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DIREITO COLETIVO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO (arts. 511 DO TRABALHO (arts. 511 a 625 CLT) a 625 CLT) Prof. Maria Cláudia Felten Prof. Maria Cláudia Felten E-mail: mail: [email protected] [email protected]

DIREITO COLETIVO DO TRABALHO (arts. 511 a 625 CLT)aulas.verbojuridico3.com/Regular2011/Direito_Trabalho_Maria Claudia... · - O Direito Coletivo do Trabalho é o conjunto de regras

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DIREITO COLETIVODIREITO COLETIVODO TRABALHO (arts. 511 DO TRABALHO (arts. 511

a 625 CLT)a 625 CLT)

Prof. Maria Cláudia FeltenProf. Maria Cláudia FeltenEE--mail: mail:

[email protected]@terra.com.br

DO DIREITO COLETIVO x DO DIREITO COLETIVO x DIREITO INDIVIDUALDIREITO INDIVIDUAL

-- O Direito do Trabalho, legalmente, estabelece O Direito do Trabalho, legalmente, estabelece uma distinção entre as relações individuais e as uma distinção entre as relações individuais e as coletivas. coletivas.

-- O Direito Coletivo do Trabalho é o conjunto de O Direito Coletivo do Trabalho é o conjunto de regras e princípios reguladores das relações regras e princípios reguladores das relações entre seres coletivos trabalhistas. Trataentre seres coletivos trabalhistas. Trata--se do se do segmento do Direito do Trabalho que regula as segmento do Direito do Trabalho que regula as relações inerentes à chamada autonomia relações inerentes à chamada autonomia privada coletiva. (Maurício Godinho Delgado). privada coletiva. (Maurício Godinho Delgado).

-- O segmento do Direito do Trabalho O segmento do Direito do Trabalho encarregado de tratar da organização encarregado de tratar da organização sindical, da negociação coletiva, dos sindical, da negociação coletiva, dos contratos coletivos, da representação dos contratos coletivos, da representação dos trabalhadores e da greve. (Sérgio Pinto trabalhadores e da greve. (Sérgio Pinto Martins). Martins).

Portanto, o Direito Coletivo do Trabalho Portanto, o Direito Coletivo do Trabalho tem como objeto de estudo as tem como objeto de estudo as organizações sindicais, as negociações organizações sindicais, as negociações coletivas, os instrumentos normativos coletivas, os instrumentos normativos correlatos, em especial a convenção correlatos, em especial a convenção coletiva, o acordo coletivo de trabalho, a coletiva, o acordo coletivo de trabalho, a sentença normativa e a arbitragem, além sentença normativa e a arbitragem, além do estudo do fenômeno da greve e do estudo do fenômeno da greve e lockout e suas repercussões nos vínculos lockout e suas repercussões nos vínculos de emprego. (Renato Saraiva).de emprego. (Renato Saraiva).

Da Origem do Direito ColetivoDa Origem do Direito Coletivo

-- Conflitos na Revolução Industrial.Conflitos na Revolução Industrial. -- Capitalismo x Proletariado.Capitalismo x Proletariado. -- Papel do Estado nesta época.Papel do Estado nesta época. -- Papel da Igreja.Papel da Igreja. -- Primeiros protestos e o surgimento das Primeiros protestos e o surgimento das

organizações de classe.organizações de classe. -- Retorno do Estado de forma diferente e Retorno do Estado de forma diferente e

o reconhecimento do Direito Coletivo.o reconhecimento do Direito Coletivo.

Dos fundamentos e da finalidade Dos fundamentos e da finalidade do Direito Coletivodo Direito Coletivo

FUNDAMENTOS: PodeFUNDAMENTOS: Pode-- se buscar suporte em se buscar suporte em duas vertentes, sendo uma histórica e outra duas vertentes, sendo uma histórica e outra jurídica.jurídica.

FINALIDADE: Regula de forma genérica e FINALIDADE: Regula de forma genérica e abstrata, as relações individuais de trabalho, ao abstrata, as relações individuais de trabalho, ao mesmo tempo em que se preocupa em criar mesmo tempo em que se preocupa em criar instrumentos capazes de solucionar conflitos instrumentos capazes de solucionar conflitos coletivos com presença no grupo profissional e a coletivos com presença no grupo profissional e a categoria econômica respectiva.categoria econômica respectiva.

ORGANIZAÇÃO SINDICALORGANIZAÇÃO SINDICAL EVOLUÇÃO DO SINDICALISMO NO BRASIL:EVOLUÇÃO DO SINDICALISMO NO BRASIL:

A luta contra o capitalismo A luta contra o capitalismo liberal, próprio da Revolução Industrial, liberal, próprio da Revolução Industrial, foi o responsável em foi o responsável em grande parte pela maternidade sindical, em virtude da hostilidade original, o Sindicato tomou grande parte pela maternidade sindical, em virtude da hostilidade original, o Sindicato tomou nova feição e precisou aperfeiçoarnova feição e precisou aperfeiçoar--se através dos tempos. se através dos tempos.

No início, os Sindicatos eram reivindicadores, os dirigentes eram pessoas radicais;No início, os Sindicatos eram reivindicadores, os dirigentes eram pessoas radicais;,, e o e o capitalismo era liberal. capitalismo era liberal.

-- Carlos Alberto Chiarelli refere que foi a atuação de um Carlos Alberto Chiarelli refere que foi a atuação de um o capital o capital dentro das diretrizes dentro das diretrizes econômicas do liberalismo, que fez com que o outro econômicas do liberalismo, que fez com que o outro o trabalho o trabalho viesse a arregimentarviesse a arregimentar--se se para organizar sua autodefesa. para organizar sua autodefesa.

Com o capitalismo contemporâneo, o Sindicato evoluiu e se tornou mais independente, Com o capitalismo contemporâneo, o Sindicato evoluiu e se tornou mais independente, criando um sistema de freios e contrapesos, contribuindo para o equilíbrio socioeconômico do criando um sistema de freios e contrapesos, contribuindo para o equilíbrio socioeconômico do Estado.Estado.

-- As décadas de 70 e 80 ressaltam a abertura do chamado As décadas de 70 e 80 ressaltam a abertura do chamado “movimento sindical” no Brasil, cuja ênfase se dá aos movimentos “movimento sindical” no Brasil, cuja ênfase se dá aos movimentos sindicais no ABC Paulista. sindicais no ABC Paulista.

-- Em 1983, criamEm 1983, criam--se as centrais sindicais. Primeiramente é criada a se as centrais sindicais. Primeiramente é criada a CUT CUT –– Central Única dos Trabalhadores; e depois a CGT Central Única dos Trabalhadores; e depois a CGT –– Central Central Geral dos Trabalhadores.Geral dos Trabalhadores.

-- A Constituição Federal de 1988 tratou de disciplinar a organização A Constituição Federal de 1988 tratou de disciplinar a organização sindical da forma mais democrática, pois disciplinou a matéria, em sindical da forma mais democrática, pois disciplinou a matéria, em seus artigos 8º a 10, desvinculandoseus artigos 8º a 10, desvinculando--a do Estado. Nascem, desta a do Estado. Nascem, desta feita, a autonomia coletiva privada e a liberdade sindical.feita, a autonomia coletiva privada e a liberdade sindical.

-- Conceito de Sindicato: é a associação de pessoas Conceito de Sindicato: é a associação de pessoas físicas ou jurídicas que exercem atividade profissional ou físicas ou jurídicas que exercem atividade profissional ou econômica, para a defesa dos direitos e interesses econômica, para a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas. (Renato Saraiva). questões judiciais ou administrativas. (Renato Saraiva).

-- Conceito do art. 511 da CLT: É lícita a associação para Conceito do art. 511 da CLT: É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas. conexas.

Natureza jurídica dos sindicatosNatureza jurídica dos sindicatos -- A natureza jurídica dos Sindicatos depende do A natureza jurídica dos Sindicatos depende do

sistema sindical em que estão inseridos, sendo sistema sindical em que estão inseridos, sendo classificados em duas teorias principais.classificados em duas teorias principais.

-- A primeira define a natureza do Sindicato como A primeira define a natureza do Sindicato como privada, pois se trata de uma associação de privada, pois se trata de uma associação de pessoas para a defesa de seus interesses pessoas para a defesa de seus interesses pessoais, com respeito à ordem pública. Esta pessoais, com respeito à ordem pública. Esta teoria conta com muitos defensores na doutrina teoria conta com muitos defensores na doutrina nacional, dentre os quais, Renato Saraiva, nacional, dentre os quais, Renato Saraiva, Maurício Godinho, Waldemar Ferreira, Segadas Maurício Godinho, Waldemar Ferreira, Segadas Vianna, Délio Maranhão, Orlando Gomes. Vianna, Délio Maranhão, Orlando Gomes.

-- Para a segunda, o Sindicato é ente de direito público, Para a segunda, o Sindicato é ente de direito público, sendo praticamente um apêndice do Estado. Psendo praticamente um apêndice do Estado. Para ara esta esta teoria, os interesses do Sindicato confundemteoria, os interesses do Sindicato confundem--se com os se com os próprios interesses peculiares do Estado, seria uma próprios interesses peculiares do Estado, seria uma entidade enquadrada de forma direta ou indireta na entidade enquadrada de forma direta ou indireta na máquina governamental. (Autores que defendem: máquina governamental. (Autores que defendem: Russomano; Antônio Lamarca, etc).Russomano; Antônio Lamarca, etc).

-- Conforme ensina Amauri Mascaro, após a inscrição do Conforme ensina Amauri Mascaro, após a inscrição do princípio da liberdade sindical na princípio da liberdade sindical na Constituição Federal de Constituição Federal de 1988, restaram poucos adeptos a esta teoria na doutrina 1988, restaram poucos adeptos a esta teoria na doutrina nacional. Em geral, o Sindicato tem a natureza de nacional. Em geral, o Sindicato tem a natureza de pessoa jurídica de direito público apenas nos regimes pessoa jurídica de direito público apenas nos regimes totalitários.totalitários.

Princípios aplicados as entidades Princípios aplicados as entidades sindicaissindicais

A) Princípio da liberdade de associação:A) Princípio da liberdade de associação: o direito de reunião o direito de reunião pacífica e de associação sem caráter paramilitar estão asseguradas pacífica e de associação sem caráter paramilitar estão asseguradas no art. 5, XVI e XVII, CF. no art. 5, XVI e XVII, CF.

B)Princípio da liberdade sindical:B)Princípio da liberdade sindical: veda a interferência ou veda a interferência ou intervenção do Estado. intervenção do Estado.

Se materializa em dois pólos de atuação:Se materializa em dois pólos de atuação: -- liberdade sindical individual: faculdade que o empregador e o liberdade sindical individual: faculdade que o empregador e o

trabalhador possuem de filiartrabalhador possuem de filiar--se, manterse, manter--se filiado e desfiliarse filiado e desfiliar--se se (art. 5, XX, e 8, V, da CF). (art. 5, XX, e 8, V, da CF).

-- liberdade sindical coletiva: possibilidade dos empresários ou liberdade sindical coletiva: possibilidade dos empresários ou trabalhadores agrupados, unidos por uma atividade, de constituir trabalhadores agrupados, unidos por uma atividade, de constituir livremente, o sindicato representante de seus interesses (art. 5, livremente, o sindicato representante de seus interesses (art. 5, XVIII, e 8, caput, CF). XVIII, e 8, caput, CF).

C) Princípio da autonomia sindicalC) Princípio da autonomia sindical Consiste na autonomia de atuação dos Consiste na autonomia de atuação dos

sindicatos, com poderes de autosindicatos, com poderes de auto--gestão e gestão e administração, sem a autorização , administração, sem a autorização , intervenção ou controle do Estado. (art. 8, intervenção ou controle do Estado. (art. 8, I, CF). I, CF).

ORGANIZAÇÃO SINDICAL ORGANIZAÇÃO SINDICAL QUANTO ÀS PESSOASQUANTO ÀS PESSOAS

a) eleições sindicais.a) eleições sindicais. O art. 529 da CLT dispõe sobre as condições O art. 529 da CLT dispõe sobre as condições

para o trabalhador votar e ser votado:para o trabalhador votar e ser votado: a) estar associado por mais de seis meses na a) estar associado por mais de seis meses na

entidade sindical e ter mais de dois anos de entidade sindical e ter mais de dois anos de exercício da atividade ou da profissão;exercício da atividade ou da profissão;

b) ser maior de 18 anos;b) ser maior de 18 anos; c) estar no gozo dos diretos sindicais.c) estar no gozo dos diretos sindicais.

b) Administração dos sindicatos.b) Administração dos sindicatos. O O sindicatosindicato é administrado segundo a lei e os seus é administrado segundo a lei e os seus

estatutos.estatutos. A CLT prevê a existência de três órgãos internos nos A CLT prevê a existência de três órgãos internos nos

sindicatosindicatos: a Assembléia Geral, o Conselho Fiscal e a s: a Assembléia Geral, o Conselho Fiscal e a Diretoria.Diretoria.

O Conselho Fiscal é composto por três membros (art. O Conselho Fiscal é composto por três membros (art. 522) e é o responsável pela gestão financeira do 522) e é o responsável pela gestão financeira do sindicatosindicato..

A Diretoria, composta por no mínimo três e no máximo A Diretoria, composta por no mínimo três e no máximo sete membros, nos termos do art. 522 da CLT, é o órgão sete membros, nos termos do art. 522 da CLT, é o órgão executivo do executivo do sindicatosindicato e seu efetivo administrador e e seu efetivo administrador e representante dos trabalhadores da categoria perante os representante dos trabalhadores da categoria perante os sindicatosindicatos patronais e empregadores isoladamente.s patronais e empregadores isoladamente.

Criação e Registro do SindicatoCriação e Registro do Sindicato -- Art. 8º da CF: É livre a associação profissional ou Art. 8º da CF: É livre a associação profissional ou

sindical, observado o seguinte:sindical, observado o seguinte: I I -- a lei não poderá exigir autorização do Estado para a a lei não poderá exigir autorização do Estado para a

fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;a intervenção na organização sindical;

-- Art. 45 CC: Começa a existência legal das pessoas Art. 45 CC: Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbandoExecutivo, averbando--se no registro todas as alterações se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.por que passar o ato constitutivo.

-- Assim, a constituição de um sindicato Assim, a constituição de um sindicato passa por dois registros:passa por dois registros:

A) registro no Cartório de Registro Civil de A) registro no Cartório de Registro Civil de Pessoas JurídicasPessoas Jurídicas

B) registro no Ministério do Trabalho.B) registro no Ministério do Trabalho.

-- A exigência “do registro no órgão competente” foi motivo de A exigência “do registro no órgão competente” foi motivo de grande discussão e controvérsia, sobretudo do Ministério do grande discussão e controvérsia, sobretudo do Ministério do Trabalho e Emprego com o Poder Judiciário. O MTE entendeu Trabalho e Emprego com o Poder Judiciário. O MTE entendeu inicialmente que não era o competente para o registro e o Judiciário inicialmente que não era o competente para o registro e o Judiciário entendia que era. A controvérsia foi resolvida no Sentendia que era. A controvérsia foi resolvida no Superior uperior TTribunal ribunal de de JJustiça,ustiça, que reconheceu a manutenção da competência do MTE que reconheceu a manutenção da competência do MTE para a prática do registro sindical, por meio do Mandado de para a prática do registro sindical, por meio do Mandado de Segurança Segurança -- 29/DF.29/DF.

-- Em seguida, foi expedida a Instrução Normativa nº 3, de 10 de Em seguida, foi expedida a Instrução Normativa nº 3, de 10 de agosto de 1994, que, além de criar o Cadastro Nacional de agosto de 1994, que, além de criar o Cadastro Nacional de Entidades Sindicais Entidades Sindicais -- CNES, atribuiu a competência sobre o registro CNES, atribuiu a competência sobre o registro de Sindicatos e das correspondentes federações e confederações ao de Sindicatos e das correspondentes federações e confederações ao Ministro do Trabalho. Foi revogada.Ministro do Trabalho. Foi revogada.

............

-- O STF firmou posicionamento que a O STF firmou posicionamento que a atuação do MTE na concessão do registro atuação do MTE na concessão do registro sindical é atividade vinculada; sendo que sindical é atividade vinculada; sendo que sua incumbência é apenas para a sua incumbência é apenas para a verificação dos pressupostos legais e não verificação dos pressupostos legais e não de autorização ou de reconhecimento de autorização ou de reconhecimento discricionário. discricionário.

PEDIDO DE REGISTRO SINDICALPEDIDO DE REGISTRO SINDICALPortaria 186/2008Portaria 186/2008

. Encaminhamento ao Secretario das . Encaminhamento ao Secretario das Relações de Trabalho (docs. Necessários). Relações de Trabalho (docs. Necessários).

. Publicação no DOU da pretensão do . Publicação no DOU da pretensão do sindicato.sindicato.

. Prazo para impugnação.. Prazo para impugnação. . Não havendo impugnação: concessão do . Não havendo impugnação: concessão do

registro sindical pelo MTE.registro sindical pelo MTE. . Havendo impugnação: decisão judicial ou . Havendo impugnação: decisão judicial ou

solução conciliatória. solução conciliatória.

Art. 13 da Portaria 186/2008: Serão notificados, na forma do §3o do art. 26 da Lei no 9.784, de 1999, os representantes legais das entidades impugnantes e impugnadas, para comparecimento a reunião destinada à autocomposição, que será realizada no âmbito da SRT ou da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego da sede da entidade impugnada, com antecedência mínima de quinze dias da data da reunião.

§ 1o O Secretário de Relações do Trabalho ou o servidor por ele designado iniciará o procedimento previsto no caput deste artigo, convidando as partes para se pronunciarem sobre as bases de uma possível conciliação.

§ 2o Será lavrada ata circunstanciada da reunião, assinada por todos os presentes com poder de decisão, da qual conste o resultado da tentativa de acordo.

§ 3o As ausências serão consignadas pelo servidor responsável pelo procedimento e atestadas pelos demais presentes à reunião.

...

§ 4o O acordo entre as partes fundamentará a concessão do registro ou da alteração estatutária pleiteada, que será concedido após a apresentação de cópia do estatuto social das entidades, registrado em cartório, com as modificações decorrentes do acordo, cujos termos serão anotados no registro de todas as entidades envolvidas no CNES, na forma do Capítulo V.

§ 5o Não havendo acordo entre as partes, o pedido ficará sobrestado até que a Secretaria de Relações do Trabalho seja notificada do inteiro teor de acordo judicial ou extrajudicial ou decisão judicial que decida a controvérsia.

Sistema de categorias Sistema de categorias 1) Categoria econômica é formada quando há 1) Categoria econômica é formada quando há

solidariedade de interesses econômicos dos que solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem atividades idênticas, similares (ex.: empreendem atividades idênticas, similares (ex.: restaurantes e hotéis) ou conexas (ex.: atividades na restaurantes e hotéis) ou conexas (ex.: atividades na construção civil). Art. 511, parágrafo primeiro, CLT).construção civil). Art. 511, parágrafo primeiro, CLT).

2) Categoria profissional é formada por categorias de 2) Categoria profissional é formada por categorias de trabalhadores oriunda da profissão ou trabalho em trabalhadores oriunda da profissão ou trabalho em comum. (Art. 511, parágrafo segundo, CLT).comum. (Art. 511, parágrafo segundo, CLT).

* Obs.: a empresa que não tiver uma única atividade, o * Obs.: a empresa que não tiver uma única atividade, o empregado será enquadrado de acordo com a atividade empregado será enquadrado de acordo com a atividade preponderante lá desenvolvida (art. 581, parágrafo preponderante lá desenvolvida (art. 581, parágrafo segundo, CLT). Exceção: categoria diferenciada.segundo, CLT). Exceção: categoria diferenciada.

3) Categoria diferenciada (art. 511, parágrafo 3) Categoria diferenciada (art. 511, parágrafo terceiro, CLT):terceiro, CLT):

§§ 3º 3º -- Categoria profissional diferenciada é a Categoria profissional diferenciada é a que se forma dos empregados que exerçam que se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou em estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares. consequência de condições de vida singulares.

-- O art. 577 da CLT nos remete para um quadro O art. 577 da CLT nos remete para um quadro ao final que trata do enquadramento sindical e ao final que trata do enquadramento sindical e nos traz as categorias diferenciadas (ex.: nos traz as categorias diferenciadas (ex.: aeronautas, publicitários, professores, aeronautas, publicitários, professores, motoristas, ascensoristas, secretárias, etc.).motoristas, ascensoristas, secretárias, etc.).

ESTRUTURA SINDICAL ESTRUTURA SINDICAL BRASILEIRABRASILEIRA

-- São divididas em três graus.São divididas em três graus. -- Como funciona a aplicação das normas coletivas.Como funciona a aplicação das normas coletivas. -- Estrutura:Estrutura: A) Sindicatos.A) Sindicatos. -- Conceito.Conceito. -- Representação.Representação. -- Sede.Sede. -- Serviços.Serviços. B) Federações (art. 534 CLT). Precisa de no mínimo 05 sindicatos B) Federações (art. 534 CLT). Precisa de no mínimo 05 sindicatos

para se constituir.para se constituir. -- Conceito.Conceito. -- RepresentaçãoRepresentação -- Sede.Sede. -- Serviços.Serviços.

c) Confederações (art. 535 CLT). Precisa c) Confederações (art. 535 CLT). Precisa de no mínimo 03 federações para se de no mínimo 03 federações para se constituir.constituir.

-- Conceito.Conceito. -- RepresentaçãoRepresentação -- Sede.Sede. -- Serviços.Serviços.

D) Centrais sindicais (Lei 11648/2008).D) Centrais sindicais (Lei 11648/2008). -- As centrais sindicais não compõem a estrutura sindical brasileira, e assim já decidiu As centrais sindicais não compõem a estrutura sindical brasileira, e assim já decidiu

o STF. o STF.

-- Conceito: entidade de representação geral dos trabalhadores,de direito privado, Conceito: entidade de representação geral dos trabalhadores,de direito privado, constituída em âmbito nacional, que tem como atribuiçõesconstituída em âmbito nacional, que tem como atribuições coordenar a representação coordenar a representação dos trabalhadores por meio das organizações sindicais a ela filiadas; edos trabalhadores por meio das organizações sindicais a ela filiadas; e participar de participar de negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais espaços de diálogo negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais espaços de diálogo social que possuam composição tripartite, nos quais estejam em discussão assuntos social que possuam composição tripartite, nos quais estejam em discussão assuntos de interesse geral dos trabalhadores.de interesse geral dos trabalhadores.

-- Requisitos de existência (art. 2):Requisitos de existência (art. 2): II -- filiação de, no mínimo, 100 (cem) sindicatos distribuídos nas 5 (cinco) regiões do filiação de, no mínimo, 100 (cem) sindicatos distribuídos nas 5 (cinco) regiões do

País;País; IIII -- filiação em pelo menos 3 (três) regiões do País de, no mínimo, 20 (vinte) filiação em pelo menos 3 (três) regiões do País de, no mínimo, 20 (vinte)

sindicatos em cada uma;sindicatos em cada uma; IIIIII -- filiação de sindicatos em, no mínimo, 5 (cinco) setores de atividade econômica; filiação de sindicatos em, no mínimo, 5 (cinco) setores de atividade econômica;

ee IVIV -- filiação de sindicatos que representem, no mínimo, 7% (sete por cento) do total filiação de sindicatos que representem, no mínimo, 7% (sete por cento) do total

de empregados sindicalizados em âmbito nacional.de empregados sindicalizados em âmbito nacional.

Princípios da Liberdade SindicalPrincípios da Liberdade Sindical(Convenção 187 OIT)(Convenção 187 OIT)

Unicidade sindical, unidade sindical e pluralismo sindicalUnicidade sindical, unidade sindical e pluralismo sindical

A) Unicidade sindical (art. 8, II, CF). A) Unicidade sindical (art. 8, II, CF). II II -- é vedada a criação de mais de uma é vedada a criação de mais de uma

organização sindical, em qualquer grau, organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;um Município;

* Críticas* Críticas * Fundamentos de defesa.* Fundamentos de defesa. * Países que adotam: Brasil, Argentina, * Países que adotam: Brasil, Argentina,

Paraguai.Paraguai.

B) Unidade sindicalB) Unidade sindical Existência de sindicato único que Existência de sindicato único que

organizado e escolhido pelas empresas e organizado e escolhido pelas empresas e trabalhadores; decorre da vontade dos trabalhadores; decorre da vontade dos interessados, não é imposto pela lei.interessados, não é imposto pela lei.

-- Países que adotam: do leste europeu Países que adotam: do leste europeu (Estônia, Hungria, Lituânia, Bulgária, (Estônia, Hungria, Lituânia, Bulgária, Ucrânia, Sérvia, etc).Ucrânia, Sérvia, etc).

C) Pluralidade sindical: consiste na possibilidade de C) Pluralidade sindical: consiste na possibilidade de existir mais de um sindicato representante da mesma existir mais de um sindicato representante da mesma categoria, profissional ou econômica, em uma só base categoria, profissional ou econômica, em uma só base territorial.territorial.

-- A Convenção 87 da OIT, a qual não foi ratificada pelo A Convenção 87 da OIT, a qual não foi ratificada pelo Brasil, não impõe o pluralismo sindical, determine que os Brasil, não impõe o pluralismo sindical, determine que os países que a ratificarem facultem aos empregados e países que a ratificarem facultem aos empregados e empregadores a criação de sindicatos da mesma empregadores a criação de sindicatos da mesma categoria na mesma base territorial de outro já categoria na mesma base territorial de outro já existente.existente.

* Crítica.* Crítica. * Fundamentos.* Fundamentos. * Países que adotam: Itália, França, Portugal, Espanha, * Países que adotam: Itália, França, Portugal, Espanha,

EUA, Inglaterra.EUA, Inglaterra.

SISTEMA DE CUSTEIO DO SISTEMA DE CUSTEIO DO SINDICATOSINDICATO

A) Contribuição sindical (art. 8, IV, CF c/c A) Contribuição sindical (art. 8, IV, CF c/c arts. 578 a 610 CLT).arts. 578 a 610 CLT).

-- Natureza tributária e compulsória.Natureza tributária e compulsória. -- Quem deve.Quem deve. -- Valor cobrado (art. 580).Valor cobrado (art. 580). -- Caso de nãoCaso de não--repasse da empresa ao repasse da empresa ao

sindicato ou de ausência de desconto na sindicato ou de ausência de desconto na folha de pgto. dos empregados.folha de pgto. dos empregados.

Art. 589. Da importância da arrecadação da contribuição sindical serão Art. 589. Da importância da arrecadação da contribuição sindical serão feitos os seguintes créditos pela Caixa Econômica Federal, na forma das feitos os seguintes créditos pela Caixa Econômica Federal, na forma das instruções que forem expedidas pelo Ministro do Trabalho:instruções que forem expedidas pelo Ministro do Trabalho:

I I –– para os empregadores:para os empregadores: a a -- 5% (cinco por cento) para a confederação correspondente; 5% (cinco por cento) para a confederação correspondente; b b -- 15% (quinze por cento) para a federação; 15% (quinze por cento) para a federação; c c -- 60% (sessenta por cento) para o sindicato respectivo; 60% (sessenta por cento) para o sindicato respectivo; d d -- 20% (vinte por cento) para a "Conta Especial Emprego e Salário20% (vinte por cento) para a "Conta Especial Emprego e Salário

IIII -- para os trabalhadores:para os trabalhadores: a) 5% (cinco por cento) para a confederação correspondente;a) 5% (cinco por cento) para a confederação correspondente; b) 15% (quinze por cento) para a federação;b) 15% (quinze por cento) para a federação; c) 60% (sessenta por cento) para o sindicato respectivo; ec) 60% (sessenta por cento) para o sindicato respectivo; e d) 10% (dez por cento) para a ‘Conta Especial Emprego e Salário’;d) 10% (dez por cento) para a ‘Conta Especial Emprego e Salário’; e) 10% para as centrais sindicais.e) 10% para as centrais sindicais.

B) Contribuição assistencial (art. 513, “e”, CLT).B) Contribuição assistencial (art. 513, “e”, CLT). -- Também chamada de desconto assistencial e Também chamada de desconto assistencial e

taxa assistencial.taxa assistencial. -- Consiste numa contribuição, em geral fixada Consiste numa contribuição, em geral fixada

em cláusula de convenção coletiva ou acordo em cláusula de convenção coletiva ou acordo coletivo ou mesmo sentença normativa, feita coletivo ou mesmo sentença normativa, feita pelos associados da categoria econômica ou pelos associados da categoria econômica ou profissional, em favor do respectivo sindicato, profissional, em favor do respectivo sindicato, em função dos cursos decorrentes do processo em função dos cursos decorrentes do processo de negociação.de negociação.

-- Direito de oposição. Direito de oposição.

OJ-SDC-17 CONTRIBUIÇÕES PARA ENTIDADES SINDICAIS. INCONSTITUCIONALIDADE DE SUA EXTENSÃO A NÃO ASSOCIADOS

As cláusulas coletivas que estabeleçam contribuição em favor de entidade sindical, a qualquer título, obrigando trabalhadores não sindicalizados, são ofensivas ao direito de livre associação e sindicalização, constitucionalmente assegurado, e, portanto, nulas, sendo passíveis de devolução, por via própria, os respectivos valores eventualmente descontados.

PN-119 CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS - INOBSERVÂNCIA DE PRECEITOS CONSTITUCIONAIS

"A Constituição da República, em seus arts. 5º, XX e 8º, V, assegura o direito de livre associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de liberdade cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título de taxa para custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical e outras da mesma espécie, obrigando trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as estipulações que inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores irregularmente descontados."

C) Contribuição confederativa (art.8, IV, CF)C) Contribuição confederativa (art.8, IV, CF)

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:seguinte:

...... IV IV -- a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de

categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;independentemente da contribuição prevista em lei;

-- É fixada em assembléia.É fixada em assembléia.

-- Súmula 666 STF Súmula 666 STF –– contribuição confederativa somente é exigível contribuição confederativa somente é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.dos filiados ao sindicato respectivo.

D) Mensalidade sindicalD) Mensalidade sindical Consiste numa contribuição voluntária, a Consiste numa contribuição voluntária, a

qual é paga exclusivamente pelos qual é paga exclusivamente pelos associados do sindicato, sendo previsto no associados do sindicato, sendo previsto no Estatuto Social do sindicato.Estatuto Social do sindicato.

-- Serviços oferecidos aos associados.Serviços oferecidos aos associados. -- Como funciona a homologação de Como funciona a homologação de

rescisão e emissão de CTPS.rescisão e emissão de CTPS.

ACORDO COLETIVO, CONVENÇÃO COLETIVA E DISSÍDIO ACORDO COLETIVO, CONVENÇÃO COLETIVA E DISSÍDIO COLETIVOCOLETIVO

(arts. 611 a 624 CLT e(arts. 611 a 624 CLT eInst.Normativa MTE/SRT 01/2004 com alterações na IN 03/2006)Inst.Normativa MTE/SRT 01/2004 com alterações na IN 03/2006)

-- DOS SUJEITOSDOS SUJEITOS De conformidade com o art. 8º, III, CF, “ao sindicato cabe a defesa De conformidade com o art. 8º, III, CF, “ao sindicato cabe a defesa

dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas”. inclusive em questões judiciais ou administrativas”.

-- DO PROCEDIMENTO:DO PROCEDIMENTO: -- Edital.Edital. -- Assembléia (autorização para negociação coletiva e aprovação da Assembléia (autorização para negociação coletiva e aprovação da

pauta reivindicatória).pauta reivindicatória). -- Reuniões.Reuniões.

Da Convenção ColetivaDa Convenção Coletiva

Art. 611 Art. 611 -- Convenção Coletiva de Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações respectivas representações, às relações individuais de trabalho.individuais de trabalho.

Do Acordo ColetivoDo Acordo Coletivo

Art. 611,Art. 611,§§ 1º 1º -- É facultado aos Sindicatos É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das acordantes âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho.respectivas relações de trabalho.

Requisitos de validade e Requisitos de validade e formalidadesformalidades

1. 1. As convenções e os Acordos serão celebrados As convenções e os Acordos serão celebrados por escrito, sem emendas nem rasuras, em por escrito, sem emendas nem rasuras, em tantas vias quantos forem os Sindicatos tantas vias quantos forem os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes, além convenentes ou as empresas acordantes, além de uma destinada a registro.de uma destinada a registro.

2. Para firmar acordo e convenção coletiva 2. Para firmar acordo e convenção coletiva pressupõe capacidade sindical, que é adquirida pressupõe capacidade sindical, que é adquirida com o registro no MTE (Portaria 186, de com o registro no MTE (Portaria 186, de 10/04/2008 do MTE).10/04/2008 do MTE).

Requisitos de validade e Requisitos de validade e formalidadesformalidades

3 3 -- As partes acordantes ou convenentes As partes acordantes ou convenentes poderão determinar o prazo de duração da poderão determinar o prazo de duração da avença, contanto que não ultrapasse a dois anos avença, contanto que não ultrapasse a dois anos (art. 614, (art. 614, §§ 3º, CLT). 3º, CLT).

-- OJ 322 SDIOJ 322 SDI--I do TST I do TST –– veda a prorrogação do veda a prorrogação do instrumento por prazo indeterminadoinstrumento por prazo indeterminado

-- Poderão as partes, deste que aprovada por Poderão as partes, deste que aprovada por assembléia geral com as observâncias do art. assembléia geral com as observâncias do art. 612, CLT, prorrogar, rever, renunciar, revogar 612, CLT, prorrogar, rever, renunciar, revogar total ou parcialmente o acordo ou a convenção total ou parcialmente o acordo ou a convenção (art. 615, CLT). (art. 615, CLT).

Requisitos de validade e Requisitos de validade e formalidadesformalidades

4. Depósito, registro e arquivo da Convenção ou Acordo 4. Depósito, registro e arquivo da Convenção ou Acordo ColetivoColetivo

5. Da entrada em vigência: somente 3 dias após a data 5. Da entrada em vigência: somente 3 dias após a data de entrega no MTE (art. 614, parágrafo primeiro, CLT).de entrega no MTE (art. 614, parágrafo primeiro, CLT).

6. Publicidade deve ser feita dentro de 05 dias da data 6. Publicidade deve ser feita dentro de 05 dias da data do depósito. do depósito.

7. Súmula 349 TST dispõe que a validade do acordo 7. Súmula 349 TST dispõe que a validade do acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho em atividade coletivo ou convenção coletiva de trabalho em atividade insalubre prescinde da inspeção prévia da autoridade insalubre prescinde da inspeção prévia da autoridade competente em matéria de higiene de trabalho.competente em matéria de higiene de trabalho.

Da nulidade de cláusulas de Acordo ou Da nulidade de cláusulas de Acordo ou de Convenção Coletivade Convenção Coletiva

Qualquer cláusula de acordo ou de Qualquer cláusula de acordo ou de convenção coletiva que se desprestigie por convenção coletiva que se desprestigie por qualquer vício de igualdade e prejudique qualquer vício de igualdade e prejudique qualquer das partes, acordantes ou qualquer das partes, acordantes ou convenentes, poderá ser objeto de ação convenentes, poderá ser objeto de ação anulatória, por iniciativa da parte anulatória, por iniciativa da parte interessada ou do Ministério Público na interessada ou do Ministério Público na qualidade de qualidade de custos legaiscustos legais. .

Teoria do Conglobamento e da Teoria do Conglobamento e da AcumulaçãoAcumulação

-- O art. 620 da CLT prevê que as condições O art. 620 da CLT prevê que as condições estabelecidas em Convenções quando mais favoráveis, estabelecidas em Convenções quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo.prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo.

-- O art. 620 consagra o princípio da norma mais O art. 620 consagra o princípio da norma mais favorável ao trabalhador, independente da posição favorável ao trabalhador, independente da posição hierárquica que aquela tenha. hierárquica que aquela tenha.

-- Como fazer quando o acordo coletivo e a convenção Como fazer quando o acordo coletivo e a convenção coletiva apresentam normas mais benéficas de forma coletiva apresentam normas mais benéficas de forma fracionada, dependendo o assunto? fracionada, dependendo o assunto?

-- Assim, temos a Teoria do Conglobamento e da Assim, temos a Teoria do Conglobamento e da Acumulação.Acumulação.

Incorporação das Cláusulas Normativas no Incorporação das Cláusulas Normativas no Contrato de TrabalhoContrato de Trabalho

AplicaAplica--se a súmula 277 do TST se a súmula 277 do TST –– a a repercussão nos contratos de trabalho repercussão nos contratos de trabalho vigoram no prazo de vigência da sentença vigoram no prazo de vigência da sentença normativa.normativa.

A Súmula se aplica analogicamente aos A Súmula se aplica analogicamente aos acordos e convenções coletivas.acordos e convenções coletivas.

CONVENÇÃO COLETIVA E ACORDO CONVENÇÃO COLETIVA E ACORDO COLETIVO NO SETOR PÚBLICOCOLETIVO NO SETOR PÚBLICO

-- Se aplica somente aos empregados públicos das Se aplica somente aos empregados públicos das empresas públicas e sociedades de economia mista que empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica (art. 173, parágrafo explorem atividade econômica (art. 173, parágrafo primeiro, II, da CF).primeiro, II, da CF).

-- Artigo 39 CF admite que a Administração Pública Artigo 39 CF admite que a Administração Pública Direta, autárquica e fundacional contrate empregados Direta, autárquica e fundacional contrate empregados públicos, mas a esses não se aplicam pelos seguintes públicos, mas a esses não se aplicam pelos seguintes motivos:motivos:

A) os vencimentos são fixados e aumentados em função A) os vencimentos são fixados e aumentados em função de lei, em decorrência do princípio da legalidade. de lei, em decorrência do princípio da legalidade.

B) O art. 39, parágrafo terceiro, da CF não reconheceu B) O art. 39, parágrafo terceiro, da CF não reconheceu as convenções e acordos aos servidores públicos;as convenções e acordos aos servidores públicos;

C) O ente público não integra nenhuma C) O ente público não integra nenhuma categoria econômica, não estando categoria econômica, não estando vinculado a qualquer sindicato patronal;vinculado a qualquer sindicato patronal;

D) Com relação ao acordo coletivo, a D) Com relação ao acordo coletivo, a administração pública não poderia administração pública não poderia subscrever o instrumento normativo em subscrever o instrumento normativo em função do princípio da legalidade. função do princípio da legalidade.

DO DISSÍDIO COLETIVODO DISSÍDIO COLETIVOArt. 114, parágrafo segundo, da CF c/c arts. Art. 114, parágrafo segundo, da CF c/c arts.

856 a 875 CLT).856 a 875 CLT). Completa o Completa o §§ 2º com a nova redação dada 2º com a nova redação dada

pela EC n. 45/04, que: “Recusandopela EC n. 45/04, que: “Recusando--se se qualquer das partes à negociação coletiva qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordode comum acordo, ajuizar dissídio , ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.” convencionadas anteriormente.”

O COMUM ACORDOO COMUM ACORDO -- O que significa o comum acordo.O que significa o comum acordo. -- O comum acordo no TST:O comum acordo no TST: . Se na contestação não for argüida em . Se na contestação não for argüida em

preliminar a ausência do comum acordo, preliminar a ausência do comum acordo, entendeentende--se como uma concordância tácita.se como uma concordância tácita.

. Mas havendo oposição na contestação, é . Mas havendo oposição na contestação, é extinto sem julgamento de mérito. (RODC extinto sem julgamento de mérito. (RODC 568008520085090909 e RODC 568008520085090909 e RODC 82300352008503000). 82300352008503000).

JURISPRUDÊNCIA SOBRE O COMUM ACORDO JURISPRUDÊNCIA SOBRE O COMUM ACORDO PARA O AJUIZAMENTOPARA O AJUIZAMENTO

RO RO -- 28542854--82.2010.5.04.0000 DEJT 82.2010.5.04.0000 DEJT -- 25/03/201125/03/2011

DISSÍDIO COLETIVO. AUSÊ NCIA DE COMUM ACORDO. ART. 114, DISSÍDIO COLETIVO. AUSÊ NCIA DE COMUM ACORDO. ART. 114, §§2º , DA CONSTITUIÇà O FEDERAL. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 2º , DA CONSTITUIÇà O FEDERAL. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/2004. EXTINÇà O DO PROCESSO SEM RESOLUÇà O DO MÉ 45/2004. EXTINÇà O DO PROCESSO SEM RESOLUÇà O DO MÉ RITO . A discordância do Suscitado com o ajuizamento do dissídio RITO . A discordância do Suscitado com o ajuizamento do dissídio coletivo, oportunamente manifestada em contestação, determina o coletivo, oportunamente manifestada em contestação, determina o decreto de extinção do processo sem resolução do mé rito, por ausê decreto de extinção do processo sem resolução do mé rito, por ausê ncia de pressuposto processual: comum acordo previsto no art. 114, ncia de pressuposto processual: comum acordo previsto no art. 114, §§ 2º , da Constituiçã o Federal, com a redação conferida pela 2º , da Constituiçã o Federal, com a redação conferida pela Emenda Constitucional nº 45/2004. Inconstitucionalidade dessa Emenda Constitucional nº 45/2004. Inconstitucionalidade dessa exigê ncia, ante o dispost o no art. 5º , XXXV, da Constituição exigê ncia, ante o dispost o no art. 5º , XXXV, da Constituição Federal, que nã o se verifica. Precedentes desta Corte. Recurso Federal, que nã o se verifica. Precedentes desta Corte. Recurso ordiná rio a que se dá provimento, a fim de se decretar a extinçã o ordiná rio a que se dá provimento, a fim de se decretar a extinçã o do processo sem resoluçã o do mé rito, na forma do art. 267, VI, do do processo sem resoluçã o do mé rito, na forma do art. 267, VI, do CPC. CPC.

RO RO -- 149900149900--39.2009.5.03.0000 DEJT 39.2009.5.03.0000 DEJT --25/03/201125/03/2011 RECURSO ORDINÁ RIO EM AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃ O RECURSO ORDINÁ RIO EM AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃ O

CAUTELAR DE SUPRIMENTO DE CONSENTIMENTO NA INSTAURAÇà CAUTELAR DE SUPRIMENTO DE CONSENTIMENTO NA INSTAURAÇà O DA INST  NCIA DE DISSÍ DIO COLETIVO . A açã o cautelar de O DA INST  NCIA DE DISSÍ DIO COLETIVO . A açã o cautelar de suprimento de consentimento na instauraçã o da instâ ncia de dissí suprimento de consentimento na instauraçã o da instâ ncia de dissí dio coletivo foi ajuizada incidentalmente ao DCdio coletivo foi ajuizada incidentalmente ao DC--2400024000--46.2009.5.03.0000, visando a obter o pronunciamento do Juí zo a 46.2009.5.03.0000, visando a obter o pronunciamento do Juí zo a respeito da inconstitucionalidade da exigê ncia do comum acordo, respeito da inconstitucionalidade da exigê ncia do comum acordo, trazida pela Emenda Constitucional nº 45/2005 ao trazida pela Emenda Constitucional nº 45/2005 ao §§ 2º do art. 114 2º do art. 114 da Constituiçã o Federal, e, s u cessivamente, a eficá cia jurí dica do da Constituiçã o Federal, e, s u cessivamente, a eficá cia jurí dica do consentimento denegado, de modo a possibilitar a tramitaçã o consentimento denegado, de modo a possibilitar a tramitaçã o normal do dissí dio coletivo. Ocorre que , nos termos da jurisprudê normal do dissí dio coletivo. Ocorre que , nos termos da jurisprudê ncia desta Seçã o Especializada, o comum acordo é um dos ncia desta Seçã o Especializada, o comum acordo é um dos pressupostos especí ficos da açã o coletiva de natureza econô mica, pressupostos especí ficos da açã o coletiva de natureza econô mica, e, no caso, sua ausê ncia será analisada , oportunamente, na açã o e, no caso, sua ausê ncia será analisada , oportunamente, na açã o principal principal -- da qual esta cautelar é incidente da qual esta cautelar é incidente -- antes do exame do mé antes do exame do mé rito das reivindicaçõ es obreiras. rito das reivindicaçõ es obreiras.

Das modalidades de dissídios Das modalidades de dissídios coletivoscoletivos

-- Art. 216 do Regimento Interno do TST adota a Art. 216 do Regimento Interno do TST adota a seguinte classificação dos dissídios coletivos:seguinte classificação dos dissídios coletivos:

a) dissídio coletivo de natureza econômica; a) dissídio coletivo de natureza econômica; b) dissídio coletivo de natureza jurídica;b) dissídio coletivo de natureza jurídica; C) originários;C) originários; D) de revisão;D) de revisão; E) de declaração sobre a paralisação do E) de declaração sobre a paralisação do

trabalho.trabalho.

Da competência para o dissídio Da competência para o dissídio coletivocoletivo

-- Os Tribunais Regionais do Trabalho são Os Tribunais Regionais do Trabalho são competentes para processar, conciliar e julgar os competentes para processar, conciliar e julgar os dissídios coletivos instaurados em sua base dissídios coletivos instaurados em sua base territorial. A competência funcional é originária territorial. A competência funcional é originária do Regional. do Regional.

-- Naqueles casos em que a instauração do Naqueles casos em que a instauração do dissídio abrange mais de uma base territorial dissídio abrange mais de uma base territorial pertencentes a Regionais distintos, a pertencentes a Regionais distintos, a competência se alavanca para o Tribunal competência se alavanca para o Tribunal Superior do Trabalho cuja base é todo o Superior do Trabalho cuja base é todo o Território Nacional. Território Nacional.

Do ProcedimentoDo Procedimento -- Petição inicial:Petição inicial: . Nome das partes e qualificação. Nome das partes e qualificação . Motivos do dissídio. Motivos do dissídio . As bases de conciliação. As bases de conciliação . Cláusulas (natureza das cláusulas e devem ser . Cláusulas (natureza das cláusulas e devem ser

fundamentadas, sob pena de não ser analisada fundamentadas, sob pena de não ser analisada (PN 37 do TST).(PN 37 do TST).

. Tipos de cláusulas: econômicas, sociais, . Tipos de cláusulas: econômicas, sociais, sindicais e obrigacionais.sindicais e obrigacionais.

-- Prazo para ajuizamento e a dataPrazo para ajuizamento e a data--base.base.

Ação de Protesto Judicial para Ação de Protesto Judicial para preservar datapreservar data--basebase

-- Base legal: arts. 867 e ss do CPC (após revogação IN 4)Base legal: arts. 867 e ss do CPC (após revogação IN 4) -- A IN 4/1993 do TST (revogada) dispunha acerca da ação de Protesto para A IN 4/1993 do TST (revogada) dispunha acerca da ação de Protesto para

preservação de datapreservação de data--base. O TST continua aceitando a ação.base. O TST continua aceitando a ação.

* Regimento Interno do TST:* Regimento Interno do TST:

Art. 213. Frustrada, total ou parcialmente, a autocomposição dos interesses Art. 213. Frustrada, total ou parcialmente, a autocomposição dos interesses coletivos em negociação promovida diretamente pelos interessados, ou coletivos em negociação promovida diretamente pelos interessados, ou mediante intermediação administrativa do Órgão competente do Ministério mediante intermediação administrativa do Órgão competente do Ministério do Trabalho, poderá ser ajuizada a ação de dissídio coletivo.do Trabalho, poderá ser ajuizada a ação de dissídio coletivo.

§§ 1º Na impossibilidade real de encerramento da negociação coletiva em 1º Na impossibilidade real de encerramento da negociação coletiva em curso antes do termo final a que se refere o artigo 616, curso antes do termo final a que se refere o artigo 616, §§ 3º, da CLT, a 3º, da CLT, a entidade interessada poderá formular entidade interessada poderá formular protestoprotesto judicialjudicial em petição escrita em petição escrita dirigida ao Presidente do Tribunal, a fim de preservar a dirigida ao Presidente do Tribunal, a fim de preservar a datadata--basebase da da categoria. categoria.

§§ 2º Deferida a medida prevista no item anterior, a representação coletiva 2º Deferida a medida prevista no item anterior, a representação coletiva será ajuizada no será ajuizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da intimaçãoprazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da intimação, , sob pena de perda da eficácia do sob pena de perda da eficácia do protestoprotesto. (grifei) . (grifei)

-- Inicial e a quem é dirigidaInicial e a quem é dirigida -- Jurisdição voluntáriaJurisdição voluntária -- Conseqüências do deferimento da Conseqüências do deferimento da

medida e conseqüências do indeferimento.medida e conseqüências do indeferimento. -- Notificação do(s) suscitado(s).Notificação do(s) suscitado(s). -- Devolução dos autos.Devolução dos autos.

Da sentença normativaDa sentença normativa a) Terminologiaa) Terminologia

B) Prazo:B) Prazo: -- Prazo máximo de vigência (04 anos) segundo o artigo Prazo máximo de vigência (04 anos) segundo o artigo

868, parágrafo único, da CLT. Mas os TRTs têm fixado 868, parágrafo único, da CLT. Mas os TRTs têm fixado em 01 ano para incentivar as negociações.em 01 ano para incentivar as negociações.

C) Efeitos:C) Efeitos: --Erga omnes.Erga omnes. -- Exceção: quando o dissídio for ajuizado por alguma(s) Exceção: quando o dissídio for ajuizado por alguma(s)

empresa(s).empresa(s).

D) Coisa JulgadaD) Coisa Julgada -- Há divergência doutrinária e jurisprudencial.Há divergência doutrinária e jurisprudencial. -- Primeira corrente: só faz coisa julgada formal.Primeira corrente: só faz coisa julgada formal. Fundamento:Fundamento: . Pode ser objeto de ação de cumprimento mesmo antes . Pode ser objeto de ação de cumprimento mesmo antes

do seu trânsito em julgado;do seu trânsito em julgado; . Após um ano de vigência, pode ser objeto de revisão;. Após um ano de vigência, pode ser objeto de revisão; . Não comporta execução das cláusulas sociais e . Não comporta execução das cláusulas sociais e

econômicas;econômicas; . Eficácia temporária.. Eficácia temporária.

-- Segunda corrente: faz coisa julgada Segunda corrente: faz coisa julgada formal e material.formal e material.

Fundamento:Fundamento: . Cabe ação rescisória (art.2, inciso I, letra . Cabe ação rescisória (art.2, inciso I, letra

“c”, Lei 7701/88);“c”, Lei 7701/88); . Não ação de cumprimento não pode . Não ação de cumprimento não pode

rediscutir a matéria de fato e de Direito.rediscutir a matéria de fato e de Direito.

* TST adota a primeira corrente, que só faz coisa julgada formal.

SUM-397 AÇÃO RESCISÓRIA. ART . 485, IV, DO CPC. AÇÃO DE CUMPRI-MENTO. OFENSA À

COISA JULGADA EMANADA DE SENTENÇA NORMATIVA MODIFICADA EM GRAU DE RECURSO. INVIABILI-DADE. CABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA

Não procede ação rescisória calcada em ofensa à coisa julgada perpetrada por decisão proferida em ação de cumprimento, em face de a sentença normativa, na qual se louvava, ter sido modificada em grau de recurso, porque em dissídio co-letivo somente se consubstancia coisa julgada formal. Assim, os meios processu-ais aptos a atacarem a execução da cláusula reformada são a exceção de pré-executividade e o mandado de segurança, no caso de descumprimento do art. 572 do CPC.

Da ação de cumprimentoDa ação de cumprimento

-- Ação de cumprimento: É o remédio jurídico Ação de cumprimento: É o remédio jurídico próprio para reclamar direito assegurado em próprio para reclamar direito assegurado em sentença normativa.sentença normativa.

SUM-246 AÇÃO DE CUMPRIMENTO. TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA NORMATIVA

É dispensável o trânsito em julgado da sentença normativa para a propositura da ação de cumprimento.

Da revisão da sentença Da revisão da sentença normativanormativa

Desde que decorrido mais de um ano da Desde que decorrido mais de um ano da vigência da sentença normativa, caberá vigência da sentença normativa, caberá revisão das decisões que fixarem revisão das decisões que fixarem condições de trabalho, quando se tiverem condições de trabalho, quando se tiverem modificado as circunstâncias que as modificado as circunstâncias que as ditaram, de modo que tais condições se ditaram, de modo que tais condições se hajam tornando injustas ou inaplicáveis hajam tornando injustas ou inaplicáveis (art. 873, CLT). (art. 873, CLT).

GREVE (Lei 7.783/89)GREVE (Lei 7.783/89)

Greve é a paralisação coletiva e temporária do trabalho a fim Greve é a paralisação coletiva e temporária do trabalho a fim de obter, pela pressão exercida em função do movimento, as de obter, pela pressão exercida em função do movimento, as reivindicações da categoria, ou mesmo a fixação de reivindicações da categoria, ou mesmo a fixação de melhores condições de trabalho.melhores condições de trabalho.

-- Como ficam os contratos de trabalho.Como ficam os contratos de trabalho.-- Direito constitucional (art. 9º CF/1988 e art. 1º. da Lei Direito constitucional (art. 9º CF/1988 e art. 1º. da Lei 7.783/1989).7.783/1989).---- Greve legal x greve ilegal x greve abusiva (art. 14 da Lei Greve legal x greve ilegal x greve abusiva (art. 14 da Lei de Greve). de Greve).

PECULIARIDADESPECULIARIDADES

EmEm relaçãorelação àà LeiLei 77..783783//19891989,, podemospodemos destacardestacar asasseguintesseguintes peculiaridadespeculiaridades::

a)a) FRUSTAÇÃOFRUSTAÇÃO DADA NEGOCIAÇÃONEGOCIAÇÃO COLETIVACOLETIVA (art(art.. 33ºº..))::-- NecessidadeNecessidade dede realizaçãorealização dede assembléiaassembléia préviaprévia parapara

definirdefinir asas reivindicaçõesreivindicações dada categoriacategoria ee aaparalisaçãoparalisação coletivacoletiva (art(art.. 44º)º)..

-- AvisoAviso prévioprévio:: oo sindicatosindicato patronalpatronal ee aa empresaempresainteressadainteressada serãoserão avisadosavisados dada grevegreve comcomantecedênciaantecedência mínimamínima dede 4848 horashoras (art(art.. 33º,º,parágrafoparágrafo único)único)..

b)b) ATIVIDADESATIVIDADES ESSENCIAISESSENCIAIS:: sãosão consideradasconsideradas atividadesatividadesessenciaisessenciais:: tratamentotratamento ee abastecimentoabastecimento dede água,água, produçãoprodução eedistribuiçãodistribuição dede energiaenergia elétrica,elétrica, gásgás ee combustívelcombustível;; assistênciaassistênciamédicamédica ee hospitalarhospitalar;; distribuiçãodistribuição ee comercializaçãocomercialização dedemedicamentosmedicamentos ee alimentosalimentos;; funeráriosfunerários;; transportetransporte coletivocoletivo;;captaçãocaptação ee tratamentotratamento dede esgotoesgoto ee lixolixo;; telecomunicaçõestelecomunicações;;guarda,guarda, usouso ee controlecontrole dede substânciassubstâncias radioativas,radioativas, equipamentosequipamentosee materiaismateriais nuclearesnucleares;; processamentoprocessamento dede dadosdados ligadosligados aaserviçosserviços essenciaisessenciais;; controlecontrole dede tráfegotráfego aéreoaéreo ee compensaçãocompensaçãobancáriabancária (art(art..1010))..

- MANUTENÇÃO MÍNIMA DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOSINDISPENSÁVEIS À COMUNIDADE NOS SERVIÇOS OU ATIVIDADESESSENCIAIS: os sindicatos, os empregadores e os trabalhadoresficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, aprestação de serviços indispensáveis ao atendimento dasnecessidades inadiáveis da comunidade (art.11 e respectivoparágrafo único).

- COMUNICAÇÃO DA GREVE NOSSERVIÇOS OU ATIVIDADESESSENCIAIS: na greve em serviçosou atividades essenciais, ficam asentidades sindicais ou ostrabalhadores conforme o caso,obrigados a comunicar a decisão aosempregadores e aos usuários, comantecedência mínima de 72 horas daparalisação (art.13).

LOCKOUT OU LOCAUTELOCKOUT OU LOCAUTE

O art. 17 e respectivo parágrafo único da Lei 7.783/1989 dispõem que:

“Art. 17. Fica vedada a paralisação das atividades por iniciativa do empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados (“lockout”).

Parágrafo Único. A prática referida no caput assegura aos trabalhadores o direito de percepção dos salários durante o período de paralisação.”