97
Direito Administrativo Aula Data Tema Professor Obs.: 01 27 07 10 Administração Pública I Fernanda Marinela 02 30 07 10 Administração Pública II Fernanda Marinela 03 18 08 10 Administração Pública III Fernanda Marinela 04 20 08 10 Organização da Adm. Pública I ‘’ 05 26 08 10 Organização da Adm. Pública II ‘’ 06 27 08 10 Organização da Adm. Pública III ‘’ 07 02 08 10 Organização da Adm. Pública IV ‘’ 08 15 09 10 Poderes Administrativos ‘’ 09 17 09 10 Atos da Administração I ‘’ 10 06 10 10 Atos Administrativos II ‘’ 11 08 10 10 Atos Administrativos III e Licitações I ‘’ 12 10 11 10 Licitações II ‘’ 13 07 12 10 Agentes Públicos I ‘’ 14 10 12 10 Agentes Públicos II ‘’ 15 18 01 11 Intervenção na Propriedade ‘’ Aula Internet 16 28 01 11 Contratos Administrativos ‘’ Aula Internet 17 18 19 20

Direito Administrativo - Intensivo 2010

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Page 1: Direito Administrativo - Intensivo 2010

 

Direito Administrativo Aula  Data  Tema  Professor  Obs.: 

01  27  07  10  Administração Pública I  Fernanda Marinela   

02  30  07  10  Administração Pública II  Fernanda Marinela   

03  18  08  10  Administração Pública III  Fernanda Marinela   

04  20  08  10  Organização da Adm. Pública I  ‘’   

05  26  08  10  Organização da Adm. Pública II  ‘’   

06  27  08  10  Organização da Adm. Pública III  ‘’   

07  02  08  10  Organização da Adm. Pública IV  ‘’   

08  15  09  10  Poderes Administrativos  ‘’   

09  17  09  10  Atos da Administração I  ‘’   

10  06  10  10  Atos Administrativos II  ‘’   

11  08  10  10  Atos Administrativos III e Licitações I  ‘’   

12  10  11  10  Licitações II  ‘’   

13  07  12  10  Agentes Públicos I  ‘’   

14  10  12  10  Agentes Públicos II  ‘’   

15  18  01  11  Intervenção na Propriedade  ‘’  Aula Internet 

16  28  01  11  Contratos Administrativos  ‘’  Aula Internet 

17             

18             

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20             

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Sumário  

DIREITO ADMINISTRATIVO ......................................................................................................................... 1 

SUMÁRIO ............................................................................................................................................................. 2 

1  INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................................ 7 

2  NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DE DIREITO ADMINISTRATIVO ...................................................... 7 

2.1  Objeto do Direito Administrativo ...................................................................................................................... 7 

3  FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO ......................................................................................... 8 

4  SISTEMAS ADMINISTRATIVOS OU MECANISMOS DE CONTROLE ............................................ 9 

4.1  Sistema do Contencioso Administrativo ou Sistema Francês ............................................................................. 9 

4.2  Jurisdição Única ou Sistema Inglês .................................................................................................................... 9 

5  CONCEITOS ................................................................................................................................................. 9 

6  REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO ............................................................................................ 11 

6.1  Princípios ....................................................................................................................................................... 11 

6.2  Princípios Mínimos do Direito Administrativo ................................................................................................. 12 6.2.1  Princípio da Legalidade ......................................................................................................................................... 12 6.2.2  Princípio da Impessoalidade ................................................................................................................................. 12 6.2.3  Princípio da Moralidade ........................................................................................................................................ 14 6.2.4  Princípio da Publicidade ........................................................................................................................................ 15 6.2.5  Princípio da Eficiência ........................................................................................................................................... 16 6.2.6  Princípio da Isonomia ............................................................................................................................................ 17 

6.3  Princípio da Razoabilidade .............................................................................................................................. 19 

6.4  Contraditório e Ampla Defesa ......................................................................................................................... 19 

6.5  Princípio da Continuidade ............................................................................................................................... 20 6.5.1  Direito de Greve .................................................................................................................................................... 20 

6.6  Princípio da Autotutela ................................................................................................................................... 21 

7  ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .......................................................................... 21 

7.1  Formas de prestação da atividade administrativa ........................................................................................... 21 

7.2  Estado (pessoa jurídica) x Agente (pessoa física) ............................................................................................. 23 

7.3  Órgãos Públicos .............................................................................................................................................. 23 7.3.1  Órgão Público em juízo ......................................................................................................................................... 24 

7.4  Classificação dos Órgãos Públicos ................................................................................................................... 24 

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7.5  Características Comuns a todas as pessoas da Administração Indireta ............................................................. 24 

7.6  Autarquia ....................................................................................................................................................... 26 7.6.1  Regime Tributário das Autarquias ......................................................................................................................... 28 7.6.2  Tratamento em Processo Judicial ......................................................................................................................... 28 7.6.3  Responsabilidade Civil do Estado .......................................................................................................................... 28 7.6.4  Território ............................................................................................................................................................... 28 7.6.5  Conselho de Classe ................................................................................................................................................ 29 7.6.6  Agências Reguladoras............................................................................................................................................ 30 7.6.7  Agências Executivas............................................................................................................................................... 31 

7.7  Empresas Públicas .......................................................................................................................................... 32 

7.8  Sociedade de Economia Mista ........................................................................................................................ 32 

7.9  Diferenças entre Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista .............................................................. 32 

7.10  Regime Jurídico das Empresas Estatais (EP e SEM) .......................................................................................... 33 7.10.1  Falências ........................................................................................................................................................... 33 7.10.2  Responsabilidade Civil ...................................................................................................................................... 33 7.10.3  Exigibilidade de licitação ................................................................................................................................... 33 7.10.4  Penhorabilidade dos Bens ................................................................................................................................ 34 7.10.5  Privilégios Tributários ....................................................................................................................................... 34 7.10.6  Regime de pessoal ............................................................................................................................................ 34 

7.11  Consórcios Públicos ........................................................................................................................................ 36 

8  ENTES DE COOPERAÇÃO ..................................................................................................................... 36 

8.1  Serviços Sociais Autônomos ............................................................................................................................ 36 

8.2  Entidades de Apoio ........................................................................................................................................ 36 

8.3  Organizações Sociais ....................................................................................................................................... 37 

8.4  OSCIP – Organização da Sociedade Civil e Interesse Público ............................................................................ 37 

9  PODERES DA ADMINISTRAÇÃO ........................................................................................................ 38 

9.1  Abuso de Poder .............................................................................................................................................. 38 

9.2  Classificação de acordo com o grau de liberdade ............................................................................................. 38 

9.3  Poder Hierárquico ou do Hierarca ................................................................................................................... 39 

9.4  Poder Disciplinar ............................................................................................................................................ 39 

9.5  Poder Regulamentar ou Poder Normativo ...................................................................................................... 39 9.5.1  Regulamento x Decreto ......................................................................................................................................... 40 

9.6  Poder de Polícia .............................................................................................................................................. 41 9.6.1  Atributos do Poder de Polícia ................................................................................................................................ 42 9.6.2  Delegação do Poder de Polícia .............................................................................................................................. 43 

10  ATOS DA ADMINISTRAÇÃO ............................................................................................................ 43 

10.1  Atos da administração e atos administrativos ................................................................................................. 43 

10.2  Conceito de ato administrativo ....................................................................................................................... 44 

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10.3  Elementos ou requisitos do ato administrativo ............................................................................................... 44 10.3.1  Competência ou Sujeito (Sujeito competente) ................................................................................................. 44 10.3.2  Forma do ato administrativo ............................................................................................................................ 45 10.3.3  Motivo do ato administrativo ........................................................................................................................... 46 

10.3.3.1  Teoria dos motivos determinantes ............................................................................................................... 46 10.3.4  Objeto do Ato Administrativo ........................................................................................................................... 47 10.3.5  Finalidade do ato administrativo ...................................................................................................................... 47 10.3.6  Vinculação e Discricionariedade ....................................................................................................................... 47 

10.4  Atributos ou Características dos Atos Administrativos .................................................................................... 48 10.4.1  Presunção de Legalidade .................................................................................................................................. 48 10.4.2  Autoexecutoriedade ......................................................................................................................................... 49 

10.4.2.1  Exigibilidade .................................................................................................................................................. 49 10.4.2.2  Executoriedade ............................................................................................................................................. 49 

10.4.3  Coercibilidade ou Imperatividade ..................................................................................................................... 49 10.4.4  Tipicidade .......................................................................................................................................................... 49 

10.5  Perfeição, validade e eficácia do ato administrativo ........................................................................................ 50 

10.6  Classificação dos atos administrativos ............................................................................................................ 51 10.6.1  Quanto aos destinatários .................................................................................................................................. 51 10.6.2  Quanto ao alcance dos atos .............................................................................................................................. 51 10.6.3  Quanto ao grau de liberdade ............................................................................................................................ 51 10.6.4  Quanto à formação ........................................................................................................................................... 51 

10.7  Extinção de ato administrativo ....................................................................................................................... 53 10.7.1  Cumprimento dos efeitos ................................................................................................................................. 53 10.7.2  Desaparecimento .............................................................................................................................................. 53 

10.7.2.1  Desaparecimento do sujeito ........................................................................................................................ 53 10.7.2.2  Desaparecimento do objeto ......................................................................................................................... 53 

10.7.3  Renúncia ........................................................................................................................................................... 53 10.7.4  Ação do Poder Público ...................................................................................................................................... 53 

10.7.4.1  Cassação ....................................................................................................................................................... 53 10.7.4.2  Caducidade ................................................................................................................................................... 53 10.7.4.3  Contraposição ............................................................................................................................................... 53 10.7.4.4  Anulação ....................................................................................................................................................... 53 10.7.4.5  Revogação .................................................................................................................................................... 54 

11  LICITAÇÃO ........................................................................................................................................... 55 

11.1  Sujeitos .......................................................................................................................................................... 56 

11.2  Princípios da Licitação .................................................................................................................................... 56 11.2.1  Princípio de vinculação ao instrumento convocatório ..................................................................................... 56 11.2.2  Princípio do Julgamento Objetivo ..................................................................................................................... 56 11.2.3  Procedimento formal ........................................................................................................................................ 57 11.2.4  Princípio de sigilo de proposta .......................................................................................................................... 57 

11.3  Competência legislativa para Licitação e Contratos ......................................................................................... 58 

11.4  Modalidades de Licitação ............................................................................................................................... 58 11.4.1  Concorrência ..................................................................................................................................................... 59 11.4.2  Tomada de preços ............................................................................................................................................ 59 11.4.3  Convite .............................................................................................................................................................. 60 11.4.4  Leilão ................................................................................................................................................................. 60 11.4.5  Concurso ........................................................................................................................................................... 61 11.4.6  Pregão ............................................................................................................................................................... 61 

11.5  Contratação direta ......................................................................................................................................... 61 11.5.1  Dispensa de licitação......................................................................................................................................... 62 

Page 5: Direito Administrativo - Intensivo 2010

 

 

11.5.1.1  Dispensada ................................................................................................................................................... 62 11.5.1.2  Dispensável ................................................................................................................................................... 62 

11.5.1  Inexigibilidade de licitação ................................................................................................................................ 63 11.5.1.1  Pressuposto lógico: pluralidade de interessados ......................................................................................... 63 11.5.1.2  Pressuposto jurídico: interesse público ........................................................................................................ 63 11.5.1.3  Pressuposto fático: interesse de mercado no objeto ................................................................................... 64 

11.6  Procedimento da Licitação .............................................................................................................................. 64 11.6.1  Fase Interna ...................................................................................................................................................... 64 

11.6.1.1  1. Formalização do processo ........................................................................................................................ 64 11.6.1.2  2. Nomeação da comissão de licitação, de acordo com o art. 51 da Lei nº 8.666/93. ................................. 64 11.6.1.3  3. Elaboração de parecer jurídico. ................................................................................................................ 65 11.6.1.4  4. Autorização formal da deflagração do certame pela autoridade máxima, que só tornará à cena no final dos trabalhos. ................................................................................................................................................................ 65 

11.6.2  Fase Externa ...................................................................................................................................................... 65 11.6.3  Habilitação ou qualificação ............................................................................................................................... 67 11.6.4  Classificação e julgamento ................................................................................................................................ 68 11.6.5  Adjudicação ou homologação ........................................................................................................................... 69 

11.6.5.1  Homologação ................................................................................................................................................ 69 11.6.5.2  Adjudicação .................................................................................................................................................. 69 

11.7  Pregão ............................................................................................................................................................ 69 11.7.1  Propostas escritas, que vieram no envelope. ................................................................................................... 70 11.7.2  Habilitação ........................................................................................................................................................ 70 

12  AGENTES PÚBLICOS ......................................................................................................................... 71 

12.1  Conceito ......................................................................................................................................................... 71 

12.2  Acessibilidade de cargo público ...................................................................................................................... 73 12.2.1  Prazo de validade do concurso público ............................................................................................................ 74 12.2.2  Requisitos para concurso público ..................................................................................................................... 74 12.2.3  Direito à nomeação ........................................................................................................................................... 75 

12.3  Competência para julgamento das ações ........................................................................................................ 75 

12.4  Estabilidade dos servidores públicos ............................................................................................................... 76 12.4.1  Aquisição da estabilidade ................................................................................................................................. 76 12.4.2  Perda da estabilidade ....................................................................................................................................... 76 12.4.3  Estágio probatório ............................................................................................................................................ 76 

12.5  Sistema remuneratório ................................................................................................................................... 77 12.5.1  Remuneração ou vencimentos ......................................................................................................................... 77 12.5.2  Subsídios ........................................................................................................................................................... 77 

12.6  Teto geral ....................................................................................................................................................... 78 

12.7  Acumulação de cargo público ......................................................................................................................... 78 

12.8  Aposentadoria ................................................................................................................................................ 79 

13  INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE .............................................................................................. 81 

13.1  Limitação Administrativa ................................................................................................................................ 81 13.1.1  Dever de indenizar ............................................................................................................................................ 81 

13.2  Servidão Administrativa ................................................................................................................................. 81 13.2.1  Dever de indenizar ............................................................................................................................................ 82 

13.3  Requisição ...................................................................................................................................................... 82 

Page 6: Direito Administrativo - Intensivo 2010

 

 

13.3.1  Dever de indenizar ............................................................................................................................................ 82 

13.4  Ocupação Temporária .................................................................................................................................... 82 13.4.1  Dever de indenização ........................................................................................................................................ 83 

13.5  Tombamento ................................................................................................................................................. 83 13.5.1  Dever de indenizar ............................................................................................................................................ 83 13.5.2  Obrigações do proprietário inerentes ao tombamento ................................................................................... 83 13.5.3  Modalidades de tombamento .......................................................................................................................... 84 

13.5.3.1  De acordo com a constituição ...................................................................................................................... 84 13.5.3.2  Eficácia do tombamento .............................................................................................................................. 84 13.5.3.3  Destinatários ................................................................................................................................................ 84 

13.6  Desapropriação .............................................................................................................................................. 86 13.6.1  Indenização ....................................................................................................................................................... 87 

13.6.1.1  Desapropriação comum, geral ou ordinária ................................................................................................. 87 13.6.1.2  Desapropriação sancionatória ou extraordinária ......................................................................................... 88 13.6.1.3  Desapropriação Indireta ............................................................................................................................... 90 

13.6.2  Procedimento para desapropriação ................................................................................................................. 90 13.6.2.1  Fase declaratória .......................................................................................................................................... 90 13.6.2.2  Prazo de caducidade ..................................................................................................................................... 90 13.6.2.3  Fase Executiva .............................................................................................................................................. 90 

14  CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................................ 91 

14.1  Conceito ......................................................................................................................................................... 91 

14.2  Características ................................................................................................................................................ 91 

14.3  Formalidades ................................................................................................................................................. 91 

14.4  Cláusulas do contrato administrativo .............................................................................................................. 92 14.4.1  Cláusulas Necessárias ....................................................................................................................................... 92 14.4.2  Cláusulas exorbitantes ...................................................................................................................................... 93 

14.5  Extinção contratual ........................................................................................................................................ 95 

15  SERVIÇO PÚBLICO ............................................................................................................................. 95 

15.1  Conceito ......................................................................................................................................................... 95 

15.2  Classificação de serviço público ...................................................................................................................... 95 15.2.1  Quanto à essencialidade do serviço ................................................................................................................. 96 15.2.2  Quanto aos destinatários do serviço ................................................................................................................ 96 

15.3  Transferência de serviço público ..................................................................................................................... 96 15.3.1  Delegação de serviço público ........................................................................................................................... 96 

15.3.1.1  Concessão de serviço público ....................................................................................................................... 96 

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Direito Administrativo

Terça‐feira, 27 de julho de 2010. 

1 INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA 

‐  CELSO  ANTÔNIO  BANDEIRA  DE MELO.  Direito  Administrativo.  (Posicionamento moderno,  frequente  em concurso, consciência crítica, bom para segunda fase – prolixo e um pouco confuso). ‐ JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO. (Linguagem mais simples, organizado. Tem posição tradicional embora não freqüente em concurso). ‐ FERNANDA MARINELA. Direito Administrativo. Ed. Impetus. (coletânea de jurisprudência, quadro de resumo). www.marinela.ma ‐ Leitura de lei seca. 

Constituição Federal Lei 9.784/95 Lei 8.666/91 Lei 8.112/90 

‐ Leitura dos Informativos do STJ e STF. ‐ Fazer provas. 

2 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DE DIREITO ADMINISTRATIVO 

DIREITO: conjunto de normas impostas coativamente pelo Estado, as quais definem regras de convívio social e conduta social; permite, com isso, a coexistência pacífica dos indivíduos na sociedade. DIREITO  POSTO:  é  o  direito  vigente  naquele  determinado  momento,  aplicado  em  um  dado  momento histórico. DIREITO PRESSUPOSTO: vale como condição para validade de outro direito ou garantia. Aqueles que estão no mínimo existencial, condição para desenvolvimento de outras garantias. Ex.: direito à vida, liberdade.  

O Direito é uno, mas é divido em ramos para fins didáticos. O Direito Administrativo nada mais é do que mais um desses ramos,  incluso no ramo do Direito Público que busca a satisfação do  interesse público e do interesse coletivo. 

 Obs.1: Regra de Direito Público é sinônimo de regra de Ordem Pública? Não são sinônimos. Regra de ordem pública é regra  inafastável,  imodificável pela vontade das partes. O Direito Público é regra de ordem pública (obrigação  de  licitação,  proteção  do  interesse  público  etc.), mas  a  regra  de  ordem  pública  também  está presente no Direito Privado (ex.: a capacidade civil ou para casamento). O conceito de Direito Público não é sinônimo de Ordem Pública, pois esta é mais abrangente do que o outro. 

 O Direito Administrativo é um ramo do Direito Público interno. 

2.1 Objeto do Direito Administrativo 

a. Escola Legalista/Exegética: tem como objeto de estudo a lei. Teoria que não prosperou, pois no Brasil há tanto regras como princípios. 

b. Escola do Serviço Público: tem como base tanto princípio como lei, e o objeto do Direito Administrativo é o serviço público. Nesse momento, serviço público representava toda e qualquer atuação do Estado, não prosperando justamente por isso, pois se estaria eliminando os demais ramos do Direito Público. 

c. Critério do Poder Executivo: o Direito Administrativo estuda somente a atuação do Executivo. Falso, pois é um  critério  restrito  demais,  já  que  se  estuda  o  Legislativo,  o  Executivo  e  o  Judiciário  no  exercício  da atividade administrativa. 

d. Critério  Teleológico:  o  Direito  Administrativo  é  um  conjunto  de  regras  e  princípios.  É  um  critério verdadeiro, porém insuficiente. 

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e. Critério  Residual/Negativo:  exclui‐se  a  função  legislativa  e  jurisdicional  do  Estado  e  o  que  sobrar  é administrativo. A afirmação corresponde com o que acontece no Brasil, porém insuficiente mais uma vez. 

f. Critério  de  distinção  entre  a  Atividade  Jurídica  e  Atividade  Social  do  Estado:  o  Direito  Administrativo significa ou estuda a atividade  jurídica do Estado e não a atividade social (bolsa família, bolsa educação etc). Estando definida a política, cabe ao Direito Administrativo definir a regra que deverá ser aplicada ou a forma que será viabilizada. Esta teoria também foi acolhida, porém dita insuficiente. 

g. Critério  da  Administração  Pública:  (Hely  Lopes Meireles)  fez  um  aproveitamento  de  todas  as  teorias aceitas e as compilou. Conjunto harmônico de  regras e princípios  (o que é chamado de  regime  jurídico administrativo) que rege os agentes, os órgãos e as entidades públicas no desenvolvimento da atividade administrativa, realizando de forma direta, concreta e imediata os fins desejados pelo Estado. (ADOTADA NO BRASIL). 

Quem define os fins do Estado é o Direito Constitucional, cabe ao Direito Administrativo realizar, por em prática a finalidade definida pela Constituição. (Resquícios do Critério Teleológico). 

A  função direta é aquela que  independe, não precisa  (prescinde) de provocação. Com  isso  rejeita a função jurisdicional pois é somente movimentada se provocada. (Resquícios do Critério Residual). 

A função concreta é aquilo que tem destinatário determinado e produz efeitos concretos. Atuando de forma concreta afasta‐se a função legislativa do Estado. (Resquícios do Critério Residual). 

A  função  imediata  diferente  da  função mediata  (atuação  social  do  Estado),  portanto  atua  com  a função  jurídica do Estado, ou  seja,  somente  se provocado.  (Resquícios do  critério de distinção da atividade jurídica e atividade social do Estado). 

3 FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO 

A doutrina ainda é divergente nesse ponto. Fonte: é aquilo que leva o surgimento de algo.  

• Lei:  em  sentido  amplo,  qualquer  espécie  normativa  (Constituição  Federal,  Medida  Provisórias,  Lei Ordinária e Complementar). Esta fonte está organizada em uma estrutura escalonada ou hierarquizada de normas (normas superiores e inferiores).  

  As normas inferiores devem ser compatíveis com as normas superiores. A lei deve ser compatível com 

a Constituição, assim como os  regulamentos com as  leis e a Constituição. Essa combinação  foi chamada de Relação de Compatibilidade Vertical. 

 • Doutrina: resultado do trabalho dos estudiosos. Não há código, trabalhamos com legislação esparsa.  • Jurisprudência: atualmente é a jurisprudência que vem determinando e firmando a posição. Significa uma 

série de  julgamentos reiterados em um mesmo sentido. O posicionamento de um só  julgado,  isolado de um Tribunal, não constitui jurisprudência. A Súmula nada mais é do que uma jurisprudência já cristalizada, consolidada.  A  partir  da  Emenda  Constitucional  45  temos  as  Súmulas  com  Efeito  Vinculante.  Das  31 Súmulas Vinculantes, 13 estão relacionadas com o Direito Administrativo. 

Repercussão Geral é quando o STF atribui essa característica a um determinado processo (que possa proporcionar  elevado  número  de  ações  ou  de  relevância  nacional)  separando  um  leading  case.  Ficam  os demais processos sobre o mesmo  tema sobrestados. Ao  julgar o mérito do caso paradigma, vincula aqueles que estiverem suspensos com o efeito vinculante da decisão do leading case. 

FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO > Objeto do Direito Administrativo 

CF

Leis

Regulamentos; Atos Normativos

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SISTEMAS ADMINISTRATIVOS OU MECANISMOS DE CONTROLE > Sistema do Contencioso Administrativo ou Sistema Francês 

• Princípios Gerais do Direito: são as chamadas vigas mestras, estão na base da nossa ciência. Muitas vezes os princípios gerais  são  regras  implícitas. Ex.: ninguém poderá  causar dano a outrem,  se  causar deverá indenizar; ninguém poderá se aproveitar da própria torpeza; vedado o enriquecimento ilícito. 

• Costume:  é  a  prática  habitual  acreditando  ser  ela  obrigatória.  No  Brasil,  o  Direito  Consuetudinário, costumeiro não cria ou eximem obrigação. Serve como fonte, leva à criação de lei, mas não gera nenhum tipo de obrigação. 

4 SISTEMAS ADMINISTRATIVOS OU MECANISMOS DE CONTROLE 

Praticado um ato administrativo, quem poderá rever ou controlar esse ato administrativo. No Direito Comparado se encontra dois sistemas. 

4.1 Sistema do Contencioso Administrativo ou Sistema Francês 

Nesse sistema praticado um ato administrativo o controle, a revisão desse ato será feito pela própria administração. O Poder Judiciário poderá ingressar em determinados casos quais sejam (rol exemplificativo): 

Atividades públicas de caráter privado. Ex.: quando o Estado celebra um contrato de locação. (obs.: no Brasil, embora a lei exija licitação, não deixa de ter caráter privado) 

Estado e capacidade das pessoas.  Propriedade privada.  A repressão penal. 

4.2 Jurisdição Única ou Sistema Inglês 

Nesse  sistema  quem  dá  a  última  palavra  é  o  Poder  Judiciário.  Há  também  o  julgamento  pela administração, admitida a revisão pelo Poder Judiciário. 

O Brasil adota a Jurisdição Única a EC 07 de 1977 tentou introduzir o Contencioso Administrativo, mas a regra foi inoperante. 

 Obs.2: É possível sistema misto de controle? A doutrina diz que não, porque tanto no contencioso quanto na jurisdição partes em comum;  já faz parte dos dois regimes. Há na verdade uma predominância em cada um deles, mas a mistura é natural em ambos. Obs.3:  A  responsabilidade  civil  da  Administração  Pública  no  Brasil  segue,  em  regra,  a  Teoria  Objetiva?  A responsabilidade não é da Administração, mas sim do Estado – da pessoa jurídica. A pessoa jurídica responde em regra pela Teoria Objetiva. 

5 CONCEITOS 

Estado:  pessoa  jurídica,  ou  seja,  tem  personalidade  jurídica  –  aptidão  de  ser  sujeito  de  direitos  e obrigações. 

 Obs.4: para o Estado brasileiro  se aplica a Teoria da Dupla Personalidade? É a  teoria do antigo CC, onde o Estado  teria  personalidade  de  direito  público  e  privado  o  que  não  serve  para  o  nosso  ordenamento. Atualmente o Estado é pessoa jurídica de Direito Público.  

Governo: é comando, direção, elemento do Estado. É a decisão política do Estado –  índole política. Para que o Estado seja independente, o governo deve ser soberano, ou seja, independência na ordem Internacional com supremacia na ordem interna. 

Estado de Direito: é aquele Estado politicamente organizado que se submete às suas próprias leis.  Funções – Poderes: baseado na divisão de Montesquieu (Legislativo, Executivo e Judiciário). 

o Típica: função para qual o poder é criado. 

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CONCEITOS > Jurisdição Única ou Sistema Inglês 

o Atípicas: funções secundárias. Poder Legislativo (típica:  legiferar – geral e abstrata  ‐ e fiscalizar); a função  legislativa é a única que 

pode  inovar  o  Ordenamento  Jurídico.  (Atípica:  julgamento  do  Presidente  da  República  no  processo  de impeachment, função administrativa) 

Poder  Judiciário  (típica:  jurisdicional  –  abstrata  e  indireta)  produz  intangibilidade  jurídica, impossibilidade de mudança – efeitos da coisa julgada. 

Poder Executivo:  (típica: administrativa – direta e concreta) não produz  intangibilidade  jurídica, pois esta atividade é revisível pelo Poder Judiciário. Coisa  julgada administrativa significa  impossibilidade recursal na via administrativa – administrativamente não cabe mais recurso. Vale lembrar que, após o esgotamento da via administrativa, é possível recorrer ao Poder Judiciário.  *Obs.4:  Declaração  de  guerra  e  celebração  de  paz,  representa  qual  função  do  Estado?  São  as  chamadas FUNÇÕES  de  Governo  ou  Política  do  Estado  –  definição  de  Celso  Antônio  Bandeira  de Melo.  Serve  para aquelas  situações  que  não  se  encaixam  nas  de  legislar,  julgar  ou  administrar.  Ex.:  declaração  de  guerra, celebração de paz, sanção e veto do Presidente da República, Decretação do Estado de Defesa ou de Sítio. A função administrativa é aquela que cuida do dia a dia, das questões rotineiras, práticas. 

 A doutrina conceituando Administração Pública utiliza dois critérios diferentes: 

Formal/Orgânico/Subjetivo:  máquina  administrativa,  agentes,  órgãos,  bens  públicos,  as pessoas que trabalham, a estrutura. 

Material/Objetivo: administração pública enquanto atividade administrativa.  Obs.5: A administração é o  instrumental de que dispõe o Estado para por em prática as decisões políticas do governo? Sim, pois é a administração que executa as ações.  

Obs.6:  Enquanto  o  governo  constitui  atividade  política  de  índole  discricionária  a  administração  implica atividade exercida nos  limites da lei? Sim, a administração enquanto atividade objetiva deve ser exercida nos limites da lei.  Obs.7:  (PROVA MAGISTRATURA) Governo e administração são  termos que andam  juntos e muitas vezes são confundidos, embora expressem conceitos diversos, disserte:    

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REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO > Princípios 

Sexta‐feira,  30  de  julho  de  2010.  

6 REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO 

Não há um rol taxativo e definido dos Princípios que compõem o Direito Administrativo. Regime  Jurídico  Administrativo  é  o  um  conjunto  harmônico  de  regras  e  princípios  que  regem  o 

Direito Administrativo. Neste conjunto não há uma definição de quantos e quais Princípios devem ser incluídos nessa lista. Os princípios para serem inclusos nessa lista devem manter uma correlação e coerência lógica. 

Ex.:  o  administrador  que  decide  construir  a  sua  piscina  com  as  máquinas  e  os  funcionários  da administração, ofende o Princípio da moralidade, legalidade etc. Construindo para um particular em especial, ofende o Princípio da Isonomia. 

Para um caso concreto tem‐se a aplicação de uma norma ou regra, nunca duas ao mesmo caso – uma elimina  a  aplicação  de  outra.  Dentro  de  regime  jurídico  poderá  ocorrer  uma  aparência  de  conflito  entre princípios, deve‐se ponderar no  caso  concreto, qual o princípio que deverá prevalecer  –  em  cada  situação concreta deve‐se fazer a ponderação de interesses. 

No servidor público para ser nomeado a cargo público deve ser por meio de concurso público. Essa exigência  ocorre  desde  a  CF/88.  Em  1989  um  servidor  público  foi  nomeado  sem  concurso  público. Aparentemente essa nomeação é ilegal e aplicando o Princípio da Legalidade deveria ser exonerado. Porém, a jurisprudência vem pacificando que exonerando o servidor irá afetar a segurança jurídica e o princípio da boa‐fé  já que o servidor permaneceu todos esses anos trabalhando com boa‐fé. No caso em concreto reduz‐se a aplicação do Princ. da Legalidade em face da preservação da segurança jurídica e da boa‐fé do funcionário que permanecerá no cargo. 

Teoria  da  Ponderação  dos  Interesses  em  uma mesma  situação  concreta  todos  os  princípios  são válidos, mas devemos PONDERAR sobre qual deles irá prevalecer. 

Quando falamos em Princípio no caso concreto não há um que seja absoluto, em cada situação deverá ser ponderada. 

 (site Marinela – material de apoio – artigo de Jacinto sobre atos ilegais) 

6.1 Princípios 

Celso Antonio Bandeira de Melo chamou de “pedras de toque” do Direito Administrativo os Princípios da Supremacia do Interesse Público e da Indisponibilidade do Interesse Público, que estão na base da nossa disciplina. 

 Interesse Público: há bastante divergência doutrinária  sobre o conceito deste Princípio. O  interesse público pode ser subdividido em duas categorias: interesse público primário e secundário. 

‐  Interesse  Público  Primário:  é  o  interesse  do  povo.  É  o  somatório  dos  interesses  dos  indivíduos  em sociedade, desde que essa vontade represente o interesse da maioria. É o interesse mais importante, é o que deve prevalecer. ‐  Interesse  Público  Secundário:  representa  a  vontade  do  Estado  enquanto  pessoa  jurídica.  O  Estado enquanto pessoa jurídica tem como interesse a arrecadação. 

O  ideal é que ambos  interesses sejam coincidentes, que combinem, estejam na mesma  linha. Nem sempre haverá a conciliação de ambos e, em não havendo, deverá prevalecer o interesse primário, ou seja, o interesse da maioria. 

Há que  se  ressaltar que  sempre dever‐se‐á buscar a conciliação de ambos, porém em não havendo possibilidade, prevalece o primário. 

 I. Supremacia  do  Interesse  Público:  é  a  superioridade,  superposição  dos  interesses  públicos  sobre  o 

interesse individual. Essa superioridade é indispensável para haja harmonia em sociedade e a coexistência dos indivíduos – é pressuposto, condição indispensável para a vida em sociedade. Analisando os institutos do Direito Administrativo, a supremacia do  interesse público está presente em todos os aspectos. Ex.: os atributos do ato administrativo são imperatividade, autoexecutoriedade e presunção de legitimidade – são 

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REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO > Princípios Mínimos do Direito Administrativo 

conseqüências da supremacia do interesse público. Poder de Polícia também é princípio da Supremacia do Interesse público. Em  caso de  iminente perigo o Poder Público poderá  requisitar o  imóvel em  razão da supremacia do  interesse público. Casos de desapropriação de  imóvel também tem sua base no Princípio da Supremacia. Em nome da supremacia a Administração tem alguns privilégios e prerrogativas, desde que não disponha ou abra mão desse interesse público. 

 II. Indisponibilidade  do  Interesse  Público:  serve  como  contrapeso  ao  Princ.  Supremacia  do  Interesse 

Público,  buscando  que  a  Administração  não  disponha  desse  interesse.  Não  há  liberdade  sobre  a disponibilidade,  o  interesse  é  público,  portanto  o  administrador  não  poderá  dispor  desse  interesse. O Princípio  da  Indisponibilidade  é  um  limite  ao  Princípio  da  Supremacia.  Tem  sua  base  em  duas  ideias fundamentais: 

a. O  administrador  exerce  função  pública:  função  significa  exercer  uma  atividade  em  nome  e  no interesse de outrem. Função pública significa exercer uma atividade em nome e representando o povo. 

b. O  administrador  de  hoje  não  poderá  criar  obstáculos  para  futura  administração:  não  poderá comprometer a futura administração, o futuro. Não posso dispor do  interesse público se  isso  irá comprometer a futura administração. 

Ex.1:  o  poder  público  realiza  concurso  público  para  fazer  a  escolha  dos  melhores  candidatos  – atendendo ao interesse público. Não fazendo concurso o administrador está abrindo mão do melhor interesse público, violando assim o Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público. 

Uma nova corrente diz que o Princípio da Supremacia fundamenta a arbitrariedade, a ilegalidade, que este Princípio deveria ser desconstruído. Embora seja uma corrente minoritária, entende que esse princípio fundamenta a prática da ilegalidade. 

 Site material de apoio artigo Alice Gonzales Borges – Supremacia do Interesse Público. 

6.2 Princípios Mínimos do Direito Administrativo 

Princípios  Mínimos  são  aqueles  que  estão  expressos  no  caput  do  art.  37  da  CF1  –  Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. Este dispositivo foi alterado pela Emenda Constitucional 19 de 1998. 

6.2.1 Princípio da Legalidade Previsto em diversos arts. 5º, 37, 84, 150 da CF. É um Princípio  indispensável para a manutenção do 

Estado  de  Direito  –  politicamente  organizado  e  que  obedece  às  suas  próprias  leis.  Possui  dois  enfoques diferentes: para o particular e para o administrador público. 

a. Para o Direito Privado: faz tudo o que não é proibido por lei. b. Para o Administrador Público:  é  somente o que  está  autorizado pela  lei, previsto  em  lei.  (Para 

concursos  da  FCC  há  um  conceito  específico  de  legalidade  que,  segundo  Seabra  Fagundes, administrar significa aplicar a lei de ofício). 

Princípio da Legalidade é sinônimo do Princípio da Reserva de Lei? Não, pois o Princípio da Reserva de Lei significa  que  para  determinada matéria  é  destinada  determinada  espécie  normativa  –  escolher  a  espécie normativa. Ex.: a matéria será tratada em Lei Complementar. 

Hoje o Princípio da Legalidade é entendido em sentido amplo, sempre que se pensa em  legalidade, pensa‐se em  legalidade em sentido amplo – tanto aplicação de  lei como de regras constitucionais. Aplicando uma regra da Constituição é uma forma de controle de legalidade. 

6.2.2 Princípio da Impessoalidade O  administrador  não  poderá  buscar  interesses  pessoais  dos  parentes,  amigos,  isto  é,  ausência  de 

subjetividade. Não pode perseguir  individuais. Dois  institutos que  estão  expressos  na CF  e  representam  a impessoalidade: licitação e concurso público.                                                             1 Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 

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LICITAÇÃO Concurso  público  não  é  modalidade  de  licitação,  pois  concurso  público  tem  como  objetivo  o preenchimento, provimento de cargo público. O concurso da lei de licitação não serve para cargo, escolhe‐se para trabalho técnico, artístico ou científico onde não ganhará cargo, mas prêmio ou remuneração. 

O  Princípio  da  Impessoalidade  traduz  a  ideia  de  que  o  administrador  deve  tratar  a  todos  sem discriminações  benéficas  ou  detrimentosas,  favoritismos  ou  preterições,  nem  simpatias  e  animosidades pessoais, políticas ou ideológicas podem interferir na atividade administrativo. Deve agir com igualdade, sem diferença de origem e detrimento de qualquer diferença – este é o conceito de impessoalidade segundo Celso Antônio Bandeira de Melo.  

O conceito é muito semelhante ao de isonomia, tendo‐se (em concurso) as duas alternativas, deve‐se optar pela Impessoalidade pois é o conceito de Celso Antônio Bandeira de Melo. 

Os  nossos  Princípios  estão  sempre  interligados  e  um  tem  relação  com  os  demais.  O  Princípio  da Impessoalidade relaciona‐se com a  Igualdade e  Isonomia, enquanto que o Princípio da Moralidade com o da boa‐fé.  

Diferença entre o Princípio da Impessoalidade e o Princípio da Finalidade O Princípio da Impessoalidade o administrador deve atuar com ausência de subjetividade. CORRENTES: ‐ Doutrina Tradicional (Hely Lopes Meireles): O Princípio da Finalidade é sinônimo de impessoalidade ou chamado também de imparcialidade, pois 

com o advento da CF/88 Finalidade e Imparcialidade foram chamadas de Impessoalidade. Ocorreu apenas uma substituição. 

‐ Doutrina Moderna (Celso Antônio Bandeira de Melo) São Princípios autônomos, apartados, separados – não são sinônimos.  Impessoalidade é ausência de 

subjetividade. Finalidade significa perseguir o espírito da lei, é desdobramento do Princípio da Legalidade. É possível cumprir o espírito da lei, sem cumprir a própria lei? É possível cumprir uma lei sem cumprir 

a  sua vontade maior, espírito? Não é possível  separar, pois quando  se atende à  finalidade maior atende‐se simultaneamente à lei.  

O art. 2º da Lei 9.784/992 – traduz bem a posição da doutrina moderna. Atualmente o que prevalece é a doutrina moderna, mas para concursos de nível médio é, tanto uma 

como a outra. O  ato  administrativo  não  é  do  servidor, mas  sim  do  ente 

público.  Quando  o  administrador  pratica  o  seu  ato  não  poderá praticar interesses pessoais, e mais, o ato não é próprio do servidor, é da entidade pública. Os atos administrativos são  impessoais. Ex.: feito  o  requerimento  para  certidão  de  quitação  de  tributos  a assinatura  do  funcionário  não  corresponde  ao  nome  de  quem concede a certidão. O ato é da administração e não do funcionário, portanto válido. 

     

                                                            2  Art.  2º  A  Administração  Pública  obedecerá,  dentre  outros,  aos  princípios  da  legalidade,  finalidade,  motivação,  razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,  ampla  defesa,  contraditório,  segurança  jurídica,  interesse  público  e  eficiência.Parágrafo  único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: I ‐ atuação conforme a lei e o Direito; II ‐ atendimento a fins de  interesse geral, vedada a  renúncia  total ou parcial de poderes ou  competências,  salvo autorização em  lei;  III  ‐ objetividade no atendimento do  interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;  IV  ‐ atuação  segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa‐fé; V ‐ divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; VI ‐ adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; VII ‐ indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; VIII – observância das  formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;  IX  ‐ adoção de  formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados; X ‐ garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio; XI ‐ proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; XII ‐ impulsão, de ofício, do processo  administrativo,  sem prejuízo da  atuação dos  interessados; XIII  ‐  interpretação da norma  administrativa da  forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. 

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• Modalidades o Concorrência o Tomada de preços o Convite o Leilão o Pregão o Concurso 

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Quarta‐feira,  18  de  agosto  de  2010.  

6.2.3 Princípio da Moralidade É  uma  novidade  na  CF  de  1988,  enquanto  regra  expressa,  pois  sempre  a Administração  teve  essa 

obrigação  e  dever  de  moralidade.  Significa  honestidade,  lealdade,  que  age  de  boa‐fé,  que  obedece  aos Princípios Éticos, age com correção de atitudes. A moralidade administrativa é mais exigente do que a moral comum (correção de atitudes no convívio social), pois o administrador não deve agir só de forma correta, mas agir da melhor  forma para  a  administração. Boa  administração  é  eficiência, mas  é  também moralidade. A moralidade é um conceito vago. O  Judiciário geralmente não consegue anular um ato baseado somente no conceito de moralidade. 

A EC 45/04 cria o CNJ e o CNMP. O CNJ proíbe a nomeação e designação de parente na administração. No mesmo  sentido, o CNMP 

também proíbe expressamente o parentesco no Ministério Público. A Resolução n.º 7 do CNJ é que marca o nepotismo no Brasil. Essa não é a única, atualmente há umas 

três do CNJ e outras tantas do CNMP. Quando  o  parente  entra  por  concurso  não  há  proibição,  tampouco  imoral. O  problema  está  para 

aquele que entra pelo favorecimento, sem concurso. Quando a Resolução  foi publicada os Tribunais resistiram em obedecer a Resolução, pois entendiam 

que o CNJ não tinha competência para impedir o nepotismo, em especial por Resolução. Com essa resistência a Resolução foi levada ao STF por meio de ação constitucional – ADI 12. 

O STF decidiu que a Resolução é constitucional, porque o  impedimento do nepotismo  representa a aplicação de  vários princípios  constitucionais,  entre  eles: moralidade,  impessoalidade,  eficiência,  isonomia etc. Esses quatro princípios justificam a proibição. 

O STF decidiu que o CNJ foi criado para  isso, e, portanto, tem competência para proibir o nepotismo no âmbito administrativo do Poder  Judiciário. Entendeu que Resolução é o ato normativo do CNJ, é o único instrumento de que poderia se utilizar. 

Quando o STF julgou essa ADI restou um grande desejo de legislar sobre o assunto e estender a todos os Poderes. O único instrumento que o Tribunal possui é a Súmula Vinculante, foi então que editou a Súmula Vinculante 13. 

Súmula Vinculante 13  ‐ A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em  linha reta, colateral ou por  afinidade,  até  o  TERCEIRO  GRAU,  inclusive,  da  autoridade  nomeante  ou  de  servidor  da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta EM QUALQUER  DOS  PODERES  DA  UNIÃO,  DOS  ESTADOS,  DO  DISTRITO  FEDERAL  E  DOS  MUNICÍPIOS, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, VIOLA a Constituição Federal.  Fonte de Publicação: DJe nº 162, p. 1, em 29/8/2008. DOU de 29/8/2008, p. 1. Legislação: Constituição Federal de 1988, art. 37, “caput”. 

Por a Súmula ter sido feita sem terem sido consolidadas ou cristalizadas as decisões acerca do assunto, o enunciado ficou muito confuso. • SÚMULA VINCULANTE 13 – proíbe: 

o Relação de parentesco entre nomeante e nomeado. Por concurso é admitido. o Cargo de direção, chefia e assessoramento – na mesma pessoa  jurídica – mesmo que não esteja 

subordinado do nomeante. O parente não pode ocupar cargo em comissão e função de confiança o Na mesma pessoa jurídica (União, Estados, DF ou Municípios), em todos os Poderes, não poderão 

dois parentes ter função de confiança, gratificada ou de assessoramento. Ex.: uma pessoa que é servidora  do  Senado  nomeada  em  comissão  não  poderá  ter  sua  irmã  nomeada  em  função gratificada do cargo de analista da Justiça Federal. 

o Nepotismo  cruzado,  ajuste mediante  designações  recíprocas.  Acordo  feito  entre  chefe  de  um poder de uma esfera com outro de outra esfera. 

o Agente  Político  está  fora da proibição da  Súmula Vinculante  13.  Poderá nomear parentes para secretários ou ministros. 

Súmula Vinculante não pode  ter espaço para  interpretação, deve encerrar uma decisão certa e não aberta para discussões. 

Cargos baseados na Confiança temos: 

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• Cargo  em  Comissão  (antes  da  CF/88  era  chamado  cargo  em  confiança)  –  serve  para  direção  chefia  e assessoramento. Pode ser atribuído a qualquer pessoa, não possui requisitos. 

Na  verdade  o  que  a  CF  fez,  pensando  na  continuidade  do  serviço  público,  foi  ter  reservado  um percentual mínimo para que só possa ser dado a quem ocupa cargo de carreira – aquele que foi aprovado por concurso público. Com isso o constituinte garantiu, no mínimo, que se tenha a continuidade do serviço. • Função de Confiança – é um conjunto de atribuições e responsabilidades. Hoje a única função prevista na 

CF garantida para o servidor público é a função de confiança. É baseada na confiança e serve para direção, chefia  e  assessoramento.  Só  pode  ser  atribuída  àquele  que  já  tem  um  cargo  efetivo  (depende  de concurso). 

Gratificação por função de confiança é um acréscimo na remuneração em razão do exercício de função de confiança, chefia ou assessoramento. 

6.2.4 Princípio da Publicidade A  Resolução  75  do  CNJ  foi  alterada  em  agosto  desse  ano,  embora  ainda  não  publicada. O  CNMP 

também alterou a Resolução 40. Publicidade tem como palavra‐chave: conhecimento, divulgação, ciência. Devo dar ciência ao titular do  interesse conhecimento, ciência com o que estão fazendo com os seus 

interesses. Publicidade decorre do fato de que o administrador exerce atividade em nome do povo – o titular deve ter ciência. Decorre do fato de que o administrador exerce função pública, em nome e no  interesse do povo. 

‐ Na licitação modalidade convite não há publicidade? No convite não há publicação do edital no diário oficial, apenas convida os interessados, mas não significa que não tenha publicidade. 

Publicidade é muito mais amplo do que publicação. A publicidade pode se dar de diversas maneiras: mandando por AR, comunicação pessoal etc. Publicação é só uma das hipóteses de publicação. 

A partir do momento que se dá conhecimento, alguns desdobramentos são naturais: I. Condição de Eficácia do contrato: a partir do momento que se publica, dá conhecimento o ato 

passa a produzir efeitos. Ex.: se o administrador esqueceu de publicar o contrato, embora o seu  trâmite  tenha  ocorrido  dentro  dos  termos  legais,  será  anulado? Não,  apenas  não  será eficaz – art. 61, § ún. da Lei 8.666/93. 

II. Início da contagem de prazo: é da publicidade que  se dá o  início de contagem de prazo. O termo inicial não é a assinatura, mas sim a publicidade desse contrato. Ex.: o recebimento em casa, a ciência da notificação de infração é que se dá o início do prazo para defesa. 

III. Instrumento  de  controle:  proporciona  que  o  cidadão  fiscalize  a  execução  dos  atos.  Ex.:  as contas municipais devem ficar a disposição do povo para conferência e questionamento. 

É cabível a Impetração de Habeas Data, somente para conhecimento ou alteração de direitos pessoais. Ex.:  informação de  interesse pessoal nos documentos de  formação de uma empresa,  são obtidos, caso não permitido a consulta, por meio de Mandado de Segurança. 

Regra  geral  o  administrador deve dar publicidade  aos  atos.  Excepcionalmente  isso não  irá ocorrer, como nos casos de: 

Intimidade  Vida privada  Honra  Imagem das pessoas  Risco de segurança da sociedade e do Estado 

Se  na  publicidade  violar  os  direitos  acima  enumerados  não  deverão  ser  publicados  os  atos  da administração. 

Todos têm direito à informação, salvo quando colocar em risco a segurança da sociedade e do Estado ‐ (art. 5º, XXXIII da CF). Ex.: alguém tem conhecimento que o país sofrerá um ataque terrorista, dirige‐se até o exército  e  requisita  informações.  Poderá  ser  negada  a  informação  em  razão  do  interesse  da  segurança  da sociedade e do Estado. 

Os  atos  processuais  correrão  em  sigilo,  embora  possa  ocorrer  também  na  via  administrativa.  Ex.: médico  que  se  suspeita  ter  praticado  erro  médico  e  sob  processo  no  Conselho  de  Medicina.  Então  os processos ético‐disciplinares estão submetidos ao sigilo, mas a publicação da decisão deverá ser feita. 

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O administrador tem dever de publicar, mas se não publicar irá praticar improbidade administrativa – art. 11 da Lei 8.429/923. 

Art.  37,  §1º  da  CF4  ‐  não  poderá  haver  promoção  pessoal,  pois  também  pratica  improbidade administrativa. 

O simples fato de conter o nome do administrador não significa necessariamente promoção pessoal. Deve‐se avaliar com bom senso se está constando o nome para  informar ou para promoção pessoal – cada caso deverá ser analisado em particular. 

Antigamente o nome de bens públicos eram dados após a morte das pessoas públicas. Atualmente, o agente público nomeia o bem com o seu próprio nome ou é dado com nome de pessoa viva o que caracteriza promoção pessoal. 

6.2.5 Princípio da Eficiência O Princípio da Eficiência tem várias ideias atreladas ao seu conceito. Ganhou roupagem de dispositivo expresso na Constituição Federal a partir da EC 19/98. Não há dúvida 

de que mesmo antes da Emenda já existia o dever de Eficiência. ‐ O Princípio da Eficiência  se  torna  regra expressa na CF a partir da EC 20/98? A EC 19 e 20 são de 1998 e tratam de reforma administrativa, mas a EC 19 foi a que tomou mais  importância. A EC 20 menciona mais o art. 40, aposentadoria do servidor público (chamada reforma da Previdência). 

Eficiência exige:  Ausência de desperdícios;  Economia – contratar o melhor preço.  Agilidade – presteza, rapidez;  Produtividade. 

Em  1998  o  constituinte  dispôs  como  regra  expressa  no  art.  37,  isso  apenas  não  faz  com  que  a administração cumpra. Para tanto, FORAM CRIADOS  INSTRUMENTOS, mecanismos para que se concretize e viabilize o Princípio da Eficiência e a própria EC 19 ajuda para isso. 

A discussão se baseava de que até então falta de eficiência da administração estava atrelada à garantia de estabilidade do servidor público e deveria ser extinta. A EC 19 alterou a estabilidade embora não a tenha extinguido – art. 41 da CF. Atualmente, um servidor público no Brasil deve passar em um concurso, nomeado para cargo efetivo, entrará em exercício, exigindo 3 anos de exercício para estabilidade,  tendo comprovado pelo  exame  de  eficiência,  ou  seja,  aprovado  na  avaliação  especial  de  desempenho.  Essa  avaliação  foi introduzida para efetivar a eficiência. 

Essa  avaliação  não  possui  lei  regulamentadora  –  não  existe  uma  norma  geral,  dependerá  de  cada carreira. Ainda não foi feita para a maioria das carreiras do Brasil. 

O servidor poderá perder a estabilidade via processo administrativo com contraditório e ampla defesa, decisão judicial transitada em julgada e se não aprovado na avaliação periódica de eficiência. Tem força de dar aplicação ao Princípio da Eficiência. 

Essa  avaliação  também  depende  de  regulamentação  e  na maioria  das  carreiras  não  está  definida. Antes da EC já existia avaliação periódica, mas não tinha o poder de exonerar o servidor. Atualmente não foi regulamentada e também não possui muita validade prática. 

Até  1998  não  se  tinha  controle  das  contas  públicas  e  na maioria  das  vezes  se  gastava  tudo  com despesa de pessoal e folha de pagamento, com isso o constituinte, buscando complementar a eficiência, altera 

                                                            3 Art. 11. Constitui ato de  improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer AÇÃO ou OMISSÃO que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: I ‐ praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência; II ‐ retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; III ‐ revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; IV ‐ negar publicidade aos atos oficiais; V ‐ frustrar a licitude de concurso público; VI ‐ deixar de prestar contas quando esteja obrigado a  fazê‐lo; VII  ‐ revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial,  teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. 4 Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de  legalidade,  impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)  [...] § 1º  ‐ A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos  deverá  ter  caráter  educativo,  informativo  ou  de  orientação  social,  dela NÃO  PODENDO  CONSTAR  nomes,  símbolos  ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. 

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o  art.  169  da  CF5.  O  limite  será  previsto  em  Lei  Complementar  (Lei  Complementar  101  –  Lei  de Responsabilidade Fiscal – para concursos de procuradorias, AGU, Banco Central). Para a União 50%, Estados e Municípios até 60%. 

A redução foi chamada de Racionalização da Máquina Administrativa: 1. Cargo em comissão e função de confiança – redução de pelo menos 20% dos cargos. 2. Servidores não estáveis – cortará de acordo com a necessidade. A escolha será de acordo com 

a importância ou desnecessidade. 3. Servidores estáveis 

Só é possível passar de uma regra para outra depois de cumprido a anterior. Para enxugar a máquina o servidor será exonerado (e não demitido), ou seja, não tem caráter de penalidade. 

Servidor  estável  exonerado  tem  direito  à  indenização  que  é  calculada  com  base  em  cada  ano  de serviço. 

A  eficiência  exige  do  administrador  público MEIOS  e  RESULTADOS.  A  eficiência  está  presente  nos meios (menor valor possível) e nos resultados (melhor resultado possível). 

Celso Antonio Bandeira de Melo diz que apesar de todos esses instrumentos é muito indeterminado e ainda não saiu do papel. O conceito  indeterminado e o Princípio da Eficiência continua sendo uma utopia – não produziu os efeitos desejados. 

6.2.6 Princípio da Isonomia Tratar os  iguais de  forma  igual e os desiguais na medida de  sua desigualdade. O problema está em 

definir a igualdade e a medida das desigualdades. No caso prático deve‐se: 

‐ Verificar qual o fator de discriminação? ‐  Verificar  se  esse  fator  está  compatível  com  o  objetivo  da  norma?  Se  o  fator  de  discriminação  estiver compatível com a norma não viola a isonomia. 

Concurso para salva‐vidas, diz o edital que deficiente físico de cadeira de rodas não poderá prestar – não  viola  a  isonomia.  Concurso  da  polícia  para  cargo  administrativo  impedia  deficiente  físico  –  viola  a isonomia. 

Concurso para delegado de polícia  impedindo que se preste provas pessoas com  tamanho  inferior a 1,5 metros – ofende a isonomia. 

Concurso para gari exigia que o concursando deveria  ter 5 dentes na arcada superior e 5 dentes na arcada inferior – viola a isonomia. 

As exigências de concurso devem ser compatíveis,  justificadas nas atribuições do cargo. Deve ainda, estar prevista na lei da carreira e no edital.  

A  atividade  jurídica  passa  a  ser  exigida  para  o MP  e Magistratura  e muitas  outras  carreiras,  como Defensoria e Procuradorias, buscaram incluir a exigência. Não puderam, pois na maioria das vezes não estava previsto na lei da carreira. 

O EXAME PSICOTÉCNICO deve estar previsto na lei da carreira e os parâmetros objetivos. Deve ainda, garantir direito de recurso. 

 

                                                            5 Art. 169. A despesa com pessoal ativo e  inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em  lei complementar. [...] § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo  fixado na  lei  complementar  referida no  caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as  seguintes providências:   (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)  I  ‐  redução em pelo menos vinte por  cento das despesas  com cargos em comissão e funções de confiança;  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II ‐ exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes  para  assegurar  o  cumprimento  da  determinação  da  lei  complementar  referida  neste  artigo,  o  servidor  estável  poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade  funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 5º O servidor que perder o cargo na  forma do parágrafo anterior  fará  jus a  indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada  a  criação de  cargo, emprego ou  função  com  atribuições  iguais ou  assemelhadas pelo prazo de quatro  anos.  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 

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REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO > Princípios Mínimos do Direito Administrativo 

Lembrar que a função gratificada é para os que são funcionários públicos e para a Súmula Vinculante, não poderá ocupar se tiver algum outro parente na mesma pessoa  jurídica também em função ou cargo em comissão. Contudo, poderá exercer o cargo que estiver concursado. 

Sujeito que ocupa cargo em comissão em autarquia. O seu irmão pode ser nomeado para o Tribunal de Contas do Estado? Como se fala em duas pessoas jurídicas diferentes seria possível assumir o cargo. 

Se juiz federal nomear filho de desembargador do Tribunal de Justiça e este não nomear ninguém em relação ao juiz federal. Não irá configurar o nepotismo, pois exige nomeações recíprocas 

É possível a nomeação de agente político. AGENTE POLÍTICO: é todo aquele que manifesta a vontade do estado, tem o poder de constituir, no 

comando  de  cada  poder.  Chefe  do  Executivo  e  respectivos Vices  e  seus  auxiliares  imediatos, Ministros  e Secretários,  membros  do  Legislativo  (todos),  Magistrados  e  membros  do  MP.  Ministro  de  carreira  ou Conselheiro  do  Tribunal  de  Contas  e Agentes  de  Carreira Diplomática  não  são  pacificamente  considerados como agentes políticos. 

Há  jurisprudência  define  que  o  edital  preveja  a  publicação  dos  demais  editais  dele  decorrentes. Ninguém pode ser compelido a lei diário oficial todos os dias. 

O prazo de validade pode ser a partir da assinatura do contrato, mas a eficácia somente correrá após sua publicação. 

O  STF  entende  que  agente  político  pode  responder  por  ato  de  improbidade  e  crime  de responsabilidade e serão julgados em primeira instância. 

(próxima aula razoabilidade e proporcionalidade – ver ADPF 45).    

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REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO > Princípio da Razoabilidade 

Sexta‐feira,  20  de  agosto  de  2010.  

6.3 Princípio da Razoabilidade 

Agir  de  forma  lógica,  agir  de  forma  coerente,  com  congruência. O  administrador  não  deve  agir  de forma descontrolada, tresloucada. 

Para os administrativistas a Proporcionalidade é um aspecto da do Princípio da Razoabilidade. Proporcionalidade é um equilíbrio entre o ato e o meio que se adota (atos X medidas). Esse princípio é importantíssimo na aplicação de penas administrativas de servidores. Deve haver um equilíbrio entre benefícios e prejuízos do caso. 

‐ Razoabilidade e Proporcionalidade são Princípios implícitos na Constituição Federal e expressos na Legislação Ordinária (Lei 9.784/99). 

A  EC  45  (reforma  do  Judiciário)  inseriu  o  inciso  LXXVIII  no  art.  5º  da  CF  que  os  processos administrativos e os judiciais devem durar o prazo razoável, chamado Princípio da Celeridade. 

(LEMBRAR PROF. DE PROCESSO CIVIL DISSE QUE NÃO EXISTE PRINCÍPIO DA CELERIDADE) Ato Vinculado não tem liberdade, preenchido os requisitos legais deverá cumprir a legalidade. Ato Discricionário tem juízo de valor, tem conveniência e oportunidade. O  Poder  Judiciário  controla  ato  vinculado  e  discricionário  quanto  a  sua  legalidade  (lei  +  regras  e 

Princípios Constitucionais). O Poder  Judiciário  faz controle de  legalidade e não controle de mérito  (juízo de valor – liberdade do administrador). 

Necessitando  construir  um  hospital  e  uma  escola,  o  administrador  opta  por  hospital.  Decisão  de mérito  totalmente  razoável  e  proporcional.  Porém,  necessitando  construir  um  hospital  e  uma  escola  o administrador  opta  por  construir  uma  praça,  embora  decisão  de mérito,  o  Poder  Judiciário  poderá  fazer controle de LEGALIDADE por ser uma decisão desproporcional e desarrazoada. 

Quando o Judiciário faz esse controle, acaba restringindo a atuação do administrador e atingindo por vias indiretas o mérito administrativo – é o que o STF decidiu na ADPF 45. 

6.4 Contraditório e Ampla Defesa 

Princípios  previstos  no  art.  5º,  LV  da  CF.  São  princípios  seculares  no  processo  judicial,  embora  no processo administrativo não foi tão presente embora com a CF/88 seja obrigatório. 

Contraditório: ciência, conhecimento da existência do processo. É a partir do contraditório que se dá a bilateralidade da relação processual. 

Direito de Defesa: dar à parte a oportunidade de defesa. Exigências para que efetive o Direito de Defesa: 

• Defesa  prévia  – para  isso o procedimento deve  ser pré‐estabelecido  e  as possíveis  sanções devem  ser determinadas. 

• Informações do Processo – cópia das provas, acesso aos documentos do processo  (a administração deve viabilizar as cópias, desde que o requerente arque com os valores – direito à cópia). 

• Produção  de  Provas  –  deve  estar  presente  o  direito  de  produzir  e  de  ser  avaliada,  deve  interferir  no convencimento do julgador. São admitidas somente provas lícitas e todas as provas admitidas em direito. 

• Defesa  Técnica  –  no  procedimento  administrativo  comum  a  defesa  técnica  é  facultativa.  Porém  no Processo Administrativo Disciplinar a defesa  técnica está previsto no Estatuto do Servidor. No caso será analisado com base no Estatuto do servidor federal. A lei 8.112 diz que a defesa técnica é facultativa. O STJ acha que o advogado contribui para a regularidade do processo e deve estar presente em todas as fases do processo administrativo disciplinar – súmula 3436. O STF, em 2008, edita a Súmula Vinculante 57 e diz que a  falta de defesa  técnica no Processo Administrativo Disciplinar não ofende a Constituição Federal. Atualmente a presença é facultativa, mas a administração tem o dever, a obrigação de viabilizar a defesa técnica 

                                                            6  Súmula  343  ‐  Ementa:  É obrigatória  a presença de  advogado  em  todas  as  fases do processo  administrativo  disciplinar.  (Data da decisão 12/09/2007) 7 Súmula Vinculante 5 ‐ A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. (Data da decisão 16/05/2008) 

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REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO > Princípio da Continuidade 

• Direito de Recurso – para  isso a decisão deve ser motivada. É possível condicionar o direito de recurso a depósito prévio? É  inconstitucional a exigência de depósito prévio para o recurso administrativo, tomou âmbito de  repercussão geral e  se  tornou a  súmula vinculante 218. A  ideia  inicial é  relativa ao processo administrativo tributário, porém diante da edição dessa súmula em nenhum processo administrativo será admitida a exigência de depósito prévio. 

 Administração  pública  celebrou  contrato  para  entrega  de  merenda  escolar.  A  empresa  já  está 

prestando  serviço.  Ocorre  que  ao  final  de  cada  exercício  financeiro  o  administrador  deve  prestar  contas. Ocorrendo que  se houver  impugnação pelo Tribunal de Contas a empresa  ficava de  fora da discussão,  sem direito  de  defesa.  Por  isso  adveio  a  Súmula Vinculante  3  para  que  seja  garantido  o  contraditório  e  ampla defesa. 

Nos processos perante o TCU o interessado que será atingido deve ter o direito de participar. 

Súmula  Vinculante  3:  Nos  processos  perante  o  Tribunal  de  Contas  da  União  asseguram‐se  o contraditório  e  a  ampla  defesa  quando  da  decisão  puder  resultar  anulação  ou  revogação  de  ato administrativo que beneficie o  interessado, excetuada a apreciação da  legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão (Publicação 6/6/2007). 

A aposentadoria do servidor público deve atingir 35 de servidor ou 60 anos de idade, mas depende de duas manifestações de vontade (ato complexo), ou seja, da administração e do Tribunal de Contas. O servidor não  terá  contraditório  e  ampla  defesa  no  Tribunal  de  Contas,  porque  terá  esse  direito  no  âmbito  da Administração. O ato é um só por isso um só contraditório, porém sendo um ato complexo dependerá de duas decisões. 

6.5 Princípio da Continuidade 

O Estado tem o dever de prestar o serviço público. Tem o dever de prestar sempre, de forma contínua e ininterrupta. 

6.5.1 Direito de Greve O servidor público tem direito de greve, conforme o art. 37, VII da CFF

9, nos limites da lei. Até a EC 19 era lei complementar, porém após a Emenda Constitucional 19 de 1998 é Lei Ordinária. O STF já decidiu que a lei é de eficácia limitada, é possível o exercício somente após a lei, por isso quando o servidor realizava a greve era considerada ilegal e portanto não recebia nesses dias. 

O  STF  tinha  recebido  vários  Mandados  de  Injunção,  reconhecia  a  omissão  legislativa  e  apenas comunicava o Congresso para que elaborasse a  lei. A partir de então o STF decidiu dar efeitos concretos ao Mandado de Injunção. 

MI 670, 708 e 712 – embora semelhantes não são iguais. Atualmente o  STF decidiu que, no que  couber,  aplica‐se  a  lei de  greve do  trabalhador  comum  (Lei 

7.783/89). O STF decidiu que os efeitos do Mandado Injunção podem produzir efeitos erga omnes, o que antes tinha como efeito apenas inter pars. 

Alguns autores entendem que a norma é de eficácia contida, mas não é o que STF deu a entender nos julgados. 

Usuário inadimplente pode ter os serviços cortados? – art. 6º, §3º da Lei 8.987/9510 (Serviço Público) diz  que  não  viola  a  Continuidade,  portanto  é  possível  cortar.  É  possível  cortar  até  mesmo  nos  serviços essenciais. Há uma tese minoritária no STJ que defende não pode cortar utilizando como fundamento o CDC (arts. 22 e 42).                                                             8 Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. (Data da decisão 10/11/2009) 9 Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de  legalidade,  impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela  Emenda  Constitucional  nº  19,  de  1998)  [...]  VII  ‐  o  direito  de  greve  será  exercido  nos  termos  e  nos  limites  definidos  em  lei específica; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 10 Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato. [...] § 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando: I ‐ motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, II ‐ por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. 

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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA > Princípio da Autotutela 

Se a administração for obrigada a prestar um serviço a quem não paga, irá quebrar. Portanto em nome da supremacia do interesse público, continuidade do serviço público para os adimplentes e pela isonomia tem que ser cortado. 

Se  o  inadimplente  é  a  administração  pública  poderá  ser  cortado  o  fornecimento  do  serviço, ressalvados os hospitais e logradouros públicos por exemplo. 

6.6 Princípio da Autotutela 

É o Princípio que diz que a administração tem o poder de revisão dos seus próprios atos, por meio da anulação (ilegalidade) ou revogação (inconveniência). 

STF 346 e 473 Autotutela é também o dever de tutela, dever de cuidar dos seus próprios interesses. 

7 ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 

7.1 Formas de prestação da atividade administrativa 

Uma atividade administrativa pode ser prestada pelo centro da administração, chamada centralizada. Quem  faz é o núcleo da administração, ou seja, administração direta  (entes políticos – União, Estados, DF e Municípios). 

Retirando do centro, a administração direta transferiu para outras pessoas, descentralizou buscando dar mais eficiência ao serviço. Transfere para particulares, pessoas jurídicas etc. 

Descentralização política é quando a União delega competência para o Estado por exemplo. Matéria que é estudada em Constitucional. 

Administração  Indireta  são  as  autarquias,  fundações  públicas,  empresas  públicas  e  sociedades  de economias mista. 

Concessionárias e permissionárias estão fora da administração indireta. O  Presidente  da  República  decidiu  transferir  uma  competência  do Ministério  da  Saúde  para  o  de 

Educação, caso de desconcentração, ou seja, dentro de uma mesma pessoa jurídica. • Desconcentração é o deslocamento da atividade dentro da mesma pessoa. Com base na hierarquia. • Descentralização  pressupõe  uma  nova  pessoa.  Há  fiscalização  e  controle, mas  não  existe  hierarquia. 

Poderá ocorrer por meio de outorga ou delegação. o Outorga significa transferir titularidade mais execução do serviço e poderá ser feita por meio de 

lei. Prevalece que a outorga de  serviço público  só pode  ser dada a administração  indireta, mas apenas aquelas de direito público (autarquias e fundações públicas de direito público). 

o Delegação a administração retém a titularidade e transfere a execução do serviço. A transferência pode ser por lei para administração indireta, mas para pessoas de direito privado (SEM e Empresa Pública). Pode ser também por contrato para o particular por meio de concessão (pessoa jurídica) ou permissão (pessoa física ou jurídica). Pode ser feita a delegação por ato administrativo para o particular de por exemplo autorização de serviço público. 

 ‐ A descentralização pode ser feita a pessoa física ou jurídica? 

A descentralização para o particular pode se dar por meio da permissão ou concessão. A concessão será para pessoa jurídica e a permissão pode ser para pessoa física.  ‐  A  administração  pode  outorgar  a  concessão  do  serviço?  Outorgar  no  sentido  vulgar  significa  dar,  fazer, realizar,  portanto  o  enunciado  estaria  correto. O  avaliador  se  baseia  no  constituinte  que  também  utilizou outorga no sentido vulgar. 

 O fato de não ser aprovado na avaliação periódica de aproveitamento é causa para exoneração e não 

demissão. As causas de demissão estão previstas na lei 8.112. 

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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA > Formas de prestação da atividade administrativa 

As Resoluções do CNJ  e CNMP  são mais  abrangentes que  a  Súmula Vinculante do nepotismo, pois atingem inclusive contratos temporários. 

    

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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA > Estado (pessoa jurídica) x Agente (pessoa física) 

Quinta‐feira,  25  de  agosto  de  2010.  

7.2 Estado (pessoa jurídica) x Agente (pessoa física) 

‐  Quem  irá  manifestar  a  vontade  da  União  (pessoa  jurídica)?  Necessita  de  uma  pessoa  física  para  a manifestação da vontade. ‐ Quem dá à pessoa física esse poder? 

Para isso foram criadas 3 Teorias: 1ª TEORIA DO MANDATO – Estado e agente constituem um contrato de mandato, daí pra frente o agente irá atuar em nome do Estado. Teoria que não guarda respaldo no nosso ordenamento  jurídico  já que não pode ser contrato porque o Estado não tem como celebrar o contrato de mandato, não há a pessoa física inicial.  2ª TEORIA DA REPRESENTAÇÃO – é o mesmo tratamento da tutela e da curatela. O menor para esses casos precisa de um representante, o sujeito precisa de uma tutela ou de uma curatela. Entendia o Estado como um sujeito incapaz, porém no Brasil, hoje, o Estado é sujeito capaz, portanto não precisa de representante.  3ª TEORIA DO ÓRGÃO OU DA IMPUTAÇÃO** – toda relação Estado – Agente decorre da lei. Se preciso saber se tem poder ou não, deve‐se recorrer à lei. O poder do agente é imputado em razão da lei, a relação Estado‐agente decorre da lei. Quando o agente está no exercício da função pública há uma confusão de vontades: a do  Estado  e  a  do  Agente.  Quando  o  agente  manifesta  a  sua  vontade  é  como  se  o  Estado  estivesse manifestando a vontade ‐ a vontade do agente se confunde com a do Estado. 

7.3 Órgãos Públicos 

A ideia construída na administração baseou‐se na divisão do corpo humano, buscando que cada órgão especializado e individualizado desempenhe melhor a função a que lhe é destinada. 

Órgão  público  é  um  centro  especializado  de  competência,  cada  um  tendo  a  sua  atribuição  e responsabilidade, na ideia que só se faz uma coisa, irá desempenhar melhor e mais eficiente. Se houver divisão de responsabilidade, de competência há divisão em órgãos.  ‐ Órgão público está presente na administração direta e indireta? Sim, decorrente do art. 1º da Lei 9.784/9911. 

 Órgão público não tem personalidade jurídica, o que significa dizer, não pode ser sujeito de direitos e 

de obrigações. Quem responde pelo órgão público é a pessoa jurídica. Órgão  Público  tem  CNPJ  (Cadastro  Nacional  de  Pessoa  Jurídica),  pois  a  Receita  Federal  precisa 

controlar  o  fluxo  de  valores.  Apesar  de  o  órgão  público  não  ter  personalidade  jurídica  recebe  valores  e participa do orçamento e como  isso  tem  fluxo de  recurso, portanto  terá CNPJ para  fins de  fiscalização. Está prevista em uma Instrução Normativa 1005/10.  ‐ Órgão Público pode celebrar contrato? Não pode celebrar contrato porque não pode ser sujeito de direitos. Órgão pode fazer licitação, é quem faz a execução, a gestão do contrato, mas quem deve celebrar o contrato é a pessoa jurídica. 

O art. 37, §8º da CF12 trata entre contratados celebrados entre órgãos públicos e chama de contrato de gestão e ainda traz contrato entre pessoas físicas. A doutrina diz que o art. 37, §8º da CF é inconstitucional, é inaplicável. 

                                                            11 Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e  indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. § 1o Os preceitos desta  Lei  também  se  aplicam  aos  órgãos  dos  Poderes  Legislativo  e  Judiciário  da  União,  quando  no  desempenho  de  função administrativa. § 2o Para os fins desta Lei, consideram‐se: I ‐ órgão ‐ a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta; II ‐ entidade ‐ a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; III ‐ autoridade ‐ o servidor ou agente público dotado de poder de decisão. 12  Art.  37.  A  administração  pública  direta  e  indireta  de  qualquer  dos  Poderes  da  União,  dos  Estados,  do  Distrito  Federal  e  dos Municípios  obedecerá  aos  princípios  de  legalidade,  impessoalidade, moralidade,  publicidade  e  eficiência  e,  também,  ao  seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)  [...] § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e  financeira dos órgãos e 

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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA > Classificação dos Órgãos Públicos 

7.3.1 Órgão Público em juízo A jurisprudência majoritária entende que, apesar de não ter personalidade jurídica, excepcionalmente 

poderá ir a juízo. Há duas situações: 1. Em regra como sujeito ativo e buscando prerrogativas  funcionais. Se a discussão é prerrogativa 

funcional poderá  ingressar em  juízo. Ex.: Câmara Municipal quita suas despesas através da verba orçamentária  chamada  duodécimo.  Quem  repassa  para  a  Câmara  é  o  Chefe  do  Executivo.  A Câmara  poderá  ir  a  juízo buscando  que  o  prefeito  repasse  os  valores  do  duodécimo,  caso  não realizado em razão de disputas políticas. 

7.4 Classificação dos Órgãos Públicos 

I. Quanto à posição estatal: a. Órgãos  Independentes:  é  aquele  que  goza  de  independência,  ou  seja,  não  sofre  de  qualquer 

relação de  subordinação. Estão  sujeitos a  controle, à  fiscalização, mas  independentes. Estão no comando  de  cada  um  dos  poderes.  Ex.:  Presidência  da  República, Governadorias  dos  Estados, Prefeitos. Congresso Nacional, Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais. STF, STJ, TRF’s, TJ’s. 

b. Órgãos Autônomos: goza de autonomia, ou seja, ampla  liberdade, amplo poder de decisão, mas subordinados  aos  órgãos  independentes.  Ex.:  Ministérios,  Secretarias  de  Estado,  Secretarias Municipais. 

c. Órgãos Superiores: são aqueles que gozam de poder de decisão, mas estão subordinados aos dois anteriores. Ex.: Gabinetes e Procuradorias (administrativas e judiciais). 

d. Órgãos  Subalternos:  não  tem  poder  de  decisão  é mero  órgão  de  execução.  Ex.:  departamento administrativo de cópias, almoxarifado, zeladoria. 

II. Quanto à estrutura: a. Órgão  Simples:  é  aquele  que  não  tem  outros  órgãos  agregados  à  sua  estrutura.  Não  tem 

ramificação. Ex.: Gabinete. b. Órgão  Composto:  é  aquele  que  tem  ramificação,  desdobramentos,  órgãos  agregados.  Ex.: 

delegacia de ensino e os órgãos (escolas) ligados àquela delegacia. Postos de saúde e hospitais. III. Quanto à atuação funcional (quantos agentes?): 

a. Singular/Unipessoal: é aquele que tem um agente só, a tomada de decisão só tem um agente. Ex.: Presidência da República, prefeitura Municipal, juízo singular. 

b. Colegiado: é que as decisões são tomadas em grupo. Ex.: Casas Legislativas e tribunais. 

7.5 Características Comuns a todas as pessoas da Administração Indireta 

• Tem personalidade jurídica própria. o Responde por seus atos. o Tem patrimônio e receita própria. Não interessa a origem (doação, patrimônio da administração, 

orçamento), independentemente da origem. o Gozam  de  autonomia  técnica,  administrativa  e  financeira  (não  tem  autonomia  política,  pois  é 

característica de ente político). • Criação (extinção – art. 37, XIX da CF13). 

o Para criar autarquia e autorizar a criação das outras é necessária Lei Ordinária específica. Cada autarquia deve ter a sua lei. 

                                                                                                                                                                                                           entidades da administração direta e  indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser  firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I ‐ o prazo de duração do contrato; II ‐ os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; III ‐ a remuneração do pessoal. 13  Art.  37.  A  administração  pública  direta  e  indireta  de  qualquer  dos  Poderes  da  União,  dos  Estados,  do  Distrito  Federal  e  dos Municípios  obedecerá  aos  princípios  de  legalidade,  impessoalidade, moralidade,  publicidade  e  eficiência  e,  também,  ao  seguinte: (Redação  dada  pela  Emenda  Constitucional  nº  19,  de  1998)  [...]  XIX  ‐  somente  por  LEI  ESPECÍFICA  poderá  ser  criada  autarquia  e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à LEI COMPLEMENTAR, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 

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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA > Características Comuns a todas as pessoas da Administração Indireta 

o A  lei AUTORIZA  a  criação  é  necessário  o  registro  da  pessoa  jurídica.  Se  a  pessoa  jurídica  tem natureza  civil  será  registrada  no  cartório, mas  se  tiver  natureza  empresarial  será  registrada  na junta comercial. Se a lei cria, a autarquia está pronta para o mundo jurídico, não é necessário mais nada, já existe, nasceu. 

o Se a  lei cria é a  lei que  irá extinguir (por paralelismo de forma) – o que a  lei faz o administrador não desfaz. 

o Lei Complementar definirá as possíveis  finalidades das  fundações. Quem autoriza a  criação da fundação é a Lei Ordinária, mas a Lei Complementar traz as possíveis finalidades dessa Fundação. A  lei que autorizar a  criação da Fundação deverá analisar dentre o  rol das possíveis  finalidades constante na Lei Complementar. 

 Fundação: é um patrimônio personalizado, destacado por um fundador para uma finalidade específica. 

O fundador é que rotula a Fundação. Se o fundador é particular a Fundação é Privada (ex.: fundação Ayrton Senna) – interesse que cabe ao Direito Civil, está fora da Administração; se o fundador é Público a Fundação é Pública (integrante da Administração). 

Quando  o  Poder  Público  for  constituir  uma  Fundação  Pública  pode  dar  dois  regimes:  pode  ser Fundação Pública de Direito Público ou Fundação Pública de Direito Privado. 

Fundação Pública de Direito Público nada mais é do que uma espécie do gênero autarquia. É chamada inclusive  de  Autarquia  Fundacional. No  regime  é  autarquia, mas  tem  um  papel mais  assistencial  que  é  a característica de fundação. Se é espécie de autarquia a lei cria fundação pública de direito público (tudo o que se tratar de autarquia serve para fundação pública de direito público). 

Fundação Pública de Direito Privado, constituída pelo poder público regida pelo direito privado. Não é igual ao  regime de direito privado, é uma espécie de  regime híbrido, misto,  igual da empresa pública e da sociedade de economia mista. É chamada de Fundação Governamental. Nesse caso a lei autoriza a sua criação (tudo o que se abordar sobre Sociedade de Economia Mista e Empresa Pública se aplica à Fundação Pública de Direito Privado). 

A  iniciativa  da  lei  deveria  ser  do  ente  interessado,  mas  nada  impede  que  seja  da  iniciativa  do Congresso Nacional. 

As doutrinas que divergem dessa posição é a de Hely Lopes e a do Celso Antonio Bandeira de Melo: Hely  Lopes Meireles  defendia  que  a  Fundação  Pública  deveria  ter  regime  privado,  mas  que  não 

corresponde hoje ao que consta na CF. Celso Antonio  Bandeira  de Melo  entende  que  toda  Fundação  Pública  tem  que  ter  regime  público, 

sempre, que não pode haver os dois regimes.  

• As  pessoas  jurídicas  da  administração  indireta  têm  finalidade  específica.  Lei  de  criação  irá  definir  a finalidade  específica. O  administrador  está  vinculado  à  finalidade  criada pela  lei,  chamada  Princípio  da Especialidade.  Somente  uma  nova  lei  poderá  modificar  essa  nova  finalidade  –  “o  que  a  lei  faz  o administrador não modifica”. 

• As pessoas da administração indireta não têm fins lucrativos, o que significa que o lucro poderá acontecer, mas não foram criadas em razão dele. O objetivo não é o lucro, o Estado não poderá buscar o lucro. 

o Autarquia   serviço público o Fundação   serviço público e interesse público o EP/SEM   serviço público e atividade econômica  (art. 173 da CF14). A  razão de criação não é o 

lucro, o objetivo deve ser segurança nacional e interesse coletivo. • Entre administração direta e indireta não existe hierarquia. As pessoas jurídicas da administração indireta 

estão sujeitas à fiscalização. o Poder  Legislativo  –  Tribunal  de  Contas  e  CPI’s.  Até  2005  o  Tribunal  de  Contas  não  controlava 

Sociedade de Economia Mista. o Poder Judiciário – diversas ações judiciais. o Poder  Executivo  –  supervisão  Ministerial  de  acordo  com  a  sua  finalidade.  O  Ministério  da 

Previdência supervisa o  INSS por exemplo. O principal controle é o chamado controle  finalístico. 

                                                            14 Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a EXPLORAÇÃO DIRETA DE ATIVIDADE ECONÔMICA pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. [...] 

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Controlar as receitas e despesas para ver se está obedecendo às regras orçamentárias. O dirigente da  administração  indireta  é  nomeado  e  exonerado  pelo  da  Administração  Direta  (a  Direta nomeia  os  administradores  da  indireta).  A  Administração  Direta  não  tem  hierarquia  sobre  a Indireta, mas a direta é que nomeia a indireta. 

Há  algumas  situações  que  não  há  nomeação  e  exoneração  livre,  pois  necessita  de  aprovação  do Senado que são o Diretor do Banco Central e Agências Reguladoras – art. 52 da CF. 

FUNDADORPúblico Fundação Pública Administração 

Pública

Regime de Direito Privado

FUNDAÇÃO GOVERNAMENTAL

Regime de Direito Público

AUTARQUIA FUNDACIONALPrivado Fundação Privada

Tratado pelo Direito Civil ‐ fora da Administração

  

LEI ORDINÁRIA

Cria Autoriza

AUTARQUIA FUNDACIONAL

Empresa Pública

Soc. Economia Mista

FUNDAÇÃO GOVERNAMENTALAutarquia

Dentro das hipóteses da LC.

 

7.6 Autarquia 

É pessoa jurídica de direito público que presta serviço público desenvolvendo as chamadas atividades típicas de Estado, não transferíveis a qualquer pessoa. 

O regime jurídico da autarquia é: • Ato de autarquia é ato administrativo. • Contratos administrativos  

o Sujeita à licitação. o Tem cláusulas exorbitantes (é a cara do regime público). 

• Procedimentos financeiros são públicos, está sujeita à contabilidade pública (Lei 4.320/64 – Lei de Contabilidade Pública ‐ e LC 101/00 – LRF). 

• Bem  de  autarquia  seguem  o  regime  público  –  é  tranqüilo  na  jurisprudência  que  os  bens pertencentes à administração pública serão bens públicos. 

• Prescrição qüinqüenal – vale a regra da Fazenda Pública, Decreto 20.910/32. Se  o  bem  é  de  pessoa  jurídica  de  direito  público,  não  há  dúvidas  na  doutrina  de  que  esse  bem  é 

público. Se a pessoa for privada há divergências, mas quanto à pessoa jurídica de direito público é pacífico. Se o bem é público tem um regime de proteção especial, qual seja: 

• Inalienáveis relativamente – há situações determinadas e cumpridas algumas condições que os bens são alienáveis. O bem público é  inalienável de  forma  relativa ou alienável de  forma condicionada. 

• Impenhoráveis  –  não  pode  ser  objeto  de  penhora  (constituição  de  garantia  na  ação  de execução), arresto (cautelar típica de bens indeterminados) e sequestro (são cautelares típicas de bens determinados).  

• Impossibilidade  de  oneração  –  direito  real  de  garantia,  não  pode  ser  objeto  de  hipoteca (garantia fora da ação judicial de bem imóvel) e penhor (garantia fora da ação judicial de bem móvel). 

ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA > Autarquia 

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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA > Autarquia 

• Imprescritíveis – não pode ser objeto de prescrição aquisitiva, ou seja, usucapião. Débitos  judiciais de  autarquia  estão  sujeitos  ao  regime de precatório  – previsto no  art. 100 da CF, 

objeto  da  EC  62/09.  Regime  de  precatório  é  uma  fila  que  se  dispõe  conforme  a  ordem  cronológica  de apresentação. Precatório constituído até 1º de julho, paga‐se somente no ano subsequente. Após 1º de julho, pagar‐se‐á somente no segundo ano após a constituição. 

A autarquia também consta na lista de pagamentos por meio de precatório, e cada autarquia tem sua fila própria para pagamento de precatório.    

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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA > Autarquia 

Sexta‐feira,  27  de  agosto  de  2010.  

7.6.1 Regime Tributário das Autarquias O art. 150, VI, a da CF15 a traz o que se chama da imunidade recíproca – a União não poderá constituir 

imposto para o Estado, e este para com a União. Esta não poderá  instituir  imposto para os Municípios e ele reciprocamente. 

A  imunidade é para  impostos e para entes políticos. Porém o §2º do art. 150 da CF16 estende essa imunidade para as autarquias, nas suas finalidades específicas. Se a atividade não está  ligada à finalidade da autarquia deverá contribuir. 

7.6.2 Tratamento em Processo Judicial Autarquia  tem  tratamento  de  Fazenda  Pública,  tendo,  portanto,  alguns  privilégios  processuais 

(Fazenda Pública em juízo – Leonardo Carneiro da Cunha). ‐ Tem prazo dilatado: quádruplo para contestar e em dobro para recorrer. ‐  Reexame  necessário:  duplo  grau  de  jurisdição  obrigatório.  Se  a  autarquia  é  parte  no  processo, 

independentemente de recurso voluntário das partes haverá recurso automático. A consequência  jurídica da  falta de reexame necessário é que a decisão não transita em  julgado. Há 

situações que o reexame necessário não irá ocorrer (art. 475 CPC17): 1. Ações até 60 sal. Mínimos; 2. Pleno do tribunal já julgou o assunto. 

7.6.3 Responsabilidade Civil do Estado Art. 37, §6º da CF18 – pessoa jurídica de direito público. É baseada na Teoria Objetiva (conduta + dano 

+ nexo) independe do elemento subjetivo (culpa + dolo). A  vítima  irá  cobrar diretamente da  autarquia.  Se  for  serviço público  a  responsabilidade é dever do 

Estado e mesmo que transfira para outras pessoas responderá subsidiariamente com a autarquia.  ‐ Quem  trabalha em autarquia,  regime de pessoal, é servidor público? O  termo servidor é próprio de quem trabalha na administração pública, não interessa se celetista ou estatutário. Sendo a autarquia pessoa pública é servidor público. 

7.6.4 Território Não tem poder de ente político, mas personalidade pública deve ter. Foi encaixado como autarquia, 

pois  à  época  não  havia  onde  se  colocar.  A  partir  de  então  houve  uma  evolução muito  grande  no Direito Administrativo e muito provavelmente hoje, caso surja um território, irá se rever esse conceito e se território terá outra designação, diferente de autarquia. 

Autarquias territórios nada mais é do que território. Atualmente não há nenhuma, mas apesar de ser autarquia não tem nada próprio de autarquia, nada que caracterize a autarquia. 

                                                            15 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] VI ‐ instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 16 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] § 2º A vedação do inciso VI, a, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo poder público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 17 Art. 475.  Está  sujeita  ao duplo  grau de  jurisdição, não produzindo efeito  senão depois de  confirmada pelo  tribunal,  a  sentença: (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) I ‐ proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito público; (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) II ‐ que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI). (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) § 1o Nos  casos previstos neste artigo, o  juiz ordenará a  remessa dos autos ao  tribunal, haja ou não apelação; não o  fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá‐los. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) § 2o Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito controvertido,  for de valor certo não excedente a 60  (sessenta) salários mínimos, bem como no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) § 3o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) 18  Art.  37.  A  administração  pública  direta  e  indireta  de  qualquer  dos  Poderes  da  União,  dos  Estados,  do  Distrito  Federal  e  dos Municípios  obedecerá  aos  princípios  de  legalidade,  impessoalidade, moralidade,  publicidade  e  eficiência  e,  também,  ao  seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)  [...] 6º  ‐ As pessoas  jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de  serviços públicos  responderão pelos danos que  seus agentes, nessa qualidade, causarem a  terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 

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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA > Autarquia 

7.6.5 Conselho de Classe São  as  chamadas  autarquias  profissionais  (Conselhos  de medicina,  odontologia,  engenharias  etc.). 

Conselho de Classe surgiu no nosso ordenamento com natureza da autarquia. Porém, a Lei 9.649/98 disse que Conselho de Classe teria natureza de direito privado. 

Tem a função de fiscalizar e controlar o exercício das diversas profissões – exerce Poder de Polícia. A matéria foi levada ao STF por meio da ADI 171719. O STF decidiu que Conselho exerce Poder de Polícia, e que este poder não pode ir para as mãos de uma pessoa privada por comprometer a segurança jurídica. Em nome da segurança jurídica, Conselho de Classe, portanto, não pode ter natureza privada. 

A ADI 1717 devolve ao Conselho de Classe o regime público a natureza de autarquia. Características: • Regra de contabilidade pública; • Anuidade  do  Conselho  tem  natureza  tributária  (contribuição)  –  exeqüível  por  meio  de 

Execução Fiscal. • Submetido ao controle do Tribunal de Contas. • Concurso público. 

A OAB não se inclui dentre os Conselhos de Classe comuns acima mencionados. O Estatuto da OAB diz que cobra a sua anuidade através de uma execução comum e não fiscal, por isso 

não  tem natureza  tributária. A  jurisprudência diz  que  não  sendo  tributo não  se  submeterá  ao  Tribunal de Contas. 

O  PGR  diz  que  o  quadro  da OAB  é  preenchido  por meio  de  empregados  (celetista)  com  concurso público, buscando por meio da ADI 302620 dar interpretação conforme. O STF decidiu que não procede que a OAB se sujeita a administração direta e indireta. A OAB é não está incluída na categoria na qual se insere essas que se incluem das autarquias de classe. A OAB não está sujeita ao controle da administração e nenhuma das suas partes está vinculada. 

                                                            19  EMENTA:  DIREITO  CONSTITUCIONAL  E  ADMINISTRATIVO.  AÇÃO  DIRETA  DE  INCONSTITUCIONALIDADE  DO  ART.  58  E  SEUS PARÁGRAFOS  DA  LEI  FEDERAL  Nº  9.649,  DE  27.05.1998,  QUE  TRATAM  DOS  SERVIÇOS  DE  FISCALIZAÇÃO  DE  PROFISSÕES REGULAMENTADAS.  1.  Estando  prejudicada  a Ação,  quanto  ao  §  3º  do  art.  58  da  Lei  nº  9.649,  de  27.05.1998,  como  já  decidiu  o Plenário,  quando  apreciou  o  pedido  de medida  cautelar,  a  Ação  Direta  é  julgada  procedente,  quanto  ao mais,  declarando‐se  a inconstitucionalidade do "caput" e dos § 1º, 2º, 4º, 5º, 6º, 7º e 8º do mesmo art. 58. 2.  Isso porque a  interpretação conjugada dos artigos  5°,  XIII,  22,  XVI,  21,  XXIV,  70,  parágrafo  único,  149  e  175  da  Constituição  Federal,  leva  à  conclusão,  no  sentido  da indelegabilidade, a uma entidade privada, de atividade típica de Estado, que abrange até poder de polícia, de tributar e de punir, no que  concerne  ao  exercício  de  atividades  profissionais  regulamentadas,  como  ocorre  com  os  dispositivos  impugnados.  3.  Decisão unânime. 20 EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. § 1º DO ARTIGO 79 DA LEI N. 8.906, 2ª PARTE. "SERVIDORES" DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. PRECEITO QUE POSSIBILITA A OPÇÃO PELO REGIME CELESTISTA. COMPENSAÇÃO PELA ESCOLHA DO REGIME JURÍDICO  NO MOMENTO  DA  APOSENTADORIA.  INDENIZAÇÃO.  IMPOSIÇÃO  DOS  DITAMES  INERENTES  À  ADMINISTRAÇÃO  PÚBLICA DIRETA E  INDIRETA. CONCURSO PÚBLICO  (ART. 37,  II DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL).  INEXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO PARA A ADMISSÃO DOS CONTRATADOS PELA OAB. AUTARQUIAS ESPECIAIS E AGÊNCIAS. CARÁTER JURÍDICO DA OAB. ENTIDADE PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO  INDEPENDENTE. CATEGORIA  ÍMPAR NO ELENCO DAS PERSONALIDADES  JURÍDICAS EXISTENTES NO DIREITO BRASILEIRO.  AUTONOMIA  E  INDEPENDÊNCIA  DA  ENTIDADE.  PRINCÍPIO  DA MORALIDADE.  VIOLAÇÃO  DO  ARTIGO  37,  CAPUT,  DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. NÃO OCORRÊNCIA. 1. A  Lei n. 8.906, artigo 79, § 1º, possibilitou aos  "servidores" da OAB,  cujo  regime outrora era estatutário, a opção pelo regime celetista. Compensação pela escolha: indenização a ser paga à época da aposentadoria. 2. Não procede a alegação de que a OAB sujeita‐se aos ditames impostos à Administração Pública Direta e Indireta. 3. A OAB não é uma entidade  da  Administração  Indireta  da  União.  A  Ordem  é  um  serviço  público  independente,  categoria  ímpar  no  elenco  das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro. 4. A OAB não está incluída na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como "autarquias especiais" para pretender‐se afirmar equivocada independência das hoje chamadas "agências". 5. Por não consubstanciar uma entidade da Administração  Indireta, a OAB não está sujeita a controle da Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada. Essa não‐vinculação é formal e materialmente necessária. 6. A OAB ocupa‐se de atividades atinentes aos advogados, que exercem  função constitucionalmente privilegiada, na medida em que  são  indispensáveis à administração da  Justiça [artigo 133 da CB/88]. É entidade cuja finalidade é afeita a atribuições, interesses e seleção de advogados. Não há ordem de relação ou dependência  entre  a OAB  e  qualquer  órgão  público.  7.  A Ordem  dos  Advogados  do  Brasil,  cujas  características  são  autonomia  e independência,  não  pode  ser  tida  como  congênere  dos  demais  órgãos  de  fiscalização  profissional.  A  OAB  não  está  voltada exclusivamente  a  finalidades  corporativas.  Possui  finalidade  institucional.  8.  Embora  decorra  de  determinação  legal,  o  regime estatutário  imposto  aos empregados da OAB não é  compatível  com  a entidade, que é  autônoma e  independente. 9.  Improcede o pedido do requerente no sentido de que se dê interpretação conforme o artigo 37, inciso II, da Constituição do Brasil ao caput do artigo 79 da  Lei n. 8.906, que determina  a  aplicação do  regime  trabalhista  aos  servidores da OAB. 10.  Incabível  a exigência de  concurso público  para  admissão  dos  contratados  sob  o  regime  trabalhista  pela  OAB.  11.  Princípio  da  moralidade.  Ética  da  legalidade  e moralidade. Confinamento do princípio da moralidade ao âmbito da ética da legalidade, que não pode ser ultrapassada, sob pena de dissolução do próprio sistema. Desvio de poder ou de finalidade. 12. Julgo improcedente o pedido. 

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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA > Autarquia 

A OAB é pessoa  jurídica  ímpar no Ordenamento  Jurídico Brasileiro. Hoje não  se pode afirmar que a OAB é uma autarquia, apesar de ser julgada na Justiça Federal como autarquia, ter os privilégios da autarquia, não sofre controle público etc. Aproveita‐se dos benefícios de autarquia. 

Tem tratamento de autarquia, de regime público para os privilégios, no que tange às obrigações não é como autarquia. 

7.6.6 Agências Reguladoras É uma autarquia de regime especial. O que  foi estudado para autarquia serve para ela, terá apenas, 

algumas regras próprias. Esse  termo  é uma  expressão  antiga no Brasil,  e  era utilizada  para  falar de Universidade  Pública. A 

universidade pública tem autonomia pedagógica e a eleição do reitor é por eleição (embora a regra seja que o administrador da direta nomeie o da indireta).  

No  Brasil  a  partir  de  1995  constitui‐se  uma  nova  política  estatal,  chamada  política  nacional  de privatização.  A  lei  é  modificada  e  o  termo  substituído  de  privatização  para  desestatização.  Com  essa transferência  surge  uma  necessidade  de  regular  melhor  essas  agências  reguladoras.  Exemplo  dessa desestatização é a telefonia. O que configura o regime especial da agência reguladora é: 

• Regulamentar,  normatizar,  disciplinar  e  fiscalizar  as  diversas  atividades.  Apesar  de  ser autarquia, em razão dessas  funções, acaba tendo mais autonomia, mais  liberdade do que as demais  autarquias.  Normatizar  não  significa  legislar,  mas  sim  regulamentar  e  normatizar complementarmente à previsão legal. 

• Dirigente de agência reguladora tem investidura especial – o Presidente da República nomeia, mas  com  prévia  aprovação  do  Senado  Federal  (duas  manifestações  de  vontade  –  ato complexo). O dirigente da agência assume um mandato com prazo fixo e determinado. 

• Mandato com prazo determinado/fixo – o prazo é de acordo com a lei de cada agência (2, 3, 4 anos etc). Há um projeto de lei tramitando no Congresso para unificar esse prazo para 4 anos. Pode o dirigente ser exonerado antes desse prazo? Somente por condenação administrativa ou judicial e renúncia. Encerrado o mandato do dirigente da agência regulada está submetido a um prazo de quarentena  (4 meses) que  fica  impedido de atuar na  iniciativa privada naquele ramo  de  atividade.  Nesse  período  continuará  recebendo  o  salário  de  dirigente,  embora algumas agências com leis específicas exijam que o prazo de quarentena seja de 12 meses. 

Regime Jurídico: • Licitação: em 1997 foi instituída a Lei 9.472 que tratou da ANATEL e instituiu as normas gerais 

de telecomunicações. Essa lei estabeleceu que a Agência Reguladora estaria fora da Lei 8.666. Cada Agência Reguladora irá definir o seu procedimento de licitação. Estabelece ainda que as Agências Reguladoras  terão duas modalidades específicas de  licitação:  consulta e pregão. A ADI 1668 declarou a  lei  inconstitucional e que a Agência Reguladora não poderia fugir da Lei 8.666 e, portanto, seguirá o seu procedimento, sendo admitido ainda pregão e consulta. Em 1997,  essas  duas  modalidades  eram  modalidades  específicas  das  agências  reguladoras. Atualmente todos os entes fazem pregão e a modalidade específica das Agências Reguladoras é a consulta – que não possui regulamentação própria. 

• Regime de pessoal:  Lei 9.986/00  chamada de norma geral das agências, estabeleceu que o regime  de  pessoal  da  agência  reguladora  era  celetista  com  contrato  temporário  (não  tem concurso). Foi objeto de  controle de  constitucionalidade pela ADI 2310 e o STF disse que é inconstitucional:  não  pode  ser  temporário,  pois  a  necessidade  é  permanente  e  deve  ser concursado para atender a continuidade do serviço público. Nesse momento no Brasil vigia o regime  dúplice  de  regime  especial  (estatutário  e  celetista  na mesma  pessoa)  e  o  STF  na decisão  da  ADI  firmou  o  entendimento  de  que  não  pode  ser  temporário  e  não  pode  ser celetista;  deve  ser  um  regime  de  cargo  por  concurso.  Os  temporários  que  estão  em andamento deveriam seguir o seu caminho até chegar ao  final do contrato. Essa decisão  foi em cautelar de ADI, e por meio da MP 155/03, posteriormente convertida na Lei 10.871/04, o Presidente criou os cargos exigidos pela ADI – com  isso a ADI foi extinta, sem  julgamento de mérito,  por  perda  de  objeto.  Quando  a  ADI  foi  extinta,  o  Presidente  edita  a  MP  239  ‐ posteriormente  convertida  na  Lei  11.292,  prorrogando  os  contratos  temporários  até  hoje. 

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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA > Autarquia 

Frente  a  escancarada  inconstitucionalidade  interpôs‐se  a  ADI  3678  a  qual  atualmente encontra‐se suspensa. Agora o concurso é obrigatório. 

Exemplos  de  agências  reguladoras:  ANEEL  (Agência  nacional  de  energia  elétrica);  ANATEL (Telecomunicações);  ANS  (Agência  Nacional  de  Saúde);  ANVISA  (Agência  Nacional  de  Vigilância  Sanitária); ANTT  (Agência Nacional de Transportes Terrestres); ANTAQ  (Agência Nacional de Transportes Aquaviários); ANAC  (Agência  Nacional  de  Avião  Civil);  ANP  (Agência  Nacional  de  Petróleo);  ANA  (Agência  Nacional  de Águas); ANCINE (Agência Nacional de Cinema – criada por Medida Provisória e até hoje não foi convertida em lei). 

7.6.7 Agências Executivas É  uma  velha  autarquia  ou  velha  fundação  pública  que  sucateadas  e  ineficientes  precisavam  se 

modernizar. O regime será o próprio de cada uma dessas pessoas (público). Essas agências executivas são as antigas autarquias ou fundações públicas que, para se tornarem eficientes, elaboram um plano estratégico de execução e recebem maiores benefícios e valores para prestar o mesmo serviço de antes. 

Para executar esse plano estratégico celebra com a administração pública um contrato de gestão. Esse contrato  dará  à  Agência  Executiva mais  recursos  públicos  e mais  autonomia  e  liberdade.  A  qualidade  de agência executiva será declarado pelo Presidente da República, após celebração do contrato. 

O  status  de  agência  executiva  é  temporário,  dura  enquanto  estiver  em  andamento  o  contrato  de gestão, voltando à condição original após o término do contrato. 

Exemplo de agências executivas:  INMETRO, ADA  (Agência de Desenvolvimento da Amazônia, antiga SUDAM), ADN (Agência de Desenvolvimento do Nordeste – antiga SUDENE). 

Se a  lei não deu  liberdade e autonomia para essas entidades,  como poderá um  contrato de gestão poderá  dar?  A  agência  executiva  é  considerada  como  o  prêmio  da  ineficiência,  receberá mais  dinheiro  e liberdade por não ter atingindo as finalidades para as quais foram criadas. Enquanto as autarquias e fundações são criadas e autorizadas por lei e, portanto, como um contrato de gestão dar mais liberdade do que a lei? As agências reguladoras são muito criticadas pela doutrina administrativista nacional. 

Ler Lei 9.649/98.  Não se pode acionar o responsável subsidiário antes de esgotar as vias com o responsável direto. Isto 

é, não poderá ajuizar ação de ressarcimento contra uma autarquia em  litisconsórcio com a União, caso seja visível que a autarquia não tenha patrimônio suficiente para quitar a dívida. Deve‐se esgotar a ação contra a autarquia  e  posteriormente  por meio  de  uma  nova  ação  buscar  a  quitação  com  a União,  porém  o  prazo prescricional corre desde o início e provavelmente prescreverá durante todo o trâmite da ação. 

No STJ, a posição firmada é que a prescrição da pessoa jurídica de direito público é de 3 anos, segundo o  CC,  pois  no  art.  10  do Decreto  20.910/3221  diz  que  o  prazo  a  ser  adotado  será  o mais  benéfico  para  a administração. 

Estão realizando novos contratos temporários.  

   

                                                            21 Art. 10. O disposto nos artigos anteriores não altera as prescrições de menor prazo, constantes das  leis e  regulamentos, as quais ficam subordinadas às mesmas regras. 

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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA > Empresas Públicas 

Quinta‐feira,  02  de  setembro  de  2010.   Empresas Estatais  terão o  regime especial da empresa pública ou da  sociedade de economia mista. 

Nem  toda  empresa  que  o  Estado  fizer  parte  vai  ser  necessariamente  empresa  pública  ou  sociedade  de economia mista. 

7.7 Empresas Públicas 

‐ Toda Empresa Pública está na administração indireta? Não necessariamente, pois se o estado for parte de uma empresa que não tenha regime de sociedade 

de economia mista ou de empresa pública, estará, esta empresa, dentro da Administração Direta.  É uma pessoa jurídica de direito privado, porque a denominação de Empresa Pública não diz respeito à 

sua natureza jurídica, mas sim ao seu capital constituinte, ou seja, integralmente público. Empresa  pública  pode  aparecer  como  prestadora  do  serviço  público  ou  como  exploradora  da 

atividade econômica. O seu capital necessariamente será exclusivamente público o que não significa dizer capital de um só 

ente, mas sim que o capital deve ser exclusivamente público. A empresa pública pode ser constituída com qualquer modalidade empresarial permitida em direito, 

não há exigência quanto a isso. 

7.8 Sociedade de Economia Mista 

É  pessoa  jurídica  de  direito  privado, mas  o  regime  não  é  verdadeiramente  privado.  Também  tem finalidade de prestação de serviços públicos e exploração da atividade econômica. 

O capital é misto: privado e público ‐ com maioria do capital público. A maioria do capital votante deve estar no comando do Poder Público. O Estado tem que comandar a 

pessoa  jurídica.  Toda  Sociedade  de  Economia Mista  deve  ser  constituída  na  forma  de  Sociedade Anônima (S/A). 

7.9 Diferenças entre Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista 

  Empresa Pública  Sociedade de Economia Mista 1 Formação de capital  • Exclusivamente público  • Público e privado (misto) 

2 Constituição empresarial • Qualquer modalidade 

empresarial • S/A – Sociedade Anônima 

(somente) 

3 Competência para julgamento (art. 109 da CF) 

• Justiça  Comum  Federal (Empresa Pública federal) 

• Justiça  Comum  Estadual (mesmo  sendo  Sociedade de Economia Mista Federal) 

4 Justiça Estadual • Empresa Pública Estadual ou Municipal ou Sociedade de Economia 

Mista  (de  qualquer  âmbito)  serão  julgadas  na  Justiça  Comum Estadual. 

 A  Sociedade  de  Economia Mista  federal,  como  regra,  tem  competência  para  julgamento  na  justiça 

estadual, mas se a União tiver interesse atrairá a competência para a Justiça Federal. Se a empresa presta serviço público falamos que o regime é mais público do que privado. Derroga‐se o 

regime privado e prevalece o regime público. Se a empresa é exploradora da atividade econômica será mais privada do que pública – art. 173 da CF22. 

Somente duas finalidades são possíveis:                                                             22 Art.  173. Ressalvados  os  casos  previstos  nesta  Constituição,  a  exploração direta  de  atividade  econômica pelo  Estado  SÓ  SERÁ PERMITIDA QUANDO NECESSÁRIA aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. [...] § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade  econômica  de  produção  ou  comercialização  de  bens  ou  de  prestação  de  serviços,  dispondo  sobre:  (Redação  dada  pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 

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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA > Regime Jurídico das Empresas Estatais (EP e SEM) 

• Segurança nacional • Relevante interesse coletivo 

‐  Se  o  Estado  pode  explorar  atividade  econômica  somente  nos  casos  de  segurança  nacional  e  relevante interesse coletivo, são essas consideradas atividades de interesse público? Sim, são consideradas como razões de interesse público. 

A  empresa  pública  e  a  sociedade  de  economia  mista  têm  estatuto  próprio.  Têm  licitações  em contratos, contratação com regras trabalhistas. Ainda não há uma lei específica para essas empresas. 

Essas finalidades representam razões de interesse público. 

7.10 Regime Jurídico das Empresas Estatais (EP e SEM) 

Hoje o regime jurídico é praticamente o mesmo em ambas empresas. 

7.10.1 Falências Hoje  EP  e  SEM  independentemente  de  regime  público  ou  privado  não  estão  sujeitas  ao  regime 

falimentar – não se submetem à lei 11.101/05. Antes de 2005, as empresas que estivessem no regime público estariam fora do regime de falências, 

mas se exploradoras da atividade econômica se submetiam à falência. A lei expressamente prevê que as EP e SEM  não  estão  sujeitas  à  falência.  Celso  Antônio  Bandeira  de Melo  permanece  com  essa  posição  de  que Empresas Estatais de regime privado são passíveis do processo falimentar, embora não é o que prevalece para concurso. 

7.10.2 Responsabilidade Civil ‐ Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista estão dentro ou fora da responsabilidade civil do Estado? (art. 37, §6º da CF23) O Estado tem, em regra, responsabilidade objetiva.  ‐  Se  a  vítima  cobra  da  empresa  e  esta  não  tiver  patrimônio  suficiente.  O  Estado  pode  ser  chamado  a responsabilidade? Tendo o Estado decidido descentralizar, responderá também, embora de forma subsidiária. Responderá somente se a empresa não tiver capital, aí então o Estado será chamado. 

A  responsabilidade  será  objetiva  somente  quando  a  empresa  de  direito  privado  prestar  serviço público. 

Se  a  empresa  é  exploradora  da  atividade  econômica  está  fora  do  §6º  do  art.  36  da  CF,  valendo, portanto a responsabilidade privada, com validade para o Código Civil, onde como regra a responsabilidade é subjetiva.  Prevalece  na  Jurisprudência  e  na  Doutrina  que  o  Estado  não  responderá  nos  casos  de responsabilidade nas atividades exploradoras da atividade econômica das empresas estatais. 

7.10.3 Exigibilidade de licitação ‐ A empresa pública e a sociedade de economia mista na sua atividade fim não precisam licitar (dissertar)? 

Quando exploradoras do serviço público não há discussão; estão sujeitas à licitação – art. 37, XXI da CF c/c art. 1º da Lei 8.666/9324. 

A EP ou a SEM, quando exploradoras da atividade econômica, no inciso III do §1º do art. 17325, terão estatuto próprio para licitações e contratos de obras etc. Sendo que a referida lei não foi instituída, devemos, 

                                                            23 Art. 37. A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA e INDIRETA de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios  obedecerá  aos  princípios  de  legalidade,  impessoalidade, moralidade,  publicidade  e  eficiência  e,  também,  ao  seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) [...] § 6º ‐ As PESSOAS JURÍDICAS de direito público e as de direito privado prestadoras de  serviços públicos  responderão pelos danos que  seus agentes, nessa qualidade,  causarem a  terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 24 Art. 1º  ‐ Esta Lei estabelece normas gerais  sobre  licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços,  inclusive de publicidade,  compras,  alienações  e  locações  no  âmbito  dos  Poderes  da União,  dos  Estados,  do Distrito  Federal  e  dos Municípios. Parágrafo único.  Subordinam‐se  ao  regime  desta  Lei,  além  dos ÓRGÃOS  DA  ADMINISTRAÇÃO  DIRETA,  os  FUNDOS  ESPECIAIS,  as AUTARQUIAS,  as  FUNDAÇÕES  PÚBLICAS,  as  EMPRESAS  PÚBLICAS,  as  SOCIEDADES  DE  ECONOMIA  MISTA  e  demais  entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 25  Art.  173.  Ressalvados  os  casos  previstos  nesta  Constituição,  a  exploração  direta  de  atividade  econômica  pelo  Estado  só  será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. [...] § 1º A LEI estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade  econômica  de  produção  ou  comercialização  de  bens  ou  de  prestação  de  serviços,  dispondo  sobre:  (Redação  dada  pela 

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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA > Regime Jurídico das Empresas Estatais (EP e SEM) 

com isso, seguir a regra geral, ou seja, obedecer à regra prevista no art. 1º da Lei 8.666/93 o qual, ao se referir aos  entes  abrigados  pela,  não  faz  distinção  se  prestador  de  serviço  público  ou  explorador  da  atividade econômica. ‐ Por que na prática a empresa não  licita? A própria  lei  traz  inexigibilidades e dispensas de procedimentos licitatórios. 

Ex.1: dispensa prevista no art. 24, § ún. da Lei 8.666/93. Regra geral há dispensa nos valores de 10% do convite, portanto, serviços de engenharia R$ 15 mil e outros bens R$ 8 mil. Empresas Públicas e SEM tem esse valor dispensado em dobro 30 e 16 mil reais respectivamente. 

Art. 24. É dispensável a licitação: [...]  Parágrafo único. Os percentuais referidos nos  incisos  I e  II do caput deste artigo serão 20%  (vinte por cento)  para  compras,  obras  e  serviços  contratados  por  consórcios  públicos,  sociedade  de  economia mista,  empresa  pública  e  por  autarquia  ou  fundação  qualificadas,  na  forma  da  lei,  como  Agências Executivas. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005) 

Ex.2:  inexigibilidade de  licitação está prevista no  art. 25 da  Lei 8.666/93  (quando  a  competição  for inviável) ‐ rol exemplificativo. A inexigibilidade ocorre quando a licitação prejudicar o interesse público, já que a administração licita para proteger o interesse público buscando a melhor proposta. 

Se a licitação prejudicar a atividade fim Serviço Público e Atividade Econômica (segurança nacional ou interesse coletivo), prejudicará o  interesse público. A  licitação  tem que proteger o  interesse público e se o prejudicar será inexigível. 

7.10.4 Penhorabilidade dos Bens Bem  de  Empresa  Pública  e  de  Sociedade  de  Economia  Mista  são  bens  privados  o  que  significa 

penhoráveis  e  seguirão o  regime privado.  Ficam protegidos  e  excepcionalmente  seguirão o  regime público aqueles bens que estiverem diretamente ligados à prestação de serviços públicos, em razão da boa prestação e continuidade do serviço público. ‐ Bem de Empresa Pública prestadora pública é penhorável? Sim. Apenas não poderá ser penhorado aquele bem que estiver diretamente ligado à prestação do serviço. 

7.10.5 Privilégios Tributários Se a EP e  SEM exploradora da atividade econômica não  terá privilégios não extensíveis à  iniciativa 

privada – art. 173, §2 da CF. Significa que se a iniciativa privada receber privilégios ou benefícios ela também terá. 

A questão está ligada à prestação do serviço público – art. 150, §3º da CF26. Quando há preço ou tarifa pelo usuário não há privilégio,  repassando a  carga  tributária para o usuário, consequentemente não  terá o privilégio tributário. 

7.10.6 Regime de pessoal As pessoas que trabalham nas EP e SEM não são servidores públicos. São os chamados servidores de 

entes governamentais de direito privado, é regime de emprego – celetistas, pois não podem ter cargo. Servidores de entes governamentais de direito privado não são servidores públicos, mas se equiparam 

em algumas questões: 1º Estão sujeitos a concurso público. Ex.: CEF, BB, EBCT; 2º Não poderão acumular cargos e empregos; 3º Estão sujeitos a teto remuneratório, salvo quando não receber repasse para custeio; 

                                                                                                                                                                                                           Emenda  Constitucional  nº  19,  de  1998)  [...]  III  ‐  licitação  e  contratação  de  obras,  serviços,  compras  e  alienações,  observados  os princípios da administração pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 26 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:  [...] VI  ‐  instituir  impostos  sobre: a) patrimônio,  renda ou  serviços, uns dos outros; b)  templos de qualquer  culto;  c) patrimônio,  renda  ou  serviços  dos  partidos  políticos,  inclusive  suas  fundações,  das  entidades  sindicais  dos  trabalhadores,  das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. [...] § 2º ‐ A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. § 3º ‐ As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. 

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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA > Regime Jurídico das Empresas Estatais (EP e SEM) 

4º Estão sujeitos à improbidade administrativa (Lei 8.429/92); 5º Responde nos crimes contra a administração pública, por ser considerado funcionário público 

– art. 327 do CP; 6º Estão sujeitos aos remédios constitucionais especialmente no que tange à prestação de serviço 

público (MS, AP, MI);  As diferenças ante o servidor público: 

1º A dispensa é imotivada – Súmula 390 do TST27 – “os empregados de EP e SEM, não possuem estabilidade, podem ser dispensados imotivadamente” e OJ 24728 “não tendo estabilidade do art. 41, a dispensa  será  imotivada”. A dispensa é  imotivada,  ressalvada a hipótese da EBCT (Empresa de Correios e Telégrafos). O STF reafirma e diz que a dispensa é imotivada, exceto no caso da EBCT (RE 589.99829). 

 Observação ‐ EBCT: 

A EBCT tem natureza de Empresa Pública, mas com tratamento de Fazenda Pública. O que justificava esse tratamento era a exclusividade na prestação dos serviços. 

Essa exclusividade  foi objeto de discussão na ADPF 4630. O STF entendeu que o  serviço postal e as correspondências  pessoais  a  EBCT  tem  exclusividade.  Não  é  o  caso  de monopólio,  pois  isso  é  caráter  da 

                                                            27 SUM‐390 ESTABILIDADE. ART. 41 DA CF/1988. CELETISTA. ADMINISTRAÇÃO DIRETA, AUTÁRQUICA OU FUNDACIONAL. APLICABILI‐DADE.  EMPREGADO  DE  EMPRESA  PÚBLICA  E  SOCIEDADE  DE  ECONOMIA  MISTA.  INAPLICÁVEL  (conversão  das  Orientações Jurisprudenciais nºs 229 e 265 da SBDI‐1 e da Orientação Jurisprudencial nº 22 da SBDI‐2) ‐ Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I ‐ O servidor público celetista da administração direta, autárquica ou  fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex‐OJs nºs 265 da SBDI‐1 ‐ inserida em 27.09.2002 ‐ e 22 da SBDI‐2 ‐ inserida em 20.09.00) II ‐ Ao empregado de empresa pública  ou  de  sociedade  de  economia mista,  ainda  que  admitido mediante  aprovação  em  concurso  público,  não  é  garantida  a estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex‐OJ nº 229 da SBDI‐1 ‐ inserida em 20.06.2001) 28 OJ‐SDI1‐247 SERVIDOR PÚBLICO. CELETISTA CONCURSADO. DES‐PEDIDA  IMOTIVADA. EMPRESA PÚBLICA OU SOCIEDADE DE ECO‐NOMIA MISTA. POSSIBILIDADE (alterada – Res. nº 143/2007) ‐ DJ 13.11.2007 I ‐ A despedida de empregados de empresa pública e de sociedade de economia mista, mesmo admitidos por concurso público, independe de ato motivado para sua validade; II ‐ A validade do ato de despedida do empregado da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) está condicionada à motivação, por gozar a empresa do mesmo tratamento destinado à Fazenda Pública em relação à imunidade tributária e à execução por precatório, além das prerrogativas de foro, prazos e custas processuais. 29 O Min.  Lewandowski afirmou que o objetivo maior da admissão de empregados das estatais por meio de  certame público  seria garantir  a  primazia  dos  princípios  da  isonomia  e  da  impessoalidade,  o  que  impediria  escolhas  de  índole  pessoal  ou  de  caráter puramente subjetivo no processo de contratação. Ponderou que a motivação do ato de dispensa, na mesma  linha de argumentação, teria  por  objetivo  resguardar  o  empregado  de  uma  eventual  quebra  do  postulado  da  impessoalidade  por  parte  do  agente  estatal investido do poder de demitir, razão pela qual se imporia, no caso, que a despedida fosse não só motivada, mas também precedida de um procedimento formal, assegurado ao empregado o direito ao contraditório e à ampla defesa. Rejeitou, ainda, o argumento de que se  estaria  a  conferir  a  esses  empregados  a  estabilidade  prevista  no  art.  41  da  CF,  haja  vista  que  tal  garantia  não  alcançaria  os empregados  de  empresas  públicas  e  sociedades  de  economia mista,  nos  termos  de  orientação  já  fixada  pelo  Supremo,  que  teria ressalvado, apenas, a situação dos empregados públicos aprovados em concurso público antes da EC 19/98. 30 Ressaltou  o Min.  Eros Grau  que  o  serviço  postal  é  prestado  pela  ECT,  empresa  pública  criada  pelo Decreto‐Lei  509/69,  que  foi recebido pela CF/88, a qual deve atuar em regime de exclusividade (em linguagem técnica, em situação de privilégio, e, em linguagem corrente, em regime de monopólio), estando o âmbito do serviço postal bem delineado nos artigos 70 e seguintes da Lei 6.538/78, também  recebida pela CF/88. Por  fim,  julgando  insuficiente a atuação subsidiária do Estado para solução dos conflitos da  realidade nacional,  considerou  que,  vigentes  os  artigos  1º  e  3º  da  CF,  haver‐se‐ia  de  exigir  um  Estado  forte  e  apto  a  garantir  a  todos  uma existência digna, sendo incompatível com a Constituição a proposta de substituição do Estado pela sociedade civil. Nesta assentada, o Min. Carlos Britto apresentou esclarecimentos sobre seu voto, afirmando excluir do conceito de serviço postal apenas a entrega de encomendas e impressos. Concluiu, assim, pela improcedência do pedido. Quanto a essa parte, ficaram vencidos o Min. Marco Aurélio, relator,  que  julgava  procedente  o  pleito  e  os Ministros Gilmar Mendes,  Presidente,  que  reajustou  o  voto  proferido  na  assentada anterior, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello, os quais o  julgavam parcialmente procedente, para  fixar a  interpretação de que a prestação exclusiva pela União da atividade postal  limitar‐se‐ia ao conceito de carta, cartão‐postal e correspondência‐agrupada, nos termos do art. 9º da Lei 6.538/78, não abrangendo a distribuição de boletos  (v.g. boletos bancários, contas de água,  telefone,  luz), jornais,  livros,  periódicos  ou  outros  tipos  de  encomendas  ou  impressos.  O  Tribunal,  por  unanimidade,  ainda  deu  interpretação conforme ao art. 42 da Lei 6.538/78 para restringir a sua aplicação às atividades postais descritas no art. 9º do referido diploma legal ( “Art. 9º ‐ São exploradas pela União, em regime de monopólio, as seguintes atividades postais: I ‐ recebimento, transporte e entrega, no  território nacional, e a expedição, para o exterior, de carta e cartão‐postal;  II  ‐  recebimento,  transporte e entrega, no  território nacional,  e  a  expedição,  para  o  exterior,  de  correspondência  agrupada:  III  ‐  fabricação,  emissão  de  selos  e  de  outras  fórmulas  de franqueamento postal.  ... Art. 42º  ‐ Coletar,  transportar,  transmitir ou distribuir,  sem observância das  condições  legais, objetos de qualquer natureza  sujeitos ao monopólio da União, ainda que pagas as  tarifas postais ou de  telegramas. Pena: detenção, até dois meses, ou pagamento não excedente a dez dias‐multa.”). ADPF 46/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Eros Grau, 3 e 5.8.2008. (ADPF‐46) 

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ENTES DE COOPERAÇÃO > Consórcios Públicos 

atividade privada, relacionado ao privilégio. Não se deve confundir com a exclusividade que é o acontece com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos que tem o privilégio de Fazenda Pública e tem tratamento igual ao de autarquia. 

Com isso, os bens da EBCT apesar de serem de uma empresa pública que presta um serviço exclusivo e tem  o  tratamento  de  Fazenda  Pública  (imunidade  recíproca,  sujeita  ao  regime  de  precatório)  são impenhoráveis. 

A dispensa dos empregados deve ser motivada. 

7.11 Consórcios Públicos 

(Lei 11.107/05) Estão dentro da administração indireta, mas serão estudados no Intensivo II. 

8 ENTES DE COOPERAÇÃO 

Estão fora da administração pública, mas são apoiadores da Administração. Os  economistas dividem  a  economia  em  setores: Primeiro  Setor  (Estado),  Segundo  Setor  (Iniciativa 

Privada) e Terceiro Setor  (Organizações não Governamentais). Há ainda o considerado Quarto Setor que é a criminalidade e a economia informal. 

Algumas ONG’s que cooperam com o Estado são consideradas entes de cooperação. Terceiro  setor está  fora da  administração pública,  chamados então de entes paraestatais, estão  ao 

lado, mas colaboram com o Estado. Estando fora da Administração são pessoas jurídicas de direito privado e sem fins lucrativos. 

Essas entidades desenvolvem atividades públicas cooperando com o Estado. 

8.1 Serviços Sociais Autônomos 

São os chamados de Sistema “S” – SESC, SENAE, SENAC e SEBRAE. Tem  como  finalidade  fomentar  e  apoiar  as  diversas  categorias  profissionais.  Oferece  curso  de 

formação  profissional,  curso  para  empresários,  para  comerciantes.  Atendimento  médico,  odontológico, jurídico; proporciona lazer, entretenimento etc.  

A remuneração do Sistema “S” poderá ser de duas fontes: • 1ª Fonte é o recurso orçamentário. • 2ª Fonte é a parafiscalidade – delegação da capacidade tributária. 

O serviço social autônomo é beneficiário da parafiscalidade, cobranças das contribuições parafiscais. Obs.: Competência  tributária é aptidão para  instituir  tributos dos entes políticos –  indelegável. Capacidade tributária  é  aptidão  para  cobrar  tributos  –  delegável.  A  delegação  da  capacidade  tributária  é  chamada parafiscalidade. 

O serviço social autônomo está sujeito a controle pelo Tribunal de Contas. Como é ente controlado está sujeito à licitação, mas seguirá procedimento simplificado do Sistema “S”. 

• Não tem privilégios tributários • Não tem privilégios processuais • Pessoal empregado do regime privado – celetistas. • Não está no art. 109 e a competência para  julgamento de suas ações será da Justiça Comum 

Estadual. 

8.2 Entidades de Apoio 

(Lei 8.958/94) Essas  entidades  de  apoio  são  Fundações  que  funcionam  dentro  de  uma  Universidade  Pública  ou 

Hospital, mas tem natureza privada.  Estão fora da administração, não tem fins lucrativos. 

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ENTES DE COOPERAÇÃO > Organizações Sociais 

Tem natureza jurídica de fundação privada, associação ou cooperativa constituída por servidores que atuam em Universidades Públicas ou em Hospitais. 

Essas entidades de apoio são criadas com o objetivo de buscar a falta de recurso e poder investir mais. A Fundação existe na própria sede da Universidade, mas serve como um paliativo para a omissão do Estado. Irá desenvolver uma atividade social, mas não prestando o serviço público diretamente, não prestará o serviço de ensino. Essa entidade de apoio não presta os serviços exclusivos do Estado, na verdade ela coopera. 

Essas pessoas (privadas) têm alguns privilégios: • Recebem dotações orçamentárias; • Tem permissão de uso de bem público; • Atua e quem trabalha nela são os próprios servidores públicos da Universidade ou do Hospital; • Não licitam; • Não estão sujeitas ao controle do Tribunal de Contas; 

 A entidade de apoio tem como vínculo jurídico com o Estado um convênio**. Para a doutrina tem controle pelo Tribunal de Contas e deve haver licitação. 

8.3 Organizações Sociais 

(Lei 9.637/98) A organização social  irá receber da Administração a atividade, os bens e os servidores por meio de 

um CONTRATO DE GESTÃO. Essa organização social é uma entidade privada. Nasce de extinção de estruturas da administração pública e com essa extinção há a celebração de um 

contrato de gestão que  cria e  transfere para a organização  social as atividades, os bens e os  servidores da estrutura extinta. 

A pessoa privada (Organização Social) que nasce com a assinatura do contrato de gestão, ou seja, não há  exigência  de  existência  ou  experiência  anterior.  A  gestão  será  feita  pelo  Conselho  de  Administração  ‐ composto por administradores mais particulares. 

O Estado se aproveita dessa história, extingue um órgão e transfere para uma Organização Social que não tem experiência nenhuma naquela atividade. 

As Organizações Sociais: • Recebem recursos orçamentários; • Permissão de uso de bens públicos;  • Cessão de servidores públicos;  • Sujeito a controle do Tribunal de Contas; • Dispensa  de  licitação  para  os  contratos  decorrentes  do  contrato  de  gestão.  Tudo  que  for 

contratar e for decorrente do contrato de gestão não precisará licitar. Na prática todo tipo de contratação se baseia no contrato de gestão para não incorrer em procedimento licitatório. 

 Está sendo discutida a constitucionalidade das organizações sociais na ADI 1923. 

8.4 OSCIP – Organização da Sociedade Civil e Interesse Público 

(Lei 9.790/99) Tem a finalidade de cooperar com o Estado desenvolvendo projetos objetivos e determinados – para 

projetos específicos. São pessoas jurídicas que têm uma experiência anterior, já existe no mercado no ramo de atividade há 

pelo menos um ano. Celebra com o poder público um termo de parceria (vínculo  jurídico) para execução de um projeto determinado. Não presta  serviço público exclusivo. Ex.: desenvolve atividades  sociais, pesquisa, meio ambiente. 

Para  a  doutrina  recebe  recursos  públicos  (apenas  como  pagamento),  mas  não  terá  recursos orçamentários. Não  terá servidor e nem bem público. O Tribunal de Contas deverá controlar e deverá  fazer licitação adotando o sistema simplificado do Sistema “S”.    

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PODERES DA ADMINISTRAÇÃO > Abuso de Poder 

Quarta‐feira,  15  de  setembro  de  2010.  

9 PODERES DA ADMINISTRAÇÃO 

(SEMPRE EM CONCURSO)  Os poderes da administração são instrumentos ou prerrogativas que o Estado tem para perseguição do 

interesse  público.  A  utilização  desses  poderes  é  uma  forma  de  ato  administrativo;  poderes  e  atos  estão intimamente interligados. 

Poderes  da  Administração  é  diferente  de  Poderes  do  Estado.  Poderes  do  Estado  é  o  Executivo, Legislativo e Judiciário – poderes orgânicos ou organizacionais do Estado. 

Características: • Exercício obrigatório. O Poder é de exercício obrigatório, ou  seja, é um poder‐dever. Celso 

Antonio Bandeira de Melo diz que é dever‐poder pois o primeiro é mais importante e deve vir em primeiro lugar. 

• Irrenunciabilidade. O exercício do poder é  irrenunciável, não é possível que o administrador abra mão dessa ferramenta. Justifica‐se pelo fato que o administrador exerce função pública, ou seja, atividade em nome do  interesse do povo e não poderá renunciar a algo que não  lhe pertence. No entanto não significa dizer que sempre deverá punir, sempre condenar, mas sim a  indisponibilidade  da  ferramenta.  A  absolvição  em  processo  administrativo  não  significa portanto,  renúncia dos poderes. A  renúncia de alguma dessas prerrogativas do Estado pode criar entraves para a futura administração o que não é admitido. 

• Limites legais. A autoridade deve ser competente. Para o exercício desse poder os atos devem ser adequados, necessários e proporcionais. Ex.: matar 100 pessoas para conter passeata é desproporcional. 

• Cabe  Responsabilização.  O  administrador  será  responsabilizado  tanto  por  ação  como  por omissão. 

9.1 Abuso de Poder 

Quando o agente extrapola e vai além do que lhe foi permitido. Pode ser excesso de poder ou desvio de finalidade. 

Excesso de Poder é quando a autoridade ultrapassar os limites de sua competência. Ex.: é competente para prender, mas não para surrar. 

Desvio de Finalidade é vício  ideológico, na vontade, é defeito  subjetivo. O defeito da  conduta está com o administrador. O ato é formalmente perfeito, mas a autoridade tem um desvio subjetivo da finalidade do ato. Ex.: cumprimento de mandado de prisão durante o casamento de um desafeto do delegado de polícia. O  desvio  de  finalidade  é  difícil  de  se  comprovar  porque  a  autoridade  consegue  dar  uma  aparência  de legalidade ao ato. 

9.2 Classificação de acordo com o grau de liberdade 

Quanto  ao  grau  de  liberdade  o  poder  pode  ser  vinculado  ou  discricionário. Os  doutrinadores mais modernos  dizem  que  não  é  o  poder  que  é  vinculado  ou  discricionários, mas  sim  os  atos  administrativos praticados no exercício do poder. 

Um poder não será sempre com atos vinculados ou sempre com atos discricionários. Em um mesmo poder se tem atos vinculados e atos discricionários. 

Essa  classificação  era  dada  por  Hely  Lopes  Meireles  e  nas  provas  da  Fundação  Carlos  Chagas  é recorrente. 

Poder  Vinculado  é  poder  que  não  tem  liberdade,  juízo  de  valor,  conveniência  e  oportunidade. Preenchidos os requisitos legais o administrador é obrigado a praticar o ato. Ex.: concessão de aposentadoria – 

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PODERES DA ADMINISTRAÇÃO > Poder Hierárquico ou do Hierarca 

servidor que tem 60 anos de idade e 35 anos de contribuição; licença para dirigir é poder de polícia praticando ato vinculado. 

Poder Discricionário é o poder exercido com  liberdade,  juízo de valor, conveniência e oportunidade, mas dentro dos limites da lei. Praticar fora dos limites da lei o ato será arbitrário, ilegal e não discricionário. No ato discricionário a lei concede uma margem de escolha, a lei traz as opções. É possível também nos casos em que  lei diz a competência para a execução de determinado ato, mas não a forma de exercê‐lo. Em conceitos vagos  e  indeterminados  a  autoridade  terá  que  preencher  o  conteúdo  o  que  acaba  sendo  uma  conduta discricionária. 

O bem público tem uma forma de utilização especial, para tanto é necessária a permissão de uso de bem  público.  Veículos  que  estão  acima  do  peso  e medida  normais  necessitam  de  uma  autorização  para circular. 

9.3 Poder Hierárquico ou do Hierarca 

No exercício do poder hierárquico o administrador irá:  Escalonar, estruturar ou hierarquizar os quadros da administração. Irá constituir e estabelecer a hierarquia; 

Dar ordens significa;  Controle e fiscalização;  Delegação e avocação de competência;  Revisão dos atos praticados pelos subordinados;  Sanção  quanto  a  prática  de  infração  funcional.  O  poder  disciplinar  está  dentro  do  poder hierárquico  e  aplicar  sanção  por  infração  funcional  é  exercício  do  poder  hierárquico  e disciplinar. 

9.4 Poder Disciplinar 

É  consequência  e  decorrente  do  Poder  Hierárquico.  É  a  prerrogativa  que  o  Estado  irá  praticar penalidade em razão da prática de infração. 

O  poder  disciplinar  irá  atingir  aqueles  que  estão  na  intimidade  da  administração  pública,  ou  seja, aquele que está no exercício de uma  função pública – agente público  (todo aquele que exerce uma  função pública). Obs.: não confundir com servidor público que tem abrangência mais restrita.  ‐ O poder disciplinar é discricionário? 

Servidor  público  praticou  infração  funcional.  A  instauração  do  processo  é  ato  vinculado.  A  lei  no Direito Administrativo, diferentemente do Direito Penal, utiliza  conceitos  vagos  e  indeterminados  (conduta escandalosa, ineficiência).  

Ao  determinar  a  infração  funcional  há  conceitos  vagos  e  indeterminados  que  deixam  espaço  para valoração, portanto será o administrador que  irá definir o conteúdo do crime, como: conceito da  ineficiência ou conduta escandalosa. Há, portanto, discricionariedade 

Uma vez definida a infração a aplicação da sanção é conduta vinculada, pois a pena está definida. O  poder  disciplinar  tem  hoje  decisões  vinculadas  e  discricionárias, mas  prevalece  que  é  um  Poder 

Vinculado.  A escolha da sanção a ser aplicada é ato discricionário? A escolha da sanção é um ato vinculado, pois o 

funcionário não poderá se submeter a processo disciplinar sem que saiba as infrações que lhe são imputadas e as penas a que estará sujeito. Haverá discricionariedade quando a norma disciplinar permitir ao aplicador uma margem de manobra quanto ao tamanho da pena. 

9.5 Poder Regulamentar ou Poder Normativo 

Maria Silvia Zanela Di Pietro diz que o correto é poder normativo. 

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PODERES DA ADMINISTRAÇÃO > Poder Regulamentar ou Poder Normativo 

No exercício desse poder o administrador  regulamenta, disciplina complementando a previsão  legal buscando a sua fiel execução. 

A  CF  exige  que  a  administração  deve  fazer  licitação  para  contratar.  A  Lei  10.520/02  instituiu  a modalidade pregão para aquisição de bens e serviços comuns.  ‐ O que são bens e serviços comuns? 

Um ato complementando a Lei 10.520/02 dizendo quais seriam os atos e serviços comuns resolveria a lacuna. Atualmente o Decreto 3555 regulamenta a referida lei dizendo quais são os bens e serviços comuns – complementa a lei buscando a sua fiel execução. 

 É  tráfico  ilícito de entorpecentes comercializar  substâncias proibidas. Um ato no exercício do poder 

regulamenta as espécies de substâncias proibidas.  Atos do poder regulamentar: 

• Regulamentos; • Portarias; • Instruções Normativas; • Regimentos e Resoluções; • Deliberações; 

O mais comum desses atos é o regulamento. 

9.5.1 Regulamento x Decreto Regulamento terá no seu conteúdo uma normatização. Quando o regulamento for divulgado no Diário 

Oficial deve entrar em formato, dentro desse formato será considerado Decreto. Portanto na forma é Decreto e no conteúdo é regulamento, o correto seria Decreto‐Regulamentar. 

Nem  todo Decreto  terá no  seu  conteúdo um  regulamento  como por  exemplo  a nomeação de um servidor é feita por um decreto, o que não será uma normatização.  ‐ Para escolher quanto à segurança do ato a lei ou o regulamento é mais segura? 

A  lei  é  feita  pelo  Congresso  (Câmara  e  Senado)  com  ampla  representatividade  popular  pois  tem integrantes de  todas as classes  sociais. O  regulamento é  feito pelo Presidente da República. Com certeza o Congresso Nacional tem representatividade muito maior do que o Presidente da República. 

Quanto ao processo de elaboração o processo  legislativo é  rigoroso, mas o processo para  fazer um regulamento é feito somente pelo Presidente, sem necessidade de processo. 

No direito comparado e também no Brasil existem dois tipos de regulamento: decreto regulamentar executivo e o decreto regulamentar autônomo. 

Decreto  Regulamentar  Executivo:  serve  para  complementar  a  previsão  legal  permitindo  a  sua  fiel execução – art. 84, IV da CF31. 

 Decreto Regulamentar Autônomo: exerce o papel da lei: disciplina, normatiza, independentemente de 

lei anterior**. Como  regra, o cargo criado por  lei deverá  ser extinto por  lei, mas  se o cargo estiver vago pode  ser 

extinto por Decreto Regulamentar. Nesse caso o Decreto Regulamentar ocupou o lugar da lei. O fundamento de validade do Decreto Autônomo é a Constituição, pois não há lei entre ambos. Segundo a maioria (STF e doutrina) o decreto regulamentar autônomo é possível a partir da EC 32/01 

que alterou o art. 84, VI CF. Só é possível a utilização do Decreto Autônomo em exceção e expressamente autorizado pela CF. As hipóteses aceitas hoje são as previstas no art. 84, VI da CF. 

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: [...] VI ‐ dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)  a) organização e  funcionamento da administração  federal, quando não  implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)  

                                                            31 Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: [...] IV ‐ sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; 

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PODERES DA ADMINISTRAÇÃO > Poder de Polícia 

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 

Hely  Lopes Meireles dizia que  cabe Decreto Autônomo  sempre quando o  administrador quiser,  faz parte da sua atribuição. Celso Antônio Bandeira de Melo diz que não poderia Decreto Autônomo nunca. 

Há um  alerta  feito por Celso Antônio que é  relevante. Diz ele que o Brasil ainda engatinha no  seu período  democrático  e  a  concessão  de muito  poder  pode  ser  perigoso,  basta  lembrar  o  que  aconteceu recentemente com as Medidas Provisórias. 

Concursos até 2001 não era admitido Decreto Autônomo. 

9.6 Poder de Polícia 

Art. 78 do CTN  

Art.  78.  Considera‐se  PODER  DE  POLÍCIA  atividade  da  administração  pública  que,  limitando  ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder  Público,  à  tranqüilidade  pública  ou  ao  respeito  à  propriedade  e  aos  direitos  individuais  ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 28.12.1966)  Parágrafo único. Considera‐se REGULAR O EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando‐se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. 

No exercício do poder de polícia o poder público  irá restringir,  limitar, frenar a atuação do particular em nome do  interesse público. Deve haver uma compatibilização de  interesses,  irá arrumar os  interesses do Estado e do particular buscando o bem estar social. 

Atinge basicamente dois interesses: liberdade e propriedade. No exercício do poder de polícia o Estado não  irá  retirar um direito do particular, mas  irá definir a 

forma  com que esse direito  será exercido. Não é  cabível  indenização, pois apenas determina a maneira de como será exercido o direito.  ‐ No exercício do poder de polícia o Estado atinge a pessoa do particular? 

Atinge os direitos, as atividades, os bens, mas não diretamente a pessoa do particular. Pelo exercício do Poder de Polícia o Estado poderá cobrar taxa de polícia (espécie tributária), portanto 

constante do CTN. A taxa é um tributo vinculado a uma contraprestação estatal, o que significa dizer que  irá pagar por aquilo que utilizei. 

O valor da taxa de polícia é valor da diligência para o exercício de polícia, o quanto o Estado gastou com a diligência. O mesmo vale para licença para construção. 

• Poder de Polícia pode ser preventivo, evitando um dano maior (ex.: definir a velocidade). • Poder de Polícia pode ser fiscalizador, fiscalizando a rodovia e mercadorias em mercados. • Poder de Polícia pode ser repressivo, aplica pena, sanção. • Poder de Polícia pode ser normativo, quando o poder público normatiza no âmbito do Poder 

de Polícia. Se estiver compatibilizando interesses irá normatizar. Irá praticar também em atos punitivos. 

 ‐ Poder de Polícia é em regra negativo (abstensivo)? 

Verdadeiro, pois traz na sua maioria uma abstenção ou obrigação de não fazer, mas não sempre.  Para caracterizar o Poder de Polícia frente a outros poderes basta analisar que quando no exercício do 

poder de polícia não há uma relação jurídica anterior. O fundamento do exercício do poder de polícia é a chamada supremacia geral – é a atuação do Poder 

público  que  independe  de  relação  jurídica  anterior,  independe  de  vínculo  jurídico  anterior.  Ex.:  controle alfandegário, controle de consumo de bebidas alcoólicas, velocidade nas vias públicas. 

Essa atuação do poder de polícia em atuação em supremacia geral não se confunde com a atuação do Estado no exercício de supremacia especial. A atuação do Estado em Supremacia Especial acontece quando 

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PODERES DA ADMINISTRAÇÃO > Poder de Polícia 

existe vínculo jurídico anterior. Ex.: contrato da coleta de lixo, aluno matriculado na escola e o servidor público que pratica infração funcional. 

9.6.1 Atributos do Poder de Polícia No  exercício  do  Poder  de  Polícia  encontramos  três  atributos.  São  diferentes  dos  atos,  mas  são 

semelhantes: 1. Discricionário em regra. Poderá ocorrer atuação vinculada no poder de polícia. 

1.1. Exceção: Licença é poder de polícia, mas é ato vinculado. Ex.: licença para construir. 2. Autoexecutoriedade: a atuação do Poder de Polícia independe da autorização prévia do Poder Judiciário. 3. Coercibilidade: o poder de polícia é exercido de forma imperativa. Deve cumprir obrigatoriamente o limite 

de velocidade. • Polícia  Administrativa  é  exercício  do  Poder  de  polícia  e  toda  administração  pode.  Por  óbvio  é 

diferente de polícia judiciária que busca a aplicação da  lei penal, contenção do crime e não pode ser exercido por qualquer órgão da administração. 

    

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Sexta‐feira,  17  de  setembro  de  2010.  

9.6.2 Delegação do Poder de Polícia # É possível dar poder polícia a um particular? Não é possível que se dê um poder de polícia a um particular, já que é uma ferramenta poderosa e não pode ser delegada ao particular. 

ADI  1717  (Julgamento  de  Conselho  de  Classe).  Julgada  no  sentido  que  Conselho  de  Classe  tem exercício de poder de polícia e, portanto, não pode ser dado ao particular. 

É possível que se delegue atos instrumentais, atos materiais de polícia. São atos materiais posteriores ao poder de polícia. 

Aplicar a multa de trânsito não é possível que se delegue a empresa pública, mas é possível contratar a empresa para que forneça o radar para fiscalização. 

É possível que se delegue a implosão de edifício de 20 andares construído irregularmente e por meio do poder de polícia a administração determinou a sua demolição. 

10 ATOS DA ADMINISTRAÇÃO 

(matéria muito controvertida)  FATO é um acontecimento do mundo em que vivemos. Quando este fato atinge produz efeitos para o 

mundo jurídico é chamado de fato jurídico. Quando o acontecimento atinge mais especificamente a fatia do direito administrativo é chamado de 

fato administrativo. Ex.1: morreu  alguém  (fato),  extingue‐se  a  sua  personalidade  jurídica,  abrindo  sua  sucessão  (fato  jurídico). Ocupava um cargo na administração pública (fato administrativo). 

ATO  significa  uma manifestação  de  vontade,  quando  esta  atingir  a  órbita  jurídica  é  chamado  ato jurídico.  Quando  essa manifestação  de  vontade  atingir  diretamente  o  direito  administrativo  será  um  ato administrativo. Ex.2: a administração por meio de sua manifestação de vontade (ato) determine a aquisição de um imóvel de particular (ato jurídico) por meio de ato expropriatório (ato administrativo). 

10.1 Atos da administração e atos administrativos 

Não se pode confundir atos da administração com atos administrativos. Ato da administração  são os  atos praticados pela  administração pública.  Esse  ato pode  ter  regime 

público ou um regime privado. Quando  o  ato  praticado  pela  administração  segue  o  regime  público  é  chamando  também  de  atos 

administrativos.  # Existe atos que seguem o regime público e que são praticados fora da administração pública? 

É  o  caso  de  empresa  de  energia  elétrica  que  após  o  prévio  aviso  pode  cortar  a  luz  de  usuários inadimplentes. Esse  corte é ato público  (praticado por  concessionário ou permissionário), pois  refere‐se ao interesse da administração e em razão da continuidade do serviço público. 

  

Atos da Administração  

Públicos 

Atos administrativos 

Concessionários e permissionários 

1. Só atos da administração (adm./privados) 2. Atos  da  administração  +  atos  administrativo (adm/público) Privados 

  3. Ato  administrativo  (não  foi  praticado  pela administração, mas segue o regime público)   1  2  3  

ATOS DA ADMINISTRAÇÃO > Atos da administração e atos administrativos 

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ATOS DA ADMINISTRAÇÃO > Conceito de ato administrativo 

 

10.2 Conceito de ato administrativo 

Ato  é  uma  manifestação  de  vontade  do  Estado  ou  de  quem  o  represente  (concessionárias, permissionárias) que irá criar, modificar ou extinguir direitos para satisfação do interesse público sujeito a um regime jurídico de direito público. 

Ato administrativo é complementar e inferior a previsão legal ‐ não irá substituir a previsão legal. Qualquer ato administrativo é passível de controle do poder  judiciário, desde que  seja um controle 

relativo à legalidade. Hely Lopes Meireles  fazia uma distinção entre atos administrativos em  sentido amplo e em  sentido 

estrito. Para ele o conceito acima é referente ao conceito de ato administrativo em sentido amplo. Para que o ato  fosse em sentido estrito deve  ter duas características que seja unilateral e concreto. 

Dessa lista ele retira os contratos administrativos, atos normativos. 

10.3 Elementos ou requisitos do ato administrativo 

(Há muita divergência e ainda assim cai em concurso)  Os  cinco  (Competência,  Objeto, Motivação,  Forma  e  Finalidade)  elementos  do  ato  administrativo 

decorrem da Lei 4.717/65 (Ação Popular). A previsão na  lei de ação popular é que se trata de uma ação que tem como característica discutir a validade de um ato. 

CABM,  contrário à maioria da doutrina, organiza esse ponto  completamente diferente. Organiza os atos em elementos e pressupostos. 

Elemento é aquilo que está dentro do ato, condição para existência do ato jurídico. A exteriorização da vontade é condição de existência do ato jurídico. 

Há dois pressupostos, mas que não estão no cerne do ato  jurídico, são secundários. Há dois grupos: pressupostos de existência e pressupostos de validade. 

Pressuposto de existência é condição de existência para que o ato administrativo exista. O assunto do ato, por exemplo, é um pressuposto de existência. 

Para  seja  um  ato  válido  deve  ser  existente  e  cumprir  pressuposto  de  validade.  Formalidades específicas é exemplo de pressuposto de validade. 

10.3.1 Competência ou Sujeito (Sujeito competente) A manifestação da vontade, exteriorização do ato é feita pelo agente público (inclui todo aquele que 

exerce  função pública – de  forma  temporária ou permanente,  com ou  sem  remuneração). Ex.: mesário em eleição, jurado, funcionário público etc. 

Não pode ser qualquer agente público. Para a prática do ato administrativo, deve ser o agente público competente. A fonte das regras de competência está na constituição e na lei (maioria). 

Quando a  lei estabelece uma  regra de  competência,  será de exercício obrigatório e, portanto,  será irrenunciável. 

A competência é imodificável pela vontade de administrador. A competência não admite transação. Ainda que a autoridade não exerça, a competência é imprescritível. Prorrogação  de  competência  acontece  na  hipótese  de  competência  relativa  –  julgador  que  era 

incompetente  torna‐se  competente  pela  falta  de  alegação.  No  Direito  Administrativo  a  competência  é improrrogável. 

A competência administrativa é passível de delegação e avocação de competência, autorizada por  lei devidamente justificada (arts. 11 a 15 da Lei 9.784/99). Em algumas circunstâncias a delegação não é possível: 

• Quando a competência for exclusiva (privativa pode se transferida); • Competência para prática de ato normativo; • Decisão em recurso administrativo; 

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ATOS DA ADMINISTRAÇÃO > Elementos ou requisitos do ato administrativo 

10.3.2 Forma do ato administrativo O ato administrativo deve atender à forma prevista em lei. Deve atender às seguintes condições: 

I. Exteriorização da vontade II. Formalidades específicas III. Solenidade das formas 

a. Deve ser praticado por escrito. b. Poderá ser de outra maneira se a lei assim o autorizar, como por exemplo a ordem do 

guarda de trânsito para parar o veículo. c. Contrato Administrativo Verbal (art. 60, §ún. da Lei 8.666/93) diz é nulo e de nenhum 

efeito o contrato verbal, salvo o de pronta entrega, pronto pagamento e até R$ 4 mil, portanto é possível o contrato verbal no Brasil. 

d. Silêncio  Administrativo  é  nada  jurídico.  Só  irá  produzir  efeitos  se  a  lei  assim  o determinar.  Ex.:  aguardar  autorização  do  habite‐se.  A  ausência  de  resposta  da administração  é  passível  de  Mandado  de  Segurança  com  fundamento  no  direito líquido e  certo de petição  (qualquer pedido  tem obrigação de  resposta). O  juiz não pode  substituir  a  autoridade  pública  na  decisão,  irá  fixar  um  prazo  para  que  a administrador  resolva,  sob  pena  de  multa  diária  ou  crime  de  desobediência  por descumprimento. Alguns autores, embora minoritários, a exemplo CABM, entendem que  quando  o  ato  é mera  conferência  de  requisitos  (estritamente  vinculado)  o  juiz poderia decidir. 

IV. Realização  de  processo  administrativo  prévio  é  condição  de  forma  do  ato  administrativo. Segundo  STF  a  exigência  é  fundamental  especialmente  quando  o  ato  atingir  a  órbita  de alguém. A contratação direta em caso de emergência, a conduta praticada pelo administrador será fundamentada e legitimada no processo administrativo. O processo deve ser conforme o modelo  constitucional,  não  pode  ser  feito  de  qualquer  forma,  deve  estar  sujeito  à  ampla defesa e ao contraditório. 

Ex.:  25  defensores  públicos  entraram  em  exercício  e  já  estavam  trabalhando  a  1  anos  e meio.  Após  esse momento descobriu‐se que houve  fraude e a administração  revogou o  concurso. A providência deveria  ter anulado o concurso. Não foi proporcionado às partes que pudessem se defender e a administração, ao final, desistiu de anular o concurso. 

Algumas vezes o processo será feito de forma enxuta, mitigada em razão da urgência, mas ainda assim deverá acontecer. 

 V. Motivação é diferente de motivo. Este é o fato e o fundamento  jurídico que  justificam o ato. 

Motivação significa a correlação lógica entre os elementos do ato administrativo e a previsão legal.  A  motivação  é  como  se  fosse  amarrando  cada  elemento  do  ato  (a  autoridade competente  é  essa,  a  forma  é  essa,  a  motivação  é  essa).  A  motivação  para  os  atos administrativos  é  obrigatória?  Atualmente  a  motivação  para  os  atos  administrativos  é obrigatória. A exoneração ad nutun é uma exceção à obrigatoriedade de motivação. 

Segundo a minoria, a exemplo José dos Santos Carvalho Filho, diz que a motivação é facultativa, será obrigatória em algumas circunstâncias. O art. 93 da CF diz que os atos administrativos praticados pelo Poder Judiciário devem ser motivados. Se a regra fosse a motivação dos atos a Constituição não precisaria dizer que os atos administrativos pelo Poder Judiciário, pois referiu‐se apenas a esse. O art. 50 da Lei 9.784/99 traz uma lista de  atos em que exige  a motivação obrigatória,  se  a  lei diz que nesses  atos  a motivação obrigatória é porque nos demais atos não o é. 

A  jurisprudência  e doutrina majoritária  a motivação  é obrigatória  como  regra.  Essa  corrente utiliza alguns artigos da constituição entre eles o art. 1º da CF dizendo que é garantido aos brasileiros a Cidadania e que o poder emana do povo, portanto  sendo o  administrador o nosso  representante nada mais  justo que motive e  justifique seus atos. Utiliza ainda como  justificativa o art. 5º, XXXIII da CF que garante o direito de informação, além desse, o inciso XXXV que diz lesão ou ameaça de lesão pode ser levada ao Poder Judiciário. Para fazer esse controle como o Pode Judiciário irá fazê‐lo se não souber a motivação. 

O art. 93 da CF diz que os atos administrativos praticados pelo Poder Judiciário devem ser motivados, portanto, se o PJ que pratica atos administrativos no exercício de uma função atípica, secundária tem o dever de motivar, com mais razão ainda teria o administrador que o faz como função típica. 

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ATOS DA ADMINISTRAÇÃO > Elementos ou requisitos do ato administrativo 

Diz ainda que o art. 50 da Lei 9.784/99 apresenta uma lista de atos tão ampla que praticamente todos os atos administrativos estão presentes, seja de forma expressa, implícita ou em desdobramento. 

A motivação deve ser antes ou durante a prática do ato. A motivação posterior não supre o vício do ato. 

10.3.3 Motivo do ato administrativo É o fato e o fundamento jurídico que levam à prática do ato. Ex.1:  passeata  tumultuosa  e  administração  decide  pela  sua  dissolução.  O  ato  administrativo  é  a 

dissolução e a passeata é o motivo do ato. Ex.2: Fechamento de  fábrica poluidora. O ato administrativo é o  fechamento e o motivo é poluição 

ambiental. O motivo deve ser legal, sob pena de comprometer a VALIDADE do ato. Para tanto há três condições: 

I. Deve ser verdadeiro, ter materialidade. II. Ser compatível com a legalidade. Ex.1: Se um servidor é demitido por prática de infração leve, 

o motivo alegado é contrário ao motivo da lei, já que é admitido a pena demissão para quem praticar infração grave. Ex.2: Remoção como forma de penalidade por infração funcional 

III. O motivo apresentado deve ser compatível com o resultado do ato. Ex.1: 3 pessoas requisitam porte  de  arma.  A  administração  concede  porte  para  todos,  embora  um  deles  é  contumaz infrator. É possível que se retire o porte de arma desse. Não poderá, portanto, retirar o porte de arma dos demais em razão da briga causada por aquele que perdeu inicialmente o porte. 

10.3.3.1 Teoria dos motivos determinantes Vincula o administrador aos motivos declarados. Uma vez declarado os motivos o administrador terá 

que obedecer e cumprir. Essa teoria é aplicada também para os atos administrativos que não dependem de motivo.  A  exoneração  “ad  nutum”  é  aquela  que  acontece  para  os  cargos  em  comissão  e  não  precisa  de motivação, pois é de livre nomeação e exoneração. Apesar de não precisar de motivo se ele for declarado ele deverá ser cumprido. 

O  administrador  poderá  mudar  o  motivo  na  hipótese  de  tredestinação  –  mudança  de  motivo permitida e autorizada pelo legislador. Só possível no Brasil na desapropriação quando mantida uma razão de interesse público. 

(VER AULAS DO MAFFINI) Ex.1:  o  administrador  determinou  a  exoneração  dos  servidores  para  racionalização  dos  recursos 

públicos. No dia seguinte imediato contra novos servidores. Não será possível admitir o motivo como legal. Se o motivo é ilegal viola a Teoria dos Motivos Determinantes e não tem como a autoridade cumprir. 

   

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ATOS DA ADMINISTRAÇÃO > Elementos ou requisitos do ato administrativo 

Quarta‐feira,  06  de  outubro  de  2010.  

10.3.4 Objeto do Ato Administrativo Objeto nada mais é do que o resultado prático do nosso ato administrativo, bem da vida esperado pela 

prática do ato. É o ato considerado em si mesmo. Ex.: em uma dissolução de passeata tumultuosa o objeto do ato é a dissolução da passeata. 

O objeto do ato administrativo também é chamado de Efeito Jurídico Imediato. Características do objeto do ato administrativo:  

a. Lícito:  deve  ser  aquele  permitido,  previsto.  O  objeto  tem  que  estar  autorizado  pela  lei. Diferente a licitude do civil. 

b. Possível:  o  objeto  deve  ser  faticamente  possível.  Ex.:  remover  um  servidor  já  falecido, promover servidor já falecido, salvo na carreira militar que é possível ascensão após a morte. 

c. Determinado:  o  objeto  tem  que  ser  determinado,  definido,  claro,  preciso,  no  máximo determinável durante o andamento do ato. 

10.3.5 Finalidade do ato administrativo A finalidade do ato administrativo é sempre uma razão de  interesse público. Todo ato administrativo 

tem como finalidade a proteção, a realização a busca de um interesse público. Se o ato administrativo foge a finalidade deste  interesse público  (praticado com  interesse particular, 

interesse  de  grupo  econômico)  é  considerado  desvio  de  finalidade  (vício  ideológico,  subjetivo,  defeito  na vontade).  # Desvio de finalidade é defeito em qual elemento do ato administrativo? 

É defeito na finalidade, mas um administrador quando pratica um desvio de finalidade normalmente mente, mentindo alegará motivo falso, causando, portanto, defeito no motivo do ato administrativo praticado. Em primeiro plano provoca um defeito na finalidade e em segundo, defeito na motivação do ato. 

 Ex.1: Ato administrativo de fechamento de fábrica poluente. 

Motivo: poluição Objeto: fechamento Finalidade: proteger o meio ambiente, salubridade (interesse público)  

Ex.2: Dissolução de passeata tumultuosa. Motivo: tumulto Objeto: dissolução Finalidade: trânsito, segurança, proteção dos bens públicos 

10.3.6 Vinculação e Discricionariedade Ato vinculado, conduta vinculada, é a decisão que o administrador não tem  liberdade, não tem juízo 

de valor, não tem conveniência e oportunidade. Preenchidos os requisitos legais a autoridade tem que praticar o ato. Ex.: concessão de aposentadoria, licença para dirigir, licença para construir. 

Ato  discricionário,  conduta  discricionária,  discricionariedade  é  aquele  que  tem  liberdade,  juízo  de valor, conveniência e oportunidade. Liberdade nos  limites da  lei, conveniência e oportunidade nos  limites da lei,  juízo de valor nos  limites da  lei. Ex.: permissão de uso de bem público, autorização para veículos fora de espessura e peso, autorização do porte de arma. 

 Ex.1: ato de concessão de aposentadoria (60 anos de idade, 35 anos de contribuição).  

  ATO DO  VINCULA ATO DISCRICIONÁRIO Competência  Vinculado Vinculado Forma  Vinculado Vinculado Motivo  Vinculado Di ioscricionár  Objeto  Vinculado Di ioscricionár  Finalidade  Vinculado Vinculado 

 

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Se o ato é vinculado todos os seus elementos serão vinculados. Decidir  o  motivo  do  ato  discricionário  é  ato  discricionário,  assim  como  o  objeto  nos  atos 

administrativos discricionários.  Discricionariedade é igual a liberdade, conveniência e oportunidade. Essa liberdade é o que se chama 

de mérito do ato administrativo.  # Mérito é o objeto e o motivo do ato administrativo discricionário? 

O mérito está no objeto e no motivo do ato discricionário, mas não é  igual ao motivo e ao objeto. O mérito é liberdade, conveniência e oportunidade, juízo de valor, mas não significa que seja o motivo e o objeto do ato administrativo. O mérito se localiza no motivo e no objeto do ato discricionário, pois motivo é o fato e o fundamento jurídico e objeto do ato é resultado prático.  # O Poder Judiciário pode rever ato administrativo? 

Poderá controlar, rever, qualquer ato administrativo, seja ele vinculado ou discricionário. Poderá rever de  forma  limitada, mas  somente no que  tange  à  legalidade  (em  sentido  amplo  –  leis  + princípios  e  regras constitucionais).  O  poder  judiciário  não  poderá  rever  o  mérito  do  ato  administrativo,  a  liberdade  do administrador. 

O poder judiciário poderá rever tanto ato vinculado como discricionário.  # Poder judiciário poderá rever o motivo e o objeto do ato discricionário? 

O motivo  e  o  objeto  do  ato  discricionário  poderão  ser  revistos  pelo  Poder  Judiciário,  pois  não  se confunde com o mérito. Ele poderá fazer o controle de legalidade do motivo e do objeto do ato administrativo discricionário.  Como  poderia  o  juiz  ficar  impedido  de  rever  o motivo  de  um  ato  sendo  ele  falso?  Poderá sempre rever o motivo e o objeto no que tange o controle de legalidade. 

 Celso Antonio Bandeira de Melo observa que forma e finalidade são realmente elementos vinculados, 

mas que excepcionalmente quando a  lei der alternativas, esses elementos podem ser discricionários (art. 62, Lei 8.666/93). 

 Art. 62. O  instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e  inexigibilidades  cujos  preços  estejam  compreendidos  nos limites destas duas modalidades de  licitação, e  facultativo nos demais em que a Administração puder  substituí‐lo por outros instrumentos  hábeis,  tais  como  carta‐contrato,  nota  de empenho  de  despesa,  autorização  de  compra  ou  ordem  de execução de serviço.  

ATOS DA ADMINISTRAÇÃO > Atributos ou Características dos Atos Administrativos 

§ 1º A minuta do futuro contrato  integrará sempre o edital ou ato convocatório da licitação. § 2º  Em  "carta  contrato",  "nota  de  empenho  de  despesa", "autorização de compra",  "ordem de execução de  serviço" ou outros  instrumentos  hábeis  aplica‐se,  no  que  couber,  o 

disposto no art. 55 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 3º  Aplica‐se  o  disposto  nos  arts.  55  e  58  a  61  desta  Lei  e demais normas gerais, no que couber: I ‐ aos  contratos  de  seguro,  de  financiamento,  de  locação  em que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de direito privado; II ‐ aos  contratos  em  que  a  Administração  for  parte  como usuária de serviço público. § 4º  É  dispensável  o  "termo  de  contrato"  e  facultada  a substituição prevista neste artigo, a critério da Administração e independentemente  de  seu  valor,  nos  casos  de  compra  com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica. 

 

10.4 Atributos ou Características dos Atos Administrativos 

10.4.1 Presunção de Legalidade Os  atos  administrativos  gozam  de  presunção  de  legitimidade  de  onde  se  entende  a  presunção  de 

legalidade e presunção de veracidade. Até que  se prove o  contrário  são  legítimos  (obedecem às  regras morais),  legais  (obedecem à  lei) e 

verdadeiros (correspondem à verdade). Para os atos administrativos é uma presunção relativa (“Iuris tantum”) pode ser contestada, pode ser 

discutida.  # A quem cabe o ônus da prova? 

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ATOS DA ADMINISTRAÇÃO > Atributos ou Características dos Atos Administrativos 

Normalmente  quem  irá  contestar  é  o  administrado,  cabendo  a  este  a  prova.  Não  é  regra,  mas geralmente  é  o  administrado.  Caberá,  no  entanto,  o  ônus  da  prova  a  quem  alega  independentemente  de quem está contestando. 

Ex.:  lei  que  institui  novo  imposto.  Quando  legislador  publica  uma  lei,  ela  goza  da  presunção  de constitucionalidade. A consequência prática é a aplicação imediata da lei até que não consiga uma decisão em sentido contrário.  

A presunção de legalidade proporciona a aplicação imediata do ato, devendo desde já obedecê‐lo. 

10.4.2 Autoexecutoriedade Assunto divergente na doutrina. A posição adotada é da maioria. A autoexecutoriedade se subdivide em dois enfoques: exigibilidade e executoriedade. 

10.4.2.1 Exigibilidade Significa o poder que tem a administração de DECIDIR sem a presença do judiciário. Ex.: decido fechar 

a fábrica, dissolver a passeata. É um meio de coerção indireta. Todo ato administrativo tem exigibilidade. 

10.4.2.2 Executoriedade É efetivamente executar o que  foi decidido. É meio de coerção direto. O ato só tem executoriedade 

nas situações urgentes e nas situações expressamente previstas em lei.  

# Poder público determina pela desocupação da área. A população desobedece poderá então o administrador determinar a desocupação forçada.  

# Todo ato administrativo goza de autoexecutoriedade? Não,  nem  todo  ato  administrativo  tem  a  autoexecutoriedade.  São  necessários  os  dois  enfoques: 

exigibilidade  e  executoriedade.  Embora  todo  ato  tenha  exigibilidade,  nem  todo  ato  tem  executoriedade, portanto a falta de um não proporciona que todos os atos seja autoexecutáveis. 

A autoexeutoriedade não afasta a presença do Poder Judiciário. A autoexecutoriedade não  tem nada a  ver  com o  formalismo do ato. As exigências de  formalidade 

continuam presentes. 

10.4.3 Coercibilidade ou Imperatividade Os atos administrativos são obrigatórios, coercitivos, imperativos. 

#Todo ato administrativo tem essa imperatividade?  Nem  todo  ato  tem.  Só  há  imperatividade  quando  o  ato  traz  em  seu  conteúdo  um  dever,  uma 

obrigação. Ex.:  requisição  de  certidão  na  fazenda  –  essa  certidão  é  imperativa  para  quem?  Qual  a 

obrigatoriedade? Se não tiver essas características, não terão esse atributo de imperatividade e coercibilidade. O mesmo vale para atestados, são atos enunciativos. 

10.4.4 Tipicidade Foi definido inicialmente por Maria Silvia Zanela di Pietro. Cada ato terá um conteúdo determinado e aplicação determinada. Não é possível usar a remoção para punir o servidor. Se o ato serve para punir não deverá ser utilizado 

para outra coisa. Se o ato serve para remover não poderá ser utilizado para outra coisa.  

Para Celso Antônio Bandeira de Mello 

Para a maior parte da doutrina 

ELEMENTOS Exteriorização da vontade  FORMA 

Conteúdo (é a decisão)  OBJETO 

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ATOS DA ADMINISTRAÇÃO > Perfeição, validade e eficácia do ato administrativo 

PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA

Objeto (é o assunto sobre o que o ato dispõe) 

OBJETO 

Pertinência do ato ao exercício da função administrativa 

‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 

PRESSUPOSTOS DE VALIDADE

Pressuposto subjetivo – sujeito (o produtor do ato) 

SUJEITO COMPETENTE 

Pressuposto  objetivo  –  motivo (fato  que  autoriza  ou  exige  a prática do ato) 

MOTIVO 

Pressuposto objetivo –  requisitos procedimentais  (procedimento administrativo  que  antecede  o ato) 

FORMA 

Pressuposto  teleológico  – finalidade 

FINALIDADE 

Pressuposto  lógico  –  causa  (é  o vínculo  de  pertinência  entre  o motivo e o conteúdo) 

MOTIVO 

Pressuposto  formalístico  – formalização  (formalidade específica para a prática do ato) 

FORMA 

10.5 Perfeição, validade e eficácia do ato administrativo 

Não será estudado com a mesma profundidade que se tem no Direito Civil. 

1. Perfeição 

Ato perfeito é aquele que cumpre a  trajetória, o ciclo de  formação. Ato administrativo perfeito não significa dizer que não tem defeito. 

Ex.: nomeação de dirigente de agência reguladora (escolha do Senado e nomeação pelo Presidente). Ato administrativo válido é aquele que obedece os requisitos legais. 

2. Eficaz 

Eficaz é o ato que está pronto para produzir efeitos. O ato perfeito não se mexe. A validade e a eficácia podem ser alterados. 

3. Válido 

Para ser válida um contrato de  licitação, por exemplo, o ato deve ser publicizado. É um requisito de validade. 

• O ato administrativo pode ser perfeito, válido mas  ineficaz. Ex.: Princípio da Publicidade dos atos administrativos é condição de eficácia do ato – art. 61, §ún. da lei 8666. 

• Ato administrativo pode ser perfeito,  inválido e eficaz? O ato de  licitação é feito com fraude, porém  é  consumado  e  publicado  trazendo  efeitos.  Será  eficaz  até  a  sua  declaração  de invalidade. 

• Ato perfeito, inválido e ineficaz. A administração faz uma contratação direta quando é caso de licitação. Para  completar, a administração não publica. O  contrato  será  inválido porque não atingiu os requisitos legais e ineficaz por não ser publicado. 

 **VIDE MATERIAL DO TCU – Cartilha da Corrupção. 

 PERFEITO  VÁLIDO  EFICAZ 

(Ciclo de formação)  (Legal)  (Publicação) Perfeito  Válido  Ineficaz Perfeito  Inválido  Eficaz 

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ATOS DA ADMINISTRAÇÃO > Classificação dos atos administrativos 

Perfeito  Inválido  Ineficaz  

Há para o ato administrativo dois tipos de efeitos: • Efeito típico: é o esperado, desejado para a prática de um ato, efeito principal. Efeito típico da demissão 

do servidor é a demissão, desapropriação de um imóvel (é aquisição do bem). • Efeito  atípico:  é  um  efeito  secundário,  efeito  que  não  é  o  principal.  Ex.:  o  Estado  busca  desapropriar 

imóvel  de  José. Maria  reside  no  imóvel  e  com  o  proprietário  tem  um  contrato  de  locação. O  Estado adquirindo a propriedade atinge diretamente  José e  indiretamente acaba atingindo Maria, embora não fosse o ato buscado pelo Estado. 

o Efeito atípico reflexo: acontece quando o ato administrativo atinge terceiros estranhos a esse ato. Ex.: em uma desapropriação o locatário do imóvel será atingido por esse ato. 

o Efeito  atípico  preliminar:  vem  antes  do  aperfeiçoamento  do  ato.  Esse  é  o  chamado  efeito prodrômico.  Esse  efeito  está  presente  nos  atos  administrativos  que  dependem  de  duas manifestações de vontade para o seu aperfeiçoamento. Tal efeito se caracteriza com o dever de a segunda autoridade se manifestar quando a primeira já o fez. Esta obrigação representa um efeito secundário do ato e aparece antes do se aperfeiçoamento. Ex.: nomeação de dirigente de agências reguladoras que exigem duas manifestações. Esse efeito estará presente nos atos  compostos e atos complexos. A segunda manifestação de vontade é obrigada a cumprir o seu papel, cria‐se um dever. 

10.6 Classificação dos atos administrativos 

10.6.1 Quanto aos destinatários Podem ser subdivididos em dois grupos: 

 1 Atos Gerais: é aquele que atinge a coletividade como um todo. É aplicável erga omnes, atingindo a todos 

que estiverem na mesma situação. Ex.: velocidade nas rodovias, horário de funcionamento de repartições públicas. 

2 Atos Individuais: é aquele ato que tem destinatário determinado. Subdivide‐se em duas categorias: a. Singular: quando há um destinatário. Ex.: ato de nomeação. b. Plúrimo: quando há vários destinatários. 

10.6.2 Quanto ao alcance dos atos O ato administrativo pode ser:  

1 Interno: produz efeitos dentro da administração. Ex.: todos os atos devem ser escritos com caneta preta – padronização de atos. 

2 Externo: é aquele que produz efeitos para  fora da administração pública. O ato externo produz efeitos internamente também. Ex.: horário de funcionamento de órgão público. 

10.6.3 Quanto ao grau de liberdade 1 Ato vinculado: 2 Ato discricionário: 

10.6.4 Quanto à formação 1 Simples:  é  aquele  que  se  aperfeiçoa  e  se  torna  perfeito  e  acabado  com  uma  única manifestação  de 

vontade. 2 Compostos: é aquele ato que depende de duas manifestações de vontade do mesmo órgão. Acontecem 

dentro de um mesmo órgão. A primeira manifestação é a principal e a segunda é a secundária. Ex.: atos que dependem de visto, autorização, ratificação da autoridade superior. Ocorre muito em Procuradorias. 

3 Complexos: duas manifestações de vontade em órgãos distintos sendo que as duas estão em patamar de igualdade. Ex.: nomeação de dirigente de agência reguladora, nomeação de Ministros do STF. 

Existe muita divergência quanto a esse ponto.  

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ATOS DA ADMINISTRAÇÃO > Classificação dos atos administrativos 

   

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ATOS DA ADMINISTRAÇÃO > Extinção de ato administrativo 

Sexta‐feira,  08  de  outubro  de  2010.  

10.7 Extinção de ato administrativo 

(MATÉRIA RECORRENTE EM CONCURSOS DE PROCURADOR DA REPÚBLICA – muito divergente) 

10.7.1 Cumprimento dos efeitos Essa é a forma mais comum e desejada da extinção do ato administrativo, é o caminho normal, o ato 

extingue‐se quando atinge o seu objeto. O ato será extinto com o cumprimento do seu efeito, cumpriu seus objetivos. 

Ex.: contrato de construção de obra, no término da construção o ato será extinto. 

10.7.2 Desaparecimento 

10.7.2.1 Desaparecimento do sujeito Ex.: contratar a restauração com pessoa e no decorrer do trabalho o sujeito falece. 

10.7.2.2 Desaparecimento do objeto Os Terrenos de Marinha é a margem do mar territorial da costa brasileira e corresponde a 33 metros 

calculada da media da maré alta e baixa pra dentro do continente. Essa demarcação não é feita todos os anos, ao contrário, foi feita em 1850.  

Os  terrenos  de marinha  na  sua maioria  são  utilizados  pelos  particulares  pelo  regime  da  enfiteuse (instituto presente no Código Civil anterior). A enfiteuse que existia sobre terreno de marinha que foi engolido por invasão da água, é uma forma de extinção do ato administrativo por perda do objeto. 

10.7.3 Renúncia Quando o próprio titular abre mão do direito, renuncia. 

10.7.4 Ação do Poder Público As  hipóteses mais  comuns  de  extinção  dos  atos  decorrem  de  ação  da  própria  Administração.  Na 

conduta do poder público há 5 hipóteses de retirada dos atos administrativos. 

10.7.4.1 Cassação O Poder Público retira o ato administrativo quando o particular descumpre as condições  inicialmente 

impostas para aquela situação. Ex.: autorização para abrir hotel e com o passar do tempo passa a ser um motel. 

10.7.4.2 Caducidade É  a  retirada  de  um  ato  administrativo  pela  superveniência  de  uma  norma  jurídica  que  é  com  ele 

incompatível. Ex.:  Plano  Diretor  que  determina  que  em  terreno  baldio,  onde  em  uma  determinada  época  se 

instalavam circos e parques, transpassará uma rua fazendo com que se torne  incompatível o uso do terreno com a anterior finalidade de entretenimento. 

10.7.4.3 Contraposição É a prática de dois atos administrativos que decorrem de competências e objetivos diferentes, sendo 

que o segundo elimina os efeitos do primeiro. Ex.: servidor que foi nomeado para cargo público, tomou posse e entrou em exercício. Pratica infração 

e é demitido do serviço. Com o ato demissão, o ato de nomeação será extinto porque foi praticado um novo ato que é com este incompatível. O segundo ato acaba produzindo efeitos impedindo que o primeiro continue impedido 

10.7.4.4 Anulação Serve para a  retirada de um ato que é  ilegal. Um novo ato que  irá  retirar um ato anterior que não 

cumpria com a legalidade. O segundo ato é um novo ato que busca extinguir o primeiro ato. 

 

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ATOS DA ADMINISTRAÇÃO > Extinção de ato administrativo 

# Esse novo ato deverá atender os requisitos do ato? Sendo mais um ato, deverá atender a todos os requisitos do ato administrativo.  A administração deve anular ato administrativo. 

 # Se o Poder Judiciário pratica um ato administrativo no exercício de sua função atípica, sendo esse ato ilegal, o Poder Judiciário poderá anular esse mesmo ato? 

Se  o  Poder  Judiciário  está  revendo  os  seus  próprios  atos  administrativos,  será  um  controle administrativo e poderá ser revisto da mesma forma que a administração revê os seus. 

 O  Poder  Judiciário  poderá  rever  os  atos  dos  outros  poderes  que  será  um  controle  judicial  de 

legalidade.  # Quanto tempo a administração tem de rever os seus próprios atos? 

Sempre que o ato a ser anulado causar benefícios a alguém, a administração tem o prazo de 5 anos para revê‐lo (art. 54 da Lei 9.784/99). 

Existia uma orientação no Brasil que o Judiciário poderia rever o ato ilegal a qualquer tempo. A partir do ano de 2009, tanto o STJ como o STF, começaram a adotar o mesmo prazo de 5 anos previsto no art. 54 como limite para rever os atos administrativos ilegais. 

Não há  lei prevendo que o  Judiciário não possa  rever em  tempo posterior, o que acontece é que a partir das decisões desses tribunais está se limitando o prazo de 5 anos para o Judiciário. 

O  art. 54 usa decadência e não prescrição. As doutrinas manifestam‐se no  sentido de um  caso  ser prescrição, mas por não terem aprofundado o assunto é melhor seguir a redação do artigo e a jurisprudência que chamam de decadência. 

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para  os  destinatários  decai  em  cinco  anos,  contados  da  data  em  que  foram  praticados,  salvo comprovada má‐fé. § 1º No  caso de efeitos patrimoniais  contínuos, o prazo de decadência  contar‐se‐á da percepção do primeiro pagamento. §  2º  Considera‐se  exercício  do  direito  de  anular  qualquer medida  de  autoridade  administrativa  que importe impugnação à validade do ato. 

A maioria da doutrina e jurisprudência diz que a anulação produz efeitos “ex tunc” ‐ retira o ato ilegal desde a sua origem. 

 Tem um posicionamento do CABM que diverge, mas está começando a ser adotado na jurisprudência. A  concessão  de  uma  gratificação,  requerida  por  se  entender  que  foram  preenchidos  os  requisitos 

exigidos,  é um  ato  ampliativo  ‐  já que  amplia direitos. Ao descobrir‐se, posteriormente, que  a pessoa não cumpria exatamente com os requisitos exigido, o ato será anulado por ilegalidade. Conforme o entendimento de Celso Antônio, esse ato que anula ato ampliativo deve ter efeitos “ex nunc”, produzindo efeitos a partir da sua declaração. Com  isso, faria com que o servidor apenas deixasse de receber a gratificação a partir da sua declaração de  ilegalidade,  efeitos da declaração  “ex nunc”. Caso  contrário,  ao  se  adotar o posicionamento tradicional, o servidor deverá ressarcir a Administração com os valores que recebeu durante a existência do ato  ilegal  já que a anulação produziria efeitos “ex tunc”, embora tenha ele agido de boa‐fé na requisição da gratificação. 

Utilizando o mesmo  caso, porém o pedido  inicial é  indeferido,  restringindo direitos. Ao observar‐se posteriormente que o ato de indeferimento foi ilegal, sendo portanto anulado, fazendo com que se produzisse um ato ampliativo. Como o ato de anulação traz mais benefícios (ato ampliativo), deverá produzir efeitos “ex tunc”. 

CONCLUINDO:  se  o  ato  de  anulação  causar  prejuízos  deve  produzir  efeitos  daquele momento  em diante, trazendo benefícios retroage desde o início. Desde que em nenhum momento tenha havido má‐fé. 

10.7.4.5 Revogação A revogação acontece quando o ato não é mais conveniente e oportuno. É análise de conveniência. O 

juízo de valor é feito pela administração, portanto, poderá revogar o ato. 

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LICITAÇÃO > Extinção de ato administrativo 

O Poder  Judiciário poderá  revogar os seus atos em controle administrativo. Não poderá  revogar em sede controle judicial. 

Terá efeitos “ex nunc”. Não há prazo para revogação, poderá ser inconveniente a qualquer momento, não tem limite temporal. 

O ato de revogação terá alguns limites materiais para revogação, que são limites de conteúdo. Não há um rol taxativo, não lista em lei ou coisa assim, são somente exemplos. 

1. Ato vinculado não é possível, pois em nenhum momento há análise de conveniência. Não há juízo de valor. 

2. Ato que provoca direito adquirido. 3. Ato que não está mais na sua órbita de competência. 4. Em ato que já exauriu seus efeitos.  Se o ato administrativo tiver um vício sanável, ou seja, vício que estiver na competência e na forma. 

Vício que pode ser sanável, não significa dizer que todo vício de competência ou de forma seja sanável. Se o vício é sanável, o ato é anulável, e, portanto, é passível de conserto, é possível a convalidação. Se o vício é insanável, o ato é nulo, e, portanto, cabível somente a anulação.  Se o ato for de mera irregularidade, o ato é válido, não está comprometido. Além da convalidação há outro instituto para tentativa de sanar o ato que é o conversão/sanatória.  Conversão ou sanatória é a transformação de um ato solene, que não preenchia os requisitos, em um 

ato  mais  simples  em  que  os  requisitos  são  observados.  A  ideia  é  salvar  o  que  já  foi  realizado  pela Administração Pública. 

Ex.: concessão de serviço público é uma forma de descentralização do servido em que há transferência do serviço para o particular, para isso exige‐se uma autorização legislativa. Faltando a autorização legislativa é um ato solene que não preenche os requisitos, deve se fazer a conversão. A permissão de serviço público é um ato mais simples, que não depende de autorização  legislativa, então  já que não é possível a concessão pois falta autorização legislativa, transforma a concessão em uma permissão. 

A permissão é um ato mais simples que não depende da autorização legislativa. Se o vício não é sanável a saída é a anulação. Entretanto em algumas situações essa anulação causará 

mais prejuízos do que a convalidação. A administração tem o dever de  legalidade, mas se a anulação causar mais prejuízos do que  a manutenção do  ato  a  administração deverá  avaliar, pois o princípio da  legalidade existe mas não é o único e deverá ser ponderado frente aos demais princípios. 

O  dever  de  legalidade  pode  ficar mitigado  frente  a  outros  princípios  que  sejam mais  importantes: segurança jurídica, boa‐fé. 

A manutenção desse ato é chamada de estabilização dos efeitos dos atos administrativos.  Convalidação é usado para corrigir o que não é  legal, o ato não será  legalizado então é chamado de 

estabilização. Exemplo: em 1989 12 servidores ingressam na Administração Pública sem concurso público, sendo que 

a CF em 1988 exigia que para o ingresso no serviço público deveria ser por meio de concurso público. Em 2009 o STJ decidiu, na análise do caso, dizendo que não é possível 20 anos depois anular o ato pois isso provocaria mais insegurança jurídica do que os benefícios que possam vir a ser atingidos pelo cumprimento do Princípio da Legalidade. 

O Judiciário vem utilizando o mesmo prazo de 5 anos para aplicar a segurança jurídica para determinar a estabilização dos atos. 

 (VIDE site Marinela – material de apoio – artigo de Jacinto sobre atos ilegais) 

11 LICITAÇÃO 

A  leitura da  lei é essencial, embora  seja muito desorganizada. Nas aulas a matéria  será organizada conforme os atos e deverá ser acompanhada com a leitura da lei. 

 

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É um processo  administrativo,  assim  como um processo de  trânsito, disciplinar  etc.  É um processo administrativo através do qual a administração irá escolher a proposta mais vantajosa para o interesse público e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável (incluída pela Lei 12.349/10). 

Art. 3º A licitação destina‐se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da  proposta  mais  vantajosa  para  a  administração  e  a  promoção  do  desenvolvimento  nacional sustentável  e  será  processada  e  julgada  em  estrita  conformidade  com  os  princípios  básicos  da legalidade,  da  impessoalidade,  da  moralidade,  da  igualdade,  da  publicidade,  da  probidade administrativa, da vinculação ao  instrumento convocatório, do  julgamento objetivo e dos que  lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) 

Tem por objetivo escolher a melhor proposta, independentemente de ser somente a de menor valor. Busca dar a  chance de que qualquer um que preencha os  requisitos do edital  seja  contratado pelo 

Poder Público. A licitação é uma aplicação do Princípio da Impessoalidade. 

11.1 Sujeitos 

Estão sujeitos à licitação todos os que estiverem no art. 1º, §único da Lei 8.666/93. 

Art. 1º  ‐  Esta  Lei estabelece normas gerais  sobre  licitações e  contratos administrativos pertinentes a obras,  serviços,  inclusive  de  publicidade,  compras,  alienações  e  locações  no  âmbito  dos  Poderes  da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Parágrafo único.  Subordinam‐se  ao  regime  desta  Lei,  além  dos  órgãos  da  administração  direta,  os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou  indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 

Administração Direita: entes públicos Administração  Indireta:  autarquias,  fundação  pública,  empresa  pública  e  sociedade  de  economia 

mista. Fundos  Especiais:  pode  ser  tanto  um  órgão  da  administração  direta  ‐  fundo  especial  que  buscará 

recursos e cumprir uma finalidade específica, como também poderá ser também um fundo criado por meio de uma fundação pública, que a lei irá determinar as condições. 

Entes  controlados  direta  ou  indiretamente  pelo  Poder  Público: OSCIP’s,  serviço  social  autônomo, entes de  cooperação,  terceiro  setor. O  serviço  social autônomo  (Sistema  S)  segue a  licitação, mas  terá um procedimento simplificado. 

11.2 Princípios da Licitação 

A  administração  pública  está  sujeita  a  todos  os  princípios  administrativos  vistos  até  agora.  São princípios  do  Direito  Administrativo:  Legalidade,  Impessoalidade,  Moralidade,  Publicidade,  Eficiência, Proporcionalidade, Isonomia etc. Quanto à licitação serão abordados princípios que lhe são específicos. 

11.2.1 Princípio de vinculação ao instrumento convocatório É a vinculação ao edital. Em  licitação o edital é a  lei do procedimento. Sendo assim,  tudo o que  for 

importante para a licitação deve estar no edital. O administrador não pode exigir nem mais nem menos do que está previsto no edital. Ao publicar um edital exigindo de uma empresa construtora o aval de 5 engenheiros para acompanhar 

as  obras,  e  posteriormente  percebendo  que  as  empresas  não  atenderiam  a  esse  requisito  não  poderá conceber que em vista do  interesse público, as empresas concorram mesmo sem atender o estabelecido no edital. Deverá refazer o edital e republicá‐lo. 

11.2.2 Princípio do Julgamento Objetivo Definir de forma clara e precisa o que o licitante precisa fazer para ganhar, qual o critério de seleção. 

Qual o critério que será utilizado, o tipo da licitação etc. Tipo é o critério de licitação: preço, técnica, técnica mais preço. Estão no art. 45. 

LICITAÇÃO > Sujeitos 

 

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Art. 45.  O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de  licitação ou o responsável pelo convite realizá‐lo em  conformidade  com  os  tipos  de  licitação,  os  critérios previamente  estabelecidos  no  ato  convocatório  e  de  acordo com  os  fatores  exclusivamente  nele  referidos,  de maneira  a possibilitar  sua  aferição  pelos  licitantes  e  pelos  órgãos  de controle. § 1o  Para  os  efeitos  deste  artigo,  constituem  tipos  de licitação, exceto na modalidade concurso: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 

LICITAÇÃO > Princípios da Licitação 

I ‐ a  de  menor  preço ‐ quando  o  critério  de  seleção  da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;  II ‐ a de melhor técnica; III ‐ a de técnica e preço. IV ‐ a de maior lance ou oferta ‐ nos casos de alienção de bens ou concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) § 2o  No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido  o  disposto  no  § 2o  do  art.  3o  desta  Lei,  a 

classificação  se  fará,  obrigatoriamente,  por  sorteio,  em  ato público,  para  o  qual  todos  os  licitantes  serão  convocados, vedado qualquer outro processo. § 3o  No  caso  da  licitação  do  tipo  "menor  preço",  entre  os licitantes considerados qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos preços propostos, prevalecendo, no caso de  empate,  exclusivamente  o  critério  previsto  no  parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 4o  Para  contratação  de  bens  e  serviços  de  informática,  a administração observará o disposto no art. 3o da Lei no 8.248, de  23  de  outubro  de  1991,  levando  em  conta  os  fatores especificados  em  seu  parágrafo  2o  e  adotando obrigatoriamento  o  tipo  de  licitação  "técnica  e  preço", permitido  o  emprego  de  outro  tipo  de  licitação  nos  casos indicados em decreto do Poder Executivo. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 5o  É  vedada  a  utilização  de  outros  tipos  de  licitação  não previstos neste artigo.  § 6o  Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas tantas  propostas  quantas  necessárias  até  que  se  atinja  a quantidade  demandada  na  licitação.   (Incluído  pela  Lei  nº 9.648, de 1998) 

 O  administrador  não  pode  levar  em  consideração  na  escolha  da  proposta  elementos  estranhos  ao 

edital. Não poderá considerar por exemplo: a vantagem de  fazer o pagamento parcelado ao particular, que tenha entrega diferenciada, ou melhor qualidade. Tudo deve estar previsto no edital. 

11.2.3 Procedimento formal O procedimento de licitação é um procedimento que tem muitas formalidades e o administrador não 

poderá fugir delas. Deverá cumpri‐las todas. Não  poderá,  portanto,  criar  uma  nova modalidade,  criar  novo  procedimento,  inventar  uma  nova 

etapa, juntar duas modalidades em uma. A  formalidade deve  ser  respeitada, mas  formalidade por mera  formalidade não. Não poderá haver 

exageros. A Formalidade deve ser respeitada, mas se o seu não cumprimento não causar danos ou prejuízos não 

irá comprometer a validade do processo. Ex.: em um caso a administração exigiu que as propostas deveriam ser entregues em envelope pardo 

de determinado  tamanho. Ao não encontrar especificamente esse envelope nas papelarias um concorrente entregou  a  proposta  em  outro.  O  administrador  rechaçou  a  proposta,  dizendo  que  o  concorrente  não preencheu os requisitos de edital. Em decisão do STJ, entendeu‐se que se tratava de mero requisito formal e que não traria prejuízos ao interesse público.  

11.2.4 Princípio de sigilo de proposta Proposta de licitação é sigilosa até o momento de sua abertura em seção pública. Os envelopes com as 

propostas sigilosas devem estar lacrados e só podem ser abertos em seção pública. Fraudar  o  sigilo  de  proposta  representa  crime  na  licitação  e  também  improbidade  administrativa 

punível pela lei 8.429/92.  

   

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Quarta‐feira,  10  de  novembro  de  2010.  

11.3 Competência legislativa para Licitação e Contratos 

Art. 22, XXVII – compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de licitações e contratos. São leis elaboradas pela União: 

• Lei 8.666/93 • Lei 8.987/95 (Lei de contratos – contratos de concessão e permissão) • Lei 10.520/02 (Lei do Pregão) • Lei 11.079/04 (Parcerias Público‐Privadas) 

Nos casos em que a União é a competente para legislar sobre norma geral, sua abrangência estende‐se para todos, devendo essa norma ser aplicada para todos os entes. Além da União, os demais entes também podem  legislar  sobre normas específicas. Essas normas, porém  terão  aplicabilidade  somente no  âmbito de competência  do  ente,  ou  seja:  se  a União  legisla  sobre  norma  específica  terá  abrangência  federal  (e  não nacional como nas normas gerais), se o Estado legisla sobre norma específica terá abrangência estadual, se o Distrito  Federal  legisla  sobre  norma  específica  terá  abrangência  distrital,  se  o Município  legisla  em  norma específica terá abrangência municipal. 

Ocorreu  uma  discussão  (art.  17  da  Lei  8.666/93)  sobre  o  fato  que  a  lei  de  licitação  teria  dado abrangência específica em determinados assuntos e, que portanto, não  teria caráter de norma geral, sendo algumas  alíneas  do  art.  17  objeto  de  controle  de  constitucionalidade  (ADI  927). O  STF  julgando  a ADI  fez interpretação conforme dizendo: o art. 17 é detalhista demais, vai além de norma geral, deve ser interpretado como norma específica e não norma geral, ou seja, norma de âmbito federal. Os Estados e Municípios podem disciplinar sobre a alienação de bens públicos. 

Depois dessa decisão do STF o  legislador federal vem tomando esses cuidados. Disciplinou na  lei das parcerias público‐privadas dizendo que algumas normas serviriam apenas para a União. 

Atenção para a lei de licitações da Bahia que realizou a inversão de todos os procedimentos previstos na  lei 8.666/93. Após diversas  críticas a  lei  continuou em vigor. Atualmente,  se  comprovou  ser muito mais rápida e econômica do que a lei 8.666, sendo que atualmente os elaboradores da lei baiana foram convidados para reelaborar a uma nova lei de licitações. 

11.4 Modalidades de Licitação 

Estão descritas no art. 22 da Lei 8.666/93. São modalidades de licitação: Concorrência, Tomada de preço, Convite, Pregão, Leilão, Concurso. Quando  a  questão  utiliza  como  parâmetro  o  valor,  há  três  parâmetros:  concorrência  (valor  alto), 

tomada de preço (valor médio) e convite (valor baixo). Se houver qualificação do objeto, há três parâmetros: leilão, concurso e pregão. Há,  entretanto,  duas  exceções  a  concorrência  apesar  de  adotada  pelo  valor,  também  tem  um 

parâmetro em razão do objeto. De outro  lado o  leilão apesar de ter como parâmetro o objeto terá também um parâmetro quanto ao valor. 

 

  CONVITE  TOMADA  CONCORRÊNCIA 

    Dispensável (10%)  Dispensável (20%)       OBRAS 

ENGENHARIA 0  15.000,00  30.000,00  150.000,00  150.000,01  1.500.000,01 

                            

  CONVITE  TOMADA  CONCORRÊNCIA 

    Dispensável (10%)  Dispensável (20%)       

LICITAÇÃO > Competência legislativa para Licitação e Contratos 

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LICITAÇÃO > Modalidades de Licitação 

OUTROS SERVIÇOS 

0  8.000,00  16.000,00  80.000,00  80.000,01  650.000 

             

11.4.1 Concorrência O primeiro parâmetro para a concorrência é em razão do valor. Há duas linhas diferentes: obras e serviços de engenharia e outros bens e serviços. 

• Obras e serviços de engenharia para valores acima de R$ 1.500.000,00. • Outros bens e serviços para valores acima de R$ 650.000,00. 

Além de ser usada em razão do valor, também pode ser escolhida tendo como base o objeto: a) Imóvel – tanto para adquirir ou alienar. Excepcionalmente para alienar imóvel é possível usar leilão 

(art. 19) decorrente de decisão judicial ou de dação em pagamento. Dação em pagamento significa pagar diferentemente do que foi tratado inicialmente. 

b) Concessão  –  tanto  a  concessão  de  serviço  público  (transferência  para  um  empresa  privada  de serviço público) ou concessão de direito  real de uso de bem público. A  lei determinou que será concorrência  na  concessão  de  direito  real  de  uso  de  bem  público.  Em  1995  ocorreram muitas desestatizações, mas nem  todas empresas  foram  vendidas para os particulares. Algumas  foram apenas concessões para uso do serviço público. Então, quando a concessão de serviço é realizada dentro da política nacional de desestatização essa concessão foi realizada por meio de leilão. Se o parâmetro é objeto, não interessa o valor, o que interessa para a modalidade é o objeto. 

c) Internacional – exige também a modalidade concorrência. Conta com a participação de empresas estrangeiras,  tem  regras  próprias  e  específicas  para  compatibilizar  a  língua,  documentação, moedas etc. Há, também, duas exceções. Utiliza‐se excepcionalmente a tomada e o convite.  

a. A  tomada  pode  ser  utilizada  quando  atendido  dois  requisitos:  se  o  valor  for correspondente  à  modalidade  tomada  e  um  cadastro  de  empresas  estrangeiras.  A modalidade  tomada  é  baseada  em  um  prévio  cadastramento.  Os  requisitos  são cumulativos. 

b. O convite pode ser utilizado quando o valor for do convite (valor pequeno) e não se pode ter fornecedor naquela área no país. Os requisitos são cumulativos. 

Há  um  prazo  na  licitação,  chamado  de  prazo  de  intervalo  mínimo,  prazo  que  se  conta  entre  a publicação do edital até a entrega dos envelopes. Cada modalidade terá uma regra diferente para o prazo de intervalo mínimo. 

Se  a  licitação  for  de  concorrência  e  o  tipo  for  de  técnica  ou  técnica  e  preço  o  prazo  de  intervalo mínimo é de 45 dias. Se a licitação for do tipo somente preço o prazo será de 30 dias. Uma proposta técnica dá muito mais trabalho e os documentos são mais rigorosos. 

Esses prazos são todos dias corridos. Só será considerado a contagem em dias úteis quando a lei disser expressamente. 

11.4.2 Tomada de preços O parâmetro é somente o valor. É a modalidade intermediária entre o convite e a concorrência. Para serviços de engenharia para valores acima de R$ 150.000,00. Outros serviços para valores acima de R$ 80.000,00. Valores  como R$ 1.500.000,00 adota‐se a modalidade  tomada, pois a  concorrência é a partir desse 

valor. Hoje o Tribunal de Contas tem entendido que a escolha da modalidade deve ser escolhida com  folga, porque depois de  celebrado o contrato,  se necessitar alguma alteração contratual,  será possível  facilmente porque não estará restrito ao valor. 

Participam  da  modalidade  tomada  de  preço  os  licitantes  que  já  estiverem  cadastrados.  O cadastramento nada mais é do que uma habilitação prévia, com todos os documentos da fase da habilitação, constituição  de  um  banco  de  dados. Quando  a  empresa  faz  o  cadastro,  recebe  um  certificado  de  registro cadastral. O cadastramento serve para agilizar a modalidade. 

A administração não necessitará analisar todos os documentos novamente, mas somente o certificado de registro cadastral. 

Também  poderá  participar  da  tomada  os  licitantes  que  preencherem  os  requisitos  para  o cadastramento  até  o  terceiro  dia  anterior  à  data  designada  para  entrega  dos  envelopes.  Não  significa, 

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LICITAÇÃO > Modalidades de Licitação 

portanto, que deve estar cadastrado. Para que o licitante participe deve fazer um requerimento com todos os documentos, embora não precise ter seus documentos deferidos. 

Prazo de intervalo mínimo está previsto no art. 21. Para técnica ou técnica e preço o prazo será de 30 dias, se o tipo for somente preço o prazo é de 15 dias (dias corridos) – da publicação do edital para a entrega dos envelopes. 

11.4.3 Convite É selecionada em relação ao valor (valor pequeno). Para serviços de engenharia o valor é de 0 até R$ 150.000,00. Há os valores pequenos que a licitação é 

facultável, porém pode ser usada a licitação na modalidade convite. Outros serviços o valor é de 0 até R$ 80.000,00. Poderão participar da licitação na modalidade convite 

os licitantes convidados no número mínimo de três. Poderão participar também os licitantes não cadastrados, desde que de área afim do certame.  

Poderão  participar  desde  que  esteja  cadastrado  e  que manifeste  o  interesse  de  participar  com  24 horas de antecedência. 

Esse prazo de 24 horas não é prazo para cadastramento, é o licitante já cadastrado que manifestarem interesse em participar. 

Cadastrado poderá participar quando convidado ou quando manifestar interesse em 24 horas. O  não  cadastrado  poderá  participar  quando  convidado.  Não  há  um  prazo  de  cadastramento;  a 

doutrina que utiliza o mesmo prazo da tomada. O  Tribunal  de  Contas  critica  muito  essa  possibilidade,  mas  a  lei  admite  desde  que  devidamente 

justificado. Prazo  de  intervalo mínimo  no  convite  é  de  5  dias  úteis. Dia  útil  para  a  administração  é  dia  que  a 

administração  estiver  funcionando:  feriado,  domingo,  sábados,  dias  de  reforma  não  será  dia  útil.  Ponto facultativo, como regra não há funcionamento, portanto não é dia útil. 

O  instrumento  convocatório  do  convite  é  a  carta‐convite.  A  carta‐convite  é  encaminhada  aos convidados, não há a publicação no Diário Oficial como o edital. Será também afixada no átrio da repartição pública. 

A  Comissão  de  Licitação  está  prevista  no  art.  51  da  Lei,  porém  na modalidade  convite  tem  uma peculiaridade. 

A comissão deve ser constituída por pelo menos 3 servidores. Porém, na modalidade convite a lei traz uma  ressalva:  se  a  repartição  for pequena  e  se  selecionar 3  servidores prejudica o  andamento do  serviço, poderá ser realizada com apenas 1 servidor. 

A  licitação  é  dispensável  no  limite  de  10%  do  convite  para  obras  e  serviços  de  engenharia  e  para outros  bens  e  serviço.  Excepcionalmente  a  dispensa  será  de  20%  do  convite  (art.  24,  §  ún.32)  quem  tem dispensa  de  20%  somente  para  as  agências  executivas,  empresas  públicas,  sociedades  de  economista  e consórcios públicos. 

Se  a  exigência  é menor  poderá  se  fazer  a modalidade  superior, mas  nunca  o  contrário.  E  possível trocar da mais simples para a mais rigorosa, mas no contrário não. 

O art. 23, §8º  ‐ diz que esses valores serão duplicados quando consórcio público composto por até três entes. Consórcio público com mais de três entes triplicam‐se esses valores. 

11.4.4 Leilão Serve para alienação de bens. Não se adquire nada. O critério da modalidade leilão é objeto. É possível alienar imóvel por leilão, desde decorrente de decisão judicial ou de dação em pagamento. Poderão ser alienados por leilão os bens móveis inservíveis, apreendidos ou penhorados. 

                                                            32 Art. 24. É dispensável a licitação: I ‐ para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo  local que possam  ser  realizadas conjunta e concomitantemente;  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) II ‐ para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser  realizada de uma só vez;   (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)  [...] Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos,  sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou  fundação qualificadas, na  forma da  lei, como Agências Executivas. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)  

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LICITAÇÃO > Contratação direta 

Bem Inservível: é aquele que não serve mais, não está adequado à sua necessidade. Mas não significa que não poderá ser utilizado em outra parte da administração. 

Bem apreendidos: recolhidos pela fiscalização. Bem penhorado: penhora é uma garantia da execução, é uma restrição na ação da execução. O leilão a 

que se refere a  lei 8.666 é de bem objeto de penhor, ou seja, bem empenhado. Ex.:  leilão das  jóias da Caixa Econômica Federal é um exemplo de leilão. 

O art. 16, §6º diz que para alienar bens móveis até o  limite de R$ 650.000 utiliza‐se o  leilão. Acima desse valor a modalidade é a concorrência. 

Intervalo mínimo do leilão é de 15 dias corridos. O Leilão não tem procedimento da lei 8.666/93, segue a praxe administrativa, o procedimento prático 

– quem dá mais. 

11.4.5 Concurso O concurso da lei 8.666 escolhe um trabalho técnico, artístico ou científico e o retorno ao escolhido é 

um prêmio ou remuneração. Muito diferente do concurso público para ingresso em cargo público. O prazo de intervalo mínimo do concurso é de 45 dias (é o prazo que mais cai em prova). A Comissão de  Licitação na modalidade  concurso  é  especial, porque não precisa  ser  composta por 

servidores necessariamente. Qualquer pessoa que tenha conhecimento sobre o assunto e idoneidade poderá participar. 

O  procedimento  do  concurso  será  definido  em  regulamento  próprio,  cada  concurso  terá  o  seu regulamento. 

11.4.6 Pregão Previsto na lei 10.520/02. Segue a regra da  lei 8.666/93 e só normatizará o que é diferente. O pregão nasceu com as agências 

reguladoras em 1997, mas em 2000 foi instituído por Medida Provisória (2027/00) para a União e em 2002 foi generalizado para todos. 

Pregão  serve para adquirir, não  se vende nada por pregão. É aquisição de bens e  serviços  comuns, portanto tem como parâmetro o objeto. 

Bem comum: é aquele que pode ser conceituado no edital com expressão usual de mercado. É aquele que está disponível no mercado, pode ser adquirido com facilidade no mercado. 

Engenharia não é um bem comum, não pode ser adquirido com facilidade. Se o critério é o objeto, o valor pode ser de qualquer valor. O que vale é a qualidade do objeto. Tem como intervalo mínimo de 8 dias úteis. O pregoeiro é quem faz o pregão, assistido por uma equipe de apoio. Quem escolhe efetivamente a 

proposta é o pregoeiro, mas a equipe ajuda a constituir o processo. O  procedimento  no  pregão  é  invertido.  Primeiro  se  verifica  proposta  para  depois  se  verificar  os 

documentos. Poderá usar somente o tipo de melhor preço, pois os bens e serviços são comuns. Não se usa no tipo 

técnica. Pode ser realizado de forma eletrônica ou presencial. Presencial: licitantes presentes em sala. Eletrônica: o procedimento é o mesmo, mas a diferença é que acontece no mundo virtual. “É como se 

estivesse em uma sala da bate‐papo”. No  âmbito  federal  há  um  decreto  que  preferencialmente  os  órgãos  devem  escolher  o  pregão 

eletrônico. 

11.5 Contratação direta 

A  regra  é  licitar.  A  contratação  direta  é  uma  exceção.  Se  a  regra  é  licitar,  a  exceção  é  altamente fiscalizada. 

É admissível a contratação direta quando há dispensa ou inexigibilidade de licitação. 

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LICITAÇÃO > Contratação direta 

11.5.1 Dispensa de licitação Acontece nas hipóteses em que a competição é viável, possível. Entretanto o  legislador por vontade 

dele diz que não precisa licitar. Se  o  legislador  é  quem  libera,  o  rol  será  taxativo.  Para  a  lei  8.666/93  há  casos  que  a  licitação  é 

dispensada e outros é dispensável. 

11.5.1.1 Dispensada A  lei diz que não precisa e o administrador não poderá fazer  licitação. Ex.: alienação de bem público 

(art. 17) (não tem aparecido muito em provas). 

11.5.1.2 Dispensável O legislador tem a faculdade de licitar ou não (art. 24 da Lei 8.666/93). Cai muito em prova. 

   

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Sexta‐feira,  12  de  novembro  de  2010.  

11.5.1 Inexigibilidade de licitação 

 Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial: 

LICITAÇÃO > Contratação direta 

I ‐ para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só  possam  ser  fornecidos  por  produtor,  empresa  ou representante  comercial  exclusivo,  vedada  a  preferência  de marca,  devendo  a  comprovação  de  exclusividade  ser  feita através  de  atestado  fornecido  pelo  órgão  de  registro  do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o  serviço,  pelo  Sindicato,  Federação  ou  Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; II ‐ para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13  desta  Lei,  de  natureza  singular,  com  profissionais  ou empresas  de notória  especialização,  vedada  a  inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação; III  ‐  para  contratação  de  profissional  de  qualquer  setor artístico,  diretamente  ou  através  de  empresário  exclusivo, 

desde  que  consagrado  pela  crítica  especializada  ou  pela opinião pública. § 1o Considera‐se de notória  especialização o profissional ou empresa  cujo  conceito  no  campo  de  sua  especialidade, decorrente  de  desempenho  anterior,  estudos,  experiências, publicações,  organização,  aparelhamento,  equipe  técnica,  ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir  que  o  seu  trabalho  é  essencial  e  indiscutivelmente  o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato. § 2o  Na  hipótese  deste  artigo  e  em  qualquer  dos  casos  de dispensa,  se  comprovado  superfaturamento,  respondem solidariamente  pelo  dano  causado  à  Fazenda  Pública  o fornecedor  ou  o  prestador  de  serviços  e  o  agente  público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.  

 Está prevista no art. 25, sendo inexigível quando a competição for inviável, em especial nos seguintes 

casos  (rol  exemplificativo).  Será  inviável  quando  não  estiverem  presentes  os  seus  pressupostos. PRESSUPOSTOS PARA A COMPETIÇÃO VIÁVEL: 

11.5.1.1 Pressuposto lógico: pluralidade de interessados Hipóteses 1. Fornecedor exclusivo:  

‐ Quando só há um fornecedor, um produtor, um fabricante no mercado. ‐ Profissional artístico reconhecido pela crítica especializada. É serviço único. 

2. Objeto singular: ‐ Quando só existe um no mercado, o objeto é singular no seu caráter absoluto.  ‐ O objeto também é singular pelo caráter pessoal do seu criador.  ‐ Objeto se torna singular por participar de um evento externo. Ex: capacete de Ayrton Senna. 

3. Serviço singular Tema que está no foco de discussão da Administração Pública e do TC. Condições: 1. A singularidade resulta em inexigibilidade é a da lista do art. 13 da Lei nº 8.666/93. 2. NOTÓRIA ESPECIALIZAÇÃO, reconhecimento do mercado.  3. A notória especialização  tem de  ser uma necessidade da Administração. A Administração  tem de 

precisar deste diferencial. A singularidade acaba vindo do subjetivismo do administrador para a escolha do profissional. Ex: Deveria haver o cargo público de procurador do município. Na prática o administrador resiste em 

criar  o  cargo  público  através  de  concurso.  A  contratação  não  deveria  se  dar  de  forma  direta,  com inexigibilidade de  licitação. Muitos municípios  tiveram de modificar  a  situação,  sob pressão do Tribunal de Contas. 

Para haver inexigibilidade, os parâmetros têm de ser objetivos.  

11.5.1.2 Pressuposto jurídico: interesse público Empresa  pública  e  sociedade  de  economia mista  também  estão  sujeitas  à  Lei  nº  8.666/93.  Podem 

prestar  serviço  público  ou  explorar  atividade  econômica  de  segurança  nacional  ou  de  relevante  interesse coletivo (CF, 173). Logo, sempre haverá razão de interesse público. A licitação é um instrumento para realizar o interesse público. Não tem um fim em si mesma. 

Quando  a  licitação  prejudicar  a  atividade  fim  da  empresa,  é  inexigível,  porque  falta  pressuposto jurídico. Será inexigível a licitação quando prejudicar o interesse público! 

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11.5.1.3 Pressuposto fático: interesse de mercado no objeto Para a competição  ser viável, o mercado precisa  ter  interesse no objeto da  licitação. Senão, não há 

porque licitar, e a licitação será inexigível. O administrador tem de fundamentar a inexigibilidade. Quando se pratica atos administrativos, é condição de forma do ato o processo administrativo prévio. 

É dentro do processo administrativo que o administrador justifica a  inexigibilidade. Este processo é chamado de PROCESSO DE JUSTIFICAÇÃO. 

Lei nº 8.666/93, art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no  inciso III e seguintes do art.  24,  as  situações  de  inexigibilidade  referidas  no  art.  25,  necessariamente  justificadas,  e  o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na  imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005) Parágrafo único.  O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos: I ‐ caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso; II ‐ razão da escolha do fornecedor ou executante; III ‐ justificativa do preço. IV ‐ documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados.  (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) 

No processo de justificação, o administrador fundamenta a contratação direta. Análise a ser feita na contratação direta em provas de concurso: 1º) Verifica‐se se a hipótese é de dispensa OU inexigibilidade. 2º) Se houver possibilidade de consulta, deve‐se citar o artigo de lei. Como é exceção, deve‐se apontar 

o art. (24 ou 25). 3º) Esclarecer no parecer que o administrador deve fazer o PROCESSO DE JUSTIFICAÇÃO para legitimar 

a conduta. A primeira coisa que o TC faz é analisar a justificação. Se  a  contratação  direta  já  foi  feita,  e  é  irregular,  o  que  fazer?  Primeiro, manda‐se  anular. Depois, 

apura‐se  as  responsabilidades  da  conduta  ilegal  (crime  na  licitação,  infração  funcional  e  improbidade administrativa – lei 8429). 

11.6 Procedimento da Licitação 

Estudaremos o procedimento da concorrência, tomada e convite, que é praticamente o mesmo, salvo alguns detalhes.  Em  seguida,  estudaremos o pregão, onde  se  inverte o procedimento. Não  estudaremos o concurso, que depende de cada regulamento próprio, e nem o leilão, que não é regulado pela Lei nº 8.666/93. 

O procedimento de licitação possui duas fases, uma interna e outra externa. 

11.6.1 Fase Interna 

11.6.1.1 1. Formalização do processo ‐ Autuação; ‐ Declaração/demonstração de uma necessidade pública ‐ Reserva do recurso orçamentário para o cumprimento da obrigação. Muitos criam crédito orçamentário que não existirá nunca, fraudando‐se a lei orçamentária. 

11.6.1.2 2. Nomeação da comissão de  licitação, de acordo com o art. 51 da Lei nº 8.666/93. 

‐ Comissão elabora o Edital, de acordo com o art. 40 da Lei nº 8.666.  

Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade,  o  regime  de  execução  e  o  tipo  da  licitação,  a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento  da  documentação  e  proposta,  bem  como  para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte: I ‐ objeto da licitação, em descrição sucinta e clara; 

II  ‐ prazo e condições para assinatura do contrato ou  retirada dos  instrumentos,  como  previsto  no  art.  64  desta  Lei,  para execução do contrato e para entrega do objeto da licitação; III ‐ sanções para o caso de inadimplemento; 

LICITAÇÃO > Procedimento da Licitação 

IV  ‐  local  onde  poderá  ser  examinado  e  adquirido  o  projeto básico; 

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V ‐ se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital  de  licitação  e  o  local  onde  possa  ser  examinado  e adquirido; VI ‐ condições para participação na licitação, em conformidade com os  arts. 27  a 31 desta  Lei, e  forma de  apresentação das propostas; VII  ‐  critério  para  julgamento,  com  disposições  claras  e parâmetros objetivos; VIII  ‐  locais,  horários  e  códigos  de  acesso  dos  meios  de comunicação  à distância em que  serão  fornecidos elementos, informações  e  esclarecimentos  relativos  à  licitação  e  às condições  para  atendimento  das  obrigações  necessárias  ao cumprimento de seu objeto; IX  ‐  condições  equivalentes  de  pagamento  entre  empresas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações internacionais; X  ‐  o  critério  de  aceitabilidade  dos  preços  unitários  e  global, conforme o caso; X  ‐  critério  de  aceitabilidade  dos  preços  unitários  e  global, conforme o caso, vedada a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos  ou  faixas  de  variação  em  relação  a  preços  de referência; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) X  ‐  o  critério  de  aceitabilidade  dos  preços  unitário  e  global, conforme  o  caso,  permitida  a  fixação  de  preços  máximos  e vedados a  fixação de preços mínimos,  critérios estatísticos ou faixas  de  variação  em  relação  a  preços  de  referência, ressalvado  o  dispossto  nos  parágrafos  1º  e  2º   do  art.  48; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) XI ‐ critério de reajuste, que deverá retratar a variação do custo de  produção,  admitida  a  adoção  de  índices  específicos  ou setoriais, desde a data da proposta ou do orçamento a que esta se referir até a data do adimplemento de cada parcela; XI  ‐ critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou  setoriais,  desde  a  data  prevista  para  apresentação  da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XII ‐ (VETADO) XII ‐ (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XIII  ‐  limites para pagamento de  instalação e mobilização para execução  de  obras  ou  serviços  que  serão  obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas; XIV ‐ condições de pagamento, prevendo: a) prazo de pagamento em relação à data final a cada período de aferição não superior a 30 (trinta) dias; a)  prazo  de  pagamento  não  superior  a  trinta dias,  contado  a partir  da  data  final  do  período  de  adimplemento  de  cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 

b)  cronograma  de  desembolso  máximo  por  período,  em conformidade com a disponibilidade de recursos financeiros; c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data a ser definida nos termos da alínea a deste inciso até a data do efetivo pagamento; c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data final do período de adimplemento de cada parcela até  a  data  do  efetivo  pagamento;  (Redação  dada  pela  Lei  nº 8.883, de 1994) d)  compensações  financeiras  e  penalizações,  por  eventuais atrasos,  e  descontos,  por  eventuais  antecipações  de pagamentos; e) exigência de seguros, quando for o caso; XV ‐ instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei; XVI ‐ condições de recebimento do objeto da licitação; XVII ‐ outras indicações específicas ou peculiares da licitação. § 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as  folhas  e  assinado  pela  autoridade  que  o  expedir, permanecendo  no  processo  de  licitação,  e  dele  extraindo‐se cópias  integrais  ou  resumidas,  para  sua  divulgação  e fornecimento aos interessados. §  2o  Constituem  anexos  do  edital,  dele  fazendo  parte integrante: I  ‐ o projeto básico e/ou executivo, com  todas as suas partes, desenhos, especificações e outros complementos; II  ‐  demonstrativo  do  orçamento  estimado  em  planilhas  de quantitativos e custos unitários; II ‐ orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) III ‐ a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante vencedor; IV  ‐  as  especificações  complementares  e  as  normas  de execução pertinentes à licitação.  §  3o  Para  efeito  do  disposto  nesta  Lei,  considera‐se  como adimplemento da obrigação contratual a prestação do serviço, a  realização da obra, a entrega do bem ou de parcela destes, bem como qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja vinculada a emissão de documento de cobrança. §  4o  Nas  compras  para  entrega  imediata,  assim  entendidas aquelas com prazo de entrega até  trinta dias da data prevista para  apresentação  da  proposta,  poderão  ser  dispensadas:  (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) I  ‐  o  disposto  no  inciso  XI  deste  artigo;  (Incluído  pela  Lei  nº 8.883, de 1994) II ‐ a atualização financeira a que se refere a alínea "c" do inciso XIV  deste  artigo,  correspondente  ao  período  compreendido entre  as  datas  do  adimplemento  e  a  prevista  para  o pagamento,  desde  que  não  superior  a  quinze  dias.  (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) 

 Membro  de  comissão  de  licitação  é  servidor  do  quadro  que  não  precisa  ser  formado  em  direito. 

Elaborada a minuta do Edital, precisa ser submetida a um parecer jurídico. Para elaborar o parecer jurídico é necessário um cargo de bacharelado em direito. 

11.6.1.3 3. Elaboração de parecer jurídico. 

11.6.1.4 4.  Autorização  formal  da  deflagração  do  certame  pela  autoridade máxima, que só tornará à cena no final dos trabalhos. 

11.6.2 Fase Externa 1. Publicação do Edital. 

LICITAÇÃO > Procedimento da Licitação 

Art.  21.  Os  avisos  contendo  os  resumos  dos  editais  das concorrências,  das  tomadas  de  preços,  dos  concursos  e  dos leilões,  embora  realizados  no  local  da  repartição  interessada, 

deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 

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I ‐ no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por  órgão  ou  entidade  da  Administração  Pública  Federal  e, ainda,  quando  se  tratar  de  obras  financiadas  parcial  ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) II ‐ no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar,  respectivamente,  de  licitação  feita  por  órgão  ou entidade  da Administração  Pública  Estadual  ou Municipal,  ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) III ‐ em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em  jornal de circulação no Município ou na  região onde  será  realizada  a  obra,  prestado  o  serviço,  fornecido, alienado  ou  alugado  o  bem,  podendo  ainda  a Administração, conforme  o  vulto  da  licitação,  utilizar‐se  de  outros meios  de divulgação para ampliar a área de competição.  (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 1º O aviso publicado conterá a  indicação do  local em que os interessados  poderão  ler  e  obter  o  texto  integral  do  edital  e todas as informações sobre a licitação. § 2º O prazo mínimo até o  recebimento das propostas ou da realização do evento será:  I ‐ quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o  regime de empreitada  integral ou quando a  licitação  for do 

tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) II ‐ trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) a)  concorrência, nos  casos não especificados na alínea  "b" do inciso anterior; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) b)  tomada  de  preços,  quando  a  licitação  for  do  tipo  "melhor técnica"  ou  "técnica  e  preço";  (Incluída  pela  Lei  nº  8.883,  de 1994) III  ‐  quinze  dias  para  a  tomada  de  preços,  nos  casos  não especificados  na  alínea  "b"  do  inciso  anterior,  ou  leilão; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) IV  ‐  cinco  dias  úteis  para  convite.  (Redação  dada  pela  Lei  nº 8.883, de 1994) §  3º  Os  prazos  estabelecidos  no  parágrafo  anterior  serão contados a partir da última publicação do edital resumido ou da expedição  do  convite,  ou  ainda  da  efetiva  disponibilidade  do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que  ocorrer mais  tarde.  (Redação  dada  pela  Lei  nº  8.883,  de 1994) §  4º  Qualquer  modificação  no  edital  exige  divulgação  pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo‐se o prazo inicialmente  estabelecido,  exceto  quando, inqüestionavelmente, a alteração não afetar a  formulação das propostas.  

 É  publicado  no Diário Oficial  e  em  jornal  de  grande  circulação. Não  se  publica  a  íntegra, mas  um 

resumo  (Aviso  de  Edital).  Para  fornecer  o  Edital  na  íntegra,  a  Administração  só  pode  cobrar  o  custo  da reprodução. Pode ser publicado na internet. 

A  compra  do  Edital  não  pode  ser  uma  condição  para  participação  da  licitação,  sendo  esta  uma condição proibida.  

A impugnação, prevista no art. 41, pode ser feita por qualquer cidadão. 

Art.  41.  A  Administração  não  pode  descumprir  as  normas  e  condições  do  edital,  ao  qual  se  acha estritamente vinculada. § 1o  Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes  de  habilitação,  devendo  a  Administração  julgar  e  responder  à  impugnação  em  até  3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1o do art. 113. § 2o  Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a administração o licitante que  não  o  fizer  até  o  segundo  dia  útil  que  anteceder  a  abertura  dos  envelopes  de  habilitação  em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou  a  realização de  leilão,  as  falhas ou  irregularidades que  viciariam esse edital, hipótese em que  tal comunicação não terá efeito de recurso. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 3o  A  impugnação  feita  tempestivamente  pelo  licitante  não  o  impedirá  de  participar  do  processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente. § 4o  A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das fases subseqüentes. 

# Qual o prazo que o cidadão tem para  impugnar o edital? Até o 5º dia útil anterior à data designada para a entrega dos envelopes. 

Recebida a impugnação, a comissão tem até 3 dias úteis para julgar a impugnação. Também  o  potencial  licitante  pode  impugnar  o  Edital. O  prazo  é  até  o  2º  dia  útil  anterior  à  data 

designada  para  a  entrega  dos  envelopes.  O  licitante  tem  de  impugnar  todas  as  regras  do  edital  neste momento. Se não fizê‐lo administrativamente, não terá mais como fazê‐lo nesta via (decadência), mas apenas judicialmente. 

Junto do edital, como parte anexa obrigatória, vem a minuta do contrato. A impugnação não tem natureza de recurso, e não tem efeito suspensivo. 

LICITAÇÃO > Procedimento da Licitação 

Impugnado o edital, se a comissão entender que o impugnante tem razão, e que o edital tem um erro (art. 21, §4º) poderá alterar o edital, o que só poderá ser feito neste momento. Condições: alteração através de aditamento, que deve  ser publicado da mesma  forma que  foi publicado o Edital. Há mudanças que não alteram as obrigações do edital, constituindo apenas erro material. Tanto a dispensa quanto a exigência de 

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novo documento modificam as obrigações do edital. A alteração do edital que modifica as obrigações deve conceder  um  intervalo mínimo  para  dar  a  chance  de  quem  não  ia  participar  correr  atrás  dos  documentos necessários. 

Feita a publicação do edital, há o RECEBIMENTO DOS ENVELOPES. Se a licitação for do tipo preço, ou técnica, haverá , dois envelopes (um com documentos e outro com 

a proposta). Se for técnica e preço, haverá 3 envelopes. O  licitante  pode  encaminhar  os  envelopes  sem  comparecer  pessoalmente  na  Administração.  O 

envelope pode  chegar de qualquer maneira,  sendo necessário, apenas, que esteja  lá na hora designada. O licitante não precisa estar presente. 

O licitante pode chegar atrasado, desde que a comissão ainda esteja recebendo os envelopes. Recebidos os envelopes,  todos os  licitantes presentes, assim como  todos os membros da comissão, 

devem rubricar todos os envelopes, para se ter certeza de que eles não serão trocados. Em  licitações muito grandes, a jurisprudência autoriza que os próprios licitantes escolham 3 entre eles para rubricar em nome de todos os demais. 

 Art. 43.  A  licitação será processada e  julgada com observância dos seguintes procedimentos:  

LICITAÇÃO > Procedimento da Licitação 

I ‐ abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação; II ‐ devolução  dos  envelopes  fechados  aos  concorrentes inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação; III ‐ abertura  dos  envelopes  contendo  as  propostas  dos concorrentes habilitados, desde que  transcorrido o prazo  sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos; IV ‐ verificação  da  conformidade  de  cada  proposta  com  os requisitos  do  edital  e,  conforme  o  caso,  com  os  preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de registro de preços, os  quais  deverão  ser  devidamente  registrados  na  ata  de julgamento,  promovendo‐se  a  desclassificação  das  propostas desconformes ou incompatíveis;  V ‐ julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação constantes do edital; VI ‐ deliberação  da  autoridade  competente  quanto  à homologação e adjudicação do objeto da licitação.  § 1o  A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação e as propostas será realizada sempre em ato público 

previamente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e pela Comissão. § 2o  Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos licitantes presentes e pela Comissão. § 3o  É  facultada  à  Comissão  ou  autoridade  superior,  em qualquer fase da licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do processo, vedada a  inclusão posterior de documento ou  informação que deveria constar originariamente da proposta.  § 4º O disposto neste artigo aplica‐se à concorrência e, no que couber,  ao  concurso,  ao  leilão,  à  tomada  de  preços  e  ao convite,  facultada,  quanto  a  este  último,  a  publicação  na imprensa oficial. § 4o  O disposto neste artigo aplica‐se à concorrência e, no que couber,  ao  concurso,  ao  leilão,  à  tomada  de  preços  e  ao convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 5o  Ultrapassada  a  fase  de  habilitação  dos  concorrentes (incisos  I  e  II) e  abertas  as  propostas  (inciso  III),  não  cabe desclassificá‐los  por  motivo  relacionado  com  a  habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após o julgamento. § 6o  Após  a  fase  de  habilitação,  não  cabe  desistência  de proposta,  salvo  por  motivo  justo  decorrente  de  fato superveniente e aceito pela Comissão. 

 Recebidos e assinados os envelopes, passa‐se a abri‐los, na fase de habilitação. 

11.6.3 Habilitação ou qualificação O primeiro envelope a ser aberto é o de documentos. Assina‐se  todos  os  documentos  de  todos  os  envelopes  (licitantes  e membros  da  comissão).  Então, 

analisa‐se os requisitos do art. 27 da lei nº 8.666. 

Art. 27.  Para  a  habilitação  nas  licitações  exigir‐se‐á  dos  interessados,  exclusivamente,  documentação relativa a: I ‐ habilitação jurídica; II ‐ qualificação técnica; III ‐ qualificação econômico‐financeira; IV ‐ regularidade fiscal. V – cumprimento do disposto no  inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal.  (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999) 

Estes 5 requisitos constituem rol taxativo.  Os arts. seguintes, até o 31, trazem todos os documentos necessários para comprovar cada um destes 

requisitos. Quem preenche os requisitos está habilitado ou qualificado. Quem não preenche, está inabilitado, ou 

desqualificado. 

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Se todos forem inabilitados, faz‐se a diligência do art. 48, §3°, para que os licitantes complementem os documentos. Este prazo é de 8 DIAS ÚTEIS. Se a modalidade for convite, o prazo poderá ser reduzido para 3 DIAS ÚTEIS. 

Julgada a habilitação, abre‐se a possibilidade de recurso, com efeito suspensivo, a ser apresentado no prazo de 5 dias úteis. No caso do convite, o prazo será de 2 dias úteis. 

 Art. 109.  Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei cabem: I ‐ recurso,  no  prazo  de  5  (cinco) dias  úteis  a  contar  da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de: a) habilitação ou inabilitação do licitante; b) julgamento das propostas; c) anulação ou revogação da licitação; d) indeferimento do pedido de  inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento; e)  rescisão  do  contrato,  a  que  se  refere  o  inciso  I  do  art.  78 desta lei; e) rescisão  do  contrato,  a  que  se  refere  o  inciso  I  do  art.  79 desta Lei;  (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa; II ‐ representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intimação da  decisão  relacionada  com  o  objeto  da  licitação  ou  do contrato, de que não caiba recurso hierárquico; III ‐ pedido  de  reconsideração,  de  decisão  de  Ministro  de Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na  hipótese  do  § 4o  do  art.  87  desta  Lei,  no  prazo  de  10 (dez) dias úteis da intimação do ato. § 1o  A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas "a", "b", "c"  e  "e",  deste  artigo,  excluídos  os  relativos  a  advertência  e multa de mora, e no inciso III, será feita mediante publicação na imprensa oficial, salvo para os casos previstos nas alíneas "a" e 

"b", se presentes os prepostos dos licitantes no ato em que foi adotada  a decisão, quando poderá  ser  feita por  comunicação direta aos interessados e lavrada em ata. § 2o  O recurso previsto nas alíneas "a" e "b" do  inciso  I deste artigo  terá  efeito  suspensivo,  podendo  a  autoridade competente, motivadamente  e  presentes  razões  de  interesse público, atribuir ao  recurso  interposto eficácia  suspensiva aos demais recursos. § 3o  Interposto,  o  recurso  será  comunicado  aos  demais licitantes, que poderão  impugná‐lo no prazo de  5  (cinco) dias úteis. § 4o  O  recurso  será  dirigido  à  autoridade  superior,  por intermédio  da  que  praticou  o  ato  recorrido,  a  qual  poderá reconsiderar  sua decisão, no prazo de 5  (cinco) dias úteis, ou, nesse  mesmo  prazo,  fazê‐lo  subir,  devidamente  informado, devendo, neste  caso, a decisão  ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade. § 5o  Nenhum  prazo  de  recurso,  representação  ou  pedido  de reconsideração se inicia ou corre sem que os autos do processo estejam com vista franqueada ao interessado. § 6o  Em se tratando de  licitações efetuadas na modalidade de "carta  convite" os prazos estabelecidos nos  incisos  I e  II e no parágrafo 3o  deste  artigo  serão  de  dois  dias  úteis.   (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) 

 Em se tratando de licitações, só os recursos da habilitação e o da classificação e julgamento gozam de 

efeito suspensivo. 

11.6.4 Classificação e julgamento A licitação prossegue para quem foi habilitado na etapa anterior. Fases: 1ª) CLASSIFICAÇÃO Verificar se as propostas cumpriram as  formalidades previstas no edital e se o preço está de acordo 

com  o  praticado  no mercado.  Estando  tudo  compatível,  o  licitante  será  classificado.  Caso  contrário,  será desclassificado. 

Art. 44, § 3o  Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de  valor  zero,  incompatíveis  com  os  preços  dos  insumos  e  salários  de  mercado,  acrescidos  dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994 

O  licitante que apresentar valor zero ou  irrisório será desclassificado, exceto quando a prestação do serviço ou objeto só depender dele, ou seja, não pode oferecer de graça o que não é dele, pois, se assim agir, haverá presunção de que não poderá executar/cumprir o contrato. 

Se a Administração publica um edital e não comparece ninguém, a  licitação é deserta. Neste caso, a Administração  terá  de  repetir  a  licitação.  Entretanto,  se  isso  causar  prejuízos  para  o  serviço  público,  a Administração pode contratar diretamente com dispensa de licitação (art. 24, ou 17), o que só poderá ser feito nas mesmas condições do edital publicado. 

LICITAÇÃO > Procedimento da Licitação 

Comparecendo  todos  à  licitação, mas  todos  sendo  inabilitados,  tenta‐se  salvar  a  licitação  com  as diligências  do  art.  48,  §3.  Se  todos  permanecerem  inabilitados,  deve  haver  nova  licitação,  não  havendo possibilidade  de  dispensa.  Alguns  autores  nominam  este  caso  de  licitação  fracassada, mas  esta  posição  é 

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LICITAÇÃO > Pregão 

minoritária. A maioria deixa esta expressão para a hipótese de desclassificação geral, e não de  inabilitação geral.  

Desclassificados  todos  os  licitantes,  abre‐se  a  diligência  do  48,  §3º.  Permanecendo  todos desclassificados,  contratação  direta  com  dispensa  de  licitação  di  art.  24.  É  a  hipótese  que  a  doutrina majoritária chama de licitação fracassada. 

Se a hipótese  for de  inabilitação, a Administração  tem de  licitar de novo. Se  for de desclassificação geral, deve haver nova licitação. 

 2ª) JULGAMENTO  Na  fase de  julgamento é  selecionada  a melhor proposta.  Se houver duas propostas empatadas em 

primeiro lugar, utiliza‐se os critérios de desempate do §2º do art. 3º. 

Lei nº 8.666/93, art. 3º, § 2o  Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços: I ‐ produzidos no País; (Redação dada pela Medida Provisória nº 495, de 2010) II ‐ produzidos ou prestados por empresas brasileiras; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 495, de 2010) III ‐ produzidos  ou  prestados  por  empresas  que  invistam  em  pesquisa  e  no  desenvolvimento  de tecnologia no País. (Redação dada pela Medida Provisória nº 495, de 2010) 

Alguns autores dizem que o art. 3º, em algumas hipóteses não foi recepcionado, em razão de algumas emendas. 

Usados todos estes parâmetros, persistindo o empate, utiliza‐se o critério do §2º do art 45, qual seja, o sorteio. 

Lei nº 8.666/93, art. 45, § 2o  No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto  no  § 2o  do  art.  3o  desta  Lei,  a  classificação  se  fará,  obrigatoriamente,  por  sorteio,  em  ato público, para o qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro processo. 

Feito o sorteio, selecionada a 1ª colocada, as demais serão classificadas novamente.  Em seguida, abre‐se a oportunidade de recurso com efeito suspensivo (art. 109): 5 dias úteis, salvo no 

convite, cujo prazo  é de 2 dias úteis. 

11.6.5 Adjudicação ou homologação Primeiro homologa‐se, e depois adjudica‐se. 

11.6.5.1 Homologação Confere‐se a regularidade do processo, se ele cumpriu todas as exigências.  Homologa‐se, ou, havendo vício, o processo será anulado.  Quem faz a homologação é a autoridade superior. 

11.6.5.2 Adjudicação Adjudicação  significa dar  ao  vencedor  a  condição, o  status de  vencedor. Este o  resultado oficial da 

licitação. Obs.: Dado ao  licitante o status de vencedor, há mera expectativa de direito, garantia de não ser preterido, mas não o direito à assinatura do contrato. Obs.: Se, chamado a assinar o contrato, o licitante se recusar? O licitante tem obrigação de assinar, pelo prazo de 60 dias a contar da data designada para a entrega dos envelopes, podendo o edital fixar um prazo maior. Se não o fizer, sofrerá as penalidades do art. 81 da lei. 

Se mesmo assim não assinar, chama‐se o segundo colocado, que será chamado a assinar o contrato na proposta do primeiro colocado (proposta vencedora). Se não quiser, licita‐se novamente. 

11.7 Pregão 

Tem a mesma base da Lei nº 8.666/93. A 10.520/02 só traz as regras especiais. Fases: ‐ Formalização do processo. ‐ Publicação de Edital. 

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LICITAÇÃO > Pregão 

‐ Classificação e julgamento. (Haverá dois envelopes, pois trata‐se de licitação do tipo menor preço). Primeiro abre‐se o envelope da classificação e julgamento. Há duas subetapas: 

11.7.1 Propostas escritas, que vieram no envelope. Abertas  as  propostas  escrita,  o  pregoeiro  seleciona  a melhor  proposta  e  todas  as  demais  que  não 

exceda  a 10% da melhor proposta. Entre estas, que não excedam, é necessário o nº mínimo de 3.  Se não conseguir o nº de 3, abandona‐se a regra dos 10% e escolhe‐se as 3 melhores. 

Logo, no mínimo serão selecionadas 4: a melhor e mais 3. As preselecionadas apresentarão lances verbais. Escolhe‐se a melhor. 

11.7.2 Habilitação De imediato, a Administração abre envelope de habilitação, sem possibilidade de recurso. Só habilitará 

a empresa vencedora. Aí abre‐se a possibilidade de recurso, que deve ser apresentado na hora, podendo as razões do recurso serem entregues em 3 dias. 

Em  seguida,  conforme  a  ordem  legal,  que  foi  invertida  em  se  tratando  de  pregão,  primeiro  a Administração ADJUDICA, e depois HOMOLOGA! Na prática, o administrador reliza, ato contínuo, adjudicação e homologação, pois esta ordem não tem sentido.    

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AGENTES PÚBLICOS > Conceito 

Terça‐feira,  07  de  dezembro  de  2010.  

12 AGENTES PÚBLICOS 

É um tema que sofre alterações constantes – verificar informativos STJ. 

12.1 Conceito 

Agente público é todo aquele que exerce função pública,  independente de exercer por um único dia, sem remuneração ou por única vez. Pode ser subdividido e classificado em diversas categorias. 

1 ‐  Agentes Políticos: aqueles que estão no comando da estrutura estatal, no comando de cada poder. No Comando do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, é aquele que irá manifestará a vontade do Estado.  

a. Poder Executivo (Presidente, Governadores e Prefeitos) assim como os seus respectivos vices. São também agentes políticos os auxiliares imediatos do Poder Executivo (Ministros, Secretários). 

b. Poder Legislativo (Deputados Federais, Senadores, Deputados Estaduais e Vereadores). 

c. Poder Judiciário: juízes. 

d. Membros do Ministério Público. 

Surge  algum  questionamento  quanto  ao  enquadramento  dos  agentes  do  Poder  Judiciário  e  do Ministério  Público  como  agentes  políticos,  já  que  os membros  do  judiciário  e  o MP  são  selecionados  por concurso, chamada escolha meritória e não política como é comum nas demais hipóteses de agentes políticos que tem escolha política. Para o STF Judiciário e MP são considerados agentes políticos. 

e. Ministros e conselheiros do Tribunal de Contas – para a maioria são cargos políticos. 

f. Carreira diplomática – apesar da divergência prevalece que são cargos políticos 

# Os direitos dos agentes políticos estão previstos em uma lei/constituição ou em um contrato de trabalho? Estão previstos na lei e/ou na constituição, portanto regime jurídico administrativo, chamado Regime 

Legal, titulares de cargos públicos. Ex.: estatuto dos congressistas, estatuto da magistratura, estatuto do MP. 

2 ‐  Servidores Estatais: atua na administração direta ou indireta. Será dividido a depender da pessoa jurídica em  que  atua  (pública  ou  privada).  Quando  os  direitos  do  trabalhador  estiverem  previstos  na  lei  ou constituição o regime será estatutário ou legal e por sua vez seus titulares são titulares de Cargo. Cargo só está presente em pessoa jurídica de direito público. Se os direitos do trabalhador estiverem previstos em contrato de  trabalho é considerado  regime celetista ou contratual e a pessoa  titularizará um emprego. Este pode estar presente em pessoa pública ou privada. 

O servidor público titular de cargo que segue um regime estatutário que antigamente foi chamado de funcionário público. A partir da CF/88 esse termo deixou de ser utilizado, embora em algumas vezes ainda seja utilizado em alguns julgados. 

A CF no texto original de 88 estabelecia para os servidores o Regime Jurídico Único, ou seja, o agente ou servidor público naquela ordem política  irá seguir um único regime: no âmbito federal um só regime, no âmbito estadual um só regime, no âmbito municipal um só regime, podendo ser em qualquer um deles tanto estatutário como celetista. 

No âmbito federal e estadual prevaleceu o regime estatutário, porém para os Municípios prevaleceu o celetista. Embora não se exigia a  instituição de estatuto,  foi o que prevaleceu no Brasil nesse momento. Há tese que o estatutário traz mais garantias para o servidor, assim sendo será mais feliz e, consequentemente, mais eficiente. 

Em 1998 a Emenda Constitucional 19,  chamada de  reforma administrativa, aboliu o  regime único e passou a admitir o regime múltiplo, alterando substancialmente o art. 39. Os dois regimes passam a ser aceitos e possíveis ao mesmo tempo. 

A regra foi objeto de controle de constitucionalidade na ADI 2135 e até agora só foi decidida em sede de  cautelar.  O  STF  diz  que  a  Emenda  Constitucional,  neste  dispositivo,  é  inconstitucional.  A inconstitucionalidade está no processo  legislativo,  inconstitucionalidade formal. A alteração do art. 39 CF foi 

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rejeitada pelo plenário de uma das Casas, mas a Comissão de Redação  inseriu no corpo da Emenda a parte rejeitada,  tornando‐a  Emenda  Constitucional.  Com  isso  acaba‐se  com  o  regime  múltiplo  restabelecido  o regime jurídico único – voltando ao texto original. 

 (Constituição  Federal)  Art.  39.  A  União,  os  Estados,  o  Distrito Federal  e  os  Municípios  instituirão,  no  âmbito  de  sua competência,  regime  jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.  (Vide ADIN nº 2.135‐4) 

 (Constituição  Federal)  Art.  39.  A  União,  os  Estados,  o  Distrito Federal  e  os  Municípios  instituirão  conselho  de  política  de administração  e  remuneração  de  pessoal,  integrado  por servidores designados pelos respectivos Poderes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº 2.135‐4) 

 ADI  2135  ‐  MEDIDA  CAUTELAR  EM  AÇÃO  DIRETA  DE INCONSTITUCIONALIDADE. PODER CONSTITUINTE REFORMADOR. PROCESSO  LEGISLATIVO.  EMENDA  CONSTITUCIONAL  19,  DE 04.06.1998.  ART.  39,  CAPUT,  DA  CONSTITUIÇÃO  FEDERAL. SERVIDORES PÚBLICOS. REGIME JURÍDICO ÚNICO. PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO,  DURANTE  A  ATIVIDADE  CONSTITUINTE DERIVADA,  DA  FIGURA  DO  CONTRATO  DE  EMPREGO  PÚBLICO. INOVAÇÃO  QUE  NÃO  OBTEVE  A  APROVAÇÃO  DA MAIORIA  DE TRÊS  QUINTOS  DOS MEMBROS  DA  CÂMARA  DOS  DEPUTADOS QUANDO DA APRECIAÇÃO, EM PRIMEIRO TURNO, DO DESTAQUE PARA VOTAÇÃO  EM  SEPARADO  (DVS) Nº  9.  SUBSTITUIÇÃO, NA ELABORAÇÃO  DA  PROPOSTA  LEVADA  A  SEGUNDO  TURNO,  DA REDAÇÃO  ORIGINAL  DO  CAPUT  DO  ART.  39  PELO  TEXTO INICIALMENTE  PREVISTO  PARA  O  PARÁGRAFO  2º  DO  MESMO DISPOSITIVO,  NOS  TERMOS  DO  SUBSTITUTIVO  APROVADO. SUPRESSÃO,  DO  TEXTO  CONSTITUCIONAL,  DA  EXPRESSA MENÇÃO  AO  SISTEMA  DE  REGIME  JURÍDICO  ÚNICO  DOS SERVIDORES DA ADMINISTRAÇÃO  PÚBLICA.  RECONHECIMENTO, PELA MAIORIA DO PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DA  PLAUSIBILIDADE  DA  ALEGAÇÃO  DE  VÍCIO  FORMAL  POR 

OFENSA  AO  ART.  60,  §  2º,  DA  CONSTITUIÇÃO  FEDERAL. RELEVÂNCIA  JURÍDICA  DAS  DEMAIS  ALEGAÇÕES  DE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL REJEITADA POR UNANIMIDADE. 1. A matéria votada em destaque na Câmara dos Deputados no DVS nº 9 não foi aprovada em primeiro turno, pois obteve apenas 298 votos e não os 308 necessários. Manteve‐se, assim, o então vigente  caput do art. 39, que  tratava do  regime jurídico único,  incompatível com a figura do emprego público. 2. O  deslocamento  do  texto  do  §  2º  do  art.  39,  nos  termos  do substitutivo  aprovado,  para  o  caput  desse  mesmo  dispositivo representou, assim, uma tentativa de superar a não aprovação do DVS nº 9 e evitar a permanência do regime jurídico único previsto na  redação  original  suprimida,  circunstância  que  permitiu  a implementação  do  contrato  de  emprego  público  ainda  que  à revelia  da  regra  constitucional  que  exige  o  quorum  de  três quintos para aprovação de qualquer mudança  constitucional. 3. Pedido  de  medida  cautelar  deferido,  dessa  forma,  quanto  ao caput  do  art.  39  da  Constituição  Federal,  ressalvando‐se,  em decorrência dos efeitos ex nunc da decisão, a subsistência, até o julgamento  definitivo  da  ação,  da  validade  dos  atos anteriormente  praticados  com  base  em  legislações eventualmente  editadas  durante  a  vigência  do  dispositivo  ora suspenso. 4. Ação direta julgada prejudicada quanto ao art. 26 da EC  19/98,  pelo  exaurimento  do  prazo  estipulado  para  sua vigência.  5.  Vícios  formais  e materiais  dos  demais  dispositivos constitucionais  impugnados,  todos  oriundos  da  EC  19/98, aparentemente  inexistentes  ante  a  constatação  de  que  as mudanças  de  redação  promovidas  no  curso  do  processo legislativo  não  alteraram  substancialmente  o  sentido  das proposições ao final aprovadas e de que não há direito adquirido à manutenção de  regime  jurídico anterior. 6. Pedido de medida cautelar parcialmente deferido. 

 A decisão foi proferida em sede de cautelar em ADI que produz efeitos “ex nunc”, com isso, a partir da 

decisão não poderiam mais ser realizadas contratações com regimes jurídicos diferentes em cada ente. Nessa decisão  foram  consideradas  válidas,  entretanto,  as  relações  jurídicas  criadas  no  decorrer  da  validade  da Emenda Constitucional. Cabe o acompanhamento desta ADI até o julgamento do mérito que produzirá efeitos “ex  tunc”,  já  que  provavelmente  será mantida  a  decisão  da Medida  Cautelar  pois  decidida  pelo  Pleno.  A decisão de mérito provocará anulação dos efeitos produzidos pela norma desde sua criação. Atualmente o que vigora é regime jurídico único na ordem política em que atua. 

Resumindo: servidor público é gênero, sujeito a regime jurídico único. Poderá ser estatutário que terá cargo; poderá também ser celetista ocupante de um emprego público. Ambos atuantes em pessoa pública de direito público. 

O titular de emprego de pessoa privada é servidor de ente governamental titulariza emprego. 

a. Pessoa  Pública:  servidor  público  –  aquele  que  atua  em  pessoa  jurídica  de  direito  público (Administração  Direta,  Autarquias  e  Fundações  Públicas).  Pode  ser  tanto  estatutário  como celetista  a  depender  do  regime  jurídico  adotado  da  ordem  política.  Se  for  estatutário  terá  os direitos previstos em uma lei – chamado regime legal – titular de cargo público. Se o servidor for celetista  –  regime  trabalhista  –  direitos  previstos  em  contrato  de  trabalho  e  será  titular  de emprego público. O regime de cargo está presente em pessoa jurídica de direito público. O regime de emprego  (trabalhista) pode existir em pessoa  jurídica de direito público e  também de direito privado. 

AGENTES PÚBLICOS > Conceito 

b. Pessoa  Privada:  servidor  de  ente  governamental  de  direito  privado.  Atua  na  administração indireta de direito privado: empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de  direito  privado.  Estando  em  pessoa  privada  será  titular  de  emprego,  regime  trabalhista 

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(celetista). Não será considerado empregado público, e sim empregado  (algumas  jurisprudências trabalhistas usam equivocadamente). Não será servidor público, mas se equipara, terá o mesmo tratamento de servidor público em alguns aspectos. 

i. Equiparam‐se ao servidor público quanto: prestação de concurso público; no Brasil aplica‐se no Brasil a regra da não acumulação equiparando‐se também aos funcionários públicos quanto a não acumulação; sujeitos ao teto remuneratório, exceto quando a empresa não receber dinheiro para custeio (repasse para o dia—dia, verba para custos); sujeitos à lei de improbidade (lei 8.429/92); funcionários públicos para a  lei penal (art. 327); sujeitos aos remédios constitucionais (MS, Ação Popular, MI, HD). A nova  lei do MS diz que se o ato for de gestão empresarial não caberá MS33. 

ii. Diferenciam‐se  aos  servidor  público  quanto:  à  dispensa,  Súmula  390  TST  –  diz  que empregado de empresa pública ou sociedade de economia mista não tem a estabilidade do art. 41 da CF, assim sendo, terá dispensa  imotivada. Na OJ‐247 complementa dizendo que a dispensa é  imotivada. Essa OJ recebe uma alteração, ressalvando o caso da EBCT – Correios e Telégrafos, pois tem tratamento de Fazenda Pública tendo dispensa motivada. Reconhecendo  a  situação  da  EBCT  decidiu  em  sede  de  Repercussão Geral  (RE  589998) dizendo que é uma exceção tendo dispensa motivada. 

 3 ‐  Particulares em colaboração: há diversas formas de participação dos particulares. 

a. Requisitados: jurados, mesários (eleição), serviço militar obrigatório. b. Voluntário, “sponte propria” ou agente honorífico: aqueles que participam de  livre e espontânea 

vontade. Ex.: amigos da escola pessoas que colaboram nas escolas. O conselho profissional deve seguir regime público, apenas o dirigente será voluntário. 

c. Concessionário/permissionário: prestam serviços em concessionárias ou permissionárias. d. Atos oficiais: particulares que prestam serviços de saúde ou de ensino. 

4 ‐  Delegados  de  função:  são  as  serventias,  serviço  registral,  previsto  no  art.  236  da  CF.  Somente  será particular em colaboração aquele que é concursado e presta serventias. O CNJ  (Resoluções 80 e 81) diz que estão vagas mais de 1000 serventias. É particular em colaboração, porém a função é pública delegada através de concurso público. A personalidade jurídica é privada, mas a titularidade é função pública. 

12.2 Acessibilidade de cargo público 

                                                            33 Art. 1º Conceder‐se‐á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê‐la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. § 1º  Equiparam‐se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas  atribuições.  §  2º  Não  cabe mandado de  segurança  contra os  atos de  gestão  comercial praticados pelos  administradores de empresas públicas, de  sociedade de economia mista e de  concessionárias de  serviço público. § 3º  Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança.  

AGENTES PÚBLICOS > Acessibilidade de cargo público 

SERVIDOR ESTATAL

Administração Direta ou Indireta

Pessoa Pública (RJU)

cargo ‐ estatutário

CLT‐ empregado público

Pessoa Privada

emprego ‐ celetista

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O acesso aos cargos e empregos públicos no Brasil estão disponíveis para os brasileiros e estrangeiros na forma da lei. A acessibilidade é ampla, garantida aos brasileiros e estrangeiros, estes na forma da lei e por enquanto reguladas apenas para pesquisadores e professores nas universidades públicas. 

A  condição  de  acessibilidade  hoje  é  o  concurso  público,  escolha meritória.  Esse  concurso  não  se confunde com o concurso previsto na lei de licitações, onde há a escolha de um trabalho técnico ou científico para em contrapartida receber prêmio ou remuneração. 

Em algumas situações não será necessário concurso público. 1 ‐  Mandatos Eletivos: não irão prestar concurso público por serem eleitos. 2 ‐  Cargo em comissão: antigamente era o conhecido cargo de confiança. O cargo em comissão 

baseado na confiança que serve para direção, chefia e assessoramento. Tem livre nomeação e exoneração (“ad nutun”). 

3 ‐  Contrato  temporário:  previsto  no  art.  37,  IX  CF34.  Só  é  possível  em  caso  de  excepcional interesse público, em caso de anormalidade. Submete‐se a processo seletivo simplificado. 

4 ‐  Hipóteses expressas na Constituição: Ministro do STF,  inclusive não precisa ser  formado em direito. Deve ter notável saber jurídico. Algumas vagas do STJ também não prestam concurso assim  como  nos  TJ’s  e  TRF’s  por meio  do  5º  constitucional. Ministros  e  Conselheiros  do Tribunal  de  contas.  Agentes  comunitários  de  saúde  e  agentes  de  combates  à  endemia, previstos  a  partir  da  Emenda  Constitucional  51.  Programa  de  saúde  da  família  seria permanente por meio de processo seletivo – o que não se entende como concurso público. 

12.2.1 Prazo de validade do concurso público O prazo de validade do concurso público poderá  ser de até dois anos, podendo  ser prorrogado por 

igual  período.  A  prorrogação  deve  estar  prevista  no  edital,  por  uma  única  vez  e  por  igual  período. O  ato prorrogação é vinculado ou discricionário? É uma decisão discricionária do administrador, irá prorrogar se for conveniente ou oportuno. Apesar de ser discricionária, deverá ser prorrogada dentro do prazo de validade do concurso. 

Concurso realizado em OUT/2008 valendo até OUT/2010. Em setembro de 2010 é renovado por mais dois anos. No entanto, será possível revogar essa renovação? 

Sim, é possível que  se  revogue o ato. Não  se admite a  revogação do o ato que  já produziu direito adquirido, ou  seja,  se o prazo de prorrogação  já  começou a  correr. É possível  revogar antes de  começar o prazo de renovação. 

Concurso realizado em OUT/2008 válido por 2 anos. Em setembro de 2010 realiza novo concurso para os mesmos cargos. 

Até a EC 19 não era possível. A partir dessa Emenda será possível, mesmo que o anterior seja válido, desde que  se  respeite a ordem de  classificação.  Se o  concurso antigo expirar  seu prazo poderá  justificar a nomeação do novo concurso, portanto é possível nomear aprovados no concurso novo. Ex.: parâmetros novos do concurso público, como titularidade etc. 

O termo inicial de validade normalmente é o da prorrogação, devendo estar prevista no edital. 

12.2.2 Requisitos para concurso público O  requisito para estar no edital deve estar previsto na  lei da  carreira.  Se a  lei da Defensoria prevê 

tempo de prática jurídica. Só é possível falar em requisito em lei de carreira se for compatível com as atribuições do cargo. Limite máximo de idade quando se exige condição física boa é legal. O requisito deve estar previsto no edital do concurso. Súmulas ligadas a esse ponto: STF ‐ 683 a 686 e STJ 266. 

Súmula 683 do STF ‐ O LIMITE DE IDADE PARA A INSCRIÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO SÓ SE LEGITIMA EM FACE DO ART. 7º, XXX, DA CONSTITUIÇÃO,  QUANDO  POSSA  SER  JUSTIFICADO  PELA  NATUREZA  DAS  ATRIBUIÇÕES  DO  CARGO  A  SER  PREENCHIDO.  Fonte  de Publicação DJ de 9/10/2003. 

                                                            34  Art.  37.  A  administração  pública  direta  e  indireta  de  qualquer  dos  Poderes  da  União,  dos  Estados,  do  Distrito  Federal  e  dos Municípios  obedecerá  aos  princípios  de  legalidade,  impessoalidade, moralidade,  publicidade  e  eficiência  e,  também,  ao  seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) [...] IX ‐ a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; 

AGENTES PÚBLICOS > Acessibilidade de cargo público 

 

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Súmula 684 do STF ‐ É INCONSTITUCIONAL O VETO NÃO MOTIVADO À PARTICIPAÇÃO DE CANDIDATO A CONCURSO PÚBLICO. Fonte de Publicação DJ de 9/10/2003. 

Súmula  685 do  STF  ‐  É  INCONSTITUCIONAL  TODA MODALIDADE DE  PROVIMENTO QUE  PROPICIE AO  SERVIDOR  INVESTIR‐SE,  SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO DESTINADO AO SEU PROVIMENTO, EM CARGO QUE NÃO INTEGRA A CARREIRA NA QUAL ANTERIORMENTE INVESTIDO. Fonte de Publicação DJ de 9/10/2003. 

Súmula 686 do STF ‐ SÓ POR LEI SE PODE SUJEITAR A EXAME PSICOTÉCNICO A HABILITAÇÃO DE CANDIDATO A CARGO PÚBLICO. 

Súmula 266 do STJ  ‐ O diploma ou habilitação  legal para o exercício do cargo deve  ser exigido na posse e não na  inscrição para o concurso público. 

 

12.2.3 Direito à nomeação Candidato aprovado em concurso público tem direito à nomeação? Como regra, terá mera expectativa de direito. Em algumas situações se reconhece o direito subjetivo: 

1. Terá direito subjetivo à nomeação quando for preterido na ordem de nomeação (Súmula 15 do STF). 2. Candidato aprovado em concurso público dentro do prazo de validade (independente do número de 

vagas)  se  a  administração  constitui  vínculos  precários  como  por  exemplo:  contratos  temporários, desvio de função, cessão de servidor. 

3. Candidato aprovado no concurso dentro do número de vagas, dentro do prazo de validade há direito à nomeação. É pacífico no STJ, no STF há decisões monocráticas admitindo, mas há uma discussão no RE 598099 com repercussão geral (efeito vinculante). 

12.3 Competência para julgamento das ações 

A  orientação  que  prevalecia  é  que  se  estatutário  titular  de  cargo  o  julgamento  seria  pela  Justiça Comum (estadual ou federal). Titular de emprego julgamento era feito pela Justiça do Trabalho. 

Em 2004 com a EC 45 (Reforma do Judiciário) alterou o art. 114 da CF em especial a competência da Justiça do Trabalho, julgando os celetistas e estatutários. Essa Emenda foi objeto de controle na ADI 3395 e o STF decide apenas dizendo que prevalecia a regra  inicial, ou seja, se o regime é estatutário  irá para a  justiça comum e celetista será a justiça do trabalho. O art. 114 não sofre modificação de interpretação nesse ponto. 

A polêmica recente é com relação aos contratos temporários. O STF decidiu em sede de repercussão geral que o temporário tem uma  lei específica, chamado, portanto regime  legal. Não é cargo, mas é regime administrativo previsto em  lei. Então o regime do temporário é um regime  legal,  julgado pela  justiça comum (RE 573202). Temporário tem natureza jurídica de regime jurídico administrativo, regime legal, tem lei própria, julgado pela Justiça Comum.  VER CONTRATAÇÃO DE PARTICULAR QUANDO HOUVER CONCURSO!!! 

 

AGENTES PÚBLICOS > Competência para julgamento das ações 

   

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AGENTES PÚBLICOS > Estabilidade dos servidores públicos 

Sexta‐feira,  10  de  dezembro  de  2010.  

12.4 Estabilidade dos servidores públicos 

A estabilidade está prevista no art. 41 da CF, alterado pela EC 19. Traz os requisitos para que o servidor tenha direito à estabilidade, assim como a perda. 

12.4.1 Aquisição da estabilidade Os requisitos necessários para a aquisição são: 

1. Nomeação  em  cargo  efetivo  e  tem  com  prévia  aprovação  em  concurso  público.  A  nomeação  para emprego público será também passível de estabilidade? 

A CF em seu texto original dizia que o servidor deveria ser nomeado em concurso público e 2 anos de exercício. Não se referia nem a cago ou emprego, o que significava dizer que, aprovado em concurso público e cumprido os dois anos, seria estável. Portanto, poderia ser estável tanto o titular de emprego como o titular de cargo. 

A  partir  dessa  regra  o  TST  editou  a  súmula  390  que  diz  que  se  o  sujeito  é  empregado  em  pessoa jurídica  de  direito  público  possui  a  estabilidade  do  art.  41.  Já  o  empregado  de  pessoa  jurídica  de  direito trabalho (empresas públicas, sociedades de economia mistas –servidores de entes governamentais de direito privado) não gozam da estabilidade do art. 41. 

SUM‐390 ESTABILIDADE. ART. 41 DA CF/1988. CELETISTA. ADMINISTRAÇÃO DIRETA, AUTÁRQUICA OU FUNDACIONAL.  APLICABILIDADE.  EMPREGADO  DE  EMPRESA  PÚBLICA  E  SOCIEDADE  DE  ECONOMIA MISTA.  INAPLICÁVEL  (conversão  das  Orientações  Jurisprudenciais  nºs  229  e  265  da  SBDI‐1  e  da Orientação Jurisprudencial nº 22 da SBDI‐2) ‐ Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005  I  ‐ O  servidor  público  celetista  da  administração  direta,  autárquica  ou  fundacional  é  beneficiário  da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex‐OJs nºs 265 da SBDI‐1 ‐ inserida em 27.09.2002 ‐ e 22 da SBDI‐2 ‐ inserida em 20.09.00)  II  ‐  Ao  empregado  de  empresa  pública  ou  de  sociedade  de  economia  mista,  ainda  que  admitido mediante aprovação em concurso público, não é garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex‐OJ nº 229 da SBDI‐1 ‐ inserida em 20.06.2001) 

Em 1998 vem a EC n.º 19. Essa emenda altera o art. 41 e passa a exigir que para atingir a estabilidade o agente deve  ser  titular de cargo efetivo nomeado a concurso público e com 2 anos de exercício. Por  isso o empregado público não tem estabilidade. 

Conforme o texto original empregado público possuía estabilidade. A partir da EC 19 não possui mais a estabilidade do art. 41. 

Empregado público que ingressou antes da EC 19 adquiriu a estabilidade terá garantia da estabilidade. Não terá direito à estabilidade quem entrou após a EC 19. 

2. Três anos de exercício. 

3. Aprovado em avaliação especial de desempenho. Tem como objetivo avaliar a eficiência do servidor. A avaliação irá depender da lei de cada carreira: avaliação de produtividade, eficiência etc. 

12.4.2 Perda da estabilidade Poderá perder a estabilidade quando: 

1. For  reprovado  em  avaliação periódica de desempenho.  Tem  como parâmetro  verificar  a  eficiência do nosso servidor. Esse tipo de avaliação sempre existiu, mas antes da EC 19 não tinha o poder e o objetivo de retirar a estabilidade. O tipo de avaliação dependerá da  lei de cada carreira – a maioria das carreiras ainda não estabeleceu. 

2. Processo administrativo. Este processo, porém, com contraditório e ampla defesa. 

3. Processo judicial com trânsito em julgado. 

4. Racionalização  da máquina  administrativa  (art.  169). O  servidor  estável  poderá  perder  a  estabilidade quando houver excesso de despesas, desde que respeitada a ordem exigida constitucionalmente. 

12.4.3 Estágio probatório É o período de prova onde se verifica que o servidor serve para o cargo. 

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AGENTES PÚBLICOS > Sistema remuneratório 

A  CF  no  texto  original  de  1988  exigia  o  prazo  de  2  anos  de  exercício  para  adquirir  estabilidade. Regulamentando esta matéria a  lei 8.112 diz, no art. 20,  tendo como base o  texto original da CF/88, que o estágio probatório terá o prazo de 24 meses. O prazo contado em anos e meses tem alguma diferença de dias, embora a maioria das vezes coincidentes. 

A partir da EC 19 o servidor para adquirir estabilidade exige o prazo de 3 anos de exercício. Se  estágio  probatório  e  estágio  probatório  são  independentes  e,  portanto,  podem  ter  prazos 

diferentes. Com isso a estabilidade será de 3 anos e o estágio de 24 meses. Para esta orientação o art. 20 da Lei 8.112 foi recepcionado pela nova regra constitucional. 

Se, entretanto, entendendo‐se como dependentes, admite‐se que devem ter prazos  iguais. Com  isso estabilidade e estágio devem  ter 3 anos, conforme EC 19/98. Segundo este posicionamento o art. 20 não é materialmente compatível com a Constituição, portanto, não recepcionado pela nova regra constitucional. 

O  Presidente  da  República  editou  a MP  431/08  alterando  o  art.  20  da  Lei  8.112  e  a  partir  deste momento  o  estágio  probatório  será  de  36 meses.  Essa Medida  Provisória  foi  convertida  na  Lei  11.784/08, entretanto o  art. 20  foi emendado pelo Congresso, dizendo que estágio e estabilidade  são  independentes, portanto  o  estágio  continua  sendo  de  24 meses. O  CN  não  converteu  o  art.  20.  Por  essa  regra  o  estágio probatório continuou 24 meses. 

A  AGU  tem  parecer  vinculante  desde  2003  reconhecendo  o  prazo  de  3  anos  –  para  todo  poder executivo federal de 3 anos. 

O STJ, em 2004, tinha orientação de 24 meses conforme MS 9373. Atualmente entende que o prazo é de 3 anos (MS 12523 – ver). 

No STF não há nenhuma decisão de Plenário, mas há várias decisões monocráticas  reconhecendo 3 anos. 

O CNJ também diz que os institutos são dependentes e devem andar junto, portanto 3 anos. 

12.5 Sistema remuneratório 

A partir da EC 19 há duas modalidades de remuneração: 

12.5.1 Remuneração ou vencimentos Remuneração composta em uma parcela fixa mais uma parcela variável. A parcela fixa é o chamado salário base, considerado vencimento (toda carreira recebe). Há também a parcela variável, que se agrega à remuneração do servidor: abonos, gratificações. No  Brasil  sempre  houve  dúvida  sobre  o  que  se  incorpora  e  não  à  remuneração  do  servidor  para 

aposentadoria.  Como  também  se  o  aumento  recebido  é  com  base  somente  no  vencimento  ou  abrange também os acessórios. 

12.5.2 Subsídios Remuneração criada pela EC 19, que compõe parcela fixa (o que era fixo mais o variável). Receberão por meio de subsídio os ocupantes de alguns cargos: 

I. Chefe do Poder Executivo e os respectivos vices; II. Auxiliares imediatos do executivo (Ministros, Secretários ‐ estaduais e municipais); III. Membros do Poder Legislativo; IV. Magistrados; V. Membros do MP; VI. Carreira  da  AGU,  Procuradores  e  Defensores  Públicos.  Atenção!  Estão  fora  desta  lista  os 

procuradores municipais. Não há explicação. VII. Ministros e conselheiros dos Tribunais de Contas; VIII. Carreiras policiais (civil, militar, ferroviário, rodoviário); IX. Poderão  receber  subsídios  todos  os  demais  servidores  que  ocupem  cargos  organizados  em 

carreira (cargo que tem plano de ascensão funcional). Há, entretanto, duas exceções que podem ser pagas fora do subsídio: 

• Verbas de natureza indenizatória: diárias. • Garantias do art. 39, §3º: o servidor público tem alguns direitos do trabalhador comum (férias, 

adicional noturno, horário extraordinário, 13º etc). 

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AGENTES PÚBLICOS > Teto geral 

Essas garantias do art. 39, §3º e indenizatórias são pagas por fora, não contando como subsídio. A remuneração no Brasil, tanto de subsídio como vencimento, deve ser fixada por lei. A iniciativa dessa 

proposta de lei terá como parâmetro aquele que irá arcar com as custas, portanto a iniciativa poderá ser tanto do Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário. 

Há, entretanto, algumas remunerações não fixadas por lei (exceções): − O Congresso Nacional poderá fixar, através de Decreto Legislativo, a remuneração do Presidente da República e Vice, Ministros de Estado, Senadores e Deputados Federais. 

− A Câmara Municipal  também poderá  fixar  através de Decreto  Legislativo  a  remuneração dos seus  vereadores. O decreto  legislativo não  tem deliberação executiva, ou  seja,  sem  sanção e veto do presidente. 

A remuneração dos Deputados Estaduais e Governadores será fixada por lei normalmente. 

12.6 Teto geral 

A EC 19/98 diz que ninguém poderá ganhar mais do que os Ministros do STF. Atualmente fixado pela Lei  12.041/09  em  R$  26.723,13. O  STF  apresentou  em  2010  um  projeto  de  lei  no  Congresso  com  14%  de aumento,  porém  com  uma  novidade,  que  tenha  a  liberdade  de  ele mesmo  fixar  a  sua  remuneração  sem depender da aprovação do Congresso Nacional. Nesses casos o aumento será fixado por outro meio que não por lei – projeto ainda não aprovado. 

A EC 41/03 criou os chamados subtetos. E diz que: − No âmbito Federal o subteto será o mesmo do teto geral, ou seja, Ministro do STF; − No âmbito Estadual foram fixados três subtetos: 

o Poder Executivo: o subsídio do governador; o Poder Legislativo: o subsídio do deputado estadual; o Poder  Judiciário:  o  subsídio  do  desembargador.  Servirá  também  para  os  membros  do  MP 

(Procuradores e Promotores de Justiça), Procuradores do Estado e Defensores do Estado. − No âmbito Municipal: o subsídio do prefeito. 

Para os auxiliares administrativos de promotorias, técnicos, analistas o teto será o do governador do Estado. O teto do desembargador não poderá ultrapassar a 90,25% do subsídio do Ministro do STF. 

ADI 3854 – o STF fez interpretação conforme dizendo que os juízes estaduais ganhem menos do que os juízes federais, desde que seja tratado como teto somente a remuneração de  juiz. Desenvolvendo função de magistério, eleitoral etc o teto será de Ministro do STF, porque o Poder Judiciário é uno. 

A  remuneração  total é que  faz o  teto,  tanto  com proventos,  subsídios,  remuneração,  gratificações, adicionais – isolada ou cumulativamente. 

A irredutibilidade de remuneração será excepcionada somente nos casos que extrapolar o teto. 

12.7  Acumulação de cargo público 

Está previsto no art. 37, incisos XVI e XVII a acumulação de cargo, emprego e função pública. O Brasil segue o regime da não acumulação, excepcionalmente a Constituição permite. Essa proibição 

inclui cargos, empregos e funções públicas. Excepcionalmente poderá acumular nas seguintes exceções: 

− Atividade + Atividade: o Compatibilidade de horários o A soma das remunerações não pode ultrapassar o teto remuneratório o Ser um cargo de professor e outro de técnico científico.  

− Aposentadoria + Aposentadoria: é possível a acumulação de proventos nas mesmas hipóteses da atividade. 

o A soma das remunerações não pode ultrapassar o teto remuneratório o Ser um cargo de professor e outro de técnico científico.  

− Aposentadoria + Atividade: nas mesmas hipóteses que são permitidas para aqueles que estão em atividade. 

o A soma das remunerações não pode ultrapassar o teto remuneratório 

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AGENTES PÚBLICOS > Aposentadoria 

o Ser um cargo de professor e outro de técnico científico.  o Estando aposentado em um dos cargos, poderá exercer qualquer mandato eletivo. o Estando aposentado em um dos cargos, poderá exercer qualquer cargo em comissão 

no segundo. Até EC 20/98 o servidor que estivesse aposentado em um cargo poderia exercer um segundo cargo. A 

partir dessa emenda o  segundo  cargo  só poderá  ser  cargo em  comissão, mandato eletivo, preservando‐se, porém, o direito adquirido (art. 11 da EC 20/9835). 

− Aposentadoria + Atividade em mandato eletivo: a regra está prevista no art. 38. o Servidor  ocupando mandato  federal,  estadual  ou  distrital  não  é  possível  acumular. 

Será afastado do primeiro e exercerá o  segundo.  Irá  receber a nova  remuneração – obrigatoriamente. 

o Servidor  ocupando mandato  de  prefeito  não  é possível  acumular.  Será  afastado do primeiro e exercerá o segundo. Irá escolher a remuneração. 

o Servidor ocupando o cargo de vereador se o horário for compatível, poderá exercer e receber pelos dois. Com horários incompatíveis, afasta‐se o primeiro exerce o segundo e escolhe a remuneração. 

12.8 Aposentadoria 

A aposentadoria no Brasil se divide em dois regimes: 1. Regime Geral de Previdência Social: regido pelo INSS (art. 201 e segs da CF – Direito Previdenciário). 

a. Empregados privados; b. Empregados de empresa pública e sociedades de economia mista; c. Empregados públicos; d. Titulares de Cargos em Comissão – ADI 2024; e. Contratos temporários 

2. Regime Próprio de Previdência Social: cada ente político (União, Estado e Município) tem o seu (art. 40 CF – Direito Administrativo). 

a. Servidor de cargo efetivo; b. Servidor de cargo vitalício; 

Pelo Princípio da Reciprocidade os direitos adquiridos por alguém pelo RPPS é  levado para o RGPS e vice‐versa. 

O aposentado no Brasil recebe proventos. Segundo o  texto original da CF/88 exigia apenas o  tempo de  serviço,  independente da  idade ou  se 

contribuía ou não. Em 1998  foi  introduzida a  reforma da previdência com a EC 20/98. Retira  tempo de serviço e  inclui 

tempo de contribuição e limite de idade. Esses requisitos não tiveram mais alterações. Modalidades: 

A. Invalidez  permanente,  em  regra,  proventos  proporcionais  ao  que  contribuiu.  Poderá, excepcionalmente,  receber  proventos  integralmente  quando  ficar  inválido  em  serviço, com doença grave, contagiosa e incurável. 

B. Compulsória, aos 70 anos de idade. Irá receber proventos proporcionais. C. Voluntária, exige 10 anos no serviço público, mais 5 anos no cargo.  

a. Receberá  proventos  integrais:  homens  quando  tiver  60  anos  de  idade  e  35  de contribuição; mulheres quando tiver 55 anos de idade e 30 de contribuição. 

b. Receberá  proventos  proporcionais:  homens  quando  tiver  65  anos  de  idade; mulheres com 60 anos de idade. 

                                                            35 Art. 11 ‐ A vedação prevista no art. 37,  § 10, da Constituição Federal, não se aplica aos membros de poder e aos inativos, servidores e militares, que, até a publicação desta Emenda, tenham ingressado novamente no serviço público por concurso público de provas ou de  provas  e  títulos,  e  pelas  demais  formas  previstas  na  Constituição  Federal,  sendo‐lhes  proibida  a  percepção  de mais  de  uma aposentadoria pelo regime de previdência a que se refere o art. 40 da Constituição Federal, aplicando‐se‐lhes, em qualquer hipótese, o limite de que trata o  § 11 deste mesmo artigo.  

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AGENTES PÚBLICOS > Aposentadoria 

D. Especial. Para o professor: exclusividade de magistério (ADI 3772) exercida em sala de aula como  também aquelas exercidas no âmbito da escola, no ensino  infantil,  fundamental e médio. Somente poderá se aposentar na aposentadoria especial com proventos integrais: se homem 55 idade e 30 de contribuição; se mulher 50 anos de idade e 25 de contribuição. proventos proporcionais cairá na regra normal. 

A partir da EC 47/05 é admitida a aposentadoria especial para aqueles que exercem atividade de risco e  o  deficiente  físico. Nestes  casos  exigem  regulamentação  e  até  o momento  a  lei  não  foi  aprovada.  Para atividade de risco o STF já julgou nos Mandados de Injunção 721 e 758 irá seguir a aposentadoria especial do regime geral de previdência social (Lei 8.213/90). 

A EC 41/03 altera várias regras, mas não alterou os requisitos. A. Revogou o Princípio da Integralidade. Até a EC se o servidor estivesse em atividade ganhando 

R$ 10 mil, quando da sua aposentadoria  iria receber o que recebia na atividade. Atualmente receberá a média da sua vida laboral. Põe‐se na média a remuneração que teve incidência de contribuição, aquelas que não contribuiu não integram a contagem. 

B.  Revogou o Princípio da Paridade. Se o servidor na ativa que ganha R$ 5 mil e recebe aumento, será estendido para os servidores inativos. Em seu lugar entrou o Princípio da Preservação do Valor Real – tendo aumento para o ativo, o inativo não receberá o aumento. Mas o inativo irá conservar o seu poder de compra. 

C. Teto  de  proventos. Os  servidores  públicos  a  partir  da  criação  de  um  regime  complementar quando se aposentar irá ser igual ao regime geral de previdência social (R$ 3.467,40). 

D. Contribuição dos  inativos.  (ADI 3105 – contribuição dos  inativos é constitucional)  ‐ o  inativo contribui com 11% (alíquota mínima) sobre aquilo que ultrapassar o teto geral do INSS. 

Se o servidor na data da EC já preenchia os requisitos vale a regra antiga (Direito Adquirido). Entrando depois da EC valerá a regra nova. E para quem  já estava antes da EC, mas que não preenchia os requisitos – regras de transição (prevista em cada emenda constitucional).  

O  chefe da AGU não precisa  ser  integrante da  carreira,  seria uma exceção ao  ingresso ao  concurso público.    

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INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE > Limitação Administrativa 

Terça‐feira,  18  de  janeiro  de  2011.  

13 INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE 

Em  regra  o  Estado  não  intervirá  na  propriedade,  será  possível  excepcionalmente.  Essa  intervenção precisa estar prevista em lei, caracterizar o interesse público de forma precisa. 

Direito de Propriedade fala‐se do direito de usar, gozar, usufruir, dispor e reaver o bem com quer que ele esteja. Esse direito envolve algumas características: 

− Tem  caráter absoluto, poderá  ser exercida a propriedade da  forma que melhor  lhe aprouver (será meu enquanto este for o meu desejo). Liberdade no uso da propriedade. 

− Exclusividade  –  exerce‐se  o  direito  sozinho,  ou  seja,  somente  o  proprietário  utilizará,  sem interferência. 

− Perpétuo – a propriedade será do proprietário enquanto este desejar. A  intervenção na propriedade  incidirá em algum dessas características do direito de propriedade. A 

intervenção da propriedade interfere no direito, mas normalmente não interferirá na propriedade. Ex.: pode‐se  limitar o direito de construir, mas não se retira o direito de propriedade. A única hipótese que se retira o direito de propriedade é na desapropriação. 

A intervenção na propriedade pode ter dois fundamentos: Supremacia do Interesse Público (principal fundamento) e a Prática de uma Ilegalidade. 

As  modalidades  de  intervenção  são:  limitação,  servidão,  requisição,  ocupação,  tombamento  e desapropriação etc. 

13.1 Limitação Administrativa 

A  limitação  administrativa  é  caracterizada  pela  atuação  geral  (serve  para  todos),  abstrata  e  com proprietário indeterminado. Normalmente irá interferir no direito de construir, como por exemplo, construir com calhas voltadas para determinado lado, até determinada altura. 

A  limitação administrativa tem como  fundamento, base o exercício do poder de polícia que significa restringir, limitar a atuação do particular em nome do interesse público. Deve haver uma compatibilização de interesse em busca do bem estar social. 

A limitação administrativa irá interferir na propriedade em seu caráter absoluto, ou seja, interferindo na liberdade do proprietário. 

13.1.1 Dever de indenizar Normalmente  a  limitação  administrativa  não  gera  dever  de  indenizar,  pois  a  atuação  é  geral  e 

abstrata. Entretanto, a jurisprudência observa que se a limitação administrativa é superveniente e for interferir 

consideravelmente, representativamente no valor desse bem, há dever de indenizar. Porém, como regra, não haverá indenização. 

Essa questão de indenização está muito presente em áreas de preservações ambientais. Essa limitação não retira o direito de propriedade, mas desvaloriza o patrimônio. 

13.2 Servidão Administrativa 

A  servidão  administrativa,  ao  contrário  do  que  acontece  na  limitação,  representa  um Direito  Real sobre coisa alheia: o bem é determinado, o proprietário é determinado. Não é possível fazer  intervenção no próprio imóvel. 

Direito Real – o direito de propriedade é um dos direitos reais, deverá ter transcrição no Registro de Imóveis e  tem caráter perpétuo. Esse  caráter perpétuo não é absoluto. A  servidão  irá acontecer, enquanto existir interesse público; perdendo o interesse, a servidão desaparece. 

A  servidão  é  instituída  para  a  prestação  de  serviços  públicos.  O  Estado  irá  utilizar  junto  com  o particular a prestação serviços públicos. 

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INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE > Requisição 

Se o Estado está utilizando a propriedade  junto com o proprietário  irá atingir o caráter exclusivo do Direito de Propriedade. A servidão administrativa depende de autorização legislativa prévia. 

Na  servidão  civil:  há  uma  relação  de  dominação  –  dominante  (que  usa)  e  serviente  (que  cede  o espaço). Um imóvel se utiliza de outro. 

Servidão  Administrativa:  existe  uma  relação  de  dominação  –  dominante  (Estado)  e  serviente (proprietário do bem). A dominação é de um serviço sobre o bem. 

A diferença entre a servidão civil e a servidão administrativa é que na civil há a dominação de um bem sobre o outro, como no caso da servidão de passagem. Já na servidão administração há a dominação de um serviço sobre o bem, como é o exemplo da servidão para o serviço de energia elétrica (servidão de um serviço sobre o bem). 

A relação de dominação se dá entre serviço (dominante) e o bem (serviente). A servidão pode atingir bens públicos e bens privados. Deve ser coisa alheia, mas pode ser público ou 

privado. 

13.2.1 Dever de indenizar A  indenização  é  possível  desde  que  exista  dano  efetivo.  Em  servidão  administrativa  é  possível 

indenizar. Muitas  vezes  o  Estado  disfarça  com  uma modalidade  de  intervenção  que  não  retira  o  direito  de 

propriedade,  como  a  limitação,  a  servidão,  como um  tombamento, mas na  verdade está  impedindo que o proprietário utilize a propriedade. 

Se o Estado retira a propriedade é desapropriação. Se pelo imóvel rural passa torres de alta tensão o que impede de fazer qualquer coisa na propriedade, 

não  seria o caso de  servidão, mas  sim desapropriação, pois  impede a propriedade. O Estado não  tomou as providências  para  desapropriar,  e  ainda  assim  tomou  a  propriedade,  será  o  instituto  da  desapropriação indireta.  É muito  comum  o  Estado  fingir  uma modalidade  que  não  retira  o  direito, mas  na  verdade  está tomando o direito, configurando desapropriação e não servidão. Como está tomando o direito e não utilizou dos procedimentos adequados para a desapropriação está realizando a desapropriação indireta. 

13.3 Requisição 

Requisição é uma modalidade de  intervenção na propriedade que está prevista no art. 5º, XXV da CF (XXV  ‐ no caso de  iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;). 

É  fundamento  para  essa  intervenção  o  iminente  perigo,  com  proprietário  determinado  e  pode acontecer  em  tempo  de  guerra  ou  em  tempo  de  paz.  Essa  intervenção  é  temporária,  pois  permanecerá enquanto perdurar o perigo. 

A  ideia é que essa  requisição permaneça até quando houver o  iminente perigo, não  sendo possível determinar o prazo. 

A requisição atingirá o caráter exclusivo da propriedade, alguém irá utilizar junto com o proprietário. 

13.3.1 Dever de indenizar A  indenização  será  ulterior,  após  o  uso,  se  houver  dano.  Se  houver  indenização  deve  haver  dano, 

prejuízo, caso contrário irá caracterizar enriquecimento ilícito. 

O Estado  requisitou, em  razão das chuvas,  frangos de um  frigorífico e  roupas de uma fábrica para socorrer desabrigados, será mesmo caso de  requisição?   Quando os bens são  móveis  e  fungíveis,  em  que  se  possa  ser  substituídos  por  outros  em  mesma quantidade  e  quantidade,  será  caso  de  requisição, mesmo  que  tenha  um  aspecto  de desapropriação dos bens. 

# Se o estado, ao contrário da requisição das roupas das fábricas, requisitasse as roupas de particular, pessoa física? Nesse caso há uma identidade, sendo infungível, caracterizando caso de desapropriação. 

13.4 Ocupação Temporária 

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INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE > Tombamento 

A ocupação  temporária  é uma modalidade de  intervenção utilizada  em  situações  específicas, quais sejam:  

− Imóveis não edificados que fica ao  lado de obra pública e que tem como objetivo guardar os materiais da obra (art. 36 do DL 3365/4136 – norma geral de desapropriação); 

− A ocupação  temporária para evitar uma desapropriação desnecessária, como para pesquisas de minérios  ou  arqueológicas.  Antes,  o  Estado  desapropriava  e  posteriormente  realizava  a pesquisa para haver se havia fundamento na hipótese, ficando, nos casos de não confirmação, com  uma  desapropriação  desnecessária.  Para  evitar  essas  desapropriações  desnecessárias criou‐se a ocupação. 

A ocupação atinge o caráter exclusivo da propriedade que será temporária. Não edificado entende‐se, atualmente, como sendo um imóvel subutilizado, portanto, uma plantação 

seria suficiente para a proteção contra a ocupação. 

13.4.1 Dever de indenização A ocupação temporária pode gerar indenização se houver prejuízo. Como nos casos de pesquisa de petróleo devolverá o bem totalmente perfurado. 

13.5 Tombamento 

É uma modalidade de  intervenção na propriedade prevista no Decreto Lei 25 de 1937  (deve‐se  ler). Tem por objetivo a conservação da identidade de um povo, busca‐se manter a memória. 

O tombamento pode acontecer com quatro finalidades diferentes: histórico (imóveis), cultural (música de folclore), artístico (escultura, pintura) e paisagístico (árvores, áreas florestais). 

O  tombamento  é  uma  intervenção  que  atinge  o  caráter  absoluto  da  propriedade,  restringindo  a liberdade do proprietário. 

É uma intervenção perpétua na propriedade, ou seja, enquanto o patrimônio existir estará tombado. É possível, portanto, vendê‐lo,  locá‐lo etc. Com  isso, é claro que será uma  intervenção parcial na propriedade, pois é possível a utilização do bem. 

O  tombamento  não  pode  impedir  o  uso;  irá  restringir,  mas  não  retirar.  Se  o  Estado  finge  o tombamento e inviabiliza o uso é caso de desapropriação. 

O  tombamento  se  torna  definitivo  com  o  registro  no  livro  do  tombo, mas  haverá  também  uma averbação na matrícula do imóvel (para proteção de terceiros). 

Pode haver tombamento com caráter de desapropriação, embora muito raro, passível de restituição. A  competência  para  o  tombamento  tem  diferenças  no  que  tange  à  competência  legislativa  e  a 

material. Competência Material – refere‐se a quem pode fazer o tombamento, ou seja, todos os entes poderão 

fazê‐lo; competência comum (art. 23 da CF). Competência  Legislativa  –  a  competência  para  legislar  sobre  tombamento  será  concorrente.  A 

competência está prevista no art. 24,  competindo à União  legislar  sobre normas gerais e aos Estados e DF legislam em competência suplementar. 

13.5.1 Dever de indenizar O tombamento, em regra, não gera dever de indenização. 

13.5.2 Obrigações do proprietário inerentes ao tombamento Há uma lista de obrigações: 

− Dever de conservação do patrimônio. O dono do patrimônio tem o dever de conservação, assim como terá aquele que eventualmente venha adquirir o bem. 

o Depende de autorização prévia para qualquer alteração que se  faz no bem,  inclusive de conservação, como pinturas e restaurações etc. 

o Não se pode danificar patrimônio tombado, sob pena de caracterizar crime de dano. 

                                                            36 Art. 36. É permitida a ocupação  temporária, que será  indenizada, afinal, por ação própria, de  terrenos não edificados, vizinhos às obras e necessários à sua realização. O expropriante prestará caução, quando exigida.  

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o Se o proprietário não  tiver  condições para  fazer  a  conservação deverá  comunicar  a instituição  para  faça  as  reformas  necessárias. Não  pode  se  eximir  da  obrigação  de cuidado por não ter dinheiro, pois tem o dever de comunicar. 

− Bem Público tombado é  inalienável. Todos os demais poderão ser tombados e a onerosidade acompanhará o bem. 

− O ente que tombou tem direito de preferência quando da alienação do bem. − O patrimônio tombado não pode sair do país, salvo por breve espaço de tempo. − Não poderá ser exportado, porque a ideia de conservação é que ele faça parte da história do 

país. − O  proprietário  do  patrimônio  tombado  é  obrigado  a  suportar  a  fiscalização. O  Estado  não 

fiscaliza nem quando é comunicado, muito menos quando não for comunicado. − O  vizinho  do  patrimônio  tombado  não  poderá  construir,  instalar  placas  e  cartazes  que 

prejudiquem a visibilidade desse patrimônio. 

13.5.3 Modalidades de tombamento 

13.5.3.1 De acordo com a constituição Poderá ser voluntário, quando o proprietário requer o tombamento ou anui com o tombamento. O tombamento compulsório (de ofício) quando o proprietário não concorda. 

13.5.3.2 Eficácia do tombamento Para evitar que o proprietário desapareça com o bem enquanto se dá o deslinde do procedimento de 

tombamento ocorrerá o tombamento provisório. Encerrado o processo, haverá a conversão em tombamento definitivo. 

13.5.3.3 Destinatários Pode  ser  geral  que  atinge  bairro  inteiro,  rua,  cidade  ou  individual  onde  se  tomba  um  imóvel 

determinado.  

DECRETO-LEI Nº 25, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1937.  

 

Organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional.  

O Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, usando da atribuição que lhe confere o art. 180 da Constituição, 

1)  que  pertençam  às  representações  diplomáticas  ou consulares acreditadas no país; 

DECRETA:  2)  que  adornem  quaisquer  veiculos  pertecentes  a  emprêsas estrangeiras, que façam carreira no país; CAPÍTULO I 

DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL  3)  que  se  incluam  entre  os  bens  referidos  no  art.  10  da Introdução  do  Código  Civíl,  e  que  continuam  sujeitas  à  lei pessoal do proprietário; 

Art. 1º Constitue o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e  imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interêsse público, quer por sua vinculação a  fatos  memoráveis  da  história  do  Brasil,  quer  por  seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico. 

4) que pertençam a casas de comércio de objetos históricos ou artísticos; 5)  que  sejam  trazidas  para  exposições  comemorativas, educativas ou comerciais: 

§  1º  Os  bens  a  que  se  refere  o  presente  artigo  só  serão considerados  parte  integrante  do  patrimônio  histórico  o artístico  nacional,  depois  de  inscritos  separada  ou agrupadamente num dos quatro Livros do Tombo, de que trata o art. 4º desta lei. 

6)  que  sejam  importadas  por  emprêsas  estrangeiras expressamente para adôrno dos respectivos estabelecimentos. Parágrafo único. As obras mencionadas nas alíneas 4 e 5 terão guia  de  licença  para  livre  trânsito,  fornecida  pelo  Serviço  ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 

§ 2º Equiparam‐se aos bens a que se refere o presente artigo e são também sujeitos a tombamento os monumentos naturais, bem  como  os  sítios  e  paisagens  que  importe  conservar  e proteger  pela  feição  notável  com  que  tenham  sido  dotados pelo natureza ou agenciados pelo indústria humana. 

CAPÍTULO II DO TOMBAMENTO 

Art. 4º O  Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional possuirá quatro  Livros do Tombo, nos quais  serão  inscritas as obras a que se refere o art. 1º desta lei, a saber: 

Art.  2º  A  presente  lei  se  aplica  às  coisas  pertencentes  às pessôas  naturais,  bem  como  às  pessôas  jurídicas  de  direito privado e de direito público interno. 

1) no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, as  coisas  pertencentes  às  categorias  de  arte  arqueológica, etnográfica, ameríndia e popular, e bem assim as mencionadas no § 2º do citado art. 1º. Art. 3º Exclúem‐se do patrimônio histórico e artístico nacional 

as obras de orígem estrangeira: 

INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE > Tombamento 

2) no Livro do Tombo Histórico, as coisas de interêsse histórico e as obras de arte histórica; 

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INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE > Tombamento 

3) no Livro do Tombo das Belas Artes, as coisas de arte erudita, nacional ou estrangeira; 4)  no  Livro  do  Tombo  das  Artes  Aplicadas,  as  obras  que  se incluírem  na  categoria  das  artes  aplicadas,  nacionais  ou estrangeiras. § 1º Cada um dos Livros do Tombo poderá ter vários volumes. § 2º Os bens, que  se  inclúem nas  categorias enumeradas nas alíneas  1,  2,  3  e  4  do  presente  artigo,  serão  definidos  e especificados no regulamento que for expedido para execução da presente lei. Art.  5º  O  tombamento  dos  bens  pertencentes  à  União,  aos Estados e aos Municípios se fará de ofício, por ordem do diretor do  Serviço  do  Patrimônio  Histórico  e  Artístico  Nacional, mas deverá ser notificado à entidade a quem pertencer, ou sob cuja guarda estiver a coisa tombada, afim de produzir os necessários efeitos. Art. 6º O  tombamento de  coisa pertencente à pessôa natural ou  à  pessôa  jurídica  de  direito  privado  se  fará  voluntária  ou compulsóriamente. Art. 7º Proceder‐se‐à ao tombamento voluntário sempre que o proprietário  o  pedir  e  a  coisa  se  revestir  dos  requisitos necessários  para  constituir  parte  integrante  do  patrimônio histórico e artístico nacional, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ou sempre que o mesmo proprietário anuir, por escrito, à notificação, que se lhe fizer, para a inscrição da coisa em qualquer dos Livros do Tombo. Art.  8º  Proceder‐se‐á  ao  tombamento  compulsório  quando  o proprietário se recusar a anuir à inscrição da coisa. Art.  9º O  tombamento  compulsório  se  fará  de  acôrdo  com  o seguinte processo: 1) o  Serviço do Patrimônio Histórico  e Artístico Nacional, por seu órgão competente, notificará o proprietário para anuir ao tombamento,  dentro  do  prazo  de  quinze  dias,  a  contar  do recebimento  da  notificação,  ou  para,  si  o  quisér  impugnar, oferecer dentro do mesmo prazo as razões de sua impugnação. 2) no caso de não haver impugnação dentro do prazo assinado. que  é  fatal,  o  diretor  do  Serviço  do  Patrimônio  Histórico  e Artístico  Nacional  mandará  por  símples  despacho  que  se proceda à inscrição da coisa no competente Livro do Tombo. 3) se a impugnação for oferecida dentro do prazo assinado, far‐se‐á  vista  da mesma,  dentro  de  outros  quinze  dias  fatais,  ao órgão  de  que  houver  emanado  a  iniciativa  do  tombamento, afim  de  sustentá‐la.  Em  seguida,  independentemente  de custas,  será  o  processo  remetido  ao  Conselho  Consultivo  do Serviço  do  Patrimônio  Histórico  e  Artístico  Nacional,  que proferirá decisão a respeito, dentro do prazo de sessenta dias, a  contar  do  seu  recebimento.  Dessa  decisão  não  caberá recurso. Art. 10. O tombamento dos bens, a que se refere o art. 6º desta lei, será considerado provisório ou definitivo, conforme esteja o respectivo processo iniciado pela notificação ou concluído pela inscrição dos referidos bens no competente Livro do Tombo. Parágrafo  único.  Para  todas  os  efeitos,  salvo  a  disposição  do art.  13  desta  lei,  o  tombamento  provisório  se  equiparará  ao definitivo. 

CAPÍTULO III DOS EFEITOS DO TOMBAMENTO 

Art.  11.  As  coisas  tombadas,  que  pertençam  à  União,  aos Estados  ou  aos  Municípios,  inalienáveis  por  natureza,  só poderão  ser  transferidas  de  uma  à  outra  das  referidas entidades. Parágrafo único. Feita a  transferência, dela deve o adquirente dar imediato conhecimento ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 

Art.  12.  A  alienabilidade  das  obras  históricas  ou  artísticas tombadas, de propriedade de pessôas naturais ou  jurídicas de direito privado sofrerá as restrições constantes da presente lei. Art.  13.  O  tombamento  definitivo  dos  bens  de  propriedade partcular  será, por  iniciativa do órgão  competente do  Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, transcrito para os devidos  efeitos  em  livro  a  cargo  dos  oficiais  do  registro  de imóveis e averbado ao lado da transcrição do domínio. § 1º No caso de transferência de propriedade dos bens de que trata  êste  artigo,  deverá  o  adquirente,  dentro  do  prazo  de trinta  dias,  sob  pena  de  multa  de  dez  por  cento  sôbre  o respectivo valor, fazê‐la constar do registro, ainda que se trate de transmissão     judicial ou causa mortis. §  2º  Na  hipótese  de  deslocação  de  tais  bens,  deverá  o proprietário,  dentro  do mesmo  prazo  e  sob  pena  da mesma multa,  inscrevê‐los no  registro do  lugar para que  tiverem sido deslocados. § 3º A transferência deve ser comunicada pelo adquirente, e a deslocação  pelo  proprietário,  ao  Serviço  do  Patrimônio Histórico e Artistico Nacional, dentro do mesmo prazo e sob a mesma pena. Art. 14. A.  coisa  tombada não poderá  saír do país,  senão por curto  prazo,  sem  transferência  de  domínio  e  para  fim  de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional. Art. 15. Tentada, a não ser no caso previsto no artigo anterior, a exportação,  para  fora  do  país,  da  coisa  tombada,  será  esta sequestrada pela União ou pelo Estado em que se encontrar. §  1º  Apurada  a  responsábilidade  do  proprietário,  ser‐lhe‐á imposta a multa de cincoenta por cento do valor da coisa, que permanecerá  sequestrada  em  garantia  do  pagamento,  e  até que êste se faça. § 2º No caso de reincidência, a multa será elevada ao dôbro. § 3º A pessôa que tentar a exportação de coisa tombada, alem de  incidir na multa a que se referem os parágrafos anteriores, incorrerá, nas penas cominadas no Código Penal para o crime de contrabando. Art.  16.  No  caso  de  extravio  ou  furto  de  qualquer  objéto tombado,  o  respectivo  proprietário  deverá  dar  conhecimento do fáto ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, dentro do prazo de cinco dias,  sob pena de multa de dez por cento sôbre o valor da coisa. Art. 17. As coisas tombadas não poderão, em caso nenhum ser destruidas,  demolidas  ou  mutiladas,  nem,  sem  prévia autorização  especial  do  Serviço  do  Patrimônio  Histórico  e Artistico Nacional, ser reparadas, pintadas ou restauradas, sob pena de multa de cincoenta por cento do dano causado. Parágrafo  único.  Tratando‐se  de  bens  pertencentes  á  União, aos Estados ou aos municípios, a autoridade  responsável pela infração do presente artigo incorrerá pessoalmente na multa. Art.  18.  Sem  prévia  autorização  do  Serviço  do  Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, não se poderá, na vizinhança da coisa  tombada,  fazer  construção que  lhe  impeça ou  reduza  a visibílidade, nem nela  colocar  anúncios ou  cartazes,  sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o objéto, impondo‐se nêste caso a multa de cincoenta por cento do valor do mesmo objéto. Art. 19. O proprietário de coisa tombada, que não dispuzer de recursos  para  proceder  às  obras  de  conservação  e  reparação que a mesma requerer,  levará ao conhecimento do Serviço do Patrimônio  Histórico  e  Artístico  Nacional  a  necessidade  das mencionadas  obras,  sob  pena  de  multa  correspondente  ao dobro da  importância em que fôr avaliado o dano sofrido pela mesma coisa. §  1º  Recebida  a  comunicação,  e  consideradas  necessárias  as obras, o diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artistico 

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Nacional mandará executá‐las, a expensas da União, devendo as mesmas  ser  iniciadas  dentro  do  prazo  de  seis mezes,  ou providenciará para que seja feita a desapropriação da coisa. 

INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE > Desapropriação 

§ 2º À falta de qualquer das providências previstas no parágrafo anterior, poderá o proprietário  requerer que seja cancelado o tombamento da coisa. §  3º  Uma  vez  que  verifique  haver  urgência  na  realização  de obras e conservação ou reparação em qualquer coisa tombada, poderá o  Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional tomar  a  iniciativa  de  projetá‐las  e  executá‐las,  a  expensas  da União,  independentemente da  comunicação  a que  alude êste artigo, por parte do proprietário. Art.  20.  As  coisas  tombadas  ficam  sujeitas  à  vigilância permanente  do  Serviço  do  Patrimônio  Histórico  e  Artístico Nacional,  que  poderá  inspecioná‐los  sempre  que  fôr  julgado conveniente,  não  podendo  os  respectivos  proprietários  ou responsáveis criar obstáculos à inspeção, sob pena de multa de cem mil réis, elevada ao dôbro em caso de reincidência. Art. 21. Os atentados cometidos contra os bens de que trata o art.  1º  desta  lei  são  equiparados  aos  cometidos  contra  o patrimônio nacional. 

CAPÍTULO IV DO DIREITO DE PREFERÊNCIA 

Art.  22.  Em  face  da  alienação  onerosa  de  bens  tombados, pertencentes  a  pessôas  naturais  ou  a  pessôas  jurídicas  de direito privado, a União, os Estados e os municípios terão, nesta ordem, o direito de preferência. §  1º  Tal  alienação  não  será  permitida,  sem  que  prèviamente sejam  os  bens  oferecidos,  pelo mesmo  preço,  à  União,  bem como  ao  Estado  e  ao município  em  que  se  encontrarem.  O proprietário  deverá  notificar  os  titulares  do  direito  de preferência a usá‐lo, dentro de trinta dias, sob pena de perdê‐lo. §  2º  É  nula  alienação  realizada  com  violação  do  disposto  no parágrafo anterior, ficando qualquer dos titulares do direito de preferência habilitado a sequestrar a coisa e a impôr a multa de vinte por cento do seu valor ao transmitente e ao adquirente, que serão por ela solidariamente responsáveis. A nulidade será pronunciada,  na  forma  da  lei,  pelo  juiz  que  conceder  o sequestro, o qual só será levantado depois de paga a multa e se qualquer  dos  titulares  do  direito  de  preferência  não  tiver adquirido a coisa no prazo de trinta dias. § 3º O direito de preferência não inibe o proprietário de gravar livremente a coisa tombada, de penhor, anticrese ou hipoteca. §  4º  Nenhuma  venda  judicial  de  bens  tombados  se  poderá realizar  sem  que,  prèviamente,  os  titulares  do  direito  de preferência sejam disso notificados judicialmente, não podendo os editais de praça ser expedidos, sob pena de nulidade, antes de feita a notificação. § 5º Aos titulares do direito de preferência assistirá o direito de remissão, se dela não  lançarem mão, até a assinatura do auto de arrematação ou até a sentença de adjudicação, as pessôas que, na forma da lei, tiverem a faculdade de remir. § 6º O direito de  remissão por parte da União, bem como do Estado e do município em que os bens se encontrarem, poderá ser exercido, dentro de cinco dias a partir da assinatura do auto do  arrematação  ou  da  sentença  de  adjudicação,  não  se podendo extraír a  carta, enquanto não  se esgotar êste prazo, 

salvo  se  o  arrematante  ou  o  adjudicante  for  qualquer  dos titulares do direito de preferência. 

CAPÍTULO V DISPOSIÇÕES GERAIS 

Art.  23.  O  Poder  Executivo  providenciará  a  realização  de acôrdos entre a União e os Estados, para melhor coordenação e desenvolvimento  das  atividades  relativas  à  proteção  do patrimônio histórico e artistico nacional e para a uniformização da legislação estadual complementar sôbre o mesmo assunto. Art. 24. A União manterá, para a conservação e a exposição de obras históricas e artísticas de sua propriedade, além do Museu Histórico Nacional e do Museu Nacional de Belas Artes, tantos outros  museus  nacionais  quantos  se  tornarem  necessários, devendo  outrossim  providênciar  no  sentido  de  favorecer  a instituição de museus estaduais e municipais,  com  finalidades similares. Art. 25. O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional procurará  entendimentos  com  as  autoridades  eclesiásticas, instituições  científicas,  históricas  ou  artísticas  e  pessôas naturais o  jurídicas, com o objetivo de obter a cooperação das mesmas  em  benefício  do  patrimônio  histórico  e  artístico nacional. Art.  26. Os negociantes de  antiguidades, de obras de  arte de qualquer natureza, de manuscritos e livros antigos ou raros são obrigados  a  um  registro  especial  no  Serviço  do  Patrimônio Histórico  e  Artístico  Nacional,  cumprindo‐lhes  outrossim apresentar semestralmente ao mesmo relações completas das coisas históricas e artísticas que possuírem. Art. 27.  Sempre que os  agentes de  leilões  tiverem de  vender objetos  de  natureza  idêntica  à  dos  mencionados  no  artigo anterior,  deverão  apresentar  a  respectiva  relação  ao  órgão competente  do  Serviço  do  Patrimônio  Histórico  e  Artístico Nacional,  sob  pena  de  incidirem  na multa  de  cincoenta  por cento sôbre o valor dos objetos vendidos. Art. 28. Nenhum objéto de natureza idêntica à dos referidos no art. 26 desta  lei poderá ser posto à venda pelos comerciantes ou  agentes  de  leilões,  sem  que  tenha  sido  préviamente autenticado  pelo  Serviço  do  Patrimônio  Histórico  e  Artístico Nacional, ou por perito em que o mesmo se  louvar, sob pena de multa  de  cincoenta  por  cento  sôbre  o  valor  atribuido  ao objéto. Parágrafo  único.  A.  autenticação  do mencionado  objeto  será feita  mediante  o  pagamento  de  uma  taxa  de  peritagem  de cinco por cento  sôbre o valor da coisa,  se êste  fôr  inferior ou equivalente  a  um  conto  de  réis,  e  de mais  cinco mil  réis  por conto de réis ou fração, que exceder. Art.  29. O  titular  do  direito  de  preferência  gosa  de  privilégio especial sôbre o valor produzido em praça por bens tombados, quanto  ao  pagamento  de  multas  impostas  em  virtude  de infrações da presente lei. Parágrafo único. Só terão prioridade sôbre o privilégio a que se refere êste artigo os créditos inscritos no registro competente, antes  do  tombamento  da  coisa  pelo  Serviço  do  Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Art. 30. Revogam‐se as disposições em contrário. Rio  de  Janeiro,  30  de  novembro  de  1937,  116º  da Independência e 49º da República. GETULIO VARGAS. Gustavo Capanema. 

 

13.6 Desapropriação 

É uma  forma de  intervenção na propriedade  em que o  Estado  adquire  este bem.  É uma  forma de aquisição  originária  porque  independe  da  anuência  do  proprietário.  Não  tem  relação  com  o  antigo 

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proprietário.  É uma  forma de  aquisição  com  restrição  total do direito de propriedade,  atingindo o  caráter perpétuo. Da desapropriação não cabe restituição ou revogação. 

A competência legislativa para desapropriação é da União (art. 22, II da CF) e a competência material da desapropriação é de todos os entes. 

A desapropriação é feita em duas etapas: com fase declaratória e fase executiva. A fase declaratória pode ser feita pelos entes políticos: União, Estados, Municípios e DF. A  fase executiva pode ser  feita  também pelos entes políticos: União, Estados, Municípios e DF. Nos 

art.2º e 3º do DL 3365/41 é admitida a execução por entes delegados, ou seja, concessionárias, administração indireta, permissionárias e as delegadas. 

Em  tese é possível desapropriar os bens móveis/imóveis,  corpóreos/incorpóreos, públicos/privados, espaço aéreo, subsolo. 

É  vedada  a  desapropriação  de  direitos  da  personalidade,  vida,  imagem,  alimentos  e  autorais. Expressamente vedados no Decreto Lei. 

O bem público pode  ser objeto de desapropriação, mas  tem uma  restrição no §2º do art. 2º do DL 3365/41. 

Art. 2º Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios. [...] §  2º  Os  bens  do  domínio  dos  Estados,  Municípios,  Distrito  Federal  e  Territórios  poderão  ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização legislativa. 

A União poderá desapropriar os bens dos  Estados, Municípios  e DF. Os  Estados, da mesma  forma, poderão  desapropriar  bens  públicos  dos  seus municípios. Os Municípios,  entretanto  poderão  desapropriar somente patrimônio privado. 

Para a doutrina essa hierarquia é extensível para os bens da Administração Indireta. [IMPORTANTE – ver roteiro de aula e quadro de modelo sobre intervenção da propriedade]. 

13.6.1 Indenização A indenização terá como base a forma de desapropriação 

13.6.1.1 Desapropriação comum, geral ou ordinária A  desapropriação  comum  ou  ordinária  tem  como  fundamento  o  art.  5º,  XXIV  da  CF  (XXIV  ‐  a  lei 

estabelecerá  o  procedimento  para  desapropriação  por  NECESSIDADE  ou  UTILIDADE  PÚBLICA,  ou  por INTERESSE  SOCIAL, mediante  justa  e  prévia  indenização  em  dinheiro,  ressalvados  os  casos  previstos  nesta Constituição;) 

O fundamento da desapropriação serão necessidade, utilidade pública e interesse social. Necessidade e utilidade andam juntas, previstas no Decreto Lei 3365/41. 

1. NECESSIDADE OU UTILIDADE PÚBLICA 1.1. No artigo 5º do Decreto Lei há uma lista sobre o que caracteriza necessidade e utilidade pública. Para 

o Decreto Lei é como se fossem sinônimo, mas a doutrina distingue. 1.2. Necessidade – hipótese que há urgência 1.3. Utilidade‐ para as mesmas hipóteses só que sem urgência. 

 Art. 5º Consideram‐se casos de utilidade pública [ou necessidade pública]: a) a segurança nacional; b) a defesa do Estado; c) o socorro público em caso de calamidade; d) a salubridade pública; e) a  criação  e  melhoramento  de  centros  de  população,  seu abastecimento regular de meios de subsistência; f) o aproveitamento  industrial das minas e das  jazidas minerais, das águas e da energia hidráulica; g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração, casas de saude, clínicas, estações de clima e fontes medicinais; h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos; i)  a  abertura,  conservação  e  melhoramento  de  vias  ou logradouros  públicos;  a  execução  de  planos  de  urbanização;  o 

parcelamento do  solo, com ou  sem edificação, para  sua melhor utilização  econômica,  higiênica  ou  estética;  a  construção  ou ampliação  de  distritos  industriais; (Redação  dada  pela  Lei  nº 9.785, de 1999) j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo; k) a  preservação  e  conservação  dos  monumentos  históricos  e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos urbanos ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter‐lhes e realçar‐lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e, ainda, a proteção de paisagens e locais particularmente dotados pela natureza; l) a  preservação  e  a  conservação  adequada  de  arquivos, documentos e outros bens moveis de valor histórico ou artístico; 

INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE > Desapropriação 

m) a  construção  de  edifícios  públicos,  monumentos comemorativos e cemitérios; 

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n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pouso para aeronaves; o)  a  reedição  ou  divulgação  de  obra  ou  invento  de  natureza científica, artística ou literária; p) os demais casos previstos por leis especiais. § 1º  ‐ A construção ou ampliação de distritos  industriais, de que trata  a  alínea i do caput deste  artigo,  inclui  o  loteamento  das áreas  necessárias  à  instalação  de  indústrias  e  atividades correlatas, bem como a revenda ou locação dos respectivos lotes 

a empresas previamente qualificadas. (Incluído pela Lei nº 6.602, de 1978) §  2º  ‐  A  efetivação  da  desapropriação  para  fins  de  criação  ou ampliação de distritos industriais depende de aprovação, prévia e expressa, pelo Poder Público competente, do respectivo projeto de implantação". (Incluído pela Lei nº 6.602, de 1978) § 3º Ao imóvel desapropriado para implantação de parcelamento popular, destinado às classes de menor renda, não se dará outra utilização nem haverá retrocessão. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999) 

 2. INTERESSE SOCIAL 

2.1. Previsto na Lei 4.132/62 e no seu artigo 2º traz o rol de casos de interesse social.  

Art. 2º Considera‐se de interesse social: I  ‐ o  aproveitamento de  todo bem  improdutivo ou  explorado sem  correspondência  com  as  necessidades  de  habitação, trabalho e consumo dos centros de população a que deve ou possa suprir por seu destino econômico; II  ‐ a  instalação ou a  intensificação das  culturas nas áreas em cuja  exploração  não  se  obedeça  a  plano  de  zoneamento agrícola, VETADO; III  ‐  o  estabelecimento  e  a  manutenção  de  colônias  ou cooperativas de povoamento e trabalho agrícola: IV  ‐  a manutenção  de  posseiros  em  terrenos  urbanos  onde, com  a  tolerância  expressa  ou  tácita  do  proprietário,  tenham construído  sua  habilitação,  formando  núcleos  residenciais  de mais de 10 (dez) famílias; V ‐ a construção de casa populares; VI  ‐ as terras e águas suscetíveis de valorização extraordinária, pela  conclusão de obras e  serviços públicos, notadamente de saneamento, portos,  transporte,  eletrificação  armazenamento 

de  água  e  irrigação,  no  caso  em  que  não  sejam  ditas  áreas socialmente aproveitadas; VII ‐ a proteção do solo e a preservação de cursos e mananciais de água e de reservas florestais. VIII  ‐  a  utilização  de  áreas,  locais  ou  bens  que,  por  suas características,  sejam  apropriados  ao  desenvolvimento  de atividades turísticas.(Incluído pela Lei nº 6.513, de 20.12.77) § 1º O disposto no  item  I deste artigo só se aplicará nos casos de bens retirados de produção ou tratando‐se de imóveis rurais cuja produção, por ineficientemente explorados, seja inferior à média da região, atendidas as condições naturais do seu solo e sua situação em relação aos mercados. § 2º As necessidades de habitação,  trabalho e consumo serão apuradas  anualmente  segundo  a  conjuntura  e  condições econômicas  locais,  cabendo  o  seu  estudo  e  verificação  às autoridades  encarregadas  de  velar  pelo  bem  estar  e  pelo abastecimento das respectivas populações. 

 A desapropriação poderá ser realizada por todos os entes políticos, seja por necessidade ou utilidade 

como também por  interesse social. Os bens que são passíveis de desapropriação, não há nenhuma restrição (quanto aos possíveis): imóvel ou rural, móveis ou imóveis etc. 

A desapropriação  terá  indenização prévia  (primeiro paga‐se depois  se  ingressa no bem),  justa  (por aquilo que vale o bem) e em dinheiro. 

13.6.1.2 Desapropriação sancionatória ou extraordinária A desapropriação  serve  como pena ou  sanção que acontecerá quando há desobediência da  função 

social da propriedade ou quando decorrente do tráfico ilícito de entorpecentes.   Descumprimento da função social da propriedade A Desapropriação  Sancionatória  poderá  advir  do  descumprimento  da  função  social  da  propriedade 

(art. 5º). Desapropriação e destinação do bem para a reforma agrária, prevista no art. 184 a 191 da CF, na  lei 

8629/93 e na Lei Complementar 76/93.  

CAPÍTULO III DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA 

Regulamento Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da  dívida  agrária,  com  cláusula  de  preservação  do  valor  real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. § 1º  ‐ As benfeitorias úteis e necessárias  serão  indenizadas em dinheiro. § 2º ‐ O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação. 

§  3º  ‐  Cabe  à  lei  complementar  estabelecer  procedimento contraditório especial, de  rito  sumário, para o processo  judicial de desapropriação. § 4º  ‐ O orçamento  fixará anualmente o volume  total de  títulos da  dívida  agrária,  assim  como  o  montante  de  recursos  para atender ao programa de reforma agrária no exercício. § 5º ‐ São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de  transferência de  imóveis desapropriados para  fins de reforma agrária. Art.  185.  São  insuscetíveis  de  desapropriação  para  fins  de reforma agrária: I  ‐ a pequena e média propriedade  rural, assim definida em  lei, desde que seu proprietário não possua outra; 

INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE > Desapropriação 

II ‐ a propriedade produtiva. 

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Parágrafo  único.  A  lei  garantirá  tratamento  especial  à propriedade produtiva e  fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social. Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I ‐ aproveitamento racional e adequado; II  ‐  utilização  adequada  dos  recursos  naturais  disponíveis  e preservação do meio ambiente; III  ‐  observância  das  disposições  que  regulam  as  relações  de trabalho; IV ‐ exploração que favoreça o bem‐estar dos proprietários e dos trabalhadores. Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da  lei,  com  a  participação  efetiva  do  setor  de  produção, envolvendo  produtores  e  trabalhadores  rurais,  bem  como  dos setores de comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em conta, especialmente: I ‐ os instrumentos creditícios e fiscais; II ‐ os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização; III ‐ o incentivo à pesquisa e à tecnologia; IV ‐ a assistência técnica e extensão rural; V ‐ o seguro agrícola; VI ‐ o cooperativismo; VII ‐ a eletrificação rural e irrigação; VIII ‐ a habitação para o trabalhador rural. §  1º  ‐  Incluem‐se  no  planejamento  agrícola  as  atividades  agro‐industriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais. 

§ 2º  ‐  Serão  compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma agrária. Art.  188.  A  destinação  de  terras  públicas  e  devolutas  será compatibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária. §  1º  ‐ A  alienação  ou  a  concessão,  a  qualquer  título,  de  terras públicas  com  área  superior  a  dois mil  e  quinhentos  hectares  a pessoa  física  ou  jurídica,  ainda  que  por  interposta  pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional. §  2º  ‐  Excetuam‐se  do  disposto  no  parágrafo  anterior  as alienações  ou  as  concessões  de  terras  públicas  para  fins  de reforma agrária. Art. 189. Os beneficiários da distribuição de  imóveis  rurais pela reforma agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos. Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos  ao  homem  ou  à  mulher,  ou  a  ambos, independentemente  do  estado  civil,  nos  termos  e  condições previstos em lei. Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade  rural por pessoa  física ou  jurídica estrangeira e estabelecerá  os  casos  que  dependerão  de  autorização  do Congresso Nacional. Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de  imóvel rural ou urbano,  possua  como  seu,  por  cinco  anos  ininterruptos,  sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares,  tornando‐a  produtiva  por  seu  trabalho  ou  de  sua família, tendo nela sua moradia, adquirir‐lhe‐á a propriedade. Parágrafo  único. Os  imóveis  públicos  não  serão  adquiridos  por usucapião 

 A desapropriação sancionatória para a reforma agrária somente a União poderá fazer. Poderá ser feita 

somente sobre bens imóveis rurais (não cabe para móveis e urbanos). A indenização é feita em TDA (título da dívida agrária), resgatáveis em até 20 anos. 

Pelos  títulos  da  dívida  agrária  será  pago  apenas  a  terra  nua,  porém  se  no  imóvel  tiver  alguma benfeitoria, construção ou bem qualquer, serão indenizados em dinheiro. 

Não pode  ser objeto desse  tipo de desapropriação pequena e média propriedade, desde que o  seu proprietário não tenha outra e aquela seja produtiva (art. 185 da CF). 

Caberá desapropriação sanção também se o proprietário desobedece o plano diretor (lei que organiza o Município) descumprindo a função social da propriedade previsto no art. 182, §4º da CF e na Lei 10.257/01 (Estatuto da Cidade). 

Essa  desapropriação  poderá  ser  feita  pelo Município  ou  pelo  DF  quando  estiver  na  competência municipal. Essa desapropriação somente poderá ser possível no caso de imóvel urbano, sendo pagável em TDP (título da dívida pública), resgatável em até 10 anos. 

Ao se constatar o descumprimento da função social do  imóvel urbano, deve‐se tomar diversas ações antes  da  desapropriação,  ficando  essa  como  uma  medida  mais  drástica.  O  Estatuto  da  Cidade  diz  que inicialmente será feita a edificação (quando terreno baldio) ou parcelamento compulsório, caso não cumprido, adotará a  segunda medida que é o  IPTU  com alíquota progressiva. Essa alteração poderá  ter uma alíquota crescente em 5 anos chegando a até 15%. Somente após essas medidas se chegará a desapropriação. 

 Desapropriação confiscatória Essa desapropriação também é sanção, prevista no art. 243 da CF. O Poder público irá desapropriar as 

glebas de terras utilizadas para plantação de psicotrópicos proibidos. 

Art.  243.  As  glebas  de  qualquer  região  do  País  onde  forem  localizadas  culturas  ilegais  de  plantas psicotrópicas  serão  imediatamente  expropriadas  e  especificamente  destinadas  ao  assentamento  de colonos,  para  o  cultivo  de  produtos  alimentícios  e medicamentosos,  sem  qualquer  indenização  ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 

INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE > Desapropriação 

Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de  entorpecentes  e  drogas  afins  será  confiscado  e  reverterá  em  benefício  de  instituições  e  pessoal especializados no tratamento e recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas substâncias. 

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INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE > Desapropriação 

O patrimônio desapropriado será destinado ao assentamento de colonos para o cultivo de alimentos ou produtos medicamentosos. Essa terra não será indenizável. 

Bens de  valores econômicos utilizados para o  tráfico  também  serão desapropriados e destinados  à implementação  da  fiscalização  do  tráfico  ou  a  instituições  e  pessoais  especializados  no  tratamento  e recuperação de viciados. 

Em nenhuma dessas hipóteses haverá indenização. 

13.6.1.3 Desapropriação Indireta É uma desapropriação em que o Estado não toma as providências: finge servidão, finge limitação, mas 

na verdade é uma desapropriação. É o que se chama de esbulho administrativo, pois não toma as providências necessárias para a desapropriação. 

13.6.2 Procedimento para desapropriação A  desapropriação  poderá  ocorrer  totalmente  no  âmbito  do  processo  administrativo.  Em  duas 

situações,  entretanto,  exigem  ter  procedimento  judicial:  não  consenso  quanto  ao  valor  e  nos  casos  de proprietário desconhecido. 

13.6.2.1 Fase declaratória Nessa  fase o Estado  irá declarar a desapropriação por meio de um decreto expropriatório. Esse ato 

expropriatório poderá ser feito também por meio de lei com efeitos concretos. No Decreto expropriatório deve haver as seguintes informações: 

• Fundamento legal. • Identificar  o  bem  –  definir  exatamente  o  local  e  as  benfeitorias  constante  do  bem.  As 

benfeitorias  somente  serão  indenizadas  se  elas  forem  necessárias  e,  se  úteis,  previamente autorizadas.  Na  declaração  deverão  estar  presentes  todas  as  benfeitorias  constantes  no imóvel. 

• Destinação do bem. • Sujeito passivo da desapropriação. • Recurso orçamentário que irá arcar com a desapropriação. 

13.6.2.2 Prazo de caducidade É o intervalo de espera entre a fase declaratória e a executiva chamado prazo de caducidade. Intervalo 

que o Estado deverá pagar e ingressar no bem. O prazo de caducidade será diferente a depender da forma de desapropriação. 5 anos nos casos de necessidade ou utilidade pública. 2 anos nos casos de interesse social. 

13.6.2.3 Fase Executiva É a fase do pagamento mais o ingresso no bem. Esse procedimento é o que ocorre na desapropriação por meio de procedimento  administrativo. A 

ação judicial de desapropriação será vista em Processo Civil na parte dos procedimentos judiciais.    

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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS > Conceito 

Sexta‐feira,  28  de  janeiro  de  2011.  

14 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 

A partir do art. 55 da Lei 8.666/99. Tudo o que se aprende em Teoria Geral dos Contratos aplica‐se aqui. 

14.1 Conceito 

Contrato administrativo é um ato  jurídico bilateral  (vínculo  jurídico) entre as partes em que há um comprometimento  com  uma  prestação  e  uma  contraprestação.  Esse  vínculo  cria,  modifica  ou  extingue direitos ou relação. 

O contrato administrativo tem prestação e contraprestação com o objetivo de satisfazer o  interesse público. O regime  jurídico será público que prevê  inclusive cláusulas exorbitantes e consequentemente tem que ter a presença do Poder Público. 

14.2 Características 

O contrato administrativo tem algumas características próprias: 1. Tem que ter a participação do Poder Público; 2. Contrato formal, porque tem diversas formalidades e exigências; 3. Contrato consensual é aquele que se torna perfeito e acabado no momento em que há a manifestação de 

vontade. O  contrato  real  está  condicionado  à  entrega  do  bem.  Ex.:  compra  de  uma  geladeira  onde  o vendedor  condiciona  sua  entrega  em  30  dias  por  não  haver  disponível.  Neste  caso  a  quitação  feita mediante cheque pós‐datado para 30 dias também. Nos contratos reais a perfeição do contrato se dará dentro  de  30  dias,  porém  nos  contratos  consensuais,  como  é  o  caso  dos  contratos  administrativos,  a perfeição se deu no acerto entre as partes. 

4. Contrato comutativo é aquele que tem prestação e contraprestação determinadas e equivalentes. Quem ingressa no contrato sabe o que deve fazer. Diferente do contrato aleatório que há prestações desiguais. 

5. Contrato  personalíssimo  que  leva  em  consideração  as  características  pessoais  do  contratado.  Nesse contrato é possível a subcontratação? O  legislador, apesar de personalíssimo, permite a subcontratação alvo  de  muitas  críticas  dos  administrativistas.  Para  conciliar  com  a  previsão  legal  os  doutrinadores elaboram algumas regras: 5.1. Essa subcontratação deve estar prevista no edital e no contrato; 5.2. Deve haver a concordância da administração; 5.3. A empresa subcontratada deve observar os requisitos, condições e exigência da licitação. 

6. Contrato de  adesão, ou  seja, uma das partes  tem o monopólio da  situação. A  administração define  as exigências e as regras para o contrato, não há debate de cláusulas contratuais. 

14.3 Formalidades 

1. Licitação prévia. Licitação é o processo administrativo que irá preparar o contrato. Quando a licitação for inexigível ou dispensada o procedimento prévio será o de justificação. 

2. Contrato administrativo de ser feito por escrito (art. 60, §ún. da lei 8.666/90). É nulo e de nenhum efeito o contrato administrativo verbal, salvo aquele que é de pronta integra, pronto pagamento e não ultrapasse R$ 4.000,00. 

3. O instrumento de contrato é um documento que irá descrever de forma minuciosa a relação. Trará todos os detalhes da relação jurídica (art. 6237). 

                                                            37 Art. 62. O  instrumento de  contrato é obrigatório nos  casos de  concorrência e de  tomada de preços, bem  como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a  Administração  puder  substituí‐lo  por  outros  instrumentos  hábeis,  tais  como  carta‐contrato,  nota  de  empenho  de  despesa, autorização  de  compra  ou  ordem  de  execução  de  serviço.  § 1o  A  minuta  do  futuro  contrato  integrará  sempre  o  edital  ou  ato 

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3.1. Obrigatório  –  quando  o  valor  do  contrato  for  correspondente  às modalidades  concorrência  e  a tomada de preços. Mesmo se o caso for dispensável ou  inexigível tendo como valor os previstos na modalidade concorrência, o instrumento será obrigatório. 

3.2. Facultativo – quando o valor do contrato for correspondente à modalidade convite, desde que seja possível realizá‐lo de outra maneira, ou seja, deve‐se ter alternativa, caso contrário o instrumento se torna obrigatório. É possível substituir carta‐contrato, nota de empenho, ordem de serviço, embora sejam atos simples, não tenham formalidades e não têm as minúcias do instrumento. 

4. Publicado (art. 61, §ún.). A publicação é condição de eficácia do contrato administrativo. Essa publicação é de responsabilidade da adminsitração. O prazo para publicação será de no máximo 20 dias e não poderá ultrapassar do 5º dia útil do mês subsequente ao de sua assinatura. Ex.: contrato assinado no dia 1º, até o dia 21 deve‐se publicar.  Sendo  assinado no dia 22 o prazo  será  até o 5º dia útil  como prazo. Deve‐se observar os dois prazos. 

Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. Parágrafo único.  A  publicação  resumida  do  instrumento  de  contrato  ou  de  seus  aditamentos  na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data,  qualquer  que  seja  o  seu  valor,  ainda  que  sem  ônus,  ressalvado  o  disposto  no  art.  26  desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 

14.4 Cláusulas do contrato administrativo 

Há dois conjuntos de cláusulas: cláusulas necessárias e as chamadas cláusulas exorbitantes. 

14.4.1 Cláusulas Necessárias São as cláusulas que deverão estar presentes, são essenciais para a formalização do contrato. A lista de 

cláusulas necessárias está prevista no art. 55 da Lei 8.666. Como regra são cláusulas bem previsíveis.  

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam: I ‐ o objeto e seus elementos característicos; II ‐ o regime de execução ou a forma de fornecimento; III ‐ o  preço  e  as  condições  de  pagamento,  os  critérios,  data‐base  e  periodicidade  do  reajustamento  de  preços,  os  critérios  de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento; IV ‐ os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso; V ‐ o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica; VI ‐ as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas; VII ‐ os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas; VIII ‐ os casos de rescisão; IX ‐ o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei; X ‐ as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso; XI ‐ a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor; XII ‐ a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos; XIII ‐ a  obrigação  do  contratado  de manter,  durante  toda  a  execução  do  contrato,  em  compatibilidade  com  as  obrigações  por  ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação. § 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 2º  Nos  contratos  celebrados  pela  Administração  Pública  com  pessoas  físicas  ou  jurídicas,  inclusive  aquelas  domiciliadas  no estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no § 6o do art. 32 desta Lei. 

                                                                                                                                                                                                           convocatório da licitação. § 2o Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de compra", "ordem de execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis aplica‐se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 3o  Aplica‐se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no que couber: I ‐ aos contratos de seguro, de financiamento, de  locação em que o Poder Público seja  locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de direito privado;  II ‐ aos contratos em que a Administração  for parte como usuária de serviço público. § 4o  É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista neste artigo, a critério da Administração e  independentemente de seu valor, nos  casos  de  compra  com  entrega  imediata  e  integral  dos  bens  adquiridos,  dos  quais  não  resultem  obrigações  futuras,  inclusive assistência técnica. 

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS > Cláusulas do contrato administrativo 

 

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§ 3º No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos da União, Estado ou Município, as características e os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964. 

 A garantia do contrato administrativo está prevista no art. 55, mas possui mais  informações no art. 

56.  A administração “pode exigir garantia”.  Isso se trata de uma discricionariedade ou é um poder‐dever 

(obrigatório)? Na verdade trata‐se de um poder‐dever (obrigação) de exigir a garantia. A forma ou maneira de prestá‐la  será  escolhida  pelo  contratado.  A  lei  traz  algumas  alternativas  e  poderá  escolher  dentre  essas: caução  em  dinheiro,  título  da  dívida  pública,  fiança  bancária  (garantia  prestada  por  um  banco)  e  seguro garantia (contrato de seguro do contrato). 

A garantia será de até 5% do valor do contrato. Excepcionalmente, quando o contrato for de grande vulto, alta complexidade e riscos financeiros para a administração a garantia poderá chegar até 10% do valor do contrato. 

A duração do contrato é também uma cláusula obrigatória. Os detalhes desta cláusula estão previstos no art. 57 da Lei 8.666/92. Todo o contrato administrativo deve ter prazo determinado. 

Na  lei  de  licitação  há  a  previsão  de  que  para  celebrar  o  contrato  deve  haver  previsão  da  lei orçamentária, e esta terá duração de um ano. A regra para o contrato administrativo é ter a duração de no máximo  12 meses  (exercício  financeiro),  tempo  do  crédito  orçamentário.  Excepcionalmente  esse  contrato pode ter um prazo mais dilatado: 

I. Quando  o  crédito  estiver  previsto  o  PPA  (Plano  Plurianual)  –  lei  que  estabelece  as metas  e ações de um governo pelo prazo de 4 anos. Nesses casos o contrato terá duração de 4 anos. 

II. Contratos  de  prestação  contínua  –  quanto maior  o  prazo, melhor  será  o  preço  o  contrato poderá durar até 60 meses  (5 anos). É admissível uma prorrogação em caso de excepcional interesse público, por mais 12 meses, total 72 meses. 

III. Contrato de aluguel de equipamentos ou programas de informática – o prazo poderá durar até 48 meses. Não é admitida a prorrogação. 

14.4.2 Cláusulas exorbitantes São aquelas que exorbitam, extrapolam o comum dos contratos. Se uma cláusula exorbitante estivesse 

em um contrato comum as partes estariam em desequilíbrio, pois garantem à administração pública garantias e privilégios não caracterizando abuso no contrato. 

Estas cláusulas estão descritas no art. 58 da Lei 8.666/90. 

I. A administração poderá fazer alteração unilateral do contrato administração. 

II. Poderá fazer rescisão unilateral do contrato. O contratado não poderá fazê‐lo. 

III. Fiscalizar o  contrato  administrativo, detalhada no  art. 67 da  Lei38. A  administração não  só pode,  como deve  fiscalizar o  contrato. Essa  fiscalização poderá gerar até uma mesmo um  intervenção na gestão da empresa. 

IV. Aplicação de penalidades no contratado (art. 87). São quatro as possibilidades de pena: 

a. Pena de advertência; 

b. Multa ‐ com valor a depender do estabelecido no contrato; 

c. Suspensão de contratar com o Poder Público. Essa pena terá duração de no máximo 2 anos. Essa pena atinge apenas o ente que puniu, mas não todos os entes (Município, Estado, DF ou União). 

d. Declaração  de  inidoneidade‐  nesse  caso  a  empresar  será  declarada  inidônea  e  atinge  todos  os entes. Essa pena terá o prazo de até 2 anos, porém para que a empresa volte a ser  idônea, terá 

                                                            38  Art. 67.  A  execução  do  contrato  deverá  ser  acompanhada  e  fiscalizada  por  um  representante  da  Administração  especialmente designado,  permitida  a  contratação  de  terceiros  para  assisti‐lo  e  subsidiá‐lo  de  informações  pertinentes  a  essa  atribuição.  § 1º O representante  da  Administração  anotará  em  registro  próprio  todas  as  ocorrências  relacionadas  com  a  execução  do  contrato, determinando  o  que  for  necessário  à  regularização  das  faltas  ou  defeitos  observados.  § 2º  As  decisões  e  providências  que ultrapassarem a competência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes 

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS > Cláusulas do contrato administrativo 

 

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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS > Cláusulas do contrato administrativo 

que indenizar os prejuízos. Requisitos cumulativos. Essa pena fica reservada para as condutas mais graves chamadas de condutas criminosas. 

V. Ocupação provisória de bens – ocorre quando o Estado decide  rescindir o  contrato. Após determinado período a empresa vêm prestando de  forma  ineficiente esse serviço. Para a  rescisão contratual deve‐se instaurar  processo  administrativo.  Entretanto,  se  a  administração  não  tem  os  bens  necessários  para  a prestação do serviço poderá ocupar provisoriamente os bens da contratada, desde que seja um serviço de relevante interesse social. Tendo rescindindo o contrato ao final a administração poderá: 

a. Devolver os bens; 

b. Revertidos pela administração, ou seja, adquiridos pela administração. 

Tanto a ocupação como a reversão são passíveis de indenização. 

VI. Alteração contratual  ‐ previsão no art. 65 da  lei  (apenas a alteração unilateral será considerada cláusula exorbitante). A administração poderá alterar de forma unilateral as especificações do projeto, chamada de alteração qualitativa. Poderá, ainda, alterar o valor do contrato em razão da alteração do seu objeto, ou seja, alteração da quantidade. A natureza do contrato não admite alteração, mas sim o quantitativo. 

a. Alteração quantitativa tanto acréscimos quanto supressões até o limite de 25%. 

b. Excepcionalmente, em caso de reforma, os acréscimos (supressão não) podem chegar a 50%. 

Pode‐se alterar o contrato bilateralmente: o regime de execução, forma de pagamento, substituição de garantia e a alteração para manutenção do equilíbrio econômico e financeiro do contrato. 

• O  equilíbrio  econômico  e  financeiro  se  estabelece  no  momento  em  que  o  contrato  foi celebrado.  Só  é  possível  alegar  o  desequilíbrio  se  houver  um  fato  novo  superveniente desiquilibrando  com  a  oneração  demasiada  para  umas  das  partes.  Se  essa  alteração  já  era previsível não  se  fala  em  Teoria da  Imprevisão.  Esse  fato de  ser  imprevisto  (não  estava no contrato) ou imprevisível (ainda que as partes tivessem tomado cuidado não teriam previsto). 

Há três hipóteses da teoria da imprevisão: • Fato do Príncipe – decorre da atuação do poder público de forma geral e abstrata que atinge 

indiretamente o  contrato.  Ex.:  contrato de  coleta de  lixo que no decorrer do  cumprimento ocorre o aumento de uma alíquota tributária. Fato que altera a situação do contrato mas não impede o seu cumprimento 

• Fato da administração – atuação do poder público específico e que  irá atingir diretamente o contrato. A negativa de desapropriação é exemplo de fato da administração. 

• Interferências  imprevistas  –  são  situações  que  já  existiam  ao  tempo  da  celebração  do contrato, mas que  só podem  ser descobertas quando da  sua execução. Ex.:  contratação de construção de um edifício, quando a empresa começa a perfurar o alicerce da obra percebe que  tem  um  lençol  de  água  o  que  provocará  um  custo muito  superior.  São  situações  da natureza imprevistas. 

• Caso fortuito ou força maior –  A Cláusula da exceptio non adimpleti contractus (exceção do contrato não cumprido) – é uma cláusula 

que gera discussão e divergência na doutrina. Se a administração não cumprir a sua parte o contratado deverá cumpri a dele? Hely Lopes Meireles 

dizia que essa cláusula não serve para o contrato administrativo, ainda que a administração não cumpra a sua parte o contratado deverá cumprir a dele. Atualmente já não é mais assim: está prevista no art. 78, XV da Lei 8.666/90 que diz que ainda que a administração não cumpra  com o contrato por até 90 dias o contratado deverá prestar o  serviço  em nome da Continuidade do  serviço público,  só podendo  suspender o  serviço  a partir desse prazo. 

A  exceptio  non  adimpleti  contractus  atualmente  é  aplicável  aos  contratos  administrativos, mas  de forma diferenciada. Será aplicada a partir dos 90 dias, não se aplicando de forma imediata. 

Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: [...] XV ‐ o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras,  serviços  ou  fornecimento,  ou  parcelas  destes,  já  recebidos  ou  executados,  salvo  em  caso  de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação; 

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SERVIÇO PÚBLICO > Extinção contratual 

14.5 Extinção contratual 

Poderá  ser  extinto  de  forma  unilateral  pela  administração  (cláusula  exorbitante).  A  administração poderá rescindir, extinguir unilateralmente o contrato administrativo. 

Essa rescisão feita pela administração de forma unilateral será chamada de rescisão administrativa. Poderá rescindir unilateralmente quando: 

• O contratado não cumprir o contrato. Nesse caso de extinção sendo um contrato de concessão é chamado de caducidade. 

• A administração não tiver mais interesse público. Se o contrato for de concessão essa extinção receberá o nome de Encampação. 

Rescisão amigável é a rescisão consensual. Se o contratado não deseja mais o contrato sua saída é a via judicial, chamada de rescisão judicial. A  rescisão  de  pleno  direito  decorre  de  circunstâncias  estranhas  à  vontade  das  partes.  Ex.: morte, 

incapacidade da parte. Conclusão do contrato – quando cumprido o objeto do contrato. Poderá ser extinto também pelo advento do termo contratual, vencido o prazo o contrato será extinto. Na extinção por ilegalidade o contrato será entinto por anulação. Então, a rescisão pode ser administrativa por interesse público ou descumprimento, amigável, judicial 

ou de pleno direito. 

15 SERVIÇO PÚBLICO 

[roteiro de resumos das aulas no site do INJUR]. 

15.1 Conceito 

Serviço Público significa utilidade ou comodidade material destinada à satisfação da coletividade em geral, mas que cada indivíduo na sociedade irá utilizá‐la individualmente. O serviço será fruível singularmente como, por exemplo, a iluminação pública, energia elétrica individual etc. 

O  serviço adquire o predicado de  ser público quando o Estado assume  como  sendo um dever  seu. Poderá  prestar  de  forma  direta  (com  sua  própria  estrutura)  ou  indireta  (transferindo  o  serviço  a  um particular). Ex.: telefonia pública é um serviço público, transferido para empresa privada. 

Se o Estado presta o serviço com sua própria máquina o regime será totalmente público. Entretanto, quando o Estado presta de forma indireta o regime será parcialmente público. 

O art. 6º da Lei 8.987/95 (que dispõe sobre o regime de concessões e permissões de serviços públicos) conceitua o que significa um serviço adequado. 

Capítulo II DO SERVIÇO ADEQUADO 

Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato. §  1º  Serviço  adequado  é  o  que  satisfaz  as  condições  de  regularidade,  continuidade,  eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. § 2º A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das  instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço. § 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando: I ‐ motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, II ‐ por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. 

Deverá  atender  aos  princípios  da  eficiência,  continuidade,  com  generalidade  (à  disposição  da coletividade,  prestados  “erga  omnes”),  segurança,  atualidade  (com  o  estado  da  técnica  –  técnicas  mais modernas), modicidade (mais barato possível), cortesia (atender com presteza, boa vontade). 

15.2 Classificação de serviço público 

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SERVIÇO PÚBLICO > Transferência de serviço público 

15.2.1 Quanto à essencialidade do serviço Quanto à essencialidade serão assim classificados: 

1. Próprios ou serviço público propriamente dito – é o serviço essencial e, segundo a doutrina clássica, não poderá ser delegado. Ex.: serviço de segurança pública. 

2. Impróprios ou serviço público de utilidade pública – é um serviço secundário, que não é essencial e pode ser transferido, admitindo delegação.  

Os  autores  mais  modernos  criticam  muito  essa  classificação,  pois  os  serviços  públicos  essenciais muitos  já  foram  transferidos,  como  por  exemplo,  energia  elétrica,  transporte  coletivo.  Se  o  serviço  já  foi delegado a classificação clássica de Hely Lopes Meireles perde o sentido. 

15.2.2 Quanto aos destinatários do serviço 1. Serviços Gerais – prestados à coletividade como um todo, considerados também serviços indivisíveis, pois 

não  se pode medir ou  calcular o quanto  cada um utiliza.  Ex.:  segurança pública.  Esse  serviço deve  ser mantido por meio da receita geral do Estado – resultado da arrecadação dos impostos (desvinculado). 

2. Serviços Individuais ou Específicos – esses serviços, ao contrário, são divisíveis que poderá ser mensurado o que cada um utiliza. 2.1. Serviços  Compulsórios  –  serviços  essenciais  impostos  à  sociedade.  A  sociedade  irá  pagar 

independentemente do uso, pelo simples fato de estar à disposição. Serão mantidos através de taxa. Ex.: serviço de saneamento básico. Taxa deve ter um vínculo contraprestacional. 

2.2. Serviços Facultativos – pagos caso utilizado o  serviço. Ex.:  transporte coletivo, pedágio. Os  serviços facultativos serão mantidos por tarifa que significa preço público que não é tributo. A  taxa  de  iluminação  pública  foi  considerada  inconstitucional  pelo  STF  porque  não  é  possível 

individualizar  o  que  cada  um  utiliza.  Taxa  dos  bombeiros,  em  alguns  lugares  é  cobrada  no  carnê  no  IPTU, também é considerada inconstitucional em razão da impossibilidade de invidualização. 

“Taxa do buraco” – é cobrada para o Município tape os buracos da cidade, junto com o carnê do IPVA, considerada também inconstitucional. 

15.3 Transferência de serviço público 

15.3.1 Delegação de serviço público Delegação de  serviço público é uma  forma descentralização de  serviço público que a administração 

transfere  somente  a  execução  do  serviço.  A  administração  irá  reter  a  titularidade  e  transfere  apenas  a execução do serviço. 

Poderá ser feita por lei, como também por contrato administrativo. A delegação a ser estudada será a delegação contratual. Somente no caso de autorização que a transferência se dará por ato unilateral. 

São três modalidades: concessão, autorização e permissão. 

15.3.1.1 Concessão de serviço público A  concessão  de  serviço  público  hoje  se  subdivide  em  duas modalidades:  comum  (Lei  8.987/95)  e 

especial ou parceria público privada – PPP (Lei 11.079/04). CONCESSÃO COMUM DE SERVIÇO PÚBLICO está conceituada no art. 2º da Lei 8.987/95, dizendo que 

é uma delegação de serviço público, ou seja, transferência apenas da execução. Essa delegação será feita pelo poder concedente (administração direta que tem a competência, titularidade do serviço). 

O  poder  concedente  irá  transferir  a  uma  pessoa  jurídica  ou  a  um  consórcio  de  empresas. Não  é admissível a concessão de serviço público para pessoas físicas. 

Essa concessão se formaliza por contrato administrativo devendo ter obrigatoriamente licitação prévia na  modalidade  concorrência.  Apesar  de  a  modalidade  ser  concorrência  essa  licitação  terá  algumas peculiaridades na Lei 8.666 como, por exemplo, tipos diferentes de seleção (menor tarifa, melhor retorno), ter procedimento invertido iniciando como o pregão, poderá ter lances verbais. A concorrência da concessão tem regras próprias. 

• Todo  contrato de  concessão deve  ter prazo determinado  e quem  irá defini‐lo  será  a  lei do serviço. 

• A concessão de serviço público dependerá de autorização legislativa. 

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SERVIÇO PÚBLICO > Transferência de serviço público 

A  remuneração  do  serviço  público  na  concessão  será  por  meio  de  tarifa.  Toda  política  tarifária (reajuste) é definida no momento da  licitação. A  remuneração poderá  ser  custeada  também  com  recursos públicos de forma facultativa. Para buscar a modicidade de tarifa o Estado poderá participar. 

A concessão comum, além do recurso público, também poderá ser mantida pelas receitas alternativas. Ex.: propaganda no fundo do ônibus. Essa será uma receita alternativa e deverá ser reduzida a modicidade de tarifa. Deve estar prevista no contrato e a administração poderá autorizar. 

A responsabilidade na concessão de serviço será assumida pela concessionária por conta e risco. Assim sendo, quem será chamado perante o usuário é a concessionária. A concessionária é pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público, sujeita, portanto, ao art. 37, §6º da CF39, respondendo objetivamente pelos serviços prestados e prejuízos causados (tanto para o usuário como também pelo não usuário). 

O STF pacificou essa divergência por ele mesmo causada. A concessionária não  tendo patrimônio  suficiente para custear os prejuízos, o Estado  será chamado 

subsidiariamente (responsabilidade subsidiária). A concessão pode ser precedida ou não de obra pública. É possível que se conceda a uma companhia 

que faça a manutenção de uma rodovia, mas antes fazendo a própria rodovia. Formalizada  a  concessão,  como  é  contrato,  será  extinto  da  mesma  que  se  extingue  o  contrato 

administrativo. CONCESSÃO ESPECIAL DE SERVIÇO PÚBLICO – PPP –  [16:30 – Aula extra – parte 2]. 

                                                            39  Art.  37.  A  administração  pública  direta  e  indireta  de  qualquer  dos  Poderes  da  União,  dos  Estados,  do  Distrito  Federal  e  dos Municípios  obedecerá  aos  princípios  de  legalidade,  impessoalidade,  moralidade,  publicidade  e  eficiência  e,  também,  ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) [...] § 6º ‐ As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado  prestadoras  de  serviços  públicos  responderão  pelos  danos  que  seus  agentes,  nessa  qualidade,  causarem  a  terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.