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Direito Civil - Direitos Obrigacionais Ou Conratuais

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DIREITO CIVIL – DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E TEORIA GERAL DOS

CONTRATOS

INTRODUÇÃO

Obrigação é a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto consiste em uma prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através do patrimônio.

Caracteres: Relação jurídicaTransitóriaDireito pessoal que une credor ao devedor – pessoalidade do vinculoObjeto = prestaçãoCunho pecuniárioRelativo – só pode ser exigido do devedorÉ cooperativoDireitos infinitos

Importância: Projeção da autonomia privada no direito. Dá suporte econômica á sociedade.

ESTRUTURA DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL

Estrutura-se pelo vinculo entre dois sujeitos para que um deles satisfaça em proveito de outro determinada prestaçãoSujeito ativo – pretensão – sujeito passivoObjeto = prestação – conduta do devedor(prestação é objeto imediato a coisa sobre a qual incide a prestação é objeto mediato)Resumindo: elementos são sujeitos, objeto e vinculo jurídico.

SUJEITOS DA RELAÇÃO OBRIGACIONALSujeito ativo – interesse no cumprimento da prestaçãoSujeito passivo – pessoa que deve prestar a conduta visadaOs sujeitos devem ser determináveis – indeterminação somente pode ser provisória pois no momento do cumprimento os sujeitos devem ser conhecidos. O credor pode ser indeterminado no caso de ofertas ao publico ou promessa de recompensa

OBJETO DA RELAÇÃO OBRIGACIONALÉ a prestação. Atividade positiva ou negativa que consiste em um fazer ou não fazer ou dar. Deve ser possível, licita(bons costumes e ordem publica) e determinável(identificação relegada ao momento do cumprimento).

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PATRIMONIALIDADE DA PRESTAÇÃODeve conter uma prestação de conteúdo direta ou indiretamente patrimonial. É no interesse apreciável do credor que reside o centro da patrimonialidade.

VINCULO JURIDICO DA RELAÇÃO OBRIGACIONALTem caráter pessoal uma vez que exprime um dever do devedor em relação ao credor. Possui um elemento pessoal e um patrimonialPessoal – atividadePatrimonial – disposição do patrimônio do devedor para a satisfação do credorElementos da obrigação: Débito – debitum, schuldResponsabilidade – obligatio, haftungPortanto o vinculo é composto destes dois elementos.

CAUSAS NAS OBRIGAÇÕESA causa não é pressuposto essencial nos negócios jurídicosÉ sempre a razão jurídica da obrigação, é o motivo juridicamente relevante. É o contrato ou seu objeto é objetiva e inalterável nos contratos semelhantes; EX: compra e venda.

OBRIGAÇÕES NATURAISSão obrigações incompletas. Não são judicialmente exigíveis mas se forem cumpridas espontaneamente será tido como valido o pagamento que não poderá ser repetido. Divida de jogo e pagamento de titulo prescrito. Nossa legislação é omissa quanto ao instituto. No caso da divida de jogo o pagamento efetivado somente pode ser restituído em caso de dolo ou se o prejudicado for menor ou interdito. (exceção: jogos ou apostas legalmente permitidos)O mesmo se dá em relação ao pagamento de juros não estipulados em caso de empréstimos sem fins economicos.Sua natureza jurídica é de dever moral com proteção jurídica.

EFEITOSNão se pode pedir a restituição da obrigaçãoPrestação efetuada vale como verdadeiro cumprimentoNão existe ação para compelir ao cumprimento

OBRIGAÇÕES REAIS – PROPTER REM E AFINSSão as que estão a cargo de um sujeito á medida que é proprietário da coisa ou possuidor de um direito de uso e gozo da mesma. É uma obrigação ambulatóriaO abandono da coisa pelo devedor libera-o da obrigaçãoO sucessor assume as obrigações do sucedido mesmo sem saber de sua existência. Nesse caso a obrigação acompanha a coisa.

ONUS REAISÉ gravame que recai sobre a coisa restringindo o direito de um titular de direito de real. O ônus sujeita o devedor as conseqüências mas não ao cumprimento.

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No ônus real a responsabilidade é limitada ao valor do bem onerado na obrigação propter rem não há limite de resposta do patrimônio do devedor. Ex: constituição de renda.

OBRIGAÇÕES COM EFICACIA REALOcorre quando um contrato nas condições descritas em lei alcança eficácia real. Ex. direito de preferência em alienação de imóvel cujo contrato de locação encontra-se devidamente registrado no CRI. Outro exemplo é compromisso de compra e venda registrado no CRITem eficácia real quando se transmitem ou são oponíveis a terceiros que adquiriram direitos sobre a coisa.

FONTES DAS OBRIGAÇÕES As obrigações derivam de certos atos.Procurou-se ver na lei a primeira fonte das obrigaçõesSilvio Rodrigues: Vontade – contratos e promessa de recompensaLei – prestar alimentos, reparação de dano na teoria do riscoAto ilícito – situações provenientes de ação ou omissão culposa ou dolosa que causar dano a terceiroA lei é tida para Venosa como fonte imediata e no visor do CC 2002 são fontes mediatas os contratos, os atos unilaterais e o ato ilícito.

CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕESClassificação romana:FazerNão fazerDarPodem ainda ser positivas e negativasQuanto ao objeto: Simples – prestação implica em um só ato ou coisa singular ou coletivaConjuntas – prestação comporta mais de um ato ou mais de uma coisa devendo todos ser cumpridos. Outra classificação:Instantâneas – se exaurem em um só atoPeriódicas – cumpridas dentro de um espaço mais ou menos longoQuanto ao sujeito: unica ou múltipla(dividida em conjuntas e solidárias)São ainda: Divisíveis – objeto permite parcelamentoIndivisíveis – objeto não permite divisãoQuanto ao modo de execução podem ser:Simples – sem qualquer clausula restritivaConjuntivas – ligadas pela conjunção e – pagarei um boi e uma vacaAlternativas – pela conjunção ouFacultativas – o objeto é um só mas pode ser substituído por outro

OBRIGAÇÕES DE MEIO E OBRIGAÇÕES RESULTADOresultado – basta a prova de inexecução da obrigação – contrato de transporte e reparação de equipamentos – a culpa é irrelevante

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meio – devedor não se comportou bem no cumprimento da obrigação – advogado, medico – a culpa é relevante

OBRIGAÇÕES DE GARANTIANos contratos de garantia pura nem mesmo o caso fortuito ou força maior isentam o devedor de sua prestação já que a finalidade de tal obrigação é eliminar o risco.

OBRIGAÇÕES DE DARTem como conteúdo a entrega de uma coisa. Constitui na verdade no compromisso da entrega da sua coisa. Gera apenas um direito á coisa. Deve-se observar a tradição e transcrição no CRIAssim o vinculo obrigacional não faz a aquisição da propriedade.

OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTACerta será a coisa determinada, devidamente caracterizadas e individuada. O objeto é esta coisa certa e ela que servirá de adimplemento da obrigaçãoO credor não é obrigado a receber coisa diversa ainda que mais valiosa. Observar o principio da acessoriedade – o devedor deve entregar os acessórios mas se houver acréscimos(cômodos) pode cobrar por eles a devida importância.

RESPONSABILIDADE PELA PERDA OU DETERIORAÇÃO DA COISA NA OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTAObservar o momento da tradição. Perda – é o desaparecimento completo da coisa para fins jurídicosDeterioração – perda parcial da coisa e diminuição do seu valorObservar ainda se houve culpa ou não do devedor o que enseja o dever de indenizar.

MELHORAMENTOS, ACRESCIMOS E FRUTOS NA OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTASão os cômodos da obrigação. Enquanto não ocorrer a tradição, pertencem ao devedor podendo exigir o aumento do preço. Se o credor não anuir resolve-se a obrigação.Se houve má-fé do devedor a regra não deve prevalecer. Ao credor cabem os frutos pendentes. Frutos são riquezas normalmente produzidas por um bem: safra, rendimentos de capital.

OBRIGAÇÕES DE RESTITUIRÉ aquela que tem por objeto uma devolução de coisa certa, por parte do devedor, coisa essa que, por qualquer titulo encontra-se em poder do devedor(comodato, locação e deposito) A coisa pertence ao credor que a recebe de volta

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RESPONSABILIDADE PELA PERDA OU DETERIORAÇÃO DA COISA NA OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR

PERDA ANTES DETERIORAÇÃO ANTESSEM CULPA sofre o credor a perda e a obrigação credor deve recebe-la tal como

se resolve salvo direitos até o dia da perda se ache serm direito á indenizaçãoex: alugueis, seguro, etc...

COM CULPA responde o devedor pelo equivalente devedor responde pelo equivalentemais perdas e danos ou pela coisa mais perdas e danos

MELHORAMENTOS, ACRESCIMOS E FRUTOS NA OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR.

SEM DESPESAS OU TRABALHO COM DESPESAS OU TRABALHOlucra o credor regime de benfeitoriasdesobrigado de indenização

COM DESPESAS OU TRABALHO DO DEVEDORBOA-FÉ MÁ-FÉdireito aos aumentos e melhoramentos indenização aos acrescimos necessariosnecessários e uteisvoluptuários - pagamento do valor oulevantamento da benfeitoria se não prejudicar a coisadireito de retenção

observar a compensação das benfeitorias com os danos. O credor pode optar pelo pgto do custo ou valor atual

PERCEPÇÃO DOS FRUTOSBOA-FÉ MÁ-FÉtem direito aos frutos percebidos tem que responder pelos frutos colhidos

e percebidos bem como pelos quepor sua culpa perceber desde o momentoda má-fé. Tem direito ás despesas de produção e custeio.

EXECUÇÃO DA OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTAComodato – reintegração de posseCessão de imóvel para fins de emprego – despejoDeve ser executado para entrega de coisa certa nos moldes do arts. 621 CPC e ss permitindo a execução in natura substituída pela indenização quando for impossível ou resultar em constrangimento físico ao devedor.

OBRIGAÇÕES PECUNIÁRIASÉ a que tem por objeto certa quantia em dinheiro. Observar que é proibida qualquer estipulação em ouro ou moeda que não seja a nacional(nulidade)A regra é do nominalismo. As dividas em dinheiro so podem ser pagas no vencimento em moeda corrente ou pelo valor nominal. É licito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. Se por motivo imprevisível sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução pode o juiz corrigi-lo a pedido da parte de modo que assegure quando possível o valor real da prestação.

OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTATem por objeto a entrega de uma quantidade de certo gênero e não uma coisa especificada.

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A coisa incerta é indicada pelo gênero e quantidade. Ex: entregar uma tonelada de trigo. Nesse caso o devedor não pode alegar perda ou deterioração da coisa ainda que por força maior ou caso fortuito. Uma vez feita a escolha os princípios aplicáveis são de coisa certa. Devem as partes estipular quem deve escolher. Sem estipulação cabe ao devedor escolher um meio-termo. Regulada pelos arts.630 e ss. do CPC. Antes da escolha não pode ser alegada a perda ou deterioração da coisa.

OBRIGAÇÃO DE FAZERO conteúdo é uma atividade ou conduta do devedorO credor não é obrigado a aceitar que terceiro o faça se convencionado que o devedor o faça pessoalmente. Se o devedor se recusar incorre em indenização.

OBRIGAÇÃO DE FAZER FUNGIVEL E NÃO FUNGIVELSe a pessoa do devedor é facilmente substituível é fungível. Se não é infungivel. Se fungível pode o credor pedir para terceiro faze-lo á custa do devedor se este se recusar ou for moroso sem prejuízo de indenização. Em caso de urgência tal conduta pode ser adotada sem autorização judicial para posterior ressarcimento.

DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES DE FAZERDispostas no art. 632 e ss. abolição da cominatória. Observar tutelas 273 e 461 CPCO juiz pode determinar multa, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, etc...Astreintes – multa cominatoria diária de índole pecuniária por dia de atraso no cumprimento da obrigação. Existe ação de obrigação de prestar declaração de vontade que surge quando há um contrato preliminar e o devedor compromete-se a outorgar o contrato definitivo.

POR CULPA DO DEVEDOR SEM CULPA DO DEVEDORperdas e danos resolve-se a obrigação

Se o devedor não prestar o fato no prazo ou o fizer de modo incompleto ou defeituoso poderá o credor requerer ao juiz que no prazo de dez dias possa conclui-lo ou repara-lo por conta do devedor. Ouvido o devedor no prazo de cinco dias o juiz mandará avaliar o custo das despesas necessárias e condenará o devedor a paga-lo

OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZERO devedor compromete-se a uma abstenção.

MODO DE CUMPRIR A EXECUÇÃO FORÇADA DA OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZERExtingue-se a obrigação se for impossível a abstenção do ato. Se ocorrer por culpa do devedor deve indenizar. Se pratica o ato pode ser obrigado a desfaze-lo á sua custa mais perdas e danos. Não sendo possível desfazer o ato pede-se indenização

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OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS E FACULTATIVASObrigação cumulativa – ocorre quando é devida cumulativamente com o credor obtendo o direito de exigir todas elas do devedor. Obrigação alternativa – ocorre quando o devedor está obrigado a entregar uma das coisas objeto da obrigação. Se rege pelos artigos 252 a 256 do CC. Fica cumprida com a execução de qualquer das prestações que formam seu objeto. A escolha cabe ao devedor se não ficar estipulado o contrario. Somente quando é feita a escolha – concentração – é que o credor pode exigir o pagamento.

CARACTERISTICAS Objeto é plural ou compostoPrestações são independentes entre siConcedem um direito de opçãoApós a escolha concentra-se na prestação escolhida

Se uma obrigação tornar-se inexigível prevalece em relação á segunda. Quando houver pluralidade de sujeitos a escolha cabe á maioriaSe não houver um acordo entre os interessados a decisão deve ser judicial. Se no prazo estabelecido o devedor não se manifestar será notificado para que em dez dias realize a obrigação sob pena de restar constituído em mora. A concentração é irrevogável

CONCENTRAÇÃO E CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO ALTERNATIVAA obrigação é única mas as prestações são variadas. O direito é do devedor de escolha mas quando efetivada individualiza-se a prestação e as demais ficam liberadas como se desde o inicio fosse única a obrigação. Na duvida as clausulas são interpretadas em favor do devedorSe prestações anuais periódicas o devedor pode exercer a cada ano sua opção se não for avençado o contrario. Havendo vários optantes sem acordo, cabe ao juiz. Se terceiro for o escolhedor sua escolha e condição e sem ela nula a obrigação porém o juiz pode definir e concluir a obrigação ainda assim. O terceiro é mandatário dos interessados. Se uma das prestações perecer sem culpa do obrigado o direito do credor fica adstrito ás demais prestações. Se restar apenas uma delas a obrigação se converte em pura e simples. Se por culpa do devedor não se puder cumprir nenhuma das prestações fica obrigado a pagar o valor da ultima que se impossibilitou mais perdas e danos. Se perecerem sem culpa antes da constituição da mora extingue-se a obrigação. Se há diminuição do valor de uma das coisas não pode complementar com dinheiro salvo se o credor aceitar. Perecimento de todas as prestações - se a escolha cabia ao credor e a coisa pereceu por culpa do devedor pode escolher qualquer uma das prestações - valor - mais perdas e danos. Perecimento de uma das prestações – o credor pode exigir a subseqüente ou o valor mais perdas e danos se a escolha a ele cabia e a culpa foi do devedorSe há a perda por conta do credor de todas as prestações a obrigação desaparece mas ele deve indenizar o devedor.Se uma das coisas perece por conta de caso fortuito a obrigação fica pura e simples.

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O ato de escolha – concentração – não depende de formalidade podendo ser expresso pelo devedor até o pagamento e pelo credor até a propositura da ação.

RETRATABILIDADE DA CONCENTRAÇÃOA repetição so pode ser admitida se a obrigação for concluída por erro do declarante pois a regra é da irretratabilidade

ACRESCIMOS SOFRIDOS PELAS COISAS NAS OBRIGAÇÕES NEGATIVASSe todas sofreram acréscimos o credor deve pagar o maior volume daquela que escolher ou escolhida pelo devedor sob pena de extinção da obrigaçãoSe apenas uma das coisas acrescer e o devedor puder escolher pode entregar a de menor valor ou se depender do credor escolher a de menor valor ou pagar a diferença do acréscimo.

OBRIGAÇÕES FACULTATIVASTem por objeto uma obrigação principal mas o devedor pode liberar-se pagando outra prestação da avença de caráter subsidiário. Ao demandar a obrigação facultativa o credor só pode exigir a obrigação principal. Não há concentração mas exercício de opção

OBRIGAÇÕES DIVISIVEIS E INDIVISIVEISDivisíveis são as obrigações passiveis de cumprimento fracionado. Indivisíveis aquelas que devem ser cumpridas em sua integralidade. Algo pode ser dividido quando as partes divididas mantem as mesmas propriedades do todoIndivisíveis as que não se podem partir sem alteração de sua substancia ou por vontade da lei ou das partes. A indivisibilidade pode ser material ou jurídica. Ex: quando a lei proíbe o fracionameno de imóvel abaixo de determinada área. Depende sempre do objeto e da vontade das partes. A obrigação de restituir é indivisível e a de não fazer em regra tambem.

PLURALIDADE DE CREDORES OU DEVEDORESHavendo mais de um credor ou devedor em obrigação divisível esta presume-se dividida em tantas obrigações iguais e distintas quanto eles. Se houver mais de um devedor ou credor e a prestação não for divisível cada um será obrigado pela divida toda. O devedor que paga a divida subroga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados. Se a pluralidade for de credores poderá cada um destes exigir a divida inteira. Mas o devedor ou devedores se desobrigarão pagando a todos conjuntamente ou a um dando este caução de ratificação dos outros credores. Se um dos credores remitir a divida os demais credores somente poderão exigir descontada a cota do credor remitente. Quando uma obrigação se resumir em perdas e danos perderá o caráter de indivisível. Em matéria de prescrição esta aproveita a todos os devedores bem como interrupção e suspensão a mesma coisa a nulidade da obrigação e defeito com relação a uma das partes.

INDIVISIBILIDADE E SOLIDARIEDADE

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OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA OBRIGAÇÃO INDIVISIVELresulta do vinculo juridico resulta da natureza da prestação

cada devedor deve por inteiroo devedor paga por inteiro porque impossivel outro meio

reside nas pessoas, lei ou titulo reside na coisa, vontade ou leipermanece no tocante á indenização extingue-se no tocante á indenização

OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIASArtificio técnico usado para reforçar um vinculo visando a solução da divida. Não se presume decorre sempre da vontade ou da lei.

OBRIGAÇÕES IN SOLIDUMOcorrem quando vários agentes aparecem devendo a totalidade mas sem serem solidários. Deve-se observar se há causa comum, origem comum da obrigaçãoA ligação ocorre pelo mesmo fatoOs liames dos envolvidos são independentes – mora, valores a serem pagos, prescrição, etc...

CARACTERISTICAS E FUNDAMENTOS DA SOLIDARIEDADEÉ relação obrigatória unitária compreensiva do credor e de todos os devedores solidários que encerra uma pluralidade de créditos, do credor contra cada um dos devedores solidários. Duas características:Unidade de prestaçãoPluralidade e independência de vinculo

FONTES DA SOLIDARIEDADELeiContratoNa duvida inexiste solidariedadeNão pode decorrer de sentençasDeve ser sempre expressaQuem a alega deve provar

SOLIDARIEDADE ATIVAÉ a que contem mais de um credor todos podendo cobrar a divida por inteiroEx: contrato de cofres de segurançaCada credor pode reclamar de qq dos devedores integralmente o debitoO pagamento, compensação, novação e remissão extingue a obrigação, feito a qq. Credor salvo se este já acionou o devedor judicialmente. Este responderá aos outros pelas partes que lhes caibam. A constituição em mora de um dos co-credores favorece todos os demais bem como interrupção e renuncia da prescriçãoQq credor poderá propor ação para cobrar o debito e outro poderá ser assistenteA incapacidade mantém o caráter solidário do debito. A constituição em mora de um credor prejudica os demaisDesaparece para com os herdeirosA conversão em perdas e danos mantem a solidariedade correndo a todos o proveito dos juros

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Extingue-se pelo pagamento, novação, compensação e remissão. consignação, confusão e transação.

SOLIDARIEDADE PASSIVAObriga todos os devedores ao pagamento total da divida. Direito individual de persecução da divida – não importa em renuncia á solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores. A morte de um dos devedores não extingue a obrigação, os devedores respondem pela cota parte salvo de indivisibilidade material. Clausula, condição ou obrigação adicional não pode agravar a posição de outros devedores salvo se com o consentimento deles. Se impossibilitada a obrigação por culpa de um devedor, cada um responde integralmente pelo equivalente mas só ele por perdas e danosObservar que as exceções gerais aproveitam a todos e as pessoais somente a quem as alega.

ASPECTOS PROCESSUAIS DA SOLIDARIEDADE. A COISA JULGADA. Quando na ação não participarem todos os devedores solidários a doutrina inclina-se em atingir apenas os participes da ação. Deve-se porém tentar julgar todos os processos se viável ou dotar-se uma solução homogênea.

PAGAMENTO PARCIALNão aproveita aos outros devedores salvo até a concorrência da quantia paga ou relevada.

OUTRAS MODALIDADES DE OBRIGAÇÕES

OBRIGAÇÕES PRINCIPAIS E ACESSÓRIASHá obrigações que nascem por si próprias e aquelas que se agregam a obrigações já existentes. São comuns a fiança, a garantia pessoal, o penhor, a hipoteca. São ainda evicção, juros. Observar que a obrigação acessória segue a principal. Observar ainda que os juros são obrigações acessórias mas podem ser demandados autonomamente.

OBRIGAÇÕES LIQUIDAS E ILIQUIDASLiquida é aquela obrigação certa quanto á sua existência e determinada quanto ao seu objeto. Ilíquida é a que depende de previa apuração para a verificação do seu exato objeto. Deve se tornar liquida para ser executada forçosamente. A conversão é feita em juízo por liquidação. A sentença porém deve sempre procurar ser liquida. Na obrigação ilíquida há necessidade de previa liquidação para o devedor ser constituído em mora. Os juros de mora são contados desde a citação.

OBRIGAÇÕES CONDICIONAISNão existe a obrigação enquanto não se implementar a condição que a originou. . Observar se a condição é resolutiva ou apenas condição.

OBRIGAÇÕES MODAIS

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O encargo ou modo é uma obrigação acessória que se impõe aquele que recebe por uma liberalidade. Ex: cessão de direitos autorais com obrigação de exemplares gratuitos a terceiros.

OBRIGAÇÕES A TERMOO termo é o momento em que sua exigibilidade se inicia ou extingue. Antes do termo uma obrigação não pode ser exigida. Salvo no caso de abertura de concurso creditório, se os bens forem penhorados em execução por outro credor, se cessarem ou se tornarem insuficientes as garantias e o devedor intimado negar-se a reforça-las.

OBRIGAÇÕES DE JUROS

Os juros são uma remuneração que o credor pode exigir do devedor por se privar de uma quantia em dinheiro. Deve ser em dinheiro mas pode ser em espécie em obrigações diversas de dinheiro. São juros civis do capital e por isso acessória da divida principal. Após o surgimento da divida podem se autonomizar. Podem ser: Convencionais ou legais, moratórios ou compensatórios. Moratória pena imposta ao devedor pelo atraso no cumprimento da obrigação. Compensatória pelo fato de o credor estar privado da disponibilidade de um capital. A lei da usura surgiu em 1933 com o decreto 22626. O decreto lei limitou os juros em 12% ao ano 182/38. Outras normas tratam do assunto inclusive a lei dos crimes contra a economia popular. A CF estabelece o limite anual de juros em 12% - 192, parágrafo 3 mas o STF entende não ser auto aplicavel. O CC diz que os juros moratórios não convencionados ou sem taxa estipulada ou não provinientes da lei são fixados de acordo com a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos á fazenda nacional. Os juros convencionados podem ser até de 12%. Observar que os juros começam a correr a partir da mora do devedor, salvo os compensatórios. A mora no ato ilícito decorre do próprio ato. Nas obrigações que não são de valor a partir da sentença ou acordo que as transformou. Nas obrigações ilíquidas quando da citação.

ANATOCISMOContagem de juros sobre juros. Decreto 22626/33 não permite sua cobrança

OBRIGAÇÕES PECUNIÁRIASObrigação de dar. Só é aceita em moeda corrente(nominalismo da moeda)É nula qualquer estipulação em moeda estrangeira ou ouro salvo contratos de importação e exportação. Obrigação em dinheiro – quantia estampada em titulo de creditoDivida de valor – revisão monetáriaHá previsão no CC de possibilidade de alteração judicial do valor nominal da divida

TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES

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CESSÃO DE CREDITOÉ a substituição por ato inter vivos da figura do credorCessão = alienação de bens imateriaisCedente – quem aliena o direitoCessionário – que adquire o direitoCedido – devedor a quem incumbe cumprir a obrigaçãoConceito = negocio jurídico pelo qual o credor transfere a terceiro seu direito. Não podem ser cedidos os créditos inalienáveis por sua natureza, por lei ou convenção. A clausula proibitiva deve constar do instrumento da obrigação sob pena de não poder ser aposta a terceiro de boa-fé; Os acessórios acompanham o credito da cessão salvo contrarioO devedor não precisa anuir basta tomar ciência de quem é o credor.

POSIÇÃO DO DEVEDORNão é parte no negocio da cessão. Deve ser notificado do ato para efetuar o pagamento. A notificação pode ser publica ou particular de forma idônea, deve ser escrita para valer-se com relação a terceiros. Ocorrendo várias cessões do mesmo credito prevalece a que se completar com a tradição do titulo cedido. As exceções que cabem ao devedor quando tiver conhecimento da cessão podem ser opostas ao cedente e cessionário salvo se o cedente simular. Isto porque o credito se transfere com todas as suas caracteristiscas. É um contrato simplesmente consensual.

REQUISITOSPossibilidade jurídica da transmissãoNão pode contrarias exceções legaisAbrange os acessóriosPlena capacidade do cedente e poderes específicos na representaçãoNão podem ser impedidos Deve ser cedido pelo titular

RESPONSABILIDADEDo cedido é pagar a dividaO cedente é responsável pela existência do credito ao tempo de cessão salvo se gratuitaResponderá pela solvência do cedido se o fizer expressamente. O credito penhorado não pode ser transferido pelo credor que a conhecer mas o devedor pode pagar validamente ao cessionário se não souber notificadamente dela.

ESPÉCIESOnerosaGratuitaConvencionalPro soluto - a transferência pelo cedente o exime de responsabilidade pelo creditoPro solvendo – cedente continua responsável pelo pagamentoJudicial Legal

EFEITOS

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Recebe o credito o cessionário substituindo o cedente na obrigaçãoSurgimento de obrigações inerentes ao cedente sob pena de responsabilizaçãoGera direito ao cedido de tomar medidas de conservação do credito

ASSUNÇÃO DA DIVIDAOcorre quando o devedor transfere a divida a terceiro desde que com a concordância do devedor. Se o credor for interpelado pode ser seu silencio interpretado como recusa. É negocio jurídico. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo consideram-se extintas as garantias especiais por ele originalmente dadas ao credor salvo ser terceiro assentir.

CARACTERISTICASContratualBilateralLivre ou especial

ESPECIESPor acordo entre terceiro e o credor – expromissão italianaPor acordo entre terceiro e o devedor - delegaçãoAssunção de debito imperfeita – quando o devedor continua responsável cumulativamente pela dividaAssunção perfeita – exclui devedor primitivo

EFEITOSExceções oponíveis pelo primitivo devedor transferem-se ao assuntor salvo as pessoaisSubstituição do devedor na mesma relação obrigacionalLiberação ou não do devedor originário

CESSÃO DE POSIÇÃO CONTRATUALContrato é um bem jurídicoÉ negocio jurídico no qual uma das partes – cedente – com o consentimento do contratante – cedido – transfere sua posição no contrato a terceiro – cessionário. A teoria unitária explica a natureza jurídica do instituto atípico – a transmissão é total, unitária da posição jurídica do primeira contratante para terceiro.

OBSERVARNinguém pode ceder o que não tem. O cedente é responsável pela existência do contrato, sua validade e posição que está cedendo sob pena de indenização mais ressarcimento. Se não existir o contrato o objeto é inexistente.O contrato base deve constar do instrumento de cessãoDever de informação é essencialO contrato pode ser cedido em transito não se transferindo as obrigações já vencidas. Não pode haver cessão por clausula á ordem.A matéria NÃO É TRATADA em nossa legislação.

PAGAMENTOÉ meio de extinção de obrigaçãoÉ a solução do pagamento.

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É forma de liberação do devedor mediante prestação do obrigaqdo. Existem várias teorias acerca da natureza jurídica do pagamento: Fato jurídicoNegocio jurídico

DE QUEM DEVE PAGAR – O SOLVENSO devedor ou até terceiroPode ser feito por representantes seus. Ou terceiro interessado ou não. No caso de pagamento de terceiro o credor deve anuir. O terceiro não interessado deve pagar em nome e por conta do devedor. Se não for assim o pagador não se sub roga nos direito do credor somente poderá cobrar o débito posterior. Se o fizer por liberalidade pode entrar com ação de enriquecimento sem causa. Se o devedor se opor ao pagamento e este for feito o devedor não está obrigado a reembolsa-lo se tinha meios de faze-lo.

A QUEM SE DEVE PAGAR. O ACCIPIENS.

O pagamento deve ser feito ao credor. Existem exceções:Por exemplo representante do credor – sindico, administrador judicial, terceiro convencionado no contrato. Se o credor ratificar um pagamento não valido ele ganha validade. O portador da quitação aparentemente está autorizado a receber.

CREDOR PUTATIVOPagamento efetivado a quem tenha mera aparência de credor ou de pessoa autorizada. Se feito de boa fé é valido.

QUANDO O PAGAMENTO FEITO A TERCEIRO DESQUALIFICADO SERA VALIDONo caso de ratificação pelo credorSe o pagamento se reverter em beneficio do credor(somente no montante em que se reverter)Ao credor putativo

PAGAMENTO FEITO AO INIBIDO DE RECEBERAo incapaz conhecida a incapacidade, se o credor não provar que se reverteu á elePagamento ao credor após intimação da penhora ou impugnação aposta por terceirosDevedor falido no momento de abertura da falência em diante

OBJETO DO PAGAMENTO E SUA PROVAO objeto é aquilo que foi acordadoNão é obrigado a receber por partes ou em parcelas se não for convencionado em obrigações divisíveisPerdas e danos são substituições de pagamento e não o próprio. Não o são outros institutos tais como transação etc. Observar que: É permitida moeda estrangeira em contratos de importação e exportação, compra e venda de cambio e com pessoas residentes no estrangeiro

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O juiz pode corrigir o valor do pagamento a pedido da parte quando ocorrerem fatos imprevisíveis que proporcionem defasagem manifesta entre o valor original da prestação devida e o valor do momento da execução da prestação – teoria da imprevisãoNas indenizações por ato ilícito prevalecerá o valor mais favorável ao lesado.

PROVA DO PAGAMENTOÉ a demonstração material, palpável de um fato, ato ou negocio jurídico. Quem paga deve se munir da prova do pagamento. Se não for dada quitação do devedor pode reter o pagamentoÉ possível a prova testemunhal se houver inicio de prova escrita ou não for possível obter a quitação em razão do credor. O credor que não quer dar a quitação pode ser acionado judicialmente para faze-lo.