Direito Comercial 1

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Unidade I: O Comrcio e o Direito Comercial ORIGEM E EVOLUO HISTRICA DO DIREITO COMERCIAL Origem do Direito Comercial Direito Romano; Idade Mdia; Era dos Descobrimentos

Teoria dos Atos de Comrcio => Teoria dos Atos de Comrcio Origem do Direito Comercial Direito romano: existem alguns institutos, tais como a falncia, contratos mercantis, ao pauliana, responsabilidade civil, comrcio do transporte martimo, entre outros. Aps a queda do Imprio romano, surge o jus mercatorum, emanado de uma classe social, e no do Estado. Seu carter foi consuetudinrio, baseado no costume dos mercadores, e corporativo, surgido no seio das corporaes de mercadores. Com o surgimento dos Estados nacionais, aquele Direito comercial consuetudinrio acabou ganhando sua legitimidade pelo Estado, que verificou a importncia de se dar segurana jurdica s relaes mercantis, como forma de propiciar o desenvolvimento econmico e preservar os interesses comerciais. Teoria dos Atos de Comrcio derivado do sistema francs. Combateu os privilgios de classes, caracterizando de forma objetiva toda a matria a ele afeta, deixando de lado a idia de que a legislao comercial destinava-se a reger as relaes de uma classe de pessoas, os comerciantes, e passando a regular a atividade de qualquer indivduo que viesse a praticar determinados atos, havidos como de comrcio, independentemente de quem os praticasse. Segundo Baslio Machado, "Problema insolvel para a doutrina, martrio para o legislador, enigma para a jurisprudncia" Classificao dos Atos de Comrcio, segundo Jos Xavier Carvalho de Mendona Atos de Natureza Comerciais; Atos por Conexo; Atos por fora de lei.

Direito Comercial no Brasil At 1822 ordenaes Afonsinas;

1822 Independncia Lei da Boa Razo; 1850 Cdigo Comercial Brasileiro - Lei 556; 1850 Regulamento 737.

Alfredo Rocco descreve a existncia de duas espcies de atos do comrcio: o ato de comrcio considerado em si mesmo; atos acessrios ou por conexo, por que facilitam uma interposio de troca. ato do comrcio todo ato que realiza ou facilita uma interposio na troca.

J X Carvalho de Mendona classificou os atos de comrcio em: por natureza comerciais ou profissionais - so aqueles "negcios jurdicos referentes diretamente ao exerccio normal da indstria mercantil, consistam propriamente na operao tpica, fundamental (a compra e venda), ou naqueles outros atos que imprimem uma feio caracterstica ao comrcio"; por conexo ou dependncia - so aqueles "atos praticados pelo comerciante no interesse e em virtude do exerccio do seu comrcio, mesmo que de forma graciosa"; por fora ou autoridade da lei - so todos aqueles "atos que, independentemente de sua essncia ou da qualidade da pessoa que o pratica, tido como comercial porque assim determina a lei.

Direito Comercial no Brasil Somente se detecta um Direito comercial brasileiro com a independncia do Brasil, marco inicial para a construo do ordenamento jurdico nacional. Dada a dificuldade de criar uma legislao mercantil nesta poca, continuaram vigorando as leis portuguesas ento vigentes, destacando-se as leis e alvars dos sculos XVII e XVIII, dentre eles a Lei da Boa Razo, que determinava a aplicao subsidiria das leis comerciais vigentes nas "naes crists, iluminadas e polidas, que com elas estavam resplandecendo na boa, depurada e s jurisprudncia", fazendo com que aqui fossem aplicadas a legislao comercial francesa e a espanhola. Direito Comercial no Brasil Influenciado pelos Cdigos Francs, Espanhol e Portugus, surge o Cdigo Comercial do Imprio do Brasil, promulgado pela Lei 556, de 25.06.1850 que no adotou a teoria dos atos de comrcio. Dada a dificuldade de conceituar o que era mercancia, foi editado o Regulamento 737, que enumerou quais eram aqueles atos que objetivamente identificavam a mercancia, adotando-se, desta forma, a teoria objetiva dos atos de comrcio.

Regulamento 737, art. 19 Considera-se Mercancia: Compra e venda ou troca de efeitos mveis ou semoventes para os vender, por grosso ou a retalho, na mesma espcies que manufaturados, ou para alugar o seu uso; Operaes de Cmbio, Banco ou Corretagem; As empresas de fbricas, de comisses, de depsitos, de expedio, consignao, transporte de mercadorias e de espetculos pblicos; Os seguros, fretamentos, riscos e quaisquer contratos relativos ao comrcio martimo. A armao e expedio de navios.

Teoria da Empresa Cdigo Civil Italiano de 1942; Cdigo Civil Brasileiro de 2002.

A teoria da empresa do sistema italiano. Visou atender s necessidades do desenvolvimento econmico. A doutrina italiana unificou a matria comercial e civil, no Cdigo Civil de 1942. Neste Cdigo desaparece a figura do comerciante e define o empresrio como "aquele que exercita profissionalmente uma atividade econmica organizada com o fim da produo ou da troca de bens ou de servios". A amplitude do Direito comercial passou a ser medida atravs da identificao da atividade desenvolvida por uma organizao empresarial.

O Cdigo Civil de 2002 O projeto tramitou no Congresso Nacional desde 1975. Conceitua, no seu Livro II, a partir do art. 966, denominado Direito de Empresa, o empresrio e o no-empresrio. No h uma definio direta de empresa, mas indireta e subjetiva, mediante o conceito de empresrio. O Livro II contra com quatro ttulos: Do Empresrio art. 966;

Da Sociedade, constando sociedades no personificadas e sociedades personificadas art. 981; Do Estabelecimento art. 1.142; Dos Institutos Complementares art. 1.150 a 1.195.

O Direito brasileiro segue os mesmos passos do Direito italiano. Em 1867, Teixeira de Freitas, props a criao de um Cdigo Civil unificando as matrias civil e comercial. O Brasil adotou aos poucos a teoria da empresa do sistema italiano, nas leis: Lei 6.404/1976 (Lei das Sociedades por Aes, ao estabelecer "qualquer que seja o objeto, a companhia mercantil e se rege pelas leis e usos do comrcio" Lei 8.078/1990 (Cdigo de Defesa do Consumidor), ao definir fornecedor. Lei 8.934/1994 (Registro Pblico das Empresas Mercantis e atividades afins), possibilitando o registro dos atos das firmas individuais e das sociedades mercantis, independentemente de seu objeto.

Autonomia do Direito Comercial => Ausncia de Autonomia Absoluta Espcies de Autonomia Autonomia Didtica; Autonomia Formal; Autonomia Substancial ou Jurdica.

Tentativas de Unificao do Direito Privado 1911 - Projeto de Ingls de Souza; 2002 - Cdigo Civil Lei 10.406.

As caractersticas do Direito Comercial Cosmopolitismo; Onerosidade; Informalismo; Fragmentarismo.

Fontes de Direito Materiais;

Formais.

Fontes Formais Primrias Cdigo Comercial; Cdigo Civil (Livro II Direito de Empresa); Leis, Tratados Internacionais e Regulamentos;

Secundrias Cdigo Civil; Usos e Costumes; Jurisprudncia; Analogia e princpios gerais de direito.

Unidade II: O Registro Da Empresa Empresa => Atividade desenvolvida pelo Empresrio Empresa Individual pessoa fsica; Coletiva sociedade empresria.

Espcie de Empresas Comerciais, Industriais, Prestadores de Servios e Agropecurias; Privada; Pblica; Economia Mista.

EMPRESA E EMPRESRIO Empresrio: Quem exerce profissionalmente atividade econmica organizada para a produo ou a circulao de bens e servios. (art. 966 do CC). Qualificao do Empresrio Sistema Francs; Sistema Espanhol; Sistema Suo;

Sistema Alemo.

NO SO EMPRESRIOS: Quem exerce profisso intelectual, de natureza cientfica, literria ou artstica, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exerccio da profisso constituir elemento de empresa.(art. 966 do CC , pargrafo nico). Atividades Econmicas Civis, no empresariais Explora atividade empresarial, mas no se enquadra como empresrio; Profissional Intelectual; Empresrio Rural; Cooperativas.

Capacidade para Empresariar => Capacidade do Direito Civil Incapazes Absolutamente (atos Nulos) (Representados) Menores de 16 anos; Os que, por enfermidade ou deficincia mental, no tiverem o necessrio discernimento para a prtica dos atos da vida civil; Os que, mesmo por causa transitria, no puderem exprimir sua vontade.

Relativamente (Atos Anulveis) (Assistidos) Maiores de 16 e menores de 18 anos; Os brios habituais, os viciados em txicos e os que, por deficincia mental, tenham o discernimento reduzido; Os excepcionais sem desenvolvimento mental completo; Os prdigos.

REQUISITOS PARA O EXERCCIO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL A emancipao => irrestrita e irrevogvel Legalmente impedidos de serem EMPRESRIOS1. O Falido e o no reabilitado Aqueles que foram condenados pela prtica de crime cuja pene vede o acesso atividade empresarial Lei 11.101/2005, arts. 102 e 181, I Lei 8.934/1994, art. 35, II

2.

3.

O leiloeiro

Decreto 21.981/1932, art.36

4.

Os funcionrios pblicos civis da Unio Os estrangeiros ou sociedades no sediadas no Brasil ou no constitudas segundo nossas leis ou que dependam de autorizao. Os devedores do INSS

Lei 8112/1990, art.117, X

5.

CC, arts. 1.123 a 1141.

6.

Lei 8.212/1991, art. 95, 2., d

7.

Aqueles em desempenho de funo pblica

CF/88, art. 54, II, a

8.

O estrangeiro com visto temporrio

Lei 6.815/1980, art. 99

9.

O militar da ativa

Lei 6.880/1980, art. 29

10.

O membro do Ministrio Pblico

Lei 8.625/1993, art.44, III

11.

O Magistrado No podem ser administradores, alm das pessoas impedidas por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos pblicos; ou por crime falimentar, de prevaricao, peita ou suborno, concusso, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrncia, contra as relaes de consumo, a f pblica ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenao.

Lei Complementar 35/1979, art. 36, I e II.

12.

CC, art. 1011

Registro Pblico de Empresas mercantis JUNTAS COMERCIAIS. EMPREENDEDOR INDIVIDUAL; EMPRESRIO INDIVIDUAL; EMPRESRIO INDIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA SOCIEDADE EMPRESRIA

Registro Civil das Pessoas Jurdicas CARTRIO => Sociedade Simples

REGISTRO PBLICO DE EMPRESAS MERCANTIS O RPEM est regulamentado pela Lei 8.934/1994. Que instituiu o SINREM (Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis) composto por dois rgos: O DNRC Departamento Nacional do Registro do Comrcio - rgo federal ligado ao Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior Tem competncia de estabelecer apenas as diretrizes gerais para a disciplina da atividade registrria. Tem somente funo normativa. No tem funo executiva. A JUNTA COMERCIAL - rgo estadual. Subordinado hierarquicamente ao DNRC, quanto se tratar de matria tcnicas de registro de empresa e, ao Governo Estadual, quando de tratar de matria administrativa. Tem funo executiva.

de competncia das JUNTAS COMERCIAIS: Executar os servios de registro das empresas mercantis e atividades afins; (REGISTRO MERCANTIL A matrcula, o arquivamento e a autenticao) Elaborar a tabela de preos dos seus servios, observadas as normas legais pertinentes; Processar a habilitao e a nomeao dos tradutores pblicos e intrpretes; Elaborar os respectivos regimentos internos e suas alteraes, bem como as resolues de carter administrativo necessrias ao fiel cumprimento das normas legais, regulamentadas e regimentais; Expedir carteiras de exerccio profissional de pessoas legalmente inscritas no Registro Pblico de Empresas Mercantis e Atividades Afins. O assentamento de usos e prticas mercantis.

Processo Decisrio Regime Colegiado Plenrio (Todos os Vogais) Competncia Recursal Turmas ( 3 vogais) Matrias Complexas. Regime Singular Presidente; Vogal; Servidor Graduado. NOME EMPRESARIAL

LIVROS EMPRESARIAIS ( CC art. 1.179 at 1.195) Obrigaes Empresariais Registrar-se no Registro de Empresas antes de iniciar suas atividades (CC, art. 967) Escriturar regularmente os livros obrigatrios; Levantar balano patrimonial e de resultado econmico a cada ano (CC, art. 1.179).

Obrigaes bsicas quanto aos livros empresariais Seguir ordem uniforme de escriturao; Registrar os documentos no Registro Pblico de Empresas Mercantis; Elaborar o Balano Anual; Conservar a escriturao, a correspondncia e demais documentos.

Unidade III: Estabelecimento Empresarial

ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL Aviamento ou Goodwill of trade Objetivo

o proveniente da reunio dos elementos do estabelecimento e a sua organizao para o objetivo empresarial. Subjetivo

Refere-se s pessoas que esto a frente da empresa e que emprestam a ela todo o seu prestgio, boa fama, correo e demais qualidades que, certamente, acabam por aviar o estabelecimento tanto quanto a reunio dos seus elementos objetivamente considerados. Natureza Jurdica do Estabelecimento Empresarial: Teoria da Personalidade Jurdica do Estabelecimento de ENDERMANN Considera o estabelecimento como um de sujeito distinto e autnomo em relao ao comerciante. Trata o estabelecimento como uma pessoa jurdica independente, que conta com patrimnio prprio, de forma que as dvidas do estabelecimento no so suportadas pelo comerciante. Teoria do Patrimnio Autnomo de Bekker (Na Alemanha) Esta teoria concebe a existncia de um patrimnio sem sujeito, destacado do patrimnio do comerciante. Os bens do empresrio somente respondem pelas dvidas do estabelecimento de forma subsidiria. Teoria da Fundo de Comrcio Valry (Frana) Distingue no estabelecimento o que se chama de maison de commerce e fonds de commerce. O primeiro o conjunto de

pessoas que se ocupam com a direo da atividade empresarial, enquanto que osegundo o conjunto de bens ou valores materiais ou imateriais que se traduzem no patrimnio do estabelecimento. O estabelecimento possui a natureza de sujeito e de objeto de direito. Teoria do Negcio Jurdico de Carrara - Esta teoria concebe que o estabelecimento no sujeito e nem objeto de direito, mas sim um negcio jurdico cujos sujeitos seriam todos aqueles que mantm relao jurdica com o estabelecimento, desde seu prprio titular e empregados at seus credores. Teorias Imaterialistas (Alemanha) Consideram o estabelecimento um bem imaterial distinto dos elementos materiais que o constituem . Tratava-se de uma criao do esprito humano onde cada elemento concorre para um fim comum, A OBTENO DO LUCRO. Teorias Atomistas Consideram a existncia do estabelecimento a unidade autnoma, pois se trata de mera coordenao dos vrios elementos da produo em torno de um objetivo comum, fato este que no retira deles suas caractersticas individuais peculiares. Para os atomistas, os elementos do estabelecimento, muito embora reunidos, so e continuam ser bens singulares. Teorias Universalistas Consideram o estabelecimento como uma universalidade de fato ou de direito, em que os seus vrios elementos so reunidos mediante um objetivo econmico comum. A universalidade entendida como a destinao unitria de um conjunto de coisas ou bens com objetivos empresariais.

Na doutrina nacional impera a o entendimento de que o estabelecimento empresarial uma universalidade.

ALIENAO DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL O estabelecimento empresarial pode ser objeto de diversos negcios jurdicos Sua alienao tem o nome de TREPASSE. O TRESPASSE a operao pela qual um empresrio VENDE a outro o seu estabelecimento empresarial, ficando este responsvel pela conduo dos negcios a partir de ento. IMPORTANTE: Com a venda do estabelecimento empresarial, altera-se a figura do seu titular, que passa a ser o comprador. Enquanto que, com a venda da sociedade empresria NO EXISTE qualquer alterao em relao ao titular do Estabelecimento, que continua o mesmo. O objeto do TRESPASSE a universalidade de bens materiais ou imateriais que compem o estabelecimento. Este negcio difere da venda isolada de bens pertencentes ao estabelecimento, pois com ele se est transferindo o direito no s sobre os bens singularmente, isoladamente considerados, mas tambm e principalmente se transfere o AVIAMENTO, de forma a podermos afirmar que a venda conjunta de diversos bens pertencentes ao empresrio somente ser considerada como trespasse se acaso se identificar a transferncia do AVIAMENTO. Caso contrrio, teremos uma compra e venda simples, de equipamentos isolados, sem que se possa falar em TRESPASSE. Proteo aos CREDORES Com o objetivo de proteger os credores do alienante, o Cdigo Civil e a Lei 11.101/2005 impem determinadas restries a venda do estabelecimento empresarial. Segundo art. 1.145 do CC Se ao alienante no restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficcia da alienao do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tcito, em 30(trinta) dias a partir da notificao. Art. 129, VI da Lei 11.101/2005 So ineficazes ,com relao a massa falida, a venda ou a transferncia do estabelecimento, se feita sem o consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, e se no tiver o devedor, bens suficientes para solver o seu passivo. IMPORTANTE: No contrato de TRESPASSE, o adquirente assume a responsabilidade pelo pagamento dos dbitos existentes poca do negcio, provenientes de dvidas assumidas pelo alienante at aquele momento, isto se de tais dbitos o adquirente tomou conhecimento, seja pela contabilidade ou por qualquer outro meio idneo. Segundo o art. 1.146 do CC - O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos dbitos anteriores transferncia, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos crditos vencidos, da publicao, e, quanto aos outros, da data do vencimento.

CLUSULA DE NO CONCORRNCIA NO CONTRATO DE TRESPASSE (Interdio do restabelecimento do alienante) costumeiro incluir no contrato de TRESPASSE a clusula de no concorrncia, assumindo o alienante o compromisso formal de no fazer concorrncia com o adquirente. Segundo o art. 1.147 do CC - No havendo autorizao expressa, o alienante do estabelecimento no pode fazer concorrncia ao adquirente, nos cinco anos subseqentes transferncia. Ressaltamos que no h impedimento para que se estabelea expressamente no contrato o direito de o alienante, arrendante ou proprietrio concorrer com o adquirente ou usufruturio. SUB-ROGAO NO CONTRATO DE TRESPASSE Presume-se sub-rogado o adquirente nos contratos de trato sucessivo estipulados para explorao do estabelecimento at ento firmados pelo alienante, desde que, no tenha carter pessoal, caso em que, no se transferiro automaticamente. Podero os terceiros que contrataram com o alienante denunciar o contrato no prazo de 90 dias a conta da publicao da transferncia, desde que provada a justa causa, situao em que o alienante poder ser responsabilizado por eventuais prejuzos que porventura venham a ser causados por conta desta resciso. Art. 1.148 do CC - Salvo disposio em contrrio, a transferncia importa a sub-rogao do adquirente nos contratos estipulados para explorao do estabelecimento, se no tiverem carter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicao da transferncia, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante. REGISTRO DOS CONTRATOS DE TRESPASSE Os contratos de trespasse, usufruto ou arrendamento do estabelecimento empresarial somente produziro efeitos perante a terceiros depois de averbados no REGISTRO PBLICO DE EMPRESAS MERCANTIS e devidamente publicados na imprensa oficial, isso independentemente da qualidade jurdica do vendedor ou do adquirente, ou seja, a averbao e publicao so obrigatrios mesmo em se tratando de negcio firmado entre pessoas fsicas ou jurdicas que, por sua qualidade, no esto sujeitas ao regime de publicao de seus atos na imprensa. PROTEO DO PONTO EMPRESARIAL O PONTO empresarial ou de comrcio o lugar onde est situado o ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL e para o qual se destina a clientela. O ponto o local escolhido pelo empresrio para realizar a atividade empresarial, de modo a ensejar seu contato com um pblico especfico. A proteo do ponto depender da natureza do direito exercido sobre o bem imvel, segundo o qual:

Se o imvel pertencer ao empresrio, a proteo do ponto se faz pelas mesmas normas de tutela da propriedade imobilirias previstas no CC. Se o imvel do ponto for alheio, sendo, por isso, objeto de CONTRATO DE LOCAO no residencial entre o proprietrio e o empresrio, a proteo do ponto ser feita por meio da RENOVAO COMPULSRIA do contrato, conforme est previsto na Lei das Locaes Lei 8.245/1991. PROTEO DO PONTO EMPRESARIAL Sensvel importncia do PONTO empresarial ou de comrcio, o legislador criou determinadas normas que tm por objetivo de proteger os empresrios localizados em imveis alheios mediante locao. Segundo a Lei 8.245/1991: Art. 51. Nas locaes de imveis destinados ao comrcio, o locatrio ter direito a renovao do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: I. II. o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; o prazo mnimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; o locatrio esteja explorando seu comrcio, no mesmo ramo, pelo prazo mnimo e ininterrupto de trs anos.

III.

PROTEO DO PONTO EMPRESARIAL - Segundo a Lei 8.245/1991, em seu art. 52. O locador no estar obrigado a renovar o contrato se: I. por determinao do Poder Pblico, tiver que realizar no imvel obras que importarem na sua radical transformao; ou para fazer modificaes de tal natureza que aumente o valor do negcio ou da propriedade; o imvel vier a ser utilizado por ele prprio ou para transferncia de fundo de comrcio existente h mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cnjuge, ascendente ou descendente. Na hiptese do inciso II, o imvel no poder ser destinado ao uso do mesmo ramo do locatrio, salvo se a locao tambm envolvia o fundo de comrcio, com as instalaes e pertences. Nas locaes de espao em shopping centers , o locador no poder recusar a renovao do contrato com fundamento no inciso II deste artigo.

II.

III.

IV.

PROTEO DO PONTO EMPRESARIAL DIREITO DE INDENIZAO Segundo a Lei 8.245/1991, em seu art. 52, 3.: O locatrio ter direito a indenizao para ressarcimento dos prejuzos e dos lucros cessantes que tiver que arcar com mudana, perda do lugar e desvalorizao do fundo de

comrcio, se a renovao no ocorrer em razo de proposta de terceiro, em melhores condies, ou se o locador, no prazo de trs meses da entrega do imvel, no der o destino alegado ou no iniciar as obras determinadas pelo Poder Pblico ou que declarou pretender realizar. AO RENOVATRIA DE CONTRATO DE LOCAO EMPRESARIAL De acordo com o art. 51 da Lei das Locaes,a ao que visa assegurar o direito renovao compulsria chamada de AO RENOVATRIA e deve ser promovida entre 01 (um) ano e 6 (seis) meses anteriores ao termino do contrato a renovar, sob pena de decadncia (art. 51, 5. da Lei 8.245/1991. Por meio da AO RENOVATRIA, o inquilino fica resguardado dos abusos praticados pelo locador, principalmente quando o estabelecimento encontrar-se contemplado com um movimento de clientes favorvel, no momento da renovao do contrato. Conforme ensina FABIO ULHOA, a tutela de garantia de inerncia do ponto empresarial relativa, pois a lei no admite a proteo da locao empresarial em detrimento ao direito de propriedade. Assim, em certos casos, essa renovao compulsria do contrato no ser possvel, uma vez que o direito concedido ao empresrio para garantir-lhe a continuidade da explorao empresarial de um imvel locado, no pode, NUNCA, representar uma reduo ao direito de propriedade que o locador tem sobre o seu imvel. MOTIVOS QUE O LOCADOR PODER REQUERER O IMVEL DO LOCATRIO I. no atender, a proposta do locatrio, o valor locativo real do imvel na poca da renovao, excluda a valorizao trazida por aquele ao ponto ou lugar (art. 72, II, Lei 8.245/1991); ter proposta de terceiro para a locao, em condies melhores (art. 72, III, Lei 8.245/1991); por determinao do Poder Pblico, tiver que realizar no imvel obras que importarem na sua radical transformao; ou para fazer modificaes de tal natureza que aumente o valor do negcio ou da propriedade(art. 52, I, Lei 8.245/1991); o imvel vier a ser utilizado por ele prprio ou para transferncia de fundo de comrcio existente h mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cnjuge, ascendente ou descendente (art. 52, II, Lei 8.245/1991); transferncia de estabelecimento empresarial existente h mais de um ano e titularizado por ascendente, descendente ou cnjuge, desde que atue em ramo diverso do locatrio. Caso o ramo seja o mesmo explorado pelo locatrio,esse ter direito a uma indenizao.

II.

III.

IV.

V.

LOCAO EM SHOPPING CENTER O LOCADOR de espao em shopping center no pode oferecer EXCEO DE RETOMADA com fundamento no uso prprio ou na transferncia de fundo de comrcio, segundo o art. 52, 2., da lei 8245/1991. Nas relaes entre lojistas e os empreendedores prevalecero as condies livremente pactuadas nos contratos de locao respectivos e tambm sobre as locaes no residenciais conforme a lei 8.245/1991, principalmente quando da renovao do contrato. O empreendedor no poder cobrar do locatrio do espao em shopping centers (art. 54, da Lei 8.245/1991): a) obras de reformas ou acrscimos que interessem estrutura integral do imvel (art. 22, pargrafo nico, a, LL); b) pintura das fachadas, empenas, poos de aerao e iluminao, bem como das esquadrias externas (art. 22, pargrafo nico, b, LL); c) indenizaes trabalhistas e previdencirias pela dispensa de empregados, ocorridas em data anterior ao incio da locao (art. 22, pargrafo nico, d, LL); d) as despesas com obras ou substituies de equipamentos, que impliquem modificar o projeto ou o memorial descritivo da data do habite se (art. 54, 1.,b, da LL); e) e obras de paisagismo nas partes de uso comum (art. 54, 1.,b, da LL).

Unidade IV: Propriedade Industrial O empresrio, sobretudo para o efeito de fixar sua clientela, foi levado a imaginar sinais ou expresses distintivas, para individualizar e caracterizar os produtos resultantes do exerccio de sua atividade. Surgem, assim, bens de natureza imaterial, incorprea, frutos da inteligncia e engenho do empresrio Rubens Requio. PROPRIEDADE INDUSTRIAL O reconhecimento dos bens imateriais, fruto da criatividade e engenho do empresrio e, da respectiva necessidade de proteg-los, determinou a criao da uma disciplina prpria conhecida como PROPRIEDADE INDUSTRIAL. PROPRIEDADE INDUSTRIAL o conjunto de normas e institutos que tm como objetivo a proteo dos bens imateriais pertencentes ao empresrio e ligados atividade por ele desenvolvida. A Cdigo ou Lei da Propriedade Industrial Lei 9.279/1996, regula e disciplina os direitos imateriais que se integram, como elementos, na empresa.

PROPRIEDADE INDUSTRIAL A EVOLUO HISTRICA 1330 - Na Frana, o rei Felipe VI, garantiu a explorao do fabrico do vidro, com exclusividade, ao seu inventor Philippe de Cacquery. 1623 - Na Inglaterra aprovado o Statute of Monopolies que previa a outorga de patentes para invenes pelo prazo de 14 anos. 1787 - A Constituio dos EUA estabelece os fundamentos para a proteo dos direitos relacionados aos inventos e s obras artsticas e literrias. 1791 - Foi aprovada a lei francesa de patentes, que outorgava ao inventor o privilgio de explorao de seu invento pelo prazo de 15 anos. 1810 - Aprovao da lei das patentes na ustria 1812 - Aprovao da lei das patentes na Rssia 1820 - Aprovao da lei das patentes na Espanha 1880 - Conveno de Paris para a Proteo da Propriedade Industrial Entrou em vigor em 1883 Adeso de 11 Estados: Blgica, Brasil, Portugal, Frana, Guatemala, Itlia, Holanda, El Salvador, Srvia, Espanha e Sua Hoje so 130 pases participantes. 1890 - Aprovao da lei das patentes na Sua. 1809 - No Brasil, expedido o Alvar pelo Prncipe Regente D. Joo VI, concedendo aos inventores o privilgio de se utilizarem de seus inventos com exclusividade pelo prazo de 14anos. 1824 - A Constituio imperial recepciona o Alvar de 1809. 1996 - Aprovada a Lei 9.279, de 14.05.996 Cdigo de Propriedade Industrial. 1988 - Constituio Federal do Brasil Art. 5, XXIX. PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Concesso A) De Patentes A.1) De inveno A.2) De modelo de utilidade B) De Registro B.1) De desenho industrial B.2) De marca

PROPRIEDADE INDUSTRIAL A PATENTE

INVENO

algo novo (antes inexistente), fruto da atividade inventiva do homem, e que tenha aplicao industrial. Trata-se de uma concepo, isto , um conjunto de regras de procedimento, estabelecidas por uma pessoa ou um conjunto de pessoas especiais os inventores - as quais utilizando-se dos meios ou elementos fornecidos pela cincia, possibilitam a obteno de um bem corpreo.

MODELO DE UTILIDADE (Pequena Inveno)

o objeto de uso prtico, ou parte deste, suscetvel de aplicao industrial, que apresente nova forma ou disposio, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricao. O art. 10 da Lei 9.9.279/1996 indica o que NO inveno ou modelo de utilidade, e, portanto, no patentevel.

PROPRIEDADE INDUSTRIAL O REGISTRO

PROPRIEDADE INDUSTRIAL DESENHO INDUSTRIAL Considera-se desenho industrial a forma plstica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configurao externa e que possa servir de tipo de fabricao industrial.

DESENHO INDUSTRIAL art. 95 da LPI

I. II. Hipteses de extino do registro do desenho industrial Art. 119 da LPI III.

pela expirao do prazo de vigncia; pela renncia de seu titular, ressalvado o direito de terceiros; pela falta de pagamento da retribuio quinquenal devida ao INPI; pela inobservncia do disposto no art. 217. (falta de representante no Brasil, quando o titular domiciliado no exterior).

IV.

PROPRIEDADE INDUSTRIAL A MARCA todo sinal distintivo aposto, facultativamente, aos produtos e servios para identific-los e diferenci-los de outros, idnticos ou semelhantes,de origem diversa. Segundo o art.122 da LPI, so suscetveis de registro como marca os sinais distintivos visualmente perceptveis, no compreendidos nas proibies legais.

MARCA

A MARCA, segundo a classificao do Cdigo de Propriedade Industrial De Produto ou Servio; De Certificao; Coletiva.

A MARCA quanto a forma ou apresentao Nominativa; Figurativa; Mista; Tridimensional

Extino Patente de Inveno 20 anos; Patente de Modelo de Utilidade 15 anos; Registro de Desenho Industrial 10 anos + 3 de prorrogaes de 5 anos cada. Registro da Marca 10 anos prorrogveis por iguais perodos.