federal, processar e julgar o Presidente da República bem como o Vice-Presidente nos crimes de responsabilidade, e os Ministros de Estado nos crimes com a mesma natureza conexos com aqueles.

Da mesma maneira, compete ao Senado Federal, o processa-mento e consequente julgamento dos Ministros do Supremo Tribu-nal Federal, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade.

Ao Senado Federal incumbe a função de aprovar, previamente, mediante voto secreto, depois de realizada arguição pública a esco-lha de magistrados (nos casos específicos normatizados pela Cons-tituição Federal), escolha de Ministros para composição do Tribunal de Contas da União, previamente indicados pelo Presidente da Re-pública (um terço), escolha de Governado de Território, presidente e diretores do Banco Central, Procurador-Geral da República, escolha (após arguição em seção secreta) dos chefes integrantes de missão diplomática de caráter permanente.

Deve ainda ser apreciado e autorizado pelo Senado Federal a realização de operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Mu-nicípios e estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Além de dispor sobre limites e condições para a concessão de garan-tia da União em operação de crédito externo e interno.

Já a competência da Câmara dos Deputados, nos exatos ter-mos do artigo 51, inciso I, da Constituição Federal, autorizar, pelo voto de dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente da República e o Vice-Presidente da República, assim como os Ministros de Estado.

A Câmara dos Deputados, no exercício do controle externo, é competente a tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentada ao Congresso Nacional, dentro do prazo de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, nos termos do artigo 51, inciso II da Constituição Federal.

O controle exercido pelas Câmaras Municipais, diante do Po-der Executivo Municipal vem definido nas Leis Orgânicas próprias de cada Município.

Controle Legislativo Indireto: Durante o Império brasileiro não existiu no país nenhum Tribunal de Contas, embora em Portugal ti-vesse existido as Casas de Contas que eram responsáveis pela arre-cadação e fiscalização das receitas públicas, mas em nada pode ser comparado com as Cortes de Contas.

Os primeiros esboços da ideia da formação de um Tribunal de Contas surgiram com a observância da ineficiência dos parlamentos na função da fiscalização dos bens e gastos públicos, quando do sur-gimento das monarquias parlamentaristas.

Assim, verificou-se a necessidade de um Tribunal, auxiliando o exercício do Poder Legislativo de fiscalização e controle dos gastos públicos. Assim, os Tribunais de Contas da União, dos Estados e de alguns Municípios, atuam como órgãos auxiliares do Poder Legis-lativo, exercendo o controle externo, ou indireto, da Administração Pública, buscando em sua atuação a fiscalização da gestão financei-ra, orçamentária e patrimonial do Estado.

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Didatismo e Conhecimento 19

DIREITO ADMINISTRATIVO

O Tribunal de Contas da União é regularmente composto por nove ministros, devidamente sediado no Distrito Federal e possui jurisdição em todo território nacional e tem suas atividades regula-mentadas pela Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992.

É de competência do Presidente da República a nomeação, após aprovação pelo Senado Federal por votação secreta e após arguição pública, de um terço dos membros do Tribunal de Contas da União. O restante, ou seja, os outros dois terços são escolhidos pelo Congresso Nacional, obedecida a regulamentação definida pelo Decreto Legislativo nº 6, de 22 de abril de 1993.

Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros, com idade superior a 35 anos e inferior a 65 anos, que possuam idoneidade moral e reputação ilibada, com notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou administração pública, que tenha mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija tais conheci-mentos, de acordo com o que dispõe o artigo 73, § 1º da Constitui-ção Federal, seguido do artigo 71 da Lei nº 8.443/92.

No caso de ausência ou impedimentos legais os Ministros são substituídos, mediante convocação do Presidente do Tribunal, pelos Auditores, observada a ordem de antiguidade no cargo, ou a maior idade, no caso de idêntica antiguidade.

O artigo 71 da Constituição Federal normatiza que o controle externo, de competência do Congresso Nacional, será exercido com auxilio do Tribunal de Contas da União. Ampliando o campo de atuação do Tribunal de Contas da União, dentro dos limites constitu-cionais, a Lei nº 8.443/92 estabelece, em seu artigo 1º, as limitações de competência do mesmo Tribunal.

A composição dos Tribunais de Contas dos Estados vem de-finida nas Constituições e nas legislações complementares de cada Estado. Para o regular desempenho de sua competência o Tribunal de Contas receberá da Secretaria de Estado da Fazenda e das Pre-feituras Municipais, em cada exercício, o rol dos responsáveis por dinheiro, valores e bens públicos, e outros documentos ou informa-ções que considerar necessários.

Cumpre destacar que os pareceres emitidos pelo Tribunal de Contas referentes às contas prestadas pelo Governador e pelos Pre-feitos Municipais não têm poder vinculante, podendo ser aceitos ou não pelo Poder Legislativo.

As contas que devem ser prestadas pelas Mesas da Câmara dos deputados, do Senado Federal, das Assembleias Legislativas, das Câmaras Municipais e ainda pelos Tribunais (Poder Judiciário Fe-deral e Estadual), eram julgadas pelos Tribunais de Contas da União ou dos Estados, dependendo da esfera a qual pertence.

Entretanto, a Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000, estabelece, em seu artigo 56, que as contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das contas próprias, as dos Pre-sidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, as quais receberão parecer prévio, separada-mente, do respectivo Tribunal de Contas.

Assim, a nova legislação desvincula os Chefes dos outros Po-deres das disposições normativas contida no artigo 71, inciso II, da Constituição Federal.

Só com relação às contas dos Chefes do Executivo é que o pro-nunciamento do Tribunal de Contas constitui mero parecer prévio, sujeito à apreciação final do Poder Legislativo, antes do qual não há inelegibilidade. As contas de todos os demais responsáveis por dinheiro e bens públicos são julgadas pelo Tribunal de Contas e suas decisões geram inelegibilidade.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NO DIREI-TO BRASILEIRO:

Temos pacificado o entendimento em nosso ordenamento jurí-dico que um ato praticado por uma pessoa poderá gerar consequên-cias a outrem, em três esferas distintas do Direito Brasileiro.

Inicialmente, se o ato praticado pelo autor for tipificado em lei como crime ou contravenção, este responderá na esfera penal. Caso o ato praticado caracterizar infração a normas administrativas, o au-tor do ato deverá responder na esfera administrativa, entretanto, se o ato ocasionar dano ao patrimônio de outrem ou sua moral, o autor da pratica do ato deverá responder de acordo com as lei civis do nosso ordenamento jurídico.

Assim, via de regra, as esferas do direito acima descritas são autônomas e independentes entre si, com ritos e procedimentos dife-rentes para a apuração da responsabilidade e aplicação das sanções aplicáveis em cada caso e em cada esfera do Direito, entretanto, poderá ocorrer a imputação de responsabilidade cumulativa, caso o ato praticado pelo autor gere sua responsabilização nas diferentes esferas acima demonstradas.

Evolução Histórica e fundamentos jurídicos:

Para chegarmos ao modelo de Responsabilidade do Estado diante dos prejuízos causados a terceiros, passamos a discorrer ra-pidamente sobre a evolução histórica deste instituto bem como seus fundamentos jurídicos.

- 1ª Etapa: Irresponsabilidade do Estado - inicialmente tínha-mos o entendimento majoritário em diversas escolas do Direito pelo mundo que o Estado não tinha qualquer responsabilidade pelos seus atos, ou seja, o Poder Público era isento de qualquer responsabilida-de perante terceiros, essa período ficou conhecido como “The King can do no wrong” ou “O Rei não erra nunca”.

- 2ª Etapa: Responsabilidade Subjetiva – A partir dessa fase, o Poder Público passou a responder baseado no conceito de culpa, cul-pa anônima, quando o serviço que deveriam prestar ou não prestou, ou ainda quando prestou de forma deficiente. A culpa não recaia em alguém particular, bastava para tanto constatar que o serviço não foi efetuado, ou então feito com deficiência para a culpa recair sobre o serviço e não sobre a pessoa. Este período ficou conhecido pela expressão “Culpa do Serviço”.

- 3ª Etapa: Responsabilidade Objetiva – O Poder Público pas-sa a responder com fundamento no nexo de causalidade, ou seja, a relação de causa e efeito entre o fato ocorrido e as consequências dela resultantes. O Estado responde sem a comprovação de dolo ou culpa.

A teoria da responsabilidade objetiva surge com a Constituição Federal de 1946, substituindo a teoria subjetiva baseada na “Culpa do Serviço”. O texto constitucional de 1946 estabelece a responsa-bilidade direta do Estado, exigindo culpa ou dolo do funcionário apenas para estabelecer o direito regressivo do Estado contra seu agente.

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Didatismo e Conhecimento 20

DIREITO ADMINISTRATIVO

DA REPARAÇÃO DO DANO

Denomina-se responsabilidade na esfera civil a obrigação im-posta a uma pessoa de indenizar ou ressarcir os danos experimen-tados por alguém. A responsabilidade pode ser contratual ou extra-contratual.

Quando estamos diante da responsabilidade civil contratual, a mesma segue os princípios gerais dos contratos, entretanto, a res-ponsabilidade civil extracontratual baseia-se na culpa do agente cau-sador do dano.

A responsabilidade civil patrimonial extracontratual decorre de atos que causem lesão patrimonial, dano moral, ou ambos. Via de regra, para a imputação de responsabilidade civil deve restar cabal-mente demonstrado não só a ocorrência do dano, mas também a re-lação entre um ato e o dano, ou seja, é necessária a comprovação de que o dano é resultado de um ato praticado por determinado agente, este elo de ligação entre o ato, dano e o agente causado a doutrina ju-rídica nomeou de nexo causal, sendo utilizado como parâmetro para averiguar a culpa do agente que praticou o ato que resultou em dano.

Assim, comprovado a ocorrência do nexo causal, o grau de culpabilidade do agente que praticou o ato e a extensão do dano, esgota-se a responsabilidade civil com a correspondente indeniza-ção pela lesão causada.

Temos então, diante da introdução explanada, que a essa moda-lidade de responsabilidade civil, a qual exige a comprovação da cul-pa do agente para sua caracterização, o caráter subjetivo, ou seja, a responsabilidade civil subjetiva leva em consideração a conduta do agente causador do dano, exigindo que ele tenha atuado com culpa, para que ele possa ser responsabilizado e compelido ao pagamento de indenização correspondente a extensão do dano (patrimonial e/ou moral).

Entretanto, ao Poder Público não é aplicado este modelo de responsabilidade civil subjetiva, visto que, de acordo com o ordena-mento jurídico vigente, inclusive constitucional, e os posicionamen-tos doutrinários majoritários, temos que a Administração Pública possui o dever de indenizar aquele que for lesado por ação ou omis-são de seus agentes públicos (ou delegatário de serviço público), que agindo nesta qualidade, praticou o ato gerador do dano.

Assim, o particular lesado, deverá ajuizar ação diretamente contra a Administração Pública, e não contra o agente público que praticou o ato lesivo, bastando ao particular comprovar em juízo a relação de causa e consequência entre a atuação lesiva da Adminis-tração Pública e o dano decorrente, bem como a valoração patrimo-nial do dano.

Isto ocorre porque, diferentemente da responsabilidade civil subjetiva, a Administração pública responde perante os usuários dos serviços públicos de forma objetiva, bastando a demonstração do nexo causal e o dano para surgir a obrigação de indenizar, não sendo necessária a demonstração de que houve culpa do agente público (ou delegatário de serviço público) na falha da execução de suas funções públicas, que originaram a lesão ao particular.

Para o jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, o conceito de responsabilidade objetiva do Estado é “a obrigação de indenizar que incumbe a alguém em razão de um procedimento licito ou ilí-cito que produziu uma lesão na esfera juridicamente protegida de outrem. Para configurá-la basta, pois, a mera relação causal entre o comportamento e o dano”.

Diante de tais esclarecimentos, temos que a responsabilidade civil do Estado, bem como de seus prestadores de serviço público é objetiva, bastando para tanto a demonstração da relação de causa e efeito entre o serviço público e o dano, para gerar a obrigação de indenização.

Dessa maneira não se cogita a ideia de que, aquele que sofreu danos, comprovar culpa ou dolo, quando figure no polo passivo, a administração pública, bastando para tanto a incidência do nexo de causalidade. É dessa maneira que garante o artigo 37, § 6º da Cons-tituição Federal, senão vejamos:

“As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado, prestadoras de serviços públicos, responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direi-to de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”

Neste sentido, estão enquadrados a Administração Pública em todas as suas vertentes, ou seja, toda a esfera administrativa está su-jeita a responsabilidade objetiva pelos danos que causar a terceiros, seja a Administração Direta, Indireta, Concessionárias e/ou Permis-sionárias de Serviços Públicos.

DO DIREITO DE REGRESSO:

Cumpre ressaltar o direito que a Administração Pública tem de ingressar com ação judicial visando a apuração das responsabilida-des de seus agente no cometimento do dano a terceiros, dai surge o direito de regresso conferido ao Poder Público visando a verificação de dolo ou culpa de seus agente e possível ressarcimento de valores.

Há dois aspectos peculiares que ensejam o direito de regresso da Administração Pública contra seu agente:

- A Administração Pública para ingressar com ação regressiva contra seu agente, deverá comprovar previamente já ter sido con-denada a indenizar o particular lesado, haja vista que seus direito regressivo é originário a partir de sentença final condenatória, sem possibilidades de reversão recursal.

- Ocorrência de dolo ou culpa do agente público na lesão ex-perimentada pelo particular, ou seja, é necessária a comprovação de que o agente agiu com dolo ou culpa para ser responsabilizado (responsabilidade subjetiva do agente).

Em linhas gerais, temos que a Administração Pública, ou de-legatária de execução dos serviços públicos, cujo agente praticou o ato lesivo, indeniza o particular independentemente de comprova-ção de dolo ou culpa do Poder Público, entretanto, o agente público somente será condenado a ressarcir a Administração Pública regres-sivamente se houver a comprovação de dolo ou culpa de sua parte, durante o exercício de suas funções públicas.

RESPONSABILIDADE POR ATO COMISSIVO DO ES-TADO:

O Estado, por sua natureza jurídica, tem o poder-dever de agir em todas as hipóteses de anseios sociais, ou seja, o Estado é movido pela busca ao interesse coletivo.

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Didatismo e Conhecimento 21

DIREITO ADMINISTRATIVO

É neste aspecto que reside a responsabilidade do Estado por ato comissivo, quando há efetiva atuação estatal e tal atuação se torna, em algum momento, lesiva ao direito de particulares.

Como mencionado, o Estado em sua busca ao atendimento aos interesses coletivos detém o monopólio da força estatal, ditando sua presença perante a coletividade, possuindo o dever de intervir na esfera de direitos individuais dos administrados, praticando atos em benefício de todos, os quais, em algum momento, podem acarretar em danos e prejuízos a indivíduos determinados.

Tais condutas, ou atos administrativos praticados pela Admi-nistração Pública na busca do atendimento ao interesse público, que eventualmente geram danos a terceiros, são chamados de conduta comissiva legítima.

É assim entendida como legítima, pois, a finalidade da atividade administrativa que causou dano a determinado indivíduo, somente foi praticado pela Administração Pública em virtude de necessidade imperiosa em atender necessidades da coletividade.

Durante a atividade estatal, temos ainda a atuação da adminis-tração pública fundada em ato ilícito. Nestes casos a doutrina classi-fica tal ato administrativo como conduta comissiva ilegítima. Muitas vezes o ato administrativo está revestido de ilegalidade ou ilegitimi-dade, o que poderá acarretar em danos aos terceiros.

Entretanto, o que temos no ordenamento jurídico brasileiro é que tanto as condutas comissivas legítimas como as ilegítimas, quando causarem prejuízos a terceiros, devem ser reparadas, pos-suindo o Estado a responsabilidade objetiva em indenizar e reparar os danos causados em virtude de sua ação administrativa, e por tal razão, não se torna necessário a demonstração de ação legítima ou ilegítima do Estado para se apurar a responsabilidade estatal.

RESPONSABILIDADE POR OMISSÃO DO ESTADO

A Constituição Federal de 1988 não traz em seu texto legal ne-nhuma regra expressa relativa a responsabilidade civil do Estado por omissão administrativa, ficando sob os cuidados da doutrina e da jurisprudência enfrentar o tema.

No que tange a responsabilidade por omissão do Estado, o Pro-fessor Celso Antônio Bandeira de Mello, em sua obra “Curso de Direito Administrativo” assim entende sobre tal assunto:

“Se o Estado, devendo agir, por imposição legal, não agiu ou o fez deficientemente, comportando-se abaixo dos padrões legais que normalmente deveriam caracterizá-lo, responde por esta incúria, negligência ou deficiência, que traduzem um ilícito ensejador do dano não evitado quando, de direito, devia sê-lo”.

Diante de tal lição, temos que o Estado somente responde na forma omissiva quando, ficar comprovado pelo terceiro lesado, que o dano somente ocorreu em virtude de falta de serviço público ou serviço ineficiente.

Entretanto, cumpre esclarecer que, quando se trata de responsa-bilidade do Estado por omissão, admite prova excludente de respon-sabilidade estatal. Para tanto, o Estado pode eximir-se de responsa-bilidade se provar que sua omissão foi escusável, ou seja, quando a Administração Pública adotou todas as medidas que lhe competia para evitar o dano, e mesmo assim o dano ocorreu.

Em outras palavras, mesmo que a atuação administrativa tenha ocorrido em sua totalidade, objetivando a prevenção do dano a ter-ceiros, não tenha sido suficiente para evitar a situação danosa, ou então ficar comprovado que o dano ocorreu por culpa exclusiva da vítima, o Estado poderá ter sua responsabilidade excluída ou dimi-nuída, dependendo de cada caso.

Para tal fenômeno a doutrina confere o instituto da Responsabi-lidade Civil Subjetiva na modalidade culpa administrativa, devendo a pessoa que sofreu o dano comprovar que houve falta da prestação dos serviços que deveriam ter sido prestados pelo Estado, provando ainda que essa omissão estatal foi a responsável direta pelo dano sofrido.

Muito embora seja considerada pela doutrina, nos casos de omissão, responsabilidade subjetiva, não exige que haja compro-vação de culpa de um agente público específico e individualizado. Temos dessa forma que trata-se de culpa administrativa ou culpa anônima justamente para esclarecer que não há individualização de um agente determinado que tenha atuado culposamente, mas sim para que seja necessário a apuração se houve de fato responsabilida-de estatal pela falta ou falha no serviço público.

REQUISITOS PARA DEMONSTRAÇÃO DA RESPON-SABILIDADE DO ESTADO.

Conforme estudado até o presente momento, temos que, via de regra, a Responsabilidade do Estado em reparar os danos causados a terceiros é na modalidade objetiva.

Dessa forma, temos que para o terceiro prejudicado possa plei-tear a reparação dos danos sofridos é necessário a demonstração do dano e do nexo causal.

Para tanto, basta que exista o dano decorrente da atuação de agente público, agindo nessa qualidade, e a relação de causalidade entre a ação ou omissão do Estado e o resultado final (dano propria-mente dito).

Assim, demonstrado os dois elementos fundamentais (dano + nexo causal) significa dizer que não importa verificar e comprovar a culpa de determinado agente público, para que nasça a responsabili-dade do Estado em reparar os danos causados.

CAUSAS EXCLUDENTES E ATENUANTES DA RES-PONSABILIDADE DO ESTADO.

Nos casos de responsabilidade objetiva, o Estado somente não será responsabilizado por danos causados a terceiros quando faltar a comprovação da relação de nexo de causalidade de sua atuação administrativa e o dano.

Nas palavras do jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, te-mos no caso de responsabilidade objetiva que o Estado somente exime-se: “apenas se não produziu a lesão que lhe é imputada ou se a situação de risco inculcada a ele inexistiu ou foi sem relevo decisivo para a eclosão do dano. Fora daí responderá sempre. Em suma: realizados os pressupostos da responsabilidade objetiva, não há evasão possível.

Como verificado, temos que para a comprovação da responsa-bilidade do Estado em reparar o dano reside na simples demonstra-ção do dano e do nexo de causalidade.

Assim, temos que o nexo de causalidade é o fundamento prin-cipal (junto com o dano) para a imputação de responsabilidade ao Estado em reparar os danos causados, sendo certo que tal responsa-bilidade deixará de existir, ou então será atenuada quando a presta-ção do serviço público não for a causa do dano, ou na hipótese de não ser a única causa.

Dessa maneira são apontadas como causas da excludente ou atenuante de responsabilidade a força maior e/ou a culpa exclusiva da vítima.

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Didatismo e Conhecimento 22

DIREITO ADMINISTRATIVO

A hipótese de ocorrência de força maior é o acontecimento im-previsível, não sendo imputável responsabilidade à Administração Pública quando não houver o nexo de causalidade entre o dano so-frido e o comportamento da Administração Pública.

Entretanto tal regra não é absoluta e comporta exceção, ou seja, mesmo que seja configurada a ocorrência de motivo de força maior, a Administração Pública poderá ser responsabilizada nos casos em que, juntamente com o motivo de força maior ocorrer omissão do Estado na prestação de serviços públicos.

Como exemplo podemos citar os casos de enchente em decor-rência de grande volume de chuvas. Caso se comprove que, muito embora o volume de chuva foi elevado, não houve o correto es-coamento da água nas galerias mantidas pela Administração, seja pela falta de limpeza das galerias ou simplesmente falta de sistema de drenagem (deficiência no serviço publicou) o Estado responderá pelos danos causados.

No tocante a culpa da vítima, é necessário observar se sua culpa é exclusiva ou concorrente com a atuação estatal.

No caso comprovado de culpa exclusiva da vítima o Estado não possui responsabilidade, pois não houve participação do Estado na ocorrência do evento danoso; entretanto, se a culpa for concorrente, temos possibilidade de causa atenuante da responsabilidade estatal, atribuindo parte da responsabilidade à vítima e outra parte à Admi-nistração Pública.

LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMI-NISTRATIVOS: 8.1 LEI Nº 8.666/93:

CONCEITO. FINALIDADE, PRINCÍPIOS, OBJETO, OBRIGATORIEDADE, DISPENSA,

INEXIGIBILIDADE, MODALIDADES E PROCEDIMENTOS. PREGÃO PRESENCIAL E ELETRÔNICO. 8.2 LEI Nº 10.520/2002. CARAC-TERÍSTICAS DO CONTRATO ADMINISTRA-TIVO. FORMALIZAÇÃO E. FISCALIZAÇÃO

DO CONTRATO. SANÇÃO ADMINISTRATIVA. EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO.

GARANTIA CONTRATUAL.

CONCEITO DE LICITAÇÕES PÚBLICAS:

Licitação é um procedimento administrativo, de ocorrência obrigatória pelas entidades do governo para celebração de contrato administrativo, em que, atendida a igualdade entre os participan-tes, deve ser escolhida a melhor proposta dentre as apresentadas pelos interessados, e com elas travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, verificado o preenchimento dos requisitos mínimos e necessários ao bom cumprimento das obrigações que forem assumidas perante a Administração Pública.

Dessa maneira, a Licitação traz em seu bojo a ideia de disputa igualitária entre os concorrentes, com a finalidade de selecionar a proposta mais vantajosa aos interesses da Administração, visando a celebração de um contrato administrativo, entre ela e o particu-lar vencedor da concorrência, para a realização de obras, serviços, concessões, permissões, alienações, compras ou locações.

Dai surge então a necessidade de regulamentar a prática licita-tória, atendendo disposição da Constituição Federal, mais precisa-mente no artigo 37, inciso XXI, que assim dispõe:

“Art. 37: XXI - ressalvados os casos especificados na legis-lação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabele-çam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigên-cias de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garan-tia do cumprimento das obrigações”.

Assim, visando à regulamentação do processo de escolha da melhor proposta (licitação) foi editada Lei 8.666/93, que traz a normatização da atividade.

PRINCÍPIOS ORIENTADORES DAS LICITAÇÕES:

O artigo 3º da Lei 8.666/1993 enumera expressamente prin-cípios que devem ser observados pela administração pública na realização de licitações. Alguns dos princípios expressos no refe-rido artigo tratam-se de princípios gerais, quais são: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, que norteiam toda a atuação admi-nistrativa, sem particularidades no tocante a licitações públicas.

Assim, visando conhecer na integra os princípios que regem as Licitações Públicas temos o artigo 3º da Lei 8.666/93, que assim dispõe:

“Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita con-formidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoali-dade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.” Grifo nosso.

Dessa forma destacamos alguns princípios constantes do re-ferido artigo que ainda não foram objeto de estudo no presente trabalho:

- Principio da Probidade Administrativa: Por tal principio te-mos que o agente público no exercício regular de suas funções não pode violar, ao realizar procedimento licitatório, os princípios gerais e constitucionais da administração pública, que são: morali-dade, impessoalidade, enriquecimento ilícito e economicidade dos recursos públicos.

- Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório: Tal principio veda a Administração Pública o descumprimento das normas e condições previamente estipuladas no edital, ao qual deve estar estritamente vinculado. O edital é a lei interna da licita-ção, vinculando os seus termos tanto aos licitantes como a admi-nistração que o emitiu.

- Princípio do Julgamento Objetivo: É o que se baseia no cri-tério indicado no edital e nos termos específicos das propostas para o seu julgamento. Em linhas gerais, não pode haver qualquer dis-

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Didatismo e Conhecimento 23

DIREITO ADMINISTRATIVO

cricionariedade na apreciação das propostas pela administração, julgando vencedora a que melhor atende aos enunciados do edital, de maneira objetiva.

FASES DA LICITAÇÃO:

São fases da licitação o edital, a habilitação, a classificação, a homologação e a adjudicação.

Edital: O edital é o instrumento por meio do qual a adminis-tração torna pública a realização de licitação, sendo o meio utili-zado por todas as modalidade de licitação, exceto na modalidade convite.

Além de ser o instrumento de divulgação do edital, é ainda a lei interna da licitação, pois nele devem estar previstas todas as regras que regerão o procedimento licitatório, e uma vez publi-cadas devem ser seguidas, tanto pela administração quanto pelos licitantes.

Assim, o edital deve descrever com detalhes o objeto a ser licitado, os documentos a serem trazidos no momento da habilita-ção, o critério objetivo de julgamento das propostas, entre outras normas que forem pertinentes.

A publicação do edital deve observar um prazo mínimo de antecedência para o recebimento das propostas ou então da rea-lização da licitação, sendo que qualquer modificação que se faça necessário no edital exige a divulgação pela mesma forma que se deu seu texto inicial e original, tornando a abrir o prazo antes esta-belecido para a apresentação das propostas, exceto quando a alte-ração não afetar a formulação das propostas.

Habilitação: É a fase em que a Administração Pública pro-cura averiguar as condições pessoais de cada licitante, efetuando análise com o objetivo de averiguar a documentação e requesitos pessoais dos licitantes, tendo em vista futura contratação, e verifi-cando ainda as condições que o licitante tem de cumprir o objeto da futura contratação.

A habilitação tem a finalidade de garantir que o licitante, fu-turo vencedor do certame, tenha condições técnicas, financeiras e de idoneidade para cumprirem o objeto contratado por meio de licitação.

É possível a dispensa da fase de habilitação, em seu todo ou em parte, nos casos da modalidade de convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e ainda leilão.

Cumpre ressaltar que, encerrada a fase de habilitação, o lici-tante aprovado para participar do certame não poderá mais desistir da proposta já apresentada, exceto quando houver motivo justo decorrente de fato superveniente, desde que aceito pela comissão da licitação.

Classificação: É a fase em que o Poder Público analisa as pro-postas comerciais dos licitantes que já foram habilitados, e poste-riormente escolhe a melhor proposta que atendem aos interesses da administração.

Trata-se do julgamento das propostas apresentadas pelos li-citantes, que deverá sempre obediência aos critérios objetivos de julgamento constante no edital, sendo que a responsabilidade de efetuar o julgamento, via de regra, fica a cargo da comissão de licitação.

A etapa do julgamento, ou classificação, pode ser subdividida em duas fases:

- Desclassificação: A desclassificação ocorre assim que a ad-ministração verifica a conformidade de cada proposta com os re-quisitos do edital, especificações técnicas e compatibilidade com os preços aplicáveis no mercado. Assim, as propostas que estive-rem em desconformidade serão eliminadas, ou então, desclassifi-cadas.

- Ordem de Classificação: as propostas já classificadas, ou seja, que estão de acordo com os critérios estabelecidos no edital, será estabelecida a ordem de classificação das propostas, de acor-do com o julgamento objetivo previsto em edital e da proposta que melhor atenda aos interesses da coletividade.

Cumpre ao final esclarecer que, no caso de todos os licitantes forem inabilitados ou então todas as propostas desclassificadas, a administração pública poderá fixar prazo de 08 (oito) dias aos li-citantes para a apresentação de nova documentação, ou então a correção das propostas desclassificadas, objetivando sanar as irre-gularidades. No caso da modalidade de convite, o prazo reduz para 03 (três) dias úteis.

Homologação: A homologação é a fase da licitação na qual todos os seus atos e procedimentos são levados ao conhecimento e avaliação da autoridade que conduziu a licitação, para a confirma-ção ou não de todas as decisões tomadas. É a confirmação ou não de todos os atos praticados no procedimento licitatório, conferindo a validade do certame licitatório.

Nesta etapa é feito o controle de legalidade do procedimento licitatório, sendo que verificado irregularidades nas fases da lici-tação, a autoridade competente não homologará o procedimento, remetendo o processo a comissão de licitação, para a correção das etapas com falhas, e a repetição dos atos com vícios.

Adjudicação: É a ultima fase que temos no procedimento da licitação, que nada mais é do que a entrega do objeto da licitação ao vencedor.

A adjudicação é o ato pelo qual a administração pública atri-bui ao vencedor da melhor proposta o objeto ora licitado, sendo que esta etapa tem a finalidade única de garantir ao vencedor que, quando a administração for celebrar o contrato referente ao objeto licitado, assim o fará com o vencedor.

Com a adjudicação há a efetiva liberação dos demais licitantes perdedores de cumprimento de suas propostas, e ao contrário, vin-cula o vencedor a obrigatoriedade de manter os termos propostos.

MODALIDADE DE LICITAÇÃO:

Modalidade de Licitação é forma específica de conduzir o procedimento licitatório, a partir de critérios pré definidos em lei. O valor estimado para a contratação é o principal fator de escolha da modalidade a ser adotada pelo administrador público, exceto quando se tratar de pregão, que não está limitado a valores.

Alem do leilão e do concurso, as demais modalidades de li-citação admitidas são exclusivamente: Concorrência, Tomada de Preços e Convite.

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Didatismo e Conhecimento 24

DIREITO ADMINISTRATIVO

Concorrência: De todas as modalidades de licitação existentes no ordenamento jurídico brasileiro, esta se revela a mais complexa, e uma das diferenças entre as demais modalidades é possuir a fase da habilitação preliminar, logo após a abertura do procedimento.

Modalidade da qual podem participar quaisquer interessados que na fase de habilitação preliminar comprovem possuir os requi-sitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução do objeto da licitação.

Presta-se a contratação de obras, serviços e compras de pro-dutos, independente do valor a ser contratado, além disso, é a mo-dalidade exigida por lei, com regra, para a compra de imóveis e para a alienação de imóveis públicos, para a concessão de direito real de uso, para licitações internacionais, para a celebração de contrato administrativo de concessão de serviços públicos e para a contratação de parcerias públicos-privadas.

Tomada de Preço: Modalidade realizada entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

Na modalidade de tomada de preços, a fase da habilitação corresponde ao próprio cadastramento exigido em lei, é prévia a abertura do procedimento licitatório, e assim, objetivando dar cumprimento ao princípio da competitividade entre os licitantes, os interessados em participar do certame não cadastrados previa-mente, tem a possibilidade de se inscreverem até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, desde que satisfaçam as condições de qualificações exigidas.

Ressalta-se que a modalidade de tomada de preços será ado-tada para a celebração de contratos relativos as obras, serviços e compras de produtos de menor vulto do que é exigido para partici-par da modalidade de concorrência.

Convite: Modalidade realizada entre interessados do ramo de que trata o objeto da licitação, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela Administração.

O convite é a modalidade de licitação mais simples, sendo que a Administração escolhe quem quer convidar, entre os possíveis interessados, cadastrados ou não. A divulgação deve ser feita me-diante afixação de cópia do convite em quadro de avisos do órgão ou entidade, localizado em lugar de ampla divulgação.

Na modalidade de convite, com vistas ao princípio da com-petitividade, é possível a participação de interessados que não te-nham sido formalmente convidados, mas que sejam do ramo do objeto licitado, desde que cadastrados no órgão ou entidade licita-dora. Esses interessados devem solicitar o convite com antecedên-cia de até 24 horas da apresentação das propostas.

Na modalidade de Convite, para que a contratação seja possí-vel, são necessárias pelo menos três propostas válidas, isto é, que atendam a todas as exigências do ato convocatório. Não é sufi-ciente a obtenção de três propostas, é preciso para tanto que as três sejam válidas. Caso isso não ocorra, a Administração deve repetir o convite e convidar mais um interessado, no mínimo, enquan-to existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações, ressalvadas as hipóteses de limitação de mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, circunstâncias estas que devem ser justifica das no processo de licitação.

Concurso: É a modalidade de licitação entre quaisquer inte-ressados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes do edital publicado na imprensa ofi-cial com antecedência mínima de 45 dias.

Dessa forma, o que determina a necessidade de escolha da modalidade de licitação de Concurso, é a natureza do seu objeto, e não o seu valor contratado.

Leilão: É a modalidade de licitação, entre quaisquer interessa-dos, para a venda, a quem oferecer o maio lance, igual ou superior ao valor da avaliação de bens móveis e imóveis.

Pregão: A modalidade denominada Pregão está disciplinada na Lei 10.520/2002. É a modalidade de licitação passível de utili-zação, por todos os entes federados, para aquisição de bens e ser-viços comuns, qualquer que seja o valor estimado da contratação.

A disputa entre os licitantes concorrentes é feita por meio de propostas e lances em seção pública, sendo que o determinante para a escolha da modalidade Pregão é a natureza do objeto da contratação, ou seja, a aquisição de bens e serviços comuns, e não o valor do contrato administrativo.

Assim, a Lei 10.520/02, define como bens e serviços comuns “aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos por edital, por meio de especificações usuais no mercado”.

Ressalta-se que, de acordo com o que dispõe o Decreto 5.450/2005, no âmbito da Administração Pública Federal, é obri-gatória a utilização da modalidade Pregão, de preferência pregão eletrônico, nas licitações para a aquisição de bens e serviços co-muns.

As modalidade de Licitação estão elencadas nos artigos 22 e seguintes da Lei 8.666/1993.

DISPENSA DE LICITAÇÃO:

Podemos afirma de maneira genérica que, a dispensa de lici-tação engloba hipóteses que, muito embora exista possibilidade ju-rídica de competição, a lei autoriza a celebração direta do contrato ou mesmo determina a não realização do procedimento licitatório.

Nos casos em que a lei autoriza a contratação sem a realização de licitação, diz que ela é dispensável. Esclarece que nessas hipó-teses, a competição é viável e possível, entretanto a lei autoriza a administração pública decidir sobre a sua ocorrência ou não, de acordo com critérios de oportunidade e conveniência, dispensar a sua realização.

Entretanto, em outras situações, ha própria lei, diretamente dispensa compulsoriamente a realização da licitação. Nessas hi-póteses temos que a lei denominou licitação dispensada. Neste caso não cabe a Administração Pública decidir sobre a realização ou não da licitação. Não ocorrerá a licitação porque a própria lei garantiu que, mesmo sendo juridicamente possível a realização da licitação, fica dispensada.

A Lei 8.666/93 traz o rol taxativo das situações em que a li-citação é dispensável, mais precisamente nos termos do artigo 24 da referida lei.

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Didatismo e Conhecimento 25

DIREITO ADMINISTRATIVO

INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO:

Há inexigibilidade quando a licitação é juridicamente impos-sível. A impossibilidade jurídica de realização de licitação decor-re da inviabilização de competição, pelo motivo de não existir a pluralidade de potenciais proponentes, e assim inviável a disputa entre licitantes.

A lei 8.666/93 dispõe sobre o rol taxativo das situações em que é juridicamente impossível a realização da licitação, consti-tuindo então a inexigibilidade da licitação, devidamente elencado no artigo 25 da referida lei.

ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO DA LICITAÇÃO:

A anulação de um procedimento licitatório segue basicamente as mesmas regras a anulação dos atos administrativos, com base no princípio da autotutela, a administração anulará a licitação to-das as vezes em que ficar constatada ou então demonstrada a ilega-lidade ou ilegitimidade durante o procedimento.

Da mesma forma, temos que o Poder Judiciário, este desde que provocado, também possui competência para apurar a existên-cia de ilegalidade ou ilegitimidade durante a realização da licita-ção, e respeitado o devido processo legal, bem como o contradi-tório e a ampla defesa, anulará a licitação, quando comprovado a existência de vício no certame licitatório.

Quanto à revogação de licitação pública, temos que, do mes-mo modo que se opera a revogação dos atos administrativos, a regra é que há a possibilidade de a administração pública, revogar seus atos discricionários, após análise da conveniência e oportuni-dade da celebração ou não da contratação do objeto licitado. Quan-do a administração pública não tem mais interesse em contratar o vencedor da licitação, poderá revogá-la.

Entretanto, para que seja possível revogar uma licitação, so-mente será possível em duas hipóteses:

- Por motivo de interesse público decorrente de comprovação

da ocorrência de fato superveniente, desde que seja pertinente e suficiente para justificar tal medida, por meio de motivação e fun-damentação, e;

- A critério da administração, quando o adjudicatário, tendo sido por ela convocado para assinar o termo de contrato ou aceitar ou retirar o instrumento equivalente, recusa-se a fazê-lo ou então não comparece.

Após a assinatura do contrato administrativo, não se pode mais revogar a licitação, enquanto que a anulação da licitação po-derá ser feita mesmo depois da celebração do contrato entre a ad-ministração e o licitante vencedor, visto que a nulidade da licitação resulta, consequentemente, na nulidade do contrato firmado dela decorrente.

CONTRATO ADMINISTRATIVO - CONCEITO:

Contrato, sejam eles de caráter público ou privado, é a con-venção estabelecida entre duas ou mais pessoas, com as respec-tivas manifestações de vontades, para constituir, regulamentar ou extinguir entre as partes uma relação jurídica, sendo certo que para a validade do contrato exige acordo de vontades, agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não proibida em lei.

Assim, segundo os ensinamentos do jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, temos o conceito de contratos administrativos:

“É um tipo de avença travada entre a Administração e tercei-ros na qual, por força de lei, de cláusulas pactuadas ou do tipo do objeto, a permanência do vínculo e as condições preestabelecidas assujeitam-se a cambiáveis imposições de interesse público, res-salvado os interesses patrimoniais do contratante privado”.

Em outras palavras, temos que contrato administrativo é a convenção firmada pela Administração Pública, agindo nesta qua-lidade, com particulares ou então com outras entidades adminis-trativas mesmo, nos termos pactuados pela contratante (adminis-tração pública), de acordo com o interesse coletivo, e sob a esfera do direito público, ficando o particular contratado condicionado a suportar as cláusulas impostas pela administração, em razão do atendimento do interesse público.

Não se pode confundir contrato administrativo com contrato da administração, visto que nos contratos da administração, temos o ajuste firmando entre a administração pública e o particular, en-tretanto, o poder público não figura utilizando-se de suas prerroga-tivas, sendo que tal avença é regida pelo direito privado.

CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS CONTRATOS AD-MINISTRATIVOS:

Em razão dos poderes e prerrogativas conferidos a Adminis-tração Pública, fica autorizada a determinar alterações e modifica-ções nas prestações devidas pelo particular contratado, em razão das necessidades públicas, e ainda tem o poder de acompanhar e fiscalizar sistematicamente a execução, podendo impor sanções estipuladas previamente quando irregularidades a ensejarem e a rescindir o contrato de forma unilateral, quando houver legitimo interesse público.

Em suma, temos que os contratos administrativos revelam-se na seguinte dualidade: inicialmente, temos a Administração Públi-ca podendo gozar de todas as suas prerrogativas e poderes indis-pensáveis a proteção aos direitos e interesses públicos, e de outro modo, temos que é de competência do particular conferir integral garantia aos interesses privados que ditaram sua participação nos estreitos limites contratuais.

Assim, a doutrina administrativa identifica como principais características pertinentes aos contratos administrativos seu cará-ter consensual, formais, onerosos, entre outros. Entretanto, mere-cem maiores esclarecimentos outras características, senão vejamos a seguir.

Contrato de Adesão: Os contratos administrativos tem a ca-racterística de serem típicos contratos de adesão, onde uma das partes (neste caso a Administração Pública) propõe as cláusulas e a outra parte não pode propor alterações, supressões ou acréscimo, simplesmente aceita as suas condições e cláusulas ou não.

Formalismo: Em regras gerais, todos os contratos adminis-trativos devem ser formais e escritos, sendo que todo o contrato deve mencionar obrigatoriamente os nomes das partes e seus re-presentantes legais, a finalidade do contrato, o ato administrativo que autorizou a sua celebração, o número do processo de licitação, da possível dispensa ou inexigibilidade de licitação, a sujeição dos contratantes às normas específicas da Lei 8.666/93 e as cláusulas contratuais.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Fiscalização: A execução do contrato deverá ser acompanha-da e fiscalizada por um representante da Administração Pública especialmente designado para tal fim, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos por ele observados.

As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tem-po hábil para a adoção das medidas convenientes.

Pessoalidade: Os contratos administrativos são, em regra, contratos pessoais, e a execução dos termos contratados devem ser cumpridos pelas pessoas (físicas ou jurídicas) que se obrigou diante o Poder Público. É imprescindível a pessoalidade nos con-tratos administrativos, tendo em vista que há celebração após a realização de licitação em que se busca não apenas a proposta mais favorável a Administração Pública, mais também a selecionar a pessoa (física ou jurídica) que ofereça as condições necessárias de assegurar a execução do objeto contratado.

DAS CLÁUSULAS EXORBITANTES DOS CONTRA-TOS ADMINISTRATIVOS:

Os contratos administrativos possui características peculia-res, diferenciando-os dos contratos privados, que é a existência de cláusulas exorbitantes.

Tais cláusulas decorrem de lei e conferem a administração pu-blica prerrogativas especificas de direito público, são denominadas de “exorbitantes” porque as cláusulas extrapolam aquilo que seria admitido no direito privado.

- Exigência de Garantia: A exigência de que os licitantes e contratados prestem garantias, visa assegurar o adequado adim-plemento do contrato, ou na hipóteses de inexecução do objeto contratado, facilitar o ressarcimento dos prejuízos sofridos pela Administração Pública.

- Alteração Unilateral do Contrato: A possibilidade de alte-ração unilateral do contrato efetuado entre a Administração e o contratado deve sempre ter o objetivo de sua adequação às fina-lidades do interesse coletivo, devem ainda respeitar os direitos do administrado, principalmente o direito ao restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro originalmente estabelecido em contrato.

- Aplicação Direta de Sanções: A possibilidade de aplicação de sanções administrativas pelo Poder Público, quando verificada irregularidades do particular na execução do contrato , independe de prévia manifestação do Poder Judiciário.

- Possibilidade de Rescisão Unilateral do Contrato: A possibi-lidade de rescindir de maneira unilateral o contrato administrativo se dá diante da supremacia jurídica da administração pública pe-rante o particular, tendo em vista que o contrato administrativo foi celebrado sob a esfera do direito público.

EXTINÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO:

A extinção do contrato administrativo é o término do vínculo de obrigações assumidas entre a administração pública e o parti-cular contratado. E extinção pode se dar em razão de da conclusão do objete contratado, ou então do termino do prazo previsto para a vigência do contrato, ou ainda a ocorrência de anulação ou res-cisão do contrato.

- Anulação: A anulação de um contrato administrativo segue as regras análogas dos Atos Administrativos, ou seja, um contrato administrativo deve ser anulado quando constatado ilegalidades em sua celebração. A anulação de contrato administrativo pode ser realizada pelo próprio Poder Público, de oficio ou quando provo-cado, ou então pelo Poder Judiciário, mediante prévia provocação e sempre por motivo de ilegalidade ou ilegitimidade.

- Rescisão: As causas gerais que ensejam a rescisão de con-trato administrativo estão descritas no artigo 78, e seus incisos da Lei 8.666/93.

Há hipóteses em que autorizam a rescisão unilateral pela ad-ministração do contrato administrativo, e outras que ensejam resci-são judicial ou rescisão consensual entre os contratantes, havendo ainda causas de rescisão decorrentes de interesse público superve-niente e de força maior ou caso fortuito. Para tanto é necessário o estudo das hipóteses previstas na Lei 8.666/93.

SANÇÃO ADMINISTRATIVA:

- Do Atraso Injustificado: O atraso injustificado na execu-ção do contrato sujeitará o contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato. A aplicação da multa administrativa não impede que a Administração Pública promova a rescisão unilateral do contrato e ainda aplique demais sanções.

A multa, aplicada após regular processo administrativo, será descontada da garantia do respectivo contratado, e caso a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta garantia em favor da Administração, responderá o contratado pela sua diferença, a qual será descontada dos pagamentos eventual-mente devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso, cobrada judicialmente.

- Da Inexecução total ou parcial do Contrato: Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, sempre ga-rantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:

a) advertência;

b) multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;

c) suspensão temporária de participação em licitação e im-pedimento de contratar com a Administração, por prazo não supe-rior a 2 (dois) anos;

d) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos deter-minantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação pe-

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DIREITO ADMINISTRATIVO

rante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será con-cedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.

DO REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO:

A alteração do contrato administrativo se dará visando o rees-tabelecimento da que relação que as partes pactuaram inicialmente entre encargos e remuneração, objetivando a manutenção do equi-líbrio da equação financeira inicial na hipótese de sobrevirem fatos supervenientes, imprevisíveis ou previsíveis de consequências in-calculáveis que possam retardar ou impedir a execução do contrato em caso de força maior, caso fortuito, fato do príncipe que configu-ra uma alteração econômica extraordinária e extracontratual.

Entretanto, para que seja possível a identificação de eventual desequilíbrio entre os valores pactuados no contrato administra-tivo e a realidade praticada no mercado privado, é importante o acompanhamento e a gestão do contrato, bem como a fiscaliza-ção sobre a boa execução das cláusulas e obrigações pactuadas.

Para tanto é conferida a Administração Pública as prerroga-tivas e cláusulas exorbitantes, objetivando sempre a supremacia do interesse coletivo sobre o interesse privado. Quando, durante a gestão e fiscalização do cumprimento do contrato administra-tivo, a Administração Pública verificar descumprimento de cláu-sula contratual, atrasos na execução dos serviços contratados, má execução de serviços, entre outras situações que possam lesar o interesse público, o Poder Público poderá adotar as providencias no sentido de punir a empresa contratada.

GARANTIA CONTRATUAL:

A garantia contratual não excederá a 5% (cinco por cento) do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições pactuadas contratualmente.

Entretanto, nos casos de obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos finan-ceiros consideráveis, demonstrados através de parecer tecnica-mente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia poderá ser elevado para até 10% (dez por cento) do valor do con-trato.

A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada mo-netariamente. Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.

A regulamentação dos Contratos Administrativos estão pre-vistas na Lei Federal nº 8.666/93, já exposta na presente apostila no tópico das Licitações Públicas, assim, é de suma importância a leitura atenta do que dispõe os artigos 54 a 88 do referido diploma legal.

Assim, conforme exigência do conteúdo programático cons-tante no edital de abertura do Concurso Público, segue a íntegra da Lei Federal nº 8.666/93, que dispõe sobre a regulamentação das licitações e dos contratos administrativos:

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993

Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Públi-ca e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Capítulo I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Seção I Dos Princípios

Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Po-deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autar-quias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indire-tamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamen-te precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita con-formidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoa-lidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 1o É vedado aos agentes públicos:I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação,

cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades coo-perativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste arti-go e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)

II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comer-cial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre em-presas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moe-da, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991.

§ 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:

I - (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010)

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DIREITO ADMINISTRATIVO

II - produzidos no País; III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em

pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. § 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis

ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

§ 4º (Vetado). § 5o Nos processos de licitação previstos no caput, poderá ser

estabelecido margem de preferência para produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasilei-ras. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 6o A margem de preferência de que trata o § 5o será estabele-cida com base em estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem em consideração: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.713, de 2012) (Vide Decreto nº 7.709, de 2012) (Vide Decreto nº 7.756, de 2012)

I - geração de emprego e renda; II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e mu-

nicipais; III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no

País; IV - custo adicional dos produtos e serviços; e V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. § 7o Para os produtos manufaturados e serviços nacionais re-

sultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser estabelecido margem de preferência adicional àquela prevista no § 5o.

§ 8o As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5o e 7o, serão definidas pelo Poder Executivo federal, não podendo a soma delas ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros.

§ 9o As disposições contidas nos §§ 5o e 7o deste artigo não se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de produção ou prestação no País seja inferior:

I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o do art. 23

desta Lei, quando for o caso. § 10. A margem de preferência a que se refere o § 5o poderá

ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul - Mercosul.

§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa da autoridade competente, exigir que o contratado promova, em fa-vor de órgão ou entidade integrante da administração pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo isonômico, medi-das de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo Poder Executivo federal.

§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder Execu-tivo federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de 2001.

§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, a relação de empresas favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5o, 7o, 10, 11 e 12 deste artigo, com indicação do volume de recursos destinados a cada uma delas.

Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabele-cido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desen-volvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impe-dir a realização dos trabalhos.

Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qual-quer esfera da Administração Pública.

Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados nas licita-ções terão como expressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei, devendo cada unida-de da Administração, no pagamento das obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações, realização de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, sal-vo quando presentes relevantes razões de interesse público e me-diante prévia justificativa da autoridade competente, devidamente publicada.

§ 1o Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores corrigidos por critérios previstos no ato convocatório e que lhes preservem o valor.

§ 2o A correção de que trata o parágrafo anterior cujo paga-mento será feito junto com o principal, correrá à conta das mes-mas dotações orçamentárias que atenderam aos créditos a que se referem.

§ 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos decorren-tes de despesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art. 24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação da fatura.

Seção II Das Definições

Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se:I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação

ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta;II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada uti-

lidade de interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, repara-ção, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publici-dade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais;

III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para forne-cimento de uma só vez ou parceladamente;

IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a ter-ceiros;

V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea “c” do inciso I do art. 23 desta Lei;

VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimen-to das obrigações assumidas por empresas em licitações e contra-tos;

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Didatismo e Conhecimento 29

DIREITO ADMINISTRATIVO

VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos próprios meios;

VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes:

a) empreitada por preço global - quando se contrata a execu-ção da obra ou do serviço por preço certo e total;

b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a exe-cução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determi-nadas;

c) (Vetado). d) tarefa - quando se ajusta mão de obra para pequenos traba-

lhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais;e) empreitada integral - quando se contrata um empreendi-

mento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabili-dade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança estrutural e opera-cional e com as características adequadas às finalidades para que foi contratada;

IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e su-ficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos prelimi-nares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamen-to do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:

a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar todos os seus elementos consti-tutivos com clareza;

b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente de-talhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem;

c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;

d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de mé-todos construtivos, instalações provisórias e condições organiza-cionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;

e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de supri-mentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso;

f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamen-tado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;

X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessá-rios e suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;

XI - Administração Pública - a administração direta e indire-ta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas;

XII - Administração - órgão, entidade ou unidade administra-tiva pela qual a Administração Pública opera e atua concretamente;

XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Ad-ministração Pública, sendo para a União o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, o que for definido nas respectivas leis;

XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instru-mento contratual;

XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a Administração Pública;

XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, criada pela Administração com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes.

XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos manufa-turados, produzidos no território nacional de acordo com o proces-so produtivo básico ou com as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal;

XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal;

XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos - bens e serviços de tecnologia da informação e co-municação cuja descontinuidade provoque dano significativo à ad-ministração pública e que envolvam pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados às informações críticas: disponibilidade, confiabilidade, segurança e confidencialidade.

Seção III Das Obras e Serviços

Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a presta-ção de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particu-lar, à seguinte sequencia:

I - projeto básico;II - projeto executivo;III - execução das obras e serviços.§ 1o A execução de cada etapa será obrigatoriamente prece-

dida da conclusão e aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às etapas anteriores, à exceção do projeto exe-cutivo, o qual poderá ser desenvolvido concomitantemente com a execução das obras e serviços, desde que também autorizado pela Administração.

§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:

I - houver projeto básico aprovado pela autoridade compe-tente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório;

II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários;

III - houver previsão de recursos orçamentários que assegu-rem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma;

IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Cons-tituição Federal, quando for o caso.

§ 3o É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos financeiros para sua execução, qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos de empreendimentos executados e ex-plorados sob o regime de concessão, nos termos da legislação es-pecífica.

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Didatismo e Conhecimento 30

DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de for-necimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo.

§ 5o É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou de marcas, características e espe-cificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime de administração contratada, pre-visto e discriminado no ato convocatório.

§ 6o A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos atos ou contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.

§ 7o Não será ainda computado como valor da obra ou serviço, para fins de julgamento das propostas de preços, a atualização monetária das obrigações de pagamento, desde a data final de cada período de aferição até a do respectivo pagamento, que será calculada pelos mesmos critérios estabelecidos obrigatoriamente no ato convocatório.

§ 8o Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pú-blica os quantitativos das obras e preços unitários de determinada obra executada.

§ 9o O disposto neste artigo aplica-se também, no que couber, aos casos de dispensa e de inexigibilidade de licitação.

Art. 8o A execução das obras e dos serviços deve programar--se, sempre, em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e considerados os prazos de sua execução.

Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da exe-cução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se existente pre-visão orçamentária para sua execução total, salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem técnica, justificados em despacho circunstanciado da autoridade a que se refere o art. 26 desta Lei.

Art. 9o Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:

I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;

II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado;

III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação.

§ 1o É permitida a participação do autor do projeto ou da em-presa a que se refere o inciso II deste artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração interessada.

§ 2o O disposto neste artigo não impede a licitação ou contra-tação de obra ou serviço que inclua a elaboração de projeto execu-tivo como encargo do contratado ou pelo preço previamente fixado pela Administração.

§ 3o Considera-se participação indireta, para fins do disposto neste artigo, a existência de qualquer vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, financeira ou trabalhista entre o autor do

projeto, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens e serviços a estes necessários.

§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros da comissão de licitação.

Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas se-guintes formas:

I - execução direta;II - execução indireta, nos seguintes regimes: a) empreitada por preço global;b) empreitada por preço unitário;c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)d) tarefa;e) empreitada integral.Parágrafo único. (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883,

de 1994)

Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins te-rão projetos padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto quando o projeto-padrão não atender às condições peculiares do local ou às exigências específicas do empreendimento.

Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços serão considerados principalmente os seguintes requi-sitos:

I - segurança;II - funcionalidade e adequação ao interesse público;III - economia na execução, conservação e operação;IV - possibilidade de emprego de mão de obra, materiais, tec-

nologia e matérias-primas existentes no local para execução, con-servação e operação;

V - facilidade na execução, conservação e operação, sem pre-juízo da durabilidade da obra ou do serviço;

VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho adequadas;

VII - impacto ambiental.

Seção IV Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados

Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técni-cos profissionais especializados os trabalhos relativos a:

I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou exe-cutivos;

II - pareceres, perícias e avaliações em geral;III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financei-

ras ou tributárias; IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou

serviços;V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrati-

vas;VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.VIII - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os

contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais espe-cializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou re-muneração.

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Didatismo e Conhecimento 31

DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 2o Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei.

§ 3o A empresa de prestação de serviços técnicos especializa-dos que apresente relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como elemento de justificação de dis-pensa ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços objeto do contrato.

Seção V Das Compras

Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracte-rização de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.

Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: I - atender ao princípio da padronização, que imponha compa-

tibilidade de especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas;

II - ser processadas através de sistema de registro de preços; III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento se-

melhantes às do setor privado;IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias

para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economi-cidade;

V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades da Administração Pública.

§ 1o O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado.

§ 2o Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orientação da Administração, na imprensa oficial.

§ 3o O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observadas as se-guintes condições:

I - seleção feita mediante concorrência;II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos

preços registrados;III - validade do registro não superior a um ano.§ 4o A existência de preços registrados não obriga a Adminis-

tração a firmar as contratações que deles poderão advir, ficando--lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro preferência em igualdade de condições.

§ 5o O sistema de controle originado no quadro geral de pre-ços, quando possível, deverá ser informatizado.

§ 6o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante do quadro geral em razão de incompatibilidade desse com o preço vigente no mercado.

§ 7o Nas compras deverão ser observadas, ainda:I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indi-

cação de marca; II - a definição das unidades e das quantidades a serem adqui-

ridas em função do consumo e utilização prováveis, cuja estimati-va será obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas quantitativas de estimação;

III - as condições de guarda e armazenamento que não permi-tam a deterioração do material.

§ 8o O recebimento de material de valor superior ao limite estabelecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade de convite, deverá ser confiado a uma comissão de, no mínimo, 3 (três) mem-bros.

Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de di-vulgação oficial ou em quadro de avisos de amplo acesso público, à relação de todas as compras feitas pela Administração Direta ou Indireta, de maneira a clarificar a identificação do bem comprado, seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome do vendedor e o valor total da operação, podendo ser aglutinadas por itens as compras feitas com dispensa e inexigibilidade de licitação.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos ca-sos de dispensa de licitação previstos no inciso IX do art. 24.

Seção VI Das Alienações

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subor-dinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:

I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacio-nais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:

a) dação em pagamento; b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou en-

tidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i;

c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos cons-tantes do inciso X do art. 24 desta Lei;

d) investidura; e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública,

de qualquer esfera de governo; f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de

direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da ad-ministração pública;

g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja com-petência legal inclua-se tal atribuição;

h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;

i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou one-rosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais;

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Didatismo e Conhecimento 32

DIREITO ADMINISTRATIVO

II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licita-ção, dispensada esta nos seguintes casos:

a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de inte-resse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência socioeconômica, relativamente à escolha de outra forma de alie-nação;

b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entida-des da Administração Pública;

c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, ob-servada a legislação específica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos

ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas fina-lidades;

f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

§ 1o Os imóveis doados com base na alínea “b” do inciso I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, re-verterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário.

§ 2o A Administração também poderá conceder título de pro-priedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se:

I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qual-quer que seja a localização do imóvel;

II - a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre área rural situada na Amazônia Legal, superior a 1 (um) mó-dulo fiscal e limitada a 15 (quinze) módulos fiscais, desde que não exceda 1.500ha (mil e quinhentos hectares);

§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas de autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes condi-cionamentos:

I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular seja comprovadamente anterior a 1o de dezembro de 2004;

II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regi-me legal e administrativo da destinação e da regularização fundiá-ria de terras públicas;

III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de terras pú-blicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento ecológico-econômico; e

IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notificação, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social.

§ 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a

vedação, impedimento ou inconveniente a sua exploração median-te atividades agropecuárias;

II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite;

III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo.

IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008)

§ 3o Entende-se por investidura, para os fins desta lei: I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área

remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da ava-liação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinquenta por cento) do valor constante da alínea “a” do inciso II do art. 23 desta lei;

II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais cons-truídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas uni-dades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão.

§ 4o A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumpri-mento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente justificado;

§ 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário ne-cessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do doador.

§ 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou global-mente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea “b” desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão.

§ 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)

Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase de habilitação limitar-se-á à comprovação do recolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco por cento) da avaliação.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aqui-sição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pa-gamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras:

I - avaliação dos bens alienáveis;II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de

concorrência ou leilão.

Capítulo II Da Licitação

Seção I Das Modalidades, Limites e Dispensa

Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição interessada, salvo por motivo de interesse público, de-vidamente justificado.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a ha-bilitação de interessados residentes ou sediados em outros locais.

Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das con-corrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez:

I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais;

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Didatismo e Conhecimento 33

DIREITO ADMINISTRATIVO

II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal;

III - em jornal diário de grande circulação no Estado e tam-bém, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição.

§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação.

§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será:

I - quarenta e cinco dias para: a) concurso; b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar

o regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”;

II - trinta dias para: a) concorrência, nos casos não especificados na alínea “b” do

inciso anterior; b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo “melhor

técnica” ou “técnica e preço”; III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não espe-

cificados na alínea “b” do inciso anterior, ou leilão; IV - cinco dias úteis para convite. § 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão con-

tados a partir da última publicação do edital resumido ou da expe-dição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde.

§ 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.

Art. 22. São modalidades de licitação: I - concorrência; II - tomada de preços; III - convite; IV - concurso; V - leilão. § 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer

interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, com-provem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre in-teressados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qua-lificação.

§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade adminis-trativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspon-dente especialidade que manifestarem seu interesse com antece-dência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das pro-postas.

§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer in-teressados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa ofi-cial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer in-teressados para a venda de bens móveis inservíveis para a admi-nistração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.

§ 6o Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações.

§ 7o Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinte-resse dos convidados, for impossível a obtenção do número míni-mo de licitantes exigidos no § 3o deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de re-petição do convite.

§ 8o É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação das referidas neste artigo.

§ 9o Na hipótese do parágrafo 2o deste artigo, a administração somente poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31, que comprovem habilitação compatível com o objeto da licitação, nos termos do edital.

Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os in-cisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:

I - para obras e serviços de engenharia: a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais); b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e qui-

nhentos mil reais); c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e qui-

nhentos mil reais); II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior: a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cin-

quenta mil reais); c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cin-

quenta mil reais). § 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela Administra-

ção serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mer-cado e à ampliação da competitividade sem perda da economia de escala.

§ 2o Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou con-junto de etapas da obra, serviço ou compra, há de corresponder licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a exe-cução do objeto em licitação.

§ 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qual-quer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou aliena-ção de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadas-tro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País.

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Didatismo e Conhecimento 34

DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 4o Nos casos em que couber convite, a Administração pode-rá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.

§ 5o É vedada a utilização da modalidade “convite” ou “toma-da de preços”, conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitante-mente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso de “tomada de preços” ou “concorrência”, respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especiali-dade diversa daquela do executor da obra ou serviço.

§ 6o As organizações industriais da Administração Federal direta, em face de suas peculiaridades, obedecerão aos limites es-tabelecidos no inciso I deste artigo também para suas compras e serviços em geral, desde que para a aquisição de materiais aplica-dos exclusivamente na manutenção, reparo ou fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes à União.

§ 7o Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é permitida a cota-ção de quantidade inferior à demandada na licitação, com vistas a ampliação da competitividade, podendo o edital fixar quantitativo mínimo para preservar a economia de escala.

§ 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores mencionados no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior número.

Art. 24. É dispensável a licitação: I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez

por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitante-mente;

II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso II do artigo ante-rior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;

III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quan-

do caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oi-tenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;

V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preesta-belecidas;

VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;

VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais compe-

tentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)

VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito públi-co interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;

IX - quando houver possibilidade de comprometimento da se-gurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presiden-te da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;

X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendi-mento das finalidades precípuas da administração, cujas necessi-dades de instalação e localização condicionem a sua escolha, des-de que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;

XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou for-necimento, em consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;

XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia;

XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida re-gimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desen-volvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável re-putação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;

XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acor-do internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público;

XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.

XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas ofi-ciais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que in-tegrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;

XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamen-tos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor ori-ginal desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;

XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abas-tecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestra-mento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 desta Lei:

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Didatismo e Conhecimento 35

DIREITO ADMINISTRATIVO

XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Ar-madas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terres-tres, mediante parecer de comissão instituída por decreto;

XX - na contratação de associação de portadores de deficiên-cia física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão de obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.

XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusi-vamente à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedi-dos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim espe-cífico; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)

XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de ener-gia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica;

XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou so-ciedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o pra-ticado no mercado.

XXIV - para a celebração de contratos de prestação de ser-viços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.

XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de explo-ração de criação protegida.

XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação.

XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercia-lização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associa-ções ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública.

XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzi-dos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do ór-gão.

XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasilei-ras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou execu-tante e ratificadas pelo Comandante da Força.

XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de servi-ços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal.

XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

XXXII - na contratação em que houver transferência de tec-nologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, con-forme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção tecnológica. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

§ 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e servi-ços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

§ 2o O limite temporal de criação do órgão ou entidade que in-tegre a administração pública estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos órgãos ou entidades que produzem produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:

I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado forne-cido pelo órgão de registro do comércio do local em que se reali-zaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

III - para contratação de profissional de qualquer setor artís-tico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

§ 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, orga-nização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos re-lacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.

§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dis-pensa, se comprovado superfaturamento, respondem solidaria-mente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.

Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos.

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Didatismo e Conhecimento 36

DIREITO ADMINISTRATIVO

Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:

I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso;

II - razão da escolha do fornecedor ou executante;III - justificativa do preço.IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos

quais os bens serão alocados.

Seção II Da Habilitação

Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos inte-ressados, exclusivamente, documentação relativa a:

I - habilitação jurídica;II - qualificação técnica;III - qualificação econômico-financeira;IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Redação dada pela Lei

nº 12.440, de 2011) V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da

Constituição Federal.

Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, con-forme o caso, consistirá em:

I - cédula de identidade; II - registro comercial, no caso de empresa individual; III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, de-

vidamente registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanhado de documentos de eleição de seus administradores;

IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício;

V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou so-ciedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir.

Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e traba-lhista, conforme o caso, consistirá em: (Redação dada pela Lei nº 12.440, de 2011)

I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC);

II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual;

III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Esta-dual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equi-valente, na forma da lei;

IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei.

V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho, mediante a apresentação de certidão negativa, nos termos do Título VII-A da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943. (In-cluído pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência)

Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limi-tar-se-á a:

I - registro ou inscrição na entidade profissional competente;II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade

pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do apare-lhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a rea-lização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;

III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que rece-beu os documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimen-to de todas as informações e das condições locais para o cumpri-mento das obrigações objeto da licitação;

IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei espe-cial, quando for o caso.

§ 1o A comprovação de aptidão referida no inciso II do “caput” deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profis-sionais competentes, limitadas as exigências a:

I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entre-ga da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamen-te reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de carac-terísticas semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, ve-dadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos;

II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)a) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)b) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 2o As parcelas de maior relevância técnica e de valor sig-

nificativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão definidas no instrumento convocatório.

§ 3o Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou atestados de obras ou serviços similares de com-plexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior.

§ 4o Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão, quando for o caso, será feita através de atestados forne-cidos por pessoa jurídica de direito público ou privado.

§ 5o É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que ini-bam a participação na licitação.

§ 6o As exigências mínimas relativas a instalações de cantei-ros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico especializado, con-siderados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresentação de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.

§ 7º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)I - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 8o No caso de obras, serviços e compras de grande vulto,

de alta complexidade técnica, poderá a Administração exigir dos licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por critérios objetivos.

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Didatismo e Conhecimento 37

DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 9o Entende-se por licitação de alta complexidade técnica aquela que envolva alta especialização, como fator de extrema re-levância para garantir a execução do objeto a ser contratado, ou que possa comprometer a continuidade da prestação de serviços públicos essenciais.

§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação da capacitação técnico-profissional de que trata o inciso I do § 1o deste artigo deverão participar da obra ou serviço objeto da licitação, admitindo-se a substituição por profissionais de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada pela administração.

§ 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico--financeira limitar-se-á a:

I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta;

II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimo-nial, expedida no domicílio da pessoa física;

III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no “caput” e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação.

§ 1o A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade.

§ 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de capital mínimo ou de pa-trimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1o do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualifi-cação econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.

§ 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à data da apresentação da proposta, na for-ma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices oficiais.

§ 4o Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos pelo licitante que importem diminuição da capacidade operativa ou absorção de disponibilidade financeira, calculada esta em função do patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de rotação.

§ 5o A comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de forma objetiva, através do cálculo de índices con-tábeis previstos no edital e devidamente justificados no processo administrativo da licitação que tenha dado início ao certame lici-tatório, vedada a exigência de índices e valores não usualmente adotados para correta avaliação de situação financeira suficiente ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação.

§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados em original, por qualquer processo de cópia autenti-cada por cartório competente ou por servidor da administração ou publicação em órgão da imprensa oficial.

§ 1o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão.

§ 2o O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1o do art. 36 substitui os documentos enumerados nos arts. 28 a 31, quanto às informações disponibilizadas em sistema informatizado de consulta direta indicado no edital, obrigando-se a parte a decla-rar, sob as penalidades legais, a superveniência de fato impeditivo da habilitação.

§ 3o A documentação referida neste artigo poderá ser substi-tuída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em obe-diência ao disposto nesta Lei.

§ 4o As empresas estrangeiras que não funcionem no País, tanto quanto possível, atenderão, nas licitações internacionais, às exigências dos parágrafos anteriores mediante documentos equi-valentes, autenticados pelos respectivos consulados e traduzidos por tradutor juramentado, devendo ter representação legal no Bra-sil com poderes expressos para receber citação e responder admi-nistrativa ou judicialmente.

§ 5o Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, prévio recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, quando solicitado, com os seus elementos constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo de reprodução gráfica da documentação fornecida.

§ 6o O disposto no § 4o deste artigo, no § 1o do art. 33 e no § 2o do art. 55, não se aplica às licitações internacionais para a aquisi-ção de bens e serviços cujo pagamento seja feito com o produto de financiamento concedido por organismo financeiro internacional de que o Brasil faça parte, ou por agência estrangeira de coopera-ção, nem nos casos de contratação com empresa estrangeira, para a compra de equipamentos fabricados e entregues no exterior, desde que para este caso tenha havido prévia autorização do Chefe do Poder Executivo, nem nos casos de aquisição de bens e serviços realizada por unidades administrativas com sede no exterior.

Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de em-presas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:

I - comprovação do compromisso público ou particular de constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;

II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que de-verá atender às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital;

III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o somatório dos quantitativos de cada con-sorciado, e, para efeito de qualificação econômico-financeira, o so-matório dos valores de cada consorciado, na proporção de sua res-pectiva participação, podendo a Administração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas assim definidas em lei;

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Didatismo e Conhecimento 38

DIREITO ADMINISTRATIVO

IV - impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma licitação, através de mais de um consórcio ou isoladamente;

V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos pra-ticados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de exe-cução do contrato.

§ 1o No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a li-derança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado o disposto no inciso II deste artigo.

§ 2o O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo.

Seção III Dos Registros Cadastrais

Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Ad-ministração Pública que realizem frequentemente licitações man-terão registros cadastrais para efeito de habilitação, na forma regu-lamentar, válidos por, no máximo, um ano.

§ 1o O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá estar permanentemente aberto aos interessados, obrigando--se a unidade por ele responsável a proceder, no mínimo anual-mente, através da imprensa oficial e de jornal diário, a chama-mento público para a atualização dos registros existentes e para o ingresso de novos interessados.

§ 2o É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administra-ção Pública.

Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização des-te, a qualquer tempo, o interessado fornecerá os elementos neces-sários à satisfação das exigências do art. 27 desta Lei.

Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo--se em vista sua especialização, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e econômica avaliada pelos elementos cons-tantes da documentação relacionada nos arts. 30 e 31 desta Lei.

§ 1o Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre que atualizarem o registro.

§ 2o A atuação do licitante no cumprimento de obrigações as-sumidas será anotada no respectivo registro cadastral.

Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o registro do inscrito que deixar de satisfazer as exi-gências do art. 27 desta Lei, ou as estabelecidas para classificação cadastral.

Seção IV Do Procedimento e Julgamento

Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a aber-tura de processo administrativo, devidamente autuado, protoco-lado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:

I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma

do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite;

III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite;

IV - original das propostas e dos documentos que as instruí-rem;

V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação,

dispensa ou inexigibilidade; VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua ho-

mologação;VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e

respectivas manifestações e decisões;IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quan-

do for o caso, fundamentado circunstanciadamente; X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme

o caso;XI - outros comprovantes de publicações;XII - demais documentos relativos à licitação.Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como

as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previa-mente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Admi-nistração.

Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for supe-rior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea “c” desta Lei, o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamen-te, com uma audiência pública concedida pela autoridade respon-sável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedên-cia mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados.

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se lici-tações simultâneas aquelas com objetos similares e com realização prevista para intervalos não superiores a trinta dias e licitações su-cessivas aquelas em que, também com objetos similares, o edital subsequente tenha uma data anterior a cento e vinte dias após o término do contrato resultante da licitação antecedente.

Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:

I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada

dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execu-ção do contrato e para entrega do objeto da licitação;

III - sanções para o caso de inadimplemento;IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto

básico;V - se há projeto executivo disponível na data da publicação

do edital de licitação e o local onde possa ser examinado e adqui-rido;

VI - condições para participação na licitação, em conformi-dade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das propostas;

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Didatismo e Conhecimento 39

DIREITO ADMINISTRATIVO

VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâ-metros objetivos;

VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de co-municação à distância em que serão fornecidos elementos, infor-mações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu objeto;

IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações internacionais;

X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso, permitida a fixação de preços máximos e veda-dos a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48;

XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimple-mento de cada parcela;

XII - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização

para execução de obras ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas;

XIV - condições de pagamento, prevendo:a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a

partir da data final do período de adimplemento de cada parcela; b) cronograma de desembolso máximo por período, em con-

formidade com a disponibilidade de recursos financeiros;c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos,

desde a data final do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo pagamento;

d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de pagamentos;

e) exigência de seguros, quando for o caso;XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;XVII - outras indicações específicas ou peculiares da licitação.§ 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas

as folhas e assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de licitação, e dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos interessados.

§ 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes,

desenhos, especificações e outros complementos;II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e pre-

ços unitários; III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração

e o licitante vencedor;IV - as especificações complementares e as normas de execu-

ção pertinentes à licitação. § 3o Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como

adimplemento da obrigação contratual a prestação do serviço, a realização da obra, a entrega do bem ou de parcela destes, bem como qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja vinculada a emissão de documento de cobrança.

§ 4o Nas compras para entrega imediata, assim entendidas aquelas com prazo de entrega até trinta dias da data prevista para apresentação da proposta, poderão ser dispensadas:

I - o disposto no inciso XI deste artigo;

II - a atualização financeira a que se refere a alínea “c” do inciso XIV deste artigo, correspondente ao período compreendido entre as datas do adimplemento e a prevista para o pagamento, desde que não superior a quinze dias.

Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.

§ 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo proto-colar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1o do art. 113.

§ 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habili-tação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de lei-lão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso.

§ 3o A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.

§ 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direi-to de participar das fases subsequentes.

Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o edital deverá ajustar-se às diretrizes da política monetária e do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos competentes.

§ 1o Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante bra-sileiro.

§ 2o O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado em virtude da licitação de que trata o parágrafo anterior será efetuado em moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia útil imediatamente anterior à data do efetivo pagamento.

§ 3o As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.

§ 4o Para fins de julgamento da licitação, as propostas apre-sentadas por licitantes estrangeiros serão acrescidas dos gravames conseqüentes dos mesmos tributos que oneram exclusivamente os licitantes brasileiros quanto à operação final de venda.

§ 5o Para a realização de obras, prestação de serviços ou aqui-sição de bens com recursos provenientes de financiamento ou doa-ção oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira ou or-ganismo financeiro multilateral de que o Brasil seja parte, poderão ser admitidas, na respectiva licitação, as condições decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou tratados internacionais apro-vados pelo Congresso Nacional, bem como as normas e procedi-mentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção da proposta mais vantajosa para a administração, o qual poderá contemplar, além do preço, outros fatores de avaliação, desde que por elas exigidos para a obtenção do financiamento ou da doação, e que também não conflitem com o princípio do julgamento obje-tivo e sejam objeto de despacho motivado do órgão executor do contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imediatamente superior.

§ 6o As cotações de todos os licitantes serão para entrega no mesmo local de destino.

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Didatismo e Conhecimento 40

DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes procedimentos:

I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação;

II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes ina-bilitados, contendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;

III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concor-rentes habilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou após o julga-mento dos recursos interpostos;

IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis;

V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação constantes do edital;

VI - deliberação da autoridade competente quanto à homolo-gação e adjudicação do objeto da licitação.

§ 1o A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação e as propostas será realizada sempre em ato público previamente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada, as-sinada pelos licitantes presentes e pela Comissão.

§ 2o Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos licitantes presentes e pela Comissão.

§ 3o É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qual-quer fase da licitação, a promoção de diligência destinada a es-clarecer ou a complementar a instrução do processo, vedada a in-clusão posterior de documento ou informação que deveria constar originariamente da proposta.

§ 4o O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite.

§ 5o Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (inci-sos I e II) e abertas as propostas (inciso III), não cabe desclassificá--los por motivo relacionado com a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após o julgamento.

§ 6o Após a fase de habilitação, não cabe desistência de pro-posta, salvo por motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela Comissão.

Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei.

§ 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes.

§ 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edital ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes.

§ 3o Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração.

§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se também às pro-postas que incluam mão de obra estrangeira ou importações de qualquer natureza.

Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores ex-clusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.

§ 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso:

I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especifica-ções do edital ou convite e ofertar o menor preço;

II - a de melhor técnica;III - a de técnica e preço.IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de

bens ou concessão de direito real de uso. § 2o No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após

obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro pro-cesso.

§ 3o No caso da licitação do tipo “menor preço”, entre os lici-tantes considerados qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos preços propostos, prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério previsto no parágrafo anterior.

§ 4o Para contratação de bens e serviços de informática, a ad-ministração observará o disposto no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os fatores especificados em seu parágrafo 2o e adotando obrigatoriamente o tipo de licitação “técnica e preço”, permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.

§ 5o É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste artigo.

§ 6o Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas tantas propostas quantas necessárias até que se atinja a quantidade demandada na licitação.

Art. 46. Os tipos de licitação “melhor técnica” ou “técnica e preço” serão utilizados exclusivamente para serviços de nature-za predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4o do artigo anterior.

§ 1o Nas licitações do tipo “melhor técnica” será adotado o se-guinte procedimento claramente explicitado no instrumento con-vocatório, o qual fixará o preço máximo que a Administração se propõe a pagar:

I - serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusivamente dos licitantes previamente qualificados e feita en-tão a avaliação e classificação destas propostas de acordo com os critérios pertinentes e adequados ao objeto licitado, definidos com clareza e objetividade no instrumento convocatório e que consi-derem a capacitação e a experiência do proponente, a qualidade técnica da proposta, compreendendo metodologia, organização,

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Didatismo e Conhecimento 41

DIREITO ADMINISTRATIVO

tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualificação das equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua execução;

II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura das propostas de preço dos licitantes que tenham atingi-do a valorização mínima estabelecida no instrumento convocatório e à negociação das condições propostas, com a proponente melhor classificada, com base nos orçamentos detalhados apresentados e respectivos preços unitários e tendo como referência o limite re-presentado pela proposta de menor preço entre os licitantes que obtiveram a valorização mínima;

III - no caso de impasse na negociação anterior, procedimento idêntico será adotado, sucessivamente, com os demais proponen-tes, pela ordem de classificação, até a consecução de acordo para a contratação;

IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas aos lici-tantes que não forem preliminarmente habilitados ou que não obti-verem a valorização mínima estabelecida para a proposta técnica.

§ 2o Nas licitações do tipo “técnica e preço” será adotado, adi-cionalmente ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedi-mento claramente explicitado no instrumento convocatório:

I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de pre-ços, de acordo com critérios objetivos preestabelecidos no instru-mento convocatório;

II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média ponderada das valorizações das propostas técnicas e de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no instrumento convocatório.

§ 3o Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste artigo poderão ser adotados, por autorização expressa e mediante justificativa circunstanciada da maior autoridade da Administração promotora constante do ato convocatório, para fornecimento de bens e execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes de tecnologia nitidamente sofistica-da e de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas de reco-nhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir soluções alternativas e variações de execução, com repercussões significativas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e durabilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem ser ado-tadas à livre escolha dos licitantes, na conformidade dos critérios objetivamente fixados no ato convocatório.

§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, quando for adotada a modalidade de execução de empreitada por preço global, a Administração deverá fornecer obrigatoriamente, junto com o edital, todos os elementos e informações necessários para que os licitantes possam elaborar suas propostas de preços com total e completo conhecimento do objeto da licitação.

Art. 48. Serão desclassificadas:I - as propostas que não atendam às exigências do ato convo-

catório da licitação;II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido

ou com preços manifestamente inexequíveis, assim considerados aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através de documentação que comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que os coeficientes de produtivi-dade são compatíveis com a execução do objeto do contrato, con-dições estas necessariamente especificadas no ato convocatório da licitação.

§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-se manifestamente inexequíveis, no caso de licitações de menor preço para obras e serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores:

a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cinquenta por cento) do valor orçado pela administração, ou

b) valor orçado pela administração. § 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior

cujo valor global da proposta for inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a que se referem as alíneas “a” e “b”, será exigida, para a assinatura do contrato, prestação de garantia adicional, den-tre as modalidades previstas no § 1º do art. 56, igual a diferença entre o valor resultante do parágrafo anterior e o valor da corres-pondente proposta.

§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis.

Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do proce-dimento somente poderá revogar a licitação por razões de interes-se público decorrente de fato superveniente devidamente compro-vado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.

§ 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo de ile-galidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.

§ 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contra-to, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.

§ 3o No caso de desfazimento do processo licitatório, fica as-segurado o contraditório e a ampla defesa.

§ 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação.

Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de classificação das propostas ou com tercei-ros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade.

Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.

§ 1o No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcio-nalmente, nas pequenas unidades administrativas e em face da exi-guidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela autoridade competente.

§ 2o A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais legalmente habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.

§ 3o Os membros das Comissões de licitação responderão so-lidariamente por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual divergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão.

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Didatismo e Conhecimento 42

DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 4o A investidura dos membros das Comissões permanentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão no período subsequente.

§ 5o No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores pú-blicos ou não.

Art. 52. O concurso a que se refere o § 4o do art. 22 desta Lei deve ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos inte-ressados no local indicado no edital.

§ 1o O regulamento deverá indicar:I - a qualificação exigida dos participantes;II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;III - as condições de realização do concurso e os prêmios a

serem concedidos.§ 2o Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a

Administração a executá-lo quando julgar conveniente.

Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela Administração, procedendo-se na forma da legislação pertinente.

§ 1o Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administração para fixação do preço mínimo de arrematação.

§ 2o Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão, imediata-mente entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo estipulado no edital de convocação, sob pena de perder em favor da Administração o valor já recolhido.

§ 3o Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderá ser feito em até vinte e quatro horas.

§ 4o O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, prin-cipalmente no município em que se realizará.

Capítulo IIIDOS CONTRATOS

Seção I Disposições Preliminares

Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito públi-co, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.

§ 1o Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução, expressas em cláusulas que de-finam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam.

§ 2o Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilida-de de licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta.

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:

I - o objeto e seus elementos característicos;II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;

III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data--base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obriga-ções e a do efetivo pagamento;

IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;

V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica;

VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execu-ção, quando exigidas;

VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalida-des cabíveis e os valores das multas;

VIII - os casos de rescisão;IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso

de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei;X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para

conversão, quando for o caso;XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dis-

pensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especial-

mente aos casos omissos;XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a

execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.

§ 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 2o Nos contratos celebrados pela Administração Pública

com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no § 6o do art. 32 desta Lei.

§ 3o No ato da liquidação da despesa, os serviços de conta-bilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos da União, Estado ou Município, as caracte-rísticas e os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964.

Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exi-gida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras.

§ 1o Caberá ao contratado optar por uma das seguintes moda-lidades de garantia:

I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, deven-do estes ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econô-micos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda;

II - seguro-garantia; III - fiança bancária. § 2o A garantia a que se refere o caput deste artigo não excede-

rá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3o deste artigo.

§ 3o Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto en-volvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros considerá-veis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do con-trato.

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Didatismo e Conhecimento 43

DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 4o A garantia prestada pelo contratado será liberada ou res-tituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atuali-zada monetariamente.

§ 5o Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.

Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:

I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas me-tas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorro-gados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;

II - à prestação de serviços a serem executados de forma con-tínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e suces-sivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses;

III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas

de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.

V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da administração. (In-cluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 1o Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico--financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devi-damente autuados em processo:

I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estra-

nho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condi-ções de execução do contrato;

III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Administração;

IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no con-trato, nos limites permitidos por esta Lei;

V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela Administração em documento contem-porâneo à sua ocorrência;

VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Adminis-tração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na execução do con-trato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.

§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por es-crito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.

§ 3o É vedado o contrato com prazo de vigência indetermi-nado.

§ 4o Em caráter excepcional, devidamente justificado e me-diante autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser prorrogado por até doze meses.

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos ins-tituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:

I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contra-tado;

II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;

III - fiscalizar-lhes a execução;IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou par-

cial do ajuste;V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente

bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração admi-nistrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipó-tese de rescisão do contrato administrativo.

§ 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.

§ 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas eco-nômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.

Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrati-vo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já pro-duzidos.

Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo--se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

Seção II Da Formalização dos Contratos

Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por ins-trumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.

Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato ver-bal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea “a” desta Lei, feitas em regime de adiantamento.

Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.

Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condi-ção indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Admi-nistração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.

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Didatismo e Conhecimento 44

DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, au-torização de compra ou ordem de execução de serviço.

§ 1o A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da licitação.

§ 2o Em “carta contrato”, “nota de empenho de despesa”, “au-torização de compra”, “ordem de execução de serviço” ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei.

§ 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no que couber:

I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de direito privado;

II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público.

§ 4o É dispensável o “termo de contrato” e facultada a subs-tituição prevista neste artigo, a critério da Administração e inde-pendentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.

Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do contrato e do respectivo processo licitatório e, a qual-quer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mediante o pa-gamento dos emolumentos devidos.

Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessa-do para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previs-tas no art. 81 desta Lei.

§ 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte durante o seu trans-curso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Adminis-tração.

§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os lici-tantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro clas-sificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.

§ 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das pro-postas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes li-berados dos compromissos assumidos.

Seção III Da Alteração dos Contratos

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser altera-dos, com as devidas justificativas, nos seguintes casos:

I - unilateralmente pela Administração:

a) quando houver modificação do projeto ou das especifica-ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos;

b) quando necessária a modificação do valor contratual em de-corrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;

II - por acordo das partes:a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;b) quando necessária a modificação do regime de execução

da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;

c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o va-lor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;

d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial-mente entre os encargos do contratado e a retribuição da adminis-tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini-cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis, porém de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual.

§ 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condi-ções contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de refor-ma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos.

§ 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limi-tes estabelecidos no parágrafo anterior, salvo:

I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os con-

tratantes. § 3o Se no contrato não houverem sido contemplados preços

unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no § 1o deste artigo.

§ 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corri-gidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados.

§ 5o Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de com-provada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso.

§ 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.

§ 7o (VETADO)§ 8o A variação do valor contratual para fazer face ao reajus-

te de preços previsto no próprio contrato, as atualizações, com-pensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições

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Didatismo e Conhecimento 45

DIREITO ADMINISTRATIVO

de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.

Seção IV Da Execução dos Contratos

Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas par-tes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas consequências de sua inexecução to-tal ou parcial.

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

§ 1o O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do con-trato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.

§ 2o As decisões e providências que ultrapassarem a compe-tência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.

Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.

Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incor-reções resultantes da execução ou de materiais empregados.

Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados di-retamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado.

Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhis-tas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.

§ 1o A inadimplência do contratado, com referência aos encar-gos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.

§ 2o A Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.

§ 3º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuí-zo das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela Administração.

Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:I - em se tratando de obras e serviços:a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamen-

to e fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contra-tado;

b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, ob-servado o disposto no art. 69 desta Lei;

II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da

conformidade do material com a especificação;b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quanti-

dade do material e consequente aceitação.§ 1o Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto,

o recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos de-mais, mediante recibo.

§ 2o O recebimento provisório ou definitivo não exclui a res-ponsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.

§ 3o O prazo a que se refere a alínea “b” do inciso I deste artigo não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excep-cionais, devidamente justificados e previstos no edital.

§ 4o Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro dos prazos fixados, reputar-se-ão como realiza-dos, desde que comunicados à Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos.

Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:

I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;II - serviços profissionais;III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso

II, alínea “a”, desta Lei, desde que não se componham de apare-lhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação de funcio-namento e produtividade.

Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito mediante recibo.

Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidos por normas técnicas oficiais para a boa execução do obje-to do contrato correm por conta do contratado.

Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou fornecimento executado em desacordo com o contrato.

Seção V Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos

Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com as consequências contratuais e as previstas em lei ou regulamento.

Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:

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Didatismo e Conhecimento 46

DIREITO ADMINISTRATIVO

I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especifica-ções, projetos ou prazos;

II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especi-ficações, projetos e prazos;

III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos estipulados;

IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou forne-cimento;

V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia comunicação à Administração;

VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associa-ção do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato;

VII - o desatendimento das determinações regulares da autori-dade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus superiores;

VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, ano-tadas na forma do § 1o do art. 67 desta Lei;

IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;

X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da

estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato; XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo

conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autorida-de da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato;

XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, ser-viços ou compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido no § 1o do art. 65 desta Lei;

XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Ad-ministração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indeniza-ções pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobiliza-ções e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;

XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos de-vidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou forne-cimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspen-são do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;

XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;

XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regu-larmente comprovada, impeditiva da execução do contrato.

Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formal-mente motivados nos autos do processo, assegurado o contraditó-rio e a ampla defesa.

XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.

Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração,

nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no

processo da licitação, desde que haja conveniência para a Admi-nistração;

III - judicial, nos termos da legislação;§ 1o A rescisão administrativa ou amigável deverá ser prece-

dida de autorização escrita e fundamentada da autoridade compe-tente.

§ 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que hou-ver sofrido, tendo ainda direito a:

I - devolução de garantia;II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data

da rescisão;III - pagamento do custo da desmobilização.§ 3º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 4º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 5o Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do con-

trato, o cronograma de execução será prorrogado automaticamente por igual tempo.

Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as seguintes consequências, sem prejuízo das sanções pre-vistas nesta Lei:

I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato próprio da Administração;

II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do contrato, necessá-rios à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;

III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela de-vidos;

IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à Administração.

§ 1o A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica a critério da Administração, que poderá dar continuida-de à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta.

§ 2o É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado, manter o contrato, podendo assumir o controle de de-terminadas atividades de serviços essenciais.

§ 3o Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser pre-cedido de autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso.

§ 4o A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior per-mite à Administração, a seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo.

Capítulo IV DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDI-

CIAL

Seção I Disposições Gerais

Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido pela Administração, caracteriza o descumpri-mento total da obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas.

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Didatismo e Conhecimento 47

DIREITO ADMINISTRATIVO

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos li-citantes convocados nos termos do art. 64, § 2o desta Lei, que não aceitarem a contratação, nas mesmas condições propostas pelo pri-meiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo e preço.

Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em desacordo com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os ob-jetivos da licitação sujeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.

Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmen-te tentados, sujeitam os seus autores, quando servidores públicos, além das sanções penais, à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.

Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, aquele que exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remunera-ção, cargo, função ou emprego público.

§ 1o Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, assim consideradas, além das fundações, empresas públicas e so-ciedades de economia mista, as demais entidades sob controle, di-reto ou indireto, do Poder Público.

§ 2o A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os autores dos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo em comissão ou de função de confiança em órgão da Adminis-tração direta, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista, fundação pública, ou outra entidade controlada direta ou indiretamente pelo Poder Público.

Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às licitações e aos contratos celebrados pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios, e respectivas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, e quaisquer outras entidades sob seu controle direto ou indireto.

Seção IIDas Sanções Administrativas

Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeita-rá o contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato.

§ 1o A multa a que alude este artigo não impede que a Admi-nistração rescinda unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções previstas nesta Lei.

§ 2o A multa, aplicada após regular processo administrativo, será descontada da garantia do respectivo contratado.

§ 3o Se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, a qual será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso, cobrada judicialmente.

Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Admi-nistração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:

I - advertência;

II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;

III - suspensão temporária de participação em licitação e im-pedimento de contratar com a Administração, por prazo não supe-rior a 2 (dois) anos;

IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determi-nantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.

§ 1o Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente de-vidos pela Administração ou cobrada judicialmente.

§ 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.

§ 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de com-petência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação. (Vide art. 109 inciso III)

Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior poderão também ser aplicadas às empresas ou aos profis-sionais que, em razão dos contratos regidos por esta Lei:

I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;

II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objeti-vos da licitação;

III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Administração em virtude de atos ilícitos praticados.

Seção III Dos Crimes e das Penas

Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses pre-vistas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:

Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa. Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo

comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público.

Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vanta-gem decorrente da adjudicação do objeto da licitação:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário:

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Didatismo e Conhecimento 48

DIREITO ADMINISTRATIVO

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modifi-cação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da lici-tação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade, observado o disposto no art. 121 desta Lei:

Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa. Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, ten-

do comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalida-de, obtém vantagem indevida ou se beneficia, injustamente, das modificações ou prorrogações contratuais.

Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em proce-dimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá--lo:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.

Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de vio-lência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida.

Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente:

I - elevando arbitrariamente os preços; II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsi-

ficada ou deteriorada; III - entregando uma mercadoria por outra; IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da merca-

doria fornecida; V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa

a proposta ou a execução do contrato: Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa ou profissional declarado inidôneo:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado

inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a Administração.

Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscri-ção de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alteração, suspensão ou cancelamento de registro do inscrito:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste no pagamento de quantia fixada na sentença e calculada em índices percentuais, cuja base corresponderá ao valor da vanta-gem efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente.

§ 1o Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a 5% (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação.

§ 2o O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal.

Seção IV Do Processo e do Procedimento Judicial

Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pú-blica incondicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la.

Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem como as cir-cunstâncias em que se deu a ocorrência.

Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por duas testemunhas.

Art. 102. Quando em autos ou documentos de que conhece-rem, os magistrados, os membros dos Tribunais ou Conselhos de Contas ou os titulares dos órgãos integrantes do sistema de contro-le interno de qualquer dos Poderes verificarem a existência dos cri-mes definidos nesta Lei, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia.

Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da pú-blica, se esta não for ajuizada no prazo legal, aplicando-se, no que couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do Código de Processo Penal.

Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo de 10 (dez) dias para apresentação de defesa escrita, contado da data do seu interrogatório, podendo juntar documentos, arrolar as testemunhas que tiver, em número não superior a 5 (cinco), e indi-car as demais provas que pretenda produzir.

Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas as diligências instrutórias deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o prazo de 5 (cinco) dias a cada parte para alegações finais.

Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para proferir a sentença.

Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 108. No processamento e julgamento das infrações penais definidas nesta Lei, assim como nos recursos e nas execuções que lhes digam respeito, aplicar-se-ão, subsidiariamente, o Código de Processo Penal e a Lei de Execução Penal.

Capítulo V DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS

Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei cabem:

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Didatismo e Conhecimento 49

DIREITO ADMINISTRATIVO

I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intima-ção do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:

a) habilitação ou inabilitação do licitante;b) julgamento das propostas;c) anulação ou revogação da licitação;d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral,

sua alteração ou cancelamento;e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79

desta Lei; f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária

ou de multa;II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intima-

ção da decisão relacionada com o objeto da licitação ou do contra-to, de que não caiba recurso hierárquico;

III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Es-tado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato.

§ 1o A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas “a”, “b”, “c” e “e”, deste artigo, excluídos os relativos à advertência e multa de mora, e no inciso III, será feita mediante publicação na imprensa oficial, salvo para os casos previstos nas alíneas “a” e “b”, se presentes os prepostos dos licitantes no ato em que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação direta aos interessados e lavrada em ata.

§ 2o O recurso previsto nas alíneas “a” e “b” do inciso I deste artigo terá efeito suspensivo, podendo a autoridade competente, motivadamente e presentes razões de interesse público, atribuir ao recurso interposto eficácia suspensiva aos demais recursos.

§ 3o Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitan-tes, que poderão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis.

§ 4o O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermé-dio da que praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a de-cisão ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade.

§ 5o Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de reconsideração se inicia ou corre sem que os autos do processo estejam com vista franqueada ao interessado.

§ 6o Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de “carta convite” os prazos estabelecidos nos incisos I e II e no pará-grafo 3o deste artigo serão de dois dias úteis.

Capítulo VI DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do vencimento, e consi-derar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando for explicitamente disposto em contrário.

Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos neste artigo em dia de expediente no órgão ou na entidade.

Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, premiar ou receber projeto ou serviço técnico especializado desde que o autor ceda os direitos patrimoniais a ele relativos e a Administra-ção possa utilizá-lo de acordo com o previsto no regulamento de concurso ou no ajuste para sua elaboração.

Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra imaterial de caráter tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos di-reitos incluirá o fornecimento de todos os dados, documentos e elementos de informação pertinentes à tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação em suporte físico de qualquer natureza e aplicação da obra.

Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais de uma entidade pública, caberá ao órgão contratante, perante a en-tidade interessada, responder pela sua boa execução, fiscalização e pagamento.

§ 1o Os consórcios públicos poderão realizar licitação da qual, nos termos do edital, decorram contratos administrativos celebra-dos por órgãos ou entidades dos entes da Federação consorciados.

§ 2o É facultado à entidade interessada o acompanhamento da licitação e da execução do contrato.

Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas competente, na forma da legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da Administração responsáveis pela de-monstração da legalidade e regularidade da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem prejuízo do sistema de controle interno nela previsto.

§ 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste artigo.

§ 2o Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão solicitar para exame, até o dia útil ime-diatamente anterior à data de recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entida-des da Administração interessada à adoção de medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas.

Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a pré--qualificação de licitantes nas concorrências, a ser procedida sem-pre que o objeto da licitação recomende análise mais detida da qualificação técnica dos interessados.

§ 1o A adoção do procedimento de pré-qualificação será feita mediante proposta da autoridade competente, aprovada pela ime-diatamente superior.

§ 2o Na pré-qualificação serão observadas as exigências desta Lei relativas à concorrência, à convocação dos interessados, ao procedimento e à analise da documentação.

Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir normas relativas aos procedimentos operacionais a serem observados na execução das licitações, no âmbito de sua competência, observa-das as disposições desta Lei.

Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, após aprovação da autoridade competente, deverão ser publicadas na imprensa oficial.

Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração.

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Didatismo e Conhecimento 50

DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 1o A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou entidades da Administração Pública depende de prévia aprova-ção de competente plano de trabalho proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes infor-mações:

I - identificação do objeto a ser executado; II - metas a serem atingidas; III - etapas ou fases de execução; IV - plano de aplicação dos recursos financeiros; V - cronograma de desembolso; VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim

da conclusão das etapas ou fases programadas;VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de engenha-

ria, comprovação de que os recursos próprios para complementar a execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão descentralizador.

§ 2o Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará ciência do mesmo à Assembleia Legislativa ou à Câmara Munici-pal respectiva.

§ 3o As parcelas do convênio serão liberadas em estrita con-formidade com o plano de aplicação aprovado, exceto nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o saneamento das impropriedades ocorrentes:

I - quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da parcela anteriormente recebida, na forma da legisla-ção aplicável, inclusive mediante procedimentos de fiscalização local, realizados periodicamente pela entidade ou órgão descen-tralizador dos recursos ou pelo órgão competente do sistema de controle interno da Administração Pública;

II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atrasos não justificados no cumprimento das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias aos princípios fundamen-tais de Administração Pública nas contratações e demais atos prati-cados na execução do convênio, ou o inadimplemento do executor com relação a outras cláusulas conveniais básicas;

III - quando o executor deixar de adotar as medidas saneado-ras apontadas pelo partícipe repassador dos recursos ou por inte-grantes do respectivo sistema de controle interno.

§ 4o Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão obrigatoriamente aplicados em cadernetas de poupança de institui-ção financeira oficial se a previsão de seu uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou operação de mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública, quando a utilização dos mesmos verificar-se em prazos menores que um mês.

§ 5o As receitas financeiras auferidas na forma do parágrafo anterior serão obrigatoriamente computadas a crédito do convênio e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua finalidade, devendo constar de demonstrativo específico que integrará as prestações de contas do ajuste.

§ 6o Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do convênio, acordo ou ajuste, os saldos financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações finan-ceiras realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena da imediata instauração de tomada de contas especial do responsável, providenciada pela autoridade competente do órgão ou entidade titular dos recursos.

Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações realizados pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Tribunal de Contas regem-se pelas normas desta Lei, no que couber, nas três esferas administrativas.

Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as entidades da administração indireta deverão adaptar suas normas sobre licitações e contratos ao disposto nesta Lei.

Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fun-dações públicas e demais entidades controladas direta ou indire-tamente pela União e pelas entidades referidas no artigo anterior editarão regulamentos próprios devidamente publicados, ficando sujeitas às disposições desta Lei.

Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo, no âmbito da Administração Pública, após aprovados pela autori-dade de nível superior a que estiverem vinculados os respectivos órgãos, sociedades e entidades, deverão ser publicados na impren-sa oficial.

Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anual-mente revistos pelo Poder Executivo Federal, que os fará publicar no Diário Oficial da União, observando como limite superior a va-riação geral dos preços do mercado, no período.

Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações ins-tauradas e aos contratos assinados anteriormente à sua vigência, ressalvado o disposto no art. 57, nos parágrafos 1o, 2o e 8o do art. 65, no inciso XV do art. 78, bem assim o disposto no “caput” do art. 5o, com relação ao pagamento das obrigações na ordem crono-lógica, podendo esta ser observada, no prazo de noventa dias con-tados da vigência desta Lei, separadamente para as obrigações re-lativas aos contratos regidos por legislação anterior à Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.

Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patrimô-nio da União continuam a reger-se pelas disposições do Decreto--lei no 9.760, de 5 de setembro de 1946, com suas alterações, e os relativos a operações de crédito interno ou externo celebrados pela União ou a concessão de garantia do Tesouro Nacional continuam regidos pela legislação pertinente, aplicando-se esta Lei, no que couber.

Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á pro-cedimento licitatório específico, a ser estabelecido no Código Bra-sileiro de Aeronáutica.

Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas, as repartições sediadas no exterior observarão as peculiaridades locais e os princípios básicos desta Lei, na forma de regulamenta-ção específica.

Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para per-missão ou concessão de serviços públicos os dispositivos desta Lei que não conflitem com a legislação específica sobre o assunto.

Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do § 2o do art. 7o serão dispensadas nas licitações para concessão de serviços com execução prévia de obras em que não foram previs-tos desembolso por parte da Administração Pública concedente.

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Didatismo e Conhecimento 51

DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, especial-mente os Decretos-leis nos 2.300, de 21 de novembro de 1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360, de 16 de setembro de 1987, a Lei no 8.220, de 4 de setembro de 1991, e o art. 83 da Lei no 5.194, de 24 de dezembro de 1966.(Renumerado por força do disposto no art. 3º da Lei nº 8.883, de 1994)

Brasília, 21 de junho de 1993, 172o da Independência e 105o da República.

ITAMAR FRANCO

LEI FEDERAL Nº 10.520/2002 – PREGÃO

Objetivando atender ao conteúdo exigido pelo edital de abertura do concurso público, segue a íntegra da Lei Federal nº 10.520/2002 que institui a modalidade de licitação denominada PREGÃO, nos casos de aquisição de bens e serviços comuns, nos exatos termos previstos no edital:

LEI No 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002.

Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Mu-nicípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Fede-ral, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.

Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.

Art. 2º (VETADO)§ 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização

de recursos de tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica.

§ 2º Será facultado, nos termos de regulamentos próprios da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a participação de bolsas de mercadorias no apoio técnico e operacional aos órgãos e entidades promotores da modalidade de pregão, utilizando-se de recursos de tecnologia da informação.

§ 3º As bolsas a que se referem o § 2o deverão estar organizadas sob a forma de sociedades civis sem fins lucrativos e com a participação plural de corretoras que operem sistemas eletrônicos unificados de pregões.

Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte:I - a autoridade competente justificará a necessidade de con-

tratação e definirá o objeto do certame, as exigências de habilita-ção, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadim-plemento e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecimento;

II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desne-cessárias, limitem a competição;

III - dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições referidas no inciso I deste artigo e os indispensáveis elementos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade promotora da lici-tação, dos bens ou serviços a serem licitados; e

IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respec-tiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebi-mento das propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.

§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da administração, preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora do evento.

§ 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e de membro da equipe de apoio poderão ser desempenhadas por militares

Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convoca-ção dos interessados e observará as seguintes regras:

I - a convocação dos interessados será efetuada por meio de publicação de aviso em diário oficial do respectivo ente federado ou, não existindo, em jornal de circulação local, e facultativamen-te, por meios eletrônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de grande circulação, nos termos do regulamento de que trata o art. 2º;

II - do aviso constarão a definição do objeto da licitação, a indicação do local, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital;

III - do edital constarão todos os elementos definidos na forma do inciso I do art. 3º, as normas que disciplinarem o procedimento e a minuta do contrato, quando for o caso;

IV - cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à disposição de qualquer pessoa para consulta e divulgadas na forma da Lei no 9.755, de 16 de dezembro de 1998;

V - o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da publicação do aviso, não será inferior a 8 (oito) dias úteis;

VI - no dia, hora e local designados, será realizada sessão pública para recebimento das propostas, devendo o interessado, ou seu representante, identificar-se e, se for o caso, comprovar a existência dos necessários poderes para formulação de propostas e para a prática de todos os demais atos inerentes ao certame;

VII - aberta a sessão, os interessados ou seus representantes, apresentarão declaração dando ciência de que cumprem plenamen-te os requisitos de habilitação e entregarão os envelopes contendo a indicação do objeto e do preço oferecidos, procedendo-se à sua imediata abertura e à verificação da conformidade das propostas com os requisitos estabelecidos no instrumento convocatório;

VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a pro-clamação do vencedor;

IX - não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições definidas no inciso anterior, poderão os autores das melhores pro-postas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos;

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Didatismo e Conhecimento 52

DIREITO ADMINISTRATIVO

X - para julgamento e classificação das propostas, será adota-do o critério de menor preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital;

XI - examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir motivada-mente a respeito da sua aceitabilidade;

XII - encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os docu-mentos de habilitação do licitante que apresentou a melhor pro-posta, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital;

XIII - a habilitação far-se-á com a verificação de que o licitan-te está em situação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguri-dade Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a comprovação de que atende às exigências do edital quanto à ha-bilitação jurídica e qualificações técnica e econômico-financeira;

XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar os documen-tos de habilitação que já constem do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – Sicaf e sistemas semelhantes man-tidos por Estados, Distrito Federal ou Municípios, assegurado aos demais licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes;

XV - verificado o atendimento das exigências fixadas no edi-tal, o licitante será declarado vencedor;

XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas sub-seqüentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao edi-tal, sendo o respectivo licitante declarado vencedor;

XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pre-goeiro poderá negociar diretamente com o proponente para que seja obtido preço melhor;

XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá ma-nifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do recurso, ficando os demais licitantes desde logo intima-dos para apresentar contra-razões em igual número de dias, que começarão a correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos;

XIX - o acolhimento de recurso importará a invalidação ape-nas dos atos insuscetíveis de aproveitamento;

XX - a falta de manifestação imediata e motivada do licitante importará a decadência do direito de recurso e a adjudicação do objeto da licitação pelo pregoeiro ao vencedor;

XXI - decididos os recursos, a autoridade competente fará a adjudicação do objeto da licitação ao licitante vencedor;

XXII - homologada a licitação pela autoridade competente, o adjudicatário será convocado para assinar o contrato no prazo definido em edital; e

XXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato, aplicar-se-á o disposto no inciso XVI.

Art. 5º É vedada a exigência de:I - garantia de proposta;II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição para

participação no certame; e

III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo de sua reprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos de tecno-logia da informação, quando for o caso.

Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60 (sessenta) dias, se outro não estiver fixado no edital.

Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação falsa exigida para o certame, ensejar o retardamen-to da execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será descre-denciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornece-dores a que se refere o inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais.

Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes de meios eletrônicos, serão documentados no processo respectivo, com vistas à aferição de sua regularidade pelos agentes de contro-le, nos termos do regulamento previsto no art. 2º.

Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

Art. 10. Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida Provisória nº 2.182-18, de 23 de agosto de 2001.

Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços comuns, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-nicípios, quando efetuadas pelo sistema de registro de preços pre-visto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, poderão adotar a modalidade de pregão, conforme regulamento específico.

Art. 12. A Lei nº 10.191, de 14 de fevereiro de 2001, passa a vigorar acrescida do seguinte artigo:

“Art. 2-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-nicípios poderão adotar, nas licitações de registro de preços des-tinadas à aquisição de bens e serviços comuns da área da saúde, a modalidade do pregão, inclusive por meio eletrônico, observando--se o seguinte:

I - são considerados bens e serviços comuns da área da saúde, aqueles necessários ao atendimento dos órgãos que integram o Sis-tema Único de Saúde, cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos no edital, por meio de especi-ficações usuais do mercado.

II - quando o quantitativo total estimado para a contratação ou fornecimento não puder ser atendido pelo licitante vencedor, ad-mitir-se-á a convocação de tantos licitantes quantos forem neces-sários para o atingimento da totalidade do quantitativo, respeitada a ordem de classificação, desde que os referidos licitantes aceitem praticar o mesmo preço da proposta vencedora.

III - na impossibilidade do atendimento ao disposto no in-ciso II, excepcionalmente, poderão ser registrados outros preços diferentes da proposta vencedora, desde que se trate de objetos de qualidade ou desempenho superior, devidamente justificada e comprovada a vantagem, e que as ofertas sejam em valor inferior ao limite máximo admitido.”

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Didatismo e Conhecimento 53

DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 17 de julho de 2002; 181º da Independência e 114º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

LEI N.º 8.112/90 (REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES. PÚBLICOS CIVIS DA

UNIÃO): DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINA-RES; DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMO-ÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO. DOS DIREITOS E VANTAGENS: DO VENCI-

MENTO E DA REMUNERAÇÃO; DAS VANTA-GENS; DAS FÉRIAS; DAS LICENÇAS; DOS

AFASTAMENTOS; DO DIREITO DE PETIÇÃO. DO REGIME DISCIPLINAR: DOS DEVERES E PROIBIÇÕES; DA ACUMULAÇÃO; DAS RES-

PONSABILIDADES; DAS PENALIDADES.

LEI FEDERAL Nº 8.112/90Para os estudos acerca do Regime Jurídico dos Servidores

Públicos Civis da União, cumprindo exigência do conteúdo pro-gramático, é de suma importância à leitura atenta do que dispõe a Lei Federal nº 8.112/90, que dispõe sobre provimento, vacância, redistribuição e substituição, direitos e vantagens, regime disci-plinar, responsabilidade civil, criminal e administrativa dos ser-vidores públicos civis da União, das Autarquias e das Fundações Públicas Federais, cuja íntegra do texto legal segue.

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Título ICapítulo Único

Das Disposições Preliminares

Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais.

Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmen-te investida em cargo público.

Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e respon-sabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os bra-sileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimen-to pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.

Art. 4o É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei.

Título IIDo Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e

Substituição

Capítulo IDo Provimento

Seção IDisposições Gerais

Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público:

I - a nacionalidade brasileira; II - o gozo dos direitos políticos; III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V - a idade mínima de dezoito anos; VI - aptidão física e mental. § 1o As atribuições do cargo podem justificar a exigência de

outros requisitos estabelecidos em lei. § 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direi-

to de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.

§ 3o As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei.

Art. 6o O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente de cada Poder.

Art. 7o A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.

Art. 8o São formas de provimento de cargo público: I - nomeação; II - promoção; III -(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) V - readaptação; VI - reversão; VII - aproveitamento; VIII - reintegração; IX - recondução.

Seção IIDa Nomeação

Art. 9o A nomeação far-se-á: I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de

provimento efetivo ou de carreira; II - em comissão, inclusive na condição de interino, para car-

gos de confiança vagos.

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Didatismo e Conhecimento 54

DIREITO ADMINISTRATIVO

Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, in-terinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atri-buições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade.

Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade.

Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o de-senvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos.

Seção IIIDo Concurso Público

Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, po-dendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas.

Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois ) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período.

§ 1o O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.

§ 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado.

Seção IVDa Posse e do Exercício

Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabi-lidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.

§ 1o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da pu-blicação do ato de provimento.

§ 2o Em se tratando de servidor, que esteja na data de publica-ção do ato de provimento, em licença prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e X do art. 102, o prazo será contado do término do impedimento.

§ 3o A posse poderá dar-se mediante procuração específica. § 4o Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por

nomeação. § 5o No ato da posse, o servidor apresentará declaração de

bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.

§ 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste artigo.

Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspe-ção médica oficial.

Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for jul-gado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.

Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança.

§ 1o É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse.

§ 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua designação para função de confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, observado o disposto no art. 18.

§ 3o À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exercício.

§ 4o O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação.

Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados no assentamento individual do servi-dor.

Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresen-tará ao órgão competente os elementos necessários ao seu assen-tamento individual.

Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor.

Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no má-ximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluí-do nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede.

§ 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo será conta-do a partir do término do impedimento.

§ 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput.

Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, res-peitada a duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas e observados os limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias, respectivamente.

§ 1o O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, observado o disposto no art. 120, podendo ser convocado sempre que houver interesse da Administração.

§ 2o O disposto neste artigo não se aplica a duração de traba-lho estabelecida em leis especiais.

Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para car-go de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do car-

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Didatismo e Conhecimento 55

DIREITO ADMINISTRATIVO

go, observados os seguinte fatores: (Vide artigo 41 da Constitui-ção Federal com redação alterada pela Emenda Constitucional 19/98, que estabelece estabilidade após 03 (três) anos de efetivo exercício aos servidores nomeados para provimento efetivo em virtude de concurso público)

I - assiduidade; II - disciplina; III - capacidade de iniciativa; IV - produtividade; V- responsabilidade. § 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio pro-

batório, será submetida à homologação da autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput deste artigo.

§ 2o O servidor não aprovado no estágio probatório será exo-nerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupa-do, observado o disposto no parágrafo único do art. 29.

§ 3o O servidor em estágio probatório poderá exercer quais-quer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e so-mente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.

§ 4o Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para outro cargo na Administração Pública Federal.

§ 5o O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso de formação, e será retomado a partir do término do impedimento.

Seção VDa Estabilidade

Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empos-sado em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício. (Vide artigo 41 da Constituição Federal com redação alterada pela Emenda Constitucional 19/98, que estabelece estabilidade após 03 (três) anos de efetivo exercício aos servidores nomeados para provimento efetivo em virtude de concurso público).

Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administra-tivo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.

Seção VIDa Transferência

Art. 23. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Seção VIIDa Readaptação

Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.

§ 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado.

§ 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de car-go vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

Seção VIIIDa Reversão

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposen-tado:

I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insub-sistentes os motivos da aposentadoria; ou

II - no interesse da administração, desde que: a) tenha solicitado a reversão; b) a aposentadoria tenha sido voluntária; c) estável quando na atividade; d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à

solicitação; e) haja cargo vago. § 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultan-

te de sua transformação. § 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício será con-

siderado para concessão da aposentadoria. § 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o

servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrên-cia de vaga

§ 4o O servidor que retornar à atividade por interesse da ad-ministração perceberá, em substituição aos proventos da aposen-tadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria.

§ 5o O servidor de que trata o inciso II somente terá os pro-ventos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo menos cinco anos no cargo.

§ 6o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo

Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver comple-tado 70 (setenta) anos de idade.

Seção IXDa Reintegração

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão ad-ministrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.

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Didatismo e Conhecimento 56

DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31.

§ 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.

Seção X

Da Recondução

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:

I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; II - reintegração do anterior ocupante. Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem,

o servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no art. 30.

Seção XIDa Disponibilidade e do Aproveitamento

Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribui-ções e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determi-nará o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pública Federal.

Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3o do art. 37, o servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob respon-sabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Admi-nistração Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em outro órgão ou entidade.

Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial.

Capítulo IIDa Vacância

Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: I - exoneração; II - demissão; III - promoção; IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)V - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)VI - readaptação; VII - aposentadoria; VIII - posse em outro cargo inacumulável; IX - falecimento.

Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício.

Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em

exercício no prazo estabelecido.

Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de confiança dar-se-á:

I - a juízo da autoridade competente; II - a pedido do próprio servidor. Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Capítulo IIIDa Remoção e da Redistribuição

Seção IDa Remoção

Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.

Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoção:

I - de ofício, no interesse da Administração; II - a pedido, a critério da Administração; III – a pedido, para outra localidade, independentemente do

interesse da Administração: a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servi-

dor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração;

b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assenta-mento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial;

c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.

Seção IIDa Redistribuição

Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provi-mento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pes-soal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos:

I - interesse da administração; II - equivalência de vencimentos; III - manutenção da essência das atribuições do cargo; IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e comple-

xidade das atividades; V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação

profissional; VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finali-

dades institucionais do órgão ou entidade.§ 1o A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de

lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclu-sive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade.

§ 2o A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará median-te ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e enti-dades da Administração Pública Federal envolvidos.

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Didatismo e Conhecimento 57

DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 3o Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou enti-dade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos arts. 30 e 31.

§ 4o O servidor que não for redistribuído ou colocado em disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento.

Capítulo IVDa Substituição

Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de dire-ção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omis-são, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade.

§ 1o O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo período.

§ 2o O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, su-periores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período.

Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de unidades administrativas organizadas em nível de assessoria.

Título IIIDos Direitos e Vantagens

Capítulo IDo Vencimento e da Remuneração

Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.784, de 2008)

Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acres-cido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.

§ 1o A remuneração do servidor investido em função ou cargo em comissão será paga na forma prevista no art. 62.

§ 2o O servidor investido em cargo em comissão de órgão ou entidade diversa da de sua lotação receberá a remuneração de acor-do com o estabelecido no § 1o do art. 93.

§ 3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é irredutível.

§ 4o É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre ser-vidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter indi-vidual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.

§ 5o Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salá-rio mínimo.

Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a título de remuneração, importância superior à soma dos valores percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por membros do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribu-nal Federal.

Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as van-tagens previstas nos incisos II a VII do art. 61.

Art. 43.. (Revogado pela Lei nº 9.624, de 2.4.98)

Art. 44. O servidor perderá: I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo

justificado; II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos,

ausências justificadas, ressalvadas as concessões de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação de ho-rário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia imediata.

Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de força maior poderão ser compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício.

Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, ne-nhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento.

Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em folha de pagamento a favor de terceiros, a critério da administração e com reposição de custos, na forma definida em regulamento.

Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atualizadas até 30 de junho de 1994, serão previamente comunicadas ao servi-dor ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do inte-ressado.

§ 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao cor-respondente a dez por cento da remuneração, provento ou pensão.

§ 2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita ime-diatamente, em uma única parcela.

§ 3o Na hipótese de valores recebidos em decorrência de cum-primento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença que venha a ser revogada ou rescindida, serão eles atualizados até a data da reposição.

Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cas-sada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito.

Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição em dívida ativa.

Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de pres-tação de alimentos resultante de decisão judicial.

Capítulo IIDas Vantagens

Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:

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Didatismo e Conhecimento 58

DIREITO ADMINISTRATIVO

I - indenizações; II - gratificações; III - adicionais. § 1o As indenizações não se incorporam ao vencimento ou

provento para qualquer efeito. § 2o As gratificações e os adicionais incorporam-se ao venci-

mento ou provento, nos casos e condições indicados em lei.

Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acrés-cimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fun-damento.

Seção IDas Indenizações

Art. 51. Constituem indenizações ao servidor: I - ajuda de custo; II - diárias; III - transporte. IV - (Vide Medida Provisória nº 301 de 2006)IV - auxílio-moradia.(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos incisos I a III do art. 51, assim como as condições para a sua concessão, serão estabelecidos em regulamento.

Subseção IDa Ajuda de Custo

Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente, vedado o duplo pagamento de indenização, a qual-quer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha também a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma sede.

§ 1o Correm por conta da administração as despesas de trans-porte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, ba-gagem e bens pessoais.

§ 2o À família do servidor que falecer na nova sede são asse-gurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito.

Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo exceder a importância correspondente a 3 (três) meses.

Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo.

Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, com mu-dança de domicílio.

Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do art. 93, a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário, quando ca-bível.

Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no pra-zo de 30 (trinta) dias.

Subseção IIDas Diárias

Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em cará-ter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a inde-nizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimen-tação e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento.

§ 1o A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diárias.

§ 2o Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exi-gência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias.

§ 3o Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou mi-crorregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se houver per-noite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional.

Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.

Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput.

Subseção IIIDa Indenização de Transporte

Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomo-ção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento.

Subseção IVDo Auxílio-Moradia

Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empre-sa hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da despesa pelo servidor.

Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se aten-didos os seguintes requisitos:

I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo ser-vidor;

II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional;

III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou pro-mitente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de cons-trução, nos doze meses que antecederem a sua nomeação;

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Didatismo e Conhecimento 59

DIREITO ADMINISTRATIVO

IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia;

V - o servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Grupo--Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes;

VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou fun-ção de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3o, em relação ao local de residência ou domicílio do servidor;

VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias dentro desse período; e

VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou nomeação para cargo efetivo.

IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. (Vide Medida Provisória nº 341, de 2006).

Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o prazo no qual o servidor estava ocupando outro cargo em comis-são relacionado no inciso V.

Art. 60-C. O auxílio-moradia não será concedido por prazo superior a 8 (oito) anos dentro de cada período de 12 (doze) anos.

Parágrafo único. Transcorrido o prazo de 8 (oito) anos den-tro de cada período de 12 (doze) anos, o pagamento somente será retomado se observados, além do disposto no caput deste artigo, os requisitos do caput do art. 60-B desta Lei, não se aplicando, no caso, o parágrafo único do citado art. 60-B.

Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em comissão, fun-ção comissionada ou cargo de Ministro de Estado ocupado.

§ 1o O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% (vin-te e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Estado.

§ 2o Independentemente do valor do cargo em comissão ou função comissionada, fica garantido a todos os que preencherem os requisitos o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais).

Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês.

Seção IIDas Gratificações e Adicionais

Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retribuições, gra-tificações e adicionais:

I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento;

II - gratificação natalina; III - (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de

4.9.2001)IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigo-

sas ou penosas; V - adicional pela prestação de serviço extraordinário; VI - adicional noturno; VII - adicional de férias; VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho. IX - gratificação por encargo de curso ou concurso.

Subseção IDa Retribuição pelo Exercício de Função de Direção,

Chefia e Assessoramento

Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu exercício.

Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remuneração dos cargos em comissão de que trata o inciso II do art. 9o.

Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal Nomi-nalmente Identificada - VPNI a incorporação da retribuição pelo exercício de função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial a que se referem os arts. 3o e 10 da Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. 3o da Lei no 9.624, de 2 de abril de 1998.

Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste artigo somente estará sujeita às revisões gerais de remuneração dos ser-vidores públicos federais.

Subseção IIDa Gratificação Natalina

Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezem-bro, por mês de exercício no respectivo ano.

Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será considerada como mês integral.

Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada ano.

Parágrafo único. (VETADO).

Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação nata-lina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada sobre a remuneração do mês da exoneração.

Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para cál-culo de qualquer vantagem pecuniária.

Subseção IIIDo Adicional por Tempo de Serviço

Art. 67.- (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001

Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou Ativi-dades Penosas

Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tó-xicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo.

§ 1o O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade deverá optar por um deles.

§ 2o O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão.

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Didatismo e Conhecimento 60

DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de servido-res em operações ou locais considerados penosos, insalubres ou perigosos.

Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afasta-da, enquanto durar a gestação e a lactação, das operações e locais previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre e em serviço não penoso e não perigoso.

Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades penosas, de insalubridade e de periculosidade, serão observadas as situa-ções estabelecidas em legislação específica.

Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos servi-dores em exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos, condições e limites fixados em regulamento.

Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam com Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de radiação ionizante não ultra-passem o nível máximo previsto na legislação própria.

Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo se-rão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses.

Subseção VDo Adicional por Serviço Extraordinário

Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com acrés-cimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora normal de trabalho.

Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário para atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada.

Subseção VIDo Adicional Noturno

Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compreen-dido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), computando-se cada hora como cinquenta e dois minutos e trinta segundos.

Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remuneração prevista no art. 73.

Subseção VIIDo Adicional de Férias

Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao servi-dor, por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração do período das férias.

Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função de di-reção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de que trata este artigo.

Subseção VIIIDa Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso

Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é devida ao servidor que, em caráter eventual:

I - atuar como instrutor em curso de formação, de desenvol-vimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da administração pública federal;

II - participar de banca examinadora ou de comissão para exa-mes orais, para análise curricular, para correção de provas discur-sivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos;

III - participar da logística de preparação e de realização de concurso público envolvendo atividades de planejamento, coor-denação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições permanentes;

IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas atividades.

§ 1o Os critérios de concessão e os limites da gratificação de que trata este artigo serão fixados em regulamento, observados os seguintes parâmetros:

I - o valor da gratificação será calculado em horas, observadas a natureza e a complexidade da atividade exercida;

II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de ex-cepcionalidade, devidamente justificada e previamente aprovada pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá autori-zar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais;

III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico da administração pública federal:

a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratan-do de atividades previstas nos incisos I e II do caput deste artigo;

b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do caput deste artigo.

§ 2o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso somen-te será paga se as atividades referidas nos incisos do caput deste ar-tigo forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor for titular, devendo ser objeto de compensação de carga horária quando desempenhadas durante a jornada de trabalho, na forma do § 4o do art. 98 desta Lei.

§ 3o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer efei-to e não poderá ser utilizada como base de cálculo para quaisquer outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos proventos da aposentadoria e das pensões.

Capítulo IIIDas Férias

Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de neces-sidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica.

§ 1o Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigi-dos 12 (doze) meses de exercício.

§ 2o É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.

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Didatismo e Conhecimento 61

DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 3o As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administração pública.

Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período, observando--se o disposto no § 1o deste artigo.

§ 1° (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)§ 2° (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)§ 3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão,

perceberá indenização relativa ao período das férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês de efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias.

§ 4o A indenização será calculada com base na remuneração do mês em que for publicado o ato exoneratório.

§ 5o Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor adi-cional previsto no inciso XVII do art. 7o da Constituição Federal quando da utilização do primeiro período.

Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias consecu-tivos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em qualquer hipótese a acumulação.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por mo-tivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço de-clarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade.

Parágrafo único. O restante do período interrompido será go-zado de uma só vez, observado o disposto no art. 77.

Capítulo IVDas Licenças

Seção IDisposições Gerais

Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença: I - por motivo de doença em pessoa da família; II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; III - para o serviço militar; IV - para atividade política; V - para capacitação; VI - para tratar de interesses particulares; VII - para desempenho de mandato classista. § 1o A licença prevista no inciso I do caput deste artigo bem

como cada uma de suas prorrogações serão precedidas de exame por perícia médica oficial, observado o disposto no art. 204 desta Lei.

§ 2o (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)§ 3o É vedado o exercício de atividade remunerada durante o

período da licença prevista no inciso I deste artigo.

Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do término de outra da mesma espécie será considerada como pror-rogação.

Seção IIDa Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família

Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante com-provação por perícia médica oficial.

§ 1o A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e não puder ser prestada simulta-neamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, na forma do disposto no inciso II do art. 44.

§ 2o A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes condições: (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010)

I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor; e (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)

II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remu-neração. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)

§ 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a partir da data do deferimento da primeira licença concedida. (In-cluído pela Lei nº 12.269, de 2010)

§ 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças não re-muneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no § 3o, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2o. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)

Seção IIIDa Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge

Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acom-panhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro pon-to do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.

§ 1o A licença será por prazo indeterminado e sem remune-ração.

§ 2o No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou compa-nheiro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-nicípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo.

Seção IVDa Licença para o Serviço Militar

Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e condições previstas na legislação específica.

Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do cargo.

Seção VDa Licença para Atividade Política

Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.

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Didatismo e Conhecimento 62

DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 1o O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito.

§ 2o A partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses.

Seção VIDa Licença para Capacitação

Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, para participar de curso de capacitação profissional.

Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput não são acumuláveis.

Art. 88. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)Art. 89. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)Art. 90. (VETADO).

Seção VIIDa Licença para Tratar de Interesses Particulares

Art. 91. A critério da Administração poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em es-tágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração.

Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qual-quer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço.

Seção VIIIDa Licença para o Desempenho de Mandato Classista

Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem re-muneração para o desempenho de mandato em confederação, fe-deração, associação de classe de âmbito nacional, sindicato repre-sentativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para prestar ser-viços a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e observados os seguintes limites:

I - para entidades com até 5.000 associados, um servidor; II - para entidades com 5.001 a 30.000 associados, dois ser-

vidores; III - para entidades com mais de 30.000 associados, três ser-

vidores.§ 1o Somente poderão ser licenciados servidores eleitos para

cargos de direção ou representação nas referidas entidades, desde que cadastradas no Ministério da Administração Federal e Refor-ma do Estado.

§ 2° A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser prorrogada, no caso de reeleição, e por uma única vez.

Capítulo VDos Afastamentos

Seção IDo Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade

Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses:

I - para exercício de cargo em comissão ou função de con-fiança;

II - em casos previstos em leis específicas. § 1o Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou en-

tidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do órgão ou entidade cessionária, mantido o ônus para o cedente nos demais casos.

§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou sociedade de economia mista, nos termos das respectivas normas, optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo acrescida de percentual da retribuição do cargo em comissão, a entidade cessionária efetuará o reembolso das despe-sas realizadas pelo órgão ou entidade de origem.

§ 3o A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário Oficial da União.

§ 4o Mediante autorização expressa do Presidente da Repúbli-ca, o servidor do Poder Executivo poderá ter exercício em outro órgão da Administração Federal direta que não tenha quadro pró-prio de pessoal, para fim determinado e a prazo certo.

§ 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou servi-dor por ela requisitado, as disposições dos §§ 1º e 2º deste artigo.

§ 6º As cessões de empregados de empresa pública ou de so-ciedade de economia mista, que receba recursos de Tesouro Na-cional para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento de pessoal, independem das disposições contidas nos incisos I e II e §§ 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício do empregado cedido condicionado a autorização específica do Ministério do Planeja-mento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocupação de car-go em comissão ou função gratificada.

§ 7° O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com a finalidade de promover a composição da força de trabalho dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, poderá de-terminar a lotação ou o exercício de empregado ou servidor, inde-pendentemente da observância do constante no inciso I e nos §§ 1º e 2º deste artigo.

Seção IIDo Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo

Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:

I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

III - investido no mandato de vereador: a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vanta-

gens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo; b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do

cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.

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Didatismo e Conhecimento 63

DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 1o No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a seguridade social como se em exercício estivesse.

§ 2o O servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade di-versa daquela onde exerce o mandato.

Seção IIIDo Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior

Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estu-do ou missão oficial, sem autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supre-mo Tribunal Federal.

§ 1o A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a mis-são ou estudo, somente decorrido igual período, será permitida nova ausência.

§ 2o Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será concedida exoneração ou licença para tratar de interesse par-ticular antes de decorrido período igual ao do afastamento, res-salvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento.

§ 3o O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da carreira diplomática.

§ 4o As hipóteses, condições e formas para a autorização de que trata este artigo, inclusive no que se refere à remuneração do servidor, serão disciplinadas em regulamento.

Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar--se-á com perda total da remuneração.

Seção IV Do Afastamento para Participação em Programa de Pós-Gra-

duação Stricto Sensu no País

Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração, e desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar--se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no País.

§ 1o Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá, em conformidade com a legislação vigente, os programas de capa-citação e os critérios para participação em programas de pós-gra-duação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão avaliados por um comitê constituído para este fim.

§ 2o Os afastamentos para realização de programas de mestra-do e doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, in-cluído o período de estágio probatório, que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licen-ça capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à data da solicitação de afastamento.

§ 3o Os afastamentos para realização de programas de pós--doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos

quatro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à data da solicitação de afastamento.

§ 4o Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão que permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do afastamento concedido.

§ 5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência pre-visto no § 4o deste artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento.

§ 6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justifi-cou seu afastamento no período previsto, aplica-se o disposto no § 5o deste artigo, salvo na hipótese comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade.

§ 7o Aplica-se à participação em programa de pós-graduação no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto nos §§ 1o a 6o deste artigo.

Capítulo VIDas Concessões

Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:

I - por 1 (um) dia, para doação de sangue; II - por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor; III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de : a) casamento; b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou

padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.

Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudan-te, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo.

§ 1o Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a com-pensação de horário no órgão ou entidade que tiver exercício, res-peitada a duração semanal do trabalho.

§ 2o Também será concedido horário especial ao servidor por-tador de deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica oficial, independentemente de compensação de horário.

§ 3o As disposições do parágrafo anterior são extensivas ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente portador de de-ficiência física, exigindo-se, porém, neste caso, compensação de horário na forma do inciso II do art. 44.

§ 4o Será igualmente concedido horário especial, vinculado à compensação de horário a ser efetivada no prazo de até 01 (um) ano, ao servidor que desempenhe atividade prevista nos incisos I e II do caput do art. 76-A desta Lei.

Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da administração é assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, independentemente de vaga.

Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao cônju-ge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com autorização judicial.

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Didatismo e Conhecimento 64

DIREITO ADMINISTRATIVO

Capítulo VIIDo Tempo de Serviço

Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço público federal, inclusive o prestado às Forças Armadas.

Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que serão convertidos em anos, considerado o ano como de trezen-tos e sessenta e cinco dias.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são considerados como de efetivo exercício os afastamentos em virtude de:

I - férias; II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão

ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Dis-trito Federal;

III - exercício de cargo ou função de governo ou administra-ção, em qualquer parte do território nacional, por nomeação do Presidente da República;

IV - participação em programa de treinamento regularmente instituído ou em programa de pós-graduação stricto sensu no País, conforme dispuser o regulamento;

V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, muni-cipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por mereci-mento;

VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afas-

tamento, conforme dispuser o regulamento; VIII - licença:a) à gestante, à adotante e à paternidade; b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e

quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo;

c) para o desempenho de mandato classista ou participação de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores para prestar serviços a seus membros, exceto para efeito de promoção por merecimento;

d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional; e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento;f) por convocação para o serviço militar; IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18; X - participação em competição desportiva nacional ou con-

vocação para integrar representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei específica;

XI - afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere.

Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade:

I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municí-pios e Distrito Federal;

II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da família do servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trinta) dias em período de 12 (doze) meses.

III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2o; IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato ele-

tivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso no serviço público federal;

V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Pre-vidência Social;

VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra; VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde que

exceder o prazo a que se refere a alínea “b” do inciso VIII do art. 102.

§ 1o O tempo em que o servidor esteve aposentado será conta-do apenas para nova aposentadoria.

§ 2o Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às Forças Armadas em operações de guerra.

§ 3o É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função de órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito Federal e Município, autarquia, fundação pública, sociedade de economia mista e empresa pública.

Capítulo VIIIDo Direito de Petição

Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo.

Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade compe-tente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente.

Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não poden-do ser renovado.

Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsidera-ção de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias.

Art. 107. Caberá recurso: (Vide Lei nº 12.300, de 2010)I - do indeferimento do pedido de reconsideração; II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos. § 1o O recurso será dirigido à autoridade imediatamente supe-

rior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessiva-mente, em escala ascendente, às demais autoridades.

§ 2o O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver imediatamente subordinado o requerente.

Art. 108. O prazo para interposição de pedido de reconside-ração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida. (Vide Lei nº 12.300, de 2010)

Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensi-vo, a juízo da autoridade competente.

Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de recon-sideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato impugnado.

Art. 110. O direito de requerer prescreve:I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassa-

ção de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho;

II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quan-do outro prazo for fixado em lei.

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Didatismo e Conhecimento 65

DIREITO ADMINISTRATIVO

Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interes-sado, quando o ato não for publicado.

Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quando ca-bíveis, interrompem a prescrição.

Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela administração.

Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído.

Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.

Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior.

Título IVDo Regime Disciplinar

Capítulo IDos Deveres

Art. 116. São deveres do servidor: I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; II - ser leal às instituições a que servir; III - observar as normas legais e regulamentares; IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifesta-

mente ilegais; V - atender com presteza: a) ao público em geral, prestando as informações requeridas,

ressalvadas as protegidas por sigilo; b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito

ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do

cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori-dade competente para apuração; (Redação dada pela Lei nº 12.527, de 2011)

VII - zelar pela economia do material e a conservação do pa-trimônio público;

VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; IX - manter conduta compatível com a moralidade adminis-

trativa; X - ser assíduo e pontual ao serviço; XI - tratar com urbanidade as pessoas; XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de po-

der. Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será

encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade su-perior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao repre-sentando ampla defesa.

Capítulo IIDas Proibições

Art. 117. Ao servidor é proibido: I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia

autorização do chefe imediato; II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente,

qualquer documento ou objeto da repartição; III - recusar fé a documentos públicos; IV - opor resistência injustificada ao andamento de documen-

to e processo ou execução de serviço; V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto

da repartição; VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos

previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua res-ponsabilidade ou de seu subordinado;

VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político;

VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;

IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de ou-trem, em detrimento da dignidade da função pública;

X - participar de gerência ou administração de sociedade pri-vada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, ex-ceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;

XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a reparti-ções públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;

XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;

XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estran-geiro;

XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; XV - proceder de forma desidiosa; XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em

serviços ou atividades particulares; XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo

que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis

com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando so-

licitado. Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput

deste artigo não se aplica nos seguintes casos: I - participação nos conselhos de administração e fiscal de

empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indireta-mente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e

II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de interesses.

Capítulo IIIDa Acumulação

Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.

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Didatismo e Conhecimento 66

DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios.

§ 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condiciona-da à comprovação da compatibilidade de horários.

§ 3o Considera-se acumulação proibida a percepção de ven-cimento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remu-nerações forem acumuláveis na atividade.

Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, exceto no caso previsto no parágrafo único do art. 9o, nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remu-neração devida pela participação em conselhos de administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha par-ticipação no capital social, observado o que, a respeito, dispuser legislação específica.

Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acu-mular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de ho-rário e local com o exercício de um deles, declarada pelas autori-dades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.

Capítulo IVDas Responsabilidades

Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativa-mente pelo exercício irregular de suas atribuições.

Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

§ 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.

§ 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.

§ 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança re-cebida.

Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e con-travenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.

Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.

Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si.

Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.

Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado ci-vil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade su-perior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ain-da que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública. (Incluído pela Lei nº 12.527, de 2011)

Capítulo VDas Penalidades

Art. 127. São penalidades disciplinares: I - advertência; II - suspensão; III - demissão; IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; V - destituição de cargo em comissão; VI - destituição de função comissionada.

Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.

Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencio-nará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.

Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto em lei, re-gulamentação ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave.

Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das demais proi-bições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demis-são, não podendo exceder de 90 (noventa) dias.

§ 1o Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o ser-vidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspe-ção médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.

§ 2o Quando houver conveniência para o serviço, a penalida-de de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, fi-cando o servidor obrigado a permanecer em serviço.

Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não hou-ver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.

Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.

Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: I - crime contra a administração pública; II - abandono de cargo; III - inassiduidade habitual; IV - improbidade administrativa; V - incontinência pública e conduta escandalosa, na reparti-

ção;

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Didatismo e Conhecimento 67

DIREITO ADMINISTRATIVO

VI - insubordinação grave em serviço; VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, sal-

vo em legítima defesa própria ou de outrem; VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do

cargo; X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio na-

cional; XI - corrupção; XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções pú-

blicas; XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.

Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a que se refere o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua chefia ime-diata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias, contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará pro-cedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata, cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas se-guintes fases:

I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co-missão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultanea-mente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto da apuração;

II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório;

III - julgamento. § 1o A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo

nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingres-so, do horário de trabalho e do correspondente regime jurídico.

§ 2o A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior, bem como promo-verá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição, obser-vado o disposto nos arts. 163 e 164.

§ 3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório con-clusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitude da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade instauradora, para julgamento.

§ 4o No prazo de cinco dias, contados do recebimento do pro-cesso, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3o do art. 167.

§ 5o A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo.

§ 6o Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de apo-sentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados.

§ 7o O prazo para a conclusão do processo administrativo dis-ciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias, conta-dos da data de publicação do ato que constituir a comissão, admiti-da a sua prorrogação por até quinze dias, quando as circunstâncias o exigirem.

§ 8o O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei.

Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão.

Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.

Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este arti-go, a exoneração efetuada nos termos do art. 35 será convertida em destituição de cargo em comissão.

Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a indis-ponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível.

Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.

Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público fede-ral o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.

Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos.

Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao ser-viço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses.

Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade habitual, também será adotado o procedimento sumário a que se refere o art. 133, observando-se especialmente que:

I - a indicação da materialidade dar-se-á: a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa

do período de ausência intencional do servidor ao serviço superior a trinta dias;

b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou su-perior a sessenta dias interpoladamente, durante o período de doze meses;

II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará re-latório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, indicará o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à autoridade instauradora para julgamento.

Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas: I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas

do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador--Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respec-tivo Poder, órgão, ou entidade;

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Didatismo e Conhecimento 68

DIREITO ADMINISTRATIVO

II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediata-mente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias;

III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;

IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo em comissão.

Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demis-

são, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;

II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência. § 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em que o

fato se tornou conhecido. § 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se

às infrações disciplinares capituladas também como crime. § 3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo

disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente.

§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção.

Título VDo Processo Administrativo Disciplinar

Capítulo IDisposições Gerais

Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, asse-gurada ao acusado ampla defesa.

§ 1o- (Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005)§ 2o (Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005)§ 3o A apuração de que trata o caput, por solicitação da autori-

dade a que se refere, poderá ser promovida por autoridade de órgão ou entidade diverso daquele em que tenha ocorrido a irregularida-de, mediante competência específica para tal finalidade, delegada em caráter permanente ou temporário pelo Presidente da Repúbli-ca, pelos presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribu-nais Federais e pelo Procurador-Geral da República, no âmbito do respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as competências para o julgamento que se seguir à apuração.

Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a auten-ticidade.

Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evi-dente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquiva-da, por falta de objeto.

Art. 145. Da sindicância poderá resultar: I - arquivamento do processo; II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de

até 30 (trinta) dias;

III - instauração de processo disciplinar. Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não

excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual perío-do, a critério da autoridade superior.

Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instaura-ção de processo disciplinar.

Capítulo IIDo Afastamento Preventivo

Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instau-radora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamen-to do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.

Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.

Capítulo IIIDo Processo Disciplinar

Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribui-ções do cargo em que se encontre investido.

Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três servidores estáveis designados pela autoridade competente, observado o disposto no § 3o do art. 143, que indicará, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

§ 1o A Comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente, podendo a indicação recair em um de seus mem-bros.

§ 2o Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consan-guíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.

Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com indepen-dência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucida-ção do fato ou exigido pelo interesse da administração.

Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado.

Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:

I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co-missão;

II - inquérito administrativo, que compreende instrução, de-fesa e relatório;

III - julgamento.

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Didatismo e Conhecimento 69

DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 152. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem.

§ 1o Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo in-tegral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do ponto, até a entrega do relatório final.

§ 2o As reuniões da comissão serão registradas em atas que deverão detalhar as deliberações adotadas.

Seção IDo Inquérito

Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utili-zação dos meios e recursos admitidos em direito.

Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo disci-plinar, como peça informativa da instrução.

Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a au-toridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, independentemente da imediata instauração do processo disciplinar.

Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a toma-da de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabí-veis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessá-rio, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.

Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova pericial.

§ 1o O presidente da comissão poderá denegar pedidos con-siderados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos.

§ 2o Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a com-provação do fato independer de conhecimento especial de perito.

Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo a segun-da via, com o ciente do interessado, ser anexado aos autos.

Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a ex-pedição do mandado será imediatamente comunicada ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados para inquirição.

Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito.

§ 1o As testemunhas serão inquiridas separadamente. § 2o Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se in-

firmem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes.

Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá o interrogatório do acusado, observados os procedi-mentos previstos nos arts. 157 e 158.

§ 1o No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvi-do separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre eles.

§ 2o O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interfe-rir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, reinquiri--las, por intermédio do presidente da comissão.

Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra.

Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será proces-sado em auto apartado e apenso ao processo principal, após a ex-pedição do laudo pericial.

Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele imputa-dos e das respectivas provas.

§ 1o O indiciado será citado por mandado expedido pelo pre-sidente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição.

§ 2o Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20 (vinte) dias.

§ 3o O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para diligências reputadas indispensáveis.

§ 4o No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a assinatura de (2) duas testemunhas.

Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado.

Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabi-do, será citado por edital, publicado no Diário Oficial da União e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio conhecido, para apresentar defesa.

Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação do edital.

Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não apresentar defesa no prazo legal.

§ 1o A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devolverá o prazo para a defesa.

§ 2o Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo designará um servidor como defensor dativo, que de-verá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e men-cionará as provas em que se baseou para formar a sua convicção.

§ 1o O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor.

§ 2o Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão indicará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes.

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Didatismo e Conhecimento 70

DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para julgamento.

Seção IIDo Julgamento

Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimen-to do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão.

§ 1o Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autori-dade instauradora do processo, este será encaminhado à autoridade competente, que decidirá em igual prazo.

§ 2o Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da pena mais grave.

§ 3o Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá às autori-dades de que trata o inciso I do art. 141.

§ 4o Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a au-toridade instauradora do processo determinará o seu arquivamen-to, salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos.

Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando contrário às provas dos autos.

Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade.

Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autori-dade que determinou a instauração do processo ou outra de hierar-quia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração de novo processo.

§ 1o O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do processo.

§ 2o A autoridade julgadora que der causa à prescrição de que trata o art. 142, § 2o, será responsabilizada na forma do Capítulo IV do Título IV.

Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos indivi-duais do servidor.

Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como crime, o processo disciplinar será remetido ao Ministério Público para instauração da ação penal, ficando trasladado na repartição.

Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, aca-so aplicada.

Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o pará-grafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido em demissão, se for o caso.

Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias: I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da

sede de sua repartição, na condição de testemunha, denunciado ou indiciado;

II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obri-gados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.

Seção IIIDa Revisão do Processo

Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada.

§ 1o Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do processo.

§ 2o No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida pelo respectivo curador.

Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente.

Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade não constitui fundamento para a revisão, que requer elementos novos, ainda não apreciados no processo originário.

Art. 177. O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade onde se originou o processo disciplinar.

Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade competente providenciará a constituição de comissão, na forma do art. 149.

Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo originário. Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e

hora para a produção de provas e inquirição das testemunhas que arrolar.

Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a conclusão dos trabalhos.

Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do processo disciplinar.

Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a pe-nalidade, nos termos do art. 141.

Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual a autoridade julgadora poderá determinar diligências.

Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação à destituição do cargo em comissão, que será convertida em exoneração.

Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de penalidade.

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Didatismo e Conhecimento 71

DIREITO ADMINISTRATIVO

Título VIDa Seguridade Social do Servidor

Capítulo IDisposições Gerais

Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social para o servidor e sua família.

§ 1o O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja, simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego efetivo na admi-nistração pública direta, autárquica e fundacional não terá direito aos benefícios do Plano de Seguridade Social, com exceção da assistência à saúde.

§ 2o O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, sem direito à remuneração, inclusive para servir em organismo oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo ou com o qual coopere, ainda que contribua para regime de previdência social no exterior, terá suspenso o seu vínculo com o regime do Plano de Se-guridade Social do Servidor Público enquanto durar o afastamento ou a licença, não lhes assistindo, neste período, os benefícios do mencionado regime de previdência.

§ 3o Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem remuneração a manutenção da vinculação ao regime do Plano de Seguridade Social do Servidor Público, mediante o recolhimento mensal da respectiva contribuição, no mesmo percentual devido pelos servidores em atividade, incidente sobre a remuneração total do cargo a que faz jus no exercício de suas atribuições, computan-do-se, para esse efeito, inclusive, as vantagens pessoais.

§ 4o O recolhimento de que trata o § 3o deve ser efetuado até o segundo dia útil após a data do pagamento das remunerações dos servidores públicos, aplicando-se os procedimentos de cobrança e execução dos tributos federais quando não recolhidas na data de vencimento.

Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cobertura aos riscos a que estão sujeitos o servidor e sua família, e com-preende um conjunto de benefícios e ações que atendam às seguin-tes finalidades:

I - garantir meios de subsistência nos eventos de doença, in-validez, velhice, acidente em serviço, inatividade, falecimento e reclusão;

II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade; III - assistência à saúde. Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos termos

e condições definidos em regulamento, observadas as disposições desta Lei.

Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do ser-vidor compreendem:

I - quanto ao servidor: a) aposentadoria; b) auxílio-natalidade; c) salário-família; d) licença para tratamento de saúde; e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade; f) licença por acidente em serviço; g) assistência à saúde; h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho

satisfatórias;

II - quanto ao dependente:a) pensão vitalícia e temporária; b) auxílio-funeral; c) auxílio-reclusão; d) assistência à saúde. § 1o As aposentadorias e pensões serão concedidas e mantidas

pelos órgãos ou entidades aos quais se encontram vinculados os servidores, observado o disposto nos arts. 189 e 224.

§ 2o O recebimento indevido de benefícios havidos por fraude, dolo ou má-fé, implicará devolução ao erário do total auferido, sem prejuízo da ação penal cabível.

Capítulo IIDos Benefícios

Seção IDa Aposentadoria

Art. 186. O servidor será aposentado: (Vide art. 40 da Cons-tituição)

I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei, e proporcionais nos demais casos;

II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proven-tos proporcionais ao tempo de serviço;

III - voluntariamente: a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30

(trinta) se mulher, com proventos integrais; b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de ma-

gistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se professora, com pro-ventos integrais;

c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cinco) se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;

d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos 60 (sessenta) se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.

§ 1o Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incu-ráveis, a que se refere o inciso I deste artigo, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avança-dos do mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunode-ficiência Adquirida - AIDS, e outras que a lei indicar, com base na medicina especializada.

§ 2o Nos casos de exercício de atividades consideradas insa-lubres ou perigosas, bem como nas hipóteses previstas no art. 71, a aposentadoria de que trata o inciso III, “a” e “c”, observará o disposto em lei específica.

§ 3o Na hipótese do inciso I o servidor será submetido à jun-ta médica oficial, que atestará a invalidez quando caracterizada a incapacidade para o desempenho das atribuições do cargo ou a im-possibilidade de se aplicar o disposto no art. 24.

Art. 187. A aposentadoria compulsória será automática, e de-clarada por ato, com vigência a partir do dia imediato àquele em que o servidor atingir a idade-limite de permanência no serviço ativo.

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Didatismo e Conhecimento 72

DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a partir da data da publicação do respectivo ato.

§ 1o A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para tratamento de saúde, por período não excedente a 24 (vinte e quatro) meses.

§ 2o Expirado o período de licença e não estando em condi-ções de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o servidor será aposentado.

§ 3o O lapso de tempo compreendido entre o término da licen-ça e a publicação do ato da aposentadoria será considerado como de prorrogação da licença.

§ 4o Para os fins do disposto no § 1o deste artigo, serão consi-deradas apenas as licenças motivadas pela enfermidade ensejadora da invalidez ou doenças correlacionadas.

§ 5o A critério da Administração, o servidor em licença para tratamento de saúde ou aposentado por invalidez poderá ser con-vocado a qualquer momento, para avaliação das condições que en-sejaram o afastamento ou a aposentadoria.

Art. 189. O provento da aposentadoria será calculado com ob-servância do disposto no § 3o do art. 41, e revisto na mesma data e proporção, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade.

Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer be-nefícios ou vantagens posteriormente concedidas aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes de transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

Art. 190. O servidor aposentado com provento proporcional ao tempo de serviço se acometido de qualquer das moléstias es-pecificadas no § 1o do art. 186 desta Lei e, por esse motivo, for considerado inválido por junta médica oficial passará a perceber provento integral, calculado com base no fundamento legal de concessão da aposentadoria.

Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, o proven-to não será inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade.

Art. 192. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 193. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratificação na-talina, até o dia vinte do mês de dezembro, em valor equivalente ao respectivo provento, deduzido o adiantamento recebido.

Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente participa-do de operações bélicas, durante a Segunda Guerra Mundial, nos termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, será concedida aposentadoria com provento integral, aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço efetivo.

Seção IIDo Auxílio-Natalidade

Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor venci-mento do serviço público, inclusive no caso de natimorto.

§ 1o Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de 50% (cinquenta por cento), por nascituro.

§ 2o O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor público, quando a parturiente não for servidora.

Seção IIIDo Salário-Família

Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao inativo, por dependente econômico.

Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômicos para efeito de percepção do salário-família:

I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade;

II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autoriza-ção judicial, viver na companhia e às expensas do servidor, ou do inativo;

III - a mãe e o pai sem economia própria.

Art. 198. Não se configura a dependência econômica quando o beneficiário do salário-família perceber rendimento do trabalho ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento da apo-sentadoria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo.

Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos e vi-verem em comum, o salário-família será pago a um deles; quando separados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição dos dependentes.

Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a madrasta e, na falta destes, os representantes legais dos incapazes.

Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer tributo, nem servirá de base para qualquer contribuição, inclusive para a Previdência Social.

Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração, não acarreta a suspensão do pagamento do salário-família.

Seção IVDa Licença para Tratamento de Saúde

Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.

Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei será con-cedida com base em perícia oficial.

§ 1o Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado.

§ 2o Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde se encontra ou tenha exercício em caráter permanente o servidor, e não se configurando as hipóteses previstas nos parágrafos do art. 230, será aceito atestado passado por médico particular.

§ 3o No caso do § 2o deste artigo, o atestado somente produzirá efeitos depois de recepcionado pela unidade de recursos humanos do órgão ou entidade.

§ 4o A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte) dias no período de 12 (doze) meses a contar do primeiro dia de afasta-mento será concedida mediante avaliação por junta médica oficial.

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Didatismo e Conhecimento 73

DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 5o A perícia oficial para concessão da licença de que trata o caput deste artigo, bem como nos demais casos de perícia oficial previstos nesta Lei, será efetuada por cirurgiões-dentistas, nas hi-póteses em que abranger o campo de atuação da odontologia.

Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a 15 (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispensada de perí-cia oficial, na forma definida em regulamento.

Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou qual-quer das doenças especificadas no art. 186, § 1o.

Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões orgâni-cas ou funcionais será submetido a inspeção médica.

Art. 206-A. O servidor será submetido a exames médicos pe-riódicos, nos termos e condições definidos em regulamento.

Seção VDa Licença à Gestante, à Adotante e da Licença-Paterni-

dade

Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.

§ 1o A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, salvo antecipação por prescrição médica.

§ 2o No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto.

§ 3o No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do even-to, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício.

§ 4o No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.

Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.

Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de tra-balho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois períodos de meia hora.

Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada.

Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este artigo será de 30 (trinta) dias.

Seção VIDa Licença por Acidente em Serviço

Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servi-dor acidentado em serviço.

Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou men-tal sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediata-mente, com as atribuições do cargo exercido.

Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano: I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servi-

dor no exercício do cargo; II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-

-versa.

Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessite de tratamento especializado poderá ser tratado em instituição privada, à conta de recursos públicos.

Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médi-ca oficial constitui medida de exceção e somente será admissível quando inexistirem meios e recursos adequados em instituição pú-blica.

Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez) dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem.

Seção VIIDa Pensão

Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes fazem jus a uma pensão mensal de valor correspondente ao da respectiva remuneração ou provento, a partir da data do óbito, observado o limite estabelecido no art. 42.

Art. 216. As pensões distinguem-se, quanto à natureza, em vi-talícias e temporárias.

§ 1o A pensão vitalícia é composta de cota ou cotas permanen-tes, que somente se extinguem ou revertem com a morte de seus beneficiários.

§ 2o A pensão temporária é composta de cota ou cotas que podem se extinguir ou reverter por motivo de morte, cessação de invalidez ou maioridade do beneficiário.

Art. 217. São beneficiários das pensões: I - vitalícia: a) o cônjuge; b) a pessoa desquitada, separada judicialmente ou divorciada,

com percepção de pensão alimentícia; c) o companheiro ou companheira designado que comprove

união estável como entidade familiar; d) a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do

servidor; e) a pessoa designada, maior de 60 (sessenta) anos e a pessoa

portadora de deficiência, que vivam sob a dependência econômica do servidor;

II - temporária: a) os filhos, ou enteados, até 21 (vinte e um) anos de idade, ou,

se inválidos, enquanto durar a invalidez; b) o menor sob guarda ou tutela até 21 (vinte e um) anos de

idade; c) o irmão órfão, até 21 (vinte e um) anos, e o inválido, en-

quanto durar a invalidez, que comprovem dependência econômica do servidor;

d) a pessoa designada que viva na dependência econômica do servidor, até 21 (vinte e um) anos, ou, se inválida, enquanto durar a invalidez.

§ 1o A concessão de pensão vitalícia aos beneficiários de que tratam as alíneas “a” e “c” do inciso I deste artigo exclui desse direito os demais beneficiários referidos nas alíneas “d” e “e”.

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Didatismo e Conhecimento 74

DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 2o A concessão da pensão temporária aos beneficiários de que tratam as alíneas “a” e “b” do inciso II deste artigo exclui des-se direito os demais beneficiários referidos nas alíneas “c” e “d”.

Art. 218. A pensão será concedida integralmente ao titular da pensão vitalícia, exceto se existirem beneficiários da pensão tem-porária.

§ 1o Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão vitalí-cia, o seu valor será distribuído em partes iguais entre os benefi-ciários habilitados.

§ 2o Ocorrendo habilitação às pensões vitalícia e temporária, metade do valor caberá ao titular ou titulares da pensão vitalícia, sendo a outra metade rateada em partes iguais, entre os titulares da pensão temporária.

§ 3o Ocorrendo habilitação somente à pensão temporária, o valor integral da pensão será rateado, em partes iguais, entre os que se habilitarem.

Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo, prescrevendo tão somente as prestações exigíveis há mais de 5 (cinco) anos.

Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova poste-rior ou habilitação tardia que implique exclusão de beneficiário ou redução de pensão só produzirá efeitos a partir da data em que for oferecida.

Art. 220. Não faz jus à pensão o beneficiário condenado pela prática de crime doloso de que tenha resultado a morte do servidor.

Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte presu-mida do servidor, nos seguintes casos:

I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária compe-tente;

II - desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou acidente não caracterizado como em serviço;

III - desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo ou em missão de segurança.

Parágrafo único. A pensão provisória será transformada em vitalícia ou temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco) anos de sua vigência, ressalvado o eventual reaparecimento do servidor, hipótese em que o benefício será automaticamente cancelado.

Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário: I - o seu falecimento; II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a

concessão da pensão ao cônjuge; III - a cessação de invalidez, em se tratando de beneficiário

inválido; IV - a maioridade de filho, irmão órfão ou pessoa designada,

aos 21 (vinte e um) anos de idade; V - a acumulação de pensão na forma do art. 225; VI - a renúncia expressa. Parágrafo único. A critério da Administração, o beneficiário

de pensão temporária motivada por invalidez poderá ser convoca-do a qualquer momento para avaliação das condições que enseja-ram a concessão do benefício.

Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário, a respectiva cota reverterá:

I - da pensão vitalícia para os remanescentes desta pensão ou para os titulares da pensão temporária, se não houver pensionista remanescente da pensão vitalícia;

II - da pensão temporária para os co-beneficiários ou, na falta destes, para o beneficiário da pensão vitalícia.

Art. 224. As pensões serão automaticamente atualizadas na mesma data e na mesma proporção dos reajustes dos vencimentos dos servidores, aplicando-se o disposto no parágrafo único do art. 189.

Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção cumulativa de mais de duas pensões.

Seção VIIIDo Auxílio-Funeral

Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor fa-lecido na atividade ou aposentado, em valor equivalente a um mês da remuneração ou provento.

§ 1o No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será pago somente em razão do cargo de maior remuneração.

§ 2o (VETADO). § 3o O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) ho-

ras, por meio de procedimento sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o funeral.

Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este será inde-nizado, observado o disposto no artigo anterior.

Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do local de trabalho, inclusive no exterior, as despesas de trans-porte do corpo correrão à conta de recursos da União, autarquia ou fundação pública.

Seção IXDo Auxílio-Reclusão

Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclu-são, nos seguintes valores:

I - dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em flagrante ou preventiva, determinada pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão;

II - metade da remuneração, durante o afastamento, em virtu-de de condenação, por sentença definitiva, a pena que não determi-ne a perda de cargo.

§ 1o Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor terá direito à integralização da remuneração, desde que absolvido.

§ 2o O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia imediato àquele em que o servidor for posto em liberdade, ainda que condicional.

Capítulo IIIDa Assistência à Saúde

Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e de sua família compreende assistência médica, hospitalar, odon-tológica, psicológica e farmacêutica, terá como diretriz básica o implemento de ações preventivas voltadas para a promoção da

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Didatismo e Conhecimento 75

DIREITO ADMINISTRATIVO

saúde e será prestada pelo Sistema Único de Saúde – SUS, direta-mente pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor, ou mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor despendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos ou seguros privados de assistência à saúde, na forma estabelecida em regulamento.

§ 1o Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja exigida perícia, avaliação ou inspeção médica, na ausência de médico ou junta médica oficial, para a sua realização o órgão ou entidade celebrará, preferencialmente, convênio com unidades de atendi-mento do sistema público de saúde, entidades sem fins lucrativos declaradas de utilidade pública, ou com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS.

§ 2o Na impossibilidade, devidamente justificada, da aplicação do disposto no parágrafo anterior, o órgão ou entidade promoverá a contratação da prestação de serviços por pessoa jurídica, que cons-tituirá junta médica especificamente para esses fins, indicando os nomes e especialidades dos seus integrantes, com a comprovação de suas habilitações e de que não estejam respondendo a processo disciplinar junto à entidade fiscalizadora da profissão.

§ 3o Para os fins do disposto no caput deste artigo, ficam a União e suas entidades autárquicas e fundacionais autorizadas a:

I - celebrar convênios exclusivamente para a prestação de ser-viços de assistência à saúde para os seus servidores ou empregados ativos, aposentados, pensionistas, bem como para seus respectivos grupos familiares definidos, com entidades de autogestão por elas patrocinadas por meio de instrumentos jurídicos efetivamente ce-lebrados e publicados até 12 de fevereiro de 2006 e que possuam autorização de funcionamento do órgão regulador, sendo certo que os convênios celebrados depois dessa data somente poderão sê-lo na forma da regulamentação específica sobre patrocínio de auto-gestões, a ser publicada pelo mesmo órgão regulador, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias da vigência desta Lei, normas essas também aplicáveis aos convênios existentes até 12 de fevereiro de 2006;

II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, operadoras de planos e seguros privados de assistência à saúde que possuam autorização de funcionamento do órgão regulador;

III - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)§ 5o O valor do ressarcimento fica limitado ao total despendi-

do pelo servidor ou pensionista civil com plano ou seguro privado de assistência à saúde.

Capítulo IVDo Custeio

Art. 231. (Revogado pela Lei nº 9.783, de 28.01.99)

Título VII

Capítulo ÚnicoDa Contratação Temporária de Excepcional Interesse

Público

Art. 232. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)Art. 233. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)Art. 234. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)Art. 235. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)

Título VIII

Capítulo ÚnicoDas Disposições Gerais

Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a vinte e oito de outubro.

Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes Exe-cutivo, Legislativo e Judiciário, os seguintes incentivos funcio-nais, além daqueles já previstos nos respectivos planos de carreira:

I - prêmios pela apresentação de ideias, inventos ou trabalhos que favoreçam o aumento de produtividade e a redução dos custos operacionais;

II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito, con-decoração e elogio.

Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do ven-cimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em que não haja expediente.

Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicção filo-sófica ou política, o servidor não poderá ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem eximir-se do cumprimento de seus deveres.

Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da Constituição Federal, o direito à livre associação sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes:

a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como substi-tuto processual;

b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano após o final do mandato, exceto se a pedido;

c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a que for filiado, o valor das mensalidades e contribuições definidas em assembleia geral da categoria.

d) (Vetado).e) (Vetado).d) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)e) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e constem do seu assentamento individual.

Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira ou companheiro, que comprove união estável como entidade familiar.

Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o município onde a repartição estiver instalada e onde o servidor tiver exercí-cio, em caráter permanente.

Título IX

Capítulo ÚnicoDas Disposições Transitórias e Finais

Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por esta Lei, na qualidade de servidores públicos, os servidores dos

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Didatismo e Conhecimento 76

DIREITO ADMINISTRATIVO

Poderes da União, dos ex-Territórios, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas, regidos pela Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 - Estatuto dos Funcionários Pú-blicos Civis da União, ou pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943, exceto os contratados por prazo determinado, cujos contratos não poderão ser prorrogados após o vencimento do prazo de prorrogação.

§ 1o Os empregos ocupados pelos servidores incluídos no re-gime instituído por esta Lei ficam transformados em cargos, na data de sua publicação.

§ 2o As funções de confiança exercidas por pessoas não in-tegrantes de tabela permanente do órgão ou entidade onde têm exercício ficam transformadas em cargos em comissão, e mantidas enquanto não for implantado o plano de cargos dos órgãos ou en-tidades na forma da lei.

§ 3o As Funções de Assessoramento Superior - FAS, exercidas por servidor integrante de quadro ou tabela de pessoal, ficam ex-tintas na data da vigência desta Lei.

§ 4o (VETADO).§ 5o O regime jurídico desta Lei é extensivo aos serventuários

da Justiça, remunerados com recursos da União, no que couber. § 6o Os empregos dos servidores estrangeiros com estabilida-

de no serviço público, enquanto não adquirirem a nacionalidade brasileira, passarão a integrar tabela em extinção, do respectivo órgão ou entidade, sem prejuízo dos direitos inerentes aos planos de carreira aos quais se encontrem vinculados os empregos.

§ 7o Os servidores públicos de que trata o caput deste arti-go, não amparados pelo art. 19 do Ato das Disposições Consti-tucionais Transitórias, poderão, no interesse da Administração e conforme critérios estabelecidos em regulamento, ser exonerados mediante indenização de um mês de remuneração por ano de efe-tivo exercício no serviço público federal.

§ 8o Para fins de incidência do imposto de renda na fonte e na declaração de rendimentos, serão considerados como indenizações isentas os pagamentos efetuados a título de indenização prevista no parágrafo anterior.

§ 9o Os cargos vagos em decorrência da aplicação do disposto no § 7o poderão ser extintos pelo Poder Executivo quando consi-derados desnecessários.

Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já concedidos aos servidores abrangidos por esta Lei, ficam transformados em anuênio.

Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 da Lei nº 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal, fica transformada em licença-prêmio por assiduidade, na forma prevista nos arts. 87 a 90.

Art. 246. (VETADO).

Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta Lei, ha-verá ajuste de contas com a Previdência Social, correspondente ao período de contribuição por parte dos servidores celetistas abran-gidos pelo art. 243.

Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a vigência desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão ou entidade de origem do servidor.

Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1o do art. 231, os servidores abrangidos por esta Lei contribuirão na forma e nos per-centuais atualmente estabelecidos para o servidor civil da União conforme regulamento próprio.

Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satisfa-zer, dentro de 01 (um) ano, as condições necessárias para a apo-sentadoria nos termos do inciso II do art. 184 do antigo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, Lei n° 1.711, de 28 de outubro de 1952, aposentar-se-á com a vantagem prevista naquele dispositivo. (Mantido pelo Congresso Nacional)

Art. 251. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir do primeiro dia do mês subsequen-te.

Art. 253. Ficam revogadas a Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952, e respectiva legislação complementar, bem como as demais disposições em contrário.

Brasília, 11 de dezembro de 1990; 169o da Independência e 102o da República.

FERNANDO COLLOR

PROCESSO ADMINISTRATIVO (LEI 9.784/99): DAS DISPOSIÇÕES

GERAIS; DOS DIREITOS E DEVERES DOS ADMINISTRADOS.

Para os estudos acerca das Disposições Gerais, dos Direitos e Deveres dos Administrados litigante em processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, é imprescindível a leitura atenta do que dispõe a Lei 9.784/1999, sobre as disposições gerais, os direitos e os deveres dos administrados.

LEI Nº 9.784, DE 29 DE JANEIRO DE 1999

Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indire-ta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.

§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.

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Didatismo e Conhecimento 77

DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Ad-

ministração direta e da estrutura da Administração indireta;II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade

jurídica;III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder

de decisão.

Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segu-rança jurídica, interesse público e eficiência.

Parágrafo único. Nos processos administrativos serão obser-vados, entre outros, os critérios de:

I - atuação conforme a lei e o Direito;II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia

total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;

III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;

IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;

V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;

VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obri-gações, restrições e sanções em medida superior àquelas estrita-mente necessárias ao atendimento do interesse público;

VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que de-terminarem a decisão;

VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;

IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar ade-quado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos admi-nistrados;

X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;

XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalva-das as previstas em lei;

XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;

XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, ve-dada aplicação retroativa de nova interpretação.

CAPÍTULO II DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS

Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Ad-ministração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:

I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;

II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, ob-ter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;

III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão com-petente;

IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.

CAPÍTULO III DOS DEVERES DO ADMINISTRADO

Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:

I - expor os fatos conforme a verdade;II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;III - não agir de modo temerário;IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colabo-

rar para o esclarecimento dos fatos.

9 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI Nº 8.429/1992).

INTRODUÇÃO A LEI 8.429/1992

A Improbidade Administrativa é caracterizada, genéricamente, pela violação aos princípios da moralidade, impessoalidade e econo-micidade e enriquecimento ilícito cometido por agente público, em seu conceito mais amplo, no exercício de suas funções administrati-vas, ou em decorrencia dela, conforme previsto por lei.

A Lei Federal n° 8.429/92 trata dos atos de improbidade prati-cadas por qualquer agente público, bem como estabelece as sanções e dever indenizar e/ou restituir o patrimonio público.

As disposições desta lei alcançam todas as pessoas qualificadas como agentes públicos, seja na administração direta, indireta e fun-dacional, mesmo que transitoriamente, remuneradas ou não. Atin-gem de forma direta ainda as empresas incorporadas ao patrimônio público e as entidades para criação ou custeio onde o erário público haja concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual.

São abrangidos ainda, na referida lei, aqueles que, mesmo não sendo agentes públicos, induzam ou concorram para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficiem sob qualquer forma, direta ou indiretamente. Neste sentido, são equiparados a agentes públi-cos, ficando sujeitos às sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa, os responsáveis e funcionários de pessoas jurídicas de direito privado que recebam verbas públicas e promovam o seu desvio, apropriação, ou uso em desconformidade com as finalidades para as quais se deu o repasse.

As penalidades envolvem ressarcimento do dano, multa, perda do que foi obtido ilicitamente, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, que podem ser de 3 a 10 anos, conforme a hi-pótese e o caso concreto, e ainda proibição de contratar com o poder público por período definido na lei.

A Lei 8429/92 estabelece três espécies de atos de improbidade: - os atos que importam enriquecimento ilícito, devidamente

previsto no artigo 9º;

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Didatismo e Conhecimento 78

DIREITO ADMINISTRATIVO

- os atos que causam lesão ao patrimônio público, previsto no artigo 10, e;

- os atos que atentam contra os princípios da Administração Pú-blica com previsão legal no artigo11.

Importante salientar que a responsabilidade pode ser apurada cumulativamente, ou seja, o agente do ato de improbidade poderá ser enquadrado e penalizado tanto na lei de Improbidade Adminis-trativa, como também criminalmente, respondendo por suas condu-tas tipificadas no Código Penal, ai sim, se condenado, poderá sofrer penas restritivas de liberdade.

A Lei além de prevêr punições de caráter penal ou criminal, dispõe ainda sobre as penas de natureza civil e política, ou seja, in-cluem a perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, multas, reparação do dano e ressarcimento de valores.

Dessa forma, para os estudos acerca das sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função da administração pública direta, indireta ou fundacional, suas hipóteses de improbidade administra-tiva e penalidades, é imprescindível a leitura atenta do que dispõe a Lei 8.429/1992, que a seguir segue:

LEI Nº 8.429 DE 2 DE JUNHO DE 1992Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos

casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, em-prego ou função na administração pública direta, indireta ou funda-cional.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Con-gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis-trito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou fun-ção nas entidades mencionadas no artigo anterior.

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qual-quer forma direta ou indireta.

Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de legalida-de, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.

Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o in-tegral ressarcimento do dano.

Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente pú-blico ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.

Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimô-nio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarci-mento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do en-riquecimento ilícito.

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio pú-blico ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

CAPÍTULO II DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

SEÇÃO I DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE

IMPORTAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimo-nial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, em-prego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imó-vel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a tí-tulo de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem te-nha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;

II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para faci-litar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado;

III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa-cilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o forne-cimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;

IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;

V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual-quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

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Didatismo e Conhecimento 79

DIREITO ADMINISTRATIVO

VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;

VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de con-sultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;

IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;

X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declara-ção a que esteja obrigado;

XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das en-tidades mencionadas no art. 1° desta lei;

XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

SEÇÃO II DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE

CAUSAM PREJUÍZO AO ERÁRIO

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorpora-ção ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das en-tidades mencionadas no art. 1º desta lei;

II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica pri-vada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente des-personalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;

IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;

V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;

VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;

VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a obser-vância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à es-pécie;

VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente;

IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autoriza-das em lei ou regulamento;

X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público;

XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irre-gular;

XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enri-queça ilicitamente;

XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veí-culos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empre-gados ou terceiros contratados por essas entidades.

XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por ob-jeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;

XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem su-ficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formali-dades previstas na lei.

SEÇÃO III DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE

ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que aten-ta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, lega-lidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência;

II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão

das atribuições e que deva permanecer em segredo;IV - negar publicidade aos atos oficiais;V - frustrar a licitude de concurso público;VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de tercei-

ro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.

CAPÍTULO III DAS PENAS

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e admi-nistrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:

I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;

II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se con-correr esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder

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Didatismo e Conhecimento 80

DIREITO ADMINISTRATIVO

Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;

III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou cre-ditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.

CAPÍTULO IV DA DECLARAÇÃO DE BENS

Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condi-cionados à apresentação de declaração dos bens e valores que com-põem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.

§ 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.

§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.

§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.

§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no caput e no § 2° deste artigo.

CAPÍTULO V DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO

JUDICIAL

Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade admi-nistrativa competente para que seja instaurada investigação destina-da a apurar a prática de ato de improbidade.

§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.

§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.

§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148

a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratan-do de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares.

Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Minis-tério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de impro-bidade.

Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conse-lho de Contas poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrativo.

Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a co-missão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do ór-gão para que requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.

§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.

§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.

Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.

§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o caput.

§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio público.

§ 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministé-rio Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965.

§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.

§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma cau-sa de pedir ou o mesmo objeto.

§ 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil.

§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justifica-ções, dentro do prazo de quinze dias.

§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da ine-xistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita.

§ 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação.

§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento.

§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito.

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Didatismo e Conhecimento 81

DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1o, do Código de Processo Penal.

Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de repara-ção de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente deter-minará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.

CAPÍTULO VI DAS DISPOSIÇÕES PENAIS

Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.

Pena: detenção de seis a dez meses e multa.Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está su-

jeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.

Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença con-denatória.

Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa com-petente poderá determinar o afastamento do agente público do exer-cício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo

quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009).

II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Minis-tério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou pro-cedimento administrativo.

CAPÍTULO VII DA PRESCRIÇÃO

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previs-tas nesta lei podem ser propostas:

I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança;

II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço públi-co, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.

CAPÍTULO VIII DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e 104° da República.

FERNANDO COLLOR

Bibliografia

ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito admi-nistrativo descomplicado. 19. Ed. São Paulo: Método, 2011.

BRAZ, Petrônio; Tratado de direito municipal – volume 1. 3ª ed. Leme/SP: Mundo Jurídico, 2009.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 22. ed. São Paulo: Atlas. 2009.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.

MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito adminis-trativo. 29. Ed. São Paulo: Malheiros, 2012.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

01. (FCC - 2011 - TRE-PE - Técnico Judiciário - Área Ad-ministrativaParte superior do formulário) “Um dos princípios da Administração Pública exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional. A função administrativa já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros” (Hely Lopes Meirelles. Direito Administrativo Brasilei-ro).

O conceito refere-se ao princípio da A) impessoalidade. B) eficiência. C) legalidade. D) moralidade. E) publicidade.

Comentário: A alternativa “B” está correta.

Diante do enunciado podemos destacar algumas expressões que nos ajudarão a resolver o problema proposto, quais sejam: “ativi-dade administrativa exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional” e ainda “exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório...”

Pois bem, estamos diante das características do Princípio da Eficiência, que em seu conceito temos a imposição exigível à Admi-nistração Pública de manter ou ampliar a qualidade dos serviços que presta ou põe a disposição dos administrados, evitando desperdícios e buscando a excelência na prestação dos serviços.

Pelo Princípio da Eficiência, a Administração Pública tem o objetivo principal de atingir as metas, buscando boa prestação de serviço, da maneira mais simples, mais célere e mais econômica, melhorando o custo-benefício da atividade da administração públi-ca, devendo ser prestada com perfeição e satisfação dos usuários.

02. (PONTUA - 2011 - TRE-SC - Analista Judiciário - Área Judiciária) Parte superior do formulário

Os Princípios básicos da Administração Pública e do Direito Administrativo constituem regras de observância permanente e obrigatória ao Administrador. Podemos afirmar:

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Didatismo e Conhecimento 82

DIREITO ADMINISTRATIVO

I. É dever do Administrador Público atuar segundo a lei, proibi-da sua atuação contra-legem e extralegem – princípio da legalidade ou legalidade estrita.

II. A Administração Pública está obrigada a policiar, em rela-ção ao mérito e à legalidade, os atos administrativos que pratica, em atendimento ao princípio da autotutela.

III. A Administração Pública direta e indireta dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá apenas aos princípios de observância obrigatória: legalidade, impes-soalidade, moral idade, publicidade e eficiência.

IV. Segundo o princípio da finalidade, o administrador público não pode praticar nenhum ato que se desvie da finalidade de satisfa-zer o interesse público em detrimento de interesses privados.

Está(ão) CORRETO(S):

A) Apenas o item I.B) Apenas o item III.C) Apenas os itens I, II e III.D) Apenas os itens I, II e IV.

Comentário: A alternativa “D” está correta.

Conforme podemos verificar, somente a afirmativa III está in-correta, pois, não existe o Princípio Administrativo da “moral ida-de” como sugestiona o elaborador da questão, e, em uma tentativa de ludibriar o candidato menos atento, inseriu juntamente com os demais princípios administrativos básicos e obrigatórios na ativida-de administrativa, tal invenção, tentando confundir com o principio da moralidade.

O correto é que são os princípios básicos da Administração Pú-blica: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Efi-ciência.

03. (IADES - 2011 - PG-DF - Analista Jurídico - Direito e Legislação) Parte superior do formulário

Prescreve o caput do artigo 37 da Constituição Federal que a Administração Pública Direta e Indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida-de e eficiência. A respeito dos princípios da Administração Pública, assinale a alternativa incorreta.

A) O princípio da legalidade significa estar a Administração Pública, em toda a sua atividade, adstrita aos mandamentos da lei, deles não podendo se afastar, sob pena de invalidade do ato. Assim, se a lei nada dispuser, não poderá a Administração agir, salvo em situações excepcionais. Ainda que se trate de ato discricionário, há de se observar o referido princípio.

B) Segundo a doutrina majoritária e decisão hodierna do STF, o rol de princípios previstos no artigo 37, caput, do texto consti-tucional é taxativo, ou seja, a Administração Pública, em razão da legalidade e taxatividade não poderá nortear-se por outros princípios que não os previamente estabelecidos no referido dispositivo.

C) A Constituição Federal de 1988 no artigo 37, § 1º, dispõe sobre a forma de como deve ser feita a publicidade dos atos estatais estabelecendo que a publicidade dos atos, programas, obras, servi-ços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar no-mes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

D) O princípio da eficiência foi inserido positivamente na Constituição Federal via emenda constitucional.

E) O STF reiteradamente tem proclamado o dever de sub-missão da Administração Pública ao princípio da moralidade. Como exemplo, cita-se o julgado em que o Pretório Excelso entendeu pela vedação ao nepotismo na Administração, não se exigindo edição de lei formal a esse respeito, por decorrer diretamente de princípios constitucionais estabelecidos, sobretudo o da moralidade da Admi-nistração.

Comentário: A alternativa “B” deve ser marcada como incor-reta.

Sempre com atenção ao que exige o enunciado da questão, diante das alternativas apresentadas, o elaborador da questão exige que seja marcada a alternativa incorreta.

A alternativa “b” está errada, pois o artigo 37 “caput” da Cons-tituição Federal nos apresenta os Princípios Básicos da Adminis-tração Pública, sendo considerados princípios explícitos na Cons-tituição Federal, e isso não significa que serão os únicos exigidos durante a atividade administrativa.

A atividade administrativa deve ser sempre pautada pelos prin-cípios básicos constantes expressamente no “caput” do artigo 37 da Constituição Federal, e ainda deve obediência aos demais princípios decorrentes deste, como exemplo:

- Princípio da Supremacia do Interesse Público: Tal Princípio, muito embora não se encontre expresso no enunciado do texto cons-titucional é de suma importância para a atividade administrativa, tendo em vista que, em decorrência do regime democrático adotado pelo Brasil, bem como o seu sistema representativo, temos que toda a atuação do Poder Público seja consubstanciada pelo interesse pú-blico e coletivo.

- Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público: Em de-corrência do princípio da indisponibilidade do interesse público são vedados ao administrador da coisa pública qualquer ato que impli-que em renúncia a direitos da administração, ou que de maneira in-justificada e excessiva onerem a sociedade.

- Princípio da Autotutela: A Administração Pública pode cor-rigir de oficio seus próprios atos, revogando os irregulares e ino-portunos e anulando os manifestamente ilegais, respeitado o direito adquirido e indenizando os prejudicados, cuja atuação tem a carac-terística de autocontrole de seus atos, verificando o mérito do ato administrativo e ainda sua legalidade; entre outros mais existentes na prática da atividade administrativa.

04. (INSTITUTO CIDADES - 2011 - DPE-AM - Defensor Público) Parte superior do formulário

Afirma-se, a respeito do princípio da eficiência da Administra-ção Pública, que ele foi inserido na atual Constituição Federal com o intuito de:

A) estabelecer um modelo gerencial de Administração B) fazer prevalecer o modelo burocrático de Administração C) valorizar a organização hierárquica. D) fazer prevalecer a valorização da rigidez da forma. E) restringir a participação popular de gestão.

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Didatismo e Conhecimento 83

DIREITO ADMINISTRATIVO

Comentário: A alternativa “A” está correta.

A intenção do legislador constitucional de inserir o Princípio da Eficiência dentre os demais princípios básicos da Administração Pú-blica, expressos na Constituição Federal em seu artigo 37 “caput”, foi justamente de implantar um modelo de gerencia dos recursos públicos, tornando a atividade administrativa mais eficiente, mais célere, mais econômica, com melhor gestão do dinheiro público, fazendo prevalecer a forma mais simples e eficaz da execução dos serviços públicos, estabelecendo de fato um modelo gerencial de Administração Pública.

05. (COPEVE-UFAL - 2011 - UFAL - Assistente de Admi-nistração) Parte superior do formulário

Acerca dos princípios do Direito Administrativo, assinale a op-ção correta.

A) O princípio da eficiência preconiza que a atividade admi-nistrativa deve ser exercida com presteza, qualidade e rendimento funcional.

B) O princípio da publicidade impõe a presença do nome do gestor público nos atos e obras do Poder Público.

C) O princípio da autotutela é relacionado ao controle que a administração pública exerce sobre seus próprios atos, por meio do qual ela anula os atos ilegais, inconvenientes e inoportunos.

D) O princípio da segurança jurídica possibilita, nos proces-sos administrativos, a aplicação retroativa por parte da Administra-ção Pública de nova interpretação.

E) O princípio da moralidade administrativa é extraído dos critérios pessoais do administrador público.

Comentário: A alternativa “A” está correta.

Dentre as alternativas apresentadas na questão, a que está per-feitamente de acordo com o real significado é a alternativa “A”, pois estamos diante dos atributos conferidos ao Princípio da Eficiência, que preza pela imposição exigível à Administração Pública de man-ter ou ampliar a qualidade dos serviços que presta ou põe a dispo-sição dos administrados, evitando desperdícios e buscando a exce-lência na prestação dos serviços, além da execução dos serviços pú-blicos com presteza, qualidade e rendimento funcional satisfatório.

Pelo Princípio da Eficiência, a Administração Pública tem o objetivo principal de atingir as metas, buscando boa prestação de serviço, da maneira mais simples, mais célere e mais econômica, melhorando o custo-benefício da atividade da administração públi-ca, devendo ser prestada com perfeição e satisfação dos usuários.

06. (CESPE - 2012 - IBAMA - Técnico Administrativo) No que concerne à administração pública, julgue os itens a seguir.

Mesmo estando no exercício do poder disciplinar, a autoridade competente não pode impor penalidade administrativa ao agente pú-blico sem o devido processo administrativo.

( ) Certo( ) Errado

Comentário: A afirmação está correta.

A imposição de penalidade administrativa a agente público sempre deve ser precedida de competente processo administrativo, não podendo a Administração Pública revestir-se do Poder Discipli-nar, que lhe é inerente, para aplicar punição sem a observância de tal procedimento.

A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso LV , assim ga-rante:

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

Assim, nos termo da Constituição Federal, para que o agente público possa ser punido por eventual cometimento de infração ad-ministrativa, antes de ser aplicada as penalidades previstas em lei, deve respeitar o devido processo legal, a ampla defesa e o contradi-tório, assegurado todo os meios recursais.

07. (FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado) É correto afirmar que o poder de polícia, conferindo a possibilidade de o Estado limitar o exercício da liberdade ou das faculdades de proprietário, em prol do interesse público,

a) gera a possibilidade de cobrança de preço público. b) se instrumentaliza sempre, e apenas, por meio de alvará

de autorização.c) para atingir os seus objetivos maiores, afasta a razoabilida-

de, em prol da predominância do interesse público. d) deve ser exercido nos limites da lei, gerando a possibilida-

de de cobrança de taxa. Comentário: A alternativa “d” está correta.

Em que pese à prerrogativa do Poder Público atuar nos termos do Poder de Polícia, o mesmo deve sempre obediência ao que dis-põe a lei, com observância obrigatória ao que estabelece o Princípio Constitucional da Legalidade.

Dessa maneira, toda atuação administrativa deve estar pautada nos termos e limites legais.

Ademais, em pleno gozo das atribuições e prerrogativas admi-nistrativas, conferidas por meio do Poder de Polícia, a Administra-ção Pública pode limitar o exercício de direitos dos particulares, em benefício da coletividade e atendendo o interesse público, inclusive recaindo sobre o direito de propriedade, e uma das maneiras de exer-citar tal poder administrativo, é a imposição de taxas bem como sua cobrança.

08. (FCC - 2012 - TST - Analista Judiciário - Área Adminis-trativa) Exemplifica adequadamente o exercício de poder discipli-nar por agente da administração a

a) interdição de restaurante por razão de saúde pública. b) prisão de criminoso efetuada por policial, mediante o de-

vido mandado judicial. c) aplicação de penalidade administrativa a servidor público

que descumpre seus deveres funcionais. d) aplicação de multa de trânsito.e) emissão de ordem a ser cumprida pelos agentes subordi-

nados.

Comentário: A alternativa “c” está correta.

O Poder Disciplinar é o poder de punir internamente não só as infrações funcionais dos servidores, sendo indispensável à apuração regular da falta, mas também as infrações de todas as pessoas sujei-tas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração.

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Didatismo e Conhecimento 84

DIREITO ADMINISTRATIVO

O poder disciplinar é exercido como faculdade punitiva interna da Administração Pública e por isso mesmo só abrange as infrações relacionadas com o serviço público.

Cumpre ressaltar que a atuação do Poder Disciplinar deve obe-decer necessariamente aos princípios informativos e constitucionais da Administração, entre eles o principio da legalidade e o principio da motivação, aos quais se anexa ao principio da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal.

09. (FCC - 2012 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Juiz do Tra-balho - Tipo 1) A respeito dos poderes da Administração, é correto afirmar que o poder

a) de polícia constitui atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regu-le a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse públi-co concernente, entre outros, à segurança e à tranquilidade pública.

b) hierárquico fundamenta a avocação, pela Administração direta, de matérias inseridas na competência das autarquias a ela vinculadas.

c) regulamentar autoriza a edição, pelo Chefe do Executi-vo, de normas complementares à lei, admitindo-se o regulamento autônomo para matéria de organização administrativa, incluindo a criação de órgãos e de cargos públicos.

d) de polícia é exercido pelo Poder Executivo, por intermé-dio da autoridade competente, mediante a edição de normas gerais criando obrigações para toda a coletividade, disciplinadoras de ati-vidades individuais, concernentes, entre outros, à segurança, à higie-ne, à ordem e aos costumes.

e) hierárquico, também denominado disciplinar, correspon-de ao poder conferido aos agentes públicos para emitir ordens a seus subordinados e aplicar as sanções disciplinares não expressamente previstas em lei.

Comentário: A alternativa “a” está correta.

Pelo Poder de Polícia, temos que se trata do poder deferido ao Estado, necessário ao estabelecimento das medidas que a ordem, a saúde e a moralidade pública exigem. O principio norteador da apli-cação do Poder de Polícia é a predominância do interesse público sobre o interesse privado.

O Poder de Polícia resume-se na prerrogativa conferida a Ad-ministração Pública para, na forma e nos limites legais, condiciona ou restringe o uso de bens, exercício de direitos e a pratica de ativi-dades privadas, com o objetivo de proteger os interesses gerais da coletividade, devendo garantir a segurança e a tranquilidade pública.

10. (CESPE - 2012 - TJ-AL - Analista Judiciário - Área Ju-diciária) Assinale a opção correta com relação aos poderes hierár-quico e disciplinar e suas manifestações.

a) As delegações administrativas emanam do poder hierár-quico, não podendo, por isso, ser recusadas pelo subordinado, que pode, contudo, subdelegá-las livremente a seu próprio subordinado.

b) Toda punição disciplinar por delito funcional acarreta con-denação criminal.

c) No âmbito do Poder Legislativo, o poder hierárquico ma-nifesta-se mediante a distribuição de competências entre a Câmara dos Deputados e o Senado Federal.

d) O poder disciplinar da administração pública autoriza-lhe a apurar infrações e a aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa, assim como aos invasores de terras públicas.

e) A aplicação de pena disciplinar tem, para o superior hie-rárquico, o caráter de um poder-dever, uma vez que a condescendên-cia na punição é considerada crime contra a administração pública.

Comentário: A alternativa “e” está correta.

Muito embora a expressão poder administrativo pareça apenas uma faculdade de atuação da Administração Pública, o fato é que os poderes administrativos envolvem não uma mera faculdade de agir, mas sim um dever de atuar diante das situações apresentadas ao Poder Público.

Trata-se, portanto, de um poder-dever, no sentido de que a Ad-ministração Pública deve agir, na medida em que os poderes con-feridos ao Estado são irrenunciáveis. Entende-se dessa maneira a noção de deveres administrativos oriundos da obrigação do Poder Público em atuar, utilizando-se dos poderes e prerrogativas atribuí-dos mediante lei.

Dessa maneira, o superior hierárquico, que possui poderes de fiscalização e de aplicação de penas administrativas, quando se de-para com uma situação em que lhe é exigido atuação nos limites legais, o mesmo possui o poder-dever de atuar, sob pena de cometi-mento de crime, visto que não atuou nos limites de suas atribuições, deixando de praticar ato que lhe competia em virtude do cargo pú-blico que ocupa.

11. (FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Técnico Judi-ciário - Área Administrativa) O serviço público não é passível de interrupção ou suspensão afetando o direito de seus usuários, pela própria importância que ele se apresenta, devendo ser colocado à disposição do usuário com qualidade e regularidade, assim como com eficiência e oportunidade. Trata-se do princípio fundamental dos serviços públicos denominado

a) impessoalidade. b) mutabilidade. c) continuidade. d) igualdade. e) universalidade.

Comentário: A alternativa “c” está correta.

O serviço público deve ser prestado de maneira continua, o que significa dizer que não é passível de interrupção. Isto ocorre justa-mente pela própria importância de que o serviço público se reveste diante dos anseios da coletividade.

É o principio que orienta sobre a impossibilidade de paralisação, ou interrupção dos serviços públicos, e o pleno direito dos administrados a que não seja suspenso ou interrompido, pois entende-se que a continuidade dos serviços públicos é essencial a comunidade, não podendo assim sofrer interrupções.

12. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário - Direito - Área Judiciária – específicos) No que se refere aos serviços pú-blicos, julgue os itens a seguir.

Os serviços públicos devem ser prestados ao usuário com a ob-servância do requisito da generalidade, o que significa dizer que, satisfeitas as condições para sua obtenção, eles devem ser oferecidos sem qualquer discriminação a quem os solicite.

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Didatismo e Conhecimento 85

DIREITO ADMINISTRATIVO

( ) Certo( ) Errado

Comentário: A afirmação está correta.

Constituição Federal diz que todos são iguais perante a lei e desta forma não podemos ser tratados de forma injusta e desigual, assim, não se pode restringir o acesso aos benefícios dos serviços públicos para os sujeitos que se encontrarem em igualdade de con-dições.

Diante de tal principio temos o desdobramento de dois aspectos da Igualdade dos Usuários de Serviços públicos:

- A Universalidade que significa dizer que o serviço público deve ser prestado em benefício de todos os sujeitos que se encon-tram em equivalente situação.

- A Neutralidade, que significa dizer que é impossível dar qual-quer tipo de privilégios que forem incompatíveis com o princípio da isonomia. Logo são “impossíveis” vantagens individuais fundadas em raça, sexo, credo religioso,time de futebol e etc.

13. (CESPE - 2010 - ANEEL - Técnico Administrativo - Área 1) Julgue os próximos itens, a respeito do serviço público e do contrato administrativo.

Os serviços prestados por pessoas jurídicas em regime de con-cessão ou permissão, ainda que para satisfazer as necessidades cole-tivas, não são considerados serviços públicos, já que não são presta-dos diretamente pelo Estado.

( ) Certo( ) ErradoComentário: A afirmação esta errada.

O fato de o Poder Público ser titular de serviços públicos, ou seja, ser o sujeito que detém a responsabilidade de zelar pela sua prestação, não significa que deva ser obrigatoriamente prestá-los por si só de maneira exclusiva, sendo que na grande maioria das vezes, estará a Administração Pública obrigada a disciplinar e promover a prestação, bem como efetuar a fiscalização sobre a forma que esta sendo executado o serviço público.

Dessa maneira, tanto poderá a administração pública, por meios próprios prestar os serviços públicos, como poderá promover-lhes a prestação conferindo a entidades externas a administração seu cumprimento e execução, sendo considerada também como serviço público quando a sua execução é realizada por terceiros, não sendo obrigatória para a classificação dos serviços públicos que sua reali-zação e execução seja efetuada pelo Poder Público.

14. (FCC - 2011 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judi-ciário - Execução de Mandados) No que se refere à autorização de serviço público, é correto afirmar:

a) Trata-se de ato precário, podendo, portanto, ser revogado a qualquer momento, por motivo de interesse público.

b) Trata-se de ato unilateral, sempre vinculado, pelo qual o Poder Público delega a execução de um serviço público de sua titu-laridade, para que o particular o execute predominantemente em seu próprio benefício.

c) O serviço é executado em nome do autorizatário, por sua conta e risco, sem fiscalização do Poder Público.

d) Trata-se de ato unilateral, discricionário, porém não pre-cário, pelo qual o Poder Público delega a execução de um serviço público, para que o particular o execute predominantemente em be-nefício do Poder Público.

e) Trata-se de ato que depende de licitação, pois há viabili-dade de competição.

Comentário: A alternativa “a” está correta.

A autorização de serviços públicos é o ato administrativo dis-cricionário por meio do qual é delegada a um particular, sempre em caráter precário, a prestação de serviços públicos que não exija alto grau de complexidade e especialização técnica, nem mesmo a com-provação do particular autorizado a execução dos serviços, possuir grande aporte de capital financeiro.

Cumpre esclarecer que a autorização, mesmo sendo precária não possui prazo determinado para seu encerramento, entretanto, dado seu caráter eminentemente precário poderá ser revogado a qualquer tempo, de acordo com motivos de interesse público, sem que dessa revogação decorra a necessidade de indenização.

15. (FCC - 2011 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judi-ciário - Execução de Mandados) O Jurista José dos Santos Carva-lho Filho apresenta o seguinte conceito para um dos princípios dos serviços públicos: Significa de um lado, que os serviços públicos devem ser prestados com a maior amplitude possível, vale dizer, deve beneficiar o maior número de indivíduos. Mas é preciso dar relevo também ao outro sentido, que é o de serem eles prestados, sem discriminação entre os beneficiários, quando tenham estes as mesmas condições técnicas e jurídicas para a fruição. Trata-se do princípio da

a) modicidade. b) continuidade. c) eficiência. d) generalidade. e) atualidade.

Comentário: A alternativa “d” está correta.

Decorrente do Princípio da Generalidade, temos que a Admi-nistração Pública não pode restringir o acesso aos benefícios dos serviços públicos para os sujeitos que se encontrarem em igualdade de condições.

Os serviços públicos devem ser prestados de maneira ampla, capaz de atender toda a generalidade dos beneficiários e usuários do serviço colocados a disposição da coletividade, não sendo cabível discriminações entre os beneficiários.

16. (ISAE - 2011 - AL-AM - Analista – Controle) - Com re-lação à estrutura da Administração Pública, analise as afirmativas a seguir:

I. Pertencem à Administração Pública indireta as seguintes entidades: sociedades de economia mista, empresas públicas, autar-quias e fundações públicas.

II. As entidades paraestatais compõem a Administração Pú-blica direta.

III. As entidades que compõem a Administração Pública indi-reta possuem personalidade jurídica própria.

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Didatismo e Conhecimento 86

DIREITO ADMINISTRATIVO

Assinale:a) se somente a afirmativa I estiver correta.b) se somente a afirmativa II estiver correta.c) se somente a afirmativa III estiver correta.d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.e) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

Comentário: A alternativa “e” corresponde as afirmativas cor-retas.

Somente a afirmativa II não está de acordo com o que dispõe a Lei e a Doutrina Administrativa, visto que, as entidades paraestatais não compõem a Administração Direta, visto que trata-se de uma for-ma de descentralização da atividade administrativa.

Embora não exista consenso na doutrina administrativa sobre Entidades Paraestatais, adotamos o entendimento de que se enqua-dram no conceito exclusivamente pessoas privadas, sem fins lucra-tivos, que exercem atividades de interesse coletivo, mas não exclu-sivas da Administração Pública, recebendo para tanto, contrapartida do poder público para seu regular funcionamento

As entidades paraestatais pertencem ao chamado “terceiro se-tor”, que podem ser definidos com aquele composto por entidades privadas da sociedade civil organizada, que atuam na prestação de serviços públicos de relevante interesse social, por iniciativa exclu-sivamente privada, sem fins lucrativos, porém incentivadas pelo Estado.

17. (IADES - 2011 - PG-DF - Analista Jurídico - Direito e Legislação) - Considerando os conceitos dos entes que compõem a administração indireta, assinale a alternativa correta.

a) Autarquia é uma pessoa jurídica de direito público, criada por lei específica, para auxiliar a Administração Pública a executar atividades típicas.

b) Fundação Pública é uma pessoa jurídica de direito privado, criada por decreto do Presidente da República, constituindo a perso-nificação jurídica de um patrimônio, para executar atividades típicas da Administração.

c) Empresas Públicas são pessoas jurídicas de direito público, criadas por decreto do Presidente da República, destinadas à presta-ção de serviços industriais ou atividades econômicas em que o Esta-do tenha interesse próprio.

d) Sociedade de Economia Mista é uma pessoa jurídica de di-reito público, autorizada para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujo capital pertence em sua maioria ao poder público.

e) Serviços Sociais Autônomos são pessoas jurídicas de direito público, para prestar serviços de interesse social ou de utilidade pú-blica, não podendo arrecadar contribuições para fiscais.

Comentário: A alternativa “a” está correta.

A Autarquia é a forma de realização de serviço autônomo, de-vidamente criada por criado por lei específica, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.

Trata-se de pessoa jurídica dedireito público, ou seja, possui praticamente as mesmas prerrogativas e sujeições da administração direta.

O seu regime jurídico pouco se diferencia do estabelecido para os órgãos da Admininstração Direta, aparecendo, perante terceiros, como a própria Administração Pública, entretanto, difere da União, dos Estados e dos Municípios (pessoas públicas políticas) por não ter capacidade política, ou seja, o poder de criar o próprio direito, é pessoa pública administrativa, porque tem apenas o poder de auto--administração, nos limites estabelecidos em lei, com objetivo de auxiliar a atividade administrativa desenvolvida pela Administração Direta.

18. (IESES - 2011 - TJ-MA - Titular de Serviços de Notas e de Registros) - De acordo com o Decreto-lei nº 200, de 25.2.1967, que dispôs sobre a organização da administração federal e estabe-leceu diretrizes para a reforma administrativa, a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de ati-vidade econômica que o governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa, podendo revestir--se de qualquer das formas admitidas em direito, corresponde a:

a) fundação públicab) empresa públicac) sociedade de economia mistad) autarquia

Comentário: A alternativa “b” está correta.As Empresas Públicas são entidades dotadas de personalidade

jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclu-sivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econô-mica que o Governo seja levado a exercer por forca de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.

Nos termos do artigo 5º inciso II do Decreto 200/67, temos a seguinte disposição acerca das empresas públicas:

Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurí-

dica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por forca de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.

19. (VUNESP - 2011 - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Critério Remoção) Sobre a administração indireta, é correto afirmar que:

a) as sociedades de economia mista e as fundações públicas, por serem pessoas jurídicas de direito privado, não precisam respeitar o princípio da publicidade.

b) as causas cíveis em que é parte a sociedade de economia mista são de competência da Justiça Federal.

c) autarquia é pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de autoadministração, para o desempenho de servi-ço público descentralizado, mediante controle administrativo exer-cido nos limites da lei.

d) a fundação, por desempenhar atividade no âmbito social, não está sujeita ao controle administrativo ou tutela por parte da admi-nistração direta, sendo, por isso, dotada de autoadministração.

Comentário: A alternativa “c” está correta.

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Didatismo e Conhecimento 87

DIREITO ADMINISTRATIVO

Para melhor compreensão sobre Autarquia , é de suma impor-tância verificar o conceito formulado nos termos do artigo 5º, inciso I, do Decreto 200/67, que dispõe sobre a organização administrativa da Administração Federal, senão vejamos o texto legal:

Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com per-

sonalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira des-centralizada.

Desta forma, temos que a autarquia é um tipo de administração indireta e está diretamente relacionada à administração central, visto que não pode legislar em relação a si, mas deve obedecer à legisla-ção da administração à qual está subordinada, sendo possivel sofrer controle administrativo de seu exercício, nos limites e termos da lei.

É ainda importante destacar que as autarquias possuem bens e receita próprios, assim, não se confundem com bens de propriedade da Administração direta à qual estão vinculadas, além de sua capacidade de autoadministração. Igualmente, são responsáveis por seus próprios atos, não envolvendo a Administração central, exceto no exercício da responsabilidade subsidiária.

20. (FCC - 2011 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Ju-diciário - Área Judiciária) - NÃO é característica da sociedade de economia mista:

a) criação autorizada por lei.b) personalidade jurídica de direito privado.c) derrogação parcial do regime de direito privado por normas

de direito público.d) estruturação sob qualquer forma societária admitida em di-

reito.e) desempenho de atividade econômica.

Comentário: A alternativa “d” está correta, e não corresponde a característica das sociedade de economia mista.

As Sociedades de Economia Mista são as entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, não admitindo qualquer forma societária, mas sim sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.

21. (CESPE - 2011 - PC-ES - Perito Papiloscópico – Especí-ficos) - Julgue os itens a seguir, acerca da classificação dos órgãos da administração pública.

As fundações públicas são entidades integrantes da administra-ção direta, e suas respectivas áreas de atuação devem enquadrar-se nas áreas previstas em lei ordinária.

( ) Certo( ) Errado

Comentário: A afirmação está errada.

Fundação Pública é a entidade pertencente da Administração Indireta, dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o

desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, pa-trimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e fun-cionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.

As fundações públicas são organizações dotadas de personalidade jurídica de direito público ou de direito privado, sem fins lucrativos, criadas para um fim específico de interesse coletivo, como educação, cultura e pesquisa, sempre merecedoras de um amparo legal. As fundações públicas são autonomas admininstrativamente, patrimônio próprio, e funcionamento custeado, principalmente, por recursos do poder público, mesmo que sob a forma de prestação de serviços.

22. (CESPE - 2012 - ANATEL - Analista Administrativo) Com relação aos atos administrativos, julgue os itens seguintes.

Competência, finalidade, forma, motivo e objeto são requisitos de validade de um ato administrativo.

( ) Certo( ) Errado

Comentário: A afirmação está correta.A doutrina administrativa é pacifica em apontar cinco requisitos

básicos, ou elementos dos atos administrativos: competência, finali-dade, forma, motivo e objeto.

Além, naturalmente, dos requisitos gerais de todos os atos ju-rídicos perfeitos, como agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não proibida em lei.

Trata-se de requisitos fundamentais para a validade do ato ad-ministrativo, pois o atos que forem editados ou praticados em de-sacordo com o que a lei estabeleça para cada requisito, será, via de regra, um ato nulo.

23. (CESPE - 2012 - ANATEL - Analista Administrativo) Com relação aos atos administrativos, julgue os itens seguintes.

A anulação de ato administrativo será aplicada ao ato que, mes-mo válido, legítimo, perfeito, venha a se tornar inconveniente, ino-portuno ou desnecessário.

( ) Certo( ) Errado

Comentário: A afirmação está errada.

Anulação ocorre quando um ato administrativo estiver eivado de vícios, relativos a legalidade ou legitimidade, assim não se trata de um ato válido, legitimo ou perfeito.

Pode a Administração anulá-lo de ofício ou por provocação de terceiro, ou então pode o judiciário anulá-lo também, entretanto não pode agir de oficio, deve aguardar provovação.

Seu controle de legitimidade ou legalidade deverá ocorrer em sua forma, nunca em relação ao mérito do ato administrativo, ou seja, o controle exercido sobre o ato não ocorrerá em sua convenien-cia ou oportunidade.

Um vício de legalidade ou legitimidade pode ser sanável ou insanável. Assim, quando se verificar que trata-se de um vício insa-nável, a anulação do ato deve ser obrigatória, entretanto, quando se tratar de um vício sanável, o ato poder ser anulado ou convalidado, de acordo com a discricionariedade imposta à Administração Pú-blica, que irá efetuar um juizo de oportunidade e conveniência da manutenção dos efeitos do ato administrativo.

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Didatismo e Conhecimento 88

DIREITO ADMINISTRATIVO

24. (FCC - 2011 - TRE-PE - Técnico Judiciário - Área Ad-ministrativa) Analise o seguinte atributo do ato administrativo:

O atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir deter-minados resultados. Para cada finalidade que a Administração pre-tende alcançar existe um ato definido em lei. (Maria Sylvia Zanello Di Pietro, Direito Administrativo)

Trata-se da

a) Presunção de Legitimidade. b) Tipicidade. c) Imperatividade. d) Autoexecutoriedade. e) Presunção de Veracidade.

Comentário: A alternativa “b” está correta.Entende-se por atributos dos atos administrativos as qualidades

ou características dos atos administrativos, uma vez que requisitos dos atos administrativos constituem condições que devem obrigato-riamente ser observadas para a sua validade, os atributos podem ser entendidos como as características dos atos administrativos.

Visando a segurança jurídica aos administrados, o atributo da tipicidade garante que o ato administrativo deve corresponder a fi-guras previamente estabelecidas pelo ordenamento jurídico vigente.

25. (FCC - 2012 - TCE-AM - Analista de Controle Externo - Auditoria de Obras Públicas) O ato administrativo vinculado

a) pode ser objeto de controle judicial, quanto aos aspectos de legalidade, conveniência e oportunidade.

b) pode ser revogado pela Administração, por razões de con-veniência e oportunidade, ressalvados os direitos adquiridos e asse-gurada a apreciação judicial.

c) possui todos os elementos definidos em lei e pode ser ob-jeto de controle de legalidade pelo Judiciário e pela própria Admi-nistração.

d) possui objeto, competência e finalidade definidos em lei, cabendo à Administração a avaliação dos aspectos de conveniência e oportunidade para sua edição.

e) pode ser objeto de controle pelo Poder Judiciário em rela-ção aos elementos definidos em lei, constituindo prerrogativa exclu-siva da Administração a sua revogação por razões de conveniência e oportunidade.

Comentário: A alternativa “c” está correta.

Os atos vinculados são os que a Administração Pública pratica sem qualquer margem de liberdade de decisão, tendo em vista que a lei previamente determinou a única medida possível de ser adotada sempre que se configure a situação objetiva descrita em lei.

Dessa maneira, na edição de um ato vinculado a administração Pública não dispõe de nenhuma margem de decisão, sendo que o comportamento a ser adotado pelo Administrador está regulamen-tado em lei.

É certo que nenhuma lesão ou ameaça a direito será excluído da apreciação judicial, nos termos do artigo 5º, inciso XXXV, que assim garante: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciá-rio lesão ou ameaça a direito”

Assim, temos que o ato administrativo vinculado pode sofre controle de legalidade, tanto pela Administração Pública, como pelo Poder Judiciário, que analisarão eventuais vícios de legalidade.

26. (Advogado Nossa Caixa Desenvolvimento – FCC 2011). Dentre outros, são exemplos de atos administrativos insuscetíveis de revogação:

(A) licença para exercer profissão regulamentada em lei; certi-dão administrativa de dados funcionais de servidor público.

(B) ato de concessão de aposentadoria, mesmo que ainda não preenchido o lapso temporal para a fruição do benefício; ato de adju-dicação na licitação quando já celebrado o respectivo contrato.

(C) edital de licitação na modalidade tomada de preços; atesta-do médico emitido por servidor público médico do trabalho.

(D) ato que declara a inexigibilidade de licitação; autorização para uso de bem público.

(E) autorização para porte de arma; ato que defere férias a ser-vidor, ainda que este não tenha gozado de tais férias.

Comentário: A alternativa “A” está correta.

A revogação de ato administrativo ocorre no momento em que um ato (válido, legítimo e perfeito) emanado pela Administração Pública torna-se inconveniente e inoportuno ao interesse público.

O ato administrativo não possuía qualquer vício ou ilegalidade, simplesmente não atende mais aos pressupostos de conveniência e oportunidade.

Entretanto, tal poder de revogar os próprios atos conferidos à Administração Pública não é ilimitado, assim alguns atos adminis-trativos não podem ser revogados, ou seja, atos irrevogáveis, quais sejam:

• os atos consumados, que já exauriram seus efeitos;• os atos vinculados, pois nesse o administrador não tem es-

colha na prática do ato;• os atos que geram direitos adquiridos;• os atos que integram um procedimento administrativo;• os meros atos administrativos (certidões, pareceres, ates-

tados, licença, etc.).

Diante das considerações acima expostas, voltamos a resolução da questão em análise, a alternativa (A) está correta, tendo em vista que licença para exercer profissão regulamentada em lei dessa for-ma, o ato de emitir licença para exercício de atividade profissional se trata de mero ato administrativo, que é irrevogável, além do mais o ato administrativo gerou direito adquirido ao cidadão, que no caso em tela foi adquirido pela lei que regulamentou o exercício da pro-fissão, dessa forma não podendo ser revogado. A outra situação da alternativa é certidão administrativa de dados funcionais de servi-dor público, tal ato administrativo também é irrevogável, tendo em vista que a emissão de certidão pela Administração Pública se trata de mero ato administrativo.

27. (FCC - 2011 - TRE-TO - Analista Judiciário - Área Ju-diciária) Os órgãos públicos

a) confundem-se com as pessoas físicas, porque congregam funções que estas vão exercer.

b) são singulares quando constituídos por um único centro de atribuições, sem subdivisões internas, como ocorre com as seções integradas em órgãos maiores.

c) não são parte integrante da estrutura da Administração Pública.

d) não têm personalidade jurídica própria. e) são compostos quando constituídos por vários agentes,

sendo exemplo, o Tribunal de Impostos e Taxas.

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Didatismo e Conhecimento 89

DIREITO ADMINISTRATIVO

Comentário: A alternativa “d” está correta.

Em outras palavras, os órgãos públicos são unidades integrantes da estrutura administrativa de uma mesma pessoa jurídica nas quais são agrupadas as competências a serem exercídas por meio de seus agentes públicos, ou seja, são simples conjutos de competência, sem personalidade jurídica própria, resultados de uma técnica de organi-zação administrativa conhecida como “desconcentração”

Os órgãos públicos formam a estrutura do Estado, mas não têm personalidade jurísica, uma vez que são apenas parte de uma estru-tura maior, essa sim detentora de personalidade.

28. (Cespe - 2010 - Abin - Oficial Técnico de Inteligência - Área de Direito) No que concerne à administração pública, julgue os itens a seguir.

Embora, em regra, os órgãos públicos não tenham personalida-de jurídica, a alguns órgãos é conferida a denominada capacidade processual, estando eles autorizados por lei a defender em juízo, em nome próprio, determinados interesses ou prerrogativas.

( ) Certo( ) Errado

Comentário: A afirmação está correta.

Muito embora os órgãos públicos não tenham personalidade jurídica própria, haja vista que são apenas unidades de competência integrante da estrutura administrativa ao qual está vinculado, é con-ferida há alguns órgãos públicos, em caráter excepcional, a capaci-dade e autonomia processual, objetivando defender seus objetivos em juízo, também conhecida como capacidade postulatória.

Importante esclarecer que tal capacidade postulatória é atribuí-da a determinados órgãos públicos para resolverem judicialmente certos tipos de litígio.

Entretanto, esta capacidade processual somente é aceita em re-lação aos órgãos mais elevados do Poder Público, de status consti-tucional, atuando na defesa de suas prerrogativas e esferas de com-petência.

A regra geral, para os conflitos entre órgãos comuns da Admi-nistração Pública deve ser solucionado internamente e ser processa-do pelos órgãos a que são subordinados na escala hierárquica.

29. (FCC - 2010 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária) Inseridos na estrutura do Estado, os órgãos pú-blicos

a) são centros de competência que congregam atribuições exercidas pelos agentes públicos que o integram com o objetivo de expressar a vontade do Estado.

b) representam juridicamente a pessoa jurídica que integram, mas não possuem capacidade processual.

c) são dotados de personalidade jurídica própria, razão pela qual mantêm relações funcionais entre si e com terceiros.

d) compostos são unidades de ação constituídas por um só centro de competência, que exerce funções auxiliares diversificadas.

e) autônomos são os originários da Constituição e representativos dos três Poderes do Estado, que se subordinam hierarquicamente.

Comentário: A alternativa “a” está correta.

Os Órgãos Públicos são unidades estatais com atribuições espe-cíficas dentro da organização da Administração Pública.

É composto por agentes públicos que dirigem e compõem o órgão, voltado para o cumprimento de uma atividade a ser desenvolvida pelo Estado.

Em outras palavras, os órgãos públicos são unidades integrantes da estrutura administrativa de uma mesma pessoa jurídica nas quais são agrupadas as competências a serem exercídas por meio de seus agentes públicos, ou seja, são simples conjutos de competência, sem personalidade jurídica própria, resultados de uma técnica de organi-zação administrativa conhecida como “desconcentração”

Os órgãos públicos formam a estrutura do Estado, mas são despersonalizados, uma vez que são apenas parte de uma estrutura maior, essa sim detentora de personalidade.

Como parte da estrutura superior, o órgão público não tem von-tade própria, limitando-se a cumprir suas finalidadades dentro da competência funcional que lhes foi determinada decorrente da or-ganização estatal.

30. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa) A respeito dos agentes públicos e dos poderes ad-ministrativos, julgue os itens que se seguem.

Cargos públicos são núcleos de encargos de trabalho permanen-tes a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá--los sob relação trabalhista.

( ) Certo( ) Errado

Comentário: A afirmativa está errada.

Nos ensinamentos do professor e jurista Celso Antônio Ban-deira de Mello, temos que cargos públicos “são as mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem expressadas por um agente , prevista em número certo, com denominações próprias, retribuídas por pessoas jurídicas de Direito Público e criadas por lei”.

Ademais, importante esclarecer que aqueles que são titulares de cargos públicos, foram previamente aprovados em concurso de prova ou provas e títulos, (dispensada no caso de cargo em comis-são com livre nomeação e exoneração), são submetidos ao regime estatutário, sendo considerados servidores públicos efetivos ou co-missionados, não havendo possibilidade jurídica de contratação de cargos públicos por meio do regime trabalhista.

31. (PC-MG - 2011 - PC-MG - Delegado de Polícia) Sobre a Responsabilidade Civil do Estado é CORRETO afirmar, EXCE-TO:

a) As pessoas jurídicas de direito público respondem pelos danos que seus agentes, no exercício de suas funções, causarem a terceiros.

b) Cabível ao Estado ajuizar ação de regresso em face do agente causador do dano, desde que tenha agido dolosamente, mostrando--se inviável à pretensão se a conduta foi meramente culposa.

c) O princípio da repartição dos encargos também constitui fun-damento da responsabilidade objetiva do Estado.

d) As pessoas jurídicas de direito privado que prestam serviços delegados serão responsáveis pelos atos seus ou de seus prepostos, desde que haja vínculo jurídico de direito público entre o Estado e o delegatário.

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Didatismo e Conhecimento 90

DIREITO ADMINISTRATIVO

Comentário: A alternativa “b” deve ser marcada.

Para que o Agente Público possa responder pelo dano a partir do Instituto do Direito de Regresso basta a apuração das responsa-bilidades de seu agente no cometimento do dano a terceiros, verifi-cando a ocorrência de dolo ou de culpa para ensejar ação regressiva objetivando o ressarcimento dos valores.

32. (FCC - 2011 - TRE-PE - Técnico Judiciário - Área Ad-ministrativa) José, preso provisório, atualmente detido em uma Cadeia Pública na cidade de Recife mata a golpes de arma branca um de seus oito companheiros de cela. Neste caso, o Estado de Per-nambuco, em ação civil indenizatória movida pela viúva do falecido detento,

a) será responsabilizado com fundamento na responsabilidade subjetiva do Estado.

b) será responsabilizado apenas se houver comprovação da omissão dolosa dos agentes carcerários.

c) não será responsabilizado, uma vez que o dano foi causado por pessoa física que não faz parte dos quadros funcionais do Esta-do.

d) não será responsabilizado, na medida em que inexiste prova do nexo de causalidade entre a ação estatal e o evento danoso.

e) será responsabilizado, independentemente da comprovação de sua culpa, com base na responsabilidade objetiva do Estado.

Comentário: A alternativa “e” está correta:

A Administração Pública possui o dever de indenizar aquele que for lesado por ação ou omissão de seus agentes públicos (ou de-legatário de serviço público), que agindo nesta qualidade, praticou o ato gerador do dano.

Assim, o particular lesado, deverá ajuizar ação diretamente contra a Administração Pública, e não contra o agente público que praticou o ato lesivo, bastando ao particular comprovar em juízo a relação de causa e consequência entre a atuação lesiva da Adminis-tração Pública e o dano decorrente, bem como a valoração patrimo-nial do dano.

Dessa maneira, no caso hipotético apresentado pelo exercício, o Estado tem o dever de garantir a segurança de seus detentos, uma vez que cerceou o seu direito de ir e vir, deverá garantir a sua inte-gridade física, sendo certo que houve falha na prestação dos serviços públicos, devendo o Estado, a partir da responsabilidade objetiva, responder por eventual ação civil indenizatória.

33. (FCC - 2011 - TCE-SP - Procurador) A responsabilização do servidor público pode se dar no âmbito civil, penal e adminis-trativo. Em relação a referida responsabilização, é correto afirmar:

a) O ilícito administrativo é dotado da mesma tipicidade do ilí-cito penal, uma vez que demanda expressa previsão legal da conduta punível para sua caracterização.

b) A caracterização do ilícito penal demanda a comprovação da existência de dolo ou culpa, enquanto na esfera civil se admite a responsabilização objetiva do servidor.

c) A caracterização do ilícito civil prescinde da comprovação do nexo de causalidade entre a ação ou omissão do servidor e o dano verificado.

d) Uma mesma conduta do servidor público pode configurar ilícito administrativo e ilícito penal, mas o processo administrativo disciplinar somente se inicia após a conclusão do processo crime, caso tenha restado comprovada a autoria.

e) A caracterização do ilícito administrativo prescinde da com-provação da tipicidade do ilícito penal, porque o fato punível na es-fera administrativa pode não constituir crime.

Comentário: A alternativa “e” está correta.Conforme afirma o enunciado do exercício, é correta a afirma-

ção de que o Agente Público, no exercício de suas atribuições, pode-rá ser responsabilizado nas esferas cíveis, penais e administrativas.

Entretanto, apesar da possibilidade de ser responsabilizados nas três esferas do direito, não há relação de subordinação entre as de-cisões e os procedimentos a ser adotados na apuração das infrações, ou seja, as decisões proferidas nas diferentes esferas do direito são autônomas entre si.

Assim, é plenamente possível o agente público ser considerado responsável por uma infração administrativa, mesmo a infração não sendo considerada como ilícito penal, ou civil.

34. (CESPE - 2011 - TJ-PB - Juiz) Acerca da responsabilidade civil do Estado, assinale a opção correta.

a) Em face da prolação de sentença penal com equívoco do juiz, o ordenamento jurídico não permite a reparação dos eventuais pre-juízos em ação contra o Estado, mas tão somente contra o próprio magistrado.

b) A teoria da responsabilidade civil objetiva do Estado deve ser aplicada de modo absoluto, não sendo admitida hipótese de exclu-são nem de abrandamento.

c) Mediante expressa determinação legal, o Estado poderá res-ponder civilmente por danos causados a terceiros, ainda que sua atuação tenha ocorrido de modo regular e conforme com o direito.

d) Segundo o STF, os atos jurisdicionais típicos no âmbito cível ensejam a responsabilidade objetiva do Estado.

e) Na hipótese de conduta omissiva do Estado, incide a respon-sabilidade objetiva, bastando a comprovação do nexo causal entre a omissão e o prejuízo causado ao particular.

Comentário: A alternativa “c” está correta.

A Administração pública responde perante os usuários dos ser-viços públicos de forma objetiva, bastando a demonstração do nexo causal e o dano para surgir a obrigação de indenizar, não sendo ne-cessária a demonstração de que houve culpa do agente público (ou delegatário de serviço público) na falha da execução de suas funções públicas, que originaram a lesão ao particular.

Para o jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, o conceito de responsabilidade objetiva do Estado é “a obrigação de indenizar que incumbe a alguém em razão de um procedimento licito ou ilí-cito que produziu uma lesão na esfera juridicamente protegida de outrem. Para configurá-la basta, pois, a mera relação causal entre o comportamento e o dano”.

Diante de tais esclarecimentos, temos que a responsabilidade civil do Estado, bem como de seus prestadores de serviço público é objetiva, bastando para tanto a demonstração da relação de causa e efeito entre o serviço público e o dano, para gerar a obrigação de indenização.

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Didatismo e Conhecimento 91

DIREITO ADMINISTRATIVO

35. (MPE-SP - 2012 - MPE-SP - Promotor de Justiça) - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestado-ras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,

a) assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo.

b) salvo comprovação de ausência de dolo ou culpa do respon-sável.

c) assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

d) salvo comprovação de ausência de dolo do responsável. e) salvo comprovação de culpa da vítima. Comentário: A Alternativa “c” está correta.

A alternativa está de acordo com o que estabelece os preceitos constitucionais acerca do tema, pois de acordo com o que dispõe o artigo 37, § 6º da Constituição Federal, senão vejamos:

“As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado, prestadoras de serviços públicos, responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direi-to de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”

Neste sentido, estão enquadrados a Administração Pública em todas as suas vertentes, ou seja, toda a esfera administrativa está su-jeita a responsabilidade objetiva pelos danos que causar a terceiros, seja a Administração Direta, Indireta, Concessionárias e/ou Permis-sionárias de Serviços Públicos, resguardado o direito que a Admi-nistração Pública possui de ingressar com ação judicial contra seus agentes, objetivando apurar infrações na prestação de serviço e ser ressarcida dos valores indenizatório pagos ao terceiro prejudicado.

36. (CESPE - 2012 - ANAC - Técnico Administrativo) - Jul-gue os itens que se seguem, a respeito do controle e responsabiliza-ção da administração.

O Judiciário pode adentrar o mérito do ato administrativo dis-cricionário para examinar a ausência ou falsidade dos motivos que ensejaram a sua edição:

( ) Certo( ) Errado

Comentário: A afirmação está correta.

Diante da possibilidade do Poder Judiciário efetuar controle de legalidade do ato administrativo a regra é que somente o direito e não o interesse do administrado poderá ser objeto da ação revisória do Poder Judiciário, ou seja, não pode o Poder Judiciário adentrar no mérito do ato administrativo para indagar a oportunidade e a conve-niência, mas tão somente a legitimidade, isto é, a sua conformidade com a lei.

Entretanto, constitui requisito necessário para a validade do ato administrativo a sua motivação, sendo certo que o ato imotivado, ou motivado de maneira falsa, esta em desacordo com os preceitos legais no tocante a formação do ato administrativo.

Assim, o Poder Judiciário, objetivando realizar controle de le-galidade do ato administrativo analisar o mérito do ato para verificar a legalidade dos motivos, bem como sua ausência, ou então eventual falsidade dos motivos que determinaram a realização do ato admi-nistrativo.

37. (CESPE - 2011 - FUB - Secretário Executivo – Específi-cos) Acerca de direito administrativo, julgue os itens subsecutivos.

O controle interno da administração pública é realizado pelo Poder Judiciário, com o apoio do Poder Legislativo; o controle ex-terno está a cargo da Controladoria Geral da República.

( ) Certo( ) ErradoComentário: A afirmação está errada.

O controle interno da Administração Pública é denominado Controle Administrativo, tem como finalidade principal obter a harmonia e a padronização da ação administrativa, a eficácia dos serviços administrativos e, bem assim, a retidão e a competência dos funcionários que guarnecem a administração.

A auto-revisão do ato administrativo fundamenta-se na hierar-quia que, como vínculo que subordina os demais órgãos administra-tivos, graduando a autoridade de cada um, deriva o poder de vigilân-cia e o poder de direção, bem como o poder de revisão, pelos quais se garante a completa unidade de direção ao sistema administrativo.

Temos então que controle interno é aquele controle exercido pela entidade ou órgão responsável pela atividade controlada, na esfera da própria Administração, assim, qualquer controle efetivo realizado pelo Poder Executivo sobre os seus serviços ou agentes é considerado interno, assim como o controle do Poder Legislativo ou do Poder Judiciário, por seus órgãos de Administração, sobre seus agentes e também sobre os atos administrativos praticados.

Assim, com o objetivo de serem observadas as normas fun-damentais, os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem co-nhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela deverão dar ciência imediata ao Tribunal de Contas respectivo, sob pena de responsabilidade solidária, sendo considerado parte legitima para a prática dos atos de denuncia, qualquer cidadão, partido político, as-sociação ou sindicato.

De outra forma, o Controle Externo da Administração Pública fica sob a responsabilidade dos Poderes Judiciários e Legislativos, cujo controle ocorre de fora para dentro da Administração Pública.

38. (CESPE - 2011 - TRE-ES - Técnico Judiciário - Área Administrativa – Específicos) No que concerne ao controle da ad-ministração pública, julgue os itens a seguir.

O recurso interposto fora do prazo não será conhecido, o que não impede que a administração reveja, de ofício, o ato ilegal.

( ) Certo( ) Errado

Comentário: A afirmação está correta.

A revisão “ex-officio” pode ser entendida de maneira geral como a revisão espontânea exercida pela Administração sobre seus próprios atos, que decorre em virtude da hierarquia e da autotutela.

Diante da verificação de que o ato administrativo não atende aos requisitos prescritos em, ou em presença reconhecida da incon-veniência ou da inoportunidade, a autoridade prolatora pode rever diretamente o ato ou ele pode ser revisto pelo agente de hierarquia superior, independente de provocação de parte interessada.

Independentemente do momento em foi interposto o recurso, a Administração Pública, por meio de sua prerrogativa de Autotutela, tem o poder de rever seus atos ilegais, de ofício, sem necessitar de provocação ou meios recursais.

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Didatismo e Conhecimento 92

DIREITO ADMINISTRATIVO

39. (FCC - 2010 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Ju-diciário - Execução de Mandados) O controle legislativo dos atos do Poder Executivo, em matéria contábil, financeira e orçamentária, é exercido pelo Poder Legislativo

a) por meio de seus auditores. b) com autorização do Poder Judiciário. c) com auxílio do Tribunal de Contas. d) com auxílio do Ministério Público. e) por meio de comissões parlamentares de inquérito.

Comentário: A alternativa “c” está correta.O controle legislativo, integrante do sistema de controle exter-

no, que muitos denominam parlamentar sem que vigore no país o regime parlamentarista, que é exercido sob os aspectos de correção e fiscalização, tendo em vista o interesse publico.

O controle externo legislativo é desempenhado de forma direta e indireta. Será direto quando exercido pelo Congresso Nacional, em nível federal; pelas Assembleias Legislativas, nível estadual e distrital; e pelas Câmaras Municipais, em nível municipal.

Será legislativo indireto o controle exercitado pelos Tribunais de Contas, que funcionam como órgãos auxiliares de Poder Legis-lativo.

Os primeiros esboços da ideia da formação de um Tribunal de Contas surgiram com a observância da ineficiência dos parlamentos na função da fiscalização dos bens e gastos públicos, quando do sur-gimento das monarquias parlamentaristas.

Assim, verificou-se a necessidade de um Tribunal, auxiliando o exercício do Poder Legislativo de fiscalização e controle dos gastos públicos. Assim, os Tribunais de Contas da União, dos Estados e de alguns Municípios, atuam como órgãos auxiliares do Poder Legis-lativo, exercendo o controle externo, ou indireto, da Administração Pública, buscando em sua atuação a fiscalização da gestão financei-ra, orçamentária e patrimonial do Estado.

40. (CESPE - 2010 - PGM-RR - Procurador Municipal) Jul-gue os itens que se seguem, relativos aos contratos administrativos.

Apesar de a decisão executória da administração pública dis-pensar a intervenção prévia do Poder Judiciário, não há impedimen-to para que ocorra o controle judicial após a realização do ato.

( ) Certo( ) Errado

Comentário: A afirmação está correta.

Controle judicial, pode ser assim entendido como sinônimo de reexame ou revisão, ou seja, é a verificação, pelo Poder Judiciário, quando provocado, da legalidade dos atos praticados pela Adminis-tração Pública, isto porque a jurisdição civil, contenciosa e voluntá-ria, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional.

Todo direito é protegido por uma ação e a Constituição Federal assegura aos administrados o direito de petição ao Poder Judiciário em defesa de direito ou contra ilegalidade ou ainda eventual abuso de poder, conforme garante o artigo 5º, inciso XXXIV, da Consti-tuição Federal.

O reexame da ação da Administração pelo Poder Judiciário li-mita-se à verificação da legalidade do ato, isto porque à Administra-ção e só a ela compete a análise da oportunidade e da conveniência da ação administrativa, tal reexame ocorre mesmo quando decisão executória da Administração Pública já tenha sido adotada, se hou-ver indícios de ilegalidade, e desde que provocado por terceiros.

41. (CESPE - 2012 - TJ-AC - Juiz) À luz da Lei n.º 8.429/1992, que trata da improbidade administrativa, assinale a opção correta.

a) A instauração de processo judicial por ato de improbidade obsta a instauração de processo administrativo para apurar fato de idêntico teor enquanto aquele não for concluído.

b) Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão que enseje perda patrimo-nial, desvio ou dilapidação dos bens e haveres públicos, mas apenas se configurado o dolo do agente.

c) Os atos de improbidade que importem enriquecimento ilí-cito, que causem lesão ao erário ou que atentem contra os princípios da administração pública causam a perda ou a suspensão dos direitos políticos, por período que varia de cinco a dez anos.

d) Entre as medidas de natureza cautelar que, previstas nessa lei, só podem ser decretadas judicialmente incluem-se a indisponibi-lidade dos bens, o bloqueio de contas bancárias e o afastamento do agente do exercício do cargo, emprego ou função.

e) Tanto a perda da função pública quanto a suspensão dos direitos políticos pela prática de ato de improbidade só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.

Comentário: A alternativa “e” está correta.

Nos termos da Lei 8.429/92, mais precisamente em seu arti-go 20, no Capítulo que trata das Disposições Penais, verificamos a regra para que a sentença condenatória inicia seus efeitos contra o condenado por improbidade administrativa, senão vejamos o que dispõe o artigo mencionado.

Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença con-denatória.

Para melhor compreensão, é necessário entender o significado da expressão jurídica “trânsito em julgado da sentença”, que nada mais é do que uma expressão utilizada para indicar que uma decisão ou sentença judicial é terminativa, ou seja, as partes não podem mais recorrer da decisão, seja porque já se esgotou todos os recurso possí-veis, seja porque o prazo para a interposição do recurso já transcor-reu em sua totalidade. A partir do transito em julgado da sentença a obrigação se torna irrecorrível, certa e definitiva.

Assim, nos termos da lei de improbidade administrativa, para que haja a efetiva perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos é necessário aguardar o trânsito em julgado da sentença que condenou o acusado.

42. (CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia) Com base nos dispositivos da Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/1992), julgue os itens subsecutivos.

Apenas o Ministério Público (MP) poderá representar à autori-dade administrativa competente para que seja instaurada investiga-ção devida para apurar a prática de ato de improbidade.

( ) Certo( ) Errado

Comentário: A afirmativa está ERRADA, pois para que possa ser iniciada uma investigação objetivando apurar a prática de ato de improbidade não é necessário aguardar a manifestação ou provoca-ção do representante do Ministério Público, haja vista que é lícito a qualquer pessoa realizar tal manifestação, conforme se verifica nos termos do artigo 14 da lei 8.429/1992, senão vejamos o texto legal.

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Didatismo e Conhecimento 93

DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. (grifo nosso).

Dessa maneira, não cabe apenas ao Ministério Público repre-sentar a autoridade administrativa competente para que seja instau-rada investigação por cometimento de ato de improbidade, sendo que nos termos da lei, qualquer pessoa poderá fazê-la.

43. (CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia) Com base nos dispositivos da Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/1992), julgue os itens subsecutivos.

O responsável por cometer ato de improbidade sofrerá a sanção de suspensão dos direitos políticos, pena esta aplicável a todas as hipóteses de cometimento de ato de improbidade.

( ) Certo( ) Errado

Comentário: A afirmativa está correta.

A Lei 8.429/1992, em seu artigo 9º (Dos Atos de Improbida-de Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito), artigo 10 (Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário) e artigo 11(Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da Administração Pública), dispõem de situações e atos que, quando praticados, seu agente incorre em improbidade administrativa.

Pois bem, ainda nos termos da referida legislação, verificamos no Capítulo III, que trata exclusivamente das penas, que para todos os atos que ensejam em improbidade administrativa, independente de das sanções penais, civis ou administrativas, os agentes terão seus direitos políticos suspenso, conforme se pode verificar da análise do artigo 12 da Lei de Improbidade Administrativa:

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e admi-nistrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que po-dem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:

I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Pú-blico ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, dire-ta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;

II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, per-da dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou credi-tícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;

III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o va-lor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar

com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pes-soa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

EXERCÍCIOS

01. (FCC - 2012 – PGM - Joao Pessoa-PB - Procurador Municipal) A característica que diferencia o procedimento do pregão (Lei no 10.520/02) de todos os demais procedimentos licitatórios previstos na Lei no 8.666/93 (Lei de Licitações) é

a) o uso de lances para definição do vencedor do certame. b) a realização da fase de habilitação em momento posterior

à fase de julgamento. c) a possibilidade de substituição da apresentação de docu-

mentos de habilitação pela comprovação de registro em cadastro de fornecedores mantido pela Administração.

d) a condução do procedimento por autoridade designada pela Administração, ao invés de comissão de licitação.

e) o uso do critério de menor preço para julgamento das propostas.

02. (CESPE - 2012 - TJ-RO - Analista Judiciário - Administração) De acordo com a Lei de Licitações e Contratos, a modalidade de licitação ocorrida entre interessados devidamente cadastrados ou que atendam a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação, denomina-se

a) leilão. b) concorrência. c) tomada de preços. d) concurso. e) convite.

03. (CESGRANRIO - 2012 - Chesf - Profissional de Nível Superior - Administração) A Lei no 8.666/1993 trata dos aspectos relacionados ao processo de licitação e aos contratos da administração pública.

Nessa lei, existe a previsão de situações em que a licitação é inexigível, como em

a) aquisição de bens ou de serviços nos termos de acor-do internacional específico, aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público.

b) contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consa-grado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

c) situação em que a União tiver de intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento.

d) situação em que não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuí-zo para a Administração, mantidas, nesse caso, todas as condições preestabelecidas.

e) casos de guerra ou de grave perturbação da ordem.

04. (CESGRANRIO - 2012 - LIQUIGAS - Profissional Jú-nior - Direito) De acordo com a Lei no 8.666/1993, no procedi-mento licitatório, vários atos administrativos são encadeados em sequência lógica visando à seleção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública.

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Didatismo e Conhecimento 94

DIREITO ADMINISTRATIVO

Nesse contexto, o ato administrativo por meio do qual se atribui ao licitante vencedor o objeto da licitação denomina-se

a) homologação b) encampação c) convalidação d) adjudicação e) ratificação

05. (FCC - 2012 - TRF - 5ª REGIÃO - Analista Judiciário - Execução de Mandados) A modalidade licitatória pregão

a) aplica-se para aquisição de bens e serviços comuns, po-dendo ser adotada também para as compras efetuadas pelo sistema de registro de preços.

b) aplica-se para a aquisição e alienação de bens de natu-reza comum, afastada a sua aplicação nas compras efetuadas pelo sistema de registro de preços.

c) não se aplica às compras efetuadas pelo sistema de regis-tro de preços, salvo para aquisição de bens de natureza especial.

d) aplica-se para contratação de serviços e obras de natu-reza comum e aquisição de bens, salvo se adotado o sistema de registro de preços.

e) não se aplica à contratação de serviços de engenharia e contratação de obras, salvo às de pouca complexidade técnica.

06. (FCC - 2012 - TST - Analista Judiciário - Contabilidade) Configura hipótese de dispensa de licitação, nos temos da Lei no

8.666/93, a: a) contratação de serviços técnicos de natureza singular,

com profissionais ou empresas de notória especialização. b) contratação realizada por Instituição Científica e Tecno-

lógica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tec-nologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida.

c) contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consa-grado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

d) compra de material bélico, ou de uso pessoal, ou admi-nistrativo, pelas Forças Armadas, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres.

e) contratação de remanescente de obra, serviço ou forne-cimento, em consequência de rescisão contratual, desde que aten-dida a ordem de classificação da licitação anterior, respeitado o preço então oferecido pelo novo contratado.

07. (ESAF - 2012 - Receita Federal - Analista Tributário da Receita Federal) Não configura princípio norteador do procedimento licitatório

a) vinculação ao instrumento convocatório. b) julgamento objetivo. c) probidade administrativa. d) igualdade de condições a todos os concorrentes. e) dispensa e inexigibilidade.

08. (ESAF - 2012 - Receita Federal - Analista Tributário da Receita Federal) Conforme determina a Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, são cláusulas necessárias em todo contrato administrativo:

I. o objeto e seus elementos característicos.

II. o preço e as condições de pagamento. III. o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da

classificação funcional programática e da categoria econômica.IV. a obrigação do contratado de manter, durante toda a exe-

cução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigi-das na licitação.

V. os casos de rescisão.

a) Todas as assertivas estão corretas. b) Apenas as assertivas I, II, IV e V estão corretas. c) Apenas as assertivas I, II e V estão corretas. d) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas. e) Apenas as assertivas I e II estão corretas.

09. (Advogado Nossa Caixa Desenvolvimento – FCC 2011). A empresa X, após sagrar-se vencedora de procedimento licitatório, celebrou contrato administrativo com o Poder Público para o fornecimento de determinado produto. Após a celebração do contrato, adveio uma greve de trabalhadores que paralisou, indefinidamente, a fabricação do produto, impedindo a execução contratual. Conforme previsto na Lei de Licitações e Contratos Administrativos (Lei no 8666/93), o fato narrado

(A) constitui evento absolutamente previsível, que não traz qualquer consequência ao mencionado contrato administrativo.

(B) caracteriza hipótese de fato da Administração, que não é causa impeditiva da execução contratual, mas apenas criadora de maior dificuldade.

(C) constitui motivo para a rescisão do contrato administrativo. (D) caracteriza hipótese de fato do príncipe, sendo necessária

a revisão contratual.(E) constitui motivo para o reajustamento contratual.

10. (Analista de Controle Área Jurídica TCE/PR – FCC 2011). Em contratos administrativos regidos pela Lei no 8.666/93,

(A) a alteração qualitativa ou quantitativa do seu objeto, não é admitida em face do princípio da vinculação ao instrumento convocatório.

(B) admitem-se acréscimos quantitativos, no limite de 25% do valor inicial atualizado do contrato, podendo chegar a 50% no caso de reforma de edifício ou equipamento.

(C) a supressão de obras, serviços ou compras contratados, não é admitida exceto com a expressa concordância do contratado.

(D) a alteração qualitativa, não é admitida mas apenas a quantitativa, para acréscimos ou supressões do objeto contratado, até o limite de 50% do valor inicial atualizado do contrato.

(E) a alteração qualitativa é admitida, quando houver modificação do projeto ou das especificações, vedadas alterações quantitativas.

11. (FCC - 2012 - TST - Analista Judiciário - Área Judiciária) A Lei no 9.784/99 traz um rol de direitos do administrado, perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados. Sobre esse assunto, considere as seguintes afirmações:

I. Contar com a inércia da Administração, que só pode agir, na condução do processo, mediante provocação dos interessados.

II. Ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos e retirá-los para consulta fora da repartição.

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Didatismo e Conhecimento 95

DIREITO ADMINISTRATIVO

III. Fazer-se assistir, por advogado, salvo quando expressamente renunciar a esse direito.

NÃO consta daquele rol o que se afirma ema) I e II, apenas. b) II e III, apenas. c) I e III, apenas. d) I, apenas. e) I, II e III.

12. (NUCEPE - 2012 - PM-PI - Agente de Polícia – Cabo) A lei 9.784/99 que regula os processos administrativos prevê que a competência é:

a) irrenunciável e nunca pode ser delegada nem sofrer avo-cação;

b) irrenunciável, mas pode, em certos casos, ser delegada e, excepcionalmente, sofrer avocação temporária;

c) renunciável apenas nas hipóteses de delegação e de avo-cação, para as quais é dispensada qualquer justificação;

d) renunciável apenas nos casos de livre delegação, pois a avocação não implica renúncia por ser originária de hierarquia su-perior;

e) renunciável, seja nos casos de livre delegação, seja nos de avocação, seja nos de substituição de um órgão por outro.

13. (FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Segundo a Lei no 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, é direito dos administrados:

a) não agir de modo temerário. b) prestar as informações que lhe forem solicitadas e cola-

borar para o esclarecimento dos fatos. c) expor os fatos conforme a verdade. d) proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé. e) fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo

quando obrigatória a representação, por força de lei.

14. (FCC - 2011 - TRE-PE - Analista Judiciário - Análise de Sistemas) Considere as seguintes assertivas a respeito da Ajuda de Custo e das Diárias:

I. À família do servidor que falecer na nova sede são assegurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de um ano, contado do óbito.

II. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo exceder a importância correspondente a seis meses.

III. Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias.

IV. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de cinco dias.

De acordo com a Lei nº 8.112/90, está correto o que consta APENAS em

A) II e IV.B) I, II e III.C) I, III e IV.D) I e IV.E) II e III.

15. (PONTUA - 2011 - TRE-SC - Técnico Judiciário - Área Administrativa) São formas de provimento de cargo público:

I. A posse. II. Nomeação. III. Reversão. IV. Preenchimento dos requisitos básicos para investidura.

Está(ão) CORRETO(S):A) Apenas o item III.B) Apenas o item II.C) Apenas os itens I e IVD) Apenas os itens II e III.

16. (FCC - 2011 - TCE-SP - Procurador) A responsabilização do servidor público pode se dar no âmbito civil, penal e administrativo. Em relação a referida responsabilização, é correto afirmar:

A) O ilícito administrativo é dotado da mesma tipicidade do ilícito penal, uma vez que demanda expressa previsão legal da con-duta punível para sua caracterização

B) A caracterização do ilícito penal demanda a comprova-ção da existência de dolo ou culpa, enquanto na esfera civil se admite a responsabilização objetiva do servidor.

C) A caracterização do ilícito civil prescinde da comprova-ção do nexo de causalidade entre a ação ou omissão do servidor e o dano verificado.

D) Uma mesma conduta do servidor público pode configu-rar ilícito administrativo e ilícito penal, mas o processo adminis-trativo disciplinar somente se inicia após a conclusão do processo crime, caso tenha restado comprovada a autoria.

E) A caracterização do ilícito administrativo prescinde da comprovação da tipicidade do ilícito penal, porque o fato punível na esfera administrativa pode não constituir crime.

17. (PONTUA – 2011 – TER/SC – Técnico Judiciário – Área Administrativa) Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para o cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório, por período designado na lei, durante o qual sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguintes fatores:

I. Assiduidade. II. Responsabilidade. III. Investimento em formação profissionalizante. IV. Disciplina.

Está(ão) INCORRETO(S):

A) Apenas o item II.B) Apenas o item III.C) Apenas os itens I e IV.D) Apenas os itens II e III

18. (PONTUA - 2011 - TRE-SC - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Ao servidor em estágio probatório poderão ser concedidas as licenças e os afastamentos, abaixo relacionados:

I. Licença por motivo de doença em pessoa da família.II. Licença para serviço militar. III. Licença para desempenho de mandato classista.

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Didatismo e Conhecimento 96

DIREITO ADMINISTRATIVO

IV. Licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro.

Está INCORRETO:

A) Apenas o item IIB) Apenas o item IV.C) Apenas o item I.D) Apenas o item III.

19. (FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário - Área Judiciária) A licença por motivo de doença em pessoa da família, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada período de doze meses, dentre outras, na seguinte condição, por até

A) 120 dias, consecutivos ou não, sem remuneraçãoB) 100 dias, consecutivos ou não, sem remuneraçãoC) 120 dias, consecutivos, mantida a remuneração do ser-

vidor.D) 60 dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do

servidor.E) 90 dias, consecutivos, mantida a remuneração do servi-

dor.

20. (PONTUA - 2011 - TRE-SC - Técnico Judiciário - Área Administrativa) O servidor público:

I. Poderá ausentar-se do serviço, sem qualquer prejuízo, por um dia, para doação de sangue, por dois dias, para se alistar como eleitor e por oito dias consecutivos em razão de casamento, falecimento de cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.

II. Será concedido horário especial ao servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo, independente de compensação de horário.

III. Será concedido horário especial ao servidor portador de deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica oficial, independente de compensação de horário.

IV. Estudante que mudar de sede no interesse da administração é assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, independente de vaga.

Está INCORRETOA) Apenas o item II.B) Apenas o item III.C) Apenas o item IV.D) Apenas o item I.

21. (NCE-UFRJ - 2010 - UFRJ - Técnico de Contabilidade) Sobre os ditames disciplinares previstos na Lei 8112/90, quando um servidor apresenta quadro de inassiduidade habitual, as penalidades previstas na legislação estatutária determinam a aplicação de:

A) advertência;B) disponibilidadeC) demissão;D) suspensão de até 15 dias;E) suspensão de até 30 dias.

22. (FCC - 2012 - TST - Técnico Judiciário - Programação) É requisito básico para investidura nos cargos públicos em geral:

a) nacionalidade brasileira ou estrangeira. b) nível de escolaridade mínimo igual ou equivalente a en-

sino universitário. c) idade mínima de vinte e um anos. d) aptidão física e mental. e) aprovação em concurso público de provas e títulos.

23. (FCC - 2011 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário - Estatística) Maria, servidora pública estável, retornará ao cargo anteriormente ocupado tendo em vista sua inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo. José, também servidor público estável, retornará ao cargo anteriormente ocupado, em razão de reintegração do anterior ocupante. Nos termos da Lei no 8.112/1990, o retorno de tais servidores denomina-se, respectivamente,

a) recondução e aproveitamento. b) recondução e recondução. c) reversão e recondução. d) reintegração e recondução. e) readaptação e reintegração.

GABARITO

01 B02 C03 B04 D05 A06 B07 E08 A09 C10 B11 E12 B13 E14 C15 D16 E17 B18 D19 D20 A21 C22 D23 B

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Didatismo e Conhecimento 100

DIREITO ADMINISTRATIVO

ANOTAÇÕES

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Didatismo e Conhecimento 101

DIREITO ADMINISTRATIVO

ANOTAÇÕES

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Didatismo e Conhecimento 102

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ANOTAÇÕES

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