8
 DIREITO AMBIENTAL

Direito Ambiental - FMB

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Direito Ambiental - FMB

8/6/2019 Direito Ambiental - FMB

http://slidepdf.com/reader/full/direito-ambiental-fmb 1/8

DIREITOAMBIENTAL

Page 2: Direito Ambiental - FMB

8/6/2019 Direito Ambiental - FMB

http://slidepdf.com/reader/full/direito-ambiental-fmb 2/8

Direito Ambiental Vanessa Azevedo 31/03/2010 Aula 01

1. Objeto do Direito Ambiental

O direito ambiental visa a proteção do meio ambiente para garantir as presentes e futurasgerações, um meio ambiente equilibrado. O legislador constituinte, ao se referir as futurasgerações, consagrou um direito inter-geracional, ou seja, um direito que pertence não só ageração presente, mas também as futuras. O centro de tutela dos interesses do direitoambiental é o homem, de modo que o direito ambiental é visto como antropocêntrico, éinstrumento de vida com qualidade para o homem, desta forma, não é o meio ambientesujeito de direitos, mas objeto de direito. Há uma segunda posição denominada hiocêntrica,para qual no centro dos interesses do direito ambiental está todas as espécies com vida. Estaposição, embora seja a mais moderna, não é a que prevalece, pois apenas o homem pode sersujeito de direitos. O direito ambiental é uma ciência autônoma, com princípios eordenamento jurídico próprios, há entendimento no sentido de que seja um sub-ramo do

direito administrativo, o que não é possível ser sustentado em razão da natureza difusa domeio ambiente.

2 . P rincípios Constitucionais

Os princípios constitucionais do direito ambiental e a lei 6938/81, que disciplina a políticanacional do meio ambiente, foram influenciados pela declaração para o meio ambientefirmada em 1972, em Estocolmo. Nesta convenção, da qual participaram países de diferentesníveis de desenvolvimento, foram firmadas -2 premissas: 1 é direito fundamental do homemo progresso; 2 todos têm o dever de preservar o meio ambiente.

3 . Conceito de Meio Ambiente

Art. 3º, I, da Lei 6938/81, corresponde ao conjunto de Leis, condições, influências de ordemfísica, biológica e química, que gere, abriga a vida em todas as suas formas.

4 . Espécies de Meio Ambiente4 .1. Meio Ambiente Natural Composto pela flora, fauna, solo, ar, enfim, tudo o que

existe se interferência do homem;4 .2 . Meio Ambiente Artificial Constituído pelo espaço criado pelo homem em interação

com o meio ambiente natural;4 .3 . Meio Ambiente Cultural É o espaço construído pelo homem, mas que possui um

valor especial agregado, pois reflete a história de uma sociedade. Compreende opatrimônio histórico, artístico da humanidade. Em razão desta que há necessidade dotombamento;

Page 3: Direito Ambiental - FMB

8/6/2019 Direito Ambiental - FMB

http://slidepdf.com/reader/full/direito-ambiental-fmb 3/8

4 .4 . Meio Ambiente do Trabalho Visa à garantia da sadia qualidade das condiçõeslaborais. Art.216-A, CP, tipifica o crime de assédio sexual é uma forma de tutela domeio ambiente do trabalho.

5 . P rincípios do Direito Ambiental5 .1. Ubiqüidade O meio ambiente está no centro de tudo o que o circunda. Estabelece

relação com tudo o que está a sua volta. A questão ambiental se apresenta antes,durante e depois da instalação de todo empreendimento e, nas subseqüentesmodificações. O Estado age de acordo com as modificações sofridas no meioambiente e a qualquer tempo, sempre que necessário;

5 .2 . Educação Ambiental É dever de o Estado promover a educação ambiental em todosos níveis de ensino;

5 .3 . Desenvolvimento Sustentável Estabelece a harmonização entre o desenvolvimentoeconômico e o impacto ao meio ambiente, que será trazido pelo empreendimento, deforma que se garanta o desenvolvimento social, sem que prive as gerações futuras douso e gozo dos recursos ambientais, Art.170,VI, CF.

5 .4 . P revenção e P recaução Prevenção estabelece o dever do Estado e da coletividadeem tomar medidas prévias para evitar os danos ambientais previsíveis que, via deregra, são irreversíveis, enquanto que a precaução, estabelece o dever de acautelar omeio ambiente quanto aos danos imprevisíveis, não sendo possível apurar o impactoque determinada atividade trará ao meio ambiente, e assim, novos estudos deverãoser realizados até que se encontre uma resposta quanto ao impacto.

5 .5 . P oluidor- P agador Estabelece o dever de reparar, de forma integral os danoscausados. Este princípio tem um primeiro aspecto preventivo, determinando quesejam tomadas todas as medidas prévias para evitar os danos ambientais e, no

segundo aspecto repressivo, impõe o dever de reparar o dano causado, devolvendoao meio ambiente o estado anterior e, se não for possível, indenizar pelo danocausado.

5 .5 .1. Ordem P reventiva Impõe ao empreendedor o dever de prevenir impactosambientais por meio de métodos de prevenção que minimizem os impactosambientais, ex: adoção de filtros, tratamento de água; entre outros, não há odireito de poluir.

5 .6. Usuário- P agador Estabelece que quem usar um recurso ambiental , pode pagar porele, mesmo que não cause degradação ambiental, o fundamento deste princípio é odever que temos é de garantir que futuras gerações tem um meio ambienteequilibrado. O usuário é aquele que utiliza o recurso ambiental e não causadegradação, ex: cobrança pelo uso da água, Art.19/0 Lei 9433/97.

6. Responsabilidade pelos Danos Ambientais

Em decorrência do princípio do poluidor-pagador, todo aquele que causa dano ao meioambiente, deverá repará-lo de forma integral. A responsabilidade pelos danos ambientais, sedá nas esferas cível, administrativa e penal, será autônoma. A condenação em uma das esferas

Page 4: Direito Ambiental - FMB

8/6/2019 Direito Ambiental - FMB

http://slidepdf.com/reader/full/direito-ambiental-fmb 4/8

não impede a responsabilização pelo mesmo fato em esfera diversa. A responsabilidade civilestá fundamentada nos Art. 225,§3º, CF e Art. 14 da Lei 6938/81. Da interpretação desses doisdispositivos, conclui que a responsabilidade civil é objetiva, bastando para a sua imputação, acomprovação do dano e o nexo de causalidade deste com a conduta, independentemente dacomprovação de culpa. Será irrelevante a legalidade da atividade, ou seja, se está ou não deacordo com autorização do poder público. Sendo ilegal o desenvolvimento da atividadeempreendedora, também haverá responsabilidade na via administrativa. A ação deresponsabilização busca primeiro o pedido de obrigação de não fazer para cessar a atividadelesiva. Em um segundo momento se o pedido de obrigação de fazer para reparar o danocausado e, se não for possível, será imposta uma obrigação de dar, que compreende opagamento em razão do dano causado. Serão indenizáveis os danos patrimoniais e extra-patrimoniais, em razão do caráter difuso do direito ambiental. Serão responsáveis pelo danotodo aquele que de qualquer modo lhe deu causa, inclusive o Estado poderá serresponsabilizado em solidariedade com o causador direto do dano. Na busca da reparaçãointegral do dano, será possível a desconsideração da personalidade jurídica, se esta constituirum obstáculo ao ressarcimento dos prejuízos causados ao meio ambiente Lei 9605/98.

7 . P olítica Nacional do Meio Ambiente

A Lei 6938/81 estabeleceu a política nacional do meio ambiente. Esta Lei constitui um divisorde águas no tocante à tutela ambiental, que antes era realizada por ordenamentos esparsos,como o código de águas, código florestal. A Lei foi recepcionada pela CF e traz como objetivogeral a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental, qualidade esta propícia àgarantia de vida com qualidade, com o fim de assegurar desenvolvimento socioeconômico,sem que prive as gerações futuras dos recursos ambientais. Os objetivos específicos dispostosno Art. 4º, da Lei, constituem metas a serem seguidas na concretização do objetivo geral.

8 . Sistema Nacional do Meio Ambiente

É o conjunto de órgãos e instituições nos níveis federal, estadual e municipal, responsáveispela preservação e melhoria da qualidade ambiental.

8 .1. Conselho de Governo É o órgão superior que tem por objetivo assessorar opresidente da república, na instituição de diretrizes para o meio ambiente e, naformulação da política nacional;

8 .2 . Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) Órgão consultivo do conselho degoverno e exerce também a função deliberativa, sendo responsável pela edição dasresoluções para o meio ambiente, como a 237/97;

8 .3 . Ministério do Meio Ambiente É o órgão central que tem por finalidades fiscalizar,planejar e controlar a política nacional e as diretrizes fixadas pelo conselho degoverno;

8 .4 . IBAMA Órgão executor que tem por finalidade executar e fazer executar as diretrizesfixadas para o meio ambiente;

Page 5: Direito Ambiental - FMB

8/6/2019 Direito Ambiental - FMB

http://slidepdf.com/reader/full/direito-ambiental-fmb 5/8

8 .5 . Órgãos Seccionais e Órgãos Locais São órgãos regionais ou municipais responsáveispela execução e pelo controle de atividades potencialmente causadores de danosambientais.

9 . Instrumentos da P olítica Nacional do Meio Ambiente9 .1. Zoneamento É o instrumento de planejamento e divisão do solo, de modo que seja

encontrado local adequado para todos os usos essenciais. Este instrumento tem umavisão preventiva de longo alcance que visa subsidiar os processos de planejamento eordenamento do uso do solo;

9 .2 . EIA/RIMA O AIA corresponde aos estudos realizados à s custas do empreendedor poruma equipe multiprofissional, indicando a viabilidade do empreendimento. O AIA érealizado pelo EIA, e seu respectivo relatório que, constitui um instrumento decomunicação de tudo o que foi apurado na realização do estudo. RIMA tem comodestinatários o poder público e a coletividade, razão pela qual, deverá ser elaboradoem linguagem acessível ao leigo, devendo também ser amplamente divulgado. OEIAé destinado às atividades potencialmente lesivas e de significativa degradação aomeio ambiente;

9 .3 . Licenciamento Ambiental É um procedimento administrativo que visa a concessãoda licença ambiental. Tal licença é um ato unilateral do poder público, pelo qual sefaculta ao empreendedor a construção, instalação e funcionamento de atividadesutilizadoras de recursos ambientais consideradas potencialmente degradativasaomeio ambiente.

9 .3 .1. Licença Prévia Será concedida na fase de planejamento da atividade e traça asdiretrizes relacionadas a localização e instalação do empreendimento, comvalidade de até 05 anos;

9 .3 .2 . Licença de Instalação É ato que autoriza o início das obras, doempreendimento, de acordo com o projeto pré-aprovado, sua validade é de até06 anos;

9 .3 .3 . Licença de Operação e Funcionamento Autoriza o inicio do funcionamento daatividade após serem analisadas as condições de seus equipamentos e filtros depoluentes, validade mínima de 04 anos e máxima de 10 anos.

A licença ambiental tem caráter sui generis , e pode ser cassada sempre que foremmodificadas as condições em que foi concedida. O empreendedor somente será indenizado senão tiver dado causa a sua cassação e, se seu prejuízo for devidamente comprovado. O pedidode licenciamento deve obedecer ao principio da publicidade sob pena de anulado. A

revisibilidade das licenças decorre do principio da supremacia do interesse público sobre oprivado.

10. Criação de Espaços Territoriais Especialmente P rotegidos

É dever do poder público identificar em seu território áreas dotadas de atributos ambientaisrelevantes devendo, portanto, protegê-los especialmente.

Page 6: Direito Ambiental - FMB

8/6/2019 Direito Ambiental - FMB

http://slidepdf.com/reader/full/direito-ambiental-fmb 6/8

10.1. Áreas de P reservação P ermanente São áreas descritas nos Arts. 2º e 3º, do códigoflorestal, cobertos ou não por vegetação nativa, com finalidade de preservação dosrecursos ambientais, ex: as margens dos rios;

10. 2 . Reserva Legal São áreas mantidas no interior de áreas rurais, com o objetivo depreservação ambiental, excetuando as áreas de preservação permanente. Ospercentuais destinados a reserva legal dependerão da localização da propriedaderural, será de 80% se localizada na Amazônia Legal; 35% se localizado nos Cerrados e20% se forem localizadas nas florestas e campos;

10. 3 . Unidades de Conservação São os espaços territoriais dotados de atributosambientais relevantes, com o objetivo de conservação da biodiversidade. Poderão serde 02 espécies:

10. 3 .1. P reservação Integral Na qual se admite apenas o uso indireto dos recursosambientais, ex: reserva ecológica da Juréia.

10. 3 .2 . Uso Sustentável Onde se permite o uso sustentável dos recursosambientais, mas de forma compatível à preservação ambiental, ex: áreas deextrativismos, seringais.

05/05/2010 Aula 02

11. Licenciamento Ambiental

É o processo administrativo ode o órgão ambiental competente licencia a localização,instalação e operação das atividades que utilizam recursos ambientais, é um instrumento detutela, pois controla a utilização dos recursos ambientais.

Obs: O licenciamento ambiental difere da licença ambiental, pois o primeiro é um conjunto deatos que forma um procedimento, ao passo que o segundo é um desses atos.

11.1. Espécies de Licença

11.1.1. Licença P révia Concedida na fase de planejamento. Tem por objetivo aprovara localização, atestar a viabilidade ambiental e fixar as condições para aspróximas fases, com prazo de validade de até 05 anos, prorrogados desde quenão ultrapasse o prazo máximo de 05 anos.

11.1. 2 . Licença de Instalação Sempre precedida pela licença prévia. Tem por objetivoautorizar a instalação do empreendimento e, fixar as condições para próximafase, com prazo de até 06 anos, prorrogáveis, desde que não ultrapasse o prazomáximo de 06 anos.

11.1. 3 . Licença de Operação Satisfeita as condições anteriores será concedida alicença de operação, que tem por objetivo autorizar o início das atividades daempresa, com prazo de 04 a 10 anos. Esta licença poderá ser renovada sempre,desde que preenchidas as condições do órgão ambiental competente.

11. 2 . Órgão Ambiental Competente

A competência é determinada pela abrangência direta do impacto ambiental provocado ouque possa provocar. Desta forma, se o impacto dor de âmbito nacional, ex: atingir 02 ou mais

Page 7: Direito Ambiental - FMB

8/6/2019 Direito Ambiental - FMB

http://slidepdf.com/reader/full/direito-ambiental-fmb 7/8

Estados, a competência será do órgão Federal, ou seja, IBAMA. Se o impacto dor Estadual, acompetência será do órgão ambiental Estadual competente. Se o impacto dor local, acompetência será do órgão ambiental Municipal competente.

Exceções: Será de competência do IBAMA: Licenciamento de atividades em Terras Indígenas;que utilizem material radioativo ou energia nuclear; Licenciamento de empreendimentos

militares.

Será de competência do Instituto Chico Mendes: Licenciamento de atividades em unidadesdeconservação Federal: a) Unidade de Conservação Estadual;

b) Em áreas de preservação permanente A PP , Arts. 2º e 3º do CódigoFlorestal;

c) Quando houver delegação da União aos Estados.

Obs01 : O procedimento do licenciamento ambiental adotado é o descrito na Resolução doCONAMA 237/97. Cuida do licenciamento de postos de combustíveis CONAMA 273/00 elicenciamento de cemitérios CONAMA 335/03.

Obs02 : O Art.7º CONAMA, 237/97 estabelece que o licenciamento ambiental será realizadoem um único nível de governo, ou seja, se um licenciamento feito por um órgão Estadual, nãopoderá o órgão Municipal ou Federal fazê-lo. Esta regra é inconstitucional, pois ofende adisposição do Art.23,VI, CF, que estabelece ser a competência material comum a todos os entesfederados. O licenciamento é uma forma de tutela e não pode ser subtraída dos entespúblicos.

12 . Criação de Espaços Territoriais Especialmente

Protegidos

Art.225,§1º, CF, estabelece ao Poder Público o dever de identificar em todas as unidades dafederação, espaços ambientais dotados de atributos relevantes e especialmente protegê-los,em razão da sua biodiversidade ou de sua função ambiental.

12 .1. Espécies de Espaços Territoriais Especialmente P rotegidos12 .1.1. Unidade de Conservação Lei 9985/00, são espaços territoriais instituídos pelo

Poder Público em conformidade com a Lei, e tem por objetivo a conservação dabiodiversidade. Há 02 espécies de unidade de conservação: a) Unidade deProteção Integral destinada a preservar a natureza, admitindo apenas o usoindireto dos seus recursos. Por uso indireto entende-se aquele que não envolvecoleta, consumo, dano ou destruição. b) Unidade de Uso Sustentável destinada acompatibilizar a conservação da natureza, com o uso sustentável de parte deseus recursos.

12 .1. 2 . Áreas de P reservação P ermanente A PP Arts. 2º/3º Código Florestal. São asáreas protegidas conforme disposição constante nos artigos do Código Florestal.Cobertos ou não com vegetação nativa e com função de preservar os recursosambientais. As hipóteses constantes no Art.2º configuram automaticamente

Page 8: Direito Ambiental - FMB

8/6/2019 Direito Ambiental - FMB

http://slidepdf.com/reader/full/direito-ambiental-fmb 8/8

APP , ao passo que as hipóteses descritas no Art.3º dependem de ato do PoderPúblico para se transformar em A PP .

12 .1. 3 . Reserva Legal Art.16 do Código Floresta. É a área existente no interior deuma propriedade privada não computada o percentual da A PP e com o objetivode preservar a biodiversidade. O percentual da reserva legal será diferenteconforme a localização do imóvel. 80% Amazônia Legal; 35% Cerrado; 20%Campos e Florestas.

Obs: Toda propriedade rural tem que ter Reserva Legal.

12 .1. 4 . Áreas de P roteção Especial Com conteúdo Residual.