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Direito Administrativo - Prof. Emerson Caetano 1 Aula 01 Direito Administrativo I. Introdução ao Direito Administrativo 1. Noções Básicas de : Estado, Governo e Administração Pública. Esquema 1: Resumo da Teoria Geral do Estado. Governo Poder Político é a estrutura de comando dos 3 poderes. Exercido pela “cúpula” de cada um dos poderes. Estado Administração Pública(Poder Administrativo) Interesse Coletivo - Autocomposição Pacto/Contrato Social Supremacia do interesse coletivo Sobre o Individual Coletividade A B Conflito de Interesses Meu Meu X Coletivo Individual Administração Particular Cada um abre mão de uma parcela de seus poderes para um ser que vai controlar e organizar. Não tem existência material, e precisa de uma estrutura para realizar as atividades. Cria Por meio de: Atos Realiza o: Poder O comando do Poder é exercido pelo: No Brasil, Foi dividido em 3: -Executivo; - Legislativo; - Judiciário Tem

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Aula 01

Direito Administrativo I. Introdução ao Direito Administrativo

1. Noções Básicas de: Estado, Governo e Administração Pública.

Esquema 1: Resumo da Teoria Geral do Estado. Governo Poder Político é a estrutura de comando dos 3 poderes. Exercido pela “cúpula” de cada um dos poderes. Estado Administração Pública(Poder Administrativo) Interesse Coletivo - Autocomposição Pacto/Contrato Social

Supremacia do interesse coletivo Sobre o Individual

Coletividade

A B

Conflito de Interesses

Meu Meu

X

Coletivo Individual

Administração Particular

Cada um abre mão de uma parcela de seus poderes para um ser que vai controlar e organizar.

Não tem existência material, e precisa de uma estrutura para realizar as atividades.

Cria Por meio de:

Atos

Realiza o:

Poder

O comando do Poder é exercido pelo:

No Brasil, Foi dividido em 3:

-Executivo; - Legislativo; - Judiciário

Tem

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1.1. Estado: É a pessoa jurídica de Direito Público interno e externo formada de maneira

indissociável pelo Povo, Território e Governo Soberano (Soberania).

Esquema 2 – Relações Jurídicas Relação Jurídica - Ter Direitos

Sujeito de direito : e

- Contrair obrigações

- Pessoas Naturais - Seres Humanos Vivos

Personalidade Jurídica

- Pessoa Jurídica

1.1.1. Poderes e funções essenciais do Estado

Funções Essenciais Poder Função Típica do Poder Função Atípica do Poder

Legislar Legislativo Ato Legislativo

Art. 59 – CF Ato Administrativo

Administrar Executivo Ato Administrativo Ato Legislativo

Julgar Judiciário Ato Judicial Ato Administrativo

A separação das funções é clara (cada um tem sua função), mas não é rígida uma vez que de maneira atípica um pode exercer a função do outro.

Obs.1: O poder legislativo/judiciário praticam atos tipicamente administrativos? Está certo, uma vez que a questão afirma que o ato é que é tipicamente administrativo, então apesar do poder o exercer de maneira “atípica” o ato em si é tipicamente administrativo.

1.2. Governo: é o conjunto de órgãos e agentes de cúpula em cada um dos três poderes do

Estado que exercem a função política ou de comando do Estado.

A B Estado Você

Brasil Argentina

Conceito de Ato Administrativo - Pelo Critério Subjetivo é toda manifestação do Estado, independentemente de qual função essencial está sendo exercida. - Pelo Critério Objetivo É somente aquele praticado no exercício da função tipicamente administrativa, independentemente de qual dos 3 poderes o faz.

Relação Jurídica

Relação Jurídica

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Ditar normas e diretrizes gerais para a coletividade; Dar ordens e tomar decisões políticas para a coletividade.

1.3. Administração Pública: São os órgãos, agentes e entidades hierarquicamente

subordinados à cúpula de direção e comando do Estado, que realizam e concretizam o interesse público ou o coletivo da sociedade (o bem comum), sob o comando do governo.

Em sentido Objetivo (material ou funcional) Toda atividade desempenhada pelo estado ou por quem o represente para satisfazer o interesse coletivo.

o Função tipicamente de administrar. Toda atividade realizada para administrar os interesses coletivos. Tudo que não seja julgar ou legislar, vai estar inclusa como atividade administrativa e consequentemente como administração em sentido objetivo.

Estado, Governo e Administração estão intimamente ligados, mas são “coisas” diferentes.

Em sentido Amplo.

Conjunto de órgãos, agentes e entidades que desempenham as funções do

estado.

Em direito ao se definir algo do ponto de vista

objetivo, o foco da definição não está em quem faz, mas naquilo

que é feito. É a própria atividade administrativa

Sentido Subjetivo (Formal ou Orgânico) – são as pessoas jurídicas em si.

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2. Conceito de Direito Administrativo: é o conjunto de normas e princípios que disciplinam e regulamentam os órgãos, agentes, entidades, bens e serviços públicos, assim como, os atos, poderes, processos e procedimentos administrativos do Estado.

Esquema 3 – Conceito de Direito Administrativo Ordenamento Jurídico: é o conjunto de todas as leis ou normas jurídicas vigentes em determinado Estado e momento.

3. Fontes de Direito Administrativo: Origem das normas jurídicas de Direito

administrativo.

- Primária Lei Art. 59 – CF

Fontes de Dir. Administrativo - Jurisprudência - Doutrina - Secundárias - Costumes - Princípios gerais do Direito.

Direito

Ordenamento Jurídico Ordem jurídica interna.

- Interesse Individual; - Igualdade entre as partes. - Disponibilidade de interesses.

Direito Privado

- Interesse Coletivo; - Desigualdade entre as partes. - Indisponibilidade de Interesses

Direito Público

Interesse Coletivo

Administração/Estado

Particular

Interesse Individual

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Aula 02

3. Fontes de Direito Administrativo (continuação): Origem das normas jurídicas de

Direito administrativo.

- Primária Lei Art. 59 – CF

Fontes de Dir. Administrativo - Jurisprudência - Doutrina - Secundárias - Costumes - Princípios gerais do Direito. 3.1. Lei é uma descrição textual abstrata de uma situação, coisa ou pessoa à qual se

confere um efeito jurídico.

3.2. Norma Jurídica é um comando proibindo, impondo ou autorizando determinada conduta.

3.3. Jurisprudência são as decisões, ou julgados, dos tribunais sobre uma mesma

questão e no mesmo sentido de forma reiterada. Ex.: Resolução 598099 – STF que trata do direito à nomeação aos aprovados dentro do número de vagas.

Não há hierarquia

O texto nunca vai ser a norma jurídica exata, ele ajuda a identificar a norma, permite a identificação do comando, mas o texto nunca será exatamente igual ao comando. Ex.: “É proibido cachorro.”

Sumulas são enunciados que resumem e consolidam orientações jurisprudenciais de um tribunal.

Obs.2:Em regra jurisprudência e súmulas não possuem caráter vinculante (obrigatório) exceto as súmulas vinculantes do STF (súmula vinculante só do STF).

Qualquer tribunal pode formar jurisprudência e formular sumulas. Toda a súmula é uma jurisprudência, mas nem toda jurisprudência é uma súmula.

Jurisprudência Súmula Súmula vinculante

Somente

Súmulas que não sejam vinculantes podem coexistir mesmo tendo conteúdos contraditórios, isso é claro quando forem de tribunais diferentes.

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3.4. Doutrina são os estudos, teses, teorias e trabalhos científicos produzidos pelos estudiosos, pesquisadores ou doutrinadores em direito administrativo.

3.5. Costumes são os usos e rotinas tão reiterados no âmbito da administração que geram o sentimento de obrigatoriedade nos particulares e nos próprios servidores.

3.6. Princípios Gerais do Direito são as premissas, ou valores, mais básicos ou essenciais

a existência harmônica da coletividade. Os princípios norteiam, a elaboração, a interpretação e a aplicação das leis, assim como as condutas sociais.

Viver honestamente; Dar a cada 1, o que é seu; Não causar prejuízo à ninguém; Supremacia do interesse público sobre o privado; Indisponibilidade do interesse público pela administração; Função social da propriedade; Dignidade da pessoa humana; Vedação ao enriquecimento ilícito;

Esquema 4: Vedação ao enriquecimento ilícito. TJDFT 60meses * 5mil 300mil Ortiz

Ninguém pode se beneficiar da própria torpeza, malícia ou Astúcia.

4. Regime jurídico administrativo da administração: Compreende todas as normas e

princípios jurídicos que regulamentam as relações jurídicas, em que a administração pública seja uma das partes.

- Regime de Direito Público Regime jurídico administrativo. Compreende as normas e princípios jurídicos que conferem a administração prerrogativas especiais em relação aos particulares. Regime Jurídico Da administração - Regime Jurídico de Direito Privado à que a Administração se submete São as normas e regras de direito privado excepcionalmente usadas pela administração em suas relações com os particulares.

4.1. Regime jurídico-administrativo O jurista Celso Antonio Bandeira de Melo é um dos

principais formuladores das teorias sobre o regime jurídico administrativo, prevalecendo a tese de que esse regime é embasado, ou fundamentado, em dois princípios essenciais:

a. Supremacia do interesse público sobre o privado; b. Indisponibilidade do interesse público pela administração

Indicações de Livros - Gustavo Mello

Knoplock Direito Administrativo;

Nomeação B

Prerrogativas Especiais

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II. Organização Administrativa do Estado (Administração Direta e Indireta)

1. Conceito de administração:

1.1. Em sentido Subjetivo , Orgânico ou Formal (quem faz)

É o conjunto de órgãos, agentes e entidades públicas que desempenham as atividades

tipicamente administrativas do Estado.

1.2. Em sentido Objetivo , Material ou Funcional (o que faz)

É toda atividade desempenhada pelo Estado ou por quem o represente, para realizar a

função estatal tipicamente administrativa (interesses coletivos).

Obs.3: Se não se fala o sentido à ser utilizado devo analisar sempre pelo sentido subjetivo.

- Serviços Públicos - Atividade de polícia Administrativa (poder de policia) Atividade Administrativa Do Estado - Fomento é toda atividade do poder público, destinada à financiar, incentivar, promover e subsidiar atividades particulares ou individuais de relevante interesse coletivo. - Intervenção do estado no domínio econômico.

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Aula 03

2. Princípios Básicos ou Constitucionais da Administração:

2.1. Legalidade

Significa que a administração e seus agentes

somente podem fazer aquilo que a lei expressamente autoriza, permite ou determina. (princípio da legalidade estrita/restrita); É pouco usual, mas pode-se afirmar também que da legalidade decorre-se o

princípio da restritividade; Dele decorre a presunção de legitimidade dos atos administrativos (“fé pública)

2.1.1. Princípio da Legalidade Aplicado aos Administrados/particulares Art. 5º, II, CF

todo aquele que não esteja exercendo uma função pública naquela situação. Princípio da Legalidade ampla:

a. Os administrados podem fazer tudo o que a lei não proíbe. (autonomia da vontade);

b. A administração/estado só pode criar obrigações e deveres para os administrados por meio de lei;

Supremacia da Lei;

Reserva legal.

Obs.4: É vedada a criação de obrigação e deveres por mero ato administrativo, pois isso depende sempre de lei.

egalidade

mpessoalidade

Oralidade (não define)

ublicidade

ficiência

Legalidade a administração faz o que a lei permite.

Impessoalidade Não discriminar arbitrariamente.

Moralidade Ética profissional + costumes administrativos

Expressos no Art. 37 – CF

Os princípios são premissas ou valores sociais que norteiam a elaboração, interpretação e aplicação das leis, assim como a conduta e atuação da administração e seus agentes;

Esses princípios são expressos na CF, mas não excluem outros previstos implicitamente.

Publicidade Transparência + Diário Oficial.

Eficiência (E.C nº 19/08) Velocidade, qualidade e economia. Harmonia desses três fatores.

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2.2. Impessoalidade Significa que a administração e seus agentes devem atuar buscando a

realização única e exclusivamente da finalidade pública (bem comum), sendo vedado atuar levando em consideração aspectos como amizade, inimizade, afeto, desafeto, afinidade e outros subjetivismos. É uma decorrência da igualdade ou isonomia

Obs.5: O princípio da impessoalidade, não proíbe ou impede tratamento favorecido, à idosos, gestantes,PNE, micro e pequena empresas. Desde que haja previsão expressa em lei.

Imputação ao estado das responsabilidades pelos atos de seus agentes.

Obs.6: Art. 11. Lei 8429/92

2.3. Moralidade (administrativa)

Significa que a administração e seus agentes além de cumprir a lei devem

observar padrões éticos e morais de comportamento. Nem tudo que é legal será moral. Para cumprir a moralidade administrativa não basta observar a letra fria/seca

da lei. Conceito jurídico indeterminado

Esquema 5: Legalidade e presunção de legitimidade

Legalidade a administração faz o que a lei permite.

Presunção de Legitimidade

(Presunção) Conformidade com a lei

E (Presunção) Veracidade

Presunção Relativa Inversão no ônus da prova para o destinatário do ato.

Ex.: o município “a” não tem uma estrada pavimentada até a rodovia, o prefeito local atendendo os requisitos legais, faz a estrada em questão, mas observa-se que da rodovia ao município em linha reta seriam gasto um valor “x”, mas o prefeito buscando atender à necessidade de sua fazenda que fica próximo ao município e próximo à rodovia, faz essa estrada em um curva passando em frente à sua fazenda. A construção da estrada foi legal, mas não foi moral.

A

Fazenda

Senso comum É a noção social predominante do que é justo ou injusto, certo ou errado, honesto ou desonesto.

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- Lealdade ser fiel aos interesses e instituições públicas á que servir. É honrar as justas expectativas criadas. É manter comportamento esperado.

Moralidade - Boa-Fé ter comportamento pró-ativo no sentido de facilitar ou Administrativa resguardar os direitos individuais dos particulares além de realizar o interesse público

- Probidade administrativa é o dever de honestidade, retidão de caráter, lisura, decência, honradez, integridade moral e funcional.

Obs.7: A probidade administrativa é um conceito jurídico mais restrito que o conceito de moralidade. Sendo que a probidade recebeu um tratamento próprio.

- Perda de função Pública; Ato de Improbidade acarreta - Suspensão dos direitos políticos;

Art. 37, §4º - CF - Indisponibilidade de bens;

- Ressarcimento ao erário.

2.4. Publicidade Significa que a administração e seus agentes devem divulgar ou permitir o

acesso ao conteúdo dos atos praticados exceto quando a lei conferir sigilo ao ato. É uma decorrência do dever de transparência; É pressuposto de controle da administração; É pressuposto ou condição de eficácia dos atos.

Esquema 6: Eficiência X Eficácia

Eficiência/Perfeição

Validade

Eficácia

Conclusão da formação do ato.

Conformidade com a Lei

Plena produção de efeitos

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2.4.1. Publicidade ≠ Publicação Divulgar o conteúdo do ato em meio ou impressa oficial. A maioria esmagadora dos atos administrativos, não são publicados em diário

oficial porque a publicação somente será obrigatória quando a lei expressamente determinar.

2.4.2. Fundamentos constitucionais para o sigilo dos atos:

A CF/88 somente admite que uma lei confira sigilo à determinado ato nas

seguintes hipóteses:

a. Por motivo de segurança da sociedade e do Estado (segurança nacional) –

Art. 5º, XXXIII, CF

b. Para assegurar privacidade/intimidade e relevante interesse coletivo nas

investigações ou processos disciplinares e criminais – Art. 5º, LX, CF

2.4.3. Publicidade Governamental ou propaganda governamental Art. 37, § 1º, CF .

A publicidade de atos, serviços, programas e obras públicas feita pela

administração direta e indireta devem observar os seguintes critérios: - Educativa

a. Finalidade -Informativa

- Orientação Social - Nomes

b. É vedada a auto promoção do agente mediante - Imagens divulgação indevida de

- Símbolos

2.5. Eficiência Significa que a administração e seus agentes devem otimizar, meios e recursos visando a realização mais adequada do interesse coletivo. Pode ser compreendida em 2sentidos:

a. Como modo de organização e estruturação da administração pública;

b. Como modo de atuação dos agentes, que devem buscar os meios mais adequados à melhor realização dos fins públicos. Melhor relação de custo versus beneficio; Utilização dos meios menos onerosos para alcançar os fins; Atuar com perfeição, rapidez, rendimento e presteza funcional; Atuar com celeridade/agilidade.

Descumprimento

Viola o princípio da publicidade ou

finalidade pública.

Descumprimento

Viola o princípio da impessoalidade ou

moralidade.

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Aula 04

2.6. Outros Princípios da Administração

2.6.1. Continuidade (do serviço público) Significa que, em regra, a prestação dos

serviços públicos não pode ser interrompida ou paralisada. Isso vale para os serviços públicos prestados diretamente pela administração e para aqueles cuja execução é delegada ou transferida a um particular (concessionários, permissionários e autorizatários [ou autorizados] de serviço público). É uma decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público pela

administração.

2.6.1.1. Exceções à continuidade Diante de algumas circunstâncias excepcionais, admiti-se a interrupção na prestação do serviço, às quais são:

a. Por falta de pagamento pelo usuário do serviço; b. Por falta de condições técnicas do usuário para continuar

recebendo a prestação do serviço; Ex.:

Troca do sinal de transmissão de celular, quando da mudança do sinal analógico para digital. Se o usuário não fizesse a troca do aparelho para recebimento do novo tipo de transmissão, o serviço era cortado por inadequação, uma vez que o sinal analógico deixava de ser transmitido.

c. Para manutenção; d. Caso fortuito ou força maior acontecimento alheio à vontade

das partes, imprevisível, inevitável ou previsível, mas de consequências incalculáveis, que acarretam a paralisação na prestação do serviço; Ex.:

Um “louco” joga um avião na estação de Furnas e BSB fica sem condição de fornecimento de energia.

Ex.2:

Chuvas na baixada fluminense que deixaram uma cidade com 1metro e meio de água por 15dias, não permitem a coleta de lixo na cidade.

Caso Fortuito evento humano Força Maior evento natural

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Obs.8: Conforme jurisprudência do STJ , admite-se o corte no fornecimento de serviço

essencial por falta de pagamento, desde que haja previa notificação ao usuário. Entretanto é proibido o corte no fornecimento, se o usuário comprovar previamente a existência de circunstância que torna o serviço indispensável. Também não pode cortar por falta de pagamento, quando isso for inviabilizar outro serviço público essencial.

Ponto de Prova (C) Conforme o STJ, pode-se cortar o fornecimento de serviço essencial por falta de pagamento. Comentário: Está correta, pode sim se cortar o fornecimento. Desde que haja prévia notificação, mas pode sim ser cortado o fornecimento.

Obs.9: Conforme jurisprudência do STF , é possível restringir ou limitar, o exercício do

direito constitucional de greve por aplicação do principio da continuidade do serviço, de maneira que pelo menos 30% dos servidores ou empregados devem permanecer em atividade.

Obs.10: Conforme jurisprudência do STJ , é legitima a cobrança de tarifa mínima ou

assinatura básica.

2.6.2. Motivação significa que os atos do poder público devem ser fundamentados ou justificados de forma clara e coerente, mediante a explicitação dos fundamentos de direito (legal) e dos fundamentos de fato. - Dos fundamentos de Direito (Legal) Motivação

(Explicitação) - Dos fundamentos de fato.

Obs.11: A motivação é pressuposto ou condição de validade dos atos, exceto nas seguintes hipóteses: a. Quando a lei, expressamente, dispensar a motivação; Ex.: No caso de cargos em comissão onde a própria lei desobriga a

motivação com o trecho que diz “...os cargos em comissão são de livre nomeação e exoneração...”

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b. Quando o ato ou decisão administrativo fizer mera referência à parecer de consultoria jurídica, sem maiores esclarecimentos. Ex.: c. Quando se tratar de ato interno, de mero expediente, sem conteúdo decisório. Ex.: Colocar papel na impressora, trocar o tonner da impressora, etc.

2.6.3. Autocontrole ou autotutela (implícito no Art. 53, lei 9784/99 ) significa que a

própria administração deve rever e revisar seus próprios atos para anular os ilegais, revogar os inconvenientes e inoportunos, e convalidar os que tiverem vícios corrigíveis – sanáveis. - Súmula 346/STF; Fundamentos Atualmente Art. 53, Lei 9784/99 - Súmula 473/STF

Pedido de

Remoção

Parecer da Consultoria

Jurídica

Defiro com base

no parecer

Não trás a motivação ou a lei de maneira expressa, mas o parecer trás essa “motivação”.

A administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.

Esquema 7: Coletividade/Interesse coletivo

Coletividade

Estado Adm

.

Interesse Coletivo

ATDS

Segurança Pública

A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou

oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a

apreciação judicial.

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo

de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

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2.6.4. Segurança Jurídica significa que a administração e seus agentes, devem evitar atos e condutas, que acarretem instabilidade nas relações jurídicas com os particulares.

2.6.4.1. É vedada a aplicação retroativa de nova interpretação dada a uma lei;

Esquema 8: Proibição de retroatividade de interpretação de lei.

2.6.4.2. Prescrição perda da faculdade de agir ou exercer um direito sem

contudo perder o próprio direito, em razão do decurso do tempo (do prazo). a. Prescreve em 5anos o direito de Ação judicial do Estado contra

particulares. Decreto Nº 20.910/32;

b. Prescreve em 5anos o dirieto de ação judicial do particular contra o estado. Decreto Lei Nº 4597/42;

c. As ações de ressarcimento do Estado contra seus agentes são

imprescritíveis ( Art. 37, §5 – CF ).

d. A pretensão punitiva do Estado contra os servidores prescreve em

( Art.142, Lei 8112/90 )

180 dias no caso de advertência;

2anos no caso de suspensão;

5anos no caso de demissão.

2.6.4.3. Decadência É a perda do próprio direito em razão do decurso do prazo, sem que tenha sido exercido. a. A administração decai do direito de anular seus próprios atos ilegais,

que produzem efeitos favoráveis aos administrados ou destinatários no prazo de 5anos, contados da data de sua prática. Salvo quando a ilegalidade resultar de má fé.

2.6.4.4. Preclusão administrativa é a perda de uma oportunidade ou

exaurimento (esgotamento) de uma instância administrativa processual, sem contudo afetar o direito discutido no processo.

2.6.5. Razoabilidade significa que os agentes e autoridades competentes para atuar devem ponderar os direitos e interesses envolvidos em cada situação concreta, buscando encontrar os meios e soluções que garantam a maior efetividade possível com o menor risco de lesão, para todos eles.

Relacionada ao “bom senso”, ao padrão do homem médio.

Está implícito na CF/88 e explícito no Art. 2º Lei 9784/99 .

Lei Interpretação X

Interpretação Y

Contados do conhecimento

do fato.

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Esquema 9: Estrutura Administrativa do Estado

União, Estados, D.F e Municípios: - Entes Federativos; - Unidades Federativas; - Unidades da Federação; - Entes Políticos; - Entes Estatais; - Pessoas Jurídicas Políticas.

2.6.6. Proporcionalidade é o dever de ponderar concretamente, os meios e os fins à fim de aplicar a solução mais adequada e razoável ao caso concreto, observando-se os seguintes critérios:

a. Necessidade/utilidade consiste na verificação da necessidade de

intervenção do poder público na situação concreta, assim como, verificar se existe alguma medida útil a ser adotada.

b. Adequação consiste em fazer um levantamento hipotético das medidas administrativas cabíveis, juridicamente, e possíveis, faticamente,

c. Proporcionalidade em sentido estrito é o juízo de escolha entre as

medidas cabíveis e possíveis de escolha, daquelas, mais adequada ao caso concreto.

3. Estrutura Administrativa do Estado:

- Agentes Políticos; - Agentes administrativos;

- Agentes Públicos - Agentes Honoríficos; - Agentes Delegados; - Agentes Credenciados

- Administração Direta (Centralizada) - Órgãos Públicos - Autarquias; - Fundações Públicas; - Administração Indireta - Empresas Públicas; (Descentralizada) - Sociedades de Economia Mista; - Consórcios Públicos.

Estrutura Administrativa do Estado.

União, Estados, D.F e Municípios

(Pessoas Jurídicas Políticas)

Pessoas Jurídicas Administrativas

(Entidades).

Capacidades políticas ou constitucionais dos Entes

Federativos

- Autoorganização Capacidade de elaborar suas próprias leis e constituições; - Autogoverno Capacidade de escolher ou eleger seus próprios representantes políticos; -Auto-administração Capacidade de gerir e administrar seus próprios bens, serviços e interesses de forma autônoma.

Capacidades Políticas; Criadas por Constituição.

Capacidades Administrativas; Criadas por Lei.

Razoabilidade e proporcionalidade se

correlacionam, como se fossem 2 lados de uma

mesma moeda, ou seja, não são a mesma coisa, mas estão co-relacionados.

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Obs.12: As pessoas jurídicas administrativas possuem capacidade exclusivamente administrativa, ou seja, auto-administração ou autonomia administrativa. Obs.13: As pessoas jurídicas políticas são criadas em sede constitucional, pela constituição, ao passo que, as pessoas jurídicas administrativas, são criadas mediante lei infraconstitucional.

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Esquema 10: Estrutura Administrativa do Estado II

Estrutura Administrativa do Estado.

União, Estados, D.F e Municípios

(Pessoas Jurídicas Políticas)

Pessoas Jurídicas Administrativas

(Entidades).

Capacidades Políticas; Criadas por Constituição.

Capacidades Administrativas; Criadas por Lei.

Aula 05

3. Estrutura Administrativa do Estado (continuação):

- Agentes Políticos; - Agentes administrativos;

- Agentes Públicos - Agentes Honoríficos; - Agentes Delegados; - Agentes Credenciados

- Administração Direta (Centralizada) - Órgãos Públicos - Autarquias; - Fundações Públicas; - Administração Indireta - Empresas Públicas; (Descentralizada) - Sociedades de Economia Mista; - Consórcios Públicos.

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Esquema 11: Administração Direta X Administração Indireta

Administração Indireta Conceito São as pessoas jurídicas administrativas (entidades) criadas por um dos entes federativos para desempenhar de forma autônoma, parcela de suas competências. Descentralização É o fenômeno ou fato administrativo por meio do qual um ente federativo transfere parcelas de suas competências a uma entidade autônoma criada para esse fim.

Transferência de competências entre pessoas jurídicas distintas;

Criação de pessoas jurídicas administrativas.

Autarquias

União

Fundações Públicas

Administração Direta Conceito é o Estado, (União, Estados, D.F e Municípios) com sua respectiva estrutura orgânica (seus órgãos). Desconcentração Fenômeno ou fato administrativo, por meio do qual uma pessoa jurídica integrante do Estado, cria seus órgãos para redistribuir internamente parcela de suas competências.

Criação de órgãos;

(Re)Distribuição interna de Competências. Obs.: A desconcentração também ocorre internamente nas Autarquias, Fundações Públicas e Consórcios Públicos de Direito Público, que integram a administração indireta.

DFTRANS

DMTU

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3.1. Agentes Públicos: São todos aqueles investidos em mandato, cargo, função e emprego

público, mediante eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra

forma de investidura, ainda que transitoriamente e sem remuneração. ( Art. 2º, Lei

8429/92 )

3.1.1. Agentes Políticos: são as pessoas físicas ou naturais, legitimamente investidas

em mandato eletivo ou cargo em função de cúpula, em cada um dos três poderes do Estado.

3.1.1.1. Características Jurídicas

a. Exercem função de Governo ou comando do Estado; b. Sujeitam-se ao regime jurídico constitucional com prerrogativas

especiais; c. Alguns deles respondem por crime de responsabilidade (crimes

políticos – Lei 1.079/50) e por isso, não respondem por improbidade administrativa (Lei 8.429/92), conforme jurisprudência do S.T.F; Ex.: Presidente da República, Ministro de Estado, Procurador Geral da República (P.G.R), Ministro do S.T.F, Governador do Estado e D.F.

3.1.1.2. Categorias de Agentes Políticos

- Presidente da República / Governador / Prefeito / Vices.

a. Mandatários - Senador

(Eleitos) - Deputados Federais / Estaduais / Distritais - Vereador. - Juízes

b. Concursados - Membros do M.P

(Investidura Técnica) - Defensor Público

Esquema 12: Competências – CF/88

União

Empresas Públicas

Sociedades de Economia Mista

Autarquias

Fundações Públicas

Consórcios Públicos

- Procurador da República; - Promotor de Justiça; - Procurador do Trabalho; - Procurador Militar.

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c. Nomeados/Indicados

Ministros de tribunais

- STF -11 - STJ -33 - STM – 15

- TSE – 7 - TCU – 9

Ministros de Estado; Secretários de governo estadual, distrital e municipal; Procurador Geral da República; Membros de missão diplomática permanente (embaixadores e

cônsules);

os seis cidadãos que integram o conselho da república ( Art. 89,

VII – CF ).

3.1.2. Agentes Administrativos: Pessoas físicas ou naturais, legitimamente investidas

em cargo, função ou emprego público, hierarquicamente subordinados à cúpula de governo.

3.1.2.1. Características Jurídicas

a. Exercem função técnico-administrativa de execução; b. Sujeitam-se ao regime jurídico infraconstitucional, com algumas

garantias constitucionais; c. Não respondem por crime de responsabilidade (Lei 1.079/50), mas

respondem por improbidade administrativa (Lei 8.429/92).

3.1.2.2. Categorias de agentes administrativos

a. Servidores públicos estatutários São agentes administrativos

de três tipos:

Cargo Efetivo :

Somente podem ser criados por lei e para serem instintos também dependem de lei, exceto se estiverem vagos (Art. 84, VI, “b” – CF);

A investidura depende de concurso público (Art. 37, II – CF);

Os ocupantes sujeitam-se a estágio probatório e podem adquirir estabilidade no serviço público (Art. 41 – CF ; Art.s 20 e 21 – Lei 8.112/90);

Sujeitam-se à regra constitucional de inacumulabilidade de cargos, empregos e funções (Art. 37, XVI e XVII – CF);

Cargo em Comissão :

Somente podem ser criados por lei para as atividades de chefia, direção e assessoramento (Art. 37, V – CF);

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A investidura não depende de concurso público (Art. 37, II – CF);

Qualquer pessoa que preencha os requisitos mínimos previstos em lei, pode exercer cargo em comissão, independentemente de ser ocupante de cargo efetivo ou não. Se o ocupante de cargo efetivo é nomeado para cargo em comissão ficará afastado do exercício das atribuições de seu cargo efetivo, mas não o perderá (Art. 37, V - CF; Art. 93 – Lei 8.112/90 );

Quem ocupa exclusivamente cargo em comissão vincula-se ao regime geral de previdência (INSS);

Os ocupantes não se sujeitam à estagio probatório e não podem adquirir estabilidade no serviço público.

A CF/88 dispõe que a lei estabelecerá as condições de investidura e os percentuais mínims de cargo em comissão, que deverão ser destinados para quem já é servidor de carreira (Art. 37, V, CF).

Função de Confiança :

Somente pode ser criada por lei, para as atividades de chefia, direção e assessoramento (Art. 37, V, CF);

Somente pode ser exercida por quem já é ocupante de cargo efetivo (Art. 37, V, CF);

A investidura não depende de concurso público – Livre nomeação e exoneração;

Não existe estagio probatório ou estabilidade em relação à função de confiança.

Obs.14: O servidor em estágio probatório, pode ser investido em cargo de comissão ou função de confiança. Entretanto, se eles forem em outro órgão ou entidade, aquele que está em estagio probatório, somente poderá ir se for para função de confiança, cargo em comissão ou de natureza especial de nível DAS - Direção e Assessoramento Superior - 4,5,6 ou equivalentes. (Art. 93 e parágrafos – Lei 8.112/90)

b. Empregos públicos celetistas

A investidura depende de concurso público (Art. 37, II – CF); A investidura formaliza-se juridicamente mediante contrato de

trabalho; O ocupante não se submete á estagio probatório e não pode

adquire estabilidade; Vinculam-se ao regime geral de previdência (INSS); Sujeitam-se à regra constitucional da inacumulabilidade de

cargos empregos e funções (Art. 37, XVI e XVII – CF);

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Obs.15: A demissão ou dispensa, sem justa causa, depende de processo administrativo em que se assegura ampla defesa e contraditório, para garantir a observância dos princípios constitucionais da moralidade e da impessoalidade.

c. Militares ou servidores militares (Art. 144 – CF) São agentes

especiais, submetidos à estatuto próprio com regime militarizado de hierarquia rígida. Sujeitam-se a regra constitucional de inacumulabilidade de

cargos, empregos e funções (Art. 37, XVI e XVII – CF); A exigência de concurso para investidura no cargo de militar

decorre do estatuto próprio e não da constituição.

d. Temporários ou servidores temporários (Art. 37, IX – CF) A

CF/88 só admite contratação temporária em casos de necessidade transitória do serviço decorrente de circunstância excepcional.

Os temporários não ocupam cargo público, apenas

desempenham função; Em regra, é obrigatório o concurso público ou processo seletivo

de provas ou provas e títulos para contratação de temporários, exceto no caso de comprovada urgência; Próprio (Lei 8.745/93)

Regime Jurídico ou CLT

Os temporários não se submetem à estagio probatório e não adquirem estabilidade;

Vinculam-se ao regime geral de previdência (INSS);

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Aula 06

3.1.3. Agentes Honoríficos: São Particulares (pessoas físicas) convocados ou

requisitados pelo poder público, para desempenhar relevante função cívica do

estado democrático.

3.1.3.1. Características Jurídicas

a. Caráter obrigatório ou impositivo; b. Não ocupam cargo, apenas desempenham função; c. Não depende de concurso público; d. Em regra, sem remuneração; e. São considerados particulares em colaboração com o poder público,

porque não integram a estrutura organizacional interna de um órgão ou entidade pública;

f. Não conta tempo de contribuição para fins de aposentadoria, salvo nos casos excepcionais em que os agentes honoríficos são remunerados.

Ex.: mesários eleitorais, jurados em tribunal de júri, militares requisitados ou conscritos (são remunerados), comissários de menores, conselheiros tutelares (são remunerados), etc.

3.1.4. Agentes Delegados: São Pessoas físicas ou jurídicas, à quem o Estado transfere a execução remunerada, de um serviço público com ou sem execução de obra para ser prestado em benefício direto da coletividade. (Fundamento: Art. 175, CF)

3.1.4.1. Características Jurídicas

a. Atuam em nome próprio e por sua conta e risco, para executar um

serviço público em beneficio da coletividade; b. Eles se submetem à responsabilidade civil objetiva no tocante aos

danos causados a terceiros; (Art. 37, §6º, CF) c. Em regra, a delegação do serviço depende de licitação prévia e em

alguns casos, faz-se concurso público para escolher o particular que receberá a delegação;

d. Eles atuam, regidos predominantemente, por normas de direito privado, que são parcialmente derrogadas por algumas normas de direito público;

e. Eles são considerados, particulares em colaboração com o poder público, porque não integram a estrutura organizacional interna da administração.

Ex.: Concessionários, permissionários e autorizados de serviço público; tabeliães de cartório extrajudicial (são os oficiais de registro e os notários – Art. 236, §2º - CF); juiz de paz; tradutores e interpretes juramentados; etc.

“Munus” público

Apresenta-se para a coletividade, buscando o interesse da Coletividade.

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3.1.5. Agentes Credenciados: São particulares a quem o estado confere poderes para praticar atos jurídicos específicos em nome dele.

3.1.5.1. Características Jurídicas

a. Tem caráter esporádico; b. Atuam em benefício da pessoa jurídica estatal para representá-la; c. Atuam em nome e sob a responsabilidade do Estado, mas por conta

própria; d. É o estado, que responde pelos atos dos agentes credenciados; e. Pode ser feita licitação para o credenciamento, como no caso de

profissionais, clinicas e hospitais privados para credenciamento do SUS;

f. São considerados particulares em colaboração com o poder público, porque não integram a estrutura organizacional interna dos órgãos e entidades;

Ex.: Peritos credenciados; advogados contratados para desempenhar a defesa do Estado em causa específica e excepcional; leiloeiros particulares, contratados e credenciados pelo poder público; médicos e hospital credenciados do SUS; clínicas e profissionais credenciados para exames do DETRAN; centro de formação de condutores (auto-escolas);

Obs.16: Gestor de negócio Público (Agente público “spont propria.”

É o particular que voluntariamente assume uma função pública, diante de extrema necessidade oriunda de circunstância excepcional que torna materialmente impossível desempenhar. O que legitima o particular transitoriamente desempenhar essa função é a circunstância excepcional. Em casos como esse o poder público responde pelos atos praticados, pelo particular, diretamente relacionados ao exercício da função pública, por aplicação da teoria da aparência ou pelo principio da realidade. Obs.17:

Funcionário Público. Em direito administrativo, a expressão funcionário público terá o significado conforme o contexto de cada questão da prova.

3.2. Órgão Público: Unidade de atuação, ou centro de competência integrante da estrutura organizacional interna da administração direta e indireta, que atuam por meio de seus agentes, cuja responsabilidade é imputada à pessoa jurídica a que pertençam.

3.2.1. Características jurídicas:

Apresenta-se para a coletividade, buscando o interesses da Pessoa Jurídica do Estado.

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a. Não tem personalidade jurídica; b. Não possuem patrimônio próprio; c. Não respondem por seus atos; d. Possuem ou são titulares de competência;

Obs.18: Alguns órgãos (independentes ou autônomos – não há

subordinação hierárquica) possuem capacidade ou

personalidade judiciária para defender em juízo prerrogativas

inerentes a sua competência específica.

Autor Réu

Em regra isso se aplica as casas legislativas; É correto afirmar que os órgãos podem ter capacidade ou personalidade

judiciária; Capacidade ou personalidade judiciária também pode ser denominada

capacidade processual.

3.2.2. Elementos integrantes dos órgãos:

a. Competência é o conjunto de atribuições e responsabilidades, conferidos por lei ou pela constituição;

Congresso Nacional Art. 49 – CF; Senado Federal Art. 52 – CF; TCU Art. 71 – CF; STF Art. 102 – CF; STJ Art. 105 – CF; Conselho Nacional de Justiça Art. 103-B – CF; MPU Art. 127 à 130 – CF; *** Art. 130-A – CF;

b. Cargos são as menores unidade de competências integrantes da

estrutura organizacional de um órgão; c. Agentes são as pessoas físicas que desempenham as atribuições

dos cargos e funções de um órgão;

3.2.3. Classificação dos órgãos: classificar é separar objeto ou elementos por suas semelhanças ou diferenças,

3.2.3.1. Quanto à posição Estatal:

Processo Judicial

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Esquema 13: Classificação dos órgãos quanto à posição estatal.

Independentes são aqueles localizados na cúpula de cada um dos três

poderes de estado.

Características: Não se subordinam hierarquicamente à nenhum outro órgão

ou autoridade; Eles exercem função política, de governo ou de comando das

funções estatais;

Ex.: Presidência da república – Executivo da União; Congresso Nacional, Câmara, Senado Federal – Legislativo da

União; STF, STJ, TSE, TST, STM – Judiciário da União; Governadoria – Executivo Estadual e D.F; Prefeitura – executivo municipal; Câmara municipal – legislativo municipal; Tribunal de justiça dos estados – judiciário estadual; Câmara legislativa – legislativo D.F;

Obs.19: Municípios, D.F e Territórios não tem poder judiciário próprio; Obs.20: Sempre que as questões de prova, atribuirem ao TCU, MP, CNJ e CNMP a denominação de órgãos autonomos entendam como correto, porque esse autônomo é no sentido de não subordinado.

Independentes

Autônomos

Superiores

Subalternos

Órgãos

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Aula 07

3. Estrutura Administrativa do Estado (continuação):

3.2. Órgão Público (continuação):

3.2.3. Classificação dos órgãos (continuação):

3.2.3.1. Quanto à posição Estatal (continuação):

Autônomos são aqueles localizados imediatamente à baixo dos órgãos

independentes na estrutura organizacional do poder executivo. Do ponto de vista funcional, eles possuem autonomia, técnica, financeira e administrativa. Eles também exercem função política ou de governo.

Ex.:

Ministérios; Secretárias de governo ou de estado, distritais e municipais; Secretárias especiais ligadas à presidência da república.

Superiores são aqueles imediatamente subordinados à um órgão

autônomo ao à um independente. Eles não possuem à mesma autonomia funcional que os órgãos autônomos. Eles exercem função técnica de execução.

Ex.:

Secretárias Executivas ou Gerais; Coordenadorias Gerais; Divisões (“Divisão de homicídio”, “Divisão de seqüestro”, etc.); Procuradorias judiciais; Inspetorias Gerais (“inspetoria geral de policia do estado de São

Paulo”, etc.); Departamentos (“Departamento de Polícia Federal”,

“Departamento de Polícia Rodoviária Federal”, etc.).

Esquema 14: Órgãos Autônomos x Órgãos Superiores

Secretárias de Governo ≠ Secretárias especiais ligadas à presidência: Ex.: AGU, CGU, Casa

Civil,GSI.

Secretárias executivas ou gerais.

Órgãos Autônomos no E/D.F/Mun.

Órgãos Autônomos na União

Órgãos Superiores na União/E/D.F/Munc.

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Subalternos são órgãos ou unidades de atuação, integrantes do nível mais

baixo de hierarquia.

Características: possuem função meramente executória; são sempre subordinados à um dos demais órgãos

Ex.: Seção e subseção; Núcleos; Setores (“Setor de claviculário – responsável pelas chaves de todas

as salas”); Almoxarifados;

3.2.3.2. Quanto à estrutura:

- Simples São aqueles, que não se subdividem internamente em órgãos ou unidades menores.

Órgãos - Compostos são aqueles que se subdividem internamente, em órgãos ou unidades menores.

3.2.3.3. Quanto à Atuação funcional: - Singulares (unipessoais) São aqueles, que as decisões em nome do órgãos, são tomadas pela manifestação de uma única autoridade superior. Modelo presidencialista de decisões. Ex.: Juiz, Promotores de justiça

Órgãos - Colegiados (Pluripessoais) são aqueles em que as decisões são tomadas de forma democrática mediante votação de um grupo de agentes. Ex.: casas legislativas, tribunais, J.A.R.I (junta administrativa de recursos de infrações – DETRAN), CMN ou COPOMN.

Esquema 15: órgãos simples e compostos.

Ministério da Fazenda

SRF

STN

PGFN

Secomex

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Esquema 16: Teorias sobre a natureza jurídica

Estado Agentes Coletividade

PJ

3.2.4. Teorias sobre a natureza jurídica da relação entre o estado e seus agentes: Natureza Jurídica? a. Teoria do mandato por essa teoria, os agentes públicos receberiam do

estado, mediante um instrumento ou contrato de mandato, poderes para praticar atos jurídicos perante terceiros em nome do Estado. Não prevaleceu

b. Teoria da Representação por essa teoria, os agentes públicos ao serem investidos numa função do Estado, receberiam a incumbência de representá-lo, perante terceiros na prática de atos jurídicos, suprindo a falta de capacidade civil ou jurídica dele, como ocorre na tutela e na curatela. Não prevaleceu.

c. Teoria do órgão (Fundada no princípio da imputação de vontade volitiva – Criada pelo jurista alemão: Otto Gierke) por essa teoria os agentes públicos ao serem legitimamente investidos em uma função do estado, passariam à ser partes integrantes dele, de maneira que ao atuarem é o próprio estado que o faz.

Obs.21: Essa teoria é um dos fundamentos da responsabilidade cívil objetiva do Estado, porque explica como se pode imputar ao Estado os atos decorrentes da manifestação de seus agentes;

Pois não explica como o primeiro agente recebeu os poderes, uma vez que o Estado é um ser “imaginário” que não pode falar ou escrever como ele passou poderes para o primeiro agente?

Toda pessoa jurídica já nasce com capacidade civil e essa teoria trás a ideia de representação por falta de capacidade do representado; como é o caso de crianças que perdem os pais e adquirem fortuna, mas não podem controlar essas “finanças” sem que haja um curador; e se o estado possui capacidade civil, como ele será representado?

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Obs.22: Atividade Essencial de Estado são as necessárias para o estado funcionar. A atividade essencial, pode ou não ser típica de estado; Função típica de Estado São aquelas que somente entes e agentes públicos podem desempenhar. Outorga é a transfêrencia da titularidade e da execução. - Em sentido amplo – transferir atribuições conferir uma faculdade à alguém. Outorga - Em sentido estrito – Transferir titularidade e execução (só para autarquia). Atividade Atípica de Estado é aquela que tanto os particulares, quanto o poder público podem desempenhar, concomitantemente. Delegação é a transfêrencia apenas da execução de uma competência ou serviço ficando a titularidade com o ente federativo que criou a fundação.

Pode avocar (puxar de volta) para si à

qualquer tempo, desde que seja feita por lei.

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3.3. Autarquias x Fundações: 3.3.1. Diferenças:

Fundações Públicas

Conceito: São pessoas jurídicas administrativas (entidades) criadas pelo estado

mediante a personificação de parcela de patrimônio de um ente federativo, que adquire autonomia para se auto gerir e desempenhar atividade atípica de estado. Patrimônio personificado ou personalizado; Decorrem do principio da especialidade; Decorrem da descentralização;

A transferência realiza-se mediante delegação (legal);

Possuem autonomia gerencial, orçamentária, financeira, patrimonial e administrativa; Capacidade exclusivamente administrativa (autoadministração); Personalidade Jurídica: Privado (Fundações Governamentais) – Dir. Privado (Sem prerrogativas Jurídicas)

Direito Fundações autárquicas – Dir. Privado Público ou Autarquia Fundacional – Dir. Público

Obs.26: Para o STF as fundações públicas de Direito Público são espécies de autarquias e por isso, possuem as mesmas prerrogativas jurídicas e são criadas da mesma forma que as autarquias. Esses detalhes, não são cobrados pelas fundações “Xing Ling” (CONSULPLAN, FGV, FCC, IADES, FUNIVERSA, CETRO e outras piores).

Forma de Criação (Arts. 37, XIX, CF): São autorizadas por Lei (ordinária) específica.

Obs.27: Essa forma de criação só vale para as fundações públicas de direito privado. Em regra, essa informação deve ser desconsiderada para as bancas “Xing Ling”

Lei Ato administrativo Registro

Autoriza Constitui Confere Existência

Autarquias

Conceito: São pessoas jurídicas administrativas (entidades) criadas pelo estado

(U,E,D.F e M) para desempenhar, de forma autônoma, serviços públicos, consistentes em uma atividade típica de estado. Serviço público personificado ou personalizado; Decorrem do princípio da especialidade; Decorrem da Descentralização.

A transferência de competência, realiza-se mediante outorga ;

Possuem autonomia gerencial, orçamentária, financeira, patrimonial e administrativa; Capacidade exclusivamente administrativa (autoadministração).

Obs.23:Podem ser criadas autarquias, para desempenhar atividade atípica de estado. Ex.: Colégio Pedro II, UFRJ, USP, UFMG, UFBA, UFAL.

Personalidade Jurídica: Direito Público (PJ de Direito Público) – possuem prerrogativas jurídicas nas relações com terceiros.

Obs.24:Prevalecem o entendimento, de que os territórios federais terão personalidade jurídica de direito público com natureza de entidade autárquica ou autarquia territorial, razão pela qual eles não poderão criar suas próprias entidades da administração indireta, já que eles não são entes federativos.

Forma de Criação (Arts. 37, XIX, CF): São criadas por Lei (ordinária) específica. Nascem com a simples vigência da lei específica destinada à sua criação.

Obs.25: Conforme jurisprudência do STF, é vedada a criação de autarquia interfederativa (autarquias de mais de um ou ente federativo). Apesar de se parecerem, consórcio público não é uma espécie de autarquia, nem de empresa pública.

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3.3.2. Semelhanças:

Semelhanças Características Jurídicas Comuns:

a. Respondem por seus próprios atos; b. Elas possuem uma relação de coordenação ou vinculação com um órgão (ministério) supervisor da administração Direta (União, Estados, D.F e Municípios);

Não relação de subordinação/Hierarquia entre elas e administração-direta. c. Elas se sujeitam ao controle administrativo da administração direta (exercido pelo órgão supervisor à que estão vinculadas).

Esse controle decorre do princípio da autotutela/autocontrole. - Controle Finalístico; Esse controle denomina-se: - Supervisão superior (ou supervisão ministerial); - Tutela; - Controle Indireto. Esse controle é feito “de ofício” ou a requerimento do interessado.

d. Regime predominante de pessoal Estatutário exige concurso público – Art. 37, II, CF

Obs.29: É possível autarquia e fundações públicas com regime predominantemente celetista ou CLT. Além disso, as fundações públicas de direito privado (Fundação Governamental) possui regime predominantemente celetista. Obs.30: Sujeitam-se à regra constitucional da inacumulabilidade (art. 37, XVI e XVII, CF) de cargos, funções e empregos públicos. Obs.31: Sujeitam-se ao teto remuneratório previsto na Constituição (art. 37, XI, CF).

Fundações Públicas (Continuação)

Obs.28: A CF/88 dispõe que, a União pode editar lei complementar estabelecendo ou restringindo as áreas de atuação para as fundações públicas.

Lei Complementar Lei Ordinária Específica

Áreas de atuação Autorização para Criação.

- Educação; - Saúde; - Cultura.

- LO1 + Ato Administrativo + Registro Fundação 1. - LO2 + Ato administrativo + Registro Fundação 2.

Não há ainda essa lei.

Autarquias (Continuação) Espécies ou modalidades de Autarquias: - Comuns Autarquias - Fundacionais (Fundações Públicas de Dir. Público) - De Regime Especial (Agências Reguladoras. .

Aula 08

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Semelhanças (continuação)

e. Obrigatoriedade de licitação SIM – Art. 37, XXI, CF Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação (Art. 25 – Lei 8.666/93) e dispensa de licitação (art. 17 e

24 – Lei 8.666/93).

f. Responsabilidade civil OBJETIVA – Art. 37, § 6º, CF ;

é a imputação da obrigação de indenizar os prejuízos/danos causados à outrem. - Conduta (Ação, comissão ou omissão)

- Dano (Material, moral ou estético) - Subjetiva – A vitima do dano tem que comprovar: - Nexo Causal (resultado único e exclusivo da conduta) - Negligência - Dolo ou Culpa - Imprudência

Responsabilidade Civil - Imperícia

- Conduta; - Objetiva – A vítima tem que comprovar apenas - Dano; - Nexo Causal (resultado único e exclusivo da conduta).

Obs.32: Prevalece na doutrina e na jurisprudência que, no caso de dano ou de omissão a responsabilização do estado, será na forma subjetiva.

Obs.33: O ente federativo que criou a Autarquia ou a Fundação, não pode ser responsabilizado civilmente pelos danos que os agentes delas causarem à terceiros no exercício de suas funções, salvo quando o próprio ente federativo, nos termos de lei extingui a autarquia ou fundação pública. Nessa exceção a responsabilização do ente federativo, denomina-se “subsidiária”.

Dano

Exercício da Função Investidura no Cargo

Autarquia

União INSS

Particular

Responsabilidade Civil.

Item – “A união pode ser responsabilizada civilmente pelos danos que os agentes de suas autarquias causarem a terceiros.” Errado. Emerson Caetano irá, em aula futura, demonstrar o motivo dessa resposta, mas o erro não é de regra geral e regra específica é erro linguístico.

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3.4. Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista: 3.4.1. Semelhanças

Conceito: São pessoas jurídicas administrativas (entidades) de direito privado criadas pelo Estado para prestar serviços públicos ou explorar atividade econômica.

Art. 173 – CF O estado não pode intervir diretamente na economia.

Semelhanças (continuação) g. Regime de bens Direito Público Bens impenhoráveis Em razão disso elas pagam seus débitos, mediante regime de precatórios ou requisição de pequeno valor

ou contra os cofres públicos se o débito for de até 60salários mínimo. - Art. 100, CF ;

h. Não estão sujeitas à falência ou processo falimentar Art. 2º, Lei 11.101/05 ;

i. Imunidade tributária recíproca Art. 150, VI, “a” e Art. 150, §2º - CF ;

A união, os Estados, DF e municípios não podem instituir e cobrar impostos , sobre o patrimônio, a renda e o serviço uns dos outros, incluindo suas autarquias e

fundações no tocante as suas finalidades específicas ou delas decorrentes. j. Prerrogativas Processuais ao atuarem como autora ou rés num processo judicial, as autarquias e fundações gozam das seguintes prerrogativas:

Prazo em Dobro para recorrer das decisões judiciais e em quádruplo para contestar as ações judiciais ajuizadas contra elas Art. 10, Lei 9.649/97 e

Art. 188 - CPC ;

Intimação pessoal de todos os atos do processo na pessoa de seu procurador; Dispensa do recolhimento (pagamento) antecipado das custas e despesas do processo.

- Por imperativo de segurança Nacional.

Exceções .

- Por relevante interesse coletivo.

Obs.34: EP e SEM exploradoras de atividade econômica, devem observar as mesmas obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias aplicadas aos particulares.

Obs.35: EP e SEM exploradoras de atividade economia não podem gozar de benefícios fiscais que não sejam extensíveis às equiparadas no setor privado

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36

Aula 09

3.4. Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista (continuação):

3.4.1. Semelhanças(continuação) Características Jurídicas (de Dir. Público) comuns:

a. Autonomia gerencial, orçamentária, financeira, patrimonial e administrativa em relação ao ente federativo que a criou.

b. Possuem capacidade exclusivamente administrativa para desempenhar atividade atípica de estado.

c. Sujeitam-se a um regime jurídico híbrido/misto regido

predominantemente por normas de direito privado que são parcialmente derrogadas por algumas normas de direito público.

d. Respondem por seus próprios atos.

e. Elas mantém uma relação jurídica de coordenação (ou vinculação com um

órgão supervisor da Administração Direta).

f. Sujeitam-se ao controle administrativo do ente federativo (administração direta) que as criou.

- Controle Finalístico Esse controle denomina-se - Supervisor superior (ou ministerial)

- Tutela - Controle Interno

Esse controle decorre do princípio do autocontrole ou autotutela.

g. Regime predominante de pessoal CLT Exige concurso público –

Art. 37, II – CF .

Obs.36: Os dirigentes de empresa pública e sociedade de economia mista (presidente, vice, diretores, membros do conselho de administração e do conselho fiscal) não se submetem às regras da CLT, porque não possuem vinculo de subordinação. Eles também não são estatutários ocupantes de cargo em comissão, apesar de serem investidos na função por livre nomeação do chefe do poder executivo. Eles se sujeitam à um regime contratual privado de trabalho ou prestação de serviço, sem vinculo de subordinação, nos termos da Lei 6.404/76. Obs.37: Se um empregado público de carreira é nomeado para a função de dirigente de uma empresa pública ou Sociedade de economia mista, perderá o vinculo de subordinação e em razão disso seu contrato de trabalho celetista ficará suspenso enquanto permanecer na função – Súmula 269/TST. O tempo de

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serviço, não será contado, apenas o de contribuição previdenciária. Obs.38: Sujeitam-se à regra constitucional de inacumulabilidade de cargos, empregos e funções – Art. 37, XVI e XVII – CF. Obs.39: Os dirigentes e empregados de Empresas Públicas ou Sociedade de Economia Mista somente se submetem ao teto remuneratório se a respectiva entidade em que trabalha recebe recursos da União, Estados, D.F ou Município para pagamento de pessoal ou de gastos em geral.

h. Obrigatoriedade de licitação SIM Art. 37, XXI, CF Ressalvados

os casos de inexigibilidade de licitação (Art. 25, Lei 8.666/93) e Dispensa de Licitação (Arts. 17 e 24, Lei 8.666/93).

Obs.40:

- Atividade Meio Licitação Obrigatória.

Para contratações realizadas por EP/SEM exploradoras de atividades econômicas relativas à:

- Atividade Fim Dispensa de Licitação.

Para não acarretar perda de competitividade no mercado.

Obs.41: - Estatuto (lei) próprios de licitação e contratação para as exploradoras de atividade econômica. ainda não há.

Art. 173, §1º, III, CF.

A CF/88 autorizou o CN a editar: - Estatuto (lei) Geral de licitação e contratação para as Entes Públicos Lei 8.666/93 e Lei 10.520/02.

Art. 22, XXVII, CF.

Obs.42: Como ainda não foi editado o Estatuto próprio de licitações e contratações, as exploradoras de atividade econômica devem observar a lei geral de licitações e contratações. Obs.43: Conforme jurisprudência do STF, a PETROBRÁS não está obrigada à seguir as regras licitatórias da Lei 8.666/93, porque legislação específica autorizou o PR a editar decreto estabelecendo regulamento próprio de licitações e contratações para ela. Não usar essa informação nas bancas “xing ling”.

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38

Esquema 18: Criação de Subsidiarias

- Prestadoras de Serviço Público

Forma Objetiva Art. 37, §6º - CF.

Basta provar o nexo causal

i. Responsabilidade Civil - Exploradoras de atividade econômica.

Forma Subjetiva Art. 173, §1º, II - CF.

Tem que provar Dolo ou Culpa

Obs.44: O Ente federativo que as criou não respondem pelos danos que os agentes dela causarem à terceiros, salvo de forma subsidiária se elas forem extintas.

- Prestadoras de serviço Público

Direito Público.

Bens Impenhoráveis.

Em decorrência do principio da continuidade do serviço.

j. Regime de Bens - Exploradora de Atividade Econômica

Direito Privado.

Bens penhoráveis.

k. Forma de criação (Art. 37, XIX, CF) São autorizadas por Lei (ordinária) específica.

l. Podem criar suas subsidiarias mediante autorização legislativa (genérica)

Art. 37, XX, CF.

BB – Cartões (PJ) BB – Previdência (PJ)

BB Turismo (PJ)

Não integram a administração

indireta

União LO + A + R BB

(PJ) SEM

Esquema 17: Forma de Criação Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista

Lei Ato administrativo Registro

Autoriza Constitui Confere Existência

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m. Não estão sujeitas à falência ou processo falimentar Art. 2º, Lei

11.101/05.

Obs.45: Conforme jurisprudência do STJ as subsidiárias estão sujeitas à falência.

n. Imunidade tributária recíproca Art. 150, VI, “a”, CF.

Obs.46: Conforme jurisprudência do STF somente as prestadoras de serviço gozam de imunidade tributária recíproca assim como as autarquias.

3.4.2. Diferenças entre Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista:

Empresas Públicas Foro competente para ações judiciais.

Obs.47: Com exceção das causas trabalhistas, eleitorais, falimentares (não podem ter sua falência decretada,mas pode pedir a decretação de falência de outra empresa) e de acidente de trabalho. Obs.48: Com exceção das causas trabalhistas e eleitoral.

Forma jurídica/organizacional ou modelo societário – Podem adotar qualquer forma jurídica (organizacional)

admitida em direito – Art. 5º, II, Decreto Lei 200/67.

Composição do capital Social – na empresa pública, a totalidade (100%) do capital (cotas ou ações) deve pertencer a ente público (PJ integralmente do Estado).

Sociedade de Economia Mista Foro competente para ações judiciais.

Obs.49: Com exceção das causas trabalhistas e eleitorais. Obs.50: Se a união, uma de suas autarquias ou de suas fundações públicas, intervier em processo judicial com base em interesse jurídico legitimo, atrairá a competência da Justiça Federal – Sumula 517/STF.

Forma jurídica/organizacional ou modelo societário – só podem adotar a forma de SA(Sociedade anônima, também

chamada de companhia) – Art. 5º, IV, Decreto Lei 200/67.

Composição do capital Social – No mínimo, 50% + uma ação ordinária do capital social com direito à voto em assembléia devem pertencer a ente público.

EP

- Federal Justiça Federal - Obs. 44

- - Obs.45

Estadual/DF/Municipal

Justiça Estadual/DF

SEM

- Federal .

- Estadual

- D.F .

- Municipal

- - Obs.44

Justiça Estadual/DF

Súmula 556/STF

Obs. 46 e 47

$50 1 patrimônio

$50 1 patrimônio

Nois LTDA

PJ

$100

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Aula 10

3.5. Agências Executivas: EC 19/98 §8 , Art.37, CF .

Contrato de Gestão

Conceito é o ajuste ou acordo bilateral entre entes públicos, ou entre entes e

agentes, para ampliar a autonomia gerencial, orçamentária e financeira de um dos

contratantes.

Autonomia de Gestão

Quem pode firmar contrato a) Órgão (Administração – Direta) Órgão (Administração - Direta); b) Órgão (Administração – Direta) PJ da Administração Indireta; c) Administração Agentes.

Estado

Agente

Particular (Vitima)

Conduta

-Comissiva - Omissiva Dano

Responsabilidade Civil Objetiva

Responsabilidade Civil Subjetiva

Paga e depois responsabiliza o agente do ato.

Regulamentado pelos Arts. 51 e 52, Lei 9648/98

Autarquias

Fundações Públicas

Metas e Objetivos Elaborar um plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional para melhorar a

eficiência em andamento .

Obs.52:

Propor/apresentar o plano ao respectivo órgão ou ministério supervisor.

Havendo um consenso em relação ao plano será celebrado contrato de gestão por no mínimo 1ano. Obs.53:Obs.55:

Imediatamente após o presidente da república deverá editar um decreto qualificando a autarquia/fundação pública como Agência executiva. Obs.54: Obs.56:

A desqualificação da agência executiva ocorre automaticamente com o termino do contrato de gestão, ou antes disso, por decreto do Presidente da República.

Com a desqualificação elas voltam a ser simples autarquias ou fundações públicas, sem qualificação.

Ou

Obs.51:

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Obs.51: Somente autarquia ou fundação pública de direito público, podem ser qualificadas como agências executivas. Não é possível uma entidade autárquica ou fundacional já nascer como executiva. Obs.52: O plano estratégico é requisito básico indispensável para se qualificar uma entidade como executiva. Obs.53: O contrato de gestão marca o inicio do processo de qualificação de uma entidade como agência executiva. Ele, também, é requisito indispensável para qualificação como executiva. Obs.54: Ao ser qualificada como executiva a entidade não perde sua natureza de autarquia ou fundação. Portanto as agências executivas integram a administração indireta. Obs.55: Nem todo contrato de gestão celebrado, acarreta qualificação como agência executiva, exceto quando o contrato for entre Autarquia e fundação e o respectivo órgão supervisor. Obs.56: A maior autonomia de gestão é a principal característica que diferencia uma agência executiva de uma Autarquia ou Fundação Pública (comum).

3.6. Agências Reguladoras: EC 19/98 §8 , Art.37, CF .

Conceito: São Autarquias de Regime ou natureza especial criadas pelo estado

para fiscalizar, controlar e regulamentar a prestação de serviços públicos descentralizados, ou não, e a exploração de atividade de relevante interesse

coletivo .

Características Jurídicas do Regime Especial:

a) Exercem, predominantemente, poder de polícia (administrativa); b) Possuem maior autonomia ou independência política em relação à

administração direta;

Os dirigentes ou gestores delas exercem mandato com prazo fixo e desconexo com o de presidente da república.

Forma de investidura no mandato ou função Por indicação do Presidente da República com a aprovação por maioria do Senado Federal após sabatina.

Forma de perda do mandato ou função o Por termino do prazo do mandato; o Por renuncia do dirigente; o Por sentença judicial transitada em julgado; o Por processo administrativo disciplinar, em que se assegure

ampla defesa e contraditório; o À pedido do presidente da república com a aprovação por

maioria do Senado Federal; o Por falecimento, desaparecimento ou incapacidade do

dirigente. c) Possuem competência normativa (administrativa) para regulamentar

aspectos técnicos de cada setor regulado.

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Esquema 20:

Agências Reguladoras

Depois das Reguladoras

Poder Legislativo Poder Executivo

Lei Aplicar a Lei

de Ofício. Competência

normativa para regulamentar ou

dispor sobre

Presidente da República Inovar no ordenamento Jurídico

- Política Nacional e diretrizes gerais de cada setor regulado. - Aspectos técnicos de cada setor regulado.

Esquema 19:

Antes das Reguladoras

Poder Legislativo Poder Executivo

Lei Aplicar a Lei

de Ofício. Competência

normativa para regulamentar ou

dispor sobre

- Política Nacional e diretrizes gerais de cada setor regulado. - Aspectos técnicos de cada setor regulado.

Presidente da República

Inovar no ordenamento Jurídico

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d) Elas são vinculadas (vinculação/coordenação) a um órgão supervisor da administração direta.

Sujeitam-se ao controle finalístico ou supervisão ministerial.

e) Possuem todas as características jurídicas de uma autarquia comum .

f) Preferencialmente a lei não deve prever o cabimento de recurso hierárquico

impróprio contra as decisões das agências reguladoras .

3.7. Terceiro Setor: Paraestatais

Esquema 21: Recurso Hierárquico Próprio M.M.A

Adm-Direta

- - - - - -

- A²

A¹ Sub

ord

ina

ção

Decisão Recurso Hierárquico Próprio

IBAMA

Adm-Indireta

- - - -

- A²

Regra Não pode haver recurso

Exceção Recurso Hierárquico Próprio

O poder público atua em relação à elas buscando.

Esquema 22:

Espaço público de Gestão gerencial privada de serviços e atividades de interesse coletivo.

Obs.57: Cuida-se de um regime jurídico hibrido predominantemente privado, que são parcialmente derrogadas por normas de direito público.

Obs.58: A cooperação entre o poder público e entidades privadas sem fins lucrativos, recebem a denominação de, publicização do 3º setor ou privatização de serviços públicos,

Obs.59: Admite-se a extinção de um órgão ou unidade administrativa com a respectiva transferência de suas atribuições para uma organização social que é uma das entidades privadas sem fins lucrativos integrantes do 3º Setor.

Terceiro Setor Paraestatais

1º Setor

Estado

2º Setor

Privado/Iniciativa privada

3º Setor

Privados sem fins lucrativos

4º Setor

Economia Informal

Coletivo;

Dir. Público. Individual;

Dir. Privado.

Coletivo;

Dir. Privado.

Atividades ilícitas

Atividades irregulares.

Repressão (Ilícito)

Regularização (Irregular)

43

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Aula 11

3.7. Terceiro Setor (continuação): Paraestatais

As entidades privadas sem fins lucrativos que entram em cooperação com o poder público classificam-se em uma das seguintes categorias:

Serviços Sociais Autônomos – Sistemas “s”; Organizações Sociais – OS; Entidades de apoio a instituições de Ensino Superior ou Médico-Hospitalar Federais; Organizações da Sociedade Civil de Interesse Coletivo - OSCIP

Características Jurídicas de Direito Público das Entidades Paraestatais Serviços Sociais Autônomos

OS Entidades de Apoio OSCIP

- Devem prestar contas a tribunal de contas e outros órgãos de controle. SIM SIM SIM SIM

- Devem realizar licitação antes de suas contratações de obras, serviços e compras.

SIM - Obs.56 SIM - Obs.57 NÃO SIM - Obs.57

- Devem realizar concurso ou processo seletivo para contratação de pessoal. SIM SIM NÃO NÃO

- Devem observar os princípios básicos da Administração - LIMPE SIM SIM SIM SIM

- Instrumento ou forma jurídica de cooperação entre o poder público e as paraestatais.

Por Lei Contrato de Gestão

Obs.58 Convênio

Obs.59 Termo de Parceria

Obs.60

Nascem na iniciativa privada e

por meio de lei se tornam “parceiras” do Estado.

Já nascem para apoiar instituição pública e só pode ser criada por

dirigentes de instituições públicas.

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Obs.60: As entidades do Sistema “s” sujeitam-se à regra constitucional da obrigatoriedade de licitação (Art. 37, XXI – C.F), mas não estão obrigadas à seguir as regras licitatórias e de

contratação da Lei 8.666/93 e da Lei 10.520/02, porque a legislação federal que o regulamentou permitiu as entidades do serviço social autônomo elaboraram regulamento próprio de licitação.

Obs.61: As organizações sociais e as OSCIP são obrigadas a licitar antes de suas contratações, elas devem observar os princípios licitatórios, mas não necessariamente as regras licitatórias previstas na lei de licitações.

Obs.62: Esse contrato não se confunde com o contrato de gestão previsto no artigo 37, §8º da C.F, aqui o contrato destina-se a qualificar como organização social, uma entidade privada sem fins lucrativos da área de saúde, cultura, ensino, pesquisa cientifica desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, nos termos da Lei 9.637/98. Destina-se também à disciplinar o repasse de recursos e a cessão de bens e pessoal do poder público para a O.S.

Obs.63: Convênio é um ajuste criado entre uma entidade do poder público (da área de ensino superior ou médico hospitalar federal) uma fundação privada ou associação civil, sem fins lucrativos (entidade de apoio), para dispor sobre o repasse de recurso e a cessão de pessoal e de bens.

Obs.64: Termo de parceria é o ajuste firmado entre Poder Público e uma entidade privada sem fins lucrativos, que já tenha sido qualificada como OSCIP pelo Ministro da Justiça, para dispor sobre o repasse de recurso e a cessão de bens e pessoal.

Mesmo após a cooperação com o Estado as entidades de cooperação não

integram a administração direta ou indireta.

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III. Atos administrativos

Esquema 23: Ato Jurídico X Ato Administrativo

1. Conceito: É a manifestação unilateral de vontade do Estado ou de quem o represente,

submetida ao regime jurídico-administrativo e destinada à realizar função típica de

administrar , para produzir efeito jurídico relevante.

Obs.65: Nem todo ato da administração será necessariamente um ato administrativo porque a administração pode praticar atos que não sejam regido pelo regime jurídico administrativo. Mas todo ato administrativo será necessariamente um ato da administração.

Obs.66: Os fatos administrativos, ou atos materiais, são meros acontecimentos - ou realizações no âmbito da administração - não provenientes de vontade jurídica. Ex.: Falecimento de um servidor, decadência e prescrição, demolir um prédio, rebocar um veiculo,

Ato Jurídico

Ato Administrativo

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Esquema 24: Elementos ou requisitos de validade do ato administrativo

Obs.67: Como exceção à regra o Poder Judiciário pode controlar a discricionariedade ou o mérito administrativo do ato quando extrapolar os parâmetros de razoabilidade ou proporcionalidade.

2. Elementos ou requisitos de validade do ato administrativo:

- Vinculados Atos - Discricionários

- Conveniência

E - Oportunidade

mpetência

inalidade

rma

otivo

objeto

Sempre vinculado (lei)

- Vinculados (Lei)

Ou

- Discricionário Juízo de Mérito Administrativo

Poder Judiciário (Juiz) Controla

Controla

Não Controla – Apenas Excepcionalmente

Não Controla – Apenas Excepcionalmente

Controla - Sempre

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Questão de Prova: a) O judiciário pode controlar o mérito administrativo. Errado

Nega a regra e afirma a exceção. b) O judiciário não pode controlar o mérito administrativo. Certa

Afirma a regra sem excluir a exceção. c) O judiciário nunca pode controlar o mérito administrativo. Errado

Nega a regra e a exceção. d) O judiciário pode controlar o mérito administrativo quando extrapolar os parâmetros de razoabilidade ou de proporcionalidade. Certo

Afirma a regra e a exceção.

Resultado do ato = Finalidade Se o ato é vinculado Motivo e Objeto são requisitos vinculados, já se o ato for discricionário esses requisitos também serão discricionários. Atos vinculados sempre

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Aula 12

2.1. Competência: é o conjunto de atribuições e responsabilidades conferidas por lei à um

agente ou autoridade(órgão).

Sujeito ou autoridade competente; É um poder legal; Não se presume ela é sempre expressa em lei; É capacidade + legitimidade;

A capacidade é a aptidão física e mental e por si só não é suficiente para a competência, é necessário ainda a legitimidade que é a posse ou ato de provimento derivado;

Percebe-se assim que é necessário comprovar a capacidade e ser empossado no cargo para se ter a competência do cargo. Sendo assim eu posso afirmar que a capacidade por si só não te dá competência.

Obs.68: Inobservância ou vício de competência, acarreta: Nulidade/Invalidação/Anulação do ato.

Obs.69: Vicio de competência, admite convalidação . Se for um vício de competência quanto

à pessoa e se for competência privativa.

-Exclusiva – NÃO admite convalidação.

- Quanto à pessoa

- Privativa – Admite convalidação.

Vício de Competência (incompetência)

- Quanto à matéria/material – NÃO admite convalidação.

2.2. Finalidade: é o interesse público que deve ser alcançado com a prática do ato

conforme determina a lei.

Obs.70: Inobservância ou vício de finalidade, acarreta: Nulidade/Invalidação/Anulação do ato.

Obs.71: Vicio de finalidade NÃO admite convalidação.

Obs.72: Vicio ou desvio de finalidade necessariamente acarreta violação ao principio da impessoalidade e também configura hipótese de abuso de poder.

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2.3. Forma: é o meio de exteriorização do ato (vontade) administrativo. É o revestimento

do ato.

2.3.1. Espécies de forma: Escrita; Verbal; Gestual; Semafórica/Luminosa; Pictórica ou Simbólica; Sonora – sinal sonoro em semáforos para deficientes visuais; Eletrônica – declaração de imposto de renda à receita federal.

O silêncio da administração não pode ser considerado forma de manifestação de

vontade, positiva ou negativa ressalvando-se as hipóteses excepcionais em que a lei atribui um efeito jurídico ao silêncio.

Obs.73: Inobservância da forma, acarreta: Nulidade/Invalidação/Anulação do ato.

Obs.74: Em regra o vício de forma deve ser convalidado por aplicação do

principio da instrumentalidade das formas exceto nas seguintes hipóteses:

Quando a lei expressamente determina que a forma é essencial à validade do ato. Quando em razão do vício de forma o ato não alcançar a finalidade à que se destina. Quando em razão do vício de forma o ato causar prejuízo à administração ou a terceiros.

Obs.75: Para se desfazer um ato deve ser utilizada a mesma forma ou uma forma mais complexa, salvo quando a lei dispuser de maneira diversa.

Esquema 25:

2.4. Motivo ou Causa: é o meio de exteriorização do ato (vontade) administrativo. É o

revestimento do ato.

Obs.76: Inobservância do motivo, acarreta: Nulidade/Invalidação/Anulação do ato.

Obs.77: Vício quanto ao motivo NÃO admite convalidação.

Obs.78: Motivo ≠ Motivação. Motivo – é a coisa Motivação – é explicitar a “coisa”

Ato1 Ato2

Revogação/Anulação

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Obs.79: Motivo ≠ Móvel – Móvel - é a intenção do agente ao praticar o ato administrativo. Um desvio no móvel afeta o elemento finalidade.

Obs.80: Por aplicação da Teoria dos motivos determinantes a validade de um ato

depende dos motivos apresentados. De maneira que se os motivos forem falsos

ou inexistentes , o ato será inválido , e se os motivos forem

condizentes com a realidade , o ato será válido .

Por essa teoria a validade de um ato administrativo está vinculada aos motivos apresentados, de maneira que, se os motivos forem falsos ou inexistentes o ato deve ser invalidado ou anulado. Essa teoria aplica-se tanto à atos vinculados quanto aos discricionários. Essa teoria impõe a invalidação ou anulação dos atos administrativos que, apesar de a lei expressamente determinar que não é obrigatória a motivação, o agente competente a faz com base em motivos falsos ou inexistentes. Se pelo menos um dos motivos apresentados for condizente com a realidade o ato não deverá ser invalidado por aplicação da teoria dos motivos determinantes. Tanto o judiciário quanto a própria administração podem invalidar o ato por aplicação da teoria dos motivos determinantes. Se os motivos apresentados não forem os mais adequados, o ato deverá ser invalidado por aplicação da teoria dos motivos determinantes.

Esquema 26: Teoria dos motivos determinantes.

Ato Administrativo

Motivo Condizente com a realidade

Motivo Falso ou inexistente

Ato Válido

Ato Inválido

João

Cargo em Comissão

Exoneração motivada pela falta de recursos

Contratação de novo funcionário, logo motivo falso

para a exoneração de João

Revogação/Anulação

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Esquema 27: Validade x Eficácia

2.5. Objeto ou conteúdo: É aquilo que o ato dispõe, impõe ou determina sobre a situação,

coisa ou pessoa.

Esquema 28:

Obs.81: Inobservância ou vício quanto ao objeto , acarreta: Nulidade/Invalidação/Anulação do ato.

Obs.82:Vício quanto ao objeto NÃO admite convalidação.

Existência

Multa

Obrigação de pagamento

Exoneração

Demissão

Desligamento do Cargo

Desligamento do Cargo

Não são atos iguais, pois os motivos são diferentes.

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3. Atributos dos atos administrativos:

3.1. Presunção de legitimidade: Significa que todos os atos administrativos praticados

presumem-se em conformidade com a lei e verdadeiros até que se prove o contrário. É uma decorrência do princípio da legalidade;

A administração não precisa comprovar a validade de seus atos

administrativos.

3.1.1. Decorrências da presunção de legitimidade. a) O ato administrativo nasce pronto para produzir imediatamente seus efeitos,

ainda que seja argüida suas ilegalidade. “Efeitos imediatos”

Esquema 29:

Os atos administrativos gozam de imediata operatividade ;

b) Presunção relativa (presunção “Juris tantum”) O oposto dessa presunção é a presunção “Jure et de Juris” (presunção

absoluta)

resunção de legitimidade

utoexecutoriedade

mperatividade

xigibilidade

ipicidade

Presunção de Legitimidade

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c) Inversão do ônus da prova (para o destinatário do ato)

Esquema 30:

- Presunção de legalidade

d) Presunção de e legitimidade engloba

- Presunção de veracidade

e) Formação, validade e efeitos do ato.

Existência Validade Eficácia

Concluiu o ciclo ou etapas de sua

formação?

Está de acordo com a lei?

Está apto a produzir todos os seus efeitos?

O ato administrativo será:

SIM SIM SIM Perfeito , válido, eficaz

Obs.78:

SIM SIM NÃO Perfeito, válido, ineficaz.

Obs.79: “pendente”

SIM NÃO SIM Perfeito, invalido e eficaz.

SIM NÃO NÃO Perfeito, invalido e ineficaz.

NÃO - - Imperfeito ou inexistente

EU Você

Dívida – quem diz prova

Pagamento – quem diz prova

EU Administração

Quem contesta o dito pela administração prova.

Presume-se que o ato administrativo praticado esteja em conformidade com a lei, até que se prove em contrário.

Presume-se verdadeiros os fatos indicados pela administração como motivo pela prática do ato .

Perfeito não quer dizer que o ato é valido ou não, mas que produz todos os seus efeitos.

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Obs.83: O ato com essas características possui exeqüibilidade e exigibilidade, ou seja a administração pode dar-lhe cumprimento ou exigi-lo de forma indireta, na via administrativa ou judicial.

Obs.84: Esse ato também é denominado pendente, em razão de circunstancias que suspendem.

Obs.85: Todo ato administrativo, goza de presunção de legitimidade.

- Termo( ou termo inicial) é o evento futuro e certo, sem o qual o ato não produz seus plenos efeitos. - Condição (ou condição suspensiva) é o evento futuro e incerto sem o qual o ato não produz seus plenos efeitos. Também é condição de eficácia do ato a publicidade (exceto ato sigiloso) e autorização aprovação, homologação, ratificação, admissão, visto ou deferimento à ser proferido por uma autoridade superior controladora. - Modo é um encargo de natureza contraprestacional, que se impõem ao beneficiário do ato como requisito para a continuidade de seus efeitos.

Circunstâncias que suspendem a eficácia do ato

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Aula 13

3. Atributos dos atos administrativos (continuação):

3.2. Autoexecutoriedade: é a prerrogativa que administração tem de executar

diretamente (por seus próprios meios e agentes) os atos administrativos praticados, independentemente de autorização judicial.

Obs.86: Nem todo ato goza de autoexecutoriedade. Ex. de atos sem autoexecutoriedade: Multa, remoção de oficio, nomeação, permissão, autorização, alvará, licença, etc.

3.2.1. Fundamento ou pressuposto da autoexecutoriedade somente quando o

interesse público tutelado ou protegido na norma jurídica estiver exposto a grave e iminente risco de lesão, caso se faça necessária e nos exatos limites (proporcionalidade) da necessidade.

Obs.87: Se a questão de prova utilizar a expressão executoriedade confira à ela o mesmo significado de autoexecutoriedade.

Obs.88: Se a questão de prova afirmar que a autoexecutoriedade compreende a executoriedade e a exigibilidade, marcar como correto.

3.3. Imperatividade: é a prerrogativa que administração tem de usar a sua manifestação

unilateral de vontade, para impor obrigações e deveres nos termos de lei à administrados ou a servidores.

Obs.89: Nem todo ato administrativo goza do atributo da imperatividade. Ex.: autorização, permissão, alvará, licença, aprovação (ato que declara aprovação em concurso), ratificação (confirmação).

Obs.90: A imperatividade é uma manifestação do poder extroverso (extroversão) do estado. Poder extroverso é o poder do estado de interferir na esfera individual impondo-lhe, obrigações ou deveres.

Obs.91: Todo ato auto-executável, necessariamente, será imperativo, mas o inverso não é verdadeiro.

3.4. Exigibilidade: é a prerrogativa que administração tem de usar meios administrativos

indiretos para forçar o destinatário do ato à cumpri-lo por si mesmo.

Execução Direta Efeitos Imediatos ≠

Os efeitos jurídicos já estão valendo. Ex.: a multa de transito já produz efeitos, já pode entrar na justiça pra cobrar, suspender entrega de documentação. Etc.

Apesar dos efeitos jurídicos já estarem valendo, não há como obrigar o pagamento da Multa, o agente não vai te procurar e arrancar o dinheiro da sua carteira.

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Obs.92: Todo ato tem exigibilidade.

3.5. Tipicidade: é a necessidade de adequação da vontade à ser manifestada pela

administração à uma tipologia ou molde de ato previsto em lei.

Obs.93: A maioria dos doutrinadores não incluem a tipicidade como um dos atributos, mas se a questão de prova afirmar que ela é um do atributos dos atos, estará correta

4. Classificação dos atos administrativos:

Gerais (ou normativos) São aqueles de natureza genérica e abstrata que dispõe sobre uma determinada circunstância, com vistas à produzir efeito reiterados em relação à todos aqueles que vieram à se enquadrar. Não é possível definir quem são e quantos são os destinatários dos atos no momento em que ele é praticado.

Ex.: Decretos, resoluções, regulamentos, portarias, instruções normativas, regimento interno (exceto o regimento interno das casas legislativas, pois são espécies de leis)

Individuais (ou concretos) São aqueles destinados à produzir efeitos individualizados, em relação à pessoas determinadas.

Ex.: Nomeação, multa, advertência, demissão, desapropriação.

De Império São aqueles destinados à fazer valer o interesse coletivo sobre o interesse individual. Eles decorrem do princípio da supremacia. Eles são manifestação dos “Jus Imperii” do Estado.

Ex.: Suspensão, demissão, multa, remoção de oficio, cassação de alvará, exoneração, .

De Gestão São aqueles em que a vontade manifestada pelo poder público concilia-se ou atende à um interesse individual do destinatário.

Ex.: Autorização, permissão, concessão, alvará, licença, autorização de porte de alma.

De expediente São aqueles destinados a dar mero impulso às rotinas e procedimentos internos da administração, sem conteúdo decisório.

Ex.: Carimbar, numerar, perfurar, autuar, apensar, etiquetar, rubricar, registrar, protocolizar.

4.1 Quanto aos destinatários:

4.2 Quanto ao objeto:

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Declaratórios São aqueles destinados a fazer prova de um direito ou de uma situação jurídica pré-existente. Eles não criam, não modificam, nem extinguem direitos ou situações jurídicas.

Ex.: Certidões, atestados, declarações em geral, apostila.

Constitutivos São aqueles destinados a criar, modificar ou extinguir, direitos ou situações jurídicas.

Obs.94: Esses atos somente podem ser praticados se houve prévia autorização legislativa específica.

Revogáveis São aqueles que podem ser retirados do mundo jurídico da administração, por motivo de conveniência e oportunidade. Somente atos discricionários admitem revogação. Irrevogáveis São aqueles que não podem ser retirados do mundo jurídico da administração, por motivo de conveniência e oportunidade.

Ex.: Atos vinculados, atos inválidos, atos exauridos ou consumados (já esgotaram os seus efeitos), atos enunciativos, atos que geram dirieto adquirido, atos de um procedimento em relação ao qual já tenha ocorrido a preclusão administrativa,atos complexos, atos compostos.

Alienativos - São aqueles destinados a se desfazer de um bem. Ex.: Doação, venda, troca/permuta. Abdicativos - São aqueles destinados a abrir mão ou dispor de um direito ou interesse. Obs.89:

Ex.: Perdão de dívida, anistia de multa, renuncia administrativa.

Modificativos - São aqueles destinados a alterar uma situação jurídica pré-existente.

Ex.: Remoção, readaptação, promoção.

Extintivos - São aqueles que impõem o fim de uma situação ou relação jurídica. Ex.: Demissão, exoneração. Desconstitutivos - Também chamado constitutivos negativos. São aqueles destinados a desfazer uma situação jurídica mediante concordância das partes.

Ex.: Exoneração à pedido do servidor.

4.3 Quanto ao conteúdo/efeito:

4.4 Quanto à retratabilidade

/Revogabilidade:

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Precários São aqueles que ao serem revogados, a qualquer tempo, não geram direito a indenização para o particular beneficiário.

Ex.: Autorizações e permissões.

Não Precários São aqueles que ao serem desfeitos ou revogados geram direito a indenização para o particular beneficiário.

Simples São aqueles que se formam pela manifestação de um único órgão ou autoridade.

Complexos Compostos

4.6.1 Atos complexos X Atos Compostos:

4.5 Quanto à precariedade:

4.6 Quanto à formação do ato ou

intervenção da vontade:

Atos Complexos

Conceito são aqueles que se formam ou se aperfeiçoam pela manifestação de mais de um órgão. Exemplos:

a. Ato de admissão e de aposentadoria de pessoal que se aperfeiçoam pela manifestação do ente de origem com homologação e registro pelo TCU. É considerado ato complexo inclusive pela jurisprudência do TCU, do STJ e do STF. (art. 71, III, CF)

b. Ato que resulta da manifestação do presidente da república com visto ou deferimento por ministro de estado.

Atos Compostos

Conceito são aqueles que se formam ou se aperfeiçoam pela manifestação de mais de um órgão, sendo uma vontade (ato) principal e a outra(o) instrumental (acessória). Exemplos:

a. Nomeação do PGR ou qualquer outra nomeação que exija indicação do Presidente da República com aprovação por maioria do Senado (exceto quando a indicação do presidente é feita com base em lista tríplice porque daí, a nomeação será ato complexo).

b. Ato de autorização para realizar licitação ou de declaração de dispensa ou inexigibilidade de licitação que se aperfeiçoa com a homologação da autoridade superior do órgão ou entidade licitante (art. 26, Lei 8.666/93).

Obs.95: Se a questão de prova afirmar que existe hierarquia entre os dois órgãos que se manifestaram para formar o ato, ele será composto.

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Aula 14

5. Espécies de Atos administrativos

Normativos; Ordinatórios; Enunciativos; Negociais; Punitivos.

5.1. Normativos:

São aqueles destinados a detalhar, esclarecer ou regulamentar a aplicação de uma lei. Não possuem característica legislativa, não cria direitos ou obrigações, só detalha o que a lei já determinou.

Ex.: Decreto, regulamento, resolução, instrução normativa, regimento interno (exceto das casas legislativas, pois são espécies de leis - resolução).

Esquema 31: Pirâmide de hierarquia das leis.

Obs.96: Esses atos não podem inovar no ordenamento jurídico, ou seja, criar obrigações e deveres não previstos numa lei anterior.

5.2. Ordinatórios;

São aqueles destinados a organizar, estruturar, escalonar e dispor sobre o funcionamento da atividade administrativa do estado e o exercício das competências.

Ex.: Despacho, ordem de serviço, memorando, oficio, circular, aviso, instrução,

provimento, portaria.

C.F

Atos Primários (Infraconstitucionais) (Leis)

Atos Secundários (Infralegais) (Atos Normativos)

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5.3. Enunciativos;

São aqueles destinados a declarar uma situação jurídica pré-existente e emitir um juízo técnico, de valor. Eles possuem conteúdo meramente opinativo que servem de subsídio para uma decisão posterior, mas não possuem conteúdo decisório.

Ex.: Parecer, laudo técnico ou pericial, relatório técnico, nota técnica, certidão,

atestado.

5.4. Negociais;

São aqueles em que a vontade manifestada pelo poder público concilia-se com um interesse individual do destinatário como se fosse um negócio jurídico.

Vontade unilateral, apesar de se parecer com vontade bilateral, já que a vontade é unilateral, mas o efeito não se choca com a vontade do destinatário do ato, ou seja, gera o efeito desejado pelo destinatário.

Ex.: autorização; permissão; concessão; expedição de alvará de licença de porte

de arma, passaporte, habilitação para dirigir; homologação; admissão; aprovação. Ex. prático: Autorização do Nicolândia Center park, a vontade e o ato foram

unilaterais da administração, mas o ato atendeu o interesse público (aumentou as opções de lazer) e atendeu o interesse individual (ter a autorização).

5.5. Punitivos;

São aqueles destinados a impor sanções administrativas à servidores ou à administrados.

Ex.: Advertência, suspensão, demissão, destituição de cargo em comissão, cassação de aposentadoria, embargo de obra, confisco (apreensão) de mercadoria, multa.

Para servidores Decorrente do poder disciplinar Para Particulares

Punição

Decorrente do poder de Policia Só para particulares.

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6. Extinção ou Invalidação dos atos administrativos.

6.1. Formas de invalidação dos atos administrativos pela própria administração;

Anulação;

Revogação;

Cassação;

Caducidade;

Contraposição

6.1.1. Anulação X Revogação

Aspectos Distintivos Anulação Revogação

Competência Administração (Obs.92) ou judiciário (Obs.93) Administração (Obs.94)

Objeto

- Vinculado

Ato Inválido

- Discricionário Ato Válido – Discricionário

Motivo Ilegalidade/Ilegitimidade/Irregularidade (IN) Conveniência e (IN) Oportunidade

Liberdade da administração Poder – Dever ( obrigatória) (Obs.95) Poder (Facultativa) (Obs.96)

Efeitos “Ex Tunc” (Retroage) (Obs.97) “Ex Nunc” (Não Retroage)

Alcance Total (ou integral) (Obs.98) Total ou Parcial

Repristinação (Obs.99) Não Há. Não Há. (Obs.100)

Direito Adquirido (Obs.101) Não Há. Não Há. (Obs.102)

Obs.97: A própria administração que praticou o ato pode anulá-lo de oficio ou à requerimento do interessado, por aplicação do princípio da auto-tutela (Art. 53, Lei 9784/99). A administração decai do direito de anular seus próprios atos ilegais, que produzam efeitos favoráveis para os administrados, no prazo de cinco anos contados da data da prática do ato, salvo quando a ilegalidade resultar de má-fé, como decorrência do princípio da segurança jurídica (Art. 54, Lei 9784/99). Caso ocorra a decadência, estará configurada a convalidação tácita. Obs.98: O judiciário só pode rever e anular ato administrativo praticado por outro poder, se for provocado mediante ação judicial, uma vez que ele não atua de oficio em relação à outros poderes.

Esquema 32: Anulação/Revogação

A B

Anulação/ Revogação

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Obs.99: Como exceção à regra, o judiciário pode revogar seus próprios atos administrativos, por motivo de conveniência e oportunidade. a. O judiciário Pode revogar atos administrativos; - Errado Em regra não poderá. b. O judiciário não pode revogar atos administrativos; - Certo Em regra realmente não pode. c. O judiciário nunca pode revogar atos administrativos; - Errado Em regra não poderá, mas há exceção. d. O judiciário pode revogar seus próprios atos administrativos por motivos de conveniência e oportunidade. - Certo Explicitou o momento em que pode revogar.

Obs.100: A anulação tem natureza de ato vinculado. Obs.101: O ato de revogação tem natureza discricionária. Obs.102: Exceções aos efeitos Ex Tunc. a. Não retroage para acarretar enriquecimento ilícito ou sem causa para a administração:

B

Anulação

TJDFT Nomeação

Ortiz 60x5mil 300mil.

Esquema 33: Anulação X Revogação

A B

Anulação

O motivo da anulação é a invalidade do ato

A B

Revogação

O motivo da revogação é a inconveniência ou inoportunidade do ato

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Ex.: No caso do Ortiz e sua contratação ilícita no TJDFT, não há como devolver a força de trabalho prestada, logo o ato é anulado, mas não retroage para seus efeitos, uma vez que haveria enriquecimento ilícito da administração por receber de volta o dinheiro pago por um trabalho prestado. b. Não retroage para acarretar prejuízo para terceiros de boa-fé: c. Não retroage para desfazer efeitos que se forem desfeitos causará prejuízo ainda maior para interesse coletivo. Obs.103: Não se admite anulação parcial. Anulação é sempre total.

Obs.104: Repristinação Ocorre quando a revogação de um ato administrativo revogador, faz com que o primeiro ato revogado volte automaticamente à produzir seus efeitos. Obs.105: As revogações sucessivas somente geram repristinação se o último ato revogador, expressamente, determinar que o último ato revogado automaticamente volta a produzir seus efeitos. Obs.106: Direito Adquirido É o direito subjetivo que já ingressou no patrimônio jurídico de uma pessoa, mas ainda não foi exercido ou gozado. Obs.107: A revogação de um ato administrativo tem que de respeitar o direito já adquiridos durante sua vigência. (Art. 53, Lei 9.784/99)

6.1.2. Cassação

É a retirada do ato administrativo pela administração em razão do descumprimento pelo beneficiário do ato de normas/regras que deveriam permanecer atendidas.

Não Pode, tem-se que anular tudo.

Continua Valendo

Anulação

Ato Administrativo

Esquema 34: Cassação

A B

Cassação

Desatende normas à ele submetidas

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6.1.3. Caducidade

É a retirada do ato administrativo pela administração em razão de norma jurídica (lei) superveniente que torna inadmissível situação anteriormente permitida.

Obs.108: Se o particular concessionário ou permissionário é flagrado descumprindo as regras de prestação de serviço fixadas pelo poder concedente (administração), a concessão ou a permissão

do serviço deverá ser extinta por CADUCIDADE, porque o Art. 35, Lei 8.987/95 expressamente

determina que assim deve ser no caso de permissão e concessão.

6.1.4. Contraposição

É a retirada do ato administrativo pela administração em razão da prática de outro ato, com base em competência diversa, que e contrapõe ao ato anterior.

Esquema 36: Contraposição

A B Nomeação Exoneração

Contraposição

A B

Autorização de uso do Box 100

da feira.

Extinção da Feira

Contraposição

Esquema 35: Caducidade

Administrador

Verifica a possibilidade em Lei. (Lei 1)

Concede autorização com base na Lei 1.

A

Surge a Lei 2 que altera a Lei 1 não permitindo

mais o ato A.

Altera

Lei não anula ato, lei anula lei.

B

Ato B determina Caducidade do ato A.

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7. Convalidação.

É a prática de um ato administrativo para sanar (corrigir) vício sanável de um ato anterior.

Obs.109: Somente alguns vícios de competência e de forma admitem convalidação.

Obs.110: O ato de convalidação tem natureza discricionária. Obs.111: O ato de convalidação produz efeitos “ex-tunc”, ou seja retroage à data da prática do ato. Obs.112: Os efeitos do ato convalidado serão mantidos ou reservado.

Esquema 38: Ato Administrativo Nulo e Anulável.

Ato Administrativo

Nulo

Anulável

É aquele que contém vício insanável, incorrigível e portanto

não admite convalidação

Nulidade Absoluta

É aquele que contém vício sanável ou corrigível e,

portanto, admite convalidação

Nulidade Relativa

Esquema 37: Convalida/ Sanar/ Suprimir

A B

Convalida Sanar/Suprimir

Vício Sanável

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Aula 15

IV. Poderes Administrativos

1. Conceito: São prerrogativas administrativas conferidas por lei à administração para fazer valer o interesse coletivo sobre o individual.

Esquema 39: Poder X Dever

Obs.113: Os poderes administrativos não possuem fins em si mesmos.

2. Uso do Poder: Somente podem ser exercidos nos exatos limites e finalidades previstos em lei e sujeitam àquele que os detém ao cumprimento de alguns deveres.

2.1. Deveres decorrentes dos poderes administrativos: todo aquele investido em uma função do Estado, tem poderes administrativos para exerce-lá, compreendido no âmbito de suas atribuições e em razão deles passam à ter os seguintes deveres:

2.1.1. Dever de Agir – Significa que os agentes públicos estão obrigados à atuar sempre que estiverem presentes os motivos legais para tanto.

2.1.2. Dever de Eficiência – Significa que além de agir, os agentes estão obrigados à

buscar os meios mais adequados a melhor realização dos fins públicos. 2.1.3. Dever de probidade – Significa que além de cumprir a lei os agentes públicos

estão obrigados a observar padrões éticos e morais de comportamento. 2.1.4. Dever de prestar contas – Todo aquele investido em uma função de Estado tem

poderes para agir, que lhe impõem o dever de dar transparência ao conteúdo de seus atos especialmente mediante a prestação de contas.

Poder Dever

Prerrogativas Finalidade ou Interesse Público

Meio-Fim

Instrumentais

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3. Abuso de Poder: É qualquer exercício de um poder administrativo que não seja nos exatos limites e finalidades previstos em lei.

- Excesso de Poder – ocorre quando o agente ou autoridade competente pratica ato exorbitando ou extrapolando os limites dos poderes que a lei lhe conferiu.

Obs.109: Não necessariamente recaíra sobre a competência poderá recair sobre o Objeto, mas apenas sobre um desses dois, nunca sobre os demais (forma, finalidade ou motivo)

Abuso de Poder .

- Desvio de Finalidade (Desvio de Poder) – ocorre quando a autoridade competente atua nos exatos limites do poder que tem, mas busca alcançar finalidade diversa do interesse público. Ex.: Transferência de servidor não por necessidade da administração, mas por motivos pessoais. Desafeto por exemplo. Ex.2: “Carteirada”

Obs.114: A omissão também pode configurar abuso de poder quando o agente ou autoridade tinha o dever de agir e condições para fazê-lo, mas não o fez.

Obs.115: Usurpação de função pública isso não configura hipótese de abuso de poder. Ex.: Caso do seqüestro de Washington Olivetto

Obs.116: Silêncio da Administração Ocorre quando a Administração não se manifesta no prazo legal acerca de um pedido ou requerimento de um interessado. O silêncio da administração não pode ser interpretado como forma de manifestação positiva ou negativa de vontade, ou como ato deferimento ou indeferimento pela administração, salvo quando a lei expressamente atribuir efeito jurídico ao silêncio.

4. Espécies de Poderes Administrativos: Hierárquico; Disciplinar; Regulamentar;

Vinculado; Discricionário;

De polícia.

Obs.117: Não prevalece o entendimento de alguns doutrinadores, segundo o qual, vinculado e discricionário não seria espécie de poderes, em vez disso, seriam apenas formas obrigatórias ou facultativas de exercer os outros poderes.

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Esquema 40: Relações Funcionais de Subordinação e Coordenação

Compreende as relações funcionais de:

4.1. Poder Hierárquico: é a prerrogativa que a administração tem de organizar, estruturar, escalonar e dispor sobre o funcionamento da atividade administrativa do Estado a conduta dos agentes e o exercício das competências.

Subordinação Relações de verticalidade.

Coordenação Relações horizontalidade.

É o fundamento das relações entre o nível político de direção, o comando, e as

esferas administrativas inferiores que se realizam mediante atos concretos normativos de caráter vinculante.

Permite a distribuição da legitimidade democrática do governo nas várias esferas administrativas do Estado.

Dele decorre as ordens de serviço, revisão, fiscalização, controle, validação e

convalidação de atos, bem como, a delegação de competências e a avocação de atribuições.

4.2. Poder Disciplinar: é a prerrogativa que a administração tem de apurar e punir

infrações disciplinares cometidas por:

a. Servidores Públicos (pressupõe hierarquia);

b. Particulares que por ato ou contrato passaram a se submeter à disciplina interna da administração.

4.3. Poder Regulamentar: é a prerrogativa que a administração tem (principalmente o poder executivo) de editar atos normativos para detalhar, esclarecer e regulamentar a interpretação e a aplicação de uma lei

Tanto o chefe do poder executivo como órgãos e autoridades hierarquicamente abaixo dele podem exercer o poder regulamentar no âmbito de suas competências.

- Particular e contratados para executar obras, serviços ou fornecer Bens. - Concessionários - Delegatários de - Permissionários serviços Públicos - Autorizados.

Exemplos: advertência, suspensão, expulsão de um aluno de escola pública. Autuação pelo DFTRANS de ônibus sucateado fazendo transporte público.

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4.3.1. Limites ao exercício do Poder Regulamentar – Não pode inovar no ordenamento jurídico (Não pode criar uma obrigação ou dever que já não estivesse previsto em lei).

- Art. 5º, II, CF princípio da legalidade

- Art. 84, IV, CF a regulamentação é apenas para fiel

execução da lei.

- Art. 49, IV, CF princípio da legalidade

- Art. 25, ADCT princípio da legalidade

4.3.2. Decreto Autônomo – É o decreto regulamentar editado pelo chefe do poder

executivo que inova no ordenamento jurídico a revelia de uma lei.

A CF/88 não admite decreto autônomo, exceto nas seguintes hipóteses:

a. - Art. 84, VI, “a”, CF para organizar e estruturar a administração

pública desde que não acarrete aumento de despesa orçamentária e criação ou extinção de órgãos públicos;

b. - Art. 84, VI, “b”, CF para extinguir cargos e funções públicas

quando vagos.

4.4. Poder Vinculado: É a prerrogativa que a administração tem de agir, mas também a obrigação de fazê-lo. Sempre que estiverem presentes os motivos legais para tanto.

Obrigação/dever de agir .

É exercido por meio de atos vinculados, razão para a qual não há margem para

conveniência e oportunidade (mérito administrativo).

4.5. Poder Discricionário: É a faculdade que a administração tem de agir, mas não está obrigada à fazê-lo de determinado modo e em determinado momento, porque a lei autoriza a realização de um juízo de conveniência e oportunidade para ponderar os motivos e escolher o objeto mais adequado. É exercido por meio de atos discricionário.

4.6. Poder de Policia (administrativa): É a prerrogativa administrativa que o poder público

tem de restringir ou limitar atividades particulares ou uso de bem privados em benefício do interesse coletivo.

4.6.1. Pressupostos ou fundamentos – Decorre da supremacia geral do Estado. Algumas

limitações dos direitos dos cidadãos decorrem do poder de policia.

Fundamentos

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4.6.2. O poder de polícia compreende as seguintes atividades:

a. Legislação consiste no estabelecimento de normas e regras impondo

proibições ou restrições de caráter abstrato ao exercício de atividades particulares e o uso de bens privados;

b. Consentimento consiste na liberação ou autorização PRÉVIA para que uma atividade individual possa ser desempenhada legitimamente.

c. Fiscalização Consiste na verificação da observância das restrições ou proibições decorrentes do poder de polícia. Ex.: Vistoria, inspeção, auditória, aferição, mensuração, pesagem, blitz.

d. Sanção Consiste na aplicação de penalidades ou de medidas para inibir ou interromper atividades que causem lesão ou exponham a risco de lesão o interesse coletivo. Ex.: Multa, embargo de obra, interdição de estabelecimento, evacuação de área de risco, cassação de alvará, demolição, implosão, apreensão de mercadoria e produtos, confisco.

Preventiva

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Esquema 41:

Aula 16

4.6.3. Finalidades do Poder de Polícia:

a. Preventiva consiste em evitar ou prevenir atividades que causem

lesão ou exponham a risco de lesão o interesse coletivo;

b. Repressiva consiste em interromper ou fazer cessar atividades que estejam causando lesão ou expondo a iminente risco de lesão o interesse público;

4.6.4. Atributos do Poder de Polícia:

4.6.4.1. Coercibilidade significa que os atos e medidas de policia

administrativa são impositivos e cogentes em relação aos particulares, ou seja, os administrados devem se sujeitar à eles. Caso contrário a administração pode se valer do uso da força pública, para garantir o exercício do poder de polícia.

Esquema 42:

oercíbilidade

utoexecutoriedade

iscricionariedade

Imperatividade.

Ato1

Impõe unilateralmente uma obrigação ou dever ao destinatário

(servidor ou particular)

Coercibilidade

Ato2

Impõem unilateralmente uma obrigação ou dever ao destinatário

(só particular).

Uso da força no caso de descumprimento por ele.

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4.6.4.2. Autoexecutoriedade prerrogativa que a administração tem de

executar diretamente (por seus próprios meios e agentes) os atos e medidas de policia administrativa, independentemente de autorização judicial

diante de grave e iminente risco de lesão ao interesse coletivo .

4.6.4.3. Discricionariedade é a faculdade que a administração tem de

realizar juízo de conveniência e oportunidade a fim de ponderar os motivos e escolher as medidas de policia administrativa mais adequada ao caso concreto com base na razoabilidade e proporcionalidade.

Obs.118: Quando a lei expressamente determinar a medida de polícia à ser adotada no caso concreto não haverá discricionariedade.

4.6.5. Limites ao exercício do poder de polícia:

4.6.5.1. Observância dos direitos fundamentais:

É possível restringir ou limitar direitos fundamentais mediante o

exercício do poder de polícia sem contudo violá-lo.

4.6.5.2. Observância dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade:

Não faz sentido, por exemplo, fechar um supermercado inteiro devido à um único produto, de uma única marca e único lote, com prazo de validade vencido.

4.6.5.3. Observância de outros limites previstos em lei:

Um exemplo prático é o Código de Transito. Um agente não pode aplicar uma multa diferente do valor estipulado no Código Brasileiro de Transito.

4.6.6. O poder de polícia incide sobre:

a. Bens; b. Direitos/Interesses; c. Atividades; d. Liberdades (exceto de locomoção);

Obs.119: O poder de polícia não permite prisão, ou seja, não incide sobre pessoa porque somente pode ser exercido em decorrência de um ilícito administrativo, ao passo que a prisão decorre de ilícito penal.

4.6.7. Delegação do Poder de Polícia: Não admite delegação especialmente para

particular .

Obs.120: Como exceção à regra a doutrina admite delegação do poder de polícia à particular em situações excepcionalissímas, como por exemplo para capitães de navio e comandante de aeronave (no tocante a atividade de fiscalização) – Somente considerar essa exceção se a questão de prova expressamente mencioná-la.

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Obs.121: Conforme jurisprudência do STJ é possível delegar as atividades de consentimento e fiscalização inerentes ao poder de polícia à Empresa Pública ou Sociedade de Economia Mista, que prestem serviços públicos.

4.6.8. Poder de Polícia ≠ Polícia Judiciária :

Obs.122: A Policia Civil exerce o poder de polícia quando faz revista em visitas a penitenciarias por exemplo. A Policia Federal exerce o poder de polícia quando emite passaporte e controla entradas de estrangeiros no país.

Poder de Polícia Objetivo restringir ou limitar atividades particulares em beneficio do interesse coletivo; Objeto Ilícito administrativo; Competência todo órgão ou autarquia que no âmbito de suas atribuições tenha poderes para restringir ou limitar atividades particulares. Natureza

Preventiva; Repressiva.

Policia Judiciária

Objetivo Investigar e apurar indícios da materialidade e da autoria de suposto crime com vistas a uma condenação penal posterior; Objeto Ilícito Penal; Competência Polícia Civil e Polícia Federal; Natureza

Repressiva;

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EP/SEM Prestadoras de Serviço Público;

Fundações Públicas de Direito Privado

OS e OSCIP Prestadoras de Serviço Público;

Delegatários de Serviço Público

Concessionários; Permissionários; Autorizados.no

Serviço Público.

V. Responsabilidade Civil do Estado (Responsabilidade Extracontratual do Estado)

1. Conceito: É a imputação ao estado da obrigação de indenizar/reparar o dano/prejuízo

causado a terceiro por conduta (comissiva ou omissiva), licita ou ilícita , de um de seus

agentes no exercício de sua função ou em razão dela .

2. Responsabilidade civil do Estado adotada na CF/88:

A CF/88 adota a responsabilidade civil objetiva (fundada na teoria do risco

administrativo) Art. 37, §6º, – CF

2.1. Quem Responde Objetivamente:

2.1.1. Pessoas Jurídicas de Direito Público;

2.1.2. Pessoas jurídicas de Direito Privado Prestadoras de serviço Público.

2.2. Causas de exclusão da Responsabilidade Civil Objetiva do Estado (adotada pelo Brasil):

2.2.1. Culpa (conduta) exclusiva da vítima culpa apenas da vítima.

Obs.123: A culpa concorrente não exclui a responsabilidade do Estado, apenas atenua.

2.2.2. Culpa (conduta) exclusiva de terceiro culpa apenas de terceiro;

Requisitos para a responsabilização do Estado. (Comprovar)

Conduta;

Dano;

Nexo Causal.

Concorrente

A ação do Estado + a ação da vítima geraram

o fato.

Concorrente

A ação do Estado + a ação do terceiro geraram o fato.

Respondem também de

maneira subjetiva.

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Obs.124: A culpa concorrente não exclui a responsabilidade do Estado, apenas atenua.

2.2.3. Caso Fortuito ou força maior é o evento humano (alheio a vontade das partes) ou da natureza imprevisível, inevitável ou previsível, mas de consequências incalculáveis que podem romper o nexo de casualidade em algumas situações, desde que a administração não tivesse o dever e condições para evitar o dano.

Obs.125: Nenhuma das causas de exclusão da responsabilidade civil do Estado será aplicada no caso de dano causado à preso ou à quem esteja sobre a guarda ou tutela do estado, porque nessas hipóteses o Estado assume a função de garante ou garantidor. Nesse caso não entram os policiais ou profissionais que prestam serviço de risco à administração pública, pois nesse caso eles já recebem adicional para tanto. Ex.: Bombeiros que estavam no helicóptero que caiu no P.sul.

Evento Humano

Evento da Natureza

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Esquema 43:

Aula 17

2.3. Responsabilidade Civil do Estado por dano decorrente de omissão:

Responsabilidade civil subjetiva conforme doutrina e STF .

Ex.:

Dano decorrente de buracos ou defeitos em vias públicas; Dano decorrente de bala perdida; Dano decorrente de alagamentos, rompimento de encostas ou inundações por falta ou falha do serviço de capitação de águas pluviais; Dano decorrente de assalto ou roubo, em ônibus, metrô, trem.

Obs.126: Para o STF no caso de roubos ou assaltos reiterados numa mesma localidade e de conhecimento do poder público, que não toma providências, a responsabilidade será na forma objetiva, por entender que nesse caso a omissão da administração acarreta a causalidade direta do dano.

2.4. Responsabilidade Civil do Estado fundada na teoria do do risco integral :

Basta comprovar o dano para imputar a responsabilidade civil; Não admite nenhuma das causas de exclusão da responsabilidade civil objetiva

do estado ;

Somente no caso de dano decorrente de atividade radioativa Art. 21, XXIII, “d”

– CF ;

Somente a união responde.

Obs.127: CUIDADO!!!

As questões de prova costumam trazer uma situação qual de dano que não decorra de atividade radioativa, porém pede para o candidato analisar como seria se aplicasse à ela a teoria do risco integral.

2.5. Responsabilidade Civil dos Particulares Prestadores de Serviço Público (concessionários

e permissionários):

Responsabilidade civil Objetiva em

relação a danos causados à:

Do serviço Público

RE 591874/STF

- Usuários

e - Não usuários

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2.6. Responsabilidade Civil do Estado por Dano decorrente de ato ou decisão judicial .

O Estado pode ser responsabilizado civilmente por dano decorrente por ato ou

decisão judicial, apenas nas seguintes hipóteses:

a. Art.5º, LXX, CF No caso de dano decorrente de erro na condenação

criminal ou prisão além do tempo. (Objetiva) Ex.: Caso do advogado que foi condenado pela morte da mulher que desapareceu e após 6anos de cumprimento da pena a mulher apareceu viva.

b. No caso de dano decorrente de ato ou decisão judicial praticado com Dolo, Culpa ou Erro Grosseiro do Juiz. (Subjetiva) Ex.: Caso da árvore que caiu nos carros da 206. Foi realizada a solicitação de derrubada da árvore, foi agendada a derrubada da árvore, mas um morador entrou com uma liminar solicitando que fosse respeitado o patrimônio histórico cultural da cidade e dessa forma a árvore não fosse cortada. O juiz deferiu o pedido e a árvore, durante uma ventania, caiu nos carros. Cada um arca com seu prejuízo já que não houve, dolo, culpa ou erro grosseiro do juiz.

2.7. Responsabilidade Civil do Estado por Dano decorrente de Ato Legislativo .

Em regra o estado não responde por dano decorrente de ato legislativo exceto nas

seguintes hipóteses:

a. Quando a lei causadora do dano for declarada inconstitucional; b. Quando o dano recorrer de uma lei de efeito concreto;

3. Ação Regressiva:

É a ação que o Estado tem contra o agente causador do dano para reaver dele aquilo

que foi condenada a indenizar a um particular.

3.1. Requisitos da Regressiva:

a. O estado já ter sido condenado, com o trânsito em julgado, a indenizar a vitima ou já tenha reconhecido o debito administrativamente;

b. O estado tem de comprovar que o agente causador do dano agiu com dolo ou culpa.

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79

Esquema 44: Responsabilidade

civil objetiva .

Estado

Agente

Vítima

Regresso Dolo ou culpa

Subjetiva .

Obs.128: A vitima não pode cobrar diretamente do agente causador do dano ou

simultaneamente dele ou do estado. RE 327904/STF.

Obs.129: Prevalece o entendimento na doutrina e no STF que o Estado não pode realizar a denunciação à lide em relação ao agente causador do dano. Entretanto o STJ admite como sendo facultativa. Obs.130: Prescreve em 5anos o direito que a vítima tem de ajuizar ação de indenização

contra o Estado. DL 4597/42 e Lei 9494/97.

Esquema 45:

Ao puxar o “agente” para a denunciação à lide é o mesmo que chamá-lo

à ser co-réu. A denunciação á lide permite a celeridade do processo assim sendo

assim ela permitiria que o juiz julgasse tanto a responsabilidade civil objetiva do Estado para com a vítima e o regresso do Estado quanto ao Agente, essa situação daria espaço para que o agente discuta Dolo ou Culpa, mas a vitima, diante da responsabilidade objetiva, não precisa discutir Dolo ou Culpa dessa forma um dos dois seria prejudicado em processo.

Denunciação à Lide.

Responsabilidade

civil objetiva .

Estado

Agente

Vítima

Regresso Dolo ou culpa

Subjetiva .

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Obs.131: A ação regressiva tem natureza de ação de ressarcimento e por isso é

imprescritível. Art. 37, §5, CF.

Obs.132: O regresso do Estado contra o agente pode ser na via judicial ou administrativa. Os descontos em folhas de pagamento para ressarcimento na via administrativa dependem da concordância do agente porque não possui

Autoexecutoriedade, conforme interpretação dada pelo STJ ao Art. 46 da Lei

8.112/90.

Caiu a tese da imprescritibilidade de ação de ressarcimento. Observação anotada em 20/06/2012 em aula do Emerson:

Prevalece a jurisprudência que o prazo prescricional do Estado para entrar

com ação regressiva contra o agente causador do dano também é de 5anos.

4. Reparação do Dano:

É o pagamento pecuniário para repor os danos materiais e recompensar pelos danos

morais e estéticos causados à vitima pela conduta danosa.

4.1. Dano indenizável :

(requisitos)

Dano.

Obs.133: Admite-se a cumulação de indenização por dano material, moral e estético decorrentes de uma mesma conduta. (Súmula 37 e 387/STJ)

- Dano Jurídico Consiste numa violação de norma ou princípio jurídico contido no ordenamento jurídico pela conduta danosa. - Dano Certo Consiste na lesão à bem jurídico determinado ou determinável e que possa ser mensurado ou estimado. - Dano Especial Consiste numa lesão ou transtorno que extrapole os limites da normalidade cotidiana de cada tipo de atividade. “Meros transtornos ou dissabores da vida cotidiana não configura dano moral.” (STJ)

- Dano Emergente é aquilo que foi suprimido do patrimônio da vitima em razão da conduta danosa.

- Dano Material e - Lucro Cessante é aquilo que a vitima, razoavelmente, deixou de auferir em razão da conduta danosa.

- Dano Moral (estimado/arbitrado/recompensa) é o sofrimento físico ou psíquico suportado pela vitima assim como a angustia; a frustração; o desvalor moral; o prejuízo à imagem, ao caráter e ao prestigio social. A fixação do valor indenizatório levará em consideração à gravidade da conduta, a extensão do dano, a duração do dano, a capacidade econômica da vítima e do agressor. - Dano Estético (estimado/arbitrado/recompensa) é a supressão de membro ou características físicas estéticas da vitima. A fixação do valor indenizatório levará em consideração a gravidade da conduta, a extensão do dano, a duração do dano, a capacidade econômica da vítima e do agressor.

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81

Aula 18

VI. Controle da Administração.

1. Conceito: É a atividade destinada a rever, revisar, fiscalizar e controlar os próprios atos

e condutas do poder público.

2. Formas de Controle:

2.1. De ofício É aquele realizado por iniciativa própria, de um órgão ou autoridade da

administração, sem a necessidade de provocação ou requerimento do interessado.

2.2. A pedido ou provocação do interessado É aquele realizado por iniciativa do servidor

ou administrado interessado

3. Objeto do Controle (o que será controlado?):

3.1. Legalidade (ou legitimidade) é a verificação da conformidade do ato ou conduta

administrativa com as normas e princípios jurídicos do ordenamento.

Esquema 46:

- Conveniência

3.2. Mérito Administrativo e do ato ou conduta administrativo

(Verifica)

- Oportunidade

Obs.134: Em regra o poder judiciário não pode controlar os méritos dos atos administrativos, salvo, quando o exercício da discricionariedade extrapolar os parâmetros da razoabilidade e da proporcionalidade.

Poder de Polícia.

PRF Condutor

Sem Licenciamento Multa; (Sim) Apreensão do Veiculo

(Não)

Controle Disciplinar

STJ

Ao não executar a apreensão do veiculo

o agente cometeu abuso de poder por

omissão.

PAD Poder Disciplinar

Demissão

Mandato de Segurança

Anular Demissão.

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4. Tipos de Controle:

4.1. Controle interno é aquele realizado no âmbito de um mesmo poder do Estado,

ainda que em um órgão ou autoridade distintas.

Ex.: CNJ, CGU, CNMP, corregedoria.

4.2. Controle Externo é aquele realizado por um dos poderes do estado, em relação á

atos de outro poder.

Pelo TCU;

Pelo Congresso Nacional sobre o executivo;

Pelo ministério público;

Pelo judiciário sobre atos do Legislativo/Executivo

5. Momentos do Controle:

5.1. Controle Prévio É aquele realizado antes do início dos efeitos de um ato.

5.2. Controle Concomitante é aquele realizado durante o ciclo ou etapas de formação do

ato. ocorre nos atos complexos e compostos porque um dos órgãos já controla a

vontade manifestada por outro

Ex.: Controle pelo CCJ.

5.3. Controle Posterior (“a posteriori”) É aquele realizado após o início da produção de

efeitos do ato administrativo.

Ex.: Revisão administrativa Art. 65, Lei 9.784/99 e Art. 174 da Lei 8.112/90 .

Anulação, revogação e convalidação de atos administrativos.

Obs.135: O poder judiciário pode realizar tanto o controle prévio quanto o controle

posterior de atos de outro poder. Art. 5º, XXXV, CF .

6. Espécies de Controle:

6.1. Controle promovido pela própria administração de ofício a própria administração

pública por iniciativa própria e independentemente de requerimento do interessado

pode realizar um controle de seus atos e da conduta de seus agentes por uma das

seguintes maneiras:

6.1.1. Fiscalização hierárquica é o controle direto que os órgãos e autoridades

realizam continuamente em relação aos atos e condutas dos subordinados.

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Pressupõe relação de subordinação entre controlado e controlador;

O próprio controlador pode anular, revogar ou convalidar, conforme o

caso, o ato do subordinado (controle direto);

Esquema 47:

6.1.2. Supervisão Superior (ou supervisão ministerial) é o controle finalístico e

indireto que o respectivo órgão supervisor realiza em relação à atos praticados

pela entidade da administração indireta à ele vinculada.

Esse controle realiza-se entre entidades ou unidades sem relação de subordinação

entre si.

Esse controle também denomina-se tutela.

O órgão controlador não pode por si mesmo anular, revogar e convalidar o ato

praticado pela entidade da administração indireta, apenas pode recomendar a ela

que o faça.

Esquema 48:

MMA

A1

A2

Subordinação

IBAMA

A1

A2

Subordinação

Adm. Direta Adm. Indireta

MMA

A1

A2

Subordinação

IBAMA

A1

A2

Subordinação

Adm. Direta Adm. Indireta

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84

Obs.136: Excepcionalmente, apenas nos casos em que a lei expressamente prever, caberá recurso contra decisão da administração indireta para ser julgado pelo respectivo órgão supervisor da administração direta.

6.2. Controle promovido pela própria administração mediante provocação/requerimento

É o controle realizado pela administração, mas iniciado por provocação do servidor

ou administrado interessado na questão. A provocação do controle realizar-se-á por

um dos seguintes meios.

6.2.1. Direito de petição Art. 5º, XXXIV, CF é o direito fundamental à todos

assegurado, independentemente do pagamento de taxas, de requerer o controle

da administração sobre atos ilegais ou abusivos.

6.2.2. Pedido de reconsideração é o meio administrativo adequado para se requerer

à mesma autoridade que proferiu o ato ou decisão, seu reexame ou controle.

Art. 106, Lei 8.112/90 e Art.56, Lei 9.784/99 .

6.2.3. Recurso administrativo é o meio administrativo adequado para se requerer a

um órgão ou autoridade hierarquicamente superior o reexame e controle de um

ato ou decisão proferida por subordinado. Art. 107, Lei 8.112/90 e Art.56 à 64,

Lei 9.784/99 .

6.2.4. Reclamação administrativa é o meio administrativo adequado para se

provocar o controle de um serviço que não esteja sendo prestado

adequadamente.

MMA

A1

A2

Subordinação

IBAMA

A1

A2

Subordinação

Adm. Direta Adm. Indireta

Decisão

Recurso Administrativo.

(Recurso Hierárquico Próprio)

Decisão

Recurso Administrativo.

(Recurso Hierárquico Próprio)

(Recurso Hierárquico Impróprio)

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6.3. Controle promovido pelo poder legislativo

Obs.138: Ao realizar o controle de um ato praticado por outro poder o legislativo em nenhuma hipótese poderá anular, revogar ou convalidar o ato controlado.

6.3.1. Formas de realização do controle pelo legislativo em relação a atos da

administração.

a. Instauração de CPI/CPMI;

b. Convocação de autoridades para prestar informações e esclarecimentos

à cerca de questões de sua competência;

c. Requisição de documentos e informações à órgão e autoridades;

d. Apreciação ou tomada das contas do presidente da república

anualmente;

e. Autorização prévia para realizações de operações de crédito externas;

f. Apreciação das medidas provisórias editadas pelo chefe do poder

executivo;

g. Sustação dos efeitos de contratos administrativos julgados ilegais ou

irregulares pelo TCU;

h. Autorização prévia para decretação de estado de sítio;

i. Autorização prévia, mediante decreto legislativo para introduzir no

ordenamento jurídico interno tratados ou acordos internacionais

firmados pelo chefe de estado;

j. Controle patrimonial, orçamentário, financeiro, operacional e contábil da

gestão púbica, com o auxílio do TCU Art.70, CF .

6.3.2. Controle externo da Gestão pública pelo TCU.

O TCU somente pode sustar ou suspender os efeitos de atos administrativos que

julgar ilegal ou irregular. Ele não poderá anulá-los, apenas recomendar ao órgão

ou autoridade que o praticou tal providência.

Se julgar que um contrato administrativo é ilegal ou irregular , o TCU não poderá

anulá-lo nem sustar seus efeitos, , apenas deverá solicitar ao CN promovendo a

sustação.

Durante a tramitação do processo de tomada de contas perante o TCU ele poderá

suspender cautelarmente os efeitos do ato ou contrato objeto do controle, desde

que haja comprovado risco de prejuízo ou lesão irreparável ou de difícil reparação

ao interesse público.

É assegurada a ampla defesa e o contraditório nos processos perante o TCU

relativos à atos e contratos que beneficie o interessado, exceto no tocante a

apreciação da legalidade no tocante à ato de concessão inicial de aposentadoria,

reforma e pensão Súmula Vinculante Nº 03/STF .

O TCU tem competência (poderes) para aplicar multa pecuniária, ao gestor ou

administrador público, proporcional ao prejuízo causado e a gravidade da conduta.

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Essa multa tem natureza de título extra-judicial, que pode ser executado

judicialmente contra o patrimônio pessoal do agente público.

6.4. Controle promovido pelo poder judiciário

Obs.139: O poder judiciário somente pode rever e controlar atos praticados por outro poder se for provocado mediante ação judicial, porque ele não atua de oficio.

6.4.1. Meios de provocar o controle judicial de atos da administração Qualquer ação

judicial cabível no caso concreto é meio adequado para que o interessado

provoque o controle do poder judiciário em relação a ato de outro poder ou do

próprio judiciário, especialmente as seguintes ações:

a. Habeas Corpus – para controlar violação à direito de ir e vir;

b. Habeas Data – para controlar recusa a acesso a informação ou a

retificação de informação personalíssima;

c. Mandato de Segurança – para controlar violação à direito liquido e certo

não amparado por habeas corpus ou habeas data;

d. Mandato de Injunção – para controlar omissão do poder público em

editar norma ou ato regulamentador, inviabilizando assim o exercício de

um direito assegurado constitucionalmente;

e. Ação popular – para controlar lesão aos cofres públicos, a Moralidade

administrativa, ao patrimônio histórico ou cultural e ao meio ambiente;

f. Ação de improbidade – para controlar e punir aqueles que praticaram

ato de improbidade;

g. Ação de anulação – para obter invalidação judicial de um ato

administrativo ilegal.

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Aula 19

VII. Improbidade Administrativa. (Lei 8.429/92)

1. Conceito: Consiste na ação ou omissão dolosa ou culposa praticada por agente público

ou por terceiro que acarrete enriquecimento ilícito, lesão ao patrimônio público ou

atentado contra princípios da administração.

2. Âmbito de aplicação da Lei 8.429/92: Cuida-se de uma lei nacional com aplicação à

administração direta e indireta dos três poderes da União, Estados, DF e municípios,

incluindo as entidades controladas, as subsidiarias e também:

a. As entidades privadas para as quais o Estado concorreu ou concorre com até 50% do

capital de formação ou de seu gastos. Nesse caso, a responsabilização pelo

ressarcimento dos danos decorrentes por improbidade será até o limite percentual da

participação do estado.

b. As entidades privadas para as quais o estado concorreu ou concorre com mais de 50%

do capital de formação ou das despesas (dos custos). Nesse caso a responsabilização

pelos danos decorrentes de improbidade será do valor integral.

3. Quem está sujeito à responsabilização por improbidade: Servidor público (agente) ou

não.

Obs.140: Para fins de improbidade considera-se agente público todo aquele que ocupe mandato eletivo, cargo, função ou emprego público mediante eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura, ainda que

transitoriamente e sem remuneração. Art.2 º, Lei 8.429/92.

4. Princípios da administração explícitos na Lei 8.429/92:

Legalidade;

Impessoalidade;

Moralidade;

Publicidade.

5. Ressarcimento do Dano: Ocorrendo lesão ao patrimônio público decorrente de

improbidade o servidor e o terceiro serão condenados ao ressarcimento integral do

prejuízo.

6. Perda de bens: no caso de enriquecimento ilícito o servidor e o terceiro beneficiário

terão decretada a perda dos bens e valores acrescidos indevidamente ao patrimônio em

decorrência da improbidade.

7. Indisponibilidade dos bens: no caso de enriquecimento ilícito ou de lesão ao patrimônio

público a autoridade administrativa responsável pela apuração poderá representar ao

ministério público para que este requeira judicialmente a decretação cautelar da

indisponibilidade dos bens do acusado.

Eficiência é aplicado na 8.429/92 por força da CF, pois não está explicito

esse principio na lei citada, uma vez que foi incluído na CF após a inserção da Lei em questão no mundo jurídico.

Indisponibilidade é uma espécie de bloqueio, os bens ainda são seus, mas não podem ser

vendidos ou utilizados.

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88

8. Responsabilidade dos sucessores: os sucessores ou herdeiros daquele que foi

condenado por improbidade somente responderá pelo ressarcimento ou a perda de bens

até o limite da herança transferida.

9. Espécies de atos de improbidade:

9.1. Atos que acarretam enriquecimento ilícito Art. 9 º, Lei 8.429/92 consiste em

auferir vantagem indevida direta ou indireta em decorrência da função pública. (Rol

aberto ou não exaustivo).

9.2. Atos que acarretam lesão ao patrimônio público Art. 10, Lei 8.429/92 consiste em

uma ação ou omissão, dolosa ou culposa, que ocasione perda, desvio, apropriação,

dilapidação ou malbaratamento de bens e haveres pertencentes ao poder público.

9.3. Atos que atentam contra princípios da administração Art. 11, Lei 8.429/92

consiste em violação aos princípios da legalidade, impessoalidade e aos deveres de

imparcialidade, honestidade e lealdade às instituições públicas. (rol aberto ou não

exaustivo).

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Penalidades cabíveis em razão de condenação por improbidade

(Art. 12, Lei 8.429/92) Enriquecimento Ilícito

Lesão ao patrimônio

Público Atentado contra princípios

Perda da função pública SIM SIM SIM

Ressarcimento ao erário SIM SIM (Obs.136) SIM

Perda de Bens acrescido indevidamente ao patrimônio do acusado. SIM (Obs.136) SIM SIM

Suspensão dos Direitos Políticos De 8 a 10 anos De 5 a 8 anos De 3 a 5 anos

Multa civil (Pecuniária) Até 3x o valor do acréscimo

patrimonial indevido

Até 2x o valor do dano

ao patrimônio público

Até 100x o valor da

remuneração do servidor

Proibição de licitar e contratar com a administração e de receber

subvenções, ajuda, financiamento e subsídio fiscal ou creditício. Por 10 anos Por 5 anos Por 3 anos

Obs.141: Nesses dois, essa punição é obrigatória.

Obs.142: As penalidades podem ser cumuladas.

Obs.143: Ao fixar as penalidades o juiz levará em consideração a gravidade da conduta e a extensão do dano.

Obs.144: A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos somente se efetivam com o transito da sentença condenatório por improbidade.

Obs.145: A condenação por improbidade independe:

a. Da ocorrência de dano; b. Da aprovação ou rejeição das contas. Pelo órgão de controle interno ou pelo tribunal ou conselho de contas respectivo.

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Obs.146: A pretensão punitiva do estado por ato de improbidade prescreve: a. Em 5 anos contados do término do exercício do mandato eletivo, cargo em comissão ou função de confiança. b. No prazo previsto em legislação específica para demissão de ocupante de cargo efetivo ou de emprego público. Obs.147: Constitui crime a representação por improbidade contra quem se sabe ser inocente. Pena de 6 a 10 meses de detenção. Obs.148: A posse e o exercício em cargo público dependem de declaração dos bens que compõem o patrimônio privado do servidor, à qual pode ser substituída por cópia da declaração apresentada anualmente a receita federal do Brasil. A declaração deve ser atualizada anualmente sob pena de demissão à bem do serviço público.

Esquema 49: Improbidade Deixou o cargo

12anos

5anos

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VIII. Serviço Público. (Lei 8.987/95)

1. Conceito: É a atividade desempenhada diretamente pelo Estado ou por particulares

mediante delegação estatal, para satisfazer uma necessidade de interesse da coletividade

ou do individuo sob o regime jurídico de direito público ou regime jurídico de direito

privado.

1.1. Sentido subjetivo nesse sentido o foco do conceito está em que presta o serviço de

maneira que somente será serviço público a atividade desempenhada por órgãos,

agente e entidades do estado destinados a atender uma necessidade coletiva.

1.2. Sentido objetivo nesse sentido o foco do conceito está na natureza da atividade

realizada, de maneira que somente será serviço público a atividade desempenhada

pelo poder público ou particulares diretamente destinada à atender uma necessidade

da coletividade.

1.3. Sentido Formal nesse sentido o foco do conceito está no regime jurídico pelo qual a

atividade é desempenhada, de maneira que a atividade realizada sob o regime

jurídico administrativo (direito público) com vista as satisfazer o interesse da

coletividade.

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Esquema 50: Serviço Público

Serviço

De livre iniciativa dos particulares – serviço de

interesse público.

Saúde – Art. 199, CF E

Ensino – Art. 209, CF

Tanto o poder público quanto os particulares

podem prestar

Público propriamente dito é titularizado pelo poder

público – Todos que não seja saúde e ensino.

Formas de prestação do serviço público

Direta

Indireta

São aqueles prestados por qualquer órgão, a gente ou

entidade do Estado.

São aqueles prestados por particulares mediante

delegação por:

Concessão; Permissão; Autorização.

Pressupõe autorização decorrente do poder de polícia (não delegação)

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2. Princípios ou critérios de prestação do serviço público Art. 6 º, § 1º, Lei 8.987/95 :

2.1. Generalidade Os serviços públicos devem ser prestados de forma a atender

indistintamente o maior número de interessados possível;

Os serviços públicos devem ser prestados igualmente a todos aqueles que

estiverem nas mesmas condições.

2.2. Atualidade Significa que o serviço deve ser prestado acompanhando os processos de

modernização tecnológica e cientifica;

A prestação do serviço deve acompanhar o crescimento populacional.

2.3. Continuidade do serviço Significa que em regra a prestação do serviço não pode ser

interrompida ou paralisada;

2.4. Da Modicidade (das tarifas) Significa que o valor cobrado pela prestação do serviço

não pode ser excessivo à ponto de restringir ou impedir o acesso;

É permitido o valor diferenciado de tarifa ou mesmo isenção de cobrança em

determinadas situações.

2.5. Regularidade Significa que a prestação de serviço deve manter continuamente uma

adequação e uma qualidade mínima.

2.6. Cortesia Significa que o serviço deve ser prestado com respeito ao usuário, além de

educação gentileza, fineza no trato.

2.7. Segurança A prestação de serviço deve sempre adotar meios e formas que

preservem e protejam a integridade física e a vida de usuários e não usuários do

serviço.

2.8. Eficiência Significa que a prestação de serviço deve ser feita pelos meios, mais

adequados e menos onerosos visando à melhor satisfação do interessado.

3. Delegação de serviço público: é o ato ou contrato por meio do qual a administração

transfere ou faculta à um particular a execução de um serviço público.

3.1. Formas de delegação de serviço público:

3.1.1. Concessão;

3.1.2. Permissão;

3.1.3. Autorização.

De serviço público

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Obs.149: Com exceção do serviço de energia elétrica e de administração de aeroportos porque lei específica autoriza o leilão.

Conceito: É o contrato administrativo típico por meio do qual a administração (poder público) transfere à um particular a execução de um serviço público com ou sem execução de obra. Características Jurídicas:

a. Sempre em beneficio da coletividade; b. Sempre por prazo determinado; Obs.144: c. Depende de autorização legislativa específica; d. Exige licitação na modalidade concorrência; e. Não tem caráter precário *;

*tem que indenizar se for reincidido antes do prazo sem culpa do contratado).

f. Para pessoa jurídica ou consórcio de empresas.

Conceito: É o contrato de adesão por meio do qual a administração transfere à um particular apenas a execução de um serviço público, sem execução de obra. Art. 40, Lei 8.987/95

Características Jurídicas:

a. Sempre em benefício da coletividade; b. Sempre por prazo determinado; c. Basta autorização legislativa Genérica; d. Exige licitação em qualquer modalidade comum; e. Tem caráter precário; f. Para pessoa física ou jurídica;

Conceito: É o ato administrativo unilateral e precário por meio do qual a administração faculta à um particular á realização de uma atividade de interesse coletivo em proveito individual próprio.

Características Jurídicas:

a. Em benefício do próprio particular autorizado; b. Com ou sem prazo determinado; c. Basta autorização legislativa genérica; d. Não exige licitação; e. Tem caráter precário; f. Para pessoa física ou jurídica.

Concessão Permissão Autorização

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Aula 20

IX. Processo Administrativo Federal. (Lei 9.784/99)

1. Conceito: É a sequência de atos administrativo coordenados entre si com vista à

tomada de decisão ou solução de uma questão.

2. Âmbito de aplicação da Lei 9.784/99: Aplica-se aos processos administrativos na

administração direta e indireta dos três poderes da união.

Obs.150: As normas dessa lei não se aplicam aos processos administrativos específicos. Processo Administrativo Disciplinar – PAD; Pode ser aplicado supletivamente, nas lacunas da Lei 8.112/90 Processo Administrativo Tributário – PAT. Pode ser aplicado supletivamente, nas lacunas da Lei que trata do PAT.

3. Objetivo/ Finalidade da Lei: Estabelece “normas básicas” sobre Processo

Administrativo na Administração-Federal, com as seguintes finalidade:

a) Garantir a melhor realização dos fins públicos;

b) Assegurar o exercício dos Direitos pelos administrados.

4. Definições contidas na Lei

4.1. Órgão (Sem personalidade jurídica): É a unidade de atuação integrante da estrutura

da administração direta e da estrutura da administração indireta.

4.2. Entidade (Com personalidade jurídica): É a unidade de atuação dotada de

personalidade jurídica.

4.3. Autoridade: é o servidor ou agente público dotado do poder de decisão.

5. Princípios da Administração Explícitos na Lei 9.784/99 :

SSegurança Jurídica

IInteresse Público

CContraditório –

PProporcionalidade

RRazoabilidade

AAmpla Defesa –

FFinalidade

MMotivação

MMoralidade

EEficiência

LLegalidade

6. Deveres dos administrados no Processo:

a) Expor os fatos conforme a verdade;

b) Atuar com Lealdade, Urbanidade e Boa-Fé;

Cai em 65% das provas! Atenção!!!

Art. 37, CF .

Art. 5º, LV, CF.

Art. 5º, LV, CF.

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c) Não agir de modo Temerário. (o que quer ver o “circo pegar fogo”, forja provas

pra incriminar outro)

d) Esclarecer fatos e prestar informações quando solicitado;

7. Direitos dos administrados no Processo:

a) Ser tratado com respeito por servidores e autoridades que deverão facilitar o

exercício de seu direito e o cumprimento de suas obrigações;

b) Ter ciência da tramitação de processo de seu interesse, ter vistas dos autos,

obter cópia de documentos e conhecer das decisões proferidas;

c) Apresentar provas e alegações que deverão ser levadas em consideração antes

da tomada de decisão;

d) Fazer-se representar, facultativamente, por advogado, salvo quando a lei

expressamente exigir a representação;

8. Fases do Processo Administrativo

8.1. Instauração É a fase em que se dá inicio ao processo administrativo.

8.1.1. Formas de Instauração:

a) De ofício (Pela Administração);

b) A pedido do interessado Em regra, o requerimento do interessado para

instauração do processo deve ser por escrito, mas pode ser feito oralmente

desde que seja reduzido à termo (quem ouve o pedido oralmente coloca por

escrito).

Requisitos de validade do requerimento.

Obs.151: A administração pode adotar modelos e formulários padronizados para agilizar os procedimentos.

8.1.2. Interessados ou Legitimados para o Processo (Art. 9º, Lei 9.784/99):

a) Pessoa física ou jurídica que inicia o processo como titular do direito ou

interesse;

b) Terceiro Interessado Aquele que mesmo não tendo iniciado o processo como

titular do direito ou interesse possa sofrer as consequências da decisão à ser

proferida;

Garante o princípio da Ampla Defesa.

Indicação do órgão ou autoridade à que se dirige;

Identificação do interessado e de seu representante quando houver;

Indicação do domicílio ou do local onde receberá as comunicações do processo;

O pedido com os fatos e fundamentos que o embasam;

Data e assinatura.

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c) Sindicado, Associação de Classes, Cooperativa Organização ou associação

representativa na defesa de interesses coletivos;

d) Associação e pessoa legitimamente constituída na defesa de direitos e

interesses difusos;

Obs.152: O ministério público não pode atuar como interessado no processo .

8.1.3. Autoridade Perante a qual o processo deve ser instaurado: Salvo disposição

de lei em contrário o processo deve iniciar-se perante a autoridade menor

hierarquia com poderes para decidir. Essa regra tem as seguintes finalidades:

a) Permitir a recorribilidade;

b) Facilitar o acesso do interessado à autoridade competente para decidir;

8.1.4. Capacidade do interessado para atuar no processo: Exige-se idade mínima de

18anos como capacidade para atuar em processo, salvo disposição em contrária

de norma específica (emancipação do Art. 5º, Código Civil).

8.1.5. Impedimentos para atuar no processo:

a) O servidor ou autoridade que tiver interesse direto ou indireto na matéria;

b) Se o servidor/autoridade ou o cônjuge/companheiro atuou ou venha a atuar

como testemunha, perito ou representante do interessado;

c) Se o servidor ou autoridade estiver litigando judicial ou administrativamente

com o interessado no processo ou o cônjuge/companheiro dele;

Obs.153: Se o servidor impedido atuar no processo causará sua nulidade que pode ser decretada mesmo após o termino do processo. Obs.154: O servidor em situação de impedimento deve abster-se de praticar atos no processo e comunicar o fato a autoridade competente sob pena de cometer falta grave.

8.1.6. Suspeição para atuar no processo: São considerados suspeitos para atuar no

processo o servidor ou autoridade que mantenha:

a) Amizade intima;

ou

b) Inimizade Notória

Com o interessado no processo, cônjuge/companheiro ou parente e afim dele até o 3º grau civil.

Art. 59, Lei 9.784/99 trás também os legitimados para interpor recurso. Esses legitimados são idênticos aos descritos no art. 9º.

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Obs.155: Contra a decisão que indefere o pedido de suspeição cabe recurso administrativo sem efeitos suspensivo. Obs.156: A suspeição só pode ser alegada antes do termino do processo.

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8.2. Instrução Consiste nas atividades de averiguar e comprovar os dados necessários ao esclarecimento dos fatos e as tomadas de decisões que serão

realizadas por impulso oficial (de ofício) ou à pedido do interessado.

8.2.1. Prazos do Processo Administrativo

Prazo Artigo Finalidade do Prazo Prorrogação do Prazo

Mínimo de 3 dias Úteis 26, §2º Prazo mínimo par a administração intimar o interessado antes de qualquer diligência no processo _

5 Dias 24 Prazo genérico para a administração praticar algum ato no processo para o qual a lei não preveja

prazo específico.

Até mai o dobro

(Até + 10 dias)

5 Dias 56, §1º Prazo para realizar o juízo de retratação e reconsiderar a decisão recorrida. _

5 Dias Úteis 62 Prazo para apresentar contrarrazões ao recurso administrativo interposto contra a decisão no

processo _

10 Dias 44 Prazo para apresentação de alegações finais no processo antes da tomada de decisão _

10 Dias 59 Prazo para interposição de recurso administrativo contra decisão proferida no processo _

15 Dias 42 Prazo para elaboração de parecer pelo órgão consultivo quando exigido antes da tomada de

decisão no processo

Por prazo que depende

da complexidade da

questão.

30 Dias 49 Prazo para proferir a decisão de primeira instância no processo administrativo. (A contar do

relatório final)

Uma única vez por

igual período.

30 Dias’ 59, §1º Prazo para julgamento do recurso administrativo interposto contra a decisão proferida no

processo.

Uma única vez por

igual período.

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8.2.2. Procedimento do processo administrativo:

Esquema 51: Procedimento do Processo Administrativo

8.2.2.1. Recurso: É o meio administrativo adequado para o interessado

impugnar a decisão proferida transferindo à um órgão ou autoridade

superior a reapreciação de uma questão já decidida por um subordinado.

Prazo para interpor recurso: 10 dias;

O recurso deve ser dirigido à mesma autoridade que proferiu a

decisão recorrida, à qual terá um prazo improrrogável de 5dias

para se retratar e reconsiderar sua decisão. Se reconsiderar o

recurso não será julgado e o processo será arquivado;

Se não reconsiderar a autoridade que recebeu o recurso deverá

abrir prazo para contra-razões ao recurso. (no prazo

improrrogável de 5 dias Úteis);

Após as contrarrazões os autos do processo serão encaminhados

para o órgão ou autoridade superior competente julgar, o qual

terá o prazo de 30dias para julgar (prazo prorrogável uma única

vez por igual período);

Instauração

Diligências

A diligência vai ocorrer na segunda-feira, não há feriado nos dias seguintes que antecedem a data da diligência, a intimação do interessado deverá ser feita até o final do dia de trabalho da terça-feira anterior à data da diligência.

Sex Sab Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom Seg

- - - X X Diligência

A diligência vai ocorrer na segunda-feira, mas a quinta e a sexta-feira que antecedem a data da diligência são datas com feriados pela semana santa, a intimação do interessado deverá ser feita até o final do dia de trabalho sexta-feira da semana anterior à data do feriado.

Sex Sab Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom Seg

X X - - - X X X X Diligência

Ato genérico da Adm.

Elaboração de Parecer

Alegações Finais Relatório Final

(Sem prazo previsto) Decisão

Prazo para decisão de 1ª Instância? 30 dias.

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Obs.157: A competência para julgar o recurso é indelegável. Art. 13, Lei 9.784/99. Obs.158: Ao julgar o recurso a autoridade competente pode piorar ou agravar a situação do recorrente admite-se a “reformatio in pejus” , por aplicação do principio da verdade material.

A lei determina que o recurso administrativo tramitará por no

máximo 3instâncias administrativas, portanto são cabíveis no

máximo 2recursos sucessivos em um mesmo processo;

8.2.2.2. Forma de contagem dos prazos no processo administrativo:

a) Prazo em dias Excluísse o dia do inicio (o dia da ciência) e inclui-se o dia do

termino;

Esquema 52: Contagem do Prazo em dias:

Obs.159: Se o vencimento do prazo recai sobre dia não útil ou que não houve expediente normal prorroga-se para o primeiro dia útil subsequente.

Esquema 53: Contagem do Prazo em dias – Obs.159:

b) Prazo em meses ou anos Conta-se de data à data;

Ex.:

15/01/2011 – 3 meses – 15/04/2011

Obs.160: Se no mês do vencimento não houver o dia correspondente o vencimento do prazo será no último dia útil do referido mês.

Ex.: 31/01/2011 – 3 meses – 29/04/2011 dia 30/04/2011 é um sábado.

Obs.161: Se no dia do vencimento não houve expediente normal ou não foi útil prorroga-se para o primeiro dia útil subsequente.

Ex.: 30/01/2011 – 3 meses – 02/05/2011 dia 30/04/2011 é um sábado.

Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom Seg

Conhecimento - Não conta X X X X X – Esse conta Vence aqui.

Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom Seg

Conhecimento - Não conta X X X X X Vence aqui.

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103

Aula 21

X. Resolução de Exercícios.

Fazendo Exercícios Questão 17 – Pag. 3 – “Certo”. Perda (ou suspensão) Direitos Políticos Questão 18 – Pag. 3 – “Errada”. Questão 49 – Pag. 5 – “Errada”. Questão 81 – Pag. 7 – “Errada”. Questão 85 – Pag. 7 – “Errada”. Questão 86 – Pag. 7 – “Errada”. Questão 87 – Pag. 7 – “Errada”. Questão 131 – Pag. 11 – “Errada” Obs.97: – Capitulo de Atos administrativos. Questão 192 – Pag. 13 – “Errada”. Questão 193 – Pag. 13 – “Errada”. Questão 194 – Pag. 13 – “Certa” Ler Art. 53, Lei .784/99 Questão 210 – Pag. 15 – “Errada”. Questão 211 – Pag. 15 – “Errada”. Questão 337 – Pag. 21 – “Certa”. Art. 3º, III. Questão 339 – Pag. 22 – “Errada”. Art. 3º, IV. Questão 390 – Pag. 24 – “Errada”. Questão 391 – Pag. 24 – “Certa”.

Não pode propor ação popular;

Não pode tomar posse em cargo público;

Não possui sufrágio passivo (ser votado) e ativo (votar).

Obs.162: A desistência total do processo pode ser feita por escrito a qualquer tempo antes de sua extinção. Art. 51, Lei 9.784/99 A desistência pode ser total ou parcial; A desistência total é causa de extinção do processo; A desistência de um interessado não se aplica aos outros; A administração pode ter interesse em prosseguir com o processo administrativo,

mesmo diante do pedido de desistência.

A lei 9.784/99 só se aplica a união, mas se aplica a todos os poderes da União.

Podem sim considerar. Art. 2º,§1º, I – Lei 9.784/99

Mesmo que o interessado não peça , só de haver a informação que há o documento a administração deve procurar. Só o indicio obriga a administração a buscar os

documentos. Art. 37 e 29 (ou é 19 – ver direitinho) da Lei, 9.784/99

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Questão 212 – Pag. 15 – “Certa”. Órgão 01 Órgão 02 É ato complexo (A aposentadoria envolve 2 órgãos o que aposenta e o TCU) logo só conta o prazo a partir da “finalização” do 2º órgão que identificou a irregularidade. Só conta à partir da determinação do TCU. Questão 435 – Pag. 26 – “Errada”.

Gratificação

2/09/02

Impugnação Pelo TCU

5/10/06

TCU – Determinação de anulação

10/09/07

Anulação pelo órgão de origem.

30/09/07

5 Anos

Obs.163: A competência é irrenunciável e deve ser exercida pelo órgão ou autoridade à quem foi conferida como própria. Entretanto um órgão ou autoridade pode delegar parte de suas competências à outro órgão ou autoridade, subordinado ou de mesma hierarquia, com base em critérios de índole técnica, social, econômica, territorial e jurídica. Art. 12 – Lei 9.784/99.

Em regra o delegante não responde pelos atos praticados pelo delegado no exercício da competência transferida, salvo nas seguintes hipóteses: a) Quando a delegação for ilegal (os dois respondem); b) Quando o delegante homologar ou retificar o ato do delegado; c) Não pode ser objeto de delegação as seguintes competências:

Normativa, recursal, exclusiva

NO R EX NORMATIVA RECURSAL EXCLUSIVA

Competência para editar atos normativos regulamentares de uma lei

Competência para apreciar e julgar recursos administrativos.

É a que a lei proíbe a delegação.

Órgão/Autoridade Mesma Hierarquia

Órgão/Autoridade

Órgão/autoridade Subordinada

Delegado Delegante

Delegante

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Questão 436 – Pag. 26 – “Certa”. Consulta Pública Audiência Pública Questão 437 – Pag. 26 – “Errada”. Art. 2º, §único, I – Lei 9.784/99 Questão 509 – Pag. 30 – “Certa”. Art. 26 - Lei 9.784/99 Questão 510 – Pag. 31 – “Errada”. Questão 662 – Pag. 37 – “Certa”. Decorrência do Poder hierárquico Questão 03 – Pag. 03 – “Certa”. Questão 116 – Pag. 09 – “Certa”.

Questão 173 – Pag. 12 – “Errada”. Obs.80: Questão 203 – Pag. 14 – “Certa”.

Pressuposto: Questão de interesse geral.

Finalidade: Manifestação de qualquer pessoa (sem debates)

Pressuposto: Relevância da Matéria.

Finalidade: Convidar pessoas específicas para debates sobre o tema.

O que decaí é o direito de anular, o direito de revogar não.

Competência recursal é indelegável. Art. 13 e Art. 12, § único – Lei 9.784/99

Delegação E De competências

Avocação

Estado Vítima

Agentes

Responsabilidade civil

Regresso

DANO

Quando a grave e iminente perigo público o exercício do poder de polícia pode ser aplicado sem o prévio contraditório e ampla defesa.

Só súmula vinculante vincula e essa é a exceção, a regra é que súmulas e jurisprudência não se vinculam

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Questão 666 – Pag. 38 – “Errada”. Questão 702 – Pag. 39 – “Errada” é proibida. Questão 1313 – Pag. 80 – “Errado” Questão 09 – Pag. 03 – “Certa” Questão 10 – Pag. 03 – “Errada” Questão 13 – Pag. 03 – “Errada” Questão 15 – Pag. 03 – “Errada” Questão 19 – Pag. 96 – Letra “c” Questão 296 – Pag. 128 – Letra “a” Questão 27 – Pag. 97 – Letra “e” Regime Jurídico da administração Questão 01 – Pag. 94 – Letra “b” Questão 09 – Pag. 95 – Letra “a” Questão 1320 – Pag. 80 – “Errada” Questão 20 – Pag. 96 – Letra “d” Questão 02 – Pag. 144 – “Certa” Questão 712 – Pag. 40 – “Errada” A eficiência está expressa na CF. Questão 40 – Pag. 04 – “Errada”

A publicação em meio oficial é só quando a lei determina e no caso de revogação não há essa previsão . Art. 53, Lei 9.784/99

Obs.: A exceção é a revogação de delegação . essa tem que ser publica conforme Art. 14, Lei 9.784/99

Obs.164: Toda questão julgada pelo TCU pode ser impugnada ou impugnada. Mas as questões julgadas pelo judiciário nunca podem ser revistas pelo TCU.

A eficácia e a partir da publicação resumida em imprensa oficial.

Aumento de carga tributária é caso de fato do príncipe, ou seja, pode ser revisado.

Regime de direito público (regime jurídico administrativo).

Regime de Direito Privado.

Tem que ser territorial e jurídica também e além disso pode ser de mesma hierarquia. Art. 12, Lei 9.784/99

Realizar concurso público é obrigação e não prerrogativa.

Ato composto – Item 4.6.1 Capítulo III. Atos administrativos. Quadro de ato composto