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Direito Civil

Professora Tatiana Marcello

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

LIVRO I

DAS PESSOAS

TÍTULO I

Das Pessoas Naturais

CAPÍTULO IDA PERSONALIDADE E DA

CAPACIDADE

Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deve-res na ordem civil.

Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:

I – os menores de dezesseis anos;

II – os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discerni-mento para a prática desses atos;

III – os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.

Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:

I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

II – os ébrios habituais, os viciados em tó-xicos, e os que, por deficiência mental, te-nham o discernimento reduzido;

III – os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;

IV – os pródigos.

Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.

Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.

Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:

I – pela concessão dos pais, ou de um de-les na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologa-ção judicial, ou por sentença do juiz, ouvi-do o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;

II – pelo casamento;

III – pelo exercício de emprego público efe-tivo;

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IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;

V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos au-sentes, nos casos em que a lei autoriza a abertu-ra de sucessão definitiva.

Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:

I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;

II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.

Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as bus-cas e averiguações, devendo a sentença fi-xar a data provável do falecimento.

Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.

Art. 9º Serão registrados em registro público:

I – os nascimentos, casamentos e óbitos;

II – a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;

III – a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;

IV – a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.

Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:

I – das sentenças que decretarem a nulida-de ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;

II – dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação;

III – dos atos judiciais ou extrajudiciais de adoção. (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)

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Direito Civil – Personalidade e da Capacidade – Profª Tatiana Marcello

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Slides – Personalidade e da Capacidade

DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE

• As “pessoas” podem ser de 2 espécies:

• Pessoas Naturais (Pessoas Físicas) – são todos os seres humanos;

• Pessoas Jurídicas – entes formados por uma coletividade de pessoasou de bens, que, por força de lei, adquirem personalidade jurídica.

• “Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.“

• “Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; masa lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.”

• Personalidade – “aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigaçõesou deveres na ordem civil”. Ligada ao conceito de pessoa. Ao nascer com vida,torna-se pessoa, adquirindo personalidade e capacidade.

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• Capacidade - há dois tipos que não podem ser confundidos:

- Capacidade de Direito = de Gozo = Jurídica – própria do ser humano e começado nascimento com vida e só termina com a morte (art. 2º, CC);

- Capacidade de Fato = de Exercício = de Ação – é a capacidade de exercerpessoalmente os atos da vida civil, que em regra, é adquirida com amaioridade (18 anos).

• Todas as pessoas possuem capacidade de direito, mas nem todas possuemcapacidade de fato.

• A pessoa que possui capacidade de direito + capacidade de fato, tem achamada capacidade plena.

• Incapacidade da Pessoa Física

• Quando se fala em incapacidade, trata-se da falta de capacidade de fato, jáque capacidade de direito toda pessoa física possui.

• O instituto da incapacidade serve para proteger a pessoa que não possui ocompleto discernimento para os atos da vida civil.

• A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.

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Direito Civil – Personalidade e da Capacidade – Profª Tatiana Marcello

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Graus de IncapacidadeArt. 3o São absolutamente incapazes de exercerpessoalmente os atos da vida civil:

Art. 4o São relativamente incapazes a certos atos,ou à maneira de os exercer:

I - os menores de 16 anos (menor impúbere); I - os maiores de 16 e menores de 18 anos (menorpúbere);

II - os que, por enfermidade ou deficiênciamental, não tiverem o necessário discernimentopara a prática desses atos;

II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e osque, por deficiência mental, tenham odiscernimento reduzido;

III - os que, mesmo por causa transitória, nãopuderem exprimir sua vontade.

III - os excepcionais, sem desenvolvimento mentalcompleto;

IV - os pródigos ($)

• Os absolutamente incapazes devem ser representados (pelos pais, tutoresou curadores) para que o negócio jurídico seja considerado válido, sendo nuloo negócio quando celebrado por pessoa absolutamente incapaz (art. 166, I,CC).

• Os relativamente incapazes devem ser assistidos (pelos pais, tutores oucuradores), já que é anulável o negócio jurídico por incapacidade relativa doagente (art. 171, I, CC).

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Absolutamente incapaz Relativamente incapaz

- Deve ser representado - Deve ser assistido

- Se não for representado, o negócio é nulo

- Se não for assistido, o negócio é anulável

Cessação da Incapacidade

• Geralmente, a incapacidade cessa pela extinção da sua causa: atingir amaioridade (18 anos completos); a cura de uma doença mental; areabilitação do dependente de álcool ou drogas; ou pela emancipação.

• Prevê o art. 5o do CC que A menoridade cessa aos dezoito anos completos,quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.

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Emancipação• A emancipação (antecipação da capacidade do menor) se dará:

I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumentopúblico (emancipação voluntária), independentemente de homologação judicial, oupor sentença do juiz, ouvido o tutor (emancipação judicial), se o menor tiver 16 anoscompletos (para ambos os casos);

II - pelo casamento;

III - pelo exercício de emprego público efetivo;

IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego,desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economiaprópria

(emancipação legal - automática)

• Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quantoaos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.

• Morte Real – quando o corpo é examinado e a morte confirmada por atestado deóbito.

• Morte Presumida – quando não existe prova física da morte; a pessoa está ausente,desaparecida, mas o corpo não é encontrado, presumindo-se, então, que está morta.

• Comoriência - Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não sepodendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ãosimultaneamente mortos.

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• Art. 9o Serão registrados em registro público:

I - os nascimentos, casamentos e óbitos;II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.

• Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:

I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, aseparação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;

II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação;

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

LIVRO I

DAS PESSOAS

TÍTULO I

Das Pessoas Naturais

(...)

CAPÍTULO IIDOS DIREITOS DA PERSONALIDADE

Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissí-veis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercí-cio sofrer limitação voluntária.

Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.

Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobreviven-

te, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.

Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando im-portar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.

Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.

Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou al-truístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.

Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.

Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a sub-meter-se, com risco de vida, a tratamento médi-co ou a intervenção cirúrgica.

Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.

Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empre-gado por outrem em publicações ou represen-tações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.

Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.

Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.

Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a trans-missão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa po-

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derão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atin-girem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.

Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para re-querer essa proteção o cônjuge, os ascen-dentes ou os descendentes.

Art. 21. A vida privada da pessoa natural é invio-lável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impe-dir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.

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Direito Civil – Direitos da Personalidade – Profª Tatiana Marcello

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Slides – Direitos da Personalidade

DIREITOS DA PERSONALIDADE

• O direito da personalidade é o direito da pessoa de defender o que lhe épróprio como a vida, a identidade, a liberdade, a imagem, o nome, aigualdade, a privacidade, a honra, etc.

• São direitos que se referem à natureza do ser humano, a fim de garantir arealização plena da sua condição de pessoa.

• Observa-se que esses direitos não têm caráter patrimonial e sim pessoal.

• Todos os direitos da personalidade são protegido pela Constituição Federalem cláusula pétrea.

• Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade sãointransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitaçãovoluntária.

• Intransmissíveis e irrenunciáveis: acarretam a indisponibilidade dos direitos, nãopodendo seus titulares deles dispor, transmitir a terceiros ou renunciar.

• Indisponibilidade relativa: Posso dispor de direito da personalidade? Nos casosprevistos em lei (ex.: exploração da imagem de famoso; cessão de tecidos e órgãosgratuitamente para fins autruísticos e científicos após a morte... ).

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• Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade,e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.

• Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer amedida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linhareta, ou colateral até o quarto grau.

• Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo,quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bonscostumes.

Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante,na forma estabelecida em lei especial.

• Exemplo 1: a lei permite a doação de órgãos e tecidos para fins de transplante, taiscomo rim, fígado, pulmão, medula óssea... mas, não é possível a pessoa (viva) doarseu coração.

• Exemplo 2: é permitido a cirurgia plástica corretiva ou estética, desde que nãocausando dano à integridade física do paciente e não contrariando os bons costumes.

• Exemplo 3: é permitida amputação, por exigência médica, para resguardar a vida ousaúde do paciente.

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• Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita dopróprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquertempo. (casos de quem dispôs em escritura pública, documento ou testamento)

• Exemplo 1: doação de órgãos e tecidos após a morte (fins altruísticos).• Exemplo 2: disposição do corpo para estudos em universidades (fins científicos).

• Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, atratamento médico ou a intervenção cirúrgica.

• O profissional da saúde deve, sempre que possível, respeitar a vontade do paciente(Princípio da Autonomia). Entende-se que, mesmo em casos como os de recusa detransfusão de sangue por razões religiosas, prevalece a vontade do paciente(Enunciado n. 403, CJF – V Jornada de Direito Civil).

• Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e osobrenome.

• O nome é um dos direitos da personalidade; individualiza a pessoa durante sua vida eapós a morte, além de indicar sua procedência familiar.

• A pessoa tem direito a usá-lo e de defendê-lo contra usurpação, como no caso dedireito autoral, e contra exposição ao ridículo.

• Prenome: nome próprio de cada pessoa que a distingue dos demais membros dafamília, podendo ser livremente escolhido pelos pais, desde que não exponha o filhoao ridículo.

• Sobrenome (também chamado de patronímico ou apelido familiar): sinal queidentifica a procedência da pessoa, indicando sua filiação; mas também decorrer docasamento, adoção, afinidade...

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• Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ourepresentações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não hajaintenção difamatória.

• A pessoa tem o direito de usar e defender seu nome contra abuso de terceiro quevenha a expô-lo a desprezo público indevidamente.

• Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propagandacomercial.

• Vedado por caracterizar enriquecimento indevido. Mas, mediante autorização, épermitida a utilização do nome por algum interesse social ou promoção de venda deproduto ou serviço, mediante remuneração.

• Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá aonome. (ex.: nome artístico)

• Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou àmanutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra,ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão serproibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lheatingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a finscomerciais.

• Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas pararequerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.

• Direito de não ter sua imagem exposta em público ou mercantilizada sem o seuconsentimento, nem de ter sua personalidade alterada a ponto de causar dano a suareputação.

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• Algumas limitações ao direito à imagem (dispensa autorização):

a) pessoa notória, que utiliza-se de sua imagem publicamente pode ter sua imagemexposta no que diz respeito a sua atividade, prezando-se também, pelo direito àinformação (porém, sua vida privada deve ser preservada);

b) pessoa com função pública de destaque, que não pode impedir que sua atividadeseja filmada, fotografada, divulgada, ressalvando-se sua intimidade;

c) necessidade de administração da justiça ou manutenção de ordem pública (ex.:foto de um procurado pela polícia);

d) pessoa que figura apenas como parte do cenário (ex.: praia, rua, show, festa);

e) necessidade de identificação obrigatória (ex.: foto na carteira de identidade).

• Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento dointeressado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar atocontrário a esta norma.

• Privacidade: compreende a intimidade, o sigilo bancário, inviolabilidade decorrespondência, o recolhimento em sua residência, a escolha do modo de viver, oshábitos, etc.

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

LIVRO IDAS PESSOAS

(...)

TÍTULO II

Das Pessoas Jurídicas

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito pú-blico, interno ou externo, e de direito privado.

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:

I – a União;

II – os Estados, o Distrito Federal e os Terri-tórios;

III – os Municípios;

IV – as autarquias;

IV – as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)

V – as demais entidades de caráter público criadas por lei.

Parágrafo único. Salvo disposição em con-trário, as pessoas jurídicas de direito públi-co, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.

Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pes-soas que forem regidas pelo direito internacio-nal público.

Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:

I – as associações;

II – as sociedades;

III – as fundações.

IV – as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

V – os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

VI – as empresas individuais de responsabi-lidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)

§ 1º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao

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poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

§ 2º As disposições concernentes às asso-ciações aplicam-se subsidiariamente às so-ciedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

§ 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedi-da, quando necessário, de autorização ou apro-vação do Poder Executivo, averbando-se no re-gistro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.

Parágrafo único. Decai em três anos o direi-to de anular a constituição das pessoas jurí-dicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.

Art. 46. O registro declarará:

I – a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando hou-ver;

II – o nome e a individualização dos funda-dores ou instituidores, e dos diretores;

III – o modo por que se administra e repre-senta, ativa e passivamente, judicial e extra-judicialmente;

IV – se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;

V – se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;

VI – as condições de extinção da pessoa ju-rídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.

Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.

Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.

Parágrafo único. Decai em três anos o direi-to de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.

Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provi-sório.

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurí-dica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Públi-co quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particu-lares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurí-dica ou cassada a autorização para seu funcio-namento, ela subsistirá para os fins de liquida-ção, até que esta se conclua.

§ 1º Far-se-á, no registro onde a pessoa ju-rídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.

§ 2º As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.

§ 3º Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurí-dica.

Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalida-de.

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Direito Civil – Disposições Gerais – Das Pessoas Jurídicas – Profª Tatiana Marcello

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Slides – Disposições Gerais – Das Pessoas Jurídicas

DISPOSIÇÕES GERAIS

• Conceito de Pessoa Jurídica: A pessoa jurídica é a unidade de pessoas naturais ou depatrimônios que visa à obtenção de certas finalidades, reconhecida pela ordemjurídica como sujeito de direitos e obrigações. (Maria Helena Diniz)

• A principal característica da pessoa jurídica é o fato de ter personalidade própria ediversa da dos indivíduos que a compõe. Assim, o patrimônio dos sócios não seconfundem com o patrimônio da PJ, de forma que, em regra, não podem serpenhorados os bens dos sócios por dívidas da sociedade.

• Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direitoprivado.

Pessoas Jurídicas de Direito Público (Interno) Pessoas Jurídicas de Direito Privado

União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios

Associações (união de pessoas sem fins lucrativos –fins culturais, educacionais, esportivos...)

Autarquias (INSS, INCRA), inclusive as associações públicas (ex.: consórcios públicos);

Sociedades (união de pessoas para exercício de atividade econômica - S.A, Ltda...)

Demais entidades de caráter público criadas por lei(ex.: Fundações Públicas, Agências Reguladoras)

Fundações (universalidade de bens para fins de beneficiar terceiros – Fundação Ayrton Senna)

Pessoas Jurídicas de Direito Público (Externo) Organizações religiosas (Professam uma religião -Igrejas, Dioceses, Congregações...)

Estados estrangeiros Partidos políticos (leis específicas)

Todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público (União Européia, Mercosul, ONU,

Unesco, Unicef...)

Empresas individuais de responsabilidade limitada(EIRELI – art. 980-A, CC – empresa constituída por uma

única pessoa natural)

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• PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO - PECULIARIDADES

• Art. 41, Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas dedireito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no quecouber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código. (Ex.: fundaçõespúblicas e agências reguladoras)

• Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros etodas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.

• Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveispor atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvadodireito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpaou dolo.

• PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO – PECULIARIDADES (Art. 44)

• § 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamentodas organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhesreconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seufuncionamento.

• § 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto emlei específica.

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Direito Civil – Disposições Gerais – Das Pessoas Jurídicas – Profª Tatiana Marcello

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• A PJ é dotada de personalidade jurídica, sendo sujeito de direitos e deveres.

• Início da Personalidade - Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas dedireito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida,quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-seno registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único.Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direitoprivado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de suainscrição no registro.

• Fim da Personalidade (Extinção da Pessoa Jurídica) – Finda a personalidade com adissolução da pessoa jurídica ou cassação da autorização para seu funcionamento,porém, subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua (Art. 51).

• Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização paraseu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.

• § 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de suadissolução.

• § 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, àsdemais pessoas jurídicas de direito privado.

• § 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoajurídica.

• A dissolução, ou cessação da autorização, deverá ser averbada no registro ondeestiver inscrita, mas o cancelamento da inscrição se dará após encerrada aliquidação.

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• Art. 46. O registro declarará:

I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quandohouver;

II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;

III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial eextrajudicialmente;

IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; (ex.:maioria simples, absoluta, por unanimidade)

V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;

VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nessecaso.

• REPRESENTAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA

• Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limitesde seus poderes definidos no ato constitutivo.

• Em regra, a Pessoa Jurídica é representada pelos seus administradores nomeados,nos limites dos poderes definidos no ato constitutivo (art. 47, CC).

• Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarãopela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de mododiverso. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que serefere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo,simulação ou fraude.

• Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento dequalquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.

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• DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

• Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio definalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento daparte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitosde certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bensparticulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

• Com a finalidade de evitar o mau uso da PJ, a Desconsideração da PersonalidadeJurídica permite que o juiz, em caso de desvio de finalidade ou confusão patrimonial,desconsidere o princípios de que a PJ tem personalidade distinta da dos seusmembros (Princípio da Autonomia Patrimonial), fazendo com que se possa atingir osbens particulares dos sócios pra satisfazer dívidas da sociedade.

• A desconsideração é episódica e temporária, não importando em dissolução da PJ.

• Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos dapersonalidade.

• Muito embora os direitos da personalidade sejam atributos da pessoa humana, a PJ,detentora de personalidade jurídica conferida pela lei, também recebe a proteção,no que couber. (Ex.: direito ao nome, à honra, à imagem, à boa reputação...)

• Súmula 227, STJ – “a pessoa jurídica pode sofrer dano moral”.

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu san-ciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

LIVRO I

DAS PESSOAS

TÍTULO II

Das Pessoas Jurídicas

CAPÍTULO IIDAS ASSOCIAÇÕES

Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.

Parágrafo único. Não há, entre os associa-dos, direitos e obrigações recíprocos.

Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:

I – a denominação, os fins e a sede da asso-ciação;

II – os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;

III – os direitos e deveres dos associados;

IV – as fontes de recursos para sua manu-tenção;

V – o modo de constituição e de funciona-mento dos órgãos deliberativos;

VI – as condições para a alteração das dis-posições estatutárias e para a dissolução.

VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.

Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais.

Art. 56. A qualidade de associado é intransmis-sível, se o estatuto não dispuser o contrário.

Parágrafo único. Se o associado for titu-lar de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da quali-dade de associado ao adquirente ou ao her-deiro, salvo disposição diversa do estatuto.

Art. 57. A exclusão do associado só é admissí-vel havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.

Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedi-do de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos ca-sos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.

Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral:

I – destituir os administradores;

II – alterar o estatuto.

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Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembléia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores.

Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promo-vê-la.

Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referi-das no parágrafo único do art. 56, será destina-do à entidade de fins não econômicos designa-da no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.

§ 1º Por cláusula do estatuto ou, no seu si-lêncio, por deliberação dos associados, po-dem estes, antes da destinação do rema-nescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao pa-trimônio da associação.

§ 2º Não existindo no Município, no Esta-do, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que re-manescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.

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Direito Civil – Das Associações – Profª Tatiana Marcello

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Slides – Das Associações

DAS ASSOCIAÇÕES

• Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem parafins não econômicos.

• Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.

• Conceito: É uma pessoa jurídica de direito privado voltado à realização de finalidadesnão lucrativas, ou seja, culturais, educacionais, esportivas, sociais, religiosas,recreativas, etc., cuja existência legal surge com a inscrição do estatuto social que adisciplina, no registro competente (Maria Helena Diniz).

• Exemplos: APAE, Associação de Pais e Mestres, Associação dos Advogados de SãoPaulo.

Pessoas Jurídicas de Direito Público (Interno) Pessoas Jurídicas de Direito Privado

União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios

Associações (união de pessoas sem fins lucrativos –fins culturais, educacionais, esportivos...)

Autarquias (INSS, INCRA), inclusive as associações públicas (ex.: consórcios públicos);

Sociedades (união de pessoas para exercício de atividade econômica - S.A, Ltda...)

Demais entidades de caráter público criadas por lei Fundações (universalidade de bens para fins de beneficiar terceiros – Fundação Ayrton Senna)

Pessoas Jurídicas de Direito Público (Externo) Organizações religiosas

Estados estrangeiros Partidos políticos (leis específicas)

Todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público

Empresas individuais de responsabilidade limitada(EIRELI – art. 980-A, CC)

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• Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:

I - a denominação, os fins e a sede da associação;II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;III - os direitos e deveres dos associados;IV - as fontes de recursos para sua manutenção;V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.

• Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituircategorias com vantagens especiais.

• Em regra, vige o princípio da isonomia associativa, ou seja, que os associados têmdireito iguais; porém, o estatuto pode prever categorias com vantagens, como porexemplo, categoria dos fundadores com direitos de a não serem alterados sem seuconsenso, os beneméritos que ficam dispensados de pagamentos de contribuiçõesmensais, , sócios remidos de determinados clubes, que pagam uma importância paraterem vitaliciedade...

• Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser ocontrário.

• A qualidade de associado somente poderá ser transmitida a terceiros, onerosa ougratuitamente, com o consenso da associação ou se o estatuto permitir.

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Direito Civil – Das Associações – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assimreconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nostermos previstos no estatuto.

• Dentre as sanções disciplinares aplicáveis aos associados por infringirem normasestatutárias ou praticarem atos prejudiciais ao grupo, há a possibilidade de exclusãodo associado, desde que haja justa causa e lhe sejam assegurados os direitos dedefesa e recurso.

• Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhetenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na leiou no estatuto.

• Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral:

I – destituir os administradores;

II – alterar o estatuto.

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• Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depoisde deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo únicodo art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada noestatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal,estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.

• § 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados,podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receberem restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestadoao patrimônio da associação.

• § 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, emque a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o queremanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federalou da União.

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu san-ciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

LIVRO I

DAS PESSOAS

TÍTULO II

Das Pessoas Jurídicas

CAPÍTULO IIIDAS FUNDAÇÕES

Art. 62. Para criar uma fundação, o seu institui-dor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.

Parágrafo único. A fundação somente po-derá constituir-se para fins religiosos, mo-rais, culturais ou de assistência.

Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorpo-rados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.

Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial.

Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação pro-jetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.

Parágrafo único. Se o estatuto não for ela-borado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oiten-ta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.

Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Pú-blico do Estado onde situadas.

§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal, ou em Território, caberá o encargo ao Ministé-rio Público Federal. (Vide ADIN nº 2.794-8)

§ 2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.

Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:

I – seja deliberada por dois terços dos com-petentes para gerir e representar a funda-ção;

II – não contrarie ou desvirtue o fim desta;

III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o

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juiz supri-la, a requerimento do interessa-do.

Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administra-dores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná--la, se quiser, em dez dias.

Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promove-rá a extinção, incorporando-se o seu patrimô-nio, salvo disposição em contrário no ato cons-titutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.

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Direito Civil – Das Fundações – Profª Tatiana Marcello

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Slides – Das Fundações

DAS FUNDAÇÕES

• Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública outestamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, edeclarando, se quiser, a maneira de administrá-la.

• Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos,morais, culturais ou de assistência. (mas entende-se que estão compreendidos osfins científicos, educacionais e promoção de meio-ambiente)

• Conceito: É um complexo de bens livres de ônus ou encargos e legalmentedisponíveis colocado por uma pessoa física ou jurídica a serviço de um fim lícito eespecial com alcance social pretendido pelo seu instituidor, em atenção ao dispostono seu estatuto (Maria Helena Diniz).

• Exemplos: Fundação Ayrton Senna, Fundação Roberto Marinho.

Pessoas Jurídicas de Direito Público (Interno) Pessoas Jurídicas de Direito Privado

União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios

Associações (união de pessoas sem fins lucrativos –fins culturais, educacionais, esportivos...)

Autarquias , inclusive as associações públicas Sociedades (união de pessoas para exercício de atividade econômica - S.A, Ltda...)

Demais entidades de caráter público criadas por lei Fundações (universalidade de bens para fins de beneficiar terceiros – Fundação Ayrton Senna)

Pessoas Jurídicas de Direito Público (Externo) Organizações religiosas

Estados estrangeiros Partidos políticos (leis específicas)

Todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público

Empresas individuais de responsabilidade limitada(EIRELI – art. 980-A, CC )

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• Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinadosserão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundaçãoque se proponha a fim igual ou semelhante.

• Se insuficiente o patrimônio para a finalidade da fundação, serão eles incorporados aoutra fundação com finalidade semelhante.

• Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor éobrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados,e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial.

• Obrigatoriedade de transferência da propriedade dos bens à fundação quando porato entre vivos (se for por testamento não há essa obrigatoriedade).

• Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendociência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), oestatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação daautoridade competente, com recurso ao juiz.

• Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor,ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá aoMinistério Público.

• Se o instituidor não elaborou o estatuto da fundação, mas deixou a alguém essatarefa, este terá que formular o estatuto e em seguida submetê-lo à aprovação daautoridade competente. Se não for elaborado no prazo determinado peloinstituidor, ou se não houver prazo, em 180 dias a incumbência caberá ao MP.

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Direito Civil – Das Fundações – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.

• § 1o Se funcionarem no Distrito Federal, ou em Território, caberá o encargo aoMinistério Público Federal. (Vide ADIN nº 2.794-8 – artigo suspenso -inconstitucional)

• § 2o Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cadaum deles, ao respectivo Ministério Público.

• Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:

I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar afundação;

II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;

III - seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá ojuiz supri-la, a requerimento do interessado.

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• Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação,ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquerinteressado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvodisposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação,designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.

• Extinta a fundação, salvo disposição em contrário, o patrimônio será incorporado aoutra fundação com fim igual ou semelhante.

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERALLIVRO I

DAS PESSOAS(...)

TÍTULO III

Do DomicílioArt. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.

Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diver-sas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.

Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.

Parágrafo único. Se a pessoa exercitar pro-fissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.

Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natu-ral, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.

Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a re-sidência, com a intenção manifesta de o mudar.

Parágrafo único. A prova da intenção resul-tará do que declarar a pessoa às municipa-lidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da pró-pria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.

(...)

Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.

Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do mili-tar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matricu-lado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.

Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, ci-tado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicí-lio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve.

Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os con-tratantes especificar domicílio onde se exerci-tem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.

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Slides – Da Pessoa Natural – Domicílio

DOMICÍLIO DA PESSOA NATURAL

• Domicílio é o lugar em que as pessoas (físicas ou jurídicas) podem ser encontradaspara os efeitos jurídicos, ou seja, para responderem por suas obrigações.

• Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residênciacom ânimo definitivo.

• Domicílio = residência + animo definitivo

• Residência é diferente de morada ou habitação (ex.: locais em que a pessoa ocupaesporadicamente, como casa da praia, hotel em que passa férias), estas têm menorexpressão que residência.

• PLURALIDADE DE DOMICÍLIO

• Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde,alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.

• (Ex.: vive de segunda a quinta na casa da cidade e de quinta a domingo nafazenda em outro município)

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Direito Civil – Da Pessoa Natural – Domicílio – Profª Tatiana Marcello

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• DOMICÍLIO PROFISSIONAL

• Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes àprofissão, o lugar onde esta é exercida.

• Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um delesconstituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.

• Ex 1.: médico que mantém consultórios em cidades diferentes e atende em ambos,sendo cada um deles seu domicílio para as relações ali correspondentes.

• Ex 2.: empresário que tem empresas em diferentes cidades e, em razão do ofício,comparece em cada uma em dias alternados.

• DOMICÍLIO DA PESSOA QUE NÃO TEM RESIDÊNCIA HABITUAL

• Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residênciahabitual, o lugar onde for encontrada. (ex.: ciganos, circenses, mendigos)

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• MUDANÇA DE DOMICÍLIO

• Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta deo mudar.

• Mudança voluntária = transferência de residência + intenção de mudar

• Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa àsmunicipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações nãofizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.

• Ex. dessas circunstâncias: matricula os filhos na escola, transfere linhas telefônicas...

• DOMICILIO NECESSÁRIO OU LEGAL

• Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimoe o preso.

• Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o doservidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o domilitar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando aque se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estivermatriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.

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Direito Civil – Da Pessoa Natural – Domicílio – Profª Tatiana Marcello

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Domicílio Necessário ou LegalPessoa Domicílio

o incapaz →(Art. 3º e 4º)

-o do seu representante ou assistente

o servidor público → - o lugar em que exercer permanentemente suasfunções

o militar → - onde servir e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica,a sede do comando a que se encontrarimediatamente subordinado

o marítimo →(Marinha Mercante)

- onde o navio estiver matriculado

o preso → - o lugar em que cumprir a sentença

• Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegarextraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá serdemandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde oteve.

• Os agentes diplomáticos brasileiros têm por domicílio o país que representam(Brasil) e devem ser acionados na justiça do Brasil.

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• DOMICILIO CONTRATUAL OU DE ELEIÇÃO

• Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio ondese exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.

• Ex.: “As partes elegem o foro de Porto Alegre para dirimir quaisquer dúvidas emrelação ao presente contrato”.

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

LIVRO IDAS PESSOAS

(...)

TÍTULO III

Do Domicílio(...)

Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:

I – da União, o Distrito Federal;

II – dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;

III – do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;

IV – das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domi-cílio especial no seu estatuto ou atos cons-titutivos.

§ 1º Tendo a pessoa jurídica diversos esta-belecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.

§ 2º Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domi-cílio da pessoa jurídica, no tocante às obri-gações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.

(...)

Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os con-tratantes especificar domicílio onde se exerci-tem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.

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Slides – Da Pessoa Jurídica – Domicílio

DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA

• Domicílio é o lugar em que as pessoas (físicas ou jurídicas) podem ser encontradaspara os efeitos jurídicos.

• Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:

I - da União, o Distrito Federal;

II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;

III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;

IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretoriase administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atosconstitutivos.

Domicílio da Pessoa Jurídica

Pessoa Jurídica Domicílio

União → - O Distrito Federal

Estados e Territórios → - As respectivas capitais

Município →- O lugar onde funcione a administraçãomunicipal

Demais pessoas jurídicas →- O lugar onde funcionarem as respectivasdiretorias e administrações, ou onde elegeremdomicílio especial no seu estatuto ou atosconstitutivos

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Direito Civil – Da Pessoa Jurídico – Domicílio – Profª. Tatiana Marcello

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• § 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cadaum deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. (Ex.: filiais,agências, sucursais...)

• § 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á pordomicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma dassuas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.

• DOMICILIO CONTRATUAL OU DE ELEIÇÃO

• Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio ondese exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.

• Ex.: “As partes elegem o foro de Porto Alegre para dirimir quaisquer dúvidas emrelação ao presente contrato”.

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

LIVRO II

DOS BENS

TÍTULO ÚNICO

Das Diferentes Classes de Bens

CAPÍTULO IDOS BENS CONSIDERADOS EM SI

MESMOS

Seção IDOS BENS IMÓVEIS

Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:

I – os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;

II – o direito à sucessão aberta.

Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:

I – as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;

II – os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.

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Slides – Imóveis – Bens

Direito Civil

Dos Bens

Profª. Tatiana Marcello

• BENS são as coisas materiais ou imateriais que têm valor econômico eque podem servir de objeto a uma relação jurídica (Agostinho Alvim).

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Direito Civil – Imóveis – Bens – Profª Tatiana Marcello

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BENS IMÓVEIS

• Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ouartificialmente.

• São bens imóveis aqueles que não se podem transportar de um lugar para outro semdestruição, ou seja, que não podem ser removidos sem alteração de sua substância.

• Classificação dos Bens Imóveis

• a) Imóveis por sua natureza – inclui o solo e seus acessórios, como sua superfície, oespaço aéreo e o subsolo (há alguma limitações legais, como recursos minerais epotenciais de energia elétrica, que ficam sob domínio da União para efeitos deexploração ou aproveitamento).

• b) Imóveis por acessão natural – inclui o que é acrescido ao solo pela natureza,como árvores, pedras, fontes, cursos de água.

• c) Imóveis por acessão artificial – inclui aquilo que o homem incorporarpermanentemente ao solo, como árvores e sementes plantadas, edifícios econstruções, bem como tijolos, portas, canos que se incorporam ao imóvel, não sepodem transportar sem modificação, destruição ou dano.

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• Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem

removidas para outro local;II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se

reempregarem.

Ex. 1: casa de madeira removida para outro local, continua sendo um imóvel mas emoutra localização.

Ex. 2: portas retiradas do imóvel para pintura e que retornarão ao imóvel.

• Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;II - o direito à sucessão aberta.

Ex. 1: diretos reais (propriedade, usufruto, habitação, hipoteca...) ações que osassegurem (reivindicatórias, negatórias de servidão...)

Ex. 2: no instante da morte do de cujus ocorre a “abertura da sucessão”, momento emque os herdeiros poderão ceder seus direitos hereditários; nesse caso, mesmo quea herança seja composta apenas de bens móveis, esse direito à sucessão éconsiderado bem imóvel.

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LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

LIVRO II

DOS BENS

TÍTULO ÚNICO

Das Diferentes Classes de Bens

CAPÍTULO IDOS BENS CONSIDERADOS EM SI

MESMOS

Seção IIDOS BENS MÓVEIS

Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movi-mento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.

Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:

I – as energias que tenham valor econômi-co;

II – os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;

III – os direitos pessoais de caráter patrimo-nial e respectivas ações.

Art. 84. Os materiais destinados a alguma cons-trução, enquanto não forem empregados, con-servam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.

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Slides – Móveis – Bens

Direito Civil

Dos Bens

Profª. Tatiana Marcello

• BENS são as coisas materiais ou imateriais que têm valor econômico eque podem servir de objeto a uma relação jurídica (Agostinho Alvim).

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Direito Civil – Móveis – Bens – Profª Tatiana Marcello

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BENS MÓVEIS

• Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção porforça alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.

• Bens móveis propriamente ditos – coisas inanimadas suscetíveis de remoção porforça alheia (ex.: mercadorias, moedas, objetos, veículos, ações de companhias...).

• Semoventes – os animais que são móveis por terem movimento próprio.

• Classificação dos Bens Móveis

a) Móveis por natureza – as coisas corpóreas que se podem mover sem dano.

b) Móveis por antecipação – bens que eram imóveis e que por vontade humana,tornam-se móveis em função da finalidade econômica (ex.: árvores, pedras, metaisque são imóveis enquanto aderentes ao solo, mas se separados do solo para finshumanos, tornam-se móveis).

c) Móveis por determinação legal – bens que a lei determina que são consideradosmóveis (art. 83)

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• Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:I - as energias que tenham valor econômico;II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.

Ex. I – energia eólica, nuclear, térmica, elétrica...

Ex. II – penhor, alienação fiduciária em garantia...

Ex. III – direito autoral que pode ser cedido a terceiros.

• Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não foremempregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade osprovenientes da demolição de algum prédio.

• Ex. 1 – tijolo é bem móvel enquanto não for empregado em uma construção; apósincorporado, será considerado bem imóvel.

• Ex. 2 – tijolo que era imóvel por estar incorporado em alguma construção; após ademolição, torna-se móvel novamente.

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LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

LIVRO IIDOS BENS

TÍTULO ÚNICO

Das Diferentes Classes de Bens

CAPÍTULO IDOS BENS CONSIDERADOS EM SI

MESMOS

Seção IIIDOS BENS FUNGÍVEIS E

CONSUMÍVEIS

Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.

Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.

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Slides – Fungíveis e Consumíveis – Bens

Direito Civil

Dos Bens

Profª. Tatiana Marcello

• BENS são as coisas materiais ou imateriais que têm valoreconômico e que podem servir de objeto a uma relação jurídica(Agostinho Alvim).

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Direito Civil – Fungíveis e Consumíveis – Bens – Profª Tatiana Marcello

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BENS FUNGÍVEIS E CONSUMÍVEIS

• Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesmaespécie, qualidade e quantidade.

• Fungíveis – a fungibilidade é própria dos bens móveis (ex.: dinheiro $, açúcar, canetaazul marca Bic...)

• Infungíveis – bens que por sua qualidade têm um valor especial, não podendo sersubstituído por outro (ex.: uma obra de arte de determinado artista, um animal deestimação...)

• Exemplos da importância prática de diferenciar bens fungíveis e infungíveis

O Código Civil traz como modalidades de empréstimos:

Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis.

Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado arestituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade equantidade.

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• Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata daprópria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.

• Bens Consumíveis de Fato – por sua natureza são consumíveis, como alimentos,dinheiro.

• Bens Consumíveis de Direito – são juridicamente consumíveis, no sentido de que sedestinam à alienação, como as mercadorias de um supermercado.

• Ex. 1 – uma maçã exposta à venda é consumível no sentido de fato e de direito;

• Ex. 2 – um livro na livraria é consumível de direito, mas não é consumível de fato,pois pode ser lido muitas vezes.

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LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

LIVRO IIDOS BENS

TÍTULO ÚNICODas Diferentes Classes de Bens

CAPÍTULO IDOS BENS CONSIDERADOS EM SI

MESMOS

Seção IVDOS BENS DIVISÍVEIS

Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.

Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.

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Slides – Divisíveis – Bens

Direito Civil

Dos Bens

Profª. Tatiana Marcello

• BENS são as coisas materiais ou imateriais que têm valoreconômico e que podem servir de objeto a uma relação jurídica(Agostinho Alvim).

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Direito Civil – Divisíveis – Bens – Profª Tatiana Marcello

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BENS DIVISÍVEIS

• Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na suasubstância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.

• Divisível – bem que pode ser dividido em porções distintas, sendo que cada parteformará um todo perfeito (ex.: um kg de açúcar, um rebanho de gado, )

• Indivisível – bem que não pode ser fracionado sem alteração de sua substância, valorou prejuízo ao uso que se destina (ex.: um cavalo, um quadro, um relógio, que nãotem como dividir em partes sem alterar sua substância ou prejudicar sua destinação;outro exemplo é o caso de 10 pessoas herdarem um brilhante de 50 quilates, que sedividido em 10 brilhantes de 5 quilates terá seu valor consideravelmente reduzido)

• Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis pordeterminação da lei ou por vontade das partes.

• Os bens geralmente são indivisíveis por sua natureza (ex.: relógio, cavalo,brilhante...), mas há casos em que tornam-se indivisíveis por disposição da lei (ex.:servidões prediais do art. 1.386; hipoteca do art. 1.421...) ou por vontade daspartes (ex.: as partes acordam que determinado bem será indivisível pordeterminado tempo).

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LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

LIVRO IIDOS BENS

TÍTULO ÚNICODas Diferentes Classes de Bens

CAPÍTULO IDOS BENS CONSIDERADOS EM SI

MESMOS

Seção VDOS BENS SINGULARES E COLETIVOS

Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independen-temente dos demais.

Art. 90. Constitui universalidade de fato a plu-ralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.

Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de rela-ções jurídicas próprias.

Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.

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Slides – Singulares e Coletivos – Bens

Direito Civil

Dos Bens

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• BENS são as coisas materiais ou imateriais que têm valoreconômico e que podem servir de objeto a uma relação jurídica(Agostinho Alvim).

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Direito Civil – Singulares e Coletivos – Bens – Profª Tatiana Marcello

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BENS SINGULARES E COLETIVOS

• Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si,independentemente dos demais.

• Bens singulares – embora reunidos, conservam sua individualidade (ex.: um boi, umaárvore, um carro, uma caneta...)

• Bens coletivos (também chamados de universais ou universalidades) – são os bensque, formados por bens singulares de uma mesma espécie, formam um todo, umaunidade, um bem coletivo (ex.: uma floresta, um rebanho, uma biblioteca...).

• Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que,pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.

• Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto derelações jurídicas próprias.

• Universalidade de fato é o conjunto de bens singulares ligados entre si pelavontade humana (ex.: biblioteca, rebanho...).

• Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de umapessoa, dotadas de valor econômico.

• Universalidade de direito é um conjunto de bens singulares aos quais a lei confereum caráter de unidade, para certos efeitos (ex.: herança, patrimônio, massafalida...).

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LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

LIVRO IIDOS BENS

TÍTULO ÚNICODas Diferentes Classes de Bens

CAPÍTULO IIDOS BENS RECIPROCAMENTE

CONSIDERADOS

Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.

Art. 93. São pertenças os bens que, não cons-tituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao afor-moseamento de outro.

Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respei-to ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifesta-ção de vontade, ou das circunstâncias do caso.

Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser obje-to de negócio jurídico.

Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.

§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.

§ 2º São úteis as que aumentam ou facili-tam o uso do bem.

§ 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.

Art. 97. Não se consideram benfeitorias os me-lhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.

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Slides – Reciprocamente Considerados – Bens

Direito Civil

Dos Bens

Profª. Tatiana Marcello

• BENS são as coisas materiais ou imateriais que têm valoreconômico e que podem servir de objeto a uma relação jurídica(Agostinho Alvim).

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Direito Civil – Reciprocamente Considerados – Bens – Profª Tatiana Marcello

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BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS

• Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório,aquele cuja existência supõe a do principal.

• Principal – bem que exerce sua função e finalidade independentemente de outra(ex.: solo).

• Acessório – para que exista, é necessário que haja um bem principal (ex.: o solo é obem principal e uma árvore ou construção é um bem acessório; em uma jóia, a pedraé acessório do colar que é principal; em um contrato é o principal e a fiança éacessório).

• Em regra, o acessório acompanha o principal em seu destino.• Em regra, a natureza do acessório é a mesma do principal (ex.: se o solo é imóvel, a

árvore a ele anexada também será)

• Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, sedestinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.

• Pertenças são bens que acrescem, mas não são integrantes do principal, destinadosa conservar ou facilitar o uso, prestar serviço ou servir de adorno do bem principal(ex.: tratores destinados a melhorar a exploração de uma fazenda; piano queornamenta uma residência).

• Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem aspertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou dascircunstâncias do caso.

• Em regra, o negócio jurídico relativo ao bem principal não abrange as pertenças,pois não são partes integrantes do principal.

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• Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtospodem ser objeto de negócio jurídico.

• Frutos – são utilidades que o bem produz periodicamente, mantendo-o intacto; osfrutos nascem e renascem da coisa. Podem ser naturais (ex.: lã, ovos, leite, frutas deuma árvore...); industriais (produção de uma fábrica) ou civis (rendimentosproduzidos pela coisa, como juros ou aluguéis).

• Produtos – são utilidades que se pode retirar do bem, alterando sua substância,diminuindo sua quantidade, pois não se reproduzem periodicamente (ex.: pedras emetais de uma mina; petróleo de um poço).

• Segundo o art., os frutos e produtos podem ser negociados mesmo que ainda nãoseparados do bem principal (ex.: venda de uma safra de arroz antes da colheita;comercialização de ouro antes da extração...)

• Benfeitorias - são obras e despesas que se fazem em um bem móvel ou imóvel paraconservá-lo, melhorá-lo ou embelezá-lo; também são bens acessórios.

• Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.• § 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso

habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. (ex.:revestimento em mármore, decoração luxuosa, jardins, cascatas artificiais...)

• § 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. (ex.: construção de maisum banheiro, construção de uma garagem...)

• § 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.(ex.: troca de encanamento enferrujado; obra em uma parede com infiltração, trocade telhado estragado...)

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Direito Civil – Reciprocamente Considerados – Bens – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimossobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.

• Tratam-se das acessões naturais, como que ocorrem em virtude de aluvião,formação de ilhas, aumento de area de uma terra devido ao desvio de um rio...)que por não serem obras e despesas feitas pelo homem, não são consideradasbenfeitorias.

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

LIVRO IIDOS BENS

TÍTULO ÚNICODas Diferentes Classes de Bens

CAPÍTULO IIIDOS BENS PÚBLICOS

Art. 98. São públicos os bens do domínio nacio-nal pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particula-res, seja qual for a pessoa a que pertencerem.

Art. 99. São bens públicos:

I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;

II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabe-lecimento da administração federal, estadu-al, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;

III – os dominicais, que constituem o patri-mônio das pessoas jurídicas de direito pú-blico, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutu-ra de direito privado.

Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, en-quanto conservarem a sua qualificação, na for-ma que a lei determinar.

Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.

Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabe-lecido legalmente pela entidade a cuja adminis-tração pertencerem.

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Slides – Bens Públicos

Direito Civil

Dos Bens

Profª. Tatiana Marcello

• BENS são as coisas materiais ou imateriais que têm valoreconômico e que podem servir de objeto a uma relação jurídica(Agostinho Alvim).

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BENS PÚBLICOS

• Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicasde direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa aque pertencerem.

• Pessoa Jurídicas de Direito Público Interno - Art. 41. São pessoas jurídicas de direitopúblico interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - osMunicípios; IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; V - as demaisentidades de caráter público criadas por lei.

• Res nullius – são coisas que “não pertencem a ninguém” (não são públicos nemparticulares), como animais selvagens, conchas da praia, pérolas das ostras do fundodo mar...)

• Art. 99. São bens públicos:I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou

estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal,inclusive os de suas autarquias;

III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direitopúblico, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os benspertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estruturade direito privado. (ex.: empresas públicas, sociedade de economia mista...)

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• Bens de uso comum do povo – apesar de pertencerem (pode de gestão e nãopropriedade) a uma a pessoa jurídica de direito público interno, podem ser utilizadossem restrição por todos, gratuita ou onerosamente (rios, mares, estradas, ruas epraças);

• Bens de uso especial – se destinam especialmente à execução dos serviços públicos;são os edifícios onde estão instalados os serviços públicos e órgãos da administração(secretarias, escolas, tribunais, parlamentos...);

• Bens dominicais – constituem patrimônio das pessoas jurídicas de direito público(propriedade), semelhantes aos bens dos particulares, mas que não estão afetados auma finalidade pública específica, servindo apenas de reserva patrimonial ou fontede renda, ou seja, não tem uma destinação especial.

• Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial sãoinalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a leideterminar.

• Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigênciasda lei.

• Inalienabilidade – os bens públicos afetados (de uso comum do povo e de usoespecial) não podem ser alienados; já os desafetados (dominicais) podem.

• Afetação – vinculação de um bem ao interesse público.

• Desafetação – desvinculação de um bem ao interesse público, transformando-se emdominical, podendo ser alienado.

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Direito Civil – Bens Públicos – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

• Os bens públicos não podem ser usucapidos, nem mesmo os dominicais, apesardestes serem alienáveis (Súmula 30, STF e CF).

• Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conformefor estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.

• Em regra, o uso dos bens públicos é gratuito, mas pode ser estabelecido pagamentode retribuição em alguns casos, como por exemplo, pedágios nas estradas,cobrança de entrada em museus

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL(...)

LIVRO IIIDos Fatos Jurídicos

TÍTULO I

Do Negócio Jurídico

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:

I – agente capaz;

II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;

III – forma prescrita ou não defesa em lei.

Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em be-nefício próprio, nem aproveita aos co-interessa-dos capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.

Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.

Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quan-do a lei expressamente a exigir.

Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos ne-gócios jurídicos que visem à constituição, trans-ferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta ve-zes o maior salário mínimo vigente no País.

Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância do ato.

Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva men-tal de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.

Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade ex-pressa.

Art. 112. Nas declarações de vontade se aten-derá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.

Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser inter-pretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.

Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a re-núncia interpretam-se estritamente.

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Slides – Disposições Gerais – Negócio Jurídico

FATOS JURÍDICOS

Fatos Jurídicos Naturais:Acontecimentos que produzem efeitos

jurídicos, mas que decorrem de fatores naturais e não da conduta

humana.

Fatos Jurídicos Humanos:Acontecimentos que produzem efeitos jurídicos, decorrentes da

conduta humana.

Podem ser ordinários(nascimento, morte,

maioridade...) ou extraordinários (terremoto,

raio, furacão...)

Lícitos: Condutas humanas em conformidade com o

ordenamento jurídico.

Ilícitos: ação humana contrária ao

ordenamento jurídico, resultando em dano (ex.: atropelamento)

Bilaterais Unilaterais

Negócios Jurídicos: Ato que se origina de um acordo de

vontades entre dois ou mais sujeitos (ex.: compra e venda)

a) Ato jurídico stricto sensu: ato humano sem acordo de vontades (ex.:

ocupação, fixação de domicílio); b) Ato-fato jurídico: acontecimento

involuntário e não objetivado (ex.: achar um tesouro)

DISPOSIÇÕES GERAIS – NEGÓCIO JURÍDICO

• Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:

I - agente capaz;

II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;

III - forma prescrita ou não defesa em lei.

Obs.: Não está expresso no art. 104, mas entende-se que a “livre manifestação devontade” também é um dos requisitos de validade do negócio jurídico.

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• Agente capaz - para que um negócio jurídico seja válido, os agentes precisam tercapacidade plena (capacidade de direito + capacidade de fato).

• E o incapaz? também poderá praticar o negócio jurídico, desde que suprida aincapacidade.

• representação (para os absolutamente incapazes)• assistência (para os relativamente incapazes).

• Agente absolutamente incapaz ------ o negócio será NULO.• Agente relativamente incapaz --------o negócio é ANULÁVEL.

• Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:I - os menores de dezesseis anos;II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário

discernimento para a prática desses atos;III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.

• Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham

o discernimento reduzido;III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;IV - os pródigos.

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• Objeto lícito, possível, determinado ou determinável - Todo negócio jurídico tem umobjeto.

- lícito (aquele que está de acordo com o ordenamento jurídico, que não ofende a lei).Ex.: compra e venda de um produto roubado não é lícito.

- possível (aquele que pode ser realizado do ponto de vista físico e jurídico). Ex.: venderuma herança de pessoa viva; dar a volta ao mundo em meia hora.

- determinado ou determinável (aquele que está individualizado, ou que contenhaelementos para sua individualização). Ex.: compra venda de “5 canetas azuis damarca Bic” é determinado; compra e venda de “5 canetas” é determinável; mascompra e venda de “canetas” é indeterminável e, portanto, nulo.

• Se não for lícito, possível, determinado ou determinável ----------- o negócio é NULO.

• Forma prescrita ou não defesa em lei - Em regra, no direito civil, a forma é livre;exceto nos casos em que a lei exige forma ou solenidade específica (ex.: formaescrita e mediante instrumento público). Portanto, quando a lei estabelecer quedeterminado negócio jurídico deve ser realizado obedecendo determinadaformalidade ou solenidade, isso deve ser obedecido.

• (ex.: Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial àvalidade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificaçãoou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maiorsalário mínimo vigente no País).

• Inobservância da forma ---------- o negócio é NULO.

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Direito Civil – Disposições Gerais – Negócio Jurídico – Profª Tatiana Marcello

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• Livre manifestação de vontade – as partes deverão anuir, consentir de forma livrepara a formação do negócio, sem que haja vícios de vontade como erro, dolo,coação...

• Se não houver livre manifestação de vontade, o negócio será nulo ou anulável,conforme o vício que contiver (ex.: simulação torna o negócio nulo, os demaisdefeitos do negócio jurídico o tornam anulável).

• Artigos importantes

• Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumentopúblico, este é da substância do ato.

- Previsão contratual de forma especial – havendo cláusula que condiciona a validadedo negócio ao registro público, isso passará a ser da sua substância, mesmo que a leinão tenha previsto essa forma especial para tal tipo de negócio.

• Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos oautorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.

• Silêncio como manifestação de vontade – em regra, os negócio jurídicos exigemmanifestação de vontade expressa, mas, excepcionalmente, o silêncio pode serconsiderado uma manifestação de vontade, gerando o negócio jurídico. Ex.: art. 539 –o doador pode fixar um prazo para o donatário dizer se aceita ou não a doação; senão se manifestar no prazo, considera-se que aceitou.

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• Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelasconsubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.

- No momento de interpretar as declarações de vontade (ex.: contrato) dos negóciosjurídicos, o que importa é a vontade real e não a declarada.

• Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usosdo lugar de sua celebração.

- As partes deve agir com honestidade, lealdade e probidade durante as negociações,na contratação e na execução dos atos negociais; bem como há de ser observado osusos de cada lugar (ex.: o alqueire é uma medida agrária que varia de um estadopara o outro, devendo ser observados esses detalhes em um negócio que envolvaessas medidas).

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

(...)

LIVRO III

Dos Fatos Jurídicos

TÍTULO IDo Negócio Jurídico

CAPÍTULO IIDA REPRESENTAÇÃO

Art. 115. Os poderes de representação confe-rem-se por lei ou pelo interessado.

Art. 116. A manifestação de vontade pelo repre-sentante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado.

Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o represen-tado, é anulável o negócio jurídico que o repre-sentante, no seu interesse ou por conta de ou-trem, celebrar consigo mesmo.

Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negó-cio realizado por aquele em quem os pode-res houverem sido subestabelecidos.

Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do repre-sentado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem.

Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do co-nhecimento de quem com aquele tratou.

Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de deca-dência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo.

Art. 120. Os requisitos e os efeitos da represen-tação legal são os estabelecidos nas normas res-pectivas; os da representação voluntária são os da Parte Especial deste Código.

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Slides – Representação

REPRESENTAÇÃO

• As pessoas nem sempre estarão aptas a realizar os negócios jurídicos pessoalmente,seja por impedimento legal (ex.: incapazes) ou pessoal (ex.: está viajando, está comalguma doença, está sem disponibilidade de tempo...), sendo que a lei permite queum representante o faça em seu nome.

• Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado.

• A representação pode ser:

• legal (ex.: poder familiar, da tutela, da curatela, do inventariante);• voluntária (mandato conferido pelo representado ao representante, através de

procuração).

• Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes,produz efeitos em relação ao representado.

• Se o representante realiza um negócio em nome do representado, este terá o deverde cumprir com as obrigações assumidas, bem como gozar dos direitos decorrentes.

• Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nomedo representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não ofazendo, responder pelos atos que a estes excederem.

• É dever do representante provar sua condição ou habilitação para a representação,sob pena de responder civilmente ou penalmente pelos atos que excederem ospoderes que lhe foram conferidos.

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Direito Civil – Representação – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico queo representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.

• Negócio jurídico celebrado pelo representante consigo mesmo, para atender ainteresse seu ou de outrem, pode ser anulado.

• Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interessescom o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem comaquele tratou.

• Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou dacessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação previstaneste artigo.

• Negócio jurídico celebrado pelo representante em conflito com os interesses dorepresentado pode ser anulado, quando a outra parte contratante tinha ciência doconflito.

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

(...)

LIVRO III

Dos Fatos Jurídicos

TÍTULO IDo Negócio Jurídico

CAPÍTULO IIIDA CONDIÇÃO, DO TERMO E DO

ENCARGO

Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das par-tes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.

Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condi-ções não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negó-cio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.

Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:

I – as condições física ou juridicamente im-possíveis, quando suspensivas;

II – as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilí-cita;

III – as condições incompreensíveis ou con-traditórias.

Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fa-zer coisa impossível.

Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.

Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições, estas não te-rão valor, realizada a condição, se com ela forem incompatíveis.

Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.

Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, ex-tingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realiza-ção, salvo disposição em contrário, não tem efi-cácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pen-dente e conforme aos ditames de boa-fé.

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Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efei-tos jurídicos, a condição cujo implemento for maliciosamente obstado pela parte a quem des-favorecer, considerando-se, ao contrário, não verificada a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu imple-mento.

Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos ca-sos de condição suspensiva ou resolutiva, é per-mitido praticar os atos destinados a conservá-lo.

Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.

Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.

§ 1º Se o dia do vencimento cair em feria-do, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.

§ 2º Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.

§ 3o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no ime-diato, se faltar exata correspondência.

§ 4º Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.

Art. 133. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contratos, em pro-veito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das circunstâncias, re-sultar que se estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os contratantes.

Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exequíveis desde logo, salvo se a exe-cução tiver de ser feita em lugar diverso ou de-pender de tempo.

Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas à condição suspensiva e resolutiva.

Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expres-samente imposto no negócio jurídico, pelo dis-ponente, como condição suspensiva.

Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilí-cito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.

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Direito Civil – Condição, Termo e Encargo – Profª Tatiana Marcello

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Slides – Condição, Termo e Encargo

CONDIÇÃO, TERMO E ENCARGO

• EFICÁCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO

• Havendo os requisitos de validade do negócio jurídico (agente capaz; objeto lícito,possível, determinado ou determinável; forma prescrita ou não defesa em lei; e livremanifestação de vontade), o negócio jurídico é válido.

• Entretanto, o lei trata de alguns elementos que podem alterar o momento em queesse negócio jurídico terá eficácia, tratados como requisitos de eficácia do negóciojurídico. São eles:

• Condição• Termo• Modo ou Encargo.

• Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente davontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.

• Condição: Cláusula que subordina a eficácia do negócio a um evento futuro eincerto. Impede a aquisição do direito até que o evento ocorra.

• Suspensiva, que suspende os efeitos do negócio até o momento que ocorrer oevento (ex.: “se” passar no concurso tal, te dou um carro)

• Resolutiva, que põe fim aos efeitos do negócio no momento em que ocorrer oevento (ex.: lhe pagarei uma mesada “enquanto” não passar no concurso tal).

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• Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.

• Termo: Cláusula que subordina a eficácia do negócio a um evento futuro e certo. Ouseja, o negócio possui um momento exato (termo) para iniciar e/ou finalizar suaeficácia.

• (ex.: no dia 11.05.2016 lhe darei um carro).

• (ex.: contrato de aluguel com previsão de início no dia x e fim no dia y).

• Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvoquando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condiçãosuspensiva.

• Modo ou Encargo: Cláusula que impõe uma obrigação ao beneficiário, oriunda deuma liberalidade do agente.

• (ex.: pai doa um terreno ao filho, “com o encargo de” nele ser construída umaescola).

• (ex.: a nomeação de uma pessoa como herdeira em um testamento, “com aobrigação de” ela cuidar de um ente da família).

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Direito Civil – Condição, Termo e Encargo – Profª Tatiana Marcello

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CONDIÇÃO TERMO ENCARGO

Subordina o efeito do negócio a evento futuro e incerto

Subordina a eficácia do negócio a evento futuro e

certo

Cláusula acessória que impõe uma obrigação ao

beneficiário

Utiliza as expressões “se”,“enquanto”, “com a condição

de”...

Utiliza as expressões “quando”, “a partir de”, “até

tal data”...

Utiliza as expressões “com o encargo de”, “com a

obrigação de”, “para que”...

Suspensiva– suspende os efeitos do negócio até ocorrer

o evento.Resolutiva – põe fim ao

negócio no momento em que ocorre o evento.

Inicial – suspende o exercício, mas não a aquisição do

direito.Final – põe fim ao negócio

jurídico.

Não suspende a aquisição nem o exercício do direito, mas se não for cumprido, o

benefício poderá ser revogado.

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL(...)

LIVRO IIIDos Fatos Jurídicos

TÍTULO IDo Negócio Jurídico

CAPÍTULO IVDOS DEFEITOS DO NEGÓCIO

JURÍDICO

Seção IDO ERRO OU IGNORÂNCIA

Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.

Art. 139. O erro é substancial quando:

I – interessa à natureza do negócio, ao obje-to principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;

II – concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a de-claração de vontade, desde que tenha influ-ído nesta de modo relevante;

III – sendo de direito e não implicando recu-sa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.

Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determi-nante.

Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta.

Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coi-sa ou pessoa cogitada.

Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a re-tificação da declaração de vontade.

Art. 144. O erro não prejudica a validade do ne-gócio jurídico quando a pessoa, a quem a mani-festação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante.

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Slides – Erro ou Ignorância

ERRO OU IGNORÂNCIA

• Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontadeemanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligêncianormal, em face das circunstâncias do negócio.

• O erro consiste na falta de concordância entre a vontade real e a vontade declarada,ou seja, o celebrante tem uma falsa percepção de um elemento essencial donegócio.

• O agente engana-se sozinho!

• O erro pode ser:

• a) substancial/essencial - a falta de realidade ocorre sobre questão relevante donegócio jurídico, de modo que se a pessoa tivesse conhecimento da realidade, nãorealizaria o negócio (ex.: a pessoa compra um relógio pensando que é de ouro e é deaço; ou o colecionador que compra um veículo pensando que é ano 1987, e naverdade é ano 1990); nesse caso, o negócio é anulável;

• b) acidental - recai sobre algo secundário do negócio, que não é determinante para asua realização; nesse caso o negócio não será anulável; será válido;

• c) erro de cálculo - mero erro aritmético, sobre peso, medida, quantidade ou preçodo objeto, que não anula o negócio, apenas autoriza o recálculo, retificando-se adeclaração de vontade e conservando-se o contrato (art. 143).

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Direito Civil – Erro ou Ignorância – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 139. O erro é substancial quando:

I - interessa à natureza do negócio (ex.: quis alugar a acabou vendendo), ao objetoprincipal da declaração (ex.: comprou um Ipod acreditando ser Iphone), ou a algumadas qualidades a ele essenciais (ex.: pensou que era ouro puro e era folheado).

II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira adeclaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante; (ex.:contrato um show particular do Roberto Carlos, e me aparece o Roberto Calos Cover;contrato músico pensando que canta e toca, mas ele só canta).

III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ouprincipal do negócio jurídico.(ex.: contratou a importação de mercadoria que nãosabia ser proibido).

• Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso comorazão determinante. (ex.: doação porque achava que era filho, mas descobre nãoser)

• Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, aquem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la naconformidade da vontade real do manifestante.

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL(...)

LIVRO IIIDos Fatos Jurídicos

TÍTULO IDo Negócio Jurídico

CAPÍTULO IVDOS DEFEITOS DO NEGÓCIO

JURÍDICO

Seção IIDO DOLO

Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.

Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.

Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o si-lêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ig-norado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.

Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem

aproveite dele tivesse ou devesse ter conheci-mento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludi-briou.

Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a respon-der civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representan-te convencional, o representado responderá so-lidariamente com ele por perdas e danos.

Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o ne-gócio, ou reclamar indenização.

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Slides – Dolo

DOLO

• Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.

• O dolo consiste em um erro induzido por uma das partes; ou seja, um artifíciointencional de uma das partes, com o fim de enganar a outra, para que celebre onegócio.

• A pessoa é enganada!

• O dolo pode ser:

• a) essencial - o negócio foi realizado justamente porque a pessoa foi enganada (ex.: ovendedor sabe que o relógio folheado a ouro, mas afirma que é de ouro maciço, epor isso o comprador o adquire), nesse caso, o negócio é anulável;

• b) acidental - quando a parte realizaria o negócio mesmo sem a informaçãoenganosa, embora de outro modo (ex.: mesmo que o relógio não fosse de ouromaciço, o comprador o adquiriria, mas por um preço mais barato); esse dolo nãoenseja a anulação do negócio, gerando apenas a obrigação de satisfazer as perdas edanos ou de redução proporcional do preço (art. 146).

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Direito Civil – Dolo – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes arespeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissãodolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.

• O dolo pode ser positivo (o agente dolosamente afirma ou age de forma a enganar -ex.: afirma que o relógio é de ouro maciço) ou negativo (o agente omiteintencionalmente informação de que tinha conhecimento - sabia que o relógio eraapenas folheado, mas disse que não sabia se era folheado ou maciço).

• Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo paraanular o negócio, ou reclamar indenização.

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL(...)

LIVRO IIIDos Fatos Jurídicos

TÍTULO IDo Negócio Jurídico

CAPÍTULO IVDOS DEFEITOS DO NEGÓCIO

JURÍDICO

Seção IIIDA COAÇÃO

Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.

Parágrafo único. Se disser respeito a pes-soa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.

Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais

circunstâncias que possam influir na gravidade dela.

Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial.

Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exer-cida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por per-das e danos.

Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coa-ção decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conheci-mento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.

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Slides – Coação

COAÇÃO

• Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta aopaciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à suafamília, ou aos seus bens.

• Coação é a ameaça injusta (física ou moral) com o intuito de obrigar o coagido arealizar o negócio jurídico (ex. 1: alguém aponta uma arma ao agente obrigando-o aassinar o contrato; ex. 2: flanelinha que coage o motorista a realizar o negóciojurídico).

• A coação há de ser tal que incuta ao coagido fundado temor de dano iminente econsiderável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens; se o temor disserrespeito a pessoa que não seja a família, o juiz analisará as circunstâncias paradecidir se houve ou não coação.

• Ao apreciar a coação, o juiz considerará o sexo, a idade, a condição, a saúde, otemperamento do coagido e todas as demais circunstâncias que possam influir nagravidade dela; (ex.: uma conduta praticada contra uma idosa pode caracterizarcoação, enquanto para um homem adulto, não)

• Não se considera coação:1) a ameaça do exercício normal de um direito (ex.: credor mandar o devedor assinar

uma confissão de dívida, senão entrará com ação cobrando);2) simples temor reverencial (ex.: o pai manda o filho realizar tal negócio, e este

obedece para não desapontá-lo).

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LEI No 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

(...)

LIVRO III

Dos Fatos Jurídicos

TÍTULO I

Do Negócio Jurídico

CAPÍTULO IVDOS DEFEITOS DO

NEGÓCIO JURÍDICO

Seção IVDO ESTADO DE PERIGO

Art. 156. Configura-se o estado de perigo quan-do alguém, premido da necessidade de salvar--se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.

Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.

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Slides – Estado de Perigo

Direito Civil

DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

Profª. Tatiana Marcello

ESTADO DE PERIGO

• Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidadede salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte,assume obrigação excessivamente onerosa.

• (ex.: a pessoa da um cheque caução em valores absurdos a um hospital parapoderem internar sua esposa doente)

• (ex.: a pessoa vende sua casa por um décimo do valor, para pagar o resgate do filhosequestrado)

• (ex.: promessa de recompensa de quantia vultuosa feita por um acidentado aalguém que o salve)

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Direito Civil – Estado de Perigo – Profª Tatiana Marcello

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• Importante não confundir Estado de Perigo com Coação: na "coação", o agenteobriga o coagido a celebrar o contrato através de ameaça; já no “estado de perigo", opróprio contratante se vê obrigado a realizar o negócio jurídico em razão dascircunstâncias que ele ou alguém de sua família se encontra, e a outra parte seaproveita dessa situação para auferir vantagem.

• E se tratando de pessoa não pertencente à família, o juiz analisará as circunstânciaspara decidir se houve ou não caracterização de estado de perigo.

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 (Parcial)

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

(...)

LIVRO III

Dos Fatos Jurídicos

TÍTULO I

Do Negócio Jurídico

CAPÍTULO IVDOS DEFEITOS DO NEGÓCIO

JURÍDICO

Seção VDA LESÃO

Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiên-cia, se obriga a prestação manifestamente des-proporcional ao valor da prestação oposta.

§ 1º Aprecia-se a desproporção das presta-ções segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.

§ 2º Não se decretará a anulação do negó-cio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.

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Slides – Lesão

Direito Civil

DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

Profª. Tatiana Marcello

LESÃO

• Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou porinexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor daprestação oposta.

• É a celebração de um negócio com onerosidade excessiva, seja por prementenecessidade (ex.: pega empréstimo com juros abusivos para salvar sua empresa dafalência; ex.: inseticida; despejo) ou por inexperiência de quem o celebra (ex.: apessoa contrata um empréstimo com juros abusivos por desconhecer as taxas demercado).

• É uma desproporção entre as prestações assumidas no contrato, trazendo umdesequilíbrio contratual a ponto de uma das partes sair lesada.

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Direito Civil – Lesão – Profª Tatiana Marcello

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• Para a configuração da lesão, necessário a presença de 2 requisitos: onerosidadeexcessiva + premente necessidade ou inexperiência.

• Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ouse a parte favorecida concordar com a redução do proveito.

• Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo emque foi celebrado o negócio jurídico.

• Não confundir "lesão" com "estado de perigo": na lesão, o motivo é um dano épatrimonial ($$$), enquanto no estado de perigo o dano é pessoal (salvar a si oupessoa da família).

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

(...)

LIVRO III

Dos Fatos Jurídicos

TÍTULO I

Do Negócio Jurídico

CAPÍTULO IVDOS DEFEITOS DO NEGÓCIO

JURÍDICO

Seção VIDA FRAUDE CONTRA CREDORES

Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à in-solvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.

§ 1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.

§ 2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.

Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contra-tos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.

Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar--se-á depositando-o em juízo, com a citação de todos os interessados.

Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá depositar o preço que lhes corresponda ao valor real.

Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o devedor insolven-te, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquiren-tes que hajam procedido de má-fé.

Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ain-da não vencida, ficará obrigado a repor, em pro-veito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu.

Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor.

Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e va-lem os negócios ordinários indispensáveis à ma-nutenção de estabelecimento mercantil, rural,

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ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família.

Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concur-so de credores.

Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos preferen-ciais, mediante hipoteca, penhor ou anti-crese, sua invalidade importará somente na anulação da preferência ajustada.

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Direito Civil – Fraude contra Credores – Profª Tatiana Marcello

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Slides – Fraude Contra Clientes

Direito Civil

DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

Profª. Tatiana Marcello

FRAUDE CONTRA CREDORES

• Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se ospraticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando oignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seusdireitos.

• (Art. 955. Procede-se à declaração de insolvência toda vez que as dívidas excedam à importância dosbens do devedor)

• Trata-se de alienação (gratuita ou onerosa) ou oneração de bens, ou remissão dedívida feita por quem está insolvente ou próximo da insolvência, a fim de prejudicarcredores que não possuem garantia certa (quirografários). (ex.: deve R$ 200 mil aobanco e aliena o único bem que dispunha para o cumprimento da obrigação).

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• Para a caracterização da fraude, necessários 2 elementos: insolvência do devedor +má-fé dos contratantes, intenção de prejudicar.

• Para anular o negócio, o credor prejudicado deverá provar que já era credor naépoca da alienação.

• Para a caracterização da fraude contra credores não é preciso que haja ação judicialcobrando a dívida; basta que haja uma dívida, nem precisando estar vencida.

• Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra odevedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação consideradafraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé.

• Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento dadívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre quese tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu.

• Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias dedívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor.

• Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordináriosindispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ouà subsistência do devedor e de sua família.

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

(...)

LIVRO III

Dos Fatos Jurídicos

TÍTULO I

Do Negócio Jurídico

CAPÍTULO VDA INVALIDADE DO NEGÓCIO

JURÍDICO

Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.

§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídi-cos quando:

I – aparentarem conferir ou transmitir direi-tos a pessoas diversas daquelas às quais re-almente se conferem, ou transmitem;

II – contiverem declaração, confissão, con-dição ou cláusula não verdadeira;

III – os instrumentos particulares forem an-tedatados, ou pós-datados.

§ 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negó-cio jurídico simulado.

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Slides – Simulação

Direito Civil

DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

Profª. Tatiana Marcello

SIMULAÇÃO

• Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, seválido for na substância e na forma.

• § 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:

I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quaisrealmente se conferem, ou transmitem;

II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.

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Direito Civil – Simulação – Profª Tatiana Marcello

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• Simular é fingir. Ocorre a simulação quando há uma declaração inexata da vontade,por conluio das partes, com o objetivo de aparentar perante a coletividade umnegócio jurídico diferente do que era a intenção, ou até mesmo aparentar umnegócio que não existe de fato (ex.: compra e venda feita para a amante, sem opagamento do valor descrito no contrato, para encobrir uma doação; ex.: compra evenda de um imóvel com previsão de um valor menor, a fim de incidirem menosimpostos).

• A intenção da simulação é iludir terceiros ou violar a lei.

• Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes donegócio jurídico simulado.

• Diversamente de todos os demais defeitos do negócio jurídicos, que sãoANULÁVEIS, a simulação torna o negócio NULO.

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DEFLECS

DoloErro ou IgnorânciaFraude contra CredoresLesãoEstado de PerigoCoaçãoSimulação

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

(...)

LIVRO IIIDos Fatos Jurídicos

TÍTULO IDo Negócio Jurídico

CAPÍTULO VDa Invalidade do Negócio Jurídico

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:

I – celebrado por pessoa absolutamente in-capaz;

II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;

III – o motivo determinante, comum a am-bas as partes, for ilícito;

IV – não revestir a forma prescrita em lei;

V – for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;

VI – tiver por objetivo fraudar lei imperati-va;

VII – a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.

Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.

§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídi-cos quando:

I – aparentarem conferir ou transmitir direi-tos a pessoas diversas daquelas às quais re-almente se conferem, ou transmitem;

II – contiverem declaração, confissão, con-dição ou cláusula não verdadeira;

III – os instrumentos particulares forem an-tedatados, ou pós-datados.

§ 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negó-cio jurídico simulado.

Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.

Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permiti-do supri-las, ainda que a requerimento das partes.

Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetí-vel de confirmação, nem convalesce pelo decur-so do tempo.

Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este

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quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem pre-visto a nulidade.

Art. 171. Além dos casos expressamente decla-rados na lei, é anulável o negócio jurídico:

I – por incapacidade relativa do agente;

II – por vício resultante de erro, dolo, coa-ção, estado de perigo, lesão ou fraude con-tra credores.

Art. 172. O negócio anulável pode ser confirma-do pelas partes, salvo direito de terceiro.

Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio celebrado e a vontade expressa de mantê-lo.

Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava.

Art. 175. A confirmação expressa, ou a execu-ção voluntária de negócio anulável, nos termos dos arts. 172 a 174, importa a extinção de todas as ações, ou exceções, de que contra ele dispu-sesse o devedor.

Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resul-tar da falta de autorização de terceiro, será vali-dado se este a der posteriormente.

Art. 177. A anulabilidade não tem efeito an-tes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilida-de.

Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadên-cia para pleitear-se a anulação do negócio jurí-dico, contado:

I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;

II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;

III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

Art. 179. Quando a lei dispuser que determina-do ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.

Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obriga-ção, invocar a sua idade se dolosamente a ocul-tou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.

Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a im-portância paga.

Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir--se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, se-rão indenizadas com o equivalente.

Art. 183. A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder provar-se por outro meio.

Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separá-vel; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.

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Direito Civil – Invalidade do Negócio Jurídico – Profª Tatiana Marcello

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Slides – Invalidade do Negócio Jurídico

INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

• Invalidade, em sentido amplo, significa que o negócio não surtirá as consequenciasdesejada pelas partes; será invalidado.

NULO (nulidade absoluta) – Negócio que não produz qualquer efeito, por ofenderprincípios da ordem pública. É como se o negócio nunca tivesse existido. Já éinválido.

ANULÁVEL (nulidade relativa ou anulabilidade) – Negócio capaz de se tornar semefeito caso a anulabilidade seja arguida pela parte interessada, mas que poderáseguir normalmente e validamente se o interessado não se manifestar emdeterminado prazo.

NULO (nulidade absoluta)Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;IV - não revestir a forma prescrita em lei;V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade

(ex.: casamento - Art. 1.534. A solenidade realizar-se-á na sede do cartório, com todapublicidade, a portas abertas, presentes pelo menos duas testemunhas);

VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa (ex.: realizar contratação de um assistentecomo contrato de prestação de serviços e não como contrato de trabalho, para se eximir deencargos trabalhistas);

VII - a lei taxativamente o declarar nulo (ex.: Art. 1.475. É nula a cláusula que proíbe aoproprietário alienar imóvel hipotecado), ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção(ex.: Art. 1.521. Não podem casar: I os ascendentes com descendentes...).

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• Também será nulo quando houver simulação (defeito do negócio jurídico em que oscontratantes realizam negócio para prejudicar terceiros, enganando-os)

• O negócio é NULO quando há ofensa a princípios básicos do direito, que acabalesando a coletividade.

• Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalescepelo decurso do tempo.

• Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistiráeste quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, sehouvessem previsto a nulidade. (ex.: contrato de compra e venda nulo por não tersido feito por escritura pública pode ser convertido em promessa e compra evenda, que não exige essa forma)

• Assim, no negócio jurídico nulo não pode haver confirmação, mas pode conversão.

• A nulidade pode ser alegada por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público,ou pode ser declarada pelo próprio juiz, mesmo sem pedido das partes (de ofício).

• Não há prazo prescricional ou decadencial para reclamar; podendo ser alegada aqualquer tempo.

• Ação declaratória de nulidade

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Direito Civil – Invalidade do Negócio Jurídico – Profª Tatiana Marcello

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ANULÁVEL (nulidade relativa ou anulabilidade)

• Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei*, é anulável o negóciojurídico:

I - por incapacidade relativa do agente;

II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraudecontra credores.

* Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outrosdescendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.

• O negócio é ANULÁVEL quando os interesses são particulares, envolvendo apenasas partes interessadas.

• O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.

• A anulabilidade pode ser alegada apenas pelos interessados (não pode serpronunciada de ofício pelo juiz nem pelo MP).

• Se não alegada dentro dos prazos legais, o negócio torna-se válido.

• Ação anulatória

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Prazos (para anulabiliade)

• Art. 178. É de 4 anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negóciojurídico, contado:

I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;

II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia emque se realizou o negócio jurídico;

III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

• Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecerprazo para pleitear-se a anulação, será este de 2 anos, a contar da data daconclusão do ato.

• Ex.: Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito deinteresses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento dequem com aquele tratou. Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar daconclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência parapleitear-se a anulação prevista neste artigo. (nesse caso não se aplica o art. 179)

• Ex.: Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negóciojurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrarconsigo mesmo.

• Ex.: Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outrosdescendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.

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Direito Civil – Invalidade do Negócio Jurídico – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de umaobrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pelaoutra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.

• Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em queantes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com oequivalente.

Quadro comparativoNULO ANULÁVEL

Atinge interesse público Atinge interesse particular

Legitimados: qualquer interessado, MP, ou de ofício pelo juiz

Legitimados: somente os interessados (lesados)

Não admite confirmação pelas partes, nem pode ser sanada pelo juiz.

Admite confirmação expressa ou tácita pelas partes.

Não se sujeita aos prazos prescricionais e decadenciais, pois a nulidade absoluta é

imprescritível.

Regra: Prazo decadencial de 4 anos nos casos do art.

178 do CC/02Prazo decadencial de 2 anos nos casos do art.

179 do CC,02.

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

(...)

LIVRO IIIDos Fatos Jurídicos

TÍTULO IIDos Atos Jurídicos Lícitos

Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não se-jam negócios jurídicos, aplicam-se, no que cou-ber, as disposições do Título anterior.

TÍTULO III

Dos Atos Ilícitos

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão vo-luntária, negligência ou imprudência, violar di-reito e causar dano a outrem, ainda que exclusi-vamente moral, comete ato ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifesta-mente os limites impostos pelo seu fim econô-mico ou social, pela boa-fé ou pelos bons cos-tumes.

Art. 188. Não constituem atos ilícitos:

I – os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;

II – a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remo-ver perigo iminente.

Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circuns-tâncias o tornarem absolutamente necessá-rio, não excedendo os limites do indispensá-vel para a remoção do perigo.

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Slides – Atos Jurídicos

FATOS JURÍDICOS

Fatos Jurídicos Humanos:Acontecimentos que produzem efeitos jurídicos, decorrentes

da conduta humana.

Lícitos: Condutas humanas em conformidade com o ordenamento jurídico.

Ilícitos: ação humana contrária ao

ordenamento jurídico, resultando em dano (ex.:

atropelamento)

Bilaterais Unilaterais

Negócios Jurídicos: Ato que se origina de um acordo de

vontades entre dois ou mais sujeitos (ex.: compra e venda)

Ato jurídico stricto sensu: ato humano sem acordo de vontades (ex.: ocupação,

fixação de domicíl io, reconhecimento de fi lho); é produto da conduta

voluntária, mas sem conteúdo negocial.

ATOS JURÍDICOS LÍCITOS

• Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, noque couber, as disposições do Título anterior. (Título dos Negócios Jurídicos – art.104 ao 184)

• Ato jurídico stricto sensu: ato humano sem acordo de vontades; pressupõe umaconduta voluntária, mas sem conteúdo negocial.

• (ex.: ocupação, fixação de domicílio, reconhecimento de filho, ocupação decorrenteda pesca...).

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Direito Civil – Atos Jurídicos – Profª Tatiana Marcello

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ATOS JURÍDICOS ILÍCITOS

• Ato Jurídico Ilícito – aquele praticado em desacordo com a ordem jurídica,causando dano patrimonial e/ou moral em outrem, ensejando o dever de indenizar.Em vez de criar direitos, cria deveres. Obs.: se não causar dano, não é ilícito civil.

• Art. 186 "Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete atoilícito“.

• (Ex.: atropelamento por imprudência; quebrar uma vidraça; uma lesão corporal;inscrição indevida em cadastros negativos...)

• Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excedemanifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-féou pelos bons costumes. (chamado abuso de direito)

• Ex.: o credor que ao cobrar a dívida vencida expõe o devedor ao ridículo, divulgandona mídia.

• Ex.: pai ou mãe que, ao praticar o poder familiar, castiga imoderadamente o filho(Art. 1.638).

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• Art. 188. Não constituem atos ilícitos:

I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direitoreconhecido;

II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de removerperigo iminente. (chamado Estado de Necessidade - o ato será legítimo somentequando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo oslimites do indispensável para a remoção do perigo).

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

(...)

LIVRO III

Dos Fatos Jurídicos

(...)

TÍTULO V

Da Prova

Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado me-diante:

I – confissão;

II – documento;

III – testemunha;

IV – presunção;

V – perícia.

Art. 213. Não tem eficácia a confissão se pro-vém de quem não é capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados.

Parágrafo único. Se feita a confissão por um representante, somente é eficaz nos limites em que este pode vincular o representado.

Art. 214. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação.

Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, fazendo prova plena.

§ 1º Salvo quando exigidos por lei outros re-quisitos, a escritura pública deve conter:

I – data e local de sua realização;

II – reconhecimento da identidade e capa-cidade das partes e de quantos hajam com-parecido ao ato, por si, como representan-tes, intervenientes ou testemunhas;

III – nome, nacionalidade, estado civil, pro-fissão, domicílio e residência das partes e demais comparecentes, com a indicação, quando necessário, do regime de bens do casamento, nome do outro cônjuge e filia-ção;

IV – manifestação clara da vontade das par-tes e dos intervenientes;

V – referência ao cumprimento das exigên-cias legais e fiscais inerentes à legitimidade do ato;

VI – declaração de ter sido lida na presença das partes e demais comparecentes, ou de que todos a leram;

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VII – assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como a do tabelião ou seu substituto legal, encerrando o ato.

§ 2º Se algum comparecente não puder ou não souber escrever, outra pessoa capaz as-sinará por ele, a seu rogo.

§ 3º A escritura será redigida na língua na-cional.

§ 4º Se qualquer dos comparecentes não souber a língua nacional e o tabelião não entender o idioma em que se expressa, de-verá comparecer tradutor público para ser-vir de intérprete, ou, não o havendo na lo-calidade, outra pessoa capaz que, a juízo do tabelião, tenha idoneidade e conhecimento bastantes.

§ 5º Se algum dos comparecentes não for conhecido do tabelião, nem puder identifi-car-se por documento, deverão participar do ato pelo menos duas testemunhas que o conheçam e atestem sua identidade.

Art. 216. Farão a mesma prova que os originais as certidões textuais de qualquer peça judicial, do protocolo das audiências, ou de outro qual-quer livro a cargo do escrivão, sendo extraídas por ele, ou sob a sua vigilância, e por ele subs-critas, assim como os traslados de autos, quan-do por outro escrivão consertados.

Art. 217. Terão a mesma força probante os tras-lados e as certidões, extraídos por tabelião ou oficial de registro, de instrumentos ou docu-mentos lançados em suas notas.

Art. 218. Os traslados e as certidões considerar--se-ão instrumentos públicos, se os originais se houverem produzido em juízo como prova de algum ato.

Art. 219. As declarações constantes de docu-mentos assinados presumem-se verdadeiras em relação aos signatários.

Parágrafo único. Não tendo relação direta, porém, com as disposições principais ou com a legitimidade das partes, as declara-ções enunciativas não eximem os interes-

sados em sua veracidade do ônus de prová--las.

Art. 220. A anuência ou a autorização de ou-trem, necessária à validade de um ato, provar--se-á do mesmo modo que este, e constará, sempre que se possa, do próprio instrumento.

Art. 221. O instrumento particular, feito e assi-nado, ou somente assinado por quem esteja na livre disposição e administração de seus bens, prova as obrigações convencionais de qualquer valor; mas os seus efeitos, bem como os da ces-são, não se operam, a respeito de terceiros, an-tes de registrado no registro público.

Parágrafo único. A prova do instrumento particular pode suprir-se pelas outras de ca-ráter legal.

Art. 222. O telegrama, quando lhe for contesta-da a autenticidade, faz prova mediante confe-rência com o original assinado.

Art. 223. A cópia fotográfica de documento, conferida por tabelião de notas, valerá como prova de declaração da vontade, mas, impugna-da sua autenticidade, deverá ser exibido o ori-ginal.

Parágrafo único. A prova não supre a au-sência do título de crédito, ou do original, nos casos em que a lei ou as circunstâncias condicionarem o exercício do direito à sua exibição.

Art. 224. Os documentos redigidos em língua estrangeira serão traduzidos para o português para ter efeitos legais no País.

Art. 225. As reproduções fotográficas, cinema-tográficas, os registros fonográficos e, em geral, quaisquer outras reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova plena destes, se a parte, contra quem forem exi-bidos, não lhes impugnar a exatidão.

Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e so-ciedades provam contra as pessoas a que per-tencem, e, em seu favor, quando, escriturados sem vício extrínseco ou intrínseco, forem confir-mados por outros subsídios.

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Direito Civil – Da Prova – Profª Tatiana Marcello

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Parágrafo único. A prova resultante dos li-vros e fichas não é bastante nos casos em que a lei exige escritura pública, ou escrito particular revestido de requisitos especiais, e pode ser ilidida pela comprovação da fal-sidade ou inexatidão dos lançamentos.

Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova ex-clusivamente testemunhal só se admite nos ne-gócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o dé-cuplo do maior salário mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados.

Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é admissível como subsidiária ou comple-mentar da prova por escrito.

Art. 228. Não podem ser admitidos como teste-munhas:

I – os menores de dezesseis anos;

II – aqueles que, por enfermidade ou retar-damento mental, não tiverem discernimen-to para a prática dos atos da vida civil;

III – os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se quer provar dependa dos senti-dos que lhes faltam;

IV – o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes;

V – os cônjuges, os ascendentes, os descen-dentes e os colaterais, até o terceiro grau de alguma das partes, por consangüinidade, ou afinidade.

Parágrafo único. Para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o juiz admitir o de-poimento das pessoas a que se refere este artigo.

Art. 229. Ninguém pode ser obrigado a depor sobre fato:

I – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar segredo;

II – a que não possa responder sem deson-ra própria, de seu cônjuge, parente em grau sucessível, ou amigo íntimo;

III – que o exponha, ou às pessoas referidas no inciso antecedente, a perigo de vida, de demanda, ou de dano patrimonial imediato.

Art. 230. As presunções, que não as legais, não se admitem nos casos em que a lei exclui a pro-va testemunhal.

Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não poderá aprovei-tar-se de sua recusa.

Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame.

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Slides – Da Prova

Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado mediante:

I - confissão;

II - documento;

III - testemunha;

IV - presunção;

V - perícia.

Confissão• Quando a parte admite a verdade sobre um fato que contrário ao seu interesse e

favorável ao seu adversário.

• Pode ser judicial ou extrajudicial.

• A confissão não implica em presunção absoluta da verdade dos fatos.

• Art. 213. Não tem eficácia a confissão se provém de quem não é capaz de dispor dodireito a que se referem os fatos confessados.

• Parágrafo único. Se feita a confissão por um representante, somente é eficaz noslimites em que este pode vincular o representado.

• Art. 214. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro defato ou de coação.

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Direito Civil – Da Prova – Profª Tatiana Marcello

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Documento• Os documentos podem ser:

• Particulares – feitos mediante atividade privada, como cartas, telegramas,fotografias...

• Públicos – elaborados por autoridade pública no exercício de suas funções, tais comoguia de imposto, certidões passadas por escrivão judicial...

• Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado defé pública, fazendo prova plena.

• § 1o Salvo quando exigidos por lei outros requisitos, a escritura pública deve conter:

I - data e local de sua realização;II - reconhecimento da identidade e capacidade das partes e de quantos hajam

comparecido ao ato, por si, como representantes, intervenientes ou testemunhas;III - nome, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e residência das partes e

demais comparecentes, com a indicação, quando necessário, do regime de bens docasamento, nome do outro cônjuge e filiação;

IV - manifestação clara da vontade das partes e dos intervenientes;V - referência ao cumprimento das exigências legais e fiscais inerentes à legitimidade

do ato;VI - declaração de ter sido lida na presença das partes e demais comparecentes, ou de

que todos a leram;VII - assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como a do tabelião ou

seu substituto legal, encerrando o ato.

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• § 2o Se algum comparecente não puder ou não souber escrever, outra pessoa capazassinará por ele, a seu rogo.

• § 3o A escritura será redigida na língua nacional.

• § 4o Se qualquer dos comparecentes não souber a língua nacional e o tabelião nãoentender o idioma em que se expressa, deverá comparecer tradutor público paraservir de intérprete, ou, não o havendo na localidade, outra pessoa capaz que, ajuízo do tabelião, tenha idoneidade e conhecimento bastantes.

• Art. 219. As declarações constantes de documentos assinados presumem-severdadeiras em relação aos signatários.

• Art. 220. A anuência ou a autorização de outrem, necessária à validade de um ato,provar-se-á do mesmo modo que este, e constará, sempre que se possa, do próprioinstrumento.

• (Ex.: na compra e venda de um bem imóvel, dependendo do regime de bens, seránecessária a chamada outorga uxória; portanto, se o contrato for feito por escriturapública, a outorga também deverá).

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Direito Civil – Da Prova – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 222. O telegrama, quando lhe for contestada a autenticidade, faz provamediante conferência com o original assinado.

• Art. 223. A cópia fotográfica de documento, conferida por tabelião de notas, valerácomo prova de declaração da vontade, mas, impugnada sua autenticidade, deveráser exibido o original.

• Parágrafo único. A prova não supre a ausência do título de crédito, ou do original,nos casos em que a lei ou as circunstâncias condicionarem o exercício do direito àsua exibição.

• Art. 224. Os documentos redigidos em língua estrangeira serão traduzidos para oportuguês para ter efeitos legais no País.

• tradutor juramentado;• Documentos em espanhol terão a mesma força probatória entre os países do

Mercosul.

• Art. 225. As reproduções fotográficas, cinematográficas, os registros fonográficos e,em geral, quaisquer outras reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou decoisas fazem prova plena destes, se a parte, contra quem forem exibidos, não lhesimpugnar a exatidão.

• (incluem-se os arquivos eletrônicos, como reproduções eletrônicas de fatos ou decoisas)

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Testemunha• Art. 228. Não podem ser admitidos como testemunhas:I - os menores de dezesseis anos;II - aqueles que, por enfermidade ou retardamento mental, não tiverem discernimento

para a prática dos atos da vida civil;III - os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se quer provar dependa dos

sentidos que lhes faltam;IV - o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes;V - os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o terceiro grau de

alguma das partes, por consangüinidade, ou afinidade (colaterais – irmão, sobrinho,tio sogro, cunhado).

• Parágrafo único. Para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o juiz admitir odepoimento das pessoas a que se refere este artigo. (mas não prestarão compromissode dizer a verdade)

Presunção e Perícia

• A presunção legal por ser absoluta (quando não se admite prova em contrário) ourelativa ou (quando é possível se provar o contrário).

• Perícia é a prova decorrente de análises de especialistas ou peritos (exame, vistoria,avaliação...)

• Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não poderáaproveitar-se de sua recusa.

• Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que sepretendia obter com o exame.

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

(...)

TÍTULO V

Dos Contratos em Geral

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Seção IPRELIMINARES

Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.

Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.

Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.

Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.

Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.

Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.

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Slides – Disposições Gerais – Contrato

DISPOSIÇÕES GERAIS - PRELIMINARES

• Contrato é uma espécie de negócio jurídico bilateral ou plurilateral, ou seja,depende, para sua formação, de pelo menos duas partes.

• “É um acordo de vontade que tem por fim criar, modificar ou extinguir direitos.Constitui fonte de obrigação e o mais expressivo modelo de negócio jurídico.”(Carlos Roberto Gonçalves)

Requisitos de validade dos

contratos

De ordem geral

Capacidade do agente

Objeto lícito, possível,

determinado ou determinável

Forma prescrita ou não defesa em

lei

De ordem especial

Acordo de vontades ou

consentimento recíproco

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Direito Civil – Disposições Gerais - Contrato – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da funçãosocial do contrato.

• Função social do contrato – objetivo de tornar o contrato equilibrado entre aspartes, para que se tornem mais proveitosas para ambos os contratantes, bem comopara que as partes não extrapolem os limites dos interesses coletivos e nãoameacem os bons costumes; busca-se a construção de uma sociedade mais justa esolidária.

• Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato,como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.

• Boa-fé objetiva – padrões de conduta que ambos os contratantes devem observar,tanto na tratativa, quanto na conclusão e execução do contrato, agindo comhonestidade e probidade.

• Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas oucontraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.

• Contrato de adesão – ao contrário do contrato paritário, o contrato de adesão éaquele elaborado unilateralmente por uma das partes, sem que a outra parte possadiscutir ou modificar substancialmente seu conteúdo; limitando-se a “aceitar” ascláusulas e condições previamente redigidas pela outra.

• Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúnciaantecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.

• Ex.: cláusula de renúncia antecipada a indenização por benfeitorias necessárias emcontrato de locação de imóvel urbano.

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• Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas geraisfixadas neste Código.

• Contratos atípicos - em regra, os contratos encontra-se nominados e definidos nopróprio Código Civil (art. 481 e seguintes - compra e venda, seguro, mandato,doação...); porém, as partes podem criar figuras contratuais que não esteja alidefinidas, , desde que não contrariando as normas gerais, a ordem pública, os bonscostumes e os princípios gerais do direito (como a função social do contrato e a boa-fé).

• Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.

• Preceito de ordem pública, que implica na proibição de se “negociar” umaherança de pessoa viva. Essa regra tem algumas exceções, como: a) nos pactosantenupciais os nubentes podem dispor suas recíprocas sucessões (art. 1.668, IV);b) os pais podem partilhar, em ato inter vivos, seus bens entre os descendentes, oque será considerado antecipação de legítima (art. 2.018).

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CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS

• Para fins didáticos, a doutrina faz uma classificação dos contratos.

• Um mesmo contrato pode se enquadrar em diversas modalidade, conforme oprisma que se analisa.

• Quanto aos efeitosUnilaterais Contratos que criam obrigações apenas para um dos contratantes (ex.:

doação pura)Bilaterais Contratos que criam obrigações para ambos os contratantes (ex.: compra e

venda)Plurilaterais Contratos que possuem mais de duas partes, criando obrigações para todas

(ex.: contrato de sociedade)

Gratuitos (benéficos)

Contratos em que apenas uma das partes aufere benefícios, enquanto a outrasuporta os ônus (ex.: doação pura, comodato...)

Onerosos Contratos em que ambos os contraentes obtém benefícios e sacrifícios.- Comutativos - possuem prestações e contraprestações equivalentes econhecidas pelas partes (ex.: compra e venda)- Aleatórios - a prestação de uma ou ambas as partes não é conhecida deimediato, dependendo de evento futuro e incerto (ex.: contrato de seguro)

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• Quanto à formação

Paritários Contatos em que as partes estabelecem e discutem amplamente suas cláusulas antes da sua formação

De adesão Contratos que possuem cláusulas contratuais previamente e unilateralmente elaboradas por uma das partes, sendo que a outra limita-se a aderir a essas imposições, sem que possa discuti-las ou alterá-las (ex.: contratos bancários)

• Quanto ao momento de sua execução

Contratos de execução instantânea

São os que se consumam em um só ato, imediatamente após a suacelebração (ex.: compra e venda à vista)

Contratos de execução diferida

São os que devem ser cumpridos em um só ato, mas em momentofuturo (ex.: compra e venda com entrega da coisa em determinadadata futura)

Contrato de tratosucessivo

São os que se cumprem através de atos reiterados (ex.: compra evenda à prestação; contrato de locação, etc.)

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Direito Civil – Disposições Gerais - Contrato – Profª Tatiana Marcello

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• Quanto ao agente

Personalíssimos (intuitu personae)

Contatos que são celebrados em razão das qualidades pessoais de um dos contraentes, o qual será o único capaz de cumprir a obrigação, não podendo ser substituído (contrato o artista tal para um show)

Impessoais Contratos cuja obrigação pode ser cumprida pelo obrigado ou por terceiro. O que importa é a realização da obrigação, não importando quem a executa, já que não requer habilidades específicas do devedor (ex.: contrato de prestação de serviço de limpeza, sem especificar quem deve executar)

• Quanto ao modo por que existem

Principais Contatos que têm existência própria, autônoma e não dependem de outros (ex.: compra e venda, locação, etc.)

Acessórios Contratos que dependem de outro contrato para existirem (ex.: contrato de fiança)

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• Quanto à formaSolenes Contratos que, para sua validade, precisam obedecer a forma

prescrita em lei (ex.: escritura pública na alienação de imóveis)Não solenes Contratos de forma livre (é a regra), bastando o consentimentos das

para sua formação (ex.: compra e venda de um sapato)Consensuais Contratos que se formam com o simples consenso das partes,

independentemente da entrega da coisa ou de forma especial,também sendo considerados não solenes (ex.: compra e venda debens móveis)

Reais Contratos que se formam com a efetiva entrega da coisa (ex.: contratode depósito, comodato, penhor, etc.)

• Quanto à designação

Nominados Contratos que a lei estipula seu nome (ex.: contrato de compra evenda, art. 481 e seguintes do CC)

Inominados Contratos que a lei não estabelece nome específico.

Típicos São os contratos que vêm expressamente regulados em lei (ex.: asvárias espécies de contratos tratados a partir do art. 481 do CC)

Atípicos São contratos que não estão especificamente previstos em lei, masque são válidos por reunirem as condições essenciais dos contratosem geral e obedecerem aos limites da autonomia privada.

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO VDos Contratos em Geral

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Seção IIDA FORMAÇÃO DOS CONTRATOS

Art. 427. A proposta de contrato obriga o pro-ponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstân-cias do caso.

Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:

I – se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera--se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;

II – se, feita sem prazo a pessoa ausente, ti-ver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponen-te;

III – se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;

IV – se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.

Art. 429. A oferta ao público equivale a propos-ta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das cir-cunstâncias ou dos usos.

Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta re-alizada.

Art. 430. Se a aceitação, por circunstância im-prevista, chegar tarde ao conhecimento do pro-ponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos.

Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adi-ções, restrições, ou modificações, importará nova proposta.

Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o propo-nente a tiver dispensado, reputar-se-á concluí-do o contrato, não chegando a tempo a recusa.

Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.

Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam--se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:

I – no caso do artigo antecedente;

II – se o proponente se houver comprometi-do a esperar resposta;

III – se ela não chegar no prazo convencio-nado.

Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.

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Slides – Da Formação dos Contratos

FORMAÇÃO DOS CONTRATOS

• A formação do contrato é composta por 3 fases:

• Negociações preliminares• Proposta (oferta ou oblação)• Aceitação

• Negociações Preliminares

• Fase que antecede a proposta, com sondagens, conversações, estudos edebates.

• Essa fase, em regra, não gera obrigações para as partes, podendo qualquer daspartes afastar-se por desinteresse.

• Apesar dessa fase não gerar obrigações em relação ao contrato em si, as partesnão estão isentas de cumprirem com os deveres jurídicos de boa-fé, comolealdade, honestidade, informação correta, sigilo, etc.

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Direito Civil – Da Formação dos Contratos – Profª Tatiana Marcello

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• Proposta

• Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultardos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.

• A proposta traduz uma vontade definitiva de contratar, criando no aceitante uma aexpectativa do contrato, que poderá criar projetos, despesas, fazer cessar algumaatividade, etc.; portanto, já cria obrigação.

• Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitosessenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desdeque ressalvada esta faculdade na oferta realizada.

• Não apenas a proposta dirigida a uma determinada pessoa, como também umaoferta ao público equivale a uma proposta e vincula o ofertante.

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• Aceitação

• É a concordância com os termos da proposta, dentro do prazo, levando à formaçãodo contrato.

• Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimentodo proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena deresponder por perdas e danos.

• A aceitação é válida quando chegar ao conhecimento do proponente dentro doprazo.

• Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações,importará nova proposta.

• Contraproposta – a aceitação nos termos deste artigo não forma o contrato,pois será considerada uma nova proposta.

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Direito Civil – Da Formação dos Contratos – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ouo proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando atempo a recusa.

• A aceitação pode ser:

• Expressa – quando o aceitante declara expressamente sua aceitação;• Tácita – nas hipóteses do art. 432:

a) quando não seja costume a aceitação expressa (ex.: um fornecedor que enviaperiodicamente produtos a um comerciante e este efetua o pagamento, sem ter quemanifestar expressamente que aceita).b) quando o próprio proponente a tiver dispensado (ex.: o turista que envia e-mail aohotel fazendo reservas e indicando o dia da hospedagem; se o hotel não respondernegativamente, presume-se que aceitou).

• Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar aoproponente a retratação do aceitante.

• Da mesma forma que é possível a retratação da proposta quando essa retrataçãochega antes ou juntamente com a proposta ao conhecimento do aceitante (art. 428,IV), também é possível a retratação da aceitação, quando aquela chegar antes oujuntamente ao conhecimento do proponente.

• Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.

• Considera-se o lugar da celebração do contrato o lugar onde foi feita a proposta.

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LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

(...)

TÍTULO V

Dos Contratos em Geral

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Seção IIIDA ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE

TERCEIRO

Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.

Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos ter-mos do art. 438.

Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-

-lhe a execução, não poderá o estipulante exo-nerar o devedor.

Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direi-to de substituir o terceiro designado no contra-to, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.

Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade.

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Slides – Estipulação em Favor de Terceiros – Contrato

ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO

• Conceito: Configura-se quando uma pessoa convenciona com outra que estaconcederá uma vantagem ou um benefício em favor de terceiro, que não é parte nocontrato. (Carlos Roberto Gonçalves)

• Personagens: estipulante; promitente; e beneficiário (terceiro)

• Exemplo mais comum: seguro de vida – o segurado (estipulante) convenciona como segurador (promitente) pagar ao beneficiário (terceiro) um valor previamenteajustado em caso de sinistro.

• Detalhes:

• O terceiro torna-se credor do promitente.

• O negócio se estabelece por vontade do promitente e do estipulante, sendodesnecessário o consentimento do beneficiário. Porém, o beneficiário pode recusara estipulação em seu favor.

• Para configurar a estipulação em favor de terceiro, necessário que haja umavantagem ao beneficiário de forma gratuita; eventual onerosidade invalida aestipulação.

• Como o negócio se dá entre o estipulante e o promitente, é exigida capacidadeapenas destes, já que o beneficiário pode ser qualquer pessoa, inclusive incapaz.

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Direito Civil – Estipulação em Favor de Terceiros-Contratos – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento daobrigação.

• Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, tambémé permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, sea ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438 (direito de substituiro beneficiário).

• Tanto o estipulante quanto o terceiro podem exigir do promitente o cumprimentoda obrigação.

• Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito dereclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.

• Em regra, o estipulante pode liberar o devedor de cumprir a obrigação; exceto se ocontrato deixar ao beneficiário o direito de exigir o cumprimento, caso em que oestipulante não poderá exonerar o promitente, ou seja, a estipulação seráirrevogável.

• Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado nocontrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.

• Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição deúltima vontade.

• O estipulante pode deixar expresso no contrato o direito de substituir o terceiro,independentemente da anuência deste, que não terá qualquer direito.

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LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

(...)

TÍTULO V

Dos Contratos em Geral

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Seção IVDA PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO

Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quan-do este o não executar.

Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promi-tente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.

Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.

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Slides – Promessa de Fato de Terceiros – Contrato

PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO

• Conceito: Configura-se quando uma pessoa se compromete com outra a obterprestação de fato de um terceiro. (Carlos Roberto Gonçalves)

• Exemplo: Alguém se compromete a levar um cantor famoso a uma casa noturna emdeterminada data, sem ter obtido previamente a concordância deste.

• Obrigação: Como não se pode vincular terceiro a uma obrigação, apenas o queprometeu (promitente) é que se obriga, de forma que se o terceiro não cumprir aobrigação, o promitente responderá por perdas e danos.

• Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos,quando este o não executar.

• Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge dopromitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, peloregime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seusbens.

• A exceção o parágrafo único é para preservar o cônjuge do promitente, para queaquele não venha a sofrer prejuízo em seu patrimônio em caso de seu cônjugeprometer um fato em seu nome. Ex.: O marido promete conseguir a anuência daesposa na concessão de uma fiança e esta recusa-se a prestar; nesse caso, se foremcasados pelo regime de comunhão parcial ou total de bens, caso o marido sejaresponsabilizado em perdas e danos, esse $ sairá do patrimônio do casal; então a leitrouxe essa exceção para evitar prejuízos ao cônjuge que nada prometeu e evitar olitígio familiar.

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Direito Civil – Promessa de Fato de Terceiros – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, seeste, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.

• Se o próprio terceiro concorda em executar o que foi prometido, este então passa aser o devedor da obrigação; e se não cumprir, responderá ele mesmo por perdas edanos, eximindo o promitente da responsabilidade.

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LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

(...)

TÍTULO V

Dos Contratos em Geral

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Seção VDOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS

Art. 441. A coisa recebida em virtude de contra-to comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.

Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.

Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.

Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou de-feito da coisa, restituirá o que recebeu com per-

das e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.

Art. 444. A responsabilidade do alienante sub-siste ainda que a coisa pereça em poder do alie-natário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.

Art. 445. O adquirente decai do direito de ob-ter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.

§ 1º Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oi-tenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.

§ 2º Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na fal-ta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.

Art. 446. Não correrão os prazos do artigo ante-cedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu desco-brimento, sob pena de decadência.

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Slides – Dos Vícios Redibitórios – Contrato

VÍCIOS REDIBITÓRIOS

• Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada porvícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhediminuam o valor.

• Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.

• Conceito: Vícios redibitórios são defeitos ocultos em coisas recebidas em virtude decontrato comutativo, que a tornam imprópria ao uso a que se destina ou lhediminuem o valor. (Carlos Roberto Gonçalves)

• Exemplos de vícios ocultos: gado com doenças; defeitos em peças de umautomóvel; imóveis que inundam; móveis com cupim; etc.

• Essas regras incidem apenas em contratos comutativos (espécie de onerosos), nãoincidindo nos contratos gratuitos.

• Requisitos para a verificação dos vícios redibitórios:

a) que a coisa tenha sido recebida em virtude de contrato comutativo;b) que os efeitos sejam ocultos;c) que existam no momento da celebração do contrato e perdurem até a ocasião da

reclamação;d) que sejam desconhecidos do adquirente; ee) que sejam tais que tornem a coisa imprópria ao fim que se destina ou lhe diminua

o valor.

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Direito Civil – Dos Vícios Redibitórios - Contrato – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode oadquirente reclamar abatimento no preço.

• Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o querecebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valorrecebido, mais as despesas do contrato.

Conhecia o vício restituição do que recebeu perdas e danos

Não conhecia o vício

restituição do que recebeu

• Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça empoder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.

• Mesmo que já esteja em poder do adquirente, se perecer a coisa por vício oculto jáexistente ao tempo da tradição, não podendo ser restituída, permanece aresponsabilidade do alienante (ex.: morte do animal adquirido, por doençapreexistente).

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• Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preçono prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado daentrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido àmetade.

• Prazos para reclamar:

• Conta-se o prazo a partir da tradição (entrega) do bem. Porém, se o adquirente jáestava na posso do bem, conta-se a partir da alienação, reduzido à metade.

30 DIAS BEM MÓVEL

1 ANO BEM IMÓVEL

• § 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazocontar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento eoitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.

• Aqueles vícios ocultos que somente são evidenciados com o tempo, somentecomeçam a contar os prazos a partir da ciência do vício, até o prazo máximo de 180dias para móveis e 1 ano para imóveis.

• § 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serãoos estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se odisposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.

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Direito Civil – Dos Vícios Redibitórios - Contrato – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusulade garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta diasseguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.

• Os prazos para reclamar por vícios redibitórios previstos na lei são o que chamamosde “garantia legal”. Porém, pode-se convencionar cláusula de “garantiacontratual”, sendo que uma não exclui a outra. A garantia legal começa a contarapós o prazo de garantia contratual, mas é preciso denunciar o defeito no prazo deaté 30 dias do seu descobrimento.

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

(...)

TÍTULO V

Dos Contratos em Geral

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Seção VIDa EVICÇÃO

Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.

Art. 448. Podem as partes, por cláusula expres-sa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabili-dade pela evicção.

Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem di-reito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.

Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou:

I – à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;

II – à indenização pelas despesas dos con-tratos e pelos prejuízos que diretamente re-sultarem da evicção;

III – às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.

Parágrafo único. O preço, seja a evicção to-tal ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial.

Art. 451. Subsiste para o alienante esta obriga-ção, ainda que a coisa alienada esteja deteriora-da, exceto havendo dolo do adquirente.

Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vanta-gens das deteriorações, e não tiver sido conde-nado a indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante.

Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante.

Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que so-freu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restitui-ção devida.

Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evic-ção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço cor-

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respondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indeni-zação.

Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo.

Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de recursos.

Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.

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Direito Civil – Da Evicção – Contrato – Profª Tatiana Marcello

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Slides – Da Evicção – Contrato

EVICÇÃO• Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta

garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.

• Conceito: Evicção é a perda da coisa em virtude de sentença judicial, que a atribui aoutrem por causa jurídica preexistente ao contrato. (Carlos Roberto Gonçalves)

• Personagens:• Alienante – que responde pelos riscos da evicção;• Evicto – adquirente do bem que será retomado por terceiro;• Evictor – terceiro reivindicante e vencedor da ação.

• Exemplo: A (alienante) vende um veículo para B (evicto), sendo que posteriormenteuma sentença judicial vem a reconhecer que o veículo pertencia a C (evictor). Nessecaso, o veículo será entregue a C; A terá que devolver a B o valor pago, além deindenização.

• Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir aresponsabilidade pela evicção.

• Podem as partes convencionar expressamente um reforço (ex.: pagamento emdobro), diminuição (ex.: pagar metade) ou exclusão (não pagar nada) daresponsabilidade. Porém, essa cláusula trata-se da indenização, já que o valor dobem, em regra, deve ser devolvido.

• Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta seder, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soubedo risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.

• Mesmo havendo cláusula que exclui a garantia contra evicção, permanece o direito de receber de volta o valor pago pelo bem, exceto se, além da cláusula de exclusão da indenização, o evicto tinha ciência e assumiu o risco da evicção.

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Inexistência de cláusula excludente da garantia

Responsabilidade integral: devolução do $ + indenização

Cláusula expressa de exclusão de garantia

Desconhecimento do risco ou não assunção, se dele

informado

Responsabilidade apenas de devolver o

$ pago pelo bem

Cláusula expressa de exclusão de garantia

Conhecimento e assunção do risco pelo evicto

Isenção de toda e qualquer

responsabilidade

• Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituiçãointegral do preço ou das quantias que pagou:

I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;

II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamenteresultarem da evicção;

III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.

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Direito Civil – Da Evicção – Contrato – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirentenotificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e comolhe determinarem as leis do processo.

• O evicto/adquirente demandado pelo evictor/terceiro notificará o alienante sobre oprocesso, através da “denunciação da lide” (CPC – art. 70 – é o ato pelo qual o autorou o réu chamam em juízo terceira pessoa, que seja garante de seu direito, a fim deresguardá-lo no caso de serem vencidos na demanda em que se encontram).

• Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa eraalheia ou litigiosa.

• Se o adquirente sabia que a coisa era alheia ou pendente de litígio, não poderáreclamar pela evicção (apenas terá direito ao $ de volta), pois presume-se que se tinhaciência, assumiu o risco (mesmo não havendo cláusula expressa de exclusão degarantia, pois se tivesse, não haveria nenhuma responsabilidade).

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-guinte Lei:

PARTE ESPECIAL

(...)

TÍTULO V

Dos Contratos em Geral

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Seção VIIDOS CONTRATOS ALEATÓRIOS

Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer res-peito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.

Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada.

Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante res-tituirá o preço recebido.

Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienan-te a todo o preço, posto que a coisa já não existis-se, em parte, ou de todo, no dia do contrato.

Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do ris-co, a que no contrato se considerava exposta a coisa.

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Slides – Contrato Aleatório

CONTRATO ALEATÓRIO

• Ao estudarmos a classificação dos contratos, verificamos que os contratos bilateraise onerosos podem ser comutativos ou aleatórios. Comutativos são aqueles comprestações equivalentes, certas e determinadas, não envolvendo risco; cada parte sesujeita a um sacrifício e uma vantagem previamente conhecidos por elas. Já ocontrato aleatório se caracteriza pela incerteza, sendo que uma ou mais prestaçõesdependem de evento futuro e incerto.

• Conceito: Contrato aleatório é o bilateral e oneroso em que pelo menos um doscontraentes não pode antever a vantagem que receberá em troca da prestaçãofornecida (Carlos Roberto Gonçalves).

• Exemplos: contrato de seguro; contrato de aposta.

• O contratos aleatórios dividem-se em:

• Aleatórios por natureza – como os contratos de seguro, jogos ou apostas.

• Acidentalmente aleatórios – que serão de 2 espécies:

• a) venda de coisas futuras, em que o risco pode referir-se a própria existênciada coisa (art. 458);

• b) venda de coisas existentes, mas expostas a risco (art. 460)

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Direito Civil – Contrato Aleatório – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujorisco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito dereceber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenhahavido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.

• Risco concernente a própria existência da coisa – ex.: alguém vende uma colheitafutura, sendo que o adquirente assume o risco de o produto nem existir nomomento da colheita (geada, pragas, etc.). Caso o risco se consume, o vendedorterá direito a receber integralmente o preço, exceto se o risco se consumou por doloou culpa sua, caso em que o contrato será nulo e o $ deverá ser devolvido.

• Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando oadquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá tambémdireito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorridoculpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada.

• Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e oalienante restituirá o preço recebido.

• Risco relativo a quantidade da coisa esperada: No exemplo da colheita futura, se oadquirente assumir risco de existir em qualquer quantidade, o alienante tambémterá direito a todo o preço caso a quantidade venha a ser menor. Porém, se nãoexistir quantidade alguma, o contrato ficará nulo e o alienante deverá restituir o $pago.

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• Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostasa risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo opreço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato.

• Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá seranulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante nãoignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa.

• Venda de coisas existentes, mas exposta a risco – ex.: venda de mercadoriastransportada por um navio pequeno, cujo risco de naufrágio foi assumido peloadquirente; o alienante terá direito a todo o preço, mesmo que já tenha aténaufragado na data do contrato (art. 460). Porém, se o alienante já tinha ciência daconsumação do risco (naufrágio) e mesmo assim efetuou a venda, a alienaçãopoderá ser anulada pelo prejudicado.

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-guinte Lei:

PARTE ESPECIAL

(...)

TÍTULO V

Dos Contratos em Geral

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Seção VIII

DO CONTRATO PRELIMINAR

Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.

Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependi-mento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive.

Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente.

Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadim-

plente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação.

Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra parte conside-rá-lo desfeito, e pedir perdas e danos.

Art. 466. Se a promessa de contrato for unila-teral, o credor, sob pena de ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela pre-visto, ou, inexistindo este, no que lhe for razoa-velmente assinado pelo devedor.

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Slides – Do Contrato Preliminar

CONTRATO PRELIMINAR

• Conceito: Contrato preliminar é aquele que tem por objeto a celebração de umcontrato definitivo; trata-se de uma promessa de contratar, gerando direitos edeveres para as partes que assumem a obrigação de futuramente contrair ocontrato definitivo. (Maria Helena Diniz)

• Exemplo: “promessa de compra e venda”.

• Os motivos que levam alguém a não contratar de forma definitiva são diversos, taiscomo, porque o pagamento será feito parcelado, por estar no aguardo da liberaçãode um financiamento, ou por algum motivo particular ou mera conveniência.

• Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos osrequisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.

• O contrato preliminar deve conter os mesmo requisitos exigidos para o contratodefinitivo, tais como capacidade, objeto lícito, possível, determinado oudeterminável. Porém, não se exige que o contrato cumpra os mesmos requisitos dodefinitivo em relação a forma.

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Direito Civil – Contrato Preliminar – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigoantecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer daspartes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outrapara que o efetive.

• Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente.

• Como o contrato preliminar não precisa obedecer a mesma forma que o definitivo,não há necessidade de escritura pública, por exemplo, podendo se dar porinstrumento particular. Portanto, entende-se que a previsão de ser levado a registrocompetente é para que tenha efeitos em relação a terceiros, mas não é requisito docontrato.

• Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontadeda parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo sea isto se opuser a natureza da obrigação.

• Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outraparte considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos.

• Se o estipulante não cumprir a promessa, restando inadimplente na obrigação, aoutra parte poderá, se assim quiser, rescindir o contrato e exigir indenização porperdas e danos.

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

(...)

TÍTULO V

Dos Contratos em Geral

CAPÍTULO IIDA EXTINÇÃO DO CONTRATO

Seção IDO DISTRATO

Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.

Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, ope-ra mediante denúncia notificada à outra parte.

Parágrafo único. Se, porém, dada a nature-za do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua exe-cução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compa-tível com a natureza e o vulto dos investi-mentos.

Seção IIDA CLÁUSULA RESOLUTIVA

Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpela-ção judicial.

Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemen-to pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.

Seção IIIDA EXCEÇÃO DE CONTRATO

NÃO CUMPRIDO

Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obriga-ção, pode exigir o implemento da do outro.

Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes dimi-nuição em seu patrimônio capaz de compro-meter ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfa-zê-la.

Seção IVDA RESOLUÇÃO POR

ONEROSIDADE EXCESSIVA

Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de aconte-cimentos extraordinários e imprevisíveis, pode-

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rá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.

Art. 479. A resolução poderá ser evitada, ofere-cendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato.

Art. 480. Se no contrato as obrigações coube-rem a apenas uma das partes, poderá ela plei-tear que a sua prestação seja reduzida, ou al-terado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.

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Direito Civil – Da Extinção do Contrato – Profª Tatiana Marcello

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Slides – Da Extinção do Contrato

EXTINÇÃO DO CONTRATO

• Os contratos têm um ciclo: nascem do acordo de vontades; produzem seus efeitos eextinguem-se.

• Em regra, a extinção se dá através da sua execução, ou seja, o cumprimento docontrato leva à quitação, liberando o devedor e satisfaz o credor.

• No entanto, o contrato também pode se extinguir sem seu cumprimento, através decausas anteriores ou contemporâneas à sua formação, ou por causassupervenientes.

• Extinção por causas anteriores ou contemporâneas à formação

• Nulidade absoluta ou relativa

• Cláusula resolutiva expressa

• Direito de arrependimento

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• Nulidade absoluta ou relativa

• Nulidade absoluta (nulo) – quanto faltar elemento essencial do ato, impedindoque o contrato produza seus efeitos desde a sua formação (ex.: incapacidadeabsoluta do agente; forma prescrita em lei; objeto lícito, possível, determinadoou determinável, etc.)

• Nulidade relativa (anulável) – quando há algum imperfeição da vontade (ex.:incapacidade relativa do agente ou vícios de consentimento, como erro, dolo,coação) e somente poderá extinguirá o contato se o interessado a reclamar.

• Cláusula Resolutiva (art. 474)

• Durante a execução de um contrato, cada uma das partes tem a faculdade de pedira resolução se o outro não cumpre as obrigações avençadas.

• Essa possibilidade pode ser:

• Expressa – através de uma cláusula convencional (opera-se de direito)• Tácita – advém de uma presunção legal (depende de decisão judicial)

• Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, senão preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenizaçãopor perdas e danos.

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• Direito de arrependimento

• Cláusula expressa no contrato que permite a extinção do mesmo peloarrependimento de qualquer das partes, manifestado unilateralmente,acarretando a imediata extinção do contrato.

• Esse direito deve ser exercido dentro do prazo estipulado ou antes da execuçãodo contrato (se não foi estipulado prazo), sob pena de perda do direito.

• Direito de arrependimento no Código de Defesa do Consumidor

• Extinção por causas supervenientes à formação

• Resolução (inexecução voluntária, inexecução involuntária, onerosidade excessiva)

• Resilição (bilateral ou unilateral)

• Morte de um dos contratantes

• Rescisão

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• Resolução

• A resolução do contrato pode ser dar por diversas causas:

• Inexecução voluntária – inadimplemento culposo de um dos contratantes, ensejandoa resolução do contrato e a obrigação de o inadimplente arcar com perdas e danos;podendo a parte lesada, ainda, exigir o cumprimento do contrato. (Art. 476. Noscontratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação,pode exigir o implemento da do outro)

• Inexecução involuntária – inadimplemento que não deriva de conduta ou culpa dapartes, como ocorre nas hipóteses de ações de terceiros ou caso fortuito e força maior,gerando a resolução do contrato.

• Onerosidade excessiva (art. 478) – nos contratos de execução continuada, se aprestação de uma das partes se torna excessivamente onerosa, com extremavantagem para a outra parte, em virtude de acontecimento extraordinário eimprevisível, o devedor poderá pedir a resolução do contrato (ou suarevisão/modificação).

• Resilição

• Pode ocorrer de duas formas:

• Bilateral (Distrato art. 472) – quando a dissolução do contrato deriva do interesse emanifestação de ambas as partes; deve ser feito pela mesma forma exigida para ocontrato.

• Unilateral (Denúncia art. 473) – é a dissolução do contrato por ato unilateral,mediante a manifestação de vontade de uma das partes; essa modalidade éadmitida apenas em alguns tipos de contrato (ex.: mandato que pode serrevogado).

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• Morte de um dos contratantes

• Ocorre a extinção do contrato pela morte apenas nos casos de contratospersonalíssimos, pois não será possível outra pessoa executar a obrigação pelode cujus.

• Rescisão

• Extinção do contrato em razão da ocorrência de estado de perigo ou lesão (defeitosdos negócios jurídicos).

• O termo Rescisão é utilizado equivocadamente como sinônimo de Resolução ouResilição, mas em boa técnica, ocorre apenas nas hipóteses acima.

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

(...)

TÍTULO VI

Das Várias Espécies de Contrato

CAPÍTULO IXDO DEPÓSITO

Seção IDO DEPÓSITO VOLUNTÁRIO

Art. 627. Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar, até que o depositante o reclame.

Art. 628. O contrato de depósito é gratuito, ex-ceto se houver convenção em contrário, se re-sultante de atividade negocial ou se o depositá-rio o praticar por profissão.

Parágrafo único. Se o depósito for oneroso e a retribuição do depositário não constar de lei, nem resultar de ajuste, será determi-nada pelos usos do lugar, e, na falta destes, por arbitramento.

Art. 629. O depositário é obrigado a ter na guar-da e conservação da coisa depositada o cuidado

e diligência que costuma com o que lhe perten-ce, bem como a restituí-la, com todos os frutos e acrescidos, quando o exija o depositante.

Art. 630. Se o depósito se entregou fechado, co-lado, selado, ou lacrado, nesse mesmo estado se manterá.

Art. 631. Salvo disposição em contrário, a resti-tuição da coisa deve dar-se no lugar em que ti-ver de ser guardada. As despesas de restituição correm por conta do depositante.

Art. 632. Se a coisa houver sido depositada no interesse de terceiro, e o depositário tiver sido cientificado deste fato pelo depositante, não poderá ele exonerar-se restituindo a coisa a este, sem consentimento daquele.

Art. 633. Ainda que o contrato fixe prazo à res-tituição, o depositário entregará o depósito logo que se lhe exija, salvo se tiver o direito de re-tenção a que se refere o art. 644, se o objeto for judicialmente embargado, se sobre ele pender execução, notificada ao depositário, ou se hou-ver motivo razoável de suspeitar que a coisa foi dolosamente obtida.

Art. 634. No caso do artigo antecedente, última parte, o depositário, expondo o fundamento da suspeita, requererá que se recolha o objeto ao Depósito Público.

Art. 635. Ao depositário será facultado, outros-sim, requerer depósito judicial da coisa, quan-do, por motivo plausível, não a possa guardar, e o depositante não queira recebê-la.

Art. 636. O depositário, que por força maior houver perdido a coisa depositada e recebido outra em seu lugar, é obrigado a entregar a se-

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gunda ao depositante, e ceder-lhe as ações que no caso tiver contra o terceiro responsável pela restituição da primeira.

Art. 637. O herdeiro do depositário, que de boa--fé vendeu a coisa depositada, é obrigado a as-sistir o depositante na reivindicação, e a restituir ao comprador o preço recebido.

Art. 638. Salvo os casos previstos nos arts. 633 e 634, não poderá o depositário furtar-se à res-tituição do depósito, alegando não pertencer a coisa ao depositante, ou opondo compensação, exceto se noutro depósito se fundar.

Art. 639. Sendo dois ou mais depositantes, e di-visível a coisa, a cada um só entregará o depo-sitário a respectiva parte, salvo se houver entre eles solidariedade.

Art. 640. Sob pena de responder por perdas e danos, não poderá o depositário, sem licença expressa do depositante, servir-se da coisa de-positada, nem a dar em depósito a outrem.

Parágrafo único. Se o depositário, devida-mente autorizado, confiar a coisa em depó-sito a terceiro, será responsável se agiu com culpa na escolha deste.

Art. 641. Se o depositário se tornar incapaz, a pessoa que lhe assumir a administração dos bens diligenciará imediatamente restituir a coi-sa depositada e, não querendo ou não podendo o depositante recebê-la, recolhê-la-á ao Depó-sito Público ou promoverá nomeação de outro depositário.

Art. 642. O depositário não responde pelos ca-sos de força maior; mas, para que lhe valha a es-cusa, terá de prová-los.

Art. 643. O depositante é obrigado a pagar ao depositário as despesas feitas com a coisa, e os prejuízos que do depósito provierem.

Art. 644. O depositário poderá reter o depósi-to até que se lhe pague a retribuição devida, o líquido valor das despesas, ou dos prejuízos a que se refere o artigo anterior, provando ime-diatamente esses prejuízos ou essas despesas.

Parágrafo único. Se essas dívidas, despesas ou prejuízos não forem provados suficien-temente, ou forem ilíquidos, o depositário poderá exigir caução idônea do depositante ou, na falta desta, a remoção da coisa para o Depósito Público, até que se liquidem.

Art. 645. O depósito de coisas fungíveis, em que o depositário se obrigue a restituir objetos do mesmo gênero, qualidade e quantidade, regu-lar-se-á pelo disposto acerca do mútuo.

Art. 646. O depósito voluntário provar-se-á por escrito.

Seção IIDO DEPÓSITO NECESSÁRIO

Art. 647. É depósito necessário:

I – o que se faz em desempenho de obriga-ção legal;

II – o que se efetua por ocasião de alguma calamidade, como o incêndio, a inundação, o naufrágio ou o saque.

Art. 648. O depósito a que se refere o inciso I do artigo antecedente, reger-se-á pela disposição da respectiva lei, e, no silêncio ou deficiência dela, pelas concernentes ao depósito voluntá-rio.

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se aos depósitos previstos no inci-so II do artigo antecedente, podendo estes certificarem-se por qualquer meio de prova.

Art. 649. Aos depósitos previstos no artigo an-tecedente é equiparado o das bagagens dos via-jantes ou hóspedes nas hospedarias onde esti-verem.

Parágrafo único. Os hospedeiros responde-rão como depositários, assim como pelos furtos e roubos que perpetrarem as pessoas empregadas ou admitidas nos seus estabe-lecimentos.

Art. 650. Cessa, nos casos do artigo anteceden-te, a responsabilidade dos hospedeiros, se pro-

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Direito Civil – Depósito – Profª Tatiana Marcello

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varem que os fatos prejudiciais aos viajantes ou hóspedes não podiam ter sido evitados.

Art. 651. O depósito necessário não se presume gratuito. Na hipótese do art. 649, a remunera-ção pelo depósito está incluída no preço da hos-pedagem.

Art. 652. Seja o depósito voluntário ou neces-sário, o depositário que não o restituir quando exigido será compelido a fazê-lo mediante pri-são não excedente a um ano, e ressarcir os pre-juízos.

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Slides – Depósito

DEPÓSITODo Depósito Voluntário

• Art. 627. Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, paraguardar, até que o depositante o reclame.

• Art. 628. O contrato de depósito é gratuito, exceto se houver convenção em contrário,se resultante de atividade negocial ou se o depositário o praticar por profissão.

• Parágrafo único. Se o depósito for oneroso e a retribuição do depositário não constarde lei, nem resultar de ajuste, será determinada pelos usos do lugar, e, na falta destes,por arbitramento.

• Art. 629. O depositário é obrigado a ter na guarda e conservação da coisadepositada o cuidado e diligência que costuma com o que lhe pertence, bem como arestituí-la, com todos os frutos e acrescidos, quando o exija o depositante.

• O depositário responde pela perda ou deterioração da coisa se tal ocorreu por suaculpa.

• O depositário é obrigado a devolver a coisa com acessórios, frutos e acrescidos,assim que o depositante o exigir.

• Art. 630. Se o depósito se entregou fechado, colado, selado, ou lacrado, nessemesmo estado se manterá.

• Art. 631. Salvo disposição em contrário, a restituição da coisa deve dar-se no lugarem que tiver de ser guardada. As despesas de restituição correm por conta dodepositante.

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• Art. 635. Ao depositário será facultado, outrossim, requerer depósito judicial dacoisa, quando, por motivo plausível, não a possa guardar, e o depositante nãoqueira recebê-la.

• Exemplo: o depositário precisa fazer uma viagem inadiável, ou uma doença grave,ou inundação no local do depósito; e o depositante se recusa a receber a coisa, odepositário poderá requerer o depósito judicial, a fim de resguardar coisa e seeximir de responsabilidades por perda ou deterioração da coisa.

• Art. 637. O herdeiro do depositário, que de boa-fé vendeu a coisa depositada, éobrigado a assistir o depositante na reivindicação, e a restituir ao comprador opreço recebido.

• Em regra, falecendo o depositário, os herdeiros deverão restituir a coisa. Porém,não raros são os casos de falecimento do depositário e seus herdeirosdesconhecerem o contrato de depósito, alienando, de boa-fé, o bem.

• Art. 640. Sob pena de responder por perdas e danos, não poderá o depositário, semlicença expressa do depositante, servir-se da coisa depositada, nem a dar emdepósito a outrem.

• Parágrafo único. Se o depositário, devidamente autorizado, confiar a coisa emdepósito a terceiro, será responsável se agiu com culpa na escolha deste.

• O depósito visa a custódia da coisa e não seu uso. Portanto, sem autorização, odepositário não poderá se utilizar da coisa nem dar a outrem em depósito.

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• Art. 642. O depositário não responde pelos casos de força maior; mas, para que lhevalha a escusa, terá de prová-los.

• Em regra, o depositário não responde pela perda ou deterioração da coisaocorridos por casos de força maior (ex.: tempestade, furação, raio...). Mas, paraalegar que os danos ocorreram por força maior, o ônus da prova será dodepositário.

• Art. 643. O depositante é obrigado a pagar ao depositário as despesas feitas com acoisa, e os prejuízos que do depósito provierem.

• Em regra, as despesas feitas com o depósito da coisa e possíveis prejuízos oriundosde depósito, serão de obrigação do depositante.

• Art. 644. O depositário poderá reter o depósito até que se lhe pague a retribuiçãodevida, o líquido valor das despesas, ou dos prejuízos a que se refere o artigoanterior, provando imediatamente esses prejuízos ou essas despesas.

• Art. 645. O depósito de coisas fungíveis, em que o depositário se obrigue a restituirobjetos do mesmo gênero, qualidade e quantidade, regular-se-á pelo dispostoacerca do mútuo.

• Depósito irregular - Se o depósito for de coisas fungíveis/consumíveis, com previsãode restituição em coisa da mesmo gênero, qualidade e quantidade, equivalerá a umempréstimo (mútuo) e seguirá as regras deste (art. 586 e seguintes).

• Art. 646. O depósito voluntário provar-se-á por escrito.• Prova-se o contrato de depósito por escrito, através de instrumento particular ou

público.

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• Do Depósito Necessário

• Art. 647. É depósito necessário:I - o que se faz em desempenho de obrigação legal;II - o que se efetua por ocasião de alguma calamidade, como o incêndio, a inundação, o

naufrágio ou o saque.

• Depósito legal – feito em desempenho a uma obrigação legal (ex.: Art. 1.233. Quemquer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor.Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se não o encontrar,entregará a coisa achada à autoridade competente).

• Deposito miserável – feito por ocasião de alguma calamidade (ex.: um incêndio,inundação, naufrágio... em que o depositante é obrigado a se socorrer e entregar oque conseguiu salvar a primeira pessoa que aceitar.

• Art. 649. Aos depósitos previstos no artigo antecedente é equiparado o dasbagagens dos viajantes ou hóspedes nas hospedarias onde estiverem.

• Parágrafo único. Os hospedeiros responderão como depositários, assim como pelosfurtos e roubos que perpetrarem as pessoas empregadas ou admitidas nos seusestabelecimentos.

• Art. 650. Cessa, nos casos do artigo antecedente, a responsabilidade doshospedeiros, se provarem que os fatos prejudiciais aos viajantes ou hóspedes nãopodiam ter sido evitados.

• Depósito de hospedeiro (depósito necessário) – hospedarias respondem comodepositários pelas bagagens dos hóspedes, bem como por furtos ou roubospraticados por pessoas empregadas ou admitidas em seus estabelecimentos. Ficarãoisentos da responsabilidade se provarem que não poderia ter evitado os prejuízos(ex.: incêndio, raio, roubo a mão armada...).

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• Art. 651. O depósito necessário não se presume gratuito. Na hipótese do art. 649, aremuneração pelo depósito está incluída no preço da hospedagem.

• Se o depósito não é livremente escolhido, o mais coerente é que seja consideradooneroso, até mesmo para que o depositário seja mais cuidadoso. Portanto, não sepresume gratuito.

• Art. 652. Seja o depósito voluntário ou necessário, o depositário que não o restituirquando exigido será compelido a fazê-lo mediante prisão não excedente a um ano, eressarcir os prejuízos.

• Depositário infiel – Apesar de constar na CF e no CC a possibilidade de prisão dodepositário infiel, o Brasil ratificou os Pactos de São José da Costa Rica eInternacional sobre Direitos Civis e Políticos, os quais possuem força de emendaconstitucional. Portanto, a previsão constitucional que prevê a prisão civil dodepositário infiel, pode-se concluir que desde 1992 foi revogada automaticamente,pela ratificação, pelo Brasil, de ambos os pactos internacionais já mencionados.Entretanto, no Brasil ainda se expediam mandados de prisão, com base no CC, queainda continua em vigor. Portanto, em 2009 o STF aprovou por unanimidade aSúmula Vinculante nº 25 “É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer queseja a modalidade do depósito”.

• Obs.: Os efeitos da súmula vinculante atingem toda a administração pública, direta e indireta.

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

(...)

TÍTULO VI

Das Várias Espécies de Contrato

CAPÍTULO XDO MANDATO

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procu-ração é o instrumento do mandato.

Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento par-ticular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante.

§ 1º O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a qua-lificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a desig-nação e a extensão dos poderes conferidos.

§ 2º O terceiro com quem o mandatário tra-tar poderá exigir que a procuração traga a firma reconhecida.

Art. 655. Ainda quando se outorgue mandato por instrumento público, pode substabelecer-se mediante instrumento particular.

Art. 656. O mandato pode ser expresso ou táci-to, verbal ou escrito.

Art. 657. A outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a ser praticado. Não se admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito.

Art. 658. O mandato presume-se gratuito quan-do não houver sido estipulada retribuição, ex-ceto se o seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário trata por ofício ou profissão lucrativa.

Parágrafo único. Se o mandato for oneroso, caberá ao mandatário a retribuição prevista em lei ou no contrato. Sendo estes omissos, será ela determinada pelos usos do lugar, ou, na falta destes, por arbitramento.

Art. 659. A aceitação do mandato pode ser táci-ta, e resulta do começo de execução.

Art. 660. O mandato pode ser especial a um ou mais negócios determinadamente, ou geral a todos os do mandante.

Art. 661. O mandato em termos gerais só confe-re poderes de administração.

§ 1º Para alienar, hipotecar, transigir, ou pra-ticar outros quaisquer atos que exorbitem da administração ordinária, depende a pro-curação de poderes especiais e expressos.

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§ 2º O poder de transigir não importa o de firmar compromisso.

Art. 662. Os atos praticados por quem não te-nha mandato, ou o tenha sem poderes suficien-tes, são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados, salvo se este os ratifi-car.

Parágrafo único. A ratificação há de ser ex-pressa, ou resultar de ato inequívoco, e re-troagirá à data do ato.

Art. 663. Sempre que o mandatário estipular negócios expressamente em nome do mandan-te, será este o único responsável; ficará, porém, o mandatário pessoalmente obrigado, se agir no seu próprio nome, ainda que o negócio seja de conta do mandante.

Art. 664. O mandatário tem o direito de reter, do objeto da operação que lhe foi cometida, quanto baste para pagamento de tudo que lhe for devido em conseqüência do mandato.

Art. 665. O mandatário que exceder os poderes do mandato, ou proceder contra eles, será con-siderado mero gestor de negócios, enquanto o mandante lhe não ratificar os atos.

Art. 666. O maior de dezesseis e menor de de-zoito anos não emancipado pode ser mandatá-rio, mas o mandante não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras gerais, aplicáveis às obrigações contraídas por meno-res.

Seção IIDAS OBRIGAÇÕES DO MANDATÁRIO

Art. 667. O mandatário é obrigado a aplicar toda sua diligência habitual na execução do mandato, e a indenizar qualquer prejuízo causado por cul-pa sua ou daquele a quem substabelecer, sem autorização, poderes que devia exercer pessoal-mente.

§ 1º Se, não obstante proibição do man-dante, o mandatário se fizer substituir na execução do mandato, responderá ao seu constituinte pelos prejuízos ocorridos sob a

gerência do substituto, embora provenien-tes de caso fortuito, salvo provando que o caso teria sobrevindo, ainda que não tivesse havido substabelecimento.

§ 2º Havendo poderes de substabelecer, só serão imputáveis ao mandatário os danos causados pelo substabelecido, se tiver agi-do com culpa na escolha deste ou nas ins-truções dadas a ele.

§ 3º Se a proibição de substabelecer constar da procuração, os atos praticados pelo subs-tabelecido não obrigam o mandante, salvo ratificação expressa, que retroagirá à data do ato.

§ 4º Sendo omissa a procuração quanto ao substabelecimento, o procurador será res-ponsável se o substabelecido proceder cul-posamente.

Art. 668. O mandatário é obrigado a dar contas de sua gerência ao mandante, transferindo-lhe as vantagens provenientes do mandato, por qualquer título que seja.

Art. 669. O mandatário não pode compensar os prejuízos a que deu causa com os proveitos que, por outro lado, tenha granjeado ao seu consti-tuinte.

Art. 670. Pelas somas que devia entregar ao mandante ou recebeu para despesa, mas em-pregou em proveito seu, pagará o mandatário juros, desde o momento em que abusou.

Art. 671. Se o mandatário, tendo fundos ou cré-dito do mandante, comprar, em nome próprio, algo que devera comprar para o mandante, por ter sido expressamente designado no mandato, terá este ação para obrigá-lo à entrega da coisa comprada.

Art. 672. Sendo dois ou mais os mandatários nomeados no mesmo instrumento, qualquer deles poderá exercer os poderes outorgados, se não forem expressamente declarados conjun-tos, nem especificamente designados para atos diferentes, ou subordinados a atos sucessivos. Se os mandatários forem declarados conjuntos,

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não terá eficácia o ato praticado sem interferên-cia de todos, salvo havendo ratificação, que re-troagirá à data do ato.

Art. 673. O terceiro que, depois de conhecer os poderes do mandatário, com ele celebrar negó-cio jurídico exorbitante do mandato, não tem ação contra o mandatário, salvo se este lhe pro-meteu ratificação do mandante ou se responsa-bilizou pessoalmente.

Art. 674. Embora ciente da morte, interdição ou mudança de estado do mandante, deve o man-datário concluir o negócio já começado, se hou-ver perigo na demora.

Seção IIIDAS OBRIGAÇÕES DO MANDANTE

Art. 675. O mandante é obrigado a satisfazer todas as obrigações contraídas pelo mandatá-rio, na conformidade do mandato conferido, e adiantar a importância das despesas necessá-rias à execução dele, quando o mandatário lho pedir.

Art. 676. É obrigado o mandante a pagar ao mandatário a remuneração ajustada e as despe-sas da execução do mandato, ainda que o negó-cio não surta o esperado efeito, salvo tendo o mandatário culpa.

Art. 677. As somas adiantadas pelo mandatário, para a execução do mandato, vencem juros des-de a data do desembolso.

Art. 678. É igualmente obrigado o mandante a ressarcir ao mandatário as perdas que este so-frer com a execução do mandato, sempre que não resultem de culpa sua ou de excesso de po-deres.

Art. 679. Ainda que o mandatário contrarie as instruções do mandante, se não exceder os li-mites do mandato, ficará o mandante obrigado para com aqueles com quem o seu procurador contratou; mas terá contra este ação pelas per-das e danos resultantes da inobservância das instruções.

Art. 680. Se o mandato for outorgado por duas ou mais pessoas, e para negócio comum, cada uma ficará solidariamente responsável ao man-datário por todos os compromissos e efeitos do mandato, salvo direito regressivo, pelas quan-tias que pagar, contra os outros mandantes.

Art. 681. O mandatário tem sobre a coisa de que tenha a posse em virtude do mandato, di-reito de retenção, até se reembolsar do que no desempenho do encargo despendeu.

Seção IVDA EXTINÇÃO DO MANDATO

Art. 682. Cessa o mandato:

I – pela revogação ou pela renúncia;

II – pela morte ou interdição de uma das partes;

III – pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o man-datário para os exercer;

IV – pelo término do prazo ou pela conclu-são do negócio.

Art. 683. Quando o mandato contiver a cláusula de irrevogabilidade e o mandante o revogar, pa-gará perdas e danos.

Art. 684. Quando a cláusula de irrevogabilidade for condição de um negócio bilateral, ou tiver sido estipulada no exclusivo interesse do man-datário, a revogação do mandato será ineficaz.

Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula "em causa própria", a sua revogação não terá eficácia, nem se extinguirá pela morte de qual-quer das partes, ficando o mandatário dispensa-do de prestar contas, e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do manda-to, obedecidas as formalidades legais.

Art. 686. A revogação do mandato, notificada somente ao mandatário, não se pode opor aos terceiros que, ignorando-a, de boa-fé com ele trataram; mas ficam salvas ao constituinte as ações que no caso lhe possam caber contra o procurador.

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Parágrafo único. É irrevogável o mandato que contenha poderes de cumprimento ou confirmação de negócios encetados, aos quais se ache vinculado.

Art. 687. Tanto que for comunicada ao manda-tário a nomeação de outro, para o mesmo ne-gócio, considerar-se-á revogado o mandato an-terior.

Art. 688. A renúncia do mandato será comuni-cada ao mandante, que, se for prejudicado pela sua inoportunidade, ou pela falta de tempo, a fim de prover à substituição do procurador, será indenizado pelo mandatário, salvo se este pro-var que não podia continuar no mandato sem prejuízo considerável, e que não lhe era dado substabelecer.

Art. 689. São válidos, a respeito dos contratan-tes de boa-fé, os atos com estes ajustados em nome do mandante pelo mandatário, enquanto este ignorar a morte daquele ou a extinção do mandato, por qualquer outra causa.

Art. 690. Se falecer o mandatário, pendente o negócio a ele cometido, os herdeiros, tendo ci-ência do mandato, avisarão o mandante, e pro-videnciarão a bem dele, como as circunstâncias exigirem.

Art. 691. Os herdeiros, no caso do artigo ante-cedente, devem limitar-se às medidas conserva-tórias, ou continuar os negócios pendentes que se não possam demorar sem perigo, regulando--se os seus serviços dentro desse limite, pelas mesmas normas a que os do mandatário estão sujeitos.

Seção VDO MANDATO JUDICIAL

Art. 692. O mandato judicial fica subordinado às normas que lhe dizem respeito, constantes da legislação processual, e, supletivamente, às es-tabelecidas neste Código.

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Direito Civil – Mandato – Profª Tatiana Marcello

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Slides – Mandato

MANDATO

Disposições Gerais

• Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, emseu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento domandato.

• O mandato é o contrato em si, sendo que a simples manifestação de vontade é onecessário para sua formação; mas a lei estabelece que a procuração é o instrumentoatravés do qual se comprova o contrato de mandato.

• Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração medianteinstrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante.

• § 1o O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, aqualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com adesignação e a extensão dos poderes conferidos.

• § 2o O terceiro com quem o mandatário tratar poderá exigir que a procuração tragaa firma reconhecida.

• Em regra, a procuração poderá ser conferida por instrumento particular, havendoalguns casos em que se exige a escritura pública, como para os relativamenteincapazes, os deficientes visuais ou analfabetos.

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• Art. 656. O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito.• Expresso – contém todos os poderes e limites expressamente previstos;• Tácito – resulta do início da execução pelo mandatário, sem recusa do mandante;• Por escrito – através do instrumento de procuração;• Verbal – feito oralmente, sem qualquer instrumento.

• Art. 657. A outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a serpraticado. Não se admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado porescrito. (ex.: fiança)

• Art. 658. O mandato presume-se gratuito quando não houver sido estipuladaretribuição, exceto se o seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário tratapor ofício ou profissão lucrativa. (ex.: despachante, advogado, corretor...)

• Parágrafo único. Se o mandato for oneroso, caberá ao mandatário a retribuiçãoprevista em lei ou no contrato. Sendo estes omissos, será ela determinada pelos usosdo lugar, ou, na falta destes, por arbitramento.

• O mandato é um contrato que pode ser gratuito ou oneroso.

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• Art. 659. A aceitação do mandato pode ser tácita, e resulta do começo de execução.

• Art. 660. O mandato pode ser especial a um ou mais negócios determinadamente,ou geral a todos os do mandante.

• Art. 661. O mandato em termos gerais só confere poderes de administração. (ex.:pagar impostos, contratar manutenção, contratar ou despedir empregados...)

• § 1o Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos queexorbitem da administração ordinária, depende a procuração de poderes especiaise expressos.

• Art. 662. Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha sem poderessuficientes, são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados, salvose este os ratificar.

• Parágrafo único. A ratificação há de ser expressa, ou resultar de ato inequívoco, eretroagirá à data do ato. (ex.: mandante pagou uma dívida assumida pelomandatário)

• Art. 663. Sempre que o mandatário estipular negócios expressamente em nome domandante, será este o único responsável; ficará, porém, o mandatáriopessoalmente obrigado, se agir no seu próprio nome, ainda que o negócio seja deconta do mandante.

• Art. 666. O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado pode sermandatário, mas o mandante não tem ação contra ele senão de conformidade comas regras gerais, aplicáveis às obrigações contraídas por menores.

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• Das Obrigações do Mandatário

• Art. 667. O mandatário é obrigado a aplicar toda sua diligência habitual naexecução do mandato, e a indenizar qualquer prejuízo causado por culpa sua oudaquele a quem substabelecer, sem autorização, poderes que devia exercerpessoalmente.

• § 3o Se a proibição de substabelecer constar da procuração, os atos praticados pelosubstabelecido não obrigam o mandante, salvo ratificação expressa, que retroagiráà data do ato.

• § 4o Sendo omissa a procuração quanto ao substabelecimento, o procurador seráresponsável se o substabelecido proceder culposamente.

• Art. 668. O mandatário é obrigado a dar contas de sua gerência ao mandante,transferindo-lhe as vantagens provenientes do mandato, por qualquer título queseja.

• Art. 671. Se o mandatário, tendo fundos ou crédito do mandante, comprar, em nomepróprio, algo que devera comprar para o mandante, por ter sido expressamentedesignado no mandato, terá este ação para obrigá-lo à entrega da coisa comprada.

• Art. 673. O terceiro que, depois de conhecer os poderes do mandatário, com elecelebrar negócio jurídico exorbitante do mandato, não tem ação contra omandatário, salvo se este lhe prometeu ratificação do mandante ou seresponsabilizou pessoalmente.

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• Das Obrigações do Mandante

• Art. 675. O mandante é obrigado a satisfazer todas as obrigações contraídas pelomandatário, na conformidade do mandato conferido, e adiantar a importância dasdespesas necessárias à execução dele, quando o mandatário lho pedir.

• Art. 676. É obrigado o mandante a pagar ao mandatário a remuneração ajustada eas despesas da execução do mandato, ainda que o negócio não surta o esperadoefeito, salvo tendo o mandatário culpa.

• Art. 677. As somas adiantadas pelo mandatário, para a execução do mandato,vencem juros desde a data do desembolso.

• Art. 679. Ainda que o mandatário contrarie as instruções do mandante, se nãoexceder os limites do mandato, ficará o mandante obrigado para com aqueles comquem o seu procurador contratou; mas terá contra este ação pelas perdas e danosresultantes da inobservância das instruções.

• Art. 681. O mandatário tem sobre a coisa de que tenha a posse em virtude domandato, direito de retenção, até se reembolsar do que no desempenho do encargodespendeu.

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• Da Extinção do Mandato

• Art. 682. Cessa o mandato:I - pela revogação ou pela renúncia;II - pela morte ou interdição de uma das partes;III - pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o

mandatário para os exercer;IV - pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio.

• Art. 683. Quando o mandato contiver a cláusula de irrevogabilidade e o mandanteo revogar, pagará perdas e danos.

• Art. 687. Tanto que for comunicada ao mandatário a nomeação de outro, para omesmo negócio, considerar-se-á revogado o mandato anterior.

• Art. 688. A renúncia do mandato será comunicada ao mandante, que, se forprejudicado pela sua inoportunidade, ou pela falta de tempo, a fim de prover àsubstituição do procurador, será indenizado pelo mandatário, salvo se este provarque não podia continuar no mandato sem prejuízo considerável, e que não lhe eradado substabelecer.

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Direito Civil – Mandato – Profª Tatiana Marcello

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• Do Mandato Judicial

• Art. 692. O mandato judicial fica subordinado às normas que lhe dizem respeito,constantes da legislação processual, e, supletivamente, às estabelecidas nesteCódigo.

• Aquele destinado à atuação em juízo em nome do constituinte.

• Deve ser feito por escrito, por instrumento público ou particular, assinado pelaparte e o mandatário tem que ser advogado regularmente inscrito na OAB, sobpena de nulidade.

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

(...)

TÍTULO VI

Das Várias Espécies de Contrato

CAPÍTULO XIXDA TRANSAÇÃO

Art. 840. É lícito aos interessados prevenirem ou terminarem o litígio mediante concessões mútuas.

Art. 841. Só quanto a direitos patrimoniais de caráter privado se permite a transação.

Art. 842. A transação far-se-á por escritura pú-blica, nas obrigações em que a lei o exige, ou por instrumento particular, nas em que ela o admite; se recair sobre direitos contestados em juízo, será feita por escritura pública, ou por ter-mo nos autos, assinado pelos transigentes e ho-mologado pelo juiz.

Art. 843. A transação interpreta-se restritiva-mente, e por ela não se transmitem, apenas se declaram ou reconhecem direitos.

Art. 844. A transação não aproveita, nem preju-dica senão aos que nela intervierem, ainda que diga respeito a coisa indivisível.

§ 1º Se for concluída entre o credor e o de-vedor, desobrigará o fiador.

§ 2º Se entre um dos credores solidários e o devedor, extingue a obrigação deste para com os outros credores.

§ 3º Se entre um dos devedores solidários e seu credor, extingue a dívida em relação aos co-devedores.

Art. 845. Dada a evicção da coisa renunciada por um dos transigentes, ou por ele transferi-da à outra parte, não revive a obrigação extinta pela transação; mas ao evicto cabe o direito de reclamar perdas e danos.

Parágrafo único. Se um dos transigentes adquirir, depois da transação, novo direito sobre a coisa renunciada ou transferida, a transação feita não o inibirá de exercê-lo.

Art. 846. A transação concernente a obrigações resultantes de delito não extingue a ação penal pública.

Art. 847. É admissível, na transação, a pena con-vencional.

Art. 848. Sendo nula qualquer das cláusulas da transação, nula será esta.

Parágrafo único. Quando a transação versar sobre diversos direitos contestados, inde-pendentes entre si, o fato de não prevalecer em relação a um não prejudicará os demais.

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Art. 849. A transação só se anula por dolo, coa-ção, ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa.

Parágrafo único. A transação não se anula por erro de direito a respeito das questões que foram objeto de controvérsia entre as partes.

Art. 850. É nula a transação a respeito do litígio decidido por sentença passada em julgado, se dela não tinha ciência algum dos transatores, ou quando, por título ulteriormente descoberto, se verificar que nenhum deles tinha direito sobre o objeto da transação.

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Direito Civil – Transação – Profª Tatiana Marcello

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Slides – Transação

TRANSAÇÃO• Art. 840. É lícito aos interessados prevenirem ou terminarem o litígio mediante

concessões mútuas.

• Art. 841. Só quanto a direitos patrimoniais de caráter privado se permite a transação.

• Conceito: “A transação é um negócio jurídico bilateral, pelo qual as partesinteressadas, fazendo-se concessões mútuas, previnem ou extinguem obrigaçõeslitigiosas ou duvidosas” (Maria Helena Diniz)

• Art. 842. A transação far-se-á por escritura pública, nas obrigações em que a lei oexige, ou por instrumento particular, nas em que ela o admite; se recair sobredireitos contestados em juízo, será feita por escritura pública, ou por termo nosautos, assinado pelos transigentes e homologado pelo juiz.

• Transação extrajudicial: acordo firmado entre as partes antes do ingresso com açãojudicial a fim de preveni-la; poderá ser feita por instrumento particular ou porescritura pública, se a lei exigir.

• Transação judicial: acordo firmado entre as partes quando já há um litígio em juízo,tratando sobre os direitos contestados em juízo, a fim de resolver o processo,extinguindo as obrigações; será feita por escritura pública ou por termo nos autos,assinado pelos transigentes e homologado pelo juiz.

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• Art. 843. A transação interpreta-se restritivamente, e por ela não se transmitem,apenas se declaram ou reconhecem direitos.

• Art. 846. A transação concernente a obrigações resultantes de delito não extingue aação penal pública.

• Eventuais transações oriundas de obrigações patrimoniais referentes a delitos nãoextinguem a ação penal pública.

• Art. 847. É admissível, na transação, a pena convencional.• Cláusula Penal art. 408 - É permitido que as partes convencionem uma pena para o

caso de descumprimento de disposições da transação.

• Art. 850. É nula a transação a respeito do litígio decidido por sentença passada emjulgado, se dela não tinha ciência algum dos transatores, ou quando, por títuloulteriormente descoberto, se verificar que nenhum deles tinha direito sobre o objetoda transação.

• A transação é nula nas seguintes hipóteses:• a) a respeito do litígio decidido por sentença passada em julgado, se dela não tinha

ciência algum dos transatores – o direito deixou de ser duvidoso, está decidido, nãohavendo o que transigir.

• b) por título ulteriormente descoberto, se verificar que nenhum deles tinha direitosobre o objeto da transação – descoberto, após a transação, título comprovando quenenhum tem direito ao objeto da transação.

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

(...)

TÍTULO VI

Das Várias Espécies de Contrato

CAPÍTULO XXDO COMPROMISSO

Art. 851. É admitido compromisso, judicial ou extrajudicial, para resolver litígios entre pessoas que podem contratar.

Art. 852. É vedado compromisso para solução de questões de estado, de direito pessoal de fa-mília e de outras que não tenham caráter estri-tamente patrimonial.

Art. 853. Admite-se nos contratos a cláusula compromissória, para resolver divergências me-diante juízo arbitral, na forma estabelecida em lei especial.

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Slides – Compromisso

COMPROMISSO• Art. 851. É admitido compromisso, judicial ou extrajudicial, para resolver litígios entre

pessoas que podem contratar.

• Compromisso arbitral – é um acordo entre as partes, pessoas capazes para contratar,instituindo que seus litígios serão submetidos a um juízo arbitral ao invés da justiçacomum (Lei 9.307/1996 – Lei de Arbitragem).

• O compromisso arbitral pode ser:

• Judicial (quando a ação já foi proposta na justiça comum e as partes acordam, atravésde termo nos autos, que a demanda vai passar ao juízo arbitral);

• Extrajudicial (quando ainda não houve ação ajuizada e as partes firmam ocompromisso arbitral através de escritura pública ou particular, assinada pelas partese duas testemunhas).

• Art. 852. É vedado compromisso para solução de questões de estado, de direitopessoal de família e de outras que não tenham caráter estritamente patrimonial.

• O compromisso arbitral é permitido para casos envolvendo direitos patrimoniais,sendo vedado o compromisso para questões de estado, de direito pessoal de famíliaou demais que não sejam unicamente patrimoniais.

• Art. 853. Admite-se nos contratos a cláusula compromissória, para resolverdivergências mediante juízo arbitral, na forma estabelecida em lei especial.

• Cláusula compromissória: trata-se da permissão para que as partes possam instituirnos contratos, ou em cláusula apartada, que litígios envolvendo aquele contratosejam submetidos ao juízo arbitral e não mais a justiça comum.

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO IDo Direito Das Obrigações

TÍTULO IDas Modalidades Das Obrigações

CAPÍTULO IDAS OBRIGAÇÕES DE DAR

Seção IDAS OBRIGAÇÕES DE

DAR COISA CERTA

Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abran-ge os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das cir-cunstâncias do caso.

Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, respon-derá este pelo equivalente e mais perdas e da-nos.

Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o de-vedor culpado, poderá o credor resolver a obri-gação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.

Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das per-das e danos.

Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.

Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os penden-tes.

Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus di-reitos até o dia da perda.

Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do de-vedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.

Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por cul-pa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.

Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier me-lhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, deso-brigado de indenização.

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Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código ati-nentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.

Parágrafo único. Quanto aos frutos percebi-dos, observar-se-á, do mesmo modo, o dis-posto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.

Seção IIDAS OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA

Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao me-nos, pelo gênero e pela quantidade.

Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao de-vedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.

Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigo-rará o disposto na Seção antecedente.

Art. 246. Antes da escolha, não poderá o deve-dor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.

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Direito Civil – Obrigação de Dar – Profª Tatiana Marcello

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Slides – Obrigação de Dar

OBRIGAÇÃO DE DAR

- Modalidade de obrigação em que o devedor entrega ao credor bem móvel ouimóvel (art. 233 ao 246)

Obrigação de dar

Coisa certa Coisa incerta

COISA CERTA COISA INCERTA

Definição Individualizada pelo credor,especificando quantidade,gênero e qualidade (ex.: 100litros de leite tipo B)

Será indicada, ao menos, pelogênero e pela quantidade, sendodeterminada no momento doadimplemento (ex.: 100 litros deleite)

Adimplemento Somente se dará com a entregada própria coisa, não estando ocredor obrigado a receber coisadiversa.

Nas coisas determinadas pelogênero e pela quantidade, aescolha pertence ao devedor(salvo disposição em contrário);mas não poderá dar a coisa pior,nem será obrigado a prestar amelhor (meio-termo).

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COISA CERTA COISA INCERTAResponsabilida

de1) Se a coisa se perder sem culpa dodevedor: fica resolvida a obrigaçãopara ambos;2) Se a coisa se perder por culpa dodevedor: responderá peloequivalente + perdas e danos;3) Se a coisa se deteriorar sem culpado devedor: credor pode resolver aobrigação ou aceitar a coisa comabatimento do preço;4) Se a coisa se deteriorar por culpado devedor: credor pode exigir oequivalente ou aceitar a coisadeteriorada + perdas e danos emambos os casos.

Antes da escolha, não poderáo devedor alegar perda oudeterioração da coisa, aindaque por força maior ou casofortuito. Nesse caso, continuacom a obrigação e dar.

• Artigos importantes sobre a obrigação de dar coisa certa:

• Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora nãomencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.

• Princípio de que “o acessório segue o principal”.• Ex.: Se houver uma obrigação de dar o “Sítio dos Amigos”, nela estão compreendidos

os frutos, as pertenças, as benfeitorias...

• Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos eacrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderáo devedor resolver a obrigação. Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor,cabendo ao credor os pendentes.

• Após se obrigar, mas antes da tradição (transferência) da coisa, o devedor pode exigiraumento do preço por melhoramentos e acrescimos.

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO I

Do Direito Das Obrigações

TÍTULO I

Das Modalidades Das Obrigações

CAPÍTULO IIDAS OBRIGAÇÕES DE FAZER

Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar per-das e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.

Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se im-possível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.

Art. 249. Se o fato puder ser executado por ter-ceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora des-te, sem prejuízo da indenização cabível.

Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autoriza-ção judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.

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Slides – Obrigação de Fazer

OBRIGAÇÃO DE FAZER

- Modalidade de obrigação que tem como objeto uma conduta humana, consistenteem uma atividade física, intelectual, artística ou científica (art. 247 ao 249)

Obrigação de fazer pode ser:

Fungível Infungível

FUNGÍVEL INFUNGÍVELDefinição Obrigação que pode ser cumprida

pelo devedor ou por terceiro (ex.:empresa que fornecerá músicospara tocar no casamento)

Obrigação que somente podeser realizada por determinapessoa (devedor) escolhidapelo credor, não se admitindosubstituição (ex.: contrato omúsico “fulano de tal” paratocar no casamento)

Responsabilidade 1) Se o adimplemento se tornaimpossível sem culpa do devedor,resolve-se a obrigação;2) Se o adimplemento se tornaimpossível por culpa do devedor,este responderá por perdas edanos.

Idem

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Direito Civil – Obrigação de Fazer – Profª Tatiana Marcello

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FUNGÍVEL INFUNGÍVELComo sanar o

inadimplemento?-Se o fato puder ser executado porterceiro, será livre ao credormandá-lo executar à custa dodevedor, havendo recusa ou moradeste, sem prejuízo daindenização cabível (ex.:empreiteiro que obriga-se aconstruir uma casa).

- Em caso de urgência, pode ocredor, independentemente deautorização judicial, executar oumandar executar o fato, sendodepois ressarcido.

- Por ser prestaçãopersonalíssima, que não podeser prestada por terceiros,eventual inadimplementoresolve-se em perdas e danos(indenização).

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002. (parcial)

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO IDo Direito Das Obrigações

TÍTULO IDas Modalidades das Obrigações

CAPÍTULO IIIDAS OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER

Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.

Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.

Parágrafo único. Em caso de urgência, po-derá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judi-cial, sem prejuízo do ressarcimento devido.

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Slides – Obrigação de Não Fazer

OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER

- Modalidade de obrigação que tem como objeto uma abstenção, ou seja, umaconduta negativa. O devedor assume o compromisso de não praticar determinadaconduta (art. 250 ao 251).Exemplos:1) “A” se compromete a não construir uma parede que esconda a vista da janela de“B”.2) Ex-empregado que contrata com o ex-empregador um contrato de sigilo industrialpor ter sido contratado pelo concorrente.3) Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou varanda, a menos demetro e meio do terreno vizinho.4) Não inscrever em cadastros negativo dívidas pagas ou não vencidas.

• Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, selhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.

• Ex.: “A” se compromete a não impedir a passagem de vizinhos em um local de suapropriedade, mas vem a receber ordem o Poder Público para fechá-la.

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Direito Civil – Obrigação de Não Fazer – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor podeexigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo oculpado perdas e danos.

• Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandardesfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimentodevido.

• Ex.: Se “A” se comprometeu a não construir uma parede para não tirar a vista de“B”, mas vem a construir tal parede, “B” pode exigir judicialmente que seja desfeita,além de exigir indenização por perdas e danos que venha a ter.

• Ainda, se houver urgência, o próprio credor poderá desfazer, sem autorizaçãojudicial (ex.: não só perdeu a vista como começou a rachar a parede do credor)

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO IDo Direito Das Obrigações

TÍTULO IDas Modalidades Das Obrigações

CAPÍTULO IVDAS OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS

Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipu-lou.

§ 1º Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.

§ 2º Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.

§ 3º No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assina-do para a deliberação.

§ 4º Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, ca-

berá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.

Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequí-vel, subsistirá o débito quanto à outra.

Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não compe-tindo ao credor a escolha, ficará aquele obri-gado a pagar o valor da que por último se im-possibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.

Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, am-bas as prestações se tornarem inexeqüíveis, po-derá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.

Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se--á a obrigação.

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Slides – Obrigação Alternativa

OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA

• Modalidade de obrigação em que o devedor poderá adimplir com um “ou” outroobjeto; ou seja, há mais de uma possibilidade de prestação e o devedor poderáadimplir a prestação com qualquer uma delas (art. 252 ao 256).

• Ex.: o dever de construir uma casa “ou” pagar a quantia equivalente ao seu valor.

• Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisanão se estipulou.

• § 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação eparte em outra.

• (Ex.: no exemplo anterior, não pode o devedor obrigar o credor a receber metadeda casa e metade do dinheiro)

• § 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderáser exercida em cada período.

• (Ex.: se a obrigação consiste em semestralmente entregar uma obra de arte ouR$500 mil, a cada semestre poderá ser adimplida de uma ou outra forma)

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Direito Civil – Obrigação Alternativa – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou setornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra.

• Ex.: “A” se compromete a demolir uma casa em ruínas “ou” reformá-la, mas nãoconsegue licença para reformar; nesse caso, a obrigação permanecerá em relação àprestação restante (demolir).

• Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor,extinguir-se-á a obrigação.

• Ex.: “A” se compromete a demolir uma casa em ruínas “ou” reformá-la, mas nãoconsegue licença para nenhuma das prestações, nesse caso, extingue-se a obrigação.

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LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO IDo Direito Das Obrigações

TÍTULO IDas Modalidades das Obrigações

CAPÍTULO VDAS OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E

INDIVISÍVEIS

Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta pre-sume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.

Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.

Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obriga-do pela dívida toda.

Parágrafo único. O devedor, que paga a dí-vida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.

Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, po-derá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pa-gando:

I – a todos conjuntamente;

II – a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.

Art. 261. Se um só dos credores receber a pres-tação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.

Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os ou-tros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.

Parágrafo único. O mesmo critério se ob-servará no caso de transação, novação, compensação ou confusão.

Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obri-gação que se resolver em perdas e danos.

§ 1º Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, res-ponderão todos por partes iguais.

§ 2º Se for de um só a culpa, ficarão exone-rados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.

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Slides – Obrigação Divisível e Indivisível

OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL E INDIVISÍVEL

- Modalidade de obrigação que se torna importante quando se tratar de pluralidadede credores e/ou devedores (art. 257 a 263)

Obrigação

divisível indivisível

DIVISÍVEL INDIVISÍVELDefinição Prestação suscetível de

cumprimento fracionado semque as partes divididas percamas propriedades do todo (Ex.:pagar uma quantia $)

Prestação que não pode sercumprida de forma fracionada,sob pena de perder suasqualidades essenciais (Ex.: umaobra de arte)

Pluralidade de devedores

Havendo mais de um devedor, aobrigação presume-se divididaem tantas obrigações, iguais edistintas, para cada devedor.

Se, havendo 2 ou mais devedores,cada um será obrigado pela dívidatoda. O devedor, que paga adívida, sub-roga-se no direito docredor em relação aos outroscoobrigados (passa a ser o novocredor).

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Direito Civil – Obrigação Divisível e Indivisível – Profª Tatiana Marcello

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DIVISÍVEL INDIVISÍVELPluralidade de

credoresHavendo mais de um credor, aobrigação presume-se dividida emtantas obrigações, iguais e distintas,para cada credor.

- Havendo mais de um credor,poderá cada um deles exigir adívida inteira.- O devedor ou devedores sóse desobrigarão, pagando:I - a todos conjuntamente;II - a um, dando este cauçãode ratificação dos outroscredores (garantia de que osdemais credores não cobrarãosuas cotas do devedor).

• Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas edanos.

• Ex.: se a obrigação de dar uma obra de arte se impossibilita e acaba sendo resolvidaem perdas e danos, significa que transformou-se em $, passando a ser divisível.

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LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO IDo Direito Das Obrigações

TÍTULO IDas Modalidades Das Obrigações

CAPÍTULO VIDAS OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obriga-do, à dívida toda.

Art. 265. A solidariedade não se presume; resul-ta da lei ou da vontade das partes.

Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedo-res, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lu-gar diferente, para o outro.

Seção IIDA SOLIDARIEDADE ATIVA

Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.

Art. 268. Enquanto alguns dos credores soli-dários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.

Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.

Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá di-reito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.

Art. 271. Convertendo-se a prestação em per-das e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.

Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.

Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.

Art. 274. O julgamento contrário a um dos cre-dores solidários não atinge os demais; o julga-mento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve.

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Seção IIIDA SOLIDARIEDADE PASSIVA

Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.

Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.

Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obri-gado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão consi-derados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.

Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não apro-veitam aos outros devedores, senão até à con-corrência da quantia paga ou relevada.

Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obriga-ção adicional, estipulada entre um dos devedo-res solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.

Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpa-do.

Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido pro-posta somente contra um; mas o culpado res-ponde aos outros pela obrigação acrescida.

Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exce-ções pessoais a outro co-devedor.

Art. 282. O credor pode renunciar à solidarieda-de em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.

Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, sub-sistirá a dos demais.

Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co--devedores a sua quota, dividindo-se igualmen-te por todos a do insolvente, se o houver, presu-mindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.

Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedo-res, contribuirão também os exonerados da so-lidariedade pelo credor, pela parte que na obri-gação incumbia ao insolvente.

Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusi-vamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.

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Direito Civil – Obrigação Solidária – Profª Tatiana Marcello

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Slides – Obrigação Solidária

OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA

• Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou maisde um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda (art. 264 a 285).

• Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.• Ex.: solidariedade resultante da lei: CDC, art. 18. Os fornecedores de produtos de

consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios dequalidade ou quantidade.... CC, Art. 829. A fiança conjuntamente prestada a um sódébito por mais de uma pessoa importa o compromisso de solidariedade entre elas...(devedores solidários – solidariedade passiva).

• Da Solidariedade Ativa (vários credores)

• Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor ocumprimento da prestação por inteiro.

• Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até omontante do que foi pago.

• Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos osefeitos, a solidariedade.

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• Da Solidariedade Passiva (vários devedores)

• Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores,parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos osdemais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. Parágrafo único.Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contraum ou alguns dos devedores.

• Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a açãotenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pelaobrigação acrescida.

• Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou detodos os devedores. Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um oumais devedores, subsistirá a dos demais.

• Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada umdos co-devedores a sua quota...

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO I

Do Direito das Obrigações

TÍTULO II

Da Transmissão das Obrigações

CAPÍTULO IDA CESSÃO DE CRÉDITO

Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instru-mento da obrigação.

Art. 287. Salvo disposição em contrário, na ces-são de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios.

Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades do § 1o do art. 654.

Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no regis-tro do imóvel.

Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se decla-rou ciente da cessão feita.

Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar com a tra-dição do título do crédito cedido.

Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, an-tes de ter conhecimento da cessão, paga ao cre-dor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obriga-ção cedida; quando o crédito constar de escri-tura pública, prevalecerá a prioridade da notifi-cação.

Art. 293. Independentemente do conhecimen-to da cessão pelo devedor, pode o cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedi-do.

Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conheci-mento da cessão, tinha contra o cedente.

Art. 295. Na cessão por título oneroso, o ceden-te, ainda que não se responsabilize, fica respon-sável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma respon-sabilidade lhe cabe nas cessões por título gra-tuito, se tiver procedido de má-fé.

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Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o ce-dente não responde pela solvência do devedor.

Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde por mais do que daquele recebeu, com os respecti-vos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança.

Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exone-rado, subsistindo somente contra o credor os di-reitos de terceiro.

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Direito Civil – Da Cessão de Crédito – Profª Tatiana Marcello

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Slides – Da Cessão de Crédito

CESSÃO DE CRÉDITO

• Conceito: A cessão de crédito é um negócio jurídico bilateral, gratuito ou oneroso,pelo qual o credor de uma obrigação (cedente) transfere, no todo ou em parte, aterceiro (cessionário), independentemente do consenso do devedor (cedido), suaposição na relação obrigacional, com todos os acessórios e garantias, salvodisposição em contrário, sem que se opere a extinção do vínculo obrigacional.(Maria Helena Diniz).

• Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza daobrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão nãopoderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento daobrigação.

• Qualquer crédito pode ser cedido, conste ou não de um título, esteja vencido ou porvencer, desde que não se oponha a natureza da obrigação, a lei ou convenção daspartes.

• Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todosos seus acessórios. (ex.: transferem-se os direitos de garantias, direito de preferência,cláusula penal...)

• Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se nãocelebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido dassolenidades do § 1º do art. 654.

• A cessão de crédito é um negócio não solene, não sendo exigida forma específica,bastando a simples declaração de vontade do cedente e do cessionário; mas para tereficácia perante terceiros, deverá ser celebrado por instrumento público ou particularcom as solenidades (deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a qualificaçãodo outorgante e do outorgado, a data...)

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• Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessãono registro do imóvel.

• A cessão de crédito, em regra, abrange todas as garantias, inclusive hipoteca. Ocessionário, portanto, tem direito de averbar a cessão de crédito no registro doimóvel, a fim de garantir seu direito e a eficácia em relação a terceiros.

• Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quandoa este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ouparticular, se declarou ciente da cessão feita.

• Não é necessário o consentimento do devedor para a cessão de crédito; mas épreciso que o mesmo seja notificado, a fim de tomar ciência da cessão, evitandoque pague ao credor originário.

• Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completarcom a tradição do título do crédito cedido.

• Se alguém, de má-fé, acaba fazendo várias cessões do mesmo crédito, considera-selegítimo o cessionário que apresentar o instrumento de cessão juntamente com otítulo que deu origem ao crédito.

• Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, pagaao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga aocessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quandoo crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação.

• Fica desobrigado o devedor: a) quando pagou ao credor primitivo antes de sernotificado; b) quando notificado por mais de uma cessão, paga ao cessionário quelhe apresenta o instrumento de cessão juntamente com o título da obrigação cedida.

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Direito Civil – Da Cessão de Crédito – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode ocessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido.

• Mesmo antes da notificação do devedor, a cessão já surte efeitos entre as partes,podendo o cessionário exercer todos os atos para conservar seu direito (ex.:notificação, averbação do crédito hipotecário, arrolamento de bens do devedor...).

• Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bemcomo as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra ocedente.

• A obrigação continua a mesma; o que muda com a cessão é a titularidade docrédito. Portanto, todas as defesas que o devedor tinha em relação aquele crédito,continuará tendo (ex.: prescrição da dívida, inexigibilidade...).

• Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize,fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhecedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiverprocedido de má-fé.

• A título oneroso: o cedente se responsabiliza pela existência do crédito à época dacessão;

• A título gratuito: o cedente se responsabiliza apenas se cedeu de má-fé, cedendocrédito que sabia ser inexistente, já que a cessão equivalerá a uma doação.

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• Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência dodevedor.

• Em regra, o cedente responde pela existência da dívida, mas não é responsável peloefetivo pagamento. Porém, as partes podem convencionar a responsabilidade docedente pela solvência do devedor, nos termos do artigo a seguir.

• Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, nãoresponde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem deressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com acobrança.

• Nesse caso, o cedente responde até o limite do valor que recebeu pela cessão, comjuros, e não pela dívida toda. Além, disso, responderá pelas despesas da cessão e asdespesas de cobrança que teve o cessionário.

• Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credorque tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendonotificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos deterceiro.

• Um crédito pode ser objeto de penhora. O credor, notificado da penhora, nãopoderá mais ceder o crédito. Se o devedor, não tendo sido notificado da penhora,pagar ao devedor primitivo, ficará exonerado da obrigação.

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO I

Do Direito das Obrigações

TÍTULO II

Da Transmissão das Obrigações

CAPÍTULO IIDA ASSUNÇÃO DE DÍVIDA

Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obriga-ção do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primiti-vo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.

Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.

Art. 300. Salvo assentimento expresso do de-vedor primitivo, consideram-se extintas, a par-tir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.

Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que in-quinava a obrigação.

Art. 302. O novo devedor não pode opor ao cre-dor as exceções pessoais que competiam ao de-vedor primitivo.

Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, enten-der-se-á dado o assentimento.

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Slides - Da Assunção de Dívida

ASSUNÇÃO DE DÍVIDA• Conceito: A cessão de débito ou assunção de dívida é um negócio jurídico bilateral,

pelo qual o devedor (cedente), com anuência expressa do credor, transfere a umterceiro (assuntor ou cessionário) os encargos obrigacionais, de modo que esteassume sua posição na relação obrigacional, substituindo-o, responsabilizando-se peladívida, que subsiste com todos os seus acessórios. (Maria Helena Diniz)

• Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimentoexpresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempoda assunção, era insolvente e o credor o ignorava.

• Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consintana assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.

• Se ao tempo da cessão, o cessionário era insolvente, sem o conhecimento do credor,considera-se má-fé, caso em que o devedor primitivo e o cessionário ficarãoresponsáveis pelo débito.

• É necessário que haja o consentimento expresso do credor! Seu silêncio equivale arecusa.

• Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, apartir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas aocredor.

• Com a assunção da dívida, consideram-se extintas as garantias pessoais dadas pelodevedor primitivo (ex.: aval, fiança, garantia prestada por terceiro...), subsistindo asgarantias reais, já que estas dizem respeito à essência da dívida e não à pessoa dodevedor (ex.: penhor, hipoteca...).

• Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, comtodas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se esteconhecia o vício que inquinava a obrigação.

• Anulada a assunção de divida, a obrigação restaura-se ao devedor originário, comtodas as garantias, exceto as prestadas por terceiros (pois foram extintas quando datransferência do débito).

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Direito Civil – Da Assunção de Dívida – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais quecompetiam ao devedor primitivo.

• Argumentos de defesa que diziam respeito à pessoa do devedor primitivo nãopoderão mais ser opostas (ex.: incapacidade); mas aquelas que dizem respeito aodívida em si, poderão (ex.: pagamento, extinção ou nulidade da obrigação).

• Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamentodo crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias atransferência do débito, entender-se-á dado o assentimento.

• Quem adquirir imóvel hipotecado pode assumir o pagamento do crédito garantido.Nesse caso, se o credor notificado não impugnar no prazo de 30 dias, considera-seque aceitou.

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO I

Do Direito Das Obrigações

TÍTULO III

Do Adimplemento e Extinção das Obrigações

CAPÍTULO IDo Pagamento

Seção IDE QUEM DEVE PAGAR

Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opu-ser, dos meios conducentes à exoneração do de-vedor.

Parágrafo único. Igual direito cabe ao ter-ceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.

Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a re-

embolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.

Parágrafo único. Se pagar antes de venci-da a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento.

Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o de-vedor tinha meios para ilidir a ação.

Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que im-portar transmissão da propriedade, quando fei-to por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu.

Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e con-sumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la.

Seção IIDAQUELES A QUEM SE DEVE PAGAR

Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.

Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.

Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu.

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Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí re-sultante.

Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que po-derão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o cre-dor.

Seção IIIDO OBJETO DO PAGAMENTO E SUA

PROVA

Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.

Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por ob-jeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.

Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pa-gas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos sub-seqüentes.

Art. 316. É lícito convencionar o aumento pro-gressivo de prestações sucessivas.

Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o va-lor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.

Art. 318. São nulas as convenções de paga-mento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os ca-sos previstos na legislação especial.

Art. 319. O devedor que paga tem direito a qui-tação regular, e pode reter o pagamento, en-quanto não lhe seja dada.

Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do cre-dor, ou do seu representante.

Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quita-ção, se de seus termos ou das circunstân-cias resultar haver sido paga a dívida.

Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este, poderá o de-vedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido.

Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem sol-vidas as anteriores.

Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reser-va dos juros, estes presumem-se pagos.

Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento.

Parágrafo único. Ficará sem efeito a quita-ção assim operada se o credor provar, em sessenta dias, a falta do pagamento.

Art. 325. Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quitação; se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesa acrescida.

Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-á, no silêncio das partes, que aceitaram os do lugar da execução.

Seção IVDO LUGAR DO PAGAMENTO

Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.

Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.

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Direito Civil – Do Pagamento – Profª Tatiana Marcello

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Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a imó-vel, far-se-á no lugar onde situado o bem.

Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuí-zo para o credor.

Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor re-lativamente ao previsto no contrato.

Seção VDO TEMPO DO PAGAMENTO

Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamen-to, pode o credor exigi-lo imediatamente.

Art. 332. As obrigações condicionais cumprem--se na data do implemento da condição, caben-do ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor.

Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código:

I – no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;

II – se os bens, hipotecados ou empenha-dos, forem penhorados em execução por outro credor;

III – se cessarem, ou se se tornarem insu-ficientes, as garantias do débito, fidejussó-rias, ou reais, e o devedor, intimado, se ne-gar a reforçá-las.

Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se reputará vencido quanto aos outros devedores solventes.

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Slides – Do Pagamento

PAGAMENTO

• Pagamento é a forma voluntária e natural de adimplemento e extinção dasobrigações (art. 304 ao 333).

• Não se trata apenas de dar dinheiro, mas a toda e qualquer forma de cumprimentodas obrigações.

• Quem Deve Pagar

• Em regra, é o próprio devedor o obrigado a pagar. Mas, o pagamento também podeser feito por terceiro interessado ou terceiro não interessado.

• Terceiro interessado: Aquele que tem interesse jurídico no pagamento (fiador,avalista, sublocatários...).

• Terceiro não interessado: Aquele que não está vinculado à relação obrigacionalexistente entre credor e devedor, embora possa ter interesse de ordem moral (o paique paga a dívida do filho; o homem que paga a dívida da amante; a pessoa quecumpre a obrigação de um amigo...).

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• Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, temdireito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso novencimento.

• (Obs.: só poderá reembolsar-se do que pagou, não tendo direito a perdas e danos).

• Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição dodevedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios parailidir a ação.

• Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade,quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu.

• A Quem se Deve Pagar

• Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente,sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seuproveito.

• Assim, se o pagamento não foi feito a pessoa correta, o mesmo só valerá depois deratificado pelo credor ou seu representante.

• Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provadodepois que não era credor.

• Ex.: paga ao herdeiro, mas este perdeu sua qualidade em razão da anulação dotestamento.

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• Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se odevedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu.

• Ex.: se pagou ao incapaz, somente terá validade se provar que se reverteu embenefício dele, como auxiliando na aquisição de um bem, trazendo um aumentopatrimonial, etc.

• Objeto do Pagamento

• Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida,ainda que mais valiosa.

• (Ex.: é credor de uma moto, mas o devedor oferece um carro no lugar)

• Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode ocredor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não seajustou.

• (Ex.: se me deve R$600, tem que pagar o valor total na data avençada, não emprestações)

• Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moedacorrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subseqüentes.

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• Prova do Pagamento

• Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter opagamento, enquanto não lhe seja dada.

• Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular,designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem poreste pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou doseu representante. Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos nesteartigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sidopaga a dívida.

• (Ex.: não há um documento formal, mas há um depósito em conta-corrente do valor,ou um e-mail declarando o pagamento...)

• Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento.Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, emsessenta dias, a falta do pagamento.

• (Ex.: entrega de nota promissória ou cheque)

• Art. 325. Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e aquitação; se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesaacrescida.

• (Ex.: taxas de cobrança)

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• Do Lugar do Pagamento

• Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partesconvencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza daobrigação ou das circunstâncias.

• Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolherentre eles.

• Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestaçõesrelativas a imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem.

• Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugardeterminado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor.

• (Ex.: doença, calamidade pública, queda de ponte, falta de energia...)

• Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia docredor relativamente ao previsto no contrato.

• (Pelo princípio da boa-fé objetiva, se o pagamento é reiteradamente feito em lugardiverso do previsto pelas partes, presume-se que houve renúncia ao a este).

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• Do Tempo do Pagamento

• Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para opagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente.

• Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazoestipulado no contrato ou marcado neste Código:

I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro

credor;III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias,

ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.

Pagamento Em regra...

Quem deve pagar?

- O próprio devedor.- Também podem pagar terceiros interessados e terceiros nãointeressados.

A quem se deve pagar?

- Ao credor ou a quem de direito o represente.

Objeto e prova do pagamento

- Objeto: o credor tem o direito de receber o que lhe é devido.- Prova: através da quitação.

Lugar do pagamento

-Domicilio do devedor.- Domicílio convencionado, ou resultante da lei, natureza ou circunstâncias.

Tempo do pagamento

-O débito se torna exigível no momento do vencimento;- Se não houver estipulação de prazo de pagamento, considera-seimediatamente exigível.

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO IDo Direito Das Obrigações

TÍTULO IIIDo Adimplemento e Extinção das

Obrigações

CAPÍTULO IIDO PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO

Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabe-lecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.

Art. 335. A consignação tem lugar:

I – se o credor não puder, ou, sem justa cau-sa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;

II – se o credor não for, nem mandar rece-ber a coisa no lugar, tempo e condição de-vidos;

III – se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;

IV – se ocorrer dúvida sobre quem deva le-gitimamente receber o objeto do pagamen-to;

V – se pender litígio sobre o objeto do pa-gamento.

Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamen-to.

Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, sal-vo se for julgado improcedente.

Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as conseqüências de direito.

Art. 339. Julgado procedente o depósito, o de-vedor já não poderá levantá-lo, embora o cre-dor consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores.

Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer no levan-tamento, perderá a preferência e a garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados os co-devedores e fiadores que não tenham anuído.

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Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depo-sitada.

Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente.

Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta do credor, e, no caso contrário, à conta do devedor.

Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa exo-nerar-se-á mediante consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo co-nhecimento do litígio, assumirá o risco do paga-mento.

Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem mutuamente excluir, poderá qualquer deles requerer a con-signação.

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Direito Civil – Do Pagamento em Consignação – Profª Tatiana Marcello

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Slides – Do Pagamento em Consignação

PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO

• Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou emestabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.

• Consignação é um meio indireto de exonerar o devedor da obrigação.

• A consignação pode ser:

• Extrajudicial – O devedor faz um depósito em estabelecimento bancário,notificando-se o credor para manifestar-se (art. 890, CPC). Admitida apenas parapagamento em dinheiro $.

• Judicial – Através de uma “ação de consignação em pagamento”. Além do dinheiro,o devedor pode consignar coisas.

• Art. 335. A consignação tem lugar:I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar

quitação na devida forma;II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição

devidos;III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir

em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do

pagamento;V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.

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• Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram,em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quaisnão é válido o pagamento.

• Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar,poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, esubsistindo a obrigação para todas as conseqüências de direito.

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO I

Do Direito Das Obrigações

TÍTULO I

Das Modalidades das Obrigações

CAPÍTULO VIDAS OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obriga-do, à dívida toda.

Art. 265. A solidariedade não se presume; resul-ta da lei ou da vontade das partes.

Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedo-res, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lu-gar diferente, para o outro.

Seção IIDA SOLIDARIEDADE ATIVA

Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.

Art. 268. Enquanto alguns dos credores soli-dários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.

Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.

Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá di-reito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.

Art. 271. Convertendo-se a prestação em per-das e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.

Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.

Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.

Art. 274. O julgamento contrário a um dos cre-dores solidários não atinge os demais; o julga-mento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve.

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Seção IIIDA SOLIDARIEDADE PASSIVA

Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.

Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.

Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obri-gado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão consi-derados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.

Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não apro-veitam aos outros devedores, senão até à con-corrência da quantia paga ou relevada.

Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obriga-ção adicional, estipulada entre um dos devedo-res solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.

Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpa-do.

Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido pro-posta somente contra um; mas o culpado res-ponde aos outros pela obrigação acrescida.

Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exce-ções pessoais a outro co-devedor.

Art. 282. O credor pode renunciar à solidarieda-de em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.

Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, sub-sistirá a dos demais.

Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co--devedores a sua quota, dividindo-se igualmen-te por todos a do insolvente, se o houver, presu-mindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.

Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedo-res, contribuirão também os exonerados da so-lidariedade pelo credor, pela parte que na obri-gação incumbia ao insolvente.

Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusi-vamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.

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Direito Civil – Disposições Gerais - Inadimplemento das Obrigações – Profª Tatiana Marcello

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Slides - Disposições Gerais – Inadimplemento das Obrigações

DISPOSIÇÕES GERAIS

• Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, maisjuros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, ehonorários de advogado.

O inadimplemento pode ser:I – Absoluto – quando o devedor não cumprir a prestação devida no tempo, lugar e

forma convencionados ou determinado em lei e não houver mais utilidade emcumpri-la (ex.: não entregou o bolo antes da festa). Neste caso, o devedor respondenos termos do art. 389: Perdas e danos + juros e atualização monetária +honorários de advogado.

II – Relativo – quando o devedor não cumprir a prestação devida no tempo, lugar eforma convencionados ou determinado em lei, mas há utilidade e interesse docredor no cumprimento (ex.: pagamento de uma dívida). Neste caso, o devedorpode exigir uma compensação pela mora, ou seja, pelos atraso no cumprimento.

• Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde odia em que executou o ato de que se devia abster. (Inexecução da obrigação de nãofazer)

• Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens dodevedor.

• O inadimplemento das obrigações faz com que o devedor responda com todos osseus bens (exceto os impenhoráveis).

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• Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quemo contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratosonerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas emlei.

• Contratos benéficos (ex.: comodato) – quem aproveita responde por culpa ou dolo;quem não aproveita responde apenas se houver dolo.

• Contratos onerosos (ex.: compra e venda) – em regra, cada parte responde por culpaou dolo, já que ambos têm direitos e deveres recíprocos.

• Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ouforça maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.

• Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário,cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.

• Trata-se da isenção da responsabilidade pelo inadimplemento quando este se dá emdecorrência de caso fortuito ou de força maior, por serem inevitáveis eincontroláveis, não havendo culpa do devedor. (ex.: não entregou a coisa porque amesma foi destruída por um raio). Portanto, em regra, o caso fortuito ou de forçamaior não geram responsabilidade nem direito a indenização.

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Direito Civil

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Institui o Código Civil.

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PARTE ESPECIAL

LIVRO I

Do Direito das Obrigações

TÍTULO IV

Do Inadimplemento das Obrigações

CAPÍTULO IIDA MORA

Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer.

Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.

Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos.

Art. 396. Não havendo fato ou omissão imputá-vel ao devedor, não incorre este em mora.

Art. 397. O inadimplemento da obrigação, posi-tiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor.

Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou ex-trajudicial.

Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou.

Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa im-possibilidade resulte de caso fortuito ou de for-ça maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse opor-tunamente desempenhada.

Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela conser-vação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e sujeita--o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia esta-belecido para o pagamento e o da sua efetiva-ção.

Art. 401. Purga-se a mora:

I – por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do dia da oferta;

II – por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data.

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Slides – Da Mora – Inadimplemento das Obrigações

DA MORA

• Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credorque não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convençãoestabelecer.

• Mora é o inadimplemento relativo, ou seja, o atraso no cumprimento da obrigação.

• Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros,atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmenteestabelecidos, e honorários de advogado.

• Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, estepoderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos.

• Se houver prova de que a prestação se tornou inútil devido à mora, equipara-se aum inadimplemento absoluto, podendo o credor exigir perdas e danos.

• Art. 396. Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este emmora.

• Para que haja os efeitos da mora, é preciso culpa do devedor. Portanto, se odescumprimento da obrigação se der por caso fortuito ou de força maior, o credornão poderá cobrar qualquer indenização.

• Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constituide pleno direito em mora o devedor.

• Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelaçãojudicial ou extrajudicial.

• Se a obrigação tinha prazo definido, o devedor constituir-se-á em moraimediatamente; se não havia prazo definido, a mora se constitui após interpelaçãojudicial ou extrajudicial.

• Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor emmora, desde que o praticou.

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Direito Civil – Da Mora - Inadimplemento das Obrigações – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 401. Purga-se a mora:

I - por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dosprejuízos decorrentes do dia da oferta (juros moratórios)

II - por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-seaos efeitos da mora até a mesma data.

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Direito Civil

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Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO I

Do Direito das Obrigações

TÍTULO IV

Do Inadimplemento das Obrigações

CAPÍTULO IIIDAS PERDAS E DANOS

Art. 402. Salvo as exceções expressamente pre-vistas em lei, as perdas e danos devidas ao cre-dor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.

Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.

Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com atu-alização monetária segundo índices oficiais re-gularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional.

Parágrafo único. Provado que os juros da mora não cobrem o prejuízo, e não havendo pena convencional, pode o juiz conceder ao credor indenização suplementar.

Art. 405. Contam-se os juros de mora desde a citação inicial.

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Slides – Das Perdas e Danos – Inadimplemento das Obrigações

DAS PERDAS E DANOS

• Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danosdevidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o querazoavelmente deixou de lucrar.

• Perdas e danos equivalem aos prejuízos suportados pelo credor em razão dodescumprimento da obrigação (inadimplemento), sendo, portanto uma soma emdinheiro correspondente ao desequilíbrio suportado pelo credor.

• Abrangem o que efetivamente perdeu (dano emergente) e o que razoavelmentedeixou de ganhar em razão do inadimplemento (lucros cessantes).

• Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos sóincluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato,sem prejuízo do disposto na lei processual.

• As perdas e danos não incluem prejuízos remotos, eventuais ou potenciais, masapenas aqueles direta e imediatamente decorrentes da inexecução.

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Direito Civil – Das Perdas e Danos - Inadimplemento das Obrigações – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serãopagas com atualização monetária segundo índices oficiais regularmenteestabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo dapena convencional.

• Parágrafo único. Provado que os juros da mora não cobrem o prejuízo, e nãohavendo pena convencional, pode o juiz conceder ao credor indenizaçãosuplementar.

• Art. 405. Contam-se os juros de mora desde a citação inicial.

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LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO I

Do Direito das Obrigações

TÍTULO IV

Do Inadimplemento das Obrigações

CAPÍTULO IVDOS JUROS LEGAIS

Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipula-da, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional.

Art. 407. Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da mora que se contarão assim às dívidas em dinheiro, como às prestações de outra natureza, uma vez que lhes esteja fixado o valor pecuniário por sentença ju-dicial, arbitramento, ou acordo entre as partes.

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Slides – Dos Juros Legais – Inadimplemento das Obrigações

DOS JUROS LEGAIS

• Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem semtaxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundoa taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos àFazenda Nacional.

• Os juros de mora podem ser convencionais ou legais. Nas hipóteses do art. 406,serão fixados segundo a taxa referente ao pagamento de impostos à FazendaNacional (atualmente, aplica-se a taxa selic).

• Art. 407. Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da moraque se contarão assim às dívidas em dinheiro, como às prestações de outra natureza,uma vez que lhes esteja fixado o valor pecuniário por sentença judicial, arbitramento,ou acordo entre as partes.

• Os juros de mora são devidos não apenas nas prestações em dinheiro, mas emobrigação de qualquer natureza.

• Os juros de mora são devidos mesmo que não haja prejuízo, pois decorremsimplesmente da mora.

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LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

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PARTE ESPECIAL

LIVRO I

Do Direito das Obrigações

TÍTULO IV

Do Inadimplemento das Obrigações

CAPÍTULO VDA CLÁUSULA PENAL

Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, dei-xe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora.

Art. 409. A cláusula penal estipulada conjunta-mente com a obrigação, ou em ato posterior, pode referir-se à inexecução completa da obri-gação, à de alguma cláusula especial ou sim-plesmente à mora.

Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obriga-ção, esta converter-se-á em alternativa a bene-fício do credor.

Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança especial de outra cláusula determinada, terá o credor o

arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal.

Art. 412. O valor da cominação imposta na cláu-sula penal não pode exceder o da obrigação principal.

Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüi-tativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montan-te da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.

Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena; mas esta só se poderá demandar in-tegralmente do culpado, respondendo cada um dos outros somente pela sua quota.

Parágrafo único. Aos não culpados fica re-servada a ação regressiva contra aquele que deu causa à aplicação da pena.

Art. 415. Quando a obrigação for divisível, só incorre na pena o devedor ou o herdeiro do de-vedor que a infringir, e proporcionalmente à sua parte na obrigação.

Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.

Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exce-da ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indeniza-ção, competindo ao credor provar o prejuí-zo excedente.

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Slides – Da Cláusula Penal – Inadimplemento das Obrigações

DA CLÁUSULA PENAL

• Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que,culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora.

• Cláusula penal, também chamada de pena convencional, é um pacto acessório,através do qual as partes estipulam de antemão uma pena para a parte que forinadimplente na sua obrigação. Trata-se de uma garantia a mais de que as partescumprirão as obrigações assumidas. Havendo a inadimplência, a cláusula se aplicade pleno direito.

• Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em atoposterior, pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusulaespecial ou simplesmente à mora.

• A cláusula penal é um contrato acessório, geralmente pactuado juntamente com aobrigação principal; mas nada obsta que seja pactuada em momento posterior aocontrato já existente.

• Pode ser convencionada para a inexecução completa da obrigação, ou para odescumprimento de alguma cláusula especial, ou simplesmente pela mora.

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Direito Civil – Da Cláusula Penal – Inadimplemento das Obrigações – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplementoda obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor. (credor, aoingressar com ação judicial, poderá optar pelo recebimento da cláusula penal ou ocumprimento da obrigação)

• Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou emsegurança especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigira satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigaçãoprincipal. (credor, ao ingressar com ação, poderá exigir o cumprimento da obrigaçãoprincipal + a cláusula penal)

• Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o daobrigação principal.

• Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigaçãoprincipal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade formanifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.

• Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegueprejuízo.

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002.

Institui o Código Civil.

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PARTE ESPECIAL

LIVRO I

Do Direito Das Obrigações

TÍTULO IV

Do Inadimplemento das Obrigações

CAPÍTULO VIDas Arras ou Sinal

Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do con-trato, uma parte der à outra, a título de arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser restituídas ou compu-tadas na prestação devida, se do mesmo gênero da principal.

Art. 418. Se a parte que deu as arras não execu-tar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem rece-beu as arras, poderá quem as deu haver o con-trato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segun-do índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado.

Art. 419. A parte inocente pode pedir indeni-zação suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, tam-

bém, a parte inocente exigir a execução do con-trato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização.

Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente inde-nizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suple-mentar.

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Slides – Das Arras ou Sinal – Inadimplemento das Obrigações

DAS ARRAS OU SINAL

• Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título dearras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, serrestituídas ou computadas na prestação devida, se do mesmo gênero da principal.

• Arras (também chamada de Sinal) é uma quantia em dinheiro ou outro bem móveldado por um dos contraentes ao outro, a fim de garantir a execução de um contrato.

• Ex. 1: se a pessoa da como arras um automóvel, a fim de assegurar o compromissode compra e venda de um imóvel, ao ser efetivada a compra e venda, o automóveldeverá ser devolvido.

• Ex. 2: se a pessoa da como arras R$ 50 mil para assegurar o compromisso de comprae venda de um imóvel pelo qual pagará o total de R$ 250 mil, ao ser efetivada acompra e venda, o comprador terá a obrigação de pagar R$ 200 mil, pois já recebeuos 50 mil.

• Arras confirmatórias

• Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lopor desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quemas deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, comatualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros ehonorários de advogado.

• Ex.: não execução causada por quem deu arras – a outra parte poderá reter o valordas arras.

• Ex.: não execução causada por quem recebeu arras – o que deu as arras poderáexigir sua devolução (em dobro) + atualização monetária + juros + honorários deadvogados.

• Obs.: não é preciso comprovar prejuízos em nenhum dos casos.

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Direito Civil – Das Arras ou Sinal – Inadimplemento das Obrigações – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maiorprejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigira execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo daindenização.

• Nas arras confirmatórias, há o compromisso de executar o contrato; e se não forexecutado, além dos direitos previstos no art. anterior, a parte inocente poderá pediruma indenização complementar, se provar que os prejuízos foram maiores do queas arras; ou pode exigir a execução do contrato + perdas e danos.

• Arras Penitenciais

• Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquerdas partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso,quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenizaçãosuplementar.

• As arras penitenciais consistem em uma pré-fixação de perdas e danos. As arras jáservem de indenização para quem exercer o direito de arrependimentopreviamente previsto no contrato, não havendo direito a pedir indenizaçãosuplementar.

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

(...)

TÍTULO IX

Da Responsabilidade Civil

CAPÍTULO IDa Obrigação de Indenizar

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de repa-rar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispu-serem de meios suficientes.

Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.

Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpa-dos do perigo, assistir-lhes-á direito à indeniza-ção do prejuízo que sofreram.

Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.

Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se cau-sou o dano (art. 188, inciso I).

Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as em-presas respondem independentemente de cul-pa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.

Art. 932. São também responsáveis pela repa-ração civil:

I – os pais, pelos filhos menores que estive-rem sob sua autoridade e em sua compa-nhia;

II – o tutor e o curador, pelos pupilos e cura-telados, que se acharem nas mesmas con-dições;

III – o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exer-cício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;

IV – os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pe-los seus hóspedes, moradores e educandos;

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V – os que gratuitamente houverem partici-pado nos produtos do crime, até a concor-rente quantia.

Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.

Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago da-quele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativa-mente incapaz.

Art. 935. A responsabilidade civil é independen-te da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.

Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressar-cirá o dano por este causado, se não provar cul-pa da vítima ou força maior.

Art. 937. O dono de edifício ou construção res-ponde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessi-dade fosse manifesta.

Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coi-sas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.

Art. 939. O credor que demandar o devedor an-tes de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro.

Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição.

Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando o autor desistir da ação

antes de contestada a lide, salvo ao réu o direi-to de haver indenização por algum prejuízo que prove ter sofrido.

Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidaria-mente pela reparação.

Parágrafo único. São solidariamente res-ponsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932.

Art. 943. O direito de exigir reparação e a obri-gação de prestá-la transmitem-se com a heran-ça.

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Direito Civil – Obrigação de Indenizar – Profª Tatiana Marcello

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Slides – Obrigação de Indenizar

OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR• Definição: responsabilidade civil é o dever de indenizar decorrente de um fato danoso

imputável a determinada pessoa.

• Exemplos: atropelamento por imprudência; quebrar uma vidraça; uma lesão corporal;inscrição indevida em cadastros negativos...

• Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, ficaobrigado a repará-lo.

• Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete atoilícito.

• Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excedemanifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé oupelos bons costumes (abuso de direito) Ex.: o credor que ao cobrar a dívida vencidaexpõe o devedor ao ridículo.

• Responsabilidade contratual X extracontratual

• Responsabilidade contratual – dever de indenizar de um sujeito que é parte em umarelação contratual em razão do descumprimento de obrigação prevista no própriocontrato.

• Responsabilidade extracontratual (aquiliana) – dever de indenizar que surge de umdescumprimento de um dever legal, ou seja, da violação de um dever fundado emalgum princípio geral do direito, não havendo contrato entre as partes.

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• Responsabilidade subjetiva X objetiva

• Responsabilidade subjetiva – aquela que necessita da culpa ou dolo do agente paraque seja caracterizada; é a regra em nosso ordenamento jurídico.

• Na responsabilidade subjetiva, para haver do dever de indenizar, necessários osseguintes requisitos:

Ação ou omissão Conduta ilícita, positiva ou negativa do agente.

Dano Lesão causada pela conduta do agente.

Nexo causal A relação entre o dano e a conduta do agente, ou seja, o dano é consequência daconduta.

Dolo ou culpa Elemento subjetivo que diz respeito à intenção do agente (dolo) ou ter ele agidode forma negligente, imprudente ou imperita (culpa).

• Responsabilidade objetiva – o dever de indenizar independe da existência de culpaou dolo, sendo exceção no nosso ordenamento.

• Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa,nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvidapelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem (teoriado risco da atividade).

• Ex.: Lei 9.078/90 (CDC) “Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ouestrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa,pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos...”

• Na responsabilidade objetiva, para haver o dever de indenizar, bastam:Ação ou omissão

DanoNexo causal

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Direito Civil – Obrigação de Indenizar – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por eleresponsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meiossuficientes.

• Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, nãoterá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.

• Em regra, quem responde pelos prejuízos causados pelo incapaz são seusrepresentantes legais (pais, tutores, curadores). Porém, se esses responsáveis nãotêm o dever de responder (ex.: não é genitor-guardião) ou não têm condições dearcar com os $, o incapaz é que responderá caso tenha recursos próprios.

• Não sendo possível cobrar do responsável, o juiz poderá condenar o incapaz aopagamento de uma indenização equitativa e, podendo haver até mesmo a exclusãoda indenização se a obrigação privar o incapaz ou seus dependentes do necessário.

• Obs.: o menor emancipado (capaz) por concessão dos pais (art. 5º, p. ú, I, CC)responde solidariamente com seus representantes legais.

• Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: (responsabilidade objetiva)I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua

companhia;II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas

condições;III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no

exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por

dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores eeducandos;

V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até aconcorrente quantia.

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• Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que nãohaja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros alireferidos. (responsabilidade objetiva)

• Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houverpago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu,absoluta ou relativamente incapaz. (direito de regresso)

• Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficamsujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todosresponderão solidariamente pela reparação. (responsabilidade solidária)

• Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e aspessoas designadas no art. 932.

• Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendoquestionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quandoestas questões se acharem decididas no juízo criminal.

• A responsabilidade civil é independe da criminal. A esfera criminal julga o fato emseu aspecto social, reprimindo o delinquente através das penas. Já aindenização/reparação dos danos somente pode ser pleiteada na esfera cível, quejulga quanto à vítima que vem pedir a reparação.

• Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se coma herança.

• O patrimônio do responsável responde pela reparação do dano. Falecendo oresponsável, a obrigação transmite-se aos seus herdeiros, nos limites do que foiherdado. Falecendo o lesado, o direito de ser ressarcido transmite-se as seusherdeiros.

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Direito Civil – Obrigação de Indenizar – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se nãoprovar culpa da vítima ou força maior.

• Responsabilidade objetiva em que o dono do animal apenas se exonerará daobrigação se provar culpa da vítima (ex.: pessoa que provoca o animal) ou casofortuito ou força maior (ex.: um vendaval destrói a cerca e os animais destroem aplantação do vizinho)

• Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem desua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.

• Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano provenientedas coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.

• Se não for possível identificar de qual apartamento caíram, responde o condomínio.

• Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora doscasos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para ovencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar ascustas em dobro.

• Exceto em casos em que a lei permite (ex.: vencimento antecipado das obrigaçõesem falências, insolvências...), se o credor entrar com ação cobrando dívida ainda nãovencida, estará agindo de má-fé, sendo obrigado a esperar o tempo que faltava edescontar os juros correspondentes ao suposto inadimplemento, além de pagarcustas em dobro pelo processo. Se provar que estava de boa-fé apenas terá a perdada ação e pagamento simples das custas.

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• Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, semressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado apagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo,o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição.

• Trata-se de uma “punição/sanção” pela prática do ato ilícito manejada pelodemandante de má-fé (se não houver má-fé, não se aplicam as sanções).

• Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando o autordesistir da ação antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de haverindenização por algum prejuízo que prove ter sofrido.

Demandar por dívida já paga Obrigação de pagar ao devedor o dobro do que houver cobrado

Demandar pedindo mais do que for devido Obrigação de pagar o equivalente ao que está cobrando a maior

Excludentes do dever de indenizar

a) Legítima defesa – quando a lesão for resultado e uma legítima defesa do agente;

b) Estado de necessidade – quando o dano se dá em razão da necessidade deremoção de um perigo iminente.

c) Exercício regular de um direito – se o ato está abrigado pelo direito, mesmo quecause dano, não haverá o dever de indenizar.

d) Caso fortuito ou força maior – eventos imprevisíveis e inevitáveis que resultam emdanos.

e) Culpa exclusiva da vítima ou de terceiro – se a vítima ou terceiro foramexclusivamente culpados pelo dano, não há o dever de indenizar.

f) Cláusula de não-indenizar – as partes podem ter ajustado em contrato a exoneraçãodo dever de indenizar.

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Aula XXDireito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

(...)

TÍTULO IX

Da Responsabilidade Civil

(...)

CAPÍTULO IIDA INDENIZAÇÃO

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.

Parágrafo único. Se houver excessiva des-proporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamen-te, a indenização.

Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposa-mente para o evento danoso, a sua indeniza-ção será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.

Art. 946. Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou no contrato disposição fi-xando a indenização devida pelo inadimplente,

apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei processual determinar.

Art. 947. Se o devedor não puder cumprir a prestação na espécie ajustada, substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente.

Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:

I – no pagamento das despesas com o tra-tamento da vítima, seu funeral e o luto da família;

II – na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em con-ta a duração provável da vida da vítima.

Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das des-pesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.

Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da con-valescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.

Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitra-da e paga de uma só vez.

Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade pro-fissional, por negligência, imprudência ou impe-rícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o

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mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o tra-balho.

Art. 952. Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da restituição da coisa, a indeniza-ção consistirá em pagar o valor das suas deterio-rações e o devido a título de lucros cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reembolsar o seu equivalente ao prejudicado.

Parágrafo único. Para se restituir o equiva-lente, quando não exista a própria coisa, estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo de afeição, contanto que este não se avantaje àquele.

Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na reparação do dano que delas resulte ao ofendido.

Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar, equitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias do caso.

Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pagamento das perdas e danos que sobrevierem ao ofendido, e se este não puder provar prejuízo, tem aplicação o dis-posto no parágrafo único do artigo antecedente.

Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal:

I – o cárcere privado;

II – a prisão por queixa ou denúncia falsa e de má-fé;

III – a prisão ilegal.

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Slide – Da Indenização

INDENIZAÇÃO

• Definição: indenização é a recomposição do dano por quem o causou ou éresponsável pelo mesmo.

• Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.• Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o

dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização.

• Nosso ordenamento entende que a indenização deve ocorrer da melhor forma arecompor o lesado, medindo-se, portanto, pela extensão do dano. Segundo ajurisprudência, é possível reconhecer também a função punitiva ou pedagógica daresponsabilidade civil.

• Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a suaindenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confrontocom a do autor do dano.

• Culpa concorrente – se o lesado concorreu para a ocorrência do dano, isso serálevado em consideração no momento de definir a indenização.

• Art. 947. Se o devedor não puder cumprir a prestação na espécie ajustada,substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente.

• A indenização tem o objetivo de restabelecer o status quo ante, portanto, pode sedar através de uma reconstituição do dano (ex.: quebrei a janela do vizinho eprovidencio seu conserto). No entanto, há casos em que é impossível areconstituição do dano (ex.: dano moral), hipótese em que a “compensação” se daráatravés de moeda correte $.

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Danos indenizáveisDANOS MATERIAIS DANOS MORAIS

- Danos emergentes – a perda imediata que olesado teve após a ocorrência do eventodanoso; ou seja, a diferença entre o patrimônioque o lesado tinha antes e o que passou a terapós. (ex.: um veículo invade culposamenteuma loja e quebra a vidraça)

- Lucros cessantes – são os danos projetadospara o futuro; ou seja, aquilo que o lesadodeixará de ganhar futuramente em razão doevento danoso (ex.: um veículo invadeculposamente uma loja e em razão dos danosficará fechada por alguns dias, deixando delucrar).

-Trata-se de um direito da personalidade,ofendendo a honra, imagem, nome eaparência da pessoa (ex.: nomeindevidamente inserido em cadastrosnegativos). A indenização não tem acapacidade de reparar o dano, mas servepara minimizar/compensar o prejuízoatravés de uma quantia em dinheiro.

-Sumula 37, STJ: “São cumuláveis asindenizações por dano material e danomoral oriundos do mesmo fato”.

• Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outrasreparações:

I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto dafamília;

II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se emconta a duração provável da vida da vítima.

• Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendidodas despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença,além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.

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• Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seuofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, alémdas despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirápensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou dadepreciação que ele sofreu.

• Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização sejaarbitrada e paga de uma só vez.

• Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenizaçãodevida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência,imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhelesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.

• Erro medico – artigo que polêmico, já que em regra a relação médico/paciente éuma relação de consumo, aplicando-se as regras do CDC, que são mais benéficas aolesado.

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO III

Do Direito das Coisas

TÍTULO I

Da posse

CAPÍTULO IDA POSSE E SUA CLASSIFICAÇÃO

Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.

Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.

Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.

Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário.

Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores.

Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.

Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.

Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.

Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente.

Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida.

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Slides – Posse e sua Classificação

POSSE E SUA CLASSIFICAÇÃO

• Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ounão, de algum dos poderes inerentes à propriedade.

• Possuidor é aquele que tem alguns dos poderes inerentes à propriedade (usar,gozar, dispor e reivindicar).

• A posse é a exteriorização da propriedade; é a aparência de propriedade; aqueleque usa aparenta ser proprietário.

• Em geral, o proprietário também é o possuidor da coisa. Mas, são direitos distintos eque podem estar dissociados, tanto que o próprio Código Civil disciplina ambosinstitutos separadamente. (Ex.: um imóvel locado – o locador possui a propriedade eo locatário possui a posse direta).

• Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder,temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, dequem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra oindireto.

• Posse Direta e Posse Indireta - A posse pode ser transferida, através de um direitopessoal ou real (ex.: contrato de locação, contrato de comodato, penhor). Assim,teremos o possuidor direto (para quem a posse foi transferida) e o possuidorindireto (aquele que transferiu a posse temporariamente).

• O possuidor direto pode defender sua posse através das ações possessórias ou daauto tutela da posse, seja contra terceiros ou até mesmo em face do possuidorindireto.

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Direito Civil – Posse e sua Classificação – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação dedependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimentode ordens ou instruções suas.

• Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve esteartigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove ocontrário.

• Detentor – detentor não pode ser confundido com possuidor, pois a detenção surgeda mera relação de dependência para com o outro (ex.: empregados em geral,motorista, faxineira, caseiro, administradores de empresa, amigo hospedado emuma casa). O detentor conserva a posse, mas em nome do possuidor e não emnome próprio.

• Presume-se que aquele que cumpre ordens ou instruções é o detentor da coisa, maspode-se provar o contrário (ex.: o empregado comprova que adquiriu a coisa do seuempregador, tornando-se possuidor)

• Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada umaexercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outroscompossuidores.

• Em regra, assim como a propriedade, a posse é exclusiva. Mas, há exceções, em quemais de uma pessoa poderá ter a posse da mesma coisa ao mesmo tempo.

• Composse – quando mais de uma pessoa tem a posse sobre coisa indivisa (ex.: umaherança antes da partilha; quando o compossuidores instituem que a coisa seráindivisa; quando a coisa pertença a cônjuges em regime de comunhão total ou parcialde bens). A posse pode ser defendida por qualquer um dos compossuidores, desdeque não excluam os direitos dos demais.

• A composse classifica-se em:• Pró diviso: quando de forma fática cada possuidor tem uma parte do bem (ex.:

terreno em que os compossuidores o dividem pela metade);• Pró indiviso: há a indivisibilidade fática (ex.: utilizam todo terreno conjuntamente).

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• Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.

• Posse justa – sem violência, clandestinidade ou precariedade.

• Posse injusta – violenta, clandestina ou precária.

• Clandestina – na ausência do antigo possuidor, o bem é ocupado por outrem,sem que aquela saiba.

• Violenta – a coisa é retirada do possuidor pelo uso da força, através deintimidação física ou psicológica.

• Precária – há a obrigação de restituir a coisa (ex.: locação, comodato), mas quemtem esse dever se nega.

• Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo queimpede a aquisição da coisa.

• Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvoprova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.

• Posse de boa-fé - se o possuidor ignora o vício ou obstáculo a respeito da coisa,considera-se que a posse é de boa-fé (ex.: comprou um bem que acreditava ser doverdadeiro dono, mas era de um herdeiro que foi excluído da herança), até omomento em que ficar sabendo, então se tornará de má-fé.

• Possuindo justo título, mesmo havendo vício, presume-se de boa-fé a posse (ex.:comprou um imóvel de um absolutamente incapaz, sem saber), permitindo-se provaao contrário.

• Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento emque as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possuiindevidamente.

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Direito Civil – Posse e sua Classificação – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo carátercom que foi adquirida.

• Se a posse foi adquirida de forma violenta, precária ou clandestina, entende-se queela mantém esse mesmo caráter da aquisição, salvo prova em contrário, como noexemplo em que o locatário se recusa a devolver o imóvel locado (posse injusta, porprecariedade), mas comprova que o adquiriu do locador, revertendo-se acaracterística inicial da posse (injusta).

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO III

Do Direito das Coisas

TÍTULO I

Da posse

CAPÍTULO IIDA AQUISIÇÃO DA POSSE

Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o mo-mento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes ineren-tes à propriedade.

Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:

I – pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante;

II – por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.

Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos ca-racteres.

Art. 1.207. O sucessor universal continua de di-reito a posse do seu antecessor; e ao sucessor

singular é facultado unir sua posse à do anteces-sor, para os efeitos legais.

Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não auto-rizam a sua aquisição os atos violentos, ou clan-destinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.

Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem.

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Slides – Aquisição da Posse

AQUISIÇÃO DA POSSE

• Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível oexercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.

• Assim que a pessoa puder exercer os poderes inerentes à propriedade (usar, gozar,dispor e reivindicar), adquirirá a posse.

• Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:

I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante;

II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.

• Quem pode adquirir a posse?

a) a própria pessoa a pretende ou por seu representante (procurador ourepresentante legal);

b) terceiro sem mandato, mas só terá eficácia se for ratificado pela pessoa cujointeresse foi praticado o ato, do contrário, o terceiro estará se obrigandopessoalmente.

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Direito Civil – Aquisição da Posse – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com osmesmos caracteres.

• Com a morte do possuidor, automaticamente (ope legis) a posse transmite-se aos seisherdeiros ou legatários.

• Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e aosucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.

• O sucessor da universalidade de bens, continua na posse, ou seja, a posse seprolongará;

• O sucessor de um bem singular (coisa certa e determinada) será considerado umnovo possuidor, começando a contar novamente a posse; mas a lei autoriza a uniãoda posse à do antecessor, para fins de usucapião do bem.

• Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim comonão autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois decessar a violência ou a clandestinidade.

• Atos de mera permissão ou tolerância não caracterizam posse (ex.: permissão parapegar água do poço do vizinho; tolerar que o vizinho pegue emprestado ferramentasde jardim mesmo sem pedir permissão).

• Atos violentos ou clandestinos também não induzem posse até cessar a violência ouclandestinidade; portanto, se o adquirente comprovar que a violência ouclandestinidade cessaram há mais de “ano e dia”, sua posse passará a serreconhecida.

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• Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveisque nele estiverem.

• Os bens acessórios seguem o principal.

• Bens móveis que guarnecem a residência presumem-se de posse de quem está como imóvel, mas admite-se prova em contrário.

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO III

Do Direito das Coisas

TÍTULO I

Da posse

CAPÍTULO IIIDOS EFEITOS DA POSSE

Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser manti-do na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.

§ 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.

§ 2º Não obsta à manutenção ou reintegra-ção na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.

Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se dis-ser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso.

Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.

Art. 1.213. O disposto nos artigos antecedentes não se aplica às servidões não aparentes, sal-vo quando os respectivos títulos provierem do possuidor do prédio serviente, ou daqueles de quem este o houve.

Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.

Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despe-sas da produção e custeio; devem ser tam-bém restituídos os frutos colhidos com an-tecipação.

Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais repu-tam-se colhidos e percebidos, logo que são se-parados; os civis reputam-se percebidos dia por dia.

Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de per-ceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.

Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa.

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Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que aci-dentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindi-cante.

Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessá-rias e úteis.

Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressar-cidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importân-cia destas, nem o de levantar as voluptuárias.

Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem. (Vide Decre-to-lei nº 4.037, de 1942)

Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indeni-zar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual.

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Direito Civil – Efeitos da Posse – Profª Tatiana Marcello

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Slides – Efeitos da Posse

EFEITOS DA POSSE

• Adquirida a posse, muitos são seus efeitos, desde a propositura das açõespossessórias (também chamadas de interditos), passando pelo desforço imediato epela legítima defesa da posse, até o direito à usucapião e à indenização pelosfrutos e benfeitorias, bem como o direito de retenção reconhecido ao possuidor deboa-fé enquanto não for paga a indenização de benfeitorias úteis e necessárias.

• Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação,restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de sermolestado.

• Turbação – é o ato que impede o livre exercício do direito à posse (ex.: tentativa dealteração de marcos divisórios, rompimentos de cercas, cortes de árvores).

• Esbulho – é o ato pelo qual o possuidor se vê despojado da posse injustamente, porviolência, por clandestinidade ou por precariedade (ex.: invasão de terras, estranhoque invade a casa deixada por inquilino, comodatário que não devolve a coisa após oprazo).

• Ameaça – quando há ameaça de turbação ou esbulho, ou seja, há justo recei de sermolestado em sua posse.

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• Para cada hipótese de violação da posse há um interdito possessório (açãopossessória):

Turbação Ação de Manutenção de Posse

Esbulho Ação de Reintegração de Posse

Ameaça Interdito Proibitório

• § 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por suaprópria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, nãopodem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.

• O possuidor turbado ou esbulhado tem direito a defesa da posse por seus própriosmeios.

• Legítima defesa da posse – o possuidor turbado tem direito a legítima defesa daposse, podendo reagir, pessoalmente contra o turbador, desde que essa reação sejaincontinenti e sem demora e o ato turbativo seja real e atual, empregando meiosestritamente necessários para manter-se na posse.

• Desforço imediato – o possuidor esbulhado poderá restituir-se, por sua própriaforça, a posse do bem por meio de desforço imediato, como reação imediata, agindopessoalmente ou com auxílio de amigos ou serviçais, empregando meios necessáriospara recuperar a posse.

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Direito Civil – Efeitos da Posse – Profª Tatiana Marcello

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• § 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade,ou de outro direito sobre a coisa.

• Considerando que posse e propriedade podem estar dissociadas, a alegação depropriedade não prejudica a manutenção ou reintegração de posse. Portanto, se o réuesbulhador se defender alegando que é proprietário da coisa, seu argumento nãoserá levado em conta, já que ser proprietário não justifica molestar posse alheia.

• Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-áprovisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de algumadas outras por modo vicioso.

• Considera-se que a melhor posse é a posse direta, em que a pessoa tem o contatofísico com a coisa, desde que reste evidente que a posse não foi obtida de formaviolenta, clandestina ou precária (vícios).

• Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contrao terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.

• Se o terceiro recebe a coisa que sabia ter sido obtida injustamente, poderá ser réu naação de esbulho (reintegração de posse), pois está agindo de má-fé.

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• Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutospercebidos.

• Possuidor de boa-fé (frutos) - os frutos colhidos pelo possuidor de boa-fé, queignora o fato de não estar na legítima posse do bem, continuarão com ele enquantoperdurar a boa-fé.

• Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos,bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em quese constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.

• Possuidor de má-fé (frutos) – responde por todos os frutos colhidos e percebidos,inclusive pelos que, por sua culpa, deixou de perceber (é comum o possuidor de má-fé ser negligente na colheita, por exemplo, por saber que pode perder o bem); masterá direito ao ressarcimento de despesas de produção e custeio.

• Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa,a que não der causa.

• Possuidor de boa-fé (perda ou deterioração) – não havendo culpa ou dolo dopossuidor de boa-fé, não responderá pela perda ou deterioração da coisa.

• Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa,ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando elana posse do reivindicante.

• Possuidor de má-fé (perda ou deterioração) – o possuidor de má-fé responde pelaperda ou deterioração da coisa ainda que acidentais, ou seja, mesmo que não tenhaagido com culpa ou dolo; no entanto, se provar que mesmo na posse o reivindicanteaconteceria, será eximido da responsabilidade (ex.: chuva de granizo que devastou aplantação).

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Direito Civil – Efeitos da Posse – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitoriasnecessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, alevantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito deretenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.

• Possuidor de boa-fé (benfeitorias) – tem direito à indenização quanto asbenfeitorias necessárias e úteis, podendo retê-las enquanto não for ressarcido; já asbenfeitorias voluptuárias, se não forem pagas, poderão ser levantadas.

• Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitoriasnecessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o delevantar as voluptuárias.

• Possuidor de má-fé (benfeitorias) – apenas terá direito ao ressarcimento dasbenfeitorias necessárias.

• Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor demá-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor deboa-fé indenizará pelo valor atual.

• Possuidor de boa-fé (valor da indenização por benfeitorias) – como a tendência éde que a benfeitoria valorize, o reivindicante indenizará as benfeitorias pelo valoratual;

• Possuidor de má-fé (valor da indenização por benfeitorias) – o reivindicantepoderá optar por pagar o valor atual ou o preço do custo (como uma sanção aquem agiu de má-fé).

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO III

Do Direito das Coisas

TÍTULO I

Da posse

CAPÍTULO IVDA PERDA DA POSSE

Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.

Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido.

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Slides – Perda da Posse

PERDA DA POSSE

• Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, opoder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.

• Possuidor é aquele que tem alguns dos poderes inerentes à propriedade (usar,gozar, dispor e reivindicar), cessando-os, perde-se a posse.

• Ex.: possuidor abandona ou perde a coisa; quando houve destruição do bem porcaso fortuito ou força maior, por ato próprio do possuidor ou de terceiro; posse deoutrem...

• Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho,quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido.

• Se a pessoa não estava presente no momento do esbulho, só se considera perdidasua posse se:

a) tendo notícia da ocupação, se abstém de retomar a coisa, sem tomar as devidasprovidências, abandonando seu direito e demonstrando desinteresse;

b) tentando recuperar a sua posse por força própria, for violentamente repelidopor quem detém o bem e se recusa a entregá-lo.

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO III

Do Direito das Coisas

TÍTULO II

Dos Direitos Reais

CAPÍTULO ÚNICODISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1.225. São direitos reais:

I – a propriedade;

II – a superfície;

III – as servidões;

IV – o usufruto;

V – o uso;

VI – a habitação;

VII – o direito do promitente comprador do imóvel;

VIII – o penhor;

IX – a hipoteca;

X – a anticrese.

XI – a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)

XII – a concessão de direito real de uso. (In-cluído pela Lei nº 11.481, de 2007)

Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição.

Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis cons-tituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código.

TÍTULO III

Da Propriedade

CAPÍTULO IDa Propriedade em Geral

Seção IDisposições Preliminares

Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de rea-vê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.

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§ 1º O direito de propriedade deve ser exer-cido em consonância com as suas finalida-des econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fau-na, as belezas naturais, o equilíbrio ecológi-co e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.

§ 2º São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou uti-lidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.

§ 3º O proprietário pode ser privado da coi-sa, nos casos de desapropriação, por neces-sidade ou utilidade pública ou interesse so-cial, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente.

§ 4º O proprietário também pode ser priva-do da coisa se o imóvel reivindicado consis-tir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de con-siderável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou sepa-radamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante.

§ 5º No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao pro-prietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores.

Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o proprietário opor-se a ativida-des que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las.

Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumen-tos arqueológicos e outros bens referidos por leis especiais.

Parágrafo único. O proprietário do solo tem o direito de explorar os recursos minerais de emprego imediato na construção civil, desde que não submetidos a transformação industrial, obedecido o disposto em lei es-pecial.

Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário.

Art. 1.232. Os frutos e mais produtos da coisa pertencem, ainda quando separados, ao seu proprietário, salvo se, por preceito jurídico es-pecial, couberem a outrem.

Seção IIDa Descoberta

Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor.

Parágrafo único. Não o conhecendo, o des-cobridor fará por encontrá-lo, e, se não o encontrar, entregará a coisa achada à auto-ridade competente.

Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo antecedente, terá direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do seu valor, e à indenização pelas despesas que houver feito com a conservação e transporte da coisa, se o dono não preferir abandoná-la.

Parágrafo único. Na determinação do mon-tante da recompensa, considerar-se-á o es-forço desenvolvido pelo descobridor para encontrar o dono, ou o legítimo possuidor, as possibilidades que teria este de encon-trar a coisa e a situação econômica de am-bos.

Art. 1.235. O descobridor responde pelos preju-ízos causados ao proprietário ou possuidor legí-timo, quando tiver procedido com dolo.

Art. 1.236. A autoridade competente dará co-nhecimento da descoberta através da imprensa e outros meios de informação, somente expe-dindo editais se o seu valor os comportar.

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Art. 1.237. Decorridos sessenta dias da divulga-ção da notícia pela imprensa, ou do edital, não se apresentando quem comprove a proprieda-de sobre a coisa, será esta vendida em hasta pública e, deduzidas do preço as despesas, mais a recompensa do descobridor, pertencerá o re-manescente ao Município em cuja circunscrição se deparou o objeto perdido.

Parágrafo único. Sendo de diminuto valor, poderá o Município abandonar a coisa em favor de quem a achou.

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Slides – Da Propriedade em Geral

DA PROPRIEDADE EM GERAL• Dentro dos DIREITOS DAS COISAS temos os DIREITOS REAIS.

• Art. 1.225. São direitos reais:I - a propriedade;II - a superfície;III - as servidões;IV - ...

Garantia Constitucional (Direito Fundamental)CF/88 - Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidadedo direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termosseguintes: XXII - é garantido o direito de propriedade;

• Disposições Preliminares

• Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e odireito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.

• Conceito: A propriedade é um direito que a pessoa física ou jurídica tem, dentro doslimites normativos, de usar, gozar ou dispor de uma coisa, bem como de reivindicarde quem injustamente a possua ou a detenha.

• Faculdades do proprietário: USAR, GOZAR, DISPOR e REAVER a coisa.

• Pode reaver de quem injustamente a possua (possuidor) ou detenha (detentor).

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• Função Social e Função Ambiental da propriedade - CF/88 – limitações ao direito depropriedade a fim de coibir abusos e impedir prejuízos ao bem-estar social eambiental. Ao ser exercido, o direito de propriedade deve harmonizar os interessesdo proprietário, da sociedade e do Estado.

• Art. 5º Todos são iguais perante a lei, (...) garantindo-se (...) a inviolabilidade dodireito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termosseguintes: XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

• Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende,simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aosseguintes requisitos:

I - aproveitamento racional e adequado;II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio

ambiente;III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

• § 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suasfinalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, deconformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezasnaturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem comoevitada a poluição do ar e das águas.

• § 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ouutilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.

• Ex.: construção de uma parede com o único propósito de retirar a luz do vizinho.Ademais, segundo o art. 187. “Também comete ato ilícito o titular de um direitoque, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fimeconômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”.

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• § 3o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, pornecessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, emcaso de perigo público iminente.

• Desapropriação administrativa – ato pelo qual o Poder Público compulsoriamentedespoja alguém de sua propriedade, adquirindo-a para si, fundada em interessepúblico e mediante indenização. (Ex.: aproveitamento de minas e jazidas, água eenergias; abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros públicos,criação de estádios; reforma agrária; etc.).

• Requisição – limita a propriedade, mas não a extingue. Ou seja, o Poder Público nãopretende adquirir a propriedade da coisa e sim, usá-la, transitoriamente, com apossibilidade de indenização apenas se ocorrer dano. (Ex.: em caso de guerra, oEstado poderia usar propriedades próximas às fronteiras para alojar tropas; ou umacalamidade pública, como uma epidemia, em que o Estado precisasse usar umagrande propriedade como hospital de emergência para abrigar os doentes)

• § 4o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicadoconsistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos,de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjuntoou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social eeconômico relevante.

• § 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida aoproprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvelem nome dos possuidores.

• Desapropriação judicial (ou usucapião coletiva) - Requisitos:a) extensa área;b) posse ininterrupta e de boa-fé;c) por mais de 5 anos;d) considerável número de pessoas;e) realização de obras e serviços de interesse social e econômico.

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• Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolocorrespondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo oproprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ouprofundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las.

• Ex.: o proprietário de solo tem liberdade para construir o que quiser, desde arranha-céus até antenas (dentro das limitações legais), podendo impedir que seu vizinhoutilize painéis que invadam seu espaço aéreo ou colocação de postes ou fiação quepossam causar danos ou perigo; mas, não pode impedir que um avião passe sobreseu imóvel ou a colocação de cabos aéreos que não lhe tragam perigo ou dano.

• Ex.: o proprietário do solo poderá construir porões ou garagem subterrânea, mas nãopoderá impedir que se construam túneis para metrô ou condutores subterrâneos emprofundidade que não lhe cause riscos ou danos.

• Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais recursosminerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos eoutros bens referidos por leis especiais.

• Parágrafo único. O proprietário do solo tem o direito de explorar os recursosminerais de emprego imediato na construção civil, desde que não submetidos atransformação industrial, obedecido o disposto em lei especial.

• Propriedade de minas, energia hidráulica e monumentos arqueológicos – oproprietário do solo não será proprietário desses recursos, pois são consideradospatrimônio da público. Porém, o proprietário poderá explorar recursos minerais quepossam ser utilizados sem transformação industrial, empregando-os na construçãocivil.

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• Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário.• Ex.: se a pessoa aluga o imóvel, a posse direta será do locatário, perdendo o

proprietário, temporariamente, alguns atributos da propriedade plena, como o uso.• Ex.: em caso de condomínio, mesmo assim a propriedade é exclusiva, pois cada

condômino tem uma fração ideal.

• Art. 1.232. Os frutos e mais produtos da coisa pertencem, ainda quando separados,ao seu proprietário, salvo se, por preceito jurídico especial, couberem a outrem.

• Regra de que o acessório segue o principal – frutos e produtos da coisa pertencemao proprietário da coisa, salvo se couberem a outrem.

• Da Descoberta

• Não se trata especificamente de uma forma de aquisição da propriedade e sim deum achado de coisa móvel perdida pelo dono, tendo o descobridor a obrigação derestituí-la ao seu proprietário ou legítimo possuidor.

• Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono oulegítimo possuidor.

• Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se não oencontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente. (sob pena de delitode apropriação de coisa achada – CP, art. 169, parágrafo único, II)

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• Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo antecedente,terá direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do seu valor, e àindenização pelas despesas que houver feito com a conservação e transporte dacoisa, se o dono não preferir abandoná-la.

• Parágrafo único. Na determinação do montante da recompensa, considerar-se-á oesforço desenvolvido pelo descobridor para encontrar o dono, ou o legítimopossuidor, as possibilidades que teria este de encontrar a coisa e a situaçãoeconômica de ambos.

• Encontrando-se o proprietário ou possuidor da coisa, o descobridor terá direito arecompensa (achádego) não inferior a 5% do valor da coisa + indenização pelasdespesas.

• Se o dono preferir abandonar a coisa (ex.: para se eximir de pagar a recompensa), odescobridor adquire a propriedade!

• Art. 1.235. O descobridor responde pelos prejuízos causados ao proprietário oupossuidor legítimo, quando tiver procedido com dolo.

• Mas, se o descobridor agiu com dolo, se recusando a devolver, contribuindo para adeterioração da coisa, responde pelos prejuízos que causar.

• Art. 1.236. A autoridade competente dará conhecimento da descoberta através daimprensa e outros meios de informação, somente expedindo editais se o seu valoros comportar.

• Tais anúncios não serão feitos se os custos para tal excederem o valor da coisa.

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• Art. 1.237. Decorridos sessenta dias da divulgação da notícia pela imprensa, ou doedital, não se apresentando quem comprove a propriedade sobre a coisa, será estavendida em hasta pública e, deduzidas do preço as despesas, mais a recompensa dodescobridor, pertencerá o remanescente ao Município em cuja circunscrição sedeparou o objeto perdido.

• Parágrafo único. Sendo de diminuto valor, poderá o Município abandonar a coisa emfavor de quem a achou.

• Após 60 dias da divulgação, não aparecendo o dono, esta será vendida em hastapública (leilão), deduzidos o $ das despesas + da recompensa, sendo o restantepertencente ao município onde foi encontrada a coisa.

• Se o valor da coisa for de pouca monta, o município poderá abandoná-la em favor dodescobridor, o qual adquirirá a propriedade!

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO III

Do Direito das Coisas

TÍTULO III

Da Propriedade

CAPÍTULO IIDA AQUISIÇÃO DA

PROPRIEDADE IMÓVEL

Seção IDA USUCAPIÃO

Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem in-terrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independen-temente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.

Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia

habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.

Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cin-qüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua mo-radia, adquirir-lhe-á a propriedade.

Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urba-no ou rural.

§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mu-lher, ou a ambos, independentemente do estado civil.

§ 2º O direito previsto no parágrafo antece-dente não será reconhecido ao mesmo pos-suidor mais de uma vez.

Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urba-no de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-côn-juge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua famí-lia, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)

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§ 1º O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.

§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)

Art. 1.241. Poderá o possuidor requerer ao juiz seja declarada adquirida, mediante usucapião, a propriedade imóvel.

Parágrafo único. A declaração obtida na for-ma deste artigo constituirá título hábil para o registro no Cartório de Registro de Imó-veis.

Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestada-mente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.

Parágrafo único. Será de cinco anos o pra-zo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartó-rio, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico.

Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de con-tar o tempo exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores (art. 1.207), contanto que todas sejam contínu-as, pacíficas e, nos casos doart. 1.242, com justo título e de boa-fé.

Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor acerca das causas que obs-tam, suspendem ou interrompem a prescrição, as quais também se aplicam à usucapião.

Seção IIDA AQUISIÇÃO PELO REGISTRO

DO TÍTULO

Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a proprieda-de mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis.

§ 1º Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havi-do como dono do imóvel.

§ 2º Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel.

Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do regis-tro, e este o prenotar no protocolo.

Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado reclamar que se retifique ou anule.

Parágrafo único. Cancelado o registro, po-derá o proprietário reivindicar o imóvel, in-dependentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente.

Seção IIIDa Aquisição por Acessão

Art. 1.248. A acessão pode dar-se:

I – por formação de ilhas;

II – por aluvião;

III – por avulsão;

IV – por abandono de álveo;

V – por plantações ou construções.

Subseção IDAS ILHAS

Art. 1.249. As ilhas que se formarem em corren-tes comuns ou particulares pertencem aos pro-prietários ribeirinhos fronteiros, observadas as regras seguintes:

I – as que se formarem no meio do rio con-sideram-se acréscimos sobrevindos aos ter-renos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens, na proporção de suas testadas, até a linha que dividir o álveo em duas par-tes iguais;

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II – as que se formarem entre a referida li-nha e uma das margens consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos frontei-ros desse mesmo lado;

III – as que se formarem pelo desdobra-mento de um novo braço do rio continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se constituíram.

Subseção IIDA ALUVIÃO

Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização.

Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietá-rios diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem.

Subseção IIIDA AVULSÃO

Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a pro-priedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado.

Parágrafo único. Recusando-se ao paga-mento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acresci-da.

Subseção IVDO ÁLVEO ABANDONADO

Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os do-nos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios mar-ginais se estendem até o meio do álveo.

Subseção VDAS CONSTRUÇÕES E PLANTAÇÕES

Art. 1.253. Toda construção ou plantação exis-tente em um terreno presume-se feita pelo pro-prietário e à sua custa, até que se prove o con-trário.

Art. 1.254. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé.

Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do pro-prietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indeniza-ção.

Parágrafo único. Se a construção ou a plan-tação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo.

Art. 1.256. Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário as sementes, plantas e construções, devendo ressarcir o valor das aces-sões.

Parágrafo único. Presume-se má-fé no pro-prietário, quando o trabalho de construção, ou lavoura, se fez em sua presença e sem impugnação sua.

Art. 1.257. O disposto no artigo antecedente aplica-se ao caso de não pertencerem as se-mentes, plantas ou materiais a quem de boa-fé os empregou em solo alheio.

Parágrafo único. O proprietário das semen-tes, plantas ou materiais poderá cobrar do proprietário do solo a indenização devida, quando não puder havê-la do plantador ou construtor.

Art. 1.258. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio em propor-ção não superior à vigésima parte deste, ad-

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quire o construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da construção exceder o dessa parte, e responde por indeni-zação que represente, também, o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescen-te.

Parágrafo único. Pagando em décuplo as perdas e danos previstos neste artigo, o construtor de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que invadiu, se em propor-ção à vigésima parte deste e o valor da cons-trução exceder consideravelmente o dessa parte e não se puder demolir a porção inva-sora sem grave prejuízo para a construção.

Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio exceder a vigésima parte deste, adquire a propriedade da parte do solo invadido, e responde por perdas e danos que abranjam o valor que a invasão acrescer à construção, mais o da área perdida e o da des-valorização da área remanescente; se de má-fé, é obrigado a demolir o que nele construiu, pa-gando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro.

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Slides – Aquisição da Propriedade Imóvel

DA AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL

Aquisição Propriedade

Imóvel

Usucapião

Registro do Título

Acessão

I - por formação de ilhas;II - por aluvião;III - por avulsão;IV - por abandono de álveo;V - por plantações ou construções.

• Da Usucapião

• Conceito: Modo originário de aquisição da propriedade pela posse prolongada dacoisa, com a observância dos requisitos legais.

• Algumas modalidades de usucapião exigem justo título (título hábil para atransmissão da propriedade – doação, compra e venda, arrematação – semnecessidade de registro no Cartório de Registro de Imóveis) e boa-fé (situação naqual o possuidor acredita que o bem é seu, ignorando eventuais irregularidades nasua aquisição).

• Quem adquire a propriedade por usucapião denomina-se usucapiente.

• Bens públicos - Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

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• Usucapião extraordinária – 15 anos ininterruptos + animus domini; dispensa boa-fée justo título.

• Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuircomo seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá detítulo para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.

• Usucapião extraordinária com posse para trabalho – 10 anos ininterruptos +animus domini; se morar no imóvel ou torná-lo produtivo; dispensa boa-fé e justotítulo.

• Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se opossuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizadoobras ou serviços de caráter produtivo.

• Usucapião Especial Rural – 5 anos ininterruptos + animus domini; area rural até 50ha; produtividade familiar + moradia; não sendo proprietário de outro imóvel.

• Intuito de estimular a fixação do homem no campo.

• Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possuacomo sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona ruralnão superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de suafamília, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.

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• Usucapião Especial Urbana – 5 anos ininterruptos + animus domini; area urbana até250m²; estabeleça moradia; não sendo proprietário de outro imóvel; dispensa-seprova de boa-fé e justo título.

• Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüentametros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-apara sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não sejaproprietário de outro imóvel urbano ou rural.

• § 1o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou àmulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.

• § 2o O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmopossuidor mais de uma vez.

• Usucapião Especial Urbana Individual (imóvel de propriedade de ambos oscônjuges/companheiros) – posse direita de 2 anos ininterruptos + exclusividade;area urbana até 250m²; abandono do lar do ex-cônjuge ou ex-companheiro;utilização para moradia; desde que não seja proprietário de outro imóvel.

• Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e semoposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m²(duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjugeou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de suafamília, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outroimóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)

• § 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais deuma vez.

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• Usucapião Especial Urbana Coletiva (Lei 10.257/01 – Estatuto da Cidade) – 5 anosininterruptos; area urbana até 250m²; utilização para moradia; não seja possívelidentificar os terrenos ocupados por cada possuidor; desde que não sejamproprietários de outro imóvel.

• (Lei 10.257/01 – Estatuto da Cidade) Art. 10. As áreas urbanas com mais deduzentos e cinqüenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa rendapara sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não forpossível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis deserem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejamproprietários de outro imóvel urbano ou rural.

• Usucapião Ordinária – 10 anos ininterruptos + animus domini + justo título e boa-fé.• O prazo será de 5 anos, se o imóvel adquirido onerosamente, tiver seu registro

cancelado (ex.: decisão judicial, ausência de requisito legal), se os possuidoresestabelecerem moradia ou investimentos de interesse social e econômico.

• Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua eincontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.

• Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houversido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivocartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiveremestabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social eeconômico.

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Direito Civil – Aquisição da Propriedade Imóvel – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 1.241. Poderá o possuidor requerer ao juiz seja declarada adquirida, medianteusucapião, a propriedade imóvel.

• Parágrafo único. A declaração obtida na forma deste artigo constituirá título hábilpara o registro no Cartório de Registro de Imóveis.

• Sentença declaratória – o usucapiente, adquirindo o domínio através da posse,requererá ao magistrado que assim o declare por sentença, que valerá como títulohábil para o assento no Cartório de Registro de Imóveis.

• Da Aquisição pelo Registro do Título

• Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do títulotranslativo no Registro de Imóveis.

• § 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havidocomo dono do imóvel.

• § 2o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação deinvalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a serhavido como dono do imóvel.

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• Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título aooficial do registro, e este o prenotar no protocolo.

• Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessadoreclamar que se retifique ou anule.

• Parágrafo único. Cancelado o registro, poderá o proprietário reivindicar o imóvel,independentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente.

• Da Aquisição por Acessão

• Ocorre a acessão quando uma coisa incorpora-se ou une-se à outra, podendo ser:

• Acessão Natural – advém de acontecimento natural, sem que haja intervençãohumana (ex.: formação de ilhas, aluvião, avulsão e abandono de álveo).

• Acessão Industrial ou Artificial – quando a incorporação de uma coisa à outraresultar de trabalho do homem (ex.: semeaduras, plantações, construção deobras).

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Direito Civil – Aquisição da Propriedade Imóvel – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 1.248. A acessão pode dar-se:I - por formação de ilhas (As ilhas que se formarem em correntes comuns ou

particulares pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros);II - por aluvião (Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por

depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio daságuas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização);

III - por avulsão (Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacarde um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade doacréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em 1 ano,ninguém houver reclamado);

IV - por abandono de álveo (O álveo abandonado de corrente pertence aosproprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donosdos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédiosmarginais se estendem até o meio do álveo);

V - por plantações ou construções (Toda construção ou plantação existente em umterreno presume-se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove ocontrário).

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Direito Civil

LEI NO 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-guinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO III

Do Direito das Coisas

TÍTULO III

Da Propriedade

CAPÍTULO IIIDA AQUISIÇÃO DA

PROPRIEDADE MÓVEL

Seção IDA USUCAPIÃO

Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente du-rante três anos, com justo título e boa-fé, adqui-rir-lhe-á a propriedade.

Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolon-gar por cinco anos, produzirá usucapião, inde-pendentemente de título ou boa-fé.

Art. 1.262. Aplica-se à usucapião das coisas mó-veis o disposto nos arts. 1.243 e 1.244.

Seção IIDA OCUPAÇÃO

Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei.

Seção IIIDO ACHADO DO TESOURO

Art. 1.264. O depósito antigo de coisas precio-sas, oculto e de cujo dono não haja memória, será dividido por igual entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente.

Art. 1.265. O tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário do prédio, se for achado por ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por terceiro não autorizado.

Art. 1.266. Achando-se em terreno aforado, o tesouro será dividido por igual entre o desco-bridor e o enfiteuta, ou será deste por inteiro quando ele mesmo seja o descobridor.

Seção IVDA TRADIÇÃO

Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tra-dição.

Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente continua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao adquirente o direito à restituição da coi-sa, que se encontra em poder de terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico.

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Art. 1.268. Feita por quem não seja proprietá-rio, a tradição não aliena a propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou es-tabelecimento comercial, for transferida em cir-cunstâncias tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar dono.

§ 1º Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a propriedade, considera-se realizada a transferência des-de o momento em que ocorreu a tradição.

§ 2º Não transfere a propriedade a tradição, quando tiver por título um negócio jurídico nulo.

Seção VDA ESPECIFICAÇÃO

Art. 1.269. Aquele que, trabalhando em maté-ria-prima em parte alheia, obtiver espécie nova, desta será proprietário, se não se puder restituir à forma anterior.

Art. 1.270. Se toda a matéria for alheia, e não se puder reduzir à forma precedente, será do es-pecificador de boa-fé a espécie nova.

§ 1º Sendo praticável a redução, ou quan-do impraticável, se a espécie nova se obteve de má-fé, pertencerá ao dono da matéria--prima.

§ 2º Em qualquer caso, inclusive o da pintu-ra em relação à tela, da escultura, escritura e outro qualquer trabalho gráfico em rela-ção à matéria-prima, a espécie nova será do especificador, se o seu valor exceder consi-deravelmente o da matéria-prima.

Art. 1.271. Aos prejudicados, nas hipóteses dos arts. 1.269 e 1.270, se ressarcirá o dano que so-frerem, menos ao especificador de má-fé, no caso do § 1o do artigo antecedente, quando ir-redutível a especificação.

Seção VIDA CONFUSÃO, DA COMISSÃO

E DA ADJUNÇÃO

Art. 1.272. As coisas pertencentes a diversos donos, confundidas, misturadas ou adjuntadas sem o consentimento deles, continuam a per-tencer-lhes, sendo possível separá-las sem de-terioração.

§ 1º Não sendo possível a separação das coisas, ou exigindo dispêndio excessivo, subsiste indiviso o todo, cabendo a cada um dos donos quinhão proporcional ao valor da coisa com que entrou para a mistura ou agregado.

§ 2º Se uma das coisas puder considerar-se principal, o dono sê-lo-á do todo, indenizan-do os outros.

Art. 1.273. Se a confusão, comissão ou adjunção se operou de má-fé, à outra parte caberá esco-lher entre adquirir a propriedade do todo, pa-gando o que não for seu, abatida a indenização que lhe for devida, ou renunciar ao que lhe per-tencer, caso em que será indenizado.

Art. 1.274. Se da união de matérias de natureza diversa se formar espécie nova, à confusão, co-missão ou adjunção aplicam-se as normas dos arts. 1.272 e 1.273.

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Direito Civil – Aquisição da Propriedade Móvel – Profª Tatiana Marcello

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Slides – Aquisição da Propriedade Móvel

DA AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL

Aquisição Propriedade

Móvel

Usucapião OcupaçãoAchado

do Tesouro

Tradição EspecificaçãoConfusão,

Comissão e Adjunção

• Da Usucapião

• Conceito: Modo originário de aquisição da propriedade pela posse prolongada dacoisa, com a observância dos requisitos legais.

• Usucapião ordinária – 3 anos + justo título + boa-fé.• Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente

durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade.

• Usucapião extraordinária – 5 anos, independentemente de título ou boa-fé.• Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá

usucapião, independentemente de título ou boa-fé.

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• Da Ocupação

• Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire apropriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei.

• Através da ocupação se adquire a propriedade de coisa que não tinha proprietárioanterior, seja pelo fato de nunca ter pertencido a ninguém (res nulius), seja por tersido abandonada (res derelicta). Ex.: animais domésticos abandonados; pedras econchas na beira da praia, peixes pescados no mar...

• Do Achado do Tesouro

• Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não hajamemória, será dividido por igual entre o proprietário do prédio e o que achar otesouro casualmente. (Se um deles se apossar do todo, será considerado furto daparte que não lhe pertence, podendo o prejudicado exigir judicialmente sua parte)

• Art. 1.265. O tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário do prédio, se for achadopor ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por terceiro não autorizado. (Pertenceráintegralmente ao proprietário do prédio se achado por ele, ou por empregado seuincumbido de procurar o tesouro, ou se terceiro invadir sua terra intencionalmenteem busca de riqueza)

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Direito Civil – Aquisição da Propriedade Móvel – Profª Tatiana Marcello

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• Da Tradição

• Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antesda tradição.

• Tradição consiste na entrega de bem móvel ao adquirente, com a intenção detransferir-lhe o domínio. A tradição está para os bens móveis assim como o registroestá para o imóveis.

• Da Especificação

• Modo de adquirir a propriedade através de transformação de coisa móvel emespécie nova, em razão do trabalho ou da indústria do especificador, desde que nãoseja possível reduzi-la à sua forma primitiva.

• Art. 1.269. Aquele que, trabalhando em matéria-prima em parte alheia, obtiverespécie nova, desta será proprietário, se não se puder restituir à forma anterior.

• Ex.: Artista pinta em uma tela que era parte alheia, então adquirirá a propriedade daespécie nova (tela pintada).

• Art. 1.270. Se toda a matéria for alheia, e não se puder reduzir à forma precedente,será do especificador de boa-fé a espécie nova.

• Ex.: Artista esculpe em um bloco de mármore, que não sabia não ser seu (boa-fé),não tendo como retornar ao que era antes, sendo, portanto, a espécie nova(escultura) de sua propriedade.

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• Da Confusão, da Comissão e da Adjunção

• Confusão – mistura de coisas líquidas, sendo impossível separá-las (ex.: álcool egasolina);

• Comistão – mistura de coisas sólidas, sendo impossível separá-las (ex.: grãos de cafétipo A misturados com tipo B);

• Adjunção – justaposição de uma coisa sobre a outra, sendo impossível destacar aacessória da principal (ex.: camiseta de uma pessoa com a estampa de outrapessoa).

• Art. 1.272. As coisas pertencentes a diversos donos, confundidas, misturadas ouadjuntadas sem o consentimento deles, continuam a pertencer-lhes, sendo possívelsepará-las sem deterioração.

• § 1o Não sendo possível a separação das coisas, ou exigindo dispêndio excessivo,subsiste indiviso o todo, cabendo a cada um dos donos quinhão proporcional aovalor da coisa com que entrou para a mistura ou agregado.

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-guinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO III

Do Direito das Coisas

TÍTULO III

Da Propriedade

CAPÍTULO IVDA PERDA DA PROPRIEDADE

Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade:

I – por alienação;

II – pela renúncia;

III – por abandono;

IV – por perecimento da coisa;

V – por desapropriação.

Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da propriedade imó-vel serão subordinados ao registro do título

transmissivo ou do ato renunciativo no Re-gistro de Imóveis.

Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de não mais o con-servar em seu patrimônio, e que se não encon-trar na posse de outrem, poderá ser arrecada-do, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade do Município ou à do Distrito Fe-deral, se se achar nas respectivas circunscrições.

§ 1º O imóvel situado na zona rural, aban-donado nas mesmas circunstâncias, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade da União, onde quer que ele se localize.

§ 2º Presumir-se-á de modo absoluto a in-tenção a que se refere este artigo, quando, cessados os atos de posse, deixar o proprie-tário de satisfazer os ônus fiscais.

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Slides – Perda da Propriedade

DA PERDA DA PROPRIEDADE

Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade:

Alienação Renúncia Abandono Perecimento da coisa Desapropriação

• Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade:I - por alienação;II - pela renúncia;III - por abandono; (obs.: se móvel, poderá ser ocupado; se imóvel, passará ao

domínio do Poder Público)IV - por perecimento da coisa;V - por desapropriação.

• Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da propriedadeimóvel serão subordinados ao registro do título transmissivo ou do atorenunciativo no Registro de Imóveis.

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Direito Civil – Perda da Propriedade – Profª Tatiana Marcello

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• Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de nãomais o conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na posse de outrem,poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade doMunicípio ou à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas circunscrições.

• § 1o O imóvel situado na zona rural, abandonado nas mesmas circunstâncias, poderáser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade da União,onde quer que ele se localize.

• § 2o Presumir-se-á de modo absoluto a intenção a que se refere este artigo, quando,cessados os atos de posse, deixar o proprietário de satisfazer os ônus fiscais.

Abandono de imóvel urbano + 3 anos Passa para o Município ou Distrito Federal

Abandono de imóvel rural + 3 anos Passa para a União

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO III

Do Direito das Coisas

TÍTULO III

Da Propriedade

CAPÍTULO VDOS DIREITOS DE VIZINHANÇA

Seção IDO USO ANORMAL DA

PROPRIEDADE

Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interfe-rências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utili-zação de propriedade vizinha.

Parágrafo único. Proíbem-se as interferên-cias considerando-se a natureza da utiliza-ção, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em

zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança.

Art. 1.278. O direito a que se refere o artigo antecedente não prevalece quando as interfe-rências forem justificadas por interesse públi-co, caso em que o proprietário ou o possuidor, causador delas, pagará ao vizinho indenização cabal.

Art. 1.279. Ainda que por decisão judicial de-vam ser toleradas as interferências, poderá o vi-zinho exigir a sua redução, ou eliminação, quan-do estas se tornarem possíveis.

Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédio vizinho a de-molição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano iminente.

Art. 1.281. O proprietário ou o possuidor de um prédio, em que alguém tenha direito de fazer obras, pode, no caso de dano iminente, exigir do autor delas as necessárias garantias contra o prejuízo eventual.

Seção IIDAS ÁRVORES LIMÍTROFES

Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se pertencer em comum aos donos dos prédios confinantes.

Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido.

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Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terre-no vizinho pertencem ao dono do solo onde caí-ram, se este for de propriedade particular.

Seção IIIDA PASSAGEM FORÇADA

Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver aces-so a via pública, nascente ou porto, pode, me-diante pagamento de indenização cabal, cons-tranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário.

§ 1º Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e facilmente se prestar à passagem.

§ 2º Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes perca o aces-so a via pública, nascente ou porto, o pro-prietário da outra deve tolerar a passagem.

§ 3º Aplica-se o disposto no parágrafo ante-cedente ainda quando, antes da alienação, existia passagem através de imóvel vizinho, não estando o proprietário deste constran-gido, depois, a dar uma outra.

Seção IVDA PASSAGEM DE CABOS E

TUBULAÇÕES

Art. 1.286. Mediante recebimento de indeniza-ção que atenda, também, à desvalorização da área remanescente, o proprietário é obrigado a tolerar a passagem, através de seu imóvel, de cabos, tubulações e outros condutos sub-terrâneos de serviços de utilidade pública, em proveito de proprietários vizinhos, quando de outro modo for impossível ou excessivamente onerosa.

Parágrafo único. O proprietário prejudica-do pode exigir que a instalação seja feita de modo menos gravoso ao prédio onera-do, bem como, depois, seja removida, à sua custa, para outro local do imóvel.

Art. 1.287. Se as instalações oferecerem grave risco, será facultado ao proprietário do prédio

onerado exigir a realização de obras de seguran-ça.

Seção VDAS ÁGUAS

Art. 1.288. O dono ou o possuidor do prédio in-ferior é obrigado a receber as águas que correm naturalmente do superior, não podendo realizar obras que embaracem o seu fluxo; porém a con-dição natural e anterior do prédio inferior não pode ser agravada por obras feitas pelo dono ou possuidor do prédio superior.

Art. 1.289. Quando as águas, artificialmente le-vadas ao prédio superior, ou aí colhidas, corre-rem dele para o inferior, poderá o dono deste reclamar que se desviem, ou se lhe indenize o prejuízo que sofrer.

Parágrafo único. Da indenização será dedu-zido o valor do benefício obtido.

Art. 1.290. O proprietário de nascente, ou do solo onde caem águas pluviais, satisfeitas as ne-cessidades de seu consumo, não pode impedir, ou desviar o curso natural das águas remanes-centes pelos prédios inferiores.

Art. 1.291. O possuidor do imóvel superior não poderá poluir as águas indispensáveis às primei-ras necessidades da vida dos possuidores dos imóveis inferiores; as demais, que poluir, deverá recuperar, ressarcindo os danos que estes sofre-rem, se não for possível a recuperação ou o des-vio do curso artificial das águas.

Art. 1.292. O proprietário tem direito de cons-truir barragens, açudes, ou outras obras para re-presamento de água em seu prédio; se as águas represadas invadirem prédio alheio, será o seu proprietário indenizado pelo dano sofrido, de-duzido o valor do benefício obtido.

Art. 1.293. É permitido a quem quer que seja, mediante prévia indenização aos proprietários prejudicados, construir canais, através de pré-dios alheios, para receber as águas a que tenha direito, indispensáveis às primeiras necessida-des da vida, e, desde que não cause prejuízo considerável à agricultura e à indústria, bem

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Direito Civil – Dos Direitos de Vizinhança – Profª Tatiana Marcello

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como para o escoamento de águas supérfluas ou acumuladas, ou a drenagem de terrenos.

§ 1º Ao proprietário prejudicado, em tal caso, também assiste direito a ressarcimen-to pelos danos que de futuro lhe advenham da infiltração ou irrupção das águas, bem como da deterioração das obras destinadas a canalizá-las.

§ 2º O proprietário prejudicado poderá exi-gir que seja subterrânea a canalização que atravessa áreas edificadas, pátios, hortas, jardins ou quintais.

§ 3º O aqueduto será construído de manei-ra que cause o menor prejuízo aos proprie-tários dos imóveis vizinhos, e a expensas do seu dono, a quem incumbem também as despesas de conservação.

Art. 1.294. Aplica-se ao direito de aqueduto o disposto nos arts. 1.286 e 1.287.

Art. 1.295. O aqueduto não impedirá que os proprietários cerquem os imóveis e construam sobre ele, sem prejuízo para a sua segurança e conservação; os proprietários dos imóveis po-derão usar das águas do aqueduto para as pri-meiras necessidades da vida.

Art. 1.296. Havendo no aqueduto águas supér-fluas, outros poderão canalizá-las, para os fins previstos no art. 1.293, mediante pagamento de indenização aos proprietários prejudicados e ao dono do aqueduto, de importância equivalente às despesas que então seriam necessárias para a condução das águas até o ponto de derivação.

Parágrafo único. Têm preferência os pro-prietários dos imóveis atravessados pelo aqueduto.

Seção VIDOS LIMITES ENTRE PRÉDIOS E DO

DIREITO DE TAPAGEM

Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarca-

ção entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou ar-ruinados, repartindo-se proporcionalmente en-tre os interessados as respectivas despesas.

§ 1º Os intervalos, muros, cercas e os tapu-mes divisórios, tais como sebes vivas, cercas de arame ou de madeira, valas ou banque-tas, presumem-se, até prova em contrário, pertencer a ambos os proprietários confi-nantes, sendo estes obrigados, de confor-midade com os costumes da localidade, a concorrer, em partes iguais, para as despe-sas de sua construção e conservação.

§ 2º As sebes vivas, as árvores, ou plantas quaisquer, que servem de marco divisório, só podem ser cortadas, ou arrancadas, de comum acordo entre proprietários.

§ 3º A construção de tapumes especiais para impedir a passagem de animais de pe-queno porte, ou para outro fim, pode ser exigida de quem provocou a necessidade deles, pelo proprietário, que não está obri-gado a concorrer para as despesas.

Art. 1.298. Sendo confusos, os limites, em falta de outro meio, se determinarão de conformi-dade com a posse justa; e, não se achando ela provada, o terreno contestado se dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não sendo possível a divisão cômoda, se adjudicará a um deles, mediante indenização ao outro.

Seção VIIDO DIREITO DE CONSTRUIR

Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver, salvo o direito dos vizinhos e os regulamentos admi-nistrativos.

Art. 1.300. O proprietário construirá de maneira que o seu prédio não despeje águas, diretamen-te, sobre o prédio vizinho.

Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer ei-rado, terraço ou varanda, a menos de metro e meio do terreno vizinho.

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§ 1º As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, bem como as perpendicu-lares, não poderão ser abertas a menos de setenta e cinco centímetros.

§ 2º As disposições deste artigo não abran-gem as aberturas para luz ou ventilação, não maiores de dez centímetros de largura sobre vinte de comprimento e construídas a mais de dois metros de altura de cada piso.

Art. 1.302. O proprietário pode, no lapso de ano e dia após a conclusão da obra, exigir que se desfaça janela, sacada, terraço ou goteira sobre o seu prédio; escoado o prazo, não poderá, por sua vez, edificar sem atender ao disposto no ar-tigo antecedente, nem impedir, ou dificultar, o escoamento das águas da goteira, com prejuízo para o prédio vizinho.

Parágrafo único. Em se tratando de vãos, ou aberturas para luz, seja qual for a quantida-de, altura e disposição, o vizinho poderá, a todo tempo, levantar a sua edificação, ou contramuro, ainda que lhes vede a clarida-de.

Art. 1.303. Na zona rural, não será permitido levantar edificações a menos de três metros do terreno vizinho.

Art. 1.304. Nas cidades, vilas e povoados cuja edificação estiver adstrita a alinhamento, o dono de um terreno pode nele edificar, madei-rando na parede divisória do prédio contíguo, se ela suportar a nova construção; mas terá de embolsar ao vizinho metade do valor da parede e do chão correspondentes.

Art. 1.305. O confinante, que primeiro cons-truir, pode assentar a parede divisória até meia espessura no terreno contíguo, sem perder por isso o direito a haver meio valor dela se o vizi-nho a travejar, caso em que o primeiro fixará a largura e a profundidade do alicerce.

Parágrafo único. Se a parede divisória per-tencer a um dos vizinhos, e não tiver capa-cidade para ser travejada pelo outro, não poderá este fazer-lhe alicerce ao pé sem

prestar caução àquele, pelo risco a que ex-põe a construção anterior.

Art. 1.306. O condômino da parede-meia pode utilizá-la até ao meio da espessura, não pondo em risco a segurança ou a separação dos dois prédios, e avisando previamente o outro condô-mino das obras que ali tenciona fazer; não pode sem consentimento do outro, fazer, na parede--meia, armários, ou obras semelhantes, corres-pondendo a outras, da mesma natureza, já fei-tas do lado oposto.

Art. 1.307. Qualquer dos confinantes pode alte-ar a parede divisória, se necessário reconstruin-do-a, para suportar o alteamento; arcará com todas as despesas, inclusive de conservação, ou com metade, se o vizinho adquirir meação tam-bém na parte aumentada.

Art. 1.308. Não é lícito encostar à parede divisó-ria chaminés, fogões, fornos ou quaisquer apa-relhos ou depósitos suscetíveis de produzir infil-trações ou interferências prejudiciais ao vizinho.

Parágrafo único. A disposição anterior não abrange as chaminés ordinárias e os fogões de cozinha.

Art. 1.309. São proibidas construções capazes de poluir, ou inutilizar, para uso ordinário, a água do poço, ou nascente alheia, a elas pree-xistentes.

Art. 1.310. Não é permitido fazer escavações ou quaisquer obras que tirem ao poço ou à nascen-te de outrem a água indispensável às suas ne-cessidades normais.

Art. 1.311. Não é permitida a execução de qual-quer obra ou serviço suscetível de provocar des-moronamento ou deslocação de terra, ou que comprometa a segurança do prédio vizinho, se-não após haverem sido feitas as obras acautela-tórias.

Parágrafo único. O proprietário do prédio vizinho tem direito a ressarcimento pelos prejuízos que sofrer, não obstante haverem sido realizadas as obras acautelatórias.

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Direito Civil – Dos Direitos de Vizinhança – Profª Tatiana Marcello

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Art. 1.312. Todo aquele que violar as proibições estabelecidas nesta Seção é obrigado a demolir as construções feitas, respondendo por perdas e danos.

Art. 1.313. O proprietário ou ocupante do imó-vel é obrigado a tolerar que o vizinho entre no prédio, mediante prévio aviso, para:

I – dele temporariamente usar, quando in-dispensável à reparação, construção, re-construção ou limpeza de sua casa ou do muro divisório;

II – apoderar-se de coisas suas, inclusive animais que aí se encontrem casualmente.

§ 1º O disposto neste artigo aplica-se aos casos de limpeza ou reparação de esgotos, goteiras, aparelhos higiênicos, poços e nas-centes e ao aparo de cerca viva.

§ 2º Na hipótese do inciso II, uma vez entre-gues as coisas buscadas pelo vizinho, pode-rá ser impedida a sua entrada no imóvel.

§ 3º Se do exercício do direito assegurado neste artigo provier dano, terá o prejudica-do direito a ressarcimento.

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Slides – Dos Direitos de Vizinhança

DOS DIREITOS DE VIZINHANÇA

• Do Uso Anormal da Propriedade

• Uso anormal (também chamado de uso nocivo) – aquele que não é saudável, porperturbar a segurança, o sossego e a saúde dos vizinhos (ex.: manter água paradacontribuindo para proliferação de mosquitos transmissores de doenças; armazenarsubstâncias combustíveis clandestinamente; produzir barulhos excessivos namadrugada...).

• Os direitos de vizinhança dizem respeito ao proprietário, mas se estendem aopossuidor.

• Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessaras interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam,provocadas pela utilização de propriedade vizinha.

• Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza dautilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem asedificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores davizinhança.

• Art. 1.278. O direito a que se refere o artigo antecedente não prevalece quando asinterferências forem justificadas por interesse público, caso em que o proprietárioou o possuidor, causador delas, pagará ao vizinho indenização cabal.

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• Art. 1.279. Ainda que por decisão judicial devam ser toleradas as interferências,poderá o vizinho exigir a sua redução, ou eliminação, quando estas se tornarempossíveis.

• Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédiovizinho a demolição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem como quelhe preste caução pelo dano iminente.

• Art. 1.281. O proprietário ou o possuidor de um prédio, em que alguém tenha direitode fazer obras, pode, no caso de dano iminente, exigir do autor delas as necessáriasgarantias contra o prejuízo eventual.

• Das Árvores Limítrofes

• Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se pertencer emcomum aos donos dos prédios confinantes. (a árvore será de ambos, em condomínio)

• Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio,poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terrenoinvadido. (se for árvore de ambos, um só poderá cortar com o consentimento dooutro)

• Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono do soloonde caíram, se este for de propriedade particular. (se caírem em espaço público, sãoconsideradas res nulius - coisa de ninguém - e poderão ser objeto de Ocupação pelopróprio dono da árvore ou por qualquer transeunte).

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• Da Passagem Forçada

• De acordo com a ideia de função social da propriedade, todo imóvel deve seracessível, seja por terra ou por água. Para tanto, o dono do prédio inacessível(chamado de encravado) tem o direito de exigir do vizinho a passagem forçada.

• Passagem forçada é um direito de vizinhança que pode ser exigido judicialmente eque se extingue no momento em que houver outro acesso à via pública. Portanto,não se confunde com alienação (pois a propriedade da passagem continua sendo dodono do prédio por onde passa) e também não se trata de servidão (direito realconstituído por acordo entre os donos e levados à registro).

• Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto,pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe darpassagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário.

• § 1o Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e facilmente seprestar à passagem.

RA

R B

Prédio Inacessível

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• § 2o Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes perca oacesso a via pública, nascente ou porto, o proprietário da outra deve tolerar apassagem.

• § 3o Aplica-se o disposto no parágrafo antecedente ainda quando, antes daalienação, existia passagem através de imóvel vizinho, não estando o proprietáriodeste constrangido, depois, a dar uma outra.

R

• Da Passagem de Cabos e Tubulações

• Trata-se de uma situação especial de passagem forçada, cuja solução é a mesma.

• Art. 1.286. Mediante recebimento de indenização que atenda, também, àdesvalorização da área remanescente, o proprietário é obrigado a tolerar apassagem, através de seu imóvel, de cabos, tubulações e outros condutossubterrâneos de serviços de utilidade pública, em proveito de proprietários vizinhos,quando de outro modo for impossível ou excessivamente onerosa.

• Parágrafo único. O proprietário prejudicado pode exigir que a instalação seja feita demodo menos gravoso ao prédio onerado, bem como, depois, seja removida, à suacusta, para outro local do imóvel.

• Art. 1.287. Se as instalações oferecerem grave risco, será facultado ao proprietáriodo prédio onerado exigir a realização de obras de segurança.

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• Das Águas

• Aplica-se à matéria, também, o Código de Águas – Decreto nº 24.643/34. Mas,analisaremos o assuntos de acordo com o previsto no Código Civil.

• Art. 1.288. O dono ou o possuidor do prédio inferior é obrigado a receber as águasque correm naturalmente do superior, não podendo realizar obras que embaracem oseu fluxo; porém a condição natural e anterior do prédio inferior não pode seragravada por obras feitas pelo dono ou possuidor do prédio superior.

• O prédio inferior deve receber águas que naturalmente correm do superior; o inferiortambém deve permitir que as águas cheguem aos abaixo dele; o superior tambémnão pode realizar obras que agravem a condição natural do inferior. Em suma, águasque correm naturalmente não podem sofrer embaraços pelos proprietários oupossuidores dos imóveis.

• Art. 1.289. Quando as águas, artificialmente levadas ao prédio superior, ou aícolhidas, correrem dele para o inferior, poderá o dono deste reclamar que sedesviem, ou se lhe indenize o prejuízo que sofrer.

• Parágrafo único. Da indenização será deduzido o valor do benefício obtido.• Tendo havido prejuízos e também benefícios, deduz-se do valor da indenização (ex.:

as águas danificaram um muro, mas acabaram irrigando uma plantação).

• Art. 1.290. O proprietário de nascente, ou do solo onde caem águas pluviais,satisfeitas as necessidades de seu consumo, não pode impedir, ou desviar o cursonatural das águas remanescentes pelos prédios inferiores.

• Pode usar para seu consumo, mas não pode impedir ou desviar o curso natural daságuas.

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• Art. 1.291. O possuidor do imóvel superior não poderá poluir as águas indispensáveisàs primeiras necessidades da vida dos possuidores dos imóveis inferiores; as demais,que poluir, deverá recuperar, ressarcindo os danos que estes sofrerem, se não forpossível a recuperação ou o desvio do curso artificial das águas.

• O possuidor não poderá poluir as águas! Se poluir deverá recuperá-las ou rssarcir osdanos, se não for possível a recuperação. Essa questão de poluição submete-se,também às normas ambientais.

• Art. 1.292. O proprietário tem direito de construir barragens, açudes, ou outras obraspara represamento de água em seu prédio; se as águas represadas invadirem prédioalheio, será o seu proprietário indenizado pelo dano sofrido, deduzido o valor dobenefício obtido.

• Há o direito de represar a água, mas não o de impedir o fluxo para os prédiosinferiores; ademais, se as águas represadas invadirem prédio alheio, haverá o deverde indenizar.

• Art. 1.293. É permitido a quem quer que seja, mediante prévia indenização aosproprietários prejudicados, construir canais, através de prédios alheios, parareceber as águas a que tenha direito, indispensáveis às primeiras necessidades davida, e, desde que não cause prejuízo considerável à agricultura e à indústria, bemcomo para o escoamento de águas supérfluas ou acumuladas, ou a drenagem deterrenos.

• § 1o Ao proprietário prejudicado, em tal caso, também assiste direito aressarcimento pelos danos que de futuro lhe advenham da infiltração ou irrupçãodas águas, bem como da deterioração das obras destinadas a canalizá-las.

• § 2o O proprietário prejudicado poderá exigir que seja subterrânea a canalizaçãoque atravessa áreas edificadas, pátios, hortas, jardins ou quintais.

• § 3o O aqueduto será construído de maneira que cause o menor prejuízo aosproprietários dos imóveis vizinhos, e a expensas do seu dono, a quem incumbemtambém as despesas de conservação. (dono do aqueduto)

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• Art. 1.294. Aplica-se ao direito de aqueduto o disposto nos arts. 1.286 e 1.287.(sobre passagem de cabos e tubulações)

• Art. 1.295. O aqueduto não impedirá que os proprietários cerquem os imóveis econstruam sobre ele, sem prejuízo para a sua segurança e conservação; osproprietários dos imóveis poderão usar das águas do aqueduto para as primeirasnecessidades da vida.

• Art. 1.296. Havendo no aqueduto águas supérfluas, outros poderão canalizá-las,para os fins previstos no art. 1.293, mediante pagamento de indenização aosproprietários prejudicados e ao dono do aqueduto, de importância equivalente àsdespesas que então seriam necessárias para a condução das águas até o ponto dederivação.

• Parágrafo único. Têm preferência os proprietários dos imóveis atravessados peloaqueduto.

• Dos Limites entre Prédios e do Direito de Tapagem

• Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquermodo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a procedercom ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e arenovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre osinteressados as respectivas despesas.

• § 1o Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, tais como sebes vivas,cercas de arame ou de madeira, valas ou banquetas, presumem-se, até prova emcontrário, pertencer a ambos os proprietários confinantes, sendo estes obrigados,de conformidade com os costumes da localidade, a concorrer, em partes iguais, paraas despesas de sua construção e conservação.

• Mas, nada impede que o proprietário queira construir uma divisão dentro de seuterreno, caso em que será proprietário exclusivo.

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• § 2o As sebes vivas, as árvores, ou plantas quaisquer, que servem de marco divisório,só podem ser cortadas, ou arrancadas, de comum acordo entre proprietários.

• § 3o A construção de tapumes especiais para impedir a passagem de animais depequeno porte, ou para outro fim, pode ser exigida de quem provocou a necessidadedeles, pelo proprietário, que não está obrigado a concorrer para as despesas. (Oproprietário pode exigir que quem criou a necessidade de tapumes especiais osconstrua e arque com as despesas sozinho).

• Art. 1.298. Sendo confusos, os limites, em falta de outro meio, se determinarão deconformidade com a posse justa; e, não se achando ela provada, o terrenocontestado se dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não sendo possível adivisão cômoda, se adjudicará a um deles, mediante indenização ao outro.

• Não sendo possível definir os limites dos terrenos, serão determinadas pela possejusta; não sendo possível provar esta, serão divididos em partes iguais, ou seráadjudicado a algum dos confinantes mediante indenização.

• Do Direito de Construir

• Todo proprietário tem direito de levantar em seu solo as construções que desejar,desde que respeitando o direito dos vizinhos, as normas locais sobre a ocupação dosolo e a função social da propriedade.

• Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lheaprouver, salvo o direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos.

• Art. 1.300. O proprietário construirá de maneira que o seu prédio não despejeáguas, diretamente, sobre o prédio vizinho. (ex.: goteiras ou calhas - repetindonormas sobre as águas)

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• Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou varanda, a menos demetro e meio do terreno vizinho.

• § 1o As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, bem como asperpendiculares, não poderão ser abertas a menos de setenta e cinco centímetros.

• § 2o As disposições deste artigo não abrangem as aberturas para luz ou ventilação,não maiores de dez centímetros de largura sobre vinte de comprimento econstruídas a mais de dois metros de altura de cada piso.

• Janelas, eirado, terraço ou varandas (zona urbana)- A intenção é de preservação daprivacidade do terreno confinante.

• É proibido a menos de 1,5m do terreno vizinho.• Se a visão não incidir sobre a linha divisória, as janelas não poderão ser abertas a

menos de 75cm.• É permitida a construção de aberturas de luz ou ventilação até 10x20cm, a mais de

2m de altura do piso. (Obs.: Súmula 120, STF permite parede de tijolo de vidrotranslúcido a menos de metro 1,5m do prédio vizinho).

• Art. 1.302. O proprietário pode, no lapso de ano e dia após a conclusão da obra,exigir que se desfaça janela, sacada, terraço ou goteira sobre o seu prédio; escoadoo prazo, não poderá, por sua vez, edificar sem atender ao disposto no artigoantecedente, nem impedir, ou dificultar, o escoamento das águas da goteira, comprejuízo para o prédio vizinho.

• Parágrafo único. Em se tratando de vãos, ou aberturas para luz, seja qual for aquantidade, altura e disposição, o vizinho poderá, a todo tempo, levantar a suaedificação, ou contramuro, ainda que lhes vede a claridade.

• Ação demolitória – dentro do prazo de ano e dia após a conclusão da obra, oproprietário vizinho pode exigir que seja desfeita, através de ação demolitória.

• Após esse prazo, perderá o direito de exigir que se desfaça e, ainda, não poderámais construir de modo a dificultar ou impedir o escoamento das águas da goteirado vizinho.

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• Art. 1.303. Na zona rural, não será permitido levantar edificações a menos de trêsmetros do terreno vizinho.

• Edificações em zona rural – é proibido levantar quaisquer edificações (não apenasjanelas, sacadas...) a menos de 3m do terreno vizinho.

• Art. 1.304. Nas cidades, vilas e povoados cuja edificação estiver adstrita aalinhamento, o dono de um terreno pode nele edificar, madeirando na parededivisória do prédio contíguo, se ela suportar a nova construção; mas terá deembolsar ao vizinho metade do valor da parede e do chão correspondentes.

• Edificações em cidades, vilas e povoados (onde as edificações ficam “grudadas”umas às outras) – é possível edificar na parede divisória do vizinho, desde que aestrutura suporte, tendo que embolsar o vizinho a metade dos valorescorrespondentes à construção aproveitada.

• Art. 1.308. Não é lícito encostar à parede divisória chaminés, fogões, fornos ouquaisquer aparelhos ou depósitos suscetíveis de produzir infiltrações ouinterferências prejudiciais ao vizinho.

• Parágrafo único. A disposição anterior não abrange as chaminés ordinárias e osfogões de cozinha. (ex.: é permitido chaminés pequenas de lareiras ou fogões decozinha).

• Art. 1.309. São proibidas construções capazes de poluir, ou inutilizar, para usoordinário, a água do poço, ou nascente alheia, a elas preexistentes.

• Art. 1.310. Não é permitido fazer escavações ou quaisquer obras que tirem ao poçoou à nascente de outrem a água indispensável às suas necessidades normais

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• Art. 1.311. Não é permitida a execução de qualquer obra ou serviço suscetível deprovocar desmoronamento ou deslocação de terra, ou que comprometa asegurança do prédio vizinho, senão após haverem sido feitas as obrasacautelatórias.

• Parágrafo único. O proprietário do prédio vizinho tem direito a ressarcimento pelosprejuízos que sofrer, não obstante haverem sido realizadas as obras acautelatórias.

• Art. 1.312. Todo aquele que violar as proibições estabelecidas nesta Seção éobrigado a demolir as construções feitas, respondendo por perdas e danos.

• Art. 1.313. O proprietário ou ocupante do imóvel é obrigado a tolerar que o vizinhoentre no prédio, mediante prévio aviso, para:

I - dele temporariamente usar, quando indispensável à reparação, construção,reconstrução ou limpeza de sua casa ou do muro divisório;

II - apoderar-se de coisas suas, inclusive animais que aí se encontrem casualmente.

• § 1o O disposto neste artigo aplica-se aos casos de limpeza ou reparação de esgotos,goteiras, aparelhos higiênicos, poços e nascentes e ao aparo de cerca viva.

• § 2o Na hipótese do inciso II, uma vez entregues as coisas buscadas pelo vizinho,poderá ser impedida a sua entrada no imóvel.

• § 3o Se do exercício do direito assegurado neste artigo provier dano, terá oprejudicado direito a ressarcimento.

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO III

Do Direito das Coisas

TÍTULO III

Da Propriedade

CAPÍTULO VIDO CONDOMÍNIO GERAL

Seção IDO CONDOMÍNIO VOLUNTÁRIO

Subseção IDOS DIREITOS E DEVERES DOS

CONDÔMINOS

Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coi-sa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la.

Parágrafo único. Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da coisa comum,

nem dar posse, uso ou gozo dela a estra-nhos, sem o consenso dos outros.

Art. 1.315. O condômino é obrigado, na propor-ção de sua parte, a concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita.

Parágrafo único. Presumem-se iguais as partes ideais dos condôminos.

Art. 1.316. Pode o condômino eximir-se do pa-gamento das despesas e dívidas, renunciando à parte ideal.

§ 1º Se os demais condôminos assumem as despesas e as dívidas, a renúncia lhes apro-veita, adquirindo a parte ideal de quem re-nunciou, na proporção dos pagamentos que fizerem.

§ 2º Se não há condômino que faça os paga-mentos, a coisa comum será dividida.

Art. 1.317. Quando a dívida houver sido contraí-da por todos os condôminos, sem se discriminar a parte de cada um na obrigação, nem se estipu-lar solidariedade, entende-se que cada qual se obrigou proporcionalmente ao seu quinhão na coisa comum.

Art. 1.318. As dívidas contraídas por um dos condôminos em proveito da comunhão, e du-rante ela, obrigam o contratante; mas terá este ação regressiva contra os demais.

Art. 1.319. Cada condômino responde aos ou-tros pelos frutos que percebeu da coisa e pelo dano que lhe causou.

Art. 1.320. A todo tempo será lícito ao condô-mino exigir a divisão da coisa comum, respon-

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dendo o quinhão de cada um pela sua parte nas despesas da divisão.

§ 1º Podem os condôminos acordar que fi-que indivisa a coisa comum por prazo não maior de cinco anos, suscetível de prorroga-ção ulterior.

§ 2º Não poderá exceder de cinco anos a indivisão estabelecida pelo doador ou pelo testador.

§ 3º A requerimento de qualquer interessa-do e se graves razões o aconselharem, pode o juiz determinar a divisão da coisa comum antes do prazo.

Art. 1.321. Aplicam-se à divisão do condomínio, no que couber, as regras de partilha de herança (arts. 2.013 a 2.022).

Art. 1.322. Quando a coisa for indivisível, e os consortes não quiserem adjudicá-la a um só, in-denizando os outros, será vendida e repartido o apurado, preferindo-se, na venda, em condi-ções iguais de oferta, o condômino ao estranho, e entre os condôminos aquele que tiver na coisa benfeitorias mais valiosas, e, não as havendo, o de quinhão maior.

Parágrafo único. Se nenhum dos condô-minos tem benfeitorias na coisa comum e participam todos do condomínio em partes iguais, realizar-se-á licitação entre estra-nhos e, antes de adjudicada a coisa àquele que ofereceu maior lanço, proceder-se-á à licitação entre os condôminos, a fim de que a coisa seja adjudicada a quem afinal ofere-cer melhor lanço, preferindo, em condições iguais, o condômino ao estranho.

Subseção IIDA ADMINISTRAÇÃO DO

CONDOMÍNIO

Art. 1.323. Deliberando a maioria sobre a admi-nistração da coisa comum, escolherá o adminis-trador, que poderá ser estranho ao condomínio; resolvendo alugá-la, preferir-se-á, em condições iguais, o condômino ao que não o é.

Art. 1.324. O condômino que administrar sem oposição dos outros presume-se representante comum.

Art. 1.325. A maioria será calculada pelo valor dos quinhões.

§ 1º As deliberações serão obrigatórias, sendo tomadas por maioria absoluta.

§ 2º Não sendo possível alcançar maioria absoluta, decidirá o juiz, a requerimento de qualquer condômino, ouvidos os outros.

§ 3º Havendo dúvida quanto ao valor do quinhão, será este avaliado judicialmente.

Art. 1.326. Os frutos da coisa comum, não ha-vendo em contrário estipulação ou disposição de última vontade, serão partilhados na propor-ção dos quinhões.

Seção IIDO CONDOMÍNIO NECESSÁRIO

Art. 1.327. O condomínio por meação de pa-redes, cercas, muros e valas regula-se pelo dis-posto neste Código (arts. 1.297 e 1.298; 1.304 a 1.307).

Art. 1.328. O proprietário que tiver direito a es-tremar um imóvel com paredes, cercas, muros, valas ou valados, tê-lo-á igualmente a adquirir meação na parede, muro, valado ou cerca do vizinho, embolsando-lhe metade do que atual-mente valer a obra e o terreno por ela ocupado (art. 1.297).

Art. 1.329. Não convindo os dois no preço da obra, será este arbitrado por peritos, a expensas de ambos os confinantes.

Art. 1.330. Qualquer que seja o valor da mea-ção, enquanto aquele que pretender a divisão não o pagar ou depositar, nenhum uso poderá fazer na parede, muro, vala, cerca ou qualquer outra obra divisória.

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Direito Civil

LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO III

Do Direito das Coisas

TÍTULO III

Da Propriedade

CAPÍTULO VIIDO CONDOMÍNIO EDILÍCIO

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1.331. Pode haver, em edificações, partes que são propriedade exclusiva, e partes que são propriedade comum dos condôminos.

§ 1º As partes suscetíveis de utilização inde-pendente, tais como apartamentos, escri-tórios, salas, lojas e sobrelojas, com as res-pectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários, exceto os abrigos para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas

ao condomínio, salvo autorização expres-sa na convenção de condomínio. (Redação dada pela Lei nº 12.607, de 2012)

§ 2º O solo, a estrutura do prédio, o telhado, a rede geral de distribuição de água, esgoto, gás e eletricidade, a calefação e refrigeração centrais, e as demais partes comuns, inclu-sive o acesso ao logradouro público, são uti-lizados em comum pelos condôminos, não podendo ser alienados separadamente, ou divididos.

§ 3º A cada unidade imobiliária caberá, como parte inseparável, uma fração ideal no solo e nas outras partes comuns, que será identificada em forma decimal ou ordi-nária no instrumento de instituição do con-domínio. (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004)

§ 4º Nenhuma unidade imobiliária pode ser privada do acesso ao logradouro público.

§ 5º O terraço de cobertura é parte comum, salvo disposição contrária da escritura de constituição do condomínio.

Art. 1.332. Institui-se o condomínio edilício por ato entre vivos ou testamento, registrado no Cartório de Registro de Imóveis, devendo cons-tar daquele ato, além do disposto em lei espe-cial:

I – a discriminação e individualização das unidades de propriedade exclusiva, estre-madas uma das outras e das partes comuns;

II – a determinação da fração ideal atribuída a cada unidade, relativamente ao terreno e partes comuns;

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III – o fim a que as unidades se destinam.

Art. 1.333. A convenção que constitui o condo-mínio edilício deve ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, dois terços das frações ideais e torna-se, desde logo, obrigatória para os titula-res de direito sobre as unidades, ou para quan-tos sobre elas tenham posse ou detenção.

Parágrafo único. Para ser oponível contra terceiros, a convenção do condomínio de-verá ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis.

Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os interessados houverem por bem estipular, a convenção determinará:

I – a quota proporcional e o modo de paga-mento das contribuições dos condôminos para atender às despesas ordinárias e extra-ordinárias do condomínio;

II – sua forma de administração;

III – a competência das assembléias, forma de sua convocação e quorum exigido para as deliberações;

IV – as sanções a que estão sujeitos os con-dôminos, ou possuidores;

V – o regimento interno.

§ 1º A convenção poderá ser feita por escri-tura pública ou por instrumento particular.

§ 2º São equiparados aos proprietários, para os fins deste artigo, salvo disposição em contrário, os promitentes compradores e os cessionários de direitos relativos às unidades autônomas.

Art. 1.335. São direitos do condômino:

I – usar, fruir e livremente dispor das suas unidades;

II – usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a uti-lização dos demais compossuidores;

III – votar nas deliberações da assembléia e delas participar, estando quite.

Art. 1.336. São deveres do condômino:

I – contribuir para as despesas do condo-mínio na proporção das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na conven-ção; (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004)

II – não realizar obras que comprometam a segurança da edificação;

III – não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas;

IV – dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes.

§ 1º O condômino que não pagar a sua con-tribuição ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito.

§ 2º O condômino, que não cumprir qual-quer dos deveres estabelecidos nos incisos II a IV, pagará a multa prevista no ato cons-titutivo ou na convenção, não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas contribuições mensais, independentemen-te das perdas e danos que se apurarem; não havendo disposição expressa, caberá à as-sembléia geral, por dois terços no mínimo dos condôminos restantes, deliberar sobre a cobrança da multa.

Art. 1337. O condômino, ou possuidor, que não cumpre reiteradamente com os seus deveres perante o condomínio poderá, por deliberação de três quartos dos condôminos restantes, ser constrangido a pagar multa correspondente até ao quíntuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, conforme a gra-vidade das faltas e a reiteração, independente-mente das perdas e danos que se apurem.

Parágrafo único. O condômino ou possui-dor que, por seu reiterado comportamen-to anti-social, gerar incompatibilidade de

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convivência com os demais condôminos ou possuidores, poderá ser constrangido a pagar multa correspondente ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as des-pesas condominiais, até ulterior delibera-ção da assembléia.

Art. 1.338. Resolvendo o condômino alugar área no abrigo para veículos, preferir-se-á, em condições iguais, qualquer dos condôminos a estranhos, e, entre todos, os possuidores.

Art. 1.339. Os direitos de cada condômino às partes comuns são inseparáveis de sua pro-priedade exclusiva; são também inseparáveis das frações ideais correspondentes as unidades imobiliárias, com as suas partes acessórias.

§ 1º Nos casos deste artigo é proibido alie-nar ou gravar os bens em separado.

§ 2º É permitido ao condômino alienar par-te acessória de sua unidade imobiliária a outro condômino, só podendo fazê-lo a ter-ceiro se essa faculdade constar do ato cons-titutivo do condomínio, e se a ela não se opuser a respectiva assembléia geral.

Art. 1.340. As despesas relativas a partes co-muns de uso exclusivo de um condômino, ou de alguns deles, incumbem a quem delas se serve.

Art. 1.341. A realização de obras no condomínio depende:

I – se voluptuárias, de voto de dois terços dos condôminos;

II – se úteis, de voto da maioria dos condô-minos.

§ 1º As obras ou reparações necessárias po-dem ser realizadas, independentemente de autorização, pelo síndico, ou, em caso de omissão ou impedimento deste, por qual-quer condômino.

§ 2º Se as obras ou reparos necessários fo-rem urgentes e importarem em despesas excessivas, determinada sua realização, o síndico ou o condômino que tomou a inicia-

tiva delas dará ciência à assembléia, que de-verá ser convocada imediatamente.

§ 3º Não sendo urgentes, as obras ou re-paros necessários, que importarem em despesas excessivas, somente poderão ser efetuadas após autorização da assembléia, especialmente convocada pelo síndico, ou, em caso de omissão ou impedimento deste, por qualquer dos condôminos.

§ 4º O condômino que realizar obras ou reparos necessários será reembolsado das despesas que efetuar, não tendo direito à restituição das que fizer com obras ou repa-ros de outra natureza, embora de interesse comum.

Art. 1.342. A realização de obras, em partes co-muns, em acréscimo às já existentes, a fim de lhes facilitar ou aumentar a utilização, depende da aprovação de dois terços dos votos dos con-dôminos, não sendo permitidas construções, nas partes comuns, suscetíveis de prejudicar a utilização, por qualquer dos condôminos, das partes próprias, ou comuns.

Art. 1.343. A construção de outro pavimento, ou, no solo comum, de outro edifício, destinado a conter novas unidades imobiliárias, depende da aprovação da unanimidade dos condôminos.

Art. 1.344. Ao proprietário do terraço de cober-tura incumbem as despesas da sua conserva-ção, de modo que não haja danos às unidades imobiliárias inferiores.

Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao con-domínio, inclusive multas e juros moratórios.

Art. 1.346. É obrigatório o seguro de toda a edi-ficação contra o risco de incêndio ou destruição, total ou parcial.

Seção IIDA ADMINISTRAÇÃO DO

CONDOMÍNIO

Art. 1.347. A assembléia escolherá um síndico, que poderá não ser condômino, para adminis-

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trar o condomínio, por prazo não superior a dois anos, o qual poderá renovar-se.

Art. 1.348. Compete ao síndico:

I – convocar a assembléia dos condôminos;

II – representar, ativa e passivamente, o condomínio, praticando, em juízo ou fora dele, os atos necessários à defesa dos inte-resses comuns;

III – dar imediato conhecimento à assem-bléia da existência de procedimento judicial ou administrativo, de interesse do condomí-nio;

IV – cumprir e fazer cumprir a convenção, o regimento interno e as determinações da assembléia;

V – diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns e zelar pela prestação dos serviços que interessem aos possuidores;

VI – elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano;

VII – cobrar dos condôminos as suas contri-buições, bem como impor e cobrar as mul-tas devidas;

VIII – prestar contas à assembléia, anual-mente e quando exigidas;

IX – realizar o seguro da edificação.

§ 1º Poderá a assembléia investir outra pes-soa, em lugar do síndico, em poderes de re-presentação.

§ 2º O síndico pode transferir a outrem, total ou parcialmente, os poderes de re-presentação ou as funções administrativas, mediante aprovação da assembléia, salvo disposição em contrário da convenção.

Art. 1.349. A assembléia, especialmente convo-cada para o fim estabelecido no § 2o do artigo antecedente, poderá, pelo voto da maioria ab-soluta de seus membros, destituir o síndico que praticar irregularidades, não prestar contas, ou

não administrar convenientemente o condomí-nio.

Art. 1.350. Convocará o síndico, anualmente, reunião da assembléia dos condôminos, na for-ma prevista na convenção, a fim de aprovar o orçamento das despesas, as contribuições dos condôminos e a prestação de contas, e eventu-almente eleger-lhe o substituto e alterar o regi-mento interno.

§ 1º Se o síndico não convocar a assembléia, um quarto dos condôminos poderá fazê-lo.

§ 2º Se a assembléia não se reunir, o juiz de-cidirá, a requerimento de qualquer condô-mino.

Art. 1.351. Depende da aprovação de 2/3 (dois terços) dos votos dos condôminos a alteração da convenção; a mudança da destinação do edifício, ou da unidade imobiliária, depende da aprovação pela unanimidade dos condôminos. (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004)

Art. 1.352. Salvo quando exigido quorum espe-cial, as deliberações da assembléia serão toma-das, em primeira convocação, por maioria de votos dos condôminos presentes que represen-tem pelo menos metade das frações ideais.

Parágrafo único. Os votos serão proporcio-nais às frações ideais no solo e nas outras partes comuns pertencentes a cada condô-mino, salvo disposição diversa da conven-ção de constituição do condomínio.

Art. 1.353. Em segunda convocação, a assem-bléia poderá deliberar por maioria dos votos dos presentes, salvo quando exigido quorum especial.

Art. 1.354. A assembléia não poderá deliberar se todos os condôminos não forem convocados para a reunião.

Art. 1.355. Assembléias extraordinárias po-derão ser convocadas pelo síndico ou por um quarto dos condôminos.

Art. 1.356. Poderá haver no condomínio um conselho fiscal, composto de três membros,

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eleitos pela assembléia, por prazo não superior a dois anos, ao qual compete dar parecer sobre as contas do síndico.

Seção IIIDA EXTINÇÃO DO CONDOMÍNIO

Art. 1.357. Se a edificação for total ou consi-deravelmente destruída, ou ameace ruína, os condôminos deliberarão em assembléia sobre a reconstrução, ou venda, por votos que repre-sentem metade mais uma das frações ideais.

§ 1º Deliberada a reconstrução, poderá o condômino eximir-se do pagamento das despesas respectivas, alienando os seus di-reitos a outros condôminos, mediante ava-liação judicial.

§ 2º Realizada a venda, em que se preferirá, em condições iguais de oferta, o condômino ao estranho, será repartido o apurado entre os condôminos, proporcionalmente ao va-lor das suas unidades imobiliárias.

Art. 1.358. Se ocorrer desapropriação, a indeni-zação será repartida na proporção a que se refe-re o § 2º do artigo antecedente.

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Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO III

Do Direito das Coisas

TÍTULO V

Das Servidões

CAPÍTULO IDA CONSTITUIÇÃO DAS SERVIDÕES

Art. 1.378. A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio ser-viente, que pertence a diverso dono, e consti-tui-se mediante declaração expressa dos pro-prietários, ou por testamento, e subseqüente registro no Cartório de Registro de Imóveis.

Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião.

Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos.

CAPÍTULO IIDO EXERCÍCIO DAS SERVIDÕES

Art. 1.380. O dono de uma servidão pode fazer todas as obras necessárias à sua conservação e uso, e, se a servidão pertencer a mais de um prédio, serão as despesas rateadas entre os res-pectivos donos.

Art. 1.381. As obras a que se refere o artigo an-tecedente devem ser feitas pelo dono do prédio dominante, se o contrário não dispuser expres-samente o título.

Art. 1.382. Quando a obrigação incumbir ao dono do prédio serviente, este poderá exone-rar-se, abandonando, total ou parcialmente, a propriedade ao dono do dominante.

Parágrafo único. Se o proprietário do pré-dio dominante se recusar a receber a pro-priedade do serviente, ou parte dela, caber--lhe-á custear as obras.

Art. 1.383. O dono do prédio serviente não po-derá embaraçar de modo algum o exercício legí-timo da servidão.

Art. 1.384. A servidão pode ser removida, de um local para outro, pelo dono do prédio serviente e à sua custa, se em nada diminuir as vantagens do prédio dominante, ou pelo dono deste e à sua custa, se houver considerável incremento da utilidade e não prejudicar o prédio serviente.

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Art. 1.385. Restringir-se-á o exercício da servi-dão às necessidades do prédio dominante, evi-tando-se, quanto possível, agravar o encargo ao prédio serviente.

§ 1º Constituída para certo fim, a servidão não se pode ampliar a outro.

§ 2º Nas servidões de trânsito, a de maior inclui a de menor ônus, e a menor exclui a mais onerosa.

§ 3º Se as necessidades da cultura, ou da in-dústria, do prédio dominante impuserem à servidão maior largueza, o dono do servien-te é obrigado a sofrê-la; mas tem direito a ser indenizado pelo excesso.

Art. 1.386. As servidões prediais são indivisíveis, e subsistem, no caso de divisão dos imóveis, em benefício de cada uma das porções do prédio dominante, e continuam a gravar cada uma das do prédio serviente, salvo se, por natureza, ou destino, só se aplicarem a certa parte de um ou de outro.

CAPÍTULO IIIDA EXTINÇÃO DAS SERVIDÕES

Art. 1.387. Salvo nas desapropriações, a servi-dão, uma vez registrada, só se extingue, com respeito a terceiros, quando cancelada.

Parágrafo único. Se o prédio dominante es-tiver hipotecado, e a servidão se mencionar no título hipotecário, será também preciso, para a cancelar, o consentimento do credor.

Art. 1.388. O dono do prédio serviente tem di-reito, pelos meios judiciais, ao cancelamento do registro, embora o dono do prédio dominante lho impugne:

I – quando o titular houver renunciado a sua servidão;

II – quando tiver cessado, para o prédio do-minante, a utilidade ou a comodidade, que determinou a constituição da servidão;

III – quando o dono do prédio serviente res-gatar a servidão.

Art. 1.389. Também se extingue a servidão, fi-cando ao dono do prédio serviente a faculdade de fazê-la cancelar, mediante a prova da extin-ção:

I – pela reunião dos dois prédios no domí-nio da mesma pessoa;

II – pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título ex-presso;

III – pelo não uso, durante dez anos contí-nuos.

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Direito Civil – Das Servidões – Profª Tatiana Marcello

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Slides – Das Servidões

DAS SERVIDÕES• Art. 1.225. São direitos reais:I - a propriedade;II - a superfície;III - as servidões;IV - ...

Conceito – Trata-se de um ônus suportado por um prédio, chamado serviente, paraproporcionar uma vantagem a outro, denominado dominante, de proprietáriodiferente, nascido de um acordo de vontades do dono de um e do outro imóvel. Umprédio passará a “servir” o outro. (Elpídio Donizetti)

Obs.: servidão (direito real sobre coisa alheia) não se confunde com passagemforçada (direito de vizinhança).

• Da Constituição das Servidões

• Art. 1.378. A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava oprédio serviente, que pertence a diverso dono, e constitui-se mediante declaraçãoexpressa dos proprietários, ou por testamento, e subseqüente registro no Cartório deRegistro de Imóveis.

• A servidão pode-se dar por instrumento escrito, por declaração verbal feita aooficial do Registro imóveis, por testamento ou através de usucapião.

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• Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dezanos, nos termos do art. 2.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome noRegistro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado ausucapião.

• Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinteanos.

• Usucapião da servidão – com justo título = 10 anos; sem justo título = 20 anos.• Ex.: o vizinho que encontra o terreno ao lado abandonado e por ele transita pelo

prazo legal, sem oposição do proprietário, pode usucapir da servidão.

• Importante: somente há direito real de servidão se houver registro do atoconstitutivo e somente poderá haver usucapião da servidão se houver posse.Portanto, atos de mera permissão ou tolerância (atos de boa vizinhança) não geramservidão, no sentido legal.

Classificação da servidão (doutrinária)

Urbana – constituída sobre imóvel definido como urbano;Rústica – constituída sobe imóvel rural;

Positiva – concede ao dono do prédio dominante um direito de ação (ex.: trânsito oupassagem de fios);Negativa – impõe ao dono do prédio serviente uma abstenção; atualmente é pouco usada(ex.: não plantar árvores na lateral esquerda do terreno para não fazer sombra);

Contínua – quando se da por fatos da natureza (ex.: correr das águas por uma tubulação);Descontínua – quando o exercício depende de atos (ex.: o trânsito);

Aparente – se manifesta em obras visíveis (ex.: aqueduto, caminho traçado);Não aparente – quando não é aparente (ex.: trânsito sem caminho demarcado; abstenção denão plantar árvores em tal lugar)

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• Do Exercício das Servidões

• Art. 1.380. O dono de uma servidão pode fazer todas as obras necessárias à suaconservação e uso, e, se a servidão pertencer a mais de um prédio, serão as despesasrateadas entre os respectivos donos.

• Art. 1.381. As obras a que se refere o artigo antecedente devem ser feitas pelo donodo prédio dominante, se o contrário não dispuser expressamente o título.

• Art. 1.382. Quando a obrigação incumbir ao dono do prédio serviente, este poderáexonerar-se, abandonando, total ou parcialmente, a propriedade ao dono dodominante.

• Parágrafo único. Se o proprietário do prédio dominante se recusar a receber apropriedade do serviente, ou parte dela, caber-lhe-á custear as obras.

• O dono do prédio dominante arca com as obras; se a servidão pertencer a mais deum prédio, ratearão as despesas. Se convencionar-se a obrigação das obras ao donodo prédio serviente, este poderá se exonerar abandonando a propriedade em favordo dominante, e este, se recusar a receber a propriedade, deverá custear as obras.

• Art. 1.383. O dono do prédio serviente não poderá embaraçar de modo algum oexercício legítimo da servidão.

• Não se pode embaraçar o uso legítimo da servidão, de acordo com o que foiconvencionado entre as partes (finalidade declarada). Ex.: as partes podem teracordado, na servidão de trânsito, que a passagem poderá se dar somente à tarde,então se o dono do prédio dominante quiser passar pela manhã, o dono do prédioserviente poderá impedir, pois não é um exercício legítimo.

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• Da Extinção das Servidões

• Extingue-se a servidão por:a) cancelamento no Registro de Imóveis (art. 1.387 e 1.388);b) imposição da lei (art. 1.389);c) desapropriação do prédio serviente.

• Art. 1.387. Salvo nas desapropriações, a servidão, uma vez registrada, só seextingue, com respeito a terceiros, quando cancelada.

• Parágrafo único. Se o prédio dominante estiver hipotecado, e a servidão semencionar no título hipotecário, será também preciso, para a cancelar, oconsentimento do credor.

• Ex.: imóvel dado em garantia (hipoteca), constando que tem a servidão, para cancelar, será preciso o consentimento do credor.

• Art. 1.388. O dono do prédio serviente tem direito, pelos meios judiciais, aocancelamento do registro, embora o dono do prédio dominante lho impugne:

I - quando o titular houver renunciado a sua servidão;

II - quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilidade ou a comodidade,que determinou a constituição da servidão; (ex.: servidão de trânsito que venha acessar pela abertura de via pública)

III - quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão. (quando consta nocontrato inicial a possibilidade de resgate da servidão)

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• Art. 1.389. Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio serviente afaculdade de fazê-la cancelar, mediante a prova da extinção:

I - pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa; (confusão - se a mesmapessoa reunir o domínio de ambos os prédios, extingue-se a servidão, já que nãopode haver servidão sobre coisa própria).

II - pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro títuloexpresso; (se forem desfeitas as obras para as quais serviam, extingue-se a servidãopor não ser mais necessária para aquele fim – ex.: desfazimento das tubulações deaqueduto).

III - pelo não uso, durante dez anos contínuos. (desuso por mais de 10 anosdemonstram desinteresse do titular e inutilidade da serventia).

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Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE ESPECIAL

LIVRO III

Do Direito das Coisas

TÍTULO X

Do Penhor, da Hipoteca e da Anticrese

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1.419. Nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia fica sujeito, por vínculo real, ao cumprimento da obrigação.

Art. 1.420. Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca.

§ 1º A propriedade superveniente torna efi-caz, desde o registro, as garantias reais esta-belecidas por quem não era dono.

§ 2º A coisa comum a dois ou mais proprie-tários não pode ser dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver.

Art. 1.421. O pagamento de uma ou mais pres-tações da dívida não importa exoneração cor-respondente da garantia, ainda que esta com-preenda vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação.

Art. 1.422. O credor hipotecário e o pignoratício têm o direito de excutir a coisa hipotecada ou empenhada, e preferir, no pagamento, a outros credores, observada, quanto à hipoteca, a prio-ridade no registro.

Parágrafo único. Excetuam-se da regra es-tabelecida neste artigo as dívidas que, em virtude de outras leis, devam ser pagas pre-cipuamente a quaisquer outros créditos.

Art. 1.423. O credor anticrético tem direito a re-ter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for paga; extingue-se esse direito decorridos quinze anos da data de sua constituição.

Art. 1.424. Os contratos de penhor, anticrese ou hipoteca declararão, sob pena de não terem efi-cácia:

I – o valor do crédito, sua estimação, ou va-lor máximo;

II – o prazo fixado para pagamento;

III – a taxa dos juros, se houver;

IV – o bem dado em garantia com as suas especificações.

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Art. 1.425. A dívida considera-se vencida:

I – se, deteriorando-se, ou depreciando-se o bem dado em segurança, desfalcar a garan-tia, e o devedor, intimado, não a reforçar ou substituir;

II – se o devedor cair em insolvência ou falir;

III – se as prestações não forem pontual-mente pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado o pagamento. Neste caso, o recebimento posterior da prestação atra-sada importa renúncia do credor ao seu di-reito de execução imediata;

IV – se perecer o bem dado em garantia, e não for substituído;

V – se se desapropriar o bem dado em ga-rantia, hipótese na qual se depositará a par-te do preço que for necessária para o paga-mento integral do credor.

§ 1º Nos casos de perecimento da coisa dada em garantia, esta se sub-rogará na in-denização do seguro, ou no ressarcimento do dano, em benefício do credor, a quem assistirá sobre ela preferência até seu com-pleto reembolso.

§ 2º Nos casos dos incisos IV e V, só se ven-cerá a hipoteca antes do prazo estipulado, se o perecimento, ou a desapropriação re-cair sobre o bem dado em garantia, e esta não abranger outras; subsistindo, no caso contrário, a dívida reduzida, com a respecti-va garantia sobre os demais bens, não desa-propriados ou destruídos.

Art. 1.426. Nas hipóteses do artigo anterior, de vencimento antecipado da dívida, não se com-preendem os juros correspondentes ao tempo ainda não decorrido.

Art. 1.427. Salvo cláusula expressa, o terceiro que presta garantia real por dívida alheia não fica obrigado a substituí-la, ou reforçá-la, quan-do, sem culpa sua, se perca, deteriore, ou des-valorize.

Art. 1.428. É nula a cláusula que autoriza o cre-dor pignoratício, anticrético ou hipotecário a fi-car com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento.

Parágrafo único. Após o vencimento, pode-rá o devedor dar a coisa em pagamento da dívida.

Art. 1.429. Os sucessores do devedor não po-dem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus quinhões; qualquer de-les, porém, pode fazê-lo no todo.

Parágrafo único. O herdeiro ou sucessor que fizer a remição fica sub-rogado nos di-reitos do credor pelas quotas que houver satisfeito.

Art. 1.430. Quando, excutido o penhor, ou exe-cutada a hipoteca, o produto não bastar para pagamento da dívida e despesas judiciais, con-tinuará o devedor obrigado pessoalmente pelo restante.